La fábula Piedra y la Flor

t^OSTAL GERUNDENSE
La f á b u l a
de la
Piedra
y la Flor
Idea para un
film amateur
gerundense
por Jordi Dalmau
Entre Sant Nicoiau i «Els X i p r e r s » , j u n t o al
t o r r e n t e de Galligans los h o m b r e s de m i l años
atrás e d i f i c a r o n el M o n a s t e r i o de Sant Pere.
Las piedras iban fuertes en h i s t o r i a . T o d o
eran n ú m e r o s : los siglos de su vicia y los del
catálogo del museo. De c u a n d o en c u a n d o alguna pieza de piedra maldecía a los picapedreros
que con las h e r r a m i e n t a s más d u r a s de la Edad
Media le d i e r o n c u e r p o / casi a l m a . Pero lo pasado, pasado está, que al f i n y al cabo de eso
viven las piedras del museo.
En la p r i m a v e r a del año pasado nació una
f l o r en la t i e r r a h ú m e d a de los claustros de Sant
Pere. Las piedras viejas del m o n a s t e r i o , q u e hoy
es museo, no le habían o r d e n a d o el n a c i m i e n t o
a la f l o r . Pero a pesar de no ser esperada, estas
piedras s i e m p r e t a n quietas del museo se emoc i o n a r o n al ver los acertados colores de la f l o r .
Dicen q u e p o r la noche alguna p i e d r a atrevida
se había asomado al c l a u s t r o para i n t e n t a r conocer el a l i e n t o d e la f l o r silvestre. Y después
de un rato de c o n t e m p l a c i ó n volvía a su lugar
de museo tan silenciosamente c o m o pueda hac e r l o una p i e d r a . Así, habiendo c o n o c i d o más
m u n d o , podía esperar con más gozo las visitas
de los t u r i s t a s d e mañana.
Tan q u e r i d a era la f l o r que incluso se a t r e v i ó
a una sugerencia en f a v o r de su m u n d o vegetal:
-— Si os place m i presencia, venerables piedras de Sant Pere de Galligans, y o pdoría presentaros la belleza del r e i n o de las f l o r e s y d e
las plantas. Si yo se lo ruego vendrán con m u cho g u s t o aquí, a vuestra m a n s i ó n . . .
— Y tuya —
pieza 2.453.
la i n t e r r u m p i ó g e n t i l m e n t e la
— No nos engañemos — replicó
los pétalos m i r a n d o a t i e r r a . Aquí
casa, solamente. Y o no tengo casa.
hemos nacido para eso y hemos de
Entre las piedras del museo la conversación
se hacía mas seria. Tenían pensamientos super i o r e s . La f l o r , sin p r e t e n d e r l o ella, hacía pensar
en las piedras en el c o l o r , y en el v i e n t o que tan
i m p o r t a n t e es para la vida de las f l o r e s . Pero
esto ya no p o d í a n e n t e n d e r l o : sólo veían en el
v i e n t o unas c ó m i c a s cosquillas del aire juQLietón.
El d i á l o g o se hacía d u r o c u a n d o la f l o r quería
tocar el tema del o l o r , d e su o l o r sencillo, p e r o
capaz de atraer la abeja más coqueta del tor r e n t e de Galligans. Q u e r e r dialogar sobre el
o l o r fue el pequeño fracaso de la f l o r . Las piedras le d e m o s t r a r o n que estaban faltas de imaginación.
la f l o r con
es vuestra
Las f l o r e s
ser breves,
Al d e c i r estas palabras, la f l o r i r r u m p i ó en
llanto. Sus lágrimas c o r r i e r o n al s u r t i d o r del
c l a u s t r o , q u e se llenó t o t a l m e n t e . C u a n d o iba a
d e r r a m a r s e se oyó una voz de t r u e n o , de piedra
mal pulimentada:
— B a s t a ! ! Se aprueba la visita del reino vegetal que nos ha o f r e c i d o la f l o r del c l a u s t r o .
A b r i r e m o s las p u e r t a s , y C|ue las f l o r e s de las
c o m a r c a s gerundenses nos hagan compañía p o r
t o d o el t i e m p o q u e deseen.
