Cancao do Mago Herica Marmo Parte final

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Letras de
Paulo Coelho
*
* Letras originais do compositor
A Trajetória Musical de Paulo Coelho
Abaixo a Cueca
Adeus, Amigo
(Zé Rodrix - Paulo Coelho)
Gravação original: Zé Rodrix (1979)
(Zé Rodrix - Dom Beto - Paulo Coelho)
Gravação original: Zé Rodrix (1978)
Homens chegou o momento da luta
Venham unidos por toda a nação
Vamos queimar essa coisa humilhante
Que é símbolo da nossa escravidão
Adeus, amigo
Não se preocupe comigo
Eu vou seguir vivendo
Apesar de tudo, amigo
Minha mulher vai contigo
Mas o que houve não foi
Culpa de ninguém
Abaixo a cueca!
Chegou nossa hora
Liberdade pro corpo masculino!
Já chega de mamãe mandou
Já chega de mulher falou
O homem é que tem que ser dono
Do seu destino
Eu lembro bem do domingo
Quando eu te disse
Que tinha achado meu grande amor
E ao me abraçar comovido
Meu grande amigo, você falou:
- Uma mulher como esta
Foi tudo o que eu sempre quis
E eu invejo você
Porque agora vai ser tão feliz
Quero aparecer nu em revista
E quero por elas ser sustentado
E também quero ouvir palavrões nas esquinas
E quero é mesmo ser um homem-liberado!
Quero que ela me bote de porre
E tente depois me mandar pro motel
E que ela cubra meu corpo com muitos presentes
Pra eu cumprir direito o meu papel
Por isso, amigo
Não vou até a estação
Não quero ver partir
Quem era apenas ilusão
Também preciso
E sei que vou encontrar
Outra mulher e um ombro amigo pra chorar
Agora Chega
Água Viva
(Fábio Jr. - Paulo Coelho)
Gravação original: Fábio Jr. (1976)
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Gravação original: Raul Seixas (1974)
Agora chega de ouvir tanta mentira
E de pedir para que eu minta também
Ninguém se engana pra sempre
O que é mal não faz bem
Chegou a hora de olhar pra dentro
Reconhecer aquilo que não tá certo
Estender a mão pros teus sonhos
Sem medo de chegar perto
Antes que seja tarde
Deixa a vida lhe ensinar
Quem fugir muito tempo
Não tem onde chegar
Eu conheço bem a fonte que desce daquele monte
Ainda que seja de noite
Nessa fonte tá escondido o segredo dessa vida
Ainda que seja de noite
“Êta” fonte mais estranha
Que desce pela montanha
Ainda que seja de noite
Sei que não podia ser mais bela
Que os céus e a terra, bebem dela
Ainda que seja de noite
Sei que são caudalosas as correntes
Que regam os céus, infernos, e regam gentes
Ainda que seja de noite
Aqui se está chamando as criaturas
Que desta água se fartam mesmo às escuras
Ainda que seja de noite
Ainda que seja de noite
Eu conheço bem a fonte que desce daquele monte
Ainda que seja de noite
Porque ainda é de noite!
No dia claro dessa noite!
Porque ainda é de noite
No dia claro desta noite!
203
A CANÇÃO DO MAGO
A Trajetória Musical de Paulo Coelho
Al Capone
O Amor É Assim Mesmo
Arrombou a Festa
Arrombou a Festa II
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Gravação original: Raul Seixas (1973)
(Eduardo França - Paulo Coelho)
Gravação original: Eduardo França (1978)
(Rita Lee - Paulo Coelho)
Gravação original: Rita Lee e Tutti Frutti (1977)
(Rita Lee - Paulo Coelho)
Gravação original: Rita Lee (1979)
Hei, Al Capone, vê se te emenda
Já sabem do teu furo, nego
No imposto de renda
Hei, Al Capone, vê se te orienta
Assim desta maneira, nego
Chicago não agüenta
Vai
Fecha a porta devagar
E esquece que eu jurei te amar
Ao te encontrar um dia
Só
Te chamei pra conversar
Mas você nem quis ouvir falar
Daquilo que eu sentia
Ai, ai, meu Deus, o que foi que aconteceu
Com a música popular brasileira?
Todos falam sério, todos eles levam a sério
Mas esse sério me parece brincadeira
Ai, ai meu Deus, o que foi que aconteceu
Com a música popular brasileira?
Quando a gente fala mal
A turma toda cai de pau
Dizendo que esse papo é besteira
Hei, Julio Cesar, vê se não vai ao senado
Já sabem do teu plano para controlar o Estado
Hei, Lampião, dá no pé, desapareça
Pois eles vão à feira exibir tua cabeça
Tem certeza que eu devo ir embora
Pense bem que eu posso não voltar
Aprender a não chorar
E com o tempo a esquecer
Que te amei
Hei, Jimi Hendrix, abandona o palco agora
Faça como fez Sinatra
Compre um carro e vá embora
Ei, Jesus Cristo, o melhor que você faz
É deixar o Pai de lado e foge pra morrer em paz
Vem, vem, vem, vem e esquece o que eu falei
Pois o amor é assim mesmo, eu sei
E mesmo sem dar certo
Vem que é melhor sofrer de amor
Que é melhor meu bem chorar de amor
Mas com você por perto
Eu sou astrólogo. Eu sou astrólogo
Vocês precisam acreditar em mim
Eu sou astrólogo
Eu sou astrólogo
E conheço a História do princípio ao fim!
Arigatô-Arakiri
Ave Maria da Rua
(Paulo Coelho - Sergio Dias)
Gravação original: Sergio Dias (1980)
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Gravação original: Raul Seixas (1976)
Ela acorda às cinco e meia pra tomar condução
Que nunca andou na contramão
Sonha entre os passageiros que está no avião
Que sem parar vai pro Japão
Mas ela está mesmo aqui
E então o único jeito dela poder dizer Sayonara
Vai ser cometendo harakiri
Poluindo as águas da Guanabara
Arigatô-arakiri
Ela chega ao trabalho e atende um freguês
E sonha que ele fala inglês
Se apaixonou por ela e convidou-a
Pra ir a Londres neste fim de mês
Mas ela está mesmo aqui
E então o único jeito dela poder dizer I love you
Vai ser escutar o big-ben
Toda vez que toca o apito do trem
Hello my friend thank you
Dentro da noite vem a esperança
De que Tijuca possa ser Paris
Mas ela está aqui no seu quarto de aluguel
Pregada em frente ao espelho nua no pôster la Tour Eiffel
Cherchez la femme mon amour
No lixo dos quintais, na mesa do café
No amor dos carnavais, na mão, no pé
Oh, tu estás, tu estás
No tapa e no perdão, no ódio e na oração
204
Teu nome é Iemanjá, e é Virgem Maria
É Glória e é Cecília na noite fria
Oh, minha mãe, minha filha
Tu és qualquer mulher, mulher em qualquer dia
Bastou o teu olhar pra me calar a voz
De onde está você rogai por nós
Oh, minha mãe, minha mãe
Me ensina a segurar a barra de te amar
Benito lá de Paula com o amigo Charlie Brown
Revive em nosso tempo o velho e chato Simonal
Martinho vem da Vila lá do fundo do quintal
Tornando diferente aquela coisa sempre igual
Um tal de Raul Seixas vem de disco voador
E Gil vai refazendo seu xodó com muito amor
Dez anos e Roberto não mudou de profissão
Na festa de arromba ainda está com seu carrão
Parei pra pesquisar
Na onda discothéque da América do Sul
Lenilda é miss Lene, Zuleide é Lady Zu
Pra defender o samba contrataram Alcione
É boa de pistom mas bota a boca no trombone
No meio disso tudo a Fafá vem dar um jeito
Além de muita voz, ela também tem muito peito
E a música parece brincadeira de garoto
Pois quando ligo o rádio ouço até Cauby Peixoto!
Cantando: - Conceição
Ai, ai, meu Deus, o que foi que aconteceu
Com a música popular brasileira?
Todos falam sério, todos eles levam a sério
Mas esse sério me parece brincadeira
Ai, ai meu Deus, o que foi que aconteceu
Com a música popular brasileira?
Quando a gente fala mal
A turma toda cai de pau
Dizendo que esse papo é besteira
O Odair José é o terror das empregadas
Distribuindo beijos, arranjando namoradas
Até o Chico Anísio já bateu pra tu batê
Pois faturar em música é mais fácil que em tevê
Celly Campello quase foi parar na rua
Pois esperavam dela mais que um banho de lua
E o mano Caetano tá pra lá do Teerã
De olho no sucesso da boutique da irmã
O Sidney Magal rebola mais que o Matogrosso
Cigano de araque, fabricado até o pescoço
E o Chico na piscina grita logo pro garçom
Afasta esse cálice e me traz Moet Chandon
Com tanto brasileiro por aí metido a bamba
Sucesso no estrangeiro ainda é Carmem Miranda
E a Rita Lee parece que não vai sair mais dessa
Pois pra fazer sucesso arrombou de novo a festa!
Ziri, ziriguidum
Skindô, skindô lelê
Sai da frente que eu quero é comer
A música popular brasileira
Lady Laura
A música popular...
Parabéns pra você
Parabéns para a música popular...
A música popular
Ah, eu te amo, ah, eu te amo meu amor
Ai, Sandra Madalena ah, ah, ah
O meu sangue ferve pela
Música popular...
Bilú, bilú, fafá, faró, faró, tetéia
Severina e o fio da véia
A música popular brasileira
Sou a garota papo firme que o Roberto falou
Da música popular
O tico-tico nu, o tico-tico cu
O tico-tico pá rá rá rá
Música popular
Olha que coisa mais linda, mais cheia de...
Música popular
Mamãe eu quero, mamãe eu quero
Mamãe eu quero a música popular brasileira
Pega, mata e come!
Oh, fricote, eu fiz xixi
Fricote eu fiz xixi
Na música popular brasileira
Corre que lá vem os hômi!
Não estou cantando só, cantamos todos nós
Mas cada um nasceu com a sua voz
Oh, pra dizer, pra falar
De forma diferente o que todo mundo sente
Segure a minha mão quando ela fraquejar
E não deixe a solidão me assustar
Oh, minha mãe, nossa mãe
E mata minha fome nas letras do teu nome
Oh, minha mãe, nossa mãe
E mata a minha fome na glória do teu nome
205
A CANÇÃO DO MAGO
A Trajetória Musical de Paulo Coelho
Bicho de Sete Cabeças
Brasileiro no meu Calor
Caminhos
Caminho de Santiago
(Fábio Jr. - Paulo Coelho)
Gravação original: Fábio Jr. (1976)
(Paulo Coelho - Pelin - Livi)
Gravação original: Sidney Magal (1979)
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Gravação original: Raul Seixas (1975)
(Paulo Coelho - Hyldon)
Gravação original: Hyldon (1989)
Se você tivesse pintado antes na minha vida
Se você tivesse me dado aquilo que eu mereço
Se você tivesse pago pelo amor qualquer preço
A gente até que podia estar juntos agora
Mas você teve medo e fez do corpo um segredo
Um bicho de sete cabeças todas cheias de grilos
Um bicho de sete cabeças todas cheias de grilos
E quero mostrar a você
Que podemos seguir pelo mesmo caminho
E não te ofereço riquezas
Mas te dou certeza de um grande destino
E quero com unhas e dentes
Viver o presente a nossa maneira
E quero uma grande aventura
Uma nova loucura, um amor sem fronteiras
Você me pergunta aonde eu quero chegar
Se há tantos caminhos da vida
E pouca esperança no ar
E até a gaivota que voa já tem seu caminho no ar
O caminho do fogo é a água
O caminho do barco é o porto
O do sangue é o chicote
O caminho do reto é o torto
O caminho do bruxo é a nuvem
O da nuvem é o espaço
O da luz é o túnel, o caminho da fera é o laço
O caminho da mão é o punhal
O do santo é o deserto
O do carro é o sinal, o do errado é o certo
O caminho do verde é o cinzento
O do amor é o destino
O do cesto é o cento
O caminho do velho é o menino
O da água é a sede
O caminho do frio é o inverno
O do peixe é a rede, o do pio é o inferno
O caminho do risco é o sucesso
O do acaso é a sorte
O da dor é o amigo
O caminho da vida é a morte
Que caminho lindo vai pra Santiago
Venha meu amor vem caminhar comigo
Vamos descobrir quem foram os templários
E fazer amor pelos campos de trigo
Vem sentir o vento da liberdade
Bebendo água nas cidades
Comendo frutos ao luar
Ser mais um highlander
Não ter fronteiras
Que a vida não é brincadeira
A gente tem que arriscar
Que caminho lindo vai pra Santiago
Quem souber andar que ande todo dia
Quem souber contar
Que conte a Via Láctea
E quem não rezar diga uma poesia
Viajar no tempo
Voltar na história
Varrer o velho da memória
Deixando o mundo novo entrar
Esquecer o amor que não deu certo
Dormir de noite a céu aberto
Com o universo a vigiar
Que caminho lindo vai pra Santiago
Quem por ele anda nunca está sozinho
Não precisa nem chegar a Santiago
Pois os seus tesouros estão no seu caminho
Se você tivesse entendido
Que nossos corpos se entendem
Mas se você tivesse deixado
Eu repousar a teu lado
Você deve curtir cada instante
Que lhe pintar na cuca
Porém você teve medo
E fez do corpo um segredo
Esquentou a cabeça
Fez com que o amor se pareça
Um bicho de sete cabeças todas cheias de grilos
Um bicho de sete cabeças todas cheias de grilos
Você fez...
