larrea y prados: la poesía como mística y transfiguración

Anuncio
L A R R E A Y PRADOS: L A POESÍA
C O M O MÍSTICA Y TRANSFIGURACIÓN
T u as la plus belle façon de suivre l'exemple des fleuves
entre les pertes du ciel et l'égoïsme des îles
T a paupière n'est pas encore à l'hauteur du dénouement des eaux
mais ça ne fait rien
J U A N L A R R E A , " U n faible pour la lumière"
P o c o a poco J u a n L a r r e a , e n su d o b l e d i m e n s i o n de escritor y de
p r o m o t o r de i m p o r t a n t e s empresas culturales, h a logrado despertar
la a t e n c i ó n de c r í t i c o s y especialistas sobre l a p o e s í a de las v a n g u a r d i a s e s p a ñ o l a s d e l p r i m e r t e r c i o del siglo. A u n q u e r e d u c i d a
p o r l o q u e se refiere a l n ú m e r o de poemas q u e l a i n t e g r a n , su o b r a
p o é t i c a , escrita e n t r e 1919 y 1932, y p u b l i c a d a e n 1970 c o n el t í t u l o de Versión celeste, r e s u l t a h o y m a t e r i a l de l e c t u r a o b l i g a t o r i o
y referencia i m p r e s c i n d i b l e p a r a l a a d e c u a d a c o m p r e n s i ó n de a l gunos de los poetas q u e c o n v e n c i o n a l m e n t e se i n t e g r a n e n el g r u p o p o é t i c o del 27. A ellos se a d e l a n t a e n n o pocas ocasiones L a r r e a p o r su m a y o r f a m i l i a r i d a d c o n las corrientes p o é t i c a s europeas
del m o m e n t o , e n especial p o r su p r o f u n d o c o n o c i m i e n t o de l a poesía francesa , u n c o n o c i m i e n t o q u e l a m a y o r í a de los poetas d e l
g r u p o efectivamente h a b r á n de t e n e r , p e r o q u e l o g r a r á n m á s t a r de; y q u e otros escritores d e l p e r i o d o s i m p l e m e n t e n o t u v i e r o n .
D e todos ellos se d i f e r e n c i a t a m b i é n , n o obstante, y entre ellos
sobresale, p o r q u e L a r r e a es a u t o r de u n a densa y r i c a l a b o r c r í t i ca e n prosa. Esta o b r a c r í t i c a h a sido d e s a t e n d i d a , a pesar de l a
i m p o r t a n c i a i n d u d a b l e q u e t i e n e el q u e e n ella se d e s a r r o l l e n a m p l i a m e n t e a l g u n a s de las creencias y p r i n c i p i o s de L a r r e a sobre
la p o e s í a y los poetas.
1
1
Cf. R O B E R T E . G U R N E Y , " L a r r e a y la poesía francesa anterior al surrealismo", en J . M . D Í A Z D E G U E R E Ñ U (ed.), Al amor de Larrea, Pre-textos, V a lencia, 1984, pp. 11-38.
NRFH,
X X X V I I (1989), núm. 1, 221-236
222
NRFH,
IGNACIO-JAVIER LÓPEZ
X X X V I I
D e e n t r e los i m p o r t a n t e s trabajos q u e se h a n escrito sobre l a
o b r a de L a r r e a y , e n c o n c r e t o , sobre su n o c i ó n de l a p o e s í a , destaca u n conciso e s t u d i o del profesor D a v i d B a r y p o r su loable
p r e c i s i ó n . P a r t i e n d o de las manifestaciones d e l a u t o r , recogidas
e n Versión celeste, el profesor estadounidense i n d i c a q u e e n L a r r e a
parece h a b e r existido s i e m p r e i n t e r é s p o r u n arte v i t a l m e n t e c o m p r o m e t i d o , esto es, u n arte q u e exprese a c t u a l i d a d , p a s i ó n í n t i m a
y o r i e n t a c i ó n h a c i a el c o n o c i m i e n t o . E l a r t i s t a , h a escrito L a r r e a ,
s e r á a q u é l q u e " g e n e r o s a m e n t e se i n m o l e a l a a t r a c c i ó n y r e p u l s i ó n q u e e n t r e sí e x p e r i m e n t a n i n t e l i g e n c i a y s e n s i b i l i d a d . L a
p o e s í a es p a r a él u n a m í s t i c a . " M í s t i c a l í r i c a " era precisamente
el t í t u l o de u n o de los c a p í t u l o s de Orbe, l i b r o de ensayos q u e n o
p u d o p u b l i c a r s e a causa de l a g u e r r a c i v i l , p e r o a c u y o o r i g i n a l
parece h a b e r t e n i d o acceso el profesor B a r y , y d o n d e L a r r e a i n d i ca q u e el p o e t a debe j u g a r s e " a sí m i s m o al azar d e l i d i o m a " .
A d e m á s , puesto q u e , s e g ú n el p o e t a vasco, f o r m a y f o n d o e n el
p o e m a e s t á n t a n í n t i m a m e n t e ligados q u e n o es e x t r a ñ o q u e c o n
frecuencia se c o n f u n d a n u n o c o n o t r o , entonces n o sorprende
q u e , e n su o p i n i ó n , e n el p o e t a v e r d a d e r o l a d i s g r e g a c i ó n d e l l e n guaje c o m o sintaxis y c o m o e n t i d a d c o r r e s p o n d a a l a disgregac i ó n d e l ser e x p r e s i v o . L a p o e s í a , d i c e , es al m i s m o t i e m p o l u c h a
y c o l a b o r a c i ó n , l a m i s m a a c t i v i d a d — a ñ a d e , c o n poderosa i m a g e n , e n o t r o l u g a r — " q u e e n e m i s t a dos p a l a b r a s en el c r á n e o d e l
p o e t a y o b l i g a a t o d o el i d i o m a a e n t r a r e n e b u l l i c i ó n " , i m a g e n
q u e v a m á s a l l á de los " c o r t o c i r c u i t o s e n las frases" y el " c a t a clismo en l a g r a m á t i c a ' ' de que h a b í a hablado H u i d o b r o en el canto
I I I de Altazor, y q u e h a b í a n de ser t a n d e l gusto de los creacionistas de las p r i m e r a s d é c a d a s de siglo.
L a c o n c e p c i ó n de l a p o e s í a c o m o d i s g r e g a c i ó n d e l ser aparece
p r o n t o e n L a r r e a . B a r y l a l o c a l i z a en u n p o e m a de 1917, i n é d i t o
hasta q u e él l o r e c o g i ó e n Nuevos estudios. . . , q u e fue escrito p o r
el p o e t a vasco d u r a n t e l a crisis s u f r i d a m i e n t r a s estudiaba e n el
i n t e r n a d o q u e los padres jesuitas t e n í a n entonces e n M i r a n d a de
E b r o . D i c e el p o e m a :
2
3
4
5
2
M e refiero a sus Nuevos estudios sobre Huidobro y Larrea, Pre-textos, V a -
lencia, 1 9 8 4 , pp.
