LA P A L A B R A C O M O U N I D A D D E S I G N I F I C A D O : ALGUNAS EXCEPCIONES AL RESPECTO JUAN A. MARTÍNEZ LÓPEZ Universidad de Aarhus. Dinamarca RESUMEN Los estudios filológicos desarrollados desde la antigüedad clásica hasta b i e n entrada la segunda m i t a d de nuestro siglo estaban sujetos a m é t o d o s q u e i m p e d í a n , p o r p r i n c i p i o , aprehender ciertas unidades de la lengua c u y o uso quedaba restringido al lenguaje c o l o q u i a l . El e n f o q u e discursivo de los estudios dedicados a las lenguas ha facilitado el c o n o c i m i e n t o de entidades que p o r sus características n o se ajustan a la d e f i n i c i ó n semántica de palabra. Entre éstas destacan las especiales características de las palabras «idiomáticas» y de las pala­ bras «canal». Las primeras carecen de significado en sí mismas y sólo aportan sentido a una estructura p l u r i v e r b a l c u y o significado es u n c o n g l o m e r a d o de los elementos q u e f o r m a n el c o m p l e j o . Las segundas, las palabras «canal», son p r o ­ ductos exclusivos del lenguaje oral. Su objeto n o es c o m u n i c a r u n significado léxico ni gramatical, sino, p o r el contrario, realizar diversas funciones en la interrelación p r o p i a del lenguaje c o l o q u i a l . P A L A B R A S CLAVE Clases de palabras, u n i d a d f o r m a l , u n i d a d semántica, u n i d a d fónica, m a l ­ f o r m a c i ó n fónica, construcciones, palabras idiomáticas, palabras canal, f u n c i ó n de seguimiento, f u n c i ó n de ralentización, f u n c i ó n interpelativa. ABSTRACT F r o m the classical p e r i o d u n t i l the second half o f this century p h i l o l o g i c a l studies w e r e attached to m e t h o d s that m a d e it h a r d t o c o m p r e h e n d certain lan­ guage units that w e r e used o n l y i n the c o l o q u i a l language. The meditative focus o f the studies dedicated to the languages has m a d e it easier t o understand units w h i c h because o f their characteristics d o not adapt to the d e f i n i t i o n o f the w o r d . 845 CAVCK. <*• hlhJiiiki y su nuliktka. a '•20-21. W7-*f//*«fs. MÍ-X7! CAUCE. Núm. 20-21. MARTÍNEZ LÓPEZ, Juan A.. La palabra como unidad de significado: ... JUAN A. MARTÍNEZ LÓPEZ A m o n g these w e f i n d the special caracteristics o f the w o r d s , i n this article, called "idiomaticas" a n d "canal". T h e first ones lack a significance b y themselves a n d o n l y apport a significance t o a p l u r i v e r b a l structure w h o s e signification is a c o n glomerate o f the elements that f o r m the c o m p l e x . The second ones, the w o r d s called "canal", are products exchisively o f the s p o k e n language. Their object is n o t t o c o m m u n i c a t e a lexical n o r a grammatical signification, b u t o n the other h a n d , t o carry o u t various functions i n the interrelation o f the c o l o q u i a l language. KEY WORDS Clases de palabras, u n i d a d f o r m a l , u n i d a d semántica, u n i d a d fónica, malf o r m a c i ó n fónica, construcciones, palabras idiomáticas, palabras canal, f u n c i ó n de seguimiento, f u n c i ó n de ralentización, f u n c i ó n interpelativa. RÉSUMÉ Les études p h i l o l o g i q u e s q u i se sont développées à partir de l'antiquité classique et jusqu'à b i e n entrée dans la d e u x i è m e m o i t i é de notre siècle o n t été assujeties à des méthodes q u i o n t empêché, e n p r i n c i p e , de c o m p r e n d r e certaines unités de langue d o n t l'usage était limité à la langue parlée. Les études dédiées a u x langues, soulignant l'aspect discursif, o n t facilité la connaissance des unités q u i , à cause de leurs caractéristiques, ne s'adaptent pas à la d é f i n i t i o n sémantique d u m o t . Parmi ces unités, o n remarque les particulières caractéristiques des mots "idiomâticas" et des mots "canal". Les premières m a n q u e n t d'une signification e n soi - m ê m e et apportent seulement une signification à u n e stmcture pluriverbale d o n t la signification est u n conglomérat des éléments q u i f o r m e n t le c o m p l e x e . Les deuxièmes, les mots "canal", sont des p r o d u i t s de la langue orale, exclusivement. Leur objet n'est pas de c o m m u n i q u e r u n e signification n i l e x i q u e n i grammaticale, mais, au contraire, de réaliser des f o n c t i o n s dans l'interrelation p r o p r e de la langue parlée. MOTS-CLÉ Clases de palabras, u n i d a d f o r m a l , u n i d a d semántica, u n i d a d fónica, m a l f o r m a c i ó n fónica, construcciones, palabras idiomáticas, palabras canal, f u n c i ó n de seguimiento, f u n c i ó n de ralentización, f u n c i ó n interpelativa. 846 CAUCE. Núm. 20-21. MARTÍNEZ LÓPEZ, Juan A.. La palabra como unidad de significado: ... LA PALABRA C O M O U N I D A D D E SIGNIFICADO: ALGUNAS EXCEPCIONES AL RESPECTO 0. INTRODLJCCIÓN E s n o t o r i o que la d e f i n i c i ó n de palabra esgrimida por l o s griegos e n s u época clásica haya p e r d u r a d o prácticamente hasta n u e s t r o s días. La e x p l i c a c i ó n a este hecho ha de b u s c a r s e -a n u e s t r o j u i c i o - en d o s aspectos de d i f e r e n t e o r d e n . D e u n lado ha de s u b r a y a r s e la larga trad i c i ó n de l o s e s t u d i o s f i l o l ó g i c o s , l o s cuales p r e t e n d í a n p r o f u n d i z a r e n el c o n o c i m i e n t o de l a s l e n g u a s basándose e n l o s t e x t o s e s c r i t o s , gener a l m e n t e de carácter l i t e r a r i o , c o m o e x p o n e n t e m á s b r i l l a n t e y cuidado del ejercicio de dicción. D e o t r o lado cabría s e ñ a l a r l a s d i f i c u l t a d e s con l a s que s e h a n t r o p e z a d o l o s f i l ó l o g o s y l i n g ü i s t a s a la h o r a de establecer o t r o s p a r á m e t r o s - f u n d a m e n t a l m e n t e l o s f o r m a l e s - , desde l o s que enmarcar l o que para l o s hablantes, a u n para l o s m á s p r o f a n o s en e s t u d i o s l i n g ü í s t i c o s , parece de fácil d e l i m i t a c i ó n , esto e s : la palabra. A l o largo de este trabajo, b a s á n d o n o s e n l a s d i f e r e n t e s e s t r u c t u r a s s o b r e l a s que s e articula el lenguaje, h e m o s o b s e r v a d o u n cierto n ú m e r o de vocablos carentes de s i g n i f i c a d o p o r s í m i s m o s (palabras i d i o m á t i c a s ) , a l o s que s e ha dedicado poca atención hasta el m o m e n to. D e o t r o lado, s e h a n t e n i d o en cuenta palabras que, a pesar de s e r f o r m a s p r o p i a s del lenguaje c o m ú n , p o s e e n f u n c i o n e s m u y d i f e r e n t e s a l a s q u e , en general, se l e s han a t r i b u i d o tanto e n l o s e s t u d i o s antiguos como en l o s contemporáneos. E s t o s ú l t i m o s vocablos, productos e x c l u s i v o s del habla c o l o q u i a l y d e n o m i n a d o s p o r n o s o t r o s «palabras canal», h a n pasado totalmente d e s a p e r c i b i d o s en la l i n g ü í s t i c a m o d e r na, al m e n o s a toda la a m p l i a b i b l i o g r a f í a a la que h e m o s t e n i d o acces o . A m b o s t i p o s quedarían e x c l u i d o s del g r u p o de e l e m e n t o s d e n o m i nados palabras s i p e r s i s t e el e n f o q u e s e m a n t i c i s t a . 1. L A PALABRA D e entre l o s e s t u d i o s d e s t i n a d o s a p r o f u n d i z a r e n e l c o n o c i m i e n to de l a s l e n g u a s , q u i z á s s e a n l o s dedicados a la palabra l o s que m á s d i f i c u l t a d e s han planteado, debido, a l o s graves fundamentalmente, i n c o n v e n i e n t e s d e r i v a d o s de s u p r o p i a d e f i n i c i ó n . 847 CAUCE. Núm. 20-21. MARTÍNEZ LÓPEZ, Juan A.. La palabra como unidad de significado: ... JUAN A. MARTÍNEZ LÓPEZ 1 . 1 . L o s p r i m e r o s i n t e n t o s de d e f i n i r la palabra se r e m o n t a n a la 1 2 antigüedad clásica con las concepciones platónica , aristotélica y de la 3 f i l o s o f í a estoica . C o n t i n ú a n con pocos cambios y s i n m a y o r p r e c i s i ó n durante la Edad Media y el Renacimiento y p e r d u r a n casi hasta n u e s t r o s días, más de d o s m i l años d e s p u é s . E l hecho de que este p r o b l e m a haya p r e s i d i d o el d e s a r r o l l o de l o s e s t u d i o s dedicados a las lenguas desde s u o r i g e n se debe -a n u e s t r o j u i c i o - a diferentes causas. D e s d e l o s p r i m e r o s m o m e n t o s , el entramado teórico de l o s e s t u d i o s l i n g ü í s t i c o s se d e s a r r o l l ó a r e m o l q u e de p o s t u l a d o s f i l o s ó f i c o s , l o que c o n l l e v ó que l o s t é r m i n o s s o b r e l o s que se trabajaba ( l a s palabras) n o e s t u v i e s e n delimitados s o b r e c r i t e r i o s gramaticales o f o r m a l e s , s i n o puramente semánticos, al equiparar las categorías de pensamiento meramente lógicas: «sustancia», 1. En la época presocrática -como es sabido- el estudio de la gramática y del lenguaje en general se sitúa dentro de la esfera filosófica propia del momento. Envuelta e n esta misma corriente de pensamiento surge la polémica, ya planteada también sobre otras instituciones humanas, en torno a la palabra; esto es, si su naturaleza es convencional o natural. Esta cuestión generó diversos estudios, por uno y otro bando, cuyo objetivo era estudiar minuciosamente la estructura formal de las palabras con la intención de negar, unos, y aportar pruebas, otros, a la hora de buscar la conexión entre la estructura formal y ei significado. Quienes secundaron la teoría convencional pretendían poner de relieve el hecho de que las palabras no reflejan la naturaleza de las cosas. Los naturalistas, por el contrario, intentaron establecer la relación entre la estructura formal y el significado, para lo que recurrieron a la etimología como fuente originaria, es decir, a lo que ellos consideraban significado certero de la palabra. Estos planteamientos, básicamente de carácter filosófico, adolecen de cualquier definición precisa de palabra, a pesar de establecer, tras observar las variaciones estructurales y las posibles variaciones secuenciales, el origen de las categorías gramaticales. Véanse, para una mayor profundidad e n este asunto, las obras de R. H. Robins (1951: 5 y ss., y 1966: 3-19). El pensamiento platónico en este campo prosigue la línea ya establecida por los presocráticos. Para él, la palabra como tal no es más que la expresión material de una idea. Al sustentar este principio teórico define las categorías gramaticales de acuerdo con la lógica. Divide la palabra e n dos niveles basándose en criterios filosóficos: el nombre y el verbo. Sin embargo, esta asociación lógico-filosófica, a pesar de tener gran influencia posteriormente, no toma en cuenta criterios formales ni lingüísticos. 