Exercícios físicos e seus efeitos nas queixas

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Martins LV, Baú LMS, Marziale MHP, Franco BAS
Artigo de Pesquisa
Original Research
Artículo de Investigación
EXERCÍCIOS FÍSICOS E SEUS EFEITOS NAS QUEIXAS
OSTEOMUSCULARES E NA SATISFAÇÃO DO TRABALHO
PHYSICAL EXERCISE AND ITS EFFECTS ON MUSCULOSKELETAL
COMPLAINTS AND JOB SATISFACTION
EJERCICIOS FÍSICOS
Y SUS EFECTOS EN LAS QUEJAS OSTEOMUSCULARES
Y EN LA SATISFACCIÓN DEL TRABAJO
Lisandra Vanessa MartinsI
Lucy Mara Silva BaúII
Maria Helena Palucci Marziale III
Barbara Aparecida Sebastião FrancoIV
RESUMO
RESUMO: Esta pesquisa insere-se na área de ergonomia e tem por objetivo avaliar o efeito de um programa de exercícios
físicos e de orientações posturais e ergonômicas nas queixas osteomusculares e na satisfação do trabalho de escriturários e
verificar a existência de associações entre essas duas variáveis. O estudo foi realizado no período entre novembro e
dezembro de 2008. Um programa de exercícios de alongamento e de orientações quanto à postura física e mobiliário
utilizado no posto de trabalho foi aplicado durante cinco semanas em 11 escriturários. Três instrumentos foram aplicados:
censo de ergonomia, índice de disfunção relacionada ao pescoço e escala de satisfação no trabalho. Houve redução do
número de queixas osteomusculares, porém sem diferença em relação à satisfação no trabalho. Essa análise evidenciou que
o número de queixas de desconforto/dor relatado pelos escriturários foi menor após o programa. Não se observou associação
entre o número de queixas e satisfação no trabalho.
Palavras-chave: Exercício; ergonomia; dor; satisfação no trabalho.
ABSTRACT
ABSTRACT:: This ergonomics study aims to assess the effects of a physical exercise program and postural and ergonomics
guidance on musculoskeletal complaints and job satisfaction in clerical assistants, and to check for associations between these two
variables. The study was conducted between November and December 2008. A program of stretching exercises and guidance
on posture and workplace furniture was conducted with eleven clerical assistants for five weeks. Three instruments were applied:
an ergonomics survey, a neck-related dysfunction index, and a job satisfaction scale. The number of musculoskeletal complaints
decreased, but no difference was found in job satisfaction. The analysis revealed that the workers reported fewer complaints of
discomfort/pain after the program, but no correlation was found between the number of complaints and job satisfaction.
Keywords
Keywords: Exercise; ergonomics; pain; job satisfaction.
RESUMEN: Esta investigación se encuentra dentro del área de ergonomía y tiene como objetivo evaluar el efecto de un programa
de ejercicios físicos y de orientaciones referentes a la postura y a la ergonomía, sobre las quejas osteomusculares y la satisfacción en el
trabajo en un hospital público y verificar la existencia de asociaciones entre esas dos variables. El estudio fue realizado en el periodo
de noviembre a diciembre de 2008. Un programa de ejercicios de estiramiento y de orientaciones cuanto a la postura física y mobiliario
utilizado en el local de trabajo aplicado durante cinco semanas en 11 escriturarios. Tres instrumentos fueron aplicados: un cuestionario
de ergonomía, índice de alteración relacionado con el cuello y una escala de satisfacción laboral. Hubo una reducción en el número
de quejas osteomusculares, pero no fue encontrada ninguna diferencia en relación con la satisfacción laboral. Ese análisis reveló que
el número de quejas de malestar y/o dolor informado por los empleados fue menor después del programa. No se observó relación entre
el número de quejas y la satisfacción con el trabajo.
Palabras clave: Ejercicio; ergonomía; el dolor; satisfacción en el trabajo.
INTRODUÇÃO
Esta pesquisa foi idealizada diante da cons-
tatação empírica do grande número de trabalhadores escriturários que procuram o ambulatório de
Serviço de Fisioterapia do Hospital das Clínicas
da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP) na busca
Fisioterapeuta. Doutoranda em Ciências pelo Programa Enfermagem Fundamental da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São
Paulo. Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. E-mail: [email protected].
II
Fisioterapeuta. Mestre em Engenharia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. E-mail:
[email protected].
