MATRIZES Seção 2 Manual de Manejo 2013 Uma marca Aviagen MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Prefácio Sobre este Manual Este manual tem por finalidade ajudar os clientes da Aviagen a otimizar a performance de suas matrizes. Não de destina a dar informações definitivas sobre cada aspecto do manejo de matrizes e, sim, chamar a atenção para questões importantes que, se negligenciadas ou tratadas de maneira inadequada, podem levar a queda de performance do lote. As técnicas de manejo descritas neste Manual têm por objetivo manter a saúde e o bem-estar do lote e fazê-lo alcançar uma boa performance. Desempenho Este manual resume as melhores práticas de manejo de matrizes. A estratégia de manejo mais comum, em âmbito mundial, consiste em fazer com que as aves recebam o primeiro estímulo luminoso após 21 semanas (147 dias) de idade e atinjam 5% de produção com 25 semanas de idade, uma vez que isso traz vantagens únicas quanto ao tamanho do ovo em estágios iniciais, número de pintinhos e qualidade do frango de engorde. No entanto, a produção avícola é uma atividade global, sendo necessário adaptar as diferentes estratégias de manejo às condições locais. A informação aqui contida é uma combinação de dados obtidos em pesquisas internas e experimentais, trabalhos científicos já publicados, especialização e habilidades práticas e, também, fruto da experiência das equipes de Serviços Técnicos e Transferência Tecnológica da Aviagen. Não obstante, a orientação aqui contida não oferece proteção total contra variações de performance, as quais podem ocorrer pelos mais diversos motivos. Assim sendo, a Aviagen não assume responsabilidade pelas conseqüências de uso destas informações para o manejo das matrizes. Serviços Técnicos Para mais informações, favor contatar o Gerente de Serviços Técnicos da Aviagen ou o Departamento Técnico, ou acessar www.aviagen.com. Uso deste Manual Como localizar determinado assunto No lado direito da página encontram-se indicadores coloridos que mostram ao leitor como encontrar as seções e assuntos de seu particular interesse. O Índice mostra o título e o número de página de cada seção e subseção. No final do manual também há o índice remissivo, em ordem alfabética. Pontos-chave Quando necessário, foram incluídos pontos-chave enfatizando aspectos importantes de criação animal e procedimentos cruciais de manejo, que se não forem corretamente implementados poderão afetar negativamente a performance. Esses pontos-chave são descritos em vermelho. Objetivos de Performance Os suplementos deste manual contêm os objetivos de performance a serem alcançados mediante boas práticas gerenciais e de controle, além de saúde animal. Especificações de Nutrição Estão também disponíveis Especificações de Nutrição, em forma de encartes a este Manual. 02 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Índice Índice 5 Apresentação 6 Cronograma - Chave de Manejo Seção 1 – Criação (0-105 dias/0-15 semanas) 9 Exigências de manejo de machos e fêmeas durante a criação 10 Manejo de pintinhos 23 Equipamentos e instalações 29 Classificação para manejo de uniformidade 30 Procedimentos de classificação 43 Manejo do lote após a classificação (após 28 dias) Seção 2 – Manejo até o Início da Produção (15 semanas até o pico de produção) 47 De 105 dias (15 semanas) até o estímulo luminoso 47 Considerações sobre manejo 57 Manejo de fêmeas após o estímulo luminoso até 5% de produção 57 Considerações sobre manejo 58 Ovos postos no chão 59 Manejo de fêmeas da produção diária por galinha de 5% até o pico de produção de ovos 59 Considerações sobre manejo 61 Mudanças no tempo de consumo da ração 61 Peso do ovo e controle e de ração 63 Manejo de machos após estimulo luminoso até o pico de produção de ovos 63 Considerações sobre a alimentação 65 Índice de acasalamento 65 Excesso de acasalamento Seção 3 – Manejo na Etapa de Produção (desde o pico de produção até o abate) 67 Manejo de fêmeas após o pico de produção até o abate 67 Fatores de manejo pós-pico de produção 69 Procedimentos* 69 Guia geral para as reduções de ração após o pico de produção, com base nas características dos objetivos de rendimento 73 Controle e redução de ração 75 Redução de ração e temperatura ambiente 76 Manejo do macho após o pico de produção até o abate 76 Procedimentos Seção 4 - Controle de Crescimento da Matriz 2013 77 Controle de crescimento da matriz 77 Métodos para medir o peso corporal 79 Procedimentos para a pesagem de amostras 79 Procedimentos para a pesagem com balança manual 82 Procedimentos para a pesagem com balança eletrônica 82 Considerações sobre a pesagem de amostras de machos 83 Considerações sobre a pesagem de amostras de fêmeas 83 Falta de consistência nos pesos 03 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Índice Seção 5 - Avaliação da Condição Física da Ave 85 Avaliação da condição física da ave 86 Avaliação da condição da ave 86 Avaliação da condição do macho 94 Avaliação da condição da fêmea Seção 6 - Cuidado com o Ovo Incubável na Granja 99 Cuidados com o ovo incubável 99 Por que o ovo incubável precisa de cuidados? 100 O sistema de proteção do ovo 102 Práticas para os cuidados com o ovo incubável Seção 7 - Requisitos Ambientais 107 Aviário 107 Localização e desenho da granja 109 Desenho do aviário 111 Ventilação 111 Ventilação Aberta/Natural 112 Sistemas de ventilação por pressão negativa (galpões com ambiente controlado) 113 Ventilação mínima 117 Ventilação de transição 117 Ventilação em túnel 121 Iluminação 121 Iluminação durante a criação 121 Programas de iluminação e tipos de aviário 131 Comprimento de onda (cor da luz) e tipo de lâmpadas Seção 8 - Nutrição 133 Nutrição 133 Nutrição da matriz 133 Fornecimento de nutrientes 137 Programas de alimentação e especificações nutricionais 140 Fabricação de ração 143 Água Seção 9 - Saúde e Biossegurança 04 143 Saúde e Biossegurança 143 A relação entre o manejo, a manifestação de doenças e o bem-estar animal 143 Manejo da higiene 149 Qualidade da água 151 Descarte de aves mortas 152 Manejo da saúde 155 Programas de controle de saúde 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Índice e Apresentação Apêndices 157 Apêndice 1 - Registros 159 Apêndice 2 - Informações úteis para o manejo 161 Apêndice 3 - Tabelas de conversão 164 Apêndice 4 - Exemplo de cálculos manuais para classificação 168 Apêndice 5 - Cálculos dos índices de ventilação 171 Apêndice 6 - Quadro de condensação ou ponto de orvalho 172 Apêndice 7 - Composição nutricional de alguns ingredientes comuns da ração 173 Apêndice 8 – Solução de problemas de deficiências vitamínicas 174 Apêndice 9 - Fontes adicionais de informações sobre o manejo Índice de Terminologia 175 Índice de Terminologia Apresentação A Aviagen produz uma variedade de genótipos próprios para diversos setores do mercado de frango de corte. Todos os produtos da Aviagen são selecionados para garantir uma variedade equilibrada de características de reprodução e crescimento. Isso permite a nossos clientes selecionar o produto mais adequado para as suas necessidades operacionais. Todos os genótipos de aves reprodutoras Ross são selecionados com o objetivo de produzir o maior número de aves, vigorosos e combinando um elevado grau de postura de ovos com boa eclodibilidade e fertilidade. Isso se consegue cruzando linhas de machos com crescimento rápido, grande eficiência na conversão alimentar e alto rendimento na produção de carne com linhas de fêmeas que são selecionadas para as mesmas características e, adicionalmente, para produzir uma grande e adequada quantidade de ovos. Este manual resume as melhores práticas para o manejo das matrizes Ross, levando em consideração a seleção contínua para melhorar as características do frango de corte. 2013 05 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Cronograma de Manejo Fundamental Cronograma de Manejo Fundamental O quadro abaixo resume os objetivos fundamentais para as matrizes, de acordo com a idade. Idade (em dias) Ação Pré-aquecer o aviário. A temperatura e a umidade relativa (HR) devem permanecer estáveis por pelo menos 24 horas antes da chegada dos pintinhos. Antes da chegada do pintinho Assegurar boas condições de biossegurança. Os agentes patogênicos podem sobreviver no meio ambiente mesmo antes do alojamento das aves. A biossegurança antes da chegada do pintinho é tão importante, ou até mais, que a biossegurança depois de sua chegada. Deve-se limpar e desinfetar todo o aviário e os equipamentos e verificar a eficácia das operações de biossegurança antes do alojamento do pintinho. Atingir uma temperatura ambiental ótima é fundamental para estimular o apetite e a atividade. Na chegada do pintinho Estabelecer um índice ótimo de ventilação, o que garantirá que o pintinho receba ar fresco e ajudará a conservar a temperatura e a umidade relativa (HR), permitindo uma circulação de ar suficiente para prevenir o acúmulo de gases nocivos. Monitorar o comportamento do pintinho para assegurar que a temperatura é apropriada. Pesar uma amostra aleatória de pintinhos. Despertar o apetite mediante boas práticas de manejo. 0 – 7 dias Assegurar espaço adequado entre comedouros e bebedouros, fornecer alimento de boa qualidade e manter as temperaturas ótimas. Usar a avaliação de enchimento do papo como indicador do desenvolvimento do apetite. Monitorar o comportamento das aves. Atingir os objetivos de peso corporal. 7 – 14 dias Obter uma amostra de pesos corporais. Aos 7 dias e aos 14 dias de idade tem de ser feita uma pesagem aleatória das aves. Devese pesar uma amostra mínima de 2% ou de 50 aves (qual seja maior) de cada uma das populações. Se possível, proporcionar um foto-período constante até os 10 dias de idade. Nos galpões abertos, o foto-período dependerá da data de alojamento e dos padrões naturais de duração do dia. Se os pesos atingidos aos 14 dias de idade (2 semanas) dos lotes anteriores estiverem inferiores aos objetivos, pode-se fornecer um foto-período maior até os 21 dias (3 semanas) de idade para ajudar a estimular o consumo de alimento e melhorar o aumento de peso corporal. 06 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Cronograma de Manejo Fundamental Idade (em dias) Ação 14 – 21 dias Começar a registrar os pesos corporais individuais entre os 14 e os 21 dias de idade (entre 2 e 3 semanas). Estas informações são necessárias para calcular a uniformidade de peso corporal (CV%). Selecionar machos e fêmeas aos 28 dias (4 semanas). 28 dias Depois de selecionar, revisar os perfis de peso corporal para assegurar que as aves atinjam os objetivos aos 63 dias (9 semanas). Se necessário, ajustar a distribuição de alimento das populações de machos e de fêmeas para alcançar os objetivos de pesos corporais que tenham sido modificados e manter a uniformidade. 28 – 63 dias Monitorar e registrar os pesos corporais semanalmente. O principal objetivo durante este período é conseguir uma boa uniformidade esquelética e controlar corretamente o crescimento de cada população classificada. Examinar novamente os pesos das populações classificadas em relação com o objetivo de peso corporal. Combinar as populações que se assemelhem quanto a peso e consumo de alimento. Se as populações não estão acompanhando o perfil alvo, deve-se estabelecer uma nova linha de padrão de peso corporal. 63 dias Para as populações cujo peso corporal é superior ao alvo, deve-se traçar uma nova linha paralela ao alvo original. As populações cujo peso corporal é inferior ao alvo, devem ir se aproximando gradualmente deste, até os 105 dias (15 semanas). Deve-se suspender a movimentação de aves entre uma população e outra. Se necessário, ajustar a distribuição de alimento das populações de machos e de fêmeas, a fim de atingir os novos objetivos de peso corporal e manter a uniformidade. 63 – 105 dias Monitorar e registrar os pesos corporais semanalmente. O principal objetivo durante este período é controlar corretamente o crescimento de cada população classificada. 105 dias Examinar novamente os pesos corporais em relação ao objetivo. Modificar os perfis, como for necessário, da mesma forma ao realizado aos 63 dias de idade (9 semanas). Eliminar os erros de sexagem à medida que forem sendo identificados. Atingir os acréscimos semanais de peso corporal corretos, certificando-se que estão sendo fornecidas as quantidades certas de alimento, particularmente a partir dos 105 dias (15 semanas). 105 – 161 dias Todas as populações devem alcançar pesos corporais similares no momento do estímulo luminoso. As variações significativas nos pesos corporais entre as populações com essa idade causarão problemas de produção durante a postura. Monitorar e registrar os pesos corporais semanalmente. 2013 07 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Cronograma de Manejo Fundamental Idade (em dias) Ação 126 – 147 dias Eliminar todos os erros de sexagem ainda existentes. Calcular e registrar a uniformidade (CV%) do lote para determinar o programa de luz. 140 dias Se o lote é uniforme (o valor do CV é menor ou igual a 10%), devese aplicar o programa de iluminação normal recomendado. Se o lote não é uniforme (o valor do CV é maior que 10%), devese retardar o estímulo luminoso entre 7 e 14 dias (entre 1 e 2 semanas). 147 – 161 dias Fornecer o primeiro acréscimo de luz (não antes dos 147 dias de idade). Monitorar e registrar os pesos corporais semanalmente. Início do acasalamento - o momento exato para isso dependerá da maturidade relativa, tanto dos machos como das fêmeas. Nunca se devem acasalar machos imaturos com fêmeas maduras. 147 – 168 dias Se os machos estiverem mais maduros que as fêmeas, eles devem ser introduzidos gradualmente. Monitorar e registrar os pesos semanalmente. 168-175 161 – 196 dias Iniciar o fornecimento da dieta para postura ao mais tardar quando a produção diária por ave seja de 5%. Desde o primeiro ovo, aumentar as quantidades de alimento de acordo com a taxa diária de produção, o peso diário do ovo e o peso corporal. Monitorar e registrar os pesos corporais semanalmente. Manejar os machos mediante observação da condição da ave. 210 dias até saída do lote Retirar os machos não ativos para manter as proporções de acasalamento apropriadas. Monitorar e registrar os pesos corporais semanalmente. 245 dias até saída do lote A redução do fornecimento de alimento deve começar com aproximadamente 35 dias (5 semanas) depois que se atinge o pico de produção, que ocorre geralmente aos 252 dias de idade (36 semanas). Deve-se revisar semanalmente o consumo de alimento; a redução do fornecimento de alimento deve-se basear na produção de ovos, no peso diário do ovo, na massa do ovo e no peso corporal. MANEJO DAS AVES É importante que o manejo de todas as aves seja feito com calma e corretamente, o tempo todo. Todo o pessoal encarregado pelo manejo das aves (para captura, peso, avaliação física, avaliação do enchimento do papo ou vacinação) deve ter experiência e treinamentos adequados para que possa tratar as aves com o devido cuidado, de acordo com a finalidade, a idade e o sexo da ave. 08 2013 Seção 1 - Criação (0-105 dias/0-15 semanas) Manejo do macho e da fêmea durante a etapa de criação Seção 1 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) Objetivo Atender às necessidades de machos e fêmeas reprodutoras durante cada etapa da criação e prepará-los para a maturidade sexual. Princípios Cuidar da matriz Ross na etapa de criação de acordo com a curva de objetivo de crescimento permite que os machos e as fêmeas atinjam um rendimento ótimo durante sua vida reprodutiva, assegurando, assim, que cresçam e se desenvolvam corretamente. A Figura 1 mostra a evolução do crescimento e desenvolvimento da ave através do tempo. Em diversos momentos desenvolvem-se diferentes órgãos e tecidos. Durante cada fase do crescimento, o administrador do lote deve considerar e conhecer as prioridades das aves no tocante a seu crescimento na fase em questão. Devem-se ajustar o manejo e as quantidades de alimento de acordo com as necessidades das aves. Figura 1: Crescimento e desenvolvimento da ave.* Maturidade sexual (idade ao primeiro ovo) 10 à 14 dias após a iluminação. Continuação do estímulo luminoso. Peso Corporal Crescimento acelerado e ganho de peso para preparar as aves para a maturidade sexual e acasalamento. Crescimento rápido dos testículos. Desenvolvimento rápido dos sistemas imunológico, cardiovascular e digestivo e do esqueleto e plumagem. Crescimento rápido do oviduto e ovários. Até os 28-35 dias de idade o esqueleto terá atingido até 50% de seu desenvolvimento total. Continuação do crescimento e desenvolvimento dos sistemas imunológico, cardiovascular e do esqueleto e plumagem. Até os 80-95 dias de idade o esqueleto terá se desenvolvido 90%. Estímulo luminoso 0 14 28 42 56 70 84 98 112 126 140 154 168 182 196 210 Idade (dias) * Os princípios de desenvolvimento e crescimento serão os mesmos para machos e fêmeas, mas as taxas de crescimento absoluto serão diferentes. 2013 09 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) A Figura 2 descreve detalhadamente as considerações de manejo importantes para cada uma das etapas de crescimento ilustradas na Figura 1. Figura 2: Evolução do manejo. OBJETIVO: Atingir o objetivo de peso corporal até os 63 dias com um CV mínimo. Continuar o desenvolvimento do esqueleto, musculatura e plumagem. Peso Corporal OBJETIVO: Alcançar um bom início das aves, proporcionando o acesso adequado à água e alimento. Desenvolvimento do esqueleto, sistemas imunológico e cardio vascular, plumagem e apetite. OBJETIVO: Preparar as aves para a maturidade sexual e acasalamento. Fomentar o desenvolvimento reprodutivo. OBJETIVO: Acompanhar o perfil de peso corporal e manter a uniformidade. Aumento da ração para fomentar o crescimento seguindo o perfil de peso corporal. Se necessário, ajustar o objetivo de peso corporal aos 63 dias. Assess flock weigfht, uniformity & condition one wee Transferência para o aviário de postura entre os 124 e os 161dias dependendo do tipo de aviário. Suspender a movimentação das aves entre os boxes classificados até os 63 dias. Transfer Manejo de temperatura, umidade, ventilação, distribuição do alimento, vacinação e enchimento do papo. Avaliar o peso, a uniformidade e a condição do lote uma semana antes do estímulo luminoso para determinar o estímulo de alimento e luz. Classificação do lote Manejo do peso corporal, uniformidade tamanho do esqueleto. 0 14 28 Alimentar os machos para conseguir o peso corporal e o fomento da fertilidade. Alimentar as fêmeas para estimular e apoiar o crescimento, a produção de ovos e o peso do ovo. 42 Acasalamento 56 70 84 98 112 126 Idade (dias) 140 154 168 182 196 210 Estímulo luminoso Os machos e as fêmeas são criados separadamente desde um dia de idade até o início do acasalamento, aos 147-168 dias de idade (21-24 semanas), mas os fundamentos do manejo no período de criação são os mesmos para ambos os sexos (além das diferenças de pesos corporais e nos programas de alimentação). Os machos constituem 50% do valor de reprodução do lote e, portanto, são tão importantes quanto as fêmeas. Por conseguinte, o manejo dos machos requer a mesma atenção detalhada que se dá ao manejo das fêmeas. A criação dos dois sexos separadamente garante que o crescimento e a uniformidade possam ser controlados independentemente, propiciando assim mais controle sobre o peso corporal e a deposição muscular. Manejo do pintinho Proporcionar aos pintinhos um bom início é essencial para a saúde, bem-estar, uniformidade e rendimento do lote. O manejo dos pintinhos deve considerar o lote desde o primeiro dia de vida mediante o desenvolvimento das características de consumo de alimento e de água e o fornecimento de condições apropriadas de manejo e ambientais, para assim atender adequadamente suas necessidades. Preparações do pintinho no incubatório Somente nas circunstâncias em que se preveja ameaça ao bem-estar das aves deverão ser tomadas medidas preventivas durante o processamento do pintinho no incubatório. Nas situações em que o bem-estar da ave possa estar comprometido, poderão ser necessários procedimentos tais como a vacinação. Quando se conclui que isso é necessário, é fundamental consultar um médico veterinário e só permitir o envolvimento de pessoal devidamente treinado, assim como a utilização de equipamento adequado. Recomenda-se revisar freqüentemente a necessidade de outros procedimentos de processamento, tais como a debicagem, e investigar as práticas de manejo e o meio ambiente das aves para prevenir o uso desnecessário desses procedimentos. Os procedimentos durante o processamento do pintinho no incubatório devem ser feitos segundo os mais elevados padrões. As variações de qualidade do manejo do pintinho podem causar problemas de uniformidade. As recomendações e normas legais referentes ao bem-estar animal são revisadas e atualizadas regularmente, com variações segundo a localidade. As normas legais devem ser cumpridas em âmbito regional e nacional. 10 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) É importante definir com o fornecedor dos pintinhos, com bastante antecedência, as datas e hora de chegada, e o número de aves, pois assim se garante que as providências necessárias para a criação serão tomadas, além do fato que os pintinhos poderão ser descarregados e alojados o mais rapidamente possível. Seção 1 Planejamento do alojamento do pintinho Se as aves forem importadas, deve-se contar com pessoal devidamente capacitado para supervisionar e administrar as formalidades e normas alfandegárias. Quando os pintinhos provêm de diferentes lotes, o alojamento deve ser planejado de modo que cada população correspondente a cada lote possa ser criada separadamente. Os pintinhos de lotes jovens atingirão os objetivos de peso corporal com mais facilidade se forem mantidos separados até o momento da seleção, aos 28 dias de idade (4 semanas). Os pintinhos devem ser transportados do incubatório para o aviário em um veículo com ambiente controlado (Figura 3). Durante o transporte: • A temperatura deve ser controlada de modo que a temperatura da cloaca do pintinho se mantenha entre 39,4 e 40,5ºC. Deve-se ter em conta que os controles de ajuste de temperatura exigidos podem variar de um veículo para outro; • A umidade relativa (HR) deve estar entre 50 e 65%; • Deve-se fornecer no mínimo 0,71 metros cúbicos de ar fresco por minuto (25 pés cúbicos por minuto), para cada 1.000 aves. Possivelmente serão necessários índices de ventilação superiores se o caminhão não tiver sistema de ar condicionado - e o único método para refrescar as aves for a ventilação. Figura 3: Veículos comumente utilizados para o transporte de pintinhos, com ambiente controlado. A configuração do aviário para o alojamento deve ser planejada levando-se em conta os futuros procedimentos de seleção das aves, deixando pelo menos um box vazio (Figura 4), de maneira que, após a classificação, as diferentes populações possam ser criadas separadamente, de acordo com suas necessidades. Figura 4: Exemplo da configuração típica de um aviário antes do alojamento de 8.000 pintinhos, deixando um box vazio para a classificação que se fará aos 28 dias. Box 1 Box deixado vazio durante o alojamento para ser utilizado na classificação aos 28 dias. 2013 Box 2 Box 3 Box 4 Box 5 Área de Criação Área de Criação Área de Criação Área de Criação Área de Criação Área de Criação Área de Criação Área de Criação 11 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) PONTOS CHAVE: • Preparar-se. Saber o que vai chegar e quando; • Planejar os alojamentos de maneira que os pintinhos dos lotes de diferentes idades possam ser criados separadamente; • Monitorar cuidadosamente as condições ambientais do transporte e a zona de espera, para evitar que as aves se esfriem ou se aqueçam demais; • Planejar as áreas para a seleção. Preparação da granja para a chegada dos pintinhos Biossegurança Deve-se contar com locais individuais para alojar as aves de uma mesma idade e aplicar no manejo destas os princípios de "tudo dentro – tudo fora". Os programas de limpeza e vacinação são mais fáceis e eficazes quando se tem locais individuais por idade e trazem benefícios quanto ao rendimento e a saúde da ave. Os galpões, as áreas que os rodeiam e todos os equipamentos (inclusive os sistemas de fornecimento de alimento e água) precisam estar limpos e desinfetados por completo antes da chegada do material de cama e dos pintinhos (Figura 5). Recomenda-se já ter estabelecido um programa de higiene e um procedimento de avaliação de sua eficácia para garantir as condições mais adequadas ao menos 24 horas antes da chegada dos pintinhos (para mais informações, ver a seção “Saúde e biossegurança”). Figura 5: Boas práticas de limpeza do aviário. Lavagem criteriosa do aviário (à esquerda) e o aviário depois de lavado (à direita). Deve-se confirmar os resultados aceitáveis dos testes bacteriológicos antes de espalhar o material de cama. A área ao redor do aviário deve estar livre de vegetação e ser fácil de limpar (Figura 6). Figura 6: Galpões com baixo risco de biossegurança, com áreas de concreto em seus perímetros, ao invés de vegetação. Dentro do aviário, como tal, é necessário que os pisos sejam de concreto para permitir a lavagem e o manejo eficaz da cama. Os veículos, os equipamentos e as pessoas devem passar por um processo de desinfecção antes de entrar na granja (Figura 7). 12 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) Sección1 1 Seção Figura 7: Desinfecção de um veículo antes da entrada na granja. PONTOS CHAVE: • Alojar os pintinhos em um aviário que esteja limpo e seja considerado biosseguro; • Controlar a propagação de doenças aplicando o sistema de uma idade por local (“tudo dentro-tudo fora) nos aviários; • Seguir um programa de higiene recomendado e contar com um procedimento de teste para avaliar sua eficácia. Preparação e configuração do aviário No momento de alojamento dos pintinhos, é fundamental que a temperatura do ar e do piso sejam as mais apropriadas; portanto, é essencial pré-aquecer o aviário antes do alojamento. A temperatura (do ar e do piso) e a umidade relativa (HR) precisam encontrar-se estáveis pelo menos 24 horas antes do alojamento dos pintinhos. As condições ambientais exigidas no momento do alojamento são as seguintes: • Temperatura do ar de 30ºC (medidos à altura da ave ou na área em que se encontra o alimento e a água); • Temperatura do piso de 28-30ºC; • Umidade relativa de 60-70%. Antes da chegada dos pintinhos deve-se espalhar o material de cama de maneira uniforme e com uma profundidade de 8 a 10 centímetros. Contudo, se for preciso fornecer o alimento no piso depois das primeiras 4 semanas, a profundidade da cama não deve passar de 4 centímetros. A profundidade da cama também pode ser reduzida caso seja difícil sua remoção e desocupação do aviário. Quando se utiliza uma camada de cama mais fina, é essencial que se alcance a temperatura de piso correta (28-30ºC) antes da chegada dos pintinhos. Quando se fornece uma quantidade excessiva de material de cama (mais de 10 centímetros), pode-se criar um problema de movimentação desta, fazendo com que os pintinhos fiquem enterrados, principalmente se o material não estiver distribuído de maneira uniforme e correto. O material de cama que se pretende utilizar dependerá do custo e da disponibilidade, mas um bom material de cama deve ter as seguintes propriedades: • Absorver bem a umidade; • Ser biodegradável; • Ser confortável para a ave; • Ter um baixo nível de pó; • Ser livre de contaminantes; • Originar-se de uma fonte biossegura com disponibilidade permanente assegurada. No alojamento e durante as primeiras 24 horas, os pintinhos não devem ter que se deslocar mais de 1 metro para ter acesso à água. Devem ser instaladas linhas de bebedouros “nipples” com lotação para 12 aves por “nipple” ou sistemas de bebedouros pendulares com no mínimo 8 bebedouros para cada 1.000 aves. Também deve haver 12 mini-bebedouros ou bandejas para cada 1.000 aves. A água fornecida aos pintinhos deve ter uma temperatura de aproximadamente 15 a 20ºC, e nunca se deve dar água fria às aves. Depois de limpar o aviário e antes da chegada dos pintinhos, deve-se avaliar a água de bebida na fonte, os tanques de armazenamento e os bebedouros, a fim de assegurar que não ocorra uma contaminação bacteriana (para mais informações, ver a seção “Saúde e biossegurança”). 2013 13 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) Todo tratamento de água feito com produtos (tais como aditivos solúveis em água) capazes de estimular o crescimento de bactérias nas tubulações, deve ser seguido por um programa eficaz de saneamento da água. Isso não deverá afetar o rendimento das aves, inclusive posteriormente, na etapa de postura (para mais detalhes, ver a seção “Saúde e biossegurança”). Todos os pintinhos devem ter fácil acesso ao alimento. No alojamento, o alimento deve ser em forma de ração triturada peneirada (Figura 8) ou mini-peletizada (2 milímetros de diâmetro), servidos em bandejas suplementares (uma para cada 80 aves) e em papel, para proporcionar uma área de alimentação que ocupe ao menos 90% da área de criação. Figura 8: Exemplo de ração triturada de boa qualidade. Durante o período de aquecimento, a intensidade da luz na área dos comedouros e bebedouros deve ser de 80 a 100 lux, com o propósito de estimular o consumo de alimento e água. O resto do aviário deve ter iluminação fraca (de 10 a 20 lux). Aquecimento utilizando círculos de proteção No aquecimento utilizando círculos de proteção, a fonte de calor (aquecedores suspensos) está situada em um ponto fixo, de modo que os pintinhos possam se locomover até áreas mais frescas e escolher, eles mesmos, a temperatura que preferem. Para controlar o movimento prematuro dos pintinhos usam-se círculos de proteção. As Figuras 9 e 10 ilustram a configuração para aquecimento utilizando círculos de proteção, que normalmente consiste de 1.000 aves no primeiro dia. Figura 9: Exemplo de uma configuração típica para aquecimento utilizando círculos de proteção (1.000 aves). Campânula Campânula 2m 1m 2m 5m 2m 1m 2m 90% Cobertura de Papel 8 Bebedouros Pendulare 12 Comedores de Bandeja 12 Mini-bebedouros Comedouro Automático 5m 90% Cobertura de Papel 8 Bebedouros Pendulare 12 Comedores de Bandeja 12 Mini-bebedouros 14 2013 Os pintinhos são colocados em uma área que resulta em uma densidade populacional inicial de aproximadamente 40 aves por m². Figura 10: Foto que ilustra uma boa configuração para aquecimento utilizando círculos de proteção. Seção 1 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) Criação utilizando todo o aviário Quando se faz a criação utilizando todo o aviário (Figuras 11 e 12) não existem variações de temperatura dentro do local. A temperatura do aviário é mais constante e a capacidade das aves de se deslocarem para uma zona com melhor temperatura é limitada. A principal fonte de calor para a criação em toda a instalação pode ser direta ou indireta (utilizando-se ar quente), embora se possam acrescentar campânulas suplementares. Figura 11: Exemplo de distribuição típica para criação em todo o aviário (1.000 aves), caso em que as aves são colocadas em torno da campânula. 5m 100% Cobertura de Papel 8 Bebedouros Pendulares 12 Comedores de Bandeja 12 Mini-bebedouros Comedor Automático 5m A criação utilizando também pode se aplicar a uma parte deste. Nesse caso, 100% Cobertura de Papeltodo o aviário 8 Bebedouros Pendulares então, é preciso aquecer toda a instalação antes de liberar as aves, estimulando assim a movimentação pintinhos até a área vazia do aviário, depois que lhes é permitido acesso a 12 Comedoresdos de Bandeja 12 Mini-bebedouros ela, por volta dos 7 dias de idade. Comedor Automático 2013 15 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) Figura 12: Foto que ilustra uma configuração típica de criação utilizando todo o aviário. PONTOS CHAVE: • Pré-aquecer o aviário e estabilizar a temperatura e a umidade pelo menos 24 horas antes da chegada dos pintinhos; • Assegurar que a cama e a água estejam limpas; • Adequar os equipamentos para permitir que os pintinhos alcancem facilmente a água e o alimento; • Colocar comedouros e bebedouros suplementares perto dos sistemas principais de fornecimento de alimento e água. Chegada e alojamento dos pintinhos Quando da chegada, os pintinhos devem ser colocados na área de aquecimento o mais depressa possível (Figura 13). Quanto mais tempo eles permanecerem nas caixas, maior será o risco de desidratação, o que resultará em uma redução do bem-estar animal, da uniformidade e do crescimento, assim como um desenvolvimento inicial deficiente dos pintinhos. Terminado o alojamento, as caixas de papelão de transporte de pintinhos, já vazias, devem ser retiradas sem demora. As caixas de plástico devem ser devolvidas para reciclagem, desde que tenha sido seguido o correspondente protocolo de desinfecção. Figura 13: Caixas de plástico para pintinhos (à esquerda) e de papelão (à direita) saindo de um veículo com ambiente controlado para dentro da granja. Depois de alojados, deve-se dar aos pintinhos algum tempo – entre 1 e 2 horas –, para que se acomodem em seu novo ambiente. Posteriormente, deve-se verificar se todos os pintinhos têm acesso fácil a alimento e água e se as condições ambientais são adequadas, realizado os ajustes necessários aos equipamentos e às temperaturas caso necessário. 16 2013 PONTOS CHAVE: • Descarregar e alojar os pintinhos rapidamente; • Não deixar jogadas as caixas de pintinhos vazias; • Revisar a ração, a água, a temperatura e a umidade depois de 1 a 2 horas - e fazer os ajustes caso necessários. Sección Seção 1 1 Sección 1 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) Manejo inicial O período inicial compreende os primeiros 7 a 10 dias de vida dos pintinhos. Para obter altos níveis de rendimento e bem-estar animal nas etapas posteriores, é necessário que durante este período sejam adotados os mais altos padrões de manejo. É importante repor o alimento e a água freqüentemente. Durante os 3 primeiros dias, a quantidade máxima de alimento deve ser fornecida em pequenas doses servidas freqüentemente (de 5 a 6 vezes por dia). Assim se evitará que o alimento fique velho e os pintinhos serão estimulados a comer. Os bebedouros de fonte aberta (suplementares e pendulares) devem ser limpos e sua água trocada regularmente, uma vez que as bactérias podem se multiplicar rapidamente na água exposta a temperaturas de criação. Os bebedouros suplementares colocados no alojamento devem ser retirados gradualmente, de tal forma que aos 3 ou 4 dias de idade todos os pintinhos estejam bebendo do sistema de bebedouro automático. Durante os 2 primeiros dias, os pintinhos devem receber 23 horas de luz e 1 hora de escuridão. Depois do segundo dia, o foto-período deve ser gradualmente reduzido para que chegue a ser de 8 horas constantes aos 10 dias de idade (para mais detalhes, ver a seção “Iluminação”). Nos galpões abertos, o período de luz dependerá da data de alojamento e dos padrões naturais de luz do dia. Na etapa inicial da criação, deve-se controlar o deslocamento dos pintinhos utilizando círculos de proteção. A área delimitada por esses círculos deve ser ampliada gradualmente desde os 3 dias de idade, sendo todos eliminadas por completo até os 5 a 7 dias de idade. A temperatura e a umidade relativa (HR) devem ser monitoradas e registradas diariamente, e devem ser feitos os ajustes necessários em resposta ao comportamento dos pintinhos, para garantir que as condições ambientais sejam ótimas. O número de comedouros e bebedouros, assim como a capacidade de aquecimento da campânula, deve ser considerado apropriado para a densidade populacional, a fim de prevenir efeitos adversos sobre o rendimento. Controle ambiental Umidade A umidade relativa (HR) do nascedouro ao final do processo de incubação é alta (aproximadamente 80%). Os galpões nos quais se aplica calefação em todo o espaço, especialmente se são utilizados bebedouros “nipple”, podem apresentar níveis de HR inferiores a 50%. Os galpões com equipamentos convencionais (como os de criação por círculos de proteção, que produzem umidade como subproduto da combustão, e os que contam com bebedouros pendulares, com superfícies de água abertas) apresentando um HR muito mais alto, normalmente acima de 50%, mas ainda inferior a 80%. Para restringir o impacto nos pintinhos, é importante que os níveis de HR do aviário durante os 3 primeiros dias fiquem entre 60 e 70%. Os pintinhos que são mantidos em níveis apropriados de umidade têm menos possibilidade de se desidratar e, em geral, têm uma iniciação melhor e mais uniforme. A HR dentro do aviário deve ser monitorada diariamente, utilizando-se um higrômetro. Se chegar a menos de 50% na primeira semana, o ambiente será seco e empoeirado, e os pintinhos começarão a se desidratar. Devem ser tomadas medidas para aumentar a HR, utilizando aspersores de água (Figura 14) ou um borrifador portátil para umedecer as paredes com um orvalho fino. 2013 17 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) Figura 14: Uso de aspersor para aumentar a HR durante a criação. Temperatura Uma temperatura (e umidade) ótima é essencial para o desenvolvimento do apetite e da saúde. Nos sistemas de criação, tanto por círculos como utilizando todo o aviário, o objetivo é estimular o apetite e a atividade o mais cedo possível. Como a ave não pode regular sua própria temperatura até os 12-14 dias de idade, é fundamental que se dê a ela a temperatura ambiental adequada e que sejam feitos os ajustes necessários de acordo com o comportamento observado. O Quadro 1 orienta sobre as temperaturas apropriadas para a umidade relativa (HR) recomendada de 60-70%. Quando se aplica o sistema de criação em toda a instalação, devese prestar atenção especial ao monitoramento e controle da umidade, além da temperatura do aviário, já que é limitada a capacidade dos pintinhos em se deslocarem para uma zona de melhor temperatura. Quando se aplica o sistema de criação por círculos, criam-se variações de temperatura dentro do aviário. A Figura 15 mostra as variações de temperatura que cercam a campânula. Elas são marcadas com A (borda da criadeira) e B (2 metros desde a borda da campânula). As respectivas temperaturas ótimas são apresentadas no Quadro 1. Figura 15: Variações de temperatura em um sistema de criação por zonas. Criadora 2m (6.6 ft) 2m (6.6 ft) LEGENDA A – Borda da campânula B – 2 metros da borda da criadeira B 18 A A B 2013 Quadro 1: Guia de temperaturas recomendadas para uma umidade relativa de 60-70%. Criação por zonas (Ver Figura 15) Criação utilizando todo o aviário Idade (dias) Temperatura em ºC Sección Seção 1 1 Sección 1 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) Borda da criadeira (A) – 2 metros de borda da criadeira Temperatura em ºC (B) – Temperatura em ºC 1 30 32 29 3 28 30 27 6 27 28 25 9 26 27 25 12 25 26 25 15 24 25 24 18 23 24 24 21 22 23 23 24 21 22 22 27 20 20 20 Interação entre a temperatura e a umidade relativa (HR) A temperatura que os pintinhos realmente sentem depende da temperatura de bulbo seco e da HR. As aves perdem calor para o meio ambiente mediante a evaporação da umidade vinda do trato respiratório e mediante o calor (não evaporação) que passa através da pele. Quando o nível de HR é elevado, a perda de calor por evaporação é menor, o que aumenta a temperatura aparente das aves. Conseqüentemente, um nível elevado de HR aumenta a temperatura aparente em relação a determinada temperatura de bulbo seco, ao passo que um baixo nível de HR diminui a temperatura aparente. No perfil das temperaturas apresentado no Quadro 1 presume-se que a HR esteja entre 60 e 70%. No entanto, se o nível de HR é diferente, é possível que seja necessário alterar a temperatura ótima de maneira condizente. O Quadro 2 mostra a temperatura de bulbo seco exigida para se atingir o perfil de temperatura alvo, nos casos em que o nível de HR seja diferente do alvo de 60-70%. Se o nível de HR estiver fora ao alvo, pode-se ajustar a temperatura do aviário ao nível das aves, para que corresponda à indicada no Quadro 2. Quadro 2: Temperaturas de bulbo seco necessárias para se atingir as temperaturas equivalentes com valores variáveis de HR. As temperaturas de bulbo seco para os valores ideais de HR para determinada idade são ressaltadas em vermelho. Temperatura de lâmpada seca para a HR%* ºC Idade (dias) 40 50 60 70 80 1 36,0 33,2 30,8 29,2 27,0 3 33,7 31,2 28,9 27,3 26,0 6 32,5 29,9 27,7 26,0 24,0 9 31,3 28,6 26,7 25,0 23,0 12 30,2 27,8 25,7 24,0 23,0 15 29,0 26,8 24,8 23,0 22,0 18 27,7 25,5 23,6 21,9 21,0 21 26,9 24,7 22,7 21,3 20,0 24 25,7 23,5 21,7 20,2 19,0 27 24,8 22,7 20,7 19,3 18,0 *Os cálculos das temperaturas se baseiam em uma fórmula desenvolvida pelo Dr. Malcolm Mitchell (Scottish Agricultural College). 2013 19 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) Se o comportamento dos pintinhos mostrar que eles estão com muito frio ou muito calor, a temperatura do aviário deverá ser ajustada condizentemente. Monitoramento da umidade e da temperatura A temperatura e a umidade devem ser monitoradas pelo menos duas vezes por dia durante os primeiros 5 dias e, posteriormente, uma vez por dia. As medições de temperatura e de umidade devem ser feitas ao nível da ave. A Figura 16 indica a posição correta dos sensores automáticos de temperatura/umidade (na altura da cabeça da ave). Figura 16: Posicionamento correto dos sensores de temperatura/umidade. Devem ser usados termômetros convencionais para verificar a exatidão dos sensores eletrônicos que controlam os sistemas automáticos. Ventilação Durante o período de criação é necessária ventilação sem correntes de ar para: • Manter os níveis apropriados de temperatura e HR; • Repor o oxigênio; • Eliminar o excesso de umidade, o dióxido de carbono e gases nocivos produzidos pelos pintinhos e, possivelmente, pelo sistema de calefação. Um ar de má qualidade devido à falta de ventilação pode causar danos à superficie pulmonar dos pintinhos, tornando-os mais suscetíveis a doenças respiratórias. Como os pintinhos jovens são vulneráveis aos efeitos do vento frio, a velocidade real do ar no nível do piso não deve ser superior a 0.15 m/s. A ventilação usada durante a criação nunca deve impactar a temperatura da ave PONTOS CHAVE: • O nível de umidade durante os três primeiros dias deve ser entre 60 e 70%; • A temperatura é um aspecto fundamental durante a criação e deve manter-se nos valores recomendados; • Ajustar os valores da temperatura apropriadamente se a HR chegar a mais de 70% ou menos de 60%; • Monitorar frequentemente a temperatura e a umidade. Validar os equipamentos automáticos fazendo medições manuais ao nível da ave; • Estabelecer uma taxa mínima de ventilação desde o primeiro dia para proporcionar ar fresco e eliminar os gases residuais; • Evitar as correntes de ar; • Responder a mudanças de comportamento dos pintinhos. Monitoramento do comportamento dos pintinhos A temperatura e a umidade devem ser monitoradas diariamente, mas a melhor maneira de determinar se as temperaturas de criação são corretas é observando com freqüência e cuidado o comportamento dos pintinhos. 20 2013 Comportamento na criação por zonas Na criação por zonas, a temperatura correta é indicada pelo fato de os pintinhos estarem distribuídos uniformemente em toda a área de criação, como se vê na Figura 17. A distribuição não uniforme dos pintinhos é sinal de que a temperatura não é a correta e de que há correntes de ar. Sección Seção 1 1 Sección 1 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) Figura 17: Distribuição dos pintinhos debaixo das campânulas. A campânula é o círculo azul claro no centro de cada gráfico. Temperatura alta demais Temperatura correta Os pintinhos não fazem barulho, ficam ofegantes, as cabeças e as asas caem e eles se afastam da criadora. Os pintinhos estão distribuídos uniformemente. O nível de ruído reflete conforto. Temperatura baixa demais Correntes de ar Os pintinhos se juntam debaixo da criadora, fazem barulho e demonstram desconforto. Esta distribuição de aves tem de ser investigada. Nota-se influência de correntes de ar, distribuição não uniforme de luz e ruídos externos. Comportamento na criação utilizando todo o aviário Quando se faz a criação utilizando todo o aviário não é tão fácil monitorar o comportamento das aves, já que não há fontes de calor evidentes. Muitas vezes, o barulho feito pelos pintinhos pode ser o único sinal de desconforto. Quando têm a possibilidade, as aves se juntam nas áreas em que a temperatura está mais próxima de suas necessidades, se forem adequadas às condições ambientais. Os pintinhos tendem a formar grupos de 20-30, movimentam-se entre os grupos e consomem alimento e água continuamente. A Figura 18 mostra diversas distribuições de aves para as diferentes temperaturas, aplicando a criação em todo o aviário. Figura 18: Comportamento típico dos pintinhos a diferentes temperaturas, com uma criação em todo o aviário (sem barreiras). Alta Demais Correta Baixa Demais PONTOS CHAVE: • O comportamento dos pintinhos deve ser monitorado com cuidado e freqüência; • Devem ser feitos ajustes no ambiente do aviário em resposta ao comportamento das aves. 2013 21 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) Avaliação do arranque inicial dos pintinhos Imediatamente apos o início do fornecimento de alimento e água aos pintinhos, estes estão famintos e, por isso, devem comer bem e encher o papo. Verificar se o papo está cheio em momentos-chave após o alojamento é uma maneira útil de determinar o desenvolvimento do apetite e de verificar que todas as aves encontraram o alimento e a água. Deve-se monitorar o enchimento do papo durante as primeiras 48 horas, mas as primeiras 24 horas são consideradas as mais críticas. Um teste inicial feito duas horas depois do alojamento mostrará se as aves encontraram o alimento e a água. Também devem ser feitos testes posteriores às 8, 12, 24 e 48 horas após a chegada à granja para avaliar o desenvolvimento do apetite. Para tanto, devem ser coletadas amostras de 30-40 pintinhos em três ou quatro lugares diferentes do aviário (ou por box, quando se utiliza criação por zonas) e palpar suavemente o papo de cada ave. Os pintinhos que tiverem encontrado o alimento e a água estarão com o papo cheio, macio e arredondado (Figura 19). Se o papo está cheio, mas ainda for visível a textura original da ração triturada, conclui-se que a ave ainda não consumiu água suficiente. O Quadro 3 mostra os objetivos de enchimento do papo. Figura 19: enchimento do papo depois de 24 horas. O pintinho do lado esquerdo tem o papo cheio e arredondado, enquanto o da direita tem o papo vazio. Quadro 3: Guia para a avaliação do objetivo de enchimento do papo. Tempo transcorrido depois do alojamento Objetivo de enchimento do papo (% de pintinhos com o papo cheio) 2 horas 75 8 horas >80 12 horas >85 24 horas >95 48 horas 100 PONTOS CHAVE: • Monitorar o enchimento do papo durante as primeiras 48 horas depois do alojamento; • Alcançar um bom nível de enchimento do papo. Se não estão sendo alcançados os níveis-alvo de enchimento do papo, algo está impedindo que as aves consumam água e alimento, motivo pelo qual devem ser tomadas medidas para resolver o problema. 22 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) O desempenho e bem-estar ótimos do lote só podem ser alcançados quando se tem o espaço apropriado de peso e número de comedouros e também o número apropriado de bebedouros para a idade e o tamanho das aves durante a vida do lote. Sección Seção 1 1 Sección 1 Instalações e Equipamentos A temperatura e a umidade devem ser monitoradas diariamente, mas a melhor maneira de determinar se as temperaturas de criação são corretas é observando freqüente e cuidadosamente o comportamento dos pintinhos. Densidade populacional A densidade populacional é um dos fatores determinantes do resultado biológico do lote. Um aumento da densidade deve ser acompanhado dos ajustes apropriados nas condições ambientais e de manejo para prevenir a queda do rendimento biológico. O Quadro 4 mostra as densidades populacionais recomendadas durante o período de criação. A escala de cifras calculadas representa a variação das condições climáticas, indo desde as tropicais (densidades mais baixas) até as temperadas (densidades muito altas) e sua finalidade é servir de orientação. As densidades reais dependerão do seguinte: • Objetivo de peso vivo no momento de transferência/abate; • Clima e estação do ano; • Tipo, sistema e qualidade do aviário e equipamentos, particularmente os de ventilação; • Legislação local; • Controle de qualidade/exigências para certificação. Quadro 4: Densidades de população recomendadas durante a criação (de 14 dias em diante). Criação 14-105 dias (2-15 semanas) Machos Aves/m² Fêmeas Aves/m² 3-4 4-7 Antes dos 14-21 dias de idade, o espaço disponível de piso deve ser aumentado progressivamente, até que se atinjam os níveis indicados no Quadro 4. Quando se calcula a densidade de população apropriada, deve-se levar em conta o espaço realmente disponível para as aves. Por exemplo, os sistemas de aviário projetados para abrigar aves desde um dia de idade até a retirada podem implicar a inclusão de equipamentos durante a etapa de criação, tais como ninhos, os quais reduzem o espaço de piso disponível para as aves. PONTOS CHAVE: • Assegurar-se de que cada ave tenha um espaço de piso adequado para o meio ambiente. Se as condições do aviário e/ou ambiente não forem ótimas para a ave, será necessário reduzir a densidade populacional; • Se aumentar a densidade populacional, também se deve ajustar corretamente a ventilação, os comedouros e os bebedouros; • Ao calcular o espaço de piso, certificar-se que são levados em conta os espaços ocupados pelos equipamentos colocados na área das aves. 2013 23 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) Espaço dos comedouros A uniformidade e o desempenho das aves serão negativamente afetados se não houver espaço suficiente de comedouros para o número de aves do aviário. O Quadro 5 mostra os espaços de comedouros recomendados para machos e fêmeas. Quadro 5: Espaços de comedouros recomendados. MACHOS Espaço do comedouro Idade (dias) Comedouro tipo calha com corrente, em centímetros Comedouro tipo mecânico de prato, em centímetros 0-35 dias 5 5 36-70 dias 10 9 71-105 dias 15 11 FÊMEAS Espaço do comedouro Idade (dias) Comedouro tipo calha com corrente, em centímetros Comedouro tipo mecânico de prato, em centímetros 0-35 dias 5 4 36-70 dias 10 8 71-105 dias 15 10 Os comedouros tipo calha com corrente e mecânicos de prato devem ser colocados de maneira que a distância mínima entre eles seja de 1 metro, para permitir acesso livre e uniforme das aves (Figuras 20 e 21). Figura 20: Distribuição uniforme das fêmeas ao redor de um comedouro tipo calha com corrente, quando se proporciona o espaço adequado. Figura 21: Distribuição uniforme dos machos ao redor de um comedouro mecânico de prato quando se proporciona o espaço adequado. 24 2013 PONTOS CHAVE: • A uniformidade das aves será negativamente afetada se houver limitação ao espaço de comedouros e/ou distribuição das aves; • Assegurar-se de que haja suficiente espaço de comedouro para o número de aves do aviário; • O espaço entre os comedouros deve permitir às aves acesso fácil. Seção 1 1 Sección MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) Manejo da alimentação O primeiro passo no manejo da alimentação é instalar o número correto de comedouros, proporcionando espaço adequado entre eles e de maneira que todas as aves possam comer ao mesmo tempo (Quadro 5). Isso possibilita uma distribuição uniforme do alimento e impede aglomerações nos comedouros. Quando se utilizam comedouros tipo calha com corrente ou mecânicos de prato, as aves devem ser introduzidas gradualmente no sistema automático, a partir dos 8 dias de idade. Este processo deve ser feito em um período de 2 a 3 dias, nos quais a quantidade de alimento do sistema deve aumentar gradualmente para que as aves se acostumem ao barulho dos comedouros e o associem com o alimento. Fornecer alimento manualmente durante esse período de transição. Se for utilizada mais de uma linha de comedouros, as linhas devem funcionar em direções opostas. Todo o alimento deve ser distribuído a cada população em menos de 3 minutos. Caso haja problemas quanto ao tempo de distribuição, este pode ser reduzido colocando-se na metade do circuito um depósito suplementar que contenha alimento suficiente para chegar até a metade da linha. Os sistemas de comedouros mecânicos de prato propiciam uma boa distribuição do alimento, quando corretamente usados. Esses sistemas devem permanecer carregados (cheios de alimento) o tempo todo, para permitir seu correto funcionamento. Os comedouros mecânicos de prato devem ser examinados freqüentemente para garantir que todos os pratos recebam o alimento e que as linhas estejam sempre abastecidas. A profundidade do alimento, o tempo de distribuição e o tempo de consumo devem ser monitorados rotineiramente, em vários locais do aviário, a fim de garantir que a distribuição de alimento seja correta e que todas as aves tenham acesso aos comedouros, ao mesmo tempo, e que todo o sistema de comedouros esteja sendo corretamente abastecido. A altura do comedouro deve ser ajustada regularmente, de acordo com a idade e o tamanho da ave. A altura de comedouro correta para uma determinada idade deve minimizar o desperdício de alimento, otimizar o acesso da ave e evitar que os comedouros sejam contaminados por material da cama. A alimentação no piso consiste em distribuir ração triturada de alta qualidade na cama, ou manualmente ou utilizando um distribuidor giratório (Figura 22). Esse método de fornecimento de alimento é freqüentemente usado como alternativa aos sistemas de calha com corrente e mecânicos de prato, permitindo distribuição rápida e uniforme de alimento em uma área extensa, podendo melhorar a uniformidade do lote, as condições da cama e a saúde das patas. Figura 22: Alimentação no piso por meio de aplicadores giratórios ou distribuição manual. 