Segundo lugar - Biblioteca - Suprema Corte de Justicia de la Nación

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Serie Monografias Premiadas 3.indb 1
18/11/2010 12:35:24 p.m.
Sistema Bibliotecario de la Suprema Corte de Justicia de la Nación
Catalogación
PO
C156
P746p
Principios de la ética judicial iberoamericana : imparcialidad judicial / [presentación
Ministro Guillermo I. Ortiz Mayagoitia ; prólogo Rodolfo L. Vigo]. -- México :
Suprema Corte de Justicia de la Nación : Cumbre Judicial Iberoamericana :
Comisión Iberoamericana de Ética Judicial, 2010.
xxx, 545 p. ; 22 cm.-- (Colección Comisión Iberoamericana de Ética Judicial.
Serie Monografías Premiadas ; 3)
Monografías ganadoras en la tercera edición del Concurso de ensayos cuyo
tema fue “La imparcialidad”.
El primer lugar lleva por título “Las concepciones de la imparcialidad y su
repercusión en el Estado Constitucional y Democrático de Derecho” del mexicano
Joaquín Gallegos Flores, el segundo lugar intitulado “Imparcialidad judicial”
presentado por el brasileño Flavio Antonio Esteves Galdino y el tercer lugar se titula
“La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial” del peruano Jaime
Francisco Coaguila Valdivia.
Texto en portugués y español.
ISBN 978-607-468-244-1
1. Imparcialidad – Jueces – Ensayos 2. Estado constitucional 3. Estado
democrático 4. Estado de Derecho 5. Independencia 6. Código iberoamericano de
ética judicial 7. Ética judicial 8.Impartición de justicia 9. Virtudes judiciales I. Ortiz
Mayagoitia, Guillermo Iberio, 1941- , pról. II. Vigo, Rodolfo Luis, pról. III. Gallegos
Flores, Joaquín IV. Esteves Galdino, Flavio Antonio V. Coaguila Valdivia, Jaime
Francisco VI. t. VII ser.
Primera edición: noviembre de 2010
D.R. © Suprema Corte de Justicia de la Nación
Avenida José María Pino Suárez núm. 2
Colonia Centro, Delegación Cuauhtémoc
C.P. 06065, México, D.F.
Prohibida su reproducción parcial o total por cualquier medio, sin autorización escrita de los titulares de
los derechos.
Impreso en México
Printed in Mexico
Se agradece la generosa disposición e invaluable apoyo del Advogado Flavio Antonio Esteves Galindo
para lograr la traducción de los textos del español al portugués y del portugués al español.
La edición y diseño de esta obra estuvieron a cargo de la Suprema Corte de Justicia de la Nación de México,
comisionada por la Cumbre Judicial Iberoamericana.
Serie Monografias Premiadas 3.indb 2
18/11/2010 12:35:25 p.m.
Serie Monografias Premiadas 3.indb 3
18/11/2010 12:35:25 p.m.
Serie Monografias Premiadas 3.indb 4
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SUPREMA CORTE DE JUSTICIA DE LA NACIÓN
Ministro Guillermo I. Ortiz Mayagoitia
Presidente
Primera Sala
Ministro Arturo Zaldívar Lelo de Larrea
Presidente
Ministro José Ramón Cossío Díaz
Ministra Olga Sánchez Cordero de García Villegas
Ministro Juan N. Silva Meza
Segunda Sala
Ministro Sergio Salvador Aguirre Anguiano
Presidente
Ministro Luis María Aguilar Morales
Ministro José Fernando Franco González Salas
Ministra Margarita Beatriz Luna Ramos
Ministro Sergio A. Valls Hernández
Serie Monografias Premiadas 3.indb 5
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Contenido
PRIMEIRO LUGAR
AS CONCEPÇÕES DA IMPARCIALIDADE E
SUA REPERCUSSÃO NO ESTADO CONSTITUCIONAL
E DEMOCRÁTICO DE DIREITO
Joaquín Gallegos Flores
Abreviaturas..............................................................................
4
Introdução ................................................................................
6
Capítulo I
Conceitualização da Imparcialidade......................................
12
VI
Serie Monografias Premiadas 3.indb 6
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Contenido
Presentación..............................................................................
XXI
Prólogo ......................................................................................
XXV
PRIMER LUGAR
LAS CONCEPCIONES DE LA IMPARCIALIDAD Y
SU REPERCUSIÓN EN EL ESTADO CONSTITUCIONAL
Y DEMOCRÁTICO DE DERECHO
Joaquín Gallegos Flores
Abreviaturas..............................................................................
5
Introducción...............................................................................
7
Capítulo I
Conceptualización de la imparcialidad..................................
13
VII
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VIII
Capítulo II
A imparcialidade como desinteresse subjetivo.....................
32
Capítulo III
A imparcialidade como igualdade e não discriminação......
40
Capítulo IV
A imparcialidade como obediência ao direito.......................
66
Capítulo V
A imparcialidade como método na aplicação
do direito................................................................................
104
1. A escolha da norma jurídica.......................................
106
2. Interpretação das normas jurídicas...........................
118
3. A prova dos fatos.........................................................
138
4. Justificativa da decisão judicial..................................
144
Capítulo VI
Caracterização do princípio de imparcialidade....................
156
1. A imparcialidade como princípio...............................
156
2. A imparcialidade como regra.....................................
164
3. A imparcialidade como virtude..................................
170
Capítulo VII
A importância da imparcialidade no Estado
constitucional e democrático.................................................
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176
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IX
Capítulo I
La imparcialidad como desinterés subjetivo.........................
33
Capítulo III
La imparcialidad como igualdad y no discriminación..........
41
Capítulo IV
La imparcialidad como obediencia al derecho......................
67
Capítulo V
La imparcialidad como método en la aplicación
del derecho ................................................................................
105
1. La selección de la norma jurídica...............................
107
2. Interpretación de las normas jurídicas......................
119
3. La prueba de los hechos..............................................
139
4. Justificación de la decisión judicial.............................
145
Capítulo VI
Caracterización del principio de imparcialidad....................
157
1. La imparcialidad como principio...............................
157
2. La imparcialidad como regla......................................
165
3. La imparcialidad como virtud....................................
171
Capítulo VII
La importancia de la imparcialidad en el Estado
constitucional y democrático..................................................
177
Bibliografía................................................................................
197
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X
SEGUNDO LUGAR
IMPARCIALIDADE JUDICIAL
Flavio Antonio Esteves Galdino
Abreviaturas..............................................................................
214
Introdução e Plano do estudo..................................................
218
Capítulo I
Imparcialidade...........................................................................
224
Capítulo II
Teoria da Justiça e imparcialidade..........................................
232
Capítulo III
Heteronomia e imparcialidade................................................
238
Capítulo IV
Impartialidade...........................................................................
244
Capítulo V
Referência histórica..................................................................
248
Capítulo VI
Sedes Materiae..........................................................................
256
Capítulo VII
Imparcialidade e Administração Pública...............................
Serie Monografias Premiadas 3.indb 10
270
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XI
SEGUNDO LUGAR
IMPARCIALIDAD JUDICIAL
Flavio Antonio Esteves Galdino
Abreviaturas..............................................................................
215
Introducción y plan de estudio................................................
219
Capítulo I
Imparcialidad.............................................................................
225
Capítulo II
Teoría de la justicia e imparcialidad........................................
233
Capítulo III
Heteronomia e imparcialidad..................................................
239
Capítulo IV
Imparcialidad.............................................................................
245
Capítulo V
Referencia histórica..................................................................
249
Capítulo VI
Sedes materiae..........................................................................
247
Capítulo VII
Imparcialidad y administración pública.................................
Serie Monografias Premiadas 3.indb 11
271
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XII
Capítulo VIII
Imparcialidade e virtudes passivas.........................................
278
Capítulo IX
Afirmação da Imparcialidade..................................................
282
Capítulo X
Imparcialidade e Legitimidade................................................
286
Capítulo XI
Imparcialidade e Publicidade...................................................
294
Capítulo XII
Imagem da Justiça.....................................................................
304
Capítulo XIII
Aplicação em Quaisquer Processos........................................
312
Capítulo XIV
Pressuposto processual............................................................
320
Capítulo XV
Três Perfis da Imparcialidade...................................................
324
1. Equidistância ...............................................................
326
2. Independência..............................................................
330
a. Independência Institucional e Funcional...........
336
b. Independência Material e Pessoal......................
344
c. Independência Interna e Externa........................
352
Serie Monografias Premiadas 3.indb 12
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XIII
Capítulo VIII
Imparcialidad y virtudes pasivas.............................................
279
Capítulo IX
Afirmación de la imparcialidad...............................................
283
Capítulo X
Imparcialidad y Legitimidad....................................................
287
Capítulo XI
Imparcialidad y publicidad.......................................................
295
Capítulo XII
Imagen de la justicia.................................................................
305
Capítulo XIII
Aplicación en cualquier clase de juicio...................................
313
Capítulo XIV
Supuesto procesal.....................................................................
321
Capítulo XV
Tres perfiles de la imparcialidad..............................................
325
1. Equidistancia................................................................
327
2. Independencia..............................................................
331
a. Independencia institucional y funcional............
337
b. Independencia material y personal....................
345
c. Independencia interna y externa........................
353
Serie Monografias Premiadas 3.indb 13
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XIV
d. Hierarquia..............................................................
354
3. Juiz Natural...................................................................
364
Capítulo XVI
Conteúdo Dúplice ou Tríplice...................................................
370
Capítulo XVII
Foro Privilegiado........................................................................
382
Capítulo XVIII
Determinabilidade....................................................................
390
Capítulo XIX
Hipóteses de Ponderação.........................................................
392
Capítulo XX
Federalização.............................................................................
396
Capítulo XXI
Arbitragem................................................................................
408
Capítulo XXII
Outros Exemplos de Ponderação............................................
414
Capítulo XXIII
À Guisa de Conclusão...............................................................
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418
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XV
d. Jerarquía.................................................................
355
3. Juez Natural..................................................................
365
Capítulo XVI
Contenido doble o triple...........................................................
371
Capítulo XVII
Jurisdicción privilegiada............................................................
383
Capítulo XVIII
Determinabilidad......................................................................
391
Capítulo XIX
Hipótesis de ponderación.........................................................
393
Capítulo XX
Federalización............................................................................
397
Capítulo XXI
Arbitraje ................................................................................
409
Capítulo XXII
Otros ejemplos de ponderación..............................................
415
Capítulo XXIII
A guisa de conclusión...............................................................
419
Bibliografía................................................................................
423
Serie Monografias Premiadas 3.indb 15
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XVI
TERCEIRO LUGAR
A IMPARCIALIDADE NO CÓDIGO
IBERO-AMERICANO DE ÉTICA JUDICIAL
Jaime Francisco Coaguila Valdivia
Preâmbulo ................................................................................
448
Capítulo I
O direito a um juiz imparcial....................................................
452
1. O direito à tutela jurisdicional....................................
452
2. Juiz imparcial, independência, jurisdição e juiz
ordinário predeterminado pela lei.............................
456
3. Natureza jurídica do direito a um juiz imparcial.....
462
a. Imparcialidade como neutralidade.....................
462
b. Imparcialidade e argumentação jurídica...........
468
c. Imparcialidade do garantismo............................
470
d. Imparcialidade e empatia emocional.................
474
4. A Imparcialidade judicial, a problemática de um
modelo complexo........................................................
478
a. O juiz imparcial na legislação ibero-americana
478
b. O conteúdo constitucional do direito a um juiz
imparcial.................................................................
482
c. Imparcialidade, recusa e abstenções.................
492
d. A imparcialidade da complexidade....................
496
Capítulo II
O princípio de imparcialidade no Código Ibero-americano
de Ética Judicial..........................................................................
500
500
1. A ética judicial e o princípio de imparcialidade........
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XVII
TERCER LUGAR
LA IMPARCIALIDAD EN EL CÓDIGO
IBEROAMERICANO DE ÉTICA JUDICIAL
Jaime Francisco Coaguila Valdivia
Preámbulo ................................................................................
449
Capítulo I
El derecho a un Juez imparcial.................................................
453
1. El derecho a la tutela jurisdiccional...........................
453
2. Juez imparcial, independencia, jurisdicción y Juez
ordinario predeterminado por ley..............................
457
3. Naturaleza jurídica del derecho a un Juez imparcial.
463
a. Imparcialidad como neutralidad.........................
463
b. Imparcialidad y argumentación jurídica...............
469
c. Imparcialidad del garantismo................................
471
d. Imparcialidad y empatía emocional.....................
475
4. La Imparcialidad judicial, la problemática de un
modelo complejo.........................................................
a. El Juez imparcial en la legislación iberoamericana 479
b. El contenido constitucional del derecho a un Juez 479
imparcial.................................................................
483
c. Imparcialidad, recusación y abstenciones............
493
d. La imparcialidad de la complejidad.......................
497
Capítulo II
El principio de imparcialidad en el Código Iberomericano
de Ética Judicial..........................................................................
501
501
1. La ética judicial y el principio de imparcialidad.......
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XVIII
2. A imparcialidade e o Código Ibero-americano........
504
a. A imparcialidade e o direito à igualdade...........
506
b. A objetividade do juiz em relação à prova........
510
c. A perspectiva do observador razoável..............
514
d. O princípio de razoabilidade na
imparcialidade.......................................................
518
e. Imparcialidade, acusatório e virtudes morais.....
522
f. A complexidade de um Código ético
sancionador...........................................................
526
Conclusões ................................................................................
530
Capítulo III
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XIX
2. La imparcialidad y el Código Iberoamericano.........
505
a. La imparcialidad y el derecho a la igualdad......
507
b. La objetividad del Juez en relación a la prueba...
511
c. La perspectiva del observador razonable..........
515
d. El principio de razonabilidad en la
imparcialidad.........................................................
519
e. Imparcialidad, acusatorio y virtudes morales.....
523
f. La complejidad de un Código ético
sancionatorio.........................................................
527
Conclusiones..............................................................................
531
Bibliografía................................................................................
539
Capítulo III
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Presentación
Desde septiembre de 2007 en que la Suprema Corte de Justicia de
la Nación de México asumió el compromiso de llevar a cabo la publicación de los trabajos monográficos que resultaran ganadores
en cada una de la ediciones del Concurso Internacional de Ensayo
Jurídico en torno al Código Iberoamericano de Ética Judicial, se tenía
muy claro que la formación de una Serie de “Monografías premiadas” contribuiría al fomento de la reflexión y práctica éticas en el
contexto jurisdiccional, con la finalidad última de mejorar el servicio
de impartición de justicia y cumplir así, cada vez de mejor manera,
con la importante deuda que la judicatura tiene con la sociedad.
La Serie se puso en marcha en 2008, con la publicación de los
trabajos ganadores de la Primera edición del concurso, en aquella
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Serie Monografias Premiadas 3.indb 21
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XXII
Presentación
ocasión relativo al tema del “Objeto y funciones de la Comisión
Iberoamericana de Ética Judicial”, y proyectó su continuidad con la
aparición del número 2 de la Serie en 2009, que compiló los trabajos
ganadores de la segunda edición del concurso bajo el tema de la
“Independencia judicial”.
Ahora, el compromiso se refrenda con el presente volumen que
constituye el número 3 de la Serie y que contiene las monografías
ganadoras en la Tercera edición del Concurso de Ensayos cuyo tema
fue el de la “Imparcialidad”, principio que junto con los de Independencia y Objetividad, como ya hemos apuntado en otra ocasión,
constituyen la tríada que caracteriza la esencia de la función judicial.
En efecto, frente a todos los importantes y necesarios principios
y valores que integran la ética judicial, es quizá el de la imparcialidad
el que despunta como requisito fundamental y de definición de la
figura del Juez. Es la imparcialidad, en todos los tiempos y en todas
las culturas, la propiedad esencial que caracteriza el modo de ser del
juzgador, pues es él precisamente el que ha de decir el derecho que
es (objetivo y sin preferencias), fundamental y típicamente entre
dos partes.
Es la imparcialidad un requisito preformativo de la naturaleza
del Juez, la condición para la actualización de esa acción que consiste en “dar a cada quien lo suyo”. Si la justicia da cuenta del fin último
que dirige la función jurisdiccional, la imparcialidad es el elemento
modal que posibilita la actualización de la justicia.
Serie Monografias Premiadas 3.indb 22
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XXIII
Presentación
Esta conciencia de la relevancia del principio de imparcialidad y
de sus implicaciones está presente en cada uno de los trabajos que
ahora se reúnen, todos ellos ejemplos claros de la seriedad académica de las reflexiones iberoamericanas. Provenientes de tres diferentes
países, los trabajos corresponden al esfuerzo de respetables juristas
que de alguna manera están vinculados al trabajo jurisdiccional.
El primero de ellos, que lleva el título de “Las concepciones de la
imparcialidad y su repercusión en el Estado Constitucional y Democrático de Derecho”, es del mexicano Joaquín Gallegos Flores, Magistrado del Séptimo Tribunal Unitario del Décimo Quinto Circuito
en Mexicali, Baja California. El segundo de los trabajos, intitulado
“Imparcialidade judicial”, corresponde al presentado por el brasileño Flavio Antonio Esteves Galdino, reconocido abogado en la ciudad de Brasilia, Brasil. La tercera de las monografías que componen
este ejemplar, que ocupó el tercer lugar en el Concurso referido, es la
del peruano Jaime Francisco Coaguila Valdivia, Juez del Primer Juzgado Penal Permanente Liquidador en Arequipa, Perú, cuyo título es
“La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial”.
Es importante resaltar, como puede ya vislumbrarse, que el
presente número de esta Serie es especial, porque el texto ganador
del segundo lugar fue escrito en portugués, lengua madre de dos de
las naciones hermanas con las que compartimos esta comunidad
iberoamericana. Esta situación llevó a la consideración de la pertinencia de que este número fuera una edición bilingüe, lo que demuestra, por un lado, que más allá de los idiomas y las fronteras,
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XXIV
Presentación
existen lazos de identidad y anhelos comunes y, por otro, que la diversidad que se manifiesta en el entorno iberoamericano enriquece
nuestras culturas y nos ayuda a aprender unos de otros, en un ánimo de fraternidad y respeto.
Ministro Guillermo I. Ortiz Mayagoitia
Presidente de la Suprema Corte de Justicia de la Nación
y del Consejo de la Judicatura Federal
01_Monografias_3_Preliminares bilingue.indd 24
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Prólogo
Durante los días 12 al 15 de diciembre del 2009 la Comisión Iberoamericana de Ética Judicial celebró en Madrid su IV Reunión
Ordi­naria y entre los temas incluidos en su frondosa agenda estaba la dilucidación del Concurso de trabajos monográficos sobre el
Prin­cipio de “Imparcialidad”. Recordemos que era el tercer concurso sobre el Código Modelo Iberoamericano de Ética Judicial, atento
a que en 2007 la Comisión había resuelto el referido a la “Comisión
Iberoamericana de Ética Judicial” y al año siguiente el convocado
sobre el Principio de “Independencia”. Como en las oportunidades
anteriores la resolución de los concursos no es una tarea sencilla o
fácil, por el contrario, requiere de un espacio de diálogo y consideración porme­norizada de los diferentes trabajos provenientes
de los distintos países de la comunidad. Finalmente la Comisión
XXV
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XXVI
Prólogo
escogió para el Primer Premio la monografía del juez mexicano
Joaquín Gallegos Flores titulado “Las concepciones de la imparcialidad y su reper­cusión en el Estado Constitucional y Democrático de Derecho”; el Segundo Premio se asignó al jurista brasileño
Flavio Antonio Esteves Galindo por su trabajo “Imparcialidade
judicial”; y el Tercer lugar fue para el juez peruano Jaime Francisco
Coaguila Valdivia con su monografía “La imparcialidad en el Códi­
go Iberoamericano de Ética Judicial”.
Corresponde destacar, en general, respecto a los trabajos presentados para el referido concurso no solo la calidad de los mismos
y la plena comprensión de los propósitos de la convocatoria, sino
también la amplia representatividad geográfica de donde ellos
provinieron. Yendo a la monografía que obtuvo el primer lugar
nos gustaría indicar que el trabajo del juez mexicano Joaquín Gallegos Flores discurre por el camino de analizar el principio de imparcialidad judicial desde muy variadas perspectivas, entre ellas
están, por ejemplo, el análisis general de los diferentes significados que la imparcialidad tiene, así como el papel que la imparcialidad juega en cuestiones tan relevantes como las razones que
el derecho suministra para la decisión judicial, o la postura que el
juez imparcial debe asumir ante la ley injusta. Finalmente, toca un
asunto de significativa importancia, el relativo al papel que el
principio de imparcialidad juega en el trabajo del juez constitucional. Como podrá notarse, es un trabajo muy rico por los diferentes
asuntos que trata.
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XXVII
Prólogo
Reconociendo que el principio de imparcialidad puede ser analizado desde diferentes perspectivas, el jurista brasileño Flavio
Antonio Esteves Galindo nos anticipa en su monografía que el tratamiento dado en su escrito a la imparcialidad será estrictamente
jurídico, para ello coloca en el centro de su reflexión al concepto
de “jurisdicción”, entendida ésta en su más amplio sentido, es decir,
como el ejercicio realizado por el juez en su trabajo cotidiano, en
definitiva, para lo que el juez está abocado. Dicha actividad jurisdiccional debe atender antes que nada a los parámetros exigidos
por la imparcialidad, a las reglas exigidas por dicho principio. Sólo
en la medida en que el juez conduzca su actuación con base en
este postulado se podrá concretar efectivamente la justicia y,
como el abogado brasileño lo señala, se podrá alcanzar la legiti­
midad de los actos jurisdiccionales. Trabajo interesante donde
podemos observar la operatividad del principio de imparcialidad.
En estrecha relación con los dos trabajos anteriores, el artículo
del juez peruano Jaime Francisco Coaguila Valdivia, se compone,
en nuestra opinión, de tres partes. En la primera, el autor parte de
analizar el origen de lo que él llama “derecho a la imparcialidad”,
a partir de otro derecho igualmente importante, este es, el derecho a la tutela jurisdiccional. Continúa estableciendo las diferencias
del principio de imparcialidad con otras principios e instituciones,
tales como la independencia, la propia jurisdicción, etcétera, para
terminar desglo­sando las concepciones de imparcialidad enten­
dida como neutra­lidad; la manera en la que la imparcialidad se
Serie Monografias Premiadas 3.indb 27
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XXVIII
Prólogo
explica en el contexto de la argumentación jurídica, y el análisis de
tal principio en la obra de destacados autores contemporáneos.
En la segunda parte del trabajo realiza un interesante análisis del
llamado neoconstitucionalismo a través de la legislación iberoamericana, tocando asuntos tan relevantes como el contenido
constitucional del derecho al juez imparcial; las figuras de la recusación y abstención, etcétera. Finalmente, la tercera parte del
trabajo está dedicada íntegramente al análisis del capítulo de imparcialidad Judicial tal y como está en el Código Iberoamericano
de Ética Judicial. Trabajo interesante que como los anteriores, nos
propone un análisis del principio de imparcialidad visto desde diferentes perspectivas.
Con la aparición de este número 3 de la Serie Monografías
Premiadas se continúa con la tarea establecida en el artículo 83
inciso a), del Código Iberoamericano de Ética Judicial, al impulsar a
la Comisión Iberoamericana de Ética Judicial para “Facilitar la
discusión, difusión y desarrollo de la ética judicial a través de publicaciones (…)”. Hasta ahora se han publicado dos números
anteriores y esperamos que con éste se continúe firmemente con
la consolidación de dicha colección. No me resta más que agradecer, una vez más, la gentil disposición de la Suprema Corte de
Justicia de México, a través del Instituto de Investigaciones Jurisprudenciales y de Promoción y Difusión de la Ética Judicial y de su
director el Ministro en retiro Juan Díaz Romero, para publicar el
presente volumen. Seguro estoy que con este ejemplar se sigue
Serie Monografias Premiadas 3.indb 28
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Prólogo
XXIX
potenciando en su justa dimensión la reflexión ética sobre la acti­
vidad judicial y, lo más impor­tante, va contribuyéndose para tener
poderes judiciales de mayor altura moral conforme la pretensión
de la sociedad.
Rodolfo L. Vigo
Secretario Ejecutivo de la
Comisión Iberoamericana de Ética Judicial
Serie Monografias Premiadas 3.indb 29
18/11/2010 12:35:26 p.m.
Primeiro lugar
AS CONCEPÇÕES DA
IMPARCIALIDADE E SUA
REPERCUSSÃO NO ESTADO
CONSTITUCIONAL E
DEMOCRÁTICO DE DIREITO
Serie Monografias Premiadas 3.indb 30
18/11/2010 12:35:35 p.m.
Primer lugar
LAS CONCEPCIONES
DE LA IMPARCIALIDAD Y SU
REPERCUSIÓN EN EL ESTADO
CONSTITUCIONAL Y
DEMOCRÁTICO DE DERECHO
Joaquín Gallegos Flores*
Serie Monografias Premiadas 3.indb 1
18/11/2010 12:35:35 p.m.
Serie Monografias Premiadas 3.indb 2
18/11/2010 12:35:35 p.m.
* Magistrado del Séptimo Tribunal Unitario del Décimo Quinto Circuito, Mexicali,
B.C., México.
Serie Monografias Premiadas 3.indb 3
18/11/2010 12:35:35 p.m.
Abreviaturas
CEJRP
Código de Ética Judicial da República do Paraguai
CEPJF
Código de Ética do Poder Judiciário da Federação
CEPJP
Código de Ética Judicial do Peru
CEPJPSF
Código de Ética do Poder Judiciário da Província de Santa
Fé, Argentina
CIEJ
Código Ibero-americano de Ética Judicial
IFDP
Instituto Federal de Defensoria Pública
SCJN
Suprema Corte de Justiça da Nação
TJCE
Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias
UNAM
Universidade Nacional Autônoma do México
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Abreviaturas
CEJRP
Código de Ética Judicial de la República del Paraguay
CEPJF
Código de Ética del Poder Judicial de la Federación
CEPJP
Código de Ética Judicial de Perú
CEPJPSF Código de Ética del Poder Judicial de la Provincia de
Santa Fe, Argentina
CIEJ
Código Iberoamericano de Ética Judicial
IFDP
Instituto Federal de Defensoría Pública
SCJN
Suprema Corte de Justicia de la Nación
TJCE
Tribunal de Justicia de Comunidades Europeas
UNAM
Universidad Nacional Autónoma de México
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Introdução
A imparcialidade é um tema ético e jurídico que, em princípio, parece
facilmente definível, não exigindo muita profundidade para estabelecer
suas implicações, particularmente no que se refere aos juízes.
O aprofundamento em seu estudo, no entanto, rapidamente revela
se tratar de tema complexo e multifacetado. Perante essa situação,
as opções tornam-se claras: escolher um aspecto específico ou abordar
a análise da imparcialidade a partir de suas perspectivas variadas,
com uma visão geral de seus significados e dos problemas e desafios
que enfrenta o julgador em um estado neoconstitucional de direito;
escolhi este último caminho, consciente de que não poderia abordar
todos os aspectos relacionados à imparcialidade. Por esse motivo,
alguns temas foram abordados de forma tangencial, como aconteceu
com a imparcialidade subjetiva e objetiva e com a imparcialidade
como direito fundamental, que não poderiam ser aprofundadas
devido aos limites de extensão estabelecidos no ensaio.
