Collar - Biblioteca Virtual de la Provincia de Málaga

Anuncio
Yin
T98?
EL
C 01."LAB Di: l A B.EYNA
EL COLLAa
DE
L A R E Yi\T/%
NOTELA
POR ALEJANDRO D U J A S ,
par
Se ©.>
íll.
TOMO
VIH.
MALAGA.
¡11PRESTA DE MARIIMZ DE AGIILAÍÍ,
Calle del Marques.
Es propiedad de la
casa de Martínez de
Águilar.
€1 Collar íic la Kmta.
E L DEUDOR Y E L ACREEDOR.
C a r d e n a l v i o medio atontado
q u e e l conde t o m a b a asiento en e l
sofá'.
, — [ Pues b i e n ! d i j o este; y a que
hemos r e n o v a d o n u e s t r o c o n o c i m i e n to , hablemos, m o n s e ñ o r .
— S í , c o n t e s t ó el p r e l a d o , r e p o n i é n d o s e poco á poco ; s í , hablemos
de ese c o b r o que
que
— D e que os h a b l a b a en m i era-
6
E L COLLAR
t a , ¿ n o es v e r d a d ? v u e s t r a
Emin e n c i a desea saber
•—Probablemente
no seria mas
que u n p r e t e s t o ; asi á l o menos l o
presumo.
— N o , m o n s e ñ o r , era u n a v e r d a d , y m u y g r a v e p o r c i e r t o . Ese
cobro v a l e l a pena de e f e c t u a r s e ,
p o r q u e se t r a t a de q u i n i e n t a s m i l
l i b i as , y q u i n i e n t a s m i l l i b r a s son
todo u n c a u d a l .
— C a u d a l que me prestasteis g e nerosamente , e s c l a r a ó e l C a r d e n a l
dejando aparecer en su
semblante
una ligera palidez,
— S í , m o n s e ñ o r ; caudal que os
p r e s t é , dijo B á l s a m o ; celebro m u cho que u n p r í n c i p e t a n g r a n d e
como vos tenga t a n buena m e m o ria.
E l Cardenal babia recibido el
golpe y sentia que u n sudor
frioi
bajaba de su f r e n t e á sus m e j i llas.
— C r e í p o r u n m o m e n t o , dijo p r o -
P E LA REYNA.
7
c u r a n d o s o n r e í r s e , que J o s é B á l s a mo , e l h o m b r e s o b r e n a t u r a l , se
liabio l l e v a d o e l c r é d i t o a l a c t u m ba , como habla echado m i r e c i b o a i
fuego.
- - M o n s e ñ o r , r e s p o n d i ó e l conde
con m u c h a g r a v e d a d j l a v i d a de
J o s é B á l s a m o es t a n i n d e s t r u c t i b l e
como e l p a p e l que c r e í a i s c o n v e r t i d o en ceniza. L a m u e r t e nada p u e de c o n t r a e l e l i x i r de la vida ; e l
fuego nada puede c o n t r a el a m i a n t o .
— N o os c o m p r e n d o , dijo e l C a r denal.
— A h o r a lo comprendereis, m o n s e ñ o r ; estoy seguro de que asi ser á , dijo C a g l i o s t r o .
— ¿ Y cómo?
— Heconociendo v u e s t r a
firma.
Y p r e n s e n t ó u n p a p e l doblado a l
p r í n c i p e , q u i e n a u n antes de a b r i r lo e s c l a m ó :
— ¡ M i recibo !
— S í , m o n s e ñ o r ; vuestro recibo;
r e s p o n d i ó C a g l i o s t r o con una s o u r i -
8
E L COLLAR
sa, mitigada por una fría
inclinac i ó n de cabeza.
— Y sin e m b a r g o l o cebasteis a l
fuego , y y o m i s m o l o v i a r d e r .
— Es v e r d a d que e c b é este p a p e l
a l f u e g o , dijo e l conde j p e r o y a
os he d i c h o , l a casualidad quiso,
m o n s e ñ o r , que escribierais en u n
pedazo de a m i a n t o en vez de
esc r i b i r en p a p e l c o m ú n , de modo
que me he encontrado e l p a p e l i n t a c t o en los carbones c o n s u m i d o s .
— C a b a l l e r o , dijo e l C a r d e n a l con
c i e r t a a l t a n e r i a , p o r q u e pensaba v e r
en l a p r e s e n t a c i ó n de a q u e l r e c i b o
u n a m u e s t r a de desconfianza : cabal l e r o , c r e e d que a u n cuando no m e
h u b i e r a i s presentado este p a p e l , h u b i e r a confesado m i deuda : p o r c o n siguiente , h a b é i s h e c h o m a l en engañarme.
— ¿ Y o e n g a ñ a r o s , m o n s e ñ o r ? Os
j u r o que n i p o r asomo he tenido t a l
intención.
DE LA REYJVA.
9
E l C a l d e n a l meneo l a cabeza.
— M e h a b é i s h e c h o c r e e r , caballero, que e l p a p e l estaba q u e mado.'
—Para dejaros e l goce t r a n q u i l o
y feliz de las q u i n i e n t a s m i l l i b r a s ,
respondió a su vez B á l s a m o c o n u n
ligero m o v i m i e n t o de h o m b r o s .
— P e r o en fin, c a b a l l e r o , r e p u s o
el C a r d e n a l ; ¿ c ó m o es q u e m e h a béis dejado en l a p a c í f i c a p o s e s i ó n
de esta c a n t i d a d d u r a n t e diez a ñ o s ?
— Sabia y o m u y b i e n en d ó n d e
la habia colocado , m o n s e ñ o r . L o s
sucesos, e l j u e g o , los ladrones me
han ido despojando
sucesivamente
de todos mis bienes ; p e r o sabiendo que tenia seguro ese d i nero, he
t e n i d o p a c i e n c i a y he
esperado hasta e l ú l t i m o m o m e n t o .
— ¿ Y e l ú l t i m o m o m e n t o ha l l e gado ya ?
— ¡ A y ! sí, monseñor.
— ¿ D e modo que y a no p o d é i s esperar mas ?
10
E L COLLAR
— I m p o s i b l e , r e s p o n d i ó CaglioS"
tro.
i—¿Y,
v e n í s á p e d i r m e el dilíero ?
— S í , monseñor.
— ¿ Y lo q u e r é i s hoy ?
—-Si t e n é i s l a b o n d a d . . . .
E l C a r d e n a l g u a r d ó silencio por
tin r a t o , l l e n o de d e s e s p e r a c i ó n .
D e s p u é s con voz alterada , dijo:
— S e ñ o r c o n d e , los p o b r e s p r í n cipes de l a t i e r r a no i m p r o v i s a n caudales como vosotros los encantadores , que t e n é i s á v u e s t r a disposic i ó n á los e s p í r i t u s de las tinieblas
y de las l u c e s .
— ¡ O h ! m o n s e ñ o r , hacedme el fav o r de c r e e r que y o no os hubiera
pedido esa c a n t i d a d , á no saber de
antemano que l a t e n í a i s .
— Yo tengo q u i n i e n t a s m i l l i b r a s ,
¡ y o ! e s c l a m ó el Cardenal.
— T r e i n t a m i l l i b r a s en oro , diez
m i l en p l a t a y l o d e m á s en bono*
de caja.
DE
LA. R E Y N A .
11
E l Cardenal p e r d i ó el color.
—Los cuales e s t á n en aquel a r r
marip de B o u l e , c o n t i n u ó C a g l i o s tro.
—¡Cómo! ¿Sabéis?...
-Sí,
m o n s e ñ o r ; y sé t a m b i é n
cuántos sacrificios h a b é i s t e n i d o q u e
hacer p a r a r e u n i r esa c a n t i d a d : -hasta he o í d o d e c i r que h a b é i s p a g a do por dos veces e l v a l o r de ese d i nero.
— ¡ O h ! es v e r d a d .
—Pero....
— P e r o . . . . e s c l a m ó e l desdichado
príncipe.
—Pero y o , m o n s e ñ o r ,
continuó
Cagliostro , he estado p o r espacio de
diez a ñ o s y l o menos v e i n t e v e c e s ,
i á punto de m o r i r m e de h a m b r e ó
de dificultades a l lado de ese p a p e l
que v a l i a p a r a m í medio m i l l o r í , y
sin embargo p o r no m o l e s t a r o s , he
preferido e s p e r a r . C r e o , pues , m o n señor , que en esa m a t e r i a casi es' tamos en paz.
12
EL
COLLAR
— ¿ E n paz, caballero?
esclaiwó
e l p r í n c i p e ; ¡ o h ! no d i g á i s eso pues
os queda l a ventaja de h a b e r m e prestado t a n generosamente una cantidad
de t a n t a i m p o r t a n c i a : ¡ en pa? ! ¡ N o ,
n o ! os v i v o y os v i v i r é s i e m p r e rec o n o c i d o . Solo s í os p r e g u n t o , señor
conde , ¿ p o r q u é v o s , que en diez
a ñ o s podiais h a b é r m e l o pedido tantas
v e c e s , h a b é i s guardado s i l e n c i o hast a a h o r a ? ¡ E n esos diez a ñ o s he ten i d o m i l ocasiones en que p o d é r o s l a
d e v o l v e r sin d i f i c u l t a d !
— ¿ Y h o y ? . . . p r e g u n t ó Cagliostro.
— H o y , no os l o niego , e s c l a m ó
e l p r í n c i p e ; h o y l a r e s t i t u c i ó n que
e x i g í s . . . - ¿ n o es esto?
— ¡ A y ! monseñor.
— ¡ Bueno ! Pues h o y l a r e s t i t u c i ó n que e x i g í s me t r a e graves perjuicios.
C a g l i o s t r o m o v i ó l a cabeza y los
h o m b r o s de t a l modo que p a r e c í a decir: ¿ Q u é q u e r é i s , monseñor ? ¡Có-
DE
L A REYNA.
15
rao h a de s e r !
— P e r o v o s , q u e todo l o a d i v i náis , e s c l a m ó e l p r i n c i p e ; vos , q u e
sabéis l e e r en e l fondo de los c o r a zones , y a u n en e l fondo de los a r r
m a r i o s , l o c u a l es algunas veces p e o r
¿no alcanzáis á comprender por q u é
estimo t a n t o ese d i n e r o , y c u á l es
el uso m i s t e r i o s o y sagrado á que l o
destino ?
— Os e q u i v o c á i s , m o n s e ñ o r , dijo
Cagliostro con tono g l a c i a l ; m i s secretos me h a n ocasionado bastantes
malos r a t o s , d e s e n g a ñ o s y m i s e rias , p a r a que me m e t a en los n e gocios á g e n o s , á no ser q u e m e i n teresen. M e interesaba saber si t e níais ó no t e n í a i s d i n e r o , p o r q u e
me v e i a en l a necesidad de p e d i r o s
la d e v o l u c i ó n de ese d i n e r o , y sabiendo que l o t e n í a i s , poco me i m portaba l o d e m á s . P o r o t r a p a r t e ,
m o n s e ñ o r , si y o s u p i e r a en este m o mento l a causa de vuestros reveses,
quizás me p a r e c e r í a m u y grave y en
T. T U I .
2
t a l m a n e r a d i g n a de respeto , que
t e n d r í a la d e b i l i d a d de c o n t e m p o r i zar t o d a v í a , l o c u a l en las actuales
c i r c u n s t a n c i a s , os l o r e p i t o , me caus a r í a m u y grandes p e r j u i c i o s ; p r e fiero , pues , i g n o r a r l a .
— ¡ O h ! c a b a l l e r o , e s c l a m ó e l Cardenal , cuyo o r g u l l o y susceptibilidad h i r i e r o n estas ú l t i m a s palabras ;
no c r e á i s que t r a t o de c o m p r o m e t e ros a l h a b l a r de las dificultades con
que l u c h o ; vos t e n é i s vuestros i n tereses ; ellos e s t á n representados y
garantidos p o r este b i l l e t e que e s t á firmado p o r m í ; c o n esto basta. V o y
á e n t r e g a r o s vuestras q u i n i e n t a s m i l
libras.
C a g l i o s t r o se i n c l i n ó .
— B i e n se', c o n t i n u ó e l Cardenal
d e v o r a d o p o r e l d o l o r de
perder
en u n m i n u t o e l d i n e r o que con
t a n t o trabajo habia r e u n i d o , b i e n sé,
c a b a l l e r o , que e l r e c i b o no es mas
que una c o n f e s i ó n de l á d e u d a , y
que no fija v e n c i m i e n t o p a r a e l pago.
DE LA REVNA,
15
— V u e s t r a Eminencia teradrá la
bondad de d l s p e n s a n m e , r e p l i c ó e l
conde ; yo me he r e f e r i d o al c o n tenido de ese p a p e l , y veo a q u i escrito ;
« H e r e c i b i d o de M r . J o s é B á l s a mo la c a n t i d a d de q u i n i e n t a s m i l l i bras , que le p a g a r é á la p r i m e r a
vez que me las p i d a .
Firmado:
L u i s DE ROHAN.»
E l C a r d e n a l se e s t r e m e c i ó : no solo se h a b i a o l v i d a d o de la deuda, sino
t a m b i é n los t é r m i n o s en que la h a bia c o n t r a i d o .
— Ya v e i s , m o n s e ñ o r ,
continuó
B á l s a m o , que no p i d o u n i m p o s i b l e .
¡ No
p o d é i s ganar , enhorabuena !
Pero siento en v e r d a d que se o l v i de v u e s t r a E m i n e n c i a de que esta
cantidad fue entregada p o r J o s é Bálsamo e s p o n t á n e a m e n t e , en u n a h o r a s u p r e m a , ¿ y á q u i e n ? á M r . de
R o h a n , á q u i e n no conocia. Me p a -
16
E L COLLAR
r e c e que este
modo de
proced e r es p r o p i o de u n g r a n s e ñ o r , y
que siendo M r . de R o h a n bajo todos conceptos u n g r a n s e ñ o r , pudier a h a b e r i m i t a d o l a m i s m a conducta
a l d e v o l v e r l a . P e r o supuesto que no
p e n s á i s d e l m i s m o m o d o , no hablemos mas d e l a s u n t o ; recojo m i b i llete. Adiós , monseñor.
Y C a g l i o s t r o d o b l ó c o n mucha
f r i a l d a d su p a p e l , y se a p r e s u r ó á
m e t é r s e l o en e l b o l s i l l o .
E l C a r d e n a l le d e t u v o .
— S e ñ o r conde , le dijo , u n R o h a n no consiente que nadie l e de'
lecciones de generosidad : p o r l o demas a q u i se t r a t a r i a solamente de
u n a c u e s t i ó n de p r o v i d a d . C a b a l l e r o , dadme el recibo para pagarlo.
C a g l i o s t r o estuvo u n r a t o como
vacilando.
Y en efecto , p a r e c i a que e l rost r o p á l i d o , h i n c h a d o s ojos y t e m b l o r o s a mano d e l C a r d e n a l , l o movían á compasión.
DE L A REYNA.
17
E l C a r d e n a l , á pesar de su a l t i vez, c o m p r e u d i ó este b u e n pensamiento de C a g l i o s t r o , y a u n e s p e r ó
que le t u v i e s e b u e n r e s u l t a d o .
P e r o de r e p e n t e se e n d u r e c i ó l a
mirada d e l c o n d e , p a s ó u n a n u b e
por sus f r u n c i d a s cejas, y t e n d i e n do l a m a n o , p r e s e n t ó e l b i l l e t e a l
Cardenal.
M r . de R o b a n , h e d d o e n e l corazón , no v a c i l ó u n i n s t a n t e ; se
acercó a l a r m a r i o de que l e b a b i a
hablado C a g l i o s t r o , y s a c ó u n l i o
de b i l l e t e s ; l u e g o p r e s e n t ó a l c o n de m u c b o s sacos de monedas de p l a ta ; y e n fin, a b r i ó u n c a j ó n l l e n o
de monedas de o r o , y d i j o :
— S e ñ o r conde, a b í tenéis vuestras q u i n i e n t a s rail libras-, a h o r a solo os debo doscientas c i n c u e n t a m i l
por los intereses que estas b a n devengado ; s i e m p r e que n o q u e r á i s a d m i t i r e l i n t e r é s compuesto q u e b a ria m i deuda m u c h o mas c o n s i d e r a ble t o d a v í a . V o y á m a n d a r á m i a d -
18
EL
COÍ.LAR
m i n i s t r a d o r que h a g a las
cuentas,
y á daros g a r a n t í a s de este pago,
r o g á n d o o s e n t r e t a n t o que t e n g á i s la
bondad de concedernos u n plazo.
— M o n s e ñ o r , repuso { a g l i o s t r o , lie
prestado q u i n i e n t a s m i l l i b r a s á ¡\'r.
de R o b a n , y M r . de R o b a n me debe q u i n i e n t a s m i l l i b r a s y nada mas,
p u e s si h u b i e r a deseado c o b r a r los
intereses los h u b i e r a estipulado de
antemano. Mandatario ó heredero ó
l o que q u e r á i s de J o s é B á l s a m o , yo
n o debo r e c i b i r mas c a n t i d a d que
Ja confesada en e l recibo ; vos me
l a p a g á i s , yo l a r e c a u d ó y os doy
las gracias. T o m o , pues, m o n s e ñ o r ,
los b i l l e t e s , y como necesito absol u t a m e n t e toda l a suma en e l dia de
b o y , e n v i a r é p o r e i o r o y l a plata,
s u p l i c á n d o o s que la t e n g á i s lista par a cuando v e n g a n á r e c o j e r l a .
Y a l p r o n u n c i a r estas palabras ,
á las que nada t u v o que oponer el
C a r d e n a l , C a e l i o s t r o se m e t i ó e l lio
de b i l l e t e s en e l b o l s i l l o , s a l u d ó con
DE L A REYNA.
19
respeto a l p r í n c i p e , en c u y a s manos
dejó e l r e c i b o , y s a l i ó .
— L a desgracia es ú n i c a m e n t e p a r a m í , m u r m u r ó M r . de R o l l a n asi
que se q u e d ó s o l o , pues l a R e y n a
tiene fondos y p u e d e pagar , sin t e mer que v a y a i n e s p e r a d a m e n t e o t r o
José Bálsamo á reclamarle un atraI 50 de q u i n i e n t a s m i l l i b r a s .
20
E L COLLAR
CUENTAS CASERAS.
Eira
l a v í s p e r a d e l dia en que l a
R e y n a t e n i a que satisfacer e l p r i m e r
p a g o . A u n no h a b í a c o t n p l i d o su p a l a b r a M r . de C a l o m n e . E l R e y no hab í a firmado sus cuentas.
E l ministro h a b í a tenido mucho
q u e h a c e r y no se habia acordado
de l a R e y n a , q u i e n p o r su p a r t e
c r e í a que no era d i g n o de e l l a e l
refrescar l a m e m o r i a de su m i n i s t r o
DE L A REYNA.
21
de h a c i e n d a : esperaba que e s t é realizaría su p r o m e s a .
Sin e m b a r g o , y a empezaba á
inquietarse y á t o m a r i n f o r m e s y
buscar medios de h a b l a r con M r .
de C a l o m n e sin c o m p r o m e t e r su c a r á c t e r de R e y n a , cuando l l e g ó á sus
manos l a siguiente esquela d e l m i nistro :
« E s t a noche q u e d a r á firmado e n
el consejo e l negocio de que V - M .
me ha hecho l a h o n r a de e n c a r garme ; m a ñ a n a p o r l a m a ñ a n a est a r á n los fondos en p o d e r de V . M .
M a r í a A n t o n i e t a r e c o b r ó toda su
alegría y no p e n s ó ya en nada mas,
ni a u n en a q u e l d í a siguiente t a n
tardio en l l e g a i .
B u s c ó en sus paseos las calles
de á r b o l e s mas s o l i t a r i r s , como p a ra aislar sus pensamientos y separarlos de todo c o n t a c t o m a t e r i a l y
mundano.
A u n se estaba paseando c o n M a d .
de L a m b a l l e y e l conde de A r t o i s ,
22
EL
COLLAR
que se l i a b i a r e u n i d o con e l l a , cuando e n t r ó e l R e y en su consejo desp u é s de c o m e r .
E l R e y estaba de bastante mal
h u m o r . L o s asuntos de R u s i a tenían
m a l aspecto. E n el golfo de L e ó n se
habia p e r d i d o u n n a v i o . Algunas
p r o v i n c i a s se negabaa á pagar el
i m p u e s t o . U n hermoso mapamundi
adornado y b a r n i z a d o p o r e l mismo
R e y , se habla a b i e r t o c o n " e l calor,
y la E u r o p a se h a l l a b a d i v i d i d a en
dos p a r t e s p o r los t r e i n t a grados de
l a t i l u d y c i n c u e n t a y c i n c o de long i t u d . S. M . p o n i a m a l a cara á tode
e l m u n d o , a u n á M r . de Calomne.
E n vano l e p r e s e n t ó este cou
semblante r i s u e ñ o su hermosa cart e r a p e r f u m a d a . E l R e y , silencioso
y | m a c i l e n t o , se puso á c e h a r en un
pedazo de p a p e l b l a n c o l í n e a s cruzadas que significaban tempestad,
como los ginetes y caballos significan buen tiempo.
E l R e y solia d i b u j a r m i e n t r a s es-
DE
LA. REYPíA.
25
taba en consejo. L u i s X V I era t í mido , no le gustaba m i r a r á las
personas á la c a r a , y una p l u m a
colocada en ^ u m a n o le daba seguridad y
firmeza.
M i e n t r a s que de
este modo se e n t r e t e n í a , podia e l
orador esponer sus a r g u m e n t o s , y
el R,ey, lanzando f u r t i v a s m i r a d a s ,
observaba las d e l orador l o b a s t a n te á l o menos para no ecbar
nunca en o l v i d o a l b o m b r e , a l j u z g a r
sus ideas.
Hablaba é l , y bablaba bien ,
porque el d i b u j o que tenia e n t r e m a nos q u i t a b a á su discurso toda l a
parle jactanciosa, y aun gesticular;
mas a u n , podia i n t e r r u m p i r su d i s curso ó acalorarse en é l , p o r q u e
las l í n e a s que ecbaba en su p a p e l
reemplazaban en caso necesario l a
p a r t e de a d o r n o que faltaba á sus p a labras.
E l Rey t o m ó , pues, la p l u m a ,
s e g ú n su c o s t u m b r e , y los m i n i s t r o s
empezaron l a l e c t u r a de los p r o -
24
E L COLLAR
yectos ó de las notas d i p l o m á t i cas.
E l R e y e s c u c h ó sin i n t e r r u m p i r
á nadie todo c u a n t o se l e y ó , y dej ó pasar l a c o r r e s p o n d e n c i a estrauj e r a , como si nada e n t e n d i e r a en la
materia.
P e r o cuando se l l e g ó a l p o r m e n o r de las cuentas d e l m e s , l e v a n t ó l a cabeza.
M r . de C a l o m n e acababa de a b r i r
u n a m e m o r i a r e l a t i v a a l p r o y e c t o de
e m p r é s t i t o para el a ñ o siguiente.
E l R e y se puso á h a c e r l í n e a s
á toda p r i s a .
— E m p r é s t i t o s y mas e m p r é s t i t o s ,
d i j o , s in saber c ó m o se h a n de pag a r : m i r a d que es u n p r o b l e m a bast a n t e d i f í c i l , M r . de C o l o m n e .
— S e ñ o r , u n e m p r é s t i t o es una
s a n g r í a que se l e hace á u n m a n a n t i a l ; e l agua desaparece de u n
l a d o p a r a i r s e p o r o t r o ; y h a y mas
a u n , se a u m e n t a considerablemente
c o n las aspiraciones s u b t e r r á n e a s .
DE L A REYNA.
25
l í a l u g a r de p r e g u n t a r : ¿ c ó m o p a garemos? no v a l d r i a mas p r e g u n t a r :
¿ s o b r e q u é g a r a n t í a s alzaremos e l
e m p r é s t i t o ^ P o r q u e e l p r o b l e m a no
está en saber c ó m o se p a g a r á , sino
en i n q u i r i r si se p o d r á n h a l l a r acreedores.
E l R e y s i g u i ó haciendo l í n e a s
cruzadas mas anchas y mas negras
que las o t r a s ; p e r o sin a ñ a d i r una
palabra : aquellas cruces
hablaban
mas que é l .
D e s p u é s de h a b e r espuesto su
plan M r . de C a l o m n e c o n a p r o b a ción de sus c o l e g a s , e l R e y t o m ó
el p r o y e c t o y l o firmó, aunque suspirando.
— Y a que tenemos d i n e r o , dijo
M r . de C a l o m n e s o n r i é n d o s e , gastemos.
E l R e y , hizo una mueca, m i r ó
al m i n i s t r o , y e c h ó u n g r a n b o r r ó n
en e l p a p e l .
E l m i n i s t r o l e e n t r e g ó u n estado compuesto de pensiones, g r a t i f i -
26
EL
COLLAR
caciones, d o n a t i v o s y sueldos. E l
trabajo era c o r t o , y estaba b i e n espuesto- el Rey l o o j e ó y m i r ó la
ú l t i m a pa'glna buscando e l t o t a l .
— ¡ U n m i l l ó n y c i e n m i l libras
solamente para eso! e s c l a m ó ; ¿ c ó mo es eso ?
Y dejó la p l u m a á u n lado.
— ¡ S e ñ o r ! l e e d , leed y observar e i s que en e l m i l l ó n y c i e n rail
l i b r a s h a y q u i n i e n t a s m i l l i b r a s en
una sola p a r t i d a .
— ¿ En c u á l , señor ministro ?
— ¡ E n e l a n t i c i p o que se hace á
S. M . l a R e y n a .
— ¡ A la Reyna ! e s c l a m ó Luis
XVI
¡ q u i n i e n t a s m i l l i b r a s á la
R e y n a ! ¡ o h i c a b a l l e r o , es i m p o sible !
— P e r d o n a d , s e ñ o r : l a cantidad
es e x a c t a .
— ¡ Quinientas m i l l i b r a s á la Reyna ! r e p i t i ó e l R e y . A q u i debe de
haber alguna e q u i v o c a c i ó n . E n la u l t i m a semana
n o , en ta ú l t i m a
DE
tA
REVNA.
27
quincena m a n d é pagar u n t r i n i e s t r e
á S. IV1.
— S e ñ o r , si la R e y n a h a t e n i d o
necesidad de d i n e r o ( y b i e n sabe
todo e l m u n d o e l uso que de é l h a ce S. M . ) , n a d a t i e n e d'e p a r t i c u l a r
que—
— ¡ N o ! ¡ no ! e s e l a m ó e l R e y , que
conoció c u a n necesario le era h a b l a r
de e c o n o m í a y p r o p o r c i o n a r algunos
aplausos á l a R e y n a cuando
fuera
al teatro d é l a O p e r a : ¡ l a R e y n a no
quiere ese d i n e r o , M r . de C a l o m n e !
La R e y n a me ha d i c h o que u n n a vio vale mas qtte algunas joyas. L a
Reyna cree que si l a F r a n c i a p r e s t a
grandes cantidades p a r a a l i m e n t a r á
sus p o b r e s , los ricos debemos p r e s tar á la F r a n c i a . Si la Reyna nece-»
sita de ese d i n e r o , m a y o r m é r i t o ser á el suyo a l e s p e r a r , yo os aseguro que la R e y n a e s p e r a r á .
Los ministros aplaudieron mucho
este rasgo p a t r i ó t i c o d e l R e y r a s go que e l d i v i n o H o r a c i o no h u b i e -
28
E L COLLAR
r a l l a m a d o Uxorius en a q u e l momentó.
Solamente C a l o m u e , que sabia
e l a p u r o de l a R e y n a , fue quien
i n s i s t i ó en que no se borrase l a partida.
— E n v e r d a d , dijo e l R e y , que
os i n t e r e s á i s p o r nosotros m u c h o mas
que nosotros m i s m o s . T r a n q u i l i z a o s ,
M r . de C s l o m n e .
— L a R e y n a , s e ñ o r , me a c u s a r á
de poco celoso en las cosas que atañ e n á su s e r v i c i o .
— Y o os d e f e n d e r é .
— L a Reyna jamás p i d e , señor, á
no ser que l a necesidad le obligue
á ello.
— L a s necesidades de l a R e y n a ,
p o r grandes que s e a n , no s e r á n tan
i m p e r i o s a s como las de los p o b r e s :
y e l l a s e r á l a p r i m e r a en c o n v e n c e r se de esta v e r d a d .
— ¡ Señor!
— N o h a b l e m o s mas sobre este
a s u n t o , dijo e l R e y con r e s o l u -
DE
L A REYNA.
29
cion.
Y v o l v i ó á coger la p l u m a .
— ¿ B o r r á i s ese c r é d i t o ,
señor?
dijo consternado M r . de C a l o m n e .
— L o b o r r o , contestó^ Luis X V I
magestuosameute; y me parece q u e
oigo desde a q u i l a generosa voz de
la R e y n a , eu que me d á las g r a cias p o r h a b e r c o m p r e n d i d o t a n b i e n
las intenciones de su b u e n c o r a zón.
M r . de C a l o m n e se m o r d i ó los
labios. L u i s , c o n t e n t o con a q u e l sacrificio p e r s o n a l y h e r ó i e o ,
firmó
todo l o r e s t a n t e con l a rnejor y mas
ciega buena f é .
Y d i b u j ó una hermosa cebra r o deada de c e r o s , d i c i e n d o repetidas
veces :
— H e ganado esta noche q u i n i e n tas m i l l i b r a s • he h e c h o una a c c i ó n
digna de u n R e y : d a d , C a l o m n e ,
esta n o t i c i a á l a R e y n a , y y a v e réis , y a v e r é i s .
— ¡ A h ! ¡ Dios m i ó ! m u r m u r ó
T. VIII
5
el
30
E L CCLLAR
m i n i s t r o ; s e n t i r i a m u c h o , s e ñ o r , el
p r i v a r o s de l a alegria que os debe
causar esa e s p l l c a c i o n . A cada uno
s e g ú n sus m é r i t o s .
— B i e n , repuso el Rey j l e v a n t e mos l a s e s i ó n • basta coa una e m p r e sa cuando ella es b u e n a . [ H o l a ! ahi
v i e n e l a R e y n a ; ¿ v a m o s a s a l i r l e al
e n c u e n t r o , Calomne?
— S e ñ o r , p i d o a' V . M . que me
d i s p e n s e : t e n g o que i r á l a
firma.
Y se r e t i r ó cuanto antes p o r el
corredor.
E l R e y se a c e r c ó d e c i d i d a y
a b i e r t a m e n t e á M a r í a A n t o n i e t a , que
cantaba en e l v e s t í b u l o , apoyada en
el brazo d e l conde de A r t o i s .
— S e ñ o r a , l a p r e g u n t ó , ¿ q u é tal?
¿ h a b é i s dado u n b u e n paseo ?
— Escelence, s e ñ o r ; y vos , ¿ q u é
t a l h a b é i s trabajado ?
— C a l c u l a d l o p o r l o que v o y á de»
ciros : he ganado q u i n i e n t a s m i l l i bras.
— C a l o m n e h a c u m p l i d o su p a l a -
ÜE T,.A HEYNA
31
bra , dijo la R e y n a p a r a s í .