2013 25 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) Para fornecer o alimento no piso, o tamanho da população do box não deve ser de mais de 1.000-1.500 aves (dependendo da forma do box ou do tipo de aplicador giratório). Para o uso desta modalidade de fornecimento de alimento é muito importante que o alimento seja de boa qualidade física. Deve-se usar um pellet de 2,5 mm de diâmetro e 3-4 mm de comprimento - e deve-se garantir um bom manejo da transição ao pellet, da seguinte maneira: fornecer ração triturada em bandejas no piso até os 14 dias de idade, aproximadamente, e, em seguida, combinar e fornecer ração triturada e peletizada no piso/ bandejas por pelo menos 2 dias, antes de passar para um fornecimento de 100% de ração peletizada aos 16 dias de idade, aproximadamente, quando se inicia o fornecimento de alimento por um sistema mecânico de aplicador giratório. Qualquer que seja o sistema de alimentação utilizado devem ser feitos ajustes na ração fornecida, quando se detectam problemas (como peso das aves menor ou maior do que o devido). À medida que o lote cresce em idade e peso corporal, os incrementos da ração devem atender às necessidades de maior quantidade de nutrientes. O ideal é que o alimento não fique no aviário por mais de uma semana. Os silos de alimento sempre devem estar tapados e em boas condições para evitar a entrada de água neles. Todo alimento derramado deve ser retirado rapidamente. Diariamente deve-se verificar a precisão das balanças de alimento antes do uso, com a ajuda de pesos padrão. Também se recomenda tirar uma amostra de alimento de cada lote e guardá-la em lugar fresco e seco, para que se possa verificar se existe algum problema com o alimento. Deve ser feita uma avaliação visual de cada lote de alimento, observando sua qualidade física, sua cor, sua aparência e seu cheiro. No caso de ração farelada, deve-se verificar se há boa distribuição das matérias primas por todo o alimento. A qualidade física do alimento é importante. O teor de finos dos “pellets” não deve exceder 10% e, nas rações fareladas, 25%. Uma quantidade elevada de finos pode ter efeito prejudicial sobre o rendimento. O teor de finos do alimento pode ser medido usando uma peneira fina. PONTOS CHAVE: • O processo de distribuição do alimento deve durar no máximo 3 minutos; • Manejar cuidadosamente a transição para sistemas automáticos de alimentação; • Quando se fornece o alimento no piso, assegurar uma boa qualidade da ração peletizada; • Monitorar a qualidade do alimento; • Evitar que o alimento permaneça armazenado por mais de 7 dias; • Ajustar a dose de alimento quando necessário. Altura e espaço do bebedouro O Quadro 6 mostra o espaço de bebedouro recomendado para o período posterior à criação. Quando se proporciona um espaço de bebedouro adequado, a distribuição das aves ao redor dos bebedouros é uniforme (Figura 23). Quadro 6: Espaço de bebedouro recomendado para o período posterior à criação. Tipo de bebedero Espaço de bebedouro Bebedouro pendular 1,5 cm “Nipples” 8 -12 aves/”nipple” Figura 23: Distribuição uniforme das aves ao redor dos bebedouros quando se proporciona espaço adequado de bebedouro tipo pendular, e com “nipple”. 26 2013 Deve-se examinar diariamente a altura dos bebedouros pendulares redondos e ajustá-la gradualmente, de maneira que a base de cada bebedouro fique no nível das costas das aves, aproximadamente, a partir dos 18 dias em diante. (Figura 24). Figura 24: Altura correta do bebedouro pendular. Seção 1 11 Sección Sección MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) Nas etapas iniciais da criação, as linhas de “nipples” devem ser colocadas a uma altura em que a ave possa beber. A coluna dorsal da ave deve formar um ângulo de 35-45º com o piso enquanto ela está bebendo água. À medida que a ave cresce, os “nipples” devem ser elevados de maneira que as aves tenham que se esticar um pouco para beber água (Figura 25). Figura 25: Altura correta do bebedouro com “nipple”. As aves devem se erguer com o mesmo sistema de bebedouro que será utilizado na etapa de produção. Manejo do bebedouro As aves devem ter acesso ilimitado à água fresca e limpa o tempo todo. A diminuição do consumo de água ou o aumento da perda desta podem ter um efeito significativo no rendimento da ave durante toda a sua vida. A água apropriada para o consumo de humanos provavelmente também o será para as aves reprodutoras. A água proveniente de poços artesianos, caixas d’água abertas ou de fornecimento público de má qualidade podem causar problemas no desempenho e saúde das aves. Na seção Saúde e Biossegurança são descritos em detalhes os critérios de qualidade da água para as aves. Pelo menos uma vez por ano deve ser feito um teste completo da qualidade da água (mais frequentemente quando há suspeita de problemas de qualidade). Se as contagens de bactérias mostram valores elevados, deve-se descobrir e corrigir a causa o mais depressa possível. Pode ser necessário um tratamento de cloração da água (entre 3 e 5 ppm) para diminuir a carga bacteriana. Quando se usam bebedouros de fonte aberta (como os bebedouros suplementares para pintinhos, ou os pendulares), a contaminação por bactérias pode crescer rapidamente. Por isso, é necessário fazer uma limpeza periódica, freqüente, especialmente quando se trata de aves novas, na etapa de criação. 2013 27 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) Medir o consumo de água é uma maneira útil de monitorar as falhas dos sistemas (de alimento e de água), monitorar a saúde e acompanhar o desempenho da ave. Com 21ºC pode-se determinar que as aves estejam consumindo a quantidade suficiente de água, se a proporção entre o consumo de água e o consumo de alimento é de 1.6-1.8:1 (água: alimento; a proporção de menor valor corresponde aos bebedouros de “nipple” e a de maior valor aos bebedouros pendulares). Por conseguinte, a necessidade de água varia segundo o consumo de alimento. As aves consomem mais água quando a temperatura ambiental é mais alta. A necessidade de água aumenta aproximadamente 6,5% por cada grau centígrado acima de 21ºC. Nas regiões tropicais, as altas e prolongadas temperaturas podem fazer com que se duplique o consumo diário de água. PONTOS CHAVE: • As aves devem ter acesso permanente a água fresca, limpa e própria para consumo; • O cálculo de consumo de água pela medição é uma prática fundamental do manejo diário; • Revisar e ajustar os bebedouros diariamente; • Fazer regularmente testes de contaminação por minerais e bactérias da fonte de água e tomar as medidas corretivas caso necessário. Poleiros A instalação de poleiros durante a etapa de recria é uma boa prática de manejo que serve para treinar as fêmeas e estimulá-las a usar os ninhos (evitando, assim, os ovos de piso). Nos boxes de recria de fêmeas deve-se instalar uma quantidade suficiente de poleiros para proporcionar um espaço de 3 centímetros por ave – medida suficiente para que 20% das aves subam nos poleiros. Isso deve ser feito desde os 28 dias de idade e funciona melhor se ocorrer no momento da seleção. A Figura 26 ilustra os sistemas típicos de poleiros utilizados para treinamento. Um utiliza “slats”, enquanto no outro há um andaime em forma de "A". Instalar poleiros durante a recria também é uma ferramenta útil de manejo para treinar os machos em situações em que a água está colocada nos “slats”. Figura 26: Sistemas de poleiros para treinamento. 28 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) Sección Seção 1 1 Sección 1 Seleção para Manejo da Uniformidade Objetivo Um lote uniforme é mais fácil de manejar do que um lote variável - as aves em estado fisiológico semelhante responderão de maneira mais uniforme aos fatores de manejo. Por conseguinte, a finalidade da seleção é organizar as aves em duas ou três sub-populações de diferentes médias de peso, de maneira que cada grupo possa ser manejado para resultar em boa uniformidade do lote completo no início da produção. Princípios A variação de uma população animal pode ser medida pelo Coeficiente de Variação, o qual se expressa em termos percentuais (CV%). O CV% pode ser determinado automaticamente no momento da amostragem de peso, ou calculado manualmente, conforme descrição nos Apêndices. Durante o alojamento, os pesos corporais do lote devem seguir uma distribuição normal com baixa variação. Dentro das populações sempre há uma variação natural, inclusive quando as aves têm um dia de idade. À medida que as aves crescem, a variação de um lote aumenta devido às diferentes respostas individuais das aves a fatores como vacinas, doenças, competitividade diferente pelo alimento, entre outros fatores (Figura 27). Este aumento de variação faz cair o desempenho geral do lote e dificulta muito mais seu manejo. Figura 27: Estimativa de mudança na uniformidade do lote com o passar do tempo, como resultado da variação natural, quando não se faz seleção do lote aos 28 dias de idade. Peso Médio Peso Médio Peso Médio Dia 1 - CV% 8-9 Dia 21 - CV% 10-13 Inicio de postura - CV% >15 Em geral, como demonstram as curvas de distribuição, o aumento da variação é resultado de um número maior número de aves mais leves em um lote. Para criar um lote uniforme, as aves menores e mais leves devem ser identificadas e colocadas em um box para manejo em separado (seleção em dois grupos). As vantagens desta prática para a uniformidade do lote (CV%) são ilustradas na Figura 28. Figura 28: Estimativa de mudança na uniformidade do lote e distribuição dos pesos corporais, quando se faz a seleção do lote aos 28 dias de idade. Peso Médio Peso Médio Peso Médio Dia 1 - CV% 8-9 Dia 21 - CV% 10-13 Inicio de postura - CV% 8-10 Ao classificar um lote e manejar em separado as populações que têm o mesmo peso médio, consegue-se melhorar a uniformidade do lote (CV%) e facilitar seu manejo, já que as aves responderão de forma semelhante a fatores de manejo tais como o foto estímulo e o aumento da quantidade de alimento. Em certas situações em que o CV% do lote aumentou em mais ou menos 12%, será necessário fazer uma seleção das aves mais leves e das mais pesadas (seleção em três grupos). 2013 29 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) Procedimentos de Seleção A seleção é feita da melhor forma quando o lote tem até 28 dias de idade (4 semanas) e sua uniformidade se encontra na faixa de CV = 10-14%. Se for feita mais tarde, o tempo disponível para recuperação da uniformidade do lote é reduzido (de preferência até os 63 dias) e o procedimento será menos eficaz. Um método prático de seleção consiste em segregar as populações classificadas em boxes ou aviários que foram deixados vazios durante o alojamento, justamente para esse fim. Para dar espaço a casos extremos (exemplo, se o CV% > 12), a área designada para lotes de machos e fêmeas deve ser dividida em 2 ou 3 boxes/populações. Quando toda a população de um aviário vai ser classificada dentro deste, o ideal é que se conte com 1 ou 2 divisorias ajustáveis para que o lote possa ser separado. O procedimento de seleção a ser feito dependerá, em grande parte, do projeto da granja ou do aviário e das práticas de manejo (por exemplo, a flexibilidade para organizar os boxes e os sistemas de comedouros), bem como da uniformidade do lote até os 28 dias de idade. São duas as situações a considerar: 1. Seleção quando se tem boxes ajustáveis; 2. Seleção quando não se tem boxes ajustáveis (os boxes são fixos). Seleção quando se tem boxes ajustáveis O Quadro 7 mostra os pontos ou pesos de corte para a seleção (ou seja, o percentual de aves que farão parte de cada população classificada), de acordo com a uniformidade do lote. Isso se aplica quando se tem boxes ajustáveis. Quadro 7: Pontos de corte para a seleção. CV% de uniformidade do lote Percentual em cada população depois da seleção Seleção em 2 ou 3 grupos Leves (%) Normais (%) Pesadas (%) 10 2 pesos 20 ~ 80 (78-82) 0 12 3 pesos 22-25 ~ 70 (66-73) 5-9 28-30 ~ 58 (55-60) 12-15 14 3 pesos Seleção em dois grupos – pré-seleção - CV% menor que 12 A Figura 29 representa um aviário no qual a população a ser classificada foi distribuída em 4 boxes. Desde o alojamento, um dos boxes foi deixado vazio para a seleção. Neste exemplo, o tamanho do lote é de 8.400 aves e foram colocadas durante o alojamento 2.100 aves em cada box ocupado. Figura 29: Configuração do aviário antes da seleção; seleção em dois grupos com boxes ajustáveis. Box 1 Box 2 (18% de espaço de piso) (20.5% de espaço de piso) Box 3 (20.5% de espaço de piso) Box 4 (20.5% de espaço de piso) Box 5 (20.5% de espaço de piso) Box deixado vazio desde o alojamento para ser usado na seleção aos 28 dias. 30 2013 De cada box/população deve ser capturada e pesada uma mostra aleatória de aves. Todas as aves capturadas devem ser pesadas para evitar que se faça uma medição seletiva, mas, no mínimo, devem ser registrados pesos de 2% do box/população ou de 50 aves, o que for maior. Neste exemplo foi pesado um total de 103 aves. A recomendação da Aviagen é que sejam utilizadas balanças eletrônicas que registrem os pesos individuais e calculem automaticamente o desvio padrão e o CV% da população. A informação impressa por essas balanças (ver a Figura 30) pode ser usada para estabelecer os pontos de corte para a seleção. Se não puder ser usada uma balança eletrônica e os pesos forem registrados manualmente, é preciso revisar o exemplo apresentado nos Apêndices. Sección1 1 Seção MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) Figura 30: Exemplo de informações obtidas com uma balança eletrônica para seleção em dois grupos com boxes ajustáveis (lote de Ross 308). Detalhes do lote kg Idade NÚME N MERO R DE A ES TOTAL: AV 103 28 Objetivo de peso 0,450 Peso médio 0,435 Total de aves pesadas Limites da a es sca c la Total 103 Com base nos dados desta amostra, exige-se uma seleção em dois grupos, conforme descrição abaixo; exemplo: o CV do lote é menor que 12%. Uniformidade do lote Percentual em cada população depois de classificada CV% Seleção em 2 ou 3 grupos % Leves % Normais % Pesadas 10 Seleção em 2 grupos 20 ~ _ 80 (78-82) 0 12 Seleção em 2 grupos 22-25 ~ _ 70 (66-73) 5-9 14 Seleção em 3 grupos 28-30 ~ _ 58 (55-60) 12-15 Pontos de corte e número de aves em cada grupo: Leves Normais % de aves 20 80 Número de aves 21 82 Com base na informação obtida no impresso, foi calculado o valor do CV do lote, que é de 10,2%. CV% = Desvio padrão Peso corporal médio X 100 Como o CV% é menor que 12, deve ser feita uma seleção em dois grupos. O lote deve ser dividido em duas populações: aves leves e aves com peso normal. O percentual aproximado de aves que se exige em cada uma das duas populações é 20% de leves e 80% com peso normal (Quadro 7). 2013 31 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) Para determinar o ponto de corte das aves mais leves (o peso abaixo do qual as aves são consideradas leves), devem ser seguidas as seguintes etapas: 1. A população leve corresponderá a aproximadamente 20% do lote. 20% do número total de aves que foram pesadas é 21 (20% de 103); 2. As 21 aves mais leves têm pesos entre 340 g e 419 g, identificadas pela cor laranja na Figura 30; 3. Uma ave "leve", portanto, terá peso igual ou menor que 419 g; 4. A população de aves "normais", que representa 80% do restante do lote, corresponde às aves que pesam 420 g ou mais, identificadas pela cor azul na Figura 30. Todas as aves do lote devem ser pesadas de novo e as aves leves (todas as que pesam 419 g) devem ser postas no box vazio (Figura 31). Deve-se ajustar o espaço de piso de cada box para considerar as mudanças no tamanho das populações classificadas. Figura 31: Plano de seleção baseado nos resultados de pesos corporais mostrados na Figura 30 (seleção em dois grupos com boxes ajustáveis). Box 1 (Leves) Box 2 (Normais) (18% de espaço de piso) (20.5% de espaço de piso) Box 3 (Normais) (20.5% de espaço de piso) Box 4 (Normais) (20.5% de espaço de piso) Box 5 (Normais) (20.5% de espaço de piso) Aves Leves Aves Leves Aves Leves Aves Leves Depois da seleção, deve-se pesar novamente uma amostra de aves de cada box/população (um mínimo de 2%, ou 50 aves, o que for maior), e deve-se determinar o peso médio, o CV% e o número de aves de cada box (Figura 32). Figura 32: Situação após a seleção em dois grupos (com boxes ajustáveis). Box 1 (Leves) Box 2 (Normais) Box 3 (Normais) Box 4 (Normais) Box 5 (Normais) (20% de espaço de piso) (20% de espaço de piso) (20% de espaço de piso) (20% de espaço de piso) (20% de espaço de piso) Número de Aves = 1680 Número de Aves = 1680 Número de Aves = 1680 Número de Aves 1680 Peso = 379 g Peso = 450 g Peso = 462 g Peso = 457 g CV% = 5,5 CV% = 7,1 CV% = 6,5 CV% = 7,0 Número de Aves = 1680 Peso = 455 g CV% = 6,6 Peso Corporal Médio do Lote = 435 g CV do Lote = 10,2% 32 2013 Depois da seleção, os valores do CV% dos boxes de aves "leves" e de aves "normais" podem ter apresentado melhora, mas o CV% geral do lote continuará sendo o mesmo (Figura 32). Os pesos médios dos boxes de aves “normais” devem ser similares, e esses boxes podem ser tratados como uma só população. No entanto, o administrador da granja deve conhecer o peso médio de cada box individual e investigar todo desvio repentino do objetivo estabelecido. Seção 1 1 Sección MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) Os pesos corporais dos boxes de aves “leves” e “normais” devem ser colocados em um gráfico de peso corporal, para comparação com os objetivos. Se necessário, deve-se estabelecer novamente o perfil a fim de situar as aves no objetivo até os 63 dias (9 semanas) de idade. Para obter mais informações, ver a seção de Manejo do Lote depois da Seleção. Deve-se ter em conta que depois da seleção, é possível que a população “leve” não necessite um incremento imediato na quantidade de alimento. O peso corporal aumentará devido à menor competição com as aves maiores, de modo que não se exige um ajuste inicial na quantidade. Seleção em três grupos – pré-seleção - CV% maior que 12 A Figura 33 representa um aviário que foi dividido em 5 boxes. A população a ser classificada foi distribuída em 4 boxes. Desde o alojamento, um dos boxes foi deixado vazio, reservado para a seleção. O tamanho do lote é de 8.400 aves e foram colocadas durante o alojamento 2.100 aves em cada box ocupado. Figura 33: Configuração do aviário antes da seleção; seleção em três grupos com boxes ajustáveis. Box 1 Box 2 (18% de espaço de piso) (20.5% de espaço de piso) Box 3 (20.5% de espaço de piso) Box 4 (20.5% de espaço de piso) Box 5 (20.5% de espaço de piso) Box deixado vazio desde o alojamento para ser usado na seleção aos 28 dias. De cada box/população deve-se capturar e pesar uma mostra aleatória de aves. Devem ser pesadas todas as aves capturadas para evitar que se faça uma medição seletiva, mas, no mínimo, devem ser registrados os pesos de 2% do box/população, ou de 50 aves, o que for maior. Neste exemplo foram pesadas 197 aves no total. A informação obtida com a balança eletrônica pode ser usada para determinar os pontos de corte para a seleção (Figura 34). 2013 33 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) Figura 34: Exemplo de informação produzida por uma balança eletrônica para seleção em três grupos com boxes ajustáveis (lote de Ross 308). DADO DOS DO OS M MÉ ÉTRICOS O ATU OS UAI A S NÚME M RO DE ME AVES TOT O AL L: 197 PESO MÉDIO: 0,44 4 6 DESVIO I : 0 06 0, CV%: : 13,5 Limite es 0,320 à 0,340 à 0 36 0, 60 à 0,380 à 0,400 à 0,42 20 à 0,44 0, 440 0 à 0 460 0, 0 à 0 48 0, 4 0 à 0,50 0, 500 0 à 0 52 0, 520 0 à 0,54 540 54 0 à 0, ,560 0 à da esc s ala 0,33 39 0 35 0, 59 0 37 0, 379 79 0,399 0,41 19 0,43 39 0 45 0, 59 0,47 79 0,49 0, 499 9 0 51 0, 519 9 0,53 0, 539 9 0,55 0, 59 0 57 0, 579 9 Total 4 10 13 13 14 16 15 5 25 5 27 26 1 19 1 11 1 10 7 Detalhes do lote kg Idade 28 Objetivo de peso 0,450 Peso médio 0,446 Total de aves pesadas 197 Com base nos dados desta amostra, exige-se uma seleção em 3 grupos, conforme descrição abaixo; como, por exemplo, o CV do lote menor que 12%. Uniformidade do lote Percentual em cada população depois de classificada CV% Seleção em 2 ou 3 grupos % Leves % Normais % Pesadas 10 Seleção em 2 grupos 20 0 12 Seleção em 3 grupos 22-25 ~ _ 80 (78-82) ~ _ 70 (66-73) 14 Seleção em 3 grupos 28-30 ~ _ 58 (55-60) 5-9 12-15 Pontos de corte e número de aves em cada grupo Leves Normais Pesadas % de Aves Número de Aves 29 57 57 112 14 28 Com base na informação registrada no impresso, foi calculado o valor do CV% do lote é de 13,5%. O CV% é maior que 12 e, por isso, deve ser feita uma seleção em três grupos. O lote deve ser dividido em três populações, a saber: aves leves, aves normais e aves pesadas. O percentual aproximado de aves que se exige em cada uma das três populações é de 29% leves, 57% normais e 14% pesadas (Quadro 7). CV% = 34 Desvio padrão Peso corporal médio X 100 2013 Para determinar o ponto de corte das aves mais leves (o peso abaixo do qual as aves são consideradas leves), devem ser seguidos os seguintes passos: 1. A população leve será de aproximadamente 29% do lote. 29% do número total de aves que foram pesadas correspondem a 57 aves (29% de 197); 2. As 57 aves mais leves têm pesos entre 320 g e 419 g, identificadas pela cor laranja na Figura 34; 3. Uma ave “leve”, portanto, terá peso igual ou menor que 419 g. Seção 1 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) Este cálculo deve ser repetido para as aves normais e as aves pesadas. O Quadro 8 mostra os pesos de corte para cada uma das três populações (leve, normal e pesada), com base no impresso de informações ilustradas na Figura 34. Quadro 8: Determinação dos pesos de corte para uma seleção em três grupos, com base na informação apresentada na Figura 34. Categoria % de aves para incluir na categoria classificada Número de aves para determinar o peso de corte (% x 197) Escala de peso (em gramas) Cor de referência na tabela Leve 29 57 320 - 419 Laranja Normal 57 112 420 - 519 Azul Pesada 14 28 520 - 579 Verde Uma vez determinados os pontos de corte de cada população classificada, todas as aves do lote devem ser pesadas novamente, sendo que as aves leves (as que pesem 419 g ou menos) e as pesadas (as que pesem 520 g ou mais) devem ir para outro box. Como agora haverá uma variação significativa no tamanho de cada população classificada (29% leves, 57% normais e 14% pesadas), deverão ser ajustados os tamanhos dos boxes para acomodar as novas quantidades de aves e igualar a densidade populacional e o espaço de comedouros e bebedouros (Figura 35). Figura 35: Plano de seleção baseado nos resultados de pesos corporais mostrados na Figura 34 (seleção em três grupos com boxes ajustáveis). Box 1 (Leves) (29% de espaço de piso) Aves Leves Box 2 (Normais) (19% de espaço de piso) Box 3 (Normais) (19% de espaço de piso) Box 4 (Normais) (19% de espaço de piso) Box 5 (Pesadas) (14% de espaço de piso) Aves Pesadas Aves Leves Aves Pesadas Aves Leves Aves Pesadas Depois da seleção, uma amostra de aves de cada população deve ser pesada novamente (um mínimo de 2% ou 50 aves - o que for maior), e deve-se determinar o peso médio, o CV% e o número de aves de cada box (Figura 36). O CV% das populações classificadas deve ter melhorado, mas o CV% geral do lote continuará sendo o mesmo (Figura 36). 2013 35 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) Figura 36: Situação depois de uma seleção em três grupos (com boxes ajustáveis). Box 1 (Leves) (29% de espaço de piso) Número de Aves = 2.436 Peso = 370 g CV% = 6,9 Box 2 (Normais) (19% de espaço de piso) Box 3 (Normais) (19% de espaço de piso) Box 4 (Normais) (19% de espaço de piso) Box 5 (Pesadas) (14% de espaço de piso) Número de Aves = 1.596 Número de Aves = 1.596 Número de Aves = 1.596 Número de Aves = 1.176 Peso = 461 g Peso = 451 g Peso = 471 g Peso = 537 g CV% = 5,6 CV% = 5,4 CV% = 5,8 CV% = 3,0 Peso Corporal Médio do Lote = 446 g CV do Lote = 13,5% Os boxes “normais” devem ter pesos semelhantes e podem ser tratados como uma só população. No entanto, o administrador da granja deve conhecer o peso médio de cada box individual e investigar todo desvio repentino em relação ao objetivo estabelecido. Os pesos corporais das populações classificadas devem ser colocados em um gráfico de peso corporal, para comparação com os objetivos de peso. Se necessário, deve-se estabelecer novamente o perfil, a fim de situar as aves no objetivo até os 63 dias de idade (9 semanas). Qualquer ajuste nos níveis de alimento deve ser feito com base no desvio em relação ao objetivo de peso corporal. Para obter mais informações, ver a seção de Manejo do Lote depois da Seleção. Deve-se ter em conta que depois da seleção, é possível que a população “leve” não necessite um incremento imediato na quantidade de alimento. O peso corporal aumentará devido à menor competição com as aves maiores, de modo que não se exige um ajuste inicial na quantidade. Seleção quando não se conta com boxes ajustáveis (quando os boxes são fixos) Em algumas situações, a configuração dos boxes não pode ser ajustada ou modificada (isto é, os tamanhos dos boxes são fixos). Os exemplos a seguir descrevem as práticas de manejo mais apropriadas para essas circunstâncias. Seleção em dois grupos com boxes fixos – pré-seleção – CV% menor que 12 A Figura 37 representa um aviário cuja configuração dos boxes é fixa. O aviário foi dividido em 4 boxes, todos do mesmo tamanho. A população a ser classificada foi distribuída em 3 boxes. Desde o alojamento, um dos boxes foi deixado vazio, reservado para a seleção. O tamanho do lote é de 8.400 aves e cada um dos boxes ocupados tem 2.800 aves. Figura 37: Configuração típica de boxes fixos para seleção em dois grupos. Box 1 (25% de espaço de piso) Box 2 (25% de espaço de piso) Box 3 (25% de espaço de piso) Box 4 (25% de espaço de piso) Box deixado vazio desde o alojamento para ser usado na seleção aos 28 dias. 36 2013 De cada população deve-se capturar e pesar uma mostra aleatória de aves. Devem ser pesadas todas as aves capturadas para evitar que se faça uma medição seletiva, mas, no mínimo, para cada população devem ser registrados os pesos de 2% do box/população ou de 50 aves, o que for maior. Neste exemplo, foram pesadas 95 aves no total. A informação obtida com a balança eletrônica pode ser usada para determinar os pontos de divisão para a seleção (Figura 38). Sección1 1 Seção MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) Figura 38: Exemplo de informação produzida por uma balança eletrônica para uma seleção de dois grupos com boxes fixos (lote de Ross 708). DADO DO OS MÉ M TR RICOS OS ATU UAI A S NÚ ÚME MERO R DE A ES TOTAL: AV : 95 P SO MÉDIO PE O: 0,437 DESV S IO O: 0,045 CV%: 10,3 Limites L 0,340 à 0 36 0, 360 à 0,380 à 0,40 00 à 0, ,42 420 0 à 0,44 0, 440 0 à 0 46 0, 460 0 à 0,48 0, 480 0 à 0 50 0, 5 0 à 0,52 52 20 à 0,540 0 à da esc s ala 0,35 59 0 37 0, 379 0,399 0,41 19 0 43 0, 439 9 0 45 0, 59 0,47 0, 479 9 0 49 0, 99 0,51 0, 519 0 53 0, 539 9 0,55 0, 559 Total l 5 7 12 11 13 3 16 10 9 6 4 2 Detalhes do lote kg Idade 28 Objetivo de peso 0,400 Peso médio 0,437 Total de aves pesadas 95 Com base nos dados desta amostra, exige-se uma seleção em 2 grupos, conforme descrição abaixo; como, por exemplo, o CV do lote menor que 12%. Uniformidade do lote Percentual em cada população depois de classificada CV% Seleção em 2 ou 3 grupos % Leves % Normais % Pesadas 10 Seleção em 2 grupos 20 0 12 Seleção em 3 grupos 22-25 ~ _ 80 (78-82) ~ _ 70 (66-73) 14 Seleção em 3 grupos 28-30 ~ _ 58 (55-60) 5-9 12-15 Pontos de corte e número de aves em cada grupo: Leves Normais % de Aves 25 75 Número de Aves 24 71 Com base nas informações obtidas calculou-se que o valor do CV% do lote é de 10,3%. CV% = 2013 Desvio padrão Peso corporal médio X 100 37 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) Este lote tem um CV% menor que 12 - e, portanto, exige uma seleção em dois grupos. O lote deve ser dividido em duas populações separadas (aves leves e aves normais). Em um sistema que conta com boxes ajustáveis, o percentual de aves em cada categoria de seleção seria de 20% leves e 80% de normais. Entretanto, em um sistema de boxes fixos, cada população classificada deve ser distribuída de maneira uniforme entre os boxes disponíveis de tamanhos iguais. Neste exemplo há 4 boxes, todos do mesmo tamanho; 25% da população deve ser colocada em cada box; portanto, o percentual de aves em cada população classificada será de 25% de aves leves e 75% de aves normais. Para determinar o ponto de corte das aves mais leves (o peso abaixo do qual as aves são consideradas leves), devem ser seguidas as seguintes etapas: 1. A população leve será de aproximadamente 25% do lote. 25% do número total de aves que foram pesadas correspondem a 24 aves (25% de 95); 2. As 24 aves mais leves têm pesos entre 340 g e 399 g, identificadas pela cor laranja na Figura 38; 3. Uma ave "leve", portanto, terá peso igual ou menor que 399 g; 4. Uma ave "normal" terá um peso de 400 g ou mais, identificada pela cor verde na Figura 38. Uma vez determinados os pesos de corte de cada população classificada, todas as aves do lote devem ser pesadas novamente e as aves leves (qualquer uma que pese 399 g ou menos) devem ir para o box vazio (Figura 39). Figura 39: Plano de seleção baseado nos resultados de informações ilustradas na Figura 38 (seleção em dois grupos com boxes fixos). Box 1 (Leves) (25% de espaço de piso) Box 2 (Normais) (25% de espaço de piso) Box 3 (Normais) (25% de espaço de piso) Box 4 (Normais) (25% de espaço de piso) Aves Leves Aves Leves Aves Leves Depois da seleção, uma amostra de aves de cada população deve ser pesada novamente (um mínimo de 2% ou 50 aves - o que for maior), e deve-se determinar o peso médio, o CV% e o número de aves de cada box (Figura 40). O CV% das populações classificadas deve ter melhorado, porém o CV% geral do lote continuará igual. 38 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) Box 1 (Leves) (25% de espaço de piso) Número de Aves = 2.100 Peso = 368 g CV% = 4,4 Box 2 (Normais) (25% de espaço de piso) Número de Aves = 2.100 Peso = 462 g CV% = 7,7 Box 3 (Normais) (25% de espaço de piso) Número de Aves 2.100 Peso = 438 g CV% = 7,9 Box 4 (Normais) (25% de espaço de piso) Sección1 1 Seção Figura 40: Situação depois de uma seleção em dois grupos com boxes fixos. Número de Aves 2.100 Peso = 450 g CV% = 7,8 Peso Corporal Médio do Lote = 437 g CV do Lote = 10,3% As aves dos boxes “normais” devem ter pesos semelhantes e podem ser tratadas como uma só população. No entanto, o administrador da granja deve conhecer o peso médio de cada box individual e investigar todo desvio repentino do objetivo estabelecido. Os pesos corporais das populações classificadas devem ser colocados em um gráfico de peso corporal, para comparação com os objetivos de peso. Se necessário, deve-se estabelecer novamente o perfil a fim de situar as aves no objetivo até os 63 dias de idade (9 semanas). Qualquer ajuste nos níveis de alimento deve ser feito com base no desvio de peso corporal alvo. Para obter mais informações, ver a seção de Manejo do Lote depois da Seleção. Deve-se ter em conta que depois da seleção, é possível que a população “leve” não necessite um incremento imediato na quantidade de alimento. O peso corporal aumentará devido à menor competição com as aves maiores, de modo que não se exige um ajuste inicial na quantidade. Seleção em três grupos com boxes fixos – pré-seleção – CV% maior que 12 O exemplo a seguir mostra o processo a ser seguido para uma seleção em três grupos quando os boxes são fixos. A organização inicial consiste em 4 boxes do mesmo tamanho, um dos quais foi deixado vazio e reservado desde o alojamento para a seleção (Figura 41). O tamanho do lote é de 8.400 aves e em cada um dos 3 boxes ocupados há 2.800 aves. Figura 41: Organização típica para seleção em três grupos com boxes fixos. Box 1 (25% de espaço de piso) Box 2 (25% de espaço de piso) Box 3 (25% de espaço de piso) Box 4 (25% de espaço de piso) Box deixado vazio desde o alojamento para ser usado na seleção aos 28 dias. 2013 39 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) De cada população deve-se tirar uma mostra aleatória de aves. Devem ser pesadas todas as aves capturadas para evitar que se faça uma medição seletiva, mas, no mínimo, para cada população devem ser registrados os pesos de 2% da população ou de 50 aves, o que for maior. Neste exemplo foram pesadas 95 aves no total. A informação obtida com a balança eletrônica pode ser usada para determinar os pontos de divisão para a seleção (Figura 42). Figura 42: Exemplo de informação produzida por uma balança eletrônica para uma seleção em três grupos com boxes fixos (lote de Ross 708). DA ADO OS MÉ ÉTRICOS OS O S ATUAIS NÚ ÚME M RO DE AVES TOT O AL L: 197 PESO MÉDIO: 0,44 4 9 DESV VIO: 0,058 CV%: 13,0 LIMITE ES 0,320 à 0,340 à 0 36 0, 60 à 0,380 à 0,400 à 0, ,42 420 0 à 0,44 0, 440 0 à 0 460 0, 0 à 0 48 0, 480 0 à 0,50 0, 500 0 à 0 52 0, 520 0 à 0,54 54 40 à 0,560 0 à DA ESC S ALA 0,33 39 0 35 0, 59 0 37 0, 379 0,399 0,41 19 0,43 39 0 45 0, 59 0,47 79 0,49 0, 499 9 0,51 0, 519 51 9 0,53 0, 539 9 0 55 0, 59 0,57 0, 579 TOTAL 4 8 11 11 12 14 17 27 7 29 26 2 20 1 12 1 10 7 Detalhes do lote kg Idade 28 Objetivo de peso 0,400 Peso médio 0,449 Total de aves pesadas 197 Com base nos dados desta amostra, exige-se uma seleção em 3 grupos, conforme descrição abaixo; como, por exemplo, o CV do lote menor que 12%. Uniformidade do lote Percentual em cada população depois de classificada CV% Seleção em 2 ou 3 grupos % Leves % Normais % Pesadas 10 Seleção em 2 grupos 20 0 12 Seleção em 3 grupos 22-25 ~ _ 80 (78-82) ~ _ 70 (66-73) 14 Seleção em 3 grupos 28-30 ~ _ 58 (55-60) 5-9 12-15 Pontos de corte e número de aves em cada grupo: Leves Normais Pesadas % de Aves Número de Aves 25 49 50 99 25 49 Com base na informação registrada no impresso, foi calculado o valor do CV% do lote: 13.0%. CV% = 40 Desvio padrão Peso corporal médio X 100 2013 Este lote tem um CV% maior que 12 e, por isso, deve ser feita uma seleção em três grupos. O lote deve ser dividido em 3 populações, a saber: aves leves, aves normais e aves pesadas. Para um sistema de boxes ajustáveis, o percentual de aves em cada uma das 3 populações classificadas seria de 29% leves, 57% normais e 14% pesadas (Quadro 7). Entretanto, em um sistema de boxes fixos, cada população classificada deve ser distribuída uniformemente entre os boxes, já que todos os boxes têm o mesmo tamanho fixo. Assim, neste exemplo, 25% da população deve ser acomodada em cada box; o percentual de aves em cada população será, portanto: 25% leves, 50% normais e 25% pesadas. Sección1 1 Seção MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) Para determinar o ponto de corte das aves mais leves (o peso abaixo do qual as aves são consideradas leves), devem ser seguidas as seguintes etapas: 1. A população leve será de aproximadamente 25% do lote. 25% do número total de aves que foram pesadas correspondem a 49 aves (25% de 197). 2. As 49 aves mais leves têm pesos entre 320 g e 419 g, identificadas pela cor laranja na Figura 42. 3. Uma ave "leve", portanto, terá peso igual ou menor que 419 g. Este cálculo deve ser repetido para as aves normais e as pesadas. O Quadro 9 mostra os pesos de corte para cada uma das 3 populações, tendo por base as informações ilustradas na Figura 42. Quadro 9: Determinação dos pesos de divisão para uma seleção em três grupos com base na informação ilustrada na Figura 42. Categoria % de aves para incluir na categoria classificada Número de aves para determinar o peso de corte (% x 197) Escala de peso (em gramas) Cor de referência na tabela Leve 25 49 320 - 419 Laranja Normal 50 99 420 - 499 Azul Pesada 25 49 500 - 579 Verde Uma vez determinados os pesos de corte de cada população classificada, todas as aves do lote devem ser pesadas novamente e as aves leves e as pesadas devem ir para outro box. (Figura 43). Figura 43: Plano de seleção baseado nos resultados de informações ilustradas na Figura 42 (seleção em três grupos com boxes fixos). Box 1 (Leves) (25% de espacio de piso) Box deixado vazio desde o alojamento para ser usado na seleção aos 28 dias. Box 2 (Normais) (25% de espacio de piso) Box 3 (Normais) (25% de espacio de piso) Box 4 (Pesadas) (25% de espacio de piso) Aves Leves Aves Pesadas Aves Leves Aves Pesadas Aves Leves Depois da seleção deve ser calculado novamente o peso médio e o CV%. O CV% das populações classificadas deve ter melhorado, porém o CV% geral do lote continuará igual (Figura 44). As aves dos boxes “normais” devem ter pesos semelhantes e podem ser tratadas como uma só população. No entanto, o administrador da granja deve conhecer o peso médio de cada box individual e investigar todo desvio repentino do objetivo estabelecido. 2013 41 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) Os pesos corporais das populações classificadas devem ser colocados em um gráfico de peso corporal, para comparação com os objetivos de peso. Se necessário, deve-se estabelecer novamente o perfil a fim de situar as aves no objetivo até os 63 dias de idade (9 semanas). Qualquer ajuste nos níveis de alimento deve ser feito com base no desvio de peso corporal alvo. Para obter mais informações, ver a seção de Manejo do Lote depois da Seleção. Deve-se ter em conta que depois da seleção, é possível que a população “leve” não necessite um incremento imediato na quantidade de alimento. O peso corporal aumentará devido à menor competição com as aves maiores, de modo que não se exija um ajuste inicial na quantidade. Figura 44: Situação depois de uma seleção em três grupos (boxes fixos). Box 1 (Leves) (25% de espaço de piso) Número de Aves = 2.100 Peso = 370 g CV% = 7,0 Box 2 (Normais) (25% de espaço de piso) Número de Aves = 2.100 Peso = 457 g CV% = 4,4 Box 3 (Normais) (25% de espaço de piso) Número de Aves = 2.100 Peso = 449 g CV% = 4,8 Box 4 (Pesadas) (25% de espaço de piso) Número de Aves = 2.100 Peso = 522 g CV% = 4,2 Peso Corporal Médio do Lote = 449 g CV do lote (%) = 13,0 PONTOS CHAVE: • Classificar machos e fêmeas até no máximo com 28 dias (4 semanas); • Uma seleção bem sucedida deverá reduzir o CV% a um valor inferior a 8 em todas as populações classificadas; • Cada população deve ser contada e pesada novamente, para confirmar a média de peso corporal e a uniformidade, de maneira que se possam determinar os objetivos de pesos corporais projetados e as taxas de alimentação; • Uma contagem incorreta das aves depois da seleção pode levar ao fornecimento de quantidades erradas de alimento; • É mais conveniente proporcionar um sistema de alimentação específico para cada população. Se isso não for viável, um sistema suplementar de alimentação deverá permitir uma distribuição uniforme de alimento e um espaço de comedouro adequado; • Se há possibilidade dos tamanhos das populações na etapa de produção ser maiores do que eram na criação, haverá uma mistura de aves durante a transferência. A essa altura, é especialmente importante que o manejo posterior à seleção faça com que os pesos corporais das aves convirjam para um objetivo comum até a idade esperada para a transferência; • Assegurar-se que a densidade populacional e o espaço de bebedouro e de comedouro sejam consistentes com as recomendações a seguir depois da seleção. Isso se torna particularmente importante quando tiver sido ajustado o tamanho do box durante a seleção; • Recomenda-se o uso de balanças automáticas, em vez de manuais. 42 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) Depois da seleção, o lote deve ser manejado de modo que as populações classificadas atinjam o objetivo de peso de maneira uniforme e coordenada. Manejo do peso corporal depois da seleção (até os 63 dias de idade) Seção 1 Manejo do Lote Depois da Seleção (Depois dos 28 Dias de Idade) Durante a seleção, o lote terá sido dividido em duas ou três populações, dependendo do CV% inicial. Para cada população classificada, a meta é alcançar o objetivo de peso corporal de maneira uniforme durante o período em que se está se desenvolvendo o esqueleto (isto é, antes dos 63 dias de idade). Depois dos 28 dias de idade, deve-se continuar a monitorar semanalmente os pesos corporais de cada população e as quantidades de alimento devem ser ajustadas, conforme a necessidade, para permitir que se atinjam os objetivos de peso corporal. Aves com peso inferior ao objetivo (população leve) Nos casos em que o peso corporal médio de uma população/box, depois da seleção, está abaixo do objetivo em mais de 100 g (por exemplo, se o objetivo for 450 g, as aves que pesam menos de 350 g), a meta é alcançar o objetivo de peso corporal até os 63 dias de idade (Figura 45). A curva de peso corporal deve ajustar-se de maneira que as aves possam aproximar-se gradualmente do objetivo até os 63 dias de idade (9 semanas). Durante a primeira semana depois da seleção, à população “leve” deve continuar a ser dada a mesma quantidade de alimento que antes da seleção (isto é, não se deve aumentar a ração). O peso corporal aumentará devido à diminuição da concorrência com as aves maiores. Assim, os seguintes incrementos na quantidade de alimento deverão basear-se no desvio em relação ao objetivo de peso corporal. Aves com peso igual ao do objetivo (população normal) A meta é fazer com que as aves continuem se mantendo no objetivo de peso (Figura 45). Aves com peso superior ao objetivo (população pesada) Estas são as aves cujo peso corporal está 100 g ou mais acima do objetivo (por exemplo, se o objetivo for 450 g, as aves que pesam mais de 550 g). Neste caso, a curva de peso corporal deve ser ajustada de forma que as aves possam aproximar-se gradualmente do objetivo até os 63 dias de idade (Figura 45). As quantidades de alimento nunca devem ser reduzidas, mas pode ser preciso diminuir ou atrasar o próximo incremento na ração a fim de conseguir um novo perfil de peso corporal. Figura 45: Ajuste dos futuros objetivos de peso corporal até os 63 dias de idade (9 semanas). Pesada Padrão Peso Corporal Leve Seleção do Lote 7 14 21 28 2013 42 49 Idade (em dias) 56 63 70 43 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) Ajuste dos futuros perfis de peso corporal depois dos 63 dias. Aos 63 dias de idade deve-se reavaliar o peso da população em relação ao objetivo. Nessa idade podem-se juntar as populações que tenham pesos e consumos de alimento semelhantes. Aves com peso inferior ao objetivo (população leve) Se as aves continuam abaixo do objetivo de peso corporal aos 63 dias (9 semanas), este deverá ser ajustado de maneira que as aves possam aproximar-se gradualmente (Figura 46) e atinjam o novo objetivo até os 105 dias. Para tanto, deve-se aumentar a ração ou adiantar o próximo incremento. Figura 46: Ajuste dos futuros objetivos de peso corporal quando a média está no objetivo, abaixo ou acima dele aos 63 dias de idade (9 semanas). Pesada Padrão Peso Corporal Leve Seleção do Lote 7 14 21 28 42 49 56 63 105 140 Idade (em dias) Aves com peso igual ao objetivo (população normal) A meta é fazer com que as aves continuem se mantendo no objetivo de peso (Figura 46). Aves com peso superior ao objetivo (população pesada) Se as aves continuam com pesos superiores ao objetivo aos 63 dias de idade (9 semanas), devese traçar um novo perfil que seja paralelo à curva inicial (Figura 46). Tentar fazer com que as aves se aproximem do objetivo original nesta etapa reduzirá o percentual de pico de produção. Deve ser fornecida a quantidade de alimento exigida para se alcançar o novo perfil alvo. No entanto, é importante ter em conta que as fêmeas que permanecem acima do objetivo de peso corporal nesta etapa têm uma maior possibilidade de atingir a maturidade sexual mais cedo. Isso pode causar problemas quando se acasalam com machos que se encontram no objetivo de peso, devido à falta de sincronização entre a maturidade de machos e fêmeas. A essa altura, as populações individuais estão sendo criadas segundo perfis diferentes (por exemplo, as populações com sobrepeso continuarão tendo sobrepeso de agora em diante) e, por isso, nesta etapa não se recomenda a movimentação de aves entre populações. PONTOS CHAVE • Continuar monitorando os pesos corporais semanalmente; • Suspender a movimentação de aves de um box para outro a partir dos 63 dias; • Desde os 63 dias, ajustar os objetivos de peso de toda população que se encontre abaixo do objetivo, para conseguir situá-la no objetivo até os 105 dias de idade; • Se as aves têm sobrepeso aos 63 dias, traçar uma nova linha do perfil objetivo que esteja acima e paralela ao padrão. Não tentar aproximar as aves com sobrepeso do objetivo original, já que isso atrasará a maturidade sexual e reduzirá o pico de produção; • Deve-se tomar cuidado antes de misturar os boxes, para assegurar que o peso corporal e o consumo de alimento por ave sejam semelhantes. 44 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) Se a média de peso corporal difere do objetivo em +/-100 g ou mais, deve-se pesar novamente uma amostra de aves durante o período de recria. Se os pesos estiverem corretos, deve-se considerar: Sección1 1 Seção Alívio de problemas de peso corporal Se o peso é inferior ao objetivo antes dos 105 dias, considerar o seguinte para os lotes futuros • Fornecer o alimento iniciador por mais tempo; • Fornecer um alimento iniciador de melhor qualidade nutricional; • Pode-se proporcionar um fotoperíodo mais longo até os 21 dias (3 semanas) de idade para ajudar a estimular o consumo de alimento e melhorar o ganho de peso. Se o peso for inferior ao objetivo antes dos 105 dias, considerar o seguinte para os lotes atuais • Iniciar mais cedo o próximo incremento de alimento e considerar o aumento da quantidade, se necessário, até que o peso corporal chegue gradualmente ao objetivo; • Ver as Figuras 45 e 46 para exemplos dessa ação corretiva. Se • • • • • 2013 o peso for superior ao objetivo antes dos 105 dias Não reduzir o fornecimento de alimento a um nível de alimentação inferior ao atual; Reduzir o próximo incremento de alimento, por exemplo, 2 g por ave em vez de 4 g por ave; Retardar o próximo incremento de alimento; Verificar se o teor energético da dieta é mais alto do que o esperado; Ver as Figuras 45 e 46 para exemplos dessa ação corretiva. 45 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Criação (0-105 dias/0-15 semanas) Notas 46 2013 Desde os 105 dias de idade (15 semanas) até o estímulo luminoso Seção 2 Seção 2 – Manejo Até o Início da Produção (Desde as 15 Semanas de Idade Até o Pico de Produção) Sección 2 Manejo Até o Início da Produção (Desde as 15 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Semanas de Idade Até o Pico De Produção) Objetivo Minimizar a variação no início da maturidade sexual do lote e preparar as aves para as demandas fisiológicas da etapa inicial da reprodução. Princípios Os aumentos de peso corporal adequados durante este período garantirão nas fêmeas uma transição suave e uniforme para a maturidade sexual e a produção de ovos e, nos machos, reforçará uma condição física ótima e uniforme, bem como sua fertilidade. Considerações sobre o Manejo É fundamental conseguir a densidade populacional e o espaço de comedouro e de bebedouro adequados à medida que as aves chegam à maturidade sexual, para prevenir a perda de uniformidade no lote, reduzindo assim a variação da maturidade sexual (tanto entre o mesmo sexo como entre machos e fêmeas) e mantendo a aptidão reprodutiva e a condição física ótimas do lote. Depois dos 140 dias de idade (20 semanas), deve-se reduzir a densidade populacional e aumentar o espaço de comedouro e de bebedouro, a fim de se acomodar ao aumento de tamanho da ave e dos equipamentos adicionais (por exemplo, ninhos) que se encontrem no aviário durante a etapa de postura. Densidade populacional A densidade populacional afeta o resultado biológico. A Tabela 10 mostra as recomendações sobre densidades populacionais de machos e fêmeas desde as 15 semanas até o final do lote. Os números apresentados servem de guia; as densidades reais podem ser diferentes das recomendadas, dependendo do seguinte: • Regulamentação sobre bem-estar animal; • Economia; • Meio ambiente; • O espaço real disponível de piso, comedouro e bebedouro. O ambiente (a ventilação) e as condições de manejo (espaço de comedouro e de bebedouro) devem ser os apropriados para a densidade populacional, a fim de evitar efeitos adversos no desempenho. Tabela 10: Densidades populacionais recomendadas, desde a 15ª semana até o final do lote. Densidade populacional Aves/m² Densidade populacional Aves/m² 15-20 semanas 20 semanas até o final do lote Macho 3-4 Fêmea 4-7 3,5-5,5 Espaço de comedouro e de bebedouro A Tabela 11 mostra os espaços de comedouro e de bebedouro recomendados para machos e fêmeas. 2013 47 Manejo Até o Início da Produção (Desde as 15 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Semanas de Idade Até o Pico De Produção) Tabela 11: Espaços de comedouro e bebedouro recomendados desde as 15 semanas até o final do lote. Comedouro Macho Fêmea Bebedouro Idade Tipo calha com corrente - cm Tipo mecânico de prato - cm Pendular - cm Nipple 15-20 semanas 15 11 1,5 8-12 aves por nipple 20 semanas-final do lote 20 13 2,5 6-10 aves por nipple 15-20 semanasfinal do lote 15 10 1,5 8-12 aves por nipple 20 semanas-final do lote 15 10 2,5 6-10 aves por nipple PONTOS CHAVE: • Seguir as recomendações sobre densidade populacional e espaço de comedouro e bebedouro; • Assegurar que sejam aumentados os espaços disponíveis de piso, comedouro e bebedouro nas idades recomendadas. Objetivo de peso O enfoque no manejo durante o período das 15 semanas (105 dias) de idade até o estímulo luminoso é o mesmo para machos e fêmeas. A meta é manter um lote uniforme de aves que se encontrem dentro do perfil de objetivo de peso corporal, de maneira que a transição para a maturidade sexual ocorra uniformemente e na idade desejada. Isso se faz seguindo as recomendações referentes aos incrementos semanais de ingestão de energéticos e de peso corporal. Durante esta etapa, o monitoramento freqüente e o registro do peso corporal e a uniformidade são ferramentas vitais de manejo. O desenvolvimento de características sexuais secundárias, tais como a separação dos ossos pélvicos nas fêmeas e o aumento da intensidade de cor facial em ambos os sexos são bons indicadores do progresso da maturidade sexual do lote. O não cumprimento das metas semanais de aumento de peso corporal entre as 15 semanas de idade e o estímulo luminoso é uma causa comum de desempenho ruim, que pode ocasionar: • Atraso no início da postura; • Ovos muito pequenos no princípio; • Maior percentagem de ovos refugados e deformados; • Maior quantidade de ovos inférteis; • Aumento do choco; • Perda de uniformidade de pesos corporais e maturidade sexual; • Menor pico de produção; • Perda de sincronização sexual entre machos e fêmeas. Nos casos em que o peso corporal é inferior ao objetivo (isto é, o peso corporal é 100 g ou mais abaixo do objetivo) aos 105 dias de idade (15 semanas), a curva de peso corporal deverá ser traçada de novo e as aves deverão se aproximar gradualmente do objetivo (mediante incrementos adequados de ração) até o momento do estímulo luminoso (Figura 47). Os lotes super alimentados que excedem o objetivo de peso corporal entre as 15 semanas de idade e o estímulo luminoso normalmente mostrarão: • Início prematuro de postura; • Maior incidência de ovos com duas gemas; • Menor percentual de aproveitamento de ovos; • Maior exigência de alimento durante toda a postura; • Menor pico, persistência e número total de ovos; • Menor fertilidade de machos e fêmeas durante toda a vida; • Maior incidência de peritonite e prolapso; • Perda de sincronização sexual entre machos e fêmeas. 