Subido por Adelina Rodriguez

Bertoldo, Bertoldino y Cacaseno

Anuncio
(HUIRO PLIFGOS }
HISTORIA
OE LA V!0A
HECHOS Y ASTUCIAS SUTILÍSIMAS
D E L ."RUSTICO BERTOLDO,
LA BE BERTOLDINO SU HIJO
• Y JL>A 3>E¡ C A O A S E N O S U
NIETO.
Obra de gran diversión y suma moralidad,,
S S PllOPIKDAD.
MADRID.
' i
,
i>J
'
HISTORIA
DE
LA VIDA,
HECHOS Y ASTUCIAS
SUTILlSi
EL RUSTICO BERTOLDO.
TRATADO
PRIMERO.
E n e l tiempo q u é Alburno, rey de
los l o n g o bardos, e r a casi dueño de
¿oda l a Italia, teniendo s u solio real en
l a hermosa ciudad de Yerona, llegó u n
¿rita á palacio u n paisano, el cual tenia
x o r mombre ISertoldo; e r a hombre disforme y de feo aspecto, pero donde falt a b a la perfección de su persona, s u p l í a l a sutileza y vivacidad de su i n g e n i o , p u e s era m u y a g u d o y pronto en
r e s p o n d e r á cualquier a s u n t o . Además
á e io dicho, e r a t a m b i é n s u m a m e n t e
malicioso y, d e n a t u r a l melancólico. Su
e s t a t u r a y fisonomía se explican tales
como e r a n .
De cuerpo era s u m a m e n t e pequeño,
t a cabeza m u y g o r d a y redonda á modo
d a bola; l a frente m u y a r r u g a d a ; los
ojos b r o t a n d o fuego de colorados; las
cejas l a r g a s y cerdudas; las orejas eran
borricales; l a b o c a g r a n d e , torcida y
c o n el labio de abajo colgando; la barl a t a n l a r g a q u e le caia al pecho; las
aarioes m u y a g u d a s y a r r e m a n g a d a s
M e i a arriba; los dientes le salían de
l a boca á modo de colmillos de javali,
tenia las p i e r n a s c a b r u n a s , y los pies
m u y l a r g o s , el c u e r p o s u m a m e n t e ve33udoj de modo q u e de este hombre se
"paede decir q u e era todo al revés de
¿Sareiso.
:
Después que n u e s t r o Ber toldo llegó \
á palacio, se introdujo en las p r i m e r a s
a n t e c á m a r a s , y prosiguiendo a d e l a n t e
se internó en donde estaban todos los
g r a n d e s y ministros: pasó por m e d i o
de todos h a s t a ver al rey, y sin q u i t a r se el s o m b r e r o , ni hacer la m e n o r c o r tesía, se fué á sentar j u n t o á l a real
persona, quien cómo b e n i g n o y piadoso, s e i m a g i n ó que aquel h o m b r e seria,
de ingenio bufón y gracioso. El r e y ,
sin d a r m u e s t r a de enfado ni a l t e r a ción a l g u n a , le hizo las p r e g u n t a s s i g u i e n t e s : Rey. ¿Quién eres tú? ¿ C u á n do naciste? ¿Y de q u é tierra eres?-—
Bert. Yo soy un h o m b r e : nací c u a n d o
me parió m í m a d r e ; y mi tierra es esté
mundo.—-Rey. ¿Quién son t u s a s c e n dientes y descendientes?—Bert. L a s
j u d í a s en l a olla; porque c u a n d o c u e cen s u b e n y bajan y comiéndolas y o ,
vienen á p a r a r á mí—Rey. ¿Tienes
padre y m a d r e , h e r m a n o s y h e r m a nas?—Bort. Sí, los t e n g o , pero todos
h a n . m u e r t o . — R e y . Pues ¿cómo l o s
tienes si dices que se h a n m u e r t o ? —
Bert. Porque cuando salí de m i c a s a
los dejé á todos durmiendo, y por eso
digo q u e todos h a n m u e r t o ; p u e s u n o
que d u e r m e está lo mismo q u e s i
lo fuera; y p a r a m í el sueño es h e r mano c a r n a l de la m u e r t e . —Rey. ¿Dime, ¿cuál es la cosa m á s veloz d i
m u n d o ? — B e r t , El pensamiento.—•
Rey. ¿Cuál es el mejor vino q u e h a y ?
—Bert. E l q u e se bebe en casa a g e -
mz.—Rey. ¿Cuál es el m a r que n u n c a ] como dices h a c e n l a s m o s c a s , b e fe
se llena?—Bert. L a codicia ea el a v a - . m a n d a r cortarte l a c a b e z a .
Tiento.—Rey. ¿Cuál es la cosa m á s fea j
q u e se p u e d e hallar en u n mercader? ;
—Bert. L a mentira.—Rey. ¿Cómo m e ¡
t r a e r í a s t ú aquí u n a criba de a g u a sin "
verterla?—Bert. Esperaría q u e se h e - ,
lase, y c o n g e l a d a la traería sin verter- I
se.—Rey. ¿Qué cosas son las q u e e l
h o m b r e b u s c a y no quisiera hallar?— ¡
Bert. Los animales i n m u n d o s que se I
«encuentran en la camisa.—Rey. ¿Có~ f
m o cojerías u n a liebre sin perro?—
J3ert. Esperaría q u e estuviese cocida
y e n t o n c e s la cojería.—Rey. T ú tienes
í m e n o s sesos, si se v i e r a n . — B e r t . Y
t ú mejor h u m o r si no c o m i e r a s . —
.Rey. E a , pídeme cuanto quieras, q u e
y o estoy pronto á dártelo.—Bertoído.
Q u i e n n o tiene n a d a s u y o , m a l p u e d e
ASTUCIAS DE BE1\TOLDO.
d a r á otros.—Rey. P u e s ¿por q u é no
t e p u e d o dar lo que tú pidas?—BertoíPartióse á su casa y m o n t ó e n u n
do. P o r q u e yo ando buscando la feli- borrico viejo que t e n i a , todo llen-o d e
c i d a d , y tú no la tienes; y así no m e l a m a t a d u r a s , y se volvió á p a l a c i o a c o m p u e d e s dar.—Rey. P a r a saber si sny pañado de millares de m o s c a s y t á b a •feliz, ¿no te basta verme sentado en nos, al olor de semejante c a r n i z a , q u e
«1 trono?—Bert. Aquel que m á s alto todos juntos f o r m a b a n u n n u b l a d o ; y
se sienta, está m á s expuesto á p r e c i - llegando á l a presencia d e l r e y , a s i l e
pitarse.—Rey. Mira cuántos nobles le dijo: Bert. Ya m e t i e n e s a q u í , r e y
s e ñ o r e s q u e están aquí p a r a obedecer mío.—Rey. ¿"No t e dije y o q u e si no,
m i s órdenes.—Bert. También l a s h o r - volvías delante de m í c o m o l a s m o s m i g a s y h o r m i g o n e s andan alrededor cas, que te b a r i a dividir l a cabeza del
•del árbol, y le roen la corteza.—Rey. cuerpo?—Bert. L a s m o s c a s , ¿ n o van.
Concluyamos: ¿quieres quedarte en la sobre las m a t a d u r a s ? P u e s y a m e v e s
•corte?—Bert. Aquel que se halla en sobre esta g a n g r e n a l l e n a d e m o s c a s ,
libertad, no debe buscar l a esclavitud. q u e es lo q u e y o t e h e p r o m e t i d o .
•zs-Rey. ¿Quién te movió a v e n i r aqui? —Rey. Ea, quita de a h í e s a p e s t e , y
$ Bert. El creer y o que u n r e y fuese t ú retírate de m i p r e s e n c i a , p o r q u e
m á s g r a n d e que los demás h o m b r e s , veo venir dos mujeres, q u e es p r o n a c o n diferencia de diez á doce pies de ble v e n g a n á que las dé a u d i e n c i a , y
m á s alto q u e ellos; pero ahora veo q u e después" que las h a y a d e s p a c h a d o p o eres u n h o m b r e como los d e m á s , sin ' drás volver aquí.
otra diferencia que el ser vey.—Rey.
Llegaron l a s m u j e r e s d e l a n t e áel
T ú eres u n rústico m u y malicioso.— rey; u n a de ellas h a b i a h u r t a d o utt
Bert. Mi n a t u r a l e z a lo permite así.— espejo á la otra: la d u e ñ a del espejo soRey. Yo te m a n d o que al i n s t a n t e t e llamaba Aurelia y l a o t r a Lisa: este
quites de m i presencia.—Bert. Yo m e tenia el espejo en l a m a n o , y Aureliairé; pero advierte que las moscas son querellándose al r e y , le d i c e . Aur. Sede calidad porfiada, que siempre v u e l - i ñor, h a s de saber q u e esta m u j e r e u ven, y si t u m e echas t e n g o de volver tró en m i c u a r t o , y m e h u r t o aofáftl,
de n u e v o á importunarte.—Rey. P u e s espejo que tiene en "la m a n o ; y o ce lo
vete; y si no vienes delante de m í he pedido v a r i a s veces, y ella seiafcefes.-,
1
(
_
4 —•
i devolverlo, y asi v e n g o á tu presen- m e n ü . L a m u j e r a m a al m a r i d o , g o •eia p o r q u e , como r e y j u s t o , h a g a s b i e r n a l o s hijos, los cria y e d u c a , c u i d a
j u s t i c i a . — L i s a . S e ñ o r , e s incierto la hacienda: l a mujer, en fin, es a p r e c u a n t o dice, q u e y o lo compré c o n mi ciable á l a v i s t a d e los mozos, consuelor e g a l a d í s i m o dinero, y n o sé cómo de los viejos, l a alegría de los n i ñ o s ;
tiene atrevimiento p a r a pedir lo que y no p o r q u e a l g u n a c a i g a en a l g u n a
n o e s suyo.—Aur. J u s t í s i m o señor, falta se debe culpar á todas; y así, l a
n o des crédito á l a s falsas razones de sentencia q u e y o h e dado l a t e n g o por
esta m u j e r , p o r q u e es u n a ladrona m u y j u s t a . — B e r t . Bien se conoce q u e
pública; y sepa V. M. q u e si no fuera "amas m u c h o á las mujeres, p u e s q u e
cierto lo q u e digo n o m e h u b i e r a m o - tanto l a s elogias; no obstante, ¿qué
vido todo el oro del m u n d o á pedir lo m e d a r á s si de aquí á m a ñ a n a t e h a g o
que no es mió.—^Lisa. ¡Ay. qué con- desdecir de c u a n t o h a s dicho en s u
ciencia de b e a t a ! ¡Qué bien sabe fingir' favor?—Bey- Cuando yo m e d e s d i g a
para que j u z g u e n q u e tiene razón! de lo dicho t e t e n d r é p o r el h o m b r e
p e r o estamos delante de u n juez que m á s sag'az del m u n d o ; y te a d v i e r t o
conocerá m i b u e n a fé y t u falsedad. q u e si n o lo c u m p l e s , te he de m a n —Aiír. iA.h infamé! ¿Cómo te atreves d a r a h o r c a r a l punto.— Bert. E a , pues¡,
& n e g a r con t a n t a desvergüenza? ¡Ay, i h a s t a m a ñ a n a á la noche q u e n o s veDios mió, d e s c u b r e t ú la verdad del r e m o s .
caso.—Rey. Vamos despacio: a q u i é Después de anochecido se fué S e r í e n s e que a h o r a q u e d a r á n contentas, toldo a r e c o g e r á l a caballeriza: d i s T o m a el espejo, dijo el r e y á u n o de c u r r i e n d o e n t r e sí el modo p a r a h a c e r
los presentes^ r o m p e d l e en pedazos al rey q u e se desdijese de l a s a l a b a n m e n u d o s y repartidle en p a r t e s i g u a - ¡ z a s q u e h a b i a hecho en favor de l a s
l e a p a r a que a m b a s q u e d e n 'satisfechas, mujeres; y habiéndosele ocurrido u n a
—Lisa. Yo consiento e n q u e se r o m p a b u e n a a s t u c i a , se acostó e s p e r a n d o
el espejo, con tal q u e acabe nuestro ponerla p o r o b r a á l a m a ñ a n a s i pleito.—'Aur. Yo n o , señor, antes con- g u í e n t e .
sentiré q u e se lo lleve todo e n t e r o , que
Así q u e amaneció se levantó Bertolverle h a c e r pedazos; a s í t e n d r é l a es- do,_ y fué á b u s c a r aquella m u j e r á
p e r a n z a de que a l g ú n dia l a r e m u e r d a quien el r e y h a b i a dado la s e n t e n c i a
l a conciencia y m e lo r e s t i t u y a . — e n su favor, y asi l a dijo: Bert. ¿No
Bey. V e r d a d e r a m e n t e conozco q u e el sabes t ú q u e el r e y h a d e t e r m i n a d o
espejo es de esta q u e no quiere que se q u e se r o m p a el espejo, como lo s e n r o m p a : dársele á ella; y á esta otra tenció y se os d é l a m i t a d á c a d a u n a
é c h e n l a de a q u í i g n o m i n i o s a m e n t e .
de vosotras? P u e s la otra apeló la s e n Aurelia dio infinitas g r a c i a s al r e y tencia q u e el r e y dio 4 t u favor; y p o r
pOT este favor, y se retiró á s u casa.
n o oir m á s quejas, quiere q u é se d i Bertoldo, q u e h a b i a estado e s c u - vida y se satisfaga á entrambas.—c h a n d o , salió riéndose de l a s e n t e n - Aur. ¿Cómo q u e el r e y quiere q u e s e
cia del r e y , y le dice: Bert. Bey m i ó , r o m p a m i espejo? ¡Ay de mí! ¿qué e s
t u n o tienes conocimiento.—Bey.iPov lo que oigo? ¡Oh, q u é acciones t a n
q u é no lo tengo?—Bert. Porque te nobles p a r a u n rey! ¡Oh pobre j u s t i c i e s de l á g r i m a s d e m u j e r e s . ¿No s a - cia, q u é b i e n a d m i n i s t r a d a estás!—
bes q u e su llanto es e n g a ñ o s o , y todo ¡Bert. N o quisiera t e sucediese a ú n
lo que' ellas h a c e n y dicen es hecho i a l g o peor q u e e s t o . — Aur. ¿Pues q u é
con artificio?—Bey. T a n t a b o n d a d tie- peor m e p u e d e s u c e d e r á mi?—Bern e n en sí l a s mujeres de juicio y p r u - toldo. Que el r e y h a p r o m u l g a d o u n a
delicia, q u e es todo m u y a l revés de i l e y en q u e m a n d a q u e cada h o m b r e
c u a n t o t i í las a t r i b u y e s : y si a l g u n a ¡ p u e d a casarse con siete mujeres; c o n
p e c a , es por descuido ó fragilidad f e - [ q u e m i r a tú si. esto es peor, por los(
t r a s t o r n o s qué resultarán en las c a s a s .
—Aur. ¿Qué dices, hombre? Eso s i
q u e es m u c h o peor que lo del espejo;
p e r o , ¿qué diablos de l o c u r a se le h a
imetido e n la cabeza al rey?—Bertoldo. E s o es lo que puedo decirte sobre
e l a s u n t o : a h o r a es tiempo d e q u e os
l e f e n d a i s a n t e s que el m a l pase a d e lante.
Despidióse Bertoldo, dejando á Aurelia a l b o r o t a d a con la invención de
este e n r e d o ; precipitadamente se fué |
4 b u s c a r sus a m i g a s y vecinas, cont á n d o l a s p o r extenso cuanto h a b i a dic h o B e r t o l d o . Ellas que oyeron t a n
e x t r a ñ a n o v e d a d , se enfadaron de tal
s u e r t e , q u e como perras rabiosas
e c h a b a n fuego por la boca: se d i v u l g ó en b r e v e la noticia, de modo q u e
Be j u n t a r o n millares de mujeres que
sodas h a b l a b a n á u n tiempo sobre
el easo , h a s t a que resolvieron t o d a s j u n t a s ver al r e y y confundirle á
fuerza de gritos y bataola de voces
>ara obligarle á que revocase a q u e l l a
ey. E n electo, llenas de rabia y d e s p e c h o se fueron á palacio a m o t i n a d a s ;
s e introdujeron h a s t a el cuarto de l a
r e a l p e r s o n a , empezando á meter t a n
g r a n r u i d o y gritería, que p a r e c í a u n
infierno, de t a l modo que el rey n u n c a p u d o entender p a l a b r a de s e m e j a n t e alboroto; pero faltándole la p a c i e n c i a , y lleno de cólera y con s e v e r i d a d de rostro, en alta voz así las dijo:
Mey. ¿Qué novedad es esta? ¿Qué m o tivo h a b é i s tenido p a r a u n a s u b l e v a ción c o m o esta? ¿A qué fin son estas
exclamaciones? Decid l u e g o cuál es el
motivo de este alboroto.— Mugares.
T e ñ i m o s , dijeron todas j u n t a s , á sab e r de q u é h a dimanado lo que contra
n o s o t r a s h a s publicado. Salió u n a de
l a s m a s descaradas, y en voz m u y
alta dijo: ¿qué frenesí te h a dado
c o n t r a t o d a ley divina y h u m a n a , marid a n d o q u e á cada hombre le sea p e r mitido casarse con siete mujeres? |Ah,
q u é escándalo! m a s y o te a s e g u r o
« u e n o saldrás con t u t e m e r i d a d . —
Mey. L o c a s ; ¿qué es lo que decís? H a blad c l a r o , que os entienda y os p u e -
Í
d a responder al asunto.—Mug. Señor,
dijo u n a en n o m b r e de t o d a s : te digo
mereces que te echen del t r o n o i g n o miniosamente, p u e s b i e n t e lo mereces
por la ley que h a s d i c t a d o . — R e y ,
¿Qué injurias os h e h e c h o yo? H a b l a d
claro: no os h e e n t e n d i d o b i e n ; explicaos de u n a vez y no m e t e n g á i s s u s penso.—Mug. No h a y p e o r sordo q u e
aquel que rio quiere oir: volvemos á
decir, que t ú no p u e d e s i m p o n e r n o s
u n a ley tan atroz, ¿lo h a s entendido
ahora?" y si eso i n t e n t a s , h a s de p e r mitir t a m b i é n que c a d a m u j e r t e n g a
siete m a r i d o s . Resuélvete, q u e á eso
v e n i m o s e m p e ñ a d a s . — R e y . ¡Ah, sexo
i n g r a t o y descortés! ¿Quién os h a s e ducido de este modo? | A p a r t a o s de mi
presencia! Idos m u y e n h o r a m a l a ,
rebeldes, i m p o r t u n a s ; p u e s a h o r a c o nozco que quien dice m u j e r , dice e n g a ñ o ; ellas son r u i n a de los p a d r e s ,
t o r m e n t o de las m a d r e s , d e s g r a c i a de
los h e r m a n o s y d e s t r u c c i ó n de l a s cas a s . Quitaos delante de m í ; espíritus
infernales. jOh, q u é a b r u m a d o m e
h a n puesto! Pero si l l e g o 4 saber el
inventor de este chasco, le h e de hacer
c a s t i g a r s e g ú n su m e r e c i d o . Ya se fuer o n estas insolentes.
