1 Capítulo 59. Guia de cuidado de enfermagem para promoção da segurança do paciente na UCIP Guías de cuidado de enfermería y la promoción de la seguridad del paciente em la UCIP Autores: Profa. Dra. Matilde LG Pedreira Professora Associada da Escola Paulista de Enfermagem da Universidade Federal de São Paulo. Pesquisadora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. Brasil. Endereço eletrônico: [email protected] Enf. Cintia Monteiro Enfermeira Assistencial do Instituto de Oncologia Pediátrica – GRAAC. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de São Paulo. Brasil. Endereço eletrônico: [email protected] Profa. Diana Marcela Achury Saldana Especialista en Cuidado Critico. Magíster en Enfermería en el Cuidado de la Salud Cardiovascular, Universidad Nacional de Colombia, Bogotá, Colombia. Profesora Asistente, Facultad de Enfermería. Pontificia Universidad Javeriana, Bogotá, Colombia. Endereço eletrônico: [email protected] Enf. Carla Prudencio Argentina Endereço eletrônico: [email protected] Enf. Simone Brandi Enfermeira da UTIP do Hospital Israelita Albert Einstein. Endereço eletrônico: [email protected] Autor correspondente: Matilde LG Pedreira Rua Napoleão de Barros, 754, sala 112. Vila Clementino, CEP 04024002 São Paulo, Capital Brasil. 2 Capítulo 59. Guia de cuidado de enfermagem para promoção da segurança do paciente na UCIP Guías de cuidado de enfermería y la promoción de la seguridad del paciente em la UCIP Introdução A enfermagem é uma ciência e uma arte, que direciona suas ações à prevenção das doenças, ao alívio do sofrimento e para a proteção, promoção e recuperação da saúde de indivíduos, famílias, comunidades e populações, tendo como fundamento o cuidado à totalidade e integralidade do ser humano, a fim de promover o processo de cura ou aliviar o sofrimento. Desde a época de Florence Nightingale, promover a segurança do paciente, por meio da vigilância e defesa da integralidade do ser humano, tem sido uma das principais metas que direciona as ações de enfermagem. Já postulava em 1859 que “pode parecer talvez um estranho princípio enunciar como primeiro dever de um hospital não causar mal ao paciente” (1). Mais de cem anos depois, em 1999, a análise de grandes estudos epidemiológicos gera publicação do livro To err is human: building a safer health care system (Errar é humano: construindo um sistema de saúde mais seguro) pelo Institute of Medicine dos Estados Unidos da América, demonstrando que erros no sistema de saúde desse país podem perfazer a oitava causa de morte, sendo as sequelas resultantes de erros 3 consideradas como incontáveis, apesar dos imensos investimentos destinados à área, na maior potência econômica da atualidade (2). Esta e outras publicações da área vêm demonstrando que no sistema de saúde, no qual se desenvolvem as principais ações de cura e cuidado para a promoção, recuperação e reabilitação da saúde, assim como na era de Nightingale, precisa ser repensado para promover a segurança do usuário (1,3). Pacientes e famílias internados em Unidades de Cuidados Intensivos Pediátricos (UCIP) têm estado em constante risco de serem vítimas de erros e eventos adversos evitáveis, mesmo nas mais estruturadas instituições de saúde. Destaca-se no contexto da enfermagem na América Latina que atua em UCIP um déficit quantitativo e qualitativo de profissionais para executar todas as ações de cuidado necessárias para a promoção da segurança do paciente, pois o que há de mais intensivo nas UCIP são os cuidados de enfermagem. A diversidade das atividades desenvolvidas por enfermeiros de terapia intensiva foi quantificada quanto às atividades de formulação, execução e reformulação da assistência,a desenvolvidas pela equipe multidisciplinar de seis UCI: Pediátrica, Neurocirúrgica, de Pós Operatório Cardíaco, Coronariana, Neonatal e Médico Cirúrgica, durante as 24 horas do dia. Nos quatro meses da coleta de dados foram registradas 8178 atividades, sendo que destas, 6857 (84%) foram realizadas individualmente por enfermeiros, 382 (4,7%) por médicos também individualmente, 228 (2,7%) por dois enfermeiros, 256 (3%) por médico e enfermeiro e 281 (3%) por outros profissionais da equipe multidisciplinar e membros da família visitante (4). Os dados desse estudo ressaltam, de forma quantitativa, a importância e abrangência do trabalho da enfermagem nas UCIP, que tem como principal finalidade recuperar, através do cuidar, as funções debilitadas do paciente gravemente enfermo, incorporando