NOTAS LOS "DESAFÍOS"D E L C A B A L L E R O SALVAJE. NOTAS PARA EL ESTUDIO DE U N JUGLAR EN L A LITERATURA PENINSULAR DE L A EDAD MEDIA A Nicasio Salvador Miguel U n a de las figuras juglarescas de nuestra E d a d M e d i a que todavía exige u n estudio específico es el "caballero salvaje". D i versos investigadores le h a n prestado a t e n c i ó n c o n desigual fortuna, p e r o hasta la fecha n o se h a establecido c u á l e s eran, concretamente, sus actividades, lo que h a c o n d u c i d o tanto a dej a r inexplicados algunos fragmentos de piezas literarias d o n d e se m e n c i o n a este personaje c o m o a malinterpretar otros. E n realidad, la carencia de u n a identificación cabal d e l "caballero salvaje" se debe, e n parte, a que, aunque son cosas distintas, se h a c o n f u n d i d o y equiparado c o n frecuencia a la figura d e l " h o m b r e salvaje", h e c h o t a m b i é n explicable, e n cierta m e d i d a , por los mismos problemas que plantea el concepto de "salvaje" en e s p a ñ o l 1 - E l objetivo de este artículo es, a partir de u n a relectura de l a b i b l i o g r a f í a existente y de los textos e n los que aparece citado el "caballero salvaje", ofrecer u n nuevo planteam i e n t o d e l tema y u n a identificación a p r o x i m a d a de este j u glar. Esto p e r m i t e , a su vez, reinterpretar u n a serie de textos literarios y, al m i s m o t i e m p o , p r o p o r c i o n a pistas para alguna investigación i c o n o g r á f i c a . E n t r a n d o directamente e n el estado de l a c u e s t i ó n , el p u n to de referencia inexcusable al que hay que remontarse es l a afirmación que h i z o D u Cange, e n el siglo xvn, de que el "caballero salvaje" era u n tipo de h i s t r i ó n 2 , a f i r m a c i ó n que b a s ó 1 SANTIAGO LÓPEZ-RÍOS, " E l concepto de « s a l v a j e » en la Edad Media esp a ñ o l a : algunas consideraciones", Dicenda, 12 (1994), 145-155. 2 Du G A N G E , Glossarium mediae et infimae latinitatis, Akademische DruckU Verlagsanstalt, G r a z - Ö s t e r r e i c h , 1954, s.v. miles salvatge. SANTIAGO LÓPEZ-RÍOS 146 NRFH, X L I I I en u n a cita de las Constituciones de J a i m e I de A r a g ó n (Tarragona, 1235), e n las que se decretaba que nadie p o d í a hacer a otro "caballero salvaje" 3 . Ya en é p o c a c o n t e m p o r á n e a , M a n u e l Mila i Fontanals, a l estudiar l a p o e s í a p o p u l a r e n C a t a l u ñ a y, en especial las leyes promulgadas sobre los juglares, cita u n peq u e ñ o fragmento de las mismas Constituciones e n las que se prohibe dar nada a j u g l a r o "milite salvatge'4. R e c u e r d a , asimismo, unas ordenanzas de l a U n i v e r s i d a d de L é r i d a (1300) e n las que se pide a los estudiantes: m i m i s , joculatoribus, militibus q u i d i c u n t u r salvatjes, caeterisq u e trurfatoribus seu baccallaris civibus vel e x t r a ñ é i s , vestem, civitam, p e c u n i a m , vel a l i q u i d a l i u d de suo d u m i n studio fuerint d o n a r e n o n audeant, n e c ac c o m e d e n d u m invitantibus dare, n e c ipsos etiam invitare p e r se ipsos vel f a c e r é dari, p r a e t e r q u a m diebus singulis t a n t u m i n festivitatibus Natalis D o m i n i , Paschae et Pentecostesis vel q u a n d o doctores vel magistri i n scientiis creabuntur...5 P o r ú l t i m o , t a m b i é n e n n o t a a pie de p á g i n a sugiere que e l trovador Pere Salvatge, que vivió e n l a é p o c a de Pere III, pudiera pertenecer a esta clase de juglares 6 , circunstancia de l a que no h a n d u d a d o otros críticos posteriores 7 . S i n embargo, aunque l a hipótesis es verosímil, n o podemos olvidar, p o r otro lado, que el apellido está documentado e n catalán desde antiguo 8 . 3 " í t e m statuimus quod nullus faciat aliquem militem salvaticum" (Cortes de los antiguos reinos de Aragón y de Valencia y principado de Cataluña, I a parte, Real Academia de la Historia, Madrid, 1896, t. 1, p. 130). 4 M A N U E L M I L A I FONTANALS, Observaciones sobre la poesía popular (1853), en Obras completas, Barcelona, 1895, t. 6, p. 62, n. 2. V é a s e t a m b i é n : Constituciones..., p. 130 ( " í t e m statuimus quod nos, nec aliquis alius homo, nec domina, demus aliquid alicui joculatori vel joculatrici, sive soldadarie seu milite salvatge, sed nos vel alius nobilis possit eligere et habere ac ducere secum u n u m joculatorem et dare sibi quod voluerit"). 5 M I L A I FONTANALS, op. cit, pp. 62-63. 6 Ibid., p. 63, n. 2. 7 V é a n s e por ejemplo: H A R O L D V. LTVERMORE, " E l caballero salvaje. Ensayo de i d e n t i f i c a c i ó n de un juglar", RFE, 34 (1950), p. 174, y M A R T Í N DE R I QUER, "Il significato politico del sirventés provenzale", Concerto, storia, miti e immagini del Medio Evo, Fondazione Cini, Venezia, 1973, pp. 287-390; reproducido en Anthropos, suplementos/12 (1989), pp. 62-71 (la referencia, en la p. 70); Los trovadores. Historia literaria y textos (1975), Ariel, Barcelona, 1992, t. 3, p. 1591. 