— F i g u r a o s , a ñ a d i ó L u i s X V I que
Caloinne os h a b l a a b i e r t o c r é d i t o de
medio m i l l ó n .
— ¡ O h ! dijo M a r í a A n t o n l e t a sonriéndose.
— Y yo
l o be b o r r a d o . A h í
t e n é i s q u i n i e n t a s m i l l i b r a s ganadas
con solo una p l u m a d a .
— ¿ C ó m o ? j b o r r a d o ! elijo l a R e y na p e r d i e n d o e l c o l o r .
— N I mas n i menos : v e r é i s c u á n to vals a ganar con eso. Buenas n o ches , s e ñ o r a , buenas noches.
— ¡ Señor , señor !
— T e n g o m u c h o a p e t i t o , y me r e t i r o . ¿ N o es v e r d a d que he ganado
m u y b i e n l a cena ?
— ¡ S o ñ o r , escuchad!
P e r o L u i s X V I dio u n b r i n c o y
se e c h ó á c o r r e r , alegre p o r dar
aquella b r o m a , y dejando á l a R e y ua m u d a , a t ó n i t a d a y consternada.
— H e r m a n o m i ó , mandad que m e
busquen á M r . de C a l o m n e , dijo p o r
52
F.L COLLAR
fiu a l conde de A r t o i s : alguna j u g a r r e t a h a y en esto.
P r e c i s a m e n t e en a q u e l m o m e n t o
e n t r e g a r o n á la Rey na la siguiente
esquela d e l m i n i s t r o :
— « Y a h a b r á sabido V . M . que el
R e y h a derogado el c r é d i t o . Es una
cosa t a n i n c o m p r e n s i b l e , s e ñ o r a ,
que me he r e t i r a d o d e l consejo e n f e r m o y l l e n o de s e n t i m i e n t o . »
— L e e d , dijo la R e y n a a su h e r m a n o e n t r e g á n d o l e el b i l l e t e d e l m i nistro.
— Y aun hay quien d i g a , h e r m a na m i a , que d i l a p i d a m o s e l tesoro,
e s c l a m ó e l p r í n c i p e ; ese modo de
p r o c e d e r es
— P r o p i o de u n m a r i d o , b a l b u c e ó
la Reyna. A d i ó s , hermano m i ó .
— N o p u e d o menos de daros e l
p é s a m e , h e r m a n a m i a , a l paso que
m e alegro de s a b e r l o , p o r q u e y a t e n i a dispuesto p e d i r m a ñ a n a .
— Que v a y a n e n busca de M a d .
de l a ¡Vlotte , d i j o l a R e y n a á Mad„
DE LA KEY1VA.
53
de M i s e r y , d e s p u é s do haber r e f l e xionado u n l a r g u í s i m o r a t o ; que l a
b u s q u e n p o r donde q u i e r a que e s t é ,
y que venga i n m e d i a t a m e n t e .
34
K L COLLAR
MARÍA ANTOBIIETA REYÍSA. JUANA DE
LA iMOTTE
íiLGER.
•^1 c o r r e o que se m a n d ó á Paris
en busca de ¡Vlad. de la M o t t e , hal l ó á la condesa, ó m e j o r d i c h o , no
la h a l l ó en casa d e l C a r d e n a l de R o llan.
Juana h a b í a ido á v i s i t a r á su
E m i n e n c i a , habia c o m i d o en su casa y estaba a l l i cenando y hablando
con é l acerca de l a m a l avenida r e s t i t u c i ó n , cuando e l c o r r e o l l e g ó á
p r e g u n t a r si se hallaba l a condesa en
casa de iVir. de R o b a n .
DE LA REYNA.
55
É l s u i z o , como h o m b r e h á b i l ,
r e s p o n d i ó que su E m i n e n c i a h a b í a
salido, y que M a d . de L a M o t t e no
estaba a l l i ; p e r o que era f á c i l d a r le l a r a z ó n que l a R e y n a le e n v i a ba, p o r q u e d e b í a v o l v e r aquella m i s ma n o c h e .
— Que v a y a á V e r s a l l e s l o mas
p r o n t o que p u e d a , dijo e l c o r r e o ;
y s i g u i ó su camino sembrando e l a v i so p o r todos los d o m i c i l i o s p r e s u n t o s
de l a n ó m a d a condesa.
P e r o apenas se m a r c h o e l m e n sajero , e l suizo , c u m p l i e n d o sin i r
m u y lejos su c o m e t i d o , m a n d ó á su
m u g e r que subiese á d e c í r s e l o á M a d .
de L a M o t t e , que estaba en las h a bitaciones d e l C a r d e n a l , donde a m bos s ó c i o s f d o s o í a b a n acerca de l a
i n s t a b i l i d a d de las grandes cantidades
de d i n e r o .
E n seguida que o y ó l a condesa
el aviso , c o m p r e n d i ó que era u r gente l a m a r c h a j p i d i ó u n p a r de
caballos a l C a r d e n a l , q u i e n l a d e -
36
E L COLLAR
j ó instalada en u n a b e r l i n a , y mieat r a s que e'l hacia grandes y muchos
c o m e n t a r i o s sobre aquel
mensaje,
l a condesa c o r r i a t a n perfectamente
q u e e n menos de una h o r a se p u so á l a p u e r t a d e l p a l a c i o .
U n a persona que l a esperaba la
i n t r o d u j o i n m e d i a t a m e n t e adonde se
hallaba María Antonieta.
L a R e y n a estaba en su c á m a r a ,
y como se habia acabado ya e l serv i c i o n o c t u r n o , no h a b i a en aquella
h a b i t a c i ó n n i n g u n a persona , á no
ser M a d . de M i s e r y , que estaba l e y e n d o en e l t o c a d o r ,
M a r í a A n t o n i e t a bordaba, prestando i n q u i e t o o í d o á cuantos r u m o r e s
escuchaba , cuando J u a n a se most r ó r á p i d a m e n t e á su p r e s e n c i a .
— i A h ! e s c l a m ó la R e y n a : ¿ h a b é i s llegado ? me alegro m u c h o , m u c h o . T e n g o que daros u n a n o t i c i a ,
condesa.
— ¿ Y es buena , s e ñ o r a ?
— D e c i d l o vos. E l R e y h a nega-
D E LA REYNA.
57
do las q u i n i e n t a s m i l l i b r a s .
- ¿ A M r . de C a l o m n e ?
— Y á todo e l m u n d o . E l R e y no
quiere d a r mas d i n e r o . Esto no l e
pasa á nadie mas que á m í .
— ¡ D i o s m i ó ! m u r m u r ó la condesa.
— P a r e c e i n c r e i b l e ; ¿ no es v e r dad , condesa? N e g a r , b o r r a r l a c a n tidad ya p r o p u e s t a . E n fin , no h a blemos de l o que ya no tiene r e medio : vais á v o l v e r i n m e d i a t a m e n t e
á Paris.
— Bien , s e ñ o r a .
— Y á decir a l C a r d e n a l , supuesto que con t a n t a a b n e g a c i ó n t r a t a
de a g r a d a r m e , que acepto sus q u i nientas m i l l i b r a s hasta e l p r ó x i m o
t r i m e s t r e . Esto q u i z á s s e r á egoista ,
pero es necesario.
— ¡ A y ! s e ñ o r a , m u r m u r ó Juana;
estamos p e r d i d o s . E l s e ñ o r C a r d e n a l
no t i e n e y a d i n e r o
s é que abuso,
pero
L a R e y n a d i ó u n salto como si
58
EL
COLLAR
acabasen de h a c e r l e una h e r i d a ó de
decirle un insulto.
— No
dinero
balbuceó.
— S e ñ o r a , ha i d o á ver á M r . de
R o b a n u n acreedor que ni aun creía
que e x i s t i e r a , y como se t r a t a b a de
u n a deuda de h o n o r , l a ha pagado.
— ( . Quinientas m i l libras ?
— S í , señora.
— Pero
— E l ú l t i m o d i n e r o que le qued a b a — ¡ Ya no tiene r e c u r s o ninguno!
L a R e y n a se q u e d ó como aturd i d a a l saber aquella desgracia.
— ¿ P e r o o s l a r é s o ñ a n d o ? dijo. ¿Es
á m í á q u i e n pasan todas estas cosas Cf ¿ C ó m o s a b é i s eso , condesa ?
¿ C ó m o s a b é i s que M r . de R o b a n no
tiene dinero?
— P o r q u e hace h o r a y media que
m e l o ha contado , s e ñ o r a ; y e l desastre es t a n t o menos f á c i l de rep a r a r . cuanto que las q u i n i e n t a s m i l
l i b r a s eran l o que se l l a m a n e l f o n -
D E LA REYNA.
59
do de su caja.
L a R e y n a d e j ó caer la cabeza e n tre sus manos , y d e s p u é s d i j o :
— Es necesario t o m a r un g r a n ' p a r tido.
— ¿ Q u é h a r á l a R e y n a ? dijo J u a na para s í .
— Ya l o veis , condesa ; esa l e c ción es t e r r i b l e y me castiga p o r
haber hecho á espaldas del I l e y una
acción de mediana i m p o r t a n c i a , de
mediana a m b i c i ó n ó de mediano c o quetisino. C o n v e n i d en que p a r a nada necesitaba yo de ese c o l l a r .
—Es v e r d a d , s e ñ o r a ; p e r o si una
Reyna h i c i e r a las cosas p o r necesidad ó p o r g u s t o . . .
— A n t e todo , q u i e r o hacer l o que
convenga á m i t r a n q u i l i d a d y á l a
dicha de m i f a m i l i a . Con este l a n ce me basta p a r a c o m p r e n d e r c o n
certeza á c u á n t o s malos ratos iba á
esponerme , y cuan fecundo en desgracias era e l c a m i n o que habia escogido. R e n u n c i o a l c o l l a r . P r o c e -
40
E L COLLAR
damos con franqueza , l i b e r t a d y sencillez.
— ¡ Señora !
— Y p a r a empezar sacrifiquemos
l a vanicJSH en el a l t a r del deber,
como h u b i e r a d i c h o M r . D o r a t .
D e s p u é s , dando u n s u s p i r o , murmuró:
-»- | A y ! ¡ ese c o l l a r era sin emb a r g o t a n hermoso !
— Y l o es t o d a v í a , s e ñ o r a , repuso J u a n a , y es d i n e r o contante.
— D e a q u i en adelante no s e r á mas
p a r a m í que u n m o u t o n de pied r a s . C o n las piedras se h a c e , cuando ya se ha j u g a d o con e l l a s , lo
q u e hacen t a m b i é n los
muchachos
d e s p u é s de h a b e r j u g a d o ; t i r a r í a s ,
ó no v o l v e r s e á acordar de ellas.
— ¿ Q u é q u i e r e d e c i r l a Reynaal
d e c i r m e eso ?
— L a R e y n a q u i e r e d e c i r , quer i d a condesa, que vais á tomar la
cajita que h a t r a í d o M r . de Rohan
y l l e v á r s e l a a' los señores
D E LA REYNA.
41
joyeros Boeheiner y Bossange.
— ¿ P a r a devolvérsela?
— Precisamente.
I — P e r o s e ñ o r a , V . M . ha dado
en p r e n d a doscientas c i n c u e n t a m i l
libras.
—Esas doscientas cincuentas m i l
libras me gano ademas , condesa ; asi
a d e l a n t a r é a l m i s m o paso que e l
Rey en m a t e r i a de cuentas.
— ¡ S e ñ o r a ! ¡ s e ñ o r a ! e s c l a m ó la
condesa: ¡ p e r d e r de ese modo l a
I cuarta p a r t e de u n m i l l ó n ! p o r q u e
puede m u y b i e n suceder que los seI ñores joyeros p o n g a n dificultades á
la d e v o l u c i ó n de f o n d o s , de los que
tal vez h a b r á n dispuesto y a . •
— C u e n t o con ello y les dejo l a
prenda c o n t a l de que se r o m p a e l
contrato. Desde que se me h a o c u r rido esta idea , me siento mas l i bro , condesa. L o s cuidados , las t r i s tezas , los t e m o r e s y las sospechas,
vinieron á instalarse a q u í al mismo
tiempo que v i n o ese c o l l a r . Jama's
42
E L COLLAR
h u b i e r a n t e n i d o esos diamantes Inst a n t e fuego para secar las lágrimas
que Caen sobre m í como si vinierau
de densas nubes. C o n d e s a ,
llevaos
esa cajita i n m e d i a t a m e n t e ; los joyeros h a c e n u n b u e n negocio: doscientas c i n c u e n t a m i l l i b r a s de adeala
es u n a ganancia s o b e r b i a ; eso iban
á ganar con l a v e n t a , y eso mismo
ganan ahora , q u e d á n d o s e ademas coa
el collar. C r e o que no se q u e j a r á n ,
y que nadie s a b r á u n a p a l a b r a de
esto.
— ¿ P e r o , s e ñ o r a , . M r . de Roban...
— E l C a r d e n a l no l o ha
hecho
mas que p o r d a r m e gusto. L e diréis
que m i gusto es no t e n e r e l collar,
y si tiene t a l e n t o me c o m p r e n d e r á ,
si es b u e n sacerdote a p r o b a r á mi
c o n d u c t a y me f o r t a l e c e r á en m i sacrificio.
Y mientflfs l a R e y n a decia estas
p a l a b r a s , p r e s e n t a b a l a cajita á Juana , q u i e n , r e c h a z á n d o l a suavemea-
DE LA REYSA.
43
te, dijo:
- S e ñ o r a , ¿ no v a l d r í a mas t r a t a r
de obtener u n plazo ?
- ¿ P e d i r ? no !
—He dicho obtener, s e ñ o r a .
- P e d i r es h u m i l l a r s e , condesa:
obtener es estar h u m i l l a d a . C o n c i b o
que pueda h u m i l l a r s e , una
persona
por a c u e l l a á q u i e n a m a , ó p o r s a l var á una c r i a t u r a v i v a , a u n c u a n do sea u n p e r r o ; p e r o h u m i l l a r s e
para tener e l d e r e c h o de c o n s e r v a r
unas piedras que a r d e n como e l c a r bón encendido , sin ser mas l u m i n o sas n i t a n d u r a d e r a s , ¡ o h ¡ condesa ,
no h a b r á p o d e r h u m a n o que me h a ga dar semejante paso. ¡ J a m á s ! lle^v á o s l a c a j a , amiga m í a , l l e v á o s l a .
— P e r o r e f l e x i o n a d , s e ñ o r a , en
el r u m o r que h a r á n c o r r e r los j ó yeros , aunque no sea mas que p o r
p o l í t i c a y p a r a compadecerse de v o s .
Vuestra negativa s e r á tan ruidosa
como v u e s t r a a p r o b a c i ó n . T o d o e l
mundo s a b r á que los d i a m a n t e s h a n
44
EL
COLLAR
estado en v u e s t r o p o d e r .
- N a d i e l o s a b r á . Y o n a d a debo
á los j o y e r o s ; no los r e c i b i r é , y
poco me da que d i g a n que b a n ganado doscientas c i n c u e n t a m i l libras:
c o n eso mis e n e m i g o s , en l u g a r de
acusarme p o r b a b e r gastado m i l l ó n
y m e d i o en d i a m a n t e s , d i r á n
solam e n t e que t i r o m i d i n e r o a l seno
d e l c o m e r c i o , l o que sin d u d a es
mas agradable y vale mas. L l e v a o s ,
condesa, l l e v a o s l a caja y dad las
gracias á M r . de R o b a n p o r su cort e s í a y buena v o l u n t a d .
L a R e y n a e n t r e g ó l a caja con
u n m o v i m i e n t o i m p e r i o s o á Juana
de L a M o t t e , que no s i n t i ó aquel
peso en sus manos sin e s p e r i m e n t a r
cierta e s t r a ñ a emoción.
— N o hay t i e m p o que p e r d e r , p r o s i g u i ó l a R e y n a ; m i e n t r a s menos
i n q u i e t u d e s sientan los j o y e r o s , t a n t o mas seguras estaremos de
que
g u a r d a r á n e l s e c r e t o ; idos p r o n t o y
DE
LA REYNA.
45
que nadie vea l a c a j i t a . Pasaos a n tes p o r v u e s t r a casa, no sea que e l
ir d i r e c t a m e n t e y á estas horas á
casa de Boehemer d é que sospechar
á la p o l i c í a , que sin d u d a t r a t a de
saber l o que pasa en m i s h a b i t a c i o nes, y cuando h a y á i s hecho p e r d e r
la pista á l a p o l i c í a , i d á v e r á los
joyeros , y recoge'S u n r e c i b o de ellos
para t r a é r m e l o .
— B i e n , s e ñ o r a , h a r é como l o
mandáis.
M e t i ó s e l a caja debajo de l a m a n teleta . o c u l t á n d o l a b i e n , y s u b i ó
al coche c o n todo e l celo qne r e clamaba l a augusta c ó m p l i c e de su
acción.
P a r a obedecerla en t o d o , m a n d ó
que l a l l e v a s e n á su casa, donde
despidiendo e l coche de M r . de R o ban , p a r a que e l cochero que l a h a bía c o n d u c i d o no tuviese l a m e n o r
noticia de su s e c r e t o , h i z o q u é l a
desnudaran y que l e p u s i e r a n tía
vestido menos elegante y mas p r o T. T I I I
i
46
EL
COLLAR
p i ó para a q u e l l a c a r r e r a
nocturna.
S u c a m a r e r a l a v i s t i ó ra'pida»
m e n t e , y o b s e r v ó que d u r a n t e est a o p e r a c i ó n estaba l a condesa pensativa y d i s t r a u l a , cosa que estrañ ó , p o r q u e toda m u g e r de corte
pone sus c i n c o sentidos en u n acto
semejante.
J u a n a en v e r d a d no pensaba en
su [ t o c a d o , y dejaba que l a vist i e r a como se les a n t o j a r a , porque
tena fijo todo su pensamiento en una
idea e s t r a ñ a que l a o c a s i ó n l e inspiraba.
P r e g u n t á b a s e á s í m i s m a si no
c o m e t i a u n a g r a n falta e l Cardenal
en dejar que l a R e y n a devolviese
a q u e l l a j o y a , y si u n a vez cometida esta f a l t a , no seria e l l a u n desc a l a b r o p a r a los planes que M r . de
R o b a n q u e r i a r e a l i z a r , siendo en
c i e r t o m o d o confidente de l a Reyna.
O b e d e c e r las ó r d e n e s de l a Reyna sin c o n s u l t a r c o n M r . de Rob a n , ¿ no era f a l t a r á los prime-
DE L 4 REYNA.
47
ros deberes de l a asociacioa ? A u n que se hablan a p u r a d o sus r e c u r sos, ¿ n o q u e r r í a e l C a r d e n a l v e n derse á sí mismo antes que dejar
p r i v a d a á l a R e y n a de u n objelo
que h a b l a deseado ?
— N o h a y mas r e m e d i o , dijo p a ra sí Juana j debo c o n s u l t a r a l C a r denal.
— ¡ U n millón y cuatrocientas m i l
libras ! a ñ a d i ó : ¡ j a m á s t e n d r á é l semejante c a n t i d a d ]
Y l u e g o , volvle'ndose r e p e n t i namente hacia su c a m a r e r a , le d i j o :
— l d > s , Rosa.
L a camarera o b e d e c i ó , y M a d .
de L a M o t t e c o n t i n u ó su m o n ó l o g o
in en t a l .
— ¡ C u á n t o d i n e r o ! ¡ q u é riqueza!
¡ q u é vida ! ¡ y q u é bien representada e s t á toda la f e l i c i d a d y m a g u i ficencla que semejante r i q u e z a p r o p o r c i o n a , q u é b i e n representada est á en l a serpiente de piedras que
echa llamas d e n t r o de este c a j ó n !
48
E L COLLAR
Y l o a b r i ó y se a b r a s ó los ojos
a l m i r a r sus flamígeros reflejos: sac ó e l c o l l a r , hizo c o r r e r los diam a n t e s p o r sus dedos, y los enc e r r ó en sus p e q u e ñ a s manos , d i ciendo :
— U n m i l l ó n cuatrocientas m i l l i b r a s e s t á n a q u i : s í , u n m i l l ó n cuat r o c i e n t a s m i l , p o r q u e este collar
V í d e todo ese d i n e r o , y los joyeros
p a g a r i a n p o r é l h o y m i s m o esa cantidad.
¡ C a p r i c h o s d e l d e s t i n o ! Juana
de V a l o i s , m u g e r m e n d i g a , m u g e r
o s c u r a , h a tomado de su m a n o , de
l a mano de una R e y u a , de l a p r i m e r a mano d e l m u n d o , y tiene en
las s u y a s , es v e r d a d que solamente
p o r una h o r a , l a c a n t i d a d de u n m i l l ó n cuatrocientas m i l l i b r a s , cantid a d que j a m á s anda sola en e l m u n d o ; que v a s i e m p r e escoltada p o r
fuerza armada ó p o r g a r a n t í a s , que
e n F r a n c i a no p u e d e n ser
menores
q u e las que dan u n C a r d e n a l y una
DE LA REVNA.
49
Reyna.
¡ Y todo esto se h a l l a e n t r e m i s
dedos ! . . . ¡ Q u é cosa á u n m i s m o t i e m po t a n pesada y t a n l i g e r a !
Para l l e v a r en ese p r e c i o t o m e t a l , que l l a m a n o r o , e l e q u i v a l e n t e
de este c o l l a r , serian necesarios u n
par de caballos j p a r a l l e v a r l o en
billetes de b a n c o . : . ¿ Y acaso , se p a gan siempre los b i l l e t e s de b a n c o ?
¿ N o necesitan s e ñ a s , c o n t r a s e ñ a s y
firmas ? Y ademas , u n b i l l e t e es p a pel y pueden d e s t r u i r l o e l fuego , e l
aire ó e l agua: u n b i l l e t e de banco
no tiene curso en todos p a í s e s 5 m a nifiesta su o r i g e n , espresa e l n o m bre de su a u t o r : algunas veces p i e r de p a r t e de su v a l o r , y a u n su
valor e n t e r o . L o s diamantes , p o r e l
c o n t r a r i o , s o n d e una m a t e r i a d u r a ,
que á todo resiste y que todo h o m bre conoce , a p r e c i a , a d m i r a , y c o m p r a en L o n d r e s , en M a d r i d , en B e r l i n , y hasta en e l m i s m o B r a s i l .
Todos alcanzan a c o m p r e n d e r e l v a -
50
E L COLLAR
l o r de u n d i a m a n t e , sobre todo si
son d e l c o r t e y de las aguas de los
que h a y a q n í . j Son h e r m o s o s ! ¡ a d m i r a b l e s ! ¡ q u é soberbio c o n j u n t o form a n ! Pues , y separados ? ¡ Cada uno
de ellos vale q u i z á s , separadamente
y en p r o p o r c i ó n , mas que todos juntos! •
Mas ¿ á q u é pensar en estas cosas? dijo de r e p e n t e :
decidámonos
p r o n t o , ó b i e n á v e r al C a r d e n a l ,
ó b i e n á d e v o l v e r e l c o l i a r á Bceh e m e r , como l a R e y u a me ha encargado.
Y se l e v a n t ó sin soltar de la
m a n o los diamantes , que se calentaban y r e s p l a n d e c í a n .
— V o l v e r á n otra vez,
esclamó,
á la casa d e l j o y e r o , que los pesar á y p u l i r á con su c e p i l l o , cuando
p u d i e r a n b r i l l a r e n e l seno de Mar í a Antonieta
Boehemer se quej a r á a l p r o n t o ; p e r o l u e g o se t r a n q u i l i z a r á , pensando en que tiene una
b u e n a ganancia y se queda con la
DE LA REYNA.
51
m e r c a n c í a . ¡ Á h ! ¡ ya se m e o l v i d a ba! ¿ E n q u é t é r m i n o s se d e b e r á r e dactar e l r e c i b o d e l j o y e r o ? Es cosa
bastante g r a v e : h a y que
emplear
en ello una g r a n dosis de d i p l o m a cia: es menester que el escrito no
comprometa á Bcebemer , á l a R e y n a ,
al C a r d e n a l n i á m í .
J a m á s me a t r e v e r é á redactar p o r
mí sola semejante d u c u m e n t o : necesito de una persona que me a c o n seje.
E l Cardenal
¡ oh ! n o . Si e l
Cardenal me amase m a s , ó fuese
mas r i c o y me diese los d i a m a n tes
M a d . de L a M o t t e se s e n t ó en e l
sofá, c o n los diamantes enrollados
en su m a n o , con l a cabeza a r d i e n do y toda l l e n a de pensamientos c o n fusos , que á veces la
espantaban,
y que rechazaba con f e b r i l e n e r gía.
A poco su m i r a d a a p a r e c i ó mas
t r a n q u i l a , mas fija , mas detenida en
'52
EL
COLLAR
u n solo p e n s a m i e n t o : no notaba que
los m i n u t o s c o r r i a n y que todo tomaba en ella u n a p l o m o i n a l t e r a b l e ;
que semejante á los nadadores que
p o n e n e l p i e en e l fango de los r í o s ,
cada m o v i m i e n t o que hacia p a r a desp r e n d e r s e , l e h u n d í a mas y mas.
U n a h o r a p a s ó en a q u e l l a muda
c o n t e m p l a c i ó n de u n objeto misterioso.
T r a n s c u r r i d a se l e v a n t ó c o n l e n t i t u d , p á l i d a como l a sacerdotisa
i n s p i r a d a , y l l a m ó á su c a m a r e r a .
E r a n las dos de l a m a d r u g a d a .
— Buscadme u n coche de a l q u i l e r ,
l e dijo y . si no l o h a y , a u n q u e sea
una carreta.
L a criada h a l l ó u n coche de a l q u i l e r que estaba en l a c a l l e vieja
del T e m p l e ,
M a d . de L a M o t t e s u b i ó sola y desp i d i ó á su c a m a r e r a .
Diez m i n u t o s d e s p u é s p a r a b a el
coche a la p u e r t a d e l f o l l e t i s t a R e t a u d de V ü l e t t e .
DE
LA REYNA.
53
EL RECIBO DE BOEHEMER Y LA DECLARACIÓN DE LA R E Y N A .
H.
Lasta e l d í a s i g u i e n t e no a p a r e ció el r e s u l t a d o de l a v i s i t a n o c t u r na a l f o l l e t i s t a R e t a u d de V i l l e t t e .
M a d . de L a M o t t e h i z o l l e g a r á
las siete de la m a ñ a n a á manos de
la R e y n a u n a c a r t a en que i b a i n cluido e l r e c i b o de los j o y e r o s , e l
cual estaba estendido en esta f o r m a :
« L o s abajo firmados , declaramos
que h a v u e l t o á n u e s t r o p o d e r e l
54
E L COLLAR
c o l l a r v e n d i d o á la R e y n a en la
c a n t i d a d de u n m i l l ó n seiscientas mil
l i b r a s , p o r no h a b e r gustado los diamantes á S. M , , q u i e n nos ha compensado los pasos y desembolsos que
t e n í a m o s hechos , con la suma de
doscientas c i n c u e n t a m i l l i b r a s que
ha entrado en n u e s t r a caja.
Firmado:
BOEHEMER
Y BOSSANGE.»
T r a n q u i l a entonces la R e y n a en
p u n t o a l negocio que p o r t a n t o t i e m p o l a habla estado a t o r m e n t a n d o ,
g u a r d ó el r e c i b o en su gabela y
n o v o l v i ó á pensar mas en e l asunto.
Mas p o r una e s t r a ñ a c o n t r a d i c c i o n con a q u e l b i l l e t e , los joyeros
Boehemer y Bossange r e c i b i e r o n dos
dias d e s p u é s l a v i s i t a d e l Cardenal
de R o b a n , á q u i e n t e n i a i n q u i e t o el
pago de l a p r i m e r a c a n t i d a d coaven i d a e n t r e los vendedores y la Reyna.
M r . de R o b a n h a l l ó á Bcebemer
e n su casa d e l m u e l l e de l a Escue-
PE LA EEVNA.
55
l a ; calculaba que espirando a q u e l l a
mañana e l p r i m e r plazo , e l m e n o r
retardo ó la m e n o r
negativa debía tener en a l a r m a á los j o y e r o s .
S u c e d í a no obstante l o c o n t r a r i o :
en casa de Bcehemer habla la m a yor t r a n q u i l i d a d y M r . de R o b a n
se a l e g r ó rnuebo de v e r á los c r i a dos con buen semblante , y con despiertas orejas y empinado rabo a l
perro de l a casa, l'cebemer m i s m o
le r e c i b i ó con m u e s t i as de g r a n satisfacción.
— V e a m o s , le dijo el Cardenal ;
boy ba espirado el plazo c o n v e n i do para e l p r i m e r pago. ¿ S e ba realizado ?
— A u n no , m o n s e ñ o r , r e s p o n d i ó
el j o y e r o , S, M . no ba podido d a r
dinero : ya s a b é i s que e l R e y no b a
querido firmar e l ^proyecto de M r .
de C a l o m n e ; es cosa de que todos
hablan.
—Sí,
todo e l m u n d o , Boebemer,
56
E L COLLAR
y esa n e g a t i v a d e l R e y es l a que
me ha hecho v e n i r .
— P e r o S. M . , c o n t i n u ó e l joyer o , o b r a en e l asunto con l a mejor
buena fe , insiste « n su deseo, y
v i e n d o q u e no puede p a g a r , nos ha
garantizado l a deuda , que era todo
l o que p o d í a m o s p e d i r .
— ¡ A h ! m e j o r es eso , r e s p o n d i ó
e l C a r d e n a l : d e c í s que os h a garantizado l a deuda ; eso es m u y bueno;
¿ p e r o , c ó m o ?,..
— D e l modo mas s e n c i l l o y d e l i cado , repuso e l j o y e r o : de u n modo v e r d a d e r a m e n t e r e g i o .
— ¿ P o r medio de l a b e l l í s i m a condesita ?
— N o , m o n s e ñ o r , n o , ¡Mad. de La
M o t t e no se ha i n t e r v e n i d o en el
asunto j y eso es l o que mas nos ha
a g r a d a d o , t a n t o á Bossange como
á mí.
— ¿ N o h a v e n i d o ? Pues creed ,
Boehemer , que l a condesa tiene algo que v e r en este asunto ; y t a n -
DE LA REYNA.
57
ío, cuanto que toda buena idea nace de e l l a . P o r supuesto , q u e nada
le q u i t o á S. M .
— Juzgue m o n s e ñ o r si l a R e y n a
se ha mostrado buena y delicada c o n
nosotros. H a b í a s e esparcido el r u m o r
de que e l R e y se h a b í a negado á
conceder las q u i n i e n t a s m i l l i b r a s ,
y con este m o t i v o e s c r i b i m o s á M a d .
de L a M o t t e .
— ¿ Cuándo ?
— A y e r , monseñor.
— ¿Y q u é respondió ?
— ¿ N o sabe nada v u e s t r a E m i n e n cia ? dijo Boehemer c o n c i e r t a v a g a
y respetuosa f a m i l i a r i d a d .
