HELMUT STEINWASCHER NETO A PROCRIAÇÃO E O INTERESSE DA RES PUBLICA: UMA ANÁLISE DAS LEIS MATRIMONIAIS DE AUGUSTO Dissertação de Mestrado apresentada ao Departamento de Direito Civil da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, como requisito parcial para a obtenção de grau de Mestre, sob a orientação do Prof. Dr. Hélcio Maciel França Madeira. Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo São Paulo 2012 RESUMO O presente trabalho pretende apresentar um estudo das denominadas leis matrimoniais de Augusto à luz do interesse público, proposto como critério históricojurídico para expor e auxiliar a compreensão dos tão multifacetados quanto fragmentados textos que a nós chegaram. Conhecidos assim, por diversos estudos notórios (de FERRINI, JÖRS, BOUCHÉLECLERCQ, NARDI, SOLAZZI, GAUDEMET, ORESTANO, DALLA, VOLTERRA, ASTOLFI, ZABȽOCKA, SPAGNUOLO VIGORITA) os escopos demográficos, moralizantes, matrimoniais, fiscais ou caducários, protetivos das ordens romanas, religiosos e outros, adotou-se metodologicamente a procreatio como um instituto propício, dada a sua natureza interdisciplinar e, ao mesmo tempo, um dos fundamenta rei publicae. Ou seja, os diversos assuntos inclusos na complexa legislação de Augusto são apresentados a partir deste que se apresenta como o mais genérico e recorrente interesse da res publica. Na primeira parte do trabalho, faz-se a análise terminológica de procreatio e sua relação com a temática jurídica referente ao assunto (ius naturale, familia, matrimonium legitimum, ordines, civitas). Também se apresenta um estudo da expressão liberorum quaerendorum [procreandorum] causa que indicava a procriação como principal finalidade do matrimônio. Na segunda parte, como corte temporal ao trabalho, propõe-se uma periodização apropriada especificamente à procreatio, desde as origens de Roma até o auge da predominância da utilitas publica sobre o instituto, ocorrido com a promulgação das leis matrimoniais, razão final do presente estudo. Da análise das fontes literárias e jurídicas pertinentes a cada um dos períodos propostos, extraíram-se importantes consequências para a compreensão dos fenômenos e conceitos que exerceram influência nas politicas militares, censórias e imperiais. Conceitos como de nequitia, mali mores, matrimônio, materfamilias, adultério, stuprum, capacitas sucessória, ius liberorum e dote, harmonizaram-se em uma unidade histórica. RIASSUNTO Questo lavoro oggettiva sviluppare um studio delle cosidette leggi matrimoniali di Augusto alla luce dell’interesse pubblico, proposto come critério storico-giuridico per esporre e ausiliare la comprensione degli abbastanza multifacettati e frammentari testi che ci sono arrivati. Conosciuti, così, per diversi studii di notorietà (di FERRINI, JÖRS, BOUCHÉLECLERCQ, NARDI, SOLAZZI, GAUDEMET, ORESTANO, DALLA, VOLTERRA, ASTOLFI, ZABȽOCKA, SPAGNUOLO VIGORITA) gli scoppi demografici, moralizanti, matrimoniali, fiscali oppure caducarii, protettivi delle ordine romane, religiosi ed altri, si è adopperato in linea di método la procreatio come un istituto propicio, data la sua natura interdisciplinare e, allo stesso tempo, uno dei fundamenta rei publicae. Ossia, i diversi temi inclusi nella complessa legislazione di Augusto sono presentati a partire di questo che si presenta come il più generico e ricorrente interesse della res publica. Nella prima parte del lavoro, si fa l’indagine terminológica di procreatio ed il suo rapporto colla tematica giuridica riguardanti il tema (ius naturale, familia, matrimonium legitimum, ordines, civitas). Si presenta pure uno studio dell’espressione liberorum quaerendorum [procreandorum] che indicava la procreazione come il principale fine del matrimonio. Nella seconda parte, come limite temporale del lavoro, si propone uma periodizazzione adatta specificamente alla procreatio, dalle origini di Roma fino all’apogeo della prevalenza dell’utilitas publica