NORMAS E ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS PARA TRABALHOS TOPOGRÁFICOS - CDA I OPERAÇÕES DE CAMPO 1- As normas técnicas objetivam a caracterização de imóveis rurais pelo levantamento e materialização de seus limites, segundo preceitos gerais aplicáveis a todos os serviços cartográficos, direta ou indiretamente, relacionado com atividades de natureza fundiária. 2- Método Topográfico – para fins destas normas técnicas denominam-se: a) Poligonal Básica; b) Poligonal de Apoio Imediato; c) Poligonal Topográfica. I – Poligonal Básica, a Poligonal Geodésica, que transporta o apoio básico, a partir de pontos de ordem superior às proximidades e/ou interior da área a ser levantada. II – A Poligonal de Apoio Imediato, a Poligonal Geodésica destinada a densificar o apoio básico, assegurando o suporte necessário às operações topográficas de demarcação e/ou levantamentos a serem desenvolvidos na região dos trabalhos. III 3- – Poligonal Topográfica, a poligonal normalmente de natureza estadimétrica , que se destina a levantar topograficamente as parcelas rurais e/ou atividade para regularização fundiária, demarcando-as segundo pré-projeto de parcelamento desenvolvido ou ainda segundo os limites respeitados pelos confinantes. Os desenvolvimentos poligonais deverão em princípio, ser limitados as extensões seguintes: a) Poligonal Básica I – Extensão máxima 80km II – Lances Poligonais entre 5 a 15 km b) Poligonal de Apoio Imediato: I – Extensão Máxima: 50 km II – Lance Poligonal Máximo: 5km c) Poligonal Topográfica: I – Extensão Máxima: 15 km II – Lances Poligonais recomendáveis entre 50 e 150m III – Para lances menores que 50m, quando inevitáveis, as medidas serão efetuadas a trena de boa qualidade. IV – Lances Poligonais de 500m máximo, quando a medição for eletrônica. V – Nas poligonais topográficas destinadas à regularização fundiária torna-se obrigatório a intervisibilidade entre os dois primeiros marcos da poligonal, construído em concreto traço 2:3:4 alma de ferro 4,2 mm forma descrita ao item monumentação. 4- Os instrumentos destinados a medição; desenvolvimentos poligonais deverão obedecer as seguintes características e padrões mínimos de precisão: a) De medida linear I – Para Poligonal Básica: MED; (5mm + 5ppm x D); ou G.P.S.; II – Para a Poligonal de Apoio Imediato: MED (10mm + 10ppm x D ); III – Para a Poligonal Topográfica: mira vertical dobravel com graduação centimetrica e/ou trena de aço e/ou MED. OBS.: MED = Medidores Eletrônicos de Distância b) De medida angular I – Para Poligonal Básica: teodolito, leitura direta de 2” (dois segundo – arco); II – Para a Poligonal de Apoio Imediato: teodolito, leitura direta de 5” (cinco segundo – arco); III – Para a Poligonal Topográfica: teodolito, leitura direta de 20” (vinte segundo –arco). 5- Os lances poligonais serão medidos: a) Na Poligonal Básica, através de 6 (seis) leituras de precisão, aproveitáveis nos dois sentidos (vante e ré); b) Na Poligonal de Apoio Imediato, através de 3 (três) leituras de precisão aproveitáveis nos dois sentidos (vante e ré); c) Na Poligonal Topográfica; I – Processo estadimétrico: leitura das 3 (três) fios estadimétrico (vante e a ré); II – Nos lances medidos com MED 2 (duas) leituras de precisão, aproveitáveis nos dois sentidos ( vante e ré); III – Nos lances medidos por GPS tomar um mínimo de 120 posições em cada um dos vértices. PDOP 6 e sinal mínimo de 04 (quatro) Satélites. 6- O método das direções com visadas nas duas posições do circulo vertical do instrumento, direta e inversa a partir de diferentes origens no limbo horizontal, quando for o caso, será utilizado para as medições dos ângulos poligonais como segue: a) Poligonais Básicas: 3 (três) séries (mínimo) Observação: nenhuma direção poderá se afastar mais de 10” (dez segundos-arco) do seu valor médio calculado; mantido o nº de 3 (três) séries após a rejeição; b) Poligonal de Apoio Imediato: 3 (três) séries (mínimo); c) Poligonal Topográfica: 1 (uma ) série. 7- Os ângulos verticais para a redução dos lados poligonais ao horizonte, serão medidos nas duas posições do circulo vertical e nos dois sentidos. a) Na Poligonal Básica: Através de 2 (duas) séries; b) Na Poligonal de Apoio Imediato: através de 1 (uma) série; c) Na Poligonal Topográfica: através de 1 (uma) série; 8- A fim de garantir uma orientação adequada aos desenvolvimentos poligonais longos, deverão ser efetuados controles azimutais, nas seguintes condições: a) Em ponto situado no trecho médio da Poligonal Básica quando o número de estações forem superior a 12; b) em ponto médio da Poligonal de Apoio Imediato, quando o número de estação for superior a 30 (trinta); c) em ponto situado no trecho médio da Poligonal Topográficas, quando o número de estação for superior a 40 (quarenta). 9- A monumentação dos pontos determinados deverá ser efetuadas como segue: a) Os marcos que materializam estações poligonais ou pontos irradiados quando canto de parcelas e/ou ponto de deflexão de limites deverão ser de madeira de lei ou concreto. traço 2:3:4 alma de ferro 4,2mm, forma tronco-piramidal e dimensões 8x12x60 cm. Deverão aflorar cerca de 10cm do solo; b) a todo marco de limite corresponderá a um marco de orientação, com afastamento de no mínimo 20m; quando os marcos de limites forem intervisíveis, os de orientação serão dispensáveis; c) os marcos de orientação obedecerão as mesmas características dos marcos de limites; d) as estações da poligonal topográfica, ou pontos erradiados, quando não constituem canto de parcelas e/ou ponto de deflexão de limites, serão materializados por piquetes, identificados por estações testemunhas, ambas em madeira de lei, serradas; e) na poligonal topográfica os pontos de estação serão identificados em suas faces com tinta vermelha e o número de ordem e as indicações necessárias a perfeita localização. II OPERAÇÕES DE GABINETE 1- Serão executados em gabinete, os trabalhos de cálculo e os relativos às representações gráficas finais dos imóveis, glebas e parcelas rurais. 