Yin T98? EL C 01."LAB Di: l A B.EYNA EL COLLAa DE L A R E Yi\T/% NOTELA POR ALEJANDRO D U J A S , par Se ©.> íll. TOMO VIH. MALAGA. ¡11PRESTA DE MARIIMZ DE AGIILAÍÍ, Calle del Marques. Es propiedad de la casa de Martínez de Águilar. €1 Collar íic la Kmta. E L DEUDOR Y E L ACREEDOR. C a r d e n a l v i o medio atontado q u e e l conde t o m a b a asiento en e l sofá'. , — [ Pues b i e n ! d i j o este; y a que hemos r e n o v a d o n u e s t r o c o n o c i m i e n to , hablemos, m o n s e ñ o r . — S í , c o n t e s t ó el p r e l a d o , r e p o n i é n d o s e poco á poco ; s í , hablemos de ese c o b r o que que — D e que os h a b l a b a en m i era- 6 E L COLLAR t a , ¿ n o es v e r d a d ? v u e s t r a Emin e n c i a desea saber •—Probablemente no seria mas que u n p r e t e s t o ; asi á l o menos l o presumo. — N o , m o n s e ñ o r , era u n a v e r d a d , y m u y g r a v e p o r c i e r t o . Ese cobro v a l e l a pena de e f e c t u a r s e , p o r q u e se t r a t a de q u i n i e n t a s m i l l i b i as , y q u i n i e n t a s m i l l i b r a s son todo u n c a u d a l . — C a u d a l que me prestasteis g e nerosamente , e s c l a r a ó e l C a r d e n a l dejando aparecer en su semblante una ligera palidez, — S í , m o n s e ñ o r ; caudal que os p r e s t é , dijo B á l s a m o ; celebro m u cho que u n p r í n c i p e t a n g r a n d e como vos tenga t a n buena m e m o ria. E l Cardenal babia recibido el golpe y sentia que u n sudor frioi bajaba de su f r e n t e á sus m e j i llas. — C r e í p o r u n m o m e n t o , dijo p r o - P E LA REYNA. 7 c u r a n d o s o n r e í r s e , que J o s é B á l s a mo , e l h o m b r e s o b r e n a t u r a l , se liabio l l e v a d o e l c r é d i t o a l a c t u m ba , como habla echado m i r e c i b o a i fuego. - - M o n s e ñ o r , r e s p o n d i ó e l conde con m u c h a g r a v e d a d j l a v i d a de J o s é B á l s a m o es t a n i n d e s t r u c t i b l e como e l p a p e l que c r e í a i s c o n v e r t i d o en ceniza. L a m u e r t e nada p u e de c o n t r a e l e l i x i r de la vida ; e l fuego nada puede c o n t r a el a m i a n t o . — N o os c o m p r e n d o , dijo e l C a r denal. — A h o r a lo comprendereis, m o n s e ñ o r ; estoy seguro de que asi ser á , dijo C a g l i o s t r o . — ¿ Y cómo? — Heconociendo v u e s t r a firma. Y p r e n s e n t ó u n p a p e l doblado a l p r í n c i p e , q u i e n a u n antes de a b r i r lo e s c l a m ó : — ¡ M i recibo ! — S í , m o n s e ñ o r ; vuestro recibo; r e s p o n d i ó C a g l i o s t r o con una s o u r i - 8 E L COLLAR sa, mitigada por una fría inclinac i ó n de cabeza. — Y sin e m b a r g o l o cebasteis a l fuego , y y o m i s m o l o v i a r d e r . — Es v e r d a d que e c b é este p a p e l a l f u e g o , dijo e l conde j p e r o y a os he d i c h o , l a casualidad quiso, m o n s e ñ o r , que escribierais en u n pedazo de a m i a n t o en vez de esc r i b i r en p a p e l c o m ú n , de modo que me he encontrado e l p a p e l i n t a c t o en los carbones c o n s u m i d o s . — C a b a l l e r o , dijo e l C a r d e n a l con c i e r t a a l t a n e r i a , p o r q u e pensaba v e r en l a p r e s e n t a c i ó n de a q u e l r e c i b o u n a m u e s t r a de desconfianza : cabal l e r o , c r e e d que a u n cuando no m e h u b i e r a i s presentado este p a p e l , h u b i e r a confesado m i deuda : p o r c o n siguiente , h a b é i s h e c h o m a l en engañarme. — ¿ Y o e n g a ñ a r o s , m o n s e ñ o r ? Os j u r o que n i p o r asomo he tenido t a l intención. DE LA REYJVA. 9 E l C a l d e n a l meneo l a cabeza. — M e h a b é i s h e c h o c r e e r , caballero, que e l p a p e l estaba q u e mado.' —Para dejaros e l goce t r a n q u i l o y feliz de las q u i n i e n t a s m i l l i b r a s , respondió a su vez B á l s a m o c o n u n ligero m o v i m i e n t o de h o m b r o s . — P e r o en fin, c a b a l l e r o , r e p u s o el C a r d e n a l ; ¿ c ó m o es q u e m e h a béis dejado en l a p a c í f i c a p o s e s i ó n de esta c a n t i d a d d u r a n t e diez a ñ o s ? — Sabia y o m u y b i e n en d ó n d e la habia colocado , m o n s e ñ o r . L o s sucesos, e l j u e g o , los ladrones me han ido despojando sucesivamente de todos mis bienes ; p e r o sabiendo que tenia seguro ese d i nero, he t e n i d o p a c i e n c i a y he esperado hasta e l ú l t i m o m o m e n t o . — ¿ Y e l ú l t i m o m o m e n t o ha l l e gado ya ? — ¡ A y ! sí, monseñor. — ¿ D e modo que y a no p o d é i s esperar mas ? 10 E L COLLAR — I m p o s i b l e , r e s p o n d i ó CaglioS" tro. i—¿Y, v e n í s á p e d i r m e el dilíero ? — S í , monseñor. — ¿ Y lo q u e r é i s hoy ? —-Si t e n é i s l a b o n d a d . . . . E l C a r d e n a l g u a r d ó silencio por tin r a t o , l l e n o de d e s e s p e r a c i ó n . D e s p u é s con voz alterada , dijo: — S e ñ o r c o n d e , los p o b r e s p r í n cipes de l a t i e r r a no i m p r o v i s a n caudales como vosotros los encantadores , que t e n é i s á v u e s t r a disposic i ó n á los e s p í r i t u s de las tinieblas y de las l u c e s . — ¡ O h ! m o n s e ñ o r , hacedme el fav o r de c r e e r que y o no os hubiera pedido esa c a n t i d a d , á no saber de antemano que l a t e n í a i s . — Yo tengo q u i n i e n t a s m i l l i b r a s , ¡ y o ! e s c l a m ó el Cardenal. — T r e i n t a m i l l i b r a s en oro , diez m i l en p l a t a y l o d e m á s en bono* de caja. DE LA. R E Y N A . 11 E l Cardenal p e r d i ó el color. —Los cuales e s t á n en aquel a r r marip de B o u l e , c o n t i n u ó C a g l i o s tro. —¡Cómo! ¿Sabéis?... -Sí, m o n s e ñ o r ; y sé t a m b i é n cuántos sacrificios h a b é i s t e n i d o q u e hacer p a r a r e u n i r esa c a n t i d a d : -hasta he o í d o d e c i r que h a b é i s p a g a do por dos veces e l v a l o r de ese d i nero. — ¡ O h ! es v e r d a d . —Pero.... — P e r o . . . . e s c l a m ó e l desdichado príncipe. —Pero y o , m o n s e ñ o r , continuó Cagliostro , he estado p o r espacio de diez a ñ o s y l o menos v e i n t e v e c e s , i á punto de m o r i r m e de h a m b r e ó de dificultades a l lado de ese p a p e l que v a l i a p a r a m í medio m i l l o r í , y sin embargo p o r no m o l e s t a r o s , he preferido e s p e r a r . C r e o , pues , m o n señor , que en esa m a t e r i a casi es' tamos en paz. 12 EL COLLAR — ¿ E n paz, caballero? esclaiwó e l p r í n c i p e ; ¡ o h ! no d i g á i s eso pues os queda l a ventaja de h a b e r m e prestado t a n generosamente una cantidad de t a n t a i m p o r t a n c i a : ¡ en pa? ! ¡ N o , n o ! os v i v o y os v i v i r é s i e m p r e rec o n o c i d o . Solo s í os p r e g u n t o , señor conde , ¿ p o r q u é v o s , que en diez a ñ o s podiais h a b é r m e l o pedido tantas v e c e s , h a b é i s guardado s i l e n c i o hast a a h o r a ? ¡ E n esos diez a ñ o s he ten i d o m i l ocasiones en que p o d é r o s l a d e v o l v e r sin d i f i c u l t a d ! — ¿ Y h o y ? . . . p r e g u n t ó Cagliostro. — H o y , no os l o niego , e s c l a m ó e l p r í n c i p e ; h o y l a r e s t i t u c i ó n que e x i g í s . . . - ¿ n o es esto? — ¡ A y ! monseñor. — ¡ Bueno ! Pues h o y l a r e s t i t u c i ó n que e x i g í s me t r a e graves perjuicios. C a g l i o s t r o m o v i ó l a cabeza y los h o m b r o s de t a l modo que p a r e c í a decir: ¿ Q u é q u e r é i s , monseñor ? ¡Có- DE L A REYNA. 15 rao h a de s e r ! — P e r o v o s , q u e todo l o a d i v i náis , e s c l a m ó e l p r i n c i p e ; vos , q u e sabéis l e e r en e l fondo de los c o r a zones , y a u n en e l fondo de los a r r m a r i o s , l o c u a l es algunas veces p e o r ¿no alcanzáis á comprender por q u é estimo t a n t o ese d i n e r o , y c u á l es el uso m i s t e r i o s o y sagrado á que l o destino ? — Os e q u i v o c á i s , m o n s e ñ o r , dijo Cagliostro con tono g l a c i a l ; m i s secretos me h a n ocasionado bastantes malos r a t o s , d e s e n g a ñ o s y m i s e rias , p a r a que me m e t a en los n e gocios á g e n o s , á no ser q u e m e i n teresen. M e interesaba saber si t e níais ó no t e n í a i s d i n e r o , p o r q u e me v e i a en l a necesidad de p e d i r o s la d e v o l u c i ó n de ese d i n e r o , y sabiendo que l o t e n í a i s , poco me i m portaba l o d e m á s . P o r o t r a p a r t e , m o n s e ñ o r , si y o s u p i e r a en este m o mento l a causa de vuestros reveses, quizás me p a r e c e r í a m u y grave y en T. T U I . 2 t a l m a n e r a d i g n a de respeto , que t e n d r í a la d e b i l i d a d de c o n t e m p o r i zar t o d a v í a , l o c u a l en las actuales c i r c u n s t a n c i a s , os l o r e p i t o , me caus a r í a m u y grandes p e r j u i c i o s ; p r e fiero , pues , i g n o r a r l a . — ¡ O h ! c a b a l l e r o , e s c l a m ó e l Cardenal , cuyo o r g u l l o y susceptibilidad h i r i e r o n estas ú l t i m a s palabras ; no c r e á i s que t r a t o de c o m p r o m e t e ros a l h a b l a r de las dificultades con que l u c h o ; vos t e n é i s vuestros i n tereses ; ellos e s t á n representados y garantidos p o r este b i l l e t e que e s t á firmado p o r m í ; c o n esto basta. V o y á e n t r e g a r o s vuestras q u i n i e n t a s m i l libras. C a g l i o s t r o se i n c l i n ó . — B i e n se', c o n t i n u ó e l Cardenal d e v o r a d o p o r e l d o l o r de perder en u n m i n u t o e l d i n e r o que con t a n t o trabajo habia r e u n i d o , b i e n sé, c a b a l l e r o , que e l r e c i b o no es mas que una c o n f e s i ó n de l á d e u d a , y que no fija v e n c i m i e n t o p a r a e l pago. DE LA REVNA, 15 — V u e s t r a Eminencia teradrá la bondad de d l s p e n s a n m e , r e p l i c ó e l conde ; yo me he r e f e r i d o al c o n tenido de ese p a p e l , y veo a q u i escrito ; « H e r e c i b i d o de M r . J o s é B á l s a mo la c a n t i d a d de q u i n i e n t a s m i l l i bras , que le p a g a r é á la p r i m e r a vez que me las p i d a . Firmado: L u i s DE ROHAN.» E l C a r d e n a l se e s t r e m e c i ó : no solo se h a b i a o l v i d a d o de la deuda, sino t a m b i é n los t é r m i n o s en que la h a bia c o n t r a i d o . — Ya v e i s , m o n s e ñ o r , continuó B á l s a m o , que no p i d o u n i m p o s i b l e . ¡ No p o d é i s ganar , enhorabuena ! Pero siento en v e r d a d que se o l v i de v u e s t r a E m i n e n c i a de que esta cantidad fue entregada p o r J o s é Bálsamo e s p o n t á n e a m e n t e , en u n a h o r a s u p r e m a , ¿ y á q u i e n ? á M r . de R o h a n , á q u i e n no conocia. Me p a - 16 E L COLLAR r e c e que este modo de proced e r es p r o p i o de u n g r a n s e ñ o r , y que siendo M r . de R o h a n bajo todos conceptos u n g r a n s e ñ o r , pudier a h a b e r i m i t a d o l a m i s m a conducta a l d e v o l v e r l a . P e r o supuesto que no p e n s á i s d e l m i s m o m o d o , no hablemos mas d e l a s u n t o ; recojo m i b i llete. Adiós , monseñor. Y C a g l i o s t r o d o b l ó c o n mucha f r i a l d a d su p a p e l , y se a p r e s u r ó á m e t é r s e l o en e l b o l s i l l o . E l C a r d e n a l le d e t u v o . — S e ñ o r conde , le dijo , u n R o h a n no consiente que nadie l e de' lecciones de generosidad : p o r l o demas a q u i se t r a t a r i a solamente de u n a c u e s t i ó n de p r o v i d a d . C a b a l l e r o , dadme el recibo para pagarlo. C a g l i o s t r o estuvo u n r a t o como vacilando. Y en efecto , p a r e c i a que e l rost r o p á l i d o , h i n c h a d o s ojos y t e m b l o r o s a mano d e l C a r d e n a l , l o movían á compasión. DE L A REYNA. 17 E l C a r d e n a l , á pesar de su a l t i vez, c o m p r e u d i ó este b u e n pensamiento de C a g l i o s t r o , y a u n e s p e r ó que le t u v i e s e b u e n r e s u l t a d o . P e r o de r e p e n t e se e n d u r e c i ó l a mirada d e l c o n d e , p a s ó u n a n u b e por sus f r u n c i d a s cejas, y t e n d i e n do l a m a n o , p r e s e n t ó e l b i l l e t e a l Cardenal. M r . de R o b a n , h e d d o e n e l corazón , no v a c i l ó u n i n s t a n t e ; se acercó a l a r m a r i o de que l e b a b i a hablado C a g l i o s t r o , y s a c ó u n l i o de b i l l e t e s ; l u e g o p r e s e n t ó a l c o n de m u c b o s sacos de monedas de p l a ta ; y e n fin, a b r i ó u n c a j ó n l l e n o de monedas de o r o , y d i j o : — S e ñ o r conde, a b í tenéis vuestras q u i n i e n t a s rail libras-, a h o r a solo os debo doscientas c i n c u e n t a m i l por los intereses que estas b a n devengado ; s i e m p r e que n o q u e r á i s a d m i t i r e l i n t e r é s compuesto q u e b a ria m i deuda m u c h o mas c o n s i d e r a ble t o d a v í a . V o y á m a n d a r á m i a d - 18 EL COÍ.LAR m i n i s t r a d o r que h a g a las cuentas, y á daros g a r a n t í a s de este pago, r o g á n d o o s e n t r e t a n t o que t e n g á i s la bondad de concedernos u n plazo. — M o n s e ñ o r , repuso { a g l i o s t r o , lie prestado q u i n i e n t a s m i l l i b r a s á ¡\'r. de R o b a n , y M r . de R o b a n me debe q u i n i e n t a s m i l l i b r a s y nada mas, p u e s si h u b i e r a deseado c o b r a r los intereses los h u b i e r a estipulado de antemano. Mandatario ó heredero ó l o que q u e r á i s de J o s é B á l s a m o , yo n o debo r e c i b i r mas c a n t i d a d que Ja confesada en e l recibo ; vos me l a p a g á i s , yo l a r e c a u d ó y os doy las gracias. T o m o , pues, m o n s e ñ o r , los b i l l e t e s , y como necesito absol u t a m e n t e toda l a suma en e l dia de b o y , e n v i a r é p o r e i o r o y l a plata, s u p l i c á n d o o s que la t e n g á i s lista par a cuando v e n g a n á r e c o j e r l a . Y a l p r o n u n c i a r estas palabras , á las que nada t u v o que oponer el C a r d e n a l , C a e l i o s t r o se m e t i ó e l lio de b i l l e t e s en e l b o l s i l l o , s a l u d ó con DE L A REYNA. 19 respeto a l p r í n c i p e , en c u y a s manos dejó e l r e c i b o , y s a l i ó . — L a desgracia es ú n i c a m e n t e p a r a m í , m u r m u r ó M r . de R o l l a n asi que se q u e d ó s o l o , pues l a R e y n a tiene fondos y p u e d e pagar , sin t e mer que v a y a i n e s p e r a d a m e n t e o t r o José Bálsamo á reclamarle un atraI 50 de q u i n i e n t a s m i l l i b r a s . 20 E L COLLAR CUENTAS CASERAS. Eira l a v í s p e r a d e l dia en que l a R e y n a t e n i a que satisfacer e l p r i m e r p a g o . A u n no h a b í a c o t n p l i d o su p a l a b r a M r . de C a l o m n e . E l R e y no hab í a firmado sus cuentas. E l ministro h a b í a tenido mucho q u e h a c e r y no se habia acordado de l a R e y n a , q u i e n p o r su p a r t e c r e í a que no era d i g n o de e l l a e l refrescar l a m e m o r i a de su m i n i s t r o DE L A REYNA. 21 de h a c i e n d a : esperaba que e s t é realizaría su p r o m e s a . Sin e m b a r g o , y a empezaba á inquietarse y á t o m a r i n f o r m e s y buscar medios de h a b l a r con M r . de C a l o m n e sin c o m p r o m e t e r su c a r á c t e r de R e y n a , cuando l l e g ó á sus manos l a siguiente esquela d e l m i nistro : « E s t a noche q u e d a r á firmado e n el consejo e l negocio de que V - M . me ha hecho l a h o n r a de e n c a r garme ; m a ñ a n a p o r l a m a ñ a n a est a r á n los fondos en p o d e r de V . M . M a r í a A n t o n i e t a r e c o b r ó toda su alegría y no p e n s ó ya en nada mas, ni a u n en a q u e l d í a siguiente t a n tardio en l l e g a i . B u s c ó en sus paseos las calles de á r b o l e s mas s o l i t a r i r s , como p a ra aislar sus pensamientos y separarlos de todo c o n t a c t o m a t e r i a l y mundano. A u n se estaba paseando c o n M a d . de L a m b a l l e y e l conde de A r t o i s , 22 EL COLLAR que se l i a b i a r e u n i d o con e l l a , cuando e n t r ó e l R e y en su consejo desp u é s de c o m e r . E l R e y estaba de bastante mal h u m o r . L o s asuntos de R u s i a tenían m a l aspecto. E n el golfo de L e ó n se habia p e r d i d o u n n a v i o . Algunas p r o v i n c i a s se negabaa á pagar el i m p u e s t o . U n hermoso mapamundi adornado y b a r n i z a d o p o r e l mismo R e y , se habla a b i e r t o c o n " e l calor, y la E u r o p a se h a l l a b a d i v i d i d a en dos p a r t e s p o r los t r e i n t a grados de l a t i l u d y c i n c u e n t a y c i n c o de long i t u d . S. M . p o n i a m a l a cara á tode e l m u n d o , a u n á M r . de Calomne. E n vano l e p r e s e n t ó este cou semblante r i s u e ñ o su hermosa cart e r a p e r f u m a d a . E l R e y , silencioso y | m a c i l e n t o , se puso á c e h a r en un pedazo de p a p e l b l a n c o l í n e a s cruzadas que significaban tempestad, como los ginetes y caballos significan buen tiempo. E l R e y solia d i b u j a r m i e n t r a s es- DE LA. REYPíA. 25 taba en consejo. L u i s X V I era t í mido , no le gustaba m i r a r á las personas á la c a r a , y una p l u m a colocada en ^ u m a n o le daba seguridad y firmeza. M i e n t r a s que de este modo se e n t r e t e n í a , podia e l orador esponer sus a r g u m e n t o s , y el R,ey, lanzando f u r t i v a s m i r a d a s , observaba las d e l orador l o b a s t a n te á l o menos para no ecbar nunca en o l v i d o a l b o m b r e , a l j u z g a r sus ideas. Hablaba é l , y bablaba bien , porque el d i b u j o que tenia e n t r e m a nos q u i t a b a á su discurso toda l a parle jactanciosa, y aun gesticular; mas a u n , podia i n t e r r u m p i r su d i s curso ó acalorarse en é l , p o r q u e las l í n e a s que ecbaba en su p a p e l reemplazaban en caso necesario l a p a r t e de a d o r n o que faltaba á sus p a labras. E l Rey t o m ó , pues, la p l u m a , s e g ú n su c o s t u m b r e , y los m i n i s t r o s empezaron l a l e c t u r a de los p r o - 24 E L COLLAR yectos ó de las notas d i p l o m á t i cas. E l R e y e s c u c h ó sin i n t e r r u m p i r á nadie todo c u a n t o se l e y ó , y dej ó pasar l a c o r r e s p o n d e n c i a estrauj e r a , como si nada e n t e n d i e r a en la materia. P e r o cuando se l l e g ó a l p o r m e n o r de las cuentas d e l m e s , l e v a n t ó l a cabeza. M r . de C a l o m n e acababa de a b r i r u n a m e m o r i a r e l a t i v a a l p r o y e c t o de e m p r é s t i t o para el a ñ o siguiente. E l R e y se puso á h a c e r l í n e a s á toda p r i s a . — E m p r é s t i t o s y mas e m p r é s t i t o s , d i j o , s in saber c ó m o se h a n de pag a r : m i r a d que es u n p r o b l e m a bast a n t e d i f í c i l , M r . de C o l o m n e . — S e ñ o r , u n e m p r é s t i t o es una s a n g r í a que se l e hace á u n m a n a n t i a l ; e l agua desaparece de u n l a d o p a r a i r s e p o r o t r o ; y h a y mas a u n , se a u m e n t a considerablemente c o n las aspiraciones s u b t e r r á n e a s . DE L A REYNA. 25 l í a l u g a r de p r e g u n t a r : ¿ c ó m o p a garemos? no v a l d r i a mas p r e g u n t a r : ¿ s o b r e q u é g a r a n t í a s alzaremos e l e m p r é s t i t o ^ P o r q u e e l p r o b l e m a no está en saber c ó m o se p a g a r á , sino en i n q u i r i r si se p o d r á n h a l l a r acreedores. E l R e y s i g u i ó haciendo l í n e a s cruzadas mas anchas y mas negras que las o t r a s ; p e r o sin a ñ a d i r una palabra : aquellas cruces hablaban mas que é l . D e s p u é s de h a b e r espuesto su plan M r . de C a l o m n e c o n a p r o b a ción de sus c o l e g a s , e l R e y t o m ó el p r o y e c t o y l o firmó, aunque suspirando. — Y a que tenemos d i n e r o , dijo M r . de C a l o m n e s o n r i é n d o s e , gastemos. E l R e y , hizo una mueca, m i r ó al m i n i s t r o , y e c h ó u n g r a n b o r r ó n en e l p a p e l . E l m i n i s t r o l e e n t r e g ó u n estado compuesto de pensiones, g r a t i f i - 26 EL COLLAR caciones, d o n a t i v o s y sueldos. E l trabajo era c o r t o , y estaba b i e n espuesto- el Rey l o o j e ó y m i r ó la ú l t i m a pa'glna buscando e l t o t a l . — ¡ U n m i l l ó n y c i e n m i l libras solamente para eso! e s c l a m ó ; ¿ c ó mo es eso ? Y dejó la p l u m a á u n lado. — ¡ S e ñ o r ! l e e d , leed y observar e i s que en e l m i l l ó n y c i e n rail l i b r a s h a y q u i n i e n t a s m i l l i b r a s en una sola p a r t i d a . — ¿ En c u á l , señor ministro ? — ¡ E n e l a n t i c i p o que se hace á S. M . l a R e y n a . — ¡ A la Reyna ! e s c l a m ó Luis XVI ¡ q u i n i e n t a s m i l l i b r a s á la R e y n a ! ¡ o h i c a b a l l e r o , es i m p o sible ! — P e r d o n a d , s e ñ o r : l a cantidad es e x a c t a . — ¡ Quinientas m i l l i b r a s á la Reyna ! r e p i t i ó e l R e y . A q u i debe de haber alguna e q u i v o c a c i ó n . E n la u l t i m a semana n o , en ta ú l t i m a DE tA REVNA. 27 quincena m a n d é pagar u n t r i n i e s t r e á S. IV1. — S e ñ o r , si la R e y n a h a t e n i d o necesidad de d i n e r o ( y b i e n sabe todo e l m u n d o e l uso que de é l h a ce S. M . ) , n a d a t i e n e d'e p a r t i c u l a r que— — ¡ N o ! ¡ no ! e s e l a m ó e l R e y , que conoció c u a n necesario le era h a b l a r de e c o n o m í a y p r o p o r c i o n a r algunos aplausos á l a R e y n a cuando fuera al teatro d é l a O p e r a : ¡ l a R e y n a no quiere ese d i n e r o , M r . de C a l o m n e ! La R e y n a me ha d i c h o que u n n a vio vale mas qtte algunas joyas. L a Reyna cree que si l a F r a n c i a p r e s t a grandes cantidades p a r a a l i m e n t a r á sus p o b r e s , los ricos debemos p r e s tar á la F r a n c i a . Si la Reyna nece-» sita de ese d i n e r o , m a y o r m é r i t o ser á el suyo a l e s p e r a r , yo os aseguro que la R e y n a e s p e r a r á . Los ministros aplaudieron mucho este rasgo p a t r i ó t i c o d e l R e y r a s go que e l d i v i n o H o r a c i o no h u b i e - 28 E L COLLAR r a l l a m a d o Uxorius en a q u e l momentó. Solamente C a l o m u e , que sabia e l a p u r o de l a R e y n a , fue quien i n s i s t i ó en que no se borrase l a partida. — E n v e r d a d , dijo e l R e y , que os i n t e r e s á i s p o r nosotros m u c h o mas que nosotros m i s m o s . T r a n q u i l i z a o s , M r . de C s l o m n e . — L a R e y n a , s e ñ o r , me a c u s a r á de poco celoso en las cosas que atañ e n á su s e r v i c i o . — Y o os d e f e n d e r é . — L a Reyna jamás p i d e , señor, á no ser que l a necesidad le obligue á ello. — L a s necesidades de l a R e y n a , p o r grandes que s e a n , no s e r á n tan i m p e r i o s a s como las de los p o b r e s : y e l l a s e r á l a p r i m e r a en c o n v e n c e r se de esta v e r d a d . — ¡ Señor! — N o h a b l e m o s mas sobre este a s u n t o , dijo e l R e y con r e s o l u - DE L A REYNA. 29 cion. Y v o l v i ó á coger la p l u m a . — ¿ B o r r á i s ese c r é d i t o , señor? dijo consternado M r . de C a l o m n e . — L o b o r r o , contestó^ Luis X V I magestuosameute; y me parece q u e oigo desde a q u i l a generosa voz de la R e y n a , eu que me d á las g r a cias p o r h a b e r c o m p r e n d i d o t a n b i e n las intenciones de su b u e n c o r a zón. M r . de C a l o m n e se m o r d i ó los labios. L u i s , c o n t e n t o con a q u e l sacrificio p e r s o n a l y h e r ó i e o , firmó todo l o r e s t a n t e con l a rnejor y mas ciega buena f é . Y d i b u j ó una hermosa cebra r o deada de c e r o s , d i c i e n d o repetidas veces : — H e ganado esta noche q u i n i e n tas m i l l i b r a s • he h e c h o una a c c i ó n digna de u n R e y : d a d , C a l o m n e , esta n o t i c i a á l a R e y n a , y y a v e réis , y a v e r é i s . — ¡ A h ! ¡ Dios m i ó ! m u r m u r ó T. VIII 5 el 30 E L CCLLAR m i n i s t r o ; s e n t i r i a m u c h o , s e ñ o r , el p r i v a r o s de l a alegria que os debe causar esa e s p l l c a c i o n . A cada uno s e g ú n sus m é r i t o s . — B i e n , repuso el Rey j l e v a n t e mos l a s e s i ó n • basta coa una e m p r e sa cuando ella es b u e n a . [ H o l a ! ahi v i e n e l a R e y n a ; ¿ v a m o s a s a l i r l e al e n c u e n t r o , Calomne? — S e ñ o r , p i d o a' V . M . que me d i s p e n s e : t e n g o que i r á l a firma. Y se r e t i r ó cuanto antes p o r el corredor. E l R e y se a c e r c ó d e c i d i d a y a b i e r t a m e n t e á M a r í a A n t o n i e t a , que cantaba en e l v e s t í b u l o , apoyada en el brazo d e l conde de A r t o i s . — S e ñ o r a , l a p r e g u n t ó , ¿ q u é tal? ¿ h a b é i s dado u n b u e n paseo ? — Escelence, s e ñ o r ; y vos , ¿ q u é t a l h a b é i s trabajado ? — C a l c u l a d l o p o r l o que v o y á de» ciros : he ganado q u i n i e n t a s m i l l i bras. — C a l o m n e h a c u m p l i d o su p a l a - ÜE T,.A HEYNA 31 bra , dijo la R e y n a p a r a s í . — F i g u r a o s , a ñ a d i ó L u i s X V I que Caloinne os h a b l a a b i e r t o c r é d i t o de medio m i l l ó n . — ¡ O h ! dijo M a r í a A n t o n l e t a sonriéndose. — Y yo l o be b o r r a d o . A h í t e n é i s q u i n i e n t a s m i l l i b r a s ganadas con solo una p l u m a d a . — ¿ C ó m o ? j b o r r a d o ! elijo l a R e y na p e r d i e n d o e l c o l o r . — N I mas n i menos : v e r é i s c u á n to vals a ganar con eso. Buenas n o ches , s e ñ o r a , buenas noches. — ¡ Señor , señor ! — T e n g o m u c h o a p e t i t o , y me r e t i r o . ¿ N o es v e r d a d que he ganado m u y b i e n l a cena ? — ¡ S o ñ o r , escuchad! P e r o L u i s X V I dio u n b r i n c o y se e c h ó á c o r r e r , alegre p o r dar aquella b r o m a , y dejando á l a R e y ua m u d a , a t ó n i t a d a y consternada. — H e r m a n o m i ó , mandad que m e busquen á M r . de C a l o m n e , dijo p o r 52 F.L COLLAR fiu a l conde de A r t o i s : alguna j u g a r r e t a h a y en esto. P r e c i s a m e n t e en a q u e l m o m e n t o e n t r e g a r o n á la Rey na la siguiente esquela d e l m i n i s t r o : — « Y a h a b r á sabido V . M . que el R e y h a derogado el c r é d i t o . Es una cosa t a n i n c o m p r e n s i b l e , s e ñ o r a , que me he r e t i r a d o d e l consejo e n f e r m o y l l e n o de s e n t i m i e n t o . » — L e e d , dijo la R e y n a a su h e r m a n o e n t r e g á n d o l e el b i l l e t e d e l m i nistro. — Y aun hay quien d i g a , h e r m a na m i a , que d i l a p i d a m o s e l tesoro, e s c l a m ó e l p r í n c i p e ; ese modo de p r o c e d e r es — P r o p i o de u n m a r i d o , b a l b u c e ó la Reyna. A d i ó s , hermano m i ó . — N o p u e d o menos de daros e l p é s a m e , h e r m a n a m i a , a l paso que m e alegro de s a b e r l o , p o r q u e y a t e n i a dispuesto p e d i r m a ñ a n a . — Que v a y a n e n busca de M a d . de l a ¡Vlotte , d i j o l a R e y n a á Mad„ DE LA KEY1VA. 53 de M i s e r y , d e s p u é s do haber r e f l e xionado u n l a r g u í s i m o r a t o ; que l a b u s q u e n p o r donde q u i e r a que e s t é , y que venga i n m e d i a t a m e n t e . 