PRESENCIA DE BALZAC EN LA OBRA DE JOSEP PLA MARTA SEGARRA MONTANER La Obra Completa de Josep Pla, figura peculiar e irrepetible en las letras hispánicas, presenta ciertas semejanzas con el magno proyecto de la Comédie Humaine de Balzac. Aunque Pla nunca practicó la novela como «espejo del mundo», su producción periodística y ensayística refleja la sociedad de su tiempo, en sus más variados aspectos: desde el gastronómico hasta el político, pasando por el más amplio espectro de lo social. Esta coincidencia intencional con Balzac se encuentra subyacente en la obra de Pla; en muy pocas ocasiones se hace explícita, dado que Josep Pla no acostumbraba a efectuar críticas literarias minuciosas en sus artículos y ensayos. Las alusiones y citas librescas son numerosas, pero no constituyen sino breves apuntes. No obstante, permiten apreciar que la literatura francesa del siglo xix está muy presente en la obra de Pla; y no tan sólo la literatura, puesto que Francia y la vida francesa en general ocupan un lugar preeminente en su producción. Según los Índices a la Obra Completa de J. Pla,1 existen concretamente treinta y nueve alusiones a Balzac en dicha obra. Teniendo en cuenta que ésta se compone de cuarenta y cuatro tomos, el volumen de las citas es más bien pequeño. Sin embargo, las coincidencias que hemos señalado entre las intenciones de Pla y las de Balzac justifican, a nuestro parecer, el análisis de dichas alusiones. Por ello, empezaremos describiendo los enjuiciamientos que Pla emite sobre distintas novelas de Balzac, y que abarcan, curiosamente, desde la crítica más acerba al elogio más encendido. En segundo lugar, comentaremos los casos en que Josep Pla aplica conceptos balzacianos a situaciones y personajes reales; y, finalmente, analizaremos sus consideraciones generales sobre la novela y el quehacer literario inspiradas por Balzac. Los comentarios de carácter literario que J. Pla efectúa sobre 1. A cargo de Cristina Badosa, Barcelona, Destino, 1988. 183 l a s o b r a s d e B a l z a c c o n s t i t u y e n , g e n e r a l m e n t e , f r a s e s b r e v e s y sentenciosas. Pla expresa su admiración o su disgusto de forma tajant e , q u e n o a d m i t e r é p l i c a n i m a t i z . P o r e j e m p l o , e n El cuaderno gris, escribe: «Balzac, escritor aburridísimo, pesado. No hay m a n e r a de e n c o n t r a r en sus novelas u n adjetivo preciso, exacto —un adjetivo que r e s p o n d a a la verdad. Las preocupaciones científicas de Balzac —Mesmer, Gall— hacen reír.» 2 E s t a f a l t a d e a m e n i d a d q u e P l a r e p r o c h a a B a l z a c es r e i t e r a d a e n v a r i a s o c a s i o n e s , a v e c e s e n b o c a d e o t r o p e r s o n a j e , c o m o el doctor Torrent, que exclama: «A los franceses, les gustan las novelas de Balzac. A mí, salvando tres o cuatro, se m e caen de las m a n o s como si fueran de plomo.» 3 P l a llega a d u d a r t a m b i é n d e l a v e r o s i m i l i t u d d e los p e r s o n a j e s b a l z a c i a n o s , a los q u e califica d e « a u t ó m a t a s a l a g u a d e rosas», 4 e i n c l u s o d e l a p e n e t r a c i ó n d e q u e h i z o g a l a B a l z a c a l r e t r a t a r la s o c i e d a d d e s u é p o c a . E n e s t e s e n t i d o , P l a a f i r m a q u e B a l z a c «fue u n espíritu ingenuo» y que sus descripciones están falseadas p o r su «puerilidad» y p o r su «hipocresía burguesa».5 No obstante, cabe señalar que todos estos juicios adversos están contrarrestados p o r una cantidad semejante de observaciones admir a t i v a s y h a s t a f r a n c a m e n t e e l o g i o s a s . E n ellas, P l a d e t a l l a l a s