LA FICCIÓN CORDIAL DE E L AMANTE LIBERAL

L A FICCIÓN C O R D I A L D E E L
LIBERAL
AMANTE
' T o d o s , en fin, q u e d a r o n contentos, libres y s a t i s f e c h o s . . . "
C o n esta recapitulación f o r m u l i s t a c o n c l u y e E l amante liberal, l a
m á s a r t i f i c i o s a y , e n l a a c t u a l i d a d , l a m e n o s a p r e c i a d a de las Novelas ejemplares de C e r v a n t e s . L a serie de hechos insólitos n a r r a bles se c i e r r a , e n efecto, c o n u n o
final,
el m a t r i m o n i o ,
d e s m e r e c e d o r , s i n d u d a , de narración a d i c i o n a l en l a m e d i d a en
q u e es t r a d i c i o n a l c o n s i d e r a r l o c o m o cierre adecuado de l a b ú s q u e d a o el deseo amorosos. Es l a m i s m a c o s t u m b r e q u e d a carácter de evidencia a l a conocida afirmación con que T o l s t o i c o m i e n z a
su Ana Karenina: ''Todas las f a m i l i a s felices son iguales; cada f a m i l i a i n f e l i z lo es de u n m o d o p r o p i o " . S i n d u d a era de esta m i s m a o p i n i ó n C e r v a n t e s p o r a q u e l l o o t r o , también m u y c o n o c i d o ,
de q u e l a f e l i c i d a d n o tiene h i s t o r i a . L o que sí t i e n e , c l a r o está,
es p r e h i s t o r i a a b u n d a n t e y v a r i a d a , y C e r v a n t e s fue, él q u e t a n
p o c o agraciado parece h a b e r r e s u l t a d o e n este t e r r e n o , u n o de sus
m á s frecuentes c r o n i s t a s : l a igualación de m a t r i m o n i o y f e l i c i d a d
y de a m b o s c o n u n c i e r r e n a r r a t i v o le m e r e c i ó u n a m u y a g u d a
e x p l o r a c i ó n , m u c h a s veces y desde m u c h o s ángulos r e p e t i d a .
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A c e r c a de qué t i p o de m a t r i m o n i o c o n s i d e r a b a C e r v a n t e s com o p e r f e c c i o n a m i e n t o de las relaciones e n t r e los sexos parece h a ber p o c a d u d a : se t r a t a d e l m a t r i m o n i o c r i s t i a n o c o n todos los
r e q u i s i t o s y caveat i m p u e s t o s p o r el c o n c i l i o t r i d e n t i n o . Pero el
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M I G U E L DE C E R V A N T E S , Novelas ejemplares, ed. H . Sieber, Cátedra, M a d r i d , 1980, t . 1, p. 188. A p a r t i r de ahora las citas irán señaladas por el número de página de esta edición entre paréntesis.
C o m o resumen y actualización de este asunto, abundantemente tratado por los cervantistas, bastará con consultar en los apartados pertinentes el
reciente l i b r o de A L B A N K . FORCIONE, Cervantes and the Humanist Vision: A Study
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señalamiento de la o r t o d o x i a de C e r v a n t e s suscita, o debe suscit a r , c i e r t a c u r i o s i d a d . N o p o r q u e se p r e s u p o n g a en el escritor u n
f o n d o o u n a v o l u n t a d heterodoxos c u y a represión o disimulación
necesiten ser j u s t i f i c a d a s . L o que s o r p r e n d e es que q u i e n t a n s u t i l
c o n o c e d o r de los recursos n a r r a t i v o s mostró ser, se h a y a a t e n i d o
t a n f r e c u e n t e m e n t e al m a n i d o e x p e d i e n t e de los finales m a t r i m o niales felices. Tratándose de C e r v a n t e s , su adhesión a l a doble
o r t o d o x i a religiosa y n a r r a t i v a de su é p o c a quizás sea, c o m o t o d o
lo suyo, menos automática y t r a n s p a r e n t e de l o que parece.
P o r de p r o n t o h a de a d v e r t i r s e ló s i g u i e n t e . E l carácter sacram e n t a l del m a t r i m o n i o c r i s t i a n o d a u n a dimensión ideal a ciertos
actos h u m a n o s , con virtiéndolos en a c t i v i d a d e s f u n d a m e n t a l m e n te místicas: los actos h u m a n o s d e j a n de ser simples signos m a t e riales de u n a r e a l i d a d ideal — c o n t r a t o s a g r a d o — p a r a convertirse
en realidades simultáneamente m a t e r i a l e s e ideales, h u m a n a s y
s o b r e h u m a n a s al m i s m o t i e m p o . N o debe s o r p r e n d e r , pues, que
t e n g a n r e p e t i d a m e n t e ese carácter c o n c l u y e n t e : siendo unos m i s m o s actos a l a vez s i g n i f i c a n t e y s i g n i f i c a d o , se a n u l a en ellos l a
d i s t a n c i a y l a d i f e r e n c i a necesarias p a r a su existencia c o m o signos. D e este a g o t a m i e n t o d e l signo d i m a n a n sin d u d a el agotam i e n t o del h a b l a , de l a narración y de l a h i s t o r i a . E l m a t r i m o n i o
cristiano sacramental es necesariamente el fin de lo historiable a m o roso p o r q u e es l a trascendencia m i s m a de esa h i s t o r i a , su a n u l a ción c o m o t a l . E l l o suscita i n m e d i a t a m e n t e o t r a incógnita aún más
i n t r i g a n t e que l a a n t e r i o r : ¿ c ó m o es posible que l a realidad se c o n v i e r t a en i d e a l i d a d , esto es, que los actos h u m a n o s accedan a esa
categoría s o b r e h u m a n a de existencia? O , desde el p u n t o de vista
de u n a teleología o r t o d o x a , ¿ c ó m o h a n de m o d i f i c a r s e los actos
h u m a n o s p a r a alcanzar, c o m o sin d u d a lo h a c e n en el m a t r i m o n i o c r i s t i a n o , ese carácter s o b r e h u m a n o de actos sacramentales?
O c u r r e , sin e m b a r g o , q u e estas p r e g u n t a s n o se h a n p l a n t e a d o respecto de E l amante liberal. A t e n d i e n d o ante t o d o al carácter
feliz, o r t o d o x o y trascendente de su conclusión, se l a despacha dem a s i a d o rápidamente con el c a l i f i c a t i v o de i d e a l i s t a sin ambages
y casi hasta i n g e n u a m e n t e . C u a n d o en r e a l i d a d cabe decir que
si el desenlace de E l amante liberal es i n d i s c u t i b l e m e n t e idealista,
el c a m i n o que l l e v a a él es el más t o r t u o s o y avisado que darse
p u e d a . A d e l a n t a n d o conclusiones diré que l a n o v e l a , en vez de
aceptar l a situación ideal final c o m o si f u e r a r e a l , esto es, sin p a r a r atención en su carácter de ficción, lo que hace es aceptar lo
o/Four "Exemplary Novéis", Princeton U n i v e r s i t y Press, Princeton, 1982, particularmente el estudio dedicado a " L a g i t a n i l l a " .
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i d e a l c o m o ficción r e a l , es d e c i r , c o n c o n c i e n c i a de su v e r d a d e r o
carácter ficticio. Es casi l a m i s m a o p e r a c i ó n y sin e m b a r g o p o l a r m e n t e d i f e r e n t e : en el p r i m e r caso se p u e d e h a b l a r de u n a const r u c c i ó n d e l i d e a l i s m o , m i e n t r a s q u e e n el segundo lo q u e o c u r r e
n o es u n a destrucción o a b a n d o n o d e l i d e a l i s m o — q u e eso sería
el a n t i - i d e a l i s m o — sino su desconstrucción, esto es, l a c o n s t r u c c i ó n q u e e v i d e n c i a sus p r o p i a s estrategias; u n doble discurso sob r e l o i d e a l , pues, que v a d e s c u b r i e n d o sus t r u c o s a m e d i d a que
los u t i l i z a : presentación y t a c h a d u r a simultáneas de lo ideal o
ide^smo.
Sin e m b a r g o , no es en el m a t r i m o n i o m i s m o de R i c a r d o y L e o n i s a d o n d e h a y que buscar este i d e ^ ( s m o de E l amante liberal. L a
u n i ó n s a c r a m e n t a l de R i c a r d o y L e o n i s a n o es en r e a l i d a d sino
el c o r o l a r i o de u n (des)enlace a n t e r i o r de carácter p e r f e c t o , pero
m í s t i c o , q u e el m a t r i m o n i o n o hace sino c o n f i r m a r : el a m o r l i b e r a l . Se t r a t a de u n a m o r de c l a r a tradición platónica, sin d u d a
p o r las conocidas vías neoplatónicas de los Diálogos de amor de L e ó n
H e b r e o , el c o m e n t a r i o de M a r s i l i o F i c i n o al Simposio de Platón,
el s i n c r e t i s m o e r a s m i a n o de su Institución del matrimonio cristiano y
de sus Diálogos relativos al m a t r i m o n i o y , más g e n e r a l m e n t e , l a
a b u n d a n t e l i t e r a t u r a de l a é p o c a sobre el t e m a . Pero l a filiación
del a m o r l i b e r a l c o n estas d o c t r i n a s , lo m i s m o q u e antes l a o r t o d o x i a d e l m a t r i m o n i o c o n las fórmulas t r i d e n t i n a s , o l a del desenlace n a r r a t i v o con l a práctica de l a é p o c a , carece de v a l o r
e x p l i c a t i v o de l a n o v e l a — a u n q u e s i r v a de índice de l a h o m o g e n e i d a d de los discursos filosófico, t e o l ó g i c o y n a r r a t i v o vigentes.
C l a r a l a n a t u r a l e z a de l a m e t a a d o p t a d a p o r el r e l a t o , lo que q u e d a p o r esclarecer es t o d o lo d e m á s , t o d o el c a m i n o y todas las per i p e c i a s q u e l l e v a n a esa m e t a : t o d a l a narración, pues.
3
A n t e s de t r a t a r del relato t o d o c o n v e n d r á s i n e m b a r g o a t e n der p o r u n m o m e n t o a l a n a t u r a l e z a novelesca de ese a m o r l i b e r a l , pues y a en ella se a d v i e r t e n a l g u n o s aspectos insólitos q u e ,
c o m o n o r t e d e l r e l a t o , lo orientarán d e c i s i v a m e n t e . Este a m o r se
m a n i f i e s t a e n el último discurso de R i c a r d o . V e a m o s algunas características de esta d e f i n i t i v a p e r i p e c i a .