2. Aristóteles es el primero que se plantea el problema teórico de la definición de palabra, la cual concibe como unidad mínima significativa. Este hecho lo llevó a diferenciar aquellas palabras que poseen significado aisladamente (nombre y verbo), de las conjunciones (sundesmoi): palabras que únicamente están dotadas de significado y función gramaticales. Para una idea más detallada de la concepción aristotélica de palabra, y del significado en general, véase Larkin (1971: 13-44). 3. Los estoicos, sin intentar una mayor precisión de la unidad palabra, establecieron en virtud de su significado cuatro clases (categorías primarias): nombre, verbo, conjunción y artículo, al crear un paralelismo con las bases de categorías filosóficas: sustancia, acción y relación. Posteriormente se amplía el número de partes al subdividir estos tipos básicos. Estas teorías tendrán tina poderosa influencia hasta casi nuestros días. 848 CAUCE. Núm. 20-21. MARTÍNEZ LÓPEZ, Juan A.. La palabra como unidad de significado: ... LA PALABRA COMO UNIDAD DE SIGNIFICADO: ALGUNAS EXCEPCIONES AL RESPECTO «cualidad», «acción», «relación», etc., con las categorías de lengua: « n o m ­ bre», «adjetivo», «verbo», «conjunción», etc. Para l l e v a r a cabo estas aso­ ciaciones, el c r i t e r i o s e g u i d o n o era o t r o que la d e l i m i t a c i ó n de la pala­ bra allí donde podía o b s e r v a r s e de f o r m a m á s n í t i d a , esto e s , entre espa­ cios e n blanco e n l o s t e x t o s escritos. U n i d o a l o a n t e r i o r se presenta o t r o hecho que ha marcado l o s e s t u d i o s l i n g ü í s t i c o s hasta n u e s t r o s i g l o . La escuela alejandrina c o n s t i t u ­ ye el p r i m e r intento de especialización dentro del campo de l o s e s t u d i o s gramaticales; nacen, así, l o s p r i m e r o s l e x i c ó g r a f o s , r e t ó r i c o s , g l o s a d o r e s , etc. E n t r e e l l o s s e yergue como figura fundamental D i o n i s i o de T r a c i a , q u i e n redacta de f o r m a detallada todos l o s avances l l e v a d o s a cabo e n e l e s t u d i o de la lengua hasta el m o m e n t o . Para este autor, l o s e s t u d i o s gramaticales tienen como f i n el p r e s e r v a r el griego l i t e r a r i o de l o s p r o ­ cesos de contaminación y c o r r u p c i ó n que t i e n e n lugar en el habla colo­ quial. A s í , la diferencia e x i s t e n t e entre l o s t e x t o s h o m é r i c o s , más anti­ g u o s , y el habla p o p u l a r de s u t i e m p o n o r e s p o n d í a m á s que a las c o r r u p c i o n e s y contaminaciones de la lengua hablada que, a s u v e z , se alejaba de l a s n o r m a s gramaticales. F r u t o de esta concepción nace la gramática establecida s o b r e tex­ tos l i t e r a r i o s cuyo objeto n o es o t r o que p r e s e r v a r este t i p o de lenguaje. T o d o e l l o conduce a que sean estos t e x t o s l o s que s e yergan como obje­ to de e s t u d i o , naciendo de esta f o r m a la d i s c i p l i n a que alcanza prácti­ camente hasta n u e s t r o s días: la F i l o l o g í a . 1.2. L o s e s t u d i o s gramaticales de la época romana c o n t i n ú a n p o r l o s cauces ya d e s b r o z a d o s p o r l o s autores g r i e g o s , fundamentalmente a causa del p r e s t i g i o que éstos ya habían a d q u i r i d o . P o c o s f u e r o n , e n este s e n t i d o , l o s autores r o m a n o s que s e plantearon desde u n n u e v o ángulo e l e s t u d i o de la lengua latina; en general, bajo el m o d e l o griego, o b s e r ­ v a r o n algunas particularidades del latín: m a y o r n ú m e r o de casos, i n e x i s ­ tencia del artículo, etc. E n t r e l o s autores d i g n o s de m e n c i ó n destacare­ m o s a d o s : V a r r ó n ( S . I a. de C r i s t o ) y P r i s c i a n o ( h . 5 0 0 d. de C r i s t o ) . E l p r i m e r o , en s u obra De lingua latina, d i s t i n g u e tres partes a la h o r a de d e s l i n d a r el enfoque de l o s e s t u d i o s gramaticales: Etimología, Morfología y Sintaxis. A la v e z , s i n establecer una d e f i n i c i ó n específica de palabra, crea u n a nueva d i v i s i ó n de éstas basándose en c r i t e r i o s f o r m a l e s . P o r 4 4. La inflexión causal justifica la creación del nombre, el factor tiempo determina­ rá la estructura formal propia del verbo. Los participios participan a la vez d e flexión cau­ sal y tiempo verbal. Y en último lugar la conjunción y el adverbio, palabras carentes de tiempo y flexión. 849 CAUCE. Núm. 20-21. MARTÍNEZ LÓPEZ, Juan A.. La palabra como unidad de significado: ... JUAN A. MARTÍNEZ LÓPEZ otra parte, observa -como b i e n ha señalado D . Langendoen ( 1 9 6 6 : 3 3 3 6 ) - , el entramado e x i s t e n t e entre la m o r f o l o g í a y la s i n t a x i s en e x p r e s i o n e s constituidas p o r una sola palabra (argentifondinae ' m i n a de plata'). A este hecho, la f o r m a c i ó n de palabras, se r e f e r i r á p o s t e r i o r m e n t e P r i s c i a n o en el l i b r o V de s u obra Institutiones. C o m o antes había ya observado V a r r ó n , éste nota que el concepto de palabra e s g r i m i d o p o r l o s g r i e g o s -fundamentalmente p o r A r i s t ó t e l e s ( u n i d a d de s i g n i f i c a d o ) - , d i f í c i l m e n t e casa con ciertas palabras latinas. E n este s e n t i d o constata que palabras como parricida proceden de d o s palabras (parens y caederé) que, a s u v e z , m a n t i e n e n u n significado p l e n o al que llega s i n d i f i cultades la p r o p i a c o m p r e n s i ó n de l o s hablantes . N o obstante, cree que debe p a r t i r s e del carácter i n d i v i s i b l e de palabra como u n i d a d l i n g ü í s t i c a , aunque sea obvia, e n m u c h o s casos, la u n i ó n de u n o o v a r i o s e l e m e n t o s autosemánticos dentro de ella. Para s u d i v i s i ó n de las partes de la oración sigue basándose en c r i t e r i o s semánticos, llegando a establecer ocho clases: nombre, verbo, participio, pronombre, preposición, adverbio, interjección y conjunción. 5 T a n t o l o s autores g r i e g o s como r o m a n o s , que f o r m a r á n l o s p i l a r e s teóricos y metodológicos de l o s e s t u d i o s l i n g ü í s t i c o s de toda la edad media y e n gran medida llegarán a n u e s t r o s días, p o s e e n e n c o m ú n v a r i o s rasgos que deben s e r destacados en relación con la u n i d a d denominada palabra. a) Para l o s autores r o m a n o s , la palabra en s í es u n hecho complej o que puede tomar carácter m o n o s e m á n t i c o o m u l t i s e m á n t i c o e n f u n c i ó n de complejas r a z o n e s . N o obstante, todos l o s autores clásicos están de acuerdo en que es necesario d i s p o n e r de u n a u n i d a d s o b r e la que trabajar en el e s t u d i o de la lengua. E s t a u n i d a d queda suficientemente clara tomando como base de e s t u d i o la escritura, donde d i c h o s e l e m e n t o s quedan delimitados entre espacios e n blanco. b ) C o m o ya h e m o s afirmado anteriormente, l o s autores g r i e g o s , e n particular a partir de la escuela alejandrina y debido a las connotaciones negativas que había a d q u i r i d o el habla coloquial (lenguaje c o r r o m p i d o y contaminado), p r o m u e v e n el e s t u d i o de la lengua tomando como base l o s escritos l i t e r a r i o s que ya gozaban de respeto y admiración ( f u n d a mentalmente l o s h o m é r i c o s ) . L o s gramáticos r o m a n o s , p o r s u parte, s i g u e n e n esta línea ya iniciada p o r l o s g r i e g o s , i n d u c i d o s p o r el gran respeto que la cultura griega l e s i n f u n d e . E s t e hecho da fundamento 5. Véase para más detalle sobre este asunto Uitti (1969: 32 y ss). 850 CAUCE. Núm. 20-21. MARTÍNEZ LÓPEZ, Juan A.. La palabra como unidad de significado: ... LA PALABRA COMO UNIDAD DE SIGNIFICADO: ALGUNAS EXCEPCIONES AL RESPECTO para que autores como V a r r ó n vean en la Gramática la defensa de la «Latinitas», concepto que él m i s m o define como: natura, analogía, consuetudo, auctoritas. O t r o s autores más tardíos, con el f i n de mantener viva la p u r e z a del p e r í o d o clásico, fortalecen a ú n m á s e l concepto de «auctoritas», l o que consagra l o s m o d e l o s clásicos de reconocida calidad literaria y, en consecuencia, del b i e n hablar. D e aquí que l o s e s t u d i o s gramaticales, que de alguna f o r m a pretenden s e r n o r m a t i v o s , t o m e n estos textos como objeto de estudio. 6 1.3. C o n estos antecedentes, y s i n pretender i g n o r a r l o s avances l l e vados a cabo p o r la gramática en particular, y p o r la l i n g ü í s t i c a en general en épocas p o s t e r i o r e s , n o s s i t u a r e m o s en el S . X X , a l o largo del cual aún p e r d u r a n muchas de las concepciones forjadas en la época clásica. La que a n o s o t r o s n o s atañe, la relacionada con la palabra, poco ha modificado s u concepción i n i c i a l . T a n t o es así que, a p r i n c i p i o s del p r e sente s i g l o , F. de S a u s s u r e ( 1 9 8 0 : 1 4 9 y s s . ) afirmaba l o s i g u i e n t e : La entidad lingüística sólo está c o m p l e t a m e n t e determinada cuando está delimitada, separada de cuanto la rodea e n la cadena fónica. Son estas entidades delimitadas o unidades las q u e se o p o n e n e n el mecanismo d e la lengua. A primera vista u n o se siente tentado d e asimilar los signos lingüísticos a los signos visuales, q u e p u e d e n coexistir e n el espacio s i n c o n fundirse, y u n o se imagina q u e la separación d e los elementos significativos p u e d e hacerse de igual forma, s i n necesitar o p e r a c i ó n alguna d e l espíritu. La palabra «forma », q u e a m e n u d o se utiliza para designarlos -cf. las expresiones «forma verbal», «forma nominal»-, c o n t r i b u y e a mantenernos e n este error. U n a s l í n e a s m á s adelante, continúa: En resumen, la lengua n o se presenta c o m o u n c o n j u n t o d e signos delimitados de antemano, cuyas significaciones y d i s p o s i c i ó n bastaría estudiar; es u n a masa indistinta e n q u e la atención y el hábito s o n los únicos q u e p u e d e n p e r m i t i r n o s encontrar los elementos particulares. La u n i d a d n o tiene n i n g ú n carácter f ó n i c o especial, y la única d e f i n i c i ó n que de ella puede darse es la siguiente: u n trozo d e s o n o r i d a d q u e es, c o n e x c l u s i ó n de l o q u e precede y de l o q u e sigue e n la cadena hablada, el significante de cierto concepto. 