ao 4 cuidado prestado a cultura de promoção de vigilância constante para a promoção de segurança do paciente. A seguir são apresentados as características deste ambiente de cuidado e os eventos adversos mais identificados. Também se enfoca a cultura da segurança e os informes de eventos adversos. Eventos Adversos em Unidades de Cuidados Intensivos Pediátricos As UCIP se caracterizam pelo atendimento às crianças com condições clínicas que exigem intensa manipulação e controle, requerendo intervenções multidisciplinares complexas e especializadas. Neste ambiente são realizados diagnósticos invasivos e procedimentos terapêuticos de risco, com amplo uso da tecnologia e maior contingente de profissionais que, constantemente, precisam tomar decisões rápidas e efetivas, a fim de que o sucesso no tratamento ou cuidado instituídos seja alcançado (5-6). Crianças apresentam importante vulnerabilidade à ocorrência de eventos adversos (EA), assim, há necessidade de conhecer os principais erros e os fatores que contribuem para sua ocorrência, a fim de garantirmos qualidade e segurança durante toda assistência de enfermagem. Epidemiologia dos Eventos Adversos em Unidades de Cuidados Intensivos Pediátricos Estudo realizado em hospitais americanos revelou que os EA ocorrem em 1% das hospitalizações pediátricas e que 0,6% desses são preveníveis, sendo assim, eminentemente advém de erros durante a prestação da assistência (7). Outros pesquisadores encontraram que erros ocorreram em 4,6% e 8% das internações em duas UCIP estudadas (8-9). 5 Pesquisa brasileira realizada em uma UCIP, referente aos erros relacionados a prática de enfermagem, encontrou 113 EA em 38 crianças, revelando uma média de 2,9 eventos por criança e até onze ocorrências em uma mesma criança (5). Neste mesmo estudo constatou-se que os principais EA foram os erros com medicação (32,7%), seguido por eventos relacionados à ventilação pulmonar mecânica/ via aérea (29,2%). O erro em procedimentos básicos de enfermagem esteve presente em 16,8% sendo que nessa categoria, destacando-se a utilização de curativos inadequados, quedas do leito, a não execução da prescrição de enfermagem e a omissão do cuidado. Complicações relacionadas aos cateteres, sondas e drenos constituíram 14,3% das ocorrências e problemas com materiais e equipamentos representaram 4,4% dos relatos (5). Infecção relacionada aos cuidados à saúde é outro problema freqüentemente encontrados nas UCIP, com incidências que variam segundo unidade. Dentre as principais infecções, a mais freqüente é a infecção de corrente sanguínea (ICS); seguida pela pneumonia, incluindo as associadas à ventilação mecânica (PAV), e do trato urinário (10-13). A literatura aponta que o principal erro encontrado nas UCIP é referente à administração de medicamentos. Tal assistência constitui prática comum no nosso cotidiano e é de extrema importância para a reabilitação destes pacientes, no entanto, muitas vezes os cuidados necessários durante todo este processo é banalizado, requerendo maior atenção e sendo tema apresentado em Guia de Enfermagem específico. EA relacionados ao uso de cateteres intravenosos periféricos em crianças de acordo com tipos de curativos evidenciou-se que 75,3% destes foram removidos por complicações e não pelo término da terapêutica, incluindo infiltração (55,3%), obstrução (11,5%), 6 flebite (4,7%), remoção acidental (5,3%) e dobra do cateter (1,8%) (14). Estas ocorrências estão relacionadas ao tipo de cateter utilizado, preparo do local de inserção, tipo de infusão, técnica de inserção, tempo de permanência, tipo de curativo e local de inserção (14-15). A úlcera por pressão foi citada como uma dos três principais erros de enfermagem que levam à EA graves. Anualmente, 900.000 pacientes desenvolvem este problema e 60.000 morrem devido às suas complicações segundo estudos norte-americanos (16). A equipe de enfermagem desempenha papel fundamental nas medidas de prevenção e, portanto, deve instituir protocolos específicos para determinar o risco da ocorrência da complicação pelo paciente e as medidas para sua prevenção. Estudo americano analisando a incidência de quedas em um hospital infantil identificou que 82% das crianças estavam acompanhadas dos pais durante as quedas (17). No entanto, este evento também está relacionado às falhas no cuidado de enfermagem, dentre elas a avaliação incorreta do nível de consciência, manutenção de grades das camas abaixadas ou com problemas de manutenção e