— N o ; hace y a t r e s dias que n o
tengo l a h o n r a de v e r á l a s e ñ o r a
condesa , r e s p o n d i ó e l p r í n c i p e c o mo v e r d a d e r o p r í n c i p e .
— P u e s b i e n ; M a d . de L a M o t t e
nos d i ó p o r toda respuesta esta sola
palabra : / Esperad !
— ¿ P o r escrito ?
—•Verbalmente,
monseñor.
En
58
E L COLLAR
n u e s t r a carta r o g á b a m o s á M a d . de
L a M o t t e que os pidiese una audiencia , y que a d v i r t i e s e á la Beyna
que estaba para vencer el primer
plazo.
L a palabra esperad era natural í s i m a en ese caso , r e s p o n d i ó e l Cardenal.
— Esperamos , pues , m o n s e ñ o r , y
anoche r e c i b i m o s p o r u n c o r r e o misterioso una c a r t a de l a R e y n a .
— ¿ U n a c a r t a ? ¿ P a r a q u i é n ? ¿Par a vos , Boehemer ?
— O mejor d i c h o , u n reconocimiento en toda f o r m a , m o n s e ñ o r .
— V e a m o s , dijo e l C a r d e n a l .
— ¡ O h ! yo os l o e n s e ñ a r í a si no
h u b i é s e m o s j u r a d o , t a n t o m i comp a ñ e r o como y o , e l n o e n s e ñ á r s e lo á nadie.
— ¿ Y por q u é ?
-—Porque l a m i s m a R e y n a nos ha
i m p u e s t o esta r e s e r v a ,
monseñor;
ya v e i s , S. M . nos encai-ga e l secreto.
DE LA REYNA.
59
— ; A l i ! eso es o t r a cosa; ¡ q u e
felices sois, s e ñ o r e s joyeros ; q u é f e lices , supuesto que r e c i b í s cartas de
la R e y n a !
— P o r u n m i l l ó n trescientas
cincuenta m i l l i b r a s , dijo en tono de
broma e l j o y e r o , puede conseguir uno
tantas cosas
— S í , p e r o n i diez m i l l o n e s n i
ciento pagan ciertas cosas, c a b a l l e ro, r e p l i c ó gravemente el prelado.
En fin, ¿ t e n é i s suficientes g a r a n tías ?
— Cuantas son p o s i b l e s ,
monseñor.
— L a R e y n a reconoce l a d e u d a ?
—Terminantemente.
— Y se o b l i g a á p a g a r . . . , .
— D e n t r o de t r e s meses, q u i n i e n tas m i l l i b r a s ; l o d e m á s d e n t r o d e l
semestre. .
— ¿ Y
los intereses?
— ¡ O h ! m o n s e ñ o r , una p a l a b r a
de S. M . l o garantiza todo.
a/Zagamos, a ñ a d e con m u c h a bondad S.
60
E L COLLAR
M . , hagamos este negocio entre nosotros {ya c o m p r e n d e v u e s t r a Eminencia la r e c o m e n d a c i ó n ) ,
y no
tendréis motivo para arrepentiros.»
¡ Y firma ! y a v e i s , m o n s e ñ o r , que
en este asunto e s t á desde entonces
comprometido nuestro honor.
— Ya estoy en paz c o n v o s , señ o r Boehemer, dijo gozoso e l Card e n a l : d e n t r o de poco t i e m p o h a b r á
otro negocio.
— C u a n d o v u e s t r a E m i n e n c i a se
digne h o n r a r n o s con su confianza.
— ¿ P e r o a u n en ese m i s m o asunto no veis l a mano de l a eondesita ?....
— E s t a m o s m u y reconocidos á Mad.
de L a M o t t e , m o n s e ñ o r , y hemos
c o n v e n i d o , t a n t o Bossange como yo,
en m o s t r a r n o s agradecidos á sus b o n dades , cuando e l c o l l a r , lealmente
p a g a d o , e n t r e en n u e t r a s cajas en
m o n e d a sonante.
— ¡ C h i s t ! s i l e n c i o , dijo e l C a r d e nal , n o m e h a b é i s c o m p r e n d i d o .
U
DE
LA. R E Y N A .
6i
•
Y se v o l v i ó á s u b i r á su carrosa ,
escoltado p o r los c u m p l i m i e n t o s y cortesías de toda la casa.
Ya podemos q u i t a r l a ma'scara:
nadie h a v i s t o e l velo sobre l a estatua: a l saber que iba a valerse de
la p l u m a d e l folletista R e t e a u d de V i llete c o n t r a su b i e n h e c h o r a todo e l
mundo h a b r á a d i v i n a d o ya l o que
hizo M a d . de L a M o t t e : de a q u e l modo
se a c a b a r í a n l a i n q u i e t u d en los j o ^
y e r o s , los e s c r ú p u l o s en la R e y n a
y las dudas en e l C a r d e n a l . T r e s
meses t e n i a Juana á su d i s p o s i c i ó n
para c o m e t e r a q u e l r o b o , a q u e l c r i men ; tres meses en que p o d í a n m u y
bien m a d u r a r los f r u t o s p a r a que ella
pudiera c o g e r l o s .
Juana v o l v i ó á casa de M r . R o b a n
q u i e n l e p r e g u n t ó c ó m o habia s o l tado tales prendas l a R e y n a
para
acallar las exigencias de los j o y e ros.
la
M a d . de L a M o t t e c o n t e s t ó q u e
R e y n a h a b i a t e n i d o confianza e n
T. Mili.
5
62
E L COI L A R
e l l o s , y que l e s habia recomcudado
e l s e c r e t o ; que una R e y n a que paga tiene m u c h a necesidad de ocull a i s e j p e r o que m n c b a m a y o r es esl a p r e c i s i ó n cuando p i d e plazos y
crédito.
E l C a r d e n a l c o n o c i ó que tenia raz ó n , y se l o dijo , p r e g u n t á n d o l e ademas si l a R e y n a se acordaba todav í a de sus buenos deseos.
J u a n a l e p i n t ó de t a l modo el
a g r a d e c i m i e n t o d é l a Heyna , que M r .
de R o b a n se e n t u s i a s m ó mas como
g í í l a n que como s u b d i t o , y con mas
orgullo i u c afccto.
Juana conduciendo esta conversación ?1 objeto que ella se babia p r o puesto , l a t e r m i n ó y r e s o l v i ó v o l verse á su casa , abocarse c o n uu
c o m c r c i a u t e en piedras , V e n d e r hasla cien m i l escudos e n diamantes, y
fdgFirse á I n g l a t e r r a ó á Rusia , p a i ses l i b r e s , e n los que p o d i a v i v i r
'ricamente cou esta c a n t i d a d , d u r a n te cinco ó seis a ñ o s , a l cabo d e los
DE
L A RETÍN A .
65
cuales, sin que nadie la i n c o m o d a se , p o d r í a v e n d e r con g r a n v e n t a j a
y poco á poco , los d e m á s d i a m a n tes.
Pero nada s a l i ó á m e d i d a de
su deseo , p o r q u e apenas e n s e ñ ó los
primeros d i a m a n t e s á dos i n t e l i g e n tes, las m i r a d a s de e s t o s , su s o r presa y sn r e s e r v a la e s p a n t a r o n .
Uno ofrecia m u y poco , y e l o t r o
se estasiaba delante de aquellas p i e dras , d i c i e n d o que no h a b i a v i s t o
otras semejantes , á no ser en el
c é l e b r e c o l l a r de Eoebemer y Bossauge.
Juana se d e t u v o : u n paso mas
la h u b i e r a p e r d i d o . C o n o c i ó que u n a
imprudencia en caso semejante era
la r u i n a y que la Pveyna era el p i lorí ó l a p r i s i ó n p e r p e t u a . G u a r d a n do en e l sitio mas r e c ó n d i t o a q u e llos d i a m a n t e s , r e s o l v i ó p r o v e e r s e
de armas defensivas t a n s ó l i d a s y de
de armas ofensivas t a n aceradas, q u e
todos los o b s t á c u l o s quedasen ve11-
64
EL COLLAR
cidos casi antes de presentarse en
la liza.
V i v i r e n t r e los deseos del Card e n a l , q u i e n s i e m p r e andarla indagando , y l a i n d i s c r e c i ó n de l a Reyna que se j a c t a r i a s i e m p r e de haber
desechado l a idea d e l c o l l a r , era un
p e l i g r o t e r r i b l e ; solo con que l a Reyn a v e l C a r d e n a l p u d i e s e n hablarse
u n a p a l a b r a b a s t a r í a p a r a que todo
se d e s c u b i i e s e . Juana se tranquilizó
u n p o c o a l pensar
que e l
Card e n a l , enamorado de l a Reyna,
t e n d r i a , como todos los enamorados
u n a v e n d a en los ojos , y que por
c o n s i g u i e n t e caeria en todos los lazos que l e tendiese l a astucia bajo la
sombra del amor.
P e r o era menester que u n a ma"
no h á b i l p u s i e r a a q u e l lazo de tal
m o d o que ambos cayesen en é l ; era
m e n e s t e r que si l a R e y n a descubría
e l r o b o , no se a t r e v i e r a á quejarse , y que si e l C a r d e n a l denunciab a á l a d e t e n t a d o r a , t u v i e r a p o r se-
DE
L A REYNA.
65
gura y c i e r t a su p r o p i a p é r d i d a ; y
en fin, era menester que a q u e l g o l pe fuese m a e s t r o , p o r q u e los dos
adversarios t e n í a n p o r suya toda u n a
galería.
Juana no r e t r o c e d i ó : era u n a de
esas raugeres i n t r é p i d a s que l l e v a n
el m a l hasta e l h e r o i s m o , y e l b i e n
hasta la m a l d a d . Desde a q u e l m o m e n to no p e n s ó mas que en una cosa ;
en i m p e d i r que se viesen y h a b l a sen la R e y n a y e l C a r d e n a l .
M i e n t r a s Juana se hallase p r e s e n te , nada se p e r d e r í a : p e r o si á espaldas suyas se decian una sola p a labra echaban p o r t i e r r a toda l a suerte f u t u r a de J u a n a .
— N o v o l v e r á n á v e r s e , dijo : n o
se h a b l a r á n j a m á s .
Sin e m b a r g o , a ñ a d í a ; el Cardenal q u e r r á v o l v e r á v e r á l a E e y n a ,
y p r o c u r a r á efectuarlo.
N o esperemos á que l o p r o c u r e
por s í ; i n s p i r é m o s l e ese p e n s a m i e n to. Que desee v e r l a ; que l o m a n í -
G6
EL
COLLAR
ñ e s t e ; que se c o m p r o m e t a manifestándolo.
Si ; p e r o ¿ y si solamente él se
.compromete ?
Y este p e n s a m i e n t o l a p o n i a en
dolorosa perplegidad.
— N o c o m p r o m e t i é n d o s e mas que
él , l a R e y n a tiene consigo su socorro;
¡ y h a b l a tan r e c i o . . . . . se
d e j a r á l l e v a r de su c a r á c t e r y
!
sabe de t a l m a n e r a ai r a n e a r l a máscara á l a
ficción.
S i M r . de R o b a n se c o m p r o m e te p o r l a R e y n a , estoy casi segura
de q u e l a K'eyoa se c o m p r o m e t e r á
p o r causa de M r . de R o b a n . | O b ! Per o q u e s e r á de raí si se a p r o x i m a n estos dos s é r e s , t a n interesados en desc u b r i r el secreto.
Juana r e t r o c e d i ó ante la enorme
r o c a que e l l a m i s m a s u s p e n d í a sob r e su cabeza. ¡ V i v i r a s í , t e m b l a n d o , a n g u s t i a d a , o p r i m i d a por l a persp e c t i v a de semejante caida ! e r a cosa
terrible.
DE
L A RETJNA.
67
Mas, c ó m o e v i t a r aquella a n g u s tia? ¡ P o r m e d i o de l a f u g a ! ¡ P o r
el d e s t i e r r o ! ¡ T r a s p o r t a n d o á u n
pais estranjero los diamantes d e l c o llar de l a R e y na !
¡ H u i r ! no era d i ñ c i l : u n a b u e na sdla de posta se tiene en diez h o ras, en e l espacio de u n s u e ñ o feliz
de M a r í a A n t o n i e t a , en e l i n t e r v a l o
de una c o m i d a de amigos d e l C a r d e nal, y su desayuno d e l siguiente d i a .
Que se estienda e l c a m i n o á l a v i s ta de J u a n a , que ofrezca su piso y
sus i n t e r m i n a b l e s recodos á las h e r raduras de los fogosos caballos: esto
basta p a r a que Juana se vea l i b r e ,
sana y salva en diez h o r a s .
— Pero , j q u é escándalo , q u é v e r g ü e n z a ! D e s a p a r e c e r , aun l i b r e ; en
seguridad, pero proscripta I Juana
no s e r á y a u n a m u g e r , u n a d a m a
p r i n c i p a l , sino una l a d r o n a , una c o n t u m a z , á q u i e n la j u s t i c i a no a l c a n za , y sin embargo l a s e ñ a l a ; á q u i e n
68
E L COLLAR
e l h i e r r o d e l v e r d u g o no abrasa con
su m a r c a , p o r q u e e s t á demasiado
l e j o s , y ,TIO obstante l a destroza y
d e v o r a la o p i n i ó n p ú b l i c a .
N o , no h u i r á . E l c o l m o de la
audacia y e l c o l m o de l a habilidad
son como las dos cimas d e l Atlas
semejantes á los gemelos de l a tierr a : uno conduce a l o t r o ; los dos
son iguales en v a l o r ; q u i e n ve á uno
ve á los dos
¿ Q u é h a c e r ? P a r a que l a R e y na no pueda acusar es menester que
no pueda a b r i r l a b o c a ; para cerrar
esa boca n o b l e y animosa es menester c o m p r i m i r sus resortes c o n l a i n i c i a t i v a d é una a c u s a c i ó n .
N a d i e se a t r e v e á d e n u n c i a r a n te u n t r i b u n a l á u n c r i a d o p o r hab e r c o m e t i d o u n r o b o , si este c r i a do puede acusarle y c o n v e n c e r l e de
u n d e l i t o t a n deshonroso como el
robo.
Juana d e t e r m i n ó
t e n e r audacia y
DE
L A REYNA.
69
quedarse , a u n q u e c o n v e n c i d a de l a
i m p o s i b i l i d a d de c r e a r e n t r e e l C a r denal y l a R e y n a u n t e r r o r s o l i d a rio , e l dia en que uno ú o t r o de
ellos conociese que se h a b í a c o m e t i do u n r o b o en su i n t i m i d a d .
Juana se babia p r e g u n t a d o c u á n to p o d r i a n v a l e r l e en dos a ñ o s e i
favor de l a R e y n a y e l a m o r d e l C a r denal , y v a l u ó la r e n t a de estas dos
felicidades en q u i n i e n t a s ó seiscientas m i l l i b r a s , pues Sabia q u e , e n
pos de e l l a s , e l fastidio , l a d e s g r a cia y el abandono h a r i a n espiar
el f a v o r , l a boga y las satisfacciones.
— G a n o c u m i p l a n , se d i j o , setecientas ú ochocientas m i l l i b r a s .
Ya se v e r á c o m o a q u e l l a a l m a
p r o f u n d a se p e r d i ó en l a t o r t u o s a
senda , que d e b í a c o n c l u i r con la v e r g ü e n z a p a r a ella , y con l a desesperación p a r a los o t r o s .
— P e r m a n e c e r en P a r í s , r e a s u m i ó
la condesa, mantenerme
firme
en
70
E L COLLAR
p r e s e n c i a d e l juego de los dos actor e s ; no p e r m i t i r que
representen
o t r o p a p e l que el que á m i s intereses c o n v e n g a ; escoger e n t r e los
m o m e n t o s favorables e l mas propicio
p a r a la f u g a , b i e n sea u n a comisión
c o n f e r i d a p o r l a m i s m a R e y n a , bien
u n a v e r d a d e r a desgracia que baga nat u r a l el a l e j a m i e n t o ; i m p e d i r toda com u n i c a c i ó n d e l C a r d e n a l con Maria
A n t o n i e t a , be a q u i la g r a n d i f i c u l t a d ;
p o r q u e M r . de R o b a n e s t á enamor a d o , p o r q u e es p r í n c i p e , porque
t i e n e derecbo de e n t r a r en palacio
m u c b a s veces a l a ñ o , y p o r q u e la
R e y n a , c o q u e t a , á v i d a de bomenages, y r e c o n o c i d a p o r ol'-a p a r t e al
C a r d e n a l , no e s q u i v a r á á este su p r e sencia s i é l l a b u s c a .
— P e r o los a c o n t e c i m i e n t o s s u m i n i s t r a r á n los medios de separar á
t a n augusto p c r s o n a g e , y a y u d a r e mos á los a c o n t e c i m i e n t o s . N a d a ser i a t a n acertado n i t a n d i e s t r o como
escitar en l a K e y n a e l o r g u l l o que
DE
LA REVNA.
71
corona á Ja castidad ; n o h a y d u d a
que alguna i n s i n u a c i ó n algo v i va d e l
Cardenal ofenderla á l a m u g e r , a l t a nera , delicada y s u s c e p t i b l e ; las d a nias parecidas a' la R e y n a apetecen
los homenages , p e r o t e m e n y r e c h a zan ios ataques.
S í : e l m e d i o es i n f a l i b l e ; a c o n sejando á M r . de U o b o n que se d e clare , se v e r i f i c a r á en e l e s p í r i t u
de M a r í a A n l o n i e t a u n s e n t i m i e n t o
de d i s g u s t o , de a n t i p a t í a , que alej a r á para s i e m p r e , no a l p r í n c i p e
de la p r i n c e s a , sino a l h o m b r e de
la m u g e r , a l v a r ó n de la b e m b r a .
De este modo h a b r á armas c o n t r a
el C a r d e n a l , cuyas m a n i o b r a s q u e d a r á n paralizadas el g r a n dia de las
hostilidades.
H á g a s e , p u e s ; p e r o con I m c e r
que e l C a r d e n a l sea a n t i p á t i c o á l a
R e y n a , solo se trabaja c o n t r a é l , se
deja b r i l l a r la v i r t u d de l a R e y n a ;
es d e c i r , se p e r m i t e desahogo á esta
princesa , y aquella l i b e r t a d de l e n -
72
E L COLLAR
guaje que f a c i l i t a toda a c u s a c i ó n conc e d i é n d o l e e l peso de la m a y o r autoridad.
L o qne se necesita es u n a p r u e ba c o n t r a M r . de R o b a n y contra
la R e y n a , una espada de dos fdos,
qne h i e r a a' derecba é i z q u i e r d a , y
que c o r t e a l sacarla de l a v a i n a .
L o que yo q u i e r o es u n a acusac i ó n que baga p a l i d e c e r á la R e y na , que baga a v e r g o n z a r s e a l C a r denal , y que u n a v e ¿ acreditada ,
deje l i b r e de toda sospecba á Juana,
confidente de los dos p r i n c i p a l e s c u l pables ; l o que q u i e r o es una c o m •
b i n a c i o n , con l a c u a l pueda p a r a p e t a r m e y decir en su dia : « N o
m e a c u s é i s , ú os a c u s o ; no me p e r d a i s , pues de l o c o n t r a r i o os p i e r do ; dejadme l a f o r t u n a , y os dejo
el b o n o r . »
Esto m e r e c e buscarse , p e n s ó
l a p é r f i d a condesa , y l o buscare':
m i t i e m p o e s t á pagado desde b o y .
E n e f e c t o , M a d . de L a M o t t e se
DE
sepultó
mediatos
el sol.
en sus
á
la
LA REYNA.
cómodos
ventana
/0
cogines
abrasada
inpor
71
E l . C.OU.AR
LA
CAUTIVA-
i w J i i e n t r a s que l a condesase h a l l a ba entregada á estas
meditaciones,
u n a escena de d i s t i n t o g é n e r o pasa-*
ba en l a c a l l é de San C l a u d i o , en
f r e n t e de la casa habitada p o r Juana.
Y a se a c o r d a r á e l l e c t o r de que
M r . de C a g l i o s t r o habia instalado en
e l a n t i g u o edificio de B á l s a m o á l a
fugitiva O l i v a , perseguida por la pol i c í a de M r . de C r o s n e .
PE
L A RF.YNA.
i.0
La señorita Oliva , sumamente i n quieta, habia aceptado con ansia aquella ocasión de huir , tanto de la policia como de Beausire : vivia, pues,
retirada , oculta y temblando en aquella morada misteriosa , que habia
presenciado tantos dramas terribles,
mucho mas terribles que la aventura tragi-cómica de la señorita N i colasa Legay.
Cagliostro la habia rodeado de
cuidados y de comodidades , y ella
no podia menos de considerarse feÍU al vei se protegida por aquel gran
señor , que nada pedia , aunque parecía esperar mucho.
¿ Y q u é -era lo que esperaba ? H é
aquí lo que se preguntaba inútilmente nuestra reclusa.
Para la señorita Oliva , M r . de
Cagliostro, aquel hombre que habia
domado á Beausire y vencido á los
agentes de policía , era un dios salvador. También debia ser un amante
muy amartelado, supuesto que se
76
E l i COLLAR
p o r t a b a con el m a y o r respeto.
P o r q u e es p r e c i s o conocer que
el a m o r p r o p i o de O l i v a no le perm i t i a de que C a g l i c s t r o t u v i e s e acerca de ella otras m i r a s que l a de
c o n v e r t i r l a a l g ú n dia en q u e r i d a suya,
Es u n a v i r t u d p a r a las mugeres
q u e c a r e c e n d e todas e l c r e e r que
pueda a m á r s e l a s
respetuosamente;
el c o r a z ó n que no c u e n t a con el amor,
y con e l r e s p e t o que e l a m o r inspira,
es u n
c o r a z ó n seco,
desgarrado,
muerto.
O l i v a c o m e n z ó p o r lo tanto á
f o r m a r c a s t i l l o s en e l a i r e en su mans i ó n de l a c a l l e de San C l a u d i o ,
c a s t i l l o s q u i m é r i c o s , en que e l pob r e Beausire , p r e c i s o es confesarl o , r a r a vez e n c o n t r a b a u n asilo.
C u a n d o p o r l a m a ñ a n a , adornada c o n todos los atavios que Cagliost r o b a b i a amontonado en sus gabinetes , b a c í a e l p a p e l de g r a n s e ñ o r a ,
y repasaba las diversas a c t i t u d e s del
de C e l i m i n e s , solo v i v i a p a r a aqtie-
DE
LA REYNA.
77
Ha h o r a en que C a g l l o s t r o se p r e sentaba dos veces cada semana p a ra i n f o r m a r s e de l a r e s i g n a c i ó n c o n
que su p r o t e g i d a mataba e l t i e m p o .
E n t o n c e s aquella p o b r e c r i a t u r a ,
ofuscada p o r e l l u j o i n t e l i g e n t e que
reinaba en los salones , se confesaba á sí misma que todo en su v i d a
pasada habia sido d e c e p c i ó n y e r r o res , ios cuales desmentian la aserción d e l m o r a l i s t a : « L a v i r t u d constituye la felicidad.» E l l a decia: « L a
felicidad c o n s t i t u y e necesariamente l a
virtud.
P o r desgracia faltaba en l a c o m posición de aquella d i c h a u n e l e mento indispensable p a r a que fuese
durable.
O l i v a era f e l i z , p e r o se f a s t i diaba.
N i los l i b r o s , n i los cuadros, n i
los i n s t r u m e n t o s de m ú s i c a l a h a b i a n
d i s t r a í d o c o m p l e t a m e n t e : los l i b r o s
no eran bastante l i b r e s p a r a ella ,
ó los que l o eran h a b i a n quedado y a
i . TIII
6
78
E L COLLAR
devorados m u y p r o n t o : los cuadros
s i e m p r e nos d i c e n una m i s m a cosa,
d e s p u é s de h a b e r l o s examinado por
p r i m e r a v e z . A d v i é r t a s e que esteno
es j u i c i o n u e s t r o , sino de O l i v a . En
cuanto á los i n s t r u m e n t o s de músic a , solo p r o d u c e n u n g r i t o , y nunca u n a v o z , en manos d e l i s n o r ant e que los toca.
Forzoso es d e c i r que O l i v a no
f a r d ó en a b u r r i r s e c r u e l m e n t e de su
p r o p i a d i c h a , y muchas veces recoi'"
d o , anegada en l l a n t o , aquellas deliciosas y cortas madrugadas transcurr i d a s en la v e n t a n a de l a calle Danp h l n e , cuando, magnetizando l a calle
con sus m i r a d a s , h a c i a que cuantos pasaban levantasen l a cabeza.
¡ Y q u é hermosos paseos p o r el
b a r r i o de San G e r m á n , cuando el
gracioso c b a p i n
elevaba sobre sus
talones de dos pulgadas aquel pie
de v o l u p t u o s a c o m b a d u r a ! ¡Cuando
cada paso de l a b e l l a era u n verdadero t r i u n f o , y a r r a n c a b a á los in-
DE L A R E Y N A .
79
teligentes u a g r i t o , y a de t e m o r a l
verla deslizarse l i g e r a , ya de d e seo a l c o n t e m p l a r d e s p u é s d e l p u lido p i e l a b i e n torneada p i e r n a !
Esto es l o que. pensaba l a c a u t i va N i c o l a s a . V e r d a d es que los agentes d e l s e ñ o r t e n i e n t e de p o l i c i a e r a n
t e m i b l e s , y que e l h o s p i t a l , donde
las mageres se c o n s u m e n en u n a
p r i s i ó n s ó r d i d a , no p o d i a c o m p a r a r se con l a c á r c e l e ñ m e r a y
espléndida de l a c a l l e de San C l a u d i o . Pero ¿ de q u é l e s e r v i a e l ser m u g e r
y c a p r i c b o s a , si no le era p e r m i t i do rebelarse cuando q u e r i a c o n t r a e l
b i e n , p a r a c o n v e r t i r l o en m a l , a u n
cuando fuese en s u e ñ o s ?
P o r o t r a p a r t e , todo aparece de
color m e l a n c ó l i c o a l que se a b u r r e ,
y N i c o l a s a e c h ó de menos á B e a u sire , d e s p u é s de haber echado de
menos su l i b e r t a d . Confesamos que
nada h a cambiado en e l m u n d o de
las m u g e r e s , desde e l t i e m p o en
que las hijas de J u d á , i b a n á l a
80
I L COLLAR
m o n t a ñ a , e l d i a antes de su mat r i m o n i o , á l l o r a r su v i r g i n i d a d .
H e m o s llegado a l dia de l u t o y
de a b a t i m i e n t o en que O l i v a ,
privada de toda s o c i e d a d , de toda com u n i c a c i ó n , e n t r a b a , d e s p u é s de dos
semanas, en e l p e r i o d o mas triste
de su f a s t i d i o .
D e s p u é s de h a b e r i agotado todos
los r e c u r s o s , no a t r e v i é n d o s e á sal i r n i á asomarse á las
ventanas,
empezaba á p e r d e r e l a p e t i t o mater i a l ; p e r o no e l de l a i m a g i n a c i ó n ,
e l c u a l , p o r e l c o n t r a r i o , iba en
aumento, con arreglo a la disminuc i ó n que e l o t r o s u f r í a .
E n a q u e l m o m e n t o de a g i t a c i ó n
m o a l fue cuando r e c i b i ó l a visita ,
i n e r p e r a d a a q u e l d i a , de su p r o t e c tor8 Cagliostro.
E n t r ó , s e g ú n su c o s t u m b r e , por
l a p u e r t a baja d e l e d i f i c i o , d i r i g i é n dose p o r e l j a r d i n i l l o ú l t i m a m e n t e
trazado en los p a t i o s p a r a l l a m a r en
os postigos de l a h a b i t a c i ó n o c u p a -
DE
L A REYNA
81
da p o r O l i v a .
C u a t r o golpes dados p o r i n t e r v a los iguales era l a s e ñ a l c o n v e n i d a
entre ellos p a r a que l a j o v e n descorriese e l c e r r o j o que habia c r e i do deber e x i g i r como p r e n d a de seguridad e n t r e e l l a y u n h o m b r e p r o visto de l l a v e s .
O l i v a no c r e i a que fuesen i n ú tiles las p r e c a u c i o n e s , p a r a c o n s e r v a r
bien u n a v i r t u d que en ciertas ocasiones le pesaba demasiado.
A l a s e ñ a l de C a g l i o s t r o t i r ó d e l
cerrojo con una r a p i d e z que p r o b a ba l a necesidad que s e n t í a de t e n e r
una c o n f e r e n c i a .
V i v a como u n a c o s t u r e r a de P a rís , se a d e l a n t ó á r e c i b i r á su n o ble c a r c e l e r o , le a p r e t ó las m a n o s ,
mas b i e n p a r a p e l l i z c a r l e que p o r
a c a r i c i a r l e , y con voz i r r i t a d a , r o n ca y b r e v e , le dijo :
— C a b a l l e r o , me fastidio , me a b u r ro ; sabedlo.
Cagliostro la m i r ó y m o v i ó lije-
82
EL
COLLAR
r a m e n t e l a cabeza.
— ¡ Os f a s t i d i á i s ! c o n t e s t ó cerrando la p u e r t a . ¡ O h querida n i ñ a !
ese es u n m a l m u y p i c a r o .
— A q u i m e c o n s u m o , m e muero.
— ¿ D e veras ?
— S í ; y me acosan malos pensamientos.
— V a m o s , vamos , dijo e l conde
a p a c i g u á n d o l a , como l o h u b i e r a hec h o con u n p e r r i t o f a l d e r o : si no
e s t á i s b i e n a q u í , no me e c h é i s á
m í l a c u l p a , sino e l s e ñ o r t e n i e n te de p o l i c í a , que es v u e s t r o enemigo.
— M e e x a s p e r á i s c o n v u e s t r a sang r e f r i a , c a b a l l e r o , dijo O l i v a . Mas
q u i e r o p r e s e n c i a r v u e s t r a c ó l e r a que
ser objeto de semejantes z a l a m e r í a s ,
pues p o s e é i s los medios de t r a n q u i l i z a r m e , y esto m i s m o me v u e l v e
l o c a de r a b i a .
— Confesad,
señorita,
que sois
injusta , r e s p o n d i ó Cagliostro s e n t á n dose lejos de e l l a , con u n a
afecta-
DE
L A KEV'NA.
85
clon de respeto ó de Indiferencia que
tan bien le f a v o r e c i a respecto á
Oliva.
— H a b l á i s perfectamente , dijo e l l a ,
porque vais, v o l v é i s y r e p i r a i s ; p o r que v u e s t r a v i d a se compone de p l a ceres qne s a b é i s elegir , a l paso que
yo vejeto es e l espacio á que me h a béis r e d u c i d o , yo no r e s p i r o ,
yo
tiemblo. Os p r e v e n g o ,
pues,
cab a l l e r o , que v u e s t r a p r o t e c c i ó n me
es i n ú t i l , si no m e i m p i d e m o rir.
— ¡ M o r i r v o s ! dijo e l conde sonrie'ndose : ; V a y a , v a y a !
— Os r e p i t o que os p o r t á i s m u y
mal c o n m i g o , y que h a b é i s o l v i d a do que amo p r o f u n d a y apasionadamente á alguna persona.
