Muerte e inmortalidad: lógica de la simiente vs. lógica del homúnculo

Anuncio
Muerte e inmortalidad: lógica de la simiente vs. lógica del homúnculo
ANDRÉS TORRES QUEIRUGA Universidad de Santiago de Compostela
El problema de la inmortalidad es re - t i v a , q u e -c o m o e n e l c a s o d e l s e m e n p l a n t e a d o a f o n d o p o r l a v i s i ó n e m e r - h o m ú n c u l o a n tiguo- s ó l o p u e d e e x p l i gentista de la antropología, pues desde zar lo semejante, trata de tomar en su ella surgen nuevas dificultades a causa consecuencia la «lógica emergentista», de la visión unitaria que propicia (viva- que momo la simiente expandiéndose mente resaltadas en Cuerpo y alma por en el árbol - tiene capacidad para abrirLaín Entralgo). Pero aparecen también se a la novedad inesperada e irreductinuevas posibilidades. Éstas son las que, ble. La
l ó g i c a d e l o n u e v o p e r m i t e a d e a t e n d i e n d o t a m b i é n a l a s a p o r t a c i o n e s m á s c o n j u n t a r i n d i c i o s d e d i v e r s a p r o c e de la teología, intenta explorar el artícu- d e n c i a , q u e s e r e f u e r z a n m u t u a m e n t e e n l o . F r e n t e a l a l ó g i c a d e d u c t i v a y r e p e t i - u n a a u t é n t i c a c i r c u l a c i ó n d e l s e n t i d o .
1. Acotamiento del espacio discursivo
El problema de la muerte se nos presenta siempre complejo, confuso, difícil, disruptor. La muerte constituye un fenómeno paradójico, que es en cierto modo la negación de todo fenómeno. Pues, situada en el límite de todo límite, no puede ser fenómeno para los asistentes, que no pueden vivenciarla en lo que es, sino simplemente contemplarla en sus pródromos o en sus restos; ni siquiera, como ya viera Epicuro, puede serlo para su protagonista, que deja de estar presente en la justa medida en que ella se produce (cuando la muerte está, no está él; cuando está él, no está la
muerte).
S i a e s o s e s u m a s u c a r á c t e r t o t a l i z a n t e , n o p u e d e e x t r a ñ a r l a a f i r m a c i ó n c o n q u e H a r a l d H o l z c i e r r a u n d e n s o a r t í c u l o a l r e s p e c t o : « L a m u e r t e , c o m o f e n ó m e n o q u e a f e c t a d e m a n e r a ú n i c a y p e c u l i a r l a c o r p o r a l i d a d y l a e s p i r i t u a l i d a d d e l s e r h u m a n o , s e d e s v e l a c o m o u n p u n t o n o d a l d e c u e s t i o n e s o n t o l ó g i c a s , a n t r o p o l ó g i c a s , é t i c a s e h i s t ó r i c o -f i l o s ó f i c a s , c u y a s o l u c i ó n c o n s t i t u y e u n a l a r g a t a r e a d e l a n t e d e n o s o t r o s » . '
E n e s a s c i r c u n s t a n c i a s r e s u l t a l ó g i c o o b i e n q u e e l p e n s a m i e n t o q u e d e s u s p e n d i d o e n e l s i l e n c i o a s o m b r a d o y m e d i t a t i v o o b i e n q u e -c o m o d e a l g ú n m o d o s u c e d e e n e l l i b r o e n t a n t o s a s p e c t o s a d m i r a b l e d e V l a d i m i r 7 a n k é l é v i t c h ? s e d e s a t e e n d i s c u r s o i n a c a b a b l e y r e t o r n a n t e d e p a l a b r a s
ISEGORÍAI10 (1994) pp. 85-1 0 6 8 5
Andrés Torres Queiruga
que no acaban de cerrarse. Pero ya se sabe que la apuesta del pensamiento consiste justamente en buscar la vía del medio: unas pocas palabras en el bosque del silencio, «senda perdida» o breve demora para el logos.
Aun dentro de ese e s p a c i o , e s t e t r a b a j o i n t e n t a r e d u c i r s e t o d a v í a a u n a s p e c t o m u y c o n c r e t o : h a c e r a l g u n a s s u g e r e n c i a s a c e r c a d e l t i p o d e l ó g i c a q u e p u e d e a p l i c a r s e e n e s e l i m i t e q u e p a r e c e r o m p e r t o d a l ó g i c a . Y l o h a r á t e n i e n d o e n c u e n t a d o s r e f e r e n c i a s f u n d a m e n t a l e s :
1) La s d i f i c u l t a d e s y p o s i b i l i d a d e s q u e p r e s e n t a u n a c o n c e p c i ó n e m e r gentista, sobre todo teniendo en cuenta la propuesta por Laín Entralgo en su obra Cuerpo y alma .3 Intentará encontrar una cierta mediación al dilema con que se enfrenta la asunción de una posible inmortalidad: ver si entre la concepción tradicional del «alma», por un lado, y la «muerte total» de la persona, por otro, cabe un nuevo tipo de continuidad que evite las apodas que parecen implicar ambas posturas. Conviene, con todo, advertir que se trata ante todo de abrir una nueva posibilidad, no de describirla en su
detalle ni de desarrollarla en sus implicaciones.
2 ) A b i e r t a l a p o s i b i l i d a d , i n t e r e s a r á , e n c a m b i o , m o s t r a r l o s c a m i n o s p o r d o n d e p a r e c e q u e h a b r á d é a r t i c u l a r s e l u e g o l a a r g u m e n t a c i ó n c o n c r e ta. Será importante entonces conjugar el rigor lógico respecto del punto central concreto -l a p o s i b l e c o n t i n u i d a d - y l a c o n c i e n c i a d e l a i m p o r t a n cia que en estos temas envolventes adquieren siempre las pre-comprensiones o «creencias» previas, cuidando de situarlas a su justo nivel (cosa especialmente importante respecto del mundo religioso).
2. Hacia una lógica de la muerte y la inmortalidad
2.1. Paradoja y ruptura
E l c a r á c t e r e x t r a ñ o y p a r a d ó j i c o d e l a m u e r t e e s a l g o q u e a p a r e c e e n l a s u p e r f i c i e m i s m a d e l a v i v e n c i a m á s e s p o n t á n e a , s i e m p r e o s c i l a n t e e n t r e s u n a t u r a l i d a d y s u e x t r a ñ e z a . K a r l R a h n e r l o h a e x p r e s a d o b i e n a l a f i r m a r : « L a m u e r t e e s e l f e n ó m e n o m á s u n i v e r s a l . T o d o e l m u n d o e n c u e n t r a n a t u r a l y d a p o r s o b r e e n t e n d i d o q u e h a y q u e m o r ir. Y, sin embargo, todo hombre vive una secreta protesta contra la muerte y un inextinguible horror ante ella» .4
L a v e r d a d e s q u e , p o r u n l a d o , e n c u a n t o « c e s a c i ó n » d e a l g o q u e h a e m p e z a d o , r e p r e s e n t a l o m á s u n i v e r s a l , p u e s e n e s e s e n t i d o , s e g ú n l a j u s t a insistencia de Ferrater Mora, «ser real es ser cesable»; pero, por otro, en cuanto humana, la muerte se singulariza, convirtiéndose en un «surtido de paradojas», pues el hombre vive asediado por «una frecuente intención de traspasar los límites impuestos por la muerte», por la sed de inmortalidad.5 Es la paradoja inscrita en el hecho fundamental y originario de que el hombre, como tantas veces se ha dicho, es el único animal que sabe de
86 ISEGORÍA/10 (1994)
Muerte e inmortalidad
su propia muerte, pero con un saber que se reduce al hecho, quedando abierto sobre el abismo insondable del qué y del cómo.
J u n t o a l a p a r a d o j a e s t á l a r u p t u r a . L a m u e r t e e s l a i n t e r r u p c i ó n p o r a n t o n o m a s i a : t a j o s i n f o n d o q u e s u s p e n d e el fluir del vivir y del pensar. Es «el instante inenarrable», «fuera de todas las categorías», que «rechaza toda topografía» e interrumpe todas las relaciones .6 A nivel psicológico es obvio, y valdría la pena repasar, por ejemplo, las páginas admirables de Paul Chauchard acerca de la incomprensibilidad de este hecho «absolutamente distinto de toda experiencia que puedo tener», para el que no existe ninguna analogía.'
P e r o e s s o b r e t o d o e n e l n i v e l o n t o l ó g i c o d e l a c o n s i d e r a c i ó n ú l t i m a d o n d e l a s i n g u l a r i d a d d e l a m u e r t e y e r g u e s u i n t e r r u p c i ó n i r r e v e r s i b l e , q u e , c o m o e n é r g i c a m e n t e o b s e r v a E . L e v i n a s , m a r c a e l c a r á c t e r i n a s i m i l a b l e d e s u s e r « o t r o » , s u e s t a r « m á s a l l á » d e t o d a l ó g i c a d e l a e s e n c i a ; h a s t a e l p u n t o d e q u e l a m u e r t e p a r e c e s e r l o t a m b i é n d e l a lógica, pues aparece como lo absolutamente extraño, ruptura de toda identidad, inobjetivable e inefable."
2.2. Lógica existencial
D e t o d o s m o d o s , e l t r a b a j o d e l a c o m p r e n s i ó n n o p u e d e p a r a l i z a r s e . D e s d e l u e g o , h a b r á q u e m a n t e n e r a b i e r t a s l a p a r a d o j a y l a ruptura, sin cierres apresurados. Pero tampoco basta el silencio mudo ni la mera huida hacia adelante, a lo arbitrario o a lo totalmente ilógico. Lo que cumple es, más bien, el respeto a lo específico en la exploración tanteante, que intenta plegarse a las características peculiares de eso que se ofrece robándose y se presenta escapándose, pero que pertenece a la más íntima entraña de nuestro ser y pide ser traído de algún modo a la palabra.
D e h e c h o , a s í l o h a c o m p r e n d i d o e l p e n s a m i e n t o c o n t e m p o r á n e o , s o b re todo a partir de Heidegger y, en general, del pensamiento existencial. No basta siquiera definir la muerte como algo específicamente humano, sino que, dentro mismo de lo humano, se impone contemplarla en su radi calidad como existenciario último, con su peculiar lógica interna, irreductible no sólo a lo cósico sino también a lo meramente biológico y psicológico. Es bien conocida la importancia decisiva que Heidegger le atribuye: en definitiva, sólo la muerte, en cuanto incluida en la capacidad anticipadora de la
cura y desvelada como posibilidad última en la angustia, permite totalizar la verdad de la existencia como un todo?
