El movimiento anarquista que se difunde eii España a raíz de la

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L I T E R A T U R A
A N A R Q U I S T A
Y
A N A R Q U I S M O
L I T E R A R I O
El m o v i m i e n t o anarquista que se difunde eii E s p a ñ a a raíz de
la R e v o l u c i ó n de 1868 desarrolla una literatura m i l i t a n t e que populariza los principios doctrinales del internacionalismo. Desnuda
de pretensiones artísticas, esa literatura a t e n ú a la aridez t e ó r i c a y
facilita la v u l g a r i z a c i ó n de complicados conceptos revolucionarios.
N o es raro encontrar, entre reseñas de congresos obreros y noti- cias sobre el desarrollo de la F e d e r a c i ó n española, poesías y prosas
firmadas con iniciales y nombres desconocidos, o por " u n trabajador", " u n jornalero", " u n explotado" salidos de la masa de lectores
anarquistas. E n estas composiciones, el "obrero consciente" suele
dirigirse a sus c o m p a ñ e r o s para explicarles problemas ideológicos
de difícil c o m p r e n s i ó n o para insistir en la necesidad de ingresar
en el m o v i m i e n t o , d é leer la-'prensa- obrera, de educarse:
Instruirse, compañeros,
aplicarse a la lectura;
seamos nuevas criaturas,
que son fines verdaderos .
1
La literatura m i l i t a n t e no es, desde luego, p a t r i m o n i o exclusivo
del m o v i m i e n t o anarquista. Otros grupos radicales desarrollaban
t a m b i é n u n arte social que e x p o n í a los temas y preocupaciones m á s
candentes. Republicanos y federales llevaban a la literatura sus ataques contra las quintas, la m o n a r q u í a , los consumos:
Fuera consumos y quintas,
que no queremos pagar.
L o que ahora deseamos:
República Federal .
2
Pero mientras los partidos políticos pensaban exclusivamente en
1
La Autonomía,
Sevilla, 2 9 . V I L 1 8 8 3 , p. 3.
- Cit. por JOSÉ TERMES ARDÉVOL, El
Primera
Internacional
(18644881),
movimiento
obrero
Barcelona, 1 9 6 5 , pp. 27-28.
en
España.
La
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LITERATURA Y ANARQUISMO
361
cambios que transformasen las estructuras de poder, el m o v i m i e n t o
l i b e r t a r i o perseguía una r e v o l u c i ó n social y e c o n ó m i c a que destruyera el Estado y creara una sociedad sin gobierno n i clases. Por otra
parte, si las manifestaciones literarias d e m ó c r a t a s y republicanas
a c u d í a n a temas concretos —acontecimientos y asuntos de actualidad—, los internacionalistas recalcaban, en cambio, la lucha de clases, el colectivismo, la fed era ció n y la u n i ó n de comunas libres y
de obreros —en otras palabras, los principios básicos del anarquismo.
En los lustros que siguen al establecimiento de la F e d e r a c i ó n
Regional E s p a ñ o l a de la Asociación Internacional de Trabajadores,
la l i t e r a t u r a á c r a t a florece y se m u l t i p l i c a gracias a la constante exp a n s i ó n de la prensa obrera peninsular. L a posibilidad de publicar
en cualquier p e r i ó d i c o del m o v i m i e n t o , y no exclusivamente en
ó r g a n o s de carácter artístico, facilita de manera considerable estas
actividades. L a p r e o c u p a c i ó n por el contenido ideológico y n o por
los logros estéticos anima t a m b i é n al lector m i l i t a n t e a c o n t r i b u i r
a este desarrollo con los modestos partos de su musa.
D u r a n t e la ú l t i m a d é c a d a del siglo se complica significativamente el panorama intelectual y artístico de toda Europa. Escritores
cultos, a menudo de origen a r i s t o c r á t i c o o b u r g u é s , manifiestan
creciente s i m p a t í a por el anarquismo, en el cual ven u n m o v i m i e n to rebelde, individualista e innovador. E l intelectual déclassé, insatisfecho con la sociedad que l o rodea, repudia como los anarquistas
las instituciones estáticas y la a t m ó s f e r a rancia que se respira. L a
E s p a ñ a oficial de f i n de siglo, sofocada entre la R e s t a u r a c i ó n y el
Desastre, es atacada no sólo por las masas oprimidas, sino t a m b i é n
por los artistas, ansiosos de horizontes m á s amplios.
Pero si intelectuales y obreros c o m p a r t í a n los mismos afanes,
esto n o e q u i v a l í a a una estrecha i d e n t i f i c a c i ó n ideológica. Para los
escritores, a n a r q u í a era s i n ó n i m o de total l i b e r t a d de formas y estilos . M á s a ú n , los aspectos destructores del anarquismo representaban u n gran atractivo para quienes estaban comprometidos con u n
rechazo total del pasado y una radica] r e n o v a c i ó n estética. L a crítica ha s e ñ a l a d o c ó m o los escritores franceses se sintieron fascinados
por los rasgos destructivos del terrorismo anarquista: Ravachol,
Henry,• V a i l l a n t eran los h é r o e s de moda en los medios intelectuales
de Francia en los a ñ o s de Vaffaire DreyjusK A l g o semejante p o d r í a ,
3
3
Cf. R U B É N DARÍO, España-.contemporánea
(t. 21 de sus Obras completas,
Madrid, s. a.), "crónica" del 28.XI.1899, pp. 280-281, y EDUARDO SANZ Y ESCARTIN% Federico Nietzsche y el anarquismo intelectual, Madrid, 1898, pp. 44-45
y 51-52. P í o BAROJA, en sus Memorias (Obras completas, v 6, Madrid, 1948,
p. 568), recuerda que la " e q u i p a r a c i ó n de la a n a r q u í a con la literatura [que
hace Enrique Cornuty en u n m i t i n del teatro Barbieri] no se podía considerar disparatada, sino más bien certera, porque la a n a r q u í a de ese tiempo
era cosa m á s literaria que política".
Cf. PIERRE AUBERY, "L'anarchisme des littérateurs au temps du symbo4
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CLARA E. LIDA
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sin duda, establecerse para E s p a ñ a si se investigara el impacto de
la "propaganda por el hecho" —el t i r a n i c i d i o , el atentado terrorista— sobre los intelectuales. F e r m í n Salvochea, P a u l i n o Pallas,
A n g i o l i l l o tienen algo de h é r o e s r o m á n t i c o s en u n m u n d o en quiebra: su sacrificio i n d i v i d u a l , su entrega a una causa, son el ú l t i m o
desafío a una sociedad indiferente y satisfecha.
En realidad, aunque literatos y activistas practicaban la revolución, sus armas y sus mundos estaban m u y alejados. Los anarquistas v i v í a n aquello que los poetas sólo se a t r e v í a n a s o ñ a r . Mientras
los primeros r e c u r r í a n al atentado o a la acción sindical para alcanzar el cambio social, los segundos h u b i e r a n podido hacer suya la
frase de M a l l a r m é : " L a vraie bombe, c'est le l i v r e " ; o la de Baroja:
"Yo creía, y creo, que la ú n i c a arma eficaz revolucionaria es el
papel impreso" .
Los intelectuales t o m a r o n del anarquismo formas y r ó t u l o s , pero
el contenido i d e o l ó g i c o apenas les importaba. E l poeta era anarquista en la medida en que expresaba de manera i n d i v i d u a l y
nueva su particular visión estética. E n tanto que los desposeídos
buscaban la completa t r a n s f o r m a c i ó n social y e c o n ó m i c a , los escritores se pronunciaban por la l i b e r t a d artística. Para ellos, el anarquismo era estético, rara vez p o l í t i c o ; las "masas explotadas" no
fueron m á s que el t ó p i c o l i t e r a r i o de una élite intelectual.
E l ambiente c u l t u r a l de f i n de siglo se complica en E s p a ñ a con
la entrada de las corrientes de pensamiento i n d i v i d u a l i s t a y n i h i lista. Los intelectuales y bohemios alternan lecturas de Nietzsche,
Schopenhauer, T o l s t o i , Stirner, Ibsen, H a u p t m a n n , Strindberg, con
las de teóricos ácratas como B a k u n i n , K r o p o t k i n , Malatesta, Grave,
H a m o n . E n sagaces palabras de u n observador poco b e n é v o l o , los
j ó v e n e s anarquizantes "se tienen por furibundos anarquistas, proclaman la s o b e r a n í a del «yo», arremeten contra los «viejos m o l d e s » ,
tienen en sus almas de creyentes r e b e l d í a s de ateo, s u e ñ a n con
Ibsen, r e p i t e n las frases « p r o f u n d a s » de Nietzsche, adoran a Tolstoi, glorifican a W a g n e r . . . " Los mismos literatos confirman este
3
6
7
lisme", Le Mouvement
Social,
6 9 ( 1 9 6 9 ) , 21-34; J E A N - M A R I E
CARRÉ, Les
écri-
vains français et le mirage allemand (1800-1940), Paris, 1 9 4 7 ; M I C H E L DÉCAUDIN,
La crise des valeurs symbolistes, Toulouse, 1 9 6 0 ; EUGENIA K . HERBERT, The
artist and social reform: France and Belgium 1885-1900, New Haven, 1 9 6 1 ;
CÉSAR GRANA, Bohemian versus Bourgeois: French society and the French man
of letters in the nineteenth century, New York, 1 9 6 4 .
