CARMEN LUNA SELLES, La exploración de lo irracional en los

Anuncio
NRFH,
LII
RESEÑAS
217
CARMEN LUNA SELLES, La exploración de lo irracional en los escritores modernistas hispanoamericanos: literatura onírica y poetización de la realidad.
U n i v e r s i d a d , Santiago de C o m p o s t e l a , 2002; 230 p p . (Lalia, Serie
Mayor, 16).
Si b i e n e l m o d e r n i s m o h i s p a n o a m e r i c a n o h a sido t e m a de n u m e r o sos estudios, todavía ofrece vetas que vale l a p e n a e x p l o r a r ; éste es e l
caso de l i b r o de C a r m e n L u n a Selles, q u i e n investiga l a fantasticidad
d e l relato m o d e r n i s t a . E s t u d i a , p o r u n l a d o , e l p r o c e d i m i e n t o onírico, desde l a descripción de los sueños hasta l a confusión entre sueño
y r e a l i d a d ; p o r o t r o , l a poetización de l a r e a l i d a d que incluye tanto l a
distorsión d e l referente p o r m e d i o de u n óptica lírica o de u n a expresión poética, c o m o l a naturalización de l o maravilloso; los análisis
avanzan progresivamente, "desde l a fantasía hasta l a fantasticidad".
C a r m e n L u n a elige p a r a su m a r c o teórico los trabajos de críticos
c o m o R o g e r Callois, A n a María B a r r e n e c h e a , R o b e r t o Reis y A n t ó n
R i s c o , entre otros, y aclara que n o trabajará c o n e l c o n c e p t o de l o
fantástico p r o p u e s t o p o r T o d o r o v . C o m o p u n t o de p a r t i d a , es f u n d a m e n t a l en La exploración de lo irracional \?L distinción de Risco respecto
de l o fantástico y l o maravilloso: si los f e n ó m e n o s extranaturales n o
se p r o b l e m a t i z a n , se trata de l i t e r a t u r a maravillosa; p e r o si se p r o b l e m a t i z a n , entonces es literatura fantástica. L a autora estudia, c o n estas
bases teóricas, relatos de algunos m o d e r n i s t a s h i s p a n o a m e r i c a n o s .
U n o de los méritos d e l trabajo de L u n a Selles es l a selección de
su corpus, puesto q u e incluye a los escritores más r e c o n o c i d o s y a los
de m e n o r fama. L a n ó m i n a c u e n t a c o n M a n u e l Gutiérrez Nájera y
A m a d o N e r v o , de M é x i c o ; Julián d e l Casal, de C u b a ; José Asunción
Silva, de C o l o m b i a ; Ru b é n Darío, de N i c a r a g u a ; L e o p o l d o L u g o n e s ,
E n r i q u e B a n c h s , E d u a r d o W i l d e de A r g e n t i n a ; H o r a c i o Q u i r o g a ,
Víctor Pérez Petit, Carlos Reyles, de U r u g u a y ; M a n u e l Díaz R o dríguez, P e d r o E m i l i o C o l i , R u f i n o B l a n c o F o m b o n a , de V e n e z u e l a ;
R a f a e l Arévalo Martínez, Máximo Soto H a l l , de G u a t e m a l a ; F a b i o
F i a l l o , de Santo D o m i n g o , y C l e m e n t e P a l m a , de Perú.
C a r m e n L u n a presenta e l c o n t e x t o c u l t u r a l que propició u n interés c r e c i e n t e p o r l a ensoñación, los sueños y l o s o b r e n a t u r a l ; señala,
p o r e j e m p l o , l a i m p o r t a n c i a de l a teoría pitagórica d e l a l m a p a r a e l
teosofismo d e c i m o n ó n i c o — d i f u n d i d o , entre otros, p o r M a d a m e B l a vatsky— que estuvo de m o d a entre los modernistas. Además, r e c u e r d a q u e el sueño se convirtió e n objeto de estudio científico e n l a
E u r o p a de l a s e g u n d a m i t a d d e l siglo x i x ( m e n c i o n a a estudiosos com o L . F . A . M a u r y , H e r v e y de Saint-Denis, V a s c h i d e y Piéron, Sante de
Santis que a n t e c e d i e r o n a F r e u d ) , lo c u a l repercutió n o t a b l e m e n t e
e n l a literatura d e l viejo c o n t i n e n t e , desde e l r o m a n t i c i s m o hasta e l
s i m b o l i s m o . Ese c l i m a i n t e l e c t u a l atraía a los modernistas h i s p a n o a m e r i c a n o s y alentaba l a escritura de relatos de ficción que e x p l o r a -
218
RESEÑAS
NRFH, L I I
b a n l a zonas de l o i r r a c i o n a l : e l m i e d o , los deseos, los sueños, l o sob r e n a t u r a l , los paraísos artificiales, e l c i n e c o m o fantasía que se c o n funde con la realidad.
