EL DIVINO NARCISO Y L A R E D E N C I Ó N DEL LENGUAJE E n u n ensayo sobre las versiones barrocas d e l m i t o de N a r c i s o , Genette escribe que este personaje, al verse en las aguas de l a fuente, c o n f i r m a y p a r a d ó j i c a m e n t e desdobla su i d e n t i d a d : él mismo se p e r c i b e c o m o otroK N a c i d a , p o r t a n t o , de l a semejanza, l a alt e r i d a d d e l " s e g u n d o " N a r c i s o supera l a i n m e d i a t e z de su doble " r e a l " — a l q u e hace salir fuera de sus l í m i t e s — , y se e q u i p a r a con ello a u n a c a r a c t e r í s t i c a del lenguaje a l e g ó r i c o : a p u n t a r a o t r o s i g n i f i c a d o s i n dejar de existir l i t e r a l m e n t e e n el t e x t o . T a l s i m i l i t u d entre el personaje y l a figura r e t ó r i c a parece especialmente a d e c u a d a a l Divino Narciso, d o n d e l a a l e g o r í a y sus recursos i m p r e g n a n el t r a t a m i e n t o del m i t o c l á s i c o . A s í se e n t i e n d e que M e r r i m , u n a reciente estudiosa d e l a u t o s a c r a m e n t a l de Sor J u a n a I n é s de l a C r u z , h a y a a p r o x i m a d o las estrategias a r t í s t i c a s de d i c h a o b r a a l a l e v e n d a a u e le sirve de base v observe e n el a u t o u n d e s l u m b r a n t e despliegue de n a r c i s i s m o l i n g ü í s t i c o * . P e r o m i e n t r a s en las Metamorfosis N a r c i s o se p r o l o n g a e n u n a sola i m a g e n i n e v i t a b l e m e n t e esclavizada a su o r i g e n , las alegor í a s d e l Divino Narciso t r a s c i e n d e n s i e m p r e sus p u n t o s de p a r t i d a , d a n d o l u g a r a u n a r i q u í s i m a t r a b a z ó n de signos. Esta c o n t i n u a e x p a n s i ó n l i b e r a a l discurso de las constricciones literales q u e l o circunscriben a cada m o m e n t o , de suerte que l a m o v i l i d a d del signo v i e n e a i n d i c a r e n el a u t o s a c r a m e n t a l las p o s i b i l i d a d e s de regen e r a c i ó n d e l lenguaje h u m a n o , d e g r a d a d o tras l a C a í d a y l a m a l 1 G É R A R D G E N E T T E , " N a r c i s s e b a r o q u e " , NRF, 105 (1961), 558-564. STEPHANIE M E R R I M , " N a r c i s o desdoblado: Narcissistic strategems i n El divino Narciso and the Respuesta a Sor Filotea de la Cruz", BHS, 6 4 ( 1 9 8 7 ) , 1 1 1 - 1 1 7 . E n su ensayo, M e r r i m (p. 1 1 1 ) transfiere al texto y a sus mecanismos retóricos el supuesto narcisismo que L U D W I G P F A N D L atribuyera a la psicología de Sor J u a n a en Sor Juana Inés de la Cruz, la Décima Musa de México, su vida, su poesía, su psique, t r a d . J o s é Ortega y M e d i n a , U N A M , M é x i c o , 1 9 6 3 . 2 NRFH, X X X V I I I (1990), n ú m . 1, 197-217 198 JORGE CHECA NRFH, XXXVIII d i c i ó n de B a b e l . S e g ú n espero m o s t r a r en el presente ensayo existe entonces u n a a n a l o g í a entre el n ú c l e o t e m á t i c o d e l Divino Narciso (el m i s t e r i o de l a R e d e n c i ó n ) y las ideas subyacentes a su escritur a a l e g ó r i c a . M i tesis s i t u a r á el auto de Sor J u a n a en l a ó r b i t a del p e n s a m i e n t o de San A g u s t í n , p a r a q u i e n l a e s p e c u l a c i ó n r e l i giosa y l a l i n g ü í s t i c a — y s e m i o l ó g i c a en general— son a m e n u d o indeslindables. G r a n p a r t e de las cuestiones sobre el lenguaje desarrolladas e n El divino Narciso a s o m a n y a en su c é l e b r e l o a , t e m a de m i s p r ó x i m o s c o m e n t a r i o s . L a breve pieza y el auto a b o r d a n , c o m o se sabe, u n asunto s i m i l a r : l a a n t i c i p a c i ó n d e l c r i s t i a n i s m o y de algunos de sus m i s t e r i o s en ciertas creencias y r i t u a l e s p a g a n o s . A l a vez, l a l o a c o n s t i t u y e u n a breve a l e g o r í a de l a c o n q u i s t a de A m é r i c a , y sintetiza las actitudes b á s i c a s estimuladas p o r las c o n troversias acerca de los cultos i n d í g e n a s . Desde m i p u n t o de v i s t a , d i r é que los debates a s p i r a n a interpretar y a d o m i n a r u n discurso religioso en f u n c i ó n de los presupuestos absolutos de o t r o , r a z ó n p o r l a c u a l c o n l l e v a n u n a a c t i v i dad hermeneútica. E n la l o a de Sor J u a n a , l a R e l i g i ó n C r i s t i a n a asume el p a p e l de i n t é r p r e t e c u a n d o , a c o m p a ñ a d a de su esposo el C e l o (es d e c i r , el p o d e r í o m i l i t a r ) , c o n f r o n t a l a c e r e m o n i a azteca del Teocualo o " D i o s c o m i d o " . A q u í l a R e l i g i ó n e x h i b e de f o r m a sucesiva dos i m p u l s o s m u y diferentes: de e n t r a d a se i n c l i n a a castigar v i o l e n t a m e n t e l a " c i e g a I d o l a t r í a " ( p . 8 ) de los i n d í g e n a s , pero luego o p t a p o r su c o n v e r s i ó n p a c í f i c a , siendo é s t a l a a c t i t u d que p r e v a lece. A m b a s actitudes i n d i c a n d i s t i n t o s m o d o s — l a s u p r e s i ó n , o b i e n l a a s i m i l a c i ó n — de encarar u n discurso a p a r e n t e m e n t e ajen o al p r o p i o , y t i e n e n en l a l o a su j u s t i f i c a c i ó n d o c t r i n a l . L a p r i m e r a p o s t u r a se basa e n l a creencia de que el Teocualo y otros ritos sangrientos n o son sino cultos m a l i c i o s a m e n t e incitados p o r el dem o n i o ; se t r a t a de u n a d o c t r i n a q u e g o z ó de g r a n p r e d i c a m e n t o e n t r e los m i s i o n e r o s de A m é r i c a y a en el siglo x v i y q u e defen3 4 5 Para u n planteamiento claro y conciso de las relaciones entre la loa y el auto desde este p u n t o de vista, v é a s e E D M O N D C R O S , " E l cuerpo y el ropaje en El divino Narciso de Sor J u a n a I n é s de la C r u z ' ' , BBMP, 39 (1963), 73-94. ' Para una sucinta descripción de la ceremonia, descrita por J u a n de T o r quemada en su Monarquía indiana, véase O C T A V I O P A Z , Sor Juana Inés de la Cruz o Las trampas de la fe, Seix B a r r a l , Barcelona, 1982, p . 459. Las citas del Divino Narciso se refieren a la e d i c i ó n de Alfonso M é n d e z 3 4 5 Planearte del t. 3 de las Obras completas de S O R J U A N A I N É S DE L A C R U Z , M é x i c o , 1955. FCE, NRFH, XXXVIII EL DIVINO 199 NARCISO d i e r o n fray B e r n a r d i n o de S a h a g ú n y fray A n d r é s de O l m o s . E n 6 c u a n t o a la a c t i t u d p a r t i d a r i a de l a a s i m i l a c i ó n , su fundamento consiste en n o t a r que las r e l i g i o n e s p r e h i s p á n i c a s i n c l u y e n cerem o n i a s s o r p r e n d e n t e m e n t e parecidas a ciertos m i s t e r i o s esenciales de l a fe c r i s t i a n a , las cuales d e b e n ser a p r o v e c h a d a s c o n fines e v a n g e l i z a d o r e s ; el que esos r i t u a l e s r e f l e j a r a n o n o revelaciones parciales y previas a la d i f u s i ó n del c r i s t i a n i s m o , fue u n p u n t o bast a n t e d i s c u t i d o . V o l v i e n d o a l a l o a , l a R e l i g i ó n expresa las o p i 7 n i o n e s de Sor J u a n a sobre los c u l t o s i n d í g e n a s u n a vez que nota las afinidades existentes e n t r e el dios azteca de las semillas y el d i o s c r i s t i a n o , y e n t r e el Teocualo y el s a c r a m e n t o de l a c o m u n i ó n : ¡ V á l g a m e Dios! ¿ Q u é dibujos, q u é r e m e d o s o q u é cifras de nuestras sacras V e r d a d e s q u i e r e n ser estas m e n t i r a s ? ¡ O h cautelosa S e r p i e n t e ! ¡ O h Á s p i d venenoso! ¡ O h H i d r a , q u e viertes p o r siete bocas, de t u p o n z o ñ a n o c i v a toda la m o r t a l cicuta! ¿ H a s t a d ó n d e tu malicia q u i e r e r e m e d a r de D i o s las sagradas M a r a v i l l a s ? Pero con t u m i s m o e n g a ñ o , D i r i g i é n d o s e a Occidente y a A m é r i c a , dice la R e l i g i ó n en la loa: "dej a d el culto profano / a que el D e m o n i o os i n c i t a " (p. 7). Sobre esta doctrina y las discusiones a que dio lugar entre franciscanos y jesuitas, v é a n s e M A R I E C É C I L E BENASSY-BERLING, Humanismo y religión en Sor Juana Inés de la Cruz, U N A M , M é x i c o , 1983, pp. 312 ss.; t a m b i é n P A Z , op. cü., pp. 457-458. Acerca del influjo de la filosofía h e r m é t i c a en la doctrina de las revelaciones parciales, véase el resumen de P A Z , op. cü., pp. 460-461. Paz s e ñ a l a que en general los jesuitas, tan importantes en la f o r m a c i ó n intelectual de Sor J u a n a , " n o adoptaron el hermetismo, pero sí se sirvieron del m é t o d o de interp r e t a c i ó n sincretista utilizado por Lactancio y por Clemente de A l e j a n d r í a " , lo que " p e r m i t í a una r e v a l o r i z a c i ó n o, m á s bien, una " r e d e n c i ó n " de las antiguas religiones nacionales" (p. 462). U n jesuita seguidor del hermetismo fue, no obstante, el padre AtanasiL K i r c h e r , m u y admirado, como se sabe, por Sor J u a n a . E n el Oedipus Aegyptianus, K i r c h e r establece u n sistema de correspondencias entre los signos de diversas religiones, incluyendo la de los indios mex.canos, cuyas peculiaridades c o n o c í a a t r a v é s de G o m a r a y Acosta (véase B É N A S S Y - B E R L I N G , p p . 