Cit. por C A M I L L E M A U C L A I R , Servitude et grandeur littéraires, Paris, 1922,
p. 1 1 6 . En una entrevista con Jules Huret (Écho de Paris, 14.111.1891), Mallarmé afirma que el poeta "est en grève devant la société".
P í o BAROJA, Juventud,
egolatría (t. 5 de sus Obras compl), p. 2 1 7 .
NICOLÁS SALMERÓN, pról. a Degeneración,
de M a x Nordau, Madrid, 1902,
p. 13. La influencia de Nietzsche en la P e n í n s u l a ha sido estudiada cuidadosamente por GONZALO SOBEJANO, Nietzsche en España, M a d r i d , 1 9 6 7 . Véase
5
6
7
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363
UTERÁTURA Y ANARQUISMO
j u i c i o . Ya viejo, A z o r í n recuerda las lecturas de su g e n e r a c i ó n en
los a ñ o s 90: "Nosotros c r e í a m o s entonces representada a Europa,
principalmente, por Federico Nietzsche [ . . . ] . E l nombre de Nietzsche hace recordar el de Wagner, o t r o hombre europeo. M ú s i c a de
Wagner h a b í a yo escuchado en Valencia, aplaudida por doctos e
indoctos" . Y Baroja: "Entre los escritores que hoy viven, para m í
n o hay m á s que dos verdaderamente geniales, el u n o Ibsen, el o t r o
Tolstoi" .
E n 1895, el joven J o s é M a r t í n e z R u i z se entusiasma con u n
a r t í c u l o de Edouard R o d sobre la r e n o v a c i ó n intelectual alemana,
i n f l u i d a por Nietzsche, Stirner, B a k u n i n , y dice, r e f i r i é n d o s e a la
influencia de este nuevo pensamiento en E s p a ñ a : " L a idea anarquista es, ante todo, una protesta y una a s p i r a c i ó n ; protesta de
todas estas arbitrariedades, a s p i r a c i ó n hacia u n ideal relativamente
más humano. Así n o tiene programa alguno formulado, n i se atiene a n i n g u n a norma [ . . . ] . L a a n a r q u í a n o da ninguna s o l u c i ó n n i
pretende reformar de u n d í a para otro la actual sociedad" . E n
otras páginas, el f u t u r o A z o r í n a ñ a d e a este aspecto ético y human i t a r i o la d i m e n s i ó n estética del anarquismo literario:
" l a revoluc i ó n literaria es la vanguardia de la r e v o l u c i ó n política: el artista
es profeta" .
M a r t í n e z R u i z comparte estos entusiasmos juveniles con otros
escritores que se iban dando a conocer por entonces: Maeztu, Baroja, U n a m u n o . E n 1901 escribe este ú l t i m o a Federico Urales:
" m i fondo era y es, ante todo, anarquista. L o que hay es que
detesto el sentido sectario y d o g m á t i c o en que se toma esta denom i n a c i ó n [ . . . ] . E l anarquismo de u n Ibsen me es s i m p á t i c o , y m á s
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11
t a m b i é n U D O RUKSER, Nietzsche in der Hispania. Ein Beitrag zur hispanischen
Kultur- und Geistesgeschichte, Bern, 1962, y el artículo de P A U L I L I E , "Nietzsche
i n Spain, 1890-1910", FULA,
7 9 ( 1 9 6 4 ) , 80-96. Sobre su huella en Francia,
GENEVIÈVE BIANQUIS, Nietzsche en France. L'influence
de Nietzsche sur la pensée française, Paris, 1929 y, m á s recientemente, J.-M. CARRÉ, op. cit.
AZORÍN, Madrid, en sus Obras compl, t. 6, Madrid, 1962, pp. 245-246. A
diferencia de Martínez Ruiz, FEDERICO URALES escribe a la muerte de Nietzsche
(La Revista Blanca, Madrid, Suplemento 6 8 , 1 . I X . 1900, p. 1 ) : "Nietzsche no
pudo ser anarquista porque le faltaba el sentimiento de la solidaridad humana".
Cit. Por H . PESEUX-RICHARD, " U n romancier espagnol: Pío Baroja", RHi,
2 3 ( 1 9 1 0 ) , p. 117. En Juventud, egolatría, ed. cit., p. 184, Baroja confiesa:
"para mí, Tolstoi es un griego: es sereno, claro, sus personajes parecen dioses".
Notas sociales, en el t. 1 de sus Obras compl., Madrid, 1959, pp. 1 9 6 y
2 0 4 . Algo semejante dice BAROJA en su discurso de ingreso en la Academia
E s p a ñ o l a (Rapsodias, Obras compl, t. 5, p. 883) : "Yo me sentía anarquista,
partidario de la resistencia pasiva recomendada por Tolstoi y de la piedad
como lector de Schopenhauer y como hombre inclinado al budismo." Y u n
párrafo más abajo: "Tampoco cogí del anarquismo su pretendida parte constructiva. Me bastaba su espíritu crítico, medio literario, medio cristiano."
Anarquistas literarios, Obras compl, t. 1, p. 1 6 5 .
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CLARA E. LID A
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NRFH, X I X
a ú n el de Kierkegaard, el poderoso pensador d a n é s de q u i e n ante
todo se han n u t r i d o Ibsen y T o l s t o i . T o l s t o i ha sido una de las
almas que m á s hondamente ha sacudido la m í a ; sus obras han dejado una profunda huella en m í " .
N o sólo entre los m u y j ó v e n e s encontramos estas simpatías.
T a m b i é n Alejandro Sawa, J o a q u í n Dicenta, Eduardo M á r q u i n a ,
Francisco Villaespesa, M a n u e l del Palacio, Pedro Barrantes, Eduardo Zamacois, entre tantos m á s , forman parte de esa g e n e r a c i ó n que
p o d r í a m o s llamar, con palabras de A z o r í n , la de los anarquistas
literarios. E l auge de este m o v i m i e n t o o c u r r i ó en los años inmediatos al descalabro colonial, pero su vida fue e f í m e r a : con la llegada del nuevo siglo, fueron otros los senderos literarios que se
ofrecieron a los j ó v e n e s . E n el novecientos, mientras los militantes
ácratas prefirieron a las explosiones estéticas armas m á s eficaces en
la lucha cotidiana de los asalariados, los escritores e intelectuales
optaron por el camino de la p l u m a y los laureles.
A ñ o s m á s tarde, una revista literaria e x p l i c a r í a esta diferencia
fundamental: " H u b o u n t i e m p o en que el ser anarquista, aunque
sólo fuera literario, estaba de moda. Eran anarquistas literarios
M a r t í n e z Ruiz, R a m i r o de Maeztu, M a n u e l Bueno, J u l i o Camba,
J u l i o B u r e l l , Salvador Canals, L ó p e z de A y a l a . . . N o q u e d ó u n o
defendiendo las ideas anarquistas y la e m a n c i p a c i ó n h u m a n a " . E n
1902, Federico Urales responde a u n a r t í c u l o anti-anarquista de
Maeztu, a q u i e n proclama enfermo de " c a s t r a c i ó n cerebral" . Dos
décadas después, l o recuerda t o d a v í a como "nuestro ex amigo y
casi nuestro ex c o m p a ñ e r o " , ahora "defensor de los viejos derechos
e s p a ñ o l e s " ; menciona sus ideas sobre e n s e ñ a n z a religiosa, y a ñ a d e :
" R a m i r o de Maeztu, casi ex anarquista, es el p a l a d í n en nuestro
país de aquella e d u c a c i ó n " . L a hija de Urales, Federica Montseny,
denuncia t a m b i é n a aquel grupo que en u n t i e m p o se p r e s e n t ó
como disolvente y á c r a t a : "Todas las juventudes son revolucionarias y todos los grandes hombres burgueses empezaron por ser demagogos y acabaron siendo académicos. Los nombres de Barres, de
Guerra J u n q u e i r o , de Rochefort, de « A z o r í n » , de tantos otros y
tantos otros l o atestiguan" .
