amadís de gaula reivindicado por feliciano de silva

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AMADÍS D E G A U L A R E I V I N D I C A D O
POR FELICIANO DE SILVA
A m a d í s de G a u l a fue y es e l personaje m á s r e n o m b r a d o de los
libros de caballerías e s p a ñ o l e s d e l siglo xvi. E n siglos posteriores se l o r e c o r d ó casi exclusivamente p o r su papel e n los cuatro
libros de Amadís de Gaula, l a refundición y c o n t i n u a c i ó n d e l
Amadís primitivo de G a r c i R o d r í g u e z de M o n t a l v o cuya prim e r a e d i c i ó n conservada es l a de 1508 1 . Pero los e s p a ñ o l e s aficionados a los libros de caballerías p o d í a n disfrutar de otras
aventuras d e l p a l a d í n e n u n a o varias de las o c h o secuelas d e l
Amadís de R o d r í g u e z de M o n t a l v o . E l papel d e l gran h é r o e decayó e n e l cuarto l i b r o de Amadís de Gaula de M o n t a l v o y e n algunas de sus primeras secuelas, pero r e c u p e r ó e l p r i m e r plano
j u n t o a sus descendientes e n los cinco libros de l a serie que escribió Feliciano de Silva (¿1491P-1552) 2 : el s é p t i m o , Lisuarte de
R O D R Í G U E Z DE M O N T A L V O casi seguramente a c a b ó y probablemente pub l i c ó su v e r s i ó n del Amadís antes de 1 5 0 0 (Amadís de Gaulay Las sergas deEsplandián. Libros de caballerías, ed. P. de Gayangos, Madrid, 1 8 5 7 , en adelante,
Sergas). Sobre la fecha del Amadís de Gaula de Montalvo v é a s e el a r t í c u l o de
R A F A E L R A M O S N O G A L E S , "Para la fecha de Amadís de Gaula: « E s t a sancta guerra que contra los infieles comencada t i e n e n » " , BRAE, 7 4 ( 1 9 9 4 ) , 5 0 3 - 5 2 1 y
el primer c a p í t u l o de la tesis doctoral de E M I L I O SALES D A S Í , La figura del caballero en las "Sergas de Esplandián",
Universidad de Valencia, 1 9 9 4 .
2
i n f o r m a c i ó n sobre algunos aspectos de los libros de c a b a l l e r í a s de Feliciano de Silva se encuentra en mis Feliciano de Silva y los antecedentes de la novela pastoril en sus libros de caballerías, Estudios de H i s p a n ó f i l a , Chapel Hill,
1 9 7 6 y "Feliciano de Silva and his romances of chivalry in Don Quijote', Inti,
1
1978,
n ú m . 7 , 2 8 - 3 4 . V é a n s e , t a m b i é n , FRANCISCO C U R T O H E R R E R O ,
Estructura
de los libros de caballerías en el siglo xvi, F u n d a c i ó n Juan March, Madrid, 1 9 7 6 ;
D . EISENBERG, Romances of chivalry in the Spanish Golden Age, J. de la Cuesta,
Newark, 1 9 8 2 , esp. pp. 7 5 - 8 5 y A study ofDon Quixote,]. de la Cuesta, Newark,
1 9 8 7 , passim (véase su í n d i c e ) ; A L I S O N D A L E T A U F E R , From amazon queen to femóle knight: The development of the woman warrior in the "Amadís" cycle, tesis,
University of California, Los Angeles, 1 9 8 8 y "The only good amazon is a
NRFH, X L V I I I ( 2 0 0 0 ) , n ú m . 1, 51-69
52
Grecia3;
SYDNEY P A U L C R A V E N S
e l noveno, Amadís
de Grecian
NRFH, XLVIII
e l d é c i m o , Florisel
deNiquea
( p r i m e r a y segunda partes e n u n t o m o ) ; e l d e c i m o p r i m e r o ,
tercera parte de Florisel de Niquea, mejor conocido como la primera parte de Rogel de Grecia6; y el decimotercero, cuarta parte de
Florisel de Niquea, e n dos tomos 7 . Eisenberg cataloga veintinueve
5
converted amazon: The woman warrior and Christianity in the Amadís cycle", Playing with gender: A renaissance pursuit, eds.J. R. Brink, M . C. Horowitz,
& A . P. Coudert, Urbana-Chicago, 1991, pp. 35-51; y M . C. D A N I E L S , "Feliciano de Silva: A sixteenth-century reader-writer of romance", Creation and recreation: Experiments in literary form in Early Modern Spain. Studies in Honor of
Stephen Gilman, eds. R. E. Surtz 8c N . Weinerth, J. de la Cuesta, Newark, 1983,
pp. 77-88 y The function of hum,or in the Spanish romances of chivalry, Garland,
New York-London, 1992, sobre todo el ú l t i m o , que abarca mucho m á s de lo
indicado por el título, y que hasta ahora es el estudio m á s extenso sobre las
obras de Silva. E M I L I O SALES D A S Í ha publicado u n estudio sobre el Lisuarte de
Grecia, "Feliciano de Silva y la t r a d i c i ó n amadisiana en el Lisuarte de Grecia ,
Incipit, 18 (1998), y otro que incluye comentarios sobre los Rogeles, "Las Sergas deEsplandián
y las continuaciones del Amadís (Florisandos y Rogeles)",
Voz y Letra, 7 (1996), 131-156.
3
Lisuarte de Grecia. Libro séptimo de Amadís...,
Alfonso L ó p e z , Lisboa,
1587 [1514]. E n adelante, cito por título abreviado (Lisuarte) e indico n ú mero de la división (si la hay) y de c a p í t u l o .
4
Amadís de Grecia. El noveno libro de Amadís de Gaula..., Juan Cromberger, Sevilla, 1542 [1530] (AGrecia).
5
Florisel de Niquea. La coránica de..., Marcos Borges, Lisboa, 1566 [1532]
(Fioriseli y II).
6
Florisel de Niquea. Parte tercera de la coránica del..., Juan Cromberger, Sevilla, 1542 [1535] (Rogell).
7
Florisel de Niquea. La primera parte de la quarta de..., Andrea de Portonaris, Salamanca, 1551 (Rogel I L I ), y Florisel de Niquea. Segundo libro de la quarta
parte..., Pierres de la Floresta, Zaragoza, 1568 [1551] (jRog^Z II.2). Inform a c i ó n sobre ediciones, ubicaciones de muchas ediciones del siglo xvi y
estudios sobre los libros de c a b a l l e r í a s comentados en este ensayo, en bib l i o g r a f í a indispensable de D. EISENBERG, Castilian romances of chivalry in the
sixteenth century: A bibliography, Grant 8c Cutler, L o n d o n , 1979, cuya segunda
ed. revisada y aumentada e s t á en prensa. E l octavo libro (1526) no es de Silva sino de Juan D í a z , quien n o m b r ó el suyo Lisuarte de Grecia sin tomar en
cuenta el de Silva. E l libro d u o d é c i m o de la serie es Silves de la Selva (1546),
de Pedro de L u j a n , quien sí r i n d i ó a l g ú n tributo a Feliciano de Silva en su
p r ó l o g o , pero Silva lo criticó acerbamente al final de Rogel 11.2 (véase C R A VENS, op. cit, p. 34, n. 43). Silva no es consistente en sus libros en cuanto a la
d i v i s i ó n en partes. Su Lisuarte es un libro breve (113 ff.) sin divisiones interiores. AGrecia y Florisel son largos ( m á s de 200 ff.), dividido cada uno en dos
partes. E n é s t o s la n u m e r a c i ó n de los c a p í t u l o s comienza de nuevo al principio de la segunda parte. Rogell t a m b i é n es voluminoso pero no e s t á dividido
en partes; Rogel II e s t á dividido en dos partes, cada una publicada en su tomo, con nueva n u m e r a c i ó n de c a p í t u l o s y folios en el segundo. E n los títu-
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ediciones de estos libros de Feliciano de Silva 8 e n el siglo xvi, mismas que tuvieron el Amadís y las Sergas de Esplandián
de M o n t a l -
v o 9 ; así pues, l a familiaridad de los lectores d e l siglo xvi c o n e l
personaje Amadís, no se debe únicamente a los libros de Montalvo.