III
Enfermeira. Professora. Titular da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. E-mail:
[email protected].
IV
Fisioterapeuta. Doutora em Ciências pelo Programa Enfermagem Fundamental da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São
Paulo. Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. E-mail: [email protected].
I
Recebido em: 12.02.2011
18/08/2010 –– Aprovado
Aprovado em:
em:06.07.2011
18/02/2011
Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2011 out/dez; 19(4):587-91.
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Queixas osteomusculares e satisfação no trabalho
de tratamento para redução de quadros álgicos
musculoesqueléticos.
O objetivo do presente estudo foi observar o efeito
de um programa de exercícios físicos e de orientações
posturais e ergonômicas nas queixas osteomusculares
e na satisfação no trabalho de escriturários atuantes
em instituição hospitalar e verificar a existência de
associações entre essas duas variáveis.
REFERENCIAL TEÓRICO
Os riscos para a saúde relacionados ao trabalho
dependem do tipo de atividade profissional e das condições em que o mesmo é desempenhado1.
A maneira individual de realizar uma tarefa, variáveis psicossociais como insatisfação do trabalho2,
movimentos repetitivos, posturas incorretas e estáticas são descritas como fatores de risco no trabalho3-5.
Posturas inadequadas produzem tensões mecânicas nos músculos, ligamentos e articulações, resultando em dores no pescoço, costas, ombros, punho e
outras partes do sistema musculoesquelético6,7.
O interesse pelo estudo sobre satisfação no trabalho decorre da influência que esta pode exercer
sobre o trabalhador, podendo afetar sua saúde física e
mental, interferir no seu comportamento profissional e/ou social, trazendo repercussão para a vida social e familiar do indivíduo8,9.
Um fator a ser considerado é que a satisfação no
trabalho está suscetível a influências e modificações
por forças internas e externas ao ambiente de trabalho
imediato, podendo ser modificada constantemente10.
Os trabalhadores do setor de serviços de instituições hospitalares, entre eles os escriturários, trabalham constantemente pressionados para que o
atendimento seja cordial, rápido e eficiente. Estes trabalhadores ficam sujeitos não só a pressões de seus
superiores, mas também a pressões de terceiros, como
usuários de serviços, cada vez mais exigentes e conscientes de seus direitos.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo longitudinal, prospectivo e
quase experimental, realizado no setor de Recursos Humanos (RH) do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São
Paulo - HCFMRP-USP. A pesquisa foi aprovada pelo
Comitê de Ética do HCFMRP-USP sob protocolo:
11679-2008. A coleta de dados foi realizada no período
entre novembro e dezembro de 2008, num intervalo de
cinco semanas. O programa era composto de um protocolo de exercícios físicos de alongamento, orientações
quanto à postura física e mobiliário utilizado no posto
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de trabalho. Todos os participantes foram informados
sobre os objetivos e a metodologia da pesquisa e assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido.
A amostra estudada foi constituída pelos escriturários que trabalham no setor de RH do hospital, e que,
voluntariamente, aceitaram participar do programa.
Os critérios de seleção da amostra foram: trabalhar como escriturário ou oficial administrativo no
setor de RH do HCFMRP-USP; não estar realizando
fisioterapia ou algum tipo de tratamento para lesões
musculoesqueléticas; ter disponibilidade de horário
para participar do programa e aceitar participar da pesquisa. Os critérios de exclusão foram: funcionários em
fase aguda de dor; funcionários com quadro doloroso
que impossibilite sua participação no programa; funcionários com doenças incapacitantes associadas e
funcionários com diagnóstico médico de alterações
cognitivas.
No setor de RH, 29 voluntários compunham o
corpo de funcionários do setor e/ou estavam trabalhando no período da coleta constituindo a população do estudo. Entre estes, 18 foram excluídos e apenas 11 constituíram a amostra final. Entre os 18 excluídos, 17 responderam aos questionários e alegaram não participar dos exercícios por falta de tempo
ou por não gostarem de realizar atividade física e apenas um se negou a participar do programa sem qualquer justificativa. Em se tratando dos 11 que constituíram a amostra final, todos responderam aos questionários e realizaram os exercícios físicos composto
por exercícios de alongamento e aceitaram participar das orientações ergonômicas e posturais.