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d a d . A la puesta del sol las piedras ya estaban
maravilladas para s i e m p r e , al c o n t e m p l a r el
g e n t í o q u e había e n t r a d o en el museo.
Las flores y plantas t u v i e r o n buen acierto en
elegir s i t i a l . Cada una se esforzó en a p r e n d e r
algo de las piedras t r a b a f a d a s . T e s t i m o n i a b a n
así su a d m i r a c i ó n hacia el r e i n o del museo. Las
piedras estaban agradecidas. El juego empezó en
una hortensia que se apiñó mas, viendo un c a p i tel de incontables hojas, en el que unos o b r e r o s
del siglo X V I d e j a r o n su j u v e n t u d , p i c a n d o . La
hortensia de los m i l e s c o n d r i j o s ^BCÓ un disc r e t o c o l o r de rosa para la f l o r y ya estuvo a
p u n t o de r e c i b i r visitas. Los f i c u s hacían reun i ó n , i m i t a n d o a la p e r f e c c i ó n un capitel — el
2103 — o c u p a d o p o r diversas figuras humanas
en castillo, parecido al de los «xiquets de Valls».
Las piedras y las p l a n t a s estaban de fiesta- m a y o r . La alegría iba en a u m e n t o . Estas piedras
q u e t a n t o c a n t o g r e g o r i a n o debían haber escuchado en su j u v e n t u d no p o d í a n d o r m i r s e en el
silencio m i e n t r a s d u r a s e la visita del r e i n o vegetal. De p r o n t o pensaron en un capitel que representaba una escena de ángeles m ú s i c o s , y
c o m o si las cuerdas del arpa se hubiesen v u e l t o
blandas y sabias, toda la nave de Sant Pere de
Galligans se llenó de una música escogida por
manos selectas- Más allá había una c o l u m n a de
piedra con un i r r a c i o n a l r a r o que se le encaramaba hacia el c a p i t e l , sacando la lengua; una
planta f l o r e c i d a i n t e n t a b a seguir las huellas de
la bestia, y dicen que así nació el geranio de
e n r e d a d e r a . Y f l o r e c i ó en r o j o v i v o , de t a n t o
m i r a r la lengua del t r e p a d o r .
Los aplausos f u e r o n encomendados p o r la
f l o r a unas m a r i p o s a s q u e v o l a b a n sin r o m p e r
ni el silencio ni la paz. La f l o r estaba emocion a d a : era una f l o r sin n o m b r e y sin c o l o r defin i d o . A h o r a se quedó s o n r o j a d a .
El a n u n c i o de la asamblea del r e i n o vegetal
(o realizó la t r a m u n í a n a , el m e d i o mas r á p i d o
y e f e c t i v o . Todas las f l o r e s convocadas se lavar o n la cara con los p r o d u c t o s aconsejados por
las m e j o r e s marcas y se t o m a r o n alguna bebida
para realizar el viaje hacia Sant Pere de GaIligans.
A la m i s m a e n t r a d a del museo ur>a pila b a u t i s m a l persignaba el paso hacía t i e m p o . Entre
las plantas c o r r i ó la noticia de que allí había estado el agua de la regeneración, en d o n d e los recién nacidos t o m a n u n n o m b r e para d i s t i n g u i r se. Una planta d e d u j o , así, el p o r q u é de aquellos
n ú m e r o s visibles en la espalda de las piedras del
museo, y ella deseosa de n o m b r e se izo bautizar
con el de «Pleromia Cuasiaefolia». Este n o m b r e
— más largo que ella m i s m a — causó la risa a
una e n o r m e p i e d r a , redonda, que pesaba dos
toneladas y sólo se llamaba « m u e l a » . Había v i v i d o un centenar de años en un m o l i n o .