34 K L COLLAR MARÍA ANTOBIIETA REYÍSA. JUANA DE LA iMOTTE íiLGER. •^1 c o r r e o que se m a n d ó á Paris en busca de ¡Vlad. de la M o t t e , hal l ó á la condesa, ó m e j o r d i c h o , no la h a l l ó en casa d e l C a r d e n a l de R o llan. Juana h a b í a ido á v i s i t a r á su E m i n e n c i a , habia c o m i d o en su casa y estaba a l l i cenando y hablando con é l acerca de l a m a l avenida r e s t i t u c i ó n , cuando e l c o r r e o l l e g ó á p r e g u n t a r si se hallaba l a condesa en casa de iVir. de R o b a n . DE LA REYNA. 55 É l s u i z o , como h o m b r e h á b i l , r e s p o n d i ó que su E m i n e n c i a h a b í a salido, y que M a d . de L a M o t t e no estaba a l l i ; p e r o que era f á c i l d a r le l a r a z ó n que l a R e y n a le e n v i a ba, p o r q u e d e b í a v o l v e r aquella m i s ma n o c h e . — Que v a y a á V e r s a l l e s l o mas p r o n t o que p u e d a , dijo e l c o r r e o ; y s i g u i ó su camino sembrando e l a v i so p o r todos los d o m i c i l i o s p r e s u n t o s de l a n ó m a d a condesa. P e r o apenas se m a r c h o e l m e n sajero , e l suizo , c u m p l i e n d o sin i r m u y lejos su c o m e t i d o , m a n d ó á su m u g e r que subiese á d e c í r s e l o á M a d . de L a M o t t e , que estaba en las h a bitaciones d e l C a r d e n a l , donde a m bos s ó c i o s f d o s o í a b a n acerca de l a i n s t a b i l i d a d de las grandes cantidades de d i n e r o . E n seguida que o y ó l a condesa el aviso , c o m p r e n d i ó que era u r gente l a m a r c h a j p i d i ó u n p a r de caballos a l C a r d e n a l , q u i e n l a d e - 36 E L COLLAR j ó instalada en u n a b e r l i n a , y mieat r a s que e'l hacia grandes y muchos c o m e n t a r i o s sobre aquel mensaje, l a condesa c o r r i a t a n perfectamente q u e e n menos de una h o r a se p u so á l a p u e r t a d e l p a l a c i o . U n a persona que l a esperaba la i n t r o d u j o i n m e d i a t a m e n t e adonde se hallaba María Antonieta. L a R e y n a estaba en su c á m a r a , y como se habia acabado ya e l serv i c i o n o c t u r n o , no h a b i a en aquella h a b i t a c i ó n n i n g u n a persona , á no ser M a d . de M i s e r y , que estaba l e y e n d o en e l t o c a d o r , M a r í a A n t o n i e t a bordaba, prestando i n q u i e t o o í d o á cuantos r u m o r e s escuchaba , cuando J u a n a se most r ó r á p i d a m e n t e á su p r e s e n c i a . — i A h ! e s c l a m ó la R e y n a : ¿ h a b é i s llegado ? me alegro m u c h o , m u c h o . T e n g o que daros u n a n o t i c i a , condesa. — ¿ Y es buena , s e ñ o r a ? — D e c i d l o vos. E l R e y h a nega- D E LA REYNA. 57 do las q u i n i e n t a s m i l l i b r a s . - ¿ A M r . de C a l o m n e ? — Y á todo e l m u n d o . E l R e y no quiere d a r mas d i n e r o . Esto no l e pasa á nadie mas que á m í . — ¡ D i o s m i ó ! m u r m u r ó la condesa. — P a r e c e i n c r e i b l e ; ¿ no es v e r dad , condesa? N e g a r , b o r r a r l a c a n tidad ya p r o p u e s t a . E n fin , no h a blemos de l o que ya no tiene r e medio : vais á v o l v e r i n m e d i a t a m e n t e á Paris. — Bien , s e ñ o r a . — Y á decir a l C a r d e n a l , supuesto que con t a n t a a b n e g a c i ó n t r a t a de a g r a d a r m e , que acepto sus q u i nientas m i l l i b r a s hasta e l p r ó x i m o t r i m e s t r e . Esto q u i z á s s e r á egoista , pero es necesario. — ¡ A y ! s e ñ o r a , m u r m u r ó Juana; estamos p e r d i d o s . E l s e ñ o r C a r d e n a l no t i e n e y a d i n e r o s é que abuso, pero L a R e y n a d i ó u n salto como si 58 EL COLLAR acabasen de h a c e r l e una h e r i d a ó de decirle un insulto. — No dinero balbuceó. — S e ñ o r a , ha i d o á ver á M r . de R o b a n u n acreedor que ni aun creía que e x i s t i e r a , y como se t r a t a b a de u n a deuda de h o n o r , l a ha pagado. — ( . Quinientas m i l libras ? — S í , señora. — Pero — E l ú l t i m o d i n e r o que le qued a b a — ¡ Ya no tiene r e c u r s o ninguno! L a R e y n a se q u e d ó como aturd i d a a l saber aquella desgracia. — ¿ P e r o o s l a r é s o ñ a n d o ? dijo. ¿Es á m í á q u i e n pasan todas estas cosas Cf ¿ C ó m o s a b é i s eso , condesa ? ¿ C ó m o s a b é i s que M r . de R o b a n no tiene dinero? — P o r q u e hace h o r a y media que m e l o ha contado , s e ñ o r a ; y e l desastre es t a n t o menos f á c i l de rep a r a r . cuanto que las q u i n i e n t a s m i l l i b r a s eran l o que se l l a m a n e l f o n - D E LA REYNA. 59 do de su caja. L a R e y n a d e j ó caer la cabeza e n tre sus manos , y d e s p u é s d i j o : — Es necesario t o m a r un g r a n ' p a r tido. — ¿ Q u é h a r á l a R e y n a ? dijo J u a na para s í . — Ya l o veis , condesa ; esa l e c ción es t e r r i b l e y me castiga p o r haber hecho á espaldas del I l e y una acción de mediana i m p o r t a n c i a , de mediana a m b i c i ó n ó de mediano c o quetisino. C o n v e n i d en que p a r a nada necesitaba yo de ese c o l l a r . —Es v e r d a d , s e ñ o r a ; p e r o si una Reyna h i c i e r a las cosas p o r necesidad ó p o r g u s t o . . . — A n t e todo , q u i e r o hacer l o que convenga á m i t r a n q u i l i d a d y á l a dicha de m i f a m i l i a . Con este l a n ce me basta p a r a c o m p r e n d e r c o n certeza á c u á n t o s malos ratos iba á esponerme , y cuan fecundo en desgracias era e l c a m i n o que habia escogido. R e n u n c i o a l c o l l a r . P r o c e - 40 E L COLLAR damos con franqueza , l i b e r t a d y sencillez. — ¡ Señora ! — Y p a r a empezar sacrifiquemos l a vanicJSH en el a l t a r del deber, como h u b i e r a d i c h o M r . D o r a t . D e s p u é s , dando u n s u s p i r o , murmuró: -»- | A y ! ¡ ese c o l l a r era sin emb a r g o t a n hermoso ! — Y l o es t o d a v í a , s e ñ o r a , repuso J u a n a , y es d i n e r o contante. — D e a q u i en adelante no s e r á mas p a r a m í que u n m o u t o n de pied r a s . C o n las piedras se h a c e , cuando ya se ha j u g a d o con e l l a s , lo q u e hacen t a m b i é n los muchachos d e s p u é s de h a b e r j u g a d o ; t i r a r í a s , ó no v o l v e r s e á acordar de ellas. — ¿ Q u é q u i e r e d e c i r l a Reynaal d e c i r m e eso ? — L a R e y n a q u i e r e d e c i r , quer i d a condesa, que vais á tomar la cajita que h a t r a í d o M r . de Rohan y l l e v á r s e l a a' los señores D E LA REYNA. 41 joyeros Boeheiner y Bossange. — ¿ P a r a devolvérsela? — Precisamente. I — P e r o s e ñ o r a , V . M . ha dado en p r e n d a doscientas c i n c u e n t a m i l libras. —Esas doscientas cincuentas m i l libras me gano ademas , condesa ; asi a d e l a n t a r é a l m i s m o paso que e l Rey en m a t e r i a de cuentas. — ¡ S e ñ o r a ! ¡ s e ñ o r a ! e s c l a m ó la condesa: ¡ p e r d e r de ese modo l a I cuarta p a r t e de u n m i l l ó n ! p o r q u e puede m u y b i e n suceder que los seI ñores joyeros p o n g a n dificultades á la d e v o l u c i ó n de f o n d o s , de los que tal vez h a b r á n dispuesto y a . • — C u e n t o con ello y les dejo l a prenda c o n t a l de que se r o m p a e l contrato. Desde que se me h a o c u r rido esta idea , me siento mas l i bro , condesa. L o s cuidados , las t r i s tezas , los t e m o r e s y las sospechas, vinieron á instalarse a q u í al mismo tiempo que v i n o ese c o l l a r . Jama's 42 E L COLLAR h u b i e r a n t e n i d o esos diamantes Inst a n t e fuego para secar las lágrimas que Caen sobre m í como si vinierau de densas nubes. C o n d e s a , llevaos esa cajita i n m e d i a t a m e n t e ; los joyeros h a c e n u n b u e n negocio: doscientas c i n c u e n t a m i l l i b r a s de adeala es u n a ganancia s o b e r b i a ; eso iban á ganar con l a v e n t a , y eso mismo ganan ahora , q u e d á n d o s e ademas coa el collar. C r e o que no se q u e j a r á n , y que nadie s a b r á u n a p a l a b r a de esto. — ¿ P e r o , s e ñ o r a , . M r . de Roban... — E l C a r d e n a l no l o ha hecho mas que p o r d a r m e gusto. L e diréis que m i gusto es no t e n e r e l collar, y si tiene t a l e n t o me c o m p r e n d e r á , si es b u e n sacerdote a p r o b a r á mi c o n d u c t a y me f o r t a l e c e r á en m i sacrificio. Y mientflfs l a R e y n a decia estas p a l a b r a s , p r e s e n t a b a l a cajita á Juana , q u i e n , r e c h a z á n d o l a suavemea- DE LA REYSA. 43 te, dijo: - S e ñ o r a , ¿ no v a l d r í a mas t r a t a r de obtener u n plazo ? - ¿ P e d i r ? no ! —He dicho obtener, s e ñ o r a . - P e d i r es h u m i l l a r s e , condesa: obtener es estar h u m i l l a d a . C o n c i b o que pueda h u m i l l a r s e , una persona por a c u e l l a á q u i e n a m a , ó p o r s a l var á una c r i a t u r a v i v a , a u n c u a n do sea u n p e r r o ; p e r o h u m i l l a r s e para tener e l d e r e c h o de c o n s e r v a r unas piedras que a r d e n como e l c a r bón encendido , sin ser mas l u m i n o sas n i t a n d u r a d e r a s , ¡ o h ¡ condesa , no h a b r á p o d e r h u m a n o que me h a ga dar semejante paso. ¡ J a m á s ! lle^v á o s l a c a j a , amiga m í a , l l e v á o s l a . — P e r o r e f l e x i o n a d , s e ñ o r a , en el r u m o r que h a r á n c o r r e r los j ó yeros , aunque no sea mas que p o r p o l í t i c a y p a r a compadecerse de v o s . Vuestra negativa s e r á tan ruidosa como v u e s t r a a p r o b a c i ó n . T o d o e l mundo s a b r á que los d i a m a n t e s h a n 44 EL COLLAR estado en v u e s t r o p o d e r . - N a d i e l o s a b r á . Y o n a d a debo á los j o y e r o s ; no los r e c i b i r é , y poco me da que d i g a n que b a n ganado doscientas c i n c u e n t a m i l libras: c o n eso mis e n e m i g o s , en l u g a r de acusarme p o r b a b e r gastado m i l l ó n y m e d i o en d i a m a n t e s , d i r á n solam e n t e que t i r o m i d i n e r o a l seno d e l c o m e r c i o , l o que sin d u d a es mas agradable y vale mas. L l e v a o s , condesa, l l e v a o s l a caja y dad las gracias á M r . de R o b a n p o r su cort e s í a y buena v o l u n t a d . L a R e y n a e n t r e g ó l a caja con u n m o v i m i e n t o i m p e r i o s o á Juana de L a M o t t e , que no s i n t i ó aquel peso en sus manos sin e s p e r i m e n t a r cierta e s t r a ñ a emoción. — N o hay t i e m p o que p e r d e r , p r o s i g u i ó l a R e y n a ; m i e n t r a s menos i n q u i e t u d e s sientan los j o y e r o s , t a n t o mas seguras estaremos de que g u a r d a r á n e l s e c r e t o ; idos p r o n t o y DE LA REYNA. 45 que nadie vea l a c a j i t a . Pasaos a n tes p o r v u e s t r a casa, no sea que e l ir d i r e c t a m e n t e y á estas horas á casa de Boehemer d é que sospechar á la p o l i c í a , que sin d u d a t r a t a de saber l o que pasa en m i s h a b i t a c i o nes, y cuando h a y á i s hecho p e r d e r la pista á l a p o l i c í a , i d á v e r á los joyeros , y recoge'S u n r e c i b o de ellos para t r a é r m e l o . — B i e n , s e ñ o r a , h a r é como l o mandáis. M e t i ó s e l a caja debajo de l a m a n teleta . o c u l t á n d o l a b i e n , y s u b i ó al coche c o n todo e l celo qne r e clamaba l a augusta c ó m p l i c e de su acción. P a r a obedecerla en t o d o , m a n d ó que l a l l e v a s e n á su casa, donde despidiendo e l coche de M r . de R o ban , p a r a que e l cochero que l a h a bía c o n d u c i d o no tuviese l a m e n o r noticia de su s e c r e t o , h i z o q u é l a desnudaran y que l e p u s i e r a n tía vestido menos elegante y mas p r o T. T I I I i 46 EL COLLAR p i ó para a q u e l l a c a r r e r a nocturna. S u c a m a r e r a l a v i s t i ó ra'pida» m e n t e , y o b s e r v ó que d u r a n t e est a o p e r a c i ó n estaba l a condesa pensativa y d i s t r a u l a , cosa que estrañ ó , p o r q u e toda m u g e r de corte pone sus c i n c o sentidos en u n acto semejante. J u a n a en v e r d a d no pensaba en su [ t o c a d o , y dejaba que l a vist i e r a como se les a n t o j a r a , porque tena fijo todo su pensamiento en una idea e s t r a ñ a que l a o c a s i ó n l e inspiraba. P r e g u n t á b a s e á s í m i s m a si no c o m e t i a u n a g r a n falta e l Cardenal en dejar que l a R e y n a devolviese a q u e l l a j o y a , y si u n a vez cometida esta f a l t a , no seria e l l a u n desc a l a b r o p a r a los planes que M r . de R o b a n q u e r i a r e a l i z a r , siendo en c i e r t o m o d o confidente de l a Reyna. O b e d e c e r las ó r d e n e s de l a Reyna sin c o n s u l t a r c o n M r . de Rob a n , ¿ no era f a l t a r á los prime- DE L 4 REYNA. 47 ros deberes de l a asociacioa ? A u n que se hablan a p u r a d o sus r e c u r sos, ¿ n o q u e r r í a e l C a r d e n a l v e n derse á sí mismo antes que dejar p r i v a d a á l a R e y n a de u n objelo que h a b l a deseado ? — N o h a y mas r e m e d i o , dijo p a ra sí Juana j debo c o n s u l t a r a l C a r denal. — ¡ U n millón y cuatrocientas m i l libras ! a ñ a d i ó : ¡ j a m á s t e n d r á é l semejante c a n t i d a d ] Y l u e g o , volvle'ndose r e p e n t i namente hacia su c a m a r e r a , le d i j o : — l d > s , Rosa. L a camarera o b e d e c i ó , y M a d . de L a M o t t e c o n t i n u ó su m o n ó l o g o in en t a l . — ¡ C u á n t o d i n e r o ! ¡ q u é riqueza! ¡ q u é vida ! ¡ y q u é bien representada e s t á toda la f e l i c i d a d y m a g u i ficencla que semejante r i q u e z a p r o p o r c i o n a , q u é b i e n representada est á en l a serpiente de piedras que echa llamas d e n t r o de este c a j ó n ! 48 E L COLLAR Y l o a b r i ó y se a b r a s ó los ojos a l m i r a r sus flamígeros reflejos: sac ó e l c o l l a r , hizo c o r r e r los diam a n t e s p o r sus dedos, y los enc e r r ó en sus p e q u e ñ a s manos , d i ciendo : — U n m i l l ó n cuatrocientas m i l l i b r a s e s t á n a q u i : s í , u n m i l l ó n cuat r o c i e n t a s m i l , p o r q u e este collar V í d e todo ese d i n e r o , y los joyeros p a g a r i a n p o r é l h o y m i s m o esa cantidad. ¡ C a p r i c h o s d e l d e s t i n o ! Juana de V a l o i s , m u g e r m e n d i g a , m u g e r o s c u r a , h a tomado de su m a n o , de l a mano de una R e y u a , de l a p r i m e r a mano d e l m u n d o , y tiene en las s u y a s , es v e r d a d que solamente p o r una h o r a , l a c a n t i d a d de u n m i l l ó n cuatrocientas m i l l i b r a s , cantid a d que j a m á s anda sola en e l m u n d o ; que v a s i e m p r e escoltada p o r fuerza armada ó p o r g a r a n t í a s , que e n F r a n c i a no p u e d e n ser menores q u e las que dan u n C a r d e n a l y una DE LA REVNA. 49 Reyna. ¡ Y todo esto se h a l l a e n t r e m i s dedos ! . . . ¡ Q u é cosa á u n m i s m o t i e m po t a n pesada y t a n l i g e r a ! Para l l e v a r en ese p r e c i o t o m e t a l , que l l a m a n o r o , e l e q u i v a l e n t e de este c o l l a r , serian necesarios u n par de caballos j p a r a l l e v a r l o en billetes de b a n c o . : . ¿ Y acaso , se p a gan siempre los b i l l e t e s de b a n c o ? ¿ N o necesitan s e ñ a s , c o n t r a s e ñ a s y firmas ? Y ademas , u n b i l l e t e es p a pel y pueden d e s t r u i r l o e l fuego , e l aire ó e l agua: u n b i l l e t e de banco no tiene curso en todos p a í s e s 5 m a nifiesta su o r i g e n , espresa e l n o m bre de su a u t o r : algunas veces p i e r de p a r t e de su v a l o r , y a u n su valor e n t e r o . L o s diamantes , p o r e l c o n t r a r i o , s o n d e una m a t e r i a d u r a , que á todo resiste y que todo h o m bre conoce , a p r e c i a , a d m i r a , y c o m p r a en L o n d r e s , en M a d r i d , en B e r l i n , y hasta en e l m i s m o B r a s i l . Todos alcanzan a c o m p r e n d e r e l v a - 50 E L COLLAR l o r de u n d i a m a n t e , sobre todo si son d e l c o r t e y de las aguas de los que h a y a q n í . j Son h e r m o s o s ! ¡ a d m i r a b l e s ! ¡ q u é soberbio c o n j u n t o form a n ! Pues , y separados ? ¡ Cada uno de ellos vale q u i z á s , separadamente y en p r o p o r c i ó n , mas que todos juntos! • Mas ¿ á q u é pensar en estas cosas? dijo de r e p e n t e : decidámonos p r o n t o , ó b i e n á v e r al C a r d e n a l , ó b i e n á d e v o l v e r e l c o l i a r á Bceh e m e r , como l a R e y u a me ha encargado. Y se l e v a n t ó sin soltar de la m a n o los diamantes , que se calentaban y r e s p l a n d e c í a n . — V o l v e r á n otra vez, esclamó, á la casa d e l j o y e r o , que los pesar á y p u l i r á con su c e p i l l o , cuando p u d i e r a n b r i l l a r e n e l seno de Mar í a Antonieta Boehemer se quej a r á a l p r o n t o ; p e r o l u e g o se t r a n q u i l i z a r á , pensando en que tiene una b u e n a ganancia y se queda con la DE LA REYNA. 51 m e r c a n c í a . ¡ Á h ! ¡ ya se m e o l v i d a ba! ¿ E n q u é t é r m i n o s se d e b e r á r e dactar e l r e c i b o d e l j o y e r o ? Es cosa bastante g r a v e : h a y que emplear en ello una g r a n dosis de d i p l o m a cia: es menester que el escrito no comprometa á Bcebemer , á l a R e y n a , al C a r d e n a l n i á m í . J a m á s me a t r e v e r é á redactar p o r mí sola semejante d u c u m e n t o : necesito de una persona que me a c o n seje. E l Cardenal ¡ oh ! n o . Si e l Cardenal me amase m a s , ó fuese mas r i c o y me diese los d i a m a n tes M a d . de L a M o t t e se s e n t ó en e l sofá, c o n los diamantes enrollados en su m a n o , con l a cabeza a r d i e n do y toda l l e n a de pensamientos c o n fusos , que á veces la espantaban, y que rechazaba con f e b r i l e n e r gía. A poco su m i r a d a a p a r e c i ó mas t r a n q u i l a , mas fija , mas detenida en '52 EL COLLAR u n solo p e n s a m i e n t o : no notaba que los m i n u t o s c o r r i a n y que todo tomaba en ella u n a p l o m o i n a l t e r a b l e ; que semejante á los nadadores que p o n e n e l p i e en e l fango de los r í o s , cada m o v i m i e n t o que hacia p a r a desp r e n d e r s e , l e h u n d í a mas y mas. U n a h o r a p a s ó en a q u e l l a muda c o n t e m p l a c i ó n de u n objeto misterioso. T r a n s c u r r i d a se l e v a n t ó c o n l e n t i t u d , p á l i d a como l a sacerdotisa i n s p i r a d a , y l l a m ó á su c a m a r e r a . E r a n las dos de l a m a d r u g a d a . — Buscadme u n coche de a l q u i l e r , l e dijo y . si no l o h a y , a u n q u e sea una carreta. L a criada h a l l ó u n coche de a l q u i l e r que estaba en l a c a l l e vieja del T e m p l e , M a d . de L a M o t t e s u b i ó sola y desp i d i ó á su c a m a r e r a . Diez m i n u t o s d e s p u é s p a r a b a el coche a la p u e r t a d e l f o l l e t i s t a R e t a u d de V ü l e t t e . DE LA REYNA. 53 EL RECIBO DE BOEHEMER Y LA DECLARACIÓN DE LA R E Y N A . H. Lasta e l d í a s i g u i e n t e no a p a r e ció el r e s u l t a d o de l a v i s i t a n o c t u r na a l f o l l e t i s t a R e t a u d de V i l l e t t e . M a d . de L a M o t t e h i z o l l e g a r á las siete de la m a ñ a n a á manos de la R e y n a u n a c a r t a en que i b a i n cluido e l r e c i b o de los j o y e r o s , e l cual estaba estendido en esta f o r m a : « L o s abajo firmados , declaramos que h a v u e l t o á n u e s t r o p o d e r e l 54 E L COLLAR c o l l a r v e n d i d o á la R e y n a en la c a n t i d a d de u n m i l l ó n seiscientas mil l i b r a s , p o r no h a b e r gustado los diamantes á S. M , , q u i e n nos ha compensado los pasos y desembolsos que t e n í a m o s hechos , con la suma de doscientas c i n c u e n t a m i l l i b r a s que ha entrado en n u e s t r a caja. Firmado: BOEHEMER Y BOSSANGE.» T r a n q u i l a entonces la R e y n a en p u n t o a l negocio que p o r t a n t o t i e m p o l a habla estado a t o r m e n t a n d o , g u a r d ó el r e c i b o en su gabela y n o v o l v i ó á pensar mas en e l asunto. Mas p o r una e s t r a ñ a c o n t r a d i c c i o n con a q u e l b i l l e t e , los joyeros Boehemer y Bossange r e c i b i e r o n dos dias d e s p u é s l a v i s i t a d e l Cardenal de R o b a n , á q u i e n t e n i a i n q u i e t o el pago de l a p r i m e r a c a n t i d a d coaven i d a e n t r e los vendedores y la Reyna. M r . de R o b a n h a l l ó á Bcebemer e n su casa d e l m u e l l e de l a Escue- PE LA EEVNA. 55 l a ; calculaba que espirando a q u e l l a mañana e l p r i m e r plazo , e l m e n o r retardo ó la m e n o r negativa debía tener en a l a r m a á los j o y e r o s . S u c e d í a no obstante l o c o n t r a r i o : en casa de Bcehemer habla la m a yor t r a n q u i l i d a d y M r . de R o b a n se a l e g r ó rnuebo de v e r á los c r i a dos con buen semblante , y con despiertas orejas y empinado rabo a l perro de l a casa, l'cebemer m i s m o le r e c i b i ó con m u e s t i as de g r a n satisfacción. — V e a m o s , le dijo el Cardenal ; boy ba espirado el plazo c o n v e n i do para e l p r i m e r pago. ¿ S e ba realizado ? — A u n no , m o n s e ñ o r , r e s p o n d i ó el j o y e r o , S, M . no ba podido d a r dinero : ya s a b é i s que e l R e y no b a querido firmar e l ^proyecto de M r . de C a l o m n e ; es cosa de que todos hablan. —Sí, todo e l m u n d o , Boebemer, 56 E L COLLAR y esa n e g a t i v a d e l R e y es l a que me ha hecho v e n i r . — P e r o S. M . , c o n t i n u ó e l joyer o , o b r a en e l asunto con l a mejor buena fe , insiste « n su deseo, y v i e n d o q u e no puede p a g a r , nos ha garantizado l a deuda , que era todo l o que p o d í a m o s p e d i r . — ¡ A h ! m e j o r es eso , r e s p o n d i ó e l C a r d e n a l : d e c í s que os h a garantizado l a deuda ; eso es m u y bueno; ¿ p e r o , c ó m o ?,.. — D e l modo mas s e n c i l l o y d e l i cado , repuso e l j o y e r o : de u n modo v e r d a d e r a m e n t e r e g i o . — ¿ P o r medio de l a b e l l í s i m a condesita ? — N o , m o n s e ñ o r , n o , ¡Mad. de La M o t t e no se ha i n t e r v e n i d o en el asunto j y eso es l o que mas nos ha a g r a d a d o , t a n t o á Bossange como á mí. — ¿ N o h a v e n i d o ? Pues creed , Boehemer , que l a condesa tiene algo que v e r en este asunto ; y t a n - DE LA REYNA. 57 ío, cuanto que toda buena idea nace de e l l a . P o r supuesto , q u e nada le q u i t o á S. M . — Juzgue m o n s e ñ o r si l a R e y n a se ha mostrado buena y delicada c o n nosotros. H a b í a s e esparcido el r u m o r de que e l R e y se h a b í a negado á conceder las q u i n i e n t a s m i l l i b r a s , y con este m o t i v o e s c r i b i m o s á M a d . de L a M o t t e . — ¿ Cuándo ? — A y e r , monseñor. — ¿Y q u é respondió ? — ¿ N o sabe nada v u e s t r a E m i n e n cia ? dijo Boehemer c o n c i e r t a v a g a y respetuosa f a m i l i a r i d a d . — N o ; hace y a t r e s dias que n o tengo l a h o n r a de v e r á l a s e ñ o r a condesa , r e s p o n d i ó e l p r í n c i p e c o mo v e r d a d e r o p r í n c i p e . — P u e s b i e n ; M a d . de L a M o t t e nos d i ó p o r toda respuesta esta sola palabra : / Esperad ! — ¿ P o r escrito ? —•Verbalmente, monseñor. En 58 E L COLLAR n u e s t r a carta r o g á b a m o s á M a d . de L a M o t t e que os pidiese una audiencia , y que a d v i r t i e s e á la Beyna que estaba para vencer el primer plazo. L a palabra esperad era natural í s i m a en ese caso , r e s p o n d i ó e l Cardenal. — Esperamos , pues , m o n s e ñ o r , y anoche r e c i b i m o s p o r u n c o r r e o misterioso una c a r t a de l a R e y n a . — ¿ U n a c a r t a ? ¿ P a r a q u i é n ? ¿Par a vos , Boehemer ? — O mejor d i c h o , u n reconocimiento en toda f o r m a , m o n s e ñ o r . — V e a m o s , dijo e l C a r d e n a l . — ¡ O h ! yo os l o e n s e ñ a r í a si no h u b i é s e m o s j u r a d o , t a n t o m i comp a ñ e r o como y o , e l n o e n s e ñ á r s e lo á nadie. — ¿ Y por q u é ? -—Porque l a m i s m a R e y n a nos ha i m p u e s t o esta r e s e r v a , monseñor; ya v e i s , S. M . nos encai-ga e l secreto. DE LA REYNA. 