LACAZADELCIERVODEPIEB LANCO RESEMANTIZACIÓN

Anuncio
LA CAZA DEL CIERVO D E PIE BLANCO
RESEMANTIZACIÓN D E L M O T I V O E N E L
ROMANCE DE
LANZAROTE
L a construcción d e l r o m a n c e r o hispánico c o m o objeto de est u d i o a partir d e l r e d e s c u b r i m i e n t o de los textos, efectuado
p o r filólogos alemanes d e l siglo x i x y c o n t i n u a d o p o r l a crítica
académica posterior hasta Ramón Menéndez P i d a l , tuvo l a part i c u l a r i d a d de señalar los romances épicos c o m o los representantes del género p o r antonomasia.
Constituyen lugares comunes de l a crítica afirmaciones tales c o m o que los romances derivan de los cantares de gesta, y
que los romances épicos, a pesar de n o haber sido d o c u m e n t a dos masivamente en l a colección quinientista, f u e r o n los p r i meros en cantarse y d i f u n d i r s e . S i n embargo, si tenemos en
c u e n t a el testimonio que nos b r i n d a n tanto aquellas primeras
documentaciones en cancioneros y pliegos sueltos, c o m o l a
pervivencia a través de los siglos hasta el presente, p o d e m o s
apreciar que son los romances novelescos los que h a n tenido
m a y o r fortuna e n su c a m i n o de perpetuación transhistórica, a
partir, f u n d a m e n t a l m e n t e , de l a p o s i b i l i d a d de recontextualización que les ofrece su temática. E n nuestro siglo, tanto l a tradición oral p e n i n s u l a r c o m o l a lusobrasileña, la americana o l a
sefardita, conservan u n n ú m e r o destacado de temas novelescos e n relación c o n los épicos.
N o consideraré e n estas líneas las razones de carácter ideológico que d e t e r m i n a r o n el mayor prestigio de los romances
épicos e n l a construcción d e l discurso crítico romancístico, en
relación, p r i m e r o , c o n l a reivindicación de las gestas populares
e n el seno d e l r o m a n t i c i s m o y, ya e n el siglo x x , en c o n e x i ó n
1
U n a p r i m e r a versión de este artículo fue leída e n e l IIEncuentro
nacional de Estudios Medievales, P o r t o A l e g r e , s e p t i e m b r e de 1997.
1
Inter-
44
NRFH,l
G L O R I A B. C H I C O T E
directa c o n l a exaltación de l a historia de España y l a individualización de l a esencia nacional a l a que aspiraba Menéndez
P i d a l . P e r o , más allá de estas implicaciones, hay razones estrictamente textuales que justifican la preferencia de los críticos por
los romances de carácter épico, o, a m p l i a n d o el espectro, p o r el
r o m a n c e r o histórico, ya que, a pesar d e l grado de ficcionalización que caracteriza a l discurso romancístico, e n estos poemas
la p o s i b i l i d a d de establecer e l n e x o c o n u n h e c h o histórico facilita l a operación e n e l m o m e n t o de d e t e r m i n a r l a génesis de
u n texto.
Mientras que es factible acercarse desde su trasfondo fáctico al o r i g e n de u n r o m a n c e c i d i a n o , u n o carolingio o u n o refer i d o a acontecimientos históricos de los siglos xrv, xv y xvi, el
g r u p o de los llamados romances novelescos se caracteriza p o r
r e u n i r elementos difusos que d e n o t a n u n proceso de poligénesis, a veces difícil de d i s c e r n i r . Este c o n j u n t o heterogéneo
puede apropiarse de motivos relacionados tanto c o n l a narrativa francesa o l a balada p a n e u r o p e a , c o m o c o n poesías árabes o
ambientes cultos italianos d e l siglo xv; los hay también algunos
que m u y posiblemente p r o c e d e n de tradiciones hispánicas locales o reflejan reelaboraciones de narraciones orales de carácter folklórico. C o n respecto a su temática, p o d e m o s d e c i r que
es lo suficientemente vasta c o m o para tratar l a problemática
esencial de las relaciones humanas, entre las que p r e d o m i n a ,
con u n tratamiento m u y dispar, l a amorosa.
E l operativo de rastrear l a génesis y las filiaciones de u n r o m a n c e novelesco se c o m p l i c a aún más e n l a m e d i d a e n que n o
sólo nos o b l i g a a internarnos e n u n a maraña textual, sino que
esa maraña resulta especialmente inasible d e b i d o a u n aspecto
que aporta especial o r i g i n a l i d a d a su temática: las conexiones
con e l universo maravilloso pagano y el consecuente proceso
de cristianización moralizante de ese universo que posibilitó su
pervivencia e n l a c u l t u r a e u r o p e a medieval.
T a l es e l caso d e l desarrollo hispánico de motivos novelísticos de ascendencia francesa (o m e j o r d i c h o , rastreables e n
tempranos textos franceses, c o m o los lais y e l román courtois)
que o c u p a r o n m i atención e n ocasiones anteriores .
2
3
Véanse R A M Ó N M E N É N D E Z P I D A L , Romancero hispánico, E s p a s a - C a l p e , M a d r i d , 1953, caps. 9 y 10; y P A L O M A D Í A Z M A S (ed.), Romancero, Crítica, B a r c e l o n a , 1994, p. 263.
E n u n trabajo r e c i e n t e ( G L O R I A B . C H I C O T E , " L a i s y r o m a n c e s : u n e j e m plo de recontextualización d e m o t i v o s t r a d i c i o n a l e s " , FU, 30, 1 9 9 7 , 1 8 3 - 1 9 0 ) ,
2
3
NRFH, L
L A C A Z A D E L CIERVO D E PIE B L A N C O
45
E n l a presente exposición retomo e l p r o b l e m a de l a mutación e n e l significado de u n motivo narrativo, l a caza d e l ciervo
de p i e blanco, a partir de l a consideración d e l r o m a n c e "Tres
hijuelos había e l rey", e n e l que es n a d a menos que Lanzarote,
el afamado caballero d e l rey A r t u r o , q u i e n e m p r e n d e l a maravillosa caza. Es m i propósito ejemplificar, a partir d e l análisis
del r o m a n c e d o c u m e n t a d o e n e l Cancionero de romances, A m b e res, 1550, u n proceso característico de las literaturas vernáculas medievales: l a circulación paralela (y l a consecuente r e d de
interrelaciones) de u n motivo narrativo e n textos compuestos
p o r escritores pertenecientes a l estamento " c u l t o " y e n elaboraciones literarias procedentes d e l ámbito de l a o r a l i d a d . Este
análisis c o n t e m p l a l a confrontación de textos documentados
c o n a n t e r i o r i d a d , simultaneidad y p o s t e r i o r i d a d , c o n respecto
a l a versión d e l romance español d e l siglo x v i , los cuales aportan indicios de l a resemantización o p e r a d a , a pesar de que l a
trayectoria d e l motivo de l a caza d e l ciervo n o es, tal c o m o se
desprende de las observaciones que siguen, e n m o d o alguno l i neal, n i reconstruible e n cada u n o de sus pasos.