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Introducción
La imparcialidad es un tema ético y jurídico que en principio aparece
como algo simple de definir; no requiere mucha profundidad para
establecer sus implicaciones, particularmente referidas a los Jueces.
Sin embargo, al adentrarse a su estudio muy pronto aparece como
un tema complejo y multifacético. Ante esta situación las opciones
resultaron claras: elegir un aspecto específico o bien abordar el análisis de la imparcialidad desde sus variadas perspectivas, con una
visión general de sus significados y de los problemas y retos que implica para el juzgador en un Estado neoconstitucional de derecho;
elegí este último camino, consciente de que no podía abordar todos
los aspectos que pueden relacionarse con la imparcialidad. Por esa
razón, algunos temas fueron tocados solo de manera tangencial,
como ocurrió con la imparcialidad subjetiva y objetiva y con la imparcialidad como derecho fundamental, que no pudieron ser abordados por los límites de extensión fijados al ensayo.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
A principal razão de se estudarem os diversos aspectos da
imparcialidade é oferecer uma visão de conjunto que permita melhor
compreender os problemas que representa, a fim de propor alguns
enfoques de solução.
Dirigi o esforço básico para esquematizar as principais
concepções da imparcialidade, que classifiquei como: imparcialidade
como
desinteresse
subjetivo;
como
igualdade
e
não
discriminação; como obediência ao direito e como método na
aplicação do direito.
Examinando essas concepções da imparcialidade, considerei
necessário analisar diversas questões que são transcendentais para
um juiz imparcial e que determinam a forma justa de solucionar
as controvérsias. Essas questões se referem à normatividade do
direito, às razões para a ação que o direito proporciona e, de forma
particular, às razões para a decisão judicial; à relação da moral e
o direito, bem como à postura que o juiz imparcial deve assumir
diante da lei injusta e o papel que as intenções do legislador podem
desempenhar nas decisões judiciais.
Outro aspecto que considerei importante é o que se refere à
caracterização da imparcialidade como princípio, como regra e como
virtude, analisando suas respectivas implicações.
Finalmente, examinei a importância da imparcialidade de um
juiz constitucional, em relação estreita como o que se conhece
como juízo de proporcionalidade e juízo de ponderação e seu
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
La principal razón de estudiar variados aspectos de la imparcialidad, es ofrecer una visión de conjunto que permita una mejor comprensión de los problemas que representa, para proponer algunos
enfoques de solución.
El esfuerzo básico lo encaminé en esquematizar las principales
concepciones de la imparcialidad, que clasifiqué en imparcialidad como desinterés subjetivo, la imparcialidad como igualdad y no
discriminación, la imparcialidad como obediencia al derecho y la imparcialidad como método en la aplicación del derecho.
Al examinar estas concepciones de la imparcialidad, consideré
necesario analizar diversas cuestiones que son transcendentes para
un Juez imparcial y que determinan una forma justa de solucionar
las controversias. Dichas cuestiones se refieren a la normatividad
del derecho, a las razones para la acción que suministra el derecho
y de manera particular a las razones para la decisión judicial; a la
relación de la moral y el derecho, así como la postura que debe asumir el Juez imparcial ante la ley injusta y el papel que pueden desempeñar las intenciones del legislador en las decisiones judiciales.
Otro aspecto que consideré importante es el relativo a la caracterización de la imparcialidad, como principio, como regla y como
virtud, analizando las implicaciones que de ello derivan.
Por último, examiné la importancia de la imparcialidad de un Juez
constitucional, en estrecha relación con lo que se conoce como juicio
de proporcionalidad y juicio de ponderación, y su impacto en la
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
impacto na proteção dos direitos fundamentais e na consolidação
da democracia.
Tarefa semelhante me impôs a necessidade de me valer de muitas
fontes doutrinárias, não com o afã de exibição, mas como ferramenta
metodológica para apresentar os diversos temas jurídicos e as
reflexões pessoais.
Assumo a responsabilidade total pelas ideias expressadas neste
ensaio, convicto de que o propósito que me animou a escrevê-lo
o justifica, pois não é outro senão o de contribuir com ideias para a
construção de um mundo ético que pertence a todos.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
protección de los derechos fundamentales y en la consolidación de
la democracia.
Semejante tarea me impuso la necesidad de acudir a muchas
fuentes doctrinales, no con el afán de lucimiento, sino como herramien­
ta metodológica para presentar los diversos temas jurídicos y las re­
flexiones personales.
Asumo la responsabilidad total de las ideas que expreso en este
ensayo, con la convicción de que el propósito que me animó a escribirlo lo justifica, pues no es otro distinto al de aportar ideas a la
construcción de un mundo ético que a todos nos pertenece.
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Capítulo I
Conceitualização
da Imparcialidade
“…es mucho peligrosa de haber ome su
pleito delante del judgador sospechoso”.
Las siete partidas
“Devem pensar que estou lhes concedendo poder.
É a escravidão que estou impondo a vocês.”
Talmude
“O juiz deve ser imparcial e parecer sê-lo, pois
a imagem do juiz é a imagem da justiça.”
O autor
O conceito da imparcialidade se relaciona não só com o direito,
mas também com outras disciplinas, por isso é conveniente
contar com noções orientadoras de seus sentidos ético e jurídico.
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Capítulo I
Conceptualización
de la imparcialidad
“…es mucho peligrosa de haber ome su
pleito delante del judgador sospechoso”.
Las siete partidas
“Deben pensar que les estoy concediendo poder.
Es la esclavitud la que estoy imponiendo sobre ustedes.”
Talmud
“El juez debe ser imparcial y parecerlo, pues la
imagen del juez es la imagen de la justicia.”
El autor
El concepto de imparcialidad está relacionado no sólo con el derecho, sino también con otras disciplinas, por lo cual, resulta con­
veniente contar con nociones orientadoras de sus sentidos ético y
jurídico.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
De acordo com a Real Academia Espanhola, a imparcialidade é
a falta de desígnio antecipado ou de prevenção em favor ou contra
alguém ou algo, que permite julgar ou proceder com retidão.1
De acordo com a Enciclopédia Jurídica Omeba, “Imparcialidade
é desinteresse perante as partes. Tratamento sem favoritismos.
Consideração equidistante e equânime. O interesse e a iniquidade
se contrapõem ao conceito de imparcialidade. A imparcialidade se
manifesta também sob a forma de indiferença e equanimidade”. 2
No Diccionário de Teoría Jurídica da UNAM,
Imparcialidade. Termo básico da moral que indica o tratamento
moralmente apropriado, ainda que o requerido para esse
tratamento seja justo, e o que se desvia dessa exigência seja
altamente controverso. Na teoria do direito, a imparcialidade
é algumas vezes apresentada como o conceito chave para
compreender a justiça, como na teoria da justiça de John Rawls
(1921-2002). Na teoria da justiça, que Rawls, algumas vezes
denominou “justiça como imparcialidade”, o autor analisou a
justiça como os princípios que pessoas hipotéticas, ignorantes
de sua posição na sociedade ou de seus pertencimentos,
escolheriam para organizar a sociedade. Na análise econômica
do direito, alguns teóricos do bem-estar econômico... usaram
“imparcialidade” em contraste com ‘bem estar’, sendo que
1
Diccionario de la Lengua Española, t. II, 22a. ed., Real Academia Española, España, 2001,
p. 1252.
2
Herrera Figueroa, Miguel, “Imparcialidad”, Enciclopedia Jurídica Omeba, t. XIV, p. 970.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
De acuerdo con la Real Academia Española, la imparcialidad es
la “Falta de designio anticipado o de prevención en favor o en contra
de alguien o algo, que permite juzgar o proceder con rectitud”.1
Conforme a la Enciclopedia Jurídica Omeba, “Imparcialidad es
desin­­terés frente a las partes. Trato sin favoritismos. Consideración
equidistante y ecuánime. El interés y la inequidad contraponen al
concepto de imparcialidad. También se manifiesta la imparcialidad
en forma de indiferencia y desapasionamiento”.2
En el Diccionario de Teoría Jurídica de la UNAM,
Imparcialidad. Un término básico de la moral que indica el trato
moralmente apropiado, aunque lo que se requiere para que dicho
tratamiento sea justo, y lo que se desvía de ese requerimiento, es
altamente controvertido. Dentro de la teoría del derecho, la
imparcialidad es algunas veces presentada como el concepto
clave para comprender la justicia, como en la teoría de la justi­
cia de John Rawls (1921-2002). La teoría de Rawls, que algunas
veces denominó como ‘justicia como imparcialidad’, analizó la
justicia en términos de cuáles son los principios que personas
hipotéticas, ignorantes de su lugar en la sociedad o de sus perte­
nencias, escogerían para organizar la sociedad. Dentro del aná­
lisis económico del derecho algunos teóricos del bienestar
económico… usaron ‘imparcialidad’ en contraste con ‘bienestar’,
1
Diccionario de la Lengua Española, t. II, 22a. ed., Real Academia Española, España, 2001,
p. 1252.
2
Herrera Figueroa, Miguel, “Imparcialidad”, Enciclopedia Jurídica Omeba, t. XIV, p. 970.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
‘imparcialidade’ representa todas as demandas de justiça ou
de moral que não estão fundamentadas nas preferências ou no
bem-estar dos indivíduos.3
Esses conceitos nos revelam a existência de certos elementos
essenciais, que seriam os seguintes:
• Um sujeito ou pluralidade de sujeitos de quem se apregoa a
imparcialidade.
• Uma situação que deve atender ao sujeito ou aos sujeitos
imparciais ou em que se deve decidir por eles.
• As pessoas envolvidas na situação, inclusive podendo ser a
sociedade em seu conjunto.
• Um procedimento que permita emitir a decisão.
• Os valores que devem ser atendidos, os princípios e as regras
que devem ser aplicados para concretizar esses valores.
Em relação ao sujeito ou sujeitos imparciais, existem certas
notas definitórias para que possa ser cumprido o dever ético de
imparcialidade, que seriam as seguintes:
• Desinteresse próprio ou indireto na situação que vai ser
decidida.
• Tratamento justo, sem favoritismos, traduzido em termos
de neutralidade, igualdade e equidistância.
• Objetividade como ausência de critérios subjetivistas e de
preconceitos.
3
Bix, Brian H., Diccionario de Teoría Jurídica, Instituto de Investigaciones Jurídicas/UNAM,
México, 2009, p. 133.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
en donde ‘imparcialidad’ representa todas las demandas de jus­
ticia o de moral que no están fundadas en las preferencias o en el
bienestar de los individuos.3
Estos conceptos nos revelan la existencia de ciertos elementos
esenciales, que serían los siguientes:
• Un sujeto o pluralidad de sujetos, de quienes se predica la
imparcialidad.
• Una situación que debe atender y decidirse por el sujeto o
sujetos imparciales.
• Las personas involucradas en la situación, pudiendo ser incluso la sociedad en su conjunto.
• Un procedimiento que permita emitir la decisión.
• Los valores que se deben atender, los principios y reglas que
se deben aplicar para concretar esos valores.
En relación con el sujeto o sujetos imparciales, existen ciertas
notas definitorias para que se pueda cumplir el deber ético de impar­
cialidad, que serían las siguientes:
• Un desinterés propio o indirecto en la situación que se va a
decidir.
• Un trato justo, sin favoritismos, que se traduce en térmi­nos
de neutralidad, igualdad y equidistancia.
• Objetividad, como ausencia de criterios subjetivistas y de pre­
juicios.
3
Bix, Brian H., Diccionario de Teoría Jurídica, Instituto de Investigaciones Jurídicas/UNAM,
México, 2009, p. 133.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
• Orientação a valores do sistema normativo.
• Obediência ou apego aos princípios e às regras.
• Metodologia para solucionar a situação, assunto ou
controvérsia.
A partir da perspectiva das pessoas envolvidas ou destinatárias
da atividade, a imparcialidade compreenderia os seguintes
aspectos:
• A solução do assunto atendendo apenas seus interesses
em jogo, sem considerar os interesses diretos ou indiretos do
sujeito ou dos sujeitos que decidiriam a situação, assunto ou
controvérsia.
• O direito de receber tratamento sem favoritismos - igualitário,
equidistante, não discriminatório.
• O direito de a situação, assunto ou controvérsia ser decidida
com apego aos valores, princípios e regras, de acordo com os
elementos trazidos ao processo.
Pode-se observar das reflexões anteriores que a
imparcialidade tem um aspecto essencialmente metodológico, já
que marca uma conduta do sujeito imparcial ante as partes no
desenvolvimento do processo, a fim de não interferir nos interesses
em jogo, evitando contaminar a solução do assunto, concedendo
às partes tratamento neutro, igualitário, não discriminatório, e
atendendo às exigências necessárias a uma solução justa. Sua
função metodológica se manifesta por sua obrigação de meio
a fim, e com o objetivo de respeitar os valores que lhe servem de
fundamento, como a igualdade e a justiça. A imparcialidade cumpre
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
• Orientación a valores del sistema normativo.
• Obediencia o apego a los principios y a las reglas.
• Metodología para solucionar la situación, asunto o con­
troversia.
Desde la perspectiva de las personas involucradas o destinatarias de la actividad, la imparcialidad comprendería los siguientes
aspectos:
• La solución del asunto atendiendo únicamente a los intereses
en juego, sin tomar en cuenta los intereses directos o indirectos del sujeto o sujetos que decidirían la situación, asunto o
controversia.
• El derecho a recibir un trato sin favoritismos, igualitario, equidistante, no discriminatorio.
• El derecho a que la situación, asunto o controversia sea resuelta con apego a los valores, principios y reglas, de acuerdo
con los elementos aportados en el procedimiento.
Puede advertirse, de las anteriores reflexiones, que la imparcialidad tiene un aspecto esencialmente metodológico, ya que marca
una conducta del sujeto imparcial frente a las partes en el desarrollo del procedimiento, a fin de no interferir en los intereses en juego
para evitar una contaminación respecto a la solución del asunto,
otorgando a las partes un trato neutral, igualitario, no discriminatorio, como requerimientos necesarios para producir una solución
justa. La función metodológica se manifiesta por su cualidad de
medio a fin para realizar los valores que le sirven de fundamento,
como son la igualdad y la justicia. La imparcialidad cumple una
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
função instrumental, razão pela qual se revela como instituto ou
princípio valioso do ponto de vista extrínseco, na medida em que
tende à consecução dos bens intrinsecamente valiosos,
mencionados antes.
Conforme Manuel Atienza e Juan Ruiz Manero, do ponto de
vista do sistema jurídico, uma ação ou um estado de coisas
pode ser intrinsecamente valioso ou extrinsecamente valioso.
É-o extrinsecamente quando a ação ou o estado de coisa é, em si
mesmo, considerado indiferente, e o que o torna valioso é
exclusivamente a conexão que lhe é atribuída com algum estado de
coisas que seja intrinsecamente valioso4. De uma perspectiva
deontológica, essa ideia corresponde ao conceito de imparcialidade
de Stuart Mill, citado por Miguel Herrea Figueroa, para quem não
constitui um dever em si, mas um instrumento para algum outro
dever.5
Por essas razões não se pode entender adequadamente a
imparcialidade se não se fizer referência à igualdade e à justiça.
Uma sociedade politicamente organizada geralmente se baseia na
igualdade como ideia básica de justiça, o que, para concretizar-se,
exige, em princípio, um poder constituinte e um poder legislativo
imparciais que, à maneira da justiça de Rawls, distribuem o ônus e
os benefícios em uma “posição original” e sob um véu de ignorância,
que corresponde à ideia aristotélica de justiça distributiva, na qual a
4
Cfr. Atienza, Manuel y Ruiz Manero, Juan, Las piezas del derecho. Teoría de los enuncia­
dos jurídicos, 2a. ed. actualizada, Ariel Derecho, Barcelona, 2004, p. 161.
5
Cfr. Herrera Figueroa, Miguel, “Imparcialidad”, op. cit., p. 970.
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21
Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
función instrumental, por lo que se revela como un instituto o principio valioso desde el punto de vista extrínseco, en cuanto a que
tiende a la consecución de los bienes intrínsecamente valiosos,
antes mencionados.
Como señalan Manuel Atienza y Juan Ruiz Manero, desde
el punto de vista del sistema jurídico una acción o un estado de cosas puede ser intrínsecamente valioso o extrínsecamente valioso.
Lo es extrínsecamente cuando la acción o el estado de cosas es, en
sí mismo considerado, indiferente, y lo que lo hace valioso es exclusi­
vamente la conexión que se le atribuye con algún estado de cosas
que sea intrínsecamente valioso.4 Desde una perspectiva deontológica, esta idea corresponde con el concepto de imparcialidad de
Stuart Mill, citado por Miguel Herrera Figueroa, para quien no cons­
tituye un deber en sí, sino más bien un instrumento para algún otro
deber.5
Por esas razones, no se puede entender la imparcialidad ade­
cuadamente si no se hace referencia a la igualdad y la justicia. Una
sociedad políticamente organizada se basa generalmente en la
igualdad como idea básica de justicia, la cual para concretarse requiere en principio de un poder constituyente y un poder legislativo
imparciales que, a la manera de justicia de Rawls, distribuyen las
cargas y los beneficios en una “posición original” y bajo un velo de
ignorancia, lo cual corresponde a la idea aristotélica de justicia
4
Cfr. Atienza, Manuel y Ruiz Manero, Juan, Las piezas del derecho. Teoría de los enuncia­
dos jurídicos, 2a. ed. actualizada, Ariel Derecho, Barcelona, 2004, p. 161.
5
Cfr. Herrera Figueroa, Miguel, “Imparcialidad”, op. cit., p. 970.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
partilha é feita de acordo com certo mérito e em proporção, atendendo
igualdade de razões.6
Outro âmbito em que a imparcialidade se identifica com a
igualdade e a justiça é o da aplicação da lei. Sobre o assunto, Ana
Garriga Domínguez expõe que o princípio de igualdade de aplicação
da lei obriga a que esta seja aplicada de forma igual a todos
aqueles que estão na mesma situação, proibindo, portanto, ao
aplicador “estabelecer qualquer diferença por causa das pessoas
ou de circunstâncias distintas das que estão presentes na mesma
norma”.7
Outro aspecto: a imparcialidade tem conotação de justiça
procedimental e está relacionada com a justiça corretiva ou
retificadora, necessária para solucionar os conflitos surgidos
entre os indivíduos e que reclamam soluções jurisdicionais. Aqui a
imparcialidade exige equidistância do julgador, para manter-se
como terceiro alheio aos interesses que deve compor.
É importante distinguir a imparcialidade da neutralidade, já que,
como adverte Isabel Trujillo, a neutralidade admite a abstenção do
juízo, ou, seja, a não tomada de partido, enquanto a imparcialidade,
como estrutura do juízo, implica necessariamente tomar partido.8
6
Vid. Aristóteles, Ética nicomáquea. Ética eudemia, Gredos, España, 1985, pp. 245246.
7
Garriga Domínguez, Ana, “Igualdad, discriminación y diferencia en la jurispruden­
cia en el Tribunal Constitucional”, Derechos y Libertades, Revista del Instituto de Bartolomé de
las Casas, Madrid, 2001, pp. 57-58.
8
Cfr. Trujillo, Isabel, Imparcialidad, UNAM/Instituto de Investigaciones Jurídicas,
México, 2007, p. 72.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
distributiva, en la que el reparto se realiza de acuerdo con ciertos
méritos y en proporción, atendiendo igualdad de razones.6
Otro ámbito en el que la imparcialidad se identifica con la igualdad y la justicia, es en la aplicación de la ley. Sobre el particular, Ana
Garriga Domínguez expone que el principio de igualdad de la aplicación de la ley obliga a que ésta sea aplicada en forma igual a
todos aquellos que se encuentran en la misma situación y, por tanto,
prohíbe que el aplicador “establezca diferencia alguna en razón de
las personas o de circunstancias distintas de las que están presentes
en la misma norma”.7
Otro aspecto: la imparcialidad tiene una connotación de justicia
procedimental, y está relacionada con la justicia correctiva o rectificatoria, necesaria para solucionar los conflictos que surgen entre los
individuos y que reclaman soluciones jurisdiccionales. Aquí la imparcialidad exige una equidistancia del juzgador para mantenerse
como un tercero ajeno a los intereses que debe componer.
Es importante distinguir la imparcialidad de la neutralidad, ya
que como lo advierte Isabel Trujillo la neutralidad admite la abstención del juicio, no tomar partido, mientras la imparcialidad, como
estructura del juicio, debe tomar necesariamente partido.8 General-
6
Vid. Aristóteles, Ética nicomáquea. Ética eudemia, Gredos, España, 1985, pp. 245246.
7
Garriga Domínguez, Ana, “Igualdad, discriminación y diferencia en la jurispruden­
cia en el Tribunal Constitucional”, Derechos y Libertades, Revista del Instituto de Bartolomé de
las Casas, Madrid, 2001, pp. 57-58.
8
Cfr. Trujillo, Isabel, Imparcialidad, UNAM/Instituto de Investigaciones Jurídicas,
México, 2007, p. 72.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
Geralmente, explica Joseph Aguiló Regla, exige-se neutralidade
do terceiro quando seu papel é, precisamente, não decidir o
resultado do conflito; e, pelo contrário, é-lhe exigida imparcialidade
quando é chamado a decidir o resultado do conflito. O citado autor
acrescenta que, enquanto condutor do processo, exige-se do juiz
principalmente neutralidade (equidistância) entre as partes em
conflito, de maneira que as decisões que tome não prejulguem
o resultado do processo e mantenham o equilíbrio entre elas.
No entanto, ante o resultado, exige-se imparcialidade do juiz, não
neutralidade e, nesse sentido, ele está comprometido com a
verdade dos fatos que considerar provados.9 Ainda nessa mesma
esteira, Betiana Ferrari, citando Michelle Taruffo, expõe que o juiz
muda essencialmente sua posição, deixando de exercer papel
passivo de receptor para compor ativamente as diferenças
no litígio e converter-se em emissor. Deve ser entendido que o
juiz, no momento em que assume esse papel ativo, manifesta
a imparcialidade em sua dimensão ética. Nessa dimensão a
imparcialidade, como garantia e pressuposto para alcançar
a justiça na aplicação da lei e sob um procedimento equitativo,
cobra singular importância como conceito deontológico, cujo
correlato é o direito do governado a um julgador imparcial.
Precisamente por ter o juiz a responsabilidade de zelar pela
justiça, está é a razão pela qual o povo vê na imagem do juiz a
imagem da justiça. A imagem pública dos juízes como desfavorável
é suficiente para gerar desconfiança. É a imagem do juiz que justifica
9
Cfr. Aguiló Regla, Joseph, La Constitución del Estado constitucional, Palestra-Temis,
Lima-Bogotá, 2004, pp. 75-76.
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25
Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
mente, explica Joseph Aguiló Regla, al tercero se le exige neutralidad
cuando su papel de tercero consiste, precisamente, en no decidir el
resultado del conflicto; y, por el contrario, se le exige imparcialidad
cuando sí está llamado a decidir el resultado del conflicto. Añade
el citado autor que, en cuanto director del proceso, al Juez se le exige
centralmente neutralidad (equidistancia) entre las partes en conflic­
to, de forma que las decisiones que toma no prejuzguen el resultado
del proceso y mantengan el equilibrio entre ellas. Sin embargo, ante
el resultado, al Juez se le exige imparcialidad, no neutralidad y, en
ese sentido, está comprometido con la verdad de los hechos que con­
sidera probados.9 En ese sentido, Betiana Ferrari, al citar a Michelle
Taruffo, expone que el Juez muta esencialmente su posición, de un
rol pasivo de receptor a heterocomponer activamente el litigio y
convertirse en emisor. Debe entenderse que al asumir el Juez este rol
activo es el momento en que se manifiesta la imparcialidad del Juez
en su dimensión ética. Es en esta dimensión en la cual la imparcia­
lidad, como garantía y presupuesto para lograr una justicia en la
aplicación de la ley y bajo un procedimiento equitativo, cobra singular importancia como concepto deontológico, cuyo correlato es el
derecho del gobernado a un juzgador imparcial.
Precisamente porque el Juez tiene a su cargo velar por la justicia,
es la razón por la cual el pueblo ve en la imagen del Juez, la imagen
de la justicia. Si la imagen pública de los Jueces es desfavorable, eso
por sí mismo ya genera desconfianza. Es la imagen del Juez lo que
9
Cfr. Aguiló Regla, Joseph, La Constitución del Estado constitucional, Palestra-Temis,
Lima-Bogotá, 2004, pp. 75-76.
Serie Monografias Premiadas 3.indb 25
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
certas restrições dos códigos de ética no âmbito das liberdades
civis e políticas, já que, de acordo com amplo consenso da doutrina,
um bom juiz não só deve sê-lo como aparentá-lo, e um juiz
imparcial também deve refletir imparcialidade em sua vida pública
e privada.
Observando-se as opiniões doutrinais anteriores, é possível
conceber a imparcialidade como um bem extrinsecamente valioso
que serve ao juiz como método para conseguir a justiça, entendida
como bem dos homens quando entram em conflito, para dar a
cada um o seu ou o que lhe é devido, conforme os fatos provados
em juízo, com uma visão orientada pelo direito.
A imparcialidade não é exclusiva a nenhum dos poderes
públicos, mas podemos relacioná-la com qualquer um deles, com
suas conotações específicas.
No caso do direito como norma, o legislador deve ser imparcial
ao reconhecer os direitos das pessoas, bem como ao determinar os
critérios da distribuição de bens e oportunidades e o estabelecimento
dos deveres e obrigações, como expressão da justiça distributiva.
David Mena indica que a ênfase da proposta de justiça como
imparcialidade consiste em que os indivíduos apoiem uma ordem
institucional regida por procedimentos que anulam os efeitos das
diferenças de poder de negociação da distribuição de direitos, poder,
oportunidade e recursos.10
10
Cfr. Mena, David, “Justicia como Imparcialidad”, Isonomía, Revista de Teoría de Filosofía
del Derecho, número 2, abril 1995, p. 202.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
justifica ciertas restricciones de los códigos de ética en el ámbito de
sus libertades civiles y políticas, ya que de acuerdo con un amplio
consenso de la doctrina, un buen Juez no sólo debe serlo, sino parecerlo, y un Juez imparcial también debe reflejar imparcialidad en su
vida pública y privada.
Atendiendo a las anteriores opiniones doctrinales, es posible
concebir a la imparcialidad como un bien extrínsecamente valioso
que le sirve al Juez como método para lograr la justicia, entendida
como bien de los hombres cuando entran en conflicto, para dar a
cada uno lo suyo o lo que le es debido, según los hechos probados en
juicio, con una visión orientada desde del derecho.
La imparcialidad no es exclusiva de ninguno de los poderes públicos, sino que podemos referirla a cualquiera de ellos, con sus connotaciones específicas.
