"misterio escondido" en el celoso extremeño

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EL " M I S T E R I O E S C O N D I D O " E N E L
CELOSO
EXTREMEÑO: U N A A P R O X I M A C I Ó N A L A R T E
DE C E R V A N T E S
U n a de las cuestiones q u e m á s h a n p r e o c u p a d o a l a crítica cerv a n t i n a es s i n d u d a l a de l a e j e m p l a r i d a d de las Novelas ejemplares,
y n o es de extrañar q u e l a n o v e l a E l celoso extremeño h a y a suscitado
quizás el m a y o r interés a este respecto. C o m o se sabe, e x i s t e n dos
v e r s i o n e s : u n a , e n el m a n u s c r i t o de P o r r a s de l a C á m a r a p r e p a r a d o p a r a el recreo d e l C a r d e n a l N i ñ o de G u e v a r a e n t r e 1600 y
1609, y l a o t r a e n l a c o l e c c i ó n de Novelas ejemplares p u b l i c a d a p o r
C e r v a n t e s e n 1613. L a s dos versiones e x h i b e n l i g e r a s v a r i a n t e s
textuales y u n c a m b i o a r g u m e n t a l p e q u e ñ o p e r o de g r a n t r a s c e n d e n c i a : e n l a versión de P o r r a s l a esposa d e l e x t r e m e ñ o s u c u m b e
al a d u l t e r i o , m i e n t r a s q u e e n l a de 1613, el acto n o l l e g a a c o n s u m a r s e . Este c a m b i o fue el q u e n o t o r i a m e n t e le g a n ó a C e r v a n t e s
l a acusación de hipocresía p o r A m é r i c o C a s t r o , q u i e n v i o ahí el
deseo p o r p a r t e de u n e s c r i t o r m a r g i n a d o de congraciarse c o n las
a u t o r i d a d e s de u n a España m o j i g a t a y c o n f o r m i s t a . T a n severo
j u i c i o sobre los m o t i v o s de C e r v a n t e s p r o v o c ó u n a p o l é m i c a e n
t o r n o a l a n o v e l a hasta q u e C a s t r o m i s m o se retractó de l a acusac i ó n de hipocresía y r e c o n o c i ó el v a l o r de l a versión de 1613 en
u n ensayo t i t u l a d o " C e r v a n t e s se nos desliza e n E l celoso extremeño" .
L o c i e r t o es q u e u n o s v e i n t e años después de este ensayo
de C a s t r o , C e r v a n t e s sigue deslizándose a n t e los c e r v a n t i s t a s : n o
h a s u r g i d o aún u n consenso acerca de l a e j e m p l a r i d a d de esta
novela.
L a o p i n i ó n de l a crítica más reciente es q u e l a i n c e r t i d u m b r e
m i s m a sobre l a i n t e n c i o n a l i d a d artística y m o r a l de Cervantes quizá
1
2
1
p.
A.
CASTRO,
El pensamiento
de Cervantes,
Hernando,
Madrid,
1925,
244.
2
A . C A S T R O , " C e r v a n t e s se n o s d e s l i z a e n El celoso extremeño", PSA,
(1968), 202-222.
13
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EDWIN WILLIAMSON
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r e s u l t e de u n a consciente estrategia n a r r a t i v a p o r p a r t e d e l a u t o r .
E l p r i m e r o e n f o r m u l a r esta interpretación fue A . F . L a m b e r t ,
en u n i m p o r t a n t e artículo c u y a conclusión era q u e a l p r o v o c a r
reacciones c o n t r a d i c t o r i a s e n el l e c t o r , " t h e s t o r y also w a r n s t h e
r e a d e r , n o t t o lapse i n t o t o t a l r e l a t i v i s m , b u t t o b e w a r e o f i m p o s i n g schemes w h i c h a t t e m p t t o d e n y t h e f r e e d o m o f people to be
complex and unpredictable whether i n reality or
fiction" .
Esta
l e c t u r a r e l a t i v i s t a ( y a sea p a r c i a l o t o t a l ) es r e c o g i d a p o r A l b a n
K . F o r c i o n e e n su i n t e n t o de d e m o s t r a r el e r a s m i s m o de C e r v a n tes e n contraposición a l o q u e d e n o m i n a este crítico l a " f i l o s o f í a
del d e s e n g a ñ o " , m o n o l ó g i c a y a n t i - v i t a l , q u e c a r a c t e r i z a l a o b r a
de sus c o n t e m p o r á n e o s . P a r a F o r c i o n e ,
3
4
the reader is compelled to undergo the enlivening experience of struggling to render intelligible the disturbing elements, of t r u l y collabor a t i n g i n the creation of the w o r k , and of learning that part of the
elusive mystery which i t recounts lies i n the discovery of the responsibility and uncomfortable freedom w i t h which the author d i g nifies h i m " .
5
E n r e s u m e n , l o q u e C e r v a n t e s nos ofrece c o n esta n o v e l a es u n a
" o b r a a b i e r t a " , d o n d e el l e c t o r es l i b r e de i n t e r p r e t a r el s i g n i f i cado del relato sin tener que aceptar u n sentido único impuesto
p o r el a u t o r t a l c o m o o c u r r e e n las n a r r a c i o n e s " c e r r a d a s " de l a
t r a d i c i o n a l l i t e r a t u r a de e j e m p l o s .
E s t a m a n e r a de e n t e n d e r E l celoso extremeño m e parece a c e r t a d a p e r o , a m i j u i c i o , se c o r r e el riesgo o b i e n de m o d e r n i z a r d e m a s i a d o a C e r v a n t e s , extrayéndolo de su c o n t o r n o i d e o l ó g i c o , o
b i e n de e s c i n d i r su p e r s o n a l i d a d l i t e r a r i a e n dos facetas a p a r e n t e m e n t e i n c o m p a t i b l e s : p o r u n l a d o , el e s c r i t o r irónico y p l u r a l i s t a ,
h e r e d e r o de E r a s m o y a n t i c i p a d o r de l a España liberad; p o r el o t r o ,
u n a u t o r c o n f o r m i s t a y o r t o d o x o , u n m i l i t a n t e más de l a C o n t r a r r e f o r m a española. L o q u e m e p r o p o n g o e n este ensayo es b u s c a r
las ideas l i t e r a r i a s y los p r i n c i p i o s m o r a l e s q u e p o d r í a n h a b e r i n s 6
3
BHS,
A. F . LAMBERT,
57 ( 1 9 8 0 ) ,
4
4 4
T h e t w o v e r s i o n s o f C e r v a n t e s ' El celoso extremeño",
219-231.
A . K . F O R C I O N E , Cervantes and the humanist vision, P r i n c e t o n U n i v e r s i t y
P r e s s , P r i n c e t o n , N J , 1982, pp. 87-88, n . 78.
5
6
Ibid.,
p. 91.
J U A N B A U T I S T A A V A L L E - A R C E señaló l a ' f o r m a a b i e r t a " d e El celoso ex4
tremeño d e 1613 e n Deslindes cervantinos, E d s . de H i s t o r i a , Geografía y A r t e , M a d r i d , 1961, p p . 76-78.
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E L " M I S T E R I O E S C O N D I D O " E N E L C E L O S O EXTREMEÑO
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p i r a d o l a a p e r t u r a e n 1613 de l a versión c e r r a d a de El celoso extremeño i n c l u i d a e n el m a n u s c r i t o de P o r r a s . A n t e s de p r o c e d e r a
u n e s t u d i o de l a n o v e l a c o n v i e n e d e t e n e r n o s en el P r ó l o g o a las
Novelas ejemplares d o n d e parece m o s t r a r s e esta d o b l e faz de C e r v a n t e s : e s c u r r i d i z o e irónico a l a vez q u e solemne y e j e m p l a r .
7
E L PRÓLOGO COMO "OBRA ABIERTA"
L o q u e se n o t a de e n t r a d a en este P r ó l o g o es l a a c t i t u d irónica
de C e r v a n t e s h a c i a su l e c t o r . E n p r i m e r l u g a r , se b u r l a de l a cost u m b r e de m u c h o s p r o l o g u i s t a s de p r e s e n t a r l e al l e c t o r t e s t i m o n i o s de l a a u t o r i d a d y t a l e n t o d e l e s c r i t o r . Este es u n t e m a f a v o r i to de C e r v a n t e s ; l o e n c o n t r a m o s e n el p r ó l o g o d e l Quijote de
1 6 0 5 . A h o r a , a l i n t r o d u c i r las Novelas ejemplares, C e r v a n t e s a l u de d i r e c t a m e n t e a l p r ó l o g o a n t e r i o r y e m p l e a u n a técnica p a r ó d i ca m u y p a r e c i d a : se r e f i e r e a u n a m i g o q u e p o d r í a ofrecer t e s t i m o n i o s de l a c a l i d a d d e l a u t o r . E n u n e x t e n d i d o pasaje se nos p i n t a
u n r e t r a t o v e r b a l de C e r v a n t e s c o m o e j e m p l o de l a clase de t e s t i m o n i o que este a m i g o i m a g i n a r i o h u b i e r a p o d i d o p r e s e n t a r a l p ú b l i c o . Es u n e j e m p l o de ironía t a n f i n a q u e casi se nos escapa q u e
t o d o aquello es u n a m e r a c o n j e t u r a , u n espejismo d e l lenguaje p r e sentado p o r el m i s m o C e r v a n t e s e n s u b j u n t i v o , n o p a r a ' ' a c r e d i t a r su i n g e n i o " sino a l c o n t r a r i o , p a r a d e m o s t r a r l a v a n i d a d de
t o d o i n t e n t o de b u s c a r respaldos q u e a u t o r i c e n las i n v e n c i o n e s de
u n e s c r i t o r : n o h a y garantías de c a l i d a d e n el a r t e , n o existen m e d i d a s o b j e t i v a s p a r a j u z g a r las i n t e n c i o n e s d e l a r t i s t a . E l p r o p i o
C e r v a n t e s nos e x p l i c a l a razón de e l l o : ' P o r q u e pensar que d i c e n
p u n t u a l m e n t e l a v e r d a d tales elogios es d i s p a r a t e , p o r n o t e n e r
8
6
7
H a s t a h a c e p o c o l a opinión g e n e r a l e r a q u e el texto de P o r r a s r e p r e -
s e n t a b a u n a versión t e m p r a n a de l a n o v e l a e s c r i t a p o r el p r o p i o C e r v a n t e s .
E n l o s últimos años se h a p u e s t o e n d u d a e s t a opinión. V é a s e a l r e s p e c t o E . T .
A Y L W A R D , Cervantes: pioneer and plagiarist,
Tamesis Books, London, 1 9 8 3 , y la
reseña d e este l i b r o p o r G E O F F R E Y S T A G G ,
44
T h e refracted i m a g e : P o r r a s a n d
C e r v a n t e s " , Cervantes, 4 ( 1 9 8 4 ) , 1 3 9 - 1 5 3 . C u a n d o c o m p a r o l a s dos v e r s i o n e s ,
m i propósito es h a c e r r e s a l t a r c i e r t a s c u a l i d a d e s e n el texto de 1 6 1 3 . N o m e
i n t e r e s a e n este e n s a y o e s t a b l e c e r si C e r v a n t e s fue el a u t o r d e l texto de P o r r a s ,
p e r o c r e o q u e es p o s i b l e q u e el m a n u s c r i t o de P o r r a s f u e r a u n a c o p i a d e f e c t u o s a d e u n o r i g i n a l de C e r v a n t e s — p o s i b i l i d a d a d m i t i d a p o r S t a g g — y q u e p o dría h a b e r i n c l u i d o este texto c e r v a n t i n o el e x t e n d i d o p a s a j e sobre l a " g e n t e
de b a r r i o " , p o s t e r i o r m e n t e s u p r i m i d o .
8
E n m i l i b r o The half-way house offiction:
"Don
Quixote"
and Arthurian
ro-
mance, C l a r e n d o n , O x f o r d , 1 9 8 4 , p p . 8 2 - 9 0 , estudio este prólogo d e t e n i d a m e n t e .
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NRFH,
WILLIAMSON
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p u n t o preciso n i d e t e r m i n a d o las alabanzas n i los v i t u p e r i o s "
(p. 6 3 ) .