8 A s í lo recuerda el propio M I L A I FONTANALS, quien volvió a plantear la posibilidad en su obra De los trovadores en España (1861), eds. C . M a r t í n e z y NRFH, XLIII LOS "DESAFÍOS" DEL CABALLERO SALVAJE 147 Nuevamente, Milá i Fontanals, e n los Orígenes del teatro catalán, al hablar de las representaciones profanas e n C a t a l u ñ a , transcribió dos fragmentos de l a Crónica de M u n t a n e r e n los que aparecen estos "cavallers salvatges': E depuis que foren entrats dins la térra del dit senyor rei d'Aragó, estegren onze jorns abans que fossen a la ciutat de Valencia, e con foren a la ciutat nuil hom poria escriure los jocs, los alegres, taules redones, taulats, juntes de relió, de cavallers salvatges... (cap. XXIII). E h i havia d'altres joglars, qui cavallers salvatges, qui d'altres, mes de dos-cents; qui tais crits feien e tal brogit h i havia, que paria que ceel e térra ne vengues (cap. C C X C V I ) 9 . Sin embargo, aunque Milá i Fontanals parece ser que n o te- nía d u d a de que el cavaller salvatge era u n tipo de juglar, n o lle- g ó a identificar sus actividades. M u c h o m á s precisó, e n cambio, A n t o n i o de B o f a r u l l e n su e d i c i ó n de l a citada c r ó n i c a , e n u n a nota al oscuro pasaje d e l c a p í t u l o X X I I I e n el que se m e n c i o n a a los "cavallers salvatges'10. A p o y á n d o s e e n D u Cange, deduce que F. R . Manrique, C.S.I.C., Barcelona, 1966, p. 370, n. 12. E l apellido, en efecto, aparece en documentos del siglo XIII de la comarca del Vallès. Cf. JOAQUÍM M I R E T Y SANS, Notes biogràfiques d'en Pere Salvatge y Fr. Romeu Sa Bru güera..., Stampa d'en Francesch X . Altes, Barcelona, 1909, p. 148. Tengamos en cuenta, por ú l t i m o , que el apellido "Sauvage" e s t á documentado en Francia en el siglo xv. Cf. A B B É V . LEROQUAIS, Les bréviaires manuscrits des bibliothèques publiques de France, Paris, 1934, t. 2, p. 186. 9 M A N U E L M I L À I FONTANALS, Orígenes del teatro catalán, en Obras completas, Barcelona, 1895, t. 4, pp. 233 y 234, n. 1. V é a s e R A M Ó N M U N T A N E R , Crónica, caps. XXIII y C C X C V I , en Les quatre grans cróniques, revisió del text, p r ô l e g s i notes per Ferran Soldevila, Editorial Selecta, Barcelona, 1983, pp. 686 y 937. Se menciona t a m b i é n a este personaje en los caps. C C L X X X V I ("E podets cascuns c o n è i x e r que obra de D é u é s estada, que 1'almirall E n Caros en tots aquests fets no p e r d é en la ñ a u mas un cavaller salvatge") y C C X C V I I ("E així, ab la gracia de D é u , e ab gran brogit de trompes, e ab tabals, e ab dolç a i n e s , e de cembes e d'altres estruments, e de cavallers salvatges, qui cridaven tots « A r a g ó í A r a g ó ! » e els casais deis r i c a s - h ô m e n s de qui eren, vengren a la dita esglesia de Sent Salvador ..."), pp. 927 y 939, respectivamente. R A M Ó N M U N T A N E R , Crónica catalana: texto original y traducción castellana, acompañada de numerosas notas, ed. A . de Bofarull, Imprenta de Jaime J e p ú s , Barcelona, 1860, p. 46. 1 0 SANTIAGO LÓPEZ-RÍOS 148 NRFH, XLIII los caballeros salvajes serían en los siglos medios una especie de condottieri, o más bien, lo que hoy llamamos matones, es decir, trabajarían por su cuenta en ciertas empresas guerreras y decidían siempre sus cuestiones a cuchilladas. A u n cuando el país fuese contrario a tan malas costumbres, vese que en las grandes fiestas toleraría como a tales las justas de los salvajes, lo propio que se presenció en lo antiguo las luchas de gladiadores y los juegos de puñadas, y en la actualidad se hacen corridas de toros 1 1 . Esta hipótesis, q u e tiene algo de cierto — a u n q u e precisa de ciertas matizaciones y ser contrastada c o n otros textos—, fue olvidada, c o n alguna e x c e p c i ó n 1 2 , p o r m u c h o s estudiosos que se h a n acercado a l tema d e l "caballero salvaje". D e h e c h o , e l "caballero salvaje" m e r e c i ó desde p r i n c i p i o s de siglo los comentarios m á s diversos de l a crítica. M e n é n d e z P i d a l e n su p r i m e r a versión de Poesía juglaresca y juglares (1924) confiesa ignorar " q u é clase de histriones s e r í a n " 1 3 , pero aventura u n a p o s i b i l i d a d inexacta, q u e luego ilustra c o n u n ejemplo i c o n o g r á f i c o q u e n o se puede aceptar 1 4 : Desconociendo en absoluto qué era el caballero salvaje, sospecho si sería un luchador y domador de fieras, remedo juglaresco del caballero guerrero y cazador 1 5 . S u trabajo, de todas formas, t e n í a e l i n t e r é s de p r o p o r c i o nar u n a referencia a este j u g l a r e n l a literatura medieval castellana, aunque hay que precisar que n o es l a p r i m e r a , c o m o él Id. V é a s e J u n o RODRÍGUEZ-PUÉRTOLAS, Fray Iñigo de Mendoza y sus "Coplas de Vita Christi", Gredos, Madrid, 1968, pp. 225-226 (pero confunde d e s p u é s "salvaje" y "caballero salvaje", p. 227, n. 50). Recuerda t a m b i é n la interpret a c i ó n de Bofarull J. F . V I D A L JOVÉ, en su t r a d u c c i ó n al castellano de la Crónica de Muntaner (Alianza, Madrid, 1970, p. 633, n. 9). 1 3 R A M Ó N MENÉNDEZ PIDAL, Poesía juglaresca y juglares, Espasa-Calpe, Buenos Aires, 1942, p. 29. 1 4 Se refiere concretamente a una figura, rodeada de animales, que aparece en una cornisa del comedor del palacio arzobispal de Santiago de Compostela (ibid., p. 29). Creyendo al pie de la letra la d e f i n i c i ó n que dio M e n é n d e z Pidal de "caballero salvaje" y aceptando las c a r a c t e r í s t i c a s iconog r á f i c a s que le a t r i b u í a , p e n s ó haber encontrado otro ejemplo en el arte JOSÉ R A M Ó N Y FERNÁNDEZ. V é a s e " E l t í m p a n o de San Miguel do Monte", Archivo Español de Arte, 17 (1944), 385-386. Ambas interpretaciones las rechaz ó JOSÉ M . DE AZCÁRATE en " E l tema i c o n o g r á f i c o del salvaje", Archivo Español de Arte, 21 (1948), 94-96. 11 1 2 1 5 MENÉNDEZ PIDAL, op. cit., p. 29. NRFH, X L I I I LOS "DESAFÍOS" DEL CABALLERO SALVAJE 149 creía, n i tampoco l a ú n i c a . P e r o , e n efecto, e n e l Cancionero de Baena dice V i l l a s a n d i n o e n u n a c o m p o s i c i ó n sobre u n escudero que a b a n d o n ó a su amo: A truchán o albardán o cavallero salvage, bien le dan lo que han, mas ninguno de parage non trabag£, que sin gage nunca fiesta le farán; por linage n i n omenage muy poco d'él fiarán16. M u c h o m á s inexacta que l a definición de M e n é n d e z P i d a l fue l a que d i o A z c á r a t e e n su importante trabajo sobre e l motivo i c o n o g r á f i c o d e l "salvaje". E l "caballero salvaje", s e g ú n él, es un caballero, como cualquier otro de los héroes medievales, pero de los que se diferencia fundamentalmente en que no es caballero enamorado, al mismo tiempo que es el caballero de las donosas contestaciones y el conciliador de las rencillas de los demás caballeros 1 7 . Poco tiempo d e s p u é s , Jorge R u b i o Balaguer r e t o m ó e l tema en u n trabajo e n e l que confunde sistemáticamente "salvaje" y "caballero salvaje" y que sólo interesa p o r l a d o c u m e n t a c i ó n de archivo que saca a la l u z 1 8 . Así estaban las cosas, cuando se publi16 Cancionero de Juan Alonso de Baena ( c o m p o s i c i ó n n ú m . 