Si partimos de u n m a r c o p a n e u r o p e o , p o d e m o s observar
que las transformaciones operadas e n las textualizaciones diferentes d e l motivo de l a caza del ciervo blanco afectan a cambios
de l e n g u a (ya que contamos c o n textos e n francés, holandés,
castellano y vasco ), cambios de género e n conexión c o n m o d i 4
5
hacía r e f e r e n c i a a u n p r o c e s o d e migración genérica d e motivos o p e r a d o
en e l Lai de Fresne d e María de F r a n c i a y e n e l Romance de Espínelo, e n e l m a r co de u n a p r o g r e s i v a descontextualización y recontextualización. Estos m o v i m i e n t o s i m p l i c a n , p o r l o c o m ú n , m o d i f i c a c i o n e s e n l a f o r m a e n q u e se
e x p r e s a n d i c h o s motivos, e n relación c o n los diferentes m o d e l o s culturales
q u e t r a n s i t a n , a u n q u e los índices d e ese pasaje n o s o n fácilmente reconstruibles.
E n este s e n t i d o , e l presente estudio p r e t e n d e a h o n d a r más y ofrecer
p u n t u a l i z a c i o n e s e n estrecha relación c o n l a tradición crítica p r e c e d e n t e
desde las t e m p r a n a s y acertadas a f i r m a c i o n e s d e W I L L I A M E N T W I S T L E ( " T h e
a d v e n t u r e o f « L e C e r f a u p i e d blanc» i n S p a i n a n d elsewhere", MLR, 1 8 ,
1 9 2 3 , 4 3 5 - 4 4 8 ; y European balladry, C l a r e n d o n Press, O x f o r d , 1 9 5 1 ) , hasta las
más recientes d e D I E G O C A T A L Á N ( " L a n z a r o t e y e l ciervo d e p i e b l a n c o " , Por
4
campos del romancero, G r e d o s , M a d r i d , 1 9 7 0 , p p . 8 2 - 1 0 0 ) y JESÚS S U Á R E Z L Ó P E Z
( " U n a versión a s t u r i a n a de L a n z a r o t e y e l ciervo d e p i e b l a n c o " , RDTP, 4 8 ,
1993,164-173).
J O N J A U R I S T I efectúa u n análisis d e l a b a l a d a c o n t e m p o r á n e a vasca refer i d a a l a m u c h a c h a ciervo, a u n q u e a c l a r a q u e s u c o n e x i ó n c o n e l r o m a n c e
español es l e j a n a y se l i m i t a a l a m e t a m o r f o s i s m a r a v i l l o s a o p e r a d a e n a m 5
46
NRFHJ
G L O R I A B. C H I C O T E
íicaciones de registro (lai, román, romance tradicional, contrafac
ta cultas del romance) y la utilización de canales orales o escritor
e n los respectivos casos. D i c h o motivo cuenta en la literatura
e u r o p e a c o n u n a m u l t i p l i c i d a d de manifestaciones textuales
de diversa índole y c o n implicaciones semánticas diferentes. L¿
caza del ciervo de pie blanco deviene en la narrativa medieva
e n símbolo de lo feérico, e n tanto episodio de pasaje de u n o 2
otro m u n d o . Dichas apariciones d a n r i t m o al desarrollo dramático de textos c o m o el román bretón, en los que la u n i d a d
narrativa, la aventura, enfrenta el universo caballeresco y el
m u n d o encantado . N u n c a decae el halo maravilloso que rodea el episodio, a u n e n los casos e n que, c o m o e n el romance
español, el ciervo no c o n d u c e directamente al hada, sino que
se convierte en simple p r e l u d i o de l a aventura en el que el animal p r o p o r c i o n a al héroe l a ocasión de p r o b a r su valor.
E n nuestro romance, el caballero que debe cazar al ciervo
es Lanzarote, q u i e n , sin lugar a dudas, representa a u n o de los
personajes más exitosos e n l a literatura medieval (cuenta de
ello, l a ola de reelaboraciones que siguieron al Caballero de la
carreta de Chrétien de Troyes n o sólo e n el ámbito francés sino
también en otras lenguas r o m a n c e y e n lenguas germánicas) y
a cuya seducción n o escapó el r o m a n c e r o . A partir de las versiones y alusiones indirectas documentadas en el siglo xvi, D i e go Catalán considera que ya en los primeros decenios de ese
siglo los romances referidos a L a n z a r o t e eran tradicionales y
podían oírse en formas cambiantes .
6
7
8
bos p o e m a s ( " L a b a l a d a vasca de l a m u c h a c h a c i e r v o " , El Romancero. Tradición y pervivencia ajines del siglo xx, F u n d a c i ó n M a c h ad o- U n i ve r s i d ad de Cád i z , Cádiz, 1 9 8 9 , p p .
187-195).
L A U R E N C E H A R F - L A N C N E R d i f e r e n c i a tres etapas estructurantes que a p a r e c e n e n e l d e s a r r o l l o de este m o t i v o , c o n t r i b u y e n d o a m a r c a r la e m p r e s a
m a r a v i l l o s a e n l a a v e n t u r a : 1) e l c a b a l l e r o p e n e t r a e n u n espacio f r o n t e r i z o
de l a foresta; 2) l a irrupción de u n a n i m a l b l a n c o q u e i n t r o d u c e l o s o b r e n a t u r a l e n l o real; 3) c u a n d o e l h é r o e s i g u i e n d o al a n i m a l e n t r a en o t r o m u n d o , l a a v e n t u r a se convierte e n m a r a v i l l o s a (Les fees au Aloyen Age. Morgane et
Mélusine. La naissancedesfées, C h a m p i o n , Paris, 1 9 8 4 , cap. 9 ) .
6
7
D . C A T A L Á N , art. cit., p p .
82-86.
E x i s t e n otros dos r o m a n c e s p r o t a g o n i z a d o s p o r L a n z a r o t e : Lanzarote
y el Orgulloso se conserva e n tres versiones diferentes (a las q u e d e b e n agregarse l a alusión de L u i s de Milán e n El cortesano, y más tarde l a versión c o n t r a h e c h a e n e l Quijote) ; también se c o n s e r v a n dos versiones d e l siglo x v i de
La Reina Ginebra y su sobrino.