6. Cfr. L'itti. o p . cit. pág. 30. 851 CAUCE. Núm. 20-21. MARTÍNEZ LÓPEZ, Juan A.. La palabra como unidad de significado: ... JUAN A. MARTINEZ LOPEZ P r o s i g u e d e s p u é s c o n u n i n t e n t o d e d e l i m i t a c i ó n d e esta «masa i n d i s t i n t a » . Para e l l o se s i t ú a e n e l h a b l a -a la q u e c o n s i d e r a d o c u m e n t o d e l e n g u a - e i n t e n t a e s t a b l e c e r u n p a r a l e l i s m o e n t r e la c a d e n a d e c o n c e p t o s y la c a d e n a d e i m á g e n e s a c ú s t i c a s t o m a n d o c o m o b a s e a l g u n o s e j e m p l o s r e a l e s . A la v i s t a d e l o s p r o b l e m a s q u e este i n t e n t o p l a n t e a , afirma lo siguiente: Sin embargo, inmediatamente comenzamos a desconfiar al c o m p r o bar q u e se ha discutido m u c h o sobre la naturaleza de la palabra, y reflex i o n a n d o u n p o c o se ve q u e l o q u e se entiende p o r eso es i n c o m p a t i b l e c o n nuestra n o c i ó n de u n i d a d concreta. [...] I n d u d a b l e m e n t e los sujetos hablantes n o c o n o c e n estas dificultades; t o d o l o q u e es significativo en u n grado cualquiera les parece u n elem e n t o concreto, y l o d i s t i n g u e n infaliblemente en el discurso. Pero una cosa es sentir ese juego r á p i d o y delicado de las unidades, y otra darse cuenta de él p o r m e d i o de u n análisis m e t ó d i c o . T r a s s u e x p o s i c i ó n , y a n t e la i m p o s i b i l i d a d d e l l e g a r a u n a d e l i m i t a c i ó n s a t i s f a c t o r i a , p a r e c e l l e g a r a l a c o n c l u s i ó n d e q u e n o es n e c e s a r i o o , al m e n o s e s e n c i a l , d e t e r m i n a r d e s d e u n a p e r s p e c t i v a c i e n t í f i c a las u n i d a d e s s o b r e las q u e d e b e n o p e r a r l o s e s t t i d i o s s o b r e las l e n g u a s . En la mayoría de los campos q u e son objetos de ciencia, la cuestión de las unidades n o se plantea siquiera: están dadas desde el p r i n c i p i o . [...] C u a n d o la ciencia n o presenta unidades concretas inmediatamente reconocibles, es q u e n o son esenciales. [...] Pero lo m i s m o que el juego de ajedrez está p o r entero en la c o m b i n a c i ó n de las diferentes piezas, así la lengua tiene el carácter de u n sistema basado c o m p l e t a m e n t e en la o p o s i c i ó n de sus unidades concretas. N o es posible dispensarse de conocerlas, n i dar u n paso sin recurrir a ella; y, sin embargo, su d e l i m i t a c i ó n es u n p r o b l e m a tan delicado q u e u n o se pregunta si tales unidades están realmente dadas. La lengua presenta pues ese carácter extraño y sorprendente de n o ofrecer entidades perceptibles a p r i m e r a vista, sin q u e p u e d a dudarse, sin embargo, de q u e existan y de q u e es su juego l o q u e la constituye. Ese es sin d u d a u n rasgo q u e la distingue de todas las demás instituciones semiológicas. N o o b s t a n t e , a p e s a r d e las serias d i f i c u l t a d e s c o n las q u e y a se e n f r e n t ó S a u s s u r e , e l i n t e n t o d e d e l i m i t a r la u n i d a d palabra ha s i d o u n a c o n s t a n t e d e l o s e s t u d i o s l i n g ü í s t i c o s hasta n u e s t r o s días. V e a m o s a l g u nas muestras. 852 CAUCE. Núm. 20-21. MARTÍNEZ LÓPEZ, Juan A.. La palabra como unidad de significado: ... LA PALABRA COMO UNIDAD DE SIGNIFICADO: ALGUNAS EXCEPCIONES AL RESPECTO J. L y o n s ( 1 9 6 8 : 1 9 9 y ss.) t i e n e e n c u e n t a l a s d e f i n i c i o n e s anteriores d e p a l a b r a ( p a r t i c u l a r m e n t e las c l á s i c a s ) p a r a o b s e r v a r q u e la p a l a b r a h a s i d o definida e n b a s e a m u y diferentes criterios: a ) La p a l a b r a c o m o c u a l q u i e r s e g m e n t o d e u n a o r a c i ó n l i m i t a d o p o r p u n t o s sucesivos e n los q u e s o n posibles p a u s a s . b ) La p a l a b r a c o m o l a u n i ó n d e u n s i g n i f i c a d o p a r t i c u l a r c o n complejo particular d e sonidos capaz d e u n e m p l e o gramatical un particu­ lar. c ) La p a l a b r a c o m o f o r m a 7 libre m í n i m a . La p r i m e r a ( a ) p r e s e n t a g r a v e s i n c o n v e n i e n t e s a l a h o r a d e i d e n t i f i ­ c a r los d e r i v a d o s , las p a l a b r a s c o m p u e s t a s y otras c o n s t r u c c i o n e s que m a n t i e n e la p o s i b i l i d a d d e p l u r i v e r b a l i d a d o m o n o v e r b a l i d a d al m i s m o t i e m p o e n u n a l e n g u a d a d a , i n c l u s o e n la l e n g u a e s c r i t a . Sin e m b a r g o , 7. Esta definición, basada en las teorías de L. Bloomfield (1933: 178), podría pre­ sentar una mayor concreción si el término -forma» no hubiese tomado tantos sentidos a lo largo de la historia. Téngase en cuenta que dicho término ya era utilizado por Aristóteles, como destaca Lyons (op. cit. pág. 198), quien lo ponía en consonancia con las propiedades 'accidentales' y 'esenciales' de las cosas, es decir, manifestaciones estruc­ turales superficiales contextualmente condicionadas de determinadas categorías gramati­ cales, como por ejemplo el número (en el sistema nominal) o el tiempo (en el sistema verbal). En este sentido, las propiedades abstractas de la unidades subyacentes -las representadas en las diferentes categorías gramaticales- conforman las propiedades esen­ ciales: palabras o (lexemas). Mientras, las formas, fruto de las necesarias relaciones sin­ tagmáticas de las anteriores, constituyen lo 'circunstancial' o accidental'. También desde la perspectiva de la gramática tradicional, el término «forma» se ha utilizado para referir­ se a diferentes entidades, a pesar de carecer de una definición exacta, esto es, desde una concepción meramente intuitiva. A este respecto, F. Palmer (1971: 34-40) se ha referido a la oposición «forma—contenido» como las dos entidades del signo lingüístico, equipa­ rable, según algunos autores, a la entidad palabra. En otros casos -nota Palmer- la o p o ­ sición se ha centrado en otros criterios: «forma—función». Desde la perspectiva de la gramática estmctural, el concepto «forma» toma diferen­ tes derroteros. Así, para Saussure: «la lengua es una forma y no una sustancia». No es la lengua, por tanto, para él una acumulación de manifestaciones que puedan ser descritas (físicamente) respecto a su sustancia (fónica o gráfica), sino más bien 'forma' en el sen­ tido de un sistema de elementos que se determinan recíprocamente en su valor. Para ilustrar esta idea contrasta la lengua con el juego de ajedrez, donde lo irrelevante es el material con que están hechas las figuras y lo fundamental la función de cada una en el tablero, fijada mediante reglas convencionales y sistemáticas. Dentro de esta misma corriente de investigación teórica, L. Bloomfield (op. cit. pág. 158) afirma lo siguiente: -Toda forma lingüística es un número fijo de unidades indica­ tivas, los fonemas». De aquí que, unas líneas más abajo, distinga entre formas 'libres' (free) y formas 'ligadas' (bound): «Una forma lingüística que no se dice nunca sola es una forma 'ligada'; todas las demás (como por ejemplo, Juan corría o Juan o correr o corriendo) son formas 'libres». 853 CAUCE. Núm. 20-21. MARTÍNEZ LÓPEZ, Juan A.. La palabra como unidad de significado: ... JUAN A. MARTINEZ LOPEZ llevando e l c r i t e r i o a s u ú l t i m o e x t r e m o , s e trataría de u n c r i t e r i o e x t r a l i n g ü í s t i c o que r e q u e r i r í a e l apoyo del lenguaje escrito, y, p o r tanto, plantearía graves i n c o n v e n i e n t e s para operar con é l . La segunda ( b ) presenta, también, ciertos i n c o n v e n i e n t e s . A veces, u n significado está sustentado e n u n complejo p l u r i v e r b a l ; p i é n s e s e , p o r ejemplo, e n l a s e x p r e s i o n e s fijas del lenguaje. Además habría que cons i d e r a r qué ocurre con l o s casos de p o l i s e m i a de ciertos t é r m i n o s . ¿Responden a la m i s m a palabra o s o n , e n esencia, otras diferentes? P o r ú l t i m o , la tercera d e f i n i c i ó n tampoco está l i b r e de críticas. E n p r i m e r lugar porque, s u p o n i e n d o que sea aplicable, corresponde m á s b i e n a palabras fonológicas que a gramaticales. Repárese e n las palabras compuestas y en l o s diferentes t i p o s de éstas teniendo e n cuenta tanto s u estructura como s u significado. O , i n c l u s o , ¿qué ocurre cuando se u t i l i z a n t é r m i n o s p r o p i o s del metalenguaje? S. U l l m a n n (1976: 46 y s s . ) , a pesar de conceder gran importancia al hecho de que l o s hablantes puedan percibir y aislar l a s palabras p o r métodos puramente o b j e t i v o s , cree que e l l o n o puede proporcionar, s i n embargo, una v í a segura para desvelar la verdadera estructura del l e n guaje. Consecuentemente, busca diferentes c r i t e r i o s l i n g ü í s t i c o s que den v a l o r o a n u l e n la creencia i m p l í c i t a de la autonomía de la palabra. Para e l l o s e basa en tres c r i t e r i o s : a) La palabra como unidad fonológica. Ciertamente, e n e l fluir d i s - c u r s i v o s o n raras las palabras que s e mantienen con fonética. D i c h a pérdida de independencia independencia ha causado, e n ocasiones, efectos permanentes en la f o r m a de una palabra: b i e n , e n la 8 ración reconfigu- de s u sustancia, b i e n creando varias f o r m a s e n f u n c i ó n del con- texto. Parece, p o r tanto, o b v i o que l a s palabras n o s o n tratadas, e n el habla, como unidades fonéticas. N o obstante l o anterior, las observacio- nes de K . B ü h l e r ( 1 9 3 4 : 2 9 9 y s s . ) s u g i r i e r o n la existencia de ciertos r a s gos que, e n u n elevado n ú m e r o de casos, c o n s t i t u y e n u n s e l l o «fonemá9 tico distintivo». Y , ciertamente, e s t u d i o s p o s t e r i o r e s han demostrado que rasgos como el acento, y combinaciones el alargamiento de sonidos y compensatorio, la armonía vocálica sonidos iniciales constituyen una buena base s o b r e la que se puede fundamentar la unidad fonológica de las palabras. Queda, a pesar de todo, m u c h o que p r o f u n d i z a r e n ese 8. Término acuñado por C. F. Hockett. Este considera la «reconfiguración» como un caso especial de la «reinterpretación» o del «metanálisis». Cfr. Ullmann (1976: 47, nota 3). 