n o v e l a s q u e m á s h a a p r e c i a d o d e l a Comedie Humaine, que son m á s de « t r e s o c u a t r o » , y q u e s o n l a s s i g u i e n t e s (en o r d e n d e c r e c i e n t e ) : Une ténébreuse affaire,6 La Vieille Fille? La Cousine Bette* Le Père Goriot,9 l o s Estudios analíticos (y e s p e c i a l m e n t e el Tratado de la elegancia)™ Las pequeñas miserias de la vida conyugal,n Eugénie Grandet 12 y, finalmente, Les Paysans.13 P l a s e refiere a B a l z a c , e n r e p e t i d a s o c a s i o n e s , c o m o u n o d e los m e j o r e s p r o s i s t a s u n i v e r s a l e s , j u n t o c o n D i c k e n s y T o l s t o i . E n Notes del capvesprol manifiesta: 2. J. Pla, El quadern gris. Un Dietari en Obra completa. Traducción de G. de Ros y Dionisio Ridruejo, Barcelona, Destino, 1975, vol. i, p. 537. 3. J. Pla, Notes del capvesprol, O.C., vol. xxxv, p. 106. (Las traducciones son mías si no se indica lo contrario.) 4. J. Pla, Caps-i-puntes, O.C., vol. XLViii, p. 323. 5. J. Pla, Humor, candor..., O.C., vol. xxrv, p. 325. 6. Citada en S'acaba el viatge, O.C., vol. xxxix, pp. 368, 369. 7. Citada en Notes del capvesprol, O.C., vol. xxxv, p. 266. 9. Citada en ibid.; en S'acába el viatge, O.C., vol. xxxix, pp. 366-367; y en Notes sobre París i França, O.C., vol. iv, p. 409. 10. Citada en Tres artistes, O.C., vol. xiv, p. 725. (La traducción del título es de J. Pla.) 11. Citada en Humor, candor..., O.C., vol. xxrv, p. 35. (La traducción es de Pla.) 12. Citada en Tres artistas, O.C., vol. xiv, p. 248. 13. Citada en El campanar et, O.C., vol. v n i , p. 105. 184 «Y, ya que nos encontramos aquí, diré que la mejor novela que ha escrito Balzac es La vieille fille. Las novelas que son consideradas mejores de este monstruo son el Père Goriot (en el cual aparece un personaje rocambolesco, que es Vautrin) y La cousine Bette, que es mucho mejor. Pero aún es mejor La vieille fille, que muy poca gente hà leído.» 14 Sin e m b a r g o , cuando Pla descubre Une ténébreuse affaire, declar a q u e «es u n a maravilla: la m e j o r novela de este clásico que he leído». 15 Cabe señalar marginalmente que Josep Pla leyó a Balzac, en general, directamente en francés, tal como se desprende de sus críticas. Tan sólo e n c o n t r a m o s u n a alusión a u n a traducción, conc r e t a m e n t e del Père Goriot, que Pla califica de «horrible». 16 Podemos afirmar, en suma, que Pla reserva a Balzac u n puesto privilegiado en el p a n t e ó n de los grandes escritores y que lo considera u n p u n t o de referencia obligado al valorar las novelas de otros autores. Refiriéndose al Jean Christophe de Romain Rolland, p o r ejemplo, dice que ésta es «una de las mejores novelas francesas que se h a n escrito —dejando siempre a p a r t e alguna de Balzac». 17 Y califica La Romana de Alberto Moravia como u n «sub-sub-sub-Balzac». 18 Josep Pla parece a d m i r a r p u e s ciertas novelas de Balzac, que ya h e m o s detallado, y despreciar absolutamente todas las demás. Se advierte, sin e m b a r g o , u n a cierta evolución cronológica en sus opiniones sobre la Comédie Humaine. E s en sus p r i m e r o s escritos de juventud d o n d e encontramos las críticas m á s acerbas, que son matizadas en sus o b r a s de m a d u r e z hasta llegar a convertirse en elogios admirativos. No se t r a t a de u n proceso absoluto, p u e s t o q u e comentarios favorables y adversos se hallan mezclados en el tiempo, p e r o p o d r í a m o s creer que Josep Pla m a d u r o apreciaba m u c h o m á s a Balzac q u e en sus años mozos. Pese a las mencionadas reservas de Pla hacia la credibilidad de los personajes balzacianos, e