No interesa ahora discutir lo justo o injusto de toda su tematización, sino únicamente destacar la aportación ya imborrable de que existe un modo específico de acercarse a la muerte. Modo que, sin negar el carácter único y aun la extrañeza irreductible de la misma, no la sustrae sin más al ámbito de la comprensión. Algo que, a pesar de las perspectivas distintas
ISEGORÍAl10 (1994) 8 7
Andrés Torres Queiruga
e n q u e s e e n c u a d r a n y d e l a s d i f e r e n t e s c o n c l u s i o n e s a q u e l l e g a n , c o n f i r m a n l o s a n á l i s i s d e K a r l J a s p e r s , d e J e a n -Paul Sartre y del mismo Gabriel Marcel. Sobre todo el primero, con su tenaz distinción entre «la conciencia en general, es decir el modo de conocimiento objetivante y universal, por un lado, y la «conciencia existencial», por otro, marca tanto la existencia de una lógica específica para la muerte como la necesidad de atenerse a ella, si se quiere vivirla y afrontarla en toda su radicalidad humana. Y destaca mejor que Heidegger el carácter transgresivo de esa lógica, que,
por serlo del límite, está ya siempre también más allá del límite.10
T o d o l o c u a l c o b r a t o d a v í a u n a i m p o r t a n c i a i n m e n s a m e n t e m a y o r a l r e f e r i r s e a l a « i n m ortalidad». Por definición, nada de lo que se diga puede ser reducido a las pautas de la realidad eraripírica: toda proposición rompe necesariamente lo meramente protocolario y remite de modo irremisiblemente alusivo y analógico a algo «otro», en definitiva irreductible e inobjetivable. Jamás podrá tratarse de una «prolongación» o «repetición» indefinida de la vida mortal tal como la experimentamos en el tiempo: eso equi valdria en el fondo a la instauración de un horror infinito.
2.3. Kontingenzbewiiltig u n g
En realidad, lo dicho podria resultar suficiente para afrontar directamente nuestro problema. Pero existe todavía otro tipo de consideración que arroja una luz muy importante, en cuanto confirma y complementa lo adquirido. Se trata del encuadramient o preciso del problema en la historia general de la cultura. No me refiero ahora a lo que pudiéramos llamar su evolución historiográfica, tal como la describe, por ejemplo, Philippe Ariés en El hombre ante la muerte.l' Interesa más bien aquel movimiento de fondo que permite dilucidar con claridad los dos niveles fundamentales en que puede
m o v e r s e l a l ó g i c a d e l a m u e r t e : l l a m é m o s l o s , p a r a s i m p l i f i c a r , e l c i e n t í f i c o -t é c n i c o y e l d e l s e n t i d o ú l t i m o .
S o n , e n e f e c t o , l o s d o s n i v e l e s d e c i s i v o s q u e r e s u l t a n d e l a d e c a n t a c i ó n c u l t u r a l i n d u c i d a p o r e l p r o c e s o d e l a I l u s t r a c i ó n . E l f e n ó m e n o h a s i d o b i e n e s t u d i a d o a p r o p ó s i t o d e l a r e l i g i ó n , c o m o u n p r o c e s o d e s e c u l a r i z a c i ó n d e l a v i d a y d e l p e n s a m i e n t o , q u e r e t r a e y c o n c e n t r a l o r e l i g i o s o e n s u á m b i t o e s p e c í f i c o , d i stinto de los otros ámbitos y saberes, con su legalidad interna y su lógica propia. Pero la clarificación tiene alcance general, y alcanza, muy en concreto, al problema de la muerte.
N o c a b e d u d a d e q u e e x i s t e t o d o u n m u n d o d e c o n s i d e r a c i o n e s e n l a s q u e e l h o m b r e a c t u a l m u e s t r a u n s a b e r a c e r c a d e l a m u e r t e , q u e s u p e r a i n m e n s a m e n t e a l d e t o d a s l a s g e n e r a c i o n e s a n t e r i o r e s : l o s p r o c e s o s f i s i o l ó g i c o s q u e l l e v a n a e l l a , l a s e n f e r m e d a d e s y l o s r e m e d i o s , l o s s í n t o m a s , l o s i n d i c i o s y l a v e r i f i c a c i ó n d e l f i n b i o l ó g i c o , l o s m i s m o s p r o c e s o s p s i c o l ó g i cos... Pero, al mismo tiempo, somos cada vez más conscientes de que exis88 ISEGOR(A/10 (1994)
Muerte e inmortalidad
t e o t r o n i v e l e n e l q u e a p e n a s h e m o s d a d o u n p a s o : a q u e l d o n d e v i v i m o s e l a s o m b r o d e l m o r i r , d o n d e s e n o s a b r e n l o s p o r q u é s d e l s e n t i d o y c o m p r o b a m o s n u e s t r a p a s i v i d a d ú l t i m a y d e f i n i t i v a . S i e n e l p r i m e r a s p e c t o h e m o s a v a n z a d o e s p e ctacularmente, en este segundo no nos diferenciamos gran cosa del hombre de Neanderthal. Acaso nada mejor que pensar en los aparatos de una UCI, magníficos y horribles, portentosos y en definitiva inútiles, para experimentar la profunda verdad de esta constatación.
Este segundo nivel ha sido tematizado recientemente recurriendo a un término de rancio abolengo clásico: el de la contingencia. Es decir, el de aquellas realidades o situaciones -como pueden ser también el nacimiento, o la exposición al azar y ala culpa- en las que el hombre se encuentra ya siempre y que no puede eliminar ni cambiar; lo único que puede hacer es cambiarse a sí mismo frente a ellas.'z Tales realidades exigen, pues, una lógica distinta de la técnica o instrumental: una lógica de comprensión y acogida, de libertad e imaginación creativa, de toma de postura ante la
propia existencia. (Por eso el nombre que ha entrado en la discusión no es acaso el más adecuado: Kontingenzbemiltigung, «dominio de la contingencia»; si bien se nos avisa expresamente de entender bien su significado: «contingencia dominada es contingencia reconocida».)"
C u a l q u i e r l e c t o r d e J a s p e r s a d v i e r t e , p o r l o d e m á s , q u e l o d i c h o s e c o r r e s p o n d e m u y e s t r e c h a m e n t e c o n s u c o n c e p c i ó n d e l a s « s i t u a c i o n e s l í mite».'4 Pero no sobra recordarlo de modo expreso, por dos razones importantes. La primera, porque así aparece a las claras cómo la intuición existencial enlaza de modo intrínseco con el proceso que marca de manera decisiva el destino de nuestra cultura. La segunda porque refuerza la evi dencia y la necesidad de una lógica específica para el problema: si, por un lado, habrá de insistir en lo científico del concepto de emergencia, por otro,
h a b r á d e a l i m e n t a r s e e n l a s i n t u i c i o n e s y c a t e g o r í a s e s p e c í f i c a s d e l o p e r s o n a l , s i empre abierto e irreductible.
2.4. Muerte e inmortalidad desde la religión
E s e n e s a a p e r t u r a d o n d e c o n v i e n e s i t u a r b i e n l a a p o r t a c i ó n r e l i g i o s a , t a n i m p o r t a n t e e n e l t e m a , p e r o q u e d e o r d i n a r i o s e a f r o n t a d e u n m o d o i n c u rablemente extrínseco, sin verdadera posibilidad ni de crítica ni de fecundación. Existe, en efecto, un hábito inveterado, que casi se ha convertido en «creencia» evidente, según el cual las verdades religiosas caerían literal mente del cielo. Serían respuestas extra-humanas, ajenas al esfuerzo y al alcance de nuestra racionalidad, que no sólo no engancharían con nuestras inquietudes más íntimas, sino que incluso matarían nuestras preguntas. De ahí se deduce luego que la teología no puede pensar de verdad y que intentarlo seria, en expresión famosa de Heidegger en su ensayo Fenomenología y Teología, postular la existencia de un «círculo cuadrado» o de
ISEGOR(A/10 (1994) 89
Andrés Torres Queiruga
un «hierro de madera».'S Por desgracia, no pocas veces la teología, incluso la última capitaneada en esto nada menos que por el genio de Karl Barth, parece haberle dado la razón: la palabra reveladora caería vertical sobre el hombre y éste no tendría otra posibilidad que la de escucharla sin pedir cuenta ni razón, para lo cual se le regalan incluso los oídos.'6
E s c l a r o q u e , d e s e r l a s c o s a s a s í , l o s p e n s a d o r e s c r e y e n t e s s e e n c o n trarían en una curiosa situación. Por un lado, jugarían c o n v e n t a j a : « s a brían» ya por otros caminos aquello que los demás mortales buscan con el sudor de su frente. Pero, por otro, tendrían que aceptarlo pasivamente en el círculo cerrado de su pertenencia grupal y, en caso de conflicto con nuevas evidencias científicas o culturales, resignarse pasivamente a un conflicto de dos fidelidades, sin opción verdadera a buscar una mediación entre ambas. He creído percibir el eco de este conflicto en el libro de Laín, sobre
t o d o e n e l e j e m p l a r , p r o f u n d o y s e n s i b i l í s i m o c a p í t u l o f i n a l . P o r e s o , a u n q u e e s i m p o s i b l e e n t r a r a h o r a e n l a c o m p l e j a e n t r a ñ a d e e s t e a g u d o p r o b l e m a , c r e o i n d i s p e n s a b l e e n u n c i a r -s i q u i e r a e n u n c i a r - l a q u e , c o n l o m á s v i v o d e l a t e o l o g í a a c t u a l , e s t i m o v i s i ó n m á s c o r r e c t a d e e s t e p u n t o t r a s c e n d e n t a l .
En realidad, se trata simplemente de «volver a la cosa misma» de la religión. Una sencilla reflexión personal y, desde luego, tanto el testimonio de la Fenomenología de la Religión como los resultados de la exégesis crítica, pueden mostrarle a cualquiera que toda religión -y por tanto toda revelación- antes de ser dato ofrecido ha sido dato conquistado en el humanísimo esfuerzo por buscar una respuesta a las preguntas últimas de la existencia. Por eso la religión no cae de arriba, sino que nace de dentro, y todo gran descubrimiento en ella ha brotado del duro esfuerzo de la reflexión, la
fidelidad, la oración y el genio de unos pocos. Contra todo tópico superficial, los profetas y fundadores han sido siempre hombres de búsqueda y fidelidad, de crisis y descubrimiento. Piénsese, por ejemplo, en Oseas y Jeremías, en Buda o Zaratustra, o en los treinta años de retiro, indagación y rastreo que preceden al encuentro definitivo de Jesús de Nazaret con su misión propia.