8
NRFH, L
47
L A C A Z A D E L CIERVO D E PIE B L A N C O
E l romance de Lanzarotey el ciervo de pie blanco sólo sobrevive
e n u n a versión quinientista (Cancionero de romances, A m b e r e s ,
1550), pero menciones y alusiones varias evidencian su p o p u l a r i d a d en la época: citado e n el Juego trovado de P i n a r , en l a Gramática de N e b r i j a (con dos asonancias diferentes) ; glosado e n
la Comedia Thebayda (Valencia, 1521, cena I X ) , y en el cancion e r o llamado Flor de enamorados (1562); contrahecho en el
Cancionero musical de palacio c o n el i n c i p i t "Digas tú, el a m o r de
engaño", e n el Cancionero general "Digas me tú el pensamiento",
y e n u n a Ensalada de romances (pliego suelto) "Dígasme tú el
ruy señor que hazes l a triste v i d a " .
E n este sentido es i m p o r t a n t e señalar que tanto l a versión
" c o m p l e t a " c o m o las citas fragmentarias i l u m i n a n distintos aspectos de l a trayectoria d e l tema en España: p o r u n a parte, l a
estructura de tres escenas yuxtapuestas que evidencia que el
r o m a n c e remite a u n a macroestructura in absentia de l a que
procede, p o r otra, evidencia la i m p o r t a n c i a que adquiere en el
m u n d o hispánico l a figura d e l ermitaño hasta el p u n t o de encabezar las menciones y contrafacta, a pesar de tratarse de versos interiores de la versión completa. E l desarrollo que sigue
e n u n c i a u n a posible interpretación para los puntos señalados.
L a única versión d o c u m e n t a d a nos p r o p o r c i o n a u n esbozo
d e l desarrollo temático que ofrecía el romance en l a época.
D i e g o Catalán considera que l a estructura del r o m a n c e resulta
particular p o r q u e responde a l a yuxtaposición de tres escenas
diferentes sin constituir u n relato trabado, "y la llamativa sustantividad de cada u n a de ellas se subraya mediante l a utilización de u n asonante diferente (á, á.o, í.a)" (p. 92). P e r o esta
yuxtaposición n o es, según Catalán, u n a p a r t i c u l a r i d a d de la
versión sino que es constitutiva d e l romance y en ella, j u n t o
c o n el fragmentarismo, reside su encanto. D i c h a afirmación se
e n c u e n t r a e n relación estrecha c o n l a idea de l a presencia generalizada de u n tema e n el universo tradicional d e l c u a l el romance-versión representa u n a m e r a construcción discursiva
realizada en función de l a selección de u n d e t e r m i n a d o núme9
10
E l c a m b i o de a s o n a n c i a q u e p r o p o n e N e b r i j a e n sus dos citas ("Dígasm e tú, e l ermitaño, tú q u e haces santa v i d a / ese ciervo de p i e b l a n c o ¿ d ó n d e hace su m a n i d a ? " y " D i g a s tú e l ermitaño q u e haces l a v i d a santa / a q u e l
ciervo de pie b l a n c o ¿ d ó n d e hace su morada?") p u e d e considerarse c o m o u n
índice de l a c o e x i s t e n c i a d e versiones diferentes d e l m i s m o t i p o , o c o m o
artificios de l a lírica cortés r e l a c i o n a d o s c o n l a musicalización d e l p o e m a .
9
1 0
C f . D . C A T A L Á N , art.
cit.
48
NRFH, ì
G L O R I A B. C H I C O T E
ro de motivos que remite a u n a historia c o m p a r t i d a p o r todo
los receptores.
D e este m o d o se entiende la presencia de tres partes diferen
ciadas en el poema: 1) la presentación d e l e n i g m a en l a m a l
dición d e l rey a los tres hijos y la metamorfosis de u n o de ellos er
ciervo; 2) la propuesta efectuada p o r l a d a m a a Lanzarote par¿
que lleve a cabo la búsqueda del animal; 3) l a búsqueda que nc
se c o n c l u y e j u n t o c o n la intervención del ermitaño. C a d a u n a dt
las partes se presenta c o m o u n a u n i d a d autónoma, sin contar cor
una articulación que construye u n significado. Pero es necesaric
señalar que lo incomprensible y enigmático que percibimos eri
el romance hoy se debe a nuestro desconocimiento d e l conjunto narrativo en el que el relato se f u n d a , conjunto que, aunque
transformado en los diferentes pasajes contextúales, era patrimonio c o m ú n de l a cultura europea de los siglos xn al xvi.
Tal c o m o se h a señalado, para reconstruir la historia narrada
es necesario acudir a otros textos que anteceden al romance español. E n este sentido, Catalán destaca el Lai de Tyokty el Román
van Lancelot holandés, puntualizando que: " E l parentesco entre
las tres versiones del tema es indudable; pero e l detalle de sus conexiones no h a p o d i d o ser esclarecido. Es evidente que el r o m a n ce no está inspirado en n i n g u n a de las dos versiones transpirenaicas conocidas, y hay motivos para pensar que su fuente p u d o ser
u n Lanzarote español" (p. 93). Afirmación hipotética que sigue la
e n u n c i a d a previamente p o r W . Entwistle: "Two ballads deal with
L a n c e l o t (147, 148). T h e y are probable parts of the romance
translated as Lanzarote del Lago, of w h i c h only the second section
survives i n an unpublisheci m a n u s c r i p t " . P e r o , a pesar de estas
observaciones, n o se h a hallado hasta el m o m e n t o u n texto e n
prosa hispánico que se relacione directamente c o n e l desarrollo
argumental de nuestro r o m a n c e .
11
12
European balladry, p. 1 7 3 .