¿ E n t u s i a s m o juvenil? ¿Simple moda? E n 1897, C l a r í n h a b í a i n 1 2
13
14
13
16
1 2
Reproel, por FEDERICO URALES [Juan Montseny], Evolución
de la filosofía en España, ecl. crítica de Rafael Pérez de la Dehesa, Barcelona, 1 9 6 8 , t. 2,
2* parte, p. 1 6 3 .
"Nuestros escritores jóvenes", Revista
Blanca,
Barcelona, SupL 180,
1 3
15.XI.1930,
1 4
pp.
vi-vii.
" L a muerte de u n superhombre", La Rev.
Blanca,
Madrid, SüpL 138.
4 . 1 . 1 9 0 2 , p. 1 .
1 5
W
"Comentarios", Rev. Blanca, Barcelona, 15.11.1924.
FEDERICA MONTSENY, "Comentando a un hombre", Rev.
lona, I 5 . I V . 1 9 2 3 ,
pp.
15-16.
Blanca,
Barce-
365
LITERATURA Y ANARQUISMO
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t u i d o l o e f í m e r o de esta postura al referirse al autor de
Charivari:
" M a r t í n e z Ruiz es u n anarquista literario; y sus doctrinas son terribles; [. . . ] es casi u n n i ñ o [ . . . ] . P a s a r á el s a r a m p i ó n que acaso es
salud y q u e d a r á u n escritor o r i g i n a l , independiente'' . Y L u i s N i colau d'Qlwer, recordando a la Barcelona del novecientos, e s c r i b i r á
más tarde: 'Tanarquisme seguía essent el darrer c r i t ele la m o d a " .
17
18
I
Frente al anarquismo literario, intelectual y culto, que busca
una estética l i b r e de trabas y la d e s t r u c c i ó n de los prejuicios y convenciones de una sociedad anquilosada, surge una literatura obrera, d e s d e ñ o s a de todo refinamiento formal, preocupada por la
r e v o l u c i ó n social y no la artística. J o s é Llunas y P u j á i s fue q u i e n
mejor d e f i n i ó su carácter. E n el p r ó l o g o a una novela de Anselmo
Lorenzo, Llunas explica esta l i t e r a t u r a que él llama obrerista: "Pod r á faltarle a la l i t e r a t u r a obrerista la lucidez de la frase, la b r i l l a n tez de las figuras, la cadencia de una prosa que despida notas de
a r m o n í a , los p e r í o d o s grandilocuentes que m á s exaltan el sufrimiento que hablan a la r a z ó n ; mas nada de esto es indispensable para
convencer de la bondad de una causa, bastando u n regular conocim i e n t o de las principales reglas de G r a m á t i c a para darse a entender bien a los que n o han de juzgar nuestros trabajos literarios por
la forma, sino por el fondo; n o por la galanura de la frase sino
por la i n t e n c i ó n que la m o t i v a " . L o importante n o es inventar nuevas formas o tomar partido por tal o cual corriente estética, sino
dejar que entre "como p r i m e r factor la e x p o s i c i ó n y defensa de
ideales al calor de los cuales se exponen los sufrimientos de la clase
obrera y los remedios que se consideran oportunos para aliviar
a q u é l l o s y aun hacerlos desaparecer"; y, por l o tanto, hay que extender el calificativo de literatura obrerista "a todo l o que se escribe desde el p u n t o de vista p r i m o r d i a l de exponer los males que
aquejan a la clase obrera y manifestar las ideas que a j u i c i o del
autor puedan regenerarla" .
La prensa anarquista de las ú l t i m a s décadas del siglo abunda
en ejemplos de este t i p o de producciones, tanto en prosa como en
verso. Es interesante s e ñ a l a r dentro de la poesía obrerista dos corrientes claramente distinguibles: por una parte, la que i m i t a poetas y estilos cultos; por otra, la que recurre a formas tradicionales
19
1 7
Comentario publicado en Madrid
Cómico en 1897, cit. por GEOFFREY
RIBBANS, "Riqueza inagotada de las revistas literarias modernas", RLit,
18
( 1 9 5 8 ) , 30-47.
1 8
Caliu: Records de mestres i amics, México, 1958, p. 4 5 .
J o s é LLUNAS [ Y PUJALS], "Literatura obrerista", prólogo a Justo
Vives,
Episodio dramático social, de Anselmo Lorenzo [ 1 * ed., Barcelona, 1893], Bue1 9
nos
Aires, s. a., pp.
10-14.
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CLARA E. LIDA
NRFH, X I X
y populares, salpicadas a menudo de vulgarismos y de giros l i n güísticos regionales, o que incluso está escrita en c a t a l á n , valencian o o gallego . E n general, tal vez por la escasa c u l t u r a literaria de
sus autores, la poesía obrerista abunda en formas populares; sin
embargo, aunque raras, aparecen a q u í y allá parodias y glosas de
poetas como Espronceda, B é c q u e r , Campoamor y Silva. U n autor
a n ó n i m o ridiculiza el carlismo en estos versos:
20
Volverán los carlistas incansables
nuestros bosques y campos a poblar;
y sin trabajo, la comida hecha
siempre en ellos tendrán.
Volverán en campañas admirables
su fe y su religión a demostrar,
apretando a correr cuando los busquen,
y cuando no, a robar.
Otra vez en Olot, Cuenca y cien puertos
al mundo asombrarán con su piedad
afanando, violando, asesinando
y después a rezar.
Volverán a gritar ¡viva don Carlos,
y el vino y las Samoggi, y a bailar!
y cuando les pregunten —¿quién es ése?
dirán: u n bruto más.
Volverán a quemar las estaciones
y los rails y el telégrafo a cortar,
y en los postes, la honra de la patria
volverán a colgar.
Volverán las hipócritas beatas
corazones de Dios a fabricar,
y a más de cuatro tontos de carlistas
al campo arrojarán.
Volverán los amables jesuítas
en España la guerra a fomentar,
a f i n de que se diga que sin ellos
no es posible la paz.
Volverá, si el Señor no lo remedia,
todo esto que he contado y mucho más,
pero el placer de darles una tunda
¡ay! también volverá .
21
2 0
Llama la atención, en estos años, la abundancia de una literatura anarquista en catalán, valenciano, etc., a diferencia de lo que ocurre en el siglo xx,
en el que la producción obrera catalana está redactada casi exclusivamente en
castellano. Sería interesante saber si el cambio se debe a una creciente inmigración a C a t a l u ñ a de obreros castellanos y andaluces o a u n rechazo del
catalanismo reaccionario de C a m b ó y la "Lliga".
"Becqueriana", en Los Desheredados, Sabadell, 2.XII.1885, p. 3.
2 1
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LITERATURA Y ANARQUISMO
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L o que predomina es la i n t e n c i ó n ilustrativa y m i l i t a n t e . Se
trataba de exponer en la literatura anarquista los mismos problemas que se planteaban en los congresos internacionalistas, y de exigir las mismas reivindicaciones que en huelgas y manifestaciones.
La desigualdad social, la lucha de clases, la c o r r u p c i ó n de las
instituciones y del Estado, la injusta d i s t r i b u c i ó n de la riqueza, son
sólo algunos de los innumerables temas obreros. L o que el proletariado sostiene y reafirma a través de esta poesía es el rechazo de
la sociedad presente y la lucha por u n f u t u r o mejor:
Del fondo de la mina,
del seno del terruño,
venid, hijos del pueblo,
venid, regenerad
la estólida, decrépita,
falaz, artificiosa,
hipócrita, egoísta
presente sociedad. . . .
¡Mirad cómo ya tiemblan
los rancios organismos,
de vuestro influjo viendo
la marea subir!
¡El tiempo a todos llega!
¡Salud, hijos del pueblo!
¡Hermanos del trabajo,
vuestro es el porvenir!
22
Las prerrogativas, los privilegios basados en la e x p l o t a c i ó n del pueblo deben ser destruidos. Para conquistar la e m a n c i p a c i ó n y establecer la a n a r q u í a , el proletariado debe realizar la R e v o l u c i ó n Social. Sólo con ella a c a b a r á n la esclavitud, la miseria, la injusticia.
[. . . ] No más criminales que con sed impura
exploten del hombre su fuerza y saber,
y en nombre de u n Dios y una patria a su hechura
opriman al débil debajo sus pies.
[ . . . ] Abajo esas clases, vilmente creadas
a sombra y abrigo de la explotación;
cantemos, obreros, las nuevas jornadas,
que van derramando justicia y amor.
Marchemos con amor
a la R e v o l u c i ó n .
23
2 2
E M I L I O GANTE, "Canto al pueblo. (Himno)
en El Corsario, La Coruna, 18.XII.1892, p. 3.
