N U E V A REVISTA DE FILOLOGÍA HISPÁNICA AÑO I X NÚM. 2 SOBRE L A O R I G I N A L I D A D R E N A C E N T I S T A EN E L ESTILO DE GUEVARA* A m i querido maestro Américo Castro en sus setenta años. A l calificar de "renacentista" l a p e r s o n a l i d a d literaria de G u e v a r a se e n t r a e n u n t e r r e n o h i s t o r i o g r á f i c o p a r t i c u l a r m e n t e p o l é m i c o , y a q u e d e s d e p r i n c i p i o s d e l s i g l o x x n u m e r o s o s i n v e s t i g a d o r e s d e las m á s diversas d i s c i p l i n a s h a n tratado de refutar e l concepto de R e n a c i m i e n t o elaborado por M i c h e l e t y por Burckhardt. L a atención de a l g u n o s d e e l l o s se h a c o n c e n t r a d o s o b r e t o d o e n e l p r o b l e m a q u e atañe más directamente a l a historia literaria: el pretendido "descubrimiento del individuo", rasgo esencialmente característico del h o m b r e r e n a c e n t i s t a s e g ú n los d o s g r a n d e s h i s t o r i a d o r e s c i t a d o s . S i n e m b a r g o , pese a l o s a r g u m e n t o s d e h i s t o r i a d o r e s t a n i l u s t r e s c o m o H u i z i n g a , q u e negaba tajantemente l a validez de l a interpretación de B u r c k h a r d t , la tendencia actual más autorizada d e l pensamiento filosófico e h i s t o r i o g r á f i c o se i n c l i n a a c o m p a r t i r e n l o f u n d a m e n t a l l a famosa caracterización d e l R e n a c i m i e n t o ( " i n c o n m o v i b l e " según Cassirer). L a novedad renacentista, en cuanto a la debatida cuestión d e l a c o n c i e n c i a d e l a i n d i v i d u a l i d a d , se m a n i f i e s t a n o t a n t o e n e l c o n t e n i d o m i s m o de l a revelación autobiográfica c o m o e n su significación "funcional". Así, para refutar lo mantenido por Huizinga respecto a l a antigüedad d e l sentimiento personalista d e l h o m b r e d e l R e n a c i m i e n t o , s e m e j a n t e p a r a él a l d e A b e l a r d o y J u a n d e S a l i s b u r y , C a s s i r e r s e ñ a l a b a q u e e l s e n t i d o d e las f o r m u l a c i o n e s d e B u r c k h a r d t p o d í a r e s u m i r s e e n los siguientes t é r m i n o s : l a p r e s e n t a c i ó n , b i o g r á fica o a u t o b i o g r á f i c a , d e u n a figura i n d i v i d u a l , como t a l figura i n d i v i d u a l , n o había a d q u i r i d o hasta l a época renacentista u n v a l o r teórico u n i v e r s a l . E l j u i c i o t e r m i n a n t e y p r o h i b i t i v o de H u i z i n g a — " V a n o 1 * Este artículo forma parte de u n estudio en curso de redacción, El y su estilo: 1 de Guevara a Ortega y ensayista Gasset. Véase l a referencia de CASSIRER a Burckhardt en su l i b r o Individuum Kosmos in der Philosophie der Renaissance, Berlín, 1927, p. 37 (p. 55 en und la trad. esp., Buenos Aires, 1951). Utilizamos también su artículo "Some remarks NRFH, JUAN MARIGHAL H4 intento el de definir al «hombre del R e n a c i m i e n t o » d e b e , IX pues, aceptarse sólo c o m o u n consejo p r u d e n t e e i n c l u s o c o m o u n i n c e n t i v o hacia l a precisión p a r t i c u l a r i z a d o r a . E l h i s t o r i a d o r de l a liter a t u r a h a de tratar, e n consecuencia, de captar concretamente las diversas formas q u e t o m ó en el m u n d o o c c i d e n t a l l a n u e v a n o c i ó n ("funcional") de la individualidad, utilizando la exposición de B u r c k h a r d t c o m o u n a m p l i o m a r c o v i s u a l . E n e l c a m p o d e l ensayism o , l a f u n c i ó n i n n o v a d o r a d e l yo l i t e r a r i o h a de enlazarse c o n la s i t u a c i ó n v i t a l d e l e s c r i t o r y c o n las c o n d i c i o n e s h i s t ó r i c a s d e s u p r o p i o m u n d o : se v e r á e n t o n c e s q u e e l g i r o r e n a c e n t i s t a se m a n i f i e s t a v i s i b l e m e n t e e n l a a c t i t u d d e l e s c r i t o r a n t e sí m i s m o , e n s u i d e o l o gía social y en su orientación religiosa. L a m a y o r í a d e l o s h i s t o r i a d o r e s d e l a l i t e r a t u r a q u e se h a n o c u p a d o d e l " e n s a y o " c o n c u e r d a n e n a t r i b u i r a A n t o n i o de Guevara u n rango especial, el d e l i n i c i a d o r c o l o m b i n o d e l género en España y hasta en toda l a E u r o p a occidental. S i n g u l a r m e n t e , A m é r i c o Cas- t r o , e n s u e s t u d i o " U n h o m b r e y u n estilo d e l s i g l o x v i " . (1945), h a señalado q u e G u e v a r a fue el antecedente literario de Feijóo, de L a r r a y e n g e n e r a l d e l o s e n s a y i s t a s c o n t e m p o r á n e o s d e l e n g u a castellana . 2 P o r o t r a parte, el creciente interés de muchos eruditos e n m a r c a r l a c o n t i n u i d a d de l a l i t e r a t u r a e u r o p e a m o d e r n a respecto a l a h e r e n c i a c l á s i c a y a l a t r a d i c i ó n m e d i e v a l h a h e c h o q u e se p r e sente a G u e v a r a c o m o u n h á b i l d i v u l g a d o r e n castellano d e l a c e r v o retórico latino: M a r í a R o s a L i d a de M a l k i e l h a hecho patente el enlace d e l obispo castellano c o n l a ideología y c o n el sistema expresivo de l a E d a d M e d i a . Estas dos i n t e r p r e t a c i o n e s , a pesar de su o p o s i c i ó n a p a r e n t e , n o se c o n t r a d i c e n , p u e s t o q u e l a g r a n o r i g i n a l i d a d d e G u e v a r a consiste precisamente e n l a creación de u n a o b r a literaria de estricto carácter renacentista s i n r o m p e r l a c o n t i n u i d a d medieval. A ú n más, G u e v a r a , c o m o en otro nivel muy superior Nicolás de C u s a , según h a mostrado Cassirer, p u e d e desempeñar t a n ón the question o£ the originality of the Renaissance", JHI, 4 (1943), 49-56. E l artículo de HUIZINGA, "Das Problem der Renaissance", Italien, 1 (19271928), se encuentra ahora en el tomo El concepto de la historia y otros ensayos, México, 1946, pp. 101-155. Véase también l a exposición bibliográfica de NORMAN NELSON, "Individualism as a criterion of the Renaissance", JEGPh, 32 í ^ ^ ) » 3 ^"334- Para el concepto de función, J . FERRATER MORA, El hombre en la encrucijada, Buenos Aires, p p . 178-179. Recuérdese l a frase (auto-defensiva) de U n a m u n o : " n o hay opiniones sino opinantes" ( " M i religión", Ensayos, t. 2, M a d r i d , 1945, p. 367). E l trabajo de A . CASTRO en BICC, 1 (1945), 46-67, y en versión inglesa 1 1 2 ampliada, Antonio de Guevara: El villano del Danubio y otros fragmentos, Princeton, 1945. Véanse también sus Aspectos del vivir hispánico, Santiago de Chile, 1949, p p . 155-156. L a indicación de página en las citas de Guevara refieren, cuando no se indique su procedencia, a l a edición de José María de Cossío, Libro primero de las Espistolas familiares, M a d r i d , t. 1, 1950, y t. 2, 1952. NRFH, IX SOBRE EL ESTILO DE GUEVARA b i e n su papel i n n o v a d o r porque vive y opera espiritualmente d e n t r o d e l c o n j u n t o d e las i d e a s y c r e e n c i a s t r a d i c i o n a l e s . Se t r a t a e n e s t e 3 caso, n o d e l a i n d u d a b l e p r e s e n c i a d e u n f o r m u l a r i o r e t ó r i c o , sino de su función en el estilo y en l a p e r s o n a l i d a d l i t e r a r i a de G u e v a r a . M i e n t r a s la retórica m e d i e v a l era sobre todo el tejido conjuntivo de la actividad intelectual y de la v i d a institucional, en G u e v a r a se transforma en i n s t r u m e n t o de "organización" personal. L a elocuenc i a p i e r d e así s u c a r á c t e r a n ó n i m o y u t i l i t a r i o a l c o n v e r t i r l a G u e vara en p r o p i a sustancia i n d i v i d u a l : se i n v e n t a b a a sí m i s m o al " d e r r a m a r s e " e n f o r m a t o r r e n c i a l p o r los cauces retóricos seculares. ¿ N o es y a b a s t a n t e , c o m o d e c í a B u r c k h a r d t d e C