ARTE E DIREITO Prova: 13/09 e 27/09 Datas das apresentações: Violência e criminalidade E-mail: [email protected] Aula- Relações entre arte e direito 1. Introdução 2. Direito da arte é o conjunto de normas jurídicas que regulam a arte, das relações dos artistas uns com os outros e com o público. Trata do direito do artista e como ele se relaciona com o público (direito do trabalho). Não será o foco desse curso 3. Direito na arte: séries de obras de arte que tem o direito como temática e foco da obra (Antígona de Sófocles, O mercador de Veneza de Shakespeare, O processo de Kafka) o curso será distribuído em TEMAS QUE SE REPETEM: Da Grécia antiga ao funk carioca família e afetividade, violência e criminalidade. Será contemplado na segunda parte do grupo. 4. Direito como arte: manifestações culturais, encenação. Tem alguns problemas filosóficos em comum, como a interpretação pois os dois precisam desse entendimento. Interpretação tem 3 significados, interprete pode ser o tradutor, interprete é quem executa materialmente a obra (cantor), interprete pode ser quem compreende a obra. Direito e arte são formas de expressão e por isso necessitam do bom domínio de fala, da Retorica. O direito e a arte tratam da vida, a arte imita a vida, e o direito regula a vida, tendo em comum a Narração. A narrativa é um filme e descrever é fotografar. Para que os fatos entrem no processo judicial, a narração é vital. A arte mais popular exige narrativa, contação de histórias acerca da vida. Dentro do silogismo jurídico a premissa maior é o que diz o ordenamento, a premissa menor é o fato, um acontecimento da vida que se sucede no tempo Textos para 08/08 (na xerox) Aristóteles- Arte Poética; Ricover, Paul- Modos ficcionais em northrod frye Apresentações ate duas obras por apresentação: Aristóteles acredita que a arte é uma imitação da vida, a vida não contém só o belo, por isso a arte não descarta o feio contido na vida, contudo representa o feio de um modo belo. - Como o trágico pode ser belo e nos inspirar? Conceitos de arte A arte imita a vida Teatro para aristóteles foi o ponto inicial por isso trata a arte como interpretação Teatro em sua forma original está em baixa,porém a dramaturgia continua ascendente Arte como expressão Arte enquanto jogo Conceitos fundamentais da poética aristotélica 1.Mimesis -Representação,agir como se fosse o outro Poesia é DIFERENTE de história para aristóteles (verossimilhança: sucessão de acontecimentos segundo o necessário, obrigatoriamente acontece ou o provável, probabilidade relacionada á vida humana; relação entre o caráter e a conduta dos personagens) Poesia: possível História: real Tragédia eleva as pessoas, enquanto a comédia diminui 2.Mythos É uma história que da sentido a um mistério,não sei se aconteceu ou sei que aconteceu mas não sei como.Está muito ligado a ideia de organização dos fatos Ex: todas as religiões têm as suas mitologias sobre a criação do mundo; a história do contrato social 3.Katharsis Purificação espiritual do público pela experiência da arte,que se consegue com o despertar de alguns sentimentos,ensinando e transmitindo a ele sentimentos que ele ainda não tinha sentido .Na tragédia os sentimentos são compaixão e temor,o foco principal de aristoteles era estudar a tragédia;comédia: simpatia e riso.É no mythos que surgem os instrumentos para a katharsis: a peripécia:mudança da sorte da personagem ou da fortuna para o infortúnio ou o contrário; a descoberta: revelação de um fato,um segredo ou uma qualidade oculta de uma personagem e o patético: é o sofrimento,vem do termo padecer,sofrer as consequências de uma ação,esses fatores são alcançados juntamente com o fator surpresa,por isso os spoilers tiram a graça Modos ficcionais em northrop frye Trágico: isolamento do herói Cômico: integração do herói 1.Modo mítico As personagens tem poderes superiores em grau e natureza com relação as pessoas comuns e ao ambiente.