Cervantes era u n o de los lectores de las continuaciones escritas p o r Silva; se encuentran e n e l Quijote10 datos concretos y
alusiones a casi todos esos l i b r o s 1 1 . S i e l hidalgo creía que a su
los completos de Rogel I y Rogel I I se nombra primero a Florisel de Niquea,
pero luego t a m b i é n a su hijo, Rogel de Grecia, personaje principal de los
dos libros, esta es la r a z ó n por la que muchos críticos posteriores a Cervantes han preferido Rogel como título abreviado —y t a m b i é n porque Cervantes
los l l a m ó "Ruger en la Primera parte del Quijote (cap. 1; v é a s e C R A V E N S , art.
cit, pp. 2 8 y 3 0 ) . L a m a y o r í a de los b i b l i ó g r a f o s de libros de c a b a l l e r í a s y críticos de los libros de Silva suelen s e ñ a l a r Rogel I I como la segunda mitad de
Rogel I ; esto es inexacto. Rogel 11 fue publicado en 1 5 5 1 , d i e c i s é i s a ñ o s desp u é s de la fecha de la primera ed. de Rogell. A d e m á s , en Rogelll se enfatizan
c a r a c t e r í s t i c a s apenas dibujadas en sus predecesores; por ejemplo, los largos
episodios pastoriles en los que se elaboran representaciones teatrales en
verso. Aunque es cierto que Rogelll es una c o n t i n u a c i ó n de Rogell, cada una
de las secuelas de la serie de Amadís c o n t i n ú a una anterior (no siempre la
inmediatamente anterior), y a cada una le toca u n n ú m e r o en la serie. Por
esto y por otras razones, que no aduzco ahora, Rogelll debe ser designado el
decimotercer libro de la serie de Amadís.
8
D . E I S E N B E R G , Romances of chivalry in the Spanish Golden Age, pp. 1 0 1 - 1 0 4 .
E l Lisuarte de Silva tuvo diez ediciones entre 1 5 1 4 y 1 5 8 7 ; el AGrecia, siete,
entre 1 5 3 0 y 1 5 9 6 ; Florisel, siete, entre 1 5 3 2 y 1 5 8 8 ; Rogel I , cuatro, entre
1 5 3 5 y 1 5 5 1 m á s otra de fecha desconocida; y Rogelll, dos, una en 1 5 5 1 , otra
en 1 5 6 8 ( D . EISENBERG, Castilian romances of chivalry in the sixteenth century: A
bibliography, pp. 4 5 - 5 1 ) . U n breve informe b i b l i o g r á f i c o de J A V I E R G U I J A R R O
( " B i b l i o g r a f í a selecta y tentadora de la literatura caballeresca", Ins, 1 9 9 5 ,
n ú m s . 5 8 4 / 5 8 5 , 2 3 - 2 5 ) advierte la existencia de ediciones críticas de algunos de los libros de c a b a l l e r í a s de Silva como tesinas o tesis doctorales: de Lisuarte, preparada ya en 1 9 9 2 por Carmen Laspuertas Sarvisé; de AGrecia que
la investigadora t e n í a en p r e p a r a c i ó n y de la tercera parte de Florisel de Niquea (Rogell) que Javier M a r t í n Lalanda t e n í a en curso. U n a " p á g i n a " en la
malla internacional del Ministerio de E d u c a c i ó n y Cultura, S e c r e t a r í a de Estado de Cultura de E s p a ñ a (www.mcu.es), cataloga, sin los nombres de sus
autores, tesis doctorales que son ediciones del Onceno de Amadís... (Rogell) y
de Florisel de Niquea. La primera parte de la quarta... (Rogel 1 . 1 ) .
9
El ingenioso hidalgo Don Quijote de la Mancha, ed. L. A . Murillo, Castalia,
Madrid, 1 9 8 5 , 3 ts.
1 0
D . E I S E N B E R G , Castilian romances of chivalry in the sixteenth century: A bibliography, pp. 2 8 - 3 1 y 4 3 .
1 1
V é a n s e S. P. C R A V E N S , art. cit.; D . E I S E N B E R G , Romances of chivalry in the
Spanish
Golden Age, pp. 1 3 1 - 1 4 5 ; M . C. D A N I E L S , op. cit., caps. 1 y 6 - 8 y S A L E S
D A S Í , "Feliciano de Silva y la t r a d i c i ó n amadisiana en el Lisuarte de Grecia", n. 4 .
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SYDNEY P A U L C R A V E N S
NRFH, X L V I I I
edad p o d í a e m p r e n d e r las aventuras e n que se h a b í a embebido
e n sus lecturas quizá se d e b í a a que algunos de sus modelos
eran t a m b i é n de edad avanzada, E d u a r d o U r b i n a o p i n a q u e
Bravor el B r u n , el caballero anciano de Tristón de Leonís, p o d r í a
ser precursor del personaje cervantino 1 2 , pero n o sería descabellado suponer q u e e l A m a d í s anciano de Silva haya i n f l u i d o
también: a p o c o de empezar la novela, dice Cervantes que el h i dalgo llevó a su casa cuantos libros de caballerías p u d o comprar,
"y de todos, ningunos le p a r e c í a n tan b i e n c o m o los que compuso el famoso Feliciano de Silva, p o r q u e l a claridad de su prosa y aquellas intrincadas razones suyas le p a r e c í a n de perlas".
Me interesa a q u í examinar e l papel que A m a d í s de G a u l a
d e s e m p e ñ ó e n las continuaciones, y especialmente l a actuación multifacética que tiene e n los libros de Feliciano de Silva.
Por su relativa importancia o p o r su singularidad, presento algunos temas c o n cierto detalle. P o r l a importancia de l a relación
entre los libros de caballerías y el Quijote, e l p r o p ó s i t o secundario es s e ñ a l a r algunas coincidencias entre l a o b r a de Silva y
la de Cervantes sin insistir e n influencias específicas, ya que l a
m a y o r í a de los motivos son lugar c o m ú n e n las novelas de caballerías.
A l a inversa de Feliciano de Silva, Montalvo n o trata muy
b i e n al h é r o e , sobre todo e n e l cuarto libro que, p o r ser obra
original, es la p r i m e r a c o n t i n u a c i ó n a su refundición d e l Amadís
primitivo. A l final de ese cuarto libro A m a d í s lee e n voz alta a
unos familiares y amigos u n a carta de U r g a n d a l a Desconocida.
L a maga, que e n tantas ocasiones l o h a b í a favorecido, ahora l o
amonesta a dejar sus aventuras caballerescas y prepararse para
las arduas tareas que, c o m o rey que será, le esperan. U r g a n d a
pronostica que las proezas de E s p l a n d i á n eclipsarán las de su
padre, p o r q u e las p o n d r á al servicio de l a religión, n o p o r la vanagloria y e l amor. L a carta de U r g a n d a cierra u n a serie de situaciones d e l tercero y cuarto libros que rebajan aspectos de l a
caballería de tipo artúrico e n general y a A m a d í s e n particular 1 3 .
1 2
" E l caballero anciano en Tristán de Leonís y Don Quijote, caballero cin-
c u e n t ó n " , NRFH, 2 9 ( 1 9 8 0 ) , 1 6 4 - 1 7 2 . Recientemente V I C E N C B E L T R Á N ha reafir-
mado la creencia de que el Tristán e j e r c i ó un "poderoso influjo" sobre el Quijote ("Itinerario de los Tristanes , Voz y Letra, 7 , 1 9 9 6 , p. 4 3 ) , y se apoya en el
estudio de M . L U Z D I V I N A C U E S T A sobre las novelas de T r i s t á n : Aventuras amorosas y caballerescas en las novelas de Tristán, Universidad, L e ó n , 1 9 9 4 , pp. 2 1 9 - 2 3 1 .
1 3
Sobre los aspectos anti-amadisianos en el Amadís de Montalvo c o n s ú l tense los comentarios de E D W I N B . P L A C E , " ¿ M o n t a l v o autor o refundidor de
NRFH, XLVIII
A M A D Í S D E G A U L A REIVINDICADO P O R SILVA
55
M o n t a l v o c o n t i n u ó e n ese tono e n las Sergas de Esplandián,
ca. 1510 1 4 . E n e l episodio m á s n o t o r i o de esta tendencia, A m a dís, motivado p o r l a envidia poco digna de él, oculta su identidad y desafía a E s p l a n d i á n a u n combate singular. C o n t r a su
voluntad, E s p l a n d i á n l u c h a c o n e l desconocido y l o vence, dej á n d o l o al b o r d e de l a muerte (Sergas 28-29). Es probable que
Montalvo haya visto esta derrota menos severa que l a muerte
que A m a d í s efectivamente sufrió a manos de su hijo e n u n a versión p r i m i t i v a 1 5 . Pero para los lectores aficionados de A m a d í s l a
derrota de su adorado h é r o e frente a n o i m p o r t a q u é contrincante h a b r í a parecido u n a i n d i g n a c i ó n bochornosa.
Los escasos episodios e n los que participa A m a d í s e n las Sergas n o sirven para restaurar su lustre. N i siquiera sus pasadas
Amadís TV y V?", Homenaje a Rodríguez-Moñino, Castalia, Madrid, 1966, t. 2,
pp. 77-80; J O S É A M E Z C U A , " L a o p o s i c i ó n de Montalvo al mundo de A m a d í s " ,
NRFH,
21 (1972), 320-337, esp. pp. 326-327; J O S É M A N U E L C A C H O B L E C U A ,
Amadís: heroísmo mítico cortesano, Cupsa, Madrid, 1979, pp. 327-346; J U A N B A U TISTA A V A L L E - A R C E , " E l Amadís primitivo", CH(6), pp. 79-82 y Amadís de Gaula.
