DANIEL SÁ NOGUEIRA TRATE A VIDA POR TU DESCUBRA O CURSO DE REALIZAÇÃO PESSOAL MAIS SEGUIDO EM PORTUGAL. E TENHA A VIDA COM QUE SEMPRE SONHOU. ÍNDICE INTRODUÇÃO: TRATAR A VIDA POR TU > ROSA – SERÁ O SUCESSO UMA CIÊNCIA? 9 17 PARTE 1 > REALIDADE: FAZ O TEU PRÓPRIO DIAGNÓSTICO. > QUADRADO, TRIÂNGULO OU CÍRCULO > OS 4 FUNDAMENTOS > TEORIA CAUSA-EFEITO > ZONAS DE CONFORTO > SISTEMA DE VALORES > MODELO PEMS > NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA > O "R" NA PRÁTICA: A PIZZA DA VIDA 23 27 31 38 51 60 74 89 100 PARTE 2 > OBJECTIVOS: ONDE QUERO IR E QUEM POSSO SER? > OBJECTIVOS GURU E BEBÉ > OS 8 MOTIVADORES HUMANOS > SAR – SISTEMA DE ACTIVAÇÃO RETICULAR > O "O" NA PRÁTICA: DEFINIR OBJECTIVOS 107 111 119 133 143 PARTE 3 > SOLUÇÕES: COMO LÁ CHEGAR? > CRIATIVIDADE > SOLUÇÕES PARA CADA ÁREA DA VIDA > GANHAR A VIDA COM O PROPÓSITO DE VIDA > O "S" NA PRÁTICA: BRAINSTORMING > A SOLUÇÃO DAS SOLUÇÕES – FÓRMULA PARA A FELICIDADE 161 165 175 197 213 217 PARTE 4 > ACÇÃO: IR E SER > ACÇÃO! ACÇÃO! ACÇÃO! > PEER GROUP > O "A" NA PRÁTICA: PLANOS DE ACÇÃO > UMA CARTA PARA TI 229 233 236 239 245 CONCLUSÃO > O DESAFIO DOS 10 DIAS > O EU SUBLIME > MAIS UMA VEZ, OBRIGADO... 247 248 252 256 BIBLIOGRAFIA 259 AGRADECIMENTOS 260 DANIEL SÁ NOGUEIRA 262 :: PARTE 1 :: REALIDADE: ONDE ESTÁS E QUEM ÉS TU? O S A Faz o teu próprio diagnóstico Quem és tu? Quem és tu, de facto? Não respondas aquilo que queres ser. Nem aquilo que os outros dizem que és. Ou aquilo que tentas mostrar aos outros. Para que a tua vida mude, é preciso que te olhes por dentro. Para além da carne e do osso e da pele que te cobre. Não te encontras? Perdeste-te algures no tempo, por entre angústias, problemas do dia-a-dia, stress, responsabilidades? Eu posso ajudar-te a encontrares-te. Posso levar-te ao ponto onde ficaste, para que daí partas para onde queres ir. Este será o primeiro grande passo da jornada da tua vida. Aquele que conhece os outros é sábio. Aquele que se conhece a si mesmo é iluminado. LAO -TSÉ QUADRADO, TRIÂNGULO OU CÍRCULO Que forma tem a tua vida? Gostava de usar estas três formas geométricas para partilhar contigo uma metáfora que ouvi há muitos anos em Orlando, nos EUA, e que relata na perfeição do que trata (e do que NÃO trata) este livro e qualquer um dos meus cursos. Então o que é, afinal, uma vida em forma de quadrado, triângulo ou círculo? Começo por te contar um pouco da minha própria história. Em 1999, quando li o meu primeiro livro de desenvolvimento pessoal, percebi que era um quadrado, a viver uma vida de quadrado. Era igual a qualquer um e vivia uma vida bastante normalizada e mediana, medíocre até. Então li mais alguns livros e comecei a frequentar cursos e palestras sobre variadíssimos temas de desenvolvimento pessoal e transformei-me rapidamente num triângulo. Não queria ser um quadrado, agora era um triângulo. E nesta altura criticava os quadrados que conhecia. Ou seja os meus amigos, pais, colegas, todos aqueles que rotulava de quadrados e sobre os quais pensava: “coitados, quem lhes dera ser triângulos”. Afinal, os triângulos têm uma ponta, uma direcção, uma orientação para objectivos, entusiasmo, pontaria… Passados uns anos, e depois de tantas experiências de busca interior, dei por mim a achar os triângulos egoístas, muito centrados em si e nas suas conquistas. Foi então que transformei a minha vida num círculo: holístico, espiritual. Criticava os demais e venerava a minha nova forma, vestia-me de branco e meditava várias vezes ao dia. Até que percebi que o que era importante, na minha vida, não era mudar de forma… Mas sim viver a forma que a minha vida tinha… com profundidade. Este livro, e tratar a vida por tu, também NÃO é sobre mudar de forma. Não é sobre passar de quadrado a triângulo e a círculo, ou que 27 