El Naranjo, o los cà rculos del tiempo narrativo de Carlos Fuentes

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Inti: Revista de literatura hispánica
Volume 1 | Number 43
Article 19
1996
El Naranjo, o los círculos del tiempo narrativo de
Carlos Fuentes
Julian Rios
Citas recomendadas
Rios, Julian (Primavera-Otoño 1996) "El Naranjo, o los círculos del tiempo narrativo de Carlos
Fuentes," Inti: Revista de literatura hispánica: No. 43, Article 19.
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EL NARANJO, O LOS CIRCULOS DEL TIEMPO
NARRATIVO DE CARLOS FUENTES
Julián Ríos
Y o leí, es decir, vi t o d o esto. L a c a í d a d e la g r a n ciudad azteca,
T e n o c h t i t l a n , e n m e d i o del r u m o r d e atabales, el c h o q u e del a c e r o contra el
p e d e r n a l y el f u e g o d e los c a ñ o n e s castellanos. L a c a í d a d e la g r a n ciudad
a n d a l u z a , Sevilla, en m e d i o d e idénticos redobles, m a n d o b l e s , y el f u e g o de los
l a n z a l l a m a s m a y a s . Y o vi y oí, e s decir, i m a g i n é t o d o esto e n la historia inicial
d e El naranjo, o los círculos del tiempo, d e C a r l o s F u e n t e s , q u e tiene p o r título
j u s t a m e n t e " L a s dos orillas" y c u e n t a a través de u n a b i e n calculada c u e n t a atrás,
d e diez a cero, el l a n z a m i e n t o d e u n a s n a v e s especiales, n a v e s d e p r e s a y de
sorpresa, d i g a m o s , q u e v a n a ir de la orilla a m e r i c a n a a la e s p a ñ o l a p a r a
d e v o l v e r u n a visita n o p r e c i s a m e n t e c o r t é s y restablecer así el equilibrio entre
la historia p a s a d a y la futurible, entre la historia v e r d a d e r a , q u e diría el cronista
B e r n a l D í a z del Castillo, y la v e r d a d e r a f a b u l a c i ó n o m á s b i e n c o n f a b u l a c i ó n
m í t i c a . A u n a acción histórica f a b u l o s a c o r r e s p o n d e a q u í u n a r e a c c i ó n y
r e l a c i ó n f a b u l o s a igual y d e sentido contrario. " L a s dos o r i l l a s " e s así la historia
d e u n a d o b l e c o n q u i s t a , o d e u n a c o n q u i s t a d e ida y vuelta. E s t a m b i é n , e n cierto
m o d o , u n a historia d e r e v e n a n t s — d e r e a p a r e c i d o s . L a s a l m a s e n p e n a de la
historia, l o s m a n e s , v a n a o p o n e r s e a los d e s m a n e s d e la historia. O al m e n o s
a sugerir otras alternativas que p o d r í a n servirnos d e e j e m p l o . Y e n este sentido
E l N a r a n j o es u n a c o l e c c i ó n de n o v e l a s e j e m p l a r e s . L a s historias de El Naranjo
e s t á n c o n t a d a s d e s d e el otro lado, p o r n a r r a d o r e s m u e r t o s , y c o m p o n e n u n o s sui
generis m e m o r i a l e s d e u l t r a t u m b a . La v o z d e u l t r a t u m b a (o d e u l t r a - O t u m b a )
q u e n o s h a b l a d e s d e " L a s d o s orillas" es la d e J e r ó n i m o d e Aguilar, el intérprete
d e Cortés, q u e había a p r e n d i d o los dialectos m a y a s d u r a n t e o c h o años d e
cautiverio e n t r e los indios d e Y u c a t á n . C a r l o s F u e n t e s h a c e u n a lectura y
reescritura m u y creativas d e los cronistas de Indias, e n especial d e la Historia
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Verdadera de la Conquista de la Nueva España, de B e r n a l D í a z del Castillo,
p a r a c o n t a m o s las historias d o b l e s d e " L a s d o s orillas" y e n particular la d e
J e r ó n i m o d e A g u i l a r y de su c o m p a ñ e r o d e n a u f r a g i o , G o n z a l o G u e r r e r o , q u e
o p t ó finalmente p o r q u e d a r s e entre los indios y l u c h ó c o n éstos c o n t r a los
e s p a ñ o l e s . A s í " L a s d o s orillas" podría subtitularse a la m a n e r a b o r g i a n a
" H i s t o r i a d e G u e r r e r o y el cautivo". El cautivo J e r ó n i m o d e A g u i l a r , v o l v e r á
c o n los e s p a ñ o l e s p a r a traicionarlos t r a d u c i e n d o fielmente el espíritu, q u e n o
la letra, d e sus p a l a b r a s f a l a c e s a los indios y a c a b a r d e s p u é s d e m u e r t o
i n s p i r a n d o a G u e r r e r o la invasión m a y a d e E s p a ñ a .