9. Véase Ullmann (1976: 49, nota 4). 854 CAUCE. Núm. 20-21. MARTÍNEZ LÓPEZ, Juan A.. La palabra como unidad de significado: ... LA PALABRA COMO UNIDAD DE SIGNIFICADO: ALGUNAS EXCEPCIONES AL RESPECTO campo -fundamentalmente p o r q u e l o s diferentes rasgos proyectan dife­ rencias desde m u y intensas hasta m u y discretas y p o r q u e además n o parecen actuar de m o d o homogéneo-. A s í p u e s , de cualquier f o r m a , parece estar clara la existencia de i n d i c i o s que pueden m o s t r a r en el p l a n o f o n o l ó g i c o la u n i d a d de la palabra, e n o p o s i c i ó n a l o que aconte­ ce en el plano fonético. b ) La palabra como unidad gramatical. Palabras plenas y palabras formas. Saca a escena aquí U l l m a n n la compleja problemática iniciada con A r i s t ó t e l e s y aún n o satisfecha en n u e s t r o s días. La disparidad de c r i ­ t e r i o s -ya semánticos, ya m o r f o l ó g i c o s - y las dificultades que m a n i f i e s t a n cada u n o p o r separado a la hora de encontrar rasgos, de u n o u o t r o tipo, que sean capaces de englobar todas las categorías l é x i c a s y modalidades f o r m a l e s i m p i d e llegar a una s o l u c i ó n satisfactoria. N o parece que ésta se haya encontrado aún. c) La palabra como unidad de significado. U l l m a n n centra este epí­ grafe e n la importancia del contexto para determinar l o s s i g n i f i c a d o s de las palabras. A pesar de e l l o , ya n o s h e m o s r e f e r i d o en l í n e a s anteriores a la dificultad que, desde el p l a n o semántico, plantea la d e f i n i c i ó n del t é r m i n o «palabra». La bibliografía s o b r e trabajos que de una f o r m a u otra han indaga­ do en el e s t u d i o de la palabra se hace casi i n t e r m i n a b l e . Q u i z á s sea e l l o -diferentes concepciones s o b r e las que se ha cargado el t é r m i n o y las intersecciones habidas con o t r o s t é r m i n o s y conceptos-, l o que ha l l e ­ vado el asunto a una intrincada bibliografía de la que es d i f í c i l extraer ideas claras y precisas que salgan i n d e m n e s de crítica. 10 Parece conveniente, p o r tanto, que, para continuar n u e s t r a e x p o s i ­ ción, r e t o m e m o s las palabras de S a u s s u r e -con q u i e n casi s i e m p r e hay que estar de acuerdo-, e n el s e n t i d o de que n o parece necesaria una d e f i n i c i ó n precisa de palabra s i dichas unidades v i e n e n ya determinadas de f o r m a inequívoca p o r otras vías, a pesar de que éstas n o estén basa­ das en parámetros l i n g ü í s t i c o s . Esta concepción, s e g ú n la cual la palabra es u n ente l i n g ü í s t i c o que n o plantea dudas a l o s hablantes cualquiera que sea s u n i v e l cultural, v i e n e apoyada p o r l o s e s t u d i o s de E . S a p i r (1949: 33) s o b r e las lenguas amerindias. 10. Por citar alguna bibliografía relevante al respecto, sin pretender en absoluto exhaustividad, daremos los siguientes nombres. S. Abraham (1967: 5 y ss), J. D. Apresjan (1971: 17 y ss.), A. Carstairs (1971: 107-110), K. Heger (1971), F. Hiorth (1958: 1-26), J. Krámsky (1969), R. L. Miller (1966: 90-96), A. Penttilá (1972: 32-37), E. Pulgram (1970), A. Rosetti (1965: 11-46), H. Seiler (1964: 767-770). S. Ullmann (1959: 50 y ss) y V. M. Zirmunski (1966: 65-91). 855 CAUCE. Núm. 20-21. MARTÍNEZ LÓPEZ, Juan A.. La palabra como unidad de significado: ... J U A N A. MARTÍNEZ LÓPEZ El i n d i o ingenuo, completamente desacostumbrado al concepto de la palabra escrita, n o tiene, sin embargo, ninguna dificultad seria e n dic­ tar u n texto a u n e m d i t o lingüista palabra p o r palabra; tiende, p o r supuesto, a juntar sus palabras c o m o e n el habla real, pero si se le hace parar y se le da a entender l o q u e se desea, prontamente puede aislar las palabras e n cuanto tales, repitiéndolas c o m o unidades. T a m b i é n H o c k e t t ( 1 9 5 8 : 167) h a r e c u r r i d o a e s t e criterio extraling ü í s t i c o , m u y a p r o x i m a d o a la d e f i n i c i ó n d e Lyons, c a p a z d e d e l i m i t a r o b j e t i v a m e n t e y d e f o r m a p r e c i s a u n i d a d e s s o b r e las q u e c e n t r a r a l g u ­ n a s i n v e s t i g a c i o n e s s o b r e la l e n g u a . Este la d e f i n e c o m o : «Un s e g m e n t o d e u n a o r a c i ó n l i m i t a d a p o r p u n t o s s u c e s i v o s y e n el q u e e s p o s i b l e u n a pausa». P a r e c e q u e s e a é s t e , a la p o s t r e , el criterio q u e m e j o r s u s t e n t e la i d e a objetiva d e p a l a b r a y, e n c o n s e c u e n c i a , el q u e n o s o t r o s h e m o s s u s ­ crito - p o r las c a u s a s q u e m á s a d e l a n t e e x p l i c a r e m o s - p a r a llevar a d e l a n ­ te n u e s t r o análisis. 2. T I P O S D E LENGUAJE C o m o i n t r o d u c c i ó n a los d o s t i p o s d e v o c a b l o s q u e c o n s t i t u y e n la parte central d e este artículo, h a r e m o s u n b r e v e c o m e n t a r i o e n relación c o n el t i p o d e l e n g u a j e d o n d e é s t o s a p a r e c e n . 2.1. Es b i e n s a b i d o q u e los p r o c e s o s d e c o m u n i c a c i ó n s e a r t i c u l a n e n d o s m o d a l i d a d e s e s t r u c t u r a l e s b i e n d i f e r e n c i a d a s . U n a p r i m e r a , a la q u e p o d e m o s d e n o m i n a r estructura literal, está f u n d a m e n t a d a s o b r e los c o m p o n e n t e s l é x i c o s d e lo q u e o b j e t i v a m e n t e s e h a n d e n o m i n a d o pala­ bras. D e f o r m a q u e el r e s u l t a d o c o m u n i c a t i v o es, e n g r a n m e d i d a , u n a s u m a d e los c o n s t i t u y e n t e s l é x i c o s d e d i c h o s t é r m i n o s . La s e g u n d a m o d a l i d a d está f o r m a d a p o r e s t r u c t u r a s , g e n e r a l m e n t e i n s e r t a s e n la m o d a l i d a d anterior, c u y o significado n o e s d e d u c i b l e a partir d e las u n i ­ d a d e s léxicas q u e las f u n d a m e n t a n , al m e n o s e n s e n t i d o estricto. Este c o m p o n e n t e d e l l e n g u a j e lo p o d e m o s l l a m a r estructura figurada. A él r e s p o n d e t o d o lo q u e g l o b a l m e n t e s e h a d e n o m i n a d o «metáfora». A h o r a bien, dentro d e este último g r u p o ha d e establecerse, antes d e continuar, otra d i v i s i ó n n e c e s a r i a . P o r u n a p a r t e , la m e t á f o r a creativa, la c u a l aflora d e u n p r o c e s o d e e v o c a c i ó n p o é t i c a n e c e s i t a d o d e o r i g i n a l i d a d , p a r a lo c u a l s e utilizan p a l a b r a s c u y o significado p u e d e p r e s e n t a r ciertas d e r i v a ­ c i o n e s d e l q u e g e n e r a l m e n t e s e le a t r i b u y e ; d e o t r o l a d o , y t a m b i é n d e n ­ t r o d e lo q u e h e m o s d e n o m i n a d o e s t r u c t u r a figurada, s e h a l l a n ciertas 856 CAUCE. Núm. 20-21. MARTÍNEZ LÓPEZ, Juan A.. La palabra como unidad de significado: ... LA PALABRA COMO UNIDAD DE SIGNIFICADO: ALGUNAS EXCEPCIONES AL RESPECTO estructuras p l u r i v e r b a l e s petrificadas que s o n reproducidas p o r l o s hablantes en ciertos actos de habla y que, s a l v o pocas excepciones, m a n ­ t i e n e n u n significado n o deducible de s u s componentes l é x i c o s . E s decir, este apartado l o constituye el conjunto de l o que se ha v e n i d o d e n o m i ­ nando en época reciente expresiones fijas o unidades fraseológicas. E n todos l o s casos se parte de la palabra como u n i d a d léxica ya crea­ da e n la lengua y con u n significado p r o p i o de todos l o s hablantes cono­ cido. E n este ú l t i m o g r u p o , e s t u d i o s m u y recientes, cuyo objeto de análi­ s i s era el d i s c u r s o intercomunicativo, han puesto en evidencia la e x i s t e n ­ cia de palabras que, apareciendo insertas en otras estructuras m a y o r e s ya fijadas, carecen de significado a pesar de que s í l o posea la construcción en s u totalidad. N o s r e f e r i m o s , pues, a las denominadas palabras «idiomáticas». A t í t u l o i l u s t r a t i v o p r o p o n d r e m o s l o s siguientes e j e m p l o s : «buten» - > de «ajas» de ajas, -> buten pajas «traque», «barraque» - > «bruces» -> de «birlibirloque» «calonje» - > «garete» - > a traque barraque bruces - > por arte ni monje irse al ni de birlibirloque calonje garete 2.2. S i anteriormente h e m o s establecido diferencias entre el l e n ­ guaje literal y el lenguaje figurado para t e r m i n a r extrayendo la base de l o que p o s t e r i o r m e n t e será objeto de u n a n á l i s i s más detallado, e n el presente epígrafe v a m o s a s i t u a r l a s características del lenguaje e n cuyo e n t o r n o t i e n e n lugar l o que n o s o t r o s h e m o s d e n o m i n a d o palabras canal. Parece o c i o s o decir h o y que las diferencias entre e l lenguaje tal como es u s a d o en el d e c u r s o del habla (lenguaje o r a l ) y e l lenguaje tal como se d e s a r r o l l a en l o s t e x t o s (lenguaje e s c r i t o ) alcanzan n i v e l e s que pocos e n s i g l o s anteriores podían prever; hechos que han empezado a s e r evidenciados a partir de l a s m o d e r n a s teorías basadas e n e l a n á l i s i s del d i s c u r s o . E s b i e n conocido -a este respecto- que e l lenguaje e s c r i t o (ya sea u n a obra literaria, ya sea u n a s i m p l e carta f a m i l i a r ) presenta una configuración más cuidada y precisa, f r u t o de u n a m a y o r d i s p o n i b i l i d a d de t i e m p o y de u n intento de perfección de aquello que está destinado a p e r d u r a r . A d e m á s - y esto e s l o más importante-, n u e s t r o receptor n o 11 11. Véase F. Lázaro Carreter (1980), quien ha estudiado en profundidad los objeti­ vos y las particularidades de esta modalidad del lenguaje. 