R. C , " L a Revolución Social. (Himno)
en La Revolución
Social, Barcelona, 30.XI.1889, p. 4.
2 3
NRFH, X I X
CLARA E. LIDA
Para los anarquistas, i m b u i d o s de u n optimismo absoluto, el
é x i t o de la R e v o l u c i ó n es indefectible. Así l o afirma -un a n ó n i m o
obrero valenciano:
[. ] Vindrá perqué te que vindre,
perqué te r a h ó de ser.
perqu'en fí pera Fobrer
s'espera atre previndre,
tot que la bullga contindre
molt equivocat está,
per el progrés impulsat.
Sense gran interrupsió
vindrá la Revolusió,
la Revolusió v i n d r á .
24
Las diferencias sociales son siempre m o t i v o de r e b e l i ó n para
los grupos proletarios. L a b u r g u e s í a opresora y los trabajadores,
eternos explotados, son la constante d i c o t o m í a de toda la l i t e r a t u r a
obrerista. Unos versos catalanes sintetizan con sencillez esta tajante
oposición:
Lector, si com á un mirall
miras aquesta poesía,
veurás sempre al cap-de-val 1
que
la
Vida
y la Morí
En forma m á s elaborada,
mientos:
es lo T R F B A L L
25
la • BURGUESÍA' .-
este soneto expresa
los mismos senti-
Sucumbió u n poderoso de la tierra
a manos de u n oscuro, humilde obrero;
conmovióse al saberlo el mundo entero,
y el hecho audaz al universo aterra.
Mueren miles de seres en la guerra
por la torpe ambición o el v i l dinero;
lanzólos a luchar monarca f i e r o . . .
¡y nadie se conmueve n i se altera!
; Q u é deducir de aquí? Que la moral
del mundo se encuentra pervertida,
que el hombre ante los hombres no es igual.
;Vale más que m i l vidas una vida?
;No es el que mata a muchos criminal?
Si es presidente o rey, ;no es homicida?'
26
2 1
"La Revolusió vindrá", en El Chornaler, Valencia, 29.XII.1893, p. 3.
ABEL, "La mort y la vida. ( M o r a l e j a ) e n La Tramontana, Barcelona,
•23.X.1891, p. 3. •• •' '
> "Soneto", en / { / Cosmopolita, Valladolid, 12.X.190L p. 2.
2 5
2r
JVRFH, X I X
369
LITERATURA Y ANARQUISMO
E n vista de que el Estado es una i n s t i t u c i ó n corrompida, creada
por unos pocos para o p r i m i r a la m a y o r í a con leyes injustas, los
anarquistas establecen su C ó d i g o penal propio, destinado a castigar
los excesos de las clases dominantes. Las medidas ejemplares dq ese
C ó d i g o se envuelven en f ó r m u l a s sencillas y contundentes:
A l señor de distinguida
y elevada posición,
que vive en lujo y r e l u m b r ó n
y sólo ha hecho en su vida
nada bueno y mucho malo,
¡Palo!
[ . . . ] A l cura que a tajo y rajo
por el campo haciendo mal
defiende el bien celestial,
cuatro dedos más abajo
de donde lleva el bonete,
¡Cachete!
A l cacique que brutal
acomete a hombres honrados,
para sacar diputados
a los que le dan metal
y otras cosas que yo sé,
¡Puntapié! [ . . . ]
2 7
E l proletariado no lucha contra una clase h o m o g é n e a , sino contra una sociedad compuesta por m ú l t i p l e s intereses e instituciones,
entre las cuales se destaca la Iglesia. L a r e l i g i ó n n o sólo ayuda a
preservar el statu quo p o l í t i c o cuando predica r e s i g n a c i ó n y mansedumbre en este m u n d o , sino que p e r p e t ú a las diferencias sociales
al d o m i n a r la c u l t u r a y la e d u c a c i ó n . Por eso los anarquistas participan con entusiasmo en el proceso de secularización filosófica
y científica de la segunda m i t a d del siglo, s e g ú n l o muestra la siguiente glosa de los conocidos versos de Espronceda:
f
Las religiones creídas
por el mundo antiguamente,
son en el siglo presente
hojas del árbol caídas.
Ellas fueron el timón
del alma y de la conciencia,
y hoy, en el mar de la ciencia,
juguetes del viento son.
Ya corren desvanecidas
esas hijas del error.
27 "Código penal de E l Chornaler", en El Chornaler,
22.11.1884, p. 3.
NRFH, X I X
CLARA E. LIDA
370
¿Qué queda de su esplendor?
¡Las ilusiones perdidas!
Destruyamos sus guaridas
sin que quede n i una en pié,
pues del árbol de la fe
son ¡ay! hojas desprendidas.
Que hoy no acepta la razón
los dogmas desconocidos,
porque son frutos perdidos
del árbol del corazón .
28
Las nuevas corrientes del pensamiento europeo — Comte, Darw i n , H u x l e y , Taine— c o n t r i b u y e n a intensificar los ataques contra
las doctrinas eclesiásticas. Sin embargo, es curioso observar c ó m o
el anarquismo incorpora giros religiosos al pensamiento laico y revolucionario. Esto se manifiesta profusamente en los "credos" y
"evangelios" socialistas que se m u l t i p l i c a n por entonces, aunque
sus antecedentes sean m u y anteriores. E n efecto, ya en 1812 circulaba este credo p a t r i ó t i c o l i b e r a l :
Creo en la Junta Suprema de Sevilla, una y poderosa, criadora
de la libertad y de la unión, y en Fernando V I I su hijo, redentor
nuestro, que fue concebido de madre sin cariño, padeció debajo
del poder de la infamia, fue tiranizado y vilipendiado, descendió del
trono, y al tercer día fue llevado a Francia, y ahora está a la diestra de sus vasallos. Desde allí ha de venir a juzgar a los rebeldes [ . . . ] .
2 9
En 1870 a p a r e c i ó u n "Credo r e p u b l i c a n o " contra m o n á r q u i c o s y
reaccionarios:
Creo en el pueblo todopoderoso, criador de la agricultura, de la
industria y del comercio, y en la República, su única hija y próxima
señora nuestra; que fue concebida por obra del Sufragio universal,
2 8
MANUEL
QUIÑONES
DE L A RIVERA,
"Glosa",
en
El
Socialismo,
Cádiz,
1 8 . I V . 1 8 8 7 , p. 8. Sobre el interés de los anarquistas por la educación y la nueva
ciencia, véase m i artículo "Educación anarquista en la E s p a ñ a del ochocientos", de p r ó x i m a a p a r i c i ó n en ROcc.
Biblioteca de la Real Acad. de la Historia, ms. 9 / 6 4 0 7 , cuya transcripción completa puede verse en IRIS M . ZAVALA, "Las sociedades secretas: prehistoria de los partidos políticos españoles", BHi, 7 2 ( 1 9 7 0 ) , 113-147. Hacia
fines del siglo abundan en M a d r i d las "oraciones" dirigidas a figuras populares.
Joselito el Gallo y Juan Belmonte fueron objeto de credos y plegarias: "Creo
en Belmonte todopoderoso, creador del molinete y de la media v e r ó n i c a . . . " ;
"Alabado seas, Joselito, amo y elegancia del t o r e o . . . Sé siempre hermano del
Calvo Divino, para honra de la fiesta y martirio de los belmontistas. A m é n " .
(Testimonios recogidos por Eugenio Noel en Señoritos chulos.. ., y citados por
ALONSO ZAMORA VICENTE, Asedio a "Luces de Bohemia"...,
Madrid, 1 9 6 7 ,
. 85).
2 9
P
N.RFH, X I X
371
LITERATURA Y ANARQUISMO
nació de la virgen Democracia, padeció bajo el poder de progresistas, unionistas y moderados; fue crucificada, se creyó muerta y
sepultada; descendió a las cárceles y pontones, y al poco tiempo
resucitó de entre los partidos muertos, subió a las inteligencias y
está sentada a la diestra del gobierno del Regente, y desde allí ha
de venir a juzgar a los picaros y a dar paz a los pueblos. Creo en el
espíritu público, la santa Madre Iglesia libre, la comunión republicana democrática, el perdón de los infelices reaccionarios, la no
resurrección de la m o n a r q u í a perdurable. A m é n .
