la memoria y el arte narrativo del persiles

LA
MEMORIA Y EL ARTE NARRATIVO
DEL
PERSILES
Detrás de t o d o relato se esconde i n e x o r a b l e m e n t e l a m e m o r i a , a u n q u e ésta a p a r e z c a b a j o especies d i v e r s a s . E n Los trabajos de Per siles
y Sigismunda de M i g u e l de C e r v a n t e s , desde las voces d e l b á r b a r o
C o r s i c u r b o al final de u n o s héroes q u e a l a r g a r o n su f e l i c i d a d c o n
la v i s t a de sus b i s n i e t o s , h a y u n a relación c o n t i n u a d a de su pretér i t a h i s t o r i a , e n m a r a ñ a d a c o n o t r a s m u c h a s q u e los d i s t i n t o s n a r r a d o r e s v a n c o n t a n d o . N a d a n u e v o , si c o m p a r a m o s tales ejercicios c o m b i n a t o r i o s c o n los p r e v i a m e n t e ensayados p o r l a n o v e l a
p a s t o r i l o p o r l a b i z a n t i n a , si n o f u e r a p o r q u e el Persiles f u n d e sab i a m e n t e el proceso de l a m e m o r i a c o n el de l a p r o p i a i n v e n c i ó n
literaria.
L a m e m o r i a r e c o n s t r u y e el pasado, vale d e c i r , l o crea. P r e c i sa l u g a r e s , t i e m p o s y personas y t r a e , e n d e f i n i t i v a , a l presente
t o d o l o q u e s u p u e s t a m e n t e aconteció in illo tempore. Este ejercicio
q u e el n a r r a d o r p r i n c i p a l despliega p o r extenso en l a n o v e l a , se
v e r i f i c a a cada paso e n el arte m n e m o t é c n i c o q u e ensayan los p r o p i o s personajes c o n v e r t i d o s e n n a r r a d o r e s de sus p r o p i a s h i s t o r i a s . A veces surge el r e c u e r d o a r e q u e r i m i e n t o de o t r o s , c o m o
h a c e n el m a n c e b o y l a d o n c e l l a e n t r e las tablas d e l n a v i o , o A r n a l d o , a petición d e l g o b e r n a d o r y de l a m u j e r bárbara, r e m o n tándose a su o r i g e n , o f i c i o y c o s t u m b r e s ( p . 6 2 ) , o aún c o n más
pelos y señales, A n t o n i o , el b á r b a r o español que d a c u e n t a de su
n a c i m i e n t o , e d u c a c i ó n y c r i a n z a , o más t a r d e M a u r i c i o ( p . 111).
1
1
M I G U E L D E C E R V A N T E S , Los trabajos de Persiles y Sigismunda,
ed. J u a n B a u -
t i s t a A v a l l e - A r c e , C a s t a l i a , M a d r i d , 1 9 6 9 , p o r l a q u e citaré. P a r a l a b i b l i o g r a fía r e l a t i v a a l a r t e de l a m e m o r i a e n s u tradición clásica, r e m i t o a otros t r a b a jos
míos:
4
' E l a r t e d e l a m e m o r i a y El Criticón",
Gradan y su época. Primer en-
cuentro de filólogos aragoneses, Institución F e r n a n d o e l Católico, Z a r a g o z a , 1 9 8 6 ,
pp.
2 5 - 6 6 , y " E l N u e v o M u n d o y l a m e m o r i a a r t i f i c i a r ' , Ins, 1 9 8 7 , n ú m s .
4 8 8 / 4 8 9 , p. 7.
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EGIDO
XXXVIII
T o d o p a r t e de l a c a b a l respuesta a las consabidas p r e g u n t a s :
" q u i é n e r a , c ó m o se l l a m a b a , y de q u é causas había n a c i d o el
efeto [ - . . ] " ( p . 5 8 ) . Este p r o c e d i m i e n t o , ab initiis inicipiendum,
se
i n t e r c a l a e n el m a r c o de u n a h i s t o r i a b i z a n t i n a i n i c i a d a in medias
res q u e o b l i g a , c o m o se sabe, a constantes vueltas al pasado, a c a m b i o s e n el uso de l a p e r s o n a v e r b a l y a n u m e r o s a s digresiones
n a r r a t i v a s . L a técnica, n a d a extraña a o t r o s g é n e r o s , c o m o los
y a m e n c i o n a d o s , c o n l l e v a todas las m a r c a s de l a o r a l i d a d y así
n o f a l t a n n i el cansancio en l a m e m o r i z a c i ó n n i el r e l e v o en el
r e c u e n t o de u n a h i s t o r i a . Es el caso de l a bárbara R i e l a q u e r e e m p l a z a l a v o z d e l g a l l a r d o español p a r a el deleite de los que esperab a n " l o q u e f a l t a b a p o r d e c i r " ( p . 8 2 ) . T a m b i é n se p r o d u c e n r e tenciones que obligan luego a reanudar el c a m i n o abandonado.
L a p r e s e n c i a casi p e r m a n e n t e de u n a u d i t o r i o — e s p e j o , a su
v e z , de los p r o p i o s l e c t o r e s — afecta c o n s t a n t e m e n t e a l a v e r o s i m i l i t u d de las h i s t o r i a s c a n t a d a s , p o n i e n d o f r e n o a las t r a m p a s
de l a frágil m e m o r i a . Capítulos enteros se p r e s e n t a n c o n el epí2
3
2
E l c o m e n z a r l a s cosas p o r el p r i n c i p i o e r a base f u n d a m e n t a l d e l arte m e -
m o r a t i v a , c o m o señala J U A N V E L Á Z Q U E Z D E A Z E V E D O e n El Fénix de Minerva
y
el arte de memoria, J u a n G o n z á l e z , M a d r i d , 1 6 2 6 , f. 4 2 : " L a m e j o r disposición
p a r a r e f e r i r u n s u c e s o , o h i s t o r i a , es e l p r o g r e s s o d e c ó m o sucedió c o m e n t a n d o s i e m p r e e n t o d o , desde el p r i n c i p i o , q u e esta guía, además de e s c u s a r l a
perturbación, c a u s a q u e n o se o l v i d e n a d a " . E l Persiles p a r t i c i p a d e l a s técnic a s d e o r a l i d a d p r e v i s t a s p o r l a retórica clásica y también p o r l a s d e l d i s c u r s o
o r a l e n g e n e r a l . S o b r e los i n d i c i o s a u d i t i v o s , véase M I C H E L M O N E R ,
"Técni-
c a s d e l arte v e r b a l y o r a l i d a d r e s i d u a l e n los textos c e r v a n t i n o s " , Edad de Oro,
7 ( 1 9 5 8 ) , p p . 119 ss, y también J E A N - M I C H E L L A S P É R A S , La nouvelle en Espagne
au siécle d'or, Université d e M o n t p e l l i e r , M o n t p e l l i e r ,
3
1 9 8 7 , p p . 9 0 ss.
V é a s e , p o r e j e m p l o , c u a n d o e l n a r r a d o r p r i n c i p a l señala q u e d i e r o n los
r e m o s a l a g u a " p o r q u e v e l a s n o l a s t e n í a n " ( p . 8 6 ) o e l tanteo astrológico d e
A n t o n i o p a r a determinar l a hora (p. 87), precedido por apreciaciones tan s u tiles c o m o l a d e l a s montañas c u b i e r t a s de n i e v e q u e parecían estar c e r c a n a s
" e s t a n d o de allí más d e seis l e g u a s " (ibid.)
Y véase m á s a d e l a n t e , c a p . 10,
c o n lo q u e contó e l e n a m o r a d o portugués. L o s p r i v i l e g i o s d e l n a r r a d o r y s u s
limitaciones son constantemente
puestos e n e v i d e n c i a p o r C e r v a n t e s . Sobre
ellos véanse W A Y N E C . B O O T H , La retórica de la ficción, A . B o s c h , B a r c e l o n a ,
1 9 7 4 , p p . 1 5 2 - 1 5 5 ; y Ó S C A R T A C C A , Las voces de la novela, G r e d o s ,
Madrid,
1 9 7 7 , p p . 65 ss., q u i e n t r a e e s t a definición d e l a o m n i s c i e n c i a s a c a d a del Quijote: " P i n t a los p e n s a m i e n t o s , d e s c u b r e l a s i m a g i n a c i o n e s , r e s p o n d e a las tácitas,
a c l a r a l a s d u d a s , r e s u e l v e los a r g u m e n t o s ;
finalmente,
los átomos d e l más
c u r i o s o d e s e o m a n i f i e s t a " ( p . 7 3 , n . ) C l a r o q u e e n e s a o b r a c o m o e n el Persiles
se e x p r e s a n también c o n t i n u a s r e s e r v a s a n t e los p o d e r e s d e l n a r r a d o r q u e tod o p a r e c e s a b e r l o . S a b i d a es l a preocupación de C e r v a n t e s y d e los n e o a r i s t o télicos p o r l a v e r o s i m i l i t u d , aspecto q u e e n el Persiles se c u i d a e n e x t r e m o . S o b r e ello véase A L B A N K . F O R C I O N E , Cervantes, Aristotle and the Persiles ,
ce
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Prin-
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ARTE NARRATIVO D E L
PERSILES
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g r a i e de a l g u i e n q u e corno R u t i l i o " d a c u e n t a de su v i d a " . L a
m e m o r i a de a l g u n o s n a r r a d o r e s o m n i s c i e n t e s q u e , c o m o en u n a
o c a s i ó n , p u e d e n t r a e r sin q u e b r a n t o s u n soneto e n t e r o y r e c i t a r l o
e n c o r o ( p . 9 6 ) es, p o r o t r a p a r t e , d i s c u t i d a en las voces de q u i e nes e s c u c h a n y c r i t i c a n lo o í d o , c o m o sabe m u y b i e n P e r i a n d r o .
H a y , sin e m b a r g o , u n a exaltación d e l r e c u e r d o a b s o l u t o y s i n fisuras, capaz de r e c o n s t r u i r hasta el más m í n i m o detalle:
4
Estas palabras todas me quedaron en la memoria y en el alma i m presas de tal manera, que no se me han olvidado, n i se me olvidarán en tanto que la vida durare (p. 100).
P e r o c o n f o r m e l a n o v e l a a v a n z a , n o es sólo l a m e m o r i a de los
n a r r a d o r e s y de q u i e n e s escuchan l a q u e c u e n t a , s i n o l a d e l p r o p i o lector q u e , m e t i d o e n tales l a b e r i n t o s , necesita m u c h a s veces
de a y u d a - m e m o r i a s q u e n o le i m p i d a n p e r d e r el h i l o n a r r a t i v o .
L a i n t r i n c a d a selva d e l Per siles ofrece, a este respecto, diferentes
r e c u r s o s , gracias a los a u x i l i o s q u e , c o m o l u e g o v e r e m o s , a y u d a n
a r e t o m a r el r e l a t o " d e l m o d o q u e y a q u e d a c o n t a d o " ( p . 170).
E l Persiles es u n a c o n s t a n t e variación sobre el e j e r c i c i o de l a
m e m o r i a y sus f u n c i o n e s e n el a r t e de n o v e l a r . L a m e m o r i a v a
í n t i m a m e n t e l i g a d a , a d e m á s , a l " c a s i i n a g o t a b l e m a l a b a r i s m o de
i n t e r m e d i a r i o s e n t r e el t e x t o y el lector que se d a en el Quijote' ',
c e t o n U n i v e r s i t y P r e s s , P r i n c e t o n , 1 9 7 0 , p p . 2 7 ss.,
y 1 6 9 ss. p a r a l a teoría
l i t e r a r i a de l a o b r a . S u s d e u d a s c o n P i n c i a n o y c o n l a n o v e l a b i z a n t i n a , e n
TILBERT DIEGO STEGMANN,
Cervantes musterroman
"'Persiles Hartmut
:
Lübke
V e r l a g , H a m b u r g , 1 9 7 1 , d o n d e se señala el o r i g e n e n H e l i o d o r o de l a u s u a l
inversión cronológica p r o p i a de l a épica q u e r e t o m a el Persiles. L a Etiópica fue
e l a b o r a d a j u s t a m e n t e p o r c o n t a r h i s t o r i a s más c e r c a de n a t u r a " y e n las c u a l e s
hay
m á s v e r o s i m i l i t u d c f . Historia etiópica de los amores de Teágenes y
ed.
