el cuarto de atrás de carmen martín gaite: otra historia

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EL CUARTO DE ATRÁS DE CARMEN
MARTÍN GAITE: OTRA HISTORIA
Marcela Romano*
Introducción
N
os p r o p o n e m o s en este t r a b a j o reconstruir los c a m i n o s d e u n a m i r a d a ,
de u n a m i r a d a q u e a su v e z c o n s t r u y e su p r o p i a representación en
torno a los h e c h o s d e la g u e r r a y p o s g u e r r a e s p a ñ o l a s . El texto e l e g i d o
e s El cuarto de atrás, d e C a r m e n M a r t í n G a i t e , el cual, escrito en 1978 y por lo
m i s m o d i s t a n c i a d o de otros relatos m á s c o e t á n e o s a la c o n t i e n d a , o f r e c e u n a
versión s i n g u l a r y n o v e d o s a d e este f r a g m e n t o d e la historia de E s p a ñ a . Instalada
p l e n a m e n t e d e n t r o del l i n a j e de las escrituras de g é n e r o " f e m e n i n o " , la d i n á m i c a
d e la n o v e l a p a r e c e r o m p e r c o n t i n u a m e n t e c o n la represión d e los d i s c u r s o s
l e g i t i m a d o s d e s d e la autoridad de un ú n i c o sentido y establece su p r o p i a
l e g a l i d a d a través de la d i s c o n t i n u i d a d , la d i s e m i n a c i ó n s e m á n t i c a , las ausencias,
las m á s c a r a s , u n a f o c a l i z a c i ó n particular y d i s i d e n t e c o n r e s p e c t o a los m u n d o s
e n ella r e f e r i d o s . L o s p r i n c i p i o s c o n s t r u c t i v o s de esta novela se m u e v e n y la
atraviesan d e s d e el l u g a r a n f i b i o y e s c u r r i d i z o de la frontera, posición estratégica
q u e p e r f i l a sus m o d o s d e c o n s t i t u c i ó n en a s p e c t o s m u y p u n t u a l e s : los d i f e r e n t e s
y s u p e r p u e s t o s niveles de f i c c i o n a l i z a c i ó n q u e c o n f i g u r a n la f á b u l a (en su
relación texto / extratexto, vigilia / s u e ñ o , p a s a d o / presente, vida / ficción /
m e t a - ficción etc.), el d e s a r r o l l o a r b o r e s c e n t e d e la voz ( d e s p l e g a d a en múltiples
* Universidad Nacional de Mar del Plata, Argentina
Letras, Curitiba, n. 51,p. 79-92, jan./jun. 1999. Editora da UFPR
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v o c e s q u e remiten a otros t i e m p o s , a otros lugares, a otros niveles d e realidad),
el m o n t a j e p o l é m i c o de c ó d i g o s d i s c u r s i v o s (el relato fantástico, la a u t o b i ografía, el e n s a y o histórico, la n o v e l a rosa, entre otros) q u e discuten entre sí, d e
poética a poética, y d e n t r o de sí, con sus c o n v e n c i o n e s específicas, p o n i e n d o n o
sólo en cuestión las leyes c a n ó n i c a s d e c a d a g é n e r o , sino la virtualidad r e f e r encial d e t o d o d i s c u r s o 1 .
Este ú l t i m o a s p e c t o resulta c l a v e p a r a leer El cuarto de atrás c o m o u n
relato histórico de orientación o s t e n s i b l e m e n t e t r a n s g r e s o r a y h e t e r o d o x a . L a
novela se sitúa en este sentido c o m o un c a m i n o d e alternativa: f r e n t e a la historia
" o f i c i a l " ( a d j e t i v o q u e , m á s allá d e su c o n n o t a c i ó n ideológica, i n v o l u c r a e n
nuestro t r a b a j o a la tradición cristalizada en torno a los discursos históricos,
ficcionales
o no), la g u e r r a y la p o s g u e r r a son narradas a q u í p o r u n a v o z
f e m e n i n a , atenta al d e s p l i e g u e de la m e m o r i a , d e los s u e ñ o s , d e las s e n s a c i o n e s ,
del azar. Esta voz e x p o n e su versión de los h e c h o s e n su c o n v e r s a c i ó n c o n u n
interlocutor, y su relato a su vez ingresa en la historia c o m o un d i s c u r s o d e ficción
sobre el cual la m i s m a n o v e l a r e f l e x i o n a . El s u y o es, finalmente, un relato q u e
atiende n o al recorte fáctico, c r o n o l o g i z a d o e individualista d e la h i s t o r i o g r a f í a
tradicional, sino q u e se m u e v e a los saltos en los p l i e g u e s sutiles d e la v i d a
privada, del i m a g i n a r i o f e m e n i n o d e la é p o c a , d e la e x p e r i e n c i a d e los h é r o e s
cotidianos sin n o m b r e ni c o n t o r n o .
E x p l o r a r el f u n c i o n a m i e n t o y el sentido d e este m o d o otro de escribir la
historia es el o b j e t i v o d e las p á g i n a s q u e siguen.
