Dois poemas de “Undécima Poesía Vertical” de

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tradução
Dois poemas de “Undécima
Poesía Vertical”
de Roberto Juarroz
tradução de Jean Luiz Palavicini
roberto juarroz (Coronel Dorrego, província de Buenos
Aires, 1995 – Temperley, província de Buenos Aires, 1995), com
alguma exceção, como aquela representada por seus “Seis Poemas
Sueltos”, tem sua obra poética aglutinada sob o título geral de Poesía
Vertical, com um total de 14 livros, e a tradução que apresentamos
parte da “Undécima Poesía Vertical”. Poderíamos afirmar que sua
obra apresenta proximidades com um espírito qual o criacionista
de Vicente Huidobro, assim como de Mallarmé, Rilke e, sobretudo,
Antonio Porchia. Também poderíamos seguir apresentando-o, como
amiúde tem ocorrido, como um metapoeta artífice de uma poesia de
“indagação filosófica”, contudo preferimos simplesmente dar-lhe voz,
como o fizera o poeta uruguaio Luis Bravo em uma entrevista: “O
poeta e o poema se encontram rodeados pelo desconhecido. Quem
se dá conta disso e busca fazer do desconhecido algo que se coloque
diante do olhar, faz poesia”.
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Además de cultivar la tierra
y la memoria,
es preciso cultivar el vacío:
el prometido hueco de los rostros,
la participación de las metáforas,
los patéticos apelativos de dios,
todo lugar donde cesó de haber algo,
todo lugar donde dejará de haber algo,
los pensamientos que alguna
vez se pensaron,
los pensamientos que nunca se pensaron.
Além de cultivar a terra e a memória,
é preciso cultivar o vazio:
o prometido oco dos rostos,
a divisão das metáforas,
as patéticas denominações de deus,
todo lugar onde cessou de haver algo,
todo lugar onde deixará de haver algo,
os pensamentos que alguma
vez se pensaram,
os pensamentos que nunca se pensaram.
Y cultivar también
preventivamente el vacío
allí donde se cultiva cualquier otra cosa,
como la sola y taciturna garantía
de no desviarse del surco.
E cultivar também
preventivamente o vazio
ali onde se cultiva qualquer outra coisa,
como a solitária e taciturna garantia
de não se desviar do sulco.
Cultivar el vacío con las manos desnudas,
como el labrador más primitivo,
pero además cultivar el vacío
con el mismo vacío,
con su inocencia última:
su ignorancia de ser.
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Cultivar o vazio com mãos nuas,
como o lavrador mais primitivo,
mas também cultivar o vazio
com o mesmo vazio,
com sua inocência última:
sua ignorância de ser.
.
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Al concluir mi monólogo,
comencé por dialogar con las cosas,
quebrando el malentendido de silencio
que nos impide compartir el mismo sueño.
Empecé a conversar con la piedra,
con los tatuajes de la lluvia,
con un vaso rasgado por la noche.
Pasé luego a dialogar
con la atención sin falla de los árboles,
Ao concluir meu monólogo,
comecei por dialogar com as coisas,
quebrando o mal-entendido de silêncio
que nos impede compartilhar
o mesmo sonho.
Comecei a conversar com a pedra,
com as tatuagens da chuva,
com um copo trincado pela noite.
Passei logo a dialogar
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las respuestas sin pregunta de la rosa,
la inminencia que aguarda en el animal.
Y llegué así al diálogo brumoso
del hombre con el hombre,
ese torneo del exilio,
esta fábula tantas veces contada.
com a atenção sem falha das árvores,
as respostas sem pergunta da rosa,
a iminência que aguarda no animal.
E cheguei assim ao diálogo brumoso
do homem com o homem,
esse torneio do exílio,
esta fábula tantas vezes contada.
Y después de conversar con lo invisible
y sus bordes borrados,
me encontré con el diálogo que soy,
el diálogo que reemplazó al monólogo
y desde el cual comprendo
que sólo existen diálogos de diálogos,
que hasta la muerte y dios son diálogos,
diálogos que se mezclan con otros.
E depois de conversar com o invisível
e suas bordas apagadas,
encontrei-me com o diálogo que sou,
o diálogo que substituiu o monólogo
e desde o qual compreendo
que só existem diálogos de diálogos,
que até a morte e deus são diálogos,
diálogos que se mesclam com outros.
La soledad no existe.
Hay sólo grados de sordera,
como no oír ni aún el proprio diálogo.
A solidão não existe.
Há somente graus de surdez,
como não ouvir nem mesmo
o próprio diálogo.
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