48 2013 Uma vez constatada que as aves têm sobrepeso, o manejo deve-se concentrar em limitar as conseqüências dessa situação (minimizar o efeito negativo sobre a produção e a uniformidade). Quanto às aves leves, é possível melhorar a situação aumentando os níveis de alimento e o ganho de peso. O ideal é que não se apresente nenhuma dessas duas situações - e para isso é fundamental um manejo eficaz, focado em um monitoramento constante. Seção 2 Nos casos em que o peso corporal é superior ao objetivo (100 g ou mais que o objetivo de peso) aos 105 dias (15 semanas), deverá ser traçada uma nova curva de peso paralela ao objetivo original (Figura 47). É importante ter em conta que as aves não podem ser levadas a atingir o objetivo original se tiverem sobrepeso; isso resultaria em uma perda de condição com impacto negativo sobre a produção de ovos. Sección 2 Manejo Até o Início da Produção (Desde as 15 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Semanas de Idade Até o Pico De Produção) Figura 47: Ajuste dos perfis de peso corporal se as fêmeas tiverem pesos inferiores (aves leves) ou superiores (aves pesadas) ao objetivo de peso objetivo nas 15 semanas de idade (105 dias). Pesada Padrão Peso Corporal Leve 105 112 119 126 133 140 147 154 Idade (em dias) PONTOS CHAVE: • Assegurar que os pesos corporais do lote sigam o perfil de objetivos; • Maximizar a uniformidade do peso corporal e a maturidade sexual; • Ajustar o objetivo de peso corporal, se necessário, caso o lote tenha pouco ou muito peso às 15 semanas de idade (105 dias). Criar as aves leves de maneira que voltem ao objetivo mediante estímulo luminoso. Quanto às aves pesadas, determinar um novo objetivo de peso. Tipo de alimento e teor energético À medida que as aves se aproximam da maturidade sexual, pode-se alterar a uniformidade se o fornecimento de nutrientes não for adequado. Quando se muda o tipo de alimento, por exemplo, quando se passa de uma dieta de crescimento para uma dieta de pré-postura, é importante ter muito cuidado no manejo e que o administrador da granja tenha em conta todas as mudanças no conteúdo energético entre as fórmulas ou tipos de alimento. Ao mudar o tipo de alimento, a quantidade deve ser ajustada de maneira condizente: se a mudança resultar em menor teor energético, a quantidade deverá ser incrementada e vice-versa. PONTO CHAVE: • Avaliar, checar e documentar toda mudança de teor energético entre fórmulas e tipos de alimentos, e modificar a quantidade condizentemente. 2013 49 Manejo Até o Início da Produção (Desde as 15 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Semanas de Idade Até o Pico De Produção) Iluminação No período entre as 15 semanas de idade e o estímulo luminoso, é importante proporcionar 8 horas de luz constante, de maneira que as aves possam responder adequadamente ao estímulo luminoso quando este ocorrer (ver a seção de Iluminação). PONTO CHAVE: • Seguir as recomendações dos programas de iluminação. Instalações de recria e transferência A transferência de aves do aviário de recria para postura é uma prática comum. A idade em que se realiza a transferência para o aviário de postura pode variar, dependendo do tipo de aviário destinado à postura: quando é fechado, com controle da iluminação, a transferência não deve ocorrer depois das 21 semanas de idade (147 dias); se for aberto, a transferência poderá ser feita depois das 21 semanas (dependendo da estação do ano e da duração do dia). Independentemente do tipo de aviário utilizado, a transferência não deve ser feita antes das 18 semanas (126 dias) nem depois das 23 semanas de idade (161 dias). Recomenda-se que os machos sejam transferidos antes das fêmeas (pelo menos um dia antes) para permitir a eles encontrar os comedouros e bebedouros. Um incremento da quantidade de alimento (aproximadamente 50% mais) no dia anterior e no dia posterior à transferência ajudará a compensar o “stress” causado pela mudança. Não se deve fornecer alimento às aves na manhã do dia em que serão transferidas. Os comedouros dos aviários de postura devem estar completamente cheios, de maneira que as aves tenham acesso imediato ao alimento já na chegada. As quantidades de alimento devem voltar ao normal no primeiro dia, ou possivelmente no segundo, depois da transferência. A quantidade exata de alimento adicional fornecida e o espaço de tempo durante o qual se fornece, depois da transferência, dependerão da estação do ano, da temperatura ambiental e da duração do transporte. É importante não reduzir o espaço de comedouro e que os programas de luz e biossegurança sejam sincronizados entre os aviários de recria e os de postura. Depois da transferência, deve-se verificar o enchimento do papo de machos e fêmeas (Figura 48), para garantir que as aves estejam encontrando o alimento e a água. Deve ser examinado o papo no dia da transferência, 30 minutos depois do primeiro alimento e outra vez às 24 horas. Deve-se avaliar uma amostra aleatória de pelo menos 50 fêmeas e 50 machos. Se forem detectados problemas no enchimento do papo (o ideal é que todas as aves avaliadas tenham o papo cheio), deve-se investigar e eliminar o motivo (as possibilidades são de que o espaço do comedouro, a distribuição do alimento ou a disponibilidade de alimento não sejam adequadas). Figura 48: Avaliação do enchimento do papo das aves reprodutoras depois da transferência. A ave do lado esquerdo tem o papo vazio, enquanto a da direita tem o papo cheio. PONTOS CHAVE: • Fornecer alimento adicional um dia antes e um dia depois da transferência; • Assegurar-se de que os machos e as fêmeas estejam encontrando o alimento e a água, examinando o enchimento do papo e monitorando o comportamento na alimentação. 50 2013 Manejo Até o Início da Produção (Desde as 15 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Semanas de Idade Até o Pico De Produção) Seção 2 Nas instalações que alojam aves desde um dia de idade até o final do lote e onde são feitas mudanças no sistema de alimentação entre a recria e a postura, a mudança em questão deve ser feita com cuidado. Os novos comedouros devem ser colocados de maneira que as aves possam chegar até eles e encontrar o alimento facilmente. Por exemplo, se as aves se alimentam no piso durante a recria e depois começam a utilizar comedouros tipo calha com corrente durante a postura, estes comedouros devem ser instalados inicialmente a uma baixa altura (suficientemente baixa para que as aves possam ver o alimento dentro do comedouro) durante os dois primeiros dias. Deve-se examinar o enchimento do papo para determinar que as aves tenham encontrado os novos comedouros e estejam aptas a alimentar-se. Sección 2 Instalações desde um dia de idade até o final do lote PONTO CHAVE: • Nos casos em que se modifica o sistema de alimentação entre a recria e a postura, a modificação deve ser feita com cuidado, para se ter certeza que as aves possam encontrar facilmente os novos comedouros e ter acesso a eles. Mistura de machos e fêmeas No momento de misturar machos e fêmeas, são necessárias técnicas de manejo adicionais. É preciso prestar atenção ao processo de acasalamento, à identificação de erros na sexagem, ao manejo da alimentação separada por sexo e à proporção entre machos e fêmeas. Acasalamento O acasalamento deve ter início a partir das 21 semanas de idade (147 dias). Tanto machos como fêmeas devem estar sexualmente maduros antes de se iniciar o acasalamento. Um macho imaturo nunca deve se juntar a uma fêmea madura. Um macho sexualmente maduro se distingue pela crista e barbela bem desenvolvidas e de cor vermelha (Figura 49). Uma fêmea sexualmente madura também tem a crista e a barbela de cor vermelha viva (Figura 50). Se a maturidade sexual estiver atrasada ou se as aves vão passar de um aviário fechado (blackout) de recria para um aviário aberto de postura, o acasalamento deverá ser adiado por 7 a 14 dias. Assim se dará às aves mais tempo para amadurecer sexualmente e propiciará melhor controle da alimentação (já que os machos estarão maiores e, portanto, os sistemas de alimentação separados por sexo funcionarão melhor). Quando existem variações na maturidade sexual dentro de uma população de machos e se nota claramente que alguns deles estão imaturos, deve-se misturar com as fêmeas primeiramente os machos que estejam mais maduros. Um exemplo: se a proporção de acasalamento planejada for de 9,5 a 10%, um possível plano de acasalamento consistiria em juntar com as fêmeas a metade dos machos totais exigidos (os mais maduros) às 21 semanas, depois um quarto (novamente, os que estejam mais maduros) uma semana depois e, finalmente, os machos restantes na semana subseqüente. Se os machos estiverem mais maduros que as fêmeas, eles devem então ser colocados junto com as fêmeas de maneira mais gradual. Por exemplo, pode-se acasalar na proporção de 1 macho para cada 20 fêmeas - e depois agregar mais machos, gradualmente, durante os 14 a 21 dias seguintes, até se chegar à proporção desejada. 2013 51 Manejo Até o Início da Produção (Desde as 15 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Semanas de Idade Até o Pico De Produção) Figura 49: Exemplo de macho jovem maduro com a crista e a barbela bem desenvolvidas e de cor vermelha (lado esquerdo) e um macho imaturo com a crista e a barbela pouco desenvolvidas e de cor vermelho pálido (lado direito). Figura 50: Exemplo de fêmea jovem com a crista e a barbela bem desenvolvidas e de cor vermelha (lado esquerdo) e uma fêmea imatura com a crista e a barbela não desenvolvidas (lado direito). É importante monitorar cuidadosamente, pelo menos duas vezes por semana, o comportamento alimentar das aves desde o início do acasalamento até que todos os machos estejam suficientemente grandes para poderem ser excluídos fisicamente dos comedouros das fêmeas (aproximadamente às 26 semanas de idade). Isso é necessário para verificar se os sistemas de alimentação separada por sexos estão funcionando adequadamente e se o alimento está sendo distribuído de forma apropriada e uniforme. PONTOS CHAVE: • Assegurar-se de que machos e fêmeas estejam sexualmente maduros no momento do acasalamento; • Os machos imaturos não devem ser colocados junto com fêmeas maduras; • Iniciar o acasalamento aos 147 dias (21 semanas); • Monitorar o comportamento alimentar. Erros na sexagem A identificação de erros na sexagem (machos presentes em boxes de fêmeas e fêmeas presentes em boxes de machos) pode ser difícil nas etapas iniciais, mas é recomendável retirar essas aves no momento em que sejam identificadas, qualquer que seja o momento de vida do lote. O ideal é que todos os erros de sexagem sejam eliminados antes do acasalamento. O critério para a realização disso é ilustrado na Figura 51. 52 2013 Manejo Até o Início da Produção (Desde as 15 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Semanas de Idade Até o Pico De Produção) Fêmea Crista e barbela aos 105 dias (15 semanas) Mais desenvolvidas e vermelhas nos machos. Seção 2 Macho Sección 2 Figura 51: Critérios para identificação de machos e fêmeas, a fim de corrigir os erros de sexagem. Articulações tibio társicas aos 140 dias (20 semanas) Mais grossos e maiores nos machos. Mais finos e suaves nas fêmeas. Plumagem ao redor do pescoço aos 140 dias (20 semanas) Penas de franjas longas, em forma de lança nos machos. Penas mais densas e em forma de paleta nas fêmeas. Forma do corpo aos 140 dias (20 semanas) Os machos são mais compridos e estreitos e as fèmeas mais largas e mais compactas ao redor da pelvis. 2013 53 Manejo Até o Início da Produção (Desde as 15 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Semanas de Idade Até o Pico De Produção) Sistemas de alimentação separada por sexos Depois de juntar os machos com as fêmeas, a alimentação deve ser fornecida utilizando-se sistemas separados por sexo (Figura 52). A alimentação separada por sexos se baseia nas diferenças de tamanho da cabeça entre machos e fêmeas e proporciona melhor controle do peso corporal e uniformidade de cada sexo. Este sistema de alimentação requer um manejo particularmente cuidadoso e um monitoramento freqüente do comportamento alimentar durante o dia. O comportamento alimentar deve ser monitorado no mínimo duas vezes por semana até as 26 semanas de idade. Normalmente, os machos são completamente excluídos dos comedouros das fêmeas por volta das 26 semanas de idade. Até esse ponto, pode ser que alguns machos ainda tenham acesso ao sistema de alimentação das fêmeas e lhes roubem o alimento. É preciso um monitoramento cuidadoso do peso corporal e do comportamento alimentar para assegurar que tanto machos como fêmeas estejam recebendo alimento suficiente para alcançar os objetivos de aumento de peso corporal depois das 26 semanas de idade. O monitoramento do comportamento alimentar pode se limitar a uma vez por semana. O equipamento de alimentação deve receber manutenção e ajustes apropriados; os equipamentos que não recebem um bom manejo e as adequadas manutenções proporcionam uma má distribuição de alimento, o que constitui uma das principais causas de diminuição da fertilidade e da produção de ovos. Equipamentos de alimentação para fêmeas Quando se usam sistemas de alimentação do tipo calha com corrente, o método mais efetivo para evitar o acesso dos machos aos comedouros das fêmeas consiste em instalar grades de restrição nas calhas (Figura 52). Assim, os machos são excluídos dos comedouros das fêmeas, já que suas cabeças são mais largas e suas cristas mais altas, enquanto o acesso das fêmeas continua sem restrição. A largura interna da grade deve ser de 45 a 47 milímetros e a altura deve ser de 60 a 70 mm. Podem ser acrescentados também fios de arame horizontais em qualquer lado do alto da grade para ajudar a reforçar a montagem. Se a largura da grade for menor que 45 milímetros, o acesso ao alimento será restrito para um número significativo de fêmeas e isso afetará seu desempenho. 45-47 m m 60 a 70 m m Figura 52: Sistema de alimentação separado para fêmeas, usando grades de restrição. Pode-se instalar um tubo de plástico no alto da grade para limitar ainda mais o acesso dos machos (Figura 53). Isso pode ser particularmente útil desde o momento em que se juntam as aves até que elas chegam à maturidade física (aproximadamente às 30 semanas de idade). O tubo pode ser retirado depois das 33-35 semanas de idade. É importante ter certeza de que o tubo está bem ajustado e seguro no alto da grade de restrição, para que não fique retorcido e restrinja o acesso das fêmeas ao comedouro. 54 2013 Seção 2 Figura 53: Sistema de alimentação separado para fêmeas, com grades de restrição e tubo plástico no alto. Sección 2 Manejo Até o Início da Produção (Desde as 15 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Semanas de Idade Até o Pico De Produção) Uma alternativa às grades de restrição são as barras rotatórias (Figura 54), que são instaladas no sistema de comedouros de calha com corrente, ajustando-se a altura de acordo com a idade das aves. A altura da barra deve começar em 43 milímetros (1,69 polegadas) no momento de juntar as aves e ir aumentando gradualmente até 47 milímetros (1,88 polegadas) até as 30 semanas de idade. Figura 54: Sistema de barras rotatórias para restringir o acesso de machos. O uso de grades de restrição também pode evitar o acesso dos machos aos comedouros mecânicos de prato ou aos comedouros tubulares. No caso dos comedouros tubulares devese reduzir ao mínimo seu movimento. É preciso verificar diariamente se há danos, deslocamentos ou irregularidades nos vãos do sistema de alimentação das fêmeas. Se esses problemas não forem detectados e corrigidos, os machos poderão roubar o alimento das fêmeas (Figura 55), fazendo com que se perca o controle efetivo sobre o peso corporal e a uniformidade. Figura 55: Machos roubando o alimento dos comedouros das fêmeas. 2013 55 Manejo Até o Início da Produção (Desde as 15 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Semanas de Idade Até o Pico De Produção) Equipamentos de alimentação para machos Geralmente se usam três tipos de comedouro para os machos (Figura 56): • Comedouro mecânico de prato; • Comedouro tubular; • Comedouro tipo calha com corrente suspenso. Figura 56: Comedouros para machos - da direita para a esquerda: comedouro mecânico de prato, comedouro tubular e comedouro tipo calha com corrente (suspenso). Tanto os comedouros tubulares como os comedouros tipo calha com corrente, suspensos, estão presos ao teto do aviário e sua altura pode ser ajustada apropriadamente para a população de machos. Quanto aos comedouros tubulares abastecidos manualmente, é importante colocar em todas as mesmas quantidades de alimento e não deixar que eles se inclinem para um lado. Tem-se obtido muito sucesso com os comedouros tipo calha com corrente, suspensos para os machos, porque o alimento pode ser nivelado ou emparelhado com a calha, assegurando sua distribuição uniforme. Depois da alimentação, os comedouros suspensos devem ser elevados para que os machos já não tenham acesso. E, ao elevá-los, deve-se acrescentar a quantidade de alimento do dia seguinte, de maneira que, quando forem baixados para a alimentação seguinte, os machos tenham acesso imediato ao alimento. É conveniente retardar a alimentação dos machos até aproximadamente 5 minutos depois que os comedouros das fêmeas tiverem sido abastecidos. É muito importante que a altura dos comedouros dos machos esteja corretamente ajustada, para que todos os machos tenham acesso ao alimento e ao mesmo tempo, evitando o acesso das fêmeas (Figura 57). A altura correta dos comedouros dos machos dependerá do tamanho da ave e do desenho do comedouro, mas, como regra geral, sua altura deve variar entre 50 e 60 cm sobre a cama. É importante se certificar que a cama debaixo dos comedouros dos machos esteja uniforme e deve-se evitar qualquer acúmulo de cama debaixo dos comedouros dos machos, já que isso reduzirá a altura do comedouro e permitirá que as fêmeas roubem o alimento. Devem ser observados e feitos os ajustes necessários diariamente, no momento da alimentação, a fim de garantir que a altura dos comedouros dos machos seja adequada. À medida que se reduz o número de machos, deverá ser reduzido também o número de comedouros para eles, para assegurar que o espaço de comedouro continue sendo ótimo. Não se deve dar espaço de comedouro excessivo aos machos, pois os mais agressivos consumirão mais do que devem, ocasionando a redução da uniformidade de peso corporal e perda de rendimento reprodutivo. Figura 57: Altura correta do comedouro para machos. 56 2013 Manejo da Fêmea Desde o Estímulo com Luz até 5% em Produção Sección Seção 2 2 PONTOS CHAVE: • Proporcionar sistemas de alimentação separados para machos e fêmeas. Os sistemas de alimentação para fêmeas devem ter grades de restrição instaladas para evitar o acesso dos machos e os comedouros para os machos devem elevar-se a uma altura que não permita o acesso das fêmeas; • Observar o comportamento alimentar diariamente para assegurar que ambos os sexos estejam se alimentando separadamente, que os comedouros dos machos estão na altura certa e que o espaço de comedouro e a distribuição do alimento são adequados; • Verificar diariamente se não há estragos, deslocamentos ou irregularidades nos vãos do sistema de alimentação das fêmeas. Sección 2 Manejo Até o Início da Produção (Desde as 15 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Semanas de Idade Até o Pico De Produção) Objetivo Conduzir as fêmeas à etapa de postura, estimulando e promovendo a produção de ovos, utilizando alimento e luz. Princípios As fêmeas devem ser criadas de acordo com o perfil de peso corporal almejado e com o programa de iluminação recomendado (ver a seção de Iluminação), para que o lote chegue à produção de maneira uniforme. Considerações Sobre o Manejo Para recomendações sobre equipamentos, densidade e populacional e espaços de comedouro e bebedouro, ver as Tabelas 10 e 11 (das 15 semanas até o estímulo com luz). Os incrementos freqüentes na quantidade de alimento (ao menos uma vez por semana) são essenciais para obter ganho de peso apropriado, uma maturidade sexual uniforme, uma boa deposição muscular (“fleshing”) e um início oportuno da postura. Os programas de luz devem ser implementados segundo o planejamento para apoiar e estimular as fêmeas durante esse período. O primeiro aumento de luz deve ser feito aproximadamente aos 147-168 dias de idade (21-24 semanas), mas o momento exato dependerá principalmente de circunstâncias locais, época do ano, peso corporal e uniformidade do lote. Se o lote não estiver uniforme (CV maior que 10%), o estímulo luminoso deve ser retardado em aproximadamente uma semana (ver a seção de Iluminação). Sempre deve haver água disponível para livre consumo pelas aves. Deve-se começar o fornecimento da dieta de postura ao mais tardar a partir de 5% de produção diária por ave, para garantir que as aves recebam a quantidade correta de nutrientes (tais como cálcio) e, assim, fomentar a produção de ovos. Qualquer problema encontrado nessa etapa referente à alimentação, água ou doenças pode ter efeitos devastadores para o início da produção e o posterior desempenho do lote. Portanto, é importante monitorar e registrar os dados de uniformidade, peso corporal e tempo de consumo, bem como reagir a tempo a qualquer redução da uniformidade, mudanças no tempo de consumo e diminuição do ganho de peso corporal. Os ninhos devem ser abertos no momento que antecede a chegada do primeiro ovo esperado. Isso ocorrerá possivelmente entre 10 e 14 dias depois que se dá o primeiro incremento de luz. Abrir os ninhos cedo demais pode diminuir o interesse das fêmeas. Podem ser colocados ovos falsos nos ninhos para estimular as aves a sentar sobre eles. Se forem utilizados sistemas automáticos, as esteiras coletoras de ovos devem girar várias vezes ao dia, ainda antes da chegada do primeiro ovo, de modo que as aves se acostumem ao som e à vibração do equipamento. Deve-se medir o espaço entre os ossos pélvicos da ave para determinar o grau de desenvolvimento sexual da fêmea. Para obter mais informações sobre o monitoramento do espaço entre os ossos pélvicos, ver a seção de Avaliação da Condição Física da Ave. 2013 57 Manejo Até o Início da Produção (Desde as 15 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Semanas de Idade Até o Pico De Produção) PONTOS CHAVE: • Alcançar o objetivo de peso corporal concentrando-se nos aumentos graduais de alimento semanalmente e nos ganhos de peso resultantes; • Seguir o programa de iluminação recomendado; • Monitorar a uniformidade, o peso corporal e o tempo de consumo, e reagir rapidamente a qualquer tipo de problema; • Fornecer água limpa e de boa qualidade para livre consumo o tempo todo; • Fazer a transição da dieta de crescimento para a dieta de postura o mais tardar quando se chegar aos 5% de produção; • Abrir os ninhos no momento que antecede a chegada do primeiro ovo esperado; • Medir o espaço entre os ossos pélvicos. Ovos de Piso Os ovos de piso representam uma perda de produção e um risco sanitário para o incubatório. O treinamento apropriado das aves para que ponham seus ovos nos ninhos reduzirá a quantidade de ovos de piso, mas existem várias práticas que podem ajudar a resolver essa situação: • Instalar poleiros a partir dos 28 dias de idade (4 semanas); • Incorporar ao desenho dos ninhos um poleiro; • Certificar-se de que a maturidade sexual dos machos e das fêmeas esteja sincronizada; • Proporcionar uma distribuição uniforme de luz de mais de 60 lux, evitando que haja áreas escuras e sombrias junto às paredes, cantos e áreas próximas dos lados e na frente dos “slats”; • Proporcionar o espaço de comedouro apropriado para as fêmeas; • Seguir o programa de iluminação recomendado e certificar-se de que o estímulo luminoso esteja sincronizado com o peso corporal; • Se forem utilizados sistemas automáticos, as cintas coletoras de ovos devem girar várias vezes ao dia; • Abrir os ninhos no momento que antecede a chegada do primeiro ovo e não muito tempo antes; • Percorrer o aviário o mais freqüentemente possível (pelo menos 6 a 12 vezes por dia), recolhendo os ovos de piso. Isso evitará que se torne um hábito botar ovos no piso; • Ajustar as alturas de comedouros e bebedouros adequadamente para que eles não sirvam de obstáculo para o acesso aos ninhos; • Controlar as proporções iniciais entre machos e fêmeas e evitar o excesso de acasalamento; • Nos ninhos manuais, colocar no princípio 20% deles ao nível do piso. Daí em diante, eleválos gradualmente (durante um período de 3 a 4 semanas) à sua altura normal; • Dispor de um ninho manual para cada 3,5-4,0 aves; • Dispor de um metro linear para cada 40 aves nos ninhos mecânicos de tipo comunitário; • Certificar-se que as condições ambientais sejam as mais adequadas e evitar correntes de ar nas zonas de ninhos; • Fixar o horário de alimentação de maneira que não coincida com o momento de pico da atividade de postura. O momento da alimentação deve ocorrer nos primeiros 30 minutos ao acender as luzes ou entre 5 e 6 horas depois das luzes serem acesas, para evitar que as aves se alimentem quando possivelmente estariam botando o maior número de ovos. PONTO CHAVE: • Para evitar os ovos de piso, deve-se prestar muita atenção aos detalhes. 58 2013 Objetivo Promover e sustentar o rendimento produtivo das fêmeas durante todo o ciclo de postura. Princípios Sección Seção 2 2 Manejo da Fêmea Desde 5% de Produção até o Pico de Produção Sección 2 Manejo Até o Início da Produção (Desde as 15 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Semanas de Idade Até o Pico De Produção) O percentual de produção de ovos incubáveis é influenciado pelo tamanho inicial do ovo, a qualidade do ovo e o nível de produção no pico. Pode-se conseguir um peso corporal adequado durante o início da postura, fornecendo às fêmeas os níveis de alimento que atendam à sua maior demanda de produção de ovos e de crescimento. Considerações sobre o Manejo Para informação sobre as recomendações de equipamentos, densidade populacional e espaços de comedouro e bebedouro, consultar os Quadros 10 e 11 (de 15 semanas ao estímulo luminoso). O peso corporal das fêmeas deve continuar aumentando durante o início da postura, para maximizar a produção de ovos e a incubabilidade. As aves devem ser alimentadas com o objetivo de atender à maior demanda de produção de ovos e de crescimento, mas não devem consumir alimento em excesso. As fêmeas que recebem mais alimento do que precisam para a produção de ovos desenvolverão uma estrutura de ovário anormal e ganharão peso excessivo, o que resultará em ovos de baixa qualidade, baixa incubabilidade, maior risco de peritonite e prolapso. A diferença na quantidade de fornecimento de alimento entre o primeiro ovo e o pico de produção (ver o documento Objetivos de Desempenho – Matrizes Ross para mais detalhes) permite estabelecer um perfil de alimentação. As quantidades de alimento fornecidas durante o pico devem, então, ajustar-se a cada lote individual, dependendo dos seguintes fatores: • Produção diária por ave; • Peso diário do ovo e sua tendência à mudança; • Peso corporal e sua tendência de aumento; • Tempo de consumo do alimento; • Densidade de energia nutricional; • Temperatura ambiental operacional; • Grau de “fleshing” e gordura. Para que exista uma resposta no manejo das aves que chegam à etapa de produção, é preciso uma observação freqüente e medição dos parâmetros de produção listados anteriormente. Esses parâmetros não devem ser usados isoladamente, mas em combinação, para determinar se a quantidade de alimento para um lote individual é adequada. Devem ser levados em conta os dados, tanto absolutos como tendências. Por exemplo, se ocorre uma mudança inesperada ou um desvio em relação à curva do objetivo de produção diária por ave, do peso do ovo, do peso corporal ou do tempo de consumo do alimento, a quantidade deve ser revista. No entanto, para que possa tomar decisões bem fundamentadas sobre a quantidade de alimento, a pessoa encarregada do manejo deverá conhecer também o teor energético nutricional e a temperatura ambiental. A freqüência com que se devem acompanhar cada um desses parâmetros é apresentada no Quadro 12. É fundamental o monitoramento do peso corporal, da produção diária de ovos e do peso diário do ovo, quando se determinam as quantidades de alimento. 2013 59 Manejo Até o Início da Produção (Desde as 15 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Semanas de Idade Até o Pico De Produção) Tabela 12: Freqüência da observação dos parâmetros de produção importantes. Parâmetro Frequência Produção de ovos Diariamente Aumento da produção de ovo Diariamente Peso do ovo Diariamente Peso corporal Diariamente Ganho de peso corporal Diariamente Tempo de consumo do alimento Diariamente Temperatura do aviário (mínima e máxima) Diariamente Condição física e “fleshing” Semanalmente (e durante as vistorias) Os incrementos na quantidade de alimento devem ser proporcionais às taxas reais de produção. Portanto, os lotes de alta produção podem precisar de alimento adicional, e justificam os incrementos de alimento para mais do que as quantidades máximas recomendadas. Da mesma forma, se o peso do ovo e/ou o peso corporal são considerados muito abaixo do objetivo, então devem ser adiantados os incrementos na quantidade. Para evitar ganho de peso excessivo, devem ser dados incrementos de alimento pequenos, porém freqüentes até os níveis de pico de alimentação. As necessidades de manejo de cada lote variam segundo sua condição física, seu desempenho reprodutivo, o ambiente, equipamentos e instalações. O exemplo no Quadro 13 mostra como se pode projetar um programa de alimentação para um lote em particular, tendo em conta seu histórico, o tipo de aviário, a composição do alimento e as limitações de manejo. O exemplo ilustra os incrementos de alimento desde 5% de produção, apropriados para lotes com CV% menor que 10. Se o CV% de um lote é maior do que 10, o primeiro incremento na quantidade de ração deve ser atrasado até que se alcance 10% de produção. Tabela 13: Exemplo de Programa de Alimentação à Medida que as Fêmeas Evoluem em Produção Detalhes do lote: fêmeas Ross 308 bem recriado, com boa uniformidade e fechado em aviários com temperatura ambiental de 20ºC. Fêmeas que recebem 121 gramas de ração, capaz de fornecer-lhes 347 kcal EM/dia (isto é: 2800 kcal / kg) antes de 5% de produção. O pessoal da granja é capaz de responder às mudanças de produção, ajustando os níveis de alimento antecipando pequenos, mas freqüentes aumentos de ração. ROSS 308 % GD Aumento de Ração Quantidade de Ração (g/ave/dia) Consumo Diário de Energia (kcal/ave/dia) Antes da Produção Alimento por Peso 124,0* 347* 5 2,0 126,0 352 10 2,0 128,0 358 15 2,0 130,0 364 20 2,5 132,5 371 25 2,5 135,0 378 30 2,5 137,5 385 35 2,5 140,0 393 40 3,0 143,0 401 45 3,0 146,0 410 50 3,0 149,0 418 55 3,0 152,0 427 60 4,0 156,0 438 65 5,0 161,0 453 70-75 5,0 167,0 467 * Os lotes podem consumir 115-135 gramas antes de 5% de produção ave/dia. Os programas de alimentação devem ser ajustados de acordo com essas quantidades. 60 2013 Sección Seção 2 2 • O primeiro aumento de ração deve ocorrer com 5% de produção; • A quantidade de ração até o pico variará, dependendo de fatores como produção de ovos, peso do ovo, peso corporal, condição física, uniformidade, tempo de consumo de alimento e da temperatura ambiental; • Lotes uniformes entram em produção rapidamente e as quantidades de ração devem ser ajustadas a esse ritmo; • Os lotes com picos de produção acima dos padrões exigirão um aumento de ração acima daquele dado com 70-75% produção ave/dia; • Se for usado um nível de energia diferente daquele apresentado no exemplo, o consumo de ração deve se ajustar proporcionalmente, para que as aves atinjam o mesmo consumo energético. Sección 2 Manejo Até o Início da Produção (Desde as 15 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Semanas de Idade Até o Pico De Produção) Nota: Aumentos insuficientes ou excessivos do tamanho do ovo ou do peso corporal das fêmeas indicam que o consumo de nutrientes é incorreto. Se não corrigidas, essas falhas causarão perdas no desempenho reprodutivo. PONTOS CHAVE: • Monitorar e atingir os objetivos de peso corporal e ganho de peso; • Monitorar a produção diária de ovos e o peso diário do ovo; • Acompanhar a produção de ovos desde 5% de produção ave/dia, dando os incrementos programados da quantidade de alimento; • Seguir os programas de iluminação recomendados; • Definir o programa de incrementos na quantidade de ração com base na quantidade de alimento antes da produção, no nível energético nutricional, na temperatura ambiental e na produtividade esperada do lote; • Utilizar incrementos pequenos, porém freqüentes. Mudanças no Tempo de Consumo do Alimento O tempo de consumo do alimento é uma ferramenta prática de monitoramento para assegurar que o lote esteja obtendo a quantidade adequada de energia. O tempo de consumo significa o tempo que o lote leva para consumir sua quantidade diária de alimento (desde o momento que o comedouro começa a funcionar até que só reste pó nele). Quando a quantidade de alimento fornecida é excessiva, as aves levam mais tempo para consumi-la e, ao contrário, se não há alimento suficiente as aves consomem o alimento mais depressa do que se espera. Muitos fatores afetam o tempo de consumo, inclusive a idade, a temperatura, a quantidade de alimento e suas características físicas, a densidade nutricional e a qualidade dos ingredientes. Portanto, as tendências (as mudanças) no tempo de consumo são tão importantes como o tempo, em termos absolutos, que se leva para consumir todo o alimento. As tendências dos tempos de consumo devem ser monitoradas e registradas e, se houver modificação nelas, as causas devem ser investigadas (por exemplo, os níveis de energia não são os esperados, a qualidade do alimento é deficiente, problemas sanitários, volumes errados de alimentação, etc.). No pico de produção, o tempo de consumo normalmente está na faixa de duas a quatro horas, no máximo, com 19-21ºC dependendo da forma física do alimento (Quadro 14). Quadro 14: Guia de tempos de consumo no pico da produção. Tempo de consumo no pico de produção (horas) Textura do alimento 3-4 Ração farelada 2-3 Ração triturada 1-2 Ração peletizada PONTO CHAVE • Monitorar os tempos de consumo e suas tendências e responder a todas as mudanças observadas neste aspecto. Peso do Ovo e Controle da Quantidade de Alimento As tendências de peso diário do ovo constituem um indicador sensível de quão adequada é a ingestão total de nutrientes (o consumo deficiente de nutrientes levará à queda do peso do ovo, ao passo que o consumo excessivo de nutrientes causará aumento do peso do ovo). A ingestão de alimento deve ser ajustada com base nos desvios do perfil previsto de peso diário do ovo. 2013 61 Manejo Até o Início da Produção (Desde as 15 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Semanas de Idade Até o Pico De Produção) O peso diário do ovo deve ser registrado desde 10% de produção diária por ave. Deve ser pesada uma amostra de 120-150 ovos juntos (Figura 58). Essa amostra deve ser colhida dos ovos coletados diretamente dos ninhos no momento da segunda coleta, para evitar a utilização de ovos postos no dia anterior. Devem ser rejeitados os ovos com duas gemas, os pequenos e os anormais (por exemplo, os que têm casca mole). Figura 58: Pesagem de uma amostra de ovos juntos. A média de peso diário do ovo se obtém dividindo o peso conjunto (o peso dos ovos menos o peso da bandeja ou bandejas) pelo número de ovos que estão sendo pesados. O peso diário do ovo deve ser colocado posteriormente em um gráfico, para comparação com o objetivo (é importante que a escala do gráfico seja suficientemente grande para que a variação diária fique claramente visível). Se os lotes estão recebendo a quantidade certa de alimento, o peso do ovo normalmente seguirá o objetivo. Porém, é normal que a média de peso do ovo oscile diariamente devido à variação nas amostras e às influências ambientais (Figura 59). Figura 59: Exemplo das oscilações normais do peso diário dos ovos pesados em conjunto. Objetivo de peso do ovo Peso do Ovo Peso diário do ovo 180 185 190 195 Idade (dias) 200 205 210 Se o lote não estiver recebendo alimento suficiente, o tamanho do ovo não aumentará durante um período de 3 a 4 dias e o peso do ovo se desviará do objetivo (Figura 60). Se ainda não tiver chegado o pico de alimentação, deve ser adiantado o próximo incremento planejado, para corrigir a situação. Se já tiver chegado o pico de alimentação, então será preciso um incremento adicional à quantidade pico de alimento fornecido (3 a 5 g por ave). 62 2013 Figura 60: Exemplo de redução da média diária de peso do ovo durante um período de 3 a 4 dias, devido à ingestão deficiente de alimento. Sección 2 Manejo Até o Início da Produção (Desde as 15 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Semanas de Idade Até o Pico De Produção) Objetivo de peso do ovo Peso do Ovo Seção 2 Peso diário do ovo É preciso aumentar a ração 180 185 190 195 Idade (dias) 200 205 210 PONTOS CHAVE: • Pesar em conjunto amostras de ovos e registrar a média diária de peso desde 10% de produção diária por ave; • Pesar ovos da segunda coleta, para evitar usar ovos do dia anterior; • Monitorar as tendências de peso diário do ovo, colocando-as em gráfico para comparação com o objetivo; • Responder em tempo hábil às reduções da tendência de peso diário do ovo, mediante aumento da quantidade de alimento. Manejo do Macho depois do Estímulo Luminoso até o Pico de Produção Objetivo Otimizar a fertilidade e assegurar a persistência da fertilidade do lote. Princípios As fêmeas exigem um número correto de machos que estejam em condição física ótima. Considerações sobre a Alimentação O controle do peso corporal do macho durante o período compreendido entre o estímulo luminoso e o pico de produção pode ser difícil, já que os machos vão sendo excluídos, aos poucos, dos comedouros das fêmeas. A condição física, o peso corporal médio e os ganhos de peso corporal devem ser monitorados, talvez duas vezes por semana durante este período, para assegurar que os machos conservem sua condição física ótima e que seu peso corporal se mantenha no objetivo (para mais detalhes, ver o documento Objetivos de Desempenho – Matrizes Ross). Só se pode evitar que os machos comecem a superar ou a ficar abaixo do peso objetivo quando os sistemas de alimentação separados por sexo são bem controlados ou recebem boa manutenção. 2013 63 Manejo Até o Início da Produção (Desde as 15 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Semanas de Idade Até o Pico De Produção) Normalmente, os machos são excluídos dos comedouros das fêmeas mais ou menos a partir de 22 semanas de idade, mas pode acontecer de alguns machos continuarem a ter acesso a esses comedouros até aproximadamente 26 semanas. Durante esse período, é essencial que o pessoal faça vistorias freqüentes no momento da alimentação, para observar o comportamento alimentar. A falha em detectar o momento em que os machos são excluídos dos comedouros das fêmeas é uma causa comum de queda de peso corporal no período que antecede o pico de produção e tem graves implicações para a fertilidade precoce e tardia. O fato de os machos estarem roubando o alimento das fêmeas, particularmente quando o lote se encontra entre 50% de produção diária por ave e o pico de produção, pode levar os machos ao sobrepeso e às fêmeas a um peso reduzido, com a conseqüente redução significativa dos níveis no pico de produção de ovos. O monitoramento de alguns fatores relativos às fêmeas, tais como o peso diário do ovo e o peso corporal podem ajudar a verificar se está havendo esse problema. Caso os machos estejam tirando o alimento das fêmeas, haverá uma queda das tendências de média do peso diário do ovo e do peso corporal das fêmeas e, em conseqüência, cairá a produção de ovos. Sub-alimentação A sub-alimentação dos machos pode ocorrer durante as etapas iniciais de produção após o acasalamento de machos e fêmeas. Isso ocorre, pois o comportamento de acasalamento nesta etapa é muito ativo e o macho ainda não alcançou a total maturidade física ou fisiológica, portanto as necessidades nutricionais são elevadas. Os machos subalimentados se apresentarão tristes e apáticos, menos ativos e cantando com menos frequência. Se estes sintomas são ignorados e a condição segue inalterada, a crista e a barbela se tornarão flácidas, haverá uma perda de peso e condição corporal, uma redução na pigmentação da cara e da cloaca, e eventualmente ocorrerá uma perda irrecuperável das penas. Caso se observe qualquer combinação destes sintomas, deve-se revisar imediatamente o tempo de consumo do alimento, o espaço de comedouro por ave e os sistemas de alimentação separados por sexo. Em seguida deve-se verificar a precisão dos dados de ganho de peso e se deverá pesar novamente uma amostra de machos (10% da população). Caso se verifique que os pesos corporais não são os adequados, deve-se aumentar a quantidade de alimento entre 3 e 5 g por ave por dia imediatamente. Uma reação rápida é fundamental nestes casos. Super alimentação O consumo exagerado de alimento por parte dos machos pode ser devido à oferta excessiva de alimento (o peso do alimento está errado), variação entre os consumos dos machos ou à alimentação dos comedouros das fêmeas (não foram tomadas as medidas adequadas para garantir a exclusão dos machos). Um controle deficiente do peso poderá resultar em uma subpopulação de machos com desenvolvimento de peito excessivo. As fêmeas começarão a evitar o acasalamento com os machos se um percentual considerável deles tiver sobrepeso. Além disso, os machos com mais deposição muscular (“fleshing”) terão reduzida sua capacidade de acasalamento completo e bem sucedido. Os machos com sobrepeso que estejam perdendo seu condicionamento físico serão os primeiros a sofrer de regressão testicular e haverá neles reduções correlatas da atividade de acasalamento e da fertilidade. Os machos com sobrepeso excessivo (10% ou mais que o objetivo de peso) devem ser avaliados cuidadosamente e retirados do lote se não estiverem acasalando (ver a seção Avaliação da Condição Física da Ave). PONTOS CHAVE: • Monitorar semanalmente a condição física e o peso corporal do macho; • Conduzir os machos ao objetivo de peso corporal e atingir os objetivos semanais de ganho de peso; • Utilizar sistemas de alimentação separados por sexo com o equipamento adequado e com boa manutenção; • Observar rotineiramente o comportamento alimentar das aves; • Qualquer deficiência ou redução do peso corporal do macho tem graves implicações, em termos de fertilidade; • Avaliar a necessidade de retirada dos machos com sobrepeso (os que pesam 10% ou mais que o objetivo). 64 2013 Manejo Até o Início da Produção (Desde as 15 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Semanas de Idade Até o Pico De Produção) Sección Seção 2 2 Para conservar a fertilidade durante toda a postura, cada lote requer um número ótimo de machos sexualmente ativos. À medida que o lote envelhece e a produção de ovos diminui, menos machos são necessários para manter a fertilidade (Quadro 15) e, por isso, os machos que estejam abaixo do padrão e tem baixo desempenho podem ser retirados gradualmente do lote à medida que este envelhece. As proporções de acasalamento mostradas a seguir são apenas orientação, devendo ser ajustadas de acordo com as circunstâncias locais e as condições do lote. Nos aviários de postura abertos, podem ser necessárias proporções maiores do que as indicadas no quadro, já que a atividade de acasalamento pode ser mais baixa, devido às altas temperaturas ambientais. Sección 2 Proporção de Acasalamento Tabela 15: Guia de proporções de acasalamento comuns à medida que o lote envelhece. Idade Número de machos de boa qualidade para cada 100 fêmeas Dias Semanas 154 - 168 22 - 24 9,50 - 10,00 168 - 210 24 - 30 9,00 - 10,00 210 - 245 30 - 35 8,50 - 9,75 245 - 280 35 - 40 8,00 - 9,50 280 - 350 40 - 50 7,50 - 9,25 350 – final do lote 50 – final do lote 7,00 - 9,00 A proporção de acasalamento deve ser revista semanalmente. Com base em uma avaliação da condição física e do peso corporal, qualquer macho considerado como de mau desempenho deve ser retirado do lote de acordo com as recomendações para atingir as proporções de acasalamento sugeridas. Os machos mantidos para o acasalamento deverão ter as seguintes características (para mais informações, ver a seção Avaliação da Condição Física da Ave): • Peso corporal uniforme; • Livres de anormalidades físicas (alertas e ativos); • Patas e dedos retos e fortes; • Boa plumagem; • Boa postura vertical; • Bom tônus muscular e boa condição física; • Boa atividade de acasalamento, evidenciada pela crista, pela barbela e pela cloaca. A retirada dos machos que não tenham um bom desempenho deve ser um processo contínuo. Retirar do lote uma grande quantidade de machos de uma só vez causará “stress” desnecessário nas aves. Acasalamento Excessivo Um excedente de machos leva ao acasalamento excessivo, ao acasalamento interrompido e a um comportamento anormal. Os lotes que apresentam acasalamento excessivo terão também reduções da fertilidade, da eclosão e da quantidade de ovos. Nas etapas iniciais, depois de juntar machos e fêmeas, é bastante normal encontrar deslocamento e desgaste de penas na parte posterior da cabeça e na parte dorsal, na base da cauda das fêmeas. Quando essa situação evolui até chegar à queda das penas, é um sintoma de que o acasalamento é excessivo. Se não for reduzida a proporção de acasalamento, a situação ficará pior, provocando a perda de penas no dorso e arranhões na pele. Isso pode levar à perda de bem-estar animal, à piora da condição física da fêmea e à queda da produção de ovos. Também pode haver excesso de feridas e dano às penas nos machos como resultado de brigas. Quando há excesso de acasalamento, as fêmeas podem até passar a se "esconder" dos machos debaixo dos equipamentos ou dos ninhos, ou a recusar-se a sair da área de “slats”. 2013 65 Manejo Até o Início da Produção (Desde as 15 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Semanas de Idade Até o Pico De Produção) O excedente de machos deve ser retirado rapidamente do lote para evitar uma perda considerável na persistência da fertilidade do macho. Os sintomas de acasalamento excessivo geralmente se tornam mais óbvios por volta dos 182-189 dias de idade (26-27 semanas), sendo mais aparentes até os 210 dias de idade (30 semanas), mas é preciso verificar diariamente se há excesso de acasalamento, a partir dos 175 dias de idade (25 semanas). Quando o acasalamento é excessivo, deve ser feita uma retirada adicional de machos do lote, retirando-se 1 macho para cada 200 fêmeas, retomando, depois, o padrão de redução planejado (1 macho para 200 fêmeas a cada 5 semanas - ver Quadro 15). PONTOS CHAVE: • À medida que o lote envelhece, menos machos são necessários para conservar a fertilidade do lote; • Os machos que estejam abaixo do padrão ou que não tenham bom desempenho devem ser retirados continuamente do lote, à medida que este envelhece; • Rever semanalmente as proporções de acasalamento; • Avaliar as fêmeas a partir de 25 semanas de idade, para ver se há sintomas de acasalamento excessivo; • Quando houver acasalamento excessivo, o excedente de machos deve ser retirado o mais depressa possível, os machos devem ser avaliados e retirados os que não têm bom desempenho. 66 2013 Seção 3 - Manejo na Etapa de Produção (Desde o Pico de Produção Até o Abate) Sección 2 Manejo na Etapa de Produção MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: (Desde o Pico de Produção Até o Abate) Objetivo Maximizar o número de ovos férteis incubáveis produzidos pela fêmea, assegurando a permanência da produção depois do pico. Seção 3 Manejo da Fêmea Depois do Pico de Produção Até o Final do Lote Princípios Para manter o rendimento produtivo depois do pico de produção, as fêmeas têm que mostrar um aumento de peso corporal próximo do objetivo recomendado. Se não se controla o peso corporal e, portanto, o acúmulo de gordura, na etapa posterior ao pico de produção, podese reduzir significativamente a permanência da postura, a qualidade da casca e a fertilidade da fêmea – e pode-se observar um aumento do tamanho do ovo a partir das 40 semanas de idade. Considerações sobre o Manejo Depois do Pico de Produção Depois do pico de produção, as fêmeas têm que mostrar um aumento de peso corporal próximo do objetivo recomendado. Se o aumento de peso não for adequado, a produção total de ovos será reduzida. Não obstante, se o aumento de peso ocorrer depressa demais, será reduzida a fertilidade e a permanência de produção posterior ao pico. Um pouco depois do pico de produção haverá a máxima exigência de nutrientes para a produção de ovos. Isso se deve ao fato que a massa do ovo continua aumentando depois de uma redução na taxa de postura. O pico de produção de ovos é atingido normalmente em torno dos 217 dias de idade (31 semanas) e se pode definir como não incremento na produção diária por ave durante um período de 5 dias. Um pouco depois disso, aproximadamente aos 224-231 dias de idade (32-33 semanas), ocorre o pico de massa de ovo. peso médio do ovo (g) x produção de ovo (% galinha-semana) Massa do ovo = 100 O crescimento deve continuar desde o momento de pico de produção, a uma taxa semanal menor (para mais informações, ver o documento Objetivos de Desempenho – Matrizes Ross). Depois de ocorridos o pico de alimentação e o pico de produção de ovos, as quantidades de alimento devem ser reduzidas, para se chegar ao objetivo de peso corporal recomendado e limitar a taxa de acumulação de gordura à medida que a produção diminui. A redução de alimento depois do pico deve começar quando a produção diária por fêmea não tiver aumentado durante um período de 5 a 7 dias - e quando se puder assegurar uma boa permanência mediante o controle de ganho de peso corporal, 15-20 gr/fêmea/semana, para manejar os ganhos de peso de ovo e, portanto, a massa do ovo. 2013 67 Manejo na Etapa de Produção MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: (Desde o Pico de Produção Até o Abate) Figura 61: A relação entre crescimento, peso corporal, produção de ovos, peso do ovo, massa do ovo e idade. Peso Corporal Produção (%) Pico de produção de ovos (%) Pico de massa do ovo PROD UÇÃO MA SSA DO DE O VOS OV O Idade ao primeiro ovo Aumento do depósito de gordura Crescimento 28 70 105 161 217 224 Idade (dias) Procedimentos São muitos os fatores envolvidos na determinação do momento exato da redução inicial de alimento depois do pico de produção. O momento e a quantidade da redução da ração podem ser afetados pelo seguinte: • O peso corporal e a alteração do peso corporal desde o início da produção; • A produção diária de ovos e a tendência de produção diária por fêmea; • O peso diário do ovo e a tendência de peso do ovo; • Tendência de massa do ovo; • Estado de saúde do lote e condição da plumagem; • Temperatura do ambiente; • Níveis de proteína e energia do alimento; • Textura do alimento; • Quantidade de alimento consumido no pico (ingestão de energia); • Histórico do lote (desempenho na recria e na etapa anterior ao pico); • Mudanças no tempo de consumo do alimento; • Empenamento. 