falta de vigilância constante. Outros EA relacionados aos procedimentos de enfermagem são a não realização de procedimentos no momento oportuno, eminentemente relacionados a falta de mao de obra de enfermagem em número adequado para a prestação da assistência, dentre eles curativos e precauções padrão para medidas de controle de disseminação de agentes multirresistentes; manuseio incorreto de artefatos diagnósticos e terapêuticos, predominando as ocorrências relacionadas aos alarmes de equipamentos com parâmetros incorretos, inoperantes ou com volume abaixo do preconizado; bem como a ausência de registro ou anotações incompletas de enfermagem e cálculos de balanços hídricos equivocados ou incompletos (18). 7 Conseqüentemente, a ocorrência de erros e EA contribui para o aumento das taxas de morbidade, tempo de permanência hospitalar e custos do sistema de saúde, além de envolverem questões legais, comprometerem a qualidade da assistência prestada ao paciente podendo causar conseqüências graves aos mesmos. A Organização Mundial da Saúde tem alertado que os EA constituem problema de saúde pública e, portanto, devemos compreendê-los para que possamos adotar medidas preventivas, promovendo ambientes de prática nas UCIP que desenvolvam uma cultura de segurança, para que a assistência livre de erros seja uma meta a ser alcançadas por todos os profissionais da clínica e da gestão (3). Agravantes e Vulnerabilidade das Crianças e Famílias à Ocorrência de Eventos Adversos A UCIP apresenta fatores que contribuem para o acontecimento de erros, tais como a diversidade de medicações e procedimentos realizados, grande número de profissionais que prestam atendimento aos pacientes, equipamentos complexos, dinâmica de trabalho própria da unidade, aliadas a gravidade do quadro clínico dos pacientes (19). Também devemos considerar a estrutura das instituições de saúde que muitas vezes não possuem recursos suficientes para o atendimento e serviços eficientes. Além da planta física precária, condições de trabalho, deficiência na formação acadêmica, duplas jornadas de trabalho, inexperiência, desatenção, fadiga e estresse são aspectos relevantes e que merecem atenção, pois podem contribuir para o aparecimento de EA (19). Considerando a complexidade da tecnologia dos equipamentos utilizados no ambiente da UCI, a vigilância destes artefatos é citada como cuidado fundamental para minimizar o acontecimento de EA, visto que muitos profissionais manuseiam um mesmo equipamento. Deste modo, a confiabilidade total nos equipamentos deve ser 8 questionada e confirmada pela manutenção periódica preventiva realizada por profissionais credenciados. Os fatores que contribuem para a alta taxa de infecção e mortalidade em UCIP estão associados à necessidade de procedimentos invasivos, uso de dispositivos, idade menor que 24 meses, estado nutricional, gravidade do quadro do paciente, tempo prolongado de internação e uso de antibióticos; principalmente os de espectro ampliado, favorecendo o surgimento de microorganismos multirresistentes, o que dificulta a terapêutica (20). Os risco identificados para ocorrência de ICS são idade (quanto mais jovem maior o risco), quantidade de cateteres centrais, infusão de concentrado de hemácias e nutrição parenteral, tempo de permanência do dispositivo, mudança de cateter com uso de fioguia, realização de hemodiálise e circulação extracorpórea (20). A fim de reduzir os índices de ICS organizações tem estimulado o uso de bundles, do inglês pacote, que tem sido por nós designado como conjunto de boas práticas, que devem ser aplicadas na sua totalidade para, por exemplo, a prevenção de infecções relacionadas a cateter venoso central. Alguns bundles incluem a monitorização e devolutiva para a equpe de conformidades quanto à higienização das mãos, uso de precaução de barreira máxima na passagem dos cateteres, antissepsia da pele com clorexidine, seleção do melhor local para inserção do cateter e avaliação diária da necessidade de permanência do mesmo (21). Em relação às infecções respiratórias, a idade entre 2 meses e 1 ano, presença de síndrome genética, transporte para outras unidades e hospitais, realização de broncoscopia, reintubação e nutrição enteral contínua são fatores contribuem para o desenvolvimento de PAV (20). 