EL TAPIZ DE LA CREACIÓN DE GERONA Se conserva en el Museo de la Catedral de Gerona. Es una pieza de grandes d i m e n s i o n e s , 3,75 m t s . d e largo p o r 4,15 de a l t o , t r i s t e m e n te se halla i n c o m p l e t o . Está r e c o r t a d o p o r la p a r t e baja y p o r el lado derecho. DOS TAPICES BORDADOS MEDIEVALES: El c o n t e n i d o o a r g u m e n t o del Tapiz presenta tres actos o p r o g r a m a s asociados e integrados en una t o t a l i d a d teológica, religiosa, m i t o lógica y social. La d i s t r i b u c i ó n del c o n t e n i d o y el trazado del m i s m o no se ha hecho de f o r m a i m p r o v i s a d a . El diseñador o i l u m i n a d o r de esta singular pieza era persona versada y d o c u m e n tada en a r t e , en teología, en m i t o l o g í a , etc., en todos los saberes p r o p i o s de la época mediev a l . La f i g u r a del i l u m i n a d o r f u e una p r o f e s i ó n n o t a b l e en toda la Edad Media q u e diseñaba o d i b u j a b a o b r a s m a n u s c r i t a s y b o r d a d o s destacándose t a m b i é n en este a r t e las m u j e r e s . Del siglo X se conocen datos concretos de i l u m i n a d o r e s de los monasterios de V i c h y Ripoll l o q u e atestigua la existencia d e una escuela bien f o r m a d a ya en el siglo X I I y q u e el Tapiz de la Creación es, f u e r a de toda d u d a , o b r a diseñada en el á m b i t o del condado de Gerona. El de la C r e a c i ó n en Gerona y el de Bayeux El Tapiz de la Creación es una pieza de p i n tura medieval d e n t r o de la m o d a l i d a d llamada «acu p i c t a e » . En él se e n c u e n t r a n integradas las dos corrientes de p i n t u r a catalana que d o m i naron en el Románico: la intelectual y la espontánea. La p r i m e r a se concentra en el tema central de la Creación donde c o n c e p t u a l m e n t e se v i e r t e el e s p í r i t u de i n s p i r a c i ó n b i z a n t i n a , caroiingia y clásica, e x t e n d i é n d o l e t a m b i é n a los temas de carácter m i t o l ó g i c o . La segunda tendencia se m a n i f i e s t a , más b i e n , en el p r o grama del calendario pues el autor o diseñad o r ha expresado escenas cotidianas de la vida r u r a l y, aunque de f o r m a esquemática y sencilla, aparecen elementos s i m b ó l i c o s q u e no i m piden la evocación d e s c r i p t i v a de los hechos p o r p a r t e del espectador. En cada e p i s o d i o se dan los fenómenos de síntesis y n a r r a c i ó n maravillosamente a r m o n i z a d o s q u e descubren la sabiduría p r o f u n d a y creadora del p j a n i f i c a d o r d e esta o b r a . La banda i n f e r i o r , donde se presenta un tema c o m p l e j o c o m o el de la Invención de la Santa C r u z , p a r t i c i p a de ambas cor r i e n t e s ; abundan las representaciones a r q u i tectónicas, hay valores s i m b ó l i c o s y el m i s m o tema es de carácter h i s t ó r i c o - religioso, sin e m b a r g o , la f o r m a de representación es movida y pintoresca, sobre todo en o r d e n a los personajes, que, c o m o seres vivientes, gesticulan y hablan. En el Tapiz de la Creación se f u n d e n m u chos factores y rasgos del a r t e r o m á n i c o y las influencias de estilos q u e en él se r e g i s t r a n pueden r e s u m i r s e d i c i e n d o : que la p a r t e cent r a l está relacionada con el a r t e m u s i v o ; las v i ñetas, que aparecen en las tres bandas exteriores, presentan u n e s t i l o más p i n t o r e s c o proce- por M.^ Angeles Qonxálex Mena 153 la m a n o derecha. La f o r m a del r o s t r o es más b i e n o v a l , las facciones son a m p l i a s p e r o f i nas: nariz recta y p r o l o n g a d a , los ojos grandes y con la expresión f i j a nacida de sus p u pilas estáticas «en una eterna presencia f r o n t a l » , de una grandeza menos a t e r r a d o r a que los P a n t o c r a t o r de los frescos catalanes, estand o más en la línea del C r i s t o representado en Cefalú. Sin e m b a r g o recuerda la idea de d i v i n i dad r o m a n a . Dios en t o d o su poder, no h u m a nizado y d o m i n a n d o el universo y t o d o c u a n t o acontece en él. Lleva una d o b l e m a n d o r l a — a lo c a r o l i n g i o — s i m p l i f i c a d a en dos líneas concéntricas con leyendas. La túnica de Jesús recuerdo a la camisa o t ú n i c a bizantina,- el escaramangio, con la típica banda. El escote a caja y con a b e r t u r a v e r t i c a l , es el q u e se repite incansablemente en toda la i n d u m e n t a r i a expresada en talla o pintura d u r a n t e el siglo XI y X I I . Lleva una decoración de círculos o besantes de gran t a m a ñ o , de f o r m a alineada y en doble f i l a . Esta decoración aparece abundantemente en la i n d u m e n t a r i a de t o d o el arte r o m á n i c o sobre t o d o en la tallada en piedra y en las m i n i a t u r a s : en capiteles del Panteón Real de León, en los del M o n a s t e r i o del c l a u s t r o de Silos, en las esculturas de las columnas de Antealtares y en la escultura del Salvador de Santiago de Compostela. D e n t r o de la m i n i a t u r a , destacamos la B i b l i a de S. I s i d o r o de León y sobre tod o , las f i g u r a s que aparecen en la m i n i a t u r a aragonesa perteneciente a las Actas del C o n c i lio de 10ó3 y al d i p l o m a de Pedro 1, año de 1098. Decoraciones similares aparecen en p i n turas m u r a l e s , en los frescos de madera y, con g r a n p r e c i o s i s m o , en la i n d u m e n t a r i a de las figuras de los m a r f i l e s . Esta tendencia a llenar con círculos cintas más o menos anchas parece una obsesión r o m á n i c a , pues se da en el saet i n o de las cubiertas de madera y hasta en las letras capitales c o m o puede observarse en la banda que señala el c í r c u l o m a y o r del Tapiz de la Creación. Foto n." 1. - Tapiz de la Creación. Detalle. Gerona (España). Representación mitológica de uno de los vientos bienhechores y favorables a las cosechas. Está flotando en el espacio como elemento de la Creación. El fondo de entrelazos es de raíz celta, reproducción fiel de un modelo grabado en las cruces de piedra de Northumbria. dente de las m i n i a t u r a s ; la f o r m a