e l l i n i , q u e Guevara sea u n t e m a p a r a l a e t e r n i d a d histórica? E l e m p l e o de u n a retórica t r a d i c i o n a l puede dificultar l a expresión personal autobiográfica y el d i s c u r r i r " c o n v e r s a c i o n a l " d e l ensayista. P e r o , e n G u e v a r a , los c e r e m o n i a l e s de l a e l o c u e n c i a r e s u l t a r o n beneficiosos al hacer que la exhibición personal, siempre peligrosa p a r a l a creación l i t e r a r i a , c o b r a r a d i g n i d a d artística. A d e m á s , e l c o n cepto y l a realización de la i n d i v i d u a l i d a d h u m a n a responde pre a las p o s i b i l i d a d e s d e "expansión" personal ofrecidas siempor m o m e n t o h i s t ó r i c o y p o r l a c u l t u r a n a c i o n a l : así, e l f r e n e s í el verbal de G u e v a r a correspondía al entusiasmo renacentista p o r la p a l a b r a y su expresión autobiográfica tenía que darse dentro del marco l e g i t i m a d o r de l a Iglesia y de l a n o b l e z a . A h o r a c o n v i e n e tener p r e sente, sobre todo, l a f u n c i ó n p a r a l e l a de l a retórica e n G u e v a r a , l a que podría denominarse "legitimación" verbal: para "desnudarse", r e l a t i v a m e n t e es v e r d a d , e n p ú b l i c o , e l o b i s p o t e n í a q u e u n g i r s e a sí m i s m o c o n las f ó r m u l a s d e l a t r a d i c i ó n r e t ó r i c a y c o n las c o n s t a n t e s a l u s i o n e s a l a ( i m a g i n a r i a e n s u caso) e r u d i c i ó n " c l á s i c a " . E n a l g u n a s de las interpretaciones sugerido que contemporáneas el humanismo pudo del Renacimiento constituir para los se ha "patricios" italianos u n a f o r m a de afirmarse, literaria y socialmente, frente a l a aristocracia: al realzar la condición genérica del h o m b r e , el intelect u a l renacentista q u i e r e rebajar a la nobleza y elevar a su p r o p i a c l a s e y a sí m i s m o . E s t e f u n c i o n a m i e n t o d e l h u m a n i s m o 4 aparecía e n l a o b r a y e n l a v i d a de M o s é n D i e g o de V a l e r a y de P u l g a r : los E l estudio de MARÍA ROSA LIDA, "Fray A n t o n i o de Guevara", en RFH, 7 (1945)» 346-388. L a referencia a Nicolás de Cusa (tema central de su estudio) en CASSIRER, op. cit., p. 37. E l l i b r o de ALFRED VON MARTIN, Soziologie der Renaissance, Stuttgart, 1932 (hay trad. esp., México, 1946), contiene algunas sugerencias importantes en este sentido, pero, en general, los historiadores del Renacimiento consideran excesivamente abstracta y arbitraria su interpretación. Convendría, por otra parte, examinar la cuestión de la equivalencia histórica de "burgueses" y "hebreos" en España. Asimismo, la función del patriciado castellano (o catalán) en la formación del Renacimiento español. L a guerra de las Comunidades, a que se ha aludir luego, ¿no revelaría acaso la presencia política de algunas familias "patricias" (los Padilla, por ejemplo)? 3 4 ii6 NRFH, IX JUAN MARICHAL d o s e s c r i t o r e s d e o r i g e n h e b r e o se r e s p a l d a b a n a g r e s i v a m e n t e e n t e x t o s b í b l i c o s y e n las r e f e r e n c i a s g r e c o l a t i n a s p a r a r e c l a m a r y e j e r c i t a r s u d e r e c h o a l a " v o z " l i t e r a r i a ; a t o d o s se h a d e o í r c u a l q u i e r asunto colectivo, puesto q u e en los h o m b r e s s o n i g u a l e s y t o d o l o h u m a n o les c o n c i e r n e p o r i g u a l . E n G u e v a r a , e n c a m b i o , e l r o p a j e l i t e r a r i o s u p u e s t a m e n t e h u m a n i s t a es e m p l e a d o s i v a m e n t e defen- como u n instrumento favorecedor de la desnivelación s o c i a l : e l o b i s p o c a s t e l l a n o , q u e se s e n t í a u n déclassé, c o m o se h a d e ver inmediatamente, aspiraba a incorporarse espiritual y mente a la aristocracia al identificar su exhibición literaria- personal c o n los p r i v i l e g i o s d e l a sangre. E n m a r c a d o contraste c o n dos d e sus contemporáneos, d o n Francesillo de Zúñiga y el doctor López de V i l l a l o b o s ( h e b r e o s c o n v e r s o s ) , q u e l e g i t i m a b a n sus r e v e l a c i o n e s a u t o b i o g r á f i c a s y sus o b s e r v a c i o n e s s a t í r i c a s m e d i a n t e u n i n d i g n o t o n o bufonesco, A n t o n i o de G u e v a r a ostentaba lujosamente su y o como u n s i g n o r e v e l a d o r d e s u d e s e a d a p e r t e n e n c i a a l a clase s o c i a l d o m i n a n t e : s u p a p e l c o r t e s a n o y l i t e r a r i o d e bouffon de haute ( c o m o le l l a m a b a R e n e Costes) e r a t a m b i é n u n a f o r m a de lignée identifi- cación social . 5 A n t o n i o de G u e v a r a fue, social y l i t e r a r i a m e n t e , u n h o m b r e m u y representativo d e l tránsito renacentista de l a h i s t o r i a española, u n a d e esas figuras segundonas de toda época que la retratan por su c o n c o r d a n c i a ( e n v e z d e p o r c o n t r a s t e , c o m o s u c e d e e n e l caso d e l o s g r a n d e s h o m b r e s ) c o n l a m a n e r a d e ser d e las g e n t e s d e u n s i g l o . N a c i d o probablemente entre por lo tanto a l a generación d e l malogrado príncipe d o n J u a n — , era 1475 y 1480 — p e r t e n e c i e n t e de f a m i l i a aristocrática, p e r o de l a r a m a n a t u r a l : su p a d r e había s i d o h i j o ilegítimo de Beltrán d e G u e v a r a , polígamo señor de E s c a l a n t e . 6 RENE COSTES, Antonio de Guevara, fase. 2, Paris, 1926, pp. 196-197. Parece bastante verosímil que Guevara haya utilizado no sólo las cartas latinas de Villalobos, publicadas en 1514, sino también las castellanas, inéditas hasta 1886. H a y entre los dos escritores algunas semejanzas importantes que señalaremos en otro trabajo. E l artículo de J . GIBBS, " T h e birthplace and family of fray A n t o n i o de Guevara", MLR, 46 (1951), 253-255, contiene datos extraordinariamente i m portantes para l a biografía de Guevara. Cita el texto siguiente de doña MARÍA DE GUEVARA MANRIQUE, en su obra Memorial de la casa de Escalante y servicios de ella, Valladolid, 1656: " Y tuvo por hijos naturales a don J u a n Beltrán, padre de don fray A n t o n i o de Guevara, obispo de Mondoñedo y cronista d e l Emperador, que nació en l a v i l l a de Treceno". L a autora citada se fundaba, a l establecer l a filiación de los Guevara, en el testamento del abuelo de nuestro escritor. Se da también u n dato igualmente importante: el doctor Guevara n o era hermano, sino primo del Obispo; y su padre había sido también hijo natural: " Y [tuvo] a don Fernando de Guevara, hijo de Teresa Ruiz, padre que fue del doctor Guevara, que fue del Consejo de Cámara del Señor Emperador, y muy su v a l i d o . . . " L a biografía de Guevara está, pues, por hacer, como l a de tantas figuras históricas españolas. 