Después que se h u b i e r o n m a r c h a d o
las mujeres se templó el Rey: B e r toldo que h a b í a estado e s c u c h a n d o
toda la bulla desde u n escondite, se
puso delante del rey y le dice: Bertoldo. ¿Qué dices á esto, r e y mió? ¿No
te dije que bien p r o n t o h a b í a s de leer
el libro al revés de como a y e r le leíste? Discurro que q u e d a r á s d e s e n g a ñ a d o , y te acordarás del c o n v e n i o que
t e n e m o s h e c h o . —Rey. D i g o q u e te
h a s salido con la t u y a ; y p u e s h a s
g a n a d o , en p a g o quiero q u e t e sientes
conmigo en mi real t r o n o . Bert, rTo
p u e d e n cuatro n a l g a s c a b e r en u n
trono solo.—Rey No i m p o r t a , q u e , ,
y o m a n d a r é hacer otro j u n t o al m i o ^
te sentarás en él, y d a r á s audiepcsJav;;
conmigo.—Bert. El e n a m o r a d o y, la'
d a m a no desean c o m p a ñ í a , y as'Lgo- •
b i e r n a t ú s o l o . —Rey. Y o cre^t que
h a b r á s sido t ú el a u t o r de este «twedo: •
:
V;
6 —
¿es vevi&№.­~I!er t. T ú lo h a s a d i v i ­ ' con evpuma.—Rey. P u e s m i r a , ш a u ­
nado, y no m e p u e d e s c a s t i g a r e n des que s e r á s b i e n recibido,
virtud de la p a l a b r a q u e m e diste.—
P r e s e n t a r o n á Bertoldo d e l a n t e d e
Лет/. Quedas perdonado; y d i g o q u e la reina, l a c u a l estaba noticiosa d é l a
eres t ú m a s inventor de enredos q u e b u r l a q u e h a b í a hecho á l a s m u j e r e s ;
el mismo Merlin. A h o r a conozco q u e el dia anterior h a b í a h e c h o a p r e s t a r
las infelices m u j e r e s h a n tenido m i l a l g u n o s g a r r o t e s , y ordenó á l a s c r í a ­
razones de m o s t r a r s e c o n t r a m í t a n das lo e n c e r r a s e n en u n c u a r t o y l e
i r a c u n d a s ; y t ú , p u e s , m e h a s dado] sacudiesen bien el polvo; pero c u a n d o
ocasión de decir j n a l de ellas (lo q u e le vieron de t a n m o n s t r u o s a figura ве
siento mucho) desde a h o r a m e d e s ­ retiraron, y l a r e i n a dijo:—Reina. [Jo­
d i g o y arrepiento, y d e n u e v o vuelvo s u s q u é figura d e mico!—Ber t. Dijole
á decir q u e el h o m b r e sin 2a mujer la zorra al lobo ¿qué haces, b o b o t ­
es como la v i ñ a sin poda, j a r d í n sin Reina. ¿Cómo t e llamas?—Ber t. Y o
fuente, rio sin b a r c a , p r a d o s i n y e r b a , no llamo á n a d i e , y cuando m e l l a m a n
m o n t e sin leña, e s p i g a sin g r a n o , á r ­ respondo. —Reina. ¿Cómo t e apelas?
bol sin fruto, palacio s i n balcones, tor­ — Bert. Yo no m e acuerdo q u e j a m á s
r e sin escalera, rosa s i n olor, pino sin m e h a y a n pelado,
sombra, d i a m a n t e s i n brillo, en fin.... Mientras q u e l a reina hacía p r e g r m ­
—Bert. U n borrico s i n cabeza.—Rey. t a s á Bertoldo, u n a de las criadas v e ­
Gran bestia QTQS.—Ber t.
T ú me h a s n í a por detrás con u n j a r r o de a g u a
conocido el p r i m e r o ; b i e n veo que p a r a mojarle; pero advirtiólo él, y p a r a
proteges m u c h o á las mujeres; y así libertarse del c h a p a r r o n inventó u n a
no quiero h a b l a r m á s de ellas.
n u e v a i n d u s t r i a , prosiguiendo s u c o n ­
E n el mismo tiempo q u e el r e y y versación con l a reina sin d a r s e p o r
Bertoldo estaban h a b l a n d o , llegó u n , entendido.—Seina.Dime: ¿quién t e h a
c r i a d o de p a r t e de l a reina, diciendo: enseñado t a n t a s astucias?—Ber t. D i g o
que deseaba S. M. v e r á Bertoldo, y q u e yo conozco y adivino c u a n t o h a y
así le suplicaba le enviase á su cuar­ y p u e d e h a b e r : si асаэд a l g u n a m a ­
to, porque sabía le g u s t a b a c h a s q u e a r j e r h a cometido a l g ú n delito ó algún,
á las mujeres: l a r e i n a tenía inten­ g é n e r o de flaqueza, d a r é n o t i c i a d e
cion de hacerle d a r u n a b u e n a t u n d a todo; y si a l g u n a m e quiere m o j a r á
de palos. El r e y se volvió á Bertoldo, traición, n o m e detendré en decir t o d o
yledijo:—ütey. Bertoldo, l a reina dice cuanto de ella sé;
que t e quiere ver; y a s í vete con este
L a criada q u e oyó semejantes r a ­
mensajero, que estará impaciente.— zones volvióse con disimulo p o r d o n ­
Berl. Los mensajes t a n t o suelen t e ­ de babia v e n i d o , por q u e tuvo m i e d o
пег de bueno como de malo.—Bey. El q u e Bertoldo n o la descubriese a l g ú n
que está inocente p a s a s e g u r o entre pecadillo; pero como la r e i n a e s t a b a
las bombas.—Bert. La, mujer airada, q u e m á n d o s e d e cólera contra él, o r ­
el pábilo encendido y l a sartén aguje­ denó á todas s u s criadas lo a p a l e a ­
reada, son tres cosas de g r a n perjui­ s e n á su satisfacción. Viéndose B e r ­
cio en u n a c a s a . — Rey. E l hombre toldo e n t a n g r a n peligro, r e c u r r i ó
melancólico, á m e n u d o se a c u e r d a de á sus a c o s t u m b r a d a s astucias d i ~
aquello mismo q u e teme.—Bert. M u ­ ciendo­.—Ber toldo. Cualquiera de v a ­
chas veces el c a n g r e j o salta de l a sar­ sütras q u e h a y a sido la q u e h a
ten por libertarse de ella, y cae en las dispuesto e n v e n e n a r l a comida d e l
ascuas.—Rey. No t e m a s , q u e nadie te r e y , consiento que m e rompa, l o s
ultrajará
Be
r t. Al confortador n o le h u e s o s .
duele la cabeza,—Rey. Yo creo que ; E m p e z a r o n á mirarse u n a s & o t r a s
temes que l a reina t e dé a l g u n a pesa­' diciendo: yo n o he pensado e n s e m e ­
dumbre.—Bert. Mujer i r a c u n d a , m a r ' j a n t e cosa; y así todas fueron d e j a n d o
1
?
los palcm, y Bertoldo quedó ileso de l a nido?—Bert. ¿Y con q u i é n h a b l a s tú»
liatalla de aquellas leonas.
grajo pelado?—Fag. Dime: ¿por q u é
Insistiendo la reina en que se le apa- c a u s a la g a l l i n a n e g r a pone el huevo
l é a s e , envió un recado á los g u a r d i a s blanco?—Jíerí. ¿Y p o r q u é motivo
para q u e cuaudo saliese de palacio el látigo del r e y te p o n e las n a l g a s
d e s c a r g a s e n sobre Bertoldo sin con- rojas?-—Fug. ¿ C u á n t o h á q u e n o h a s
miseración. Salió, pues, a c o m p a ñ a d o comido nabos?—Bert. Lo q u e á tí no
d e c u a t r o criados, y p a r a escaparse te h a n echado r a e d u r a s . — - í ' a y . ¿Eres
<ácl c h u b a s m , suplicó a l a reina q u e t ú búfalo ú oveja?—Bert. No m e t a s
m a n d a s e iQ.oa criados dijesen á en d a n z a t u s parientes.—Fag. C u á n tos g u a r d i a s que descargasen los ptó- do dejarás de usar de t u s astucias?—
los con l a condición de no tocar á la Bert. Cuando tú dejares d e lamerlosc a b e z a , y á lo demás c u a n t o quisie- platos.—Fag. Mira q u e t u s zapatosren. Así lo hizo la reina sin c o m p r e n - están con l a boca a b i e r t a . — B e r t , Se
í l e r e l énfasis: los criados iban detrás rien de tí porque eres u n a bestia.
ún Bertoldo, y llegando á los g u a r d i a s
Después de h a b e r h a b l a d o u n largoq u e y a e s t a b a n formados, e m p e z a r o n rato, y teniendo Bertoldo l a b o c a lleua
» decir los criados que no tocasen la de saliva p r e g u n t ó al r e y : ¿A. dónde
c a b e z a , y q u e á-lo demás apretasen quieres que escupa? E s c u p e , le dice,
fuertemente.'en la plaza." Entonces se volvió B e r Viendo los g u a r d i a s que Bertoldo toldo á F a g o t o (que e r a calvo) y lév e n l a d e l a n t e de los demás, pensaron encajó l a saliva en m e d i o de l a c a b e q u e él e r a la cabeza de ellos; deja- za, diciendo que aquello lo t e n í a p o r
r o n l e p a s a r y al llegar los criados fué plaza de piojos. F a g o t o quedó m u y
ial el apaleo que recibieron que los afrentado, y loa s e ñ o r e s de l a cortedejaron estropeados, en cuyo estado soltando la risa dieron la razón á Ber%'olvieron á la reina, la cual viendo toldo.
q u e Bertoldo por su astucia se h a b í a
Siendo y a de n o c h e , dijo el r e y á
q u e d a d o libre, se encolerizó j u r a n d o Bertoldo que se r e t i r a s e ; pero le ady u e h a b í a de v e n g a r tal infamia..
virtió que al di a s i g u i e n t e h a b í a de
A l d i a siguiente se llenó la a n t e c a - venir n i bien vestido, n i b i e n d e s m a r á del r e y de g r a n d e s señores y n u d o .
c a b a l l e r o s ; y no faltando Bertoldo en
A la m a ñ a n a s i g u i e n t e se p r e s e n t é
liacerse presente, viole «1 rey, y le lia- Bertoldo delante del r e y s i n m á s ropa
rao diciéndole:—Rey. Y bien: ¿cómo que envuelto en u n a r e d de pescar,
te lia ido con la reina? ¿Estaba el m a r y habiéndole reprendido p o r q u e s e
alborotado?—Bert. Quien sabe n a v e - p r e s e n t a b a e n f o r m a t a n indecente,
$rar b i e n , cualquier golfo pasa s e g u r o , contestó q u e aquel era el modo q u e
Mey. ¿El cielo a m e n a z a b a tempestad? , se le m a n d ó , p u e s ni v e n í a vestido ni
—Bert. Sí que amenazaba, paro des - desnudo. Quedó el r e y satisfecho y si« a r g ó sobre otro.
titilábase
presente u n palaciego, el • h a s estado h a s t a ahora?—Bert. Donde
j;ual solo servia de bufón; su n o m b r e b e estado n o podia.estar n i n g u n o m á s
e r a F a g o t o , era s u m a m e n t e p e q u e ñ o que yo.—Rey. ¿Y q u é h a c e n tu padre,
y d e e x t r a ñ a figura. -Llegóse al r e y , y m a d r e , h e r m a n o y hermana?—Bertoll e d i j o : Señor, te pido la g r a c i a de per- do. Mi padre es deshacedor de u n daño,
m i t i r m e examinar á este salvaje, y m i m a d r e hace á u n a v e c i n a lo q u e
enseñarle el modo que debe o b s e r v a r , no h a r á m á s , m i h e r m a n o cuantos
ea estos l u g a r e s respetuosos. Kespon- j h a l l a tantos m a t a , y m i h e r m a n a efltí.
dióle el r e y , q u e era gustoso en ello; < llorando lo q u e h a reído a n t e s . —^Rey^,
volvióse F a g o t o á Bertoldo y le dijo: j Descíframe estos e n i g m a s , que/no l o s
1
padre está en el campo cerrando n n a l
senda con espinos p a r a que n o pasen
los caminantes. Mi m a d r e cierra los
ojos á u n a vecina q u e a c a b a de morir.
Mi h e r m a n o está al sol m a t a n d o los
piojos de su camisa. Mi h e r m a n a h a
pasado el año r i e n d o , y ahora está
con los dolores del p a r t o . —Bey. ¿Cuál
ss el dia m a s l a r g o q u e hay?—Bert.
Aquel que u n o se q u e d a sin comer.—
Bey. ¿Cuál es l a y e r b a q u e h a s t a el
ciego la conoce?—Bert. L a ortiga.—
Bey. ¿Cuál es la c o s a m á s atrevida
que hay?—Bert. E l viento que entra
por debajo del vestido de las m u j e res.—Rey. ¿Y cuál es la cosa m á s cla-
»plicn, a c e p t a n d o l a instancia y h a b e r l a s partícipes de todo. E s p e r a m o s
»que V. M., como m u j e r , recomen»dará con toda eficacia esta g r a c i a . »
Después que el rey se h u b o h e c h o
c a r g o de la pretensión tan d e s a t i n a d a ,
se volvió á Bertoldo, y le reveló t o d o
el contenido del papel, el cual no p u do reprimir la risa. Entonces el r e y l e
dijo: y a sé q u e para todo hallas b u e n a salida, y p u e s estás colmado d e
i n v e n t i v a s y astucias, quiero q u e t e
e n c a r g u e s de resolver este n e g o c i o .
En efecto, se fué Bertoldo á la p l a za, c o m p r ó u n pajarillo, y le metió e n
u n a cajita. L a que llevó al r e y diciénra que hay?—Bert. El ñi&.~liey. Más dole q u e e n t r e g a s e aquella cajita d e
que la leche?—Bert. Más aún.—Bey. p a r t e de la r e i n a á las p r e t e n d i e n t e s ,
Si no m e h a c e s v e r esto que dices te i con el p r e c e p t o de q u e á la m a ñ a n a
m a n d a r é castigar.—Bert. ¡Oh y qué s i g u i e n t e t e n í a n que traerla á'palacio
felicidad es la de l a corte!
e n la m i s m a forma que se les e n t r e Buscó Bertoldo u n cubo de leche, g a b a , y se les concedería l a g r a c i a
y sin que nadie l e viera le llevó al q u e p r e t e n d í a n . Recibieron las m u j e cuarto del r e y c e r r a n d o las p u e r t a s y res aquella cajita m u y gozosas y c o n balcones: entró el r e y en el cuarto, y soladas por ver que iban á q u e d a r s a como no veía, tropezó con el cubo tisfechos s u s deseos.
faltando poco p a r a q u e cayera. AcuL u e g o que se vieron lejos de la p r e dieron al ruido, abrieron los balcones, sencia de S. M . las dominó tal c u r i o y vieron el cuarto lleno de leche. El sidad de saber lo que aquella cajita
r e y se mostró enfadado, pero cono- e n c e r r a b a , q u e empezaron las m á s
ciendo que aquello h a b í a sido u n ar- curiosas á decir: veamos lo q u e h a y
did de Bertoldo, le dijo: eres u n a s t u - a q u í d e n t r o : y aunque a l g u n a s s e
to villano, y á c a d a cosa hallas fácil "opusieron á ello por lo que les p u d i e salida.
r a suceder, al fin, después de m u c h o s
Llegó á este tiempo de parte de la debates, se resolvieron á a b r i r l a ; y
r e i n a u n mensajero á la presencia a p e n a s q u i t a r o n la tapa, voló el p a del rey y haciéndole su a c a t a m i e n t o , jarillo con t a n t a velocidad, q u e no
le presentó un paviel que contenía lo pudieron ver de qué clase era; con lo
q u e q u e d a r o n confusas y a p e s a d u m siguiente:
«Señora: H a c e m o s presente á V. M. b r a d a s .
»fpara. que interceda con el rey) las
Habiendo sabido la reina el c a s o , lo
g u s t a s razones de todas l a s nobles de sintió m u c h o ; pero con todo, se a n i t e s t a ciudad, s u p l i c a n d o rendidamen- m ó , y con la comitiva de m u j e r e s , s e
t e nos conceda el p o d e r asistir en presentó al r e y ; e n t r a r o n con la c a b e ¡¡dos consejos, g o b e r n a r y senten- z a baja y l l e n a s de confusión. L a r e i c i a r , como es permitido á los h o m - n a saludó al r e y , diciéndole e n s e g u i »bres; p a r a esto a l e g a m o s que h a h a - da, como l a casualidad h a b i a p e r m i sóido ejemplares d e mujeres que h a n tido q u e u n a de aquellas matronas»
^mandado imperios y reinos habiendo m á s c u r i o s a q u e d a s otras, t u v o i m «también salido á c a m p a ñ a como los pulsos de v e r lo que encerraba-la c a j a
»má¡j esforzados c a m p e o n e s , así que, i q u e les h a b i a encomendado, h a b i é n sesperan no será d e s p r e c i a d a s u sú- , dose escapado el pajarillo sin poderle
— 9 —
r e m e d i a r , por Jo que las demás c o n d o - revientes m e h a s de h a c e r u n a cortelidas le suplicaban las perdonase,
sía, m a ñ a n a lo veremos; a h o r a te p u e E l r e y , fingiéndose enojado, se v o l - des r e t i r a r .
vio á ellas con rostro airado, y las
Se despidió Bertoldo, y aquella nodice: ¿Sois vosotras las que habéis che hizo el rey bajar l a p u e r t a de su
dejado escapar el pajarillo? ¡Ah, rnuje- g a b i n e t e de m a n e r a que no se pudiese
res locas! ¿Y con tau poco juicio tenéis . e n t r a r sin tener q u e bajar con p r e c i alientos p a r a pretender entrar en l o s ' sion la cabeza, solo con el fin de que
consejos de mi corte? ¿Cómo podríais cuando entrase Bertoldo tuviese que
g u a r d a r u n secreto de entidad que bajarla, cumpliéndose así el deseo del
i m p o r t a r a á mi reino? Volved á vues- rey de que hiciese r e v e r e n c i a ,
t r a s casas, y ejercitar vuestros oficios
Volvió á la m a ñ a n a s i g u i e n t e el
mujeriles, y dejad el gobierno á los 'astuto Bertoldo, y r e p a r ó e n la p u e r t a ;
hombres.
conoció la idea del r e y p a r a hacerle
Se fueron las pobres mujeres tan bajar la cabeza al t i e m p o de e n t r a r ,
desconsoladas y llenas de v e r g ü e n z a , pero el g r a n socarrón, en l u g a r de
q u e n u n c a volvieron á tocar tal espe- e n t r a r de enfrente, se volvió de espalcie. E n t o n c e s el sutilísimo Bertoldo das, y le h o n r ó con el fiador,
volvió á salir con g r a n d e risa, y viénEl r e y se admiró de s u g r a n sutiledole el r e y le dijo: Rey. Esto h a sido za; no obstante, se fingió a l g o enfadau n a ' b e l l í s i m a invención, y nos h a do contra él y le dijo: idiota, rúslico
salido bien.—Bert. Bien va la c a b r a y descortés, ¿cómo e n t r a s en mi cuarcoja, c o m o el lobo no la coja.—Rey. to de esa m a n e r a ? A lo q u e contestó
¿ P u e s p o r qué dices eso?—Bert. Por- Bertoldo diciendo, q u e el c a n g r e j o se
q u e m u j e r y fuego hallan l u g a r l ú e - lo h a b í a e n s e ñ a d o .
go.—Rey. Quien se sienta en la orEn s e g u i d a se puso á referir u n a
t i g a a l g u n a , vez le pica la h o r m i g a . — fábula de las a v e n t u r a s de un c a n g r e Bert. Quien al aire escupe en la c a r a jo, que por l a p r e c a u c i ó n que tenia de
l e cae.—Rey. Quien orina en la nieve a n d a r hacia a t r á s , p u d o escaparse con
l u e g o l a deshace.—Bert. Quien l a v a vida de lances m u y p e l i g r o s o s , por lo
l a c a b e z a al asno pierde j a b ó n y tierrí- cual dejó ordenado e n s u testamento
po.—Rey. ¿Lo dices por mí eso?— q u e todos sus d e s c e n d i e n t e s c a m i n a Bert. P o r tí hablo; pues me das c o n - sen de aquél modo, y q u e acordándose
t í n u a m e n t e á entender que a l g u n a de la fabulilla, t u v o p o r conveniente
v e z t e n g o de caer en la t r a m p a . — i m i t a r á los c a n g r e j o s .