de representar los vientos ha sido t o m a d a del c a m p o de la m i t o l o g í a ; los f o n d o s entrelazados r e p r o d u cen labores talladas en piedra de origen celta; las f r a n j a s con cintas de follaje son de lenguaje clásico; la predela o banda i n f e r i o r está relacionada, más b i e n , con la p i n t u r a m a y o r . Este t i p o de decoración tiene una raíz hispana m u y antigua pues en la i n d u m e n t a r i a de las f i g u r a s que se conservan de arte fenicio e íbero, aparecen con abundancia b o r d e a n d o las túnicas y m a n t o s sobre t o d o en las de alabast r o , piedra y b r o n c e . El ángel de la luz lleva los bordes d e la t ú nica y m a n t o decorados con discos c e r r a d o s , tal c o m o aparecen en las m i n i a t u r a s r o m á n i c a s , o r n a m e n t o que no debe ser considerado com.o una moda que crea el diseñador sino c o m o una r e p r o d u c c i ó n f i e l , c o m o un d o c u m e n t o histórico, de los adornos que llevaba la i n d u m e n t a ria de la época. El ángel de las tinieblas tiene los círculos solamente en el b o r d e del m a n t o . La tendencia caligráfica y detallista lleva al d i señador a v e s t i r l o t o d o pues las alas de estas figuras van t o t a l m e n t e cubiertas con plumea- ZONA CENTRAL Presenta un esquema radial con espacios de extensión diversa p r o d u c i d o s por la i n s c r i p ción de un c í r c u l o pequeño en o t r o m a y o r . En ellos se desarrolla el tema de la Creación del m u n d o presidida por la f i g u r a del P a n t o c r a t o r dispuesta de f o r m a e m b l e m á t i c a , estando relacionada con las que aparecen en la p i n t u r a catalana r o m á n i c a ; es una imagen de media f i g u r a , sedente, f r o n t a l , j o v e n , i m b e r b e , p o r t a un l i b r o a b i e r t o y bendice a lo b i z a n t i n o con 160 dos, imbricaciones y pequeños discos, tendencia r e a f i r m a d a en la paioma que aparece en el sector central c o m o imagen del Espíritu de Dios. Destacamos igualmente la i n d u m e n t a r i a de las personificaciones del sol y de la luna, son t í p i c a m e n t e medievales, sobre t o d o el tocado de la d a m a . En el trazado de Adán hay reminiscencias caligráficas y d i b u j í s t i c a s . En sus rodillas aparecen cruces gamadas para representar expresivamente el juego de las m i s m a s . Es una f i gura musculosa y podía considerarse c o m o modelo de un e s t u d i o a n a t ó m i c o ; se presenta gest i c u l a n t e d a n d o n o m b r e a los animales que salen convencional mente de e n t r e las rocas de f o r m a e s t e r i o t i p a d a , mientras que en el pasaje de la creación de Eva está pacientemente esper a n d o n que t e r m i n e el proceso apoyando su c o d o sobre una roca y su r o s t r o sobre la m a n o , m i e n t r a s que con la o t r a sujeta impasible el c u e r p o , casi i n f a n t i l q u e emerge de su costado. Las montañas están representadas de f o r m a r u t i n a r i a y r e p e t i t i v a , son de c o r t e e n t e r i z o y con la i n c l u s i ó n de sendos arbustos con un s i m ple penacho de tres hojas de carácter más bien simbólico. Foto n.'< 2. - Fragmento de un cruz alta de Northumbria. Nigg Rosshire. Museo de South Kensignton. Obsérvese la identidad del entrelazo señalado en la zona interior de la faja central con el fondo de entrelazo de las enjutas del Tapiz de la Creación. (Compárese con la tato n.° 1). Los animales, situados en el sector i n f e r i o r , están bien diseñados pero son de c o n t o r n o s enteros y de carácter macizo. Tienen bien marcados los elementos d i s t i n t i v o s q u e los i n d i v i d u a liza, con g r a n d e í a l l i s m o p o r i n f l u e n c i a de la p i n t u r a m i n i a t u r i s t a típica de t o d o el arte europeo b i z a n t i n o ; las alas y las escamas se presentan con cuidadas imbricaciones de una perfecta m o n o t o n í a al estilo de los animales que aparecen en la m i n i a t u r a española de este t i e m p o . Hay un i n t e n t o de expresividad y m o v i m i e n to en el aleteo de las aves, en el r u g i r de los grandes animales m a r i n o s y el t r i s c a r de los animales salvajes. Se ha i n t e n t a d o una perspectiva rea! pero sólo se ha conseguido una superposición de p r i m e r o s planos con gran convencionalismo. LOS VIENTOS En las enjutas o espacios que quedan en el rectángulo donde van inscritos los círculos, se asientan los c u a t r o v i e n t o s ; están representados según la concepción h o m é r i c a , en f o r m a h u m a n a , p e r o la inventiva f u n c i o n a l les ha d i señalado alas en m o v i m i e n t o , propias de las aves más veloces sumándose a su eficacia alas más pequeñas, que van en los tobillos unidas con una especie de p u l s e r a , come f o r m a c i o n e s no esenciales sino añadidas. Van cabalgando sobre un o d r e a b i e r t o , siendo por ello la representación fiel de los hechos de la m i t o l o g í a que narra c ó m o Ulises recibió de Alólos — r e y de los v i e n t o s — a todos estos encerrados en un o d r e , menos u n o q u e e m p u j a r í a su nave. A q u í los vientos aparecen ya saliendo de sus envases q u e son c u a t r o lo que en la h i s t o r i a sólo era u n o . Las imágenes están f l o t a n d o en el espacio c o m o elementos bienhechores d e n t r o de la Creación y relacionados con el p r o g r a m a expresado en las viñetas ya que los vientos f a v o r a bles rigen las cosechas y los bienes naturales del h o m b r e en el c a m p o ( f o t . 