59 — ; A l i ! eso es o t r a cosa; ¡ q u e felices sois, s e ñ o r e s joyeros ; q u é f e lices , supuesto que r e c i b í s cartas de la R e y n a ! — P o r u n m i l l ó n trescientas cincuenta m i l l i b r a s , dijo en tono de broma e l j o y e r o , puede conseguir uno tantas cosas — S í , p e r o n i diez m i l l o n e s n i ciento pagan ciertas cosas, c a b a l l e ro, r e p l i c ó gravemente el prelado. En fin, ¿ t e n é i s suficientes g a r a n tías ? — Cuantas son p o s i b l e s , monseñor. — L a R e y n a reconoce l a d e u d a ? —Terminantemente. — Y se o b l i g a á p a g a r . . . , . — D e n t r o de t r e s meses, q u i n i e n tas m i l l i b r a s ; l o d e m á s d e n t r o d e l semestre. . — ¿ Y los intereses? — ¡ O h ! m o n s e ñ o r , una p a l a b r a de S. M . l o garantiza todo. a/Zagamos, a ñ a d e con m u c h a bondad S. 60 E L COLLAR M . , hagamos este negocio entre nosotros {ya c o m p r e n d e v u e s t r a Eminencia la r e c o m e n d a c i ó n ) , y no tendréis motivo para arrepentiros.» ¡ Y firma ! y a v e i s , m o n s e ñ o r , que en este asunto e s t á desde entonces comprometido nuestro honor. — Ya estoy en paz c o n v o s , señ o r Boehemer, dijo gozoso e l Card e n a l : d e n t r o de poco t i e m p o h a b r á otro negocio. — C u a n d o v u e s t r a E m i n e n c i a se digne h o n r a r n o s con su confianza. — ¿ P e r o a u n en ese m i s m o asunto no veis l a mano de l a eondesita ?.... — E s t a m o s m u y reconocidos á Mad. de L a M o t t e , m o n s e ñ o r , y hemos c o n v e n i d o , t a n t o Bossange como yo, en m o s t r a r n o s agradecidos á sus b o n dades , cuando e l c o l l a r , lealmente p a g a d o , e n t r e en n u e t r a s cajas en m o n e d a sonante. — ¡ C h i s t ! s i l e n c i o , dijo e l C a r d e nal , n o m e h a b é i s c o m p r e n d i d o . U DE LA. R E Y N A . 6i • Y se v o l v i ó á s u b i r á su carrosa , escoltado p o r los c u m p l i m i e n t o s y cortesías de toda la casa. Ya podemos q u i t a r l a ma'scara: nadie h a v i s t o e l velo sobre l a estatua: a l saber que iba a valerse de la p l u m a d e l folletista R e t e a u d de V i llete c o n t r a su b i e n h e c h o r a todo e l mundo h a b r á a d i v i n a d o ya l o que hizo M a d . de L a M o t t e : de a q u e l modo se a c a b a r í a n l a i n q u i e t u d en los j o ^ y e r o s , los e s c r ú p u l o s en la R e y n a y las dudas en e l C a r d e n a l . T r e s meses t e n i a Juana á su d i s p o s i c i ó n para c o m e t e r a q u e l r o b o , a q u e l c r i men ; tres meses en que p o d í a n m u y bien m a d u r a r los f r u t o s p a r a que ella pudiera c o g e r l o s . Juana v o l v i ó á casa de M r . R o b a n q u i e n l e p r e g u n t ó c ó m o habia s o l tado tales prendas l a R e y n a para acallar las exigencias de los j o y e ros. la M a d . de L a M o t t e c o n t e s t ó q u e R e y n a h a b i a t e n i d o confianza e n T. Mili. 5 62 E L COI L A R e l l o s , y que l e s habia recomcudado e l s e c r e t o ; que una R e y n a que paga tiene m u c h a necesidad de ocull a i s e j p e r o que m n c b a m a y o r es esl a p r e c i s i ó n cuando p i d e plazos y crédito. E l C a r d e n a l c o n o c i ó que tenia raz ó n , y se l o dijo , p r e g u n t á n d o l e ademas si l a R e y n a se acordaba todav í a de sus buenos deseos. J u a n a l e p i n t ó de t a l modo el a g r a d e c i m i e n t o d é l a Heyna , que M r . de R o b a n se e n t u s i a s m ó mas como g í í l a n que como s u b d i t o , y con mas orgullo i u c afccto. Juana conduciendo esta conversación ?1 objeto que ella se babia p r o puesto , l a t e r m i n ó y r e s o l v i ó v o l verse á su casa , abocarse c o n uu c o m c r c i a u t e en piedras , V e n d e r hasla cien m i l escudos e n diamantes, y fdgFirse á I n g l a t e r r a ó á Rusia , p a i ses l i b r e s , e n los que p o d i a v i v i r 'ricamente cou esta c a n t i d a d , d u r a n te cinco ó seis a ñ o s , a l cabo d e los DE L A RETÍN A . 65 cuales, sin que nadie la i n c o m o d a se , p o d r í a v e n d e r con g r a n v e n t a j a y poco á poco , los d e m á s d i a m a n tes. Pero nada s a l i ó á m e d i d a de su deseo , p o r q u e apenas e n s e ñ ó los primeros d i a m a n t e s á dos i n t e l i g e n tes, las m i r a d a s de e s t o s , su s o r presa y sn r e s e r v a la e s p a n t a r o n . Uno ofrecia m u y poco , y e l o t r o se estasiaba delante de aquellas p i e dras , d i c i e n d o que no h a b i a v i s t o otras semejantes , á no ser en el c é l e b r e c o l l a r de Eoebemer y Bossauge. Juana se d e t u v o : u n paso mas la h u b i e r a p e r d i d o . C o n o c i ó que u n a imprudencia en caso semejante era la r u i n a y que la Pveyna era el p i lorí ó l a p r i s i ó n p e r p e t u a . G u a r d a n do en e l sitio mas r e c ó n d i t o a q u e llos d i a m a n t e s , r e s o l v i ó p r o v e e r s e de armas defensivas t a n s ó l i d a s y de de armas ofensivas t a n aceradas, q u e todos los o b s t á c u l o s quedasen ve11- 64 EL COLLAR cidos casi antes de presentarse en la liza. V i v i r e n t r e los deseos del Card e n a l , q u i e n s i e m p r e andarla indagando , y l a i n d i s c r e c i ó n de l a Reyna que se j a c t a r i a s i e m p r e de haber desechado l a idea d e l c o l l a r , era un p e l i g r o t e r r i b l e ; solo con que l a Reyn a v e l C a r d e n a l p u d i e s e n hablarse u n a p a l a b r a b a s t a r í a p a r a que todo se d e s c u b i i e s e . Juana se tranquilizó u n p o c o a l pensar que e l Card e n a l , enamorado de l a Reyna, t e n d r i a , como todos los enamorados u n a v e n d a en los ojos , y que por c o n s i g u i e n t e caeria en todos los lazos que l e tendiese l a astucia bajo la sombra del amor. P e r o era menester que u n a ma" no h á b i l p u s i e r a a q u e l lazo de tal m o d o que ambos cayesen en é l ; era m e n e s t e r que si l a R e y n a descubría e l r o b o , no se a t r e v i e r a á quejarse , y que si e l C a r d e n a l denunciab a á l a d e t e n t a d o r a , t u v i e r a p o r se- DE L A REYNA. 65 gura y c i e r t a su p r o p i a p é r d i d a ; y en fin, era menester que a q u e l g o l pe fuese m a e s t r o , p o r q u e los dos adversarios t e n í a n p o r suya toda u n a galería. Juana no r e t r o c e d i ó : era u n a de esas raugeres i n t r é p i d a s que l l e v a n el m a l hasta e l h e r o i s m o , y e l b i e n hasta la m a l d a d . Desde a q u e l m o m e n to no p e n s ó mas que en una cosa ; en i m p e d i r que se viesen y h a b l a sen la R e y n a y e l C a r d e n a l . M i e n t r a s Juana se hallase p r e s e n te , nada se p e r d e r í a : p e r o si á espaldas suyas se decian una sola p a labra echaban p o r t i e r r a toda l a suerte f u t u r a de J u a n a . — N o v o l v e r á n á v e r s e , dijo : n o se h a b l a r á n j a m á s . Sin e m b a r g o , a ñ a d í a ; el Cardenal q u e r r á v o l v e r á v e r á l a E e y n a , y p r o c u r a r á efectuarlo. N o esperemos á que l o p r o c u r e por s í ; i n s p i r é m o s l e ese p e n s a m i e n to. Que desee v e r l a ; que l o m a n í - G6 EL COLLAR ñ e s t e ; que se c o m p r o m e t a manifestándolo. Si ; p e r o ¿ y si solamente él se .compromete ? Y este p e n s a m i e n t o l a p o n i a en dolorosa perplegidad. — N o c o m p r o m e t i é n d o s e mas que él , l a R e y n a tiene consigo su socorro; ¡ y h a b l a tan r e c i o . . . . . se d e j a r á l l e v a r de su c a r á c t e r y ! sabe de t a l m a n e r a ai r a n e a r l a máscara á l a ficción. S i M r . de R o b a n se c o m p r o m e te p o r l a R e y n a , estoy casi segura de q u e l a K'eyoa se c o m p r o m e t e r á p o r causa de M r . de R o b a n . | O b ! Per o q u e s e r á de raí si se a p r o x i m a n estos dos s é r e s , t a n interesados en desc u b r i r el secreto. Juana r e t r o c e d i ó ante la enorme r o c a que e l l a m i s m a s u s p e n d í a sob r e su cabeza. ¡ V i v i r a s í , t e m b l a n d o , a n g u s t i a d a , o p r i m i d a por l a persp e c t i v a de semejante caida ! e r a cosa terrible. DE L A RETJNA. 67 Mas, c ó m o e v i t a r aquella a n g u s tia? ¡ P o r m e d i o de l a f u g a ! ¡ P o r el d e s t i e r r o ! ¡ T r a s p o r t a n d o á u n pais estranjero los diamantes d e l c o llar de l a R e y na ! ¡ H u i r ! no era d i ñ c i l : u n a b u e na sdla de posta se tiene en diez h o ras, en e l espacio de u n s u e ñ o feliz de M a r í a A n t o n i e t a , en e l i n t e r v a l o de una c o m i d a de amigos d e l C a r d e nal, y su desayuno d e l siguiente d i a . Que se estienda e l c a m i n o á l a v i s ta de J u a n a , que ofrezca su piso y sus i n t e r m i n a b l e s recodos á las h e r raduras de los fogosos caballos: esto basta p a r a que Juana se vea l i b r e , sana y salva en diez h o r a s . — Pero , j q u é escándalo , q u é v e r g ü e n z a ! D e s a p a r e c e r , aun l i b r e ; en seguridad, pero proscripta I Juana no s e r á y a u n a m u g e r , u n a d a m a p r i n c i p a l , sino una l a d r o n a , una c o n t u m a z , á q u i e n la j u s t i c i a no a l c a n za , y sin embargo l a s e ñ a l a ; á q u i e n 68 E L COLLAR e l h i e r r o d e l v e r d u g o no abrasa con su m a r c a , p o r q u e e s t á demasiado l e j o s , y ,TIO obstante l a destroza y d e v o r a la o p i n i ó n p ú b l i c a . N o , no h u i r á . E l c o l m o de la audacia y e l c o l m o de l a habilidad son como las dos cimas d e l Atlas semejantes á los gemelos de l a tierr a : uno conduce a l o t r o ; los dos son iguales en v a l o r ; q u i e n ve á uno ve á los dos ¿ Q u é h a c e r ? P a r a que l a R e y na no pueda acusar es menester que no pueda a b r i r l a b o c a ; para cerrar esa boca n o b l e y animosa es menester c o m p r i m i r sus resortes c o n l a i n i c i a t i v a d é una a c u s a c i ó n . N a d i e se a t r e v e á d e n u n c i a r a n te u n t r i b u n a l á u n c r i a d o p o r hab e r c o m e t i d o u n r o b o , si este c r i a do puede acusarle y c o n v e n c e r l e de u n d e l i t o t a n deshonroso como el robo. Juana d e t e r m i n ó t e n e r audacia y DE L A REYNA. 69 quedarse , a u n q u e c o n v e n c i d a de l a i m p o s i b i l i d a d de c r e a r e n t r e e l C a r denal y l a R e y n a u n t e r r o r s o l i d a rio , e l dia en que uno ú o t r o de ellos conociese que se h a b í a c o m e t i do u n r o b o en su i n t i m i d a d . Juana se babia p r e g u n t a d o c u á n to p o d r i a n v a l e r l e en dos a ñ o s e i favor de l a R e y n a y e l a m o r d e l C a r denal , y v a l u ó la r e n t a de estas dos felicidades en q u i n i e n t a s ó seiscientas m i l l i b r a s , pues Sabia q u e , e n pos de e l l a s , e l fastidio , l a d e s g r a cia y el abandono h a r i a n espiar el f a v o r , l a boga y las satisfacciones. — G a n o c u m i p l a n , se d i j o , setecientas ú ochocientas m i l l i b r a s . Ya se v e r á c o m o a q u e l l a a l m a p r o f u n d a se p e r d i ó en l a t o r t u o s a senda , que d e b í a c o n c l u i r con la v e r g ü e n z a p a r a ella , y con l a desesperación p a r a los o t r o s . — P e r m a n e c e r en P a r í s , r e a s u m i ó la condesa, mantenerme firme en 70 E L COLLAR p r e s e n c i a d e l juego de los dos actor e s ; no p e r m i t i r que representen o t r o p a p e l que el que á m i s intereses c o n v e n g a ; escoger e n t r e los m o m e n t o s favorables e l mas propicio p a r a la f u g a , b i e n sea u n a comisión c o n f e r i d a p o r l a m i s m a R e y n a , bien u n a v e r d a d e r a desgracia que baga nat u r a l el a l e j a m i e n t o ; i m p e d i r toda com u n i c a c i ó n d e l C a r d e n a l con Maria A n t o n i e t a , be a q u i la g r a n d i f i c u l t a d ; p o r q u e M r . de R o b a n e s t á enamor a d o , p o r q u e es p r í n c i p e , porque t i e n e derecbo de e n t r a r en palacio m u c b a s veces a l a ñ o , y p o r q u e la R e y n a , c o q u e t a , á v i d a de bomenages, y r e c o n o c i d a p o r ol'-a p a r t e al C a r d e n a l , no e s q u i v a r á á este su p r e sencia s i é l l a b u s c a . — P e r o los a c o n t e c i m i e n t o s s u m i n i s t r a r á n los medios de separar á t a n augusto p c r s o n a g e , y a y u d a r e mos á los a c o n t e c i m i e n t o s . N a d a ser i a t a n acertado n i t a n d i e s t r o como escitar en l a K e y n a e l o r g u l l o que DE LA REVNA. 71 corona á Ja castidad ; n o h a y d u d a que alguna i n s i n u a c i ó n algo v i va d e l Cardenal ofenderla á l a m u g e r , a l t a nera , delicada y s u s c e p t i b l e ; las d a nias parecidas a' la R e y n a apetecen los homenages , p e r o t e m e n y r e c h a zan ios ataques. S í : e l m e d i o es i n f a l i b l e ; a c o n sejando á M r . de U o b o n que se d e clare , se v e r i f i c a r á en e l e s p í r i t u de M a r í a A n l o n i e t a u n s e n t i m i e n t o de d i s g u s t o , de a n t i p a t í a , que alej a r á para s i e m p r e , no a l p r í n c i p e de la p r i n c e s a , sino a l h o m b r e de la m u g e r , a l v a r ó n de la b e m b r a . De este modo h a b r á armas c o n t r a el C a r d e n a l , cuyas m a n i o b r a s q u e d a r á n paralizadas el g r a n dia de las hostilidades. H á g a s e , p u e s ; p e r o con I m c e r que e l C a r d e n a l sea a n t i p á t i c o á l a R e y n a , solo se trabaja c o n t r a é l , se deja b r i l l a r la v i r t u d de l a R e y n a ; es d e c i r , se p e r m i t e desahogo á esta princesa , y aquella l i b e r t a d de l e n - 72 E L COLLAR guaje que f a c i l i t a toda a c u s a c i ó n conc e d i é n d o l e e l peso de la m a y o r autoridad. L o qne se necesita es u n a p r u e ba c o n t r a M r . de R o b a n y contra la R e y n a , una espada de dos fdos, qne h i e r a a' derecba é i z q u i e r d a , y que c o r t e a l sacarla de l a v a i n a . L o que yo q u i e r o es u n a acusac i ó n que baga p a l i d e c e r á la R e y na , que baga a v e r g o n z a r s e a l C a r denal , y que u n a v e ¿ acreditada , deje l i b r e de toda sospecba á Juana, confidente de los dos p r i n c i p a l e s c u l pables ; l o que q u i e r o es una c o m • b i n a c i o n , con l a c u a l pueda p a r a p e t a r m e y decir en su dia : « N o m e a c u s é i s , ú os a c u s o ; no me p e r d a i s , pues de l o c o n t r a r i o os p i e r do ; dejadme l a f o r t u n a , y os dejo el b o n o r . » Esto m e r e c e buscarse , p e n s ó l a p é r f i d a condesa , y l o buscare': m i t i e m p o e s t á pagado desde b o y . E n e f e c t o , M a d . de L a M o t t e se DE sepultó mediatos el sol. en sus á la LA REYNA. cómodos ventana /0 cogines abrasada inpor 71 E l . C.OU.AR LA CAUTIVA- i w J i i e n t r a s que l a condesase h a l l a ba entregada á estas meditaciones, u n a escena de d i s t i n t o g é n e r o pasa-* ba en l a c a l l é de San C l a u d i o , en f r e n t e de la casa habitada p o r Juana. Y a se a c o r d a r á e l l e c t o r de que M r . de C a g l i o s t r o habia instalado en e l a n t i g u o edificio de B á l s a m o á l a fugitiva O l i v a , perseguida por la pol i c í a de M r . de C r o s n e . PE L A RF.YNA. i.0 La señorita Oliva , sumamente i n quieta, habia aceptado con ansia aquella ocasión de huir , tanto de la policia como de Beausire : vivia, pues, retirada , oculta y temblando en aquella morada misteriosa , que habia presenciado tantos dramas terribles, mucho mas terribles que la aventura tragi-cómica de la señorita N i colasa Legay. Cagliostro la habia rodeado de cuidados y de comodidades , y ella no podia menos de considerarse feÍU al vei se protegida por aquel gran señor , que nada pedia , aunque parecía esperar mucho. ¿ Y q u é -era lo que esperaba ? H é aquí lo que se preguntaba inútilmente nuestra reclusa. Para la señorita Oliva , M r . de Cagliostro, aquel hombre que habia domado á Beausire y vencido á los agentes de policía , era un dios salvador. También debia ser un amante muy amartelado, supuesto que se 76 E l i COLLAR p o r t a b a con el m a y o r respeto. P o r q u e es p r e c i s o conocer que el a m o r p r o p i o de O l i v a no le perm i t i a de que C a g l i c s t r o t u v i e s e acerca de ella otras m i r a s que l a de c o n v e r t i r l a a l g ú n dia en q u e r i d a suya, Es u n a v i r t u d p a r a las mugeres q u e c a r e c e n d e todas e l c r e e r que pueda a m á r s e l a s respetuosamente; el c o r a z ó n que no c u e n t a con el amor, y con e l r e s p e t o que e l a m o r inspira, es u n c o r a z ó n seco, desgarrado, muerto. O l i v a c o m e n z ó p o r lo tanto á f o r m a r c a s t i l l o s en e l a i r e en su mans i ó n de l a c a l l e de San C l a u d i o , c a s t i l l o s q u i m é r i c o s , en que e l pob r e Beausire , p r e c i s o es confesarl o , r a r a vez e n c o n t r a b a u n asilo. C u a n d o p o r l a m a ñ a n a , adornada c o n todos los atavios que Cagliost r o b a b i a amontonado en sus gabinetes , b a c í a e l p a p e l de g r a n s e ñ o r a , y repasaba las diversas a c t i t u d e s del de C e l i m i n e s , solo v i v i a p a r a aqtie- DE LA REYNA. 77 Ha h o r a en que C a g l l o s t r o se p r e sentaba dos veces cada semana p a ra i n f o r m a r s e de l a r e s i g n a c i ó n c o n que su p r o t e g i d a mataba e l t i e m p o . E n t o n c e s aquella p o b r e c r i a t u r a , ofuscada p o r e l l u j o i n t e l i g e n t e que reinaba en los salones , se confesaba á sí misma que todo en su v i d a pasada habia sido d e c e p c i ó n y e r r o res , ios cuales desmentian la aserción d e l m o r a l i s t a : « L a v i r t u d constituye la felicidad.» E l l a decia: « L a felicidad c o n s t i t u y e necesariamente l a virtud. P o r desgracia faltaba en l a c o m posición de aquella d i c h a u n e l e mento indispensable p a r a que fuese durable. O l i v a era f e l i z , p e r o se f a s t i diaba. N i los l i b r o s , n i los cuadros, n i los i n s t r u m e n t o s de m ú s i c a l a h a b i a n d i s t r a í d o c o m p l e t a m e n t e : los l i b r o s no eran bastante l i b r e s p a r a ella , ó los que l o eran h a b i a n quedado y a i . TIII 6 78 E L COLLAR devorados m u y p r o n t o : los cuadros s i e m p r e nos d i c e n una m i s m a cosa, d e s p u é s de h a b e r l o s examinado por p r i m e r a v e z . A d v i é r t a s e que esteno es j u i c i o n u e s t r o , sino de O l i v a . En cuanto á los i n s t r u m e n t o s de músic a , solo p r o d u c e n u n g r i t o , y nunca u n a v o z , en manos d e l i s n o r ant e que los toca. Forzoso es d e c i r que O l i v a no f a r d ó en a b u r r i r s e c r u e l m e n t e de su p r o p i a d i c h a , y muchas veces recoi'" d o , anegada en l l a n t o , aquellas deliciosas y cortas madrugadas transcurr i d a s en la v e n t a n a de l a calle Danp h l n e , cuando, magnetizando l a calle con sus m i r a d a s , h a c i a que cuantos pasaban levantasen l a cabeza. ¡ Y q u é hermosos paseos p o r el b a r r i o de San G e r m á n , cuando el gracioso c b a p i n elevaba sobre sus talones de dos pulgadas aquel pie de v o l u p t u o s a c o m b a d u r a ! ¡Cuando cada paso de l a b e l l a era u n verdadero t r i u n f o , y a r r a n c a b a á los in- DE L A R E Y N A . 79 teligentes u a g r i t o , y a de t e m o r a l verla deslizarse l i g e r a , ya de d e seo a l c o n t e m p l a r d e s p u é s d e l p u lido p i e l a b i e n torneada p i e r n a ! Esto es l o que. pensaba l a c a u t i va N i c o l a s a . V e r d a d es que los agentes d e l s e ñ o r t e n i e n t e de p o l i c i a e r a n t e m i b l e s , y que e l h o s p i t a l , donde las mageres se c o n s u m e n en u n a p r i s i ó n s ó r d i d a , no p o d i a c o m p a r a r se con l a c á r c e l e ñ m e r a y espléndida de l a c a l l e de San C l a u d i o . Pero ¿ de q u é l e s e r v i a e l ser m u g e r y c a p r i c b o s a , si no le era p e r m i t i do rebelarse cuando q u e r i a c o n t r a e l b i e n , p a r a c o n v e r t i r l o en m a l , a u n cuando fuese en s u e ñ o s ? P o r o t r a p a r t e , todo aparece de color m e l a n c ó l i c o a l que se a b u r r e , y N i c o l a s a e c h ó de menos á B e a u sire , d e s p u é s de haber echado de menos su l i b e r t a d . Confesamos que nada h a cambiado en e l m u n d o de las m u g e r e s , desde e l t i e m p o en que las hijas de J u d á , i b a n á l a 80 I L COLLAR m o n t a ñ a , e l d i a antes de su mat r i m o n i o , á l l o r a r su v i r g i n i d a d . H e m o s llegado a l dia de l u t o y de a b a t i m i e n t o en que O l i v a , privada de toda s o c i e d a d , de toda com u n i c a c i ó n , e n t r a b a , d e s p u é s de dos semanas, en e l p e r i o d o mas triste de su f a s t i d i o . D e s p u é s de h a b e r i agotado todos los r e c u r s o s , no a t r e v i é n d o s e á sal i r n i á asomarse á las ventanas, empezaba á p e r d e r e l a p e t i t o mater i a l ; p e r o no e l de l a i m a g i n a c i ó n , e l c u a l , p o r e l c o n t r a r i o , iba en aumento, con arreglo a la disminuc i ó n que e l o t r o s u f r í a . E n a q u e l m o m e n t o de a g i t a c i ó n m o a l fue cuando r e c i b i ó l a visita , i n e r p e r a d a a q u e l d i a , de su p r o t e c tor8 Cagliostro. E n t r ó , s e g ú n su c o s t u m b r e , por l a p u e r t a baja d e l e d i f i c i o , d i r i g i é n dose p o r e l j a r d i n i l l o ú l t i m a m e n t e trazado en los p a t i o s p a r a l l a m a r en os postigos de l a h a b i t a c i ó n o c u p a - DE L A REYNA 81 da p o r O l i v a . C u a t r o golpes dados p o r i n t e r v a los iguales era l a s e ñ a l c o n v e n i d a entre ellos p a r a que l a j o v e n descorriese e l c e r r o j o que habia c r e i do deber e x i g i r como p r e n d a de seguridad e n t r e e l l a y u n h o m b r e p r o visto de l l a v e s . O l i v a no c r e i a que fuesen i n ú tiles las p r e c a u c i o n e s , p a r a c o n s e r v a r bien u n a v i r t u d que en ciertas ocasiones le pesaba demasiado. A l a s e ñ a l de C a g l i o s t r o t i r ó d e l cerrojo con una r a p i d e z que p r o b a ba l a necesidad que s e n t í a de t e n e r una c o n f e r e n c i a . V i v a como u n a c o s t u r e r a de P a rís , se a d e l a n t ó á r e c i b i r á su n o ble c a r c e l e r o , le a p r e t ó las m a n o s , mas b i e n p a r a p e l l i z c a r l e que p o r a c a r i c i a r l e , y con voz i r r i t a d a , r o n ca y b r e v e , le dijo : — C a b a l l e r o , me fastidio , me a b u r ro ; sabedlo. Cagliostro la m i r ó y m o v i ó lije- 82 EL COLLAR r a m e n t e l a cabeza. — ¡ Os f a s t i d i á i s ! c o n t e s t ó cerrando la p u e r t a . ¡ O h querida n i ñ a ! ese es u n m a l m u y p i c a r o . — A q u i m e c o n s u m o , m e muero. — ¿ D e veras ? — S í ; y me acosan malos pensamientos. — V a m o s , vamos , dijo e l conde a p a c i g u á n d o l a , como l o h u b i e r a hec h o con u n p e r r i t o f a l d e r o : si no e s t á i s b i e n a q u í , no me e c h é i s á m í l a c u l p a , sino e l s e ñ o r t e n i e n te de p o l i c í a , que es v u e s t r o enemigo. — M e e x a s p e r á i s c o n v u e s t r a sang r e f r i a , c a b a l l e r o , dijo O l i v a . Mas q u i e r o p r e s e n c i a r v u e s t r a c ó l e r a que ser objeto de semejantes z a l a m e r í a s , pues p o s e é i s los medios de t r a n q u i l i z a r m e , y esto m i s m o me v u e l v e l o c a de r a b i a . — Confesad, señorita, que sois injusta , r e s p o n d i ó Cagliostro s e n t á n dose lejos de e l l a , con u n a afecta- DE L A KEV'NA. 85 clon de respeto ó de Indiferencia que tan bien le f a v o r e c i a respecto á Oliva. — H a b l á i s perfectamente , dijo e l l a , porque vais, v o l v é i s y r e p i r a i s ; p o r que v u e s t r a v i d a se compone de p l a ceres qne s a b é i s elegir , a l paso que yo vejeto es e l espacio á que me h a béis r e d u c i d o , yo no r e s p i r o , yo tiemblo. Os p r e v e n g o , pues, cab a l l e r o , que v u e s t r a p r o t e c c i ó n me es i n ú t i l , si no m e i m p i d e m o rir. — ¡ M o r i r v o s ! dijo e l conde sonrie'ndose : ; V a y a , v a y a ! — Os r e p i t o que os p o r t á i s m u y mal c o n m i g o , y que h a b é i s o l v i d a do que amo p r o f u n d a y apasionadamente á alguna persona. — ¿ A M r . Beausire ? — S í , á B e a u s i r e : le a m o , y creo que nunca os l o he o c u l t a d o : s u pongo que no os h a b r é i s figurado que lo olvidaria. — T a n poco me l o he figurado, 8t EL COLLAR s e ñ o r i t a , que he hecho grandes esfuerzos p o r teuer noticias s u y a s , y os las t r a i g o . — i A h ! esclamó Oliva. — M r . Beausire, prosiguió Cag l i o s t r o , es u n escelente mozo. — Por supuesto, o b s e r v ó Oliva, que no veia e l p u n t o a que se la conducía. — J ó vea y h e r m o s o . — ;, V e r d a d que s í ? — D e grande i m a g i n a c i ó n . — Y m u c h o fuego algo b r u t a l para m í p e r o , q u i e n b i e n te q u i e r e te liara' l l o r a r . — H a b l á i s como u n l i b r o de o r o ; t e n é i s t a n t o v a l o r como t a l e n t o , y t a n t o t a l e n t o como b e l l e z a ; y como y o conozco esto m i s m o , como me i n t e reso en el b u e n é x i t o de los amores de mis semejantes, l o c u a l es m i mas f u e r t e m a n í a , he pensado en acercaros á M r . Beausire, — Pues no teniais semejante idea hace u n m e s , dijo O l i v a sonriendo- BE LA REYNA. 