Historia y poética "femenina": claves de su constitución
F r e n t e a la e n u n c i a c i ó n n e u t r a y p r e s u m i b l e m e n t e " m a s c u l i n a "
( h e g e m ô n i c a ) d e la h i s t o r i o g r a f í a tradicional n o v e c e n t i s t a , la v o z histórica d e El
cuarto de atrás se recorta, s e g ú n a n t i c i p a m o s en nuestra I n t r o d u c c i ó n , c o m o u n a
voz " f e m e n i n a " . N o sólo p o r q u e la p r o t a g o n i s t a - n a r r a d o r a es u n a m u j e r ( u n a
figuración a u t o b i o g r á f i c a , d i c h o sea d e p a s o , d e la m i s m a autora), s i n o p o r q u e
la d i n á m i c a d e la e n u n c i a c i ó n m i s m a se d i s e ñ a c o m o " f e m e n i n a " .
S i n t a g m a p o l é m i c o , surgido d e un m a r c o teórico t o d a v í a provisional, lo
" f e m e n i n o " e n la literatura d e b e ser leído d e s d e el " g é n e r o " del d i s c u r s o y n o ,
1 Al respecto puede consultarse nuestro artículo "El cuarto de atrás de Carmen Martín
Gaite: una poética del margen", 1995.
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r e d u c t i v a m e n t e , a través del " s e x o " del autor. C o m o m u y l ú c i d a m e n t e aclara
Nora Domínguez,
leer el género implica leer los mecanismos de su construcción
literaria, no realidades empíricas que se asocien directamente
con el sexo de quien escribe. Leer el género no implica leer sólo
lo que las mujeres escriben sino los modos en que se anudan
sexualidad y discurso en cualquier texto literario y cómo se
combinan con otro tipo de representaciones: de clase, políticas,
etc. 2
Ya Julia Kristeva ha teorizado i n d i r e c t a m e n t e en torno a estos p r o b l e m a s .
S u s r e f l e x i o n e s a c e r c a d e los ó r d e n e s s i m b ó l i c o y semiótico, d e u d o r a s d e las
teorías psicoanalíticas d e J a c q u e s L a c a n , i l u m i n a n el d e b a t e sobre escritura
" f e m e n i n a " d e s d e u n a p e r s p e c t i v a n o sexista. S u s t r a b a j o s sobre los textos
" m o d e r n i s t a s " ( L á u t r e a m o n t , M a l l a r m é , y, en general, el e x p e r i m e n t a l i s m o
v a n g u a r d i s t a ) p e r m i t e n c o m p r e n d e r q u e lo " f e m e n i n o " (semiótico) de los disc u r s o s se constituye c o m o tal a partir d e su p o s i c i o n a m i e n t o marginal y subvers i v o r e s p e c t o del o r d e n lingüístico " s i m b ó l i c o " e s t a b l e c i d o institucionalmente:
Llamaremos simbólico al funcionamiento lógico y sintético del
lenguaje y lo que, en las prácticas translingüísticas es asimilable
al sistema de la lengua. Semiótico será, por el contrario [...] el
ordenamiento de las pulsiones en tanto fracturas psicosomáticas;
pero por otra parte y sobre todo, será semiótico el retorno de esas
fracturas al sistema propiamente simbólico bajo el aspecto de
ritmos, entonaciones, transformaciones lexicales, sintácticas,
retóricas. Si el simbolismo asegura el límite y la unidad de una
práctica significante, lo semiótico indica el efecto de lo que no
podría ser captado como signo, significante o significado. 3
E n este sentido, El cuarto
de atrás
p u e d e incluirse en este linaje d e
escrituras en c u a n t o se articula a partir d e u n a d i n á m i c a f r o n t e r i z a y m a r g i n a l ,
2 Cfr. DOMÍNGUEZ, Nora, 1993.
3 Cfr. KRISTEVA, Julia. Práctica significante y modo de producción. In: Julia Kristeva,
1985, p. 19-20. Estos problemas se encuentran específicamente planteados en Kristeva, 1974.
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de d o m i n i o s borrosos, d e v o c e s s u p e r p u e s t a s , de c ó d i g o s c r u z a d o s . D e m o d o
q u e las circunstancias referidas en la n o v e l a n u n c a se c o n s t i t u y e n e n el e s t a m e n t o
de un d i s c u r s o o r d e n a d o , lineal, c r o n o l ó g i c a y r a c i o n a l m e n t e o r g a n i z a d o (al
m o d o de la ciencia y la n o v e l a históricas c a n ó n i c a s ) sino q u e se d e s p l a z a n a
e m p u j o n e s , en p o l é m i c a con otras t e m a t i z a c i o n e s y registros d e s p l e g a d o s en el
texto, lo q u e da c o m o resultado u n a escritura h i s t o r i o g r á f i c a sui generis, f r a g m e n t a r i a y azarosa, activada d e s d e u n a m e m o r i a t a m b i é n casual y escurridiza,
q u e el lector tiene q u e leer tanto en las grietas d e lo d i c h o c o m o en las a u s e n c i a s
d e lo no d i c h o . 4 L a narradora, a instancias de su m i s t e r i o s o entrevistador, p i e r d e
p e r m a n e n t e m e n t e el hilo d e sus r e f l e x i o n e s , las c u a l e s son r e t o m a d a s p á g i n a s
m á s adelante o bien nunca, lo q u e g e n e r a en la s u p e r f i c i e textual m u l t i p l i c i d a d
de lagunas, d e b l a n c o s , d e c u e s t i o n e s n o resueltas, d e p e q u e ñ a s a n é c d o t a s sin
desenlace:
- La historia de España, qué?
- Nada. Es que ahora, cuando estaba en la cocina...