E n p r i m e r l u g a r el c o n t e x t o de este d i s c u r s o . Desde l a llegada
al p u e r t o de T r á p a n a hasta el c a s a m i e n t o m i s m o , todos los r e p a t r i a d o s están disfrazados de t u r c o s y su c o n d u c t a se asemeja a l a
de u n o s actores: algo así c o m o l a representación de u n a escena
de r e t o r n o más que u n r e t o r n o g e n u i n o . E l d i r e c t o r de esta escenificación h a sido R i c a r d o , q u i e n c u i d a de todos sus detalles:
3
Ibid.,
pp. 96-157.
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Habíase hallado en la galeota una caja llena de banderetas y flámulas de diversas colores de sedas, con las cuales hizo Ricardo adornar la galeota (p. 183).
L a n a v e se a d e n t r a entonces despaciosa y e s p e c t a c u l a r m e n t e en
el p u e r t o y consigue r e u n i r a t o d o su p ú b l i c o :
N o quedó gente en toda la ciudad que dejase de salir a la m a r i na habiendo visto cómo aquel bien adornado bajel tan despacio llegaba a tierra. [...] E n este entretanto había Ricardo pedido y
suplicado a Leonisa que se adornase y vistiese de la misma manera
que cuando entró en la tienda de los bajaes, porque quería hacer
una graciosa burla a sus padres. [...] Vistióse asimismo Ricardo a
la turquesca, y lo mismo hizo M a h a m u t y todos los cristianos del
remo (pp. 183-184).
T o d o ello tiene a los vecinos de T r á p a n a confusos y c o n sospecha
de algún e n g a ñ o , p o r lo c u a l
tomaron las armas y acudieron al puerto todos los que en la ciudad
son de milicia, y la gente de a caballo se tendió por toda la marina;
de todo lo cual recibieron gran contento los que poco a poco se fuer o n llegando hasta entrar en el puerto (p. 184).
L a escena está, a d e m á s , m i n u c i o s a m e n t e r e g u l a d a :
Soltando a una los remos, todos, uno a uno, como en procesión, salieron a tierra, [...] a la postre de todos salieron el padre
y madre de H a l i m a , y sus dos sobrinos, todos como está dicho, vestidos a la turquesca. H i z o fin y remate la hermosa Leonisa, cubierto el rostro con u n tafetán carmesí; traíanla en medio Ricardo y
M a h a m u t (id.).
E l discurso i n m i n e n t e , así a m b i e n t a d o o c o n t e x t u a l i z a d o , t i e ne todavía u n detalle más q u e lo asemeja a u n tablean vivant: el
de l a posición de R i c a r d o a l p r e p a r a r s e a h a c e r l o : " t r a b ó de l a
m a n o a C o r n e l i o [...] y t e n i e n d o a s i m i s m o de l a m a n o a L e o n i s a " , p i d e l a atención de los espectadores p a r a q u e " m e escuchéis
ciertas razones que deciros q u i e r o " ( p . 185).
R i c a r d o n o pretende hacer creer a sus c o m p a t r i o t a s que se trata
de u n bajel y unos ocupantes turcos. N i se engañan aquéllos acerca
de l a v e r d a d e r a i d e n t i d a d de éstos:
todos [...] salieron a tierra, la cual con lágrimas de alegría besaron
una y muchas veces, señal clara que dio a entender ser cristianos
que con aquel bajel se habían alzado (p. 184).
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Y a s i m i s m o R i c a r d o es i n m e d i a t a m e n t e r e c o n o c i d o p o r el gob e r n a d o r , q u i e n " c o r r i ó con los brazos abiertos y con señales de
grandísimo contento a a b r a z a r l e " {id.). L o m i s m o que actores teat r a l e s , n o p r e t e n d e n que su público los c o n f u n d a c o n los personaj e s representados. Sí en c a m b i o , y s i n d u d a , que los vean y
escuchen c o m o a tales actores, e s p e c t a c u l a r m e n t e .
P o r o t r a p a r t e , R i c a r d o c o m i e n z a su interpelación b a j o el sign o d e l r e c u e r d o : " B i e n se os debe a c o r d a r , s e ñ o r e s " ( p . 1 8 5 ) , p a r a , a m o d o de i n t r o i t o , t r a e r a l a m e m o r i a de sus vecinos las
c i r c u n s t a n c i a s d e l último R i c a r d o de q u e tenían n o t i c i a , el " d e
l a desgracia que algunos meses h a e n el j a r d í n de las Salinas m e
sucedió c o n l a pérdida de L e o n i s a " {id.), el R i c a r d o c u y o apasion a d o y , e n esa m e d i d a , i n c o n t r o l a b l e m e n t e sincero discurso a n t e r i o r había desencadenado l a t r a g e d i a y las a v e n t u r a s objeto del
r e l a t o . Este último discurso es, pues, repetición d e l p r i m e r o : i g u a l
a él en l a m e d i d a en que es r e c o n o c i b l e e n él el m o d e l o a n t e r i o r ,
p e r o d i s t i n t o en l a m e d i d a en que se t r a t a de u n a repetición cont r a s t a b l e c o n el m o d e l o : s i m u l t a n e i d a d c o n t r a d i c t o r i a , pero r e a l ,
de l a i d e n t i d a d y l a d i f e r e n c i a del acto, q u e c u a d r a p e r f e c t a m e n t e
c o n el carácter de re-presentación t e a t r a l e v i d e n t e .
E l último l u g a r , el discurso m i s m o de R i c a r d o . Se t r a t a de u n
d i s c u r s o p r e p a r a d o o pensado de a n t e m a n o , pues m a n i f i e s t a :
Por cortesía os ruego, señores, que antes que entremos en la
ciudad y en el templo a dar las debidas gracias a Nuestro Señor de
las grandes mercedes que en nuestra desgracia nos ha hecho, me
escuchéis ciertas razones que deciros quiero (id).
E l m e o l l o o c o r a z ó n de sus palabras se r e d u c e a las siguientes:
Ves aquí, joh Cornelio!, te entrego la prenda que tú debes de
estimar sobre todas las cosas que son dignas de estimarse, y ves aquí
tú, ¡hermosa Leonisa!, te doy al que tú siempre has tenido en la
m e m o r i a . Esta sí quiero que se tenga por liberalidad, en cuya comparación dar la hacienda, la vida y la honra no es nada (p. 186).
L a l i b e r a l i d a d de R i c a r d o , en efecto, sobrepasa t o d o o t r o t i p o
de l i b e r a l i d a d h u m a n a concebible — a q u e l l a q u e se puede m e d i r
p o r el a b a n d o n o de los tres bienes q u e , j e r a r q u i z a d o s según el sentir
de l a é p o c a , m e n c i o n a R i c a r d o : l a h a c i e n d a , l a v i d a y l a h o n r a .
Es u n a l i b e r a l i d a d que trasciende el n i v e l n a t u r a l d e l d e s p r e n d i m i e n t o h u m a n o . E n b u e n a c u e n t a , se t r a t a de u n a l i b e r a l i d a d sin
s e n t i d o , i n c o n t r a s t a b l e y a b s u r d a , pues ú n i c a m e n t e l o tendría si
p e r m i t i e r a suponer que R i c a r d o da o r e n u n c i a efectivamente a
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algo. M a s R i c a r d o a n u l a este presupuesto l i t e r a l i z a n t e de su l i b e r a l i d a d c u a n d o antes que n i n g u n o hablase, d i j o :
[...] Y o , s e ñ o r e s , c o n el deseo q u e t e n g o de h a c e r b i e n , n o he m i r a d o l o q u e he d i c h o , p o r q u e n o es p o s i b l e q u e n a d i e p u e d a d e m o s trarse l i b e r a l de l o a j e n o : ¿ q u é j u r i s d i c c i ó n t e n g o y o e n L e o n i s a p a r a
d a r l a a otro? O ¿ c ó m o p u e d o ofrecer l o que está t a n lejos de ser m í o ?
(id.).
E n vista de lo c u a l se desdice de sus p a l a b r a s : " Y así de l o d i c h o
m e desdigo, y n o d o y a C o r n e l i o n a d a , pues n o p u e d o " ( p . 214).
L o que e m p i e z a pues c o m o e n t r e g a acaba c o m o gesto v a c í o , s i m u l a c r o de e n t r e g a . M a s l o que en ningún m o m e n t o h a p a r e c i d o
ser es u n a petición o p r e g u n t a . N o p o r ello d e j a de r e c i b i r u n a
i n m e d i a t a contestación p o r p a r t e de L e o n i s a :
j O h valiente R i c a r d o ! , m i v o l u n t a d , hasta aquí recatada, perpleja
y d u d o s a , se d e c l a r a e n f a v o r t u y o . [...] T u y a soy, R i c a r d o , y t u y a
seré h a s t a l a m u e r t e , si y a o t r o m e j o r c o n o c i m i e n t o
a n e g a r l a m a n o q u e de m i esposo te p i d o ( p .
n o te m u e v e
187).
Q u e esta " r e s p u e s t a " satisface c u m p l i d a m e n t e el deseo de R i c a r d o
lo p r u e b a su a g r a d e c i m i e n t o al oírla:
q u e d ó c o m o f u e r a de sí [...] R i c a r d o , y n o s u p o n i p u d o
responder
c o n o t r a s [ p a l a b r a s ] a L e o n i s a , q u e c o n h i n c a r s e de r o d i l l a s a n t e
e l l a y besarle las m a n o s , q u e le t o m ó p o r f u e r z a m u c h a s veces, b a ñ á n d o s e l a s e n t i e r n a s y a m o r o s a s lágrimas
(id.).
¿Es acaso l a contestación de L e o n i s a u n a v e r d a d e r a contestación? ¿Se atiene a los términos de u n a p r e g u n t a o petición p o r
p a r t e de R i c a r d o ? Sí, sin d u d a , y n o nos cuesta g r a n cosa aceptar
este a p a r e n t e s i n s e n t i d o , i n c l u s o e n t e n d e r p e r f e c t a m e n t e su sent i d o : h a h a b i d o e f e c t i v a m e n t e u n a d e m a n d a p o r p a r t e de R i c a r d o , o c u l t a b a j o a q u e l l a e n t r e g a , y hecha v i s i b l e después, al ser
la e n t r e g a i m p o s i b l e y r e s u l t a r , p o r ello, cancelada. Pero habrá
que a d m i t i r que se t r a t a de u n a pardójica m a n e r a de q u e r e r ( a m a r
y desear), en l a q u e a m o r y deseo se p o t e n c i a n y se hacen recíproc a m e n t e visibles en l a m e d i d a en que se e x c l u y e n u n o a o t r o .