A q u í creo q u e t e n e m o s el g e r m e n d e l a a c t i t u d irónica de C e r v a n t e s h a c i a su l e c t o r . S u r g e de u n a c o n c i e n c i a a g u d a de que n o
e x i s t e n c r i t e r i o s fijos p a r a saber si u n a p e r s o n a está d i c i e n d o l a
v e r d a d ; el l e n g u a j e h u m a n o t i e n e múltiples recursos p a r a o c u l t a r
o d i s f r a z a r las i n t e n c i o n e s , y n o h a y m a n e r a , e n consecuencia,
de p e n e t r a r e n l a i n t e r i o r i d a d de o t r a p e r s o n a p a r a c e r t i f i c a r su
b u e n a fe. D e i g u a l m o d o , e n el d i s c u r s o l i t e r a r i o n o existe " p u n to p r e c i s o " p a r a d e t e r m i n a r l a v e r d a d de l a o b r a ; el l e c t o r n u n ca p u e d e estar seguro de saber las i n t e n c i o n e s d e l a u t o r n i t a m p o co éste p u e d e asegurarse de q u e sus i n t e n c i o n e s t r a s c i e n d a n a sus
lectores s i n m a l e n t e n d i d o s . L e j o s de g o z a r de u n a a u t o r i d a d esp e c i a l , el e s c r i t o r se e n c u e n t r a a l m i s m o n i v e l q u e su l e c t o r . A s í
p u e s , C e r v a n t e s nos d i c e q u e h a " q u e d a d o e n b l a n c o y s i n figur a " , o sea, desprovisto de t e s t i m o n i o s y a u t o r i z a c i o n e s . P o r l o t a n t o , " s e r á forzoso v a l e r m e p o r m i p i c o " . A u n así, esta v o z n o i n s pirará c o n f i a n z a p o r q u e es " t a r t a m u d a " ; p e r o se nos asegura q u e
el a u t o r , " a u n q u e t a r t a m u d o , n o l o será p a r a decir verdades, q u e ,
d i c h a s p o r señas, suelen ser e n t e n d i d a s " ( p . 6 3 ) .
9
1 0
T a l e s declaraciones i n t r o d u c e n u n a técnica retórica e n el P r ó l o g o q u e c u l t i v a l a i n c e r t i d u m b r e e n el l e c t o r ; son c o m o velos q u e
se t i e n d e n sobre el s i g n i f i c a d o d e l t e x t o . C e r v a n t e s parece a f i r m a r algo p a r a después s e m b r a r d u d a s sobre su s e n t i d o exacto:
su v o z es t a r t a m u d a , a u n q u e dirá verdades; estas verdades se transm i t e n p o r señas, p e r o las señas serán e n t e n d i d a s ; las novelas " n o
t i e n e n pies, n i cabeza, n i e n t r a ñ a s " , s i n e m b a r g o , n o m o v e r á n
a m a l o s p e n s a m i e n t o s a l l e c t o r ; a u n q u e de n i n g ú n m o d o se p o d r á
" h a c e r p e p i t o r i a " de estas n o v e l a s , se p u e d e sacar f r u t o " a s í de
t o d a s j u n t a s , c o m o de cada u n a de p o r s í " ( p p . 6 3 - 6 4 ) . A veces
i n c o n e x a s o i n c o n s i s t e n t e s , estas declaraciones c o n v i e r t e n el P r ó l o g o m i s m o e n u n a especie de j u e g o e n t r e el a u t o r y el l e c t o r , y
este j u e g o es s o l a m e n t e u n a anticipación de los e n c u e n t r o s lúdicos q u e C e r v a n t e s le p r o m e t e a l l e c t o r de sus novelas: " M i i n t e n to h a sido p o n e r e n l a p l a z a de n u e s t r a república u n a mesa de
t r u c o s , d o n d e cada u n o p u e d a l l e g a r a e n t r e t e n e r s e , s i n d a ñ o de
b a r r a s " (p. 64).
9
L a s referencias r e m i t e n a l a edición de las Novelas ejemplares de J U A N B A U -
T I S T A A V A L L E - A R C E e n C a s t a l i a , M a d r i d , 1 9 8 2 , t. 1.
1 0
T a m b i é n o c u r r e este t e m a e n el Quijote c u a n d o se b u r l a C e r v a n t e s d e
l a " p u n t u a l i d a d " d e C i d e H a m e t e y de M a r i t o r n e s . V é a s e The half-way house
of fiction.
. . , pp. 149-152.
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EL "MISTERIO ESCONDIDO" EN E L CELOSO
EXTREMEÑO
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E n su P r ó l o g o , entonces, C e r v a n t e s se b u r l a de las p r e m i s a s
f u n d a m e n t a l e s de l a l i t e r a t u r a e j e m p l a r . R e c h a z a l a i d e a de que
u n a u t o r especialmente acreditado pueda t r a n s m i t i r u n a v e r d a d
b i e n d e f i n i d a q u e el l e c t o r , a su v e z , p o d r á sacar d e l t e x t o l i t e r a r i o c o m o u n e j e m p l o s i n m á s . E l a u t o r n o goza de u n a s u p e r i o r i d a d m o r a l sobre su l e c t o r ; el l e n g u a j e p u e d e o c u l t a r a l a vez que
d e c l a r a r l a v e r d a d ; las i n t e n c i o n e s n o p u e d e n c o m u n i c a r s e e n est a d o p u r o . E n fin, el e n c u e n t r o l i t e r a r i o es c o m o " u n a mesa de
t r u c o s " , u n j u e g o d o n d e dos contendientes intentarán entretenerse
c o n las peripecias de l a significación que ofrece el lenguaje h u m a n o .
C e r v a n t e s , s i n e m b a r g o , n o parece q u e r e r s u m i r s e d e l t o d o
en el espíritu de n e g a c i ó n q u e a l i e n t a l a ironía, sino q u e su d i s c u r s o b u r l e s c o a p u n t a h a c i a o t r o o b j e t i v o . A l final d e l P r ó l o g o se
d i r i g e a l l e c t o r de esta f o r m a : " S ó l o esto q u i e r o q u e consideres,
q u e pues y o he t e n i d o osadía de d i r i g i r estas novelas a l g r a n C o n de d e L e m o s , algún m i s t e r i o t i e n e n escondido q u e las l e v a n t a "
(p. 6 5 ) .
Las b u r l a s y evasiones de C e r v a n t e s nos c o n d u c e n h a c i a u n
m i s t e r i o q u e , se d i c e , t i e n e l a p o t e n c i a l i d a d de " l e v a n t a r " estas
novelas e j e m p l a r e s . P e r o ¿cuáles son los términos de esta elevac i ó n ? M e a t r e v o a s u g e r i r q u e el m i s t e r i o escondido l e v a n t a las
n o v e l a s de su c o n d i c i ó n b u r l e s c a , semejante a u n a " m e s a de t r u c o s " , h a c i a o t r o p l a n o de c o m u n i c a c i ó n q u e el l e c t o r tendrá q u e
d e s c u b r i r p o r sí m i s m o . Es d e c i r q u e si C e r v a n t e s ataca l a idea
de a u t o r i d a d l i t e r a r i a n o es p a r a n e g a r las p o s i b i l i d a d e s de t r a n s m i t i r l a v e r d a d a través d e l t e x t o , sino p a r a i n d i c a r q u e l a v e r d a d
del a r t e se c o m u n i c a de u n a f o r m a más i n d i r e c t a y c o m p l e j a de
lo q u e supone l a l i t e r a t u r a didáctica t r a d i c i o n a l .
L l e g a m o s a l fin d e l P r ó l o g o y nos q u e d a m o s c o n u n a i n t e r r o g a n t e sobre el v a l o r y s e n t i d o de las Novelas ejemplares. E n c u a n t o
c r e a c i ó n l i t e r a r i a , el P r ó l o g o es u n a " o b r a a b i e r t a " que p r e s a g i a
l a m i s t e r i o s a a p e r t u r a de El celoso extremeño. E f e c t i v a m e n t e , el j u e go d i s c u r s i v o d e l P r ó l o g o , c o m o v e r e m o s , se r e a n u d a y p r o l o n g a
en el a r g u m e n t o de El celoso. P e r o c o m o e n a q u e l t e x t o , C e r v a n tes nos sugiere q u e las p o s i b i l i d a d e s de c o m u n i c a c i ó n h u m a n a n o
se l i m i t a n a sólo dos m o d a l i d a d e s d e l discurso — a u t o r i d a d o
i r o n í a — , sino q u e h a y o t r a m á s q u e las s u p e r a y t r a s c i e n d e .
AUTORIDAD Y ENGAÑO EN EL CELOSO
EXTREMEÑO
El celoso extremeño p l a n t e a e n f o r m a d i r e c t a l a cuestión de l a i n t e n c i o n a l i d a d h u m a n a . U n a p e r s o n a celosa t e m e a n t e t o d o p e r d e r
NRFH,
EDWIN WILLIAMSON
798
XXXVIII
lo q u e se i m a g i n a q u e le p e r t e n e c e . S u relación c o n su p r ó j i m o
estará, e n consecuencia, p l a g a d a de sospechas p o r el s i m p l e h e c h o de n o p o d e r p e n e t r a r e n l a m e n t e d e l o t r o p a r a conocer sus
m á s escondidas i n t e n c i o n e s . E l celoso, p o r l o t a n t o , está a g o b i a d o p o r las p o s i b i l i d a d e s de e n g a ñ o : busca l o c i e r t o , l o i n e q u í v o co, e n fin, l o a u t o r i t a r i o e n las relaciones h u m a n a s p a r a p o d e r
defenderse de las i n t e n c i o n e s e n c u b i e r t a s de u n e n e m i g o . V e r d a d
y e n g a ñ o , a u t o r i d a d e ironía, éstas son las p o l a r i d a d e s e n q u e se
d i v i d e l a c o n c i e n c i a a t o r m e n t a d a e i n s e g u r a de u n h o m b r e celoso.
E n su n o v e l a , C e r v a n t e s e n c a r n a estas p o l a r i d a d e s e n las fig u r a s antagónicas de C a r r i z a l e s y L o a y s a . Estos personajes r e p r e s e n t a n dos m a n e r a s de ejercer el p o d e r sobre los d e m á s : C a r r i z a l e s e m p l e a u n d i s c u r s o a u t o r i t a r i o de p r o m e s a s , j u r a m e n t o s
y p r o h i b i c i o n e s ; L o a y s a u n discurso engañoso l l e n o de b u r l a s , i r o nías, y disfraces. P e r o son c o n t r a r i o s q u e se a t r a e n m u t u a m e n t e :
el celoso a u t o r i t a r i o necesita creer e n l a a m e n a z a constante d e l
e n g a ñ o , m i e n t r a s q u e p a r a u n e m b a u c a d o r , los recelos de u n desc o n f i a d o representarán u n desafío a sus m a ñ a s . H a y pues u n a especie de f a t a l i d a d e n el e n c u e n t r o de C a r r i z a l e s c o n L o a y s a .
T a l c o m o nos l o p i n t a C e r v a n t e s , el celoso e x t r e m e ñ o n o es
n i n g ú n m o n s t r u o . A l c o n t r a r i o , es u n ser c o n f l i c t i v o , presa de f a n tasías y t e m o r e s . L o q u e más a n h e l a es el sosiego después de u n a
v i d a e r r a n t e e j e r c i e n d o el " i n q u i e t o t r a t o de las m e r c a n c í a s "
(p. 1 7 8 ) . S i n e m b a r g o , es víctima de u n t e r r i b l e d i l e m a : p a r a
e n c o n t r a r asiento t i e n e q u e r e l a c i o n a r s e de a l g u n a m a n e r a c o n
o t r a s personas, p e r o su carácter celoso le i m p i d e fiarse suficientem e n t e de su p r ó j i m o . C a r r i z a l e s p e r m a n e c e a l i e n a d o y solo: n o
v u e l v e a su t i e r r a n a t a l p o r q u e t e m e " p o n e r s e p o r b l a n c o de t o das las i m p o r t u n i d a d e s q u e los pobres suelen d a r al r i c o ' ' ( p p . 178179);
decide n o casarse p o r q u e c o n sólo i m a g i n a r s e casado " l e
c o m e n z a b a n a o f e n d e r los celos, a f a t i g a r las sospechas y a sobresaltar las i m a g i n a c i o n e s " ( p . 179). E l extremeño sobrevive a fuerza
de i m p o n e r su v o l u n t a d defensiva sobre l o f l u i d o e i m p r e v i s i b l e
de l a v i d a m i s m a . Y es p r e c i s a m e n t e l o i m p r e v i s i b l e l o q u e v i e n e
a d a r a l traste c o n l a firme resolución de n o casarse: u n b u e n día
ve u n a b e l l a niña de trece o catorce años a s o m a d a a u n a v e n t a n a
y se e n a m o r a p e r d i d a m e n t e de ella " s i n ser p o d e r o s o p a r a d e f e n 11
12
1 1
A L I S O N W E B E R , " « T r a g i c reparation» i n El celoso extremeño",
Cervantes,
4 ( 1 9 8 4 ) , 3 5 - 5 1 , h a c e u n m i n u c i o s o e s t u d i o psicoanalítico de los celos de C a rrizales (pp. 39-44).