Rey
To n o soy t a n i n g r a t o que no
El rey dijo que q u e d a b a satisfecho,
c o n o z c a t u s méritos para recompen- añadiendo: a h o r a v e t e a tu casa; pero
sarlos; pero tu lo interpretas al revés, quiero que m a ñ a n a v e n g a s delaníe
—Bert. Quien mal piensa casi siern- de. m í en tal forma, q u e te vea y n o
p r e acierta.—Rey. Lo que te quiero te vea.
d e c i r es q u e no tienes cortesía, y
Al siguiente dia t o m ó Bertolcto u n
e u a n d o vienes á mi presencia n u n c a harnero, y poniéndoselo p o r delante
t e q u i t a s el sombrero ni bajas l a c a - del rostro, volvió á l a presencia del
hzzA.—Bert.
El h o m b r e n u n c a debe rey, y viéndole éste p a r e c e r en tan
t a j a r l a por otro hombre.—i?ey. S e g ú n e x t r a ñ a figura, empezó á r e i r y le
s e a l a clase de hombres; y por fin, á preguntó qué significaba a q u e l liarm i m e h a s de hacer una reverencia, ñero que le t a p a b a el rostro. A lo que
—Bert. N o la h a r é , y asi paciencia.— contestó Bertoldo, diciendo: ¿no m e
Rey. ¿ P u e s por qué no?—Bert. P o r q u e mandaste que viniese delante de tí de
h e c o m i d o asadores, y no quiero q u e modo que m e vieses y n o me vieses?
a l t i e m p o de bajarme se r o m p a n las pues ya m e ves y no m e ves p a r i o s !
t r i p a s . ~i?<jy. ¡Áh, villano! a u n q u e 1 agujeros de este h a r n e r o . Es cierto,
y
1
O."
ÍO
dijo el rey, que no h e visto e n t e n d i ­ hecho pedazos; y así con g r a n cólera
m i e n t o más perspicaz que el tuyo; y le dijo: Reina. ¿Tú estás aquí, e m b u s ­
así desde hoy p í d e m e c u a n t o quieras,
y te doy permiso p a r a q u e te sirvas de
íni corte en t u s necesidades.
Con la oferta que el r e y le hizo se
retiró Bertoldo á u n r i n c ó n ; se bajó las
b r a g a s y fingió q u e r e r h a c e r a l g u n a
necesidad: e l r e y q u e lo notó, m a n d ó
á uno de sus g u a r d i a s q u e con un palo
fuese á su sacudirle, lo cual, visto por
Bertoldo, volvióse al g u a r d i a y le dice:
h e r m a n o , no te h a g a s t a n celoso; a d ­
vierte que t a m b i é n las moscas que
v u e l a n sobre las cabezas de los tinosos
se ponen sobre la real mesa y se e n ­
sucian en el plato del r e y , y no obs­ tero? ¿Pues cómo te h a s escapado de,
tante come la sopa sin escrúpulo; a d e ­ los dientes de m i s perros?—Ber t. L a
m á s que S. M. m e m a n d a q u e en las Providencia h a previsto el c a s o . —
necesidades m e sirva de su corte, ¿y Reina. Yo te a s e g u r o que esta vez n o
qué mayor necesidad p u e d e suceder ­ te escaparás a u n q u e intentes l a s m á s
me q u e la presente?
sutiles malicias de que te vales. A fé
Estando en eso recibió el rey u n a mia que a h o r a n o te a l a b a r á s de q u e
carta de la reina en q u e le suplicaba h a y a s h e c h o burla.—Ber t. Solo t e pi ­
le enviase á Bertoldo, p u e s quería d i ­ do, ya que estás e m p e ñ a d a e n c a s t i ­
vertirse con sus g r a c i a s , a u n q u e sn g a r m e , sea c u a n t o antes p a r a s a l i r d e l
intención era v e n g a r s e de él por l a susto de u n a v e z .
L a reina m u y enfadada le hizo p r e n ­
afrenta que h a b í a ocasionado á las
der y atar de pies y m a n o s . Después,
matronas.
El rey le m a n d o q u e se m a r c h a s e y mandó le llevasen á u n c u a r t o r e t i r a ­
n o se hiciese esperar de la reina; y do, y p a r a m a y o r s e g u r i d a d le h i z o
Bertoldo, aunque сод a l g u n a r e p u g ­ meter dentro de u n saco t a m b i é n a t a ­
do, p a r a q u e n o pudiese s a c a r l a c a ­
n a n c i a , se dirigió por fin allá.
Al encaminarse h a c i a el c u a r t o de beza: púsole u n a l g u a c i l por c e n t i n e l a
l a reina, oyó por c a s u a l i d a d como ha­ h a s t a la m a ñ a n a s i g u i e n t e q u e t e n i a
bía dado orden á los q u e cuidaban de intención de arrojarle á u n rio.(_
Quedó, p u e s , Bertoldo en el s a c o , y
los perros, q u é c u a n d o le viesen e n ­
t r a r los soltaran p a r a que p o r este n u n c a creyó m á s s e g u r o su fin q u e en
medio quedase b i e n castigado por esta ocasión; p e r o en medio d e t a n t o
ellos. (¡Ciertamente e r a u n a crueldad!) susto pensó u n a n u e v a a s t u c i a p a r a
Inmediatamente se fué á l a plaza, librarse del s a c o , fingiendo que h a b l a ­
compró u n a liebre viva y l a llevaba ba consigo m i s m o . Empezó ¿ s u s p i r a r »
oculta debajo de la capa: al l l e g a r á diciendo: «¡O h m a l d i t a fortuna! ¡O bi
la a n t e c á m a r a de la r e i n a le soltaron riquezas, e n q u é estado m e h a b e i a
puesto! ¡Mejor h u b i e r a sido p a r a m í ,
]ps perros
Viéndose en t a n g r a n p e l i g r o , dejó y m á s felicidad t e n d r í a si m i p a d r e
escapar la liebre, l a q u e a p e n a s vieron me h u b i e r a dejado p o b r e m e n d i g o !
los perros, la s i g u i e r o n con t a n t a p r e ­ No o t r a cosa, sino la avaricia, l e s h a c e
cipitación, que dejando libre á B e r t o l ­ ,emparentar c o n m i g o ; p e r o n u n e a con­
do, y sin detenerse e n t r ó y se p r e s e n ­ sentiré c a s a r m e con ella, p u e s s i e n d o
tó delante de la reina, la cual viéndo­ y o u n h o m b r e c o n t r a h e c h o , t e n g o p o r
le, se quedó a d m i r a d a , p u e s le creia s e g u r o q u e la n o v i a no m e seria fiel.
r
l i __
L à r e i n a insiste en que me case con ' res saberlo todo, voy á referirtelo; m a s
ella y así no sé cómo escapar de tal te a s e g u r o que n o p u e d o h a b l a r sin
violencia.
> m u c h o trabajo d e n t r o de este s a c o ,
E l a l g u a c i l oyendo las p a l a b r a s de si n o le desatas la b o c a que p u e d a
Bertoldo, movido de curiosidad le p r e - yo sacar la cabeza f u e r a . — Alg. Con
e-untó p o r qué motivo le h a b í a n m e t i - m u c h o g u s t o lo h a r é . E a , h a b l a a h o r a
So e n el saco. A lo que contestó B e r - , á t u g u s t o : mero q u é c a r a t a n fea t i e íoldo: ¡ A y h e r m a n o ! poco consuelo m e nesl si lo demás de t u c u e r p o c o r r e s p u e d e s dar: déjame quejar de m i des- ponde á t u fisonomía, d e b e r á s ser m u y
g r a c i a y cumple con t u oficio.—Al- horrendo.—JSert. S á c a m e del t o d o f u é guacil. Advierte que a u n q u e a l g u a c i l ra del saco, y verás q u é bien p l a n t a d o
soy h u m a n o , y si no puedo a y u d a r t e soy; y no receles n a d a , p u e s soy c a t e d a r é a l g ú n consuelo, así d i m e : ¿Te ballerò y basta.—Alg, Yo lo h a r é , p e q u i e r e n d a r azotes?—Bert. P e o r . — ro es menester q u e t e v u e l v a s á meter
Alg. ¿Tormento?—Beri. M u c h o peor, l u e g o que h a y a s a c a b a d o . Bertoldo,
—Alg. ¿Ahorcarte?—Beri. T o d a v í a viéndose fuera del s a c o , empieaa s u
p e o r . — A l g . ¿Quieren quemarte?— relación diciendo: h a s d e saber, a m i Bert. M i l veces peor.—Alg. ¿Pues q u é g o , que la novia n u n c a m e h a visto, y
t e p u e d e n hacer que sea peor?—Ber- p a r a que ella no n o t e m i fealdad m e
toldo. Me quieren c a s a r . — A l g . Hom- h a n encerrado en este saco, y quieren
b r e ó diablo, ¿pues cómo es eso? ex- traerla aquí p a r a d e s p o s a r n o s sin luz,
plícate p a r a que pueda entenderte.— y después m e h a r é p r e s e n t e á su vista,
Bert. A m i g o , no digo que el casarse y será forzoso entonces que ella se
sea peor que todo lo que se h a dicho: contente,por fuerza; y á m i m e d a r á n
lo p e o r es el modo, y si nadie n o s o y e - l u e g o de orden de la r e i n a dos mil d o r a , y t ú no m e fueras traidor, t e lo blones que me tiene ofrecido. Al oir
e x p l i c a r í a todo.—Alg. H a b l a con se- esto el alguacil e x c l a m ó : ¡ Q h , q u é h a g u r i d a d , que te g u a r d a r é el secreto.— cierida t a n m a l e m p l e a d a ! ¡Que á m í
Bert. H a s de. saber que yo m e hallo que soy pobre, y n o m o n s t r u o s o , no
con a b u n d a n c i a de bienes de fortuna, me v e n g a tal fortuna!—Bert. Si t ú
p e r o l a naturaleza m e h a favorecido quieres, e s t a ' n o c h e y o t e hiciera h o m t a n poco-, pues tuve*la d e s g r a c i a d e ' bre rico. Mira, y o estoy resuelto á n o
n a c e r s u m a m e n t e disforme y m o n s - casarme con ella; p o r q u e siendo h e r t r u o s o de cuerpo, que n o se h a l l a r i a mòsa como u n sol, y y o feo y c o n t r a s e g u n d o en el m u n d o . Un caballero hecho, estoy cavilando que n o será
a p o d e r a d o de mis h a c i e n d a s , tiene ¡ p a r a m í solo, y asi, si t ú en l u g a r m í o
u n a h i j a m u y bonita, y llevado d e l , quieres e n t r a r en este s a c o , y o té h a r é
i n t e r é s , Ja determinado, a u n q u e soy . d u e ñ o de u n a fortuna m u y g r a n d e . —
feo c o m o digo, que m e case con su Alg. ¡Gáspita! E s p o n e j m e y o á q u e
h i j a . Mucho se m e h a r o g a d o é i n s t a - . después que m e d e s a t a r a n , y vieran
do sobre este asunto: considerando y o que no eras tú, m e h i c i e r a n d a r el s a l q u e e s t a s diligencias no se p r a c t i c a n to mortal con u n n u d o al pescuezo!
p o r el a m o r que m e t e n g a la novia, y Eso, no.—Bert. No receles n a d a , pors i solo p o r el interés de mis riquezas, que luego que estés desposado y c o no h e dado oidos á pretensión s e m e - nozcan que no h a y r e m e d i o ' e n d r á n
j a n t e ; y antes quisiera v e r m e a h o r c a - paciencia, pues n o lo podrár. ueshacer ;
do q u e casado con ella.—Alg. ¿ L u e g o con esto e n t r a r á s en posesión de todo
t ú e r e s m u y rico? ¿Y cuánto t e n d r á s de lo que á ini m e p e r t e n e c e , y podrás
r e n t a ? — B e r t . Tendré u n año con otro vivir con felicidad y e x p l e n d o r . - ~ ^ ¿ como seis mil escudos, limpios de paja guacii. El negocio tú b i e n m e lo pin^
y polvo, y el padre de la novia tiene tas fácil, que' casi casi estoy y a dem á s d e tres m i l . . . pero supuesto quie-1 terminado á a r r i e s g a r m e , p u e s ' q u i e n
8
12 —
n o se a r r i e s g a no g a n a ; pero ¿quién en un profundó silencio, fué acercánsabe lo q u e podrá r e s u l t a r m e en s e - dose á l a c a m a de la reina con gran
mejante aventura?—JBert. Aquel q u e sigilo, y allí i m a g i n ó p e g a r l a u n b u e n
no sabe a p r o v e c h a r l a ocasión c u a n d o chasco, p u e s t o m a n d o s u s vestidos s e
la fortuna se le viene á la m a n o , suele los p u s o , y con este disfraz pasó todos
suceder que cuando l a b u s c a la e n - , los c u a r t o s , y en el de la portera c o c u e n t r a en el rio; y p u e s y a q u e tú la g i ó las llaves q u e tenia colgadas j u n desprecias, h a z lo q u e t e parezca, que to á su c a m a , abrió las demás pueryo no quiero c a n s a r m e m á s en persua- tas, y bien p r o n t o se vio fuera del padirte. Ya m e entro e n el saco; ven á , lacio. Acaeció q u e h a b i a nevado aquea t a r m e , pues el porfiar será necedad. lla noche, y temiendo ser descubierto
—Alg. A g u a r d a u n p o c o , q u e tiempo por las pisadas, quitóse los zapatos y
nos queda.—JBert. Quien tiene tiempo se los p u s o al revés, de suerte que l a s
no espere tiempo; y b u e n loco soy yo pisadas d e n o t a b a n ser de a l g u n o q u e
en querer h a c e r b i e n á otro con p e r - h a b i a venido á palacio y no de que
juicio de m í mismo; v e n y a t a r á s la hubiese salido. Is o creyéndose s e g u r o
boca del saco;—Alg. Detente, a m i g o ; dentro d e l a ciudad, se salió f u e r a ,
ya m e tienes convencido, estoy r e - donde halló u n h o r n o , en que se m e suelto á entrar en el saco, y h a c e r t o d o tió d e n t r o . '
lo que me h a s dicho.—JBert. No tienes
P o r l a m a ñ a n a entraron las d a m a s
que desconfiar n i sospechar: mete bien á vestir á la r e i n a , y n o h a l l a n d o loa
ese otro brazo, baja u n poco la cabeza, vestidos, se q u e d a r o n confusas; m a n que p u e d a a t a r l a b o c a del saco, y dó la r e i n a la trajeran otros, levantóse
como'eres m á s alto q u e jo es necesa- muy enfadada, é i n m e d i a t a m e n t e se
rio q u e te encojas, p u e s dentro de u n fué á d o n d e h a b i a dejado á Bertoldo,
par de horas, lo m á s , estarás despa- y n o viendo al centinela que habia
chado. Ea, pues, estáte quieto y no puesto, pensó q u e él había sido el l a hables palabra, n o s e a que lo ecties á drón de los vestidos, con lo que s e
perder.—Alg. Yo p r o m e t o n o hablar, puso en e x t r e m o furiosa: m a s no o b s pero a r r í m a m e á la p a r e d , porque m e tante del enfado se a r r i m ó al saco, y
cansaré de estar de p i é .
le dijo: y b i e n (pensando h a b l a r con.
Después que Bertoldo h u b o dejado Bertoldo); ¿est4s ahora ele t a n buen
si alguacil bien a s e g u r a d o , determino h u m o r como acostumbras? — A Ig. S e eseaparse y n o esperar la tempestad ñ o r a / y o estoy dispuesto y a p a r a d e s posarme con ella cuanto antes.—Reina. No p a s a r á m u c h o tiempo sin q u e
quedes consolado.—Alg. P r o c u r a q u e
la t r a i g a n a q u í sin tardanza, q u e aquí
nos h e m o s de desposar en secreto y
cobrar y o los dos mil doblones ¡ne
por mi p a r t e estoy p r o n t o á c u m p l i r
lo tratado.—Reina. ¿Qué desatinos está
hablando este bestia? Sacadle l a cabeza del saco q u e quiero verle l a cara.
Hombre, ¿quién te h a puesto aquí?—
Alg. Aquel q u e h a b i a de ser novio,
que no queriendo por esposa a q u e l l a
qué le amenazaba; p e r o siéndole p r e - que tú le querías dar, h a r e n u n c i a d o
ciso, pasar por los c u a r t o s de la reina, en m í esta fortuna, y así y a p u e d e s
recelaba ser descubierto; no obstante m a n d a r q u e l a conduzcan a q u í j u n t a se determinó, a c e c h a n d o antes si oia m e n t e con los doblones que p o r dote
xuid", _ observando q u e todo estaba le ofreciste.—Reina. ¿Qué esposa n i
1
— 13 —
q u é doblones? jAy! ya veo que te h a s el horno; y Asomándose, vi6 & B.ertoldejado e n g a ñ a r de aquel astuto. E s - do con las ropas de la r e i n a ; hizoie
pera u n poco; pues es m u y justo q u e sacar fuera y le j u r ó q u é solo con la
yo c u m p l a el contrato y que sea á tu m u e r t e había de p a g a r su a t r e v i m i e n costa. H a b i e n d o dicho esto, llamó c u a - to y desvergüenza; q u i t á r o n l e los vestro criados, los que vinieron con b u e - tidos, quedándose con s u s h a r a p o » , y
nos g a r r o t e s , y empezaron á d e s e a r - como además de su fealdad se h a b í »
g a r de tal modo sobre el pobre a l g u a - llenado la c a r a del n e g r o t i z n e del
cil, q u e se puso á g r i t a r y á pedir h o r n o , parecía la figura del m i s m o
perdón; pero no le sirvió de n a d a . A u n ' demonio. Hola, m i n i s t r o s , dijo el rey,,,
no fué suficiente p a r a la reina este llevad á ese h o m b r e : c o l g a d l e l u e g o
solo c a s t i g o , sino que t a m b i é n m a n d ó , de u n "árbol; y os e n c a r g o q u e no
q u e el saco como estaba, le echasen atendáis á sus p a l a b r a s n i s ú p l i c a s ,
al rio; de este modo cobró el infeliz porque es u n infame a t r e v i d o : condoblones.