La última frase la he dicho tan bajo que no debe haberla
oído, se esfuma, se lleva las imágenes de mi infancia y
de la infancia de mi madre. Ha vuelto a caer la cortina
que defiende la puerta del cuarto de atrás. 5
Estas estrategias d e f r a g m e n t a c i ó n a u m e n t a n su e f e c t o si p e n s a m o s en el
p o s i c i o n a m i e n t o s i e m p r e provisional del d i s c u r s o d e la p r o t a g o n i s t a . M u c h a s
d e sus r e f l e x i o n e s p u e d e n leerse i n d i s t i n t a m e n t e c o m o r e c u e r d o ( m o n ó l o g o
interior) o c o n f e s i o n e s en voz alta a su entrevistador, p o r q u e i n t e n c i o n a d a m e n t e
en el texto n o existen m a r c a s de d i f e r e n c i a c i ó n e n t r e a m b a s m o d a l i d a d e s . L a
a m b i g ü e d a d y las estrategias q u e la d e s p l i e g a n c o n s t i t u y e n el principio c o n s t r u c tivo f u n d a m e n t a l de la novela, n a r r a d a p o r u n a v o z " f e m e n i n a " , c o n t r a g r a m a t i cal, f o r m a l m e n t e disidente y " s e m i ó t i c a " , q u e e x p o n e no la r a c i o n a l i d a d del
s i s t e m a a r g u m e n t a t i v o c a u s a - e f e c t o , sino la irracionalidad d e u n a e x p e r i e n c i a
d e la historia d e E s p a ñ a .
Esta e x p e r i e n c i a individual (la de la n a r r a d o r a ) se n o s p r e s e n t a s i e m p r e
d i f e r i d a en r a z ó n d e la presencia de tres m e d i a c i o n e s : la m e m o r i a , la o r a l i d a d ,
4 Cfr. al respecto de los mecanismos reconstructivos de la memoria el artículo de Trevor
Lummis, 1991.
5 Cfr. GAITE, Carmen Martín. [1978], El cuarto de atrás. Barcelona: Destino, 1990. De
aquí en adelante las citas corresponden a esta edición.
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y el d i s c u r s o escrito m i s m o c o m o artificio (sobre el cual el texto se vuelve en su
espejo metaficcional).
L a p r o t a g o n i s t a activa su r e c u e r d o d e los h e c h o s de la g u e r r a y la
p o s g u e r r a a instancias d e su entrevistador, un i n d i v i d u o misterioso q u e la visita
a m e d i a n o c h e . S u p e r c e p c i ó n de los m i s m o s n o es c o e t á n e a , y, por añadidura,
su m e m o r i a es falaz.
El r e c u e r d o constituye, c o m o s a b e m o s , n o la e x p e r i e n c i a de lo vivido,
s i n o su versión, idealizada p o r el t i e m p o y el espacio, m e d i a t i z a d a p o r el presente
y las e x p e c t a t i v a s del f u t u r o , u n a c o n s t r u c c i ó n subjetiva del pasado. Si a e s o
a ñ a d i m o s las " f u g a s " f r e c u e n t e s d e la protagonista, e s t a m o s ante u n a e v o c a c i ó n
d e la g u e r r a y p o s g u e r r a e s p a ñ o l a s h e c h a de trozos y silencios. L a m i s m a
n a r r a d o r a r e c o n o c e e s e m o d o particular d e recordar:
Hacía un poco de frío, el frío se acababa de deshelar, aunque de
eso no estoy segura, creo que me equivoco, los fríos mayores
fueron cuando la guerra (...) se me han montado varias imágenes
(...) Yo es que la guerra y la posguerra las recuerdo siempre
confundidas... (p. 127)
Al m i s m o t i e m p o , la e n u n c i a c i ó n insiste f r e c u e n t e m e n t e en q u e lo
r e c o r d a d o n o p r o v i e n e d e la z o n a l u m i n o s a de la racionalidad, d e la vigilia, sino
del " c u a r t o d e atrás", del " d e s v á n del c e r e b r o " , del i n c o n s c i e n t e , d o n d e triunfan
el azar, las m e d i a s p a l a b r a s , los b l a n c o s :
...una especie de recinto secreto lleno de trastos borrosos,
separado de las antesalas más limpias y ordenadas de la mente
por una cortina que sólo se descorre de vez en cuando; los
recuerdos que pueden darnos alguna sorpresa viven agazapados
en el cuarto de atrás, siempre salen de allí, y sólo cuando quieren,
no sirve hostigarlos... (p. 91)
El r e c u r s o a la oralidad - q u e h a c e d e El cuarto de atrás una " m e t a n o v c l a
del d i s c u r s o oral", s e g ú n la aplicación q u e h a c e S o b c j a n o de la tipología de
R o b e r t S p i r e s 6 - c o n t r i b u y e s u s t a n t i v a m e n t e a la
figuración
de esta poética
" f e m e n i n a " de la q u e v e n i m o s h a b l a n d o . L a oralidad es en sí m i s m a , c o m o la
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escritura, u n a " t e c n o l o g í a d e la p a l a b r a " 6 q u e i n s t r u m e n t a , c o m o aquélla, sus
propios dispositivos d e p r o d u c c i ó n , circulación y r e c e p c i ó n . E n lo q u e al texto
respecta, interesa destacar dos e f e c t o s de lectura q u e p r o d u c e la ficción de la
oralidad m e d i a t i z a d a p o r la entrevista 7 : la i n m e d i a t e z (en o p o s i c i ó n a la escritura
c o m o elaboración diferida y estática), y la irrecuperabilidad ( f r e n t e a la p e r m a nencia d e aquélla). I n m e d i a t e z q u e s u p o n e , p o r u n a parte, matices tales c o m o
cotidianeidad, e s p o n t a n e i d a d , trasunto m á s e m o t i v o d e la p r o p i a experiencia,
desorden, r e f o r m u l a c i ó n p e r m a n e n t e d e lo dicho, c o n t i n u a m o v i l i d a d semiótica.