9 Um dos bundles de ventilação preconiza como ações os cuidados de elevação da cabeceira do leito entre 30º e 45º; interrupção diária da sedação e avaliação da possibilidade de extubação; uso de profilaxia medicamentosa para úlcera gástrica, realização de higiene oral e, implementação da profilaxia da trombose venosa profunda (21). Na admissão de uma criança na UCIP, deve-se também prestar cuidados aos pais e familiares, pois muitas vezes estão ansiosos neste momento. Ao prestar cuidado centrado no paciente e família, as necessidades destes pais são atendidas e são encorajados a participar dos cuidados à criança, reduzindo o nível de ansiedade, fortalecendo a confiança e a interação entre pais e profissionais, contribuindo para o tratamento e recuperação da criança (22). O fornecimento constante de informações e a inclusão da família nas decisões de cuidado podem fazer com que sejam importantes aliados na prevenção de EA. Desta forma, para que o atendimento prestado pelas instituições de saúde aos pacientes seja qualificado e seguro é necessário que os profissionais, gestores e órgãos governamentais estejam comprometidos com esta cultura e com o atendimento das necessidades da criança e sua família. Assim, é de extrema importância identificar os erros e as causas que propiciam a ocorrência de eventos adversos e, posteriormente, elaborar estratégias de prevenção e intervenções que promovam a segurança do paciente. La cultura y el reporte de eventos adversos Los cuidados proporcionados por el equipo de salud a los pacientes pediátricos o adultos hospitalizados llevan implícito el riesgo de generar errores y por consiguiente EA que pueden ocasionar complicaciones, secuelas o incluso la muerte. Los EA se 10 pueden originar en cualquier ámbito, particularmente son más frecuentes en el área clínica, sin embargo existen reportes interesantes que muestran los servicios con mayor riesgo de generar eventos adversos, en donde la unidad de cuidado intensivo se destaca, puesto que el uso de la tecnología , los equipamientos utilizados, el grado de intervención y complejidad de los pacientes, el tipo de medicamentos empleados y la interacción simultánea de muchas personas con el individuo y entre ellos mismos, convierte el proceso y la atención en un acto más complejo. Para garantizar la calidad en el cuidado de la salud y de la vida del ser humano, los profesionales de Enfermería deben responder con un nivel de excelencia en su ejercicio, un alto grado de satisfacción del paciente con riesgo mínimo para él, al igual que la utilización eficiente de los recursos disponibles; la seguridad de los pacientes exige en todos los niveles, el establecimiento de normas de calidad, en el proceso de toma de decisiones, la articulación de los recursos y las capacidades para responder a las necesidades del paciente. En los últimos años, el interés de las instituciones de salud se ha incrementado por establecer sistemas seguros para ofrecer mejores servicios y calidad en la atención de los usuarios; es por esto, que el cuidado seguro es uno de los puntos medulares en la gestión de los servicios de enfermería y en los programas de calidad que se desarrollan en las instituciones. El conocer, los procesos que promuevan la cultura de seguridad y los sistemas de notificación, permiten hablar en términos reales de garantía de calidad en el cuidado de enfermería y medir el impacto de los Eventos Adversos. Cultura La cultura es un principio orientador de una atención más segura; se ha considerado como una estrategia de prevención que permite minimizar los efectos o consecuencias de la ocurrencia del evento adverso; se entiende como el conjunto de 11 creencias, valores y actitudes que comparten los miembros de una organización y que se reflejan en sus acciones diarias. La cultura se considera la segunda práctica más importante de las treinta declaradas en la reunión de Consenso The National Quality Forum, en donde se reitera que la construcción de una cultura es el punto de partida para la seguridad; puesto que el resultado de la ausencia de una cultura es la incidencia diaria de múltiples eventos adversos(23). Así mismo la American Academy of Pediatrics señala que es esencial suscitar la seguridad clínica en el sistema de salud por medio de una cultura de seguridad y la construcción de sistemas de notificación(24). Históricamente la cultura laboral ha sido orientada a la punición, en donde desde el autoritarismo se ve el evento adverso como una práctica individual centrando la atención en el profesional que comete el error. Actualmente se busca el cambio de esta cultura punitiva por una cultura educativa y proactiva centrada