É o modo da história dos deuses .Ex: Thor e Mulher Maravilha 2.Modo Maravilhoso As personagens tem poderes superiores em grau e natureza,mas não chegam a ser deuses Obs: Todorov:Modo Fantástico (entre o maravilhoso e o mimetico alto) Existe um modo fantástico, a literatura que trabalha com a dúvida diante um fenômeno sobrenatural.Ex: stranger things;dark 3.Modo Mimético Alto 4.Modo Mimético Baixo Modo das personagens das pessoas que parecem quem nós somos,como se olhar no espelho.Ex: bentinho em don casmurro 5.Modo Ironico DIA 23/08 AULA 04- CONCEITOS DE AÇÃO E VERDADE 1. Introdução: objeto da narrativa: ação, vida humana, arte imita a vida. Movimento: ação se desloca no tempo e se opõe a omissão. Ação é o comportamento humano voluntário, quando o ser humano movimenta-se sobre o mundo, não fica inerte. Comportamento gerado por coação não deixa de ser voluntário, contudo não é livre. Ação é o comportamento humano racional, orientado ao alcance de finalidades. Aristóteles afirma que a ação tem uma estrutura teleológico (finalidade) Estrutura da ação: (fatores internos) a) Aparição da vontade b) Determinação de finalidade c) Ativação do conhecimento d) Eleição dos meios e) Elaboração do plano Fatores Externos: f) Execução do plano g) Produção de efeitos h) Alcance (ou não) da finalidade A sociedade em que vivemos é uma grande sucessão de ações. Nós agimos em sociedade, isso significa que não agimos sozinhos, agimos em cooperação com outros agentes ou em oposição com outros agentes. Habermas vai achar quatro formas de encaixar a ação teleológica (individual) na rede social de interações: 2. Conceitos Sociológicos de ação: cada uma dessas ações estará relacionada a um conceito de verdade e a um conceito de mundo. Verdade é conceituada como correspondência, correspondência entre o que eu afirmo e a realidade, aquela que fala das coisas da realidade como elas são. As quatro formas de agir abaixo reconhecem a existência de limites a ação. Mundo é a totalidade circundante a) Ação Estratégica – verdade – correspondência: aquela cujos únicos limites identificados pelo agente são de natureza eficacial, o agente estratégico considera como valido todos os limites estratégicos. A ideia de que “os fins justificam os meios” encontra-se na base da ação estratégica. O agente estratégico não faz nenhuma consideração de natureza ética, ele não necessariamente deve violar a norma. Mundo objetivo – totalidade das coisas sensorialmente perceptíveis –. Questão de fato. Conhecimento da eficácia b) Ação normativa – verdade – correção: assim como todas as outras quer chegar a sua finalidade, além do limite da eficácia, ele respeita o limite de licitude, respeitando os sistemas normativos que lhe vinculam. Questão de direito: valoração do que aconteceu, se pauta dentro de um sistema normativo que lhe orienta. Mundo intersubjetivo – mundo das relações sociais entre as pessoas –. Capacidade de discernir entre o certo e o errado c) Ação dramatúrgica – verdade – credibilidade, sinceridade: aquela em que eu exerço no mundo e escolho as ações que no mundo exterior melhor me representam no mundo exterior, que está de acordo com suas predileções. Mundo Subjetivo – sua consciência, seu interior, conjunto de emoções e pensamentos –. Capacidade de autoconhecimento d) Ação comunicativa (Habermas prefere) – verdade – consenso, o que o agente procura é o entendimento coordenador da sua ação com a ação dos outros. Eu busco o entendimento com o outro para agir, mesmo que seja uma ação opositiva teve ter respeito e reconhecimento da ação do outro. Mundo da vida – mundo que unifica os outros, mundo das experiências 3. Tripla Mimesis: entre a vida que a arte imita e o efeito que a arte oferece ao público. a) Pré-figuração: a própria vida tem esses padrões, em qualquer campo da vida b) Configuração: combinação desses padrões da vida de forma original pela artista na