En el caso del derecho como norma, el legislador debe ser imparcial al reconocer los derechos de las personas, así como al fijar
los cri­terios de la distribución de bienes y oportunidades, y el establecimiento de deberes y cargas, como expresión de la justicia distri­
butiva. Señala David Mena, que el énfasis de propuesta de justicia
como imparcialidad consiste en que los individuos apoyen un orden
institucional regido por procedimientos que anulan los efectos de
las diferencias de poder de negociación de la distribución de derechos, poder, oportunidades y recursos.10
10
Cfr. Mena, David, “Justicia como Imparcialidad”, Isonomía, Revista de Teoría de Filosofía
del Derecho, número 2, abril 1995, p. 202.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
A imparcialidade também é aconselhável em relação à
administração com sentido específico, visto que a administração
não deixa de ser parte. A esse respeito expõe Isabel Trujilo que, em
suas origens, a administração pública foi concebida como uma
“parte” sui generis, contraposta ao legislador e ao juiz, mas também
aos particulares, daí a definição paradoxal do poder administrativo
como parte “imparcial” ou parte justa, o que dá conotação especial
à imparcialidade na administração pública, como um princípio que
regula as relações do poder, o administrativo ante a lei e o poder
executivo.11
A mesma autora expõe que um modelo diverso de imparcialidade
no poder administrativo está ligado à neutralidade, entendida
como objetividade, e vinculado a um princípio de justiça, que exige
tratamento igual aos indivíduos.12
Em um sentido mais tradicional, a imparcialidade está
estreitamente relacionada ao conceito da administração de justiça,
no sentido de que os juízes devem evitar prejuízos e favoritismos às
partes. Adolfo Alvarado Belloso afirma que o julgador deve carecer
de todo interesse subjetivo na solução do litígio, o que corresponde
a seu caráter de terceiro, que atua na qualidade de autoridade para
processar e sentenciar o litígio.13
11
Cfr. Trujillo, Isabel, Imparcialidad, op. cit., pp. 338-340.
12
Ibidem., pp. 341-345.
13
Cfr. Alvarado Belloso, Adolfo, “La Imparcialidad Judicial y la Función del Juez en el
Proceso Civil”, Resumen de la conferencia a pronunciar en el Congreso Nacional de Derecho Procesal “Homenaje al Doctor Román J. Duque Corredor” en el Centro Insular de Estudios de Derecho por Lamar, 18 de abril de 2008.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
La imparcialidad también es predicable respecto de la administración con un sentido específico, puesto que la administración no
deja de ser parte. Al respecto, expone Isabel Trujillo que en sus orígenes, la administración pública se ha concebido como una “parte”
sui generis, contrapuesta al legislador y al Juez, pero también a los
par­ticulares, de ahí la definición paradójica del poder administra­
tivo como parte “imparcial”, o como parte justa, lo que le da una
connotación especial a la imparcialidad en la administración pú­
blica, como un principio que regula las relaciones del poder, el administrativo frente a la ley y al Poder Ejecutivo.11
La misma autora expone que un diverso modelo de imparcialidad en el poder administrativo está ligado a la neutralidad, enten­
dida como objetividad, vinculado a un principio de justicia que exige
igual tratamiento a los individuos.12
En un sentido más tradicional, la imparcialidad se encuentra ligada estrechamente al concepto de la administración de justicia,
para referirnos a que los Jueces deben evitar prejuicios y favoritismos hacia las partes. El juzgador, sostiene Adolfo Alvarado Belloso,
debe carecer de todo interés subjetivo en la solución del litigio, lo
que corresponde a su carácter de tercero, que actúa en calidad de
autoridad para procesar y sentenciar el litigio.13
11
Cfr. Trujillo, Isabel, Imparcialidad, op. cit., pp. 338-340.
12
Ibidem., pp. 341-345.
13
Cfr. Alvarado Belloso, Adolfo, “La Imparcialidad Judicial y la Función del Juez en el
Proceso Civil”, Resumen de la conferencia a pronunciar en el Congreso Nacional de Derecho Procesal “Homenaje al Doctor Román J. Duque Corredor” en el Centro Insular de Estudios de Derecho por Lamar, 18 de abril de 2008.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
A imparcialidade se apresenta, assim, como uma exigência aos
poderes públicos, com um sentido de controle do poder político,
razão pela qual sua importância ultrapassa o aspecto metodológico
e se conecta com o tema do exercício do poder e os encargos que
este deve realizar.
A seguir, se procederá à análise das principais concepções da
imparcialidade derivadas de suas características diferenciadoras.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
La imparcialidad se presenta así, como una exigencia a los poderes públicos con un sentido de control del poder político, por lo
cual, su importancia rebasa el aspecto metodológico y se conecta
con el tema del ejercicio del poder y los cometidos que éste debe
realizar.
En lo que sigue, se procederá al análisis de las principales concepciones de la imparcialidad, derivadas de sus características
distintivas.
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Capítulo II
A imparcialidade como
desinteresse subjetivo
Essa é a concepção de imparcialidade mais conhecida. Identifica a
imparcialidade como desinteresse subjetivo do julgador. Diz-se que
o juiz imparcial é quem não tem interesse no resultado no pleito, por
isso não pode administrar justiça além do interesse das próprias
partes em litígio.14 Entende-se o anterior porque a imparcialidade
é uma garantia processual derivada da jurisdição, que coloca o juiz
como terceiro no processo, cuja obrigação é resolver o conflito a
partir dos motivos que o direito lhe proporciona.
Juan Montero Aroca distingue o desinteresse objetivo do
desinteresse subjetivo. O primeiro se refere à jurisdição; o
segundo, à imparcialidade, nos casos submetidos à decisão do juiz.
14
Vid. Soulier, Alejandro, “La imparcialidad del juez no es un atributo inherente a su
persona sino un desafío cotidiano en su deber de procesar y juzgar”, Ponencia presentada
al Concurso de Jóvenes Abogados del XXI, Encuentro Panamericano de Derecho Procesal.
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Capítulo II
La imparcialidad como
desinterés subjetivo
Esta es la concepción de imparcialidad que más se conoce. Identifica la
imparcialidad como desinterés subjetivo del juzgador. Se dice que
el Juez imparcial es aquél que no tiene un interés en el resultado del
pleito, por lo cual no puede administrar justicia más allá del interés
de las propias partes en litigio.14 Lo anterior se entiende porque la
imparcialidad es una garantía procesal derivada de la jurisdicción
que coloca al Juez como tercero en el proceso, cuya obligación es
resolver el conflicto desde las razones que le suministra el derecho.
Juan Montero Aroca, distingue el desinterés objetivo del desinterés subjetivo. El primero se refiere a la jurisdicción; el segundo a la
imparcialidad en los casos que se le someten a la decisión del Juez.
14
Vid. Soulier, Alejandro, “La imparcialidad del juez no es un atributo inherente a su
persona sino un desafío cotidiano en su deber de procesar y juzgar”, Ponencia presentada
al Concurso de Jóvenes Abogados del XXI, Encuentro Panamericano de Derecho Procesal.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
Diferentemente da administração, que julga sobre assuntos próprios
(autotutela), a jurisdição aplica o direito objetivo em assuntos de
outros, por isso está objetivamente desinteressada dos assuntos
sobre os quais decide. Assim, o desinteresse objetivo da jurisdição e
o interesse objetivo da administração não atendem ao juiz ou ao
funcionário conhecedor de um assunto determinado, senão que se
referem à função que exercem. Em troca, a imparcialidade como
desinteresse subjetivo atende ao juiz como pessoa.15
Luigi Ferrajoli indica que a jurisdição é uma atividade cognoscitiva
que inclui elementos de decisão e de valor. Expõe também, dentro
do sistema de estrita legalidade, que a jurisdição é a aplicação da lei
a uma hipótese típica, no sentido de ser mediada pelo cometimento
de um fato de caráter cognoscitivo, implicando em uma estrutura do
argumento judicial diferente de qualquer outro argumento jurídico,
ainda com todas as limitações do silogismo prático e do conceito de
verdade processual, razão pela qual considera que a validade do
pronunciamento judicial é condicionada pela verdade pelo menos
aproximativa de sua motivação. Em consequência, indica o
citado autor, a atividade jurisdicional, como todas as atividades
cognoscitivas, não está dirigida à satisfação de interesses
pré-constituídos16. Indica Ferrajoli que os juízes, pelo contrário, não
perseguem nenhum interesse prejudicial, mas só a averiguação
da verdade em cada causa que conhecem depois de um juízo
contraditório entre sujeitos com interesses em conflito. Para esse
15
Cfr. Montero, Juan, Sobre la imparcialidad del juez y la incompatibilidad de las funciones
procesales, Tirant Lo Blanch Alternativa, Valencia, 1999, p. 184-186.
16
Cfr. Ferrajoli, Luigi, Derecho y razón. Teoría del garantismo penal, Trotta, Madrid, 2005,
pp. 578 -579.
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35
Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
A diferencia de la administración que juzga sobre asuntos propios
(autotutela), la jurisdicción actúa el derecho objetivo en asuntos de
otros, por lo cual está desinteresada objetivamente de los asuntos
que decide. Así, el desinterés objetivo de la jurisdicción y el interés
objetivo de la administración no atienden al Juez o al funcionario
que conoce de un asunto determinado sino que se refieren a la función misma que ejercen. En cambio, la imparcialidad, como desinterés subjetivo atiende ya al Juez como persona.15
Señala Luigi Ferrajoli, que la jurisdicción es una actividad cognos­
citiva que incluye elementos decisionales y valorativos. Asimismo,
expone que dentro del sistema de estricta legalidad la jurisdicción es
una aplicación de la ley a un supuesto típico, en el sentido de que
está mediada por la comisión de un hecho que tiene carácter cognoscitivo, lo que implica una estructura del razonamiento judicial
diversa al de cualquier otro razonamiento jurídico, aun con todas las
limitaciones del silogismo práctico y del concepto de verdad procesal, por lo que considera que la validez del pronunciamiento judicial
está condicionada por la verdad, cuando menos aproximativa de su
motivación. En consecuencia, indica dicho autor, la actividad jurisdiccional, como todas las actividades cognoscitivas, no está dirigida
a la satisfacción de intereses preconstituidos.16 Los Jueces, por el
contrario, indica Ferrajoli, no persiguen ningún interés prejudicial
sino sólo la averiguación de la verdad en cada causa que conocen
después de un juicio contradictorio entre sujetos portadores de
15
Cfr. Montero, Juan, Sobre la imparcialidad del juez y la incompatibilidad de las funciones
procesales, Tirant Lo Blanch Alternativa, Valencia, 1999, p. 184-186.
16
Cfr. Ferrajoli, Luigi, Derecho y razón. Teoría del garantismo penal, Trotta, Madrid, 2005,
pp. 578 -579.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
autor a imparcialidade tem sua justificativa ético-política em dois
valores: a busca da verdade e a tutela dos direitos fundamentais.
A esse respeito, indica que o juiz não deve ter nenhum interesse,
geral ou particular, em uma ou outra solução da controvérsia que
for chamado a resolver, sendo sua função a de decidir qual delas
é verdadeira e qual é falsa. Tampouco é um sujeito “representativo”,
já que nenhum interesse ou vontade que não seja a tutela dos
direitos subjetivos lesados deve condicionar seu juízo, nem mesmo
o interesse da maioria.17
O juiz não pode ter interesse direto ou indireto no resultado
do juízo, porque perderia sua condição de imparcial e tenderia a
favorecer uma das partes em detrimento da outra. A imparcialidade,
diz Miguel Herrera Figueroa, é desinteresse ante as partes,
tratamento sem favoritismos. O princípio de imparcialidade, em sua
opinião, é prévio a qualquer outro e garante os outros argumentos
reitores que guiam o processo judicial.18
A concepção da imparcialidade como ausência de interesse
subjetivo está implícita no artigo 10 do CIEJ, quando indica que o juiz
imparcial é aquele que persegue com objetividade e com fundamento
na prova a verdade dos fatos. Assim é possível constatar a ideia de
Ferrajoli da atividade jurisdicional como atividade cognoscitiva,
que inclui elementos valorativos e decisórios, já que existe evidente
atividade epistemológica para conhecer os fatos e decidir de acordo
com sua prova no processo.
17
Cfr. Ibidem, pp. 579-580.
18
Cfr. Herrera Figueroa, Miguel, “Imparcialidad”, op. cit., p. 970.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
intereses en conflicto. Para dicho autor la imparcialidad tiene su justificación ético-política en dos valores: la búsqueda de la verdad y
la tutela de los derechos fundamentales. Al respecto, señala que el
Juez no debe tener ningún interés, ni general ni particular, en una u
otra solución de la controversia que está llamado a resolver, al ser su
función la de decidir cuál de ellas es verdadera y cuál falsa. Tampoco
es un sujeto “representativo” puesto que ningún interés o voluntad
que no sea la tutela de los derechos subjetivos lesionados debe condicionar su juicio, ni siquiera el interés de la mayoría.17
El Juez no puede tener un interés directo o indirecto en el resul­
tado del juicio, porque perdería su condición de imparcial y tendería
a favorecer a una de las partes, con detrimento de la otra. La imparcialidad, dice Miguel Herrera Figueroa, es desinterés frente a las
partes, trato sin favoritismos. El principio de imparcialidad, en su opi­
nión, es previo a cualquiera otro y garantiza los otros razonamientos rectores que guían el proceso judicial.18
La concepción de la imparcialidad como ausencia de interés subjetivo se encuentra implícita en el artículo 10 del CIEJ, cuando señala
que es Juez imparcial el que persigue con objetividad y con fundamen­
to en la prueba la verdad de los hechos. Aquí se puede constatar la
idea de Ferrajoli de la actividad jurisdiccional como una actividad
cognoscitiva que incluye elementos valorativos y decisionales, puesto que existe una evidente actividad epistemológica para conocer
los hechos y decidir conforme a su prueba en el proceso.
17
Cfr. Ibidem, pp. 579-580.
18
Cfr. Herrera Figueroa, Miguel, “Imparcialidad”, op. cit., p. 970.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
Esse sentido da imparcialidade tem indiscutível dimensão ética,
pois constitui o ponto de encontro do juiz com seu dever moral de
decidir de acordo com a verdade provada em juízo.
Podemos também observar a ideia do desinteresse subjetivo no
mesmo artigo 10 do CIEJ, ao dispor que o juiz deve evitar qualquer
tipo de comportamento que possa refletir favoritismo ou
predisposição. Da mesma forma, o artigo 14 do CIEJ se orienta a
evitar que surja interesse subjetivo do julgador ao proibir que
receba presentes ou benefícios injustificados. No mesmo sentido
se deve entender o artigo 15 do CIEJ, pois recomenda que o juiz
deva procurar não ter reuniões com uma das partes ou seus
advogados em sua sala ou fora dela, fato que a contraparte ou
seus advogados podem considerar razoavelmente injustificado.
Explica-se o anterior porque essas reuniões podem proporcionar a
uma das partes vantagens não derivadas do devido processo,
afetando sua transparência, implicando desconhecimento do
princípio de contradição e sendo comumente usadas para persuadir
o juiz para que decida a favor do interessado, com os amparados
argumentos ad misericordiam e ad hominen, usados para implorar
justiça por motivos que não provêm do direito, como o são a
misericórdia e o descrédito da contraparte.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
Este sentido de la imparcialidad tiene una indiscutible dimensión
ética, pues constituye el punto de encuentro del Juez con su deber
moral de resolver de acuerdo con la verdad probada en el juicio.
También podemos advertir la idea del desinterés subjetivo en el
mismo artículo 10 del CIEJ, cuando dispone que el Juez debe evitar
todo tipo de comportamiento que pueda reflejar favoritismo o predisposición. De igual forma, el artículo 14 del CIEJ se encuentra orien­
tado a evitar que surja un interés subjetivo del juzgador prohibir
que reciba regalos o beneficios injustificados. En el mismo sentido
debemos entender el artículo 15 del CIEJ, al disponer que el Juez debe
pro­curar no mantener reuniones con una de las partes o sus abo­
gados, en su despacho o fuera del mismo, y que la contraparte o sus
abogados pueden razonablemente considerar injustificadas. Lo anterior se explica porque estas reuniones pueden proporcionar a una
de las partes ventajas que no derivan del debido proceso, que afectan su transparencia, implican desconocimiento al principio de contradicción y suelen utilizarse para persuadir al Juez para que resuelva
a favor del interesado, con los socorridos argumentos ad misericor­
diam y ad hominem, que se usan para implorar justicia por razones
que no provienen del derecho, como lo son la misericordia y el desa­
creditamiento de la contraparte.
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Capítulo III
A imparcialidade como
igualdade e não discriminação
Atienza diz que a expressão “igualdade” na linguagem jurídica,
política e ética tem uma ampla gama de significados. É reconhecida
como valor superior do ordenamento jurídico espanhol, razão pela
qual a igualdade dos espanhóis é reconhecida perante a lei, sem que
possa prevalecer qualquer discriminação. O citado autor acrescenta
que, no âmbito da cultura ocidental, a ideia de justiça veio sempre
unida à de igualdade.19
Morón Alcain assinala que a igualdade é um direito humano
que representa uma conquista insuperável contra os absurdos e
presunçosos racismos, separações de classes sociais e xenofobias
nacionalistas. A igualdade responde a razões ontológicas, porque,
19
Cfr. Atienza, Manuel, Introducción al derecho, Fontamara, Doctrina Jurídica Contempo­
ránea, número 2, México, 1998, pp. 92 y 93.
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Capítulo III
La imparcialidad como
igualdad y no discriminación
Dice Atienza que la expresión “igualdad” tiene en el lenguaje jurí­
dico, político y ético, una amplia gama de significados. Está reconocida como valor superior del ordenamiento jurídico español, por lo
que se reconoce la igualdad de los españoles ante la ley, sin que pueda prevalecer discriminación alguna. Añade el citado autor que en el
marco de la cultura occidental la idea de justicia ha ido casi siempre
unida a la de la igualdad.19
Señala Morón Alcain que la igualdad es un derecho humano que
representa una conquista insuperable contra las absurdos y presuntuosos racismos, separaciones de clases sociales y xenofobias nacionalistas. La igualdad responde a razones ontológicas, porque en
19
Cfr. Atienza, Manuel, Introducción al derecho, Fontamara, Doctrina Jurídica Contempo­
ránea, número 2, México, 1998, pp. 92 y 93.
41
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42
As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
no fundo, todos os seres humanos participam substancialmente e
de forma idêntica de uma mesma realidade.20
O tratamento igualitário às partes e a não discriminação durante
o desenvolvimento da função jurisdicional constituem, de acordo
com o artigo 9º da CIEJ, o fundamento da imparcialidade. Trata-se
do mesmo dever imposto ao legislador, isto é, de dar tratamento
igual e não discriminatório aos destinatários da norma jurídica, só
que agora aplicado ao processo, por guardar estreita relação com
o conceito de justiça procedimental.
Dizer que o tratamento igualitário e não discriminatório é o
fundamento da imparcialidade deve ser entendido no sentido de
que a igualdade e a não discriminação são os princípios nos quais
se sustenta a imparcialidade, porque é a partir do tratamento
igualitário e não discriminatório que a imparcialidade se manifesta
e que, por sua vez, é um instrumento para atingir a igualdade.
Portanto, a imparcialidade não é o mesmo que a igualdade, mas
são dois princípios éticos e jurídicos, de valor distintivo, que se
complementam em ordem para um fim dentro do processo, que é
a justiça, como fundamento último da imparcialidade. Uma acepção
da palavra “fundamento” se refere à causa, no sentido de razão
de ser, isto é, sua necessidade racional, de origem aristotélica; a
causa-razão é um conceito deontológico que expressa a necessidade
própria do ser enquanto substância.21 Neste sentido, o fundamento
20
Cfr. Morón, Eduardo, El ser, el hombre y la razón como fundamentos de la moral y el dere­
cho, Alveroni Ediciones, Argentina, 2006, pp. 70.
21
Vid. Abbagnano, Nicola, Diccionario de filosofía, cuarta edición, 2a. reimp., Fondo de
Cultura Económica, México, 2008, pp. 519-520.
Serie Monografias Premiadas 3.indb 42
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43
Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
el fondo, todos los seres humanos participan sustancialmente y de
idéntica manera de una misma realidad.20
El trato igualitario a las partes y la no discriminación durante el
desarrollo de la función jurisdiccional constituyen, de acuerdo con
el artículo 9° del CIEJ, el fundamento de la imparcialidad. Se trata del
mismo deber impuesto al legislador, de dar un trato igual y no dis­
criminatorio a los destinatarios de la norma jurídica, sólo que ahora
proyectado al proceso, por lo que guarda estrecha relación con el
concepto de justicia procedimental.
Decir que el trato igualitario y no discriminatorio son el fundamento de la imparcialidad, se debe entender en el sentido de que la
igualdad y la no discriminación constituyen los principios en que se
sustenta la imparcialidad, porque es a partir del trato igualitario y
no discriminatorio como se manifiesta la imparcialidad, que a su
vez, es un instrumento para lograr la igualdad. Por tanto, la imparcialidad no es lo mismo que la igualdad, sino que se trata de dos
principios éticos y jurídicos, de distintivo valor, que se complementan en orden a un fin dentro del proceso, que es la justicia, como
fundamento último de la imparcialidad. Una acepción de la palabra
“fundamento” se refiere a la causa, en el sentido de razón de ser, esto
es, su necesidad racional, de origen aristotélico; la causa-razón es un
concepto deontológico que expresa la necesidad propia del ser en cuan­
to a sustancia.21 En este sentido, el fundamento de la impar­cialidad
20
Cfr. Morón, Eduardo, El ser, el hombre y la razón como fundamentos de la moral y el dere­
cho, Alveroni Ediciones, Argentina, 2006, pp. 70.
21
Vid. Abbagnano, Nicola, Diccionario de filosofía, cuarta edición, 2a. reimp., Fondo de
Cultura Económica, México, 2008, pp. 519-520.
Serie Monografias Premiadas 3.indb 43
18/11/2010 12:35:36 p.m.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
da imparcialidade se encontraria na ética normativa que, de acordo
com Eduardo Durán, constitui um nível de reflexão que busca
fundamentar os enunciados da moral vigente. Neste nível, o sujeito
se questiona sobre por que deve fazer algo ou evitá-lo. A pergunta
chave aqui é: Por que devo (ou não devo) fazer X?22 Portanto, de
acordo com a ética normativa, a pergunta que o juiz deve formular
é a seguinte: Por que devo ser imparcial? A resposta a esta pergunta
conduzirá ao fundamento da imparcialidade na visão aristotélica,
no sentido de razão de ser ou necessidade racional.
Existe uma pergunta complementar que pode servir para
encontrar o fundamento da imparcialidade, no sentido citado que
é: Para que os juízes devem ser imparciais? Trata-se de saber quais
são os fins de uma atuação imparcial do julgador. Teríamos então
um binômio causal-teleológico. A resposta às duas perguntas está
na justiça, entendida como o bem específico que se pretende
obter no processo. A causa e o fim da imparcialidade são a solução
justa e equitativa da controvérsia. O anterior é congruente com
o artigo 35 do CIEJ, que assinala: “O fim último da atividade
judicial é realizar a justiça por meio do direito”.
A imparcialidade, em seu sentido de igualdade, manifesta se
como garantia processual. Couture diz que o desenvolvimento
processual do princípio de igualdade é o da igualdade das partes
no processo. Sustém que enquanto for possível, dentro das
necessidades técnicas do debate, a lei processual primeiro e o juiz
22
Cfr. Durán, Eduardo, “Para una fundamentación de la ética judicial”, Revista del Insti­
tuto de la Judicatura Federal, Escuela Judicial, núm. 12, México, 2002, p. 102.
Serie Monografias Premiadas 3.indb 44
18/11/2010 12:35:36 p.m.
45
Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
se encontraría en la ética normativa, que de acuerdo con Eduardo
Durán, constituye un nivel de reflexión que busca fundamentar los
enunciados de la moral vigente. En este nivel, el sujeto se cuestiona
acerca del por qué debe hacer algo o evitarlo. La pregunta clave aquí
es: ¿Por qué debo (o no debo) hacer X?.22 Por tanto, conforme a la ética
normativa, la pregunta que se debe formular el Juez, es la siguien­te:
¿Por qué debo ser imparcial? La respuesta a esta interrogan­te conducirá al fundamento de la imparcialidad en la visión aristotélica, en
el sentido de razón de ser o necesidad racional.
Existe una pregunta complementaria que puede servir para encontrar el fundamento de la imparcialidad, en el referido sentido, y
es: ¿Para qué los Jueces deben ser imparciales? Se trata de saber
cuáles son los fines de una actuación imparcial del juzgador.
Tendríamos entonces un binomio causal-teleológico. La respuesta
a las dos preguntas, se encuentra en la justicia, entendida como el
bien específico que se pretende obtener en el proceso. La causa y
el fin de la imparcialidad es la solución justa y equitativa de la controversia. Lo anterior es congruente con el artículo 35 del CIEJ, que
señala: “El fin último de la actividad judicial es realizar la justicia por
medio del derecho”.
La imparcialidad en su sentido de igualdad, se manifiesta como
una garantía procesal. Señala Couture que el desenvolvimiento procesal del principio de igualdad, es el de la igualdad de las partes en el
proceso. Sostiene que mientras sea posible dentro de las necesidades
22
Cfr. Durán, Eduardo, “Para una fundamentación de la ética judicial”, Revista del Insti­
tuto de la Judicatura Federal, Escuela Judicial, núm. 12, México, 2002, p. 102.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
depois, devem propender a que o autor e o demandado atuem no
processo no plano de igualdade. Na etapa de conhecimento, essa
igualdade deve consistir em dar a ambos os contendedores
possibilidades análogas de expressão e de prova e, na execução, dar
meios de defesa para evitar a ruinosa execução dos bens do
devedor.23
Devis Echandía deduz duas consequências da igualdade das
partes perante a lei processual e no processo: 1) De, no decorrer
do processo, as partes gozarem de oportunidades iguais para sua
defesa, o que se fundamenta na máxima audiatur es altera pars,...
2) De não serem aceitáveis os processos privilegiados, pelo menos
em relação à raça, à fortuna ou ao nascimento das partes.24
Vista a imparcialidade do ponto de vista de igualdade processual,
surge uma relação necessária com o conceito do devido processo.
Alvarado Belloso explica que este conceito deriva da 14a. emenda
da Constituição americana como garantia para os processados.
Tal autor indica também que o devido processo pressupõe o pleno
direito à jurisdição, o acesso ao tribunal, a plena audiência, a
obtenção de um processo público, eficaz e também pressupõe que
a sentença seja proferida por um juiz objetivo de forma completa,
legítima, lógica, motivada e congruente.25
23
Cfr. Couture, Eduardo J. Estudios, ensayos y lecciones de derecho procesal civil, vol. 2.,
Editorial Jurídica Universitaria, pp. 18-19.
24
Cfr. Devis Echandía, Hernando, Teoría General del Proceso, Editorial Universidad,
Buenos Aires, 1997, pp. 56-57.
