BOSCÁN FRENTE A NAVAGERO: EL N A C I M I E N T O DE L A CONCIENCIA H U M A N I S T A EN L A POESÍA ESPAÑOLA E n a q u e l l a c o n v e r s a c i ó n p o r el G e n e r a l i f e entre N a v a g e r o , acend r a d o h u m a n i s t a v e n e c i a n o , y el d i s c í p u l o f a v o r i t o de L u c i o M a r i n e o S í c u l o , h u b o de d i s c u r r i r l a c u e s t i ó n p a l p i t a n t e d e l s i g n i f i cado y alcance de l a i m i t a c i ó n p o é t i c a h u m a n i s t a , de l a c u a l el prestigioso e n d e c a s í l a b o s e r í a su p a u t a y vaso. E n su " C a r t a a la D u q u e s a de S o m a " algo nos dice B o s c á n de los consejos d e l E m b a j a d o r de l a S e r e n í s i m a , c u a n d o estuvo " t r a t a n d o c o n él e n cosas de i n g e n i o y de letras, y especialmente en las variedades de m u c h a s lenguas, [le] d i x o p o r q u é n o p r o v a v a en l e n g u a castellan a sonetos y otras artes de t r o b a s usadas p o r los buenos authores de I t a l i a , y n o solamente [se] l o d i x o a s s í l i v i a n a m e n t e , mas a ú n [le] r o g ó que l o h i z i e s e " . S e m i n a l p l á t i c a cortesana q u e l l e v a r í a a este afable h i j o de C a t a l u ñ a y a su claro a m i g o t o l e d a n o a hacer lo q u e j a m á s se h a b í a hecho en l e n g u a castellana: " t e n t a r el estil o " de esos sonetos y canciones q u e h a r í a n de ellos los r e v o l u c i o n a r i o s poetae novi de las E s p a ñ a s . H a b r í a de crearse en verso, form a , m o d o , estilo y e s p í r i t u l a p o e s í a del h u m a n i s m o e s p a ñ o l . Desde t a l p e r s p e c t i v a t r a t a r é de r e c o n s t r u i r a q u e l l o que " v i n o sobre hab l a " ( p . 8 9 ) , p a r a l l e v a r l o s " a p r o v a r [su] p l u m a e n l o q u e hasta a g o r a n a d i e en n u e s t r a E s p a ñ a h a p r o v a d o l a s u y a " ( p . 8 8 ) , y a s í i n v e n t a r n o s en p o e s í a u n m u n d o n u e v o . A pesar de l a escueta i n f o r m a c i ó n q u e ofrece l a c a r t a p r o l o gal, es fácil e n t e n d e r q u e a l d i s c u t i r de m a t e r i a p o é t i c a ("cosas de i n g e n i o y de l e t r a s " ) " e s p e c i a l m e n t e en las variedades de m u chas l e n g u a s " ( p . 8 9 ) , n o p o d í a ser menos q u e se d e m o r a r a n e n 1 1 Todas mis citas son tomadas de Obras poéticas de Boscán, ed. M a r t í n de R i q u e r , A n t o n i o Comas y J o a q u í n M o l a s , U n i v e r s i d a d , Barcelona, 1957, p . 89. D e a q u í en adelante en todas las citas de B o s c á n d a r é en el texto, entre p a r é n t e s i s , el correspondiente n ú m e r o de p á g i n a ; los énfasis son siempre m í o s . NRFH. X L (19921. núm 1 143-lfifi 144 ALICIA DE COLOMBÍ-MONGUIÓ NRFH, XL l a d i f e r e n c i a entre la p o e s í a e s p a ñ o l a y l a i t a l i a n a . Estas palabras de B o s c á n , j u n t o c o n las q u e elige p a r a d e f i n i r el consejo de su i n t e r l o c u t o r , sugieren y hasta i m p l i c a n l a c o n s i d e r a c i ó n de la p o e s í a c a n c i o n e r i l vis á vis l a p o e s í a p e t r a r q u i s t a . V a de suyo que A n d r e a N a v a g e r o , al r e c o m e n d a r que se probase e n " l e n g u a castel l a n a sonetos y otros artes de trobas usadas p o r los buenos a u t h o res de I t a l i a " ( p . 8 9 ) , estaba r e c o m e n d a n d o el m o d e l o ó p t i m o , a q u e l q u e i m i t a b a n quienes él consideraba — n o sin b a n d e r í a s en m a t e r i a p o é t i c a — las mejores p l u m a s i t a l i a n a s de su m o m e n t o , p a r t i c u l a r m e n t e l a d e l prestigioso a u t o r de los Asolani. E n c u á n tas o p o r t u n i d a d e s l a r g a y d e m o r a d a m e n t e , P i e t r o B e m b o h a b r á h a b l a d o c o n su a m i g o , m i e n t r a s l o estaba e l a b o r a n d o , del l i b r e q u e h a b r í a de d e t e r m i n a r el c a n o n n o r m a t i v o de l a p o e s í a italian a . E n l a p r i m a v e r a de 1526 apenas acababan de aparecer en prensa las Prose della Volgar Lingua, p a r a p r o c l a m a r urbi et orbi q u e er m a t e r i a de i m i t a c i ó n e n l e n g u a v e r n á c u l a el m o d e l o i n d i s c u t i d e y ú n i c o t e n í a que ser y n o p o d í a menos q u e ser el d i v i n o Petrarca. E n tales c i r c u n s t a n c i a s , hubiese sido m á s q u e i m p r o b a b l e que el b a r c e l o n é s n o d i j e r a q u e P e t r a r c a y a h a b í a sido " i m i t a d o " p o i m á s de u n i n g e n i o e s p a ñ o l . C o m o n u n c a sabremos c u á l e s h a b r á r sido los poemas de q u e h a b l a r o n , d é m o n o s a l g u n a l i c e n c i a . Bos c á n , q u e n o solamente c o n o c í a y a d m i r a b a las Rime sparse, sinc q u e h a c í a y a bastante t i e m p o h a b í a p u b l i c a d o e n el Cancionero ge neral u n a c a n c i ó n q u e transvasa los s í m i l e s de o t r a d e l m o d e l o i n signe, acaso le h a y a r e c i t a d o , n o sin o r g u l l o , algunas de sus q u i n tillas: L a s cosas de m e n o s p r u e v a s , de m á s n u e v a e x t r a ñ e d a d las q u e e s t á n p o r m o n t e s , cuevas, m á s extremas y m á s nuevas s o n m á s de m i c a l i d a d . que parece m o n s t r u o s a , d u d o s o de l o q u e soy. ( X I V , p . 30) S o b r a d a m e n t e h a b r á e n t e n d i d o N a v a g e r o que semejantes ver sos c o n t a n t o s í m i l de Canzoniere a cuestas, poco y hasta n a d a te n í a n q u e v e r c o n l a p o e s í a de los " b u e n o s a u t h o r e s de I t a l i a " N a t u r a l le h a b r á sido pasar de este P e t r a r c a s i n p e t r a r q u i s m o l a c o n s i d e r a c i ó n de l a a u t é n t i c a p o é t i c a de P e t r a r c a , o sea, de 1 p o é t i c a d e l h u m a n i s m o . Sabemos c o n q u é g r a v e a t e n c i ó n l o escu c h ó B o s c á n , y d e b i ó e n t e n d e r l o b i e n : p o n e r e n p r á c t i c a e n l a poe s í a e s p a ñ o l a l o p r e d i c a d o p o r N a v a g e r o s e r í a cosa t a n novedos NRFH, XL BOSCÁN FRENTE A NAVAGERO 145 c u a n t o difícil. Esas q u i n t i l l a s seudopetrarquistas, fino o r n a t o del Cancionero general, j u s t a m e n t e p o r serlo, poco o n a d a t e n í a n que v e r c o n l a p o e s í a de las Rime sparse. L o que de a h o r a en adelante h a b r í a de i n t e n t a r s e s e r í a n a d a menos que d a r a l u z u n a l i t e r a t u r a fecundada e n el despertar a u n a c o n c e p c i ó n d e l q u e h a c e r d e l poeta d e n t r o de u n a p o é t i c a q u e e x i g í a u n a v i s i ó n hasta entonces i n é d i t a en E s p a ñ a . C o m o d e c í a , l a p o e s í a del h u m a n i s m o e s p a ñ o l t u v o que hacerse, casi ab ovo, en e s p í r i t u , estilo, f o r m a , m o d o y verso. Puesto que en l a C a r t a el m i s m o B o s c á n h a b l a de "este g é n e r o de vers o " y su m u c h a d i f i c u l t a d , l a m a y o r í a de sus c r í t i c o s —desde sus o r í g e n e s — h a n s u b r a y a d o l a c u e s t i ó n de las i n n o v a c i o n e s m é tricas q u e d e r i v a r o n de l a n u e v a p r á c t i c a . S i n e m b a r g o , el m i s m o M e n é n d e z P e l a y o , a u n q u e p r e f i r i ó explayarse in extenso sobre tales i n n o v a c i o n e s , h a b í a c o m p r e n d i d o b i e n q u e se t r a t a b a de " u n m a n i f i e s t o de e s c u e l a " 3 . A c e r t a d o p r o n u n c i a m i e n t o el de d o n M a r c e l i n o , p e r o a u n q u e d i c i e n d o m u c h o , n o l l e g a a d e c i r l o suficiente: l a " C a r t a a l a D u q u e s a de S o m a ' ' n o es m e n o s que el m a nifiesto m i s m o de u n a r e v o l u c i ó n . 2 D o c u m e n t o semejante h a sido y s e g u i r á siendo de considerac i ó n o b l i g a d a e n t o d a h i s t o r i a de n u e s t r a l i t e r a t u r a d e l R e n a c i m i e n t o y , p o r l o t a n t o , generador i n e x h a u s t i b l e de referencias c r í ticas. L a m a y o r í a de ellas, ofrecen poca o n i n g u n a n o v e d a d , pues lo u s u a l es seguir r e p i t i e n d o j u i c i o s y a c a n o n i z a d o s e n clisés c r í t i cos; p e r o n o f a l t a n estudios que agregan a las viejas v e r d a d e s , de v a l i d e z i n d e s c a r t a b l e , el e n r i q u e c i m i e n t o de g e n u i n a s reconsider a c i o n e s . A s í y t o d o , el p o d e r de l a i n e r c i a r e p e t i t i v a es p a r a de4 2 Las críticas alrededor de las innovaciones m é t r i c a s son mencionadas ya por el m i s m o B o s c á n en su C a r t a a la Duquesa. L a p o s i c i ó n de C r i s t ó b a l de Castillejo respecto al e n d e c a s í l a b o en su " R e p r e n s i ó n contra los poetas españoles que escriben en verso i t a l i a n o " , como la de Argote de M o l i n a , es cosa tan sabida que no vale la pena entrar a q u í en m á s detalle. M e n o s conocida es la " C a r t a d e d i c a t o r i a " de! mismo CASTILLEJO, que q u i z á sea su contestac i ó n a lo que dice B o s c á n en la C a r t a a la Duquesa; v é a s e Obras, ed. J . D o m í n guez Bordona, Clásicos Castellanos, M a d r i d , 1958, t. 6, p p . 257-258. 3 M A R C E L I N O M E N É N D E Z PELAYO, Antología de poetas líricos castellanos. T . 10: Boscán, C . S . I . C . , Santander, 1946, p . 145. T a l como la de J O S É F. M O N T E S I N O S , " C e n t ó n de G a r c i l a s o " , El Sol, 23 de febrero, 1936, reimpreso varias veces, y ú l t i m a m e n t e en La poesía de Garcilaso, ed. Elias Rivers, A r i e l , Esplugues de Llobregat, 1974, pp. 43-50; ver t a m b i é n los valiosos estudios de A . PORQUERAS M A Y O , El prólogo en el Renacimiento español, C . S . I . C . , M a d r i d , 1965, y j . L A U R E N T I y A . PORQUERAS M A Y O , Ensayo bibliográfico del prólogo en la literatura, C . S . I . C . , M a d r i d , 1971, y el 4 NRFH, A L I C I A DE C O L O M B Í - M O N G U I Ó 146 XL j a r perplejo al m á s avisado. P i é n s e s e q u e t e x t o t a n r e m a n i d o com o é s t e h u b o de esperar hasta 1982 p a r a q u e se publicase su p r i m e r a i n t e r p r e t a c i ó n l i t e r a r i a , el s ó l i d o a n á l i s i s r e t ó r i c o de A n t o n i o A r m i s é n . P e r o valioso c o m o es, t a m p o c o t a l a n á l i s i s r e t ó r i c o h a alcanzado a revelar m á s que p a r c i a l m e n t e su sentido, puesto q u e c o n c l u y e que " l a C a r t a es, sobre todo, l a defensa de l a i n n o v a c i ó n f o r m a l p r o m o v i d a p o r B o s c á n y G a r c i l a s o " . N a d i e puede d u d a r q u e allí se encuentre l a defensa de l a i n n o v a c i ó n f o r m a l , pero q u e l a C a r t a sea " s o b r e t o d o " eso y q u e en ello se d e f i n a su alcance m e parece u n a c o m p r e n s i ó n en exceso restrictiva de u n d o c u m e n t o esencial en l a r e c o n s t r u c c i ó n de l a h i s t o r i a de l a l i t e r a t u r a h i s p á n i c a , y b á s i c o en el e n t e n d i m i e n t o de l a p o é t i c a y de l a p o e s í a renacentista. L a C a r t a a l a D u q u