en el paciente, en una práctica clínica en equipo, en las transparencias y en el análisis del sistema. La cultura proactiva debe desarrollarse en un modelo que despliegue tres comportamientos: análisis de las conductas de riesgo, reconocimiento de un error y la reflexión sobre los comportamientos imprudentes; además se debe considerar los errores personales como oportunidades para mejorar el sistema y evitar el daño, instaurar procesos bidireccionales de intercambio de información y opinión, siendo el principal punto de partida el informe y análisis de los eventos adversos; donde los mas importante cuando surge un problema “no es quien, sino que, como, cuando, donde, porque y como se podría haber evitado”(25). Cambiar una cultura no es fácil ya que existen hábitos arraigados los cuales a juicio de quien los practica no han demostrado ser perjudiciales. La capacidad de reconocer el 12 error es muy deficiente, por eso es fundamental promover e impulsar una cultura donde prime la seguridad y la responsabilidad; de ahí que la cultura debe tener un enfoque sistémico (26) con las siguientes características (Ver figura1): Para los profesionales de enfermería la cultura debe estar dirigida al fortalecimiento de las competencias de enfermería y acciones que minimicen los riesgos. La medición de la cultura es necesaria para diseñar actividades que promuevan su mejoramiento, existe una herramienta valida y fiable que es la Agency For HealthCare Research and Quality (AHRQ) (27), contempla doce dimensiones de la cultura (Figura 2): Esta herramienta es muy completa e integra todos los elementos fundamentales al igual que los actores responsables en la prevención, minimización de los eventos adversos, de forma que ha sido utilizada en algunos estudios permitiendo hacer un diagnostico y planes de mejoramiento sobre la cultura de seguridad en la instituciones de salud y servicios especializados (28-29). 13 Figura 1. Enfoque sistémico de la cultura. Figura elaborado por la autora con la información. Es fundamental que los profesionales de enfermería lideren estrategias de promoción de la cultura de “Just Culture”, donde se promueva la cultura que permita analizar los errores del proceso y no el señalamiento de culpables, el reporte anónimo, la capacidad para anticiparse y aprender de los errores con el establecimiento de un sistema completo, oportuno, ágil de notificación mediante actividades de socialización, campañas y sensibilización. Figura 2. Dimensiones de la cultura. Figura elaborado por la autora con la información tomada del instrumento Agency For HealthCare Research and Quality. 14 Informe de los eventos adversos El informe de los eventos adversos debe estar respaldado por los sistemas de notificación, los cuales se han considerado como una de las principales acciones para la detección de los eventos adversos; convirtiéndose en una estrategia clave para aprender del error y evitar su recurrencia. Los sistemas de notificación pueden cumplir dos funciones: garantizar la responsabilidad social y que los profesionales proporcionen información útil sobre el perfeccionamiento de la seguridad (30). Los sistemas de registro y notificación no intentan ser una valoración de la frecuencia de los eventos adversos e incidentes, sino una forma de obtener información valiosa sobre la cascada de acontecimientos.(31-32).También permiten identificar los puntos débiles del sistema, aumentar la conciencia de los problemas, facilitar el compromiso de los profesionales de la salud y reducir costos. Por otro lado, es necesario conocer que un factor coadyuvante en la aparición del evento adverso, es la ausencia en la notificación y distribución de la información ante la ocurrencia de un evento adverso, esta divulgación no se hace por la tendencia de responsabilizar, culpabilizar o demostrar mala calidad en la atención; esta situación impide la identificación de factores y retrasa la construcción de estrategias tendientes a la disminución de eventos adversos y disminución del impacto de los mismos . Así mismo existen barreras que generan ausencias, infra o sobre notificación tales como: percepción del beneficio al notificar, aumento en la carga de trabajo, el trabajador se siente culpable, la cultura punitiva, falta de apoyo y divulgación acerca del fundamento teórico de la seguridad clínica de los pacientes(33). Para romper estas barreras las instituciones y en especial los servicios especializados como las unidades de cuidado intensivo deben desarrollar sistemas de notificación que tengan características particulares que permitan comunicación oportuna (ver tabla 1). 