RPG Rev Pós Grad 2011;18(3):170-5 Métodos de estimativa de idade pelos dentes sob a ótica da Odontologia baseada em evidências JULIANA RIBEIRO LOPES*, ROGÉRIO NOGUEIRA DE OLIVEIRA** Mestranda em Ciências Odontológicas – Área de concentração em Odontologia Legal pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP) – São Paulo/SP. ** Professor da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP) – São Paulo/SP. * Resumo Descritores A Odontologia Legal tem uma grande importância social, visto que ajuda a elucidar dúvidas frequentes a respeito da identidade de indivíduos, estejam eles mortos ou vivos. Como coadjuvante, a estimativa da idade por meio dos dentes se tornou um assunto amplamente estudado pela comunidade odontológica, dando origem a variados métodos em todo o mundo. Por isso, este trabalho se propõe a analisar os artigos a respeito da estimativa de idade publicados nos últimos cinco anos sob a ótica da Odontologia baseada em evidência, de modo a verificar se os métodos mais utilizados foram indicados fundamentando-se em boas evidências. A pesquisa na base de dados Medline resultou em 163 artigos, dos quais 49 foram selecionados como amostra final. Vinte e um diferentes métodos foram relatados na amostra, dos quais Demirjian, Cameriere, Willems e o desenvolvimento de terceiros molares foram os mais frequentes. O primeiro foi estudado duas vezes mais que os restantes, numa frequência de 20,4%. O nível de evidência mais observado foi o 2, considerado satisfatório. No entanto, pode-se concluir que os trabalhos publicados a respeito da estimativa de idade pelos dentes poderiam apresentar nível de evidência mais elevado (nível 1) caso levassem em conta todas as características que um estudo de alta qualidade deve apresentar, tais como amostras de tamanho e forma adequadas e análises estatísticas completas. Odontologia legal. Determinação da idade pelos dentes. Odontologia baseada em evidências. Trabalho realizado na Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. Endereço para correspondência: Juliana Ribeiro Lopes Avenida Jaguaré, 249, apto. 167M – Jaguaré CEP 05346-000 – São Paulo/SP Fone: (11) 8580-1531 E-mail: [email protected] 170 Introdução A Odontologia legal tem uma grande importância social, visto que ajuda a elucidar dúvidas frequentes a respeito da identidade de indivíduos, estejam eles mortos ou vivos10. Quando inexiste uma identidade atribuível a tal sujeito, seu perfil é traçado com base em características tais como idade, cor da pele, sexo, etc. Isso é feito com o intuito de facilitar seu reconhecimento e, posteriormente, sua identificação13,14. Por sofrerem ação do tempo, transformando-se à medida que a vida evolui, os dentes podem ser utilizados para estimar, entre outros dados, a idade17. Assim, a estimativa da idade por meio dos dentes se tornou um assunto amplamente estudado pela comunidade odontológica, dando origem a variados métodos em todo o mundo18. Entretanto, pode-se verificar na literatura que, ao tentar reproduzir os resultados obtidos em um estudo prévio, diversos autores relatam que o método estudado não é tão confiável quanto se acreditava, ou seja, a idade não é tão bem estimada quanto se almeja6,7,12. Alguns autores associam seus resultados negativos à variável estudada, alegando que não é fortemente relacionada à idade cronológica dos sujeitos15; outros simplesmente não conseguem reproduzir a estatística satisfatória do estudo original2. A grande maioria, porém, relata que os resultados divergentes provavelmente se devem às diferenças entre as populações estudadas1,3-5,8,9. Dessa forma, este trabalho se propõe a analisar os artigos a respeito de estimativa de idade publicados nos últimos cinco anos, sob a ótica da Odontologia baseada em evidência, de modo a verificar se os métodos mais utilizados