< ducidle sin detención y e j e c u t a d la
D e s p u é s d é l a tragedia del a l g u a c i l mandado.—Bert. Señor, m i r a d que
s e hicieron las m á s vivas diligencias las cosas h e c h a s t a n de p r i s a m i n e s
p a r a e n c o n t r a r á Bertoldo; y la r e i n a saben bien,—Bey. Muy g r a v e h a sido
e s t a b a con ánimo firme y'resuelto, d e , el ultraje: a l a s t r e s veces v a la vencida»
q u e si le p r e n d í a n fuese ahorcado sin y t ú h a s cometido m á s de c u a t r o , y así
dilación a l g u n a .
no quiero e s c u c h a r t e . — B e r t . Por h a E s t a n d o , p u e s , Bertoldo metido e n ber dicho l a verdad ¿he de p a d e c e r
el h o r n o oia á los que pasaban en su muerte? ¡Ah, señor, no s e a s t a n c r u e i
b u s c a preg-untar si le h a b í a n visto, y pava m í : de corazón te suplico m e
e r a p a r a él u n a saeta que le a t r a v e s a - atiendas!—Bey. Ya te he dicho q u e rio
b a el corazón, y y a sentía haberse fa- he de escucharte, p o r q u e se h a de
míliarizado en palacio, a b a n d o n a n d o ejecutar sin remisión el c a s t i g o . —
la libertad de su aldea. E n medio de Bert. ¿Qué h e de h a c e r ? [paciencia!
estas tristes ideas de que se h a l l a b a Pues y a no h a y r e m e d i o , preciso es
cercado, sucedió .que como los vesti- morir p a r a obedecer. Qué bien dice
dos le v e n í a n largos, no los r e c o g i ó ¡ aquel refrán: ó sirve corno siervo, ó
bien, y se quedó fuera u n pedazo de corre como ciervo; y p o r lo q u e -veo,
la b a t a ; acertó á pasar u n a vieja, é ' e s mejor u n a onza de l i b e r t a d , que
i n c l i n a n d o l a vista hacia la b o c a del diez libras de o r o . E a , p u e s , Barh o r n o vio las faldas, y conociendo los toldo, en este lance es preciso t e n e r
r i b e t e s , g u a r n i c i o n e s y bordados, dis- ánimo y r e s i g n a c i ó n . Y p u e s y a q u e
c u r r i ó q u e aquellos vestidos e r a n de n o h a y remedio, r e y y s e ñ o r mío, e s l a r e i n a , y afirmándose en ello, e m - t o y pronto á que se ejecute e n mí
pezó á p u b l i c a r que la reina e s t a b a c u a n t o h a s ordenado; p e r o , s e ñ o r , a n escondida en el horno; fué á su casa, lo tes q u e yo m u e r a te pulo m e c o n c e d a s
c o n t ó á l a s vecinas, y la voz se e x t e n - u n a g r a c i a oor ser la ú l t i m a , espero
dio de t a l suerte, que p ú b l i c a m e n t e de t u piedad recibirla,— Rey. D i . q u e
y a n o se hablaba de otra cosa e n t o - estoy pronto á concedértela', y a s i d »
das partes.
pacha.—Bert. P u e s lo q u e t e r u e g o (¡s
Habiendo llegado á oidos del r e y que m a n d e s á t u s m i n i s t r o s n o me
semejante novedad, creyó q u e B e r t o l - ahorquen m i e n t r a s q u e y o n o lea
do fuese el autor de u n a b u r l a t a n ñale árbol que sea de mi gusto.—Bey
p e s a d a . F u é luego al cuarto de la r e i - , Si no pides otra cosa, d e s d e l u e g o te
n a , y la encontró hecha u n a furia, r e - concedo esta g r a c i a ,
finóle la b u r l a de los vestidos p o n d e - ) El rey no entendió ia metáfora de
r a n d o su atrevimiento y falta de r e s - Bertoldo: éste le dio las gracia:-, j .
peto. E n t o n c e s el rey se hizo enseñar,,conduciéndole los ministros ¿ un b o s .
1
1
1
— i4
»,ue m u y frondoso y poblado de varios
árboles, viendo que n o b a b i a n i n g u n o
q u e le g u s t a s e , le llevaron á otro cerc a n o . P r e g u n t a r o n si le a g r a d a b a alg u n o de aquellos.—No por cierto, respondió. Le llevaron á otros m u c h o s y
n u n c a pudieron h a l l a r a l g u n o que fues e d e su g u s t o . Enfadados los m i n i s tros del viaje t a n dilatado y fatigoso,
conociendo a l m i s m o tiempo su g r a n de astucia y p i c a r d í a , le desataron y
pusieron en libertad, volviendo á dar
c u e n t a al rey de c u a n t o h a b i a s u cedido.
Después que al r e y se le pasó el e n fado, m a n d ó b u s c a r n u e v a m e n t e á
Bertoldo, y hallado q u e fuese, viniese
á palacio, diciéndole y a estaba p e r d o n a d o . Por ñ n le e n c o n t r a r o n , pero él
se resistió á volver á la corte, diciend o , q u e no h a b i a tesoro q u e p a g a s e la
l i b e r t a d . Viendo el r e y que era imposible reducirle, fué en p e r s o n a á b u s carle, y después de r o g a r l e m u c h o ,
le trajo (aunque con g r a n r e p u g n a n cia) á palacio. Se o b t u v o i g u a l m e n t e
el perdón de la r e i n a . ílízose m u y
eomplaeiente, de m o d o q u e todos le
cortejaban como á p r i v a d o ; pero como
n a d a en este m u n d o es p e r p e t u o , por
e n t r e g a r s e á la v a r i e d a d d e manjares
r e g a l a d o s y licores esquisitos á que no
e s t a b a a c o s t u m b r a d o , le acometió u n a
enfermedad t a n g r a v e q u e en pocos
dias le causó la m u e r t e .
Los médicos, no conociendo su complexión, le aplicaban remedios propios
p a r a caballeros; pero éL que sabía
mejor s u n a t u r a l e z a , les r o g a b a dejasen las medicinas y le trajeran u n a
h o r t e r a de j u d í a s y cebollas, m a s l o s
médicos n u n c a quisieron darle e s t e
g u s t o , y con esto acabó su vida Bertoldo. L l o r á r o n l e los cortesanos: y e l
r e y le hizo e n t e r r a r con g r a n p o m p a ,
é hizo vestir l a corte de l u t o , y p a r a
p e r p e t u a r la m e m o r a de tan g r a n d e
h o m b r e , hizo esculpir sobre la l o s a
el s i g u i e n t e
EPITAFIO.
Aqui yace en esta tumba oscura
un rústico villano y un portento,
gne teniendo de bruto la figura,
tuvo el alma con noble entendimiento.
Fué BERTOLDO
su nombre, y aseguró'
en la gracia del rey su valimiento;
pero esta pompa le acortó los dias,
pues le privó de nabos y judias.
E r a i m p o n d e r a b l e el desconsuelodel r e y y r e i n a por l a pérdida de u n
h o m b r e t a n a g u d o y original. S u c e dió, p u e s , q u e las personas que l e
asistieron, a l i r á quitar l a c a m a d o n de m u r i ó , h a l l a r o n debajo de las a l m o h a d a s u n envoltorio de papeles, los
que sin dilación los p r e s e n t a r o n al r e y ,
quien después de desdoblar u n a infinidad d e ellos encontró el t e s t a m e n t o
que Bertoldo había hecho u n o s d i a s
a n t e s de m o r i r . Mandó el r e y que l l a m a r a n á u n escribano p a r a que l e
leyese e n su presencia, el cual vino al
p u n t o , y h a c i e n d o el saludo debido,,
tomó el t e s t a m e n t o q u e decía así:
«En el n o m b r e de la b u e n a v e n t u r a
s a l g a lo que saliere; y pues deseo sea
con el m a y o r acierto, á g u s t o de m i s
herederos y d e s c a r g o de m i c o n c i e n cia, d i g o : q u e conociendo y o , Bertoldo, hijo de Bertolazo; hijo q u e fué d e
Bertuzo y d e Bertolina de B r e t a ñ a ,
conociendo q u e todos somos m o r t a l e s ,
h a l l á n d o m e a los sesenta años d e e d a d ,
y estando p a r a dar las doce, quiero
disponer mis cosas e n la mejor f o r m a
posible p a r a satisfacer á mis p a r i e n t e s
y amigos; y así r u e g o al señor n o t a r i o
Gerfollo, sea servido h a c e r este m i
testamento y ú l t i m a voluntad, q u e
es como s i g u e :
Al zapatero de viejo Bortola, le dejo
lo
m i s z a p a t o s de cuatro suelas, y ocho b a r b e r o que le t i e m b l e el p u l s o . Que
cuartos de moneda corriente, en m e * p a g u e á todos los que d e b i e r e . Que n o
m o r i a de h a b e r m e hecho la fineza de se inquiete por lo que n o le i n t e r e s e .
p r e s t a r m e l a lezna con a l g u n o s cabos Que sea vigilante en s u s n e g o c i o s .
y otras cosas correspondientes á m i s Que no se h a g a m e r c a d e r d e aquello
urgencias.
qué no entienda, y n o desee m á s q u e
í t e m . Al barrendero Ambrosio le lo que le dé su s u e r t e .
m a n d o diez; cuartos,.por h a b e r m e lleí t e m . Declaro no h a b e r q u e r i d o a c e p vado a l g u n a s veces el b r a g u e r o á t a r n u n c a n a d a del r e y , á p e s a r a a
componer.
h a b e r m e persuadido á q u e t o m a s e d i í t e m . A Saúco el hortelano, dejo m i n e r o , j o y a s , vestidos y otros ricos p r e sombrero de paja, por h a b e r m e r e g a - sentes, por considerar q u e a c a s o m e
lado a l g ú n manojo de puerros, c o m i - h u b i e r a ensoberbecido: y a s í y o e s t o y
contento con m o r i r p o b r e , y con q u e
d a m u y de m i g u s t o .
í t e m . Al maestro Martin el cocine- sepan que j a m á s h e u s a d o a d u l a c i ó n
ro le m a n d o mi cuchillo con su v a i n a , con m i rey, hablándole s i e m p r e clapor h a b e r m e asado en el rescoldo m u - r a m e n t e y sin pasión; y confío a c e p c h o s n a b o s m a s sabrosos p a r a m i que t a r á , a u n q u e salen de l a b o c a de u n
villano, los consejos s i g u i e n t e s :
ios faisanes.
ítem. A l a t i a P a n d u r a m i l a v a n T e n e r la balanza j u s t a t a n t o p a r a
d e r a , la m a n d o mi j e r g ó n , p a r a q u e el pobre como p a r a el rico. ¡ E x a m i n a r
se h a g a dos delantales, y esto en p a g o b i e n los procesos a n t e s de fallar l a
de h a b e r m e lavado m u c h a s veces la sentencia. No dar a u d i e n c i a ¿ n i n g u n o
camisa.
q u e esté colérico*. P r e m i a r á los h o m í t e m . Dejo m a n d a d o al m u c h a c h o • bres de mérito, y c a s t i g a r á los v e r d e palacio llamado F i q u e t o , v e i n t i - daderos delincuentes. P r o t e g e r las v i u cinco z u r r i a g a z o s , en pena de la bur- d a s y patrocinar á los desvalidos. Ha-,
la q u e h a h e c h o de m í , y a por h a b e r - cer que se despachen p r o n t o los p l e i m e a g u j e r e a d o el orinal, y y a t a m - tos, p u e s , por falta de esto s u e l e n q u e bién por h a b e r colgado u n cencerro d a r en cueros los p o b r e s l i t i g a n t e s .
con a n i m o d e a s u s t a r m e ; sin otras m u Si observa estas i n s i n u a c i o n e s s e r á
c h a s b u r l a s q u e omito.
g r a n r e y , a m a d o y temido de todos s u s
í t e m . D i g o : que cuando yo vine vasallos; y con esto c o n c l u y o m i t e s a q u í , dejé á Marcolfa, mi m u g e r , con t a m e n t o . »
u n hijo q u e se llama Bertoldino, y q u e
Habiéndole oido el r e y , y v i e n d o l o s
n o quise j a m á s avisarlos de dónde m e < d o c u m e n t o s q u e c o n t e n í a , m o s t r ó g r a n
hallaba, á fin de que no viniesen detrás ' s e n t i m i e n t o ; reflexionando l a p é r d i d a
de mí por no tener fisonomía p a r a de u n h o m b r e que le h a b í a profesado
p r e s e n t a r s e e n unos l u g a r e s como es- a m o r y fidelidad. Mandó q u e el t e s t a tos; pero t e n i e n d o a l g u n a s alhajuelas m e n t o de Bertoldo.se g u a r d a s e e n t r e
d e que disponer, doy poder á mi c a r a las m á s ricas preciosidades d e s u p a m u j e r p a r a que d i s p o n g a de t o d a s lacio. Dio orden de h a c e r d i l i g e n c i a s
h a s t a q u e m i hijo t e n g a veinticinco p a r a i n d a g a r dónde h a b i t a b a M a r c o l a ñ o s ; p u e s entonces es m i v o l u n t a d fa y Bertoldino, y que fuesen c o n d u q u e sea el d u e ñ o absoluto de todo, con cidos á la ciudad, p o r q u e q u e r í a t e n e r
condición, de que si se casa p r o c u r e m e m o r i a de Bertoldo, a d v i r t i e n d o q u e
q u e su m u e j r n o sea m a s que él. Que n o diesen la vuelta á la c o r t e si n o ven o h a g a d a ñ o á sus vecinos. Que c o m a i n i a n con ellos. Con esta o r d e n m a r lo que t e n g a , y trabaje cuanto p u e d a . ' c h a r o n varios caballeros, y t a n t o a n Que n o t o m e consejos de gentes per- duvieron b u s c a n d o por todo el r e í n o
d i d a s . Que n o se deje c u r a r de médico q u e por fin los e n c o n t r a r o n ; m a s l o ,
enfermo. Que no se deje s a n g r a r de l que le sucedió se verá con lo q u e s i g u e * -r ?
1
1
s
P.
TRATADO ...SEGUNDO
RIDÍCULAS SIMPLEZAS
Después de la m u e r t e del g r a n Bertoldo, como se q u e d ó el r e y privado
de u n h o m b r e de t a n r a r o entendim i e n t o , de c u y a b o c a no salían más
que sentencias, j u z g ó le era imposible
vivir sin u n consejero como el que
a c a b a b a de perder. Acordábase de sus
chistes y g r a c i a s , con los que olvid a b a sus d i s g u s t o s , y así a n d a b a pensativo y cabiloso, c u a n d o recordó que
e n el testamento h a b í a hecho mención
Bertoldo de s u m u j e r y su hijo. Por
l o q u e determinó e n v i a r a l g u n a s g e n tes por m o n t a ñ a s y aldeas en su b u s ca. Hecha la d e t e r m i n a c i ó n , llamó á
u n empleado de palacio llamado Herm i n i o , y le e n c a r g ó esta diligencia.
L u e g o de c o m u n i c a d a la orden del rey
m o n t ó Herminio á caballo con los dem á s que le a c o m p a ñ a b a n , los cuales
a n d u v i e r o n p r e g u n t a n d o por todos los
l u g a r e s á c u a n t a g e n t e encontraban,'
si podían darles razón de la familia
q u e buscaban; y n o hallando á nadie
q u e les diese la m e n o r noticia, e s t a b a n casi desesperados; y se h u b i e r a n
•vuelto á n o acordarse del riguroso
precepto del rey de no r e g r e s a r sin
ellos. Últimamente, después de m u c h a s
m a r c h a s y c o n t r a m a r c h a s , determi' n a r o n u n dia s u b i r u n a penosa y ásp e r a cuesta. No e r a i m a g i n a b l e qué
allí pudiesen h a b i t a r racionales, y por
l o tanto y a se a r r e p e n t í a n de haber
subido tan arriba, y volviendo las riend a s p a r a bajar al m o n t e , vieron una.
v e r e d a que g u i a b a á u n arbolado:
m a r c h a r o n por ella, y llegaron á la
m i t a d del bosque e n u n sitio domin a d o por u n lado de elevadísimós p e ínaseos / por lo d e m á s circundado
d e corpulentos r o b l e s . E n medio de
ellos h a b í a u n a miserable choza h e c h a de tierra y r a m a s ; l l e g a r o n á ella
DE B E R T O L D I N O .
á tiempo que u n a mujer s u m a m e n t e
disforme y fea se a p r e s u r a b a á c e r r a r
l a p u e r t a s o r p r e n d i d a á vista de u n a
g e n t e q u e n o estaba a c o s t u m b r a d a á
ver. N o t a n d o Herminio la acción d e
e s t a m u j e r y que t r a t a b a de fortificarse, a u n q u e de u n a p u ñ a d a p o d í a
h a b e r e c h a d o la p u e r t a al suelo, n o
quiso u s a r de la fuerza; antes bien
l l a m á n d o l a l a suplicó que abriese, aseg u r á n d o l a q u e no la h a r í a daño a l g u n o . Asomóse l a m u j e r (que era M a r colfa) á la v e n t a n a , y les dijo:—Marc.
¿Qué es lo q u e buscáis por estos d e siertos?—Herm. Señora, abrid la p u e r t a , q u e v e n i m o s tal vez á h a c e r o s u n
beneficio m u y g r a n d e ; venid a c á fuer a que t e n e m o s que hablaros.—Marc.
Quien desea s a c a r m e de mi casa m á s
p r o c u r a d a ñ a r m e que d a r m e g u s t o .
—Herm. Decid, señora mia, ¿tenéis
marido?—Marc. Yo le tendría si él n o
h u b i e s e comido tanto.—Herm. P u e a
decidme; ¿quién era vuestro m a r i d o ?
¿cómo se llamaba?—Maro. Mi m a r i d o
era el h o m b r e m a s de bien que h a b í a
en el m u n d o , y se l l a m a b a B e r t o l d o .
—Herm. ¿Es cierto? [Ay q u é b u e n a
noticia p a r a nosotros! y "decidme: ¿teneis a l g ú n hijo?—Marc. Yo t e n g o
uno y p u e d o decir que a h o r a no le
tengo.—Herm: ¿Pues cómo se p u e d e
e n t e n d e r eso? ¿Y dónde está a h o r a ? —
Marc. A h o r a no está en casa, y p o r
éso d i g o q u e n o le t e n g o ; y si q u i e r e s
saber dónde a n d a , p r e g ú n t a s e l o á s u s
zapatos.—Herm. Está bien; pero s e ñora m i a , dejando esto.á u n lado d e b o
deciros q u e el rey mi señor os l l a m a
á los dos; y^ así con toda s e g u r i d a d
podéis salir p a r a que podamos h a b l a r
con m u c h a m a s comodidad,.
Mar.
Ya s a l g o . . . Aquí estoy, qué m e q u e réis?—-Hern- Ante todas cosas y mien-
17 —
traa v i e n e vuestro hijo, h a c e r n o s el riendo poner á Bertoldino á c r b a l l o ,
usto de d a r n o s á beber, llevándonos no pudieron c o n s e g u i r q u e abriese las
v u e s t r a b o d e g a , pues venimos fati- p i e r n a s , y fué preciso ponerle atraveg a d o s de subir y bajar por estos m o n - sado encima de l a silla c o m o si fuera
tes.—Miare. Honrados caballeros, v e - u n fardo; y m a r c h a n d o á ' b u e n paso,
nid c o n m i g o y en este m a n a n t i a l p o - arribaron en pocos dias k l a ciudad.
dréis b e b e r cuanto os dé g a n a ; esta es
m i b o d e g a y de ella usamos m i hijo y
y o á n u e s t r o placer... pero aquí viene
m i hijo Bertoldíno; ven, hijo mió, a c é r c a t e q u e estos señores te quieren h a blar.— Bert. Madre, qué g e n t e s ó q u é
bestias s o n estas q u e están aquí?—
Herm. Buenos estamos, á la p r i m e r a
salutación nos t r a t a debestías.—Marc.