F . L ó p e z E s t r a d a , R e a l A c a d e m i a Española, M a d r i d , 1 9 5 4 , p. l x x i x .
4
Los
trabajos,
Cerùlea,
p. 8 8 . E l l o i m p l i c a selección y búsqueda de l a brevitas
( p . 9 8 ) . A l m u l t i p l i c a r s e los casos, se f o m e n t a l a v a r i e d a d b u s c a d a c o m o m e t a
artística, s i n p o r ello r o m p e r l a u n i d a d n e c e s a r i a de l a m i s m a . S o b r e ello véanse
E. C . RILEY,
Teoría de la novela en Cervantes,
Taurus, Madrid, 1966, y AURO-
R A E G I D O , " L a varietà neh"Agudeza d i B a l t a s a r G r a c i á n " , Aesthetica
Palermo,
1987,
núm.
18,
pp.
25-39.
ALBAN K.
FORCIONE,
Cervantes'
Pre-Print,
Christian
romance, P r i n c e t o n U n i v e r s i t y P r e s s , P r i n c e t o n , 1 9 7 2 , p p . 2 0 y 2 3 , señala cóm o p a r a T . T a s s o l a v a r i e d a d n a c e p r e c i s a m e n t e de esos obstáculos q u e c o n s t a n t e m e n t e t i e n e q u e s a l v a r el p e r s o n a j e e n cuestión. L a v a r i e d a d se i n t e g r a
e n l a u n i d a d d e l a o b r a e n u n j u e g o de e s p e j o s : c a d a u n a de l a s h i s t o r i a s r e c r e a d a s es reflejo o antítesis de l a q u e v i v e n a m a y o r e s c a l a los p e r s o n a j e s p r i n cipales.
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c o m o señalara A v a l l e - A r c e , a u n q u e c r e a n d o n u e v a s p e r s p e c t i vas críticas. A s í e n el l i b r o s e g u n d o , C e r v a n t e s c o n f r o n t a a l traductor c o n el autor de Los trabajos, h a c i e n d o q u e éste, q u e " s a b í a
m á s de e n a m o r a d o q u e de h i s t o r i a d o r ' ' , vea e n m e n d a d a l a p l a n a
p o r u n a t r a d u c c i ó n m á s sujeta a l a m o n d a " v e r d a d d e l c a s o "
( p . 159). D e este m o d o , el p o d e r de l a m e m o r i a l i b r e de t o d o n a r r a d o r v i e n e f r e n a d o n o sólo p o r l a presencia de t r a d u c t o r e s o h i s t o r i a d o r e s d e l caso, sino p o r c u a n t o s l o escuchen y estén e n d i s p o s i c i ó n de d i s c r e p a r respecto de l a versión r e c i b i d a . E l j u e g o se
hace i n t e r m i n a b l e y el l e c t o r implícito e n el t e x t o t a m b i é n t i e n e
su p a r t e e n él.
H a y además u n r e q u e r i r a l a m e m o r i a a j e n a p a r a q u e se const r u y a a p a r t i r de ella u n a h i s t o r i a v i v i d a . A s í v e m o s c ó m o e l c a p i tán p r e g u n t a a l m o z o p o r su v i d a , q u i é n e r a , c ó m o se l l a m a b a
( p . 5 5 ) p a r a , s e g u i d a m e n t e , i n t e r v e n i r l a d o n c e l l a q u e q u i e r e sab e r de él y él de ella. T a u r i s a r e l a t a l a v i d a de A u r i s t e l a e n c i f r a
( p . 56) y l u e g o P e r i a n d r o r e c o n s t r u y e su h i s t o r i a ( p . 5 9 ) . Esa técn i c a de v u e l t a h a c i a el pasado v a a ser c o m o u n a d e v a n a d e r a p e r m a n e n t e m e n t e t r a b a j a d a p o r cada personaje c o m o c o n s t r u c t o r de
su p r o p i o r e l a t o , t r a s l a d a n d o h a c i a el presente el r e c u e r d o d e t a l l a d o y m i n u c i o s o de su v i d a .
L a m e m o r i a es alusión ( p . 158), silencio y o l v i d o . U n o s r e c u e r d o s d e p l a z a n a o t r o s , pues c o m o r e c u e r d a el p r o p i o A r n a l d o ,
l a m e m o r i a sí o c u p a l u g a r :
5
Las desgracias que has pasado, hermosa Auristela, te habrán llevado de la m e m o r i a las que tenías en obligación de acordarte dellas,
entre las cuales querría que hubiesen borrado della a mí mesmo,
que con sola la imaginación de pensar que algún tiempo he estado
en ella, viviría contento, pues no puede haber olvido de aquello de
quien no se ha tenido acuerdo. E l olvido presente cae sobre la mem o r i a del acuerdo pasado (p. 127).
L a m e m o r i a c o m o f a c u l t a d a n í m i c a aparece l i g a d a estrecham e n t e e n el Persiles a l a v o l u n t a d y a l e n t e n d i m i e n t o e n el m a r c o
a l e g ó r i c o e n el q u e se sitúa a los p r o t a g o n i s t a s . T é n g a s e e n c u e n t a a d e m á s q u e c o m o señala, e n t r e otros m u c h o s , L ó p e z P i n c i a n o , s i g u i e n d o el De anima y l a Etica de Aristóteles, l a m e m o r i a es
u n a de las c u a t r o potencias i n t e r i o r e s d e l h o m b r e , j u n t o a l s e n t i d o c o m ú n , l a i m a g i n a c i ó n y l a e s t i m a t i v a . P a r a el p r e c e p t i s t a , l a
m e m o r i a y el e n t e n d i m i e n t o t i e n e n c o m o finalidad l a distinción
5
V é a s e Los trabajos, p. 1 5 9 , n . 1 4 3 .
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625
PERSILES
ARTE NARRATIVO D E L
e n t r e l o v e r d a d e r o y l o falso y a m b o s v a n l i g a d o s a l a sabiduría,
al a r t e , a l a c i e n c i a y a l a p r u d e n c i a .
L a s ideas m é d i c a s de Aristóteles y G a l e n o sobre l a m e m o r i a
f u e r o n a m p l i a m e n t e discutidas p o r H u a r t e de San J u a n e n su Examen de ingenios. E n él se debate l a relación c o n el e n t e n d i m i e n t o
y l a i m a g i n a t i v a , los a u x i l i o s q u e se p r e s t a n y las d i f e r e n c i a s y
oposiciones q u e m a n t i e n e n . L a m e m o r i a q u e p a r a G a l e n o e r a
6
7
6
L Ó P E Z P I N C I A N O , Philosophía antigua poética, e d . A l f r e d o C a r b a l l o P i c a z o ,
C S I C - I n s t i t u t o M i g u e l de C e r v a n t e s , M a d r i d , 1 9 7 3 , t. 1, p p . 3 6 , 4 7 , 6 5 y 7 1 .
P a r a este p r e c e p t i s t a , l a m e m o r i a " n o es o t r a c o s a q u e u n a representación de
l a c a r a a u s e n t e , p o r l a p r e s e n c i a de s u i m a g e n , c o n d i f e r e n c i a d e t i e m p o p a s a d o [. . . ] " . E n este p r o c e s o d e captación, d i s c e r n i m i e n t o , j u i c i o , imaginación
y m e m o r i a j u e g a n u n p a p e l f u n d a m e n t a l los c i n c o s e n t i d o s e x t e r i o r e s . L a m e m o r i a s o b r e v i v e a l h o m b r e , según P i n c i a n o ( p . 7 1 ) y c o r r o b o r a e l Persiles. P a r a s u relación c o n e l e n t e n d i m i e n t o y l a v o l u n t a d , véanse l a s p p . 7 0 - 7 2 . S o b r e
las
p o t e n c i a s d e l a l m a p. 1 9 2 , y 4 2 6 p a r a l a s u t i l i z a d a s p o r los p r o t a g o n i s t a s
e n s u m u t u o a m o r . E n t e n d i m i e n t o y m e m o r i a s i r v e n p a r a d i s t i n g u i r lo v e r d a d e r o de lo falso y v a n l i g a d o s además a l a sabiduría, a l a r t e , a l a c i e n c i a y
a l a p r u d e n c i a . C f . C . S . L E W I S , La imagen del mundo,
A . Bosch, Barcelona,
p p . 1 2 3 ss. P a r a l a m e m o r i a c o m o p a r t e v i v a d e l a l m a y s u tradición
1980,
d e s d e S a n Agustín y S a n t o T o m á s , véase O T I S H . G R E E N , España y la tradición occidental, G r e d o s , M a d r i d , 1 9 6 9 , t. 1, p p . 6 8 - 7 3 p a s s i m , y t. 2 , p. 1 8 2 . P a r a
l a m e m o r i a c o m o p a r t e d e l a s tres f a c u l t a d e s d e l a l m a e n l a o b r a c e r v a n t i n a ,
véase el c a p . 5 d e l e s t u d i o de J O H N
G.
The substanceof
WEIGER,
Cervantes,
C a m b r i d g e University Press, Cambridge, 1 9 8 5 , pp. 1 3 4 - 1 6 4 .
7
1976,
C f . H U A R T E D E S A N J U A N , Examen
p p . 1 2 7 ss.;y
de ingenios, E d i t . N a c i o n a l , M a d r i d ,
p a r a el s e n t i d o c o m ú n y l a r e m i n i s c e n c i a , p. 1 3 5 . H u a r t e
d i s c u t e a Aristóteles sobre si l a r e m i n i s c e n c i a es o n o d i s t i n t a a l a m e m o r i a
y s o s t i e n e q u e aquélla es c o n t r a r i a a l e n t e n d i m i e n t o , p e r o d e b e ser a s i s t i d a p o r
l a i m a g i n a t i v a ( p . 1 4 2 ) . S o b r e l a s d i f e r e n c i a s e n t r e a m b a s y sobre el p a p e l de
" l i b r o d e l a m e m o r i a " d e l p o e t a e n l a p r o p i a creación l i t e r a r i a , véase P A U L
Z U M T H O R , La lettre et la voix, E d s . d u S e u i l , P a r i s , 1 9 8 3 , p p . 1 5 5 - 1 5 6 . D e l a
m e m o r i a e m a n a " l a cohérence d ' u n e i n s c r i p t i o n de l ' h o m m e et de s o n h i s t o i re,
p e r s o n n e l l e et c o l l e c t i v e , d a n s l a réalité d u d e s t í n " . V é a s e también, d e l
m i s m o a u t o r , el capítulo " D u r é e et m é m o i r e " , Introduction a lapoésie órale, E d s .
du
S e u i l , P a r i s , 1 9 8 0 , p p . 2 4 5 - 2 6 1 . U n d e t a l l a d o análisis d e l a m e m o r i a e n
H u a r t e es el de M . D E I R I A R T E , El doctor Huarte de San Juan y su Examen
c<
ingenios''.
pp.
de
Contribución a la historia déla psicología diferencial, C S I C , M a d r i d ' , 1 9 4 8 ,
212-213,
236, 239-240, 291-292,
r e f e r e n c i a a l Quijote),
3 0 7 , 3 2 5 (con
y 3 5 4 . H u a r t e i n t r o d u j o c a m b i o s a este respecto e n l a 2
A
352
e d . de s u o b r a , h a -
b l a n d o de l a p a s i v i d a d d e l a m e m o r i a . S o b r e l a m e m o r i a e n H u a r t e , véase
M A R C FUMAROLI,
L'Age
de Veloquence.
Rhétorique et res literaria"
e(
de la Renais-
sance au seuil de Vépoque classique, D r o z , G e n é v e , 1 9 8 0 , p p . 1 2 7 - 1 3 4 . E n este est u d i o h a y i n t e r e s a n t e s o b s e r v a c i o n e s sobre l a aplicación d e l a r t e de l a m e m o r i a e n l a d o c t r i n a c r i s t i a n a , según u n i t i n e r a r i o de loci q u e c o n d u c e a D i o s .