foram indicados fundamentando-se em boas evidências. Lopes JR, Oliveira RN. RPG Rev Pós Grad 2011;18(3):170-5. Material e Métodos A pesquisa dos artigos foi feita pela internet, utilizando-se a base de dados Medline, com o termo “dental age estimation” e o limite de publicação nos últimos cinco anos. Como este estudo foi realizado em outubro de 2010, o próprio programa da base de dados restringiu os resultados aos publicados até novembro de 2005. Dessa busca, resultaram 163 periódicos, dos quais 70 foram excluídos de imediato, pois apenas os outros 93 apresentavam em seu título a proposta de estudar um método de estimativa de idade. Posteriormente, os artigos foram analisados para que se realizasse uma seleção mais minuciosa. Apenas os que se referiam a métodos de estimativa de idade por meio dos dentes foram mantidos; os que sugeriam um novo método ou que falharam em demonstrar sua opinião em relação à efetividade do método referido foram excluídos. Vários foram os métodos de estimativa de idade identificados dentro dos artigos selecionados, alguns deles chegando a mencionar três ou mais técnicas. Entretanto, um único foi escolhido para representar cada artigo. As pesquisas que se interessaram em validar um único método são aqui representadas por ele; as que objetivaram compará-los são simbolizadas pelo método considerado mais eficaz. Os estudos que avaliaram apenas um método, porém o consideraram inapto para estimar idade com precisão, ainda assim foram por ele representados, pois a intenção aqui é apenas avaliar se o julgamento – independente de ser positivo ou negativo – está sendo feito baseado em boa evidência. Resultados e Discussão A amostra final foi constituída de 49 artigos (Quadro 1), os quais aplicaram ou descreveram pelo menos um método de estimativa de idade pelos dentes, previamente publicado. Os artigos foram então classificados de acordo com seu nível de evidência, tomando como base a tabela preconizada pela revista The Journal of Evidence-Based Dental Practice (Quadro 2). Atualmente, o periódico utiliza um novo sistema de classificação de evidência, o Strength of Recommendation Taxonomy Grading (SORT), cuja tradução livre pode ser vista na Figura 111. Entretanto, esse diagrama é baseado em evidências dependentes de doenças ou pacientes, não sendo adequado para os outros tipos de pesquisas, as quais são avaliadas com base em uma tabela (Tabela 1). Como a Odontologia baseada em evidências busca o “melhor tratamento ao menor custo possível”16, é centrada na faceta clínica da Odontologia, sendo necessária uma adaptação para sua aplicação na Odontologia legal. Sendo assim, os autores entenderam que, para serem classificados como de nível 1, os artigos tinham que apresentar uma revisão sistemática ou um estudo de alta qualidade; os de nível 2 seriam aqueles cuja pesquisa ou revisão ficasse de alguma forma incompleta; e os de nível 3, os outros tipos de publicação, principalmente séries de casos. Dentre os 49 artigos selecionados, foram identificados 21 métodos de estimativa de idade pelo desenvolvimento dos dentes e raízes. Os mais estudados foram os de Demirjian, com 20,4% (10 artigos) de frequência, seguido pelos métodos de Cameriere, Willems e o de desenvolvimento de terceiros molares, cada um com uma frequência de 10,2% (5). Nenhuma pesquisa foi considerada de nível 1, enquanto 45 artigos foram classificados como nível de evidência 2 (91,83%) e os outros 4, nível de evidência 3 (8,16%). Dos métodos mais estudados, apenas um artigo que utilizou a técnica de Demirjian foi classificado como nível 3; todos os outros foram avaliados como apresentando nível 2. Assim, a quase totalidade dos estudos tem um nível de evidência avaliado em 2 por serem frequentemente pesquisas para testes de métodos. As falhas que impedem alcançar o nível 