" L a s dos orillas" t a m b i é n registra la vuelta al a d a n i s m o d e u n o d e los
p r e d e c e s o r e s d e Aguilar, el intérprete indio M e l c h o r e j o , q u e a las p r i m e r a s d e
c a m b i o , en T a b a s c o , c o l g ó los hábitos cristianos y se p u s o a salvo e n la selva.
T u v o m á s suerte q u e su c o m p a ñ e r o Julián o Julianillo, q u e se m u r i ó antes,
p r o b a b l e m e n t e d e algún m a l español, a u n q u e B e r n a l D í a z sin d u d a habría d i c h o
c o n su f ó r m u l a habitual q u e " m u r i ó d e su m u e r t e " . C u r i o s a m e n t e , las dos
p r i m e r a s l e n g u a s de Cortés e n la N u e v a E s p a ñ a , Julianillo y M e l c h o r e j o , e r a n
b i z c o s , " e n t r a m b o s t r a s t a b a d o s d e los o j o s " , d i c e B e r n a l Díaz, se diría q u e p a r a
n o p e r d e r d e vista las dos l e n g u a s opuestas, la m a y a y la española. E n t o d o c a s o ,
sus s u c e s o r e s , las l e n g u a s J e r ó n i m o de A g u i l a r y d o ñ a M a r i n a , n o se m i r a n c o n
b u e n o s o j o s e n " L a s d o s orillas". H a s t a el p u n t o de q u e su rivalidad c o n s t i t u y e
el n u d o del relato.
" L a s d o s o r i l l a s " p o n e de relieve la i m p o r t a n c i a d e la t r a d u c c i ó n en l a
C o n q u i s t a . E l q u e traduce, traslada, vierte, c o n v i e r t e la l e n g u a del otro a la
p r o p i a , e s el q u e conquista. Se p o d r í a decir, p a r a a m p l i a r la n o c i ó n de N e b r i j a ,
q u e la l e n g u a — e n el sentido d e intérprete — es i n s e p a r a b l e del I m p e r i o . L a
C o n q u i s t a e m p e z a r í a c o m o u n diálogo de sordos, u n a c o m u n a l - d e s c o m u n a l
t r a g i c o m e d i a d e los errores, una e m p r e s a bélica q u e f u e antes babélica. La tierra
d e d o n d e v i n i e r o n l o s p r i m e r o s intérpretes de Cortés, Julianillo y M e l c h o r e j o ,
J e r ó n i m o d e A g u i l a r y D o ñ a M a r i n a , es b u e n a p r u e b a d e ello. C u a n d o l o s
p r i m e r o s e s p a ñ o l e s — los d e la e x p e d i c i ó n d e H e r n á n d e z de C ó r d o b a —
l l e g a r o n a las costas d e Y u c a t á n , y le p r e g u n t a r o n a los n a t i v o s c ó m o se l l a m a b a
el país, éstos r e s p o n d i e r o n t e c t e t a n , " n o e n t i e n d o " , q u e l o s e s p a ñ o l e s c r e y e r o n
su n o m b r e y o y e r o n Y u c a t á n . Otras versiones d a n c o m o e t i m o l o g í a d e Y u c a t á n
otra v o z m a y a , u y u c k a t a n , " e s c u c h a d lo q u e d i c e n " . E n t r e lo q u e se d i c e y lo
q u e se o y e h a y a v e c e s u n a b i s m o . I n f r a n q u e a b l e , p o r m á s q u e se h a b l e .