P o r e s o , c u a n d o e l i n s p i r a d o c o m u n i c a s u d e s c u b r i m i e n t o a l o s d e más, no les anuncia algo extraño, sino que les llama a reconocer algo que también ellos están viviendo pero cuya profundidad o sentido no habían percibido. En realidad, es lo que sucede en todo descubrimiento «genial» y lo que const ituye la perennidad de los «clásicos». Desde hace tiempo vengo tematizando esta concepción hablando de la revelación como «mayéutica histórica»: una palabra descubierta dentro de nuestra historia y que por eso, en aquellos que la admiten, puede hacer de «partera» para, a su luz,
reconocer la propia realidad más íntima y profunda.
Esto está dicho así abruptamenté y precisaría muchas matizaciones." Pero acaso baste para percibir lo fundamental:
90 ISEGOR(A/10 (1994)
Muerte e inmortalidad
1) Que la revelación nace de nuestras preguntas y habla de nuestros problemas; de otro modo ni siquiera podríamos reconocerla. Sería, en expresión genial del joven Hegel, como la predicación de san Antonio a los peces: tan vertical y admirable como inútil y sin sentido.',,
2 ) Q u e p o r l o m i s m o , l l a m a a l o y e n t e n o a a c e p t a r c i e g a m e n t e , s i n o a « v e r » p o r s í m i s m o a q u e l l o q u e l e p r o p o n e . S ó c r a t e s d e c í a q u e é l n o i n t r o d u c í a l a s i d e a s e n s u s i n t e r l o c u t o r e s , s i n o q u e , c o m o s u m a d r e -m a l a , « p artera»; de ahí «mayéutica»-, se limitaba a ayudarles a que las «diesen a luz». Y en el evangelio de san Juan los samaritanos dicen a su paisana: «Ya no creemos por lo que tú nos cuentas; nosotros mismos lo hemos oído y sabemos que él es realmente el salvador del mundo» (Jn 4,42).
3 ) D a d o q u e l a r e v e l a c i ó n s e m u e v e e n e l n i v e l d e l s e n t i d o -d e « a f r o n t a m i e n t o d e l a c o n t i n g e n c i a » -, su esfuerzo y su propuesta entran en contacto y diálogo con toda búsqueda humana a ese nivel; muy en concreto, con la filosofía, cuando ésta es de verdad «filosofía primera». En ese terreno específico el esfuerzo del filósofo abierto a los datos de la historia y el del teólogo abierto a las instancias de la critica convergen, aunque sea asintóticamente, hacia una figura común, en diálogo de enriqueci miento y corrección mutuos.'9 El caso del filósofo Jaspers haciendo una filosofía -también
de la muerte- e m p a p a d a d e T r a s c e n d e n c i a ; o e l d e l t e ó l o g o R a h n e r z 0 a c o g i e n d o e n s u e s t u d i o l a s i n t u i c i o n e s d e H e i d e g g e r , s o n u n a b u e n a m u e s t r a .
4 ) F i n a l m e n t e , e s t a e n t r e g a d e l a r e v e l a c i ó n a l a i n t e r p r e t a c i ó n c r í t i c a y a l d i á l o g o i n t e r h u m a n o , m u e s t r a q u e s u p r o p u e s t a n e c e s i t a s e r c o n t i n u a mente reinterpretada dentro de las coordenadas de cada época y cultura, exponiéndose así a la crítica y a la autocorrección. Lo cual no equivale a negarla o desmentirla, como tantas veces se piensa, tanto desde «dentro», en una ortodoxia estrecha, como desde «fuera», en una descalificación apresurada. Al revés, constituye el único modo de mantener vivo su significado y de entrar con eficacia en el diálogo fecundo de la historia. Es justamente lo que, acaso a pesar de sus propios temores, hace la obra de Laín con sus honestas y lancinantes preguntas finales.
A l a l u z d e e s t o s p r e s u p u e s t o s , p e r m í t a s e u n a i m p o r t a n t e aclaración terminológica. En este trabajo se habla de «inmortalidad» sin más precisiones. En teología cristiana se habla sobre todo de «resurrección». A este nivel se trata de remitir a lo mismo, con tal de que no se entienda la resurrección como la vuelta a la vida de un cadáver, que continuaría en las condiciones anteriores. Al hablar de «resurrección» o de «vida eterna», lo que de verdad se puede insinuar -como posibilidad analizada o como creencia asumidaes un nuevo modo de vida radicalmente diferente,ya no
e s p a c i o -t e m p o r a l ( y p o r l o m i s m o i n i m a g i n a b l e ) . C a b e i g u a l m e n t e h a b l a r d e « e s e n c i a l i z a c i ó n » , c o m o l o h i c i e r o n e l f i l ó s o f o S c h e l l i n g ? ' y m á s t a r d e e l t e ó l o g o P . T i l l i c h 2 z o d e « e t e r n i z a c i ó n » : l o d e c i s i v o e s m a n t e n e r l a a p e r t u r a a l o n u e v o y l a c o n c i e n c i a
ISEGORÍA/10 (1994) 91
Andrés Torres Queiruga
de lo diferente. En realidad, si se piensa bien, de alguna manera una «vida» así, libre de las contingencias de la muerte, tiene que lindar con lo infinito: de hecho, de una cierta «inhnitización» habla E. Jüngelz3 y a ello alude toda idea auténtica de «salvación» religiosa (como misterio absoluto, sólo concebible por comunión con la vida infinita de Dios).
2.5. El desafío emergentista
S o b r e e s t e á m b i t o c o m p l e j o y p r o f u n d o i n c i d e c o n f u e r z a l a a p o r t a c i ó n d e l l i b r o d e L a í n , q u e s e c e n tra fundamentalmente en el cuestionamiento que la nueva visión científica del mundo ejerce sobre la interpretación tradicional de la inmortalidad. También aquí lw evocación de Jaspers muestra la justeza de la pretensión: justo porque la ciencia es «lo otro» de la filosofía y constituye su peligro mortal si llega a imponerle su racionalidad objetivante, debe ser tomada en toda su seriedad, como aquello que conocido, respetado y superado hace surgir la lógica específica de la
Trascendencia.24 La pregunta por el sentido, incluso por el sentido de las ciencias, «no podría responderse a través de las ciencias mismas».zs Pero, a su vez, «cuando la fe revelada hace afirmaciones en su teología acerca de hechos empíricamente constatables con general validez, pierde toda razón frente a la ciencia metódicamente impositiva» .26
De ahí la importancia del desafío afrontado en Cuerpo y alma. La nueva visión del universo expuesta en síntesis admirable a lo largo de los capítulos del libro, cuestiona agudamente la dualidad cuerpo-alma como realidades ontológicas distintas, y parece imponer una concepción unitaria «corporalista», «estructurista», «constitucionista» o «emergentista». El autor, que reconoce su irremediable mentalidad científica -«Mi pobre mente es científica, y no me es posible evitar que lo sea» (270) -, siente el duro choque con la visión dualista que encuentra en la expresión tradicional de la fe:
« l o s i n e l u d i b l e s , t u r b a d o r e s , i n s o l u b l e s p r o b l e m a s q u e a l a m e n t e c i e n t í f i c a p l a n t e a n l o s t e x t o s e v a n g é l i c o s t o c antes al orden natural de la realidad creada» (271; cf. 269-2 7 2 ) . C o m o t a m p o c o q u i e r e n i r e n u n c i a r a s u f e c r i s t i a n a n i v i v i r l a c o m o e l « c a r b o n e r o » ( 2 7 0 ) , b u s c a u n a n u e v a s a l i da aporética, soportando «newmanianamente» la duda (271), en el reconoc i m i e n t o de que la alternativa aniquilamiento-resurrección no permite imposición racional unívoca (281).
P r e s e n t a l a c u e s t i ó n e n s u c o m p r o m e t i d a t r a s c e n d e n c i a h u m a n a , p u e s n o s e t r a t a p a r a é l d e u n j u e g o i n t e l e c t u a l , s i n o , l i t e r a l m e n t e , d e u n a c u e s t i ó n d e v i d a o muerte. Como Zubiri, vive «dentro de sí, intelectual y patéticamente reunidas, la idea científica de la "muerte total" del ser humano y la fe cristiana en la resurrección de los muertos» (143). De ahí que su testimonio llegue a alcanzar ese patetismo humi lde y definitivo que ya sólo puede recurrir a Dios como testigo: «Sin jactanciosa seguridad, con temor
92 ISEGORÍNIO (1994)
Muerte e inmortalidad
y temblor, porque hablo de Dios y ante Dios, así entiendo yo lo que como hombre soy» (262).
Y a s e c o m p r e n d e q u e a n t e u n t e s t i m o n i o d e e s t e c a l i b r e , s ó l o c a b e e l r e s p e t o p r o f u n d o . R e s p e t o q u e s e h a c e a n t e t o d o s i l e n c i o . P e r o q u e p u e d e t a m b i é n , e n u n s e g u n d o m o m e n t o , d e j a r q u e g e r m i n e d e n t r o d e é l l a p a l a bra del diálogo amistoso, donde, en gracia a lo mucho que se ha aprendi do, se desearía introducir la pequeña aportación de la propia perspectiva. En mi caso, una.perspectiva de teólogo y de filósofo de la religión, que acaso pueda complementar muy bien en algún aspecto la perspectiva del científico y del filósofo humanista.
3. Lógica de la simiente vs. lógica del homúnculo
3.1. Dos observaciones generales
Por mor de la claridad, daré ant e t o d o u n a i m p r e s i ó n g e n e r a l d e l p r o b l e m a , p a r a c e n t r a r m e l u e g o e n e l p u n t o m á s c o n c r e t o q u e i n t e n t a r é a n a l i z a r c o n c i e r t o d e t e n i m i e n t o . E s a i m p r e s i ó n t i e n e u n a d o b l e v e r t i e n t e .
L a p r i m e r a s e r e f i e r e a l a e v i d e n c i a « c i e n t í f i c a » d e l e m e r g e n t i s m o , c o m o p r e fiero llamarlo, a pesar de las reservas y precisiones de Laín, que prefiere el de «estructurismo» (182-183). Al nivel de generalidad con que aquí lo tomo, es decir, como esa visión evolutiva de lo real, que en complejificación creciente y sin adiciones externas va «dando de sí» nuevos niveles y realidades irreductibles a los anteriores, el emergentismo me parece una evidencia o, mejor, una «creencia» que forma ya parte de nuestros presupuestos a la hora de contemplar lo real. Laín ha hecho muy bien en
s i s t e m a t i z a r e s a e v i d e n c i a , d e s d e e l b i g -b a n g c o s m o g ó n i c o h a s t a s u p r o p i a p e r i p e c i a p e r s o n a l . P e r o , c o n l o s i n e v i t a b l e s i n d i c e s d e r e l a t i v i d a d q u e c o n viene poner siempre en todo lo «científico», pienso que para mi generación, o al menos para muchos de nosot ros que hemos leído a Teilhard cuando nos asomábamos al pensamiento reflexivo y hemos crecido en un ambiente intelectual permeado por la historicidad y la evolución, eso no constituye en rigor una necesidad sino la simple descripción o constatación notarial de un hecho ya acontecido y presente.