30
Los anarquistas c o n t i n ú a n este g é n e r o en tono m á s - c o m b a t i v o : Creo en el hombre, ser poderoso, creador del progreso, base de
todos los goces de la tierra, y en la libertad individual, su único
medio, móvil nuestro, que fue concebido por obra del humano organismo, nació de la virgen anarquista primitiva, padeció bajo el
poder de la religión y del Estado; fue crucificado, muerto y sepultado en las personas de los propagandistas; descendió a los infiernos
del Federalismo, y al tercer siglo resucitó de entre los oprimidos,
subió a los cielos de los gobiernos mesocráticos, y está sentado a la
diestra de la burguesía todopoderosa; desde allí ha de venir a juzgar y extinguir abusos y privilegios; creo en el espíritu del progreso
incesante, en la escuela sociológica, reformista-ácrata, en la desaparición de todos los privilegios, en la resurrección de la justicia y
en la vida perdurable del bienestar humano, por virtud de mis
principios anarquistas, — A m é n .
31
E l "Credo de la M a n o Negra", hallado en 1883 durante los procesos andaluces, es abiertamente revolucionario:
Creo en el socialismo revolucionario todopoderoso, hijo de la
Justicia y de la Anarquía, que es y ha sido perseguido por todos los
políticos burgueses, y nació en el seno de la Verdad, padeció bajo
el poder de todos los gobiernos, por los que ha sido maltratado y
escarnecido y deportado; descendió a los lóbregos calabozos y de
ellos ha venido a emancipar el proletariado, y está sentado en el
corazón de los asociados. Desde allí juzgará a todos sus enemigos.
Creo en los grandes principios de la Anarquía, la Federación y el
Colectivismo; creo en l a Revolución Social, que ha de redimir a la
3 2
H u m a n i d a d de todos los q u é h o y la degradan "y envilecen. — A m é n .
C u a t r o a ñ o s después, El Socialismo], de Cádiz, traduce u n "credo
j u d í o " escrito por los " c o m p a ñ e r o s hebreos del East L o n d o i i (bar r i o donde viven los pobres) " :
3 0
U N SUSCRITOR,
20.111.1870,
3 1
Cit.
actualidad,
3 2
p.
por
110.
GUSTAVO LAIGLESIA Y GARCÍA, Caracteres
Madrid,
Cit. por
"Credo republicano", en la Revista
(Tomado de El Pueblo, de Madrid).
pp.
186-187.
LAIGLESIA, ibid.,
p. 2 2 4 .
1905,
d¿l
Federal,
Madrid,
anarquismo
en
la
CLARA E. LIDA
NRFH, X I X
1. Creo firmemente que todos los hombres nacen libres y que
tienen derecho de gozar de libertad toda la vida.
2. Creo firmemente que el hombre que se enriquece con el trabajo ajeno es ladrón.
3. Creo firmemente que la miseria no desaparecerá de la tierra
hasta que no se haya organizado el trabajo en común, hasta que
no se obligue a cada uno a trabajar según su fuerza y a consumir
según sus necesidades.
4 . Creo firmemente que el hombre seguirá siendo esclavo mientras permita que uno gobierne a muchos y que unos pocos legislen
y hagan leyes para los más.
5. Creo firmemente que la ignorancia prevalecerá sobre el conocimiento, y la oscuridad sobre la luz, mientras que los hombres
no se instruyan y eduquen con arreglo a sus capacidades.
6. Creo firmemente que los hombres de una religión perseguir á n a los de otras, mientras existan la miseria y la desgracia, y mientras esté la mayoría del género humano, como hoy sucede, afecta
de ceguera.
7. Creo firmemente que existirá la guerra y los hombres mor i r á n a millares en el campo de batalla en tanto que prevalezca la
fuerza y un país se utilice de la ruina de otro.
8. Creo firmemente que las mujeres no serán más que las esclavas y juguetes de los hombres, mientras que dependan de ellos
y no disfruten el producto de su propio trabajo.
9. Creo firmemente que el trabajo, que es el que suministra
lo necesario para satisfacer todas las necesidades del hombre, será
por todos despreciado mientras que los obreros trabajen para llenar
la bolsa de los que no hacen nada.
10. Creo firmemente que los asesinos, ladrones y criminales de
todas clases no desaparecerán en tanto los siga engendrando la miseria.
11. Creo firmemente que los hombres se devorarán unos a otros
hasta que llegue el día, ya cercano, en que una nueva luz ilumine
a la humanidad y los trabajadores se levanten como u n solo hombre para arrojar el yugo del capital y confundir a los que los
oprimen.
12. Creo firmemente que las inteligencias honradas pueden hacerlo todo; y que el reinado de la razón se halla próximo, haciendo
que los hombres vivan como hermanos, y todas las naciones formando una familia.
13. Creo firmemente que el f i n de lo presente vendrá pronto
y en nuestros d í a s .
38
A l igual que los credos, los evangelios y los catecismos t e n í a n
una larga t r a d i c i ó n . Desde principios del siglo h a b í a n sido utilizados con p r o p ó s i t o d i d á c t i c o por economistas, historiadores y escri3 3
" U n credo j u d í o . Los trece artículos de la fe", en El Socialismo,
1.VIII. 1887, p. 8.
Cádiz,
NRFH, X I X
373
LITERATURA Y ANARQUISMO
tores como Say, en Francia, y A c k e r m a n n , en Inglaterra. E n 1865
B a k u n i n h a b í a preparado u n Catecismo revolucionario
para sus
c o m p a ñ e r o s de la Alianza secreta. E n E s p a ñ a , el b o m b á s t i c o escritor y p o l í t i c o republicano Roque Barcia p u b l i c ó en 1869 El evangelio del pueblo, de gran é x i t o entre sus correligionarios *. Los
anarquistas adoptan la misma forma y, tres a ñ o s m á s tarde, N i c o l á s
Alonso Marselau, u n o de los internacionalistas andaluces de mayor
prestigio, publica desde la cárcel de Sevilla El evangelio del obrero
(1872). E l folleto anarquista alcanzó amplia difusión y fue aceptado por la C o m i s i ó n de Propaganda del Consejo de la F e d e r a c i ó n
Sevillana. A ñ o s d e s p u é s , La Alarma, de Sevilla, l o r e i m p r i m i ó por
entregas con igual fortuna.
El p r o p ó s i t o p r i m o r d i a l de Marselau es mantener v i v o el "dogma de la a n a r q u í a " entre los federados españoles. Sus palabras
iniciales remedan el incipit de los evangelios de San Mateo y de
San J u a n :
3
Libro de la generación del Obrero, hijo del trabajo, de la miseria y las lágrimas. En el principio era la ignorancia; la ignorancia
era con el hombre y el hombre era la ignorancia...
Como Cristo, el O b r e r o soporta p e r s e c u c i ó n e injusticia y sufre
tentaciones:
Entonces el Obrero fué llevado a las naciones para ser explotado por sus hermanos.
Y habiendo ayunado infinidad de siglos, después tuvo hambre.
Y llegándose a él uno de sus hermanos explotadores, le dijo:
si tú eres tan poderoso, si en t i reside la riqueza, puesto que, como
dices, todo lo produces, d i que estas tierras produzcan pan, sin que
yo te dé la simiente, sin que te dé u n jornal para que te alimentes.
Mas el Obrero respondió: N o de solo pan vive el hombre. Y o
en verdad tengo en mis manos la riqueza, todo lo produzco, sin mí
no habría artes, n i ciencias, n i inventos, todo lo he hecho yo con
mi trabajo, pero tú me has robado los instrumentos del trabajo,
tú te apoderas del producto de m i sudor, tú me azotas mientras me
fatigo, y tienes atadas mis manos para que no me pueda oponer
a tus despóticos designios. No vivo sólo de pan, necesito libertad,
independencia. Necesito lo que me has robado, y entonces verás
cómo de las piedras hago panes, cómo transformo el mundo.
Entonces el explotador lo llevó sobre u n alto monte y le mos-
3 4
T a m b i é n entre los socialistas utópicos franceses florecieron los "evangelios". E n 1840, por ejemplo, publicaba Alphonse Esquiros u n Évangile
du
peuple. Cf. D A V I D O W E N EVANS, Le socialisme romantique. Pierre Leroux et
ses contemporains, Paris, 1 9 4 8 (o la versión inglesa de este mismo libro, Oxford
Univ. Press, 1 9 5 1 ) .
374
CLARA E. LID A.
NRFH- X I X
tro todos los reinos del mundo y las glorias de ellos, y le dijo: Todo
esto te daré, si cayendo me adorares.
N o faltan tampoco las Bienaventuranzas
dica el O b r e r o :
revolucionarias que pre-
Felices vosotros, trabajadores y pobres de esta sociedad, porque
cesarán vuestras fatigas el d í a de la Justicia que se acerca. [ . . . ] .