3
4
5
107-123.
J U A N L A R R E A , Versión celeste, Barral, Barcelona, 1 9 7 0 , p. 3 1 1 .
Cf.
Orbe, a / W
D A V I D B A R Y , op.
Versión celeste, p. 3 0 9 .
cit,
p.
111.
NRFH,
X X X V I
M Í S T I C A Y T R A N S F I G U R A C I Ó N E N L A R R E A Y PRADOS
223
TRANSCARNACIÓN
Q u é viejas sois,
q u é viejas sois, mis manos.
Q u é viejas ya cuando os h e r e d é . . .
Y vosotros, mis pies,
q u é cansados de errar itinerarios. . .
Y vosotros, mis ojos,
q u é de cosas no h a b r é i s visto
que yo he llegado tarde para ver.
Y tú,
sobre todo t ú , m i c o r a z ó n . . .
C u á n t o h a b r á s brincado
como a la comba, con t u lazada azul,
al c o m p á s de t u vieja c a n c i ó n .
¡ Q u é viejo eres, m i c o r a z ó n !
Sin conoceros
os compadezco, mis herederos,
los que h e r e d é i s la triste herencia de m i carne,
de mis pies, de mis ojos, de mis manos,
cada vez m á s viejos. . .
M a s sobre todo
a quienes h e r e d é i s m i c o r a z ó n ,
os tengo, en verdad, c o m p a s i ó n .
6
A pesar de ser u n p o e m a t e m p r a n o , e n este t e x t o aparece y a
l a n o c i ó n d e l ser c o m o ente d i s g r e g a d o , l a c u a l s e r í a m á s t a r d e
d e s a r r o l l a d a p o r L a r r e a e n su o b r a e n s a y í s t i c a . Si es p e r m i t i d a
p o r u n m o m e n t o u n a a n a l o g í a entre el cuerpo y l a l i t e r a t u r a , puede
decirse q u e , si e n é s t a l a t r a d i c i ó n es a s u m i d a c o m o corpus hered a d o , el ser físico es p a r a L a r r e a h e r e n c i a o r g á n i c a —pies, m a nos, ojos— y e s p i r i t u a l — m e t a f ó r i c a m e n t e h a b l a n d o , el c o r a z ó n .
Es, p o r t a n t o , u n c u e r p o h e r e d a d o c u y o c o n o c i m i e n t o es a n t e r i o r
a su e n c a r n a c i ó n e n el " y o " d e l p o e t a . D e a h í q u e los ojos h a y a n
v i s t o algo q u e el poeta dice h a b e r l l e g a d o t a r d e p a r a v e r , q u e el
c o r a z ó n h a y a v i v i d o y sea y a v i e j o , etc. E l corpus l i t e r a r i o se trans6
En
B A R Y , op.
cit,
p.
96.
224
NRFH,
IGNACIO-JAVIER LÓPEZ
X X X V I I
fiere a l a t r a d i c i ó n y , de m o d o a n á l o g o , el c u e r p o es t r a n s f e r i d o
m á s tarde, esto es, " t r a n s c a r n a d o " . C o m e n t a n d o el t í t u l o del poem a , B a r y i n d i c a q u e , e n su v i o l e n t o n e o l o g i s m o , u n e e s p í r i t u y
carne, haciendo corresponder por tanto m i e m b r o s y sentimiento
e n u n a sola p a l a b r a , y es posible v e r q u e e n él " e s t á en g e r m e n
su deseo de liberarse de l a p e r s o n a l i d a d i n d i v i d u a l . . . y a p a r e c i da a l a que lo c a r a c t e r i z a r í a en lo p o r v e n i r " .
I m p o r t a a ñ a d i r a h o r a que e n esta f o r m u l a c i ó n de l a crisis p o é t i c a c o m o " t r a n s c a r n a c i ó n " p u e d e verse l a p r i m e r a f o r m u l a c i ó n
del concepto " t r a n s f i g u r a c i ó n " , concepto de f u n d a m e n t a l i m p o r t a n c i a p a r a e n t e n d e r l a p o é t i c a de L a r r e a , u n aspecto y a n o t a d o
p o r B a r y q u i e n , a p r o p i a d a m e n t e , t i t u l ó su p r i m e r l i b r o Larrea,
poesía y transfiguración . Es, a s i m i s m o , u n a n o c i ó n f u n d a m e n t a l par a e n t e n d e r su t e l e o l o g í a de l a c u l t u r a y , e n p a r t i c u l a r , su m i l e n a r i s m o , pues L a r r e a a s u m e q u e l a c u l t u r a e s t á g u i d a d a p o r u n telos
h a c i a u n fin d e f i n i b l e c o m o u n a r e a l i d a d n u e v a q u e h a b r á de d a r se " t r a n s f i g u r a d a " . C o m o h a i n d i c a d o D í a z de G u e r e ñ u , L a r r e a
es u n p e r e g r i n o e n busca de l a n u e v a polis, e x p l o r a d o r de l a n u e v a c i u d a d de D i o s , a l a q u e él se refiere c o m o l a n u e v a m a d r e
e n su ensayo " I n g r e s o a u n a t r a n s f i g u r a c i ó n " , p u b l i c a d o c o m o
p r ó l o g o a Jardín cerrado de E m i l i o P r a d o s . E n este escrito h a b l a
de este n u e v o o r d e n c o m o " c i u d a d t r a n s l ú c i d a — m a d r e sin r o t u r a n i m a n c h a — s i n n o c h e , y p o r t a n t o sin t e m p l o . . . e n l a q u e
se ve a D i o s cara a c a r a " . Conceptos s i n ó n i m o s a é s t o s r e c u r r e n
e n t o d a l a o b r a de L a r r e a , y son f u n d a m e n t a l e s p a r a e n t e n d e r su
p o e s í a , pues c o n ellos el poeta expresa su a n h e l o p o r l l e g a r a u n
m á s a l l á l i b e r a d o de m a t e r i a l i d a d , e n p u r a c o m u n i c a c i ó n c o n l o
a b s o l u t o : el p o e t a vasco dice sentirse g u i a d o p o r u n " i m p u l s o i n c o e r c i b l e h a c i a u n a u n i v e r s a l e i n t r í n s e c a a l l e n d i d a d " , pues su
e m p e ñ o es " q u e b r a r el a r o del h o r i z o n t e " .
7
8
9
1 0
1 1
1 2
I m p o r t a a h o r a estudiar el p r ó l o g o q u e escribe L a r r e a p a r a Jardín cerrado, pues este t e x t o p e r m i t e c o n s i d e r a r u n o de los p u n t o s
esenciales i n d i c a d o s al c o m e n z ó . E n c o n c r e t o , p e r m i t e c o n t e m p l a r hasta q u é p u n t o L a r r e a es i m p o r t a n t e p a r a el d e s a r r o l l o d e l
7
Ibid., p. 102.
D . B A R Y , Larrea, poesía y transfiguración, Planeta, Barcelona, 1976.