S u p o n g a m o s , e n nuestras latitudes, q u e A m s t e r d a m f u e s e u n a c o r r u p c i ó n d e " I
d o n ' t u n d e r s t a n d " . . . L a s p r i m e r a s relaciones d e C o r t é s c o n l o s aztecas se
e s t a b l e c i e r o n p o r m e d i o de u n a c a d e n a d e traducciones, u n a t r a d u c c i ó n d e
t r a d u c c i o n e s : del m e x i c a n o al m a y a al e s p a ñ o l , o viceversa. D o ñ a M a r i n a
h a b l a b a m a y a y m e x i c a n o , y J e r ó n i m o de A g u i l a r sabía al principio sólo el
m a y a ; p e r o su i d i o m a m a t e r n o le d a b a el " c o n t r o l a d u a n e r o " , d i g a m o s , d e las
p a l a b r a s . Al m e n o s hasta q u e d o ñ a M a r i n a se h i z o c o n el e s p a ñ o l . El d i á l o g o
d e l a s l e n g u a s será, e n " L a s dos orillas", el d u e l o d e las lenguas. E s p a d a s c o m o
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lenguas... E n alto la e s p a ñ o l a , d o m i n a n t e , h a s t a q u e d o ñ a M a r i n a a c a b ó
d o m i n á n d o l a e n b r a z o s d e Cortés. A u n q u e la iniciación al e s p a ñ o l la haría c o n
su p r i m e r conquistador, A l o n s o H e r n á n d e z Puertocarrero, u n o d e los principales
c a p i t a n e s y a m i g o s d e Cortés, q u e casi olvidó B e r n a l D í a z d e incluir e n su
espectral lista d e c o n q u i s t a d o r e s . F u e p r e c i s a m e n t e P u e r t o c a r r e r o el q u e llevó
a E s p a ñ a el m a g n í f i c o p r e s e n t e d e M o c t e z u m a , "el sol d e o r o y la l u n a d e p l a t a " ,
q u e c o n t e m p l a r á J e r ó n i m o d e A g u i l a r s u s p e n d i d o s e n el cielo d e V e r a c r u z antes
d e c e r r a r p a r a s i e m p r e l o s ojos. P e r o p r e v i a m e n t e h a b r á d e m e d i r s e c o n d o ñ a
M a r i n a . L a l e n g u a s e s u d a del e x - c l é r i g o A g u i l a r v e r s u s la l e n g u a s e x u a d a d e
d o ñ a M a r i n a la a m a n t e india de Cortés. A u n q u e A g u i l a r m u r i ó de " m a l d e
b u b a s " , c o m o c o n s i g n a B e r n a l D í a z , se p o d r í a h a b l a r e n cierto m o d o del
castellano del casto Aguilar, p u e s m i e n t r a s e s t u v o c a u t i v o entre los indios d e
Y u c a t á n d e f e n d i ó su castidad con el celo d e u n S a n A n t o n i o o de u n casto José.
E n c u a l q u i e r c a s o , p a r e c e q u e San J e r ó n i m o , p a t r o n o d e l o s traductores, n o v i n o
e n a y u d a d e su t o c a y o y A g u i l a r p e r d i ó , c o m o él dice, el m o n o p o l i o d e la l e n g u a
castellana. El m o n o e x p o l i o , t a m b i é n . L e q u e d a c o m o ú l t i m o recurso la
traición — y " L a s d o s o r i l l a s " es la m e j o r ilustración del v i e j o adagio
" T r a d u t t o r e , traditore". L a l e n g u a d o ñ a M a r i n a traiciona t a m b i é n a su p u e b l o ,
c o n l o s c o n q u i s t a d o r e s , c o n sus c o n q u i s t a d o r e s , y en " L a s d o s o r i l l a s " se
r e c u e r d a q u e " s u p u e b l o le p u s o ' L a M a l i n c h e ' , la traidora". " L a s d o s o r i l l a s "
v i e n e a ser la historia d e d o s traiciones q u e se revelarán s u m a m e n t e f r u c t í f e r a s
p o r q u e a m b a s t r a e n l a semilla del m e s t i z a j e . J e r ó n i m o y M a r i n a p r e t e n d e n , en
el f o n d o , lo m i s m o . " L a s dos orillas" anuncia el fin d e los m o n ó l o g o s d e sordos
d e las civilizaciones, p o r e j e m p l o d e la e s p a ñ o l a y d e la azteca, p o r q u e la
n u e s t r a e s u n a civilización m e t e c a o n o será.