..Felices vosotros,:los que.ahora lloráis la injusticia social, porque el
día llega en. que vuestro llanto se. convertirá en alegría y la paz
reinará en vuestras conciencias, porque ñ o tendréis'"elremordimiem
to del haber robado n i explotado a nadie [ . . . ] . Felices los que,
esclavizados, padecéis por la tiranía y la arbitrariedad de esos que
llaman tribunales de j u s t i c i a . T o d a s l a s cadenashan de ser pulverizadas, todos los hierros del esclavo han dé ser rotos • [ . . -.]. Felices
cuando os maldijeren y os persiguieren; gózaos y alegraos, porque
ésa es una prueba de que no estáis conformes con la explotación
existente .
35
Más de u n m i l i t a n t e llama la a t e n c i ó n sobre el tono y el vocab u l a r i o religiosos que suele adoptar esta l i t e r a t u r a p o l í t i c a : "la
caridad cristiana l l á m a s e hoy solidaridad; el amor al p r ó j i m o , fraternidad humana; n o faltan dioses con el n o m b r e de L i b e r t a d ,
Tusticia y Verdad, n i santos que se l l a m e n A n g i o l i l l o , Bresci, Caserío, Reclus, etc., siendo el Cristo Redentor la R e v o l u c i ó n Social, el
demonio causante de nuestros males, «la m a l d i t a b u r g u e s í a » , y
«el país de la a n a r q u í a » el país anhelado; m u ñ é n d o s e hoy, en f i n ,
por la h u m a n i d a d en lugar de m o r i r por «la causa de D i o s » " . A l g o
semejante dice el peruano G on z ále z Prada a p r o p ó s i t o de los "propagandistas por e l h e c h o " : - " A c a s o yerran; y ¿ q u é importa? E l m é r i t o del sacrificio no estriba en la verdad de la c o n v i c c i ó n . Los que
de buena fe siguieron u n error, sacrificándose por l a m e n t i r a de la
patria o por la m e n t i r a de la r e l i g i ó n , f o r m a n hoy la pléyade gloriosa de los h é r o e s y los santos. Los grandes vengadores de hoy, ; n o
serán los Cristos de m a ñ a n a ? " Pero algunos anarquistas manifies63
3 7
3 5
NICOLÁS ALONSO MARSELAU, El evangelio del obrero, Cárcel de Sevilla,
18.IIT.1872, P D . 3-10. E l opúsculo se r e i m p r i m i ó por entregas en La Alarma,
Sevilla, 5.XII.Í889 y sigs.
A . HERRERO, "Barriendo escombros", en Anticristo, Algeciras, 31.III. 1906,
pp. 3-4, y 19.V.1906, pp. 2-3.
1
3 6
3 7
M A N U E L GONZÁLEZ PRADA, Anarquía,
Barcelona, 1938,
p.
113.
(La
ma-
yoría de estos artículos apareció en Los Parias, Lima, entre 1904 y 1909").
Críticos del anarquismo ven con poca simpatía esta tendencia religiosa. En
su artículo "Sobre el fulanismo", de 1903, comenta U N A M U N O (Ensayos, Madrid,
1951, t. 1, p. 468): " Y es cosa singular que mientras los anarquistas protestan
de ese culto rendido a las personas, multiplican los retratos de Bakunin, de
Kropotkin y de otros y han inventado un culto, u n verdadero culto, a sus
NRFH, X I X
LITERATURA Y ANARQUISMO
375
tan claramente su i r r i t a c i ó n ante estas tendencias. U n g r u p o ácrata,
muy i n f l u i d o por Nietzsche, r e p u d i a con e n e r g í a todos los resabios
religiosos:
Hoy los anarquistas, así como los cristianos se unen por las ideas
de Dios, Patria, Religión, éstos se unen por otras abstracciones no
menos vacías de sentido, como "Justicia", "Verdad", "Bienestar Com ú n " , "Sacrificio por la Humanidad", resultando que los fantasmas
creados por el hombre en la noche de los tiempos no han hecho
más que cambiar de nombre y lugar [ . . . ] . U n viento castrador
.corre por entre los anarquistas, segando sus voluntades cual cuchilla de acero, porque al misticismo sucumben o sucumbirán todos
lös que reemplacen a Dios por la humanidad, sin comprender, sin
que puedan concebir sus mentes de que al olvidar al individuo por
ésta, al abandonar sus satisfacciones propias por las de los demás,
es individuo muerto, colándose de rondón, aunque no lo pretendan,
en el cristianismo anarquista .
38
A medida que la literatura obrerista adquiere palmas y laureles
en la prensa del m o v i m i e n t o y en los c e r t á m e n e s anarquistas, aparecen los primeros v o l ú m e n e s de poesías militantes. E n 1885 se
publican los "versos socialistas" de Francisco Salazar y T o m á s Camacho, reunidos en u n t o m o t i t u l a d o A los hijos del pueblo. E l
l i b r o lleva p r ó l o g o de Ernesto Álvarez y u n a carta del entonces
joven Alejandro Sawa, que t e r m i n a así: "Hace falta, pues, queridos amigos, para que la r e v o l u c i ó n sea popular, q u e sea social [ . . . ] .
El l i b r o A los hijos del pueblo está inspirado en estas ideas, que
es preciso que contribuyamos para generalizarlas m á s , m á s todavía,
a que se disuelvan en la a t m ó s f e r a de tal m o d o que así como no
hay p u l m ó n que deje de aspirar o x í g e n o [ . . . ] , n o haya tampoco
u n cerebro que deje de aspirar socialismo para la f o r m a c i ó n de la
voluntad. Así ganaremos l a batalla con menos bajas en nuestro
e j é r c i t o " . L a poesía de Salazar y Camacho exalta l a lucha del pro39
héroes". "PELDAÑO", en El Censor, M a d r i d , 1 7 . I X . I 9 0 1 , p. 2, ataca a los anarquistas para quienes "Czolgosz, como Caserío, como Angiolillo y como tantos
otros, es desde hoy u n nombre m á s que ingresa en el santoral del anarquismo
[ . . . ] . Bruto, si no fue anarquista, presintió el anarquismo: la bandera negra
reclama también su nombre; el catecismo de sangre de los libertarios aspira
a ser tan extenso como la Biblia".
3 8
3 9
SALVADOR RODRÍGUEZ, en
Anticristo,
Algeciras, 9 . V . 1 9 0 6 , p. 1 .
ALEJANDRO SAWA, "Carta", en A los hijos del pueblo, Versos socialistas,
de Francisco Salazar y T o m á s Camacho, Madrid, 1 8 8 5 , p. 9 5 . —Sawa (18623 9 0 9 ) , uno de los personajes m á s interesantes de f i n de siglo, fue figura central en la bohemia m a d r i l e ñ a y principal divulgador de la poesía parnasiana
francesa. (Cf. el prólogo de R U B É N DARÍO a las postumas Iluminaciones en la
sombra, Madrid, 1 9 1 0 ) . MARTÍNEZ R U I Z , en 1 8 9 7 (Charivari, en Obras compl.,
t. 1, p. 2 7 1 ) , lo ve con poca simpatía: "Alejandro Sawa me parece u n fat [...],
NRFH, X I X
CLARA E. LIDA
576
letariado contra ' l o s explotadores", "los a u t ó m a t a s " , " l a canalla
a r i s t o c r á t i c a " , "los padres de la patria", " l a propiedad i n d i v i d u a l " ,
en otros tantos poemas que llevan esos t í t u l o s . S e g ú n Ernesto Álvarez, con ello se va c u m p l i e n d o " u n f i n humano", que es el "sepel i o " de la b u r g u e s í a , "a f i n de que de su putrefacto cadáver surja
la nueva y lozana g e n e r a c i ó n , exenta de toda a m b i c i ó n , y donde
r e i n e n por modo estable y d e f i n i t i v o la Paz, la Verdad, la Igualdad
y la M o r a l " . E l l i b r o está d i r i g i d o a u n p ú b l i c o hasta entonces
olvidado por los poetas. E n una extensa r e s e ñ a publicada en Bandera Social, el comentarista señala que hasta entonces los escritores
sólo h a b í a n buscado los medios de "aliar el verso con [ . . . ] la posic i ó n social de los que h a b í a n de juzgar y a d q u i r i r sus producciones", mientras Salazar y Camacho se han d i r i g i d o a otros lectores, al
pueblo "que es explotado, que vive en la miseria, que sufre u n
continuado m a r t i r i o a que nunca llegaron los adeptos de n i n g u n a
idea política, de n i n g u n a r e l i g i ó n " ; al pueblo que "como n o puede
pagar inteligencias, ¡como es pobre! n o sólo estaba condenado a
carecer de i l u s t r a c i ó n , de pan, de abrigo, sino de cerebros que salieran en defensa de sus derechos" . Éstos son los "soldados de la
e m a n c i p a c i ó n , hijos de la l i b e r t a d " , "poderosa falange que ha de
regenerar al m u n d o y l i b e r t a r a la h u m a n i d a d " . Ellos son los que,
l a n z á n d o s e a la lucha, se oponen a la t i r a n í a de los privilegiados:
4 0
41
42
La revolución estalla,
estalla como la hoguera,
como el ímpetu del bravo
que al fin rompe las cadenas
con que su opresor le arrastra,
como estalla la tormenta. . .