TRATE A VIDA POR TU forma for. Não é sobre criticar os demais. Acima de tudo, tratar a vida por tu não é tratar de mudar de personalidade. Pelo contrário. Este livro é, SIM, sobre cada um ser quem é. Sim, quem é. Se és um quadrado, estás com um emprego seguro, casado, e com três filhos, e se isso és tu e estás feliz assim, fantástico. Tratar a vida por tu é continuar a ser quadrado. Mesmo. A sério. O mesmo se aplica caso sejas um triângulo cheio de objectivos, planos, sonhos e conquistas. Ou um círculo que abraça árvores e medita todos os dias, ou outra forma qualquer. Tratar a vida por tu é seres quem és. Quadrado. Triângulo. Círculo. Ser quem és, mas sê-lo com mais e mais profundidade. Esta é a primeira aula sobre a Realidade da ROSA. Sê quem és, mas sê profundo. Se és quadrado, sê cubo. Se és triângulo, sê pirâmide. Se és círculo, sê cilindro. X X E o que é ser mais profundo? É viver a vida como te apetece, mas com mais consciência de ti mesmo, mais generosidade, mais compaixão, mais confiança, mais sinceridade, mais alegria, mais vontade, mais profundidade nas emoções, nas relações, nos actos e nos pensamentos. É ser quem és, mas com carácter, integridade e autenticidade. Seres profundo é seres tu e seres intenso, grande, forte, gentil, penetrante e energético. 28 PARTE 1 :: REALIDADE: ONDE ESTÁS E QUEM ÉS TU? Em vez de viveres na ilusão de mudar de quadrado para triângulo e de triângulo para círculo ou para outra coisa qualquer, basta aumentares a dimensão em relação a quem já és. Passares de 2D a 3D. Clarificada a metáfora, vou dar-te as boas, as más e as muito boas notícias. As BOAS notícias é que és tu quem decide que forma dar à tua vida. Ainda que te sintas preso, ainda que aches que não tens alternativa, a tua vida pode sempre ganhar novas arestas, diferentes ângulos e assumir novas formas. As MÁS notícias é que às vezes queremos mudar por mudar, vamos atrás das formas dos outros, quando o importante é sermos a forma que somos. Todos nós nascemos para algo, ou, pelo menos, existe algo em que somos melhores, mais verdadeiros, e nos sentimos mais “nós”. Essa, e nenhuma outra, deve ser a nossa forma. As MUITO BOAS notícias é que depois de descobrires a tua forma, só tens de a ser. É muito fácil. E não importa se és quadrado, triângulo ou círculo. A tua forma, seja ela qual for, terá de ser aquela que te faz feliz. Só precisas de a viver em profundidade. Se ainda não sabes qual é a forma autenticamente tua, e sentes, dentro de ti, vontade de dar novas formas à tua vida, experimentar novas arestas e ângulos, não te inibas. Atreve-te. Tenta. Arrisca. Mas preciso, desde já, de te dizer que não é disso que este livro trata. Não é isso que este livro te pede. Não é isso, necessariamente, o que te fará feliz. Porque viver melhor, na verdade, não implica deixar de ser quadrado para se ser triângulo e mais tarde círculo. Essas não são etapas necessárias para se ser mais feliz e mais bem-sucedido na vida. Cada pessoa pode ser o que é (e é aconselhável e necessário que o seja), porque é possível ser-se feliz tanto numa vida quadrada como numa triangular ou circular. Há pessoas que querem levar vidas simples e lineares, outras que se movem por grandes objectivos e precisam sempre de dar novos ângulos à sua vida, libertando-se de algumas arestas; outras ainda que privilegiam tudo o que é interior e espiritual, valorizando as questões mais esotéricas da vida. Quanto mais tempo passares na tua auto-descoberta, mais vais perceber que a única proposta que o universo tem para ti é que sejas tu próprio e que ajudes os outros a encontrar a sua essência. Uma semente de laranja, por 29 TRATE A VIDA POR TU exemplo, nunca pode dar maçãs ou peras. Mesmo que tente fazê-lo, o universo vai acabar por torná-la numa laranjeira. A