85 se con c i e r t o embarazo, — Escuchad, querida m í a : cualquier h o m b r e galante que ve á u n a joven b o n i t a , p r o c u r a a g r a d a r l a , si está l i b r e de c o m p r o m i s o s , como á mí me sucede. S i n e m b a r g o , d e b é i s convenir en que . si algo os he manifestado , h a sido p o r poco t i e m p o ^ ¿eh"? — Es c i e r t o , r e p l i c ó O l i v a en e l mismo tono : vuestros obsequios h a n durado á l o mas u n c u a r t o de h o r a . — E r a m u y n a t u r a l qLie y o desistiese de m i s pretensiones a l c o n o cer l o m u c h o que a m á i s á M r . B e a u sire. — V a m o s , no os b u r l é i s de raí. — D e n i n g u n a m a n e r a : h a b é i s sabido r e s i s t i r t a m b i é n . . . — ¡ O h ! eso s i , r e p l i c ó O l i v a , sumamente satisfecha p o r h a b e r sido sorprendida en flagrante d e l i t o de r e sistencia ; s í , s í , confesad que os he r e s i s t i d o . •—Era u n a consecuencia de vues- 86 EL COLLAR í r o a m o r , dijo C a g l i o s t r o c o n m u cha flema. — E s o q u i e r e d e c i r que e l vuest r o , r e p a s o O l i v a , uo era muy tenaz. ~ N o soy bastante viejo n i bast a n t e p o b r e p a r a s o b r e l l e v a r con paciencia los percances de una d e r r o ta ó de u n desprecio , s e ñ o r i t a ; siemp r e m e h u b i e r a i s pospuesto á mons i e u r B e a u s i r e ; l o he conocido á t i e m p o , y he tomado m i partido. — ¡ O h ! N a d a de e s o , o b s e r v ó l a c o q u e t a , nada de eso: p o r q u e la famosa a s o c i a c i ó n que me h a b é i s pro p u e s t o , e l d e r e c h o de o f r e c e r m e el b r a z o , e l de v i s i t a r m e , e l de gal a n t e a r m e en toda r e g l a , ¿ n o revel a n p o r v e n t u r a u n resto de esperanza ? Y a l p r o n u n c i a r estas palabras abrasaba l a p é r f i d a con sus m i r a d a s , p o r l a r g o t i e m p o celosas, a l i n t e r l o c u t o r , que habla l l e g a d o sin duda á caer en sus redes. D E L A RE VIVA. 87 — Lo c o n f i e s o , dijo C a g l l o s t r o , tenéis u n a p e n e t r a c i ó n á l a c u a l n a da r e s i s t e . A l m i s m o t i e m p o finjió que c e r raba los ojos p a r a no quedar h e c h o ceiñzas p o r las l l a m a s que a r r o j a b a n las m i r a d a s de O l i v a . — O c u p é m o n o s de Beansire , dijo esta, r e s e n t i d a de l a i n m o v i l i d a d del conde. ¿ < 5 " é hace ? ¿ D ó n d e está este b u e n amigo ? M i r á n d o l a entonces C a g l i o s t r o con un resto de t i m i d e z , c o n t e s t ó : — Y a os he d i c h o que deseaba r e u nlros á é l . — N o . no me h a b é i s hablado de semejante cosa; mas y a que m e lo i n s i n u á i s . l o tengo p o r d i c h o . Proseguid. ¿ P o r q u é no l e h a b é i s traido ? Eso ^seria o b r a r c a r i t a t i v a mente , p o r q u e a l fin es l i b r e , y . . . — P o r q u e M r . Beausire , r e s p o n d i ó Cagliostro s i n ciudarse de l a i r o n í a , es como v o s ; q u i e r o d e c i r , que p o - 88 EL COLLAR see m u c h o t a l e n t o , y tiene también p e n d i e n t e c i e r t o asunto c o n l a policía. — (El también! e s c l a m ó Oliva p a l i d e c i e n d o , p o r que empezaba á conocer l a v e r d a d . — S í , r e p l i c ó C a g l i o s t r o con cortesanía. — ¿ P u e s ; que' ha hecho? m u r m u r ó la j ó v e n . — U n a ingeniosa p i c a r d i h u e l a ; un g o l p e v e r d a d e r a m e n t e a d m i r a b l e ; per o las gentes cachazudas, como M r . de C r o s n e , p o r e j e m p l o , qne es h o m b r e obtuso , si los h a y , l l a m a n á l o que ha h e c h o u n r o b o . — ¡ U n r o b o ! g r i t ó O l i v a asustada. ¡ D i o s m i ó ! — IVluy b o n i t o p o r c i e r t o ; l o cual p r u e b a que á M r . Beausire l e gus t a n las cosas buenas. — Señor... señor... pero, ¿está preso ? — N o , pero le buscan. — ¿ M e j u r á i s que no e s t á p r e - DE L A REYNA, 89 so y que no c o r r e e l m e n o r peligro ? — P u e d o j u r a r o s que se h a l l a a l presente en l i b e r t a d j mas en c u a n to á l a segunda p a r t e , nada p u e d o aseguraros. Ya c o n o c é i s , q u e r i d a n i ñ a , que cuando designan u n h o m bre á la p o l i c í a , esta le s i g u e , ó al menos t r a t a de s e g u i r l e , y si se presenta en p ú b l i c o M r . Beausire , con su a r r o g a n t e figura y sus c o n o cidas prendas , sera m u y fa'cil q u e llame l a a t e n c i ó n de los l e b r e l e s . Pensad , p u e s , en l a buena pesca que se p r o p o r c i o n a r l a c o n é l M r . de Crosne: en p r i m e r l u g a r , si c e je á M r . Beausire, os c o j e a v o s j en segundo , si os echa a vos e l g u a n te se l o echa t a m b i é n á M r . B e a u sire. S í , s í ; es p r e c i s o que se o c u l t e b i e n , y y o q u i e r o hacer l o m i s m o ; ¡ o h , c a b a l l e r o ! alejadme de F r a n cia ; no me n e g u é i s este f a v o r , p o r que y a c o n o c é i s que encerrada , o p r i - 90 EL COLLAR m i d a a q u í , no p o d r é t a l vez resist i r a l deseo de c o m e t e r e l d i a menos pensado a l g u n a i m p r u d e n c i a . — A q u é l l a m á i s imprudencia, querida mia ? — A dejarme v e r , á procurarme aire. — N o e x a g e r é i s las cosas, pues ya e s t á i s m u y p á l i d a , y acabareis p o r p e r d e r v u e s t r a preciosa salud, l o c u a l s e r á causa de que M r . Beausire no os ame. T o m a d p o r l o tant o todo e l a i r e que os convenga, y d i v e r t i o s con v e r pasar á l a gente. — ¡ V a m o s ! Ya veo que estáis enojado c o n m i g o , y que t a i n b i e n |Vais á a b a n d o n a r m e . ¿ O s c a n s o , os i n comodo t a l vez ? — ¡ E s t á i s l o c a ! ¿ P o r q u é me hab é i s de i n c o m o d a r , c o n t e s t ó Caglios* t r o c o n g l a c i a l acento. — P o r q u e . . . . u n h o m b r e que manifiesta t e n e r afición á u n a m u g e r ; u n h o m b r e de c o n s i d e r a c i ó n como YOSJ u n c a b a l l e r o t a n apuesto como DE L A REYNA. 91 vos lo sois, tiene el derecho de i r r i t a r se cuando se ve c o n t r a r i a d o en sus gustos p o r una loca como y o . ¡ Ala ! no me a b a n d o n é i s ; no me p e r d á i s ; no me m i r é i s con o d i o . . . . Y l a j o v e n , t a n asustada e n t o n ces como p r o v o c a d o r a h a b i a estado antes , e n t r e l a z ó su brazo a l de Cagliostro. — ¡Pobrecilla! dijo este i m p r i miendo u n casto beso en l a f r e n t e de O l i v a . ¡ Q u é miedo t i e n e ! N o t e n g á i s t a n mala o p i n i ó n de m i , h i j a m i a : os h a b é i s v i s t o en p e l i g r o , y os he sacado de é l : abrigaba c i e r t a idea respecto á vos he' a q u i t o do. N i yo os profeso e l m e n o r r e n cor , n i vos me d e b é i s e l mas p e q u e ñ o r e c o n o c i m i e n t o ; y o he o b r a do p a r a m i p r o v e c h o , y vos p a r a e l vuestro conque estamos en paz. — ¡ O h , caballero! ¡ C u á n t a bond a d ! ¡ C u a n generoso sois! Y O l i v a e c h ó los dos b r a z o s , en vez de uno s o l o , a los b o m b ó o s de 92 EL COLLAR Cagliostro. P e r o « l i r á n d o l a este con su calma h a b i t u a l , l e d i j o : — Y a veis , pues , O ' i v a , que si a h o r a me ofrecieseis v u e s t r o amor, "yo.... '7*;^ ' ^ y/* ; * — ¡ Q u é ! . . . e s c l a i n ó ella r u b o r i zándose. — Si ahora me ofrecie'seis losenc a n t o s de v u e s t r a amable persona, yo m e n e g a r l a á a c e p t a r l o s , porque solo anhelo i n s p i r a r sentimientos verdaderos , p u r o s y exentos de todo i n t e r é s . Me h a b é i s c r e i d o e g o í s t a , y e s t á i s bajo m i d e p e n d e n c i a ; os c o n s i d e r á i s obligada , y y o os verla mas agradecida que sensible, mas t í m i d a que amante ; q u e d é m o n o s com o estamos , y a q u e en e l l o c u m p l o v u e s t r o s deseos y m e adelanto á v u e s t r a delicadeza. O l i v a d e j ó caer sus hermosos brazos , y se a l e j ó avergonzada , c o n f u n d i d a p o r a q u e l l a generosidad de C a g l i o s t r o con l a c u a l no habia con* DE L A REYNA. 95 tado. — D e modo , m i q u e r i d a O l i v a , dijo e l c o n d e , que hemos c o n v e n i do en que me m i r é i s como u n a m i go, en que t e n d r é i s en raí l a m a y o r confianza: s e g u i r é i s ocupando esta c a sa , y s i e m p r e e s t a r á n m i b o l s i l l o y m i crédito á vuestra disposición. — Y siempre d i r é , añadió Oliva , que en este m u n d o hay h o m b r e s m u y superiores á todos cuantos h e c o n o cido. P r o n u n c i ó estas p a l a b r a s con u n encanto y d i g n i d a d t a n n o t a b l e s , que q u e d a r o n grabadas en aquella a l m a de b r o n c e , c u y o c u e r p o se habia l l a mado en o t r o t i e m p o Bálsamo. — T o d a s las mugeres son buenas, d i j o , cuando se les toca en l a c u e r da q u e c o r r e s p o n d e a l c o r a z ó n . Y a c e r c á n d o s e á la joven, p r o siguió: —Desde h o y h a b i t a r e i s e l ú l t i m o piso de esta casa, que es h a b i t a c i ó n compuesta de t r e s p i e z a s , d i s t r i b u i d a s T. T i n 7] 94 E L COLLAR en f o r m a de o b s e r v a t o r i o , sobre el b o u l e v a r d y l a c a l l e de san Claudio: las v e n t a n a s caen á M e n i l m o n t a n y á B e l l e v i l l e . P o d r á n v e r o s algunas p e r s o n a s ; p e r o nada t e m á i s , porque son vecinos p a c í f i c o s , g e n t e honrad a , sin r e l a c i o n e s , y s i n sospechar l o que sois ó l o q u e p o d é i s ser. Dejad q u e o s ' V e a n , aunque s i n manifeslar o s demasiado , y sobre todo s i n espon e r o s á las m i r a d a s de los trans e ú n t e s , p o r q u e los l e b r e l e s de M r . de Crosoe suelen r o n d a r p o r l a cal l e de san C l a u d i o . A H I , a l menos d i s f r u t a r e i s de u n sol magnifico. O l i v a se puso á p a l m e t e a r alegremente. ' — ¿ Q u e r é i s q u e os conduzca a la b a b i l a c i o n ? dijo C a g l i o s t r o . — ¿ A hora mismo ? — S i n d u d a ; c u a n t o antes mejor. ¿ N o os agrada ? O l i v a m i r ó p r o f u n d a m e n t e á Cag l i o s t r o : u n a esperanza vaga p e n e t r ó DE LA REINA. 95 en su c o r a z ó n , ó mas b i e n e n su c a beza o r g u l l o s a y p e r v e r t i d a . — Vamos, contestó. E l conde c o g i ó u n f a r o l en l a a n t e c á m a r a , a b r i ó unas tras o t r a muchas p u e r t a s , y subiendo desp u é s vina escalera , l l e g ó , seguido de O l i v a , a l tecer piso y a l a p o sento que habia designado. O l i v a n o t ó que estaba d i s p u e s to y amueblado c o n elegancia. — ¡ C u a l q u i e r a d i r i a que me esperan a q u i ! e s c l a m ó a d m i r a d a . — N o á v o s , pero á m í s í , resp o n d i ó e l c o n d e ; p o r q u e me gusta la v i s t a que ofrece este p a b e l l ó n , y muchas veces paso en e'l la n o che. Las miradas de O l i v a se c u b r i e r o n de esas t i n t a s salvajes y f u l g u rantes que suelen notarse en los p á r oados de los gatos. U n a p a l a b r a i b a á desprenderse le sus l a b i o s ; p e r o C a g l i o s t r o no ie l a d e j ó p r o n u n c i a r , pues l e dijo-. 96 EL COLLAR - N a d a os f a l t a r á a q u i , y vuest r a d o n c e l l a v e n d r á d e n t r o de un c u a r t o de h o r a . Buenas n o c h e s , señorita. E n seguida d e s a p a r e c i ó , d e s p u é s de d i r i g i r á O l i v a u n p r o f u n d o sal u d o , c o r r e g i d o p o r u n a graciosa sonrisa. L a p o b r e c a u t i v a c a y ó consternada , desfallecida , en e l lecho que se veia p r e p a r a d o en u n a elegante alcoba. — N a d a c o m p r e n d o de todo cuanto me sucede, m u r m u r ó siguiendo con los ojos á a q u e l h o m b r e , verdaderamente incomprensible para ella. DE LA REYNA. 97 E L OBSERVATORIO. Oí i v a se a c o s t ó d e s p u é s de h a b e r se ido l a c a m a r e r a que l e habia e n viado C a g l i o s t r o . D u r m i ó poco, p o r q u e los pensamientos que h a b í a despertado en e l l a su c o n v e r s a c i ó n con e l conde , h i c i e - ' r o n que pasase una noche Uena de caprichosas imaginaciones y de i n quietudes s o ñ o l i e n t a s ; no e s t á u n o contento p o r m u c h o t i e m n o cuando 98 E L COLLAR es m u y r i c o , y e s t á m u y t r a n q u i l o d e s p u é s de h a b e r sido m u y pobre y de haberse h a l l a d o l l e n o de m i l y m i l agitaciones. O l i v a se c o m p a d e c i ó de Beausir e , v a d m i r ó a l conde , á q u i e n no c o m p r e n d i a : y a no c r e y ó que fuese t í m i d o , n i s o s p e c h ó que fuese i n sensible. T u v o m u c h o miedo de que viniese á p e r t u r b a r l a a l g ú n sílfido mientras d o r m i a , y el menor rumor q u e llegaba á sus oidos le p r o d u cia esa a g i t a c i ó n t a n conocida poj; toda h e r o í n a de n o v e l a que pasa la no- che en l a Torre del Norte. Con e l alba desaparecieron todos aquellos t e r r o r e s , que no dejaban de tener algunos e n c a n t o s . . . . Nosotros no tememos i n s p i r a r sospechas á M r . B e a u s i r e ; podemos a v e n t u r a r n o s a d e c i r que Nicolasa no v i o l l e g a r la h o r a de l a c o m p l e t a ,seguridad sin e s p e r i m e n t a r a l g ú n resto ó sombra de despecho c o q u e t o n . M a t i z i n c o m p r e n s i b l e p a r a todo p i n c e l que no DE L A REYNA. 99 ha trazado ]a firma de W a t e a u y para toda p l u m a que no l i a firmado Marivaux ó Grebillon (hijo). A s i que l l e g ó e l d i a se t o m ó l a l i b e r t a d de d o r m i r , saboreando l a v o l u p t u o s i d a d de o b s o r v e r e n s u floreciente alcoba los p u r p ú r e o s rayos del sol n a c i e n t e , y de v e r c o r r e r los p á j a r o s p o r e l t e r r a d o de aquel l a v e n t a n a , doude sus alas se r o zaban en agradable y d é b i l r u m o r con las hojas de los rosales y j a z mines. Ya era m u y t a r d e cuanda se l e v a n t ó : h a b r i a i pesado sobre sus p á r pados dos ó tres horas de s u a v í s i m o s u e ñ o , y h a l l á n d o s e mecida p o r e l r u m o r de l a gente en l a c a l l e , y las i m á g e n e s suaves d e l descanso, se s i n t i ó s i n e m b a r g o bastante f u e r t e p a r a buscar e l m o v i m i e n t o , sobrado f u e r t e p a r a p e r m a n e c e r en e l sosiego y en l a ociosidad. E n t o n c e s r e c o r r i ó todos los r i n cones de su n u e v a h a b i t a c i ó n , en l a 100 E L CCLtiAR que no h a b i a l o g r a d o h a l l a r aquel i n c o m p r e n s i b l e é i g n o r a n t e síllido n i n g u n a t r a m p a que l e llevase en t o r n o de su l e c b o batiendo las alas, y eso que los genios d e l a i r e , g r a cias a l conde de G a v a l i s , no habian p e r d i d o en a q u e l t i e m p o n i l a mas m í n i m a p a r t e de su Inocente r e p u t a ción. A q u e l c u a r t o , amueblado como p a r a que babitase a l l í u n a m u g e r , h a b i a s e r v i d o antes á u n h o m b r e . Alli se veia todo cnanto puede hacer agradable l a v i d a , y p r i n c i p a l m e n t e l u z y a i r e , esos dos elementos que c o n v e r t i r í a n los calabozos en j a r d i n e s , si e l aire y l a l u z lograsen p e n e t r a r a l g u n a vez en los calabozos. C o n m u c b o gusto d e s c r i b i r í a m o s l a a l e g r í a i n f a n t i l , es d e c i r , c o m p l e t a , con que O l i v a c o r r i ó a l t e r r a d o y se t e n d i ó sobre las losas e n t r e las flores y el musgo , como una c u l e b r a que sale de su n i d o , si no DE L A REYNA. 101 Ituviératnos que p i n t a r su a s o m b r o cada vez que e l menor m o v i m i e n t o le p r o p o r c i o n a b a u n n u e v o e s p e c t á culo. A l p r i n c i p i o , tendida como acaI bamos de d e c i r , con e l objeto de que no la viesen desde la c a l l e , m i ró p o r e n t r e los h i e r r o s d e l b a l c ó n las copas de los á r b o l e s de los b o u levares, las casas d e l b a r r i o P o p i n c o u r t , las chimeneas , cuyas olas d e siguales de h u m o s u b í a n p o r su d e re cb a. ^ A s i , i n u n d a d a p o r e l sol y c o n el oido atento al r u i d o de las c a r rozas y de los c o c h e s , no m u y c o munes en v e r d a d , p e r o que a l fin corrian p o r e l b o u l e v a r , estuvo sin moverse y l l e n a de a l e g r í a dos h o ras seguidas. Hasta so d e s a y u n ó con e l c h o colate que le s i r v i ó su camarera, y l e y ó una g a c e t a , antes de q u e se l e ocurriese la idea de m i r a r á l a calle. 102 EL COLLAR Era u n placer m u y peligroso. L o s corchetes de M r , de Crosn e , esos p e r r o s h u m a n o s que husm e a n e l v i e n t o echando l a nariz, al a i r e , p o d í a n v e r l a . ¿ Y no seria eso despertarse de u n modo espantoso y funesto d e s p u é s de h a b e r tenido t a n suave y d u l c e s u e ñ o ? P e r o , p o r m u y buena que fuese l a p o s i c i ó n h o r i z o n t a l , no podia d u r a r m u c h o t i e m p o . N i c o l a s a se lev a n t ó sobre u n codo. Entonces v i o ] a | hogueras de Men i l m o n t a n t , los grandes á r b o l e s del c e m e n t e r i o , los m i l l a r e s de casas que se estendian p o r l a cuesta desde ChaIvonne hasta los c e r r i l l o s de Chaum o n t en r a m i l l e t e s de v e r d u r a y sob r e los tajos de las escarpadas rocas, c u b i e r t a s de m a t o r r a l e s y espinosos cardos. E n todas p a r t e s , p o r los caminos (delgadas c i n t a s , que ondulaban p o r e l desigual t e r r e n o ) , p o r las sendas de las v i ñ a s , p o r las blancas DE LA EEYNA. 105 t r a v e s í a s , se v e i a n se'res v i v i e n t e s , i aldeanos t r a t a n d o sobre sus asnos, niños escardando l a t i e r r a , v i ñ e r o s poniendo los racimos a l sol. A q u e l l a rustiquez d e j ó encantada á N i c o l a sa , que h a b i a suspirado s i e m p r e por l a bermosa c a m p i ñ a de T a v e r n e y , desde que l a b a b i a dejado para satisfacer sus ardientes deseos de v e r á P a r í s . A c a b ó sin e m b a r g o p o r b a r t a r s e de v e r e l c a m p o , y como b a b i a t o mado u n a p o s i c i ó n c ó m o d a y segura eu sus flores , como sabia m i r a r sin esponerse a l riesgo de que l a viesen, bajó las miradas de la m o n t a ñ a al v a l l e , y del borizonte lejano á las casas de e n f r e n t e . E n todas p a r t e s , es d e c i r en el espacio que p u e d e n abrazar t r e s casas, v i ó O l i v a todas las ventanas c e r r a d a s , ó entornadas. A q u i t r e s pisos babitados p o r viejos censualistas colgando jaulas a l a i r e l i b r é , ó dando de c o m e r á sus gatos d e n t r o 104 EL COLLAR de la h a b i t a c i ó n ; a l l i c u a t r o pisos e n que v í n i c a m e n t e se p o n i a a l alcance de l a v i s t a e l h a b i t a n t e de A u v e r n i a , dando á entender que los d e m á s vecinos h a b i a n salido de camp o . E n fin, h á c i a l a i z q u i e r d a , eu l a t e r c e r a casa, v i o c o r t i n a s de seda a m a r i l l a , flores , y c o m o muebles dignos de a q u e l l a elegancia, una blari" da b u t a c a j u n t o á l a v e n t a n a , esp e r a n d o s i n d u d a á su p r o p i e t a r i o . O l i v a c r e y ó d i s t i n g u i r en aquel c u a r t o , c u y a n e g r a o s c u r i d a d desvanecia e l s o l , u n a especie de somb r a a m b u l a n t e que andaba c o n movimientos regularizados. L i m i t ó á a q u e l solo p u n t o su i m p a c i e n c i a , se o c u l t ó m e j o r que hasta e n t o n c e s , y l l a m a n d o á su camar e r a e n t a b l ó c o n v e r s a c i ó n c o n ella, p a r a t r o c a r los placeres de l a sol e d a d p o r los de l a c o m p a ñ í a de una c r i a t u r a pensadora, y sobre todo c h a r latana. Pero la camarera g u a r d ó mucha DE L A REYNA. 105 reserva, faltando de este modo á las antiguas tradiciones de su clase. N o tuvo d i f i c u l t a d eu esplicar á su. soñ o r i t a todo l o que se veia en B e l l e ville. Charonne y el cementerio del padre L a c h a i s s e ; h a b l ó de l a i g l e sia de San L o r e n z o ; d e m o s t r ó l a curva que describía el boulevard, y su i n c l i n a c i ó n hacia l a orilla del S e n a ; p e r o a l l l e g a r á sus v e cinos , l a c a m a r e r a no h a l l ó p a l a b r a s c o n q u e espresarse: los conocia t a n to como su s e ñ o r i t a . O l i v a se q u e d ó s i n saber quie'n v i v i a en e l piso c l a r o - o s c u r o , adornado c o n c o r t i n a s de seda a m a r i lla : nada supo acerca de l a s o m bra a m b u l a n t e , n i acerca de l a b u taca. Y l e n d o que n o p o d í a t e n e r e l gusto de conocer de antemano á su v e c i n a , c a l c u l ó que t a l vez p o d r í a a d q u i r i r a q u e l c o n o c i m i e n t o p o r sí m i s m a , y e n esta confianza d e s p i d i ó á l a c r i a d a , d i s c r e t a en estre- 106 EL COLLAR mo , p a r a entregarse á su esplorac i o u sin testigos de v i s t a . N o t a r d ó en presentarse una ocas i ó n . L o s vecinos empezaron a abrir sus p u e r t a s , á d o r m i r sus siestas d e s p u é s de c o m e r , ó á vestirse para i r a l paseo de l a plaza R e a l ó al del Camino verde. O l i v a los c o n t ó . E r a n seis q u e , aunque diferentes e n t r e s í , tenían mas de u n p u n t o de c o n t a c t o , como conviene á personas que h a n tenido l a idea de i r á v i v i r á l a calle de San Claudio. O l i v a p a s ó g r a n p a r t e d e l dia en v e r sus gestos y en estudiar sus h á b i t o s : ella les p a s ó r e v i s t a , menos á l a s o m b r a aginada, que sin p r e s e n t a r e l r o s t r o habia llegado á t o m a r asiento en l a b u t a c a inmediata á l a v e n t a n a , y se h a l l a b a absorta en su i n m ó v i l a b s t r a c c i ó n . E r a una m n g e r . H a b i a tenido p u e s t a su cabeza en manos de su p e i n a d o r a , y que h a b i a edificado DE L A R E Y N A . 107 en h o r a y media sobre su c r á n e o y sus sienes uno de aquellos edificios b a b i l ó n i c o s en c u y a c o m p o s i c i ó n e n traban m i n e r a l e s y vegetales, y en la que h u b i e r a n e n t r a d o hasta a n i males si L e o n a r d h u b i e r a tomado cartas en e l a s u n t o , y si una m u g e r de aquel t i e m p o h u b i e r a consentido en c o n v e r t i r su cabeza en, arca de Noé con habitantes y t o d o . A q u e l l a m u g e r asi peinada, e m polvada , adornada y l l e n a de l e n t e juelas , se h a b i a v u e l t o á sentar eu la b u t a c a , con e l c u e l l o sostenido por almobadas bastante duras p a r a que aquella p a r t e d e l c u e r p o m a n tuviese e l e q u i l i b r i o de todo é l , y p e r m i t i e s e que p e r m a n e c i e r a i n t a c to e l m o n u m e n t o de l a cabeza, sin t e m e r los t e m b l o r e s de t i e r r a que p u d i e r a n c o n m o v e r su base. C o m o estaba t a n i n m ó v i l se r e c í a m u c h o a' los dioses indios vados en sus sitiales , y cuyos fijos , gracias á l a fijeza de su paclaojos pen- 108 EL COLLAR S a r n i e n t o , g i r a b a n t a n solo en torno de sus ó r b i t a s : centinelas y activísimos s e r v i d o r e s , aquellos ojos bastaban para el servicio del í d o l o , a q u i e n s e r v i a u s e g ú n las necesidades d e l c u e r p o ó los c a p r i c h o s d e l espíritu. O l i v a o b s e r v ó que l a rnuger de los p o l v o s y l a butaca era m u y linda ; que su p i e , colocado e n t r e los h i e r r o s de su v e n t a n a y encorvado sobre una c h i n e l a de raso c o l o r de rosa , era delicado y airoso • admir ó en fin l a redondez de sus brazos y de su g a r g a n t a . P e r o l o que mas le l l a m ó l a atenc i ó n fue l o p r o f u n d a m e n t e absorta que estaba en su p e n s a m i e n t o , pensamiento q u e se d i r i g í a á u n objeto i n v i s i b l e y vago j p e n s a m i e n t o en t a l m a n e r a i m p e r i o s o , q u e condenaba á todo e l c u e r p o á la i n m o v i l i d a d , y l o anonadaba c o n l a sola fuerza de su v o l u n t a d . Aquella muger, á q u i e n hemos DE L A REYNA. 