Um bicho de sete cabeças todas cheias de grilos
Um bicho de sete cabeças todas cheias de grilos
Sou boêmio, sou sonhador
Brasileiro no meu calor
E um amante sempre disposto
A beijar teu rosto, e a fazer amor
E quero ensinar-te a jogar
A perder a ganhar sem arrependimentos
E pois o que importa querida
É viver esta vida e gozar os momentos
E quero uma grande paixão
Uma nova emoção, um prazer diferente
E quero brindar esse amor
Que não rima com dor e me deixa contente
Bruxa Amarela
Cachorro Urubu
Caminhos II
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Gravação original: Rita Lee & Tutti Frutti (1976)
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Gravação original: Raul Seixas (1973)
(Raul Seixas - Paulo Coelho - Eládio Gilbraz)
Gravação original: Raul Seixas (1975)
Acabei de dar um check-up na situação
O que me levou a reler Alice no País das Maravilhas
Já andei de motocicleta e fiz esporte
E numa corrida eu me encontrei com a morte
Baby, essa estrada é comprida, ela não tem saída
É hora de acordar pra ver o galo cantar
Pro mundo inteiro escutar
Assim como
Todas as portas são diferentes
Aparentemente
Todos os caminhos são diferentes
Mas vão dar todos no mesmo lugar
Acabei de tomar minha cerveja
Minha comida ainda está quente sobre a mesa
Duas horas da manhã eu abro a minha janela
E vejo a bruxa cruzando a grande lua amarela
E vou dormir quase em paz!
E a chuva promete não deixar vestígio!
E a chuva promete não deixar vestígio!
Aprendi a ler no rosto
O que as pessoas não querem me dizer
Aprendi a ler na alma
O que as pessoas não podem me esconder
Duas horas da manhã eu abro a minha janela
E vejo a bruxa cruzando a grande lua amarela
E vou dormir quase em paz!
Baby a estória é a mesma, aprendi na quaresma
Depois do carnaval, a carne é algo mortal
Com multa de avançar sinal
Todo jornal que eu leio
Me diz que a gente já era
Que já não é mais primavera
Oh baby, oh baby
A gente ainda nem começou
Baby o que houve na trança vai mudar nossa dança
Sempre a mesma batalha por um cigarro de palha
Navio de cruzar deserto
Baby isso só vai dar certo se você ficar perto
Eu sou índio Sioux, eu sou cachorro urubu
Em guerra com o Zé U
Aí o peregrino encontrou
Um velho na beira da estrada
E perguntou se não era muito perigoso
Seguir em frente
Bem, meu filho, disse o velho
O barco está mais seguro no porto
Mas não foi para isso
Que foram feitos os barcos
Sim
O caminho do fogo é a água
Assim como
O caminho do barco é o porto
O caminho do sangue é o chicote
Assim como
O caminho de reto é o torto
O caminho do risco é o sucesso
Assim como
O caminho do acaso é a sorte
O caminho da dor é o amigo
O caminho da vida é a morte
E a chuva promete não deixar vestígio!
206
207
A CANÇÃO DO MAGO
A Trajetória Musical de Paulo Coelho
Canto para Minha Morte
Cantiga de Ninar
Cartão Postal
Caroço de Manga
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Gravação original: Raul Seixas (1976)
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Gravação original: Raul seixas (1976)
(Rita Lee - Paulo Coelho)
Gravação original: Rita Lee e Tutti Frutti (1975)
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Gravação original: Raul Seixas (1973)
Eu sei que determinada rua que eu já passei
Não tornará a ouvir o som dos meus passos
Tem uma revista que eu guardo há muitos anos
E que nunca mais eu vou abrir
Cada vez que eu me despeço de uma pessoa
Pode ser que essa pessoa
esteja me vendo pela última vez
A morte, surda, caminha ao meu lado
E eu não sei em que esquina ela vai me beijar
Com que rosto ela virá?
Será que ela vai deixar eu acabar
o que eu tenho que fazer?
Ou será que ela vai me pegar no meio do copo
de uísque
Na música que eu deixei para compor amanhã?
Será que ela vai esperar eu apagar o cigarro no
cinzeiro?
Virá antes de eu encontrar a mulher
A mulher que me foi destinada,
E que está em algum lugar me esperando
Embora eu ainda não a conheça?
Nada tão belo como uma criança dormindo
Nem tão profundo como dormir sem sonhar
Nem tão antigo como o sonho dos teus olhos
Nem tão distante como a hora de acordar
Pra que sofrer com despedida?
Se quem parte não leva
Nem o sol, nem as trevas
E quem fica não se esquece tudo o que sonhou
Eu sei, tudo é tão simples que cabe num cartão
postal
E se a história é de amor não acaba tão mal
O adeus traz a esperança escondida
Pra que sofrer com despedida?
Se só vai quem chegou
E quem vai partir
Você sofre, se lamenta, depois vai dormir
Sempre que eu te dou a mão
Você segura no meu pé
Eu faço tudo por você
Tudo o que você quiser
Quero uma colher de chá
No grande jogo do xadrez
Não quero ver você chorar
Vou te encontrar vestida de cetim
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho
Que eu quero e não desejo, mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Qual será a forma da minha morte
Uma das tantas coisas que eu não escolhi na vida?
Existem tantas... um acidente de carro
O coração que se recusa a bater no próximo minuto
A anestesia mal aplicada
A vida mal vivida, a ferida mal curada
A dor já envelhecida
O câncer já espalhado e ainda escondido
Ou até, quem sabe
Um escorregão idiota, num dia de sol
A cabeça no meio-fio
Oh morte, tu que estão forte
Que matas o gato, o rato e o homem
Vista-se com a tua mais bela roupa quando vieres
me buscar
Que meu corpo seja cremado
E que minhas cinzas alimentem a erva
E que a erva alimente outro homem como eu
Porque eu continuarei neste homem, nos meus
filhos
Na palavra rude que eu disse para alguém que
não gostava
E até no uísque que eu não terminei de beber
aquela noite
Dorme enquanto teu pai faz músicas
Que é a forma dele rezar
Todos os sonhos na realidade
São verdades, se eu puder cantar
Você chora quando tem fome
Mas vem logo uma mamadeira
Amanhã se você chorar
Vai chorar tua vida inteira
Fiz meu rumo por essa terra
Entre o fogo que o amor consome
Eu lutei mas perdi a guerra
Eu só posso te dar meu nome
Tô aqui pro que vier, eu danço o que você tocar
É só dar corda no boneco
Tango, Rock ou chá-chá-chá
Não tenho nada a perder
Aquilo que pintar eu tô porque eu gosto de você
Sabe, alguém quando parte
É porque outro alguém vai chegar
Num raio de lua, na esquina, no vento e no mar
O adeus traz a esperança escondida
Sabe, alguém quando parte
É porque outro alguém vai chegar
Num raio de lua, na esquina, no vento ou no mar
O adeus traz a esperança escondida
Pra que querer ensinar a vida?
Pra que sofrer?
Essa vida inteira é uma brincadeira
É só ficar quieto e não dar bandeira
Você chupou a manga até o fim
E só deixou o caroço para mim
E melhor que isso só o carnaval
Pegue essa motocicleta e vá mostrar quem é você
Bota o seu blusão de couro, agora é que eu quero ver
Na arrancada pro futuro sem nunca pedir arrego
Nos olhos cegos do morcego
Carga Pesada
Coisa Proibida
Coisas de Agora
(Paulo Coelho - Zé Rodrix)
Gravação original: Zé Rodrix e Sérgio Reis (1979)
(Augusto Cesar - Paulo Coelho)
Gravação original: The Fevers (1981)
(Fábio Jr. - Paulo Coelho)
Gravação original: Fábio Júnior (1976)
Seis pneus cheios e um coração vazio
Vou do Sul pra Manaus, do Norte pro Rio
Carga pesada dentro do caminhão
E um grande peso dentro do coração
Eu que dirijo, mas Deus é quem me guia
Pelo mormaço ou dentro da noite fria
Já estive cada palmo desse meu chão
Mas o que eu mais conheço é a solidão
Toda essa história de dizer
Que eu estou por fora não cola
Tenha paciência pois amor não
Se aprende na escola
Sei fazer carinho
Me comporto direitinho
Na hora, me pega, me pega
Coisas de agora é a gente entender a da gente
Coisas de agora é a menina sair pela rua
Sem dar muita bola
A quem fica ou a quem passa na frente
Coisas de agora é alguém nunca deixar
E a gente fazer assim mesmo
Coisas de agora é a forma de dar
Tudo aquilo que esperam da gente
Deixar que a corrente carregue o futuro
Sem pensar que na frente
Pode ser mais escuro
É que a carga pesada também vai no meu peito
Uma eu deixo na estrada, a outra não tem jeito
Uma carga pesada eu entrego contente
Outra fica escondida a zombar da gente
Eta, malvada sina de carreteiro
Onde tudo na vida é passageiro
Tanta mulher encontro nesse sertão
Mas durmo sempre junto do caminhão
Dizer adeus pra mim já virou rotina
Lendo nos pára-choques o que a vida ensina
Vou pelo mundo afora sem ter um bem
Mas eu não troco essa vida com ninguém
208
Quando estou por dentro
Sou capaz de te levar à loucura
E neste momento qualquer coisa proibida
É frescura
Toda timidez que eu demonstro
Some toda na hora
Me pega, me pega
Sei alguns truques incríveis
Que você vai deslumbrar
Nestes minutos terríveis
Que os antigos chamavam pecar
Coisas de agora é a gente entender o que sente
Coisas de agora é o estudo, a garota, o dentista
A frustração de um carro parado na pista
Pedindo ao invés de mecânico um bom analista
Coisa de agora é o som, a nostalgia
Noite ao invés do dia
Coisas de agora é a pipa subir
E lá em cima não ter onde ir
O amor que não chega e o tempo que passa
A loucura escondida é a ventura da vida
Te quero menina
Te pego te levo comigo
Você vai sentir ao meu lado
Que eu sou um perigo
209
A CANÇÃO DO MAGO
A Trajetória Musical de Paulo Coelho
Como Vovó Já Dizia
Conserve seu Medo
Esse Tal de Roque Enrow
Esse Tal de Repi Enroll
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Gravação original: Raul Seixas (1974)
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Gravação original: Raul Seixas (1978)
(Rita Lee - Paulo Coelho)
Gravação original: Rita Lee e Tutti Frutti (1975)
(Rita Lee - Paulo Coelho)
Gravação original: Roupa Nova (1990)
(Como vovó já dizia)
Quem não tem colírio usa óculos escuros
(Mas não é bem verdade)
Quem não tem colírio usa óculos escuros
(Hum!!!)
Conserve seu medo
Mantenha ele aceso
Se você não teme
Se você não ama
Vai acabar cedo
(Quem não tem colírio usa óculos escuros)
Esteja atento
Ao rumo da História
Mantenha em segredo
Mas mantenha viva
Sua paranóia
Ela nem vem mais pra casa, doutor
Ela odeia meus vestidos,
Minha filha é um caso sério, doutor
Ela agora está vivendo
Com esse tal de Roque Enrow
Roque Enrow, Roque En...
Ela não vem mais pra casa doutor, Doutor
Ela odeia meus vestidos
Minha filha é um caso sério, Doutor
Ela agora está vivendo esse tal de repi enroll
Repi enroll
Repi enroll
Ela não fala comigo, doutor
Quando ele está por perto
É um menino tão sabido, doutor
Ele quer modificar o mundo
Esse tal de Roque Enrow
Roque Enrow
Se never says a word to me, Doctor Clyde
Strucking the stuff making a fuss
He’s a clever guy, Doctor Clyde
Got his line knows he’s fine, he’s repi enroll
Repi enroll
Repi en
Roquem é ele? Quem é ele?
Esse tal de Roque Enrow?
Uma mosca, um mistério,
Uma moda que passou
E ele, quem é ele?
Isso ninguém nunca falou!
Ele, quem é ele?
Esse tal de repi enroll
Uma mosca, um mistério
Uma moda que passou
Ele, quem é ele?
Isso ninguém nunca falou
Ela não quer ser tratada, Doutor
E não pensa no futuro
E minha filha está solteira, Doutor
Ela agora está lá na sala com esse tal de
Repi enroll
Repi enroll
Minha avó já me dizia pr’eu sair sem me molhar
Mas a chuva é minha amiga e eu não vou me resfriar
A serpente está na terra e o programa está no ar
A formiga só trabalha porque não sabe cantar
Quem não tem colírio usa óculos escuros
Quem não tem filé como pão e osso duro
Quem não tem visão bate a cara contra o muro
(Quem não tem colírio usa óculos escuros)
É tanta coisa no menu que eu nem sei o que comer
José Newton já dizia: “Se subiu tem que descer”
Só com a praia bem deserta é que o sol pode nascer
A banana é vitamina que engorda e faz crescer
Quem não tem colírio usa óculos escuros
Quem não tem filé como pão e osso duro
Quem não tem visão bate a cara contra o muro
Conserve seu medo
Mas sempre ficando
Sem medo de nada
Porque desta vida
De qualquer maneira
Não se leva nada
E ande pra frente
Olhando pro lado
Se entregue a quem ama
Na rua ou na cama
Mas tenha cuidado!
Em Paz com as Coisas da Vida
Era dos Super Heróis
(Roberto Menescal - Paulo Coelho)
Gravação original: Mariama (1979)
(Sergio Lopes - Paulo Coelho)
Gravação original: Lee Jackson (1979)
Sei que é impossível evitar
Certa vontade de chorar
Não sei também que é bem melhor
Só viver sorrindo
Essa é a era. É a era que já era
Era dos super heróis
Não, eu não vou mais me aborrecer
E quem só gosta de sofrer
Perto de mim não vai mais ser
Bem-vindo não
Quero me abrir pra vida
Eu quero viver de novo
Eu quero ser como sempre quis, sim
E se você quer ser feliz ao meu lado
Não traga os problemas do passado
Pois o passado não pode mudar
E o futuro é tão fácil
Só sei que quero estar
Em paz com as coisas da vida
Me dar sem medo e sem receio
E vai ser esse meu jeito de amar
Batman e Robin estão aposentados
Tarzan e Jane estão divorciados
E o Capitão América trocou o escudo por um violão
Lanterna Verde gastou sua pilha
Transando a Mulher Maravilha
E o grande Thor deixou cair o martelo em cima
do dedão
Homem de Ferro está enferrujado
Homem Aranha está todo enroscado
E a inflação americana o Cyborg desvalorizou
Homem Fluído já se evaporou
Homem Borracha já se apagou
E o Capitão Submarino na banheira quase se afogou
Ela não quer ser tratada, doutor
E não pensa no futuro
E minha filha está solteira, doutor
Ela agora está lá na sala
Com esse tal de Roque Enrow
Roque Enrow, Roque En...