Por la arcada r o m á n i c a iban e n t r a n d o las
más ricas variedades vegetales. Las más orgullosas pedían un foco l u m i n o s o j u n t o a su maceta;
algunas e n v i d i a b a n un capitel p o r peana: era el
sueño de calzar tacón a l t o . Las azaleas se pusieron de acuerdo y r e c l a m a r o n m u c h o espacio para l u c i r m e j o r su vestido. Los rosales y las rosas
dicen que esconden sus espinas, pues no q u i e r e n
malas caras. T i e r r a s negras, arenas r o j i z a s , i l u m i n a c i ó n blanca y azul, aguas claras y verdes,
manos q u e h e r m a n a n flores, v i d r i o s , c e r á m i c a s ,
p i e d r a s , contrastes, tonos y olores.
En el c l a u s t r o , un C r i s t o en c r u z , piedra
d o l o r i d a , daba t e s t i m o n i o de un s u f r i m i e n t o red e n t o r . C o r o n a d o de espinas veía una peregrinación especial: una planta venida de leios, verde
e s c u r o , áspera y e s t r a f a l a r i a , se acercaba para
aprender algo de la p i e d r a . M i r a b a la cabeza del
C r i s t o . Se espantó. Y unas largas espinas le salieron en t o d o el c u e r p o , amenazando a c u a t r o
v i e n t o s . Enseguida d i o p á n i c o y se q u e d ó en u n
verde más t r i s t e que antes, Desde entocnes, le
llamaban «cactus». Un v i e j o a l a b a s t r o q u e representaba al Padre Eterno, parecía
sonreír
m i r a n d o la bola de la T i e r r a que tenía en la
m a n o . Su Creación del m u n d o era una o b r a
maestra. Las piedras y las flores lo m o s t r a b a n
así a todos los visitantes. El h o r a r i o de visita era
c o r t o , apenas daba entrada a todo el gentío. Una
La t r a m u n t a n a mensajera de la Exposición
de Flores llegó a las tierras altas del P i r i n e o . Y
un buen h o m b r e , i l u s i o n a d o y generoso, a r r a n c ó
un abeto y lo entregó al v i e n t o para que lo
plantase a la p u e r t a de Sant Pere de Galligans.
El á r b o l sierhpre verde, signo de la p e r e n n i d a d ,
v i o pasar museo a d e n t r o el c o l o r i d o de la p r i m a v e r a . Con raíces e nel Pirineo no hubiera
visto tanto mundo.
El día de la i n a u g u r a c i ó n de la Exposición
ya se p u d o c o m p r o b a r la f i b r a poética de la c i u -
6§
piedra del museo creía que las visitas eran para
ella y para sus hermanas. Era una Ingenua, cosa
de j u v e n t u d pues sólo contaba unos doscientos
años. Las piedras más viejas se e s f o r z a r o n en
hacerle entender la r e a l i d a d :
— Tienes c|ue c o m p r e n d e r : esta gente no
viene por nosotras, tan v i e j a s . . . Hay más c u r i o sidad para ver las f l o r e s de un día, tiene más
é x i t o la vida breve que la nuestra que se puede
contar por siglos...
Haciéndole ver la realidad de que las flores
sen más p o p u l a r e s , a las piedras les crecía un
r e s e n t i m i e n t o voraz, c o m o un gusanillo q u e les
ensombrecía los excelentes días pasados con las
f l o r e s . La paz y la a m a b i l i d a d no eran f i r m e s .
Se preparaba una rebelión de las p i e d r a s , envidiosas del l u j o f l o r a l y verde. Empezaba a ser
m a l d e c i d a la sencilla f l o r del c l a u s t r o y todas
las q u e a r r i b a r o n tras ella. D e f i n i t i v a m e n t e , el
reino vegetal era responsable de la lucha a
m u e r t e que deseaban las p i e d r a s .
La cuestión era grave. Sólo había que inventarse una excusa.