La revolución estalla
cuando el tirano alardea
de su poder, y hace al pueblo
juguete de sus proezas. . .
Y ¡ay del tirano aquel día
que el pueblo suelte la rienda!
y quiere ser aquí una especie de Jean Moréas". T a m b i é n lo critica BAROJA
(Juventud, egolatría, ed. cit., p. 2 1 0 ) : "Pobre Alejandro. Era en el fondo u n
hombre sano, u n m e d i t e r r á n e o elocuente, nacido para perorar en un país de
sol, y se había e m p e ñ a d o en ser u n producto podrido del Norte". M A N U E L
MACHADO, en cambio, le dedicó u n lírico "Epitafio": "Jamás hombre más
nacido / para el placer, fue al dolor / m á s derecho. / Jamás ninguno ha
caído / con facha de vencedor / tan derecho. / Y es que él se daba a perder
/ como muchos a ganar. / Y su vida, / por la falta de querer / y sobra de
regalar / fue perdida. / Es el morir y olvidar / mejor que amar y vivir. / Y
más mérito el dejar / que el conseguir".
ERNESTO ÁLVAREZ, "Prólogo", A los hijos del pueblo, p. x.
« Bandera Social, Madrid, 2 7 . V I I I . 1886, p. 3.
E . ÁLVAREZ, "Prólogo" cit., p. v i i i .
4 0
4 2
NRFH, X I X
377
LITERATURA Y ANARQUISMO
En vano la tiranía
podrá contener la fuerza
de un pueblo noble que lucha
sacudiendo las cadenas
que le oprimen, porque entonces,
rompiendo la valla inmensa
de la tiranía, y ciego
de su indignación extrema,
tal vez reduzca a ceniza
al tirano y su bandera .
43
Diez a ñ o s d e s p u é s de publicada la p r i m e r a e d i c i ó n de este vol u m e n de versos dirigidos A los hijos del pueblo, una m i l i t a n t e
anarquista, A n a M a r í a M . . . , daba a conocer sus poemas feministas A las hijas del pueblo**.
II
Los temas de la prensa obrera revolucionaria i n f l u y e n decisivamente en la poesía social cultivada por los anarquistas
literarios.
Escritores como Pedro Barrantes, J o a q u í n Dicenta, M a n u e l del Palacio, entre muchos otros, plantean temas semejantes a los de sus
colegas proletarios. Así, J o s é Alcalá Galiano critica, en " E l mendrugo", la falta de caridad y la indiferencia social:
Roto, sucio, raquítico y hambriento,
enfermo, y sin trabajo en su cojera,
mirad a ese mendigo macilento
subir con gran dolor una escalera.
Llama a una puerta; la criada
le da, después de no pequeño rato,
una miga de pan fosilizada
y un mendrugo más duro que u n zapato.
A l tomarlo, con hondo desconsuelo
exclama, y con escéptica ironía:
"¡Padre nuestro! si estás allá en el cielo,
¿esto se llama el pan de cada d í a ? ' *
45
4 3
F. SALAZAR y T . CAMACHO, A los hijos del pueblo, pp. 62-63.
Otra curiosa colección de poesías es la de JOSÉ M A R Í A BLÁZQUEZ DE PEDRO, Rebeldías
cantadas (Librería Satanás, Madrid, 1905), compuesta desde
la que él llama "Cárcel ¿Modelo? de M a d r i d " para divulgar "el ideal amado"
y atacar a los "subhombres que se inferiorizan, deshumanan e injurian a sí
propios con el mote de autoridades" (p. 16). En 1889 se h a b í a impreso u n
largó poema antirreligioso de M [ I G U E L ] R [ E Y ] , ¿Dónde está Dios?, y hacia la
misma época JOSÉ LLÜNAS Y PUJALS publicó una extensa poesía en tres cantos, La Revolución,
Barcelona, 1 8 8 . . .
JOSÉ A L C A L Á G A L I A N O , " E l mendrugo", en La Revista Social, Barcelona,
4 4
4 5
378
CLARA E. LIDA
NRFH, X I X
L a d e s h u m a n i z a c i ó n de la sociedad es, para todos estos autores,
responsable de que el pueblo recurra al r o b o ó al asesinato para
remediar su penuria. Los estudios sociológicos y j u r í d i c o s de boga
influyen en los j ó v e n e s intelectuales españoles. M a r t í n e z Ruiz,
gran admirador de Pedro Dorado M o n t e r o , traduce Las
prisiones,
de K r o p o t k i n , y publica en 1899 u n extenso estudio de sociología
c r i m i n a l , donde traza la historia de las diversas doctrinas europeas
sobre ese tema , polemizando con Cesare Lombroso y Enrico F e r r i
y tomando partido por Dorado, G a b r i e l T a r d e , É m i l e G i r a r d i n ,
K r o p o t k i n y A u g u s t i n H a m o n , criminalistas que, en mayor o menor grado, ven erí la sociedad la verdadera causa del delito.*
Estas nociones, parte del clima intelectual de la época, e s t á n
i m p l í c i t a s en el soneto "Reo de muerte", de Francisco R o d r í g u e z
M a r í n . E l malhechor, v í c t i m a de sus circunstancias sociales —la
miseria y la soledad—, no p o d r á encontrar esperanza sino en
la muerte:
46
En tugurio misérrimo naciste,
engendro de vicioso maridaje;
dejáronte crecer como salvaje;
de nadie amor n i amparo mereciste.
Solo, desharrapado, hambriento y triste
q u e m ó tus venas el social ultraje,
y, lanzado a la vida del pillaje,
crímenes espantosos cometiste.
La sociedad te asió con mano fuerte,
al fin en t i ha pensado, y te condena
a la pena más grave: a la de muerte.
19.IV.1878, p. 4. En 1872 había publicado Alcalá su Estereoscopio
social, con
prólogo de Galdós, y el 27.IV.1895 La Idea Libre, de Madrid, reprodujo otro
de sus poemas sociales, " L a soirée. (Pintura al p e t r ó l e o ) " . De él dice R U B É N
DARÍO, España contemporánea,
p. 220: "es otro hijo de su padre. Ha traducido a Byron en verso. Ignoro si el sacrificio fue antes o después de entrar
en la Academia".
Obras compl., t. 1, pp. 441-574 (con prólogo de Francisco Pi y Margal!) . " T e ó r i c o y propagandista" del anarquismo lo llama E. I N M A N F O X ,
"José Martínez Ruiz. Sobre el anarquismo del futuro Azorín", ROcc, 12
(1966), p. 160. [Cf. también, del mismo estudioso, "Una bibliografía anotada
del periodismo de José Martínez Ruiz ( A z o r í n ) : 1894-1904", RLit, 28 (1965),
231-244, y su "Introducción biográfica y crítica" a La voluntad, Madrid,
1968]. Resulta difícil coincidir plenamente con este modo de ver. Más justo
y equilibrado me parece considerar al joven Azorín como uno de los varios
escritores de f i n de siglo que se declararon en rebelión contra la sociedad
burguesa y la estética anquilosada de la Regencia. Todos ellos tomaron prestados rótulos y actitudes del anarquismo, subrayando lo que éste tiene de
individualista, renovador, iconoclasta e, incluso, humanitario, pero dejando
de lado los programas económicos y sociales del anarquismo militante, el único que tiene verdaderas raíces populares en España.
4 6
NRFH, X I X
379
LITERATURA Y ANARQUISMO
•• ...
¡Muere, muere con ánima serena,
y bendice con júbilo t u suerte,
porque pena que es última no es pena!
4 7
E l desencanto con la sociedad es c o m ú n a gran parte de los autores de f i n de siglo. Sin embargo, mientras los anarquistas afirman
que el cambio sólo puede venir de la R e v o l u c i ó n Social, los escritores anarquizantes piensan casi exclusivamente en t é r m i n o s nihilistas: subrayan el potencial destructivo del proletariado, pero hacen
caso omiso de las premisas del socialismo, orientado a l a creación
de u n m u n d o nuevo. J o a q u í n Dicen ta, é n " " E l andamio", nos muestra a u n a l b a ñ i l capaz de destruir n o sólo la morada del b u r g u é s ,
sino todo el edificio social:
[ . . . ] T a l vez llegue a pensar que en la morada
donde dejó pedazos de su vida,
por él, piedra tras piedra levantada,
por él, golpe tras golpe construida,
habitará el burgués, el caballero
que tiene por insulto y por ultraje
el que roce la blusa del obrero
el satinado p a ñ o de su traje.