857 CAUCE. Núm. 20-21. MARTÍNEZ LÓPEZ, Juan A.. La palabra como unidad de significado: ... JUAN A. MARTÍNEZ LÓPEZ está presente, p o r l o que el mensaje n o está necesitado de p o n e r e n alerta a n u e s t r o intercomunicador p r e v i o l a n z a m i e n t o del mensaje; y , p o r otra parte, este mensaje poseerá u n s o l o s e n t i d o , esto e s , del e s c r i t o r al receptor ( l e c t o r ) , hecho que deja fuera todo u n c ú m u l o de presuposiciones y sobreentendidos p r o p i o s de la comunicación coloquial que, en consecuencia, han de s e r s u p l i d o s p o r u n a m a y o r p r e c i s i ó n e n e l l e n guaje escrito. U n a cosa ha de quedar clara antes de p r o s e g u i r ; n o debe c o n f u n d i r s e e l lenguaje escrito con la escritura, p u e s ésta, a diferencia de la anterior, s ó l o e s u n a t r a n s c r i p c i ó n f i e l del lenguaje o r a l al lenguaje codificado mediante letras ( t r a n s c r i p c i ó n f i e l del fonema a la letra). Q u i e r e decirse con esto que la escritura n o e s más que u n d e c u r s o coloquial cuya estructura se ha pasado fielmente al papel. S i t u á n d o n o s en e l plano puramente c o l o q u i a l , h e m o s p o d i d o observar que a l o largo de la intercomunicación, l o s hablantes u t i l i z a n ciertas palabras al i n i c i o de cada alegación, i n c l u s o a veces, e n varias ocasiones en e l t r a n s c u r s o de u n a m i s m a alocución. E s t e hecho -como p o s t e r i o r m e n t e v e r e m o s de f o r m a más detallada- r e s p o n d e a d o s necesidades p r o p i a s de la comunicación directa: a) E l hablante, al iniciar s u alocución, tiene la necesidad de p o n e r e n alerta a s u oyente con el f i n de que preste atención a s u d i s c u r s o , tanto a s u s palabras como a s u gesticulación; hecho que p e r m i t i r á m a n tener u n alto n i v e l de c o m p r e n s i ó n al evitar la ambigüedad derivada de la distracción del o y e n t e . 12 b ) Además, e l tiempo de p r o n u n c i a c i ó n de estas palabras, que generalmente se hace de f o r m a m u y pausada, p e r m i t e s e g u n d o s ( o décimas de s e g u n d o ) al que va a i n i c i a r s u alegación, vitales para e s t r u c t u rar en l a s palabras correctas la base de s u p e n s a m i e n t o . c) E l oyente tiene u n m e c a n i s m o para m o s t r a r al hablante que está atento y que comprende correctamente el mensaje (sí, vale, ahá, etc.). L a s palabras canal más u s u a l e s en e s p a ñ o l , a t e n o r de l o o b s e r v a do en las t r a n s c r i p c i o n e s de encuestas, han resultado s e r las s i g u i e n t e s : bien, bueno, sí, ya, hombre. P o s t e r i o r m e n t e n o s r e f e r i r e m o s a ellas de 12. Obsérvese que en situaciones del habla coloquial en las que no se tiene presente al interlocutor (por ejemplo en los casos en que la comunicicación se lleva a cabo mediante radioteléfonos), existen vocablos como «cambio», «corto», cuyo objeto no es otro que dar la palabra al interlocutor y dar por terminada la conversación, respectivamente. En la conversación telefónica, más lineal, el sistema es más parecido al cara a cara. No obstante, en todos estos tipos de conversación inciden otros factores como es la entonación, que previene al interlocutor ante el inminente final de la alegación. 858 CAUCE. Núm. 20-21. MARTÍNEZ LÓPEZ, Juan A.. La palabra como unidad de significado: ... LA PALABRA COMO UNIDAD DE SIGNIFICADO: ALGUNAS EXCEPCIONES AL RESPECTO f o r m a m á s detallada. T a n t o u n o como o t r o tipo, palabras idiomáticas y palabras canal, se articulan fundamentalmente -como ya h e m o s dichoen el habla coloquial. A este hecho s e debe que hasta h o y poco o n i n g ú n caso hayan recibido de m a n o s de l o s l i n g ü i s t a s . 3. LA PALABRA IDIOMÁTICA La palabra idiomática ha s i d o definida e n relación con s u particular f o r m a de aparición e n e l decurso comunicativo: «un elemento l i n g ü í s t i co que, p o r r a z o n e s d i v e r s a s - h i s t ó r i c a s principalmente-, aparece única y e x c l u s i v a m e n t e dentro del marco de u n a l o c u c i ó n » " . E l t é r m i n o «locución» ya quedó d e f i n i d o p o r J . Casares ( 1 9 9 2 : 1 7 0 ) de la s i g u i e n t e f o r m a : «Combinación estable de d o s o más t é r m i n o s , que f u n c i o n a n como elemento oracional y cuyo s e n t i d o u n i t a r i o consabido n o s e justifica, s i n m á s , como u n a s u m a del significado n o r m a l de l o s componentes». E s t a m o s , p u e s , ante u n t i p o de palabra cuya aparición en u n texto determina la existencia de u n a locución. A h o r a b i e n , dentro del marco de l a s locuciones, y s a l v o casos e x t r e m o s que n o aceptan la d e f i n i c i ó n apuntada p o r Casares, u n hecho fundamental es que s u significado «no se j u s t i f i c a s i n m á s , como u n a s u m a del significado n o r m a l de l o s componentes». A pesar de e l l o la m a y o r í a de l a s l o c u c i o n e s están c o n s t i t u i das p o r «palabras» l i b r e s de aparecer en o t r o s contextos fuera del cont o r n o locucional, como s e observa e n l o s s i g u i e n t e s e j e m p l o s : estar hacer [alguien] a la luna de Valencia [alguien] de su capa un sayo = 'estar d i s t r a í d o , absorto' = 'obrar l i b r e m e n t e en u n a s u n - to que s ó l o a é l le atañe' colgar [alguien] el mochuelo [a alguien] = 'cargar la culpa i n j u s t a - mente a alguien' U n o s de l o s rasgos fundamentales de estas e x p r e s i o n e s es que en m u c h o s de l o s casos la estructura es poseedora a la v e z de d o s s e n t i d o s : u n o derivado del p r o p i o significado de l a s palabras, y o t r o «idiomático» ( f i g u r a d o ) que s e ha forjado en la m e m o r i a de l o s hablantes a partir de u n a circunstancia particular, y que ha t e r m i n a d o generalizándose e n e l 13. Cfr. M. García-Paje (1990). No obstante, el término «palabra idiomática» parece haber sido acuñado por A. Reichling (1963), cfr. A. Zuluaga (1980: 18). A. Zuluaga prefiere el término «signo diacrítico» (pág. 102-3). 859 CAUCE. Núm. 20-21. MARTÍNEZ LÓPEZ, Juan A.. La palabra como unidad de significado: ... JUAN A. MARTÍNEZ LÓPEZ d e v e n i r d e la p r o p i a l e n g u a . D e h e c h o , v i s t a s f u e r a d e c o n t e x t o , y a c e la d u d a d e si e s t a m o s r e a l m e n t e a n t e u n a e x p r e s i ó n f i j a ( l o c u c i ó n ) o p o r e l c o n t r a r i o , es u n a f o r m a c i ó n d e l d i s c u r s o l i b r e . A d i f e r e n c i a d e las a n t e r i o r e s , las l o c u c i o n e s s i g u i e n t e s p r e s e n t a n particularidades dignas de notar: poner [ a l g u i e n ] pies de bóbilis, andar bóbilis en polvorosa = 'huir' = 'gratis, d e b a l d e ' [ a l g u i e n ] a la bardanza = 'ir d e u n l a d o p a r a o t r o ' E n d i c h o s c a s o s , las p a l a b r a s polvorosa, bóbilis y bardanza carecen d e s i g n i f i c a d o p o r sí m i s m a s e n la p r o p i a l e n g u a , d e f o r m a q u e s u s i m ple aparición muestra de f o r m a inequívoca que estamos ante una e x p r e s i ó n f i j a . N o es, p o r t a n t o , e x t r a ñ o q u e n o f o r m e n p a r t e d e l c a u d a l l é x i c o d e l o s d i c c i o n a r i o s c u y o o b j e t i v o es ú n i c a m e n t e e l s i g n i f i c a d o l é x i c o d e las p a l a b r a s ( v o c a b l o s ) . E n l o s g r a n d e s d i c c i o n a r i o s d e l e n g u a (D. R.A.E. y D . U . E . ) , a p a r e c e n a l g u n a s , h a c i é n d o s e la s a l v e d a d d e q u e s u b sisten exclusivamente e n el m a r c o de u n a d e t e r m i n a d a l o c u c i ó n , para l o q u e a p o r t a n e l s i g n i f i c a d o d e la l o c u c i ó n e n c o n j u n t o , n o , o b v i a m e n t e , e l d e la p a l a b r a i d i o m á t i c a . A p r i o r i , esta d i f e r e n c i a c i ó n e n t r e c o n s i g n i f i c a d o y palabras q u e carecen de él p u e d e palabras parecer fácil de d e t e r m i n a r ; s i n e m b a r g o , e l a n á l i s i s p o r m e n o r i z a d o d e este a s u n t o a r r o ja p r o b l e m a s q u e a ú n h o y e s t á n s i n d e l i m i t a r c l a r a m e n t e . A este h e c h o nos v a m o s a referir c o n más detalle. 3.1. Procedencia de las palabras «idiomáticas». Tipos 3 . 1 . 1 . Se h a h e c h o h i n c a p i é , y a e n la m i s m a d e f i n i c i ó n d e p a l a b r a i d i o m á t i c a q u e h e m o s a p o r t a d o e n l í n e a s a n t e r i o r e s , e n q u e u n a d e las causas f u n d a m e n t a l e s d e la e x i s t e n c i a d e éstas es e l f a c t o r d i a c r ó n i c o . Y e n e f e c t o , la p r o p i a a n d a d u r a d e la l e n g u a a l o l a r g o d e l o s s i g l o s h a l l e v a d o a p a r e j a d a u n a i n c e s a n t e e v o l u c i ó n d e la e s t r u c t u r a y s i g n i f i c a d o d e los v o c a b l o s , c r e a n d o o p r e s t a n d o t é r m i n o s n u e v o s y c o n d e n a n d o o t r o s al o l v i d o y , c o m o c o n s e c u e n c i a , a s u d e s a p a r i c i ó n . Así, e r a a en g e n e r a l la p a l a b r a , t o m a d a c o m o u n i d a d d e f o r m a y s i g n i f i c a d o , la q u e s u f r í a d i c h o s p r o c e s o s . S i n e m b a r g o , c u a n d o se p o n e e n f u n c i o n a m i e n t o e l l e n g u a j e f i g u r a d o , l o s s i g n i f i c a d o s n o se h a l l a n s u s t e n t a d o s - c o m o y a h e m o s v i s t o - e n las p a l a b r a s i n d i v i d u a l e s , s i n o q u e se d e r i v a n d e l c o n j u n t o d e la c o n s t r u c c i ó n c o m p l e j a . H a d e s u p o n e r s e , p o r p o n e r u n e j e m p l o q u e l o i l u s t r e , q u e la e x p r e s i ó n a calzas prietas, 860 CAUCE. Núm. 20-21. MARTÍNEZ LÓPEZ, Juan A.. La palabra como unidad de significado: ... se f o r j ó e n u n LA PALABRA COMO UNIDAD DE SIGNIFICADO: ALGUNAS EXCEPCIONES AL RESPECTO determinado m o m e n t o cuando calzas formaba parte del l é x i c o c o r r i e n te de la lengua, cosa poco probable cuando el t é r m i n o deja de s e r u t i l i zado p o r l o s p r o p i o s hablantes. D e hecho, l o s hablantes e n general, a excepción de l o s que posean cierta f o r m a c i ó n e n la diacronía de la l e n gua española, i g n o r a n el significado h i s t ó r i c o de dicha palabra y , en consecuencia, estarán de acuerdo en que esa palabra e x i s t e e x c l u s i v a m e n t e e n dicha e x p r e s i ó n ; es decir, conocen el significado de esa e x p r e s i ó n , pero n o el de la palabra e n s í . Cuanto más n o s r e t i r e m o s e n e l t i e m p o y se vaya perdiendo la relación etimológica, m a y o r será e l p r o b l e m a para determinar la esencia de dicha palabra. N o obstante, h a n de tenerse en cuenta o t r o s factores que h a n i n c i d i d o e n la f o r m a c i ó n de estas e x p r e s i o n e s portadoras de palabras asemánticas s o b r e l a s que s e ha hecho poco hincapié p o r parte de l o s i n v e s t i g a d o r e s . 