109 conocido ya , a u n cuando O l i v a no podía c o n o c e r l a , no sospechaba que nadie estuviese vie'ndola. Jama's se habia a b i e r t o n i n g u n a v e n t a n a e n frente de las suyas. L a casa de C a g l i o s t r o , á pesar de las flores que habla encontrado N i c o l a i a , y d é l o s pájaros que habia v i s t o v o l a r , j a jnas habia d e s c u b i e r t o á nadie sus secretos, y á no ser los p i n t o r e s que h a b í a n adornado su fachada , n i n g ú n ser v i v i e n t e se habia p r e s e n tado en sus ventanas. U n a p a l a b r a s e r á suficiente p a r a esplicar este f e n ó m e n o , c o n t r a d i c h o por l a fingida p e r m a n e n c i a de Cagliosíro en e l p a b e l l o n c i t o . E l conde h a bia mandado p r e p a r a r p o r l a .tarde aquella h a b i t a c i ó n p a r a O l i v a , como si l a h u b i e r a mandado p r e p a r a r p a ra s í , y no p e r e c í a sino que se h a hia m e n t i d o á sí m i s m o , s e g ú n l o c u m p l i d a m e n t e que se h a b í a n e j e c u t a do sus ó r d e n e s . La s e ñ o r a d e l soberbio T« T I I I . peinaáo S 110 EL COLLAR s e g u í a absorta a u n eu sus peusamientos , y O l i v a c r e y ó q u e siendo tan h e r m o s a y estando t a n d i s t r a í d a , sol o pedia pensar en a l g ú n a m o r desgraciado. Semejanza en h e r m o s u r a , en sol e d a d , en edad , en h a s t í o , ¡ cuántas c i r c u n s t a n c i a s , c u á n t a s verdader a s s i m p a t í a s p a r a que se uniesen a q u e l l a s dos almas q u e t a l vez se b u s c a b a n y a , i m p u l s a d a s p o r las misteriosas, i r r e s i s t i b l e s é inesplicables combinaciones d e l destino ! Desde que O l i v a habla visto á t a n s o l i t a r i a p e n s a d o i a n o h a b l a pod i d o a p a r t a r de e l l a los ojos. H a b l a c i e r t a p u r e z a m o r a l en a q u e l l a a t r a c c i ó n de u n a m u g e r háeia o t r a m u g e r . Rasgos t a n delicados son mas c o m u n e s de l o que gen e r a l m e n t e se cree e n t r e los seres desgraciados c u y o c u e r p o h a llegado á ser e l p r i n c i p a l agente d e sus funciones v i t a l e s . Pobres p r o s c r i p t a s d e l p a r a í s o DE LA REVNA. 111 e s p i r i t u a l , se a c u e r d a n c o n d o l o r de sus p e r d i d o s j a r d i n e s y de los á n geles r i s u e ñ o s que se o c u l t a n bajo sus sombras misteriosas. Oliva c r e y ó ver un alma hermana de l a suya en a q u e l l a h e r m o s u r a r e traída. I n v e n t ó una historia , novelesca semejante á su h i s t o r i a , y se figuró en s u s e n c i l l a i n g e n u i d a d que era i m p o s i b l e ser b e l l a y elegante y v i v i r p e r d i d a e n t e r a m e n t e en l a calle de San C l a u d i o , sin t e n e r a l guna desgracia que d e p l o r a r en l a vida pasada, ó a l g u n a t e r r i b l e i n q u i e tud en e l fondo d e l a l m a . C u a n d o a c a b ó de forjar c o n b r o n ce y d i a m a n t e su f á b u l a n o v e l e s c a , O l i y a , como tedas las personas c u y a n a t u r a l e z a f o r m a eseepcion , se dejó a r r e b a t a r p o r a q u e l e n c a n t o , y t o m ó á l a s p a r a c o r r e r p o r e l espacio a l e n c u e n t r o de su c o m p a ñ e r a , á q u i e n , entusiasmada é i m p a c i e n t e , ihubiera querido ver t a m b i é n volar con á l a s semejantes á las suyas. 112 EL COLLAR P e r o l a dama d e l m o n u m e n t o en í a cabeza no se m o v i a , y parecía que estaba d u r m i e n d o en su asiento, H a b l a n pasado dos horas sin que hu. h i e r a alterado en l o mas m í n i m o su absoluta i n q u i e t u d . O l i v a se desesperaba. N o hubier a h e c h o p o r A d o n i s n i p o r Beauslr e la c u a r t a p a r t e de los mocimientos que hizo p o r l l a m a r la atención de a q u e l l a m u g e r desconocida. Cansada ya y pasando de la tern u r a á la v i o l e n c i a , a b r i ó y cerró m i l veces la ventana , a s u s t ó mil veces á los p á j a r o s que se hallaban e n el f o l l a j e , é h i z o movimientos t e l e g r á f i c o s t a n peligrosos , que los mas e s t ú p i d o s agentes de M r . de Crosn e , si h u b i e r a n pasado p o r e l bulev a r ó p o r l a esquina de la calle de S. C l a u d i o , no h u b i e r a n dejado de rep a r a r en e l l a n i de c o n c e b i r a l g i í ñ a s sospechas. E n fin, Nicolasa se p e r s u a d i ó a que l a s e ñ e r a de las hermosas t r e n - DE L A REYNA. 113 ¡as habia visto p e r f e c t a m e n t e todos ÍUS gestos y c o m p r e n d i d o todas sus señales, y á que p o r consiguiente l a despreciaba: s o s p e c h ó que seria vanidosa ó idiota : p e r o ¿ como h a b i a de ser i d i o t a q u i e n t e n i a ojos t a n finos, t a n g r a c i o s o s , pies t a n m o v e d i zos y manos t a n i n q u i e t a s ? ¡ I m p o sible i V a n i d o s a , s í : vanidosa como p o dría mostrarse en aquel t i e m p o t o da m u g e r de la nobleza c o n toda muger d e l estado l l a n o . O l i v a , observando en l a fisonomía de l a j o v e n todos los caracte'res de l a a r i s t o c r a c i a , a c a b ó p o r convencerse de que era o r g u l l o s a , y por l o t a n t o incapaz de emociones. A b a n d o n ó su e m p r e s a . L e v o l v i ó l a espalda con una m o risqueta g r a c i o s í s i m a , y se c o l o c ó otra vez a l s o l , que ya d e c l i n a b a ha'cia el ocaso, p a r a v o l v e r á l a socieddad de sus flores, c o m p l a c i e n tes c o m p a ñ e r a s , que nobles y e l e - l i l E L COILAR gantes y llenas de p o l v o , y coquetas como las mas encopetadas señ o r a s , se p r e s t a b a n s i n embargo a que las tocase y á q u e respirase su a r o m a , y p a g a b a n con perfumes, f r e s c u r a y contactos estremecedores e l beso de l a a m i s t a d ó d e l amor. Nicolasa n i a u n sospechaba siq u i e r a que a q u e l l a m u g e r á quien t e n i a p o r o r g u l l o s a , era Juana de V a l o i s , c o n d e s a d o L a M o t t e , quien desde e l dia a n t e r i o r andaba á caza de u n a idea c o m b i n a d a . T a m p o c o sospechaba que e l obj e t o d e a q u e l l a idea era i m p e d i r que se viesen la R e y n a y e l C a r d e n a l de Roban. N i a u n sospechaba q u e u n i n tere's t o d a v í a m a y o r e x i g i a que el C a r d e n a l , sin v e r n u n c a á l a R e y na, creyese firmemente que l a v e i a con frecuencia , y que p o r consiguiente se c o n t e n t a r a con a q u e l l a v i s i ó n y abandonase e l deseo de v e r l a en realidad. D E LA. R E Y N A . ií5 Ideas graves^ escusas m u y l e g í timas de l a fijeza de p e n s a m i e n t o ea la c o n d e s a ; rnotlwo suficiente p a r a que no moviese l a cabeza en e l espacio de dos h o r a s m o r t a l e s . Si Nicolasa h u b i e r a sabido t o d o (esto, no h u b i e r a i d o c o l é r i c a a r e fugiarse e n t r e las flores. Si l o h u b i e r a s a b i d o , u n a vez puesta a l l i , no h u b i e r a dejado caer una meceta que fue a p a r a r á l a desierta c a l l e m e t i e n d o u n r u i d o espantoso. O l i v a se a s u s t ó y m i r ó á l a c a l l e p a r a v e r q u é t r a s t o r n o habia c a u sado. L a d a m a p e n s a t i v a se d e s p e r t ó al r u i d o , v i o l o s tiestos en l a c a l l e , y s u b i ó d e l efecto á l a causa ; es d e c i r , l e v a n t ó los ojos d e l p a v i m e n to de l a c a l l e a l t e r r a d o de l a casa. Y vió á O l i v a . A l v e r l a no p u d o menos de l a n z a r u n g r i t o salvaje , h i j o d e l t e r r o r , y que t e r m i n ó en u n m o v i m i e n t o r a - 116 EL COLLAR p i d í s i m o , h e c h o p o r su c u e r p o , tan i n m ó v i l y tieso poco antes. A l fin se e n c o n t r a r o n las m i r a das de O l i v a y de l a dama , y se preguntaron mutuamente , y tratar o a de p e n e t r a r s e unas á o t r a s . Juana e s c l a m ó i n m e d i a t a r a e n l e : — ¡ L a Reyna ! Y l u e g o de r e p e n t e j u n t a n d o las manos y f r u n c i e n d o las c e j a s . sita a t r e v e r s e á hacer e l m e n o r m o v i m i e n t o p o r t e m o r de que desapareciera t a n e s t r a ñ a v i s i ó n : — ¡ O h ! m u r m u r ó ; ¿ n o huscaha y o u n medio á p r o p ó s i t o ? ¡ Pues este es el mejor ! E n aquel momento o y ó Oliva r u i d o á sus espaldas y se v o l v i ó r á pidamente. E l conde estaba en su h a b i t a c i ó n , y habla observado todo y notado aquellos movimientos. — ¡ Se h a n visto ! d i j o . O l i ' - a se a p a r t ó i u m e d i a t a m e n t e del b a l c ó n . DE LA REYNA. 117 L A S DOS V E C I N A S , •S-^esde e l m o m e n t o en que las dos m u g e r e s se v i e r o n , fascinada O l i v a p o r l a g r a c i a de su v e c i n a , no afect ó d e s p r e c i a r l a j antes b i e n , v o l v i é n dose con p r e c a u c i ó n a l c e n t r o de las f l o r e s , c o n t e s t ó con graciosas s o n r i sas á las sonrisas que a q u e l l a le d l r rigia. C a g l i o s t r o , cuando l a v i s i t a b a . 118 EL COLLAR « o h a b í a dejado de r e c o m e n d a r l e la mayor circunspección. — Sobre t o d o , l e l i a b i a d i c h o , n o c u l t i v é i s relaciones de v e c i n dad. Estas palabras h a b i a n caido como a n a siniestra amenaza sobre l a cabeza de O l i v a , que ya se p r o m e t i a una s a t i s f a c c i ó n h a l a g ü e ñ a c o n las m i radas y saludos de su h e r m o s a vecina. N o c u l t i v a r relaciones era l o mism o que v o l v e r las espaldas á aquel l a m u g e r e n c a n t a d o r a , cuyos ojos eran tan brillantes y lánguidos , cuyos m o v i m i e n t o s r e s p i r a n otras t a n l a s seducciones 5 era l o m i s m o que r e n u n c i a r á seguir u n a c o r r e s p o n d e n c i a t e l e g r á f i c a acerca de l a l l u v i a y e l b u e n t i e m p o ^ é r a l o mismo q u e r o m p e r a b i e r t a m e n t e con una a m i g a . L a i m a g i n a c i ó n de O l i v a h a b l a llegado y a á t a l p u n t o de e n t u siasmo , que J u a n a era p a r a e l l a u u objeto curioso y q u e r i d o . D E LA. R E Y N A . 119 L a m u y astuta r e s p o n d i ó á su p r o t e c t o r que se g u a r d a r í a m u y b i e n de desobedecerle , y que , a l c o n t r a r i o , no establaria la m e n o r r e l a c i ó n con l a v e c i n d a d . P e r o no b i e n se r e t i r ó C a g l i o s t r o cuando v o l ó a l b a l c ó n , y puso en p r á c t i c a cuanto le p a r e c i ó oportuno para absorver t o da l a a t e n c i ó n de su desconocida. E s t a , c o m o debe s u p o n e r s e , n o deseaba o t r a cosa, p u e s á las p r i meras sonrisas que le f u e r o n dirigidas , c o n t e s t ó c o n m i l saludos y besos d i r i g i d o s p o r sus l i n d o s d e dos. Oliva l o mejor traciones b i é n que naba ya dispuesta tirarse ó cia habet cultades Oliva. p o r su p a r t e c o r r e s p o n d i ó que p u d o á aquellas demosamistosas, y o b s e r v ó t a m l a desconocida no abandoe l b a l c ó n , y que s i e m p r e á enviarle u n adiós al r e u n saludo a l s a l i r , p a r e c o n c e n t r a d o todas sus f a c a r i ñ o s a s e n e l b a l c ó n de 120 E L COLLAR A semejante estado de cosas debia seguir m u y p r o n t o una t e n t a t i v a p a r a h a c e r mas p r ó x i m a y d i r e c t a l a comunicación. H e a q u í , p u e s , l o q u e sucedió: C a g l i o s t r o , a l v i s i t a r á O l i v a dos dias d e s p u é s , se q u e j ó de u n a v i sita q u e habia t e n i d o l u g a r en a q u e l l a m o r a d a , b e c h a p o r una persona desconocida. — ¿ C ó m o asi? p r e g u n t ó O l i v a a l g ú n tanto ruborizada. — E n efecto, c o n t e s t ó el conde; u n a dama m u y l i n d a , j ó v e n y e l e gante se h a presentado a q u i , y ha h a b l a d o c o n uno de los criados , a t r a í do ñ o r su i n s i s t e n c i a : en seguida ha p r e g u n t a d o a l dome'stico p o r la j ó v e n que h a b i t a e l p a b e l l ó n d e l t e r cer piso ; es d e c i r , p o r vos. Esa m u g e r os designaba seguramente y quer í a veros: esto significa que os conoce , que tiene sus m i r a s y que t a l vez os h a n d e s c u b i e r t o . C u i d a d o , DE L A REYiNA. 121 pues: l a p o l i c í a cuenta con m u g e r e s - e s p í a s , l o m i s m o que con h o m bres-agentes , y os p r e v e n g o que n o p o d r é n e g a r m e á e u t i egaros si M r . de Grosne os r e c l a m a . O l i v a , en vez de asustarse , r e c o n o c i ó a l m o m e n t o e l r e t r a t o de su vecina , a g r a d e c i ó l e i n f i n i t a m e n t e e l paso que habia d a d o , y resuelta á d e m o s t r a r l e este s e n t i m i e n t o p o r c u a n tos medios pudiese , supo d i s i m u l a r con e l c o n d e . — ¿ Y no t e m b l á i s ? d i j o C a g l i o s tro. — N a d i e me h a v i s t o , c o n t e s t ó N i colasa. — E s d e c i r , que no sois vos á q u i e n querían ver. •—No l o i m a g i n o . — S i n embargo, para adivinar que en este p a b e l l ó n h a y u n a m u g e r . . . j A h ! C u i d a d o . . . . cuidado. — ¿ Y p o r q u é h e de t e m e r , s e ñ o r conde? repuso O l i v a : si me h a n v i s t o , l o que n « c r e o , no me v e r á n m a s ; 122 EL COLLAR y si m e v u e l v e n á v e r , s e r á de l e j o s , p o r q u e l a casa es i n a c c e s i b l e , ¿ n o es v e r d a d ? — H a b é i s a c e r t a d o ; es inaccesible , o b s e r v ó e l c o n d e , p o r q u e á menos de escalar las paredes , l o c u a l no es f á c i l ó de a b r i r l a p u e r t e c i l l a de e n t r a d a c o n u n a l l a v e c o m o esta, l o q u e tengo p o r i m p o s i b l e , porque nunca la suelto. Y h a b l a n d o asi, e n s e ñ a b a á O l i v a l a l l a v e que l e s e r v i a p a r a e n t r a r p o r l a p u e r t a baja. — P u e s b i e n , p r o s i g u i ó ; como no m e interesa e l p e r d e r o s , á nadie prestare' esta l l a v e , y como n i n g u n a v e n t a j a sacareis de caer e n t r e las manos de M r . de Crosne, tampoco dejareis escalar los m u r o s . A s i que, h e r m o s a m i a , ya e s t á i s avisada , y podéis o b r a r c o m o m e j o r os p a rezca. O l i v a h i z o m i l p r o t e s t a , y se a p r e s u r ó á a c o m p a ñ a r a l c o n d e , que n o i n s i s t i ó e n p e r m a n e c e r a l l i por DE L A REYNA. 123 mas t i e m p o . A l d i a s i g u i e n t e á las seis de l a m a ñ a n a y a estaba Nicolasa en el b a l c ó n , o b s e r x a n d o c u a n t o sueedia en l a v e c i n d a d , y d i r i g i e n d o á v i das m i r a d a s á las persianas de su c o r tés amiga. Esta , que p o r l o r e g u l a r no se l e v a n t a b a antes de las once ; o c u p ó su puesto no b i e n se p r e s e n t ó O l i v a , C u a l q u i e r a h u b i e r a diehc„. que t a m b i é n espiaba l a o c a s i ó n p r o p i c i a p a ra dejarse v e r Las dos j ó v e n e s se s a l u d a r o n , y Juana , i n c l i n á n d o s e fuera de l a v e n tana , m i r ó h a c i a todas p a r t e s p a r a v e r si a l g u n o p o d i a o i r su voz» N a d i e se m o s t r a b a en el b a r r i o , y t a n t o l a c a l l e como las ventanas estaban d e s i e r t a s . Puso entonces las dos manos j u n t o á l a b o c a , f o r m a n d o u n a especie de bosina , y eon esa e n t o n a c i ó n v i b r a n t e y sostenida , que no es u i j g r i t o , p e r o que conduce ta voz á 124 E L COLLAR m a y o r d i s t a n c i a que l u n a t u r a l , dijo á Oliva : — H e querido visitaros, s e ñ o r a . — ¡ S i l e n c i o ! e s c l a m ó O l i v a , ret i r á n d o s e asustada. Y a p l i c ó u n dedo a sus labios. J u a n a t a m b i é n se o c u l t ó d e t r á s de las c o r t i n a s , f i g u r á n d o s e la p r e sencia de a l g ú n i n d i s c r e t o ; p e r o casi a l m i s m o t i e m p o v o l v i ó á present a r s e , t r a n q u i l i z a d a p o r l a sonrisa de N i c o l a s a . — ¿ C o n que no se os puede v e r ? preguntó. — ¡ A h ! c o n t e s t ó O l i v a haciendo u n ademan. —Esperad, r e p u s o Jwanaj ¿se os p u e d e n d i r i g i r cartas ? — ¡ O h ! no, gritó Oliva alarmada. Juana r e f l e x i o n ó algunos m o m e n tos. — O l i v a , p a r a darle las gracias p o r SH tierna s o l i c i t u d , le e n v i ó wn beso encantador , al que Juana PE L A REV'NA . 125 c o r r e s p o n d i ó con otros d o s , d e s p u é s de lo c u a l u n i ó los postigos de las v e n tanas y se r e t i r ó . O l i v a c r e y ó que su amiga h a b í a encontrado a l g ú n r e c u r s o , p o r q u e su i m a g i n a c i ó n se r e v e l a r a en su última mirada. Juana v o l v i ó á aparecer dos h o ras d e s p u é s : e l sol b r i l l a b a con t o da su f u e r z a , y e l piso de l a c a l l e abrasaba como si estuviese f o r m a d o con las arenas d e l d e s i e r t o . O l i v a v i ó presentarse á su v e c i na con una ballesta : Juana le h i zo r i é n d o s e una s e ñ a p a r a que se separase. O b e d e c i ó nuestra j ó v e n , y r i é n dose como su c o m p a ñ e r a , se refugió d e t r á s d e l b a l c ó n . A p u n t a n d o Juana con cuidado , d i s p a r ó una b a l i t a de p l o m o , que en vez de e n t r a r p o r el b a l c ó n , d i o p o r desgracia c o n u n o de los b a r rotes de h i e r r o , y c a y ó á l a c a lle. T. VIII 9 126 EL COLLAR . O l i v a a r r o j ó u n g r i t o ; p e r o Juan a , d e s p u é s de m o v e r los hombros en s e ñ a l de r a b i a , b u s c ó con l a vist a su p r o y e c t i l en l a c a l l e , y en seguida d e s a p a r e c i ó de l a v e n t a por algunos m i n u t o s . I n c l i n a d a O l i v a , m i r a b a hacia abajo á t i e m p o que l l e g ó á pasar un t r a p e r o r e g i s t r a n d o á derecha e' izq u i e r d a . Nlcolasa nada s u p o , porq u e t u v o que o c u l t a r s e p a r a no ser vista. L a segunda t e n t a t i v a de Juana fue mas f e l i z , pues su ballesta i n t r o d u j o p o r encima d e l b a l c ó n en el r e t r e t e de O l i v a o t r a bala que cont e n i a u n b i l l e t e e n r o l l a d o y conceb i d o en estos t é r m i n o s : «Me interesáis m u c h o , bellísima d a m a , pues sois p a r a m í encantad o r a , y os amo desde que os he v i s t o . ¿ E s t á i s c a u t i v a ? ¿ S a b é i s que e n vano he p r e t e n d i d o visitaros ? ¿ M e p e r m i t i r á p o r v e n t u r a e l encantador que os tiene e n c e r r a d a acercar- DE LA REYNA. 127 me á vos p a r a manifestaros l a s i m patía que me i n s p i r a una p o b r e v í c tima de l a t i r a n í a de los h o m b r e s ? « P o s e o , como ya c o n o c é i s , una buena i m a g i n a c i ó n p a r a s e r v i r á ' mis amigas. ¿ Q u e r é i s ser una de e l l a s ? Parece que no p o d é i s s a l i r ; p e r o sin d u d a p o d é i s e s c r i b i r , y como yo salgo cuando q u i e r o , esperad á que pase p o r bajo de v u e s t r o b a l c ó n , y echadme l a respuesta. «Si e l juego de l a ballesta os parece p e l i g r o s o ó t e m é i s que se descubra, adoptemos o t r o m é t o d o de correspondencia m a l f á c d . Dejad caer desde e l b a l c ó n a l oscurecer u n o v i l l o de h i l o : atad á é l vuest r o b i l l e t e ; y o h a r é l o m i s m o con los mios, y asi podremos entendernos. « C r e e d que , si vuestros ojos no son t r a i d o r e s , c u e n t o con que c o r r e s p o n d e r é i s a l g ú n t a n t o a l afecto que n í a h a b é i s i n s p i r a d o , y con q u e e n t r e las dos seremos capaces de v e n - 128 F L CULLAR cer a l m u n d o entero. Vuestra amiga. « P . D . ¿ H a b é i s r e p a r a d o si alg u n o ha cogido en l a c a l l e m i p r i mer billete?» Juana no firmaba , y a u n habia t e n i d o cuidado de desfigurar su letra. O l i v a se e s t r e m e c i ó de p l a c e r al r e c i b i r el b i l l e t e a l c u a l c o n t e s t ó con e l siguiente: « O s amo como vos me a m á i s ; soy en efecto una v í c t i m a de l a m a l d a d de los h o m b r e s ; p e r o e l que aqui m e g u a r d a es u n p r o t e c t o r y no u n t i r a n o ; v i e n e á v i s i t a r m e u n a vez a l dia; p e r o esto os l o e s p l l c a r é mas adelante. P r e f i e r o á l a ballesta e l n u e v o m é t o d o d e l o v i l l o de h i l o par a maestra correspondencia. «¡ A h ! Es c i e r t o ; n o puedo sal i r ; estoy e n c e r r a d a bajo de l l a v e ; p e r o p o r m i p r o p i o bien* ¡ C u á n t a s DE L A REYNA. 129 cosas t e n d r í a que deciros si t u v i e s e la s a t i s f a c c i ó n de h a b l a r c o n v o s . Son demasiados p o r m e n o r e s p a r a e s critos. « U n i n m u n d o t r a p e r o que p a saba es q u i e n ha r e c o g i d o vuestro p r i m e r b i l l e t e ; p e r o esa gente no sabe l e e r , y en e l p l o m o no v e n mas q u e p i o r n o . «Vuestra amiga. OLIVA LEGAY.» O l i v a firmó r e s u e l t a m e n t e con t o das sus l e t r a s . E n seguida hioO á l a condesa e l gesto de d i v i d i r u n h i l o , y e s p e r a n do á que llegase l a noche , d e s c o l g ó e l o v i l l o hasta l a c a l l e . Juana estaba y a en e l l a , c o g i ó el h i l o y q u i t ó el b i l l e t e , m o v i m i e n tos que a d i v i n ó Nlcolasa p o r m e d i o del h i l o c o n d u c t o r ; hecho esto, v o l v i ó á e n t r a r en s u casa p a r a leer. ISO E L COLLAR ¡Vledia h o r a d e s p u é s ataba al h i l o p r o t e c t o r u n b i l l e t e , que c o n t é - 1 n í a estas palabras : « Se consigue todo c u a n t o se quie-r e j no t e n é i s g u a r d i a s de v i s t a , pues s i e m p r e os v eo sola ; de modo que d e b é i s ser d u e ñ a de r e c i b i r r i sitas y aun de s a l i r . ¿ C ó m o se cierr a v u e s t r a casa? ¿ C o n l l a v e ? ¿ Q u i é n l a t i e n e ? ¿ E l h o m b r e que os visita? ¿ Y g u a r d a c o n t a n t o esmero esa l l a ve que no se la p o d é i s q u i t a r , c al menos sacarla en cera ? A q u i no se t r a t a de c o m e t e r una f e l o n í a , sino de p r o c u r a r o s algunas h o r a s de l i b e r t a d , y de dar algunos paseos d e l brazo de una a m i g a , que os c o n s o l a r á en vuestras desgracias, y os d e v o l v e r á mas que l o que h a b é i s p e r d i d o . Se t r a t a t a m b i é n , si asi l o q u e r é i s de p r o p o r c i o n a r o s u n a l i b e r t a d c o m p l e t a . Ya t i ataremos de esto con todos sus p o r m e n o r e s en l a p r i m e r a e n t r e v i s t a que tengamos. » O l i v a d e v o r ó este b i l l e t e , y s i n - DE LA REYNA 131 tío s u b í r s e l e a las m e g i l l a s l a fiebre cíela i n d e p e n d e i i c i a , y aguijonear s u c o r a z ó n el- deseo v o l u p t u o s o de l a fruta p r o h i b i d a . Ya b a b i a r e p a r a d o que e l conde cada vez que e n t r a b a á v i s i t a r l a y á l l e v a r l e a l g ú n l i b r o ó alguna a l h a j a , dejaba su l i n t e r n a sorda sobre un v e l a d o r , y l a l l a v e sobre l a l i n terna. O l i v a p r e p a r ó de antemano u n pedazo de c e r a , y en ella e s t a m p ó las s e ñ a l e s de l a l l a v e en l a p r i mera visita que l a hizo C a g l i o s tro. Este no v o l v i ó l a cabeza u n a sola v e z , y en t a n t o que ella ejecutaba a q u e l l a o p e r a c i ó n , se e n t r e t u v o en m i r a r las flores r e c i e n t e mente abiertas. O l i v a p u d o , p u e s , l l e v a r á cabo su p r o y e c t o con t r a n quilidad. E l conde se m a r c h ó a l fin, y ella d i r i g i ó á Juana l a cera e s t a m pada , que Juana r e c i b i ó c o n u n b i - 132 E L COLLAR llelito. A l d í a s i g u i e n t e , á eso d e l med i o d i a , l a b a l l e s t a , m e d i o estraord i n a r i o y e s p e d i t o , medio que era a l a c o r r e s p o n d e n c i a p o r e l h i l o lo que e l t e l é g r a f o es h o y al correo o r d i n a r i o , a r r o j ó u n b i l l e t e que decía a s i : « Q u e r i d a m i a : esta noche á las o n c e , d e s p u é s que se r e t i r e vuest r o celoso, bajareis, d e s c o r r e r é i s los c e r r o j o s , y os r e c i b i r á n los brazos de l a que se r e p i t e v u e s t r a a m i ga. » con los en sus O l i v a se e s t r e m e c i ó de a l e g r i a mas fuerza que cuando r e c i b i a d u l c í s i m o s b i l l e t e s de G i l b e r t o l a p r i m a v e r a de sus amores y de p r i m e r a s citas. Bajó á las o n c e , s i n que antes ^.f hubiese observado en e l conde la m e n o r sospecha: e n c o n t r ó á J u a n a , que l a a b r a z ó t i e r n a m e n t e , h a c i é n dola e n t r a r en u n a carroza h a l l a d a en e l b o u l e v a r d , y a t u r d i d a , p a l p i - DE L A RETNA. 