1 ) . Todos estos pasajes cierran el ciclo de la creación cuyo paralelo más p r ó x i m o se ha creído e n c o n t r a r en la cúpula del p ó r t i c o de S. Marcos de Venecia. El desarrollo de los hechos, así c o m o de las figuras es más a m p l i o en este ú l t i m o ; en el Tapiz de la Creación han tenido q u e reducirse necesariamente por el espacio y la técnica pues el b o r d a d o con materiales gruesos no p e r m i t e l a b o r de m i n i a t u r a ni muchos detalles agrupados en una zona pequeña porque hubiera dado lugar a c o n f u s i ó n . El estilo de las aguas y montañas recuerdan a las que aparecen en los mosaicos de la cated r a l de M o n r e a l e , en los pasajes de los c u a t r o días de la C r e a c i ó n : el E s p í r i t u de Dios sobre las aguas; p á j a r o s y peces; la t i e r r a y las aguas, etc. 161 Son imberbes, con los cabellos erizados y de trazado lineal de f o r m a que se pueden c o n t a r . Hay i n t e n c i ó n de i n d i v i d u a l i z a r l o s en los rasgos del r o s t r o aunque son m í n i m a s sus d i f e r e n cias. Los ocho vientos representados en la famosa T o r r e de Atenas unos son jóvenes e i m berbes m i e n t r a s que o t r o s son ancianos y barbados, cada u n o lleva un a t r i b u t o q u e los dist i n g u e . Los vientos del Tapiz sólo se d i f e r e n c i a n l i g e r a m e n t e en la f i s o n o m í a y en las grecas de los odres El f o n d o se c u b r e con un entrelazo de caráct e r c é l t i c o c r i s t i a n o irlandés. Fondos de entrelazos similares se e n c u e n t r a n en las cruces y b a j o r r e l i e v e s del a r t e c r i s t i a n o a n g l o s a j ó n , en las m i n i a t u r a s irlandesas y anglosajonas y en las pilas bautismales de los v i k i n g o s . Pero el m i s m o entrelazo del Tapiz de la Creación aparece en f r a g m e n t o s pertenecientes a cruces altas de N o r t h u m b r i a ; destacamos la de Nigg Rosshire que se custodia en el South Kensingt o n , Londres ( f o t . 2 ) y la cruz de I r t o n ( f o t . 3 ) . Por este f o n d o hemos de ver raíces célticas en el Tapiz de la Creación t r a n s m i t i d a s a través de la escultura más bien que de la m i n i a t u r a , atestiguado por el estilo de su realización, pues parece más u n relieve en piedra q u e un f o n d o b o r d a d o . El trazado ha sido realizado a p u l s o , sin ayuda del c o m p á s , tal c o m o se d i b u jaban los laberintos de cintas entrecruzadas del arte a n g l o s a j ó n , n o r m a n d o y escandinavo. Sin e m b a r g o , la i n t e r p r e t a c i ó n es hispana pues se ha u t i l i z a d o un solo m o d e l o p o r dos razones: p o r la sobriedad y austeridad q u e caracteriza el a r t e r o m á n i c o catalán y, sobre t o d o , p o r motivos f u n c i o n a l e s ; es decir, en el Tapiz de la Creación el e n t r e l a z o es a d o r n o s e c u n d a r i o , com o e l e m e n t o de f o n d o , m i e n t r a s q u e en el arte irlandés es f a c t o r integrante de toda decoración de f o r m a que incluyen varios modelos para c u b r i r superficies consiguiéndose c o m p o s i c i o nes a m o d o de dechados o c o d i f i c a d o r e s d e soluciones i n f i n i t a s de este a r t e nacido de los t r a b a j o s textiles de la pasamanería y no de la cestería c o m o viene a f i r m á n d o s e . Foto n." 3. • Fragmento de otra cruz de Northumria. Irton. Estas cruces eran un verdadero dechado donde se codificaban diversos modelos de entrelazos. El segundo, comenzando por abajo, es idéntico al fondo de entrelazo del Tapiz de la Creación. (Véase fot. núm 1). Son c u a t r o los v i e n t o s , los p r i n c i p a l e s y hom é r i c o s : Z á f i r o s , v i o l e n t o o lluvioso, p e r o suave y apacible p r o c e d e n t e del Oeste; Bóreas o S e p t e n t r i o , v i e n t o del n o r t e ; Notos o Auster, procedente del sur; y el Sobsolano, o ApeMotes, v i e n t o del Este. S o p o r t a n elegantemente p e r o con f u e r z a , c o n las palmas de sus manos hacia a r r i b a , sendos cuernos de g r a n t a m a ñ o q u e aplicados a la boca son insuflados f u e r t e m e n t e , acción y esfuerzo que se señala p o r las líneas paralelas en las costillas. EL CALENDARIO El calendario es de carácter e c o n ó m i c o agrícola en el q u e se f i j a n las actividades de s i e m b r a y recolección, la caza y la pesca, los elementos a t m o s f é r i c o s que presiden las fases del t i e m p o , la influencia de los astros, etc. El estilo de expresión es de carácter s i m b ó l i c o y r i t u a l , incluso m i t o l ó g i c o , sin perder su estilo n a r r a t i v o . En el m o d o de d i s t r i b u i r el t i e m p o tiene sus raíces en el a n t i g u o calendario r o m a n o y de él m a n t i e n e los n o m b r e s de los meses y de los días. Los c u a t r o personajes de los vientos tienen aspecto expresivo y tectónico cerno si el d i b u j a n t e se hubiese i n s p i r a d o en modelos escultóricos más que p i c t ó r i c o s . Quedan c o m o desp r e n d i d o s del f o n d o trenzado consiguiéndose la perspectiva p o r este coni:raste a b i g a r r a d o de la lacería. 162 El t i e m p o m e d i d o es el período de un año y la imagen de éste preside el c e n t r o de la f r a n j a s u p e r i o r . Está s i m b o l i z a d o por la imagen de un anciano, en media f i g u r a , b a r b a d o , l o c a d o con s o m b r e r o de ala ancha, con un cet r o en la m a n o derecha, c o m o si fuese un rastrillo para b a r r e r el t i e m p o , y la rueda del mism o en la izquierda. Está con cierta majestad c o m o si representara un dios a lo r o m a n o . El diseño de los rasgos del r o s t r o está relacionad o con los del P a n t o c r a t o r . A su lado derecho están los símbolos de las estaciones estío y o t o ñ o y, al i z q u i e r d o , los del i n v i e r n o y la p r i m a v e r a ; el estío, representado por un campesino con alta guadaña i n t e n t a n d o c o r t a r un haz de mieses; el o t o ñ o se simboliza por un h o m b r e recogiendo uvas; el i n v i e r n o es un anciano que se calienta sus pies descalzos y sus manos al a m o r de la l u m b r e , va vestido con larga túnica y a m p l i o m a n t o , ambas prendas decoradas con f r a n j a s y m o t i v o s salpicados p o r el t e j i d o r e c o r d a n d o a los mantos a r m i ñ a d o s . Va sentado sobre un banco a lo griego m u y decor a d o t a m b i é n ; en la p r i m a v e r a , un h o m b r e tocado con t u r b a n t e o r i e n t a l prepara la t i e r r a cabándola con pala. C e r r a n d o las estaciones hay dos recuadros: un h o m b r e con una q u i j a d a en la m a n o q u e ha sido i d e n t i f i c a d o por muchos autores con Sansón pero yo creo que es Caín; en el o t r o , Abel sacrifica una oveja. A m b o s son