5 6 NRFH, La IX 117 SOBRE EL ESTILO DE GUEVARA i l e g i t i m i d a d d e l padre de A n t o n i o de G u e v a r a , algo por otra parte e n las g r a n d e s frecuente familias de la aristocracia europea renacentista, conviene tenerla presente para c o m p r e n d e r su insistencia y su ostentación al referirse a su p r o p i a nobleza: "Yo, señora, soy . . . e n l i n a j e de G u e v a r a . . . " ; " p r i m e r o h u b o condes e n G u e v a r a q u e n o r e y e s e n C a s t i l l a " . C o n esto, q u e p a r e c í a d e m a l g u s t o o f e n s i v o a l b a c h i l l e r P e d r o R h ú a y a sus a m i g o s repetida enumeración ("les e r a o d i o s a l a m u y de su n o b l e y antigua prosapia, c o m o gancia"), reiteraba G u e v a r a sobre ción y de participación arro- todo su v o l u n t a d de identifica- sociales, f u n d á n d o l a en u n a conciencia " c l a n " f e u d a l . L o s datos más significativos de l a biografía de de Gue- v a r a r e a f i r m a n s u situación m a r g i n a l d e n t r o de l a a r i s t o c r a c i a española, q u e d a n d o p o r l o tanto c o m p r o b a d a l a interpretación de A m é r i c o C a s t r o respecto a l " c o m p l e j o de i n f e r i o r i d a d " d e l a u t o r de Epístolas familiares. las Pasó su adolescencia y m o c e d a d e n l a corte isa- b e l i n a , j u n t o a su tío, m a y o r d o m o de l a R e i n a , s i n h a b e r pertene- c i d o a l g r u p o de los j ó v e n e s aristócratas c o m p a ñ e r o s d e l p r í n c i p e d o n J u a n . H a c i a los v e i n t i c i n c o años ingresó en la orden franciscana, p r o b a b l e m e n t e p a r a seguir el e j e m p l o de otros " a r r e p e n t i d o s " cortesanos, pero regresó luego a la corte como cronista y i m p e r i a l . E n 1527, a p a r e n t e m e n t e ción e n las c a m p a ñ a s Granada predicador para p r e m i a r l e p o r su participa(1525) y de ( 1 5 2 6 ) , C a r l o s V h a c í a q u e se l e o t o r g a r a e l o b i s p a d o de cristianización de V a l e n c i a de G u a d i x , cuyas rentas e r a n ínfimas comparadas c o n las d e m á s pro- vincias episcopales (sólo M o n d o ñ e d o , s e d e f u t u r a d e G u e v a r a , L u g o y menores Almería tenían ingresos). Pero este n o m b r a m i e n t o se d e b i ó quizá a l a i n f l u e n c i a d e l aristócrata cuyos d o m i n i o s c o l i n d a ban c o n el obispado, el M a r q u é s de Cénete: u n o de los sucesores d e G u e v a r a , a l r e i n i c i a r u n a n t i g u o p l e i t o e n 1550 c o n t r a e l n o b l e vecino, recordaba q u e el m a y o r d o m o del Marqués era u n d e G u e v a r a , a l o c u a l se a t r i b u í a e l t r a s l a d o d e l o b i s p o hermano predecesor, r e a c i o a s o m e t e r s e a l a r i s t ó c r a t a . E n e l m i s m o d o c u m e n t o se a c u s a b a a Guevara de extrema docilidad, en perjuicio del obispado, p e c t o a las d e m a n d a s d e l M a r q u é s d e C é n e t e . E l c a m b i o e n 1537 Guadix a Mondoñedo resde (sede o c u p a d a h a s t a e n t o n c e s p o r u n p a r i e n t e ) n o f u e t a m p o c o u n " a s c e n s o " , p u e s t o q u e las r e n t a s d e l a p r o v i n c i a g a l l e g a e r a n i n f e r i o r e s a las d e l a a n d a l u z a . A s í se e x p l i c a , p o r o t r a p a r t e , q u e s o l i c i t a r a e n 1540 l a c a n o n j í a m a g i s t r a l d e l a c o l e g i a t a d e Valladolid ( c o n g r a n s o r p r e s a r e t r o s p e c t i v a d e u n o d e sus recientes biógrafos franciscanos), s i n conseguir s i q u i e r a q u e su n o m b r e figu- r a r a entre los opositores. E l prestigio eclesiástico de G u e v a r a n o era, m a n i f i e s t a m e n t e , m u y g r a n d e : t o d o s estos d a t o s r e v e l a n s u s i t u a c i ó n m a r g i n a l l o m i s m o d e n t r o de la nobleza q u e en la Iglesia española . 7 Para lo relativo al obispado de Guadix, véase COSTES, op. cit., fase. 1, p. 39. Respecto a la canonjía de Valladolid, P. LINO CAÑEDO, "Guevara, obispo de M o n 7 ii8 JUAN MARICHAL NRFH, I X L a revelación autobiográfica de G u e v a r a respondía, p o r l o tanto, a u n sincero deseo de confesión r e l i g i o s a c o m o a u n afán de i n c o r poración social: a l hacer de su v i d a materia autobiografiable, seguía santos e j e m p l o s eclesiásticos y n o transgredía n u n c a las n o r m a s d e l c o m p o r t a m i e n t o aristocrático. Sus reiteradas autoacusaciones ("Yo m i s m o a m í m i s m o q u i e r o p e d i r cuenta de m i v i d a . . . " ) , aparte d e proceder directamente de la tradición agustiniana, n o desvirtuaban su " d e f e n d i d a " condición noble, puesto q u e q u e d a b a n dentro de los límites impuestos p o r l a reserva t r a d i c i o n a l de l a aristocracia. " N o l o o a l caballero q u e p i e r d e l a vergüenza, n i l o o a l q u e escribe s i suelta l a p l u m a , n i l o o a l q u e predica si suelta l a lengua", declaraba c o n a u t é n t i c a s i n c e r i d a d ( p r ó l o g o a l Menosprecio de corte . ..), q u i z á r e v e l a n d o más q u e n a d a s u aspiración a saber contenerse "noble- m e n t e " . E s c i e r t o q u e u n o de los b u f o n e s de l a corte d e C a r l o s V , e l cristiano n u e v o Francesillo de Zúñiga, le l l a m a b a —recogiendo posiblemente u n a opinión general y expresando, sin duda, su singular doñedo", A1A, 2* época, 6 (1946), 311-313. Pudiera ser también que fueran los Guevara u n a familia o " c l a n " emparentado con hebreos, como apuntaba M . R . LIDA, art. cit., p. 348. MOREL-FATIO cita l a acusación de Lorenzo Galíndez de Carvajal contra su colega el D r . Guevara: pone en duda l a "limpieza" de su sangre y recoge el rumor de que su mujer era conversa (Historio graphie de Charles-Quint, París, 1913, p. 25, n. 2). E n el texto citado por GIBBS se afirma q u e el D r . Guevara "desciende de grandes caballeros", tras indicar que su padre era hijo natural de d o n Beltrán de Guevara. ¿No sería esto una defensa de l a "pureza" de su sangre? P o r otra parte, l a historia contemporánea más reciente muestra cuan fácilmente se puede acusar, e incluso condenar, a una persona atribuyéndole arbitrariamente "manchas" políticas o sociales. E n cuanto a la situación del Guevara joven en l a corte de Isabel, cuyo mayordomo era don Ladrón de Guevara, no es necesario recurrir al origen ilegítimo de su padre (como hace Gibbs) para explicar su "apartamiento". Los mayordomos no eran, en general, aristócratas distinguidos por el linaje o por sus riquezas, según se desprende de l a obra de GONZALO FERNÁNDEZ DE OVIEDO, Libro de la cámara real del principe don Juan, Bibliófilos Españoles, M a d r i d , 1870, particularmente pp. 5-7. Fernández de Oviedo no • menciona desde luego a. Guevara entre los compañeros del príncipe d o n J u a n ; se refiere, de paso, a "Guevara, mayordomo de l a r e i n a " (p. 92). Señala también que d o n L u i s de Torres, hijo del condestable Lucas de Iranzo, y otros cortesanos ingresaron en l a orden franciscana o en l a jerónima al morir el príncipe. E l ingreso de Guevara en l a orden franciscana se explica también por razones familiares, pues su bisabuelo paterno había fundado en Escalante u n "convento de frailes franciscos" (GIBBS, p. 253). Convendría investigar en qué medida los franciscanos fueron u n "refugio" para los conversos; véase, por ejemplo, FRANCISCO LÓPEZ DE VILLALOBOS, Algunas obras . . . , Bibliófilos Epañoles, M a d r i d , 1886, pp. 165-177. Villalobos reprochaba al general de l a orden, el español fray Vicente L u n e l , que los franciscanos rechazaran a los conversos, en contraste con su actitud tradicional: "antes en las tablas de vuestro navio escaparon muchos del naufragio" (p. 167). L a carta de V i l l a lobos alude también satíricamente a los franciscanos que " n o quieren que haya letrados n i hombres de sustancia en l a orden" y se refiere a los "que estiman mucho l a honra porque l a ganaron con el hábito" (p. 172). Es, pues, probable que Guevara se acogiera a los franciscanos por considerar que su "carrera" sería más fácil. NRFH, IX SOBRE EL ESTILO DE GUEVARA m o r d a c i d a d (y h a s t a s u d e s p e c h o y e n v i d i a " p r o f e s i o n a l e s " ) — " p r e d i c a d o r p a r l e r i s t a " y " g r a n d e c i d o r de t o d o l o q u e le p a r e c í a " (BAAEE, t. 3 6 , p . 5 2 ) . E l m i s m o G u e v a r a se u f a n a b a e n m a n i f e s t a r q u e era u n h o m b r e de carácter expansivo y n a d a temeroso: " A l g u n o s d e l o s q u e a q u í estáis y a c o n o c é i s m i c o n d i c i ó n , y a u n m i c o n v e r s a ción, y t a m b i é n sabéis l a l i b e r t a d q u e suelo tener e n e l h a b l a r y l a o s a d í a e n e l p r e d i c a r " (t. 1, p . 