C f . " E l poeta en J u a n L a r r e a " , en Al amor de Larrea, pp. 65-82.
L A R R E A , "Ingreso a una transfiguración", en E . P R A D O S , Poesías completas, Aguilar, Madrid, 1976, t. 2, p. 12.
Versión celeste, p. 43.
Ibid., p. 23.
8
9
1 0
11
1 2
NRFH,
X X X V I I
225
M Í S T I C A Y T R A N S F I G U R A C I Ó N E N L A R R E A Y PRADOS
u n i v e r s o p o é t i c o de E m i l i o Prados. D e hecho, c o m o i n t e n t a r é most r a r a c o n t i n u a c i ó n , este p r ó l o g o i m p o r t a p o r q u e algunos aspectos f u n d a m e n t a l e s de l a p o e s í a p r a d i a n a se a c l a r a n a l a l u z de l a
t e o r í a m í s t i c o - p o é t i c a de L a r r e a . Este p r ó l o g o del a u t o r vasco perm i t e e n t e n d e r , e n d e f i n i t i v a , el e m p e ñ o o r g á n i c o v i s i b l e en l a ú l t i m a p o e s í a de Prados, u n e m p e ñ o y a a n u n c i a d o p o r L a r r e a en
1946, y q u e h a b r í a de c u l m i n a r el m a l a g u e ñ o m á s de q u i n c e a ñ o s
d e s p u é s c o n l a p o e s í a t r a s t e r r e n a p o s t e r i o r a La piedra escrita.
E n el p r ó l o g o m e n c i o n a d o , a d e m á s , r e c u r r e n i m p o r t a n t e s n o ciones de l a t e o r í a p o é t i c a de L a r r e a . É s t e c o m p a r a Jardín cerrado
c o n u n a s i m i e n t e y c o n u n a t a ú d , c o n s i d e r á n d o l o de este m o d o ,
s i m u l t á n e a m e n t e , m u e r t e y v i d a , d e s i n t e g r a c i ó n necesaria y p r e v i a a l a r e i n t e g r a c i ó n d e l ser e x p r e s i v o d e l poeta. H a b l a d e s p u é s
d e l v o l u m e n de poemas c o m o " p o é t i c a i n c o r p o r e i d a d q u e v a g a
p o r o t r o m u n d o " . E , i n m e d i a t a m e n t e , a ñ a d e : " V a g a entre el ser
y el n o ser p o r regiones d i f í c i l m e n t e accesibles d o n d e , n o l a c o n c i e n c i a d e l p o e t a sino el u n i v e r s o e n t e r o , parece haberse desmat e r i a l i z a d o " . T r a b a j a n d o c o n conceptos e i m á g e n e s q u e nos
acercan al p o e m a de 1917, " T r a n s c a r n a c i ó n " , L a r r e a i n d i c a q u e ,
e n r e a l i d a d , e n Jardín cerrado n o se d a u n a i n t e g r a c i ó n d e l i n d i v i d u o e n el ser c o l e c t i v o , sino que l o q u e se m a n i f i e s t a en esta poes í a es " l a c o n c i e n c i a de u n p u e b l o q u e se d e s e n s i m i s m a " . D e
este m o d o , l a E s p a ñ a p e r e g r i n a v u e l v e a i n c o r p o r a r s e al m u n d o ,
mejor dicho, al nuevo m u n d o , " t r a n s f i g u r a d a " .
Esta n o c i ó n de p u e b l o d e s e n s i m i s m a d o , y e x p r e s á n d o s e a t r a v é s d e l p o e m a , aparece e n otros poetas e s p a ñ o l e s exiliados e n M é x i c o . P r o b a b l e m e n t e el caso m á s c o n o c i d o sea el de L e ó n F e l i p e .
E n Ganarás la luz, é s t e a d o p t a l a a c t i t u d d e l b a r d o , d u e ñ o de l a
p a l a b r a , frente a los vencedores de l a c o n t i e n d a , d u e ñ o s de l a esp a d a , u n f e n ó m e n o e s t u d i a d o e n detalle p o r C i p l i j a u s k a i t é .
1 3
14
1 5
1 6
Soldado, tuya es la hacienda,
la casa,
el caballo
y la pistola.
1 3
"Ingreso. . . " , p. 11.
Ibid., p. 14.
Ibid., p. 19.
V é a n s e los trabajos de B I R U T É C I P L I J A U S K A I T É , La soledad y la poesía española contemporánea, í n s u l a , Madrid, 1962, pp. 182-225; y El poeta y la poesía,
í n s u l a , Madrid, 1966, pp. 245-271.
1 4
1 5
1 6
226
IGNACIO-JAVIER LÓPEZ
NRFH,
X X X V I I
M í a es la voz antigua de la tierra.
T ú te quedas con todo y me dejas desnudo y errante por
[el m u n d o . . .
M a s yo te dejo m u d o . . . ¡ m u d o !
y ¿ c ó m o vas a recoger el trigo
y a alimentar el fuego
si yo me llevo la c a n c i ó n ?
17
C o n j e t u r a es, c i e r t a m e n t e , p e r o n o p o r ello resulta menos destacable el que Ganarás la luz e s t é d e d i c a d o a J u a n L a r r e a , y q u e en
él h a y a rasgos i n d u d a b l e s del m i l e n a r i s m o de é s t e , c u a n d o L e ó n
F e l i p e dice q u e " l a E s p a ñ a q u e se l l e v ó l a c a n c i ó n , cree q u e l a
r e l i g i ó n de m a ñ a n a s e r á l a P o e s í a v i v a y l i b r e , y c o n u n a d i m e n sión n u e v a " . A L e ó n Felipe, por otra parte, recuerda L a r r e a
e n el p r ó l o g o m e n c i o n a d o al l i b r o de P r a d o s , s u b r a y a n d o el deseo expreso e n l a p o e s í a de a q u é l de u n l v e r s a l i z a r s e , proceso q u e
el a u t o r de Versión celeste define c o m o " n e g o c i o de m u e r t e y t r a n s figuración" .
E n Jardín cerrado, a d e m á s , L a r r e a n o t a i n d u d a b l e s huellas de
m i s t i c i s m o . P e r o , c o r r e s p o n d i e n d o c o n el proceso de desintegrac i ó n y r e i n t e g r a c i ó n a n t e d i c h o , n o es é s t e u n m i s t i c i s m o t r a d i c i o n a l , l a noche oscura d e l a l m a de San J u a n , sino q u e en el a u t o r
de Cuerpo perseguido se observa, s e g ú n L a r r e a , l a " n o c h e oscura
del c u e r p o " . Este hecho l l e v a a l vasco a m a n i f e s t a r q u e " h e m o s p e r d i d o n u e s t r o c u e r p o h a b i t u a l [ . . . ] y a n d a m o s entre las
malezas de l a a n g u s t i a , a o r ü l a s de l a N a d a , r a s t r e á n d o l a " , pal a b r a s q u e h a c e n eco i n d u d a b l e m e n t e a l a i n t u i c i ó n o r i g i n a l q u e
se expresaba e n el p o e m a l a r r e a n o de 1917, c i t a d o m á s a r r i b a .