A s u n t o c a p i t a l p a r a el Persiles. L o s jesuítas de l a p r i m e r a m i t a d d e l x v n u t i l i -
AURORA
626
NRFH,
EGIDO
XXXVIII
u n a r c a e n l a que se g u a r d a l o q u e le e c h e n , n o es b a s t a n t e , sin
e m b a r g o , p a r a e s c r i b i r l i b r o s , según o p i n a H u a r t e , pues se n e cesita de l a i m a g i n a t i v a p a r a salir d e l c a m i n o h o l l a d o p o r o t r o s
y d e s c u b r i r algo n u e v o . L a m e m o r i a sin l a i m a g i n a t i v a n o es n a d a p a r a artes que c o m o l a p o e s í a necesitan de e l l a . H u a r t e d i c e
a b i e r t a m e n t e que el Orlando, " e l " B o s c á n o l a Diana de M o n t e m a y o r son obras de i m a g i n a t i v a . A s p e c t o de g r a n interés a l a
h o r a de considerar el Persiles, o b r a en l a que vemos hasta qué p u n t o
el a l m a c é n de l a m e m o r i a y c u a n t o en ella se c o n t i e n e es r e c r e a d o
c o n s t a n t e m e n t e p o r las v i r t u d e s de l a e l o c u e n c i a , de l a poesía o
de l a a g u d e z a de u n o s n a r r a d o r e s q u e se a p o y a n c o n s t a n t e m e n t e
en la inventiva. Porque como demuestra Periandro, hay muchas
f o r m a s de c o n t a r u n a m i s m a h i s t o r i a .
T o d o ello c o n l l e v a u n a a m p l i a función ética, a d e m á s de estét i c a , íntimamente l i g a d a con l a m e t a final h a c i a l a q u e c a m i n a n
los héroes. L a m e m o r i a del c r i s t i a n o , v a l e d e c i r , su i d e n t i d a d com o t a l , es básica e n el proceso r e d e n c i o n a l que l o hace c a m i n a r
pese a t o d o h a c i a l a c i u d a d de D i o s . D e los m u c h o s p r i n c i p i o s
q u e desecha y t a c h a l a p l u m a de P e r i a n d r o tras seis b o r r a d o r e s
8
9
1 0
1 1
z a r o n l a técnica de l a composición de l u g a r e s e n s u s l i b r o s —galerías q u e c o n figuraban
el t e m p l o de l a m e m o r i a c r i s t i a n a . V é a s e , además, p p . 377
Examen
8
de ingenios, p.
ss.
131.
" C o n v i e n e que h a y a e n las letras h u m a n a s algunos ingenios c a p r i c h o -
9
sos q u e d e s c u b r a n a los e n t e n d i m i e n t o s a v i l e s n u e v o s secretos de l a n a t u r a l e ibid.,
za",
1 0
Ibid.,
p.
132.
p p . 1 2 0 - 1 2 1 . P a r a l a poesía, l a e l o c u e n c i a y l a música se n e c e s i -
ta l a i m a g i n a t i v a , a u n q u e h a y a c i e n c i a s p a r a las q u e l a m e m o r i a es f u n d a m e n t a l ,
c o m o es el c a s o de l a teología o l a abogacía ( p . 164). P a r a l a r e f e r e n c i a a l a s
o b r a s c i t a d a s cf. p. 165, y p. 170 p a r a l a música. H U A R T E ,
c o m o Aristóteles
y c o m o v e m o s q u e creía también C e r v a n t e s , h a b l a d e l l u g a r q u e o c u p a n l a s
c o s a s a l m a c e n a d a s e n l a m e m o r i a , de ahí q u e los jóvenes s e a n más p r o p i c i o s
a l a retención q u e los m a y o r e s c u y o c e r e b r o está lleno d e l l a r g o d i s c u r s o de
sus
v i d a s ( p . 7 4 ) . T é n g a s e e n c u e n t a q u e e n l a retórica clásica, l a imago es l a
q u e r e v i s t e el objeto c o n a y u d a de l a fantasía. H a b í a imagines de p e n s a m i e n t o
y d e formulación lingüística, s i e n d o l a s más efectivas a q u e l l a s q u e se b a s a n
en
l a f u e r z a plástica o patética. P a r a estos aspectos de l a m e m o r i a , cf.
L A U S B E R G , Manual
1 1
vantes
3
de retórica literaria, G r e d o s , M a d r i d ,
H.
1966.
S o b r e los aspectos r e l i g i o s o s de l a o b r a , cf. A L B A N K . F O R C I O N E ,
Cer-
christian romances, p . 3 1 , d o n d e señala q u e l a e s t r u c t u r a d e l Persiles está
a n i m a d a p o r l a tradición bíblica de l a búsqueda d e l paraíso p e r d i d o y de l a
c i u d a d de D i o s , e j e m p l i f i c a d a e n e s a R o m a o N u e v a Jerusalén q u e es l a m e t a
d e los p r o t a g o n i s t a s . A u r i s t e l a r e c u e r d a también a P e r i a n d r o l a n e c e s i d a d de
q u e e l l a v i v a p e r p e t u a m e n t e e n s u m e m o r i a p a r a q u e así ésta no p u e d a ser
o c u p a d a por ajenas hermosuras (p.
166).
NRFH,
XXXVIII
ARTE NARRATIVO DEL
PERSILES
627
d e s e s t i m a d o s , q u e d a a l final l a constatación a A u r i s t e l a de q u e
d e b e c o n s i d e r a r quién es e l l a y r e c o r d a r quién es él, p o r q u e en
esa afirmación de a m b o s y en ese recuerdo constante podrán asent a r l a p r o s e c u c i ó n de su v i a j e y c u m p l i m i e n t o de su v o t o ( p . 188).
C l a r o q u e " l a s obligaciones de l a m e m o r i a " p u e d e n ser b o r r a d a s
p o r los s u f r i m i e n t o s ( p p . 77 y 127), p o r l a visión de l a h e r m o s u r a
y p o r los efectos d e l v i n o q u e t r a s t o r n a hasta los e n t e n d i m i e n t o s
m á s v i v o s ( p . 2 3 7 ) . P o r q u e t a m b i é n existe l a m e m o r i a n e g a t i v a ,
a q u e l l a q u e se c i m e n t a e n los v i c i o s , c o m o l a q u e r o d e a l a f a m a
de l a i m p ú d i c a R o s a m u n d a ( p . 188) y q u e parecería m e j o r n o h a b e r h e c h o pública c o n l a p l u m a veloz y l a l e n g u a l i b r e d e l m a l d i ciente C l o d i o .
L a m e m o r i a de l a h e r m o s u r a l u c h a e n el último t r a m o de l a
o b r a e n el a l m a d e l d u q u e de N e m o u r s c o n l a evidencia q u e m u e s t r a n e n A u r i s t e l a los estragos de l a e n f e r m e d a d q u e v a a s e r v i r
de p r u e b a d e f i n i t i v a p a r a el v e r d a d e r o a m a d o r . E n P e r i a n d r o , p o r
el c o n t r a r i o , l a firmeza de su b e l l a i m a g e n , g r a b a d a en el a l m a
c o m o su c e n t r o ( p . 4 2 3 ) , n o le d e j a b a v e r l a f e a l d a d e n el r o s t r o
de l a d o n c e l l a p o s t r a d a , p e r s e v e r a n d o así c o n t r a l a f o r t u n a y c o n t r a l a m i s m a m u e r t e en su fidelidad ( p p . 4 5 4 - 4 5 5 ) . L a h u e l l a neoplatónica e n t o d o l o r e f e r i d o a l a m e m o r i a a m o r o s a es e v i d e n t e .
E l a l m a c u s t o d i a l a idea y su e v i d e n c i a es más f u e r t e y d u r a d e r a
q u e l a efímera r e a l i d a d q u e r e p r e s e n t a . A l o l a r g o de l a o b r a m e n u d e a n los e j e m p l o s de esa p i n t u r a m e n t a l g r a b a d a e n el a l m a
p a r a s i e m p r e ( p . 1 0 0 ) . E l a m o r aparece así c o m o u n a c o n c e p c i ó n hiperbólica y m a g n i f i c a d a de l a i m a g e n i n i c i a l , según dice
la p r o p i a A u r i s t e l a :
12
Esta p i n t u r a me la grabó en el alma, y yo inadvertida dejé que me
la grabase, sin hacerle resistencia alguna, y así poco a poco vine a
quererle, a amarle y aun a adorarle, como he dicho (p. 171) .
13
1 2
HUARTEDE
SAN JUAN,
op.
cit.,
pp.
141-142,
c o m p a r a el p r o c e s o de
la
memorización c o n e l de l a e s c r i t u r a , c o s a m u y frecuente e n l a s artes m e m o r a t i v a s , c o m o señalé e n " E l a r t e d e l a m e m o r i a y El Criticón".
P a r a él, l a i m a g i -
n a t i v a p e r c i b e " e n l a m i s m a proporción q u e tiene el p a p e l b l a n c o y liso c o n
el q u e h a d e e s c r i b i r \ " L a i m a g i n a t i v a e s c r i b e e n l a m e m o r i a l a s figuras de
,
las c o s a s q u e c o n o c i e r o n los c i n c o s e n t i d o s y el e n t e n d i m i e n t o , y otras q u e e l l a
m i s m a fabrica'' (pp. 141 y 142).
nix de Minerva,
T a m b i é n V E L Á Z Q U E Z D E A Z E V E D O e n s u Fé-
f. 3 v ° , r e l a c i o n a l a m e m o r i a c o n l a s demás p o t e n c i a s anímicas
y l a e l e v a d i c i e n d o q u e l a m e m o r i a a s e m e j a el h o m b r e a D i o s . S o b r e l a m e m o ria del d u q u e de N e m o u r s q u e g u a r d a h a s t a l a m u e r t e el retrato i d e a l de A u r i s t e l a e n s u corazón, véase el Per siles, p . 4 2 0 .
1 3
L a p i n t u r a d e l a a m a d a o el a m a d o e n el a l m a d e l a m a d o r es i m a g e n
AURORA
628
NRFH,
EGIDO
XXXVIII
L a m e m o r i a de P e r i a n d r o e n A u r i s t e l a y de ésta e n aquél asegurará, e n d e f i n i t i v a , l a fidelidad a u n servicio a m o r o s o y l a b ú s q u e d a d e l n o r t e m o r a l que les salvará en l a unión m a r i t a l y c r i s t i a n a de su d e s t i n o e n R o m a . L a m e m o r i a f o m e n t a l a i r a ( p . 3 8 0 )
y h a s t a suscita l a v e n g a n z a , p e r o en el m a r c o de las historias a m o rosas, y al m a r g e n de otras connotaciones, presenta s i e m p r e el esq u e m a neoplatónico de l a i m a g e n d e l ser a m a d o i m p r e s a en el a l m a d e l a m a d o r p a r a que éste j a m á s p u e d a a p a r t a r l a de sí ( p p . 4 0 5 4 0 6 ) . A r n a l d o confrontará el r e t r a t o de A u r i s t e l a c o n a q u e l q u e
él m i s m o trasladó d e l o r i g i n a l a sus a d e n t r o s ( p . 4 2 3 ) , a u n q u e t a les retratos p u e d a b o r r a r l o s , s i n d u d a , l a fuerza del desdén; sobre
t o d o e n los p r i n c i p i o s , p o r q u e l u e g o q u e el a m o r t o m a posesión
d e l a l m a , esos desdenes t r a b a j a n c o m o espuelas ( p . 4 2 5 ) .
C e r v a n t e s conecta t a m b i é n l a m e m o r i a c o n el s u e ñ o , p a r a r e f l e j a r los efectos q u e l a i m a g i n a c i ó n p r o d u c e c o n t a n t a v e h e m e n cia q u e q u e d a n fijados e n l a m e m o r i a c o m o si fuesen v e r d a d e r o s .
1 4
1 5
r e p e t i d a e n La Galatea, c o n c l a r a s r e m i n i s c e n c i a s neoplatónicas. A u n q u e el a m o r
e n t e n d i d o también c o m o e n f e r m e d a d y c o m o l o c u r a , a l m o d o escolástico, l l e v a a l a pérdida de l a m e m o r i a a los p a s t o r e s m e m o r i o s o s de e s t a n o v e l a p a s t o ril.
V é a s e l a e d . de J U A N
1961,
BAUTISTA
AVALLE-ARCE,
Espasa-Calpe, Madrid,
p. 7 2 , e n t r e otros e j e m p l o s . E l más c u r i o s o es el caso d e l e n a m o r a d o
S i l e r i o ( l i b . I I I ) q u e tiene u n a m e m o r i a p r o d i g i o s a y se o l v i d a , s i n e m b a r g o ,
de p o n e r s e l a t o c a b l a n c a q u e prometió a Nísida c a u s a n d o c o n ello l a d e s g r a cia.