No q u i e r e decir eso; solo q u e como
os v é m o n t a d o s sobre esos caballos
(cosa q u e en su vida h a b í a -visto) h a
creído q u e vosotros y el caballo q u e
tenéis debajo sois u n a m i s m a cosa.—
Habiendo llegado á noticia del r e y ,
Bert. ¡Ay, y las piernas q u e tienen • les salió al e n c u e n t r o a c o m p a ñ a d o de
que 4 c a d a u n o y a le he contado seis, los de su corte; y v i e n d o u n bulto
zape, y cómo correrán!— Herm. ¡Oh, atravesado en u n caballo se puso á
qué estupendo salvaje! No se p a r e c e reir, y p r e g u n t a n d o á H e r m i n i o el moeste á s u p a d r e , ¿qué gusto p o d r á t e - tivo de no venir a q u e l m u c h a c h o monner e l rey con este majadero? P e r o n o tado á caballo, le contestó diciendo:—
o b s t a n t e , no h a r e m o s poco si podemos Herm. Señor, este q u e veis es Bertolllevarle. Vamos, Berfcoldino, p r e v e n t e dino., que no h a sido posible hacerle
p a r a v e n i r con nosotros á l a corte de abrir l a s piernas p a r a m o n t a r en la
n u e s t r o rey.—Bert. ¿Y qué t e n g o yo silla; aquella que v i e n e atrás es su
de h a c e r allá? Y en esa corte que de- m a d r e Marcolfa, y a s e g u r o á V . M.
cís, ¿podré llevar también m i s cabras? que es mujer m u y p e r s p i c a z y a g u d a ;
--Herm. Sí, sí, todo lo que t á q u i s i e - pero su hijo, yo j u z g o , señor, que h u r e s . Y v o s , señora, decidnos, ¿cuál es biera sido mejor dejarlo en s u rincón,
v u e s t r o nombre?—Marc. Marcolfa m e porque es t a n s u m a m e n t e tonto, que
llamo.—Herm. P u e s Marcolfa, si que- con facilidad se le h a r á creer q u e los
réis v e n i r , disponed v.uesjras cosas p a - borricos v u e l a n . — Rey. Todo eso se
r a m a r c h a r s i n d e t e n c i o n . — M a r c . ¿Có- puede d a r p o r bien e m p l e a d o ; bajadle
m o s e r á fácil .que yo deje m i choza? del caballo con c u i d a d o : n o se puede
¿y t ú q u e dices, Berfcoldino? ¿quieres n e g a r al ver su r a r a f i g u r a que es h i v e n i r o n o á l a corte?—Bert. Si t ú jo de Bertoldo; m a s a q u í llega la que
vienes t a m b i é n nle resolveré á ir, si n o decís es su madre.—Marc Q^ereníno.—Marc. Pues y a estoy d e t e r m i - simo señor, el cielo te salve*" y m a n n a d a á ir contigo, p a r a q u e p u e d a s , t e n g a t u s Estados cada vez en m a y o r
p o r este medio l o g r a r la fortuna q u e grandeza.—Rey. Y á t í te conceda
t e a g u a r d a ; y dejaré e n c a r g a d a m i cuanto puedas desear: Marcolfa, ¿viec a s a á u n a vecina, que m e l a g u a r d e nes cansada?—Marc. bí no h u b i e r a
h a s t a q u e vuelva, si Dios m e lo p e r - caminado estaría m a s cutihé<]«,.~-Jt0%: mite.
¿Qué es lo que dices? cá [jÜbiite d e mo-",
L u e g o que Marcolfa h u b o a r r e g l a - do que te p u e d a enti ndei\->'/l/flre. Jds '
do s u s cosas, m a r c h a r o n con los c a - | esplicaré. Aquel que can»*!» pui a pbeb a l l e r o s h a c i a l a corte, los q u e qu<i- (decer á s u superior, nunca/3,6 cansa;
f
aquel que no sirve con voluntad se ¡lento, todos creían fuese caballo, y «¡si
cansa antes de ponerse en camino.— anduvo a l g ú n tiempo sin ser conocido;
Bey. Señal verídica es la que das de pero como la n a t u r a l e z a vence siem
h a b e r sido mujer d e m i apasionado pre, el infeliz a n i m a l vio p a s a r u n a
Bertoldo. Ea, disponerles alojamiento, b u r r a é i n m e d i a t a m e n t e a b a n d o n a n d o
que se les vista r i c a m e n t e y después k la c o m p a ñ í a de los caballos, echó á
sean llevados á la reina.—Atare. Solo, correr t r a s de ella con r e b u z n o s , y ti»
serenísimo señor, os suplico m e con- r a n d o p o r el suelo los ricos aparejos
cedáis la g r a c i a de n o m a n d a r n o s q u i - todo lo dejó estropeado; con esto pertar nuestros trapos; p o r q u e , señor, dio el b u e n concepto q u e todos h a b í a n
si t ú nos adornas de telas de oro y formado de él: y por último d e s p u é s
lata, infundirá en nosotros u n a g r a n - de u n a b u e n a t u n d a de palos le vole vanidad, y v i é n d o n o s con t a n t a g a - vieron á s u p r i m e r oficio de llevar
la, el m u n d o se e n g a ñ a r á creyéndonos c a r g a .
personas d i s t i n g u i d a s , de q u e seguirá
Serenísimo r e y mió, este ejemplo
de esto que n o s olvidemos de n u e s t r a puede servir p a r a nosotros; con q u e
baja esíera ensoberbeciéndonos, y nos m a s vale q u e n o s dejes con n u e s t r o s
h a r e m o s aborrecibles, viniendo al ú l - pobres vestidos; y y a que t u v o l u n t a d
timo á parar n u e s t r a s vanidades en se e m p e ñ a en lo contrario, m a n d a s i quedarnos hechos escarnio de todos, quiera q u e n o t e n g a n oro n i seda,
—Rey. Sentencias d i g n a s de reflexión p u e s nos s e n t a r í a m u y m a l , y m u c h o
h a s pronunciado; p e r o n o m e instes ¡nías á este hijo q u e Dios m e h a d a d o
m a s , que quiero v a y a s adornada -y t a n desproporcionado y m o n s t r u o s o ,
servida como m erases.— Marc. Señor, —Bey. Confieso m e h a s convencido
te suplico que m e e s c u c h e s u n a g u s - con t u fábula y l a s razones con q u e
tosa fábula que m e contó m i marido la h a s a c o m p a ñ a d o . Quien te oyera n o
Bertoldo en u n a de l a s l a r g a s noches te t e n d r á en concepto de m u j e r ordidel invierno.
n a r i a . E a , H e r m i n i o , llevadlos á des P o r las tierras de T r e b i s o n d a , h u b o cansar á sxi c u a r t o . —-Bert. ¿A d ó n d e
en cierto tiempo un h o m b r e q u e tenía , noy quieres llevar?—fferm. Venid, q u e
u n asno m u y g r a n d e . Viendo este u n os llevo a l c u a r t o mismo de. t u p a d r e ,
dia ciertos caballos d e r e g a l o con s u s *< —-Bert. Mi p a d r e está debajo de t i e r r a ,
sillas g u a r n e c i d a s , g u a l d r a p a s y ta- , y creo q u e tú n o s quieres s e p u l t a r con
p a í ü n d a s b o r d a d a s , se le puso en la el.—Marc. Salvaje, n o dice eso; s i n o
cabeza que á él se le debía a d o r n a r de que v a m o s al c u a r t o mismo q u e h a la m i s m a forma; y a l e g a b a varias r a - bitó tu p a d r e c u a n d o vivía,
zones en favor de s u opinión. A esto
Herminio los llevó á u n cuarti> r i el a m o le respondió diciendo: ¿no co- camente a d o r n a d o . Hizo venir d e a noces que lo que tú dices es u n g r a n pues u n sastre p a r a tomarles l a m e desatino? Has de saber q u e c u a n d o se dida de u n o s vestidos decentes; a l o t r o
criaron las bestias, á cada u n a se le dia volvió el sastre p a r a probarles l a
atribuyó su oficio; y t ú a u n q u e tuvie-1 ropa, y al t i e m p o de ajústar la c h u p a
ras todo el oro del m u n d o , s i e m p r e ' á Bertoldino, como estaba a c o s t u m serás conocido por a s n o ; y p o r m u c h o brado á llevar vestidos a n c h o s , empegue te adornases, como t i e n e s las ore- zó c o n voces descompuestas á g r i t a r ,
jas t a n l a r g a s , n u n c a podrías ocultar —Bert. Mira q u e si m e aprietas u a
tu figura. A estos carg-os respondió el poco m á s n o lo podré sufrir, p u e s y a
asno que si las orejas le h a b í a n de m e van s u b i e n d o á la g a r g a n t a l a s
descubrir,•'también h a b í a el r e m e d i o , puches q u e c o m í poco h á : m i r a q u e
de hacérselas cortar á la medida d e , s u b e n s i n poderJoremediar; m i r a a a a . . .
loa caballos. El a m o por. complacerle] —Sastre. ¡Habrá m a s g r a n d e uní ni«. !
se las hizo cortar: y c o m o era corpu- < ¡Mal torozón t e dé Dios, p u e r c o d e
{
—
1 9 -
todos l o s diablos! Mira cómo m e h a s ) g r a n d e z a . — l i a r e . j.A.h.1 t a n t a s cosas
puesto l a cara. ¡No reventaras! A m e n . ¡ te faltan, señora, que...—Reina. ¿Qué
—Bert. ¿No te avisé que y a n o p o d í a , me falta? Deseo, que rúe lo digas.—
mas? ¿por qué m e apretabas' t a n t o ? , Maro. No he dé salir.de l a corte,-ó he
Déjame p u e s , con m i s vestidos h o l - de dejar de ser quien soy, si no te hagados.
.
' g o confesar que necesitas m u c h a s coEl sastre, con el hocico emplastado sas y que eres m á s pobre q u e y o .
de las p u c h e s , se fué g r u ñ e n d o á l a La reina quedó a s o m b r a d a de la sav a r s e ; y después se presentó al rey, á gacidad de Marcolí'a, y m a n d ó llevarq u i e n hizo la relación de lo que le la con su hijo á su c u a r t o p a r a que
h a b í a sucedido: oyéndolo el r e y se I descansasen, e n c a r g á n d o l e s viniesen,
echó á reir, considerando la i n o o e n - á m e n u d o á visitarla,
cia d e l , u n o y la.formalidad del o t r o , i Habiéndolos a c o m p a ñ a d o á s u cuar»
Dio orden p a r a que se le hiciesen u n o s to, t r a b a r o n conversación loa dos, d i vestidos m a s anchos, y e n s e g u i d a Iros ,ciendo Bertoldino á su m a d r e . — Barllevaran á que los viese la reina, que toldino. Madre mia, y o lie oido decir
m i r a n d o aquellas dos caras t a n ridí- que la reina quiere estar s o b r e todas las
culas y contrahechas, no p u d o con-, d e m á s mujeres, y lo mejor sería que
t e n e r la r i s a . Viendo Marcolfa e s t a r n o s volviésemos á n u e s t r a casa, p o r mofa, después de hacerla la cortesía! que si ella se pone e n c i m a de tí, tan
á s u estilo, la dijo de este modo-.— ¡ g o r d a como está, te h a de h a c e r echar
Maro- Serenísima señora; el rey nos las tripas por la boca.—Mará.-Mira,
m a n d ó b u s c a r , y nos sacó de n u e s t r o tonto, cuando se dice que-la r e i n a es
c e n t r o , q u e son las m o n t a ñ a s y s e l v a s , ' sobre todas las mujeres, se entiende
c r e y e n d o sin duda que nosotros s e r i a - ' q u e como tal, es d u e ñ a y señora de
m o s aptos y á propósito para vivir en las demás, y debe ser reverenciada,
la corte, y cada dia estoy temiendo el ¡Válgame Diosl Qué- m a m e l u c o m á s
t e n e r q u e sufrir muchos sonrojos vien-1 g r a n d e ! parece increíble que de un
do q u e h a c e n todos b u r l a de nosotros,,' h o m b r e de tan elevado i n g e n i o como
é i m a g i n o que en pocÓ tiempo "enfa-l era t u padre, h a y a salido u n zoquete
d a r e m o s á todo el m u n d o ; siendo l a semejante.—Beri. Y •pregunto', ¿quién
m a y o r c a u s a de ello las g r a n d e s t o n - nació primero, yo ó m i padre?—Mart e n a s de Bertoldino; con que mejor col/a. ¿Có:¡;u quieres h a b e r nacido prih u b i e r a hecho el rey en dejarnos p a - mero que t u padre? ¡A. y p o b r e de mil
«íficos en n u e s t r a casa, que h a b e r n o s ¡Que h a y a venido y o a l a corte con
heeho v e n i r á ser mofa de palacio; p e - este g r a n pollino!
ro y a que su voluntad es esta, yo e s En estas disputas e s t a b a n , y Bertoltoy p r o n t a á obedecer r e n d i d a m e n t e ! diño iba á c o n t i n u a r , s u s sahde'ces,
sus ó r d e n e s . —Reina. Querida M a r - ' c u a n d o les llamó la a t e n c i ó n el ruido
colfa tío pudiera creer (si no lo h u - de u n a s pisadas q u e se d i r i g í a n hacia
-Mera oido) tu g r a n d e elocuencia; t u ' e l l o s . E r a el rey q u e todo el tiempo
c u l t u r a y modo de hablar no p u e d e n que estuvieron h a b l a n d o , los estuvo
ser hijos de los montes y desiertos escuchando con s u m o placer, y a por
d o n d e todo es rustiquez; t ú m e h a s la inocencia de B e r t o l d i n o , y a por la
dejado maravillada, y en s e ñ a l de a g u d e z a y talento de Marcolfa; llamóa m o r y cariño pídeme cuanto q u i s i e - , los y los condujo e n s u coche fuer»
r e s , q u e te será concedido e n testi- de la ciudad á u n a c a s a de ciato no, en
m o n i o de lo mucho que te q u i e r o . — la que h a b í a h e r m o s o s ja«liU6s,'fueü
Marc. T ú n a d a tienes que d a r , p u e s tea, bosques, estanques y t o á ^ e s p e c i »
lo n e c e s i t a s p a r a ti.—Reina. Yo n a d a de recreos campestres; y estando a l "
he m e n e s t e r , pues como reina de I t a - ' habló áMarcolfa de esta s u e r t e
lia, no cedo á nadie en tesoros ni en Conociendo y o q u e e s t a s 'iicu-ituii^.'
!
brada á ' í u libertad, y sirviéndote d e ¡ m u y enfadado, tomó el cofrecille da
recreo el vivir en el c a m p o , m e h a , los escudos, los llevó al estanque, y
arecido conveniente disfrutes de esta tomando u n p u ñ a d o de ellos, los tiró
acienda y goces de s u s recreos; pero á l a s r a n a s diciéndolas: tomad, anite advierto que h a de ser c o n la o b l i - males de Barrabás, contad, y veréis
gación de q u e Bertoldino v a y a á v e r - si son mas de cuatro; pero como n o
me todos los dias á palacio. E a , entrad \ callasen c o n t i n u ó echando p u ñ a d o s
dentro y hallarás la casa con todo lo h a s t a q u e acabó el dinero; y diciénnecesario.—Marc. Yo t e doy millones dolas m i l oprobios, se volvió á c a s a
de g r a c i a s , y a g r a d e z c o , señor, tu colérico y furioso. Marcolfa que le vio
magnanimidad generosa; pero mirad
ue á m í no m e conviene t a n t a g r a n eza. Yo, señor, vivo a v e r g o n z a d a de
ver que de u n p a d r e t a n entendido y
sentencioso como Bertoldo, h a y a s a lido u n hijo t a n rudo y simple, c u y a
i g n o r a n c i a es t a n t a , q u e p r e g u n t a al
levantarse de la c a m a , cual es lo p r i mero que h a de p o n e r al suelo, si los
pies ó la cabeza: q u e es á c u a n t o p u e de llegar la i g n o r a n c i a . — R e y . ¿.Es
verdad esto, Bertoldino? ¿Qué dices t ú
á eso?—Bert. Yo d i g o q u e quisiera te venir t a n sofocado, le p r e g u n t ó e l
fueses pronto de a q u í , porque m i e n - motivo de su alteración, y Bertoldino
tras estás n o puedo i r m e á m e r e n d a r . le explicó todo c u a n t o le h a b í a s u c e —Marc. ¡Ah! picaro i n g r a t o . ¿Son dido con las r a n a s , y de como para
esas p a l a b r a s decentes p a r a decirlas á d e s e n g a ñ a r l a s l a s h a b í a echado todos
nuestro dueño y señor, después que los escudos del cofrecillo que el rey
nos hace t a n g r a n d e s beneficios?— les h a b í a r e g a l a d o , p a r a q u e viesen
Rey. Tiene m u c h í s i m a razón en lo que q u e e r a n m a s de cuatro. Al oir esto
dice, y ahora digo q u e n o es t a n tonto Marcolfa, exclamó: ¡ay pobre de m í !
como lo haces; y a m e v o y , quédate en Salvaje, i n c a p a z , no sé como no te
paz, y no os olvidéis de venir á verme; a h o g o entre m i s u ñ a s . ¿Qué dirá el
y adiós, h a s t a la p r i m e r a visita.— r e y c u a n d o t e n g a noticia d e s e m e j a n Marc. El cielo te g u a r d e y t e dé todo te locura? E s n a t u r a l se irrite y_ n o s
lo q u e desea m i g r a t i t u d .
despida p o r t u culpa: ¡qué m a n i á t i c o
L u e g o q u e se fué el r e y , quedaron h u b i e r a h e c h o locura m a s desatinada!
Marcolfa y Bertoldino hechos dueños
Oyendo Bertoldino q u e las r a n a s s e de la casa de recreo q u e les acababa g u í a n c a n t a n d o en l a m i s m a f o r m a ,
de ceder S. M., y entre los jardines y no p u d i é n d o s e contener de e n c o l e h a b í a un e s t a n q u e q u e contenía g r a n rizado q u e e s t a b a , i m a g i n ó q u e á f u e r diversidad de pesca, y q u e como es za de bocaditos de p a n c o n s e g u i r í a
n a t u r a l se criaban t a m b i é n r a n a s . Un a t r a e r l a s á la orilla y cogerlas. C o n
dia que Bertoldino e s t a b a asomado al esta idea a g u a r d ó el prime?@lescuido
borde del estanque divirtiéndose, r e - de su madre,, se fué á donde estaba el
paró en u n g r a n n ú m e r o de r a n a s que p a n , lo partió todo en bocados, volvió
cantaban m u y recio; y como en su al estanqiie y lo echó dentro; pero al
canto particular p a r e c e q u e dicen cua- caer en el a g u a , t o d a s las r a n a s s e
tro, cuatro, Bertoldino creyendo le bajaron al h o n d o , y los, peces s u b i e decían que el rey n o les h a b í a dado r o n a r r i b a h comer el* p a n . Viendo
mas que cuatro escudos (habiéndoles Bertoldino q u e no le h a b í a salido l a
dado mil), fué corriendo á su casa cosa como se creía, fuese á casa r a -
E
3
— SI —
bioso, c a r g ó con un snco de h a r i n a
con el fin de echársela'á los ojos y
c e g a r l o s . Con este disparate echó al
e s t a n q u e todo el saco de la h a r i n a ,
y volvióse á casa n l u y satisfecho de
que h a b í a t o m a d o v e n g a n z a , dejando
los peces ciegos.
H a b i e n d o hecho Bertoldino la bobad a referida, reparó que en un rincón
de la casa h a b í a u n a g a l l i n a clueca
e n u n cesto empollando unos h u e v o s ;
se fué á ella, la echó fuera, y él se encajó dentro de la cesta, poniéndose en
acción de empollarlos. Estando metido
e n la cesta, llegó Marcolfa, que venia
de la c i u d a d de ver á la reina y darla
ú n rato de diversión y g u s t o , que le
tenia m u y g r a n d e cada vez que veía
á Marcolfa; llegó á casa y llamó á la
puerta, q u e extrañó e n c o n t r a r l a cerr a d a , y empezó á dar voces, diciendo:
—Marc. Bertoldino, Bertoldino, ven,
hijo, y á b r e m e la p u e r t a . — B e r t . Yo
no p u e d o ir á abrirte, porque estoy e n
la cesta de la clueca.—Marc. ¿Y q u é
haces del cesto?—Bert. Estoy s a c a n d o
los pollitos que ahora e m p i e z a n á n a cer, y siento y a que uno m e está p i c a n d o e n las posaderas.—Marc. ¿Tú
sacar pollos? ¡Oh, n u n c a h u b i e r a v e nido con este tonto! Bertoldino, B e r toldino, ábreme.—-Bert. E s p e r a u n
poco, q u e y a voy.—Marc. ¡Ah picaro
infame! ¿Qué h a s hecho? ¡Puerco, m i r a cómo estás e m p r i n g a d o , y q u é b u e n a h a c i e n d a has puesto! ahora m i s m o
voy á pedir al rey licencia p a r a q u e m e
deje volver a la montaña, pues con los
desatinos y brutalidades tuyas, n o es
posible p o d e r vivir entre g e n t e s ; a h o r a
conozco la prudencia de que usó t u
p a d r e en no querer revelar á n a d i e
que t e n í a hijos, conociendo q u e t ú n o
servirías m á s que de sonrojo y v e r g ü e n z a . ¡Oh Bertoldo miol ¿si t ú vier a s esto, qué dirías?