P o r t a n t o , c a b r í a p r e g u n t a r s e a h o r a de q u i é n e s t á h a b l a n d o a q u í
L a r r e a e n r e a l i d a d , si de l a p o e s í a de P r a d o s o, p o r el c o n t r a r i o ,
e x p o n i e n d o sus p r o p i a s convicciones sobre l a p o e s í a . D e h e c h o ,
a o r i l l a s de l a N a d a se h a b í a s i t u a d o el a u t o r de Versión celeste e n
a l g u n o de sus poemas: " V e r d e de m a r o sobre t o d o o n a d a / a l
b o r d e d e l a b i s m o de los oscuros l a b r a d o r e s / n u e s t r a suerte e s t á
echada" .
P o r o t r a p a r t e , n o h a y n o v e d a d sustancial e n esta N a d a p r a 1 8
19
2 0
2 1
2 2
1 7
LEÓN FELIPE,
1 8
Ibid., pp.
1 9
"Ingreso. . . " , p. 2 0 .
Ibid., p. 1 2 .
2 0
2 1
2 2
Ibid,
p.
Ganarás la luz,
28-29.
13.
Versión celeste, p. 7 1 .
Finisterre, M é x i c o , 1 9 7 4 , p.
29.
NRFH,
X X X V I I
M Í S T I C A Y T R A N S F I G U R A C I Ó N E N L A R R E A Y PRADOS
227
d i a n a , pues y a A l b e r t i se h a b í a e n f r e n t a d o a ella cara a c a r a en
Sobre los ángeles. Desde los versos iniciales d e l p r i m e r p o e m a , " P a r a í s o p e r d i d o " , el p o e t a se expresa e n t é r m i n o s q u e r e s u l t a n i n confundibles:
A t r a v é s de los siglos,
por la nada del m u n d o ,
yo, sin s u e ñ o , b u s c á n d o t e .
23
N o o b s t a n t e , l o q u e sí resulta novedoso e n P r a d o s , y d e b i ó de res u l t a r a s i m i s m o s i n g u l a r m e n t e a t r a c t i v o p a r a L a r r e a , es l a resol u c i ó n m í s t i c a de u n a crisis p r o f u n d a q u e , si b i e n h a b í a afectado
a o t r o s m i e m b r o s d e l 2 7 , e n P r a d o s se r e s o l v í a de m o d o d i f e r e n te, p o r l a s i n g u l a r r i q u e z a i n t e r i o r q u e el p o e t a consigue a base
de r e n u n c i a r al " y o " — r i q u e z a y r e n u n c i a y a visibles e n su l i b r o
a n t e r i o r , Mínima muerte ( 1 9 4 4 ) — y a l a c o n s i g u i e n t e r e n u n c i a a
l a v o l u n t a d , l o c u a l hace p o s i b l e , c o m o a f i r m a L a r r e a en su teor í a sobre el p o e t a , el n a c i m i e n t o de u n n u e v o ser. E n " M í s t i c a
l í r i c a " h a b í a d i c h o é s t e q u e el p o e t a d e b í a : " J u g a r s e a sí m i s m o
a l azar d e l i d i o m a , hacerse u n a v o l u n t a d fuerte p a r a e n c o n t r a r
a cada i n s t a n t e l a m a n e r a de sacrificar esa m i s m a v o l u n t a d " .
Y , h a b l a n d o de R i m b a u d , h a b í a destacado l a ausencia de t a l ren u n c i a c o m o m o t i v o d e l fracaso del p o e t a de Une saison en enfer:
2 4
C o n el caso de R i m b a u d asistimos al caso contrario a nuestros m í s ticos españoles. U n espantoso fracaso interior [. . . ] le hizo desaprovechar la quizá m á s grande riqueza verbal conocida. E n cambio nuestros literatos, a fuerza de riqueza interior, consiguieron manejar u n
i d i o m a con la m á s adorable y perfecta desenvoltura .
25
Pero i m p o r t a destacar t a m b i é n que l a r e s o l u c i ó n i n d i c a d a m á s
a r r i b a se p r o d u c e de m o d o i n c o n s c i e n t e e n P r a d o s pues, s e g ú n
escribe L a r r e a e n el p r ó l o g o a Jardín cerrado:
Las prodigiosas, las aparentemente desatinadas intuiciones de Emilio
Prados coinciden de modo exactísimo con todos estos conceptos poéticos fundamentales que, según consta al que esto escribe, ignoraba el poeta prácticamente en absoluto .
26
2 3
u
R A F A E L A L B E R T I , Poesía {1924-1967), Aguilar, Madrid, 1972, p. 317.
Apud
B A R Y , Nuevos estudios, pp. 110-111.
Ibid, pp. 116-117.
"Ingreso. . . " , p. 22; las cursivas son m í a s .
2 5
2 6
228
IGNACIO-JAVIER LÓPEZ
NRFH,
X X X V I I
D i c h o de o t r o m o d o , l o q u e a t r a j o a L a r r e a era v e r realizados,
m e d i a n t e u n a serie de " i n t u i c i o n e s a p a r e n t e m e n t e d e s a t i n a d a s " ,
sus p r o p i a s nociones sobre l a p o e s í a , unas nociones de las que P r a dos, s e g ú n i n d i c a expresamente L a r r e a , n o era consciente e n abs o l u t o . P o r t a n t o , p u e d e a ñ a d i r s e a h o r a q u e el t í t u l o del p r ó l o g o
de L a r r e a , " I n g r e s o a u n a t r a n s f i g u r a c i ó n " , h a de ser e n t e n d i d o
e n su d o b l e v a l o r de i n t r o d u c c i ó n o p r e s e n t a c i ó n de cara a l l e c t o r
(e, i n c l u s o , a l a u t o r m i s m o , P r a d o s ) , y de i n i c i o de u n a a c t i v i d a d
p o r m e d i o de l a c u a l se l l e g a b a a u n l e n g u a j e capaz de n o m b r a r
u n a realidad renovada.