sull’istituto, averata colla promulgazione delle leggi matrimoniali, raggione finale di questo studio. Dell’indagine delle fonti letterarie e giuridiche riguardanti ciascuno dei periodi proposti, si sono tolte rilevanti conseguenze per la comprensione dei fenomeni e concetti che hanno influenzato le politiche militari, censorie ed imperiali. Concetti come nequitia, mali mores, matrimonio, materfamilias, adulterio, stuprum, capacitas sucessoria, ius liberorum e dote, si sono armonizzati in una unità storica. INTRODUÇÃO Pretende-se salientar nesta pesquisa o impacto jurídico ocasionado pelas Leis Matrimoniais de Augusto na concepção romana de casamento, em especial a importância da “procriação” na estrutura1 do matrimônio. O direito e o dever à prole, como um interesse juridicamente protegido, escapam em geral da análise dos pesquisadores, enquanto se trata de elementos híbridos, entre o direito público e o direito privado, realidade que se deduz da igualmente complexa noção de matrimônio, do qual derivam. A procriação pode interessar ao Estado tanto no sentido de proporcionar um aumento demográfico, como no sentido de favorecer o casamento. Nos dias de hoje, a exemplo disso, muitos governos, principalmente dos países europeus, preocupam-se com a baixa taxa de natalidade e procuram conceder prêmios e benefícios jurídicos às famílias com grande número de filhos. Muitas populações estão “envelhecidas”, com consequente estreitamento da faixa etária dos jovens. Outros países, por outro lado, enfrentam o problema da superpopulação, como a China, que adota rigorosas medidas de planejamento familiar. Esta intervenção pública no casamento e na procriação pode, ainda hoje, determinar diferenças de impostos entre casados e não-casados, impondo regimes tributários diversos a solteiros, viúvos ou aos que não tem filhos. Pode, igualmente, estabelecer quotas de filhos para concessão de isenções e imunidades fiscais ou, ao contrário, para punir.2 O objetivo principal desta pesquisa será esclarecer e analisar as principais alterações ocorridas em relação à procriação e ao interesse do “Estado” romano, sobretudo no período clássico, com a promulgação das Leis Matrimonias de Augusto, além de realizar um reexame do antigo conceito de matrimônio em Roma. A constituição da família romana tem relação direta com o seu papel de unidade social fundada no matrimônio. O início da educação de um romano, realizado dentro da 1 A expressão “estrutura” do matrimônio tem sido utilizada por inúmeros autores, dentre os quais, citamos A. GUARINO, Diritto privato romano, 12ªed., Napoli, Jovene, 2001; R. ORESTANO, La struttura giuridica del matrimonio romano – Dal Diritto Classico al Diritto Giustinianeo, Milano, Giuffrè, 1951; R. ASTOLFI, Il matrimonio nel diritto romano preclassico, Padova, CEDAM, 2000. 2 No Brasil este tema praticamente não foi explorado, embora tenha sido a ele dedicado um precursor e visionário título (“A Procriação e o Interesse do Estado”) na obra de F.C. PONTES DE MIRANDA, Tratado de Direito de Família, vol.1, 3ª ed., São Paulo, Max Limonad, 1947, pp.95-96. O título que ora se oferece, “A família, tomava nos hábitos dos antepassados (mores maiorum) o ideal pedagógico perseguido. Esta unidade, prejudicada com o relaxamento de alguns costumes romanos, principalmente a partir da Segunda Guerra Púnica, abalou profundamente a estrutura familiar entre o final da República e o início do Principado. Na primeira parte desta pesquisa, faz-se uma análise da terminologia de procreatio e de outros termos vinculados à procriação e à prole: proles, suboles, soboles, liber, impubes, gentes. No capítulo segundo, sobre a temática jurídica referente à procreatio, recolhem-se os diversos temas recorrentes nas fontes romanas, em que esta assume uma posição de “princípio e fim” (ao ius naturale) ou de “elemento formador e fundamento” (à familia, ao matrimonium legitimum, aos ordines