E l a m o r l i b e r a l de R i c a r d o , t a l c o m o se m a n i f i e s t a en este últ i m o d i s c u r s o , t i e n e m u c h o de repetición en todos sus v a r i o s sent i d o s : el h o y a r c a i c o , p e r o entonces v i g e n t e , de acto l i t e r a r i o que
solía efectuarse en algunas escuelas antes de r e c i b i r el g r a d o m a y o r — a s í c o m o el sentido r e l a c i o n a d o de repaso a o t r o u otros de
u n a lección a n t e r i o r m e n t e a p r e n d i d a o e x p l i c a d a ; l a acepción forense de acción p o r l a q u e se p i d e q u e se r e s t i t u y a l o q u e se e n t r e -
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g ó , n o d e b i é n d o s e , o p o r defecto de l a cosa o e n f r a u d e de los
acreedores; e incluso l a acepción afrancesada de ensayo teatral para
p e r f e c c i o n a r los distintos elementos de u n espectáculo —ensayo
q u e , si es g e n e r a l , se c o n v i e r t e y a , u s u a l m e n t e , en u n a p r i m e r a
representación ante u n público escogido; y , desde l u e g o , su acepción más c o m ú n de reiteración del pasado.
C o n t r a d i c c i ó n i n t e r n a del a c t o r / d e l r e c u e r d o ; t e a t r a l i d a d de
l o p a r a d ó j i c o / d e l a m e m o r i a ; repetición de sí m i s m o de lo c o n t r a d i c t o r i o / d e l a representación. Estos son los tres rasgos d e f m i t o rios del desenlace idealista de u n a a v e n t u r a a m o r o s a que había
c o m e n z a d o c o n o t r o discurso. ¿ C u á l ? ¿El discurso c r o n o l ó g i c a m e n t e p r i m e r o , el de R i c a r d o en l a m a r i n a de T r á p a n a , o el discurso c o n q u e se abre l a n o v e l a , su l a m e n t o en las playas de
Nicosia? N o es t a n fácil d e c i d i r l o .
E l a m o r l i b e r a l de cuyo desarrollo y consecución t r a t a esta n o vela c o m i e n z a en el p u n t o m i s m o en que m u e r e el a m o r n o - l i b e r a l ,
de cuyas cenizas renace. C o m i e n z a pues d o n d e c o m i e n z a el relat o , c o n el l a m e n t o a m o r o s o de R i c a r d o . Pero ese m o m e n t o result a ser el p u n t o m e d i o de su a v e n t u r a , l a q u e h a c o m e n z a d o con
su discurso de a m o r a n t i l i b e r a l , cuya relación c o n c l u y e en l a m i tad del relato.
L o s sucesos relatados —desde el o r i g i n a l , en T r á p a n a , hasta
el c o n c l u y e n t e , de v u e l t a e n T r á p a n a — f o r m a n u n a cadena c i r c u l a r q u e p e r m i t e considerarlos simultáneamente c o m o causa y
efecto d e l desenlace. L a inflexión c i r c u l a r de l a n o v e l a les p e r m i t e
c a m b i a r de sentido ( e n los dos sentidos de l a p a l a b r a ) y ser leídos
según sendas series antitéticas: l a serie de sucesos q u e fluye del
p r i m e r discurso c o m o repetición c o n t r a d i c t o r i a de l a serie que fluye
hacia el último d i s c u r s o . N o se t r a t a s i m p l e m e n t e , sin e m b a r g o ,
de dos m i t a d e s i n d e p e n d i e n t e s y c o n t r a p u e s t a s a r t i c u l a d a s p o r l a
b i s a g r a de ese c e n t r o de las a v e n t u r a s q u e es el p r i m e r discurso
t e x t u a l , el l a m e n t o en N i c o s i a d e l R i c a r d o c a u t i v o . Se t r a t a , l i t e r a l m e n t e , de q u e todos los sucesos de u n a a v e n t u r a única son al
m i s m o t i e m p o efecto de u n discurso y causa d e l o t r o ; es d e c i r ,
a m b a s m i t a d e s f o r m a n u n a cadena c o n t i n u a q u e c i r c u l a simultán e a m e n t e e n dos direcciones opuestas; o, d i c h o de o t r o m o d o , se
t r a t a de q u e esa cadena o serie única es i n t e r n a m e n t e dúplice y
contradictoria.
Esto es l o q u e l o g r a el t r a d i c i o n a l p r o c e d i m i e n t o n a r r a t i v o del
c o m i e n z o in medias res. Su a d o p c i ó n p o r esta n o v e l a hace q u e u n a
p a r t e i n t e g r a l de ella sea también p a r t e a j e n a a ella. M a s c o m o
esta p a r t e a j e n a a b a r c a l a m i t a d del a s u n t o n o v e l a d o r e s u l t a que
l a n o v e l a t o d a n o es sino l a o t r a m i t a d d e l a s u n t o y , e n conse-
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GONZALO DÍAZ MIGOYO
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XXXV
c u e n c i a , que l a t o t a l i d a d novelesca es simultáneamente u n t o d o
c o m p l e t o y u n a m i t a d i n c o m p l e t a . N o se t r a t a s e n c i l l a m e n t e de
u n a anacronía n a r r a t i v a o yuxtaposición cronológicamente desord e n a d a de las partes de u n t o d o r e c u p e r a b l e . Pensarlo así es o l v i d a r u o c u l t a r el hecho de q u e esta p r i m e r a p a r t e anacrónica
pertenece r e a l m e n t e a l a segunda. Se t r a t a de u n a escisión i n t e r n a de u n t o d o o, m e j o r , de u n i n c i s o : corte en lo p r o p i o que es
también añadidura de lo ajeno.
L a d i s y u n t i v a q u e parece p l a n t e a r este t i p o de r e l a t o es l a s i g u i e n t e : E l amante liberal c o m i e n z a ó b i e n c o n el l a m e n t o de u n
R i c a r d o c a u t i v o o b i e n c o n el discurso de u n R i c a r d o l i b r e . Se
p u e d e t r a d u c i r d e l s i g u i e n t e m o d o : l a n o v e l a hace c o m o si e m p e z a r a con ese l a m e n t o , c u a n d o en r e a l i d a d c o m i e n z a c o n el d i s c u r so y , p o r lo m i s m o , hace c o m o si comenzara con el discurso c u a n d o
en r e a l i d a d e m p i e z a c o n el l a m e n t o . P r i v i l e g i a r l a p r i m e r a o p c i ó n
— q u e es c o m o se e n t i e n d e g e n e r a l m e n t e el f u n c i o n a m i e n t o d e l
c o m i e n z o in medias res —es i g n o r a r l a segunda y c o n ello o l v i d a r
su carácter ficticio, c o n v e r t i r lo ficticio del c o m i e n z o e n u n a r e a l i d a d i n e x i s t e n t e . E s , pues, hacer u n a elección que el t e x t o p r o p i c i a , pero que n o es n e c e s a r i a m e n t e su lección t o t a l , q u e más b i e n
consiste e n p o s p o n e r i n d e f i n i d a m e n t e esa (e)lección, e n h a c e r l a
no pertinente.
L a n o v e l a n a r r a unas a v e n t u r a s c u y a significación les v i e n e
d e l hecho de ser repetición de otras a n t e r i o r e s ; esto es, c u y o sent i d o está f u e r a de ellas o se basa e n su s e m e j a n z a / d i f e r e n c i a respecto de otras a v e n t u r a s c o n las que contrasta y se e q u i p a r a . U n a s
a v e n t u r a s , pues, q u e se p r e s e n t a n c o m o p a r t e de u n t o d o y n o
c o m o u n a t o t a l i d a d , a u n c u a n d o ese t o d o esté d e n t r o de l a p a r t e
m i s m a . Contradicción que n o se resuelve m e d i a n t e la elección entre
u n a u o t r a consideración — e l t e x t o c o m o p a r t e o el t e x t o c o m o
t o d o — sino m e d i a n t e u n a l e c t u r a de l o ficticio: u n a p a r t e q u e se
presenta c o m o si f u e r a u n t o d o o, al revés, u n t o d o q u e se p r e s e n t a c o m o si f u e r a u n a p a r t e . E l relato de l a n o v e l a se p r e s e n t a com o repetición a u n sin serlo: se presenta como sifuera u n a repetición;
c o m o repetición
ficiticia.
Desde el p u n t o de v i s t a l ó g i c o l a p a l a b r a q u e p e r m i t e pensar
esta contradicción es l a de s u p l e m e n t o : a q u e l l o q u e sustituye o
suple a u n a t o t a l i d a d i n d e p e n d i e n t e de él y a q u e l l o q u e c o m p l e t a
l o i n c o m p l e t o de esa t o t a l i d a d . P e r o , e n términos n a r r a t i v o s , l a
p a l a b r a q u e m e j o r expresa esta a m b i v a l e n c i a c o n t r a d i c t o r i a es l a
de r e c u e r d o : m a r c a de u n a a c t u a l i d a d c u y o sentido le v i e n e de
su relación c o n hechos a n t e r i o r e s y d i s t i n t o s — t a l c o m o todavía
es posible a d v e r t i r m á s nítidamente en el cognado inglés " r e c o r d "
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m e d i a n t e su c o m ú n o r i g e n e t i m o l ó g i c o c o n los arcaicos castellanos " r e c o r d a c i ó n " o " r e c o r d a m i e n t o " y su acepción a c t u a l de
" m a r c a " . E l relato novelesco es u n a recordación escrita, u n a m a r ca a c t u a l q u e es y a s i e m p r e r e c u e r d o de sí m i s m a , i n t e r n a m e n t e
c o n t r a d i c t o r i a consigo m i s m a m e d i a n t e esa escisión i n t e r n a que
sólo puede l o g r a r l a p a r a d o j a t e a t r a l ; lo ficitico c o m o tercer térm i n o q u e desplaza el estéril d i l e m a de l a v e r d a d - m e n t i r a .
A d i f e r e n c i a de lo o c u r r i d o ( d i c h o / h e c h o ) e n l a " p r i m e r a m i t a d " , t o d o l o o c u r r i d o e n l a " s e g u n d a m i t a d " —es d e c i r , en el
t e x t o t o d o y ú n i c o — se hace o se dice b a j o el signo de lo ficiticio
c o m o t a l . D i c h o de o t r o m o d o , t o d o (en) el t e x t o se d u p l i c a o d i v i d e desde d e n t r o de sí m i s m o y simultáneamente m u e s t r a su u n i d a d c o m o s u m a de esa división i n t e r n a : t o d o (en) el t e x t o es u n
r e c o r d a m i e n t o q u e se hace posible p o r su d i f e r e n c i a i n t e r n a c o n sigo m i s m o . Desde ese " c o m i e n z o " — s i cabe l l a m a r l o así sin caer
e n u n a s u s t a n c i a l i d a d q u e n o es más que a p a r i e n c i a de e l l o — e n
q u e el p r i n c i p i o es el c e n t r o , hasta ese c e n t r o m i s m o , q u e es y a
también u n r e c u e r d o o i n c i s o i n a u g u r a l .