— ¿ A M r . Beausire ?
— S í , á B e a u s i r e : le a m o , y creo
que nunca os l o he o c u l t a d o : s u pongo que no os h a b r é i s figurado que
lo olvidaria.
— T a n poco me l o he figurado,
8t
EL
COLLAR
s e ñ o r i t a , que he hecho grandes esfuerzos p o r teuer noticias s u y a s , y
os las t r a i g o .
— i A h ! esclamó Oliva.
— M r . Beausire,
prosiguió
Cag l i o s t r o , es u n escelente mozo.
— Por supuesto, o b s e r v ó
Oliva,
que no veia e l p u n t o a que se la
conducía.
— J ó vea y h e r m o s o .
— ;, V e r d a d que s í ?
— D e grande i m a g i n a c i ó n .
— Y m u c h o fuego
algo b r u t a l
para m í
p e r o , q u i e n b i e n te q u i e r e te liara' l l o r a r .
— H a b l á i s como u n l i b r o de o r o ;
t e n é i s t a n t o v a l o r como t a l e n t o , y
t a n t o t a l e n t o como b e l l e z a ; y como
y o conozco esto m i s m o , como me i n t e reso en el b u e n é x i t o de los amores
de mis semejantes, l o c u a l es m i
mas f u e r t e m a n í a , he pensado en
acercaros á M r . Beausire,
— Pues no teniais semejante idea
hace u n m e s , dijo O l i v a sonriendo-
BE
LA REYNA.
85
se con c i e r t o embarazo,
— Escuchad, querida m í a : cualquier h o m b r e galante que ve á u n a
joven b o n i t a , p r o c u r a a g r a d a r l a , si
está l i b r e de c o m p r o m i s o s , como á
mí me sucede. S i n e m b a r g o , d e b é i s
convenir en que . si algo os he manifestado , h a sido p o r poco t i e m p o ^
¿eh"?
— Es c i e r t o , r e p l i c ó O l i v a en e l
mismo tono : vuestros obsequios h a n
durado á l o mas u n c u a r t o de h o r a .
— E r a m u y n a t u r a l qLie y o desistiese de m i s pretensiones a l c o n o cer l o m u c h o que a m á i s á M r . B e a u sire.
— V a m o s , no os b u r l é i s de raí.
— D e n i n g u n a m a n e r a : h a b é i s sabido r e s i s t i r t a m b i é n . . .
— ¡ O h ! eso s i , r e p l i c ó O l i v a , sumamente satisfecha p o r h a b e r sido
sorprendida en flagrante d e l i t o de r e sistencia ; s í , s í , confesad que
os
he r e s i s t i d o .
•—Era u n a consecuencia
de
vues-
86
EL COLLAR
í r o a m o r , dijo C a g l i o s t r o c o n m u cha
flema.
— E s o q u i e r e d e c i r que e l vuest r o , r e p a s o O l i v a , uo era muy
tenaz.
~ N o soy bastante viejo n i bast a n t e p o b r e p a r a s o b r e l l e v a r con paciencia los percances de una d e r r o ta ó de u n desprecio , s e ñ o r i t a ; siemp r e m e h u b i e r a i s pospuesto á mons i e u r B e a u s i r e ; l o he conocido á
t i e m p o , y he tomado m i partido.
— ¡ O h ! N a d a de e s o , o b s e r v ó l a
c o q u e t a , nada de eso: p o r q u e la
famosa a s o c i a c i ó n que me h a b é i s pro
p u e s t o , e l d e r e c h o de o f r e c e r m e el
b r a z o , e l de v i s i t a r m e , e l de gal a n t e a r m e en toda r e g l a , ¿ n o revel a n p o r v e n t u r a u n resto de esperanza ?
Y a l p r o n u n c i a r estas palabras
abrasaba l a p é r f i d a con sus m i r a d a s ,
p o r l a r g o t i e m p o celosas, a l i n t e r l o c u t o r , que habla l l e g a d o sin duda
á caer en sus redes.
D E L A RE VIVA.
87
— Lo
c o n f i e s o , dijo C a g l l o s t r o ,
tenéis u n a p e n e t r a c i ó n á l a c u a l n a da r e s i s t e .
A l m i s m o t i e m p o finjió que c e r raba los ojos p a r a no quedar h e c h o
ceiñzas p o r las l l a m a s que a r r o j a b a n
las m i r a d a s de O l i v a .
— O c u p é m o n o s de Beansire , dijo
esta, r e s e n t i d a de l a i n m o v i l i d a d
del conde. ¿ < 5 " é hace ? ¿ D ó n d e está este b u e n amigo ?
M i r á n d o l a entonces C a g l i o s t r o con
un resto de t i m i d e z , c o n t e s t ó :
— Y a os he d i c h o que deseaba r e u nlros á é l .
— N o . no me h a b é i s hablado de
semejante cosa; mas y a que m e
lo i n s i n u á i s . l o tengo p o r d i c h o .
Proseguid. ¿ P o r q u é no l e h a b é i s
traido ? Eso ^seria o b r a r c a r i t a t i v a mente , p o r q u e a l fin es l i b r e , y . . .
— P o r q u e M r . Beausire , r e s p o n d i ó
Cagliostro s i n ciudarse de l a i r o n í a ,
es como v o s ; q u i e r o d e c i r , que p o -
88
EL
COLLAR
see m u c h o t a l e n t o , y tiene también
p e n d i e n t e c i e r t o asunto c o n l a policía.
— (El también!
e s c l a m ó Oliva
p a l i d e c i e n d o , p o r que empezaba á
conocer l a v e r d a d .
— S í , r e p l i c ó C a g l i o s t r o con cortesanía.
— ¿ P u e s ; que' ha hecho? m u r m u r ó la j ó v e n .
— U n a ingeniosa p i c a r d i h u e l a ; un
g o l p e v e r d a d e r a m e n t e a d m i r a b l e ; per o las gentes cachazudas, como M r .
de C r o s n e , p o r e j e m p l o , qne es
h o m b r e obtuso , si los h a y , l l a m a n
á l o que ha h e c h o u n r o b o .
— ¡ U n r o b o ! g r i t ó O l i v a asustada. ¡ D i o s m i ó !
— IVluy b o n i t o p o r c i e r t o ; l o cual
p r u e b a que á M r . Beausire l e gus
t a n las cosas buenas.
— Señor... señor... pero,
¿está
preso ?
— N o , pero le buscan.
— ¿ M e j u r á i s que no e s t á p r e -
DE L A REYNA,
89
so y que no c o r r e e l m e n o r
peligro ?
— P u e d o j u r a r o s que se h a l l a a l
presente en l i b e r t a d j mas en c u a n to á l a segunda p a r t e , nada p u e d o
aseguraros. Ya c o n o c é i s , q u e r i d a n i ñ a , que cuando designan u n h o m bre á la p o l i c í a , esta le s i g u e , ó
al menos t r a t a de s e g u i r l e , y si se
presenta en p ú b l i c o M r . Beausire ,
con su a r r o g a n t e figura y sus c o n o cidas prendas , sera m u y fa'cil q u e
llame l a a t e n c i ó n de los l e b r e l e s .
Pensad , p u e s , en l a buena
pesca
que se p r o p o r c i o n a r l a c o n é l M r .
de Crosne: en p r i m e r l u g a r , si c e je á M r . Beausire, os c o j e a v o s j en
segundo , si os echa a vos e l g u a n te se l o echa t a m b i é n á M r . B e a u sire.
S í , s í ; es p r e c i s o que se o c u l t e
b i e n , y y o q u i e r o hacer l o m i s m o ;
¡ o h , c a b a l l e r o ! alejadme de F r a n cia ; no me n e g u é i s este f a v o r , p o r que y a c o n o c é i s que encerrada , o p r i -
90
EL
COLLAR
m i d a a q u í , no p o d r é t a l vez resist i r a l deseo de c o m e t e r e l d i a menos pensado a l g u n a i m p r u d e n c i a .
— A q u é l l a m á i s imprudencia,
querida mia ?
— A dejarme v e r , á procurarme
aire.
— N o e x a g e r é i s las cosas, pues
ya e s t á i s m u y p á l i d a , y acabareis
p o r p e r d e r v u e s t r a preciosa salud,
l o c u a l s e r á causa de que M r . Beausire no os ame. T o m a d p o r l o tant o todo e l a i r e que os convenga,
y d i v e r t i o s con v e r pasar á l a gente.
— ¡ V a m o s ! Ya veo que estáis
enojado c o n m i g o , y que t a i n b i e n |Vais
á a b a n d o n a r m e . ¿ O s c a n s o , os i n comodo t a l vez ?
— ¡ E s t á i s l o c a ! ¿ P o r q u é me hab é i s de i n c o m o d a r , c o n t e s t ó Caglios*
t r o c o n g l a c i a l acento.
— P o r q u e . . . . u n h o m b r e que manifiesta t e n e r afición á u n a m u g e r ;
u n h o m b r e de c o n s i d e r a c i ó n como
YOSJ u n c a b a l l e r o t a n apuesto como
DE
L A REYNA.
91
vos lo sois, tiene el derecho de i r r i t a r se cuando se ve c o n t r a r i a d o en sus gustos p o r una loca como y o . ¡ Ala ! no
me a b a n d o n é i s ; no me p e r d á i s ;
no me m i r é i s con o d i o . . . .
Y l a j o v e n , t a n asustada e n t o n ces como p r o v o c a d o r a h a b i a estado
antes , e n t r e l a z ó su brazo a l de Cagliostro.
— ¡Pobrecilla!
dijo este i m p r i miendo u n casto beso en l a f r e n t e
de O l i v a . ¡ Q u é miedo t i e n e ! N o
t e n g á i s t a n mala o p i n i ó n de m i , h i j a
m i a : os h a b é i s v i s t o en p e l i g r o , y
os he sacado de é l : abrigaba c i e r t a
idea respecto á vos
he' a q u i t o do. N i yo os profeso e l m e n o r r e n cor , n i vos me d e b é i s e l mas p e q u e ñ o r e c o n o c i m i e n t o ; y o he o b r a do p a r a m i p r o v e c h o , y vos p a r a e l
vuestro
conque estamos en paz.
— ¡ O h , caballero! ¡ C u á n t a bond a d ! ¡ C u a n generoso sois!
Y O l i v a e c h ó los dos b r a z o s , en
vez de uno s o l o , a los b o m b ó o s de
92
EL
COLLAR
Cagliostro.
P e r o « l i r á n d o l a este con su calma h a b i t u a l , l e d i j o :
— Y a veis , pues , O ' i v a , que si
a h o r a me ofrecieseis v u e s t r o amor,
"yo....
'7*;^
' ^ y/* ; *
— ¡ Q u é ! . . . e s c l a i n ó ella r u b o r i zándose.
— Si ahora me ofrecie'seis losenc a n t o s de v u e s t r a amable persona,
yo m e n e g a r l a á a c e p t a r l o s , porque
solo anhelo i n s p i r a r sentimientos verdaderos , p u r o s y exentos de todo
i n t e r é s . Me h a b é i s c r e i d o e g o í s t a ,
y e s t á i s bajo m i d e p e n d e n c i a ; os
c o n s i d e r á i s obligada , y y o os verla
mas agradecida que sensible, mas t í m i d a que amante ; q u e d é m o n o s com o estamos , y a q u e en e l l o c u m p l o v u e s t r o s deseos y m e adelanto
á v u e s t r a delicadeza.
O l i v a d e j ó caer sus hermosos
brazos , y se a l e j ó avergonzada , c o n f u n d i d a p o r a q u e l l a generosidad de
C a g l i o s t r o con l a c u a l no habia con*
DE
L A REYNA.
95
tado.
— D e modo , m i q u e r i d a O l i v a ,
dijo e l c o n d e , que hemos c o n v e n i do en que me m i r é i s como u n a m i go, en que t e n d r é i s en raí l a m a y o r
confianza: s e g u i r é i s ocupando esta c a sa , y s i e m p r e e s t a r á n m i b o l s i l l o
y m i crédito á vuestra disposición.
— Y siempre d i r é , añadió Oliva ,
que en este m u n d o hay h o m b r e s m u y
superiores á todos cuantos h e c o n o cido.
P r o n u n c i ó estas p a l a b r a s con u n
encanto y d i g n i d a d t a n n o t a b l e s , que
q u e d a r o n grabadas en aquella a l m a
de b r o n c e , c u y o c u e r p o se habia l l a mado en o t r o t i e m p o Bálsamo.
— T o d a s las mugeres son buenas,
d i j o , cuando se les toca en l a c u e r da q u e c o r r e s p o n d e a l c o r a z ó n .
Y a c e r c á n d o s e á la joven, p r o siguió:
—Desde h o y h a b i t a r e i s e l ú l t i m o
piso de esta casa, que es h a b i t a c i ó n
compuesta de t r e s p i e z a s , d i s t r i b u i d a s
T. T i n
7]
94
E L COLLAR
en f o r m a de o b s e r v a t o r i o , sobre el
b o u l e v a r d y l a c a l l e de san Claudio:
las v e n t a n a s caen á M e n i l m o n t a n y
á B e l l e v i l l e . P o d r á n v e r o s algunas
p e r s o n a s ; p e r o nada t e m á i s , porque
son vecinos p a c í f i c o s , g e n t e honrad a , sin r e l a c i o n e s , y s i n sospechar
l o que sois ó l o q u e p o d é i s ser. Dejad
q u e o s ' V e a n , aunque s i n manifeslar o s demasiado , y sobre todo s i n espon e r o s á las m i r a d a s de los trans e ú n t e s , p o r q u e los l e b r e l e s de M r .
de Crosoe suelen r o n d a r p o r l a cal l e de san C l a u d i o . A H I , a l menos d i s f r u t a r e i s
de u n sol magnifico.
O l i v a se puso á p a l m e t e a r alegremente. ' — ¿ Q u e r é i s q u e os conduzca a la
b a b i l a c i o n ? dijo C a g l i o s t r o .
— ¿ A hora mismo ?
— S i n d u d a ; c u a n t o antes mejor.
¿ N o os agrada ?
O l i v a m i r ó p r o f u n d a m e n t e á Cag l i o s t r o : u n a esperanza vaga p e n e t r ó
DE
LA REINA.
95
en su c o r a z ó n , ó mas b i e n e n su c a beza o r g u l l o s a y p e r v e r t i d a .
— Vamos, contestó.
E l conde c o g i ó u n f a r o l en l a
a n t e c á m a r a , a b r i ó unas tras o t r a
muchas p u e r t a s , y subiendo desp u é s vina escalera , l l e g ó , seguido
de O l i v a , a l tecer piso y a l a p o sento que habia designado.
O l i v a n o t ó que estaba d i s p u e s to y amueblado c o n elegancia.
— ¡ C u a l q u i e r a d i r i a que me esperan a q u i ! e s c l a m ó a d m i r a d a .
— N o á v o s , pero á m í s í , resp o n d i ó e l c o n d e ; p o r q u e me gusta
la v i s t a que ofrece este p a b e l l ó n , y
muchas veces paso en e'l la n o che.
Las miradas de O l i v a se c u b r i e r o n de esas t i n t a s salvajes y f u l g u rantes que suelen notarse en los p á r oados de los gatos.
U n a p a l a b r a i b a á desprenderse
le sus l a b i o s ; p e r o C a g l i o s t r o no
ie l a d e j ó p r o n u n c i a r , pues l e dijo-.
96
EL
COLLAR
- N a d a os f a l t a r á a q u i , y vuest r a d o n c e l l a v e n d r á d e n t r o de un
c u a r t o de h o r a . Buenas n o c h e s , señorita.
E n seguida d e s a p a r e c i ó , d e s p u é s
de d i r i g i r á O l i v a u n p r o f u n d o sal u d o , c o r r e g i d o p o r u n a graciosa
sonrisa.
L a p o b r e c a u t i v a c a y ó consternada , desfallecida , en e l lecho que
se veia p r e p a r a d o en u n a elegante alcoba.
— N a d a c o m p r e n d o de todo cuanto me sucede, m u r m u r ó siguiendo con
los ojos á a q u e l h o m b r e , verdaderamente incomprensible para ella.
DE LA REYNA.
97
E L OBSERVATORIO.
Oí i v a se a c o s t ó d e s p u é s de h a b e r se ido l a c a m a r e r a que l e habia e n viado C a g l i o s t r o .
D u r m i ó poco, p o r q u e los pensamientos que h a b í a despertado en e l l a
su c o n v e r s a c i ó n con e l conde , h i c i e - '
r o n que pasase una noche Uena de
caprichosas imaginaciones y de i n quietudes s o ñ o l i e n t a s ; no e s t á u n o
contento p o r m u c h o t i e m n o cuando
98
E L COLLAR
es m u y r i c o , y e s t á m u y t r a n q u i l o
d e s p u é s de h a b e r sido m u y pobre y
de haberse h a l l a d o l l e n o de m i l y m i l
agitaciones.
O l i v a se c o m p a d e c i ó de Beausir e , v a d m i r ó a l conde , á q u i e n no
c o m p r e n d i a : y a no c r e y ó que fuese t í m i d o , n i s o s p e c h ó que fuese i n sensible. T u v o m u c h o miedo de que
viniese á p e r t u r b a r l a a l g ú n sílfido
mientras d o r m i a , y el menor rumor
q u e llegaba á sus oidos le p r o d u cia esa a g i t a c i ó n t a n conocida poj;
toda h e r o í n a de n o v e l a que pasa la no-
che en l a Torre del Norte.
Con e l alba desaparecieron todos
aquellos t e r r o r e s , que no dejaban de
tener algunos e n c a n t o s . . . . Nosotros
no tememos i n s p i r a r sospechas á M r .
B e a u s i r e ; podemos a v e n t u r a r n o s a
d e c i r que Nicolasa no v i o l l e g a r la
h o r a de l a c o m p l e t a ,seguridad sin
e s p e r i m e n t a r a l g ú n resto ó sombra
de despecho c o q u e t o n . M a t i z i n c o m p r e n s i b l e p a r a todo p i n c e l que no
DE
L A REYNA.
99
ha trazado ]a firma de W a t e a u y
para toda p l u m a que no l i a firmado
Marivaux ó Grebillon (hijo).
A s i que l l e g ó e l d i a se t o m ó l a
l i b e r t a d de d o r m i r , saboreando l a
v o l u p t u o s i d a d de o b s o r v e r e n s u floreciente alcoba los p u r p ú r e o s rayos
del sol n a c i e n t e , y de v e r c o r r e r
los p á j a r o s p o r e l t e r r a d o de aquel l a v e n t a n a , doude sus alas se r o zaban en agradable y d é b i l r u m o r
con las hojas de los rosales y j a z mines.
Ya era m u y t a r d e cuanda se l e v a n t ó : h a b r i a i pesado sobre sus p á r pados dos ó tres horas de s u a v í s i m o
s u e ñ o , y h a l l á n d o s e mecida p o r e l
r u m o r de l a gente en l a c a l l e , y
las i m á g e n e s suaves d e l descanso, se
s i n t i ó s i n e m b a r g o bastante f u e r t e
p a r a buscar e l m o v i m i e n t o , sobrado
f u e r t e p a r a p e r m a n e c e r en e l sosiego
y en l a ociosidad.
E n t o n c e s r e c o r r i ó todos los r i n cones de su n u e v a h a b i t a c i ó n , en l a
100
E L CCLtiAR
que no h a b i a l o g r a d o h a l l a r aquel
i n c o m p r e n s i b l e é i g n o r a n t e síllido
n i n g u n a t r a m p a que l e llevase en
t o r n o de su l e c b o batiendo las alas,
y eso que los genios d e l a i r e , g r a cias a l conde de G a v a l i s , no habian
p e r d i d o en a q u e l t i e m p o n i l a mas
m í n i m a p a r t e de su Inocente r e p u t a ción.
A q u e l c u a r t o , amueblado
como
p a r a que babitase a l l í u n a m u g e r ,
h a b i a s e r v i d o antes á u n h o m b r e .
Alli
se
veia todo cnanto puede
hacer
agradable l a v i d a , y p r i n c i p a l m e n t e l u z y a i r e , esos dos
elementos que c o n v e r t i r í a n los calabozos en j a r d i n e s , si e l aire y l a
l u z lograsen p e n e t r a r a l g u n a vez en
los calabozos.
C o n m u c b o gusto d e s c r i b i r í a m o s
l a a l e g r í a i n f a n t i l , es d e c i r , c o m p l e t a , con que O l i v a c o r r i ó a l t e r r a d o y se t e n d i ó sobre las losas e n t r e las flores y el musgo , como una
c u l e b r a que sale de su n i d o , si no
DE
L A REYNA.
101
Ituviératnos que p i n t a r su a s o m b r o
cada vez que e l menor m o v i m i e n t o
le p r o p o r c i o n a b a u n n u e v o e s p e c t á culo.
A l p r i n c i p i o , tendida como acaI bamos de d e c i r , con e l objeto de
que no la viesen desde la c a l l e , m i ró p o r e n t r e los h i e r r o s d e l b a l c ó n
las copas de los á r b o l e s de los b o u levares, las casas d e l b a r r i o P o p i n c o u r t , las chimeneas , cuyas olas d e siguales de h u m o s u b í a n p o r su d e re cb a.
^
A s i , i n u n d a d a p o r e l sol y c o n
el oido atento al r u i d o de las c a r rozas y de los c o c h e s , no m u y c o munes en v e r d a d , p e r o que a l fin
corrian p o r e l b o u l e v a r , estuvo sin
moverse y l l e n a de a l e g r í a dos h o ras seguidas.
Hasta so d e s a y u n ó con e l c h o colate que le s i r v i ó su
camarera,
y l e y ó una g a c e t a , antes de q u e
se l e ocurriese la idea de m i r a r á l a
calle.
102
EL
COLLAR
Era u n placer m u y peligroso.
L o s corchetes de M r , de Crosn e , esos p e r r o s h u m a n o s que husm e a n e l v i e n t o echando l a nariz, al
a i r e , p o d í a n v e r l a . ¿ Y no seria eso
despertarse de u n modo espantoso
y funesto d e s p u é s de h a b e r tenido
t a n suave y d u l c e s u e ñ o ?
P e r o , p o r m u y buena que fuese l a p o s i c i ó n h o r i z o n t a l , no podia
d u r a r m u c h o t i e m p o . N i c o l a s a se lev a n t ó sobre u n codo.
Entonces v i o ] a | hogueras de Men i l m o n t a n t , los grandes á r b o l e s del
c e m e n t e r i o , los m i l l a r e s de casas que
se estendian p o r l a cuesta desde ChaIvonne hasta los c e r r i l l o s de Chaum o n t en r a m i l l e t e s de v e r d u r a y sob r e los tajos de las escarpadas rocas,
c u b i e r t a s de m a t o r r a l e s y espinosos
cardos.
E n todas p a r t e s , p o r los caminos (delgadas c i n t a s , que ondulaban
p o r e l desigual t e r r e n o ) , p o r las
sendas de las v i ñ a s , p o r las blancas
DE
LA EEYNA.
105
t r a v e s í a s , se v e i a n se'res v i v i e n t e s ,
i aldeanos t r a t a n d o sobre sus asnos,
niños escardando l a t i e r r a , v i ñ e r o s
poniendo los racimos a l sol. A q u e l l a
rustiquez d e j ó encantada á N i c o l a sa , que h a b i a suspirado s i e m p r e
por l a bermosa c a m p i ñ a de T a v e r n e y , desde que l a b a b i a dejado
para satisfacer sus ardientes deseos
de v e r á P a r í s .
A c a b ó sin e m b a r g o p o r b a r t a r s e
de v e r e l c a m p o , y como b a b i a t o mado u n a p o s i c i ó n c ó m o d a y segura eu sus flores , como sabia m i r a r
sin esponerse a l riesgo de que l a
viesen,
bajó
las miradas de
la
m o n t a ñ a al v a l l e , y del borizonte
lejano á las casas de e n f r e n t e .
E n todas p a r t e s ,
es d e c i r en
el espacio que p u e d e n abrazar t r e s
casas, v i ó O l i v a todas las ventanas
c e r r a d a s , ó entornadas. A q u i t r e s
pisos babitados p o r viejos censualistas colgando jaulas a l a i r e l i b r é , ó
dando de c o m e r á sus gatos d e n t r o
104
EL
COLLAR
de la h a b i t a c i ó n ; a l l i c u a t r o pisos
e n que v í n i c a m e n t e se p o n i a a l alcance de l a v i s t a e l h a b i t a n t e de
A u v e r n i a , dando á entender que los
d e m á s vecinos h a b i a n salido de camp o . E n fin, h á c i a l a i z q u i e r d a , eu
l a t e r c e r a casa, v i o c o r t i n a s de seda a m a r i l l a , flores , y c o m o muebles
dignos de a q u e l l a elegancia, una blari"
da b u t a c a j u n t o á l a v e n t a n a ,
esp e r a n d o s i n d u d a á su p r o p i e t a r i o .
O l i v a c r e y ó d i s t i n g u i r en aquel
c u a r t o , c u y a n e g r a o s c u r i d a d desvanecia e l s o l , u n a especie de somb r a a m b u l a n t e que andaba c o n movimientos regularizados.
L i m i t ó á a q u e l solo p u n t o su i m p a c i e n c i a , se o c u l t ó m e j o r que hasta e n t o n c e s , y l l a m a n d o á su camar e r a e n t a b l ó c o n v e r s a c i ó n c o n ella,
p a r a t r o c a r los placeres de l a sol e d a d p o r los de l a c o m p a ñ í a de una
c r i a t u r a pensadora, y sobre todo c h a r latana.
Pero la camarera g u a r d ó mucha
DE
L A REYNA.
105
reserva, faltando de este modo á las
antiguas tradiciones de su clase. N o
tuvo d i f i c u l t a d eu esplicar á su. soñ o r i t a todo l o que se veia en B e l l e ville. Charonne y el cementerio del
padre L a c h a i s s e ; h a b l ó de l a i g l e sia de
San L o r e n z o ; d e m o s t r ó l a
curva que
describía el boulevard,
y su i n c l i n a c i ó n hacia l a
orilla
del S e n a ; p e r o a l l l e g a r á sus v e cinos , l a c a m a r e r a no h a l l ó p a l a b r a s
c o n q u e espresarse: los conocia t a n to como su s e ñ o r i t a .
O l i v a se q u e d ó s i n saber quie'n
v i v i a en e l piso c l a r o - o s c u r o , adornado c o n c o r t i n a s de seda a m a r i lla : nada supo acerca de l a s o m bra a m b u l a n t e , n i acerca de l a b u taca.
Y l e n d o que n o p o d í a t e n e r e l
gusto de conocer de antemano á su
v e c i n a , c a l c u l ó que t a l vez p o d r í a
a d q u i r i r a q u e l c o n o c i m i e n t o p o r sí
m i s m a , y e n esta confianza d e s p i d i ó á l a c r i a d a , d i s c r e t a en estre-
106
EL
COLLAR
mo , p a r a entregarse á su esplorac i o u sin testigos de v i s t a .
N o t a r d ó en presentarse una ocas i ó n . L o s vecinos empezaron a abrir
sus p u e r t a s , á d o r m i r sus siestas
d e s p u é s de c o m e r , ó á vestirse para
i r a l paseo de l a plaza R e a l ó al
del Camino verde.
O l i v a los c o n t ó . E r a n seis q u e ,
aunque diferentes e n t r e s í , tenían
mas de u n p u n t o de c o n t a c t o , como
conviene á personas que h a n tenido
l a idea de i r á v i v i r á l a calle de San
Claudio.
O l i v a p a s ó g r a n p a r t e d e l dia
en v e r sus gestos y en estudiar sus
h á b i t o s : ella les p a s ó r e v i s t a , menos á l a s o m b r a aginada, que sin
p r e s e n t a r e l r o s t r o habia llegado á
t o m a r asiento en l a b u t a c a inmediata á l a v e n t a n a , y se h a l l a b a absorta en su i n m ó v i l a b s t r a c c i ó n .
E r a una m n g e r . H a b i a tenido
p u e s t a su cabeza en manos de su
p e i n a d o r a , y que h a b i a edificado
DE L A R E Y N A .
107
en h o r a y media sobre su c r á n e o y
sus sienes uno de aquellos edificios
b a b i l ó n i c o s en c u y a c o m p o s i c i ó n e n traban m i n e r a l e s y vegetales, y en
la que h u b i e r a n e n t r a d o hasta a n i males si L e o n a r d h u b i e r a tomado cartas en e l a s u n t o , y si una m u g e r
de aquel t i e m p o h u b i e r a consentido
en c o n v e r t i r su cabeza en, arca de
Noé con habitantes y t o d o .
A q u e l l a m u g e r asi peinada, e m polvada , adornada y l l e n a de l e n t e juelas , se h a b i a v u e l t o á sentar eu
la b u t a c a , con e l c u e l l o sostenido
por almobadas bastante duras p a r a
que aquella p a r t e d e l c u e r p o m a n tuviese e l e q u i l i b r i o de todo é l , y
p e r m i t i e s e que p e r m a n e c i e r a i n t a c to e l m o n u m e n t o de l a cabeza, sin
t e m e r los t e m b l o r e s de t i e r r a que p u d i e r a n c o n m o v e r su base.
C o m o estaba t a n i n m ó v i l se
r e c í a m u c h o a' los dioses indios
vados en sus sitiales , y cuyos
fijos , gracias á l a fijeza de su
paclaojos
pen-
108
EL COLLAR
S a r n i e n t o , g i r a b a n t a n solo en torno
de sus ó r b i t a s : centinelas y activísimos s e r v i d o r e s , aquellos ojos bastaban para el servicio del í d o l o , a
q u i e n s e r v i a u s e g ú n las necesidades
d e l c u e r p o ó los c a p r i c h o s d e l espíritu.
O l i v a o b s e r v ó que l a rnuger de
los p o l v o s y l a butaca era m u y linda ; que su p i e , colocado e n t r e los
h i e r r o s de su v e n t a n a y encorvado
sobre una c h i n e l a de raso c o l o r de
rosa , era delicado y airoso • admir ó en fin l a redondez de sus brazos
y de su g a r g a n t a .
P e r o l o que mas le l l a m ó l a atenc i ó n fue l o p r o f u n d a m e n t e absorta
que estaba en su p e n s a m i e n t o , pensamiento q u e se d i r i g í a á u n objeto
i n v i s i b l e y vago j p e n s a m i e n t o en
t a l m a n e r a i m p e r i o s o , q u e condenaba á todo e l c u e r p o á la i n m o v i l i d a d , y l o anonadaba c o n l a sola
fuerza de su v o l u n t a d .
Aquella muger,
á
q u i e n hemos
DE
L A REYNA.
109
conocido ya , a u n cuando O l i v a no
podía c o n o c e r l a , no sospechaba que
nadie estuviese vie'ndola. Jama's se
habia a b i e r t o n i n g u n a v e n t a n a e n frente de las suyas. L a casa de C a g l i o s t r o , á pesar de las flores que
habla encontrado N i c o l a i a , y d é l o s
pájaros que habia v i s t o v o l a r , j a jnas habia d e s c u b i e r t o á nadie
sus
secretos, y á no ser los p i n t o r e s
que h a b í a n adornado su fachada ,
n i n g ú n ser v i v i e n t e se habia p r e s e n tado en sus ventanas.