Tell me what’s wrong with her, Doctor Clyde
I don’t know what to do
She changed her life stays out all nite
Doctor Clyde, it ain’t rite
She’s about the repi enroll
Repi enroll
Eu procuro estar por dentro, doutor
Dessa nova geração
Mas minha filha não me leva a sério, doutor
Ela fica cheia de mistério
Com esse tal de Roque Enrow
Roque Enrow
Crazy, she is crazy
(Ele, quem é ele?)
Crazy for the repi enroll
(Esse tal de repi enroll)
A new fashion, a reaction
(Uma mosca, um mistério)
Or a bomb that’s up to explode
(Uma moda que passou)
Crazy, she is crazy
(Ele, quem é ele?)
That’s the only thing that I know
(Isso ninguém nunca falou)
Roquem é ele? Quem é ele?
Esse tal de Roque Enrow?
Um planeta, um deserto,
Uma bomba que estourou
Ele, quem é ele?
Isso ninguém nunca falou!
Ela dança o dia inteiro, doutor
E só estuda pra passar
E já fuma com essa idade, doutor
Desconfio que não há mais cura
Pra esse tal de Roque Enrow
Roque Enrow, Roque Enrow
Roque Enrow
Ela dança o dia inteiro, Doutor
E só estuda pra passar
E já fuma com essa idade, Doutor
Desconfio que não há mais cura pra esse tal de
Repi enroll
Repi enroll
Dependurado como Tarzan
A gente vai pro dia de amanhã
Fazendo mágica que nem Mandraque
Pra não ficar pirado, passar um dia sem se aborrecer
Nem é possível com superpoder
Pois o perigo de ser agredido tá por todo lado
210
211
A CANÇÃO DO MAGO
A Trajetória Musical de Paulo Coelho
Este Dia Feliz
Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás
Eu Preciso Tanto
Eu Também Vou Reclamar
(Pelin - Livi - Paulo Coelho)
Gravação original: Sidney Magal (1979)
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Gravação original: Raul Seixas (1976)
(Zé Rodrix - Paulo Coelho)
Gravação original: Zé Rodrix (1979)
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Gravação original: Raul Seixas (1976)
Que dia tão feliz é hoje pra você
Marcaste encontro com amor
Em casa todo mundo também percebeu
Pelo teu jeito de dizer
Que agora o mundo é teu
O teu relógio não te cansas de olhar
E pensas que o tempo parou
Vestidos sobre a cama, blusas pelo chão
Que com amor e indecisão
Você experimentou
Um dia, numa rua da cidade
Eu vi um velhinho sentado na calçada
Com uma cuia de esmola e uma viola na mão
O povo parou pra ouvir
Ele agradeceu as moedas
E cantou essa música que contava uma estória
Que era mais ou menos assim
Meu carro parado
Cercado de carros parados
E já não há nada que eu possa fazer
Eu olho o relógio
Já passa da hora marcada
E eu preciso tanto encontrar com você
Mas é que se agora pra fazer sucesso
Pra vender disco de protesto
Todo mundo tem que reclamar
Eu vou tirar meu pé da estrada
E vou entrar também nessa jogada
E vamos ver agora quem é que vai agüentar
Porque eu fui o primeiro
E já passou tanto janeiro
Mas se todos gostam eu vou voltar
Tô trancado aqui no quarto
De pijama porque tem visita estranha na sala
Aí, eu pego e passo a vista no jornal
Um piloto rouba um mig
Gelo em Marte, diz a viking
Mas no entanto não há galinha em meu quintal
Compro móveis estofados
Me aposento com saúde pela assistência social
Dois problemas se misturam
A verdade do Universo, a prestação que vai vencer
Entro com a garrafa de bebida enrustida
Porque minha mulher não pode ver
Ligo o rádio e ouço um chato
Que me grita nos ouvidos
Pare o mundo que eu quero descer
Olho os livros na minha estante
Que nada dizem de importante
Servem só pra quem não sabe ler
E a empregada me bate à porta
Me explicando que tá toda torta
E já que não sabe o que vai dar pra mim comer
Falam em nuvens passageiras
Mandam ver qualquer besteira
E eu não tenho nada pra escolher
Apesar dessa voz chata e renitente
Eu não tô aqui pra me queixar
E nem sou apenas o cantor
Eu já passei por Elvis Presley
Imitei Mister Bob Dylan
Eu já cansei de ver o sol se pôr
Agora eu sou apenas um latino-americano
Que não tem cheiro nem sabor
E as perguntas continuam
Sempre as mesmas, quem eu sou
Da onde eu venho, aonde eu vou dar
E todo mundo explica tudo
Como a luz acende como um avião pode voar
Ao meu lado um dicionário cheio de palavras
Que eu sei que nunca vou usar
Mas agora eu também resolvi
Dar uma queixadinha
Porque eu sou um rapaz latino-americano
Que também sabe se lamentar
E sendo nuvem passageira
Não me leva nem à beira disso tudo
Que eu quero chegar
E fim de papo
Um brilho nos teus olhos
Pode-se notar
Estão alegre por amor
Em frente ao espelho tentas ensaiar
A forma certa de sorrir quando ele te encontrar
Quando ele te encontrar
E te pegar a mão
Depressa vai bater
Teu jovem coração
Quando ele te encontrar
Pode não parecer
Mas ele fez o mesmo que você
Eu Esperei Tanto Tempo
(Eduardo França - Paulo Coelho)
Gravação original: Eduardo França (1977)
Eu esperei tanto tempo
Pra te dizer que te amava
Que quando eu te disse isso
Senti que não mais importava
Eu esperei tanto tempo
Pra ter certeza da hora
Que quando eu tive coragem
Você já tinha ido embora
E por ter medo do inferno
Eu te neguei o paraíso
E por ter medo do teu pranto
Eu não te dei meu sorriso
Eu esperei tanto tempo
Para te dar o que eu sou
Eu esperei tanto tempo
E o tempo certo passou
Eu nasci há dez mil anos atrás
E não tem nada nesse mundo
Que eu não saiba demais
Eu vi Cristo ser crucificado
O amor nascer e ser assassinado
Eu vi as bruxas pegando fogo
Pra pagarem seus pecados, eu vi
Eu vi Moisés cruzar o Mar Vermelho
Vi Maomé cair na terra de joelhos
Eu vi Pedro negar Cristo por três vezes
Diante do espelho, eu vi
Eu vi as velas se acenderem para o Papa
Vi Babilônia ser riscada no mapa
Vi Conde Drácula sugando o sangue novo
E se escondendo atrás da capa, eu vi
Eu vi a arca de Noé cruzar os mares
Vi Salomão cantar seus salmos pelos ares
Vi Zumbi fugir com os negros pra floresta
Pro Quilombo dos Palmares, eu vi
Eu vi o sangue que corria da montanha
Quando Hitler chamou toda Alemanha
Vi o soldado que sonhava com a amada
Numa cama de campanha, eu li
Eu li os símbolos sagrados de umbanda
Eu fui criança pra poder dançar ciranda
Quando todos praguejavam contra o frio
Eu fiz a cama na varanda
Eu tava junto com os macacos na caverna
Eu bebi vinho com as mulheres na taberna
E quando a pedra despencou da ribanceira
Eu também quebrei a perna, eu também
Eu fui testemunha do amor de Rapunzel
Eu vi a estrela de Davi brilhar no céu
E pr’aquele que provar que eu estou mentindo
Eu tiro o meu chapéu
Agora resta tristeza
O amor jogado no chão
A mala em cima da mesa
A noite, a rua, a escuridão
O sinal fechado
Eu vejo você me esperando
Pensando que tudo chegou ao fim
E eu desesperado
No extremo de um rio de aço
Que mantém seu corpo tão longe de mim
E eu sinto esse corpo em meu rosto
Teu cheiro, perfume e suor
Teus dedos buscando caminhos
E a minha vontade ficando maior
Já passa da hora
Talvez você tenha ido embora
Talvez nunca mais eu consiga lhe ver
Meus olhos molhados,
Não sei se é fumaça ou saudade
E eu preciso tanto encontrar com você
Faça de Mim um Objeto
(Zé Rodrix - Paulo Coelho)
Gravação original: Zé Rodrix (1980)
Faça de mim um objeto
Pro seu prazer pessoal
Que é tão bom ser usado, agarrado
Mordido e tratado como um animal
Pode rasgar minha roupa,
Quebrar o meu fecho’éclair
Que o melhor nessas horas
É não saber quem é o homem
E quem é a mulher
Segure a minha mão e me abrace com calor
Sussurra no meu ouvido coisinhas de amor
Mas diga alguns nomes feios só pra me escandalizar
Que eu sou o seu almoço e o seu jantar
Me aperte como se eu fosse uma loucura qualquer
E me deixe do jeito que fica um caroço de manga
E depois
Quando eu estiver arrasado com tudo que você fez
Não respeite meu ar de cansaço
Comece de novo
Faça tudo outra vez
212
213
A CANÇÃO DO MAGO
A Trajetória Musical de Paulo Coelho
Gita
Fique um Pouco Mais
O Homem
Hora Extra
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Gravação original: Raul Seixas (1974)
(Rosana - Paulo Coelho)
Gravação original: Rosana (1978)
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Gravação original: Raul Seixas (1976)
(Zé Rodrix - Paulo Coelho)
Gravação original: Zé Rodrix (1978)
Eu que já andei
Pelos quatro cantos do mundo procurando
Foi justamente num sonho
Que ele me falou
Você não deve ir
Espere até o sol nascer
Pra eu poder te mostrar
Que eu não quis te deixar
E que o tempo não matou meu amor
Meu amor
Fique um pouquinho mais
Pra eu te mostrar o que ficou
No momento em que eu ia partir
Eu resolvi voltar
Meu querido amigo
Eu vou lhe contar toda a minha vida
Eu trabalho tanto e não tem remédio
Eu tô sem saída
A minha mulher já não quer
Nem mais me dizer bom dia
E a vida que levo tá me botando numa fria
Meu filho mais moço
Eu nem vi crescer, já virou rapaz
E tenho a impressão
De que ele não me conhece mais
Ao me ver dormindo
Ele chama a mãe e sempre reclama:
– Tem um homem estranho na sua cama
Às vezes você me pergunta
Por que é que eu sou tão calado
Não falo de amor quase nada
Nem fico sorrindo ao teu lado
Você pensa em mim toda hora
Me come, me cospe, me deixa
Talvez você não entenda
Mas hoje eu vou lhe mostrar
Eu sou a luz das estrelas
Eu sou a cor do luar
Eu sou as coisas da vida
Eu sou o medo de amar
Eu sou o medo do fraco
A força da imaginação
O blefe do jogador
Eu sou, eu fui, eu vou
Gita
Eu sou o seu sacrifício
A placa de contramão
O sangue no olhar do vampiro
E as juras de maldição
Eu sou a vela que acende
Eu sou a luz que se apaga
Eu sou a beira do abismo
Eu sou o tudo e o nada
Por que você me pergunta
Perguntas não vão lhe mostrar
Que eu sou feito da terra
Do fogo, da água e do ar
Você me tem todo dia
Mas não sabe se é bom ou ruim
Mas saiba que eu estou em você
Mas você não está em mim
Das telhas eu sou o telhado
A pesca do pescador
A letra A tem meu nome
Dos sonhos eu sou o amor
Eu sou a dona de casa
Nos pegue-pagues do mundo
Eu sou a mão do carrasco
Sou raso, largo, profundo
Eu sou a mosca da sopa
E o dente do tubarão
Eu sou os olhos do cego
E a cegueira da visão
Mas eu sou o amargo da língua
A mãe, o pai e o avô
O filho que ainda não veio,
O início, o fim, e o meio
Solidão, noite fria
E uma cama vazia
Uma história de amor sem final
Fique meu amor um pouco mais
E talvez você não vá
Veja tudo o que eu tenho pra te dar
É aqui o teu lugar
Há Dez Minutos Atrás
(Mena - Paulo Coelho)
Gravação original: César Sampaio (1978)
Se um dia você voltar
Vai sentir que o tempo parou
Que eu não deixei de te amar
E no fundo nada mudou
Vai ver no mesmo lugar
O jornal que eu não pude ler
E um verso que eu quis mostrar
Pra você
As mesmas roupas no chão
O relógio na mesma hora
O teu copo sem terminar
O teu disco a tocar na vitrola
Se um dia você voltar
Vai sentir que nada mudou
Que está no mesmo lugar
O cinzeiro e o cigarro que você deixou
E quando você voltar
Vai saber que eu te amo mais
Do que quando você partiu
Dez minutos atrás
(Vou voltar)
Sei que não chegou a hora
De se ir embora é melhor ficar
(Vou ficar)
Sei que tem gente cantando
Tem gente esperando a hora de chegar
(Vou chegar)
Chego com as águas turvas
Eu fiz tantas curvas pra poder cantar
Esse meu canto que não presta
Que tanta gente então detesta
Mas isso é tudo que me resta nessa festa nessa festa
(Vou ferver)
Como que um vulcão em chamas
Como a tua cama que me faz tremer
(Vou tremer)
Como um chão de terremotos
Como amor remoto que eu não sei viver
(Vou viver)
Vou poder contar meus filhos
Caminhar nos trilhos isto é pra valer
Pois se uma estrela há de brilhar
Outra então tem que se apagar
Quero estar vivo para ver
O sol nascer, o sol nascer, o sol nascer
(Vou subir)
Pelo elevador dos fundos
Que carrega mundos sem sequer sentir
(Vou sentir)
Que a minha dor no peito
Que eu escondi direito agora vai surgir
(Vou surgir)
Numa tempestade doida
Pra varrer as ruas em que eu vou seguir
Em que eu vou seguir
A Hora do Trem Passar
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Gravação original: Raul Seixas (1973)
Você tão calada e eu com medo de falar
Já não sei se é hora de partir ou de chegar
Onde eu passo agora não consigo te encontrar
Ou você já esteve aqui ou nunca vai estar
Tudo já passou, o trem passou, o barco vai
Isso é tão estranho que eu nem sei como explicar
Diga, meu amor, pois eu preciso escolher
Apagar as luzes, ficar perto de você
Ou aproveitar a solidão do amanhecer
Pra ver tudo aquilo que eu tenho que saber
214
215
Pega, dobra, aperta, vira e sacode pra valer
Leva, traz, carrega, abaixe e não deixa endurecer
Pois a hora extra em vez de pagar meu aluguel
Vai me empurrando sempre pra dentro do pinel
Pega, dobra, aperta, vira e sacode pra valer
Leva, traz, carrega, abaixa e não deixa endurecer
Pois a hora extra em vez de aumentar meu capital
Cava a minha cova e o meu funeral
Comecei fazendo uma hora extra no fim do dia
Seis meses mais tarde eram duas horas de agonia
No final de um ano eu me esforçava fazendo três
Hoje o orçamento me funde a cuca e eu faço seis
Faço hora extra pra ter a grana da hora à toa
E se eu tenho grana suficiente eu tô numa boa
Só que não dá certo
E além de saber que eu vou me perder
Não me sobra tempo pra viver
De manhã cedinho
É que tá na hora de eu ir pra casa
Eu tô arrasado, o sinal não abre
E o trem atrasa
Logo na esquina eu dou de cara com o meu coroa
Que pergunta rindo se a minha farra estava boa
Chega no domingo
O meu filho chora e quer ir à praia
A mulher se enfeita pondo o biquíni
E ajeitando a saia
Mas quando ela chega fazendo dengo
E querendo amor
Eu tô tão cansado que eu nunca dô
A CANÇÃO DO MAGO
A Trajetória Musical de Paulo Coelho
Hotel das Estrelas
Judas
A Maçã
Magia de Amor
(Zé Rodrix - Paulo Coelho)
Gravação original: Zé Rodrix (1979)
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Gravação original: Raul Seixas (1978)
(Raul Seixas - Marcelo Motta - Paulo Coelho)
Gravação original: Raul Seixas (1975)
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Gravação original: Raul Seixas (1978)
Vem amor, vem fazer amor
Hoje à noite eu vou me deitar
Com você lá no hotel das estrelas
É só tomar cuidado pro guarda não ver
Não tem teto, só tem luar
E a grama pode espetar
Mas não custa nada o hotel das estrelas
E até o banho é grátis, se acaso chover
Você mesma pode escolher
O lugar onde quer se deitar
Se é na areia, ou na grama
Ou na pedra com vista pro mar, meu amor
Paulo Coelho: Ei, quem é você? Ei, quem é você?