e à civitas). O conceito de matrimônio, à luz da interpretação da História do Direito Romano, não pode prescindir do estudo sobre a fórmula presente nos inúmeros textos literários (e alguns poucos, jurídicos) para indicar a procriação como a finalidade precípua do matrimônio romano: liberorum quaerendorum [procreandorum] causa. Na segunda parte da pesquisa, propõe-se uma periodização sobre o interesse da res publica romana na procriação, que sofreu diversas alterações desde as origens régias até o principado. Guerras de conquista, invasões, guerras civis são algumas das conjunturas que promovem o interesse no aumento demográfico, seja para nutrir exércitos, seja para repor a queda populacional (das classes senatorial e equestre). Dois períodos salientam-se: um, anterior à promulgação das Leis Matrimoniais (Demográficas, Caducárias) de Augusto, ainda incerto, não teorizado; outro, posterior, o denominado “período da unidade conceitual" das Leis Matrimoniais de Augusto, já conscientemente manipulado pelos retores e juristas. A res publica parece interferir na autonomia dos patres na composição de suas famílias em algumas situações de crises, sejam elas econômicas, militares, morais, políticas ou demográficas. No caso das Leis matrimoniais de Augusto, oscilam as interpretações entre a proteção dos interesses da sociedade (utilitas publica), o combate à degradação dos costumes e o declínio populacional. A reconstituição histórica do conteúdo e das finalidades de cada uma dessas leis sob o critério da utilitas rei publicae permitiu, nisi fallor, além de servir à seleção e apresentação das referidas interpretações, oferecer ao tema uma nova contribuição. procriação e o interesse da res publica: uma análise das leis matrimoniais de Augusto” foi, pois, inteiramente nessa obra inspirado. PARTE III – CONCLUSÕES A procriação e a affectio maritalis eram elementos de suma importância para a existência do matrimônio romano. De acordo com o estoicismo, escola que influenciou grande parte das interpretações dos juristas romanos que trataram o assunto, a principal finalidade do matrimônio e o dever público de todo cidadão era a procriação de uma grande quantidade de filhos (indicada pela fórmula liberorum procreandorum causa). Desde as origens da cidade de Roma e no decorrer de toda a sua História, matrimônio e procriação foram incentivados pela “propaganda oficial” do “Estado” romano. No princípio da Urbs, a procriação foi estabelecida pelos mores maiorum (costumes dos antepassados). A primeira forma de intervenção pública de incentivo à procriação, ocorreu na Realeza, com a finalidade de aumentar o exército. Esse controle ocorreu por meio dos censores, a fim de que os matrimônios não se desviassem da sua principal finalidade natural, ou seja, da procriação. Nos dois últimos séculos da República, em decorrência do desregramento social e das inúmeras guerras, torna-se maior a preocupação dos censores com o aumento da população, como demonstra, por exemplo, a Oratio pronunciada em 131 a.C. por Quinto Metelo Macedônico. A filiação numerosa sempre foi um elemento essencial para o crescimento da civitas e da força político-militar romana. É bem provável que a reforma moral familiar de Augusto (morum legumque regimen), em relação principalmente ao incentivo no aumento do número de matrimônios e de filhos, tenha se iniciado já em 28/27 a.C., nos primeiros anos do Principado, quando houve uma tentativa de promulgação de uma lex publica (lei comicial ou plebiscito). Não se sabe ao certo se foi apenas um projeto de lei ou uma lei promulgada e logo em seguida ab-rogada (lex edicta, depois sublata). Por sua severidade, esta lex edicta gerou uma reação negativa das classes dominantes. Esta reforma era necessária em virtude dos danos, tanto ético-morais, quanto demográficos, que as Guerras Civis do final da República provocaram na sociedade romana. A reforma ético-matrimonial (e