V é a s e e n el Persiles (pp.
4 0 5 - 4 0 6 ) cómo Isabela C a s t r u c h a describe su e n a -
m o r a m i e n t o c o n l a i m a g e n fija d e l a m a d o e n l a m e m o r i a ; cf. también p. 4 2 3 .
1 4
L a m e m o r i a se c o n v i e r t e e n el estribo de l a fidelidad a m o r o s a y d e l a
fe c r i s t i a n a q u e i m p u l s a a los p r o t a g o n i s t a s a l a consecución de sus fines. P a s a d o y f u t u r o se e n t r e c r u z a n p o r ello, c o m o l a e s t r u c t u r a n a r r a t i v a y l a
filoso-
fía d e l a c a d e n a d e l s e r , sobre l a q u e A V A L L E - A R C E h a i n s i s t i d o e n l a i n t r o ducción c i t a d a de Los trabajos y e n Suma cervantina,
eds. A v a l l e - A r c e y E . C .
R i l e y , T a m e s i s B o o k s , L o n d o n , 1 9 7 3 , p p . 2 0 6 ss. P a r a otras i m p l i c a c i o n e s de
l a c a d e n a d e l s e r , véase O T I S H . G R E E N , op. cit., t. 2 , p p . 2 3 ss. V é a s e a d e m á s A L B A N K . F O R C I O N E , Cervantes' christian romance, p. 1 4 2 , y A N N
R E , " C e r v a n t e s a n d S t . A u g u s t i n e " , Month,
LIVERMO-
1 9 6 1 , núm. 2 1 2 , 2 6 1 - 2 7 7 . Tén-
gase e n c u e n t a l a p e r s p e c t i v a q u e l a m e m o r i a c o b r a e n La ciudad de Dios (lib. 2 2 )
a g u s t i n i a n a , d o n d e los s a n t u a r i o s y los s e p u l c r o s de los mártires a p a r e c e n c o m o loculus o u r n a d e los h o m b r e s q u e v i v e n a n t e D i o s . L a I g l e s i a homologó
históricamente l a p a l a b r a memoria c o n el t e m p l o , c o n l a s e x e q u i a s , c o n el a l t a r ,
c o n e l s a c r a m e n t o eucarístico, y e n fin, c o n todo c u a n t o r e m i t i e s e a l a p r e s e n c i a d e D i o s . L a m e m o r i a de D i o s y l a d o c t r i n a c r i s t i a n a a p a r e c e n a l final d e l
Per siles, p. 4 5 9 .
1 5
E n éste, c o m o e n otros p u n t o s , C e r v a n t e s m u e s t r a los v a l o r e s p o s i t i -
v o s y n e g a t i v o s d e l a m e m o r i a , según esté o n o s o m e t i d a a l a razón. L a tesis
neoplatónica q u e fija l a idea d e l s e r a m a d o e n el a l m a d e l a m a d o r es el m e j o r
antídoto c o n t r a el o l v i d o .
NRFH,
XXXVIII
ARTE NARRATIVO DEL
PERSILES
629
E s a o t r a v e r d a d de los sueños f a b r i c a d o s c o n los residuos d e l r e c u e r d o q u e d a , sin e m b a r g o , constatada c o m o p u r a ilusión, sin o t r a
r e a l i d a d q u e l a q u e h a b i t a l a m e n t e d e l q u e sueña. P e r o su a p a r i e n c i a a m b i g u a y confusa hace d u d a r si quienes c u e n t a n l o s o ñ a d o n o d e s v e l a n su o r i g e n hasta el final, c o n f u n d i e n d o a l a u d i t o r i o
con l a m e m o r i a engañosa:
De tal manera —respondió Auristela — ha contado su sueño m i
hermano, que me iba haciendo dudar si era verdad o no lo que decía.
A l o que añadió M a u r i c i o :
—Essas son fuerzas de l a imaginación, en quien suelen representarse las cosas con tanta vehemencia, que se aprenden de la m e m o r i a , de manera que quedan en ella, siendo mentiras, como si fueran
verdades (p. 244).
N i q u é d e c i r t i e n e q u e el proceso o n í r i c o c o r r e así parejas c o n
el p a p e l q u e l a m e m o r i a ofrece e n el de l a p r o p i a creación l i t e r a r i a . N o e n v a n o l a tradición aristotélica fijaba el sueño en l a r e g i ó n de los y a m e n c i o n a d o s sentidos i n t e r i o r e s , s i n las a t a d u r a s
d e l c u e r p o y sus sentidos e x t e r n o s , y p o r l o t a n t o l a m e m o r i a y
l a i m a g i n a t i v a p o d í a n t r a n s i t a r allí l i b r e m e n t e .
S o n m u c h a s las técnicas n a r r a t i v a s i m p l i c a d a s e n el arte de
l a m e m o r i a . A s í , p a r a r e t o m a r el h i l o de u n a h i s t o r i a el n a r r a d o r
d e b e r e p e t i r p a r t e de l o y a d i c h o y f a c i l i t a r el enlace p o r m e d i o
d e l recuerdo ( p . 221). C l a r o que estos usos conscientes, tantas veces
r e p e t i d o s e n La Galatea, se m e z c l a n e n el Persiles c o n las i m p r o v i saciones de l a m e m o r i a que asalta de r e p e n t e ( p . 213) o c o n su
u s o i r ó n i c o , d e n t r o de l a o r a l i d a d q u e l e x i c a l i z a b a a n t e los o y e n tes los términos d e l discurso ( " o l v i d a b a de d e c i r o s " , p . 2 3 9 ) . E l
n a r r a d o r d e j a además t r a s l u c i r los entresijos de su p r o p i a m e m o r i a q u e actúa c o m o p r u e b a verídica e n l a relación de a l g o , c o m o
c u a n d o asegura q u e a veces n o g u a r d a n c o r r e s p o n d e n c i a las c a u sas c o n los efectos, pues u n h o m b r e t i e m b l a , t a l v e z , a l v e r u n
r a t ó n ; y lo c e r t i f i c a c o n l a ironía de u n " y o le he v i s t o t e m b l a r
de v e r c o r t a r u n r á b a n o , y a o t r o he v i s t o l e v a n t a r s e de u n a mesa
de respeto p o r v e r p o n e r unas a c e i t u n a s " ( p . 178). E l y o d e l n a 1 6
1 6
S o b r e e l sueño c o m o operación e m p a r e n t a d a c o n l a creación l i t e r a r i a ,
véase m i artículo ' ' C e r v a n t e s y l a s p u e r t a s d e l sueño: sobre l a tradición e r a s m i s t a de u l t r a t u m b a e n el e p i s o d i o de l a C u e v a d e M o n t e s i n o s " , Studia in honorem Prof. Martín de Riquer,
Barcelona (en prensa).
AURORA
630
NRFH,
EGIDO
XXXVIII
r r a d o r aflora constantemente, m a n t e n i e n d o u n diálogo p e r m a n e n t e
c o n el l e c t o r implícito. N o s r e f e r i m o s t a n t o al p r i n c i p a l c o m o a
los p r o p i c i a d o s c o n s t a n t e m e n t e p o r el e j e r c i c i o de l a analepsis.
L a m e m o r i a es, a d e m á s , selectiva y d a d o q u e e n e l ' p r o g r e s o
d e s t a h i s t o r i a " de Persiles y S i g i s m u n d a t o d o se les v a e n r e m e m o r a c i o n e s , el n a r r a d o r debe e l u d i r historias y a contadas p a r a e v i tar r e p e t i c i o n e s ( p . 4 5 3 ) y o m i t i r t o d o a q u e l l o q u e n o es de sust a n c i a p a r a su o b j e t i v o . P e r o , p o r o t r o l a d o , l a m e m o r i a es t a m bién d e l a t o r a y sirve p a r a r e c o n s t r u i r hechos, con técnicas n o e x e n tas de ironía, c o m o l a q u e u s a n a n t e el alcalde los ' i n s i g n e s " est u d i a n t e s q u e se h a c e n pasar p o r c a u t i v o s p a r a l i b r a r s e de c o n f e sar su falso c a u t i v e r i o .
C e r v a n t e s n o sólo se apropió de las técnicas memorísticas u s u a les e n el r e l a t o o r a l , sino q u e t o m ó los q u e l a retórica clásica o f r e cía e n su d o b l e uso de l u g a r e s e imágenes p a r a t r a z a r l a c o m p o s i c i ó n de su o b r a . Sabida es l a i m p o r t a n c i a que l a topografía tiene
e n e l l a , c o n su despliegue de c o n o c i m i e n t o s basados — s o b r e t o d o
e n los episodios n ó r d i c o s — m á s e n l a erudición q u e e n el c o n o c i 6
4
17
1 8
1 7
S o b r e ese c a s i " e n t r e m é s " de los c a u t i v o s y s u s analogías c o n el " R e -
t a b l o de m a e s e P e d r o " , véase A . K . F O R C I O N E , Cervantes
3
christian
romance,
p p . 170 ss., d o n d e se señalan l a s c o n f r o n t a c i o n e s a q u e el a u t o r s o m e t e a l a r t i s t a n a r r a d o r y a l a u d i t o r i o p a r a p l a n t e a r así el p r o b l e m a de l a v e r o s i m i l i t u d
y el de l a credibilidad. E . C . R I L E Y ,
Teoría de la novela. . . , p p . 6 0 - 6 1 , señala
los p r e c e d e n t e s d e l a u d i t o r i o q u e e s c u c h a y c o m e n t a . S o b r e ello, véase t a m bién m i artículo " E l s o s e g a d o y m a r a v i l l o s o s i l e n c i o de La
GalateaAnthropos
( e n p r e n s a ) . L a n o v e l a c o r t e s a n a y de corte académico, c o m o se s a b e , f a v o r e ció e s t a disposición de u n a u d i t o r i o c o n v e r t i d o e n j u e z y p a r t e .
1 8
L a s retóricas españolas e n latín y r o m a n c e a b u n d a n , c o m o l a s clásicas
( C i c e r ó n , Q u i n t i l i a n o , l a Ad Herennium)
e n el arte de l a m e m o r i a c o m o p a r t e
f u n d a m e n t a l de l a s m i s m a s , según y a señalé e n m i artículo c i t a d o " E l a r t e
d e l a m e m o r i a y El Criticón".
T a m b i é n los t r a t a d o s de m e d i c i n a se o c u p a b a n
d e e l l a , y los de filosofía, c o m o señala J u a n de A g u i l e r a ; cf. V I C E N T E M U Ñ O Z
D E L G A D O , " J u a n de A g u i l e r a ( f 1 5 6 0 - 1 5 6 1 ) y s u Ars memorativa ( 1 5 3 6 ) " , Cuadernos de Historia de la Medicina Española, S a l a m a n c a , X I V ,
175-190 ( 1 9 7 5 ) , 1-18.
C e r v a n t e s e n el Persiles p a r e c e c o n c o r d a r c o n las retóricas q u e , c o m o l a de A g u i l e r a , r e c o m e n d a b a n a b u n d a n c i a de l u g a r e s diferentes y de imágenes a c o r d e s
c o n ellos y d i f e r e n c i a d a s . Téngase e n c u e n t a q u e l a s imágenes podían s e r de
p a l a b r a s , cosas o p e r s o n a s . T a m b i é n s o n f u n d a m e n t a l e s l a s c i e n c i a s , l a s a r t e s
l i b e r a l e s y l a s v i r t u d e s , así c o m o l a emblemática. L a s i n g u l a r i d a d y lo s o r p r e n d e n t e d e l a s figuras h u m a n a s e r a , p a r a A g u i l e r a c o m o p a r a el a u t o r de l a Ad
Herenniun,
básica p a r a m e j o r r e c o r d a r . E x t r e m o q u e c o r r o b o r a también el Per-
siles. J U A N V E L Á Z Q U E Z D E A Z E V E D O e n El fénix de Minerva,
da,
p p . 59 ss., r e c o m i e n -
además de v a r i e d a d de l u g a r e s , el u s o de imágenes móviles e inmóviles
p a r a f a v o r e c e r el r e c u e r d o . L a s móviles dinamizarían, s i n d u d a , e l d i s c u r s o
e n e l a r t e de n o v e l a r .