99), ed. y est. de B. Dutton y j . G o n z á l e z Cuenca, Visor Libros, Madrid, 1993, p. 126. V é a n se t a m b i é n : MENÉNDEZ PIDAL, op. cit., p. 29, y CARLOS M O T A PLACENCIA, La obra poética de Alfonso Alvarez y de Villasandino, U n i v e r s i t ä t A u t ó n o m a de Barcelona, Bellaterra, 1992, p. 381, n. 27, quien sigue fielmente a M e n é n d e z Pidal en la nota al verso que habla del "caballero salvaje". 1 7 J o s É M . DE AZCÁRATE, art. cit., p. 95. Para tal c o n c l u s i ó n , se basa en una e r r ó n e a i n t e r p r e t a c i ó n de un pasaje del Tristan de Leonis que habla de D i n a d á n : " E D i n a d á n era cauallero saluaje, y era gran esgrimidor, e grande de cuerpo, e gran t r u h á n , assí como hombre que anda por cortes de reyes, e a u í a sido buen cauallero, y era rico de moneda que le dauan los reyes y los caualleros, e yua muchas vezes por mensajero de vna corte a otra, y escarn e c í a e burlaua con todos, a s í que todos folgauan del, e a u í a n plazer con sus palabras". V é a s e Libros de caballerías, ed. A . Bonilla y San M a r t í n , NBAE, t. 1, cap. LIV, p. 413. 1 8 "Literatura catalana", en Historia general de las literaturas hispánicas, Editorial Barna, Barcelona, 1949, t. 1, pp. 666-669. Entre la i n f o r m a c i ó n utilizada, destacan dos documentos del Archivo de la Corona de A r a g ó n : reg. 1662, f. 11 (1380) y reg. 1249 ff. 14r y v (1385). SANTIAGO LÓPEZ-RÍOS 150 NRFH, XLIII có u n artículo del hispanista británico H a r o l d V . Livermore, que, aunque p r o m e t í a m u c h o en su título, casi nada aclaraba 1 9 . Indudablemente, el trabajo de Livermore tiene el valor de proporcionar nuevas citas sobre el misterioso personaje 2 0 , citas que venían a confirmar que e l "caballero salvaje" era u n tipo de juglar, algo que, de hecho, ya se sabía desde D u Cange. Sin embargo, Liverm o r e e n n i n g ú n m o m e n t o llegaba a decir q u é tipo de juglar era el "caballero salvaje". E n realidad, estaba muy condicionado por el prejuicio de establecer la relación existente entre el "caballero salvaje" y d o n Quijote 2 1 . D e este m o d o , se situaba e n u n a línea marcada, a ñ o s atrás, p o r D á m a s o Alonso, quien estaba convencido que Camilote, el enamorado de M a i m o n d a que desafía a los caballeros del emperador e n l a Tragicomedia de don Duardos de G i l Vicente y del que se dice e n u n a acotación que es u n "caballero salvaje", era u n antecedente de d o n Quijote 2 2 . 1 9 H A R O L D V . LIVERMORE, " E l caballero salvaje: ensayo de i d e n t i f i c a c i ó n de u n juglar", RFE, 3 4 ( 1 9 5 0 ) , 1 6 6 - 1 8 3 . 2 0 Así, por ejemplo, indica que el caballero salvaje a p a r e c í a ya mencionado en los Carmina Burana en la c o m p o s i c i ó n "In taberna quando sumus": "Primo pro nummata vini, / ex hac bibunt libertini, / semel bibunt pro captivis, / post hec bibunt ter pro vivis, / quater pro Christianis cunctis, / quinquies pro fidelibus defunctis, / sexies pro sororibus vanis, / septies pro militibus silvanis,.." (Cantos de Goliardo. Carmina Burana, Seix Barral, Barcelona, 1 9 7 8 , pp. 2 9 0 - 2 9 2 ) . T a m b i é n recuerda que se alude a este juglar B e r t r á n d'Alamanon, quien se dirige a s í a G u i g ó de Cabanas: "Amicx Guigo, be.m asaut de ton sen, / car de mestiers vols apenre cals so; / que trotier fus una longa sazo; / pueys auzi dir que pugiest a sirven, / qu'emblavas buous, boxs, Tedas e moutos; / pueys fus joglars de dir vers e chansos; / ar iest pojatz a maior onramen, / que.l conzs ti a fag cavaier salvatge" (cf. M A R T Í N DE RIQUER, Los trovadores. Historia literaria y textos [ 1 9 7 5 ] , Ariel, Barcelona, 1 9 9 2 , t. 3 , p. 1 4 0 8 ) . Igualmente, proporciona una interesante cita del Facet, obra de la que ya R U B I O BALAGUER (op. til, p. 6 6 7 ) d e c í a que mencionaba a los caballeros salvajes: "Lexats me filar ma filosa / e n o m vingats assi torbar / viares m'es siats juglar / o que siats encantador / o qualque tragitador. / Bon cavaller forest salvatge, / que beyll parlar sots d'evantage" (cf. A . M O R E L FATIO, "Melanges de l i t t é r a t u r e catalane", Ro, 1 5 , 1 8 8 6 , p. 2 1 0 ) . 21 md., p. 1 7 6 . DÁMASO A L O N S O , " E l hidalgo Camilote y el hidalgo don Quijote", RFE, 2 0 ( 1 9 3 3 ) , 3 9 1 - 3 9 7 ; "Sobre « E l hidalgo Camilote y el hidalgo don Q u i j o t e » " , RFE, 2 1 ( 1 9 3 4 ) , 2 8 3 - 2 8 4 (reproducidos en su obra Del Siglo de Oro a este siglo de siglas, Gredos, Madrid, 1 9 6 2 , pp. 2 0 - 2 8 ) ; G I L VICENTE, Tragicomedia de don Duardos, ed. D . Alonso, C.S.I.C., Madrid, 1 9 4 2 , t. 1 , p. 1 7 2 . Estudio todo esto con m á s detalle en mi p r ó x i m o trabajo " L a parodia del caballero salvaje en el episodio de Camilote de la Tragicomedia de don Duardos", en Comentarios de textos hispánicos. Homenaje al profesor Miguel Ángel Garrido Gallardo, S í n t e s i s , Madrid (en prensa). 