e s a i m p l i c a m u c h o m á s que l a defensa de t a l " i n n o v a c i ó n f o r m a l p r o m o v i d a p o r B o s c á n y G a r c i l a s o " , pues l o q u e é s t o s p r o m o v i e r o n , si b i e n necesariamente c o n l l e v a b a t a l i n n o v a c i ó n , estuvo lejos de definirse y r e s u m i r s e e n ella. Se t r a t a b a de i n t r o d u c i r e n E s p a ñ a u n m o d o i n é d i t o de hacer p o e s í a , el c u a l e x i g í a c a m b i o r a d i c a l a todos los niveles, i n c l u y e n d o , c l a r o está, la obligada i n n o v a c i ó n formal. Ciertamente, en la C a r t a , o sea e n p r ó l o g o a l corpus l i t e r a r i o q u e p r e s e n t a b a l a r e v o l u c i ó n e n p r a x i s v i c t o r i o s a , B o s c á n t e n í a que defender las nuevas form a s , p o r q u e siendo lo exterior l o i n m e d i a t a m e n t e perceptible, era lo m á s chocante. F u e p o r l o t a n t o l o m á s fácil de r e p r o b a r , y de hecho l o p r i m e r o e n ser r e p r o b a d o . E n consecuencia B o s c á n ante t o d o d e b i ó a t e n d e r a esta p r i m e r a l í n e a de a t a q u e ; y a p r o p i a d a m e n t e a s í l o hace al c o m i e n z o de su m a n i f i e s t o . L a p r i o r i d a d de t a l a r g u m e n t a c i ó n en el o r d e n de u n discurso t r a m a d o con eficac í s i m a elocuencia v e n í a e x i g i d a p o r l a l ó g i c a m á s e l e m e n t a l . P e r o n i l a p r i o r i d a d de p r e s e n t a c i ó n n i el b r i l l a n t e despliegue r e t ó r i c o i m p l i c a n que su defensa conlleve, d e n t r o d e l t e x t o t o d o , esa p r i o r i d a d m á s a l t a — y a veces a b s o l u t a — q u e tantos c r í t i c o s h a n i n sistido en a d j u d i c a r a t a l defensa. A l a r g u m e n t a r el caso B o s c á n se detiene l o j u s t o y necesario p a r a h a c e r l o c o n acabada eficacia; p e r o é s t e es sólo su d o c u m e n t o c o m o a b o g a d o defensor de l a i n n o v a c i ó n f o r m a l , y a s í n o refleja m á s q u e m u y p a r c i a l m e n t e el 5 6 fundamental de L O R E T E R R A C I N I en La lingua come problema nella letteratura spagnola del Cinquecento, Stampatori, T o r i n o , 1979. Estudios sobre la lengua poética de Boscán. La Edición de 1543, U n i v e r s i d a d , Zaragoza, 1982, " L a Carta a la Duquesa de S o m a " , pp. 359-378. Ibid., p . 359; énfasis m í o . 5 6 NRFH, X L BOSCÁN FRENTE A NAVAGERO 147 g e n u i n o alcance de su m a n i f i e s t o . S i esto es l o q u e debe defend e r , m u c h o m á s i m p o r t a n t e es l o q u e viene a presentar, esas " c o sas hechas a l modo i t a l i a n o , las quales s e r á n sonetos y canciones". S i e n d o " l a manera d ' é s t a s " a j u i c i o d e l c a t a l á n , "más grave y de más artificio" y e n su o p i n i ó n m u c h o m e j o r q u e l a de "essas cop l a s . . . hechas a l a c a s t e l l a n a " ( p . 8 7 ) c o n que i l u s t r a su L i b r o P r i m e r o , siguiendo el consejo d e l veneciano h u b o de " t e n t a r el estilo de estos sonetos y c a n c i o n e s " ( p . 8 9 ) . S ó l o e n l a ú l t i m a p a r te d e l texto se h a b l a de l a p r á c t i c a de "este g é n e r o de v e r s o ' ' , p a r a de a h í extenderse e n l a alabanza del e n d e c a s í l a b o . Modo, manera, estilo y artificio, palabras t a n t o m á s adecuadas p a r a abarcar - m u c h o m á s q u e l a i n t r o d u c c i ó n de u n a n u e v a m é t r i c a — el c a m b i o t o t a l de l a p o e s í a e s p a ñ o l a de p o e s í a de c a n c i o n e r o e n d o c t a poesía humanista. D e esto d e r i v a l a a m p l i a p r e s e n t a c i ó n de l a p r o s a p i a d e l endec a s í l a b o . N o se t r a t a b a s i m p l e m e n t e de i n t r o d u c i r u n verso n u e v o , sino de a q u é l d o n d e r e t o ñ a b a e n l e n g u a castellana l a v i d a de l a p o e s í a c l á s i c a ; el cauce p o r d o n d e c o r r í a l a sangre i l u s t r e q u e de a h o r a e n adelante h a b r í a de fluir p o r l a nuestra. E l m e t r o d o n de r e s o n a r í a r e d i v i v o el acento de las voces de G r e c i a y R o m a , y a r e n a c i d o e n l a toscana. E n fin, q u e B o s c á n v e í a e n el e n d e c a s í l a b o l o que D a n t e e n l a p o e s í a de V i r g i l i o , " q u e l l a fonte che s p a n d i d i p a r l a r si l a r g o fiume" {Inferno, I , 79-80). V e r s o , m o d o , m a n e r a , estilo y a r t i f i c i o , t o d o n u e v o y r e c i é n n a c i d o : fue el a l u m b r a m i e n t o de u n a n u e v a c o n c i e n c i a p o é t i c a . E n l a p r i m e r a p a r t e de l a C a r t a , B o s c á n h a b í a a r r e m e t i d o c o n t r a aquellos q u e n o creen q u e es verso sino " a q u é l q u e calcado y vestido c o n el consonante os e n t r a de u n golpe p o r el o í d o y os sale p o r el o t r o ' ' . C o n t r a r i a m e n t e a l o q u e a m e n u d o se h a e n t e n d i d o , n o m e parece é s t e p a r t i c u l a r ataque a l o c t o s í l a b o , sino defensa de esa n u e v a p o e s í a a l a q u e sus enemigos p r e t e n d í a n c o n f u n d i r c o n p r o s a ( p . 8 7 ) . N o t e m o s q u e e n su v i t u p e r a c i ó n n o car a c t e r i z a a sus reprehensores c o m o " d e s p r e c i a b l e v u l g o i g n o r a n t e " . M á s b i e n los c o n s i d e r a sordos, gente s i n o í d o a l a sutileza m e l ó d i c a de l a n u e v a p o e s í a ; y a s í los m a n d a a recrearse e n e l m u y cortesano Cancionero Peneral ( p . 8 8 ) . N o se c o n f u n d a pues est a p a r t e de l a d i a t r i b a d e l o e t a c o m o abogado defensor e n l a p r i m e r a s e c c i ó n de su C a r t a , c o n l o q u e l u e g o h a de d e c i r a l c o m p a r a r l a o r f a n d a d d e l verso e s p a ñ o l c o n l a p r o s a p i a d e l e n d e c a s í l a b o 7 P 7 Ibid., p . 366: " [ B o s c á n ] d e l i m i t a el sentido y alcance de sus oponentes que q u e d a r á n caracterizados como despreciable vulgo i g n o r a n t e " . 148 A L I C I A DE C O L O M B Í - M O N G U I Ó NRFH, XL en l a ú l t i m a p a r t e de su t e x t o , p o r q u e a h o r a h a b l a , e n pleno m a nifiesto, el h u m a n i s t a . D e sobra s a b í a B o s c á n q u e el o c t o s í l a b o n o s ó l o h a b í a sido " a d m i t i d o del v u l g o " , sino de l a m á s esmerad a n o b l e z a de sangre y de i n g e n i o . ¿ H a b r í a de negar él l a cortes a n í a d e l Cancionero general? M u y o t r o es su a r g u m e n t o . E l o c t o s í labo a u n q u e t a m b i é n fuese cortesano, n o era verso d o c t o r D e haber considerado deshonroso el o c t o s í l a b o , B o s c á n n o h u biese p u b l i c a d o su L i b r o P r i m e r o . Pero, a u n q u e n o vergonzoso, por ser de o r i g e n desconocido, se trataba de verso h u é r f a n o . Puesto que " n o h a y q u i e n sepa de d ó n d e t u v o p r i n c i p i o " el o c t o s í l a b o , e n j u i c i o t í p i c o del h u m a n i s t a , n o cuenta c o n l a a u t o r i d a d p r o p i a de aquellos m e t r o s q u e l a t i e n e n p o r l a p r o s a p i a de conocidos ancestros ilustres. P o r eso, e n r e l a c i ó n c o n el l i n a j u d o e n d e c a s í l a b o , ante el t r i b u n a l p o é t i c o de n u e s t r o p r i m e r h u m a n i s m o , el o c t o s í l a b o h a de ser declarado verso v u l g a r . Puesto q u e en o c a s i ó n se h a t r a t a d o de e m p a r e n t a r l a C a r t a a l a D u q u e s a c o n el " P r o h e m i o e C a r t a " d e l M a r q u é s de Santi¬ l l a n a , p a r a m o s t r a r s i m i l i t u d e s c u a n d o n o d e r i v a c i o n e s , es j u s t o atender a a m b o s textos. E n su esfuerzo p o r d e m o s t r a r l a excelencia y a u t o r i d a d de la p o e s í a , d o n í ñ i g o c o m i e n z a p o r sus o r í g e n e s desde M o i s é s a D a v i d en el A n t i g u o T e s t a m e n t o , p a r a de allí pasar a los griegos, y de ellos a los r o m a n o s . M á s adelante, " d e x a das las regiones, t i e r r a s y comarcas m á s longicas y m á s separadas de n o s " , v i e n e a c o n s i d e r a r las diferentes l i t e r a t u r a s romances, y t e r m i n a d e c l a r a n d o q u e " a s y i t á l i c o s c o m o proencales, l e m o sis, catalanes, castellanos, portugueses e gallegos, o de q u a l q u i e r otras naciones se a d e l a n t a r o n e a n t e p u s i e r o n los gallicos c i s a l p i nos o de l a p r o v i n c i a de E q u i t a n i a en el solepnicar e d a r h o n o r en estas artes"*. P r e s e n t a d a desde sus o r í g e n e s sagrados hasta el t i e m p o m i s m o d e l poeta, e n el " P r o h e m i o e C a r t a " el M a r q u é s de Santilla¬ n a hace q u e l a a n t o r c h a p o é t i c a v a y a pasando de p u e b l o a pueb l o , sin conciencia de r u p t u r a h i s t ó r i c a , en p e r p e t u a u n i f o r m e cont i n u i d a d . N a d a h a b í a p o r r e n o v a r ; el fuego h a b í a a r d i d o desde s i e m p r e , e n u n á n i m e l l a m a c u l t u r a l : " e asy c o n c l u y o q u e esta sgiencia p o e t a l es acepta p r i n c i p a l m e n t e a D i o s , e d e s p u é s a t o d o 8 N o t a T E R R A C I N I que en el discurso de B o s c á n , "dove n o b i l i t à antica, lustro attuale, b o n t à potenziale, si mescolano indiscriminatamente i n u n tumultui argumentationes, prevale così i l m o t i v o dell' « i l l u s t r a z i o n e » " , La lingua..., p. 159. M A R Q U É S DE S A N T I L L A N A , Poesías completas, ed. M a n u e l D u r á n , Castalia, M a d r i d , 1982, t . 2, p . 212. 9 NRFH, XL BOSCÁN FRENTE A N A V A C E R O 149 1 0 l i n a g e e especie de g e n t e " . E n el Arte de poesía castellana de J u a n del E n c i n a o c u r r e o t r o t a n t o : D e a h í creo aver v e n i d o n u e s t r a m a n e r a de t r o v a r , a u n q u e n o d u d o q u e e n I t a l i a florectesse primero q u e e n n u e s t r a E s p a ñ a e d e a l l í decendiesse a n o s o t r o s , p o r q u e si b i e n q u e r e m o s c o n s i d e r a r s e g ú n sentencia de V i r g i l i o , a l l í fue e l solar d e l l i n a g e l a t i n o , e q u a n d o R o m a se e n s e ñ o r e ó de a q u e s t a t i e r r a , n o s o l a m e n t e r e c e b i m o s sus leyes e c o n s t i t u t i o n e s , m á s a ú n el r o m a n c e s e g ú n su n o m b r e d a t e s t i m o n i o . 