1 2
L a s r e f e r e n c i a s r e m i t e n a l a e d . de A v a l l e - A r c e , t. 2.
NRFH,
XXXVIII
E L " M I S T E R I O E S C O N D I D O " E N E L C E L O S O EXTREMEÑO
799
d e r s e " ( p . 179). E l azar h a d e s t r o z a d o l a v o l u n t a d d e l v i e j o y l o
h a e x p u e s t o a todos los riesgos de u n a relación c o n o t r o ser h u m a n o . E l celoso, p o r su p a r t e , n o se d e j a l l e v a r d e l t o d o p o r los
c a p r i c h o s de l a f o r t u n a . I n t e n t a sobreponerse a este i n e s p e r a d o
revés: se casa c o n l a niña y l a r e c l u y e en u n a especie de f o r t a l e z a
q u e m a t e r i a l i z a e n sus p u e r t a s cerradas y ventanas ciegas u n a m o n u m e n t a l d e s c o n f i a n z a h a c i a el m u n d o e x t e r i o r .
E l t e r r i b l e e n c e r r a m i e n t o de l a i n o c e n t e L e o n o r a es u n a p o d e r o s a metáfora de c ó m o C a r r i z a l e s se esfuerza p o r c o n t r o l a r su
p r o p i o d e s t i n o , c a n a l i z a n d o las f l u i d a s relaciones h u m a n a s p o r
u n o s cauces seguros. S u m e d i o p r e f e r i d o de c o m u n i c a r s e c o n extraños es a través de ó r d e n e s , m a n d a m i e n t o s , c o n t r a t o s y j u r a mentos, modalidades del discurso h u m a n o que aspiran a g a r a n t i zar l a v e r d a d . P o r e j e m p l o , C a r r i z a l e s les hace " u n s e r m ó n " a
t o d a s sus esclavas y c r i a d a s , " e n c a r g á n d o l e s l a g u a r d a de L e o n o r a ' ' ; éstas ' 'prometiéronle [. . . ] de hacer t o d o aquello que les m a n d a b a " ; l a esposa " b a j ó l a cabeza y d i j o q u e ella n o tenía o t r a v o l u n t a d q u e l a de su esposo y señor, a q u i e n estaba s i e m p r e obed i e n t e " ( p . 182). E l d i s c u r s o a u t o r i t a r i o d e l celoso se e m p e ñ a e n
p u r g a r dobleces y ambigüedades de l a c o m u n i c a c i ó n h u m a n a , p r o c u r a m a n t e n e r l a p a l a b r a e s t r e c h a m e n t e l i g a d a a u n solo s i g n i f i c a d o , haciéndola única e i n q u e b r a n t a b l e . E n fin, esta f o r m a de
d i s c u r s o es u n a p a r o d i a d e l l e n g u a j e d i v i n o , c u y o V e r b o p u r o y
v e r í d i c o t r a s c i e n d e el f a l i b l e b a l b u c e o h u m a n o . T a l analogía nos
l a c o m u n i c a C e r v a n t e s p o r m e d i o de u n a metáfora q u e e q u i p a r a
i r ó n i c a m e n t e l a sumisión de l a esposa y sus s i r v i e n t a s a l a v o l u n t a d de C a r r i z a l e s c o n l a d e v o c i ó n de u n a s religiosas en u n c o n v e n t o : " D e esta m a n e r a p a s a r o n u n año de n o v i c i a d o , y h i c i e r o n
profesión e n a q u e l l a v i d a , determinándose de l l e v a r l a hasta el fin
de las s u y a s " ( p . 183).
1 3
L o a y s a es l a antítesis de C a r r i z a l e s . E l a r r a i g o q u e busca el
v i e j o , y a l o posee el j o v e n p o r q u e está b i e n s i t u a d o e n u n a clase
p u d i e n t e y pertenece, a d e m á s , a l a l l a m a d a " g e n t e d e l b a r r i o " ,
g r u p o i n t e g r a d o p o r i n d i v i d u o s procedentes de a c o m o d a d a s f a m i l i a s sevillanas q u e , según el texto de P o r r a s , " g o b i e r n a n el m u n d o , casan a las d o n c e l l a s , descasan a las casadas, d i c e n su parecer
de las v i u d a s , acuérdanse de las solteras, y n o p e r d o n a n a las r e l i -
1 3
E n este aspecto se p a r e c e a D o n Q u i j o t e , q u e también b u s c a u n a e s t a -
b i l i d a d i m p o s i b l e e n el d i s c u r s o h u m a n o . V é a s e The half-way house of fiction.
pp.
126-138.
. .,
EDWIN
800
WILLIAMSON
NRFH,
XXXVIII
g i o s a s " ( p . 2 3 3 ) . E n fin, esta gente siente el más g r a n d e desp r e c i o p o r los d e m á s . E l discurso a u t o r i t a r i o d e l celoso C a r r i z a les, basado e n el excesivo t e m o r a las i n t e n c i o n e s d e l p r ó j i m o , es
t r a t a d o c o n s u m a f r i v o l i d a d p o r l a gente de b a r r i o , p a r a quienes
las promesas y votos de casadas, v i u d a s o religiosas n o m e r e c e n
el m e n o r respeto. L o a y s a v i e n e a ser el e p í t o m e de esta a c t i t u d ;
es u n virote, t é r m i n o d e f i n i d o e n P o r r a s de l a s i g u i e n t e f o r m a : " A
los m o z o s solteros l l a m a n t a m b i é n birotes, p o r q u e ansí c o m o los
b i r o t e s se d i s p a r a n a m u c h a s p a r t e s , éstos n o t i e n e n asiento n i n g u n o e n n i n g u n a , y a n d a n v a g a n d o de b a r r i o en b a r r i o " ( p . 233).
G r a c i a s a su e n o r m e c o n f i a n z a e n sí m i s m o , L o a y s a p u e d e v i v i r
e n u n c o n t i n u o a l b o r o t o , m i e n t r a s q u e el v i e j o C a r r i z a l e s de l a
v i d a e r r a n t e a n s i a ante t o d o u n sosiego casi s o b r e n a t u r a l .
1 4
L a v o l u n t a d de L o a y s a es a u t o s u f i c i e n t e y d e s p r e o c u p a d a . Si
se p r o p o n e c o n q u i s t a r a l a m u j e r de C a r r i z a l e s n o es p o r q u e l a
desee ( n i s i q u i e r a l a h a v i s t o ) , n i p o r q u e t e n g a relación a l g u n a
c o n el v i e j o ( n o lo conoce p a r a n a d a ) ; es p o r l l e v a r l a c o n t r a r i a ,
p o r q u e " l e e n c e n d i ó el deseo de v e r si sería posible e x p u g n a r , p o r
f u e r z a o p o r i n d u s t r i a , f o r t a l e z a t a n g u a r d a d a " ( p . 185). A l d i s c u r s o a u t o r i t a r i o de C a r r i z a l e s , el v i r o t e o p o n e u n d i s c u r s o engañ o s o , l l e n o de e q u í v o c o s y falsas a p a r i e n c i a s , d o n d e l a p a l a b r a
" s e d i s p a r a a m u c h a s p a r t e s " sin t e n e r asiento fijo e n ningún sign i f i c a d o . L o a y s a es l a figura d e l a r t i s t a b u r l ó n e i r ó n i c o : su m o d o
de a t a q u e c o n t r a l a f o r t a l e z a de C a r r i z a l e s es el d i s f r a z — l o p r i m e r o q u e hace es t r a n s f o r m a r s e e n p o b r e — y l a m ú s i c a —se p o ne a c a n t a r r o m a n c e s a l son de u n a g u i t a r r a e n l a p u e r t a de l a
casa de su víctima.
L a n o v e l a de E l celoso extremeño, e n p r i m e r a i n s t a n c i a , describe
u n a c o n t i e n d a e n t r e dos f o r m a s de a f i r m a r l a v o l u n t a d m a s c u l i n a
de p o d e r . S i n e m b a r g o , el m e d i o de su actuación es f e m e n i n o :
l a esposa-niña L e o n o r a . C e r v a n t e s r e p r e s e n t a estas relaciones a
través de los m o t i v o s de l a l l a v e y l a cera. L a s v o l i c i o n e s m a s c u l i nas se r e s u m e n e n el t e m a de " l a l l a v e m a e s t r a " q u e C a r r i z a l e s
hace " p a r a t o d a l a c a s a " y q u e L o a y s a t i e n e que q u i t a r l e p a r a
p o d e r p e n e t r a r e n ella y seducir a su m u j e r . E l p a p e l de lo f e m e n i n o e n esta l u c h a es r e p r e s e n t a d o p o r l a cera:
L a plata de las canas del viejo a los ojos de Leonora parecían cabellos de oro p u r o , porque el amor primero que las doncellas tienen
1 4
E l texto de P o r r a s se i n c l u y e , s i n ortografía m o d e r n i z a d a , e n l a e d . d e
A v a l l e - A r c e , t. 2.
NRFH,
XXXVIII
E L " M I S T E R I O E S C O N D I D O " E N E L C E L O S O EXTREMEÑO
801
se les i m p r i m e en el alma como el sello en la cera [. . . ] N o se desmandaban sus pensamientos a salir de las paredes de su casa, n i
su voluntad deseaba otra cosa más de aquella que la de su marido
quería (p. 184).
C a r r i z a l e s i m p r i m e su v o l u n t a d sobre l a de su esposa p a r a e n c o n t r a r el sosiego deseado. Pero c u a n d o L o a y s a q u i e r e q u i t a r l e
el sosiego a C a r r i z a l e s i n t e n t a sacar u n a c o p i a de l a l l a v e m a e s t r a
de l a casa, i m p r i m i é n d o l a e n u n p e d a z o de cera. P o r e j e m p l o , le
e x p l i c a a l esclavo L u i s : " P r o c u r a d vos t o m a r las llaves a v u e s t r o
a m o , y y o os daré u n pedazo de c e r a , d o n d e las imprimiréis de
m a n e r a q u e q u e d e n señaladas las g u a r d a s e n l a c e r a " ( p . 189).
A l conocer m e j o r l a disposición de l a casa, c o m p r e n d e L o a y s a que
t e n d r á q u e c o n s e g u i r sólo u n a l l a v e , l a l l a v e m a e s t r a , y ésta p o r
m e d i a c i ó n ú n i c a de l a esposa m i s m a .