el paralelo en la H i s t o r i a Sagrada de la envidia y de la v i r t u d , respectivamente. Foto n." 4. - Tapiz de la Creación. Detalle. Gerona. (España). Día del Sol. Recuerda a un emperador bizantino cristiano con el cetro y la bola del mundo. Los meses se extienden en los lados laterales. Comienzan en el ángulo sur del lado izq u i e r d o en sentido ascendente y f a l t a el mes de enero y p a r t e de f e b r e r o . Son i n t e r r u m p i d o s p o r el pasaje del «Día del Sol» ( f o t 4 ) , c o n t i nuándose con m a r z o , a b r i l , mayo y j u n i o . El lado derecho sigue el o r d e n en sentido descendente, conservándose f r a g m e n t o s de los meses de j u l i o , agosto, s e p t i e m b r e y o c t u b r e , i n t e r r u m p i é n d o se nuevamente con el «Día de la L u n a » ; se supone q u e a c o n t i n u a c i ó n v e n d r í a n n o v i e m b r e y d i c i e m b r e . Febrero ( i n c o m p l e t o ) parece está dedicado a la cacería de p a t o s ; marzo se s i m boliza con un h o m b r e que p o r t a una rana y una c u l e b r a , llevando delante una cigüeña; abril, por un h o m b r e a r a n d o la t i e r r a ; mayo ofrece un personaje rodeado de la naturaleza que renace con vegetación f l o r i d a y animales t r i s cando e n t r e los riscos; junio, p r o p i c i o a la caza y pesca, presenta una f i g u r a q u e lleva en una m a n o la caña de pescar, sacando un pez mientras q u e en la o t r a lleva una escopeta sobre la que se posa un ave; a sus espaldas un cesto con peces y él m i s m o carga con un z u r r ó n para guardar la caza; julio ( i n c o m p l e t o ) conserva una m a n o q u e acciona una guadaña y una pierna con el t í p i c o calzado de lías cruzadas sobre las calzas; agosto ofrece mies y grupos de gavillas o haces; septiembre ( i n c o m p l e t o ) guarda la p a r t e f i n a l del mayal en lo a l t o y en la p a r t e i n f e r i o r asoma p a r t e de una bestia; este pasaje completa la acción de trillar y desgra- El diseño se rige por la "ley del marco". Las cenefas de separación presentan un modelo ie follaje en amplia cinta ondulada de ascendencia ':lásica. nar las mies que p r o b a b l e m e n t e se i n i c i ó en el registro a n t e r i o r ; octubre ( i n c o m p l e t o ) se dedica a la recolección de uvas, pues se ve una parra con f r u t o s abundantes y una m a n o q u e los c o r t a con una hoz pequeña o angarillo; noviembre y diciembre f a l t a n t o t a l m e n t e y pod r í a n estar dedicados a pasajes d o r m i d o s de la naturaleza, aunque más bien en el p r i m e r o se presentaría la s i e m b r a , pues no aparece en n i n g u n o ; el mes de enero, que t a m b i é n f a l t a , podía estar dedicado a la a c t i v i d a d de catar la miel de las colmenas. Todos los registros llevan elementos s i g n i f i cantes o « p a r l a n t e s » : los signos del f r í o , del calor, cuartos menguantes o crecientes que c o m pletan el valor s i m b ó l i c o de sus representaciones. Es interesante destacar la i n d u m e n t a r i a de todas estas f i g u r a s a b u n d a n d o las túnicas cortas, r e l a t i v a m e n t e a m p l i a s , sujetas a la c i n t u r a con a m p l i a banda y escote a p i c o o r e d o n d o 163 Foto n." 5. Tapiz de la Creación. Detalle. Gerona (España). Se observan perfectamente los dos puntos técnicos de bordado empleados para su realización. El punto de cadeneta, en negro, resigue el contorno y endografias de las figuras. El punto de cordoncillo, "punto de figuras" medieval, perfectamente trazado, cubre espacios al modo de las pinceladas de la pintura mayor. decorados con discos netos o plenos, decoración ya vista en la i n d u m e n t a r i a de las f i g u r a s analizadas a n t e r i o r m e n t e . Escote de las misma traza, a p i c o , tienen algunas figurillas de b r o n c e de nuestro arte ibérico. Esta túnica cor- la es p r o p i a de la gente campesina para el fácil d e s e n v o l v i m i e n t o de las faenas del c a m p o ; llevan calzas ajustadas y calzado m u y a l t o y cer r a d o al e s t i l o medieval y a d a p t a d o a la f o r m a del pie y, en algunos casos, sujetos con las lías Foto n," 6. El punto de cordoncillo, dócil y flexible, se realiza sabiamente en movimiento siguiendo la trayectoria de las aguas, de las plumas y del fondo; este último como elemento supeditado y cobijado bajo tas formas de las figuras. 164 Fig. n." 1. - Diseño del Tapiz de la Creación. Lo dibujado con trazo contiguo responde a la zona conservada y ha sido tomado de la guia de Gerona de Lamberto Font. Sobre él he reconstruido la parte desaparecida que hipotéticamente pienso debía llevar esta distribución. Va con rayado. (La explicación puede encontrarse en el texto). los i n f e r i o r e s estarían o t r o s dos ríos representando así a los c u a t r o que regaban el Paraíso Terrenal ( G e ó n , T h i s o n , T i g r i s y E u f r a t e s ) . La simbología es clásica, una f i g u r a humana semidesnuda, c u b i e r t a solamente desde la c i n t u r a , y con un á n f o r a v e r t i e n d o el agua para i n d i c a r la c o r r i e n t e de agua conservando en t o d o el estilo helenístico. Uno de sus paralelos está en o agujetas p r o p i a s de los calzados que usaban los labriegos menestrales y pastores, y que ascienden cruzándose s o b r e las calzas. En el ángulo s u p e r i o r i z q u i e r d o se expresa d e n t r o de un c í r c u l o el en el ángulo derecho se conserva el o t r o y se supone con certeza que en del Tapiz río Geón; inicio de los ángu- 165 los c u a t r o ríos representados en la arqueta de S. I s i d o r o de León q u e G. M o r e n o sitúa en el siglo X I ( 1 0 5 9 ) ; s o b r e c u a t r o plaquitas rectangulares de m a r f i l las imágenes presentan un carácter más bien r o m a n o t e s t i f i c a d o sobre todo por la c l á m i d e que viste cada f i g u r a . BANDA Los temas de los diversos registros van separados por una cenefa de concepción naturalista de f o r m a s vegetales elaboradas e intelectuaiizadas. Lleva el esquema de los zarcillos o cintas de follaje estilo r o m a n o y su raíz más lejana esta en las cintas de palmentas de caráct e r g r i e