1 1 P o r m u c h o q u e los dos desearan r e s p i r a r los nuevos aires del h u m a n i s m o i t a l i a n o , en l a v i s i ó n de sus respectivas P o é t i c a s t a n to el M a r q u é s de S a n t i l l a n a c o m o J u a n d e l E n c i n a son mentes h o n d a m e n t e medievales. A m b o s d a n c l a r o t e s t i m o n i o de ello, y a q u e se t r a t a u n a vez m á s de l a translatio studii de l a E d a d M e d i a . D e acuerdo c o n É t i e n n e G i l s o n , para el h o m b r e m e d i e v a l el t i e m p o c o n t i n u a b a desde l a A n t i g ü e d a d sin q u e , h a b l a n d o h i s t ó r i c a m e n te, n a d a lo separara de e l l a . A fines d e l siglo x v , y hasta en los u m b r a l e s m i s m o s del x v i , l a p o é t i c a e s p a ñ o l a a ú n n o h a b í a sent i d o el desgarro m o d e r n o de l a d i s c o n t i n u i d a d c u l t u r a l . D e q u e r e r v i s l u m b r a r el n a c i m i e n t o de l a c o n c i e n c i a h u m a n i s t a n a d a m e parece t a n r e v e l a d o r c o m o el m o d o e n q u e B o s c á n establece l a a u t o r i d a d d e l e n d e c a s í l a b o . R e l e a m o s su C a r t a . ¡ Q u é lejos estamos a q u í de esa c o n t i n u i d a d sin q u i e b r a ! E l b a r c e l o n é s n o h a r á que el e n d e c a s í l a b o progrese sin p a u s a desde sus o r í g e nes e n adelante. M u y p o r el c o n t r a r i o , h a b r á de " t o m a l l e dende a q u í , d o n d e se nos h a v e n i d o a las m a n o s , y b o l v e r c o n él a t r á s p o r el c a m i n o p o r d o n d e v i n o " p a r a " l l e g a r m u y cerca de d o n d e fue su c o m i e n c o " . B o s c á n v a h a c i a a t r á s , a r e c u p e r a r l a h i s t o r i a . Es l a t r a y e c t o r i a d e l h u m a n i s t a e n busca d e l pasado, a q u é l que e n su p o e s í a h a b r á de resucitar. S ó l o entonces, e n su verso y so¬ b r e t o d o e n el de G a r c i l a s o , el e n d e c a s í l a b o c l á s i c o c o b r a r í a nuev a v i d a en l e n g u a castellana. T o d o el t e x t o revela l ú c i d a c o n c i e n cia h i s t ó r i c a de l a d i s c o n t i n u i d a d c u l t u r a l : " Y a s s í le vemos agora en nuestros días a n d a r b i e n t r a t a d o en I t a l i a [ . . . 1 P e t r a r c h a fue el primero q u e e n a q u e l l a p r o v i n c i a le acabó de poner e n su p u n t o [. . . ] 1 2 1 0 Ibid., p . 2 2 3 . E n M A R C E L I N O M E N É N D E Z P E L A Y O , Historia de las ideas estéticas en España, t. 1 : Hasta fines del siglo xv, C . S . I . C . , M a d r i d , 1 9 6 2 , A p é n d i c e V , " A r t e de P o e s í a Castellana de J u a n del E n z i n a " , p . 5 1 5 . É . G I L S O N , La philosophie au xiie siècle, Payot, Paris, 1 9 4 4 , p . 3 2 5 . 1 1 1 2 150 A L I C I A DE C O L O M B Í - M O N G U I Ó NRFH, XL D a n t e fue más atrás, el q u a l u s ó m u y b i e n d é l , p e r o diferentemente que Petrarcha" ( p . 90). T r a y e c t o r i a e m i n e n t e m e n t e t e m p o r a l , donde el e n d e c a s í l a b o g r e c o l a t i n o lejos de pasar en u n contmnum ajeno a t o d o sobresalto y pausa, debe ser r e a c t i v a d o y r e f o r m u l a d o , n o s ó l o entre c u l t u r a s , sino de u n a g e n e r a c i ó n p o é t i c a a o t r a . Lejos estamos de l a serena translatio studii; l a i l u s i ó n de u n i f o r m i d a d se h a t r a n s f o r m a d o en p e r c e p c i ó n d e l c a m b i o ; el sentido de c o n t i n u i d a d h a cedido l u g a r a l a certeza del h i a t o . A s í , en su consider a c i ó n del e n d e c a s í l a b o , el t e x t o de B o s c á n nos d o c u m e n t a el nac i m i e n t o de l a conciencia que h a r á posible l a r e v o l u c i ó n . L a " C a r t a a l a D u q u e s a de S o m a " t a m p o c o se l i m i t a a ser l a p a r t i d a de n a c i m i e n t o de l a p o e s í a p e t r a r q u i s t a en E s p a ñ a . L a vasta i m p o r t a n c i a de t a l f e n ó m e n o n o basta, sin e m b a r g o , p a r a d a r c u e n t a j u s t a de l a r e v o l u c i ó n p r o m o v i d a p o r B o s c á n y G a r c i laso. A l fin de cuentas, de atenernos a l a d e f i n i c i ó n del uso de pet r a r q u i s m o — l a i m i t a c i ó n de l a p o e s í a de P e t r a r c a y en p a r t i c u l a r de su Canzomere— el m i s m o B o s c á n h a b í a " i m i t a d o " h a c í a y a t i e m p o u n a canzone del vate de V a l c l u s a ; y n o j u z g ó t a l cosa p a r t i c u l a r n o v e d a d , y a que en el m o m e n t o de o r d e n a r sus obras la cons i d e r ó , c o m o era j u s t o , u n p o e m a c a n c i o n e r i l . C u a l q u i e r l e c t o r asiduo de nuestros Cancioneros p o d í a reconocer a q u í y allá la huel l a de los versos de P e t r a r c a . N a d a h a b í a en ello de especialmente r e v o l u c i o n a r i o . Baste u n solo e j e m p l o . E l A l m i r a n t e de C a s t i l l a , b u e n a m i g o de B o s c á n , declara q u e al a m a n t e de L a u r a " n o le c u r ó l a h e r i d a / e l arco p o r a v e n t a r " . D e h a b e r sido su verso t r a n s l a c i ó n m á s a m a ñ a d a de " p i a g a per a l l e n t a r d ' a r c o n o n san a " y a u n de a c u m u l a r s e entre sus p á g i n a s c i e n ejemplos de este t i p o ¿ a c a s o el Cancionero general hubiese dado muestra del n a c i m i e n t o de u n a n u e v a p o é t i c a ? L a i n t r o d u c c i ó n de la p o e s í a p e t r a r q u i s t a i m p l i c a b a m u c h o m á s q u e l a de u n a t e m á t i c a e r ó t i c a de e n a m o r a d o s masoquistas y l l o rosos p o r vergeles o p o r desiertos, m u c h o m á s q u e l a i n c o r p o r a c i ó n de i m á g e n e s visuales, sea d e l paisaje o de l a a m a d a , m u c h o m á s q u e u n e n r i q u e c i m i e n t o de a d j e t i v a c i ó n , l é x i c o , s í m i l e s , m e t á f o r a s , o x í m o r o s y clisés e n a b u n d a n c i a , m u c h o m á s que u n a n u e v a v e r s i f i c a c i ó n c o n las consabidas r e f o r m a s m é t r i c a s , m u c h o m á s q u e i n n o v a c i ó n f o r m a l . D e t o d o esto, c l a r o e s t á , t a m b i é n se t r a t a . Pero a m i ver tales son, a u n q u e s i g n i f i c a t i v o s , los accidentes d e l f e n ó m e n o . 1 3 1 3 C i t a d o por M E N É N D E Z P E L A Y O como ejemplo temprano de petrarquism o , Boscán, p . 224. NRFH, XL BOSCÁN FRENTE A N A V A G E R O 151 L a r e v o l u c i ó n e n q u e se e m b a r c a r o n B o s c á n y su b u e n a m i g o G a r c i l a s o n o fue menos que l a de l a i n t r o d u c c i ó n e n l a l e n g u a del I m p e r i o de l a p o é t i c a r e n a n c e n t i s t a . L o h i c i e r o n de l a ú n i c a m a n e r a p o s i b l e , e n c a r n á n d o l a en sus p r o p i o s versos, c u y a trayector i a r e v e l a c ó m o p a u l a t i n a m e n t e fue c o b r a n d o f o r m a , desde el visl u m b r e i n c i a l hasta su perfecta m a d u r e z , el e n t e n d i m i e n t o de l a n u e v a p o é t i c a . U n e n t e n d i m i e n t o q u e se v a a h o n d a n d o al hacerse p o e s í a . E n esos p r i m e r o s m o m e n t o s l a n u e v a conciencia no p o d í a d i f u n d i r s e a t r a v é s de tratados t e ó r i c o s ; r e c i é n n a c i d a , t e n í a que irse f o r m a n d o e n c o n t r á n d o s e e n sí m i s m a , en c o n f r o n t a c i ó n cread o r a c o n el m o d e l o e j e m p l a r . P a r a ello el Canzoniere a b r i ó c a n ó n i ca a v e n i d a . M o d é l i c o en tantos sentidos, e n é s t e fue s e m i n a l : en p o e s í a p a r a d i g m á t i c a , P e t r a r c a h a b í a i n t r o d u c i d o en v e r n á c u l o l a p o é t i c a de l a sabia imitatio h u m a n i s t a . S i n e m b a r g o la i m i t a c i ó n de las Rime sparse n o p o d í a tener i d é n t i c o alcance p a r a el veneciano q u e p a r a B o s c á n . í n t i m o conoced o r de l a o b r a de P i e t r o B e m b o , su c o m p a t r i o t a y a m i g o , ¿ q u é o t r a cosa h u b i e r a de r e c o m e n d a r A n d r e a N a v a g e r o sino esa est r i c t a i m i t a c i ó n de Petrarca que estaba t r i u n f a l m e n t e estableciend o su r i g o r en i n n ú m e r a s p l u m a s italianas? ¿ P o r q u é seguir o t r o m o d e l o c u a n d o el poeta del Canzoniere h a b í a dejado el m á s docto de los versos en d e f i n i t i v o y e n v e r d a d i n s u p e r a b l e estado de perf e c c i ó n ? M u c h o s a ñ o s d e s p u é s de l a p l á t i c a en el G e n e r a l i f e , y a m u e r t o N a v a g e r o , e s c r i b i r á B o s c á n e n su C a r t a q u e el vate de V a l c l u s a ' 'le a c a b ó de p o n e r e n su p u n t o , y e n é s t e se h a q u e d a d o v q u e d a r a , creo y o , p a r a s i e m p r e " ( p . 9 0 ) . Excelente d e f i n i c i ó n del m o d e l o ó p t i m o : a q u é l , y a ajeno a t o d o d e v e n i r , fijo c o m o u n a idea p l a t ó n i c a , en la perenne, absoluta p e r f e c c i ó n que lo eterniza. ¡ C ó m o hubiese c o m p l a c i d o al a u t o r de las Prose della Volgar Lin¬ gua eco t a n n í t i d o de su pensamiento! Pero e n 1526 el d o g m a b e m b i a n o de l a imitatio p e t r a r q u i s t a h a b í a de ser t a n ajeno al barcelon é s c u a n t o f a m i l i a r p a r a el v e n e c i a n o . M a l hubiese t e n i d o B o s c á n o p o r t u n i d a d de h a b e r l e í d o p a r a ese entonces las r e c i é n a m a n e c i das Prose. M a l hubiese p o d i d o el í n t i m o de B e m b o al h a b l a r del m o d o p o é t i c o de los buenos autores de I t a l i a n o tenerlas e n m i e n tes de c o n t i n u o . E n I t a l i a l a i m i t a c i ó n de P e t r a r c a estaba u n i d a indefectiblemente a l a c u e s t i ó n de l a l e n g u a . B e m b o — c o n f r o n t a d o c o n l a f r a g m e n t a c i ó n d i a l e c t a l de u n a p e n í n s u l a p o l í t i c a m e n t e f r a g m e n t a d a — se e s f o r z ó e n establecer a t r a v é s d e l m o d e l o ó p t i m o u n a l e n g u a p o é t i c a u n i f i c a d a , y en g r a n parte l o l o g r ó . Esa " I t a l i a m i a " que Petrarca s o ñ a r a ; como la invadida y atomizada I t a l i a d e l siglo x v i , n o t e n í a r e a l i d a d p o l í t i c a a l g u n a , y n o l a t u - ALICIA DE COLOMBÍ-MONGUIÓ 152 NRFH, XL v o hasta G a r i b a l d i ; p e r o i n v e n t ó — p o r el " i n v e n i r e " de B e m b o , u n h i j o de V e n e c i a — l a de u n a l e n g u a l i t e r a r i a h o m o g é n e a g r a cias a l a i m i t a c i ó n estricta de l a de P e t r a r c a y de Boccaccio. F u e desde el toscano del verso del u n o y de l a prosa d e l o t r o d o n d e I t a l i a d e s c u b r i ó y v i v i ó n o b l e m e n t e su u n i d a d . A u n de h a b e r leíd o B o s c á n las Prose della Volear Lingua, esta p r o b l e m á t i c a f u n d a m e n t a l de l a o b r a - a t a d a a la s i t u a c i ó n p a r t i c u l a r í s i m a de l a pen í n s u l a i t a l i a n a — le h u b i e r a sido, p o r ajena, de l i m i t a d o i n t e r é s . L e j o s de estar f r a g m e n t a d a , E s p a ñ a c o n o c i ó desde los Reyes C a t ó l i c o s u n a u n i d a d p o l í t i c a , r a r a y hasta precoz respecto a l resto de E u r o p a , y — c o m o l o p r u e b a l a g r a m á t i c a de u n h i j o de A n d a l u c í a — t u v o a ú n m á s precoz conciencia de l a realidad h e g e m ó n i c a d e l castellano c o m o l e n g u a i m p e r i a l . Sus diferencias dialectales no implicaban una f r a g m e n t a c i ó n comparable a la italiana, m a l pese a los p u r i s m o s nacionalistas q u e siempre h a n e x i s t i d o y exist i r á n ( d í g a n l o los C o m e n t a r i o s a los versos d e l t o l e d a n o ) . A n d r e a N a v a g e r o , p o r ser q u i e n era, h u b o de