149-155). Para los fundamentos teológicos del sincretismo religioso en filósofos renacentistas como Pico della M i r á n d o l a puede consultarse el admirable l i b r o de E D G A R D W I N D , Pagan mystenes in the Renaissance, N o r t o n , New Y o r k , 1968, pp. 17 y 218-220. 6 7 200 JORGE CHECA NRFH, XXXVIII si D i o s m i l e n g u a h a b i l i t a , te t e n g o de c o n v e n c e r ( p . 1 3 ) . E n p r i n c i p i o , las palabras de l a R e l i g i ó n a t r i b u y e n a los signos ceremoniales de los aztecas u n sentido a m b i v a l e n t e , en l a m e d i d a en que r e s u l t a n susceptibles de lecturas a n t i t é t i c a s : p u e d e n ser i n terpretados y a n e g a t i v a m e n t e , c o m o " r e m e d o s " de las " S a c r a s V e r d a d e s " , o y a p o s i t i v a m e n t e , c o m o " c i f r a s " de las m i s m a s . D e c u a l q u i e r f o r m a , parece claro que, c o n i n d e p e n d e n c i a de l a l e c t u r a que se a d o p t e , las ceremonias son en sí, de acuerdo c o n Sor J u a n a , f r u t o de l a i n s p i r a c i ó n d i a b ó l i c a . N o obstante, el eng a ñ o n a c i d o de ese i n f l u j o se v u e l v e , gracias a l a " l e n g u a " (o a l a h a b i l i d a d r e t ó r i c a ) de l a R e l i g i ó n , c o n t r a l a m a l i c i a de su p r o p i o a u t o r , c o n el efecto de que u n discurso r i t u a l t e o l ó g i c a m e n t e falso y perverso sirve en ú l t i m o t é r m i n o p a r a p r o p a g a r l a fe cristiana. Este a p r o v e c h a m i e n t o e s t r a t é g i c o de m e n t i r a s que g u a r d a n relaciones de a n a l o g í a c o n las verdades supremas q u e se" desean com u n i c a r fue sustentado, de cara a l a e v a n g e l i z a c i ó n de A m é r i c a , p o r religiosos c o m o el p a d r e J o s é de A c o s t a en su Historia natural y moral de las Indias*. Pero dejando a h o r a a u n l a d o su u t i l i z a c i ó n en el proceso i d e o l ó g i c o de l a c o n q u i s t a , h a b r á de notarse p r i m e r a m e n t e q u e , si v e m o s en los r i t u a l e s p r e h i s p á n i c o s u n t i p o específico de texto a i n t e r p r e t a r , e n c o n t r a m o s a q u í u n a d r a m a t i z a c i ó n del m e c a n i s m o de l a a l e g o r í a , d o n d e a m e n u d o u n a s i t u a c i ó n o u n e n u n c i a d o e x t e r n a m e n t e falsos d i r i g e n n u e s t r a a t e n c i ó n h a c i a u n mensaje r e a l desde el p u n t o de v i s t a s i m b ó l i c o . U n a segund a m a n e r a de a b o r d a r el p r o b l e m a , cercana a l a a n t e r i o r , consiste en s u p e r p o n e r a los rituales dos niveles e x e g é t i c o s , s e g ú n el m é t o d o q u e e s t i p u l a San A g u s t í n en Sobre la doctrina cristiana. 9 E n sus reglas p a r a i n t e r p r e t a r c o r r e c t a m e n t e los textos b í b l i cos contenidos en d i c h o t r a t a d o , San A g u s t í n sostiene que u n i d é n t i c o t é r m i n o , de a c u e r d o c o n el l u g a r en q u e aparece, puede sig- 8 BÉNASSY-BERLING, op. cit., p. 319. S e g ú n indica San A g u s t í n en varias de sus obras, las historias patentemente mentirosas son moralmente preferibles a las que i n t e n t a n hacerse pasar por verdaderas sin serlo, pues a q u é l l a s no ocultan al menos su estatuto ficticio y nos fuerzan a buscarles u n segundo sentido intelectual; véase W I L L I A M NEL¬ SON, Fací or fiction: the dilemma qf the Renaissance storyteller, H a r v a r d U n i v e r s i t y Press, C a m b r i d g e , 1973, p. 14. Las críticas de la ficción v e r o s í m i l que de a q u í resultan t e n d r á n amplias repercusiones en algunas t e o r í a s literarias del Renacimiento, como muestra el m i s m o Nelson en su l i b r o . 9 NRFH, XXXVIII EL DIVINO NARCISO 201 n i ñ e a r cosas diversas y a u n c o n t r a r i a s . E l significado c o n t r a r i o se p r o d u c e c u a n d o el t é r m i n o e n c u e s t i ó n "se opone p o r semej a n z a , unas veces de b i e n ( s i g n i f i c a d o "in bono"), otras de m a l ( s i g n i f i c a d o "in malo")" ( I I I , 25, 3 6 ) . San A g u s t í n aduce c o m o e j e m p l o l a p a l a b r a " l e ó n " , l a c u a l designa, en diferentes pasajes de l a B i b l i a , a D i o s o al d i a b l o . A u n q u e e v i d e n t e m e n t e el Pad r e de l a Iglesia n o se refiere a q u í a u n a pareja de significados superpuestos a u n a m i s m a i m a g e n o e n u n c i a d o , q u i e r o destacar q u e su t e o r í a subraya l a c a p a c i d a d d e l signo p a r a adecuarse a dos lecturas religiosas y morales i g u a l m e n t e v á l i d a s , p o r m á s que e n a p a r i e n c i a se c o n t r a d i g a n . E n el caso de l a l o a de Sor J u a n a , l a c o n t r a d i c c i ó n se resuelve gracias a l a j e r a r q u i z a c i ó n de los sentidos "in malo" e "in bono" del discurso r i t u a l i n d í g e n a . C o m o el " l e ó n " b í b l i c o de San A g u s t í n , este discurso sugiere dos i n t e r p r e t a c i o n e s — d i a b ó l i c a y d i v i n a — , sólo que a h o r a l a p r i m e r a se s u b o r d i n a a la segunda. Cabe agregar que, al p r o p o n e r en su vuelta a lo divino de l a l e y e n d a de N a r c i s o u n a v i s i ó n favorable del personaje m i t o l ó g i c o ( i m a g e n de D i o s hecho h o m b r e ) , el auto sacram e n t a l t a m b i é n postula u n a i n t e r p r e t a c i ó n p o s i t i v a o "in bono" de u n a figura t r a d i c i o n a l m e n t e asociada al pecado y sus efectos. Es m u y p r o b a b l e que, en su c r e a c i ó n de u n N a r c i s o d i v i n i z a d o , Sor J u a n a se i n s p i r a r a en el Speculum imaginum veritatis ocultae (1650) del j e s u i t a a l e m á n J a c o b u s M a s s e n i u s , q u i e n , p o r c i e r t o , n o deja de a p l i c a r a N a r c i s o u n a h i p o t é t i c a l e c t u r a "in malo" p a r a l e l a a la o t r a . A s í , pues, t a n t o l a l o a de Sor J u a n a c o m o su p a r t i c u l a r vers i ó n a lo divino de N a r c i s o p l a n t e a n u n a recuperación de lenguajes h e t e r o d o x o s o paganos a p r i m e r a v i s t a , c u y o c a r á c t e r p o t e n c i a l m e n t e n o c i v o q u e d a , n o o b s t a n t e , d i s u e l t o u n a vez que se c o n t e m p l a n a l a l u z de l a r e l i g i ó n c r i s t i a n a . E n m a n o s de l a a u t o r a m e x i c a n a , esta d e p u r a c i ó n d e l discurso ajeno n o obedece ú n i c a m e n t e a necesidades estrictamente d i d á c t i c a s , sino que se i n t e g r a e n u n o de los aspectos d o c t r i n a l e s m á s i m p o r t a n t e s del a u t o sac r a m e n t a l : l a n a t u r a l e z a c o n t a m i n a d a d e l signo y l a p a l a b r a e n 1 0 1 1 Las citas de Sobre la doctrina cristiana se refieren a la ed. y t r a d . de B a l b i n o M a r t i n en el t. 1 5 de las Obras completas de S A N A G U S T Í N , BAC, M a d r i d , 1 9 5 7 . Sobre la d i s t i n c i ó n de los significados "in malo" e "in bono", v é a s e JES¬ SE M . G E L L R I C H , The idea ofthe book in the Middle Ages, Cornell University Press, Ithaca, 1 9 8 5 , p . 1 3 2 . Sobre la doble i n t e r p r e t a c i ó n de Massenius, v é a s e L O U I S E V I N G E , The Narcissus theme in Western literature up to the early 19th century, trads. Lisbeth G r o n l u n d y Nigei Reeves, Skansna C e n t r a l t r y c , L u n d , 1 9 6 7 , p. 1 1 9 . 1 0 1 1 JORGE CHECA 202 NRFH, n u e s t r o m u n d o h i s t ó r i c o y las p o s i b i l i d a d e s de XXXVIII combatirla. L a C a í d a y B a b e l s u p o n e n los a c o n t e c i m i e n t o s q u e definen las relaciones p r o b l e m á t i c a s entre la h u m a n i d a d y el lenguaje. C o n f o r m e a u n a t e o r í a m u y d i f u n d i d a en el R e n a c i m i e n t o , d u r a n t e su estancia en el P a r a í s o A d á n r e v e l a su o m n i s c i e n c i a l i m i t á n d o se a n o m b r a r las cosas, pues l a p a l a b r a es allí i m a g e n fiel del obj e t o que d e s i g n a . Este ajuste i n f a l i b l e y necesario del n o m b r e 12 a su referente se d e b i l i t a d e s p u é s del pecado o r i g i n a l y se p i e r d e c o m p l e t a m e n t e c o n el e p i s o d i o de B a b e l . A p a r t e de d e t e r m i n a r , d i c e San A g u s t í n , l a t o t a l a r b i t r a r i e d a d de los signos l i n g ü í s t i c o s , el castigo de D i o s a c a r r e a , a d e m á s , su f r a g m e n t a c i ó n en n u m e r o sas lenguas dispersas y m u t u a m e n t e a i s l a d a s . E n El divino 13 Nar- ciso l a n i n f a Eco (personaje que r e p r e s e n t a al d e m o n i o ) r e s u m e a s í los efectos de B a b e l sobre el g é n e r o h u m a n o : A cuya loca a m b i c i ó n , en p r o p o r c i o n a d a p e n a , c o r r e s p o n d i ó en divisiones la c o n f u s i ó n de las l e n g u a s ; q u e es j u s t o castigo al q u e n e c i o p i e n s a que lo entiende todo, que a n i n g u n o entienda. D e s p u é s de a s í d i v i d i d o s , los i n s i s t í a tales sectas, que y a adoraban al Sol, y a el curso de las E s t r e l l a s , y a v e n e r a b a n los b r u t o s , V é a s e C L A U D E - G I L B E R T D U B O I S , Mythe et langage au seizième siècle, D u cros, Bordeaux, 1970, pp. 47-48. 