3 2 4 ) . D e s u n a t u r a l v e r b o s i d a d , e v i d e n t e e n s u m i s m a a c t i v i d a d o r a t o r i a , n o se p u e d e d u d a r , n i t a m p o c o d e b e c o n s i d e r a r s e e x a g e r a d a s u p r e t e n d i d a " o s a d í a " : ésta r e s p o n d í a también a su v o l u n t a d de identificación social. G u e v a r a era u n t e m peramento extravertido, agitado p o r u n a i n q u i e t u d p e r m a n e n t e : " a n d o p o r esta c o r t e d e r r a m a d o " , d e c í a e n u n a d e sus e p í s t o l a s d é l a m e n t a c i ó n d e l a v i d a c o r t e s a n a (t. 1, p . 2 3 8 ) , e m p l e a n d o l a p e c u l i a r c o n s t r u c c i ó n v e r b a l h i s p á n i c a andar derramado, tan fielmente d e s c r i p t i v a d e s u p e r s o n a l i d a d . E l p a r t i c i p i o derramado (adjetivado t a m b i é n e n " m o z o d e r r a m a d o " , c o m o se l l a m a b a e n u n t e x t o d e l siglo x v i a A n t o n i o Pérez) significaba, según C o v a r r u b i a s , " e l d i v e r t i d o e n m u c h a s cosas o e l p e r d i d o q u e gasta m a l s u h a c i e n d a " . E n A n t o n i o d e G u e v a r a , n o o b s t a n t e las a p a r i e n c i a s , e l derramamiento] tanto en l a f o r m a retórica c o m o e n e l c o n t e n i d o , era, a l c o n t r a r i o , u n m e d i o de ganar su " h a c i e n d a " e n l a sociedad de su t i e m p o y e n e l m á s a l l á : ¿ n o se s a b í a acaso " a d m i n i s t r a r " m u y b i e n a l o c o r t e s a n o y a lo d i v i n o el obispo-escritor? 8 P o r q u e si G u e v a r a era el p r i m e r n o b l e q u e paseaba su y o l i t e r a r i o p o r l a p l a z a p ú b l i c a , n o es m e n o s c i e r t o q u e s u e x h i b i c i ó n e r a u n a t o m a de posesión personal, y su confesión u n a f o r m a ante t o d o d e ejercer el p o d e r secular d e l pecador a r r e p e n t i d o : " . . . los g r a n des p e c a d o r e s c o m o y o , q u e e s t a m o s e n g o l f a d o s e n e l m u n d o ; p o r q u e m i s p a l a b r a s d e m a s i a d a s , y m i s o b r a s d e s a f o r a d a s . . . " (COSTES, op. cit, fase. 2, p . 216). R e v e l a b a , c o n i n d u d a b l e s e n t i m i e n t o c r i s t i a n o , sus p r o p i a s c u l p a s , p e r o éstas e r a n m á s b i e n " p e c a d o s d e c l a s e " , c a s i indispensables p a r a l a ostentación aristocrática. E i n c l u s o a l m a n i festar, e n sus c o m e n t a r i o s s a t í r i c o s y e n sus a l u s i o n e s p e r s o n a l e s , l á q u e él l l a m a b a s u " o s a d í a " , G u e v a r a p r o b a b a a l m u n d o c o r t e s a n o r e n a c e n t i s t a q u e él e r a u n o d e los s u y o s : e n c a d a é p o c a e x i s t e n s i e m p r e " c r í t i c o s " c o m o G u e v a r a , c u y a a s p i r a c i ó n secreta es l l e g a r a s e r a c e p t a d o s p o r l a clase o g r u p o s o c i a l e s q u e c e n s u r a n e n sus e s c r i t o s literarios. E l " m e n o s p r e c i o de c o r t e " era, p o r l o tanto, u n o b l i g a d o gesto táctico de participación social, s i n n i n g ú n f u n d a m e n t o sincero (recuérdese su s o l i c i t u d de l a canonjía de V a l l a d o l i d , l a edificación Véase el estudio de AMADO ALONSO sobre construcciones con verbos de movimiento en español, Estudios lingüísticos (temas españoles), M a d r i d , 1951.. 8 E n el segundo volumen, Estudios lingüísticos (temas hispanoamericanos), 1953, A . Alonso se refería a cómo Guevara había subido "la prosa artística a u n grado tal de transparencia y a la vez de artificiosidad nunca ya sobrepasado" (p. 9). NRFH, JUAN MARICHAL 120 IX d e v a r i a s casas s u y a s e n esta c i u d a d , c e n t r o c o r t e s a n o d e E s p a ñ a e n t o n c e s ) : ¿ n o s e r í a , p o r eso, " l l e v a d o e n p a l m a s p o r l o s c o r t e s a n o s " , c o m o observaba c o n disgusto evidente García M a t a m o r o s en 1553? A d e m á s , e l e s p l e n d o r d e l a o r a t o r i a g u e v a r i a n a c o n s t i t u í a e n sí m i s m o u n a adecuada m u e s t r a de condición aristocrática, puesto q u e e l derroche de palabras ("mis palabras demasiadas") tenía algo de q u e V e b l e n l l a m a b a conspicuous consumption, lo gasto i n ú t i l d e carác- t e r s u n t u a r i o . Se p o d r í a o b j e t a r q u e l o p r o p i o d e l " e s t i l o n o b l e " renacentista, c o m o h a m a n t e n i d o M e n é n d e z P i d a l , era " e l aristocrát i c o d o n a i r e d e l a d i s t i n c i ó n e n l a l l a n e z a . . . : d e c i r las cosas m á s g r a v e s c o n las m á s s i m p l e s p a l a b r a s " . M a s , s i n n e g a r l a c o m p l e t a v a l i d e z d e esta a f i r m a c i ó n — m u y r e v e l a d o r a d e l i d e a l d e " l l a n o d e c o r o " q u e m a t i z a t o d a s las i n t e r p r e t a c i o n e s y r e - c r e a c i o n e s h i s t ó r i c a s d e l g r a n e r u d i t o español, siempre ansioso de encontrar en el pasado h i s p á n i c o rasgos afines a s u p e r s o n a l " m e s u r a " — , c o n v i e n e r e c o r d a r q u e el p r o d i g i o s o éxito de G u e v a r a en el m u n d o cortesano de l a E u r o p a r e n a c e n t i s t a se d e b i ó , en g r a n m e d i d a , a su estilo fastuoso: " l o s c o r t e s a n o s r e f i n a d o s i m i t a b a n e n l a c o n v e r s a c i ó n las c o n q u i s t a s artísticas de l a l e n g u a l i t e r a r i a " , escribía A m a d o A l o n s o a p r o p ó s i t o d e l a i n f l u e n c i a d e G u e v a r a e n e l s i g l o x v i . E l a u t o r d e las familiares prose La e r a , e n este s e n t i d o , u n " n u e v o r i c o " , u n parvenn Epístolas de la c o m o decía H e n r i B r e m o n d . 9 arrogancia n o b i l i a r i a de Guevara, que tanto disgustaba al círculo de modestos hidalgos d e l b a c h i l l e r R h ú a , tenía también e n él características m u y originales, puesto q u e a l identificarse c o n t a n t a insistencia con la aristocracia convertía a su p r o p i a persona literaria e n s í m b o l o s o c i a l : e l y o d e G u e v a r a e r a así u n d e l i b e r a d o " y o estam e n t a r i o " . Esta revelación de u n a p e r s o n a l i d a d "genérica" constituía, sin embargo, "latido cordial": s u p r o p i a s i n g u l a r i d a d estilística e l a u t o r d e las Epístolas familiares y su oculto utilizaba su i m p u l s o autobiográfico p a r a situarse e n u n p l a n o social s u p e r i o r , mediante u n a "sublimación" de su yo i n d i v i d u a l . L a originalidad renacentista de G u e v a r a reside, p o r l o tanto, e n l a atribución de u n valor "genérico" a su p r o p i a persona literaria. Desde luego, en el o b i s p o e s p a ñ o l n o se l l e g ó a d a r e l p a s o , a d m i r a b l e e i n g e n u a m e n t e orgulloso, de Montaigne ("C'est m o i q u e je peins"; "Les autres f o r m e n t F h o m m e ; j e l e r e c i t e " ; ¿ n o e r a acaso s u " a l m a " t a m b i é n l a AMADO ALONSO, en los Temas hispanoamericanos, modificaba en el sentido aludido la interpretación de MENÉNDEZ PIDAL ("Guevara escribe como entonces se conversaba"), expuesta en su estudio del lenguaje del siglo x v i , La lengua de Cristóbal Colón, C o l . Austral, pp. 68-70. L a cita de MENÉNDEZ PIDAL en nuestro texto, procede del artículo " L a lengua en tiempo de los Reyes Católicos", CuH, 5 (1950), p. 12. L a alusión a Guevara de GARCÍA MATAMOROS en su De adserenda Hispanorum eruditione, ed. López de T o r o , M a d r i d , 1943, p p . 218-219. L a expresión de H . BREMOND, en su folleto Les deux musí que s de la prose, París, 1924, p. 27. 