L o c u a l f a c i l i t a , p o r u n l a d o , l a c o i n c i d e n c i a , y , p o r o t r o , a c a s o t e n g a l a v e n t a j a d e d e j a r n o s e n a l g o m e j o r f r a n q u í a p a r a p e n s a r l o p e c u l i a r d e l a l ó g i c a e m e r g e n t i s t a . D e h e c h o e n e s e p u n t o p r e c i s o e s d o n d e i n t e n t aré centrar las reflexiones finales.
P e r o a n t e s e s p r e c i s o a l u d i r a l a s e g u n d a v e r t i e n t e . S i l a p r i m e r a e r a m á s b i e n g e n e r a c i o n a l , é s t a e s d i r e c t a m e n t e t e o l ó g i c a . D e s p u é s d e l o a n t e s i n s i n u a d o a p r o p ó s i t o d e l a r e v e l a c i ó n , s e c o m p r e n d e r á b i e n l o q u e q u i e r o i n d i c a r c o n l a s i g u i e n t e o b s e r v a c i ó n : l o s f i l ó s o f o s , c u a n d o s o n c r e y e n t e s , t i e n d e n a m i r a r c o n e x c e s i v o r e s p e t o a l a t e o l o g í a -a l a t e o l o g í a , n o a l a
ISEGOR(AI10 (1994) 93
Andrés Torres Queiruga
fe-, no atreviéndose por lo generala un cuestionamiento legítimo de su racionalidad (que tal como de ordinario la reciben está casi siempre por debajo de la que manejan en su filosofía). De hecho, gran parte del agobio de Laín nace de una lectura excesivamente tímida y literal de los datos revelados. Así da por supuesta la realidad de la resurrección de Lázaro (274), que es más bien una narración simbólica o parábola en acción; y que además, de ser cierta, carecería de relevancia, pues nada tendría que ver con la vida eterna sino con la mera vuelta a la vida de un cadáver, que
h a b r í a d e m o r i r d e n u e v o . . ? ' Y l o m i s m o c u a n d o a c e r c a d e J e s ú s v e t r o p i e z o c i e n t í f i c o y f i l o s ó f i c o c o n « t o d o l o q u e d e s u c u e r p o -e n c a r n a c i ó n , r e s u r r e c c i ó n , a s c e n s i ó n - y d e s u o b r a -m u l t i p l i c a c i ó n d e p a n e s y p e c e s , r e s u r r e c c i ó n d e u n d i f u n t o - t a n e x p r e s a m e n t e » s e l e d i c e ( 2 6 9 ) ; e i g u a l m e n t e e n « l o q u e s u c e d i ó e n e l v i e n t r e d e M a r í a y e n e l c u e r p o a s c e n d e n t e d e J e s ú s » ( 2 7 0 ) .
No cabe entrar ahora en prolijos detal l e s e x e g é t i c o s . P e r o s í e s p r e c i s o i n d i c a r q u e l a v e r d a d p r o f u n d a q u e c o n e s a s v e r d a d e s d e f e s e q u i e r e e x presar en modo alguno es solidaria de la imaginería precrítica y cientifista con que se presenta ordinariamente. (El resucitado, por ejemplo, no eravisible ni material, ni tenía sentido que ascendiese o bajase espacialmente, porque no hay cielo arriba ni infierno abajo, ni es eso lo que quieren decir los evangelios; de hecho, Lucas en su evangelio sitúa el símbolo de la ascensión en la tarde del mismo domingo de Pascua, mientras que al com i e n z o d e l L i b r o d e l o s H e c h o s , t a m b i é n e s c r i t o p o r é l y r e m i t i é n d o s e e x p r e s a m e n t e a l a n a r r a c i ó n a n t e r i o r -Hch 1,1-3 -, l o s i t ú a c u a r e n t a d í a s d e s p u é s : s e ñ a l i n e q u í v o c a d e q u e n o p r e t e n d í a s e r t o m a d o a l a l e t r a . )
Es decir, esas expresiones de la fe pertenecen a un discurso distinto del científico y filosófico. No se trata, pues, de situar uno al lado del otro, sino de mediar el primero con el segundo, para hacerlo comprensible hoy. En ese esfuerzo consiste justamenteuna de las tareas de la teología. La mediación podrá ser acertada o no, pero intentarla no es atentar contra la fe, sino prestarle el mejor servicio posible. En este sentido, creo que Laín manifiesta demasiados temores -«sentada mi tesis corporalista, no es tarea fácil la conciliación entre ella y mis creencias» (272) -, cuando la ver dades
que su libro hace en este punto muy lúcida y valiosa teología. Sus preguntas al respecto son las de todo teólogo que tome en serio la situación actual. Su propuesta ilumina puntos importantes y acaso deje alguno en la sombra. Acerca de ello dejando ya de lado todo temor exegéticointentan decir algo las reflexiones siguientes.
3.2. Hacia una lógica emergentista consecuente
L a v i s i ó n e m e r g e n t i s t a y u n i t a r i a t i e n e l a v e n taja de la coherencia con el desarrollo evolutivo de lo real, pero debe afrontar el espectro siniestro de la «muerte total», que, con Zubiri, asombra a Laín. Ésta, como interrup 94 ISEGOR(AI10 (1994)
Muerte e inmortalidad
ción absoluta, parece cuestionar la posibilidad misma de una vida eterna. Si la muerte es total, parece desaparecer todo soporte intrínseco para una posible continuidad. Porque, si del que muere no queda nada, ¿quién resucita? Lo que pueda aparecer más allá del abismo de la muerte, será un doble del que ha vivido o su copia clónica, pero no él mismo.28
Ésta es la cuestión que inquieta la entera andadura de Cuerpo y alma. Pero el libro la asume, porque no le ve otra alternativa que la de recaer en el viejo dualismo. Y no cabe dudar de su seriedad. Ahí está «la horrible evidencia del cadáver»,29 que, para la conciencia normal, parece decidir a su favor. Para la conciencia filosófica M. Theunissen, prolongando una aguda reflexión de W. Sc hulz, ha mostrado que esta totalización de la muerte responde a una profunda tendencia del pensamiento moderno: el «fin de la metafísica», que ya no parte de la división cuerpo-alma.3o
Y en el ámbito teológico toda una parte de la moderna teología pro testa n t e y a l g u n o s c a t ó l i c o s , c o m o b i e n r e c u e r d a e l m i s m o L a í n , s o s t i e n e n e s a t e o r í a , c o n c i b i e n d o l a r e s u r r e c c i ó n c o m o u n a r e -creación apoyada en la amorosa fidelidad de Dios: Karl Barth lo expresó enérgicamente al afirm a r q u e l o q u e q u e d a t r a s l a m u e r t e « n o es ni un algo divino ni un algo creatural, sino un obrar y un haberse (Tun und Verhalten) del Creador respecto de su creatuna».3t
D e s d e l u e g o , l a c u e s t i ó n e s p r o f u n d a y e s p i n o s a . N i s i q u i e r a e s p o s i b l e e n t r a r a q u í e n e l a g u d o p r o b l e m a d e l a i d e n t i d a d p e r s onal 32 Sólo pretendo que, sea ella lo que sea, no parece concebible en nuestro caso sin una continuidad ontológica entre el que muere y el que, a través de la muerte, se encuentra «resucitado»: algo tiene que hacer de «soporte» o «mediador» entre el primer «yo vivo» y el ulterior «yo sigo encontrándome vivo». Se trata claramente de un auténtico «abismo de la razón», pero no se trata aquí de explicarlo, sino, mucho más modestamente, de mostrar algo que
deber estar implicado en toda posible explicación.
Ciertamente, desde las pautas empíricas y desde la lógica «normal» no resulta fácil escapar al dilema con que se enfrenta Laín: de un lado, salvar el abismo lógico de la interrupción absoluta que parece seguirse de la vi sión emergentista -abismo que personalmente no veo la posibilidad de mantener si se quiere sostener la identidad personal -; de otra, afirmar un «soporte» de la continuidad, recayendo para ello en el viejo dualismo cuer po-«alma». Pero tal vez la salvación de la dificultad pueda venir justamente de la raíz misma del peligro: de la visión emergentista plenamente asumida.
Y a c a s o l a c u e s t i ó n r a d i q u e , j u s t o , e n e s e « p l e n a m e n t e » , e s d e c i r , e n l l e v a r a s u s ú l t i m a s c o n s e c u e n c i a s l a n u e v a l ó g i c a q u e a h í s e a n u n c i a . T h . S . K u h n n o s h a a c o s t u m b r a d o a v e r q u e e n t o d a « r e v o l u c i ó n » -« c i e n t í f i c a » o n o c i e n t í f i c a , a ñ a d a m o s - e l v i e j o p a r a d i g m a c e d e , d e e n t r a d a , s ó l o l o i n d i s p e n s a b l e y t i e n d e p o r t o d o s l o s m e d i o s a r e d u c i r a s u s p r o p i o s
ISEGORÍAI10 (1994) 95
Andrés Torres Queiruga
e s q u e m a s l a s c o n s e c u e n c i a s q u e s e d e r i v a n d e l n u e v o . E n e l p r o b l e m a q u e n o s o c u p a , l a t e n d e n c i a i n c o n s c i e n t e e s f a t a l m e n t e l a d e s e g u i r j u z g a n d o c o n l a l ó g i c a c o n t i n u i s t a y p r e e v o l u t i v a l a s c o n s e c u e n c i a s q u e b r o t a n d e l p a r a d i g m a e m e r g e n t i s t a . D e a h í q u e e l p e n s a m i e n t o q u e p r e t e n d e a s e g u r a r a l g ú n t i p o d e c o n t i n u i d a d t i e n d a , s i n d a r s e c u e n t a , a c o n c e b i r l o b a j o p a u tas que de un modo o de otro corresponden al «alma» del antiguo paradigma fixista.