Aguilar, c o n la a y u d a d e G u e r r e r o , intentará d e v o l v e r l e a la cultura
e s p a ñ o l a la m e m o r i a de sus m ú l t i p l e s m e s t i z a j e s , y apunta q u e C o r t é s quizá
p e r m i t i ó q u e G u e r r e r o se q u e d a r a e n t r e los indios para q u e u n día a c o m e t i e r a la
m a g n a e m p r e s a d e c o n q u i s t a r E s p a ñ a c o n el m i s m o á n i m o q u e él, Cortés,
c o n q u i s t ó M é x i c o y v e n d r í a a v e n g a r l o así d e las h u m i l l a c i o n e s q u e s u f r i ó e n
su p r o p i a tierra. P e r o A g u i l a r es l o q u e se l l a m a u n n a r r a d o r p o c o fiable (su
divisa es: " T r a d u j e , traicioné, i n v e n t é " ) q u e oculta a l g u n a s cartas d e su j u e g o
y se arroga u n p r o t a g o n i s m o e n la c o n q u i s t a d e E s p a ñ a q u e p a r e c e a t o d a s luces
e x c e s i v o . Su vicario G o n z a l o G u e r r e r o es u n b u e n guerrero, c o m o d e m o s t r ó
e n su l u c h a d e guerrillas indias contra H e r n á n d e z d e C ó r d o b a ; p e r o la n u e v a
c o n q u i s t a d e la v i e j a E s p a ñ a n o p u e d e ser m e n o s q u e la de N u e v a E s p a ñ a y
n e c e s i t a r í a p o r f u e r z a a u n s e g u n d o Cortés. ¿Cortés n o h a y m á s q u e u n o ? P o r
f o r t u n a o p o r designios del d e s t i n o h u b o dos C o r t e s e s : el C o r t é s e s p a ñ o l y el
C o r t é s m e x i c a n o . C o r t é s y su v i v o retrato... O v i c e v e r s a , p o r q u e la figura f u e
antes q u e el genio, al m e n o s a o j o s d e su antagonista M o c t e z u m a . El e m p e r a d o r
azteca, c o n sus p r i m e r o s m e n s a j e r o s c a r g a d o s de presentes, e n v i ó a d e m á s a
C o r t é s s u s pintores o p i c t ó g r a f o s d e corte, p o d r í a m o s decir, para que le
r e p r e s e n t a r a n c ó m o era el p r e s u n t o Q u e t z a l c o a t l q u e r e g r e s a b a c o n l o s suyos.
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La escena la describe muy gráficamente el testigo Bernal Díaz en el capítulo
XXXVIII de su Historia Verdadera: "Y parece ser que el Tendile [un gobernador
de Moctezuma] traía consigo grandes pintores, que los hay tales en Méjico, y
mandó pintar al natural rostro, cuerpo y facciones de Cortés y de todos los
capitanes y soldados, y navios y velas y caballos, y a doña Marina y Aguilar,
hasta dos lebreles, y tiros y pelotas, y todo el ejército que traíamos, y lo llevó
a su señor". Y en el capítulo siguiente continúa: "Y estando en esto vino el
Tendile una mañana con más de cien indios cargados, y venía con ellos un gran
cacique mejicano, y en el rostro, facciones y cuerpo se parecía al capitán Cortés,
y lo envió el gran Montezuma; porque según dijeron, cuando de Cortés le llevó
Tendile dibujada su misma figura, todos los principales que estaban con
Montezuma dijeron que un principal que se decía Quintalbor se le parecía a lo
propio a Cortés, que así se llamaba aquel gran cacique que venía con Tendile;
y como parecía a Cortés, asi le llamábamos en el real Cortés allá, Cortés acullá".
El parecido y el aparecido. Moctezuma le ofrece a Cortés las gemas y el
gemelo, el espejo mexicano en el que reconocerse. La individualidad se hiende
en dualidad, dualidad india y española.
Tal vez existe y algún día aparezca una sexta relación en la que Cortés
cuenta el intercambio de yoes y sus circunstancias, acaso en una "noche de
reflejos", para decirlo en términos de Terra Nostra, y también cuenta el cambio
de piel de Quetzalcoatl, para emprender la conquista de España. Este trueque
de Corteses, o de Cortés y Quintalbor, podría esclarecer la enigmática y terrible
escena de "Los hijos del conquistador", la siguiente historiade El Naranjo, cuando
el primer Martín se asomó a la caja en que yacía su padre Hernán Cortés: "La
cara de mi padre muerto estaba cubierta por una máscara polvosa de jade y
pluma".