D e s p u é s de estos deoates, Marcolfa
y Bertoldino se fueron á'ver al rey; y
Marcolfa, después de hecho el s a l u d o
correspondiente, le dijo de esta m a n e ra: Marc. ¡Ah señor! este hijo m e tiene
s u m a m e n t e desazonada con los desa-
tinos y locuras que ejecuta c o n t i n u a m e n t e . — Rey. ¿Qué es lo q u e h a h e c h o ?
¿Se h a meado e n la cama?—Marc. S e ñor, es m u c h o peor.-—Rey. ¿Se h a
movido ó aflojado el vientre?— Marcolfa. Mil veces peor.—Rey. P u e s q u é
cosa peor y m á s sucia p u e d e h a b e r
hecho?—il/<m?. Señor, c u a n d o te lo dig a , yo sé que te h a s de enfadar, y c o n
m u y j u s t a razón: y así te v u e l v o á dei cir que h u b i e r a sido m u c h o mejor que
nos hubieras dejado e n n u e s t r a s m o n t a ñ a s , p o r q u e no fueran c o n o c i d a s de
nadie las tontadas de este necio.—
Rey. ¿Pues q u é ' h a h e c h o este p o b r e ,
que s e g ú n lo ponderas s e r á a l g ú n delito gravísimo? Dime p r e s t o , y n o t e
aflijas, que le perdono al i n s t a n t e ,
sea lo que fuere.
Marcolfa contó al rey todo lo q u e l e
h a b í a sucedido con Bertoldino; lo de
los escudos, el p a n arrojado á las r a n a s , y la h a r i n a á los p e c e s ; y p o r ú l t i m o , la s a c a d u r a de los pollos, con
todos los demás desatinos q u e h a b í a
ejecutado. El rey, en l u g a r de r e p r e n derle, empezó á reir de tal forma, q u e
a p e n a s podía tenerse de pió; y vuelto á
Marcolfa, la dijo: q u e si e r a n aquellas
las g r a v e s culpas q u e q u e r í a d e c i r ,
pues aquello no eran cosas de g r a n d e
entidad: antes h a b í a h e c h o m u y bien
e n s e ñ a r á las r a n a s c ó m o h a n de h a blar . En s e g u i d a m a n d ó q u e e n t r a s e n
al cuarto de la r e i n a p a r a q u e tuviese
u n rato de diversión con ellos.
E n t r a r o n Marcolfa y Bertoldino en
el cuarto de la r e i n a , la c u a l los r e c i bió con cariño. Hallábase p r e s e n t e u n a
doncella de la real s e r v i d u m b r e l l a m a d a Librada, con la q u e Bertoldino
t r a b ó u n a q u i m e r a diciéndola m i l desv e r g ü e n z a s , h a s t a q u e la r e i n a le dijo:
Reina. Calla, Bertoldino, y dime: ¿Cóm o haces eso con m i doncella?—Bertoldino. El r e y m e lo m a n d ó , y si no
p r e g ú n t a s e l o á m i m a d r e . —Reina.
¿Es cierto esto, Marcolfa?—Mar. S e renísima señora, y o v a r i a s veces h e
dicho al rey q u e este m u c h a c h o n o
conviene dentro de l a corte, y que
. p u e d e ser perjudicial en a l g u n a ' _ o c a -
— 22 —
sion, p u e s no iodos se hacen cargo ayudes en u n a cosa m í a de i m p o r t a n n i reflexionan que está fatuo. Vuestro cia.—Mate. El haber menester nace
esposo antes de e n t r a r le h a dado li- de l a necesidad; la necesidad viene d e
cencía p a r a que h a b l a s e como le p a - la pobreza, y l a pobreza viene de aquereciese, con toda libertad; y como este lio que se carece, y h a b i é n d o m e t ú
b r u t o todo lo entiende como s u e n a , menester vienes á ser m á s pobre q u e
¡habiendo oido l l a m a r á v u e s t r a doñee- yo: y así c l a r a m e n t e t e he probado q u e
lia con el nombre de L i b r a d a , h a pen- por g r a n d e y poderoso que sea u n o
sado el salvaje q u e el r e y le habia d i - siempre h a m e n e s t e r . — Ruina. T ú t i e cho que le dijese c u a n t o le viniese á n e s m u c h í s i m a razón, y te a s e g u r o
l a boca, y ' e s t e h a sido el motivo.
que n u n c a m e alabaré de ser t a n feliz.
Cuando la r e i n a oyó semej ante t o n - que no t e n g a en este m u n d o necesidad
tería se echó á reir sin poderse c o n t é - de n a d i e . H a s de saber que esta noche
jaer, y j l u e g o después en tono serio le pasada la t u v i m o s m u y divertida con
dio u n a b u e n a reprensión, diciéndole: u n a g r a n función de música y baile,
que e n adelante no se desvergonzara y ni iin se determinó hacer u n j u e g o ;
con s u s d a m a s y n o fuese descortés, entre las d a m a s y caballeros, y el q u e
porque de lo contrario esperimentaria perdiera en él p a g a r í a u n a p r e n d a y
u n riguroso castigo, y por lo tanto no p a r a r e s c a t a r l a s se m a n d a b a n v a r i a s
se separase de l a modestia, que esa penitencias: á u n o s se les h a c i a r e era l a mejor p r e n d a de l a corte. Ber- p r e s e n t a r , á otros se les m a n d a b a
toldino callando á todo respondió con echar u n a d é c i m a de r e p e n t e , á otros
u n a cortesía á uso de l a m o n t a ñ a , p r o - escribir cartas amorosas, en s u m a , á
metiendo á la reina h a c e r lo que le u n o s u n a cosa y á otros otra; y h a m a n d a b a , y así se p a r t i e r o n á su c a - biéndome t a m b i é n á m í tocado p a g a r
serio.
u n a p r e n d a , h e dado u n a sortija c o n
Habiendo llegado á su casa de c a m - u n d i a m a n t e , y m e h a n dado u n e n i g po, como Bertoldino llevaba en la me- m a p a r a q u e lo explique esta noche, y
m o r i a lo que la r e i n a le h a b i a dicliOj mientras no le explique no m e devolse encontró c a s u a l m e n t e con la mujer verán m i p r e n d a . El e n i g m a es este:
del hortelano, que se l l a m a b a Modes- no tengo agua y bebo agua, y si yo tuta; y sin decir n a d a se tiró á ella, s u - hiera agua bebería vino. Después dejetándola de tal m o d o , que l a llevaba h a b e r m e q u e b r a d o la cabeza m u c h o
t r a s de si; viéndose a r r a s t r a d a de este tiempo n o le h e podido adivinar p o r
loco, empezó á g r i t a r , de t a l forma, ser t a n difícil. E s t a es l a precisión q u e
que llegó á oídos de s u m a r i d o , el cual • t e n g o ds t u persona; sé m u y b i e n q u e
acudió con u n buen palo en' la m a n o Dios te dló u n ingenio a g u d o y s u t i l ,
p a r a sacudir sobre Bertoldino lo q u e y a s í , en este lance es m e n e s t e r q u e
merecía; m a s por respeto de que el recorras l a m e m o r i a p a r a que y o p u e rey le quería se c o n t u v o , y con h a r t o d a acertar y r e c o b r a r m i p r e n d a . —
trabajo se lá pudo q u i t a r de las m a - Miare. Si no es m á s q u e esto, q u e d a
nos, y dándole u n a b u e n a reprensión, p o r mi c u e n t a el que salgáis c o n l u c i l e amenazó diciendo q u e daría parte al miento. E l e n i g m a se descifra d i c i e n rey de tal atropeilamiento.
do: que es el m o l i n e r o , el cual se halla
Marcolfa recibió u n recado p a r a q u e en u n molino de aquellos que n o t i e íuese. á ver á l a r e i n a c u a n t o antes n e n bastante a g u a p a r a moler; q u e
pudiese. Ella sin perder tiempo se fué como no m u e l e n por falt»-de a g u a , no
á l a corte y se presentó delante de l a g a n a p a r a c o m p r a r vino, A le es p r e reina, la cual la hizo sentar j u n t o á sí; ciso beber a g u a por necesidad; porque
y con a m o r y apacible rostro, la dijo: si tuviera a g u a para moler, t e n d r í a
'Mein-a. Querida Marcolfa, y o t e n g o dinero p a r a c o m p r a r vino. Esta es l a
precisión de tu persona p a r a que m e , explicación del e n i g m a . ¿Estáis e n t e ;
r
máut—Reina. Ya quedo h e c h a c a r g o , dio l a d e s g r a c i a de q u e a t r a v e s a n d o
y v e r d a d e r a m e n t e conozco que esta es por encima de u n e s t a n q u e de a g u a ,
s u p r o p i a i n t e r p r e t a c i o n , y que y o n u n - se rompió el cinto donde e s t a b a n s u ca h u b i e r a adivinado.—Marc. Señora, j e t a s , y el pobre cayó de cabeza d e n a h o r a c o n vuestro permiso me iré á tro del a g u a , pero c o m o la f o r t u n a
mi casa, q u e creo hallaré a l g u n a n o - está g u a r d a d a p a r a los t o n t o s , d e s p u é s
vedad.—Reina. Anda, vete m u y en- de h a b e r s e zambullido m u c h a s veces:
h o r a b u e n a , y te encargo que v e n g a s en el a g u a , salió fuera sin lesión a l á verme m á s á menudo.
g u n a . L l e g ó Marcolfa e n este t i e m p o :
ínterin q u e Marcolfa había ido á h a - viéndole hecho u n a sopa, le p r e g u n t ó
blar con la reina, Bertoldino se entró lo q u e le h a b í a sucedido; y d e s p u é s
en el corral, vio volar u n a infinidad ele que Bertoldino la h u b o i n f o r m a d o d e
g r u l l a s ; y discurriendo g r a n d e s a r b i - todo, fué á buscar u á vestido p a r a q u e
trios p a r a oojerlas, no halló otro m á s se quitase.el mojado, q u e d á n d o s e e n fácil q u e el de •emborracharlas: se fué tretanto en cueros; y como e r a en lo
á la b o d e g a , tomó .un barril de vino más ardiente del mes d e J u l i o , e m m u y especial, y c a r g a n d o con él lo pezaron á acribillarle l a s m o s c a s p o r
echó en la artesa, y fué á esconderse todas partes sin que pudiese librarse
p a r a v e r el efecto que baria: a p e n a s lo de su furor; h a s t a q u e l l e g ó á e n f a ejecutó, c u a n d o bajaron las g r u l l a s al darse t a n de veras, q u e c o g i e n d o u n
olor del vino-, tanto bebieron q u e e m - manojo de c a m b r o n e r a s , empezó &
pezaron á caer por. u n lado y por otro i desafiarlas á u n a s a n g r i e n t o b a t a l l a
como m u e r t a s . Viendo Bertoldino tal | h a s t a q u e llenó el cuerpo de l l a g a s . A
espectáculo, fué con g r a n d e a l e g r í a
recogiéndolas y colocándolas alrededor del c i n t o , las llevaba ensartadas
por los pescuezos, y determinó salir á
recibir á s u m a d r e con aquel trofeo.
L u e g o q u e la vio venir de lejos, em
pezo á saltar y á g r i t a r de alegría; pero
sucedió q u e con. su continuo m o v i miento y el h a b e r pasado a l g ú n tiem po q u e l a s g r u l l a s h a b í a n digerido y a
el vino, empezaron á s e n t i r l a opresión
del cinto, esforzándose p a r a sacudir
l a s alas p o r si poúian escaparse. De esto llegó Marcolfa, y v i e n d o q u e s o
tal s u e r t e apretaron los vuelos, que estaba desollando vivo, le quitó l o s
c o m o e r a n m u c h a s consiguieron l e - manojos, cubriéndole s u s . e n s a n g r e n vantarle á bastante a l t u r a . Marcolfa, tadas carnes; púsole en l a c a m a , p o r q u e v e n i a de la ciudad, r e p a r ó que que no podia tenerse m á s e n pié ya
Bertoldino a n d a b a levantado p o r el por la caída e n el e s t a n q u e , y a t a m aire, y no sabiendo el motivo de u n a bién p o r lo d e s a n g r a d o q u e e s t a b a , de
cosa t a n e x t r a ñ a , t r é m u l a y confusa, suerte que p r e s e n t a b a u u l a s t i m o s o
empezó á g r i t a r y á exclamarse d i - espectáculo. F u é Marcolfa a l p u n t o á
ciendo: [Ay pobre de mí! ¡Ay q u e las b u s c a r á u n médico con el q u e volvió
g r u l l a s se llevan á mi hijo! ¡Dios sabe á casa al cabo de poco r a t o : e n t r a r o n
si le volveré á ver más! ven, m u e r t e , y al cuarto de Bertoldine q u e e s t a b a
acaba c o n m i g o , y con esto me quita - d u r m i e n d o , y el médico a c e r c á n d o s e
ras tantos disgustos pomo paso.
á la c a m a le descubrió u n poquito
' Mientras Marcolfa se quejaba de s u p a r a ver como estaba d e s u s h e r i d a s ,
desdicha, l a s g r u l l a s volvieron el v u e - • a c u y o tiempo despertó Bertoldino» y
lo hacia el suelo; y c a s u a l m e n t e s u c e - ¡ volviéndose á su m a d r e la dijo; S&r
24
toIdino.iQiúéu es ese n o m b r e que está a p u r o , y en c u a n t o se sintió tm poco
contigo? ¿Es a l g ú n capador? Pero no aliviado, Marcolfa le hizo u n a b u e n a
importa, que á tí,no te h a n d e c a p a r . porción de p u c h e s , las que se c o m í é
Señor F i g u r a , q u í t a t e de delante de con b u e n a p e t i t o , y con el peso d e
mí, p o r q u e . . . A g r a d e c e q u e estoy ellas se fué debajo de u n árbol para,
d u r m i e n d o , que si n o m e h a b i a de l e - a l i g e r a r s e el c u e r p o .
v a n t a r y darte t a n t o s palos como p u e L u e g o q u e se sintió b u e n o p a r a ir h
de llevar u n borrico.—Méd. Solo esto la ciudad, el r e y le m a n d ó á b u s c a r
m e faltaba: v a y a , d u e r m e , d u e r m e , con un coche; y cuando le vio p r e s e n que p a r a m i h a sido u n a fortuna el te, le dijo: Bey. ¿Cómo estás, Bertolq u e t ú n o estés despierto. Marcolfa, y a d i n o , cómo te sientes?—Bert. Yo estoy
heconocido la enfermedad, y o t e envia- de pié, y siento tocar las c a m p a n a s .
r é t r e s pildoras capilares p a r a que se le —Bey. Lo que y o te p r e g u n t o es si t e
d e s c a r g u e la cabeza; le pondrás u n a sientes m a l o ó bueno.—Bert. P u e s si
por tres m a ñ a n a s consecutivas, y con y a te he dicho que siento tocar l a a
esto espero que en p o c o s dias se p o n - c a m p a n a s ¿no siento bien?-~i2ey. Ea*
drá b u e n o , y no h a y q u e t e n e r cuida- pues y a q u e n o quieres responder ade
do que esto no será n a d a ; y adiós, h a s - cuado á lo q u e te p r e g u n t o , c o n d u t a otra vez.
cidle al c u a r t o de la reina, p o r q u e
Despidióse el médico, riéndose de quiero q u e le v e a .
la g r a n simpleza de t a n g r a n d e maNo q u e r í a ir Bertoldino, d i c i e n d a
j a d e r o , que a ú n q u e d a b a g r u ñ e n d o , y q u e si l a r e i n a quería verle, q u e viniedecia que estaba d u r m i e n d o . Trajeron . se ella allí, p e r o le llevaron al c a b o :
á Marcolfa los m e d i c a m e n t o s , y con y luego q u e e s t u v o en s u presencia l e
ellos se fué á l a c a m a de Bertoldino, di- dijo la r e i n a ; Reina. ¡Oh, a q u í t e ñ e ciendo: liare. ¿ D u e r m e s todavía, sim- m o s á Bertoldino! ¡Supongo que y a
•ploxft-'Bert. Sí d u e r m o , ¿qué quieres? m u y aliviado! Hola, criados, v e n g a
¿Me vas á dar puches?—Marc. Te quie- u n o y t r a i g a de m e r e n d a r á este c u i r o d a r u n m e d i c a m e n t o , y verás como tado.—-Bert. T e suplico, antes de m e t e pones b u e n o , y y o te h a r é puches r e n d a r q u e m e h a g a s el g u s t o de q u e
d e s p u é s de t o m a r las m e d i c i n a s ; a h o r a m e lleven á h a c e r m i s n e c e s i d a d e s ,
t o m a estas pildoras, y l u e g o te p o n - q u e es lo q u e m á s importa.—Reina.
d r é y o esta cala.—Bert. N o , n o , d á - Tienes r a z ó n . F i l a n t r o , lleva á e s e p o melo todo á m í , q u e y a estoy hecho brecillo d o n d e él te diga.—MI. Señoc a r g o , y lo h a r é como mandas.—Mar- r a , v o y á obedecer. ¿Dónde q u i e r e s
caifa. V a y a , pues tómalo todo y es- q u e te lleve?—Bert. A h a c e r a g u a s
fuérzate á echarlas presto á abajo; mayores.—FU. Yo creo que este d e s pero ¿qué h a c e s , bestia? E s p e r a , que c o m u l g a d o h a de soltar la c a r g a a n t e s
esto n o v á de ese rlfodo. ¡Desdichada de que l l e g u e al l u g a r común.— Berde mil lo q u e h a de t o m a r por arriba toldino. ¿Dónde me quieres llevar?—se lo aplica por abajo, todo lo hace al MI. Te llevo al cántaro p a r a que h a contrario.
g a s tu m e n e s t e r . —Bert. Yo n o q u i e r o
P o r m á s gritos q u e le dio Marcolfa cantar a h o r a , llévame al c a m p o . —
n o lo pudo r e m e d i a r , p o r q u e la cala, FU. V a m o s , q u e te llevaré donde t ú
como la vio b a ñ a d a de miel, y a se la quieras; y a q u e mi fortuna asi lo q u i e h a b i a t r a g a d o , y l a s pildoras h a c í a r e , t e n d r é paciencia por esta vez, q u e
todos sus esfuerzos p a r a encajárselas o t r a no m e vuelves á pillar.
p o r la parte posterior.