El primitivo y el de Montalvo, F.C.E., M é x i c o , 1990, passim, esp. pp. 369-376; y
SALES D A S Í , "Las Sergas de Esplandián y las continuaciones del Amadís (Florisandos y Rogeles)", p. 135.
1 4
L a actitud negativa hacia A m a d í s en las Sergas ha sido comentada por
muchos estudiosos en los ú l t i m o s cincuenta a ñ o s , entre ellos, S A M U E L G I L Í
G A Y A ("Las Sergas de Esplandián
como crítica de la c a b a l l e r í a bretona",
BBMP,
23, 1947, 103-111); M A R Í A R O S A L I D A D E M A L K I E L ("El desenlace del
Amadís primitivo", RPh, 6,1952-53, 283-289); E. B. P L A C E ("Montalvo's outrageous recantation", HR, 37, 1969, 192-198); J. A M E Z C U A (art. cit.); E L O Y R.
G O N Z Á L E Z 8C J E N N I F E R T . R O B E R T S ("Montalvo's recantation, revisited", BHS,
55, 1978, 203-210); J A M E S F O G E L Q U I S T (El Amadís y el género de la historia fingida,]. P o r r ú a Turanzas, Madrid, 1982, pp. 137-138, 181 y 186-187); A N T H O N Y
V A N BEYSTERVELDT ("La t r a n s f o r m a c i ó n de la m i s i ó n del caballero andante en
el Esplandián y sus repercusiones en la c o n c e p c i ó n del amor c o r t é s " , ZRPh,
97,1981, 352-369) ;J. R I C H A R D A N D R E W S ("The plotagainst A m a d í s " , Hispanic
studies in honor of Joseph H. Silverman, ed. J. V . Ricapito, J. de la Cuesta,
Newark, 1988, pp. 15-21); J. B. A V A L L E - A R C E ("La aventura caballeresca de
Garci R o d r í g u e z de Montalvo", Studies in honor of Bruce W. Wardropper, eds.
D. Fox, H . Sieber 8c R. T e r Horst, J. de la Cuesta, Newark, 1989, pp. 21-32 y
op. cit, passim, esp. pp. 388-389); M . C. D A N I E L S (op. cit., pp. 73-80) y SALES
D A S Í (en varios, esp. en "Las Sergas de Esplandián:
¿ u n a f i c c i ó n ejemplar?",
Historias y ficciones: Coloquio sobre la literatura del siglo xv, eds. R. B e l t r á n , J. L .
C a n e t y J . L . Sirera, Universidad, Valencia, 1994, pp. 83-92). Sales D a s í ha
analizado una m i r í a d a de aspectos del Esplandián
en su tesis doctoral (La
figura del caballero en las "Sergas de Esplandián')
y en a r t í c u l o s relacionados.
1 5
L I D A DE M A L K I E L (art. cit.) c o m p r o b ó la existencia y naturaleza de ese
episodio. V é a n s e t a m b i é n C A C H O B L E C U A (op. cit, pp. 371-372 y 389-400) y
A V A L L E - A R C E ("El Amadís primitivo" y op. cit, passim, esp. pp. 119-124).
56
SYDNEY P A U L C R A V E N S
NRFH, XLVIII
glorias escapan del ojo crítico de Montalvo; quien las desvirtúa
c o n frecuentes comentarios moralizantes en contra de la caballería vanagloriosa, ejemplificada p o r A m a d í s , cuyo deseo de fama
y amor profano hacia O r i a n a h a b í a n sido los móviles de sus famosas proezas. E l narrador se mete c o m o personaje en u n episodio s o ñ a d o o encantado y declara a la sabia U r g a n d a su o p i n i ó n
que el m e j o r caballero de su g e n e r a c i ó n n o h a b í a sido A m a d í s
sino su medio hermano Florestán y que la princesa m á s hermosa
n o h a b í a sido O r i a n a sino Briolanja (Sergas 99). L a perspectiva
crítica de M o n t a l v o hacia A m a d í s y sus venturas p a s ó al sexto
l i b r o d e l ciclo, la c r ó n i c a de Florisando (1510) de Ruy Páez d e
R i b e r a ; A m a d í s aparece a q u í c o m o u n m o n a r c a agobiado p o r
problemas políticos y militares. Su pasado glorioso se recuerda
c o m o u n modelo que los mozos d e b e n superar con hazañas m á s
calificadas y cristianas. A u n así Páez de Ribera hace de A m a d í s el
"objeto de u n renovado proceso de recristianización" 1 6 .
Lisuarte de Grecia (1526) o b r a d e l b a c h i l l e r en c á n o n e s J u a n
D í a z trata principalmente de los hechos de este nieto de A m a dís, hijo de E s p l a n d i á n . E n Lisuarte, c o n t i n u a c i ó n de las Sergas,
aunque se i n c o r p o r a n ciertos elementos de Florisando, A m a d í s
decae cada vez m á s hasta m o r i r de penas y vejez. J u a n Díaz i n tentó rematar la c a m p a ñ a e n contra de A m a d í s , c o n c e d i é n d o l e
tan sólo u n entierro s u n t u o s o 1 7 .
E l envilecimiento de u n h é r o e tan amado c o m o A m a d í s n o
p u d o ser del gusto de sus muchos aficionados. U n o de los m á s
ávidos era Feliciano de Silva. Doce a ñ o s antes de que apareciera
SALES D A S Í , " E l Florisando: libro « s e x t o » en la familia del Amadís", Literatura de caballerías y orígenes de la novela, ed. R. B e l t r á n Vallador, Universidad,
Valencia, 1 9 9 8 , p. 1 5 1 . Este autor ha analizado ampliamente el Florisando en
un estudio reciente: "Las Sergas de Esplandián y las continuaciones del Ama1 6
dís (Florisandos y Rogeles)", pp. 1 4 1 - 1 4 7 . Anteriormente, M Á X I M E C H E V A L I E R
("Le r o m á n de chevalerie m o r i g é n é " , BHi, 4 0 , 1 9 5 8 , 4 4 1 - 4 4 9 ) ; E . B. P L A C E
("Montalvo's outrageous recantation", pp. 1 9 6 - 1 9 8 ) yj. A. W H I T E N A C K ("Conv e r s i ó n to christianity in the Spanish romance of chivalry, 1 4 9 0 - 1 5 2 4 " , JHPh,
1 3 , 1 9 8 8 , 2 8 - 3 1 ) , h a b í a n comentado aspectos del Florisando resumidos en
este ensayo.
1 7
P A S C U A L D E C A Y A N C O S reprodujo u n resumen del octavo libro en su
Discurso preliminar (Libros de caballerías con un discurso preliminar y un catálogo
razonado, Rivadeneyra, Madrid, 1 8 5 7 , pp. xxix-xxx); otro resumen y algunos
comentarios m á s son de J O A N G I V A N E L I M A S ("Una papereta crítico-bibliog r á f i c a referent al Octavo libro de Amadís de Gaula", Homenaje ofrecido a Menéndez Pidal, Hernando, Madrid, 1 9 2 5 , pp. 3 8 9 - 4 0 1 ) . E l Lisuarte de D í a z fue el
ú n i c o libro de la serie de los Amadises que no fue reeditado ni una sola vez,
lo que sugiere que tuvo poca r e c e p c i ó n .
NRFH, XLVIII
A M A D Í S D E G A U L A REIVINDICADO P O R SILVA
57
el Lisuarte del bachiller Díaz, el j o v e n Silva h a b í a publicado u n
Lisuarie de Grecia (1514), s é p t i m o libro d e l ciclo. C o m o el de
Díaz, el Lisuarte de Silva es u n a continuación a las Sergas, cuya tram a imita m u c h o , pero sin i n c l u i r las digresiones moralizantes.
H a c i a el final de su Lisuarte Silva inició l a reivindicación d e l
h é r o e disminuido p o r M o n t a l v o y Páez de Ribera e n u n a aventura que parece recordar el combate entre A m a d í s y E s p l a n d i á n
en las Sergas18. Dos caballeros desconocidos vestidos de armas
negras defienden el paso de u n puente. V e n c e n a cincuenta caballeros de dos e n dos. Entonces Lisuarte y Perión, los h é r o e s
de esta narración, entran e n combate c o n los caballeros de negro. D e s p u é s de feroz combate, los cuatro ya malheridos, e l mago A l q u i f e los envuelve e n u n a nube negra para i n t e r r u m p i r l a
pelea y revelar que los defensores del puente son A m a d í s y Esp l a n d i á n , quienes h a n tramado l a aventura para reafirmar su
b o n d a d caballeresca e n respuesta a l a fama de Perión, hijo de
A m a d í s y hermano de E s p l a n d i á n , y Lisuarte, hijo de Esplandián. Varios personajes c o m e n t a n c o n asombro la ligereza c o n
que A m a d í s y E s p l a n d i á n h a n expuesto a tanto riesgo sus vidas y
las de sus hijos. Pero U r g a n d a los r e g a ñ a m á s c o n h u m o r que
c o n severidad: "Vosotros, s e ñ o r e s , que avéis de tener pacíficos
vuestros reynos, andáis a saltear caminos"; el maltratado A m a d í s
responde: " B u e n a s e ñ o r a , si a todos los salteadores les fuessen
tan b i e n castigados sus saltos, pocos avría p o r el m u n d o " (Lisuarte 50). Es de suponer que Silva escribió este episodio para
reparar e n parte e l desprestigio sufrido p o r A m a d í s e n su derrota e n las Sergas. E n Lisuarte se reafirma l a destreza de A m a d í s
c o n las armas, su d i g n i d a d q u e d a apenas maltratada, y sobre todo, se encuentra nuevamente emparejado c o n E s p l a n d i á n . Pero Silva n o p a r ó a h í el proyecto de reivindicar a su h é r o e .