principalmente demográfica) de Augusto teve a função de manter a estabilidade do Império e garantir uma posição de supremacia políticoeconômica aos romano-itálicos sobre os provinciais. Em 19 a.C., ao receber do senado e do populus Romanus a censoria potestas, Augusto exerceu a mesma tarefa dos censores republicanos, ou seja, o regimen morum (a vigilância dos costumes), examinando a quantidade de filhos, o patrimônio e os hábitos, principalmente dos membros das classes senatorial e equestre. Gradualmente, por meio de inúmeras revisões, Augusto promulgou a lex Iulia de maritandis ordinibus (em 23 de maio de 17 a.C.) e a lex Iulia de adulteriis coercendis no mesmo ano. É possível estabelecer três escopos principais na Legislação Matrimonial de Augusto: (a) o aumento demográfico do Populus Romanus, principalmente das classes mais poderosas e ricas (classes senatorial e equestre), que sofreram um forte declínio em virtude das Guerras Civis e perturbações sociais do final da República; (b) incentivo ao matrimônio legítimo. Os dispositivos previam a proteção da dignidade do matrimônio e dos esponsais, com normas que excluíam atos contrários ou impeditivos à constituição do matrimônio; (c) a reforma dos costumes e da moralidade na familia romana (seminarium rei publicae) vinculada à sua tutela patrimonial. O aumento demográfico dos cidadãos romanos obtém-se com o estímulo ao matrimônio legítimo (iustae nuptiae) e o dever de procriação como uma utilitas publica. Por isso, àqueles que tivessem uma prole numerosa eram atribuídos inúmeros prêmios e vantagens legais. Em virtude da importante reforma ético-demográfica que realizou, as leis matrimoniais foram denominadas, no III século d.C., fundamenta rei publicae. Aqueles que tinham o dever de ter filhos também estavam obrigados a contrair um iustum matrimonium: os homens entre os 25 e os 60 anos e as mulheres entre os 20 e os 50 anos. Os limites de idade superiores foram estabecidos pela presunção de que o homem com mais de 60 anos e a mulher com mais de 50, não têm a capacidade para procriar. Não sofriam qualquer sanção ou penalidade os cônjuges que estivessem abaixo ou acima desta faixa etária estabelecida pela lex Iulia de maritandis ordinibus (homens menores de 25 e maiores de 60; mulheres menores de 20 e maiores de 50). Apesar da crise econômica no último período do principado de Augusto, não é possível sustentar que o princeps buscasse, com a promulgação das Leis Matrimoniais, um meio para aumentar as rendas do “Estado”. As classes que obtêm maiores privilégios políticos e econômicos também devem contribuir mais com as despesas do “Estado” e por isso sofrem sanções mais rígidas da lex Papia. No decorrer do Principado, principalmente a partir de Nero, observa-se que, progressivamente, a legislação imperial subordina o escopo demográfico ao fiscal. A jurisprudência, por outro lado, procura limitar esta finalidade fiscal, principalmente a atividade prejudicial dos delatores. A lex Iulia et Papia utilizou-se de noções e termos técnicos, criados por leis republicanas (Furia, Voconia), para adaptá-los às necessidades políticas e legislativas que pretendia alcançar, como a figura da capacitas e o elenco das exceptae personae. Apesar da difícil tarefa de identificar quais normas pertencem a cada uma das Leis matrimoniais, algumas disposições podem ser identificadas, estudadas isoladamente e atribuídas a uma determinada lei. Augusto, ao promulgar a lex Iulia de maritandis ordinibus e proteger a dignidade familiar, estabeleceu taxativamente alguns impedimentos matrimoniais aos senadores em linha reta até o terceiro grau, divididos em duas categorias principais: 1) É proibido casar-se com a liberta; 2) É probido casar-se com as atrizes (scaenica), ex-atrizes e seus descendentes, a prostituta e a alcoviteira (lena), ou seja, as denominadas feminae probrosae. O legislador preocupou-se também com a dignidade social e