U n a p a l a b r a s e r á suficiente p a r a
esplicar este f e n ó m e n o , c o n t r a d i c h o
por l a fingida p e r m a n e n c i a de Cagliosíro en e l p a b e l l o n c i t o . E l conde h a bia mandado p r e p a r a r p o r l a .tarde
aquella h a b i t a c i ó n p a r a O l i v a , como
si l a h u b i e r a mandado p r e p a r a r p a ra s í , y no p e r e c í a sino que se h a
hia m e n t i d o á sí m i s m o , s e g ú n l o
c u m p l i d a m e n t e que se h a b í a n e j e c u t a do sus ó r d e n e s .
La
s e ñ o r a d e l soberbio
T« T I I I .
peinaáo
S
110
EL
COLLAR
s e g u í a absorta a u n eu sus peusamientos , y O l i v a c r e y ó q u e siendo tan
h e r m o s a y estando t a n d i s t r a í d a , sol o pedia pensar en a l g ú n a m o r desgraciado.
Semejanza en h e r m o s u r a , en sol e d a d , en edad , en h a s t í o , ¡ cuántas c i r c u n s t a n c i a s , c u á n t a s verdader a s s i m p a t í a s p a r a que se uniesen
a q u e l l a s dos almas q u e t a l vez se
b u s c a b a n y a , i m p u l s a d a s p o r las misteriosas, i r r e s i s t i b l e s é inesplicables
combinaciones d e l destino !
Desde que O l i v a habla visto á
t a n s o l i t a r i a p e n s a d o i a n o h a b l a pod i d o a p a r t a r de e l l a los ojos.
H a b l a c i e r t a p u r e z a m o r a l en
a q u e l l a a t r a c c i ó n de u n a m u g e r háeia o t r a m u g e r . Rasgos t a n delicados son mas c o m u n e s de l o que gen e r a l m e n t e se cree e n t r e los seres
desgraciados c u y o c u e r p o h a llegado
á ser e l p r i n c i p a l agente d e sus funciones v i t a l e s .
Pobres p r o s c r i p t a s d e l p a r a í s o
DE
LA REVNA.
111
e s p i r i t u a l , se a c u e r d a n c o n d o l o r de
sus p e r d i d o s j a r d i n e s y de los á n geles r i s u e ñ o s que se o c u l t a n bajo
sus sombras misteriosas.
Oliva c r e y ó ver un alma hermana
de l a suya en a q u e l l a h e r m o s u r a r e traída. I n v e n t ó una historia , novelesca semejante á su h i s t o r i a , y se
figuró en s u s e n c i l l a i n g e n u i d a d que
era i m p o s i b l e ser b e l l a y elegante
y v i v i r p e r d i d a e n t e r a m e n t e en l a
calle de San C l a u d i o , sin t e n e r a l guna desgracia que d e p l o r a r en l a
vida pasada, ó a l g u n a t e r r i b l e i n q u i e tud en e l fondo d e l a l m a .
C u a n d o a c a b ó de forjar c o n b r o n ce y d i a m a n t e su f á b u l a n o v e l e s c a ,
O l i y a , como tedas las personas c u y a n a t u r a l e z a f o r m a eseepcion , se
dejó a r r e b a t a r p o r a q u e l e n c a n t o ,
y t o m ó á l a s p a r a c o r r e r p o r e l espacio a l e n c u e n t r o de su c o m p a ñ e r a ,
á q u i e n , entusiasmada é i m p a c i e n t e ,
ihubiera querido ver t a m b i é n volar
con á l a s semejantes á las suyas.
112
EL
COLLAR
P e r o l a dama d e l m o n u m e n t o en
í a cabeza no se m o v i a , y parecía
que estaba d u r m i e n d o en su asiento,
H a b l a n pasado dos horas sin que hu.
h i e r a alterado en l o mas m í n i m o su
absoluta i n q u i e t u d .
O l i v a se desesperaba. N o hubier a h e c h o p o r A d o n i s n i p o r Beauslr e la c u a r t a p a r t e de los mocimientos que hizo p o r l l a m a r la atención
de a q u e l l a m u g e r desconocida.
Cansada ya y pasando de la tern u r a á la v i o l e n c i a , a b r i ó y cerró
m i l veces la ventana , a s u s t ó mil
veces á los p á j a r o s que se hallaban
e n el f o l l a j e , é h i z o movimientos
t e l e g r á f i c o s t a n peligrosos , que los
mas e s t ú p i d o s agentes de M r . de Crosn e , si h u b i e r a n pasado p o r e l bulev a r ó p o r l a esquina de la calle de
S. C l a u d i o , no h u b i e r a n dejado de rep a r a r en e l l a n i de c o n c e b i r a l g i í ñ a s sospechas.
E n fin, Nicolasa se p e r s u a d i ó a
que l a s e ñ e r a de las hermosas t r e n -
DE
L A REYNA.
113
¡as habia visto p e r f e c t a m e n t e todos
ÍUS gestos y c o m p r e n d i d o todas sus
señales, y á que p o r consiguiente l a
despreciaba: s o s p e c h ó que seria vanidosa ó idiota : p e r o ¿ como h a b i a
de ser i d i o t a q u i e n t e n i a ojos t a n finos, t a n g r a c i o s o s , pies t a n m o v e d i zos y manos t a n i n q u i e t a s ? ¡ I m p o sible i
V a n i d o s a , s í : vanidosa como p o dría mostrarse en aquel t i e m p o t o da m u g e r de la nobleza c o n toda
muger d e l estado l l a n o .
O l i v a , observando en l a
fisonomía de l a j o v e n todos los caracte'res de l a a r i s t o c r a c i a , a c a b ó p o r
convencerse de que era o r g u l l o s a ,
y por l o t a n t o incapaz de emociones.
A b a n d o n ó su e m p r e s a .
L e v o l v i ó l a espalda con una m o risqueta g r a c i o s í s i m a , y se c o l o c ó
otra vez a l s o l , que ya d e c l i n a b a
ha'cia el ocaso, p a r a v o l v e r á l a
socieddad de sus flores, c o m p l a c i e n tes c o m p a ñ e r a s , que nobles y e l e -
l i l
E L COILAR
gantes y llenas de p o l v o , y coquetas como las mas encopetadas señ o r a s , se p r e s t a b a n s i n embargo a
que las tocase y á q u e respirase su
a r o m a , y p a g a b a n con perfumes,
f r e s c u r a y contactos estremecedores
e l beso de l a a m i s t a d ó d e l amor.
Nicolasa n i a u n sospechaba siq u i e r a que a q u e l l a m u g e r á quien
t e n i a p o r o r g u l l o s a , era Juana de
V a l o i s , c o n d e s a d o L a M o t t e , quien
desde e l dia a n t e r i o r andaba á caza
de u n a idea c o m b i n a d a .
T a m p o c o sospechaba que e l obj e t o d e a q u e l l a idea era i m p e d i r que
se viesen la R e y n a y e l C a r d e n a l de
Roban.
N i a u n sospechaba q u e u n i n tere's t o d a v í a m a y o r e x i g i a que el
C a r d e n a l , sin v e r n u n c a á l a R e y na,
creyese firmemente que l a v e i a con
frecuencia , y que p o r consiguiente
se c o n t e n t a r a con a q u e l l a v i s i ó n y
abandonase e l deseo de v e r l a en realidad.
D E LA. R E Y N A .
ií5
Ideas graves^ escusas m u y l e g í timas de l a fijeza de p e n s a m i e n t o ea
la c o n d e s a ; rnotlwo suficiente p a r a
que no moviese l a cabeza en e l espacio de dos h o r a s m o r t a l e s .
Si Nicolasa h u b i e r a sabido t o d o
(esto, no h u b i e r a i d o c o l é r i c a a r e fugiarse e n t r e las flores.
Si l o h u b i e r a s a b i d o , u n a
vez
puesta a l l i , no h u b i e r a dejado caer
una meceta que fue a p a r a r á l a
desierta c a l l e m e t i e n d o u n r u i d o espantoso.
O l i v a se a s u s t ó y m i r ó á l a c a l l e
p a r a v e r q u é t r a s t o r n o habia c a u sado.
L a d a m a p e n s a t i v a se d e s p e r t ó
al r u i d o , v i o l o s tiestos en l a c a l l e ,
y s u b i ó d e l efecto á l a causa ; es
d e c i r , l e v a n t ó los ojos d e l p a v i m e n to de l a c a l l e a l t e r r a d o de l a casa.
Y vió á O l i v a .
A l v e r l a no p u d o menos de l a n z a r u n g r i t o salvaje , h i j o d e l t e r r o r ,
y que t e r m i n ó en u n m o v i m i e n t o r a -
116
EL
COLLAR
p i d í s i m o , h e c h o p o r su c u e r p o , tan
i n m ó v i l y tieso poco antes.
A l fin se e n c o n t r a r o n las m i r a das de O l i v a y de l a dama , y se
preguntaron mutuamente , y tratar o a de p e n e t r a r s e unas á o t r a s .
Juana e s c l a m ó i n m e d i a t a r a e n l e :
— ¡ L a Reyna !
Y l u e g o de r e p e n t e j u n t a n d o las
manos y f r u n c i e n d o las c e j a s . sita
a t r e v e r s e á hacer e l m e n o r m o v i m i e n t o p o r t e m o r de que desapareciera t a n e s t r a ñ a v i s i ó n :
— ¡ O h ! m u r m u r ó ; ¿ n o huscaha
y o u n medio á p r o p ó s i t o ? ¡ Pues este es el mejor !
E n aquel momento o y ó Oliva
r u i d o á sus espaldas y se v o l v i ó r á pidamente.
E l conde estaba en su h a b i t a c i ó n ,
y habla observado todo y notado aquellos movimientos.
— ¡ Se h a n visto ! d i j o .
O l i ' - a se a p a r t ó i u m e d i a t a m e n t e
del b a l c ó n .
DE
LA REYNA.
117
L A S DOS V E C I N A S ,
•S-^esde e l m o m e n t o en que las dos
m u g e r e s se v i e r o n , fascinada O l i v a
p o r l a g r a c i a de su v e c i n a , no afect ó d e s p r e c i a r l a j antes b i e n , v o l v i é n dose con p r e c a u c i ó n a l c e n t r o de las
f l o r e s , c o n t e s t ó con graciosas s o n r i sas á las sonrisas que a q u e l l a le d l r
rigia.
C a g l i o s t r o , cuando l a v i s i t a b a .
118
EL COLLAR
« o h a b í a dejado de r e c o m e n d a r l e la
mayor circunspección.
— Sobre t o d o , l e l i a b i a d i c h o ,
n o c u l t i v é i s relaciones de v e c i n dad.
Estas palabras h a b i a n caido como
a n a siniestra amenaza sobre l a cabeza de O l i v a , que ya se p r o m e t i a una
s a t i s f a c c i ó n h a l a g ü e ñ a c o n las m i radas y saludos de su h e r m o s a vecina.
N o c u l t i v a r relaciones era l o mism o que v o l v e r las espaldas á aquel l a m u g e r e n c a n t a d o r a , cuyos ojos
eran tan brillantes y lánguidos , cuyos m o v i m i e n t o s r e s p i r a n otras t a n l a s seducciones 5 era l o m i s m o que
r e n u n c i a r á seguir u n a c o r r e s p o n d e n c i a t e l e g r á f i c a acerca de l a l l u v i a y e l b u e n t i e m p o ^ é r a l o mismo
q u e r o m p e r a b i e r t a m e n t e con una
a m i g a . L a i m a g i n a c i ó n de O l i v a h a b l a llegado y a á t a l p u n t o de e n t u siasmo , que J u a n a era p a r a e l l a u u
objeto curioso y q u e r i d o .
D E LA. R E Y N A .
119
L a m u y astuta r e s p o n d i ó á su
p r o t e c t o r que se g u a r d a r í a m u y b i e n
de desobedecerle , y que , a l c o n t r a r i o , no establaria la m e n o r r e l a c i ó n
con l a v e c i n d a d . P e r o no b i e n se
r e t i r ó C a g l i o s t r o cuando v o l ó a l b a l c ó n , y puso en p r á c t i c a cuanto le
p a r e c i ó oportuno para absorver t o da l a a t e n c i ó n de su desconocida.
E s t a , c o m o debe s u p o n e r s e , n o
deseaba o t r a cosa, p u e s á las p r i meras sonrisas que le f u e r o n
dirigidas , c o n t e s t ó c o n m i l saludos y
besos d i r i g i d o s p o r sus l i n d o s d e dos.
Oliva
l o mejor
traciones
b i é n que
naba ya
dispuesta
tirarse ó
cia habet
cultades
Oliva.
p o r su p a r t e c o r r e s p o n d i ó
que p u d o á aquellas demosamistosas, y o b s e r v ó t a m l a desconocida no abandoe l b a l c ó n , y que s i e m p r e
á enviarle u n adiós al r e u n saludo a l s a l i r , p a r e c o n c e n t r a d o todas sus f a c a r i ñ o s a s e n e l b a l c ó n de
120
E L COLLAR
A semejante estado de cosas debia
seguir m u y p r o n t o una t e n t a t i v a p a r a h a c e r mas p r ó x i m a y d i r e c t a l a
comunicación.
H e a q u í , p u e s , l o q u e sucedió:
C a g l i o s t r o , a l v i s i t a r á O l i v a dos
dias d e s p u é s , se q u e j ó de u n a v i sita q u e habia t e n i d o l u g a r en a q u e l l a m o r a d a , b e c h a p o r una persona
desconocida.
— ¿ C ó m o asi? p r e g u n t ó O l i v a a l g ú n tanto ruborizada.
— E n efecto, c o n t e s t ó el conde;
u n a dama m u y l i n d a , j ó v e n y e l e gante se h a presentado a q u i , y ha
h a b l a d o c o n uno de los criados , a t r a í do ñ o r su i n s i s t e n c i a : en seguida ha
p r e g u n t a d o a l dome'stico p o r la j ó v e n que h a b i t a e l p a b e l l ó n d e l t e r cer piso ; es d e c i r , p o r vos. Esa m u g e r os designaba seguramente y quer í a veros: esto significa que os conoce , que tiene sus m i r a s y que t a l
vez os h a n d e s c u b i e r t o . C u i d a d o ,
DE
L A REYiNA.
121
pues: l a p o l i c í a cuenta con m u g e r e s - e s p í a s , l o m i s m o que con h o m bres-agentes , y os p r e v e n g o que n o
p o d r é n e g a r m e á e u t i egaros si M r .
de Grosne os r e c l a m a .
O l i v a , en vez de asustarse , r e c o n o c i ó a l m o m e n t o e l r e t r a t o de su
vecina , a g r a d e c i ó l e i n f i n i t a m e n t e e l
paso que habia d a d o , y resuelta á
d e m o s t r a r l e este s e n t i m i e n t o p o r c u a n tos medios pudiese , supo d i s i m u l a r
con e l c o n d e .
— ¿ Y no t e m b l á i s ? d i j o C a g l i o s tro.
— N a d i e me h a v i s t o , c o n t e s t ó N i colasa.
— E s d e c i r , que no sois vos á q u i e n
querían ver.
•—No l o i m a g i n o .
— S i n embargo, para adivinar que
en este p a b e l l ó n h a y u n a m u g e r . . .
j A h ! C u i d a d o . . . . cuidado.
— ¿ Y p o r q u é h e de t e m e r , s e ñ o r
conde? repuso O l i v a : si me h a n v i s t o , l o que n « c r e o , no me v e r á n m a s ;
122
EL
COLLAR
y si m e v u e l v e n á v e r , s e r á de l e j o s , p o r q u e l a casa es i n a c c e s i b l e ,
¿ n o es v e r d a d ?
— H a b é i s a c e r t a d o ; es inaccesible ,
o b s e r v ó e l c o n d e , p o r q u e á menos
de escalar las paredes , l o c u a l no
es f á c i l ó de a b r i r l a p u e r t e c i l l a de
e n t r a d a c o n u n a l l a v e c o m o esta,
l o q u e tengo p o r i m p o s i b l e , porque
nunca la suelto.
Y h a b l a n d o asi, e n s e ñ a b a á O l i v a
l a l l a v e que l e s e r v i a p a r a e n t r a r
p o r l a p u e r t a baja.
— P u e s b i e n , p r o s i g u i ó ; como no
m e interesa e l p e r d e r o s , á nadie
prestare' esta l l a v e , y como n i n g u n a
v e n t a j a sacareis de caer e n t r e las
manos de M r . de Crosne, tampoco
dejareis escalar los m u r o s . A s i que,
h e r m o s a m i a , ya e s t á i s avisada , y
podéis
o b r a r c o m o m e j o r os p a rezca.
O l i v a h i z o m i l p r o t e s t a , y se
a p r e s u r ó á a c o m p a ñ a r a l c o n d e , que
n o i n s i s t i ó e n p e r m a n e c e r a l l i por
DE L A REYNA.
123
mas t i e m p o .
A l d i a s i g u i e n t e á las seis de l a
m a ñ a n a y a estaba Nicolasa en el
b a l c ó n , o b s e r x a n d o c u a n t o sueedia
en l a v e c i n d a d , y d i r i g i e n d o á v i das m i r a d a s á las persianas de su c o r tés amiga.
Esta , que p o r l o r e g u l a r no se
l e v a n t a b a antes de las once ; o c u p ó
su puesto no b i e n se p r e s e n t ó O l i v a ,
C u a l q u i e r a h u b i e r a diehc„. que t a m b i é n espiaba l a o c a s i ó n p r o p i c i a p a ra dejarse v e r
Las dos j ó v e n e s se s a l u d a r o n , y
Juana , i n c l i n á n d o s e fuera de l a v e n tana , m i r ó h a c i a todas p a r t e s p a r a
v e r si a l g u n o p o d i a o i r su voz»
N a d i e se m o s t r a b a en el b a r r i o ,
y t a n t o l a c a l l e como las ventanas
estaban d e s i e r t a s .
Puso entonces las dos manos j u n t o á l a b o c a , f o r m a n d o u n a especie
de bosina , y eon esa e n t o n a c i ó n v i b r a n t e y sostenida , que no es u i j
g r i t o , p e r o que conduce ta voz á
124
E L COLLAR
m a y o r d i s t a n c i a que l u n a t u r a l , dijo
á Oliva :
— H e querido visitaros, s e ñ o r a .
— ¡ S i l e n c i o ! e s c l a m ó O l i v a , ret i r á n d o s e asustada.
Y a p l i c ó u n dedo a sus labios.
J u a n a t a m b i é n se o c u l t ó d e t r á s
de las c o r t i n a s , f i g u r á n d o s e la p r e sencia de a l g ú n i n d i s c r e t o ; p e r o casi a l m i s m o t i e m p o v o l v i ó á present a r s e , t r a n q u i l i z a d a p o r l a sonrisa
de N i c o l a s a .
— ¿ C o n que no se os puede v e r ?
preguntó.
— ¡ A h ! c o n t e s t ó O l i v a haciendo
u n ademan.
—Esperad,
r e p u s o Jwanaj
¿se
os p u e d e n d i r i g i r cartas ?
— ¡ O h ! no, gritó Oliva
alarmada.
Juana r e f l e x i o n ó algunos m o m e n tos.
— O l i v a , p a r a darle las gracias
p o r SH tierna s o l i c i t u d , le e n v i ó
wn beso encantador , al que Juana
PE
L A REV'NA .
125
c o r r e s p o n d i ó con otros d o s , d e s p u é s
de lo c u a l u n i ó los postigos de las v e n tanas y se r e t i r ó .
O l i v a c r e y ó que su amiga h a b í a
encontrado a l g ú n r e c u r s o , p o r q u e
su i m a g i n a c i ó n se r e v e l a r a en su
última mirada.
Juana v o l v i ó á aparecer dos h o ras d e s p u é s : e l sol b r i l l a b a con t o da su f u e r z a , y e l piso de l a c a l l e
abrasaba como si estuviese f o r m a d o
con las arenas d e l d e s i e r t o .
O l i v a v i ó presentarse á su v e c i na con una ballesta : Juana le h i zo r i é n d o s e una s e ñ a p a r a que se
separase.
O b e d e c i ó nuestra j ó v e n , y r i é n dose como su c o m p a ñ e r a , se
refugió d e t r á s d e l b a l c ó n .
A p u n t a n d o Juana con cuidado ,
d i s p a r ó una b a l i t a de p l o m o , que en
vez de e n t r a r p o r el b a l c ó n , d i o
p o r desgracia c o n u n o de los b a r rotes de h i e r r o , y c a y ó á l a c a lle.
T. VIII
9
126
EL
COLLAR
. O l i v a a r r o j ó u n g r i t o ; p e r o Juan a , d e s p u é s de m o v e r los hombros
en s e ñ a l de r a b i a , b u s c ó con l a vist a su p r o y e c t i l en l a c a l l e , y en
seguida d e s a p a r e c i ó de l a v e n t a por
algunos m i n u t o s .
I n c l i n a d a O l i v a , m i r a b a hacia
abajo á t i e m p o que l l e g ó á pasar un
t r a p e r o r e g i s t r a n d o á derecha e' izq u i e r d a . Nlcolasa nada s u p o , porq u e t u v o que o c u l t a r s e p a r a no ser
vista.
L a segunda t e n t a t i v a de Juana
fue mas f e l i z , pues su ballesta i n t r o d u j o p o r encima d e l b a l c ó n en el
r e t r e t e de O l i v a o t r a bala que cont e n i a u n b i l l e t e e n r o l l a d o y conceb i d o en estos t é r m i n o s :
«Me interesáis m u c h o , bellísima
d a m a , pues sois p a r a m í encantad o r a , y os amo desde que os he
v i s t o . ¿ E s t á i s c a u t i v a ? ¿ S a b é i s que
e n vano he p r e t e n d i d o visitaros ? ¿ M e
p e r m i t i r á p o r v e n t u r a e l encantador que os tiene e n c e r r a d a acercar-
DE
LA REYNA.
127
me á vos p a r a manifestaros l a s i m patía que me i n s p i r a una p o b r e v í c tima de l a t i r a n í a de los h o m b r e s ?
« P o s e o , como ya c o n o c é i s , una
buena i m a g i n a c i ó n p a r a s e r v i r á ' mis
amigas. ¿ Q u e r é i s ser una de e l l a s ?
Parece que no p o d é i s s a l i r ; p e r o
sin d u d a p o d é i s e s c r i b i r , y como
yo salgo cuando q u i e r o , esperad á
que pase p o r bajo de v u e s t r o b a l c ó n , y echadme l a respuesta.
«Si e l juego de l a ballesta os
parece p e l i g r o s o ó t e m é i s que
se
descubra, adoptemos o t r o m é t o d o de
correspondencia m a l f á c d . Dejad caer
desde e l b a l c ó n a l oscurecer u n
o v i l l o de h i l o :
atad á é l
vuest r o b i l l e t e ; y o h a r é l o m i s m o con
los mios, y asi podremos entendernos.
« C r e e d que , si vuestros ojos no
son t r a i d o r e s , c u e n t o con que c o r r e s p o n d e r é i s a l g ú n t a n t o a l afecto
que n í a h a b é i s i n s p i r a d o , y con q u e
e n t r e las dos seremos capaces de v e n -
128
F L CULLAR
cer a l m u n d o
entero.
Vuestra amiga.
« P . D . ¿ H a b é i s r e p a r a d o si alg u n o ha cogido en l a c a l l e m i p r i mer billete?»
Juana no firmaba , y a u n habia
t e n i d o cuidado de desfigurar su letra.
O l i v a se e s t r e m e c i ó de p l a c e r al
r e c i b i r el b i l l e t e a l c u a l c o n t e s t ó con
e l siguiente:
« O s amo como vos me a m á i s ;
soy en efecto una v í c t i m a de l a m a l d a d de los h o m b r e s ; p e r o e l que aqui
m e g u a r d a es u n p r o t e c t o r y no u n
t i r a n o ; v i e n e á v i s i t a r m e u n a vez
a l dia; p e r o esto os l o e s p l l c a r é mas
adelante. P r e f i e r o á l a ballesta e l
n u e v o m é t o d o d e l o v i l l o de h i l o par a maestra correspondencia.
«¡ A h ! Es c i e r t o ; n o puedo sal i r ; estoy e n c e r r a d a bajo de l l a v e ;
p e r o p o r m i p r o p i o bien* ¡ C u á n t a s
DE L A REYNA.
129
cosas t e n d r í a que deciros si t u v i e s e
la s a t i s f a c c i ó n de h a b l a r c o n v o s .
Son demasiados p o r m e n o r e s p a r a e s critos.
« U n i n m u n d o t r a p e r o que p a saba es q u i e n ha r e c o g i d o
vuestro p r i m e r b i l l e t e ; p e r o esa gente
no sabe l e e r , y en e l p l o m o no v e n
mas q u e p i o r n o .
«Vuestra
amiga.
OLIVA
LEGAY.»
O l i v a firmó r e s u e l t a m e n t e con t o das sus l e t r a s .
E n seguida hioO á l a condesa e l
gesto de d i v i d i r u n h i l o , y e s p e r a n do á que llegase l a noche , d e s c o l g ó e l o v i l l o hasta l a c a l l e .
Juana estaba y a en e l l a , c o g i ó
el h i l o y q u i t ó el b i l l e t e , m o v i m i e n tos que a d i v i n ó Nlcolasa p o r m e d i o
del
h i l o c o n d u c t o r ; hecho
esto,
v o l v i ó á e n t r a r en s u casa p a r a
leer.
ISO
E L COLLAR
¡Vledia h o r a d e s p u é s ataba al h i l o p r o t e c t o r u n b i l l e t e , que c o n t é - 1
n í a estas palabras :
« Se consigue todo c u a n t o se quie-r e j no t e n é i s g u a r d i a s de v i s t a ,
pues s i e m p r e os v eo sola ; de modo
que d e b é i s ser d u e ñ a de r e c i b i r r i sitas y aun de s a l i r . ¿ C ó m o se cierr a v u e s t r a casa? ¿ C o n l l a v e ? ¿ Q u i é n
l a t i e n e ? ¿ E l h o m b r e que os visita?
¿ Y g u a r d a c o n t a n t o esmero esa l l a ve que no se la p o d é i s q u i t a r , c al
menos sacarla en cera ? A q u i no se
t r a t a de c o m e t e r una f e l o n í a , sino
de p r o c u r a r o s algunas h o r a s de l i b e r t a d , y de dar algunos paseos
d e l brazo de una a m i g a , que os c o n s o l a r á en vuestras desgracias, y os
d e v o l v e r á mas que l o que h a b é i s p e r d i d o . Se t r a t a t a m b i é n , si asi l o q u e r é i s de p r o p o r c i o n a r o s u n a l i b e r t a d
c o m p l e t a . Ya t i ataremos de esto con
todos sus p o r m e n o r e s en l a p r i m e r a e n t r e v i s t a que tengamos. »
O l i v a d e v o r ó este b i l l e t e , y s i n -
DE LA REYNA
131
tío s u b í r s e l e a las m e g i l l a s l a
fiebre
cíela i n d e p e n d e i i c i a , y aguijonear s u
c o r a z ó n el- deseo v o l u p t u o s o de l a
fruta p r o h i b i d a .
Ya b a b i a r e p a r a d o que e l conde
cada vez que e n t r a b a á v i s i t a r l a y á
l l e v a r l e a l g ú n l i b r o ó alguna a l h a j a , dejaba su l i n t e r n a sorda sobre
un v e l a d o r , y l a l l a v e sobre l a l i n terna.
O l i v a p r e p a r ó de antemano u n
pedazo de c e r a , y en ella e s t a m p ó
las s e ñ a l e s de l a l l a v e en l a p r i mera visita que l a hizo C a g l i o s tro.
Este no v o l v i ó l a cabeza u n a
sola v e z , y en t a n t o que ella ejecutaba a q u e l l a o p e r a c i ó n , se e n t r e t u v o en m i r a r las flores r e c i e n t e mente abiertas. O l i v a p u d o , p u e s ,
l l e v a r á cabo su p r o y e c t o con t r a n quilidad.
E l conde se m a r c h ó a l fin, y
ella d i r i g i ó á Juana l a cera e s t a m pada , que Juana r e c i b i ó c o n u n b i -
132
E L COLLAR
llelito.
A l d í a s i g u i e n t e , á eso d e l med i o d i a , l a b a l l e s t a , m e d i o estraord i n a r i o y e s p e d i t o , medio que era
a l a c o r r e s p o n d e n c i a p o r e l h i l o lo
que e l t e l é g r a f o es h o y al correo
o r d i n a r i o , a r r o j ó u n b i l l e t e que decía a s i :
« Q u e r i d a m i a : esta noche á las
o n c e , d e s p u é s que se r e t i r e vuest r o celoso, bajareis, d e s c o r r e r é i s los
c e r r o j o s , y os r e c i b i r á n los brazos
de l a que se r e p i t e v u e s t r a a m i ga. »
con
los
en
sus
O l i v a se e s t r e m e c i ó de a l e g r i a
mas fuerza que cuando r e c i b i a
d u l c í s i m o s b i l l e t e s de G i l b e r t o
l a p r i m a v e r a de sus amores y de
p r i m e r a s citas.
Bajó á las o n c e , s i n que antes
^.f hubiese observado en e l conde la
m e n o r sospecha: e n c o n t r ó á J u a n a ,
que l a a b r a z ó t i e r n a m e n t e , h a c i é n dola e n t r a r en u n a carroza h a l l a d a
en e l b o u l e v a r d , y a t u r d i d a , p a l p i -
DE L A RETNA.
133
t a n t e , t e m b l a n d o . d i o c o n su a m i ga u n paseo de dos h o r a s , d u r a n t e
las cuales c a m b i a r o n ambas m i l secretos , m i l besos y m i l p r o y e c t o s
para e l p o r v e n i r .
Juana fue l a p r i m e r a que a c o n sejó á 0 1 i « a volviese á e n t r a r en su
casa , p a r a que su p r o t e c t o r no c o n cibiese e l m e n o r r e c e l o : acababa de
saber que aquel p r o t e c t o r era C a gliostro ; t e m í a e l genio de este h o m bre , y solo encontraba seguridad p a r a
sus planes en e l mas p r o f u n d o m i s terio.
O l í * a se habia entregado sin r e s e r v a ; sus relaciones con B e a u s i r e ,
su t e m o r á la p o l i c í a , todo l o h a b í a
confesado.
Juana se h a b í a fingido soltera y
de buena f a m i l i a , a ñ a d i e n d o q u e vi.iar
con un amante , c o n t r a l a v o l u n t a d
de sus p a r i e n t e s .
U n a de ellas l o sabia t o d o ; l a
o t r a todo lo i g n o r a b a : t a l era l a a m i s t a d j u r a d a entre aquellas dos m u »
134
E L COLLAR
ge res.
Desde a q u e l l a noche no t u v i e r o n
necesidad de a c u d i r á l a ballesta , n i
a u n a l h i l o , p o r q u e Juana conserv a b a l a l l a v e y hacia b a j a r á O l i v a
con a r r e g l o á su c a p r i c h o .
U n a delicada cena , u n paseo f u r t i v o e r a n lazos que s e r v i a n á O l i v a de e s t í m u l o p a r a dejarse p r e n der.