n c o n t r a m o s n u m e r o s a s citas en las que Pla c o m p a r a personas y situaciones reales con las c r i a t u r a s ficticias surgidas de la imaginación de Balzac. E n este sentido, Pla considera que el escritor francés creó u n a serie de «tipos» de indudable eficacia y perdurabilidad, como puede ser el del avaro: «A diferencia del mundo anglosajón, de sus donaciones fastuosas, de las suscripciones voluminosas, de los legados, de las fundaciones, de los mecenazgos, etc., de la generosidad del Estado alemán subvencionando todo lo que pueda ser útil a la comunidad y sobre todo a la vida intelectual, en Francia estas cosas son siempre un poco bajas de techo y muy limitadas. Todo Notes del capvesprol, O.C., vol. xxxv, p. 266. S'acaba el viatge, O.C., vol. xxxrx, p. 368. Ibid., p. 367Tres senyors, O.C., vol. xrx, p. 475. Notes per a Sílvia, O.C., vol. xxvi, p. 309. 185 suele ser p e q u e ñ o y estrecho. Sobre las formas de la economía, parecen proyectarse las s o m b r a s de El avaro de Molière y del Père Goriot, de Balzac.» 19 D e j a n d o a p a r t e el h e c h o d e q u e P l a p a r e c e e q u i v o c a r s e al c i t a r el Père Goriot, p u e s t o q u e el a v a r o b a l z a c i a n o p o r excelencia es el p a d r e d e Eugénie Grandet, e s t e p á r r a f o n o s s u g i e r e la i d e a d e la influencia d e l a l i t e r a t u r a s o b r e l a s o c i e d a d , e n o t r a s p a l a b r a s , del a r t e s o b r e la naturaleza. Josep Pla relata en varias ocasiones c ó m o d e t e r m i n a d a s s i t u a c i o n e s r e a l e s le p a r e c e n s u r g i d a s d e la Comédie Humaine, c o m o si l a v i d a i m i t a r a l a l i t e r a t u r a , s u b r a y a n d o así la p e n e t r a c i ó n d e las d e s c r i p c i o n e s b a l z a c i a n a s . E n t r e e s t a s c o i n c i d e n c i a s d e l a r e a l i d a d c o n l a ficción, d e s t a c a e s p e c i a l m e n t e u n e p i s o d i o d e l a s Notes sobre París i França q u e a n a l i z a , m u y b a l z a c i a n a m e n t e , el f e n ó m e n o d e los m a r c h a n t e s d e p i n t u r a , e n t a n t o q u e e x p o n e n t e de la interacción arte-economía: «Hay u n m o m e n t o , en la vida de Montparnasse, q u e sería dign o de u n a novela de Balzac: son las h o r a s de la mañana, cuando los artistas, con la c a r t e r a (pequeña o grande) bajo el brazo se proyectan sobre el c e n t r o de París y van a ofrecer, a las tiendas, a las galerías de arte, su mercancía.» m P o r o t r a p a r t e , J o s e p P l a c o m p a r a a l g u n a s d e las p e r s o n a s q u e c o n o c i ó e n l a v i d a r e a l c o n p e r s o n a j e s d e l a Comédie Humaine, cont r a d i c i e n d o así s u s p r o p i a s d e c l a r a c i o n e s s o b r e l a f r a g i l i d a d y l a v e r o s i m i l i t u d d e d i c h o s c a r a c t e r e s . P l a s e ñ a l a e n t o n c e s q u e las personas reales q u e r e t r a t a «son t a n complejas c o m o los personajes b a l z a c i a n o s » , c o m o p o d e m o s a p r e c i a r e n la s i g u i e n t e c i t a : «A mí m e parece que Mir fue como u n personaje de Balzac, de gran biología, es decir, m u y complejo. Es m u y difícil, en esos años de juventud, encerrarlo en u n cajón con u n a etiqueta.» a R e f i r i é n d o s e a l c a n t a n t e R a i m o n , el e s c r i t o r d i c e d e él q u e « e r a el t í p i c o j o v e n p o b r e — e l j o v e n p o b r e d e l a s n o v e l a s d e B a l z a c y d e F l a u b e r t » . 