68 2013 Devido às variações entre lotes no tocante às características listadas anteriormente, o programa de redução da ração variará de um lote para outro. Para que o administrador da granja possa monitorar e estabelecer um programa apropriado de redução da ração, é fundamental medir, registrar e colocar em um gráfico as seguintes características: • Mudança de peso corporal e peso corporal diário (ou semanal) em relação ao objetivo (ver o documento Objetivos de Desempenho – Matrizes Ross para mais detalhes sobre objetivos de peso corporal). É fundamental um monitoramento preciso do peso corporal durante o período posterior ao pico (ver a seção Controle do Crescimento da Matriz de Corte); • Mudança do peso do ovo e peso diário do ovo em relação ao objetivo (pode-se obter no documento Objetivos de Desempenho – Matrizes Ross); • Mudança diária do tempo de consumo do alimento. O tempo de consumo do alimento é o lapso de tempo entre o momento de funcionamento do comedouro e o consumo completo do alimento; no pico, este tempo é normalmente de 3-4 horas, no caso de ração farelada, 2-3 horas se for ração triturada e 1-2 horas caso a ração seja peletizada. Se o tempo de consumo for maior ou menor do que o indicado, isso pode significar que os níveis de alimento estão muito elevados ou muito baixos, respectivamente. Adicionalmente, o administrador da granja deve manipular e examinar as aves rotineiramente para ter certeza de que elas estão em boas condições físicas (para mais informações, ver a seção Avaliação da Condição Física da Ave). Seção 3 Manejo na Etapa de Produção MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: (Desde o Pico de Produção Até o Abate) Guia Geral para as Reduções da Ração Depois do Pico de Produção, com Base nas Características dos Objetivos de Desempenho O quadro abaixo apresenta uma orientação geral para as reduções da ração depois do pico, quando se trata de condições moderadas em clima temperado, nas quais os níveis de rendimento atingiram os objetivos ou estão muito próximos deles. Todavia, o programa real de redução da ração deve basear-se no monitoramento cuidadoso e exato do peso corporal diário, do peso diário do ovo e do tempo de consumo do alimento. Idade Pico* em 35 semanas Permanecer nos níveis do pico de alimentação. 36-50 Reduções graduais até 444 kcal ME/ave/dia, 155 g/ave/dia mínimo. >50 semanas Reduções graduais até 421 kcal ME/ave/dia, 147 g/ave/dia mínimo. *Calcula-se que o pico ocorra mais ou menos por volta de 31 semanas de idade. 2013 69 Manejo na Etapa de Produção MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: (Desde o Pico de Produção Até o Abate) Haverá situações em que a produção do lote será sensivelmente diferente dos objetivos de desempenho publicados – e o programa de redução da ração deverá ser ajustado condizentemente para se ter em conta as referidas situações. A seguir apresentamos exemplos de duas situações específicas de campo que ilustram as estratégias sugeridas de redução da ração quando a produção difere dos objetivos publicados. Lotes com produção superior aos objetivos recomendados Aos lotes com produção superior aos objetivos publicados, pode ser fornecido menos alimento e, portanto, menos nutrientes - e tanto o peso corporal como o peso do ovo podem começar a cair em comparação com o incremento no ganho esperado (ver o exemplo na Figura 62). As reduções excessivas de alimento depois do pico podem ter um impacto negativo na produção e deixar as aves suscetíveis a perda de plumagem e desenvolvimento de choco. Quando os lotes apresentam rendimentos superiores ao objetivo, as reduções da ração depois do pico devem ser menores ou mais graduais, sendo necessário talvez manter o pico de alimentação por mais tempo, retardar o início da redução da ração e reduzir alimento em geral, desde as 35 semanas até o final do lote. Objetivo de peso corporal Peso corporal Objetivo de peso do ovo Peso do ovo Objetivo semanal/fêmea (%) Semanal/fêmea (%) Produção semanal por fêmea e peso do ovo Peso Corporal Figura 62: Ilustração dos efeitos da sub-alimentação em um lote cujo desempenho é superior ao objetivo de produção semanal por fêmea. 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53 55 57 59 61 63 Idade (semanas) Devem ser monitorados cuidadosamente o peso diário do ovo, o peso corporal, a produção e o tempo de consumo do alimento. Particularmente, o registro e o monitoramento do peso corporal e do peso do ovo indicarão se está sendo feita corretamente a redução da ração. Em condições normais, uma diminuição do peso do ovo e, depois, do peso corporal, são os primeiros sintomas de que a alimentação não é adequada, seguidos de uma queda na produção. A Figura 62 mostra um lote cujo desempenho é superior ao objetivo, para o qual as informações foram compiladas e postas em gráfico, semanalmente. Embora as tendências gerais do rendimento possam ser monitoradas deste modo, o registro semanal não permite detectar em tempo hábil problemas de peso corporal e de peso do ovo que afetem potencialmente o rendimento. Se a nutrição não for adequada, em pouco tempo serão notadas mudanças pequenas, porém importantes. Recomenda-se medir, registrar e monitorar separadamente o peso diário do ovo e o peso corporal, de maneira que qualquer diminuição do peso possa ser detectada e resolvida rapidamente (Figuras 63 e 64). 70 2013 Manejo na Etapa de Produção MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: (Desde o Pico de Produção Até o Abate) Figura 63: Exemplo de um lote cujo desempenho é superior ao objetivo semanal por fêmea e no qual o peso do ovo está caindo para um valor inferior ao objetivo esperado, de maneira consistente e contínua, durante um período de pelo menos 4 dias. 63 , 0 2.22 Objetivo de peso do ovo 61,0 2.15 60,0 Seção 3 2.19 Peso do Ovo (onças) Peso do Ovo (g) Peso diário do ovo 62,0 2.10 Lote com bom desempenho, onde foi retirado o alimento depressa demais, como mostra a queda de peso diário do ovo durante o período de 4 dias. É preciso voltar a fornecer alimento aos 260 dias. 59,0 245 250 255 Idade (dias) 260 2.08 265 Figura 64: Exemplo de um lote cujo desempenho é superior ao objetivo semanal por fêmea e no qual o peso corporal está caindo para um valor inferior ao objetivo esperado, de maneira contínua e consistente. 3700 8.157 Peso corporal diário 8.047 3600 7.936 3550 7.826 Peso Corporal (libras) Peso Corporal (g) Objetivo de peso corporal 3650 Lote do qual foi retirado o alimento depressa demais. É preciso voltar a fornecer alimento aos 260 dias. 3500 7.716 245 2013 250 255 Idade (dias) 260 265 71 Manejo na Etapa de Produção MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: (Desde o Pico de Produção Até o Abate) Lotes com desempenho inferior aos objetivos recomendados Nos lotes que apresentam desempenho inferior aos objetivos publicados, pode-se realizar uma maior redução na quantidade de ração. Os níveis excessivos de alimento fazem com que esses lotes tenham sobrepeso e deficiência na persistência, bem como um aumento no peso do ovo (Figura 65). O peso diário do ovo, o peso corporal, a produção e o tempo de consumo do alimento devem ser monitorados cuidadosamente para determinar se a redução na ração está sendo feita corretamente. Nos lotes cujo desempenho é inferior ao objetivo recomendado, a redução geral da ração desde o pico até o final do lote pode ser maior, em comparação com os lotes de maior desempenho. As reduções iniciais na ração depois do pico podem estar na faixa de 2-4 g ou 8-1 1 kcal por semana. Peso Corporal Produção semanal por fêmea e peso do ovo Figura 65: Ilustração de um lote cujo desempenho é inferior ao objetivo de produção semanal por fêmea. Objetivo de peso corporal Peso corporal Objetivo de peso do ovo Peso do ovo Objetivo semanal/fêmea (%) Semanal/fêmea (%) 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53 55 57 59 61 63 Idade (semanas) A detecção precoce de problemas potenciais no desempenho requer medição e monitoramento, em separado, dos pesos diários dos ovos e dos pesos corporais. As Figuras 66 e 67 ilustram de que maneira a avaliação cuidadosa realizada diariamente (em vez de semanalmente, como se vê na Figura 65) mostra onde ocorreu um aumento maior que o esperado no peso do ovo e, depois, no peso corporal, quando as reduções na ração depois do pico foram leves demais. Figura 66: Exemplo de um lote cujo desempenho é inferior ao objetivo semanal por fêmea, e no qual o incremento do peso diário do ovo aumenta mais do que o esperado, constante e consistentemente, durante um período de pelo menos 4 dias. Peso do Ovo (g) 65,0 2.33 Lote com bom desempenho no qual o peso do ovo é superior ao padrão e a retirada do alimento foi feita muito lentamente, como mostra o aumento do peso do ovo durante um período de 4 dias. É preciso retirar mais alimento aos 262 dias. 2.29 64,0 2.26 63,0 2.22 62,0 2.19 61,0 Peso do Ovo (onças) 66,0 2.15 Objetivo de peso do ovo Peso diário do ovo 60,0 245 2.10 250 255 260 265 Idade (dias) 72 2013 Manejo na Etapa de Produção MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: (Desde o Pico de Produção Até o Abate) Sección 5 Figura 67: Exemplo de um lote cujo desempenho é inferior ao objetivo semanal por fêmea e no qual o incremento de peso diário corporal cresce mais do que o esperado, de forma constante e consistentemente. 3700 8.157 Peso corporal diário 3600 7.936 3550 7.826 Seção 3 8.047 Peso Corporal (libras) Peso Corporal (g) Objetivo de peso corporal 3650 Lote com bom desempenho no qual a retirada de alimento foi feita muito lentamente É preciso retirar mais alimento aos 262 dias. 3500 7.716 245 250 255 Idade (dias) 260 265 Controle de Redução da Ração Em todo lote (com produção alta, média ou baixa), depois de reduzir a ração deve-se monitorar cuidadosamente a reação a essa redução. Se os valores de produção, o peso do ovo e o peso corporal diminuem mais do que o esperado, deve-se voltar à quantidade de alimento do nível anterior e tentar reduzir a ração novamente entre 5 e 7 dias depois (Figuras 68 e 69). Figura 68: Exemplo de reavaliação da retirada de alimento quando o peso diário do ovo diminui de maneira consistente e contínua, mais do que o esperado - e os níveis de alimentação devem ser novamente incrementados. 63,0 2.22 Objetivo de peso do ovo Peso diário do ovo 2.19 Reaplicação da redução da ração já que o peso do ovo segue a tendência esperada. 61,0 2.15 Ajuste da ração ao nível anterior, devido à queda do peso do ovo Redução da ração 60,0 Peso do Ovo (onças) Peso do Ovo (g) 62,0 2.10 59,0 2.08 245 250 255 260 265 270 275 Idade (dias) 2013 73 Manejo na Etapa de Produção MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: (Desde o Pico de Produção Até o Abate) Figura 69: Exemplo de reavaliação da retirada de alimento quando o peso corporal diário diminui de maneira consistente e contínua, mais do que o esperado - e os níveis de alimentação devem ser novamente incrementados. 8.157 3700 Objetivo de peso corporal Peso corporal diário Peso Corporal (g) Redução da ração. 7.936 3600 Peso Corporal (libras) 8.047 3650 7.826 3550 Reajuste da ração ao nível anterior, devido à queda do peso corporal. Reaplicação da redução da ração já que o peso corporal segue a tendência esperada. 7.716 3500 245 250 255 260 Idade (dias) 265 270 275 Se o peso do ovo ou corporal aumenta mais do que o esperado e se observa queda na persistência, deverá ser antecipada a seguinte redução de alimento (Figuras 70 e 71). Figura 70: Exemplo de reavaliação da retirada de alimento quando o peso diário do ovo aumenta de maneira consistente e contínua, mais do que o esperado - e os níveis de alimentação devem ser reduzidos novamente. 63,0 2.22 Objetivo de peso do ovo Peso diário do ovo 2.19 Antecipação da próxima redução da ração, devido ao aumento do peso do ovo. 61,0 2.15 Redução da ração. 60,0 Peso do Ovo (onças) Peso do Ovo (g) 62,0 2.10 59,0 2.08 245 250 255 260 265 270 275 Idade (dias) 74 2013 Manejo na Etapa de Produção MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: (Desde o Pico de Produção Até o Abate) Figura 71: Exemplo de reavaliação da retirada de alimento quando o peso corporal diário aumenta de maneira consistente e contínua em mais do que o esperado - e os níveis de alimentação devem ser reduzidos novamente. 3700 8.157 Objetivo de peso corporal Peso corporal diário 7.936 3600 3550 7.826 Antecipação da próxima redução da ração, devido ao aumento do peso corporal. Seção 3 Peso Corporal (g) Redução da ração. Peso Corporal (libras) 8.047 3650 7.716 3500 245 250 255 260 265 270 275 Idade (dias) Redução da Ração e Temperatura Ambiental Se o pico do lote se dá quando o clima é quente, a ração deve ser reduzida mais cedo e mais rapidamente do que quando o clima é mais temperado. Contudo, à medida que caem as temperaturas do ambiente, os níveis de alimento devem ser revistos e ajustados condizentemente, para garantir que se preencham as exigências energéticas das aves. Deve-se monitorar o tempo de consumo, de modo a poder controlar qualquer variação observada. PONTOS CHAVE: • O monitoramento e o controle do peso corporal e do peso do ovo são grandes prioridades no período posterior ao pico de produção; • Deve ser seguido um programa de redução da ração que permita às aves ganhar peso a uma taxa entre 15 e 20 gramas por semana. Isso ajudará a atingir os perfis de produção de ovos, peso corporal e peso do ovo; • Não controlar o peso corporal desde o pico de produção causará reduções na persistência da produção e afetará o tamanho do ovo; • Monitorar e registrar o peso do ovo e o peso corporal diário e tomar decisões semanais sobre alimentação, baseando-se nestas tendências diárias em relação aos objetivos. Guiando-se pelas tendências, fazer mudanças mais cedo nas quantidades de alimento; • Os lotes que têm níveis de produção de ovos superiores aos objetivos podem exigir mais alimento. As reduções da ração deverão ser feitas em menor volume e de maneira mais gradual; • Se um lote tem um pico de produção deficiente, a retirada do alimento deve ser feita mais rapidamente, para evitar que as aves engordem. 2013 75 Manejo na Etapa de Produção MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: (Desde o Pico de Produção Até o Abate) Manejo do Macho Depois do Pico de Produção Até o Final do lote Objetivo Manter a permanência da fertilidade. Princípios Manter a condição e a alimentação do macho, bem como dar um manejo adequado às quantidades de machos na etapa de postura são elementos fundamentais para conservar a fertilidade do macho depois do pico de produção. Procedimentos Os princípios e procedimentos de manejo dos machos durante o período posterior ao pico de produção são similares aos utilizados no período anterior ao pico. A maneira mais eficaz de controlar o peso e a condição física consiste em ajustar a quantidade de alimento para conseguir um incremento gradual do peso, mas constante, à medida que o macho envelhece – conservando, portanto, a permanência da fertilidade. As proporções de acasalamento também têm que ser otimizadas e controladas. Para garantir que essas condições sejam estabelecidas, os machos devem ser pesados freqüentemente (pelo menos uma vez por semana). Enquanto cada macho está sendo pesado, deve-se fazer uma avaliação para determinar se ele está mantendo a condição física, o “fleshing” e a cor da cloaca ideal. Manter estas características promove a atividade de acasalamento durante toda a vida do lote. É importante que a amostra pesada e avaliada tenha o tamanho adequado. Uma amostra muito pequena (menos de 10% da população) pode fornecer informações imprecisas ao administrador da granja (para mais informações, ver a seção Controle do Crescimento da Matriz de Corte). As mudanças nas quantidades de alimento dos machos devem ser feitas com base na amostra avaliada, utilizando dados sobre o peso corporal e outras informações relativas à criação (por exemplo, a condição física e o “fleshing”). Depois das 28 semanas de idade, o ganho semanal de peso corporal do macho deve ser de aproximadamente 30g por semana. Quando os machos estão no objetivo de peso corporal e supondo-se que o sistema de alimentação separado por sexo esteja funcionando corretamente, a ração energética no período posterior ao pico de produção é normalmente de 375 a 425 kcal por ave/dia, dependendo da densidade energética do alimento, da temperatura e da idade da ave (para mais informações, ver o documento Objetivos de Desempenho – Matrizes Ross). As quantidades de alimento para os machos devem continuar sendo incrementadas durante a vida do lote e nunca devem ser reduzidas. A partir das 30 semanas de idade, aproximadamente, os machos, em geral, necessitam de um pequeno incremento de alimento a cada duas semanas, aproximadamente, para conseguir o aumento médio de peso corporal desejado, de 30g. Deve ser seguido um programa planejado de redução da proporção de acasalamento, a fim de manter a permanência da fertilidade (ver a seção Manejo Até o Início da Produção). A proporção ótima de acasalamento deve ser mantida mediante a retirada de machos, de acordo com suas condições físicas (ver a seção Avaliação da Condição Física da Ave). Os lotes que sofrem de problemas de pododermatite se acasalam menos e têm menor fertilidade. O estado da cama e a construção de “slats” têm um efeito primordial na saúde plantar dos machos e, por conseguinte, em sua capacidade de se acasalar. Se a cama ficar úmida e compacta ou se seu volume não for apropriado, deve-se colocar mais material de cama para dar aos machos (e às fêmeas) uma área confortável para andar e se acasalar. PONTOS CHAVE: • Nunca se deve reduzir a quantidade de alimento do macho; • Assegurar que seja feita a pesagem de uma amostra de tamanho suficiente; • Os incrementos de alimento devem ser feitos levando-se em conta o peso corporal, o “fleshing” e a condição física da ave, para assim manter o crescimento e a permanência da fertilidade; • Manter quantidades adequadas de cama seca para promover a boa saúde plantar; • Seguir um programa planejado de redução de alimento do macho. 76 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Controle do Crescimento da Matriz de Corte Seção 4 - Controle do Crescimento da Matriz de Corte Controle do Crescimento da Matriz de Corte Objetivo Controlar o desenvolvimento da ave mediante cálculo preciso do peso corporal médio e da uniformidade (CV%) de cada população de aves. Princípios Métodos para Medir o Peso Corporal O crescimento e o desenvolvimento do lote são avaliados mediante pesagem de amostras representativas de aves e comparação dos pesos obtidos com os objetivos de peso corporal por idade. Seção 4 É importante pesar as aves pelo menos uma vez por semana, utilizando um procedimento padronizado, preciso e passível de repetição. Os objetivos de peso corporal por idade e a uniformidade do lote podem ser controlados mediante controle da quantidade de alimento e da distribuição deste, de tal maneira que se maximize o desempenho produtivo. Todos os sistemas de medição têm de ser calibrados e devem ser usados pesos padrão para conferir a precisão do funcionamento das balanças. A calibragem deve ser feita no começo e no fim de cada pesagem de amostras. Existem dois sistemas principais de medição de peso: o manual e o eletrônico. Qualquer tipo de balança pode ser utilizado com sucesso, mas deve-se utilizar sempre a mesma balança para obter medições confiáveis de um lote individual. Independentemente do sistema de medição usado, a pessoa encarregada das aves deve ter uma atitude calma durante o trabalho e ser capacitada, tendo em mente o bem-estar das aves durante todo o tempo. Balanças manuais Há vários tipos de balanças manuais (um exemplo é fornecido na Figura 72). Elas podem ser utilizadas para pesar aves com uma precisão de ± 20 g e têm capacidade de até 5 kg. As balanças convencionais (mecânicas ou de ponteiro giratório) exigem que os registros de dados e os cálculos sejam feitos manualmente. Figura 72: Balança manual suspensa para pesar aves. 2013 77 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Controle do Crescimento da Matriz de Corte Balanças eletrônicas Existem balanças eletrônicas (Figura 73) que registram os pesos individuais das aves, arredondando os números para gramas mais próximas. Estas balanças podem calcular e imprimir as estatísticas da população de aves automaticamente (Figura 74): • Número total de aves pesadas; • Peso médio das aves; • Desvio ou escala; • CV%. Figura 73: Exemplos de balanças eletrônicas para calcular pesos individuais de aves até os 7 dias de idade (lado esquerdo); balanças eletrônicas para calcular pesos individuais de aves depois dos 7 dias de idade (centro); balanças de plataforma (lado direito), nas quais as aves mesmas se pesam individualmente. Figura 74: Exemplo de um impresso de informações produzido por uma balança automática. DADO D OS MÉTR T IC COS OS ATU UAIS NÚME M RO DE A ES TOT AV O AL L: 79 DESV D S IO I : CV%: Limites 0 320 à 0, 0,340 à 0 36 0, 60 à 0,380 à 0,400 à 0,420 à 0, ,44 440 0 à 0 460 à 0, 0,480 à 0,50 0, 50 00 à 0 520 à 0, 0,54 54 40 à 0,580 0 à 78 0,048 10,2 da escala 0, ,33 39 0,35 35 59 0 3 0, 37 79 0, ,39 99 0,41 19 0,439 0,45 59 0,479 9 0,49 0, 49 99 0,51 519 0,53 39 0 55 0, 59 0,59 99 Total 1 1 2 2 4 7 12 1 15 14 4 10 6 3 2 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Controle do Crescimento da Matriz de Corte Procedimentos para Pesagem de Amostras As aves devem ser pesadas semanalmente desde o alojamento (dia 0). Com idades de 0, 7 e 14 dias podem ser pesadas amostras conjuntamente. A partir dos 14 dias de idade devem ser verificados os pesos das aves individualmente. No dia do alojamento (dia 0), deve ser pesada uma amostragem significativa das caixas de pintinhos. O número de pintinhos vivos em cada caixa e o peso da caixa devem ser conhecidos, para que o peso médio do pintinho possa ser calculado com precisão. Além disso, recomenda-se pesar individualmente os pintinhos de uma amostragem significativa das caixas do alojamento, a fim de avaliar a qualidade dos pintinhos e ajudar a determinar os procedimentos iniciais de manejo. A partir do dia 7, para cada população deve-se pesar uma amostra mínima de 2% da população, ou 50 aves, o que for maior. Aos 7 e aos 14 dias de idade, devem ser pesados grupos de 10 a 20 aves, grupo por grupo, até que toda a amostra tenha sido pesada (2% ou 50 aves). Deve-se começar a registrar os pesos corporais individuais das aves tão logo seja possível, geralmente entre os 14 e os 21 dias de idade (entre 2 e 3 semanas). Para cada população deve-se capturar - em uma estrutura própria para este fim - uma amostra mínima de 2% da população, ou 50 aves, o que for maior, e fazer a pesagem individualmente. Devem ser pesadas todas as aves capturadas para a amostra, para evitar a medição seletiva. Na recria, se a população individual for de mais de 1.000 aves, devem ser colhidas duas amostras de diferentes locais do box ou do aviário. Na postura, as aves devem ser apanhadas em no mínimo três locais diferentes do box ou aviário. Desta forma, as amostras serão as mais representativas possíveis e os cálculos de peso corporal serão mais precisos. Seção 4 A pesagem em conjunto oferece a possibilidade de calcular o peso médio da ave. Comparar o peso médio com o objetivo de peso facilita a tomada de decisões sobre alimentação. Entretanto, para calcular a uniformidade (CV%), é necessário pesar as aves individualmente. As aves capturadas como amostra para a pesagem devem ser escolhidas de maneira que estejam até o centro do box e longe das portas ou dos lados deste. A pesagem deve ser feita no mesmo dia de cada semana e na mesma hora do dia. Procedimentos para a Pesagem com Balança Manual Quando se utilizam balanças manuais, os pesos individuais devem ser registrados em um Quadro de Registro de Peso (Figuras 75 e 76), à medida que vão sendo pesadas as aves. 2013 79 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Controle do Crescimento da Matriz de Corte Figura 75: Quadro de registro manual de peso corporal de um lote de matrizes Ross. Tabela de Registro de Peso Corporal GRANJA LINHAGEM AVIÁRIO BOX SEXO 2 AVES PESADAS PESO CORPORAL 229 PESO GRAMAS IDADE Fêmeas OBJETIVO DE PESO 465 g DATA 28 15 março COEFICIENTE DE VARIAÇÃO (%) 450 g 13,7 NÚMERO DE AVES 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480 500 520 540 560 580 600 620 640 660 680 700 720 740 760 780 800 820 840 860 880 CV% = Métrico 464 240 Peso médio das populações Escala de peso corporal CV% = Detalhes do lote; Idade Peso médio Total de aves pesadas 80 240x100 464x5.03 10.3 28 464 212 Escala de pesos x 100 Média de pesos Valor F A escala se define como a diferença de peso entre as aves mais pesadas e as mais leves. O valor apropriado de F depende do tamanho da amostra. Ver exemplos a seguir: Tamanho da amostra 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 Valor de F 3.08 3.54 3.73 3.94 4.09 4.20 4.30 4.40 4.50 4.57 Tamanho da amostra 60 65 70 75 80 85 90 95 100 105 Valor de F 4.64 4.70 4.76 4.81 4.87 4.90 4.94 4.98 5.02 5.03 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Controle do Crescimento da Matriz de Corte Figura 76: Quadro de registro manual de peso corporal de um lote de matrizes Ross. Tabela de Registro de Peso Corporal GRANJA LINHAGEM AVIÁRIO BOX SEXO 2 AVES PESADAS PESO CORPORAL 229 PESO GRAMAS IDADE Fêmeas OBJETIVO DE PESO 465 g DATA 28 15 março COEFICIENTE DE VARIAÇÃO (%) 450 g 13,7 NÚMERO DE AVES 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 100 120 140 160 Seção 4 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480 500 520 540 560 580 600 620 640 660 680 700 720 740 760 780 800 820 840 860 880 CV% = Métrico 464 240 Peso médio das populações Escala de peso corporal CV% = Detalhes do lote; Idade Peso médio Total de aves pesadas 2013 240x100 464x5.03 10.3 28 464 212 Escala de pesos x 100 Média de pesos Valor F A escala se define como a diferença de peso entre as aves mais pesadas e as mais leves. O valor apropriado de F depende do tamanho da amostra. Ver exemplos a seguir: Tamanho da amostra 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 Valor de F 3.08 3.54 3.73 3.94 4.09 4.20 4.30 4.40 4.50 4.57 Tamanho da amostra 60 65 70 75 80 85 90 95 100 105 Valor de F 4.64 4.70 4.76 4.81 4.87 4.90 4.94 4.98 5.02 5.03 81 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Controle do Crescimento da Matriz de Corte Depois de pesar as aves, devem ser calculados os seguintes parâmetros do lote: • Peso médio; • Escala de peso (peso corporal maior - peso corporal menor); • Coeficiente de Variação (CV%). O peso corporal médio e o CV% devem ser incluídos em um gráfico de peso corporal para a idade e comparados com o objetivo. A Figura 77 mostra um exemplo do gráfico em questão. A variação dos pesos corporais e uniformidade ajudarão a determinar as quantidades futuras de alimento. Figura 77: Exemplo de gráfico do CV% e dos pesos corporais semanais de um box, comparados com os pesos standard. Neste exemplo, o peso corporal está no objetivo e o CV% é bom; os aumentos na quantidade de alimento devem ser feitos segundo as recomendações. Matriz Ross 308 – Programa de Recria 0 - 24 Semanas Fêmeas / Aviário 2 / Box 3 3000 25 22.5 2500 20 17.5 15 1500 12.5 CV% Peso Corporal (g) 2000 10 1000 7.5 Peso Corporal Objetivo da Fêmea 5 500 2.5 0 7 14 21 28 35 42 49 56 63 70 77 84 91 98 105 112 119 126 133 140 147 154 161 168 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 0 Peso Corporal Fêmea %CV Fêmea 24 Procedimentos para a Pesagem com Balança Eletrônica Se forem utilizadas balanças eletrônicas, as estatísticas da população (peso médio, faixa de peso e CV%) são calculadas automaticamente e registradas em um papel impresso (Figura 74). Da mesma maneira que ocorre com as balanças manuais, os dados de peso corporal médio e CV% devem ser postos em um gráfico de peso corporal para a idade e comparados com os objetivos. Estabelecer a variação relativamente ao objetivo ajudará a determinar as quantidades futuras de alimento. Considerações Sobre a Pesagem de Amostras de Machos É importante manter o peso e a condição física do macho depois do acasalamento, embora possa ser mais difícil monitorar com precisão seu peso corporal. Os pesos das aves podem sofrer variações com o passar do tempo, devido à dificuldade de colher amostras representativas de machos. Por este motivo, é fundamental que, durante o período de postura, se pese uma amostra de bom tamanho colhida de diferentes zonas do aviário (o tamanho da amostra de machos deve ser incrementado até no mínimo 10% da população desde o acasalamento). Para quem utiliza balança automática (de plataforma), de qualquer modo deve-se registrar manualmente os pesos dos machos, utilizando uma balança manual ou eletrônica. O objetivo deste procedimento é verificar a precisão do sistema automático. Para estes sistemas, os tamanhos das amostras de machos tendem a ser pouco representativas porque, à medida que os machos vão crescendo, também tendem a não saltar para as plataformas. A pesagem manual (que deve ser feita semanalmente, desde o início da postura, como parte da rotina de manejo) também oferece a oportunidade de avaliar a condição física dos machos. 82 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Controle do Crescimento da Matriz de Corte Considerações Sobre a Pesagem de Amostras de Fêmeas Quando se utilizam balanças automáticas (de plataforma) e os pesos das fêmeas mostram que há um desvio ou variação inesperada em relação ao objetivo estabelecido, deve ser feita outra pesagem de uma amostra de aves, manualmente. Se confirmada a variação, as balanças automáticas devem ser calibradas novamente, para verificar se estão funcionando corretamente. A pesagem adicional manual de fêmeas só é necessária em situações específicas como estas - e não rotineiramente, como no caso dos machos. Dados Incongruentes Sobre os Pesos PONTOS CHAVE: • O crescimento e desenvolvimento do lote são avaliados e controlados mediante a pesagem de amostras representativas de aves e comparação destas com os objetivos de peso para a idade; • A pesagem de amostras deve ter início com um dia de idade e continuar, pelo menos, uma vez por semana; • Devem ser registrados os pesos individuais das aves à partir de 14 dias de idade, para calcular o CV%; • Deve-se pesar no mínimo 50 aves ou 2% da população de fêmeas (10% da população de machos), mas todas as aves capturadas na amostra devem ser pesadas; • Pesar as aves à mesma hora cada semana, utilizando as mesmas balanças; • A precisão das balanças deve ser verificada freqüentemente; • Registrar e colocar em um gráfico de peso corporal para a idade, o peso corporal médio e o CV% obtidos na pesagem; • Se a pesagem de uma amostra produz dados inconsistentes em relação às pesagens anteriores ou aos incrementos de peso esperados, deve-se pesar uma segunda amostra imediatamente. 2013 Seção 4 Se a pesagem de uma amostra gera dados que são incongruentes em relação às pesagens anteriores ou aos incrementos esperados, deve-se pesar uma segunda amostra de aves imediatamente, a título de verificação, antes de se tomar decisões sobre as quantidades de alimento. Isso permitirá identificar problemas potenciais (por exemplo, um procedimento de amostragem incorreto, erros na dosagem de alimento, falhas nos bebedouros, doenças), os quais devem ser corrigidos. 83 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Controle do Crescimento da Matriz de Corte Notas 84 2013 Seção 5 - Avaliação da Condição Física da Ave Avaliação da Condição Física da Ave Sección 1 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Avaliação da Condição Física da Ave Objetivo Garantir a permanência da fertilidade e a produção de ovos atingindo a condição física ótima de machos e fêmeas. Princípios A avaliação física freqüente das aves fornece informações adicionais que servem de guia para realizar os ajustes necessários nas práticas de manejo, a fim de assegurar a permanência do desempenho produtivo. A avaliação física das aves de um lote envolve o monitoramento de muitos fatores, incluindo o peso corporal, a condição física (deposição muscular e formato do peito) e o tamanho do esqueleto, a fim de obter uma visão geral da condição, da saúde e do potencial reprodutivo da ave. Devem ser feitas avaliações da condição da ave (por exemplo, peito, pernas e patas) pelo menos uma vez por semana, desde o alojamento até o final do lote. Estas avaliações devem fazer parte dos procedimentos de manejo do lote - e servirão de ajuda para desenvolver técnicas de manejo de aves junto aos colaboradores da granja. A partir dessas avaliações freqüentes será possível aprender a reconhecer como as aves devem se apresentar visualmente e à palpação nas varias fases de vida de um lote. Isso servirá de apoio a decisões de manejo e ajudará a identificar e resolver problemas. Há dois momentos ideais para avaliar o lote: quando são pesadas as aves e quando se percorre o aviário. Seção 5 Avaliação da Condição da Ave É importante que o lote se mantenha em condições ótimas durante toda sua vida. No entanto, é preciso reconhecer que o ótimo pode variar levemente em diferentes momentos do ciclo de produção, dependendo, por exemplo, de o lote estar ou não chegando à maturidade sexual, estar no pico de produção ou em um ponto de estabilidade na postura. Qualquer que seja o momento, uma condição de insuficiência (ave fraca ou com deficiência de carne) ou de excesso (carne ou gordura demais) terá impacto negativo sobre o desempenho do lote e, portanto, deverá ser evitada. É preciso atenção especial para a condição da ave nos seguintes casos: • Às fêmeas - no período próximo do início da produção de ovos (19-24 semanas de idade); • Aos machos - durante todo o período de postura, quando se está seguindo um plano de retirada de machos. A pesagem oferece a oportunidade ideal para avaliar a condição física da ave. Como regra geral, deve-se colher uma amostra de no mínimo 50 aves ou 2% da população (o que for maior), no caso das fêmeas; e de no mínimo 10% da população no caso dos machos (para mais informações, ver a seção Controle do Crescimento da Matriz de Corte). A condição física de todas as aves da amostra para pesagem deve ser avaliada e registrada rotineiramente. Adicionalmente, é uma boa prática de manejo vistoriar o lote pelo menos uma vez por semana, recolhendo uma seleção de aves individuais para avaliar sua condição física. A título de orientação, devem ser selecionadas aleatoriamente entre 20 a 30 fêmeas e 15 machos, cuja condição física será avaliada. PONTOS CHAVE: • Devem ser feitas avaliações físicas freqüentes durante toda a vida do lote; • Utilizar uma combinação de avaliações físicas proporcionará uma melhor indicação da condição da ave e de sua aptidão para determinado fim e, portanto, facilitará a tomada de decisões de manejo (quantidade de alimento e implementação de planos de redução do número de machos); • Deve ser avaliada uma amostra representativa da população pelo menos uma vez por semana durante a pesagem, para determinar a condição geral do lote, mas também devem ser avaliadas as aves individualmente. É uma boa prática capturar e realizar uma avaliação física de aves individuais, enquanto se percorre o aviário. 2013 85 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Avaliação da Condição Física da Ave Avaliação da Condição do Macho Os machos que estejam em boa condição física terão boa fertilidade. Fazer avaliações físicas da condição do macho como parte da rotina de manejo durante a vida do lote ajudará a garantir que seja atingida a fertilidade ótima. Todo pessoal que cuida das aves deve ter o devido cuidado e precaução e necessitam treinamento adequado e constante. Recria Durante a etapa de recria, é importante que as aves alcancem o objetivo de peso corporal e que o lote seja uniforme em seu desenvolvimento. O tamanho do esqueleto e o comprimento das patas podem ser medidas úteis para comparar visualmente o desenvolvimento do macho e servem como ferramentas de apoio para o manejo. Até os 63 dias de idade (9 semanas) há uma relação direta entre o peso corporal, o tamanho do esqueleto e o comprimento das patas (Figura 78). Em geral, as aves que durante a recria atingem o objetivo de peso corporal recomendado também conseguem um bom desenvolvimento uniforme da pata e do esqueleto. Observar as aves enquanto se alimentam nos comedouros de calha com corrente e/ou nos bebedouros pendulares ou de nipple, bem como observar a variação no comprimento das patas, é uma oportunidade para analisar se há algum grau de variabilidade dentro de uma população (o que sugere pouca uniformidade). Se houver essa variabilidade, as causas precisam ser investigadas (por exemplo, má distribuição do alimento, espaço de comedouro inadequado, problemas de saúde). Figura 78: Comprimento das patas em machos. O macho do lado esquerdo tem um desenvolvimento mais deficiente das patas, tanto em comprimento como em diâmetro. As aves que seguem o perfil recomendado de peso corporal durante a recria normalmente também conseguem uma condição física aceitável. No entanto, o monitoramento freqüente e rotineiro de “fleshing” no macho, acompanhado da medição de seu peso corporal, pode proporcionar um indicador mais preciso da condição geral da ave, ajudando assim a estabelecer estratégias de alimentação e manejo mais apropriadas. Para tanto, os machos devem ser manipulados freqüentemente (pelo menos uma vez por semana durante a pesagem) desde o alojamento, com especial atenção entre as 15 semanas de idade e o início da produção, em preparação para a maturidade sexual. Também é importante ter presente o estado de alerta, a atividade e a saúde em geral. 86 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Avaliação da Condição Física da Ave Postura Avaliação física da condição da ave para retirar machos como parte do plano de redução A fim de manter a permanência da fertilidade, deve-se adotar um programa planejado de redução da proporção de acasalamento (Quadro 16). A proporção ótima de acasalamento se mantém retirando do lote os machos que tenham condição física deficiente e não estejam com bom desempenho. Quadro 16: Guia de proporções de acasalamento típicas à medida que o lote envelhece. Dias Semanas Número de Machos de Boa Qualidade / 100 Fêmeas 154 - 168 22 - 24 9,50 - 10,00 168 - 210 24 - 30 9,00 - 10,00 210 - 245 30 - 35 8,50 - 9,75 245 - 280 35 - 40 8,00 - 9,50 280 - 350 45 - 50 7,50 - 9,25 350 - final do lote 50 - final do lote 7,00 - 9,00 A avaliação física da condição do macho tem que ser completa e deve incluir: • Estado de alerta e atividade; • Condição física (“fleshing”) - formato e suavidade ou dureza do tônus muscular do peito; • Pernas e patas - as pernas devem ser retas, assim como os dedos, e sem feridas na planta dos pés; • Cabeça - os machos devem ter cor vermelha intensa e uniforme em torno da crista, da barbela e na área dos olhos. O bico deve ser uniforme; • Plumagem - um macho de boa qualidade deve mostrar perda parcial de plumagem, especialmente em torno dos ombros e coxas; • Cloaca - deve mostrar algum desgaste de penas, ser grande e úmida, com boa coloração vermelha; • Peso corporal – segundo o padrão. Seção 5 A avaliação da condição do macho para o manejo das proporções de acasalamento deve ser feita rotineiramente durante a pesagem, mas também pode ser feita em machos individuais, enquanto se percorre o aviário. Estado de alerta e atividade O lote deve ser observado durante o dia para monitoramento da atividade e de acasalamento, alimentação, zonas de descanso, distribuição durante o dia e distribuição imediatamente depois que se apagam as luzes. Os machos devem estar alertas, ativos e distribuídos de maneira uniforme na área de cama durante a maior parte do fotoperíodo (Figura 79). Não devem se juntar nos “slats” nem ficar se escondendo debaixo dos equipamentos. Devem ser retirados do lote os machos considerados não alertas e ativos. Caso seja notado que a atividade de acasalamento do lote é mais leve do que o esperado, deve-se investigar a causa (por exemplo, condição deficiente do macho, falta de sincronização de maturidade sexual entre machos e fêmeas, distribuição inadequada do alimento e quantidade do alimento do macho). 2013 87 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Avaliação da Condição Física da Ave Figura 79: Boa distribuição de machos alertas de um lote. Monitoramento da condição física (“fleshing” ou conformação do peito) do macho O “fleshing” ou conformação do peito é um bom indicador da condição da ave - e é particularmente útil no manejo dos machos. As aves com excesso ou falta de “fleshing” têm mais probabilidade de apresentar problemas de acasalamento e fertilidade, em algum momento. Tradicionalmente, o peso corporal tem sido a principal variável quanto às decisões de manejo em matrizes, mas considerar o peso corporal por si só pode levar a conclusões inexatas. Por exemplo, é possível ter duas aves da mesma idade e com o mesmo peso corporal, mas aparência e condição físicas diferentes (uma pode ter um esqueleto menor ou maior e ser mais gorda ou mais fraca - Figura 80); essas aves teriam de ter manejos diferentes, especificamente quanto a níveis de alimento e tempo de consumo, para chegar a bons níveis de fertilidade. Figura 80: Exemplo de dois machos adultos do mesmo peso e idade, mas com condição corpórea distinta. A ave do lado esquerdo é mais baixa e mais gorda, e a ave do lado direito é mais alta e mais fraca, embora o peso corporal de ambas seja igual. É importante observar e conhecer a condição do macho durante toda sua vida. Atingir a condição ótima, mantê-la e garantir que não se deteriore em nenhuma etapa é fundamental para o desempenho do macho. Contudo, recomenda-se prestar atenção especial ao seguinte: • O início da atividade e física de acasalamento, para assegurar a maximização da produtividade e da fertilidade do lote; • A etapa posterior ao pico de produção, para otimizar a fertilidade do lote no decorrer de toda a sua vida. 88 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Avaliação da Condição Física da Ave Sistema de pontuação da condição física A condição física (“fleshing”) deve ser avaliada em uma escala de 1 a 3. A pontuação 1 indica “fleshing” insuficiente; a pontuação 2 indica “fleshing” ideal; e a pontuação 3 indica “fleshing” excessivo. As diferenças entre as três pontuações são ilustradas na Figura 82. As imagens mostradas na Figura 82 foram feitas usando um aparelho de Tomografia Computadorizada (TC), que permite ver as aves "por detrás das penas" (Figura 81). Figura 82: Imagens obtidas com um aparelho de TC, as quais ilustram o sistema de pontuação da condição do peito para avaliar a condição da ave. Essas imagens correspondem a machos de 40 semanas de idade. As três imagens da parte superior mostram a ave completa (as linhas Scoreem 1 que foram Score 3 transversal). As três ponteadas mostram a posição feitas 2as imagensScore de corte imagens da parte inferior mostram um corte transversal do peito: Score 1 1 Pontuação Score 2 2 Pontuação Score 3 3 Pontuação Breast Muscle Keel Bone Seção 5 Figura 81: Aparelho de TC utilizado para obter as imagens que ilustram o sistema de pontuação para avaliar a condição física (“fleshing”) da ave. Breast Peito Muscle Keel Bone Esterno Score 1 Score 1 Score 2 Score 2 Score 3 Score 3 Keel Bone Breast Muscle Breast Muscle Keel Bone Abdominal Cavity Keel Bone Esterno Breast Peito Muscle Breast Muscle Muscle Abdominal Cavity Cavidade Keel Bone Abdominal Fat Bone Músculo Muscle Gordura Fat Keel Bone OssoMuscle Bone Breast Formato do peito Esterno Peito 2013 Formato em V Proeminente e fácil de palpar. Pouco peito (volume e profundidade). Seu formato é côncavo (em vez de convexo). Tônus muscular deficiente. Abdominal Cavity Formato em U estreito Formato em U largo Menos proeminente e perceptível ao tato. Não se detecta facilmente e, muitas vezes, está fundido (pode-se notar uma depressão). Peito de boa cobertura. Seu formato é convexo e arredondado. Tônus muscular firme. Keel Bone Muscle Breast Muscle Fat Abdominal Cavity Bone Muscle Fat Bone Peito com excesso de cobertura e muito volume e profundidade. Tônus muscular firme. 89 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Avaliação da Condição Física da Ave Procedimento para avaliar a condição física (“fleshing” ou condição do peito) O “fleshing” ou condição do peito deve ser avaliado pelo menos uma vez por semana durante a pesagem. Todas as aves da amostra que está sendo pesada devem ser avaliadas. Para avaliar o “fleshing” deve-se passar a mão ao longo do peito (sobre o esterno), para sentir o formato, o volume e o tônus muscular do peito (Figura 83). A cada ave deve ser atribuída uma pontuação de 1, 2, ou 3 indicando a quantidade e condição do peito. Devem ser registradas as pontuações e feita uma média do lote toda semana. Também deve ser monitorada a tendência da condição da ave com o passar do tempo. Figura 83: Avaliação da condição do macho. Pegando a ave pelas duas patas, passa-se a mão sobre o esterno e se avalia seu relevo, bem como a quantidade, formato e firmeza do peito em qualquer lado do esterno. O macho na foto tem 26 semanas de idade e seu esterno deve ser fácil de sentir, mas não proeminente. O peito deve ser firme e arredondado ao tato, preenchendo o espaço em qualquer lado do esterno (pontuação: 2). Para determinar os ajustes apropriados no manejo das aves, devem ser consideradas as pontuações dadas à condição física, acompanhadas do peso corporal e da uniformidade. O Quadro 17 apresenta alguns exemplos de como podem ser usadas desta forma as avaliações de condição física. 90 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Avaliação da Condição Física da Ave Quadro 17: Exemplos de como utilizar a condição do macho junto com o peso corporal para determinar as estratégias apropriadas de manejo do lote. Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3 Amostra 4 40 semanas 40 semanas 40 semanas 40 semanas Padrão Padrão 200 g abaixo do objetivo 200 g acima do objetivo Pontuação Pontuação Pontuação média da média da média da condição condição condição física na física na física na semana 38* semana 39* semana 40* 2,0 2,0 1,9 2,0 2,0 1,9 1,8 2,2 Estratégia de manejo 2,2 O peso corporal está no objetivo, a condição física é boa. Dar o incremento de quantidade de alimento recomendado. 1,8 O peso corporal está no objetivo, mas a pontuação da condição é deficiente. Considerar o fornecimento de um incremento adicional da ração acima do recomendado e investigar a causa da condição decadente. 1,4 O peso corporal está abaixo do objetivo, a pontuação dada à condição é baixa (aves fracas). Verificar se a pontuação está correta. Se confirmada, fornecer um incremento adicional de ração. Verificar o volume do alimento, a uniformidade da distribuição do alimento e a eficácia do sistema de alimentação separada por sexos. 2,5 O peso corporal está acima do objetivo, a pontuação dada à condição é alta (aves gordas). Verificar se a distribuição do alimento e os sistemas de alimentação estão funcionando de maneira ótima. Fornecer alimento para manter o peso corporal aumentado. Seção 5 Idade do lote Peso corporal médio * A pontuação média da condição física corresponde a uma amostra de machos colhida para pesagem. A pontuação dada na avaliação da condição física será ligeiramente diferente de uma para outra ave individualmente. O ideal é que a condição física seja avaliada pela mesma pessoa a cada semana. Adicionalmente, enquanto a pontuação média dada à condição física dos machos de um lote é 2, a pontuação ótima para lotes individuais pode variar ligeiramente em torno do ideal. PONTOS CHAVE: • A condição física (“fleshing”) deve ser avaliada pelo menos uma vez por semana durante a pesagem; • Todas as aves pesadas devem ser avaliadas - e a elas atribuída uma pontuação de 1, 2 ou 3 (em que 1 indica “fleshing” insuficiente, 2 indica “fleshing” ideal, e 3, excesso de “fleshing”); • As pontuações dadas à condição física devem ser registradas, calculando-se a média do lote. Também deve ser monitorada a tendência ao longo do tempo; • Utilizar a condição física junto com o peso corporal e a uniformidade, para determinar as estratégias apropriadas de manejo e alimentação. 2013 91 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Avaliação da Condição Física da Ave Pernas e patas Para manter níveis elevados de fertilidade em um lote, os machos têm que ter boas pernas e patas (Figura 84). As pernas devem ser retas e os dedos não devem ser retorcidos. As plantas dos pés devem estar limpas e livres de danos físicos. As esfoladuras e fissuras nas patas podem ocasionar infecções e desconforto que reduzirão o bem-estar animal e a atividade de acasalamento. Os machos com pernas e patas em condições deficientes devem ser retirados do lote. Figura 84: Macho com patas saudáveis. Cabeça Os machos em boas condições e com bom desempenho têm cor vermelha intensa e uniforme em torno da crista, da barbela e na área dos olhos (Figura 85). Em condições normais, a cabeça de um macho saudável e em boas condições adquire uma cor vermelha desde a cara até a área ao redor do olho. Ao contrário, a cara de um macho em condições mais deficientes começa a perder a coloração da cabeça iniciando pela área ao redor dos olhos. Os machos com cara de cor pálida podem apresentar baixa atividade de acasalamento, motivo pelo qual se deve considerar retirá-los do lote. Figura 85: Um macho saudável e ativo com cara e crista vermelhas (lado esquerdo) - e um macho em condições inferiores, mostrando palidez em torno dos olhos (lado direito). 92 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Avaliação da Condição Física da Ave Plumagem Durante a produção, um macho de boa qualidade e com bom desempenho apresenta uma perda parcial de plumagem, principalmente em torno da inserção das asas no dorso, nas coxas, no peito e na cauda (Figura 86). Os machos bem emplumados geralmente têm baixa atividade de acasalamento, motivo pelo qual se deve cogitar retirá-los do lote. Condição da cloaca Durante a pesagem semanal, deve-se avaliar a condição da cloaca do macho. A avaliação da intensidade da cor vermelha e da umidade da cloaca (Figura 87) é uma ferramenta útil de manejo para estimar a condição do macho e sua atividade de acasalamento no lote. Os machos saudáveis, bem condicionados e com taxas ótimas de desempenho apresentam uma cor vermelha intensa na cloaca. A cloaca deve estar úmida e deve ter perdido um pouco da plumagem na área. Os machos que estão em condições deficientes e com pouca atividade de acasalamento apresentam uma cor pálida na cloaca; a cloaca é pequena, seca e com plumagem de boa cor. Procura-se manter uma cor de cloaca intensa e uniforme no lote. Seção 5 Figura 86: Um macho ativo mostrando um pouco de desgaste de plumagem (lado esquerdo) e um macho inativo que não mostra desgaste de plumagem (lado direito). Figura 87: Variação na coloração da cloaca, utilizada para indicar o nível de atividade e de acasalamento do lote. A cloaca do lado esquerdo é de um macho com bom desempenho e tem uma cor vermelha intensa, está úmida e mostra um pouco de desgaste de plumagem. A cloaca do lado direito tem uma cor pálida, é pequena, está seca e não mostra desgaste de plumagem. PONTOS CHAVE: • Durante a postura, deve-se seguir um plano de retirada de machos para manter a fertilidade ótima do lote; • A decisão sobre quais machos devem ser retirados baseia-se em uma avaliação geral da condição física da ave; • Os atributos a serem avaliados incluem: - Peso corporal; - Condição física; - Pernas e patas; - Cor da cara; - Condição da cloaca; - Estado de alerta e atividade. 2013 93 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Avaliação da Condição Física da Ave Avaliação da Condição da Fêmea A pesagem semanal de uma amostra de fêmeas também proporciona uma oportunidade ideal para avaliar sua condição física. Da mesma forma como ocorre com os machos, trata-se de uma boa prática de manejo pegar e avaliar algumas fêmeas individuais enquanto se percorre o aviário. Todas as pessoas que cuidam das aves devem ter o devido cuidado e atenção e tem de ter treinamento adequado. Recria Durante a recria, a avaliação da condição física da ave se baseia primordialmente no monitoramento do peso corporal, do tamanho do esqueleto e do comprimento das patas. Entretanto, também é importante ter em conta o grau de “fleshing”, saúde em geral, estado de alerta e atividade. Atingir um desenvolvimento e um crescimento uniformes das fêmeas durante a recria é fundamental para seu posterior desempenho na postura. As variações de tamanho do esqueleto na população de fêmeas podem indicar que há pouca uniformidade no lote (deve-se calcular o CV% do peso corporal para confirmar isso). Quando a uniformidade do lote é deficiente, devem ser identificadas as causas (por exemplo, má distribuição do alimento, espaço de comedouro inadequado, doenças). Postura Durante a postura, as principais variáveis consideradas para a tomada de decisões sobre controle da alimentação das fêmeas são o peso corporal, a produção de ovos e o peso do ovo. O monitoramento freqüente da separação dos ossos pélvicos, do “fleshing” e do depósito de gordura abdominal pode trazer informações úteis de apoio para o manejo. Separação dos ossos pélvicos A medição do espaço entre os ossos pélvicos é uma ferramenta útil de manejo para determinar o grau de desenvolvimento sexual das aves em crescimento e, portanto, para saber quando se aproxima o início da postura. Sob condições normais, o espaço entre os ossos pélvicos aumenta gradualmente à medida que a ave vai envelhecendo, até que chega a seu ponto máximo, no início da postura (Quadro 18). Se não se desenvolve o espaço entre os ossos pélvicos, como mostra o Quadro 18 (isto é, se a separação for menor que 1 ½ dedos na idade esperada para o início do estímulo luminoso), ou se no lote se observa uma grande variação na separação dos ossos pélvicos das fêmeas, deve-se retardar o estímulo luminoso. Quadro 18: Mudanças no espaço entre os ossos pélvicos de acordo com a idade. Idade Espaço entre os ossos pélvicos 84 - 91 dias Fechado 119 dias De um dedo 21 dias antes do primeiro ovo 1½ dedos 10 dias antes do primeiro ovo 2 - 2½ dedos Início da postura 3 dedos A separação dos ossos pélvicos deve ser monitorada freqüentemente desde as 15-16 semanas de idade (105-112 dias) até o início da postura (Figura 88). O ideal é que isso seja feito toda vez que se percorre o aviário, mas, no mínimo, uma vez por semana. O termo "dedo" é relativo ao tamanho da mão da pessoa encarregada da avaliação e, por isso, pode variar de pessoa para pessoa. Recomenda-se que a mesma pessoa faça a medição toda semana. Como regra geral, as aves estão prontas para o início da postura quando a separação de seus ossos pélvicos é de aproximadamente 3 dedos (ou aproximadamente 5-6 centímetros ou 2-2,5 polegadas). 