E n efecto, el c o m i e n z o m a t e r i a l d e l t e x t o , el l a m e n t o de R i c a r d o , es t a n t o c o d a t e m p o r a l de sus a n t e r i o r e s a v e n t u r a s c o m o
inauguración o a n u n c i o d e l i n m i n e n t e relato de las m i s m a s . A s í
pues, el p r i m e r o de los actos de R i c a r d o o b j e t o d e l r e l a t o novelesco es y a u n acto b i f r o n t e . Su c o n t r a r i e d a d i n t e r n a q u e d a señalad a , además, p o r o t r a voz — o falta de v o z — , l a d e l n a r r a d o r , que
l o caracterizará así:
Estas razones decía u n cautivo cristiano, mirando de u n recuesto
las murallas derribadas de la ya perdida Nicosia, y así hablaba con
ellas, y hacía comparación de sus miserias a las suyas, como si ellas
fueran capaces de entenderle; propia condición de afligidos que, llevados de sus imaginaciones, hacen y dicen cosas ajenas de toda razón
y buen discurso (p. 137).
E l s u b r a y a d o señala las c o n t r a d i c c i o n e s i n t e r n a s y locales del l a m e n t o de R i c a r d o : " r a z o n e s [...] ajenas de t o d a r a z ó n " , p o r u n
l a d o , p e r o , a l m i s m o t i e m p o , p r o p i e d a d de esa e n a j e n a c i ó n ; a m bas c o n j u n t a d a s e n el carácter fingido d e l " h a c í a [...] c o m o s i " .
P r i n c i p i o d e l t e x t o q u e s u p o n e , sin e m b a r g o , u n a i n t e r r u p ción d e l silencio ( y l a m u e r t e ) e n que h a n acabado las a v e n t u r a s
a n t e r i o r e s , c e n t r o i n t e r i o r de esta n o v e l a :
Leonisa murió — r e m a t a Ricardo en su inciso autobiográfico—
y con ella m i esperanza, que puesto que [Le., aunque] l a que tenía
ella viviendo se sustentaba de u n delgado cabello, todavía, todavía...(p. 154).
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L a i n t e r i o r i d a d de l a contradicción se observa también e n este c e n t r o e s p a c i o - t e m p o r a l d e l t e x t o . T i e n e l u g a r entonces el r e c u e r d o de u n r e c u e r d o : R i c a r d o r e l a t a a M a h a m u t u n r e c u e r d o
p r e v i o : " e s t o se m e v i n o a l a m e m o r i a c u a n d o v i e n t r a r a l a h e r mosísima L e o n i s a p o r l a t i e n d a d e l B a j á " ( p . 164). M a s l o q u e
d i c e r e c o r d a r que r e c o r d ó n o es sino o t r o r e c u e r d o m á s , de su p a d r e a h o r a , acerca de los dos caballeros que en presencia de u n a
esclava m o r a o f r e c i d a a C a r l o s e l o g i a n c o m p e t i t i v a m e n t e su belleza. E l t e m a d e l r e c u e r d o r e p e t i d o e v i d e n c i a el m e c a n i s m o m i s m o del recuerdo: esa escisión i n t e r n a de u n a u n i d a d en dos mitades
q u e se r e i t e r a n : interrupción d e l p r i m e r caballero c u a n d o , " p a r a n d o en los cinco versos de l a c o p l a , se d e t u v o sin d a r l e fin n i
a l a copla n i a l a sentencia, p o r n o ofrecérsele t a n de i m p r o v i s o
los consonantes necesarios p a r a a c a b a r l a " , que es o p o r t u n i d a d
p a r a l a continuación a cargo d e l o t r o caballero presente, q u i e n ,
h a b i e n d o o í d o los versos y " v i é n d o l e suspenso, c o m o si le h u r t a r a l a m e d i a copla de l a b o c a , l a prosiguió y a c a b ó con las m i s m a s
c o n s o n a n c i a s " (id.). L o g r a ( n ) así u n a d é c i m a o u n p a r de q u i n t i llas, i n d i f e r e n t e m e n t e , emblemáticas de l a u n i d a d i n f i n i t a m e n t e
e s c i n d i d a del r e c u e r d o , esto es, del t e x t o c o m o r e c o r d a c i ó n .
Este h a c e r - c o m o - s i e n q u e consiste t o d o (el) t e x t o c o m o sign o , es d e c i r , c o m o o p e r a c i ó n de r e l a c i o n a m i e n t o de dos cosas d i s t i n t a s simultáneamente presentes/ausentes en el i n t e r i o r de u n a
sola, n o l o g r a su finalidad c u a n d o c o n f u n d e a m b a s cosas creyéndolas idénticamente i g u a l e s , o l v i d a n d o el c o m o - s i de su p r e s e n t a c i ó n —esto es, su r e - p r e s e n t a c i ó n — , sino c u a n d o , teniéndolo
presente, acepta l a r e a l i d a d d e l s i m u l a c r o : c u a n d o se desengaña
y acepta el e n g a ñ o c o m o lo q u e es, u n e n g a ñ o .
T o d a l a a c t i v i d a d de R i c a r d o se reduce a p o n e r p o r o b r a el
a p r e n d i z a j e de este m e c a n i s m o semántico consistente e n record a r el carácter de r e c o r d a t o r i o de su presente, esto es, e n hacer
s i g n i f i c a n t e su presente c o n v i r t i é n d o l o e n m a r c a a c t u a l de su
pasado.
¿ Q u i é n i n v i t a a R i c a r d o a v i v i r esta v i d a c o m o repetición de
sí m i s m a , c o m o resurrección de sí m i s m o , sino su i n t e r l o c u t o r ?
Y ¿quién es este interlocutor? U n ( o ) c u a l q u i e r a , u n M a h a m u t cualq u i e r a , pues M a h a m u t es n o m b r e t a n c o m ú n en el m u n d o árabe
c o m o , p o r e j e m p l o , J u a n e n el m u n d o c r i s t i a n o . Y t a m b i é n , com o o c u r r e con el p a t r o n í m i c o d e l B a u t i s t a c r i s t i a n o , M a h a m u t
es el n o m b r e del e n v i a d o y p r o f e t a de l a d i v i n i d a d , m e d i a d o r a n t o n o m á s t i c o entre el i n d i v i d u o y D i o s : R i c a r d o y su dios, L e o n i sa; o l a p a l a b r a y su sentido/intención; o el decir y el q u e r e r - d e c i r .
¿ Q u i é n es M a h a m u t , h a y q u e v o l v e r a p r e g u n t a r , q u e así p u e -
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de m e d i a r ? N o es n i u n c r i s t i a n o n i u n t u r c o , sino a m b o s a l a vez:
u n renegado c r i s t i a n o , e x - c r i s t i a n o , t u r c o a h o r a , pero f u t u r o crist i a n o , pues desearía v o l v e r a l a o r t o d o x i a . P o r el m o m e n t o n o es
m á s q u e u n e q u i l i b r i o o f r o n t e r a entre el no-ser y el ser: u n t u r c o / c r i s t i a n o ficticio. Y , p o r eso m i s m o , eficaz: ' ' Q u i z á p a r a q u e
y o te s i r v a — l e dice a R i c a r d o — h a traído l a f o r t u n a este r o d e o
de h a b e r m e hecho vestir este hábito, que a b o r r e z c o " ( p . 139).
Su mediación es m e d i c i n a l :
De todo lo dicho quiero que infieras y que consideres que te puede
ser de algún provecho m i amistad, y que para saber qué remedios
o alivios puede tener t u desdicha, es menester que me la cuentes
como ha menester el médico la relación del enfermo (p. 140).
O , más t a r d e : a u n q u e
tú no quieras n i ser aconsejado n i favorecido, no por eso dejaré de
hacer lo que te conviniere, como suele hacerse con el enfermo que
pide lo que no le dan y le dan lo que le conviene (p. 154).
M a s si h a de a c t u a r c o m o m é d i c o será c o m o h o m e ó p a t a , confesor o psicoanalista, que hace repetirse a R i c a r d o : c o m o espejo d o n de l a i m a g e n de R i c a r d o se d i f r a c t a y v u e l v e a sí m i s m a c o m o
t a l i m a g e n y n o c o m o sustancia. A l p e d i r l e el relato de su enferm e d a d , M a h a m u t o b l i g a terapéuticamente a R i c a r d o a o r d e n a r
su pasado, a m e d i r c o n l a razón " e l confuso l a b e r i n t o de [sus]
m a l e s " , a pesar de las d u d a s iniciales de R i c a r d o sobre el p a r t i c u l a r : " N o sé si p o d r é c u m p l i r l o q u e antes dije [...] q u e en b u e nas razones te contaría m i d e s v e n t u r a , p o r ser ella t a n l a r g a y
d e s m e d i d a q u e n o se p u e d e m e d i r c o n razón a l g u n a " ( p . 141).
S i n d u d a lo consigue, pues al cabo de l a relación el c o m e n t a r i o
de su i n t e r l o c u t o r es i n m e d i a t o : " A h o r a he h a l l a d o ser v e r d a d e r o
[...] lo q u e suele decirse, q u e lo q u e se sabe sentir se sabe d e c i r "
( p . 154). C o m o l a d u d a n o era sobre l a seriedad o r e a l i d a d del
s e n t i m i e n t o de R i c a r d o sino sobre l a p r o p i e d a d de su discurso ( t a n
m a l p a r a d a en su l a m e n t o i n i c i a l q u e R i c a r d o tiene p o r c i e r t o q u e
M a h a m u t le h a " j u z g a d o p o r loco o, p o r lo m e n o s , de p o c o v a l o r
y m e n o s á n i m o " [ p . 1 4 2 ] ) , h a y q u e v e r aquí u n a c o r r o b o r a c i ó n
de l a c o r d u r a de su p r o c e d e r a c t u a l .
Este relato de R i c a r d o , y a se h a d i c h o , es el q u e p e r m i t e h a b l a r de u n c o m i e n z o novelesco in medias res. Es su carácter a u t o biográfico el q u e c o n j u n t a verosímilmente ambas m e d i c i o n e s
c o n t r a d i c t o r i a s de c o m i e n z o y de p u n t o m e d i o de l a n o v e l a —señ a l a n d o de paso l o q u e de ficticio tiene el a l t e r n a t i v o y a p a r e n t e -
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m e n t e n a t u r a l c o m i e n z o ab ovo d e l r e l a t o autobiográfico picaresco, p o r e j e m p l o , pues ese o r i g e n es y a continuación d e l final
r e l a t a d o . E l acento h a de ponerse p o r t a n t o n o sólo en l a l o c a l i z a c i ó n t e x t u a l de esta autobiografía p a r c i a l de R i c a r d o , sino sobre
t o d o en el hecho de ser y a u n a p r i m e r a acción del p r o t a g o n i s t a
( c o m o señala el c o m e n t a r i o de su i n t e r l o c u t o r y l a finalidad t e r a péutica c o n que le insta a esta relación). S u p a r t i c u l a r i d a d más
sobresaliente es l a de ser u n p r i m e r paso de i n h e r e n t e d u p l i c i d a d
( e n sus dos acepciones) q u e a n u n c i a otros pasos del m i s m o t i p o .