2 2 NBFH, XLIII LOS "DESAFÍOS" DEL CABALLERO SALVAJE 151 A u n q u e L i v e r m o r e n o lograba identificar las actividades del "caballero salvaje", su artículo h a pasado p o r ser u n o de los más autorizados e n l a materia y se h a v e n i d o citando casi siempre que se trataba de estos e x t r a ñ o s juglares. M e n é n d e z P i d a l , por ejemplo, l o t o m ó e n cuenta cuando rehizo su Poesía jugla23 resca , d o n d e a m p l í a y corrige l o d i c h o sobre los "caballeros salvajes" en su estudio anterior, pero confiesa n o saber q u é eran las justas de las que h a b l a l a Crónica de M u n t a ñ e r e n las que participaban estos j u g l a r e s 2 4 y confunde "salvaje" y "caballero salvaje", a l creer que e l personaje que captura a l protagonista de Cárcel de amor di p r i n c i p i o de l a o b r a es u n ejemplo de este último25. D e s p u é s de esta a p o r t a c i ó n , escasearon los estudios centrados e n esta figura26 y, a l ignorarse q u é era exactamente u n "caballero salvaje" 2 7 , se h a venido c o n f u d i e n d o , c o n frecuencia, 2 3 R A M Ó N MENÉNDEZ PIDAL, Poesía juglaresca y orígenes de las literaturas románicas. Problemas de la historia literaria y cultural, Instituto de Estudios Políticos, Madrid, 1957, pp. 24-27; reed. Espasa-Calpe, Madrid, 1991, pp. 53-56 (cito por la e d i c i ó n de 1957). u-Ibid., p. 25. 2 5 7¿>¿d., p. 27. 2 6 L a e x c e p c i ó n viene dada por J U L I O RODRÍGUEZ-PUÉRTOLAS, quien, aunque no le d e d i c ó u n amplio espacio al asunto, p r o p o r c i o n ó una nueva referencia del "caballero salvaje", encontrada en las Coplas de Vita Christi de I ñ i g o de Mendoza, referencia que i n t e r p r e t ó a la luz de la d e f i n i c i ó n de Bofarull (op. cit., pp. 225-227). "Circunciden los salvajes / el su maldito deporte; / los galanes y los pajes / no circunciden los trajes" se lee en la copla 186 (FRAYÍÑIGO DE M E N D O Z A , Cancionero, ed. J . R o d r í g u e z - P u é r t o l a s , EspasaCalpe, Madrid, 1986, p. 65). 2 7 E n distintos diccionarios ensayaron, con todo, diversas definiciones, pero ninguna de ellas exacta. Cf. Diccionari Aguiló. Materials lexicográfics aplegáis per Marian Aguiló i Fuster, Revisats i p u b l i c á i s sota la cura de Pompeu Fabra i Manuel de M o n t o l í u , Institut d'Estudis Catalans, Barcelona, 1916, s.v. cavalier ('juglar"). Este diccionario proporciona t a m b i é n una referencia de Eiximenis que, por desgracia, no he podido localizar t o d a v í a : "donava a juglars e a cavaliers salvatges e a ávols". T a m b i é n LIVERMORE (art. cit., p. 174), sin especificar en q u é obra, apuntaba que Eiximenis hablaba de los caballeros salvajes. A N T O N I M . A L C O V E R et al, Diccionari catalá-valenciá-balear, Palma de Mallorca, 1959, s.v. cavalier ("Imitador, home que en l'edat mitjana es dedicava a fer exhibicions de f o r ç a i d'agilitat"); J O A N COROMINES, Diccionari etmilógic i complementan de la llengua catalana, Curial Edicions CatalanesCaixa de Pensions "la Caixa", Barcelona, 1986, s.v. cavalier ("especie de joglar a c r ó b a t a o Imitador"); 1987, s.v. selva ("Els textos mostren ciar que fou per una part u n tipus ajoglarat; probablement amb arriscades habilitats acrobatiques, o domador de feres etc. Pero, amb c a r á c t e r mes complex, alhora home de guerra; con demostra entre al tres M u n t a ñ e r ..."). 152 SANTIAGO LÓPEZ-RÍOS NRFH, XLIII c o n e l "salvaje" m í t i c o 2 8 . E n t r e esas escasas contribuciones, l a ú l t i m a h a sido l a de Roger Bartra, q u i e n e n su l i b r o El salvaje en el espejo, dedica unas p á g i n a s al asunto. Tras apuntar que e n el a r t í c u l o de L i v e r m o r e "no q u e d a claro q u é es l o que h a c í a n concretamente estos caballeros salvajes" y que " e l upo social específico que encontraba e n e l caballero salvaje n o h a sido b i e n descrito a ú n p o r los h i s t o r i a d o r e s " 2 9 , sugiere su p r o p i a i n terpretación: Sin embargo, el caballero salvaje no era simplemente un actor que se disfrazaba con pieles o con follaje, para representar el papel de perseguido en la tradicional cacería. E l caballero salvaje, a mi juicio, era la manifestación de u n fenómeno muy complejo: era una versión social caricaturesca y satírica, del mito del homo sylvestris, que prefiguró la crítica literaria del ideal caballeresco que culmina en Don Quijote^0. E l estado de los estudios sobre el caballero salvaje, que se h a v e n i d o e x p o n i e n d o hasta a q u í , sin d u d a h a b r í a marchado p o r otros derroteros de n o haberse pasado p o r alto la hipótesis de B o f a r u l l al citar l a Crónica de R a m ó n M u n t a ñ e r y, sobre todo, de haber consultado l o que dice sobre los juglares u n i n t e r e s a n t í s m o m a n u a l castellano de confesores de p r i n c i p i o s del siglo xiv. M e refiero al Libro de las confesiones de Martín P é r e z 3 1 , o b r a e n l a que el autor, al tratar de los "estriones que V é a n s e , por ejemplo: A L A N D E Y E R M O N D , " E l hombre salvaje en la novela sentimental", FU, 1 0 ( 1 9 6 4 ) , p. 1 1 0 ; A . A . P A R K E R , " D i m e n s i ó n del hu2 8 manismo en E s p a ñ a " , en La época del Renacimiento. El amanecer de la Edad Moderna, ed. D. Hay, Labor, Barcelona, 1 9 6 9 , p. 2 4 1 ; O L E H M A Z U R , The Wild Man in the Spanish Renaissance and Golden Age theatre. A comparative study ( 1 9 6 6 ) , University Microfilms International, 1 9 8 2 , pp. 6 6 , 1 3 9 ; M . R O S A "Estudio sobre los grabados de la novela la Cárcel de amor\ FRAXANET SALA, en Estudios de iconografía medieval española, ed. I. Yarza Luaces, Bellaterra. 1984, 2 9 pp. 4 3 2 , 4 3 3 y 4 6 0 . UNAM-Ediciones Era, M é x i c o , 1 9 9 2 , pp. 1 1 7 - 1 2 1 . 