a família dos libertos, além de incentivar o seu matrimônio e a sua prole numerosa. O matrimônio entre ingênuos e libertos foi considerado legítimo. A lex Iulia de maritandis ordinibus estabelecia que, após o divórcio invito patrono, ou seja, contra a vontade do patrono, a liberta não poderia contrair um novo matrimônio, pois o vínculo perdurava de acordo com o ius civile e a liberta perdia o connubium. Quanto às vantagens no ius publicum, a lex Iulia de maritandis ordinibus, provavelmente em seu capítulo VII, estabelecia a procriação como critério para acelerar o cursus honorum dos candidatos que tivessem mais filhos e as preferências para assumirem os cargos públicos. O critério da ancianidade foi substituído pelo da prole numerosa. A lex Iulia de maritandis ordinibus introduziu a figura do delator, ou seja, qualquer cidadão romano que, em nome do Aerarium (depois do Fisco), por meio da vindicatio caducorum, poderia obter como prêmio, em caso de vitória na lide, a metade dos bens reivindicados ou do seu valor, daqueles que não estivessem de acordo com as suas disposições. Além disso, a lex Iulia de maritandis ordinibus manifestou a utilitas publica na proteção do aspecto econômico e da estabilidade social nas famílias, ao determinar a obrigatoriedade da instituição do dote no matrimônio e aumentar os direitos da uxor sobre os bens dotais. Esta lei estabeleceu que o paterfamilias não poderia dissolver o matrimônio dos filhos sem uma justa causa, ou seja, fez restrições à patria potestas. É provável que pertencesse à mesma lei a regra que isenta a liberta casada com o consenso do patrono de prestar as operae oficiales. Em 17 a.C. foi promulgada a lex Iulia de adulteriis coercendis, cujo objetivo principal era restaurar moralmente a família, com sanções de natureza pública e privada. Combatia o adultério, o stuprum e o lenocínio com mulheres ingênuas honestas (nubentes e viúvas), considerando-os como crimina. Algumas mulheres (principalmente as feminae probrosae) estavam dispensadas da lei, pois com elas não se cometia stuprum: as escravas, as prostitutas, as atrizes e exatrizes, as alcoviteiras e as mulheres condenadas por adultério. Esta lei proibia que o marido matasse a esposa surpreendida em flagrante adultério, estabelecendo que ele deveria repudiá-la, sob pena de ser acusado por lenocinium se continuasse a conviver com ela. Ele deveria processar a esposa adúltera o mais rápido possível. As penas estabelecidas eram graves: a relegatio in insulam e o confisco parcial dos bens. Além disso, a adúltera tornava-se infame e não poderia mais casar-se de acordo com o ius civile (perda do conubium). É provável que uma lei matrimonial tenha sido promulgada em 4 d.C., mais severa que a lex Iulia de maritandis ordinibus e cuja aplicação foi suspensa primeiro por três anos e depois por mais dois. Esta dilação se justificaria pelos constantes protestos das classes senatorial e equestre devido à rigidez excessiva desta nova lei. A lex Papia Poppaea, promulgada em 9 d.C., atribuia recompensas e prêmios aos pais com prole numerosa, decorrentes do ius liberorum e repetiu muitas disposições da lex Iulia de maritandis ordinibus. Dentre as suas principais disposições, o ius liberorum era um prêmio à fecundidade atribuído aos homens com filhos e às mulheres ingênuas com três filhos e libertas com quatro filhos. Dentre as vantagens, este direito dispensava as mulheres da tutela mulierum e das sanções da Lei Vocônia; assegurava aos patres a capacitas sucessória testamentária total e dava direito aos bona caduca; garantia vantagens nas eleições e nos cargos públicos; ampliava ou restringia os direitos sucessórios dos patronos de acordo com a quantidade de filhos por ele procriados e pelo liberto (os direitos sucessórios dos patronos e dos libertos estavam subordinados à procriação e à quantidade de filhos). Não se exigia, para a obtenção do ius liberorum, que os filhos