E l carácter r e t r o s p e c t i v o q u e d a a este acto su e m p l a z a m i e n t o
a n a c r ó n i c o , esto es, su n a t u r a l e z a de i n c i s o , q u e d a s u b r a y a d o p o r
l a m a t e r i a de que t r a t a lo i n t e r r u m p i d o : u n m u n d o t u r c o exótico
p e r o a c t u a l , en el i n t e r i o r d e l c u a l t i e n e l u g a r l a retrospección.
P r i m e r o , " a n t e s q u e entre e n el confuso l a b e r i n t o de m i s m a l e s ,
q u i e r o q u e m e digas qué es l a causa q u e H a z á n Bajá, m i a m o ,
h a hecho p l a n t a r en esta c a m p a ñ a estas tiendas y pabellones a n tes de e n t r a r en N i c o s i a " ( p . 140). Y , al término de l a retrospecc i ó n : " P e r o , dejemos a h o r a esto y v a m o s a las tiendas; [...] verás
las c e r e m o n i a s c o n que se r e c i b e n [los b a j a e s ] " ( p . 155).
L a s c e r e m o n i a s en cuestión son u n espectáculo p a r a R i c a r d o ,
u n a situación presente a j e n a a él, e n l a q u e , sin e m b a r g o , ve l a
r e p r o d u c c i ó n de su p r o p i o pasado: u n a L e o n i s a que acaba e n m a nos de u n t e r c e r o , el cadí, q u e se a p r o v e c h a de l a c o m p e t e n c i a
e n t r e los bajaes.
L a participación de R i c a r d o e n este m u n d o simultáneamente
a j e n o a él y t a n s u y o , su e n t r a d a e n esta espectacular realidad',
n o p u e d e ser sino c o m o o t r o a c t o r m á s , en el sentido t e a t r a l d e l
t é r m i n o . Este es el e j e m p l o , e n efecto, q u e le acaba de d a r el cadí
al m e d i a r entre los antagonistas A l í Bajá y H a z á n Bajá. Y ésta
es l a dirección q u e , al v e r l a escena, le señala el r e c u e r d o de los
dos caballeros españoles. R e c u e r d o de R i c a r d o c u y a significación
c o m o acto, y n o c o m o d i c h o , c o n d o n a M a h a m u t c u a n d o c o m e n t a : " B i e n m e s u e n a n al o í d o [...] y m e j o r m e suena y m e parece
q u e estés p a r a decir versos, R i c a r d o , p o r q u e el decirlos o el hacerlos r e q u i e r e n ánimos de á n i m o s d e s a p a s i o n a d o s " ( p . 165).
Este es además el papel q u e le f a c i l i t a su a y u d a n t e , M a h a m u t ,
al p r o h i b i r l e q u e se dé a conocer a L e o n i s a c o m o q u i e n r e a l m e n t e
es; a l hacerle pasar a p o d e r de su a m o el cadí; al " m a t a r l e " a
los ojos de su f u t u r a " e s p e c t a d o r a " , L e o n i s a , diciéndole m u e r t o ;
a l , finalmente, m u d a r de n o m b r e , esto es, n o t a n t o p e r d e r el de
R i c a r d o c o m o o c u l t a r l o tras el de M a r i o .
A s í es c o m o q u e d a e s p e c t a c u l a r i z a d a su r e a l i d a d : n i c r i s t i a n a
n i t u r c a sino t o d o lo c o n t r a r i o : a m b a s , ficticiamente; n i l a d e l p r e -
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senté n i l a d e l pasado sino t o d o lo c o n t r a r i o : a m b a s ,
ficticiamente; n i el verdadero n i el faso R i c a r d o sino todo lo c o n t r a r i o : ambos,
ficiticiamente.
H a dejado de ser u n h o m b r e c a b a l , concreto, y p o r
ello le es posible v o l v e r a v e r a L e o n i s a :
el v e r a L e o n i s a e r a m u y d i f i c u l t o s o a causa de q u e los m o r o s s o n
e n e x t r e m o celosos y e n c u b r e n de t o d o s los h o m b r e s los r o s t r o s de
sus m u j e r e s , puesto q u e [i. e., a u n q u e ] e n m o s t r a r s e ellas a los c r i s t i a n o s n o se les hace de m a l : quizás debe de ser q u e p o r ser c a u t i v o s
n o los t i e n e n p o r h o m b r e s cabales ( p . 166).
F a l t a u n detalle m á s , detalle m u y i m p o r t a n t e : R i c a r d o - M a r i o
n o hará (de n u e v o ) el a m o r a L e o n i s a en su p r o p i o n o m b r e sino
e n el de su a m o , el cadí, q u e le h a de e n c a r g a r de esta tercería.
Y , p o r l o m i s m o , t a m p o c o se dirigirá a L e o n i s a m i s m a sino a L e o n i s a e n t a n t o que p o r t a v o z de su d u e ñ a , H a l i m a . D e esta m a n e r a , c o m e n t a el n a r r a d o r , es c o m o " c o m e n z ó a v o l v e r el v i e n t o
de l a v e n t u r a de R i c a r d o , s o p l a n d o e n su f a v o r " ( p . 168).
L a e n t r e v i s t a de los a m a n t e s es u n c u r i o s o ejercicio a m o r o s o .
Se r e c o n o c e n rápidamente, es d e c i r , d e s c a r t a n el e n g a ñ o de sus
a p a r i e n c i a s desengañándose de ellas. Y s i n e m b a r g o su conversac i ó n v a a versar sobre l a necesidad de m a n t e n e r ese (des)engaño
y sobre las consecuencias de ello p a r a l a s i n c e r i d a d de sus p r o p i o s
s e n t i m i e n t o s : más que h a b l a r de a m o r , h a b l a n , pues, acerca de
las c o n d i c i o n e s de p o s i b i l i d a d de l a expresión a m o r o s a . N o es ést a , s i n e m b a r g o , l a intención i n i c i a l de R i c a r d o : n a d a más recon o c e r a L e o n i s a , l a i n s t a a desembarazarse de las a p a r i e n c i a s :
" . . . l l e g a y verás q u e n o soy c u e r p o fantástico; R i c a r d o soy, L e o n i s a ; R i c a r d o , el de t a n t a v e n t u r a c u a n t a tú quisieras que t e n g a "
( p . 169). M a s ella le r e c u e r d a el p e l i g r o de esta actuación descub i e r t a — o de esta f a l t a de actuación, debería d e c i r s e — y le exige
e n c a m b i o que sus p a l a b r a s n o d e s c u b r a n l a o c u l t a r e a l i d a d o,
t a m b i é n m e j o r d i c h o , que sus p a l a b r a s sigan o c u l t a n d o l a r e a l i d a d b a j o l a a p a r i e n c i a e n g a ñ o s a de l a c o r r e s p o n d e n c i a a m o r o s a
c o n H a l i m a : " A d v i e r t e q u e p o d r í a ser q u e el h a b e r n o s o í d o fuese
p a r t e p a r a que n u n c a nos volviésemos a v e r . H a l i m a , n u e s t r a a m a ,
creo q u e nos e s c u c h a " . Y c o n c l u y e : " c u a n d o n o q u i e r a s , es f o r zoso q u e l o finjas, s i q u i e r a p o r q u e y o te l o r u e g o y p o r l o q u e m e r e c e n deseos de m u j e r d e c l a r a d o s " ( p p . 169-170).
L a v e h e m e n t e p r o t e s t a de R i c a r d o i n d i c a q u é es l o q u e está
verdaderamente e n j u e g o : " ¿ E s por v e n t u r a la v o l u n t a d t a n liger a q u e se p u e d a m o v e r y l l e v a r d o n d e q u i s i e r e n l l e v a r l a , o estarle
h a b i e n a l varón h o n r a d o y v e r d a d e r o fingir e n cosas de t a n t o pes o ? " ( p . 170). D i c h o de o t r o m o d o , ¿ n o es l a p a l a b r a m a n i f e s t a -
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c i ó n d i r e c t a de l a v o l u n t a d ? ¿ n o es l a v o l u n t a d l a esencia m i s m a
de l a p a l a b r a ? ¿ n o h a y u n a c o r r e s p o n d e n c i a d i r e c t a e n t r e u n a y
otra? p e d i r l e que d i g a a m a r a H a l i m a , ¿ n o es, pues, o p e d i r l e que
a m e a H a l i m a o p e d i r l e que m i e n t a ? M a s esta d i s y u n t i v a n o n e cesita sino plantearse p a r a , u n a vez c o n o c i d a , p o d e r ser a s u m i d a
b a j o o t r a f o r m a : n o c o m o v e r d a d o m e n t i r a sino c o m o v e r d a d y
m e n t i r a ; fingimiento sincero y d e s c u b i e r t o , s i m u l a c r o t e a t r a l . A
él se p r e s t a R i c a r d o :
Y o perderé el derecho que debo a ser quien soy, y satisfaré t u
deseo y el de H a l i m a fingidamente, como dices, [...] y así finge
tú las respuestas a t u gusto, que desde aquí las firma y confirma
m i fingida voluntad (id.).
Esta fingida v o l u n t a d resulta ser, p a r a d ó j i c a m e n t e , l a m a n e r a de p r e s e r v a r l a v o l u n t a d v e r d a d e r a . Preservación c o m o p r o tección a n t i c i p a d a c o n t r a u n d a ñ o todavía inexistente — u n p o n e r
la v e n d a antes de r e c i b i r l a h e r i d a o u n c u r a r s e e n s a l u d — y , p o r
t a n t o , c o m o conservación de l a i n t e g r i d a d de l a v o l u n t a d v e r d a d e r a , c o n s e r v a d a m e d i a n t e l a protección de l a v o l u n t a d
fingida.
N e c e s a r i a m e n t e simétrica, a ella h a de plegarse también L e o n i s a : " T ú de m í podrás d e c i r al cadí l o q u e p a r a s e g u r i d a d de
m i h o n o r y de su e n g a ñ o vieres q u e más c o n v e n g a " ( p . 173).
L a e n t r e g a o i n t e r c a m b i o de v o l u n t a d e s verdaderas q u e d a aseg u r a d a p o r el i n t e r c a m b i o de unos fingimientos o engaños conocidos q u e v i e n e n a ser unos desengaños de l a l i t e r a l i d a d de sus
expresiones amorosas.
L a o b l i g a t o r i e d a d de l a m a n i o b r a es estricta y no se debe sól o , n i p r i n c i p a l m e n t e , a las c o n t i n g e n t e s c i r c u n s t a n c i a s actuales
de los p r o t a g o n i s t a s :
El hablarnos será fácil y a mí será de grandísimo gusto el hacerlo, con presupuesto que jamás me has de tratar cosa que a t u declarada pretensión pertenezca, que en la hora que tal hicieres, en la
misma me despediré de verte, porque no quiero que pienses que
es de tan pocos quilates m i valor que ha de hacer con él la cautividad lo que la libertad no pudo (id.).