E l s i g n i f i c a d o s i m b ó l i c o de l a l l a v e m a e s t r a y l a cera q u e d a clar o . S i L e o n o r a ( l a cera) se d e j a r a " i m p r i m i r " p o r l a v o l u n t a d de
L o a y s a , el s e d u c t o r p o d r í a crear u n s i m u l a c r o de l a a u t o r i d a d de
C a r r i z a l e s ( l a c o p i a de l a l l a v e m a e s t r a ) , y c o n este s i m u l a c r o se
burlaría a gusto d e l e x t r e m e ñ o . E s t o es l a seducción v i s t a c o m o
p a r o d i a o ironía: u n a imitación m a l i c i o s a c u y o fin es s u b v e r t i r
lo i m i t a d o s i n d e s t r o z a r l o d i r e c t a m e n t e . E s t a m o s aquí e n el t e r r e n o d e l entremés de E l viejo celoso. P e r o e n l a n o v e l a de 1613, C e r v a n t e s n o se q u e d a e n este n i v e l b u r l e s c o , v a m á s allá e n su elab o r a c i ó n d e l m u y c o n o c i d o t ó p i c o l i t e r a r i o d e l e n g a ñ o de u n v i e j o
casado c o n u n a niña. E n el m o m e n t o o p o r t u n o , l a cera es r e c h a z a d a a f a v o r de u n u n g ü e n t o somnífero c o m o m e d i o p a r a extraerle
l a l l a v e m a e s t r a a C a r r i z a l e s . L a " v i r t u d " d e l u n g ü e n t o es sobren a t u r a l : p r o d u c e u n sueño t a n p r o f u n d o q u e se asemeja a l a m u e r te. S i m b ó l i c a m e n t e , L e o n o r a " m a t a " a su m a r i d o c u a n d o l o u n t a c o n el u n g ü e n t o ( " D a m e a l b r i c i a s , h e r m a n a , q u e C a r r i z a l e s
d u e r m e más que u n m u e r t o " , p. 203).
N o o b s t a n t e , l a sustitución de l a cera p o r el u n g ü e n t o r e p r e senta también u n a amenaza p a r a L e o n o r a m i s m a . A p r i m e r a vista,
lo q u e el u n g ü e n t o le ofrece a L e o n o r a es l a l i b e r t a d a b s o l u t a . C o m o o b s e r v a ella m i s m a : " s i el u n g ü e n t o o b r a b a c o m o él [ L o a y s a ]
d e c í a , c o n f a c i l i d a d sacarían l a l l a v e todas las veces q u e quisiesen
y así n o sería necesario sacarla e n c e r a " ( p . 2 0 2 ) . E s t a p r o m e t i d a
l i b e r t a d n o tiene límites: se p o d r á hacer l o q u e se q u i e r a todas
las veces q u e fuere c o n v e n i e n t e . P e r o si d e s a r r o l l a m o s el l e n g u a j e
simbólico veremos q u e , a l a n u l a r l a función de l a cera, el ungüento
anularía t a m b i é n l a a u t o n o m í a de L e o n o r a . E l s í m b o l o de l a ce-
EDWIN
802
NRFH,
WILLIAMSON
XXXVIII
r a , a u n q u e p a s i v o , n o le r o b a b a l a i n d i v i d u a l i d a d a l a m u j e r ; p e r m i t í a u n g r a d o de c o n s e n t i m i e n t o a l a i n o c e n t e niña ( l a cera) a
d e j a r s e sellar p o r l a v o l u n t a d de u n h o m b r e ( l a l l a v e ) , y a f u e r a
éste C a r r i z a l e s o L o a y s a .
E l u n g ü e n t o , p o r el c o n t r a r i o , es u n s í m b o l o de u n a f u e r z a
m a l i g n a q u e se esconde b a j o l a a t r a c t i v a superficie de l a l i b e r t a d
q u e L o a y s a le p r o m e t e a L e o n o r a , u n d e t e r m i n i s m o diabólico q u e
p o d r í a l l e v a r l a a u n a especie de m u e r t e : l a m u e r t e de su l i b r e
a l b e d r í o . A este p e l i g r o se alude en l a canción de l a dueña, d o n de se e n c u e n t r a e n l a estrofa final l a última r e f e r e n c i a a l a cera:
15
Es de tal manera
la fuerza amorosa,
que a la más hermosa
la vuelve quimera;
el pecho de cera,
de fuego la gana
las manos de lana,
de fieltro los pies;
que si yo
no me
guardo,
no me guardaréis (p.
252).
Es e v i d e n t e aquí q u e el discurso e n g a ñ o s o de L o a y s a es capaz de
desatar u n a " f u e r z a a m o r o s a " q u e , lejos de r e f o r z a r el l i b r e a l b e d r í o , l o aniquilaría ( " e l pecho de cera/de fuego l a g a n a " ) , c o n v i r t i e n d o a l a víctima en u n m o n s t r u o i n f r a h u m a n o : u n a q u i m e r a .
E n esta fase de l a n o v e l a , se e m p i e z a a esbozar u n a crítica a
l a l i b e r t a d e n t e n d i d a c o m o m e r a l i c e n c i a . L e o n o r a debe l i b e r a r s e
de las restricciones i m p u e s t a s p o r C a r r i z a l e s , p e r o tiene q u e g u a r darse t a m b i é n de L o a y s a p a r a n o caer e n u n d e t e r m i n i s m o aún
m á s p o d e r o s o . E n r e a l i d a d el e s t r i b i l l o de l a c a n c i ó n n o c o n s t i t u ye s o l a m e n t e u n a crítica al r é g i m e n d e l celoso e x t r e m e ñ o , sino
q u e a l u d e t a m b i é n a l a necesidad de poseer u n a v o l u n t a d a u t ó n o m a y responsable, capaz de resistir l a " f u e r z a a m o r o s a " q u e r e p r e s e n t a L o a y s a ( " q u e si yo n o m e g u a r d o / n o m e g u a r d a r é i s " ) .
L a s escenas q u e d e s c r i b e n las m a n i o b r a s d e l v i r o t e p a r a conseg u i r l a e n t r a d a a l a casa d e l e x t r e m e ñ o y seducir a su m u j e r r e p r e s e n t a n el p e l i g r o s o tránsito de L e o n o r a . E l l a tendrá q u e salv a r el E s c i l a de l a a s t u c i a de L o a y s a t a n t o c o m o el C a r i b d i s d e l
1 5
A L B A N K . F O R C I O N E , op. cit., p p . 4 7 - 5 2 , h a visto m u y b i e n el aspecto
demoníaco d e l a intervención d e L o a y s a .
NRFH,
XXXVIII
EL "MISTERIO ESCONDIDO" E N E L CELOSO
EXTREMEÑO
803
a u t o r i t a r i s m o de C a r r i z a l e s p a r a l l e g a r p o r fin a u n estado de
auténtica l i b e r t a d m o r a l .
E n p r i m e r l u g a r , v e m o s c ó m o los e n c u e n t r o s iniciales c o n
L o a y s a s i r v e n p a r a a y u d a r a L e o n o r a a desprenderse p o r exper i e n c i a p r o p i a d e l d i s c u r s o a u t o r i t a r i o d e l celoso. L a incursión de
L o a y s a e n el m u n d o c e r r a d o de L e o n o r a evoca en l a i n o c e n t e m u c h a c h a sensaciones desconocidas de atracción erótica. E l l a i n t e n t a c o n c i l i a r su interés e n el apuesto m ú s i c o c o n l a o b e d i e n c i a q u e
le d e b e a su m a r i d o , h a c i e n d o q u e L o a y s a j u r e q u e si se le p e r m i te e n t r a r e n l a casa sólo hará l o q u e se le m a n d e . A g i t a d a i n u s i t a d a m e n t e p o r l a aparición de o t r o h o m b r e , de cuyas i n t e n c i o n e s
n o p u e d e estar segura, L e o n o r a t o m a m e d i d a s p a r a d o m i n a r l a
situación. N o es de extrañar q u e estas m e d i d a s sean u n calco de
las q u e u t i l i z a su m a r i d o C a r r i z a l e s p a r a d o m i n a r l a a ella m i s m a :
L e o n o r a t r a t a de c o n t r o l a r l a v o l u n t a d de L o a y s a c o n u n discurso
a u t o r i t a r i o de órdenes y j u r a m e n t o s . C l a r o está, e n b o c a de l a i n g e n u a n i ñ a , t a n o b v i a m e n t e débil ante l a a s t u c i a de l a d u e ñ a y
el s e d u c t o r , el d i s c u r s o a u t o r i t a r i o a p r e n d i d o de C a r r i z a l e s e m p i e z a a c o b r a r u n aspecto ridículo p o r su p a t e n t e i n e f i c a c i a . P o r
e j e m p l o , L e o n o r a le dice a l v i r o t e :
Pero ha de j u r a r este señor, p r i m e r o , que no ha de hacer otra cosa
cuando esté acá dentro sino cantar y tañer cuando se lo mandaren,
y que ha de estar encerrado y quedito donde le pusiéramos (p. 200).
Este m o t i v o d e l j u r a m e n t o r e c u r r e v a r i a s veces y , e n p a r t i c u l a r ,
se destaca el estrambótico y u n t a n t o blasfemo v o t o q u e hace L o a y sa antes de e n t r a r e n l a casa ( p . 2 0 6 ) . Es o b v i o q u e C e r v a n t e s se
está b u r l a n d o del discurso a u t o r i t a r i o p r o m o v i d o i n i c i a l m e n t e p o r
C a r r i z a l e s y c o p i a d o p o r l a i n o c e n t e L e o n o r a . E n u n a clave j o c o sa y s o c a r r o n a , el a u t o r nos enseña l o inútil q u e es p r e t e n d e r c o n t r o l a r las acciones de otras personas p o r discursos c o e r c i t i v o s e n
t a n t o q u e estas personas estén l i b r e s de o c u l t a r sus v e r d a d e r a s i n t e n c i o n e s . E s t a v e r d a d l a reconoce hasta l a s i m p l e esclava n e g r a
G u i o m a r , q u e e x c l a m a e n su defectuoso castellano: " P o r m í , más
q u e n u n c a j u r a , e n t r e c o n t o d o d i a b l o ; q u e a u n q u e más j u r a , si
a c á estás, t o d o o l v i d a " ( p . 2 0 5 ) . P e r o l a p o b r e L e o n o r a sigue e n g a ñ a d a : " P u e s si h a j u r a d o [. . . ] asido le tenemos ¡ O h , q u é a v i sada a n d u v e e n hacerle que j u r a s e ! " ( p . 2 0 7 ) .
C o m o e r a de esperar, c u a n d o L o a y s a consigue e n t r a r en l a
casa, l a situación e m p i e z a a escapársele a L e o n o r a de entre las
m a n o s . P r o n t o llegará a reconocer l a i n v a l i d e z d e l j u r a m e n t o de
804
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L o a y s a . Se verá e n v u e l t a e n u n a m a r a ñ a de i n t e n c i o n e s o c u l t a s
y p a l a b r a s seductoras. L a escena e n q u e l a d u e ñ a pasa u n a v e l a
p o r el c u e r p o e n t e r o de L o a y s a p a r a r e v e l a r su belleza a l a a s o m b r a d a niña es u n m a r a v i l l o s o e m b l e m a v e r b a l q u e c a p t a u n m u n d o d i a b ó l i c o de superficies engañosas q u e n o d e j a n t r a s l u c i r sus
m o t i v a c i o n e s secretas.
E l d i s c u r s o e n g a ñ o s o de L o a y s a h a c o n t r i b u i d o a l a liberación
de L e o n o r a de l a v o l u n t a d de C a r r i z a l e s . P e r o a h o r a q u e d a el o t r o
p e l i g r o : el q u e r e p r e s e n t a L o a y s a ; L e o n o r a está expuesta a caer
v í c t i m a d e l seductor. S i n e m b a r g o , h a y i n d i c i o s de q u e n o se a p o derará de ella p o r c o m p l e t o . U n a vez deshecho el d i s c u r s o a u t o r i t a r i o , l a l i b e r t a d r e s u l t a n t e crea u n a situación fluida d o n d e n a d i e
p u e d e estar seguro de r e a l i z a r sus propósitos. E n este m u n d i l l o
i n q u i e t o y m u d a b l e q u e h a i n t r o d u c i d o L o a y s a d e n t r o de l a f o r t a l e z a d e l e x t r e m e ñ o , n o se p u e d e c o n t a r c o n n a d i e n i c o n n a d a ,
n i s i q u i e r a c o n el u n g ü e n t o somnífero c u y a " v i r t u d " parece h a b e r f a l l a d o c u a n d o l a n e g r a G u i o m a r a n u n c i a de p r o n t o q u e C a r r i z a l e s h a d e s p e r t a d o ( p . 2 1 0 ) . Esta n o t i c i a causa el p á n i c o , y el
nefasto señorío de L o a y s a , el n u e v o m a e s t r o d e l " s e r r a l l o " , se
e v a p o r a e n u n i n s t a n t e : las m u j e r e s salen c o r r i e n d o y se escond e n , " d e j a n d o solo a l m ú s i c o , el c u a l , d e j a n d o l a g u i t a r r a y el
c a n t o , l l e n o de t u r b a c i ó n , n o sabía q u é h a c e r s e " ( p . 2 1 0 ) .