A l parecer, la victoria de E s p l a n d i á n sobre A m a d í s e n las Sergas siguió molestando a Silva, porque volvió al tema hacia el final
de su Amadís de Grecia (1530, noveno libro de la serie), continuación de su Lisuarte. Esta vez Silva p r o c u r ó rectificar de m a n e r a
contundente e l rebajamiento que A m a d í s de Gaula h a b í a recibido a manos de Montalvo, y de Páez de Ribera y Díaz. E n e l episodio e n cuestión E s p l a n d i á n se ve forzado a matar e n defensa
1 8
SALES D A S Í ha resumido este episodio y comentado aspectos significativos en su estudio del Lisuarte de Silva ("Feliciano de Silva y la t r a d i c i ó n amadisiana en el Lisuarte de Grecia). Sales s e ñ a l a la " r e i v i n d i c a c i ó n de las virtudes caballerescas y amorosas" en el Lisuarte de Silva, esp. en el segundo bloque
argumental del libro (pp. 37-38, cito por la v e r s i ó n mecanografiada).
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p r o p i a a u n caballero soberbio que lo ataca p o r u n malentendido. U n a sirvienta del muerto acude l l o r a n d o a otro caballero armado que halla a poca distancia, le cuenta u n a versión falsa de lo
ocurrido y le pide venganza. E l caballero desconocido, así engañ a d o , embiste a Esplandián, cuyas armas t a m b i é n ocultan su identidad. D e s p u é s de u n a l u c h a colosal el desconocido vence a Esp l a n d i á n c o n u n golpe que lo deja inconsciente. Familiares de
E s p l a n d i á n que h a b í a n presenciado la batalla, le quitan el yelmo,
lo reconocen, e inmediatamente d e s p u é s ocurre lo mismo c o n
q u i e n lo h a vencido. Mediante su cronista ficticio, el mago A l q u i fe, Silva se dirige a sus lectores para revelar l a i d e n t i d a d d e l caballero vencedor y para realzar su imagen sobre la de E s p l a n d i á n :
sabed que era el esforzado rey Amadís aquel que jamás ninguno
ygualó a su bondad sino fue aquel que de su nombre como de sus
obras fue tan semejable (ésta es una alusión a Amadís de Grecia). Porque quiero que sepays que hasta aquí jamás aquestos cavalleros padre & hijo se combatieron. N i aun entonces se combatieran sino
por la estraña forma de su venida no se conosciendo. Porque el conmista de [E] splandián en sus sergas por dar la mayor gloria quejamás alcangó cavallero a este emperador lo quiso hazer vencedor de
su padre el rey Amadís, el qual de nadie jamás fue vencido, y él a todos quantos con él se provaron sí. Por do parece assí por su bondad
como por saber aquella batalla ser fabulosa, porque no cabía en razón que siendo su padre le salteasse al camino conociendo lo, no ya
que hiziera en su bondad ser tan presto vencido como agora claro
muestra la experiencia desta batalla la verdad (AGrecia II: 128).
E l contraataque frente a los detractores de A m a d í s se recrudece: e n e l siguiente c a p í t u l o , Silva, acalorado quizás p o r la refutación que acaba de d i r i g i r a M o n t a l v o , desacredita t a m b i é n
al Florisando de P á e z de R i b e r a y el Lisuarte d e l b a c h i l l e r Díaz,
alegando que la verdadera c o n t i n u a c i ó n de las Sergas es e l Lisuarte d e l sabio A l q u i f e ( e n t i é n d a s e e l suyo, AGreciaII:
129). Es
algo i r ó n i c o que Silva haya copiado de M o n t a l v o esta combinac i ó n de u n episodio que corrige y sustituye otro de u n l i b r o anterior c o n refutaciones d e l n a r r a d o r p a r a reclamar veracidad
histórica. Esta p r e t e n s i ó n de h i s t o r i c i d a d es esencial en los
libros de c a b a l l e r í a s 1 9 . Es e l m i s m o recurso que Cervantes con1 9
V é a n s e D. E I S E N B E R G , Romances of chivalry in the Spanish Golden Age,
pp. 1 1 9 - 1 2 9 , y F O G E L Q U I S T , El Amadís y el género de la historia fingida,]. P o r r ú a
Turanzas, Madrid, 1 9 8 2 , pp. 1 2 2 - 1 2 4 .
NRFH, XLVIII
A M A D Í S D E G A U L A R E I V I N D I C A D O P O R SILVA
59
virtió en u n o de los juegos m á s finos de la i r o n í a y de la complejidad narrativa de su S e g u n d a parte d e l Quijote c u a n d o ridiculiza al de Avellaneda ( P r ó l o g o al lector y caps. 59-60, 62, 70,
72 y 74).
L a reivindicación de A m a d í s de G a u l a muestra la determin a c i ó n de Silva de ubicar a su h é r o e c o m o personaje p r i n c i p a l
e n las crónicas de sus descendientes hasta la sexta g e n e r a c i ó n ,
R o g e l de Grecia. Aparte de admirar a A m a d í s , Silva, dedicado a
complacer a sus lectores 2 0 y a vivir, e n parte, de la i m p r e n t a ,
calculaba tal vez que su h é r o e sería u n a atracción para los probables lectores de sus narraciones.
E n consecuencia, Silva se sintió obligado a explicar e n casi
cada u n o de sus libros, y c o n matices diversos, la capacidad de
u n caballero de sesenta, o c h e n t a y hasta cien a ñ o s para acometer aventuras c o m o si fuera u n m o z o (en u n a o c a s i ó n el narrad o r declara simplemente que A m a d í s tiene ochenta a ñ o s , pero
que e n su é p o c a la gente vivía hasta los trescientos, AGrecia I:
39). Silva h e r e d ó de M o n t a l v o recursos útiles para preservar a
sus h é r o e s ancianos; u n o es mantener a los personajes, tanto
masculinos c o m o femeninos, bajo los efectos de u n encantam i e n t o para que n o envejezcan durante los a ñ o s en que el futuro h é r o e recién nacido llega a los dieciséis (Lisuarte 34; Florisel
I: 51 y II: 59); otro es el agua m á g i c a de U r g a n d a a la que Silva
recurre en tres de sus libros (Lisuarte 34; AGrecia I: 51; y Florisel
II: 23).
A mediados de Rogel I se resuelve l a c u e s t i ó n de la longevid a d de A m a d í s y su f a m i l i a de u n a vez p o r todas y de m a n e r a
extravagante. U r g a n d a y A l q u i f e , ya m u y viejos y cansados, pero
e n n a d a débiles e n cuanto a sus poderes m á g i c o s , p r o d u c e n
otro b a ñ o extraordinario para conservar las fuerzas y belleza j u veniles de los h é r o e s y h e r o í n a s de las generaciones mayores.
M á s a ú n , fabrican u n letuario o conservador de efectos maravillosos, cuya i n f o r m a c i ó n Silva atribuye a Galersis, el ficticio cronista griego de los Rogeles, a Filastes C a m p a n e o , el igualmente
ficticio traductor d e l griego al latín. P o r haber sido paganos, se
les disculpan afirmaciones tan dudosas c o m o éstas: " t e n í a esta
conserva d e l fructo d e l á r b o l de vida que dios puso e n el parayso terrenal: la qual estos sabios p u d i e r o n aver p o r sus artes de
que h i z i e r o n esta conserva que cient a ñ o s de vida m á s de lo que
D . E I S E N B E R G , Romances of chivalry in the Spanish Golden Age, pp. 7 5 - 8 5 .
60
SYDNEY P A U L C R A V E N S
NRFH,XLVU1
avían de bivir les d i e r o n " 2 1 . Los beneficiarios de estos tratamientos se conservan tan j ó v e n e s y bellos como si tuvieran sólo treinta
o cuarenta a ñ o s , c o n l a e x c e p c i ó n graciosa de que los cabellos
y las barbas de los varones se vuelven canosos (Florisel II: 23; Rogel I: 76). L a transferencia de responsabilidad e n cuanto a l a
verdad de ciertos informes sería útil m á s de u n a vez a C i d e Líamete (II: 5 y 24, p o r ejemplo).