Por eso conviene precaverse. Concretamente, aquí es preciso acentuar dos vectores fundamentales: por un lado, el carácter necesariamente abierto e indeterminable de lo nuevo que aparece; y, por otro, la constitutiva versión de su dinamismo no sobre el pasado sino sobre el futuro:
L o p r i m e r o e s meramente formal, pero muy importante. Por definición, lo emergente resulta siempre incomprensible desde los parámetros del estadio previo: ¿quién, examinando sólo la materia inorgánica y sin haber visto jamás una brizna de vida, podría siquiera imaginar desde aquélla lo que ésta es en su increíble novedad?, ¿quién podría predecir el roble en la bellota? Una vez visto lo nuevo, sí, resulta factible, aunque no siempre fácil, trazar líneas de cierta continuidad con lo anterior y adentrarse lentamente en su inteligibilidad interna. Pero proceder al revés significa
i m p o s i b i l i t a r s e d e r a í z p a r a l a c o m p r e n s i ó n d e l o n u e v o y d e s u m i s m a p o s i b i l i d a d . H a s t a e l p u n t o p a r a d ó j i c o d e q u e a q u í l a v e r o s i m i l i t u d c o n t i n u i s t a r e s u l t a í n d i c e i n f a l i b l e d e e r r o r e i m p o s i b i l i d a d d e c o n o c i m i e n to auténtico.
P u e s b i e n , h a g a m o s l a a p l i c a c i ó n : s i e x i s t e u n e m e r g e r d e l a v i d a m o r tal hacia el ámbito cualitativamente distinto de una inmortalidad futura, es obvio que debemos contar con que ésta no puede sernos inteligible en su posibl e figura concreta. Encima, no se trata de una emergencia cualquiera, sino de una emergencia con dos características que la acentúan hasta lo literalmente indecible: 1) se trata de la exaltación de toda emergencia, del extremo mismo del entero emerger cósmi co, biológico y humano; 2) carecemos de todo acceso al examen directo de su resultado.
E n e s a s c i r c u n s t a n c i a s n o s ó l o n o d e b e e x t r a ñ a r l a o s c u r i d a d e n q u e n o s m o v e m o s , s i n o q u e e s p r e c i s o r e c o n o c e r l a c o m o a u t é n t i c o c r i t e r i o d e c u a l q u i e r v e r d a d p o s i b l e e n este ámbito: de ser posible, sólo lo será así. Una figuración concreta, sería un signo inequívoco de que no se trataba de un salto emergente a un estadio radicalmente nuevo. De ahí la incomodidad de todo pensamiento crítico ante todo tipo de representaciones de un «más allá» como mera prolongación, más o menos disfrazada, del «más acá».
El segundo vector es igualmente importante. Sabemos muy bien que la visión tradicional situaba lo perfecto y principial en el pasado. Sólo con la Ilustración se nos ha ido imponiendo el futuro como verdadero centro de gravedad (todavía Kant consideraba «más nueva, pero mucho menos extendida» la opinión del progreso hacia el futuro).33 Pues bien, al buscar
96 ISEGORIN10 (1994)
Muerte e inmortalidad
u n s o p o r t e p a r a l a p o s i b l e c o n t i n u i d a d , n u e s t r o s h á b i t o s m e n t a l e s s e v u e l ven con demasiada facilidad hacia el pasado: hacia un alma que desde el comienzo lo estaría organizando y dirigiendo todo. Cuando lo obvio en una lógica emergentista es dirigirse al futuro: hacia algo nuevo que se genera y aparece en el proceso, posibilitando o forzando el salto hacia adelante. Piénsese en el paso de la materia a la vida: no había algo previo que organizase el cambio, sino, al contrario, éste fue promovido por la aparición de un nuevo medio y de una nueva complejidad interna; sea lo que sea,
ha aparecido después, en el proceso mismo de la evolución. Y, a su vez, la continuidad de la vida se asegura justamente por la simiente, que no viene de antes, sino que es producida por el organismo después de una necesaria maduración (tanto más delicada y compleja, cuanto más elevada es la vida).
L a a p l i c a c i ó n p a r e c e c l a r a . E l « a l g o » q u é p u e d a s o s t e n e r l a c o n t i n u i d a d h a c i a l o i n m o r t a l n o t i e n e p o r q u é s e r c o n cebido como una realidad previa, al modo del «alma» tradicional. En esto estriba lo justo de la negación de Laín, en coherencia con su planteamiento. Pero, al tiempo, la lógi ca emergentista parece permitir y aun postular algo más: que, de haber inmortalidad, ésta sea promovida o al menos posibilitada por algo nuevo, que aparece en el mismo proceso constituyente de la vida humana. Ese «algo» tiene que sernos de algún modo presente, puesto que es el lazo de
continuidad; pero no puede dibujársenos con claridad, puesto que no nos es dado contemplar la figura expandida de su realización efectiva: no podemos dibujar el árbol de la vida eterna, porque sólo tenemos su semilla; a lo sumo podemos presentirlo, porque la semilla es promesa.
H a y t o d a v í a a l g o m á s : l a s imiente no tiene sentido sin un contexto que la promueve y la apoya. Sola no podría nada: únicamente en cuanto engranada con otras realidades y apoyada en otros factores puede dar origen al milagro de la nueva vida. Con la muerte humana será preciso esperar algo análogo: la inmortalidad sólo es pensable en un contexto global y abarcante, que apoye la frágil soledad humana, permitiéndole otro tipo de germinación. No podemos imaginarlo, pero al menos brila mejor la coherencia de su posibilidad. Y, de hecho, veremos cómo la argumentación indirecta
cobra aquí una importancia decisiva.
E n g e n e r a l , c u a n d o s e e n f o c a a s í e l p r o b l e m a , s e t i e n e l a s e n s a c i ó n d e q u e t o d o s l o s d a t o s c o b r a n u n n u e v o d i n a m i s m o y r e s u l t a p o s i b l e o r g a n i zar mejor su dispersión aparente. De hecho, en la escala de la vida el ansia de inmortalidad aparece como algo nuevo, generado en el proceso de la filogénesis humana: «el hombre es el único ser que ha soñado con ser inmortal» .34 Y esa ansia encuentra siempre su mejor caldo de cultivo en la comunión abarcante del contexto religioso o de la solidaridad cósmica y humana. Sin que, a la vez, todo ello pueda borrar la insuperable indeter minación de lo emergente.
ISEGGRÍA110 (1994) 97
Andrés Torres Queiruga
El subtítulo del trabajo pretende justamente subrayar la importancia decisiva de esta lógica especifica. Una visión tradicional muy frecuente veía el germen varonil humano como un «homúnculo» que prefiguraba en pequeño la exacta real idad del adulto, retrayendo así al pasado lo que es fruto del trabajo del tiempo hacia el futuro. Hoy hemos aprendido a verlo como «simiente», como epigénesis de lo nuevo: quien pretendiese exami narlo a nivel figurativo para adivinar lo que de ese germen saldrá, no vería «nada», y, si se dejase levar por la lógica del homúnculo, acabaría negando
toda posibilidad de un nacimiento futuro.
N o e s o s a d o a f i r m a r q u e s ó l o a s í c a b e d e f i n i r l a s c a r a c t e r í s t i c a s i r r e n u n c i a b l e s d e t o d a r e f l e x i ó n s o b r e e l p r o b l e m a . No puede aspirar a la lógica deductiva de lo hecho y acabado, sino que ha de saberse abierta a lo nuevo, en un proceso tanteante e inductivo. Se tratará, pues, de una lógica de la invención, donde juegan la fantasía creadora, la prolongación del indicio, la convergencia de probabilidades y la búsqueda asintótica de una coherencia global, en un terreno donde la razón y la libertad confluyen y se fecundan mutuamente. Un discurso humilde, complejo y difícil, pero cuyo
estilo constituye la marca de todo lo auténtica y profundamente humano.
Acaso por eso sean los poetas los que mejor lo expresen, tanto en la desposesión de su incertidumbre: «Nadie ha vuelto de la muerte para decirnos si morir es como caer la hoja que se pudre o como caer la semilla que renace»,35 como en su doble, humanísima marca de esperanza: «siam la mort una maior naixenca»,36 y de nostalgia: «Quizabes para isto non facía falla I que Deus te despertase e fixese a luz».3'
4.. La «evidencia» de la inmortalidad
C l a r o e s t á q u e c o n l o d i c h o s ó l o q u e d a n p a t e n t i z a d o s l o s c a m i n o s d e l a p o s i b i l i d a d . N o s e h a p r o b a d o l a i n m o r t a l i d a d , s i n o a l g o m u c h o m á s m o d e s t o : q u e n o e s a b s u r d a y q u e e s p o s i b l e i n t u i r l a c o m o p r o m e s a p o s i b l e e n e l h o r i z o n t e d e l a v i d a h u m a n a . ¿ C a b r á d a r u n p a s o m á s , h a s t a r e c o g e r i n d i c i o s y r a z o n e s c o n c r e t a s q u e p e r m i t a n t a m b i é n u n a a f i r m a c i ó n -que será también necesariamente fe y apuesta, adivinación y esperanza- de la realidad?
Y a s e c o m p r e n d e q u e n o e s é s t e e l l u g a r p a r a i n t e n t a r l o s i q u i e r a . L o q u e a c o n t i n u a c i ó n v o y a d e c i r , a s p i r a ú n i c a m e n t e a i n s i n u a r p o r d ó n d e e n m i p a r e c e r p u e d e t r a n s i t a r u n p l a n t e a m i e n t o a c o r d e c o n l a s p r e m i s a s e x puestas. Los posibles argumentos son de dos tipos: unos que buscan evi dencias en algún modo directas y otros que siguen un camino indirecto. No es preciso jerarquizarlos: en realidad se reúnen y entrelazan, confirmándose o neutralizándose, en esa visión global que en definitiva decide las últimas evidencias o las decisivas negaciones.
98 ISEGORÍNIO (1994)
Muerte e inmortalidad
4.1. La evidencia (mds) intrínseca
Dentro de esta lógica específica, las razones de la inmortalidad humana no adquieren un valor apodíctico, pero pueden alcanzar su verdadero significado. Abierto el ámbito de la posibilidad, resulta más factible un tanteante acercarse a la (de)mostración de su realidad.
E n r e a l i d a d , c o n l a s « p r u e b a s » d e l a i n m o r t a l i d a d s u c e d e a l g o p a r e c i do a lo que Hegel dijera acerca de las de la existencia de Dios: igual cabe afirmar que son miles como que son una sola, pues todas son en el fondo variaciones de una misma intuición radical. En el caso de Dios, lo son de la contingencia; en el de la inmortalidad, del carácter trascendente con que la realidad humana aparece desbordando la frontera de la muerte. Desde Kant y Hegel, sobre todo, es bien conocida la distinción entre el límite como «frontera» (Grenze) y como «cese estático» (Schranke). En el primer
sentido, el reconocimiento de un límite, supone ya de algún modo su superación. Y esa superación es justamente lo que caracteriza la vivencia humana de la muerte frente a la «resignación» animal, a la «insensibilidad» vegetal o a la «pasividad» mineral.