0 NRFH, IX SOBRE EL ESTILO DE GUEVARA 121 expresión de su condición social y nacional?), p e r o n o p o r carecer d e l sentimiento de su naturaleza h u m a n a universal, sino quizá p o r tenerlo, "hispánicamente", e n exceso. S i n e m b a r g o , dejando l u e g o esta c u e s t i ó n , t a n i m p o r t a n t e d e n t r o de l a t r a d i c i ó n para "homi- n i s t a " e s p a ñ o l a , es m a n i f i e s t o q u e G u e v a r a n o se e n c o n t r a b a e n l a situación histórica de Santa T e r e s a y de M o n t a i g n e , y q u e su i n c l i nación p e r s o n a l n o le l l e v a b a t a m p o c o a e m p r e n d e r l a e x p l o r a c i ó n i n t e r i o r r e a l i z a d a p o r e l l o s . E n s u caso, s u gesto d e i n d i v i d u a c i ó n es necesariamente u n acto de identificación (y d e s u s t e n t a c i ó n ) c o n u n g r u p o social: de ahí su aspiración a l a l e g i t i m i d a d aristocrática m e d i a n t e l a realización de u n " y o estamentario". E n l a participación, real o i m a g i n a r i a , de G u e v a r a e n la l l a m a d a g u e r r a d e las C o m u n i d a d e s a l g u n a s d e sus Epístolas "acciones" esenciales (1520-1521), t a l c o m o él l a r e l a t a en m á s c o m e n t a d a s , a p a r e c e n l o s rasgos y l a s de su p e r s o n a l i d a d literaria. Se p l a n t e a , en p r i m e r l u g a r , el p r o b l e m a de si efectivamente G u e v a r a t u v o e l g r a n p a p e l d e m e d i a d o r y d e i n c r e p a d o r q u e é l se a t r i b u y e t a n i n s i s t e n t e y ostentosamente: según e l h i s t o r i a d o r n o r t e a m e r i c a n o Seaver, G u e vara no figuró e n las n e g o c i a c i o n e s d e l o s d o s b a n d o s , n i e n n i n g u n a d e las a c t i v i d a d e s p o l í t i c a s r e l a c i o n a d a s c o n l a g u e r r a c i v i l . L a s tolas Epís- relativas a los c o m u n e r o s h a b r í a n s i d o redactadas m u y poste- r i o r m e n t e p a r a c u m p l i r c o n sus d e b e r e s d e c r o n i s t a i m p e r i a l , p e n sando sobre todo en la a m e n i d a d del relato . 1 0 Rene Costes seguía e l parecer tradicional, d a n d o c o m o relativamente auténtico el testimoVéase HENRY L . SEAVER, The great revolt in Castile, Boston, 1928, pp. 364366 respecto a Guevara. E l libro de Seaver, discípulo de M e r r i m a n , presenta en toda su complejidad la guerra de las Comunidades, con sus diversos aspectos: l a rebelión de los "patricios" y burgueses, la guerra "campesina" (paralela a otras de la Europa transpirenaica), los guerrilleros eclesiásticos (con algo de "carlistas" del siglo xvi), los excesos "populares" (semejantes al "anarquismo" moderno). Guevara, precisamente, supo presentar, desde su punto de vista aristocrático, de "caballero", la diversidad de móviles y de acciones de los comuneros. E n ese sentido es tan acertada su interpretación de la guerra como l a de Martínez de la Rosa y los liberales de 1830. Según MOREL-FATIO, op. cit., p p . 37-41, no puede darse gran crédito a Guevara como historiador, pero es muy probable que tuviera en su poder documentos y testimonios directos, utilizados luego por Sandoval. ¿No sería, sin embargo, Guevara el redactor de las cartas a que aludía Villalobos, al mencionar las actividades del Almirante de Castilla, don Fadrique Enríquez? " E l Almirante nunca entiende sino en conciertos y paces, y para esto desvélase y hace cartas más elegantes que Séneca y T u l i o , las cuales, leídas en p u l p i t o a la gente baja y menuda, entienden los primores y sutilezas de ellas como las ovejas y las vacas entendían los altos versos que les contaba la Sibila. N o sé cómo puede haber concierto con la gente que nunca lo tuvo, y menos ahora, que viven sin el yugo del rey y sin el freno de l a justicia, cómo se podrán someter a razón los jornaleros y bárbaros que nunca tuvieron uso de razón humana" (LÓPEZ DE VILLALOBOS, op. cit., p. 53). E l juicio rencoroso del médico del Rey Católico sobrepasa considerablemente, en sus temores y en sus odios, a las alusiones "agresivas" de Guevara. 1 0 NRFH, IX JUAN MARICHAL 122 r i l o d e las Epístolas familiares: Guevara, residente en Ávila (uno de l o s p r i n c i p a l e s focos c o m u n e r o s ) a l e m p e z a r l a g u e r r a , y tras fra- c a s a r e n sus i n t e n t o s d e r e c o n c i l i a c i ó n , se h a b r í a t r a s l a d a d o a l c a m p o del Emperador. Menéndez P i d a l , e n u n t r a b a j o de 1945, h a afir- m a d o ( q u i z á d e m a s i a d o p o l é m i c a y t a j a n t e m e n t e ) q u e se d e b e " d e s echar t o d a d u d a hipercrítica y a f i r m a r q u e los discursos de G u e v a r a e n las r e v u e l t a s d e las C o m u n i d a d e s . . . f u e r o n r e a l m e n t e p r o n u n c i a d o s " . D e t o d o s m o d o s , p a r a l o s efectos d e l a h i s t o r i a l i t e r a r i a l o q u e c u e n t a es, finalmente, el papel q u e G u e v a r a representa e n sus e s c r i t o s , d e s c o n t a n d o l o q u e h u b i e r a e n las Epístolas confusa de ficción de mezcla y r e a l i d a d : G u e v a r a se c o l o c a e n e l p r i m e r p l a n o d e l c u a d r o h i s t ó r i c o q u e d e s c r i b e y se c o n s t i t u y e e n d e f e n s o r o f i c i a l d e l a " l e g a l i d a d " m o n á r q u i c a . A u n q u e h u b i e r a estado presente e n a l g u n o s de los a c o n t e c i m i e n t o s políticos o m i l i t a r e s de l a g u e r r a , G u e v a r a n o habría n u n c a tratado de p r o b a r l o e n l a f o r m a e n q u e l o h a c e P e d r o d e A l c o c e r , e l c r o n i s t a t o l e d a n o : " y esto l o d i g o p o r q u e soy b u e n testigo d e e l l o , p o r q u e a e n t r a m b o s C o n d e s t a b l e e D u q u e , e s t a n d o a l m o r z a n d o u n a s g u i n d a s , les t e n í a y o u n p l a t o " . 3 1 A d e m á s , G u e v a r a n o sólo n o p u e d e reducirse a presentarse como u n p a s i v o y fiel " t e s t i g o d e v i s t a " , s i n o q u e t a m p o c o q u i e r e a d o p t a r u n a a c t i t u d " i m p a r c i a l " : e l editor de Alcocer, Martín C a m e r o , cons i d e r a b a q u e G u e v a r a c o n sus " a t r e v i d o s c o n c e p t o s " y M a r t í n e z d e la R o s a c o n sus " d e c l a m a c i o n e s " (favorables) representaban "los dos polos opuestos d e l a o p i n i ó n p ú b l i c a " respecto a l a cuestión d e l o s c o m u n e r o s . G u e v a r a , d e s d e l u e g o , se i d e n t i f i c ó t o t a l m e n t e c o n l o s a n t i - c o m u n e r o s , p u e s t o q u e p a r a é l las " n o v e d a d e s " c a s t e l l a n a s e r a n p e l i g r o s a s : " T a m b i é n , s e ñ o r , os d i j e q u e m e p a r e s c í a g r a n v a n i d a d COSTES, op. cit., fase. 1, pp. 14-17. MENÉNDEZ PIDAL en su contribución al homenaje a" Guevara del AIA, 6 (1946), "Fray A n t o n i o de Guevara y la idea imperial de Carlos V " , pp. 331-337, trata de nuevo este tema suyo. Su conclusión, fundada en l a Crónica de A l o n s o de Santa Cruz, es terminante. Sin embargo, SEA VER no juzgaba que l a obra de Santa Cruz pudiera considerarse como u n a autoridad tan indiscutible. Desde luego, l a Crónica del emperador Carlos V (editada por R. Beltrán y A . Blázquez, M a d r i d , 1920) fue redactada hacia 1550; y cabe preguntarse si Santa Cruz no habría utilizado las Epístolas familiares como su fuente principal para el capítulo 36 (pp. 360-367), dedicado a l a participación de Guevara en l a guerra civil. E l discurso transcrito podría ser simplemente una reelaboración del "Razonamiento hecho en V i l l a Bráxima' (I, pp. 324-335). E n los dos textos hay expresiones idénticas, como señalaremos en u n breve cotejo próximamente. E l profesor M a t a Carriazo, en su estudio y edición de l a Crónica de los Reyes Católicos (Sevilla, 1951}, muestra que Santa Cruz no indica nunca sus fuentes. Considera también (p. ccxv) que carece de originalidad y que redacta precipitadamente. Véase además (pp. cciii-ccvi) su resumen de los juicios de Sánchez Alonso respecto a l a Crónica del emperador Carlos V. P o r l o tanto, mientras no aparezcan documentos que corroboren a Santa Cruz, el juicio del maestro Menéndez Pidal parece más bien excesivamente tajante. E l texto de ALCOCER se encuentra en Relación sobre las comunidades, Bibliófilos Andaluces, Sevilla, 1872, p. 5. 