presentar a su i n t e r l o c u t o r el credo de l a p o é t i c a h u m a n i s t a que él m i s m o p r o f e saba. B o s c á n , siendo q u i e n era, t o m ó de l o que é s t e le d i j o l o q u e m e j o r e n t e n d í a y m á s necesitaba. C o m o e n todos los d i á l o g o s e n t r e i n d i v i d u o s y c u l t u r a s , c u a n d o h a y e n t e n d i m i e n t o de a l g ú n t i p o , cada u n o c o m p r e n d e l o que puede, y m u c h o m e j o r lo que q u i e re. E n materias de p o é t i c a h u m a n i s t a N a v a g e r o n a d a t e n í a q u e a p r e n d e r de B o s c á n ; n i e n l o q u e t o c a b a al t e m a p u d o h a b e r ent r e ellos p r o b l e m á t i c a a l g u n a e n d i s c u s i ó n , n i m a t e r i a de p o s i b l e controversia. E l g r a n h u m a n i s t a v e n e c i a n o n o estaba enfrentado a u n c o n t e n d i e n t e ; p o r el c o n t r a r i o , h a b l a b a c o n su converso. A s í c o m o u n d í a el dedo de l a a m a d a esposa b o r r a r í a de l a frente de B o s c á n los a n t i g u o s amores, a s í l a p l á t i c a de N a v a g e r o t e r m i n ó p o r hacerle desterrar de sus futuros versos los versos del pasado. Ese m o d o de hacer p o e s í a en l a imitatio le p a r e c i ó t a n a t r a c t i v o c o m o n u e v o : i n t e n t a r l o e n castellano s e r í a pisar e n t i e r r a n u n c a h o l l a d a . P a r a su i n t e r l o c u t o r l a cosa t u v o que ser m u y d i f e r e n t e . S i en t a l m a t e r i a B o s c á n era de necesidad tabula rasa, p a r a el veneciano l a i m i t a c i ó n h u m a n i s t a era necesariamente su h o r i z o n t e f a m i l i a r , en q u e se d a t a n p o r sentado q u e n o p u e d e ser causa de i n t e r r o g a n t e s , d i s c u s i ó n , n i m a r a v i l l a . S i n e m b a r g o , y m u y en o t r o sentido, t a m 14 1 4 C o m o , huelga decirlo, demuestra A N T O N I O A L A T O R R E , "Garcilaso, H e r r e r a , Prete J a c o p í n y D o n T o m á s de T a m a y o y V a r g a s " , MLN, 7 8 ( 1 9 6 3 ) , 126-151, ahora en La poesía de Garcilaso, p p . 325-365. NRFH, XL BOSCÁN FRENTE A N A V A G E R O 153 b i é n p a r a N a v a g e r o l a imitatio era c u e s t i ó n p a l p i t a n t e , e n l a c u a l n o p o d í a menos q u e estar p r o f u n d a m e n t e c o m p r o m e t i d o y h a s t a e m b a n d e r a d o . Su ferviente c i c e r o n i a n i s m o d e m u e s t r a su d e v o c i ó n a l a m á s r i g u r o s a n o r m a i m i t a t i v a . F u e el C a r d e n a l B e m b o p o r t a e s t a n d a r t e y a d a l i d de aquellos ciceronianos c o n t r a quienes se l e v a n t ó E r a s m o en m u y gallardo d u e l o . Por ciceronianos, clar o e s t á , a q u í h a de entenderse los devotos de esa n o r m a i m i t a t i v a , q u e si b i e n n o n a c i ó c o n B e m b o t r i u n f ó bajo su estandarte: l a i m i t a c i ó n estricta de u n m o d e l o l i t e r a r i o ó p t i m o , que si b i e n p a r a l a p o e s í a v e r n á c u l a h a b í a de ser P e t r a r c a , p a r a l a prosa l a t i n a d e b í a ser C i c e r ó n . ¿ Q u é o t r a cosa h u b i e r a de r e c o m e n d a r A n d r e a N a v a g e r o sino l a r e s t r i c t i v a p o é t i c a q u e estaba v i c t o r i o s a m e n t e estableciendo su austero r i g o r en i n n ú m e r a s p l u m a s i t a l i a nas? Salvo p o r u n a m a r c a d a i n c l i n a c i ó n p o r C a t u l o , h a b i e n d o d e c i d i d o e x c l u i r de su o b r a t o d o escritor l a t i n o excepto los augus¬ teos, N a v a g e r o se c o n t a b a e n t r e los p u r i s t a s m á s a c é r r i m o s . A l a v e z , a m a n t e de l a paz de sus j a r d i n e s y d e l p l á c i d o d i a l o g a r c o n esos c l á s i c o s , o r a griegos, o r a r o m a n o s , que en sus esmeradas e d i ciones d a b a a n u e v a v i d a , n o era este asiduo filólogo h o m b r e de e n t r a r e n p o l é m i c a d i a t r i b a . N i falta le h a c í a h a c e r l o . Sus actos d i e r o n elocuente m u e s t r a de su c o n v i c c i ó n y hasta d i r é de su fe, l a c u a l t u v o p o r m á r t i r e s los diez v o l ú m e n e s de su H i s t o r i a de V e n e c i a , que N a v a g e r o d e s t r u y ó p o r q u e los h a b í a escrito a i m i t a c i ó n n o de C i c e r ó n , sino de C é s a r . D e b i e r o n a s í m o r i r : C é s a r n o e r a C i c e r ó n . P o r t a n t o , n o m e parece a v e n t u r a d o a f i r m a r q u e 15 1 6 1 5 D E S I D E R I O E R A S M O , II Ciceroniano o dello stile migliore, L a Scuola Editri¬ ce, Brescia, 1965. A n é c d o t a citada por M E N É N D E Z P E L A Y O , Boscán, p . 57: Navagero, " c o n d e n ó antes de m o r i r varias obras que estimaba imperfectas: su Historia de V e necia en diez libros en que se h a b í a propuesto i m i t a r el estilo de los C o m e n t a rios de C é s a r " ; pero aunque el maestro santanderino sabe sobradamente del ciceronianismo del veneciano, q u i e n era tan "exclusivo e intransigente como el m i s m o L o g o l i o " (aquel infeliz contra quien se volcó la furia del Ciceroniano) no saca la obvia consecuencia a l a que justamente llevó el m á s restringido de los c á n o n e s imitativos. L a H i s t o r i a de Venecia fue sin duda su obra de m á s envergadura tanto por su e x t e n s i ó n como por su c a r á c t e r de d é b i t o p ú b l i c o : Navagero era el historiador oficial de la S e r e n í s i m a . L a tragedia de su obra fue la de haberse equivocado de modelo —no g é n e r i c o — pero sí de lengua y estilo, en una preceptiva que en prosa l a t i n a exigía la sola y absoluta soberan í a de C i c e r ó n . Y así r e s u l t ó N a v a j e r o m á s papista que el Papa; porque, he de agregar, su sucesor como historiador oficial de la R e p ú b l i c a fue el mismísi¬ m o B e m b o , que acaso como fraternal homenaje a su predecesor e s c r i b i ó su H i s t o r i a de Venecia a i m i t a c i ó n de C é s a r , y no del modelo ó p t i m o que con tanto b r í o él m i s m o e x i g í a en su " D e i m i t a t i o n e " . 1 6 154 NRFH, ALICIA DE COLOMBÍ-MONGUIÓ XL p a r a N a v a g e r o l a c o n t r o v e r s i a sobre l a imitiatio d e l m o d e l o ú n i c o , que a b r i e r a n h a c í a y a t i e m p o P o l i z i a n o y C o r t e s i y que l l e g ó a sus d í a s e n l a de B e m b o c o n el s o b r i n o de Pico d e l l a M i r á n d o l a , n o sólo no le fue i n d i f e r e n t e , sino v i t a l . A p e n a s i n i c i a d o , m e j o r d i c h o , apenas e n t e r a d o d e l f e n ó m e n o i m i t a t i v o desde l a perspectiva d e l h u m a n i s m o , B o s c á n m a l p o d í a interesarse y m e n o s e m b a n d e r a r s e en u n o u o t r o c a m p o de semej a n t e p o l é m i c a . É s t a s ó l o p o d í a ser c u e s t i ó n y p r e o c u p a c i ó n de los i n i c i a d o s . A p e n a s c a t e c ú m e n o s e n l a n u e v a p o e s í a , p a r a Bosc á n y Garcilaso l a c u e s t i ó n p a l p i t a n t e no p u d o ser o t r a q u e l a m i s m í s i m a i m i t a c i ó n h u m a n i s t a , l a de u n a p o e s í a f u n d a d a e n l a i m i t a c i ó n de los c l á s i c o s , fueran latinos o v e r n á c u l o s . M u c h í s i m o m á s p r o b l e m á t i c a q u e l a de l a m é t r i c a , q u e sin ser de poca m o n t a era algo m u c h o m á s e v i d e n t e al e n t e n d i m i e n t o y a l o í d o , se les h u b o de presentar desde el c o m i e n z o , p r i m e r a y p r i n c i p a l , l a c u e s t i ó n de l a vmüatio h u m a n i s t a . E n r e a l i d a d l a cosa era p a r a calentarle l a sangre a c u a l q u i e r poeta. ¿ N o se t r a t a b a acaso d e l d e s c u b r i m i e n t o de u n m u n d o nuevo? o e n otras palabras, ¿ n o era é s t e el i n t e n t o de resucitar las voces seculares?, o hasta m á s ¿ n o s e r í a el rehacerse, el resucitarse a u n o m i s m o en l a t a u m a t u r g i a de esta p o é t i c a ? ¿ C ó m o t a l e m p e ñ o n o h a b r í a de e m o c i o n a r a u n h o m b r e c o m o B o s c á n que t e r m i n ó p o r hacer de L á z a r o í n t i m o leitmotiv de su p o e s í a ? ¿ C ó m o n o h a b í a de c o n m o v e r l a q u e h a b r í a de ser m u y p r o n t o l a v o z ó r f i c a de Garcilaso? L a i m i t a c i ó n m i s m a , c o m o p u r o f e n ó m e n o p o é t i c o , a u n sin deshilacharse e n b a n d e r í a s p o l é m i c a s , t u v o q u e ser e n esos p r i m e r o s a ñ o s l a c u e s t i ó n fundam e n t a l ; y n o e r r a b a n . C o m o d e c í a , p a r a el m a d u r o h u m a n i s m c de N a v a g e r o l a imitatio e n sí era algo t a n n a t u r a l q u e n i se le h u b i e r a o c u r r i d o d i s c u t i r l a . H a c e r l o hubiese sido i n s ó l i t o ; nadie dis¬ cute l a c o n v e n i e n c i a d e l aire q u e respira. Siendo l a i m i t a c i ó n e! sine qua non de l a p o é t i c a h u m a n i s t a , el veneciano d e b i ó h a b l a i de ella c o m o cosa que v a de suyo, t r a í d a n e c e s a r i a m e n t e a cuentas al presentar los m é r i t o s de l a a u t é n t i c a p o e s í a petrarquista frentt a l a c a n c i o n e r i l , y a q u e algo o m n i p r e s e n t e p o r i m p r e s c i n d i b l e er l a i t a l i a n a b r i l l a b a p o r su ausencia e n l a e s p a ñ o l a T u v o que vei a las claras q u e B o s c á n , a u n q u e inocente de r e f i n a m i e n t o s filólo 1 7 1 7 Para los textos de Poliziano y Cortesi, Prosatori Latini del Quattrocento, ed. Eugenio G a r i n , R i c c i a r d i , M i l a n o , 1953, pp. 902-904. Para los de Bembo > Pico, G I O R G I O S A N T A N G E L O , Le epistole "De imitatione" di Giovanfrancesco Pico dellt Mirándola e di Pietro Bembo, O l s c h k i , Firenze, 1954; la epístola de Bembo esté fechada en 1513. Sobre la querella en c u e s t i ó n v é a s e S A N T A N G E L O , II Bembi critico e il principio d'imitazione, Sansoni, Firenze, 1950. NRFH, XL BOSCÁN FRENTE A N A V A G E R O 155 g i c o - e r u d i t o s , era u n i n g e n i o i l u s t r a d o e n las d i s c i p l i n a s h u m a nistas, a m a n t e de los c l á s i c o s , f a m i l i a r i z a d o c o n los versos de Pet r a r c a . ¿ C ó m o n o h a b l a r de i m i t a c i ó n e n t a l contexto? E l t e m a lo e x i g í a , y l a í n d o l e de su i n t e r l o c u t o r l o r e c l a m a b a . L a p o e s í a de que le h a b l a b a N a v a g e r o , l a que B o s c á n t r a t a r í a de hacer suya, era cosa a d m i r a b l e , n u e v a , s u t i l . Pero n o i m p o s i ble. A l fin de cuentas el ayo que e n s e ñ ó al f u t u r o D u q u e de A l b a a versificar c o m o c u m p l i d o cortesano, se c r i ó e n l a p r e c e p t i v a de los studia humanitatis, d o n d e se h a b í a " e x o r n a d o [su] i n g e n i o c o n las q u e l l a m a n p r i m e r a s letras, [ y se h a b í a esforzado] a seguir adelante y llegar a m á s altos e s t u d i o s " . Desde m u c h a c h o el gentil barc e l o n é s h a b í a a m a d o las letras c l á s i c a s ; y a s í " e n t r e todos los generosos adolescentes q u e s i r v e n al r e y