25
Cfr. Alvarado Belloso, Adolfo, “El debido proceso”, Justicia y Sociedad, UNAM,
México, 1994, pp. 547-550.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
técnicas del debate, la ley procesal primero, y el Juez luego, deben
propender a que el actor y demandado actúen en el proceso en el
plano de igualdad. En la etapa de conocimiento, esa igualdad debe
consistir en dar a ambos contendientes análogas posibilidades de
expresión y de prueba, y en la de ejecución, medios de defensa para
evitar la ruinosa realización de los bienes del deudor.23
Devis Echandía deduce dos consecuencias de la igualdad de las
partes ante la ley procesal y en el proceso: 1) Que en el curso del
proceso las partes gozan de iguales oportunidades para su defensa,
lo cual tiene fundamento en la máxima audiatur es altera pars,…
2) Que no son aceptables los procedimientos privilegiados, al menos en relación con raza, fortuna o nacimiento de las partes.24
Vista la imparcialidad desde la perspectiva de una igualdad
procesal, surge una relación necesaria con el concepto de debido proceso. Explica Alvarado Belloso que este concepto deriva de
la 14a. enmienda a la Constitución americana, como garantía para
los procesados. Asimismo, señala dicho autor que el debido proceso supone el pleno derecho a la jurisdicción, el acceso al tribunal, la
plena audiencia, la obtención de un procedimiento público, eficaz,
y también supone que la sentencia sea dictada por un Juez objetivo en forma completa, legítima, lógica, motivada y congruente.25
23
Cfr. Couture, Eduardo J. Estudios, ensayos y lecciones de derecho procesal civil, vol. 2.,
Editorial Jurídica Universitaria, pp. 18-19.
24
Cfr. Devis Echandía, Hernando, Teoría General del Proceso, Editorial Universidad,
Buenos Aires, 1997, pp. 56-57.
25
Cfr. Alvarado Belloso, Adolfo, “El debido proceso”, Justicia y Sociedad, UNAM,
México, 1994, pp. 547-550.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
A imparcialidade aparece então como uma subgarantia que
opera dentro da jurisdição e que é desenvolvida pelo juiz em todas
suas etapas. O juiz deve manter-se neutro perante as posições
antagônicas das partes e agir com imparcialidade quando deve
tomar decisões.
De acordo com o “garantismo” processual, explica Ricardo
Lorenzetti, para atingir um resultado justo, as regras do processo
devem ser respeitadas e não alteradas pelo juiz. Lorenzetti diz,
citando Alvarado Belloso, que o conflito se manifesta como uma
relação horizontal, entre duas partes que devem argumentar e
provar assumindo seu próprio risco; o juiz é um terceiro imparcial
que não deve substituir os argumentos, ordenar provas que as
partes não produziram, ou avançar em medidas que desequilibrem
as posições no processo.26
Não obstante, haverá ocasiões em que o juiz não poderá atuar
com imparcialidade, ainda que respeite as exigências do devido
processo legal. Isto pode acontecer quando o legislador não cumpre
o princípio de neutralidade e regula as relações processuais de uma
forma que conduzem à parcialidade. Um exemplo pode ser encontrado
em todos os casos em que o legislador estabelece a presunção
do cometimento de um delito, como ocorre com as disposições do
artigo 103 do Código Fiscal da Federação que, no conducente, diz:
Artigo 103. Presume-se o cometimento do delito de contrabando
quando:
26
Cfr. Lorenzetti, Ricardo L., Teoría de la decisión judicial. Fundamentos de derecho, 1a. ed.,
Rubinzal-Culzoni Editores, Santa Fe, 2006, p. 158.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
La imparcialidad aparece entonces como una subgarantía que
opera dentro de la jurisdicción y que se desarrolla por el Juez en todas sus etapas. El Juez debe mantenerse neutral ante las posiciones
antagónicas de las partes y proceder con imparcialidad cuando deba
tomar decisiones.
De acuerdo con el “garantismo” procesal, explica Ricardo Lorenzetti, las reglas del proceso deben ser respetadas y no modificadas
por el Juez para lograr un resultado justo. El conflicto se manifiesta
como una relación horizontal, dice Lorenzetti, citando a Alvarado
Belloso, entre dos partes que deben argumentar y probar a su riesgo; el Juez es un tercero imparcial que no debe sustituir los argumentos, ni ordenar pruebas que no produjeron las partes, ni avanzar en
medidas que desequilibren las posiciones en el proceso.26
No obstante, habrá ocasiones en que el Juez no pueda actuar con
imparcialidad, aún respetando los requerimientos del debido proceso legal. Esto puede ocurrir cuando el legislador no observa el prin­
cipio de neutralidad y regula las relaciones procesales de una forma
que conducen a la parcialidad. Un ejemplo se puede encontrar en
todos aquellos casos en los que el legislador establece la presunción
de haberse cometido un delito, como ocurre con lo dispuesto por el
artículo 103, del Código Fiscal de la Federación, que en lo conducente expone:
Artículo 103. Se presume cometido el delito de contrabando
cuando:
26
Cfr. Lorenzetti, Ricardo L., Teoría de la decisión judicial. Fundamentos de derecho, 1a. ed.,
Rubinzal-Culzoni Editores, Santa Fe, 2006, p. 158.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
Mercadorias estrangeiras são descobertas sem a documentação
alfandegária que comprove que aquelas foram submetidas aos
trâmites previstos na lei para sua entrada no território nacional
ou para sua internação na faixa ou região fronteiriça do restante
do país.
Veículos estrangeiros são encontrados fora de uma zona de
vinte quilômetros..., sem a documentação citada no item
anterior...
Quando o legislador presume o cometimento do delito de
contrabando, que é um delito intencional, implicitamente presume
a culpabilidade da pessoa que tem em seu poder as mercadorias
ou o veículo citados nos itens transcritos, o que é uma contravenção ao
princípio de presunção de inocência, de acordo com o qual se deve
considerar inocente qualquer acusado, enquanto sua culpabilidade
não for evidenciada. Portanto, se o legislador presume o cometimento
de um delito, incorre em violação do princípio de presunção de
inocência e introduz em uma norma substancial, como o é a que
define o delito, uma norma procedimental, violando assim o princípio
de estrita legalidade ou taxatividade em assunto penal, que impõe ao
legislador o dever de descrever com precisão a conduta que proíbe e
a forma que a sanciona.
É óbvio que perante uma norma carente de neutralidade, o juiz
não pode ser imparcial. A violação do princípio de presunção de
inocência e a introdução de uma norma procedimental são evidentes,
já que a principal consequência da presunção do cometimento de
um delito, é lançar o ônus da prova ao imputado, revertendo o ônus
que corresponde ao Estado, derivado do princípio de presunção de
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
I. Se descubran mercancías extranjeras sin la documentación
aduanera que acredite que las mercancías se sometieron a los
trámites previstos en la ley aduanera para su introducción al te­
rritorio nacional o para su internación de la franja o región fron­
teriza del resto del país.
II. Se encuentren vehículos extranjeros fuera de una zona de
veinte kilómetros…, sin la documentación a que se refiere la frac­
ción anterior…
Cuando el legislador presume la comisión del delito de contraban­
do, el cual es un delito intencional, implícitamente está presumiendo
la culpabilidad de la persona que tenga en su poder las mercancías
o el vehículo a que se refieren las fracciones transcritas, lo cual contra­
viene el principio de presunción de inocencia, conforme al cual debe
tenerse por inocente a todo acusado, en tanto no se demuestre su
culpabilidad. Por tanto, si el legislador presume la comisión de un delito, comete una violación al principio de presunción de inocencia e
introduce en una norma sustancial, como lo es aquella que define el
delito, una norma procedimental, con lo que también viola el principio de estricta legalidad o taxatividad en materia penal, que impone
al legislador el deber de describir con precisión la conducta que prohí­
be y la forma que la sanciona.
Es claro que ante una norma carente de neutralidad, el Juez no
puede ser imparcial. La violación al principio de presunción de inocencia y la introducción de una norma procedimental son evidentes,
puesto que la principal consecuencia de la presunción de que un
delito se cometió, es arrojar la carga de la prueba al imputado, revirtiendo la carga que le corresponde al Estado, derivada del principio
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
inocência. A consequência é a imposição ao imputado do ônus de
provar sua inocência, já que deve provar os fatos que permitam
destruir a presunção de delito consumado, a qual guarda una falácia,
que pode ser reduzida ao absurdo, posto que é uma contravenção
ao princípio lógico de contradição: uma coisa não pode ser e
não ser ao mesmo tempo, posto que, se como determinado pela
SCJN se presume a inocência do acusado27, não se pode presumir
a consumação de um delito já que isto conduz à presunção
da culpabilidade. Situações como a exposta vinculam o tema da
imparcialidade com a obediência ao direito, que será examinada
posteriormente.
Ainda com as limitações que o juiz possa ter na aplicação do
direito em virtude de leis que podem apresentar problemas
de inconstitucionalidade, a concepção igualitária da imparcialidade
representa uma garantia processual para as partes, a fim de que resolva
o conflito um julgador que ofereça tratamento igualitário, no âmbito
do devido processo legal.
A concepção igualitária da imparcialidade encontra forte
expressão no artigo 9° da CIEJ, que estabelece como fundamento
da imparcialidade o direito dos cidadãos a serem tratados com
igualdade e a não serem discriminados no desenvolvimento da
função jurisdicional.
O artigo 10 do CIEJ incorpora também a idéia da imparcialidade
como igualdade ao estabelecer a regra de o juiz imparcial dever manter
27
Semanario Judicial de la Federación y su Gaceta, Tomo XVI, agosto de 2002, Tesis
P. XXXV/2002, p. 14.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
de presunción de inocencia. La consecuencia es que se le impone al
imputado la carga de probar su inocencia, ya que debe probar los
hechos que permitan destruir la presunción de delito consumado, la
cual encierra una falacia, que puede ser reducida al absurdo, puesto
que contraviene el principio lógico de contradicción: una cosa no
puede ser y no ser al mismo tiempo, puesto que, si como lo determinó
la SCJN se presume la inocencia del acusado,27 no se puede presumir la consumación de un delito, en tanto que eso conduce a la presunción de culpabilidad. Situaciones como la expuesta conectan el
tema de la imparcialidad con la obediencia al derecho, que se examinará posteriormente.
Aun con las limitaciones que puede tener el Juez en la aplicación
del derecho con motivo de leyes que pueden presentar problemas de
inconstitucionalidad, la concepción igualitaria de la imparcialidad,
representa una garantía procesal para las partes a fin de que el conflicto lo resuelva un juzgador que les brinde un trato igualitario, en el
marco del debido proceso legal.
La concepción igualitaria de la imparcialidad encuentra una
fuer­te expresión en el artículo 9° del CIEJ, que establece como fun­
damen­to de la imparcialidad el derecho de los justiciables a ser
tratados por igual y a no ser discriminados en el desarrollo de la
función jurisdiccional.
El artículo 10 del CIEJ, incorpora también la idea de la imparcialidad como igualdad al establecer la regla de que el Juez imparcial debe
27
Semanario Judicial de la Federación y su Gaceta, Tomo XVI, agosto de 2002, Tesis
P. XXXV/2002, p. 14.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
ao longo de todo o processo uma distância equivalente com as partes
e com seus advogados, e evitar qualquer tipo de comportamento que
possa refletir favoritismo, predisposição ou preconceito.
Este sentido de imparcialidade também está previsto na regra
do artigo 13 do CIEJ referente a que o juiz deve evitar qualquer
aparência de tratamento preferencial ou especial com os advogados
e com os cidadãos, oriunda de sua conduta ou da de outros
integrantes do gabinete judicial.
É importante destacar que a igualdade processual não é absoluta,
já que existem diferenças sociais, culturais, econômicas e de
outra natureza que justificam um tratamento diferenciado, que está
reconhecido pelo direito por meio de diversos institutos, entre os quais
cabe citar a suplência do erro, a da queixa deficiente, a da defesa, cujo
objeto é igualar as partes no processo. Outros casos de desigualdade
de tratamento provêm da importância dos bens tutelados, como
ocorre no direito penal e na justiça para adolescentes. Trata-se de um
regime de desigualdade processual por diferenciação, que está
justificada pelo direito e pré-determinada pelo constituinte ou pelo
legislador. É importante que o juiz imparcial conheça esse regime
diferenciado, que geralmente se manifesta na suplência de
agravos, como ocorre em matéria penal por disposição do artigo
364 do Código Federal de Processos Penais, que opera em favor do
processado e de seu defensor; na questão agrária procede suprir a
deficiência da queixa dos núcleos de população ejidal [N. do T.: campo
comunitário de uma povoação, situado em seus arredores, onde se
estabelecem hortas e se reúne o gado; México: propriedade coletiva] ou
comunal, ejidatarios ou comuneros [N. do T.: pessoa que participa de uma
associação de bens ou direitos], conforme o artigo 164 da Lei Agrária.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
mantener a lo largo de todo el proceso una equivalente distancia
con las partes y con sus abogados, y evitar todo tipo de compor­
tamiento que pueda reflejar favoritismo, predisposición o prejuicio.
Igualmente se recoge este sentido de imparcialidad en la regla
contenida en el artículo 13 del CIEJ, relativa a que el Juez debe evitar
toda apariencia de trato preferencial o especial con los abogados y
con los justiciables, proveniente de su conducta o la de otros integrantes de la oficina judicial.
Es importante destacar que la igualdad procesal no es absoluta,
puesto que existen diferencias sociales, culturales, económicas y de
otra índole, que justifican un trato diferenciado, que se encuentra
reconocido por el derecho a través de diversos institutos, entre los
cuales cabe citar la suplencia del error, la de la queja deficiente, la de
la defensa, que tienen por objeto igualar a las partes en el proceso.
En otros casos la desigualdad de trato proviene de la importancia de
los bienes tutelados, como ocurre en el derecho penal, y en la justicia
para adolescentes. Se trata de un régimen de una desigualdad
procesal por diferenciación, que se encuentra justificada desde el
derecho y predeterminada por el Constituyente o por el legislador.
Es importante que el Juez imparcial conozca este régimen dife­ren­
ciado, el cual generalmente se manifiesta en la suplencia de agravios, como ocurre en materia penal, por disposición del artículo 364
del Código Federal de Procedimientos Penales, que opera a favor del
procesado y su defensor; en materia agraria, procede suplir la de­fi­
ciencia de la queja de los núcleos de población ejidal o comunal,
ejidatarios o comuneros, conforme al artículo 164 de la Ley Agraria.
Asimismo, se manifiesta a través de directivas de interpretación, como
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
Manifesta-se também por meio de diretrizes de interpretação,
como ocorre em matéria penal com os princípios in favor rei e in dubio
pro reoe, em matéria trabalhista, com o princípio in dubio pro operario
que consagra o artigo 18 da Lei Federal do Trabalho.
A imparcialidade é também uma ferramenta para construir, a
partir da igualdade, os acordos em matéria de justiça. Convém
lembrar a esse respeito, que a imparcialidade, em sua vertente
de igualdade, não pode só ser contemplada como igualdade de
tratamento procedimental, mas também na decisão de casos,
quer dizer, que o juiz imparcial, perante casos iguais, deve adotar
o mesmo critério. Como indicado por Peces-Barba, citando o
Tribunal Constitucional Espanhol, um mesmo órgão não pode
modificar arbitrariamente o sentido de suas decisões em casos
substancialmente iguais.28
O tratamento não discriminatório aos cidadãos faz parte do
fundamento da imparcialidade e é outra vertente da concepção
da imparcialidade como igualdade. O juiz deve zelar para que
as partes não sofram discriminação. Aharón Barak considera
que as decisões judiciais devem basear-se em considerações que
são externas ao juiz e que inclusive podem entrar em conflito com
suas perspectivas pessoais; que os juízes que têm pontos de vista
religiosos ou seculares sobre a vida não devem impô-los à sociedade
na qual vivem. O juiz deve ser capaz de distinguir entre seus
desejos pessoais e o que é geralmente aceito pela sociedade. Deve
28
Cfr. Peces-Barba, Gregorio, et. al., Curso de derechos fundamentales, teoría general,
Universidad Carlos III, Madrid, 1999, p. 285.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
ocurre en la materia penal con los principios in favor rei e in dubio pro
reo, y en materia laboral con el principio in dubio pro operario que consagra el artículo 18 de la Ley Federal del Trabajo.
La imparcialidad también constituye una herramienta para
cons­­truir desde la igualdad los acuerdos en materia de justicia.
Al respec­to, conviene recordar que la imparcialidad, en su vertiente
de igualdad, no sólo puede contemplarse como una igualdad de
trato procedimental, sino también en cuanto a la decisión de casos,
es decir, que el Juez imparcial, ante casos iguales, debe adoptar el
mismo criterio. Como lo señala Peces-Barba, citando al Tribunal
Constitucional Español, un mismo órgano no puede modificar arbitrariamente el sentido de sus decisiones en casos sustancialmente
iguales.28
El trato no discriminatorio a los justiciables forma parte del fundamento de la imparcialidad, y constituye otra vertiente de la concepción de la imparcialidad como igualdad. El Juez debe velar para
que las partes no sufran discriminación. Considera Aharón Barak que
las decisiones judiciales deben estar basadas en consideraciones
que son externas al Juez y que incluso pueden chocar con sus perspec­
tivas personales; que los Jueces que tienen puntos de vista religiosos
o seculares sobre la vida, no deben imponerlos sobre la sociedad en
que viven. El Juez debe ser capaz de distinguir entre sus deseos personales y lo que es aceptado generalmente en la sociedad. Debe ser
28
Cfr. Peces-Barba, Gregorio, et. al., Curso de derechos fundamentales, teoría general,
Universidad Carlos III, Madrid, 1999, p. 285.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
ser capaz de ver-se a si mesmo de fora, e de analisar, criticar e
controlar-se.29
O tratamento discriminatório está relacionado com os preconceitos,
que podem influir na decisão. Por essa razão, o capítulo III do CEPJF,
em seu ponto três, referente à objetividade, define-a como a atitude
do julgador diante de influências estranhas ao direito, oriundas de si
mesmo, que lhe impõe proferir suas sentenças pelas razões que
o direito lhe proporciona, e não pelas derivadas de seu modo pessoal
de pensar ou de sentir. No mesmo sentido, o artigo 5° do CEPJP,
dispõe: “O Juiz deve respeitar a dignidade de todas as pessoas,
concedendo-lhes tratamento adequado, sem discriminação por
raça, sexo, origem, cultura, condição ou de qualquer outra natureza.
No exercício de suas funções, o Juiz deve superar os preconceitos que
possam incidir negativamente em sua compreensão e avaliação dos fatos,
bem como na interpretação e na aplicação das normas”.
Os preconceitos conduzem à perda de objetividade, o que, por
sua vez, afeta a imparcialidade. Por isso, o juiz deve superar seus
preconceitos, que geralmente provêem de diferenças de ordem
cultural, social, econômico, político, nacional ou simplesmente
diferenças sexuais, que podem comprometer a imparcialidade do
julgador.
São muitos os problemas relacionados com a discriminação,
razão pela qual se poderia atentar para um deles como orientador
29
Cfr. Barak, Aharón, Un Juez reflexiona sobre su labor, el papel de un tribunal constitucional en
una democracia, Suprema Corte de Justicia de la Nación, México, 2008, pp. 42-43.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
capaz de verse a sí mismo desde afuera, y de analizar, criticar y
controlarse.29
El trato discriminatorio está relacionado con los prejuicios, que
pueden influir en la decisión. Por esa razón, el capítulo III, en su punto 3, del CEPJF, relativo a la objetividad, la define como la actitud del
juzgador frente a influencias extrañas al derecho, provenientes de sí
mismo, que le impone emitir sus fallos por las razones que el derecho le suministra, y no por las que se deriven de su modo personal de
pensar o de sentir. En igual sentido, el artículo 5° del CEPJP, dispone:
“El Juez debe respetar la dignidad de toda persona otorgándole un
trato adecuado, sin discriminación por motivos de raza, sexo, origen,
cultura, condición o de cualquier otra índole. En el ejercicio de sus
funciones, el Juez debe superar los prejuicios que pueden incidir de modo
negativo en su comprensión y valoración de los hechos así como en la in­
terpretación y aplicación de las normas.”
Los prejuicios conducen a la pérdida de objetividad, lo que a su
vez afecta la imparcialidad. Por eso el Juez debe vencer sus prejuicios, que generalmente provienen de diferencias de origen cultural,
social, económico, político, nacional, o simplemente diferencias
sexuales, que pueden comprometer la imparcialidad del juzgador.
Son muchos los problemas relacionados con la discriminación,
por lo que se podría enfocar la atención en uno de ellos, como guía
para establecer cómo debe actuar un Juez imparcial. Un problema
29
Cfr. Barak, Aharón, Un Juez reflexiona sobre su labor, el papel de un tribunal constitucional en
una democracia, Suprema Corte de Justicia de la Nación, México, 2008, pp. 42-43.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
para estabelecer como deve agir um juiz imparcial. Um problema
interessante é o da atuação do julgador em uma sociedade
multicultural. Muitos Estados contemporâneos têm fortes
raízes multiculturais. A migração representa fator de multiculturalismo
de impacto mundial. Atualmente, o fenômeno da migração afeta
muitos países da Europa e carrega sérios desafios em muitos
aspectos, incluindo a administração da justiça. A mesma organização
dos países europeus em uma comunidade de nações, na qual existe
trânsito livre de pessoas e mercadorias, com direito de morar
e trabalhar no Estado comunitário de sua escolha, traz consigo
uma composição multicultural mais acentuada e que dá ensejo
a problemas de discriminação. Para citar um caso, na sentença
Schumacker, o TJCE determinou que o critério de residência
empregado para negar vantagens fiscais aos não residentes pode
ser uma discriminação indireta com relação à nacionalidade.30
Como um juiz pode agir imparcialmente em uma sociedade
multicultural? A resposta está na superação dos preconceitos, que
derivam do desconhecimento do modo de ser e de pensar dos
grupos culturais ou nacionais, muitas vezes repudiados de forma
inconsciente. Cabe ao juiz imparcial, opina Gómez Martínez31,
atitude aberta ao diálogo sobre pluralismo cultural o que exige,
citando Añón Roig, “estar em condições de distanciar-se de sua
própria cultura”, sendo esta a única perspectiva, a partir da qual,
é possível calibrar o alcance e o peso da identidade cultural”.
30
Vid. González, Gabriela, “Concepto de discriminación y restricción en el derecho
comu­ni­tario”, en Instituto de Estudios Fiscales, Doc. No. 8/04, pp. 9-10.
31
Gómez Martínez, “El Juez en la sociedad multicultural”, Revista Jueces para la Demo­
cracia, número 50, Madrid, julio 2004, p. 18.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
interesante es el de la actuación del juzgador en una sociedad multicultural. Muchos Estados contemporáneos tienen fuertes raíces
multiculturales. La migración representa un factor de multiculturalismo de impacto mundial. En la actualidad, el fenómeno de la migración afecta a muchos países de Europa y plantea serios retos en
muchos aspectos, incluyendo la administración de justicia. La misma organización de los países europeos en una comunidad de
naciones, en la que existe el libre tránsito de personas y mercaderías, con derecho a residir y trabajar en el Estado comunitario de su
elección, trae consigo una composición multicultural más acen­
tuada que da lugar a problemas de discriminación. Por citar un caso,
en la sentencia Schumacker, el TJCE determinó que el criterio de
residencia que se utiliza para negar ventajas fiscales a los no residentes puede constituir una discriminación indirecta por razón de
nacionalidad.30
¿Cómo puede actuar imparcialmente un Juez en una sociedad
multicultural? La respuesta se encuentra en la superación de los prejuicios, que derivan del desconocimiento del modo de ser y pensar
de los grupos culturales o nacionales, a quienes se rechaza muchas
veces de manera inconsciente. Al Juez imparcial le corresponde, opina Gómez Martínez31 una actitud abierta al diálogo del pluralismo
cultural, lo que exige, citando a Añón Roig “estar en condiciones de
distanciarse de su propia cultura”, siendo ésta la única perspectiva
“desde la que es posible calibrar el alcance y el peso de la identidad
30
Vid. González, Gabriela, “Concepto de discriminación y restricción en el derecho
comu­ni­tario”, en Instituto de Estudios Fiscales, Doc. No. 8/04, pp. 9-10.
31
Gómez Martínez, “El Juez en la sociedad multicultural”, Revista Jueces para la Demo­
cracia, número 50, Madrid, julio 2004, p. 18.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
A opinião destes autores se identifica com um tipo de raciocínio
que a doutrina conhece como icônico-analógico, ou seja, colocarse no lugar do outro, enxergar com o olhar do interlocutor, quer
dizer, tornar-se um ícone do outro. Para não discriminar, o juiz
teria que “tornar-se” yaqui, rarámuri, otomí, náhuatl etc., conforme
o caso.
A tarefa do intérprete se torna uma exigência fundamental para
o devido processo ao envolver estrangeiros ou integrantes de
comunidades étnicas. No México começa-se a garantir esta
exigência de justiça. Conta-se com vinte e cinco defensores públicos
federais bilingues, especialistas em vinte línguas indígenas, com
os quais o IFDP proporciona proteção jurídica aos setores mais
vulneráveis da sociedade mexicana, para gerar condições de acesso
e equidade na administração da justiça.32
A aplicação da lei em um contexto de interculturalismo pode
levar à necessidade de aplicar a lei de forma diferenciada, sem que
isto signifique discriminação, mas, pelo contrário, uma busca da
igualdade, da perspectiva da diferença.
Como Añón indica, a igualdade formal desdobra seus efeitos
em várias direções, entre elas, a de igualdade de tratamento como
equiparação e como diferenciação, razão pela qual não deriva do
princípio de igualdade que todos os indivíduos devam ser tratados
de forma igual, ou que qualquer diferença de tratamento seja
considerada ilegítima. Assim, considera que o princípio de não
32
Vid. Arvizu, Manuel, Revista Compromiso, año 8, número 93, marzo 2009, pp. 8-9.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
cultural”. La opinión de estos autores se identifica con un tipo de
razonamiento que la doctrina conoce como icónico-analógico y que
consiste en ponerse en el lugar del otro, ver con la mirada del interlo­
cutor, es decir, hacerse un icono del otro. Para no discriminar, el Juez
tendría que “convertirse”, en yaqui, rarámuri, otomí, náhuatl, etcéte­
ra, según el caso.
La tarea del intérprete se convierte en una exigencia funda­
mental para el debido proceso, cuando se involucran extranjeros
o integrantes de comunidades étnicas. En México se empieza a
garantizar esta exigencia de justicia. Se cuenta con veinticinco defensores públicos federales bilingües expertos en veinte lenguas
indígenas, con quienes el IFDP da protección jurídica a los sectores
más vulnerables de la sociedad mexicana, para generar condiciones de acceso y equidad en la administración de justicia.32
La aplicación de la ley en un contexto de interculturalidad puede
conducir a la necesidad de aplicar la ley de manera diferenciada,
sin que esto implique discriminación, sino, por el contrario, una búsqueda de la igualdad, desde la perspectiva de la diferencia.