94 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Avaliação da Condição Física da Ave Figura 88: Avaliação da separação dos ossos pélvicos nas fêmeas. É importante certificar-se que o “fleshing” das fêmeas não é insuficiente nem excessivo. Independente da idade, as fêmeas com excesso de “fleshing” tendem a ser pesadas e apresentam um aumento dos depósitos de gordura, ao passo que as aves com “fleshing” insuficiente tendem a ter uma condição deficiente. Ambas as situações impactam o desempenho reprodutivo durante toda a vida da ave. Assim como nos machos, deve-se colher uma amostra de aves freqüentemente (ao menos uma vez por semana) e avaliar sua condição física (“fleshing”) para ter certeza que o lote conserva boa saúde e condição, mantendo assim o desempenho reprodutivo. Seção 5 Monitoramento da condição física da fêmea Em geral, um lote uniforme de fêmeas que alcançam o perfil padrão de peso corporal durante a recria também deve alcançar uma boa condição física. O mesmo sistema de pontuação utilizado para os machos deve ser usado com as fêmeas (Figura 89). Entretanto, a maneira de interpretar e utilizar os resultados são diferentes, já que a forma do corpo da fêmea é diferente do macho - e não se recomenda retirar fêmeas individuais de um lote, tomando por base essa avaliação. Nas fêmeas, é fundamental atingir os objetivos de peso corporal e modificar a quantidade de alimento adequadamente, de acordo com os níveis de produção de ovos e o peso destes. A avaliação de “fleshing” nas fêmeas tende a ser uma ferramenta de apoio ao manejo (e não um dado crítico, como no caso dos machos na postura). Na recria, o manejo apropriado do lote deve minimizar a incidência de aves com pontuações 1 (“fleshing” insuficiente) e 3 (excesso de “fleshing”) na população. Na postura, é preferível ter a pontuação média do lote entre 2,0 e 2,5 - e que a ocorrência de pontuação 1 nas fêmeas seja mínima, já que as fêmeas com “fleshing” insuficiente têm mais probabilidade de produzir menos ovos. No entanto, a pontuação 3 pode ser satisfatória para as fêmeas na postura, uma vez que uma fêmea com bom “fleshing” pode, em todo caso, ter bom resultado produtivo. 2013 95 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Avaliação da Condição Física da Ave Figura 89: Figuras de aparelho de TC que ilustram o sistema de pontuação de “fleshing” para avaliar a condição da ave. Estas imagens mostram fêmeas de 40 semanas de idade. As três imagens na parte superior mostram a ave completa ponteadas indicam a posição Score 1 Score 2 (as linhas Score 3 em que foram tomadas as imagens de corte transversal). As três imagens da parte inferior mostram um corte transversal do peito. Pontuação Score 1 1 Pontuação Score 2 2 Pontuação Score 3 3 Breast Muscle Keel Bone Região em que Fatdesenvolve Pad se o Development Area depósito de gordura Peito Muscle Breast Score 1 Score 2 Score 3 Esterno Keel Bone Keel Bone Breast Muscle Abdominal Cavity Breast Muscle Keel Bone Score 1 Score 2 Score 3 Muscle Fat Esterno Keel Bone Bone Peito Breast Muscle Cavidada Abdominal Cavity Abdominal Breast Muscle Keel Bone Muscle Músculo Fat KeelGordura Bone Bone Osso Breast Muscle Abdominal Cavity Depósito de gordura abdominal Keel Bone Durante a postura, o monitoramento do depósito de gordura (Figura 90) é outra ferramenta de Breast Muscle apoio ao manejo, que pode ajudar possibilitando uma melhor avaliação geral da condição da ave. Abdominal Cavity Muscle Figura 90: Avaliação do depósito de gordura abdominal de uma fêmea matriz de corte. Para Fat avaliar o conteúdo do depósito de gordura abdominal, deve-se palpar suavemente com a mão protegida a área abaixo da cloaca. O depósito de gordura abdominal depois Muscle do pico de Bone produção não deve exceder o nível apresentado nesta figura. Fat Bone 96 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Avaliação da Condição Física da Ave As aves de engorda com “fleshing” apropriado apresentam um pequeno desenvolvimento do depósito de gordura antes do início da postura. Um desenvolvimento significativo do depósito de gordura ocorre geralmente depois que se chega à maturidade sexual e o depósito atinge o tamanho máximo aproximadamente duas semanas antes do pico de produção de ovos. O depósito de gordura abdominal nas fêmeas pode proporcionar uma reserva de energia para apoiar a produção máxima de ovos, embora qualquer excesso de gordura, particularmente depois do pico de produção, seja prejudicial à permanência de produção de ovos, à fertilidade e à incubabilidade, podendo também reduzir a viabilidade. Existe uma relação direta entre o peso corporal e o desenvolvimento do depósito de gordura, tanto que as fêmeas mais pesadas têm mais possibilidade de apresentar níveis elevados de gordura, o que pode afetar sua produtividade (Figura 91). Aumento do Score 1 Score 2 Score 3 Breast MuscleIncreases Increases Increases in in in Increases in Increases in depósito de Keel Bone FatFat PadPad Fat Pad Fat Pad Fat Pad gordura re 3 Esterno Keel Bone Keel Bone Keel Bone Keel B Muscle Breast Breast Muscle Peito Breast Muscle Breas Abdominal Abdominal Abdominal Cavidade Abdominal Abdom Cavity CavityCavity Breast Muscle Ovo Egg Egg Keel Bone g g 3314 3314 gg 3666 gg 3314 g 3666 3666 33143747 g 3747 3.314 3.666 3.747 Live weight Live weight Increases in Increases in Increases ing8.3g lbsg 7.3 lbs 7.3 lbs 8.3 lbs 7.3 8.1 lbs lbs8.1 lbs 8.1 7.3 lbs Peso vivo Breast Live Muscle weightLive weight Live weight Keel Bone Fat Pad Fat Pad Fat Pad 3666 3314 ggg Muscle 3747 Muscle Músculo 8.1 7.3lbs lbs 8.3 lbs Fat Fat Gordura Diferença em ao Difference to target Difference torelação target +97 -336 g-336 g to -336 +16 Difference to target Difference target Difference to+16 target +97 g g -336 gg gg+97 g +16 -336 ggg Bone -336 g +16 g+16 g +97 Bone Osso weight weight objetivo de peso weight +0.21 lbs lbs +0.04 -0.74 -0.74weight lbs lbs -0.74 +0.04 lbs lbs +0.04 weight +0.21 lbs lbs+0.04 -0.74 lbs lbs +0.21 -0.74lbs lbs Peso do depósito de g 42 gg 42 g 71gg 3314 3666 42 71104 gg104 3314 g g gg104 g g 71pad Fatweight pad weight Fat Keel pad Fat pad weight 42 Live Fat pad weight42 g71 Live Fat weight Live weight Bone gordura 0.09weight lbs 0.16weight lbs 0.23 lbs 0.09 lbs 0.16 0.23 7.3 lbslbs 8.1lbs lbs lbs 0.09 lbs 0.09 0.16 lbs lbs 7.3 Breast Muscle Depósito de como Fat pad Fatas pad agordura percentage as aFat percentage pad as a percentage Fat Fat1.9 Difference to target Difference target target -336 gDifference +16 g %2.8 -336 g2.8 1,3% %pad 1.3 as atopercentage 1.3 1.9 % pad as atopercentage 1.31,9% 1.9 1.32,8% percentual peso vivo ofweight livedoweight of live Abdominal Cavity ofweight live weight of live weight -0.74 lbs of live weight weight weight +0.04lbs lbs -0.74 104 71 42ggggg 3666 3747 3314 Keel 0.16 0.23 0.09 lbs lbs 8.1 lbs 8.3 lbs Bone 7.3 lbs Breast Muscle Cavity Egg Egg Keel Bone 3666 ggMuscle 3747 Breast Muscle 8.1 lbs lbs 8.3 Abdominal Fat Cavity +97 +16 g Bone Egg +0.21 +0.04 lbs 104 71 ggg 3666 3747 Muscle 0.23 0.16lbs lbs lbs 8.1 lbs 8.3 Fat +97 +97 +16 gAbdominal -336 gg +16 1.9 2.8 1.3 2.8 1.9g Cavity Bone +0.21 lbs +0.21 +0.04 lbs -0.74 lbs +0.04 lbs 42 g 104 g 4271 gg 71 gg menos 42 weight devem Desde começoFat dapad postura serweight avaliadas aspad fêmeas Fat pad Fat weightrotineiramente (pelo Muscle KeeloBone 0.09 lbs 0.16 0.23 lbs 0.09 lbslbs 0.16 lbs 0.09 lbs uma vezMuscle por semana), para monitorar o crescimento do seu depósito de gordura. OFat nível Breast Muscle de gordura varia Fat de pad umaasave para objetivoFatdepois pico de produção é manter a percentage Fatoutra. pad as O a percentage pad as ado percentage Bone 1.3 1.9 excessiva de 2.8 1.3 1.9 1.3 Fat a fêmea em um peso minimizando a weight acumulação gordura. of livefísico weightideal,ofporém Abdominal Cavity live weight of live A título de orientação, o volume máximo do depósito de gordura não deve ser maior que o Bone tamanho da mão protegida de uma pessoa média, ou de um ovo grande (aproximadamente 8-10 centímetros). Keel B 37 Breast Mus 8.3 Abdom Fat Cavity +9 Bon Egg +0.2 Seção 5 ore 3 Figura 91: Aumento do depósito de gordura com o peso. As figuras mostram um corte transversal e longitudinal de três fêmeas (cloaca do lado esquerdo; cabeça – não aparece – do lado direito). As aves têm 40 semanas de idade. A fêmea do lado esquerdo está perdendo sua condição física, seu peso está abaixo do padrão e ela tem pouca gordura. A produção de ovos desta ave possivelmente será reduzida ou mesmo cessará. A ave do lado direito tem um grande depósito de gordura e mostra acúmulos de gordura próximo aos órgãos internos. Para esta ave, é possível que sejam reduzidas a permanência e a taxa de postura. 1 37 Mus 0.2 8.3 Fat +9 Bon +0.2 104 71 gg 0.23 0.16 lbs lbs 1 0.2 2.8 1.9 2 Muscle PONTOS FatCHAVE: • Deve-se avaliar freqüentemente a condição física (“fleshing”) da fêmea durante a vida do lote; Bone de uma combinação de avaliações físicas (peso corporal, ”fleshing”, depósito • A utilização de gordura e separação entre os ossos pélvicos) dá uma indicação confiável da condição geral da fêmea, na qual se devem basear as decisões corretas de manejo. 2013 97 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Avaliação da Condição Física da Ave Notas 98 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Cuidados Com o Ovo Incubável na Granja Seção 6 - Cuidados Com o Ovo Incubável na Granja Cuidados Com o Ovo Incubável Objetivo Manter o embrião e o conteúdo do ovo nas melhores condições possíveis para uma boa incubabilidade e qualidade do pintinho. Princípios Os ovos devem ser mantidos em condições de limpeza, com a temperatura e umidade corretas para conseguir a melhor incubabilidade. Para tanto, deve-se estabelecer procedimentos satisfatórios para a coleta, desinfecção, esfriamento, armazenagem e incubação dos ovos, com cada processo sendo executado sem comprometer o desenvolvimento embrionário. Por quê o ovo incubável precisa de cuidados? A fertilização ocorre na parte superior do oviduto, um pouco depois que o ovário libera o folículo. Em seguida, a gema segue através do oviduto (Figura 92). Durante este processo, são formadas as camadas externas do ovo e o disco germinal fertilizado cresce e se desenvolve. No momento em que a galinha bota o ovo, este contém um disco germinal que esteve crescendo durante 24 horas enquanto o ovo foi se formando em torno dele (Figura 93). Figura 92: Ilustração do ovário e oviduto, com explicação dos eventos-chave. Ovário Seção 6 Oviduto Folículos Istmo Síntese das membranas da casca. (Duração: 2-3 horas) Infundíbulo O infundíbulo captura os óvulos durante a ovulação. A fertilização ocorre nos primeiros 15 minutos. (Duração da permanência: 15-30 minutos) Útero Cloaca Abertura Síntese da casca. (Duração: 18-26 horas) Magnum Síntese e depósito de albumina. (Duração: 2-3 horas) Vagina Armazenagem de sêmen. Colon Uma vez posto o ovo, ele deve esfriar a fim de interromper qualquer desenvolvimento adicional até que seja incubado. O cuidado destinado aos ovos incubáveis tem de atender às necessidades destes embriões inativos (porém vivos). Os componentes do ovo que rodeiam o embrião devem ser mantidos em boas condições. As temperaturas que oscilam durante a armazenagem do ovo podem fazer com que volte a ser ativado o crescimento do disco germinal, o que reduzirá a incubabilidade (no entanto, estudos recentes demonstraram que, se os ovos vão ser armazenados por mais de uma semana, pode ser vantajoso aquecê-los até a temperatura de incubação em um incubatório, por períodos curtos durante a armazenagem). 2013 99 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Cuidados Com o Ovo Incubável na Granja O Sistema de Proteção do Ovo O ovo tem um sistema de várias camadas de proteção contra a contaminação microbiana (Figura 93). A cutícula, a casca, as membranas da casca e algumas das proteínas da albumina servem como barreiras físicas ou químicas para evitar que os micróbios tenham acesso e cresçam no interior do ovo. Figura 93: Estrutura interna de um ovo fértil no momento da postura. Casca Membrana Corpos Mamilares Camada de Ar Camada Esponjosa Membrana Interna da Casca Poros Cutícula Membrana Externa da Casca Gema Clara Disco Germinal Camada de Chalaza Membrana da Gema Albumina Espessa Albumina Fluida Chalaza A casca do ovo é uma estrutura porosa. Os poros atravessam a superfície através da casca (Figura 94). Esses poros são necessários para permitir a entrada de oxigênio e a saída de água e CO2 à medida que o embrião se desenvolve. Figura 94: Corte transversal da estrutura da casca. Cutícula 100 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Cuidados Com o Ovo Incubável na Granja A entrada do poro na superfície da casca do ovo está protegida pela cutícula, uma cobertura fina de proteína que permite a passagem de gases, mas não de microorganismos. Isso dá ao conteúdo do ovo certa proteção contra a penetração de bactérias. No entanto, a cutícula tem um ponto frágil: imediatamente depois que a galinha bota o ovo, este ainda não está completamente formado (é por isso que a superfície da casca ainda está úmida – e com uma lente de aumento é vista como se estivesse aberta, como uma esponja). A cutícula endurece e se converte em uma superfície mais plana, com aparência escamosa, nos 2-3 primeiros minutos após a postura do ovo. Até que esse processo termine, é fácil para os micróbios penetrar na cutícula e depois passarem pelos poros, chegando ao interior do ovo (Figura 95). Figura 95: Exemplo de penetração bacteriana que pode ocorrer imediatamente depois da postura, através dos poros de ovos com cascas sujas. Entender a estrutura da casca do ovo ajuda a explicar porque certos procedimentos utilizados nas granjas para "limpar" os ovos podem piorar os problemas de contaminação. Por exemplo, se os ovos ligeiramente sujos são esfregados ou raspados para retirar a sujeira superficial da casca, parte do pó ali produzido penetrará nos poros e os bloqueará. Os poros bloqueados impedirão a troca de gases e, em conseqüência disso, será limitada a disponibilidade de oxigênio para o embrião em desenvolvimento. Seção 6 A figura mostra a superfície interior da casca de um ovo sujo. O conteúdo do ovo foi retirado através de um pequeno furo na extremidade menor, substituído com gel nutriente e depois incubado. As colônias de bactérias aparecem em vermelho. Os problemas de contaminação também podem piorar se os ovos são molhados por qualquer motivo durante a coleta. O líquido chegará aos poros da casca, levando consigo para o interior qualquer bactéria da superfície. Isso pode ocorrer especialmente se o conteúdo do ovo está esfriando. O esfriamento cria um vácuo parcial dentro da casca, tornando-a mais propensa a permitir que qualquer líquido da superfície (e micróbios) ali penetre través dos poros. Este é o motivo pelo qual a condensação da casca do ovo causa tantos problemas. PONTOS CHAVE: • Os ovos devem ser limpos durante o tempo que decorre entre a postura e a embalagem; • Os métodos utilizados para remover a sujeira da superfície do ovo devem ser delicados, a fim de não deteriorar a cutícula ou bloquear os poros da casca; • Deve-se evitar a condensação da superfície do ovo, já que ela pode causar problemas de contaminação. 2013 101 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Cuidados Com o Ovo Incubável na Granja Práticas Para o Cuidado Com o Ovo Incubável Recolhimento do ovo • Manejar o lote de maneira a minimizar o número de ovos postos no piso (ver a seção Manejo na Postura); • Manter o interior dos ninhos e as esteiras coletoras livres de material de cama e fezes; • Recolher os ovos dos ninhos no mínimo quatro vezes por dia, ajustando os tempos de maneira que não mais de 30% dos ovos façam parte de uma única coleta (qualquer quantidade superior a esta aumentará a incidência de ovos sujos ou rachados). A maior parte dos ovos é posta de manhã e, por isso, os intervalos de coleta devem ser planejados condizentemente. Os ninhos e as esteiras coletoras devem estar vazios ao final da jornada, para minimizar o número de ovos restantes durante a noite; • Recolher os ovos de piso em separado. Eles devem ser recolhidos com a maior freqüência possível (com maior freqüência que os ovos dos ninhos) e mantidos separados dos ovos de ninho, de maneira que o incubatório possa controlar adequadamente o risco de contaminação que eles representam; • Monitorar os números de ovos de piso e ovos sujos e ajustar os fatores de manejo para minimizar sua incidência (ver a seção Manejo na Postura). Embalagem e seleção do ovo • • • • • • • • Selecionar e embalar os ovos imediatamente depois de cada coleta; Rejeitar os ovos pequenos (o peso mínimo deve ser decidido segundo critérios econômicos), rachados ou deteriorados, bem como os ovos com anormalidades graves na casca, com duas gemas, com casca mole e os que estejam cobertos de sujeira ou excrementos em mais de 25% da casca. Registrar e monitorar a quantidade de refugos em cada categoria; Evitar métodos de desinfecção úmidos. É preferível a fumigação com formaldeído; Se os ovos umedecerem, deve-se deixá-los secar antes de fumigá-los ou colocá-los em um local de armazenagem frio; Imediatamente depois de embalada, cada bandeja de ovos deve ser colocada em um local de armazenagem. Os carros devem ser empilhados de baixo para cima, para evitar que os ovos já frios voltem a se aquecer, quando os ovos mais quentes forem colocados debaixo deles no carro (Figura 96); Uma vez colocado no local de armazenagem, o carro de ovos deve permanecer ali. A carga de um carro que não esteja ainda cheia só deve ser completada levando-se as bandejas de ovos para dentro do local - e não tirando o carro para fora deste; Se os ovos vão ser embalados em caixas, devem ser esfriados primeiro, chegando à temperatura do local de armazenagem, antes de serem embalados; Os ovos ou carros não devem ser embrulhados em plástico antes que estejam frios, na temperatura do local de armazenagem. Figura 96: Ovos incubáveis armazenados incorretamente em um carro. A figura térmica mostra ovos mornos, recémrecolhidos, colocados debaixo de ovos recolhidos mais cedo e que já estão frios. Esta não é uma boa prática. Os carros sempre devem ser carregados começando pela parte de baixo, de maneira que os ovos frescos sejam armazenados acima dos ovos frios. 102 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Cuidados Com o Ovo Incubável na Granja Desinfecção do ovo A desinfecção com formaldeído continua sendo o método mais eficaz (e o de maior preferência) para desinfetar as superfícies das cascas dos ovos incubáveis. Supondo-se que a fumigação seja feita corretamente, é um método que proporciona excelentes taxas de eliminação de microorganismos na superfície da casca, sem molhá-la, sem deteriorar a cutícula e sem afetar o embrião que está dentro do ovo. Apesar disso, alguns países hoje em dia proíbem seu uso, devido ao risco potencial contra a saúde e segurança em humanos, quando não usado corretamente. Foram investigados muitos produtos químicos e métodos de aplicação como alternativa à fumigação com formaldeído. Nenhum deles se mostrou tão eficaz, seja por eliminar uma escala menor de microorganismos, seja porque têm de ser usados em solução, pois afeta a cutícula ou porque é prejudicial à sobrevivência do embrião. • • • • • • • A fumigação com formaldeído deve ser feita sempre de acordo com as recomendações de segurança. Sempre que se usa formaldeído, devem ser cumpridas as regras locais de saúde e segurança dos trabalhadores das granjas; Fumigar os ovos com formaldeído pelo menos uma vez antes de sua saída da granja; Certificar-se de que os ovos estejam bem separados em bandejas de plástico ou para ovos ou bandejas de incubação. As bandejas de papelão tendem a absorver o gás; Certificar-se de que o local de fumigação esteja bem lacrado durante o processo de fumigação e permitir que o gás circule por pelo menos 20 minutos depois de ser produzido; Aquecer: a) 10 g de grânulos de paraformaldeído, ou b) uma mistura de 43 ml de formalina (37,5%) e 21 g de permanganato de potássio por m3 da área a ser fumigada; Certificar-se que a temperatura do ambiente seja de pelo menos 24ºC e a umidade relativa seja de pelo menos 65%; Utilizar um ventilador de circulação durante a fumigação para ajudar na circulação do gás fumigante entre os ovos; Certificar-se de que todo o gás tenha saído por completo do local antes que os trabalhadores voltem a manusear os ovos. Isto deve ser revisto periodicamente, utilizando um medidor apropriado. Avaliação das alternativas ao formaldeído Nos lugares em que não seja permitido o uso de formaldeído devido à regulamentação local de saúde e segurança, devem ser encontrados outros métodos de desinfecção. Por muitos anos, têm sido testadas alternativas ao formaldeído, mas todas têm desvantagens e a maioria tem de ser utilizada com o mesmo cuidado e atenção que o formaldeído. Seção 6 • Muitos produtos são vendidos como apropriados para a desinfecção de ovos incubáveis (inclusive o peróxido de hidrogênio, o ácido peracético, o amônio quaternário e desinfetantes à base de cloro). Recomenda-se enfaticamente que, antes de utilizar um novo produto ou método para desinfetar os ovos incubáveis, se avalie bem sua eficácia, e se certifique que estão sendo seguidas à risca as recomendações dos fornecedores dos equipamentos e dos produtos químicos. Dentre os fatores a considerar quando estão sendo testadas alternativas ao formaldeído citam-se: • Contagens bacterianas da casca do ovo antes e depois do tratamento; • Contagem bacteriana do conteúdo do ovo depois do tratamento; • Impacto na cobertura da cutícula (pode ser visto utilizando raios UV); • Incubabilidade. Os testes de incubabilidade devem envolver pelo menos 1.000 ovos por grupo de tratamento, obtidos em uma coleta única de ovos. Metade dos ovos deve ser tratada pelos atuais métodos e a outra metade pelo novo método sob avaliação. O ideal é que os testes se repitam em toda uma escala de idades do lote e de períodos de armazenagem. 2013 103 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Cuidados Com o Ovo Incubável na Granja Limpeza de ovos sujos Na suposição de que a sujeira da superfície não seja muita, poderá ser removida cuidadosamente, raspando com a unha; caso tenha excrementos leves, podem ser limpos cuidadosamente com uma toalha de papel limpa. É preciso ter cuidado para não contaminar as partes limpas do ovo. Em seguida, os ovos devem ser desinfetados (o ideal é fumigá-los com formaldeído) e enviados ao incubatório, devidamente marcados como sujos. Não é uma boa prática lavar os ovos; mas sob certas condições, isso pode ser inevitável. Se for mesmo necessário, deve-se ter em conta o seguinte: • Utilizar um sistema de lavagem que borrife os ovos com solução desinfetante morna, e não um pelo qual os ovos tenham de ser submergidos na solução; • A água da lavagem deve ter 41ºC, para garantir que a temperatura da água sempre seja mais alta que a dos ovos mais quentes da coleta (Figura 97); • O processo deve ser registrado e monitorado, sempre com o cuidado de anotar as temperaturas e a freqüência com que se troca a água de lavagem; • Certificar-se que a concentração de desinfetante não seja inferior à concentração mínima recomendada para eficácia - e que as soluções de água sejam repostas freqüentemente, para conservar a concentração de desinfecção; • Deixar que os ovos sejam secados antes de esfriá-los no local de armazenagem; • Os ovos lavados, de qualquer modo devem ser fumigados, mas só quando já estiverem secos. Figura 97: Escala de temperatura dos ovos recolhidos na segunda operação de coleta. Todos os ovos foram postos durante as duas horas anteriores. A figura térmica mostra a escala de temperaturas dos ovos recolhidos de um ninho automático comunitário. Não é seguro supor que os ovos estejam uniformemente frios quando se decide sobre a temperatura certa da água para limpar os ovos sujos. Condições para a armazenagem do ovo Depois que é posto, o ovo deve esfriar, para que se interrompa o crescimento celular do embrião. O ideal é que os ovos incubáveis possam ser incubados durante os primeiros dias após a postura. Uma armazenagem de mais de 7 dias pode resultar na perda de nascimento, devido à morte celular do embrião e à diminuição da qualidade interna do ovo, especialmente a qualidade da albumina. Quando não se pode evitar uma armazenagem mais longa, deve-se utilizar uma temperatura de armazenagem mais fria para ajudar a manter a boa condição da gema e da albumina. 104 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Cuidados Com o Ovo Incubável na Granja Temperatura • Manter constante a temperatura do ovo, depois que os ovos tenham esfriado. Prestar atenção às variações de temperatura de armazenagem durante o dia e quando as portas do local são deixadas abertas. É importante coordenar essas temperaturas com as que se usam no transporte ao incubatório e na armazenagem no incubatório. Isso ajudará a evitar as flutuações de temperatura e a condensação; • As temperaturas de armazenagem devem ser ajustadas a um nível que conserve a qualidade interna do ovo e mantenha vivos os embriões inativos. Para uma armazenagem de longa duração, a temperatura deve ser mais baixa que para uma armazenagem de curta duração (Quadro 19); • Na granja, as temperaturas de armazenagem devem ser controladas de maneira que se ajustem às mudanças de média duração da armazenagem; • Manter a temperatura do local de armazenagem de ovos da granja a 2ºC acima da temperatura do local de armazenagem do incubatório e a temperatura do caminhão de transporte em um ponto médio entre ambas. Isso ajudará a evitar que se forme condensação nos ovos; • Não permitir que o ar dos aquecedores ou ventiladores seja canalizado diretamente para os ovos. Quadro 19: Relação entre a duração da armazenagem e a temperatura do local de armazenagem. Período de armazenagem (dias) Temperatura de armazenagem * ºC 1-3 20 - 23 4-7 15 - 18 >7 12 - 15 > 13 12 Umidade • A umidade relativa do local de armazenagem de ovos deve manter-se entre 75 e 80% para prevenir que os ovos percam umidade demais durante a armazenagem; • Se os ovos frios forem colocados em uma atmosfera úmida e morna, haverá condensação em sua superfície, como se vê na Figura 98. Para mais informações, ver o apêndice Quadro de Condensação ou Ponto de Orvalho; • Certificar-se que a água do umidificador esteja limpa (os reservatórios com água parada podem promover o crescimento de bactérias) e que os bicos dos aspersores recebam manutenção adequada para que possam produzir um orvalho fino de água - e não gotas grandes. Seção 6 * Umidade entre 75 e 80% Figura 98: Condensação na superfície do ovo. 2013 105 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Cuidados Com o Ovo Incubável na Granja PONTOS CHAVE: • A limpeza dos ninhos e a coleta periódica e freqüente de ovos são fatores de extrema importância. Os ovos postos em lugar sujo ou sobre excrementos podem ser facilmente contaminados; • Mesmo em cascas de ovos incubáveis limpos podem se encontrar micróbios. A menos que tenha sido feita uma desinfecção eficaz da superfície da casca dos ovos antes de sua chegada ao incubatório, eles representam um risco de higiene para a planta, assim como para a sobrevivência e saúde do embrião; • A fumigação com formaldeído é o melhor método para desinfetar as cascas dos ovos; Certificar-se que a temperatura, a umidade e a circulação de ar sejam adequadas para uma fumigação eficaz; • Seguir os procedimentos de segurança; • Se for necessário, usar um método alternativo à fumigação com formaldeído - para que esse método possa ser comparável ao formaldeído, deverá eliminar 99% das bactérias, vírus e fungos da superfície da casca; não deverá aumentar as contagens bacterianas do ovo; deverá causar dano mínimo ou nenhum dano à cutícula e deverá permitir melhor incubabilidade desta, tanto em lotes jovens como nos mais velhos e depois de armazenagens prolongadas; • Monitorar e registrar os procedimentos de lavagem do ovo. Se não forem seguidas as recomendações para lavagem dos ovos, haverá um nível elevado de ovos contaminados e deficiência de nascimentos e de qualidade; • As temperaturas de armazenagem na granja devem ser ajustadas para os ovos mais velhos. Os ovos mais frescos terão nascimentos normais se forem mantidas temperaturas mais baixas, ao passo que o nascimento de ovos armazenados há mais tempo é prejudicado se eles se mantiverem quentes demais; • Se houver condensação nos ovos, eles não devem ser fumigados e nem colocados no depósito frio antes de secarem. Problemas que resultam em ovos contaminados e ovos explosivos • • • • • • • • A quantidade de ovos sujos e a gravidade da sujeira produzida: certificar-se que os ninhos e as cintas coletoras são examinados freqüentemente e limpos, quando se detectam problemas; Os ovos de piso não estão sendo lavados e estão sendo misturados com ovos de ninho; Os ovos estão sendo recolhidos e embalados em bandejas sujas; A qualidade da casca (incremento de ovos rejeitados e com trincas) é normal para a idade do lote. A qualidade da casca pode deteriorar-se devido a um fornecimento de alimento inadequado ou a doenças respiratórias - e causará um aumento repentino da quantidade de ovos refugados ou trincados; A temperatura média de lavagem e desinfecção dos ovos é de 41ºC; Os ovos lavados não se misturam com os ovos limpos; Os ovos úmidos não estão sendo colocados no local de armazenagem; Se o umidificador tiver um reservatório, deve ser substituído por outro que opere usando a principal fonte de água. Lavar as tubulações de água se o umidificador estiver sem uso há muito tempo. PONTO CHAVE: • Se houver uma quantidade excessiva de ovos contaminados e ovos explosivos no incubatório, investigar as possíveis causas e tomar as medidas necessárias para resolver a situação. 106 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Requisitos Ambientais Seção 7 - Requisitos Ambientais Aviário Objetivo Proporcionar um ambiente protegido no qual a temperatura, a umidade, a ventilação, o fotoperíodo e a intensidade da luz possam ser controladas e otimizadas durante a vida do lote, para conseguir um bom rendimento reprodutivo, sem comprometer a saúde e o bem-estar animal. Princípios Ao decidir sobre a localização da granja e o projeto do aviário, o clima e os sistemas de manejo devem ser levados em consideração. Localização e Projeto da Granja A localização e o projeto de uma granja (Figura 99) serão afetados por muitos fatores, inclusive a economia e a regulamentação locais. Clima As escalas de variação de umidade e temperatura próprias do clima terão influência sobre o tipo de aviário considerado mais apropriado (ou seja, aberto ou fechado) e sobre o grau de controle ambiental exigido. Seção 7 Figura 99: Exemplos de posicionamento e configuração típicos de granjas com boa biossegurança. Leis e normas locais de planejamento As leis e normas locais de planejamento podem impor restrições importantes quanto ao projeto (por exemplo, altura, cor, materiais) e, portanto, devem ser consultadas o quanto antes. As leis locais também podem estipular uma distância mínima entre as granjas existentes. Biossegurança O tamanho, a localização relativa e os projetos dos aviários devem minimizar as transmissões de agentes patogênicos entre os lotes e dentro deles. É preferível adotar a norma de uma idade por local (em vez de várias idades em um mesmo local). O projeto do aviário deve facilitar procedimentos eficazes de limpeza entre lotes (ver a seção Saúde e Biossegurança). Acesso A localização da granja deve permitir fácil acesso de veículos pesados, tais como caminhões de alimento e de ovos, à área local (isto é, a largura das estradas e trevos deve ser apropriada para os veículos que entram na granja). 2013 107 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Requisitos Ambientais Topografia local e ventos predominantes Estas características naturais assumem particular importância nos casos de aviários abertos e podem ser exploradas para minimizar a entrada de luz direta, além de obter uma ventilação ou esfriamento ótimos. Os aviários abertos devem ser posicionados de maneira que no sentido do comprimento a construção esteja direcionada para o oriente/ocidente, a fim de minimizar o aumento de calor solar através da parede lateral. Também se deve ter em conta a existência de instalações próximas que possam representar risco de doença transmitida através do ar. É preferível construir uma granja em área separada, distante pelo menos 3,2 km de qualquer instalação avícola ou de criação de gado mais próxima, que possa contaminar a granja. Disponibilidade de energia e custos Um aviário com ambiente controlado requer uma fonte de energia confiável para fazer funcionar a ventilação, a calefação, a iluminação e os equipamentos de fornecimento de alimento. É essencial contar com um gerador/sistema de reserva (Figura 100) e instalar um sistema de alarme apropriado, para eventuais falhas elétricas. Figura 100: Exemplo de gerador de reserva. Água É necessária uma fonte de abastecimento de água fresca e limpa. Para mais informações sobre as concentrações máximas aceitáveis de minerais e bactérias na fonte de abastecimento de água, ver a seção de Saúde e Biosegurança. Drenagem As características de projeto da granja devem permitir a eliminação separada da água de chuva e da água usada para higienização dos aviários. Isso é necessário para a biossegurança e a proteção ambiental e, em muitos lugares, é uma exigência legal (checar e analisar a legislação local). PONTOS CHAVE: • O projeto da granja dependerá da localização, do clima e das leis locais de planejamento; • Lista de verificação da localização da granja: Fontes de abastecimento de energia e água; Topografia local e ventos predominantes; Acesso; Biossegurança. 108 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Requisitos Ambientais Projeto do Aviário Ambiente controlado O aviário com ambiente controlado (aviário escuro) oferece mais vantagens em comparação com o aviário aberto, particularmente durante o período de recria, já que limita as variações causadas por influências ambientais, permite melhor controle do fotoperíodo, facilita o controle da maturidade e do peso corporal e promove a produção de lotes uniformes. Tamanho e quantidade de aviários Ao determinar o tamanho e a quantidade de aviários, tanto de recria como de postura, deve-se considerar: • O número de ovos necessários por semana; • O número de aves necessárias para atingir esse nível de produção; • A área de piso necessária para esse número de aves com a densidade populacional recomendada; • O padrão de produção de ovos durante todo o período de postura; • O tempo necessário para limpar e desinfetar o aviário; • O tamanho preferido/ótimo do aviário individual (determinado de acordo com a necessidade de manter as aves em um ambiente apropriado, para controlar a ventilação dentro do aviário de maneira eficaz); • O número de aviários que se pode colocar em determinado local. Densidade populacional A densidade populacional dependerá da legislação local sobre bem-estar animal, do clima, dos equipamentos e da economia local. As recomendações sobre densidade populacional podem ser encontradas nas seções Criação e Manejo até o início da produção. Tamanho do aviário O tamanho escolhido para o aviário deve permitir que toda a quantidade diária de alimento possa ser distribuída de maneira uniforme e que todas as aves tenham acesso ao alimento em três minutos no máximo. Esta condição deve ser atendida em relação a cada box/população do aviário. A luz deve estar distribuída de maneira uniforme em todo o aviário. A duração e a intensidade da luz devem seguir as recomendações (ver a seção de Iluminação) e ambas devem ser passíveis de controle e de ajuste. Pode-se usar um luxímetro para determinar a intensidade da luz em todo o aviário à altura das aves. Seção 7 Iluminação Bloqueio da luz O projeto do sistema de ventilação deve respeitar as características apropriadas para impedir a entrada de luz. Devem ser instaladas armadilhas de luz eficazes em todas as entradas de ar e nos ventiladores. O bloqueio da luz limita o fluxo de ar, de modo que um sistema de bloqueio de luz que não tenha o desenho e o tamanho adequado pode ser prejudicial para o funcionamento do sistema de ventilação e, portanto, para o bem-estar das aves. A intensidade da luz não deve ser maior que 0,4 lux durante o período escuro (ver a seção de Iluminação). Isso tem de ser alcançado em todas as etapas de operação do sistema de ventilação. Material isolante O material isolante ajuda no funcionamento eficaz do sistema de ventilação. A quantidade de material isolante necessária dependerá, em grande parte, das condições ambientais locais durante o verão e o inverno - e está sujeita à legislação local. Vedação hermética Os aviários mais modernos utilizam ventilação por pressão negativa. Para que o sistema de ventilação funcione adequadamente, o aviário deve estar bem vedado, a fim de evitar qualquer 2013 109 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Requisitos Ambientais fuga de ar sem controle até o interior do aviário (isto é, o aviário tem de ser hermeticamente fechado). É preciso ter isso em conta ao se projetar e construir o aviário. Particularmente, deve-se ter cuidado com a entrada do sistema de ventilação de túnel, já que essa costuma ser a área do aviário que apresenta mais fugas de ar. Condições ambientais As características ambientais locais determinarão o tipo e o tamanho do sistema de ventilação necessário para manter as condições ambientais do aviário adequadas para as aves (para mais detalhes, ver a seção Ventilação). Calefação Na maioria das zonas climáticas do mundo, é necessário um sistema de calefação que mantenha o aviário na temperatura desejada nos meses mais frios, especialmente durante as etapas de recria. Uma lista parcial de equipamentos de calefação disponíveis inclui as campânulas para uma área do aviário, sistemas de calefação para todo o aviário ou uma combinação de ambos os tipos (Figura 101). O equipamento de calefação necessário dependerá do clima local, do projeto do aviário e da disponibilidade de combustível. Figura 101: Exemplos de diferentes sistemas de calefação (da direita para a esquerda: campânula suspensa, calefação para todo o aviário e aquecedor de espaço). O sistema de calefação deve ter capacidade suficiente para manter o aviário na temperatura desejada nos períodos mais frios e, por seu turno, permitir que se atendam as exigências mínimas de ventilação. O calor deve ser distribuído de maneira uniforme em todo o aviário e deve funcionar em combinação com o sistema principal de controle da ventilação. Biossegurança No • • • projeto da estrutura do aviário: Utilizar materiais que ofereçam superfícies fáceis de limpar; Os pisos de concreto liso são mais fáceis de lavar e desinfetar; Uma área de concreto ou brita ao redor do aviário, estendendo-se por 1-3 m, sem vegetação, ajudará a evitar a entrada de roedores; • Certificar-se de que o projeto do aviário não permita o acesso de aves silvestres. No projeto de configuração da granja: • Prever a colocação de chuveiros para o pessoal que vai entrar e sair da granja; • Se for permitida a entrada de veículos na granja (o que não é recomendável), deverá ser instalado um arco de pulverização, ou equivalente, para desinfetar os veículos; • Colocar silos para o alimento ao longo da cerca, de maneira que os caminhões de alimento não tenham de entrar na granja. PONTOS CHAVE: • Lista de verificação para o projeto do aviário: Tipo de controle ambiental (controlado/natural); Quantidade de ovos, quantidade de aves e densidade populacional; Iluminação e bloqueio de luz necessários; Material isolante; Calefação; Biossegurança; Ventilação. 110 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Requisitos Ambientais Ventilação Objetivo Garantir que se atinja um bom nível de bem-estar animal e de rendimento reprodutivo, mantendo-se as aves em condições ambientais apropriadas e, na medida do possível, ótimas. Princípios A ventilação serve para que o ambiente no aviário otimize o conforto das aves, que atinja o melhor rendimento biológico e mantenha a saúde e o bem-estar do lote. O sistema de ventilação fornece ar fresco adequado e também reduz o excesso de umidade, gases e subprodutos transmitidos através do ar. Além disso, ajuda a controlar a temperatura e a umidade em todas as condições ambientais e proporciona um ambiente uniforme e sem correntes de ar ao nível das aves. O monitoramento do comportamento da ave é uma parte essencial do manejo para assegurar que se esteja obtendo o nível correto de ventilação. Ventilação Aberta/Natural Os aviários abertos (com ventilação natural) dependem do fluxo de ar livre através do aviário para obter ventilação (Figura 102). Nos aviários abertos, pode ser difícil conseguir controlar adequadamente o ambiente interno e, em conseqüência, a consistência e o nível de desempenho tendem a ser mais baixos em comparação com os aviários com ambiente controlado. Seção 7 Figura 102: Exemplo de aviário aberto típico. O fluxo de ar nos aviários abertos é controlado variando a altura das cortinas. As cortinas devem ser presas na parte inferior da parede lateral, abrindo de cima para baixo. Assim será possível minimizar o efeito do vento ou das correntes de ar que sopram diretamente sobre as aves. As cortinas devem ser abertas em ambos os lados do prédio para proporcionar ventilação cruzada. Se houver vento leve ou se o vento estiver mudando de direção, as cortinas de cada lado do prédio devem ser abertas na mesma proporção. Se os ventos entrarem consistentemente por um lado do aviário, a cortina do lado do vento predominante deve ser aberta menos que a do lado do vento suave, a fim de minimizar as correntes de ar sobre as aves. Podem ser usados ventiladores de recirculação para suplementar a ventilação natural e melhorar o controle da temperatura do aviário. As cortinas de materiais transparentes permitem aproveitar a luz natural durante as horas de luz do dia. As cortinas pretas são usadas nas situações em que é necessário excluir a luz do dia (por exemplo, para proporcionar escuridão durante a recria). 2013 111 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Requisitos Ambientais Nos aviários abertos, pode ser difícil conseguir a ventilação adequada durante o clima quente. No entanto, alguns procedimentos podem ser adotados para minimizar o impacto dessas condições, entre os quais: • Reduzir a densidade populacional do lote; • Instalar material isolante no teto para evitar que o calor radiante do sol chegue às aves. Em algumas situações, pode-se utilizar água para esfriar o teto - essa estratégia deve ser aplicada com cuidado, pois, se a água escorrer do teto, pode provocar aumento da umidade relativa; • Utilizar ventiladores de circulação para criar um movimento uniforme de ar sobre as aves; • Utilizar um sistema de ventilação de túnel com esfriamento por evaporação. Os aviários de ventilação natural devem ser construídos com largura específica de 9-12 metros e altura mínima até os beirais de 2,5 metros, para assegurar o fluxo de ar adequado. Sistemas de Ventilação por Pressão Negativa (Aviários Com Ambiente Controlado) A maioria dos aviários modernos com ambiente controlado utiliza ventilação por pressão negativa, ou seja, os ventiladores expulsam o ar do aviário e o ar fresco circula através de entradas de ar. Esse sistema se chama ventilação por pressão negativa, porque funciona criando um vácuo parcial dentro do prédio. Quando se cria pressão negativa (quando se expulsa o ar interno para fora do aviário), o ar fresco exterior entra uniformemente através de todas as entradas do prédio (Figura 103). À medida que aumenta a pressão negativa, aumenta também a velocidade do ar que está entrando no aviário. Assim, pode-se usar a pressão para controlar a velocidade do ar que entra e até onde este irá dentro do prédio, de maneira uniforme, antes que comece a fluir rumo ao chão. Figura 103: Ilustração do fluxo de ar através das entradas de ar em um sistema de pressão negativa. A pressão negativa só atua eficientemente se o prédio estiver muito bem vedado. Em um aviário bem vedado, sem fugas de ar, todo o ar que entra no aviário é através das entradas de ar escolhidas - e as fugas de ar que fogem ao controle são mínimas. Para determinar até que ponto um aviário é bem vedado (ou hermético) fecham-se todas as portas e entradas do aviário, põe-se em funcionamento um ventilador de 122 centímetros (48 polegadas) / 127 centímetros (50 polegadas), ou dois ventiladores de 91 centímetros (36 polegadas). A pressão dentro do aviário não deverá ser de menos de 37,5 Pa. A pressão pode ser medida em qualquer ponto do aviário e deve ser consistente em todos os locais. Deve-se monitorar freqüentemente a pressão do ar dentro do aviário. O monitoramento da pressão através do tempo é uma maneira útil de identificar as fugas de ar. Existem medidores de pressão (manômetros) muito fáceis de usar (Figura 104). Se a pressão do ar for menor do que os níveis recomendados (37,5 Pa), deve-se verificar as causas e tomar as medidas corretivas necessárias (por exemplo, consertar as entradas de ar que estejam avariadas e as cortinas que estejam rasgadas). 112 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Requisitos Ambientais Figura 104: Manômetro utilizado para monitorar a pressão do ar dentro do aviário. PONTOS CHAVE: • Para que um sistema de ventilação por pressão negativa funcione adequadamente, o prédio deve ser hermeticamente fechado; • Deve-se monitorar a pressão freqüentemente para identificar eventuais fugas de ar do aviário. Se a pressão chegar a ser mais baixa do que os níveis desejados, devem ser tomadas as medidas corretivas imediatamente. Durante todo o tempo em que as aves permanecem no aviário, é necessário dar-lhes ventilação durante certo período de tempo, não importa qual seja o clima na parte externa. Durante o tempo de frio ou durante o período de criação, recomenda-se fornecer a ventilação mínima, a qual se controla com um temporizador (timer) e com um termostato ou sensor de temperatura. A finalidade da ventilação mínima é manter uma boa qualidade de ar e expulsar o excesso de umidade. Os ventiladores extratores (usualmente de 91 centímetros ou 36 polegadas), que funcionam com um temporizador cíclico (ligado/desligado), trazem o ar para o interior do aviário através de entradas de ar situadas nas paredes ou no teto. Recomenda-se o uso de um temporizador com ciclo de 5 minutos (Figura 105), o qual ajudará a reduzir as oscilações bruscas no ambiente do aviário. Seção 7 Ventilação Mínima Figura 105: Exemplo de temporizador. 2013 113 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Requisitos Ambientais As entradas de ar funcionam com base na pressão negativa e direcionam o ar frio que entra em alta velocidade para longe das aves - até a parte mais alta do teto, onde se acumula o ar mais quente do aviário. Isso permite que se misturem o ar quente e o ar frio antes de chegarem às aves, ao nível do piso (Figura 106). Figura 106: Fluxo de ar apropriado durante a ventilação mínima. Nas construções cujo teto tem estruturas capazes de impedir o fluxo de ar, será necessário adequar as entradas de ar com lâminas direcionais, de maneira que o ar que entre possa passar por baixo do obstáculo, mas ainda assim chegando até o ponto mais alto do teto (Figura 107). Se não forem utilizadas as lâminas direcionais, o ar frio que entra chegará diretamente às aves. Figura 107: Placas direcionais adaptadas a uma entrada de ar. As entradas de ar devem ficar abertas pelo menos 5 centímetros para que seja eficaz o fluxo de ar para dentro do aviário. Contudo, na maioria dos aviários, se todas as entradas de ar das paredes laterais tiverem uma abertura de 5 centímetros durante a ventilação mínima, a pressão negativa do aviário será baixa demais e será reduzida a velocidade de entrada do ar frio, aumentando o risco deste chegar diretamente às aves. Geralmente, nem todas as entradas de ar devem estar abertas durante a ventilação mínima. Só devem ser usadas algumas das entradas - e as outras devem ficar fechadas. As entradas que vão ser utilizadas devem estar distribuídas de maneira uniforme por todo o aviário e todas elas devem ter a mesma abertura. Podem ser feitos ajustes precisos para o aviário mediante testes de fumaça. Alternativamente, podem ser dependuradas fitas cassete no teto com uma separação de 1-1,5 m em frente de uma entrada de ar e até a parte mais alta do aviário. Ambos os métodos ajudarão a mostrar o movimento do ar quando este entra no aviário, mostrando se a pressão é apropriada. Se a pressão for baixa demais, o ar frio que entra cairá diretamente sobre as aves (Figura 108) e, por isso, deverá ser reduzido o número de entradas abertas. 114 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Requisitos Ambientais Figura 108: Fluxo do ar dentro do aviário. A figura do lado esquerdo mostra um fluxo de ar rápido e correto durante a ventilação mínima. A figura do lado direito mostra um fluxo de ar lento e incorreto durante a ventilação mínima. A única maneira de avaliar apropriadamente a taxa real de ventilação mínima que está sendo usada é visitando o aviário freqüentemente. Deve ser feita uma avaliação do meio ambiente cada vez que o administrador visita os aviários. Durante a visita, o avaliador deve observar e anotar fatores tais como o comportamento das aves, a qualidade do ar, a pressão do ar, a umidade relativa, os sintomas de condensação e os níveis de poeira. Com base nessas observações será possível determinar se a ventilação é adequada ou se deve ser aumentada ou reduzida. Ajuste do temporizador para a ventilação mínima A seguir, alguns passos para determinar os ajustes do temporizador do ventilador para conseguir a ventilação mínima. Um exemplo completo do processo de cálculo encontra-se nos apêndices. O Quadro 20 mostra as recomendações sobre taxas de ventilação mínima por ave. Seção 7 PONTOS CHAVE: • É essencial proporcionar alguma ventilação no aviário, independentemente das condições climáticas externas; • A ventilação mínima é utilizada para os pintinhos jovens, durante a noite, ou como ventilação de inverno; • A ventilação mínima deve ser programada com a ajuda de um temporizador; • O número de entradas de ar e o tamanho de sua abertura devem permitir uma alta velocidade do ar, a fim de evitar que o ar frio caia para o piso; • A abertura mínima das entradas de ventilação deve ser de aproximadamente 5 cm; • Monitorar o fluxo do ar e o comportamento das aves para determinar se os ajustes são corretos. Antes da semana 1 (7 dias), a velocidade real no nível do piso não deve superar 0,15 m/segundo Quadro 20: Taxas de ventilação mínima aproximadas por ave. 2013 Idade Metros Cúbicos por Hora (MCH/ave) Pés Cúbicos por Minuto (PCM/ave) 1 - 8 semanas 0,16 0,10 9 - 15 semanas 0,42 0,25 16 - 35 semanas 0,59 0,35 36 semanas - sacrifício 0,76 0,45 115 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Requisitos Ambientais Passo 1: Determinar a taxa de ventilação mínima apropriada (pode-se usar o Quadro 20 como guia). As taxas exatas variam segundo a temperatura, o aviário de aves individual e a companhia que fabrica os ventiladores (o tipo de ventilador). Passo 2: Calcular a taxa de ventilação total necessária para o aviário. Ventilação mínima total = (taxa de ventilação mínima por ave) x (número de aves no aviário) Passo 3: Calcular o percentual de tempo que devem ser religados os ventiladores: (ventilação total necessária) Percentual de tempo = (capacidade total dos ventiladores utilizados) Passo 4: Multiplicar o percentual de tempo que os ventiladores devem estar funcionando pelo ciclo total do temporizador do ventilador, para se calcular quanto tempo os ventiladores têm de estar ligados em cada ciclo. Ventilação de Transição A ventilação de transição se utiliza quando a temperatura do aviário está acima da temperatura desejada (ou a temperatura de ajuste), porém não é considerado certo utilizar ventilação de túnel: ou devido ao fato que a temperatura ainda não é suficientemente alta ou porque as aves ainda não têm a idade suficiente. A ventilação de transição é um processo baseado na temperatura. À medida que a temperatura do aviário sobe para mais do que o necessário, o sistema de ventilação deve ser programado para que pare de funcionar na ventilação mínima (temporizador de ciclo) e comece a ventilar sem parar, para controlar a temperatura (ventilação de transição). A ventilação de transição funciona de maneira semelhante à da ventilação mínima: as entradas de ar, funcionando com base na pressão negativa, direcionam o ar que entra, a boa velocidade, longe das aves e até a parte mais alta do prédio, onde então se mistura com o ar quente do aviário, antes de cair para o nível do piso. Para a ventilação de transição, um ventilador de maior capacidade possibilita maior volume de troca de ar e se exige mais área de entrada, em comparação com a ventilação mínima (Figura 109). Uma recomendação geral para a ventilação de transição é abrir as entradas de ar o suficiente, de modo que se use aproximadamente 40-50% da capacidade do ventilador de túnel. Figura 109: Movimento típico do ar durante a ventilação de transição. Entradas de ar laterais Ventiladores de túnel Entradas de ar de túnel PONTO CHAVE: • A ventilação de transição é usada quando se exige troca de ar acima do mínimo. 