permanecessem vivos, mas que nascessem vivos (vitalidade). A lei exige filhos legítimos para que os pais tenham direito aos benefícios do ius liberorum. Os filhos adotivos eram contados da mesma forma que os filhos naturais, para que os pais gozassem das vantagens da Legislação Matrimonial. Quanto aos direitos sucessórios, a lex Papia Poppaea mantém o ius antiquum para as sucessões ab intestato, mas modifica o regime em relação às sucessões testamentárias. Para incentivar a procriação, a legislação matrimonial estabeleceu um sistema de sanção indireta, baseado principalmente na incapacidade sucessória testamentária (total ou parcial), por meio de prêmios aos casados com filhos e determinando penalidades patrimoniais e limitações aos caelibes e aos orbi (cônjuges sem filhos). Os caelebs eram os homens não casados e sem filhos (dentro da faixa de idade entre os vinte e cinco e os sessenta anos para os homens e entre os vinte e os cinquenta anos para as mulheres) que sofriam inúmeras sanções sucessórias e de direito público da legislação matrimonial de Augusto: (a) se eles não se casassem ou contraíssem esponsais dentro de cem dias (cretio) não poderiam adquirir a herança ou o legado, prazo contado a partir da delatio hereditatis; (b) não poderiam adquirir a sucessão testamentária (tanto a título universal quanto particular), pois não tinham a solidi capacitas (poderiam suceder apenas ab intestato); (c) não podiam assistir espetáculos públicos; (d) não tinham a prioridade para assumir cargos públicos. Os orbi poderiam receber apenas a metade dos legados e heranças. Os bens eram retirados daqueles que não tivessem filhos (caelibes e orbi) e destinados, primeiramente, segundo o ius antiquum, aos outros herdeiros com filhos (parentes até o terceiro grau, co-herdeiro ou co-legatário coniunctus, sucessores ab intestato) e, na ausência destes, ao Aerarium (depois ao Fisco), como bona vacantia. A lex Papia Poppaea é destinada não apenas a completar, mas também a corrigir a lex Iulia de maritandis ordinibus. Ela ampliou o rigor da lex Iulia de maritandis ordinibus, o que gerou a aversão das classes mais ricas e prejudicadas pelos delatores, principalmente a aristocracia senatorial. As sanções estabelecidas pela lex Iulia et Papia eram principalmente de ordem econômica e incindiam especialmente sobre as classes mais privilegiadas. Na realização do programa político de Augusto para reformar os costumes (mores maiorum), tanto a lex Iulia quanto a lex Papia vinculavam-se harmonicamente com outras medidas legais, especialmente com a lex Aelia Sentia e com a lex Iulia de adulteriis. Deves-se descartar a opinião de que a lex Iulia et Papia e a lex Aelia Sentia foram leis que procuraram obter uma “pureza racial” romana ao estabeleceram um controle das manumissões, pois o ius civile sempre reconheceu a importância dos libertos na sociedade e sua participação na gestão econômica e administrativa e em inúmeros casos concedeulhes a cidadania romana. Alguns temas, como o concubinato, impedimentos de doações mortis causa, a indignitas, os limites da restituição do dote, as retenções propter liberos e propter mores, apesar dos inúmeros comentários jurisprudenciais referentes à lex Iulia et Papia, não foram tratados por ela expressamente. Na época de Tibério, a lex Papia Poppaea sofreu um abrandamento, enquanto a lex Iulia de adulteriis tornou-se mais rígida. Tibério aumentou a punibilidade aos casos já previstos na lex Iulia de adulteriis e ampliou a sua aplicação para novas situações. Parece ter ocorrido um relaxamento da aplicação da legislação matrimonial e de outros senatusconsultos relativos, sob Calígula e Nero. É possível perceber uma continuidade lógica entre os senatusconsultos Persiciano (34 d.C.), Claudiano (52 d.C.) e o Calvisiano (61 d.C.) e as leis matrimoniais de Augusto, pois corrigiram e aprimoraram, de acordo com a utilitas publica, os dispositivos da legislação