Por otra, el e f e c t o de irrecuperabilidad sitúa el d i s c u r s o d e los p e r s o n a j e s en el
plano de las acciones y d e los a c o n t e c i m i e n t o s m á s q u e en las v e r s i o n e s de los
m i s m o s ( c o m o la escritura), lo q u e g e n e r a p o r un lado la sensación d e q u e
s i e m p r e se pierden datos (pérdida q u e la n o v e l a c o m o tal c o n s e r v a intencionadamente), y q u e lo d i c h o tiene u n a e s p e s u r a , un c o n t o r n o , un relieve q u e semiótic a m e n t e se perfila m u c h o m á s allá del nivel verbal, en u n a pluralidad q u e la
escritura r e c u p e r a s i e m p r e de m a n e r a insuficiente, c o m o u n a n u e v a mediación.
E x p e r i e n c i a m e d i a d a p o r la m e m o r i a , m e m o r i a activada por la entrevista
oral, oralidad r e c o g i d a en el d i s c u r s o escrito. L a n o v e l a p o n e u n a y otra vez de
m a n i f i e s t o el carácter representacional d e la escritura, su c a p a c i d a d p a r a c o n s truir m u n d o s alternativos, su e s t a t u t o e m i n e n t e m e n t e ficcional. P e r o n o sólo es
ficcional, laberíntica, inquietante, la literatura. L o son t o d o s los d i s c u r s o s en
c u a n t o tales, c o m o traducción de lo real. L a protagonista es u n a escritora y ante
el d e s a s o s i e g o en q u e la e m b a r c a la literatura d e c r e a c i ó n , e m p r e n d e el intento
(fallido) d e r e f u g i a r s e e n el " c a s t i l l o " en a p a r i e n c i a s e g u r o del e n s a y o histórico 8 .
Sin e m b a r g o , esta escritura, c o m o tal, se v u e l v e un castillo de " p a p e l " , tan falaz
c o m o los otros 9 :
El cielo de papel se ha caído y me ha pillado debajo, los soldados
del Archiduque Carlos corren por encima de mí, me van a
6 Cfr. para este concepto Walter Ong, 1987.
7 Decimos "efectos de lectura" y al hacerlo suponemos dos cuestiones: la oralidad es
construida discursivamente por escrito, y por lo tanto, ficcionalizada, pero al mismo tiempo, en su
reconstrucción se filtran, como vimos más arriba, los desajustes y grietas de su modo particular de
representación.
8 Carmen Martín Gaite incursiona en este tipo de escritura en tres textos: El proceso de
Macanaz, de 1969, Usos amorosos del dieciocho en España, de 1972, y Usos amorosos de la
posguerra espartóla, de 1978, éste último fuertemente ligado a la novela que trabajamos.
9 Gran parte de la historiografía contemporánea ha reflexionado sobre el carácter en
gran medida ficcional del discurso histórico. Al respecto, resultan ya canónicas las tesis de Hayden
White, 1992.
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aplastar, me enredo en los estandartes desgarrados, me asfixio,
tengo que salir a buscar otro refugio, ninguno es seguro... (p. 59)
A n t e la idea de q u e los h e c h o s del p a s a d o t e r m i n a n d e reconstruirse con
p i e z a s d e un " r o m p e c a b e z a s q u e n u n c a p o d r e m o s c o n t e m p l a r e n t e r o " (p. 54), la
r e f l e x i ó n m e t a h i s t ó r i c a de la n a r r a d o r a a p u n t a a configurar, teórica y práctic a m e n t e , un m o d e l o h i s t o r i o g r á f i c o marginal y s u b v e r s i v o respecto del institucionalizado:
El libro de la posguerra tengo que empezarlo en un momento de
iluminación como el de ahora, relacionando el paso de la historia
con el ritmo de los sueños, es un panorama tan ancho y tan
revuelto, como una habitación donde cada cosa está en su sitio
precisamente al haberse salido de su sitio... (p. 104)
J u s t a m e n t e , es é s t e el p r o y e c t o cristalizado en la novela, t r a n s p a r e n t a d o
e n su particular poética, u n a p o é t i c a de g é n e r o " f e m e n i n o " , d o n d e la subjetivid a d , los s u e ñ o s , los deseos, la m e m o r i a , la p a l a b r a oral y la escrita se cruzan para
d a r a luz u n a versión d e la historia d e E s p a ñ a d i s t a n c i a d a d e t o d o c a n o n y d e
t o d o autoritarismo. U n a discursividad otra en t o r n o a lo real q u e n o hace sino
c o n f i r m a r los sentidos a n t i c i p a d o s en el e p í g r a f e d e Bataille: " L a e x p e r i e n c i a n o
p u e d e ser c o m u n i c a d a sin lazos de silencio, de o c u l t a m i e n t o , d e distancia..."