116 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Requisitos Ambientais Ventilação de Túnel A ventilação de túnel é usada para que as aves se mantenham na temperatura ideal. A Figura 110 mostra um aviário com ventilação de túnel. Figura 110: Exemplo típico de aviário com ventilação de túnel. O sistema utiliza ventiladores (normalmente de 122 centímetros - 48 polegadas - ou de 127 centimetros - 50 polegadas) em um extremo do aviário, com entradas de ar no outro extremo. Grandes volumes de ar entram e percorrem o prédio em toda sua extensão, promovendo troca de ar do aviário, em pouco tempo (Figura 111). Figura 111: Fluxo de ar em um aviário com ventilação de túnel. Seção 7 A mudança de ventilação de transição para a ventilação de túnel deve ocorrer quando seja necessário que as aves sintam o efeito refrescante do vento frio. O calor produzido pelas aves é eliminado e se cria um efeito de vento frio que lhes permite sentir uma temperatura mais baixa do que mostram os termômetros ou sensores de temperatura. Para uma dada velocidade de vento, as aves mais jovens, ainda não emplumadas por completo, sentem mais o vento frio do que as aves maiores e, portanto, são mais vulneráveis aos seus efeitos. Depois das 7 semanas de idade, as aves devem estar completamente emplumadas e o vento frio terá menor impacto sobre elas. A temperatura real sentida pelas aves durante a ventilação de túnel é conhecida como temperatura efetiva, a qual é resultado da combinação de vários fatores, inclusive a idade da ave, a velocidade do ar, a temperatura de bulbo seco e a umidade relativa. A temperatura efetiva não pode ser medida e, por isso, é fundamental observar o comportamento das aves para determinar se elas sentem frio demais ou calor demais quando a ventilação é feita pelo sistema de túnel. Quando se utiliza temperatura de túnel para o esfriamento, as aves tendem a se movimentar (migrar) até o lado do aviário onde se encontra a entrada de ar e é mais fresco, resultando daí as aglomerações. Se não for rotina dividir o aviário em boxes (os quais evitam a migração), deve-se cogitar a instalação de separadores. 2013 117 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Requisitos Ambientais PONTOS CHAVE: • A ventilação de túnel refresca as aves através de um fluxo de ar de alta velocidade; • A ventilação de túnel controla a temperatura efetiva sentida pelas aves e só pode ser estimada mediante observação do comportamento das aves; • Se o projeto do aviário só permite o uso de ventilação de túnel, é preciso muito cuidado com as aves jovens, ainda não completamente emplumadas. As aves jovens sentem mais o frio do vento do que as aves maiores, a uma velocidade determinada e, por isso, são mais vulneráveis aos efeitos do vento frio; • A observação do comportamento das aves é fundamental. Cálculos para a ventilação de túnel Os passos para determinar o número de ventiladores necessários para a ventilação de túnel são apresentados a seguir. Um exemplo completo do processo de cálculo pode ser encontrado nos apêndices. Passo 1: Determinar a capacidade de ventiladores necessária para uma determinada velocidade de ar. Capacidade de ventiladores necessária = (velocidade do ar de acordo com o projeto) x (área transversal) Onde: • Velocidade do ar (mínima), de acordo com o projeto: »2,03 metros por segundo (m/s) para a recria; »2,54 metros por segundo (m/s) para a produção; • Área transversal = (0,5 x W x R) + (W x H) (ver a Figura 112); • A área transversal é a área efetiva pela qual o ar flui ao longo de todo o aviário. Se no aviário houver outros obstáculos significativos, tais como ninhos, deve-se deduzir da área transversal total a área dessas obstruções. Figura 112: Elevação do prédio mostrando a altura (H), a largura (W) e o teto (R), para calcular a área transversal e, assim, obter os dados para a ventilação de túnel. R H W Passo 2: Determinar o número de ventiladores necessários. Número de ventiladores = (capacidade de ventiladores necessária) (capacidade de funcionamento dos ventiladores) Onde: • A capacidade de funcionamento dos ventiladores é a capacidade à pressão de funcionamento suposta; • Como guia para a ventilação de túnel com painel evaporativo, utilizar a capacidade dos ventiladores a uma pressão de funcionamento de 37,5 Pa. 118 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Requisitos Ambientais Sistemas de esfriamento por evaporação O esfriamento por evaporação melhora as condições ambientais nos climas quentes e aumenta a eficácia da ventilação de túnel. O ar esfria quando entra no aviário ou quando flui por todo o prédio. Os sistemas de esfriamento por evaporação são usados comumente quando as temperaturas são superiores a 27ºC. A eficácia dos sistemas de esfriamento por evaporação depende dos níveis de umidade relativa. Existem dois tipos principais de esfriamento por evaporação: com aspersores e com painéis. Esfriamento com aspersores (nebulizadores) Os sistemas de aspersores ou de nebulização consistem em bicos nebulizadores distribuídos dentro do aviário (Figura 113) - e muitas vezes são classificados como de alta pressão ou de baixa pressão. As linhas nebulizadoras devem se situar perto das entradas de ar, a fim de maximizar a velocidade da evaporação, e devem ser instaladas linhas adicionais ao longo de todo o aviário. Os sistemas de aspersão (água) de alta pressão operam a 400-600 psi (28-41 bar) e produzem uma névoa muito fina com gota de 10-15 microns. Pode-se conseguir um esfriamento melhor utilizando um sistema de alta pressão ao invés de um sistema de baixa pressão. Os sistemas de nebulização de baixa pressão operam a 100-200 psi (7-14 bar) e produzem gota de tamanho maior que 30 microns. Devido à baixa pressão de funcionamento, o tamanho da gota produzida por este sistema é maior que o produzido pelo sistema de alta pressão, o qual pode causar umidade na cama. Seção 7 Figura 113: Exemplo de sistema de esfriamento com aspersor. Esfriamento com painel evaporativo Nos sistemas de esfriamento com painéis, o ar é levado ao interior do aviário através dos ventiladores de túnel, passando por um filtro molhado com água ou painel de esfriamento (Figura 114). Figura 114: Exemplo de painel evaporativo 2013 119 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Requisitos Ambientais Cálculo da área do painel evaporativo (um exemplo completo do processo de cálculo se encontra nos apêndices): (capacidade do ventilador de túnel) Área do painel evaporativo = (velocidade do ar do painel) Onde: • A área do painel evaporativo é a área total exigida. A metade dela normalmente se instala em cada parede externa do lado do aviário onde fica a entrada de ar; • A capacidade do ventilador de túnel é a capacidade de funcionamento total real; • A velocidade no painel se refere à velocidade do ar que passa através dele. A título de orientação: • Para um painel de 100 mm (4 polegadas) de espessura, usar 1,27 m/s; • Para um painel de 150 mm (6 polegadas) de espessura, usar 1,91 m/s. Como o esfriamento por evaporação agrega umidade ao ar e aumenta a umidade relativa, recomenda-se que o esfriamento por evaporação seja desligado quando a umidade relativa do aviário estiver acima de 70-80%. PONTOS CHAVE: • O esfriamento por evaporação aumenta a eficácia da ventilação de túnel nos climas quentes; • O esfriamento por evaporação agrega umidade ao ar e aumenta a umidade relativa. É importante controlar o sistema baseando-se na umidade relativa e na temperatura da lâmpada seca, para garantir o bem-estar das aves; • Não se recomenda usar esfriamento por evaporação se a HR do aviário for superior a 70-80%. 120 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Requisitos Ambientais Iluminação Objetivo Atingir o rendimento reprodutivo ótimo mediante iluminação apropriada (fotoperíodo e intensidade da luz) e estímulo luminoso (aumento do fotoperíodo) na idade e peso corporal corretos. Princípios Todas as aves reprodutoras nascem refratárias à luz, isto é, são incapazes de responder positivamente ao fotoperíodo estimulador (duração do dia ≥ 11 horas). A capacidade de responder ao fotoperíodo estimulador depende das aves serem expostas primeiro a um fotoperíodo neutro ou curto (8 horas), durante pelo menos 18 semanas, no caso de matrizes de corte criadas de maneira padrão. Devem ser evitados fotoperíodos longos (≥ 11 horas) durante a etapa de recria, já que eles podem retardar o desenvolvimento sexual, reduzir a produção de ovos e aumentar o peso do ovo. Depois da exposição prolongada a fotoperíodos longos, as aves se tornam adultas e refratárias à luz. Isso quer dizer que já não respondem a um longo fotoperíodo estimulador, e a produção começa a diminuir. A iluminação para as aves reprodutoras de engorda tem o objetivo de dissipar a fotorefratividade e assegurar que todas as aves sejam fotossensíveis e possam responder ao fotoperíodo estimulador de forma capaz de manter a postura. Iluminação Durante a Criação A intensidade da luz na área de criação durante os primeiros dias deve ser alta (80-100 lux), a fim de garantir que as aves encontrem o alimento e a água. Porém, a partir dos 6 dias de idade, deve ser reduzida para 30 a 60 lux nos aviários de ambiente controlado, e para 60-80 lux nos aviários abertos. Programas de Iluminação e Tipos de Aviário Seção 7 Independentemente do tipo de aviário utilizado, durante os dois primeiros dias depois do alojamento, as aves devem receber 23 horas de luz e 1 hora de escuro por dia. Isso ajudará a desenvolver o apetite e a promover a atividade de alimentação. Caso um aviário fechado (ambiente controlado) seja utilizado durante a recria, o fotoperíodo deve ser gradualmente reduzido para 8 horas até os 10 dias de idade. Os diferentes tipos de aviário nos períodos de recria e/ou postura implicam três combinações de ambientes de iluminação: 1. Aviário fechado de recria (ambiente controlado) e aviário fechado de postura (ambiente controlado); 2. Aviário fechado de recria (ambiente controlado) e aviário aberto de postura (ambiente natural); 3. Aviário aberto de recria (ambiente natural) e aviário aberto de postura (ambiente natural). Os programas de iluminação recomendados para cada um desses três ambientes são descritos a seguir. Todos os programas de iluminação devem conseguir 5% de produção com 25 semanas de idade. Se o objetivo de produção for diferente de 5% com 25 semanas, então se deve ajustar condizentemente à idade na qual se dará o primeiro aumento de luz. Normalmente, levará entre 14 e 21 dias desde o estímulo luminoso para conseguir uma produção de 5% - e as aves mais leves levarão mais tempo para começar a postura do que as aves mais pesadas. 2013 121 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Requisitos Ambientais Programas de iluminação para recria e postura em um ambiente controlado Os aviários com ambiente controlado durante a recria permitem melhor controle do fotoperíodo. A capacidade de controlar o fotoperíodo de maneira que as aves recebam períodos curtos de luz constante desde os 10 dias de idade resolve muitos problemas de produção (por exemplo, maturidade sexual atrasada, fêmeas com excesso de peso corporal, pouca uniformidade do lote e alto consumo de alimento), e permite melhor controle dos comportamentos indesejados. A proporção de ovos anormais e o risco de prolapso, choco e peritonite por ovo, assim como outras condições que reduzem o rendimento e o bem-estar das aves, podem ser minimizadas garantindo que: • As aves estejam no objetivo de peso corporal correspondente à sua idade; • Exista boa uniformidade de peso corporal; • Sejam seguidos os programas de luz apresentados no Quadro 21. Conseguir uma produção satisfatória das aves mantidas em um aviário com ambiente controlado (Figura 115) depende de um bloqueio de luz feito de maneira correta. Nos períodos escuros, a intensidade da luz não deve exceder 0,4 lux. Devem ser tomadas as medidas necessárias para evitar que a luz passe através das entradas de ar, caixas dos ventiladores, frestas dos batentes das portas, etc. e devem ser feitas revisões freqüentes para verificar a eficácia do bloqueio de luz. Figura 115: Aviário com ambiente controlado e controle de luz completo, no qual se pode ajustar a intensidade da luz a um máximo de 0,4 lux no período escuro. O bloqueio da luz é especialmente importante durante a recria, quando as aves têm de ficar expostas a fotoperíodos curtos (8 horas) antes que possam tornar-se reativas ao incremento do fotoperíodo na etapa que antecede a postura. O Quadro 21 mostra em detalhes o programa de iluminação recomendado para aves mantidas em um aviário com ambiente controlado. Na recria, um fotoperíodo constante de 8 horas pode ser obtido até os 10 dias de idade - e se mantém até o estímulo luminoso (transferência para um fotoperíodo estimulador). Para se chegar à produção recomendada de 5% nas 25 semanas de idade, o fotoestímulo não deve ocorrer antes dos 147 dias de idade (21 semanas). A idade na qual se aumenta o fotoperíodo curto (de 8 horas) para um longo (de ≥ 11 horas) depende do peso corporal médio e da uniformidade do lote. Deve ser feita uma avaliação da uniformidade do lote aos 140 dias de idade (20 semanas) ou aproximadamente uma semana antes de se programar o primeiro aumento de luz. Nos lotes com quedas de peso (100 g abaixo do objetivo de peso recomendado para a idade) ou não uniformes (CV maior que 10%) o fotoestímulo deve ser atrasado por pelo menos uma semana. Passar a oferecer dias mais longos antes das aves terem dissipado sua foto-refratividade atrasará o desenvolvimento sexual das que ainda forem refratárias à luz. O resultado disso será um lote sexualmente sem uniformidade e com baixos picos de postura, amplas variações de peso de ovo e difícil manejo da nutrição. 122 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Requisitos Ambientais Quadro 21: Programas de iluminação para a recria em ambiente controlado e a postura em ambiente controlado. FOTOPERÍODO Para lotes com diferente CV% aos 140 dias (120 semanas) FOTOPERÍODOS NA CRIAÇÃO(1) (Horas) IDADE Dias IINTENSIDADE DE LUZ(2) Semanas 1 CV 10% ou menos CV >10% 23 23 2 23 23 3 19 19 4 16 16 5 14 14 6 12 12 7 11 11 30-60 lux na área de criação 8 10 10 9 9 9 10-20 lux no aviário 80-100 lux na área de criação 10-20 lux no aviário FOTOPERÍODOS NA RECRIA (Horas) 10-147 8 8 10-20 lux FOTOPERÍODOS NA POSTURA (Horas) Dias Semanas 147 21 11(3) 154 8 22 (3) 12 12(3) 161 23 13(3) 13(3) 168 24 13(3) 13(3) 175 25 13 13 30-60 lux Os fotoperíodos constantes de 8 horas devem ser alcançados até os 10 dias de idade. Contudo, se forem observados regularmente problemas de ganho de peso corporal precoce, a redução a um fotoperíodo constante pode ser feita de forma mais gradual, para que não se chegue às 8 horas antes dos 21 dias de idade. (2) A intensidade média em um aviário ou box deve ser medida à altura da cabeça da ave. A intensidade de luz deve ser medida pelo menos em 9 ou 10 lugares, inclusive nas esquinas, debaixo das lâmpadas e entre elas. Durante o período escuro (interpretado como noite) deve-se conseguir uma intensidade de luz ≤ 0,4 lux (0,04 velas pé). O ideal é que a variação de intensidade da luz dentro do aviário não exceda 10% da média. (3) O fotoperíodo pode ser aumentado abruptamente em um só incremento, sem afetar negativamente a produção total de ovos (mesmo que o pico possa ser mais alto e a permanência levemente mais baixa), supondo-se que os pesos corporais estejam no objetivo e que o lote seja uniforme (CV ≤ 10%). Seção 7 (1) Durante a postura, não se observa vantagem alguma em exceder as 13-14 horas de luz por dia em nenhuma etapa (se o bloqueio de luz for bom, não haverá necessidade de passar de 13 horas). Fornecer mais de 14 horas de luz adiantará o início da foto-refratariedade da ave adulta e resultará em taxas inferiores de produção ao final do ciclo de postura. Fornecer menos de 13 horas de luz durante a postura aumentará o número de ovos de piso, já que as aves apresentarão postura de ovos antes que as luzes estejam acesas. Os machos que são recriados seguindo o programa de luz e o perfil de peso corporal recomendado não precisarão de incrementos no fotoperíodo antes das fêmeas. Alcançar os perfis de peso corporal alvo com boa uniformidade garantirá sincronização da maturidade sexual entre ambos os sexos (ver a seção Manejo na Etapa de Produção). 2013 123 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Requisitos Ambientais Intensidade de luz na postura Recomenda-se que os incrementos de intensidade de luz sejam feitos ao mesmo tempo em que os incrementos no fotoperíodo. Entretanto, supondo-se que as aves tenham atingido os objetivos de peso corporal e que haja boa uniformidade (CV ≤ 10%), o aumento no fotoperíodo é o que estimula a maturidade sexual e otimiza o posterior rendimento na postura, nas mudanças de intensidade de luz. Contanto que a intensidade mínima na altura da cabeça da ave no aviário de postura seja maior que 7 lux, as mudanças de intensidade de luz quando as aves são transferidas das instalações de recria para as de postura têm um efeito mínimo no desenvolvimento sexual e na subseqüente produção de ovos. A intensidade de luz média recomendada na altura da cabeça da ave no aviário de postura é de 30 a 60 lux. Essa maior intensidade é recomendada para fomentar o uso dos ninhos e maximizar a produção de ovos incubáveis, minimizando o número de ovos postos fora dos ninhos. PONTOS CHAVE: • A resposta máxima aos aumentos do fotoperíodo na pré-postura só se obtém atingindo o perfil de peso corporal adequado durante a recria, boa uniformidade do lote e ingestão nutricional apropriada; • Deve ser dado às aves um fotoperíodo constante curto (8 horas) até os 10 dias de idade; • São necessárias pelo menos 18 semanas de fotoperíodos curtos (8-10 horas) durante a recria para dissipar a foto-refratividade juvenil e garantir que todas as aves sejam sensíveis à luz quando passam a receber fotoperíodos estimulantes (≥ 11 horas); • Deve ser fornecida uma intensidade média de 10-20 lux na altura da cabeça da ave no período de recria desde os 10 dias de idade; • Os aviários devem ter bloqueio de luz de tal maneira que a intensidade luminosa não exceda 0,4 lux durante os períodos escuros. Qualquer fuga de luz deve ser imediatamente corrigida para assegurar que as aves não sejam expostas a longos dias durante a recria; • A resposta reprodutiva das aves é maximizada com um fotoperíodo de 13 a 14 horas na etapa de postura. Isso atrasará o início da foto-refratividade adulta e minimizará a incidência de ovos de piso ao assegurar que a maioria dos ovos são postos depois que as luzes acendem; • Deve ser fornecida uma intensidade média de 30-60 lux na altura da cabeça da ave no período de postura; • Certificar-se de que machos e fêmeas estejam sincronizados em termos de maturidade sexual, sendo recriados de acordo com o mesmo programa de iluminação e os respectivos objetivos de peso corporal para a idade. Programas de iluminação para recria no ambiente controlado / “blackout” e postura no aviário aberto (ambiente natural) Quando a recria é feita em um ambiente controlado e a postura, em um ambiente natural (Figura 116), o fotoperíodo deve ser mantido por 8 ou 9 horas (ver o Quadro 22) desde os 10 dias de idade até que seja dado o estímulo luminoso ao lote. Nas latitudes em que freqüentemente há problemas como prolapso, choco ou alta mortalidade antes do pico de produção, pode ser conveniente fazer a recria das aves com um fotoperíodo de 10 horas. Figura 116: Exemplo de aviário aberto (ambiente natural) de postura. 124 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Requisitos Ambientais O lote deve ser transferido para aviários abertos (isto é, transferido após a recria) ou devem ser abertas as cortinas de escurecimento (por exemplo, desde o dia 1 até o final do lote) ao mesmo tempo em que se dá o primeiro incremento de luz da pré-postura (aos 147 dias ou 21 semanas, se a idade desejada para 5% de produção for de 25 semanas). Não há benefícios para o rendimento reprodutivo quando se fornece às aves mais de 14 horas de luz durante o período de postura. Porém, quando as aves são mantidas em aviários abertos e o fotoperíodo natural mais longo excede às 14 horas, a combinação de iluminação natural e artificial durante a postura pode ser aumentada para mais de 14 horas, a fim de igualar o fotoperíodo natural mais longo. Isso serve para evitar que as aves se exponham a uma diminuição do fotoperíodo depois que ocorreu o fotoperíodo natural mais longo na metade do verão. Para garantir a sincronização do desenvolvimento sexual, deve-se fazer a recria de machos e fêmeas utilizando o mesmo programa de iluminação. Quadro 22: Programas de iluminação para recria em ambiente controlado/blackout e postura em aviário aberto (ambiente natural). FOTOPERÍODO NATURAL (Horas) aos 147 dias (21 semanas) 9 10 11 12 13 14 15 FOTOPERÍODO NATURAL NA CRIAÇÃO (Horas)(1) 1 23 23 23 23 23 23 23 2 23 23 23 23 23 23 23 3 19 19 19 19 19 19 19 4 16 16 16 16 16 16 16 5 14 14 14 14 14 14 14 6 12 12 12 12 12 12 12 7 11 11 11 11 11 11 11 8 10 10 10 10 10 10 11 9 9 9 9 9 10 10 10 IDADE (dias) 80 - 100 lux na área de criação 10 - 20 lux no aviário 60 - 80 lux na área de criação 10 - 20 lux no aviário FOTOPERÍODO NA RECRIA (Horas) 8 8 IDADE 8 8 9 9 9 10 - 20 lux no aviário Seção 7 IDADE (dias) 10-146 INTENSIDADE DE LUZ (2) FOTOPERÍODO NA POSTURA (Horas)(5) (Dias) (Semanas) 147 21 12(3) 12(3) 12(3) 13(3) 14 14 15(4) 154 22 13(3) 13(3) 13(3) 13(3) 14 14 15(4) 161 23 14 14 14 14 14 14 15(4) Iluminação artificial 30 - 60 lux Os fotoperíodos constantes de 8 horas devem ser alcançados até os 10 dias de idade. Contudo, se forem observados regularmente problemas de ganho de peso corporal precoce, pode-se esperar até os 21 dias para chegar ao fotoperíodo constante. (2) A intensidade média em um aviário ou box deve ser medida à altura da cabeça da ave. A intensidade de luz deve ser medida pelo menos em 9 ou 10 lugares, inclusive nas esquinas, debaixo das lâmpadas e entre elas. (3) O fotoperíodo pode ser aumentado abruptamente em um só incremento sem afetar negativamente a produção total de ovos (mesmo que o pico possa ser mais alto e a permanência levemente mais baixa), supondo-se que os pesos corporais estejam no objetivo e que o lote seja uniforme (CV ≤ 10%). (4) Aumentar o fotoperíodo para 14 horas não traz benefício adicional algum. Se o fotoperíodo natural mais longo exceder 14 horas, deve-se aumentar a combinação de luz natural e artificial para igualar o fotoperíodo natural mais longo esperado. (5) Se houver problemas no lote fora da estação, tais como atraso na maturidade sexual, pode-se fotoestimular o lote aos 140 dias (20 semanas), supondo-se que os pesos corporais estejam no objetivo e que o CV não seja maior que 10%. (1) 2013 125 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Requisitos Ambientais PONTOS CHAVE: • A resposta máxima ao aumento do fotoperíodo na pré-postura só se obtém se for alcançado o perfil correto de peso alvo durante a recria, boa uniformidade do lote e ingestão nutricional apropriada; • Dar às aves um fotoperíodo constante curto (8 ou 9 horas) desde os 10 dias de idade; • Durante a recria, certificar-se que os aviários tenham bloqueadas as entradas de luz, de tal maneira que a intensidade máxima seja de 0,4 lux durante o período escuro; • Se as aves são mantidas em aviário aberto durante a postura e o fotoperíodo natural mais longo excede 14 horas, pode-se estender a combinação de luz artificial e luz natural para mais de 14 horas, a fim de igualar o fotoperíodo natural mais longo; • Certificar-se que os machos e as fêmeas estejam sincronizados em termos de maturidade sexual, sendo recriados de acordo com o mesmo programa de iluminação e os respectivos objetivos de peso corporal para a idade. Programas de iluminação para recria em aviário aberto e postura em aviário aberto São quatro as situações de iluminação na recria em aviário aberto (Figura 117): 1. O fotoperíodo natural aumenta durante a etapa de recria; 2. O fotoperíodo natural aumenta no começo da etapa de recria, mas é reduzido até o final; 3. O fotoperíodo natural é reduzido durante a etapa de recria; 4. O fotoperíodo natural é reduzido no começo da etapa de recria, mas aumenta até o final. Figura 117: Exemplo de aviário de recria aberto onde não há controle sobre as condições de iluminação ambiental. Estas mudanças de padrões de fotoperíodos naturais são ilustradas na Figura 118. Para cada mês de alojamento, as diferentes cores indicam o padrão de aumento ou diminuição de horas de fotoperíodo durante a recria. Por exemplo, um lote alojado no começo de outubro, no hemisfério norte, ou em abril, no hemisfério sul, terá uma diminuição do fotoperíodo natural até as 10-12 semanas e, em seguida, um aumento deste. 126 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Requisitos Ambientais Figura 118: Padrões de fotoperíodo natural na etapa de recria - hemisférios norte e sul. 154 Dias/22 Semanas 105 Dias/15 Semanas 70 Dias/10 Semanas 35 Dias/5 Semanas 1 Dia de Idade Hemisfério Norte Set Out Nov Dez Jan Feb Mar Abr Mai Jun Jul Ago Hemisfério Sul Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Feb FOTOPERÍODO DECRESCENTE FOTOPERÍODO CRESCENTE Nota: As horas de fotoperíodo variam de acordo com a latitude. No passado, havia a preocupação que a recria de aves, segundo um padrão de aumento de fotoperíodo, resultaria em maturidade sexual precoce indesejada, aumento na incidência de prolapso, maior mortalidade e ovos menores. No entanto, hoje em dia se sabe que isso não é verdadeiro. As matrizes pesadas são refratárias à luz e exigem um período de dias curtos para dissipar a foto-refratariedade juvenil e se tornar fotossensíveis. Portanto, os fotoperíodos longos durante a recria atrasam o desenvolvimento sexual, em vez de adiantá-lo. Além disso, a influência da iluminação na maturação sexual da matriz pesada depende de se alcançar um regime de alimentação e o peso corporal corretos para a idade. Por conseguinte, recomendase que as aves recriadas em aviários abertos possam ser expostas a qualquer mudança ocorrida no fotoperíodo natural durante a etapa de recria. A idade em que os lotes alcança a maturidade sexual dependerá dos padrões mutantes de duração do dia durante a recria e da magnitude do incremento do fotoperíodo dado no momento do estímulo luminoso. Seção 7 É importante que as matrizes pesadas não sejam expostas a fotoperíodos artificiais longos durante a etapa de recria, como foi recomendado anteriormente, já que isso atrasará sua maturidade sexual e causará taxas baixas de produção ao final do ciclo de postura, devido ao início adiantado da foto-refratividade adulta. Os programas de iluminação apresentados no Quadro 23 foram elaborados para minimizar os efeitos negativos em se manter as aves em aviários abertos. No entanto, o desempenho dos lotes recriados em aviários abertos sempre será mais baixo que o dos lotes recriados em ambientes controlados. 2013 127 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Requisitos Ambientais Quadro 23: Programas de iluminação para recria em aviário aberto e postura em aviário aberto. FOTOPERÍODO NATURAL Aos 10 dias (em horas) 9 IDADE (dias) 10 11 12 13 14 15 INTENSIDADE DE LUZ (1) FOTOPERÍODO NATURAL NA CRIAÇÃO (Horas) 1 23 23 23 23 23 23 23 2 23 23 23 23 23 23 23 3 19 19 19 19 19 19 19 4 16 16 16 16 16 16 16 5 14 14 14 14 14 14 15 6 12 12 12 12 13 14 15 7 11 11 11 12 13 14 15 8 10 10 11 12 13 14 15 9 9 10 11 12 13 14 15 IDADE (dias) FOTOPERÍODO NA RECRIA 10-146 Dias Iluminação Natural 80 - 100 lux na área de criação 10 - 20 lux no aviário > 60 - 80 lux na área de criação 10 - 20 lux no aviário Intensidade da luz natural FOTOPERÍODO NATURAL (Horas) aos 147 Dias (21 Semanas) 9 IDADE 10 11 12 13 14 15 FOTOPERÍODO NA POSTURA (Horas) (Dias) (Semanas) 147 21 12(2) 13(2) 14 14 14 14 15(3) 154 22 13(2) 14 14 14 14 14 15(3) 161 23 14 14 14 14 14 14 15(3) Iluminação artificial suplementar de 30 - 60 lux mais 60 lux para os lotes nascidos na primavera A intensidade média em um aviário ou box deve ser medida à altura do olho da ave. O fotoperíodo pode ser aumentado abruptamente em um só incremento sem afetar negativamente a produção total de ovos (mesmo que o pico possa ser mais alto e a permanência levemente mais baixa), supondo-se que os pesos corporais estejam no objetivo e que o lote seja uniforme (CV ≤ 10%). (3) Aumentar o fotoperíodo para 14 horas não traz benefício adicional algum. Se o fotoperíodo natural mais longo exceder 14 horas, deve-se aumentar a combinação de luz natural e artificial para igualar o fotoperíodo natural mais longo esperado. (1) (2) PONTOS CHAVE: • A resposta máxima ao aumento do fotoperíodo na pré-postura só se obtém se for alcançado o perfil correto de peso alvo durante a recria, boa uniformidade do lote e ingestão nutricional apropriada; • Se as aves reprodutoras de engorda são mantidas em aviário aberto, deve-se permitir que elas se exponham a qualquer mudança ocorrida no fotoperíodo natural. Nunca se deve recriar aves em longos dias artificiais (≥ 11 horas), mesmo as nascidas na primavera, ou aves fora da estação, já que isso atrasará sua maturação sexual e seu número de ovos será reduzido; • Se as aves são mantidas em aviário aberto durante a postura, e o fotoperíodo natural mais longo excede 14 horas, pode-se estender a combinação de luz artificial e luz natural para mais de 14 horas, a fim de igualar o fotoperíodo natural mais longo; • Certificar-se que os machos e as fêmeas estejam sincronizados em termos de maturidade sexual, sendo recriados de acordo com o mesmo programa de iluminação e os respectivos objetivos de peso corporal para a idade. 128 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Requisitos Ambientais Luzes artificiais e intensidade da luz Nos aviários abertos, é importante que a intensidade da luz fornecida durante o período de luz artificial seja suficientemente forte para garantir o estímulo luminoso. O objetivo da intensidade da luz no aviário é 30-60 lux. Durante as épocas do ano em que os lotes são recriados em luz natural de alta intensidade (ou seja, as aves nascidas na primavera), será preciso fornecer luz artificial de maior intensidade no aviário de postura. Isso é essencial para garantir um rendimento reprodutivo satisfatório. Deve ser dada iluminação artificial suplementar no começo e, no fim do dia, "natural". Isso definirá claramente o "dia " da ave e assegurará que o fotoperíodo não varie em relação ao desejado, devido a mudanças no nascer e no pôr do sol. A transição da escuridão natural para a iluminação artificial, de manhã, deve transmitir às aves a sensação do "amanhecer"; e a transição de iluminação artificial para a escuridão natural deve dar a elas a sensação do "anoitecer". Esta última é importante porque é o anoitecer que controla o momento da ovulação e, conseqüentemente, o momento da postura do ovo. A proporção de iluminação artificial fornecida no começo e no fim do dia da ave dependerá de fatores de manejo, tais como a que horas começa a jornada dos trabalhadores e quando é preciso fazer a coleta dos ovos. Nos aviários abertos, os efeitos das estações podem ser reduzidos significativamente com a diminuição da intensidade da luz natural que entra no aviário durante a recria. Por exemplo, o uso de telas de horticultura feitas de plástico preto reduzirá a intensidade da luz que entra no aviário, ao mesmo tempo em que permite uma ventilação adequada. As telas deverão ser retiradas por ocasião do primeiro incremento de luz na pré-postura. PONTOS CHAVE: • Se as aves foram recriadas com fotoperíodos naturais de grande intensidade, podem chegar mais lentamente à postura, se a intensidade da luz artificial no primeiro incremento de luz na pré-postura for menor que 60 lux por ocasião da recria; • Deve-se fornecer iluminação artificial no começo e no fim do dia para manter um fotoperíodo fixo. Variações sazonais no fotoperíodo natural Quando os aviários de recria e/ou postura são abertos, as variações sazonais afetarão o rendimento. As mudanças sazonais são graduais e, por isso, é difícil estabelecer com precisão se certos meses do ano devem ser considerados como dentro ou fora de determinada estação. Alguns meses não se enquadram em nenhuma das classificações. A latitude terá influência sobre o efeito sazonal (ver a Figura 119). Seção 7 Figura 119: Duração do dia natural a uma latitude de 10º ou 30º Norte ou Sul. 30˚ N/S 10˚ N/S 17 16 Fotoperíodo (Horas) 15 14 13 12 11 10 9 8 7 HEMISFÉRIO NORTE J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D HEMISFÉRIO SUL J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J MESES 2013 129 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Requisitos Ambientais O Quadro 24 mostra a classificação dos meses como "dentro da estação" ou "fora da estação" no que diz respeito ao momento em que se deu o alojamento das aves. Quadro 24: Classificação dos meses de alojamento como "dentro da estação” ou "fora da estação". DENTRO DA ESTAÇÃO FORA DA ESTAÇÃO Hemisfério Norte Hemisfério Sul Hemisfério Norte Hemisfério Sul Setembro Março Março Setembro Outubro Abril Abril Outubro Novembro Maio Maio Novembro Dezembro Junho Junho Dezembro Janeiro* Julho* Julho* Janeiro* Fevereiro* Agosto* Agosto* Fevereiro* *Estes 4 meses são difíceis de definir. A intensidade do efeito sazonal durante esses meses dependerá da latitude. Poderá ser necessário modificar levemente os programas de iluminação e os perfis de peso corporal. Lotes fora da estação A idade no início da postura nos lotes nascidos entre março e agosto, no hemisfério norte, e entre setembro e fevereiro, no hemisfério sul, se atrasará, pelo fato de eles não terem tido dias curtos suficientes (dias de 8 a 10 horas), ou mesmo nenhum dia curto para dissipar satisfatoriamente sua foto-refratividade e se tornar fotossensíveis. Em comparação com as aves dentro da estação, as aves fora da estação chegarão à produção mais tarde e terão picos de produção mais baixos, ovos maiores e um desempenho reprodutivo menos previsível durante a etapa da postura. A maturidade sexual dos lotes fora da estação pode se adiantar se for menos rígido o grau de controle do peso corporal (para mais informações, ver o documento Objetivos de Desempenho – Matrizes Ross). Criar as fêmeas fora da estação, perseguindo objetivos de pesos corporais mais elevados, permitirá que se dissipe mais rapidamente a fotorefratividade, ajudando assim a reduzir os problemas de produção e tamanho do ovo. O desempenho das aves nascidas na primavera (fora da estação) pode ser melhorado se elas forem recriadas em um aviário escurecido (usar telas para diminuir a penetração de luz no aviário), com dias artificiais de curta duração (8-10 horas). Contudo, é pouco provável que a produção dos lotes fora da estação chegue a ser tão boa quanto a dos lotes dentro da estação (nascidos no outono). O incremento de luz antes da postura deve ser dado aos 147 dias de idade (21 semanas), quando se deseja que a idade com 5% de produção seja de 25 semanas, e deve ser dado um único incremento às 14 ou 15 horas, quando se prevê que o fotoperíodo natural mais longo durará mais de 14 horas. Lotes dentro da estação Os lotes dentro da estação devem se desenvolver segundo o perfil de objetivo de peso corporal - e o primeiro incremento de luz anterior à postura, com 147 dias de idade (21 semanas), para se conseguir 5% de produção às 25 semanas de idade. PONTOS CHAVE: • O programa de iluminação é o mesmo para lotes dentro da estação e lotes fora da estação (ver o Quadro 23); • As aves fora da estação devem se desenvolver segundo um perfil de maior peso corporal; • As aves dentro da estação devem seguir o objetivo de peso padrão. 130 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Requisitos Ambientais Comprimento de Onda (Cor da Luz) e Tipo de Lâmpada Não existe evidência científica sólida par a demonstrar que determinada cor de luz, em particular, produza melhor rendimento que a luz branca, a qual contém todas as cores do espectro. Pode haver alguns efeitos positivos sobre a fertilidade quando se aplica luz UVA adicional à luz branca (a luz natural tem aproximadamente 7% de luz UVA). As aves reprodutoras pesadas têm em sua plumagem marcas que refletem a luz UVA, e a aplicação de luz UVA pode ajudar no reconhecimento das aves. Existe evidência que as fêmeas utilizem esse fator para escolher os machos individuais. Estes, por seu lado, são mais ativos e têm uma performance muito melhor no acasalamento quando se aplica a luz UVA. Não há dados que demonstrem que um tipo de lâmpada induz a um melhor desempenho que qualquer outro - e, por isso, o tipo de lâmpada a ser utilizado dependerá de sua disponibilidade no mercado, do desembolso de capital, dos custos operacionais e da capacidade de se atenuar a luz utilizando equipamento convencional de redução de voltagem. Seção 7 PONTOS CHAVE: • Não é necessário dar às aves reprodutoras de engorda uma luz diferente da luz branca; • O tipo de lâmpada não tem efeito sobre o rendimento reprodutivo. 2013 131 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Requisitos Ambientais Notas 132 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Nutrição Seção 8 - Nutrição Nutrição Nota: Esta seção deve ser usada juntamente com os documentos suplementares deste Manual, isto é, Especificações Nutricionais – Matrizes Ross e Objetivos de Desempenho – Matrizes Ross. Objetivo Maximizar o bem-estar, o potencial reprodutivo (tanto de machos como de fêmeas) e a qualidade do pintinho, fornecendo uma variedade de dietas balanceadas que atendam às exigências das aves reprodutoras de engorda em todas as etapas de seu desenvolvimento e produção. Princípios Manter boa uniformidade e permanecer perto dos objetivos de peso corporal é essencial para a alimentação da ave reprodutora. Quando se avalia o rendimento das aves reprodutoras, deve-se considerar ao mesmo tempo a composição, a forma e o manejo do alimento, bem como o manejo geral do lote. A análise econômica de todo o ciclo de produção de frango de corte mostra que as pequenas melhorias no desempenho da matriz ou do pintinho são suficientes para cobrir os custos relativos à melhora dos níveis de nutrição no alimento da ave. Em geral, uma dieta de alta qualidade para a matriz se justifica no nível econômico. Nutrição da Matriz de Corte A nutrição é a variável de maior impacto na produtividade e rentabilidade dos lotes reprodutores e, ainda que a formulação e o equilíbrio das dietas seja uma atividade de precisão, que exige conhecimentos especializados de nutrição, os administradores das granjas devem conhecer o conteúdo nutricional dos alimentos que fornecem a suas aves. Essas informações podem ser obtidas dos fornecedores do alimento ou de consultores em nutrição. O mais importante a ser levado em conta é que devem ser feitas amostragens dos alimentos no nível da granja, bem como exames de laboratório rotineiros, a fim de determinar se está sendo obtido o conteúdo nutricional que se espera. É importante que os administradores das granjas conheçam a composição da dieta que está sendo fornecida às suas aves para garantir que: • Os níveis de alimento e de consumo proporcionem as quantidades adequadas de ingestão nutricional diária (ingestão de alimento x concentração nutricional); • Exista o equilíbrio adequado e esperado entre os nutrientes do alimento; • A interpretação dos exames rotineiros de laboratório possa ser útil para se tomar medidas corretivas, tais como: • Alertar o fornecedor sobre a possibilidade de discrepâncias na fórmula; • Administrar apropriadamente os programas de alimentação. Aporte de Nutrientes Seção 8 A formulação da dieta e o manejo da alimentação se combinam para a construção do objetivo de peso corporal e de boa uniformidade durante toda a vida do lote reprodutor. As dietas devem ser balanceadas com base na ingestão de nutrientes digestíveis. O excesso ou a deficiência de qualquer nutriente fundamental pode impactar negativamente no rendimento total do lote e sua prole. Na prática, o aporte de nutrientes em matrizes é controlado tomando-se por base a composição nutricional do alimento e o nível de ingestão deste. Estes dois fatores devem sempre ser considerados em conjunto, já que toda mudança em qualquer dos dois terá impacto no aporte nutricional. Visto que o aporte (a ingestão) de nutrientes como energia e aminoácidos é determinante para o rendimento do lote, sempre se deve considerar o impacto na ingestão de nutrientes ao se modificar a composição nutricional da quantidade de alimento. Em seções anteriores deste Manual, foram feitas recomendações sobre o consumo diário de alimento, bem como sobre o ajuste destes de acordo com o que se observa no desempenho das aves. Estas recomendações foram feitas tomando como referência os níveis de energia 2013 133 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Nutrição dietética mostrados no documento Especificações Nutricionais – Matrizes Ross: 2.800 kcal por kg nas dietas de iniciação, crescimento e reprodução. Mesmo que as especificações nutricionais recomendadas sejam ministradas como concentrações dietéticas, o que realmente se deve considerar na tomada de decisões sobre alimentação é a exigência real de consumo diário de nutrientes (ou seja, a quantidade de nutrientes que a ave precisa por dia em um dado momento de sua vida). Isso é especialmente importante quando as ingestões de alimento podem variar, como no caso das temperaturas altas que levam à redução da ingestão de alimento. Ingestão de alimento O consumo de alimento diário pelas aves é influenciado tanto por circunstâncias genéticas como ambientais. O controle do fornecimento de alimento é um mecanismo importante para o manejo eficaz do lote e, portanto, as expectativas de ingestão de alimento servem para determinar a densidade de nutrientes necessários na dieta, bem como para tomar decisões sobre o manejo. As necessidades diárias de um nutriente para uma ave são atendidas de acordo com a ingestão suposta e a concentração do nutriente. Nas recomendações sobre concentrações nutricionais, como se vê no documento Especificações Nutricionais – Matrizes Ross, serão obtidas as ingestões de alimento indicadas no documento Objetivos de Desempenho – Matrizes Ross. Energia A energia do alimento, hoje em dia, se expressa em nível convencional, como o nível de energia metabolizável aparente corrigida para retenção zero de nitrogênio (AMEn, na sigla em inglês), já que esses valores dão uma descrição mais precisa do valor energético. Em várias fontes podem ser encontrados dados sobre o conteúdo de energia expressos dessa maneira. Neste Manual, o termo ME é usado para descrever a medida AMEn. Os níveis recomendados de alimentação apresentados em outras partes deste Manual e no documento Objetivos de Desempenho – Matrizes Ross supõem que as dietas tenham concentrações energéticas de 2.800 kcal ME por kg para lotes no início, no crescimento e na postura. Como a ave responde ao consumo de nutrientes (e não à sua concentração), se as dietas tiverem níveis de nutrientes alimentares diferentes dos supostos, deverão ser feitas as modificações proporcionais nas quantidades de alimento. Por exemplo, se as aves estão recebendo uma dieta com 2.844 kcal ME por kg de alimento, então o consumo no pico deve ser reduzido de 165 g para 162,2 g por ave por dia, para compensar o incremento de energia na dieta (2800 ÷ 2844 = 0,983; 165 x 0,983 = 162,2). A energia total diária que uma ave necessita é a soma da energia necessária para sua manutenção e crescimento e para a produção de massa de ovo. A necessidade de energia para a manutenção é o componente de maior proporção na necessidade total de energia. A energia de manutenção se baseia no peso corporal da ave e é afetada significativamente pela temperatura ambiental. Portanto, a necessidade total de energia varia com as temperaturas ambientais, A localização e a estação, bem como o ajuste do fornecimento de energia, deve basear-se, em grande parte, na observação das reações das aves no tocante ao peso corporal, condição física, tempo de consumo do alimento e massa do ovo. A determinação do nível de energia da dieta é uma combinação do manejo do alimento, do bem-estar animal e da economia. Em determinadas circunstâncias, pode-se justificar a variação do nível de energia do alimento se a ingestão de alimento não chegar ao objetivo ou se uma análise econômica mostrar que é preciso modificar o nível de energia do alimento. Se os níveis de energia do alimento forem diferentes dos sugeridos nos quadros de recomendações sobre especificações nutricionais, não só deverão ser ajustadas condizentemente as quantidades de alimento, mas também as concentrações de outros nutrientes das dietas, a fim de se manter uma relação constante entre esses nutrientes e a energia. Esses ajustes são necessários para garantir que sejam alcançados os níveis apropriados de ingestão diária dos nutrientes exigidos. Um aporte adequado de energia é fundamental para conseguir a produtividade ótima e persistência de produção. Quando o aporte de energia parece ser o fator limitante (por exemplo, os objetivos de desempenho na produção não estão sendo atingidos), deve-se aumentar a quantidade de alimento. Entretanto, quando um nutriente diferente da energia está limitando o desempenho, incrementar a quantidade pode levar a um excesso de ingestão de energia, o que, por sua vez, pode causar excessivo ganho de peso corporal e um desenvolvimento 134 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Nutrição ovariano inadequado. Se o aporte de energia for apropriado e o aporte de outros nutrientes for deficiente demais, deve-se reformular a dieta para proporcionar o correto equilíbrio dos nutrientes necessários. O conteúdo energético de alimentos sucessivos não deve variar muito. As mudanças no alimento devem ser feitas gradualmente, com controle e cuidado, principalmente quando são modificadas as dietas (por exemplo, na transição de alimento de crescimento para alimento de reprodução). Em uma dada dieta, é fundamental a consistência entre a densidade nutricional e a qualidade. Os ingredientes cuja composição de nutrientes varia devem ser usados com cuidado, evitando-se grandes mudanças nos ingredientes do alimento e nas concentrações de energia entre os grupos de alimento fornecidos a um lote. Proteína e Aminoácidos A concentração de proteína no alimento deve ser suficiente para garantir o atendimento às exigências de todos os aminoácidos essenciais. Os aminoácidos fornecem as bases de construção do tecido do corpo, das penas e da proteína do ovo, e repõem as proteínas perdidas nos processos naturais diários de utilização de proteínas. O conteúdo de proteínas da dieta deve fornecer a quantidade diária ótima de aminoácidos, assegurando o equilíbrio entre estes e a energia. Devem ser minimizadas as variações de conteúdo protéico na dieta. Um consumo excessivo de proteínas pode levar a um excesso de “fleshing” (aumento do depósito de carne no peito) e ter um efeito negativo sobre a fertilidade. Em contraposição, um consumo deficiente de proteína pode reduzir o tamanho do ovo e causar problemas de empenamento. Em geral, é preferível fornecer fontes de proteína de alta digestibilidade, especialmente em ambientes quentes. Os documentos Especificações Nutricionais – Matrizes Ross trazem as recomendações nutricionais específicas, inclusive uma lista dos níveis de aminoácidos essenciais com mais probabilidades de serem limitados nas dietas práticas. Os aminoácidos digestíveis se baseiam na digestibilidade fecal real. Formular dietas de aminoácidos digestíveis proporciona melhor equilíbrio de proteínas no alimento, o que atende melhor às necessidades das aves. Os aminoácidos e proteínas brutos são expressos como total de g por kg (para calcular o percentual, dividir por 10). Macrominerais As aves em postura precisam consumir de 4 a 5 g de cálcio por ave por dia para manter o equilíbrio deste macromineral. Na prática, esta necessidade é preenchida fornecendo-se os níveis de cálcio da ração recomendada para reprodutoras, o mais tardar quando se chega a 5% de produção de ovos. Seção 8 Os macrominerais cálcio (Ca) e fósforo (P) são fundamentais para o desenvolvimento adequado do esqueleto, o desempenho reprodutivo, a qualidade da casca e outras funções metabólicas. Para manter uma qualidade ótima de casca, deve-se avaliar a necessidade de fornecer como suplemento 1,0 g de cálcio por ave por dia em partículas de calcário (com diâmetro de 3,2 mm) ou de concha de ostra. Isso é particularmente relevante quando são dadas rações peletizadas, nas quais o calcário finamente moído é usado freqüentemente como fonte de cálcio, para minimizar o desgaste da matriz da peletizadora. Quando se fornece o alimento nas primeiras horas do dia, as partículas menores de calcário no alimento são absorvidas rapidamente e excretadas pelos rins, muito antes que se forme a casca de ovo durante a noite. Por conseguinte, dar uma partícula maior como fonte de cálcio durante a tarde pode melhorar a qualidade da casca, pois garante que o cálcio estará presente no intestino durante a formação da casca. Uma maneira eficaz de fornecer este suplemento é espalhando-o de maneira uniforme na área de cama do aviário. Entretanto, não se pode permitir o acúmulo dos suplementos de cálcio na cama, já que sua ingestão excessiva pode ser prejudicial para a qualidade da casca. Se houver acúmulo de cálcio na cama, deve-se suspender o suplemento até que o lote tenha consumido tudo o que ficou na cama. Se o alimento dado é ração farelada, podem ser facilmente incorporados à dieta partículas grandes de calcário ou concha de ostra. 