¿ Q u é función n a r r a t i v a p o d r í a t e n e r esta c u r i o s a escena? A
m i j u i c i o f o r m a u n eslabón más e n l a cadena simbólica l l a v e - c e r a u n g ü e n t o , p o r q u e , a pesar de q u e l a a l a r m a resulte ser falsa, l a
escena e n sí nos c o m u n i c a q u e el d i a b ó l i c o p o d e r d e t e r m i n i s t a d e l
u n g ü e n t o n o es i n f a l i b l e . O sea q u e l a l i b e r t a d acarrea riesgos n o
sólo p a r a inocentes c o m o L e o n o r a sino también p a r a b u r l a d o r e s
c o m o L o a y s a , q u i e n " m a l d e c í a l a falsedad d e l u n g ü e n t o y q u e j á base de l a c r e d u l i d a d de sus a m i g o s " ( p . 2 1 1 ) . D u r a n t e u n o s m o m e n t o s , l a situación se le escapa a l seductor. E s t a m o s a n t e u n a
m u y fina ironía de Cervantes, d i r i g i d a en esta ocasión c o n t r a L o a y sa. A l s u b v e r t i r el r é g i m e n a u t o r i t a r i o de C a r r i z a l e s el v i r o t e h a
c r e a d o u n a situación de desenfreno. N o o b s t a n t e , u n a v o l u n t a d
l i b r e n o tiene q u e s u c u m b i r n e c e s a r i a m e n t e a l pecado; s i e m p r e
cabe l a p o s i b i l i d a d de q u e elija el b i e n e n vez d e l m a l . Esta v e r d a d l a i g n o r a L o a y s a t a n t o c o m o el celoso e x t r e m e ñ o . A s í pues,
c o n sólo u n t o q u e l i g e r o y gracioso de su maestría n a r r a t i v a , C e r vantes a n t i c i p a e n esta escena de l a falsa a l a r m a l a ironía a u n más
g r a n d e q u e se a v e c i n a : l a i n g e n u a esposa v a a salir v e n c i e n d o a
su s e d u c t o r .
E f e c t i v a m e n t e , vemos c ó m o al describir l a m a n e r a e n q u e L e o -
NRFH,
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E L " M I S T E R I O E S C O N D I D O " E N E L C E L O S O EXTREMEÑO
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ñ o r a es p e r s u a d i d a p o r l a d u e ñ a a e n t r a r e n l a alcoba c o n el m ú sico, C e r v a n t e s d a i n d i c i o s de q u e l a j o v e n esposa es consciente
de los riesgos q u e está a p u n t o de c o r r e r :
T o m ó M a r i a l o n s o por la mano a su señora, y casi por fuerza, preñados de lágrimas los ojos, la llevó donde Loaysa estaba, y echándoles la bendición con una risa falsa de demonio, cerrando tras sí
la puerta, los dejó encerrados (p. 213).
Se establece a q u í u n p a r a l e l i s m o m u y s i g n i f i c a t i v o c o n el rég i m e n a u t o r i t a r i o de C a r r i z a l e s gracias a u n p a r de frases: " c a s i
p o r f u e r z a " y " l o s dejó encerrados", que d a n a entender que Leon o r a se está e x p o n i e n d o a c a m b i a r su reclusión m a t r i m o n i a l p o r
o t r o t i p o de e n c e r r a m i e n t o forzoso. C o n t o d o , se d e j a a r r a s t r a r
a l a a l c o b a : " L e o n o r a se r i n d i ó , L e o n o r a se e n g a ñ ó y L e o n o r a
se p e r d i ó " ; esta v e z , el deseo h a p o d i d o más q u e l a v i r t u d . S i n
e m b a r g o , es n o t a b l e q u e c u a n d o e n t r a L e o n o r a e n el c u a r t o d o n de está L o a y s a , v i e n e c o n el á n i m o d i v i d i d o , y c o m o h e m o s v i s t o ,
m u c h o antes de este e n c u e n t r o s e x u a l , C e r v a n t e s h a v e n i d o p r e p a r a n d o el t e r r e n o , p o r m e d i o de l a cadena simbólica de l a l l a v e cera-ungüento-falsá a l a r m a y o t r a s pequeñas señas m á s , p a r a l a
n e g a t i v a de L e o n o r a a c o n s u m a r el acto de a d u l t e r i o . L e j o s de
ser u n a i m p o s i c i ó n inverosímil d e l a u t o r p a r a satisfacer l a m o j i gatería de su p ú b l i c o , este r e s u l t a d o es p l e n a m e n t e coherente c o n
el d e s a r r o l l o d e l a r g u m e n t o de l a n o v e l a .
A ú n así, h a y q u e cuidarse de n o e x a g e r a r l a v i r t u d de L e o n o r a . C e r v a n t e s a l u d e a su resistencia c o n p a l a b r a s b a s t a n t e vagas:
L e o n o r a m u e s t r a su v a l o r " e n el t i e m p o q u e más le c o n v e n í a "
(p. 2 1 4 ) . E l sentido exacto de " c o n v e n í a " e n este c o n t e x t o es m u y
difícil de fijar, p e r o h a y c i e r t o t o n o socarrón e n el m o d o e n q u e
se nos i n f o r m a d e l t r i u n f o de l a v i r t u d e n esta b a t a l l a de l a c a m a .
Es m u y posible q u e , cegada p o r su i n d u d a b l e deseo físico p o r L o a y sa, l a j o v e n se h u b i e r a d e j a d o l l e v a r h a s t a el filo m i s m o d e l acto
adúltero. E n fin, esta f o r m a t a n a m b i g u a de r e f e r i r su resistencia
al a d u l t e r i o n o e x c l u y e c i e r t a c o m p l i c i d a d p o r p a r t e de L e o n o r a
en el e n c u e n t r o c o n su seductor. Y a se había m o s t r a d o c ó m p l i c e
e n t u s i a s t a e n l a m a n i o b r a p a r a engañar a su m a r i d o c o n el u n g ü e n t o , a h o r a también p o d r í a h a b e r c o l a b o r a d o c o n L o a y s a hasta " e l t i e m p o q u e más le c o n v e n í a " p a r a g u a r d a r su h o n o r
i n t a c t o . A l ser así, L o a y s a h u b i e r a s u c u m b i d o a l a más p u n z a n 1 6
1 6
plares",
R U T H E L S A F F A R , Novel to romance: A study of Cervantes 's "Novelas ejemJohns
H o p k i n s U n i v e r s i t y P r e s s , B a l t i m o r e - L o n d o n , 1974, p . 4 5 , n o -
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te ironía: el e n g a ñ a d o r e n g a ñ a d o p o r su p r e t e n d i d a v í c t i m a .
A m i j u i c i o , n o es p o s i b l e v e r u n e j e m p l o de h e r o í s m o m o r a l
e n l a c o n d u c t a de L e o n o r a . E l l a n o está l i b r e de c u l p a ; c o m o
m í n i m o , h a e n g a ñ a d o a su m a r i d o y se h a d e j a d o e n c e r r a r e n u n a
a l c o b a c o n u n h o m b r e . S i esto v a a dañar su relación c o n C a r r i zales, ella h a b r á c o n t r i b u i d o l o s u y o a l a destrucción d e l m a t r i m o n i o . E n efecto, C e r v a n t e s parece q u e r e r i n d i c a r c i e r t a c u l p a b i l i d a d c u a n d o escribe: " L l e g ó s e e n esto el d í a , y c o g i ó a los n u e vos adúlteros enlazados e n l a r e d de sus b r a z o s " ( p . 215). L e o n o r a
n o h a b r á c a í d o p l e n a m e n t e e n el a d u l t e r i o , p e r o se h a p r e s t a d o
a u n e n r e d o adúltero. C u a n d o l a descubre su m a r i d o e n l a c a m a
c o n u n extraño, n o será fácil convencerle de q u e se t r a t a solamente
de u n m a l e n t e n d i d o .
1 7
L a cuestión q u e h a de resolverse e n el desenlace es s i m p l e m e n t e : ¿ q u é p o s i b i l i d a d e s h a y de salvar el m a t r i m o n i o ? U n a solución
p o s i t i v a requerirá u n a l t o g r a d o de c o n f i a n z a m u t u a e n t r e los esposos. L a crisis p r o v o c a d a p o r l a p r e s e n c i a de L o a y s a e n l a casa
h a e n f r e n t a d o este c u r i o s o m a t r i m o n i o d e s i g u a l y a u t o r i t a r i o a las
r e a l i d a d e s f l u i d a s de l a l i b e r t a d h u m a n a . Se salvará o n o , según
a c e p t e n a m b o s esposos las r e s p o n s a b i l i d a d e s d e l l i b r e albedrío.
E n esto le l l e v a l a v e n t a j a L e o n o r a a C a r r i z a l e s . S u e x p e r i e n c i a
c o n L o a y s a y l a d u e ñ a le h a d a d o l a p o s i b i l i d a d de r e c h a z a r t a n t o
el d i s c u r s o a u t o r i t a r i o c o m o el d i s c u r s o d e l e n g a ñ o . A l c o m i e n z o
d e l desenlace, L e o n o r a y a n o es u n a i n g e n u a n i t a m p o c o u n d e c h a d o de v i r t u d e s , se h a i n m i s c u i d o e n el e m b r o l l o de l a c o n d i ción h u m a n a , mientras que Carrizales permanece encerrado por
sus celos e n u n a f o r t a l e z a de d e s c o n f i a n z a . H a b i e n d o e x p e r i m e n t a d o las i n c e r t i d u m b r e s de l a l i b e r t a d , L e o n o r a está e n c o n d i c i o nes p a r a saber m e j o r q u e su m a r i d o q u é es l o q u e se r e q u i e r e p a r a f u n d a r u n a auténtica relación c o n o t r a p e r s o n a .
E L DESENLACE
A l i n t r o d u c i r el discurso d e l e n g a ñ o d e n t r o de l a f o r t a l e z a de C a r r i z a l e s , L o a y s a h a desencadenado u n a c o m p l i c a d a serie de m a l e n t e n d i d o s y e q u i v o c a c i o n e s c u y o fin n o p u e d e ser p r e v i s t o . S i
t a c ó m o L e o n o r a podría h a b e r e f e c t u a d o u n ' ' e q u i l i b r i o " e n l a c a m a e n t r e
c o m p l i c i d a d y r e c h a z o de s u s e d u c t o r .
1 7
P o r e j e m p l o , F O R C I O N E , op. cit., p . 7 2 , v e " a u t h e n t i c h e r o i s m " e n l a
r e s i s t e n c i a de L e o n o r a . E s t e p u n t o a p a r t e , s u análisis d e l d e s p e r t a r d e l a v o luntad libre de L e o n o r a m e parece admirable.
NRFH,
E L " M I S T E R I O E S C O N D I D O " E N E L C E L O S O EXTREMEÑO
X X X V I I I
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h a s t a l a escena de l a c a m a adúltera el discurso d e l e n g a ñ o h a m o s t r a d o u n aspecto m á s b i e n desenfadado y p l a c e n t e r o , c u a n d o desp i e r t a C a r r i z a l e s , el m a l subyacente h a s t a a h o r a se m a n i f i e s t a de
p r o n t o , s u m i e n d o el desenlace e n u n a m b i e n t e s o m b r í o q u e r o z a
lo trágico.