(p. 8).
Historia e ideología "femenina". La emergencia de lo otro
L a voz histórica d e El cuarto de atrás se c o n f i g u r a , según vimos, c o m o
poética, en un j u e g o d e estrategias y p r o c e d i m i e n t o s q u e perfilan a partir d e su
m o n t a j e u n a e n u n c i a c i ó n " f e m e n i n a " , en los t é r m i n o s a m p l i o s con q u e d e f i n i m o s " g é n e r o " líneas arriba.
P e r o esta p o é t i c a i m p l i c a , a su vez, la e m e r g e n c i a d e u n a ideología.
P o é t i c a e i d e o l o g í a c o n s t i t u y e n , c o n j u n t a m e n t e , el d i s c u r s o transgresor d e la
n o v e l a en la totalidad de sus niveles, y, e s p e c í f i c a m e n t e , en su c u a l i d a d d e
r e p r e s e n t a c i ó n histórica, el a s p e c t o por nosotros e s c o g i d o .
C u a n d o h a b l a m o s d e " i d e o l o g í a " i m p l i c a m o s e n este t é r m i n o d e f i n i c i o n e s tan vastas y a b a r c a t i v a s c o m o "visión del m u n d o " , " s i s t e m a de c r e e n c i a s y
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valores", " s i s t e m a s d e r e p r e s e n t a c i ó n " , y un c o n c e p t o o p e r a t i v o d e r i v a d o ,
" i m a g i n a r i o " , en el sentido c o n q u e se e m p l e a e n el á m b i t o de la h i s t o r i a
intelectual y la sociocrítica, es decir, aquel " v a s t o c a m p o d e r e p r e s e n t a c i o n e s
colectivas en d o n d e se articulan (...) ideas, i m á g e n e s , ritos y m o d o s de a c c i ó n " 1 0 .
Al entrar en este c a m p o , q u e el p l a n d e escritura d e la n o v e l a se p r o p o n e
c o n f i g u r a r con especial p r e p o n d e r a n c i a , t e n e m o s q u e d e f i n i r el l u g a r de la
e n u n c i a c i ó n y la materia del e n u n c i a d o . Al hacerlo, i n g r e s a m o s n u e v a m e n t e e n
el c a m p o d e lo " f e m e n i n o " , p e r o e n t e n d i d o y a n o c o m o p o s i c i o n a m i e n t o
discursivo sino social, histórico, político. P o r q u e quien h a b l a en la n o v e l a es u n a
m u j e r intelectual e s p a ñ o l a , a n t i f r a n q u i s t a (alter ego del s u j e t o e m p í r i c o C a r m e n
Martín Gaite), quien relata su e x p e r i e n c i a p r i v a d a d e un recorte d e la historia d e
España.
L a escritura d e la n o v e l a h a c e o s t e n s i b l e esta m a r c a en la voz d e u n a
e n u n c i a c i ó n q u e fragmenta la historia e l e g i d a e n p e r s p e c t i v a s , m i r a d a s , f u g a s ,
q u e se distancian del d i s c u r s o h e g e m ô n i c o de la historia oficial. Ya v i m o s en el
a p a r t a d o anterior c ó m o el c r u c e d e estrategias textuales y los p r e s u p u e s t o s
teóricos q u e las orientan c o n s t r u y e n un e s p a c i o escriturai q u e e v i d e n c i a las
rupturas d e t o d o sistema d e r e p r e s e n t a c i ó n verbal, incluido el d i s c u r s o histórico.
Q u e sea e x p l í c i t a m e n t e u n a m u j e r la q u e a s u m e el t i m ó n d e s v a r i a d o d e e s t e
tránsito irrita aún m á s el s e n t i d o q u e c o b r a n estas rupturas, en la m e d i d a e n q u e
la q u e h a b l a es u n a v o z s o c i a l m e n t e m a r g i n a d a , silenciada, s u b v a l o r a d a . P o r o t r a
parte e s t e " y o " - q u e es, d e h e c h o , m u c h o s y o d e s p l e g a d o s - se a p r o p i a d e u n
discurso, el d e la historia, q u e a lo largo d e los siglos ha l l e v a d o n o m b r e s d e
varón. Se apropia, claro está, p a r a deconstruirlo, interrogarlo, p r o b l e m a t i z a r l o .
Por q u é no, se dice la voz, r e i t e r a d a m e n t e en la novela, por q u é n o recordar,
contar, escribir la historia a partir de los f a n t a m a s d e la n o c h e , de los s u e ñ o s , d e
las s e n s a c i o n e s ? P o r q u é n o partir d e mi e x p e r i e n c i a , i n t r a n s f e r i b l e p e r o e j e m p l a r
a la h o r a de dar finalmente lugar a los h é r o e s a n ó n i m o s p e r o e f i c a c e s q u e t o d o s
s o m o s ? P o r q u é n o recortar con p r e f e r e n c i a las historias de la vida p r i v a d a ? P o r
q u é n o acudir al i m a g i n a r i o f e m e n i n o d e la é p o c a c o n el fin d e i l u m i n a r los
j u e g o s del p o d e r allí a g a z a p a d o ? 1 1
Si, c o m o d i j i m o s , la m a t e r i a d e la historia " o f i c i a l " son los d o c u m e n t o s ,
los a r c h i v o s , los t e s t i m o n i o s d e p e r s o n a j e s " n o t a b l e s " , en El cuarto
de
atrás
10 Cfr. BACZKO, Bronislaw, 1991.
11 Estas problemáticas tienen hoy undudable actualidad en la historiografía contemporánea. Basta el ejemplo, por lo demás exitoso, de la Historia de la vida privada, dirigida por
Philippe Ariès y Georges Duby.