L a aquiescencia en el fingimiento es, más q u e u n e n g a ñ o , el
d e s e n g a ñ o m u t u o respecto del e n g a ñ o de u n a manifestación l i t e r a l , d e s c u b i e r t a , de l a v o l u n t a d . A s í o c u r r e c o n L e o n i s a : " T e h a go saber, R i c a r d o , que siempre te t u v e p o r desabrido y a r r o g a n t e ,
y q u e presumías de t i algo más de l o q u e debías. Confieso t a m -
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bien q u e m e engañaba y que podría ser que al hacer a h o r a la exp e r i e n c i a m e pusiese l a v e r d a d d e l a n t e de los ojos el desengaño
y estando desengañada fuese, con ser honesta, más h u m a n a " . L o
m i s m o o c u r r e con R i c a r d o : " D i c e s m u y b i e n , señora, y agradézcote i n f i n i t o el desengaño que m e has d a d o " ( p p . 173-174).
E n t r e l a v o l u n t a d y l a o b r a se i n t e r p o n e u n a p a l a b r a que p a r a
ser eficaz h a de ser fingida, esto es, l i t e r a l m e n t e falsa, pero con
falsedad conocida: d i c h a c o m o v e r d a d e r a , pero desdicha como f a l sa, t a c h a d a y visible b a j o l a t a c h a d u r a : l i t ^ a l , pues. Esta estrateg i a de d e c i r lo significado sin significar lo d i c h o v a a i n f o r m a r a
p a r t i r de a h o r a t o d a l a c o n d u c t a de R i c a r d o .
L e o n i s a v u e l v e a ser, o sigue siendo, o b j e t o del deseo de v a rios h o m b r e s , c u a t r o a h o r a : R i c a r d o , el cadí y los dos bajaes. F o r m a n dos parejas d i s i m i l a r e s , p e r o r e l a c i o n a d a s : l a p r i m e r a ,
R i c a r d o y el cadí, es u n a p a r e j a ficticia o de términos c o n t r a d i c t o r i o s m u t u a m e n t e i n c l u y e n t e s : l o q u e parece b e n e f i c i a r a u n o de
ellos, el c a d í , beneficia al o t r o , R i c a r d o . L a segunda, de signo
o p u e s t o , es u n a p a r e j a de términos r e a l m e n t e c o n t r a d i c t o r i o s y ,
p o r t a n t o , excluyentes: lo que b e n e f i c i a a u n o p e r j u d i c a al o t r o .
A m b a s parejas a su vez están r e l a c i o n a d a s , pues el cadí no es sino
l a c i f r a y el r e s u l t a d o , al m i s m o t i e m p o , de l a p a r e j a que f o r m a n
los bajaes. E n b u e n a c u e n t a , c i f r a d e l m u n d o t u r c o , de m o d o que
R i c a r d o v i e n e a ser l a cifra de lo a p a r e n t e m e n t e opuesto, el m u n d o c r i s t i a n o . M a s l a distinción o p o s i t i v a de a m b o s m u n d o s puede
ser de dos t i p o s : c o m o l a que l i g a a R i c a r d o y a l cadí o c o m o l a
q u e l i g a a los dos bajaes. E n este caso lo q u e los u n e es l a d i s y u n t i v a e n t r e l a v e r d a d y l a m e n t i r a ; en aquél l a c o n j u n c i ó n de a m bos en l a ficción: R i c a r d o hace c o m o si el propósito de su a m o
f u e r a el s u y o , m i e n t r a s que entre los bajaes se d a u n a oposición
expresa e i r r e d u c t i b l e : u n o u o t r o .
A s í p l a n t e a d a l a situación, el e n f r e n t a m i e n t o de los bajaes n o
p u e d e r e s u l t a r sino en su m u t u a destrucción, c o m o e f e c t i v a m e n te o c u r r e . Destrucción que podría parecer el t r i u n f o del cadí si
n o f u e r a p o r q u e su v e r d a d e r a f u e r z a consistía t o d a ella en l a oposición m i s m a de los bajaes, e n l a q u e se a p o y a b a — y que encarn a b a . D e s t r u i d a esta fuerza queda d e s t r u i d o el cadí, para afirmarse
su c o n t r a f u e r z a i n t e r i o r , l a d e b i l i d a d de su f u e r z a , que resulta ser
l a v e r d a d e r a f u e r z a de R i c a r d o gracias a l a ficción que lo relacion a c o n el cadí. L o c r i s t i a n o y lo t u r c o s i g u e n e n f r e n t a d o s , pero
a h o r a ficticiamente, t a l c o m o lo está R i c a r d o c o n el cadí y no realm e n t e c o m o lo estaban los bajaes e n t r e sí, o c o m o estaban R i c a r d o y C o r n e l i o en u n p r i n c i p i o .
D e s t r u i d o s los bajaes, es d e c i r , el cadí, el m u n d o o poderío
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t u r c o , el c a u t i v e r i o de los cristianos, q u e d a n éstos l i b r e s . R i c a r d o
y L e o n i s a v u e l v e n a q u e d a r frente a frente sin a p a r e n t e necesidad
de i n t e r m e d i a r i o s . V u e l v e n o están listos p a r a v o l v e r a l a s i t u a ción i n i c i a l de sus amores. M a s este segundo t u r n o , o r e t o r n o ,
de l a situación i n i c i a l l a r e p i t e trastornándola lo suficiente c o m o
p a r a ser más b i e n u n c o n t o r n e a m i e n t o de ella: el reflejo de a q u e l
estéril e n f r e n t a m i e n t o e n t r e R i c a r d o y C o r n e l i o en el i g u a l m e n t e
i n f r u c t u o s o e n f r e n t a m i e n t o de los bajaes es e v i d e n t e . I g u a l m e n t e
lo son sus respectivas consecuencias: la caída en manos de los turcos
en u n caso y l a caída en m a n o s de los cristianos en el o t r o (o l i b e ración del m u n d o de los t u r c o s ) . O b v i a es también l a especularid a d , n o e n el sentido de u n a simple repetición sino en el de l a
inversión de lo m i s m o . L a v u e l t a de R i c a r d o a l a situación i n i c i a l
es u n a v u e l t a de l a situación i n i c i a l , i n v e r t i d a a h o r a en el reflejo
de sus a v e n t u r a s turcas de m o d o p a r e c i d o , p e r o n o i g u a l , a c ó m o
l a a v e n t u r a t u r c a era u n a inversión de l a c r i s t i a n a . D e m o d o que
la recuperación de l a verdadera cristiandad (y del verdadero a m o r )
se l o g r a m e d i a n t e el desengaño o visión antitética de l a m i s m a
c o n s t i t u i d o p o r l a a v e n t u r a t u r c a — a u n c u a n d o l a v e r d a d e r a crist i a n d a d (el v e r d a d e r o a m o r ) resulte ser entonces t o t a l m e n t e i d e a l .
L o que la reflexión sobre ellas — y ellas c o m o reflexión— muest r a es l a i n s u s t a n c i a l i d a d de las imágenes m i s m a s y l a r e a l i d a d ,
en c a m b i o , de a m b a s ilusiones contrapuestas: l a ilusión c r i s t i a n a
y l a ilusión m u s u l m a n a . H a sido j u s t a m e n t e l a creencia en su solidez sustancial c o m o v e r d a d - m e n t i r a lo que las h a c o n v e r t i d o en
falsedades equivalentes e i m p l i c a n t e s : dos " s u s t a n c i a s " i n t e r m i n a b l e m e n t e d i v i s i b l e s : lo c r i s t i a n o en C o r n e l i o y el a n t i g u o R i c a r d o ; lo t u r c o e n A l í Bajá y H a z á n Bajá. Esta s i m p l e oposición
e n t r e c r i s t i a n o y t u r c o , escisión del m u n d o de l a é p o c a entre l a
v e r d a d y l a m e n t i r a , es e n t o d o i g u a l a l a que d i v i d e i n t e r i o r m e n te a a m b o s m u n d o s , duplicándolos estérilmente e n p r o t a g o n i s t a
y a n t a g o n i s t a sin p o s i b i l i d a d de a c u e r d o , p a r a siempre desacordados o f u e r a de sí.
L a v u e l t a a sí o en sí, el r e t o r n o o el a c u e r d o , se p r o d u c e n
en el r e c u e r d o : u n r e t o r n o concebido n o c o m o círculo inmóvil que
se c i e r r a sobre sí m i s m o sino c o m o espiral o d e s p l a z a m i e n t o h e l i c o i d a l a b i e r t o . E n vez de l a síntesis estéril d e l cadí, l a fructífera
p a n t o m i m a de esta síntesis que lleva a cabo R i c a r d o . N o u n a r e i n tegración de l a u n i d a d escindida sino u n a reintegración de l a escisión de l a u n i d a d .
L a l i b e r t a d de R i c a r d o parecería l i b e r a r l o de l a necesidad de
seguir fingiendo. ¿ N o está de n u e v o en el sólido m u n d o de lo crist i a n o , c o m o en u n p r i n c i p i o ? N o , j u s t a m e n t e eso es lo que t r a t a
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de e v i t a r : v o l v e r al p r i n c i p i o en las m i s m a s c o n d i c i o n e s , pues n o
sería más q u e r e p e t i r i n d e f i n i d a m e n t e las m i s m a s calamitosas consecuencias de entonces. R i c a r d o está y a d e s e n g a ñ a d o de ese e n g a ñ o . D e ahí el p l a n que pone e n práctica al i r acercándose a
T r á p a n a . Se r e p i t e n en este viaje de v u e l t a las escalas y los hitos
de su p r i m e r viaje i n v o l u n t a r i o . Es pues i n m i n e n t e l a repetición,
t a m b i é n e n sentido c o n t r a r i o , del último m o m e n t o en que lo v i e r o n sus c o m p a t r i o t a s , p r i m e r m o m e n t o de su a v e n t u r a : discurso
e n l a m a r i n a y secuestro a m a n o s de los t u r c o s . ¿ Q u é hace R i c a r do? R e p e t i r l a escena, sí, pero c o m o s i m u l a c r o , c o m o r e c u e r d o :
m i m a n d o l a escena o r i g i n a l p u n t o p o r p u n t o : d i s f r a z a n d o el b a r co, h a c i e n d o disfrazarse a l a tripulación, a M a h a m u t , a L e o n i s a ,
disfrazándose él m i s m o , todos de t u r c o s .
¿ P o r q u é ? P o r q u e , d i c e , " q u e r í a hacer u n a graciosa b u r l a a
[los] p a d r e s " ( p . 184) de L e o n i s a . U n a b u r l a , e n efecto, u n engañ o , p e r o de m e n t i r i j i l l a s , sin v e r d a d e r a intención de engañar: u n
s i m u l a c r o de e n g a ñ o p e r f e c t a m e n t e serio y m i n u c i o s o en c u a n t o
t a l , p e r o p o r lo m i s m o p e r f e c t a m e n t e t r a n s p a r e n t e p a r a sus p a i sanos, su a u d i t o r i o , quienes n o t i e n e n d i f i c u l t a d a l g u n a en r e conocer a los disfrazados. N o se t r a t a , pues, de engañar a sus c o m p a t r i o t a s , sino de presentarse a ellos c o m o espectáculo, c o m o actores de sí m i s m o s .