— ¿ N a d a descubre M r . de C a l g i o s t r o ? p r e g u n t a b a algunas veces Juana
con i n q u i e t u d .
— | B a h ! A u n cuando y o misma se
lo d i j e s e , n o m e c r e e r i a , contestaba
Oliva.
O c h o dias de escapadas n o c t u r ñ a s se c o n v i r t i e r o n en una c o s t u m b r e , en u n a necesidad y en u n p l a c e r . A los ocho dias e l n o m b r e de
Juana era r e p e t i d o p o r los labios de
O l i v a con mas frecuencia que nunca
l o h a b í a n sido el de G i l b e r t o y e l de
Beausire.
DE
LA REYNA.
LA
135
CITA.
C u a n d o M r . de C h a r n y l l e g ó á sus
t i e r r a s y se l í u b o encerrado en su
casa d e s p u é s de c u m p l i r las p r i m e ras visitas , cuando e l m é d i c o le o r denó
que
no
recibiese á nadie
n i abandonase su b a b i t a c i o n , e j e c u t ó c o n t a n t o r i g o r este p r e c e p t o
que n i n g ú n h a b i t a n t e d e l c a n t ó n v o l v i ó á v e r a l h é r o e de aquel c o m b a te n a v a l , que t a n t o r u i d o h a b i a h e -
156
E L COLLAR
c l i o en F r a n c i a , y a l c u a l deseaban
conocer todas l a j ó v e n e s , p o r q u e era
n o t o r i a m e n t e i n t r é p i d o y t e n i d o por
b u e n mozo.
C h a r u y no estaba, sin embargo,
t a n e n f e r m o de c u e r p o como se
creia : solo se h a l l a b a afectado del
c o r a z ó n y de l a cabeza ; p e r o , ¡qué
enfermedad ! Sentia u n d o l o r a g u d o ,
incesante , i r r e s i s t i b l e ; e l d o l o r de
u n r e c u e r d o que q u e m a ; e l dolor
de una desdicha que hace pedazos
la existencia.
E l a m o r es solo una nostalgia :
el ausente l l o r a u n paraiso p e r d i do en vez de l l o r a r u n a p a t r i a m a t e r i a l , y a u n se puede a d m i t i r , por
p o c a afición que h a y a á l a p o e s í a ,
que la m u g e r q u e r i d a es u n paraiso
algo mas m a t e r i a l que e l de los á n geles.
M r . de C h a r n y no p u d o s u f r i r
t r e s dias de m é t o d o ; furioso a l ver
c o n t r a r i a d o s todos sus s u e ñ o s p o r l a
i m p o s i b i l i d a d y p o r la d i s t a n c i a h i -
PE
L A REVISA.
137
20 p u b l i c a r en todo e l c a n t ó n e l
precepto higie'nico d e l f a c u l t a t i v o de
que hemos -hablado , y confiando e l
cuidado de la p u e r t a de su casa á
UQ c r i a d o de confianza , salió de e l l a
por l a noche y montado en u n c a ballo c o r r e d o r , p e r o de m o v i m i e n t o s
suaves , á eso de las ocho estaba y a
en V e r s a l l e s a l q u i l a n d o una casita
situada d e t r á s d e l p a r q u e , p o r c o n ducto de su ayuda de c á m a r a .
A q u e l l a casa , que habia sido
abandonada desde la t r á g i c a m u e r t e
d é u n o de los empleados en l a caza de lobos , que en ella habia p e recido , convenia á C h a r n y , quien
deseaba ocultarse a l l i mas b i e n que
en sus t i e r r a s .
Estaba decentemente a m u e b l a d a ;
t e n i a dos p u e r t a s , una que c o m u nicaba á una calle s o l i t a r i a , y o t r a
que c o n d u c i a Lacia l a r o n d a d e l p a r que , a l paso que desde las v e n t a nas de l a p a r t e d e l M e d i o d í a p o d i a
C h a r n y e x a m i n a r las veredas de l o s
158
E L COLLAR
sotos reales ; p o r q u e aquellas ventan a s , c u b i e r t a s de p a r r a s y de yedras , no eran o t r a cosa que unas
p u e r t a s algo elevadas p a r a c u a l q u i e r a que quisiese saltaí- desde ellas al
parque.
Esta c i r c u n s t a n c i a , bastante r a r a ya en a q u e l t i e m p o , era u n p r i v i l e g i o concedido a l i n s p e c t o r de la
c a z a , á ü n de que p u d i e s e , sin i n comodarse , v i g i l a r los l e b r e l e s y los
faisanes de S. M .
A q u e l l a soledad a g r a d ó á C l i a r n y sobre todo. ¿ E r a p o r q u e se hab i a enamorado d e l paisaje? P r o n t o lo
sabremos.
D e s p u é s de instalarse en su m o rada : de haber c e r r a d o todas las
salidas y a s e g u r á d o s e de l a r e s p e t u o sa c u r i o s i d a d de los vecinos , Charn y , o l v i d a d o de todos , d i o p r i n c i p i o
á u n g é n e r o de V i d a , c u y a idea har á estremecer á c u a l q u i e r a que en
este v a l l e de l á g r i m a s haya amado,
ó a l menos oído h a b l a r de a m o r .
DE
LA REYNA.
139
E n m e n o s de q u i n c e d í a s se puso
al c o r r i e n t e d e todas l a s c o s t u m b r e s
de palacio y de s u s g u a r d i a s , h a s ta el p u n t o de saber la h o r a fija en
que los p á j a r o s bajaban á beber en
los a r r o y u e l o s , y la en que c o r r i a n
los siervos p o r el bosque , o l f a t e a n do la p e r s e c u c i ó n con e l hocico l e »
Y a n t a d o . Se e n t e r ó de los m o m e n tos de s i l e n c i o , de los de paseo de
la R e y n a y de sus d a m a s , d e l m i nuto
en
que
aparecian
las
rondas ;
en una p a l a b r a , v i v i ó desde lejos
con todos cuantos r e s p i r a b a n en T r i a n o n , q u e era e l t e m p l o de sus locas
adoraciones.
Y como l a e s t a c i ó n era h e r m o sa , como las nocbes perfumadas
y
t r a n q u i l a s concedian m a y o r l i b e r t a d
á sus ojos y mas dulces
recuerdos
á su a l m a , pasaba m u c h a p a r t e de
ellas en su v e n t a n a , espiando los sonidos lejanos que e l palacio despedía , y siguiendo por los huecos d e l
ramaje e l juego caprichoso de las
140
E L COLLAR
luces puestas en m o v i m i e n t o hasta
l a h o r a de acostarse.
P r o n t o d e j ó de p a r e c e r l e
sufic i e n t e la v e n t a n a ,
p o r q u e se veia
m u y d i s t a n t e de a q u e l r u i d o y de
aquellas luces. S a l l ó desde su aposento a l m u s g o , seguro de no enc o n t r a r en t a l m o m e n t o p e r r o s ni
g u a r d i a s , y se e n t r e g ó a l peligroso,
a l encantador d e l e i t e de l l e g a r hasta l a senda d e l p i i m e r s o t o , que
separaba l a espesura d e l argentado
espacio i l u m i n a d o p o r l a l u n a , á fin
de c o n t e m p l a r desde a l l í ; las sombras negras y p á l i d a s que s e ñ a l a b a n
las blancas c o r t i n a s de los regios salones.
D e este modo vela á l a R e y n a
todas las noches sin que e l l a l o sospechase. Se h a b l a acostumbrado á
r e c o n o c e r l a desde un c u a r t o de l e gua , cuando atravesando los j a r d i nes a c o m p a ñ a d a de las damas ó de
a l g ú n personaje a d i c t o , jugaba con
l a sombrilla chinesca que resguar-
DE LA REYNA.
141
daba su g o r r o adornado de flores.
N i n g ú n otro paso, ninguna otra
a c t i t u d podia hacer que se e q u i v o case : c o n o c í a todos los vestidos q u e
usaba l a R e y n a , y a d i v i n a b a , en
medio de las hojas d e l p a r q u e , e l
m a g n í f i c o c h a i v e r d e c o n listas de
negro m o a r é ' , que hacia o n d u l a r su
c u e r p o p o r medio de u n m o v i m i e n to casto y seductor.
Y cuando l a v i s i ó n habia desaparec i d o ; cuando la noche, haciendo h u i r
á los paseantes, le habia p e r m i t i d o
o b s e r v a r desde las esta'tuas d e l p e r i s t i l o las ú l t i m a s oscilaciones de
aquella sombra amada, volvia C h a r n y á su v e n t a n a , v o l v i a á m i r a r
desde lejos l a v i v a l u z de l a h a b i t a c i ó n de la R e y n a , y entonces v i v í a de r e c u e r d o s y de esperanzas,
como acababa de v i v i r de v i g i l a n cia y a d m i r a c i ó n .
U n a n o c h e , d e s p u é s de h a b e r se r e t i r a d o , y dado e l a d i ó s d «
c o s t u m b r e á l a sombra ausente >
i . Tin
10
142
E L COLLAR
cuando y a e l r o c í o de las estrel l a s comenzaba á d e s t i l a r sus blancas p e r l a s sobre las hojas de la
y e d r a , iba C b a r n y á abandonar la .
T e n t a n a p a r a acostarse, cuando el
r u i d o de u n a c e r r a d u r a le l l a m ó la
a t e n c i ó n : v o l v i ó , p u e s , a l observatorio y escucbó.
L a b o r a era ya a v a n z a d a , pues
en el r e l o j de l a p a r r o q u i a daban
las doce de l a n o c h e , y se r e p e t i a n
en las mas apartadas de V e r s a l l e s ;
C b a r n y p o r l o m i s m o e s t r a ñ ó aquel
r u i d o , a l c u a l no estaba acostumbrado.
L a c e r r a d u r a r e b e l d e pertenecia
i u n a p u e r t e c i l l a d e l p a r q u e , situada como á unos v e i n t e y cinco pasos de l a casa de n u e s t r o
jóveu,
l a c u a l n u n c a se a b r i a , á escepc i o n de los dias de c a c e r í a g r a n d e .
C b a r n y n o t ó que las personas
q u e a b r i a n l a p u e r t a no h a b l a b a n ,
y que v o l v i e r o n á c e r r a r los c o r -
DE
LA RFYNA.
.
ii'h
rojos, y se a c e r c a r o n a l send e r o
practicado debajo de las veutanas de
su v i v i e n d a .
E l e m p a r r a d o y las enredaderas
cubrian los postigos y g r a n p a r t e
de las p a r e d e s ; de modo que no p o dían d i s t i n g u i r s e desde abajo en m e dio de l a o s c u r i d a d de l a n o c h e .
P o r o t r a p a r t e , los que h a b i a n
penetrado hasta a l l i andaban de p r i sa é i n c l i n a b a n l a cabeza, y C h a r uy d i s t i n g u i ó confusamente dos b u s tos : solo p o r e l c r u g i d o (Je los v e s tidos r e c o n o c i ó que e r a n dos m u g e res , cuyas manteletas de seda se
rozaban c o n l a e n r a m a d a .
Estas m u g e r e s , a l d a r l a v u e l ta á l a ancha senda situada enfrente
de l a ventana de C h a r n y , se e n c o n t r a r o n e n l a c l a r i d a d que d e s p e d í a
el r a y o mas l i b r e de l a l u n a , y é l
oficial estuvo á p u n t o de l a n z a r u n
g r i t o de alegre sorpresa a l r e c o n o cer e l t a l l e y e l peinado de M a r í a
A n l o n i e t a , asi como l a p a r t e i n f e -
144
E L GCLLAR
r i o r de su r o s t r o , i l u m i n a d o á pesar
d e l reflejo s o m b r í o de l a seda de su
g o r r o . L l e v a b a en la mano una herm o s í s i m a rosa.
C h a r n y se e c h ó a l p a r q u e desde
l a v e n t a n a con e l c o r a z ó n p a l p i t a n t e ,
á fin de no ser s e n t i d o , c o r r i ó por
la y e r b a , o c u l t á n d o s e d e t r á s d é l o s
á r b o l e s , y siguiendo c o n sus miradas
á las dos m u g e r e s ,
c u y a marcha
era cada vez menos r á p i d a .
¿ Q u é debia hacer ? L a R e y n a estaba a c o m p a ñ a d a y no c o r r í a e l men o r p e l i g r o . j A h ! ¿ P o r q u é no iba
sola? H u b i e r a desafiado los mas c r u e les t o r m e n t o s p o r acercarse á ella y
d e c i r l a postrado
de hinojos : « O s
a m o . » ¿ P o r q u é no l á v e l a amenazada de u n g r a n p e l i g r o ? H u b i e r a m u e r t o p o r s a l v a r t a n preciosa
vida.
,
E n t a n t o que s o ñ a b a m i l t i e r n a s
q u i m e r a s , las dos mugeres se d e t u v i e r o n de p r o n t o : u n a de e l l a s , l a
m a s b a j a , dijo algunas palabras á su
DE
L 4 REYNA.
145
c o m p a ñ e r a , y la dejó:
L a R e y na permaiaecio s o l a , a l
paso que l a o t r a m u g a r a p r e s u r a b a
el paso hacia u n objeto que C h a r n y
no a d i v i n a b a t o d a v í a . L a R e y n a , g o l peando la arena d e l p a r q u e con su
p e q u e ñ o p i e , se a r r i m ó á u n á r b o l ,
envolvie'ndose c o n su m a n t e l e t a de
modo que e l c a p u c h ó n le c n b r i a l a
cabeza , cuando poco antes ondulaba
sobre sus espaldas c o n sus sedosos
pliegues.
C u a n d o C h a r n y l a vió tan s o l a ,
y a l parecer t a n p e n s a t i v a , d i ó u n
salto como p a r a p r e c i p i t a r s e á sus
pies.
Pero al m i s m o t i e m p o r e f l e x i o n ó
que le separaban de ella l o menos
t r e i n t a pasos; que antes de s a l v a r
este espacio le v e r l a ella , y que no
conociéndole al pronto tendría m i e do ; que en consecuencia g r i t a r i a ó
h u i r i a ; que sus g r i t o s a t r a e r í a n
á
su c o m p a ñ e r a p r i m e r o , y d e s p u é s á
algunos g u a r d i a s ; que r e g i s t r a r í a n e l
146
EL
COLLAR
p a r q u e y d e s c u b r i r í a n a l indiscreto
y l a l vez su r e t i r o , en c u y o caso
d a r i a u fin e l s e c r e t o , l a f e l i c i d a d y
el amor.
S e - c o n t u v o y o b r ó b i e n , pues
no b i e n r e p r i m i ó su i r r e s i s t i b l e deseo,
cuando v o l v i ó á presentarse
l a c o m p a ñ e r a de l a R e y n a , aunque
no se p r e s e n t ó sola.
C h a r n y d i s t i n g u i ó á dos pasos det r á s ds-ella u n h o m b r e de buena t a l l a , c u b i e r t o con ancho s o m b r e r o y
una l a r g a capa.
Este h o m b r e , c u y o aspecto h i zo t e m b l a r á M r . de C h a r n y de odio
y de c e l o s , no se presentaba sin
e m b a r g o como t r i u n f a d o r . V a c i l a n d o , adelantando e l p i e con t i m i d e z ,
p a r e c i a c a m i n a r á tientas p o r l a osc u r i d a d como si no t u v i e s e p o r g u i a
á l a c o m p a ñ e r a de l a R e y n a , y
p o r objeto á l a misma R e y n a , que
sin d u d a alguna le aguardaba.
Desde que d i v i s ó á M a r í a A n í o n i e t a no h i z o mas que aumentarse
DE
L A REYNA.
147
aquel t e m b l o r que C b a r n y habia n o tado en é l : e l desconocido se desc u b r i d , y puede decirse que b a r r i ó
el piso d e l p a r q u e con su s o m b r e r o ,
sin dejar de a n d a r . C b a r n y le v i o
e n t r a r en l a sombra y saludar p r o fundamente repetidas veces.
L a sorpresa de C h a r n y se h a bia cambiado en e s t u p o r , y p r o n t o
iba á c o n v e r t i r s e en o t r a e m o c i ó n
sumamente dolorosa. ¿ Q u é i b a á hacer l a R c y n a en e l p a r q u e á u n a
hora t a n avanzada? ¿ P o r q u é a q u e l
. h o m b r e estaba a l l í ? ¿ C o n q u é o b j e t o habia p e r m a n e c i d o o c u l t o h a s ta entonces ? ¿ P o r q u é l a R e y n a
le habia l l a m a d o p o r medio de s u
amiga en vez de d i r i g i r s e h a c i a
é i ?..
C h a r n y iba á v o l v e r s e l o c o . A c o r d ó s e , no obstante , de que l a
R e y n a se ocupaba de c i e r t a p o l í t i ca m i s t e r i o s a , y de que solia a n u d a r algunas relaciones con las cortes
a í e m a n a s , relaciones que disgustaban
148
EL COLLAR
a l R e y p o r l o m i s m o que las liabia
prohibido.
T a l vez a q u e l c a b a l l e r o m i s t e rioso seria u n c o r r e o
de Schceb r u t m ó de B e r l i n , a l g ú n
gentil
h o m b r e p o r t a d o r de u n mensaje sec r e t o , una de las fachas alemanas
que L u i s X V I no q u e r í a v e r en
V e r s a l l e s , desde q u e e l E m p e r a d o r
J o s é I I se habia a t r e v i d o á seguir en
F r a n c i a u n curso de filosofía y de
p o l i t i c a c i í t i c a a l uso de su c u ñ a d o
el R e y c r i s t i a n í s i m o .
Esta i d e a , semejante a l y e l o que
n n f a c u l t a t i v o a p l i c a sobre l a a b r a sadora f r e n t e de u n e n f e r m o , r e f r e s có al pobre O l i v e r i o , le d e v o l v i ó
l a serenidad y c a l m ó e l d e l i r i o de
su p r i m e r a c ó l e r a : l a R e y n a , p o r
o t r a p a r t e , p e r m a n e c í a en una act i t u d digna de su r a n g o .
Su c o m p a ñ e r a , colocada á t r e s
pasos de distancia , i n q u i e t » , a t e n a a l m e n o r r u i d o , como las antiguas
d u e ñ a s , d e s t r u y ó , p o r medio de u n a
DE
L A REYNA.
149
ansiedad c o m p l a c i e n t e , l o s n u e v o s
pensamientos de M r . de C h a r n y ;
p u e s , a l f i n , t a n p e l i g r o s o es verse
sorprendido en u n a cita p o l í t i c a , como
ver g ü e n z a causa e l serlo en una c i t a
de a m o r , y nada se parece t a n t o á
un enamorado c o m o u n c o n s p i r a d o r :
los dos l l e v a n capa p o r l o r e g u l a r ;
los dos o y e n p e r f e c t a m e n t e ; l o s dos
tiemblan.»
C h a r n y no t u v o m u c l i o t i e m p o
para p r o f u n d i z a r estas reflexiones,
porque la amiga de l a R e y n a h i z o
un m o v i m i e n t o y c o r t ó la p l á t i c a . E l
caballero hizo t a m b i é n u n ademan como p a r a p r o s t e r n a r s e , pues sin d u da se l e p e r m i t í a y a r e t i r a r s e d e s p u é s
de l a a u d i e n c i a .
O c u l t ó s e Charny d e t r á s del á r bol c o r p u l e n t o , figurándose que a q u e l
g r u p o , a l separarse , iba á pasar e n
f r a c c i ó n p o r su lado • asi q u e , l o
ú n i c o que debia hacer era c o m p r i m i r e l a l i e n t o y r o g a r á los gnomos
y á los silfos que apagasen todos lo»
150
EL
COLLAR
ecos d e l cielo y de la t i e r r a .
A l m i s m o t i e m p o c r e y ó v e r un
objeto que se destacaba de l a m a n t e l e t a de l a R e y n a ; t a l vez era una
m a n o : e l c a b a l l e r o se i n c l i n ó con
p r o n t i t u d , e n d e r e z ó s e a l p u n t o con
r e s p e t o , y h u y ó , pues n o se puede
c a l i f i c a r de o t r o modo l a rapidez de
su marcha.
P e r o fue detenido p o r l a comp a ñ e r a de l a R e y n a , que le l l a m ó
c o n voz calculada , y cuando se par ó l e dijo esta p a l a b r a :
—Esperad.
E l c a b a l l e r o era m u y o b e d i e n t e ,
pues hizo l o que se le o r d e n a b a , y
esperó.
C h a r n y v i ó entonces pasar , a' dos
pasos de su e s c o n d i t e , á las dos
m u g e r e s asidas d e l b r a z o : e l m o v i m i e n t o causado p o r e l vestido de la
R e y n a hizo o n d u l a r los t a l l o s de a l gunas plantas que estaban a l a l c a n ce de su m a n o .
A s p i r ó t a m b i é n los p e r f u m e s que
DE L A R E Y N A .
151
tanto se habla acostumbrado á a d m i rar ; el o l o r de la v e r b e n a m e z c l a da con r e s e d a , doble embriaguez p a r a
su r e c u e r d o .
L a s m u g e r e s p a s a r o n y desaparecieron.
Algunos
minutos después
se
p r e s e n t ó e l desconocido, de q u i e n
uuestro j o v e n no b a b i a v u e l t o á a c o r darse d u r a n t e e l t i e m p o que l a R e y na t a r d ó en l l e g a r á l a p u e r t a . B e saba con p a s i ó n , c o n l o c u r a una r o sa fresca y e m b a l s a m a d a , que sia
duda era la m i s m a c u y a belleza adm i r ó C h a r n y cuando l a R e y n a e n t r ó
en e l p a r q u e , y que acababa de y e r
caer de la mano de su soberana.
j U n a rosa ! ¡ U n beso aplicado á
i sus b o j a s ! ¿ Se t r a t a b a p o r v e n t u r a
I de embajada y de secretos de
estado?
C h a r n y c r e y ó perder el juicio :
iba ya a ar r oj a r se sobre a q u e l h o m J b r e y á a r r a n c a r l e l a flor, c u a n d o
v o l v i ó l a c o m p a ñ e r a de l a R e y n a ,
152
y
EL
COLLAR
dij0:
—Venid, monseñor.
C h a r n y c r e y ó h a l l a r s e delante de
a l g ú n p r í n c i p e de la s a n g r e , y se
a g a r r ó c o n f u e r z a a l á r b o l p a r a no
caer m u e r t o sobre e l m u s g o .
E l desconocido e c b ó á andar hacia e l lado que i n d i c a b a l a v o z , y
d e s a p a r e c i ó c o n !a d a m a .
DE
L A REYNA.
155
LA. MASO DE LA t i E f Ñ A -
c,
(uando C h a r n y v o l v i ó á su cas*,,
trastornado con tan terrible g o l p e ,
no e n c o n t r ó y a fuerzas contra l a nuev a desgracia que tan rudamente le
heria.
D e modo que e l destino le h a b í a
« o n d u c i d o á V e r s a l l e s y á aquel p r e cioso retiro solo para inspirarle a m a r gos celos , y s e ñ a l a r l e las huellas de
154
,
E L COLLAR
u n c r í m e ü , cometido p o r l a R e y n a
en desprecio de toda p r o b i d a d , de
toda d i g n i d a d re'gia , de toda
fidelidad conyugal.
E l h o m b r e r e c i b i d o de aquella
m a n e r a en e l p a r q u e e r a , á no d u darlo , un nuevo amante.
E n van o p r o c u r ó C b a r n y p e r s u a d i r s e , ea
e l d e l i r i o de su d e s e s p e r a c i ó n y d u r a n t e la fiebre de aquella aciaga noche , de que e l h o m b r e que habia
r e c i b i d o l a rosa era u n embajador,
y de que l a rosa no era mas que
una p r e n d a de c o n v e n c i ó n s e c r e t a ,
destinada á r e e m p l a z a r una c a r t a que
pudiera comprometer.
Nada
pudo prevalecer
contra
sus sospechas, y solo restaba a l desg r a c i a d o C b a r n y e x a m i n a r su p r o p i a
c o n d u c t a , y p r e g u n t a r s e l a causa de
h a b e r p e r m a n e c i d o pasivo en p r e sencia de t a m a ñ a d e s v e n t u r a .
C o n una mediana r e f l e x i ó n nada
era mas f a c ü que c o m p r e n d e r e l i n s t i n t o que habia aconsejado aquella i n -
DE L A E E Y N A .
155
movilidad.
E n las mas v i o l e n t a s crisis de l a
v i d a , la acción b r i l l a m o m e n t á a e a mente en e l fondo de la n a t u r a l e z a
h u m a n a , y este i n s t i n t o i m p u l s i v o 5
en los h o m b r e s b i e n organizados, no
es mas que u n a c o m b i n a c i ó n de l a s ,
costumbres y de l a r e f l e x i ó n l l e v a da hasta el ú l t i m o grado de p r e c i p i t a c i ó n y de o p o r t u n i d a d . Si C h a r n y no habla obrado , c o n s i s t í a en que
nada t e n i a que v e r con los asuntos
p a r t i c u l a r e s de l a soberana; en que
si se presentaba como curioso h u b i e ra d e s c u b i e r t o su a m o r ; en que h a ciendo t r a i c i ó n a' l a R e y n a se la hacia á sí p r o p i o ; en que es m u y m a la p o s i c i ó n l a que ocupa delante de
los t r a i d o r e s , á quienes desea c o n v e n c e r , e l h o m b r e que se presenta
cometiendo e l m i s m o d e l i t o q á ? v a ¿
echarles e n c a r a .
Si no se h a b i a m o v i d o , consist i ó en que , p a r a llegarse á u n h o m b r e h o n r a d o e c u l a confianza r e a l ,
156
EL
COLLAR
e r a p r e c i s o arriesgarse á c o r r e r la
s u e r t e de u n a q u e r e l l a odiosa de m a l
s u s t o , de una especie de emboscada
q u e n u n c a le h u b i e r a p e r d o n a d o la
Reyna.
P o r ú l t i m o , l a p a l a b r a monseñer p r o n u n c i a d a p o r u n a de las dos
m u g e r e s , e r a , a l p a r e c e r , una adv e r t e n c i a saludable , aunque algo t a r d í a , que h u b i e r a salvado á C h a r n y ,
d e s g a r r á n d o l e los ojos en medio de
su f u r o r si algo hubiese intentado,
i ¿ Q u e ' h u b i e r a sido de e'l si atacando con espada en mano á aquel
h o m b r e hubiese oido que l e l l a m a b a n monseñor9. ¿ Q u é peso no
h u b i e r a a d q u i r i d o su f a l t a
cayendo
de t a n grande a l t u r a ?
Tales fueron los pensamientos que
o c u p a r o n á C h a r n y toda l a noche y
l a p r i m e r a m i t a d d e l siguiente d i a .
D e s p u é s de las d o c e , nada fue p a r a é l e l dia a n t e r i o r , q u e d á n d o l e ú n i camente e l ansia c a l e n t u r i e n t a y d e Yoradora e o n q u e a g u a r d a b a l a n u e -
DE L A REYNA.
157
va n o c h e , d u r a n t e l a c u a l i b a n t a l
vez á t e n e r l u g a r otras r e v e l a c i o nes.
¡ C o n c u á n t a a g i t a c i ó n se puso
el p o b r e C h a r n y en a q u e l l a v e n t a na , que e r a y a su ú n i c a e s t a n c i a ,
el p u n t o obligado de su v i d a .
L a noche l l e g ó , i n s p i r a n d o a' nuest r o observador fogoso d e l i r a n t e s p e n samientos y deseos insensatos.
Los sonidos o r d i n a r i o s l e p a r e cian c o n t e n e r nuevas significaciones.
A l o lejos d i v i s ó á l a R e y n a , que
atravesaba l a g a l e r í a ,
acompañada
p o r las personas de l a s e r v i d u m b r e
que l l e v a b a n hachones de v i e n t o j l a
a c t i t u d de l a R e y n a se le a n t o j ó pen-s a t i v a , i n c i e r t a ; l a j u z g ó agitada p o r
l a e m o c i ó n de l a n o c h e .
Poco á poco se a p a g a r o n todas
l a s luces de s e r v i c i o , y e l p a r q u e
q u e d ó en e l mas p r o f u n d o sosiego.
¿ S e r á u n a q u i m e r a e l c r e e r que los
á r b o l e s y las f r u t a s , d e s p u é s de f a tigarse d u r a n t e e l d i a e n agradar c o n
T. V I I I .
11 ,
158
E L OLLARC
sus tesoros las m i r a d a s y caricias de
los m o r t a l e s , t r a b a j a n en r e p a r a r por
l a n o c h e , e l s i l e n c i o de l a soledad,
s u f r e s c u r a , sus p e r f u m e s y su coq u e t e r í a ? E n e f e c t o , las flores y
las p l a n t a s d u e r m e n como nosotros.
C h a r n y se acordaba b i e n de l a h o r a de l a c i t a de l a R e y n a . D i e r o n las
doce.
E l c o r a z ó n de n u e s t r o j ó " e n amant e p a r e c í a que iba á estallar d e n t r o d e l p e c h o , asi fue que se apoy ó f u e r t e m e n t e c o n t r a e l antepecho
p a r a sofocar sus l a t i d o s , cada vez
mas p r e c i p i t a d o s y v i o l e n t o s .
— P r o n t o se a b r i r á l a p u e r t a , dijo
e n voz baja: p r o n t o se d e s c o r r e r á n los
cerrojos.
N a d a t u r b a b a l a paz d e l bosque.
C h a r n y se a d m i r ó entonces a l
p e n s a r p o r p r i m e r a vez que nunca
se r e p i t e p o r dos noches
seguidas
u n m i s m o a c o n t e c i m i e n t o ; que B a da era o b l i g a t o r i o en a q u e l amor
DE
LA REYNA.
159
mas que e l a m o r m i s m o , y que ser i a n sobrado i m p r u d e n t e s los que en
t a n p e l i g r o s o sitio n o pudiesen pasar
dos dias s i n v e r s e .
—Secreto aventurado, m u r m u r ó
C h a m y , cuando l a l o c u r a se m e z c l a
en é l .
S i ; p a r e c i a una v e r d a d i n c o n t e s t a b l e que l a R e y n a n o r e p e t i r l a a l
d i a siguiente l a i m p r u d e n c i a de l a
víspera.
D e p r o n t o c h i l l a r o n los c e r r o j o s ,
y se a b r i ó l a p u e r t e c i l l a .
U n a palidez m o r t a l c u b r i ó las
m e g i l l a s de O l i v e r i o , cuando d i v i s ó
á las dos damas c o n e l m i s m o t r a je de l a noche a n t e r i o r .
— E s necesario que e s t é l o c a , p e n só n u e s t r o j ó v e n .
L a s dos mugeres pasaron
bajo
l a v e n t a n a de C h a r n y acelerando e l
paso.
E s t e v o l v i ó á saltar a l p a r q u e
d e s p u é s que las v i ó bastante lejos
p a r a que no l e s i n t i e r a n , y se p v o -
160
EL COLLAR
puso desde luego ser p r u d e n t e , f u e r t e é i m p a s i b l e ; n o o l v i d a r que una
de aquellas mugeres era R e y n a , y
q u e é l era s u b d i t o ; que ademas , su
c u a l i d a d de h o m b r e le i m p o n í a e l
deber de ser respetuoso , a l paso que
e l l a , como m u g e r , tenia e l derecho
de e x i g i r c i e r t o s m i r a m i e n t o s .