15 Los sistemas que se enfocan hacia la mejora de la seguridad son los sistemas de carácter voluntario, se centran en los incidentes (donde no ha habido daño) o en errores que han producido daño mínimo. Su objetivo es identificar áreas o elementos vulnerables del sistema antes de que se produzca el daño en los pacientes y formar a los profesionales sobre lo aprendido con el análisis de múltiples casos. Tabla 1. Características de los sistemas de notificación Desde los años 90 se inician los procesos de implementación de los sistemas de notificación, estos pueden abarcar procesos de gran amplitud tales como: errores en la administración de medicamentos, incidentes en la vacunación, así como procesos más locales como incidentes en la Unidad de Cuidado intensivo, salas de cirugía, incidentes críticos de anestesia etc (34) El primer sistema de notificación fue el Australian Incident Monitoring System (AIMS), un sistema de registro y notificación informatizado, que podía ser anónimo y confidencial o de dominio público, obligatorio o voluntario; recoger EA, incidentes, quejas, casos medico legales o informes sobre salud laboral (35). El AIMS ha sido adaptado para incorporarlo como un sistema de notificación en las unidades de cuidado intensivo “Australian Incident Monitoring Study in Intensive Care 16 Units”, permitiendo analizar cuándo y cómo se han producido los eventos adversos, cómo se han detectado y qué factores han influido en su aparición o han limitado sus consecuencias. Con la misma filosofía y un diseño similar, la Sociedad Americana de Cuidados Intensivos en colaboración con otras entidades como la Agencia para la Investigación y Calidad en la Atención de la Salud ha desarrollado el sistema ICU Safety Reporting System (ICUSRS)(36). Este sistema de notificación utiliza una página web para la notificación voluntaria y anónima de eventos adversos en pacientes críticos. El ICUSRS analiza dos tipos de factores: aquellos factores que contribuyen o favorecen la aparición del evento y aquellos factores que minimizan o reducen el impacto negativo del evento (factores limitantes). A su vez subdivide a los dos tipos de factores en 7 subcategorías que incluyen: factores relacionados con el enfermo, con el proveedor, con el equipo, con el entrenamiento, con las tareas, con la gestión y organización. Existen otros sistemas de notificación son : La National Patient Safety Agency (NPSA) ha diseñado dentro de un amplio abanico de servicios un sistema denominado National Reporting & Learning System (NRLS). El sistema es anónimo y confidencial y se centra en los EA y en los incidentes con el propósito principal de crear una red de conocimiento sobre la seguridad.El Medication Error Reporting Program (MER) desarrollado por el Institute for Safe Medication Practice (ISMP). Este sistema voluntario está dirigido a los profesionales asistenciales y promueve la utilización del teléfono, correo electrónico o internet para el informe de los EA .Finalmente el MedMarx., un sistema voluntario dirigido a hospitales suscriptores; el personal puede remitir informes estandarizados y se pueden agregar resultados del propio hospital y de otros puesto que se encuentra como una página web de fácil accesibilidad y consulta de informes(37). 17 Por lo tanto la creación e implementación de estos sistemas de notificación permiten realizar un análisis de la realidad de la seguridad clínica a nivel local, regional, nacional e internacional y diseñar planes de mejoramiento y recomendaciones para la prevención, minimización de los eventos adversos. Llama la atención que algunos estudios muestran que los profesionales que mas notifican son las enfermeras y destacan la efectividad de sistemas de notificación electrónicos versus sistemas de notificación en papel como herramientas complementarias para promocionar una cultura de seguridad clínica. Organismos como la Comisión Europea en la Declaración de Luxemburgo y la Agencia Nacional para la Seguridad del paciente (NPSA) del NHS británico recomiendan la valoración de los beneficios derivados del establecimiento de sistemas de notificación así como una cultura de aprendizaje y de feedback (38). El resultado de estas recomendaciones han permitido que en las instituciones de salud hayan logrado un aumento importante en la notificación de los eventos adversos a