A p a r t i r de los f r a g m e n t o s conservados e n castellano, portugués y catalán, E N T W I S T L E ( " T h e a d v e n tu re of...", p p . 4 4 6 - 4 4 8 ) r e c o n s t r u y e u n esquem a de c o n t e n i d o de l a n o v e l a e n p r o s a , j u n t o c o n l a u b i c a c i ó n q u e habría
t e n i d o el e p i s o d i o q u e nos o c u p a . María R o s a L i d a d e M a l k i e l ( " A r t h u r i a n
l i t e r a t u r e i n S p a i n a n d P o r t u g a l " , apnd R. L O O M I S , Arthurian literature in the
Nucidle Ages, C l a r e n d o n Press, O x f o r d , 1 9 5 9 , cap. 3 1 , p. 4 1 0 ) estudia l a
s u p e r v i v e n c i a de L a n z a r o t e e n España p o r m e d i o d e ms. tardíos y f r a g m e n tarios: Lanzarote gallego portugués e n u n ms. d e a l r e d e d o r de 1 3 5 0 , q u e
c o n t i e n e trece capítulos cortos basados e n l a parte I I de l a Vulgata; u n ú n i c o
f o l i o de u n ms. e n catalán d e l siglo x i v q u e c o n t i e n e las partes I y I I . E n últim o t é r m i n o el ms. 9 6 1 1 de l a B i b l i o t e c a N a c i o n a l d e M a d r i d q u e c o n t i e n e
11
1 2
49
L A C A Z A D E L CIERVO D E PIE B L A N C O
NRFH, L
Los cuatro versos iniciales d e l r o m a n c e (asonancia á) desar r o l l a n e l motivo del o r i g e n h u m a n o del ciervo:
Tres hijuelos había el rey, tres hijuelos que no más
por enojo que hubo d'ellos todos malditos lo ha:
el uno se tornó ciervo el otro se tornó can,
el otro se tornó moro pasó las aguas del mar.
Esta escena i n i c i a l f o r m ó desde u n p r i n c i p i o parte del tema, mientras que las metamorfosis e n p e r r o y m o r o podrían
h a b e r f u n c i o n a d o e n versiones sucesivas c o m o epíteto del ciervo, " p e r r o m o r o " . P a l o m a Díaz Mas considera que el motivo
deriva d e l Lai de Tyolet:
13
Estos primeros versos con asonancia en -á, se entienden mejor a
la luz del Lai de Tyolet, donde el rey de Logres tiene una hija heredera y tres hijos bastardos que intentan despojar a su media hermana de sus derechos de herencia, ese es el motivo por el cual el
padre los maldice y se convierten en seres considerados bestiales
o inhumanos .
14
A pesar de esta afirmación, que e n r e a l i d a d f o r m a parte de
la hipótesis de Entwistle, el desarrollo a r g u m e n t a l n o aparece
e n e l único ms. d e l lai editado p o r Gastón P a r i s .
15
las partes I I y I I I d e l Lancelot francés. H A R V E Y S H A R R E R (A critical bibliography
of Híspante Arthurian matherial I. Texts: The prose romance eyeles, G r a n t Se
C u t l e r , L o n d o n , 1 9 7 7 ) realiza l a descripción d e este último, 2 y 3 partes
d e Lanzarote del Lago, c o p i a d e l siglo x v i d e u n ms. d e 1 4 1 4 , cuya t r a n s c r i p c i ó n aparecerá próximamente e n M a d i s o n . P e r o a p a r t i r de l o p u b l i c a d o p o r
A
A
P E D R O B O H I G A S B A I A G U E R ( " E l L a n z a r o t e español e n e l m s . 9 6 1 1 de l a B i b l i o -
t e c a N a c i o n a l " , RFE, 1 1 , 1 9 2 4 , 2 8 2 - 2 9 7 ) , K A R L P I E T S C H
(Spanishgrailfragments:
El Libro de Josep Abarimatia, La Estoria de Merlin, Langarote, University o f
C h i c a g o Press, C h i c a g o , 1 9 2 4 - 1 9 2 5 ) y l o señalado p o r H A R V E Y S H A R R E R (The
Romance of Arthur III: Works from Russia to Spain, Nonvay to Italy, e d . J a m e s J .
W i l h e l m , G a r l a n d , N e w Y o r k , 1 9 8 8 , p p . 2 5 9 - 2 6 4 ) , c o n c l u i m o s q u e n o existe
relación entre e l Lanzarote español e n p r o s a y e l r o m a n c e . A g r a d e z c o l a a y u d a q u e e n este p u n t o m e p r o p o r c i o n ó L i l i a F e r r a r i o d e O r d u n a p a r a estab l e c e r l a r e d d e referencias de los m s . españoles y l a p r o n t a respuesta d e
H a r v e y S h a r r e r e n l o c o n c e r n i e n t e a l a p r ó x i m a e d i c i ó n d e l ms. d e M a d r i d .
Según o p i n i ó n de E N T W I S T L E ( " T h e a d v e n tu re o f . . . " ) , s e g u i d a p o r C A 1 3
T A L Á N (art. c i t ) .
1 4
1 5
Op. cit, p. 2 5 2 .
" L a i s inédits d e T y o l e t , d e G u i n g a m o r , d e D o o n , d u L e c h e o r et d e
T y d o r e l " , Romanía, 8 ( 1 8 7 9 ) , 2 9 - 7 2 .
50
G L O R I A B. C H I C O T E
NRFH, L
Únicamente hallamos u n resabio en el e n u n c i a d o de l a
princesa que quizás constituya u n a referencia velada, i n c o m pleta, a otros hijos que sólo pertenecerían al padre:
Sire, je sui une meschine,
Filie de roi et de roine.
Et de Logres est rois mon pére;
N'ont plus enfanz li ne ma mere (w. 339-342).
L a segunda parte d e l r o m a n c e (w. 5 a 11, asonancia ao) corresponde a la presentación d e l héroe, seguida de la d e m a n d a
que realiza l a d o n c e l l a p a r a que se lleve a cabo la búsqueda d e l
ciervo.
Andábase Lanzarote entre las damas holgando,
grandes voces dio la una: —Caballero estad parado.
Si fuese la mi ventura, complido fuese mi hado
que yo casase con vos y vos conmigo de grado
y me dieses en arras aquel ciervo de pie blanco—.
—Dároslo he yo, mi señora, de corazón y de grado
y supiese yo las tierras donde el ciervo era criado—.
E n este caso la proposición de l a d a m a tiene u n antecedente directo en el Lai de Tyolet, ya que la p r i m e r a aventura de Tyolet c o m o caballero p a r a ganar l a m a n o de l a hija d e l rey de
L o g r e s consiste e n cazar l a pata de u n ciervo de pie blanco, e m presa que lleva a cabo después de sortear los obstáculos i n terpuestos p o r otro caballero que pretende quedarse c o n el
p r e m i o ; el final es, c o m o se desprende, m u y distinto al d e l rom a n c e . Episodios semejantes h a n sido señalados en l a segun16
E l Lai de Tyolet i n c l u y e , además de l a caza d e l ciervo, otros e l e m e n t o s
s o b r e n a t u r a l e s tales c o m o e l d o n de u n s i l b i d o m á g i c o que le p r o p o r c i o n ó
u n h a d a p a r a cazar fácilmente. E n e l lai, e l ciervo b l a n c o aparece dos veces.