2 2 O b s e r v a m o s , p u e s , q u e P l a se l i m i t a f r e c u e n t e m e n t e a a l u d i r a l o s t ó p i c o s m á s c o m u n e s s o b r e la o b r a y la p e r s o n a l i d a d d e B a l z a c : e l t i p o d e l a v a r o , d e l j o v e n p o b r e y a m b i c i o s o , el a s p e c t o m u n d a n o y r e t r ó g r a d o d e B a l z a c h o m b r e , s u afición d e s m e d i d a a los b u e n o s m a n j a r e s y al c a f é . . . H a c e a s i m i s m o n u m e r o s a s a l u s i o n e s al estereotipo balzaciano de la «mujer de treinta años», que parece 19. 20. 21. 22. 186 Notes sobre París i França, O.C., vol. iv, p. 409. Notes sobre París i França, O.C., vol. ÏV, p. 301. Tres artistes, O.C., vol. xrv, p. 616. Retrats de passaport, O.C., vol. xvii, p. 629. convertirse en u n a de sus obsesiones. No obstante, al lado de estos comentarios superficiales e incluso tópicos, e n c o n t r a m o s también observaciones certeras y profundas sobre la concepción de la novela, de la sociedad y del carácter h u m a n o . Dentro de las variadas consideraciones generales sobre la novela q u e Balzac inspira a Josep Pla, destacan en p r i m e r lugar las comparaciones con otros escritores de su época. Pese al p r e t e n d i d o desprecio q u e Pla dice (en ocasiones) sentir hacia Balzac, éste se halla siempre situado e n t r e los «grandes prosistas», j u n t o a Dickens y Tolstoi. Pla llega a afirmar que Balzac y los d e m á s «realistas» son los únicos autores que se leen: «Estos escritores, que forman el grupo más sustancioso de la literatura mundial de nuestros días —y que son los tínicos que se leen—, están afiliados a la tendencia realista, verista o naturalista. Sus "tranches de vie", de enfoque rural, son francas y feroces diatribas. Lo que han escrito Zola, Balzac, Tolstoi, Chéjov, Maupassant, Hardy y tutti quanti sobre los Bcampesinos de sus países respectivos pone la carne de gallina.» Josep Pla utiliza además a Balzac como p u n t o de referencia obligado en sus críticas a jóvenes o n o t a n jóvenes escritores del mom e n t o : Alberto Moravia (que resulta m a l p a r a d o en la comparación), 24 Pío Baroja, 25 Camilo José Cela,26 Marcel P r o u s t . . . E s t e ú l t i m o ejemplo constituye el único caso en que Balzac sale desfavorecido: «Dentro de veinte años, todo el mundo verá, probablemente, que Proust es el novelista europeo más grande que ha aparecido después de Tolstoi. En Francia, para encontrar un novelista parecido, se tiene que saltar hasta Stendhal. Entre estos dos nombres, Flaubert queda como un estilista y Balzac como un creador de autómatas al agua de rosas.» 27 E s t e fragmento de u n artículo aparecido en «La Veu de Catalunya» en 1928 contiene, a p a r t e de u n juicio u n t a n t o a p r e s u r a d o sobre Balzac, u n a certera premonición de la posteridad de la o b r a proustiana. Asimismo, Balzac provoca, en algunos escritos de J. Pla, u n a serie de reflexiones generales sobre la literatura y, m á s concretamente, sobre la novela, que nos p e r m i t e n acercarnos a las intenciones y anhelos de Josep Pla escritor. Como ya h e m o s señalado, Pla n o se dedicó a la novela, p e r o declaró que se sentía próximo a Balzac en t a n t o que, según éste, la literatura debía relatar la «historia 23. 24. 25. 26. El pagès i el seu món, O.C., vol. v i u , p. 105. Notes per a Sílvia, O.C., vol. xxvi, p. 309. En El passat imperfecte, O.C., vol. xxxm, pp. 282 y 634. Capítulo «Camilo José Cela escriptor», en El passat imperfecte, O.C., v o l . XXXIII. 27. Caps-i-puntes, O.C., vol. XLIII, p. 323. 187 de la vida privada de las naciones» y «contribuir al conocimiento de la forma de ser de la gente del país». 