Subido por JOAO VITOR DANTAS ROCHA SEIXAS

FICHAMENTO la music en el cine chion

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FICHAMENTO – LA MUSICA EM EL CINE DE MICHEL CHION
No segundo capitulo o autor abre com a ideia de que a grande inovação do surgimento do
cinema foi ser considerado a arte de capturar os movimentos. A arte das imagens apenas seria
uma qualidade já batida naquele momento, não tão inovadora quanto a questão do movimento.
O movimento era verdadeiramente moderno.
No entanto, a música e dança, artes que vieram antes do surgimento do cinema, também trazem
consigo a questão do movimento. Portanto, o movimento pode ser considerado a primeira
ponte entre a música e o cinema. Sendo a dança o ponto em comum entre a música e o cinema.
Essa relação de música e cinema está presente desde os primeiros filmes que, embora mudos,
traziam acompanhamento orquestral ao vivo. Porém, a música feita para filmes é muitas vezes
considerada de má qualidade, ao contrário da música tida como “pura” – a música composta
com independentemente do cinema. Essa relação do cinema com a música pode encontrar suas
origens nas músicas tocadas em durante apresentações teatrais que não por coincidência
serviram de palco também para os filmes ao serem adaptados como salas de cinema. Dessa
forma a música passou a fazer parte da exibição cinematográfica, seja ela de números de
comédia, dança, melodramas e ficções.
O acompanhamento musical em filmes na Europa e nos EUA tinham algumas diferenças visto
que nos países europeus era comum se entregue uma partitura que indicasse números musicais
que deveriam ser seguidos em determinadas sequencia do filme. Dessa forma podemos deduzir
que música de cinema era conduzida de acordo com as raízes pré-existentes da música nas
peças, principalmente teatrais. Na Itália por exemplo, houve um certo atraso em inserir filmes
falados pois a tradição estava muito relacionada a tradição da opera. Se pensarmos na Inglaterra
podemos relacionar a música já existente nas adaptações de Shakespeare para o teatro. Já na
França a tendência parecia ser a da pouca intervenção musical visto as raízes fortes no teatro
clássico que não deixava muito espaço para música.
ALGUMAS CONSTATAÇÕES SOBRE A MÚSICA NOS PRIMEIROS FILMES:
- Os primeiros filmes são majoritariamente curtos, alcançando no máximo cerca de 20 minutos.
Os longas vieram na metade da década de 10.
- As músicas que acompanhavam os filmes eram tocadas normalmente ao vivo. Não com
fonógrafo (aparelho de gravação). Poderia variar desde um solista a uma grande orquestra, com
a inclusão as vezes de cantores. Era composta de fragmentos de músicas existentes, sendo a
trilha sonora original inclusa massivamente na década de 20. Haviam casos, mais notoriamente
no japão da música ser acompanhada por um narrador-ator simulando as vozes da projeção ou
situando o público na ação do filme.
- Os primeiros filmes de forma geral não são narrativos. Porém, mesmo com o advento da
narrativa a música funciona de forma fragmentada sendo cada sequência um fragmento
autônomo de uma grande narrativa. Podemos encontrar exemplos disso em filmes de Buster
Keaton, Harold Lloyd e Charles Chaplin.
- O cinema começa como uma arte popular, porém para adquirir certo status de “verdadeira
arte” ele passa por um processo de elitização para fins comerciais e ideológicos incluindo
adaptações literárias, operísticas e temas religiosos e morais, modificando também a o tipo de
acompanhamento musical dos filmes por consequência.
Houveram tentativas de fazer dispositivos que sincronizassem a música e o filme como é o caso
do Cinetofono criado por Edison. Porém, devido a baixa qualidade que proporcionava, além de
ser um dispositivo de apreciação individual, ele não foi adotado como hegemônicos. A projeção
coletiva e a ideia do cinema como experiência compartilhada favoreceu o uso de orquestras,
cantores, solistas e inclusive instrumentos como o órgão Wurlitzer eram capazes de criar vários
efeitos, ruídos e toda a sensação de uma orquestra, incluindo elementos de percussão.
A música na sala de cinema criava uma espécie de barreira ao redor do espectador funcionando
tanto dentro (a projeção) como fora do filme (a sala). Dessa forma a música servia para abafar
os ruídos produzidos pelo projetor, assim como conversas e cochichos dos espectadores.
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