Como señala Añón, la igualdad formal despliega sus efectos en
varias direcciones, entre ellas, la de igualdad de trato como equiparación y como diferenciación, por lo que del principio de igualdad no
se sigue que todos los individuos deban ser tratados de formal igual
ni que toda diferencia de trato sea considerada ilegítima, por lo que
considera que el principio de no discriminación puede ser interpretado
32
Vid. Arvizu, Manuel, Revista Compromiso, año 8, número 93, marzo 2009, pp. 8-9.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
discriminação pode ser interpretado em sentido amplo, como
proibição de desigualdades injustificadas ou irracionais, porque,
para que as diferenças normativas sejam aceitáveis, estas devem
ter justificativa objetiva e razoável.33
Dar tratamento diferenciado em reconhecimento de uma
identidade cultural pode ter diversas implicações no processo. Como
assinala Gómez Martínez, os juízes têm especial responsabilidade
em relação aos direitos das minorias culturais. 34
33
Cfr. Añón, María José, Igualdad, diferencias y desigualdades, Fontamara, Biblioteca de
Ética, Filosofía del Derecho y Política, número 80, México, pp. 37 y 38.
34
Cfr. Gómez Martínez, “El Juez en la…”, op. cit., p. 20.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
en sentido amplio, como prohibición de desigualdades injustificadas o irrazonables, por lo que, para que sean aceptables las diferencias normativas, éstas deben tener una justificación objetiva y
razonable.33
Dar un trato diferenciado en reconocimiento de una identidad
cultural puede tener diversas implicaciones en el proceso. Como señala Gómez Martínez, los Jueces tienen una especial responsabilidad respecto a los derechos de las minorías culturales.34
33
Cfr. Añón, María José, Igualdad, diferencias y desigualdades, Fontamara, Biblioteca de
Ética, Filosofía del Derecho y Política, número 80, México, pp. 37 y 38.
34
Cfr. Gómez Martínez, “El Juez en la…”, op. cit., p. 20.
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Capítulo IV
A imparcialidade
como obediência ao direito
O princípio de imparcialidade leva ao tema da obediência ao
direito por diversas razões. Uma delas se refere à busca da verdade
dos fatos, de acordo com a qual será proferida a decisão. Outra
razão é a condição de terceiro do juiz em um processo e sua
assunção da imparcialidade na solução do caso. Para Ferrajoli,
a sujeição só à lei, como premissa substancial para a decisão
judicial, expressa a condição institucional do juiz, externa aos
sujeitos e ao sistema político. Esta sujeição, explica, se torna
patente no requisito da imparcialidade e tem sua justificativa
ético-política em dois valores fundamentais: a busca da verdade e
a tutela dos direitos fundamentais.35
É importante destacar que, de acordo com o artigo 2° do CIEJ
“O juiz independente é o que determina a decisão justa pelo direito vigente,
35
Cfr. Ferrajoli, Luigi, Derecho y razón…, op. cit., pp. 579-580.
66
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Capítulo IV
La imparcialidad
como obediencia al derecho
El principio de imparcialidad conduce al tema de la obediencia al derecho por varias razones. Una de ellas se refiere a la búsqueda de la
verdad de los hechos conforme a la cual habrá de emitirse la decisión. Otra razón es la condición de tercero que tiene el Juez en el
proceso y que asume un papel imparcial en la solución del caso. Para
Ferrajoli, la sujeción sólo a la ley, como premisa sustancial a la decisión judicial expresa la colocación institucional del Juez, externa a
los sujetos y al sistema político. Esta sujeción, explica, se hace patente en el requisito de la imparcialidad y tiene su justificación éticopolítica en dos valores fundamentales como son la búsqueda de la
verdad y la tutela de los derechos fundamentales.35
Es importante destacar que de acuerdo con el artículo 2°, del CIEJ
“El Juez independiente es aquel que determina desde el derecho vigente la
35
Cfr. Ferrajoli, Luigi, Derecho y razón…, op. cit., pp. 579-580.
67
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
sem deixar se influenciar, real ou aparentemente, por fatores alheios ao
próprio direito”. No entanto, a independência do poder judiciário está
mais ligada ao princípio de divisão de poderes do que à sujeição
ao direito. Surge como necessidade de romper a dependência do
poder judiciário ante o rei e o parlamento, já que em suas origens
o poder judiciário esteve subordinado ao soberano que lhe
delegou a função jurisdicional. Sobre esse assunto, Ferrajoli indica
que a jurisdictio foi concebida na ideologia medieval como expressão
da função soberana, dividida como total em potestade ordinária,
pertencente iure propio ou ex nativo nomine, às autoridades supremas do
Papa ou do Imperador, e poder delegata exercido por juízes delegados.36
O mesmo autor aponta como a jurisdição foi se especializando e
se separando, graças à tecnificação e profissionalização das
funções de governo, manifestando-se o problema da independência
particularmente na França e na Inglaterra, sendo memoráveis os
conflitos que nos séculos XVI e XVIII juízes e reis enfrentaram nesses
países. Foi assim que em 1612 o jurista Sir Edward Coke, em sua
condição de Chief Justice sustentou na presença de Jaime I que este,
por ser fons iustitae, não tinha poder para julgar concretamente, como
o pretendia, em nome de sua qualificação. A mesma tese foi mantida
em 1639 pelo Presidente do Parlamento de Paris, Nicolas Bellievre
perante Luis XIII, que queria julgar pessoalmente o Duque de La
Valette por acusação formulada contra este por Richelieu. Foi pelo
processo de autonomização que o pensamento jurídico ilustrado
teorizou a independência dos juízes no âmbito da doutrina da
separação de poderes.37
36
Cfr. Ibidem, p. 585.
37
Cfr. Ibidem, pp. 586-587.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
decisión justa, sin dejarse influir real o aparentemente por factores ajenos
al derecho mismo”. Sin embargo, la independencia del poder judicial
se encuentra más bien ligada al principio de división de poderes que
a la sujeción al derecho. Surge como una necesidad de romper la
dependencia del poder judicial frente al rey y el parlamento, ya que
en sus orígenes el poder judicial estuvo subordinado al soberano,
quien le delegó la función jurisdiccional. Sobre el particular, Ferrajoli
indica que la jurisdictio, inicialmente fue concebida en la ideología
medieval como expresión de la función soberana, dividida como tal
en potestad ordinaria, perteneciente iure propio, o ex nativo nomine, a
las supremas autoridades del Papa o del Emperador, y potestad dele­
gata ejercida por Jueces delegados.36 El mismo autor señala cómo la
jurisdicción se fue especializando y separando gracias a la tecnificación y profesionalización de las funciones de gobierno, manifestándose el problema de la independencia particularmente en Francia y
en Inglaterra, siendo memorables los conflictos que en los siglos XVI
y XVIII enfrentaron a Jueces y rey en estos países. Fue así que en
1612, el jurista Sir Edward Coke, en su carácter de Chief Justice sostuvo en presencia de Jacobo I, que éste, por ser fons iustitiae, no tenía
la potestad de juzgar en el caso concreto como lo pretendía en nombre
de la misma calificación. La misma tesis fue mantenida en 1639, por
el Presidente del Parlamento de Paris, Nicolas De Bellievre, frente a
Luis XIII, que quería juzgar personalmente al Duque De La Valette
por una acusación formulada en su contra por Richelieu. Fue a partir
de este proceso de autonomización como el pensamiento jurídico
ilustrado teorizó la independencia de los Jueces en el marco de la
doctrina de la separación de poderes.37
36
Cfr. Ibidem, p. 585.
37
Cfr. Ibidem, pp. 586-587.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
Pode-se observar então que a independência judiciária se
manifesta como um processo de separação do poder político que
busca a autonomia do poder judiciário perante os outros poderes
públicos, a fim de atingir o lugar que era dos juízes na aplicação
da lei, por isso a independência aparece como pressuposto da
imparcialidade dos juízes, já que estes não podiam ser imparciais
pela interferência dos outros poderes públicos.
Karl Larenz expõe que o primeiro requisito para confiar que o
direito de cada um será reconhecido pelos tribunais é a confiança na
imparcialidade dos juízes, que se vê ameaçada por perigos que
provêm dos dois lados. O primeiro perigo provém da incorporação
do juiz à hierarquia dos órgãos do Estado. A garantia de imparcialidade
exige a independência judicial, entendida como não vinculação diante
de indicações de outros órgãos do Estado.38
Larenz destaca a vinculação da imparcialidade com a obediência
ao direito quando aponta:
A imparcialidade do juiz é hoje entre nós o princípio de classe
constitucional (artigo 97, 1 GG), cristalizado na Lei do Poder Judiciário
e na Lei Judicial. Em estreita relação com a regra da vinculação do
juiz à lei e ao direito, no século XIX, a imparcialidade pôde servir,
em primeiro lugar, para afastar o juiz da influência do monarca e
garantir ao mesmo tempo a hierarquia preeminente e absoluta
das leis emanadas do parlamento. Tem hoje, sobretudo o sentido de
38
Cfr. Larenz, Karl, Derecho justo, Fundamentos de ética jurídica, Civitas, Madrid, 2001, p. 181.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
Puede advertirse entonces que la independencia judicial se manifiesta como un proceso de separación del poder político que busca
la autonomía del poder judicial frente a los otros poderes públicos, a
fin de lograr el lugar que le correspondía a los Jueces en la aplicación
de la ley, por lo cual la independencia aparece como un presupuesto de la imparcialidad de los Jueces, ya que éstos no podían ser imparciales por la interferencia de los otros poderes públicos.
Expone Karl Larenz que el primer requisito para confiar en que el
derecho de cada uno será reconocido ante los tribunales es la confianza en la imparcialidad del Juez, la cual se ve amenazada por
peligros que proceden de dos lados. El primer peligro procede de la
incardinación del Juez en la jerarquía de los órganos del Estado.
La garantía de la imparcialidad exige la independencia judicial,
entendida como no vinculación frente a las indicaciones de otros
órganos del Estado.38
Larenz destaca la vinculación de la imparcialidad con la obediencia al derecho cuando señala:
La imparcialidad del Juez es hoy entre nosotros principio de rango
constitucional (artículo 97, 1 GG), cristalizado en la Ley del Poder
Judicial y en la Ley Judicial. En estrecha relación con la regla de la
vinculación del Juez a la ley y el derecho pudo en el siglo XIX servir,
en primer lugar, para apartar al Juez del influjo del monarca y ase­
gurar al mismo tiempo el rango preeminente y absoluto de las
leyes emanadas del parlamento. Hoy tiene sobre todo el sentido
38
Cfr. Larenz, Karl, Derecho justo, Fundamentos de ética jurídica, Civitas, Madrid, 2001, p. 181.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
deixar o juiz livre de qualquer influência “de cima”, no interesse de
uma justiça vinculada apenas ao direito.39
Outro motivo para considerar que a obediência ao direito está
mais ligada à imparcialidade do que à independência pode ser
encontrado no artigo 10 da CIEJ, que dispõem que o juiz imparcial é
aquele que persegue com objetividade e com fundamento na prova,
a verdade dos fatos, já que estes incluem necessariamente sua
comprovação pela prova e sua avaliação na sentença, que deve ser
feita de acordo com o direito. Como Marroquín Zaleta indica, para
resolver a questão de fato o juiz se veria obrigado a localizar as normas
jurídicas que regulassem a avaliação das provas e sua interpretação,
o que significaria resolver uma questão de direito, por isso
considera que, na prática, ambas as questões estão profundamente
vinculadas.40
Uma razão menos evidente, mas talvez mais importante para
vincular a imparcialidade com a obediência ao direito, é o mesmo
fundamento da imparcialidade do artigo 9° do CIEJ, quando aponta
que a imparcialidade judicial tem seu fundamento no direito dos
cidadãos a serem tratados com igualdade. Esta igualdade de
tratamento já foi analisada na concepção da imparcialidade como
igualdade, mas também pode ser relacionada com a imparcialidade
no sentido de obediência ao direito, se dimensionarmos a
igualdade não estritamente em relação às partes do processo,
39
Ibid., p. 182.
40
Cfr. Marroquín Zaleta, Jaime Manuel, Técnica para la elaboración de una sentencia
de amparo directo, 4a. ed., Porrúa, México, 2000, p. 87.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
de dejar libre al Juez de cualquier influencia “de arriba”, en inte­
rés de una justicia vinculada sólo al derecho.39
Otra razón para estimar que la obediencia al derecho se en­
cuentra más ligada a la imparcialidad que a la independencia, la
encontramos en el artículo 10 del CIEJ, al disponer que el Juez imparcial es el que persigue con objetividad y con fundamento en la prueba la verdad de los hechos, ya que éstos implican necesariamente su
acreditación por medio de la prueba y su valoración en la sentencia, la que debe de hacerse de acuerdo con el derecho. Como señala
Marroquín Zaleta, para resolver la cuestión de hecho el Juez se vería
obligado a localizar las normas jurídicas que regularan la valoración
de las pruebas y su interpretación, lo cual implicaría resolver una cues­
tión de derecho, por lo cual considera que en la práctica ambas
cuestiones se encuentran profundamente vinculadas.40
Una razón menos evidente, pero quizá más importante para
vincular la imparcialidad con la obediencia del derecho, lo constituye el mismo fundamento de la imparcialidad que declara el artículo
9° del CIEJ, cuando señala que la imparcialidad judicial tiene su
fundamento en el derecho de los justiciables a ser tratados por igual.
Esta igualdad de trato ya se analizó en la concepción de la impar­
cialidad como igualdad, pero también se puede relacionar con la
imparcialidad en el sentido de obediencia al derecho, si dimensio­
namos la igualdad no estrictamente en relación con las partes del
39
Ibid., p. 182.
40
Cfr. Marroquín Zaleta, Jaime Manuel, Técnica para la elaboración de una sentencia
de amparo directo, 4a. ed., Porrúa, México, 2000, p. 87.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
mas com a ideia de igualdade de todas as pessoas de receber
o mesmo tratamento da justiça.
Francisco Laporta manifesta o anterior na ideia da imparcialidade
como uma constrição de caráter moral. Indica a respeito:
... o raciocínio judicial que acaba em uma decisão vinculante
deve ser submetido a certas constrições formais de caráter
moral... Uma dessas constrições é a da ‘imparcialidade’ na
aplicação das normas. Na suposição de os juízes aplicarem
normas legais, esta exigência pressupõe que todos os casos
particulares, que se enquadram nessa ou nessas normas e são
equivalentes em suas características relevantes, devam ser
tratados da mesma forma, quer dizer, como prevê a norma
em questão. É evidente que esta característica é simplesmente
o traslado da exigência ética da universalidade dos enunciados
morais à aplicação do direito. Se o juiz está aplicando uma
norma jurídica para uma suposição determinada e com
certo sentido, a imparcialidade exige que a aplique com o mesmo
sentido para todas as hipóteses iguais a essa, nos aspectos
relevantes. 41
Neste sentido, a imparcialidade do julgador não só significa
vinculação à lei, mas também uniformidade em sua aplicação, como
expressão da justiça formal.
41
Laporta, Francisco, Entre el derecho y la moral, Fontamara, Biblioteca de Ética, Filosofía
del Derecho y Política, núm. 26, México, p. 69.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
proceso, sino con la idea de igualdad de todas las personas a recibir
el mismo trato de la justicia.
Lo anterior se encuentra expresado por Francisco Laporta en la
idea de la imparcialidad como una constricción de carácter moral.
Al respecto señala:
… el razonamiento judicial que acaba en una decisión vinculante
debe estar sometido a ciertas constricciones formales de carácter
moral…Una de esas constricciones es la de la ‘imparcialidad’ en
la aplicación de las normas. Supuesto que los Jueces aplican
normas legales esta exigencia supone que todos aquellos casos
particulares que caben bajo esa o esas normas y son equivalentes
en sus rasgos relevantes deban ser tratados de la misma manera,
es decir, como la norma en cuestión tiene previsto. Es evidente
que este rasgo es simplemente la traslación a la aplicación del
derecho de la exigencia ética de la universalidad de los enunciados
morales. Si el Juez está aplicando una norma jurídica para un
supuesto determinado y un cierto sentido, la imparcialidad exige
que la aplique en el mismo sentido para todos aquellos supuestos
iguales a ese, en los aspectos relevantes.41
En este sentido, la imparcialidad del juzgador, no sólo implica
vinculación a la ley, sino también uniformidad en su aplicación,
como expresión de la justicia formal.
41
Laporta, Francisco, Entre el derecho y la moral, Fontamara, Biblioteca de Ética, Filosofía
del Derecho y Política, núm. 26, México, p. 69.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
No entanto, é preciso reconhecer que não é inusual referir a
vinculação do juiz à lei e ao direito ao princípio da independência
judicial. Assim Pérez del Valle declara que a ideia de
independência judicial foi objeto de consideração em um sentido
integral; expõem que, em sua visão do problema, a independência
do juiz não se limita à liberação superficial de preconceitos, mas
abrange e aprofunda a decisão sobre o método de determinação
do direito, que explica dizendo que, se as constituições insistem em
relatar como garantia da independência a vinculação do juiz à lei e
ao direito, é necessário delimitar as relações entre lei e direito.42
Apesar de o CIEJ e certas opiniões doutrinais vincularem a
obediência ao direito com o princípio de independência, existem
motivos de peso para adscrever essa obediência à imparcialidade,
posto que esta se manifesta como garantia processual derivada da
jurisdição e estreitamente relacionada com o juiz em sua posição de
terceiro, que deve ser imparcial, o que significa que deve resolver pelo
direito, de acordo com os fatos provados pelas partes, para o que é
necessário que o juiz seja independente; entende-se esta independência
como a liberdade do julgador ante preferências provenientes de outros
poderes públicos ou, inclusive, de outros membros do poder judiciário,
e de forma mais ampla, de qualquer outra força, entidade política
ou social. Por isso a independência funciona como uma hipótese de
imparcialidade. Esta ideia está implícita na expressão de Larenz ao
assinalar que todas as normas que garantem a independência
judiciária, permitem com isso a imparcialidade do juiz.43
42
Cfr. Pérez del Valle, Carlos, Estudios sobre la independencia judicial y el proceso penal,
Editora Jurídica Grijley, Perú, 2005, p. 44.
43
Cfr. Larenz, Karl, Derecho justo…, op. cit., p. 182.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
Es preciso reconocer, sin embargo, que no es inusual referir la vincu­
lación del Juez a la ley y al derecho con el principio de la independencia judicial. Así, Pérez del Valle señala que la idea de independencia
judicial ha sido objeto de consideración en un sentido integral; en su
visión del problema, expone, la independencia del Juez no se limita a
la liberación superficial de prejuicios, sino que abarca y profundiza la
decisión sobre el método de determinación del derecho, lo cual expli­
ca en razón de que si las Constituciones insisten en referir como garantía de la independencia la vinculación del Juez a la ley y al derecho, es preciso delimitar las relaciones entre ley y derecho.42
A pesar de que el CIEJ y ciertas opiniones doctrinales vinculan la
obediencia al derecho con el principio de independencia, existen razones de peso para adscribir esa obediencia a la imparcialidad, puesto
que ésta se manifiesta como una garantía procesal derivada de la jurisdicción y estrechamente relacionada con el Juez en su posición de
tercero, que debe ser imparcial, lo que significa que debe resolver desde el derecho de acuerdo con los hechos probados por las partes, para
lo cual es necesario que el Juez sea independiente, entendido como la
libertad del juzgador frente a las preferencias provenientes de los
otros poderes públicos, o incluso, de otros miembros del poder judicial, y de manera más amplia, de cualquier otra fuerza o entidad política o social. Por eso la independencia funciona como un presupuesto
de la imparcialidad. Esta idea se encuentra implícita en la expresión de Larenz al señalar que todas las normas que aseguran la independencia judicial, con ello permiten la imparcialidad del Juez.43
42
Cfr. Pérez del Valle, Carlos, Estudios sobre la independencia judicial y el proceso penal,
Editora Jurídica Grijley, Perú, 2005, p. 44.
43
Cfr. Larenz, Karl, Derecho justo…, op. cit., p. 182.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
A circunstância de a independência judiciária funcionar como
hipótese da imparcialidade não significa que a sujeição ao direito
seja exigência da independência judiciária, posto que a obediência
do direito provém da mesma função jurisdicional dos juízes, em
sua característica de terceiros imparciais, chamados pelas partes
para dirimir suas controvérsias.
Se for aceito que a imparcialidade dos juízes significa resolver
pelo direito, descartando qualquer influência indevida das partes e
qualquer ingerência dos poderes públicos −isto último como
expressão de sua independência− se chegará à conclusão de que
esta asserção, de resolver pelo direito, não resolve o problema da
imparcialidade, mas que é o princípio do problema. Isto é assim
porque, já o assinalava Pérez del Valle, existe a necessidade de
valer-se do método da determinação do direito na decisão judicial,
o qual teria que incluir uma série de recursos que permitissem ao
juiz proferir uma decisão justa, recursos que o posicionassem no
processo para atender de forma imparcial os problemas apresentados
na aplicação do direito.
As interrogações básicas que o julgador teria que resolver, com
um sentido de imparcialidade, seriam as seguintes:
• Qual direito deve ser aplicado?
• Em casos de conflito entre uma norma ordinária e uma
constitucional, quais possibilidades devem orientar sua
decisão em favor da norma constitucional?
• Como o juiz deve interpretar a norma jurídica de forma
imparcial na construção da premissa maior do silogismo
jurídico?
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
La circunstancia de que la independencia judicial funcione como
un presupuesto de la imparcialidad no significa que la sujeción al derecho sea una exigencia de la independencia judicial, puesto que la
obediencia del derecho proviene de la misma función jurisdiccional
de los Jueces, en su investidura de terceros imparciales llamados por
las partes a dirimir sus controversias.
Si se acepta que la imparcialidad de los Jueces significa resolver
desde el derecho, desechando toda influencia indebida de las partes, y toda injerencia de los poderes públicos, esto último como expresión de su independencia, se llegará a la conclusión de que este
aserto, de resolver desde el derecho, no resuelve el problema de la
imparcialidad, sino que es el principio del problema. Esto es así, porque como ya lo señalaba Pérez del Valle, existe necesidad de acudir
al método de la determinación del derecho en la decisión judicial, el
cual tendría que incluir una serie de recursos que le permitieran dictar una decisión justa, recursos que lo posicionaran en el proceso
para atender de manera imparcial los problemas que presenta la
aplicación del derecho.
Las interrogantes básicas que tendría que resolver el juzgador,
con un sentido de imparcialidad, serían las siguientes:
• ¿Qué derecho es el que debe aplicar?
• En casos de conflicto entre una norma ordinaria y una constitucional, ¿qué posibilidades tiene de orientar su decisión a
favor de la norma constitucional?
• ¿Cómo debe el Juez interpretar la norma jurídica de una mane­
ra imparcial en la construcción de la premisa mayor del silogismo jurídico?
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80
As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
• Como o juiz imparcial deve selecionar os fatos relevantes e
quando deve considerá-los comprovados?
• Que elementos o juiz imparcial deve ponderar no contexto
de descoberta?
• Como o juiz imparcial deve justificar interna e externamente
sua decisão judicial?
Responder estas perguntas é tema da imparcialidade como
método na aplicação do direito, que será examinado no item
seguinte. Antes, é conveniente abordar o tema da normatividade
do direito que pode ser explicado com a pergunta que Laporta faz,
invocando Nino: é o fato de uma norma jurídica estar vigente motivo
suficiente para que o juiz fundamente nela sua decisão? Trata-se
de estabelecer se as normas jurídicas são motivo para a decisão e,
sendo o caso, que tipos de motivos são. Se o juiz deve aplicar as
normas legais, Laporta pergunta: que tipo de dever é este e onde
encontra sua justificativa? O mesmo autor, citando novamente
Nino, considera que a resposta não está em afirmar que se trata
de um dever jurídico, porque se incorreria em uma clara petição de
princípio, por isso considera que é necessário encontrar um motivo
ulterior ao direito para a adesão às normas jurídicas.44
Manuel Atienza expõe que a consideração das normas como
motivo para a ação é uma concepção que surgiu nos anos
setenta, um enfoque devido principalmente a Joseph Raz e também
desenvolvido por Carlos Nino e Juan Carlos Bayón. Se aceita que há
44
Cfr. Laporta, Francisco, Entre el derecho…, op. cit., p. 71.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
• ¿Cómo debe el Juez imparcial seleccionar los hechos relevantes y cuándo debe tenerlos por acreditados?
• ¿Qué elementos debe ponderar el Juez imparcial en el contexto de descubrimiento?
• ¿Cómo debe justificar interna y externamente un Juez imparcial su decisión judicial?
Responder a estas preguntas corresponde a un tema de la imparcialidad como método en la aplicación del derecho, que se exami­
nará en el apartado siguiente. Antes es conveniente abordar el tema
de la normatividad del derecho que se puede plantear con la pregunta que se hace Laporta, invocando a Nino, ¿es el hecho de que
una norma jurídica esté vigente una razón suficiente para que el
Juez fundamente en ella su decisión? Se trata de establecer si las
normas jurídicas son razones para la decisión y, en su caso, qué clases
de razones son. Si el Juez debe aplicar las normas legales, Laporta se
pregunta ¿qué clase de deber es éste? ¿dónde encuentra su justificación? El mismo autor, citando nuevamente a Nino, considera que la
respuesta no se encuentra en afirmar que se trata de un deber jurídico, porque se incurriría en una clara petición de principio, por lo
que estima que se tiene que encontrar una razón ulterior al derecho
para adherirse a las normas jurídicas.44
Expone Manuel Atienza que entender a las normas como razones para la acción es una concepción que surge en los años setenta,
como un enfoque que se debe sobre todo a Joseph Raz y ha sido
desarrollado también por Carlos Nino y Juan Carlos Bayón. Se acepta
44
Cfr. Laporta, Francisco, Entre el derecho…, op. cit., p. 71.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
vários tipos de motivos, uns teóricos, que são motivos para acreditar
em algo e outros são práticos, como motivos para agir e que se
manifestam em desejos. O desejo seria o motivo operacional e
a crença um motivo auxiliar.45
De sua parte, Juan Carlos Bayón Mohino, em relação à obrigação
moral de obedecer ao direito, relacionada com a noção de
autoridade, diz que se podem obter três ideias fundamentais.
A primeira, que às vezes há motivos morais “dependentes do
conteúdo”, para fazer o que o direito exige; são motivos que um
indivíduo teria ainda que a norma não existisse ou deixasse de
existir. O motivo para realizar essas ações é independente do fato
de a norma jurídica exigir sua execução. Portanto, explica Bayón
Mohino, as exigências do direito simplesmente às vezes coincidem
com os motivos morais para agir, por isso sustém que a ideia de todo
direito impor motivos morais não é uma afirmação necessária, mas
provável. Indica, em segundo lugar, que às vezes existem motivos
independentes do conteúdo para fazer o que o direito exige; e,
em terceiro lugar, comenta que só às vezes existem motivos
independentes para fazer o que o direito exige, por isso nada garante
que esses motivos existam todas as vezes que o direito ordene fazer
algo.46 Por isso, Bayón Mohino considera que não existe obrigação
moral de obedecer ao direito nem sequer prima facie, ainda que possa
haver alguns motivos independentes do conteúdo para fazer o
que o direito exige, os quais podem ou não resultar concludentes,
45
Cfr. Atienza, Manuel, El sentido del derecho, 2a. reimp., Ariel Derecho, España, 2004,
pp. 74-75.