N o c a b e d u d a d e q u e a h í e s t á l a r a í z ú l t i m a d e d o n d e b r o t a n l o s d i v e r s o s b a r r u n t o s y l a s m ú l t i p l e s r e p r e s e n t a c i ones de la inmortalidad. Como hecho, esa transgresión está contenida en el fenómeno mismo de la anticipación de la muerte, y en ese sentido es reconocida incluso por las concepciones más finitistas como la del propio Sartre 38 El mismo Heidegger de Sein und Zeit, tan proclive al finitismo, afirma expresamente esa apertura, al dejar bien claro que su análisis no decide sobre el sí o el no de la inmortalidad.39 No hablemos ya de las posturas más transgresivas como las de
un Ernst Bloch, de cuya teoría del hom o a b s c o n d i t u s n a c e l a o n t o l o g í a d e l « t o d a v í a n o » q u e t r a b a j a y d e t e r m i n a e l n ú c l e o m á s d e c i s i v o d e l a r e a l i d a d : « n o n o s s e r í a p o s i b l e s u f r i r d e e s t e m o d o p o r l o d e f i c i e n t e , s i a l g o e n n o s o t r o s n o n o s i m p u l s a s e m á s a l l á , n o r e s o n a s e m á s p r o f u n d a m e n t e , n o nos arrastrase por encima de todo lo corporal...» 40
E n e s t a p e r s p e c t i v a c a b r í a d o b l a r l a a f i r m a c i ó n d e M a x S c h e l e r a c e r c a d e l a « e v i d e n c i a d e l a m u e r t e » e n l a v i v e n c i a m i s m a d e l a v i d a , 4 ' c o n l a s i m u l t á n e a a f i r m a c i ó n d e u n a « e v i d e n c i a d e l a i n m o r t a l i d a d » . S i a q u é l l a s e m u e s t r a e n e l o s c u r o p e r c i b i r c ó m o s e c o n t r a e c o n t i n u a e i r r e m e d i a b l e mente el conjunto de lo que podemos vivir, ésta aparece en la incesante y transgresiva ampliación de ese conjunto como anticipación de la inmortalidad.
A este respecto no d e j a d e s e r c u r i o s o y h a s t a s o r p r e n d e n t e e l h e c h o d e q u e e s t a d i m e n s i ó n q u e c u l m i n a e l c o n o c i d o e n s a y o d e G e o r g S i m m e l , P a r a u n a m e t a f í s i c a d e l a m u e r t e 4 2 h a y a s i d o d e s c u i d a d a p o r H e i d e g g e r , q u e t a n t o d e s a r r o l l ó l a p r i m e r a . P a r a S i m m e l l a e x p e r i e n c i a d e l a m u e r t e , q u e a n t i c i p a d a e n l a v i d a l a d e f i n e a l f i n i t i z a r l a , h a c e d e s t a c a r t a m b i é n s u s
ISEGOiiIA/10 (1994) 99
Andrés Torres Queiruga
contenidos significativos que la llevan a su máxima elevación: «en tanto que da cabida a éstos o se vierte en ellos, que son más que ella misma, la vida escapa por encima de sí, sin perderse, es más, ganándose auténticamente por vez primera» (60); y, a la par: «tanto más decididamente se marca el Yo como lo Uno que persevera en todas las oscilaciones pendulares del destino y del representar el mundo», concentrándose cada vez «más puramente en sí mismo» (60-61). En esta concentración es donde enraíza «el pensamiento acerca de la inmortalidad», pues por este costado
a p a r e c e c ó m o l a m u e r t e n o i n t e r r u m p e « l a e x i g e n c i a d e l Y o a p e r f e c cionarse eternamente o a existir ulteriormente» (61). De este modo, después de una observación crítica -en mi parecer injusta- acerca de la concepción religiosa de la inmortalidad, Simmel puede concluir su ensayo: «allí donde, por así decirlo, se busca la forma pura de la inmortalidad, allí aparecerá la muerte ciertamente como la frontera más allá de la cual caen del Yo todos los aducibles contenidos particulares de la vida y donde su ser o su proceso es un mero pertenecerse-a-sí -mismo, una pura determinabilidad
por medio de sí mismo» (62).
M e h e e x t e n d i d o a l g o e n l a u n t a n t o a b s t r u s a e x p o s i c i ó n , p o r q u e h a y todavía en este razonamiento otro aspecto importante. Simmel, aunque sin tematizarlo de modo expreso, habla de este Yo con plena «consecuencia emergentista», pues lo pone siempre hacia delante, en expresiones dinámi cas de producción, decantación, profundi zación, aproximación. Se muestra además sensible a la constitutiva apertura e indeterminación de la categoría: «el proceso vital anímico total hace evidente con creciente desenvol vimiento la imagen cada vez más clara y más fuerte que puede
denominars e el Yo. [...] este Yo está en una peculiar categoría, todavía necesitada de una representación más próxima; es una tercera categoría más allá de la realidad dada y de la irreal, meramente exigida, idea de valor» (60).
Scheler, a diferencia de Heidegger, sí q u e p r o l o n g a s u s f i n o s a n á l i s i s d e l a e v i d e n c i a d e l a m u e r t e h a c i a l a p e r c e p c i ó n d e l a i n m o r t a l i d a d 4 3 I n siste sobre todo en la «vivencia de impulso» (Schwungserleben) o «sobrepasamiento» (Überschuss), por la que la persona se proyecta a sí misma «más al lá de la destrucción de su cuerpo» (46-47). Llega incluso a afirmar que éste es «el dato esencial intuitivo» (das intuztive Wesensdatum) que funda toda idea de inmortalidad (47). También sitúa la posibilidad de modo emergente: al revés de la materia que va de «una máxima libertad hacia una
máxima atadura, que coincide con la muerte», el espíritu marcha «desde la atadura máxima por las necesidades vitales hacia la entrega cada vez vitalmente más libre al puro contenido de las cosas, valores y personas» (48).
Sin embargo, con justa cautela, no se atreve a hablar de evidencia: sólo afirma ese sobrepasamiento: «no sé nada más» (Meter weiss ich nicht) (48). En cuanto a la inmortalidad, pertenecería ya a la «fe pura» (49), que
100 ISEGOR(A/10 (1994)
Muerte e inmortalidad
para él es fe religiosa. Este último dato y el carácter, digamos, emergentista tanto de su razonamiento como del de Simmel, adquieren una significación que nos permite enfocar ya el último tramo de nuestra reflexión.
En efecto, si la i n m o r t a l i d a d s e e n f o c a d e m o d o e s t á t i c o o a i s l a d o , a c e n t ú a c a s i h a s t a l o i n s o p o r t a b l e s u a s p e c t o d e o s c u r i d a d o a u n d e i n v e r o s i m i l i t u d e x t r e m a . S ó l o r e c o n o c i d a , p o r u n l a d o , c o m o p o s i b l e e m e r g e n cia hacia lo nuevo y necesariamente indeterminado y, por otro, incluida en contextos que hagan de mediación a su racionalidad, cabe destacar su aspecto más «evidente» y lograr acaso esa «certeza libre», propia de todo lo emergente. En este sentido, habrá que retomar y precisar, de un modo algo distinto al de Scheler, el rol de lo religioso.
4.2. La evidencia mediata
L a v e r d a d e s q u e , c o m o r e a l i d a d p e r s o n a l , l a m u e r t e n o p u e d e c o n s i d e r a r se algo aislado: el sentido que pueda tener ha de venirle necesariamente del vasto y complejo entramado de relaciones en que se ubica. De hecho, con mayor o menor conciencia explícita, este dato es casi siempre tenido en cuenta. Procediendo ya de modo esquemático, cabe introducir una cier ta sistematización, que permita aprovechar su evidencia, intentando unirlas en una visión global. Insisto, con todo, en que se trata de meras insi nuaciones: cada una de ellas pediría un desarrollo por separado.
1 ) E l c o n t e x t o c ó s m i c o -v i t a l t i e n e d e s d e l o s p r e s o c r á t i c o s u n a f u e r t e p r e s e n c i a y , s o b r e t o d o a p a r t i r d e l r o m a n t i c i s m o , h a i n f l u i d o s i e m p re en nuestra cultura. Lo ha hecho sobre todo una vez que se ha impuesto la evidencia de la evolución tanto cósmica como biológica: piénsese en pensadores tan influyentes como Bergson y Teilhard de Chardin, o incluso en las consideraciones de E. Morin al respecto 44 La vida humana como momento de una corriente global, que la abarca, la integra y la leva más allá de sí misma, tiene una honda sugerencia de verdad a la hora de comprender la
muerte no como mera negación sino como tránsito a una mayor plenitud y universalidad. Aquí cabría integrar también la rica y secular sugerencia de las teorías, sobre todo orientales, de la transmigración con su sentido de una circulación cósmica de la vida 45
Su límite puede estar en mirar hacia atrás, volviendo el dinamismo sobre sí mismo, anulando lo nuevo y tendiendo más bien hacia la disolución en lo impersonal: las reflexiones de Freud acerca del «instinto de muerte» como tendencia a la recuperación de la indefinición inicial lo muestran claramente;46 y lo mismo sucede en definitiva con su original y sutil prolongación en G. Bataille 47
Esta intuición se hace más fecunda cuando se encuadra en lo personal. La comunión interhumana, al expandir la vida, la afirma en sí misma y la lanza hacia adelante: desde «el amor es fuerte como la muerte» del
ISEGORÍAl10 (1994) 101
Andrés Torres Queiruga
Cantar de los Cantares (8,6) hasta el «amar a alguien, es decirle: tú no morirás» de G. Marcel,°a aparece ahí una evidencia cálida y siempre reno v a d a .
2 ) E v i d e n c i a q u e s e p r o l o n g a y f o r t a l e c e c u a n d o l o i n t e r p e r s o n a l s e e x p a n d e e n l o é t i c o . N o s ó l o a l e s t i l o d e K a n t c o m o m e d i a c i ó n d e l p o s t u l a do de la inmortalidad en la conciencia individual. Sino sobre todo en cuanto la ética incluye nuestra vinculación intrínseca a los demás. Tal en la responsabilidad por el otro, como con tanta energía muestran las reflexiones de E. Levinas 49 Tal las diversas propuestas del marxismo humanista, que, de diversas maneras, intuyen en la entrega a la comunidad humana la ruptura de los límites en que la muerte parece clausurar al indivi duo.-"° Tal,
fi n a l m e n t e , e l é n f a s i s d e l a t e o l o g í a d e l a l i b e r a c i ó n e n e l D i o s d e l a m o r q u e n o s ó l o a f i r m a y a a h o r a l a d i g n i d a d y a p o y a l a l u c h a d e l o s o p r i m i d o s , s i n o q u e a s e g u r a l a j u s t i c i a d e s u s a l v a c i ó n .