E l desenlace d e l a r g u m e n t o está m o n t a d o sobre dos m a l e n t e n d i d o s e n t r e c r u z a d o s . E n p r i m e r l u g a r , C a r r i z a l e s cree q u e su
esposa h a c o m e t i d o el acto de a d u l t e r i o , l o c u a l n o es v e r d a d . P o r
su p a r t e , L e o n o r a se i m a g i n a q u e l a aflicción de C a r r i z a l e s h a s i d o causada p o r el u n g ü e n t o c o n el q u e ella m i s m a l o había u n t a d o . A m b o s están p r o f u n d a m e n t e dolidos: el m a r i d o p o r l a supuesta
traición de su m u j e r , L e o n o r a p o r u n s e n t i d o de c u l p a b i l i d a d a l
ver q u e el u n g ü e n t o q u e facilitó su extraña a v e n t u r a c o n L o a y s a
h a p o d i d o dañar l a s a l u d de su a n c i a n o esposo. Estos m a l e n t e n d i dos n o se a c l a r a n d e l t o d o ; a u n q u e L e o n o r a llega a saber q u e el
d o l o r d e l m a r i d o n o se debe a l u n g ü e n t o , C a r r i z a l e s m u e r e creyendo que L e o n o r a lo ha engañado. Por lo tanto, no hay u n a reconciliación s e n t i m e n t a l entre los esposos, c o m o h a n s u g e r i d o v a r i o s c r í t i c o s . P o r el c o n t r a r i o , c o m o señala S t e p h e n H . L i p m a n n , los esposos q u e d a n t a n d i s t a n c i a d o s e n t r e sí al final c o m o
al c o m i e n z o de su m a t r i m o n i o : n o h a n a c i d o u n n u e v o a m o r ; n o
se h a r e d i m i d o este m a t r i m o n i o contra
natura .
A u n q u e n e g a t i v o y hasta trágico, este desenlace obedece a u n a
l ó g i c a temática y psicológica. P a r a desentrañar esta lógica c o n v i e n e p r e g u n t a r n o s ¿ c ó m o se p o d r í a h a b e r s o l u c i o n a d o el m a l e n t e n d i d o respecto a l p r e s u n t o a d u l t e r i o ? Sólo se h u b i e r a a c l a r a d o
si L e o n o r a le h u b i e r a p o d i d o r e v e l a r l a v e r d a d a C a r r i z a l e s . Pero
éste, a su vez, tendría q u e creer l o q u e le c u e n t a su m u j e r ; es dec i r , tendría q u e d e m o s t r a r u n g r a d o de c o n f i a n z a en l a b u e n a fe
de o t r a p e r s o n a q u e sería inverosímil p a r a u n personaje de c o n d i c i ó n t a n e x t r e m a d a m e n t e celosa. Esta solución h u b i e r a sido r a d i c a l m e n t e inconsistente c o n l a psicología de Carrizales. D e o t r a m a n e r a , C a r r i z a l e s le p o d r í a h a b e r e x i g i d o a L e o n o r a p r u e b a s o garantías de su b u e n a fe. Esta solución t a m b i é n h u b i e r a sido ilógica
p o r q u e h u b i e r a contradicho u n t e m a f u n d a m e n t a l del relato d o n 18
19
1 8
V é a s e E L S A F F A R , op. cit., p. 4 7 , p a r a q u i e n " t h e first t r u e c o m m u n i -
c a t i o n " se establece e n t r e los esposos d u r a n t e el d e s e n l a c e a p e s a r d e l m a l e n t e n d i d o ; L A M B E R T , a r t . c i t . , p. 2 3 0 , también v e " t e n d e r n e s s " y " p h y s i c a l i n t i m a c y " ; F O R C I O N E , op. cit., p. 7 9 , o p i n a q u e el a b r a z o final de l a p a r e j a constituye " a poignant expression of i n t i m a c y , intensity a n d i n t e r i o r i t y " .
1 9
tes,
6
' ' R e v i s i ó n a n d e x e m p l a r i t y i n C e r v a n t e s ' s El celoso extremeño",
(1986),
p.
115.
Cervan-
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EDWIN WILLIAMSON
NRFH,
XXXVIII
de se nos d e m u e s t r a l a i n e f i c a c i a d e l d i s c u r s o a u t o r i t a r i o de p r o mesas, v o t o s y j u r a m e n t o s a n t e el d i s c u r s o d e l e n g a ñ o . L a v e r d a d es q u e el m a t r i m o n i o es i n s a l v a b l e p o r q u e n o e x i s t e n las c o n d i c i o n e s e n q u e se p o d r í a establecer l a c o n f i a n z a , y sobre ésta,
el a m o r .
L a d i f e r e n c i a e n t r e l a versión de 1613 y l a de P o r r a s es q u e
C e r v a n t e s hace resaltar m u y específicamente l a f a l t a de c o n f i a n z a e n t r e los esposos c o m o el i m p e d i m e n t o m á s g r a n d e a u n a r e conciliación. A l evitar q u e L e o n o r a caiga e n el a d u l t e r i o , Cervantes
le d a u n e n f o q u e d i f e r e n t e a l desenlace: n o es u n a cuestión de cast i g o o v e n g a n z a , sino de crédito y b u e n a fe. L a r e s p o n s a b i l i d a d
cae sobre el m a r i d o t a n t o c o m o sobre l a esposa. S i c o m p a r a m o s
l a d i s c u l p a de I s a b e l a e n l a versión de P o r r a s c o n l a de L e o n o r a
e n 1613, l a d i f e r e n c i a de e n f o q u e se hace p a t e n t e . E n P o r r a s , el
desenlace es c o n f u s o , ilógico y desesperanzador; e n 1613, las cosas q u e d a n claras y consecuentes c o n el d e s a r r o l l o d e l a r g u m e n t o .
E n l a versión de P o r r a s , I s a b e l a , q u e sí h a c o m e t i d o el a d u l t e r i o c o n L o a y s a , se a r r e p i e n t e y busca u n a reconciliación c o n su
m a r i d o . Se d i s c u l p a de esta f o r m a :
V i v i d vos muchos años, m i señor y todo m i bien; que, puesto caso
que no estéis obligado a creerme ninguna cosa de las que os dixere,
por las malas obras que me habéis visto, yo os prometo y os j u r o
por todo aquello que j u r a r puedo, que si permite el cielo que yo
os alcance de días, que yo acabe los que me quedaren en perpetuo
encerramiento y clausura, y desde aquí prometo, sin vos, de hacer
profesión en u n a religión de las más ásperas que hubiere (p. 262).
I s a b e l a i n t e n t a rescatar su crédito m o r a l c o n p r o m e s a s y j u r a m e n t o s . P e r o esta c o n d u c t a es ilógica p o r dos razones. P r i m e r o ,
p o r q u e l a e x p e r i e n c i a c o n L o a y s a h a d e m o s t r a d o q u e los j u r a m e n tos p u e d e n v i o l a r s e fácilmente; I s a b e l a parece n o h a b e r a p r e n d i d o n a d a . D e todos m o d o s n i n g ú n j u r a m e n t o h u b i e r a sido s u f i c i e n t e p a r a r e i v i n d i c a r s e a n t e los celos de su m a r i d o . S e g u n d o ,
p o r q u e a l r e c u r r i r a l d i s c u r s o a u t o r i t a r i o , I s a b e l a le r e s t i t u y e t o d a l a r a z ó n a C a r r i z a l e s . Se nos dice q u e antes de m o r i r , el celoso
e x t r e m e ñ o q u e d ó " a l g o satisfecho [. . . ] c o n el v o t o de I s a b e l a "
( p . 2 6 3 ) . Este v o t o de I s a b e l a de encerrarse e n p e r p e t u i d a d e n u n
c o n v e n t o es u n castigo i m p u e s t o p o r sí m i s m a q u e j u s t i f i c a c o n
creces l a t e r r i b l e reclusión e n q u e C a r r i z a l e s l a h a m a n t e n i d o y
q u e e n sí h a sido u n a de las causas p r i n c i p a l e s de l a pérdida de
su v i r t u d . L a versión de P o r r a s es u n a h i s t o r i a c e r r a d a c o m o u n
NRFH,
XXXVIII
E L " M I S T E R I O E S C O N D I D O " E N E L C E L O S O EXTREMEÑO
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c í r c u l o v i c i o s o : I s a b e l a acaba p o r hacerse o t r a vez el o b j e t o de l a
v o l u n t a d de su m a r i d o .
L a esposa e n l a versión de 1613 n o h a c a í d o e n el a d u l t e r i o ,
y c u a n d o es acusada f a l s a m e n t e , t i e n e q u e establecer su i n o c e n cia a los ojos de C a r r i z a l e s . ¿ C ó m o i n t e n t a c o n v e n c e r a l m a r i d o
de q u e está d i c i e n d o l a v e r d a d ? Se d i r i g e a él de esta f o r m a :
V i v i d vos muchos años, m i señor y m i bien todo, que puesto caso
que no estáis obligado a creerme ninguna cosa de las que os dijere,
sabed que no os he ofendido sino con el pensamiento.
Y comenzando a disculparse y a contar por extenso la verdad
del caso, no pudo mover la lengua, y volvió a desmayarse (p. 220).
A h o r a C e r v a n t e s n o hace alusión a l g u n a a p r o m e s a s o j u r a m e n t o s ; el d i s c u r s o a u t o r i t a r i o n o aparece p a r a n a d a ; L e o n o r a
a d m i t e su p a r t e de l a c u l p a , p e r o s i n someterse a l a celosa a u t o r i d a d de su m a r i d o . A l c o n t r a r i o , reconoce q u e n o h a y garantías
q u e v a l g a n p a r a o b l i g a r l o a c r e e r l a ; s i m p l e m e n t e procede c o n exp l i c a r " l a v e r d a d d e l c a s o " hasta que se apodera de ella l a e m o c i ó n .
L e o n o r a n o insiste e n disculparse c o n repetidos j u r a m e n t o s t a l
c o m o l o hace I s a b e l a , p o r q u e lógicamente n o h a y m e d i o s p a r a h a cer q u e el celoso se fíe de ella. A u n q u e C a r r i z a l e s t a r d a siete días
m á s e n m o r i r , n o se nos dice q u e L e o n o r a h u b i e r a t r a t a d o o t r a
vez de hacerle conocer l a v e r d a d . H u b i e r a sido u n esfuerzo i n ú t i l . H a s t a c u a n d o i n t e n t a reconocer su c u l p a e n este m a t r i m o n i o
d e s a s t r a d o , C a r r i z a l e s n o p u e d e desprenderse d e l d i s c u r s o a u t o r i t a r i o ; su afán p o r c o n t r o l a r las v o l u n t a d e s ajenas se p o n e de m a n i f i e s t o o t r a vez c u a n d o p r e t e n d e a c t u a r c o n g e n e r o s i d a d a l r e v i sar su t e s t i m o n i o a f a v o r de L e o n o r a : " y así verá q u e , si v i v i e n d o , j a m á s salí u n p u n t o de lo que pude pensar ser su gusto, en la muerte
hago lo mismo, y q u i e r o q u e le t e n g a c o n el q u e ella debe de q u e r e r
t a n t o " ( p . 2 1 9 ) . L a r e a l i d a d es q u e n o h a y p o s i b i l i d a d de v e r d a d e r a reconciliación p a r a esta p a r e j a d e s a v e n i d a p o r q u e n o h a y
c o n f i a n z a e n t r e los esposos. Es esta c o n c i e n c i a de l a frustración
i n e v i t a b l e de su relación c o n C a r r i z a l e s l o q u e explicaría, a m i
j u i c i o , el s e g u n d o d e s m a y o de L e o n o r a .
A u n así, el desenlace de 1613 n o es t a n r o t u n d a m e n t e n e g a t i v o c o m o el de P o r r a s . Se r e s p i r a u n a i r e de l i b e r t a d ; q u e d a c l a r o
q u e a m b o s discursos d e l p o d e r — e l a u t o r i t a r i o y el e n g a ñ o s o —
h a n sido superados p o r L e o n o r a . P e r o es m á s : se señala l a exis2 0
2 0
V é a s e L I P M A N N , a r t . c i t . , p . 117: " B y r e v i s i n g h i s w i l l , C a r r i z a l e s i n -
t e n d s o n c e a g a i n to s h a p e L e o n o r a ' s l i f e " .
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t e n c i a de u n discurso s u p e r i o r , u n p l a n o de v i d a h u m a n a q u e t r a s c i e n d e las m e z q u i n a s v o l i c i o n e s de L o a y s a y de C a r r i z a l e s :
Quedó Leonora viuda, llorosa y rica; y cuando Loaysa esperaba que
cumpliese lo que ya él sabía que su m a r i d o en su testamento dejaba
mandado, v i o que dentro de una semana se entró monja en uno
de los más recogidos monasterios de la ciudad. E l , despechado y
casi corrido, se pasó a las Indias (p. 220).