1 costumam residir na restrita população estudada ou na falta de uma análise estatística completa que comprove as conclusões do trabalho. Como exemplo, podemos citar os testes constantemente realizados em amostras pequenas ou, ainda, aqueles que, ao comparar métodos distintos, baseiam-se em valores absolutos para demonstrar a eficácia em vez de se utilizar da estatística para afirmar, sem dúvida, que uma técnica é mais precisa que a outra. Conclusão Os métodos de estimativa de idade mais frequentemente estudados atualmente, ou seja, Demirjian, Cameriere, Willems e o de desenvolvimento de terceiros molares, são, de forma constante, representados por pesquisas com nível de evidência satisfatório. Contudo, esse nível de evidência poderia ser melhorado se os trabalhos conduzidos levassem em conta todas as características que um estudo de alta qualidade deve apresentar, tais como amostras de tamanho e forma adequadas e análises estatísticas completas. 171 Lopes JR, Oliveira RN. RPG Rev Pós Grad 2011;18(3):170-5. Quadro 1 Lista de artigos selecionados como amostra final 1. Karaarslan B, Karaarslan ES, Ozsevik AS, Ertas E. Age estimation for dental patients using orthopantomographs. Eur J Dent 2010;4(4):389-94. 2. Galić I, Vodanović M, Cameriere R, Nakaš E, Galić E, Selimović E, Brkić H. Accuracy of Cameriere, Haavikko, and Willems radiographic methods on age estimation on Bosnian-Herzegovian children age groups 6-13. Int J Legal Med 2011:125(2):315-21. 3. Bassed RB, Hill AJ. The use of computed tomography (CT) to estimate age in the 2009 Victorian Bushfire Victims: A case report. Forensic Sci Int 2011;205(1-3):48-51. 4. Nik-Hussein NN, Kee KM, Gan P. Validity of Demirjian and Willems methods for dental age estimation for Malaysian children aged 5-15 years old. Forensic Sci Int 2011;204(1-3):208.e1-6. 5. Jeevan MB, Kale AD, Angadi PV, Hallikerimath S. Age estimation by pulp/tooth area ratio in canines: Cameriere’s method assessed in an Indian sample using radiovisiography. Forensic Sci Int 2011 30;204(1-3):209.e1-5. 6. Acharya AB. Age estimation in Indians using Demirjian’s 8-teeth method. J Forensic Sci 2011;56(1):124-7. 7. El-Bakary AA, Hammad SM, Mohammed F. Dental age estimation in Egyptian children, comparison between two methods. J Forensic Leg Med 2010;17(7):363-7. 8. Liversidge HM, Smith BH, Maber M. Bias and accuracy of age estimation using developing teeth in 946 children. Am J Phys Anthropol 2010;143(4):545-54. 9. Liversidge HM, Marsden PH. Estimating age and the likelihood of having attained 18 years of age using mandibular third molars. Br Dent J 2010;209(8):E13. 10. Ohtani S, Yamamoto T. Age estimation by amino acid racemization in human teeth. J Forensic Sci 2010;55(6):1630-3. 11. Lewis JM, Senn DR. Dental age estimation utilizing third molar development: a review of principles, methods, and population studies used in the United States. Forensic Sci Int 2010;201(1-3):79-83. 12. Kasetty S, Rammanohar M, Raju Ragavendra T. Dental cementum in age estimation: a polarized light and stereomicroscopic study. J Forensic Sci 2010;55(3):779-83. 13. Babshet M, Acharya AB, Naikmasur VG. Age estimation in Indians from pulp/tooth area ratio of mandibular canines. Forensic Sci Int 2010;197(1-3):125.e1-4. 14. Bagherpour A, Imanimoghaddam M, Bagherpour MR, Einolghozati M. Dental age assessment among Iranian children aged 6-13 years using the Demirjian method. Forensic Sci Int 2010;197(1-3):121.e1-4. 15. Chen JW, Guo J, Zhou J, Liu RK, Chen TT, Zou SJ. Assessment of dental maturity of western Chinese children using Demirjian’s method. Forensic Sci Int 2010;197(1-3):119.e1-4. 16. Alkass K, Buchholz BA, Ohtani S, Yamamoto T, Druid H, Spalding KL. Age estimation in forensic sciences: application of combined aspartic acid racemization and radiocarbon analysis. Mol Cell Proteomics 2010; 9(5):1022-30. 