1 2 1 3 V é a n s e G E L L R I C H , op. cit., p. 99 y E U G È N E V A N C E , " S a i n t A u g u s t i n e : language as t e m p o r a l i t y " , en Mimesis. From mirror to method, Augustine to Descartes, eds. J o h n D . L y o n s y Stephen G . Nichols, U n i v e r s i t y Press of N e w England, H a n n o v e r - L o n d o n , 1982, p. 24. Sobre la arbitrariedad y m u l t i p l i c i d a d del signo p o s t b a b é l i c o , Vance incluye la siguiente cita de S A N A G U S T Í N , que doy en su version e s p a ñ o l a : " C o m o las palabras pasan herido el aire y no duran m á s tiempo del que e s t án sonando, se inventaron letras que son signos de las palabras. De este modo las voces se manifiestan a los ojos, no por sí mismas, sino por estos sus signos propios. Estos signos no pudieron ser comunes a todos los pueblos a causa de aquel pecado de soberbia que m o t i v ó la disensión entre los hombres queriendo cada uno usurpar para sí el dominio. De esta soberbia es signo aquella torre que edificaban con á n i m o de que llegase al cielo, en el cual merecieron aquellos hombres impíos no sólo tener voluntades opuestas, sino t a m b i é n diferentes palabras" (Sobre la doctrina cristiana, I I , 4, 5). NRFH, XXXVIII EL DIVINO 203 NARCISO ya daban culto a las p e ñ a s , ya a las fuentes, ya a los ríos, ya a los bosques, ya a las selvas, sin que quedara criatura, por i n m u n d a o por obscena, que su ceguedad dejara, que su ignorancia excluyera; y adorando embelesados sus inclinaciones mesmas, olvidaron de su Dios la a d o r a c i ó n verdadera; conque amando Estatuas su ignorancia ciega, vinieron a casi transformarse en ellas (p. 38). E l f r a g m e n t o (que r e p r o d u z c o í n t e g r a m e n t e p o r su i m p o r t a n c i a ) e n f a t i z a sobre t o d o las m ú l t i p l e s manifestaciones de i d o l a t r í a resultantes de l a r u p t u r a y d i s e m i n a c i ó n d e l lenguaje. D e a h í v i e n e q u e a l a d i v i s i ó n del signo le c o r r e s p o n d a u n a v a r i e d a d de sectas t a n a b u n d a n t e s c o m o las lenguas r e c i é n f o r m a d a s , e i g u a l m e n t e incapaces de r e n d i r homenaje al v e r d a d e r o D i o s . E n su l u g a r , desp u é s de B a b e l los h o m b r e s a d o r a r o n los elementos de l a n a t u r a l e za i n m e d i a t a m e n t e visibles sin b u s c a r el Ser S u p r e m o de q u i e n b r o t a n todos ellos. A l n o trascender el m u n d o m a t e r i a l , los cultos i d o l á t r i c o s t e r m i n a r o n ensalzando los p r o p i o s instintos p e c a m i nosos —las " i n c l i n a c i o n e s m e s m a s " — de sus practicantes, cuyas " E s t a t u a s " reflejan t a n sólo u n a a u t o c o m p l a c e n c i a v i l . L a perversa c i r c u l a r i d a d de los cultos p o s t b a b é l i c o s ( q u e rem i t e n siempre sin escapatoria a sus r a í c e s i m p u r a s ) puede verse e n el auto c o m o u n a m u e s t r a de n a r c i s i s m o d i a b ó l i c o , y representa a s i m i s m o , p a r a l a t r a d i c i ó n j u d a i c a , el rasgo f u n d a m e n t a l de l a i d o l a t r í a . A p r o p ó s i t o de u n a c o m p a r a c i ó n entre P e t r a r c a y San A g u s t í n , Freccero e x p l i c a q u e , d e n t r o de las concepciones religiosas del p u e b l o i s r a e l i t a , l a i d o l a t r í a e q u i v a l e a u n a " r e i f i c a c i ó n " o " f e t i c h i z a c i ó n " de los signos, estado e n el cual " l a refer e n c i a a u n logos a n t e r i o r " q u e d a b l o q u e a d a . P r i s i o n e r o de su a u t o r r e f l e x i b i l i d a d , el signo deja de ser u n p u e n t e p a r a el c o n o c i m i e n t o d i v i n o . Este fin c o g n o s c i t i v o es, de hecho, el que e n gene14 J O H N FRECCERÒ, " T h e fig tree and the laurel: Petrarch's poetics", en Literary theory and Renaissance texts, eds. Patricia Parker y D a v i d Q u i n t , Johns H o p k i n s University Press, Baltimore, 1986, 20-32; la cita corresponde a la p. 27. 1 4 204 JORGE CHECA NRFH, XXXVIII r a l se a t r i b u y e al signo en las corrientes p a t r í s t i c a s y medievales, y al que t a m b i é n Sor J u a n a d a c a b i d a en su o b r a . P a r a entender c ó m o El divino Narciso d r a m a t i z a l a c o n c e p c i ó n o r t o d o x a , trascendente y a n t i i d o l á t r i c a d e l signo ( c u y a degradac i ó n m á s abyecta tiene l u g a r c o n el castigo de B a b e l ) , es preciso v o l v e r a las t e o r í a s s e m i o l ó g i c a s de San A g u s t í n . E l signo, seg ú n é l , se caracteriza precisamente p o r su t r a n s i t i v i d a d : 1 5 1 6 El signo es toda cosa que, a d e m á s de la fisonomía que en sí tiene y presenta a nuestros sentidos, hace que nos venga el pensamiento de otra cosa distinta (Sobre la doctrina cristiana, I I , 1, 1 ) . E n o t r o pasaje de Sobre la doctrina cristiana, San A g u s t í n d i f e r e n c i a los signos naturales (carentes de i n t e n c i o n a l i d a d s i g n i f i c a t i v a ) de los signos convencionales ( q u e sí t i e n e n el p r o p ó s i t o de c o m u n i c a r a l g o ) . C o m o aclara G e l l r i c h , los signos de las Sagradas E s c r i t u ras pertenecen a l a c a t e g o r í a de los convencionales, y a q u e expresan la i n t e n c i ó n d i v i n a a t r a v é s de los profetas y e v a n g e l i s t a s . M á s adelante, G e l l r i c h r e l a c i o n a l a d e f i n i c i ó n d e l signo convencional c o n el p r i n c i p i o a g u s t i n i a n o del uso (frente al disfrute) de las cosas: 17 T h e term uso refiects the principie, which runs throughout the De Doctrina and medieval exegesis as well, that the signs i n Scripture are not simply to be " e n j o y e d " for their own sake, but are to be I m p l í c i t a en las concepciones s e m i o l ó g i c a s de San A g u s t í n , FRECCERO ve u n a "teología del deseo": " W e r e m a i n w i t h i n a verbal universe, reaching out for a silent t e r m i n a l p o i n t , Dios, that lies outside the system" (pp. 2 2 - 2 3 ) . De hecho, en sus ideas y en parte de su vocabulario el fragmento del Divino Narciso a r r i b a citado parece tener en cuenta u n pasaje de Sobre la doctrina cristiana, cuyo t í t u l o es " S e r v i d u m b r e de los gentiles a los signos i n ú t i l e s " . Entre otras cosas, dice a q u í S A N A G U S T Í N : " Q u é me aprovecha el que la estatua de Nept u n o represente las aguas de los ríos y los mares, si no es para no adorar n i los unos n i los otros, pues para m í tan lejos está de ser Dios cualquier estatua como todo el mar. Sin embargo, confieso que están mucho más sumergidos los que juzgan hnr dioses las obras de los hombres, que aauellos que adoran las obras de Dios. A nosotros se nos m a n d a amar y adorar a u n solo Dios que hizo todas estas cosas; mas los gentiles veneran los simulacros de ellas o como D i o s , o como sig¬ nos, o como i m á g e n e s de dioses" ( I I I , 7 , 1 1 ; las cursivas son m í a s ) . 1 5 Para una e x p o s i c i ó n de estas t e o r í a s desde distintos enfoques, v é a n s e T Z V E T A N T O D O R O V , Theories of the symbol, trad. Catherine Porter, Cornell U n i versity Press, Ithaca, p p . 3 6 - 5 6 ; M A R C I A L . C O L I S H , The mirror of language: a study in the medieval theory of knowledge, U n i v e r s i t y o f Nebraska Press, L i n c o l n , 1 6 1983, pp. 1 7 7 - 5 4 ; G E L L R I C H , pp. G E L L R I C H , op. cit., p. 113-122. 113. NRFH, XXXVIII EL DIVINO NARCISO 205 " u s e d " for the sake of uncovering the spiritual intention o f G o d i n them (114) . 