Condújole F i l a n t r o á lo ú l t i m o del
Bien le pesó l u e g o al desdichado, j a r d í n , d o n d e hizo su precisión; y
j o r q u e la cala se le a t a r u g ó en l a g a r - c u a n d o h u b o acabado lo llevó á la desg a n t a , que llegó casi en t é r m i n o s de pensa, l e dio p a n y u n pedazo de sal«
a h o g a r s e ; pero en fin, pudo salir del i chichón con u n buen trago de v i a o y
1
1
1
— 25
la condujo o t r a vez á donde estaba la ! dio h a de tener, ni cómo h a de dejar
reina, y después de h a b e r l a divertido , de cometer insolencias, si c u a n d o el
u n b u e n r a t o con sus chistosas n e c e - r e y sepa este n u e v o desatino q u e h a
dades, m a n d ó que pusieran un coche, h e c h o , en l u g a r de r e p r e n d e r l e y h a y lo l l e v a r a n otra vez á su casa. Así cerle castigar, lo c e l e b r a r á p o r u n a
q u e l l e g ó , Marcolfa le hizo varias p r e - ! g r a n d e g r a c i a y acaso lo r e g a l a r á ? —
g u n t a s s o b r e ló que h a b i a visto en la Bert. ¿Y quién quieres tú q u e se lo
•corte y lo q u e h a b i a aprendido; a d i g a al rey?—Miar. ¿Te p a r e c e á ti
lo. que contestó con a l g u n a s s i m p l i - | q u e n o h a y orejas que n o s e s t á n o y e n cidades como las que tenia de cos- do?—Bert. Pues n o veo o t r a s que l a s
tumbre .
del b u r r o del hortelano', y c i e r t a m e n A la m a ñ a n a siguiente tuvo que p a - te m e parece que está e s c u c h a n d o lo
sar Marcolfa á la ciudad p a r a c o m p r a r q u e h a b l a m o s ; repárale b i e n y v e r á s
ciertas cosas precisas p a r a la casa. cómo las tiene tiesas; p u e s y o te a s e E n c a r g ó á Bertoldino el cuidado de g u r o que ahora t o m a r é la p r o v i d e n c i a
«le ella, y sobre todo que c é l a s e l o s debida.— Miare. Espera, ¿ q u é e s lo q u e
pollitos q u e estaban sueltgs en el cor- v a s á hacer?—Bert. k c o r t a r las o r e r a l , no se los llevara el gavilán, pero j a s á este pollino que está e s c u c h a n d o ,
c o m o si le h u b i e r a dicho que se los p u e s h a de p a g a r la c u r i o s i d a d , p a r a
•entregara; p u e s tomó todos los pollos, que a p r e n t a á ser cortés.—Marc. ¡Ay
los fue a t a n d o de un pié haciendo u n a
s a r t a de todos j u n t o s , y de este modo
los subió al tejado, poniéndose él en
*1 sobradillo desde donde observaba
lo que h a b i a de suceder, y logró en
breve t i e m p o , p u e s u n gavilán q u e de
•continuo revoloteaba alrededor de la
c a s a , c o m o los vio en el tejado, se tiró
á ellos, cogió u n o que h a b i a blanco l e v a n t á n d o l e e n el aire con todos los
•demás que estaban asidos en él. Cuand o volvió Marcolfa de la ciudad, la salió á recibir Beríoldino dando m u c h a s
•carcajadas, y su m a d r e le p r e g u n t ó : infeliz de n a l [Ya cortó las orejas al
Maro, ¿Qué tienes q u e tanto te ríes? borrico del hortelanol ¿Qué d i r á él r e y
¿Hay a l g o de nuevo?—Bert. \kj ma-¡- ahora? Ea, ya viene a q u í el h o r t e l a n o ,
d r e m i a , q u e h e tenido u n gusto m u y y pues q u e su borrico n o o y e , t ú oirás
g r a n d e ! p u e s le he p e g a d o u n g r a n de él lo que n o quisieras y le sobrará
e h a s c o al gavilán.—Marc: ¡El cielo |3a razón.—ifoK.U¿Quién h a cortadom e a m p a r e l ¿Y qué chasco es? Dilb,¡las orejas á m i borrico?—Bert, Yo h e
p r e s t o . — Bert,. /He atado los pollos sido, porque estaba e s c u c h á n d o l o q u e
e n u n a sarta> h a venido el g a v i l á n y h a b l á b a m o s . — S o r t . A q u í n o necesí •
s e los h a llevado todos j u n t o s ; m a s n o t a m o s de bufones, v o y a q u e j a r m e al.
t e p u e d o p o n d e r a r el trabajo que le h a r e y p a r a q u e m e h a g a justicia.—Marc o s t a d o , p e r o por último se esforzó y colfa. Escucha, a g u a r d a , n o v a y a s , q u e
se los llevó. Si le hubieras visto t e ha- y o satisfaré el valor del b o r r i c o , y se
bías de h a b e r tendido de risa.—Mar- ¡ compondrá todo.—Hort. No, n o ; q u i e eolfa. No sé cómo me detengo, pues ro que el rey lo sepa; p u e s el otro día
m e d a n i m p u l s o s de a g a r r a r t e p o r el sucediólo que sabes con m i m u j e r . Ka*
pescuezo y a h o g a r t e entre mis u ñ a s ; quiero dar l u g a r á q u e a l g ú n d í a se<S$
Santo exceso es insufrible, y n o h a y antoje hacer otra locura m a y o r jjwt
paciencia p a r a tanto. Mas ¿qué r e m e l m e pese m u c h o m á s , si t a n t o se tolera..
— 26 —
И hortelano fué á quejarse al rey es propicia. A Bertoldino le h a dejad©
contra l a s d e m a s í a s de Bertoldino, al caer el borrico, y se h a roto u n a e o s ­
m a l l u e g o envió á l l a m a r , y se p r e ­ tilla: v e n g o á b u s c a r una bizma p a r a
sentó eon las orejas del borrico en el c u r a r l e ; y m i e n t r a s m e d e s p a c h a n ,
pecho, y el r e y le dijo: Rey. Ven acá,, m e h e l l e g a d o á ponerme delante d e
Bertoldmo: У t ú , h o r t e l a n o , ¿qué que­ v u e s t r a real presencia para e x p o n e r o s
| a s traes?—Mor t. Señor, q u e este ma­1 q u e h a r í a i s u n a acción m u y loable e n
ladero m e h a estropeado el borrico, y | darnos licencia p a r a volvernos á n u e s ­
­rengo a pedir justicia.—Rey. ¿Es ver­ < t r a choza; p u e s estoy persuadida q u e
dad esto, Bertoldino?—Ber t. Es ver­ Bertoldino c a d a d i a s e v a h a e i e n d o m á s
á a d , señor, p o r q u e el asno estaba con torpe, cometiendo m a y o r e s d i s p a r a ­
tes orejas tiesas e s c u c h a n d o lo que t e s . P o r lo t a n t o , señores s e r e n í s i m o s ,
ЬаЫаЪа y o con mi m a d r e , y porque os suplico con toda veneración n o s
в о o y e r a j a m á s negocios de otros, le concedáis vuestro beneplácito, porque­
b e cortado las orejas, y p a r a q u e te y a no h a b é i s de sacar n i n g ú n g u s t o
rateres las h e traído c o n m i g o ; a h í e s ­ ' n i de u n o n i otro.—Rey. Marcolfa,
i&n, l l a m a á q u i e n se l a s p o n g a de nosotros deseamos el c o m p l a c e r t e ,
D U Í S V O , que m i m a d r e p a g a r á lo que p u e s es cierto nos dejas m u y p a g a ­
costare el ponerlas.—Rey. Hortelano, dos y satisfechos. Todo el tiempo q u e
ai Bertoldino t e h a estropeado el p o ­ п а з vivido en la corte h e m o s estado­
Hiño, n o quiero q u e quede deudor t u ­ gustosos con t u s a g u d e z a s ; pero p u e s
y o ; t o m a t u alhaja, q u e son las orejas, es preciso darte, licencia p a r a c o n d e s ­
j m a n d o a d e m á s p a r a castigo de tal cender á t u s r u e g o s , p u e s t a n t o lo h a s
Tlclito, que Bertoldmo m o n t e en el asno encarecido. H e r m i n i o te e n t r e g a r á u n
fiesorejado a c o m p a ñ á n d o l e t ú h a s t a cofrecito en donde, h a y dos m i l e s c u ­
Hort. Señor, ese castigo más dos de oro, l u e g o te enviaré c u a t r o
«s e n detrimento m i ó q u e s u y o ; lo que piezas de p a ñ o , doscientas v a r a s d e
t e p i d o e s que m e satisfagas lo que, lienzo, dos sacos de h a r i n a y doce b a r ­
costó el borrico, q u e n o es razón que riles de v i n o ; y en s u m a , todo cuanto­
l o pierda.—Rey. M u y bien está, te se te h a g a falta p a r a vivir con d e s c a n s o
p a g a r á al p u n t o : y t ú , Bertoldino, en tu a l b e r g u e . Ea, p u e s , Marcolfa,
m o n t a en el borrico, m a r c h a d juntos y a h e m o s significado el g r a n d e senti­
i c a s a y correspondeos como buenos m i e n t o que t e n e m o s de t u p a r t i d a , y
vecinos y a m i g o s .
t e advierto q u e a u n q u e sea de tarde e n
Conforme lo h a b i a ordenado el rey, tarde si vienes á vernos será p a r a n o s o ­
se m a r c h a r o n p a r a s u casa de campo; tros de g r a n complacencia y gusto.,
­рето p o r el c a m i n o se cayó del borrico '—Мате. M a g n á n i m o s señores, m e fal­
l e r t o l d i n o , dándose t a n g r a n d e golpe I t a n e x p r e s i o n e s p a r a daros l a s d e b i ­
q u e se rompió u n a costilla, llegando das g r a c i a s p o r tantos y t a n sigulares;
'k s u casa b a s t a n t e m a l parado. Mar­ favores como h e recibido dé n u e s t r a
c­olfa se trastornó t a n t o con esta nove­ real presencia; y os suplico enoareci­
­áad, que determinó ir к pedir permiso d a m e n t e m e perdonéis en todo c u a n t o
h l o s r e y e s p a r a volverse á vivir de h a y a faltado. El cielo os conceda g r a ­
isiento en s u choza de la m o n t a ñ a .
. oía p a r a conservar vuestro reino c o n
L u e g o q u e llegó Marcolfa á la c i u ­ paz y felicidad, y en s u m a , pediré con­
d a d , fué a visitar á los reyes, y los ¡ t í n u a m e n t e al Señor os g a l a r d o n e c o n
bailó tobos j u n t o s , q u e a ú n e s t a b a n l a b i e n a v e n t u r a n z a . Y ahora aquí m e
¡fieado de la simplicidad de. Bertoldi­ tenéis r e n d i d a á vuestros reales pié»
в о ; el r e y , l u e g o q u e la vio la dijo: pidiéndoos h u m i l d e m e n t e perdón d e
Mey. Querida Marcolfa, ¿qué b u e n a todo; y si p o r i g n o r a n c i a h u b i e s e i n ­
­ventura t e trae p o r aquí?— Шаге. No c u r a d o en a l g u n a culpa ó falta, c o n
tengo ­ventura buena, p u e s n i n g u n a poco respeto y reverencia, vuelvo é
¡
1
1
1
— 27
suplicaros m e perdonéis: y asi con n o s á darles la bienvenida, y sefiíefe*­
vuestra licencia iré á disponer mis tras­ r o n m u c h a s fiestas en a q u e l l a s ы'егпм,
tos, y p a r t o con el consuelo de q u e s e g ú n el estilo del p a i s .
siempre m e t e n d r é por vuestra m a s ; Los dos cortesanos v i v i e r o a e a bu
h u m i l d e y apasionada servidora.
m o n t a ñ a m u y gustosos y a l e g r e s la
Con las expresiones t a n h u m i l d e s de r e s t a n t e de su vida, sin tener n a d a q u e
Marcolfa, el rey y la reina se e n t e r n e ­ desear.
cieron y se r e t i r a r o n á sus g a b i n e t e s • C u a n d o Bertoldino l l e g ó álaed&dU Se
con m u c h a tristeza p o r la ausencia de t r e i n t a años, la rudeza de su entendí­'
Marcplfa, la que se partió con su Ber­ m i e n t o se h a b i a disipado de t a l m o d o ,
ioldino c a r g a d a de m u c h a s dádivas, que parecía otro h o m b r e dotado desa>
A la l l e g a d a á la infeliz choza de su g a c i d a d , que n o daba m u e s t r a de ha­
nacimiento, acudieron todos los v e c i ­ , b er ¡sido u n g r a n tonto t o d a s a vida»
(
TRATADO
T E R C E RO .
GRACIOSA VIDA DE CACASEWO, HIJO DE B E R T O L D I N O .
Marcolfa y Bertoldino se h a l l a b a n ' de su j u v e n t u d , h a b i a dado tal vueft&r
m u y bien con la quietud de su m o u ­ q u e n o era conocido, s e g ú n l a d i s e r e ­
t a ñ a . Dispusieron que se les hiciese , cion que h a b i a adquirido, y q u e t e n i a
u n a habitación decente, pues tenían y á u n hijo de siete a ñ o s c u m p l i d o s !
bien con q u é p a s a r la vida. Después ele todo lo cual t u v o H e r m i n i o g r a n d e
de a l g u n o s años, Bertoldino se casó gozo, y determinó llevar p r e s t o n o t i ­
con u n a j o v e n del país llamada D o ­ cia al rey de c u a n t o h a b i a oido; y a s i
m i n g a , de quien tuvo u n hijo que p u ­ le dijo: Лег'/л. Dime, Marcolfa, фйба.­
sieron de n o m b r e Arsenio; pero como de están Bertoldino y s u hijo?—Mar­
ios m o n t a ñ e s e s siempre los c o r r o m p e n colfa. l í a n ido a la choza de u n p a s t o r
y v a r í a n , los propios no suelen usar­ n u e s t r o , y discurro no t a r d a r á n e n v e ­
los, por esta razón, y por ser él de n i r . — E er m . Y ese hijo q u e ш е dice®,
poca e s t a t u r a y algo simple, le p u s i e ­ ¿cómo se llama?—Mar c. Su n o m b r e
ion el sobrenombre de Cacaseno.
propio es Arsenio; p e r o c o m o estos
H e r m i n i o , de quieu y a h a b l a m o s m o n t a ñ e s e s siempre i n v e n t a n s o b r e ­
anteriorinente, recorriendo varias pro­ n o m b r e s , loa verdaderos nombres p r o ­
vincias del reino por negocios partiou­ pió.­* no suelen u s a r l o s , por ejemplo:;
lares de la corte, pasó accidentalmente se llama u n o Antonio: y si e s de e s t o ­
por la falda del monte d o u d e h a b i t a b a t u r a crecida, le l l a m a n Toñon; sí e s
Marcolfa; j u z g ó conveniente llevar al­ d i m i n u t i v o , Toñeto; y si es pequeño y
g u n a noticia de, ellos al rey, y así d e ­ g o r d o , Toñolo, y si es p e q u e ñ o y fia­
certerminó­ verlos. Trepó el m o n t e , у с о , Tonino; de "modo q u e r e p r o d u e e t t
antea de l l e g a r á la eminencia observó el n o m b r e de Antonio de t a n t a s toa­
a n a сана Lecha de fábrica m u y d e ­ , neraa, que y a no se conoce el primero*
senté; llamó á la puerta y asomó Mar­ que t u v o ; como sucede á mi n i e t o , q u e
solfa, que conociendo á Herminio, le llamándose Arsenio, c o m o e s p e q u e ñ o
Hizo e n t r a r con g r a n d e alegría y r e ­ y un poco simple, le h a n p u e s t o e i tí­
g­ocijo « Hízole muchos nga­¡ajos, le dio и lo n o m b r e de Cacaseno.
sonto como su hijo Bertoldino se h a ­
Herminio, c u a n d o oyó el nombra
bia caoado m u y bien, añadiendo q u e tan e s t r a v a g a n t e de C a c a s e n o , l e d¿4
después de pasudos loa primeros a ñ u s , s u m o placer y se le e n c e n d i ó uiuchcti
i
—. 28 —
la cabeza con este garrote, pues no c o noces aun quién soy.
Es menester advertir que Herminio,
mientras hablaba con él hacia varios
movimientos y ademanes con las manos. Cacaseno creyó que le. quería s a Dicen soy la pastorcilla
car los ojos, se enfadó, alzó el palo, y
Más cariñosa y más tierna,
lo quiso dar en la cabeza; pero Mar• Dé cuantas en nuestro valle
colfa llegó al punto, y le sacudió u n
Sus ganados
apacientan;
buen bofetón, con lo que le hizo m u y
Yo me pongo sonrojada
presto bajar el palo; empezó á gritar
Sentada en la alfombra amena,
Cacaseno, de suerte que parecía unQue de rosas
matizada
becerro, ó por mejor decir, un lecho»
Abril cede á su
belleza...
cuando le degüellan; corrió entoncesE n este tiempo entró Bertoldino y Dominga, le llevó un gazpacho para
reconociendo á su n u e v o huésped, se aquietarle, y le dice: Dom. J¿Quó t i e saludaron y abrazaron cordialmen- nes t ú , Cacaseno mió, que tanto chite. E n aquel m o m e n t o entraron Do- l l a s ? — Cacas. IT, n, ú; que la abuela,
m i n g a (mujer de Bertoldino) y Cacase- me lia pegado porque me lie defendido,
n o con manojos de e s p á r r a g o s y r e - ú, ú, ú, de ese hombre que me quería,
quesones que t r a í a n d e su cortijo: h i - sacar los ojos con los dedos, á, a, á.
riéronse l o s saludos u n o s y otros, y — Dom. Calla, Cacasenito ¡mió, que
Herminio dijo: Herm. ¿Eres t ú aquella hemos de hacer que la abuela v a m o c i t a que cantaba?—Dom. No señor, I y a descalza á l a c a m a , ¿sí, sí, hijo
era u n a pastora nuestra.—jifafe. ¡Ah 1 mió? E a , escupe y verás como la c a s mentirosal Si, señor, era ella, y sabe co.— Herm. No es cierto lo q u e dice
« a n t a r m u c h a s coplillas graciosas.— de que le q u e r í a sacar los ojos; v a m o s ,
Herm. Vamos, D o m i n g u i t a , h a z m e el hijo m í o , t o m a Un tres, y h a g a m o s
favor de volverla á cantar', ú o t r a cosa las a m i s t a d e s .
q u e sea de t u agrado.—Dom. De veras,
Viendo Cacaseno el tres, ó p o r m e n o puedo cantar, p o r q u e estoy ronca. j o r decir, el c u a r t o , se sosegó, y a l
—Bert. No h a c e n m e n o s los g r a n d e s mismo t i e m p o D o m i n g a le dice: h a z
m ú s i c o s , que se h a c e n r o g a r hasta u n b e s a m a n o s á este señor y besa lacansar á la g e n t e q u e desea oírles.— m a n o á la a b u e l a .
Dom. P o r lo mis'mo q u e tiras á s o n H e r m i n i o estuvo observando los m o r o j a r m e , no quiero c a n t a r . — Hermi- v i m i e n t o s q u e h a c i a , n o p u d i e n d o
nio. "Ño te enfades, D o m i n g u i t a , que contener la risa, considerando el g u s t u m a r i d o se c h a n c e a ; y t ú , niño her- ' to que t e n d r í a n los reyes al v e r s u
moso, ¿qué haces? — Cacas. En este e x t r a v a g a n t e figura, pues e r a s u m a i n s t a n t e m e v o y á almorzar.—üTer- m e n t e g o r d o de cintura; tenia la f r e n minio. Buen principio, Dime, ¿cómo te m u y baja; los ojos m u y saltados^
e s t u nombre?—Gacas. Yo no soy las cejas l a r g a s y c e r d u d a s ; l a s n a r i h o m b r e , q u e soy muchacho.—Her- ces c h a t a s , y l a boca t a n ' a g u z a d a ,
minio l í o te p r e g u n t o si eres h o m - que parecía u n g a t o m o n t e s . A s í q u e
b r e , t e d i g o cómo t e llamas.—Caca- llego la h o r a de comer, todos se l a v a seno. Cuando u n o m e llama, yo le ron las m a n o s y se sentaron á la mesa»
respondo.—Herm. Y si yo hubiese de Y aquí dejo á la consideración del c u l l a m a r t e , ¿cómo t e t e n g o que decir? rioso lector el sufrimiento de la ;is»
—Cacas. Di como quisieres; pero c u i - que p a d e c e r í a el pobre Herminio' d u d a d o , ten l a s m a n o s quietas, que p a - r a n t e la comida, y después de c o n c l u i rece m e quieres s a c a r los ojos, y no d a , dijo: Herm. Ea, p u e s , a h o r a , a m i m e fedfades de a u w t e q u e t e sacuda en g o s ruios, h a b é i s de saber q u e habienél deseo de m a n d a r l e á la corte.