C o n sus dotes juveniles n o extraña que los héroes amadisiacos
acometan tantas y tan diversas aventuras. U n a y otra vez A m a d í s
de G a u l a destaca e n múltiples episodios o situaciones. A l g u n o s
son de alcance muy a m p l i o , c o m o l a defensa de T r a p i s o n d a o
de C o n s t a n t i n o p l a contra invasiones de sus enemigos o miembros de su familia, hechos tan importantes e n los libros de Silva
c o m o e n los tres últimos libros d e l Amadís de M o n t a l v o y e n las
Sergas de Esplandián
(Lisuarte
20-42; Florisel II: 13-30; Rogel 11.1:
64-67 y 81-87) 2 2 . A m a d í s tiene e l papel central e n varias de estas
batallas campales. Es él q u i e n suele p r o n u n c i a r l a arenga p r i n cipal y f o r m u l a r los planes estratégicos para e l ejército defensor. L u e g o entra e n l o m á s r e ñ i d o d e l conflicto a r m a d o a l a
cabeza de u n batallón. Estos encuentros d a n lugar a combates
singulares entre u n n ú m e r o r e d u c i d o de los h é r o e s m á s preciados de los dos bandos para d e c i d i r l a victoria s i n excesiva
p é r d i d a de sangre. A m a d í s siempre es u n o de los campeones
elegidos.
E n los libros de Silva, y desde l a derrota a manos de su padre, l a figura de E s p l a n d i á n pasa a segundo p l a n o 2 3 ; figura e n
la defensa de Constantinopla, sin destacar m u c h o , aunque es
21
Rogell: 9 5 ; SALES D A S Í comenta el episodio en "Las Sergas de Esplandián
y las continuaciones del Amadís (Florisandos y Rogeles)", p. 1 5 6 .
2 2
Varios críticos han comentado recientemente el tema de Constantinopla y las batallas campales que por ella se hacen en los tres ú l t i m o s libros
del Amadís
de Montalvo: A V A L L E - A R C E , op. cit, pp. 2 4 4 - 2 4 5 y 2 6 3 - 2 7 0 ; en
las
Sergas: J . F O G E L Q U I S T , op. cit., pp. 1 8 0 - 1 8 6 ; en varios libros de c a b a l l e r í a s : L U CIANA S T E G A G N O P I C C H I O , "Fortuna iberica di u n topos letterario: L a corte di
Costantinopoli dal Cligès al Palmerín de Olivia", Studi sul Palmerin de Olivia,
U n i v e r s i t à , Pisa, 1 9 6 6 , pp. 9 9 - 1 3 6 y R A F A E L R A M O S N O G A L E S , " E l Amadís y los
nuevos libros de c a b a l l e r í a s 1 4 9 5 - 1 5 3 0 " , íns, 1 9 9 5 , n ú m s . 5 8 4 / 5 8 5 , 2 3 - 2 5 .
Sobre este tema en los libros de Silva v é a n s e los comentarios de M . C. D A NIELS, art. cit., pp. 8 3 - 8 5 , y S A L E S D A S Í , "Las Sergas de Esplandián
y las continua-
ciones del Amadís (Florisandos y Rogeles)", pp. 1 5 0 - 1 5 1 y "Feliciano de Silva
y la t r a d i c i ó n amadisiana en el Lisuarte de Grecia", pp. 7 y 1 3 - 2 3 .
2 3
S A L E S D A S Í , "Feliciano de Silva y la t r a d i c i ó n amadisiana en el Lisuarte
de Grecia", p. 1 7 .
NRFH, XLVIII
AMADÍS DE GAULA REIVINDICADO POR SILVA
61
e m p e r a d o r de l a c i u d a d . E n u n o de los sitios q u e d a h e r i d o de
gravedad y Florestán, a q u i e n el n a r r a d o r de las Sergas h a b í a adm i r a d o m á s que a A m a d í s de G a u l a , m u e r e l u c h a n d o contra
los sitiadores (Floriselll:
28).
L o s combates singulares de A m a d í s se describen c o n lujo
de detalles; así, p o r ejemplo, los combatientes de ambos ejércitos se detienen admirados a observar su pelea c o n t r a el gigante
Grisilante (Lisuarte 42). Pero, a u n m á s elaborado es el episodio
e n que, durante otro sitio de Constantinopla, el rey Macartes desafía a A m a d í s a u n combate singular c o n el fin de acrecentar,
gane o pierda, su h o n r a . Para llevar a cabo e l d e s a f í o interrump e n l a batalla p o r varios días. Los preparativos son elaboradísimos, y el d u e l o se e f e c t ú a entre m u c h o boato y c o n discursos y
réplicas corteses e ingeniosos, tratamiento que sigue recibiend o Macartes c u a n d o q u e d a vencido (Floriselll:
24).
A m a d í s e m p r e n d e u n a b u e n a cantidad de demandas caballerescas solitarias, o e n c o m p a ñ í a de u n a sola persona. Estas
demandas se e n c u e n t r a n e n todos los libros de Silva y r e c o r r e n
la gama de aventuras típicas de los libros de caballerías. E n u n a
de ellas A m a d í s mata al gigante M a s c a r ó n que h a usurpado el
reino de l a princesa Malfadea d e s p u é s de violarla y asesinar a
sus padres (AGrecia I: 39-40). Este episodio r e ú n e varios de los
mismos motivos que e l de D o r o t e a / M i c o m i c o n a e n e l Quijote
(I: 29-30); e n otra d e m a n d a de este tipo A m a d í s defiende y
e x o n e r a a l a r e i n a B u r u c a que h a sido falsamente acusada de
adulterio (AGrecia I: 50-51). T a m b i é n e m p r e n d e A m a d í s las
aventuras a r q u e t í p i c a s de socorrer a damas menesterosas secuestradas p o r piratas o p o r malos caballeros (AGrecia II: 25-26
y 56; Floriselll: 56; Rogel 11.2: 79 y 82-84). E n u n a o c a s i ó n los gigantes M o n s t r u ó n y su h e r m a n o llevan forzadas a O r i a n a , Briolanja y L u c e n d a . A m a d í s de G a u l a , G a l a o r y A m a d í s de G r e c i a
persiguen al g r u p o , matan a los gigantes y l i b e r a n a sus amadas
(AGrecia II: 25-26). V a r i o s elementos de este episodio coincid e n c o n los intentos de d o n Quijote p o r "rescatar" a l a s e ñ o r a
vizcaína (I: 8 y 10).
Pocas veces se e n c u e n t r a O r i a n a e n p e l i g r o e n los libros de
Silva, pero, a su manera, comparte l a reivindicación de su esposo A m a d í s . S u p a p e l es menos elaborado, p e r o n o carece de
matices e i m p o r t a n c i a . A c o m p a ñ a a su m a r i d o a muchas partes, c o m o e n los viajes oficiales a T r a p i s o n d a y C o n s t a n t i n o p l a ,
pero n o e n las demandas peligrosas. E n ocasiones demuestra
su desacuerdo c o n l a presteza de su m a r i d o a exponerse a tan-
62
SYDNEY PAUL CRAVENS
NRFH, XLVIII
tos riesgos. Durante u n a de las ausencias de su esposo, O r i a n a
se viste de negro para manifestar su ansiosa inseguridad (AGrecia I: 47). L a m e n t a otra ausencia de A m a d í s c o n estas expresiones sentidas:
Ay santa maría a qual gran coracón del rey quanta enemistad tiene comigo y con el que en tantas afrentas nos pone: paréceme a
mí que ya era tiempo de dexarnos descansar & no poner su persona y estado en tanta afrenta teniendo en su casa tantos buenos
cavalleros que le podían quitar destos cuydados (AGrecia I: 39;
otra queja suya parecida en Floriselll: 21).
Ese tono d o l i d o de O r i a n a es el de las mujeres de todas las clases
sociales cuyos hombres h a n partido a l a guerra (así t a m b i é n son
las quejas de la sobrina y d e l ama de d o n Quijote, II: 6-7 y 73).
N o obstante las tensiones y el paso de generaciones, el a m o r
entre O r i a n a y A m a d í s n o disminuye. Acaso contribuyen a esto
los recursos m á g i c o s de U r g a n d a y A l q u i f e , que conservan fresca su belleza perpetua, p e r o n o tanto c o m o su f i d e l i d a d e n el
amor, que contrasta c o n l a m a y o r í a de sus descendientes masculinos que tienen amores diversos y, c o n pocas excepciones,
sin r e m o r d i m i e n t o s 2 4 . Este a m o r legendario, e n las numerosas
pruebas de lealtad, entre A m a d í s y O r i a n a da lugar a u n a clase
de aventura caballeresca e n l a que esta pareja sobresale c o m o
n i n g u n a otra.