133 t a n t e , t e m b l a n d o . d i o c o n su a m i ga u n paseo de dos h o r a s , d u r a n t e las cuales c a m b i a r o n ambas m i l secretos , m i l besos y m i l p r o y e c t o s para e l p o r v e n i r . Juana fue l a p r i m e r a que a c o n sejó á 0 1 i « a volviese á e n t r a r en su casa , p a r a que su p r o t e c t o r no c o n cibiese e l m e n o r r e c e l o : acababa de saber que aquel p r o t e c t o r era C a gliostro ; t e m í a e l genio de este h o m bre , y solo encontraba seguridad p a r a sus planes en e l mas p r o f u n d o m i s terio. O l í * a se habia entregado sin r e s e r v a ; sus relaciones con B e a u s i r e , su t e m o r á la p o l i c í a , todo l o h a b í a confesado. Juana se h a b í a fingido soltera y de buena f a m i l i a , a ñ a d i e n d o q u e vi.iar con un amante , c o n t r a l a v o l u n t a d de sus p a r i e n t e s . U n a de ellas l o sabia t o d o ; l a o t r a todo lo i g n o r a b a : t a l era l a a m i s t a d j u r a d a entre aquellas dos m u » 134 E L COLLAR ge res. Desde a q u e l l a noche no t u v i e r o n necesidad de a c u d i r á l a ballesta , n i a u n a l h i l o , p o r q u e Juana conserv a b a l a l l a v e y hacia b a j a r á O l i v a con a r r e g l o á su c a p r i c h o . U n a delicada cena , u n paseo f u r t i v o e r a n lazos que s e r v i a n á O l i v a de e s t í m u l o p a r a dejarse p r e n der. — ¿ N a d a descubre M r . de C a l g i o s t r o ? p r e g u n t a b a algunas veces Juana con i n q u i e t u d . — | B a h ! A u n cuando y o misma se lo d i j e s e , n o m e c r e e r i a , contestaba Oliva. O c h o dias de escapadas n o c t u r ñ a s se c o n v i r t i e r o n en una c o s t u m b r e , en u n a necesidad y en u n p l a c e r . A los ocho dias e l n o m b r e de Juana era r e p e t i d o p o r los labios de O l i v a con mas frecuencia que nunca l o h a b í a n sido el de G i l b e r t o y e l de Beausire. DE LA REYNA. LA 135 CITA. C u a n d o M r . de C h a r n y l l e g ó á sus t i e r r a s y se l í u b o encerrado en su casa d e s p u é s de c u m p l i r las p r i m e ras visitas , cuando e l m é d i c o le o r denó que no recibiese á nadie n i abandonase su b a b i t a c i o n , e j e c u t ó c o n t a n t o r i g o r este p r e c e p t o que n i n g ú n h a b i t a n t e d e l c a n t ó n v o l v i ó á v e r a l h é r o e de aquel c o m b a te n a v a l , que t a n t o r u i d o h a b i a h e - 156 E L COLLAR c l i o en F r a n c i a , y a l c u a l deseaban conocer todas l a j ó v e n e s , p o r q u e era n o t o r i a m e n t e i n t r é p i d o y t e n i d o por b u e n mozo. C h a r u y no estaba, sin embargo, t a n e n f e r m o de c u e r p o como se creia : solo se h a l l a b a afectado del c o r a z ó n y de l a cabeza ; p e r o , ¡qué enfermedad ! Sentia u n d o l o r a g u d o , incesante , i r r e s i s t i b l e ; e l d o l o r de u n r e c u e r d o que q u e m a ; e l dolor de una desdicha que hace pedazos la existencia. E l a m o r es solo una nostalgia : el ausente l l o r a u n paraiso p e r d i do en vez de l l o r a r u n a p a t r i a m a t e r i a l , y a u n se puede a d m i t i r , por p o c a afición que h a y a á l a p o e s í a , que la m u g e r q u e r i d a es u n paraiso algo mas m a t e r i a l que e l de los á n geles. M r . de C h a r n y no p u d o s u f r i r t r e s dias de m é t o d o ; furioso a l ver c o n t r a r i a d o s todos sus s u e ñ o s p o r l a i m p o s i b i l i d a d y p o r la d i s t a n c i a h i - PE L A REVISA. 137 20 p u b l i c a r en todo e l c a n t ó n e l precepto higie'nico d e l f a c u l t a t i v o de que hemos -hablado , y confiando e l cuidado de la p u e r t a de su casa á UQ c r i a d o de confianza , salió de e l l a por l a noche y montado en u n c a ballo c o r r e d o r , p e r o de m o v i m i e n t o s suaves , á eso de las ocho estaba y a en V e r s a l l e s a l q u i l a n d o una casita situada d e t r á s d e l p a r q u e , p o r c o n ducto de su ayuda de c á m a r a . A q u e l l a casa , que habia sido abandonada desde la t r á g i c a m u e r t e d é u n o de los empleados en l a caza de lobos , que en ella habia p e recido , convenia á C h a r n y , quien deseaba ocultarse a l l i mas b i e n que en sus t i e r r a s . Estaba decentemente a m u e b l a d a ; t e n i a dos p u e r t a s , una que c o m u nicaba á una calle s o l i t a r i a , y o t r a que c o n d u c i a Lacia l a r o n d a d e l p a r que , a l paso que desde las v e n t a nas de l a p a r t e d e l M e d i o d í a p o d i a C h a r n y e x a m i n a r las veredas de l o s 158 E L COLLAR sotos reales ; p o r q u e aquellas ventan a s , c u b i e r t a s de p a r r a s y de yedras , no eran o t r a cosa que unas p u e r t a s algo elevadas p a r a c u a l q u i e r a que quisiese saltaí- desde ellas al parque. Esta c i r c u n s t a n c i a , bastante r a r a ya en a q u e l t i e m p o , era u n p r i v i l e g i o concedido a l i n s p e c t o r de la c a z a , á ü n de que p u d i e s e , sin i n comodarse , v i g i l a r los l e b r e l e s y los faisanes de S. M . A q u e l l a soledad a g r a d ó á C l i a r n y sobre todo. ¿ E r a p o r q u e se hab i a enamorado d e l paisaje? P r o n t o lo sabremos. D e s p u é s de instalarse en su m o rada : de haber c e r r a d o todas las salidas y a s e g u r á d o s e de l a r e s p e t u o sa c u r i o s i d a d de los vecinos , Charn y , o l v i d a d o de todos , d i o p r i n c i p i o á u n g é n e r o de V i d a , c u y a idea har á estremecer á c u a l q u i e r a que en este v a l l e de l á g r i m a s haya amado, ó a l menos oído h a b l a r de a m o r . DE LA REYNA. 139 E n m e n o s de q u i n c e d í a s se puso al c o r r i e n t e d e todas l a s c o s t u m b r e s de palacio y de s u s g u a r d i a s , h a s ta el p u n t o de saber la h o r a fija en que los p á j a r o s bajaban á beber en los a r r o y u e l o s , y la en que c o r r i a n los siervos p o r el bosque , o l f a t e a n do la p e r s e c u c i ó n con e l hocico l e » Y a n t a d o . Se e n t e r ó de los m o m e n tos de s i l e n c i o , de los de paseo de la R e y n a y de sus d a m a s , d e l m i nuto en que aparecian las rondas ; en una p a l a b r a , v i v i ó desde lejos con todos cuantos r e s p i r a b a n en T r i a n o n , q u e era e l t e m p l o de sus locas adoraciones. Y como l a e s t a c i ó n era h e r m o sa , como las nocbes perfumadas y t r a n q u i l a s concedian m a y o r l i b e r t a d á sus ojos y mas dulces recuerdos á su a l m a , pasaba m u c h a p a r t e de ellas en su v e n t a n a , espiando los sonidos lejanos que e l palacio despedía , y siguiendo por los huecos d e l ramaje e l juego caprichoso de las 140 E L COLLAR luces puestas en m o v i m i e n t o hasta l a h o r a de acostarse. P r o n t o d e j ó de p a r e c e r l e sufic i e n t e la v e n t a n a , p o r q u e se veia m u y d i s t a n t e de a q u e l r u i d o y de aquellas luces. S a l l ó desde su aposento a l m u s g o , seguro de no enc o n t r a r en t a l m o m e n t o p e r r o s ni g u a r d i a s , y se e n t r e g ó a l peligroso, a l encantador d e l e i t e de l l e g a r hasta l a senda d e l p i i m e r s o t o , que separaba l a espesura d e l argentado espacio i l u m i n a d o p o r l a l u n a , á fin de c o n t e m p l a r desde a l l í ; las sombras negras y p á l i d a s que s e ñ a l a b a n las blancas c o r t i n a s de los regios salones. D e este modo vela á l a R e y n a todas las noches sin que e l l a l o sospechase. Se h a b l a acostumbrado á r e c o n o c e r l a desde un c u a r t o de l e gua , cuando atravesando los j a r d i nes a c o m p a ñ a d a de las damas ó de a l g ú n personaje a d i c t o , jugaba con l a sombrilla chinesca que resguar- DE LA REYNA. 141 daba su g o r r o adornado de flores. N i n g ú n otro paso, ninguna otra a c t i t u d podia hacer que se e q u i v o case : c o n o c í a todos los vestidos q u e usaba l a R e y n a , y a d i v i n a b a , en medio de las hojas d e l p a r q u e , e l m a g n í f i c o c h a i v e r d e c o n listas de negro m o a r é ' , que hacia o n d u l a r su c u e r p o p o r medio de u n m o v i m i e n to casto y seductor. Y cuando l a v i s i ó n habia desaparec i d o ; cuando la noche, haciendo h u i r á los paseantes, le habia p e r m i t i d o o b s e r v a r desde las esta'tuas d e l p e r i s t i l o las ú l t i m a s oscilaciones de aquella sombra amada, volvia C h a r n y á su v e n t a n a , v o l v i a á m i r a r desde lejos l a v i v a l u z de l a h a b i t a c i ó n de la R e y n a , y entonces v i v í a de r e c u e r d o s y de esperanzas, como acababa de v i v i r de v i g i l a n cia y a d m i r a c i ó n . U n a n o c h e , d e s p u é s de h a b e r se r e t i r a d o , y dado e l a d i ó s d « c o s t u m b r e á l a sombra ausente > i . Tin 10 142 E L COLLAR cuando y a e l r o c í o de las estrel l a s comenzaba á d e s t i l a r sus blancas p e r l a s sobre las hojas de la y e d r a , iba C b a r n y á abandonar la . T e n t a n a p a r a acostarse, cuando el r u i d o de u n a c e r r a d u r a le l l a m ó la a t e n c i ó n : v o l v i ó , p u e s , a l observatorio y escucbó. L a b o r a era ya a v a n z a d a , pues en el r e l o j de l a p a r r o q u i a daban las doce de l a n o c h e , y se r e p e t i a n en las mas apartadas de V e r s a l l e s ; C b a r n y p o r l o m i s m o e s t r a ñ ó aquel r u i d o , a l c u a l no estaba acostumbrado. L a c e r r a d u r a r e b e l d e pertenecia i u n a p u e r t e c i l l a d e l p a r q u e , situada como á unos v e i n t e y cinco pasos de l a casa de n u e s t r o jóveu, l a c u a l n u n c a se a b r i a , á escepc i o n de los dias de c a c e r í a g r a n d e . C b a r n y n o t ó que las personas q u e a b r i a n l a p u e r t a no h a b l a b a n , y que v o l v i e r o n á c e r r a r los c o r - DE LA RFYNA. . ii'h rojos, y se a c e r c a r o n a l send e r o practicado debajo de las veutanas de su v i v i e n d a . E l e m p a r r a d o y las enredaderas cubrian los postigos y g r a n p a r t e de las p a r e d e s ; de modo que no p o dían d i s t i n g u i r s e desde abajo en m e dio de l a o s c u r i d a d de l a n o c h e . P o r o t r a p a r t e , los que h a b i a n penetrado hasta a l l i andaban de p r i sa é i n c l i n a b a n l a cabeza, y C h a r uy d i s t i n g u i ó confusamente dos b u s tos : solo p o r e l c r u g i d o (Je los v e s tidos r e c o n o c i ó que e r a n dos m u g e res , cuyas manteletas de seda se rozaban c o n l a e n r a m a d a . Estas m u g e r e s , a l d a r l a v u e l ta á l a ancha senda situada enfrente de l a ventana de C h a r n y , se e n c o n t r a r o n e n l a c l a r i d a d que d e s p e d í a el r a y o mas l i b r e de l a l u n a , y é l oficial estuvo á p u n t o de l a n z a r u n g r i t o de alegre sorpresa a l r e c o n o cer e l t a l l e y e l peinado de M a r í a A n l o n i e t a , asi como l a p a r t e i n f e - 144 E L GCLLAR r i o r de su r o s t r o , i l u m i n a d o á pesar d e l reflejo s o m b r í o de l a seda de su g o r r o . L l e v a b a en la mano una herm o s í s i m a rosa. C h a r n y se e c h ó a l p a r q u e desde l a v e n t a n a con e l c o r a z ó n p a l p i t a n t e , á fin de no ser s e n t i d o , c o r r i ó por la y e r b a , o c u l t á n d o s e d e t r á s d é l o s á r b o l e s , y siguiendo c o n sus miradas á las dos m u g e r e s , c u y a marcha era cada vez menos r á p i d a . ¿ Q u é debia hacer ? L a R e y n a estaba a c o m p a ñ a d a y no c o r r í a e l men o r p e l i g r o . j A h ! ¿ P o r q u é no iba sola? H u b i e r a desafiado los mas c r u e les t o r m e n t o s p o r acercarse á ella y d e c i r l a postrado de hinojos : « O s a m o . » ¿ P o r q u é no l á v e l a amenazada de u n g r a n p e l i g r o ? H u b i e r a m u e r t o p o r s a l v a r t a n preciosa vida. , E n t a n t o que s o ñ a b a m i l t i e r n a s q u i m e r a s , las dos mugeres se d e t u v i e r o n de p r o n t o : u n a de e l l a s , l a m a s b a j a , dijo algunas palabras á su DE L 4 REYNA. 145 c o m p a ñ e r a , y la dejó: L a R e y na permaiaecio s o l a , a l paso que l a o t r a m u g a r a p r e s u r a b a el paso hacia u n objeto que C h a r n y no a d i v i n a b a t o d a v í a . L a R e y n a , g o l peando la arena d e l p a r q u e con su p e q u e ñ o p i e , se a r r i m ó á u n á r b o l , envolvie'ndose c o n su m a n t e l e t a de modo que e l c a p u c h ó n le c n b r i a l a cabeza , cuando poco antes ondulaba sobre sus espaldas c o n sus sedosos pliegues. C u a n d o C h a r n y l a vió tan s o l a , y a l parecer t a n p e n s a t i v a , d i ó u n salto como p a r a p r e c i p i t a r s e á sus pies. Pero al m i s m o t i e m p o r e f l e x i o n ó que le separaban de ella l o menos t r e i n t a pasos; que antes de s a l v a r este espacio le v e r l a ella , y que no conociéndole al pronto tendría m i e do ; que en consecuencia g r i t a r i a ó h u i r i a ; que sus g r i t o s a t r a e r í a n á su c o m p a ñ e r a p r i m e r o , y d e s p u é s á algunos g u a r d i a s ; que r e g i s t r a r í a n e l 146 EL COLLAR p a r q u e y d e s c u b r i r í a n a l indiscreto y l a l vez su r e t i r o , en c u y o caso d a r i a u fin e l s e c r e t o , l a f e l i c i d a d y el amor. S e - c o n t u v o y o b r ó b i e n , pues no b i e n r e p r i m i ó su i r r e s i s t i b l e deseo, cuando v o l v i ó á presentarse l a c o m p a ñ e r a de l a R e y n a , aunque no se p r e s e n t ó sola. C h a r n y d i s t i n g u i ó á dos pasos det r á s ds-ella u n h o m b r e de buena t a l l a , c u b i e r t o con ancho s o m b r e r o y una l a r g a capa. Este h o m b r e , c u y o aspecto h i zo t e m b l a r á M r . de C h a r n y de odio y de c e l o s , no se presentaba sin e m b a r g o como t r i u n f a d o r . V a c i l a n d o , adelantando e l p i e con t i m i d e z , p a r e c i a c a m i n a r á tientas p o r l a osc u r i d a d como si no t u v i e s e p o r g u i a á l a c o m p a ñ e r a de l a R e y n a , y p o r objeto á l a misma R e y n a , que sin d u d a alguna le aguardaba. Desde que d i v i s ó á M a r í a A n í o n i e t a no h i z o mas que aumentarse DE L A REYNA. 147 aquel t e m b l o r que C b a r n y habia n o tado en é l : e l desconocido se desc u b r i d , y puede decirse que b a r r i ó el piso d e l p a r q u e con su s o m b r e r o , sin dejar de a n d a r . C b a r n y le v i o e n t r a r en l a sombra y saludar p r o fundamente repetidas veces. L a sorpresa de C h a r n y se h a bia cambiado en e s t u p o r , y p r o n t o iba á c o n v e r t i r s e en o t r a e m o c i ó n sumamente dolorosa. ¿ Q u é i b a á hacer l a R c y n a en e l p a r q u e á u n a hora t a n avanzada? ¿ P o r q u é a q u e l . h o m b r e estaba a l l í ? ¿ C o n q u é o b j e t o habia p e r m a n e c i d o o c u l t o h a s ta entonces ? ¿ P o r q u é l a R e y n a le habia l l a m a d o p o r medio de s u amiga en vez de d i r i g i r s e h a c i a é i ?.. C h a r n y iba á v o l v e r s e l o c o . A c o r d ó s e , no obstante , de que l a R e y n a se ocupaba de c i e r t a p o l í t i ca m i s t e r i o s a , y de que solia a n u d a r algunas relaciones con las cortes a í e m a n a s , relaciones que disgustaban 148 EL COLLAR a l R e y p o r l o m i s m o que las liabia prohibido. T a l vez a q u e l c a b a l l e r o m i s t e rioso seria u n c o r r e o de Schceb r u t m ó de B e r l i n , a l g ú n gentil h o m b r e p o r t a d o r de u n mensaje sec r e t o , una de las fachas alemanas que L u i s X V I no q u e r í a v e r en V e r s a l l e s , desde q u e e l E m p e r a d o r J o s é I I se habia a t r e v i d o á seguir en F r a n c i a u n curso de filosofía y de p o l i t i c a c i í t i c a a l uso de su c u ñ a d o el R e y c r i s t i a n í s i m o . Esta i d e a , semejante a l y e l o que n n f a c u l t a t i v o a p l i c a sobre l a a b r a sadora f r e n t e de u n e n f e r m o , r e f r e s có al pobre O l i v e r i o , le d e v o l v i ó l a serenidad y c a l m ó e l d e l i r i o de su p r i m e r a c ó l e r a : l a R e y n a , p o r o t r a p a r t e , p e r m a n e c í a en una act i t u d digna de su r a n g o . Su c o m p a ñ e r a , colocada á t r e s pasos de distancia , i n q u i e t » , a t e n a a l m e n o r r u i d o , como las antiguas d u e ñ a s , d e s t r u y ó , p o r medio de u n a DE L A REYNA. 149 ansiedad c o m p l a c i e n t e , l o s n u e v o s pensamientos de M r . de C h a r n y ; p u e s , a l f i n , t a n p e l i g r o s o es verse sorprendido en u n a cita p o l í t i c a , como ver g ü e n z a causa e l serlo en una c i t a de a m o r , y nada se parece t a n t o á un enamorado c o m o u n c o n s p i r a d o r : los dos l l e v a n capa p o r l o r e g u l a r ; los dos o y e n p e r f e c t a m e n t e ; l o s dos tiemblan.» C h a r n y no t u v o m u c l i o t i e m p o para p r o f u n d i z a r estas reflexiones, porque la amiga de l a R e y n a h i z o un m o v i m i e n t o y c o r t ó la p l á t i c a . E l caballero hizo t a m b i é n u n ademan como p a r a p r o s t e r n a r s e , pues sin d u da se l e p e r m i t í a y a r e t i r a r s e d e s p u é s de l a a u d i e n c i a . O c u l t ó s e Charny d e t r á s del á r bol c o r p u l e n t o , figurándose que a q u e l g r u p o , a l separarse , iba á pasar e n f r a c c i ó n p o r su lado • asi q u e , l o ú n i c o que debia hacer era c o m p r i m i r e l a l i e n t o y r o g a r á los gnomos y á los silfos que apagasen todos lo» 150 EL COLLAR ecos d e l cielo y de la t i e r r a . A l m i s m o t i e m p o c r e y ó v e r un objeto que se destacaba de l a m a n t e l e t a de l a R e y n a ; t a l vez era una m a n o : e l c a b a l l e r o se i n c l i n ó con p r o n t i t u d , e n d e r e z ó s e a l p u n t o con r e s p e t o , y h u y ó , pues n o se puede c a l i f i c a r de o t r o modo l a rapidez de su marcha. P e r o fue detenido p o r l a comp a ñ e r a de l a R e y n a , que le l l a m ó c o n voz calculada , y cuando se par ó l e dijo esta p a l a b r a : —Esperad. E l c a b a l l e r o era m u y o b e d i e n t e , pues hizo l o que se le o r d e n a b a , y esperó. C h a r n y v i ó entonces pasar , a' dos pasos de su e s c o n d i t e , á las dos m u g e r e s asidas d e l b r a z o : e l m o v i m i e n t o causado p o r e l vestido de la R e y n a hizo o n d u l a r los t a l l o s de a l gunas plantas que estaban a l a l c a n ce de su m a n o . A s p i r ó t a m b i é n los p e r f u m e s que DE L A R E Y N A . 151 tanto se habla acostumbrado á a d m i rar ; el o l o r de la v e r b e n a m e z c l a da con r e s e d a , doble embriaguez p a r a su r e c u e r d o . L a s m u g e r e s p a s a r o n y desaparecieron. Algunos minutos después se p r e s e n t ó e l desconocido, de q u i e n uuestro j o v e n no b a b i a v u e l t o á a c o r darse d u r a n t e e l t i e m p o que l a R e y na t a r d ó en l l e g a r á l a p u e r t a . B e saba con p a s i ó n , c o n l o c u r a una r o sa fresca y e m b a l s a m a d a , que sia duda era la m i s m a c u y a belleza adm i r ó C h a r n y cuando l a R e y n a e n t r ó en e l p a r q u e , y que acababa de y e r caer de la mano de su soberana. j U n a rosa ! ¡ U n beso aplicado á i sus b o j a s ! ¿ Se t r a t a b a p o r v e n t u r a I de embajada y de secretos de estado? C h a r n y c r e y ó perder el juicio : iba ya a ar r oj a r se sobre a q u e l h o m J b r e y á a r r a n c a r l e l a flor, c u a n d o v o l v i ó l a c o m p a ñ e r a de l a R e y n a , 152 y EL COLLAR dij0: —Venid, monseñor. C h a r n y c r e y ó h a l l a r s e delante de a l g ú n p r í n c i p e de la s a n g r e , y se a g a r r ó c o n f u e r z a a l á r b o l p a r a no caer m u e r t o sobre e l m u s g o . E l desconocido e c b ó á andar hacia e l lado que i n d i c a b a l a v o z , y d e s a p a r e c i ó c o n !a d a m a . DE L A REYNA. 155 LA. MASO DE LA t i E f Ñ A - c, (uando C h a r n y v o l v i ó á su cas*,, trastornado con tan terrible g o l p e , no e n c o n t r ó y a fuerzas contra l a nuev a desgracia que tan rudamente le heria. D e modo que e l destino le h a b í a « o n d u c i d o á V e r s a l l e s y á aquel p r e cioso retiro solo para inspirarle a m a r gos celos , y s e ñ a l a r l e las huellas de 154 , E L COLLAR u n c r í m e ü , cometido p o r l a R e y n a en desprecio de toda p r o b i d a d , de toda d i g n i d a d re'gia , de toda fidelidad conyugal. E l h o m b r e r e c i b i d o de aquella m a n e r a en e l p a r q u e e r a , á no d u darlo , un nuevo amante. E n van o p r o c u r ó C b a r n y p e r s u a d i r s e , ea e l d e l i r i o de su d e s e s p e r a c i ó n y d u r a n t e la fiebre de aquella aciaga noche , de que e l h o m b r e que habia r e c i b i d o l a rosa era u n embajador, y de que l a rosa no era mas que una p r e n d a de c o n v e n c i ó n s e c r e t a , destinada á r e e m p l a z a r una c a r t a que pudiera comprometer. Nada pudo prevalecer contra sus sospechas, y solo restaba a l desg r a c i a d o C b a r n y e x a m i n a r su p r o p i a c o n d u c t a , y p r e g u n t a r s e l a causa de h a b e r p e r m a n e c i d o pasivo en p r e sencia de t a m a ñ a d e s v e n t u r a . C o n una mediana r e f l e x i ó n nada era mas f a c ü que c o m p r e n d e r e l i n s t i n t o que habia aconsejado aquella i n - DE L A E E Y N A . 155 movilidad. E n las mas v i o l e n t a s crisis de l a v i d a , la acción b r i l l a m o m e n t á a e a mente en e l fondo de la n a t u r a l e z a h u m a n a , y este i n s t i n t o i m p u l s i v o 5 en los h o m b r e s b i e n organizados, no es mas que u n a c o m b i n a c i ó n de l a s , costumbres y de l a r e f l e x i ó n l l e v a da hasta el ú l t i m o grado de p r e c i p i t a c i ó n y de o p o r t u n i d a d . Si C h a r n y no habla obrado , c o n s i s t í a en que nada t e n i a que v e r con los asuntos p a r t i c u l a r e s de l a soberana; en que si se presentaba como curioso h u b i e ra d e s c u b i e r t o su a m o r ; en que h a ciendo t r a i c i ó n a' l a R e y n a se la hacia á sí p r o p i o ; en que es m u y m a la p o s i c i ó n l a que ocupa delante de los t r a i d o r e s , á quienes desea c o n v e n c e r , e l h o m b r e que se presenta cometiendo e l m i s m o d e l i t o q á ? v a ¿ echarles e n c a r a . Si no se h a b i a m o v i d o , consist i ó en que , p a r a llegarse á u n h o m b r e h o n r a d o e c u l a confianza r e a l , 156 EL COLLAR e r a p r e c i s o arriesgarse á c o r r e r la s u e r t e de u n a q u e r e l l a odiosa de m a l s u s t o , de una especie de emboscada q u e n u n c a le h u b i e r a p e r d o n a d o la Reyna. P o r ú l t i m o , l a p a l a b r a monseñer p r o n u n c i a d a p o r u n a de las dos m u g e r e s , e r a , a l p a r e c e r , una adv e r t e n c i a saludable , aunque algo t a r d í a , que h u b i e r a salvado á C h a r n y , d e s g a r r á n d o l e los ojos en medio de su f u r o r si algo hubiese intentado, i ¿ Q u e ' h u b i e r a sido de e'l si atacando con espada en mano á aquel h o m b r e hubiese oido que l e l l a m a b a n monseñor9. ¿ Q u é peso no h u b i e r a a d q u i r i d o su f a l t a cayendo de t a n grande a l t u r a ? Tales fueron los pensamientos que o c u p a r o n á C h a r n y toda l a noche y l a p r i m e r a m i t a d d e l siguiente d i a . D e s p u é s de las d o c e , nada fue p a r a é l e l dia a n t e r i o r , q u e d á n d o l e ú n i camente e l ansia c a l e n t u r i e n t a y d e Yoradora e o n q u e a g u a r d a b a l a n u e - DE L A REYNA. 157 va n o c h e , d u r a n t e l a c u a l i b a n t a l vez á t e n e r l u g a r otras r e v e l a c i o nes. ¡ C o n c u á n t a a g i t a c i ó n se puso el p o b r e C h a r n y en a q u e l l a v e n t a na , que e r a y a su ú n i c a e s t a n c i a , el p u n t o obligado de su v i d a . L a noche l l e g ó , i n s p i r a n d o a' nuest r o observador fogoso d e l i r a n t e s p e n samientos y deseos insensatos. Los sonidos o r d i n a r i o s l e p a r e cian c o n t e n e r nuevas significaciones. A l o lejos d i v i s ó á l a R e y n a , que atravesaba l a g a l e r í a , acompañada p o r las personas de l a s e r v i d u m b r e que l l e v a b a n hachones de v i e n t o j l a a c t i t u d de l a R e y n a se le a n t o j ó pen-s a t i v a , i n c i e r t a ; l a j u z g ó agitada p o r l a e m o c i ó n de l a n o c h e . Poco á poco se a p a g a r o n todas l a s luces de s e r v i c i o , y e l p a r q u e q u e d ó en e l mas p r o f u n d o sosiego. ¿ S e r á u n a q u i m e r a e l c r e e r que los á r b o l e s y las f r u t a s , d e s p u é s de f a tigarse d u r a n t e e l d i a e n agradar c o n T. V I I I . 11 , 158 E L OLLARC sus tesoros las m i r a d a s y caricias de los m o r t a l e s , t r a b a j a n en r e p a r a r por l a n o c h e , e l s i l e n c i o de l a soledad, s u f r e s c u r a , sus p e r f u m e s y su coq u e t e r í a ? E n e f e c t o , las flores y las p l a n t a s d u e r m e n como nosotros. C h a r n y se acordaba b i e n de l a h o r a de l a c i t a de l a R e y n a . D i e r o n las doce. E l c o r a z ó n de n u e s t r o j ó " e n amant e p a r e c í a que iba á estallar d e n t r o d e l p e c h o , asi fue que se apoy ó f u e r t e m e n t e c o n t r a e l antepecho p a r a sofocar sus l a t i d o s , cada vez mas p r e c i p i t a d o s y v i o l e n t o s . — P r o n t o se a b r i r á l a p u e r t a , dijo e n voz baja: p r o n t o se d e s c o r r e r á n los cerrojos. N a d a t u r b a b a l a paz d e l bosque. C h a r n y se a d m i r ó entonces a l p e n s a r p o r p r i m e r a vez que nunca se r e p i t e p o r dos noches seguidas u n m i s m o a c o n t e c i m i e n t o ; que B a da era o b l i g a t o r i o en a q u e l amor DE LA REYNA. 