L u n a Selles acierta a l i n t r o d u c i r s e e n este v e n e r o temático d e l
m o d e r n i s m o . E l p r i m e r capítulo trata de l a " L i t e r a t u r a onírica", u n a
de las dos vertientes de l o fantástico. E l r a n g o de p o s i b i l i d a d e s es
m u y a m p l i o ; l a a u t o r a m u e s t r a los distintos grados de p r e s e n c i a de
"lo i r r a c i o n a l " e n los relatos elegidos. L a s sencillas ensoñaciones
de los protagonistas de " L a n o v e l a d e l tranvía" (Gutiérrez Nájera)
o de "Miss D o r o t h y P h i l l i p s , m i esposa" ( Q u i r o g a ) son distintas d e las
a l u c i n a c i o n e s expuestas e n " H u i t z i l o p o x t l i " (Darío) o d e l simbolism o de "Sueño de u n a n o c h e de v e r a n o " ( P e d r o E m i l i o C o l l ) , e n e l
que c o b r a n v i d a seres literarios. L a confusión d e l sueño c o n l a r e a l i d a d —propone L u n a Selles— es l a m a y o r intensificación fantástica
que se l o g r a e n los relatos oníricos, c o m o e n " E l príncipe Alacrán"
( C l e m e n t e Palma) o " E l Salomón n e g r o " (Darío).
E l término " i r r a c i o n a l " que eligió l a a u t o r a para i n c l u i r los dos
p r o c e d i m i e n t o s estudiados, literatura onírica y poetización de l a real i d a d , p u d o obviarse p o r q u e , más b i e n , agrega u n a imprecisión, esp e c i a l m e n t e e n los relatos que c o n t i e n e n u n g r a d o m í n i m o de
fantasticidad (inciso 1.2. " V i v i r de sueños. Ensueños c o m o realización de deseos", y 2.1). E n otros relatos c o m o " C i e n años de s u e ñ o "
(inciso 1.4. "Confusión sueño-realidad. Sueños que p r o d u c e n fantasticidad") n o es tan p e r t i n e n t e h a b l a r de l o i r r a c i o n a l : e l personaje se
despierta después de h a b e r d o r m i d o u n siglo y se siente u n extraño
e n e l nuevo estado de cosas; aquí l o fantástico (que e l h o m b r e d u e r m a tanto t i e m p o ) n o toca l o i r r a c i o n a l , a u n q u e sea parte de u n a visión antirracionalista, que p r e f i e r e l a paz i n t e r i o r i n d i v i d u a l a los
avances tecnológicos que p o n d e r a b a e l positivismo. E n suma, e n e l l i b r o se e x p l o r a lo fantástico que n o s i e m p r e es i r r a c i o n a l , a u n q u e e n
l a mayoría de los textos se d e f i e n d a n a r g u m e n t o s antirracionalistas,
c o m o b i e n e x p l i c a l a a u t o r a e n su apartado " L i t e r a t u r a fantástica y
m o d e r n i s m o : l a expresión de l o i r r a c i o n a l " .