O estudo foi realizado em três fases de execução. A primeira fase consistiu-se na aplicação dos
instrumentos de coleta de dados e análise ergonômica
do local de trabalho. Para a análise ergonômica foi
necessário conhecer o processo de trabalho e identificar os problemas enfrentados no mesmo. A análise
ergonômica consistiu em observação do setor de trabalho, dos mobiliários, dos equipamentos utilizados
no setor (computadores), além da postura utilizada
pelos trabalhadores para a realização da função. Foram observados os locais de suporte dos teclados,
mouses, monitores e telefones; altura de mesas e cadeiras; a postura mantida pelos escriturários no posto de trabalho; os movimentos realizados na execução da função; a existência de pausas bem definidas e
rodízios. Para esse procedimento, além da observação, foi utilizado o Censo de Ergonomia de Couto11.
Este instrumento juntamente com o Índice de
Disfunção Relacionada ao Pescoço12 foram utilizados
para avaliar as queixas de dor osteomuscular. O questionário sobre satisfação no trabalho do Occupational
Stress Indicator (OSI), traduzido e validado para o português13, foi aplicado com o intuito de verificar a satisfação no trabalho.
Recebido em: 23.02.2011 – Aprovado em: 09.08.2011
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A segunda fase do estudo constituiu-se por uma
intervenção realizada por meio de orientações posturais
e ergonômicas e aplicação do programa de exercícios
de alongamentos numa frequência de três vezes por
semana, em dias alternados, num período de cinco semanas consecutivas, com duração de quinze minutos
cada sessão e no meio da jornada de trabalho (permitido pelo chefe de seção). Os exercícios consistiram de
alongamentos da coluna cervical, torácica e lombar,
membros superiores e inferiores. Os trabalhadores
também foram orientados sobre a altura correta da
cadeira, da posição do monitor, mouses e teclados; da
maneira correta de sentar, de apoiar os braços e da importância em alternar a postura entre em pé e sentada.
Foram estimulados a realizar pausas e exercícios de alongamentos em casa e no trabalho.
A segunda aplicação dos instrumentos de coleta de dados foi realizada após a intervenção constituindo a terceira fase do estudo. Foram aplicados novamente os questionários da primeira fase com a finalidade de reavaliar e verificar possíveis alterações dos
resultados obtidos antes da aplicação dos programas
de exercícios de alongamento e das orientações
posturais e ergonômicas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados foram obtidos através do teste t
pareado, com o auxílio do software SAS® 9, através da
Proc Test. Houve melhora estatisticamente significativa em relação ao número de queixas osteomusculares após a prática de exercícios físicos de alongamento.
Foi observado que, no local estudado, todos
trabalhavam 8 horas por dia, usavam o computador
como ferramenta de trabalho e permaneciam sentados a maior parte do tempo. A maioria das cadeiras
tinha encosto plano, não possuíam apoio de braços,
não se encontravam em altura adequada para o trabalhador e não apresentavam regulagem de altura do
acento. As mesas possuíam quina viva e não eram
apropriadas para o uso do computador. O monitor
ficava localizado na parte lateral da mesa, com a superfície superior da tela abaixo da linha dos olhos. A
temperatura ambiente era controlada por ar-condicionado e foi considerada confortável pelos trabalhadores. Os estabelecimentos de saúde devem estar
constantemente atualizados tecnologicamente dentro de uma estrutura físico-funcional adequada para
promover a segurança dos trabalhadores14.
Na posição sentada, os trabalhadores frequentemente não apoiavam os braços na mesa e não usavam
o encosto de cadeira, exigindo uma postura estática
dos ombros e da coluna lombar e torácica. Quando o
trabalho em uma postura estática não tem como ser
Recebido em: 18/08/2010 – Aprovado em: 18/02/2011
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evitado, as estruturas musculotendíneas e ligamentares
podem ser aliviadas por meio de mudanças das posturas, melhora do posicionamento do mobiliário e das
ferramentas ou providenciando apoios para as partes
do corpo com o objetivo de reduzir as contrações estáticas dos músculos. Pausas de curta duração também
devem ser concedidas com maior frequência para permitir o relaxamento muscular e alívio da fadiga15.
Devido à posição lateral e baixa da tela do computador, a coluna cervical encontrava-se flexionada e
com rotação lateral. Os pés ficavam apoiados no chão,
porém, devido à altura baixa do acento da cadeira, o
ângulo entre a coxa e o tronco estava menor que 100o.