3.1.2. Palabras idiomáticas derivadas de p r é s t a m o s de otras lenguas. A veces ocurre que u n a palabra extranjera, que n o ha pasado a f o r m a r parte de una lengua como mera unidad semántica, es i n c l u i d a p o r u n h a b l a n t e dentro de una estructura compleja que, p o r s u significado g l o bal fácilmente s o b r e e n t e n d i d o (aunque f i g u r a d o ) , queda petrificada y es repetida así p o r l o s hablantes como unidad léxica de la lengua. D i c h a palabra -como ya queda dicho-, n o ha pasado a f o r m a r parte del caudal l é x i c o de la lengua tal cual, s i n o que queda aprisionada e n una estructura que es repetida p o r l o s hablantes, y fuera de esta m i s m a estructura es totalmente desconocida para aquellos que n o p o s e e n c o n o c i m i e n t o s s o b r e la lengua donante. O b s é r v e n s e l o s s i g u i e n t e s e j e m p l o s 14 A todo full A l bies De postín 14. Las causas por las que inicialmente un hablante introduce un término dentro de una estructura compleja de significado figurado pueden ser varias y, por su complejidad, difíciles de delimitar. N o obstante, es generalmente admitida la tendencia de los hablantes a la originalidad y a la necesidad de que el mensaje extrañe al oyente. Para lograr esto, el hablante pone en funcionamiento sus recursos expresivos. Uno de ellos consiste en poner en evidencia sus conocimientos lingüísticos tanto de la lengua propia como de una ajena, y es esta última tendencia la que parece ser la causante de los préstamos en las estructuras idiomáticas. Evidentemente, el hecho de que un hablante utilice en una ocasión cierto recurso expresivo no crea la expresión fija portadora de la palabra idiomática, sino que es la reutilización de ese recurso por otros hablantes, generalmente con el mismo afán que el originario, a lo que debemos atribuir su generalización hasta formar parte de una unidad léxica compleja de la lengua. 861 CAUCE. Núm. 20-21. MARTÍNEZ LÓPEZ, Juan A.. La palabra como unidad de significado: ... JUAN A. MARTÍNEZ LÓPEZ C o m o palabras idiomáticas n o s o n u t i l i z a b l e s l i b r e m e n t e en el espa1 5 ñ o l . Se trata de vocablos procedentes del i n g l é s , francés e h i n d ú , r e s pectivamente, que s ó l o f u n c i o n a n e n l a s construcciones estables que h e m o s presentado. E l significado de la e x p r e s i ó n puede estar en m a y o r o m e n o r medida relacionado con el vocablo o r i g i n a r i o ; aun así, parece d i f í c i l establecer reglas del comportamiento semántico, m á x i m e s i s e tiene e n cuenta la modificación categorial s u f r i d a . N o es de extrañar, en consecuencia, que l o s hablantes desconozcan el significado de dicho vocablo en s u lengua o r i g i n a r i a , a pesar de u s a r lo en una estructura compleja portadora de u n significado u n i t a r i o , i m p o s i b l e de d e l i m i t a r u n i d a d p o r unidad. 3 . 1 . 3 - Palabras idiomáticas originadas p o r la d e s f i g u r a c i ó n fónica de l o s hablantes e n v i r t u d de diferentes factores: cómicos, l ú d i c o s , r í t m i c o s , etc. E s t e hecho ha s i d o m e j o r estudiado p o r la p a r e m i o l o g í a en relación con l a s particularidades f o r m a l e s que representan algunas palabras i n s e r 16 tadas en l o s r e f r a n e s . A l g o s i m i l a r e n este s e n t i d o , aunque en una escala m u c h o menor, ha o c u r r i d o con ciertas palabras que se han c o n s t i t u i do como parte esencial de algunas locuciones, fundamentalmente en las 17 de carácter a d v e r b i a l . E s t a s deformaciones v i e n e n en m u c h o s casos derivadas de búsquedas r í t m i c a s cuyo i n t e r é s n o es o t r o que llamar la atención s o b r e la p r o p i a f o r m a del mensaje, como se observa en las siguientes expresiones: D e coza en coroza V u e l v e usté donde fuste 15. Según afirma M. Moliner (1992) se trata de una palabra gitana originada en el hindú, idioma en el que significa «piel». 16. Sin duda, los refranes, poseedores de una estructura más compleja, dan más juego a la hora de configurar su carácter rítmico. Ello, unido a su independencia discursiva, explica por qué este tipo de rasgo ha quedado más patentizado en estas peculiares construcciones, las cuales han sido objeto de estudio durante varios siglos al presentar ciertas semejanzas con el lenguaje literario, con la poesía en particular. 17. Esta afirmación la hacemos en base al estudio desarrollado durante el transcurso de la redacción del Diccionario de expresiones y locuciones del español (en elaboración), donde hemos podido constatar que la inmensa mayoría de las palabras idiomáticas constituyen locuciones adverbiales, del tipo: a ojos cegarritas, a cercén, de consuno, a coxcojita, de coza en coroza, en cuclillas, a espetaperro, en un periquete, etc. No obstante, también se encuentran estas palabras en la estructura de locuciones verbales c o m o lo demuestran los siguientes ejemplos: tirar [alguien] de cupitel, tomar [alguien] el pendengue, dar [alguien] en el quid, irse [algo] al garete, etc. 862 CAUCE. Núm. 20-21. MARTÍNEZ LÓPEZ, Juan A.. La palabra como unidad de significado: ... LA PALABRA COMO UNIDAD DE SIGNIFICADO: ALGUNAS EXCEPCIONES AL RESPECTO Mondo y lirondo Ito y v i t o Sudar el h o p o y el jopo Seco y merendeco Penseque, sanéque, 1 8 burréqne, todos s o n h e r m a n o s E s t a s n u e v a s configuraciones fónicas, que p o s t e r i o r m e n t e s e transcriben e n f u n c i ó n de la p r o n u n c i a c i ó n s i n referencia a n i n g ú n s i g n i f i c a do particular, pueden crear s e r i o s p r o b l e m a s e n e l lenguaje s i se tiene e n cuenta que, como h i j o s del más p u r o e s t i l o c o l o q u i a l , nunca h a n s i d o llevadas a la escritura e n el marco de la n o r m a culta y, p o r tanto, s u p r o nunciación y escritura están en f u n c i ó n de l o s matices f ó n i c o s del dialecto particular donde e s de u s o general. P o r otra parte, como se desprende de l o s e j e m p l o s anteriores, pueden d i s t i n g u i r s e d o s t i p o s básicos de entre las n u e v a s configuraciones: - L a s que parecen p u r a s creaciones lúdicas s i n referencia de aprox i m a c i ó n a o t r o t é r m i n o . S o n , e n conseciu >u ia, creaciones íntegras c u y o ú n i c o f i n e s llamar la atención del i n t e r l o c u t o r mediante u n a palabra i n u s u a l y vacía de contenido i n t r í n s e c o . D e n u e s t r o s a n t e r i o r e s e j e m p l o s p o d e m o s destacar: lirondo, ito, merendeco, sanéque, burréque. - O t r a s veces la nueva configuración toma como base otra palabra de u s o c o m ú n , cuya f o r m a se ha v i s t o modificada e n f u n c i ó n de necesidades rítmicas o cómicas, fundamentalmente. A s í , en referencia a n u e s t r o s anteriores e j e m p l o s , «coza» n o es más que u n a deformación de coz con el f i n de buscar la r i m a con el vocablo «coroza». E n e l s i g u i e n t e caso, v u e l v e usté donde fuste, fónicamente como usted la i n t e n c i ó n de r i m a r d o s t é r m i n o s tan alejados y fuiste se ha v i s t o e n la necesidad de m o d i f i - car a m b o s con el f i n de que n i n g u n o t e r m i n e de perder p o r completo s u identidad semántica. La s o l u c i ó n ha s i d o la pérdida de consonante f i n a l en el p r i m e r o y la e l i m i n a c i ó n del diptongo e n el s e g u n d o . C o m o resultado, la e x p r e s i ó n ha quedado fijada e n dicha f o r m a con la s e g u r i dad de que l o s hablantes, n o s i n cierto e s f u e r z o , alcanzarán a asociar l o s l e x e m a s con s u f o r m a p r i m i t i v a , s o b r e la que se fundamenta e l s i g n i f i cado e n conjunto. 18. La palabra -jopo- no es más que la transcripción directa de una pronunciación dialectal de «hopo» que revela hasta que punto la creatividad es un factor fundamental a la hora de estudiar el lenguaje coloquial y, en particular, aquellas expresiones portadoras de palabras «extrañas» en su estructura. 