3 ) E s t á f i n a l m e n t e l a m e d i a c i ó n r e l i g i o s a , q u e a c a s o a h o r a p u e d a s e r c o m p r e n d i d a e n s u v e r d a d e r o s i g n i f i c a d o . E l s i t u a r l a c o m o « m e d i á c i ó n » l a c o l o c a y a e n s u d e b i d a l u z . P o r q u e i n d i c a q u e s e t r a t a d e u n a a p r o x i m a c i ó n e s p e c í f i c a , c o n s u l ó g i c a p r o p i a , p e r o q u e r e s p o n d e a u n a b ú s q u e d a h u m a n a : e s l o q u e d e s d e s u p e r s p ectiva encuentra el hombre religioso, porque le convence y puede por lo mismo presentarla como «oferta mayéutica» a todos los demás.
S e e n t i e n d e b i e n , c o n c r e t á n d o n o s a l e j e m p l o d e l a B i b l i a . L a i d e a d e r e s u r r e c c i ó n n o c a e h e c h a y d e r e c h a d e u n c i e l o r e v e l ador. Supone una durísima conquista reflexiva, que cuenta con importantes influjos de las culturas circundantes, que incluye crisis tan terribles como la reflejada en el libro de Job y que sólo tras largos siglos, muy cerca ya de la era cristiana, encuent ra sus primeras formulaciones. Por eso puede seguirse y contrastarse el camino de su lógica, que se apoya en el amor fiel de Dios al hombre. Resulta además altamente significativo que la lógica de este amor se le
hace efectiva por dos vías complementarias: por un lado, acaba comprendiendo que Dios es capaz de sostener contra la muerte vínculo de amor que le une al hombre (véase, por ejemplo, el Salmo 73); por otro, que ese amor tiene poder para rescatar de la muerte a los fie. > víctimas de la injusticia (cf. Daniel y el libro segundo de los Macabeos).
Como se ve, se trata de la misma lógica interpersonal ética que encontrábamos antes, sólo que ahora centrada en «el gran prf mo», Dios, que tiene poder para hacer efectiva la intuición que ya allí se .os abr ía. Y no deja de resultar fascinante observar cómo en las últimas estribaciones de la reflexión sobre los grandes problemas de la muerte individual y de la destrucción histórica, son justamente estas ideas las que reaparecen, como se ha visto en los grandes de la Escuela de Frankfurt: sólo desde una Trascendencia salvadora cabe esperanza para las víctimas. -"
4) A esta altura sería fascinante adentrarse en la dimensión ontológi 102 ISEGOR(A/10 (1994)
Muerte e inmortalidad
ca que se abre desde Dios para la inmortalidad. El hombre es indisoluble pero inconfundiblemente realidad biológica y realidad personal. La muerte evidencia que la inmortalidad biológica es imposible, aunque destaca de sí misma, a través de la simiente, esa cierta inmortalidad que es el hijo. Pero propiamente la inmortalidad, de darse, sólo puede ser en lo personal, que es ciertamente lo que nos define como humanos y donde, concluida la evolución biológica, prosigue nuestro avance: de ahí la preemiencia omní moda y creciente de lo cultural y el recurso a los valores personales
para definir la grandeza o la miseria de un hombre o de una mujer.
P u e s b i e n , l a p e c u l i a r í s i m a r e l a c i ó n o n t o l ó g i c a c o n D i o s , t a n a g u d a m e n t e p e r c i b i d a p o r l a s r e l igiones, como fondo absoluto que sustenta nuestro ser contingente y relativo, permite intuir y aclarar de algún modo la posible continuidad de nuestro ser. Porque Dios no es una realidad al lado de la nuestra, que se le sumase homogéneamente, sino el non-aliud cusano, que es distinto de nosotros en cuanto no lo es y por tanto nos incluye y hace ser. La comunión con Él en el ámbito de lo personal, tan inaprehensible empíricamente pero que nos define de modo decisivo, asegura el espacio
d e l a c o n t i n u i d a d . L a dialéctica del amor que fascinaba al joven Hegel, en la que uno se recibe del otro, deja entrever el misterio de ese recibirse plena y enteramente desde el Dios ya desvelado que constituye la salvación. Acaso a esto alude -sin explicitar suficientemente su calado ontológico- la teoría re-creacionista mentada, al buscar nuestra continuidad en la acción de Dios, en su creador relacionarse con nosotros. Y ciertamente a esto -igual que el «todo en todos» paulino (1 Cor 15,28) apunta toda la vehemencia de lavisión oriental -hindú, budista, taoístaal concebirnos como
« a p a r i e n c i a d e l o A b s o l u t o , a l i e n t o d e s u A l i e n t o ( a t m a n -AtmanlBrahma): «eso eres tú» (tat twan asi), unión no dualista (advaita)...
L a s ú l t i m a s c o n s i d e r a c i o n e s s u p o n e n , c l a r o e s t á , q u e s e c u e n t a d e a l gún modo con la existencia de Dios. Y, en efecto, siempre he abrigado la convicción de que la existencia de Dios es más clara para nosotros que la inmortalidad humana.sz Pero no es esto lo decisivo. Lo importante es que también esa convicción responde a la misma dinámica: la existencia divina no es una producción caprichosa o una revelación arbitraria, sino que nos resulta accesible por los caminos de una lógica específica pero humana. Puede por lo mismo confluir con otros caminos. Pues la elaboración del
sentido no es un proceso estático, de perspectivas meramente yuxtapuestas, sino que de ordinario se produce en ella una auténtica circulación de las perspectivas.
De ahí que pueda incluso invertirse el camino de la evidencia, con tal de que no se mezclen los inicios ni se confundan los trayectos. Partiendo de otra angulación, cabe argüir, como tantas veces se ha hecho, desde el ansia de inmortalidad hacia la existencia de Dios. No hay círculo vicioso,
ISEGOR(A/10 (1994) 103
Andrés Torres Queiruga
sino angulaciones distintas que recorren itinerarios diferentes, pero que siendo todos nuestros pueden integrarse en una figura común, que entonces irradia su luz sobre las perspectivas parciales.
E n d e f i n i t i v a , a q u í s e h a c e e v i d e n t e u n i m p o r t a n t e a s p e c t o d e l a l ó g i c a e m e r g e n t i s t a . D a d o q u e s e t r a t a d e e x p l o r a r l o d e s c o n o c i d o , d i n á m i c a m e n te abierto ante nosotros, todos los indicios se polarizan hacia adelante, iluminándose mutuamente. No puede esperarse desde luego la claridad contundente del mediodía, sino el lento y plural germinar de la aurora. Pero, justo por ello, una vez despierta la sensibilidad y debidamente «educados los ojos, como le gustaba decir a Teilhard, todo puede convertirse en indicio y promesa, que es como suele realizarse siempre lo más humildey
grandiosamente humano.
NOTAS
1. H. Holz, «Tod», Handbuch philosophischer Grundbegriffe, 5, Múnich, 1974, 23.
2. La mort, París, 1977.
3. Cuerpo y alma. Estructura dinámica del cuerpo humano, Madrid, 1991.
4. Sentido teológico de la muerte, Barcelona, 1965, 60.
5. J. Ferrater Mora, El ser y la muerte, Barcelona, 19792, 53.
6 . L a s e x p r e s i o n e s a l u d e n a e p í g r a f e s d e V . J a n k é l é v i t c h , o p . c i t . , p a r t e I I , c a p . 1 , 2 1 9 -255.
7. La morí.. et puis aprés?, París, 1967, 31; c£ 27-44: «M a m o r t e t m o i » .
8. C£ «La mort et le temps», en Cahiers del Herne: Emmanuel Levinas, París, 1991, 21-75.
9. C£ principalmente El Ser y el Tiempo, México, 19712, 50, 272 -275.
10. CE principalmente Philosophie, II, Berlín / Heidelberg I Nueva York, 1973', 22 0 -230.
11. Madrid, 1983 (el original es de 1977).
12. C£ H. Lübbe, Religion nach der Aufkhlrung, Graz/Viena/Colonia, 1986, 127-2 1 8 , q u e , c o n m a t i c e s d i f e r e n t e s , a l u d e t a m b i é n a F . K a m b a r t e l y a N . L u h m a n n .
13. Ibid., 166.
14. C£ op. cit., cap. 7, 201-254.
15. Phünomenologie und neologie (1927), en Wegmarken, GA 9, 1976, 45-7 8 ; l a e x p r e s i ó n « h ó l z e r n e s E i s e n » , e n p . 6 6 ; d e « c í r c u l o c u a d r a d o » h a b l a e n N i e t z s c h e I I , P f u l l i n g e n , 1 9 6 1 ' , 1 3 2 .
16. Sobre la cuestión, c£ A. Torres Queiruga, «Teoloxía e pensamento en Heidegger. Reflexión desde a provincia», Grial, 27 (1989), 315-339.
1 7 . L o h e e s t u d i a d o c o n d e t e n i m i e n t o e n L a r e v e l a c i ó n d e D i o s e n l a r e a l i z a c i ó n d e l h o m b r e , M a d r i d , 1 9 8 7 y , m á s s i n t é t i c a m e n t e , « L a c o m u n i c a c i ó n h u m a n a d e l a r e v e l a c i ó n d i v i na», en A. Dou (ed.), La comunicación, Madrid, 1991, 211-231 (233-2 4 1 : c o l o q u i o s o b r e l a p o n e n c i a ) .
18. «La positividad de la religión cristiana», en Escritos de Juventud, México, 1978, 78, 80, 426.
19. Trato de elaborar de modo expreso esta propuesta en A. Torres Qu e i r u g a , L a c o n s t i t u c i ó n m o d e r n a d e l a r a z ó n r e l i g i o s a . P r o l e g ó m e n o s a u n a F i l o s o f í a d e l a R e l i g i ó n , P a m p l o n a , 1 9 9 2 .
20. Op. cit, y numerosos escritos posteriores, sobre todo, Curso fundamental sobre la fe, Barcelona, 1979, 495-513.
2 1 . C £ e x p l i c a c i ó n y r e ferencias en H. Fuhrrnanns, Schellings letzte Philosophie, Berlín, 1940, 232-233.