17. Cruz-Landeira A, Linares-Argote J, Martínez-Rodríguez M, Rodríguez-Calvo MS, Otero XL, Concheiro L. Dental age estimation in Spanish and Venezuelan children. Comparison of Demirjian and Chaillet’s scores. Int J Legal Med 2010;124(2):105-12. 18. Cameriere R, Cunha E, Sassaroli E, Nuzzolese E, Ferrante L. Age estimation by pulp/tooth area ratio in canines: study of a Portuguese sample to test Cameriere’s method. Forensic Sci Int 2009;193(1-3):128.e1-6. 19. Rai B, Anand SC. Accuracy of BR regression equation for impacted teeth in age estimation in Haryana population of India. J Forensic Sci 2009;54(3):662-3. 20. Acharya AB, Vimi S. Effectiveness of Bang and Ramm’s formulae in age assessment of Indians from dentin translucency length. Int J Legal Med 2009;123(6):483-8. 21. Knell B, Ruhstaller P, Prieels F, Schmeling A. Dental age diagnostics by means of radiographical evaluation of the growth stages of lower wisdom teeth. Int J Legal Med 2009;123(6):465-9. 22. Thevissen PW, Fieuws S, Willems G. Human dental age estimation using third molar developmental stages: does a Bayesian approach outperform regression models to discriminate between juveniles and adults? Int J Legal Med 2010;124(1):35-42. 23. Butti AC, Clivio A, Ferraroni M, Spada E, Testa A, Salvato A. Häävikko’s method to assess dental age in Italian children. Eur J Orthod 2009;31(2):150-5. 24. Ubelaker DH, Parra RC. Application of three dental methods of adult age estimation from intact single rooted teeth to a Peruvian sample. J Forensic Sci 2008;53(3):608-11. 25. Prince DA, Konigsberg LW. New formulae for estimating age-at-death in the Balkans utilizing Lamendin’s dental technique and Bayesian analysis. J Forensic Sci 2008;53(3):578-87. 26. Lee SE, Lee SH, Lee JY, Park HK, Kim YK. Age estimation of Korean children based on dental maturity. Forensic Sci Int 2008;178(2-3):125-31. 27. Meinl A, Huber CD, Tangl S, Gruber GM, Teschler-Nicola M, Watzek G. Comparison of the validity of three dental methods for the estimation of age at death. Forensic Sci Int 2008;178(2-3):96-105. 28. TeMoananui R, Kieser JA, Herbison GP, Liversidge HM. Estimating age in Maori, Pacific Island, and European children from New Zealand. J Forensic Sci 2008;53(2):401-4. 29. Mani SA, Naing L, John J, Samsudin AR. Comparison of two methods of dental age estimation in 7-15-year-old Malays. Int J Paediatr Dent 2008;18(5):380-8. 30. Heuzé Y, Cardoso HF. Testing the quality of nonadult Bayesian dental age assessment methods to juvenile skeletal remains: the Lisbon collection children and secular trend effects. Am J Phys Anthropol 2008;135(3):275-83. 31. Cameriere R, Ferrante L, Liversidge HM, Prieto JL, Brkic H. Accuracy of age estimation in children using radiograph of developing teeth. Forensic Sci Int 2008;176(23):173-7. 32. Bhat VJ, Kamath GP. Age estimation from root development of mandibular third molars in comparison with skeletal age of wrist joint. Am J Forensic Med Pathol 2007;28(3):238-41. 33. González-Colmenares G, Botella-López MC, Moreno-Rueda G, Fernández-Cardenete JR. Age estimation by a dental method: a comparison of Lamendin’s and Prince & Ubelaker’s technique. J Forensic Sci 2007;52(5):1156-60. 34. Griffin RC, Moody H, Penkman KE, Collins MJ. The application of amino acid racemization in the acid soluble fraction of enamel to the estimation of the age of human teeth. Forensic Sci Int 2008;175(1):11-6. 35. Tunc ES, Koyuturk AE. Dental age assessment using Demirjian’s method on northern Turkish children. Forensic Sci Int 2008;175(1):23-6. 36. Rózyło-Kalinowska I, Kiworkowa-Raczkowska E, Kalinowski P. Dental age in Central Poland. Forensic Sci Int 2008;174(2-3):207-16. 37. Yun JI, Lee JY, Chung JW, Kho HS, Kim YK. Age estimation of Korean adults by occlusal tooth wear. J Forensic Sci 2007;52(3):678-83. 