L a p r i m e r a a v e n t u r a está i n s p i r a d a d i r e c t a m e n t e e n e l c o m i e n z o d e l Cuento
del Grial: e l d e s c u b r i m i e n t o de l a caballería p o r u n j o v e n i n e x p e r t o : p e r o , a
d i f e r e n c i a de P e r c e v a l , T y o l e t se encontrará c o n e l c a b a l l e r o que develará
sus p r e g u n t a s después de l a caza d e l ciervo, q u e se m e t a m o r f o s e a e n cabal l e r o (caballero h a d a d o q u e le p r o p o r c i o n a r á u n c o n o c i m i e n t o ) . L a caza
d e l s e g u n d o ciervo d e m a n d a d a p o r l a d o n c e l l a , le permitirá p r o b a r su v a l o r
c o m o j o v e n i n t e g r a n t e d e l círculo de caballeros d e l rey A r t u r o . D e este m o d o , las dos aventuras m a r c a n sendos p o l o s de l a temática cortés: l a caballería y e l a m o r . T a m b i é n existió e n l a E d a d M e d i a , j u n t o a l a versión feérica
d e l a caza d e l ciervo de p i e b l a n c o , u n a versión cristiana: l a l e y e n d a de S a n
1 6
NRFH, L
L A C A Z A D E L CIERVO D E PIE B I A N C O
51
da continuación de Perceval , e n Didot Perceval, Peredur y en
el Lancelot holandés .
E n este p u n t o de l a discusión crítica, considero que l a c o n frontación d e l r o m a n c e c o n los textos mencionados está virtualmente agotada, o, p o r lo menos, ya muy difícilmente se
podrán agregar elementos p a r a esclarecer l a resignificación
o p e r a d a en el p o e m a castellano desde los textos citados. P r o p o n g o , entonces, agregar a este conjunto de textualizaciones
la presencia destacada del m i s m o motivo, aunque ya m o d i f i c a da su connotación simbólica, e n l a versión e n prosa d e l Lanzarote del Lago, extenso texto d e l siglo xni que f o r m a parte d e l
d e n o m i n a d o ciclo de l a Vulgata o Eancelot-Graal .
17
18
19
2()
E u s t a q u i o , d e r i v a d a de u n c u e n t o o r i e n t a l . E l h é r o e sale de caza y e l ciervo
b l a n c o resulta ser C r i s t o . A m b a s m o d a l i d a d e s , l a caza m a r a v i l l o s a y l a caza
mística c o n v i v e n desde el siglo v m p o r l o m e n o s y c o n f l u y e n e n los romans
d e l G r i a l (cf. L . H A R E - L A N C N E R , op.
cit).
L a semejanza se l i m i t a a l p e d i d o de u n a d o n c e l l a q u e r e c l a m a l a cab e z a de u n ciervo b l a n c o p a r a entregarse a P e r c e v a l q u e se h a e n a m o r a d o
d e ella. Véase El Cuento del Grial de Chrétien de Trojes y sus continuaciones, eds.
Martín e Isabel de R i q u e r , S i r u e l a , M a d r i d , 1993, caps. 4, 5 y 21.
P a r a Peredur, véase E r n e s t H o e p f f n e r , " T h e Bretón lais", apiid R. L o o Mis, op. cit, cap. 11.
L a m a y o r parte de los romans holandeses d e l siglo x m h a n l l e g a d o e n
dos grandes ciclos: el c i c l o de Joseph-Merlin y e l c i c l o de Lancelot. E l m a n u s c r i t o r e f e r i d o a L a n c e l o t n o c o i n c i d e c o n l a Vulgata francesa, p e r o se h a
p e r d i d o u n a p r i m e r a p a r t e , quizás e n su t o t a l i d a d se a c e r c a b a al c o n t e n i d o
de l a Vulgata, E l l i b r o t e r c e r o d e l ms. i n c l u y e dos poemas más cortos, u n o de
ellos es Lancelot y el ciervo de pie blanco (Roman vori Lancelot. xiii s., e d . W . J .
J o n c k e b l o e t , G r a v e n h a g e , 1846-1849, bk. i i i , w . 22271-3126; H e n d r i c u s
Sparnaay, " T h e D u t c h r o m a n c e s " , apud R. L O O M I S , op. cit, cap. 34). L a f u e n te más c e r c a n a de este p o e m a es e l Lai de Tyolet, p e r o , al t o m a r L a n c e l o t e l
l u g a r d e l h é r o e , e l desenlace d e b e variar, p o r q u e r e c h a z a e l h o n o r de aceptar a l a d o n c e l l a , p o r su fidelidad a l a r e i n a G i n e b r a .
Se cita l a traducción al español q u e editó C a r l o s A l v a r , Lanzarote del
Lago, A l i a n z a , M a d r i d , 1987-1988, basada e n l a edición de A . M i c h a , Lancelot,
D r o z , Paris-Genève, 1980-1982. A l v a r p r e s e n t a e n siete volúmenes l a parte
c e n t r a l d e l extenso c i c l o e n p r o s a d e d i c a d o a las hazañas de los c o m p a ñ e ros de l a M e s a R e d o n d a , e l d e n o m i n a d o c i c l o de l a Vulgata o Lancelot-Graal
constituido p o r l a Historia de Lanzarote del lago, La búsqueda del Santo Grial y La
muerte del rey Arturo, escritos todos e n t r e 1215 y 1235. L u e g o se a g r e g a r o n
La búsqueda del Santo Grial y La historia de Merlin, c o n c e b i d o s a posteriori
c o m o i n i c i o de t o d o e l c i c l o . E l c i c l o es a n ó n i m o y las adjudicaciones a W a l t e r
M a p y R o b e r t de B o r o n s o n falsas y r e s p o n d e n a u n deseo de d a r v e r o s i m i l i tud a las proezas n a r r a d a s . A l p a r e c e r las historias f u e r o n e n c o m e n d a d a s a
u n a r q u i t e c t o ú n i c o q u e a su vez las asignó a varios autores, de ahí se e x p l i can las c o i n c i d e n c i a s y las c o n t r a d i c c i o n e s . L a Historia de Lanzarote es m u y
1 7
1 8
1 9
e
2 0
52
G L O R I A B. C H I C O T E
NRFH, L
E n " E l bosque p e r d i d o " , Lanzarote p e n e t r a e n el Bosque
peligroso, se e n c u e n t r a c o n la cabeza desenterrada de su abuelo y la fuente que hierve. Aconsejado p o r u n ermitaño que mora e n el lugar entierra l a cabeza y desea saber el motivo p o r el
cual el agua continúa h i r v i e n d o . E l ermitaño le explica que es
d e b i d o a su l u j u r i a y que esa aventura sólo podrá ser llevada a
cabo p o r u n caballero virgen, libre de ese pecado, q u i e n resultará ser su hijo. Inmediatamente después, c u a n d o Lanzarote se
aparta d e l ermitaño, se encuentra c o n u n criado que l o c o n d u cirá hacia u n b u e n alojamiento, pero e n el c a m i n o :
21
Cuando estaba en el fondo de un valle, la luna ya había salido
hermosa y clara y ven delante de ellos a u n ciervo más blanco que
la nieve recién caída, que lleva alrededor del cuello una cadena
de oro y lo acompañaban seis leones: dos por delante, dos por
detrás y dos que le daban compañía de forma tan afectuosa como la madre a su hijo; pasaron delante Lanzarote sin causarles
ningún daño n i a él n i al criado y entraron en la parte del bosque
que vieron más espesa.