18 Esta d i s t i n c i ó n ayuda a d a r cuenta de la i m p o r t a n c i a que San A g u s t í n confiere a los signos figurativos, establecidos a h o r a en o p o s i c i ó n a los literales: en el signo figurativo, l a cosa significada p o r u n p r i m e r signo literal e n v í a a u n n u e v o referente (Sobre la doctrina cristiana, I I , 10, 15). L o s figurativos son, p o r c o n s i g u i e n t e , signos de segundo g r a d o , que al p r o l o g a r el rasgo de t r a n s i t i v i d a d y resp o n d e r c l a r a m e n t e a l a idea de uso se l l e n a n de u n v a l o r m u y p o sitivo. Es difícil pensar en u n t e x t o l i t e r a r i o q u e o t o r g u e t a n t o relieve c o m o El divino Narciso a las nociones agustinianas de t r a n s i t i v i d a d y uso. Y a l a l o a i n t r o d u c t o r i a del a u t o las m a n i f i e s t a , pues, s e g ú n n o t a m o s unas p á g i n a s a t r á s , l a l e c t u r a c r i s t i a n a del d i s c u r so r i t u a l azteca p e n e t r a b a l a m e r a e x t e r i o r i d a d de los signos allí desplegados (su p r i m e r s e n t i d o ) , p a r a d i s c e r n i r en ellos nuevos significados ocultos. A s í , en l a l o a l a c e r e m o n i a i n d í g e n a se som e t e a tres i n t e r p r e t a c i o n e s , cada u n a m á s s u t i l y p r o f u n d a q u e l a precedente: l a falsa de los p r o p i o s aztecas y las dos v e r d a d e r a s ("in malo" e "in bono") de l a R e l i g i ó n . E n s e g u i d a veremos c ó m o el a u t o o t o r g a a los elementos s i m b ó l i c o s que pone en j u e g o u n a t r a n s i t i v i d a d parecida. A l i n i c i o del t e x t o , l a N a t u r a l e z a H u m a n a hace las veces de c o m e n t a r i s t a de l a a c c i ó n y e x p o n e , c o n f o r m e al m é t o d o calder o n i a n o , l a g é n e s i s i n t e l e c t u a l de l a a l e g o r í a luego d e s a r r o l l a d a , p a r a lo cual se vale de dos personificaciones: l a Sinagoga y l a G e n t i l i d a d . C a d a u n a de ellas representa, en el r e p a r t o de papeles de l a N a t u r a l e z a H u m a n a , u n p l a n o de l a " i d e a " o asunto q u e v a a escenificarse. E n t a n t o que l a S i n a g o g a d a r á " c u e r p o " a esa " i d e a " , l a G e n t i l i d a d le p r o p o r c i o n a r á el " v e s t i d o " ( p . 2 7 ) . O t r a s parejas de t é r m i n o s opuestos ( " s e n t i d o ' ' / " v o c e s " ; " l o que se ent i e n d e ' 7 " lo que se o y e " ; " a l m a ' ' / " m a t e r i a " ) r e f u e r z a n el m i s m o contraste, c o n el efecto de q u e e n todas las oposiciones el seg u n d o elemento m e n c i o n a d o se s u b o r d i n a ai p r i m e r o . E l l o enlaza c o n la j e r a r q u i z a c i ó n discursiva inherente a u n a o b r a a lo divino: tal es nuestro auto, donde l a c o n f o r m i d a d de las " D i v i n a s " y " H u m a n a s L e t r a s " ( p . 34) n o supone su i g u a l d a d a x i o l ó g i c a , sino l a Ibid., p. 114. L a d i s t i n c i ó n entre uso y disfrute se encuentra en Sobre la doctrina cristiana ( I , 4, 4). San A g u s t í n desarrolla esta d i s t i n c i ó n en sucesivos c a p í t u l o s del m i s m o libro I . Para el contraste entre el signo que se usa y el sign o i d o l á t r i c o que se disfruta, v é a s e FRECCERO, art. c i t . , p. 2 8 . 1 3 206 JORGE CHECA NRFH, XXXVIII a s i m i l a c i ó n ( a p u n t a d a en l a loa) de los textos profanos p o r los sagrados. D e o t r a parte, en su e q u i p a r a c i ó n respectiva al " c u e r p o " y a l " v e s t i d o " de l a " i d e a " , l a Sinagoga y l a G e n t i l i d a d s i m b o l i z a n , d e n t r o del a u t o , los dos niveles presentes en c u a l q u i e r i m a gen a l e g ó r i c a , de m o d o que t a l m e c a n i s m o r e t ó r i c o es s i m u l t á n e a m e n t e , en El divino Narciso, medio y objeto de r e p r e s e n t a c i ó n . C u a n d o l a N a t u r a l e z a H u m a n a pone el " v e s t i d o " de l a G e n t i l i d a d al servicio del " c u e r p o " de l a S i n a g o g a , usa, en sentido a g u s t i n i a n o , el discurso m i t o l ó g i c o e l a b o r a d o p o r los autores c l á s i c o s . L a l e y e n d a de N a r c i s o a d q u i e r e entonces v a l o r t r a n s i t i v o al subsumirse en los textos del A n t i g u o T e s t a m e n t o , que y a son u n reflejo d i r e c t o de l a p a l a b r a d i v i n a . E l proceso de s i m b o l i z a c i ó n r e c i é n a b i e r t o n o se detiene, sin e m b a r g o , a h í . E n u n m o m e n t o d a d o , l a N a t u r a l e z a H u m a n a le dice a l a G e n t i l i d a d que " y e r r a " (alude a l a letra de sus relatos m i t o l ó g i c o s ) ; luego se vuelve a l a Sinagoga y p r o c l a m a su " c o n o c i m i e n t o " de l a V e r d a d r e l i giosa, si b i e n agrega seguidamente: " v e n d r á u n t i e m p o / e n que t r o c á n d o s e las acciones/ l a G e n t i l i d a d conozca/y l a Sinagoga i g n o r e " ( p . 2 5 ) . Estas acciones trocadas p r e l u d i a n el hecho de que ser á n pueblos gentiles, y n o el hebreo, los receptores futuros del m e n saje e v a n g é l i c o a n t i c i p a d o e n el A n t i g u o T e s t a m e n t o . L e j o s , en consecuencia, de postularse c o m o u n t e x t o c e r r a d o y d e f i n i t i v o , las V i e j a s E s c r i t u r a s e s t á n t a m b i é n i m b u i d a s de t r a n s i t i v i d a d . Si p r o l o n g a m o s l a i m a g e n de Sor J u a n a , son el " v e s t i d o " que se s u b o r d i n a j e r á r q u i c a m e n t e al " c u e r p o " d e l c r i s t i a n i s m o y sus Evangelios. L a t r a n s i t i v i d a d de m u c h o s signos del A n t i g u o T e s t a m e n t o rad i c a , pues, e n su n a t u r a l e z a p r o f é t i c a , y es perfectamente coher e n t e , c o m o destaca M e r r i m , que Sor J u a n a i n c l u y a e n su o b r a diversos pasajes de este t i p o ( t o m a d o s sobre t o d o del Cantar de los Cantares y de los v a t i c i n i o s de I s a í a s ) . E n ciertos casos, a d e m á s , la p r o f e c í a se expresa a m a n e r a de figura, o b i e n varias situaciones o personajes de l a B i b l i a ( A b e l , E n o c h , A b r a h a m , Esther) son o b j e t o de u n a interpretación figural. E l c l á s i c o estudio de A u e r b a c h p r o p o r c i o n a u n a famosa d e f i n i c i ó n de semejante f o r m a de e x é g e 1 9 2 0 L a m á s conocida justificación por San A g u s t í n del uso de las letras paganas se encierra en su famosa idea de la Spolatio Aegyptiorum; v é a s e Sobre la doctrina cristiana ( I I , 4 0 , 6 0 y 6 1 ) . Acerca de la " t r a d i c i ó n m o r a l " o alegórica en l a i n t e r p r e t a c i ó n de las leyendas del paganismo, v é a s e el clásico estudio de J E A N SEZNEC, the survival oj the pagan gods: The mythological tradition and tís place in Renaissance humanism, Princeton University Press, Princeton, 1 9 7 2 , pp. 8 4 « . 1 9 2 0 M E R R I M , art. cit., pp. 1 1 1 y 113. NRFH, XXXVIII EL DIVINO 207 NARCISO sis: " F i g u r a l i n t e r p r e t a d o r ! establishes a c o n n e c t i o n b e t w e e n t w o events or persons, the first o f w h i c h signifies not o n l y itself b u t also the second, w h i l e the second encompasses or fulfills the first" (p. 5 3 ) . Y a en El cetro de José Sor J u a n a exhibe su f a m i l i a r i d a d c o n l a i n t e r p r e t a c i ó n figural o c o n recursos que d e r i v a n de ella, al v e r en J o s é u n a n u n c i o de C r i s t o o, i n d i r e c t a m e n t e , al hacer de u n a p e r s o n i f i c a c i ó n a l e g ó r i c a l a r e a l i z a c i ó n o el perfeccionam i e n t o de o t r a : l a L e y de G r a c i a , p o r ejemplo, es el " c o m p l e m e n t o " ( p . 187) de l a L e y N a t u r a l , y de a h í que j u n t a s c o n s t i t u y a n u n a nueva m u e s t r a de a l e g o r í a representada o d r a m a t i z a d a . E n El divino Narciso p o r su p a r t e los presupuestos del fieuralism o se i n t r o d u c e n i n c l u s o en l a d i s p o s i c i ó n a r g u m e n t a l d e l t e x t o c u y o desarrollo d u p l i c a las concepciones s i m b ó l i c a s de Sor J u a n a ! U n o de los p r i n c i p i o s que l a figura c o m p a r t e con los signos n o en v a n o l l a m a d o s p o r San A g u s t í n figurativos es su extenso pod e r de m e d i a c i ó n . C u a l q u i e r figura, dice A u e r b a c h , c o n s t i t u y e u n t é r m i n o m e d i ó entre l a l i t e r a l i d a d de l a h i s t o r i a (littera-historia) y su v e r d a d m á s p r o f u n d a (ventas) , y , u n a vez que el acontecim i e n t o p r e - f i g u r a d o se c u m p l e , pasa c o n frecuencia a a n t i c i p a r o t r o d i s t i n t o o a hacerse signo de o t r a cosa. E l fin de esta cadena c o n d u c e al m i s m o D i o s , l a V e r d a d absoluta en q u i e n " e v e r y f u t u r e m o d e l , t h o u g h i n c o m p l e t e as h i s t o r y , is already f u l f i l l e d i n G o d a n d has existed f r o m a l l e t e r n i t y i n H i s p r o v i d e n c e " . E n D i o s , p o r t a n t o , cada suceso p r o v i d e n c i a l se despoja de su lastre 2 1 22 23 2 4 E R I C H A U E R B A C H , " F i g u r a " , en Scenesfrom the drama of European literature, t r a d . R a l p h M a n h e i m , M e r i d i a n Books, New Y o r k , p. 5 3 . De modo similar, en El cetro de José la Fe es la r e a l i z a c i ó n de la Profecía: " l a que allá fui Profecía, / a ser a q u í Fe he v e n i d o " (p. 2 5 6 ) ; las referencias al Cetro de José pertenecen la citada e d i c i ó n M é n d e z Planearte del t. 3 de las Obras completas de SOR J U A N A . L a ú l t i m a cita indica claramente la apertura y capacidad de desarrollo del signo basado en \n figura, de suerte que el obj e t o o personaje figural es, como dijimos de Narciso al comienzo de este trabaj o , él mismo desdoblado en otro: " ¿ P e r o ser Pan, y no P a n ? " (p. 2 4 3 ) , se pregunta en El cetro de fosé, estupefacto, Lucero (el demonio) quien, con i d é n t i c a sorpresa dice m á s adelante: "Es Josef y no es Josef. [. . . ] no temo yo lo que es él / sino que a O t r o represente"' (p. 2 4 8 ) . El cetro di José, a d e m á s , hace cont i n u o uso de elementos proféticos, y ello da lugar a una continua actividad h e r m e n é u t i c a por parte de los protagonistas del auto: Tosé, por ejemplo, interpreta el s u e ñ o del F a r a ó n y la a c o ó n del auto es interpretada fallidamente por L u c e r o y sus personajes secundarios y acertadamente por la Providencia. T e nemos a q u í entonces una historia i m b u i d a de profecías, la cual es a su vez p r o f é t i c a en su conjunto. 