NRFH,
XXXVIII
PERSILES
ARTE NARRATIVO DEL
631
m i e n t o d i r e c t o . C l a r o q u e e n esto cabe r e c o r d a r l o q u e el a u t o r
d i c e e n el Per siles:
1 9
las lecciones de los libros muchas veces hacen más cierta la
riencia de las cosas, que no la tienen los mismos que las h a n
a causa que el que vee con atención, repara u n a y muchas
en lo que va leyendo, y el que m i r a sin ella, no repara nada,
esto excede a la lección la vista (p. 328).
expevisto,
veces
y con
C e r v a n t e s crea l u g a r e s sobre el m a p a de l a e s c r i t u r a , p a r t i e n d o de unos c o n o c i m i e n t o s librescos q u e a p o y a n su v e r a c i d a d . A u n
así e l p u n t o de m i r a u t i l i z a d o f a c i l i t a l a recreación mítica, c o m o
es e l caso de su p i n t u r a de N o r u e g a q u e l a d i f u n d i ó a d e m á s c o m o
s í m b o l o de h i e l o s y o s c u r i d a d ( p p . 9 2 - 9 3 ) . T o d a l a n o v e l a se
a p o y a e n l a p i n t u r a d e l l u g a r , t a l y c o m o l a retórica sugería e n
el Initium a re, p r e v i a a l a disposición de las figuras q u e e n t r a n
en escena ( p . 8 0 ) . E l l u g a r c o m o m a r c o de l a acción v i v i d a o c o n t a d a es c o n s t a n t e , y a sea r e c r e a n d o l a topografía de las cuevas e n
los i n i c i o s d e l l i b r o p r i m e r o , y a e n el despliegue d e s c r i p t i v o de
la c i u d a d de R o m a . Esa m i s m a técnica o c u p a las escenas marítimas. E l detalle de las p a r t e s de los esquifes o de los b i e n aderezados n a v i o s sirve de p r ó l o g o a las a v e n t u r a s q u e en ellos t i e n e n l u gar, p e r o s i e m p r e e n u n c o n t e x t o d i n á m i c o q u e poco t i e n e q u e
ver c o n los loci retóricos y su t o p i c i d a d . L o s l u g a r e s c o n n o t a n
a d e m á s u n s i m b o l i s m o alegórico y e v o l u t i v o q u e , c o m o l a p r o p i a
2 0
2 1
1 9
S o b r e e l l o , cf. R I C A R D O B E L T R Á N Y R Ó Z P I D E ,
" L a p e r i c i a geográfica de
C e r v a n t e s d e m o s t r a d a c o n l a h i s t o r i a de los Trabajos de Per siles y
Revista
Sigismundo",
de Segunda Enseñanza, M a d r i d , 4 ( 1 9 2 6 ) , 1 4 8 - 1 6 1 ; J . B A B E L O N ,
v a n t e s y lo m a r a v i l l o s o n ó r d i c o " , Homenajea
"Cer-
Cervantes, Cuadernos de ínsula, M a -
d r i d , 1 9 4 7 , n ú m . 1, p p . 1 1 7 - 1 3 0 . V é a s e además de L E I F S L E T S J Ó E , " C e r v a n T o r q u e m a d a y O l a o M a g n o " , ACer,
tes,
2 c r
Cf. AMÉRICO CASTRO,
8 (1959-60), 139-150.
" N o r u e g a , símbolo de l a o s c u r i d a d " , RFE,
6
( 1 9 1 9 ) , 1 8 4 - 1 8 6 y l a bibliografía añadida p o r A v a l l e - A r c e e n s u e d . de Los trabajos,
2 1
han
p. 92, nota 54.
A g u i l e r a , c o m o R o m b e r c h , P e d r o d e R a v e n a , A z e v e d o y otros q u e se
o c u p a d o d e l a r t e de l a m e m o r i a (cf. supra, n o t a 18) f o m e n t a r o n el u s o de
a l f a b e t o s v i s u a l e s y a s o c i a c i o n e s plásticas, numéricas y d e todo t i p o , así c o m o
un
cierto h e r m e t i s m o , particularmente rico en l a vertiente lulliana. C e r v a n -
tes,
s i n e m b a r g o , i n t e g r a todos los usos e n el c u e r p o n a r r a t i v o , s u p e r a n d o los
n i v e l e s p u r a m e n t e retóricos d e u n a tradición q u e aún late e n l a s Cartas eruditas
de Feijóo, y e n B o r g e s y E c o ,
AURORA
p o r c i t a r los casos más c e r c a n o s . V é a s e además
E G I D O , " T o p o g r a f í a y cronología e n La Galatea",
( c o o r d . ) , Lecciones cervantinas,
CAZAR,
en Aurora Egido
Z a r a g o z a , 1985, p p . 51-93.
AURORA
632
EGIDO
NRFH,
XXXVIII
g e o g r a f í a , les hace ser m u c h o m á s q u e m a r c o e n el q u e o p e r a n
los personajes.
E n ese aspecto, c o b r a u n a g r a n i m p o r t a n c i a l a m e m o r i a de
los lugares célebres, a c u y o r e c l a m o se i n v i t a a l l e c t o r p o r vía c o m p a r a t i v a p a r a establecer imágenes de s o b r e p u j a m i e n t o artístico o
p a r a r e c o r d a r h i s t o r i a s m i l a g r o s a s . Es el caso de t o d o s y c a d a u n o
de los s a n t u a r i o s y c i u d a d e s v i s i t a d a s h a s t a l l e g a r a R o m a . Allí
l a casa-museo de H i p ó l i t a celebrará, c o m o casa de l a m e m o r i a ,
e n el s e n t i d o r e n a c e n t i s t a y b a r r o c o , l a serie de los p i n t o r e s f a m o sos y de los j a r d i n e s a n t i g u o s c o n los q u e c o m p e t í a n las m a r a v i llas allí c o n t e n i d a s ( p p . 4 4 5 - 4 4 6 ) . L o s l u g a r e s a p e l a n a d e m á s a
l a f a m a de los v a r o n e s ilustres a c u y o n o m b r e v a n u n i d o s y así
o c u r r e c o n l a m e m o r i a de G a r e i l a s o a n t e T o l e d o , c o m o n o p o d í a
ser m e n o s e n el a u t o r de La Calatea, b i e n q u e t a m i z á n d o l a p o r
el r e c u e r d o de S a l i d o a o r i l l a s d e l T a j o ( p . 3 2 7 ) . P e r o l a m e m o r i a n o sólo afecta a l a h i s t o r i a de l a l i t e r a t u r a y d e l a r t e , s i n o ,
c o m o y a se h a a p u n t a d o , a l a de l a c r i s t i a n d a d . L u g a r e s e i m á g e nes sacras v a n u n i d o s e n l a alegoría c r i s t i a n a : l a d e l s a n t u a r i o de
G u a d a l u p e ( p . 305), la del Sagrario en T o l e d o , l a Verónica en
J a é n o l a V i r g e n de l a C a b e z a e n A n d ú j a r , q u e s u p e r a hasta las
fiestas de lá g e n t i l i d a d :
2 2
el lugar, la peña, la imagen, los milagros, y la infinita gente que
acude de cerca y lejos el solene día que he dicho le hacen famoso
en el m u n d o y célebre en España sobre cuantos lugares las más estendidas memorias se acuerdan (p. 315).
E l capítulo l l e v a l a c l a r a r e f e r e n c i a a l a m e m o r i a q u e consiste e n
fijarla p o r m e d i o de l u g a r e s . P e r o es e v i d e n t e q u e C e r v a n t e s , com o l a v i e j a p e r e g r i n a d e l c u e n t o , q u i e r e hacer b u l l i r ante los o y e n tes l a localización y las imágenes estáticas de l a m e m o r i a , d á n d o les v i d a :
2 2
L a m e m o r i a a n d a íntimamente l i g a d a c o n l a imitación d e los m o d e l o s
l i t e r a r i o s , p e r o también d e los m o d e l o s d e v i d a . Y e n este s e n t i d o , P e r i a n d r o
y - A m í s t e l a se c o n f i g u r a n e n clarísima e j e m p l a r i d a d m o r a l . S o b r e los m o d e l o s
l i t e r a r i o s de C e r v a n t e s , cf. E . C . R I L E Y , Teoría de la novela. . ., p p . 105 ss. C e r v a n t e s , c o m o D u a r t e , n o creía e n l a creación l i t e r a r i a b a s a d a únicamente e n
l a m e m o r i a d e los m o d e l o s , s i n o e n l a i n v e n t i v a q u e o b l i g a a d e s c u b r i r c a m i n o s n o t r i l l a d o s (cf. infra).
L a Etiópica también fue e l o g i a d a p o r c o n s e g u i r el
d e l e i t e " q u e p r o d u c e l a n o v e d a d de l a s cosas extrañas y llenas de a d m i r a c i ó n " ,
p. lxxix.
NRFH,
XXXVIII
ARTE NARRATIVO DEL
PERSILES
633
Bien quisiera yo, si fuera posible, sacarla de la imaginación, donde
la tengo fija, y pintárosla con palabras, y ponérosla delante de la
vista, para que, comprehendiéndola viérades la mucha razón que
tengo de alabárosla (p. 314).
L a o b r a m u e s t r a a d e m á s u n a c l a r a c o r r e s p o n d e n c i a e n t r e el
m e g a c o s m o s y el m i c r o c o s m o s , i n v i t a n d o a través de su c o s m o grafía n o v e l a d a a u n m e j o r e n t e n d i m i e n t o de l a función d e l h o m b r e e n el m u n d o y h a s t a a l a e x p o s i c i ó n de u n a topografía e u r o p e a q u e hace d e r i v a r de f o r m a encadenada los eslabones de l a g e n t i l i d a d h a c i a las n a c i o n e s c r i s t i a n a s .
D e n t r o de las técnicas c e r v a n t i n a s utilizadas p a r a a v i v a r l a m e m o r i a , a d e m á s de las referencias arquitectónicas y d e l uso de l u gares simbólicos (el j a r d í n , l a c u e v a , l a e r m i t a , el p a l a c i o , e t c . ) ,
l a p i n t u r a o c u p a u n espacio f u n d a m e n t a l e n el Per siles. T a n t o , q u e
d e n t r o de él, c o m o e n caja c h i n a , está el c u a d r o q u e c o n t i e n e t o d a l a n o v e l a , a d e m á s de c o n t e n e r l a c o m e d i a in nuce de Los trabajos
y los Aforismos p e r e g r i n o s q u e l a s i n t e t i z a n . Y a e n los i n i c i o s de
l a o b r a se nos p r e v i e n e de ese ' l i e n z o " q u e , p u e s t o a l a v i s t a de
q u i e n e s l o c o n t e m p l a n , v a a s e r v i r de l e c c i ó n v i s u a l de u n a h i s t o r i a c o n t a d a a p u n t a de v a r a ( p . 183). E l l i b r o t e r c e r o confirmará
ese l i e n z o c o n v e r t i d o e n l a plasmación v i s u a l de u n a h i s t o r i a a b r e v i a d a ( p p . 2 8 1 - 2 8 2 ) . A esas a l t u r a s , el c u a d r o sirve n o sólo c o m o
a y u d a a los n a r r a d o r e s p e r e g r i n o s q u e se servirán de él p a r a d a r
c u e n t a de su v i d a , sino a los lectores d e l Per siles q u e , a m i t a d de
j o r n a d a , pueden rememorarlo por entero, con la simple enumer a c i ó n de los l u g a r e s y las imágenes pasadas de los casos p r i n c i pales. Bastaba seguir las reglas que l a retórica clásica más elemental
p r e d i c a b a p a r a o b t e n e r el c u r s o c o m p l e t o de l o y a leído.
23
1
A u n lado pintó la isla Bárbara ardiendo en llamas y allí j u n t o la
isla de la prisión, y u n poco más desviado, la balsa o enmaderamiento donde le halló A r n a l d o cuando le llevó a su navio; en otra
parte estaba la Isla Nevada, donde el enamorado portugués perdió
la vida; luego la nave que los soldados de A r n a l d o taladraron; allí
j u n t o pintó la división del esquife y de la barca; allí. . . (pp. 281-282).
E l l i e n z o se c o n v i e r t e además e n recopilación q u e " l e s escusaba de c o n t a r su h i s t o r i a p o r m e n u d o " (ibid.) y e n u n e j e r c i c i o
2 3
P a r a l a tradición d e l a s imagines mundi, véase l a introducción de P e t e r
Dronke a BERNANDUS SILVESTRIS,
C.