46
Cfr. Bayón Mohino, Juan Carlos, La normatividad del derecho: deber jurídico y razones
para la acción, Centro de Estudios Constitucionales, Colección “El derecho y la justicia”,
Madrid, 1991, pp. 691, 692, 694 y 695.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
que existen varios tipos de razones, unas teóricas que son razones
para creer en algo y otras son prácticas como razones para actuar y
que se manifiestan en deseos. El deseo sería la razón operativa y la
creencia una razón auxiliar.45
Por su parte, Juan Carlos Bayón Mohino en relación con la obligación moral de obedecer el derecho, relacionada con la noción de
autoridad, dice que se pueden obtener tres ideas fundamentales.
La primera, que a veces hay razones morales “dependientes del
contenido” para hacer lo que el derecho exige; son razones que un
individuo tendría aunque la norma no existiera o dejara de existir.
La razón para realizar esas acciones es independiente del hecho de
que la norma jurídica exija su ejecución. Por tanto, explica Bayón
Mohino, las exigencias del derecho simplemente coinciden a veces
con las razones morales para actuar, por lo que sostiene que la idea
de que todo derecho impone razones morales, no es una afirmación
necesaria, sino probable. En segundo lugar, señala que a veces
existen razones independientes del contenido para hacer lo que el
derecho exige; y la tercera, de que sólo a veces existen razones independientes para hacer lo que el derecho exige, por lo que nada ga­
rantiza que esas razones existan siempre que el derecho ordena
hacer algo.46 Por eso Bayón Mohino considera que no existe una
obligación moral de obedecer el derecho ni siquiera prima facie, aunque sí puede haber algunas razones independientes del contenido,
para hacer lo que el derecho exige, las cuales pueden o no resultar
45
Cfr. Atienza, Manuel, El sentido del derecho, 2a. reimp., Ariel Derecho, España, 2004,
pp. 74-75.
46
Cfr. Bayón Mohino, Juan Carlos, La normatividad del derecho: deber jurídico y razones
para la acción, Centro de Estudios Constitucionales, Colección “El derecho y la justicia”,
Madrid, 1991, pp. 691, 692, 694 y 695.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
indicando que só é possível justificar ações e decisões quando há
motivos concludentes para realizá-las.47 Em suma, de acordo com o
autor comentado, o direito não fornece motivos excludentes para
a obediência da norma jurídica.
Para Joseph Raz, as considerações morais, assim como o uso da
força e das penas, podem ser motivos para que as pessoas sigam
o direito, mas não podem explicar porque as regras jurídicas são
normas. Assinala que outro enfoque das normas como motivo para
a ação tem como chave do problema da normatividade do direito,
não que as disposições jurídicas sejam motivos válidos, mas que
cremos que o são e considera que as explicações baseadas na crença
estão mais próximas da verdade que as explicações baseadas na
validade.48
A teoria de Raz se situa na linha do raciocínio prático. Os motivos
para a ação atuam como guias para a conduta, na argumentação
ou motivação de quem se guia por elas, e sua justificação resulta
válida enquanto as razões para a ação não estiverem superadas ou
derrotadas.49
O direito como motivo para a ação, na teoria da justiça de John
Finnes, tem fundamento moral. Apesar de Finnis ter se formado na
filosofia jurídica analítica, sob a influência de Hart e Raz, no entanto,
assinala Carolina Pereira Sáez, difere deles, que entendem o direito
47
Cfr. Ibid., pp 729-730.
48
Cfr. Raz, Joseph, Razón práctica y normas, Centro de Estudios Constitucionales, Colección “El derecho y la justicia”, Madrid, 1991, p. 198.
49
Cfr. Ibid., pp. 221-223.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
concluyentes, señalando que sólo es posible justificar acciones y
decisiones cuando hay razones concluyentes para realizarlas.47
En suma, de acuerdo con el autor en comento, el derecho no suministra razones excluyentes para la obediencia de la norma jurídica.
Para Joseph Raz, las consideraciones morales, así como el uso de
la fuerza y de las sanciones pueden ser razones para que las personas sigan el derecho pero no pueden explicar por qué las reglas jurídicas son normas. Señala que otro enfoque de las normas como
razones para la acción tiene como clave del problema de la normatividad del derecho, no que las disposiciones jurídicas sean razones
válidas, sino que la gente cree que lo son, y estima que las explicaciones basadas en la creencia está más cerca de la verdad que las
explicaciones basadas en la validez.48
La teoría de Raz se ubica en la línea del razonamiento práctico.
Las razones para la acción operan como guías para la conducta en
el razonamiento o motivación de quien se guía por ellas y su justificación resulta válida en tanto las razones para la acción no estén
superadas o derrotadas.49
El derecho como razón para la acción en la teoría de la justicia de
John Finnis tiene un fundamento moral. No obstante que Finnis se
formó en la filosofía jurídica analítica bajo la influencia de Hart y
Raz, sin embargo, señala Carolina Pereira Sáez, difiere de ellos, que
47
Cfr. Ibid., pp 729-730.
48
Cfr. Raz, Joseph, Razón práctica y normas, Centro de Estudios Constitucionales, Colección “El derecho y la justicia”, Madrid, 1991, p. 198.
49
Cfr. Ibid., pp. 221-223.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
como autoritativo e a autoridade como motivo para a ação, porque
não oferecem compreensão do direito como verdadeiro motivo
para a ação; descrevem o direito como obrigatório, sem explicar por
que o é, e não admitindo a possibilidade do conhecimento moral
objetivo, não podem passar da aceitação subjetiva do direito para
sua condição de verdadeiro motivo para a ação. Finnis tem o
propósito de mostrar que o direito não só é aceito como autoritativo,
mas que realmente o é porque proporciona objetivamente motivos
para a ação.50
A filosofia moral de Finnis é uma defesa da possibilidade do
conhecimento racional do bem. Para compreender o direito como
verdadeiro motivo para a ação, deve-se considerar a teoria da
justiça que teria como objetivo uma relação da justiça com os bens
básicos e as exigências da prudência.51
Finnis apresenta quatro possíveis significados em relação à
“obrigação de obedecer à lei”, que são: (i) A possibilidade empírica
de ser submetido a uma pena no caso de não cumprimento;
(ii) obrigação jurídica em sentido intrasistêmico no qual a premissa
prática de ser a obediência à lei socialmente necessária, é um princípio
estrutural isolado do restante do raciocínio prático; (iii) obrigação
jurídica no sentido moral; (iv) obrigação moral que não deriva
do caráter jurídico do estabelecimento da obrigação, mas de alguma
fonte colateral.52
50
Cfr. Pereira Sáez, Carolina, La autoridad del derecho. Un diálogo con John M. Finnis,
Comares, Colección “Filosofía, Derecho y Sociedad”, Granada, 2008, p. 3.
51
Cfr. Ibid., pp. 5 y 153.
52
Cfr. Finnis, John, Ley natural y derechos naturales, Abeledo-Perrot, Buenos Aires, 2000,
p. 382.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
entienden el derecho como autoritativo y la autoridad como razón
para la acción, porque no ofrecen una comprensión del derecho
como verdadera razón para la acción; describen el derecho como
obligatorio sin explicar por qué lo es, y es que al no admitir la posibilidad del conocimiento moral objetivo, no pueden pasar de la aceptación subjetiva del derecho a su condición de verdadera razón para
la acción. Finnis se propone mostrar que el derecho no sólo se acepta como autoritativo, sino que realmente lo es, porque objetivamente
proporciona razones para la acción.50
La filosofía moral de Finnis es una defensa de la posibilidad del
conocimiento racional del bien. Para comprender el derecho como
verdadera razón para la acción se debe tomar en cuenta la teoría
de la justicia que tendría como objetivo una relación de la justicia con
los bienes básicos y las exigencias de la prudencia.51
Finnis presenta cuatro posibles significados respecto de la “obligación de obedecer la ley”, que son: (i) La posibilidad empírica de ser
sometido a una sanción en el caso de inobservancia; (ii) Obligación
jurídica en sentido intrasistémico, en el cual la premisa práctica de
que la obediencia de la ley es socialmente necesaria es un principio
estructural aislado del resto del razonamiento práctico; (iii) Obligación jurídica en sentido moral; (iv) Obligación moral que no deriva
del carácter jurídico del establecimiento de la obligación sino de alguna fuente colateral.52
50
Cfr. Pereira Sáez, Carolina, La autoridad del derecho. Un diálogo con John M. Finnis,
Comares, Colección “Filosofía, Derecho y Sociedad”, Granada, 2008, p. 3.
51
Cfr. Ibid., pp. 5 y 153.
52
Cfr. Finnis, John, Ley natural y derechos naturales, Abeledo-Perrot, Buenos Aires, 2000,
p. 382.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
A verdadeira obrigação não nasce de seu sentido jurídico,
mas moral. O direito será realmente obrigatório se puder ser
razoavelmente considerado necessário para o bem comum, portanto,
a lei injusta não tem a autoridade que lhe corresponderia por ser
direito e não dá ensejo à obrigação jurídica no sentido moral de
obedecê-la.53
Finnis considera que a tradição outorga explicitamente (falando
de “leis injustas”) validade jurídica às regras iníquas com o
fundamento de serem aceitas nos tribunais como orientações
para a decisão judicial e de satisfazerem critérios de validade
estabelecidos pelas regras jurídicas constitucionais.54
Rodolfo L. Vigo expressa, comentando a teoria jurídica de
Finnis, que sua filosofia prática é uma reflexão disciplinária e crítica
sobre os bens que a ação humana pode realizar e sobre as exigências
da razoabilidade prática. Sua teoria jurídica remete aos princípios da
lei natural, que especificam as formas básicas do bem e do mal
e que podem ser adequadamente captados por quem usar a
razão.55
Ao mencionar as vantagens teóricas e práticas do jusnaturalismo
atual, ou referentes ao humanismo do direito e citando S. Cotta e
Kaufmann, Vigo assinala:
53
Cfr. Pereira Sáez, Carolina, La autoridad…, op. cit., pp. 210 y 216.
54
Cfr. Finnis, John, Ley natural…, op. cit, pp. 392.
55
Cfr. Vigo, Rodolfo L., El iusnaturalismo actual. De M. Villey a J. Finnis, Fontamara, Biblioteca
de Ética, Filosofía del Derecho y Política, núm. 95, México, pp. 106-107.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
La verdadera obligación no nace de su sentido jurídico, sino
moral. El derecho será realmente obligatorio si puede ser razonablemente considerado necesario para el bien común, por tanto, la
ley injusta no tiene la autoridad que le correspondía por ser de­
recho y no da lugar a la obligación jurídica en sentido moral de
obedecerla.53
Finnis considera que la tradición otorga explícitamente (al hablar
de “leyes injustas”) validez jurídica a las reglas inicuas, y con el fundamento de que son aceptadas en los tribunales como orientaciones para la decisión judicial, y de que satisfacen criterios de validez
establecidos por las reglas jurídicas constitucionales.54
Expresa Rodolfo L. Vigo, al comentar la teoría jurídica de Finnis,
que su filosofía práctica es una reflexión disciplinaria y crítica sobre
los bienes que pueden realizarse en la acción humana y sobre las
exigencias de la razonabilidad práctica. Su teoría jurídica remite a
los principios de la ley natural, que especifican las formas básicas del
bien y del mal y que pueden ser captados adecuadamente por cualquiera que tenga uso de razón.55
Al mencionar las ventajas teóricas y prácticas del iusnaturalismo
actual, o tocante al humanismo del derecho y citando a S. Cotta y
Kaufmann, Vigo señala:
53
Cfr. Pereira Sáez, Carolina, La autoridad…, op. cit., pp. 210 y 216.
54
Cfr. Finnis, John, Ley natural…, op. cit, pp. 392.
55
Cfr. Vigo, Rodolfo L., El iusnaturalismo actual. De M. Villey a J. Finnis, Fontamara, Biblioteca
de Ética, Filosofía del Derecho y Política, núm. 95, México, pp. 106-107.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
Os gregos e os romanos não duvidaram da óbvia e incindível
conexão entre o direito e o homem, que condensaram nos
adágios: hominis causa onme ius constituitur e ubi homo ibi
societas et ubi societas ibi jus. Cotta ensina que a pergunta ‘por
que existe o direito’ é anterior á pergunta ‘o que é o direito’, e
aquela nos leva à antropologia, razão pela qual insistiu em sua
tese: “a coexistência como fundamento ontológico do direito”.
Kaufmann coincide neste incindível vínculo entre o jurídico e
o humano, concluindo que “a ideia de direito é uma imagem da
ideia do homem”.56
Retomando Laporta no tema da obrigatoriedade do direito, este
autor considera que a justificativa dessa obrigatoriedade não pode
estar em uma das normas do sistema, deve-se sair do campo da
legalidade e entrar no da legitimidade. Distingue as questões
de fato referentes a questões de legitimação das de legitimidade
como questões de valor. Um sistema jurídico político tem
legitimidade quando suas normas estão dotadas de justificativa
ética aceitável.57
De acordo com Laporta, existem três estratégias teóricas para
justificar ou legitimar as normas do sistema jurídico. Apela-se
em primeiro lugar à segurança, à paz e à certeza nas relações
interpessoais. Esta estratégia repousa na visão do direito como um
sistema de regulação do uso da força, que tem a virtude de subtrair
a violência privada da sociedade civil, razão pela qual é uma versão
atual do argumento hobbeciano. A segunda estratégia apela à
56
Ibid., p. 198.
57
Cfr. Laporta, Francisco, Entre el derecho…, op. cit., p. 74.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
Los griegos y los romanos no dudaron en la obvia e inescindible
conexión entre el derecho y el hombre, lo que condensaron en los
adagios: hominis causa onme ius constituitur y ubi homo ibi societas
et ubi societas ibi jus. Enseña Cotta que la pregunta por qué hay
derecho es anterior a la pregunta qué es el derecho, y aquella nos
lleva a la antropología, por lo que ha insistido en su tesis: “la coexis­
tencia como fundamento ontológico del derecho”. Kaufmann
coincide en esa inescindible vinculación entre lo jurídico y lo
humano concluyendo que “la idea de derecho es una imagen de
la idea del hombre. 56
Retomando a Laporta en el tema de la obligatoriedad del derecho, considera que la justificación de esa obligatoriedad no puede
estar en una de las normas del sistema, se debe salir del campo de la
legalidad y entrar en el de la legitimidad. Distingue las cuestiones de
hecho relativas a cuestiones de legitimación y de las de legitimidad
como cuestiones de valor. Un sistema jurídico político tiene legiti­
midad cuando sus normas están dotadas de una justificación ética
aceptable.57
Existen tres estrategias teóricas, de acuerdo con Laporta, para
justificar o legitimar las normas del sistema jurídico. En primer lugar
se apela a la seguridad, la paz y la certeza en las relaciones inter­
personales. Esta estrategia descansa en la visión del derecho como
un sistema de regulación del uso de la fuerza, que tiene la virtud de
que sustrae la violencia privada de la sociedad civil, por lo que constituye una versión actual del argumento hobbesiano. La segunda
56
Ibid., p. 198.
57
Cfr. Laporta, Francisco, Entre el derecho…, op. cit., p. 74.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
democracia e ao princípio de decisão das maiorias. Apóia-se no
conceito político de “legitimidade de origem”. No entanto, o
princípio de maioria ou democrático não respalda necessariamente
uma justificativa das decisões. A terceira estratégia é a apelação
a certos direitos básicos dos indivíduos, concebidos como
direitos morais, anteriores aos sistemas de normas jurídicas e
não sujeitos ao jogo das maiorias, que têm diante delas limite
infranqueável.58
Esta última estratégia corresponde à ideia de Finnis dos direitos
humanos como forma de expressar virtualmente todas as exigências
da razoabilidade prática, porque eles classificam e expressam
as exigências da justiça e representam uma maneira de esboçar os
contornos do bem comum.59
Carlos Santiago Nino considera que a obrigação moral que o
juiz tem de cumprir o direito não deriva do conceito com o qual
o identificamos, nem de sua função, nem de uma promessa, mas de
princípios morais que prescreve promovendo direitos individuais
básicos, e se pergunta: Quererá isto dizer que assim que o juiz julgar
que a ordem jurídica se desvia do reconhecimento pleno desses
direitos, estará facultado para deixar de lado essa ordem jurídica e
atuar de acordo com sua opinião? Sua resposta é que o juiz não
pode estar facultado para afastar-se da ordem jurídica quando
julgar que isto é injusto, mas, em todo caso, quando for injusto.60
58
Cfr. Ibid., pp. 73 y ss.
59
Cfr. Vigo, Rodolfo L., El iusnaturalismo…, op. cit., p. 138.
60
Cfr. Nino, Carlos Santiago, Ética y derechos humanos. Un ensayo de fundamentación,
2a. ed., Astrea, Buenos Aires, 1989, pp. 404 y 405.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
estrategia apela a la democracia y al principio de la decisión de las
mayorías. Se apoya en el concepto político de “la legitimidad de origen”. Sin embargo, el principio de mayoría o democrático no respalda necesariamente una justificación de las decisiones. La tercera
estrategia consiste en la apelación a ciertos derechos básicos de los
individuos concebidos como derechos morales, anteriores al sistema de normas jurídicas y no sujetos al juego de las mayorías que
tienen ante ellos un límite infranqueable.58
Esta última estrategia corresponde a la idea de Finnis de los derechos humanos como una forma de expresar virtualmente todas
las exigencias de la razonabilidad práctica, porque ellos clasifican y
expresan las exigencias de la justicia y representan una forma de
esbozar los contornos del bien común.59
Carlos Santiago Nino considera que la obligación moral de observar el derecho que tiene un Juez no deriva del concepto con el que
lo identificamos, ni de su función, ni de una promesa, sino de principios morales que prescribe al promover derechos individuales bá­
sicos, y se pregunta, ¿Querrá esto decir que tan pronto el Juez juzgue
que el orden jurídico se desvía del reconocimiento pleno de esos
derechos está facultado para dejar de lado ese orden jurídico y actuar
según su juicio? Su respuesta es que el Juez no puede estar facultado
para apartarse del orden jurídico cuando juzgue que éste es injusto
sino, en todo caso, cuando sea injusto.60
58
Cfr. Ibid., pp. 73 y ss.
59
Cfr. Vigo, Rodolfo L., El iusnaturalismo…, op. cit., p. 138.
60
Cfr. Nino, Carlos Santiago, Ética y derechos humanos. Un ensayo de fundamentación,
2a. ed., Astrea, Buenos Aires, 1989, pp. 404 y 405.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
Nino também pondera que o juiz deve considerar que, ainda quando
a sua decisão −que desconhece ou desaplica o direito injusto− possa
se constituir em instrumento de defesa dos direitos humanos, poderia
também minar o respeito à ordem jurídica – requerendo, portanto,
um balanço delicado, e sendo apenas o juiz responsável por sua
correção. Não deve pressupor que a opinião majoritária é sinal
garantido de verdade, nem assumir que sua própria opinião é tão
superior à dos outros que não possa ser revista diante do fato de que
muitos homens como ele chegaram a conclusões divergentes61.
A postura de Radbruch diante da lei injusta está contida em sua
“fórmula de insuportabilidade”, expressa sob a ideia de que a injustiça
extrema não é direito. Sustém que o direito positivo tem prioridade
ainda quando seu conteúdo for injusto e antifuncional, exceto se a
contradição da lei positiva com a justiça atingir uma medida tão
insuportável que a lei, como ‘direito injusto’, deva retroceder diante
da injustiça. Esse conceito se complementa com a “fórmula da
negação”, de acordo com a qual “aí onde a justiça nem mesmo é
pretendida, onde a igualdade −que constitui a essência da justiça−
é negada conscientemente no estabelecimento do direito positivo,
então a lei não só é um direito ‘injusto’, mas ela carece da natureza
de direito”.62
As reflexões doutrinais anteriores sobre a obediência ao direito
e seu papel como motivo de justificativa da ação permitem
estabelecer, à guisa de conclusão, que o direito não proporciona
61
Cfr. Idem.
62
González Ibarra, Juan de Dios, en VIGO, Rodolfo Luis (coord.), La injusticia ex­
trema no es derecho de Radbruch a Alexy, Fontamara, Doctrina Jurídica Contemporánea,
México, p. 8.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
Asimismo, Nino considera que el Juez debe apreciar que aun
cuando su decisión que desconoce o desaplica el derecho injusto,
puede ser un instrumento para salvaguardar derechos humanos,
podría socavar el respeto por el orden jurídico, por lo que requiere
hacer un delicado balance, de cuya corrección sólo el Juez es responsable. No debe suponer que la opinión mayoritaria es signo seguro
de verdad, pero tampoco asumir que su propio juicio es tan superior
al de otros como para que sea irrevisable frente al hecho que muchos hombres como él han llegado a conclusiones divergentes.61
La postura de Radbruch ante la ley injusta se contiene en su
“fórmula de la insoportabilidad” que se expresa bajo la idea de que la
injusticia extrema no es derecho. Sostiene que el derecho positivo
tiene prioridad cuando su contenido sea injusto y antifuncional, salvo que la contradicción de la ley positiva con la justicia alcance una
medida tan insoportable que la ley, en cuanto a ‘derecho injusto’
deba retroceder ante la injusticia. Este concepto se complementa
con la “fórmula de la negación” de acuerdo con la cual “ahí donde la
justicia ni siquiera es pretendida, donde la igualdad, que constituye
la esencia de la justicia es negada concientemente al establecerse el
derecho positivo, entonces la ley no sólo es un derecho ‘injusto’, sino
que más bien ella carece de la naturaleza de derecho”.62
Las anteriores reflexiones doctrinales sobre la obediencia al dere­
cho y su papel como razón para la justificación de la acción, permiten establecer a manera de conclusión que el derecho no suministra
61
Cfr. Idem.
62
González Ibarra, Juan de Dios, en VIGO, Rodolfo Luis (coord.), La injusticia ex­
trema no es derecho de Radbruch a Alexy, Fontamara, Doctrina Jurídica Contemporánea,
México, p. 8.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
invariavelmente motivos para a ação e para a decisão judicial.
As normas jurídicas, por isso, não são motivos excludentes, exceto
se estiverem fundamentadas em bens morais, os quais, no atual
neoconstuticionalismo, têm referência forçada ao reconhecimento e
à proteção dos direitos fundamentais, como direitos morais,
anteriores ao Estado e a seus sistemas normativos. Por essa razão,
o juiz deve estar atento ao direito, visando a determinar quando
está diante de uma lei injusta e com quais recursos conta para
deixar de aplicá-la.
A perspectiva anterior pode encaixar-se na função social da
administração de justiça, como um movimento de opinião crítica
e de renovação na aplicação do direito. A esse respeito, e dentro
da visão da sociologia jurídica italiana do autor Renato Treves,
Elías Días indica, como aspecto relevante para a incipiente
sociologia jurídica espanhola, e, em particular, para a sociologia
da profissão judicial em seu país, a progressiva conscientização
de cada vez mais amplos setores da magistratura e de juízes
italianos, durante os últimos anos, no sentido de entender sua
função judicial e a realização da justiça, não como função neutra,
asséptica, que se esgotaria totalmente na aplicação mecânica
das leis vigentes, seja qual for seu conteúdo, mas no mais
profundo, de chegar à compreensão de que se o Direito não é
imparcial e justo, eles no fundo também não podem ser imparciais
ou justos, e, então, seu ministério não seria “fazer justiça”, mas
se tornarem meros executores da vontade, mais ou menos justa
ou injusta, que conseguiu constituir-se em direito.63 No cerne do
63
Cfr. Díaz, Elías, Legalidad-legitimidad en el socialismo democrático, Civitas, Madrid, 1978,
p. 41.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
invariablemente razones para la acción y la decisión judicial, por
lo que las normas jurídicas no constituyen razones excluyentes, salvo que se encuentren fundamentadas en bienes morales, que en el
actual neoconstitucionalismo tienen una referencia obligada al reconocimiento y protección de los derechos fundamentales, como
derechos morales, anteriores al Estado y a sus sistemas normativos,
por lo que el Juez debe estar atento al derecho para determinar
cuándo se encuentra ante una ley injusta y con qué recursos cuenta
para dejar de aplicarla.
La anterior perspectiva se puede enmarcar dentro de la función
social de la administración de justicia, como un movimiento de
opinión crítica y de renovación en la aplicación del derecho. Al respecto, y dentro de la visión de una sociología jurídica italiana del
autor Renato Treves, Elías Díaz señala como un aspecto relevante
para la incipiente sociología jurídica española, y, en particular, para
la sociología de la profesión judicial en su país, la progresiva toma de
conciencia de cada vez más amplios sectores de la magistratura y
Jueces italianos durante los últimos años, en el sentido de entender
su función judicial y la realización de la justicia, no como una función
neutra aséptica, que se agotaría totalmente en la sola aplicación me­
cánica de las leyes vigentes sea cual fuere el contenido de éstas, sino
en el más profundo de llegar a la comprensión de que si el derecho
no es imparcial y justo, ellos en el fondo no pueden ser tampoco imparciales ni justos y entonces su ministerio no sería “hacer justicia”
sino convertirse en meros ejecutores de la voluntad, más o menos
justa o injusta que ha logrado hacerse derecho.63 En el fondo del
63
Cfr. Díaz, Elías, Legalidad-legitimidad en el socialismo democrático, Civitas, Madrid, 1978,
p. 41.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
problema da obediência ao direito, está a questão da dignidade
humana; na relação entre moral e direito, este último simplesmente
não pode negar o que o ser humano é e o que aspira a ser.
Sob outro ponto de vista, nem sempre o direito proporciona
os motivos para a decisão judicial, já que apresenta problemas
relacionados com a ambiguidade da linguagem, o que Hart
denomina ‘a textura aberta do direito’, quando expõe que não
importa a técnica, o precedente ou a legislação escolhida para
comunicar critérios ou normas de conduta –e, por mais que estes
operem sem dificuldade em relação à grande massa de casos
ordinários, em algum ponto em que sua aplicação seja questionada,
as normas serão indefinidas.64 Sob ainda outro enfoque, a visão
da ductibilidade do direito de Gustavo Zagrebelsky, como
coexistência de valores e princípios constitucionais que são assumidos
em caráter não absoluto, compatíveis com outros com quem
devem conviver,65 determina, junto com os problemas das lacunas
normativas, a necessidade de valer-se da moral como critério
de correção da decisão judicial. Esta é a ideia de Laporta de
imparcialidade como constrição formal de caráter moral que o
julgador deve aplicar quando o juiz carece de norma jurídica,
porque enfrenta um texto muito vago ou ambíguo, ou porque o
sistema jurídico carece de normas para uma suposição. Nesses
casos deve adotar uma decisão inspirada no princípio geral que o
64
Cfr. Hart, H.L.A. El concepto del derecho, 2a. ed., traducción de Genaro R. Carrió, AbeledoPerrot, Buenos Aires, 2004, p. 159.