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a p a r e c e n m e z c l a d a s u n a y otra vez, las s e n s a c i o n e s íntimas, de a p a r e a m i e n t o
p a r a d ó j i c o entre sí: m i e d o , frío, felicidad, libertad.
...Son para mí las sensaciones más envolventes de aquellos años:
el miedo y el frío pegándose al cuerpo - 'no habléis de esto',
'tened cuidado con aquello', 'no salgáis ahora', 'súbete más la
bufanda', 'no contéis que han matado al tío Joaquín', 'tres grados
bajo cero'-, todos tenían miedo, todos hablaban del frío... (p. 57)
- L a verdad es que yo mi infancia y mi adolescencia las recuerdo,
a pesar de todo, como una época muy feliz. El simple hecho de
comprar un helado de cinco céntimos (...) era una fiesta (...)
Recuerdo el placer de chupar el helado despacito, para que
durara..." (p. 70)
D e t r á s d e estas a p r e c i a c i o n e s p e r c e p t u a l e s , y p o r lo tanto subjetivas y
" p r i v a d a s " , se e s c o n d e sin e m b a r g o el d a r d o filoso d e u n a c o n c i e n c i a crítica q u e
c o m p r o m e t e lo c o l e c t i v o y lo p ú b l i c o : la represión, el frío moral, el rac i o n a m i e n t o . N a d a es casual en los p l i e g u e s d e u n d i s c u r s o q u e d e s d e la historia
i n d i v i d u a l salta a la social p o r las z o n a s o b l i c u a s d e u n a m i r a d a en m o d o a l g u n o
inocente.
P o r la puerta de la vida p r i v a d a de la p r o t a g o n i s t a entran otras vidas
p r i v a d a s ligadas a los h e c h o s d e la c o n t i e n d a y el r é g i m e n franquista. A s í la
a m i g a s e m i h u é r f a n a , hija d e " r o j o s " e n c a r c e l a d o s d u r a n t e la g u e r r a (p. 57), y su
a m i s t a d c o n el hijo del c o m a n d a n t e (p. 62), revelan s i m u l t á n e a m e n t e los
p a r a d i g m a s políticos y e n f r e n t a d o s d e un corte histórico preciso:
Ese niño y la hija de los maestros encarcelados fueron mis
primeros interlocutores secretos, con los dos tejí fantasías e
historias, que aún recuerdo, pero nunca les hablaba a uno de otro,
porque había intuido que ellos entre sí nunca iban a poder
quererse, y lo más triste era que yo no entendía por qué; conocí
el desgarrón, probado luego tantas veces, de las pasiones irreconciliables... (p. 62)
E n e s a línea a p a r e c e n f r a g m e n t o s s a l p i c a d o s d e v í c t i m a s cercanas, fam i l i a r e s o c o n o c i d a s : la historia del c h u r r e r o (p. 60), la el tío J o a q u í n (p. 115),
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s i e m p r e m e z c l a d a s c o n las a v e n t u r a s y e n s o ñ a c i o n e s felices d e la p r o t a g o n i s t a ,
q u e , en sus lugares i m a g i n a r i o s y a l t e r n a t i v o s 1 2 se resiste a pactar con el m u n d o
exterior. A s í en el v i a j e a B u r g o s , en b u s c a del a u t o c o n f i s c a d o d e su p a d r e
(acción situada en 1938), la destrucción d o m i n a n t e c o n v i v e con los d e s e o s d e
aventura d e la j o v e n protagonista: "...estoy con mi p r i m a A n g e l e s e n la h a b i tación de un hotel d e B u r g o s , (...) nos p a r e c e m a r a v i l l o s o el l u j o del c u a r t o (...),
t e n e m o s la v e n t a n a abierta, q u e entre el frio, es u n a s e n s a c i ó n i n c o m p a r a b l e d e
libertad..." (p. 110)
P e r o al m a r g e n d e estos p e q u e ñ o s h é r o e s individuales, es la m u j e r c o m o
h e r o í n a colectiva la q u e c o b r a e s p e s o r en la d i n á m i c a d e la novela, a través d e
la reconstrucción del vasto i m a g i n a r i o f e m e n i n o d e la g u e r r a y la p o s g u e r r a . L a
e n u n c i a c i ó n en este c a s o se v u e l v e casi e n s a y í s t i c a o a r g u m e n t a t i v a , en u n
registro q u e s u p e r a lo a n e c d ó t i c o personal ( a u n q u e t a m b i é n lo incluya), p a r a
adentrarse e n la g e n e r a l i d a d d e u n a historia, la d e las m u j e r e s e s p a ñ o l a s d e su
g e n e r a c i ó n (incluida la m i s m a C a r m e n F r a n c o ) e n su vida cotidiana 1 3 . E n esta
r e c o n s t r u c c i ó n , por m o m e n t o s c o m p a c t a , p o r m o m e n t o s m a t i z a d a , r e a p a r e c e n
con especial p r o t a g o n i s m o los rituales d e la m o d a de la é p o c a : las telas
(p. 12-13), la p e r f u m e r í a (p. 14), los p e i n a d o s (p. 6 5 - 6 7 ) , las visitas a las m o d i s t a s
( p . 8 0 - 8 3 ) . E n t o d o s los c a s o s la d e s c r i p c i ó n se d e t i e n e m i n u c i o s a y
m o r o s a m e n t e en d i c h o s o b j e t o s y prácticas a través d e u n a m i r a d a analítica q u e
b u s c a exaltar el detalle y el matiz:
Las modistas se dividían en dos categorías principales: aquéllas
de las que se temía que podían escabechar un traje y las que nunca
lo escabechaban.(...) Las modistas que tenían fama de haber
escabechado trajes en más de una ocasión era difícil que pasaran
nunca del rango de costureras.(...) A las costureras (...) se les
encargaban de preferencia las batas, las faldas de diario, la ropa
interior, los uniformes de las criadas y los vestidos de los niños...
