SOBRE N U E S T R A R E A L I D A D HISTÓRICA Antonio AL ATORRE E N C I E R T O S E N T I D O , las fecundas i n d a g a c i o n e s de A m é r i c o Castro sobre " l a r e a l i d a d histórica de E s p a ñ a " se r e m o n t a n a 1941, c u a n d o p u b l i c a e n l a Revista de Filología Hispánica de B u e n o s A i r e s e l ensayo q u e luego se convertiría e n Aspectos del vivir hispánico año, (Santiago de C h i l e , 1949). D e ese m i s m o 1941, d a t a su ensayo sobre o t r a " r e a l i d a d histórica", l a de I b e r o a m é r i c a — " o t r a " , sólo e n u n s e n t i d o e x t e r n o : A m é r i c o C a s t r o siente q u e los aspectos d e l v i v i r son e n l a A m é r i c a hispánica esencialmente los m i s m o s q u e e n España. C r e o q u e no es t a r d e p a r a q u e e n Historia Mexicana se comente, a u n - q u e sea s u m a r i a m e n t e , ese estudio sobre Iberoamérica, q u e h a l l e g a d o y a a su tercera e d i c i ó n . * E n efecto, M é x i c o o c u p a u n l u g a r destacado e n este l i b r o , p r e s e n t a d o en f o r m a s u m a m e n t e a t r a c t i v a . A d e m á s de las páginas e n q u e se e s t u d i a n las características q u e tiene e n com ú n c o n e l resto de l a A m é r i c a española, h a y varias secciones d e d i c a d a s a él e x c l u s i v a m e n t e : " C i v i l i z a c i ó n m a y a " (pp. 34- 37), " E l M é j i c o p r e c o r t e s i a n o " (pp. 38-45), " M é j i c o y H e r n á n C o r t é s " ( p p . 53-59), v i d a y c u l t u r a e n l a N u e v a España (pp. 103-113) y e l M é x i c o i n d e p e n d i e n t e ( p p . 178-192). E n estas secciones se e x p o n e n e n f o r m a s u c i n t a y s u m a m e n t e c l a r a — c o n l a c l a r i d a d a q u e sólo los sabios y los maestros p u e d e n l l e g a r : l a c l a r i d a d , p o r e j e m p l o , de u n A l f o n s o Reyes e n las Letras de la Nueva España—• historia. un l i b r o de h i s t o r i a . 1 los hechos p r i n c i p a l e s de nues- S i n e m b a r g o , Iberoamérica tra n o es precisamente L o s datos n o c u e n t a n tanto c o m o su * Américo CASTRO, Iberoamérica. Su historia y su cultura» T h i r d (revised) e d i t i o n , w i t h the editorial assistance of R a y m o n d S. W i l l i s . 2nd p r i n t i n g , T h e D r y d e n Press, N u e v a Y o r k , 1956; v m -{- 322 p p . , con gran número de ilustraciones. NUESTRA REALIDAD HISTÓRICA 133 interpretación. L o s hechos v a l e n , sí, pero v a l e n p o r e l s e n t i d o q u e los i n f o r m a . A s í , pues, n o aparecen a q u í todos los sucesos históricos, sino sólo a q u e l l o s q u e m a n i f i e s t a n m e j o r e l sent i d o d e l v i v i r h i s p a n o a m e r i c a n o . E l l i b r o de C a s t r o se p o d r í a c o m p a r a r c o n l a Historia de la cultura en la América hispá- nica, de P e d r o H e n r í q u e z U r e ñ a ; pero se d i s t i n g u e de este o t r o magnífico l i b r o e n q u e concede más espacio a l a " i n t e r p r e t a c i ó n " . E n r e a l i d a d , los dos se c o m p l e t a n m u t u a m e n t e , y a m e n u d o , p o r d i s t i n t o s c a m i n o s , l l e g a n a metas parecidas: l a " e x p l i c a c i ó n " d e l ser h i s p a n o a m e r i c a n o y de su c u l t u r a frente a l resto d e l m u n d o . ( R e c o r d e m o s los ensayos de H e n r í q u e z U r e ñ a " e n busca de n u e s t r a expresión".) E l l i b r o de A m é r i c o C a s t r o está escrito p a r a los estudiantes de español e n los Estados U n i d o s . P o r l o tanto, e l a u t o r h a t e n i d o q u e v i g i l a r constantemente s u lenguaje c o n objeto de hacerse e n t e n d e r p o r quienes a ú n n o d o m i n a n d e l todo e l castellano. Y además, esos estudiantes, e n l a m a y o r í a de los casos, n o h a n l e í d o n a d a acerca de nuestros países. L a tarea d e l autor e r a , pues, difícil, p e r o l a h a r e a l i z a d o e n f o r m a estupenda. ¡Felices