30 Ibid., p. 1 2 0 . H a n prestado a t e n c i ó n al Libro de las confesiones-. A N T O N I O G A R C Í A Y G A R C Í A , y J E S Ú S M . M Ú G I C A , " O Libro de las confesiones de M a r t í n P é r e z " , Itine3 1 rarium. Revista Trimestral de Cultura, 2 0 ( 1 9 7 4 ) , 1 3 7 - 1 5 1 ; A N T O N I O G A R C Í A Y Estudios sobre canonísiica portuguesa medieval, F u n d a c i ó n Universita- GARCÍA, ria E s p a ñ o l a , Madrid, 1 9 7 6 , pp. 1 2 7 - 1 3 3 (en las pp. 2 0 1 - 2 1 7 reproduce el a r t í c u l o publicado con J e s ú s M . M ú g i c a en Itinerarium); D E R E K W. L O M A X , "Algunos autores religiosos ( 1 2 9 5 - 1 3 5 0 ) "JHPh, 2 ( 1 9 7 8 ) , 8 9 - 9 0 ; J O S É H E R NANDO, Sociedad y cristianismo en un manual de confesores de principios del siglo xiv, NRFH, XLIII LOS "DESAFÍOS" D E L C A B A L L E R O SALVAJE 153 tienen oficio d a ñ o s o " , dedica cierto espacio a los "caballeros salvajes"32. E n efecto, un c a p í t u l o del segundo libro se ocupa de "los saluajes, que son otra manera de estrionef y es bastante expre- sivo con respecto a las actividades de estos juglares: [f. 174v] Otra manera ay de estriones que se precian de lidiar en canpo, u n o por otro, asy commo algunos que se tienen en sus fuerzas e en sus locuras más que en Dios. Reptan a otros e sallen al canpo, uno por otro, e biuen estos tales de tal oficio. Ca éstos fazen por algo que les dan o porque se precian de fuerca e quiérense prouar e mostrar. Et estos tales se pueden nombrar caualleros saluajes, e están en malquerencia c o n sus christianos, e por ende, están en carrera de perdición, e n o n se pueden saluar, saluo sy desanpararen los malos oficios que tienen e tornen claros de carrera de saluación. tesis doctoral i n é d i t a , U n i v e r s i t ä t de Barcelona, 1979; "Realidades socioe c o n ó m i c a s en el Libro de las confesiones de M a r t í n P é r e z : usura, justo precio y p r o f e s i ó n " , Acta Histórica et Archaeologica Medievalia, 2 (1981), 93-106; "Los moralistas frente a los e s p e c t á c u l o s en la Edad Media", en El teatre durant VEdat Mitjana i el Renaixement, U n i v e r s i t ä t de Barcelona, 1986, pp. 21-37; Á N G E L G Ó M E Z M O R E N O , El teatro medieval castellano en su marco románico, Taurus, Madrid, 1991, pp. 35-36, 42, 139-143 y, sobre todo, v é a s e A N T O N I O G A R CÍA Y G A R C Í A , F R A N C I S C O C A N T E L A R R O D R Í G U E Z , y B E R N A R D O A L O N S O R O D R Í G U E Z , "El Libro de las confesiones de M a r t í n P é r e z " , Revista Española de Derecho Canónico, 49 (1992), 79-129. Trata, fundamentalmente, del e p í t o m e de esta obra conservado en la Real Academia de la Historia, H É L È N E T H I E U L I N P A R D O , "Les manuels de confession en Castille au xrvè et au x v è s i è c l e " , Atalaya, 4 (1993), 227-232. 3 2 E l Libro de las confesiones es una obra no publicada í n t e g r a m e n t e (se espera una p r ó x i m a e d i c i ó n crítica de u n equipo dirigido por Antonio Garc í a y G a r c í a ) . Para este trabajo, se han consultado los manuscritos que contienen la segunda parte del Libro de las confesiones conocidos hasta ahora (cf. A. G A R C Í A Y G A R C Í A et al, art. cit., p. 83), a la cual pertenece este c a p í t u l o : ms. 713 de la F u n d a c i ó n L á z a r o Galdiano (Madrid), en el que el c a p í t u l o en c u e s t i ó n e s t á en los ff. 239v y 240r ( s e g ú n la f o l i a c i ó n moderna, a lápiz; ff. 120v-121r s e g ú n una f o l i a c i ó n anterior del segundo libro) y ms. 21 de la Biblioteca de la Real Colegiata de San Isidoro de L e ó n , que recoge la mitad de la obra. E n este c ó d i c e el c a p í t u l o de los "caballeros salvajes" ocupa los ff. I74v-175r. (Cito por este ú l t i m o . ) H e comprobado t a m b i é n que la versión portuguesa conocida hasta el momento de esta obra, que se conserva en tres manuscritos de la Biblioteca Nacional de Lisboa (mss. Alcob. 377, 378 y 213), no contiene el c a p í t u l o que a q u í se trata. E n efecto, como ya señ a l ó A . G A R C Í A Y G A R C Í A (Estudios..., p. 128), en estos c ó d i c e s no e s t á la segunda parte del Libro de las confesiones. Sin embargo, "parece l ó g i c o suponer que se tradujese toda la obra y no s ó l o dos partes de ella" ( G A R C Í A Y G A R C Í A et al, art. cit., p. 86). SANTIAGO LÓPEZ-RÍOS 154 NRFH, X L I I I Esso mesmo dizen los doctores de todos los reptadores que quieren matar al su christiano e temptar a Dios: sy en este tal estado mueren, piérdense, ca toda salua de muerte o de [f. 175r] sangre e de peligro de los miembros e del cuerpo vieda la Eglesia. Otrossy, non fazen seguros a los reptados, ca podrían llamarse a la Eglesia e fazer commo ella mandase; e ella consejarles ya lo que fizoJhesu Christo quando fue acusado e dado por traidor de la ley e saliendo con su verdat e sufriendo por ella 3 3 . E l interés de este texto, p o r e l que ya h a n pasado otros estudiosos, aunque sin reparar e n su i m p o r t a n c i a para los estudios d e l "caballero salvaje" 3 4 , reside e n que puede ser utilizado para fundamentar u n a definición m á s o menos precisa de este tipo jularesco y, desde luego, descartar aquellas que m a n t e n í a n que eran u n " d o m a d o r de fieras" o u n "caballero n o enamorado". E n realidad, parece ser que los e n i g m á t i c o s "caballeros salvajes" fueron u n tipo de juglares que se ganaban la vida ofrec i e n d o e s p e c t á c u l o s e n los que l u c h a b a n c o n otros a los que antes h a b í a n retado. V e n d r í a n a ser u n a especie de "gladiadores", u n "remedo juglaresco — e n esto sí acertaba M e n é n d e z Pid a l — d e l caballero guerrero". E l n o m b r e , pues, les vendría p o r a n a l o g í a : c o m o los caballeros se retaban y l u c h a b a n , pero n o t e n í a n n i su c a t e g o r í a social, n i su c ó d i g o de h o n o r y e x h i b í a n M A R T Í N PÉREZ, Libro de las confesiones, ms. 21 de la Colegiata de San Isidoro de L e ó n , ff. 174v-175r. D a una t r a n s c r i p c i ó n de este c a p í t u l o y del mismo c ó d i c e y con diferencias de la m í a JOSÉ H E R N A N D O , " L O S moralistas...", p. 37. Reproduce la v e r s i ó n del manuscrito de la F u n d a c i ó n L á z a r o Galdiano y la del e p í t o m e conservado en la biblioteca de la Real Academia de la Historia (ms. 9-2179), A . G Ó M E Z M O R E N O , El teatro medieval castellano..., pp. 142-143. 