159 mas que e l a m o r m i s m o , y que ser i a n sobrado i m p r u d e n t e s los que en t a n p e l i g r o s o sitio n o pudiesen pasar dos dias s i n v e r s e . —Secreto aventurado, m u r m u r ó C h a m y , cuando l a l o c u r a se m e z c l a en é l . S i ; p a r e c i a una v e r d a d i n c o n t e s t a b l e que l a R e y n a n o r e p e t i r l a a l d i a siguiente l a i m p r u d e n c i a de l a víspera. D e p r o n t o c h i l l a r o n los c e r r o j o s , y se a b r i ó l a p u e r t e c i l l a . U n a palidez m o r t a l c u b r i ó las m e g i l l a s de O l i v e r i o , cuando d i v i s ó á las dos damas c o n e l m i s m o t r a je de l a noche a n t e r i o r . — E s necesario que e s t é l o c a , p e n só n u e s t r o j ó v e n . L a s dos mugeres pasaron bajo l a v e n t a n a de C h a r n y acelerando e l paso. E s t e v o l v i ó á saltar a l p a r q u e d e s p u é s que las v i ó bastante lejos p a r a que no l e s i n t i e r a n , y se p v o - 160 EL COLLAR puso desde luego ser p r u d e n t e , f u e r t e é i m p a s i b l e ; n o o l v i d a r que una de aquellas mugeres era R e y n a , y q u e é l era s u b d i t o ; que ademas , su c u a l i d a d de h o m b r e le i m p o n í a e l deber de ser respetuoso , a l paso que e l l a , como m u g e r , tenia e l derecho de e x i g i r c i e r t o s m i r a m i e n t o s . Y como desconfiaba de su c a r á c t e r fogoso, a r r o j ó su espada d e t r á s de u n m o n t e c i l l o de m a l v a s i n m e diato. E n t r e t a n t o l l e g a r o n las dos damas al m i s m o sitio de l a v í s p e r a ; C h a r n y t a m b i é n reconoció á la R e y n a , y esta se c u b r i ó l a cabeza c o n e l cap u c h ó n , m i e n t r a s su c o m p a ñ e r a fue á b u s c a r a l desconocido, á q u i e n llamaban monseñor. ¿ E n d ó n d e se escondia este ? H e a q u i l o q u e se p r e g u n t a b a C h a r n y . E n l a d i r e c c i ó n que h a b i a tomado l a oficiosa amiga se h a l l a b a situada l a sala de b a ñ o s de A p o l o , r e s g u a r - DE L A REYNA. 161 dada p o r altos cercados y p i l a s t r a s de m á r m o l ; p e r o ¿ c ó m o a q u e l h o m bre podía ocultarse allí ? ¿ Por d ó n d e entraba ? C h a r n y se a c o r d ó de que b a c í a a q u e l lado d e l p a r q u e e x i s t i a u n a p u e r t e c i l l a , semejante á l a que a b r í a n las damas p a r a a c u d i r á l a c i t a : s i n d u d a t e n i a e l desconocido u n a l l a ve de a q u e l l a p u e r t a , p o r l a c u a l se deslizaba hasta los b a ñ o s de A p o l o , en los cuales esperaba basta q u e fuesen á b u s c a r l e . A s i se esplicaba todo , y p r e c i c í s a m e n t e se r e t i r a b a m o n s e ñ o r p o r l a m i s m a p u e r t a , d e s p u é s de su e n trevista con l a Reyna. Algunos minutos después disting u i ó C h a r n y e l s o m b r e r o y l a capa de l a u o c h d a n t e r i o r . P e r o e l desconocido n o se acercó á la Reyna con la reserva respetuosa d e l d í a a n t e r i o r : caminaba de p r i s a s i n a t r e v e r s e e m p e r o á c o r rer. 162 E L COLLAR L a R e y n a , que estaba j u n t o a l á r b o l , se s e n t ó sobre l a capa que el nuevo R a l e i g h e s t e n d i ó para ella, y en t a n t o que su v i g i l a n t e amiga acechaba , e l e n a m o r a d o c a b a l l e r o se a r r o d i l l a b a sobre e l musgo , y e m pezaba á h a b l a r c o n apasionada r a pidez. L a R e y n a bajaba l a cabeza , sum i d a a l p a r e c e r e n amorosas m e d i taciones. C h a r n y no p o d i a o i r las p a l a b r a s d e l c a b a l l e r o ; p e r o e l eco de ellas a p a r e c i a i m p r e g n a d o de p o e sia y de a m o r , y cada una de sus entonaciones p o d i a t r a d u c i r s e p o r una ardiente protesta. L a R e y n a no c o n t e s t a b a , y no o b s t a n t e , e l desconocido r e d o b l a b a l a v i v e z a de sus discursos , p a r e c i e n do á veces a l d e s v e n t u r a d o Charn y que sus p a l a b r a s e n v u e l t a s en armoniosos g i r o s , i b a n á l l e g a r á -herir sus oidos , e n c u y o caso l e ser i a preciso m o r i r /le dolor y rabia. P e r o nada. C u a n d o l a voz se h a c i a DE L A BEYNA. 163 mas c l a r a , u n gesto sigaiGcatlvo de la observadora obligaba a l apasionado orador á bajar e l d i a p a s ó n de sus elegías. L a Reyna seguía callando. E l c a b a l l e r o , á pesar de que e n sartaba s ú p l i c a s sobre s ú p l i c a s , l o cual adivinaba por la vibrante m e l o d í a de sus inflexiones , no o b t e n í a mas que e l h a l a g ü e ñ o c o n s e n t i m i e n t o d e l s i l e n c i o , favor i n s u f i c i e n t e p a r a los ardientes labios que b a n empezado á g u s t a r l a p o n z o ñ a d e l amor. D e p r o n t o d e j a r o n escapar a l g u nas palabras los de l a R e y n a . A l m e nos esto d e b i ó c r e e r C h a r n y ; p a l a b r a s entrecortadas , m u y bajas, q u e solo podia o i r e l desconocido, q u i e n apenas las e s c u c h ó , cuando en e l esceso de su entusiasmo e s c l a m ó bast a n t e a l t o p a r a ser oido : — ¡ G r a c i a s , gracias , s e ñ o r a m i a ! A s i , pues , hasta m a ñ a n a . C h a r n y s i n t i ó c o r r e r p o r su f r e n - 164 E L COLLAR t e u n sudor f r i ó , e l sudor de l a m u e r t e , que se d e s p r e n d i ó l e n t a m e n t e p o r sus m e j i l l a s . E l desconocido v i o estenderse h a cia é l las dos manos de l a R e y n a , y las e s t r e c h ó entre las s u y a s , depositando e n ellas u n beso t a n p r o l o n g a d o y t i e r n o , que C h a r n y esp e r i m e n t ó mientras d u r a b a , el suf r i m i e n t o de todos los suplicios que l a fuerza h u m a n a h a robado á l a mas infernal barbarie. D e s p u é s de a q u e l beso se l e v a n t ó l a R e y n a con v i v e z a , y c o g i ó e l brazo de su c o m p a ñ e r a . E n seguida h u y e r o n a m b a s , p a sando p o r d e l a n t e de C h a r n y , como l a noche a n t e r i o r . E l desconocido h i z o l o m i s m o p o r su p a r t e , y C h a r n y , q u e no h a b i a p o d i d o m o v e r s e d e l sitio en que l e t e n i a c l a v a d o u n d o l o r i n d e c i b l e , o y ó v a g a m e n t e e l r u i d o sim u l t á n e o de dos p u e r t a s que se c e r raban. DE L A REYNA. 165 N o t r a t a r e m o s de d e s c r i b i r l a s i t u a c i ó n en q u e se q u e d ó C h a r n y d e s p u é s de a q u e l h o r r i b l e d e s c u b r i miento. P a s ó l a nocbe c o r r i e n d o como u u loco p o r e l p a r q u e y p o r los senderos , á los cuales echaba a m a r g a m e n t e en cara s u c o m p l i c i d a d c r i minal. L o c o p o r espacio de a l g u n a s h o r a s , n o v o l v i ó en s í hasta que l a casualidad hizo q u e tropezase en s u c a r r e r a c o n l a espada que antes h a b í a dejado á fin de n o caer e n l a t e n t a c i ó n de s e r v i r s e de e l l a . A q u e l l a a r m a q u e se e n r e d ó e n t r e sus p i e r n a s y l e hizo c a e r , l e d e v o l v i ó como p o r encanto e l s e n t i m i e n t o de su f u e r z a , asi como e l de su d i g n i d a d . U n h o m b r e q u e e m p u ñ a u n a espada , n o p u e d e h a c e r o t r a c o s a , si a u n e s t á l o c o , q u e atravesarse c o n e l l a ó atravesar á q u i e n l e o f e n d e ; no t i e n e y a e l der e c h o de ser d é b i l n i e l de m o s t r a r - 166 E L COLLAR se cobarde. C h a r u y v o l v i ó á ser l o que s i e m p r e , u n e s p í r i t u fuerte y u n cuerp o v i g o r o s o : e m p e z ó á desandar l o andado en su r á p i d a c a r r e r a , dur a n t e l a c u a l tropezaba c o n t r a los á r b o l e s , y se d i r i g i ó l e n t a y s i l e n ciosamente p o r l a senda marcada p o r los pasos de las dos mugeres y e l desconocido. F u e á r e c o n o c e r e l sitio en que l a R e y n a se h a b i a s e n t a d o ; e l m u s go , m u l l i d o t o d a v í a , le r e v e l a b a su desdicha y l a f e l i c i d a d de o t r o . E n vez de g e m i r , en vez de dejar que l a c ó l e r a se apoderase de é l , p ú s o s e O l i v e r i o á r e f l e x i o n a r acerca de l a n a t u r a l e z a de a q u e l a m o r sec r e t o , y sobre l a clase de l a p e r sona que l o i n s p i r a b a . E n t r e t ú v o s e , pues , e n e s p l o r a r los pasos d e l c a b a l l e r o c o n l a f r i a a t e n c i ó n que h u b i e r a concedido a l e x á m e n de los de u n a bestia s a l v a j e , y r e c o n o c i ó l a p u e r t a detras de DE LA. R E Y N A . 167 los h a ñ o s de A p o l o j s u b i ó á l a p a r e d , y en l a p a r t e opuesta n o t ó señ a l e s de c a b a l l o s , y v i ó l a y e r b a removida. —Por aquí viene, pensó Oliver i o , y no de V e r s a l l e s , sino de P a r í s : nadie l e a c o m p a ñ a , y m a ñ a n a v o l s e r á , p o r q u e le h a n d i c h o « h a s ta m a ñ a n a . » D e v o r e m o s , p u e s , hasta m a ñ a n a silenciosamente , no las l á g r i m a s que b r o t a n de m i s ojos, sino l a sangre que mana de m i c o r a z ó n . M a ñ a n a s e r á e l u l t i m o d i a de m i v i d a , p o r q u e de l o c o n t r a r i o s e r é u n c o b a r d e , n u n c a h a b r é ' amado. Vamos, vamos, añadió tocándose suavemente e l c o r a z ó n como u n ginete toca e l c u e l l o de su c a b a l l o p a r a sosegarlo j p a c i e n c i a , paciencia y f u e r z a , y a que l a p r u e b a n o ha t e r m i n a d o t o d a v í a . D i c h o e s t o , m i r ó á su a l r e d e dor, a p a r t ó sus m i r a d a s d e l p a l a cio, en e l c u a l t e m i a v e r i l u m i n a d a 168 EL COLLAR l a ventana de l a pe'rfida R e y n a , porque a q u e l l a l u z h u b i e r a sido una n u e v a m e n t i r a , u n a falta mas. E n efecto, una ventana i l u m i nada , ¿ no significa que e l aposento está habitado? ¿ Y por q u é mentir asi cuando se t i e n e e l d e r e c h o de f a l t a r a l h o n o r , cuando t a n poca distancia hay entre l a v e r g ü e n z a oculta y el escándalo p ú b l i c o ? L a v e n t a n a de l a R e y n a estaba en efecto i l u m i n a d a . — ¡ H a c e r c r e e r que se h a l l a en su e s t a n c i a , c u a n d o c o r r e p o r el p a r q u e e n c o m p a ñ í a de u n amante! ¡ A h ! ¡ V a y a u n a castidad p e r d i d a ! a ñ a d i ó C h a r n y con amarga ironía. — E s demasiado b u e n a l a R e y n a , supuesto que t a n t o d i s i m u l a c o n m i go : es v e r d a d que t a l vez t i e n e miedo de c o n t r a r i a r á su esposo. Y esto d i c h o se h i n c ó c o n f u e r za las u ñ a s en e l p e c h o , y se d i rigió apresuradamente á su m o rada. DE L A REYNA. 169 —Hasta m a ñ a n a han dicho, m u r m u r ó d e s p u é s que p a s ó l a v e n t a n a : s í , hasta m a ñ a n a p a r a todos, p o r q u e m a ñ a n a , s e ñ o r a , seremos cuat r o los que acudamos á l a c i t a . 170 B L COLLAR MüGER Y REYNA. d i a s i g u i e n t e t r a j o nuevas p£5« r i p e c i a s . A l a ú l t i m a campanada de las doce se a b r i ó l a p u e r t a , y apar e c i e r o n en e l l a las dos m u g e r e s . C h a r n y estaba r e s u e l t o á r e c o n o c e r esta n o c h e a l f e l i z personaje favorecido por la R e y n a . F i e l á sus c o s t u m b r e s , aunque no eran inveteradas, e c h ó á andar, o c u l t á n d o s e d e t r á s de las m a t a s ; p e - DE L A REVNA. ±71 r o cuando l l e g ó a l sitio en que dos dias antes se h a b í a verificado el e n c u e n t r o de los amantes, no h a l l ó en é l á n a d i e . L a c o m p a ñ e r a de l a R e y n a c o n d u c i a á S. M . hacia los b a ñ o s de Apolo. U n a h o r r i b l e ansiedad, u n n u e vo sufrimiento a b r u m ó á Charny. E n su inocente p r o b i d a d no habia p e n sado que e l c r i m e n pudiese l l e g a r á tal punto. La Reyna. sonriéndose y cuchicheando , se d i r i g i ó hacia e l s o m b r í o a s i l o , en c u y a e n t r a d a l a esperaba con los brazos abiertos e l g e n t i l - h o m b r e desconocido. A b r i e n d o p o r su p a r t e los b r a zos , e n t r ó t a m b i é n en é l , y l a r e ja se c e r r ó t r a s e l l a . S u c ó m p l i c e se q u e d ó f u e r a , a p o yado sobre e l t r o n c o de u n á r b o l c u b i e r t o de f o l l a j e . C h a r n y h a b i a contado demasiado c o n sus f u e r z a s , que no p o d i a n r e - 172 EL COLLAR s i s t i r semejante c h o q u e . E n e l m o m e n t o en que l l e n o de i r a iba á p r e c i p i t a r s e sobre l a confidente de la Reyna para desenmascararla, recon o c e r l a , i n j u r i a r l a y ahogarla t a l v e z , a f l u y ó l a sangre á su cabeza como u n torrente desbordado, y le p r i v ó del sentido. C a y ó , p u e s , sobre e l m u s g o , a r t i c u l a n d o u n d é b i l s u s p i r o que fue á t u r b a r de n u e v o l a t r a n q u i l i d a d d e l c e n t i n e l a colocado a l a p u e r t a d e l b a ñ o de A p o l o . Una hemorragia i n t e r i o r , p r o d u cida p o r su h e r i d a , q u e se habia Vuelto á abrir, estaba á punto de ahogarle. F e l i z m e n t e e l f r í o d e l r o c í o , la h u m e d a d de l a t i e r r a , l a f u e r t e i m p r e s i ó n de su d o l o r , l e h i c i e r o n r e cobrar la vida. Se l e v a n t ó , p u e s , v a c i l a n t e ; r e c o n o c i ó e l s i t i o , su s i t u a c i ó n ; se acord ó de l o q u e l e h a b i a sucedido y e m p e z ó á buscar l o que q u e r i a h a - DE L A REYNA. 173 llar. P e r o e l c e n t i n e l a l i a b i a desapar e c i d o , y no se oia el m e n o r r u i d o . U n r e l o j de V e r s a l l e s dio las d o s , y C l i a r n y c o m p r e n d i ó entonces que su desmayo babia sido m u y l a r g o . S i n duda alguna la t e r r i b l e v i s i ó n babia desaparecido: R e y n a , amante y confidente h a b í a n t e n i d o t i e m p o para b u i r . C h a r n y se convenció de e l l o , observando en l a p a r t e s u p e r i o r d e l m u r o las b u e l l a s r e c i e n tes de b a b e r subido p o r é l u n h o m bre. Estos vestigios y el destrozo de algunas ramas en las inmediaciones de l a verja d e l b a ñ o de A p o l o , e r a n todas las pruebas de c o n v i c c i ó n d e l pobre Cbarny. P a s ó l a noche en u n p r o l o n g a d o d e l i r i o , que no se babia c a l m a d o a u n p o r la m a ñ a n a . P á l i d o como u n m u e r t o , envejecido como si p o r é l hubiesen pasad o diez a ñ o s , l l a m ó á su ayuda de T. VIII 12 174 E L COLLAR c á m a r a , y se puso u n vestido de* t e r c i o p e l o n e g r o , p a r e c i d o a l de u n r i c o d e l t e r c e r estado. S o m b r í o , silencioso, pero conc e n t r a n d o su d o l o r , se d i r i g i ó a l cast i l l o de T r i a n o n en e l m o m e n t o en q u e acababa de ser r e l e v a d a l a guard i a j esto e s , a las d i e z . L a i l e y n a salia de l a c a p i l l a , donde acababa de o i r m i s a . A su paso se i n c l i n a b a n r e s p e t u o samente todas las f r e n t e s , y se b a j a b a n b á c i a t i e r r a todas las espadas. C h a r n y v i o á algunas m u g e r e s q u e se enrojeciau d e l despecho que ]es causaba h a l l a r b e l l a á l a R e y n a . B e l l a estaba en efecto c o n sus h e r mosos cabellos peinados sobre sus sienes j b e l l o era su r o s t r o , c o n sus facciones d e l i c a d a s , c o n su boca r i s u e ñ a , con sus ojos f a t i g a d o s , p e r o brillantes con u n dulce esplendor. De r e p e n t e , al distinguir á Char- DE L A REYNA. 175 n y a l estremo de l a c a l l e de á r b o les se puso encarnada y l a n z ó u n g r i to de sorpresa. C h a r u y no i n c l i n ó la cabeza, y c o n t i n u ó mirando á la R e y n a , que l e y ó en su m i r a d a una n u e v a desg r a c i a . L a R e y n a se a c e r c ó a é l . — Y o os suponia en vuestras t i e r r a s , s e ñ o r de C h a r n y , dijo ella con serenidad. — H e v u e l t o de e l l a s , s e ñ o r a , d i jo c o n acento b r e v e y casi i m p o l í tico. L a R e y n a , á q u i e n j a m á s se escapaba l a mas m í n i m a e s p r e s i o n , se d e t u v o asombrada. D e s p u é s de este c a m b i o de m i radas y de palabras casi h o s t i l e s , se v o l v i ó a l lado de las m u g e r e s . Buenos d i a s , condesa, dijo c o n tono amistoso á M a d . de L a M o t t e . Y le h i z o u n g u i ñ o de ojos m u y significativo. C h a r n y se e s t r e m e c i ó , p e r o m i r ó con mas a t e n c i ó n . 176 F.L C O L L A R J u a n a , i n q u i e t a p o r esta afectac l o n , v o l v i ó l a cabeza. ( l i a r n y la s i g u i ó como h u b i e r a podido h a c e r l o un loco , hasta que p u d o v e r l e de n u e v o e l r o s t r o . Desp u é s s i g u i ó dando vueltas en t o r n o suyo observando sus pasos. L a R e y n a , saludando á u n o y a o t r o l a d o , s e g u i a , sin e m b a r g o , los m o v i m i e n t o s de los dos o b s e r v a d o res. — ¿ Si h a b r á p e r d i d o l a cabeza ? p e n s ó e l l a . ¡ P o b r e mozo ! Y se d i r i g i ó de n u e v ó á é l . — ¿ C ó m o os h a l l á i s , s e ñ o r de C h a r n y ? l e p r e g u n t ó con d u l c e v o z . — M u y b i e n , s e ñ o r a ; p e r o , á Dios g r a c i a s , menos b i e n que V . M . Y s a l u d ó de una m a n e r a á p r o p ó s i t o p a r a asustar á l a R e y n a mas que l a habia s o r p r e n d i d o . — A l g u n a cosa t i e n e , dijo Juana reflexiva. — ¿ D ó n d e os a l o j á i s a h o r a ? c o n t i n u ó la Reyna. DE L A R E Y N A . 177 — E n V e r s a l l e s , s e ñ o r a , dijo O l i verio. — ¿ Desde cuando ? —Desde hace tres noches, r e s p o n d i ó e l j o v e n , dando una s i n g u l a r esp r e s i o n c o n l a m i r a d a , e l ademan y e l acento á estas p a l a b r a s . L a R e y n a no m a n i f e s t ó e m o c i ó n ; p e r o Juana se e s t r e m e c i ó . — ¿ T e n é i s a l g u n a cosa que d e c i r m e ? p r e g u n t ó la R e y n a á C h a r ny con una dulzura angelical. — ¡ O h , s e ñ o r a ! r e p l i c ó este; t e n go m u c h o que d e c i r á V . M . —Venid, dijo e l l a p r e c i p i t a d a mente. — O b s e r v e m o s , p e n s ó Juana. L a R e y n a se d i r i g i ó c o n p r e s t e za á sus aposentos, y no menos a g i tados que ella la s i g u i e r o n todos. L o que p a r e c i ó p r o v i d e n c i a l á madama de L a M o t t e fue e l que M a r í a A n t o n i e t a , p a r a e v i t a r e l que p a r e c i e se h a b e r buscado ella u n a e n t r e v i s ta á solas, e s c i t ó á algunas personas 178 E L COLLAR á s e g u i r l a . E n t r e estas personas se deslizó Juana. C u a n d o la R e y n a l l e g ó á su aposento , d e s p i d i ó á M a d . de M i s e r y y á toda su s e r v i d u m b r e . H a c i a u n t i e m p o apacible y n u b l a d o ; e l sol no atravesaba las n u b e s ; p e r o dejaba p e n e t r a r su calor y su l u z a l t r a v é s de sus espesas c o r t i n a s blancas y azules. L a R e y n a a b r i ó l a v e n t a n a que daba á u n p e q u e ñ o t e r r a d o , se i n s t a l ó delante de su v e l a d o r l l e n o de cartas, y esperó. L a s personas que l a h a b l a n seg u i d o c o m p r e n d i e r o n poco á poco su deseo de estar s o l a , y se a l e jaron. C b a r n y , i m p a c i e n t e , l l e n o de c ó l e r a , o p r i m í a su s o m b r e r o e n t r e sus manos. — H a b l a d , h a b l a d , dijo la Reyna; p a r e c é i s m u y turbado, caballero. — ¿ C ó m o e m p e z a r é ? dijo C b a r n y , q u e pensaba en voz a l t a ; ¿ c ó m o DE LÁ REYNA 179 o s a r é acusar e l h o n o r , acusar l a f é , acusar la niagestad? — ¡ Q u é decís ! esclamó María A n tonieta volviéndose vivamente y con una mirada chispeante. — i Y sin e m b a r g o , no d i r é mas que l o que he visto ! continuó Charny. L a R e y n a se puso de p i e . — C a b a l l e r o , dijo f r i a m e n t e , es m u y t e m p r a n o p a r a que os crea e m b r i a g a d o ; y sin embargo, v u e s t r a actit u d a q u i no es la de u n g e n t i l - h o m bre. Y ella deseaba v e r l e abrumado p o r este despreciador a p o s t r o f e ; pero él c o n t i n u ó i n m ó v i l . — A l h e c h o , d i j o , ¿ q u é es u n a Reyna ? U n a muger. ¿ Y y o , q u é soy ? U n h o m b r e , mas b i e n que u n vasallo. — ¡ Caballero ! — S e ñ o r a , no e m b r o l l e m o s lo q u e tengo que deciros c o n una c ó l e r a que v e n d r i a á p a r a r en l o c u r a . Y o 180 EL COLLAR creo h a b e r p r o b a d o que t e n i a r e s p e t o p o r l a magestad r e a l ; yo t e m o h a b e r p r o b a d o que teuia u n amor insensato p o r l a persona de l a R e y u a . A s í , pues , e l e g i d : ¿ á c u á l de las dos , a l a R e y n a ó á l a m u ger , q u e r é i s que este adorador l a n ce una a c u s a c i ó n de o p r o b i o y de desleal lad? — ¡ M r . de C h a r n y ! e s c l a m ó la Reyna palideciendo y dirigiéndose h a c i a e l j o v e n ; si no s a l í s de a q u í os h a r é ecbar p o r m i s g u a r d i a s . — ¡ V o y , pues , á deciros antes de ser echado , p o r q u é sois una R e y n a i n d i g n a y una m u g e r sin h o n o r ! e s c l a m ó C h a i ny e b r i o de f u r o r . D u r a n t e tres noches he estado en vuestro parque. E n vez de v e r l a estremecerse á este golpe t e r r i b l e , como esperaba, C h a r n y v i ó á l a R e y n a l e v a n t a r la cabeza y a p r o x i m a r s e á é l . — M r . de C h a r n y , l e dijo t o m a n - DE L A REYNA. 181 d o l é l a m a n o : os h a l l á i s eu u n estado que me causa l á s t i m a : vuestros ojos c e n t e l l e a n ; t i e m b l a vuestra m a no , p a l i d e c e n vuestras m e g i l l a s , t o da v u e s t r a sangre afluye a l c o r a z ó n . S u f r í s ; ¿ q u e r é i s que l l a m e ? - Os he v i s t o , sí ; os he v i s t o , r e p i t i ó f r í a m e n t e ; os he v i s t o , c o n ese h o m b r e cuando le h a b é i s dado l a rosa ; cuando os h a besado l a s manos ; cuando h a b é i s e n t r a d o c o n é l en los b a ñ o s de A p o l o . L a R e y n a se p a s ó l a mano p o r l a f r e n t e , como p a r a asegurarse de que no d o r m í a . — V e a m o s , dijo ; p e r o sentaos, p o r q u e vals á caer a l suelo si no os sostengo ; sentaos , os d i g o . C h a r n y se d e j ó caer en efecto sobre u n s i l l ó n ; l a R e y n a se s e n t ó á su lado en u n t a b u r e t e , y l o m á n d o l e las manos y p e n e t r a n d o c o n sus m i r a d a s hasta l o mas í n t i m o d e l c o r a z ó n de a q u e l , — T r a n q u i l i z a o s , le dijo; apaci- 182 EL COLLAR g u a d e l c o r a z ó n y l a cabeza , y r e p e t i d m e l o que a c a b á i s de d e c i r . — ¡ O h ] queréis matarme, muri n u r o el desgraciado. — D e j a d que os p r e g u n t e . ¿ C u á n d o h a b é i s v u e l t o de vuestras t i e r ras ? — Hace q u i n c e dias. — ¿ Dónde habitáis ? — E n l a casa d e l m o n t e r o , que h e a l q u i l a d o espresamente. — j A h , sí ! ¿ E n la casa d e l s u i ¿o , a l estremo d e l p a r q u e ? C h a r n y hizo u n ademan a f i r m a tivo. — ¿ H a b l á i s de u n a persona que h a b é i s visto conmigo ? — H a b l o e n p r i m e r l u g a r de vos, á q u i e n he v i s t o . — ¿ Dónde"? — E n el p a r q u e . — ¿ Q u é dia , y á q u é h o r a ? — E l M a r t e s á media n o c h e , p o r p r i m e r a vez. D e c í s que m e h a b é i s visto ? DE L A R E Y N A . 185 — C o m o os veo a h o r a , y t a m b i é n he v i s t o á l a persona que os a c o m pañaba. — ¿ Me a c o m p a ñ a b a una persona ? ¿ L a r e c o n o c e r í a i s si l a v i e s e i s ? — A h o r a poco me parece h a b e r l a v i s t o a q u i ; p e r o no me a t r e v e r i a á a f i r m a r que fuese e l l a . M e h a p a r e cido ser su m i s m o aire ; p o r l o que hace a l r o s t r o , s i e m p r e se o c u l t a cuando se v a á cometer u n c r i m e n de l a m i s m a especie. — B i e n , dijo l a R e y n a t r a n q u i l a m e n t e ; no h a b é i s r e c o n o c i d o á m i c o m p a ñ e r a , sino á m í . . . . — ¡ O h ! á vos , s e ñ o r a , os h e visto ¡ e s p e r a d ! . . . . ¿ N o os v e o ahora ? L a R e y n a d i o en e l suelo a l g u nos golpes de ansiedad. — ¿ Y ese c o m p a ñ e r o , c o n t i n u ó , á q u i e n h e dado una r o s a . . . . p o r q u e me h a b é i s visto d a r u n a rosa? y — S í , á ese c a b a l l e r o j a m á s le he vuelto á encontrar. 184 EL COLLAR — ^ L e c o n o c é i s si n e m b a r g o ? — Se l l a m a monsefior ; es todo l o que se'. L a P.eyna se g o l p e ó l a f r e n t e con u n f u r o r c o n c e n t r a d o . — P r o s e g u i d , dijo ; e l M a r t e s he dado una rosa ¿ y el Miércoles? — E l Mie'rcoles h a b é i s dado á b e sar vuestras dos manos. — ¡ O h ! m u r m u r ó ella m o r d i é n d o se las m a n o s . . . . E n f m , ¿ e l J u e v e s , ayer — A y e r h a b é i s pasado h o r a y m e dia c o n ese h o m b r e en l a g r u t a de A p o l o , donde v u e s t r a a c o m p a ñ a n te os h a dejado solos. L a R e y n a se l e v a n t ó c o n i m p e tuosidad. — ¿ Y — v o s . . . . me h a b é i s . . . . v i s to ? dijo t a r t a m u d e a n d o cada s í l a b a . C h a r n y l e v a n t ó una mano a l c i e l o en ademan de j u r a r l o . — ¡ O h ! m u r i i u i r ó la R e y n a a r r e b a l a d a de f u r o r ¡lo jura! C h a r n y r e p i t i ó solemnemente su DE LA REYNA. 