2- Os cálculos, relativos às poligonais, serão desenvolvidos segundo roteiro convencional indicado para o transporte de coordenadas plano-retangulares do Sistema UTM. 3- Os transportes de coordenadas, a partir de pontos de apoio básico, executados, normalmente, através de poligonais e irradiações estadimétricas, terão seus cálculos desenvolvidos segundo critérios topográficos. 4- No caso de poligonais topográficas muito extensas, desenvolvidas em áreas nitidamente críticas com relação às deformações próprias do sistema de projeção adotado, ao qual estão referidas as coordenadas dos pontos de apoio básico, poderão ocorrer discrepâncias próprias na conexão dos esquemas geodésico e topográfico. 5- As discrepâncias próprias do sistema de projeção poderão, em alguns casos, conduzir os fechamentos das poligonais topográficas a limites, não toleráveis, tornando-se pois, necessário, para definir as dúvidas, quanto à origem dos erros, recalcular a poligonal topográfica, considerando as deformações do sistema de projeção adotado. Alínea Única – normalmente, será suficiente considerar-se o valor médio do coeficiente de redução à escala K, obtido, de forma expedida, para cada desenvolvimento poligonal considerado. 6- Os cálculos serão, sempre, efetuados a partir de dados constantes das cadernetas de campo, podendo ser transcritos em formulários próprios e desenvolvidos de forma convencional, ou, diretamente, em calculadoras eletrônicas programáveis, com saída em impressora, sendo, neste caso, indicadas, na primeira folha impressa, as posições dos dados de entrada e de saída. 7- No fechamento dos cálculos , serão admitidas as seguintes tolerâncias: a) POLIGONAL BÁSICA: I – angular: 10” n (sendo n o número de estações poligonais); II – linear : 1:20.000 b) POLIGONAL DE APOIO IMEDIATO: I – angular: 20” n II – linear : 1:5.000 c) POLIGONAL TOPOGRÁFICA: I – angular: 1’ n II – linear : 1:2000 d) Determinação para CONTROLE AZIMUTAL: I – destinadas ao controle de poligonais básicas, 30”, discrepância entre os extremos da média; II – destinadas ao controle de poligonais de apoio imediato e topográficas, 1’, discrepância entre os extremos da média. 8- As representações gráficas dos levantamentos topográficos se farão através de desenhos cartográficos, executados a tinta preta, sobre base transparente, considerada, para a finalidade, isenta de deformação. Alínea Única – 9- os desenhos poderão ser executados manualmente, ou através de equipamentos de desenho automático acoplados a computadores. As representações gráficas serão apresentadas nas formas de: a) Planta Geral (modelo em anexo) 10- A apresentação especificações: gráfica da Planta Geral, obedecerá às seguintes a) formato A1, A2, A3 e A4/ABNT; b) malha de coordenadas plano-retangulares espaçadas de 1(um)Km; 11- Memorial Descritivo é documento, relativo ao lote demarcado, que descreve o perímetro e indica as confrontações e área da parcela, de acordo com dados determinados em campo (conforme modelo anexo). 12- Memorial Descritivo será elaborado segundo as especificações: a) transcrição dos dados relativos ao perímetro, confrontações e área, em escrita corrente, sem rasuras, preenchidos os espaços em branco da descrição, guardado absoluta identidade com aqueles lançados na Planta Individual do Lote; b) desenvolvimento da descrição do perímetro e confrontações, em princípio, no sentido direto, a partir do ponto situado mais ao Norte da área; Inciso Único – os lados do perímetro são caracterizados por seus comprimentos e azimutes; c) III indicação das coordenadas UTM, referendado o respectivo meridiano central, do ponto inicial da descrição, Datum SAD 69. CARACTERIZAÇÃO TOPOGRÁFICA DO IMÓVEL RURAL 1- A caracterização topográfica do imóvel rural constitui-se no objetivo principal da cartografia fundiária. 2- As plantas de gleba, as plantas individuais e os memoriais descritivos dos limites dos lotes são os produtos cartográficos finais que caracterizam topograficamente uma parcela rural. 3- No campo, os trabalhos topográficos objetivam o levantamento das linhas de divisa dos lotes rurais, visando sua criteriosa materialização pela colocação de marcos. 4- Quando os serviços de demarcação forem realizados por processos topográficos, os cantos de parcelas e/ou pontos de deflexão nas linhas de limite, serão normalmente, estação poligonais. 5- Na caracterização topográfica do imóvel rural, há , sempre, que considerar: a) nas parcelas rurais atravessadas por estradas publicas, a demarcação de seus limites deverá estar de acordo com a faixa de domínio fixada em lei; b) os cursos de água, com largura superior a 5m, quando constituírem limites de parcelas, terá sua margem levantada utilizando-se o recurso da irradiação topográfica; c) os rios navegáveis, por ocasiões do levantamento, será acrescida, em cada margem, uma faixa de 15m, contada a partir da linha de enchente ordinária, por constituir domínio da União.