Vamos, responda!
Raul: Eu sou... eu sou Judas
Se esse amor
Ficar entre nós dois
Vai ser tão pobre amor
Vai se gastar
Se eu te amo e tu me amas
Um amor a dois profana
O amor de todos os mortais
Porque quem gosta de maçã
Irá gostar de todas
Porque todas são iguais
Se eu te amo e tu me amas
E outro vem quando tu chamas
Como poderei te condenar
Infinita é tua beleza
Como podes ficar presa
Que nem santa num altar
Quando eu te escolhi para morar junto de mim
Quis ser tua alma, ter seu corpo, tudo enfim
Mas compreendi que além de dois existem mais
Amor só dura em liberdade
O ciúme é só vaidade
Sofro, mas eu vou te libertar
Que é que eu quero se eu te privo
Do que eu mais venero
Que é a beleza de deitar
Me fascina tua morte mal morrida
E a tua luta pra ficar em tal estado
O teu beijo, tão fatal, nunca me assusta
Pois existe um fim pro sangue derramado
Nossa roupa pode estragar
E o teu medo te atrapalhar
Mas só dá pra ir no hotel das estrelas
Flagra é o pior que pode nos acontecer
Hoje é caro fazer amor
A inflação já chegou ao motel
E acabou estragando
Um bocado de lua-de-mel, meu amor
Vem amor, vem amor
Parte de um plano secreto, amigo fiel de Jesus
Eu fui escolhido por ele para pregá-lo na cruz
Cristo morreu como um homem
Um mártir da salvação
Deixando para mim seu amigo o sinal da traição
Mas é que lá em cima, lá na beira da piscina
Olhando os simples mortais
Das alturas fazem escrituras
E não me perguntam se é pouco ou demais
Se eu não tivesse traído
Morreria cercado de luz
E o mundo hoje então não teria
A marca sagrada da cruz
E para provar que me amava
Pediu outro gesto de amor
Pediu que o traísse com um beijo
Que minha boca então marcou
Me fascinam os teus olhos quando brilham
Pouco antes de escolher quem te seduz
E me fascinam os teus medos absurdos
A estaca, o alho, o fogo, o sol, a cruz
Me fascina a tua força, muito embora
Não consiga resistir à frágil aurora
E tua capa de uma escuridão sem mácula
Me fascinam os teus dentes assustadores
E teus séculos de lendas e de horrores
E a nobreza do teu nome, Conde Drácula
Já São Quinze pras Sete
Loteria de Babilônia
Medo da Chuva
A Menina Feia
(Fábio Jr. - Paulo Coelho)
Gravação original: Fábio Jr. (1976)
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Gravação original: Raul Seixas (1974)
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Gravação original: Raul Seixas (1974)
(Mena - Paulo Coelho)
Gravação original: João José (1978)
Já são quinze pras sete
Você tem que ir embora
Jantar em casa com seus pais
De um amor escondido
Na saída da escola
Veio a vontade de ter mais
Num lugar da cidade
Onde o mundo se fez
Vale a nossa vontade
Nosso amor, nossas leis
Já são quinze pras sete
Me deixe aqui
Já são quinze pras sete
Vai e grita ao mundo que você está certo
Você aprendeu tudo enquanto estava mudo
Agora é necessário gritar e cantar rock
E demonstrar o teorema da vida
E os macetes do xadrez, do xadrez
Você tem as respostas das perguntas
Resolveu as equações que não sabia
E já não tem mais nada o que fazer a não ser
Verdades e verdades mais verdades e verdades
Para me dizer, a declarar
Tudo o que tinha que ser chorado já foi chorado
Você já cumpriu os doze trabalhos
Reescreveu livros dos séculos passados
Assinou duplicatas, inventou baralhos
Passeou de dia e dormiu de noite
Consertou vitrolas para ouvir música
Sabe trechos da Bíblia de cor
Sabe receitas mágicas de amor
Conhece em Marte um amigo antigo lavrador
Que te ensinou a ter do bom e do melhor, do melhor
Mas o que você não sabe por inteiro
É como ganhar dinheiro
Mas isso é fácil e você não vai parar
Você não tem perguntas pra fazer
Porque só tem verdades pra dizer, a declarar
É pena que você pense
Que eu sou seu escravo
Dizendo que eu sou seu marido
E não posso partir
Como as pedras imóveis na praia
Eu fico ao teu lado sem saber
Dos amores que a vida me trouxe
E eu não pude viver
Lá vem a menina feia
De braços dados com o pai
Ninguém na festa repara
Ninguém lhe diz “como vai”
Lá vem a menina feia
E senta num canto calada
Com ar tão triste e distante
De quem nunca foi amada
Eu perdi o meu medo, o meu medo
O meu medo da chuva
Pois a chuva voltando pra terra traz coisas do ar
Aprendi o segredo, segredo, o segredo da vida
Vendo as pedras que choram sozinhas
No mesmo lugar
E quando uma amiga pergunta
Se ela dormiu com alguém
Ela sorri e garante que faz amor muito bem
Mas no fim da festa ela volta pra sua casa sozinha
Sonhando ser Cinderela que uma noite foi rainha
216
Eu não posso entender
Tanta gente aceitando a mentira
De que os sonhos desfazem aquilo que o padre falou
Porque quando eu jurei meu amor
Eu traí a mim mesmo
Hoje eu sei
Que ninguém nesse mundo é feliz
Tendo amado uma vez
Uma vez
217
Ela nem desconfia que eu a amo
E que eu só queria lhe dar a mão
Mas a menina feia não sabe ver
Que a beleza está em seu coração
Recorta fotos de artistas e cola em sua parede
Pra que a beleza alheia possa matar sua sede
Olha pro pai com ternura e se lembra em sua dor
Que este é o único homem que sempre lhe dá amor
A CANÇÃO DO MAGO
A Trajetória Musical de Paulo Coelho
A Menina do Subúrbio
Mercado do Amor
Meu Amigo Pedro
Meu Amor, Michelle
(Eduardo França - Paulo Coelho)
Gravação original: Eduardo França (1977)
(Zé Rodrix - Paulo Coelho)
Gravação original: Zé Rodrix (1979)
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Gravação original: Raul Seixas (1976)
(Augusto César - Miguel - Paulo Coelho)
Gravação original: The Fevers (1978)
Trabalhou o dia inteiro sem ter tempo pra sonhar
Mas a menina do subúrbio espera ainda encontrar
O seu príncipe encantado na linda zona azul
E coloca toda noite o seu vestido azul
Toma o ônibus sozinha, cruza o túnel a sonhar
Que o homem dos seus sonhos vai achar
Passa a noite pela noite, aceita um convite bacana
Pra mais um fim de semana
Eu investi nesse amor como na bolsa de valores
E comprei muitas ações só do seu coração
Não diga que não participei com carinho
Do sobe e desce do seu corpo na esperança
Daquela bonificação
Muitas vezes Pedro você fala
Sempre a se queixar da solidão
Quem te fez com ferro fez com fogo
Pedro
É pena que você não sabe não
Eu investi só pra ter um tratamento preferencial
Mas descobri que você era ordinária e ao portador
Por isso mesmo é que eu hoje
Diversifico meu negócio
Tenho um bocado de sócio
Invisto em muitas paixões
Algumas deram filhotes
Outras estão em franca baixa
E eu me divirto trocando suas posições
Vai pro seu trabalho todo dia
Sem saber se é bom ou se é ruim
Quando quer chorar vai ao banheiro
Pedro, as coisas não são bem assim
Eu me lembro da tarde vazia
Quando eu te encontrei
Os teus olhos tranqüilos sonhavam
Com um grande amor, e eu te amei
Em você descobri neste dia
Tudo que eu quis
E eu te dei o amor que podia
Te fazer feliz
Falado:
Atenção senhores operadores de financeiras
Para a cotação da bolsa de valores: O mercado
Do amor fechou em baixa, como sempre.
Pedro onde cê vai eu também vou
Pedro onde cê vai eu também vou
Mas tudo acaba onde começou
Porém ela não se esquece do preço a pagar
E seu corpo oferece para o sonho alimentar
E na segunda-feira voltar pra dentro do balcão
Esperando que algum dia aceitem seu coração
Lê notícias sociais e sonha com nome nos jornais
E num convite para ser atriz
Estuda os gestos no espelho
E pede aos santos de joelhos para que case e seja feliz
Só ouve música estrangeira na frente da janela
Não entende uma palavra, mas pensa que é pra ela
Finge que é muito importante para as meninas da rua
E não vê que no subúrbio, a vida continua
Menina do Subúrbio
(Moacir - Miguel - Paulo Coelho)
Gravação original: Fernando Mendes (1977)
Trabalhou o dia inteiro sem tempo para sonhar
A menina do subúrbio espera encontrar
O seu príncipe encantado e entregar seu coração
E faria qualquer coisa pela sua ilusão
Quando alguém se oferece para em casa a levar
Ela diz que tem seu carro pra não se preocupar
Pois não quer que ninguém saiba
Que ela mora muito além
Finge que não quer carona e vai pegar o trem
Lê as colunas sociais
Sonha com seu nome nos jornais
Espera um convite para ser atriz
E pede a Deus para ser feliz
Ouve a música estrangeira sentada na janela
Não entende uma palavra mas pensa que é para ela
Finge que é importante pras meninas lá da rua
E não vê que no subúrbio
A vida continua
Eu investi nesse amor como na bolsa de valores
E comprei muitas ações só do seu coração
Não diga que não
Participei com carinho
Do sobe e desce
Do seu corpo na esperança
Daquela bonificação
Cecília Macdowel (9.8)
Regina do Pilar (7.1)
Maria das Mercedes (3)
Petúnia Resedá (4 ao par)
Marisa Figueiredo (essa continua descendo)
Odete Passarinho (essa está fora do mercado)
Silvinha Para-Quedas (12)
Rosemary Coutinho (2.3)
Eu investi só pra ter...
Marcinha Paula Moura (11.8 ao par)
Anita Garibaldi (6.0)
Lelete Zig-Zig (4.3)
Maria Ana Trindade (100.2)
Fabinha Arranca Toco (98.1)
Lolita Boca Mole (3)
Chiquinha Sá Ferreira (78.1)
Meirinha Vitibole. Quem?