R i c a r d o se i m i t a a sí m i s m o , se p o n e en l u g a r de sí m i s m o
t a l c o m o antes se había puesto en el l u g a r d e l cadí. L o m i s m o que
l a escapatoria de l a estéril p o l a r i d a d t u r c o - c r i s t i a n a se había l o g r a d o m e d i a n t e l a identificación ficticia c o n u n o de ellos, a h o r a
l a escapatoria d e l a n t i g u o m u n d o c r i s t i a n o — a q u e l q u e llevó i n d e f e c t i b l e m e n t e al m u n d o t u r c o — se l o g r a m e d i a n t e o t r a i d e n t i ficación ficiticia c o n él, es d e c i r , c o n el R i c a r d o del pasado, u n
c r i s t i a n o q u e n o e r a más q u e u n a n t i t u r c o . I m i t a o parece u n t u r co p o r su a t u e n d o y p o r su a c o m p a ñ a m i e n t o , p e r o n o se t r a t a más
q u e de eso, de u n a imitación de la oposición misma; n o u n a i d e n t i d a d
de c o n t r a r i o s , sino u n a e v i d e n t e falta de i d e n t i d a d , puesto que
se t r a t a sólo de u n a actuación t e a t r a l .
C l a r o q u e en ese p a p e l está él m i s m o , es él m i s m o , t o d o él,
el r e c o r d a d o y el r e c o r d a n t e , el a c t u a d o y el a c t u a n t e , el i m i t a d o
y el i m i t a d o r . N o m e d i a n t e u n a c o i n c i d e n c i a e n t r e a m b o s sino,
al c o n t r a r i o , m e d i a n t e l a i n e v i t a b l e d i f e r e n c i a e n t r e a m b o s : c o m o
escisión e n su p r o p i o y o m a n i f e s t a d a p o r el h e c h o de presentarse
c o m o re-presentación de sí m i s m o , r e t o r n o a sí m i s m o , r e - ( a ) c u e r d o consigo m i s m o , v u e l t a a y r e v u e l t a , o r e v o l u c i ó n , de sí m i s m o , m e d i a n t e u n a i n v o l u c i ó n que es u n a d e v o l u c i ó n q u e es u n a
revolución...
146
GONZALO DÍAZ MIGOYO
NRFH,
XXXV
T o d o s los j u e g o s antitéticos de palabras y conceptos son a h o r a posibles. S i n d u d a p o r q u e R i c a r d o h a tocado el f o n d o que h a ce posible todas esas p a l a b r a s y todos esos conceptos antes de
o l v i d a r su m u t u a implicación c o n t r a d i c t o r i a e i n d e p e n d i z a r s e : el
f o n d o de su carácter ficticio c o m o signos, espectáculo de r e p r e sentantes y representados.
E n estas condiciones se p r o d u c e el último p a r l a m e n t o de R i c a r d o , c u y a consecuencia, y a sabemos, es l a e n t r e g a q u e de sí h a ce L e o n i s a . E n este discurso se m a n i f i e s t a l a l i b e r a l i d a d
antonomástica de R i c a r d o , u n a " e n c u y a c o m p a r a c i ó n [su a n t i g u a l i b e r a l i d a d consistente en] d a r l a h a c i e n d a , l a v i d a y l a h o n r a
n o es n a d a " ( p . 186).
L a c o m p a r a c i ó n n o es g r a t u i t a n i c o n t i n g e n t e sino a b s o l u t a m e n t e necesaria, p o r q u e l a n u e v a l i b e r a l i d a d n o es, en r e a l i d a d ,
sino el a b a n d o n o o negación de l a a n t i g u a , su superación, si se
quiere: l a n u e v a l i b e r a l i d a d es el (verdadero) sentido/intención que
a n i m a b a a l a a n t i g u a ; el significado ideal de aquel significante real,
o el referente de a q u e l s i g n o , t a n t o más v i s i b l e c u a n t o q u e d i s t i n g u i b l e y d i s t i n g u i d o de él m e d i a n t e esta c o m p a r a c i ó n : l a v e r d a d e r a l i b e r a l i d a d es l a cara i d e a l de aquellos gestos y actos liberales
anteriores.
N o q u e l a a n t i g u a l i b e r a l i d a d no m e r e c i e r a t a l n o m b r e sino
que o c u l t a b a , más q u e r e v e l a b a , l a v e r d a d e r a . L a a n t i g u a era u n
s i m u l a c r o engañoso de l i b e r a l i d a d , del q u e R i c a r d o está y a desengañado y del q u e desengaña a q u i e n todavía p u d i e r a estar engañ a d o m e d i a n t e el s i m u l a c r o sincero de l a representación espectacular.
Esta verdadera l i b e r a l i d a d , a diferencia de l a a n t e r i o r , no puede
hacerse o d e m o s t r a r s e c o n hechos. S o l a m e n t e puede decirse y n o
existe n i consiste más q u e en las palabras q u e l a d i c e n .
E n t r e a q u e l l a l i b e r a l i d a d y ésta h a y u n a f r o n t e r a , u n a b a r r e r a
o b a r r a : l a m i s m a q u e , en el signo, separa al s i g n i f i c a n t e del sign i f i c a d o ; l a m i s m a también q u e m e d i a entre las dos partes del d i s curso de R i c a r d o . R i c a r d o l e v a n t a o salva esta b a r r e r a al i n t e r r u m p i r l a recapitulación de sus pasados o f r e c i m i e n t o s m a t e r i a les y l e v a n t a r el a n t i f a z que c u b r e a L e o n i s a :
Y o le ofrecí m i hacienda en rescate, y le d i m i alma en mis deseos, d i traza en su libertad y aventuré por ella, más que por la mía,
la vida, y todos éstos que en otro sujeto más agradecido pudieran
ser cargos de algún momento, no quiero yo que lo sean, sólo quiero
que lo sea éste en que te pongo ahora.
Y diciendo esto, alzó la mano y con honesto comedimiento q u i tó el antifaz del rostro de Leonisa, que fue como quitarse la nube
NRFH,
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E L AMANTE
LIBERAL
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q u e t a l vez c u b r e l a h e r m o s a c l a r i d a d el s o l , y p r o s i g u i ó d i c i e n d o :
— V e s a q u í , ¡ O h , C o r n e l i o ! , te e n t r e g o l a p r e n d a q u e tú debes de
e s t i m a r sobre todas las cosas q u e son d i g n a s de e s t i m a r s e , y ves aquí
t ú , ¡ h e r m o s a L e o n i s a ! , te d o y a l q u e tú s i e m p r e has t e n i d o e n l a
m e m o r i a . E s t a sí q u i e r o q u e se t e n g a p o r l i b e r a l i d a d
(id.).
Gesto apocalíptico que d a acceso al sancta sanctorum de l a e x p r e sión. I d e a l i s m o también de l a más p u r a estirpe neoplatónica, afín
a l a teología n e g a t i v a : l a esencia c o m o trascendencia de l a exist e n c i a , en cuyas engañosas apariencias se a p o y a , al negarlas.
L o c u a l s i g n i f i c a el d e r r o c h e t o t a l de los bienes de esta v i d a ,
el a g o t a m i e n t o de u n deseo q u e se a p u r a a sí m i s m o c o n su últim o gesto t r a s c e n d e n t a l , l a m u e r t e y el silencio: el silencio de l a
m u e r t e : " Y o , sin v e n t u r a , pues q u e d o sin L e o n i s a , gusto de q u e d a r p o b r e , que a q u i e n L e o n i s a le f a l t a , l a v i d a le sobra. Y en
d i c i e n d o esto, calló c o m o si al p a l a d a r se le h u b i e r a pegado l a l e n g u a " (id.).
M a s esta apocalipsis l i t e r a l es también prestidigitación, u n j u e go de m a n o s , e n el q u e el r e v o l o t e o d e l v e l o , al d i s t r a e r a l espect a d o r , le hace v e r algo que n i h a o c u r r i d o n i está ahí. Pues esa
l i b e r a l i d a d esencial, ese d e s p r e n d i m i e n t o de lo a d q u i r i d o o d e b i d o , n o t i e n e n n i n g u n a r e a l i d a d . N o es que sean u n a r e a l i d a d i n decible: t a n p e r f e c t a m e n t e decible es que l a acaba de d e c i r . Es
q u e n o es más q u e eso, lo que n o se puede más que d e c i r , pero
n i se puede hacer n i se p u e d e v i v i r . N o es u n o f r e c i m i e n t o de n a d a : es u n o f r e c i m i e n t o de n a d a : " n o es posible que n a d i e p u e d a
demostrarse l i b e r a l de l o a j e n o : ¿ q u é jurisdicción tengo y o sobre
L e o n i s a p a r a d a r l a a otro? O ¿ c ó m o p u e d o ofrecer lo q u e está t a n
lejos de ser m í o ? "
(id.).
E n efecto, l a antonomástica l i b e r a l i d a d d e f a m a n t e n o es sino
u n a ficción irónica, l a ironía m i s m a : u n e n u n c i a d o a p a r e n t e m e n te aceptable, p e r o r e a l m e n t e i n a c e p t a b l e . E n vez de l i b e r a l i d a d
es u n s i m u l a c r o de l i b e r a l i d a d ; en vez de d a r hace c o m o si d i e r a .
N o sólo p o r q u e n o p u e d a d a r lo que no t i e n e , c o m o él dice —cuestión pragmática concebiblemente c o n t r a r i a — , sino p o r q u e , le falta
p o r d e c i r , n o es posible q u e n a d i e p u e d a d e m o s t r a r s e l i b e r a l de
a q u e l l o q u e sigue deseando — i m p o s i b i l i d a d , esta vez, lógica, s i tuación m a t e r i a l m e n t e i n c o n c e b i b l e , c u y a existencia sólo puede
ser v e r b a l .
E n c u a l q u i e r caso, y a sabíamos sin necesidad de l a i n c o m p l e t a aclaración de R i c a r d o que su o f r e c i m i e n t o e r a vacío y q u e t o davía deseaba a L e o n i s a . ¿ P o r qué entonces esta i n n e c e s a r i a
aclaración? ¿ P o r q u é se a p r e s u r a a p u n t u a l i z a r este e x t r e m o a n tes de que n a d i e t e n g a ocasión de r e s p o n d e r l e c u a n d o c o n ello p a -
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GONZALO DÍAZ MIGOYO
NRFH,
XXXV
rece r e v e n t a r l a ilusión m i s m a q u e acaba de c r e a r , a b o l i r l a
prestidigitación?: " d e s d e allí a u n poco, antes de que n i n g u n o h a blase, d i j o : [...] de lo d i c h o m e desdigo y n o d o y a C o r n e l i o n a d a
pues n o p u e d o "
(id.).