g o , c o m o una s i m p l i f i c a c i ó n y e v o l u c i ó n de las mismas que llegan al arte r o m á n i c o en f o r m a de tallo o n d u l a d o , de regular vaivén, y con una media palmeta o palmeta de p e r f i l inserta en cada u n o de sus senos. Los tallos van bastante c o m p r i m i d o s y los lóbulos de las hojas se redondean por c o m p l e t o aunque están perfiladas con gran elegancia y esbeltez. Cenefas s i m i l a r e s o ¡guales aparecen en las miniaturas medievales, en la p i n t u r a , en la escultura y en los b o r d a d o s de la m i s m a época. La misma greca se r e p i t e en m i n i a t u r a s de la Colecc i ó n Hispana de los C o n c i l i o s , ejecutadas para el M o n a s t e r i o de S. Millán de la Cogolla ( C ó d i ce Emilianense ( 9 9 2 ) , y en las de la Biblia segunda de la Colegiata de S. I s i d o r o de León ( 1 1 Ó 2 ) . E n t r e las p i n t u r a s c i t a m o s las del Panteón de Reyes de S. I s i d o r o de León y muchas iglesias catalanas que ilevan cintas de follaje m u y s i m i l a r en sus p i n t u r a s murales. INFERIOR En los pasajes que se recogen se centra el tema de la Invención de la Santa Cruz haciéndose alusión a la Redención al estilo o r i e n t a l y b i z a n t i n o q u e buscaba f o r m a s de no presentar a C r i s t o c r u c i f i c a d o . Este tema se repetirá a lo largo del Renacimiento en la p i n t u r a m a y o r pues la explayación de las escenas exigen bastante espacio. Es interesante la i n d u m e n t a r i a sobre t o d o de Santa Elena que lleva un tocado c o m p l e t a m e n t e medieval, es un c a r a m i d l o simp l i f i c a d o más por el diseño q u e por lo que el a r t i s t a q u i e r e expresar; t a m b i é n lleva besantes o discos en su túnica y m a n t o . Igualmente hay personajes que llevan escote r e d o n d o con besantes p o r d e c o r a c i ó n . Se c o m b i n a n construcciones a r q u i t e c t ó n i c a s con f i g u r a s humanas sin g u a r d a r las debidas p r o p o r c i o n e s . En esta zona es donde el Tapiz ha s u f r i d o una m a y o r m u t i l a c i ó n pues creo que le falta una superficie equivalente a la que va rayada en el diseño que p r o p o n g o . ( F i g . 1 ) . Con clar i d a d obvia se desprende la situación de los dos ríos en los e x t r e m o s o ángulos inferiores ( B y C ) ; la banda q u e sitúo al e x t r e m o p o d r í a estar d i v i d i d a en tantos cuadros c o m o la super i o r y con una d i s t r i b u c i ó n s i m i l a r en los que se inscribieran símbolos de los días m a r t e s , miércoles, jueves, viernes y sábado, haciendo alusión a sus orígenes m i t o l ó g i c o s romanos ( M a r te, M e r c u r i o , J ú p i t e r , Venus y S a t u r n o , respect i v a m e n t e ) ; el calendario quedaba así más c o m pleto pues aparecen los días, los meses y las estaciones ( b , c, d , e, f ) ; en los recuadros extremos ( a , g ) se s i t u a r í a n dos pasajes bíblicos relacionados con la Caída de Adán y Eva en el Paraíso y Adán t r a b a j a n d o la tierra m i e n t r a s Eva a m a m a n t a sus h i j o s . Pienso t a m b i é n que en estos siete cuadros p o d r í a n simbolizarse los siete planetas que t a n t o i n f l u y e n en la t i e r r a y sUs producciones c o m o creencia medieval. Por ú l t i m o , en la banda señalada con A creo que se d i s p o n d r í a o t r a h i s t o r i a , en f r i s o c o r r i d o , que hiciera alusión al N a c i m i e n t o del Red e n t o r y al á r b o l genealógico de Jesús, tema tan repetido en ías artes industriales de la Edad Media y Renacimiento, sobre todo en las textiles. No creo que t o d o el espacio q u e c u b r e n las dos bandas estuviera d e d i c a d o a la h i s t o r i a de la Vera Cruz pues resultaría excesivo ya que el t a m a ñ o de las construcciones y de las f i g u r a s no requiere m a y o r espacio q u e el que se da a una banda de la anchura igual al lado del cuad r a d o dedicado a un mes. TÉCNICA Solamente se emplean dos puntos técnicos para la b o r d a d u r a que se prestan p e r f e c t a m e n te para la f u n c i ó n e n c o m e n d a d a : e! p u n t o de cadeneta y el de c o r d o n c i l l o ( f o t . 5 ) . El punto de cadeneta pertenece a los de técnica bucleada, es f l e x i b l e , de m o v i m i e n t o c u r v o y que por su est r u c t u r a p e r m i t e el engranaje de una puntada en o t r a y reseguir f á c i l m e n t e las curvas del d i seño. En el Tapiz va c u b r i e n d o c o n t o r n o s , endografías, líneas de r o s t r o s , inbricaciones en alas, escamas, etc., ciñéndose o b e d i e n t e m e n t e a los c o n t o r n o s ; r e p r o d u c e así los Üneamientos de la p i n t u r a r o m á n i c a c o m o elemento separad o r de los colores para i n d i v i d u a l i z a r l o s . El color e m p l e a d o es p r e f e r e n t e m e n t e negro o t e r r o so c o n s t r a s t a n d o con el f o n d o . El t a m a ñ o de las puntadas es g r a n d e , a p r o x i m a d a m e n t e un c e n t í m e t r o . ( F i g . 2 ) . La hebra empleada es lana que por sus cualidades de b l a n d u r a y d o c i l i d a d se adapta a todos los m o v i m i e n t o s colab o r a n d o con el p u n t o de cadeneta. Fig. n." 2. - Punto de cadeneta utilizado en el Tapiz de la Creación para reseguir contornos y endografias. 166 El p u n t o de cordoncillo ( f o t . ó ) es d e n o m i n a do m o d e r n a m e n t e p u n t o de tallo cuando solamente c u b r e c o n t o r n o s ; pero cuando son varias las hileras que se unen p a r a l e l a m e n t e se t r a n s f o r m a en u n o de los puntos llamados en la Edad Media « p u n t o s de f i g u r a s » . El n ú m e r o de éstos era v a r i a d o respondiendo a los diversos proced i m i e n t o s con q u e la b o r d a d u r a cubría las superficies de las figuras o imágenes del diseño. Los « p u n t o s de f i g u r a s » son de creación occid e n t a l y se d i f e r e n c i a n de los orientales en que eran cruzados y «a dos caras». Los p u n t o s de figuras son t a m b i é n llamados r o m á n i c o s p o r q u e respondían al b o r d a d o llamado «acu p i c t a e » , c u b r í a n grandes superficies con rapidez, ahor r a b a n m a t e r i a l e i m i t a b a n lo más posible a la p i n t u r a ; las p u n t a d a s se lanzaban sobre el haz del t e j i d o s o p o r t e y la hebra se f i j a b a en la m e n o r c a n t i d a d posible de hilos. El cordoncillo se realizaba a base de puntadas lanzadas y enlazadas unas en otras sucesivamente de f o r m a que va u n i d o el f i n a l de una con el p r i n c i p i o de la siguiente. ( F i g . 