1 1 NRFH, IX SOBRE EL ESTILO BE GUEVARA 123 y no pequeña liviandad lo que platicaban en aquella Junta, y lo q u e p e d í a n l o s p l e b e y o s d e l a r e p ú b l i c a , es a s a b e r , q u e e n C a s t i l l a t o d o s c o n t r i b u y e s e n , todos fuesen iguales, todos pechasen y q u e a m a n e r a d e s e ñ o r í a s d e I t a l i a se g o b e r n a s e n , l o c u a l es e s c á n d a l o o í r l o y b l a s f e m i a d e c i r l o , p o r q u e así c o m o es i m p o s i b l e g o b e r n a r s e e l c u e r p o s i n b r a z o s , así es i m p o s i b l e s u s t e n t a r s e Castilla sin caballeros" (t. L a i n t e r p r e t a c i ó n d a d a p o r G u e v a r a d e los m ó v i l e s s o c i a l e s la guerra, al menos de su m o m e n t o final, 1, de corresponde bastante exac- t a m e n t e a los r e s u l t a d o s d e las i n v e s t i g a c i o n e s m á s r e c i e n t e s y a l o r e l a t a d o p o r c o n t e m p o r á n e o s suyos c o m o M e x í a e i n c l u s o A l c o c e r . Sin entrar ahora en la consideración de este d e b a t i d o histórico, conviene sin embargo i n d i c a r que Guevara problema comprendió q u e l a g u e r r a c i v i l tenía también u n m a r c a d o carácter social: " d e c i ros, señores, c ó m o e c h a r o n a l C o n d e s t a b l e , de B u r g o s , a l Marqués d e D e n i a , d e T o r d e s i l l a s , . . .a l o s c a b a l l e r o s , d e S a l a m a n c a , . . . y c ó m o e n l u g a r destos c a b a l l e r o s h a n t o m a d o p o r a d a l i d e s y c a p i t a n e s a f r e n e r o s , a t u n d i d o r e s , a p e l l e j e r o s y a c e r r a j e r o s , es g r a n d e a f r e n t a c o n t a r l o y l á s t i m a o í r l o " (t. 1, p . 3 2 7 ) . A p a r t e d e l a p o s i b l e e x a g e r a ción de G u e v a r a al oponer tajantemente a "caballeros" y "plebeyos" — ¿ l l e v a d o q u i z á p o r s u e n t u s i a s m o v e r b a l p o r los s u s t a n t i v o s d e s i g nadores d e oficios y de trabajos manuales? (recuérdese a l g u n a p á g i n a a z o r i n e s c a d e l Menospreciosu c o m o señalaba Rene actitud respondía indudablemente, Costes, a " u n e r é p u g n a n c e n a t i v e á s'unir á la basse c l a s s e " . S u p o s i c i ó n a n t i - c o m u n e r a f u e así l a c a u s a o l a m a n i 1 2 festación de su supuesto m e d i e v a l i s m o social — l a reafirmación teó- r i c a de l a división t r i p a r t i t a t r a d i c i o n a l ("oradores, defensores, l a b r a d o r e s " ) — , m á s v o l i t i v a q u e r e a l p u e s t o q u e e n sus m i s m a s o b s e r vaciones sobre la v i d a castellana captaba su diversidad concreta. P e r o G u e v a r a quería realzar y amparar su personalidad literaria apoyándose e n l a sólida j e r a r q u í a " m e d i e v a l " , a l identificarse c o n u n o de sus e s t a m e n t o s : e l o b i s p o - e s c r i t o r se h a b í a " a p o d e r a d o " así t a n t o d e l a s i n s i g n i a s v e r b a l e s d e l a a r i s t o c r a c i a ( l a p r o s a c o r t e s a n a ) c o m o d e sus distinciones ideológicas ("medievalismo"). L a actitud de Guevara c o b r a , p o r o t r a parte, u n a n u e v a significación renacentista al relac i o n a r l a c o n las i n t e r p r e t a c i o n e s e c o n ó m i c a s más recientes d e l c a m b i o histórico d e l siglo x v i : si efectivamente l a l l a m a d a crisis d e l C u a t r o Op. cit., fase. 1, p. 14. E l fondo social de la guerra de las Comunidades dejó indudablemente en l a España del siglo x v i una persistente sombra de temor, como l o revela el texto siguiente de PERO MEXÍA: " . . . e n la gente popular de algunas ciudades de Castilla creció sin parar el atrevimiento, trocándose las murmuraciones y desvergüenzas. . . en desacato y osadías intolerables, colorando los unos y los otros lo que se hacía y decían con el nombre y título del bien común y defensión de sus repúblicas" (Historia del emperador Carlos V, ed. J . de M . Carriazo, M a d r i d , 1945, pp. 149-150). Otro texto significativo:'< Metíanse también en lo eclesiástico y espiritual, en desacato y menosprecio de la Igles i a . . . , lo cual no dejaba de tener sabor a infidelidad y blasfemia" (p. 187). 1 2 N R F H , IX JUAN MARICHAL 124 c i e n t o s e u r o p e o m e r i d i o n a l se t e r m i n ó c o n l a i m p l a n t a c i ó n d e un " o r d e n t e r r a t e n i e n t e y a r i s t o c r á t i c o " , e n d e t r i m e n t o d e las b u r g u e sías u r b a n a s y d e l a p o b l a c i ó n r u r a l , l a p o s i c i ó n a n t i - c o m u n e r a d e G u e v a r a y su exaltación d e l a ideología "caballeresca" serían e n t o n ces s i m b ó l i c o s i n d i c i o s l i t e r a r i o s d e l o s n u e v o s t i e m p o s . Se r e v e l a r í a n a s í e x p l í c i t a m e n t e e n l a " r e t ó r i c a " d e G u e v a r a las t r a n s f o r m a c i o n e s "implícitas" de l a sociedad castellana. E l estilo de G u e v a r a podría ser considerado, i n c l u s o , c o m o u n característico f r u t o t e m p r a n o hisp á n i c o de l a n u e v a m e n t a l i d a d de la aristocracia e u r o p e a . 1 3 To know whom to write for is to know hoto to zurite: en G u e - v a r a se h a b í a r e a l i z a d o d e s d e e l p r i n c i p i o d e s u a c t i v i d a d l i t e r a r i a l a condición apuntada p o r V i r g i n i a W o o l f . Sabía escribir, sin except u a r s i q u i e r a las o b r a s l l a m a d a s " a s c é t i c a s " , p a r a e l p ú b l i c o c o r t e s a n o : p e r o , si s u v o l u m e n de identificación s o c i a l le l l e v a b a a tener s i e m p r e presente a l a u d i t o r i o l i t e r a r i o " n o r m a t i v o " de su época, n o p o d í a l i m i t a r s e sólo a c o m p l a c e r l o , sino q u e también aspiraba a d i r i g i r l o . S u a p o l o g í a d e l a " b u e n a c r i a n z a " c o r t e s a n a se t r a n s f o r m a b a e n u n a d e esas revé rene es perpen d i cu la ir es p r o p i a s d e l o s s e r v i d o r e s a r i s t o - cráticos españoles, según el D u q u e de S a i n t - S i m o n : l a retórica de p l e i t e s í a g u e v a r i a n a e r a , a l m i s m o t i e m p o , u n c o n j u n t o d e gestos posesivos, m e d i a n t e los cuales q u e d a b a e n c a r n a d a e n l a p e r s o n a d e l o b i s p o l a n o r m a r e g u l a d o r a d e l v i v i r c o r t e s a n o . " C u a n j u s t o es q u e e l p l a t e r o s e p a h a c e r u n a taza, y e l s a c e r d o t e d e c i r u n a m i s a , y el sastre h a c e r u n a r o p a , t a n j u s t o es q u e e l b u e n c o r t e s a n o s e p a q u é c o s a es l a b u e n a c r i a n z a ; p o r q u e e n l a c o r t e d e l r e y , d e ser a l l í l o s h o m b r e s m u y corteses, los v i n i e r o n a l l a m a r c o r t e s a n o s " , d e c í a , e x p r e s a n d o t a m b i é n s u i d e a l (de o r i g e n p l a t ó n i c o ) d e u n a s o c i e d a d " o r d e n a d a " en la cual cada h o m b r e desempeña u n a función especial. L a s cartas de G u e v a r a , s e g ú n Rene Costes, q u i e n c o n bastante fun- d a m e n t o se fía e n este caso d e l m i s m o a u t o r , d e b í a n ser b u s c a d a s y a p r e c i a d a s p o r los cortesanos (recordemos l o q u e decía G a r c í a M a t a m o r o s ) ; p e r o l o i m p o r t a n t e , e n este a s p e c t o t a m b i é n , n o es t a n t o su i m p o r t a n c i a social r e a l —puesto q u e su función n o podría e q u i pararse, p o r ejemplo, a l a de u n S a i n t - S i m o n , a r b i t r o s u p r e m o de l a Es manifiesto que en la E u r o p a latina mediterránea el tránsito del Renacimiento representó sobre todo u n cambio económico-social: l a actividad comercial e industrial decayó, y con ella la importancia y el poder políticos de los "patricios" de l a burguesía. Las oligarquías burguesas se encuentran impotentes ante el poder monárquico y ante los nobles terratenientes; l a "decadenc i a " de las ciudades castellanas, tras Villalar, habría también que relacionarla con el llamado déclin du patricial en la Europa transpirenaica. Véase a este respecto J . LESTOCQUOY, Les villes de Flandre et d'ltalie sous le gouvernement des patriciens, París, 1952, particularmente la referencia a las consecuencias del reinado de Carlos V , p. 174. FERNAND BRAUDEL, en La M é di t erran ée et le monde méditerranéen á l'époque de Philippe II, París, 1949, ha estudiado " l a bancarrota de l a burguesía" y la que él ha llamado montee seigneuriale, pp. 616-637 (trad. esp., México, 1954, t. 2, pp. 10 ss.). 