(p. 81)
J u n t o c o n estos rituales exteriores c o n v i v e la d e s c r i p c i ó n t a m b i é n reiter a d a d e las lecturas de las j o v e n c i t a s de la é p o c a , c e n t r a d a s en u n g é n e r o p o r
12 La creación de lugares alternativos y opuestos a la oprobiosa España de la época es
referida constantemente a lo largo de la novela: Bergai y Cunnigan, por ejemplo.
13 Estos aspectos han sido en parte, y posteriormente, desarrollados en el ya citado Usos
amorosos...
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e s o s a ñ o s exitoso: la n o v e l a rosa, de c u y o s c ó d i g o s se a p r o p i a en m u c h o s
m o m e n t o s el texto p a r a aludir a las peripecias de los protagonistas. U n a y otra
v e z a p a r e c e m e n c i o n a d a Elisabeth M u l d e r y sus folletines p u b l i c a d o s en la
r e v i s t a " L e c t u r a s " , j u n t o c o n n o m b r e s c o m o E u g e n i a Marlitt, Berta R u c k ,
D u h a m e l (p. 141), así c o m o C a r m e n de Icaza, novelista " m o d e r n a " ya d e la
p o s g u e r r a (p. 94). M e z c l a d a s c o n los g e s t o s de la n a r r a d o r a y el entrevistador
a p a r e c e n d i á l o g o s entre p e r s o n a j e s e j e m p l a r e s d e las m i s m a s , c o m o
" R a i m u n d o " y " E s p e r a n z a " , o r e m e d o s de éstos, " E s m e r a l d a " y " A l e j a n d r o " ,
i n v e n t a d o s en la a d o l e s c e n c i a p o r la p r o t a g o n i s t a y su a m i g a .
J u n t o con este repertorio de ilusión y evasión q u e brindan las novelas
r o s a s , aparecen, t a m b i é n a b u n d a n t e m e n t e , los mitos c i n e m a t o g r á f i c o s de la
é p o c a , en especial las j ó v e n e s actrices con las q u e " C . " p a r e c e identificarse:
L e s l i e H o w a r d , N o r m a Shearer, Shirley T e m p l e , y, particularmente, D i a n a
D u r b i n , e m b l e m a d e la libertad y la felicidad s o ñ a d a en contraste con la realidad
terrible d e E s p a ñ a : " H a b í a leído q u e , antes d e ser actriz, iba al c o l e g i o en patines,
c o n su cartera al h o m b r o y - m á s difícil t o d a v í a - c o m i é n d o s e un h e l a d o d e
l i m ó n . (...) e s a a v e n t u r a s i g n i f i c a b a p a r a m í la alegoría de la libertad..." (p. 6 5 )
F r e n t e a estos m i t o s literarios y c i n e m a t o g r á f i c o s se y e r g u e n , i m p l a c a bles, las e n s e ñ a n z a s d e la S e c c i ó n F e m e n i n a y su ó r g a n o d e p r e n s a e s p e c í f i c o ,
la r e v i s t a "Y", con su p r o p u e s t a particular en torno a la " f e l i c i d a d " , el sentido
d e la vida, y sus p a r a d i g m a s d e m u j e r y d e f a m i l i a 1 4 :
La retórica de la posguerra se aplicaba a desprestigiar los conatos
de feminismo que tomaron auge en los años de la República y
volvía a poner el acento en el heroísmo abnegado de madres y
esposas, en la importancia de su oscura y silenciosa labor como
pilares del hogar cristiano (p. 93).
Frente a la ética oficial, q u e p r o p i c i a la austeridad y el sacrificio, las
h e r o í n a s de las n o v e l a s y del c i n e p r o p o r c i o n a n la posibilidad d e u n a vida otra.
S o n , en definitiva, un m o d e l o contracultural (aun c u a n d o h e g e m ô n i c o en c u a n t o
a su c o n s u m o m a s i v o ) q u e se resiste a ser f a g o c i t a d o por la cultura de la
a b n e g a c i ó n . E n e s a línea, con otras características, las c a n c i o n e s d e C o n c h a
P i q u e r o f r e c e n p o r su parte un p a r a d i g m a f e m e n i n o t a m b i é n disidente: " A q u e llas m u j e r e s q u e a n d a b a n p o r la vida a b a n d a z o s y n o se d e s p e d í a n de un n o v i o
14
Remitimos para mayor detalle a Martín Gaite, 1984, cap. III.