22. Teología Sistemática, III, Salamanca, 1984, 480-4 8 1 ( r e m i t e e x p r e s a m e n t e a S c h e lling).
104 ISEGORlAI10 (1994)
Muerte e inmortalidad
23. Morte, Brescia, 1972, 169-1 7 3 . A t e n d i e n d o t a m b i é n a o t r a t r a d i c i ó n r e l i g i o s a , i d e a s s e m e j a n t e s a p a r e c e n e n R . P a n i k k a r , E 1 s i l e n c i o d e l D i o s , M a d r i d , 1 9 7 0 , 4 7 -53, 71-8 0 , 2 5 4 -257.
2 4 . « L a d i f e r e n c i a c i ó n e n t r e l a s " r e a l i d a d e s " c o g n o s c i b l e s c o n v a l o r g e n e r a l y l a s e x p e r i e n c i a s n o i m p o s i t i v a s r a c i o n a l m e n t e , p e r o q u e , n o o b s t a n t e , s e h a c e n p r e s e n t e s i m p o s i t i v a m e n t e s e g ú n o t r o s e n t i d o e n c o n s t r u c c i o n e s , i m á g e n e s e i n t u i c i o n e s , s ó l o l l e g ó a s e r c l a r a g r a c i a s a l a p u r e z a d e l a c i e n c i a m o derna. Y así diferenciamos dentro de la inmanencia misma las cosas conocidas o cognoscibles, de las cifras» (La fe filosófica ante la revelación, Madrid, 1968, 271; cf. 87-96).
25. Ibid, 91.
26. Ibid, 93.
27. En este sentido es fina la observación de J. Saramago en su novela O Evangelho segundo Jesus Cristo, Lisboa, 1991, 428: María Magdalena acaba convenciendo a Jesús de que no resucite a Lázaro, pues «Ninguém na vida teve tantos pecados que merega morrer duas vezes».
28. Así arguye con energía J.V. Arregui, E1 horror de morir. El valor de la muerte en la vida humana, Barcelona, 1992, 396-397.
29. Así la he calificado yo mismo en un articulo ya algo lejano: «Recuperar la experiencia de la resurrección», Sal Terrae, 70 (1983), 196 -208.
30. Die Gegenwart des Todes im Leben, en Negative Theologie der W, Francfort, 1991, 197-2 1 7 , e n p p . 1 9 8 -1 9 9 , 2 1 0 -211. Remite a W. Schulz, «Zum Problem des Todes», en A. Schwan (ed.), Denken im Schatten des Nihilismus, Darmstadt, 1975, 313-333.
31. Wrchliche Dogmatik, vol. 11/2, Zollikon/Zurich, 19594, 428.
3 2 . C £ l a e x c e l e n t e e x p o s i c i ó n q u e d e l a d i s c u s i ó n a n g l o s a j o n a e n e s t e p u n t o h a c e E . R o m e r a l e s , A l g u n o s p r o b l e m a s r e l a t i v o s a l a s u p e r v i v e n c i a p o s t -mortero, comunicación al XVII Foro sobre el Hecho Religioso, Madrid, 1993, pro roan.
33. La religión dentro de los límites de la mera razón, Madrid, 1969, 30; se refiere inmedia t a m e n t e a l p r o g r e s o m o r a l , p e r o l a o b s e r v a c i ó n t i e n e c l a r o a l c a n c e u n i v e r s a l .
34. J. Ferrater Mora, op. cit., 134.
D e h e c h o , n o e s c a s u a l l a a s o c i a c i ó n d e l a a n g u s t i a c o n l a r a d i c a l i z a c i ó n d e l a m o r t a l i d a d ; y n a d i e s a b e m e j o r q u e L a í n E n t r a l g o d e l a a f i n i d a d p r o f u n d a e n t r e e s p e r a n z a é i n m o r t a l i dad (cf. La espera y la esperanza, Madrid, 19623, parte III, cap. 1, 275-329).
35. J. Carner, cit. por J. Ferrater Mora, ¡bid., 208.
36. J. Maragall, cit. por Laín, 281, cita otro verso que refleja bien la «lógica de la simiente».
37. A. Cunqueiro, «Herba aquí e acola», en Obra en galego completa 1 Poesía. Teatro, Vigo, 1980, 176. Cunqueiro, a quien horrorizaba una simpl e p r o l o n g a c i ó n i n f i n i t a d e l a v i d a , s e d e f i n í a c o m o « d e l a t r i b u d e l o s e s p e r a n z a d o s n o s t á l g i c o s » , y e r a g r a n « c r e e d o r » e n l a r e s u r r e c c i ó n : « ¿ P o d r í a m o s e n s e ñ a r l e a l h o m b r e , q u e a u n c u a n d o l a n i e v e c u b r a e l m u n d o , l a r o s a e s t á s i e m p r e a g u a r d a n d o l a h o r a ? » .
38. Létre et le néant, París, 1943, 615-6 3 8 ; s e t r a t a , s i n d u d a , d e « l a p a r t i n c o n t e s t a b l e d e v é r i t é » q u e t i e n e n e s a s t e o r í a s ( 6 1 6 -617; cf. 630-633).
39. E1 Ser y el Tiempo, op. cit., 49, 270-271.
40. Geist der Utopie (1923), Francfort, 1973, 315. Tomo la c i t a d e J . L . R u i z d e l a P e ñ a , M u e r t e y m a r x i s m o h u m a n i s t a , S a l a m a n c a , 1 9 7 8 , 5 3 ; e n l o s d i v e r s o s a u t o r e s e s t u d i a d o s e n e s t a o b r a p u e d e v e r s e m u y b i e n l a f u e r z a d e l c a r á c t e r t r a n s g r e s i v o d e l a a n t i c i p a c i ó n . S o b r e B l o c h v e r t a m b i é n J . J . T a m a y o A c o s t a , L a m u erte en el marxismo. Filosofía de la muerte en E. Bloch, Madrid, 1979, y Religión, razón esperanza. El pensamiento de E. Bloch, Estellá, 1992, 223-249.
41. «Tod und Fortleben», en Schriften aus dem Nachlass, vol. I, Berna,; 19572, 11-6 4 ; e s p . 1 6 -21.
42. Pue d e v e r s e e n E l i n d i v i d u o y l a l i b e r t a d . E n s a y o s d e c r í t i c a d e l a c u l t u r a , B a r c e l o n a , 1 9 8 6 , 5 5 -6 2 ; l a p r i m e r a r e d a c c i ó n e s d e 1 9 1 0 , r e f u n d i d o l u e g o e n « T o d u n d S t e r b l i c h k e i t » , e n L e b e n s a n s c h a u u n g , M ú n i c h / L e i p z i g , 1 9 1 8 .
M . T h e u n i s s e n , l o c . c i t , 2 1 3 -2 1 5 , n o h a d e j a d o d e s e ñ a l a r q u e l a p o s i c i ó n d e s u p e n s a m i e n t o s o b r e e s t e p r o b l e m a e s « ú n i c a » e n l a m o d e r n i d a d .
ISEGORIA/10 (1994) 105
Andrés Torres Quetruga
43. ]bid., 36-49.
4 4 . E 1 h o m b r e y l a m u e r t e , B a x r e l o n a , 1 9 7 4 . C f . t a m b i é n l a s a l u s i o n e s d e L a f n a « a l g u n o s p e n s a d o r e s y h o m b r e s d e c i e n c i a -Richet, Toynbee, Koestler, no pocos miembros de la So ciety for Psychical Research» (276).
4 5 . Les presta mucha atención la rica obra de J. Hick, Death and Etemal Life, Londres, 1985, 279 -398.
4 6 . E n e s t e s e n t i d o s u p o s t u r a v a c o n t r a t o d a l a e v i d e n c i a e m e r g e n t i s t a : « U n i n s t i n t o s e r l a , p u e s , u n a t e n d e n c i a p r o p i a d e l o o r g á n i c o v i v o a l a r e c o n s t r u c c i ó n d e u n e s t a d o a n t e r i o r q u e l o o r g á n i c o t u v o q u e a b a n d o n a r ( « M á s a l l á d e l p r i n c i p i o d e l p l a c e r , e n P s i c o l o g í a d e l a s m a s a s , M a d r i d , A l i a n z a , 1 9 8 6 , 1 1 2 ; c £ 1 1 2 -1 3 7 , d o n d e t o d o t i e n d e a m o s t r a r q u e « l a m e t a d e t o d o e s l a m u e r t e ) . C £ l a s o b s e r v a c i o n e s d e J . V. Arregui, op. cit., 260-265.
47. C£ principalmente Teoría de la religión, Madrid, 1991 y El erotismo, Barcelona, 1992. Cf. la enérgica síntesis de J. Juanco, La muerte y lo sagrado: G Bataille, comunicación al XVII Foro sobre El Hecho Religioso, Madrid, 1993, pro mar., que alude también a las teorías, afines a su modo, de F. Savater y E. Trías.
48. Le Mort de demain, acto 2.°, esc. 6.a (en Trois Piéces, París, 1931, 161).
49. C£ loc. cit., 68-74. Para él, que desarrolla su reflexión en constante referencia p o l é m i ca a Heidegger, «La mort de rautre, c'est la mort premiére» (38).
50. Acaso su relación negativa o ambigua con la Trascendencia hace que en algunos autores se mezcle con la subida hacia la comunidad humana una cierta vuelta hacia la integración cósmica: cf. al respecto J.L. Ruiz de la Peña, op. cit.
5 1 . C £ l a s í n t e s i s d e R M a t e , L a r a z ó n d e l o s v e n c i d o s , B a r c e l o n a , 1 9 9 1 , y M . F r a i j ó , F r a g m e n t o s d e e s p e r a n z a , P a m p l o n a , 1 9 9 2 , 1 0 5 -138.
5 2 . E n e s t e s e n t i d o r e s u l t a s i g n i f i c a t i v o e l d i á l o g o d e l a K a t h a Upanishad, 1, 20-21. Naldk e t a s l e p r e g u n t a a Y a m a ( e l d i o s d e l a m u e r t e , q u e l e h a c o n c e d i d o t r e s d e s e o s ; é s t e e s e l t e r c e r o ) s i t a m b i é n e l a l m a m u e r e o n o c o n e l c u e r p o , o b t i e n e c o m o r e s p u e s t a : « E n e s t e p u n t o i n c l u s o l o s d i o s e s h a n d u d a d o . N o e s u n t e m a fácil de comprender. Te ruego que escojas otro deseo, oh Naldketas, y no me obligues a responder (Los Upanishads [versión de C. Vallcorba], Barcelona, Edicomunicación, 1988, 23).
106 ISEGORíAt10 (1994)
Descargar