OBSERVATÓRIO IBEROAMERICANO DE SISTEMAS E POLÍTICAS DE SAÚDE - PROTOCOLO DOCUMENTO DE REFERÊNCIA PARA IMPLANTAÇÃO DOS NÚCLEOS NACIONAIS Novembro de 2011 I. DEFINIÇÃO O Observatório Iberoamericano de Sistemas e Políticas de Saúde - OIPSS se constitui sob o formato de uma rede de pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas voltadas para estudos e pesquisas em saúde. É representado pelos núcleos dos países participantes, os quais periodicamente escolhem um núcleo que representará naquele período o Observatório. II. ANTECEDENTES O Observatório Iberoamericano de Sistemas e Políticas de Saúde- OIPSS surgiu como resposta à necessidade de contar com informações sistematizadas e periodicamente atualizadas sobre os sistemas de serviços de saúde dos países iberoamericanos. Seus objetivos estão focados no acompanhamento da situação e tendências dos serviços de saúde, além de proporcionar um espaço de comunicação e intercâmbio para contribuir na qualidade de sistemas públicos de saúde nos países iberoamericanos. A motivação para criação do mesmo remete à iniciativa da criação da Rede Américas pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde do Brasil (CONASEMS) em 1995, que buscava a troca de experiências na organização de sistemas locais de saúde. As atividades da Rede estimularam a articulação de gestores locais, com a fundação da Rede Argentina de Secretarias Municipais de Saúde e a proposta de criação de um Observatório da Descentralização nas Américas (IV e V Congresso de Secretarias Municipais de Saúde das Américas, Argentina 2002, Brasil, 2006,). O marco seguinte da trajetória que levou à concretização do Observatório Iberoamericano de Políticas e Sistemas de Saúde foi o Seminário Internacional sobre os Sistemas de Saúde do Brasil e da Espanha, realizado em maio de 2010, durante o XXVI Congresso do CONASEMS, com a participação do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde – CEBES, Consejeria de Salud de Castilha La Mancha e da Federación de Asociaciones para la Defensa de la Sanidad Pública – FADSP (Espanha), no qual foram identificados temas comuns a serem objeto de investigação. A proposta de implantação do Observatório começou a ganhar forma com a realização do I Seminário do Observatório, em abril de 2011, na cidade de Mérida/Espanha, organizado pela Consejeria de Salud de Extremadura, International Association of Health Policy – IAHP, FADSP, Fundacion 1 de Mayo (Espanha) e o CONASEMS. Esse Seminário contou com a presença de instituições brasileiras (Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Secretários de Saúde CONASS, CEBES, Escola Nacional de Saúde Pública/Fundação Oswaldo Cruz-ENSP/FIOCRUZ, Associação Brasileira de Saúde Coletiva – ABRASCO, Instituto Sirio Libanes de Ensino e Pesquisa- IEP-SírioLibanês, Grupo de Trabalho em Saúde de Itaipu Binacional), da Colômbia, Argentina e Portugal. Ao final desse Seminário foi publicada a Carta de Mérida, marco do compromisso de criação do Observatório. Em julho de 2011, em Brasília, durante o XXVII Congresso do CONASEMS foi realizado o II Seminário do Observatório organizado pelo CONASEMS, Ministério da Saúde e FADSP (Espanha). Além da participação das instituições acima referidas, esse encontro contou com a presença da Organização Panamericana de Saúde-OPAS, Núcleo de Estudos em Saúde Pública da Universidade de Brasília – NESP/UNB, Observatorio de Salud del Mercosur, Red de Investigación em Sistemas y Servicios de Salud del Cono SUR-RISSS e de países como o Chile e o Paraguai. Um documento-base que fundamenta a implantação do Observatório foi apresentado e debatido, concretizando-se acordos quanto ao marco teórico, áreas de interesse e constituição de grupos de trabalho com essa finalidade. III. APRESENTAÇÃO O Observatório iberoamericano de Sistemas e Políticas de Saúde é uma iniciativa inter-institucional, inter-governamental de caráter nacional e internacional, sendo constituído por uma rede de observatórios nos diferentes países participantes. Caracteriza-se como uma iniciativa sem fins lucrativos, constituída a partir de diversas reuniões e seminários internacionais onde foram sendo definidos seu perfil, objetivos, metodologia e alcance. Seus objetivos estão centrados no acompanhamento da situação e das tendências dos serviços de saúde e em proporcionar um espaço de comunicação e intercambio para contribuir com a qualidade de dos sistemas públicos de saúde. Tem como propósito