laranjeira apenas pode decidir multiplicar-se, espalhar mais sementes, mas será sempre uma laranjeira. É assim a lei da vida. É assim a lei da realidade da ROSA. E é assim que começa este capítulo. Tu és quem és, quer o saibas, quer não. Somos aquilo que nascemos para ser. E o melhor que podemos fazer para sermos felizes é tomarmos consciência do que somos. É sermo-lo… com profundidade! É isso que cada um deve fazer com a sua vida. Tomar consciência da sua forma e imprimir-lhe novas arestas, criar novos ângulos, experimentar novos tamanhos e cores, sem mudar a sua forma. É a isso que eu chamo, verdadeiramente, tratar a vida por tu! 1' Exercício num minuto: Experimenta desenhar a tua vida. Dá-lhe uma forma, atribui nomes aos ângulos e aos lados, dá-lhe cor e desfruta. A tua vida, seja de que forma for, só precisa ser mais bela e profunda… Desenha-te. Como te apetecer. Podes ser um quadrado ou triângulo ou círculo ou sol ou flor ou hexágono ou linha curva ou qualquer outra forma. Então, bons desenhos… Agora que pensaste um pouco sobre a forma que tem a tua vida, quero partilhar contigo aqueles que são os 4 Fundamentos da minha teoria. Com eles, será mais fácil partirmos juntos para a análise da tua vida, a forma da tua realidade… 30 OS 4 FUNDAMENTOS Antes de continuarmos esta viagem, acho importante partilhar contigo os 4 princípios ou fundamentos através dos quais leio o mundo. São eles que estão na base de tudo, da vida em geral, e de cada um de nós em particular. Foi com base nestes fundamentos que criei as teorias e as práticas que irei descrever neste livro. Para que possas entendê-las e aplicá-las na tua vida da forma mais eficaz, começo por te explicar a minha forma de ver o mundo. 1. TUDO É UM. Temos muitas vezes a ilusão de que vivemos separados das pessoas. Que eu estou separado de ti, que os ricos estão separados dos pobres, os novos dos velhos, que nós portugueses estamos separados dos espanhóis, que o planeta Terra está separado do resto dos planetas, que o trabalho está separado da família... Dividimos a nossa vida numa série de compartimentos, onde cabem pessoas, lugares e acções, e vivemos neste sistema de caixinhas, que parece ajudar à nossa organização mental e estrutural, mas levar estas dualidades demasiado a sério não tem cabimento, porque na verdade… somos todos um. Eu não posso ajudar-te sem me ajudar. Assim como não posso ajudar-me sem te ajudar. Ao ajudar-te, ajudo-me. Ao ajudar-me, ajudo-te. É inevitável. Somos um. Também não posso ser mais feliz sem criar mais felicidade. A ideia utópica de alguém conseguir ter paz interior sem contribuir para a paz à sua volta não é real. Assim como a ideia de eu conseguir enriquecer sem enriquecer outras pessoas à minha volta também não se verifica, porque para eu ser rico preciso de gerar 31 TRATE A VIDA POR TU riqueza. É impossível melhorares a tua vida sem melhorares a vida das pessoas que estão à tua volta, e isto verifica-se quer a nível micro (as pessoas com quem te cruzas), quer a nível macro (no contexto nacional ou mundial). O que fizeres de bem afectará o todo e isso terá boas repercussões também para ti. O que fizeres de mal, afectará o todo de forma negativa, e isso, mais cedo ou mais tarde, afectar-te-á. Porque, em «Conseguirás tudo o que última instância, estarás sempre a fazer queres na vida se ajudares bem ou mal a ti próprio. Não te esqueo suficiente outras ças: somos um. pessoas a conseguirem Tudo é feito exactamente da mesma também o que querem…» coisa, quer seja a tua mão, o oceano ou ZIG ZIGLAR, escritor e orador motivacional norte-americano uma estrela. Nós somos todos um porque tudo é feito da mesma coisa: energia. Tudo é energia. Eu, tu, as montanhas, este livro nas tuas mãos e até o cheiro de rosas é feito de