¿Y cuáles podrían ser las palabras incomprensibles que Cortés o su doble
Quintalbor dijo antes de morir en Castilleja dé la Cuesta? ¿Palabras que habrían
comprendido doña Marina y Jerónimo de Aguilar?
Aguilar de altos vuelos se engalana con plumas ajenas, las de CortésQuetzalcoatl, para escribir su crónica al revés, de diez a cero, a fin de indicar,
dice, "un perpetuo reinicio de historias perpetuamente inacabadas". Por los
ciclos de los ciclos. Cero-Ouroboros-Quetzalcoatl-Círculo del Tiempo que se
muerde la cola y se devora hora a hora.
Aguilar no explica del todo quién era en realidad ese "buitre de las alturas,
serpiente del suelo", ese ser mitológico en el que llegó montado a Sevilla.
Aguilar y Guerrero a la conquista de España. No hay dos sin tres y faltaba
Cortés emplumado con preciosas plumas para completar el triunvirato o mejor
dicho el "triunviriato" de la Conquista.
He traído a cuento los dos Corteses, este doble juego de dobles, porque
todo es doble en El Naranjo, o los círculos del tiempo. Las dos orillas, como
vimos, que son las dos lenguas, Marina y Jerónimo, que son las dos voces, las
de Europa y América, que son los dos Martines, en "Los hijos del conquistador",
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el hijo legítimo y el hijo bastardo de Cortés. Y son "Las dos Numancias", en
la historia del mismo título, con sus dos Escipiones Africanos y con sus dos
naranjos improbables. Y son Las dos Américas, que es el nombre de la
embarcación de recreo — y nunca mejor dicho — de la historia siguiente.
"Apolo y las putas", que anuncia la próxima y última historia titulada
precisamente "Las dos Américas", que son los dos paraísos, el perdido y el
hollado, que son los dos países, el hallado y ya perdido.
"Me obsesiona el problema de la dualidad", reconoce el dividido Publio
Cornelio Escipión Emiliano en "Las dos Numancias", historia divisoria, en el
centro de El Naranjo, que plantea los misterios de las grandes dualidades, vidamuerte, cuerpo-alma, mundo-cielo, que desde el mundo antiguo, dando un salto
fantástico a nuestros días, siguen asediándonos en la historia siguiente, "Apolo
y las putas", historia de un actor y sus dobles, que ofrece en su duplicidad quizás
una de las claves de El Naranjo. Apolo es también su polo opuesto: Dioniso.
El apolíneo actor Vincente Valera, un actor cincuentón irlandés de origen
español, descendiente de un náufrago de la Armada Invencible, se embarca en
Acapulco con sus bacantes (una se llama precisamente Dionisia) en una orgía
por la mar que es el morir y no sólo de la pequeña muerte. El cuento empieza
realmente en El Cuento de Hadas, una casa de putas de Acapulco, y acaba como
cuento de Hades. En un viaje infernal. O como se dice en "Apolo y las putas":
"en el ascenso simultáneo al infierno y al cielo". Para tal viaje Vincente Valera
alquiló un queche en el Club de Yates, pero antes ingresó en el Club de Yeats,
del poeta Yeats, porque unos versos del gran poeta irlandés, del poema "When
You Are Old", abren o entreabren los misterios de "Apolo y las putas". Valera
viaja a Acapulco con un libro de poemas de Yeats y con frecuencia rumia las
rimas de "When You Are Old", que en realidad es una reescritura — otro
doble — de "Quand vous serez bien vieille" de Ronsard, uno de sus sonetos a
Héléne. La "cara cambiante" del poema de Yeats revelará cuál es la última fase
y faz del actor que perdió la cara. Valera perdió la cara para ganar una máscara.
Una máscara mexicana, como Cortés. Perdió sus facciones para ganar sus
ficciones, ser al cabo Cortés, los dos Martines, Escipión...