colaborar com o fortalecimento dos sistemas públicos universais de saúde organizados e coordenados pela atenção primária, apoiando os espaços inter-institucionais de articulação e vinculação entre governo (local, regional, nacional), atores e sujeitos sociais que atuam na área da saúde (universidades, ONGs, redes, dentre outros) e lutam pelo direito à saúde (movimentos sociais, organizações socais, dentre outros. No Brasil o Observatório está sendo estabelecido a partir de um acordo entre o Ministério da Saúde, NESP/UNB, CONASEMS e CONASS, tendo como importantes parceiros a OPAS, o CEBES, o IEP-SÍRIOLIBANÊS, a ABRASCO, a ENSP/FIOCRUZ, a RISSS, o Grupo de Trabalho Saúde da Itaipu Binacional. Na Argentina, Colômbia, Espanha, Portugal e Paraguai, entre outros, estão sendo realizadas articulações visando à organização de Núcleos. Acordou-se autonomia para que se busquem as melhores estratégias de implantação e este PROTOCOLO tem o papel de propiciar identidade e integração na gestão da informação e na comunicação para potencializar o trabalho em Rede, estabelecendo parâmetros a serem seguidos. IV. PRINCÍPIOS A decisão de implantar e promover o Observatório Iberoamericano de Sistemas e Políticas de Saúde se vincula a duas particularidades; 1. Apesar da saúde ser um direito reconhecido na Carta de Direitos Humanos e subscrita pelos países iberoamericanos, no contexto da globalização acentuaram-se os processos de transnacionalização da saúde que impactam tanto nos sistemas públicos universais de saúde com uma forte atenção primária à saúde (APS), podendo-se citar como exemplo a Espanha, como na maioria dos sistemas de saúde dos países latinoamericanos que, apesar de apresentarem elevado grau de heterogeneidade, enfrentam em diferente graus os mesmos desafios de segmentação e fragmentação, sendo ambas barreiras para a universalidade. 2. Os sistemas de saúde iberoamericanos apresentam dificuldades para dispor de sistemas integrais de dados e informações. O habitual é a presença de informações dispersas e fragmentadas, resultando em esforços dobrados para sua produção visando à tomada de decisão ou ações de advocay. Nesse sentido, o Observatório busca ocupar um espaço vazio na gestão da informação e do conhecimento com o objeto de fortalecer os sistemas de saúde públicos universais. O Observatório Iberoamericano de Sistemas e Políticas de Saúde tem valores que fundamentam e orientam sua ação. De início, assume-se a defesa da saúde como um direito de todas as pessoas e responsabilidade do Estado, o que implica dar centralidade aos seguintes aspectos: Universalidade: direito ao acesso da atenção à saúde com qualidade de em todo território nacional, sem nenhum tipo de discriminação; Financiamento público: a garantia do direito à saúde é responsabilidade do Estado que se traduz na participação dos diferentes níveis de governo no financiamento e gestão da saúde das populações; Integralidade: garante o caráter completo do cuidado que para isso deve ser contínuo no tempo (vínculo) e no sistema (coordenação assistencial); Equidade: Esforços sociais e estatais sustentáveis para o acesso e a distribuição dos recursos (humanos e materiais) orientados a impactar nos determinantes sociais de iniquidades de saúde. Interculturalidade: principio que garante a diversidade cultural e a democracia sanitária e tem como estratégia a articulação de diferenças para confrontar as desigualdades. Intersetorialidade: esforços coordenados para colocar a saúde em todas as políticas para impactar os determinantes sociais de iniquidades em saúde. Participação, cidadania e controle social: na formulação, implementação e avaliação de políticas e serviços de saúde. V. OBJETIVOS El Observatorio Iberoamericano de Sistemas y Políticas de Salud tiene como objetivo principal produzir ou integrar informação para facilitar um processo de comunicação virtual ou presencial sistemático sobre los aspectos relevantes que fortalecen los sistemas de salud públicos y universales y a las políticas que inciden en las desigualdades de salud. Los objetivos específicos son: 1. Realizar observación y monitoreo sistemático y reportar datos, información y situación actualizada de salud enfocado en los temas claves seleccionados; 2. Proveer análisis descriptivo, estadística, contextual y proyectivos orientados a las políticas y que apoyen la planificación y la toma de decisión; 3. Proveer asesorías y capacitación para el desarrollo de políticas y dialogos entre políticas para fortalecer la gobernanza intersectorial y aportar al debate publico por a salud buscando impactar en los déterminantes sociales de inequidades en salud y colocar a la salud en todas las Políticas y fortalecer los procesos de universalización de la salud. 