2013 135 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Nutrição O consumo adequado de fósforo disponível (P) é fundamental para a estrutura esquelética e a qualidade da casca. Os níveis excessivos de fósforo disponível durante a postura prejudicam a qualidade da casca e têm impacto negativo na eclosão. Fornecer os níveis recomendados de fósforo disponíveis garantirá a boa qualidade da casca. Se os níveis de sódio, cloro e potássio são superiores aos exigidos, aumentará o consumo de água e cairá a qualidade da cama e afetará negativamente a qualidade da casca. É importante controlar os níveis dietéticos desses nutrientes para prevenir esses problemas. Fitase É prática comum adicionar fitase à dieta, para liberar o fósforo disponível dos materiais da planta e, portanto, repor parcialmente a falta de fosfatos de grau alimentício. Se for agregada fitase à dieta, é importante fazê-lo de acordo com as recomendações do fabricante, para evitar que ocorram deficiências de minerais. Desequilíbrio de minerais e distúrbios metabólicos Em alguns observam-se casos de hipocalcemia tetânica nas matrizes, com mortalidade entre 25 e 30 semanas de idade. As galinhas acometidas de hipocalcemia tetânica são encontradas paralisadas ou mortas no ninho, de manhã, com os ovários ativos, com um ovo na glândula da casca e com a casca parcialmente formada. Na necrópsia, não se observam outras patologias. É raro encontrar essa condição quando são seguidas as recomendações sobre o consumo de cálcio. Os níveis de fósforo disponível e potássio (K) podem levar à Síndrome de Morte Súbita (SMS). A SMS das reprodutoras pesadas ocorre nas primeiras etapas da postura, nas quais as aves morrem subitamente no aviário. Na necrópsia pode-se encontrar o coração aumentado e flácido, os pulmões congestionados e o pericárdio congestionado. A SMS normalmente responde à suplementação com potássio na água de beber e/ou aumento de potássio na formulação do alimento. As aves Ross têm pouca suscetibilidade à SMS. Suplementos de micro minerais No documento Especificações Nutricionais – Matrizes há recomendações sobre os níveis de suplementação de micro minerais no premix. Em termos gerais, os micro minerais em forma orgânica têm maior disponibilidade biológica que os de fontes inorgânicas. Quando se utilizam fontes inorgânicas de micro minerais, a apresentação em sulfato geralmente proporciona melhor disponibilidade biológica. Suplementos de vitaminas As vitaminas são fundamentais para todos os aspectos do crescimento, o desempenho reprodutivo e a progênie. Sob condições de “stress”, epidemias de doenças e outras situações, as aves podem apresentar uma resposta positiva a níveis mais altos de certas vitaminas. A meta deve ser eliminar ou reduzir os fatores de “stress” em vez de depender do uso permanente de suplementação excessiva de vitaminas para um desempenho ótimo. Uma fonte importante de variação na suplementação de algumas vitaminas é o tipo de cereal. Foram feitas, por isso, diferentes recomendações para a vitamina A, o ácido nicotínico, o ácido pantotênico, a piridoxina (vitamina B6) e a biotina nas dietas baseadas em milho, em vez de trigo. Para mais detalhes, ver o documento Especificações Nutricionais - Matrizes. A biodisponibilidade das vitaminas é vulnerável a muitos fatores (por exemplo, a umidade, os minerais traço e o calor), os quais podem reduzir sua vida útil. Devem ser tomadas medidas de controle de qualidade para assegurar que os níveis de vitaminas no alimento pronto sejam os estipulados nas especificações nutricionais recomendadas. O tempo que leva o alimento para ir do local de fabricação até ser consumido pelo lote deve ser o mais curto possível. Devem ser programadas as entregas de alimento de maneira que este não fique estocado na granja por períodos longos demais (isto é, mais de 10 dias). Isso é especialmente importante sob condições de temperatura e umidade altas, que aceleram a degradação da qualidade geral do alimento. Pode-se reduzir o risco de desenvolvimento de fungos e a conseqüente produção de micotoxinas utilizando complexos inibidores (por exemplo, inibidores de fungos à base de ácido propriônico). 136 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Nutrição A vitamina E é uma das vitaminas mais caras e tem várias funções biológicas que afetam os sistemas imunológicos e reprodutivos, sendo importante garantir que os níveis dessa vitamina na dieta se mantenham dentro da faixa recomendada. Pesquisas demonstraram que os níveis recomendados também melhoram o sistema imunológico dos pintinhos recémnascidos. O documento Especificações Nutricionais – Matrizes inclui recomendações sobre todas as vitaminas. Os problemas que podem ocorrer devido às insuficiências de vitaminas são descritos nos apêndices no final deste Manual. PONTOS CHAVE • É necessário ter conhecimento da composição nutricional da dieta que está sendo dada, para assegurar o controle de qualidade de seu fornecimento e manejar corretamente os níveis de alimentação; • O conhecimento da energia do alimento é especialmente importante porque os nutricionistas equilibram os nutrientes dietéticos com a concentração de energia. Os níveis de alimentação devem ser modificados condizentemente como resposta às mudanças na concentração de energia do alimento; • O alimento não deve ser armazenado na granja e deve ser utilizado nos primeiros 10 dias depois da chegada; • Os problemas específicos de desempenho podem ser resolvidos dando atenção às concentrações de nutrientes específicos, mas, em geral, supondo que as dietas foram formuladas adequadamente. Os maiores efeitos da dieta no desempenho se devem a níveis não ótimos de consumo de alimento. Programas de Alimentação e Especificações Nutricionais As especificações da dieta e o manejo da alimentação sempre devem ser considerados em conjunto. Podem ser adotadas diferentes especificações de dieta, com os mesmos bons resultados, desde que eles levem em consideração o conjunto dos procedimentos de controle da alimentação e a produção exigida da ave. Os principais fatores determinantes das especificações da dieta incluem a disponibilidade de ingredientes, a tecnologia empregada no processamento do alimento e os procedimentos de manejo da ave. As dietas devem ser formuladas para que se cumpram as especificações nutricionais - e devem ser consistentes através do tempo, evitando-se mudanças repentinas nos ingredientes e em outras características que possam reduzir o consumo de alimento, ainda que temporariamente. O controle da alimentação e a composição do alimento devem ser feitos com base em um monitoramento cuidadoso e observação do lote. O programa de alimentação recomendando e mais comumente usado consiste em um alimento iniciador durante aproximadamente 28 dias, além de um alimento de crescimento até 5% de produção, seguido de um alimento de produção/reprodução. Uma característica do bom desempenho da ave matriz consiste em alcançar o desenvolvimento fisiológico e o crescimento adequados em suas primeiras etapas, o que se pode conseguir com o alimento iniciador. Seção 8 Período inicial O alimento iniciador deve ser dado preferivelmente em forma de ração triturada e peneirada, em geral durante aproximadamente 28 dias. Deve-se ter o cuidado de não dar aos pintinhos pedaços de grão parcialmente moídos que eles possam escolher no alimento, pois eles escolherão esses pedaços grandes, excluindo a ração triturada - e, conseqüentemente, receberão uma dieta desequilibrada. O alimento de crescimento deve ser dado imediatamente depois do iniciador. Este alimento geralmente contém teores mais baixos de proteína bruta e de aminoácidos que o iniciador, com o objetivo de controlar o ganho de peso. Durante a passagem do alimento iniciador para o de crescimento, deve-se monitorar cuidadosamente o peso corporal para evitar a diminuição do crescimento. Isso é especialmente importante quando a transição envolve mudança dos ingredientes do alimento e/ou da forma do alimento. 2013 137 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Nutrição Se houver problemas consistentes relativos à obtenção dos objetivos de peso corporal até os 28 dias (4 semanas), pode ser conveniente fornecer o alimento iniciador durante mais uma ou duas semanas. Período de crescimento Durante o período de crescimento, as taxas de crescimento diário são baixas e as exigências nutricionais, quando expressas como consumos diários, são pequenas. No entanto, é importante manter uma boa qualidade do alimento neste período e evitar o uso de ingredientes de baixa qualidade no alimento. Durante o período de crescimento, se os volumes de alimento forem mais baixos e os equipamentos de alimentação não fizerem a distribuição por todo o aviário com a rapidez suficiente, a uniformidade do lote pode ser prejudicada. Nesses casos, pode ser necessário reduzir o nível de energia do alimento de crescimento para permitir que aumentem os níveis de alimento e se fomente uma boa uniformidade do lote. Se forem utilizados níveis de energia mais baixos, é importante que a proporção entre a energia e os outros nutrientes se mantenha constante. O êxito na produção pode ser alcançado mediante diferentes estratégias de alimentação. Por exemplo, se for dado estímulo luminoso às aves antes de 21 semanas de idade, pode ser conveniente utilizar quatro dietas (ao invés de duas) durante o período de recria. Isso ajudará a garantir que as aves recebam os nutrientes adequados no momento correto, a fim de que a produção se inicie precocemente. Um programa de recria de 4 etapas inclui o seguinte: • Um alimento iniciador de maior densidade nutricional para promover o desenvolvimento inicial adequado, particularmente nos machos; • Um segundo alimento iniciador para proporcionar uma transição mais leve para uma dieta de crescimento, com teores mais baixos; • Uma dieta de crescimento de menor densidade para permitir melhor controle do desenvolvimento do peso corporal e do aumento da distribuição de alimento durante este período. Embora a dieta como tal tenha menor concentração de nutrientes por quilo, o consumo recomendado de alimento e o crescente consumo durante esta fase garantirão o necessário aumento do aporte nutricional diário; • Uma dieta de reprodução para proporcionar maior ingestão de aminoácidos e proteínas, para desenvolvimento adequado do tecido reprodutivo. Transição para a maturidade sexual Para o desenvolvimento adequado do tecido reprodutivo, são necessários aminoácidos na quantidade suficiente, assim como outros nutrientes. O fornecimento de suplementos de vitaminas na pré-postura e nas fases iniciais da postura aumentará os níveis de tecido corporal antes que comece a produção de ovos - e pode trazer benefícios quanto à incubabilidade precoce. A etapa de postura As composições de alimento apresentadas nas Especificações Nutricionais estimularão a obtenção dos objetivos de produção nos lotes recriados adequadamente e que são uniformes. O desempenho durante a etapa de postura costuma ser afetado pelas práticas de alimentação e manejo aplicado durante as etapas iniciais do crescimento. O aumento da quantidade de alimento devido à baixa produção de ovos deve ser feita com cuidado, conhecendo bem o estado nutricional do lote. Na maioria dos lotes, utilizar mais de um alimento de reprodução pode não ser necessário em termos nutricionais. As necessidades diárias de aminoácidos, levemente menores nesta etapa, normalmente são eliminadas por completo com a redução do consumo de alimento depois do pico. As necessidades de cálcio aumentam nas aves mais velhas e podem ser atendidas mediante o fornecimento de um suplemento de cálcio no aviário, não fornecendo cálcio adicional no alimento. Pode ser dado um suplemento de fósforo se forem necessários níveis mais altos nas etapas iniciais da postura, para controlar a SMS. Caso contrário, o nível de fósforo disponível deve ser mantido conforme as recomendações. 138 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Nutrição Pode-se defender economicamente o uso da quantidade de alimento de reprodução -2 com níveis menores de proteínas, aminoácidos e fósforo disponível e maior concentração de cálcio. Isso é particularmente certo quando o suplemento de cálcio não é dado em separado do alimento e quando o peso dos ovos é alto demais. Ovos de tamanho excessivo muitas vezes estão associados à alimentação excessiva. Portanto, é prudente avaliar todos os elementos do aporte nutricional e os níveis de ingestão de alimento quando este problema ocorrer. Efeito da temperatura nas necessidades de energia A temperatura ambiental é um fator de grande influência na necessidade de energia da ave. Quando a temperatura operacional difere de 20ºC, os consumos de energia devem ser ajustados proporcionalmente da seguinte maneira: • Aumento de 30 kcal por ave por dia se a temperatura cai 5ºC, de 20ºC para 15ºC; • Redução de 25 kcal por ave por dia se a temperatura sobe 5ºC, de 20ºC para 25ºC. O impacto das temperaturas superiores a 25ºC sobre a necessidade de energia não é tão simples como o efeito do frio. Com temperaturas superiores a 25ºC, é preciso controlar a composição do alimento, a quantidade de alimento e o ambiente, a fim de reduzir o “stress” por calor. Proporcionar os níveis adequados de nutrientes e utilizar ingredientes de grande digestibilidade ajudará a minimizar o efeito do “stress” por calor. Aumentar a proporção de energia proveniente de gorduras (e não de carboidratos) também pode ser conveniente. Além da medição da temperatura em termos absolutos, pode-se monitorar a temperatura das aves de maneira eficaz medindo seu desempenho em relação ao objetivo e observando seu comportamento. Nutrição do macho O controle independente do nível de alimentação do macho, utilizando sistemas de alimentação separada por sexo, é essencial para o sucesso da produção de matrizes. O uso de uma dieta separada (uma formulação com diferentes concentrações de nutrientes) para os machos não é tão simples, mas pode trazer melhorias para a fertilidade do lote. Quando se utiliza uma dieta separada para o macho, esta deve começar quando as aves são transferidas para o aviário de postura ou quando se dá o estímulo luminoso. Quando da passagem para uma dieta separada para o macho, esta tem de garantir que não seja reduzida a ingestão calórica se a nova dieta tiver menor densidade de energia em comparação com a atual (quando se trata de uma dieta separada para o macho, os níveis de energia devem ser entre 2.600 e 2.800 kcal ME por kg). Seção 8 O uso de um mesmo alimento para ambos os sexos é uma prática muito comum. Porém, uma dieta específica para o macho no período da postura mostrou ser conveniente para a manutenção de sua condição fisiológica e sua fertilidade. Uma dieta separada para o macho, com teores mais baixos de proteínas e aminoácidos pode evitar o desenvolvimento excessivo do peito, ao passo que uma suplementação adequada de vitamina E e selênio (Se) é fundamental para a qualidade do sêmen. Deve-se cogitar administrar o selênio em forma orgânica. PONTOS CHAVE: • As aves respondem à ingestão diária de nutrientes; portanto, os programas de alimentação (e os níveis de alimentação) têm de ser feitos levando-se em conta o conteúdo nutricional da dieta, especialmente a energia e as exigências nutricionais da ave em uma dada idade; • As práticas de manejo e as condições econômicas podem exigir flexibilidade na concentração de nutrientes das dietas, mas, em geral, deve-se evitar a variabilidade nas especificações dos nutrientes; • Os problemas nutricionais serão considerados como fracassos na obtenção dos objetivos de produção e de bem-estar. É importante analisar os problemas com os nutricionistas o mais depressa possível; • Devem ser colhidas e analisadas regularmente amostras das dietas, para garantir que as dietas sejam apropriadas. 2013 139 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Nutrição Fabricação do Alimento Adotar boas práticas na fabricação do alimento garantirá que a matriz receba uma dieta com a suplementação de nutrientes adequada, minimizando, ao mesmo tempo, os contaminantes potenciais. As variações da qualidade não percebidas nos ingredientes do alimento e seu conteúdo nutricional são causas possíveis para a ave não alcançar os objetivos de produção. Portanto, devem ser feitas rotineira e freqüentemente revisões de controle da qualidade física e do conteúdo nutricional do alimento. O alimento deve ser coletado e examinado, pelo cheiro e pelo aspecto, freqüentemente (e, se necessário, com um microscópio). Uma análise de amostras de alimento é essencial para detectar fatores contrários à boa nutrição e para assegurar que estejam sendo atendidas as necessidades nutricionais específicas. As formulações de ingredientes, bem como suas alterações devidas às variações de preço, devem ser tema de discussão com o fabricante do alimento - e devem ser feitas avaliações rigorosas dos ingredientes e especificações declarados pelo fabricante. • • • • • • A qualidade física da matéria prima, o conteúdo nutricional dos ingredientes e as técnicas de processamento do alimento devem ser de alto padrão e consistentes de um lote para outro ou para um determinado lote; Os ingredientes devem estar livres de contaminação por resíduos químicos, toxinas microbianas, patógenos e micotoxinas; As matérias primas devem ser as mais frescas possíveis, dentro das limitações de ordem prática, e devem ser armazenadas sob condições controladas; As instalações de armazenagem devem estar protegidas de contaminação por insetos, roedores e, em particular, por aves silvestres, todos potenciais portadores de doenças; O lote de matrizes pode se alimentar bem com ração farelada ou peletizada, desde que sejam adotadas boas práticas de controle da alimentação; Fornecer alimento o mais fresco possível: o risco de degradação nutricional e desenvolvimento de fungos no alimento aumentam quando um lote de alimento permanece estocado na granja. Alterar os níveis de inclusão de ingredientes específicos na dieta é a principal forma de aperfeiçoar a fabricação do alimento em termos de conteúdo nutricional, palatabilidade e preço. Nos apêndices há uma tabela que permite aos administradores de lotes avaliar as possíveis conseqüências das mudanças na inclusão de ingredientes do alimento, no tocante às concentrações de nutrientes na dieta. Matérias primas Muchos ingredientes de alimento son aptos para alimentar aves reproductoras pesadas. La Muitos ingredientes do alimento são próprios para alimentar aves reprodutoras pesadas. A oferta e o preço deles usualmente determinam a escolha, mas pode ser dada uma orientação geral a respeito. Quando se comparam as fontes de cereais, o milho traz vantagens quanto ao rendimento no período de postura, em comparação com o trigo. As aves alimentadas consistentemente com alimento à base de milho produzem uma casca de melhor qualidade, em comparação com as aves alimentadas à base de trigo. Isso leva a um melhor rendimento de ovos incubáveis, menos contaminação bacteriana e melhor incubabilidade. As gorduras e os azeites devem ser usados moderadamente em todas as etapas. Em geral, recomenda-se agregar um mínimo de 0,5-1,0% de gordura para reduzir a geração de pó, melhorar a absorção de nutrientes solúveis em gordura e melhorar a palatabilidade. 140 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Nutrição Processamento do alimento A alimentação da ave matriz pode ser bem sucedida com ração farelada, ração triturada ou ração peletizada, desde que sejam adotadas boas práticas de controle da alimentação. A forma do alimento depende em grande parte da disponibilidade de ingredientes e de instalações para a fabricação. Ração farelada: Uma ração farelada de boa qualidade alonga o tempo de consumo, em comparação com o alimento triturado ou em forma “pellets” e, portanto, permite que todas as aves tenham a oportunidade de consumir a quantidade de alimento recomendada. Isso promove o bom desenvolvimento do peso corporal e a uniformidade. Entretanto, o alimento triturado pode ser inconsistente, devido à segregação de ingredientes de alta e baixa densidade, quando é transportado e levado à granja. Uma ração farelada de má qualidade (por exemplo, a que tem uma granulometria abaixo do ideal) pode aumentar o risco da estocagem do alimento. Ração triturada: Em comparação com a ração farelada, a triturada, de boa qualidade, reduz o tempo de consumo, mas oferece menor probabilidade de segregação dos ingredientes da dieta. Ração peletizada: É preferível um ”pellet” de boa qualidade, se houver preocupação com o tempo de consumo (por exemplo, durante a presença de temperaturas ambientais altas). Se a alimentação for dada no piso, é fundamental que se use um “pellet” de boa qualidade. Higiene do alimento (tratamento com calor) Todo alimento deve ser considerado uma fonte potencial de infecções bacterianas para as matrizes, particularmente por coliformes e Salmonella, e deve ser descontaminado se for preciso um controle total de agentes patogênicos bacterianos. O processamento térmico envolve o tratamento com o calor adequado em um “container” de retenção sob pressão atmosférica durante tempo suficiente para matar o organismo. Em geral, para o alimento das matrizes, é necessário aproximadamente 86ºC durante 6 minutos, para que as contagens totais de bactérias viáveis caiam para menos de 10 organismos por grama. Quando os alimentos são aquecidos, devem ser levados em conta os componentes que podem ser afetados pelo calor (por exemplo, as vitaminas e os aminoácidos). Os níveis recomendados de vitaminas nas Especificações Nutricionais abrangem as perdas ocasionadas pela peletização e pelo acondicionamento convencional do alimento. Contudo, se forem feitos tratamentos mais rigorosos, poderá aumentar a necessidade de suplementação de vitaminas e/ou aminoácidos. Também podem ocorrer mudanças (positivas e negativas) no valor nutricional, devido às modificações da estrutura do alimento. Alimento pronto Seção 8 A peletização por si só não elimina por completo a bactéria danosa do alimento (embora seja possível reduzir a contaminação a níveis inferiores aos detectáveis em exames do alimento pronto). É preciso muito cuidado para não recontaminar o alimento. Os pontos de controle críticos para a prevenção da recontaminação incluem não esfriamento, armazenagem e transporte do alimento. Se não for possível fazer o tratamento térmico, o uso de aditivos permitidos e seguros é uma opção viável. O controle de qualidade é fundamental. É preciso contar com um programa de monitoramento do alimento pronto, o qual deve incluir a amostragem na fábrica e na granja. Supõe-se que o pessoal da fábrica de alimento colherá amostras representativas dos processos de produção. No nível da granja, é útil colher e conservar amostras de cada lote de ração. Caso haja problemas com o rendimento do lote, essas amostras estarão disponíveis para análises adicionais que ajudarão a identificar ou excluir problemas nutricionais. O ideal é que as amostras sejam colhidas desde um dos comedouros do aviário e que sejam de aproximadamente 1.000 g. Cada amostra deve ser colocada em uma bolsa plástica hermeticamente fechada e guardada em lugar fresco e seco até o abate do lote. O Quadro A 25 resume algumas das conseqüências em não observar as especificações nutricionais diárias. 2013 141 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Nutrição Quadro A 25: Conseqüências da inobservância das especificações nutricionais na etapa de postura. Efeito da Deficiência Efeito do Excesso Proteína bruta Depende dos valores de aminoácidos, mas geralmente reduz o tamanho e o número de ovos. Frango de má qualidade procedente de lotes jovens. Aumento do tamanho do ovo e menor incubabilidade. Aumento do “stress” metabólico durante condições de clima quente. Energia Redução do peso corporal, do tamanho e do número de ovos, a menos que se ajuste a quantidade de alimento. O excesso produz aumento da quantidade de ovos com duas gemas, ovos de tamanho excessivo e obesidade. Problemas de fertilidade e incubabilidade no final do ciclo. Lisina, metionina e cistina Diminuição do tamanho e número de ovos. Ácido linoléico Diminuição dos ovos. Cálcio Má qualidade da casca. Redução da disponibilidade de nutrientes. Fósforo disponível Pode afetar a produção de ovos e a incubabilidade. Redução do conteúdo de cinza óssea nos pintinhos. Má qualidade da casca. PONTOS CHAVE: • Não atingir os objetivos de produção pode ser devido a variações de qualidade imperceptíveis nos ingredientes e no conteúdo nutricional do alimento; • É essencial haver controle de qualidade do alimento pronto, tanto na fábrica como na granja; • Os administradores devem ter diálogo constante com os nutricionistas e os fabricantes de alimento, para estar cientes de qualquer mudança feita na formulação de ingredientes ou nas especificações nutricionais. Água A água é um elemento essencial para a vida. Deve haver disponibilidade ilimitada de água limpa e fresca para as aves o tempo todo, enquanto elas estiverem ativas. Como regra geral, na recria as aves estarão consumindo água suficiente se a proporção entre o consumo de água e o consumo de alimento for de 1,6-1,8:1 (água: alimento; o raio menor corresponde a bebedouros de nipple, e o maior, a bebedouros pendulares), a 21ºC, mas na postura o consumo de água pode ser um pouco maior. As necessidades de água variam de acordo com o consumo de alimento e aumentam com a temperatura ambiental. Em outras seções deste manual há informações detalhadas sobre sistemas de bebedouros e qualidade da água. PONTO CHAVE: • A água é um elemento essencial para a vida; as aves devem ter acesso ilimitado a água limpa e fresca, o tempo todo, enquanto estiverem ativas. 142 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Saúde e Biossegurança Seção 9 - Saúde e Biossegurança Saúde e Biossegurança Objetivo Atingir condições higiênicas no aviário e minimizar os efeitos adversos das doenças. Obter rendimento ótimo das aves e seu bem-estar, assim como salvaguardar a segurança alimentar. Princípios A implementação de programas adequados de biossegurança, limpeza e vacinação garante as condições higiênicas do aviário. A relação entre manejo, manifestação de doenças e o bem-estar animal A incidência e a gravidade de muitas doenças, assim como o bem-estar animal, são afetadas pelo nível de “stress” que as aves sofrem. Os sistemas de manejo descritos neste Manual são projetados para maximizar a produção mediante a otimização do bem-estar animal e a minimização do “stress” nas matrizes pesadas. Nos casos em que é impossível excluir um agente patogênico de uma situação em particular, os efeitos comerciais de uma doença podem ser minimizados reduzindo o “stress” oriundo de outras fontes. O equilíbrio geral dos fatores de manejo aplicados corretamente é importante, pois muitos fatores interagem para aumentar os sintomas observados como resultado de uma infecção. Quando se definem as medidas de controle de doenças e, portanto, o bem-estar animal, é importante ter em conta a possível ocorrência de “stress” ou incidência de infecções, tais como: • Manejo deficiente do alimento e outros fatores de “stress” capazes de precipitar os problemas de infecções por estafilococos ou E. coli, como sinovite; • O excesso de estímulo nas aves pode ser associado com a peritonite, o aumento de ovos com duas gemas e a septicemia policlonal E.coli, no início da postura; • O controle do fornecimento de água para reduzir perdas desnecessárias de água e/ou manejo deficiente da cama pode causar problemas de coccidiose, artrite estafilocócica/ tendinite, pododermatite e higiene deficiente do ovo; • A densidade populacional, a biosegurança, a vacinação e o controle de infecções imunosupressoras, por exemplo a doença de Marek, o Reovirus, a doença de Gumboro, a anemia infecciosa do frango e algumas micotoxinas, podem aumentar muito a gravidade de outras doenças. A condução, de maneira rígida, de um programa completo de controle da higiene é essencial, quando se dá a devida atenção ao seguinte: • Biossegurança do local; • Limpeza do local. Seção 8 Controle da Higiene É preciso estabelecer um bom programa de biossegurança para evitar a introdução de organismos causadores de doenças no lote. 2013 Seção 9 Biossegurança 143 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Saúde e Biossegurança Localização e construção da granja • O ideal é construir a granja em uma área isolada, a pelo menos 3,2 km de distância das instalações avícolas ou de criação de gado mais próximas que possam contaminar a granja; • Construir a granja longe das vias principais que possam ser usadas para o transporte de aves; • Cercar o perímetro da granja para evitar a entrada de visitantes indesejáveis; • Avaliar freqüentemente a fonte de água para assegurar que não haja contaminação química, bacteriana ou mineral, já que o nível freático/aqüífero pode mudar dependendo da estação, do clima e das atividades agrícolas; • O projeto e a construção dos aviários devem ser feitos de modo a evitar a entrada de aves silvestres e roedoras no prédio. Fundação e pisos de concreto evitam a escavação por roedores no aviário; • Os aviários convencionais de matrizes pesadas devem ser construídos, de preferência, voltados para a direção Leste-Oeste; • Limpar e aplainar uma área de 15 metros ao redor de todos os aviários, de maneira que a grama possa ser cortada fácil e rapidamente. A brita ou pedras pequenas são mais fáceis de manter do que a grama. Prevenção de doenças transmitidas por humanos • Minimizar o número de visitantes e impedir o acesso sem autorização à granja fechando os portões de entrada e colocando avisos de entrada proibida; • Todas as pessoas que entram na granja devem seguir um procedimento de biossegurança. A exigência de banho e uso de vestuário limpo da granja, para todos os visitantes, é a melhor maneira de evitar a contaminação cruzada entre instalações; • Manter um registro dos visitantes, incluindo nome, empresa, finalidade da visita, granja visitada anteriormente e próxima granja a ser visitada; • Ao entrar e sair de cada aviário, os trabalhadores e os visitantes têm de lavar e desinfetar as mãos e botas; • As ferramentas e equipamentos que entram no aviário são uma fonte potencial de doenças. Só devem entrar no aviário os artigos necessários, depois de devidamente limpos e desinfetados; • Se o pessoal de supervisão não puder evitar a visita a mais de uma granja por dia, deverá então visitar os lotes mais jovens primeiro. Os lotes com problemas de doença devem ser os últimos a serem visitados. Se houver suspeita de problema sério, como IA (Influenza Aviária), ENVV (Doença de Newcastle Velogênica), LTI (Laringotraqueíte Infecciosa), MG (Mycoplasma Gallisepticum), MS (Mycoplasma Synoviae) ou Salmonella, devem ser imediatamente suspensas todas as visitas. Prevenção de doenças transmitidas por animais • Sempre que possível, implementar na granja um ciclo de alojamento "entrada e saída em conjunto". Quando se mantêm aves de várias idades no mesmo local, cria-se um depósito de organismos causadores de doenças; • O tempo de vazio sanitário entre lotes reduz a contaminação da granja. O tempo de inatividade é definido como o tempo decorrido entre a finalização do processo de limpeza e desinfecção e o alojamento do lote seguinte. Recomenda-se um tempo de inatividade mínimo de 3 semanas, mas o tempo exigido dependerá do tamanho da granja (uma granja maior pode exigir mais tempo para limpeza/desinfecção); • Manter todo tipo de vegetação a 15 metros de distância dos prédios, para proporcionar uma barreira à entrada de roedores e animais silvestres; • Não deixar equipamentos, materiais de construção ou material de cama mal posicionados, pois isso reduz a proteção contra roedores e animais silvestres; • Retirar alimento derramado, imediatamente; • Guardar o material de cama em sacos ou em um local definido; • Manter aves silvestres fora de todos os prédios; • Manter um programa eficaz de controle de roedores (Figura 120). Os programas de controle com iscas são os mais eficazes, quando feitos continuamente; • Utilizar um programa integrado de controle de pragas, inclusive controles químicos, biológicos e mecânicos. 144 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Saúde e Biossegurança Figura 120: Exemplo de plano de controle com iscas para roedores. O número real de pontos de colocação de iscas deve ser indicado de acordo com o risco. GARAGEM DUTO GRANELEIRO AVIÁRIO AVIÁRIO CASA Vistorias Ninhos de roedores Ponto de colocação de isca temporário Ponto de colocação de isca permanente Limpeza do local A limpeza do local deve incluir a sanitização e desinfecção do aviário, de maneira que sejam eliminados todos os agentes patogênicos potenciais provenientes de animais e humanos, e que as quantidades de bactérias, vírus, parasitas e insetos residuais sejam eliminados entre a saída de um lote e a entrada de outro. Isso minimizará qualquer efeito na saúde, bem-estar e rendimento do lote seguinte. Projeto do aviário O aviário e os equipamentos devem ser projetados para facilitar a limpeza eficaz. O aviário deve ter pisos de concreto, paredes e tetos laváveis (isto é, impermeáveis), dutos de ventilação acessíveis, e não deve ter reentrâncias nem pilares internos. Os pisos de terra são impossíveis de limpar e desinfetar adequadamente. Uma área de concreto ou brita com 1-3 metros de largura em torno do aviário pode limitar a entrada de roedores. Procedimentos Planejamento: Para ser bem feito, um processo de limpeza exige que todas as operações sejam feitas no tempo certo. O processo de limpeza oferece a oportunidade de se fazer a manutenção de rotina na granja, motivo pelo qual essa manutenção deve ser incluída no planejamento. Antes da saída das aves da granja, deve-se traçar um plano especificando os requisitos de datas, horas, mão de obra e equipamentos, a fim de garantir que todas as tarefas sejam cumpridas a contento. Retirada do pó: Devem ser retirados a poeira, os resíduos e pás dos ventiladores, as vigas e as áreas expostas de cortinas desenroladas - no caso de aviários abertos -, os rebordos e caixilhos e frisos. Para obter os melhores resultados, deve ser usada uma escova para que o pó caia sobre a cama. Seção 9 Controle de insetos: Os insetos são vetores de doenças e, por isso, têm que ser eliminados antes que se alojem nas estruturas de madeira ou outros materiais. Logo que se retira o lote do aviário e este ainda está quente, a cama, os equipamentos e todas as superfícies devem ser borrifados com um inseticida recomendado para o local. Alternativamente, pode-se aplicar no aviário um inseticida aprovado nas duas semanas anteriores à retirada das aves. Deve ser feito um segundo tratamento com inseticida antes da fumigação. Pré-aspersão: Deve-se usar um equipamento portátil para borrifar uma solução de detergente em todo o interior do aviário, desde o teto até o piso, para umedecer e baixar o pó de retirar a cama e os equipamentos. Nos aviários abertos, primeiro devem ser fechadas as cortinas. Retirada do equipamento: Todo o equipamento e seus acessórios (bebedouros, comedouros, poleiros, ninhos, cercas divisórias, etc.) devem ser retirados do prédio e colocados em uma área externa de concreto. Talvez não devam ser retirados os ninhos automáticos, caso em que serão necessárias outras estratégias. 2013 145 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Saúde e Biossegurança Retirada da cama: Toda a cama e toda a sujeira devem ser retiradas do aviário. O caminhão ou veículo de transporte de lixo deve entrar no aviário e nele deve ser colocada a cama suja, a qual será coberta antes de sair, para evitar que o pó e a sujeira voltem a cair fora dele. As rodas do veículo devem ser borrifadas com desinfetante antes de sair do aviário. Descarte da cama: A cama não pode ser guardada na granja nem jogada fora, em local próximo da granja. Tem que ser levada a uma distância de pelo menos 3,2 km da granja e aí descartada de acordo com as normas governamentais locais. Lavagem: Antes de começar a lavagem, deve-se ter o cuidado de desligar toda a eletricidade do aviário. Deve ser utilizada uma lavadora a pressão com detergente espumoso para remover a sujeira e os resíduos que ficaram no aviário e nos equipamentos. São muitos os detergentes industriais existentes e sempre devem ser seguidas as instruções do fabricante. O detergente deve ser compatível com o desinfetante que vai ser usado posteriormente para desinfetar o aviário. Depois de lavado com detergente, o aviário e os equipamentos devem ser enxaguados com água limpa e fresca, usando novamente uma lavadora a pressão. Recomenda-se o uso de água quente para a lavagem. O excesso de água pode ser eliminado usando um rodo. A água residual deve ser retirada higienicamente para evitar nova contaminação dos aviários. Todo equipamento retirado do aviário deve também ser molhado, lavado e enxaguado. Dentro do aviário deve-se prestar atenção especial aos seguintes locais: • Caixilhos dos ventiladores; • Dutos dos ventiladores; • Ventiladores; • Grades de ventilação; • Partes superiores das vigas; • Saliências (rebordos); • Tubulações de água; • Linhas de comedouros. A fim de garantir que as áreas inacessíveis fiquem bem lavadas, recomenda-se usar andaimes e lâmpadas portáteis. A parte externa do prédio também precisa ser lavada, com atenção especial ao seguinte: • Entradas de ar; • Canaletas de escoamento de agua; • Calçadas de concreto. Nos aviários abertos também é preciso lavar as cortinas por dentro e por fora. Os objetos que não possam ser lavados (por exemplo, porque o material é de polietileno ou papelão) devem ser descartados. Terminada a lavagem, não deve ficar sujeira, pó, resíduos ou cama. A lavagem correta exige tempo e atenção aos detalhes. As instalações para o pessoal também precisam ser lavadas completamente nesta etapa. O local de armazenagem de ovos deve ser lavado e desinfetado. Os umidificadores têm de ser desarmados e receber manutenção e limpeza antes da desinfecção. Limpeza dos sistemas de comedouros e bebedouros Todo o equipamento do aviário deve ser limpo e desinfetado perfeitamente. Depois de limpo, é essencial guardá-lo sob o teto. Sistema de bebedouros: • Esvaziar a tubulação e as caixas de água; • Deixar correr água limpa pelas tubulações; • Esfregar os tanques elevados para remover depósitos e película biológica depositada e esvaziar os comedouros fora do aviário; • Tornar a encher o tanque com água limpa e colocar um desinfetante aprovado na água; • Deixar correr a solução desinfetante em todas as linhas de bebedouros desde o tanque elevado, certificando-se de que não fiquem bolhas de ar presas; • Certificar-se de que o desinfetante seja aprovado para uso em equipamento de bebedouro e que esteja sendo usado na diluição certa; 146 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Saúde e Biossegurança • • • Tornar a encher o tanque no nível normal de operação com mais solução desinfetante, na concentração certa. Colocar a tampa. Deixar o desinfetante ali durante no mínimo 4 horas; Esvaziar e enxaguar com água fresca; Tornar a encher com água fresca, antes da chegada dos pintinhos. No interior das tubulações forma-se uma camada de material biológico e, por isso, deve ser feito frequentemente um tratamento para eliminá-la, evitando assim que se reduza o fluxo de água e se forme contaminação bacteriana na água de beber. O material da tubulação afeta a rapidez com que se forma essa camada de material biológico; por exemplo, ela tende a se formar mais rapidamente nas tubulações de PVC e nos tanques de plástico. Os tratamentos à base de minerais e vitaminas na água para beber podem aumentar a formação de camadas de material biológico e o acúmulo de materiais nas tubulações. Nem sempre é possível fazer uma limpeza física no interior das tubulações para eliminar as camadas de material biológico; portanto, no tempo de inatividade entre lotes essas películas podem ser eliminadas utilizando altos níveis (140 ppm) de compostos à base de peróxido de hidrogênio ou cloro. Essas soluções deverão ser eliminadas por completo do sistema de bebedouros antes que as aves bebam a água. É possível que o processo de limpeza deva incluir esfregação com ácido quando há grande quantidade de minerais (especialmente cálcio ou ferro). As tubulações de metal podem ser limpas da mesma maneira, mas a corrosão pode causar perdas. Quando a água tem altos níveis de minerais, deve-se cogitar fazer um tratamento antes do uso. Os sistemas de esfriamento por evaporação e nebulizadores podem ser desinfetados no processo de limpeza utilizando o desinfetante biguanida. A biguanida também pode ser usada durante a produção, para garantir que seja mínimo o nível de bactérias na água usada nesses sistemas, reduzindo assim a proliferação bacteriana no aviário. Sistema de comedouros: O procedimento para limpar o sistema de comedouros é o seguinte: • Esvaziar, lavar e desinfetar todo o equipamento de alimentação, isto é, os depósitos de ração, as linhas, as correntes, os comedouros tubulares; • Esvaziar os depósitos de ração e os tubos de conexão, e escovar onde for possível. Limpar e fechar todas as aberturas; • Fumigar todos os lugares possíveis. Consertos e manutenção Um aviário limpo e vazio dá a oportunidade ideal para consertos estruturais e manutenção. Com o aviário vazio, deve-se prestar atenção às seguintes tarefas: • Consertar as rachaduras do piso com concreto/cimento; • Consertar os cantos e o revestimento de cimento sobre as estruturas das paredes; • Consertar ou trocar as paredes, cortinas e tetos danificados; • Pintar ou caiar onde seja preciso; • Certificar-se de que todas as portas fechem sem problemas. Desinfecção A desinfecção não deve ser feita antes que todo o aviário (inclusive a área externa) tenha sido totalmente limpo e que tenham sido feitos todos os consertos. Os desinfetantes não são eficazes quando existe sujeira ou matéria orgânica. O desinfetante deve ser aplicado por meio de uma lavadora a pressão ou um equipamento aspersor portátil. Seção 9 Os desinfetantes aprovados pelas regulamentações governamentais para uso contra agentes patogênicos avícolas específicos, tanto de origem bacteriana como viral, têm mais possibilidade de ser eficazes. As instruções do fabricante devem ser seguidas, sempre. Os desinfetantes à base de espuma permitem maior tempo de contato, o que aumenta a eficiência do processo de desinfecção. A prática de aquecer os aviários a altas temperaturas depois de fechados pode favorecer a desinfecção. A maioria dos desinfetantes não tem efeito contra oocistos de coccídias. Se forem necessários tratamentos seletivos contra coccidiose, o pessoal devidamente capacitado deve usar compostos geradores de amoníaco, os quais serão aplicados em todas as superfícies internas limpas e farão efeito mesmo depois de um curto período ou de contato de aproximadamente duas horas. 2013 147 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Saúde e Biossegurança Fumigação com formaldeído Nos lugares onde é permitida, a fumigação com formaldeído deve ser feita logo que possível, depois de terminado o processo de desinfecção. As superfícies deverão estar úmidas e a temperatura mínima dos aviários deverá ser de 21ºC. A fumigação não é eficaz a temperaturas mais baixas e com umidade relativa inferior a 65%. As portas, ventiladores, grades de ventilação e janelas devem estar fechadas. Devem ser seguidas as instruções do fabricante sobre o uso de fumigantes. Depois da fumigação, o aviário deve permanecer fechado durante 24 horas com letreiros claramente visíveis de "PROIBIDA A ENTRADA". O aviário deve ser ventilado rigorosamente antes que qualquer pessoa possa entrar nele. Depois de espalhada a cama, devem ser repetidos todos os procedimentos de fumigação descritos anteriormente. A fumigação é perigosa para animais e humanos e não é permitida em todos os países. Nos lugares em que é permitida, deve ser feita por pessoal capacitado e de acordo com as orientações e normas legais de segurança. Também devem ser seguidas recomendações de segurança, saúde e bem-estar pessoal e utilizadas roupas de proteção (máscaras completas com filtros para respiração, visores e luvas). Pelo menos duas pessoas devem estar presentes durante o processo, para eventuais emergências. Em determinadas situações, pode ser preciso aplicar tratamentos aos pisos também. O Quadro A 26 mostra alguns tratamentos comuns para pisos com as respectivas dosagens e indicações. Quadro A 26: Tratamentos comuns para pisos de aviários: Quantidade a ser aplicada Composto Finalidade kg/m2 Ácido bórico Quanto for preciso Mata os escaravelhos negros Sal (NaCl) 0,25 Reduz as contagens de clostridium (cascudinhos) Enxofre em pó 0,01 Reduz o pH Cal (óxido de cálcio/hidróxido) Quanto for preciso Desinfecção Limpeza das áreas externas É de vital importância que as áreas externas também sejam completamente limpas. O ideal é que os aviários estejam rodeados por uma área de concreto ou brita, de 1-3 metros de largura. Se o aviário não tiver essa característica, a área que o rodeia deve: • Estar livre de vegetação; • Estar livre de maquinário ou equipamentos não utilizados; • Ser uma superfície uniforme e nivelada; • Estar bem drenada e sem água empoçada. Uma atenção especial deve ser dada à limpeza e desinfecção das seguintes áreas: • Debaixo dos ventiladores e extratores; • Debaixo dos silos; • Vias de acesso; • Junto às portas. Todas as áreas de concreto devem ser lavadas e desinfetadas tão profundamente quanto o interior do prédio. 148 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Saúde e Biossegurança Avaliação da eficiência da limpeza e desinfecção da granja É muito importante monitorar a eficiência e o custo do processo de limpeza e desinfecção. A eficácia da limpeza comumente é avaliada mediante isolamento de Salmonella; uma contagem total de bactérias viáveis (TVC, na sigla em inglês) também pode ser útil. O monitoramento das tendências de Salmonella e TVC permitirá uma melhoria constante da higiene da granja, bem como da capacidade para comparar os diferentes métodos de limpeza e desinfecção. Quando é feita uma desinfecção de maneira eficaz, na amostragem posterior não deve ser isolada nenhuma espécie de Salmonella. Para uma descrição detalhada de onde colher a amostra e recomendações sobre quantas amostras colher, favor consultar um veterinário da Aviagen. PONTOS CHAVE: • Deve-se contar com um programa claro e estabelecido de controle da higiene para a biossegurança, limpeza e desinfecção do local; • Biossegurança adequada deve prevenir a entrada de doenças na granja por intermédio de humanos e de animais; • A limpeza do local deve compreender a parte interna e a parte externa do aviário, todos os equipamentos e as áreas externas, bem como os sistemas de comedouros e bebedouros; • Reduzir a transferência de elementos patogênicos, prevendo um tempo de inatividade entre lotes, para o processo de limpeza; • Deve-se contar com planejamento e uma avaliação adequada dos procedimentos de limpeza e desinfecção. Qualidade da Água A água deve ser cristalina e livre de matéria orgânica ou partículas em suspensão. Deve haver monitoramento para garantir sua pureza e a inexistência de elementos patogênicos. Especificamente, deve estar livre de espécies de Pseudomonas e Escherichia coli. Não deve ter mais de um coliforme/ml em qualquer amostra e não deve haver coliformes em mais de 5% das amostras consecutivas. O Quadro A 27 mostra o critério de avaliação da qualidade da água para aves. Quando a água provém de uma fonte principal (abastecimento municipal), normalmente há menos problemas de qualidade. No entanto, quando a água é proveniente de poços, pode ter níveis excessivos de nitratos e altas contagens de bactérias, devido às passagens por campos fertilizados. Quando as contagens de bactérias são altas, tem de ser identificada e corrigida a causa, na medida do possível. A cloração da água com 3-5 ppm de cloro no nível do bebedouro costuma ser eficaz para controlar as bactérias, mas isso depende do tipo de composto de cloro utilizado. Também pode ser utilizada luz ultravioleta (aplicada no ponto de entrada do aviário) para desinfetar a água. As recomendações do fabricante devem ser seguidas ao se implementar este procedimento. Deve ser feito um teste completo da qualidade da água, pelo menos uma vez por ano, e mais frequentemente se forem observados problemas com sua qualidade ou rendimento. Depois da limpeza do aviário e antes da chegada dos pintinhos, deve-se colher uma amostra de água e submetê-la a um teste de contaminação bacteriana na fonte, no tanque de depósito de água e nos pontos de bebedouros. 2013 Seção 9 A água dura ou água que contem níveis elevados de ferro (mais de 3 mg/l) pode bloquear as válvulas e tubulações dos bebedouros. Os sedimentos também bloqueiam as tubulações. Se existir esse problema, deve-se filtrar a água usando um filtro de 40-50 micra (μm). A água com altos níveis de ferro pode favorecer o crescimento de bactérias e, por isso, não deve ser usada para lavar ou desinfetar os ovos. 149 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Saúde e Biossegurança Quadro A 27: Critério de avaliação da qualidade da água para as aves. Concentração (ppm) Comentários 0 - 1000 Bom 1000 - 3000 Satisfatório: Fezes úmidas podem ser observadas no limite superior 3000 - 5000 Insatisfatório: Fezes úmidas, redução do consumo de água, crescimento deficiente e aumento da mortalidade > 5000 Insatisfatório < 100 Bom: Sem problemas > 100 Dura Satisfatório: Não é problema para as aves, mas pode interferir com a eficácia do sabão e de muitos desinfetantes e medicamentos administrados por meio da água <6 Deficiente: Problema de rendimento, corrosão do sistema de água 6,0 - 6,4 Deficiente: Problemas potenciais 6,5-8,5 Satisfatório: Recomendado para as aves > 8,6 Insatisfatório 50 - 200 Satisfatório: Pode ter efeito laxativo se Na ou Mg > 50 ppm 200 - 250 Nível máximo desejável 250 - 500 Pode ter efeito laxativo 500 - 1000 Deficiente: Efeito laxativo, mas as aves podem se ajustar; pode interferir com a absorção de cobre, efeito laxativo adicional com cloros > 1000 Insatisfatório: Aumento no consumo de água e fezes úmidas, perigo para a saúde das aves jovens 250 Satisfatório: Nível máximo desejado. Os níveis baixos até 14 ppm podem causar problemas se o nível de sódio for superior a 50 ppm 500 Nível máximo desejado > 500 Insatisfatório: Efeito laxativo, fezes úmidas, reduz o consumo de alimento, aumenta o consumo de água < 300 Bom: Sem problemas > 300 Insatisfatório: Depende da alcalinidade e o pH 50 - 125 Satisfatório: Se o nível de sulfato > 50 ppm, haverá formação de sulfato de magnésio (laxante) > 125 Efeito laxativo com irritação intestinal 350 Máximo Nitrato de Nitrogênio 10 Máximo (às vezes os níveis de 3 mg/L afetarão o rendimento) Nitratos Traço Satisfatório > Traço Insatisfatório: Perigoso para a saúde (indica contaminação orgânica de matéria fecal) < 0,3 Satisfatório > 0,3 Insatisfatório: Crescimento de bactéria do ferro (obstrui o sistema de água e produz mau cheiro) 2 Máximo > 40 Insatisfatório: Causa ossos moles Bactérias Coliformes 0 cfu/ml Ideal: Níveis superiores indicam contaminação fecal Cálcio 600 Nível máximo Sódio 50 - 300 Satisfatório: Geralmente, sem problemas. Porém, pode provocar fezes soltas se os sulfatos > 50 ppm ou o cloro > 14 ppm Sólidos Totais Dissolvidos (STD) Dureza pH Sulfatos Cloro Potássio Magnésio Ferro Flúor Nota: 1 ppm é aproximadamente 1 mg. 150 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Saúde e Biossegurança PONTOS CHAVE: • A água de boa qualidade é essencial para a saúde e o bem-estar da ave; • A qualidade da água deve ser avaliada rotineiramente, para confirmar a inexistência de contaminação mineral e bacteriana, e devem ser tomadas as medidas corretivas necessárias com base nos resultados dos testes. Descarte das Aves Mortas Fossas de descarte • Enterrar em fossas é um dos métodos tradicionais para o descarte das aves mortas, mas hoje em dia é ilegal em muitos países; • Vantagens: o custo de escavação é baixo e tende a produzir pouco cheiro; • Desvantagens: podem ser depósitos de doenças e exigem drenagem adequada; • A contaminação da água do solo também é uma questão que preocupa com relação a este método. Incineração • Vantagens: a incineração não contamina a água do solo nem produz contaminação cruzada com outras aves, quando o solo recebe manutenção apropriada. Há pouco subproduto para ser retirado da granja (cinzas); • Desvantagens: este método de descarte tende a ser mais dispendioso e pode provocar poluição do ar. Em muitos locais foram feitas leis sobre poluição do ar que limitam o uso de incineradores; • Quando se usam incineradores, é preciso garantir que existe capacidade suficiente para as necessidades futuras da granja; • Ao operar o sistema, é preciso certificar-se que as carcaças estejam completamente queimadas até se transformarem em cinza branca. Compostagem • A compostagem se tornou uma das alternativas preferidas para descarte na granja em muitos países; • Vantagens: é um processo econômico e, se corretamente projetado e operado, não contamina a água do solo nem o ar. Processamento e reciclagem das aves descartadas PONTO CHAVE: • As aves mortas devem ser descartadas de tal forma que se evite a contaminação ambiental e a contaminação cruzada com outras aves - e que o processo não seja um incômodo e que ocorra de acordo com a legislação local. 2013 Seção 9 • Em alguns países, o transporte das aves mortas para uma instalação de processamento e reciclagem de aves descartadas é o único método aprovado para descarte de aves mortas; • Vantagens: as aves mortas não são descartadas na granja, o processo exige um mínimo investimento de capital e produz um nível mínimo de contaminação ambiental. O produto das aves mortas pode ser reciclado ou transformado em outros materiais, tais como ingredientes para alimentos de outros animais; • Desvantagens: exige locais de congelamento para evitar a decomposição das aves durante a armazenagem. Também exige fortes medidas de biossegurança para evitar que o pessoal de transporte propague doenças da instalação de processamento e reciclagem para a granja ou outras granjas. 