Entonces dice Lanzarote al m u c h a c h o :
—Acabo de ver la mayor maravilla de cuantas he visto, pues estoy seguro de que los leones que han pasado por aquí guardaban al ciervo para que nadie le haga daño, y me sorprende cómo puede ser
eso, pues si no es por Dios o por algún encantamiento, no es posible que los leones tengan mayor sentido común que el que su propia naturaleza les da. Por eso estoy seguro de que cumplen ese servicio por orden de Nuestro Señor o por encantamiento. Para saber
la verdad, ahora hago un voto como puede hacer un caballero: no
saldré de este bosque hasta que sepa la verdad del ciervo, si es que
se puede saber por algún hombre o mujer, pues es una cosa que no
me permitirá estar nunca a gusto hasta que la sepa.
A pesar de esta afirmación, L a n z a r o t e continúa su derrotero sin llevar a cabo l a aventura d e l ciervo. E n el cap. 167, L a n zarote está j u n t o a M o r d r e t en u n espeso bosque cuando
extensa (2500 pp.) y se c o n s e r v a e n varios m a n u s c r i t o s q u e p r e s e n t a n u n a
división t r i p a r t i t a de l a o b r a : L i b r o de G a l a h o t , de M e l e a g a n t (o de l a carreta) y L i b r o de Agravaín. A l v a r respeta esta división p e r o r e a l i z a subdivisiones: I. L a r e i n a d e l g r a n s u f r i m i e n t o , II. E l l i b r o de G a l a h o t , III. E l valle sin
r e t o r n o , IV. E l l i b r o de M e l a g a n t , V . E l l i b r o de Agravaín, V I . E l b o s q u e perd i d o , V I L L a l o c u r a de L a n z a r o t e .
E n Lanzarote del Lago, e d . C . A l v a r , t. 6, cap. 164.
2 1
NRFH, L
L A C A Z A D E L CIERVO D E PIE B L A N C O
53
rmevamente ven pasar al ciervo custodiado p o r seis leones. D e c i d e n perseguirlos pero aparecen dos caballeros que les quitan
los caballos i m p i d i e n d o l a persecución. L o s r e c u p e r a n gracias
a l a intervención de u n enano y c u a n d o se e n c u e n t r a n c o n u n
ermitaño le interrogan sobre el significado de l a aventura. E l ermitaño les i n f o r m a que no es u n encantamiento, sino:
una de las mayores maravillas que habéis visto y no es cosa que
podáis llevar a término n i vos n i ningún otro hombre más que el
buen caballero que sobrepasará a todos en virtud y en valor. Ese
será el que lleve a término la aventura de los leones y del ciervo y
hará saber al mundo de qué manera los leones se ocuparon de
guardar al ciervo.
Lanzarote desiste de realizar l a aventura; e n el cap. 172
(t. 7) se vuelve a referir a ella:
Después le cuenta la aventura del ciervo que llevaba alrededor
del cuello una cadena de oro y que iba custodiado por seis leones que lo guardaban con tanto cariño como la madre a su hijo;
aunque el significado de esta aventura no será conocido hasta
que concluya la última búsqueda del Grial.
E n La búsqueda del Santo Grial será Galáz, el hijo de L a n z a rote, q u i e n concluya la aventura, ya totalmente i m p r e g n a d a
p o r u n espíritu cristiano. Galáz, Perceval y Boores ven aparecer
al ciervo blanco c o n d u c i d o p o r cuatro leones y lo siguen para
develar el significado de l a aventura. Se d i r i g e n hacia u n a erm i t a e n la que se celebra misa y e n el m o m e n t o de l a consagración asisten a l a metamorfosis d e l ciervo:
22
.. .el ciervo se hacía hombre y se sentaba frente al altar, en un trono muy hermoso y muy rico, y vieron que los leones se hacían
uno hombre, el otro águila, el tercero león y el cuarto buey. Así
se transformaron los cuatro leones y todos tenían alas...
C u a n d o relatan al ermitaño l a escena que h a n presenciado,
éste los reconoce c o m o "los santos hombres, los verdaderos caballeros que llevarán a cabo l a búsqueda d e l Santo G r i a l " , ya que el
Señor les h a mostrado sus secretos: l a metamorfosis d e l ciervo
simboliza a Cristo e n su transformación divina, y los leones representan a los cuatro evangelistas. E l texto fuertemente cristianiza2 2
E d . C . A l v a r , A l i a n z a , M a d r i d , 1986, p p . 223-224.
54
G L O R I A B. C H I C O T E
NRFH, I
do devela el significado de l a aventura que habían comenzado infructuosamente Lanzarote, Perceval (¿y también la que había
c u m p l i d o exitosamente Tyolet?), pero ya h a quedado m u y lejos
la narración originaria: el ciervo blanco, metamorfosis de u n ser
h u m a n o maldito p o r su padre, botín de caza símbolo de la entrega amorosa, o emisario d e l universo feérico, se h a convertido e n
la encarnación milagrosa de Cristo y los Santos Evangelios.
L a presencia d e l motivo de l a caza d e l ciervo b l a n c o e n el
ciclo e n prosa francés resulta de especial interés en relación c o n
el romance p o r diversos motivos. E n p r i m e r lugar, p o r l a posible trascendencia que h a tenido l a novela e n prosa e n el ámbito hispánico, a l a que ya h i z o referencia l a crítica , a u n q u e los
fragmentos que se conservan e n l a Península n o c o i n c i d e n c o n
este episodio. E n segundo término, el sesgo moralizante que
caracteriza este texto nos acerca al conjunto de transformaciones que se o p e r a r o n e n las versiones españolas de l a materia
bretona. E l Lanzarote e n prosa es u n a o b r a penetrada p o r l a n o ción de pecado: e l pecado está estigmatizado bajo todas sus
formas, menos p o r condenas de carácter teórico que p o r el
simple j u e g o de actos: el o r g u l l o , l a cólera, la envidia, l a pereza, l a avidez, pero sobre todo l a lujuria, que es el pecado irremediable de L a n z a r o t e , estructuran el desarrollo d e l relato. E n
La demanda del Griallos personajes artúricos purificarán los pecados p o r m e d i o de l a p e n i t e n c i a y las aventuras se convertirán
e n profecías d e l triunfo definitivo de los caballeros celestiales.