E n algunas aventuras de encantamiento, las figuras de A m a dís u O r i a n a o c u p a n el puesto central d e l recinto privilegiado.
L a figura o i m a g e n puede ser o parecer u n a estatua (Florisel I:
26) o actuar c o m o deus ex machina, s e ñ a l a r y p r e m i a r a las personas que triunfan e n l a aventura (Florisell: 7; Rogell: 49). E n
las ocasiones e n que A m a d í s y O r i a n a p r u e b a n e n persona
aventuras de esta especie, s ó l o ellos alcanzan el mayor grado de
triunfo (AGrecia II: 71; Rogel II. 1: 47). E s p l a n d i á n y L e o n o r i n a
t a m b i é n triunfan e n pruebas de lealtad amorosa, p e r o —y a q u í
se c o n f i r m a l a d e t e r m i n a c i ó n de Silva p o r favorecer a su pareja
destacada— l a n a r r a c i ó n es parca.
A m a d í s y O r i a n a protagonizan desencantamientos espectaculares que c u l m i n a n e n dos secuencias de m á x i m a importancia e n
sus libros respectivos 2 5 . E n AGrecia, A m a d í s de G a u l a y O r i a n a dan
2 4
2 5
V é a s e esp. M . C. DANIELS, op. cit, cap. 6.
D . EISENBERG, Romances ofchivalry in the Spanish GoldenAge, p. 8 2 .
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AMADÍS DE GAULA REIVINDICADO POR SILVA
63
remate al encantamiento llamado la G l o r i a de N i q u e a , la aventura de este tipo m á s importante d e l libro. S ó l o deben probarla los
que h a n sido fieles a u n a sola persona, porque los otros serán incinerados si intentan entrar a la torre o castillo. Este obstáculo h a
frustrado, entre otros, a A m a d í s de Grecia, h é r o e del libro y el m á s
interesado en desencantar a su amada princesa. Pero O r i a n a
avanza al estrado d o n d e está la hermosa N i q u e a encantada sin la
m e n o r dificultad (AGrecia II: 79). A m a d í s t a m b i é n llega a esta cámara donde acomete al gigante M o n t ó n de la L i z a y le corta la cabeza que choca c o n el espejo situado frente a N i q u e a , el espejo se
quiebra y se deshace el encantamiento (AGrecia II: 82). T a m b i é n
el Quijote cree haber descabezado al gigante cuando ataca los
cueros de vino e n la venta (I: 35). O c u r r e lo mismo c o n el final del
episodio de Clavileño, en el palacio de los Duques, c o n que se pone fin al encantamiento de Trifaldín y la D u e ñ a D o l o r i d a en el
Quijote (II: 41) que coincide en muchos detalles c o n u n episodio
de Rogell; A m a d í s y O r i a n a apenas entran en la famosa T o r r e de
D i a n a cuando el encantamiento se deshace en u n espectáculo pirotécnico (cap. 154).
A la fidelidad, tantas veces confirmada, de su esposo responde O r i a n a c o n seguridad. Y a n o siente celos, c o m o e n el segundo
libro de Amadís de Gaula, y acepta que él preste servicios honestos
y trate c o n cortesía a las damas. Esta confianza da lugar a u n a situación inusitada para ambos: la duquesa Cleófila se h a enamorado de él p o r l a fama de sus proezas, p o r su aspecto a ú n j u v e n i l ,
y hasta p o r la d i g n i d a d que le d a n su barba y cabello canos. Cleófila declara en público u n amor honesto y puro, a cambio del cual
sólo espera u n a recompensa t a m b i é n honesta y p u r a de A m a d í s .
Tanta es la sinceridad y cortesía de Cleófila que A m a d í s accede
c o n expresiones parecidas, y O r i a n a acepta benevolente, confiada en la fidelidad de su esposo (Florisel II: 23 y 2 5 ) 2 6 . Así se entabla u n a relación afectuosa entre Cleófila y A m a d í s que d a lugar a
unas aventuras en las que él la rescata de situaciones peligrosas
(Floriselll: 32; Rogell: 103-04). A l cabo Cleófila pide emparentarse c o n A m a d í s , q u i e n dispone su b o d a c o n u n p r í n c i p e de su linaje, Arlanges de E s p a ñ a (Rogell: 145).
E l intercambio de finezas incluye un juego p a r o n o m á s t i c o de veinticuatro l í n e a s rellenas de cinco instancias del vocablo gloria y derivados, y doce instancias de merecer y derivados. Se parece mucho al segundo ejemplo de
los excesos estilísticos de Silva que Cervantes parodia al principio del Quijote (I, 1) en donde divino y merecer son las r a í c e s del juego.
2 6
64
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NRFH, XLVIII
A m a d í s de G a u l a es u n o de los h é r o e s que m á s participa e n
l o que es tal vez e l aspecto m á s singular de los libros de Silva: l a
presencia destacada de amazonas y mujeres guerreras 2 7 . Calañ a , l a r e i n a amazona de C a l i f o r n i a , q u e fue su enemiga e n las
Sergas de M o n t a l v o , e n el Lisuarte de Grecia de Silva pelea al lado
de A m a d í s : él, contra el gigante Grisilante, ella, contra l a reina
Pintiquinestra. A m a d í s vence a Grisilante y l o mata cuando se
niega a convertirse a l a verdadera fe. C a l a ñ a vence a Pintiquinestra, pero ésta ofrece hacerse cristiana a cambio de la promesa de A m a d í s de casarla c o n u n o de l a f a m i l i a de él (cap. 4 2 ) 2 8 .
P o c o d e s p u é s A m a d í s presta a P i n t i q u i n e s t r a su famosa V e r d e
Espada c o n l a que esta amazona parte al gigante A l m i r i x de l a
cabeza hasta l a c i n t u r a (Lisuarte 45). E n u n incidente parecido,
A m a d í s presta su espada a otra r e i n a amazona, X a r a n d r i a , c o n
la que vence al rey gigante S a r d a p i ó n (Rogelll.l:
63bis-64bis).
E l personaje femenino c o n q u i e n m á s afecto comparte A m a dís de G a u l a es l a virgo bellatrix Alastraxerea, hija de A m a d í s de
G r e c i a y de l a r e i n a amazona Zahara. A m a d í s de G a u l a y Alastraxerea se encuentran p o r p r i m e r a vez, sin sospechar el parentesco, c o m o enemigos e n e l c a m p o de batalla. Se estiman tanto
p o r l a fama q u e ambos gozan que se niegan a combatir u n a
c o n t r a otro y se protegen mutuamente, d e t e n i é n d o s e e n momentos para intercambiar expresiones de a d m i r a c i ó n y respeto
(Floriselll:
15). C o n orgullo especial A m a d í s descubre que ella
2 7
Estos personajes femeninos han recibido amplia a t e n c i ó n de la crítica. C o n s ú l t e n s e los estudios de TAUFER, "From amazon queen to female
knight: T h e development of the woman warrior in the Amadís cycle", caps. 5
y 6 , y "The only good amazon is a converted amazon: T h e woman warrior
and Christianity in the Amadís cycle", pp. 3 5 - 5 1 ; MARÍA CARMEN MARÍN PINA,
" A p r o x i m a c i ó n al tema de la virgo bellatrix en los libros de c a b a l l e r í a s españ o l e s " , Criticón, 1 9 8 9 , n ú m . 4 5 , 8 1 - 9 4 ; y M . C . DANIELS, op. cil, pp. 2 0 7 - 2 1 0 ,
para a n á l i s i s e i n f o r m a c i ó n b i b l i o g r á f i c a . Estas investigadoras hacen clara la
d i s t i n c i ó n entre amazona ( C a l a ñ a , Pintiquinestra, Zahara, Xarandria) y mujer guerrera (Alastraxerea).
2 8
M . C . DANIELS, art. cit, pp. 8 3 - 8 5 ; TAUFER, " T h e only good amazon is a
converted amazon: T h e woman warrior and Christianity in the Amadís cycle", pp. 3 5 - 5 1 ; y SALES DASÍ, "Las Sergas deEsplandiánylas
continuaciones del
Amadís (Florisandos y Rogeles)", pp. 1 5 0 - 1 5 1 , comentan el tema de la relac i ó n entre los caballeros cristianos del linaje de A m a d í s y los "paganos", y la
c o n v e r s i ó n de é s t o s a la fe cristiana en los libros de Silva. WHITENACK analiza
este f e n ó m e n o en otros libros de c a b a l l e r í a s : "Conversion to Christianity in
the Spanish Romance of chivalry, 1 4 9 0 - 1 5 2 4 " , y " D o n Quixote and the romances of chivalry once again: Converted Paganos and enamoured Magas \
Cervantes, 1 3 ( 1 9 9 3 ) ,
61-91.