E f e c t i v a m e n t e era eso, y a q u e L a r r e a , p o r u n l a d o , i n t r o d u c e
al l e c t o r a u n m u n d o de i n t u i c i o n e s a p a r e n t e m e n t e c a ó t i c a s y sup u e s t a m e n t e carentes de sentido p o r q u e , a l ser u n lenguaje n u e v o o e x t r a ñ o , dichas i n t u i c i o n e s d e b í a n ser t r a d u c i d a s c o n v e n i e n t e m e n t e p a r a hacerlas asequibles a d i c h o l e c t o r ; o, d i c h o de o t r o
m o d o , hacerlas i n t e l i g i b l e s en el lenguaje o r d i n a r i o . E r a a d e m á s ,
p o r o t r o l a d o , u n a especie de r a z ó n de fe de algo q u e el v i s i o n a r i o
L a r r e a a n u n c i a b a c o m o l l e v á n d o s e a cabo e n l a p o e s í a e s p a ñ o l a
d e l e x i l i o : e n u n l i b r o de u n o de sus representantes ( y u n o de sus
representantes m á s a n ó n i m o s , a d e m á s , si se c o m p a r a c o n otras
figuras m á s conocidas c o m o A l b e r t i , G u i l l é n , Salinas e, i n c l u s o ,
C e r n u d a ) se h a b í a l o g r a d o penetrar en esa v í a ascendente e n busca
de l a c i u d a d m i l e n a r i a , de l a ú l t i m a l u z , c u y a r a í z — L a r r e a l o
i n d i c a e n el p r ó l o g o — es l a m i s m a q u e l a de l a d i v i n i d a d . P a r a
d e c i r l o c o n l a p e c u l i a r y , e n ocasiones, oscura t e r m i n o l o g í a l a r r e a n a , l a v i e j a t i e r r a castellana a c a b a b a de r e n d i r e s p í r i t u — h a b í a
d a d o a l u z — e n el u n i v e r s o a m e r i c a n o : " S u r e l a c i ó n p o é t i c a de
e q u i v a l e n c i a c o n el t o d o c ó s m i c o nos h a sido s u m i n i s t r a d a i m p e n sadamente p o r E m i l i o P r a d o s " ; y poco antes, r e t o m a n d o l a i n t u i c i ó n del p o e m a t e m p r a n o , " T r a n s c a r n a c i ó n " , h a b í a d i c h o : " L e
b a s t ó a [ . . . ] E m i l i o P r a d o s , sembrarse e n esta n u e v a t i e r r a , par a sentirse p o s e í d o a l m a r g e n de su v o l u n t a d , p o r u n i n t e n s o v i v i r , ser a d e n t r o , p r o l o n g a c i ó n d e l q u e y a t r a í a v i v i d o , p e r o e n u n
n u e v o , i m p e n s a d o y d e f i n i t i v o r a p t o " . C o n s i g u i e n t e m e n t e , conc l u i r á L a r r e a d e s a r r o l l a n d o u n a o p o s i c i ó n e n t r e l i t e r a t u r a y poes í a cuyos o r í g e n e s parecen ser u n a m u n i a n o s ; estamos " e n p r e sencia de u n l i b r o o r g á n i c o q u e , p o r e n c i m a de las v i r t u d e s l í r i c a s
2 7
2 8
2 9
2 7
2 8
2 9
Ibid., p. 2 1 .
Ibid., p. 1 8 .
C f . J . M . D Í A Z D E G U E R E Ñ U , " E l poeta en J u a n L a r r e a " , pp.
67-72.
NRFH,
X X X V I I
M Í S T I C A Y T R A N S F I G U R A C I Ó N E N L A R R E A Y PRADOS
229
3 0
que lo adornan, constituye u n f e n ó m e n o p o é t i c o e s e n c i a l " .
L a e x p e r i e n c i a de Jardín cerrado h a b r á de ser de f u n d a m e n t a l
i m p o r t a n c i a p a r a el d e s a r r o l l o de l a p o é t i c a p o s t e r i o r de P r a d o s .
Por u n lado, como ha s e ñ a l a d o acertadamente Blanco A g u i n a g a ,
este l i b r o " s i g n i f i c a e n l a t r a y e c t o r i a p o é t i c a de P r a d o s esa a r m o n í a y e q u i l i b r i o e n t r e el p e n s a m i e n t o y su f o r m a [ . . . ] c o n q u e
v a sellada t o d a g r a n p o e s í a " . Pero es, a d e m á s , el p u n t o de part i d a de u n a a s c e n s i ó n antes t a n sólo i n t u i d a , y que a p a r t i r de a h o r a
se expresa e n t é r m i n o s claros l l e v a n d o , e n l i b r o s sucesivos, hasta
l a p o e s í a t r a n s p a r e n t e q u e sigue a La piedra escrita. E s c r i t a e n t r e
1958 y 1960, a u n q u e contiene poemas a n t e r i o r e s , l a ú l t i m a parte de las o c h o q u e i n t e g r a n La piedra escrita se c o m p o n e de t í t u l o s
significativos e n f u n c i ó n de l o d i c h o hasta a q u í . ' ' T r a n s f i g u r a c i ó n
de l o v i s i b l e " es el t í t u l o de los dos p r i m e r o s p o e m a s , en los q u e
se r e p i t e e x p r e s a m e n t e el c o n c e p t o esencial de l a p o é t i c a de L a r r e a . E l p r i m e r o se abre c o n i m á g e n e s q u e e x p r e s a n c i r c u l a r i d a d ,
l a figura g e o m é t r i c a q u e c o r r e s p o n d e n o s ó l o al espacio i n f i n i t o ,
sino t a m b i é n a l a soledad q u e r e v e l a e n el verso " u n a v e r d a d d e l
h o m b r e í n t i m o " . D i c e el p o e m a :
3 1
32
3 3
A n c h a llanura. Pensamiento en círculo.
(Principio y fin se unen a u n solo abismo.)
Desde este espacio el poeta p a r t e p a r a expresar m á s t a r d e l a elev a c i ó n hacia la nueva realidad transfigurada:
¡Alta l l a n u r a ! . . . (¿El valle es pensamiento?. . . )
L a luz germina su esmeralda en v u e l o .
34
C o r r o b o r a n d o esta t r a n s f i g u r a c i ó n , e n el p o e m a s i g u i e n t e , q u e
t i e n e el m i s m o t í t u l o q u e el a n t e r i o r , se l o g r a l a q u i e t u d , l a t r a n s p a r e n c i a : " ¡ A l b o y r e d o n d o el m u n d o es t e m p l o ! " (PC, p . 8 3 3 ) .
3 0
"Ingreso. . . " , p. 2 4 .
C A R L O S B L A N C O A G U I N A G A , " E m i l i o Prados. V i d a , obra. A n t o l o g í a " ,
RHM,
2 6 ( 1 9 6 0 ) , 3 - 4 . V é a s e , a d e m á s , P. J . E L L I S , The poetry of Emilio Prados.
A progression towards fertility, University of Wales Press, Cardiff, 1 9 8 1 .
C f . la ed. de La piedra escrita, de J . S a n c h i s - B a n ú s , Castalia, Madrid,
3 1
3 2
1979,
3 3
pp.
57-66.
G A S T O N B A C H E L A R D , La poética del espacio, F C E , M é x i c o , 1 9 7 5 , pp.
271-272.
3 4
E M I L I O P R A D O S , Poesías completas, t. 2 , p. 8 3 1 . E n adelante cito por PC
en el texto seguido del n ú m e r o de página.