4. Realizar gestión de conocimiento, fortalecimiento de redes, difusión de información e intercambio de experiencias adaptada a las necesidades de los diferentes públicos con los que interactúa el Observatorio (gestores, academía, usuarios y organizaciones sociales y comunitarias) VI. EJES TEMATICOS Em sua fase inicial, serão consideradas as seguintes temáticas prioritárias estabelecidas no Seminário de Mérida: a) descentralização/regionalização/ redes de atenção saúde/coordenação dos serviços; b) financiamento/alocação; c) relação público/privado, modelos de gestão público/privado; d) processos de trabalho em atenção primária à saúde; e) gestão da clínica; f) monitoramento e avaliação; g) medicalização/influência da indústria VII. ESTRUCTURA OPERATIVA à A estrutura operativa dos Núcleos nos países obedecerá a contextos próprios de cada país. Como exemplificação, o Núcleo Brasil terá a seguinte estrutura: Estrutura Diretiva para o Núcleo Brasil (cuja sede será no NESP/UNB): (1) Comitê Diretor: composto pelos dirigentes principais da Secretaria de Gestão Participativa-SEGEP do Ministério da Saúde , do NESP/UNB, do CONASEMS e do CONASS, que, na impossibilidade, poderão delegar seus representantes; (2) Grupo Operativo: Comunicação, Coordenador com Geral participação e quando Coordenador de necessário de representantes do Brasil que compõe o Grupo Operacional do Observatório Iberoamericano; (3) Pesquisadores Estrutura diretiva para o Observatorio Iberoamericano de Políticas e Sistemas de Saúde: (1) Conselho Deliberativo: Um representante de cada núcleo país e instituição financiadora (2) Conselho Consultivo: Organizações internacionais convidadas que colaboram no momento com o OIAPSS. (3) Comitê Científico: Pesquisadores de renome na área. (4) Coordenador Geral : Indicado pela instituição financiadora, referendado pelo conselho deliberativo. (5) Secretaria Executiva : Profissional contratado. (6) Equipe de Comunicação : Profissionais contratados. (7) Equipe de Tecnologia da Informação : Profissionais contratados. (8) Grupo Operativo, com funções executivo/operacionais, que poderá sofrer modificações e adaptações ao longo do tempo. Coordenado pelo Coordenador Geral, composto pelas equipes de comunicação, TI, secretaria executiva, e representantes de instituições ou de núcleos ligados ao observatório. (9) Grupos de Pesquisa: composto pelos pesquisadores que no momento estão trabalhando com produtos contratados pelo Observatório. VIII. MODELO DE OBSERVACION El modelo de observación: Promueve el análisis comparado entre los países iberoamericanos buscando identificar las experiencias y conocimientos relevantes para el fortalecimiento de los sistemas sanitarios publicos. Según los ejes seleccionados para difusión y comunicación a través de la plataforma electrónica. Além da pertinência científica e da relevância socio-sanitária, el Observatorio promueve el criterio de parsimonia e da não duplicação de ações en la selección de datos, e na realização de suas atividades. IX. ESTRATEGIA DE TRABAJO El Observatorio Iberoamericano de Políticas y Sistemas de Salud utiliza una estrategia de trabajo donde combina diferentes conjuntos de acciones que buscan la retroalimentación y articulación con los diferentes espacios, actores y redes que acciones por la salud así como con los otros Observatorios Iberoamericanos de Políticas y Sistemas de Salud que surjan en el nivel nacional o regional. Plataforma electrónica actualizada continuamente y de fácil acceso a datos, información, estudios, productos, herramientas de políticas y sistemas de salud de nivel nacional, regional e internacional. Seminarios y Talleres períodicos según los ejes de trabajo seleccionados y orientados a fortalecer capacidades nacionales, regionais e locais para el análisis, debate y fortalecimiento de las politicas y sistemas de salud organizados a través de la APS. Comunicación, Difusión y Publicaciones de los productos y actividades desarrollados por el Observatorio através de procesos que buscan ampliar a importância e o uso da informação e do conhecimento no processo e decisão. X. INTERATIVIDADE ENTRE OS NÚCLEOS Para garantir a