Los textos franceses i n c l u y e n , e n este sentido, elementos
caros a los autores españoles que a p u n t a n a l a moralización e n
las traducciones p e n i n s u l a r e s . L o s romances tradicionales
evidencian este proceso, p e r o se h a l l a n e n u n c a m i n o i n t e r m e d i o que aún n o h a roto los lazos c o n el universo o r a l , c o n el
trasfondo pagano d e l que p r o c e d e n .
23
24
Véanse los trabajos antes citados de E N T W I S T L E y C A T A L Á N .
A l referirse a l a p r e s e n c i a de textos artúricos e n l a l i t e r a t u r a española, A . D E Y E R M O N D señala e n su i n t r o d u c c i ó n a " L i b r o s de caballerías y ficción
s e n t i m e n t a l " q u e " L o s autores de los l i b r o s artúricos españoles solían m o d i ficar sus fuentes francesas p a r a a t e n u a r e n l o p o s i b l e l a i n m o r a l i d a d ; así,
p o r e j e m p l o , l a Demanda delSancto G n a / l i m a bastante l a i n m o r a l i d a d s e x u a l
y l a c r u e l d a d de l a (¿ueste; tal m o d i f i c a c i ó n , s i n e m b a r g o , n o es n e c e s a r i a e n
el Baladro del sabio Merlín ( H a l l [ 1 9 8 2 ] ) ; u n a adaptación e q u i p a r a b l e se
a p r e c i a e n las versiones d e l Tristán ( H a l l [ 1 9 8 3 ] ) : este a u t o r c o n c l u y e q u e
d i c h o s c a m b i o s se d e b e n a l deseo de m a n t e n e r , e n l a C a s t i l l a de fines d e l sig l o xv, el r i g o r de l a v i d a c a b a l l e r e s c a " (Edad Media, Primer suplemento. Historia y crítica de la literatura española, Crítica, B a r c e l o n a , 1991, p. 284).
2 3
2 4
NRFH, L
L A C A Z A D E L CIERVO D E PIE B L A N C O
55
E n este p u n t o a d q u i e r e n sentido los personajes que aparec e n e n l a tercera parte d e l r o m a n c e español: e l ermitaño interrogado p o r Lanzarote sobre l a entidad d e l ciervo y l a dueña
Quintañona, e m b l e m a de l a m u j e r p e r d e d o r a de h o m b r e s :
Ya cabalga Lanzarote, ya cabalga y va su vía;
delante de sí llevaba los sabuesos por la trailla.
Llegado había a una ermita donde un ermitaño había.
-Dios te salve, el hombre bueno. - B u e n a sea tu venida.
Cazador me parecéis en los sabuesos que traía.
-Dígasme tú, el ermitaño, tú que haces santa vida:
ese ciervo de pie blanco ¿dónele hace su manida?
-Quedáisos aquí, m i hijo, hasta que sea de día;
contaros he lo que vi y todo lo que sabía:
por aquí pasó esta noche dos horas antes del día,
siete leones con él y una leona parida,
siete condes deja muertos y mucha caballería.
Siempre Dios te guarde, hijo, por doquier que fuer tu ida,
que quien acá te envió no te quería dar la vida.
Ay, dueña de Quintañones, de mal fuego seas ardida,
que tanto buen caballero por ti ha perdido la vida.
L a intervención d e l ermitaño que devela e l verdadero ser d e l
ciervo, está, c o m o ya hemos señalado, presente e n la versión e n
prosa de Lanzarote del Lago, pero e n el r o m a n c e se l i m i t a a la i n tención moralizante que intenta alejar a l héroe d e l pecado e
i n d u c i r l o a continuar e l c a m i n o recto. E n La demanda del Grial, en
cambio, se h a borrado totalmente la marca pagana, hasta el punto
que sólo podrá seguir al ciervo n o e l mejor caballero de l a tierra,
c o m o Lanzarote o Tyolet, sino el mejor caballero celestial, Galáz.
Estamos siempre frente al esquema mítico de la p r u e b a pero c o n
signos diferentes: mientras que Tyolet accede a l a m o r p o r m e d i o
de la caza d e l ciervo, el Lanzarote d e l r o m a n c e accede a l a castid a d p o r seguir e l consejo d e l ermitaño, que descubre el engaño
que el ciervo representa, y Galáz accede p o r m e d i o d e l ciervo a
la contemplación de los secretos divinos.
E n l a m i s m a dirección interpretativa se puede considerar el
personaje de l a dueña Quintañona (también presente e n el romance de Lanzarote y el Orgulloso, "esa dueña Quintañona, ésa le
escanciaba el vino") que puede entenderse c o m o u n a transformación hispánica de las mujeres maléficas que se interpusieron entre Lanzarote y Ginebra, c o m o M o r g a n a o la D a m a de M a l a h a u t .
25
2 5
M o r g a n a es l a h e r m a n a d e A r t u r o , q u i e n m a n t i e n e e n c e r r a d o a l h é -
56
G L O R I A B. C H I C O T E
NRFH, L
U n a vez más el romance recuerda su nexo c o n el universo folklórico que h a quedado excluido en aras de l a cristianización de los
contenidos e n las versiones cultas e n prosa d e l siglo xm.
E n t w i s t l e considera que en los versos finales d e l romance,
la maldición a la dueña Quintañona,
26
¡Ay dueña de Quintañones, de mal fuego seas ardida,
que tanto buen caballero por ti ha perdido la vida!,
representa el producto de la presión ejercida p o r los cambios del
contexto de recepción: en el r o m a n c e r o l a a u d i e n c i a se ha modificado, es plebeya y está lejos del universo cortés, privilegia, e n
cambio, u n a definición burguesa y dramática d e l relato. Pero ante esta consideración es necesario agregar que el alejamiento de
la esfera cortés d e t e r m i n a también u n distanciamiento de prácticas culturales de origen pagano, acercarse al presente, a l a nueva sociedad que se está formando, d e t e r m i n a estar próximos a esquemas éticos conectados c o n el d o g m a cristiano.