38. Meinl A, Tangl S, Pernicka E, Fenes C, Watzek G. On the applicability of secondary dentin formation to radiological age estimation in young adults. J Forensic Sci 2007;52(2):438-41. 39. Blankenship JA, Mincer HH, Anderson KM, Woods MA, Burton EL. Third molar development in the estimation of chronologic age in american blacks as compared with whites. J Forensic Sci 2007;52(2):428-33. 40. Martrille L, Ubelaker DH, Cattaneo C, Seguret F, Tremblay M, Baccino E. Comparison of four skeletal methods for the estimation of age at death on white and black adults. J Forensic Sci 2007;52(2):302-7. 41. Cardoso HF. Accuracy of developing tooth length as an estimate of age in human skeletal remains: the deciduous dentition. Forensic Sci Int 2007;172(1):17-22. 42. Brkic H, Milicevic M, Petrovecki M. Age estimation methods using anthropological parameters on human teeth-(A0736). Forensic Sci Int 2006;162(1-3):13-6. 43. Solheim T, Vonen A. Dental age estimation, quality assurance and age estimation of asylum seekers in Norway. Forensic Sci Int 2006;159 Suppl 1:S56-60. 44. Maber M, Liversidge HM, Hector MP. Accuracy of age estimation of radiographic methods using developing teeth. Forensic Sci Int 2006; 159 Suppl 1:S68-73. 45. Obertová Z, Francken M. Tooth cementum annulation method: accuracy and applicability. Front Oral Biol 2009;13:184-9. 46. Qudeimat MA, Behbehani F. Dental age assessment for Kuwaiti children using Demirjian’s method. Ann Hum Biol 2009;36(6):695-704. 47. Sisman Y, Uysal T, Yagmur F, Ramoglu SI. Third-molar development in relation to chronologic age in Turkish children and young adults. Angle Orthod 2007;77(6):1040-5. 48. Czermak A, Czermak A, Ernst H, Grupe G. A new method for the automated age-at-death evaluation by tooth-cementum annulation (TCA). Anthropol Anz 2006;64(1):25-40. 49. Ohtani S, Abe I, Yamamoto T. An application of D- and L-aspartic acid mixtures as standard specimens for the chronological age estimation. J Forensic Sci 2005;50(6):1298-302. 172 Lopes JR, Oliveira RN. RPG Rev Pós Grad 2011;18(3):170-5. Quadro 2 Métodos de estimativa de idade e classificação de nível de evidência por artigo Artigo Método Classificação Artigo Método Classificação 1 Avaliação de radiografias panorâmicas 2 26 Demirjian 2 2 Cameriere 2 27 Anéis de cemento 2 3 Blenkin e Evans (Demirjian) 3 28 Demirjian 2 4 Willems (Demirjian) 2 29 Willems (Demirjian) 2 5 Cameriere 2 30 Demirjian 3 6 Demirjian 2 31 Cameriere 2 7 Willems (Demirjian) 2 32 Kullman 2 8 Willems (Demirjian) 2 33 Prince e Ubelaker 2 9 Demirjian 2 34 Racemização de aminoácido 2 10 Racemização de aminoácido 3 35 Demirjian 2 11 Desenvolvimento de 3ºˢ molares 2 36 Demirjian 2 12 Espessura do cemento 2 37 Kim modificado 2 13 Cameriere 2 38 Kvaal 2 14 Demirjian 2 39 Desenvolvimento de 3ºˢ molares 2 15 Demirjian 2 40 Lamendin 2 16 Análise de radiocarbono 2 41 Liversidge 2 17 Chaillet (Demirjian) 2 42 Johanson 2 18 Cameriere 2 43 Kvaal 3 19 Distância amelo-cementária 2 44 Willems (Demirjian) 2 20 Bang e Ramm 2 45 Anéis de cemento 2 21 Desenvolvimento de 3ºˢ molares 2 46 Demirjian 2 22 Desenvolvimento de 3ºˢ molares 2 47 Desenvolvimento de 3ºˢ molares 2 23 Haavikko 2 48 Anéis de cemento 2 24 Prince e Ubelaker 2 49 Racemização de aminoácido 2 25 Lamendin 2 Tabela 1 Avaliação da qualidade de evidência, segundo o The Journal of Evidence-Based Dental Practice Tratamento/prevenção/ Qualidade do estudo Diagnóstico Prognóstico screening Nível 1: evidência Decisão clínica validada em RS; RS; RS; orientada no paciente, Meta-análise de estudos de alta Meta-análise ou ECR com Meta-análise de estudos de de boa qualidade qualidade; resultados consistentes; coorte de boa qualidade; Estudo diagnóstico de coortes de ECR individual de alta qualidade**; Estudo de coorte prospectivo