F e r n a n d o , a n i n g u n o he v i s t o a d o r n a d o de mejores v i r t u d e s y m á s d e d i c a d o al estudio excelente de las buenas l e t r a s " . N o hubiese d i c h o palabras tales L u c i o M a r i n e o p a r a alabar las coplas c a n c i o n e r i l e s que e s c r i b í a su d i s c í p u l o , a u n q u e c o n bastante m á s t a l e n t o q u e m u c h o s en estos ejercicios de i n g e n i o palaciego. E n las aulas regias, B o s c á n se d i s t i n g u i ó e n t r e todos e n esos m i n u c i o s o s estudios de los c l á s i c o s e n q u e l o h u b o de ejercitar el modesto si devoto h u m a n i s t a siciliano. Recordemos que parte esenc i a l de l a p r e c e p t i v a de los studia humanitatis era precisamente l a i m i t a c i ó n de los textos c l á s i c o s . E j e r c i c i o s escolares, sí, p e r o de esos q u e a l i m e n t a n l a m e m o r i a y el e n t e n d i m i e n t o , y los p r e p a r a n p a r a u n d í a reconocer el c a m i n o a seguir: l a a n t i g u a n u e v a h u e l l a de C a t u l o , l a m i l a g r o s a de V i r g i l i o , el l ú c i d o paso del V e n u s i n o , el r a s t r o o p u l e n t o d e l S u l m o n é s : l a senda m i s m a que en sus e n d e c a s í l a b o s a b r i ó p a r a l a p o é t i c a e u r o p e a el g r a n i m i t a d o r que fue P e t r a r c a . E n a q u e l l a corte ¿ q u i é n c o m o J o a n B o s c á n p a r a atender y ent e n d e r a N a v a g e r o ? Su mensaje, l a s e m i l l a de l a p o é t i c a h u m a n i s t a , a l caer e n el b a r c e l o n é s c a y ó e n l a m e j o r t i e r r a h i s p á n i c a . N o s l o a n u n c i a l a c a r t a de M a r i n e o S í c u l o ; l o c o n f i r m a t o d o el f u t u r o de n u e s t r a p o e s í a en las E s p a ñ a s . N o es de d u d a r q u e de todas formas l a r e v o l u c i ó n hubiese ocur r i d o , p o r q u e t e n í a q u e o c u r r i r ; y e n esa p r i m a v e r a de 1526 estab a t o d o e n su t i e m p o y su s a z ó n . N a d a t i e n e de e x t r a o r d i n a r i o 1 8 1 9 1 8 A m b a s citas son de la carta latina de L u c i o M a r i n e o Sículo a B o s c á n , cuyo texto da M E N É N D E Z P E L A V O , y yo cito en su t r a d u c c i ó n , Boscán, p . 3 1 . Sobre el tema véase G A R I N , L'educazione umanistica in Italia, Laterza, Bar i , 1949. 1 9 156 ALICIA DE COLOMBÍ-MONGUIÓ NRFH, XL q u e al fin de cuentas pasara l o q u e t e n í a q u e pasar. L a m a r a v i l l a es q u e v i n o a acontecer d e l m e j o r de todos los m o d o s posibles. E n l a h i s t o r i a de l a l i t e r a t u r a e s p a ñ o l a l a " C a r t a de B o s c á n a l a D u q u e s a de S o m a " , m a n i f i e s t o de u n a r e v o l u c i ó n y p a r t i d a de n a c i m i e n t o de u n a n u e v a p o e s í a , n o s ó l o h a sido su d o c u m e n t o , sino nuestra ú n i c a v e n t a n a a su m i l a g r o . Sabemos que d e s p u é s de t a l p l á t i c a , y a en el m i s m í s i m o viaje de regreso, B o s c á n h i z o sus p r i m e r í s i m a s tentativas e n el n u e v o m o d o . D a d o l o a r d u o de l a empresa, n o es de pensar q u e a u n h o m b r e de t a n b u e n j u i c i o c o m o era, se le hubiese o c u r r i d o g u a r d a r b o r r a d o r e s n i c o p i a de aquellos p r i m e r o s ejercicios. A l t é r m i n o del viaje, se a p r e s u r ó a d i s c u t i r l a c u e s t i ó n c o n G a r c i l a s o , q u i e n a las claras se e n t u s i a s m ó , t e r m i n a n d o p o r a l i m e n t a r c o n el suyo el i n i c i a l entusiasmo de B o s c á n . P o r l o t a n t o , n o es j u s t o establecer entre los poemas t e m p r a n o s de ambos n i n g u n a p r i o r i d a d ent r e el u n o y el o t r o ; s e g ú n t o d a e v i d e n c i a se e m b a r c a r o n e n l a b o r paralela y conjunta. Desde ese m o m e n t o hasta p o r l o m e n o s 1532 h a y sobradas razones p a r a reconocer e n los poemas de B o s c á n y G a r c i l a s o una constante m u t u a l i d a d de esfuerzo. E l b a r c e l o n é s , p o r p r á c t i c a de a ñ o s , era acabado p e r i t o e n p o e s í a de c a n c i o n e r o , y a u n q u e en tales versos e r a n duchos a m b o s , s i n d u d a B o s c á n l l e v a b a a m p l i a d e l a n t e r a al t o l e d a n o . E n l a n u e v a empresa, sin e m b a r g o , e r a r los dos, p o r i g u a l , poetas noveles. L a p l á t i c a de N a v a g e r o le a b r í a el h o r i z o n t e a u n m u n d o p o é t i c o q u e sólo p o d í a ser p o s e í d o rehac i é n d o s e c o m o poeta. E n t e n d i ó s o b r a d a m e n t e que l a e m p r e s a ser í a tan ardua cuanto s e n t í a admirable lo que v i s l u m b r a b a en h propuesta del veneciano. Para B o s c á n , m u y pronto para Garcila so, hic incipit vita nova. Desde 1526 hasta l a l l e g a d a de G a r c i l a s o a N á p o l e s l a p o e s í ; de a m b o s a m i g o s d a p r u e b a s o b r a d a del esfuerzo de aprehende] u n a n u e v a p o é t i c a . N o o t r a cosa q u e l a imitatio h u m a n i s t a p o d í í ser l a p i e d r a filosofal q u e t r a n s m u t a r a l a p o e s í a e s p a ñ o l a desd< su m i s m a e n t r a ñ a hasta cada u n o de sus accidentes. Y a s í fue E n t e n d i e r o n b i e n q u e n o bastaba c o n t i n u a r c o m o hasta ese m o m e n t ó se h a b í a hecho: t o m a r prestados d e l Canzoniere conceptos s í m i l e s , i m á g e n e s , y u n o q u e o t r o verso; n i q u e t a m p o c o era eos; de i n t e n s i f i c a r t a l p r á c t i c a a u m e n t a n d o los p r é s t a m o s , t a l c o m , e n las q u i n t i l l a s de " L a s cosas de menos p r u e v a s " . A u n q u e l o poetas cancioneriles h u b i e s e n e n t r a d o a saco p o r las suntuosas r i quezas de P e t r a r c a p a r a engastarlas ad nauseara e n c u a n t o vers( se les a n t o j a r a , n o h u b i e r a n l o g r a d o t r a n s f o r m a r su p o é t i c a . E n NRFH, XL BOSCÁN FRENTE A N A V A G E R O 157 tre las tantas cosas admirables de l a r e v o l u c i ó n perpetrada p o r Bosc á n y G a r c i l a s o , n o es l a de m á s m e n g u a d a i m p o r t a n c i a que n i n g u n o de los dos emprendiese l a e m p r e s a p o r l o m á s vistoso y desl u m b r a n t e , que era sin d u d a l o m á s s u p e r f i c i a l . Y a desde sus p r i m e r o s y a m e n u d o trastabillantes esfuerzos, a t e n d i e r o n al meollo e s p i r i t u a l del Canzoniere: el t o r m e n t o y el n a u f r a g i o , l a l u c h a y el e n s i m i s m a m i e n t o , l a t e n s i ó n e n t r e esperanza y l l a n t o , el oscilar entre o s a d í a e n a m o r a d a y v e r g ü e n z a a m a n t e , el desgarro de l a d u d a y el t e m b l o r p o r l a i n m i n e n c i a d e l fracaso. M i l veces l o h a r á n en t é r m i n o s c a n c i o n e r i l e s , pero n i fue l a poes í a de c a n c i o n e r o ajena a l a i n t r o s p e c c i ó n e m o c i o n a l , n i p o r h a c e r l o f u e r o n m á s infieles a l a a u t é n t i c a t ó n i c a p e t r a r q u i s t a q u e los f u t u r o s ensartadores de sus t ó p i c o s r e m a n i d o s p a r a f o r t u n a de nuestra lírica, n o los sedujo esa senda fácil que t o m ó p o r toda E u r o p a t a n t o versificador adocenado, e x o r n a n d o menguados versos c o n r i s t r a s de o x í m o r o n e s y fútiles p e d r e r í a s . ¿ P o r d ó n d e h a n de e n c o n t r a r s e e n l a p o e s í a de a m b o s a m i g o s el abuso del o x í m o r o n e r ó t i c o — q u e y a h a b í a t e n t a d o a J o r d i de Sant J o r d i t a n t o c o m o a S a n t i l l a n a — o en l a descriptio puellae el desborde de l a m e t á f o r a s u n t u a r i a ? P o r siglos las " l u c e s " de L a u r a f u e r o n o b l i g a d o s soles en i n n ú m e r o s ojos f e m e n i n o s , el o n d e a n t e o r o de sus cabellos se a g o t ó a l esparcirse i n f i n i t o p o r m u y c o n t r a r i o s v i e n t o s ; m i r í a d a s de versos en todas las lenguas europeas creyendo enriquecerse c o n las suntuosas i m á g e n e s d e l Canzoniere, las d e s a n g r a r o n e n c l i s é s , p a r a i l u s t r a r desde e m b l e m a s e r ó t i c o s hasta e m b l e m a s j e s u i t a s . C o m o b i e n e n t e n d i ó B a r t o l o m é L e o n a r d o de A r g e n s o l a , t o d o est o " q u e es p e d r e r í a i n o a m o r o s o c a n t o " , n o es l o m á s a u t é n t i c o d e l p e t r a r q u i s m o : " q u e n i a l a d o c t a scuela p e t r a r q u i s t a / n i a su a u t o r v e n e r a b l e a r g u y o e n e s t o " . E l o r o p e l de estos j o y e l e s h u b i e s e sido p a r a B o s c á n y G a r c i l a s o m u c h o m á s p e l i g r o s o lastre q u e b u e n a p a r t e de l a h e r e n c i a c a n c i o n e r i l . L o s c r í t i c o s de G a r c i l a s o i n s i s t e n e n n o t a r que e n su p r i m e r p e r í o d o n o h a a d o p t a d o los aspectos concretos — e n l o i m a g í s t i c o y d e s c r i p t i v o — de las Rime sparse. P o r l o general t a l j u i c i o nos l l e ga c o m o si el t o l e d a n o , a ú n cegado p o r el Cancionero general, n o h u b i e s e sabido captar l o m á s g e n u i n o de l a p o e s í a p e t r a r q u i s t a . Y , s i n e m b a r g o , s i n e m b a r g o . . . ¿ q u é h a y en P e t r a r c a de m á s g e n u i n o q u e l a o s c i l a c i ó n e m o t i v a , l a obsesiva i n t r o s p e c c i ó n , o r a su a g r i d u l c e a t o r m e n t a r s e , o r a su desvelo a t o r m e n t a d o ? E l vate 2 0 2 0 Rimas de Lupercioy Bartolomé Leonardo de Argensola, ed. J o s é M a n u e l Blecua, Espasa-Calpe, Zaragoza, 1 9 5 1 , t . 2, p . 375. 