E l universo hispánico enfatizó los matices moralizantes e n
la traducción de códigos operada. P e r o a l a luz d e l análisis
comparativo de los textos debemos tener e n cuenta que l a resignificación d e l episodio en el r o m a n c e fue posible no sólo
p o r l a presencia de factores externos, tales c o m o el nuevo contexto cultural e n el que se i b a a insertar, fuertemente signado
r o e y éste pasa su cautiverio p i n t a n d o e n las paredes de su prisión escenas
de su a m o r p o r G i n e b r a . L a D a m a de M a l o h a u t aparece e n e l ciclo e n p r o sa. L l a m a d a B l o i e , es u n a v i u d a q u e tiene e n c e r r a d o a L a n z a r o t e d u r a n t e
u n año y m e d i o e n u n a j a u l a de p i e d r a t r a n s p a r e n t e . T e r m i n a liberándolo
p o r sus hazañas y se e n a m o r a de él, p e r o r e n u n c i a a l c o n o c e r l a pasión e n tre él y G i n e b r a . Se convierte e n c o n f i d e n t e de l a r e i n a y c o n o c e d o r a d e l secreto j u n t o c o n G a l a h o t , c o n q u i e n f o r m a p a r e j a , m u r i e n d o de p e n a a l
saber de su m u e r t e (cf. C A R L O S A L V A R , El rey Arturo y su mundo. Diccionario de
mitología cirtúricci, A l i a n z a , M a d r i d , 1 9 9 1 , p p . 1 1 5 - 1 1 6 , 3 0 9 - 3 1 0 ) . ENTWISTLE
señala al respecto: " T h i s b a l l a d speaks o f a D o ñ a Quintañona o r L a d y centen a r i a n , w h o is a character o f the o t h e r L a n c e l o t b a l l a d . I n this piece she
stands i n p l a c e o f L a d y M a l e h a u t as the l o v e r s ' g o b e t w e e n " (European balladry, p. 1 7 4 ) . L a d u e ñ a Quintañona, c a r a c t e r i z a d a c o m o p a r a d i g m a de a n c i a n i d a d aparece e n l a l i t e r a t u r a d e l S i g l o de O r o ; D Í A Z M A S (op. cit., p. 2 5 4 )
c o n s i d e r a q u e p u e d e p r o c e d e r d e l L a n z a r o t e español. SUÁREZ L Ó P E Z (art.
cit.) e x p l o r a l a p o s i b i l i d a d de q u e l a d u e ñ a Q u i n t a ñ o n a constituya u n a d i m e n t o extrafabulístico r e a l i z a d o p o r e l e d i t o r q u i n i e n t i s t a p a r a l o g r a r
el final t r u n c o , p e r o c r e o q u e el c o n j u n t o de textos r e l a c i o n a d o s c o n e l r o m a n c e a p o r t a n i n d i c i o s p a r a p e n s a r e n u n a tradición p r e v i a d e l personaje.
" T h e a d v e n t u r e of...", p. 4 3 9 .
2 6
NRFH, L
I A C A Z A D E L CIERVO DE PIE B I A N C O
57
p o r l a m o r a l cristiana, sino también p o r l a vitalidad de los elementos intrínsecos, constitutivos de l a trayectoria d e l motivo y
la transformación operada en e l género, que p e r m i t i e r o n u n a
adecuación de antiguos motivos de o r i g e n pagano p r o c e d e n tes d e l universo oral, c o m o portadores de nuevos mensajes.
N o afirmo categóricamente, c o m o lo hace Entwistle, que e l
r o m a n c e del 500 deriva de u n a novela castellana que se h a
p e r d i d o referida a Lanzarote, ya que seguramente ese texto h a bría estado muy apegado a u n circuito de transmisión culta, pero
sí p u e d o retrotraer los pasos hacia l a versión francesa en prosa,
y más aún hacia la versión en verso d e l lai, para reconstruir el m o saico. P o r lo demás, n o necesitamos i r más allá de las convenciones d e l romance c o m o género para explicar la reconstrucción de
los motivos artúricos que tiene lugar e n el p o e m a e n función
de privilegiar el lirismo, l a brevedad y el fragmentarismo, todos
ellos caracteres propios de l a selección quinientista. E n cuanto a
la caracterización de los personajes, el énfasis puesto e n la figura d e l ermitaño y e n l a mujer maléfica, e n t i e n d o que se desarrol l a r o n e n las versiones españolas e n c o n f o r m i d a d c o n u n gusto
de época, pero creo que son índices de l a compleja vitalidad d e l
motivo de la caza d e l ciervo e n l a E u r o p a medieval, y que no dej a n de remitirnos a la lenta transición paganismo-cristianismo, en
franca correlación c o n el pasaje, también paulatino, d e l código
o r a l al escrito que caracteriza al p e r í o d o .
27
GLORIA B . CHICOTE
C o n s e j o N a c i o n a l d e Investigaciones Científicas y T e c n o l ó g i c a s
U n i v e r s i d a d N a c i o n a l de L a P l a t a , A r g e n t i n a
O t r o c i r c u i t o m u y d i f e r e n t e es e l q u e r e p r e s e n t a n las versiones m o d e r n a s e n las q u e e l f r a g m e n t a r i s m o n o p u e d e sobrevivir e n l a m e d i d a e n
q u e l a h i s t o r i a ya n o está viva e n los r e c e p t o r e s , y n o p u e d e n p o r l o tanto r e c o m p o n e r l a . E n las versiones c o n t e m p o r á n e a s d e l r o m a n c e se h a n p r o d u c i d o c a m b i o s significativos. Y a n a d i e r e c u e r d a e l s i g n i f i c a d o m á g i c o d e l
ciervo blanco que persigue Lanzarote. Héroe y animal son reemplazados
e n l a versión asturiana (véase SUÁREZ L Ó P E Z , art. cit.) p o r " D o n B e r n a r d o " ,
q u e se a l a b a e n t r e las d a m a s , y " u n t o r o p i n t o " , m u c h o más c e r c a n o a l i m a g i n a r i o c u l t u r a l , cuya b o c a p r o n u n c i a las palabras finales q u e e x p l i c i t a n e l
d e s e n l a c e d e l r o m a n c e - c u e n t o : " S i m e matas d o n B e r n a r d o es p o r l a disgracia mía, / l a h i j a d e l A l d r a g ó n mañana se casaría". L a s versiones m o d e r n a s
e v i d e n c i a n u n a vez más q u e , más allá d e las variantes discursivas y las constantes r e s e m a n t i z a c i o n e s q u e d e t e r m i n a n su s u p e r v i v e n c i a , e l r o m a n c e r o
hispánico sigue b r i n d a n d o l a p o s i b i l i d a d casi mágica de a p o r t a r piezas p a r a
reconstruir el universo medieval.
2 7
Descargar