alta qualidade* Estudo tudo-ou-nada*** com bom follow-up Nível 2: evidência Decisão clínica não baseada em RS; RS; orientada no paciente, RS; Meta-análise de testes clínicos Meta-análise de estudos de de qualidade limitada Meta-análise de estudos de de qualidade inferior; coorte de qualidade inferior ou qualidade inferior ou estudos com Teste clínico de qualidade com resultados inconsistentes; resultados inconsistentes; inferior; Estudo de coorte retrospectivo Estudo diagnóstico de coorte Estudo de coorte; ou estudo de coorte prospectivo de qualidade inferior ou estudo Estudo de caso controle com follow-up pobre; diagnóstico de caso controle Estudo de caso controle; Série de casos Nível 3: outra Orientações de consenso, extrapolações de pesquisa de bancada, prática comum, opinião, evidência evidência orientada em doença (apenas consequências fisiológicas ou intermediadas) ou séries de casos para estudos de diagnósticos, tratamento, prevenção e screening. RS: revisão sistemática; ECR: ensaio controlado randomizado. *Estudo diagnóstico de coortes de alta qualidade: design de coortes, tamanho adequado, espectro de pacientes adequado, cego e um padrão de referências consistente, bem definido. **ECR de alta qualidade: atribuição escondida, cego se possível, análise de intenção de tratamento, poder estatístico adequado, follow-up adequado (maior que 80%). ***Em um estudo tudo-ou-nada, o tratamento causa mudança dramática nos resultados, como antibióticos para meningite ou cirurgia para apendicite, que impedem o estudo em um teste controlado. 173 Lopes JR, Oliveira RN. RPG Rev Pós Grad 2011;18(3):170-5. Força de recomendação baseada em um corpo de ervidência Esta é uma recomendação chave para clínicos a respeito de diagnóstico ou tratamento que mereça indicação? Não Força de recomendação não é necessária 6LP A recomendação é baseada numa evidência orientada em paciente (por exemplo, melhoria em mobilidade, mortalidade, sintomas, qualidade de vida ou custo?) Não 6LP A recomendação é baseada na opinião de um especialista banca de pesquisa, um consenso de diretriz, prática rotineira, experiência clínica, ou estudo de séries de casos? Força de recomendação – C 6LP Não A recomendação é baseada em um dos seguintes? 5HYLVmRGD&RFKUDQHFRPUHFRPHQGDomRFODUD 5HFRPHQGDomR$GD86367) &ODVVLILFDomRGH(YLGrQFLD&OtQLFDFRPREHQpILFD 6LP Força de recomendação – A $FKDGRVFRQVLVWHQWHVGHSHORPHQRVGRLVHQVDLRV controlados randomizados de boa qualidade ou uma revisão sistemática/metanálise do mesmo 5HJUDGHGHFLVmRFOtQLFDYDOLGDGHHPXPDSRSXlação relevante Não $FKDGRVFRQVLVWHQWHVGHSHORPHQRVGRLVHVWXGRV de coorte de boa qualidade ou revisão sistemática/metanálise do mesmo 86367) )RUoD7DUHIDGH6HUYLoRVGH3UHYHQomR GRV(8 Figura 1 - Grade para determinação de força de recomendação baseada em corpo de evidência. 174 Força de recomendação – B Lopes JR, Oliveira RN. RPG Rev Pós Grad 2011;18(3):170-5. Abstract Dental age estimation methods under the point-of-view of evidence-based Dentistry Forensic Dentistry has a great social importance, since it helps to clarify frequent questions about the identity of individuals, be they dead or alive. As an adjunct, age estimation by teeth has become a topic widely studied by the dental community, originating several methods throughout the world. Therefore, this study aims to examine the articles on age estimates published in the last five years, from the point-of-view of evidence-based Dentistry, to verify if the most used methods are indicated based on good evidence. A search in the Medline database resulted in 163 articles, 49 of which were selected as the final sample. Twenty-one different methods have been reported in this sample, which Demirjian, Cameriere, Willems and development of third molars were the most frequent. The first one was studied two