energia. Procura realmente olhar objectivamente e compreender a simplicidade neste conceito profundo. Existe o nosso universo, que é composto por galáxias, por planetas, e depois há os seres humanos que têm órgãos como o coração, a pele, etc., compostos por células, que por sua vez são constituídos por moléculas, que são formadas por átomos. E estes não são mais do que energia. Qualquer cientista o confirmará. Resta agora realmente conseguir abraçar as implicações destas pesquisas e conclusões. Na sua essência, somos todos um. Alguma vez pensaste sobre o que significa “Universo”? Uni-Verso é um único verso. Somos mesmo todos um. Eu sei que, à primeira vista, não é fácil entender – e ainda menos aplicar – este princípio fundamental. Mas se realmente parares para meditar sobre isto, verás que, no fundo, no teu mais íntimo, tu sentes esta verdade universal. Tu e eu, somos um. E aplicar esta verdade fundamental pode ser o suficiente para a tua vida começar a mudar. E então? Estás convencido? Tudo é um? Bem, na verdade, tudo é dois… 32 PARTE 1 :: REALIDADE: ONDE ESTÁS E QUEM ÉS TU? 2. TUDO É DOIS Tudo pode dividir-se em energia feminina e masculina, em yin e yang. Tudo, mesmo tudo, tem presente estas duas energias. Símbolo chinês que representa a integração de Yin e Yang. Yin-Yang é, na filosofia chinesa, uma representação do princípio da dualidade. O conceito tem origem no Tao (ou Dao), base da filosofia e metafísica da cultura chinesa. Segundo este princípio, tudo o que existe é composto por duas forças complementares: o Yang – o princípio activo, diurno, luminoso, quente, masculino – e o Yin – o princípio paciente, nocturno, com mais intuição e nuances, ou seja, feminino. Na cultura chinesa estas duas forças também podem ser representadas através do tigre e do dragão, animais que simbolizam esses opostos. Entre eles, não há qualquer hierarquia. A sua beleza e poder resultam da sua complementaridade. Para existir o frio, é preciso existir o quente; para existir o alto, é preciso existir o baixo, para existir o gordo, tem de existir o magro, a esquerda complementa e direita, e o “para cima” só faz sentido se existir o “para baixo”… Na física também existem estes opostos – protões (partículas de carga positiva) e electrões (partículas de carga negativa) – que se complementam. Na informática existe uma linguagem binária, de zeros e uns, que está na base de toda a programação. E poderíamos apontar muitos outros exemplos, nas mais diversas áreas. Apesar de tudo ser um, tudo é também uma conjugação destas duas energias opostas – feminina e masculina – que deverão estar, tanto quanto possível, equilibradas. Um desequilíbrio nesta dinâmica conduzirá a resultados inferiores. E, nos seres humanos, que são também a conjugação destas duas energias, existe um desequilíbrio energético natural. Ou seja, predominância de um destes tipos de energia. Geralmente, as mulheres tendem a possuir mais energia feminina e os homens mais energia masculina, mas não obrigatoriamente. Há mulheres que têm predominância de energia masculina, assim como há homens que têm predominância de energia feminina. 33 TRATE A VIDA POR TU É fundamental, depois de procurar assimilar que somos um, que esse um se divide em duas energias essenciais, o Yin e o Yang, que são apostos complementares e necessários em qualquer pessoa, qualquer evento ou área de vida. Cada um deve desenvolver estas duas energias dentro de si, e procurar maximizar e equilibrar estas duas forças em todas as relações e situações do dia-a-dia. Tudo é dois? Bem, na verdade tudo é quatro… FOGO 3. TUDO É QUATRO Tudo está assente em quatro elementos: Terra, Água, Ar e Fogo. Se lhe tirarmos um destes elementos, o ser vivo morre. Se tiver excesso de um dos elementos, TERRA também