U n a n u b e espesa eclipsó t o d o el sol destinado al c l a u s t r o . La nube t e n d r í a prisa para inacer
su t r a b a j o . T o d o el á m b i t o q u e d ó oscurecido en
pocos m o m e n t o s . De p r o n t o el aguacero más tem i b l e del año cayó en el c l a u s t r o c a m b i a n d o el
t o n o de los verdes, p r o v o c a n d o la h u i d a de la
t i e r r a de las macetas. Con tanta lluvia, la hoja
más ancha de una planta majestuosa se i n c l i n ó
suavemente m i r a n d o hacía el suelo y el agua
c o r r í a o r d e n a d a m e n t e hacía la maceta en la
planta vecina. Se había i n s p i r a d o v i e n d o una
gárgola q u e hacía t i e m p o estaba yaciendo en ind e f i n i d a huelga. La desgraciada hoja no podía
a d i v i n a r qué tragedia estaba iniciándose. Porque
la gárgola — la auténtica — que era un demon i o de n o m b r e y de hecho acentuó sus h o r r i p i lantes facciones al sentirse escarnecida p o r una
fragih'sima hoja verde.
ella, m i r a n d o al cielo, g l a d i o l o s , sansavleras, i n m o r t a l e s , gardenias y rosas, t o d o lo que tenía
sabia se secaba y se m o r í a .
C u a t r o días de vida intensa les habían prep a r a d o el m o m e n t o crucial de d e j a r el m u n d o
de los vivos.
¡ Q u é f r í o ha i n v a d i d o Sant Pere de Galjigansl Hasta parece crecer la h u m e d a d . A h o r a no
p u l s a n nada los ángeles m ú s i c o s del c a p i t e l . Las
cuerdas de su arpa se han v u e l t o de piedra d u r a .
A f u e r a , el abeto del Pirineo t a m b i é n está abat i d o : m a d e r a y r a m a j e i r á n a d o r m i r al f o n d o
del t o r r e n t e a esperar la segunda m u e r t e que le
vendrá con la p r i m e r a riada o t o ñ a l .
La gárgola e m b r u j a d a sublevó a tedas las
piedras q u e esperaban un m í n i m o g r i t o de c o m bate, Incluso la n u b e , situada descaradamente
del b a n d o de las celosas piedras, descargó toda
el agua con más fiereza que nunca y se f u e a
buscar más agua, más v i e n t o y más nubes. Una
trágica t e m p e s t a d cayó sobre las indefensas
p l a n t a s . Era la venjanza de la piedra h u m i l l a d a .
Una piedra-clave de a r c o d i o el g r i t o de g u e r r a :
Unos meses más t a r d e , los niños q u e jugaban en el hoyo que dejara el abeto al ser a r r a n cado v i e r o n nacer unas flores gemelas de la que
había nacido en el c l a u s t r o , más alegres y más
c o l o r i d a s si cabe. Un buen gentío acudió a verlas. Y c u a n d o los niños p r e g u n t a b a n a las f l o r e s
si estaban ofendidas c o n t r a las p i e d r a s , los más
viejos del lugar dicen que se oía bien la respuesta de las f l o r e s :
— N o s o t r o s sabíamos q u e tristeza lleva la
soledad, ¡ pero ahora vosotras, débiles vegetales,
sabréis q u é es la m u e r t e !
— Niños y niñas, nosotras las flores llegamos
con la p r i m a v e r a , p u n t u a l e s . No somos rencorosas. V o l v e m o s a alegrar. Hacedlo así y seréis
estimados.
Las f l o r e s iban cayendo a r a m o s . La tempestad las e m p o t r a b a en el musgo e m p a p a d o . Los
j a r r o s se v o l v í a n más f r í o s a cada instante. En
el i n t e r i o r del museo, d o n d e la lluvia no podía
e n t r a r , el v e r d u g o era un v i e n t o h u r a c a n a d o que
hería de m u e r t e a la vida verde.
Y es así c o m o , cada p r i m a v e r a , en el bosque,
en el t o r r e n t e , en los c l a u s t r o s , en un p o c o de
t i e r r a e n t r e dos p i e d r a s , allí nace una i n f i n i d a d
de f l o r e s sembradas al vuelo p o r una m a n o de
b o n d a d , m u y e s t i m a d a ; sembradas por la m a n o
C o m o si todas las plantas q u i s i e r a n aprender la lección de la m u e r t e , m i r a b a n por ú l t i m a
vez la s e p u l t u r a situada a la i z q u i e r d a de la nave central de Sant Pere de Galligans. Y c o m o
de Dios.
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