Otro epígrafe de Yeats — unos versos de Easter, 1916 — abren Terra
Nostra. Esos versos, no del todo idénticos a los originales de Yeats, vienen a
decir en español: "Todo transformado: una terrible belleza ha nacido." Mito
y metamorfosis: mitomorfosis.
La concepción cíclica de la historia, de Yeats, de una ósmosis universal
de imágenes, de una imaginación corporativa almacenada en un almario de
muchos cuerpos que él llama Anima Mundi, no están lejos de las visiones que
ofrece Carlos Fuentes en sus creaciones mito-poéticas.
Las semillas de El Naranjo vienen tal vez de la milenaria Terra Nostra,
bien abonada por los pudrideros de la historia, del semillero de su Teatro de la
Memoria. En ese Teatro se representan todas las posibilidades del pasado que
son en realidad las oportunidades latentes del futuro. Las oportunidades
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p e r d i d a s d e E s p a ñ a y s u s hijas d e A m é r i c a se representan d e n u e v o en el teatro
de la i m a g i n a c i ó n d e El
Naranjo.
Carlos F u e n t e s plantó El Naranjo al final d e " L a E d a d del T i e m p o " , ciclo
q u e e n g l o b a toda su obra narrativa, p o r q u e los círculos del t i e m p o narrativo
(curso y recurso d e historias q u e se reciclan) n o s llevarán i n e v i t a b l e m e n t e al
inicio, y a la relectura: aurora o aura d e u n n u e v o día e n m a s c a r a d o . " P l a n t a r é
de n u e v o las semillas del n a r a n j o " , son las últimas palabras d e C o l ó n en la ú l t i m a
historia, " L a s d o s A m é r i c a s " , d e El Naranjo.
C o l ó n f u e a Sevilla, y al g o l f o de E d é n , p e r o n o p e r d i ó la semilla. Ni la
llave q u e le lleva a los orígenes.
El Naranjo es t a m b i é n u n a apología d e las culturas, d e todas las culturas.
N o b u s q u é i s pepitas q u e no se p u e d a n s e m b r a r . E n vez d e pepitas d e oro, pepitas
d e n a r a n j a s . F r u t a s d e oro. Sí, hay que cultivar nuestros j a r d i n e s , n o d e j e m o s
que los destruyan. Finalmente, el oro de la C o n q u i s t a se t r a n s m u t ó e n m i e r d a —
y n o h a y q u e recurrir a los anales f r e u d i a n o s p a r a e s t a b l e c e r tales analogías.
P e r o el h e d o r d e la disentería d e Cortés en su l e c h o d e m u e r t e es a n u l a d o p o r e l
aroma de un naranjo...
C o l ó n , Cortés, J e r ó n i m o d e Aguilar plantaron sus n a r a n j o s y se p l a n t a r o n
e n el N u e v o M u n d o . ¿ P o r sus hurtos o p o r s u s f r u t o s l o s c o n o c e r é i s ?
Y es o b l i g a d o n o o l v i d a r aquí a Bernal Díaz, q u e c o n s i g n a c o n orgullo q u e
u n a s siete u o c h o pepitas d e n a r a n j a s q u e s e m b r ó j u n t o a u n a c a s a de ídolos
" f u e r o n los p r i m e r o s n a r a n j o s q u e se p l a n t a r o n e n la N u e v a E s p a ñ a " .
¿ Q u é v a r i e d a d d e n a r a n j a s son las del m á g i c o n a r a n j o d e Carlos F u e n t e s ?
¿Naranjas d e la China? ¿Naranjas de G é n o v a , d e u n Citrus aurantium G e n u e n s e ?
N o e c h e m o s e n saco roto q u e u n e x t r a ñ o v i a j e r o g e n o v é s llevó las s e m i l l a s d e
u n n a r a n j o n a d a m e n o s que a N u m a n c i a , en " L a s dos N u m a n c i a s " .
A v e n t u r o , c o n el p e r m i s o d e Cristóbal N o n a t o , q u e se trata d e la v a r i e d a d
n a v e l o navel e n inglés, ombligo. P u e s El Naranjo d e Carlos F u e n t e s e s u n
o n f a l o s , u n o m b l i g o , el e j e d e u n m u n d o f a b u l o s o , q u e gira y gira c o n l o s
círculos del t i e m p o d e la utopía, d e la e p o p e y a y del m i t o s i e m p r e r e c o m e n z a d o s .
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