3 ) . El hecho de lanzar puntadas viene a ser e q u i v a l e n t e con el de d a r pinceladas sobre un lienzo. En el Tapiz este p u n t o ha sido u t i l i z a d o sabiamente pues las puntadas llevan m o v i m i e n t o , es decir, se adaptan a las distintas partes de la f i g u r a siguiendo sus líneas p r e d o m i n a n t e s . Véase, por e j e m p l o , las aguas del pasaje de la creación de los animales acuáticos c ó m o las puntadas obedientes van siguiendo las crestas de las ondas. na. El c o l o r i d o busca tonos fuertes pero «viej o s » , es decir, tonos pobres, p r o d u c i d o s no p o r la acción del t i e m p o y de los agentes atmosféricos s i n o p o r la diversa s a t u r a c i ó n del t i n t e empleado. Ésto sucedía p o r q u e en una o b r a de las dimensiones del Tapiz de la Creación era preciso realizar varias t i n t a d a s de la hebra que nunca eran seguidas de la m i s m a v a l o r a c i ó n t o n a l , lo q u e daba lugar a la gradación de los colores i n f l u y e n d o en la consecución de la perspectiva conseguido no i n t e n c i o n a l m e n t e sino d e f o r m a espontánea. EL TAPIZ DE BAYEUX (Francia) A p r i n c i p i o s del siglo XI ( 1 0 1 6 ) Canuto el G r a n d e , heredero de la Corona danesa, c o n c i b i ó la idea de la u n i d a d del M a r del N o r t e . Su I m p e r i o abarcaba !os países escandinavos, Dinamarca y la m i t a d sur de I n g l a t e r r a . En 1042, E d u a r d o , su b i z n i e t o , gobernaba en el m i s m o I m p e r i o ; había v i v i d o siempre en Norm a n d í a , no tenía hijos y su sucesión presentaba grandes p r o b l e m a s . Sin e m b a r g o , E d u a r d o el Confesor d e j ó c o m o heredero suyo a Guillerm o el Bastardo, su pariente más p r ó x i m o , que t a m b i é n era el heredero del d u c a d o de N o r m a n d í a . A l m o r i r E d u a r d o , en 1086, H e r a l d , nieto de H a r o l d o , que f u e rey de I n g l a t e r r a , se hizo c o r o n a r ; G u i l l e r m o , para c o n q u i s t a r su herencia, invocó la ayuda de la Santa Sede; el 14 de o c t u b r e de 1066, se d i o la batalk> más decisiva en Hanstings d o n d e e! n o r m a n d o d e r r o t ó y d i o m u e r t e a H a r o l d o , instalándose así en Inglaterra. MATERIALES Se emplean los materiales nobles medievales c o m o son el l i n o y la lana. El p r i m e r o para la confección del t e j i d o base q u e lleva l i g a m e n t o asargado y es f u e r t e y recio. La segunda para el b o r d a d o o labor de acu pictae; la lana es f i n a y de h i l a t u r a i r r e g u l a r por la i n d u s t r i a artesa- Esta hazaña de la conquista de Inglaterra p o r los n o r m a n d o s , a c o n t e c i m i e n t o de tanta i m p o r t a n c i a para la h i s t o r i a europea, está i n m o r t a l i z a d a en un tapiz en f o r m a de banda m u y larga y estrecha. Sus dimensiones son de 70,34 m t s . de l o n g i t u d p o r 0,50 m t s . de «mcha. En toda esta superficie se narran los hechos de la conquista de Inglaterra p o r m e d i o de 58 escenas d i s t i n t a s y de d i f e r e n t e extensión. El n ú m e r o de f i g u r a s es de 1.515, d i s t r i b u y é n d o s e en 626 f i g u r a s h u m a n a s , 202 caballos, 55 per r o s , 505 animales de otras especies, 37 construcciones o edificaciones, 41 navios y pequeños barcos, 49 á r b o l e s . . . Cada escena es acompañada de una breve explicación en latín por m e d i o de letras capitales, f á c i l m e n t e legibles y bordadas a p u n t o de tallo o realce; estas leyendas no son lo sufic i e n t e m e n t e amplias para i n t e r p r e t a r las escenas p e r o éstas son tan gráficas que p e r m i t e n f á c i l m e n t e i d e n t i f i c a r los hechos, aunque en a l gunos casos sea preciso el a u x i l i o de las crónicas. Por o t r o lado, habiendo sido d e s t i n a d o este tapiz para la Catedral de Bayeux, considera los a c o n t e c i m i e n t o s , n a t u r a l m e n t e , desde el p u n to de vista n o r m a n d o . Los principales hechos se disponen de f o r m a y u x t a p u e s t a , r e s u m i d o s Fíg. n." 3. - Punto de cordoncillo empleado en el Tapiz de la Creación para cubrir espacios. Punto románico llamado de "figuras". En una primera fase se presenta la técnica para, en la segunda, poder observar la textura de varias tiileras paralelas. 1S7 F=oto n.° 7. - Tapiz de Bayeux. Detalle. El rey iallecido, Eduardo el Confesor, es trasladado desde su palacio a la iglesia de S. Pedro Apóstol. Esta se perfila según las normas románicas. El palacio es de dos pisos con elementos constructivos similares. Las personas son vivos retratos, caricaturas, pues se tía intentado diferencia' los rostros. El paño funerario se ha flecho transparente para mostrarnos el cuerpo del rey cubierto con los hábitos de difuntos. en unas breves f ó r m u l a s y no son narrados con detalle ya que algunas f i g u r a s , cinco personajes, son suficientes para representar todo el e j é r c i t o ; dos arcos r o m á n i c o s y un techo sop o r t a d o p o r una sola c o l u m n a , sugieren un palacio; seis caballeros a galope significan a toda la caballería n o r m a n d a . Las f i g u r a s se destacan sobre un f o n d o netamente desnudo, no liay perspectiva, los edificios y ios navios se diseñan a escala más pequeña q u e ios personajes y sus dimensiones varían t a m b i é n según el espacio d i s p o n i b l e . Esto no extraña en la Edad Media p o r q u e había o t r a manera de ver las cosas. Foto n." 8. - Tapiz de Bayeux. Detalle. Cocina de campaña. Dos fuegos portátiles; en el primero se utilizan horquillas arrancadas de un árbol para sujetar la marmita con otro palo horizontal que descansa sobre ellas. Los utensilios de cocina tenian ya el perfil y la tuncionalidad de los que hoy nos servimos. Las actitudes de los soldados se corresponden con los gestos de los rostros y las actividades que realizan. 