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a las n u e v e y m e d i a e n el portal d e su casa, intranquilizaban p o r estar a l u d i e n d o
a un m u n d o d o n d e n o c a m p e a b a lo leal ni lo p e r e n n e , eran e s c o m b r o s d e la
guerra..." (p. 153)
P o r q u e de la g u e r r a se trataba. A n t e tanto e d u l c o r a m i e n t o oficial, lo q u e
El cuarto de atrás quiere m o s t r a r es q u e la vida d e las m u j e r e s de p o s g u e r r a al
m i s m o t i e m p o pactó c o n y resistió al R é g i m e n . C u a n d o n o t o d o p o d í a resolverse
con u n a sonrisa, c o m o p e d í a d e s d e la S e c c i ó n F e m e n i n a Pilar P r i m o d e Rivera,
allí estaban los ritos privados, las ficciones de la c a n c i ó n , d e la novela, del cine.
Vidas alternativas, e x p u e s t a s y representadas, a n t e u n a vida real y p ú b l i c a q u e
no ofrecía más que desolación y muerte.
Conclusiones
E n este t r a b a j o h e m o s recorrido s u m a r i a m e n t e las alternativas d e constitución del relato de la g u e r r a y p o s g u e r r a en El cuarto de atrás.
L o h e m o s h e c h o en d o s a p a r t a d o s q u e dan c u e n t a , c r e e m o s , d e la
articulación entre p o é t i c a e i d e o l o g í a , texto y extratexto, ficción e historia.
A m b o s , c o n j u n t a m e n t e , r e v e l a n el d i s e ñ o d e u n d i s c u r s o histórico otro, alternativo, q u e p e r m i t e la e m e r g e n c i a de u n a m i r a d a " f e m e n i n a " s o b r e e s e corte
puntual d e la historia de E s p a ñ a .
El análisis del p r i m e r a s p e c t o h a p e r m i t i d o d e m o s t r a r la p r e s e n c i a d e u n a
voz " f e m e n i n a " , p o s i c i o n a d a d i s c u r s i v a m e n t e c o m o s u b v e r s i v a r e s p e c t o d e la
lógica d e los sentidos u n í v o c o s , a partir de u n a e n u n c i a c i ó n e s c u r r i d i z a c u y o s
m o d o s d e e s c e n i f i c a c i ó n se revelan, a s i m i s m o , c o m o c o n s t r u c c i o n e s aleatorias:
la m e m o r i a , el discurso oral, el d i s c u r s o escrito d e la ficción. M e d i a c i o n e s , todas
ellas, q u e a p e l a n a la e m o c i ó n , los deseos, los s u e ñ o s , los r e c u e r d o s s e m i inconscientes, p a r a reconstituir u n f r a g m e n t o d e la historia d e E s p a ñ a d e s d e u n a
p e r s p e c t i v a distinta p e r o n o p r e c i s a m e n t e neutral.
El s e g u n d o a p a r t a d o se h a c o n c e n t r a d o en la c o n f i g u r a c i ó n i d e o l ó g i c a d e
esta v o z , voz d e m u j e r q u e revitaliza c o m o d o c u m e n t o i m p r e s c i n d i b l e el
i m a g i n a r i o f e m e n i n o d e la é p o c a , de las m u j e r e s y s o b r e las m u j e r e s , e n su vida
cotidiana. E n la e v a l u a c i ó n de este i m a g i n a r i o se p o n e n en e s c e n a , c r e e m o s , los
p a c t o s y las resistencias q u e d e s d e lo cultural han p e r f i l a d o el papel d e este sector
d e la sociedad e s p a ñ o l a q u e , en apariencia, n o se limitó a " s o n r e i r " .
El cuarto de atrás se revela, entonces, d o b l e m e n t e disidente. D e s d e su
d i s c u r s o y d e s d e sus i d e o l o g e m a s explícitos, b u s c a c o n t a r o t r a historia, d e o t r o
m o d o , c o n otros t e m a s , pero s e ñ a l a n d o , a u n q u e o b l i c u a m e n t e , la m i s m a b a r barie, el m i s m o dolor, las m i s m a s m u e r t e s .
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RESUMEN
Este estudio abordará la construcción de la "otra" historia de la España franquista
hecha por una mujer y explicar la inserción de la novela El cuarto de atrás en el género
"femenino", cuya noción se apoyaría en la dinámica discursiva polifónica, caracterizada
por tres aspectos puntuales: diferentes niveles de fïccionalizaciôn que configuran la
fábula (texto / extratexto, vigilia / sueño, vida / ficción / metaficción etc); el despliegue
de voces; la coocurrencia de diferentes códigos discursivos (autobiografia, ensayo
histórico, relato fantástico, entre otros).
Palabras-clave: niveles defïccionalizaciôn, polifonia, interrelation de códigos
discursivos.
RESUMO
Este estudo pretende abordar a construção da "outra" história da Espanha
franquista feita por uma mulher, e explicar a inserção do romance El cuarto de atrás no
gênero dito "feminino", cuja conceituação estaria fundamentada na dinâmica discursiva
polifónica, em que três aspectos seriam caracterizadores: os diferentes níveis de ficcionalização que configuram a fábula (texto / extratexto, vigília / sonho, vida / ficção /
metaficção etc); o desdobramento das vozes; a co-ocorrência de diferentes códigos
discursivos (autobiografia, ensaio histórico, relato fantástico, entre outros).
Palavras-chave: níveis de ficcionalização, polifonia, interrelação de códigos
discursivos.
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