3 4 JOSÉ HERNANDO DELGADO, Sociedad y cristianismo..., t. 1, p. 332, "Realidades s o c i o e c o n ó m i c a s . . . " , p. 102; "Los moralistas...", p. 33 (este autor en los tres trabajos citados se limita a reproducir lo que dice M a r t í n P é r e z sobre el "caballero salvaje", sin ponerlo en c o n e x i ó n con otros textos, ni con la b i b l i o g r a f í a sobre el tema); Á N G E L G Ó M E Z M O R E N O , quien, de forma acertada, r e i v i n d i c ó la importancia de los c a p í t u l o s que M a r t í n P é r e z dedica a los juglares para el estudio de los e s p e c t á c u l o s en la p e n í n s u l a durante la E d a d Media, creo que no d i s t i n g u i ó suficientemente entre "hombre salvaje" y "caballero salvaje" (op. cit., pp. 41-42). Por otro lado, H . THIEULIN PARDO, en u n trabajo que c o n o c í revisando la v e r s i ó n definitiva de este estudio, antes de darlo a la imprenta, menciona, pero sin proporcionar la fuente bib l i o g r á f i c a , u n a r t í c u l o de Derek W. Lomax que, al parecer, se ocupa de los juglares en el Libro de las confesiones (cf. art. cit., p. 232). Pese a las b ú s q u e das realizadas, no he conseguido localizar tal a r t í c u l o . 3 3 NBFH, XLIII LOS "DESAFÍOS" DEL CABALLERO SALVAJE 155 rudos modales, c o m o los "salvajes", se p o d r í a a ñ a d i r . S i n embargo, s e g ú n demuestran los fragmentos citados d e l p o e m a de B e r t r á n d ' A l a m a n o n , de l a Crónica de R a m ó n M u n t a ñ e r y de l a c o m p o s i c i ó n de V i l l a s a n d i n o eran personajes populares e n las cortes de reyes y nobles. A d e m á s , s e g ú n se deduce t a m b i é n de la Crónica de M u n tañer, es posible que participaran e n ciertas empresas bélicas, c o m o sugirió B o f a r u l l . A pesar de ello, y deb i d o a su o c u p a c i ó n p r i n c i p a l —los e s p e c t á c u l o s de l u c h a — , que, n o lo olvidemos, p o d í a n c o m p a g i n a r c o n otras 3 5 , eran obj e t o de duras críticas p o r parte de moralistas c o m o Martín Pérez o I ñ i g o de M e n d o z a . S u oficio e x p l i c a t a m b i é n que fuesen personajes arrogantes, tal c o m o los presenta el Facety, p o r supuesto, G i l Vicente e n l a Tragicomedia de don Duardos. P o r otro lado, n o se m e escapa que se p o d r í a argumentar que e l calificativo de "salvajes" se debiera a que se disfrazasen, en sus e s p e c t á c u l o s de l u c h a , efectivamente, de "hombres salvajes" 3 6 . A u n q u e l a hipótesis es verosímil, p o r el m o m e n t o , m e resisto a aceptarla abiertamente, puesto que n i n g u n o de los textos q u e conozco sobre esta figura y q u e he citado antes per3 5 M a r t í n de Riquer apunta que como "subalternos de corte" p o d í a n actuar de "correos o mensajeros". Esto t a m b i é n lo prueba, aparte de uno de los documentos que menciona R U B I O BALAGUER (cf. n. 1 8 ) , otro datado en Belchite en 1 3 1 5 ( A C Á , C r Jaime II, 5 , 1 2 2 ) . V é a s e FRANCISCO M O X Ó Y M O N T O L I U , La Casa de Luna (1276-1348): factor político y lazos de sangre en la ascensión de un linaje aragonés, M ü n s t e r , Aschendorffleche, 1 9 9 0 , p. 4 0 4 (agradezco la referencia al profesor Juan Manuel Cacho Blecua). Recordemos, en r e l a c i ó n con esto, que "la m e n s a j e r í a aparece muy documentada entre los juglares de la literatura o c c i t á n i c a " (R. MENÉNDEZ PIDAL, Poesía juglaresca, reed. 1 9 9 0 , p. 9 0 ) . Incluso, s e g ú n evidencia el poema de B e r t r á n d'Alamanon que edita M a r t í n de Riquer, " e j e r c í a n de pregoneros y una de sus misiones era la de proferir gritos de guerra (los nombres de p a í s e s , ciudades, linajes o e n s e ñ a s ) , no tan s ó l o en torneos, sino en festividades y al a c o m p a ñ a r comitivas y s é q u i t o s " . Cf. M A R T Í N DE RIQUER, LOS trovadores, t. 3 , p. 1 4 0 7 . T a m b i é n se alude a h í al fragmento del cap. C C X C V I I de la Crónica de M u n t a ñ e r antes transcrito. 3 6 Ciertamente, no ha faltado quien ha defendido esta posibilidad. STEVEN D . KJRBY, de pasada, en u n a r t í c u l o sobre las serranas del Libro de buen amor, apunta: "There is also evidence that an entertainer called cavallero salvaje, because of a costume that made h i m resemble wild men, performed in Aragonese courts in the thirteenth and fourteenth centuries". Sin embargo, no aduce ninguna prueba que justifique su a f i r m a c i ó n . Cf. 'Juan Ruiz's serranas'. T h e Archpriest-pilgrim and Medieval wild women", en Hispanic Studies in Honor of Alan D. Deyermond. A North American Tribute, ed. J. Miletich, Hispanic Seminary of Medieval Studies, Madison, 1 9 8 6 , p. 1 5 7 . Similar idea es la que mantiene R O G E R BARTRA, op. cit, p. 1 2 0 . 