168 r Foto n." 9. Tapiz de Bayeux. Detalle. Harol parte para una misión diplomática. Animado t>anquete donde dos instrumentos medievales —el cuenco de madera y el cuerno— son los que el autor ha querido poner como representativos. Obsérvese la construcción del palacio. A la derecha se reproduce la escena siguiente en que Harol y sus jefes militares se dirigen ya al barco con su proa a lo vikingo portan un halcón y un perro, van descalzos y las ropas rezagadas. En las bandas superior e inferior hay leones y palomas afrontadas, la fábula de la zorra y las uvas y la del cordero y el lobo. La obra no engendra m o n o t o n í a ; presenta variaciones e invenciones; es expresiva y vivaz V de un gran v a l o r plástico. Esto es lo destacable si se considera su gran n ú m e r o de combates i l u s t r a d o s t o d o a lo largo de la tapicería. Los hombres están animados,, sus manos se mueven y sus m i r a d a s h a b l a n ; los animales son t a m b i é n casi vivos, los árboles se agitan y las velas se h i n c h a n . La vida social y de combate se destaca en detalles simples y concretos. Episodios i m p o r t a n t e s están narrados con todos los p o r m e n o r e s esenciales. Destacamos los siguientes: 1 ) El traslado del f é r e t r o en f o r ma de u r n a , que contiene el c u e r p o inerte de E d u a r d o el Confesor, a la Igler.ia de S. Pedro A p ó s t o l ; le p o r t a n ocho personajes nobles apoy a n d o las andillas sobre sus h o m b r o s y es traído del palacio de W e s t m i s t e r d o n d e había muert o ; va vestido de hábitos m o r t u o r i o s y recub i e r t o de un t e j i d o r i c a m e n t e b o r d a d o — e l pa- Foto n." 10. • Tapiz de Bayeux. Detalle. Dura pelea. El diseñador ha estudiado la bgura del caballo buscando las más difíciles posturas; los soldados yacentes y los que aún luchan nos muestran también distintas situaciones bien tratadas. Obsérvese cómo las patas del caballo llevan dos colores, oscuro en el exterior y más claro en el interior, con fines de perspectiva. 169 para c o m i d a para que los soldados de la a r m a da estén fuertes. Es anecdótico la representación de todas las actividades: dos h o m b r e s han suspendido e n t r e dos horquillas de madera una gran m a r m i t a calentada p o r abundantes llamas; la espetera con gran v a r i e d a d de utensilios esté colgada; en el c e n t r o , un panadero coge con una horquilla m ó v i l en f o r m a de pinza los panecillos de o t r o fuego p o r t á t i l ; o t r o s dos llevan a la tienda real «brochetas» con carne asada tal c o m o ahora se hacen los llamados p o p u l a r m e n t e «pinchos m o r u n o s » . ( F o t . n ú m . 8 ) . 3 ) Harold se va hacia el mar encargado d e una m i s i ó n d i p l o m á t i c a pero antes celebra un fest í n con sus jefes y a m i g o s ; están reunidos en su p a l a c i o , al estilo de Hall o palacio real esc a n d i navo^ con dos pisos; unos t o m a n la com i d a en cuencos, o t r o s beben en cuernos, siend o estos i n s t r u m e n t o s m u y i m p o r t a n t e s en la Edad M e d i a , llegando a ser incluso o b j e t o s r i tuales; el p a l a c i o se ha hecho t r a n s p a r e n t e para q u e se vea no sólo la c o n s t r u c c i ó n sino lo q u e acontece en su i n t e r i o r . ( F o t 9 ) . 4 ) Un pasaje de la batalla de Henstings. Aparecen caballos en d i s t i n t a s posiciones p e r f e c t a m e n t e est u d i a d a s ; o t r o t a n t o sucede con las figuras h u manas q u e yacen muertas y existe interés p o r r e p r o d u c i r el efecto de una d u r a pelea. ( P o r razones de espacio no es posible relatar más e p i sodios pero en todos se encuentra lo anecdótico y pintoresco f o r m a n d o p a r t e de lo h i s t ó r i co). (Fot 10). Fig. n." 4. - Punto de cordoncillo, utilizado en el Tapiz de Bayeux para lineamientos. El diseño responde a las formas esferoideas que expresan los trajes guerreros. ñ o f u n e r a r i o — q u e era un m e d i o más para desplegar el l u j o aun en los m o m e n t o s en que la vida ha t e r m i n a d o . Dos infantes de c o r o agitan sendas campanillas y al f é r e t r o le sigue un g r u p o de d i g n a t a r i o s , algunos t o n s u r a d o s , llevando cruces o l i b r o s y c a n t a n d o . La m a n o de Dios se extiende a lo b i z a n t i n o , b e n d i c i e n d o la abadía cuyo diseño responde p e r f e c t a m e n t e al esquema y c o n s t r u c c i ó n d e las grandes abadías románicas ( f o t . 7 ) . 2 ) Cocina de campaña. Antes de darse la decisiva batalla de H a n s t i n g s , según las crónicas, el e j é r c i t o se provee de aves, bueyes, c o r d e r o s , puercos, etc., y se pre- Los hechos n a r r a d o s van flanqueados en los bordes s u p e r i o r e i n f e r i o r p o r f i g u r a s que apar e n t e m e n t e no tienen relación con el recitado p r i n c i p a l ; separados p o r bandas oblicuas se sit ú a n p á j a r o s , leones, lobos, c o r d e r o s , el c u e r v o v la z o r r a , etc., animales tomados de los best i a r i o s medievales y de las f á b u l a s de Esopo. Es p r o b a b l e q u e haya i n t e n c i ó n de relacionarlos con los hechos p r i n c i p a l e s pues hay situaciones que presentan un p a r a l e l i s m o s i g n i f i c a t i v o . Técnicas y materiales. — La técnica emplea el d e n o m i n a d o p u n t o d e H u n g r í a ( f o t . 11) u n o d e los puntos de « f i g u r a s » medievales y en este tapiz c u b r e las superficies m a y o r e s ; para las líneas, c o n t o r n o s , flechas, lanzas, inscripciones, rost r o s y manos se ha e m p l e a d o el p u n t o de cordoncillo. ( F i g s . 4 y 5 ) . El p u n t o de Hungría se e x t e n d i ó p o r Europa y en España se conserva aún viva su t r a d i c i ó n en la zona de Cáceres ( f o t . 