185 ademan acusador. — ¿ A m í , á m í ? dijo l a R e y n a g o l p e á n d o s e e l p e c h o ; ¿ me h a b é i s visto? — S í , a v o s ; el Martes, llevabais v u e s t r o v e s t i d o v e r d e con listas doradas; el M i é r c o l e s vuestro vestido de grandes ramos azules y a m a r i l l o s . A y e r , ayer , e l vestido de seda de color de hoja seca que t e n í a i s p u e s t o cuando p o r p r i m e r a vez os bese' l a mano. ¡ E r a i s v o s , s í , v o s ! ¡ S í , y m u e r o de d o l o r y de v e r g ü e n z a al repetiros por m i honor , por m i Dios , erais vos , s e ñ o i a , erais vos! L a R e y n a se puso á d a r largos pasos p o r e l t e r r a d o , cuidándose p o c o de dejar ver su e s t r a ñ a a g i t a c i ó n á los espectadores que desde abajo l a d e v o r a b a n con l a v i s t a . — Si y o hiciese u n j u r a m e n t o , d i j o , si y o jurase t a m b i é n p o r m i h i j o , p o r m i D i o s . . . . Como vos , t e n go y o t a m b i é n u n D i o s . . . . j N o , no me cree ! ¡ no me c r e e r i a ! C h a r n y b a j ó l a cabeza. 186 E L COLLAR — ¡ I n s e n s a t o ! a ñ a d i ó l a R e y n a sac u d i é n d o l e l a m a n o con e n e r g í a y a r r a s t r á n d o l e d e l t e r r a d o á su h a b i t a c i ó n . ¡ E s una m u y r a r a v o l u p t u o sidad l a de acusar á u n a m u g e r i n o cente i r r e p r e n s i b l e ! ¡es u n h o n o r m u y b r i l l a n t e el deshonrar á una R e y n a ! , . . . ¿ M e crees cuando te digo que n o es á m í á q u i e n has v i s t o ? ¿ M e crees c u a n d o te j u r o sobre u n c r u cifijo que hace t r e s d í a s no he sal i d o d e s p u é s de las c u a t r o de l a t a r d e ? ¿ Quieres que te p r u e b e c o n m i s d a m a s , c o n e l R e y que me h a n v i s t o a q u i , que no p o d i a estar en otra parte? No no ¡ N o me cree , no me cree ! — L o he v i s t o , r e p l i c ó f r i a m e n t e Charny. — ¡ O h ! e s c l a m ó de r e p e n t e l a R e y n a ; y a s é l o que esj y a s é l o q u e es. ¿ N o m e ha sido y a arrojada a l r o s t r o esa atroz c a l u m n i a ? ¿ N o se m e h a visto en e l b a i l e de l a O p e r a escandalizando á l a c o r t e ¿ N o DE L A R E Y N A . 187 se me ha visto en casa de Mesmer, est a s i a d a , escandalizando á ios c u r i o sos y á las m u g e r e s p ú b l i c a s ? ¡ B i e n l o s a b é i s vos que os babeis b a t i d o por m í . — S e ñ o r a , en ese t i e m p o me h e b a t i d o p o r q u e D O l o c r e í a . H o y no me batiria , porque lo creo. L a R e y n a a l z ó a l cielo sus b r a zos agarrotados p o r la desesperacioia, y dos l á g r i m a s ardientes r o d a r o n de sus m e g i l l a s á su seno. — ¡Dios m i ó , dijoj inspiradme un pensamiento que me s a l v e ! ¡ N o q u i e r o que é l me desprecie , D i o s mió! C h a r n y se s i n t i ó p r o f u n d a m e n t e c o n m o v i d o p o r esta sencilla p e r o v i gorosa i n v o c a c i ó n , y se t a p ó los ojos con las manos. L a R e y n a g u a r d ó silencio p o r u n i n s t a n t e ; en seguida , d e s p u é s de h a b e r r e f l e x i o n a d o , dijo : — C a b a l l e r o , me d e b é i s u n a r e p a r a c i ó n . V e d a q u i l a que exijo de 188 EL COLLAR vos. D e c í s que m e h a b é i s visto u n a n o c h e en e l p a r q u e en c o m p a ñ í a de u n h o m b r e . S a b é i s , sin e m b a r g o , q u e se ha abusado ya de l a semejanza que una m u g e r , n o s é c u á l , t i e ne c o n m i g o en su aire y en su rostro ; conmigo, Reyna desgraciada; p e r o pues que p r e f e r í s c r e e r que soy yo q u i e n e m p r e n d i a estas c o r r e r í a s d u r a n t e l a noche ; pues que d e c í s que soy y o , v o l v e d a l p a r que á l a misma h o r a , v o l v e d á é l c o n m i g o . Si es á m í á q u i e n h a b é i s v i s t o ayer , s e r á i m p o s i b l e que m e v o l v á i s á v e r h o y , pues q u e e s t a r é á v u e s t r o l a d o . Si es o t r a , ¿ p o r q u é no l a hemos de v e r j u n tos ? Y si la v e m o s , ¡ a h ! s e n t i r é i s , c a b a l l e r o . todo l o que a c a b á i s de h a cerme sufrir. C h a r n y , o p r i m i e n d o su c o r a z ó n con ambas manos, m u r m u r ó : —- H a b é i s h e c h o demasiado p o r m í , s e ñ o r a : merezco l a m u e r t e ; no me c o n f u n d á i s c o n vuestra b o n d a d . DE LA REYNÁ. 189 — ¡ O l í ! os c o n f u a c ü r e con p r u e b a s , dijo l a R e y n a . N o d i g á i s u n a p a l a b r a á n a d i e : esta n o c h e , á las d i e z , esperad solo á l a p u e r t a de l a m o n t e r í a , l o que he decidido p a r a c o n v e n c e r o s . I d , c a b a l l e r o , y no d e j é i s t r a s l u c i r nada. C h a r n y se a r r o d i l l ó sin p r o n u n c i a r 'una p a l a b r a , y s a l i ó . A l llegar al estremo del salón p a s ó i n v o l u n t a r i a m e n t e por delante de Juana , q u i e n p a r e c í a q u e r e r p e n e t r a r - s u c o r a z ó n con l a v i s t a , y ee h a l l a b a dispuesta á e n t r a r c o n toda l a d e m á s gente en e l c u a r t o de S. M . t a n p r o n t o como fuese l l a mada. 190 EL COLLAR MüGER T DEMONIO. w u a n a L a b i a notado l a t u r b a c i ó n de C h a r n y , l a s o l i c i t u d de l a R e y n a , y el a f á n de ambos por t r a b a r c o n v e r s a c i ó n , con l o c u a l una rnuger de l a i m a g i n a c i ó n de l a c o n d e s a d o L a M o t t e , t e n i a bastante y le sobraba p a r a a d i v i n a r m u c h a s cosas ; escusamos a ñ a d i r p o r t a n t o l o que todos nuestros lectores h a b r á n comprendido y a . DE L A REVNA. 191 D e s p u é s de l a e n t r e v i s t a de O l i va y J u a n a , t a n h á b i l m e n t e prepa^rada p o r C a g l i o s t r o , p á r e c e n o s t a m b i é n que la comedia de las tres ú l t i m a s noches no necesita de c o m e n tarlos. Juana , pues , r e g r e s ó á l a c á m a r a de l a R e y n a , d o n d e , h a c i é n d o s e toda o j o s , y oidos , y examinando e l semblante de M a r í a A n t o n i e t a , p r o c u r ó a d q u i r i r las pruebas de l o que sospechaba. L a Bey na , e m p e r o , se habia i d o a c o s t u m b r a n d o poco á poco á d e s c o n f i a r de todo e l m u n d o , e i n u t i l i z ó los esfuerzos de i a astuta i n v e s t i g a d o r a q u e , m a l de su g r a d o , t u v o que atenerse ú n i c a m e n t e á conjeturas. L a condesa, no o b s t a n t e , habia t e n i d o l a p r e c a u c i ó n de m a n d a r á u n o de sus lacayos que fuera s i g u i e n do los pasos á M r . C h a r n y , y e l esp í a r e g r e s ó de a l l i á poco á a n u n c i a r l e que el s e ñ o r conde se h a b i a m e t i d o e n una casa situada al e s t r e - 192 EL COLLAR m o d e l p a r q u e , cerca d e l r e l o j de Olmedillas. — V a m o s , se dijo Juana i n t e r i o r m e n t e , ese h o m b r e e s t á enamorado, y lo ha v i s t o t o d o . A l poco r a t o , y habiendo oido que l a R e y n a decia á su c a m a r e r a m a y o r : « M a d . de M i s e r y , m e s i e n t o u n poco i n d i s p u e s t a , y esta noche m e a c o s t a r é á las o c h o , » sus sospechas fueron tomando m a y o r c u e r p o . Estas sospechas l l e g a r o n á ser p a r a e l l a semi-realidades , c u a n d o , insistiendo l a dama de h o n o r , o y ó á María Antoniela decir t e r m i n a n temente ; — Esta noche no r e c i b i r é á n a die. — ¡ B a h ! esclamo Juana p a r a s í ; esto es mas c l a r o que l a l u z d e l d í a ; seria p r e c i s o ser m u y necia p a r a no comprenderlo. E n t r e g a d a á las emociones de l a escena que acababa de pasar c o u C h a r n y , t a r d ó m u y poco á despe- DE LA KEYNA. 493 d i r l a s e r v i d u m b r e , de l o c u a l se dio Juana m i l parabienes, aun c u a n d o era l a p r i m e r a vez que l e s u c e d í a desde su p r e s e n t a c i ó n en l a corte. — J Las cartas esla'n m u y b a r a j a das ! p e n s ó l a condesa : ¡ marchemos á P a r í s ! ya es t i e m p o de que e m piece á deshacer l o h e c h o . Y asi diciendo , p a r t i ó a l p u n t o de V e r s a l l e s . A l l l e g a r á su casa de l a c a l l e de San C l a u d i o , e n c o n t r ó 'en e l l a u n m a g n í f i c o regalo de b i s u t e r í a que le habia mandado el C a r d e n a l a q u e l l a misma m a ñ a n a . L a condesa e c h ó una m i r a d a i n d i f e r e n t e sobre e l r e g a l o , á pesar de que este era de bastante p r e c i o , y se puso á m i r a r p o r e n t r e l a c o r t i n a hacia l a h a b i t a c i ó n de O l i v a , cuyas ventanas no estaban abiertas a u n . L a p r i s i o n e r a de C a g l i o s t r o , fatigada sin duda de cansancio, se h a l l a b a d u r m i e n d o ; a q u e l dia hacia 194 un E L CCLJ.AR calor i n s o p o r t a b l e . Juana se hizo c o n d u c i r acto c o n t i n u o a l palacio d e l C a r d e n a l , á q u i e n e n c o n t r ó de b u e n b u t n o r , h e n c h i d o y hasta insolente d é o r g u l l o y a l e g r í a . Sentado delante de su m a g n í f i c o bufete , o b r a maes-tra de B o u l e , h a l l á b a s e su eminencia m u y o c u pado en rasgar y v o l v e r á e s c r i b i r , c i e n veces una carta , que s i e m p r e comenzaba de una m i s m a m a n e r a , y que n u n c a l o g r a b a c o n c l u i r . Cuando su a y u d a de c á m a r a se p r e n s e n t ó á a n u n c i a r l e l a llegada de l a c o n d e s a , el p r e l a d o se apresur ó á salirle al encuentro, esclamando : — ¡ C u á n t o celebro e l veros , a m i ga m i a ! Juana r e c i b i ó t r a n q u i l a m e n t e los" besos con que c u b r i ó sus manos e l C a r d e n a l , y en seguida fue á c o l o carse c ó m o d a m e n t e p a r a sostener de l a m e j o r m a n e r a posible l a o o n v e r » sacion. DE L A REYNA. 195 M o n s e ñ o r d e b u t ó p o r una sarta de p r o t e s t a s de r e c o n o c i m i e n t o y de g r a t i t u d , que no c a r e c í a n de c i e r t a elocuente s i n c e r i d a d . Juana se a p r e s u r ó á i n t e r r u m p i r l e , dicie'ndole : — ¿ S a b é i s , m o n s e ñ o r , que sois u n a m a n t e d e l i c a d í s i m o , y que t e n go que daros las mas espresivas g r a cias ? — Por q u é ? — N o va'yais á figuraros que es p o r e l b o n i t o regalo que me h a b é i s mandado esta m a ñ a n a . sino p o r l a p r e c a u c i ó n que h a b é i s tenido de m a n d á r m e l o á la casita. Semejante p r o ceder , r e p i t o , no puede ser mas d e l i c a d o : esto me convence de que v u e s t r o c o r a z ó n no se p r o s t i t u y e ; se da'. — ¿ Quie'n p u e d e igualaros á vos en delicadeza ? r e p l i c ó e l C a r d e n a l . — ¡ L i s o n j e r o ! P e r o , h a b l a n d o de o t r a cosa , ¿ s a b é i s , m o n s e ñ o r , q u e v u e s t r a cara r e v e l a h o y t a l r e g ó - 196 EL COLLAR cijo , que p a r e c é i s u n dios t r i u n fante ? — N o q u i e r o n e g á r o s l o , condesa ; á d e c i r v e r d a d , me ahoga el gozo, y me e m b a r g a liasta e l p u n t o de h a c e r m e i n s o p o r t a b l e la v i s t a de los d e m á s h o m b r e s : m i estado p r e s e n te me hace r e c o r d a r l a f á b u l a p a g a na d e l J ú p i t e r que estaba a b r u m a d o con sus r a y o s . J u a n a se s o n r i ó a l o i r estas p a labras. — ¿ V e n í s de V e r s a l l e s , condesa? la p r e g u n t ó á v i d a m e n t e el Cardenal, -Sí. — ¿ S í ? . . . ¿ l a habéis visto? — E n este m o m e n t o acabo de sep a r a r m e de e l l a . —Y ella ¿ no os h a d i c h o nada? — ¡ E a h ! ¿ q u e ' q u e r é i s que me d i jera? -—Perdonad , amiga m i a ; p e r o m i c u r i o s i d a d r a y a casi en h i d r o f o b i a . DE L A REVNA. l'J7 — L o siento ; mas no me p r e g u n t é i s nada. — i O h ! condesa. — Que no , os d i g o . — Y me l o d e c í s de u n a m a n e r a , que c u a l q u i e r a en m i l u g a r os creer l a p o r t a d o r a de una mala n o t i c i a . — N o me o b l i g u é i s á h a b l a r , m o n señor. — ¡ Conde?a ! Condesa Y e l C a r d e n a l p a l i d e c i ó al p r o n u n c i a r estas p a l a b r a s . — Y a se' , c o n t i n u ó , que u n a g r a n de d i c h a se parece m u c h o a l p u n t o c u l m i n a n t e de l a rueda de l a f o r t u na ; j u n t o a l apogeo e s t á el p r i n c i p i o de l a J t c l i n a c i o n . A s i , pues , n i n g ú n r e p a r o t e n g á i s en c o m u n i c a r m e c u a n t o s e p á i s , a u n cuando sea u n a d e s g r a c i a . . . . ¿ P e r o no es v e r d a d , condesa que p o r ahora no t e n go que t e m e r l a ? — L o que v o y á deciros , m o n s e ñ o r , mas b i e n que d e s g r a c i a , d e b e r i a l l a m a r l a una g r a n f e l i c i d a d , r e - 198 EL COLLAR p l i c ó Juana. — ¿ Q u é es, amiga m í a , q u é es?... ¿ Q u é q u e r é i s d e c i r ? ¿ A, q u é l l a m á i s una gran felicidad ? — A que no h a y á i s sido d e s c u b i e r t o , r e s p o n d i ó secamente J u a n a . — ¡ O h ! e s c l a m ó el C a r d e n a l sonr i é n d o s e ; con las precauciones y la i n t e l i g e n c i a de dos corazones , secundadas p o r u n t a l e n t o : . . . — U n t a l e n t o y dos corazones , m o n s e ñ o r , no i m p i d e n n u n c a á dos ojos p e r s p i c a c e s v e r a l t r a v é s de la espesura — ¡ C ó m o I ! Nos h a n v i s t o ! esclam ó M r . de R o h a n asustado. t — T e n g o m o t i v o s m u y poderosos p a r a c r e e r l o asi. — E n t o n c e s . . . ¿ n o s habra'n reco^ nocido t a m b i é n ? — ¡ O h ! en c u a n t o á eso, me p a r e c e que no ; p o r q u e , si os h u b i e r a n reconocido , si ese secreto h u b i e r a llegado á a d i v i n a r l o o t r o c u a l q u i e r a , Juana de V a l o i s se h a l l a r í a DE L A REYNA. 199 y a a l fin de] n u i n d o , y v u e s t r a e m i n e n c i a sabe Dios d ó n d e . — Es v e r d a d ; p e r o ¡ p o r p i e d a d ! condesa, no me a b r u m é i s con esas r e t i c e n c i a s , que me e s t á n abrasando á fuego l e n t o . D e c i d m e , pues , l o q u e h a y . C o m p r e n d o m u y b i e n que nos h a y a n v i s t o : p e r o , en r e s u m i das cuentas , no p o d r á n decir mas sino que h a n v i s t o algunas personas p a s e á n d o s e en e l p a r q u e . ¿ E s t á p r o h i b i d o esto p o r v e n t u r a V — i P r e g u n t á d s e l o al 'Rey. — ¡ C ó m o ! i E l R e y l o sabe ! — ¡ O t r a que t a l ! si e l R e y l o s u p i e r a , y a e s t a r í a i s vos en la Bast i l l a y y o en u n e n c i e r r o . Pero como una desgracia evitada e q u i v a l e á dos p r o m e t i d a s d i c h a s , v e n go á deciros que no t e n t é i s á Dios. — ¿ Q ü e significa e s t o , condesa? e s c l a m ó el Cardenal. — ¿ No me h a b é i s comprendido ? — N o j p e r o si he de deciros la 200 E L COLLAR v e r d a d , me i n f u n d í s m i e d o , ~ - Y o t a m b i é n l o t e n d r é si no os dignáis tranquilizarme. — ¿ Y q u é es p r e c i s o hacer p a r a ello? — Q u e no v o l v á i s á V e r s a l l e s . E l C a r d e n a l se e s t r e m e c i ó a l o i r estas p a l a b r a s . — ¡ Que no v u e l v a á V e r s a l l e s ! r e p i t i ó ; pero ¿ e s o será por el dia? — ¡ N i de d i a n i de noche ! M r . de R o b a n v o l v i ó á es t r emecerse , y s o l t ó l a mano de l a c o n desa. — ¡ E s imposible! esclamó. — P e r m i t i d m e , m o n s e ñ o r , que á m i vez os m i r e cara á c a r a . ¿ H a b é i s d i c h o que eso es i m p o s i b l e ? ¿ T e n d r é i s l a b o n d a d de d e c i r m e p o r qué ? P o r q u é arde y a en m i pecho u n a m o r que no se e s t i n g u i r á sino c o n la vida. — Y a l o s u p o n g o , r e p u s o Juana DE L A REYNA. 201 i r ó n i c a m e n t e ; y por llegar cuanto antes á o b t e n e r ese r e s u l t a d o , m a g a ñ a duda me cabe de que p e r s i s t i r é i s , en v o l v e r a l p a r q u e . S í , m o n s e ñ o r , v o l v e r e i s , y vuestro amor t e r m i n a r á con v u e s t r a v i d a , p o r q u e ambos s e r á n cortados de u n m i s m o golpe. ¡ C u á n t o s t e r r o r e s , condesa! ¡ v o s que t a n v a l i e n t e os mostrabais ayer ! . . — M i v a l o r tiene m u c h o s p u n t o s de c o n t a c t o c o n el de las bestias : y o no tengo m i e d o m i e n t r a s no h ay peligro. —Pues y o , condesa, poseo l a b r a v u r a p e c u l i a r de los de m i raza, y no m e considero feliz sino á p r e s e n c i a del riesgo. — P e r f e c t a m e n t e ; p e r o en ese caso p e r m i t i d m e que os d i g a . . . . — i N o m e d i g á i s nada , condesa , no me d i g á i s n a d a ! e s c l a m ó e l enam o r a d o p r í n c i p e ; e l sacrificio e s t á h e c h o , y echada l a s u e r t e . ¡ V e n ga , p u e s , la m u e r t e euando q u i e - 202 EL COLLAR r a ; p e r o que venga a c o m p a ñ a d a d e l a m o r ! I n s i s t o p o r l o t a n t o en v o l ver á Versalles. — V o l v e r e i s s o l o , dijo l a c o n desa. — ¿ T e n d r í a i s v a l o r p a r a abandon a r m e ? p r e g u n t ó e l C a r d e n a l con t o n o de r e c o n v e n c i ó n . — S I , , m o n s e ñ o r ; y o t e n d r i a ese valor la p r i m e r a . — P e r o ella , en c a m b i o , v e n d r á ' ; no l o d u d o . —Os e n g a ñ á i s , señor Cardenal, ella t a m p o c o i r á . — ¡Que' oigo ! ¿ v e n í s acaso á a n u n c i á r m e l o asi de p a r t e s u y a ? p r e g u n t ó M r . de R o b a n t e m b l a n d o . —Ese es p r e c i s a m e n t e e l g o l p e que tenia que d a r o s , y que estoy p r o c u r a n d o a t e n u a r bace media h o r a . — ¿ C o n que es d e c i r qae ya no quiere verme ? — E s a es l a v e r d a d , y y o soy q u i e n se l o ba aconsejado. — P e r m i t i d m e , s e ñ o r a ¡ que os di-« DE L A REYNA. 205 g a , repuso el prelado amargament e , que h a c é i s m a l en s e p u l t a r e l c u c l i i l l o en u n c o r a z ó n ' c u y a t e r n u ra conocéis. — P e o r seria m i l veces e l c o n s e n t i r que dos c r i a t u r a s locas se p e r diesen p o r falta de u n b u e n consej o . Y o he c u m p l i d o c o n m i d e b e r , d á n d o l o : a h o r a t ó m e l o e l que quiera. — Condesa , condesa , p r i m e r o m o rir. — H a c e d l o que os parezca : eso ú l t i m o no m e p a r e c e m u y d i f í c i l . — M u e r t e p o r m u e r t e , dijo e l C a r d e n a l con acento s o m b r í o , p r e f i e r o e l fin d e l r e p r o b o . B e n d i t o sea e l i n f i e r n o , si he de e n c o n t r a r en é l á mi cómplice. — C o m o p r e l a d o , a c a b á i s de p r o f e r i r u n a t e r r i b l e blasfemia , d i j o M a d . de L a M o t t e ; como s u b d i t o , vais á t r a t a r de d e s t r o n a r á v u e s t r a s o b e r a n a ; como h o m b r e , vais á l a b r a r l a p é r d i d a de u n a m u g e r . 204 E L COLLATí E l Cadenal v o l v i ó á asir de l a raano á l a condesa , y e m p e z ó á decirle con delirio : —Confesf-d , p o r D i o s , q u e , no os ha d i c h o eso , y que no se h a l l a d i s puesta á r e n e g a r de m í . — Os he hablado en su n o m b r e . — ¿ P e r o ella no p e d i r á ' mas que u n corto plazo? insistió el Cardenal. — E n t e n d e d l o asi si os p l a c e ; p e r o p o r de p r o n t o p r o c u r a d c u m p l i r su o r d e n . — N o es el p a r q u e e l ú n i c o sitio donde podamos v e r n o s : h a y otros m i l parajes mas seguros. V a m o s , condesa , ¿ se ha d e c i d i d o a l fin l a R e y n a á v e n i r á v u e s t r a casa ? — S i l e n c i o , m o n s e ñ o r , no p r o n u n c i é i s sobre esto una p a l a b r a m a s : c o n v u e s t r o secreto l l e v o sobre m í un peso m o r t a l , y míe f a l t a n y a las fuerzas para s o p o r t a r l o p o r mas t i e m p o : y o conozco a' l a R e y na p e r f e c t a m e n t e , y l o que no h a - DE L A REYNA. 205 r í a n n i vuestras indiscreciones, n i l a c a s u a l i d a d , n i l a m a l e v b l e n c i a de u n enemigo , serian capaces de h a c e r l o sus r e m o r d i m i e n t o s . Yo l a c o n sidero m u y dispuesta p a r a c o n f e s á r selo a l R e y en u n m o m e n t o de desesperación. — j D i o s m i ó ! e s c l a m ó M r . de R o l l a n ; ¿ seria capaz de hacer eso ? — S i vieseis e l estado en q u e se e n c u e n t r a , os d a r i a c o m p a s i ó n . — ¿ Q u é r e c u r s o tomaremos? p r e g u n t ó el Cardenal l e v a n t á n d o s e precipitadamente. — N i n g u n o , mas que d e p a r a r l a e l consuelo d e l s i l e n c i o . — V a á c r e e r entonces que me he o l v i d a d o de e l l a . J u a n a se e n c o g i ó de h o m b r o s . — M e a c u s a r á de que soy u n c o barde. — ¡ C o b a r d e , porque q u e r é i s salv a r l a ! no c r e á i s t a h — ¿ P e r d o n a acaso f á c i l m e n t e u n a m u g e r que se p r i v e u n o de su p r e T« T1II. 14 206 E L COLLAR senda ? — N o j i u g u e i s á esta d e l m i s m o m o d o que me j u z g a r í a i s á m í . — Y o la considero , condesa , g r a n de y f u e r t e , y l a amo p o r su v a l e n t í a y p o r l a nobleza de su c o r a z ó n ; puede c o n t a r c o n m i g o p o r l o t a n t o , asi como y o cuento c o n e l l a . E s t o y , pues , r e s u e l l o á v e r l a p o r l a ú l t i m a vez , y á d e c i r l a hasta l o m a s h o n d o de m i s pensamientos j e l l a d e c i d i r á d e s p u é s de escucharme,, y y o c u m p l i r é sus ó r d e n e s c o n l a e x a c t i t u d que c u m p l i r í a e l voto mas sagrado. — C o m o g u s t é i s , r e p u s o Juana p o nie'ndose en p i e ; i d si os p l a c e a V e r s a ü e s ; pero vuelvo á repetiros q u e i r é i s s o l o , y os p r e v e n g o a d e mas que a l v e n i r a q u i he arrojado a l Sena l a l l a v e d e l p a r q u e . M i e n tras tanto voy á p a r t i r para la S u i za ó la H o l a n d a , y cuanto mas l e jos me h a l l e de l a b o m b a , menos t e m o r m e c a u s a r á su e s t a l l i d o , DE LA REYNA. 207 - - | C o n d e s a ! ¿ t e n d r é i s á n i m o par a d e j a r m e solo ? j O h , Dios m i ó ! ¿ c o n quie'n q u e r é i s entonces que h a b l e ya de ella ? Juana r e c o r d ó á esta s a z ó n a l gunas escenas de M o l i e r e , y j a m á s e x i s t i ó u n V a l e r i o insensato que d i e se á una astuta D o r i n a contestaciones mas c ó m o d a s . — ¿ N o t e n é i s el p a r q u e y los ecos ? dijo e l C a r d e n a l ; pues b i e n , enseñ a d l e s á p r o n u n c i a r el n o m b r e de vuestra Amarilis. — Compadeceos de m í , c o n d e s a , y a veis que me h a l l o s u m i d o en l a d e s e s p e r a c i ó n , r e p u s o el p r e l a d o con acento c o n m o v i d o . — ¡ P u e s b i e n ! r e p l i c ó Juana c o n l a e n e r g í a b r u t a l de u n c i r u j a n o q u e decide l a a m p u t a c i ó n de u n m i e m b r o : sí e s t á i s desesperado , s e ñ o r de R o b a n , no os d e j é i s a r r a s t r a r p o r n i ñ e r í a s m u c h o mas peligrosas q u e l a p ó l v o r a , l a peste y l a m u e r t e m i s m a . S i t a n t o apego t a ñ é i s á esa 208 E L COLLAR m u g e r , p r o c u r á d c o n s e r v a r l a en vez de p e r d e r l a ; y si no c a r e c é i s absol u t a m e n t e de m e m o r i a y de c o r a z ó n , n o e n v o l v á i s en v u e s t r a r u i n a á aquel l o s que os h a n s e r v i d o p o r p u r a a m i s t a d . Y o p o r m i p a r t e no gusto de j u g a r c o n el fuego -. de c o n s i g u i e n te j u r a d m e no dar u n paso p a r a v e r á l a R e y n a , j u r a d m e que no h a b l a r e i s en estos p r i m e r o s q u i n c e dias , y entonces me q u e d a r é , y p o d r é e m p l e a r m e t o d a v í a en v u e s t r o s e r v i c i o . Si estáis decidido por el c o n t r a r i o á a r r o s t r a r l o todo p a r a i n f r i n g i r m i p r o h i b i c i ó n y l a suya , y o l o s a b r é , y diez m i n u t o s mas t a r d e me p o n go en m a r c h a . V e r e m o s entonces c ó mo salís d e l a p u r o . — ¡ E s t o es atroz ! e s c l a m ó e l C a r denal : ¡ l a caida no p u e d e ser m a s t e r r i b l e ! ¡ Ser p r e c i p i t a d o desde l a c ú s p i d e de l a f e l i c i d a d a l abismo de l a desgracia ! \ O h , estoy seguro de que no p o d r é s o b r e v i v i r á e l l a ! — ¡ B a h ! e s c l a m ó Juana a l oido DE L A REYNA. 209 d e l p r e l a d o ; no p a r e c e sino que l a a m á i s de o t r a m a n e r a que p o r a m o r propio. — Os e q u i v o c á i s , condesa, r e p l i c ó e l C a r d e n a l ; en e l d i a l a p r o feso u n v e r d a d e r o c a r i ñ o . — Entonces s u f r i d u n poco en b e neficio de su f e l i c i d a d . C o n que , ¿ en q u é quedamos , m o n s e ñ o r ? ¿ E m p r e n d o e l camino de Lausana, ó p e r manezco á v u e s t r o lado ? — Q u e d a o s , condesa , quedaos; p e r o deparadme p o r p i e d a d , u n c a l m a n te ; m i l l a g a es demasiado profun-^ da y d o l o r o s a . — ¿ J u r á i s obedecerme en t o d o ? — E n todo-, ¡ á fe de R o b a n ! — ¡ M u y b i e n ! entonces y a hemos e n c o n t r a d o e l c a l m a n t e . Os p r o h i bo las e n t r e v i s t a s , p e r o no las c a r tas. — ¿ D e veras? e s c l a m ó el insensato ; reanimado con esta esperanza : ¿ con que p o d r é e s c r i b i r l a ? — Haced la prueba: 210 E L COLLAR — Y ella ¿ c r e é i s que me contestará ? — Y a h a r é ' y o l o posible p o r o b tenerlo. E l C a r d e n a l d e v o r ó á besos l a m a n o de J u a n a , á q u i e n l l a m ó r e p e t i d a s veces s u á n g e l t u t e l a r . C o n s i d é r e s e c ó m o se r e i r i a de este e p í t e t o e l d e m o n i o q u e h a b i t a ba en e l c o r a z ó n de l a condesa. FIN D E L TOMO V I H . E 7. xíx 163d B S •