156 SANTIAGO LÓPEZ-RÍOS NRFH, XLIII mite d e d u c i r esto. A l contrario, los datos que tenemos hasta a h o r a i n d u c e n a pensar que, tal vez, e n "caballero salvaje" hay que entender e l adjetivo e n sentido figurado, i g u a l q u e e n "clérigo salvaje", e x t r a ñ o personaje d o c u m e n t a d o e n e l siglo xvii e n los Desengaños de M a r í a de Zayas. E n efecto, e n El trai- dor contra su sangre se habla e n los siguientes términos de u n i n d i v i d u o c o n e l q u e traba amistad e n Ñ a p ó l e s d o n A l o n s o , u n o de los protagonistas: Ayudóle a darse tanto al vicio tomar amistad con un jenízaro, hijo de español y napolitana, hombre perdido y vicioso, tanto de glotonerías como en lo demás. Y como don Alonso tenía dineros, hallábase bien con él, ganándole la voluntad con lisonjas. Este era "clérigo salvaje", y, porque no extrañe este nombre, digo que hay en Italia unos hombres que, sin letras ni órdenes, tienen renta por la Iglesia, sólo con andar vestidos de clérigos, y llámanlos "prevetes salva- jes", y así lo era Marco Antonio (que éste era su nombre) 3 7 . V o l v i e n d o a h o r a a M a r t í n P é r e z , m e parece i m p o r t a n t e i n sistir e n que e l fragmento d e l Libro de las confesiones citado es u n a p r u e b a clara de que e l "caballero salvaje" y e l " h o m b r e salvaje" fueron dos cosas distintas, p o r lo que es peligroso confund i r los dos conceptos. Peligroso, ciertamente, p e r o hasta cierto p u n t o y e n algunos casos comprensible, ya que "salvaje" fue también s i n ó n i m o de "caballero salvaje" 3 8 . Deduzco esto d e l mism o h e c h o de que e n el título d e l capítulo antes m e n c i o n a d o d e l Libro de las confesiones (manuscrito de L e ó n ) se l e a "de los saluajes, que son otra m a n e r a de estriones" 3 9 , mientras q u e m á s adelante se h a b l a de "caballeros salvajes" 4 0 . H a y , a d e m á s , otros ejemplos que c o r r o b o r a n esta afirmación. M e c e n t r a r é e n u n o , 3 7 M A R Í A DE ZAYAS, Parte segunda del sarao y entretenimiento honesto [Desengaños amorosos], ed. de A . Yllera, C á t e d r a , Madrid, 1983, p. 386. Las cursivas son m í a s . 3 8 Aunque no l l e g ó a dar una d e f i n i c i ó n cabal de "caballero salvaje", d e j ó clara la necesidad de distinguirlo del "salvaje" m í t i c o H A R O L D V . LIVERMORE (art. cit, p. 169). 3 9 N o es correcta la t r a n s c r i p c i ó n que de esta frase hace J . H E R N A N D O , quien dice seguir el manuscrito l e o n é s , pero escribe "de los cavalleros salvajes, que son otra manera de estriones" (las cursivas son m í a s ) . Cf. "Los moralistas...", p. 37. 4 0 C o m p á r e s e , por otro lado, con la v e r s i ó n que de este t í t u l o da el manuscrito de la F u n d a c i ó n L á z a r o Galdiano (Madrid): "De los estriones que son a manera de saluajes", f. 239v. E l mismo t í t u l o es el que hay en el í n d i ce del segundo libro (ibid., f. 118r.) NRFH, XLIII LOS "DESAFÍOS" DEL CABALLERO SALVAJE 157 especialmente interesante pues, p o r otro lado, permite sacar conclusiones e n e l terreno de l a historia d e l arte. J o s é M . de Azcárate, e n su c o n o c i d o artículo sobre e l tema i c o n o g r á f i c o d e l salvaje, e x p l i c ó e l o r i g e n de l a r e p e t i d í s i m a utilización de este motivo c o m o tenante de escudo e n u n a presunta costumbre de "disfrazar a los escuderos de salvajes" 4 1 . Esta idea, que h a b í a tomado de Viollet-le-Duc 4 2 , l a ilustró c o n u n pasaje de l a Crónica de Enrique TV de E n r í q u e z d e l Castillo. A l hablar de los festejos que se organizaron a las afueras de M a d r i d para agasajar a u n embajador d e l d u q u e de B r e t a ñ a , e l cronista i n d i c a que u n a de las cosas que se h i c i e r o n fue un paso en el medio del camino cerca de la villa en aquesta guisa. Estaba puesta una tela barreada en derredor, de madera con sus puertas, por donde avían de entrar los que venían del Pardo; en cuya guarda estaban ciertos salvajes que no consentían entrar a los caballeros e gentiles hombres que llevasen damas a la rienda, sin que prometiesen de hacer con él seis carreras, e si no quisiesen justar, que dexasen el guante derecho 4 3 . A l a luz de todas las conclusiones e x t r a í d a s d e l pasaje d e l Libro de las confesiones, cabe pensar, c o m o ya h a h e c h o a l g ú n c r í t i c o 4 4 , q u e a q u í de l o que se está h a b l a n d o es de "caballeros Art. cit., pp. 92-93. Dictionnaire raissonné de VArchitecture française du xiè au xviè sciècle, B . Bance Editeur, Paris, 1854, s.v. armoirie. E n E s p a ñ a a c e p t ó t a m b i é n esta idea V . LAMPÉREZ Y R O M E A , Historia de la arquitectura cristiana española en la Edad Media, según el estudio de los elementos y monumentos, Espasa-Calpe, Madrid, 1930, p. 592, n. 2. Para una r e f u t a c i ó n convincente, v é a s e RICHARD BERNHEIMER, Wild men in the Middle Ages. A study in art sentiment and demonology, Harvard University Press, Cambridge, 1952, p. 178. 4 3 D I E G O ENRÍQUEZ DEL CASTILLO, Crónica del rey don Enrique IV, cap. X X I V , en Crónicas de los reyes de Castilla desde don Alfonso el Sabio, hasta los Católicos, don Fernando y doña Isabel (1878), ed. de C . Rosell, reimp., Atlas, Madrid, 1953, t. 3, p. 113. 4 4 J U L I O RODRÍGUEZ PUÉRTOLAS (Fray Iñigo de Mendoza y sus "Coplas de Vita Christi", p. 226). Para llegar a tal c o n c l u s i ó n se apoyaba en la h i p ó t e s i s de Bofarull. Sin embargo, en su cita del fragmento de la c r ó n i c a pone, por error, "caballeros salvajes", en lugar de "salvajes", que es lo que se lee en la e d i c i ó n que dice seguir y que yo t a m b i é n sigo. Por otro lado, no alude a la o p i n i ó n de A z c á r a t e y confunde "salvaje" y "caballero salvaje" (p. 227, n. 50). C o n todo, para los estudios del "caballero salvaje" su trabajo tiene el indudable i n t e r é r e s de haber proporcionado otra referencia sobre este juglar en la literatura medieval castellana, en las Coplas de Vita Christi, ejemplo que, por otra parte, documenta que "salvaje" t e n í a t a m b i é n la a c e p c i ó n de "caballero salvaje". (Cf. supra, n. 26.) 