12) a p l i c a d o a diseños más m o d e r n o s , p e r o es una versión d i s t i n t a pues m i e n t r a s q u e el del Tapiz d e Bayeux t o m a las líneas verticales trastocadas, en la de Cáceres permanecen inalterables en su p o s i c i ó n i n i c i a ! . Los materiales son los más abundantes en la Edad M e d i a , la lana y el l i n o . Este es el que ha servido para realizar el t e j i d o de f o n d o , se u t i l i z ó al estado de c r u d o , es decir, sin cur a r , teniendo p o r ello un c o l o r beig; la hebra es más bien gruesa y el l i g a m e n t o a la plana, se ha realizado en telar m u y estrecho y se ha Fig. n." 5. - Punto de Hungría empleado en el Tapiz de Bayeux para cubrir las figuras. En la primera fase se vB las puntadas lanzadas; en la segunda, las que las cruzan. 170 b o r d a d o con lana hilada a m a n o y tintada en los colores r o j o , a m a r i l l o y azul. Pero, c o m o fue p r e c i s o hacer varias t i n t a d a s la d i s t i n t a saturación de t i n t e p r o d u c e tonos c o m o r o j o l a d r i llo, amarillo l i m ó n , verde c l a r o y verde o s c u r o ; i g u a l m e n t e hay tres clases de azu! donde el más oscuro es casi negro. Es p r o b a b l e que la lana fuese teñida al estado de vellón y con estractos de plantas, siendo s o r p r e n d e n t e su resistencia a la luz. Se ha restaurado con lana más m o d e r n a y, por razones inexplicables, la polilla se ha cebado en ella m i e n t r a s que ha desdeñado la a n t i g u a . Estudio comparado de ambos tapices, — El t a p i z de la Creación expresa temas de carácter u n i v e r s a l , religioso, social, s i m b ó l i c o y m i t o l ó gico. La m i s m a d i v i s i ó n en cuadros y círculos entraña ya s i m b o l i s m o y m i s t e r i o , r i t o y c u l t o de las f o r m a s esenciales geométricas que en el r o m á n i c o se repetía con f i n a l i d a d religiosa y m í s t i c a . Esta d i v i s i ó n en d i s t i n t a s partes no sólo se debe a la Influencia de o t r o s sectores del a r t e sino t a m b i é n p o r q u e en el tapiz se han integrado tres p r o g r a m a s d i s t i n t o s que exigen espacios d e t e r m i n a d o s . El hecho de que la Creación se integre en un c í r c u l o con sectores se debe no sólo a la f u e n t e , de d o n d e posiblemente procede sino t a m b i é n a q u e Dios creó el m u n d o de f o r m a cíclica, es decir, en un t i e m p o q u e empieza y vuelve a Dios. El c r e a d o r está en el c e n t r o y todo lo que El creó sigue g i r a n d o en t o r n o suyo. Se utiliza el sistema de f r i s o en la predela p o r q u e la h i s t o r i a utiliza el sistema de relatar los hechos de f o r m a c o n t i n u a d a en el t i e m p o . Foto n." 11. - Técnica del punto de Hungría. Tiene dos fases: a) puntadas lanzadas sobre el haz del tejido en sentido vertical; b) grandes lanzadas horizontales que van sujetándose con otras más pequeñas, de trecho en trecho. (Fragmento del Tapiz de Bayeux). Foto n." 12. • Una de las versiones del punto de Hungría realizada en la zona de Cáceres. Las puntadas lanzadas siguen la linea vertical de los motivos y luego van cruzadas con un simple pespunte. El verdadero punto de Hungría, tal como se ve en la foto anterior también se realiza y está relacionado con el llamado deshilado de "tranco" que también es típico de esta zona. 171 nia. El primero se considera obra del sliglo XII y el segundo del X I , aunque también podría estar fechado en el siglo siguiente. El Tapiz de Bayeux narra una epopeya, es de carácter cortesano, concreto, realista, literario, narrativo; por esto toma la forma de friso que le permite exponer sucesivamente el relato de los episodios en escenas continuadas. Este tapiz es linea! porque los hechos de los hombres permanecen con este valor en la Historia; son retazos de la misma enlazados unos con otros no de forma circular sino en espacio abierto a nuevos hechos. En cuanto a la técnica, ambos emplean un punto románico o de «figuras». El de la Creación utiliza el punto de cordoncillo para cubrir espacios, punto más plano y pictórico, y para los contornos el punto de cadeneta que ofrece un trazo grueso. El de Bayeux cubre espacios con el punto de Hungría, más complejo y realzado, más plástico y tecnótico, ofreciendo una textura más escultórica; y para los contornos emplea el de cordoncillo que señala los trazos de forma mas lineal. El estilo del Tapiz de la Creación es tan dibujístico como pictórico porque lo pintoresco y popular se combina con lo teológico y erudito en espacios limitados y encasillados, lo que le da un mayor estatismo. Es mas bien un cuadro de pintura donde se ha expresado el espíritu de una época con universalidad y síntesis; las figuras y las formas, de carácter entero y macizo se revisten de cierto colosalismo y singularidad. El estilo del Tapiz de Bayeux es más caligráfico y miniaturesco por realizarse en un espacio abierto pero estrecho en el que había de acumularse cientos de figuras. Por ser un documento histórico y literario, descriptivo y que canta las conquistas de un personaje real es más movido, dinámico y detallista; presenta por ello formas más elegantes y estilizadas, más clásicas y correctas, de sencillez muy refinada en la que se mezcla lo ilustrativo con lo decorativo. El Tapiz de la Creación cubre con bordadura toda la superficie al estilo macizado y por ello más entroncado con la pintura; el de Bayeux sólo borda las figuras y el fondo se ha quedado libre, se ve el tejido de lino como fondo neutro estando relacionado más bien con el mundo de la miniatura. Ambas obras han sido realizadas en bastidor grande con marco móvil para ser graduado y apoyado sobre banquillos. Los dos tapices han sido hechos para una catedral; el de la Creación para la de Gerona, con el fin de cubrir los armarios de sacristía que estaban detrás del altar; el de Bayeux se hizo para disponerlo, en la de esta ciudad, en la nave central, todo alrededor de las columnas de los arcos formeros el día primero de julio, fiesta de las reliquias. Se desconoce el autor del Tapiz de la Creación mientras que la tradición atribuye a la reina Matilde, esposa de Guillermo el Conquistador, muerto en 1087, la confección del Tapiz de Bayeux. Otros tratadistas pretenden que es una obra de la emperatriz Matilde, su nieta, viuda en 1125 de Heri V, emperador de Alema- (Véase mi artículo «El Tapiz de la Creación». Revista «ARA» {núm. 65-1980). Í72