NRFH,
IGNACIO-JAVIER LÓPEZ
230
XXXVII
E l p o e m a c e n t r a l de esta ú l t i m a p a r t e de La piedra escrita se t i t u l a " C a m b i o s de a m a n e c e r " ; e n él se e n u n c i a l a n u e v a m o r a d a ,
s i t u a d a en l a n u e v a polis l a r r e a n a ( " L a c i u d a d a b i e r t a " se s u b t i t u l a o t r a de las partes d e l v o l u m e n ) . A q u í reaparecen i m á g e n e s
de Jardín cerrado:
¡Árbol violento mana
del poniente en la noche! [. . . ]
E n j a r d í n a la vista,
á r b o l violento es daga
del poniente.
(PC, p . 835).
D e este m o d o se llega a l fin j u b i l o s o d e l ú l t i m o verso c o n l a exclam a c i ó n : " ¡ M o r a d a sin r e p o s o ! " (PC, p . 8 3 6 ) .
F i n a l m e n t e , esta p a r t e se c i e r r a c o n o t r o s dos p o e m a s , a m b o s
t i t u l a d o s " R e a l i z a c i ó n d e l m i t o " . Esto es, si m i i n t e r p r e t a c i ó n es
c o r r e c t a , e n c u e n t r o de l a n u e v a r e a l i d a d s o ñ a d a , u n e n c u e n t r o
q u e se expresa i g u a l m e n t e de m o d o j u b i l o s o , c o n exclamaciones
y u x t a p u e s t a s , c o m o si, parafraseando l o d i c h o m á s a r r i b a respecto a l a p o é t i c a de L a r r e a , a l a d i s g r e g a c i ó n del ser c o r r e s p o n d i e r a
l a d i s g r e g a c i ó n de l a s i n t a x i s , y el l e n g u a j e , e n fin, q u e d a r a r e d u c i d o a expresiones p a r e n t é t i c a s y - e x c l a m a t i v a s sin n e x o o c o o r d i n a c i ó n alguna:
¡ D u e r m e el m u n d o partido hacia adelante!
¡Vela la sombra interna! ¡ L a luz nace!
(PC,
p . 839).
M o m e n t o este, a d e m á s , de r e a l i z a c i ó n y r e i n t e g r a c i ó n , a q u e L a r r e a h a b í a a l u d i d o a l h a b l a r d e l " á r b o l de l a c r u z , a r a d o n d e a
los c u a t r o h o r i z o n t e s se v e r i f i c a l a m u e r t e m í s t i c a , t r a m p o l í n p a r a el salto m o r t a l q u e trasciende el P a r a í s o " . A s í p r e c i s a m e n t e
c o n c l u y e el p o e m a , h a c i e n d o uso de u n l e n g u a j e e n el que las repeticiones p a r e c e n m a n i f e s t a r l a i d e n t i d a d de los conceptos, e n
p a r t i c u l a r e n l a e x p r e s i ó n de l a l u z y de l a m e n c i o n a d a trascend e n c i a del á r b o l , y a t r a n s f i g u r a d o e n c r u z y n u e v o ser, r e a l i z a ción del mito:
3 5
¡Gozo de estar! ¡La luz en la luz luce!
¡ E n t r a a la luz! ¡ G r a b a d a en la luz fluye!
3 5
"Ingreso. . . " , p. 14.
NRFH,
X X X V I I
M Í S T I C A Y T R A N S F I G U R A C I Ó N E N L A R R E A Y PRADOS
231
¡ C a m b i o al nacer!. . .
( ¿ R e v e l a c i ó n es cambio? . . . )
¡Descansa el m i t o en luz crucificado!
(PC,
p. 8 4 0 ) .
E n c o r r e s p o n d e n c i a c o n l o a n t e r i o r , q u i s i e r a a ñ a d i r q u e el l i b r o s i g u i e n t e , t i t u l a d o Signos del ser, q u e e n o t r o l u g a r he d e n o m i n a d o p o e s í a t r a s t e r r e n a c o n el fin de a l u d i r a l a t r a n s i c i ó n h a c i a
l a t r a n s p a r e n c i a d e f i n i t i v a q u e e n él se d a , c o n t i e n e elementos
q u e nos d e v u e l v e n u n a vez m á s a las nociones p o é t i c a s antes vistas al h a b l a r de L a r r e a . S e ñ a l a r é e n este s e n t i d o u n d a t o , e n apar i e n c i a i n s i g n i f i c a n t e , p e r o que p e r m i t e v e r , creo, l a i n d u d a b l e
i n t e g r a c i ó n de las nociones larreanas en l a p o e s í a p o s t e r i o r de P r a dos. E n n o t a a p i e de p á g i n a a su i n t r o d u c c i ó n a Jardín cerrado,
y c o m o c o r r o b o r a c i ó n f a c t u a l de su t e o r í a sobre el n u e v o o r d e n
q u e el vasco i d e n t i f i c a c o n A m é r i c a c o m o m a d r e esencial ( " N o
somos y a nosotros los q u e v i v i m o s fuera de l a M a d r e [. . . ] es l a
M a d r e [ . . . ] l a q u e , a l m o r i r e n s í , p e r m a n e c e v i v i e n d o e n nosot r o s " ) , L a r r e a dice l o s i g u i e n t e : " P a r a m e d i r el alcance c o n c r e t o
y l a c a l i d a d de e x p e r i e n c i a v i v i d a de esta p o é t i c a r e a l i d a d , n o est a r á de m á s a d v e r t i r q u e E m i l i o P r a d o s ha entregado a la tierra americana a su propia madre[. . .] estando este l i b r o y a e n p r e n s a " .
Pues b i e n , Signos del ser e s t á d e d i c a d o a l a m e m o r i a de l a m a d r e
d e l p o e t a . Este h e c h o , e n a p a r i e n c i a t r i v i a l , i m p o r t a p o r l a f o r m a
en q u e esta d e d i c a t o r i a e s t á escrita, pues en su r e d a c c i ó n — " A
m i m a d r e en su tierra" (PC, t . 2, p . 843; s u b r a y a d o m í o ) — r e v e r b e r a l a a n o t a c i ó n l a r r e a n a m e n c i o n a d a , l a n o c i ó n l a r r e a n a de q u e
los cuerpos h a n de sembrarse e n n u e v a t i e r r a , ' ' n e g o c i o de m u e r te y t r a n s f i g u r a c i ó n " .
3 6
3 7
C o n v i e n e subrayar, a d e m á s , el sentido de esta d e d i c a t o r i a q u e ,
c o m o se h a d i c h o , e s t á v i n c u l a d a a l a s i m b o l o g í a l a r r e a n a . E n u n
ensayo que t u v o g r a n i n f l u e n c i a en l a c r í t i c a l i t e r a r i a e s p a ñ o l a desde los a ñ o s sesenta, D á m a s o A l o n s o e s t a b l e c i ó u n a d i f e r e n c i a ent r e " p o e t a s a r r a i g a d o s " y " p o e t a s d e s a r r a i g a d o s " . C o n v i e n e rec u p e r a r esta c l a s i f i c a c i ó n y hacer uso p o r u n m o m e n t o de los
conceptos d e l m a e s t r o de l a e s t i l í s t i c a . Este d e c í a q u e los poetas
a r r a i g a d o s nos ofrecen " u n a s cuantas i m á g e n e s d e l m u n d o , m u y
a r m ó n i c a s o b i e n centradas, o v i n c u l a d a s a u n a n c l a , a u n fijo
3 6
I G N A C I O - J A V I E R L Ó P E Z , " R e o e t i c i ó n e integración en la obra poética de
Emilio Prados", BHS, 62 (1985), p. 382.