151 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Saúde e Biossegurança Controle da Saúde Controle de doenças As boas práticas de manejo e os altos padrões de biossegurança podem prevenir muitas doenças das aves. Um dos primeiros sintomas de doença é a redução do consumo de água ou de alimento (ou seja, um aumento no tempo de consumo). Portanto, constitui boa prática de manejo manter registros do consumo de água e de alimento. Se há suspeita de irregularidade, devem ser tomadas medidas imediatas, mandando as aves para serem necropsiadas e contatando imediatamente o veterinário responsável pelo lote. O tratamento apropriado e em tempo hábil de uma doença pode minimizar seus efeitos adversos na saúde, no bem-estar e no rendimento reprodutivo das aves, bem como os efeitos na saúde, no bem-estar e na qualidade de sua prole. Os registros são um meio importante de obter dados objetivos para a investigação de problemas do lote. As vacinas, os números de lote, os medicamentos, as observações e os resultados das pesquisas sobre doenças devem ser registrados nos diários de anotações sobre o lote. Vacinação A vacinação permite que as aves se exponham a uma forma do organismo infeccioso (antígeno) para promover uma boa resposta imunológica. Assim a ave será ativamente protegida contra futuros desafios de campo e/ou terá proteção passiva para sua prole, através dos anticorpos maternos. Programas de vacinação As doenças comuns tais como a doença de Marek, a doença de Newcastle, a encefalomielite aviar, a bronquite infecciosa e a doença infecciosa da bolsa (doença de Gumboro), devem ser levadas em consideração rotineiramente, quando se traça um plano de vacinação. Contudo, as necessidades de vacinação variam de acordo com os desafios enfrentados, a disponibilidade de vacinas e a legislação local pertinente. Um programa de vacinação apropriado deve ser elaborado pelos veterinários que cuidam do lote, os quais usarão seu conhecimento detalhado da prevalência e intensidade de doenças em determinado país, área ou local específicos. Para avaliar a eficácia das vacinas e seu processo de aplicação, pode-se lançar mão de corantes, títulos vacinais e eliminação dos sinais clínicos da doença. Deve-se ter em conta que os títulos vacinais nem sempre estão relacionados com a proteção, mas de qualquer maneira são úteis quando se trata de avaliar o programa de vacinação. A vacinação excessiva pode provocar deficiência de títulos e/ou coeficientes de variação (CV) indesejáveis destes últimos. Os programas de vacinação agressivos demais também podem gerar “stress” nas aves em crescimento, especialmente entre as 10 e 15 semanas de idade e, por isso, é preciso minimizar a manipulação das aves, se possível. Também é preciso considerar a situação do campo quando se está avaliando a eficácia de um programa de vacinação. A higiene e a boa manutenção do equipamento de vacinação são muito importantes. As instruções do fabricante da vacina e os métodos de aplicação devem ser seguidos, para obter resultados ótimos. A vacinação pode ajudar a prevenir doenças, mas não substitui diretamente a biossegurança. É preciso avaliar a proteção contra doenças individuais quando se traça uma estratégia de controle adequada. Por exemplo, as políticas de "tudo dentro / tudo fora" proporcionam uma boa proteção contra a coriza aviária e a laringotraqueíte infecciosa, tanto assim que a vacinação não é necessária em alguns casos. O programa de vacinação deve se limitar às vacinas estritamente necessárias, o que reduzirá custos, causará menos “stress” e oferecerá mais oportunidades de maximizar a resposta geral das aves. As vacinas só devem ser adquiridas de fabricantes bem conceituados. Tipos de vacinas As vacinas para aves são vendidas em duas formas básicas: inativas e vivas. Em alguns programas de vacinação, podem estar combinadas para promover a máxima resposta imunológica. Cada tipo de vacina tem usos e vantagens específicos. Vacinas inativas: Compõem-se de organismos inativos (antígenos), geralmente combinados com um coadjuvante à base de emulsão de óleo ou hidróxido de alumínio. O coadjuvante ajuda a incrementar a resposta do sistema imunológico da ave ao antígeno durante um período de tempo mais longo. As vacinas inativas podem conter vários antígenos inativos de várias doenças de aves. Essas vacinas são dadas às aves individualmente, por injeção subcutânea ou intramuscular. 152 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Saúde e Biossegurança Vacinas vivas: Essas vacinas consistem de organismos infecciosos produtores da doença nas aves. Entretanto, os organismos foram substancialmente modificados (atenuados), de maneira que quando se multiplicam dentro da ave não causem a doença e, sim, provoquem uma resposta imunológica. Algumas vacinas fogem à regra por não serem atenuadas, exigindo, portanto, cuidado antes de serem incluídas em um programa de vacinação (por exemplo, algumas vacinas contra a coccidiose). Em princípio, quando são dadas várias vacinas vivas para uma doença específica, a forma mais atenuada deve ser dada primeiramente, seguida das menos atenuadas, se estas estiverem programadas. Este princípio serve comumente para a vacina viva contra a doença de Newcastle, quando se prevê um desafio patogênico de campo. As vacinas vivas atenuadas são dadas ao lote geralmente na água para beber, por aspersão, por instilação ocular ou por punção na membrana da asa. Às vezes são dadas por injeção (por exemplo, a vacina contra a doença de Marek). Nos programas de vacinação para aves usam-se vacinas vivas não atenuadas. Estas são dadas por uma via pela qual o agente patogênico normalmente não entraria (por exemplo, por meio de punção na membrana da asa, no caso da varíola aviária) ou mediante exposição à vacina durante um período em que a doença não ocorre normalmente (por exemplo, expor os pintinhos à anemia infecciosa durante a recria). As vacinas bacterianas vivas contra a Salmonella e o Mycoplasma já estão disponíveis e podem ser parte de alguns sistemas de produção. Alguns produtos de exclusão competitiva (produtos compostos de bactérias saudáveis normalmente encontradas no trato intestinal, as quais ajudam a minimizar as colônias de bactérias danosas indesejáveis, tais como a Salmonella) também podem servir para proteger as reprodutoras contra a Salmonella e, possivelmente, contra outras doenças durante as primeiras etapas da vida ou depois de tratamentos com antibióticos. Combinação de vacinas vivas e inativas O método mais eficaz para atingir níveis elevados e uniformes de anticorpos contra uma doença consiste em usar uma ou mais vacinas vivas que contenham um antígeno específico, seguidas por uma injeção do antígeno inativo. As vacinas vivas "preparam" o sistema imunológico da ave e facilitam uma boa resposta de anticorpos quando se inocula o antígeno inativo. Este tipo de programa de vacinação é usado rotineiramente como proteção contra muitas doenças, tais como a bronquite infecciosa, a doença infecciosa da bolsa, o Reovírus e a doença de Newcastle. Este método proporciona proteção ativa à ave e possibilita a formação de níveis elevados e uniformes de anticorpos maternos, dando assim proteção passiva à prole. Doença de Marek Todas as matrizes pesadas devem receber a vacina contra a doença de Marek no primeiro dia de idade ou "no ovo", ainda no incubatório. Existem três sorotipos diferentes de vacina viva contra a doença de Marek. A escolha da(s) que será(ão) aplicada(s) depende do grau de desafio existente. Os dois sorotipos mais comuns são Vírus Herpes de Peru (HVT, na sigla em inglês), que é um sorotipos 3; e o de Rispen, que é um sorotipos 1. Normalmente se utiliza o de Rispen nas áreas em que o desafio é maior, frequentemente em combinação com outros sorotipos de vacinas contra a doença de Marek. As combinações de diferentes sorotipos de vacinas contra a doença de Marek quase sempre oferecem a melhor proteção, dependendo do desafio encontrado onde vão ser colocadas as aves. 2013 Seção 9 Programas específicos de vacinação Os programas de vacinação devem ser elaborados de acordo com os desafios representados pelas doenças em âmbito local e as necessidades de anticorpos maternos para as aves de corte. O veterinário local encarregado de cuidar do estado de saúde do lote deve estabelecer o programa de vacinação apropriado. 153 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Saúde e Biossegurança Coccidiose É importante controlar a coccidiose nas matrizes pesadas. A vacinação das matrizes com vacinas vivas contra a coccidiose no incubatório é hoje em dia o método preferido para controlar essa doença. Em alguns casos, as aves são vacinadas na granja. É preciso cuidado para evitar a exposição futura do lote a substâncias com atividade anticoccidial (exceto nos casos em que o fabricante da vacina recomende isso). É necessário que o manejo depois da vacinação assegure a esporulação de oocistos e a reinfecção, a fim de aumentar a eficiência da vacina. Devem ser feitas rotineiramente necropsias das aves com idades específicas (dependendo da vacina) para determinar se há reação excessiva. Para o bom rendimento da ave, é muito importante controlar as reações à vacina mediante boa aplicação desta vacina e um bom manejo. A coccidiose também pode ser controlada adicionando-se medicamentos anticcoccidiais ao alimento. Controle de vermes (helmintos) É importante monitorar e controlar a carga interna de vermes (parasitas helmintos) aos quais as aves estão expostas. Um programa comum consiste em dar às aves duas quantidades de um vermífugo durante a etapa de recria. O monitoramento da eficiência do programa de controle, mediante necrópsias rotineiras das aves pode determinar a necessidade de um tratamento antihelmíntico adicional por volta dos 154 dias de idade (22 semanas). Muitos vermífugos não devem ser usados quando as aves estão em produção, já que podem ter efeitos negativos sobre a produção e/ou sobre a qualidade dos ovos e a fertilidade. Salmonella e higiene do alimento A infecção por Salmonella através de alimento contaminado representa uma grande ameaça à saúde da ave. O risco de contaminação do alimento pode ser minimizado mediante o processamento térmico do alimento e/ou a adição de compostos com atividade antimicrobiana. O monitoramento das matérias primas trará informações sobre o grau de desafio presente nos ingredientes das dietas. As matérias primas de origem animal e as proteínas vegetais processadas constituem um alto risco de contaminação por Salmonella, motivo pelo qual sua fonte e uso nas dietas para matrizes devem ser cuidadosamente estudados. O processamento térmico do alimento (por exemplo, o acondicionamento, a ampliação, a granulação) serve muitas vezes para reduzir a contaminação bacteriana. A meta ideal é encontrar menos de 10 enterobactérias por grama de alimento. Antibióticos A administração de antibióticos só deve ser feita para fins terapêuticos, como ferramenta no tratamento de infecções, para evitar dor e sofrimento e preservar o bem-estar do lote. Os antibióticos só devem ser administrados sob supervisão direta de um veterinário e devem ser mantidos registros de todas as prescrições feitas por ele. PONTOS CHAVE: • O bom manejo e a biossegurança evitarão muitas doenças nas aves; • Monitorar o consumo de alimento e água para detectar os primeiros sinais de doença; • Responder em tempo hábil a qualquer sinal de doença, fazendo necrópsias e contatando o veterinário local; • A vacinação por si só não consegue proteger os lotes contra os grandes desafios de doenças e o mau manejo; • A vacinação é mais eficaz quando se consegue minimizar os desafios de doenças mediante programas de manejo e biossegurança bem estruturados; • A vacinação deve basear-se nos desafios locais de doenças e na disponibilidade das vacinas; • Monitorar e controlar a carga de vermes; • A infecção por Salmonella através do alimento é uma ameaça à saúde da ave. O tratamento térmico e o monitoramento das matérias primas minimizarão o risco de contaminação; • Utilizar antibióticos somente para tratar doenças e sob a supervisão de um veterinário; • Manter registros e monitorar a saúde do lote. 154 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Saúde e Biossegurança Programas de Controle da Saúde São duas as finalidades dos programas de controle da saúde: 1. Confirmar a inexistência de agentes patogênicos específicos que podem afetar negativamente a saúde, o bem-estar e o rendimento do lote de matrizes, bem como a saúde, o bem-estar e a qualidade da prole (frangos de corte); 2. Identificar a existência de doenças em suas etapas iniciais para que possam ser tomadas medidas corretivas capazes de minimizar os efeitos adversos, seja no lote, seja em sua prole. Salmonella A Salmonella pullorum e a Salmonella gallinarum são as cepas que afetam especificamente as aves. Seu controle é feito detectando a presença de anticorpos específicos no sangue, usando para tanto um teste de aglutinação, que pode ser feito na granja, com sangue total, ou no laboratório, usando soro. Muitos países têm programas oficiais para o controle e a erradicação da Salmonella pullorum e a Salmonella gallinarum. Também em muitos países existem antígenos específicos, tanto para venda no comércio como fornecidos pelo governo. Para confirmar a inexistência dessas infecções também podem ser feitos testes microbiológicos da prole e nos incubatórios. A existência de Salmonella geralmente é detectada por meio de um exame bacteriológico da ave, do ambiente e do produto, à medida que evolui o processo de incubação. Muitas Salmonellas podem afetar tanto as aves como humanos (zoonoses). O impacto da Salmonella Enterididtis e da Salmonella typhimurium é particularmente sentido e elas podem ser transmitidas facilmente e de forma vertical à prole. Entretanto, existem “kits” comerciais para o teste de ELISA da Salmonella Enteridite e da Salmonella typhimurium que podem ser usados da mesma maneira que o teste de aglutinação feito para a Salmonella pullorum e a Salmonella gallinarum, a fim de detectar os anticorpos específicos no soro. Têm sido utilizadas aves de descarte, esfregaços de cloaca, fezes cecais frescas, cama, esfregaços de arrasto e amostras de pó, tudo para monitorar a presença de Salmonella nos lotes. As amostras obtidas nos incubatórios incluem aves mortas na casca, frangos de descarte, papéis de bandeja do nascedouro (quando usadas), papéis colocados no fundo das caixas de aves e penugem do nascedouro. As amostras podem ser coletadas geralmente em grupos de 10, para facilitar o processamento prático no laboratório. Muitos países têm programas oficiais que incluem métodos detalhados de cultivo e manejo da Salmonella. Micoplasmose As amostras de sangue colhidas dos lotes de matrizes devem ser monitoradas rotineiramente em busca de Mycoplasma gallisepticum e Mycoplasma synoviae, aplicando o teste de aglutinação rápida em placa ou testes comerciais específicos de ELISA, simples ou combinados. Deve haver um processo de confirmação mediante um PCR e/ou uma cultura. Deve-se levar em conta que é possível obter falsos resultados positivos com os testes de aglutinação rápida em placa e com os testes ELISA, especialmente quando estão sendo monitorados pintinhos de um dia de idade. É possível um monitoramento sorológico para determinar a existência de outras doenças, seja como rotina seja, como ocorre mais comumente, depois de notar sinais clínicos e/ou quedas de produção. O monitoramento sorológico para fins de diagnóstico pode incluir as doenças contra as quais o lote foi vacinado anteriormente, a saber: a doença de Newcastle e a bronquite infecciosa. Pode-se suspeitar de um desafio de campo quando a resposta de anticorpos no lote é superior ao normal. Amostragem para detectar a existência de doenças Seção 9 Outras doenças O monitoramento da maioria das doenças em uma população de aves deve ser projetado para detectar a prevalência de pelo menos 5%, com 95% de confiança. Quando vão ser avaliadas populações de tamanhos como os normalmente aplicados aos lotes de matrizes pesadas (ou seja, de mais de 500 aves), devem ser colhidas aproximadamente 60 amostras. Em geral, faz-se um monitoramento de mais alto nível antes do início da produção de ovos, aos 140-154 dias de idade (20-22 semanas), especialmente para Micoplasma e Salmonella nos lotes de matrizes. Nesse momento crítico, normalmente se avalia um mínimo de 10% do lote ou 100 amostras. A freqüência dos testes variará dependendo da doença individual e das exigências do comércio local. 2013 155 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Saúde e Biossegurança Comércio internacional Quando o comércio é feito entre países, para a produção de um lote, sejam ovos ou pintinhos de um dia de idade, exige-se um atestado de que as aves estão livres de agentes patogênicos específicos. As exigências de saúde específicas variam de país para país. Monitoramento da eficácia dos programas de vacinação Os programas de vacinação oferecem proteção ativa às matrizes e passiva à prole mediante transferência de altos níveis de anticorpos maternos. É importante monitorar os programas de vacinação, o que se consegue medindo o nível de um anticorpo específico em aves individuais e avaliando a escala de variação da resposta no número de aves da amostra. Normalmente se utiliza um mínimo de 20 amostras de sangue por grupo e são feitos vários testes serológicos quantitativos, inclusive a inibição da hemoaglutinação, o teste de difusão em agar gel e a análise de imunoabsorção enzimática (teste de ELISA) para quantificar a resposta de anticorpos nos lotes vacinados. O teste de ELISA é considerado específico, sensível e passível de repetição, podendo ser automatizado para ressaltar a eficiência dos testes serológicos no laboratório. A avaliação serológica deve ser programada para próximo do programa de vacinação, de maneira que seja criada uma base de dados local. Caso haja mudança no programa de vacinação, então o programa de monitoramento também deverá sofrer modificação compatível. Cada operação deve estabelecer sua própria linha básica ou de referência, a fim de facilitar a interpretação dos resultados. A realização de testes de rotina depois da aplicação de vacinas inativas (por volta do início da postura) pode possibilitar a previsão dos anticorpos maternos durante todo o período de postura. Muitas vezes se observam reações cruzadas na serologia de Micoplasma e nas aves durante um período de duas semanas depois da aplicação de vacinas inativas, motivo pelo qual deve ser evitada a amostragem durante esse período. Documentação e registros É importante manter registros como ferramentas de auditoria e rastreabilidade. Os registros devem ser suficientemente claros, legíveis e detalhados para permitir a investigação de possíveis causas de queda de qualidade, baixo rendimento, morbidade e mortalidade. Também devem ser usados como lista de verificação para que o pessoal possa se certificar de que todas as tarefas foram cumpridas. PONTOS CHAVE: • A eficácia dos programas de saúde e biossegurança estabelecidos devem ser monitoradas rotineiramente e devem ser mantidos registros detalhados e claros; • Quando se verifica que os procedimentos de monitoramento de saúde são inadequados, devem ser tomadas as medidas corretivas apropriadas. 156 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Apêndices Apêndices Apêndice 1: Registros O registro, a análise de dados e sua interpretação são uma ferramenta essencial para o manejo eficaz. Os registros devem ser usados junto com os parâmetros de objetivo de rendimento. Os registros a serem feitos são os seguintes: ETAPA DE RECRIA Linhagem Lote de origem Data de nascimento Número de aves alojadas (machos e fêmeas) Área do piso e densidade da população Espaço de comedouro por ave Espaço de bebedouro por ave Alimento por ave - diário, semanal e acumulado Mortalidade e aves eliminadas - diário, semanal e acumulado Peso corporal, CV% e idade na qual foi feito o registro (macho e fêmea) - diário e semanal Temperaturas externas e internas - mínima, máxima e operacional (interna somente) Consumo de água - diário Proporção água:alimento - diária Erros de sexagem TRATAMENTOS E EVENTOS SIGNIFICATIVOS Programa de iluminação Entregas de ração Vacinação - data, quantidade e número de lote/partida Medicamentos - data, quantidade e receita médica Doenças - tipo, data e número de aves afetadas Consultas veterinárias - data e recomendações Limpeza e desinfecção - materiais e métodos Contagens de bactérias depois da limpeza Incidentes - falhas nos equipamentos, etc. 2013 Apêndices ETAPA DE POSTURA Linhagem Lote de origem Data de nascimento/data de alojamento Número de aves alojadas (machos e fêmeas) Área do piso e densidade de população Proporção de acasalamento Número de ovos produzidos - diário, semanal e acumulado por ave Número de ovos incubáveis - diário, semanal e acumulado Número de ovos de piso - diário, semanal e acumulado Alimento - diário e acumulado Tempo de consumo do alimento Peso corporal (macho e fêmea) - diário e semanal Peso médio do ovo - diário e semanal Massa do ovo - diário e semanal Mortalidade e aves eliminadas - diários, semanais e acumulados Eclosão Fertilidade Temperaturas externas e internas - mínima, máxima e operacional (interna somente) Consumo de água - diário Proporção água:alimento Umidade Horas de luz 157 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Apêndices PARÂMETROS ALVO Peso corporal semanal - macho e fêmea Produção de ovo - número e peso Produção de ovo incubável Incubabilidade e fertilidade Peso e massa de ovo semanal SISTEMA DE REGISTRO Todos os dados essenciais devem ser registrados em um sistema apropriado que permita sua entrada fácil, assim como sua análise e interpretação. A Aviagen oferece sistemas completos de registro de dados. 158 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Apêndices Apêndice 2: Informações úteis para o manejo DENSIDADES POPULACIONAIS Recria 0 - 140 dias (0 - 20 semanas) Machos Aves/m2 Fêmeas Aves/m2) 3-4 4-7 Produção 140 - 448 dias (20 - 64 semanas) Machos e Fêmeas Aves/m2 (pies2/ave) 3,5 - 5,5 ESPAÇO DE COMEDOURO POR AVE Machos (Idade) Calha com Corrente cm Mecânico de Prato cm 0 - 35 dias (0 - 5 semanas) 5 5 36 - 70 dias (5 - 10 semanas) 10 9 71 - 140 dias (10 - 20 semanas) - sacrifício 15 11 141 dias - sacrifício (20 semanas - sacrifício) 20 13 Fêmeas (Idade) Calha com Corrente cm Mecânico de Prato cm 0-35 dias (0 - 5 semanas) 5 5 36-70 dias (5 - 10 semanas) 10 8 71 dias - sacrifício (10 semanas - sacrifício) 15 10 2013 Período de recria (0 - 15 semanas) Período de produção (16 semanas - sacrifício) Automático circular ou de canaleta 1,5 cm / ave 2,5 cm / ave Nipple Uma ou / 8 - 12 aves Uma ou / 6 - 10 aves Taças Uma ou / 20 - 30 aves Uma ou / 15 - 20 aves Apêndices ESPAÇO DE BEBEDOURO 159 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Apêndices GUIA DE PROPORÇÕES TÍPICAS DE ACASALAMENTO Número de machos/100 fêmeas (16 semanas - final do lote) Idade Dias Semanas 154 - 168 22 - 24 9,50 - 10,00 168 - 210 24 - 30 9,00 - 10,00 210 - 245 30 - 35 8,50 - 9,75 245 - 280 35 - 40 8,00 - 9,50 280 - 350 40 - 50 7,50 - 9,25 350 - final do lote 50 - final do lote 7,00 - 9,00 TAXA DE VENTILAÇÃO MÍNIMA APROXIMADA POR AVE Idade Metros cúbicos por hora (MCH por ave) Pés cúbicos por minuto (PCM por ave) 1 - 8 semanas 0,16 0,10 9 - 15 semanas 0,42 0,25 16 - 35 semanas 0,59 0,35 36 semanas - final do lote 0,76 0,45 PROPORÇÃO DE CONSUMO ENTRE A ÁGUA E O ALIMENTO 1,6 - 1,8 litros de água por quilograma de alimento a 21ºC 160 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Apêndices Apêndice 3: Tabelas de conversão COMPRIMENTO 1 metro (m) = 3,281 pés 1 pé (pé) = 0,305 metros (m) 1 centímetro (cm) = 0,394 polegadas (pol) 1 polegada (poleg) = 2,54 centímetros (cm) ÁREA 1 metro quadrado (m2) = 10,76 pés quadrados (pé2) 1 pé quadrado (pé ) = 0,093 metro quadrados (m2) 2 VOLUME 1 litro (l) = 0,22 galões (gal) ou 0,264 galões dos EUA (gal US) 1 galão imperial (gal) = 4,54 litros (l) 1 galão dos EUA (gal US) = 3,79 litros (l) 1 galão imperial (gal) = 1,2 galões dos EUA (gal US) 1 metro cúbico (m ) = 35,31 pés cúbicos (pé3) 1 pé cúbico (pé3) = 0,028 metros cúbicos (m3) 3 PESO 1 quilograma (kg) = 2,205 libras (lb) 1 libra (lb) = 0,454 quilogramas (kg) 1 grama (g) = 0,035 onças (oz) 1 onça (oz) = 28,35 gramas (g) 2013 1 caloria (cal) = 4,184 joule (J) 1 joule (J) = 0,239 calorias (cal) 1 kilocaloria por quilograma (kcal/kg) = 4,184 megajoules por quilograma (MJ/kg) 1 megajoule por quilograma (MJ/kg) = 108 calorias por libra (cal/lb) 1 joule (J) = 0,735 pés libra (pé-lb) 1 pé libra (pé-lb) = 1,36 joules (J) 1 joule (J) = 0,00095 unidades térmicas britânicas (BTU) 1 unidade térmica britânica (BTU) = 1055 joules (J) 1 kilovatio hora (kW-h) = 3412,1 unidades térmicas britânicas (BTU) 1 uma idade térmica britânica (BTU) = 0,00029 kilovatios hora (kW-h) Apêndices ENERGIA 161 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Apêndices PRESSÃO 1 lilibra por polegada quadrada (psi) = 6895 Newtons por metro quadrado (N/m2 ou Pascal (Pa) 1 libra por polegada quadrada (psi) = 0,06895 bar 1 bar = 14,504 libras por polegada quadrada (psi) 1 bar = 104 Newtons por metro quadrado (N/m2 ou Pascal (Pa) = 100 kilopascal (kPa) 1 Newton por metro quadrado (N/m2 ou Pascal (Pa) = 0,000145 libras por polegada quadrada (psi) ou (lb/pulg2) DENSIDADE DE POPULAÇÃO 1 pé quadrado por ave (pé2/ave) = 10,76 aves por metro quadrado (ave/m2) 10 aves por metro quadrado (aves/m ) = 1,08 pés quadrados por ave (pé2/ave) 1 quilograma por metro quadrado (kg/m2) = 0,205 libras por pé quadrado (lb/pé2) 1 libra por pé quadrado (lb/pé2) = 4,88 quilogramas por metro quadrado (kg/m2) 2 TEMPERATURA Temperatura (ºC) = 5/9 x (Temperatura ºF - 32) Temperatura (ºF) = 32 + (9/5 x Temperatura ºC) TABELA DE CONVERSÃO DE TEMPERATURA 162 °C °F 0 32,0 2 35,6 4 39,2 6 42,8 8 46,4 10 50,0 12 53,6 14 57,2 16 60,8 18 64,4 20 68,0 22 71,6 24 75,2 26 78,8 28 82,4 30 46,0 32 89,6 34 93,2 36 96,8 38 100,4 40 104,0 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Apêndices TEMPERATRA OPERACIONAL A temperatura operacional é definida como a temperatura mínima dentro do aviário mais 2/3 da diferença entre as temperaturas internas mínimas e máximas. Este conceito é importante quando há oscilações de temperatura significativas durante o dia. Por exemplo: Temperatura mínima do aviário = 16ºC Temperatura máxima do aviário = 28ºC Temperatura operacional = ([28 - 16] x 2/3) + 16 = 24ºC VENTILAÇÃO 1 pé cúbico por minuto (pé3/min) = 1,699 metros cúbicos por hora (m3/hora) 1 metro cúbico por hora (m3/hora) = 0,589 pés cúbicos por minuto (pé3/min) MATERIAL ISOLANTE O valor U mostra o grau de condução do calor pelos materiais de um prédio. Este valor se mede em watts por quilômetro quadrado por grau centígrado (W/km2/ºC). O valor R se refere às propriedades isolantes dos materiais do prédio. Quanto mais alto é o valor de R, melhor é o isolamento. Este valor se mede em km2/W (ou pé2/ºF/BTU). ISOLAMENTO 1 pé quadrado por grau Fahrenheit por unidade térmica britânica (pé2/ºF/BTU) = 0,176 quilômetros quadrados por vatio (km²/W) 1 quilômetro quadrado por vatio (km2/W) = 5,674 pés quadrados por grau Fahrenheit por unidade térmica britânica (pé²/ºF/BTU) ILUMINAÇÃO = 10,76 lux 1 lux = 0,093 velas pé Apêndices 1 vela pé 2013 163 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Apêndices Apêndice 4: Exemplo dos cálculos manuais para classificação A Figura 121 representa um aviário que foi dividido em 5 boxes. A população a ser classificada foi distribuída em 4 boxes. Desde o alojamento, um dos boxes foi deixado vazio, reservado para a classificação. O tamanho do lote é de 8.400 aves e durante o alojamento foram colocadas 2.100 aves em cada box ocupado. Figura 121: Configuração do aviário antes da classificação, usando boxes ajustáveis. Box 1 Box 2 (18% de espaço de piso) (20.5% de espaço de piso) Box 3 (20.5% de espaço de piso) Box 4 (20.5% de espaço de piso) Box 5 (20.5% de espaço de piso) Box deixado vazio desde o alojamento para ser usado na seleção aos 28 dias. De cada box/população deve ser capturada e pesada uma amostra aleatória de aves. Todas as aves capturadas devem ser pesadas para evitar que se faça uma medição seletiva, mas, no mínimo, devem ser registrados pesos de 2% do box/população ou de 50 aves, o que for maior. Neste exemplo foi pesado um total de 229 aves. Todos os pesos da amostra devem ser registrados em uma tabela de registro de peso (Figura 122). 164 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Apêndices Figura 122: Tabela de registro manual de peso corporal para classificação em três grupos. Tabela de Registro de Peso Corporal GRANJA RAÇA AVIÁRIO BOX SEXO 2 AVES PESADAS PESO CORPORAL 00 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480 500 520 540 560 580 600 620 640 660 680 700 720 740 760 780 800 820 840 860 OBJETIVO DE PESO 465 g 229 PESO GRAMAS IDADE 2 3 4 5 6 7 8 9 x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x 15 março COEFICIENTE DE VARIAÇÃO % 13,7 450 g 1 DATA 28 Fêmeas 10 11 12 13 x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x NÚMERO DE AVES 14 15 16 17 x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x 18 19 20 21 22 23 24 25 26 x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x 27 28 29 Idade Objetivo de Peso Peso Médio Total de Aves Pesadas Escala de Peso Corporal 30 Métrico 28 465 g 229 230 g 2013 Tamanho da amostra Valor de F Tamanho da amostra Valor de F 10 3.08 60 4.64 15 3.54 65 4.70 20 3.73 70 4.76 25 3.94 75 4.81 30 4.09 80 4.87 35 4.20 85 4.90 40 4.30 90 4.94 45 4.40 95 4.98 50 4.50 100 5.02 55 4.57 >150 5.03 Apêndices Tabela 28: Valor de F para diferentes tamanhos de amostras para serem usados no cálculo do CV%. 165 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Apêndices Com base na amostra, o CV% dos pesos corporais de toda a população pode ser calculado assim: CV% = diferença entre o menor e o maior peso x 100 CV% = 320 x 100 (Métrico) Peso corporal mé dio x valor de F 465 x 5,03 = 13,7 *A escala de pesos se define como a diferença de peso entre as aves mais leves e as mais pesadas. Como o CV% é superior a 12, torna-se necessária uma classificação em três grupos. O lote deve ser dividido em 3 populações: leve, normal e pesada. O percentual aproximado de aves que têm de ser colocadas em cada uma das 3 populações é 29% de aves leves, 57% de aves normais e 14% de aves pesadas. Para determinar o ponto de corte das aves mais leves (ou seja, o peso abaixo do qual as aves são consideradas leves) devem ser seguidos os seguintes passos: 1. A população leve corresponderá a aproximadamente 29% do lote. 29% do número total de aves que foram pesadas é 66 aves (29% de 229); 2. As 66 aves mais leves têm pesos entre 300 g e 439 g, indicadas pela cor amarela na Figura 122; 3. Uma ave "leve”, portanto, terá peso igual ou menor que 439 g. Este cálculo deve ser repetido para as aves normais e as pesadas. O Quadro 29 mostra os pontos de corte para cada uma das 3 populações (leve, normal e pesada), com base nas informações que ilustram a Figura 122. Quadro 29: Determinação dos pontos de corte para uma classificação em três grupos com base nas informações que ilustram a Figura 122. Categoria % de aves a serem incluídas na categoria classificada Número de aves para ser determinado o peso de corte (% x 197) Escala de peso (g) Cor de referência no quadro Leve 29 66 300 - 439 Amarelo Normal 57 131 440 - 559 Azul Pesada 14 32 560 - 629 Verde Uma vez determinados os pontos de corte de cada população classificada, todas as aves do lote devem ser pesadas novamente e as aves leves (as que pesam 439 g ou menos) e as pesadas (as que pesam 560 g ou mais) devem ser levadas para outro box. Como agora haverá uma variação significativa no tamanho de cada população classificada (29% são leves, 57% são normais e 14% são pesadas), deverão ser ajustados os tamanhos dos boxes para acomodar as novas quantidades de aves e igualar a densidade populacional e o espaço de comedouro e de bebedouro (Figura 123). 166 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Apêndices Figura 123: Plano de classificação baseado nos resultados de pesos corporais mostrados na Figura 122. Box 1 (Leves) (29% de espaço de piso) Box 2 (Normais) (19% de espaço de piso) Box 3 (Normais) (19% de espaço de piso) Box 4 (Normais) (19% de espaço de piso) Box 5 (Pesadas) (14% de espaço de piso) Aves Pesadas Aves Leves Aves Leves Aves Pesadas Aves Leves Aves Pesadas Depois da classificação, deve ser pesada novamente uma amostra de aves de cada população (um mínimo de 2% ou 50 aves, o que for maior) e deve-se determinar o peso médio, o CV% e o número de aves de cada box (Figura 124). O CV% das populações classificadas deve ter melhorado, mas o CV% geral do lote continuará sendo o mesmo (Figura 124). Os boxes "normais" devem ter pesos semelhantes e podem ser tratados como uma só população. No entanto, o administrador da granja tem de conhecer o peso médio de cada box individual e investigar todo desvio repentino em relação ao objetivo estabelecido. Os pesos corporais das populações classificadas devem ser colocados em um gráfico de peso corporal, para comparação com os objetivos de peso. Se necessário, deve-se estabelecer novamente o perfil, a fim de situar as aves no objetivo até os 63 dias de idade (9 semanas). Qualquer ajuste nos níveis de alimento deve ser feito com base no desvio em relação ao objetivo de peso corporal. Figura 124: Situação depois de uma classificação de 3 grupos (com boxes ajustáveis). Box 1 (Leves) (29% de espaço de piso) Número de Aves = 2.436 Peso = 370 g CV% = 6,9 Box 2 (Normais) (19% de espaço de piso) Box 3 (Normais) (19% de espaço de piso) Box 4 (Normais) (19% de espaço de piso) Box 5 (Pesadas) (14% de espaço de piso) Número de Aves = 1.596 Número de Aves = 1.596 Número de Aves = 1.596 Número de Aves = 1.176 Peso = 461 g Peso = 451 g Peso = 471 g Peso = 537 g CV% = 5,6 CV% = 5,4 CV% = 5,8 CV% = 3,0 Apêndices Peso Corporal Médio do Lote = 446 g CV do Lote = 13,5% 2013 167 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Apêndices Apêndice 5: Cálculos das Taxas de Ventilação Cálculos da Ventilação Mínima para Ajuste do Temporizador do Ventilador Exemplo (métrico) Este exemplo de cálculo se baseia nas hipóteses abaixo descritas. Os valores variam de acordo com as circunstâncias individuais. Idade das aves: 20 semanas Número de aves: 10.000 Ventilador de ventilação mínima: 1 x 91 cm Capacidade do ventilador (metros cúbicos por hora) = 15.300 m3/h Usa-se um temporizador com ciclo de 5 minutos Passo 1: Calcular a taxa total de ventilação mínima exigida para o aviário (metros cúbicos por hora): Taxa de ventilação = = = (ventilação mínima por ave) x (número de aves) (0,59 m3/h por ave) x (10.000 aves) 5.900 m3/h Passo 2: Calcular a porcentagem de tempo que os ventiladores devem ficar ligados: Porcentagem de tempo = = = (ventilação total necessária) ÷ (capacidade total dos ventiladores utilizados) (5.900 m3/h) ÷ (15.300 m3/h) 0,39 = 39% Por conseguinte, os ventiladores têm de funcionar durante tempo equivalente a 39% do ciclo do temporizador. Passo 3: Supondo-se que seja usado um temporizador de 5 minutos, o tempo de funcionamento necessário será, então, o equivalente a 39% de 5 minutos, ou seja, 117 segundos (1 minuto e 57 segundos). 168 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Apêndices Cálculo do Número de Ventiladores Necessários para Ventilação de Túnel Exemplo do cálculo (métrico) Hipóteses: Idade das aves = 20 semanas Número de aves = 10.000 R Largura do prédio (W) = 12 m Altura do prédio (H) = 2,4 m Altura do teto (R) = 1,5 m H W Velocidade do ar de acordo com o projeto do sistema (metros por segundo, ou m/s) = 2,03 m/s (recria) e 2,54 m/s (produção). Capacidade de operação do ventilador a 0,15 polegadas coluna de água (metros cúbicos por hora, ou m3/h) = 35.000 m3/h. Fator de conversão de segundos em horas = 3.600 Área do corte transversal = (0,5 x W x R) + (W x R) Passo 1: Determinar a capacidade do ventilador necessária para uma dada velocidade de ar (metros cúbicos por hora, m3/h): Capacidade exigida do ventilador = (velocidade do ar de acordo com o projeto) x (área do corte transversal) x (3.600) Área do corte transversal = (0,5 x 12 m x 1,5 m) + (12 m x 2,4 m) = 37,8 m² Capacidade exigida do ventilador = = (2,54 m/s) x (37,8 m²) x (3.600) 345.643 m³/h Passo 2: Determinar o número de ventiladores necessários: (capacidade exigida do ventilador) ÷ (capacidade de funcionamento do ventilador) (345.643 m3/h) ÷ (35.000 m3/h) 9,9 (10) ventiladores Apêndices Número de ventiladores = = = 2013 169 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Apêndices Cálculo da Área do Painel Evaporativo Exemplo do cálculo (métrico) Hipóteses: Idade das aves = 20 semanas Número de aves = 10.000 Velocidade da passagem de ar pelo painel evaporativo (metros por segundo, ou m/s) = 1,91 m/s (espessura de painel de 150 mm) O aviário tem 10 ventiladores de 127 cm com capacidade de 35.000 metros cúbicos por hora m³/h Fator de conversão de segundos em horas = 3.600 Passo 1: Calcular a área do painel de esfriamento: Área do painel = (capacidade do ventilador de túnel [m3/h]) ÷ (velocidade do ar da pá [m/s] x 3.600) = (10 x 35.500 m³/h) ÷ (6.876 m/h) = 50,9 m² 170 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Apêndices Apêndice 6: Tabela de condensação ou ponto de Orvalho Quando os ovos passam de um ambiente frio para outro mais quente e com condições de mais umidade, podem transpirar. A tabela abaixo mostra a temperatura da casca capaz de causar condensação quando os ovos são levados a um ambiente com temperaturas e umidade diferentes. Para evitar a condensação na casca do ovo, a temperatura deverá ser superior à apresentada na tabela. Os ovos podem transpirar se transportados de um local de armazenagem frio, na granja, para um incubatório quente; ou de um local de armazenagem frio no incubatório, para um pré-aquecimento ou incubação. Se os ovos estiverem transpirando, não devem ser fumigados nem colocados em local de armazenagem frio, antes que estejam secos. Temperatura na qual vão ser retirados os ovos ºC Umidade Relativa (% HR) 40 50 60 70 15 20 Pré-aquecimento 23 12 80 90 11 13 12 14 16 18 15 17 19 21 10 13 16 19 21 23 14 18 21 24 26 28 35 18 21 25 28 31 33 Incubatório 21 25 28 31 34 36 40 23 27 30 33 36 38 Apêndices 25 30 2013 171 172 11.2 11.4 119 101 112 209 607 156 150 129 147 300 227 356 473 Trigo Sorgo Aveia Alimento de glúten de milho Farinha de glúten de milho Moagem de ração de trigo Farelo de trigo Farelo de arroz Extrato de; farelo de arroz Fava ratinha Ervilha Soja Aquecida Farinha de soja 13.6 14.1 660 706 538 Farinha de peixe Farinha de arenque Farinha de carne e ossos 6.7 Farinha de colza 3000 3360 3250 1700 1600 2230 3450 2715 2665 1610 2370 1475 1825 3565 1915 2620 3215 3020 3275 2790 kcal 5.4 37.7 40.4 38.1 20.8 33.3 34.6 26.3 21.4 28.6 11.6 10.3 10.1 9.5 19.5 9.5 7.5 4.0 5.6 4.1 4.5 29.4 37.1 35.0 18.7 31.6 32.2 22.9 19.7 26.6 10.0 8.9 7.8 8.2 18.8 8.3 7.1 3.4 5.0 3.8 3.7 16.1 30.0 27.4 13.4 16.3 21.3 16.2 8.8 11.8 5.2 4.4 4.6 5.2 25.1 6.7 4.2 4.0 3.9 3.0 12.9 27.6 25.2 11.4 15.0 19.5 14.1 8.0 10.1 3.8 3.7 3.5 4.1 24.1 5.5 3.7 3.3 3.5 2.7 3.0 A g T g T g A g Isoleucina Arginina 29.6 56.3 51.4 19.2 13.8 29.3 22.4 15.7 18.8 6.5 6.0 6.0 5.6 10.3 6.7 4.8 2.3 3.3 2.4 3.8 T g A g 22.5 50.1 45.7 15.4 12.0 26.7 19.3 13.5 16.5 4.8 4.8 4.4 4.6 9.3 4.8 4.2 1.8 2.7 2.2 3.0 Lisina 8.1 20.7 18.9 6.9 9.2 6.8 5.4 2.3 2.3 3.2 2.7 2.3 2.6 14.5 3.6 1.9 1.8 1.9 1.8 1.8 T g 6.6 18.6 17.0 6.1 8.5 6.3 4.7 1.9 1.8 2.5 2.2 1.7 2.0 14.1 3.1 1.7 1.5 1.7 1.7 1.4 A g Metionina 14.0 27.0 24.8 15.6 16.1 13.8 10.9 5.6 5.9 6.4 5.6 5.5 5.7 25.5 8.9 5.1 3.6 4.6 3.7 4.2 T g 9.9 23.5 21.6 12.7 14.2 12.1 9.2 4.2 4.6 4.5 4.7 4.0 4.3 23.7 6.4 4.3 3.0 4.0 3.3 3.4 A g Metionina + Cistina 18.8 30.5 28.0 15.1 14.6 18.6 14.2 8.1 10.1 5.9 5.0 4.9 5.0 21.0 7.7 3.9 3.4 3.4 3.1 3.6 T g 14.0 27.4 25.2 12.1 12.7 16.6 12.1 6.9 8.9 4.1 4.1 3.6 3.7 19.6 5.9 3.3 2.9 2.8 2.7 2.7 A g Treonina 3.6 7.8 7.0 4.5 4.8 6.1 4.9 2.0 1.7 1.7 1.6 2.1 1.9 3.2 1.2 1.3 1.1 1.4 0.6 1.2 T g 2.5 7.0 6.2 3.7 4.1 5.2 4.2 1.6 1.4 1.3 1.2 1.4 1.5 3.1 1.0 1.1 0.9 1.2 0.5 0.9 A g Triptofano 73.3 26.4 34.9 7.3 3.7 2.7 2.3 1.1 1.1 1.4 1.0 1.9 1.0 0.4 1.2 1.1 0.4 0.7 0.3 0.6 g Ca 22.6 15.5 17.6 3.6 2.9 2.7 2.2 1.8 2.3 2.8 2.5 3.5 2.9 1.8 3.7 1.7 0.9 1.3 0.9 1.4 g P disponível 7.6 10.3 10.3 0.3 0.3 0.2 0.1 0.1 0.2 0.2 0.1 0.4 0.3 0.1 2.4 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 g Na 6.3 16.2 15.8 0.3 1.2 0.3 0.3 0.6 0.7 0.7 0.4 1.3 0.3 0.5 2.1 0.7 0.7 0.4 0.5 1.0 g Cl 4.8 13.9 10.0 12.6 14.7 22.6 17.6 11.0 13.4 12.1 10.6 12.5 13.7 1.6 12.6 4.7 3.8 4.2 3.6 4.8 g K 1900 5300 3050 6700 2890 2730 2860 642 1670 1230 1130 1230 1440 330 1510 950 660 1000 620 990 g Colina 8.1 0.1 0.1 3.1 6.8 7.0 97.0 4.0 5.2 3.6 38.5 14.0 14.0 16.3 17.2 16.8 12.2 6.8 18.8 8.6 g Ácido Linoléico Nota T = Teor total de aminoácidos; A = Teor de aminoácidos disponíveis Estes dados servem de orientação para a formulação de alimento. Deve ser sempre usada, de preferência, a informação local sobre a qualidade dos ingredientes disponíveis. Os dados se baseiam em informação publicada por Degussa AG; CVB, Holanda; Conselho Nacional de Investigação, EUA. Os alimentos à base de carne e ossos são produtos muito variáveis, os quais vêm sendo cada vez mais excluídos das dietas de aves reprodutoras, por motivos de biossegurança. Estes dados se baseiam em uma mistura de 54% de proteína, 14% de gordura e 23% de cinza. 12.6 7.1 386 343 Farinha de girassol 9.3 14.4 6.8 9.9 6.2 7.6 14.9 8.0 11.0 13.5 12.7 13.7 87 11.7 107 Milho MJ Energia; (ME) Cevada g CP 940 910 910 880 900 870 880 870 870 890 890 870 870 890 890 880 880 880 880 880 g Matéria Seca MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Apêndices Apêndice 7: Composição nutricional de alguns ingredientes comuns para o alimento (por quilograma) 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Apêndices Apêndice 8: Solução de Problemas por Deficiências de Vitaminas x Vitamina D3 x x Vitamina E x Vitamina B12 x Ovos com Casca Fina x Fragilidade das Patas Plumagem x Deformações Ósseas Resistência a Doenças x Fertilidade Vitamina A Produção de Ovo Incubabilidade Problema Causa Possível x x x x x x Riboflavina x x Niacina x x Ácido Pantotênico Colina x x x x x x x Vitamina K Ácido Fólico x x Piridoxina B6 x x Biotina x x x x x Tiamina B1 2013 x x x 173 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Apêndices Apêndice 9: Fontes Adicionais de Informações Sobre o Manejo As seguintes publicações contêm informações adicionais específicas sobre o manejo e estão disponíveis online no site www.aviagen.com. Também podem ser solicitadas à [email protected]. • • • • • • • • • • 174 Manejo Ambiental no Aviário de Recria de Matrizes Pesadas Manejo Ambiental no Aviário de Postura de Matrizes Pesadas Qualidade da Água Objetivos de Desempenho – Matriz Ross 308 Especificações Nutricionais – Matriz Ross 308 Objetivos de Desempenho – Matriz Ross 708 Especificações Nutricionais – Matriz Ross 708 Investigando as Práticas de Incubação Manutenção do Incubatório Documentos da série "Como..." (Incubação) 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Índice de Terminologia Acasalamento 51, 58, 64-66, 76, 87, 160 Acasalamento / relação machos / fêmeas 87 Acasalamento excessivo 65 Agentes patogênicos 149 Água dura, água calcárea 149 Água 13, 14, 27, 28, 136, 142, 147, 149, 152 Alimentação do macho 56, 64 Alimentação insuficiente 62 Alimentação manual 25 Alimentação no piso 25 Alimentação separada por sexo 52, 54, 55, 139 Alimento de crescimento 137 Alimento iniciador 137 Alojamento dos pintinhos 10-12, 16 Alojamento 11 Altura do bebedouro 26, 27, 58, Altura do comedouro 25, 51, 56, 58 Ambiente natural 121, 125 Ambiente, meio ambiente 10, 23, 109, 134 Aminoácidos 135, 142 Amostragem aleatória 31, 33, 37, 40, 50, 85, 164 Amostragem do alimento 141 Amostragem para pesagem de aves 79, 83, 164 Análise de laboratório do alimento 133 Antibióticos 154 Anticorpo 156 Armazenagem de ovos 104 Armazenagem do alimento 26, 137, 140 Aspersão 17 Atividade87 Avaliação física da ave 85 Aves com baixo peso 43, 45, 48, 64 Aves com sobrepeso 43, 45, 49, 64 Aves de dentro da estação 130 Aves leves 32, 35, 41 Aves pesadas 34, 41 Aviário aberto 121, 124-126 Aviário com ambiente controlado 112, 121 Balança automática 78, 82 Balanças eletrônicas 31, 78, 82 Balanças 31, 34, 77 Barbela e crista 51, 92 Bebedouros 13, 16, 17, 27 Bem-estar 2, 10, 17, 23, 47, 65, 92, 107, 109, 111, 120, 122, 133, 134, 139, 143, 145, 148, 152, 152, 154, 155 Biodisponibilidade das vitaminas 136 Biofilmes 147 Biossegurança 12, 107, 110, 143, 149, 152, 156 Blackout - ambiente escuro 121, 124 Cabeça da ave 87, 92 Calcáreo135 Cálcio 135 Cálculos de ventilação, cálculos para a ventilação 118, 168 Cama 13, 76, 146 Classificação/Seleção 10, 12, 29, 30, 32, 35, 36, 38, 41, 164, 166, 167 Cloaca 87, 93 Cloração 27, 149 Cloro 136 Coccidia 148, 154 Coeficiente de variação (CV) 29, 39, 80, 82, 166 2013 Coleta de ovos 58, 102 Coliformes 149 Comedores mecânicos de prato 24, 55 Comedouros tubulares 55 Comportamento de consumo de alimento 54 Comportamento 20, 21, 52, 115, 117 Composição nutricional dos alimentos 133, 140, 172 Comprimento das patas 86 Comprimento de onda 131 Condensação 105 Condição das aves 60, 65, 85, 86, 88-91, 94-97 Condição física 60, 65, 85, 86, 88-91, 94-97 Consertos e manutenção 147 Contagens de bactérias 103 Contaminação do alimento 141 Controle da alimentação 10, 25, 58, 133, 137, 138 Controle de doenças 143 Controle de insetos 145 Controle de pragas 144, 145 Controle de qualidade do alimento 142 Controle sanitário, monitoramento sanitário das aves 155 Controle serológico 155 Cortinas 111 Coxim plantar 76, 87, 92 Crescimento 9, 68, 77 Criação em todo o aviário 15, 16 Criação por zonas 14 Criação 11, 14, 15, 17, 110, 121 Crista e barbela 51, 92 Curvas de distribuição 29 Densidade populacional 15, 17, 23, 47, 109, 143, 159 Depósito de gordura abdominal 96, 97 Descarte de aves mortas 151 Desinfecção de ovos 103 Desinfecção 12, 13, 103, 145, 147, 149 Desvio padrão 34 Distribuição das aves durante a alimentação 24 Distribuição dos boxes 30-42, 167 Distribuição normal 29 Distribuidores de alimento no piso 25 Distúrbios metabólicos 136 Doença de Marek 153 Doença respiratória, doenças respiratórias 20 Doença transmitida pelo ar 108 Doença 13, 152, 155 Drenagem 108 Eclosão 55, 65, 97, 99, 103, 105, 140, 142 Embalagem de ovos 102 Empenamento 65, 87, 93 Enchimento do papo 22, 50 Energia 49, 69,134, 139, 142 Entrada de ar 114 Entrada de luz 122, 124 Entradas 114 Equipamento de tomografia computadorizada, TC 89, 96 Equipamentos de alimentação 16, 54, 56 Erros de sexagem 52, 53 Espaço de bebedouro 27, 48, 144,159 Apêndices Índice de Terminologia 175 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Índice de Terminologia Espaço de piso 23, 32 Espaço do comedouro 24, 48, 56, 159 Especificações nutricionais 137, 138 Espectro de luz 131 Esqueleto 86 Estado de alerta 65, 86-88, 93 Esterno 90 Estímulo luminoso 9, 121, 122 Fabricação do alimento 133, 140 Fatores anti nutricionais 140 Fertilidade 65, 88 Filtro, água 149 Fitase 136 Fleshing 85, 88, 95 Fluxo/velocidade do ar 112, 114, 115, 117, 169 Formaldeído 148, 103 Formalina 103 Formato do peito 88, 89, 96 Formulação de dietas 140 Fósforo 135 Fotoperíodo 121-125, 127-129 Fotorefratário 121, 124, 127 Fumigação 103, 147, 148 Gerador de reserva, sistema de energia de reserva 108 Gorduras e azeites nas dietas 140 Grade de restrição para comedouros 54, 55 Grades de restrição para comedouros tipo calha 54 Higiene do alimento 141, 154 Higiene do piso 148 Higiene 13, 143 Iluminação 50, 58, 109, 121, 163 Incineração 151 Infecções 143 Ingestão de nutrientes 49, 61, 133, 139 Ingredientes da formulação de ração 140, 172 Lavagem /limpeza dos ovos 104 Lavagem e higienização dos aviários 146 Limpeza de veículos 13 Limpeza do aviário e da granja 12, 145, 146, 148, 149 Limpeza dos ovos 104 Limpeza/sanitização 144, 147 Local, granja 149 Lotes de fora da estação 125, 128-130 Manejo para obtenção de boa condição corporal 85-94 Manejo pós-pico de produção 67 Manipulação das aves 10 Manômetro 113 Material isolante 109, 163 Maturidade sexual 44, 48, 51, 87, 123, 127 Maturidade 9, 10, 51 Micoplasmose 155 Micotoxina136 Migração 117 Minerais traço 136 Minerais136 Monitoramento da condição corporal 44,45, 97 Monitoramento 20, 57, 59, 72, 75, 77, 115 Nebulização 17, 119 Ninhos 57, 58, 102 Nível de alimento 36, 39, 43-45, 50, 71, 72, 74, 75, 76, 134 Objetivo de performance 70, 71, 72 176 Objetivo de peso corporal 31, 33, 42, 43, 48, 69, 83, 122, 126, 128, 130, 165 Objetivo de peso 31, 33, 42, 43, 48, 69, 75, 83, 122, 126, 128, 130, 165 Objetivos fundamentais de acordo com a idade 6 Ossos pélvicos 57, 94 Ovos contaminados e explosivos 106 Ovos de piso 58, 102 Ovos incubáveis 99, 103 Ovos sujos 104, 106 Painéis evaporativos 119 Parâmetros de objetivos 158 Partículas Finas de alimento 26 Patas 87 Pellet 14, 25, 141 Perfil de peso 33, 39, 82 Perfís de peso corpóreo 44, 49, 123, 130 Perímetro 144 Pernas e patas 92 Persistência 135 Pesagem dos pintinhos 79 Peso corpóreo 31, 67, 70-72, 74, 76, 82, 87, 97 Peso do ovo 61-63, 70-72, 74 Pico de produção 44, 48, 58, 59, 67, 68, 75 Placas direcionais 114 Poeira 13, 145 Poleiros 28, 58 Posicionamento das prateleiras de alimento 110 Potássio136 Pressão 112 Primeiro ovo 57, 68 Processamento de aves mortas 151 Produção de ovos 10, 59, 70, 72 Programas de luz 14, 17, 57, 121-125, 128, 129 Programas de vacinação 143, 152, 153, 156 Projeto da granja 107, 108, 144 Projeto do aviário 12, 109, 144, 145 Proporção água / alimento 142, 160 Proteína 135, 142 Qualidade da água 27, 149, 150 Qualidade da casca 135 Qualidade da matéria prima 140 Qualidade do alimento 26, 61, 140 Qualidade do ar 20, 113 Quantidade de alimento 9, 14, 17, 25, 26, 59, 60, 63, 67, 69, 73, 75, 138, 152 Ração farelada 141 Ração triturada 14, 25, 137, 141 Recomendações nutricionais 67, 133, 135, 138, 139, 142 Recria e transferência 50 Recria9 Registro manual de peso 80 Registros 72, 81, 152, 156, 157 Regulamentação / normas / legislação 11 Resfriamento do aviário com aspersores 119 Resfriamento do aviário 119, 141, 169 Resfriamento do ovo 101 Resfriamento evaporação 119, 170 Resposta imunológica 152 Retirada de machos 65 Roedor 110, 140, 144, 145 Salmonella 144, 155 Sazonalidade 129, 130 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Índice de Terminologia Sedimentos na água 149 Seleção de ovos 102 Sensação Térmica 20 Sensores de condições ambientais 20 Sincronização de machos e fêmeas 48, 123, 125 Sistema automático de alimentação 25 Sistemas de alimentação 51 Sistemas de calefação 14, 110 SMS - Síndrome da Morte Súbita 136 Sódio 136 Tabela de ponto de orvalho 171 Tabelas de conversão 161, 162 Tamanho do box 35, 36, 42, 166 Temperatura dos ovos 104 Temperatura operacional 163 Temperatura 13, 18, 19, 110, 116, 117, 139, 163 Tempo de consumo do alimento 25, 61, 69 Temporizador para ventilação 113 Teste ELISA 156 Textura do alimento 61 Tipo de lâmpada 131 Transferência da recria para a postura 50 Transporte de pintinhos 11, 16 Tratamento térmico do alimento, processamento térmico do alimento 141 Tudo dentro - Tudo fora 12, 144, 152 Umidade relativa 13, 171 Umidade 13, 17, 18, 19, 105, 120 Uniformidade da população 29, 30 Uniformidade 10, 24, 29, 30, 40, 48, 79, 122 UV 131, 149 Valor F 165 Variação na população 29, 30, 35, 37 Variações de temperatura 15, 18 Vazamento de ar / vedação do aviário 109, 112, 113 Velocidade do ar 117 Ventilação de transição 116 Ventilação de túnel 117 Ventilação 20, 111-113, 116, 160, 163 Ventiladores de recirculação 111 Ventiladores 115, 116, 118, 168, 169 Vermes (helmintos) 154 Visitantes144 Vistoria 58, 60, 85, 86, 87, 94 Vitaminas 136, 173 Vocalização das aves 21 2013 177 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Notas Notas 178 2013 MANUAL DE MANEJO DE MATRIZES ROSS: Notas Notas 2013 179 Todo o esforço foi feito para assegurar a exatidão e relevância das informações aqui apresentadas. No entanto, a Aviagen não aceita responsabilidade alguma pelas consequências do uso desta informação no manejo das aves. Para mais informações, favor entrar em contato com o Gerente de Serviços Técnicos de sua região. www.aviagen.com 2013