158 ALICIA DE COLOMBÍ-MONGUIÓ NRFH, XI de ese supremo verso del e n s i m i s m a m i e n t o , " d i me medesmo mece m i v e r g o g n o " , el que e n tantos poemas nos dice d e l í n t i m o desg a r r o de su Secretum, ¿ e s m á s o menos a u t é n t i c o q u e el estupende e n g a r z a d o r de i m á g e n e s , c u y a m i s m a b r i l l a n t e z i n v i t a m á s a te r e p e t i c i ó n superficial q u e a l a m e d i t a c i ó n recreadora? A l contrar i o de l o que suele repetirse e n r e m a n i d o clisé c r í t i c o , l a f a m i l i a r i d a d c o n l a p o e s í a de c a n c i o n e r o n o p o d í a descarriarlos d e m a s í a d o . P o r artificiosa, abstracta, poco d e s c r i p t i v a q u e fuese e n modc a l g u n o era ajena a l a i n t r o s p e c c i ó n e m o c i o n a l . Esos p r i m e r o s i n tentos, a u n q u e desnudos de visualizaciones físicas, y p r e ñ a d o s d< t é r m i n o s y m o d o s cancioneriles, ¿ s o n acaso infieles a l a t ó n i c a es p i r i t u a l del Canzoniere? " S é q u e m e acabo, y m á s é y o sentido / v e r acabar conmigc m i c u y d a d o . / Y o a c a b a r é , q u e m e e n t r e g u é sin a r t e . . . " dice e p r i m e r soneto de G a r c i l a s o ; y m á s a l l á d e l p o l i p t o t o n c a n c i o n e r i ¿ e s p o r v e n t u r a ajeno a P e t r a r c a y al m á s g e n u i n o petrarquisme ese sentirse y saberse p e r d i d o y acabado p o r l a p a s i ó n amorosa: L a h e r e n c i a d e l Cancionero general, claro e s t á , n o h a b r í a de a b r i r l e l a n u e v a senda, p e r o su h e r e n c i a n o i m p l i c ó p a r a ellos o b s t á c u l f n i d e s v í o e n el l a b o r i o s o progreso hacia l a m e t a elegida. D e imitatio se t r a t a b a pues, y se e m p e ñ a r o n e n comprender!; del m e j o r m o d o posible: l e y e n d o los versos de P e t r a r c a desde 1. q u e é s t o s les r e v e l a b a n de su p o é t i c a . N o a t e n d i e n d o s ó l o a l a su perficie v e r b a l , sino a l a savia q u e l a n u t r í a . N o p r e g u n t á n d o s m e r a m e n t e l o q u e el p o e t a d e c í a en el verso, sino c ó m o l o h a b í ; c o n s t r u i d o . L e y e n d o n o solamente las palabras, sino las p a l a b r a q u e las a l i m e n t a b a n . A l h a c e r l o , h a U a r o n e n l a p o e s í a del Canzo niere l a p o é t i c a del h u m a n i s t a : l o m á s g e n u i n o , l o m á s p r o f u n d de esos versos se alzaba desde u n m o d e l o a l a vez l i b e r a d o r y se m i n a l . E n t e n d i e r o n a s í q u e , a pesar de su f e r v o r v i r g i l i a n o , t o d l a p o e s í a de P e t r a r c a , t a n t o en verso l a t i n o c o m o toscano, revela b a su eclecticismo. E l e s t u d i o de sus versos j a m á s los hubiese lie v a d o a e n t r o n i z a r en l a p r á c t i c a i m i t a t i v a el m o d e l o ú n i c o , po ó p t i m o que fuese. E n s u m a , al i m i t a r el Canzoniere t a n t o B o s c á c o m o G a r c ü a s o buscaron reconstruir el m o d o en que Petrarca cora puso sus poemas. P a r a hacerlo f u e r o n en busca de las m i s m a s ma terias c o n q u e estaban c o n s t r u i d o s los versos m o d é l i c o s . N o t ó M e n é n d e z P e l a y o que B o s c á n c o m p u s o u n soneto " i m í t a n d o , o m á s b i e n c a l c a n d o " , los dos p r i m e r o s versos de o t r 2 1 2 1 Boscán, p . 245. NRFH, XL BOSCÁN FRENTE A N A V A G E R O 159 de P e t r a r c a (Canzoniere X X X V ) , p a r a l u e g o seguir p o r su cuenta m u y diverso camino. Solo y penoso en p á r a m o s desiertos a ver no vea alguien mis desconciertos. M i s tormentos assí vienen tan ciertos, y van mis sentimientos tan cargados, que a ú n los campos me suelen ser pessados porque todos no stán secos y muertos. Si oyó balar acaso algún ganado, y la boz del pastor da en mis oídos, allí se me rebuelve m i cuydado. Y quedan espantados mis sentidos, c ó m o ha sido no haver desesperado d e s p u é s de tantos llantos doloridos. ( X X X V , p. 98) E n efecto B o s c á n se separa p r o n t o d e l s u b t e x t o d e l Canzoniere X X X V , p e r o n o p o r a b a n d o n a r l o " l a i m i t a c i ó n se detiene a q u í " c o m o j u z g ó d o n M a r c e l i n o . H a y m u c h o s m o d o s de i m i t a r , y c o n m u y diferentes grados de e l a b o r a c i ó n d e l m o d e l o . O b v i a m e n t e e n este caso n o se t r a t a de lo q u e los tratadistas d e l R e n a c i m i e n t o l l a m a b a n " s e q u i " , n i el p o e m a de B o s c á n hubiese sido m á s pet r a r q u i s t a si sus versos h u b i e s e n seguido su m o d e l o m á s de cerca. Comparemos la ya mencionada c a n c i ó n del L i b r o P r i m e r o , " L a s cosas de m e n o s p r u e v a s " , c o n este soneto. L a l e c t u r a c o n j u n t a de a m b o s poemas c o n sus respectivas fuentes m o s t r a r á de i n m e d i a t o que l a t r a s l a c i ó n de elementos correlativos es m u c h í s i m o m á s a l t a e n l a c a n c i ó n . S i n e m b a r g o , las q u i n t i l l a s e s t á n i n f i n i t a m e n te m á s lejos de l a p o e s í a de P e t r a r c a q u e el soneto X X X V . E l n ú m e r o de s í m i l e s , i m á g e n e s , figuras que e n su c a n c i ó n Bosc á n h a t o m a d o de l a i t a l i a n a es m a s i v o : y c o n t o d o n o alcanza n i s i q u i e r a a sonarnos p e t r a r q u i s t a . E n c a m b i o , el soneto claram e n t e l o es, j u s t a m e n t e p o r q u e se h i z o desde u n a n u e v a p o é t i c a . Ese hacerse r e q u e r í a u n m o d o de leer el m o d e l o m u y diferente a la lectura que p r o d u j o la c a n c i ó n X I V . T o d a i m i t a c i ó n implica u n a h e r m e n é u t i c a ; y l a d e l soneto es m u y o t r a q u e l a m e d i e v a l q u e c o n s t r u y ó las q u i n t i l l a s . P a r a l a imitatio h u m a n i s t a n o basta- 160 ALICIA DE COLOMBÍ-MONGUIÓ NRFH, XL b a c a p t u r a r las i m á g e n e s , s í m b o l o s , ideas del p o e m a ajeno e n u n i n m e d i a t o acto de p o s e s i ó n , c o m o si perteneciesen al m i s m o u n i verso c u l t u r a l , c o n l a serena t r a n s f e r i b i l i d a d de l a translatio studii. Desde Petrarca el poeta h u m a n i s t a h a b í a c o m p r e n d i d o que l a apreh e n s i ó n i n m e d i a t a era i n s u f i c i e n t e , p o r l o i l u s o r i a . F u e entonces a l a b ú s q u e d a de l a a u t é n t i c a sustancia p o é t i c a , y l a h a l l ó i n d i s o l u b l e m e n t e e n t r e t e j i d a c o n el estilo; semiescondida d e n t r o de su superficie v e r b a l , pero firmemente a r r a i g a d a en ella. E l poeta perd i ó su fe en l a p o s i b i l i d a d de u n a i n m e d i a t e z t r a n s l a t i c i a ; y a l hac e r l o r e d e s c u b r i ó en el p o e m a ajeno su i n a l i e n a b l e o t r e d a d . E l soneto de B o s c á n resulta casi e m b l e m á t i c o de esa r e v e l a c i ó n f u n d a m e n t a l de l a p o é t i c a h u m a n i s t a . Q u i e n a q u í c a m i n a " s o l o y p e n s o s o " b i e n sabe q u e él n o es ese m i s m o h o m b r e q u e e n sus soledades p u d o d e c i r q u e A m o r i b a siempre " r a g i o n a n d o c o n m e c o , e i o c o n l u i " . A u n q u e el p r i m e r verso d e l soneto españ o l sea m u y semejante al m o d e l o , p o r c i e r t o n o e s t á " c a l c a d o " : el y o p o é t i c o del i t a l i a n o v a p o r " d e s e r t i c a m p i " , y el de B o s c á n a n d a p o r p á r a m o s . C a m b i o s i g n i f i c a t i v o , p o r q u e l u e g o declara desear que se le h i c i e r a n p á r a m o s todos los campos ( v v . 7 - 8 ) . C a m i n o d e l a t o r m e n t a d o , q u e s o b r a d a m e n t e r e c o r r i ó el s o l i t a r i o de V a l c l u s a en tantos otros poemas, p e r o n o en el soneto que fue subt e x t o d e l e s p a ñ o l . P a r a t a l t e m á t i c a , si de calcar se hubiese t r a t a d o , el Canzoniere le o f r e c í a versos hasta el h a r t a z g o . Eso era l o fác i l . L o difícil era a p e r c i b i r s e de l a p r o f u n d a o t r e d a d d e l c a m i n a n te toscano. A l final de su t r a y e c t o r i a a m o r o s a , e n t r e los tantos avalares d e l a m a n t e de L a u r a , se nos presenta el a v e r g o n z a d o , el arrepent i d o , el que r u e g a " p i e t á n o n che p e r d o n o " ; p e r o n o se encontrar á allí el h o m b r e que p o r fin h a h a l l a d o l a s e g u r i d a d de l a salvac i ó n , y menos el que se e x u l t a e n l a certeza de su s a l v a c i ó n etern a . E l a m a n t e del Canzoniere s i n d u d a q u i e r e salvarse, espera salvarse, p e r o n o se sabe salvado. C o n el e n a m o r a d o de B o s c á r el caso es j u s t a m e n t e l o c o n t r a r i o : " s e g u r o de t o r m e n t a y de t o r m e n t ó " p r o c l a m a r á e n v i d a su t r i u n f a l llegada al C i e l o ( C X V I p. 224). V o l v a m o s a l soneto X X X V d e l b a r c e l o n é s . H a s t a el final de p r i m e r terceto el c a m i n a n t e s i n p a u s a v a d a n d o los pasos de si t o r m e n t o , p e r o al l l e g a r a l segundo terceto se detiene, y se c o n t e m p l a a s í m i s m o . M á s a ú n , se c o n t e m p l a e n su pasado, " d e s p u é s de tantos l l a n t o s d o l o r i d o s " . Se espanta entonces, y se a d m i r a de n o h a b e r desesperado. H a v u e l t o l a m i r a d a h a c i a a t r á s t a l c o m o h i z o el a m a n t e d e l p r i m e r soneto de G a r c ü a s o de l a V e g a NRFH, XL BOSCÁN FRENTE A N A V A C E R O 161 C u a n d o m e p a r o a c o n t e m p l a r m i estado y a v e r los passos p o r d o m e h a t r a í d o , hallo, según por do anduve perdido, que a m a y o r m a l p u d i e r a haber llegado. A diferencia del y o p o é t i c o e n G a r c i l a s o , el de B o s c á n n o h a de o l v i d a r s e de u n c a m i n o que l o h a espantado. Su m i s m o espant o a n u l a esa certeza de a c a b a m i e n t o que t e r m i n a p o r d o m i n a r el soneto del t o l e d a n o , y aseguran en el de su a m i g o l a esperanza de q u i e n n o h a desesperado. N o p o r v e n t u r a B o s c á n i m i t a t a n de cerca los p r i m e r o s versos d e l m o d e l o ; lo hace p o r q u e q u i e r e que el l e c t o r recuerde b i e n el soneto del Canzoniere, c o n el a m a n t e e n u n c a m i n o que p o r d o q u i e r a vaya lo lleva en solitario y p e r m a n e n t e d i á l o g o c o n el A m o r . H a suscitado adrede l a i m a g e n del m o d e l o i n s i g n e p a r a superpon e r l e l a p r o p i a pues sólo a s í puede c o b r a r l a suya d e f i n i c i ó n y p r o f u n d i d a d . E v o c a n d o l a senda de Petrarca, a q u é l l a p o r donde A m o r h a d i s c u r r i d o , abre l a suya B o s c á n : p á r a m o d o n d e n o h a y d i á l o go sino l l a n t o , c a m i n o h a c i a l a d e s e s p e r a c i ó n ; su ú n i c a esperanza, l a antesala del espanto. Q u i e n h a b l a c o n el A m o r , si n o se d e t i e n e , t e r m i n a r á sus t o r m e n t o s desesperado. N i l a i m a g e n n i l a l l a m a d e l a m a n t e p a s a r á de u n soneto a o t r o sin sobresaltos: B o s c á n e l i g i ó el soneto de Pet r a r c a p a r a p r o y e c t a r sobre él su a b s o l u t a o t r e d a d . N o t o d a l e c t u r a l l e v a r á a estos resultados, p o r q u e cada b ú s q u e d a es i n t r a n s f e r i b l e , cada e n c u e n t r o p r e ñ a d o de diferentes p o s i b i l i d a d e s . G r a cias a D i o s t o d a p o e s í a a u t é n t i c a , t a n t o p a r a el poeta c o m o p a r a el l e c t o r , c o n l l e v a sus sorpresas. L o que M e n é n d e z Pelayo e n t e n d i ó c o m o u n abandono del m o d e l o , y p o r ende de l a p r á c t i c a i m i t a t i v a , P e t r a r c a hubiese a p r o b a d o c o m o e j e m p l o de imitatio: Sic et n o b i s p r o v i d e n d u m , u t c u m s i m i l e a l i q u i d sit, m u l t a s i n t d i s s i m i l i a , et i d i p s u m s i m i l e l a t e a t , nec d e p r e h e n d i possit, n i s i t a c i t a m e n t í s inadagine, u t intellige simile queat potius q u a m dici. U t e n d u m i g i t u r ingenio alieno, u t e n d u m q u e coloribus, a b s t i n e n d u m verb i s . I l l a e n i m s i m i l i t u d o l a t e t , haec e m i n e t . I l l a poetas f a c i t , haec s i m i a s {Familiares, 2 3 , 1 9 ) . [ D e este m o d o d e b e m o s a t e n d e r a q u e ( n u e s t r a i m i t a c i ó n ) a u n q u e b a s a d a e n l a s e m e j a n z a , c o n t e n g a m u c h a s desemejanzas; c u i d á n d o n o s de esconder l a s e m e j a n z a de t a l m o d o q u e s ó l o tras p e s q u i s a l a p u e d a d e s e n t r a ñ a r el e n t e n d i m i e n t o , s i n t i é n d o l a m á s q u e d e f i n i é n d o l a . P o d e m o s a s í usar las ideas ajenas, y los m a t i c e s de su es- A L I C I A DE C O L O M B Í - M O N G U I Ó 162 NRFH, XL tilo, pero a b s t e n g á m o n o s de usar sus mismas palabras. E n el p r i mer caso lo similar queda escondido, mientras resalta en el segundo. De aquél modo se hacen los poetas; de éste los simios]. T r a d . m í a . Es m u y de d u d a r que q u i e n e s c r i b i ó tales palabras h u b i e r a a p r o b a d o l a r i g u r o s a imitatio, e n todos los aspectos posibles, p r o p i c i a d a p o r el C a r d e n a l B e m b o . Respecto al m o d e l o ó p t i m o , a pesar de su f e r v o r v i r g i l i a n o , l a p o e s í a entera de P e t r a r c a —sea e n verso l a t i n o , sea e n toscano— revela su h o n d o eclecticismo. A l i m i t a r el Canzoniere t a n t o B o s c á n c o m o G a r c i l a s o b u s c a r o n r e c o n s t r u i r el m o d o e n q u e P e t r a r c a c o m p u s o sus poemas, y p a r a hacerlo f u e r o n e n busca de las m i s m a s m a t e r i a s c o n q u e estaban c o n s t r u i d o s los versos m o d é h c o s . T a l o c u r r e en el soneto X L I I I ( p . 