"Ingreso. . . " , p. 21; las cursivas son m í a s .
3 7
IGNACIO-JAVIER LÓPEZ
232
NRFH,
X X X V I I
a m a r r e " ; p a r a los desarraigados, e n c a m b i o , " e l m u n d o [. . . ]
es u n caos y u n a a n g u s t i a , y l a p o e s í a u n a f r e n é t i c a b ú s q u e d a de
o r d e n a c i ó n y a n c l a " . E n t r e los p r i m e r o s i n c l u í a a G u i l l é n , Panero, J o s é M a r í a V a l v e r d e y J o s é A n t o n i o M u ñ o z Rojas; entre
los segundos sobresale el n o m b r e de Blas de O t e r o , " q u i e n c o n
m á s l u c i d e z [ . . . ] h a expresado [ . . . ] los datos esenciales d e l p r o b l e m a d e l d e s a r r a i g o " . C o m o i l u s t r a c i ó n de este segundo t i p o
de p o e s í a , l a " d e s a r r a i g a d a " , A l o n s o c i t a los versos i n i c i a l e s de
Ángel fieramente humano, de d o n d e parece h a b e r t o m a d o el concepto m i s m o :
3 8
3 9
U n m u n d o como u n árbol desgajado
U n a g e n e r a c i ó n desarraigada.
Unos hombres sin m á s destino que
apuntalar las ruinas* .
0
I m p o r t a , p a r a l a h i p ó t e s i s a q u í d e s a r r o l l a d a , el p r i m e r o de los
versos citados, f u n d a m e n t a l m e n t e p o r q u e es u n s í m b o l o que t a m b i é n aparece e n P r a d o s c o n u n sentido s i m i l a r al q u e tiene e n el
p o e m a de O t e r o . A este respecto L a r r e a escribe: " T o d o e n este
Jardín Cerrado [sic] g i r a e n t o r n o de u n á r b o l q u e , c u a n d o b i e n l o
s i n g u l a r i c e m o s , r e s u l t a r á el á r b o l de l a V i d a . Ese Á r b o l [ . . . ] es
el h o m b r e [. . . ] es el p u e b l o m i s m o " . Es t a m b i é n u n á r b o l — e n
sus d i m e n s i o n e s de v i d a , h o m b r e y p u e b l o — q u e h a a r r a i g a d o
( m á s p r o p i a m e n t e , q u e h a c o m e n z a d o a a r r a i g a r finalmente) e n
l a n u e v a t i e r r a o, p a r a r e p e t i r las palabras q u e a p a r e c e n e n l a ded i c a t o r i a de Signos del ser, h a c o m e n z a d o a a r r a i g a r " e n su t i e r r a ' ' .
L a d e d i c a t o r i a a l a m a d r e d e l p o e t a a l frente de este l i b r o es, pues,
u n a i n d i c a c i ó n de este t r á n s i t o a l n u e v o espacio: u n l u g a r al q u e
el p o e t a a r r i b a tras l a e x p e r i e n c i a p o é t i c o - m í s t i c a de los l i b r o s a n teriores.
E n f u n c i ó n de l o a n t e r i o r , p u e d e decirse que, hasta cierto p u n t o , t o d a l a p o e s í a q u e P r a d o s escribe e n el e x i l i o supone u n a b ú s q u e d a de a r r a i g o . P r i m e r o e n l a t i e r r a a m e r i c a n a ; y , m á s t a r d e ,
en u n a t i e r r a sin tierra, en u n a realidad transfigurada. Blanco
A g u i n a g a h a descrito el p r i m e r o de estos procesos, destacando l a
4 1
3 8
D Á M A S O A L O N S O , " P o e s í a arraigada y poesía desarraigada", en Poetas
españoles contemporáneos, Gredos, Madrid, 1965, pp. 345 y 349.
Ibid., p. 351.
B L A S D E O T E R O , Ángel fieramente humano. Redoble de conciencia, Losada,
Buenos Aires, 1973, p. 11.
"Ingreso. . . " , p. 14.
3 9
4 0
4 1
NRFH,
X X X V I I
MÍSTICA Y T R A N S F I G U R A C I Ó N E N L A R R E A Y PRADOS
233
i m p o r t a n c i a de u n p o e m a de Penumbras I, t i t u l a d o ' ' V u e l t a a M é x i c o " , c o m o e x p r e s i ó n del p r i m e r m o m e n t o del hallazgo de l a nuev a r e a l i d a d . E n este p o e m a P r a d o s h a b l a de dos paisajes, u n o
r e c i é n d e s c u b i e r t o ( " ¡ T o d o el c a m p o era u n a j o y a ! " ) , el o t r o i n tuido t o d a v í a , naciendo:
4 2
( O t r o paisaje, en m i pecho,
iba e n c e n d i é n d o m e el d í a ,
t a m b i é n a medio lograr
por m i memoria perdida. . . )
(PC, t . l , p. 780).
Q u i s i e r a d e t a l l a r a h o r a e j e m p l o s c o r r e s p o n d i e n t e s al segundo
proceso m e n c i o n a d o , ejemplos q u e p r o c e d e n de Sonoro enigma, p r i m e r l i b r o p u b l i c a d o p o r P r a d o s e n E s p a ñ a tras l a g u e r r a , aparec i d o e n Papeles de Son Armadans en 1 9 5 8 . P a r t i e n d o de m o t i v o s
t r a d i c i o n a l e s en l a p o e s í a e s p a ñ o l a (se c i t a n versos de Q u e v e d o ,
S a n J u a n de l a C r u z y J o r g e M a n r i q u e ) , el poeta expresa el peso
de l a t r a d i c i ó n , e n t e n d i d o é s t e c o m o u n e l e m e n t o q u e h a acabado
p o r i n t e g r a r s e e n su p r o p i a v o z , i n c l u s o e n el silencio t r a s t e r r a d o
del exilio:
43
¿ Q u é peso oscuro, luz,
como u n silencio desalado,
t i r a de m í hacia el fondo
de t u velocidad, y me unifica
en sólo u n acto de su cuerpo?
(PC, t. 2, p. 6 7 9 ) .
E s t a v o z se i n t e g r a e n l a d e l p o e t a de u n m o d o a n á l o g o a c o m o
el c u e r p o de L a r r e a era s e n t i d o , en el p o e m a " T r a n s c a r n a c i ó n " ,
en t a n t o que h e r e n c i a , es d e c i r , e n t a n t o que c o r p u s - c u e r p o transm i t i d o y transmisible. A s í , dice Prados:
Sin forma estoy tendido,
aislado al pensamiento que enlazaba
m i destino a t u paz. Sin t u a r m o n í a
—en luz latente— tiempo soy de u n canto
ajeno a m í y en movimiento.