65
Cfr. Zagrebelsky, Gustavo, El derecho dúctil. Ley, derechos, justicia, 7a. ed., traducción
de Marina Gascón, Trotta, Madrid, 2007, p. 14.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
problema de la obediencia al derecho, subyace la cuestión de la dignidad humana; en la relación entre la moral y el derecho, este último
simplemente no puede negar lo que el ser humano es y lo que aspira
a ser.
Desde otro enfoque, el derecho no siempre suministra las razones para la decisión judicial puesto que presenta problemas rela­
cionados con la ambigüedad del lenguaje, lo que Hart denomina la
textura abierta del derecho, cuando expone que cualquiera que sea
la técnica, precedente o legislación, que se escoja para comunicar
criterios o pautas de conducta, y por mucho que éstos operen sin
dificultad respecto de la gran masa de casos ordinarios, en algún
punto en que su aplicación se cuestione, las pautas resultarán ser
indeterminadas.64 Por otra parte, la visión de la ductibilidad del
derecho de Gustavo Zagrebelsky, como coexistencia de valores y
principios constitucionales que se asumen con carácter no absoluto,
compatibles con aquellos otros con quienes deben convivir,65 determinan, junto con el problema de las lagunas normativas, la necesidad de acudir a la moral como criterio de corrección de la decisión
judicial. Esta es la idea de Laporta de la imparcialidad como constricción formal de carácter moral que el juzgador debe de aplicar
cuando el Juez carece de norma jurídica porque se enfrenta a un
texto de gran vaguedad o ambigüedad o porque el sistema jurídico
carece de normas para un supuesto. En estos casos tiene que adoptar una decisión que se inspire en un principio general que el Juez
64
Cfr. Hart, H.L.A. El concepto del derecho, 2a. ed., traducción de Genaro R. Carrió, AbeledoPerrot, Buenos Aires, 2004, p. 159.
65
Cfr. Zagrebelsky, Gustavo, El derecho dúctil. Ley, derechos, justicia, 7a. ed., traducción
de Marina Gascón, Trotta, Madrid, 2007, p. 14.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
juiz estivesse disposto a aplicar a todos os casos equiparáveis.
Isso não seria exigido pelo direito, mas por uma constrição formal de
caráter moral. Por isso considera que deve valer-se da argumentação
moral e buscar nela justificativa de segunda ordem para sua
decisão.66
Nesse mesmo contexto, Ernesto Garzón Valdés adverte que,
como a ciência da moral está centrada no estudo e na formulação
de normas de comportamento humano, é óbvio que suas suposições
básicas deverão conter alguma concepção do ser humano como
agente moral. Expõe ainda que nem os cientistas da natureza nem
os teóricos da moral poderiam construir qualquer sistema se não
estabelecessem regras de inferência e critérios de seleção para os
enunciados, indicando que no campo da moral existe um critério
básico de admissibilidade: o de imparcialidade. Aponta que esse
princípio recebeu diversas designações. Leibniz o chamava de
“princípio de equidade”, quer dizer, o da igualdade de motivos para
justificar as ações e as omissões.67
Naturalmente, a existência de lacunas, como indica Hermann
Kantorowicz, não significa que o direito não ofereça normas gerais
que controlem a maioria das sentenças judiciais.68 O autor indica a
necessidade de se ter visão sistemática do direito na solução dos
conflitos –somente quando as normas jurídicas do sistema forem
insuficientes para resolver o caso, deverá valer-se dos critérios
66
Cfr. Laporta, Francisco, Entre el derecho…, op. cit., p. 70.
67
Cfr. Garzón Valdés, Ernesto, “¿Puede la razonabilidad ser un criterio de corrección
moral?”, DOXA. Filosofía del Derecho, no. 21, vol. II, Alicante, España, 1998, pp. 146-147.
68
Cfr. Kantorowicz, Hermann, La definición del derecho, Colofón, México, 1994, p. 22.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
estuviera dispuesto a aplicar a todos aquellos casos equiparables.
Esto no le vendría exigido por el derecho, sino por una constricción
formal de carácter moral. Por eso considera que debe acudir a la argumentación moral y buscar en ella una justificación de segundo
orden para su decisión.66
En el mismo contexto, Ernesto Garzón Valdés advierte que como
la ciencia de la moral se centra en el estudio y formulación de normas de comportamiento humano, es obvio que sus supuestos básicos deberán contener alguna concepción del ser humano como
agente moral y expone que ni los científicos de la naturaleza ni los
teóricos de la moral podrían construir sistema alguno si no establecieran reglas de inferencia y criterios de selección para los enunciados, señalando que en el campo de la moral existe un criterio básico
de admisibilidad: el de imparcialidad. Señala que este principio ha
recibido diversas asignaciones. Leibniz lo llamaba “principio de equi­
dad”, es decir, el de la igualdad de razones para la justificación de las
acciones y omisiones. 67
Naturalmente la existencia de lagunas, como indica Hermann
Kantorowicz, no significa que el derecho no proporcione normas
generales que controlen la gran mayoría de los fallos judiciales.68
Lo anterior indica la necesidad de tener una visión sistemática del
derecho en la solución de los conflictos, y sólo cuando las normas
jurídicas del sistema resulten insuficientes para resolver el caso,
66
Cfr. Laporta, Francisco, Entre el derecho…, op. cit., p. 70.
67
Cfr. Garzón Valdés, Ernesto, “¿Puede la razonabilidad ser un criterio de corrección
moral?”, DOXA. Filosofía del Derecho, no. 21, vol. II, Alicante, España, 1998, pp. 146-147.
68
Cfr. Kantorowicz, Hermann, La definición del derecho, Colofón, México, 1994, p. 22.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
morais, com sentido de imparcialidade, o qual deve orientar-se pela
razoabilidade, de acordo com o pensamento de Garzón Valdés,
como critério de correção, especificamente como racionalidade
argumentativa.69
Antes de terminar este item, convém assinalar que as decisões
dos juízes se tornam também motivos para a decisão judicial, pois
o direito foi interpretado pelos tribunais de forma vinculante,
formulando normas jurisprudenciais obrigatórias. As decisões
funcionam graças ao princípio de imparcialidade na aplicação da lei
como normas universais de justiça, aplicáveis aos casos iguais.
69
Cfr. Garzón Valdés, Ernesto, “¿Puede la razonabilidad …”, op. cit., 148.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
deberá acudirse a los criterios morales, con un sentido de imparcialidad, el cual debe estar orientado por la razonabilidad, de acuerdo
con el pensamiento de Garzón Valdés, como criterio de corrección,
específicamente como una racionalidad argumentativa.69
Antes de terminar este apartado, conviene señalar que las decisiones de los Jueces también se convierten en razones para la de­
cisión judicial, pues cuando el derecho ha sido interpretado por los
tribunales de manera vinculante, formulando normas jurisprudenciales obligatorias, las decisiones funcionan por virtud del principio
de imparcialidad en la aplicación de la ley como normas universales de justicia, aplicables a los casos iguales.
69
Cfr. Garzón Valdés, Ernesto, “¿Puede la razonabilidad …”, op. cit., 148.
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Capítulo V
A imparcialidade como método
na aplicação do direito
A imparcialidade como método não pretende erigir-se em metodologia
da decisão judicial, mas em visão sistemática e metodológica da
imparcialidade no processo da aplicação do direito; trata-se de saber
qual papel desempenha esse princípio diante dos aspectos envolvidos
na tomada de decisões judiciais, para o qual terá que responder certas
perguntas:
• Que papel desempenha a imparcialidade na escolha da norma
jurídica?
• O que deve fazer o juiz imparcial diante de uma lei
inconstitucional?
• Como o juiz imparcial deve interpretar as normas?
• Como o juiz imparcial deve considerar os fatos provados?
• Como o juiz imparcial deve avaliar os fatos?
• Como o juiz imparcial deve justificar suas decisões?
Se também se admite que a imparcialidade é decidir pelo direito,
então torna-se vital determinar, em um Estado constitucional ou
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Capítulo V
La imparcialidad como método
en la aplicación del derecho
La imparcialidad como método no pretende erigirse en una metodología de la decisión judicial, sino solo en una visión sistemática y
metodológica de la imparcialidad en el proceso de la aplicación del
derecho; se trata de saber qué papel juega este principio dentro de
aspectos involucrados en la toma de decisiones judiciales, para lo
cual habrá que responder ciertas preguntas:
• ¿Qué papel juega la imparcialidad en la selección de la norma
jurídica?
• ¿Qué debe hacer el Juez imparcial ante una ley inconstitucional?
• ¿Cómo debe interpretar las normas el Juez imparcial?
• ¿Cómo debe tener por probados los hechos el Juez imparcial?
• ¿Cómo debe valorar los hechos el Juez imparcial?
• ¿Cómo debe justificar sus decisiones el Juez imparcial?
Si se admite que la imparcialidad también consiste en resolver
desde el derecho, entonces resulta vital determinar en un Estado
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
neoconstitucional, a maneira como o juiz ordinário construirá a
premissa maior do silogismo jurídico. O anterior se relaciona com
o conceito de força normativa ou vinculante da constituição, com o
princípio de supremacia constitucional e também com os sistemas
de controle constitucional, já que a resposta será diferente em
função de como se ordena no sistema normativo o poder vinculante
da constituição, e dependerá das faculdades dos juízes ordinários
em agir de acordo com as disposições da constituição.
1. A escolha da norma jurídica
A possibilidade de um juiz ordinário poder construir sua premissa
normativa com postulados constitucionais depende do que Ricardo
Guastini denomina “a constitucionalização do ordenamento jurídico”,
que consiste em uma série de características desse ordenamento,
entre as quais se destacam a força vinculante da constituição e
a aplicação direta das normas constitucionais. A força vinculante se
refere à capacidade das normas da constituição de produzirem
efeitos jurídicos. A aplicação direta pressupõe que a constituição
seja concebida no sentido de os juízes deverem aplicá-la sem
esperarem que produza os efeitos que teriam sido concretizados
por leis.70
Eduardo García de Enterría se refere ao valor normativo da
Constituição espanhola, que é imediato e direto, conforme seus
70
Cfr. Guastini, Riccardo, “La «constitucionalización» del ordenamiento jurídico: el
caso italiano”, Neoconstitucionalismo(s), 2a. ed., Edición de Miguel Carbonell, Trotta,
Madrid, 2005, pp. 49 y ss.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
constitucional o neoconstitucional, la forma en que el Juez ordinario
va a construir la premisa mayor del silogismo jurídico. Lo anterior
tiene relación con el concepto de fuerza normativa o vinculante de
la Constitución y con el principio de supremacía constitucional y
está relacionado también con los sistemas de control constitucional, ya que la respuesta será diferente de acuerdo a cómo se ordena
en el sistema normativo el poder vinculante de la Constitución y
dependerá de las facultades de los Jueces ordinarios para actuar de
acuerdo con lo que dispone la Constitución.
1. La selección de la norma jurídica
La posibilidad de que un Juez ordinario pueda construir su premisa
normativa con postulados constitucionales, depende de lo que Riccar­
do Guastini denomina la “constitucionalización del ordenamiento
jurídico”, que consiste en una serie de características de dicho ordenamiento, entre las que destacan la fuerza vinculante de la Constitución y la aplicación directa de las normas constitucionales.
La fuer­za vinculante se refiere a que las normas de la Constitución
son susceptibles de producir efectos jurídicos. La aplicación directa
presupone que la Constitución sea concebida en el sentido de que
los Jueces deben aplicarla sin esperar para que produzca sus efectos
que hubiese sido concretizada por leyes. 70
Refiere Eduardo García de Enterría respecto del valor normativo
de la Constitución española, que es inmediato y directo conforme a
70
Cfr. Guastini, Riccardo, “La «constitucionalización» del ordenamiento jurídico: el
caso italiano”, Neoconstitucionalismo(s), 2a. ed., Edición de Miguel Carbonell, Trotta,
Madrid, 2005, pp. 49 y ss.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
artigos 9.1 e 53.1, o que afeta todos os cidadãos e todos os
poderes públicos, sem exceção, e não só o poder legislativo. Por isso
o caráter normativo da constituição vincula imediatamente a
totalidade dos juízes e tribunais do sistema, e não só o tribunal
constitucional.71
O efeito vinculante cobra particular importância com relação
aos direitos fundamentais. Robert Alexy aponta que a posição dos
direitos fundamentais na Alemanha se caracteriza por uma
máxima força jurídica, de acordo com o artigo 1.3 da Constituição
alemã, que dispõe que os direitos fundamentais vinculam, como
direito diretamente aplicável, os poderes legislativo, executivo e
judicial.72
De acordo com Joseph Aguiló Regla, toda constituição cumpre
funções políticas e funções jurídicas. O autor assinala que,
quando o raciocínio jurídico penetra na interpretação e na
execução da constituição, para que seja interpretada e aplicada
juridicamente, a constituição passa a ter mais sentido jurídico
que político.73
A supremacia constitucional e seu poder normativo e vinculante
implicam limites ao legislador, os quais Guastini qualifica como
formais e materiais. Os primeiros consistem na impossibilidade de
o legislador emitir leis se não o fizer de acordo com o procedimento
71
Cfr. García De Enterría, Eduardo, La Constitución como norma y el tribunal constitu­
cional, 3a. ed., Civitas, Madrid, 1994, pp. 63-65.
72
Cfr. Alexy, Robert, “Los derechos fundamentales en el Estado Constitucional Democrático”, en Neoconstitucionalismo(s), op. cit., p. 33.
73
Cfr. Aguiló Regla, Joseph, La Constitución del Estado constitucional, Palestra Temis,
Lima-Bogotá, p. 94.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
los artículos 9.1 y 53.1 de la propia Constitución, lo que afecta a todos los ciudadanos y a todos los poderes públicos, sin excepción, y
no sólo al poder legislativo, por lo que el carácter normativo de la
Constitución vincula inmediatamente a la totalidad de los Jueces y
tribunales del sistema, y no sólo al tribunal constitucional.71
El efecto vinculante cobra particular importancia respecto de los
derechos fundamentales. Robert Alexy refiere que la posición de
los derechos fundamentales en Alemania se caracteriza por una
máxima fuerza jurídica conforme al artículo 1.3 de la Constitución
alemana, el cual dispone que los derechos fundamentales vinculan
como derecho directamente aplicable a los poderes legislativo, ejecutivo y judicial.72
De acuerdo con Joseph Aguiló Regla, toda Constitución cumple
con funciones políticas y funciones jurídicas y señala que cuando el
razonamiento jurídico penetra en la interpretación y ejecución de
la Constitución para que ésta sea interpretada y aplicada jurídicamente, entonces la Constitución lo es más en sentido jurídico que
político.73
La supremacía constitucional y su poder normativo y vinculante
implica límites al legislador, los que Guastini califica de formales y
materiales. Los primeros consisten en que el legislador no puede
71
Cfr. García De Enterría, Eduardo, La Constitución como norma y el tribunal constitu­
cional, 3a. ed., Civitas, Madrid, 1994, pp. 63-65.
72
Cfr. Alexy, Robert, “Los derechos fundamentales en el Estado Constitucional Democrático”, en Neoconstitucionalismo(s), op. cit., p. 33.
73
Cfr. Aguiló Regla, Joseph, La Constitución del Estado constitucional, Palestra Temis,
Lima-Bogotá, p. 94.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
estabelecido pela constituição. Entretanto, os limites materiais
vinculam a constituição ao conteúdo das leis que o legislador emita,
de forma que está vedado a este aprovar leis com determinado
conteúdo.74
Se o juiz deve aplicar a lei, mas está vinculado pela constituição,
o que deve fazer para formular a premissa maior do silogismo
jurídico quando a norma legal contradiz a constituição? Dito de outro
modo: se o juiz percebe que o legislador infringiu o limite material da
constituição, como pode respeitar o efeito vinculante e normativo
da lei fundamental?
É indubitável que, perante uma situação desta ordem, o
julgador esteja não somente diante de um problema jurídico, mas
basicamente diante de um problema de ética judicial, que o envolve
em seu compromisso e dever ético de administrar justiça com
sentido de imparcialidade e orientado à realização do direito justo.
A resposta mais de acordo com o Estado neoconstituicional,
sugerida pela supremacia da norma fundamental e por seu poder
normativo e vinculante, indicaria que se deve preferir a norma
constitucional e desaplicar a lei secundária.
Nino considera logicamente incompatível o reconhecimento
da constituição como lei suprema com a negação do poder dos
juízes de não aplicar uma norma que contradiga as exigências da
constituição. Diz que, quando esse poder é negado aos juízes,
74
Cfr. Guastini, Riccardo, “La Constitución como límite a la legislación” en Teoría de la
Constitución. Ensayos escogidos, Carbonell, Miguel (compilador), Porrúa/UNAM, México,
2000, p. 235.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
expedir leyes, si no lo hace de conformidad al procedimiento establecido por la Constitución. Los límites materiales en cambio, vinculan a
la Constitución el contenido de las leyes que emita el legislador, de
forma que le está prohibido aprobar leyes con un cierto contenido.74
Si el Juez debe aplicar la ley, pero está vinculado por la Constitución, ¿qué debe hacer para formular la premisa mayor del silogismo
jurídico cuando la norma legal contradice la Constitución? Dicho de
otro modo, si el Juez advierte que el legislador ha violado el límite
material de la Constitución, ¿cómo puede respetar el efecto vinculante y normativo de la Ley Fundamental?
Es indudable que ante una situación así, el juzgador se encuentra
no solamente frente a un problema jurídico, sino básicamente con
un problema de ética judicial, que lo involucra en su compromiso y
deber ético de administrar justicia con un sentido de imparcialidad
orientado a la realización del derecho justo.
La respuesta más acorde al Estado neoconstitucional, orientada
por la supremacía de la norma fundamental y por su poder normativo y vinculante, indicaría que se debe preferir la norma constitucional y desaplicar la ley secundaria.
Nino considera lógicamente incompatible el reconocimiento de
la Constitución como ley suprema con la negación del poder de los
Jueces de no aplicar una norma que contradice las exigencias de la
Constitución. Dice que cuando se niega ese poder a los Jueces, como
74
Cfr. Guastini, Riccardo, “La Constitución como límite a la legislación” en Teoría de la
Constitución. Ensayos escogidos, Carbonell, Miguel (compilador), Porrúa/UNAM, México,
2000, p. 235.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
como ainda ocorre aos juízes ordinários na Europa continental,
a supremacia da constituição está sendo recusada e concebida
como mero documento declarativo de intenções, sem força
vinculante.75
Héctor Fix-Zamudio e Salvador Valencia Carmona explicam
que a defesa da constituição remete a dois modelos de justiça
constitucional: o americano e o austríaco. O sistema americano de
revisão judicial da constitucionalidade das leis se caracteriza como
a faculdade atribuída a todos os juízes de declarar, em um processo
concreto, a inaplicabilidade das disposições legais secundárias
que forem contrárias à constituição e, com efeito, só para as partes.
O modelo austríaco, ou europeu continental, encomenda a uma
corte ou tribunal constitucional a decisão da constitucionalidade
das leis, com efeitos erga omnes.76
Nos Estados que seguem o modelo americano, conhecido como
controle difuso, os juízes não têm problema em optar pela constituição,
mas, fora desse sistema, os juízes e tribunais ordinários transitam
por um modelo de justiça que se situa entre a lei e a constituição.77
Os principais problemas que existem na vinculação dos juízes
à lei derivam, na opinião de Aragón Reyes, de também estarem
vinculados à constituição. Estes problemas, comenta Aragón Reyes,
75
Cfr. Nino, Carlos Santiago, Fundamentos de derecho constitucional. Análisis filosófico, jurídi­
co y politológico de la práctica constitucional, 1a. reimp., Astrea, Argentina, pp. 674-675.
76
Cfr. Fix-Zamudio, Héctor y Valencia Carmona, Salvador, Derecho constitucio­
nal mexicano y comparado, Porrúa/UNAM, México, 2003, pp. 200-201.
77
Cfr. Aragón Reyes, Manuel, “El juez ordinario entre legalidad y constitucionalidad”
en Carbonell, Miguel; Fix-Zamudio, Héctor y Vázquez, Rodolfo (compiladores),
Jueces y derecho. Problemas contemporáneos, Porrúa/UNAM, México, 2004, p. 151.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
aun ocurre respecto de los Jueces ordinarios en Europa continental,
se está rechazando la supremacía de la Constitución, se la está concibiendo como un mero documento declarativo de intenciones, sin
fuerza vinculante.75
Héctor Fix-Zamudio y Salvador Valencia Carmona, explican que
la defensa de la Constitución remite a dos modelos de justicia constitucional: el americano y el austriaco. El sistema americano de revisión judicial de la constitucionalidad de las leyes se caracteriza como
la facultad atribuida a todos los Jueces para declarar en un proceso
concreto la inaplicabilidad de las disposiciones legales secundarias que sean contrarias a la Constitución y con efectos sólo para las
partes. El modelo austriaco o continental europeo encomienda a
una corte o tribunal constitucional decidir la constitucionalidad de
las leyes, con efectos erga omnes.76
En los Estados que siguen el modelo americano, conocido como
control difuso, los Jueces no tienen problema para optar por la Constitución, pero fuera de este sistema los Jueces y tribunales ordinarios
transitan en un modelo de justicia que se encuentra entre la ley y la
Constitución. Los principales problemas que existen en la vincu­
lación de los Jueces a la ley derivan, en opinión de Manuel Aragón
Reyes, de que también están vinculados a la Constitución.77 Estos
75
Cfr. Nino, Carlos Santiago, Fundamentos de derecho constitucional. Análisis filosófico, jurídi­
co y politológico de la práctica constitucional, 1a. reimp., Astrea, Argentina, pp. 674-675.
76
Cfr. Fix-Zamudio, Héctor y Valencia Carmona, Salvador, Derecho constitucio­
nal mexicano y comparado, Porrúa/UNAM, México, 2003, pp. 200-201.
77
Cfr. Aragón Reyes, Manuel, “El juez ordinario entre legalidad y constitucionalidad”
en Carbonell, Miguel; Fix-Zamudio, Héctor y Vázquez, Rodolfo (compiladores),
Jueces y derecho. Problemas contemporáneos, Porrúa/UNAM, México, 2004, p. 151.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
não desaparecem com institutos processuais, como a questão
da inconstitucionalidade introduzida na Áustria em 1929 e
incluída no modelo espanhol de 1931 (a questão de constitucionalidade
permite
aos
juízes
ordinários
apresentar
consultas
de
inconstitucionalidade ao tribunal constitucional, com suspensão
do processo, até que a questão apresentada seja resolvida),
impedindo os juízes de constatar a invalidez da lei contrária à
constituição, o que significa reforço da ideia de que os juízes não
podiam aplicar as normas constitucionais78 (já que não podiam
desaplicar uma lei que consideravam inconstitucional, sendo assim
obrigados a preferir a lei secundária ou formular a questão de
inconstitucionalidade).
Na opinião de Manuel Aragón Reyes, a questão da
inconstitucionalidade permite a dupla submissão dos juízes
ordinários à lei e às constituições, pois, se não é permitido aos
juízes desaplicar a lei, também não estão obrigados a aplicá-la
quando a considerarem inconstitucional.79 Evidentemente, a decisão
definitiva compete ao Tribunal Constitucional.
A “convivência” entre a jurisdição ordinária e a constitucional
deve ser resolvida, segundo Pablo Pérez Tremps, em certa supremacia
lógico-funcional da segunda, pela necessidade de o sistema
normativo vir precedido de uma finalidade intrínseca de garantir
a unidade interpretativa da constituição, já que, sendo esta uma, e
78
Ibidem, p. 153.
79
Ibidem, pp. 154-155.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
pro­blemas, señala Aragón Reyes, no desaparecen con institutos pro­
cesales como la cuestión de inconstitucionalidad introducida en
Austria en 1929, e incluida en el modelo español de 1931 (la cuestión
de constitucionalidad le permite a los Jueces ordinarios plantear
consultas de inconstitucionalidad al tribunal constitucional, con
suspensión del procedimiento, hasta en tanto se resuelve la cuestión planteada) al impedir a los Jueces constatar la invalidez de
la ley contraria a la Constitución, lo que significa un refuerzo de la
idea de que los Jueces no podían aplicar las normas constitucionales78 (ya que no podían desaplicar una ley que consideraban inconstitucional, por lo cual estaban obligados a preferir la ley secundaria
o bien a formular la cuestión de inconstitucionalidad).
La cuestión de inconstitucionalidad, opina Manuel Aragón Reyes,
permite el doble sometimiento de los Jueces ordinarios a la ley y a la
Constitución, pues si bien a los Jueces no les está permitido desaplicar la ley, tampoco están obligados a aplicarla cuando la consideren
inconstitucional.79 Por supuesto que la decisión definitiva le corresponde al Tribunal Constitucional.
La “convivencia” entre la jurisdicción ordinaria y la constitucional, debe resolverse, de acuerdo con Pablo Pérez Tremps, en una
cierta supremacía lógico-funcional de la segunda, por la necesidad
de que el sistema normativo venga precedido por una finalidad intrínseca de garantizar la unidad interpretativa de la Constitución,
ya que siendo ésta una, y siendo el ordenamiento uno, no cabe que
78
Ibidem, p. 153.
79
Ibidem, pp. 154-155.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
sendo o ordenamento um, não cabe existirem mecanismos díspares
de interpretação constitucional independentes.80
No México, a SCJN interpretou com essa orientação o artigo
133 da Constituição, que prevê: “... Os juízes de cada Estado se
ajustarão à citada Constituição, leis e tratados, apesar das
disposições em contrário que possam existir nas Constituições ou
leis dos Estados”, estabelecendo jurisprudência no sentido de que
esse preceito não autoriza o controle difuso da constitucionalidade
de normas gerais.81
Em consonância com o critério anterior, a Segunda Sala da
SCJN emitiu a tese de que a aplicação direta da constituição compete
a todas as autoridades ordinárias, particularmente ao estar em
presença de direitos fundamentais, sempre e quando não
desaplicarem para esse efeito uma lei secundária.82
Pode-se estimar, em suma, que o trânsito do Estado legislativo ou
legal para o Estado constitucional de direito significou superar o
modelo da lei como única fonte na aplicação do direito, subordinando
a lei à constituição, passando de uma orientação juspositivista para
outra baseada em valores e princípios constitucionais.
80
Cfr. Pérez Tremps, Pablo, Escritos sobre justicia constitucional, Porrúa/Instituto Mexicano de Derecho Procesal Constitucional, México, 2005, p. 59.
81
Vid Semanario Judicial de la Federación y su Gaceta, Tomo X, agosto de 1999, Tesis P/J
74/99, p. 5.
82
Vid Semanario Judicial de la Federación y su Gaceta, Tomo XIX, enero de 2009, 2a.