S. LEWIS,
op.
cit.
Cosmographia,
E . J . Brill, Leiden, 1 9 7 8 , y
634
AURORA
EGIDO
NRFH,
XXXVIII
i n v e r t i d o de ékphrasis, p o r c u a n t o es l a h i s t o r i a n a r r a d a l a q u e se
h a c e c u a d r o y c u a d r o q u e es síntesis de ella. P e r o l u e g o , todas
y c u a n t a s veces se m u e s t r a el l i e n z o desplegado a l a c o n c u r r e n cia, e n c l a r a p r o y e c c i ó n catequética, será l a p a l a b r a l a q u e a su
vez r e c o n v i e r t a l a ékphrasis e n l o q u e es, descripción de u n o b j e t o
artístico, siendo el relato el que d i n a m i z a l a p i n t u r a dándole t i e m p o
y v i d a ( p p . 302 y 3 0 4 ) . E l c u a d r o a b r e v i a d o p u e d e ser s i e m p r e
a m p l i a d o p o r l a p a l a b r a q u e l o a g r a n d a y r e s t i t u y e a su v e r d a d ,
gracias a l e m p l e o de l a amplificación, c o m o hace A n t o n i o c u a n d o
r e c o n s t r u y e l a m e m o r i a de l a I s l a Bárbara ( p p . 3 4 0 - 3 4 1 ) , a sab i e n d a s de q u e l a p i n t u r a es efímera y h a y h i s t o r i a s q u e m e r e c e n
p e r p e t u a r s e e n láminas de b r o n c e , y l o q u e es m e j o r , " e n las m e m o r i a s de las gentes g r a b a d a s " ( p . 3 4 2 ) , pues es ahí d o n d e l a f a m a las fija y p e r p e t u a .
E l l i e n z o c u m p l e además o t r a s f u n c i o n e s , c o m o c u a n d o a p a rece l a S a n t a H e r m a n d a d y P e r i a n d r o y los suyos se salvan d e l
t o r m e n t o gracias a las p r u e b a s gráficas d e l m i s m o relatadas y d e c l a r a d a s p o r A n t o n i o . C e r v a n t e s fue m u y lejos e n los usos n a r r a t i v o s d e l a r t e . C l a r o q u e f r e n t e a l v e r d a d e r o l i e n z o de l a v e r d a d e r a h i s t o r i a de los auténticos p e r e g r i n o s , el Per siles o p o n e l a
p r e s e n c i a de los falsos c a u t i v o s q u e p e r e g r i n a n c o n l a m u e s t r a de
las figuras de u n p i n t a d o l i e n z o p a r a c o n t a r l a h i s t o r i a de sus e m belecos ( p . 3 4 3 ) . L a v e r d a d y l a m e n t i r a q u e d a n así constatadas
a través de este l i e n z o i n v e n t a d o de los c a u t i v o s d o n d e se c o n t i e n e e n b r e v e espacio, p o r e x i g e n c i a d e l a r t e ( " E s t e b a j e l q u e a q u í
veis r e d u c i d o a p e q u e ñ o , p o r q u e l o p i d e así l a p i n t u r a , es u n a g a l e o t a " , p . 3 4 4 ) , l a h i s t o r i a i n v e n t a d a de u n c a u t i v e r i o q u e n u n c a
existió más allá del p i n c e l y de l a l e n g u a que lo i n v e n t a r o n ( p . 344).
L a p i n t u r a , c o m o l a p a l a b r a , p u e d e ser a m p l i a d a o a b r e v i a d a
(p. 2 7 9 ) y t a m b i é n c o n t i e n e o m i s i o n e s y silencios ( p p . 3 4 0 - 3 4 1 ) ,
p e r o de ello n o d e p e n d e su v e r d a d . A ú n así n o d e j a de ser c u r i o s o
q u e el arte t r i u n f e p o r e n c i m a d e l e n g a ñ o . Y q u e l a g r a c i a y sent e n c i o s i d a d m o s t r a d a p o r los falsos c a u t i v o s los l i b r e de galeras
a n t e el j u i c i o s o alcalde, p o r q u e habían h a b l a d o b i e n y m u c h o . E l
g o z o d e l c u e n t o , q u e consiste e n hacer q u e parezca v e r d a d l o q u e
es m e n t i r a , i m p u l s a i n c l u s o a l alcalde a p e d i r a P e r i a n d r o q u e saq u e de sus a l f o r j a s o t r a p i n t u r a y o t r o c u e n t o , " a u n q u e l o h a y a
compuesto la m i s m a m e n t i r a " (p. 350).
2 4
2 4
ca.
JWC,
T é n g a s e e n c u e n t a , además, l a v e r t i e n t e artística q u e generó l a Etiópi-
S o b r e e l l o , cf. W O L F G A N G
16 ( 1 9 5 3 ) , 1 4 4 - 1 5 2 .
STECHOW,
" H e l i o d o r u s ' Aethiopica
en a r t " ,
NRFH,
XXXVIII
ARTE NARRATIVO DEL
635
PERSILES
R e d u c i d a a d e m á s l a peregrinación a a f o r i s m o s p e r e g r i n o s , l i b r o d e n t r o d e l Per siles, o Historia peregrina sacada de diversos autores
( p p . 4 1 7 - 4 1 9 ) , v e m o s h a s t a q u é p u n t o las fuerzas centrífugas y
centrípetas d e s a r r o l l a n a l o l a r g o de l a o b r a u n d o b l e j u e g o de
r e d u c c i ó n - a m p l i a c i ó n hecho a base de c u a d r o s c o m e n t a d o s o sent e n c i a s breves q u e el l e c t o r , s i n e m b a r g o , h a i d o v i e n d o c o n f i r m a d a s p o r extenso e n el t r a n s c u r s o de l a a c c i ó n . E l a f o r i s m o const i t u y e , desde l u e g o , l a r e d u c c i ó n de los t r a b a j o s de los p r o t a g o nistas a esquemas m n e m o t é c n i c o s q u e r e s u m e n éticamente y c o n
s e n t e n c i o s i d a d el v a l o r de su p e r e g r i n a r y de sus hazañas.
E l j u e g o d e l l i e n z o portátil se amplía c o n o t r o s c o m o el r e t r a t o
que, p e n d i e n t e de u n sauce, m u e s t r a a u n a A u r i s t e l a r e p r o d u c i d a
de m e m o r i a y " c o n n o más de h a b e r l a visto su a u t o r " ( p . 4 2 0 ) .
M e m o r i a visual que se c o m p l e m e n t a c o n l a del o í d o , t a n finamente
p e r c e p t i v o e n los p o e m a s m e m o r i z a d o s y recitados s i n m á c u l a ,
o e n F e l i c i a n a de l a V o z q u i e n , h a c i e n d o crédito a su n o m b r e ,
e n c a n t a c o m o u n ángel c o n los a p r e n d i d o s " v e r s o s q u e ella sabía
de m e m o r i a " y q u e l u e g o p o n e p o r escrito ( p . 3 0 6 ) , a ñ a d i e n d o
a las c u a t r o estancias, o c h o m á s q u e d e j a n t e s t i m o n i o d u r a d e r o
c o m o " d i g n a s de ponerse e n l a m e m o r i a " ( p . 3 0 9 ) . M e m o r i a
a u d i t i v a q u e se v i e r t e e n constantes r e c a p i t u l a c i o n e s q u e s i r v e n
c o m o h i l o de A r i a d n a p a r a r e t o m a r l a h i s t o r i a suspendida ( p p . 397
y 469, por ejemplo), al m o d o usual en la novela pastoril. M e m o r i a de los n o m b r e s q u e es capaz de hacer sobresaltar a l a u d i t o r i o
r e c r e a n d o e n ellos l a h i s t o r i a pasada de sus grandezas y d e s g r a cias ( p . 4 5 1 ) . M e m o r i a , e n f i n , q u e c o r r e a l a p a r q u e l a p r o p i a
o b r a e n su d e c u r s o . Y es e n este p u n t o d o n d e el Per siles se m u e s 2 5
2 6
2 5
L a i m p o r t a n c i a de l a p i n t u r a e n el Persiles es e n o r m e y sobre ella se teo-
riza. (Persiles,
p. 3 7 1 ) ,
poniéndola e n relación c o n l a poesía y c o n l a h i s t o r i a .
V é a n s e los trabajos de M A R G A R I T A L E V I S I , " L a p i n t u r a e n l a n a r r a t i v a de C e r v a n t e s " , BBMP,
4 8 ( 1 9 7 2 ) , 2 9 3 - 3 2 5 ; K . L . S E L I G , "Persilesy
tes o n p i c t u r e s , p o r t r a i t s a n d p o r t r a i t u r e " , HR
y
Sigismundo.
No-
4 1 ( 1 9 7 3 ) , 3 0 5 - 3 1 2 , y m i tra-
b a j o " L a página y el l i e n z o . S o b r e l a relación e n t r e l a poesía y l a p i n t u r a e n
el B a r r o c o ' ' , e n Fronteras de la poesía barroca, Crítica, B a r c e l o n a ( e n p r e n s a ) ; y
MARC
2 6
mo
FUMAROLI,
op.
cit.,
pp.
673-685.
L a s o c t a v a s de F e l i c i a n a de l a V o z c o n f i g u r a n a l a V i r g e n M a r í a c o -
c a s a de D i o s , según h a señalado E M I L E B E R M A N e n Art inscribed. Essays on
ekphrasis in Spanish Golden Agepoetry, H a r v a r d U n i v e r s i t y P r e s s , C a m b r i d g e , M A ,
1979,
p . 4 8 . H a y u n reflejo de l a Idea d i v i n a e n M a r í a , c o n c e b i d o e n términos
neoplatónicos. Téngase e n c u e n t a además el v a l o r mnemotécnico q u e ese " a l cázar s o b e r a n o " y t e m p l o de Salomón tiene a m e d i o c a m i n o del p e r e g r i n a r
de A u r i s t e l a y P e r i a n d r o , además d e l s i m b o l i s m o alegórico c o n s t r u i d o c o n loci
e imagines,
según los u s o s d i c h o s d e l a m e m o r i a a r t i f i c i a l .
AURORA
636
NRFH,
EGIDO
XXXVIII
t r a e n c l a r a c o n t i n u i d a d c o n el Quijote, h a b i d a c u e n t a de q u e allí
se d e s p l i e g a n p o r extenso los efectos de u n a m e m o r i a artística,
es d e c i r , l i t e r a r i a , q u e el héroe desea seguir en su p r o p i a v i d a .
P o r o t r o l a d o , cada n a r r a d o r es tn Los trabajos artífice de su p r o p i a h i s t o r i a c o n t a d a , r e c r e a d a gracias a l a m e m o r i a n a t u r a l y a
l a i n v e n t i v a . T é n g a s e e n c u e n t a q u e t o d a autobiografía es m e m o r i a , c o m o dice el p r o p i o B e r g a n z a , q u e antes de i n i c i a r su Coloquio había deseado s i e m p r e " h a b l a r p a r a d e c i r cosas q u e d e p o s i t a b a e n l a m e m o r i a " . L a fidelidad, el a g r a d e c i m i e n t o y l a m e m o r i a aparecen p r e c i s a m e n t e c o m o cosa p r o p i a de los p e r r o s , y
r a z ó n de m á s p a r a hacer verosímil t a n i n a u d i t o d i á l o g o . E l coloquio de los perros es, t a l v e z , l a m á s extensa m u e s t r a d e l v a l o r de
l a m e m o r i a a l s e r v i c i o de l a i m a g i n a c i ó n c r e a d o r a .
2 7
E l l i e n z o - c o m e d i a - l i b r o de aforismos d e l Pérsiles a r t i c u l a los s u cesos d e j a n d o m e m o r i a de ellos, estimación y f a m a de u n o s p e r e g r i n o s cuyos pasos se h a c e n sincrónicos a l p r o p i o d i s c u r r i r d e l l i b r o ( p . 4 5 2 ) . H a s t a l a m i s m a c a d e n a de los deseos q u e v a de cielo
a suelo parece haberse g e n e r a d o , c o m o el resto de los r e c u e r d o s ,
e n l a t a b l a rasa d e l a l m a , d o n d e aparecen escritas las verdades
d i v i n a s y l a clave de t o d a salvación ( p . 4 5 9 ) . E l l i e n z o q u e d a así
t r a s c e n d i d o , c o m o l a p r o p i a peregrinación y el a r t e m i s m o de n o v e l a r , s u p e d i t a d o c o m o v a a l a exposición de u n a i d e a c r i s t i a n a
de b ú s q u e d a de ese c e n t r o a l q u e se c a m i n a y d o n d e D i o s reside.