través de sistemas de registro voluntarios teniendo una aproximación real a los errores en pacientes críticos, reduciendo potencialmente su aparición y consecuencias al analizarlos y establecer acciones preventivas. Las unidades de cuidado intensivo se convierten en un lugar adecuado para poner en marcha sistemas que permitan la detección y el registro, así como medidas encaminadas a prevenir o minimizar la aparición de errores que puedan ocasionar eventos adversos. Sin embargo es necesario ampliar la evidencia y el desarrollo de estudios orientados a identificar adversos reportados en especial por el profesional de enfermería eventos y sus factores asociados utilizando sistemas de notificación voluntarios e integrales como 18 herramientas que permitan cuantificar mejor la incidencia de los eventos adversos reales y posibles evitables, describir sus causas y consecuencias. Con lo anterior el proceso de implementación de la cultura de seguridad y sistemas de notificación se convierte en un desafío para meta de trabajo conjunto, que integran el profesional de enfermería y en una requiere compromiso del resto de personas que el equipo de salud con la cultura de desarrollar buenas prácticas, las instituciones de salud como centros seguros y finalmente la implementación de políticas de seguridad que generen cambios en el sistema de salud y en la sociedad. Considerações relevantes para a prática A atenção aos riscos para segurança do paciente tem aumentado nos últimos 10 anos e continua a ser um desafio para a equipe de saúde examinar as suas práticas e implementar soluções de segurança. (39) A enfermagem dentro da UCIP tem como principal finalidade prestar cuidados à criança gravemente enferma e manter uma prática com o mínimo ou ausência total de riscos e falhas que possam comprometer a segurança do paciente. Nas UCIP a alta complexidade dos cuidados e a severidade das patologias contribuem com múltiplas oportunidades para causar danos não intencionais ao paciente. Os erros de identificação do paciente podem ocorrer em várias etapas da assistência pois, os pacientes podem ter o nível de consciência alterado, mudar de leito e as crianças de acordo com a faixa etária podem não possuir capacidade cognitiva para identificar-se e podem estar desacompanhadas. A checagem da identificação do paciente por meio de uma pulseira com o nome e o número de registro antes da 19 realização do cuidado permite identificar de modo confiável o indivíduo e a assistência de enfermagem seja realizada no paciente correto (40). Erros cometidos durante procedimentos cirúrgicos constituem uma larga proporção dentro dos eventos adversos. Alguns procedimentos cirúrgicos são realizados na UCIP e para que os erros sejam minimizados a utilização de check list antes do procedimento onde consta identificação do paciente, o local da abordagem, lateralidade quando necessário e material preparado são importantes para padronização dos procedimentos e uma barreira para a prevenção do erro. A equipe de enfermagem tem um papel importante no processo de administração de medicamentos, que é complexo e multidisciplinar, as atividades relacionadas a administração de medicamentos representam a maior parte da carga de trabalho da equipe de enfermagem e são executados em larga freqüência no mesmo paciente. A competência para administração de medicamentos tem sido um desafio na área uma vez que os erros constituem um problema na prática de enfermagem. Dentro das competências exigidas que podem contribuir para prevenção do erros de medicação encontram-se a tomada de decisão, competência prática e teórica, habilidade para comunicação e informação do fluxo do time interdisciplinar (41). O desempenho da equipe de enfermagem com a utilização de boas práticas como: higiene das mãos, precauções máximas de barreira, antissepsia adequada do local, escolha do sítio de inserção adequado, reavaliação diária da necessidade de manutenção do cateter com pronta remoção daqueles desnecessários tornam-se medidas importantes para prevenção de infecção relacionada à assistência. 20 Apesar das medidas para prevenção os erros podem ocorrer sendo importante a análise das causas dos eventos adversos para que possamos identificar oportunidades de melhoria e ações que conduzam a construção de novas barreiras na busca do cuidado de enfermagem livre de danos ao paciente (2). Referências 1. Pedreira MLG. Nursing to patient safety. 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