2 1 2 2 2 3 A U E R B A C H , op. 2 4 Ibid., cit., p. op. cit., p . 5 9 . 47. 208 JORGE CHECA NRFH, XXXVIII c i r c u n s t a n c i a l e h i s t ó r i c o y se c o n t e m p l a , fuera del t i e m p o , sub specie aeternitatis. E l l o nos r e m i t e al segundo p r i n c i p i o subyacente e n el lenguaje f i g u r a l , q u e es t a m b i é n , s e g ú n e x p o n e n San A g u s t í n y H u g o de San V í c t o r , el rasgo del signo q u e a s p i r a a r e d i m i r se de las constricciones m u n d a n a s : su i m p u l s o h a c i a la convergencia c o n D i o s , d o n d e el V e r b o se o r i g i n a . A t r i b u t o s de la figura, los p r i n c i p i o s de mediación y convergencia i m p r e g n a n t o t a l m e n t e el t e x t o de Sor J u a n a . A q u í se representan v a r i o s discursos (el r e l i g i o s o azteca, el m i t o l ó g i c o p a g a n o o el del A n t i g u o T e s t a m e n t o ) i n c o m p l e t o s , c o m o h e m o s v i s t o , en diversa m e d i d a , pues y a reflejen " v i s o s " de l a v e r d a d o y a l a a n u n c i e n , n o l l e g a n a a b a r c a r l a de m o d o a b s o l u t o , p o r m á s que, a ú n sin saberlo, p a r t a n a su e n c u e n t r o . Esta necesidad de c o m p l e m e n t o es p a r a l e l a , en el p l a n o de l a a c c i ó n del a u t o , al deseo de su p r o t a g o n i s t a l a N a t u r a l e z a H u m a n a , l a c u a l , a p a r t a d a de N a r c i s o - D i o s p o r o b r a d e l pecado o r i g i n a l , busca r e u n i r s e c o n su H i j o hecho h o m b r e ( N a r c i s o - C r i s t o ) . I g u a l que el signo l i n g ü í s t i c o debe depurarse progresivamente de sus imperfecciones p a r a converger con el V e r b o , es necesario que la N a t u r a l e z a H u m a n a l i m p i e sus m a n chas antes de u n i r s e de n u e v o al C r e a d o r . Sor J u a n a representa el proceso de c o n v e r g e n c i a entre l a N a t u r a l e z a H u m a n a y D i o s p l a s m a n d o en el a u t o u n m o v i m i e n t o c e n t r í p e t o de ambas instancias a l e g ó r i c a s , que coinciden finalmente e n l a i m a g e n de l a F u e n t e , n ú c l e o s i m b ó l i c o de l a o b r a . Esta t r a y e c t o r i a se verifica c o n el a u x i l i o de varias m e d i a c i o n e s . D i o s desc i e n d e p r i m e r o h a c i a l a H u m a n i d a d a t r a v é s de l a E n c a r n a c i ó n , y el generoso acto m e d i a d o r despierta en l a N a t u r a l e z a H u m a n a u n ansia de c o r r e s p o n d e n c i a ; sale al e n c u e n t r o de N a r c i s o - C r i s t o y e n el c a m i n o , u n a Pastora ( p e r s o n i f i c a c i ó n de l a G r a c i a ) cond u c e los pasos de l a N a t u r a l e z a H u m a n a a l a F u e n t e , d o n d e rec o b r a su belleza o r i g i n a r i a y espera la llegada de N a r c i s o . P u n t o 2 5 26 San A g u s t í n , en efecto, intenta paliar la temporalidad inherente al lenguaje h u m a n o ascendiendo desde él al V e r b o d i v i n o ; v e á n s e V A N C E , op. cit., pp. 26-29 y G E L L R I C H , op. cit, p p . 117-120. S e ñ a l a el propio G e l l r i c h que en su Didascalwn H u g o de San V í c t o r " r e v e á i s b r i l l i a n t l y a way out of the wander¬ ing confusión o f the fallen state o f the signs by ascending back u p the hierarchy to the p r i m a l w o r d spoken by G o d " (p. 1 0 0 ) . Es evidente la huella de semejantes concepciones en la filosofía n e o p l a t ó n i c a del Renacimiento. 2 5 A l doble m o v i m i e n t o descendente y ascendente —de Dios hecho h o m bre y de la Naturaleza H u m a n a en busca del Dios encarnado— se asocian en el texto u n a serie de i m á g e n e s y referencias que sugieren procesos semejantes. Así el demonio Eco t a m b i é n desciende al " A b i s m o " ( p . 34) cuando peca irremediablemente contra Dios; en el pasaje sobre la torre de Babel se dice que 2 6 NRFH, XXXVIII EL DIVINO NARCISO 209 de r e u n i ó n y c o n v e r g e n c i a , l a F u e n t e s i m b o l i z a t a m b i é n el p o d e r de diversas agencias m e d i a d o r a s : sus aguas " c r i s t a l i n a s " , " i n t a c t a s " y " l i b r e s del l i c o r i m p u r o " ( p . 53) m o d u l a n u n c a m p o i m a g i n í s t i c o o p e r a t i v o d u r a n t e t o d o el t e x t o , y se o p o n e n a las " a g u a s t u r b i a s " ( p . 31) de l a c u l p a , que antes afearon el r o s t r o de l a N a t u r a l e z a H u m a n a y b o r r a r o n su semejanza c o n l a D i v i n i d a d ; de esta m a n e r a , l a i n m e r s i ó n de la p r o t a g o n i s t a en l a F u e n t e e q u i v a l e al sacramento r e g e n e r a d o r d e l B a u t i s m o . A d e m á s , l a F u e n t e — t r a s m u t a n d o a l e g ó r i c a m e n t e l a soledad v a p a r t a m i e n t o c o n que O v i d i o la d i s t i n g u e e n el l i b r o I I I de las Metamorfosis ( v v . 4 6 0 - 4 6 4 ) — aparece en el t e x t o de Sor J u a n a c o m o u n l u g a r i n m u n e al veneno de l a " s e r p i e n t e p o n z o ñ o s a " ( p . 50), es d e c i r , m i l a g r o s a m e n t e l i b r e de las consecuencias de l a C a í d a . Semejante a t r i b u t o se asocia de f o r m a o b v i a a l a I n m a c u l a d a C o n c e p c i ó n de l a V i r g e n M a r í a , l a s u p r e m a mediatnx o puente entre el m u n d o h u m a n o y el r e i n o d i v i n o . S i m b ó l i c a m e n t e , en suma, l a Fuente i n c o r p o r a elementos c r u ciales de la r e d e n c i ó n cristiana, encargados de restaurar los v í n c u l o s q u e u n i e r o n a D i o s y al H o m b r e e n el P a r a í s o . E n c u a n t o d i r i g e n a u n n u e v o estado de p e r f e c c i ó n , las aguas p u r i f i c a d o r a s y fluidas de l a Fuente hacen suya l a t r a n s i t i v i d a d i m p e r a n t e en el lenguaje del a u t o , y son a s í i m a g e n del signo r e d i m i d o . Es a q u í m u y ilust r a t i v o el contraste de esa c o r r i e n t e l i m p i a con las "aguas t u r b i a s " (es d e c i r , estancadas) d e l pecado, y a que las ú l t i m a s , p o r desfigur a r a l a N a t u r a l e z a H u m a n a , n o m e d i a n entre ella y D i o s , obs2 7 a q u í el hombre vanamente "escalar el cielo i n t e n t a " (p. 3 7 ) ; aun d e s p u é s de bajar " l a balanza / de M i D e i d a d soberana / por igualarla a la h u m a n a " (p. 7 4 ) , Narciso Cristo " a l Abismo desciende" (p. 8 6 ) del seno de A b r a h a m . A d e m á s , la Pastora que representa la Gracia en El divino Narciso es, s e g ú n el auto, la hermosa D a m a que a c o m p a ñ a b a a la Naturaleza H u m a n a en el " b e l l o J a r d í n " (p. 5 2 ) del E d é n . Puesto que la Naturaleza H u m a n a se dirige por mandato de la Gracia a la Fuente, su viaje se plantea como u n ascenso o retomo simbólico desde la C a í d a a una situación prefigurada en la pureza p a r a d i s í a c a . Para la oposición recurrente entre las "aguas l i m p i a s " y las "aguas tur2 7 bias", véase BÉNASSY-BERLING, ob. cit., p. 3 8 7 . R O B E R T R I C A R D ofrece una buena y sucinta explicación del concepto teológico de semejanza y de sus diferencias con el de imagen: mientras la imagen de Dios en el hombre forma parte de su naturaleza y no puede b o r r a r l a el pecado, la semejanza implica u n estado de gracia y se adquiere mediante los sacramentos del bautismo y la penitencia; véase R I C A R D , " S u r El divino Narciso de Sor J u a n a I n é s de la C r u z " , MCV, 5 ( 1 9 6 9 ) , 3 0 0 - 3 2 9 ; especialmente p. 3 1 2 . Los significados religiosos que se dan cita en la Fuente del Divino Narciso son m u v bien esclarecidos por M A ¬ RIE L O U I S E SALSTAD en " E l s í m b o l o de la fuente'en el Divino Narciso de Sor J u a n a I n é s de la C r u z " , ETL, 1 9 8 0 - 8 1 , n ú m . 