B i e n es c i e r t o q u e p o r debajo de ese significado anagógico q u e d a el a n h e l o de figurar e n las " t a b l a s p r e p a r a d a s p a r a p i n t a r s e
e n ellas los personajes ilustres q u e estaban p o r v e n i r " , m u s e o d e l
f u t u r o e n el q u e se pintará a los poetas f a m o s o s . C e r v a n t e s p a rece d e j a r así e n b l a n c o l a t a b l a c o r r e s p o n d i e n t e a l a u t o r d e l Persiles, p o r si el l e c t o r considerase d i g n o de m e m o r i a el n o m b r e de
q u i e n h a seguido de o t r o m o d o l a senda de T o r c u a t o Tasso en
28
2 7
les",
V é a s e R A N D O L P H D . P O P E , " T h e a u t o b i o g r a p h i c a l forus i n the Pérsi-
ACer,
1 3 / 1 4 ( 1 9 7 4 - 7 5 ) , 9 3 - 1 0 6 , q u e c a t a l o g a e n l a o b r a q u i n c e relatos
autobiográficos todos ellos l i g a d o s a l a acción p r i n c i p a l , lo q u e s u p o n e , c o m o
él m i s m o a f i r m a , u n a " g a l e r í a de r e t r a t o s p . 1 0 6 .
2 8
V é a s e Los trabajos, p p . 4 4 0 - 4 4 1 , y l a " I n t r o d u c c i ó n " , p . 2 5 , n o t a 1 9 .
M A R G A R I T A L E V I S I , a r t . c i t . , p p . 3 0 0 ss., señala l a función d e l c u a d r o e n el
Persiles, t a n t o c o m o o r i g e n de a c c i o n e s c o n c r e t a s ( c a s o d e l d u q u e de N e m o u r s ) ,
c o m o d e e n l a c e y recapitulación d e lo n a r r a d o , a l i g u a l q u e e n el Quijote. K . L .
S E L I G , a r t . c i t . , h a a n a l i z a d o l a s diferentes f u n c i o n e s q u e l a p i n t u r a tiene e n
l a o b r a , h a c i e n d o hincapié e n el r e t r a t o i d e a l q u e c o n f o r m a n l a s v i r t u d e s d e
los p r o t a g o n i s t a s . S e l i g h a c e d e r i v a r l a s a l a de p i n t u r a s de Hipólita d e l Orlando
furioso
de
ARIOSTO.
NRFH,
XXXVIII
ARTE NARRATIVO DEL
PERSILES
637
su Jerusalén libertada y de L ó p e z de Z a r a t e e n su Poema heorico, d a n d o las claves de l a n u e v a épica c r i s t i a n a e n p r o s a q u e f o r m a n sus
Trabajos. Estos s u p e r a n así el " p a l a c i o de l a F a m a " q u e el " C a n to de G a l í o p e " e n La Galatea y el Viaje del Parnaso s u p o n í a n t r a s l a d á n d o l o s a u n p l a n o más s u t i l y p e r s o n a l , el de l a f a m a s u b y a c e n te a l a p r o p i a o b r a e n c u e s t i ó n .
C e r v a n t e s s u p e r a c o n creces el a r t i f i c i o retórico d e l arte de l a
m e m o r i a basado e n loci e imagines, p e r o sigue fiel a sus usos y a
la c o n v e n i e n c i a de a y u d a r c o n ellos a l l e c t o r e n su l a r g o r e c o r r i d o . E l final de l a o b r a ( c o m o años más t a r d e haría B a l t a s a r G r a d a n a l cabo de E l Criticón) s i n t e t i z a , p o r b o c a de A r n a l d o , t o d o
c u a n t o e n ella se h a i d o d e c l a r a n d o , de m o d o q u e e n el b r e v e esp a c i o de unos párrafos puede el lector r e c o r d a r el l i b r o entero desde
el p r i n c i p i o . L a técnica l u g a r - i m a g e n se m u e s t r a así efectiva desde los i n i c i o s , e n el m e d i o y a l t e r m i n a r el Per siles, e m p e z a n d o p o r
la isla y l l e g a n d o h a s t a R o m a , p a s a n d o p o r todos los t r a b a j o s y
fatigas s u f r i d o s e n los d i s t i n t o s sitios q u e l a m e m o r i a p o d r á r e c o r d a r , u n a vez m á s , p o r s i m p l e analogía. A s í hace R u t i l i o al c o n t a r
p o r l u g a r e s l o s u f r i d o desde l a isla de las E r m i t a s hasta l l e g a r a
la c i u d a d santa ( p p . 4 5 2 - 4 5 3 ) y así p u e d e n h a c e r l o los lectores.
29
L a p i n t u r a , c o m o o c u r r e e n el p a l a c i o de H i p ó l i t a , l l e v a t a m b i é n e n el Persiles el m e n c i o n a d o sello de los museos o salas de l a
m e m o r i a q u e c o n sus r i q u e z a s y tesoros s i r v e n p a r a m o s t r a r adem á s l a r i q u e z a de q u i e n los posee. E l p a r a n g ó n e n t r e los museos
de p i n t u r a y los de l a f a m a l i t e r a r i a , c o m o es ese m u s e o d e l p o r v e n i r y a m e n c i o n a d o , nos m u e s t r a l a s i n o n i m i a entre poesía y p i n t u r a c o n l a q u e j u e g a c o n s t a n t e m e n t e el a u t o r , a u n q u e m o s t r a n d o a l a vez l a d i f e r e n c i a e n t r e a m b a s . L a m e m o r i a v a , desde l u e g o , l i g a d a c o n l a f a m a q u e los artistas a l c a n z a n sobrepasando así
las f r o n t e r a s de l a m u e r t e , p o r q u e l a m e m o r i a l l e v a el sello de l a
inmortalidad.
C e r v a n t e s e n g a r z a l a m e m o r i a e n el Persiles c o n los aspectos
teóricos q u e más le o b s e s i o n a b a n : l a u n i d a d , l a v e r o s i m i l i t u d , el
d e c o r o , l o m a r a v i l l o s o , l o útil y d e l e i t a b l e , l a e r u d i c i ó n . Desde
el p u n t o de v i s t a e s t r u c t u r a l l a m e m o r i a se i n t e g r a n e c e s a r i a m e n te e n l a técnica c o n s a g r a d a p o r H e l i o d o r o , c o m o r e z a b a n los p r e l i m i n a r e s t r a d u c i d o s e n l a versión española q u e e n c o m i a b a n l a
s i n g u l a r disposición de l a Etiópica:
2 9
Téngase e n c u e n t a l a homologación de monumento y memoria q u e e s t a -
b l e c e V E L Á Z Q U E Z D E A Z E V E D O e n los p r e l i m i n a r e s de s u o b r a c i t a d a , f. 1 v ° .
E l creía c o n Cicerón q u e l a m e m o r i a es " a r g u m e n t o de i n m o r t a l i d a d " (f. 3 v ° ) .
AURORA
638
NRFH,
EGIDO
XXXVIII
porque comienza en la m i t a d de la H i s t o r i a , como hacen los poetas
heroicos, lo cual causa, de prima facie, u n a gran admiración a los
lectores, y les engendra u n apasionado deseo de o i r y entender el
comienzo, y todavía los atrae también con la ingeniosa lección de
su cuento, que no entienden lo que h a n leído en el comienzo del
p r i m e r l i b r o , hasta que veen el fin del q u i n t o ; y cuando allí han llegado, aún les queda mayor deseo de ver el fin, que antes tenían de
ver el principio. De suerte que siempre el entendimiento queda suspenso hasta que viene a la conclusión .
30
P e r o además de este c u e n t o de n u n c a acabar q u e l l e v a a c o n t i n u a s r e m e m o r a c i o n e s p a r a m a n t e n e r a l l e c t o r en suspenso, C e r v a n t e s coloca l a m e m o r i a c o m o p a r t e i n t e g r a n t e d e l a l m a h u m a n a y sustrato f u n d a m e n t a l de l a v i d a q u e a l r e c o r d a r s e se hace
h i s t o r i a . P a s a d o , presente y f u t u r o se d i n a m i z a n y a l c a n z a n sent i d o gracias a ella, a d e m á s de l o g r a r t r a s c e n d e n c i a e n el á m b i t o
de las acciones h u m a n a s , p o r c u a n t o éstas d e b e n i r d e t e r m i n a d a s
p o r l a m e m o r i a del c r i s t i a n o y de su p e r e g r i n a r h a c i a l a c i u d a d
de D i o s . L a h i s t o r i a de l a h u m a n i d a d q u e teje el Per siles simbólic a m e n t e apela además a l a m e m o r i a de los lectores o, l o q u e es
lo m i s m o , a su c o n c i e n c i a de c r i s t i a n o s . H a s t a l a m i s m a geografía está s u p e d i t a d a a los designios de l a b ú s q u e d a de l a n u e v a J e rusalén o paraíso en l a t i e r r a , n o m u y lejos de a l g u n o s t r a t a d o s
geográficos de l a é p o c a y a n t e r i o r e s , q u e describían l a superficie
t e r r e s t r e d e n t r o de u n c o n c e p t o c r i s t i a n o d e l m u n d o .
3 1
3 0
das
Historia
etiópica, p p . l x x x - l x x x i . L a interrupción d e l a s h i s t o r i a s c o n t a -
es práctica c o m ú n e n La Galatea, p a r t i c u l a r m e n t e e n los l i b r o s más e n m a -
rañados, c o m o el c u a r t o y q u i n t o . E n l a Etiópica h a y c o n s t a n t e s relatos i n t e r r u m p i d o s . L a técnica de l a a n a l e p s i s lo p r o p i c i a b a , t a n c o m ú n c o m o e r a e n
l a n o v e l a d e l a época. V é a s e J E A N - M I C H E L L A S P É R A S ,
3 1
op. cit., p. 2 2 1 .
Cosmografía y búsqueda d e D i o s i b a n u n i d a s . V é a s e a este propósito,
J O S E P E D E S E S S É , Libro de la cosmographia universal del mundo y particular descripción
de la Suriay
Tierra Santa, J u a n d e L a r u m b e , Z a r a g o z a , 1 6 1 9 ,
d o n d e e n l a epís-
t o l a p r e l i m i n a r se d i c e q u e l a descripción d e l m u n d o l e v a n t a el espíritu a l a
contemplación y a l a g r a n d e z a de D i o s : " Y p a s e a n d o p o r l a t i e r r a , y q u a t r o
p a r t e s d e l m u n d o , deleytaréis los sentidos y avivaréys el e n t e n d i m i e n t o p a r a
a d m i r a r o s , y c o n s a n t a admiración a l a b a r a l C r e a d o r d e l o r b e d e l a t i e r r a " .
E s t e i n q u i s i d o r añade q u e el v i a j e a T i e r r a S a n t a servirá p a r a q u e los lectores
c o n t e m p l e n " l o s t r a b a j o s , l a s a n g u s t i a s , l a p e n a l i d a d , l a s i n j u s t i c i a s q u e sufrió
por
n o s o t r o s , e n a q u e l l a t i e r r a n u e s t r o b i e n y señor I e s u C h r i s t o , y s u b e n d i -
tíssima M a d r e " , a v a l a n d o l a n o b l e z a de los h u m i l d e s c o n el r e c u e r d o de u n a
c o p l a d e J o r g e M a n r i q u e . Téngase e n c u e n t a q u e l a p a r t e final d e l l i b r o c u e n ta e l " C a m i n o y peregrinación q u e h i z o el canónigo l u á n P e r e r a m i tío desde
R o m a a I e r u s a l é n " , r e l a t o autobiográfico d e l v i a j e e n el q u e se d e t a l l a n los
NRFH,
XXXVIII
ARTE NARRATIVO DEL
PERSILES
639
R e c o r r e r el Persiles después de su l e c t u r a n o sería t a r e a t a n i n g r a t a p a r a los lectores d e l siglo x v n , avezados en el arte de r e c o r d a r p o r m e d i o de l u g a r e s e i m á g e n e s , c o n p r e d i c a m e n t o s geográficos de t o d o t i p o c o m o p u e d a serlo p a r a los lectores actuales,
s i n el a u x i l i o de apostillas o m a p a s a d j u n t o s . L a m e m o r i a d e t e r m i n a e n l a o b r a u n a ética y u n a p o é t i c a , y también los usos
a c o s t u m b r a d o s d e l ars memorativa de l a retórica t r a d i c i o n a l . Per o C e r v a n t e s c o l o c ó l a v i e j a secuencia de los l u g a r e s e imágenes
al s e r v i c i o de u n a narración d i n á m i c a q u e l o g r a a d e m á s , gracias
a l a c o n v e r s i ó n de l a n o v e l a en l i e n z o , u n a p r o y e c c i ó n p e r s p e c t i vística m u y b a r r o c a d e l arte de n o v e l a r .