morrerá. Vamos olhar para o caso de uma planta. Precisa de terra e de ar, de água e de fogo/sol. Os quatro elementos são essenciais à sua sobrevivência. Se tiver ar, água e fogo, mas não tiver terra, morrerá. Se tiver terra, água e fogo, mas não tiver ar, também morrerá. Sem água e sem fogo também não sobreviverá. Não adianta ter um ou mais destes elementos em excesso, se não tiver também os outros presentes, e bem presentes. O mesmo se passa com o ser humano que precisa de alimento e água, mas também de se aquecer (fogo) e de ar para respirar. Para vivermos, precisamos da presença destes quatro elementos, que caracterizam cada uma das quatro áreas de vida: A TERRA é o lado prático da vida, da matéria física, do dinheiro, da casa, do trabalho, dos objectos, dos cinco sentidos. A ÁGUA é a nossa área emocional, que flui e que nos faz sentir o que sentimos. É tudo o que tem a ver com relacionamentos, com pessoas e emoções. O AR corresponde a uma dimensão mental, do lado invisível das ideias e da comunicação, dos pensamentos, aprendizagem, hobbies e criatividade. O FOGO é o nosso lado espiritual, do divino, dos valores, da energia, do efémero. Este elemento existe em vida, no momento, na paixão. ÁGUA 34 AR PARTE 1 :: REALIDADE: ONDE ESTÁS E QUEM ÉS TU? FOGO (AURA) AR (MENTE) ÁGUA (CORAÇÃO) TERRA (MÃOS E CORPO) Os quatro elementos estão presentes em tudo o que somos, mas também em tudo o que fazemos. Até para leres este livro, caso queiras que ele tenha o maior impacto possível, deves fazê-lo com a presença dos quatro elementos. Anda com ele, transporta-o, toma notas, escreve nele, dobra uma folha que aches importante (Terra); partilha-o com os teus amigos, ensina a alguém o que aprendeste (Água); responde às perguntas do livro, concorda, discorda, provoca o debate, mas lê até ao fim (Ar); identifica-te com este livro, descobre quem tu és e quem gostavas de ser quando acabasses de o ler (Fogo). Este livro será tão útil para ti quanto mais conseguires lê-lo e vivê-lo com a presença dos quatro elementos. TERRA PRÁTICO FAZER MÃOS ÁGUA EMOCIONAL SENTIR CORAÇÃO AR MENTAL PENSAR CABEÇA FOGO ESPIRITUAL SER AURA Os quatro elementos influenciam, assim, tudo o que fazes, mas também as relações que estabeleces com os outros. Em qualquer relação laboral ou profissional têm de estar bem presentes os quatro elementos. Quando um deles se desequilibra, a relação é prejudicada. Às vezes não sobrevive, e morre. Veremos ao longo deste livro como os relacionamentos pessoais e laborais poderão ser melhorados ana35 TRATE A VIDA POR TU lisando a presença dos quatros elementos e percebendo qual deles está em falta e de que forma poderá ser reposto. Tudo é quatro? Sim. Mas acima de qualquer coisa, tudo é sobretudo energia… 4. TUDO É (UMA) ENERGIA Tudo é energia. Tudo tem energia. Este é um conceito básico da Física, mas algumas pessoas têm dificuldade em aceitar esta ideia quando ela se refere à troca de energias entre pessoas. Confesso que eu tinha esta dificuldade. Era céptico em relação a estas matérias, assim como algumas pessoas que estão a ler este livro também o poderão ser. Lembro-me então que uma amiga minha me deu um exemplo muito simples, mas que prova, de facto, que as pessoas podem trocar energias entre elas. Ela pediu-me que esfregasse as mãos uma na outra, e as aquecesse. E, enquanto o fazia, tentasse perceber se havia transferência de energia entre uma mão e outra. Havia, claro. Depois pediu-me que fizesse o mesmo com a mão dela. E entre a minha mão e a dela houve transferência de energia. Transferência de calor, pelo menos, se não quisermos ir mais além. Depois afastámos as nossas mãos, e ela perguntou-me se eu não achava possível que, entre elas, mesmo sem toque, houvesse transferência de energia. E colocou-me um conjunto