V a l e l a p e n a señalar q u e l a e n t r a d a de L e o n o r a e n el c o n v e n t o e n esta versión n o es n i n g ú n t ó p i c o m a n i d o sino q u e está finam e n t e i n t e g r a d o e n el a r g u m e n t o de l a o b r a . A l ser i n o c e n t e de
a d u l t e r i o , L e o n o r a n o t i e n e q u e meterse m o n j a p a r a e x p i a r u n a
d e s h o n r a o p a r a castigarse c o m o l o hace I s a b e l a ; es u n a decisión
l i b r e , y esta decisión f r u s t r a t a n t o l o q u e " d e j a b a m a n d a d o ' ' su
m a r i d o c o m o l o q u e esperaba de ella L o a y s a . C e r v a n t e s n o desc r i b e el i n g r e s o e n el c o n v e n t o c o m o si f u e r a algo p e n o s o , e m p l e a
t é r m i n o s p o s i t i v o s : L e o n o r a " s e entró m o n j a " y el m o n a s t e r i o
es " r e c o g i d o " , l o c u a l i m p l i c a q u e es u n a especie de r e f u g i o escog i d o p o r l a i n f e l i z esposa. ( I s a b e l a , r e c o r d é m o s l o , p r o m e t e q u e darse " e n p e r p e t u o e n c e r r a m i e n t o y c l a u s u r a [. . . ] e n u n a r e l i g i ó n de las m á s ásperas q u e h u b i e r e " ; ella repetirá e n el c o n v e n t o l a prisión q u e C a r r i z a l e s le i m p u s o . ) E n fin, L e o n o r a , a pesar
d e l trágico desenlace, h a p o d i d o a l c a n z a r u n a v i d a n u e v a , l i b e r á n d o s e d e f i n i t i v a m e n t e de las t r a m p a s d e l p o d e r .
M e parece o b v i o q u e si h a y algo de e j e m p l a r e n l a versión de
1613 habría q u e b u s c a r l o e n el s i g n i f i c a d o de l a e x p e r i e n c i a de
L e o n o r a . E s t a e x p e r i e n c i a se p u e d e r e s u m i r b r e v e m e n t e : l a i n g e n u a niña se l i b e r a d e l d o m i n i o celoso de su m a r i d o , haciéndose
c ó m p l i c e p o r algún t i e m p o d e l discurso e n g a ñ o s o de L o a y s a , p a r a l u e g o c o m p r e n d e r q u e sólo es posible salir d e l l a b e r i n t o de celos y e n g a ñ o s a c t u a n d o de b u e n a fe y c o n f i a n d o e n las b u e n a s i n tenciones de otras personas. C u a n d o esta m u t u a c o n f i a n z a n o surge, el fracaso de l a relación es i n e v i t a b l e ; p o r esta r a z ó n , L e o n o r a
" n o p u s o m á s a h i n c o e n d i s c u l p a r s e " ( p . 2 2 1 ) : l l e g a a reconocer
q u e su m a t r i m o n i o es i n s a l v a b l e ; finalmente, d e c e p c i o n a d a c o n
las r e l a c i o n e s h u m a n a s , profesa su d e v o c i ó n a l a m o r d i v i n o .
E L AUTOR EJEMPLAR
Q u i z á s l a d i f e r e n c i a m á s r a d i c a l , desde el p u n t o de v i s t a l i t e r a r i o ,
e n t r e l a versión de P o r r a s y l a de 1613 es q u e e n ésta, C e r v a n t e s
NRFH,
XXXVIII
E L " M I S T E R I O E S C O N D I D O " E N E L C E L O S O EXTREMEÑO
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s i g u e e n su práctica c o m o a u t o r el e j e m p l o m o r a l q u e ofrece L e o n o r a . R e h u y e el d i s c u r s o a u t o r i t a r i o de C a r r i z a l e s : n o le i m p o n e
al l e c t o r u n a m o r a l e j a , n i le d e f i n e los términos e n q u e se h a de
leer l a h i s t o r i a . E s t a a c t i t u d de C e r v a n t e s h a c i a su l e c t o r se hace
e v i d e n t e a l c o m p a r a r el final de l a n o v e l a e n las dos versiones.
E l n a r r a d o r e n P o r r a s p o n e fin a su r e l a t o c o n estas p a l a b r a s :
[. . . ] todos los que oyeren este casi es razón que escarmienten en
él y no se fíen de torno n i criadas, si se han de fiar de dueñas de
tocas largas.
El qual caso, aunque parece fingido y fabuloso, fue verdadero
(p. 263).
E n estas declaraciones se e n c u e n t r a u n eco de l a voz p e r e n t o r i a de C a r r i z a l e s . Se nos p r e s e n t a l a " v e r d a d " t a n t o l i t e r a r i a com o m o r a l d e l a s u n t o . D e este m o d o , el e j e m p l o v i e n e a c o n f i r m a r
los celos d e l e x t r e m e ñ o : n o h a y q u e fiarse de n a d a n i de n a d i e .
E n r e a l i d a d , se c u l p a s o l a m e n t e a las dueñas p o r hacer f a l l a r las
defensas c o n t r a el e n g a ñ o .
E n 1613, el s e n t i d o d e l e j e m p l o es d i s t i n t o :
Y yo quedé con el deseo de llegar al fin de este suceso, ejemplo y
espejo de lo poco que hay que fiar de llaves, tornos y paredes cuando
queda la voluntad libre, y de lo menos que hay que confiar de verdes
y pocos años, si les andan al oído exhortaciones de estas dueñas de
m o n j i l negro y tendido y tocas blancas y luengas (pp. 220-221).
A h o r a l a supuesta m o r a l e j a está c o n t a m i n a d a p o r l a voz falsamente
p o m p o s a , y p o r ello irónica, del n a r r a d o r ( " e j e m p l o y espejo. . . " ;
" d u e ñ a s de m o n j i l n e g r o y t e n d i d o y tocas blancas y l u e n g a s " ) .
L a ironía v a d i r i g i d a , c l a r o está, c o n t r a l a ilusión de q u e se puede
r e s t r i n g i r l a v o l u n t a d l i b r e . L o s celos de C a r r i z a l e s son a b s u r d o s ,
n o h a y defensa q u e v a l g a c o n t r a l a m a l a intención o el e n g a ñ o .
¿ Q u é se h a de h a c e r , pues? N o h a y u n a respuesta a u t o r i z a d a a
esta p r e g u n t a . L o q u e hace el a u t o r es d i r i g i r n o s h a c i a el m o d e l o
ético a s e g u i r p o r vía de u n " m i s t e r i o " c o n el q u e c o n c l u y e el
relato:
Sólo no sé qué fue la causa que Leonora no puso más ahinco en
disculparse y dar a entender a su celoso marido cuan l i m p i a y sin
ofensa había quedado en aquel suceso; pero la turbación le ató la
lengua, y la prisa que se dio a m o r i r su marido no dio lugar a su
disculpa (p. 221).
812
EDWIN WILLIAMSON
NRFH,
XXXVIII
E n 1613 nos e n c o n t r a m o s c o n u n a u t o r q u e se ausenta del texto
c o m o i n t e l i g e n c i a r e g i d o r a , c o m o el o r i g e n de significados. Es r e a l m e n t e u n a u t o r " e n b l a n c o y s i n figura", p a r a e m p l e a r l a frase
d e l P r ó l o g o . A u n así, parece c o m o si nos q u i s i e r a " d e c i r v e r d a d e s " , n o d i r e c t a m e n t e sino " p o r s e ñ a s " .
H e m o s v i s t o y a c ó m o este C e r v a n t e s e s c u r r i d i z o de 1613 h a
v e n i d o señalando u n s u b - t e x t o m o r a l a través de l a c a d e n a s i m b ó l i c a llave-cera-ungüento-falsa a l a r m a . A h o r a , p a r a acabar, nos
ofrece o t r a " s e ñ a " , el " m i s t e r i o " de l a r e t i c e n c i a de L e o n o r a ante
su m a r i d o . A l r e m i t i r n o s a l a c o n d u c t a de L e o n o r a , C e r v a n t e s
nos hace r e f l e x i o n a r sobre las cuestiones de celos, e n g a ñ o s , c o n fianza e i n t e n c i o n a l i d a d q u e f o r m a n l a temática de l a n o v e l a e n t e r a . Es d e c i r q u e si h a y e j e m p l o , está " e s c o n d i d o " , p o r así exp r e s a r l o , e n l a f o r m a y el a r t i f i c i o de l a narración m i s m a y n o e n
las declaraciones explícitas d e l n a r r a d o r . L a s p a l a b r a s finales de
l a n o v e l a nos a b r e n el paso h a c i a el " m i s t e r i o " m a y o r de las i n t e n c i o n e s d e l a u t o r , y h a c i a l a cuestión de c ó m o se c o m u n i c a n éstas a l l e c t o r d e l t e x t o .
LAS RELACIONES ENTRE AUTOR Y LECTOR EN EL PRÓLOGO
L a s relaciones de L e o n o r a con Carrizales y L o a y s a respectivamente
p u e d e n s e r v i r n o s de p a u t a s p a r a v e r a u n a n u e v a l u z l a m a n e r a
e n q u e c o n c i b e C e r v a n t e s las relaciones e n t r e el a u t o r y el l e c t o r
e n el P r ó l o g o a las Novelas ejemplares. L o q u e c a r a c t e r i z a estas r e laciones es el rechazo de t o d o d i s c u r s o a u t o r i t a r i o o c o e r c i t i v o p o r
p a r t e d e l a u t o r . L a s razones, p o r e l l o , son las m i s m a s q u e i n d u j e r o n a L e o n o r a a " n o poner más ahinco en d i s c u l p a r s e " . D a d o
el h e c h o de q u e u n a u t o r está i m p l i c a d o e n el e m b r o l l o h u m a n o
t a n t o c o m o su l e c t o r , ¿ c o n q u é d e r e c h o p o d r á j u z g a r y e s c a r m e n t a r a sus personajes p a r a d a r e j e m p l o ? U n a vez a d m i t i d a l a c o n d i c i ó n f a l i b l e d e l a u t o r e j e m p l a r , sus relaciones c o n el l e c t o r n o
p o d r í a n ser o t r a s q u e de i g u a l a i g u a l : n o p u e d e o b l i g a r a l l e c t o r
a q u e acepte l a " v e r d a d " de l a o b r a , n i t a m p o c o p u e d e o b l i g a r l e
a r e c o n o c e r su a u t o r i d a d especial p a r a enseñar verdades h u m a nas o d i v i n a s . E l a u t o r n o t i e n e más r e m e d i o q u e " v a l e r s e p o r
su p i c o " .
P o r o t r a p a r t e , el l e c t o r n o p u e d e saber a c i e n c i a c i e r t a cuáles
son las verdaderas intenciones del a u t o r . C e r v a n t e s sabe m u y b i e n
q u e u n e s c r i t o r puede d i s i m u l a r u o c u l t a r sus i n t e n c i o n e s c o n u n a
retórica s u p e r f i c i a l m e n t e didáctica o e d i f i c a n t e . E l l e c t o r n o t e n dría defensa g a r a n t i z a d a c o n t r a l a hipocresía de u n a u t o r m a l i n -
NRFH,
XXXVIII
E L "MISTERIO ESCONDIDO" EN EL
C E L O S O EXTREMEÑO
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t e n c i o n a d o q u e e m p l e a r a las p o t e n c i a l i d a d e s irónicas de l a ficción
p a r a crear u n discurso seductivo y engañoso que lo condujera a
la c o r r u p c i ó n m o r a l . N i el a u t o r n i el l e c t o r encontrarán, pues,
p r u e b a s p a r a establecer los límites de l a v e r d a d a través d e l t e x t o
literario.
