Subido por Patricia Barradas

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Sentidos 12, Relacionar/Recordar
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2. O aluno poderá focar aspetos como:
Introdução: As obras dos autores em questão ilustram diferentes perspetivas do sentimento amoroso.
Desenvolvimento: Lírica camoniana: presença do amor neoplatónico, sentimento idealizado que permite ao poeta o acesso ao Bem; este reflete também sobre as pulsões
físicas do amor, mostrando a necessidade da experiência física (tensão patente no soneto “Transformase o amador na cousa amada”); O ano da morte de Ricardo Reis: tema
associado à personagem Reis, que mantém relacionamentos diferentes que correspondem a visões distintas do amor: com Lídia, vive um amor físico, sem assumir nenhum tipo
de sentimento emocional (o que fica patente nos diferentes encontros ao longo da obra e na atitude de indiferença de Reis face à gravidez de Lídia); com Marcenda, a relação
ilustra um tipo de amor contemplativo, incapaz de se concretizar (as personagens não conseguem tornar o sentimento real ou físico – entre eles aconteceu apenas a troca de
um beijo e um pedido de casamento pouco convicto).
Conclusão: As obras evidenciam diferentes perspetivas do amor, tanto do ponto de vista reflexivo como experiencial.
3. a. Representação da mulher na literatura
Tópicos que o aluno poderá abordar:
− Mulher na poesia trovadoresca: donzela que vive em ambiente rural, caracterizada pela sua simplicidade e pela naturalidade, espontaneidade dos seus sentimentos (ex.:
“Ondas do mar de Vigo” e “Bailemos já todas três, ai amigas”).
− Mulher na lírica camoniana: mulher, representante da realidade extraterrena, marcada pela perfeição física e moral, capaz de elevar o poeta a outra dimensão (ex.: “Ondados
fios de ouro”).
− Mulher no conto “George”: mulher que possui a ânsia de liberdade desde jovem; no presente, vive reconfortada com o seu êxito como pintora e com as repercussões
financeiras que este lhe traz. É, contudo, inconstante no amor e de personalidade complexa (muda constantemente a cor dos cabelos, não possui nada de seu, mora em casas
alugadas, desfaz-se dos livros; nada possui do passado, com exceção de uma fotografia sua quando jovem) e receia o seu futuro de solidão e degradação física.
b. A crítica da literatura
Tópicos que o aluno poderá abordar:
As obras denunciam aspetos negativos que corrompem a sociedade:
− Os Lusíadas: o poeta denuncia o poder do dinheiro e a corrupção que ele traz, associada à traição e à mentira.
− “Sermão de Santo António”: Vieira denuncia também a ganância e a traição associadas à busca do poder material, representadas alegoricamente por meio do polvo ou do
voador.
− Os Maias: o poder do dinheiro é perspetivado criticamente como não sendo garantia de elegância ou de autenticidade, o que fica patente nos episódios que denunciam o
provincianismo de uma sociedade que não conhece os comportamentos a adotar numa corrida de cavalos ou num sarau literário.
c. A reflexão existencial
Tópicos a abordar pelos alunos:
A reflexão existencial está presente em diversos autores, que procuram uma resposta filosófica para encontrar o caminho de uma existência que se possa revelar significativo
para o ser humano ou que possa constituir uma resposta para as dúvidas e angústias inerentes ao próprio facto de existir:
− Alberto Caeiro: defende uma vida simples, ao ritmo da Natureza, onde a razão e o pensamento não têm lugar porque trazem a tristeza e a infelicidade ao ser humano (ex.: “O
guardador de rebanhos”).
− Ricardo Reis: advoga uma vida pautada pelo estoicismo e pelo epicurismo que permitem ao ser humano minimizar a dor provocada pela consciência da morte pela redução
ao mínimo das suas consequências (ex.: “Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio”).
− Álvaro de Campos: sustenta, na segunda fase literária, uma vida pautada pelo excesso das sensações como forma de aproveitar ao máximo a existência, procurando as
sensações limite, indo até além do que é humano (ex.: “Ode triunfal”).
− Antero de Quental: manifesta uma angústia existencial, assumindo um tom desiludido e uma postura pessimista perante a fragilidade humana (ex.: “Nox” e dúvida perante a
ação de Deus).
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