9 , 4 1 - 4 6 . 210 JORGE CHECA NRFH, XXXVIII t a c u l i z a n d o su convergencia m u t u a . Las " a g u a s t u r b i a s " son entonces equiparables al signo i d o l á t r i c o , incapaz de sintonizar, como a p u n t é , con el L o g o s d i v i n o . N o es n a d a e x t r a ñ o que el lenguaje de l a n i n f a Eco (el d e m o n i o i n d u c t o r de l a C a í d a ) manifieste en el a u t o t a l d e s c o n e x i ó n : l a n i n f a , efectivamente, t a m p o c o puede e v i t a r que sus palabras adoren solamente sus " m e s m a s i n c l i n a c i o n e s " al m a l , y y a los n o m b r e s de los dos personajes secundarios que siempre l a a c o m p a ñ a n — S o b e r b i a y A m o r P r o p i o — sug i e r e n la t o r t u r a n t e a u t o r r e f l e x i v i d a d de los actos e i n t e r v e n c i o nes verbales del d i a b l o . V o l v i e n d o a la F u e n t e , m e interesa n o t a r especialmente que, c u a n d o Sor J u a n a a s i m i l a la i m a g e n a M a r í a l a mediatrix, se sirve de u n a secuencia c o r r e l a t i v a m e n t e r e p l e t a de mediaciones s i m bólicas y r e t ó r i c a s . Dice p r i m e r o la Gracia: A q u é s t a es de los Cantares aquella Fuente Sellada que sale del P a r a í s o , y aguas vivíficas mana. Éste, el p e q u e ñ o raudal que, misterioso, s o ñ a b a Mardoqueo, que crecía tanto, que de su abundancia se formaba u n grande R í o , y d e s p u é s se transformaba en L u z y en Sol, inundando los campos de su pujanza. L u e g o l a N a t u r a l e z a H u m a n a c o m p l e t a el sentido de estos signos misteriosos: Y a sé que a h í se entiende Esther y que en Esther, figurada, está la imagen divina de la que es llena de Gracia (p. 5 4 ) . L a F u e n t e i r r a d i a a q u í u n c o n j u n t o de signos que, desplegados en s u c e s i ó n , m u e s t r a n c ó m o el n a c i m i e n t o de M a r í a es el p u n t o c u l m i n a n t e de u n a t r a y e c t o r i a d i v i n a m e n t e pre-figurada. L a Fuente c o n t i e n e en potencia todos esos signos prestos a e m a n a r : los subs u m e antes de que se m a n i f i e s t e n o se h a g a n visibles. E l l o confiere a l a i m a g e n , con independencia de sus numerosos sentidos, u n a c u a l i d a d que c a b r í a l l a m a r m e t a s i m b ó l i c a , en l a m e d i d a en que NRFH, XXXVIII EL DIVINO 211 NARCISO d e v i e n e u n s i m b o l o del proceso s i m b o l i z a d o r reflejado p o r Sor J u a n a . E l V e r b o d i v i n o es el m o d e l o — l a F u e n t e — de d i c h o reflejo: D i o s desencadena, r e c u e r d a l a G r a c i a al final del a u t o , l a m a r a v i l l o s a escritura de las cosas creadas, las cuales e x t e r n a l i z a n en el t i e m p o la absoluta p e r f e c c i ó n de su C r e a d o r ("Maremagnum [. . .]/de perfección infinito,/de q u i e n todas las bellezas/se d e r i - v a n c o m o r í o s " ( p . 9 3 ) . Pues el a u t o e n su c o n j u n t o — y d e n 2 8 t r o de é l , l a i m a g e n de l a F u e n t e — i m i t a n l a a c t i v i d a d a r t í s t i c a de D i o s (su e x p a n s i ó n t e x t u a l e n el u n i v e r s o ) , a m b a s c o n s t r u c c i o nes verbales de Sor J u a n a se e r i g e n e n u n s i m u l a c r o de las leyes i m p l í c i t a s en el l e n g u a j e perfecto . 29 T a l d u p l i c a c i ó n l i t e r a r i a se e v i d e n c i a a ú n m á s en el m o m e n t o e n q u e , c o n l a m u e r t e de N a r c i s o - C r i s t o e n sus aguas, l a F u e n t e r e s u l t a o b j e t o de u n a n u e v a m o d u l a c i ó n s e m á n t i c a y a l u d e d i r e c t a m e n t e a l a P a s i ó n . E n los t é r m i n o s d e l d o g m a c a t ó l i c o a s u m i dos p o r Sor J u a n a , el s a c r i f i c i o de C r i s t o es el g r a n m i s t e r i o red e n t o r , y a que p a r a d ó j i c a m e n t e g u í a a l a h u m a n i d a d h a c i a l a v i d a e t e r n a ( p . 8 6 ) . D e a h í que l a F u e n t e i n t e g r e a h o r a n o c i o n e s a p a r e n t e m e n t e opuestas ( m u e r t e / v i d a ) y e f e c t ú e , c o n sus demás s i g n i f i c a d o s , u n a s í n t e s i s a r m o n i o s a de conceptos dispares p r o p i a , E n la tirada de versos donde se inserta este fragmento, la Gracia elab o r a la imagen del L i b r o de la Naturaleza donde Dios se autoexpresa desplegando su Belleza como a t r a v é s de espejos: " C ó n c a v o s espejos eran / de Su resplandor divino, / en b r u ñ i d a s superficies, / los Once claros Zafiros" (p. 92). Para la t r a d i c i ó n de la imagen del L i b r o de la Naturaleza, v é a s e E R N S T R . C U R T I U S , European literature and the Latin Middle Ages, trad. W i l l a r d Trask, P r i n ceton University Press, Princeton, p p . 319-326. E n dicha tirada, la Gracia recalca que el hombre es el elemento del L i b r o que mejor sintetiza o " r e f l e j a " la Belleza divina: Dios puede contemplar en el hombre " s u i m a g e n " o " s u p r o p i a s i m i l i t u d " y enamorarse como Narciso "de sí m i s m o " , porque, a ñ a d e la Gracia, " s ó l o Dios, de Dios / pudo ser objeto d i g n o " ( p . 93). A p a r t e de r e s u m i r la doctrina dramatizada en el auto, el fragmento es una m a g n í f i c a exp r e s i ó n de lo que FRECCERÒ d e n o m i n a " s e m i o l o g í a del deseo" agustiniana, base de la c o n c e p c i ó n cristiana de la a l e g o r í a . Para San A g u s t í n , dice Freccer ò , " R e a l i t y itself is linguistically structured. I t is God's w o r k , h a v i n g h i m for b o t h its author and its subject matter. W o r d s point to things, b u t those things are themselves signs p o i n t i n g to G o d , the ultimately signified. T h e met a p h o r of God's book halts the infinite series by o r d e r i n g all signs to itself. I n g e r m , this is the foundation o f C h r i s t i a n allegory and o f salvation h i s t o r y " (p. 24). 2 8 C o n respecto a los autos m i t o l ó g i c o s de C a l d e r ó n de la Barca, BARBARA K U R T Z ha examinado brillantemente en u n reciente a r t í c u l o la p o s i c i ó n sub o r d i n a d a que ese autor asume t a m b i é n ante la Palabra d i v i n a ; v é a s e " « N o w o r d w i t h o u t m y s t e r y » : allegories o f sacred t r u t h i n the Autos sacramentales o f C a l d e r ó n de la B a r c a " , PMLA, 103 (1988), 266-273. 2 9 JORGE CHECA 212 s e g ú n los n e o p l a t ó n i c o s , del símbolo NRFH, místico XXXVIII —como trasunto que es de los a t r i b u t o s inexpresables de D i o s . I g u a l que el C r e a d o r , 3 0 de a c u e r d o c o n San A g u s t í n , h a b i t a fuera d e l t i e m p o , la i m a g e n e n c a r g a d a en El divino Narciso de s i m b o l i z a r el V e r b o suspende los c r i t e r i o s h u m a n o s de c a u s a l i d a d c r o n o l ó g i c a y r e p r e s e n t a simultáneamente d i s t i n t a s ideas o facetas de l a l a b o r r e d e n t o r a . E n 3 1 c u a n t o s i m u l a c r o o reflejo del lenguaje r e c o n c i l i a d o c o n su p r i m e r o r i g e n , el a u t o en su t o t a l i d a d t a m b i é n t r a s c i e n d e los i m p e d i m e n t o s t e m p o r a l e s : de u n l a d o p o r q u e , c o n f o r m e a u n a con- v e n c i ó n g e n é r i c a e l a b o r a d a p o r C a l d e r ó n , a b a r c a y conecta sucesos muy lejanos; de o t r o l a d o , p o r q u e q u i e b r a en ocasiones el d e s a r r o l l o l i n e a l de su n a r r a c i ó n y p r o d u c e u n efecto de simulta- neidad, al h a c e r que ciertos personajes ( l a N a t u r a l e z a H u m a n a , p o r e j e m p l o ) c o m e n t e n sucesos " f u t u r o s " q u e ellos m i s m o s escen i f i c a r á n luego directamente . 3 2 Acerca del poder del s í m b o l o místico para incorporar m ú l t i p l e s significaciones en una sola cifra (la cual es irreductible al c a r á c t e r forzosamente sucesivo o lineal del lenguaje no simbólico), véase W I N D , quien señala la analogía entre las propiedades de este tipo de s í m b o l o y las del U n o n e o p l a t ó n i c o (p. 206). W i n d recuerda t a m b i é n el influjo de tales concepciones n e o p l a t ó n i cas en la teología de Nicolás de Cusa, autor bien conocido por Sor Juana (p. 218). C o n s ú l t e s e t a m b i é n el ensayo de E . H . G O M B R I C H , "Icones Symbolicae: philosophies of symbolism and their bearing on a r t " , en Symbolic images: studies in the art of the Renaissance, II, Phaidon Press, O x f o r d , 1978, pp. 123¬ 191, donde se reproducen fragmentos esclarecedores de los principios simbólicos del Pseudo-Dionisio y de M a r s i l i o Ficino ( p p . 168-169). Debemos subrayar que Sor Juana, al valerse precisamente de la imagen de la Fuente, sugiere un proceso de emanación inherente, en varias corrientes del neoplatonismo, a Dios y a los s í m b o l o s que despliegan los atributos divinos de una manera gradual. 