T a l vez lo piensa, y al pensarlo cante
haciendo del cantar grito de guerra,
y queriendo decir con arrogante
voz a los poderosos de la tierra:
-Desde esta humilde tabla os desafío;
miradme bien, vuestro edificio es m í o ;
mío desde el remate hasta la planta,
m í o porque m i mano lo construye,
y esta mano es la mano que levanta,
pero es también la mano que destruye .
48
4 7
F. RODRÍGUEZ M A R Í N ,
6.VII.1895,
4 8
"Reo de muerte", en La Idea
Libre,
Madrid,
p. 2 .
JOAQUÍN
D I C E N T A , " E l andamio*', en
Don
Quijote,
Madrid,
3.IX.1897,
y en La Idea Libre, Madrid, 3 . V I . 1 8 9 9 , p. 2 . Luis BONAFOUX dice en su "Prólogo" a Spoliarum, 2^ ed., Madrid, 1 8 9 1 , que su autor, Dicenta, "forma en las
filas de la vanguardia de revolucionarios que son primero niños sublimes
que no miran el ayer n i se preocupan del m a ñ a n a ; después, jóvenes generosos que derrochan el talento como derrochan la vida, y en f i n , combatientes
aguerridos que, polvorientos y sangrando, marchan a buen paso hacia la
m o n t a ñ a del ideal, dejando atrás el pasado y diciendo: jMuera!" (p. 8 ) . Y
ANSELMO LORENZO, en su reseña de Juan José, en La Idea Libre,
Madrid,
3 0 . X I . 1 8 9 5 , p. 2 : "no es tan «echáo pa'alante» como exige la crítica anarquista". U N A M U N O , en "Sobre la tumba de Costa" (Obras completas, t. 3,
Madrid, 1958, p. 1 1 3 5 ) , observa que Dicenta "por haber escrito su vigorosísimo Juan José [ . . . ] se creyó socialista".
380
NRFII, X I X
CLARA E. LIBA
El desastre de 1898 p r o d u j o una violenta i m p r e s i ó n en los intelectuales, testigos de la r u i n a e s p a ñ o l a . Pedro Barrantes, abandonando el tono religioso de algunas de sus primeras poesías de Tierra
y cielo ( M a d r i d , 1896), publica en 1900 u n extenso poema a la
bandera roja que g u i a r á a E s p a ñ a a una nueva vida:
[ . . . ] ¡Estandarte de luz que allí en el alma
flota gentil de la ilusión al viento!
¡Tú solo puedes devolver la calma
a esta nación vencida y sin aliento!
¡Tú solo puedes despertar en ella
las grandes y viriles energías
que destruyeron con su torpe huella
las inquisitoriales monarquías!
Bajo tu pabellón inmaculado
justicia y libertad tienen su cuna.
Por eso el corazón te ha consagrado
pasión más entusiasta que ninguna.
¡Bandera roja! ¡Salve! En lontananza,
serena y bella palpitar te veo
al ósculo de amor de la esperanza,
con la infinita fiebre del deseo [ . . . ] .
4 9
El anarquismo literario fue el resultado e f í m e r o del descontento artístico y espiritual de u n grupo de escritores de f i n de siglo,
que v e í a n en el rechazo de los viejos moldes estéticos y sociales u n
medio eficaz para la r e g e n e r a c i ó n de una E s p a ñ a —y una Europa—
en decadencia . L a a n a r q u í a p o l í t i c a y la intelectual fueron dos
aspectos del m ú l t i p l e descontento e s p a ñ o l en los años de la Regencia. L o que los militantes á c r a t a s h a b í a n logrado en el plano político l o iban a lograr los literatos j ó v e n e s en su asalto a una estética
acartonada. Si se echa una r á p i d a ojeada a las revistas literarias y
culturales en que publicaban los escritores disconformes, se observa
de inmediato el hecho significativo de que todas ellas comparten
30
4 9
PEDRO BARRANTES, " L a bandera roja", en Don Quijote, M a d r i d , 16.111.
1900, p. 1. En el mismo tono escribió t a m b i é n "Bandera negra", que dedicó
a R u b é n Darío, Su Delirium
tremens revela el tono y la i n t e n c i ó n de la
nueva estética.
Sobre los escritores de la Regencia y el Desastre véase el excelente libro
de Luis S. GRANJEL, La generación literaria del 98, Salamanca, 1 9 6 6 . También JOSÉ M A R Í A DE Cossío, Cincuenta años de poesía española
(1850-1900),
Madrid, 1960, t. 2, y G U I L L E R M O DÍAZ-PLAJA, Modernismo
frente a noventa
y ocho, Madrid, 1951. Son interesantes las diferencias entre la joven generación de la ú l t i m a década del x i x y la de la Primera Guerra M u n d i a l . Mientras
aquélla tuvo fugaces veleidades anarquistas, los intelectuales de 1 9 1 4 —Julián
Besteiro, Fernando de los Ríos, Luis Araquistáin— fueron directamente al
socialismo, en el cual m i l i t a r o n .
5 0
381
LITERATURA Y ANARQUISMO
KRFH, X I X
51
en mayor o menor medida la p r e o c u p a c i ó n por una E s p a ñ a nueva .
Eduardo Zamacois explica en el p r i m e r n ú m e r o de
Germinal:
" ¿ R e v e r d e c e r á n sus laureles? ¿ T o r n a r á a ser l o que fue? ¿ N o t e n d r á
este triste ocaso u n p r ó x i m o y r i s u e ñ o amanecer?. . . Sí; a E s p a ñ a
a ú n le aguarda u n glorioso g e r m i n a l ; E s p a ñ a no está m u e r t a » . . :
está d o r m i d a " , Y uno de los " p r o p ó s i t o s " que formula Vida Nueva
es luchar por una estética l i b r e y renovadora: "Ideas, reformas, leyes nuevas, o r g a n i z a c i ó n nueva, eso es lo que i m p o r t a [ . . . ] . Venimos a propagar y a defender lo nuevo, l o que el p ú b l i c o ansia, lo
moderno, l o que en toda Europa es corriente y a q u í no llega por
miedo a la r u t i n a y t i r a n í a de la costumbre [ • . . ] . Vida Nueva será
no el p e r i ó d i c o d$ hoy, sino el p e r i ó d i c o de
mañana" .
D e s p u é s del Desastre, otros grupos compartieron el faqcuse de
los intelectuales exaltados, y la p r e o c u p a c i ó n por la r e g e n e r a c i ó n
de E s p a ñ a fue t ó p i c o de derechas e izquierdas. E l anarquismo
literario muere en medio del t o r b e l l i n o del siglo que empieza, mientras los escritores s u e ñ a n en u n . nuevo renacer, olvidados de n i h i lismos y destrucciones.
E n tanto que el m o v i m i e n t o anarquista seguía atrayendo adeptos y su p r o d u c c i ó n literaria cosechaba aplausos de militantes y
correligionarios, el arte social culto daba paso a nuevas formas ele
e x p r e s i ó n . Si el anarquismo literario fue una etapa transitoria de la
estética de f i n de siglo, la literatura
obrerista siguió siendo el arma
de d i f u s i ó n ideológica y c u l t u r a l del m o v i m i e n t o anarquista españ o l hasta los a ñ o s de la Guerra C i v i l .
52
53
CLARA
E.
LIDA
Wesleyan University.
5 1
Para u n estudio de las revistas literarias de f i n de siglo véanse L . S.
GRANJEL, op. cit., pp. 99-124, y Biografía
de "Revista Nueva" (1899), Salamanca,
1962;
G.
D Í A Z - P L A J A , op.
cit.,
pp.
29
ss.;
G.
RIBBANS, art.
cit.;
DO-
MINGO PANIÁGUA, Revistas cidturales contemporáneas,
I . De "Germinal"
a
"Prometeo", Madrid, 1 9 6 4 ; GERMÁN BLEIBERG, "Algunas revistas literarias hacia
1898",
Arb,
11
(1948),
465-480;
GUILLERMO
DE T O R R E ,
española de 1 8 9 8 en las revistas de su tiempo", Nosotros,
A N T O N I O ESPINA, El cuarto poder, M a d r i d , 1 9 6 0 .
5 2
5 3
EDUARDO ZAMACOIS, en
"Propósitos",
Germinal,
Vida Nueva,
Madrid,
núm.
Madrid, 12.VI.1898,
1
p. 1 .
"La
generación
15 (1941),
(30.IV.1897),
3-38; y
p.
1.
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