NRFH, XLVIII
AMADÍS DE GAULA REIVINDICADO POR SILVA
65
es su tataranieta (Florisel II: 55-56). Alastraxerea es u n o de los
personajes m á s destacados d e l Florisel y de los Rogeles, y A m a d í s
de G a u l a la tiene de c o m p a ñ e r a de armas en otras batallas campales, combates de d e s a f í o y demandas (Florisell: 68 y II: 56-58;
RogelllA:
147-50 y 11.2:79).
Aparte de los episodios e n que A m a d í s figura como personaj e activo de p r i m e r a magnitud, hay muchos e n que otros personajes o el narrador realzan su i m p o r t a n c i a cuando recuerdan sus
hazañas de juventud o lo m e n c i o n a n c o n reverencia como u n modelo incomparable de caballero y amante leal (Floriselll: 103, p o r
e j e m p l o ) 2 9 . C o n m e m o r a n e n ocasiones sus aventuras m á s famosas, c o m o su victoria sobre e l endriago (Rogel II. 1: 46), o el A r c o
de los Leales Amadores (Rogel I: 49) o los celos de O r i a n a y la penitencia de Beltenebros (Rogel II. 1: 41 y Rogel II.2: 82). Este es e l
tema de u n romance cantado p o r el p r í n c i p e Agesilao cuando está disfrazado de doncella, l l a m á n d o s e Darayda (RogelI: 19).
E n los libros de Silva se encuentran representaciones visuales
de momentos sobresalientes de l a historia de A m a d í s y de Oriana, c o m o los tapices que a d o r n a n u n gran salón de u n palacio encantado (Lisuarte 69) y e n las i m á g e n e s o efigies de las vitrinas del
fabuloso palacio d e l A l t o R o q u e d o fabricado p o r la maga Zirfea
(Rogel I: 88). A l probar la Aventura de la Selva, O r i a n a ve pasar en
u n a esfera m á g i c a l a historia de su vida y de A m a d í s representada p o r figuras animadas (Rogel II.2:97). Florisel, el tataranieto de
ambos, presencia varias de aquellas experiencias representadas
c o m o en vivo en la Aventura d e l Espejo de A m o r (Florisell: 7).
N o todo l o relacionado c o n A m a d í s de G a u l a e n los libros
de Silva es bélico o erótico. A m a d í s c u m p l e muchas funciones
tranquilas típicas de u n m o n a r c a venerado, c o m o en los últimos
libros d e l Amadís de M o n t a l v o 3 0 . U n a de estas funciones es conferir l a o r d e n de caballería a los donceles que se l o p i d e n c o m o
p r e m i o (Lisuarte
46, 48 y 69; AGrecia
I: 21; Rogel II. 1: 21). E l y
O r i a n a apadrinan bodas y conversiones a la fe cristiana (Lisuarte 42 y 78; AGrecia I: 49; Rogel II.2: 73). T a m b i é n presiden justas o
combates singulares (Lisuarte 65-76; AGrecia I: 20-23 y 46-47).
E n el mismo ámbito cortesano A m a d í s y O r i a n a suelen recibir
trofeos enviados p o r deudos y admiradores. E n u n a ocasión, aca2 9
L a m a y o r í a de los tipos de conmemoraciones resumidos a q u í h a b í a n
figurado ya en el Amadís de Gaula y en las Sergas de Esplandián de Montalvo,
como ha observado FOGELQUIST (op. ciL, pp. 56-60 y 7 2 ) . V é a s e irifra, nota 3 2 .
30
J . B. AVALLE-ARCE, op. cit., pp. 3 0 9 - 3 1 1 .
66
SYDNEY PAUL CRAVENS
NRFH, XLVIII
bando de cenar O r i a n a c o n su séquito, u n a doncella le entrega la
cabeza del gigante Gadalfe que manda el Caballero de la Ardiente
Espada ( p s e u d ó n i m o de A m a d í s de Grecia; AGrecia I: 48), q u i e n
se complace en hacer regalos peculiares a sus famosos bisabuelos;
el m á s espantoso, que t a m b i é n llega como postre, es la piel de la
horripilante bestia Serpentaria (AGreciall: 48). Estos son trofeos
harto aparatosos, pero el tributo m á s sentido que el Caballero de
la Ardiente Espada h a brindado a Amadís de Gaula es haber adoptado el n o m b r e A m a d í s de G r e c i a (AGrecia I: 66), sin saber que es
el bisnieto de su h é r o e y que este n o m b r e se lo h a b í a dado su madre antes de que unos corsarios lo robaran recién nacido y lo llevaran a la I n d i a (Lisuarte 100).
E l prestigio que inspira tantos tributos combinado c o n su prudencia de m o n a r c a m a d u r o c o n d u c e n a otro ministerio importante de A m a d í s : el de j u e z o mediador. Esta función parece corresponder a los consejos dados p o r la sabia U r g a n d a en su carta
al final de Amadís de Gaula citada arriba. C o n mediaciones razonables y serenas A m a d í s de G a u l a persuade al Caballero de la A r diente Espada que Brimartes n o h a sido su rival para el amor de
la princesa L ú c e l a y logra convertir u n a enemistad prolongada y
violenta en amistad (AGrecia II: 21). Poco d e s p u é s A m a d í s de Gaula convence, mediante argumentos a c o m p a ñ a d o s de u n a amenaza, a u n a duquesa sexualmente incontinente a desistir de su práctica inusitada de tomar preso a todo caballero que pasa p o r su
castillo, f o r z á n d o l e a hacer el amor a cambio de n o ser quemado
vivo (los dos Amadises apenas llegan a tiempo de salvar a u n o que
estaba a p u n t o de ser carbonizado; AGreciall:
21).
Los mismos dos paladines sirven c o m o jueces formales para
fallar sobre u n caso de enredo amoroso al estilo de los que estab a n muy al gusto de l a narrativa de la é p o c a . Dos p r í n c i p e s hermanos a m a n a dos princesas hermanas, pero cada u n a de éstas,
e n vez de c o r r e s p o n d e r c o n su a m o r al p r í n c i p e que la ama,
quiere al que a m a a su h e r m a n a . Los dos padres, para resolver
este conflicto y las guerras constantes entre ellos, se h a n puesto
de acuerdo para obligar a cada princesa a elegir al p r í n c i p e
c o n q u i e n se quiere casar y a justificar su e l e c c i ó n e n el tribunal
presidido p o r los Amadises. L a princesa que gane y su nuevo
m a r i d o h e r e d a r á n los dos reinos; los que p i e r d a n p a s a r á n el
resto de su v i d a presos e n u n a torre. Las princesas eligen al mism o p r í n c i p e , u n a p o r q u e l o ama, la otra p o r q u e es amada p o r
él. Ellas sacan a r e l u c i r u n considerable talento persuasivo c o n
sus argumentos. D e s p u é s de dos d í a s de d e l i b e r a c i o n e s los
NRFH,XLVU1
AMADÍS DE GAULA REIVINDICADO POR SILVA
67
Amadises fallan e n favor de l a que n o ama, p e r o t a m b i é n p i d e n
llevar a los perdedores a otro r e i n o que A m a d í s de G a u l a posee
y que quiere donarles para que n o tengan que sufrir l a cadena
perpetua. T a n b i e n sale e l asunto que a p o c o t i e m p o nace e n
cada u n o de los r e c i é n casados u n a m o r para su pareja tan fuerte q u e todos se olvidan de su p r i m e r a p a s i ó n (Rogell: 146-149).
L a cantidad e i m p o r t a n c i a de las acciones e n que corresp o n d e a A m a d í s de G a u l a el papel p r i n c i p a l atestiguan e l honroso lugar que Silva le d i o e n sus libros. M á s a ú n , casi todas las
h a z a ñ a s notables de A m a d í s tienen lugar e n los momentos m á s
d r a m á t i c o s de las largas secuencias narrativas. Así l o compuso
Silva para t e r m i n a r el segundo l i b r o de l a segunda parte de Rogel de Grecia, e n e l que, al parecer, quiso volcar su i m a g i n a c i ó n
para recalcar u n a vez m á s el valor especial de A m a d í s y de once
de sus h é r o e s predilectos. L o s doce escogidos e m p r e n d e n p o r
caminos distintos l a d e m a n d a de rescatar a l a princesa Gradafilea, l a virgo bellatrix que a l o largo de estas c r ó n i c a s h a sido l a
fiel amiga desinteresada de Lisuarte de G r e c i a (Rogelll.2: 79).
Lisuarte y otros tres l o g r a n liberar a Gradafilea de sus captores.
L u e g o éstos y otros siete de los h é r o e s acaban aventuras que par e c e n clausurar o c o r o n a r sus largas e ilustres carreras. Silva n o
d e j ó cabos sueltos e n las trayectorias de estos diez, y n i siquiera
involucró e n esta d e m a n d a a los h é r o e s principales de l a última
g e n e r a c i ó n , R o g e l de G r e c i a y el segundo Agesilao, porque acab a n de celebrar sus bodas, l o que suspende e l curso de sus andanzas. L o s que se destacan e n esta c o y u n t u r a son A m a d í s de
G a u l a y E s p l a n d i á n , porque están destinados a resolver enredos
cuyos desenlaces a p u n t a n a otra c o n t i n u a c i ó n de l a serie; el h i j o vuelve p o r p r i m e r a vez al p r i m e r p l a n o e n los libros de Silva
d e s p u é s d e l combate singular c o n su padre e n Amadís de Grecia.