3 0 Las especulaciones m á s famosas de San A g u s t í n sobre el tiempo y su a b o l i c i ó n en Dios se hallan en el l i b r o X I de las Confesiones. T a l y como ha s e ñ a l a d o R O S A L I E L . C O L I E , Paradoxia epidémica: the renaissance tradüwn offaradox, Princeton U n i v e r s i t y Press, Princeton, 1966, la p o e s í a renacentista trata con frecuencia de manifestar, mediante el uso de la paradoja, la simultaneidad asociada a Dios e i m p l í c i t a t a m b i é n en la idea de figura: " T h e figural tra¬ d i t i o n of C h r i s t i a n i t y , glossmg Scripture sub specie aeternitatis, stresses the si¬ m u l t a n e i t y of all significant events, however disjunctive chronologically" (p. 136). 3 1 Acerca de dicho efecto de simultaneidad, v é a s e SERGIO FERNÁNDEZ, " L o s autos sacramentales de Sor Juana I n é s de la C r u z " , en Homenaje a Sor fuana, a López Velarde, a Gorostiza, Sepsetentas, M é x i c o , 1972, pp. 59-92; esp. p. 77. A su vez, A L E X A N D E R A . P A R K E R , Los autos sacramentales de Calderón de la Barca, t r a d . F. G a r c í a S a r r i á , A r i e l , Barcelona 1983, reproduce algunas manifestaciones t e ó r i c a s de C a l d e r ó n sobre la capacidad de la a l e g o r í a para superar las constricciones espacio-temporales ( p p . 66-67). 3 2 XXXVIII NRFH, EL DIVINO NARCISO 2i:¡ De este m o d o , la Fuente del Divino Narciso atrae y absorbe u n a a m p l i a c o n s t e l a c i ó n de signos y desencadena retroactivamente m u chos m á s en v i r t u d de su c o n d e n s a c i ó n s e m á n t i c a . L a e n e r g í a cent r í p e t a y c e n t r í f u g a de l a i m a g e n causa que alrededor de ella se a r m o n i c e n y u n i f i q u e n significados h e t e r o g é n e o s o i n c l u s o d i s í m i l e s en otros contextos. A q u í el auto vuelve a r e p r o d u c i r las cualidades de su s í m b o l o p r i n c i p a l : s e g ú n h a n n o t a d o los estudiosos de Sor J u a n a , El divino Narciso acoge c o n t i n u a m e n t e r e m i n i s c e n cias, ecos y citas de textos m u y v a r i a d o s ( t a n t o sacros c o m o p r o fanos), c u y a i n c l u s i ó n n o p r o d u c e n u n c a efecto claro de d i s c o n t i n u i d a d y no entorpece el fluido d i s c u r r i r de los s i g n o s . L a p e r m a n e n t e y casi desafiante literariedad del Divino Narciso — d o n d e c o n c u r r e n t a m b i é n numerosos estilos y formas p o é t i c a s n o tiene, que y o sepa, e q u i v a l e n t e en su g é n e r o , y parece de hecho escasamente adaptable al alegorismo c a r a c t e r í s t i c o de los autos sacramentales. A u n q u e l a e s c r i t u r a a l e g ó r i c a (basada a m e n u d o e n l a i n t e r p r e t a c i ó n de textos ajenos) d a c o n frecuencia c a b i d a a elementos dispares, é s t o s son n o r m a l m e n t e objeto de u n a n i v e l a c i ó n i n t e l e c t u a l , que t e r m i n a p o r d i s o l v e r sus p e c u l i a r i d a d e s estil í s t i c a s y p o r e n m a s c a r a r sus diferencias. N o o c u r r e a s í en El divino Narciso; la o b r a , p o r el c o n t r a r i o , l l a m a u n a y o t r a vez l a atenc i ó n sobre los o r í g e n e s l i t e r a r i o s de sus formantes textuales, sin q u e deje a u n t i e m p o de i n c l u i r l o s en u n o r d e n a r t í s t i c o s u p e r i o r . H a y que d e c i r , c o n t o d o , que l a t e n d e n c i a a c o m p a g i n a r signos y discursos a priori h e t e r o g é n e o s es u n a a c t i t u d d e f i n i t o r i a de las tareas especulativas de Sor J u a n a . E n l a Respuesta a Sor Fi33 3 4 L a excelente e d i c i ó n de M É N D E Z PLANCARTE da cuenta de muchos de los textos que incorpora Sor Juana; c o n s ú l t e n s e t a m b i é n especialmente los tra3 3 bajos de R I C A R D (art. cit., pp. 314 ss.) y B É N A S S Y - B E R L I N G (op. at., pp. 366 ss.), así como el a r t í c u l o de A . P A R K E R , " T h e Calderonian sources oí El divino Narciso by Sor J u a n a I n é s de la C r u z " , R J , 19 (1968), 257-274. M E R R I M , por su parte, escribe: " T h e seemingly organic surface oí El divino Narciso i n reality endoses a plethora of quotations, from the O l d and N e w Testaments, from divine and profane letters here woven together to serve the Eucharistic d r a m a " (p. 113)." Es ciertamente notable la destreza de Sor J u a n a al m a n i p u lar elementos textuales que va incluyendo a medida que se hace necesario. De este m o d o , por ejemplo, sin que se perciba apenas una r u p t u r a o una obvia y u x t a p o s i c i ó n , Narciso remite con sus palabras en u n momento dado al protagonista del Cantar de los Cantares, pero en la misma escena termina siendo imagen de! Dios iracundo del A n t i g u o Testamento. Igualmente, en el episodio de la muerte de Narciso las reminiscencias ovidianas dan paso a una e v o c a c i ó n de la P a s i ó n de Cristo s e g ú n el relato de los evangelistas. 3 4 V é a s e al respecto BÉNASSY-BERLING, op. at., pp. 142-143. 214 JORGE CHECA NRFH, XXXVIII lotea de la Cruz l a a u t o r a m e x i c a n a c o m e n t a que y a en sus a ñ o s adolescentes d e s a r r o l l ó el h á b i t o de a c u d i r a textos m u y diversos ante c u a l q u i e r d u d a que sus estudios p l a n t e a r a n , de suerte que el e s t a b l e c i m i e n t o de a n a l o g í a s conduce casi siempre al hallazgo de l a s o l u c i ó n buscada o incluso al hallazgo de nuevas verdades: Y o de m í puedo asegurar que lo que no entiendo en u n autor de una facultad, lo suelo entender de otro de otra que parece m u y distante; y esos propios, al explicarse, abren ejemplos metafóricos de otras artes (p. 4 5 0 ) . 3 5 O c a s i o n a l m e n t e , sin e m b a r g o , Sor J u a n a reconoce e n la Respuesta q u e su avidez i n t e l e c t u a l h a t e n i d o efectos c o n t r a p r o d u c e n t e s ; m u y poco antes del p á r r a f o r e c i é n c i t a d o , dice: [. . . ] casi a u n tiempo estudiaba diversas cosas o dejaba unas por otras; bien que en eso observaba orden, porque a unas llamaba estudio y a otras diversión; y en éstas descansaba de las otras: de donde se sigue que he estudiado muchas cosas y nada sé, porque las unas han embarazado a las otras (pp. 4 4 9 - 4 5 0 ) . Si v e m o s ú n i c a m e n t e e n este f r a g m e n t o u n a e x h i b i c i ó n de falsa modestia, n o daremos cuenta de l a t e n s i ó n que manifiesta Sor J u a n a c u a n d o n o t a que los saberes p u e d e n estorbarse o " e m b a r a z a r s e " m u t u a m e n t e , r e s i s t i é n d o s e a f o r m a r u n sistema a r m ó n i c o de correspondencias. T a l peligro no radica tanto en la incontenible v o r a c i d a d libresca de l a escritora c o m o e n las p r o p i a s disciplinas o b j e t o de c o n o c i m i e n t o , que r e p r e s e n t a n las cosas p o r m e d i o de discursos a p r o x i m a t i v o s y convencionales, forzosamente i m p e r fectos d e s p u é s de l a m a l d i c i ó n b a b é l i c a . L a o r g a n i z a c i ó n s i s t e m á t i c a de los signos constituyentes de esos discursos se ve a d e m á s i m p e d i d a p o r su casi i n f i n i t a p r o l i f e r a c i ó n y p o r su i n e s t a b i l i d a d s e m á n t i c a . E l l o d e t e r m i n a el fracaso de l a empresa c o g n o s c i t i v a e n el Primero sueño, t e x t o " p r o f a n o " d o n d e u n a b r e v e a l u s i ó n a B a b e l ( v v . 414-419) e m b l e m a t i z a el caos l i n e n i í s t i c o eeneral y su i n c o r p o r a c i ó n p o r contaeio al m i s m o p o e m > E n nuestro auto s a c r a m e n t a l e n c a m b i o , el lenguaje h a l l a e n el V e r b o d i v i n o su Las citas de la Respuesta de la poetisa a la muy ilustre Sor Füotea de la Cruz se refieren a la e d i c i ó n de A l b e r t o G . Salceda, del t. 4 de las Obras completas 3 5 de SOR J U A N A , FCE, México, 1957. E n u n p r ó x i m o ensayo sobre el Primero sueño me propongo desarrollar este p u n t o . 