do início do principado relativos às justas núpcias e à procriação. Não é possível defender uma total ineficácia das leis matrimoniais de Augusto ou uma aplicação de seus dispositivos em um curto espaço temporal. Muitos foram os comentários da jurisprudência sobre a lex Iulia et Papia, o que indica sua importância e influência durante todo o Alto e o Baixo Império. Graças a esta legislação, foi possível, utilizando-se de uma terminologia moderna, a elucidação e a interpretação extensiva de diversos institutos de “direito” de família, das pessoas, sucessões e tributário romano. Além disso, é um grande erro concluir que houve uma total rejeição social desta legislação, fundamentando-se em comentários ou obras que louvam uma vida licenciosa e promíscua e que representam uma pequena parcela de homens e mulheres das classes ricas e privilegiadas (senatorial e equestre), resistentes à carreira militar, ao matrimônio e à prole numerosa. No início do Principado, grande parte da população romana apoiou a reforma dos costumes e o incentivo à procriação que Augusto realizou por meio da tribunicia potestas. Muitos escritores, sobretudo Horácio, auxiliaram na propaganda política de Augusto neste incentivo à procriação. Conclui-se que Augusto conseguiu alcançar o principal escopo de sua legislação matrimonial, ou seja, o demográfico. É nitído um aumento na população durante todo o início do Império e certamente esta legislação atendeu exigências permanentes na sociedade, não apenas do principado de Augusto, mas durante todo o Império. Pode-se também afirmar que os objetivos ético-demográficos sobrepõem-se aos fiscais pelo menos até o governo de Caracala, pois se o objetivo principal de Augusto com a legislação matrimonial, principalmente com a promulgação da lex Papia Poppaea, fosse o de obter mais rendas para o Erário, poderia utilizar-se de outros recursos, como leis ou senatusconsultos. Em relação ao aspecto militar, ele sempre esteve em profunda relação com o estímulo e o auxílio legislativo à procriação, não apenas em Roma, mas em todos os grandes povos da Antiguidade. A preocupação em formar um exército jovem, numeroso e com cidadãos romanos sempre foi um dos principais escopos da res publica. Por fim, é possível concluir que a Legislação matrimonial de Augusto foi benéfica à condição das mulheres em Roma: excluiu a tutela mulierum por meio do ius liberorum; limitou a patria potestas do paterfamilias em relação ao consentimento matrimonial dos alieni iuris, obrigando-o a permitir o matrimônio da filha quando não houvesse uma justa causa para impedi-la; restringiu os poderes do marido sobre o dote e garantiu maiores poderes patrimoniais às mulheres, com o escopo de garantir os meios econômicos para que elas pudessem contrair um novo matrimônio. A lex Iulia de maritandis ordinibus estabeleceu que o marido só poderia manumitir o escravo dotal com o consentimento da uxor e deveria restituir-lhe uma parte do valor do escravo e os lucros por ele obtidos. A lex Iulia de adulteriis coercendis determinou a proibição da alienação de um fundo dotal itálico pelo marido sem o consentimento da esposa, estabelecendo a regra ne dotale praedium maritus invita muliere alienet. No período pós-clássico, o Cristianismo, forças políticas e os costumes dos povos greco-orientais foram os principais fatores que fizeram com que muitos dos dispositivos da lex Iulia et Papia perdessem a validade e fossem ab-rogados, porém não significa que a procriação tenha deixado de ser uma preocupação e o “Estado” romano tenha tornado secundário o interesse no seu controle e incentivo. BIBLIOGRAFIA ACCARIAS, Calixte. Précis de Droit Romain, 4ªed., t.1, Paris, Cotillon, 1886. AGATI MADEIRA, Eliane Maria. A condição jurídica das sacerdotisas de Vesta, in Revista da Faculdade de Direito da USP 103 (2008), pp. 91-111. _________________________. 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