A l g u n o s de los mejores análisis literarios se e n c u e n t r a n e n l a seg u n d a parte de La exploración de lo irracional, "Poetización de l a r e a l i d a d c o m o visión fan tas tico-trascendente", que avanza desde las
"Fantasmagorías modernistas", es decir, desde las p e r c e p c i o n e s sensoriales poéticas y estilizadas e n las cuales se m e z c l a n los c ó d i g o s de
lectura narrativo y lírico, hasta l a incorporación de personajes ficticios o mitológicos e n relatos e n los que actúan c o m o si f u e r a n parte
de l a r e a l i d a d empírica. E n este s e g u n d o capítulo l a autora i d e n t i f i c a
distintos p r o c e d i m i e n t o s que p e r m i t e n l a poetización de l a r e a l i d a d
y que, al m i s m o t i e m p o , son fantásticos. E n e l apartado sobre l a fantasticidad retórica L u n a Selles muestra c ó m o u n a figura d e l lenguaje
c o b r a u n a i m p o r t a n c i a narrativa i m p r e s c i n d i b l e p a r a e l d e s a r r o l l o
NRFH, LII
RESEÑAS
219
d e l relato; así p r o f u n d i z a e n u n detalle de l a p r o s a poética m o d e r n i s ta. P o r citar u n e j e m p l o , a f i r m a l a a u t o r a que e n " A l m a callejera"
( E d u a r d o W i l d e ) e l texto se desenvuelve e n t o r n o de l a metáfora
a m p l i a d a d e l a l m a d e l a m a n t e q u e a b a n d o n a el c u e r p o y vaga p o r l a
c i u d a d e n b u s c a de l a a m a d a ; l a metáfora se t o r n a anécdota —concluye—, así o c u r r e c o n prosopopeyas o símbolos e n otros textos.
L a ciencia, l a l o c u r a ( " L a música de las flores", de Víctor Pérez Petit, o " E l p e r f u m e s u p r e m o " , de L u g o n e s ) y l a translación de m u n d o s
internos (con valores, prejuicios y aspiraciones) a fenómenos d e l m u n d o empírico, c o m o e n " L o s amores d e l c o m e t a " o " H i s t o r i a de u n peso
falso" (Gutiérrez Nájera) son otros medios que señala C a r m e n L u n a e n
el tratamiento poético de l a realidad. Es m u y atinada l a relación de los
p r o c e d i m i e n t o s discursivos típicamente poéticos c o n la representación
de l a fantasticidad, puesto que e l p u n t o de c o i n c i d e n c i a es el tratamiento d e l a realidad empírica: l a distorsión d e l referente c o t i d i a n o legislado. U n a reflexión acerca de la diferencia entre el discurso poético y el
narrativo h u b i e r a e n r i q u e c i d o notablemente e l segundo capítulo, a u n q u e n o f o r m a parte de los objetivos d e l trabajo.
E n general, La exploración de lo irracionalaporta
u n enfoque m i n u cioso sobre lo fantástico e n los relatos modernistas; e n los análisis se
i d e n t i f i c a n m u c h o s otros h e c h o s q u e i n f l u y e r o n e n l a estética m o d e r n i s t a h i s p a n o a m e r i c a n a , desde l a relación de l a literatura c o n las
artes plásticas, hasta l a ambigüedad d e l escritor m o d e r n i s t a e n su
aceptación y r e c h a z o d e l o r d e n burgués, o l a c o m p l e j a representac i ó n ambivalente de l a m u j e r c o m o p u r e z a i d e a l o p e c a d o devorad o r . H a c e n falta, s i n e m b a r g o , unas c o n c l u s i o n e s y m a y o r c u i d a d o
e d i t o r i a l , tanto e n e l f o r m a t o de las citas c o n sangría c o m o e n las
múltiples erratas d e l texto.
CELENE GARCÍA Á V I L A
E l C o l e g i o de México
T I L M A N N A L T E N B E R G , Melancolía en la poesía de José María Heredia. V e r v u e r t - I b e r o a m e r i c a n a , F r a n k f u r t / M . - M a d r i d , 2001 (Historiay crítica de la literatura, 2 7 ) .
E n 1819 arribó p o r p r i m e r a vez al p u e r t o de V e r a c r u z u n j o v e n c u b a n o cuyos escritos orientarían e l devenir de l a literatura de las naciones
l a t i n o a m e r i c a n a s emergentes, p a r t i c u l a r m e n t e l a de México. José
María H e r e d i a (1803-1839) c o m p u s o dramas, f u n d ó las p r i m e r a s revistas literarias de nuestro país, fue p i o n e r o de l a narrativa de t e m a
indígena e n América, tradujo y divulgó autores c o m o W a l t e r Scott y
L o r d B y r o n , además de crear u n a sólida o b r a lírica de a f o r t u n a d a re-
Descargar