C o n s c i e n t e de estas d i f i c u l t a d e s intrínsecas e n t o d a c o m u n i c a c i ó n h u m a n a , p e r o agravadas e n el caso de l a c o m u n i c a c i ó n l i t e r a r i a p o r l a " a u s e n c i a " i n e v i t a b l e d e l a u t o r , C e r v a n t e s en el
P r ó l o g o a las Novelas ejemplares e m p l e a u n discurso l ú d i c o y b u r l ó n , c o m o p a r a r e c o r d a r l e al l e c t o r l a m u t a b i l i d a d d e l l e n g u a j e
h u m a n o , l o b i e n q u e se p r e s t a a o c u l t a r las i n t e n c i o n e s d e l sujeto
e n u n c i a d o r . P e r o , p o r o t r o l a d o , C e r v a n t e s sigue i n s i s t i e n d o e n
q u e sí h a y e j e m p l o , q u e sí h a y v e r d a d , q u e n o causarán n i n g ú n
d a ñ o m o r a l estas novelas. D e este m o d o crea i n c e r t i d u m b r e a l ser
u n a especie de " m i s t e r i o " p a r a el l e c t o r , p o r q u e n u n c a p o d r á éste alcanzar con c e r t i d u m b r e u n significado p l e n a m e n t e a u t o r i z a d o .
Sin e m b a r g o , n o p o r eso debe descartarse t o d a p o s i b i l i d a d de
t r a n s m i t i r u n a f o r m a de l a v e r d a d a través d e l t e x t o . E l m o d o e n
q u e esta v e r d a d p u e d e c o m u n i c a r s e quizá nos l o revele l a p a l a b r a
" m i s t e r i o " e n su s e n t i d o de r i t o o c e r e m o n i a a r c a n a c u y o s i g n i f i c a d o n o se p u e d e c o m p r e n d e r o e x p l i c a r d e l t o d o . E n esta acepc i ó n u n m i s t e r i o es c o m o u n a vía de c o m u n i c a c i ó n t r a s c e n d e n t a l ,
u n h a c e r presente ciertas verdades n o asequibles a l a razón h u m a n a . S i t r a n s f e r i m o s esta i d e a a l f e n ó m e n o l i t e r a r i o , el " m i s t e r i o " a l q u e a l u d e C e r v a n t e s a l final d e l P r ó l o g o significaría los
r i t o s m i s m o s de l a creación l i t e r a r i a , l a a c t i v i d a d creadora en s í .
L a h a b i l i d a d y destreza d e l e s c r i t o r , l a c a l i d a d de su i n v e n c i ó n ,
serían l o q u e haría t r a s c e n d e r u n a especie de v e r d a d d e l a u t o r a
su l e c t o r . T o d a vez q u e el t e x t o m u e v a , a d m i r e o c o n v e n z a a
21
2 2
2 1
J . C O R O M I N A S , Diccionario crítico etimológico de la lengua castellana, G r e d o s ,
M a d r i d ; F r a n c k e , B e r n e , 1954, t. 3, p. 3 4 0 , n o t a b a j o " m e n e s t e r " ( d e r i v a d o
del
latín, ministerium:
' s e r v i c i o ' , ' e m p l e o ' , ' o f i c i o ' ) , q u e d e s d e l a b a j a época
l a t i n a se p r o d u j o u n a confusión total e n t r e ministerium y mysterium. E s t a c o n f u sión se refleja aún e n inglés e n e x p r e s i o n e s c o m o " t h e art a n d m y s t e r y o f a
c r a f t " , es d e c i r , los secretos d e u n oficio r e v e l a d o s sólo a i n i c i a d o s . E l Shorter
OxfordDictionary
rivado
(3)
d a , e n t r e o t r o s , los s i g u i e n t e s s i g n i f i c a d o s de " m y s t e r y " , d e -
de ministerium'. ( 1 ) ' S e r v i c e ' , ' o c c u p a t i o n ' ( 2 ) ' H a n d i c r a f t ' ; ' c r a f t ' , ' a r t '
' S k i l l ' . E s p o s i b l e q u e este c o m p l e j o semántico a s o c i a d o c o n " m i s t e r i o " h u -
b i e r a i n f l u i d o e n el e m p l e o d e este v o c a b l o p o r C e r v a n t e s .
2 2
G E Ó R G E S T E I N E R , e n u n magnífico e n s a y o , " A n e w m e a n i n g o f m e a -
n i n g " , TLS,
8 de n o v i e m b r e Se 1 9 8 5 , p p . 1262 y 1 2 7 5 - 1 2 7 6 , a f i r m a q u e l a
transmisión d e l sentido de u n texto l i t e r a r i o sólo p u e d e c o n c e b i r s e c o m o u n
a c t o t r a s c e n d e n t a l análogo a u n rito r e l i g i o s o : " W e m u s t r e a d as i f the text
EDWIN WILLIAMSON
814
NRFH,
XXXVIII
u n l e c t o r c u a l q u i e r a , se le hará presente l a p e r s o n a l i d a d c r e a d o r a
d e l a u t o r y entrará, e n c i e r t o m o d o , e n c o n o c i m i e n t o de sus i n t e n c i o n e s . Esta clase de c o m u n i c a c i ó n " l e v a n t a " el t e x t o más allá
de las t r a m p a s y dobleces d e l discurso c o r r i e n t e .
E l m a t r i m o n i o de L e o n o r a y C a r r i z a l e s n o l o g r a establecer ese
v í n c u l o de m u t u a simpatía y c o n f i a n z a q u e p o d r í a s e r v i r n o s de
p a r a d i g m a de l a posible c o m u n i c a c i ó n trascendente e n t r e el a u t o r
y e l l e c t o r . S ó l o L e o n o r a l l e g a a l final a u n estado de c o n c i e n c i a
p r o p i c i o p a r a esta clase de c o m u n i c a c i ó n . Carrizales y L o a y s a q u e d a n c i r c u n s c r i t o s e n sus respectivos discursos de p o d e r . Es e n o t r a
de las Novelas ejemplares, c o n c r e t a m e n t e a l finad de E l coloquio de
los perros, l a última n o v e l a de l a c o l e c c i ó n , d o n d e C e r v a n t e s o f r e ce p l e n a m e n t e ese p a r a d i g m a de c o m u n i c a c i ó n auténtica q u e n o
p u e d e establecerse e n t r e los esposos e n E l celoso extremeño. M e r e fiero al pasaje e n q u e el L i c e n c i a d o P e r a l t a t e r m i n a su l e c t u r a d e l
c o l o q u i o q u e le había e n t r e g a d o el Alférez C a m p u z a n o y d e c l a r a
q u e n o le i n t e r e s a y a v o l v e r a l a d i s p u t a sobre l a v e r a c i d a d de los
p e r r o s habladores, d i s p u t a q u e estuvo a p u n t o de destrozar su c o n fianza e n el alférez:
—Señor Alférez, no volvamos más a esa disputa. Y o alcanzo el artificio del Coloquio y la invención, y basta. Vamonos al Espolón a
recrear los ojos del cuerpo, pues ya he recreado los del entendimiento.
— V a m o s — d i j o el Alférez.
Y con esto, se f u e r o n .
23
L a l e c t u r a de u n m i s t e r i o s o t e x t o sobre u n o s p e r r o s q u e h a b l a n h a r e a n u d a d o l a a m i s t a d e n t r e los dos personajes. P o r u n
b e f o r e u s h a d m e a n i n g . [. . . ] T h i s «as if», this a x i o m a t i c c o n d i t i o n a l i t y , is o u r
C a r t e s i a n - K a n t i a n w a g e r , o u r l e a p i n t o sense. W i t h o u t i t , l i t e r a c y b e c o m e s
t r a n s i e n t n a r c i s s i s m . [. . . ] W h e r e w e r e a d t r u l y , w h e r e the e x p e r i e n c e is to
be t h a t o f m e a n i n g , w e d o so as i f the text (the p i e c e o f m u s i c ; the w o r k o f
a r t ) i n c a r n a t e s ( t h e n o t i o n is g r o u n d e d i n the s a c r a m e n t a l ) a r e a l p r e s e n c e o f
s i g n i f i c a n t b e i n g . T h i s r e a l p r e s e n c e , as i n a n i c o n , as i n the e n a c t e d m e t a p h o r
o f t h e s a c r a m e n t a l b r e a d a n d w i n e , i s , finally, i r r e d u c i b l e to a n y o t h e r f o r m a l
a r t i c u l a t i o n , to a n a n a l y t i c d e c o n s t r u c t i o n o r p a r a p h r a s e . I t is a s i n g u l a r i t y
i n w h i c h concept a n d form constitute a tautology, c o i n c i d e point to p o i n t , energy
to e n e r g y , i n t h a t e x c e s s o f s i g n i f i c a n c e o v e r a l l d i s c r e t e e l e m e n t s a n d codes
o f m e a n i n g w h i c h w e c a l l the s y m b o l o r the a g e n c y o f t r a n s p a r e n c e ' ' ( p . 1 2 7 5 ) .
A m i j u i c i o , s o n estas i d e a s de S t e i n e r l a s q u e m e j o r explicarían el e m p l e o p o r
C e r v a n t e s d e l a noción de u n " m i s t e r i o " q u e " l e v a n t a " s u s n o v e l a s d e l p l a n o
p u r a m e n t e lúdico de l a " m e s a de t r u c o s " .
2 3
V é a s e l a e d . de A v a l l e - A r c e , t. 3, p. 3 2 2 .
NRFH,
XXXVIII
E L " M I S T E R I O E S C O N D I D O " E N E L C E L O S O EXTREMEÑO
815
l a d o , C a m p u z a n o r e c o b r a su crédito p e r d i d o después de h a b e r l e
e n t r e g a d o s i n c o n d i c i o n e s el c o n t r o v e r t i d o Coloquio a P e r a l t a . P o r
el o t r o , P e r a l t a q u e d a satisfecho c o n el " m i s t e r i o " d e l Coloquio
u n a vez q u e h a p o d i d o alcanzar su " a r t i f i c i o " e " i n v e n c i ó n " . C o m o v i e n e a c o m p r e n d e r también L e o n o r a , l a única m a n e r a de s u p e r a r los celos, l a i n c r e d u l i d a d o las m a l a s i n t e n c i o n e s es p r o c u r a r a c t u a r l i b r e m e n t e e n u n espíritu de e n t r e g a y c o n f i a n z a . P a r a
el a r t i s t a esto e q u i v a l e a ejercer e l ' ' m i s t e r i o ' ' de su a r t e de b u e n a
fe, r e s p e t a n d o l a v o l u n t a d l i b r e de sus lectores, q u e p o d r á n resp o n d e r a l t e x t o c o m o si f u e r a u n a " m e s a de t r u c o s " o b i e n u n
'' misterio escondido''.
L a a p e r t u r a de El celoso extremeño, t a n t o c o m o l a a p e r t u r a d e l
P r ó l o g o , se d e b e n , en p r i m e r a instancia, a u n a p r o f u n d a conciencia
en C e r v a n t e s de las t r a m p a s d e l discurso h u m a n o . S i n e m b a r g o ,
las b u r l a s e ironías d e l a u t o r n o son señales de perspectivismo m o r a l
n i de r e l a t i v i s m o filosófico. M á s b i e n se d i r i g e n a deshacer c u a l q u i e r ilusión s i m p l i s t a acerca de l a p o s i b i l i d a d de certificar y a u t o r i z a r l a v e r d a d a través d e l t e x t o l i t e r a r i o . N o o b s t a n t e , a l fin y
al c a b o , C e r v a n t e s a f i r m a su fe e n l a p o s i b i l i d a d de crear u n v í n c u lo c o n su l e c t o r gracias a l " m i s t e r i o e s c o n d i d o " d e l a r t e . E n El
coloquio de los perros se r e p r e s e n t a esta c o m u n i c a c i ó n e n l a a m i s t a d
r e n o v a d a de P e r a l t a y C a m p u z a n o , m i e n t r a s q u e e n El celoso extremeño v e m o s l o c o n t r a r i o : c ó m o n o l o g r a establecerse esta c o m u n i c a c i ó n p o r f a l t a de c o n f i a n z a y b u e n a fe de p a r t e de C a r r i z a l e s .
2 4
EDWIN WILLIAMSON
Birkbeck College, University of L o n d o n
2 4
E s t a fe de C e r v a n t e s e n l a p o s i b i l i d a d de c r e a r u n vínculo c o n sus l e c -
tores a través d e l texto es e v i d e n t e también e n el Quijote. V é a s e The half-way
house of fiction.
. . , pp. 205-207.
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