de outras perguntas às quais eu não soube responder: Até onde podemos enviar a nossa energia? De quão longe podemos recebê-la? Até que ponto podemos controlar a energia que enviamos e a que recebemos? Nós somos energia. Nós temos energia. E, entre corpos que têm energia, circula energia. Há interacção. A energia nunca se “gasta”. Ela circula e é transferida de corpo para corpo. Se tudo é energia, se todos temos energia, e se a energia circula entre nós, todos, inevitavelmente, interagimos uns com os outros, em tudo o que fazemos. Há pessoas com mais consciência disto, que conseguem trabalhar sobre as energias que passam aos outros. Mas, mesmo quem não tem esta consciência, transmite sempre energia aos outros, e recebe 36 PARTE 1 :: REALIDADE: ONDE ESTÁS E QUEM ÉS TU? também deles energia. Assim como transmite e recebe energia de tudo o que está à sua volta. E o que recebemos não é alheio daquilo que damos. Recebemos, na maioria das vezes, na medida e na qualidade daquilo que damos. Então todos somos energia. Todos damos e recebemos energia. É que, na verdade, voltando ao primeiro dos meus Fundamentos, tudo é um… Agora que conheces os 4 Fundamentos da minha teoria, voltemos a centrar-nos no R da Rosa: a Realidade. A tua vida. Juntos já reflectimos sobre a tua forma geométrica. Já concluímos que a mudança não passa, necessariamente, por uma mudança de forma, mas sobretudo por uma maior profundidade dessa mesma forma. Mas agora peço-te que recues um pouco mais e reflictas sobre o porquê de estares como estás. Como chegaste a essa realidade, o que precisas de mudar? Quantas vezes tentaste mudá-la? De quem é a responsabilidade de seres quem és e teres a vida que tens? Preparado para ouvir a resposta que vai mudar a tua vida? 37 TEORIA CAUSA-EFEITO Põe-te em causa. Responsabiliza-te! A história da gaivota e das galinhas Era uma vez um ovo de gaivota que rolou para uma capoeira de galinhas. E, assim que a gaivota nasceu, olhou à sua volta e só viu galinhas. Achando que era uma delas, cresceu a imitá-las, mas sempre se sentiu diferente e algo desajeitada. Certo dia, a gaivota olhou para o céu e viu gaivotas a voar. E ficou de tal forma maravilhada que perguntou a outra galinha o que era aquilo. A galinha respondeu-lhe que era uma gaivota. A gaivota ficou fascinada com o que vira e insistiu com a galinha. Perguntou-lhe porque é que elas não voavam ou planavam como as gaivotas. A galinha respondeu-lhe que o lugar delas era na capoeira, a comer milho, e explicou-lhe a diferença entre as galinhas e as gaivotas. A gaivota ficou triste porque, afinal, ela preferia ser como aquela gaivota que voava, sem saber que ela também era uma delas. Então, resignou-se com a sua condição de galinha e ficou naquela capoeira durante toda a sua vida. In Chicken Soup for the Soul, de Jack Canfield e Mark Victor Hansen. Decidi contar-te esta história porque penso que ela é uma forte metáfora para aquilo que é (ou pode ser) a nossa vida. Há quem viva toda a vida na sua “capoeira”, feliz com o milho que come, a água que bebe, aquilo que tagarela com as outras galinhas, os ovos que põe, os pintos que cria e vê depois transformar em frangos e depois galos e galinhas… e isso é bom. É muito bom. Há depois aquelas galinhas que querem dominar a capoeira, que querem pôr cada vez mais e melhores ovos, que organizam a distribuição do milho e protegem o galinheiro das raposas e serpentes que de vez 38 PARTE 1 :: REALIDADE: ONDE ESTÁS E QUEM ÉS TU? em quando entram na capoeira. A vida pode ser muito rica e intensa no galinheiro. Assim se saiba dar valor, significado e profundidade ao dia-a-dia de cada um. Mas, de facto, nem todas as pessoas são galinhas. E uma gaivota, se tem consciência que é diferente, e não se adapta, não deve conformar-se a