Cecília Macdowel (9.3)
Regina do Pilar (4.7)
Maria das Mercedes (010 ao par)
Petúnia Resedá (48)
Marisa Figueiredo (desceu 7 pontos)
Odete Passarinho (continua fora do mercado)
Silvinha Para-Quedas (43.8)
218
E os passeios na praia de tarde
Não deixavam a gente ver
Que um dia na estrada da vida
Eu iria te perder
As histórias de amor que eu cantava
E a promessa de casar
As conversas da esquina, a calçada
E a coragem de sonhar
E nosso sonho embalado naquela canção
La ra, ra, ra
Toda vez que eu sinto o paraíso
Ou me queimo torto no inferno
Eu penso em você meu pobre amigo
Que só usa sempre o mesmo terno
Tente me ensinar das tuas coisas
Que a vida é séria e a guerra é dura
Mas se não puder cale essa boca
Pedro
E deixa eu viver minha loucura
Eu me lembro da tarde cinzenta
Que você partiu
A calçada molhada de chuva
E a canção de amor que sumiu
E das tardes sozinho pensando
Onde te encontrar
E das noites vazias rezando
Pra você voltar
Lembro, Pedro, aqueles velhos dias
Quando os dois pensavam sobre o mundo
Hoje eu te chamo de careta, Pedro
E você me chama vagabundo
E agora que os anos passaram
E o amor chegou ao fim
Encontrei um presente esquecido
Que você deixou pra mim
Velho disco arranhado, marcado
E hoje sem qualquer valor
Mas que afasta a poeira que cobre
A história deste amor
E no silêncio a canção recomeça a tocar
La ra, ra, ra
Pedro onde cê vai eu também vou
Pedro onde cê vai eu também vou
Mas tudo acaba onde começou
Todos os caminhos são iguais
O que leva à glória ou à perdição
Há tantos caminhos, tantas portas
Mas somente um tem coração
E eu não tenho nada a te dizer
Mas não me critique como eu sou
Cada um de nós é um universo
Pedro
Onde você vai eu também vou
Pedro onde cê vai eu também vou
Pedro onde cê vai eu também vou
Mas tudo acaba onde começou
É que tudo acaba onde começou
219
A CANÇÃO DO MAGO
A Trajetória Musical de Paulo Coelho
Meu Filho, Meu Filho
Meu Primeiro Amor
Na Casca do Ovo
Não Dá Mais
(Rick Ferreira - Paulo Coelho)
Gravação original: Rick Ferreira (1975)
(José Augusto - Miguel - Paulo Coelho)
Gravação original: José Augusto (1977)
(Luiza Maria - Rick Ferreira - Paulo Coelho)
Gravação original: Luiza Maria (1975)
(Roberto Menescal - Zizi Possi - João Augusto - Paulo Coelho)
Gravação original: Zizi Possi (1981)
Chegou sem falar
E partiu sem dizer
Onde quer chegar?
E o que vai escolher?
Eu sou seu pai
Não posso ter medo
Nem posso pedir
Pra voltar mais cedo
Foi numa festa outro dia que eu te encontrei a dançar
Namoradinha de infância, sonhos da beira do mar
Você me olhou de repente, fingiu que tinha esquecido
E com um sorriso sem graça me apresentou ao marido
Você só vê a morte na vida
Você só vê o velho no novo
Você só vê adeus na partida
Você ainda está na casa do ovo.
Você fechou a porta da rua
Fingindo que não era feliz
Só para os outros entrarem na tua
Você não é a dona do teu nariz
Você precisa entender
Que o teu charme já era
Que se você fecha a porta
Eu entro pela janela
Te mostro o verso que eu fiz
Te ensino o rock de novo
E com um beijo bem dado
Eu quebro a casca do ovo
Sem mais-mais
A vida foi deixando a gente bem pra trás
Os dias se tornaram sempre muito iguais
Agora só nos resta resolver o que fazer
Não dá mais, a gente já tentou Vinícius de Moraes
E o nosso amor já nem durou até demais
Pra quem não tem mais senso de humor
Eu já pensei em me mudar
Mudar todo meu modo de viver
Você não entendeu
Foi puxando pro seu lado um direito que era meu
Certa vez você propôs que a gente se afastasse um mês
Mas nessa mentira eu já embarquei uma vez
E não pretendo voltar a errar e recomeçar
Veja bem, eu sei que é ruim enquanto a paz não vem
Mas não é preciso estar junto pra estar bem
Vale a pena a gente resolver
Você vai ver, eu já cansei de amenizar
Pensando estar vivendo um grande amor
Agora terminou
Nessas águas meu navio já não pode navegar
Vou buscando outros caminhos
Outros portos pra ancorar
Mesmo que eu nunca me esqueça
Do seu jeito de me amar
Mas eu pensei
No mundo lá fora
E quis te dizer
Pra não ir embora
Meu filho, meu filho
A vida é só tua
Esquecer os meus sonhos
A vida é só tua
E o resto da noite dançou pra valer
Se teus olhos me olharam fingiram não ver
No meu canto eu fiquei entre o riso e a dor
Lembrando do primeiro amor
Pra te beijar precisava ficar na ponta dos pés
Eu tinha então oito anos, mas te menti que eram dez
Lembro você orgulhosa da minha calça comprida
Vínhamos juntos da escola sem qualquer medo da vida
Sábado tinha dinheiro pra te levar ao cinema
Onde com medo pegava tua mãozinha pequena
Nossos castelos de areia, sonhos perdidos no ar
Jogo de bola de meia e um refrigerante no bar
Não me Comprometa
(Mena - Paulo Coelho)
Gravação original: João José (1978)
As Minas do Rei Salomão
Moleque Maravilhoso
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Gravação original: Raul Seixas (1973)
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Gravação original: Raul Seixas (1974)
Entra e vem correndo para mim
Meu princípio já chegou ao fim
O que me resta agora é o seu amor
Traga a sua bola de cristal
E aquele incenso do Nepal
Que você comprou num camelô
Eu nunca cometo pequenos erros
Enquanto eu posso causar terremotos
E das tempestades já não tenho medo
Acordo mais cedo
E me empresta o seu colar
Que um dia eu fui buscar
Na tumba de um sábio faraó
Veja quanto livro na estante
Don Quixote, o cavaleiro andante
Luta a vida inteira contra o rei
Joga as cartas, leia minha sorte
Tanto faz a vida como a morte
O pior de tudo eu já passei
Do passado eu me esqueci
No presente eu me perdi
Se chamarem, diga que eu saí
Eu nunca me animo de ir ao trabalho
Eu sou o coringa de todo baralho
Sou carta marcada em jogo roubado
A morte ao meu lado
Eu sou o moleque maravilhoso
Num certo sentido mais perigoso
Moleque da rua, moleque do mundo
Moleque do espaço
Quebrando vidraças do velho Ricardo
Nesta vizinhança sou filho bastardo
Com o meu bodoque sempre no pescoço
Eu exijo meu, eu exijo meu
Eu exijo meu osso, eu exijo meu osso
Eu sou o moleque maravilhoso
220
Não me comprometa
Eu não sei de nada
Como é que a patroa virou empregada
Não me comprometa
Não sei disso não
Ligue lá pra casa pergunte ao patrão
Hoje em dia as coisas mudam toda hora
E só via a empregada dando bola
A madame entendeu tarde demais
Não me comprometa, meta, meta, meta, meta
Norma (Problemas)
(Zé Rodrix - Paulo Coelho)
Gravação original: Zé Rodrix (1979)
Eu sei que você está cansada dos problemas
Que o hoje-em-dia sempre traz
E nos sufocam mais
Pois saiba que eu também me sinto desse jeito
Quando a vida vem me obrigar
Abaixar a cabeça
Me obrigar a engolir
O que eu não gosto
O que eu não quero
Mas tenho que aceitar
Apesar disso
Quando eu te vejo
Tenho certeza, amor
Que as coisas vão mudar
Não Pare Na Pista
(Paulo Coelho - Raul Seixas)
Gravação original: Raul Seixas (1975)
Não pare na pista
É muito cedo pra você se acostumar
Amor não desista
Se você pára o carro pode te pegar
Bi-bi, fon-fon, pé-pé
Se você pára o carro pode te pegar
Você me xingando de nego pirado
E o mundo girando e a gente parado
Meu bem me dê a mão que eu vou te levar
Sem carro e sem medo de o guarda multar
Meu bem me dê a mão que eu vou te levar
Sem carro e sem medo pra outro lugar
Não pare na pista...
É muito cedo prá você se acostumar
Amor não desista
Se você pára o carro pode te pegar
Bi-bi, fon-fon, pé-pé
Se você pára o carro pode te pegar
Mamãe, papai, irmão
Se você pára o carro pode te pegar
Vovó, Nené, Lili
Se você pára o carro pode te pegar
221
A CANÇÃO DO MAGO
A Trajetória Musical de Paulo Coelho
Não Sou Eu Não
Os Números
Nunca Vi
Novos Tempos
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Gravação original: Marcus Pitter (1978)
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Gravação original: Raul seixas (1976)
(Markú Ribas - Paulo Coelho)
Gravação original: Markú Ribas (1980)
(Fábio Jr. - Paulo Coelho)
Gravação original: Fábio Jr. (1976)
Você procura um alguém que não peça nada
Em troca te dê segurança, carinho e amor
Que te defenda você estando certa ou errada
E ache que você o ama por muito favor
Alguém que te estenda a mão se você escorrega
Que ganhe dinheiro e seja um marido fiel
Te leva pras compras sorrindo e nada te nega
Que torne as coisas amargas em gosto de mel
Meus amigos essa noite
Eu tive uma alucinação
Sonhei com um bando de números
Invadindo o meu sertão
Vi tanta coincidência
Que eu fiz essa canção
Nunca vi país democrata para ter tanto rei
Tanto rei, tanto rei
Rei do rock, rei do samba, rei da bola
Enquanto o rei da juventude enrola
Cantando coisas para a gente sofrer
Ei, você dos velhos tempos
Não tente entender
O que estamos fazendo por aqui
Ei, você dos tempos de outrora
Os tempos de agora não se vivem iguais
Aos tempos atrás
Nós todos somos os primeiros a passar por isso
E às vezes fica até difícil ser feliz
A gente está fazendo
O que você um dia quis
Mas não sou eu não
Não sou eu não
Não sou eu quem você procura, meu bem
Um homem que saiba te amar muito tempo do dia
Na hora da Ave Maria só reze por ti
Que brigue e seja incapaz de qualquer covardia
Que abra a porta e não pense jamais em partir
Que olhe pra frente
E não tenha nenhum medo da morte
Que seja tão forte que saiba pintar uma flor
Que as mulheres o olhem e invejem seu porte
E ele não liga pra nada só quer seu amor
Nós os Filhos
(Fábio Jr. - Paulo Coelho)
Gravação original: Fábio Jr. (1976)
Teus filhos não são mais teus filhos
São filhos da vida
Procure entender
Vieram através de ti
Porém não te pertencem
Nem vão te pertencer
São tão livres
Como vocês são
Quero que você se dane
Se é preciso que eu te engane
Só pra poder ser feliz
Você pode sonhar comigo
Mas não dê teus sonhos pra mim sonhar
E saiba que eu só me mudo se chegar a hora
De ter que mudar
Eu te amo
Como eu te amo
Mas quero que você se dane
Se é preciso que eu te engane
Só pra poder ser feliz
Falar do número 1
Falar do número um
Não é preciso muito estudo
Só se casa uma vez
Foi um Deus que criou tudo
Uma vida só se vive
Só se usa um sobretudo
Agora o 12
É só de pensar no doze
Eu então quase desisto
São doze meses do ano
Doze apóstolos de Cristo
Doze horas é meio-dia
Haja dito e haja visto
Agora o 7
Sete dias da semana
Sete notas musicais
Sete cores no arco-íris
Das regiões divinais
E se pinta tanto o sete
Eu já não agüento mais
Dois
E no dois o homem luta
Entre coisas diferentes
Bem e mal, amor e guerra
Preto e branco, bicho e gente
Rico e pobre, claro e escuro
Noite e dia, corpo e mente
Agora o 4
E o quatro é importante
Quatro pontos cardeais
Quatro estações do ano
Quatro pés tem o animal
Quatro pernas tem a mesa
Quatro dias o carnaval
Pra encerrar
Eu falei de tanto número
Talvez esqueci algum
Mas as coisas que eu disse
Não são lá muito comum
Quem souber que conte outra
Ou que fique sem nenhum
222
Nunca vi país de machista
Para ter tanto gay
Rosalinda, Margareth, a Geny
Enquanto isso ela não se conforma
Passando fome sem ninguém pra comê-la
Você quis mudar
Mas nunca tentou
Não queira impedir
Aquilo que eu sou
Salve silicone, sutiã, paetê
Salve silicone, sutiã
Salve silicone, sutiã, paetê
Salve silicone, sutiã
Nunca vi país sem história ter tanta novela
Novela, novela
Que resume a cultura da nação
Tarcísio Meira descobriu o Brasil
E Cajarana inventou o avião
Nunca vi país tão difícil pra falar português
Português, português, ora pois
Oh, my brother, windsurf, I love you
Ninguém se arrisca a vender angu
Porque cheesburger agrada mais ao freguês
Pecado Original (Os Casais)
(Rita Lee - Paulo Coelho)
Gravação original: Marciana (1979)
Salve os Bee Gees, the rock and roll
Dancing’ days
Salve os Bee Gees, the rock and roll
Dancing’ days
Salve os Bee Gees, the rock and roll
Se até o Rei e sábio Salomão
Se perdeu pela rainha de Sabá
Vou deixar de lado a boa educação
E mandar você descer se não quiser me dar
Até Romeu já se matou por Julieta
Dalila quase acaba com Sansão
É porque tudo que existe nesse planeta
Segue bem aquele exemplo
O mau exemplo de Adão
Nunca vi país tão decente onde todos reclamam
Se xingam, se esganam
Filho disso, vá praquilo, é você
E a gente aprende a se controlar
Senão é nossa mãe que pode sofrer
Mas eu e você que levamos a culpa
De não ser um casal exemplar
Eu e você que sabemos de cor
Que o desejo de um carinho foi sempre maior
Nunca vi país tão católico pra ter tanta fé
Tanta fé, tanta fé
Na umbanda, o terreiro, candomblé
Iemanjá, meu Deus, Nossa Senhora
Vê se me tira essa corrente do pé
Salve, salve, Ogun, Maracatu, Zabelê
Se o zangão entrega a vida para a abelha
Pra passar só uma noite de amor
Se Antonio deixou tudo por Cleópatra
Viu que ser amante é melhor que imperador
Nem a morte não assustou Maria Bonita
Que largou tudo e foi morar com um bandido
E tem mulher que passa o dia inteiro no spa
Pra ficar só meia hora,
Aquela meia hora com o marido
223
A CANÇÃO DO MAGO
A Trajetória Musical de Paulo Coelho
Pela Primeira Vez
Perder ou Ganhar
Posso Contar Comigo
As Profecias
(Zé Rodrix - Paulo Coelho)
Gravação original: Zé Rodrix (1978)
(Paulo Coelho - Rosana)
Inédita
(Luis Sergio - Lee Marcucci - Paulo Coelho)
Gravação original: Rita Lee & Tutti Frutti (1976)
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Gravação original: Raul Seixas (1978)
Entra meu amor e fecha a porta
O que ficou lá fora já ficou pra trás
Esqueça o nervosismo, se acalma, e fique certa
De que a primeira vez não se repete mais
Quem não se arrisca na vida
Não sente medo
Quem nunca amou
Nunca soube o que é sofrer
Se desesperar
Vai sozinho se machucar
Vai
Assim
Sem perder ou ganhar
Medo faz parte da vida
Não tenha medo
Desconhecendo a dor
Não pode ser feliz
É planta sem raiz
Vai
Sozinho se machucar
Vai
Assim
Sem perder... ou ganhar
Eu garanto que o céu antigamente se mostrava mais azul
Por outro lado a América ficava
Bem mais norte do que sul
Eu admito que o futuro antigamente parecia bem maior
Por outro lado o perigo do passado no presente
Era menor
Hoje posso dizer que estive em frente do perigo
Mas tudo fica mais fácil quando existe algum amigo
Por isso quero dizer que já passei por maus bocados
Comendo em altos banquetes sem ficar empapuçado
Também já posso dizer que não é nada estar sozinho
Mas também quero ter meu Sancho
Para lutar contra os moinhos!