1 3 NRFH, IX SOBRE EL ESTILO DE GUEVARA 125 e t i q u e t a cortesana e n su t i e m p o — , c o m o su insistente a c t i t u d de s u puesto consultor y "corrector" permanente de la aristocracia: " S i e m p r e trabajad, señor, e n q u e si escribéredes a l g u n a carta mensajera, q u e los r e n g l o n e s s e a n d e r e c h o s , las l e t r a s j u n t a s , las r a z o n e s a p a r tadas, l a l e t r a b u e n a . . .; p o r q u e es l e y d e c o r t e q u e e n l o q u e se e s c r i b e se m u e s t r e l a p r u d e n c i a , y e n l a m a n e r a d e e s c r i b i r se c o n o z c a l a c r i a n z a " (t. 1, p . 9 9 ) . M a s t a m p o c o d e b e d e s c o n t a r s e s u s i n c e r o a f á n p o r c o n s e g u i r q u e se a t e n u a r a e l t í p i c o " m a q u i a v e l i s m o a g r e s i v o " r e i n a n t e en l a corte castellana: " y o confieso q u e h a y conversación de personas, mas n o hay confederación de v o l u n t a d e s " . S u é x i t o , y e l i m p u l s o m i s m o de s u o b r a , h a y q u e a t r i b u i r l o t a m b i é n a esta intención sociable y a su i n d u d a b l e p a p e l de " o r g a n i z a d o r " de la retórica s o c i a l : los lectores d e G u e v a r a , n o s o l a m e n t e i n c o r p o r a b a n a s u l e n g u a j e o r a l m u c h o s rasgos d e s u p r o s a , c o m o i n d i c a b a A m a d o A l o n s o , s i n o q u e a p r e n d í a n a t e n e r m á s polideza e n sus c o s t u m b r e s . P a r a G u e v a r a , c o m o p a r a L e o n a r d o B r u n i y los d e m á s h u m a n i s t a s i t a l i a n o s e x a l t a d o r e s d e l a s o c i a b i l i d a d y d e las conversazioni e civili, la conversación urbane ( e n s u d o b l e s e n t i d o d e ' p l á t i c a ' y ' t r a t o ' ) es u n v a l o r h u m a n o s u p r e m o : " n o h a y e n esta v i d a m o r t a l cosa c o n q u e t a n t o se r e c r e e e l c o r a z ó n c o m o es l a d u l c e c o n v e r s a c i ó n " (t. 1,. p . 227). ¿No habría pensado G u e v a r a , c o m o Stefano Guazzo, a u t o r d e La conversazione civile y e x t r e m a d o defensor de l a "conversa- c i ó n " , q u e " c h i n o n conversa n o n h a esperienza, c h i n o n h a esperienza n o n h a g i u d i c i o , c h i n o n h a g i u d i c i o è p o c o m e n che bestia"? E n G u e v a r a c u l m i n a b a , e n r e a l i d a d , l a t e n d e n c i a sociable de l a prosa española, i n i c i a d a en el siglo x v , y era hasta cierto p u n t o paradójico q u e f u e r a u n e c l e s i á s t i c o e l q u e i n s t i t u y e r a p o r fin, s o c i a l m e n t e , e l estilo general cortesano, opuesto a l o q u e F e r n a n d o de l a T o r r e llam a b a despectivamente " r e t ó r i c a f r a y r i e g a " . A p a r e c e así o t r o i m - p o r t a n t e aspecto renacentista d e l a u t o r 1 4 de las Epístolas familia- res: e l e m p l e o d e l a r e t ó r i c a c o m o u n i n s t r u m e n t o d e c o n s o l i d a c i ó n social. E n l a g r a n crisis d e l s i g l o x v i (de l a c u a l fue u n c l a r o s í n t o m a l a g u e r r a d e las C o m u n i d a d e s ) los h o m b r e s c o m o G u e v a r a v e n t a m bién e n l a expresión elocuente u n elemento de " o r d e n " . L a tradic i o n a l división t r i p a r t i t a d e l a sociedad ("oradores, defensores, l a b r a d o r e s " ) c o b r a b a e n sus e s c r i t o s u n a n u e v a s i g n i f i c a c i ó n : los " o r a d o res" (en su d o b l e sentido, e l m e d i e v a l y el m o d e r n o ) podían manten e r e l " o r d e n " s o c i a l , m e d i a n t e l a u t i l i z a c i ó n y l a e n s e ñ a n z a d e las n o r m a s verbales. " A todos los q u e v i n i e r e n a h a b l a r y a n e g o c i a r * L a cita de Guazzo en EUGENIO GARIN, L'umanesimo italiano, Bari, 1952, pp. 198-199. L a teoria del lenguaje "sociable" de Fernando de la T o r r e procede probablemente de Leonardo B r u n i (ci. GARIN, pp. 54-55). E l texto de FERNANDO DE LA TORRE, en Cancionero y obras en prosa, ed. Paz y Mélia, Dresden, 1907, p. 103: . . los prouerbios e retórica frayriega, que la tal manera de ordenar por muchos es reprouada". Véase también la obra de PHILIPPE MONNIER„ Le Quattrocento, 2* ed., Paris, 1924, pp. 53 ss. (trad. esp., Buenos Aires). x 126 NRFH, JUAN MARICHAL IX c o n vuestra señoría debéis tratar, h o n r a r y acariciar c o m o cada u n o m e r e c i e r e y e n e l g r a d o q u e estuviere . . . , p o r q u e si h u e l g a n de serv i r o s c o m o v a s a l l o s , n o q u i e r e n q u e l o s t r a t é i s c o m o a esclavos. m u c h o s vasallos vemos c a d a d í a l e v a n t a r s e c o n t r a sus s e ñ o r e s , t a n t o p o r los t r i b u t o s q u e les l l e v a n , c u a n t o p o r l o s m a l o s A no trata- m i e n t o s q u e les h a c e n . . . y s i esto t e n é i s d e l a n t e los o j o s , h a b l a r l o s h e i s c o m o a h e r m a n o s y t r a t a r l o s h e i s c o m o c r i s t i a n o s " (t. i , p . 1 9 5 ) : l a " p o l i d e z a " se t r a n s f o r m a b a así e n f u e r z a s u s t e n t a d o r a d e l o r d e n aristocrático . 1 5 La l i t e r a t u r a de Guevara estaba también orientada hacia la s a l v a c i ó n d e s u a l m a : " l a s c u a l e s cosas t o d a s las d i g o p a r a m a y o r m i c o n f u s i ó n y m e n o s c o n d e n a c i ó n " , e s c r i b í a tras r e c o r d a r q u e d e j o v e n h a b í a pasado m u c h o t i e m p o e n " r u a r calles, ojear ventanas, e s c r i b i r c a r t a s , r e c u e s t a r d a m a s , h a c e r p r o m e s a s y e n v i a r o f e r t a s " (t. 1, p . 2 1 9 ) . A s i m i s m o d e c l a r a b a , r e p e t i d a m e n t e , q u e a l fin d e l a v i d a t e r r e n a c o n t a r í a e l ser b u e n c r i s t i a n o y n o e l h a b e r s i d o c o r t e s a n o : a l o p o n e r "cristiano" y "cortesano" Guevara recordaba quizá que en el sueño famoso de San Jerónimo se n e g a b a a éste s u c o n d i c i ó n c r i s t i a n a , v e d á n d o l e así l a e n t r a d a e n e l p a r a í s o , y a q u e e r a " c i c e r o n i a n o " . S i n e m b a r g o , G u e v a r a s e g u í a derramándose, c o m o é l d e c í a , e n sus " o b r a s desaforadas", p o r q u e n o podía disociar l a significación trascendente d e su "confesión" y su afán p o r situarse "secularmente" en p r i m e r p l a n o : " y o confieso a l R e d e n t o r d e l m u n d o , q u e he c o n s u m i d o y espendido tanto t i e m p o en buscar l o que había de escribir", decía desvergonzadamente e n e l p r ó l o g o d e l Reloj de príncipes. ¿No que- r í a así l l a m a r l a a t e n c i ó n d i v i n a , a u n s a b i e n d o q u e m e n t í a , e n f o r m a s e m e j a n t e a c o m o l a h a c í a a n t e e l m u n d o ? N o o b s t a n t e , es m a n i f i e s t o q u e Guevara, como todo escritor que a p u n t a a u