863 CAUCE. Núm. 20-21. MARTÍNEZ LÓPEZ, Juan A.. La palabra como unidad de significado: ... JUAN A. MARTÍNEZ LÓPEZ 3.1.4. Palabras procedentes de o t r o s lenguajes. E s t e cuarto tipo al que n o s estamos r e f i r i e n d o l o c o n s t i t u y e n aquellas palabras que, s i e n d o o r i g i n a r i a s de lenguajes técnicos, o pertenecientes a u n determinado dialecto, n o s o n de u s o c o m ú n , l o que conlleva u n alto índice de extrañeza para la generalidad de l o s hablantes. Se trata, p o r tanto, de e l e m e n tos que, aun perteneciendo a la m i s m a lengua, serán i n c o m p r e n s i b l e s para a q u e l l o s i n d i v i d u o s que carezcan del conocimiento de la t e r m i n o logía p r o p i a de diferentes ámbitos como pueden s e r l a s matemáticas, la m ú s i c a , el lenguaje m i l i t a r , el lenguaje t a u r i n o , etc. E l o r i g e n de dichas e x p r e s i o n e s hay que s i t u a r l o como u n intento de p r e c i s i ó n , p o r l u c i m i e n t o , p o r i r o n í a o p o r otras causas, que e n d e f i n i t i v a propiciarán el que d i c h o s t é r m i n o s pasen a f o r m a r parte del caudal l é x i c o general. E l l o ha determinado que palabras que corrientemente portan u n significado en s u e n t o r n o natural, carezcan de él cuando se i n s e r t a n e n u n a e x p r e s i ó n en u n r e g i s t r o diferente. D e esta f o r m a , la e x p r e s i ó n irse [algo] al garete procede del lenguaje m a r i n e r o con el significado de ' s e r llevada p o r la corriente una embarcación s i n g o b i e r n o ' , pero m u y pocos hablantes tendrán n o c i ó n de esta realidad. La e x p r e s i ó n a la funerala es o r i g i n a r i a del lenguaje m i l i t a r , y es e n este contexto donde toma el s i g nificado recto de 'manera de llevar las armas l o s m i l i t a r e s e n señal de d u e l o , con las puntas hacia abajo' ; en s e n t i d o general coloquial s i g n i fica 'en mal estado, de mala manera'. R e p a r e m o s en u n ú l t i m o ejemplo. La e x p r e s i ó n al alimón es u t i l i z a d a frecuentemente en la t e r m i n o l o g í a taurina para designar la 'manera de torear en cierta suerte en que manejan el capote entre d o s t o r e r o s ' . E n el lenguaje coloquial toma el s i g n i ficado de 'conjuntamente, entre v a r i o s ' . Como n o r m a general, puede decirse que las e x p r e s i o n e s fijas portadoras de palabras idiomáticas s u f r e n d o s p r o c e s o s semánticos e n s u paso al lenguaje coloquial de u s o general: de u n lado, de u n significado e n u n plano m u y particular se proyecta hacia o t r o m u c h o más general. P o r o t r o , de s i g n i f i c a d o s de gran concreción se pasa a o t r o s con u n m a y o r grado de abstracción. 19 20 21 Como c o l o f ó n a esta breve e x p o s i c i ó n s o b r e la existencia en l a s lenguas de palabras asemánticas insertas e n unidades complejas de s i g nificado, y a tenor de l o observado en l o s v a r i o s e j e m p l o s p r o p u e s t o s , ha de señalarse que las palabras a las que en este trabajo h e m o s deno- 19- Definición en sentido recto que, en el lenguaje marinero, se da a la expresión según el Diccionario de la R.A.E (1992). A su vez indica que la expresión irse al garete puede quizás proceder del francés être égaré, 'andar estraviado'. 20. M. Moliner (op. cit). 21. M. Moliner (op. cit.). 864 CAUCE. Núm. 20-21. MARTÍNEZ LÓPEZ, Juan A.. La palabra como unidad de significado: ... LA PALABRA C O M O U N I D A D D E SIGNIFICADO: ALGUNAS EXCEPCIONES AL RESPECTO minado «idiomáticas» genéricamente, pueden ser, en s e n t i d o estricto, b i e n realmente idiomáticas, supuestamente idiomáticas, o b i e n mantener u n u s o m u y reducido. A ú n así, el hecho de poseer u n significado desconocido para la m a y o r í a de l o s hablantes l a s traslada automáticamente al conjunto de e l e m e n t o s carentes de significado. E n r e s u m e n , cabe advertir s o b r e el carácter relativo de tal clasificación p o r cuanto que l o «idiomático» depende n o s ó l o de factores l i n g ü í s t i c o s , sino también sociales, culturales, geográficos, particulares, etc. 4. PALABRAS CANAL H e m o s advertido e n a l g u n o s t e x t o s la presencia de palabras que - c o m o ya h e m o s adelantado anteriormente- p o s e e n u n a f u n c i ó n clara22 mente diferenciada de la c o m ú n de é s t a s . D i c h a s palabras s o n observables e n ciertos t e x t o s l i t e r a r i o s dialogados donde el autor s e p r o p o n e alcanzar u n alto grado de r e a l i s m o llegando a s e r semejantes a la t r a n s c r i p c i ó n de u n diálogo real. N o obstante, es e n l o s diálogos reales donde las especiales características de éstas s e p o n e n e n evidencia, r a z ó n esta p o r la que h e m o s tomado como base de e s t u d i o u n l i b r o de encuestas reales, transcritas letra a letra. F r u t o de este e s t u d i o h e m o s hallado u n pequeño g r u p o de palabras: bueno, bien, sí, ya, entre otras m e n o s u s u a - l e s , cuyo contenido n o es el que en l o s d i c c i o n a r i o s s e l e s atribuye. M á s aún, n o parece que posean n i n g ú n significado l é x i c o e n estos u s o s , s i n o más b i e n -como ya h e m o s dicho- m a n t i e n e n diferentes f u n c i o n e s c o m u nicativas. T o m e m o s directamente a l g u n o s e j e m p l o s s o b r e l o s que tratar e m o s de especificar dichas f u n c i o n e s . 4 . 1 . F u n c i ó n de s e g u i m i e n t o . E l objetivo fundamental del u s o de estas palabras en contextos como el que s i g u e n o es o t r o que asegurar al i n t e r l o c u t o r que, a pesar de s u larga i n t e r v e n c i ó n , s e s i g u e escuchando con i n t e r é s todo l o que él manifiesta, y, p o r o t r o lado, hacerle saber que e s t a m o s entendiendo correctamente todo l o escuchado hasta ahora 22. Nótese que este hecho es inherente al habla dialogada coloquial, si bien una transcripción fidedigna de un diálogo es quizás la mejor forma de observar desde una perspectiva estática la función, uso y significado de dichos términos. Como base de trabajo en el ámbito que nos ocupa, nos hemos decantado por un libro cuyo objeto ha sido transcribir fidedignamente encuestas reales. Se trata en definitiva de Encuestas del habla urbana de Sevilla, -nivel culto-, Secretariado de publicaciones de la Universidad de Sevilla, 1983. 865 CAUCE. Núm. 20-21. MARTÍNEZ LÓPEZ, Juan A.. La palabra como unidad de significado: ... JUAN A. MARTÍNEZ LÓPEZ y que, en consecuencia, puede continuar. Las más usuales para este menester son sí, ahá, ya, etc.2? (entrevistado) -[...] que hay una gran afluencia a la plaza de San Lorenzo exclusivamente por esta devoción al Gran Poder que es tradicional. Y sin embargo quizás la Magdalena más que barrio es el centro de Sevilla. (entrevistador) -Sí (entrevistado) -Un poco como hacen algunas agencias publicitarias, "el corazón de Sevilla", o sea, que vienen todos los de Sevilla y su provincia [...].24 4.2. Función de ralentización. En el transcurso de la comunicación parece obvio que es más rápida la conceptualización general de la idea que se pretende comunicar, que la disposición secuencial, articulada mediante palabras, que da forma al acto de habla. Cabe advertir por tanto que los hablantes deben disponer de una pequeña cantidad de tiempo, a veces décimas de segundo, para dar una forma gramaticalmente correcta y lo mejor estructurada posible al concepto que se quiere comunicar. La función de ralentización, a diferencia de la anterior, es usada, por lo general, por todos los interlocutores al inicio de su intervención. La parada, no obstante, dependerá de la dificultad para articular el discurso, la rapidez mental del individuo que lo articula y, por último, del nivel de perfección gramatical y discursivo que se quiere alcanzar en dicha exposición25. Para evitar los «vacíos» discursivos, los hablantes recurren a ciertas palabras a las que la propia tradición ha decantado para este fin. Las palabras más utilizadas para esta función son las 23- Dicha función de seguimiento se observa más claramente durante las conversaciones telefónicas en las que un interlocutor realiza una larga intervención. Es general, a este respecto, que el oyente interfiera de forma leve la comunicación mediante alguna de las palabras susodichas, con el fin de dar a entender que se continúa atento por muy larga que pueda parecer su intervención. 24. Encuestas del habla urbana de Sevilla, pág. 3. 25. Compárese el tiempo dedicado a este menester en los ejemplos que siguen. A) Dos interlocutores bien conocidos mutuamente, cuyo coloquio en un registro familiar casi no se ve necesitado de tiempo para coordinar las frases, debido a la poca gravedad de las discordancias gramaticales y las redundancias, por un lado, y a los sobreentendidos propios de este registro por otro. B) Un debate entre políticos retransmitido por televisión requiere que las ideas se adapten perfectamente a las formas gramaticales y que haya una perfecta coordinación entre lo pensado y lo expresado. Lógicamente, es en este segundo tipo de conversaciones donde se observa más claramente la función de ralentización. 866 CAUCE. Núm. 20-21. MARTÍNEZ LÓPEZ, Juan A.. La palabra como unidad de significado: ... LA PALABRA COMO UNIDAD DE SIGNIFICADO: ALGUNAS EXCEPCIONES AL RESPECTO siguientes: bueno, bien, ya, y, hombre, sí, aunque también puede ser realizada esta función por expresiones que lógicamente presentan una mayor longitud, lo que facilita más su propio objetivo: vamos a ver, óigame usted, oye, mira, etc.26 Otras veces, la propia función de ralentización no se hace a través de palabras especiales, sino que se utiliza la pronunciación lenta de las primeras palabras del discurso como maniobra para organizar el lenguaje, evitando así los «vacíos» discursivos. Ha de señalarse, además, que dicha función (y por tanto dichas palabras o expresiones) puede ser una o varias veces utilizada dentro de una misma intervención discursiva; generalmente al principio de ésta y, posteriormente, tantas veces como el hablante la requiera en función de sus necesidades. Los ejemplos de este tipo de función son innumerables. Veamos algunos: (entrevistador) -Tú, en realidad, ¿comulgas con la policía?, (entrevistado) -Hombre... . (entrevistador) -El comulgar va entrecomillado, eh? (entrevistado) -Sí, ya. No, mira, a mí la policía no me gusta de ninguna manera [,..].27 (entrevistado) -[...] Yo, cuando me quedo en mi casa solo y no me ve nadie, me pongo a leer filosofía. Cuando no me ve nadie, (entrevistador) - Bueno. Vamos a ver, de todos los filósofos, ¿Has leído alguno de ellos, así, que tenga un papel ...?.28 (entrevistador) -Bien, Alberto, vamos a ver, vamos a pasar a otro tipo de pregunta, o sea, no otro tipo, sino de índole más personal. (entrevistado) -Di. (entrevistador) -Vamos a ver, tú crees ... .29 4.3- Función interpelativa. Esta función se pone en marcha cuando un interlocutor siente la necesidad de llamar la atención sobre la persona que escucha con el fin de asegurarse que el proceso de comunica26. Puede parecer que estas palabras y expresiones realizan la función c), la interpelativa, sin embargo, en ocasiones, esta forma de interpelar al lector no supone más que una estratagema para ampliar el tiempo necesario para la configuración del mensaje, más que a la necesidad de llamar su atención. 