Las experiencias de A m a d í s y de E s p l a n d i á n e n esta demand a s o n p a r a d i g m á t i c a s de recursos t e m á t i c o s y discursivos de
Silva que van e n aumento e n Rogell y II: casos amorosos a n ó m a los, escenarios de interiores de palacios o de jardines, oratoria
florida, d i á l o g o extenso y h u m o r b u r l e s c o 3 1 . B i e n se echa de
ver e n esto que Silva, c o m o autor que e r a de Segunda Celestina
(1535), ya se i n c l i n a b a tanto a l o teatral c o m o a l o n a r r a t i v o 3 2 .
3 1
S . P . CRAVENS, op. cit, caps. 3 y 4 ; M . C . DANIELS, op. cit, passim; y SALES
DASÍ, "Las Sergas de Esplandián y las continuaciones del Amadís (Florisandos y
Rogeles)", pp. 1 4 7 - 1 5 6 .
3 2
E n 1 9 4 0 George I. Dale c o m e n t ó brevemente la tendencia en los li-
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SYDNEY PAUL CRAVENS
NRFH, XLVIII
E n su viaje A m a d í s llega al castillo de u n a dama dolorida, Esmerilda, abandonada p o r su amado Golisel del M o n t e Gris p o r celos m a l fundados. A m a d í s la consuela durante dos entrevistas prolongadas, c o n t á n d o l e de los celos de O r i a n a y de su penitencia
c o m o Beltenebros (todo e n tercera persona para ocultar su identidad) . Promete buscar al ausente Golisel para d e s e n g a ñ a r l o (Rogelll.2:82-84).
Estas escenas están cargadas de sentimentalismo lacrimoso, matizado burlescamente p o r el aparte de dos doncellas
que se mofan de los discursos aburridos y largos de Amadís. Situación parecida a la de d o n Quijote c o n d o ñ a R o d r í g u e z mientras
la duquesa y Altisidora escuchan escondidas ( Quijote II, 48 y 50).
Las que escuchan a A m a d í s y E s m e r i l d a debaten desvergonzadamente sobre la posibilidad de que A m a d í s , a pesar de sus canas,
p u d i e r a ser u n b u e n amante para mozas c o m o ellas. L u e g o cuand o las j ó v e n e s c o n d u c e n al venerable h é r o e a l a r e c á m a r a d o n d e
debe pasar la noche, u n a sugiere socarronamente mandar a otra
"doncella" a acostarse c o n él, lo que él rechaza c o n la seriedad posible, aunque reconoce el intento h u m o r í s t i c o de la oferta. E l
c o m p o r t a m i e n t o de las "doncellas" c o n A m a d í s tiene m u c h o e n
c o m ú n c o n el de Altisidora durante el acoso burlesco al caballero manchego ( Quijote II: 46 y 57).
C o m o si la subversión celestinesca de las dos cuasi doncellas
n o fuera suficiente, la aventura de A m a d í s se c o m p l i c a c o n otro
enredo aun m á s escandaloso: la h e r m a n a de Esmerilda, A n d r e d a ,
acude llorosa contando que su m a r i d o la h a sacado del castillo para quedarse él allí c o n u n a amante. Indignado, A m a d í s parte para
castigar a los adúlteros pero, antes de p o d e r corregir al m a r i d o infiel, encuentra a su h e r m a n o Galaor, el perenne seductor, acostado c o n otra de las "doncellas" que a b u n d a n en este episodio.
E n t r e enfadado y sonriente A m a d í s r e g a ñ a a su h e r m a n o . E l h u m o r que d o m i n a l a n a r r a c i ó n hace sospechar de la promesa de
bros de Silva a lo ceremonial, lo ludico y lo teatral. Para otros comentarios al
tema, CRAVENS, op. cit., pp. 4 5 - 4 6 y 7 5 - 8 0 ; M . C DANIELS, op. cit., caps. 1 y 6 - 7 , y
passim; y SALES DASÍ, "Las Sergas de Esplandián y las continuaciones del Amadís
(Florisandos y Rogeles)", pp. 1 5 4 - 1 5 6 y "Feliciano de Silva y la t r a d i c i ó n
amadisiana en el Lisuarte de Grecia", Incipit, 1 8 ( 1 9 9 8 ) , pp. 1 8 y 3 6 - 3 7 . RAFAEL
BELTRÁN ha recalcado este aspecto de Tirant lo Blanch en "Las bodas sordas en
el TirantyÌR Celestina', RFE, 7 0 ( 1 9 9 0 ) , 9 0 - 1 1 7 , passim; GIUSEPPE GRILLI, "Tirant
lo Blanc e la t e a t r a l i t à " , Actes del Symposion Tirant lo Blanc, Quaderns Crema,
Barcelona, 1 9 9 3 , passim; y RAFAEL MÉRIDA, "La d e s a p a r i c i ó n de Morgana: de
Tirant lo Blanc ( 1 4 9 0 ) y Amadís de Gaula ( 1 5 0 8 ) a Tyrant le Blanch ( 1 7 3 7 ) " ,
BABL,
4 6 ( 1 9 9 8 ) , p. 1 3 9 .
NRFH, X L V I I I
AMADÍS DE G A U L A REIVINDICADO POR SILVA
69
Galaor de reformarse (Rogel II.2: 84). Es curioso, p o r l o menos,
que Silva, d e s p u é s de tanta insistencia en reivindicar a A m a d í s , l o
haya hecho participar al final de su último libro en situaciones tan
escabrosas e n cuanto al contenido m o r a l 3 3 . P o r otra parte, este
episodio permite a A m a d í s demostrar u n a vez m á s su entereza legendaria e n m e d i o de la desenvoltura de otros personajes, como
t a m b i é n hace d o n Quijote en l a mayoría de los casos semejantes,
p o r lo menos e n l a Segunda parte.
E s p l a n d i á n , ignorante de l o sucedido c o n su padre y su tío,
sigue l a d e m a n d a p o r su ruta y llega a otro castillo d o n d e encuentra a l m e n c i o n a d o G o l i s e l d e l M o n t e Gris c o m p r o m e t i d o
a h o r a c o m o testigo y consejero e n e l e n r e d o amoroso de dos
h e r m a n o s y u n a p r i m a . U n o de los hermanos, enfurecido p o r
los celos, h a encerrado al otro y a l a p r i m a e n sendas jaulas,
d o n d e los consuelan Golisel y E s p l a n d i á n , q u i e n , moralista com o de costumbre, sermonea sobre e l caso y o r d e n a a todos que
e n treinta días se r e ú n a n e n C o n s t a n t i n o p l a para determinar
allí l a s o l u c i ó n a l conflicto (Rogelll.2,
91-94).
P o r lo visto, e l plan de Silva era reservar ú n i c a m e n t e para
A m a d í s y E s p l a n d i á n la oportunidad de resolver los dos casos reunidos e n u n l i b r o posterior. Desafortunadamente los dos h é r o e s
n u n c a p u d i e r o n llevar a cabo l a empresa, p o r q u e su fiel cronista
m u r i ó e n 1552, u n a ñ o d e s p u é s de l a p u b l i c a c i ó n de este último
libro suyo. Algunos decenios d e s p u é s , otro escritor tendría en prep a r a c i ó n u n libro sobre otro caballero envejecido en el que las características subversivas que Feliciano de Silva e l a b o r ó e n l a últim a d e m a n d a d e l anciano A m a d í s alcanzarían u n a esfera artística
incomparable e inmortal: e l Quijote de 1605 3 4 .
SYDNEY PAUL CRAVENS
Texas Tech University
3 3
Como varios h é r o e s de su familia, A m a d í s h a b í a sido v í c t i m a de las
burlas del Fraudador de las Ardides (Rogel I : 150 y 151). M . C. DANIELS ha
analizado en detalle estos episodios (op. cit, pp. 253-260) como parte de un
c a p í t u l o dedicado a este caballero burlesco que casi seguramente c a p t ó la
a t e n c i ó n de Cervantes. V é a s e t a m b i é n a SALES DASÍ, "Las Sergas de Esplandián
y las continuaciones del Amadís (Florisandos y Rogeles)", pp. 151-152.
3 4
Hago constar mi sincero agradecimiento a Rafael M . M é r i d a J i m é n e z
por haberme encaminado a unos estudios recientes sobre los libros de Silva,
a Emilio J. Sales D a s í por la misma causa y por haberme enviado una copia
mecanografiada de un a r t í c u l o suyo, y a Daniel Eisenberg por haberme proporcionado, como en ocasiones anteriores, i n f o r m a c i ó n y consejos valiosos.
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