n a trascendencia, n o p o d í a expresarse sino en e l lenguaje socialmente consagrado p a r a é l : s ó l o las n o r m a s c o m u n i c a t i v a s d e s u t i e m p o , y s o b r e t o d o del g r u p o social c o n e l c u a l deseaba sentirse identificado, " l a corte", tendrían resonancia "celeste". D e m a n e r a general podría decirse, c o n K e n n e t h B u r k e , q u e e l a u d i t o r i o i n t r a - p e r s o n a l , e l yo e n t a n t o q u e r e c e p t o r d e sí m i s m o , h a d e ser " p e r s u a d i d o " c o n e l m i s m o g é n e r o ANDRÉS BERNÁLDEZ, el llamado " C u r a de los Palacios", definía así una de las funciones de los cronistas reales: " . . . y con su dulce escribir deben procurar de evitar escándalos y guerras entre los reyes y los señores, y procurar la paz y l a concordia por epístolas de dulce y autorizado escribir" (Historia de los Reyes Católicos, BAAEE, t. 70, p. 580). Guevara manifiestamente compartía esa concepción del destino de cronista y de su deber de "conciliador". E n contraste con esta visión " c u r i a l " resalta la definición de GONZALO FERNÁNDEZ DE OVIEDO, op. cit., p. 174: "Oficio [el de cronista] es de e v a n g e l i s t a . . . ; ha de tratar en cosas muy importantes y débelas decir no tanto arrimándose a la elocuencia y ornamento retórico, cuanto a la puridad y valor de la verdad, llanamente y sin rodeos n i abundancias de palabras, pues que son memorias que han de durar..." 1 5 NRFH, IX 127 SOBRE EL ESTILO DE GUEVARA de elocuencia que el a u d i t o r i o externo, que aquellos para quienes se e s c r i b e . E n e l caso d e u n e s c r i t o r s i t u a d o d e n t r o d e u n a c r e e n c i a religiosa tradicional, l a resonancia i n t e r i o r y la trascendente necesariamente idénticas ("el p e q u e ñ o cielo d e l a l m a " , c o m o son decía Santa Teresa) : de ahí q u e p a r a G u e v a r a l a retórica n o fuera u n obstáculo, sino a l c o n t r a r i o , u n m é t o d o p a r a su "salvación". ¿ N o sentiría q u e d e l m i s m o m o d o q u e la elocuencia gobernaba el m u n d o , s e g ú n h a b í a d i c h o E n e a s S i l v i o , P í o I I , sería t a m b i é n omnipotente en el tras-mundo? P a r a l a generación siguiente a l a de G u e v a r a , l a de Santa Te- resa, e l "ascenso" a l más allá i m p o n í a u n estilo anti-cortesano (en e l s e n t i d o d e G u e v a r a ) , p o r q u e se t r a t a b a d e i d e n t i f i c a r s e c o n u n g r u p o opuesto, e l de los " e r m i t a ñ o s - a l d e a n o s " ( e n vez d e " u r b a n o s - c o r t e - sanos"). Santa T e r e s a probaría además q u e l a m u j e r , e x i l a d a galantemente de los d o m i n i o s de la retórica p o r L e o n a r d o B r u n i ("La r e t ó r i c a e n t o d a s sus f o r m a s . . . r e s i d e e n t e r a m e n t e f u e r a d e l a p r o v i n c i a d e l a m u j e r " , De studiis et literis), podía imponerse c o n su elo- c u e n c i a f e m e n i n a " p u r a " e n e l " s i g l o " y e n e l " c i e l o " . G u e v a r a se 1 6 s a b í a i n c a p a z , a d e m á s , d e l o q u e él l l a m a b a a c e r t a d a m e n t e , h a b l a n d o d e los místicos, "heroico enagenamiento del ánima": "... cuanto m á s e l s i e r v o d e l S e ñ o r se e x t r a ñ a d e l o q u e es, se h a l l a s u b i d o a l o q u e n o es . . . ; y o y o t r o s t i b i o s c o m o y o , cosas t a n a l t a s c o m o éstas s a b é r n o s l a s b l a s o n a r , m a s n o las s a b e m o s g u s t a r . . . " 1 7 . T o d a la obra d e G u e v a r a , i n c l u s o los e s c r i t o s " a s c é t i c o s " , m u e s t r a q u e e r a e f e c t i v a m e n t e i n c a p a z d e " e x t r a ñ a r s e " d e sí m i s m o y q u e e n s u e s t i l o l i t e r a r i o se d a b a u n c o n t i n u o " b l a s o n a r " . M i e n t r a s e n S a n t a T e r e s a l a "alteración" religiosa trasmutaba la revelación autobiográfica t e s t i m o n i o de p r o f u n d a v e r d a d h u m a n a , l a egoversión de en Guevara se c o n c e n t r a b a e n o b t e n e r l o s p r i v i l e g i o s s u p e r f i c i a l e s d e l " y o estam e n t a r i o " : l a c o n c i e n c i a de l a alienación social actuaba en formas o p u e s t a s e n las d o s p e r s o n a l i d a d e s l i t e r a r i a s d e l s i g l o x v i , p u e s t o q u e para Santa Teresa tianos nuevos) (recuérdese su p e r t e n e n c i a a u n a f a m i l i a de cris- era u n a fuerza de trascendencia y para Guevara, e n c a m b i o , u n afán de " i n m a n e n c i a " pluma, derramándose para 1 8 . Santa T e r e s a escribía a v u e l a recogerse —como decía de sí U n a m u n o , tan p r ó x i m o siempre a l estilo místico—, e v i t a n d o mismo feme- n i n a m e n t e l a canalización expresiva y el a d o r n o de l a retórica; G u e E l texto de B r u n i en W . H . WOODWARD, Vittorino da Peltre and other humanist educators, Cambridge, 1921, p. 126 (contiene versiones inglesas de Vergerius, B r u n i , Eneas Silvio y Guarino). Palabras del Oratorio de religiosos, citadas por FIDELE DE ROS, "Guevara, auteur ascétique", AIA, 6(1946), p. 364. Sobre l a familia de Santa Teresa véanse los documentos publicados, "sigilosamente" diríase, por NARCISO ALONSO CORTÉS, "Pleitos de los Cepedas", BAE, 25 (1946), 85-110. Entre otros textos citemos el siguiente: " . . . sabe [un testigo] que son ávidos e tenidos [el padre y los tíos de Santa Teresa] por confesos de parte del dicho su padre" (p. 93). 1 6 1 7 1 8 128 JUAN MARICHAL NRFH, IX v a r a , a p e s a r d e s u r e i t e r a d o e m p l e o d e l v e r b o derramar, se a u t o b i o grafiaba para e x h i b i r su imagen, ya previamente compuesta. C o m o M o n t a i g n e , y t a n e q u i v o c a d a m e n t e c o m o él, G u e v a r a p r e t e n d í a i d e n tificar, p a r a justificarla, su revelación autobiográfica c o n l a confes i ó n a u r i c u l a r r e l i g i o s a : d i f e r í a n s ó l o éstas e n ser l a u n a p ú b l i c a y l a o t r a secreta. P e r o , n o obstante su g r a n d i f e r e n c i a estilística, G u e vara c o m o M o n t a i g n e — e n m a r c a d o contraste c o n el "dejar crearse" a sí m i s m a d e S a n t a T e r e s a — - a p a r e c í a n " c a r a c t e r i z a d o s d e sí m i s m o s " , y l a l i t e r a t u r a e r a así e n e l l o s u n i n s t r u m e n t o d e " o r g a n i z a c i ó n " p e r s o n a l : su confesión era l a expresión de u n a selección p r e v i a , m o t i v a d a obsesivamente en G u e v a r a p o r su v o l u n t a d de identificación y p o r su afán de " o r d e n " social. D e ahí, e n ellos c o m o e n otros escritores autobiógrafos, su característica " t i b i e z a " v i t a l (recuérdese l a cita de G u e v a r a , "otros tibios c o m o yo"), salvando siempre l a distancia entre l a a l t u r a de M o n t a i g n e y la medianía d e l español: carentes tanto de l a v o l u n t a d de " p e r f e c c i ó n " c o m o de l a c a p a c i d a d d e "entrega" a l a trascendencia de u n C r e a d o r religioso o a la de l a p r o p i a creación i m p e r s o n a l , u n m u n d o novelesco, p o r e j e m p l o . P e r o ¿no d e b e a c a s o m a n t e n e r s e c o m o p r i n c i p i o fijo l i t e r a r i o e l d e q u e a c a d a e s c r i t o r n o h a y q u e p e d i r l e s i n o " l o " q u e trae? G u e v a r a escribía, e n conclusión, p a r a situarse posesivamente e n e l m u n d o social de su t i e m p o ; pero, simultáneamente, escribía p o r e l s i m p l e g u s t o d e e s c r i b i r . E r a e n ese s e n t i d o u n e s c r i t o r n a t o , e n tusiasta p r o p i e t a r i o de u n a retórica, c o n algo d e simbólico " v a r ó n v e r b o s o " ( c o m o C a s t e l a r , a q u i e n l l a m a b a así R u b é n D a r í o ) d e l R e n a c i m i e n t o castellano. JUAN MARICHAL B r y n M a w r College.