obra, sequência narrativa, que consiga surpreender o apreciador. c) Refiguração: a experiência do leitor que influencia na obra. Qualquer leitura de uma obra evidenciam fatores ocultos. Obras intencionalmente abertas e obras intencionalmente fechadas, obras intencionalmente abertas deixam o leitor interferir na história, contribuindo com o sentido da obra, as vezes pode ser a revelia da obra ou a “pedido da obra”. Ele está no papel de leitor e também artista, e até mesmo leitor meramente contemplativo contribui com o sentido. DIA 30/08 Direito e Narrativa 1. Introdução: O direito trata dos fatos quando estes são enunciados, aplica-se o direito sobre os fatos enunciados pelo juiz, contudo para chega-se a este momento teremos o processo de Conformação Jurídica. 2. A conformação da situação de fato: O direito trata dos fatos quando estes são enunciados, aplica-se o direito sobre os fatos enunciados pelo juiz, contudo para chega-se a este momento teremos o processo de Conformação Jurídica: Fato bruto Conformação Fato definitivo (o fato será lapidado até chegar ao material que interessa ao direito). Precisa da narrativa para enlaçar um fato ao outro, e a narrativa é necessária para a verossimilhança do acontecimento. Nenhuma circunstância de fato vai ser relevante por si só ou irrelevante por si só, ela depende do propósito. Fato bruto refere-se ao relato originário (depoimento da vítima. Contudo, o fato bruto passou por uma conformação prévia pela vítima antes de chegar na justiça, pois o gerador do processo judicial tem interesse de uma interferência que será provida pela justiça. A narrativa do juiz é mais confiável por não possuir interesse na causa especifica. Já que a verdade não pode ser encontrada a qualquer custo, as vezes a boa administração da justiça é não encontrar a verdade. 3. A ficção jurídica: A ficção é algo que eu sei que não é verdade, mas que eu trato como se fosse verdade para determinada finalidade. Na ficção eu sei que não é verdade, na presunção eu ainda não sei. No direito penal um exemplo interessante é do “crime continuado”; que são vários crimes que são tratados como um só para redução da pena. O direito pode tratar como verdadeiro, em termos de correspondência, algo que não é na pratica para a boa administração da justiça. A ficção e a presunção pode afastar o direito do palpável. A ficção jurídica pode ser inserida pela lei ou a ficção jurídica pode ser introduzida na própria jurisprudência (união estável utilizando a sociedade de fato do direito comercial). As vezes a ficção jurídica existe pra cobrir determinada resistência da sociedade. 4. As estruturas narrativas: Os estruturalistas e os descontrutivistas são polos teóricos opostos. No estruturalismo literário a busca é dos fenômenos que dão sustentação a narrativa. Humberto Eco – James Bond – demonstrou pra gente que o universo ficcional de James Bond tem várias histórias, contudo, possui uma historia que se repete, que é comum. A relação de bond com o oponente, a relação de bom com o comando e a relação de bond com o par romântico. Bond sempre enfrenta um estrangeiro, situado no período da guerra fria. Logo, Bond é a representação do bem ariano contra o mal estrangeiro (composição estrutural racista e xenófobo, maniqueísta racista). Bond tem uma relação com o comando de fidelidade quase absoluta, sendo infiel as ordens do comando para realizar a missão de salvar a pátria, bond justifica os meios pelos fins. Bond tem uma insensibilidade a esse par romântico, objetificação e descarte. A decepção amorosa reforça a construção machista e galanteador. James bond, portanto, é um universo ficcional contado em várias plataformas, ao achar o modelo dessa história, quando as próximas histórias vierem, eu já sei o que posso esperar dela, posso prever o fim da história. A finalidade disso no direito é a previsão do fim de determinada história que ocorre no direito.