linearidade e harmonia da produção e gerenciamento de conteúdos por cada um dos Núcleos a serem implantados nos países da Ibero America, recomenda-se uma estrutura mínima de funcionamento e gestão dos processos de informação e comunicação, observando-se que: Os Núcleos compartilharão de uma plataforma virtual cujos principais conteúdos devem ter tradução aos idiomas português e espanhol, sendo os idiomas francês e inglês também utilizados quando possível. Para isso, cada pais se encarregará pela tradução dos referidos conteúdos integrantes do ambiente coletivo, sempre que possível. Para apoiar as ações de comunicação, difusão e publicação do Observatório, aconselha-se aos Núcleos dispor de infra-estrutura mínima composta por um profissional de comunicação que se responsabilizará pela alimentação dos ambientes na web a partir de sua produção interna garantindo a convergência de linguagens e recursos multimídia. Esse profissional também estabelecerá interface com os demais Núcleos, participando, quando necessário, das reuniões, eventos ou cursos porventura realizados presencialmente, por vídeo ou web conferência; É recomendado que as produções oriundas dos Núcleos obedeçam critérios de periodicidade mínima semanal e/ou quinzenal de postagem a fim de garantir a atualidade das informações e o interesse pela navegação e busca pelos usuários, iniciando um processo cultural de acesso ao ambiente web do Observatório por seus membros e demais interessados; O OIAPSS apoiará o desenvolvimento e manutenção de uma plataforma eletrônica disponibilizando ambientes de interatividade, produção, armazenamento e compartilhamento de informações, documentos em áudio, vídeo, imagens estáticas e infográficos, em ambientes de comum acesso e/ou restritos, conforme a hierarquia destinada ao conteúdo; Os representantes designados pelos Núcleos para interagir com a plataforma eletrônica, receberão senhas de acesso a fim de contribuírem com suas produções, segundo critérios de relevância; Por fim, as redes sociais (Fórum, Twitter e Facebook) devem ter prioridade nas atividades virtuais colaborativas do Observatório, reservando aos representantes dos Núcleos para as ações de comunicação, a responsabilidade em alimentá-las no âmbito da relevância da publicação a ser socializada. XI. SUSTENTACION LEGAL El Observatorio Iberoamericano de Políticas y Sistemas de Salud es una iniciativa interinstitucional, inter-gubernamental de alcance nacional, régional e internacional establecido por medio de un protocolo de trabajo suscripto por los socios del Observatorio. La adhésion de otras instituciones y organizaciones interesadas en colaborar y participar es libre y están obligadas a respetar los valores y objetivos del Observatorio. Para la implementación de Observatorios nacionales que deseen estar en red con el Observatorio Iberoamericano de Politicas y Sistemas de Salud se debe desarrollar las acciones en el marco de los valores e intereses que promueve este Observatorio. En la intención de rescatar la historia de sanitaristas latinoamericanos que lucharon o promovieron sistemas de salud públicos y universales se sugiere que los observatorios nacionales porten el nombre de un sanitarista con relevancia social para el pais o région. XII. FINANCIAMIENTO Y APOYOS Preveem-se diversas formas e possibilidades de apoio financeiro para a implantação e sustentabilidade dos Núcleos e do Observatório. No caso do Núcleo Brasil, por exemplo, o apoio do Ministério da Saúde, do CONASEMS, do CONASS e do Núcleo de Estudos de Saúde Pública da Universidade de Brasília estão sendo determinantes. Sugere-se que os participantes dos Núcleos dos demais países busquem formas de articulação para apoio e financiamento de suas atividades. Buscar-se-ão agregar formas adicionais de apoio ao longo do tempo, no transcorrer das discussões sobre esse assunto pela estrutura diretiva. XIII. DERECHOS DE REPRODUCCION Defensor del derecho a la información y favorable a la diffusión de datos el Observatorio Iberoamericano de Políticas y Sistemas de Salud autoriza la reproducción de textos y datos con la autoria del Observatorio mencionando que el artículo o dato utilizado fue tomado del sitio del Observatorio Iberoamericano de Políticas y Sistemas de Salud con el link para remitir al articulo o dato. La utilización de publicaciones con costos (manuales, guías, etc) para reproducción debe solicitarse la autorización a la dirección: [email protected]