4 1 42 158 SANTIAGO LÓPEZ-RÍOS NEFH, XLIII salvajes" y de las aficiones de estos juglares a l a l u c h a . R e n u n cio, p o r razones obvias, a entrar e n este trabajo e n u n análisis detallado d e l o r i g e n d e l motivo d e l "salvaje" c o m o tenante de escudo. T a n sólo m e l i m i t o a s e ñ a l a r que e l texto citado n o puede aceptarse c o m o p u n t o de apoyo s ó l i d o de l a tesis de Azc á r a t e , que, aunque bastante a d m i t i d a entre l a c r í t i c a 4 5 , necesitaría ser revisada, sobre todo d e s p u é s de los contundentes argumentos que, tiempo atrás, d i o R i c h a r d B e r n h e i m e r e n c o n t r a de l a o p i n i ó n de Viollet-le-Duc e n este p u n t o 4 6 . P o r otro lado, este ejemplo pone de manifiesto la necesidad de volver sobre los textos localizados de l a literatura medieval h i s p á n i c a que hablan sobre el "caballero salvaje". Ciertamente, aclarar q u é era u n "caballero salvaje", a d e m á s de abrir posibilidades de investigación e n los terrenos de l a historia de la j u g l a r í a 4 7 y de l a historia d e l a r t e 4 8 , obliga a iniciar u n estudio literario específico sobre esta figura. E n parte, ese estudio qued a abierto e n este trabajo, pues l a identificación m á s o menos precisa que se h a h e c h o d e l "caballero salvaje" permite aclarar 4 5 V é a n s e por ejemplo: ALFREDO SOUTO FEIJOO, Diccionario y ciencia heráldica, Síler, Madrid, 1 9 5 7 , p. 9 8 ; ISABEL M A T E O G Ó M E Z , Temas profanos en la escultura gótica española. Las sillerías de coro, C.S.I.C., Madrid, 1 9 7 9 , p. 2 1 4 ; M . ROSA FRAXANET SALA, art. cit, p. 4 3 7 ; ANDRÉS A . ROSENDE VALDÉS, "El tema del salvaje en las sillerías de M o n d o ñ e d o y Xunqueira de A m b í a " , Boletín del Seminario de Estudios de Arte y Arqueología, 5 2 ( 1 9 8 6 ) , 2 9 1 - 2 9 3 . Sorprendentemente no hay una d i s c u s i ó n del tema, tan s ó l o breves referencias en E U L O GIO M E R I N O , y JESÚS P. DÍAZ DE SARABIA, " L O S salvajes en la h e r á l d i c a . Algunas aportaciones al estudio de los tenantes e s p a ñ o l e s " , Hidalguía. Revista de genealogía, nobleza y armas, 1 9 8 3 , n ú m s . 1 7 8 / 1 7 9 , 6 1 9 - 6 3 5 . 4 6 Cf. op. cit., pp. 1 7 7 - 1 7 8 . 4 7 E n este campo q u e d a r í a por estudiar de forma m á s e s p e c í f i c a , entre otras cosas, las variadas actividades del "caballero salvaje", las críticas que rec i b í a n de los moralistas, la a c e p t a c i ó n popular de sus e s p e c t á c u l o s , su presencia en Castilla, etc. E n cuanto a este ú l t i m o punto, conviene recordar que el texto de M a r t í n P é r e z demuestra que los "caballeros salvajes" eran ampliamente conocidos en la Castilla de principios del xw y que no hay que esperar, como c r e í a M e n é n d e z Pidal, hasta el xv para encontrarlos documentados (cf. R A M Ó N MENÉNDEZ PIDAL, Poesía juglaresca, ed. cit. supra, n. 2 3 , p. 2 6 ) . 4 8 S e r í a conveniente hacer indagaciones encaminadas a averiguar si es posible identificar alguna r e p r e s e n t a c i ó n del "caballero salvaje" en el arte medieval, del mismo modo que se ha hecho con otros tipos de juglares. V é a n s e por ejemplo, los sugerentes estudios de FRANCISCO JAVIER PÉREZ C A RRASCO, e ISABEL M . FRONTÓN SIMÓN, " E l juglar r o m á n i c o . Sus manifestaciones en la literatura y el arte", Lecturas de Historia del Arte, 2 ( 1 9 9 0 ) , 2 1 5 - 2 2 1 y " E l e s p e c t á c u l o juglaresco en la iglesia r o m á n i c a . Sentido moralizante de una i c o n o g r a f í a festiva", Historia 16, 1 9 9 1 , n ú m . 1 8 4 , 4 2 - 5 2 . NRFH, XLIII LOS "DESAFÍOS" DEL CABALLERO SALVAJE 159 u n b u e n n ú m e r o de textos e n los que aparece este juglar. A h o ra, p o r ejemplo, entendemos p o r q u é M e n d o z a habla del "maldito d e p o r t e " de los caballeros salvajes o nos podemos hacer u n a i d e a de c ó m o eran las justas de estos juglares a las que se refería M u n t a ñ e r y que M e n é n d e z Pidal n o acertaba a explicar 4 9 . P e r o aparte de servir para arrojar luz sobre estos y otros test i m o n i o s , el asunto d e l "caballero salvaje" interesa t a m b i é n e n los estudios literarios e n tanto que permite u n a nueva lectura de u n pasaje de u n a pieza teatral de p r i m e r o r d e n . M e refiero al episodio de C a m i l o t e y M a i m o n d a de l a Tragicomedia de don Duardos de G i l Vicente. D e l i b e r a d a m e n t e , he pasado casi p o r alto este texto p o r q u e he p r e f e r i d o tratar e l asunto, c o n todos sus problemas, e n otro trabajo e n e l que interpreto, a la luz de algunas conclusiones avanzadas a q u í , al C a m i l o t e de G i l V i c e n te c o m o u n a p a r o d i a d e l caballero salvaje, lo cual me lleva, a su vez, a volver sobre ciertos problemas textuales, sobre l a utilización que hace el autor de su fuente y, p o r supuesto, sobre la f u n c i ó n de este episodio e n l a o b r a y su c o m i c i d a d 5 0 . Basten, p o r el m o m e n t o , estas notas para dejar constancia de l a necesidad de replantear e l asunto d e l "caballero salvaje" desde la perspectiva interdisciplinaria, pues resulta obvio que tanto e n literatura c o m o e n historia o historia d e l arte se pod r í a n encontrar nuevas noticias que contribuyesen a u n mejor c o n o c i m i e n t o de esta "desafiante" — y n u n c a mejor d i c h o — fig u r a juglaresca de nuestra E d a d M e d i a 5 1 . SANTIAGO LÓPEZ-RÍOS Universidad Complutense de Madrid Cf. MENÉNDEZ PIDAL, Poesía juglaresca, ed. cit. supra, n. 23, p. 25. SANTIAGO LÓPEZ-RÍOS, "La parodia del caballero salvaje en el episodio de Camilote en la Tragicomedia de don Duardos", en Comentarios de textos hispánicos. Homenaje al profesor Miguel Ángel Garrido Gallardo, citado en la n. 22. 5 1 Agradezco a Á n g e l G ó m e z Moreno y a J o s é M . Soto R á b a n o s la amabilidad con la que atendieron mis consultas sobre los manuscritos del Libro de las confesiones. 4 9 5 0