106) de B o s c á n , y e n esta p r i m e r a estrofa de l a C a n c i ó n P r i m e r a de G a r c i l a s o : Si a la r e g i ó n desierta, inhabitable por el hervor del sol demasiado y sequedad de aquella arena ardiente, del todo inhabitada de la gente. . . C o i n c i d i e n d o c o n el B r ó c e n s e y c o n T a m a y o , R a f a e l Lapesa señ a l a que a q u í el poeta " e m p i e z a i n s p i r á n d o s e a l a vez e n el soneto C X L V d e l i t a l i a n o y e n l a o d a de H o r a c i o « I n t e g e r v i t a e sceler i s q u e p u r u s » ( I , X X I I ) " . Y a q u e el t o l e d a n o parece haber t o m a d o de l a o d a h o r a c i a n a m u y escasos y n o demasiado significativos elementos (el " i n h a b i t a d a " , tnhospüalem, v . 6 de l a o d a , y " d e l t o d o i n h a b i t a d a de l a g e n t e " , térra domibus negata, v . 22), m e parece algo excesivo a d u c i r l a c o m o fuente de i n s p i r a c i ó n de v a l o r c o m p a r a b l e al soneto de P e t r a r c a . S i n e m b a r g o su p r e sencia es, si m a r g i n a l , i n d u d a b l e . 2 2 P o r su p a r t e , B o s c á n a r r a n c a d e l Canzoniere C X L V , y a desde l a p r i m e r a p a l a b r a , s i g u i e n d o m u y de cerca el m o d e l o e n t o d a su e s t r u c t u r a a n a f ó r i c a , p a r a a p a r e n t e m e n t e liberarse h a c i a el final: Ponme en la vida más brava, importuna, Pommi ove'l solé occide i fiori e l'erba, do pida a Dios m i l veces la mortaja; o dove vinci l u i i l ghiaccio e la nevé, ponme en edad do el seso m á s trabaja, pommi ov'é carro suo temprato e leve, o en los brazos del ama o en la cuna; et ov'é chi cel rende, o chi cel serba; 2 2 R A F A E L LAPESA, Garcilaso: estudios completos, I t s m o , M a d r i d , 1985, p . 70, en particular n . 88. NRFH, XL BOSCÁN FRENTE A NAVAGERO 163 Ponme en baxa o en próspera fortuna; Pommi in umil fortuna, od in superba, ponme do el sol el trato humano ataja, al dolce aere sereno, al fosco e greve; a do por frío el alto mar se quaja, pommi a la notte, al dì lungo ed al breve, o en el abismo o encima de la luna; a la matura etate od a l'acerba; ponme do a vuestros pies biven las gentes, Pommi in cielo, od in terra, od in abisso, o en la tierra, o en el cielo, o en el viento in alto poggio, in valle ima e palustre ponme entre fieras, puesto entre sus dientes, libero spirto, od a'suoi membri affisso; do muerte y sangre es todo fundamento; pommi con fama oscura, o con illustre: dondequiera terné siempre presentes sarò qual fui, vivrò com'io son visso, los ojos, por quien muero tan contento. continuando i l mio sospir trilustre. ¿ Q u é h a hecho B o s c á n ? D e a t e n d e r a M e n é n d e z Pelayo, p r e t e n d i ó r e p r o d u c i r " t o d o " el soneto de P e t r a r c a , p e r o de " m a n e r a t o s q u í s i m a " . A su v e r é s t e s e r í a u n caso de i m i t a c i ó n t a n b u r d a c u a n t o servil. S i n e m b a r g o , n o parece r e p r o d u c t i v o el p r i m e r verso c o n l a a l u s i ó n a l a " v i d a b r a v a " , y a u n menos el seg u n d o c o n l a p o t e n c i a l necesidad de p e d i r l a m o r t a j a . S i n necesid a d de a d u c i r m á s e v i d e n c i a q u e estos dos p r i m e r o s versos puede a f i r m a r s e que d o n M a r c e l i n o y e r r a : el soneto de B o s c á n n o es u n a r e p r o d u c c i ó n de " t o d o " el de P e t r a r c a . A t e n d a m o s a h o r a a su j u i c i o v a l o r a t i v o , p o r q u e n o es r a r o q u e u n a i m i t a c i ó n transform a d o r a resulte m á s t o r p e que u n b i e n t o r n e a d o p o e m a r e p r o d u c t i v o . ¿ P u e d e n achacarse los c a m b i o s q u e acabo de s e ñ a l a r a desc u i d o o a p r e s u r a m i e n t o , o a m e r o deseo de t r o c a r figuras sólo p o r v a r i a r ? E n t a l caso, ¿ q u e d a n las i m á g e n e s de estos p r i m e r o s versos s i n a t a d u r a de n i n g ú n t i p o d e n t r o d e l resto d e l soneto, o de t e n e r a l g u n a , resulta é s t a escasamente significativa? ¿ A p e n a s instancias de a m p l i f i c a c i ó n a n a f ó r i c a ? ¿ S e t r a t a q u i z á de escaso o errad o e n t e n d i m i e n t o del soneto de Petrarca? ¿ S e r á e s t é r i l misreading p o r carencia de inteligencia t e x t u a l , o p o r simple falta de a t e n c i ó n ? E s t r u c t u r a l m e n t e (del v . 1 al 12), el p o e m a de B o s c á n e s t á const r u i d o p o r tres cuartetos, que m a n t i e n e n suspensa l a c o n c l u s i ó n , l a c u a l "sólo l l e g a en los dos ú l t i m o s versos de c l a u s u r a . O t r o t a n t o p u e d e decirse d e l P e t r a r c a ; sin e m b a r g o , el c a t a l á n , m u y s u t i l m e n t e v a r í a l a c o n s t r u c c i ó n i n t e r n a de los tales " c u a r t e t o s " al establecer en las series a n a f ó r i c a s — t a n t o de a p e r t u r a c o m o de c l a u s u r a — u n e q u i l i b r i o t e m á t i c o y f o r m a l de que carece su m o d e l o . Esos c a m b i o s q u e acabo de s e ñ a l a r e n ios dos versos i n i c i a 2 3 2 3 M E N É N D E Z P E L A Y O , Boscán, p. 246: " B o s c á n pretende r e p r o d u c i r l o to- do [el soneto de Petrarca], pero de la manera t o s q u í s i m a que va a verse". 164 NRFH, ALICIA DE COLOMBÍ-MONGUIÓ XL les, lejos de caprichosos, h a l l a n eco, resonancia y é n f a s i s en los ú l t i m o s versos de l o q u e he l l a m a d o el " c u a r t e t o final''. E l v . 1 1 , q u e c o m o el p r i m e r o t a m p o c o tiene n a d a que v e r c o n su subtexto, nos r e m i t e a l a curiosa a d j e t i v a c i ó n c o n que en ese p r i m e r verso define l a v i d a c o m o " b r a v a " , p e r o a h o r a nos aclara l a i m a g e n i n i c i a l , c o n c r e t i z á n d o l a : " p o n m e entre fieras, puesto entre sus d i e n t e s " . D e la figura d e l a m a n t e entre fauces c a r n í v o r a s , Roscan pasa a u n verso i m p r e g n a d o de sangre y m u e r t e , r e m a t a n d o su a t a d u r a c o n el c o m i e n z o d e l p o e m a , d o n d e en el v . 2 p i d e l a " m o r t a j a " c o m o n a t u r a l consecuencia de esa ' ' v i d a m á s b r a v a ' ' , la c u a l a h o r a v e n i m o s a saber se t r a t a de u n a existencia e n t r e fieras. N o p o r c a s u a l i d a d , y n o s i n arte, se elabora u n a e s t r u c t u r a a n a f ó r i c a c o m o é s t a , d o n d e los versos de a p e r t u r a i n t i m a n l o q u e e x p l i c i t a r á n aquellos q u e la c o n c l u y e n : Ponme en la vida más brava, importuna, ponme entre fieras, puesto entre sus dientes, do pida a Dios mil veces la mortaja. do muerte y sangre es todo fundamento, (vv. 1-2) (vv. 11-12) C o m p á r e s e l a e s t r u c t u r a de estos versos c o n los de su m o d e l o : Pommi ove'l sole occide i fiori e l'erba, libero spirto, od a'suoi membri affisso; o dove vinci l u i i l ghiaccio e la neve. pommi con fama oscura, o con illustre, (vv. 1-2) (vv. 11-12) N o solamente r e s u l t a o b v i o que en n a d a de esto puede verse r e p r o d u c c i ó n a l g u n a , sino que al menos a m í me parece no m e nos evidente l o esmerado de su e l a b o r a c i ó n p o é t i c a . M u y al c o n t r a r i o de " t o s q u í s i m a s " estas i m á g e n e s en p a r t i c u l a r d e b i e r o n hab e r sido j u z g a d a s , y a q u e e n s u p e r l a t i v o se h a b l a , d o c t í s i m a s . Parece i m p o s i b l e q u e j u s t a m e n t e en este p u n t o se ofuscase d o n M a r c e l i n o , sobre t o d o d o n M a r c e l i n o . . . Y lo d i g o n o sin p e r p l e j i d a d , p o r q u e s o b r a n razones p a r a reconocer que las cruentas fieras de B o s c á n s a l t a r o n a su soneto desde el p o r t e n t o s o " l u p u s " del verso 9 de l a o d a h o r a d a r í a . A ú n d i g o m á s , s e r á l a presencia d e l p o e m a de H o r a c i o — n o l a d e l soneto de P e t r a r c a — l a q u e l l e g a , s e ñ e r a , a sellar e n los versos de c l a u s u r a el s e n t i d o del poem a t o d o , q u e h a b í a q u e d a d o suspenso en espera suya. B o s c á n est r u c t u r ó su soneto l l e v a d o p o r el i m á n de los versos finales d e l venusino: pone sub c u r r u n i m i u m propinqui solis i n t é r r a dornibus negata: NRFH, XL BOSCÁN FRENTE A N A V A G E R O dulce r i d e n t e m Lalagen amabo, dulce l o q u e n t e m [Ponme " e n l a r e g i ó n a l sol m á s a l l e g a d a , do no vive n i n g u n o : s i e m p r e s e r á de m í L a l a g e a m a d a , la del r e í r gracioso la del parlar m u y m á s que m i e l s a b r o s o " ] 165 2 4 L a s a n á f o r a s de H o r a c i o c o n d u c í a n a su d e c l a r a c i ó n de a m o r en los dos versos finales d e l p o e m a ; o t r o t a n t o h a r á B o s c á n , sólo que en vez de evocar a l a a m a d a p o r el h a b l a y l a risa, prefiere hacerlo p o r los ojos. C o m o piensa Lapesa respecto a l a c a n c i ó n de G a r c i l a s o , t a m b i é n el soneto de su a m i g o p o d r í a considerarse u n caso de contam i n a c i ó n de dos fuentes, l a de P e t r a r c a j u n t o c o n l a de H o r a c i o . T a l vez, t é c n i c a m e n t e h a b l a n d o , sea el t é r m i n o a p r o p i a d o . S i n e m b a r g o , en casos de este t i p o , p o é t i c a m e n t e h a b l a n d o , semejante c a t e g o r i z a c i ó n m á s que d e f i n i r , oscurece l a f u n c i ó n de ambas fuentes. A d i f e r e n c i a d e l uso c o m ú n en los i n f i n i t o s ejemplos de a u t é n t i c a contaminatio, n o se t r a t a a q u í de l a y u x t a p o s i c i ó n de p r é s t a m o s t o m a