Subido por Nilzeth Goncalves Costa

Pombagira Cigana das Rosas

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Pombagira Cigana das Rosas...
"A Senhora das Flores"!
Essa cigana perdeu-se do seu Povo ainda menina, quando eles
passavam pela cidade de Marselha. No porto pararam para fazer
uma apresentação e comprar iguarias, enquanto houve uma
invasão dos saxões. Na confusão que se seguiu, ela perdeu-se e
foi levada por uma senhora que morava nas cercanias da cidade.
Seus pais lhe procuraram por dias, mas de nada adiantou.
Essa senhora, morava sozinha e cultivava rosas. Queria muito ter
uma filha e aquela criança foi seu raio de sol. Com o tempo a
menina deixou de sentir a falta de seus pais e afeiçou-se àquela
senhora. Cresceu e tornou-se uma linda jovem, que atraía
sempre os olhares de todos ao vender as rosas no porto. Todos a
chamavam de "A Menina das Rosas". A senhora e ela eram muito
felizes e ela nem lembrava mais que havia se perdido de seus
pais verdadeiros.
Um dia houve uma invasão de saqueadores na cidade e ao
chegar ao sítio, "A Menina das Rosas" encontrou tudo arrasado e
sua senhora estava caída ao chão sem vida. Os carrascos ainda
estavam nas imediações do sítio e ao avistarem a menina-moça,
se acercaram dela e a capturaram, usando-a para se
satisfazerem. Depois de muitos dias sendo mantida em cativeiro,
conseguiu fugir de seus algozes, mas já não estava mais em
Marselha e não reconhecia o local onde se encontrava. Não tinha
rosas para vender e não sabia como sobreviver.
Precisou trabalhar em uma estalagem em troca de comida e
pouso, mas a condição era servir aos fregueses como eles
desejassem. Essa não era a vida que ela desejava. Então, quando
conseguiu juntar um dinheiro, fugiu e tentou voltar ao Porto de
Marselha. Lá poderia cultivar e vender suas rosas. Ela conseguiu
retornar, mas a cidade não era mais a mesma, nem ela era a
mesma pessoa. O sítio estava ocupado por desconhecidos e ela
não tinha como provar que era a proprietária.
Novamente ela vendeu seu corpo e se sentiu triste por isso.
Queria muito voltar a vender rosas. Então, ouviu falar de uma
província chamada Provença, onde se cultivavam ervas
aromáticas e flores diversas. Ela se dirigiu para lá e andando um
pouco a pé e um pouco de carona, conseguiu chegar ao local
desejado. Procurou emprego nas fazendas de flores da região e
conseguiu se tornar uma coletora. Todos os dias levantava-se
muito cedo, tomava seu café e se dirigia ao campo para coletar
as flores e ervas diversas. Essa rotina durou mais de vinte anos e
foi feliz assim. Nunca se casou e nunca se enamorou. Viveu só,
como a sua senhora. Era querida por todos, pois sempre sorria e
conversava com respeito. Morreu aos 43 anos de tuberculose doença que adquiriu do pólen das flores e do ar gelado das
estações frias. Seu nome ela nunca revelou, pois gostava de ser a
"Menina das Rosas" e depois se tornou a "Senhora das Flores"
para os trabalhadores da fazenda. Essa foi sua história e apesar
de tudo o que passou, nunca deixou de sorrir e de tratar bem a
todos que a cercava.
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