28 Según Pla, las mejores novelas d e Balzac son las que n o tienen a r g u m e n t o (aunque luego contradiga esta afirmación diciendo que la m e j o r de ellas es Une ténébreuse affaire, que cuenta con u n a intrincada trama): «La vieille fille... es una novela sin argumento, es decir, con un argumento puramente moral, pero con una prodigiosa acumulación de detalles. Ahí está el quid de la literatura: los detalles, la observación, el conocimiento. Esto es lo que dura. El mundo literario, imaginativo, no es nada.» 29 E n definitiva, lo que Pla desea suprimir de la literatura es la ficcionalidad, no el «argumento», puesto que alaba la novelística b a s a d a en u n «rosario de anécdotas, inteligiblemente expresadas». 30 Finalmente, Pla n o hace m á s que expresar su p r o p i a concepción del quehacer literario, que coincide verdaderamente en m u c h o s puntos con la de Balzac. La cita siguiente, extraída del Prólogo al Album de Fontclara, constituye u n o de los r a r o s casos en que Pla detalla sus planes literarios de conjunto: «Mi vieja obsesión de llenar tres libros largos —como estos libros de la Obra Completa— con las observaciones hechas sobre la gente del país se podría concretar de la siguiente manera, siempre a mi modo de ver: »Un libro sobre los payeses. »Un libro sobre los comerciantes. »Un libro sobre la burguesía. »De esta voluminosa trilogía —2.000 páginas, más o menos— el primer libro, titulado Els pagesos, constituye el volumen 8 de esta Obra Completa. »E1 segundo, que he titulado Album de Fontclara, que es el presente libro, constituye el volumen 23 de estas mismas obras. El tercero -^-el libro sobre la burguesía— está por hacer.» 31 De todas las citas y comentarios precedentes podemos deducir b á s i c a m e n t e t r e s hechos. E n p r i m e r lugar, Balzac o c u p a en la escala de valores literarios de Josep Pla u n a posición privilegiada pero ambigua. Es considerado u n o de los grandes novelistas universales del siglo xix, p e r o varias de sus o b r a s m á s conocidas son severa y h a s t a d u r a m e n t e criticadas. Pla leyó a Balzac en su j u v e n t u d (y segur a m e n t e , n o en su totalidad, sino sólo parcialmente), emitiendo eh28. 29. 30. 31. 188 Tres artistes, O.C., vol. xiv, p. 700Notes del capvesprol, O.C., vol. xxxv, p. 266. Articles amb cua, O.C., vol. xxxi, p. 151. Prologo al Album de Fontclara, O.C., vol. xxin, p. 7. tonces los comentarios más negativos sobre la Comédie Humaine. Cuando releyó varias de estas obras en su madurez, expresó por el contrario una admiración cierta hacia ellas. Parece pues que el criterio de Pla sufrió una evolución con el paso del tiempo, y éste es el segundo hecho a reseñar. Este cambio gradual de opinión pudo ser debido a una progresiva identificación de Pla escritor con las intenciones y concepciones teóricas de Balzac novelista y cronista de su época. Ciertamente, Pla nunca se compara explícitamente con Balzac, ya que, como 32 él mismo dice, «una cosa es un precedente y otra una comparación». Sin embargo, su proyecto literario (que es unitario y muy consciente, como muestra la minuciosidad con que preparó su Obra Completa y, de forma más clara, el Prólogo al Album de Fontclara ya citado) presenta innegables coincidencias con el de Balzac. Ésta es la conclusión más significativa a la que nos ha conducido el rastreo emprendido de la presencia de Balzac en la obra de Josep Pla. Ambos escritores, cada uno en su época y en sus circunstancias, intentaron, explícita o voladamente (es el caso de Pla), llevar a cabo un ambicioso retrato de los hilos secretos que mueven la conducta social y privada de los hombres. 32. Notes del capvesprol, O.C., vol. xxxv, p. 464. 189