esos estudiantes, q u e t i e n e n c o m o g u í a e n sus p r i m e r o s pasos de " h i s p a n i s m o " a semejante maestro! E s n a t u r a l q u e C a s t r o , casi constantemente, se r e f i e r a a los Estados U n i d o s c o m o p u n t o de comparación. P e r o esto, lejos de hacer s u l i b r o menos interesante p a r a los lectores h i s p a n o americanos, l o hace m á s v a l i o s o , pues l a v e r d a d es q u e nosotros necesitamos t a m b i é n , c o n u r g e n c i a , l i b r o s inteligentes d e i n t r o d u c c i ó n a l a " r e a l i d a d histórica" y a los "aspectos d e l v i v i r " de los Estados U n i d o s . A d e m á s , e l contraste c o n los ideales n o r t e a m e r i c a n o s hace resaltar m u c h o m e j o r las características de l a h i s t o r i a y ele l a a c t u a l i d a d i b e r o a m e r i c a n a s . Así, p o r e j e m p l o , " s i se enfoca l a d o m i n a c i ó n española desde [el] p u n t o de v i s t a c o m e r c i a l e i n d u s t r i a l , h a b r í a q u e d e c i r q u e fue m u y defectuosa" (p. 101). España, a d i f e r e n c i a de I n g l a t e r r a , f o m e n t ó l a religión, e l arte, l a g r a n d i o s i d a d m o n u m e n t a l , las i l u s i o n e s . . . , y " e l reverso de t o d o e l l o fue l a picardía, l a i n c o m p e t e n c i a y l a i n e f i c a c i a p r á c t i c a . . . Es i n n e g a b l e q u e e l r e s u l t a d o a veces fue m u y m a l o " , y q u i e n n o tiene esto e n c u e n t a , n o p o d r á explicarse l a d i f e r e n c i a a c t u a l i 4 3 ANTONIO ALATORRE entre los Estados U n i d o s y nuestros países. " P e r o e l éxito práctico —-concluye C a s t r o — n o es s i e m p r e l o ú n i c o q u e vale e n l a h i s t o r i a " . L a s naciones h i s p a n o a m e r i c a n a s , dice en otro l u g a r , " d e b e n su p r o s p e r i d a d , c u a n d o l a t i e n e n , a l a y u x t a posición o a m o n t o n a m i e n t o de l a r i q u e z a de los p a r t i c u l a r e s , y n o a l a colaboración de todos e n empresas de t i p o colectivo o n a c i o n a l . . . L a economía de H i s p a n o a m é r i c a h a sido pobre. A u n q u e algunos estados poseen inmensas riquezas naturales, éstas n o h a n p o d i d o ser e x p l o t a d a s c o n capitales p r o p i o s , y así h a s u r g i d o l a i n f l u e n c i a e x t r a n j e r a , c o n todo l o q u e e l l o s i g n i f i c a " (pp. 128-129). S i e m p r e e l r e v e l a d o r contraste c o n l o q u e o c u r r e en l a A m é r i c a anglosajona. Y siempre este afán p o r i r a l a raíz de las diferencias, p a r a q u e el n o r t e a m e r i c a n o q u e se esfuerza en c o m p r e n d e r n o s n o se fije en l o externo y accesorio, en l o r e l u c i e n t e y p i n t o r e s c o , sino en l o r a d i c a l y p r o f u n d o , ahí d o n d e duele. L o m e j o r , e n este sentido, es el estupendo análisis d e l Ariel de José E n r i q u e R o d ó (pp. 245- 250), a l a vez confirmación de las i n t u i c i o n e s d e l g r a n u r u g u a y o e n l o q u e t i e n e n de v e r d a d e r o , y e n a l t e c i m i e n t o y rep l a n t e a m i e n t o de l a p o l a r i d a d p o r él señalada entre las dos Américas, entre " A r i e l " y " C a l i b á n " . H e señalado apenas algunas de las ideas de Iberoamérica. C r e o q u e quienes n o h a n l e í d o este l i b r i t o d e b e n leerlo, y q u e todos deben d i s c u t i r l o a f o n d o y sinceramente. M u c h a s d e sus ideas son p r o v o c a d o r a s y desafiantes, e i n v i t a n a l a discusión. E s t a discusión es urgente. NOTA l Algunos errores fáciles de corregir en una nueva edición: la serpiente con plumas no es "símbolo de la nación mejicana" (p. 42); Tláloc no está simbolizado por las "series de rayas paralelas" (p. 43), sino por la máscara con anteojeras; la Malinche no sirvió de intérprete azteca-español (p. 54), sino azteca-maya (Jerónimo de Aguilar fue el intérprete maya-español).