Y como desconfiaba de su c a r á c t e r fogoso, a r r o j ó su espada d e t r á s
de u n m o n t e c i l l o de m a l v a s i n m e diato.
E n t r e t a n t o l l e g a r o n las dos damas
al m i s m o sitio de l a v í s p e r a ; C h a r n y t a m b i é n reconoció á la R e y n a , y
esta se c u b r i ó l a cabeza c o n e l cap u c h ó n , m i e n t r a s su c o m p a ñ e r a fue
á b u s c a r a l desconocido, á q u i e n
llamaban monseñor.
¿ E n d ó n d e se escondia este ? H e
a q u i l o q u e se p r e g u n t a b a C h a r n y .
E n l a d i r e c c i ó n que h a b i a tomado
l a oficiosa amiga se h a l l a b a situada
l a sala de b a ñ o s de A p o l o , r e s g u a r -
DE
L A REYNA.
161
dada p o r altos cercados y p i l a s t r a s
de m á r m o l ; p e r o ¿ c ó m o a q u e l h o m bre podía ocultarse allí ? ¿ Por d ó n d e
entraba ?
C h a r n y se a c o r d ó de que b a c í a
a q u e l lado d e l p a r q u e e x i s t i a u n a
p u e r t e c i l l a , semejante á l a que a b r í a n
las damas p a r a a c u d i r á l a c i t a : s i n
d u d a t e n i a e l desconocido u n a l l a ve de a q u e l l a p u e r t a , p o r l a c u a l
se deslizaba hasta los b a ñ o s de A p o l o , en los cuales esperaba basta q u e
fuesen á b u s c a r l e .
A s i se esplicaba todo , y p r e c i c í s a m e n t e se r e t i r a b a m o n s e ñ o r p o r
l a m i s m a p u e r t a , d e s p u é s de su e n trevista con l a Reyna.
Algunos minutos después disting u i ó C h a r n y e l s o m b r e r o y l a capa
de l a u o c h d a n t e r i o r .
P e r o e l desconocido n o se acercó á la Reyna con la reserva
respetuosa d e l d í a a n t e r i o r : caminaba
de p r i s a s i n a t r e v e r s e e m p e r o á c o r rer.
162
E L COLLAR
L a R e y n a , que estaba j u n t o a l
á r b o l , se s e n t ó sobre l a capa que
el nuevo R a l e i g h e s t e n d i ó para ella,
y en t a n t o que su v i g i l a n t e amiga
acechaba , e l e n a m o r a d o c a b a l l e r o se
a r r o d i l l a b a sobre e l musgo , y e m pezaba á h a b l a r c o n apasionada r a pidez.
L a R e y n a bajaba l a cabeza , sum i d a a l p a r e c e r e n amorosas m e d i taciones. C h a r n y no p o d i a o i r las
p a l a b r a s d e l c a b a l l e r o ; p e r o e l eco
de ellas a p a r e c i a i m p r e g n a d o de p o e sia y de a m o r , y cada una de sus
entonaciones p o d i a t r a d u c i r s e p o r
una ardiente protesta.
L a R e y n a no c o n t e s t a b a , y no
o b s t a n t e , e l desconocido r e d o b l a b a
l a v i v e z a de sus discursos , p a r e c i e n do á veces a l d e s v e n t u r a d o
Charn y que sus p a l a b r a s e n v u e l t a s en
armoniosos g i r o s , i b a n á l l e g a r á
-herir sus oidos , e n c u y o caso l e ser i a preciso m o r i r /le dolor y rabia.
P e r o nada. C u a n d o l a voz se h a c i a
DE
L A BEYNA.
163
mas c l a r a , u n gesto sigaiGcatlvo de
la observadora obligaba a l apasionado orador á bajar e l d i a p a s ó n de sus
elegías.
L a Reyna seguía callando.
E l c a b a l l e r o , á pesar de que e n sartaba s ú p l i c a s sobre s ú p l i c a s , l o
cual adivinaba por la vibrante m e l o d í a de sus inflexiones , no o b t e n í a
mas que e l h a l a g ü e ñ o c o n s e n t i m i e n t o d e l s i l e n c i o , favor i n s u f i c i e n t e
p a r a los ardientes labios que b a n
empezado á g u s t a r l a p o n z o ñ a d e l
amor.
D e p r o n t o d e j a r o n escapar a l g u nas palabras los de l a R e y n a . A l m e nos esto d e b i ó c r e e r C h a r n y ; p a l a b r a s entrecortadas , m u y bajas, q u e
solo podia o i r e l desconocido, q u i e n
apenas las e s c u c h ó , cuando en e l
esceso de su entusiasmo e s c l a m ó bast a n t e a l t o p a r a ser oido :
— ¡ G r a c i a s , gracias , s e ñ o r a m i a !
A s i , pues , hasta m a ñ a n a .
C h a r n y s i n t i ó c o r r e r p o r su f r e n -
164
E L COLLAR
t e u n sudor f r i ó , e l sudor de l a
m u e r t e , que se d e s p r e n d i ó l e n t a m e n t e p o r sus m e j i l l a s .
E l desconocido v i o estenderse h a cia é l las dos manos de l a R e y n a ,
y las e s t r e c h ó
entre
las s u y a s ,
depositando e n ellas u n beso t a n
p r o l o n g a d o y t i e r n o , que C h a r n y esp e r i m e n t ó mientras d u r a b a , el suf r i m i e n t o de todos los suplicios que
l a fuerza h u m a n a h a robado á l a mas
infernal barbarie.
D e s p u é s de a q u e l beso se l e v a n t ó l a R e y n a con v i v e z a , y c o g i ó
e l brazo de su c o m p a ñ e r a .
E n seguida h u y e r o n a m b a s , p a sando p o r d e l a n t e de C h a r n y , como
l a noche a n t e r i o r .
E l desconocido h i z o l o m i s m o
p o r su p a r t e , y C h a r n y , q u e no
h a b i a p o d i d o m o v e r s e d e l sitio en
que l e t e n i a c l a v a d o u n d o l o r i n d e c i b l e , o y ó v a g a m e n t e e l r u i d o sim u l t á n e o de dos p u e r t a s que se c e r raban.
DE L A REYNA.
165
N o t r a t a r e m o s de d e s c r i b i r l a s i t u a c i ó n en q u e se q u e d ó C h a r n y
d e s p u é s de a q u e l h o r r i b l e d e s c u b r i miento.
P a s ó l a nocbe c o r r i e n d o como u u
loco p o r e l p a r q u e y p o r los senderos , á los cuales echaba a m a r g a m e n t e en cara s u c o m p l i c i d a d c r i minal.
L o c o p o r espacio de a l g u n a s h o r a s , n o v o l v i ó en s í hasta que l a
casualidad hizo q u e tropezase en s u
c a r r e r a c o n l a espada que antes h a b í a dejado á fin de n o caer e n l a
t e n t a c i ó n de s e r v i r s e de e l l a .
A q u e l l a a r m a q u e se e n r e d ó e n t r e sus p i e r n a s y l e hizo c a e r , l e
d e v o l v i ó como p o r encanto e l s e n t i m i e n t o de su f u e r z a , asi como e l
de su d i g n i d a d . U n h o m b r e q u e e m p u ñ a u n a espada , n o p u e d e h a c e r
o t r a c o s a , si a u n e s t á l o c o , q u e
atravesarse c o n e l l a ó atravesar á
q u i e n l e o f e n d e ; no t i e n e y a e l der e c h o de ser d é b i l n i e l de m o s t r a r -
166
E L COLLAR
se cobarde.
C h a r u y v o l v i ó á ser l o que s i e m p r e , u n e s p í r i t u fuerte y u n cuerp o v i g o r o s o : e m p e z ó á desandar l o
andado en su r á p i d a c a r r e r a ,
dur a n t e l a c u a l tropezaba c o n t r a los
á r b o l e s , y se d i r i g i ó l e n t a y s i l e n ciosamente p o r l a senda marcada
p o r los pasos de las dos mugeres y
e l desconocido.
F u e á r e c o n o c e r e l sitio en que
l a R e y n a se h a b i a s e n t a d o ; e l m u s go , m u l l i d o t o d a v í a , le r e v e l a b a
su desdicha y l a f e l i c i d a d de o t r o .
E n vez de g e m i r , en vez de dejar
que l a c ó l e r a se apoderase de é l ,
p ú s o s e O l i v e r i o á r e f l e x i o n a r acerca
de l a n a t u r a l e z a de a q u e l a m o r sec r e t o , y sobre l a clase de l a p e r sona que l o i n s p i r a b a .
E n t r e t ú v o s e , pues , e n e s p l o r a r
los pasos d e l c a b a l l e r o c o n l a f r i a
a t e n c i ó n que h u b i e r a concedido a l
e x á m e n de los de u n a bestia s a l v a j e , y r e c o n o c i ó l a p u e r t a detras de
DE
LA. R E Y N A .
167
los h a ñ o s de A p o l o j s u b i ó á l a p a r e d , y en l a p a r t e opuesta n o t ó señ a l e s de c a b a l l o s , y v i ó l a y e r b a
removida.
—Por aquí viene, pensó Oliver i o , y no de V e r s a l l e s , sino de P a r í s : nadie l e a c o m p a ñ a , y m a ñ a n a
v o l s e r á , p o r q u e le h a n d i c h o « h a s ta m a ñ a n a . »
D e v o r e m o s , p u e s , hasta m a ñ a n a
silenciosamente , no las l á g r i m a s que
b r o t a n de m i s ojos, sino l a sangre
que mana de m i c o r a z ó n .
M a ñ a n a s e r á e l u l t i m o d i a de m i
v i d a , p o r q u e de l o c o n t r a r i o s e r é
u n c o b a r d e , n u n c a h a b r é ' amado.
Vamos, vamos, añadió tocándose suavemente e l c o r a z ó n como u n
ginete toca e l c u e l l o de su c a b a l l o
p a r a sosegarlo j p a c i e n c i a ,
paciencia y f u e r z a , y a que l a p r u e b a n o
ha t e r m i n a d o t o d a v í a .
D i c h o e s t o , m i r ó á su a l r e d e dor,
a p a r t ó sus m i r a d a s d e l p a l a cio, en e l c u a l t e m i a v e r i l u m i n a d a
168
EL
COLLAR
l a ventana de l a pe'rfida R e y n a , porque a q u e l l a l u z h u b i e r a sido una
n u e v a m e n t i r a , u n a falta mas.
E n efecto, una ventana i l u m i nada , ¿ no significa que e l aposento
está habitado? ¿ Y por q u é mentir
asi cuando se t i e n e e l d e r e c h o de
f a l t a r a l h o n o r , cuando t a n poca distancia hay entre l a v e r g ü e n z a oculta y el escándalo p ú b l i c o ?
L a v e n t a n a de l a R e y n a estaba
en efecto i l u m i n a d a .
— ¡ H a c e r c r e e r que se h a l l a en
su e s t a n c i a , c u a n d o c o r r e p o r el
p a r q u e e n c o m p a ñ í a de u n amante!
¡ A h ! ¡ V a y a u n a castidad p e r d i d a !
a ñ a d i ó C h a r n y con amarga ironía.
— E s demasiado b u e n a l a R e y n a ,
supuesto que t a n t o d i s i m u l a c o n m i go : es v e r d a d que t a l vez t i e n e miedo de c o n t r a r i a r á su esposo.
Y esto d i c h o se h i n c ó c o n f u e r za las u ñ a s en e l p e c h o , y se d i rigió
apresuradamente
á su m o rada.
DE
L A REYNA.
169
—Hasta m a ñ a n a han dicho, m u r m u r ó d e s p u é s que p a s ó l a v e n t a n a :
s í , hasta m a ñ a n a
p a r a todos,
p o r q u e m a ñ a n a , s e ñ o r a , seremos cuat r o los que acudamos á l a c i t a .
170
B L COLLAR
MüGER Y REYNA.
d i a s i g u i e n t e t r a j o nuevas p£5«
r i p e c i a s . A l a ú l t i m a campanada de
las doce se a b r i ó l a p u e r t a , y apar e c i e r o n en e l l a las dos m u g e r e s .
C h a r n y estaba r e s u e l t o á r e c o n o c e r esta n o c h e a l f e l i z
personaje
favorecido por la R e y n a .
F i e l á sus c o s t u m b r e s ,
aunque
no eran inveteradas, e c h ó á andar,
o c u l t á n d o s e d e t r á s de las m a t a s ; p e -
DE L A REVNA.
±71
r o cuando l l e g ó a l sitio en que dos
dias antes se h a b í a verificado el e n c u e n t r o de los amantes, no h a l l ó
en é l á n a d i e .
L a c o m p a ñ e r a de l a R e y n a c o n d u c i a á S. M . hacia los b a ñ o s de
Apolo.
U n a h o r r i b l e ansiedad, u n n u e vo sufrimiento a b r u m ó á Charny. E n
su inocente p r o b i d a d no habia p e n sado que e l c r i m e n pudiese l l e g a r á
tal punto.
La Reyna. sonriéndose y cuchicheando , se d i r i g i ó hacia e l s o m b r í o
a s i l o , en c u y a e n t r a d a l a esperaba
con los brazos abiertos e l g e n t i l - h o m b r e desconocido.
A b r i e n d o p o r su p a r t e los b r a zos , e n t r ó t a m b i é n en é l , y l a r e ja se c e r r ó t r a s e l l a .
S u c ó m p l i c e se q u e d ó f u e r a , a p o yado sobre e l t r o n c o de u n á r b o l
c u b i e r t o de f o l l a j e .
C h a r n y h a b i a contado demasiado
c o n sus f u e r z a s , que no p o d i a n r e -
172
EL
COLLAR
s i s t i r semejante c h o q u e . E n e l m o m e n t o en que l l e n o de i r a iba á p r e c i p i t a r s e sobre l a confidente de la
Reyna para desenmascararla,
recon o c e r l a , i n j u r i a r l a y ahogarla t a l v e z ,
a f l u y ó l a sangre á su cabeza como
u n torrente desbordado, y le p r i v ó
del sentido.
C a y ó , p u e s , sobre e l m u s g o ,
a r t i c u l a n d o u n d é b i l s u s p i r o que fue
á t u r b a r de n u e v o l a t r a n q u i l i d a d
d e l c e n t i n e l a colocado a l a p u e r t a
d e l b a ñ o de A p o l o .
Una hemorragia i n t e r i o r , p r o d u cida p o r su h e r i d a , q u e se habia
Vuelto
á
abrir,
estaba
á
punto
de
ahogarle.
F e l i z m e n t e e l f r í o d e l r o c í o , la
h u m e d a d de l a t i e r r a , l a f u e r t e i m p r e s i ó n de su d o l o r , l e h i c i e r o n r e cobrar la vida.
Se l e v a n t ó , p u e s , v a c i l a n t e ; r e c o n o c i ó e l s i t i o , su s i t u a c i ó n ; se acord ó de l o q u e l e h a b i a sucedido y
e m p e z ó á buscar l o que q u e r i a h a -
DE
L A REYNA.
173
llar.
P e r o e l c e n t i n e l a l i a b i a desapar e c i d o , y no se oia el m e n o r r u i d o .
U n r e l o j de V e r s a l l e s dio las d o s ,
y C l i a r n y c o m p r e n d i ó entonces que
su desmayo babia sido m u y l a r g o .
S i n duda alguna la t e r r i b l e v i s i ó n babia desaparecido: R e y n a , amante y confidente h a b í a n t e n i d o t i e m p o para b u i r . C h a r n y se
convenció
de e l l o , observando en l a p a r t e s u p e r i o r d e l m u r o las b u e l l a s r e c i e n tes de b a b e r subido p o r é l u n h o m bre.
Estos vestigios y el destrozo de
algunas ramas en las inmediaciones
de l a verja d e l b a ñ o de A p o l o , e r a n
todas las pruebas de c o n v i c c i ó n d e l
pobre Cbarny.
P a s ó l a noche en u n p r o l o n g a d o
d e l i r i o , que no se babia c a l m a d o
a u n p o r la m a ñ a n a .
P á l i d o como u n m u e r t o , envejecido como si p o r é l hubiesen pasad o diez a ñ o s , l l a m ó á su ayuda de
T. VIII
12
174
E L COLLAR
c á m a r a , y se puso u n vestido de*
t e r c i o p e l o n e g r o , p a r e c i d o a l de u n
r i c o d e l t e r c e r estado.
S o m b r í o , silencioso, pero conc e n t r a n d o su d o l o r , se d i r i g i ó a l cast i l l o de T r i a n o n en e l m o m e n t o en
q u e acababa de ser r e l e v a d a l a guard i a j esto e s , a las d i e z .
L a i l e y n a salia de l a c a p i l l a ,
donde acababa de o i r m i s a .
A su paso se i n c l i n a b a n r e s p e t u o samente todas las f r e n t e s , y se b a j a b a n b á c i a t i e r r a todas las espadas.
C h a r n y v i o á algunas m u g e r e s
q u e se enrojeciau d e l despecho que
]es causaba h a l l a r b e l l a á l a R e y n a .
B e l l a estaba en efecto c o n sus h e r mosos cabellos peinados sobre sus
sienes j b e l l o era su r o s t r o , c o n sus
facciones d e l i c a d a s , c o n su boca r i s u e ñ a , con sus ojos f a t i g a d o s , p e r o brillantes con u n dulce esplendor.
De r e p e n t e , al distinguir á Char-
DE
L A REYNA.
175
n y a l estremo de l a c a l l e de á r b o les se puso encarnada y l a n z ó u n g r i to de sorpresa.
C h a r u y no i n c l i n ó la cabeza, y
c o n t i n u ó mirando á la R e y n a , que
l e y ó en su m i r a d a una n u e v a desg r a c i a . L a R e y n a se a c e r c ó a é l .
— Y o os suponia en vuestras t i e r r a s , s e ñ o r de C h a r n y , dijo ella con
serenidad.
— H e v u e l t o de e l l a s , s e ñ o r a , d i jo c o n acento b r e v e y casi i m p o l í tico.
L a R e y n a , á q u i e n j a m á s se escapaba l a mas m í n i m a e s p r e s i o n , se
d e t u v o asombrada.
D e s p u é s de este c a m b i o de m i radas y de palabras casi h o s t i l e s , se
v o l v i ó a l lado de las m u g e r e s .
Buenos d i a s , condesa, dijo c o n
tono amistoso á M a d . de L a M o t t e .
Y le h i z o u n g u i ñ o de ojos m u y
significativo.
C h a r n y se e s t r e m e c i ó , p e r o m i r ó con mas a t e n c i ó n .
176
F.L C O L L A R
J u a n a , i n q u i e t a p o r esta afectac l o n , v o l v i ó l a cabeza.
( l i a r n y la s i g u i ó como h u b i e r a
podido h a c e r l o un loco , hasta que
p u d o v e r l e de n u e v o e l r o s t r o . Desp u é s s i g u i ó dando vueltas en t o r n o
suyo observando sus pasos.
L a R e y n a , saludando á u n o y a
o t r o l a d o , s e g u i a , sin e m b a r g o , los
m o v i m i e n t o s de los dos o b s e r v a d o res.
— ¿ Si h a b r á p e r d i d o l a cabeza ?
p e n s ó e l l a . ¡ P o b r e mozo !
Y se d i r i g i ó de n u e v ó á é l .
— ¿ C ó m o os h a l l á i s ,
s e ñ o r de
C h a r n y ? l e p r e g u n t ó con d u l c e v o z .
— M u y b i e n , s e ñ o r a ; p e r o , á Dios
g r a c i a s , menos b i e n que V . M .
Y s a l u d ó de una m a n e r a á p r o p ó s i t o p a r a asustar á l a R e y n a mas
que l a habia s o r p r e n d i d o .
— A l g u n a cosa t i e n e , dijo Juana
reflexiva.
— ¿ D ó n d e os a l o j á i s a h o r a ? c o n t i n u ó la Reyna.
DE L A R E Y N A .
177
— E n V e r s a l l e s , s e ñ o r a , dijo O l i verio.
— ¿ Desde cuando ?
—Desde hace tres noches, r e s p o n d i ó e l j o v e n , dando una s i n g u l a r esp r e s i o n c o n l a m i r a d a , e l ademan y
e l acento á estas p a l a b r a s .
L a R e y n a no m a n i f e s t ó e m o c i ó n ;
p e r o Juana se e s t r e m e c i ó .
— ¿ T e n é i s a l g u n a cosa que d e c i r m e ? p r e g u n t ó la R e y n a á C h a r ny con una dulzura angelical.
— ¡ O h , s e ñ o r a ! r e p l i c ó este; t e n go m u c h o que d e c i r á V . M .
—Venid,
dijo e l l a p r e c i p i t a d a mente.
— O b s e r v e m o s , p e n s ó Juana.
L a R e y n a se d i r i g i ó c o n p r e s t e za á sus aposentos, y no menos a g i tados que ella la s i g u i e r o n todos. L o
que p a r e c i ó p r o v i d e n c i a l á madama
de L a M o t t e fue e l que M a r í a A n t o n i e t a , p a r a e v i t a r e l que p a r e c i e se h a b e r buscado ella u n a e n t r e v i s ta á solas, e s c i t ó á algunas personas
178
E L COLLAR
á s e g u i r l a . E n t r e estas personas se
deslizó Juana.
C u a n d o la R e y n a l l e g ó á su aposento , d e s p i d i ó á M a d . de M i s e r y y
á toda su s e r v i d u m b r e .
H a c i a u n t i e m p o apacible y n u b l a d o ; e l sol no atravesaba las n u b e s ; p e r o dejaba p e n e t r a r su calor
y su l u z a l t r a v é s de sus espesas
c o r t i n a s blancas y azules.
L a R e y n a a b r i ó l a v e n t a n a que
daba á u n p e q u e ñ o t e r r a d o , se i n s t a l ó delante de su v e l a d o r l l e n o de
cartas, y esperó.
L a s personas que l a h a b l a n seg u i d o c o m p r e n d i e r o n poco á poco
su deseo de estar s o l a , y se a l e jaron.
C b a r n y , i m p a c i e n t e , l l e n o de c ó l e r a , o p r i m í a su s o m b r e r o e n t r e sus
manos.
— H a b l a d , h a b l a d , dijo la Reyna;
p a r e c é i s m u y turbado, caballero.
— ¿ C ó m o e m p e z a r é ? dijo C b a r n y ,
q u e pensaba en voz a l t a ; ¿ c ó m o
DE
LÁ REYNA
179
o s a r é acusar e l h o n o r , acusar l a f é ,
acusar la niagestad?
— ¡ Q u é decís ! esclamó María A n tonieta volviéndose vivamente y con
una mirada chispeante.
— i Y sin e m b a r g o , no d i r é mas
que
l o que he
visto !
continuó
Charny.
L a R e y n a se puso de p i e .
— C a b a l l e r o , dijo f r i a m e n t e , es m u y
t e m p r a n o p a r a que os crea e m b r i a g a d o ; y sin embargo, v u e s t r a
actit u d a q u i no es la de u n g e n t i l - h o m bre.
Y ella deseaba v e r l e
abrumado
p o r este despreciador a p o s t r o f e ; pero él c o n t i n u ó i n m ó v i l .
— A l h e c h o , d i j o , ¿ q u é es u n a
Reyna ? U n a muger. ¿ Y y o , q u é
soy ? U n h o m b r e , mas b i e n que u n
vasallo.
— ¡ Caballero !
— S e ñ o r a , no e m b r o l l e m o s lo q u e
tengo que deciros c o n una c ó l e r a
que v e n d r i a á p a r a r en l o c u r a . Y o
180
EL COLLAR
creo h a b e r p r o b a d o que t e n i a r e s p e t o p o r l a magestad r e a l ; yo t e m o h a b e r p r o b a d o que teuia u n
amor insensato p o r l a persona de l a
R e y u a . A s í , pues , e l e g i d : ¿ á c u á l
de las dos , a l a R e y n a ó á l a m u ger , q u e r é i s que este adorador l a n ce una a c u s a c i ó n de o p r o b i o y de
desleal lad?
— ¡ M r . de C h a r n y ! e s c l a m ó la
Reyna palideciendo y dirigiéndose
h a c i a e l j o v e n ; si no s a l í s de a q u í
os h a r é ecbar p o r m i s g u a r d i a s .
— ¡ V o y , pues , á deciros antes
de ser echado , p o r q u é sois una
R e y n a i n d i g n a y una m u g e r sin h o n o r ! e s c l a m ó C h a i ny e b r i o de f u r o r .
D u r a n t e tres noches he estado en
vuestro parque.
E n vez de v e r l a estremecerse á
este golpe t e r r i b l e , como esperaba,
C h a r n y v i ó á l a R e y n a l e v a n t a r la cabeza y a p r o x i m a r s e á é l .
— M r . de C h a r n y , l e dijo t o m a n -
DE
L A REYNA.
181
d o l é l a m a n o : os h a l l á i s eu u n estado que me causa l á s t i m a : vuestros
ojos c e n t e l l e a n ; t i e m b l a vuestra m a no , p a l i d e c e n vuestras m e g i l l a s , t o da v u e s t r a sangre afluye a l c o r a z ó n .
S u f r í s ; ¿ q u e r é i s que l l a m e ?
- Os he v i s t o , sí ; os he v i s t o ,
r e p i t i ó f r í a m e n t e ; os he v i s t o , c o n
ese h o m b r e cuando le h a b é i s dado
l a rosa ; cuando os h a besado l a s
manos ; cuando h a b é i s e n t r a d o c o n
é l en los b a ñ o s de A p o l o .
L a R e y n a se p a s ó l a mano p o r
l a f r e n t e , como p a r a asegurarse de
que no d o r m í a .
— V e a m o s , dijo ; p e r o sentaos,
p o r q u e vals á caer a l suelo si no os
sostengo ; sentaos , os d i g o .
C h a r n y se d e j ó caer en efecto
sobre u n s i l l ó n ; l a R e y n a se s e n t ó á su lado en u n t a b u r e t e , y l o m á n d o l e las manos y p e n e t r a n d o c o n
sus m i r a d a s hasta l o mas í n t i m o d e l
c o r a z ó n de a q u e l ,
— T r a n q u i l i z a o s , le
dijo;
apaci-
182
EL
COLLAR
g u a d e l c o r a z ó n y l a cabeza , y r e p e t i d m e l o que a c a b á i s de d e c i r .
— ¡ O h ] queréis matarme, muri n u r o el desgraciado.
— D e j a d que os p r e g u n t e . ¿ C u á n d o h a b é i s v u e l t o de vuestras t i e r ras ?
— Hace q u i n c e dias.
— ¿ Dónde habitáis ?
— E n l a casa d e l m o n t e r o , que
h e a l q u i l a d o espresamente.
— j A h , sí ! ¿ E n la casa d e l s u i ¿o , a l estremo d e l p a r q u e ?
C h a r n y hizo u n ademan a f i r m a tivo.
— ¿ H a b l á i s de u n a persona que
h a b é i s visto conmigo ?
— H a b l o e n p r i m e r l u g a r de vos,
á q u i e n he v i s t o .
— ¿ Dónde"?
— E n el p a r q u e .
— ¿ Q u é dia , y á q u é h o r a ?
— E l M a r t e s á media n o c h e , p o r
p r i m e r a vez.
D e c í s que m e h a b é i s visto ?
DE L A R E Y N A .
185
— C o m o os veo a h o r a , y t a m b i é n
he v i s t o á l a persona que os a c o m pañaba.
— ¿ Me a c o m p a ñ a b a una persona ?
¿ L a r e c o n o c e r í a i s si l a v i e s e i s ?
— A h o r a poco me parece h a b e r l a
v i s t o a q u i ; p e r o no me a t r e v e r i a á
a f i r m a r que fuese e l l a . M e h a p a r e cido ser su m i s m o aire ; p o r l o que
hace a l r o s t r o , s i e m p r e se o c u l t a
cuando se v a á cometer u n c r i m e n
de l a m i s m a especie.
— B i e n , dijo l a R e y n a t r a n q u i l a m e n t e ; no h a b é i s r e c o n o c i d o á m i
c o m p a ñ e r a , sino á m í . . . .
— ¡ O h ! á vos , s e ñ o r a , os h e
visto
¡ e s p e r a d ! . . . . ¿ N o os v e o
ahora ?
L a R e y n a d i o en e l suelo a l g u nos golpes de ansiedad.
— ¿ Y ese c o m p a ñ e r o , c o n t i n u ó ,
á q u i e n h e dado una r o s a . . . . p o r q u e me h a b é i s visto d a r u n a rosa?
y — S í , á ese c a b a l l e r o j a m á s le he
vuelto á encontrar.
184
EL
COLLAR
— ^ L e c o n o c é i s si n e m b a r g o ?
— Se l l a m a monsefior ; es todo l o
que se'.
L a P.eyna se g o l p e ó l a f r e n t e
con u n f u r o r c o n c e n t r a d o .
— P r o s e g u i d , dijo ; e l M a r t e s he
dado una rosa
¿ y el Miércoles?
— E l Mie'rcoles h a b é i s dado á b e sar vuestras dos manos.
— ¡ O h ! m u r m u r ó ella m o r d i é n d o se las m a n o s . . . . E n f m , ¿ e l J u e v e s ,
ayer
— A y e r h a b é i s pasado h o r a y m e dia c o n ese h o m b r e en l a g r u t a de
A p o l o , donde v u e s t r a a c o m p a ñ a n te os h a dejado solos.
L a R e y n a se l e v a n t ó c o n i m p e tuosidad.
— ¿ Y — v o s . . . . me h a b é i s . . . . v i s to ? dijo t a r t a m u d e a n d o cada s í l a b a .
C h a r n y l e v a n t ó una mano a l c i e l o en ademan de j u r a r l o .
— ¡ O h ! m u r i i u i r ó la R e y n a a r r e b a l a d a de f u r o r
¡lo jura!
C h a r n y r e p i t i ó solemnemente su
DE
LA REYNA.
185
ademan acusador.
— ¿ A m í , á m í ? dijo l a R e y n a g o l p e á n d o s e e l p e c h o ; ¿ me h a b é i s visto?
— S í , a v o s ; el Martes, llevabais
v u e s t r o v e s t i d o v e r d e con listas doradas; el M i é r c o l e s vuestro vestido
de grandes ramos azules y a m a r i l l o s .
A y e r , ayer , e l vestido de seda de
color de hoja seca que t e n í a i s p u e s t o cuando p o r p r i m e r a vez os bese'
l a mano. ¡ E r a i s v o s , s í , v o s ! ¡ S í ,
y m u e r o de d o l o r y de v e r g ü e n z a
al repetiros por m i honor , por m i
Dios , erais vos , s e ñ o i a , erais vos!
L a R e y n a se puso á d a r largos
pasos p o r e l t e r r a d o ,
cuidándose
p o c o de dejar ver su e s t r a ñ a a g i t a c i ó n á los espectadores que desde
abajo l a d e v o r a b a n con l a v i s t a .