O programa de exercícios aplicados no estudo
foi desenvolvido para o distensionamento e alongamento dos músculos do tronco, dos membros superiores e inferiores. Após os exercícios e orientações, os
trabalhadores responderam novamente ao questionário de Censo de Ergonomia de Couto13, referente
aos locais das queixas. Verificou-se que, antes do programa de exercícios e orientações, as queixas em pescoço, coluna e ombro foram as mais citadas entre os
sujeitos, apresentandas na frequência de 20.5%, 17.9%
e 15.3%, respectivamente. Após a intervenção, tevese que houve redução em apenas no numero de queixas em coluna e ombro.
Os escriturários relataram que as situações de
trabalho que causam dor ou fadiga são aquelas realizadas por meio de tarefas contínuas, sem período de
pausas; por permanência na postura sentada e estática e mobiliário inadequado. As sugestões de melhorias
relatadas foram adequar o mobiliário, realizar exercícios laborais e rodízio de tarefas.
Em relação ao índice de disfunção relacionada à
cervical, houve pequena melhora da intensidade da
dor após o programa de exercícios físicos e orientações, porém não houve diferença estatisticamente
significativa (p>0,05) entre os resultados iniciais
(antes) e finais.
Ao analisar o questionário sobre satisfação no
trabalho, não houve diferença estatisticamente significativa (p>0,05) entre os resultados antes e após
o programa de exercícios e orientações.
No presente estudo realizou-se a análise
ergonômica do trabalho com o objetivo de compreender determinadas associações entre as condições de
trabalho e o relato de sintomas musculoesqueléticos. Essa análise evidenciou que a queixa de desconforto/dor relatada ocorre devido à permanência
do trabalhador em longos períodos sentados, adotando postura estática da coluna vertebral e dos ombros,
mobiliários inadequados e ausência de pausas bem
estabelecidas.
Observou-se que o pescoço foi o local de queixa
mais prevalente neste setor. Por isso foi considerada
Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2011 out/dez; 19(4):587-91.
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Queixas osteomusculares e satisfação no trabalho
necessária a introdução de um questionário que
enfatizasse a disfunção relacionada a essa região. Tradicionalmente, a dor musculoesquelética está relacionada, principalmente, a fatores de risco como levantamento de peso, adoção de posturas inapropriadas e ao trabalho repetitivo16. As tarefas exercidas em postura estática com flexão e rotação lateral do pescoço e fatores
psicossociais como monotonia17,18 e o ritmo intenso de
trabalho podem desencadear a dor nessa região, mais
suscetível também ao acúmulo de tensão muscular19,20.
Os exercícios realizados durante o expediente
de trabalho aparecem na literatura como um mecanismo adotado para diminuir ou evitar distúrbios físicos e emocionais na saúde do trabalhador21-23 e possuem como objetivos a prevenção e reabilitação das
doenças que o trabalho repetitivo e monótono pode
acarretar aos trabalhadores24,26.
No presente estudo, após a realização do programa de exercícios e de orientações, obteve-se redução do número de queixas osteomusculares, mesmo não ocorrendo intervenção nos equipamentos e
na organização do trabalho. Estes são aspectos fundamentais para a saúde do trabalhador27-30.
Na presente pesquisa, não houve alteração em
relação à satisfação no trabalho antes e após a realização dos exercícios e orientações, mesmo com diminuição de queixas osteomusculares. A satisfação no trabalho é um fenômeno complexo27 e de difícil definição31.
Por se tratar de um estado subjetivo, ela pode variar de
pessoa para pessoa, de circunstância para circunstância e, ao longo do tempo para a mesma pessoa, pode ser
mudada a concepção. Em um estudo realizado32, verificou-se que 95% dos trabalhadores sentiram-se mais
leves e descontraídos, refletindo em sua satisfação no
trabalho após seis meses de ginástica laboral. Deve-se
enfatizar que as diferenças nos resultados para a satisfação no trabalho podem estar relacionadas também
ao tempo de aplicação dos exercícios.
CONCLUSÃO
Portanto, a intervenção nas situações de traba-
lho com o objetivo de reduzir a prevalência de sintomas osteomusculares representa um desafio. No setor estudado, foi observado que o programa de exercícios físicos de alongamento e orientações durante
cinco semanas reduziu o número de queixas osteomusculares, mesmo sem a intervenção no mobiliário ou
na organização do trabalho. Porém, não houve associação entre a redução do número de queixas e a satisfação no trabalho. Novos estudos devem ser realizados com amostra e tempo maiores de intervenção
de forma a subsidiar resultados mais expressivos, principalmente no que tange aos aspectos relacionados à
satisfação no trabalho.
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