¿ N o será éste el o b l i g a d o r e m a t e de l a prestidigitación, el más
insidioso y eficaz de sus trucos? ¿ N o e q u i v a l e , e n efecto, a señal a r l a ( i r ) r e a l i d a d de l a ilusión c o n s e g u i d a , a l l a m a r l a atención
de su a u d i t o r i o j u s t a m e n t e sobre su a n t e r i o r distracción? D i s t r a c ción que presenta c o m o suya: " Y o , señores, con el deseo q u e tengo
de hacer b i e n , n o he m i r a d o l o q u e he d i c h o " (id.). L a confesión
r e m a c h a y c o n f i r m a el carácter engañoso de sus p a l a b r a s : se desengaña a sí m i s m o y desengaña a los demás d e l e n g a ñ o , tachánd o l o . Pero l a t a c h a d u r a n o l o e l i m i n a sino que lo c a r a c t e r i z a ,
precisando l a v e r d a d e r a n a t u r a l e z a de su l i b e r a l i d a d c o m o s i m u l táneamente engañosa y desengañada, esto es, c o m o e n g ^ f o s a .
Por u n m o m e n t o R i c a r d o h a o l v i d a d o —o hecho o l v i d a r — que
está disfrazado y q u e está representándose a sí m i s m o , p r e s e n tándose c o m o si f u e r a o t r o , el q u e q u i s i e r a ser p e r o n o es. P o r
u n m o m e n t o se cree — o hace creer— ese o t r o representado e ideal,
su personaje, d e j a n d o de creer en l a actuación y e n su v i r t u d . P o r
u n m o m e n t o p i e r d e los papeles. A l r e c o b r a r l o s , sin e m b a r g o , R i cardo (re)cobra a Leonisa, obligándola a corresponderle. ¿Por qué?
¿ Q u é obligación tenía ésta de corresponderle? Podía n o h a b e r l o
h e c h o , pero sólo a base de negarse i n c o n s e c u e n t e m e n t e a r e c o n o cer l a situación e n q u e se e n c u e n t r a y en q u e l a p o n e n las p a l a bras de R i c a r d o . Portarse L e o n i s a c o m o i n g r a t a en este m o m e n t o
sería n o y a c r u e l o i n j u s t o sino d i s c u r s i v a m e n t e i n c o n s e c u e n t e ,
pues sería desconocerse a sí m i s m a a l creerse, e q u i v o c a d a m e n t e ,
i n d e p e n d i e n t e . E l discurso de R i c a r d o n o a n u l a n i i g n o r a su v o l u n t a d . Se t r a t a más b i e n de q u e l a v o l u n t a d de L e o n i s a , q u e s i gue siendo suya, es seducida p o r el discurso de R i c a r d o , desviada,
a p a r t a d a de sí m i s m a h a c i a él. N i r o b a d a , n i f o r z a d a , sino seduc i d a , es d e c i r , de t a l m o d o hecha v i s i b l e a sí m i s m a q u e su m a n i festación de m a y o r autonomía consista en entregarse: u n acordarse
c o n l a v o l u n t a d d e l s e d u c t o r q u e es u n acordarse consigo m i s m a ,
reconocerse en él.
E n efecto, R i c a r d o hace c o m o q u e d e v u e l v e , p e r o e n r e a l i d a d
d a a L e o n i s a p o r p r i m e r a vez y b a j o guisa de d e v o l u c i ó n , su p r o p i a s u b j e t i v i d a d ( l a de L e o n i s a ) : le ofrece el p a p e l de sujeto e n
su d i s c u r s o , de m o d o q u e t a n t o más s u y a sea c u a n t o más ajustad a m e n t e se i n s c r i b a e n l a posición q u e él le h a m a r c a d o de a n t e m a n o , h a d e j a d o vacía p a r a ella. L o q u e R i c a r d o h a hecho es
e n t r e g a r l a a sí m i s m a . R i c a r d o le ofrece l a o p o r t u n i d a d de m a n i -
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festarse c o m o suya (de L e o n i s a ) c u a n d o concede que n o es suya
(de él) y q u e , p o r t a n t o , n o puede e n t r e g a r l a a C o r n e l i o .
D o s p u n t u a l i z a c i o n e s . P r i m e r a , n o es sólo l a confesión de n o
ser suya (de R i c a r d o ) o de n o ser de n a d i e más (de C o r n e l i o , p o r
e j e m p l o ) lo que hace a L e o n i s a suya. L e o n i s a , p a r a hacer b u e n a
esa p r o p i e d a d sobre sí m i s m a , p a r a m a n t e n e r s e en el p a p e l que
le ofrece el discurso de R i c a r d o , h a de a c t u a r l o c o m o si f u e r a v e r d a d que ella es l o que le f a l t a a R i c a r d o . D e lo c o n t r a r i o n o t e n dría a n a d i e en c u y a falta reconocerse. E n pocas palabras, L e o n i s a
es deseada c o m o sujeto y n o c o m o objeto y su p r o p i a actuación
c o m o t a l sujeto sólo p u e d e c o n f i r m a r s e c o m o r e c o n o c i m i e n t o de
ser suya en R i c a r d o y n o i n d e p e n d i e n t e m e n t e de él.
S e g u n d a puntualización. N o basta t a m p o c o con que L e o n i s a
sea deseada p o r a l g u i e n p a r a que se vea suya. Eso n o sería más
q u e u n a p o s i b i l i d a d todavía indecisa e n t r e sujeto y o b j e t o . T i e n e
q u e ser a c t i v a m e n t e r e n u n c i a d a c o m o o b j e t o , h a c i e n d o q u e deje
de ser a m b i g u o el p a p e l que le m a r c a el deseo ajeno.
" S o y mía — p u e d e d e c i r a h o r a L e o n i s a — en l a m e d i d a en que
tú m e das el ser que soy p a r a t i en t u deseo. P o r t a n t o , m i ser
( m í a ) está en t i y en t i m e e n c u e n t r o y s o y " . Este r e c o n o c i m i e n t o
d e / e n l a d e u d a ( f i c t i c i a , r e p e t i d a ) es t a n t o a g r a d e c i m i e n t o p o r lo
r e c i b i d o c o m o r e c o n o c i m i e n t o de sí m i s m a : " S i e m p r e f u i m í a
— d i c e a R i c a r d o — , sin estar sujeta a [léase: ser sujeto de] o t r o que
a m i s p a d r e s " , a q u i e n e s , en v i s t a de e l l o , suplica entonces " q u e
m e d e n l i c e n c i a y l i b e r t a d p a r a d i s p o n e r de l a q u e t u m u c h a v a lentía y l i b e r a l i d a d m e h a d a d o " ( p . 187). R e c o n o c i d a l a dádiva,
n o puede d e j a r de a c t u a r r e c o n o c i d a m e n t e —es en r e a l i d a d u n a
y l a m i s m a cosa:
¡Oh valiente Ricardo!, m i v o l u n t a d , hasta aquí recatada, perpleja y dudosa, se declara en favor tuyo, porque sepan los hombres
que no todas las mujeres son ingratas, mostrándome yo siquiera agradecida (id.).
Este acuerdo de dos v o l u n t a d e s —este t i p o de a c u e r d o y n o
o t r o : a c u e r d o s i n c e r a m e n t e ficticio, a r m o n i o s a m e n t e c o n t r a d i c t o r i o , l i t e r a l m e n t e f i g u r a d o — es u n enlace i d e a l idéntico a u n desenlace r e a l , p e r o sólo en l a m e d i d a en que su i d e a l i s m o es
r e c o n o c i d o c o m o real y v e r d a d e r a m e n t e ficticio, esto es, c o m o
ide^(smo.
L a t r i u n f a n t e l i b e r a l i d a d de R i c a r d o v i e n e a ser, pues, esta
t a c h a d u r a de su l i t e r a l i d a d : u n c a m b i o m í n i m o , casi i n s i g n i f i c a n t e , en l a m a n e r a de e s c r i b i r l a . M a s esta heterografía r e s u l t a ser
l a c o n d i c i ó n m i s m a de p o s i b i l i d a d de l a ortografía, pues ella es
GONZALO DÍAZ MIGOYO
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NRFH,
XXXV
la que devuelve a R i c a r d o su p r o p i o y v e r d a d e r o n o m b r e , a n a gramáticamente o c u l t o hasta a h o r a e n el discurso de su a v e n t u r a
a m o r o s a : m u c h a c a s u a l i d a d sería, e n efecto, q u e u n t e x t o q u e está t o d o él r e g i d o p o r el p a r a d i g m a d e l c o r a z ó n — e n todas sus v a rias acepciones: desde las etimológicamente literales de v a l o r ,
espíritu, c o r d u r a , a m o r , hasta las figuradas de c e n t r o , m e o l l o , i n t e r i o r i d a d , pasando p o r el más s i g n i f i c a t i v o de sus c o m p u e s t o s ,
el de r e c u e r d o , recordación o r e c o r d a m i e n t o c o m o v u e l t a , r e t o r n o , duplicación, e t c . — , m u c h a casualidad sería, d i g o , que este d ú plice discurso del c o r a z ó n q u e separa y u n e a R i c a r d o d e / c o n
L e o n i s a n o fuera l a m a n e r a c o r r e c t a de escribir R I C A R D O COR AZÓN-DE-LEÓN
4
.
GONZALO DÍAZ M I G O Y O
The University of Texas, Austin
Se puede suponer que Cervantes conocía al personaje, Ricardo I de I n glaterra (1157-1199), pues su historia y sobre todo su leyenda y su apodo t u v i e r o n a m p l i a difusión. E n la l i t e r a t u r a castellana es mencionado por D O N
J U A N M A N U E L en El Conde Lucanor. " . . . otras historietas como aquellas en que
suenan los nombres de Saladino y R i c a r d o Corazón de León nos transportan
al gran ciclo de las Cruzadas, cuya p o p u l a r i d a d era grande en España y está
atestiguada por la traducción de la Gran Conquista de Ultramar", señala M A R C E L I N O M E N É N D E Z PELAYO en Orígenes de la novela, C . S . I . C . , M a d r i d , 1962, t .
1, p. 146. E n efecto, la Gran Conquista de Ultramar, publicada en Salamanca
en 1503, se ocupa de Ricardo I de I n g l a t e r r a en su Parte I V , capítulos 202
a 255. Emprendió Ricardo I con Felipe I I de Francia la Tercera C r u z a d a
(1189-1192) y de camino ajerusalén conquistó C h i p r e , donde se casó, en 1191,
con Berengueia de N a v a r r a , h i j a del rey Sancho V I de N a v a r r a .
4