A santidade consiste em perseverar

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A santidade consiste em perseverar
São Cláudio de la Colombière (1641-1682)
jesuíta«Diário Espiritual»
É estranha a quantidade de inimigos que temos de combater
quando decidimos ser santos. Parece que tudo se desata: o
demónio com os seus artifícios, o mundo com as suas
atrações, a natureza opondo resistência aos nossos bons
desejos; os elogios dos bons, as censuras dos maus, as
solicitações dos tíbios. Quando Deus nos visita, temos de
recear a vaidade; quando Ele Se retira, a timidez e o
desespero podem suceder ao maior fervor. Os nossos amigos
tentam-nos com a complacência que temos por eles; os
indiferentes, com o receio de lhes desagradarmos. Em estado
de fervor, tememos a indiscrição, na moderação, tememos a
sensualidade, e o amor próprio espreita-nos por todos os
lados. Que havemos, pois, de fazer? [...]
Uma vez que a santidade não consiste em ser fiel um dia ou
um ano, mas em perseverar e crescer até à morte, convém
sobretudo que Deus seja o nosso escudo, mas um escudo que
nos rodeie, uma vez que somos atacados por todos os lados
(cf Sl 90,4). Convém que seja Deus a fazer tudo; assim, não
teremos receio de que nos falte seja o que for. Por nós, bastanos reconhecer a nossa impotência e ser fervorosos e
constantes em pedir socorro, por intercessão de Maria, a
Deus, que nada recusa. E nem disto somos capazes, a não ser
com uma grande graça, ou antes, com várias grandes graças
de Deus.
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