27. Encuestas del habla urbana de Sevilla, pág. 44. El subrayado es nuestro. 28. Encuestas del habla urbana de Sevilla, pág. 45. El subrayado es nuestro. 29. Encuestas del habla urbana de Sevilla, pág. 46. El subrayado es nuestro. 867 CAUCE. Núm. 20-21. MARTÍNEZ LÓPEZ, Juan A.. La palabra como unidad de significado: ... JUAN A. MARTINEZ LOPEZ c i ó n s e va a llevar a b u e n f i n . L a s palabras m á s u s u a l e s usadas con esta finalidad s o n : oye, mira, ademas de e x p r e s i o n e s a l a s que ya n o s h e m o s r e f e r i d o del t i p o vamos a ver. A s í puede v e r s e e n l o s s i g u i e n t e s ejemplos: (entrevistador) -Oye, Alberto, tú me has dicho que estuviste en la escuela primaria en u n colegio con mucha "miga", (entrevistado) -O sea, no, no con mucha "miga", o sea, es que aquí se le llama a esos colegios de niños chicos [...]. 30 (entrevistador) -Bueno. Pero entonces ¿el ritmo de vida ...?. (entrevistado) -Vivir, fatal. (entrevistador) -También será más bajo que en España, no? (entrevistado) -Mira, los precios... . Y o me quedé helada cuando vimos, sobre todo, los precios. [...]. 31 L a s palabras a las que h e m o s i d o haciendo referencia a l o largo de estas tres f u n c i o n e s s o n pronunciadas con una entonación diferente a la realizada cuando f u n c i o n a n como unidades semánticas dentro del entramado del p r o p i o d i s c u r s o . D i c h a especial entonación c o n t r i b u y e a aislarlas del d i s c u r s o en el s e n t i d o estrictamente comunicativo y facilitan s u significado a u t ó n o m o p o r parte del interlocutor. N o pueden, p o r otra parte, compararse a las llamadas «coletillas», ya que éstas t i e n e n una f t i n c i ó n especial m u y clara, s i b i e n presentan una f o r m a reducida debido a que tanto s u reducción como s u objetivo c o m u nicativo s o n suficientemente claros para l o s hablantes. E s necesario, p o r ú l t i m o , hacer referencia a u n hecho que puede haber creado cierta c o n f u s i ó n . E s t a s tres f u n c i o n e s n o se p r e s e n t a n separadas de f o r m a estable, así que puedan s e r perfectamente identificadas. M á s b i e n parece que e x i s t a una s u p e r p o s i c i ó n de f u n c i o n e s e n m u c h o s casos, de manera que resulta casi i m p o s i b l e observar nítidamente la f u n c i ó n específica de dicha palabra. Q u e r e m o s decir con esto que a veces la f u n c i ó n interpelativa s i r v e de base también para llevar a cabo la f u n c i ó n de ralentización. D i c h o de o t r o m o d o , el t i e m p o u t i l i z a d o para interpelar al i n t e r l o c u t o r puede s e r aprovechado, a la v e z , para t e r m i n a r de coordinar el mensaje. La dificultad de separar estas f u n c i o n e s yace en la p r o p i a s u b j e t i v i d a d con la que e l hablante pone e n marcha estos m e c a n i s m o s que desde fuera s o n v i s t o s grosso modo, p e r o cuya f u n c i ó n 30. Encuestas 31. Encuestas del habla urbana del habla urbana de Sevilla, pág. 40. El subrayado es nuestro. de Sevilla, pág. 85. El subrayado es nuestro. 868 CAUCE. Núm. 20-21. MARTÍNEZ LÓPEZ, Juan A.. La palabra como unidad de significado: ... LA PALABRA C O M O U N I D A D D E SIGNIFICADO: ALGUNAS EXCEPCIONES AL RESPECTO real presenta u n bajo índice de n i t i d e z . E l l o puede o b s e r v a r s e claramente en u n fragmento del s i g u i e n t e diálogo al que ya h e m o s hecho referencia e n l í n e a s a n t e r i o r e s : (entrevistador) - T ú , e n realidad, ¿comulgas c o n la policía?, (entrevistado) - H o m b r e . . . . (entrevistador) -El c o m u l g a r va entrecomillado, eh? (entrevistado) -Sí, ya. N o , mira, a m í la policía n o m e gusta de n i n g u n a manera [...]. Parece d i f í c i l determinar la f u n c i ó n de cada una de l a s palabras que se presentan subrayadas. Cualquiera de ellas puede tener el significado real de afirmación, con l o que sería una palabra semántica p o r s í m i s m a , p e r o , a la v e z , cualquiera de ellas, o ambas, podría tener tal v e z la f u n c i ó n de ralentización, y, e n ese caso el d i s c u r s o real sería el iniciado mediante la partícula «No». 5. CONCLUSIONES L o s n u e v o s e n f o q u e s l i n g ü í s t i c o s d e s a r r o l l a d o s a l o largo de estas tres ú l t i m a s décadas, c u y o objetivo ha s i d o e l e s t u d i o del lenguaje o r a l , han p e r m i t i d o la observación de nuevas f o r m a s l i n g ü í s t i c a s , hecho que ha p u e s t o en entredicho la d e f i n i c i ó n más tradicional de palabra. A s í , el enfoque semántico que atribuye a la palabra u n contenido ya l é x i c o , ya gramatical, e x c l u i r í a l a s palabras «idiomáticas» dado que éstas carecen de cualquier significado i n t r í n s e c o s i quedan aisladas del conjunto en el que s i e m p r e s e c i r c u n s c r i b e n . P o r otra parte, l a s palabras «canal» n o pueden englobarse, tampoco, dentro de esta d e f i n i c i ó n , ya que s u existencia n o viene dada, p o r diferentes r a z o n e s , como unidades de significado, al m e n o s en el s e n t i d o estricto en que s o n tratadas las demás unidades de la lengua. T o d o e l l o parece apuntar a la i m p o s i b i l i d a d de crear una d e f i n i c i ó n de palabra completamente satisfactoria desde el p u n t o de vista s e m á n tico. M á s acertado parece, p o r tanto, r e c u r r i r a parámetros f o r m a l e s para establecer dicha d e f i n i c i ó n , s i b i e n éstos s i g u e n planteando dificultades; n o s r e f e r i m o s a l o s casos en l o s que la lengua acepta tanto una única f o r m a de p r o n u n c i a c i ó n y, p o r tanto, de e s c r i t u r a , como d o s f o r m a s pronunciadas y d o s unidades en la escritura: p o r e j e m p l o casos como en frente o enfrente, bien hablado o bienhablado, etc., carecen de una regla que j u s t i f i q u e una u otra f o r m a . A m b a s construcciones están s u j e - 869 CAUCE. Núm. 20-21. MARTÍNEZ LÓPEZ, Juan A.. La palabra como unidad de significado: ... JUAN A. MARTÍNEZ LÓPEZ tas al g u s t o del p r o p i o hablante y s o n aceptadas como f o r m a s de evol u c i ó n coincidentes en e l d e v e n i r de la p r o p i a lengua. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS A B R A H A N , S. «On a Recent A t t e m p t at a Formal D e f i n i t i o n o f t h e Word», Linguistics, 35, (1967), p p . 5 y ss. APRESJAN, J. D. ( 1 9 7 D , Ideen und Methoden der modernen strukturellen Linguistik, Munich. BLOMFIELD, L. ( 1 9 3 3 ) , Languaje, Nueva York. BÜHLER, K. (1934), Sprachtheorie. Die Darstellungsfunktion der Sprache, Jena. CARSTAIRS, A. «Syncategorematic Words», LI, 2 / 1 ( 1 9 7 1 ) , p p . 1 0 7 - 1 1 0 . CASARES, J. ( 1 9 9 2 ) , Introducción a la lexicografía moderna, M a d r i d , C.S.I.C. 3 e d i c i ó n , (la primera e d i c i ó n data de 1950). GARCÍA-PAJE, M. «Léxico y sintaxis locucionales: algunas consideraciones sobre las palabras idiomáticas», Estudios Humanísticos. Filología, 12, (1990) p p . 279-290 HEGER, K. (1971), Monem, Wort und Satz, T u b i n g e n . H I O R T H , F. «On d e f i n i n g 'word'», Studia Lingüistica, 1 2 , (1958), p p . 1-26. HOCKETT, C. F. (1958), A Course in Modern Linguistics, Nueva York. KRÁMSKY, J. (1969), The Word as a Linguistics Unit, La Haya. LAMIQUIZ, V (1983), Encuestas del habla urbana de Sevilla, -nivel culto-, Secretariado de publicaciones d e la U n i v e r s i d a d d e Sevilla. L A N G E N D O E N , D. T. «A N o t e o n t h e Linguistic T h e o r y o f M. Terentius Varro», Foundations of Languaje, I I , ( 1 9 6 6 ) , p p . 33-36. LARKIN, M . T. (1971) Languaje in the Philosophy of Aristotle, La Haya-París, Mouton. LÁZARO CARRETER, F. «El mensaje literal», Estudios de lingüística, Barcelona, Crítica, (1980), p p . 149-171. L Y O N S , J. (1968), Introduction to Theoretical Linguistics, Cambridge. MARTÍNEZ LÓPEZ J. A, (1996), Diccionario de expresiones y locuciones del español, ( e n prensa). MILLER, R. L. «The W o r d a n d its Meaning», Linguistics, 28, (1966), p p . 90-96. MOLINER, M. (1992), Diccionario de uso del español, M a d r i d , Gredos. PALMER, F. (1971), Grammar, Harmondsworth. PENTTILÁ, A. «The Word», Linguistics, 88, (1972), p p . 3 2 - 3 7 . PULGRAM, E. (1970), Syllable, Word, Nexus, Cursus, La Haya. REAL ACADEMIA (1992), Diccionario de la R.A.E ( 2 1 e d i c i ó n ) , M a d r i d , Espasa Calpe REICHLING, A. (1963), Das Problem der Bedeutung in der Sprachwissencha.fi, Innsbruck. a a 870 CAUCE. Núm. 20-21. MARTÍNEZ LÓPEZ, Juan A.. La palabra como unidad de significado: ... LA PALABRA C O M O U N I D A D D E SIGNIFICADO: ALGUNAS EXCEPCIONES AL RESPECTO ROBINS, R. H. ( 1 9 5 1 ) , Ancient and Mediaeval Grammatical Theories in Europe, with Particular Reference to Modern Linguistic Doctrine, Londres, G. Bell and Sons. — -The D e v e l o p m e n t o f the W o r d Class System o f t h e E u r o p e a n G r a m m a t i c a l Tradition», FL, I I ( 1 9 6 6 ) , p p . 3 - 1 9 . RosETTi, A. ( 1 9 Ó 5 ) , Lingüistica, La Haya. SAPIR, E. ( 1 9 4 9 ) , Language. An Introduction to the Study of Speech, N u e v a York. SAUSSURE, F. d e ( 1 9 8 0 ) , Curso de lingüística general, M a d r i d , A k a l . SEILER, H. - O n D e f i n i n g t h e Word», H. G. Lunt (ed.), ( 1 9 6 4 ) , p p . 7 6 7 - 7 7 0 . UiTTi, K. D. ( 1 9 6 9 ) , Linguistics and Literary Theory, E n g l e w o o d Cliffs, N e w Jersey, Prentice Hall. ULLMANN, S. ( 1 9 5 9 ) , The Principles of Semantics, Glasgow. ( 1 9 7 6 ) , Semántica. Introducción a la ciencia del significado, Madrid, Aguilar. ZIMRMUNSKI, V. M. «The w o r d a n d its boundaris», Linguistics, 27, (1966), pp. 6591. ZULUAGA, A. ( 1 9 8 0 ) , Introducción M., Verlag Peter D. Lang. al estudio de las expresiones fijas, Frankfurt a 871 CAUCE. Núm. 20-21. MARTÍNEZ LÓPEZ, Juan A.. La palabra como unidad de significado: ... CAUCE. Núm. 20-21. MARTÍNEZ LÓPEZ, Juan A.. La palabra como unidad de significado: ...