3 2
3 3
E l h e c h o de q u e l a m e m o r i a sea algo m á s q u e r e c u r s o retórico
y se i n t e g r e c o m o p a r t e sustancial d e l a l m a d e l h o m b r e , c o n todas
sus i m p l i c a c i o n e s teológicas, filosóficas e i n c l u s o m é d i c a s , hace
t r a b a j o s s o p o r t a d o s e n el i t i n e r a r i o . P a r a otro a s p e c t o de l a relación e n t r e c o s mografía y l i t e r a t u r a , véase m i t r a b a j o " E l m u n d o e n los autos s a c r a m e n t a l e s
d e C a l d e r ó n " , Hacia
Calderón. Octavo Coloquio Anglogermano
(Bochüm,
1987),
S t e i n e r , S t u t t g a r t , 1 9 8 8 , p p . 4 4 - 6 4 . L a obsesión l i t e r a r i a p o r l a cosmografía
e n e l R e n a c i m i e n t o y e n el B a r r o c o fue e n o r m e . P e n s e m o s e n el p r o y e c t o de
B E R N A R D O D E B A L B U E N A , Universal
cosmografía, q u e se evidenciaría e n s u Ber-
nardo y e n tantos otros p o e m a s épicos y l i b r o s de v i a j e s .
3 2
Véase m i artículo " E l arte de l a m e m o r i a . . . " , p. 4 0 . J U A N V E L Á Z Q U E Z
D E A Z E V E D O , op. cit., p p . 5 9 ss.
9
m u e s t r a v a r i o s e j e r c i c i o s de l a m e m o r i a a t r a -
vés d e esferas y d e c o n c e p t o s geográficos, s i g u i e n d o , e n e l t r i p l e u s o de l u g a r e s
v e r d a d e r o s , fictos o m i x t o s , a Cicerón, F i l i p o G e s u a l d o , P e d r o R á v e n a y otros
a u t o r e s d e a r t e s de l a m e m o r i a . V é a s e además R E N E T A Y L O R , El arte de la memoria en el Nuevo Mundo,
loci maximi,
S w a n , M a d r i d , 1 9 8 7 , d o n d e se verá l a aplicación de
c o m o s a n t u a r i o s , i g l e s i a s , t e m p l o s , e t c . , q u e tanto se p r o d i g a n e n
el Persiles. E l u s o catequético de l i e n z o s e n s u a r t e m e m o r a t i v a es también otro
p u n t o d e interés p a r a lo q u e n o s o c u p a . L o s l i e n z o s d e s p l e g a d o s y c o m e n t a d o s
e r a n práctica c o m ú n tanto e n España c o m o e n A m é r i c a . V é a s e l a d o c t r i n a de
l a fe s i n t e t i z a d a catequéticamente p o r s i s t e m a s memorísticos e n el Persiles,
p p . 4 3 5 - 4 3 6 . P a r a l a p i n t u r a p a r l a n t e e n o r a d o r e s y n o v e l i s t a s , véase M A R C
FUMAROLI,
3 3
op.
cit.,
p.
678.
L a c a r g a paremiológica d e e s t a o b r a c e r v a n t i n a es a b r u m a d o r a . T é n -
gase e n c u e n t a lo señalado p o r A L B E R T O S Á N C H E Z ,
rio
d e m o r a l i d a d e s " , ACer,
Aforismos
"El
Persiles c o m o r e p e r t o -
4 ( 1 9 5 4 ) , 1 9 9 - 2 2 3 . Compárese l a función de los
d e l Persiles c o n l a Silva locorum communium
(Salamanca, 1 5 8 6 ) , que,
c o m o catálogo p a r a e l o r a d o r católico, h i z o F r a y L u i s de G r a n a d a . E s o s l u g a res e r a n u n s u p l e m e n t o d e s u Retórica eclesiástica y se p r e s e n t a b a n e n u n a línea
m u y s e m e j a n t e a l a p r o p i c i a d a p o r e l e r a s m i s m o , t a n a m i g o de los i n v e n t a r i o s
d e l a c u l t u r a católica. E l catálogo át Aforismos peregrinos d e l Persiles c o n d e n s a b a
e n estilo a t i c i s t a todo lo q u e l a n o v e l a había c o n t a d o p o r e x t e n s o , d i g a m o s asiát i c a m e n t e , r e d u c i e n d o a m o r a l i d a d e s , s e n t e n c i a s , e t c . , el p e n s a m i e n t o y l a filosofía d e l a o b r a , c o n c l a r o s fines mnemotécnicos, c o m o l a l i t e r a t u r a p a r e miológica del R e n a c i m i e n t o p r o p i c i a b a .
AURORA
640
NRFH,
EGIDO
XXXVIII
a ú n m á s r i c a su p r e s e n c i a . C e r v a n t e s intentó a d e m á s en el Persiles m o s t r a r el s i g n i f i c a d o d e l m u n d o a través de u n a f o r m a l i t e r a ria que i m p l i c a b a tanto u n a cosmografía c o m o u n conocimiento
del h o m b r e y de su h i s t o r i a e n s e n t i d o c r i s t i a n o . C o n v e r t i d o el
p o e t a e n intérprete, l a o b r a a l c a n z a b a u n s i g n i f i c a d o q u e i b a m u c h o m á s allá d e l p r e c i a d o p a s a t i e m p o p r o p i c i a d o p o r el Quijote.
Su clave r a d i c a b a , e n t r e otras cosas, en l a c r e e n c i a e n u n m u n d o
c r e a d o p o r D i o s , c o m o o b r a de a r t e y q u e el a r t i s t a d e b í a r e c o n s t r u i r c o n l a m e m o r i a de t a n i n s i g n e m o d e l o . P a r a l o g r a r tales p r o p ó s i t o s , l a m e m o r i a se m o s t r a b a e f e c t i v a , p e r o tenía también sus
límites, pues e n el p l a n o de l a creación l i t e r a r i a , C e r v a n t e s , c o m o
H u a r t e de S a n J u a n y t a n t o s o t r o s , sabía q u e l a m e m o r i a p e r t e n e c e a l pasado y s u l a b o r r e p r o d u c t o r a necesita de los a u x i l i o s de
la i m a g i n a t i v a p a r a p o d e r d e s c u b r i r c a m i n o s n o h o l l a d o s en las
l e t r a s h u m a n a s : ' ' P o r q u e de esta m a n e r a v a n c r e c i e n d o las artes,
y los h o m b r e s saben m á s cada d í a " .
3 4
3 5
Y a q u e — c o m o decía el Examen de ingenios— el ' q u e sólo t i e ne m u c h a m e m o r i a no podrá escribir nada n u e v o " , Cervantes
quiso a d m i r a r con u n a gran historia — g r a n d e z a que, por cierto,
se a c h a c a b a c o m o f a l t a a l a de H e l i o d o r o — q u e , s i n pasar de l a
v e r d a d , contase casos que * ' s o b r e p u j a n a l a imaginación, pues apenas c a b e n e n l a m á s s u t i l y d i l a t a d a sus a c o n t e c i m i e n t o s "
(p. 1 5 8 ) . L a retórica clásica distinguía c l a r a m e n t e l a m e m o r i a
4
3 6
37
3 4
C o m o señala C . S . L E W T S , op. cit, p p . 133 ss., el c r i s t i a n i s m o i n t r o d u j o
l a c i e n c i a h i s t o r i c i s t a : c o n o c i e n d o el p a s a d o se p u e d e a l c a n z a r u n a v e r d a d t r a s c e n d e n t a l además d e histórica. E l l o y a se v e e n u n a o b r a t a n v i n c u l a d a a l Persiles c o m o La ciudad de Dios de S a n Agustín. S o b r e ello véase P E T E R B U R K E ,
The
Renaissance sense of thepast, E d w a r d A r n o l d , L o n d o n , 1 9 6 9 , p p . 3 9 ss. P a r a
el c o n o c i m i e n t o d e l h o m b r e y d e l m u n d o c o m o b a s e de l a n u e v a c i e n c i a r e n a c e n t i s t a , véase E U G E N I O G A R Í N , La cultura del Rinascimento,
L a t e r z a , Barí, 1981,
142 ss.
pp.
3 5
Examen de ingenios, p. 132. H u a r t e m e n o s p r e c i a b a a los m e m o r i o s o s lo
m i s m o q u e C e r v a n t e s , q u e censuró — e n u n a línea m u y s e m e j a n t e a l a d e los
e r a s m i s t a s — a los q u e s a q u e a b a n o b r a s a j e n a s s i n añadir n a d a n u e v o . L o m i s o p i n a b a J U A N G U T I É R R E Z D E G O D O Y , Disputationes philosophicae,
mo
super libros Aristotelis
ac medicae
de memoria & reminiscentie, Apud P e t r u m a C u e s t a , T i p o -
g r a p h u m S i e n e n s e m A n n o M D C X X I X (cf. M . D E I R I A R T E , op. cit., p. 2 8 5 ) .
3 6
que,
Tbid.,
p. 1 3 1 . C E R V A N T E S q u i e r e a d m i r a r c o n u n a g r a n h i s t o r i a e n l a
s i n p a s a r d e l a v e r d a d , c u e n t a c o s a s q u e " s o b r e p u j a n a l a imaginación,
pues p u e d a n caber e n l a más sutil y dilatada sus a c o n t e c i m i e n t o s "
p.
{Persiles,
158).
3 7
pica.
L a traducción d e l prólogo de J . A m y o t de l a versión f r a n c e s a de l a Etió-
. ., p . l x x x i , a c h a c a a ésta s e r u n a fábula a l a q u e le falta g r a n d e z a , p u e s
T e á g e n e s n o e j e c u t a ningún m e m o r a b l e h e c h o d e a r m a s . L a g r a n d e z a de a c -
NRFH,
XXXVIII
ARTE NARRATIVO DEL
641
PERSILES
de las otras p a r t e s q u e l a c o m p o n í a n : i n v e n c i ó n , d i s p o s i c i ó n , e l o c u c i ó n y p r o n u n c i a c i ó n , y C e r v a n t e s , a l a h o r a de c o n f o r m a r su
o b r a , sabía m u y b i e n q u e c o n l a m e m o r i a — q u e , c o m o decían
Aristóteles y C i c e r ó n , pertenece a l p a s a d o — n o b a s t a b a .
38
AURORA
EGIDO
U n i v e r s i d a d de Z a r a g o z a
ción d e P e r s i l e s e s t a b a a s e g u r a d a p o r l a t r a s c e n d e n c i a e s p i r i t u a l de s u s t r a b a j o s y p e r e g r i n a c i o n e s : " L l a m o g e n e r o s o a l t r a b a j o d e l q u e se o c u p a e n cosas
g r a n d e s " ( p . 2 2 5 ) . Nótese c ó m o se e l o g i a l a g r a n hazaña d e P e r i a n d r o q u e
se h a c e p i r a t a j u s t i c i e r o y capitán d e b a r c o . T a m b i é n se a n o t a l a g r a n d e z a de
l a s hazañas r e l a t a d a s p o r P e r i a n d r o e n el p a l a c i o d e l r e y P o l i c a r p o .
3 8
J . V E L Á Z Q U E Z D E A Z E V E D O , op. cu.,
f. 3. L a retórica clásica distinguía
l a s c u a t r o p a r t e s c i t a d a s , c o m o e l p r o p i o A z e v e d o señala. C E R V A N T E S , desde
el prólogo de La Galatea, pretendía d e s c o l l a r , sobre t o d o , e n l a invención y e n
l a disposición, a u n q u e n o m e n o s p r e c i a r a e l resto, c o m o es o b v i o .