Tem dias que a gente se sente
Um pouco, talvez, menos gente
Um dia daqueles sem graça
De chuva cair na vidraça
Um dia qualquer sem pensar
Sentindo o futuro no ar
O ar carregado sutil
Um dia de maio ou abril
Sem qualquer amigo do lado
Sozinho em silêncio calado
Com uma pergunta na alma
Por que nesta tarde tão calma
O tempo parece parado?
Posso contar comigo numa solidão
Mas ter algum alguém do lado é melhor pro coração
Posso contar comigo numa solidão
Mas ter algum alguém do lado dentro de uma multidão
Porque
Porque Criticam
O Príncipe Valente
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Gravação original: Sonia Santos (1974)
(Pelin - Livi - Paulo Coelho)
Gravação original: Sidney Magal (1979)
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Gravação original: Luiza Maria (1975)
Está em qualquer profecia
Dos sábios que viram futuro
Dos loucos que escrevem no muro
Das teias, do sonho remoto
Estouro, explosão, maremoto
A chama da guerra acesa
A fome sentada na mesa
O copo com álcool no bar
O anjo surgindo no mar
Os selos de fogo, o eclipse
Os símbolos do apocalipse
A fuga geral dos ciganos
Os séculos de Nostradamus
E está em qualquer profecia
Que o mundo se acaba um dia
Por que o sol nasceu de novo
E não amanheceu?
Por que é que Deus criou o homem
E não se arrependeu?
Por que é que a crença no futuro
É fatal e a serpente simboliza o mal?
Por que é que tudo que é bonito
Está trancado no museu?
Por que é que eu nasci assim
E meu irmão assado?
Por que beber whisky-soda
Pra ficar animado?
Por que o tempo deixa tudo prá trás
E sempre que você consegue quer mais?
Por que na hora do naufrágio
Cada um vai pro seu lado?
Por que é que eu tenho uma caneta
E não sei escrever?
Por que é que eu passo a noite inteira
Sem nada para ler?
Por que é que a agulha da vitrola sumiu
E o anúncio do cinema caiu?
Por que é que eu faço essas perguntas
Sem ninguém pra responder?
Sei que eu tenho
Uma forma de abraçá-la
Uma sede de beijá-la
Que me leva à loucura
E as pessoas
Sempre falam em voz baixa deste amor
Com palavras de censura
Cansei do amor preto e branco da vida real
Entrei pelas cores de um livro medieval
As nuvens douradas no espaço
A minha armadura de aço
A minha espada de ouro
Um par de luvas de couro
E sete montanhas pra conquistar
Sons de trombetas, meu reino, ficou lá pra trás
Montando na cauda de um vento
Que leva e não traz
Vivendo por dentro e por fora
Um bom cavaleiro não chora
Não tem saudade de nada
Só pensa mesmo na estrada
E sete montanhas pra conquistar
Cantando amor por mim mesmo
É que posso te amar
Nas velhas lembranças do vento
Nas ondas do mar
Derrubo as sete montanhas
Eu percorro os doze caminhos
Me perco no sonho e na selva
Pra te conquistar, meu amor
Entrando nos contos de fada
Pra te procurar, pra te procurar, pra te procurar
Olha, não precisa ter vergonha
Posso apagar as luzes se você quiser
Não tente demonstrar as coisas que não sabe
Que eu quero de você o que você é
Minha esperança é que no meio disso tudo
Você não note a minha própria timidez
Talvez hoje mais tarde eu lhe confesse
Essa também é minha primeira vez
Deixa que teu corpo pouco a pouco
Se entenda com meu corpo
Que se amem em paz, que apesar do teu medo
Este é o nosso segredo
E aquela namorada de outro dia
Com a mesma alegria, vai virar minha mulher
E apesar do seu medo, esse é o nosso segredo
E aquela namorada de outro dia
Com a mesma alegria, hoje é minha mulher
Admito
Que este amor é agressivo
Muitas vezes delirante
Outras vezes impulsivo
Quase sempre
Quando a chama do desejo
Nos devora nos tornamos atrevidos
Agora digam-me porque
Porque criticam sem saber
Sem ver que as coisas do amor
São tão normais
Agora digam-me porque
Porque criticam sem saber
Se no segredo dos lençóis
Somos iguais
224
Eu garanto que o rio antigamente só corria para o mar
E o vampiro só deixava suas marcas numa noite de luar
Eu admito que a cantiga de ninar
Daquela época era muito melhor
Mas a cantiga de acordar de hoje em dia
Tem um som muito maior
Um gosto azedo na boca
A moça que sonha, a louca
O homem que quer mas se esquece
O mundo do dá ou do desce
Está em qualquer profecia
Que o mundo se acaba um dia
Sem fogo, sem sangue, sem ás
O mundo dos nossos ancestrais
Acaba sem guerras mortais
Sem glórias de mártires feridos
Sem estrondo, mas com gemido
Os selos de fogo, o eclipse
Os símbolos do apocalipse
A fuga geral dos ciganos
Os séculos de Nostradamus
Está em qualquer profecia
Que o mundo se acaba um dia
225
A CANÇÃO DO MAGO
A Trajetória Musical de Paulo Coelho
Quando Você Crescer
A Ressaca de Domingo de Manhã
O que é que Você Tem
Restos de Amor
(Raul Seixas - Gay Vaquer - Paulo Coelho)
Gravação original: Raul Seixas (1976)
(Luiz Maluly - Paulo Coelho)
Gravação original: Lee Jackson (1979)
(Livi - Paulo Coelho)
Gravação original: Sidney Magal (1979)
(Eduardo França - Paulo Coelho)
Gravação original: Eduardo França (1976)
Que é que você quer ser quando você crescer
Alguma coisa importante
Um cara muito brilhante
Quando você crescer
Não adianta, perguntas não valem nada
É sempre a mesma jogada
Um emprego e uma namorada
Quando você crescer
Que que você vai fazer
Se a festa terminar
Quem vai te querer depois
Que a música parar
Pense nisto agora amor
O sábado tem fim
E se você não mudar
Vai acordar sem mim
Na minha gaveta encontrei
O retrato de alguém que eu amei
Um par de entradas para um show
Um anel que ficou no lençol
E cada vez é mais difícil de vencer
Pra quem nasceu pra perder
Pra quem não é importante
É bem melhor
Sonhar do que conseguir
Ficar em vez de partir
Melhor uma esposa ao invés de uma amante
Saturday night fever domingo não existe mais
E eu não posso deixar
Nosso amor ser passado pra trás
O que é que você tem
Porque está tão calada
Depois de tanto amor
Não vai mais me dizer nada
O que é que você tem
Depois deste momento tão divino
Depois de ver um homem por momentos ser menino
O que é que você tem
Não vê que eu me entreguei de corpo inteiro
Eu juro que este amor é verdadeiro
É necessário acreditar uma vez mais
O que é que você tem
Te sinto tão nervosa e preocupada
Lá fora está chegando a madrugada
Me diga por favor o que é que você tem
Uma casinha, um carro à prestação
Saber de cor a lição
Que no bar não se cospe no chão, nego
Quando você crescer
Alguns amigos da mesma repartição
Durante o fim de semana
Se vai mais tarde pra cama
Quando você crescer
Sei que é gostoso amor
Cair em tentação
Sei que é gostoso amor
Mudar de opinião
Mas não vem me procurar
Segunda ou terça-feira
Se domingo de manhã
Achar que fez besteira
Pense bem, meu amor
Que amanhã já vem
E assim você vai
Ficar sem ninguém
E no subúrbio, com flores na sua janela
Você sorri para ela
E dando um beijo lhe diz:
Felicidade é uma casa pequenina
É amar uma menina
E não ligar pro que se diz
Rock do Diabo
Belo casal que paga as contas direito
Bem comportado no leito
Mesmo que doa no peito sim
Quando você crescer
Futebol te faz pensar que no jogo
Você é muito importante
Pois o gol é o seu grande instante
Quando você crescer
O cafezinho, mostrar o filho pra avó
Sentindo o apoio dos pais
Achando que não está, só
Quando você crescer
Quando você crescer
Quando você crescer
Diabo
O diabo usa capote é rock é toque é forte
Diabo
Foi ele mesmo quem me deu o toque
Enquanto Freud explica as coisas
O diabo fica dando toque
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Gravação original: Raul Seixas (1975)
Me dê um porco vivo pra eu encher minha pança
Três quilos de alcatra com muqueca de esperança
Existem dois diabos só que um parou na pista
Um deles é do toque, o outro, aquele, é do exorcista
Mamãe disse a Zequinha, nunca pule aquele muro
Zequinha respondeu: “Mamãe, aqui tá mais escuro”
O diabo é o pai do rock
O diabo é o pai do rock
Então é everybody rock
O diabo é o pai do rock
Enquanto Freud explica
O diabo dá os toque
226
Retalhos e Remendos
(Rick Ferreira - Paulo Martinelli - Paulo Coelho)
Gravação original: Rick Ferreira (1975)
Que foi tudo que sobrou
Quando você foi embora
Eu preciso jogar fora
Restos de amor
Um velho isqueiro quebrado
Onde tem nosso nome gravado
Um curto bilhete dizendo
Fui em casa mas volto correndo
Thu Thu Thu, jogo tudo fora
Pois um outro alguém logo vai chegar
Thu Thu Thu, limpo essa gaveta
Mas eu continuo a te amar
A chave que eu um dia encontrei
Devolvida por baixo da porta
Um filme ainda não revelado
Com as imagens de um sonho acabado
Eu vim das nuvens da manhã
Vem pro meu lado me acordar
Eu não preciso mais sonhar
Tire o vestido, veste o sol
E quando a noite despertar
Veste o retalho do luar
Cortes que o vento antigo traz
O tempo não vai remendar
Ah! Se eu pudesse te mostrar!
Eu nunca pensei em fugir
Mas no sono eu vou me afastar
Ah! Se eu pudesse te levar!
Rock’n Roll no Banheiro
(Maurício - Paulo Coelho)
Gravação original: The Fevers (1979)
Numa tarde
À vizinha fui pedir algo emprestado
Mas ninguém abriu
Eu fui entrando
Bastante apavorado
Com que eu ia encontrar
Eu entrei
A sala estava escura
E eu olhei pela fechadura do banheiro
Ela cantava rock’n roll no chuveiro
Se o Rádio Não Toca
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Gravação original: Fábio (1974)
Se o rádio não toca
A música que você quer ouvir
Não procure dançar
Ao som daquela antiga valsa
Não não não não não
É muito simples, é muito simples
É só mudar de estação
É só girar o botão
Com mulher pela frente
Não há homem que agüente
Eu sou sério
E na vida procurei
Andar na linha
Mas vendo aquela cena
Em minha frente
Gritei o nome dela e a porta se abriu
A vizinha estava já na minha
Nessa hora entrou pela cozinha o marido
E assustado eu tive que explicar
Se o carro não pára
Na porta de quem sabe te curtir
Não procure entrar
Na casa da vizinha
Não não não não não
É muito simples, é muito simples
Eu puxo o freio de mão
Mudando de direção
Que eu tinha entrado pra dançar o rock’n roll
227
A CANÇÃO DO MAGO
A Trajetória Musical de Paulo Coelho
Rockixe
Salve a Bronca
Se É pra Voltar desse Jeito
Severina Xoque-Xoque
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Gravação original: Raul Seixas (1973)
(Zé Rodrix - Paulo Coelho)
Gravação original: Zé Rodrix (1979)
(Zé Rodrix - Paulo Coelho)
Gravação original: Zé Rodrix (1979)
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Inédita
Vê se me entende olha o meu sapato novo
Minha calça colorida o meu novo way of life
Eu tô tão lindo porém bem mais perigoso
Aprendi a ficar quieto e começar tudo de novo
Quem é essa moça tão brasileira
Que se dá a se leva sem se acabar?
E que tá com a gente a semana inteira
E ninguém consegue abandonar?
Na segunda-feira ela me acompanha
Mas fica do lado do meu patrão
E fica comigo no fim de semana
Se o meu time não é o campeão
Dessa nação! Quem é ela?
Durante todo o tempo em que eu sofri
Você nem passou na minha porta
Mas agora que Inês já é morta
E que eu vou encontrando
Outro rumo na vida, você tenta voltar
Me casei com uma dona com uma cara de jumento
Transformei no meu trabalho este tal de casamento
Eu só não contei pra ela que era um cabra fedorento
O que eu quero, eu vou conseguir
Pois quando eu quero todos querem
E quando eu quero todo mundo pede mais
E pede bis
Eu tinha medo do seu medo do que eu faço
Medo de cair no laço que você me preparou
Eu tinha medo de ter que dormir mais cedo
Numa cama que eu não gosto só porque você
mandou
Você é forte mais eu sou muito mais lindo
O meu cinto cintilante, a minha bota, o meu boné
Não tenho pressa, tenho muita paciência
É na esquina da falência que eu te pego pelo pé
Olha o meu charme, minha túnica, meu terno
Eu sou o anjo do inferno que chegou pra lhe buscar
Eu vim de longe, vim duma metamorfose
Numa nuvem de poeira que pintou pra lhe pegar
É a bronca, sempre a velha bronca
Essa indústria nacional
Meto bronca, levo a mesma bronca
E tudo continua igual
Meu patrão reclama do meu trabalho
Chego em casa e brigo com a mulher
Que castiga o filho, que maltrata o gato
Que provoca o rato, que dá no pé
Mas pra que gastar tanta adrenalina
Fazer cara feia e bancar o mau?