G i r o denso con él y hundido estoy
4 2
4 3
C A R L O S B L A N C O A G U I N A G A , art.
cit.,
Poesías completas, t. 2 , pp. 6 7 7 - 6 8 6 .
pp.
62-63.
234
NRFH,
IGNACIO-JAVIER LÓPEZ
X X X V I I
al centro, tan contrario, de su memoria
que, presencia real de m í , m i ausencia
en él, es u n i d a d que me ha robado.
P o s t e r i o r m e n t e , e n el m i s m o p o e m a , reelaborando los versos " ¡ A h
de l a v i d a ! ¿ N a d i e m e responde?. . . " , de Q u e v e d o , el poeta, sint i é n d o s e y a i n t e g r a d o p o r l a t r a d i c i ó n — " o l v i d a d o " e n ella c o n
el o l v i d o ( " Q u e d é m e y o l v i d é m e " ) de San J u a n — c o n c l u y e :
Olvidado, recupero
de m i unidad la luz, y veloz subo
en ella y le respondo:
¡Ah de la vida!
Este m i s m o o l v i d o , e n fin, e i d é n t i c a i n t e g r a c i ó n aparece e n o t r o
p o e m a del v o l u m e n , e n el q u e los versos reelaborados son esta
vez de San J u a n :
sin c o n d i c i ó n , u n m u n d o entre sus nombres
habla —sus nombres atravieso— y siento. . .
" U n no sé q u é que quedan balbuciendo".
(PC,
p. 684).
F i n a l m e n t e , l a " t r a n s c a r n a c i ó n " , en su r e f o r m u l a c i ó n larreana
c o m o " t r a n s f i g u r a c i ó n " , aparece e n los p o e m a s d e l ú l t i m o l i b r o
de P r a d o s , q u e r e c i b i ó el t í t u l o p o s t u m o de Cita sin límites. E n él
las nociones l a r r e a n a s , expresadas e n el p r ó l o g o a Jardín cerrado,
" I n g r e s o a u n a t r a n s f i g u r a c i ó n " , son y a elaboradas de u n m o d o
consciente. D i c e el poeta, en el p o e m a " A veces v o y despierto
fechado el 12 de d i c i e m b r e de 1 9 6 1 , y r é p l i c a p o é t i c a de " E l d o r m i d o e n l a y e r b a " de Jardín cerrado, l o siguiente:
M e he dado a luz, sin piel,
m ú l t i p l e e inconforme.
u n enjambre espesísimo de razas
—momento de hoy—,
trozo colgante en plena vida abierta soy.
E l estar no lo siento.
M e cerraron los ojos: no los tengo.
M i pensamiento fue libado en color,
NRFH,
X X X V I I
M Í S T I C A Y T R A N S F I G U R A C I Ó N E N L A R R E A Y PRADOS
235
en ausencia,
en mancha ciega,
en v i b r a c i ó n de espalda.
Así voy por la calle despierto.
(PC,
p . 987).
A s u m i e n d o , p o r ú l t i m o , el m o m e n t o de l a m u e r t e c o m o m o m e n t o de e n c u e n t r o de l a l u z — y n o se o l v i d e q u e l a r a í z de l a p a l a b r a
" l u z " es, s e g ú n L a r r e a , l a m i s m a que l a de " d i v i n i d a d " : " R e c u é r d e s e q u e l a r a í z Div, de d o n d e p r o v i e n e n nuestras palabras
Dios y Divinidad, significa luz"* —, el p o e t a aparece
finalmente
d e s p i e r t o en los versos siguientes:
4
L a luz me ha dado en ella así:
sin piel,
elaborado en u n espejo.
(PC, p . 987).
D e b e m e n c i o n a r s e , n o obstante, q u e este desenlace y a h a b í a sido
a n t i c i p a d o p o r L a r r e a e n su p r ó l o g o de 1946, d o n d e dice:
T o d o ello [el m u n d o presentado en el conjunto de i m á g e n e s de Jardín cerrado] constituye u n complejo o r g á n i c o de metamorfosis que,
con miras al despertar, cruza coordenadamente las regiones humanas m á s r e c ó n d i t a s , hasta dar con el punto donde efectúa su cometido instrumental la m u e r t e .
45
P a r a c o n c l u i r , l a i m p o r t a n c i a de l a figura de J u a n L a r r e a par a el c o r r e c t o e n t e n d i m i e n t o de algunos de los poetas del g r u p o
del 27 h a sido r e p e t i d a e n n u m e r o s a s ocasiones. N o obstante, estas a f i r m a c i o n e s t e n í a n e n c u e n t a p r i o r i t a r i a , y a m e n u d o e x c l u s i v a m e n t e , l a p o e s í a d e l v i s i o n a r i o vasco, c o n o c i d a de los d e m á s
a u t o r e s p o r los poemas q u e é s t e p u b l i c a e n Favorables París poema,
Grecia, Carmen y otras i m p o r t a n t e s revistas de p o e s í a del p e r i o d o .
S i n n e g a r esta i n f l u e n c i a , que h u b o de e x i s t i r , creo q u e , c o m o se
h a i n t e n t a d o m o s t r a r a n t e r i o r m e n t e , cabe h a b l a r de o t r a i n f l u e n cia m á s d i r e c t a a t r a v é s de l a t e o r í a p o é t i c a del a u t o r de Versión
celeste.
L a i m p o r t a n c i a de d i c h a t e o r í a e n el caso p a r t i c u l a r de P r a dos es o b v i a , r e s u l t a n d o p a r t i c u l a r m e n t e s i g n i f i c a t i v a a p a r t i r de
4 4
4 5
" I n g r e s o . . . " , p. 19.
Ibid., p. 15.
236
IGNACIO-JAVIER LÓPEZ
NRFH,
X X X V I I
1946. E l p r ó l o g o q u e L a r r e a escribe p a r a Jardín cerrado p e r m i t i ó
q u e l o q u e a n t e r i o r m e n t e se presentaba c o m o " p r o d i g i o s a s [ p e r o ]
desatinadas i n t u i c i o n e s " en l a p o e s í a del m a l a g u e ñ o , f u e r a finalm e n t e d e s a r r o l l a d o de u n m o d o o r g á n i c o . E n los l i b r o s finales de
P r a d o s , sin d u d a a l g u n a los m á s o r g á n i c o s de su p r o d u c c i ó n , l a
presencia de conceptos p o é t i c o s l a r r e a n o s es e v i d e n t e , y u n a lect u r a de l a p o e s í a d e l a u t o r de La piedra escrita q u e preste a t e n c i ó n
a d i c h o s conceptos h a b r á de ser s i n d u d a f r u c t í f e r a p a r a desentrañ a r u n o s textos q u e , de o t r o m o d o , r e s u l t a n a m e n u d o oscuros
y , e n ocasiones, casi i m p e n e t r a b l e s .
IGNACIO-JAVIER LÓPEZ
University of Virginia
Descargar