uma vida na capoeira. A vida é demasiado preciosa para ser vivida com resignação. Quem se sente insatisfeito com a vida, deve tentar modificá-la. Como? Desejando o seu céu, projectando os seus sonhos. Pensando em formas de chegar onde se quer, alcançando aquilo que se deseja. Se uma galinha sabe que é gaivota, deve dar pequenos saltos, todos os dias, até conseguir que as suas asas se abram, e «As pessoas que voem. Pode regressar, ao fim do dia, para junto da sua família e amigos. Mas se o seu vencem neste mundo sonho é rasgar os céus, sentir o vento no são as que procuram rosto e explorar novos horizontes todos os as circunstâncias dias, não deve ter medo de arriscar. Porque de que precisam essa vida, lá fora, existe, e está ao alcance e, quando não as de todos aqueles que ousarem desejá-la. encontram, as criam.» Pode assustar um bocadinho deixar um BERNARD SHAW, Prémio Nobel da Literatura emprego, trocar de casa, mudar de país, de rotinas, de alimentação, de hobbies… Mudar não é para todos, e ainda bem que não é. Mas quem não se sente feliz com o que tem, tem de mudar alguma coisa! Ou muda a vida ou muda a perspectiva que tem da sua vida. E essa responsabilidade é do próprio. Mais ninguém o pode fazer por ele. É uma decisão pessoal e intransmissível. Destemida mas – garanto-vos – única! Tudo é possível, na vida. Desde que seja vivido com verdade. E descobrir a verdade é descobrir quem somos, para depois vivermos em paz. Lembra-te: És aquilo que és, quer o saibas, quer não. 39 TRATE A VIDA POR TU Viver em conformidade implica não só saberes quem és, como também assumires responsabilidade por aquilo que és, fazes ou tens. É muito fácil culpar os outros ou as circunstâncias pelo que não conseguiste ser, pelo que tens de fazer mas não consegues, pelo que gostarias de ter mas não tens… Pois bem, chegou o momento de encarares aquilo que não corre bem na tua vida. Quem é o responsável? Pensa bem. Quem tem verdadeiramente culpa pelos teus resultados nesta vida? Podes tentar apontar o dedo a alguém ou a alguma coisa, mas acho impossível que, neste momento, não estejas também a apontar o dedo a ti próprio. Já estás a fazê-lo? Óptimo. Porque esse gesto – esse simples gesto – pode, de facto, fazer a diferença. A diferença que fará a diferença… Vou contar-te um exemplo pessoal. Há muitos anos tive um colaborador que, durante um mês em que estive fora, conseguiu envenenar por completo o ambiente na minha empresa: falou mal de mim aos colegas, fez intrigas, gerou conflitos e ainda por cima trabalhou muito menos do que era suposto. Em três meses só conseguiu agendar duas ou três reuniões e não obteve quaisquer resultados. Quando regressei e percebi o que se estava a passar, reuni-me com ele e despedi-o. Ele ficou indignado pela forma como eu o estava a tratar e, como forma de retaliação – a que ele chamou de “indemnização” – levou com ele o computador da empresa. Contado desta maneira tenho a certeza que ficaste convencido de que eu era a vítima desta história. Porque eu estou a pôr-me em efeito. Mas posso contar esta mesma história colocando-me em causa. É que eu, de facto, analisando as coisas, andei tão ocupado naquela altura, a dar formação, que praticamente nunca estive no escritório. Esse meu colaborador, nunca tinha feito formação comigo. Era a sua primeira experiência nesta área. Por isso não estava a ter os resultados que eu gostaria. Devia tê-lo acompanhado mais, se queria mais dele. Ele não tinha razões para ficar com o computador mas, de facto, eu fui malcriado com ele, quando o despedi. Ele não chegou a devolver-me o computador, mas eu mudei a minha postura em relação aos outros colaboradores. Ou seja, não consegui contornar aquele evento, mas mudei a minha perspectiva em relação a ele. Pus-me em causa. E 