Se não muda nada, e acima de tudo
Nosso povo é mesmo é sentimental
Que carnaval! Todo mundo
Você é forte faz o que deseja e quer
Mas se assusta com o que eu faço isso eu já posso ver
E foi com isso justamente que eu vi
Maravilhoso, aprendi que eu sou mais forte que você
Esses seus truques eu conheço bem
Já fizeram efeito tantas vezes
É seu medo de ficar sozinha, que lhe obriga a fingir
Que você ainda é minha enquanto busca alguém
Se é pra voltar desse jeito, muito obrigado
Dispenso a honra, preciso não
Agora que eu já consegui juntar os meus pedaços
Muito obrigado, mas eu não volto não
Mas eu não tomava banho nem de tarde nem de dia
Tinha medo de chuveiro que nem gato de bacia
O que eu gostava mesmo era uma boa porcaria
No início do casório a mulher não reclamou
Eu mandava, ela fazia, em nome do nosso amor
Fingindo que não cheirava, agüentava o meu fedor
Nem o porco que eu criava agüentava com o meu
cheiro
Fez as mala e foi embora, se mandou lá do chiqueiro
A gambá pediu as conta foi o golpe derradeiro
Quem foi que disse que eu não te esqueci?
Quem garante que eu ainda te amo?
Já cansei dessa falsa esperança, e você não vai ter
Nem a minha vingança, não vai ter nada mais
Eu passava o dia lendo meus livrinhos de cordel
Toda a noite eu rezava para o meu papai do céu
Não usava sabonete, nem escova e nem papel
Das outras vezes eu também te esperei
Mas você chegou um pouco tarde
Sei que a volta faz parte da vida
Mas gastei tanto amor
Nesse amor sem saída, e você ficou pra trás
Até que depois de um ano se passou um ano inteiro
A mulher não guentou mais, se mudou pro galinheiro
Eu pedi desquite a ela e fiquei com seu dinheiro
Pra vocês agora eu provo como é fácil enriquecer
É casar com mulher rica e depois deixar feder
Ela pega e vai se embora e deixa o ouro com você
Sapateado
Se Saudade Matasse
Se Você Disser que Sim
Se Você Quiser
(Guto Graça Mello - Paulo Coelho)
Gravação original: Ronaldo Resedá (1978)
(Fábio Jr. - Paulo Coelho)
Gravação original: Fábio Jr. (1976)
(Augusto César - Zenith - Paulo Coelho)
Gravação original:The Fevers (1977)
(Rosana - Paulo Coelho)
Gravação original: Rosana (1979)
Como todo menino
Tem algo pra dar
Eu sonhei que podia
Ser um superstar
Me armei de coragem
Vesti meu sapatão
E tentei a gravação
Se saudade matasse
Se um dia eu te encontrasse
Por aqui, se os minutos que
Faltam não faltassem
Se você disser que sim e aceitar o meu amor
Eu prometo segurar o sol pra não se pôr
Eu farei sorrir as flores na janela eternamente
Pintarei de muitas cores o futuro à sua frente
Estou aqui
E o tempo inteiro eu te daria
A paz da noite, a luz do dia
Que eu não soube te entregar
Eu só me encontro em seu olhar
Saudade
Se você disser que sim ao amor que eu te entregar
Vou pedir canções ao vento e versos ao luar
E com eles vou compor a canção da tua vida
Que o rádio vai tocar na manhã mais colorida
Eu prometi deixar
A lembrança em mim
Se apagar com a chuva que cair
Não te telefonar
E lembrar da dor
E esquecer a estória de amor com você
Eu sapateio
Eu toco bem
Eu faço média
Como, como, como, como ninguém
Nosso mundo de artista
Ninguém é de ninguém
E de nada adianta
Se o rapaz cantar bem
Hoje eu sei que é gostoso
O que tem do outro lado
O que eu quero é ser cantado
Quando o papo estacionou
Eu não soube te entregar
Saudade, saudade
Se os minutos que faltam não faltassem
Estou aqui
E o tempo inteiro eu te daria
A paz da noite, a luz do dia
Que eu não soube te entregar
Eu só me encontro em seu olhar
Saudade
228
Mas esse teu jeitinho eu não posso entender
Fingindo que aceita, mas não quer me responder
Se você não entende, eu te explico com prazer!
Mas o silêncio
Me ouviu dizer
Que eu quero é ficar perto de você
Eu prometi deixar
Outro alguém chegar
E dar tudo o que eu guardei pra você
Se você disser que sim, nunca mais irá sofrer
E no amor vai encontrar o gosto de viver
Mas o silêncio
Me ouviu dizer
Se você quiser eu volto pra você
E o presente será feito sem antes nem depois
E eu te darei um filho igualzinho a nós dois
229
A CANÇÃO DO MAGO
A Trajetória Musical de Paulo Coelho
Sei Que Vou Sobreviver
Sempre Viva
Superstafa
Super-Heróis
(Pelin - Livi - Paulo Coelho)
Gravação original: Sidney Magal (1979)
(Eduardo Souto Neto - Ribeiro - Paulo Coelho)
Gravação original: Regininha (1979)
(Luis Sergio - Lee Marcucci - Paulo Coelho)
Gravação original: Rita Lee & Tutti Frutti (1976)
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Gravação original: Raul Seixas (1974)
Foi surpresa pra mim
Ao ver que mudou teu modo de ser
Ao sentir que teu fogo se apagou
Mas depois entendi
Que tinhas razão
Não se deve forçar não se deve mentir
Ao coração fingindo uma paixão
Venha logo que estou perto
Sempre viva, pra viver contente
Sempre pronta, sempre alerta
Para tudo que a vida pode dar
Sempre pronta pra viver de novo um velho amor
Sempre em forma pra andar de disco voador
E me entregar
Sempre viva, sempre alerta
Sempre a vida está certa
E assim eu vou levando
Simplesmente, sempre em frente
Sempre louca pra viver
Não tentando descobrir os truques da paixão
Pra deixar os seus mistérios no meu coração
É bem melhor
E eu vou, eu vou em frente
Onde a vida quiser me levar
Sempre viva, sempre alegre, sempre a te encontrar
No meu amor
Venha logo que estou perto
Sempre viva, pra viver contente
Sempre pronta, sempre alerta
Para tudo que a vida pode dar
Sempre em frente onde a vida quiser me levar
Sempre viva, sempre alegre, sempre a te encontrar
No meu amor
A linha dá sempre ocupado
O sinal demora a abrir
O carro tá sempre enguiçado
Choro na hora de sorrir
Ah! Deixa estar que eu me vingo dela
Ah! Deixa estar vou tocar pra ela
Ah! Deixa estar meus amigos mas o que
Se passa é a superstafa
Hoje é segunda-feira e decretamos feriado
Chamei Dom Paulo Coelho e saímos lado e lado
Lá na esquina da Augusta
Quando cruza com a Ouvidor
Não é que eu vi o Sílvio Santos
Não é que eu vi o Sílvio Santos
Sorrindo aquele riso franco e puro para um filme
de terror
Como é que eu posso ler se eu não consigo
concentrar minha atenção
Se o que me preocupa no banheiro ou no trabalho
é a seleção
(Vê se tem Kung Fu aí em outra estação)
Sociedade Alternativa
Somos o que Você Quiser
Suzana
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Gravação original: Raul Seixas (1974)
(Zé Rodrix - Paulo Coelho)
Inédita (censurada)
(Pedro Paulo - Paulo Coelho)
Gravação original: Pedro Paulo (1978)
Viva, viva
Viva a Sociedade Alternativa
Roda pra lá, vira pra cá
Não perca o charme meu bem
Basta a mamãe não saber que o pau vai comer
Se você não andar bem
Quem muito espera nunca se dá bem
Oh! Suzana, oh! Suzana
Era o nome de alguém que um dia eu conheci
Sei que posso chorar
Eu me acostumei com tudo que é teu
E vai ser tão difícil te esquecer
Mas não quero sofrer
E esta noite ao deitar vou dormir sem pensar
E acordar sem vontade de você
Eu tenho que esquecer
Amanhã vou acordar
Com vontade de viver
A saudade vai chegar
Vai bater mas vai voltar
Sei que vou sobreviver
Se eu quero e você quer
Tomar banho de chapéu
Ou esperar Papai Noel
Ou discutir Carlos Gardel
Então vá
Faze o que tu queres
Pois é tudo da lei, da lei
Viva, viva
Viva a Sociedade Alternativa
Mas se eu quero e você quer
Tomar banho de chapéu
Ou discutir Carlos Gardel
Ou esperar Papai Noel
Então vá
Faze o que tu queres
Pois é tudo da lei, da lei
Viva, viva
Viva a Sociedade Alternativa
Tira daqui, bota dali
A confusão é geral
Pra quem quiser se realizar sem preconceito total
Deixa isto tudo, venha se entregar
(Porque nós)
Somos o que você quiser
Gente, bicho, homem ou mulher
Dê o seu recado, nada a gente faz porque quer
Nada é escondido, tudo é permitido
Gente, bicho, homem ou mulher
Venha pra cá, chega pra lá
Eu não preciso insistir
Pois quem experimentou
Eu sei que gostou e vai querer repetir
Quem sonha pouco nunca vai dormir
230
Sempre tem que pagar a taxa
Na guitarra falta uma corda
Custo muito pra dormir
Mais qualquer coisinha me acorda
Chove só nos fins de semana
Quando a gente quer ir à praia
A caneta vive falhando
Sempre pinga café na saia
Já na outra esquina dei três vivas ao rei Faiçal
O povo confundiu pensando que era o carnaval
Então eu disse a Dom Paulete:
Eu conheço aquele ali
Não é possível, Dom Raulzito
Não é possível, Dom Raulzito
Quem que no Brasil não reconhece o grande
trunfo do xadrez
Saí pela tangente disfarçando uma possível
estupidez
Corri para um cantinho pra dali sacar o lance de
mansinho
(Adivinha quem era? Mequinho!)
O filme que a gente quer ver
Tá com lotação esgotada
A água pára de correr
Quando estou toda ensaboada
Lá em Nova York todo mundo é feliz
Vi o Marlon dançando o último tango de Paris
Pedi cerveja e convenci ao garçom do botequim
A não pagar o tal do casco
Ele aceitou pois sou um astro
E duma cobertura no Leblon Quelé acena dando
aquela
Enquanto o povo embaixo grita:
“É o Rei Quelé despenca da janela”
É quando, a 120, o Fittipaldi passa e quem ele
atropela
(Meu Deus! Mequinho no chão mais três velas)
Numa noite muito escura, chegou sem avisar
Uma mulher com olhos da cor do mar
Quando perguntei quem era
E se tinha sede ou fome
Não me explicar de onde veio
E só disse seu nome
E o brilho dos seus olhos em plena escuridão
Fez bater mais forte o meu coração
Quando perguntei quem era
Disse o nome devagar
E um segundo depois começou a chorar
Vamos dar viva aos grandes heróis
Vamos em frente, bravos cowboys
Avante! Avante!
Super Heróis
Ai-oh, Silver!
Shazan
Me levou logo pra cama e de manhã partiu
Eu perguntei por que e ela então sorriu
Hoje eu peço às estrelas
Mas já sei que peço em vão
Pra que Suzana apareça com meu coração
231
A CANÇÃO DO MAGO
A Trajetória Musical de Paulo Coelho
Tá Na Hora
Tente Outra Vez
Tomando Chá
Tu és o MDC da Minha Vida
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Gravação original: Raul Seixas (1978)
(Raul Seixas - Paulo Coelho - Marcelo Motta)
Gravação original: Raul Seixas (1975)
(Zé Rodrix - Paulo Coelho)
Gravação original: Zé Rodrix (1978)
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Gravação original: Raul Seixas (1975)
Andei durante dez anos
Fazendo planos para falar
Com seres vindo do espaço
Com a resposta para me dar
Porém quando estava pronto para o contato
Minha pequena
Me disse você vai ver tudo no cinema
Veja
Não diga que a canção está perdida
Tenha em fé em Deus, tenha fé na vida
Tente outra vez
De médico e de louco
Todos nós temos um pouco
E isto é que nos salva afinal
Remédio da vovó a gente toma a qualquer hora
Se não faz bem também não faz mal
Por isso em vez de ficar a vida inteira esperando
Na porta de qualquer hospital
Pra vir depois de meses um sujeito de branco
Dizendo que você não está legal
Tu és o grande amor da minha vida
Pois você é minha querida
E por você eu sinto calor
Aquele seu chaveiro escrito love
Ainda hoje me comove
Me causando imensa dor
Eu me lembro
Do dia em que você entrou num bode
Quebrou minha vitrola
E minha coleção de Pink Floyd
Eu sei que eu não vou ficar aqui sozinho
Pois eu sei que existe um careta
Um careta em meu caminho
E aonde está a vida
E aonde está a experiência
Já te entregam tudo pronto
Sempre em nome da ciência
Sempre em troca da vivência
E aonde tá a vida
E a minha independência
Depois de muita espera
Quem eu queria quis me encontrar
Tomei um banho descente
Escovei os dentes pra lhe beijar
Guardei lugar no motel pra lua de mel
Que eu sempre esperei
Porém na hora H eu não levantei
Tá na hora do trabalho
Tá na hora de ir pra casa
Tá na hora da esposa
E enquanto eu vou pra frente
Toda a minha vida atrasa
Tenho muita paciência
Mas a minha independência?
Durante a vida inteira
Eu trabalhei pra me aposentar
Paguei seguro de vida
Para morrer sem me aporrinhar
Depois de tanto esforço
Patrão me deu caneta de ouro
Dizendo enfia no bolso e vai se virar
Tá na hora da velhice
Tá na hora de deitar
Tá na hora da cadeira de balanço
Do pijama, do remédio pra tomar
Oh divina providência
E a minha independência?