— Si y o hiciese u n j u r a m e n t o , d i j o , si y o jurase t a m b i é n p o r m i h i j o , p o r m i D i o s . . . . Como vos , t e n go y o t a m b i é n u n D i o s . . . . j N o , no
me cree ! ¡ no me c r e e r i a !
C h a r n y b a j ó l a cabeza.
186
E L COLLAR
— ¡ I n s e n s a t o ! a ñ a d i ó l a R e y n a sac u d i é n d o l e l a m a n o con e n e r g í a y
a r r a s t r á n d o l e d e l t e r r a d o á su h a b i t a c i ó n . ¡ E s una m u y r a r a v o l u p t u o sidad l a de acusar á u n a m u g e r i n o cente i r r e p r e n s i b l e ! ¡es u n h o n o r m u y
b r i l l a n t e el deshonrar á una R e y n a ! , . . . ¿ M e crees cuando te digo que
n o es á m í á q u i e n has v i s t o ? ¿ M e
crees c u a n d o te j u r o sobre u n c r u cifijo que hace t r e s d í a s no he
sal i d o d e s p u é s de las c u a t r o de l a
t a r d e ? ¿ Quieres que te p r u e b e c o n
m i s d a m a s , c o n e l R e y que me h a n
v i s t o a q u i , que no p o d i a estar en
otra parte? No
no
¡ N o me
cree , no me cree !
— L o he v i s t o , r e p l i c ó f r i a m e n t e
Charny.
— ¡ O h ! e s c l a m ó de r e p e n t e l a
R e y n a ; y a s é l o que esj y a s é l o
q u e es. ¿ N o m e ha sido y a arrojada
a l r o s t r o esa atroz c a l u m n i a ? ¿ N o se
m e h a visto en e l b a i l e de l a O p e r a escandalizando á l a c o r t e ¿ N o
DE L A R E Y N A .
187
se me ha visto en casa de Mesmer, est a s i a d a , escandalizando á ios c u r i o sos y á las m u g e r e s p ú b l i c a s ? ¡ B i e n
l o s a b é i s vos que os babeis b a t i d o
por m í .
— S e ñ o r a , en ese t i e m p o me h e
b a t i d o p o r q u e D O l o c r e í a . H o y no
me batiria , porque lo creo.
L a R e y n a a l z ó a l cielo sus b r a zos agarrotados p o r la desesperacioia,
y dos l á g r i m a s ardientes r o d a r o n de
sus m e g i l l a s á su seno.
— ¡Dios m i ó , dijoj inspiradme un
pensamiento que me s a l v e ! ¡ N o
q u i e r o que é l me desprecie , D i o s
mió!
C h a r n y se s i n t i ó p r o f u n d a m e n t e
c o n m o v i d o p o r esta sencilla p e r o v i gorosa i n v o c a c i ó n , y se t a p ó los ojos
con las manos.
L a R e y n a g u a r d ó silencio p o r u n
i n s t a n t e ; en seguida , d e s p u é s de h a b e r r e f l e x i o n a d o , dijo :
— C a b a l l e r o , me d e b é i s u n a r e p a r a c i ó n . V e d a q u i l a que exijo de
188
EL
COLLAR
vos. D e c í s que m e h a b é i s visto u n a
n o c h e en e l p a r q u e en c o m p a ñ í a de
u n h o m b r e . S a b é i s , sin e m b a r g o ,
q u e se ha abusado ya de l a semejanza que una m u g e r , n o s é c u á l , t i e ne c o n m i g o en su aire y en su rostro ; conmigo, Reyna
desgraciada;
p e r o pues que p r e f e r í s c r e e r que
soy yo q u i e n e m p r e n d i a estas c o r r e r í a s d u r a n t e l a noche ; pues que
d e c í s que soy y o , v o l v e d a l p a r que á l a misma h o r a , v o l v e d á é l
c o n m i g o . Si es á m í á q u i e n h a b é i s v i s t o ayer , s e r á i m p o s i b l e que
m e v o l v á i s á v e r h o y , pues q u e
e s t a r é á v u e s t r o l a d o . Si es o t r a ,
¿ p o r q u é no l a hemos de v e r j u n tos ? Y si la v e m o s , ¡ a h ! s e n t i r é i s ,
c a b a l l e r o . todo l o que a c a b á i s de h a cerme sufrir.
C h a r n y , o p r i m i e n d o su c o r a z ó n
con ambas manos, m u r m u r ó :
—- H a b é i s h e c h o demasiado p o r m í ,
s e ñ o r a : merezco l a m u e r t e ; no me
c o n f u n d á i s c o n vuestra b o n d a d .
DE LA REYNÁ.
189
— ¡ O l í ! os c o n f u a c ü r e con p r u e b a s , dijo l a R e y n a . N o d i g á i s u n a
p a l a b r a á n a d i e : esta n o c h e , á las
d i e z , esperad solo á l a p u e r t a de
l a m o n t e r í a , l o que he decidido p a r a c o n v e n c e r o s . I d , c a b a l l e r o , y no
d e j é i s t r a s l u c i r nada.
C h a r n y se a r r o d i l l ó sin p r o n u n c i a r 'una p a l a b r a , y s a l i ó .
A l llegar al estremo del salón
p a s ó i n v o l u n t a r i a m e n t e por delante
de Juana , q u i e n p a r e c í a q u e r e r p e n e t r a r - s u c o r a z ó n con l a v i s t a , y
ee h a l l a b a dispuesta á e n t r a r c o n
toda l a d e m á s gente en e l c u a r t o
de S. M . t a n p r o n t o como fuese l l a mada.
190
EL COLLAR
MüGER
T DEMONIO.
w u a n a L a b i a notado l a t u r b a c i ó n de
C h a r n y , l a s o l i c i t u d de l a R e y n a , y
el a f á n de ambos por t r a b a r c o n v e r s a c i ó n , con l o c u a l una rnuger de l a i m a g i n a c i ó n de l a c o n d e s a d o L a M o t t e ,
t e n i a bastante y le sobraba p a r a a d i v i n a r m u c h a s cosas ; escusamos a ñ a d i r p o r t a n t o l o que todos nuestros
lectores h a b r á n
comprendido y a .
DE
L A REVNA.
191
D e s p u é s de l a e n t r e v i s t a de O l i va y J u a n a , t a n h á b i l m e n t e prepa^rada p o r C a g l i o s t r o , p á r e c e n o s t a m b i é n que la comedia de las tres ú l t i m a s noches no necesita de c o m e n tarlos.
Juana , pues , r e g r e s ó á l a c á m a r a de l a R e y n a , d o n d e , h a c i é n d o s e
toda o j o s , y oidos , y examinando e l
semblante de M a r í a A n t o n i e t a , p r o c u r ó a d q u i r i r las pruebas de l o que
sospechaba.
L a Bey na , e m p e r o , se habia i d o
a c o s t u m b r a n d o poco á poco á d e s c o n f i a r de todo e l m u n d o , e i n u t i l i z ó los
esfuerzos de i a astuta i n v e s t i g a d o r a
q u e , m a l de su g r a d o , t u v o que
atenerse ú n i c a m e n t e á conjeturas.
L a condesa, no o b s t a n t e , habia
t e n i d o l a p r e c a u c i ó n de m a n d a r á
u n o de sus lacayos que fuera s i g u i e n do los pasos á M r . C h a r n y , y e l esp í a r e g r e s ó de a l l i á poco á a n u n c i a r l e que el s e ñ o r conde se h a b i a
m e t i d o e n una casa situada al e s t r e -
192
EL
COLLAR
m o d e l p a r q u e , cerca d e l r e l o j de
Olmedillas.
— V a m o s , se dijo Juana i n t e r i o r m e n t e , ese h o m b r e e s t á enamorado,
y lo ha v i s t o t o d o .
A l poco r a t o , y habiendo oido
que l a R e y n a decia á su c a m a r e r a
m a y o r : « M a d . de M i s e r y , m e s i e n t o u n poco i n d i s p u e s t a , y esta noche
m e a c o s t a r é á las o c h o , » sus sospechas fueron tomando m a y o r c u e r p o .
Estas sospechas l l e g a r o n á ser
p a r a e l l a semi-realidades , c u a n d o ,
insistiendo l a dama de h o n o r , o y ó
á María Antoniela decir t e r m i n a n temente ;
— Esta noche no r e c i b i r é á n a die.
— ¡ B a h ! esclamo Juana p a r a s í ;
esto es mas c l a r o que l a l u z d e l d í a ;
seria p r e c i s o ser m u y necia p a r a no
comprenderlo.
E n t r e g a d a á las emociones de l a
escena que acababa de pasar c o u
C h a r n y , t a r d ó m u y poco á despe-
DE
LA KEYNA.
493
d i r l a s e r v i d u m b r e , de l o c u a l se
dio Juana m i l parabienes, aun c u a n d o era l a p r i m e r a vez que l e s u c e d í a desde su p r e s e n t a c i ó n en l a
corte.
— J Las cartas esla'n m u y b a r a j a das ! p e n s ó l a condesa : ¡ marchemos
á P a r í s ! ya es t i e m p o de que e m piece á deshacer l o h e c h o .
Y asi diciendo , p a r t i ó a l p u n t o
de V e r s a l l e s .
A l l l e g a r á su casa de l a c a l l e
de San C l a u d i o , e n c o n t r ó 'en e l l a
u n m a g n í f i c o regalo de b i s u t e r í a que
le habia mandado el C a r d e n a l a q u e l l a misma m a ñ a n a .
L a condesa e c h ó una m i r a d a i n d i f e r e n t e sobre e l r e g a l o , á pesar
de que este era de bastante p r e c i o ,
y se puso á m i r a r p o r e n t r e l a c o r t i n a hacia l a h a b i t a c i ó n de O l i v a ,
cuyas ventanas no estaban abiertas
a u n . L a p r i s i o n e r a de C a g l i o s t r o ,
fatigada sin duda de cansancio,
se
h a l l a b a d u r m i e n d o ; a q u e l dia hacia
194
un
E L CCLJ.AR
calor i n s o p o r t a b l e .
Juana se hizo c o n d u c i r acto c o n t i n u o a l palacio d e l C a r d e n a l , á
q u i e n e n c o n t r ó de b u e n b u t n o r , h e n c h i d o y hasta insolente d é o r g u l l o y
a l e g r í a . Sentado delante de su m a g n í f i c o bufete , o b r a maes-tra de B o u l e , h a l l á b a s e su eminencia m u y o c u pado en rasgar y v o l v e r á e s c r i b i r ,
c i e n veces una carta , que s i e m p r e
comenzaba de una m i s m a m a n e r a ,
y que n u n c a l o g r a b a c o n c l u i r .
Cuando su a y u d a de c á m a r a se
p r e n s e n t ó á a n u n c i a r l e l a llegada de
l a c o n d e s a , el p r e l a d o se
apresur ó á salirle al encuentro,
esclamando :
— ¡ C u á n t o celebro e l veros , a m i ga m i a !
Juana r e c i b i ó t r a n q u i l a m e n t e los"
besos con que c u b r i ó sus manos e l
C a r d e n a l , y en seguida fue á c o l o carse c ó m o d a m e n t e p a r a sostener de
l a m e j o r m a n e r a posible l a o o n v e r »
sacion.
DE L A REYNA.
195
M o n s e ñ o r d e b u t ó p o r una sarta
de p r o t e s t a s de r e c o n o c i m i e n t o y de
g r a t i t u d , que no c a r e c í a n de c i e r t a
elocuente s i n c e r i d a d .
Juana se a p r e s u r ó á i n t e r r u m p i r l e , dicie'ndole :
— ¿ S a b é i s , m o n s e ñ o r , que sois
u n a m a n t e d e l i c a d í s i m o , y que t e n go que daros las mas espresivas g r a cias ?
— Por q u é ?
— N o va'yais á figuraros que es
p o r e l b o n i t o regalo que me h a b é i s
mandado esta m a ñ a n a . sino p o r l a
p r e c a u c i ó n que h a b é i s tenido de m a n d á r m e l o á la casita. Semejante p r o ceder , r e p i t o , no puede ser mas
d e l i c a d o : esto me convence de que
v u e s t r o c o r a z ó n no se p r o s t i t u y e ;
se da'.
— ¿ Quie'n p u e d e igualaros á vos
en delicadeza ? r e p l i c ó e l C a r d e n a l .
— ¡ L i s o n j e r o ! P e r o , h a b l a n d o de
o t r a cosa , ¿ s a b é i s , m o n s e ñ o r , q u e
v u e s t r a cara r e v e l a h o y t a l r e g ó -
196
EL
COLLAR
cijo , que p a r e c é i s u n dios t r i u n fante ?
— N o q u i e r o n e g á r o s l o , condesa ;
á d e c i r v e r d a d , me ahoga el gozo,
y me e m b a r g a liasta e l p u n t o de h a c e r m e i n s o p o r t a b l e la v i s t a de los
d e m á s h o m b r e s : m i estado p r e s e n te me hace r e c o r d a r l a f á b u l a p a g a na d e l J ú p i t e r que estaba a b r u m a d o
con sus r a y o s .
J u a n a se s o n r i ó a l o i r estas p a labras.
— ¿ V e n í s de V e r s a l l e s , condesa?
la p r e g u n t ó á v i d a m e n t e el Cardenal,
-Sí.
— ¿ S í ? . . . ¿ l a habéis visto?
— E n este m o m e n t o acabo de sep a r a r m e de e l l a .
—Y
ella
¿ no os h a d i c h o
nada?
— ¡ E a h ! ¿ q u e ' q u e r é i s que me d i jera?
-—Perdonad , amiga m i a ; p e r o m i
c u r i o s i d a d r a y a casi en h i d r o f o b i a .
DE
L A REVNA.
l'J7
— L o siento ; mas no me p r e g u n t é i s nada.
— i O h ! condesa.
— Que no , os d i g o .
— Y me l o d e c í s de u n a m a n e r a ,
que c u a l q u i e r a en m i l u g a r os creer l a p o r t a d o r a de una mala n o t i c i a .
— N o me o b l i g u é i s á h a b l a r , m o n señor.
— ¡ Conde?a ! Condesa
Y e l C a r d e n a l p a l i d e c i ó al p r o n u n c i a r estas p a l a b r a s .
— Y a se' , c o n t i n u ó , que u n a g r a n de d i c h a se parece m u c h o a l p u n t o
c u l m i n a n t e de l a rueda de l a f o r t u na ; j u n t o a l apogeo e s t á el p r i n c i p i o de l a J t c l i n a c i o n . A s i , pues ,
n i n g ú n r e p a r o t e n g á i s en c o m u n i c a r m e c u a n t o s e p á i s , a u n cuando sea
u n a d e s g r a c i a . . . . ¿ P e r o no es v e r d a d , condesa que p o r ahora no t e n go que t e m e r l a ?
— L o que v o y á deciros , m o n s e ñ o r , mas b i e n que d e s g r a c i a , d e b e r i a l l a m a r l a una g r a n f e l i c i d a d , r e -
198
EL
COLLAR
p l i c ó Juana.
— ¿ Q u é es, amiga m í a , q u é es?...
¿ Q u é q u e r é i s d e c i r ? ¿ A, q u é l l a m á i s
una gran felicidad ?
— A que no h a y á i s sido d e s c u b i e r t o , r e s p o n d i ó secamente J u a n a .
— ¡ O h ! e s c l a m ó el C a r d e n a l sonr i é n d o s e ; con las precauciones y la
i n t e l i g e n c i a de dos corazones , secundadas p o r u n t a l e n t o : . . .
— U n t a l e n t o y dos corazones ,
m o n s e ñ o r , no i m p i d e n n u n c a á dos
ojos p e r s p i c a c e s v e r a l t r a v é s de la
espesura
— ¡ C ó m o I ! Nos h a n v i s t o ! esclam ó M r . de R o h a n asustado.
t
— T e n g o m o t i v o s m u y poderosos
p a r a c r e e r l o asi.
— E n t o n c e s . . . ¿ n o s habra'n reco^
nocido t a m b i é n ?
— ¡ O h ! en c u a n t o á eso, me p a r e c e que no ; p o r q u e , si os h u b i e r a n reconocido , si ese secreto h u b i e r a llegado á a d i v i n a r l o o t r o c u a l q u i e r a , Juana de V a l o i s se h a l l a r í a
DE
L A REYNA.
199
y a a l fin de] n u i n d o , y v u e s t r a e m i n e n c i a sabe Dios d ó n d e .
— Es v e r d a d ; p e r o ¡ p o r p i e d a d !
condesa, no me a b r u m é i s con esas
r e t i c e n c i a s , que me e s t á n abrasando
á fuego l e n t o . D e c i d m e , pues , l o
q u e h a y . C o m p r e n d o m u y b i e n que
nos h a y a n v i s t o : p e r o , en r e s u m i das cuentas , no p o d r á n decir mas
sino que h a n v i s t o algunas personas
p a s e á n d o s e en e l p a r q u e . ¿ E s t á p r o h i b i d o esto p o r v e n t u r a V
— i P r e g u n t á d s e l o al 'Rey.
— ¡ C ó m o ! i E l R e y l o sabe !
— ¡ O t r a que t a l ! si e l R e y l o
s u p i e r a , y a e s t a r í a i s vos en la Bast i l l a y y o en u n e n c i e r r o .
Pero
como una desgracia evitada e q u i v a l e á dos p r o m e t i d a s d i c h a s , v e n go á deciros que
no t e n t é i s á
Dios.
— ¿ Q ü e significa e s t o , condesa?
e s c l a m ó el Cardenal.
— ¿ No me h a b é i s comprendido ?
— N o j p e r o si he de deciros
la
200
E L COLLAR
v e r d a d , me i n f u n d í s m i e d o ,
~ - Y o t a m b i é n l o t e n d r é si no os
dignáis tranquilizarme.
— ¿ Y q u é es p r e c i s o hacer p a r a
ello?
— Q u e no v o l v á i s á V e r s a l l e s .
E l C a r d e n a l se e s t r e m e c i ó a l o i r
estas p a l a b r a s .
— ¡ Que no v u e l v a á V e r s a l l e s !
r e p i t i ó ; pero
¿ e s o será por el
dia?
— ¡ N i de d i a n i de noche !
M r . de R o b a n v o l v i ó á es t r emecerse , y s o l t ó l a mano de l a c o n desa.
— ¡ E s imposible! esclamó.
— P e r m i t i d m e , m o n s e ñ o r , que á
m i vez os m i r e cara á c a r a . ¿ H a b é i s d i c h o que eso es i m p o s i b l e ?
¿ T e n d r é i s l a b o n d a d de d e c i r m e p o r
qué ?
P o r q u é arde y a en m i pecho u n
a m o r que no se e s t i n g u i r á sino c o n
la vida.
— Y a l o s u p o n g o , r e p u s o Juana
DE
L A REYNA.
201
i r ó n i c a m e n t e ; y por llegar cuanto
antes á o b t e n e r ese r e s u l t a d o , m a g a ñ a duda me cabe de que p e r s i s t i r é i s , en v o l v e r a l p a r q u e . S í , m o n s e ñ o r , v o l v e r e i s , y vuestro amor
t e r m i n a r á con v u e s t r a v i d a , p o r q u e
ambos s e r á n cortados de u n m i s m o
golpe.
¡ C u á n t o s t e r r o r e s , condesa! ¡ v o s
que t a n v a l i e n t e os mostrabais ayer ! . .
— M i v a l o r tiene m u c h o s p u n t o s
de c o n t a c t o c o n el de las bestias : y o
no tengo m i e d o m i e n t r a s no h ay peligro.
—Pues y o , condesa, poseo l a b r a v u r a p e c u l i a r de los de m i raza, y no
m e considero feliz sino á p r e s e n c i a
del riesgo.
— P e r f e c t a m e n t e ; p e r o en ese caso p e r m i t i d m e que os d i g a . . . .
— i N o m e d i g á i s nada , condesa ,
no me d i g á i s n a d a ! e s c l a m ó e l enam o r a d o p r í n c i p e ; e l sacrificio e s t á
h e c h o , y echada l a s u e r t e . ¡ V e n ga , p u e s , la m u e r t e euando q u i e -
202
EL
COLLAR
r a ; p e r o que venga a c o m p a ñ a d a d e l
a m o r ! I n s i s t o p o r l o t a n t o en v o l ver á Versalles.
— V o l v e r e i s s o l o , dijo l a c o n desa.
— ¿ T e n d r í a i s v a l o r p a r a abandon a r m e ? p r e g u n t ó e l C a r d e n a l con
t o n o de r e c o n v e n c i ó n .
— S I , , m o n s e ñ o r ; y o t e n d r i a ese
valor la p r i m e r a .
— P e r o ella , en c a m b i o , v e n d r á ' ;
no l o d u d o .
—Os e n g a ñ á i s , señor
Cardenal,
ella t a m p o c o i r á .
— ¡Que' oigo ! ¿ v e n í s acaso á a n u n c i á r m e l o asi de p a r t e s u y a ? p r e g u n t ó M r . de R o b a n t e m b l a n d o .
—Ese es p r e c i s a m e n t e e l g o l p e
que tenia que d a r o s , y que estoy
p r o c u r a n d o a t e n u a r bace media h o r a .
— ¿ C o n que es d e c i r qae ya no
quiere verme ?
— E s a es l a v e r d a d , y y o soy
q u i e n se l o ba aconsejado.
— P e r m i t i d m e , s e ñ o r a ¡ que os di-«
DE
L A REYNA.
205
g a , repuso el prelado
amargament e , que h a c é i s m a l en s e p u l t a r e l
c u c l i i l l o en u n c o r a z ó n ' c u y a t e r n u ra conocéis.
— P e o r seria m i l veces e l c o n s e n t i r que dos c r i a t u r a s locas se p e r diesen p o r falta de u n b u e n consej o . Y o he c u m p l i d o c o n m i d e b e r , d á n d o l o : a h o r a t ó m e l o e l que
quiera.
— Condesa , condesa , p r i m e r o m o rir.
— H a c e d l o que os parezca : eso
ú l t i m o no m e p a r e c e m u y d i f í c i l .
— M u e r t e p o r m u e r t e , dijo e l C a r d e n a l con acento s o m b r í o , p r e f i e r o
e l fin d e l r e p r o b o . B e n d i t o sea e l
i n f i e r n o , si he de e n c o n t r a r en é l á
mi cómplice.
— C o m o p r e l a d o , a c a b á i s de p r o f e r i r u n a t e r r i b l e blasfemia , d i j o
M a d . de L a M o t t e ; como s u b d i t o ,
vais á t r a t a r de d e s t r o n a r á v u e s t r a
s o b e r a n a ; como h o m b r e , vais á l a b r a r l a p é r d i d a de u n a m u g e r .
204
E L COLLATí
E l Cadenal v o l v i ó á asir de l a
raano á l a condesa , y e m p e z ó á decirle con delirio :
—Confesf-d , p o r D i o s , q u e , no os
ha d i c h o eso , y que no se h a l l a d i s puesta á r e n e g a r de m í .
— Os he hablado en su n o m b r e .
— ¿ P e r o ella no p e d i r á ' mas que
u n corto plazo? insistió el Cardenal.
— E n t e n d e d l o asi si os p l a c e ; p e r o p o r de p r o n t o p r o c u r a d c u m p l i r
su o r d e n .
— N o es el p a r q u e e l ú n i c o sitio
donde podamos v e r n o s : h a y otros
m i l parajes mas seguros. V a m o s ,
condesa , ¿ se ha d e c i d i d o a l fin l a
R e y n a á v e n i r á v u e s t r a casa ?
— S i l e n c i o , m o n s e ñ o r , no p r o n u n c i é i s sobre esto una p a l a b r a m a s :
c o n v u e s t r o secreto l l e v o sobre m í
un
peso m o r t a l ,
y
míe f a l t a n
y a las fuerzas para s o p o r t a r l o p o r
mas t i e m p o : y o conozco a' l a R e y na p e r f e c t a m e n t e , y l o que no h a -
DE
L A REYNA.
205
r í a n n i vuestras indiscreciones, n i
l a c a s u a l i d a d , n i l a m a l e v b l e n c i a de
u n enemigo , serian capaces de h a c e r l o sus r e m o r d i m i e n t o s . Yo l a c o n sidero m u y dispuesta p a r a c o n f e s á r selo a l R e y en u n m o m e n t o de desesperación.
— j D i o s m i ó ! e s c l a m ó M r . de R o l l a n ; ¿ seria capaz de hacer eso ?
— S i vieseis e l estado en q u e se
e n c u e n t r a , os d a r i a c o m p a s i ó n .
— ¿ Q u é r e c u r s o tomaremos? p r e g u n t ó el Cardenal l e v a n t á n d o s e precipitadamente.
— N i n g u n o , mas que d e p a r a r l a e l
consuelo d e l s i l e n c i o .
— V a á c r e e r entonces que me he
o l v i d a d o de e l l a .
J u a n a se e n c o g i ó de h o m b r o s .
— M e a c u s a r á de que soy u n c o barde.
— ¡ C o b a r d e , porque q u e r é i s salv a r l a ! no c r e á i s t a h
— ¿ P e r d o n a acaso f á c i l m e n t e u n a
m u g e r que se p r i v e u n o de su p r e T« T1II.
14
206
E L COLLAR
senda ?
— N o j i u g u e i s á esta d e l m i s m o
m o d o que me j u z g a r í a i s á m í .
— Y o la considero , condesa , g r a n de y f u e r t e , y l a amo p o r su v a l e n t í a y p o r l a nobleza de su c o r a z ó n ; puede c o n t a r c o n m i g o p o r l o
t a n t o , asi como y o cuento c o n e l l a .
E s t o y , pues , r e s u e l l o á v e r l a p o r
l a ú l t i m a vez , y á d e c i r l a hasta l o
m a s h o n d o de m i s pensamientos j
e l l a d e c i d i r á d e s p u é s de escucharme,,
y y o c u m p l i r é sus ó r d e n e s c o n l a
e x a c t i t u d que c u m p l i r í a e l voto mas
sagrado.
— C o m o g u s t é i s , r e p u s o Juana p o nie'ndose en p i e ; i d si os p l a c e a
V e r s a ü e s ; pero vuelvo á repetiros
q u e i r é i s s o l o , y os p r e v e n g o a d e mas que a l v e n i r a q u i he
arrojado
a l Sena l a l l a v e d e l p a r q u e . M i e n tras tanto voy á p a r t i r para la S u i za ó la H o l a n d a , y cuanto mas l e jos me h a l l e de l a b o m b a , menos
t e m o r m e c a u s a r á su e s t a l l i d o ,
DE
LA REYNA.
207
- - | C o n d e s a ! ¿ t e n d r é i s á n i m o par a d e j a r m e solo ? j O h , Dios m i ó !
¿ c o n quie'n q u e r é i s entonces que
h a b l e ya de ella ?
Juana r e c o r d ó á esta s a z ó n a l gunas escenas de M o l i e r e , y j a m á s
e x i s t i ó u n V a l e r i o insensato que d i e se á una astuta D o r i n a contestaciones mas c ó m o d a s .
— ¿ N o t e n é i s el p a r q u e y los ecos ?
dijo e l C a r d e n a l ; pues b i e n , enseñ a d l e s á p r o n u n c i a r el n o m b r e de
vuestra Amarilis.
— Compadeceos de m í , c o n d e s a ,
y a veis que me h a l l o s u m i d o en l a
d e s e s p e r a c i ó n , r e p u s o el p r e l a d o con
acento c o n m o v i d o .
— ¡ P u e s b i e n ! r e p l i c ó Juana c o n
l a e n e r g í a b r u t a l de u n c i r u j a n o q u e
decide l a a m p u t a c i ó n de u n m i e m b r o : sí e s t á i s desesperado , s e ñ o r de
R o b a n , no os d e j é i s a r r a s t r a r p o r
n i ñ e r í a s m u c h o mas peligrosas q u e
l a p ó l v o r a , l a peste y l a m u e r t e
m i s m a . S i t a n t o apego t a ñ é i s á esa
208
E L COLLAR
m u g e r , p r o c u r á d c o n s e r v a r l a en vez
de p e r d e r l a ; y si no c a r e c é i s absol u t a m e n t e de m e m o r i a y de c o r a z ó n ,
n o e n v o l v á i s en v u e s t r a r u i n a á aquel l o s que os h a n s e r v i d o p o r p u r a
a m i s t a d . Y o p o r m i p a r t e no gusto
de j u g a r c o n el fuego -. de c o n s i g u i e n te j u r a d m e no dar u n paso p a r a v e r
á l a R e y n a , j u r a d m e que no h a b l a r e i s en estos p r i m e r o s q u i n c e dias ,
y entonces me q u e d a r é , y p o d r é e m p l e a r m e t o d a v í a en v u e s t r o s e r v i c i o .
Si estáis decidido por el c o n t r a r i o á
a r r o s t r a r l o todo p a r a i n f r i n g i r m i
p r o h i b i c i ó n y l a suya , y o l o s a b r é ,
y diez m i n u t o s mas t a r d e me p o n go en m a r c h a . V e r e m o s entonces c ó mo salís d e l a p u r o .
— ¡ E s t o es atroz ! e s c l a m ó e l C a r denal : ¡ l a caida no p u e d e ser m a s
t e r r i b l e ! ¡ Ser p r e c i p i t a d o desde l a
c ú s p i d e de l a f e l i c i d a d a l abismo de
l a desgracia ! \ O h , estoy seguro de
que no p o d r é s o b r e v i v i r á e l l a !
— ¡ B a h ! e s c l a m ó Juana a l oido
DE
L A REYNA.
209
d e l p r e l a d o ; no p a r e c e sino que l a
a m á i s de o t r a m a n e r a que p o r a m o r
propio.
— Os e q u i v o c á i s , condesa, r e p l i c ó e l C a r d e n a l ; en e l d i a l a p r o feso u n v e r d a d e r o c a r i ñ o .
— Entonces s u f r i d u n poco en b e neficio de su f e l i c i d a d . C o n que , ¿ en
q u é quedamos , m o n s e ñ o r ? ¿ E m p r e n d o e l camino de Lausana, ó p e r manezco á v u e s t r o lado ?
— Q u e d a o s , condesa , quedaos; p e r o deparadme p o r p i e d a d , u n c a l m a n te ; m i l l a g a es demasiado
profun-^
da y d o l o r o s a .
— ¿ J u r á i s obedecerme en t o d o ?
— E n todo-, ¡ á fe de R o b a n !
— ¡ M u y b i e n ! entonces y a hemos
e n c o n t r a d o e l c a l m a n t e . Os p r o h i bo las e n t r e v i s t a s , p e r o no las c a r tas.
— ¿ D e veras? e s c l a m ó el insensato ; reanimado con esta esperanza : ¿ con que p o d r é e s c r i b i r l a ?
— Haced la prueba:
210
E L COLLAR
— Y ella
¿ c r e é i s que me contestará ?
— Y a h a r é ' y o l o posible p o r o b tenerlo.
E l C a r d e n a l d e v o r ó á besos l a
m a n o de J u a n a , á q u i e n l l a m ó r e p e t i d a s veces s u á n g e l t u t e l a r .
C o n s i d é r e s e c ó m o se r e i r i a de
este e p í t e t o e l d e m o n i o q u e h a b i t a ba en e l c o r a z ó n de l a condesa.
FIN
D E L TOMO V I H .
E
7.
xíx
163d
B
S
•
Descargar