3 6 NRFH, XXXVIII EL DIVINO NARCISO 215 ú l t i m o h o r i z o n t e estabilizador y su p r i n c i p i o ordenador, y el a u t o , a u n q u e asume l a n a t u r a l e z a d e g r a d a d a del signo h u m a n o , revela a n t e t o d o el i n t e n t o de superarla. P a r a Sor J u a n a en El divino Narciso, a s u m i r esta d e g r a d a c i ó n i m p l i c a tener en c u e n t a que l a d i s p e r s i ó n de las lenguas y l a atom i z a c i ó n de los discursos es, tras B a b e l , u n hecho i r r e v e r s i b l e en el m u n d o t e m p o r a l . A q u í la escritora se acerca a varias corrientes especulativas del R e n a c i m i e n t o , p e r i o d o d u r a n t e el cual — a f i r m a C é a r d fijándose en el caso f r a n c é s — se reduce la influencia de quienes estiman posible r e c o n s t r u i r el lenguaje e d é n i c o del P a r a í s o . D e b i l i t a d o el anhelo de u n a u t ó p i c a v u e l t a a los o r í g e n e s , persiste n o obstante el deseo p o r alcanzar l a a n t i g u a u n i d a d del v e r b o par a d i s í a c o , sólo que de o t r a m a n e r a y sin pretender recuperarla " a r q u e o l ó g i c a m e n t e " t a l y c o m o fue. A h o r a esa u n i d a d n o se opone a l a actual d i v e r s i d a d en desprestigio c o m p l e t o de l a ú l t i m a , sino q u e , p o r el c o n t r a r i o , l a d i v e r s i d a d tiende a valorarse p o s i t i v a m e n t e , pues se considera que cada l e n g u a es parte de u n orden verb a l r i q u í s i m o , hecho de piezas i n c o n t a b l e s . Pese a ser, en p r i n c i p i o , fruto del pecado, los m ú l t i p l e s lenguajes h u m a n o s m a n i fiestan, en la n u e v a perspectiva, l a a b u n d a n c i a y h e r m o s u r a de l a C r e a c i ó n y n o o b s t a c u l i z a n decisivamente el c o n o c i m i e n t o de su A u t o r n i l a d i f u s i ó n de l a p a l a b r a d i v i n a . S e g ú n resume C é a r d , " l ' u n i v e r s a l i t é de l a p a r o l e de D i e u a besoin de l a d i v e r s i t é des langues h u m a i n e s " . L a o r d e n a d a r i q u e z a t e x t u a l del Divino Narciso, su a r m o n i o s a e x u b e r a n c i a v e r b a l , s u g i e r e n q u e l a o b r a reconoce y representa l a c o n d i c i ó n m ú l t i p l e y v a r i a d a de nuestro lenguaje, y parte de ella c o n el objeto de d e v o l v e r l e a l a p a l a b r a su d i g n i d a d p e r d i d a . A l m i s m o fin r e g e n e r a d o r y u n i f i c a d o r de l o v a r i o obedece la r e c u p e r a c i ó n de discursos i d o l á t r i c o s y paganos m e d i a n t e u n a e x é g e sis a l e g ó r i c a c u y o f u n d a m e n t o l o g o c é n t r i c o c o n t r a r r e s t a l a dispers i ó n de los signos. A s í , en l a l o a , l a R e l i g i ó n lee c r i s t i a n a m e n t e l a c e r e m o n i a azteca del Teocualo v a l i é n d o s e de u n c ó d i g o h e r m e 3 7 38 3 9 J E A N C É A R D , " D e Babel a la P e n t e c ô t e : la transformation du mythe de la confusion des langues au x v i s i è c l e " , BHR, 48 (1980), 577-594. A s í , s e g ú n estas concepciones, " l a v a r i é t é n'est pas prolifération sans o r d r e " (ibid., p. 581). M á s adelante el mismo C é a r d nota c ó m o algunos pasajes de San A g u s t í n contenidos en el l i b r o X V I de La ciudad de Dios y en el tratado Sobre el orden ayudaron a justificar en el Renacimiento la defensa de la variedad l i n g ü í s t i c a en cuanto e x p r e s i ó n de una secreta a r m o n í a universal ( p p . 581 y 585). 3 7 e 3 8 3 9 Ibid., p. 587. JORGE CHECA 216 NRFH, XXXVIII n á u t i c o t r a í d o desde E s p a ñ a , c e n t r o de l a fe m i l i t a n t e s e g ú n Sor J u a n a . A n á l o g a m e n t e , la leyenda de N a r c i s o y todos los discursos representados en el auto c o n v e r g e n h a c i a u n n ú c l e o d o c t r i n a l v e r d a d e r o y absoluto, d o n d e los signos se c o m p l e m e n t a n y d e j a n , p o r t a n t o , de " e m b a r a z a r s e " . D e esta f o r m a , Sor J u a n a da exp r e s i ó n l i t e r a r i a a las ideas de s i n c r e t i s m o i n t e l e c t u a l defendidas e n l a Respuesta, y el a u t o , con sus acordes y correspondencias, se hace i m a g e n de u n h e r m o s o c o n c i e r t o u n i v e r s a l que busca trascender, s e g ú n las cualidades que San A g u s t í n a t r i b u y e a l a poesía, l a t e m p o r a l i d a d y la l i n e a l i d a d del lenguaje t e r r e n o . E n este c o n c i e r t o a t e m p o r a l y s i m u l t á n e o i n c l u s o l a v o z d i a b ó l i c a de Eco se i n t e g r a en l a a r m o n í a del c o n j u n t o , y el resultado es que n o y a l a d o c t r i n a , sino i g u a l m e n t e l a f o r m a del Divino Narciso sugie¬ r e n u n a v i c t o r i a sobre l a d i s i m i l i t u d p r o p i a del d e m o n i o . Si al dist o r s i o n a r o i n c o m o r e n d e r los sienos o r o f é t i c o s t e n t a r a N a r c i s o C r i s t o , o ser c o n d e n a d a - e n las escenas de l a F u e n t e basadas en el m i t o o v i d i a n o — a u n a s e m i m u d e z r e p e t i t i v a y grotesca, Eco p e r v i e r t e los rectos usos del lenguaje, l a n i n f a es finalmente en la o b r a a c t r i z i n v o l u n t a r i a del t r i u n f o de l a p a l a b r a l i b e r a d o r a y redimida . 4 0 41 4 2 4 3 Inspirado, se dice en la loa, por la R e l i g i ó n , el auto del Divino Narciso se r e p r e s e n t a r á " E n la coronada V i l l a / de M a d r i d , que es de la Fe / el Centro, y la Regia Silla / de sus Católicos Reyes, / a quien debieron las Indias / las luces del Evangelio / que en el Occidente b r i l l a n " (p. 19). E n estricta analogía con el proceso de e m a n a c i ó n del V e r b o desde Dios (su centro), las luces del Evangelio i r r a d i a n desde la Corte e s p a ñ o l a y b r i l l a n en las remotas tierras americanas. " A l t h o u g h Augustine holds that the sequentality of verbal signs is a ne¬ cessity o f man's status as a fleshly and m o r t a l inmate of the temporal creation, he nevertheless considers that verbal signs may manifest an order that is ratio¬ nal and, though it is manifested i n words as material things, transcends their m a t e r i a l i t y and becomes, thereby, pleasing to the soul. Such is the case w i t h poetic language" ( V A N C E , art. cit, p. 29). 4 0 4 1 4 2 B É N A S S Y - B E R L I N G , op. ext., p. 379. Sobre Eco como "agente de la d i s i m i l i t u d " , que representa en el auto una v e r s i ó n degradada de Narciso, véase M E R R I M (art. c i t . , p. 113). Acerca de lo inseguro y conjetural del conocimiento d i a b ó l i c o , véase Á N G E L L . C I L V E T I , El demonio en el teatro de Calderón, A l b a t r o s , Valencia, 1977, quien, a prop ó s i t o de los autos de C a l d e r ó n , saca acertadamente a colación el tratado De angelis de Francisco S u á r e z (p. 49); v é a n s e t a m b i é n K U R T Z , art. c i t . , p. 269, y, en r e l a c i ó n con Sor Juana, FERNÁNDEZ, art. c i t . , p. 78. Sor J u a n a enfatiza especialmente dicha faceta del demonio en El cetro de José; a q u í uno de los personajes secundarios diabólicos lleva precisamente el n o m b r e de Conjectura y, de hecho, tanto el demonio Lucero como sus a c o m p a ñ a n t e s fracasan una y otra vez o quedan perplejos y paralizados cuando tratan de interpretar los sig4 3 NRFH, XXXVIII EL DIVISO SARCISO 217 E n la p r i m e r a frase del a u t o , l a Sinagoga i n v i t a a p o n d e r a r las m a r a v i l l a s de D i o s : " ¡ A l a b a d al S e ñ o r todos los H o m b r e s ! " ( p . 2 2 ) . E n l a ú l t i m a serie de versos, la N a t u r a l e z a H u m a n a ent o n a el Pange lingua de Santo T o m á s y e x h o r t a al homenaje de C r i s t o en la E u c a r i s t í a : " ¡ C a n t a , l e n g u a , del C u e r p o glorioso / el alto M i s t e r i o [ . . . ] ! " ( p . 9 6 ) . E l Divino Narciso se abre y se c i e r r a c o n p a l a b r a s que expresan l a i n t e n c i o n a i d a d g l o b a l del texto y que enfatizan el o b j e t i v o hacia el cual a p u n t a su lenguaje y debe a p u n t a r el de sus espectadores o lectores. A p o t e ó s i c a m e n t e , t o d a la m a q u i n a r i a a l e g ó r i c a de l a o b r a converge a l a postre en la celebrac i ó n del m i s t e r i o e u c a r í s t i c o . L o s signos t r a n s i t i v o s del a u t o sac r a m e n t a l r e m i t e n al Signo c u l m i n a n t e para los creyentes, p l e t ó r i c o de t r a n s i t i v i d a d y t a m b i é n de sustancia, pues l a Sagrada F o r m a es r e c o r d a t o r i o de C r i s t o y contiene a d e m á s su presencia v i v a . JORGE CHFXA University of California, Santa Barbara nos proféticos. Por otra parte, la r e e l a b o r a c i ó n a l e g ó r i c a por Sor J u a n a de la semimudez repetitiva de Eco en El divino Narciso ha sido t a m b i é n atendida por la crítica. PAZ contrasta el lenguaje de Narciso y el de Eco b a s á n d o s e en la idea de que el demonio es u n " s i m i o de D i o s " , o sea, su i m i t a d o r p a r ó d i c o y grotesco " q u e repite lo que dice la d i v i n i d a d , sólo que convirtiendo su sabid u r í a en r u i d o v a c í o " ( P A Z , op. at., p. 463; v é a n s e igualmente pp. 467-468). Esta a p r e c i a c i ó n ha sido corregida por M E R R I M , s e g ú n la cual Eco, al repetir palabras ajenas y descontextualizarlas en una labor de bncolage, logra transmit i r su mensaje de u n m o d o oblicuo (véase p. 114). Creo, sin embargo, que los enunciados fragmentarios de Eco en las escenas de la Fuente no suponen una especie de contradiscurso subversivo, como indica M e r r i m , sino que expresan la a b s o r c i ó n y la derrota por la palabra d i v i n a de las tendencias disgregadoras y b a b é l i c a s del demonio.