Beba
Pois a água viva ainda tá na fonte
Você tem dois pés para cruzar a ponte
Nada acabou
Tente
Levante sua mão sedenta e recomece a andar
Não pense que a cabeça agüenta se você parar
Há uma voz que canta, há uma voz que dança
Há uma voz que gira bailando no ar
Queira
Basta ser sincero e desejar profundo
Você será capaz de sacudir o mundo
Vai, tente outra vez
Tente
E não diga que a vitória está perdida
Se é de batalhas que se vive a vida
Tente outra vez
O Toque
(Rita Lee - Paulo Coelho)
Gravação original: Rita Lee e Tutti Frutti (1975)
Abri a janela
Um som diferente entrou
Meus olhos mudaram, eu sei
Ou foi o sol que mudou, baby
O som das nuvens
A conversa do vento
A voz dos astros
A história do tempo
O som das estrelas
A música do luar
Contando em segredo, eu sei
Contando todo o meu medo, baby
O som das flores
O murmúrio do céu
Me deram um toque
Quem tem ouvidos que ouça
Você é uma criança do universo
E tem tanto o direito de estar aqui
Quanto as árvores e as estrelas
E mesmo que isto não esteja claro para você
Não há dúvidas que o universo
Segue o rumo que todos nós escolhemos
232
Tomando chá
Você cura a sua dor
Quem toma chá
Não precisa de doutor
Ah! Nada me interessa nesse instante
Nem o Flávio Cavalcanti
Que ao teu lado eu curtia na TV
Nessa sala hoje eu peço arrego
Não tenho paz, nem tenho sossego
Hoje eu vivo somente a sofrer
E até o filme que eu vejo em cartaz
Conta nossa história
E por isso eu sofro muito mais
Eu sei que dia a dia aumenta o meu desejo
E não tem Pepsi-Cola que sacie
A delícia dos teus beijos
Maracujina serve
Pra acalmar os nervosos
E alho é muito bom pra pressão
Um gole toda noite
De chá de jurubeba
Aumenta a vida do coração
Ouvi alguém dizer que chá de quebra-pedra
É mesmo tiro e queda pro rim
É só ferver a água e abafar a panela
E todos os seus males têm um fim
Se chá de ameixa preta
É muito bom pra soltura
Goiaba é muito bom pra prender
E chá de limão brabo
Com um pouquinho de cravo
Sempre faz a febre descer
Um chá bem preparado
De buchinha paulista
Serve pra limpar o pulmão
Eu falo a noite inteira
E não completo esta lista
Porém vovó dizia com razão
Ah! Quando eu me declarava você ria
E no auge da minha agonia
Eu citava Shakespeare
Não posso sentir cheiro de lasanha
Me lembro logo das casas da banha
Onde íamos nos divertir
Eh! Hoje
O meu Sansui-Garrard e Gradiente
Só toca o mesmo embalo quente
Pra lembrar do teu calor
Então
Eu vou ter com a moçada lá do pier
Mas pra eles é careta se alguém
Se alguém fala de amor
Tua Idade
(Fábio Jr. - Paulo Coelho)
Gravação original: Fábio Jr. (1976)
Ah! Na Faculdade de Agronomia
Numa aula de energia
Bem em frente ao professor
Eu tive um chilique desgraçado
Eu vi você surgindo ao meu lado
No caderno do colega Nestor
É por isso
É por isso que de agora em diante
Pelos 5 mil auto-falantes eu vou mandar berrar o
dia inteiro que você é...
O meu Máximo... Denominador... Comum
Você diz que está fazendo o vestibular
Que só gosta mesmo de gente madura
Diz que eu sou uma criança
Que minha cuca não te alcança
Que gente como eu só anda dura
Eu vi você
Falsificando a caderneta da escola
Pra um cinema, esse grupo não cola
Isso não tá com nada, não tem nada a ver
Descobri
Deixa o preconceito de lado
Porque se não, não vou ficar mais calado
Teus dezessete anos todos vão saber
233
A CANÇÃO DO MAGO
A Trajetória Musical de Paulo Coelho
Vem o Hômi
A Verdade sobre a Nostalgia
Vida a Prestação
Vou Fazer Você Mulher
(Zé Rodrix - Paulo Coelho)
Gravação original: Zé Rodrix (1978)
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Gravação original: Raul Seixas (1975)
(Raul Seixas - Paulo Coelho)
Gravação: Conjunto Trama (1974)
(Paulo Coelho - Michael Sullivan)
Gravação original: Michael Sullivan (1979)
Um dia meu filho me perguntou
Como é que a gente nascia
Esta pergunta me encabulou
E quase que eu não respondia
Tentei na hora, mudar de assunto
Mas o meu filho insistia
Chamei então o menino no canto
E disse que a coisa era assim
Tudo quanto é velho eles botam pr‘eu ouvir
E tanta coisa nova jogam fora sem curtir
Eu não nego que a poesia dos ’50 é bonita
Mas todo o sentimento dos ’70 onde é que fica
Acorda cedo café na cama
Toma seu carro e seu avião
E vai pagando durante o dia
O preço da civilização
Com o dinheiro compra alegria
Que se vende a prestação
Prestação
Você vem meio sem graça
Se entregar e o tempo passa
Vem me amar, fingir seu foco
E eu também aceito o jogo
Quer mostrar, sentir prazer
E eu sei no teu olhar
Que você quer me acabar
E eu vou fazer você mulher pra mim
Um instante nessa vida
Não se afobe e fique calma
Que o prazer está na alma
Pare de pensar agora
Que o desejo não demora
Vem o Hômi e a Mulher
Todos dois, pelo menos
A vontade, e depois
Chega a hora, e o Hômi e a Mulher
Meu filho parece que acreditou
Na história que eu lhe contei
Por um momento ele sossegou
E eu me despreocupei
Mas no dia seguinte ele quis saber
Como é que a gente vivia
Cheguei baixinho no ouvido dele
E lhe disse que a coisa era assim
Vem o hômi, todo dia
E nas férias, só pensando
Trinta anos, a família
Mas na hora vem o outro
Meu filho parece que acostumou
Com seu papai-sabe-tudo
E da outra vez que me perguntou
Eu quase lhe dei um cascudo
Pois desta vez ele quis saber
Como é que a gente comia
Sentei na beira da cama dele
E lhe disse que a coisa era assim
Vem o hômi, doze horas
E a marmita, quase nada
Se pindura, na escada
E a barriga continua
Eu acho que o filho desconfiou
Das coisas que eu lhe contei
E fez a pergunta pior de todas
Eu quase que desanimei
Pois quis saber, pra encerrar o assunto
Como é que a gente morria
Mas essas histórias de defunto
Eu quero bem longe de mim
Pois o hômi, sempre está
E a mulher, também quer
É comida, é trabalho
E a vida sempre acaba
Vou fazer o que eu gosto
Dos ’50 bonita-tá
Mas os ’70 onde é que ele está?
Por isso a nostalgia eu tô curtindo sem querer
Porque está faltando alguma coisa acontecer
Mamãe já ouve Beatles, papai já deslumbrou
Com o meu cabelo grande
Eu fiquei contra o que eu já sou
Vou fazer o que eu gosto
É mãe com Beatles e o pai “falô”
Logo então eu fiquei contra o que já sou...
Na curva do futuro muito carro capotou
Talvez por causa disso é que a estrada ali parou
Porém, atrás da curva perigosa eu sei que existe
Alguma coisa nova mais vibrante e menos triste
Vou fazer o que eu gosto
Atrás da curva do perigo existe
Alguma coisa bem mais nova e menos triste
Você
(Eduardo França - Paulo Coelho)
Gravação original: Eduardo França (1977)
Agora que os sonhos acabam
E um grande amor chegar ao fim
Eu quero então te dizer o que você é pra mim
Não interessa a linda princesa
Que veio em sonhos lhe perturbar
Os sonhos morrem nascendo o dia
Acorda é hora de ir trabalhar
A vida exige dois pés no chão
Se vendendo a prestação
Prestação
Videomania
Vou Arriscar
(Eduardo França - Paulo Coelho)
Gravação original: Eduardo França (1976)
(Rosana - Paulo Coelho)
Gravação original: Rosana (1979)
Minha querida
A vida não é novela
Mesmo que você assim queira
E quando me olha, quer ver nos meus olhos
O olhar do Tarcisio Meira
No teu olhar
Descobri esta canção
Com teu amor
Enfrentei a solidão
Você é a mesa que escrevo
Os versos que eu pude contar
As lágrimas de alegria e os risos de desesperar
Você é o barco sem rumo
Aonde embarquei minha vida
Você é o naufrágio profundo
E o beijo de adeus na partida
Você é o pranto que apaga
Aquilo que o foco escreveu
Você é o fogo que acaba e a estrela brilhante no céu
Sei que você sonha em ter um Paul Newman
Quer que eu seja o Alain Delon
E me provoca a todo momento
Pra provar que eu sou o bom
Você foi o sonho escondido e eu me proibi de sonhar
Você é o sangue perdido
Nas lutas que eu não quis lutar
Os restos de amor na gaveta
O eterno de todo minuto
Você é o som que enlouquece
E o silêncio absoluto e agora com você partindo
Sem que eu mesmo saiba porque
Eu vou procurar em mim mesmo
Aquilo que eu fui com você
Não sou mocinho que vive no oeste
Não vou me mostrar pra ninguém
Quando te abraço, te cheiro e te sinto
É porque eu te quero bem
234
Eu já sei quanta dor
Vem nos sonhos de amor
Mas se um dia eu sofrer por ti
Eu sei que vivi
Sei que as coisas sinceras que digo
Nem sempre são as mais bonitas
Mas vêm do fundo, do fundo da alma
E sempre a verdade é que fica
O amor dá medo
Dá vontade de fugir
Mas eu não desisto
Quero existir
Eu não sei me entregar
Mas eu vou arriscar
Se amanhã eu sofri por ti
Eu sei que vivi
Não vou pintar meus cabelos de branco
Só porque você acha lindo
O charme enorme e o sorriso franco
Deste tal de Paulo Gracindo
Videomania
O amor é isso
Dá vontade de gritar
Dizem que é um jogo
Vamos arriscar
Rasga as revistas de fotonovela
Deixa de sonhar acordada
Pois meu amor não tem trilha sonora
Mas é bem melhor do que nada
Videomania
235
A CANÇÃO DO MAGO
236
A Trajetória Musical de Paulo Coelho
237
A CANÇÃO DO MAGO
A Trajetória Musical de Paulo Coelho
Créditos fotográficos
Fontes e referências bibliográficas
Não foi possível determinar a autoria de todas as fotos utilizadas neste livro, já que muitas foram
obtidas de acervos de parentes ou amigos de Paulo Coelho. Caso os fotógrafos responsáveis pelas
imagens se manifestem, teremos prazer em conceder os devidos créditos nas próximas edições.
ARAÚJO, Paulo César de. Eu Não Sou Cachorro, Não. Rio de Janeiro: Record, 2002.
ARIAS, Juan. Confissões de um Peregrino. Rio de Janeiro: Objetiva, 1998.
BAHIANA, Ana Maria. Almanaque Anos 70. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006.
BAHIANA, Ana Maria. Nada Será como Antes. Rio de Janeiro: Senac Rio, 2006.
BARTSCH, Henrique. Rita Lee Mora ao Lado. São Paulo: Panda Books, 2006.
COELHO, Paulo. As Valkírias. Rio de Janeiro: Rocco, 1996.
COELHO, Paulo. O Diário de um Mago. Rio de Janeiro: Rocco, 1987.
COELHO, Paulo. Paulo Coelho por ele mesmo. São Paulo: Martin Claret, 1991.
ECHEVERRIA, Regina. Furacão Elis. Rio de Janeiro: Ediouro, 2007.
ESSINGER, Silvio. Batidão, uma História do Funk. Rio de Janeiro: Record, 2005.
ESSINGER, Silvio. O Baú do Raul: Revirado. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005.
FAOUR, Rodrigo. História Sexual da MPB. Rio de Janeiro: Record, 2006
McCAIN, Gillian e McNEIL, Legs. Mate-me Por Favor. Porto Alegre: L&PM Pocket
MOTTA, Nelson. Noites Tropicais. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000.
SEIXAS, Raul. Raul Seixas por ele mesmo. São Paulo: Martin Claret, 2003.
SOUZA, Tárik de - O Baú do Raul. Rio de Janeiro: Globo, 1989.
WILSON, Colin. O Oculto. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1971.
Dicionário da TV Globo, Volume 1: Programas de Dramaturgia & Entretenimento.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003.
Paul Macleod (pág.12)
Acervo Armando Pittigliani (pág.100)
Acervo Carlos Raposo (pág.74)
Acervo Censura Musical (pág.53)
Acervo Daniel Torelli (págs.32, 35, 68, 104, 128 e 155)
Acervo Gerson King Combo (pág.184)
Acervo Edmundo Leite (pág.180)
Acervo Hérica Marmo (págs.97 e 172)
Acervo Luiza Maria (pág.108)
Acervo Paulo Debétio (págs.114 e 124)
Acervo Sylvio Passos (págs.18, 51, 118, 119, 120 e 129)
Todas as demais: Acervo Instituto Paulo Coelho
Jornais e revistas
O Globo, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, O Dia, Correio Braziliense, O Pasquim, Opinião, Veja, Istoé, Época, Bizz, Pop, Planeta, Cruzeiro, Manchete, Amiga,
Fatos & Fotos.
Sites
Censura Musical. www.censuramusical.com
Cliquemusic. www.cliquemusic.com.br
Dicionário Cravo Albin da Música Brasileira. www.dicionariompb.com.br
Fã-clube de Paulo Coelho. http://paulocoelhofaclube.multiply.com
Raul Rock Clube. www.raulrockclub.com.br
Raul Seixas. www.raulseixas.com.br
Rita Lee. www.ritalee.com.br
Site Oficial Paulo Coelho. www.paulocoelho.com.br
Wikipédia. www.wikipedia.org
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