d o s de poemas i n d e p e n d i e n t e s , es d e c i r , carentes de u n a l í n e a g e n e a l ó g i c a q u e en estrechez los u n a y r e l a c i o n e . T a n t o B o s c á n c o m o Garcilaso f u e r o n p r i m e r o al soneto de Pet r a r c a , y con l a a g u z a d a a t e n c i ó n del poeta h u m a n i s t a , l o l e y e r o n desde su m e o l l o n u t r i c i o : el s u b t c x t o de H o r a c i o . E n este p o e m a p a r t i c u l a r d e l Canzoniere el m o d e l o m á s q u e yacer o c u l t o , afloraba sin rebozos; pero a u n q u e n o se necesitaban ojos de á g u i l a p a r a r e c o n o c e r l o , p a r a e n t e n d e r su alcance era preciso n a d a m á s , p e r o nada menos, que la visión del humanista. P o e s í a p a l i m s é s t i c a , o m e j o r , p o e s í a en d i á l o g o i m p l í c i t o con o t r a voz, l a que e n g e n d r á n d o l a le d a t a n t o i d e n t i d a d c u a n t o a u t e n t i c i d a d : los dos amigos est a b a n a p r e n d i e n d o a o í r c o n sus ojos a los m u e r t o s . Y al hacerlo e l i g i e r o n c o n s t r u i r sus poemas c o n los m a t e r i a l e s p r i m i g e n i o s del m o d e l o . C a d a u n o de sus poemas a g r e g a b a u n a n u e v a capa al p a l i m p s e s t o p o é t i c o ; sus poemas s o n a r í a n n o sólo y a d i a l ó g i c o s c o m o el m o d e l o , sino corales. E n r i q u e c i d o s p o r las antiguas v o 2 4 D o y la insuperable t r a d u c c i ó n i u i s e ñ a que nos legó el B r ó c e n s e al i n t r o d u c i r l a subrepticiamente en sus Comentarios a Garcilaso (Com. 32) " p o r que u n docto de estos reinos l a tradujo bien, y hay pocas cosas de éstas en nuestra l e n g u a " (Com. 5); Garcilaso de la Vega y sus comentaristas, ed. A n t o n i o Gallego M o r e l l , U n i v e r s i d a d , Granada, 1966, p . 240, p p . 245-247. 166 ALICIA DE C O L O M B L M O N G U I Ó NRFH, XL ees, y e n r i q u e c i é n d o l a s c o n la p r o p i a v o z , r e c i é n n a c i d a . A p e n a s t o m a n d o a l g ú n concepto y u n a d j e t i v o suelto de l a oda de H o r a c i o , Garcilaso l o h i z o c o n m á s t i m i d e z . P o r su p a r t e , B o s c á n ref u n d i ó todo el soneto de P e t r a r c a e n el m o l d e de l a i n s p i r a c i ó n h o r a c i a n a . S u t i l m e n t e a l t e r ó l a e s t r u c t u r a d e l subtexto i t a l i a n o , v a r i a n d o i m á g e n e s clave, p a r a a s í e n c a m i n a r l o hacia u n final que n a d a tiene que ver c o n los versos — n o p a r t i c u l a r m e n t e felices— c o n q u e P e t r a r c a c i e r r a su soneto de a n i v e r s a r i o . E n s u m a , t a n t o el p o e m a de B o s c á n c o m o el de su a m i g o r e v e l a n u n a l e c t u r a d e l m o d e l o de c u ñ o a d m i r a b l e m e n t e h u m a n i s t a : y a s a b í a n a p r e h e n d e r el soneto de P e t r a r c a desde el s u b t e x t o de su fuente p r i m i g e n i a . H a b í a n y a e n t e n d i d o l a p o é t i c a de q u e h a b l a b a N a v a g e r o . E n sus respectivas i m i t a c i o n e s en m a y o r o en m e n o r g r a d o , los dos r e a c t i v a r o n en la p r o p i a voz las voces entremezcladas del m o d e l o . Y a s í ambos r e c o n s t r u y e r o n su e t i o l o g í a , p r o l o n g á n d o l a en l a n u e v a c o n s t r u c c i ó n e t i o l ó g i c a de sus versos! C a d a p o e m a alza su v o z , h a b i t a d a de otras voces, a las q u e a su vez otras voces h a b i t a n . P r o p i o d e l poeta h u m a n i s t a , es j u s t a m e n t e este quehacer de c o n t r o l a r l a d i a c r o n í a p o é t i c a que e n c a r n a r á en su o b r a c o n l u c i d e z consciente. L a empresa en que se h a b í a n e m p e ñ a d o n o les e x i g í a menos. Desde leer c o n ojos nuevos los f a m i l i a r e s , viejos textos, p a r a rem o z a r l o s y remozarse en ellos, hasta h a b l a r c o n n u e v a voz satur a d a de las voces p o r ellos recuperadas. E n c u a n t o poetas, debier o n c a m b i a r s e los m á s b á s i c o s de sus actos reflejos. Les fue necesario r e - a p r e n d e r a leer y a e n t e n d e r de u n m o d o c o m p l e t a m e n t e d i f e r e n t e . Este despertar de l a c o n c i e n c i a h u m a n i s t a t u v o q u e ser l a b o r i o s í s i m o . P o r eso es i m p e n s a b l e que les d i s t r a j e r a n de semej a n t e esfuerzo las p o l é m i c a s q u e h a b í a n e s c i n d i d o el h u m a n i s m o i t a l i a n o , a h o r a remozadas en el f e r v o r b e m b i s t a p o r el m o d e l o óptimo. N o d u d ó el b a r c e l o n é s en e n r i q u e c e r su dieta de Canzoniere c o n los Cants de A u s i a s M a r c h ; y de sobra sabemos q u e , desde m u y t e m p r a n o , ambos a m i g o s i m i t a r o n a u n o y o t r o c o n t r i u n f a n t e eclecticismo. D e hecho B o s c á n y a m o s t r a b a propensiones e c l é c t i cas desde su c a n c i ó n X I V , d o n d e m e z c l ó entre las figuras t o m a das d e l m o d e l o de P e t r a r c a l a d e l á g u i l a q u e le p r e s t ó l a p o e s í a de Serafino A q u i l a n o . C o m e n z ó y t e r m i n ó e c l é c t i c o . E l p o e m a d e d i c a t o r i o a l a D u q u e s a de S o m a en el L i b r o P r i m e r o , c o n sus 2 5 2 5 A . A R M I S É N , " A l e g o r í a e i m i t a c i ó n en las coplas de B o s c á n «Las cosas de menos p r u e v a s » " , Boletín de la Biblioteca Menéndez Pelayo, 1983, 79-140. NRFH, XL BOSCÁN FRENTE A NAVAGERO 167 a d m i r a b l e s versos sueltos ¿ n o le l l e g ó , acaso, de C a t u l o ? ¿ N o c o n v i v e n en su a m b i c i o s o " H e r o y L e a n d r o " j u n t o a M u s e o Bern a n d o Tasso, V i r g i l i o j u n t o al O v i d i o t a n t o de las Heroidas c o m o de las Metamorfosis? ¿ E n l a a d m i r a b l e " E p í s t o l a a D o n D i e g o H u r t a d o de M e n d o z a " n o se escuchan j u n t a s las voces de H o r a c i o y de T i b u l o ? P a r a f o r t u n a de nuestras letras los portaestandartes de l a n u e v a p o e s í a , desde sus m i s m o s c o m i e n z o s , apis Matinae more modoque, r e c o g i e r o n su a l i m e n t o per laborem planum, e n c o n t r a n d o ó p t i m a s cuantas flores se les f u e r o n a b r i e n d o . H a c i a 1533 y a h a b í a n pasado los a ñ o s d e l aprendizaje; y a se h a b í a n echado los f u n d a m e n t o s de l a n u e v a p o e s í a , c i m e n t a d o s e n u n a h e r m e n é u t i c a que h a b í a n hecho suya, en l a p r á c t i c a de u n a i m i t a c i ó n consciente de l a o t r e d a d de las voces ajenas, en el c o n t r o l de las relaciones d i a c r ó n i c a s que d e t e r m i n a n l a e t i o l o g í a s i n g u l a r de cada u n o de sus poemas. S ó l o a h o r a , al e n t r a r en l a m a d u r e z , h u b i e r a n p o d i d o e m b a n d e r a r s e en l a l i d — y a m á s serena— de l a imitatio b e m b i s t a . E l n o b l e r e c u e r d o de N a v a g e r o hubiese p o d i d o i n c l i n a r al u n o o a l o t r o hacia las filas del b e m b i s m o . S i n e m b a r g o n o fue el caso, a u n q u e ambos i m i t a r o n a l g u n a vez l a p o e s í a de B e m b o , y G a r c i l a s o m a n t u v o c o n él c o r d i a l co¬ r r e s p o n d e n c i a , n i n g u n o de los dos a b r a z ó su p o é t i c a del m o d e l o ó p t i m o . A j u i c i o m í o , afortunadamente: la lengua p o é t i c a del R e n a c i m i e n t o e s p a ñ o l se c r e ó a s í m u c h í s i m o m á s r i c a al ser fruct i f i c a d a en l a e c l é c t i c a y m u y p r o n t o s i n c r é t i c a i m a g i n a c i ó n verb a l de B o s c á n y G a r c i l a s o . Y a en N á p o l e s el t o l e d a n o e n c o n t r a r á en l a A c a d e m i a P o n t a n i a n a u n a p o é t i c a h u m a n i s t a m a d u r a e n el h o n d o s i n c r e t i s m o de Sannazaro, l a t e ó r i c a de M i n t u r n o , y el ejemplo de B e r n a r d o T a s so. B o s c á n h a l l a r á en C a s t i g l i o n e r e n o v a d o a p o y o p a r a su eclectic i s m o . S e r á n los a ñ o s en que el b a r c e l o n é s se e m b a r c a r á e n el a m bicioso " H e r o y L e a n d r o " , a u t é n t i c o collate i m i t a t i v o , c o m o l o s e r á a su vez l a " É g l o g a S e g u n d a " de G a r c i l a s o , r e z u m a n t e d e l s i n c r e t i s m o de S a n n a z a r o . L a presencia de los c l á s i c o s l a t i n o s v a i m p r e g n a n d o cada vez m á s l a o b r a de los dos a m i g o s : es el m o m e n t o del t r i u n f o m a d u r o en la a u t é n t i c a p o é t i c a del h u m a n i s m o . 2 6 2 7 2 6 A R N O L D G . R E I C H E N B E R G E R , " B o s c á n and the Classics", CL, 3 (1951), 97-118. 2 7 E n u n l i b r o reciente, Imitación y transformación: el petrarquismo en la poesía de Boscán y Garcilaso de la Vega, Purdue M o n o g r a p h s i n Romance Languages, Amsterdam-Philadelphia, 1 9 8 8 , A N N E J . C R U Z basa su tesis en la h i p ó t e s i s de la fidelidad bembista de B o s c á n al modelo ó p t i m o , en contraste con el eclecticismo de Garcilaso; o p i n i ó n a todas luces errada. 168 A L I C I A DE C O L O M B Í - M O N G U I Ó NRFH, XL N a d a de t o d o esto h a b r í a o c u r r i d o antes en l e n g u a castellana. B o s c á n l o s a b í a . P o r eso en su c a r t a p r o l o g a l insiste u n a y otra vez, " p o r q u e l a cosa era n u e v a e n n u e s t r a E s p a ñ a y los nombres t a m b i é n n u e v o s " ( p . 8 7 ) , "estas t r o b a s , las quales hasta agora no las hemos v i s t o usar en E s p a ñ a ' ' , " p r o v a r m i p l u m a en l o que hasta agora nadie en nuestra E s p a ñ a h a p r o v a d o l a s u y a " ( p . 89), " h e q u e r i d o ser el p r i m e r o que h a j u n t a d o la l e n g u a castellana con el m o d o de escrevir i t a l i a n o " . N o p o r v e n t u r a , c o m o a g u d a m e n t e n o t a A r m i s é n , a b r i ó Bosc á n su p r i m e r L i b r o c o n l a d e d i c a t o r i a e n verso a l a D u q u e s a , que sin d u d a d e b i ó e s c r i b i r al m i s m o t i e m p o que l a c a r t a del L i b r o S e g u n d o . R e c o r d e m o s que A n d r e a N a v a g e r o t e n í a cierta d e b i l i d a d p o r C a t u l o . N o m e parece i m p r o b a b l e q u e este i e r v o i del v e n e c i a n o r e v e r b e r a r a en l a e s t u p e n d a " D e d i c a t o r i a " p o é t i ca a l a D u q u e s a de S o m a . C a t u l o era u n o de esos poetae novi, l o ; que i n n o v a r o n l a p o e s í a l a t i n a al i n t r o d u c i r en ella la i m i t a d o r de l a a l e j a n d r i n a g r i e g a . E l paralelo es e v i d e n t e : B o s c á n , poeta n u e v o , q u i s o hacer p a r a E s p a ñ a l o que C a t u l o p a r a R o m a . Insp i r a d o p o r N a v a g e r o , alentado p o r G a r c i l a s o , supo l o g r a r l o : y er ese p u n t o se c o n c i b i ó en E s p a ñ a l a g l o r i a de n u e s t r a p o e s í a renacentista. 28 ALICIA DE COLOMBÍ-MONGUIC State University o f N e w Y o r k , Alba™ 2 8 A R M I S É N , Estudios, pp. 342-346.