40 PARTE 1 :: REALIDADE: ONDE ESTÁS E QUEM ÉS TU? agora empenho-me muito mais em dar formação aos meus colaboradores e em estar mais presente no dia-a-dia da empresa, mesmo em alturas de mais trabalho. Na verdade, de pouco te serve analisares a tua vida, reflectires sobre a tua realidade, se não conseguires pôr-te em causa. Se não tiveres coragem para assumir «Não importa o que responsabilidade por aquilo que és, tens e fizeram de mim, fazes neste momento. Voltando à metáfora o que importa é o que da galinha e da gaivota, se te sentes uma eu faço com o que gaivota, não te queixes do teu ovo que foi fizeram de mim.» parar ao galinheiro, das galinhas que nunca JEAN-PAUL SARTRE, filósofo e escritor francês. te disseram que és diferente, das outras gaivotas que nunca te foram buscar. Se te sentes uma gaivota, assume-o e abre as asas para voar. Mesmo que ainda não saibas se esse talento existe e está dentro de ti. Ser-te-á muito fácil assim que começares a experimentar. A tendência natural das pessoas que têm vidas que não gostam é desresponsabilizarem-se. Pior, responsabilizam outros. Os maridos, os filhos, o chefe, a economia, os inimigos ou então, no mínimo, o passado e a infância. Se assumires a responsabilidade por tudo o que de mau e de bom aconteça na tua vida, se perceberes que és tu que estás no centro da tua vida e és tu que tens habilidade de responder perante ela, será mais fácil empreenderes a grande mudança da tua vida. Responsabilidade = Respons/Abilidade = Habilidade de Responder Pessoas com sucesso optam sempre por se responsabilizar. E tu podes ser uma delas… 41 TRATE A VIDA POR TU A Teoria Causa-Efeito Sir Isaac Newton, físico inglês do século XVII, publicou em 1687 Philosophiae Naturalis Principia Mathematica, considerado um dos livros mais importantes na história da ciência. Nesse trabalho, Newton descreve a gravitação universal e as três leis do movimento. A terceira lei diz que, para cada acção, há sempre oposta uma reacção igual – é a chamada teoria de Causa-Efeito. Isto leva-nos a pensar, por um lado, que tudo o que nos acontece (todos os efeitos) tem uma origem (uma causa). E que tudo o que nós fazemos também origina múltiplos efeitos. Não adianta analisar os efeitos sem tentar perceber as causas. Nem adianta apontar o dedo aos outros, porque tudo aquilo que nós fazemos também gera efeitos. Directa ou indirectamente, nós somos a causa dos nossos efeitos. Entender esta realidade é, verdadeiramente, pôr-se em causa. O chamado “efeito borboleta”, teorizado pelo matemático Edward Lorenz, em 1963, tem também por base a teoria Causa-Efeito. A ideia é a de que uma pequena variação nas condições em determinado ponto de um sistema dinâmico pode ter consequências de proporções inimagináveis. Já deves ter ouvido a frase “O bater de asas de uma borboleta em Tóquio pode provocar um furacão em Nova Iorque.” É que, de facto, as pequenas acções do dia-a-dia, mesmo aquelas que achamos que não fazem nada por nós nem pelos outros, podem marcar a diferença. Tudo o que fazemos conta, porque tudo, mas mesmo tudo na vida tem uma causa e um efeito. O que a maioria das pessoas com insucesso faz, quando tem um problema, é concentrar-se apenas nos efeitos, desresponsabilizando-se das causas que o geraram. E isso faz com que se perca poder sobre a situação. Só quando reflectes sobre as causas e percebes que tens poder para actuar sobre elas, poderás obter novos e mais proveitosos efeitos. Quem se foca continuamente, por exemplo, nos efeitos de uma recessão económica, está a perder a habilidade para responder perante ela. Queixa-se da inflação, do défice, do preço dos combustíveis, das taxas de juro ou desemprego, mas não pondera sequer a hipótese de ter, nas suas mãos, poder para inverter a sua situação. 42