times more than the rest, at a frequency of 20.4%. The most frequent level of evidence was 2, which is considered satisfactory. However, we can conclude that the published works on age estimation by teeth could provide a higher level of evidence (level 1), in case it was taken into account all the characteristics that a high quality study must provide, such as samples of appropriate size and shape and complete statistical analysis. Descriptors Forensic dentistry. Age determination by teeth. Evidence-based dentistry. Referências Bibliográficas 1.Acharya AB, Vimi S. Effectiveness of Bang and Ramm’s formulae in age assessment of Indians from dentin translucency length. Int J Legal Med 2009;123(6):483-8. 2.Babshet M, Acharya AB, Naikmasur VG. Age estimation in Indians from pulp/tooth area ratio of mandibular canines. Forensic Sci Int 2010;197(1-3):125.e1-4. 3.Butti AC, Clivio A, Ferraroni M, Spada E, Testa A, Salvato A. Häävikko’s method to assess dental age in Italian children. Eur J Orthod 2009;31(2):150-5. 4.Chen JW, Guo J, Zhou J, Liu RK, Chen TT, Zou SJ. Assessment of dental maturity of western Chinese children using Demirjian’s method. Forensic Sci Int 2010;197(13):119.e1-4. 10.Mesotten K, Gunst K, Carbonez A, Willems G. Dental age estimation and third molars: a preliminary study. Forensic Sci Int 2002;129(2):110-5. 11.Newman MG, Weyant R, Hujoel P. JEBDP improves grading system and adopts strength of recommendation taxonomy grading (SORT) for guidelines and systematic reviews. J Evid Based Dent Pract 2007;7(4):147-50. 12.Nik-Hussein NN, Kee KM, Gan P. Validity of Demirjian and Willems methods for dental age estimation for Malaysian children aged 5-15 years old. Forensic Sci Int 2011;204(1-3):208.e1-6. 13.Oliveira RN, Daruge E, Galvão LCC, Tumang AJ. Contribuição da odontologia legal para a identificação post-mortem. Rev Bras Odontol 1998;55(2):117-22. 5.Cruz-Landeira A, Linares-Argote J, Martínez-Rodríguez M, Rodríguez-Calvo MS, Otero XL, Concheiro L. Dental age estimation in Spanish and Venezuelan children. Comparison of Demirjian and Chaillet’s scores. Int J Legal Med 2010;124(2):105-12. 14.Oliveira SVT. Avaliação de medidas da espessura dos tecidos moles da face em uma amostra populacional atendida na Seção Técnica de Verificação de Óbitos do município de Guarulhos – São Paulo [Dissertação online]. São Paulo: Faculdade de Odontologia da USP; 2008. [citado 2011 Jun 13]. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23148/tde21012009-151057/pt-br.php 6.Garamendi PM, Landa MI, Ballesteros J, Solano MA. Reliability of the methods applied to assess age minority in living subjects around 18 years old. A survey on a Moroccan origin population. Forensic Sci Int 2005;154(1):3-12. 15.Schmitt A, Saliba-Serre B, Tremblay M, Martrille L. An evaluation of statistical methods for the determination of age of death using dental root translucency and periodontosis. J Forensic Sci 2010;55(3):590-6. 7.Karaarslan B, Karaarslan ES, Ozsevik AS, Ertas E. Age estimation for dental patients using orthopantomographs. Eur J Dent 2010;4(4):389-94. 16.Susin C, Rösing CK. Praticando odontologia baseada em evidências. Canoas: Ulbra; 1999. 8.Lewis JM, Senn DR. Dental age estimation utilizing third molar development: A review of principles, methods, and population studies used in the United States. Forensic Sci Int 2010;201(1-3):79-83. 9.Mani SA, Naing L, John J, Samsudin AR. Comparison of two methods of dental age estimation in 7-15-year-old Malays. Int J Paediatr Dent 2008;18(5):380-8. 17.Vanrell JP. Odontologia legal e antropologia forense. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2009. 18.Willems G. A review of the most commonly used dental age estimation techniques. J Forensic Odontostomatol 2001;19(1):9-17. Recebido em: 14/6/11 Aceito em: 19/7/11 175