Mientras estaban discurriendo elmodo
q u e h a b i a de u s a r p a r a llevárselo, oyó
a D o m i n g a , m u j e r de Bertoldino, que
Tenia c a n t a n d o esta coplilla:
1
1
1
29
do l l e g a d o á oidos del r e y noticias de I creyendo que le h u b i e s e acontecido
v u e s t r o O acaseno, me n a m a n d a d o a l g u n a desgracia, y empezó á decir:
venir e n p e r s o n a p a r a que se le lleve
á su presencia, pues está m u y ansioso
de verle, por lo cual, estáis obligados
p o r cortesía y agradecimiento á darle
¿gusto.—Вот. No, señor, eso no p u e d e
ser, p o r q u e mi hijo es m u y b r u t o p a r a
i r a l a corte.—Miar e. Nuera querida,
n o t e n g a s miedo por eso, que yo iré
en su c o m p a ñ í a , y por fin, t e n e m o s
que obedecer con el precepto de Su
Majestad.—Bert. Y con especialidad
al­rey Albuino, á quien debemos todo
m
lo q u e t e n e m o s .
Con las razones de Marcblfa y Ber­ Maro. ¿Qué esto, O acaseno, t e h a s he­
toldino n o replicó p a l a b r a D o m i n g a ; cho mal?—Cacas. O b i e n ó m a l , y o
vistió á su hijo con el vestido de los quiero volverme á m i casa.—Her mi­
dias de fiesta, se lo entregó á su a b u e ­ nio, Vamos, hijo, vuelve á m o n t a r á
l a y se despidieron, quedándose B e r ­ caballo, que y o le t e n d r é , y p a r a q u e
toldino y. D o m i n g a p a r a cuidar ele la l l e g u e s mejor á los estrivos, s ú b e t e
casa. T3erminio y su criado, Marcolfa encima de esta piedra, y montará.*
y O acaseno, bajaron la m o n t a ñ a y t o ­ con m á s conveniencia.
m a r o n el camino de la corte. Así que
Oacaseno se adelantó, y p u s o el pié
l l e g a r o n á la primera posada, m a n d ó izquierdo en el estrivo d e r e c h o , que­
H e r m i n i o á su criado que t o m a s e dándose así montado con l a c a r a a las
u n a posta p a r a que diese noticia á s u s ancas del caballo. Guando Herminio
s o b e r a n o s de lo ocurrido. Quedó así reparó en tal disparate, n o se podia
el caballo del criado sin ginete, y Her­ a q u i e t a r con l a pasión de la r i s a . Ha­
m i n i o se volvió á Marcolfa diciéndola cíale varias instancias p a r a que se
que y a que estaban en la l l a n u r a le apease; pero no fué posible de n i n g ú n
p a r e c í a conveniente que Caoaseno modo, respondió q u e a q u e l l a e r a la
m o n t a s e á caballo, lo cual le pareció forma de c a b a l g a r : y H e r m i n i o , i n ­
m u y bien á Marcolfa y así lo ejecuta­ sistiendo en hacerle m o n t a r conforme,
r o n , a u n q u e n o sin cuidado.
le dijo: Her m. Bájate, q u e h a s m o n ­
H e r m i n i o advirtió á O acaseno q n e tado al r eí és.—Cacas. N u n c a p o d r é
• tuviese las" riendas del caballo b i e n estar mejor. ¿Pero n o m e h a s dicho
sujetas e n la mimo, y él comprendió q u e el r e y te h a enviado p a r a c o n d u ­
q u e h a b i a de tirarlas m u c h o . Así lo cirme?—Herm. Es v e r d a d que lo he
ejecutó, h a s t a que el caballo se e n a r ­ dicho, ¿pero qué es lo qup infieres de
boló y se p u s o en dos pies, con lo que eso?—Cacas. P u e s m i r a O ¿ o m a t ú la
tomó t a n t o miedo que gritaba:, ¡ay b r i d a del caballo, y c o n d ú c e m e ; q u e
así obedecerás á t u a m o , y de este mo­
que m e m a t a !
A los g r i t o s que daba se volvió H e r ­ do no veré yo los p e l i g r o s que t e n g o
minio, y empezó á decir á voces: año ­ que pasar.—Her m. B u e n a c o m p r a he­
j a , afloja las riendas. El pobre Cacase ­ mos hecho, y a he llegado á ser laza­
no' q u e n o lo entendió bien, soltó del rillo de caballo en l u g a r de ciego, con
todo, p o r lo que el caballo se desbocó b u e n a fresca m e sale este c a m u e s o .
y le dejó caer en el suelo: pero t u v o
Pasó accidentalmente u n paisano^
l a f o r t u n a de que cayó en un a r e n a l , q u e iba á la corte; l l a m ó l e Herminio^;
motivo p o r el cual no. se hizo daño y le hizo llevar de las r i e n d a s el c a b ¡ P
p a r t i c u l a r . Malcolfa se sorprendió, lio de O acaseno h a s t a p a l a c i o , m¡
— 3U —
dándole asimismo que al e n t r a r en la tras majestades q u e al tiempo de suciudad pidiese auxilio á la tropa, t e - bir la escalera de palacio este salvaje
miendo que los m u c h a c h o s Apedrea- le dijo á u n criarlo que tenía g a n a s d e
sen á Cacaseno. Dio de espuelas Her- hacer a g u a s , lo llevo á u n l u g a r d e s minio á su caballo, l l e g ó á palacio, y tinado á este fin, y así que entró, le
halló á los reyes esperando la llegnda dijo-, c u a n d o vuelvas á salir t r á e t e l a
del personaje, c u y a noticia habían p u e r t a hacia tí, y el g r a n bruto a s i l o
recibido por su c r i a d o . Mientras Her- ha hecho, p u e s la h a desgoznado, y l a
minio les hacía relación de las a v e n - trae a r r a s t r a n d o tras sí.—Rey. D i m e ,
t u r a s que le hnbinn sucedido por el Cacaseno, ¿ p a r a qué traes a r r a s t r a n camino con Cacaseno, llegaron á este do eso?—Cacas. ¿Y qué te se dá á tí?
tiempo Marcolfa, el paisano q u e c o n - —Mate. Serenísimos señores, h a b é i s
ducía, el caballo de Cacaseno, y este de contemplar q u e Cacaseno n o e s
montado al revés, s e g u i d o s de u n a menos i g n o r a n t e que su padre; e n fin,,
cual fué el árbol asi ha salido el fruto;
por lo que os r u e g o no estrañeis s u s
simplezas. Vamos, C a c a s e n i t o m i o , h a s
una cortesía al r e y y á la reina, y b é sales las m a n o s á entrambos.
Obedeció Cacaseno, pero fué p o niéndose e n - c u a t r o .
pies boca abajo
esperando le a l a r g a s e n las m a n o s p a r a
besárselas. Los reyes celebraron m u cho esta g r a n d e sencillez, le.mandaron
levantar, y llamaron á un criado q u e
le llevase'á m e r e n d a r ; y volviéndose
turba de populacho, con tales silbidos el r e y á Marcolfa, la. dijo':—Juey. Dime,
y gritería, que parecía dia de carnes- Marcolfa,.¿y Bertoldino vive todavía?
tolendas: Marcolfa entró primero, y —llave. E s t á vivo y sano; y d e s p u é s
después de h a c e r u n a g r a n d e r e v e - que llegó á crecida edad, empezó á
rencia á SS. MM., el r e y la dijo:— Rey. tener razón y juicio: l u e g o se casó y
Seas bien venida, Marcolfa; p u e s creía- de este m a t r i m o n i o h a nacido Cacamos que no vinieses después de tanto seno; y te a s e g u r o que con las d á d i tiempo.—Reina. Marcolfa, ¿no me co- vas con q u e v u e s t r a liberalidad n o s
noces yiñ—Marc. Señores, son t a n t a s ha favorecido, nos queda a ú n lo m u y
Jas obligaciones que t e n g o contraídas bastante p a r a vivir m e d i a n a m e n t e s e por los favores y dádivas recibidas de g ú n n u e s t r o estado, toda n u e s t r a v i vuestra generosidad, q u e t e n g o siem- da.-—Reina. ¿Por qué no te has v e s t i pre delante de m i s ojos l a i m a g e n de do de aquel p a ñ o fino y lienzo d e l g a Porque
los dos; y no lo digo por adulación, do que t e llevaste? -Marc.
pues aunque pobre m o n t a ñ e s a n u n c a nuestra infeliz m o n t a ñ a requiere v e s la gasté.—Reina. P e r o d i m e , ¿dónde tidos toscos, p a n mezclado con cenestá Cacaseno?—Marc. Señora, con- teno y beber c o n t i n u a m e n t e a g u a , y
migo venia, pero n o le veo; ¡dónde de este modo se mantienen los cuerpos con m a y o r robustez y sanidad:—
se habrá quedado!
Oyendo esto u n ..criado, alzó una. Rey. El q u e se contenta con su e s t a d o
cortina, é hizo entrar á Cacaseno, q u e es feliz; pero m e parece u n a g r a n s i m traía u n a m a m p a r a a r r a s t r a n d o , y el plicidad m a n t e n e r s e de m i s t u r a s y b e rey y la reina comenzaron á reír al ber a g u a p u d i e n d o comer bien y b e ver tan b u e n a e n t r a d a , i g n o r a n d o el ber m e j o r . — l i a r e . No señor, q u e e s
motivo de tal e s t r a v a g a n c i a , pero el m u y malo b e b e r vino quien n o e s t á
criado la descifró diciendo: sepan vues a a c o s t u m b r a d o , y es la peor cosa p a w
— 31 —
ta s a l u d ; asi es que de nosotros en l a ba en lo mejor del s u e n o , la despertó
m o n t a ñ a nadie lo prueba: pues a p e t e - u n g r a n porrazo q u e dio Cacaseno de
c e m o s m a s nuestras cristalinas a g u a s i la c a m a abajo. — Cacas, ¡Ay de mil
q u e con tranquilo ruido se d e s p e ñ a n ¿Dónde estoy?—Marc. ¿Qué ruido ea
de los cóncavos de las fuentes, las este? ¿Qué te ha sucedido?—Cacaseno.
cuales son tan gustosas, y delgadas, Que m e he caído de la c a m a , y se me
q u e n o s libran de todo género de i n - h a n saltado loa ojos del casco.—Mardigestiones.
col/a. [Habrá m u j e r m a s desventuConociendo el rey que Marcolfa e s - Irada que yo! ¿Qué dirán Bertoldino y
t a r i a f a t i g a d a del viaje, la m a n d ó q u é Dominga c u a n d o s e p a n que te haa
se retirase á descansar, y que después quedado ciego? ¿A d ó n d e estás? Espevolviese con Cacaseno. Llamó el rey ra, abriré las v e n t a n a s . — Cacas. Alea i m a y o r d o m o , y este la condujo al gría, a l e g r í a , abuelita, q u e y a m e h a n
c u a r t o q u e se le h a b í a destinado, en vuelto los ojos.—-Marc. Salvaje, ¿cód o n d e e n t r ó , y vio á Cacaseno tendido mo puede ser que estuvieses ciego?
en el suelo, gritando:—Cacas. Ahí ay! sería el motivo que las v e n t a n a s eataayl—Criado. No le puedo hacer ca^- ban cerradas.
llar.—Marc. ¿Qué es lo que h a s u c e Estando Marcolfa y Cacaseno en esdido?— Criado. Has de saber q u e des-! tas razones, el criado que h a b í a estado
p u e s q u e merendó m e dijo que quería escondido e s c u c h a n d o , m a r c h ó en sedormir: y o j u z g a n d o que no fuese t a n g u i d a á dar noticia al r e y de todo lo
s i m p l e , le dije que se subiese sobre e s a que h a b í a oído, refiriéndole con-3urna
c a m a ; y él se agarró con m a n o s y pies individualidad y b u f o n a d a , que excitó
de u n a de las columnas de ella de tal u n a estremada risa. M a n d o después la
m o d o , q u e cuando llegó al r e m a t e n o reina al criado que llevase un recado
se pudo contener la columna, con lo á Marcolfa, diciendola q u e tenía preq u e se r o m p i ó y él dio en tierra con cisión de hablarla, p o r cosas pecuau c u e r p o como lo ves.—Marc. No te liares s u y a s , p r e v i n i é n d o l a que viniam a r a v i l l e s de esto, porque en n u e s t r a se ella sola. Marcolfa obedeció, y di»
m o n t a ñ a como no se usan c a m a s de riendo á Cacase.no que se q u e d a r a allí,
esta m o d a , se h a i m a g i n a d o q u e a l , que ella volvería p r o n t o , cerró la puer-'
e x t r e m o de ella era donde él h a b í a de ta para que no se escapase detrás de
a c o s t a r s e ; pero ¡hay desdichada de m í ! ella; empezó á g r i t a r de tal modo que
él n o h a b l a . ¡Cacaseno! ¡Cacaseno!—.parecía u n becerro, y h a s t a que en~
üitcas. Déjame, no me dispiertes q u e , ' c o n t r ó con qué e n t r e t e n e r s e no h u b o
estoy d u r m i e n d o .
forma de callar. Un criado viendo que
Marcolfa le levantó del suelo y le quedaba solo se escondió e n u n l u g a r
tendió sobre la cama; cerró las venía- "oculto p a r a observarle, y luego que
ñ a s , y le dejó durmiendo. El c r i a d o vio hacer u n a de las s u y a s , se fué corfué á d a r c u e n t a á loa reyes del s u c e - riendo á decírselo al rey, el cual m a n so, los q u e se admiraron de semejante dó al criado que se lo trajese Solvió
i g n o r a n c i a . Al mismo tiempo volvie-1 el criado y lo sacó del c u a r t o , y c u a n r o n & h a c e r conmemoración de lá ino- j do estuvo á la presencia del rey este
c e n c í a de Cacaseno cuando se p u s o ' le dijo:—Mey. ¿Qué le h a sucedido di
b o c a abajo esperando le diesen la ma- pobre Cacaseno que trae la c a r a tan,;
n o p a r a besarla. El rey mandó al cria- e n g r u d a d a y puerca?—Criado. Señor,.'
do q u e volviese á ver lo que pasaba, habéis de saber, que u n mozo de la ro y les diese noticia de las novedades postería había dejado en u n armarijJ,
que sobreviniesen con el inocente Ca- un perel d« cola p a r a p e g a r cristales,
caseno. Marcolfa que cansada del vía- , de los ramilletes, y pareciéndole á es*- >
je v d e s p u é s de haber comido bien se ' te necio cosa propia p a r a comer, ae
h a b í a echado á dormir, cuando e s t a - , puso el perol entre íes p i e r n a s , y. c o - *«
(
1
1
1
t
32
-mió una porción de ooia, habiéndose «hombre erudito y aplicable, q u e s e
empringado toda la c a r a conforme lo m a t a y se descalabra el e n t e n d i m i e n veis. Llegó Marcolfa 4 s u c u a r t o , y no to p a r a dedicarse y perfeccionar c o a
hallando á Gacaseno, i b a á salir en su inmenso t r a b a j o u n a obra; y d e s p u é s
busca s u m a m e n t e inquieta, pero al de tanto desvelo, en l u g a r de c o n s e misino tiempo le vio venir a c o m p a - g u i r a l g ú n p r e m i o ó ascenso, lo q u e
ñado del criado, y d e s p u é s q u e supo saca dü s u afán es que n i a u n l£ dan.
al suceso, exclamo diciendo: ¡pobre de las g r a c i a s .
mí! Este bruto tiene l a culpa de verme
P o r la m a ñ a n a t e m p r a n o m a r c h a r o n
yo avergonzada en l a corte. . P r o c u r ó en s u litera los dos personajes, s i g u i e
lavarlo, y determinó ir á pedir licen rou el viaje h a s t a su casa, y á la v u e l cia á los reyes p a r a retirarse á su ta el literero q u e los a c o m p a ñ ó dio
m o n t a ñ a ; los halló j u n t o s , y con r e - noticias á l o s r e y e s de la g r a n d e aleverencia y h u m i l d a d , así les dijo:— g r í a q u e m o s t r a r o n Bertoldino y DoMarc. Serenísimos señores: y a q u e m i n g a de verse otra vez r e u n i d a toda
t e n g o l a fortuna de hallaros aquí j u n - la familia, celebrando su regreso todos
tos, con el m a y o r rendimiento v e n g o los h a b i t a n t e s inmediatos á su cortijo.
& suplicaros m e concedáis licencia pa- Como Marcolfa sabia leer y escribir»
r a volverme á m i casa; y así espero al tiempo q u e el literero se iba á m a r esta g r a c i a de v u e s t r a real clemencia. char, le e n t r e g ó u n a c a r t a p a r a q u e
—Rey. Conozco que es perjudicial á se l a diese al r e y . L l e g ó á palacio»
los intereses de tu casa la ausencia de presentó el p l i e g o á S. M., quien p a s ó
í u persona; y así t e concedo el permi- i n m e d i a t a m e n t e al cuarto de la r e i n a
so que .solicitas; pero t e a s e g u r o q u e participándola como h a b i a recibido
nuestro m a y o r g u s t o fuera que te carta de Marcolfa; la abrieron c o n
quedases a n u e s t r a vista.—Reina. Yo g r a n d e ansia y m a y o r g u s t o , y s u
te concedo licencia, pero con obliga- contenido decia así:
ción que has de venir con Cacasenito
todos los años á v e r m e , y si no' m e CARTA QUE ESCRIBIÓ MARCOLFA
L LOS R E Y E S DESDE S ü MONTAÑA.
hiciere el c a r g o del perjuicio que se
puede seguir a tu casa estando ausenMis señores: Siendo tan debido el
te sería m i m a y o r g u s t o el q u e te que- obedecer los preceptos de vuestras madaras á vivir en l a corte; p u e s tendría jeslades, me obliga d participar
mi
contigo u n a vida c o n t e n t a y m u y g u s - arribo d esta humilde choza; pomo
tosa.
omitirlo, mi obligación se vale de la
Mandó el r e y á su m a y o r d o m o que ocasión del retorno del literero á esa.
entregase doscientos escudos áMarcol corte, añadiendo á vuestras majes tafa, y la reina se quitó del dedo u n a sor- des, hemos sido recibidos con granditija de esmeraldas y se l a dio para q u e simo aplauso de Bertoldino y Bominen su n o m b r e l a r e g a l a s e á Dominga, ga, habiéndoseles aumentado mucho el
El mayordomo se partió p a r a obe- alborozo con los regalos con que nos
decer la orden que se le h a b i a dado; habéis honrado, de lo que os damos topero de m u y m a l a g a n a , dándose pal- dos juntos muy rendidas gracias. No
madaa y encogiéndose de hombros, escribo cosa particular
de Üacaseno,
x iba diciendo: ¡oh, q u é desatinos come porque el literero sale hoy por la ma~
' íjen algunos señores, e n a p o y a r y p r o - ñaña muy temprano, y ¿{todavía está
t ^ e r tontos como a l presente se vé en la cama, y así esta mia servirá de
• cifo este señor, que m a n d a d a r dos un pequeño reconocimiento,
mientras
ciíáitos escudos á estos monos, que 3on yo y toda mi familia deseamos á vuesP í a p r i s i ó n de la corteI Mejor p r e m i a I 'iras majestades todas las mayores je_^á%4 semejantes g e n t e s \u<¿ á un j Ucídades.
l
asa, ^
Descargar