CLXII/2008, p. 781.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
existan mecanismos dispares de interpretación constitucional independientes.80
En México, la SCJN ha interpretado con esta orientación, el ar­
tículo 133 de la Constitución, que previene “…Los Jueces de cada
Estado se arreglarán a dicha Constitución, leyes y tratados, a pesar
de las disposiciones en contrario que pueda haber en las Constituciones o leyes de los Estados”, al sentar jurisprudencia en el sentido
de que dicho precepto no autoriza el control difuso de la constitucionalidad de normas generales.81
En consonancia con el anterior criterio, la Segunda Sala de la
SCJN emitió la tesis de que la aplicación directa de la Constitución
le corresponde a todas las autoridades ordinarias, particularmente
cuando se está en presencia de derechos fundamentales, siempre
y cuando no desapliquen para ese efecto una ley secundaria.82
Puede apreciarse, en suma, que el tránsito del Estado legislativo o legal, al Estado constitucional de derecho ha significado superar el modelo de la ley como única fuente en la aplicación del
derecho, subordinando la ley a la Constitución, pasando de una
orientación iuspositivista a otra basada en valores y principios
constitucionales.
80
Cfr. Pérez Tremps, Pablo, Escritos sobre justicia constitucional, Porrúa/Instituto Mexicano de Derecho Procesal Constitucional, México, 2005, p. 59.
81
Vid Semanario Judicial de la Federación y su Gaceta, Tomo X, agosto de 1999, Tesis P/J
74/99, p. 5.
82
Vid Semanario Judicial de la Federación y su Gaceta, Tomo XIX, enero de 2009, 2a.
CLXII/2008, p. 781.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
O anterior repercute também no modelo de juiz exigido pela
sociedade atual, que procura a satisfação de seus direitos
fundamentais e sua garantia jurisdicional mediante juízes
independentes e imparciais, comprometidos ética e juridicamente
com a realização dos bens e direitos constitucionais e que são
inerentes ao ser humano, anteriores à própria existência do Estado.
A visão da imparcialidade como método pressupõe tornar
realidade a ideia de justiça, como bem do direito que deve orientar a
atividade do juiz. A imparcialidade aparece como um meio que
serve para realizar um fim valioso.
2. Interpretação das normas jurídicas
O modelo de interpretação positivista imperante no Estado de
legalidade foi inspirado em Von Savigny, que definiu a interpretação
como “a reconstrução do pensamento contido na lei”. Para esse
autor, em nada difere a interpretação da lei da que se faz de
qualquer outro pensamento expresso pela linguagem. Revela-se um
caráter próprio, contudo, quando a descompomos em suas partes
constitutivas, a saber, os elementos gramatical, lógico, histórico e
sistemático.83
Este modelo corresponde à escola histórica alemã, na qual,
relata Manuel Hallivis Pelayo, o direito é produto da história,
expressão da consciência popular, da alma do povo. Dessa forma,
83
Von Savigny, Friedrich Karl, Sistema del derecho romano actual, t. I, Suprema Corte de
Justicia de la Nación, México, 2004, pp. 149-150.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
Lo anterior también repercute en el modelo de Juez que requiere
la sociedad actual, que demanda la satisfacción de sus derechos
fundamentales y su garantía jurisdiccional mediante Jueces indepen­
dientes e imparciales, comprometidos ética y jurídicamente en la rea­
lización de los bienes y derechos constitucionales y que son inheren­tes
al ser humano, anteriores a la existencia misma del Estado.
La visión de la imparcialidad como método supone hacer realidad la idea de justicia, como bien del derecho que debe orientar la
actividad del Juez. La imparcialidad aparece como un medio que sirve para realizar un fin valioso.
2. Interpretación de las normas jurídicas
El modelo de interpretación positivista imperante en el Estado de
legalidad fue inspirado por Von Savigny, quien definió la interpre­
tación como: “La reconstrucción del pensamiento contenido en la
ley”. Para dicho autor en nada difiere la interpretación de la ley, de
aquella que se realiza de cualquier otro pensamiento expresado por
el lenguaje, pero revela un carácter propio cuando la descomponemos en sus partes constitutivas, a saber, los elementos gramatical,
lógico, histórico y sistemático. 83
Este modelo corresponde a la escuela histórica alemana, en la
cual, relata Manuel Hallivis Pelayo, el derecho es producto de la historia, expresión de la conciencia popular, del espíritu del pueblo.
83
Von Savigny, Friedrich Karl, Sistema del derecho romano actual, t. I, Suprema Corte de
Justicia de la Nación, México, 2004, pp. 149-150.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
indica esse autor, invocando Rodríguez Cepeda, os direitos surgem
da consciência do povo, fonte autêntica e genuína do direito,
e o resultado interpretativo fica garantido por um caminho préestabelecido.84 Bartolo Rodríguez Cepeda expõe precisamente
que o historicismo jurídico prescindiu do problema jusnaturalista
e focou sua atenção em manifestações históricas como o digesto
justiniano e o Código napoleônico. Rodríguez Cepeda considera
que a escola historicista, que surgiu contra o racionalismo filosófico,
está certa ao manter a necessidade da indagação histórica no
âmbito jurídico, mas isso não é suficiente, pois seu defeito está em
esquivar-se da função valorativa, já que, para justificar, deve
recorrer a conceitos e valores e empregar um critério que vai além
do histórico.85
O fato de os elementos que formam a definição jurídica estarem
hoje “constitucionalizados”, comenta Zagrebelsky, estabelece
as condições para a superação da segunda grande redução do
positivismo jurídico do século XIX: a redução da justiça à lei, já que,
ao negar a existência de “níveis” de direitos diferentes da vontade
conformada na lei, fechava-se intencionalmente a possibilidade da
distinção relevante entre lei e justiça. Tal distinção podia valer em
outro plano, o da experiência ética, mas não no jurídico.86 Nesse
modelo de aplicação judicial do direito, explica Zagrebelsky, uma
84
Hallivis Pelayo, Manuel, Teoría general de la interpretación, 2a. ed., Porrúa, México,
2007, pp. 121-122.
85
Rodríguez Cepeda, Bartolo Pablo, Metodología jurídica, Oxford University Press,
México, 2003, pp. 170-172.
86
Zagrebelsky, Gustavo, El derecho dúctil…, op. cit., p. 96.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
De esta forma, señala dicho autor, invocando a Rodríguez Cepeda,
los derechos surgen de la conciencia del pueblo, fuente auténtica y
genuina del derecho y el resultado interpretativo queda asegurado
a través de un camino prefijado.84 Precisamente Bartolo Rodríguez
Cepeda expone que el historicismo jurídico prescindió del problema
iusnaturalista y enfocó su atención en manifestaciones históricas
como las Pandectas justinianeas y el Código napoleónico. Consi­
dera Rodríguez Cepeda que la escuela historicista, que surgió como
razón contra el racionalismo filosófico, está en lo cierto al sostener
la necesidad de la indagación histórica en el ámbito jurídico, pero
eso no es suficiente, y que su defecto radica en eludir la función valorativa, puesto que para justificar hay que recurrir a conceptos y
valores y utilizar un criterio que va más allá de lo histórico.85
El hecho de que los elementos que forman la definición jurídica
de la justicia estén hoy “constitucionalizados”, comenta Zagrebelsky,
sienta las condiciones para la superación de la segunda gran reducción del positivismo jurídico del siglo XIX: la reducción de la justicia a
la ley, ya que al negar la existencia de “niveles” de derechos diferentes de la voluntad plasmada en la ley, se cerraba intencionalmente
la posibilidad de una distinción relevante entre ley y justicia. Tal distinción podía valer en otro plano, el de la experiencia ética, pero no
en el jurídico.86 En este modelo de aplicación judicial del derecho,
84
Hallivis Pelayo, Manuel, Teoría general de la interpretación, 2a. ed., Porrúa, México,
2007, pp. 121-122.
85
Rodríguez Cepeda, Bartolo Pablo, Metodología jurídica, Oxford University Press,
México, 2003, pp. 170-172.
86
Zagrebelsky, Gustavo, El derecho dúctil…, op. cit., p. 96.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
vez determinada a regra, sua aplicação concreta se reduzia a um
mecanismo sem discricionariedade.87
O paradigma positivista da legalidade produziu um protótipo
de juiz que prescindia da ética, assinala José Ramón Narváez
Hernández, pois bastava ajustar-se à norma para fazer o correto,
sem importar se a norma era injusta; o caráter ético da conduta do
juiz se reduzia, então, à aplicação da norma e qualquer consideração
extra era não jurídica.88
É explicável então que para Malem Seña a dúvida quanto à
possibilidade de más pessoas se tornarem bons juízes encontra
resposta afirmativa de sua parte em um Estado positivista, no qual
a justiça deve ser entendida como a aplicação da lei, sem importar
quais são os estados mentais ou psicológicos de quem a aplica, daí
ser irrelevante, na justificativa das sentenças, a moral privada da
autoridade que as profere. Desse ponto de vista, não seria verdade
que para ser um bom juiz seria necessário ser uma boa pessoa: uma
pessoa má pode chegar a ser, nesse sentido, um bom juiz.89
Em um Estado neoconstitucional ordenado em princípios,
valores e direitos fundamentais, no qual os julgadores gozam de
87
Ibidem, p. 132.
88
Narváez Hernández, José Ramón, “Apuntes para una historia de la ética judicial
en México”, Historia de la cultura jurisdiccional en México, Suprema Corte de Justicia de la
Nación, México, p. 118.
89
Malem Seña, Jorge F., “¿Pueden las malas personas ser buenos Jueces?”, en Carbonell, Miguel; Fix-Zamudio, Héctor y Vázquez, Rodolfo (compiladores), Jueces y dere­
cho…, op. cit., pp. 37-40.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
explica Zagrebelsky, una vez determinada la regla, su aplicación
concreta se reducía a un mecanismo sin discrecionalidad.87
El paradigma positivista de la legalidad produjo un prototipo de
Juez que prescindía de la ética, señala José Ramón Narváez Hernández, pues bastaba que se ajustara a la norma para hacerlo correcto,
sin importar si la norma era injusta; la eticidad de la conducta del
Juez se concretaba entonces a aplicar la norma y cualquier consideración extra, era no jurídica.88
Es explicable entonces que para Malem Seña, la pregunta relativa a que si las malas personas pueden ser buenos Jueces, encuentra
una respuesta afirmativa de su parte en un Estado positivista en el
que la justicia debe ser entendida como la aplicación de la ley, sin
importar cuáles sean los estados mentales o psicológicos de quienes la aplican, por lo que en la justificación de las sentencias resulta
irrelevante la moral privada de la autoridad que las dicta. Desde esa
perspectiva no sería verdad que para ser un buen Juez sería nece­
sario ser una buena persona. Una mala persona podría llegar a hacer,
en ese sentido, un buen Juez.89
Por el contrario, en un Estado neoconstitucional ordenado en principios, valores y derechos fundamentales, en el que los juzgadores
87
Ibidem, p. 132.
88
Narváez Hernández, José Ramón, “Apuntes para una historia de la ética judicial
en México”, Historia de la cultura jurisdiccional en México, Suprema Corte de Justicia de la
Nación, México, p. 118.
89
Malem Seña, Jorge F., “¿Pueden las malas personas ser buenos Jueces?”, en Carbonell, Miguel; Fix-Zamudio, Héctor y Vázquez, Rodolfo (compiladores), Jueces y dere­
cho…, op. cit., pp. 37-40.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
discricionariedade, a figura do juiz eticamente responsável emerge,
pelo contrário, como necessidade inevitável para a materialização
desses bens constitucionais. Como assinala Jorge F. Malen Seña, a
confiança da opinião pública repousa na compostura dos juízes;
assim, eles não só devem ser independentes, imparciais, competentes
e honrados, como também devem aparentar sê-lo. Por isso, certos
tipos de juízes, como o irascível, o adúltero, o que se relaciona com
amizades perigosas, tornam-se incompatíveis com a aparência de
honorabilidade, e, alguns deles, como os que pertencem a associações
racistas, não poderiam ser bons juízes, já que sua imparcialidade
teria ficado definitivamente afetada.90
Um juiz do nosso tempo teria que estar comprometido com
modelos de interpretação que, na opinião de Vigo, se caracterizam
por serem multidimensionais e que compreenderiam as dimensões
jurídica ou regulatória, a fáctica, a axiológica, a linguística e a lógica.
A dimensão regulatória, adverte Vigo, teria que levar em consideração,
para solucionar um problema, os princípios jurídicos que adquiririam
inusual importância com o modelo proposto por Ronald DWorkin,
com sua visão de um sistema jurídico ordenado sob princípios.
A dimensão fáctica implicaria ver o jurista não só como quem descreve
fatos, mas como seu construtor. A dimensão axiológica remete aos
valores que, de acordo com o cognoscitivismo ético de Von Wright,
considera que os juízos de valor são objetivamente verdadeiros ou
falsos. A dimensão linguística, orientada pela escola analítica,
mantém, com Scarpelli, a noção de que os juristas devem em cada
passo determinar e forjar significados, construir ou reconstruir
90
Ibidem, pp. 41-45.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
gozan de discrecionalidad, la figura del Juez éticamente responsable emerge como una necesidad insoslayable para concretar esos
bienes constitucionales. Como lo señala Jorge F. Malem Seña, la
confianza de la opinión pública descansa en la compostura de los
Jueces, por lo que éstos no sólo deben ser independientes, imparciales, competentes y honorables, sino que además deben parecerlo,
por lo que cierto tipo de Jueces, como el irascible, el adúltero y el que
se relaciona con amistades peligrosas resultan incompatibles con la
apariencia de honorabilidad, y algunos de ellos, como los que pertenecen a asociaciones racistas, no podrían ser buenos Jueces, puesto
que su imparcialidad habría quedado definitivamente afectada.90
Un Juez de nuestro tiempo, tendría que estar comprometido con
modelos de interpretación, que en opinión de Vigo, se caracterizan
por ser multidimensionales al comprender las dimensiones jurí­dica
o regulatoria, la fáctica, la axiológica, la lingüística y la lógica. La di­
mensión regulatoria, advierte Vigo, tendría que tomar en cuenta para
solucionar un problema los principios jurídicos, que adquirieron una
inusual importancia con el modelo propuesto por Ronald Dworkin,
fundado en un sistema jurídico ordenado bajo principios. La dimensión fáctica implicaría ver al jurista no sólo como quien describe
hechos, sino como un constructor de los mismos. La di­mensión axioló­
gica remite a los valores, de acuerdo al cognoscitivismo ético de Von
Wright quien considera que los juicios de valor son objetivamente
verdaderos o falsos. La dimensión lingüística, orientada por la escuela analítica, sostiene con Scarpelli que los juristas deben a
cada paso determinar y forjar significados, construir o reconstruir
90
Ibidem, pp. 41-45.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
relações semânticas, sintáticas e pragmáticas. A dimensão lógica
procura dotar os juristas de argumentos que facilitem seu discurso
correto e nos advirtam dos riscos das falácias.91
A evolução da teoria interpretativa do direito, com as dimensões
apontadas por Vigo, bem como a transformação do Estado de
legalidade em um Estado constitucional de direito –no qual a
primazia é dos princípios, dos direitos fundamentais e dos valores
superiores da constituição– não é consistente, no sistema atual de
interpretação no México, com à jurisdição ordinária, já que o
denominado Estado neoconstitucional estará defasado no que
concerne a seu sistema de garantias na aplicação do direito,
enquanto não se tenha dotado a jurisdição ordinária de um poder
que permita tornar efetiva a normatividade da constituição.
As normas constitucionais são supremas, mas devem ceder ante
a lei no exercício da jurisdição ordinária e ante a falta de mecanismos
que permitam ao juiz ordinário decidir com base na constituição,
já que o controle difuso não é permitido, de acordo com a interpretação
da SCJN, nem se conta com o recurso da inconstitucionalidade. Esta
defasagem, se bem não produz dano irremediável, já que existem
instrumentos de controle constitucional, não é compatível com
o poder normativo da constituição, nem é idônea para realizar o
principio da imparcialidade judicial, posto que, se os juízes devem
resolver pelo direito é importante que o façam com base na
constituição, e isto envolve todos os juízes e não só os que exercem
a justiça constitucional; mais ainda se os direitos fundamentais
estão em jogo.
91
Cfr. Vigo, Rodolfo L., Interpretación jurídica. Del modelo iuspositivista legalista decimonó­
nico a las nuevas perspectivas, Rubinzal/Culzoni, Buenos Aires, 1999, pp. 19-24.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
relaciones semánticas, sintácticas y pragmáticas. La dimensión
lógica, procura dotar a los juristas de argumentos que faciliten su
discurso correcto y nos advierten de los riesgos de las falacias.91
La evolución de la teoría interpretativa del derecho, con las
dimensiones señaladas por Vigo, así como la transformación del
Estado de legalidad a un Estado constitucional de derecho, en el que
tienen primacía los principios, los derechos fundamentales y los valores superiores de la Constitución, no es consistente en el actual
sistema de interpretación en México, por lo que se refiere a la jurisdicción ordinaria, ya que el denominado Estado neoconstitucional
está desfasado en lo que corresponde a su sistema de garantías en
la aplicación del derecho, en tanto que no se ha dotado a la jurisdicción ordinaria de un poder que le permita hacer efectiva la normatividad de la Constitución. Las normas constitucionales son supremas, pero deben ceder ante la ley en el ejercicio de la jurisdicción
ordinaria ante la falta de mecanismos que le permitan al Juez ordinario resolver desde la Constitución, ya que el control difuso no está
permitido de acuerdo con la interpretación de la SCJN, ni se cuenta con el recurso de la cuestión de inconstitucionalidad. Este desfasamiento, si bien no produce daño irremediable, puesto que existen
instrumentos de control constitucional, no resulta compatible con
el poder normativo de la Constitución, ni es idóneo para realizar el
principio de la imparcialidad judicial, ya que si los Jueces deben resolver desde el derecho, es importante que los Jueces, no sólo los que
ejercen justicia constitucional, resuelvan desde la Constitución, más
aún si están en juegos los derechos fundamentales.
91
Cfr. Vigo, Rodolfo L., Interpretación jurídica. Del modelo iuspositivista legalista decimonóni­
co a las nuevas perspectivas, Rubinzal/Culzoni, Buenos Aires, 1999, pp. 19-24.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
De outra parte, a possibilidade de qualquer pessoa alegar
exceção no juízo, invocando a inconstitucionalidade de uma lei que
se pretenda aplicar-lhe, com a consequente faculdade do juiz
ordinário de poder desaplicar a norma, sem estritamente exercer
função de controle constitucional, enquanto não realizasse a função
de um legislador negativo, expulsando a norma do ordenamento
jurídico, permitiria colocar os cidadãos no sistema de direitos
constitucionais com o devido sistema de garantias processuais,
facilitando uma cultura jurídica do Estado constitucional, em uma
comunidade de iguais, com possibilidade real e imediata de tornar
efetivos os postulados da constituição
Não obstante, deve-se dizer que o deficit anterior da jurisdição
ordinária se atenua com o que a doutrina conhece como interpretação
de acordo com a constituição. Germán Bidart Campo distingue
entre interpretação “da” constituição, que se dá quando, em relação
com os direitos declarados em suas normas, assinala o significado e
o sentido dessas normas ao aplicá-las, e o que se conhece como
interpretação “pela” constituição, quando, em igual relação, usa
a interpretação “da” para interpretar “pela” o restante do
ordenamento jurídico.92
García de Enterría explica que a supremacia da constituição
obriga à interpretação do ordenamento jurídico em qualquer
momento de sua aplicação, por tribunais ou por órgãos legislativos
ou administrativos, no sentido que resulta dos princípios e regras
92
Cfr. Bidart Campos, Germán J., Teoría general de los derechos humanos, Universidad
Nacional Autónoma de México/Instituto de Investigaciones Jurídicas, Serie G: Estudios
Doc­trinales, núm. 120, México, 1989, p. 400.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
Por otra parte, la posibilidad de que cualquier persona pudiera
excepcionarse invocando la inconstitucionalidad de una ley que se
le pretenda aplicar, con la consecuente facultad del Juez ordinario de
poder desaplicar la norma, sin realizar estrictamente una función
de control constitucional, en tanto no realizaría la función de un legislador negativo expulsando la norma del ordenamiento jurídico,
permitiría poner a la par a los justiciables en el sistema de derechos
constitucionales con el sistema de garantías procesales y facilitaría
una cultura jurídica del Estado constitucional, en una comunidad de
iguales con la posibilidad real e inmediata de hacer efectivos los
postulados de la Constitución.
No obstante, debe decirse que el anterior déficit de la jurisdicción
ordinaria se atenúa con lo que la doctrina conoce como interpretación conforme a la Constitución. Germán Bidart Campos distingue
entre interpretación “de” la Constitución, que se da cuando, en relación
con los derechos declarados en sus normas, la norma fundamental
señala el signifi­cado o sentido de esas normas al darles aplicación, y
lo que se co­noce como interpretación “desde” la Constitución, cuando, en igual relación, la carta magna utiliza la interpretación “de” ella
para interpretar “desde” ella el resto del ordenamiento jurídico.92
Explica García de Enterría que la supremacía de la Constitución
obliga a interpretar el ordenamiento jurídico en cualquier mo­
mento de su aplicación, por tribunales o por órganos legislativos o
administrativos, en el sentido que resulta de los principios y reglas
92
Cfr. Bidart Campos, Germán J., Teoría general de los derechos humanos, Universidad
Nacional Autónoma de México/Instituto de Investigaciones Jurídicas, Serie G: Estudios
Doc­trinales, núm. 120, México, 1989, p. 400.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
constitucionais, o que denomina “princípio da interpretação de
acordo com a constituição”, consequência derivada do caráter
normativo da constituição.93
Esse princípio deu ensejo ao que se conhece como sentenças
interpretativas que na opinião de Francisco Javier Díaz Revorio são
as que, de acordo com o Tribunal Constitucional Espanhol, recusam
uma ação de inconstitucionalidade, na medida em que sejam
interpretadas segundo o que o Tribunal Constitucional considera
adequado à constituição, ou não sejam interpretadas nos sentidos
inadequados.94 García de Enterría aponta que, sem prejuízo de que
a interpretação de acordo com a constituição tenha nascido “nos
interstícios do processo” da justiça constitucional, revelou-se um
verdadeiro princípio geral de ordenamento, resultante da necessária
aplicação universal; por isso, além dos tribunais, afeta os operadores
públicos e privados de qualquer caráter, na aplicação do ordenamento
jurídico.95
Existe uma relação, entre o Tribunal Constitucional Espanhol e
os tribunais ordinários, alega Díaz Revorio, que é de aplicação geral.
Assinala que o Tribunal Constitucional é o intérprete supremo da
constituição; em troca, a interpretação da lei compete ordinariamente
aos órgãos integrantes do poder judiciário, de forma que não cabe
ao Tribunal Constitucional indicar qual é, entre várias possíveis,
93
Cfr. García De Enterría, Eduardo, La Constitución…, op. cit., p. 95.
94
Cfr. Díaz Revorio, Francisco Javier, Las sentencias interpretativas del tribunal constitucio­
nal, Lex Nova, Valladolid, España, 2001, p. 67.
95
Cfr. García De Enterría, Eduardo, La Constitución…, op. cit., p. 97.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
constitucionales, lo que denomina “principio de la interpretación con­
forme a la Constitución”, que es una consecuencia derivada del
carácter normativo de la Constitución.93
Este principio ha dado lugar a lo que se conoce como sentencias
interpretativas, que en concepto de Francisco Javier Díaz Revorio
son aquellas que en palabras del Tribunal Constitucional Español,
rechazan una demanda de inconstitucionalidad, en la medida que
se interprete en el sentido que el Tribunal Constitucional considera
adecuado a la Constitución, o no se interprete en sentidos inadecuados.94 Señala García de Enterría que sin perjuicio de que la inter­
pre­tación conforme a la Constitución haya nacido “en los intersticios
del procedimiento” de justicia constitucional, ha venido a revelar un
verdadero principio general del ordenamiento que resulta de necesaria aplicación universal, por lo que, además de los tribunales afecta a los operadores públicos y privados de cualquier carácter, en
aplicación del ordenamiento jurídico.95
Existe una relación entre el Tribunal Constitucional Español y los
tribunales ordinarios, que invoca Díaz Revorio, y que resulta de aplicación general. Señala que el Tribunal Constitucional es el intérprete
supremo de la Constitución; en cambio, la interpretación de la ley
corresponde ordinariamente a los órganos integrantes del poder
judicial, de manera que no corresponde al Tribunal Constitucional
señalar cuál es, entre varias posibles, la interpretación “correcta” o
93
Cfr. García De Enterría, Eduardo, La Constitución…, op. cit., p. 95.
94
Cfr. Díaz Revorio, Francisco Javier, Las sentencias interpretativas del tribunal constitucio­
nal, Lex Nova, Valladolid, España, 2001, p. 67.
95
Cfr. García De Enterría, Eduardo, La Constitución…, op. cit., p. 97.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
a interpretação “correta” ou “adequada” da lei, mas pode e deve
indicar quais interpretações são inconstitucionais e quais estão de
acordo com a norma fundamental. Mas, quando o Tribunal
Constitucional declarar qual interpretação ou quais interpretações
são constitucionais e quais não, sua decisão vinculará todos os
juízes e tribunais e, na prática, terá efeito erga omnes.96
O tema da interpretação das normas jurídicas de acordo com a
constituição é um critério orientador na definição de seu conteúdo
ante o fenômeno da indeterminação do direito, o qual influi na
possibilidade de se poder obter uma resposta correta. A oposição
entre determinismo e indeterminismo, comenta Cristina Redondo,
costuma ser expressa na confrontação entre a tese da única
resposta correta e a tese da discrição judicial. Quanto mais
determinada estiver a norma, mais os casos serão claramente
subsumíveis a ela. Uma norma é totalmente indeterminada quando
nenhum caso está claramente incluído ou excluído de seu conteúdo.97
Isso indica que, quando a norma é determinada, quer dizer que
identifica de forma clara e definida os casos previstos e as sanções,
o operador do direito não terá problemas em encontrar a solução
correta. Seriam os casos fáceis; mas, quando a norma é totalmente
indeterminada, não haverá condições favoráveis para encontrar
uma única resposta correta, ante as dificuldades de subsumir os casos
à norma. Nessa situação estão incluídos os chamados casos difíceis,
96
Cfr. Díaz Revorio, Francisco Javier, Las sentencias…, op. cit., p. 227.
97
Cfr. Redondo, Cristina, “Teorías del derecho e indeterminación normativa”, Conoci­
miento Jurídico y determinación normativa, Fontamara, Biblioteca de Ética, Filosofía del Derecho y Política, núm. 84, México, pp. 104 y 105.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
“adecuada” de la ley, pero sí puede y debe indicar qué interpretaciones son inconstitucionales y cuáles conformes a la Norma Fundamen­
tal, pero cuando el Tribunal Constitucional declare qué interpretación o interpretaciones son constitucionales y cuáles no, su decisión
vinculará a todos los Jueces y tribunales, y en la práctica tendrá efectos erga omnes.96
El tema de la interpretación de las normas jurídicas acorde a la
Constitución, resulta un criterio orientador en la definición de su con­
tenido ante el fenómeno de la indeterminación del derecho, el cual
influye en cuanto a la posibilidad de que se pueda obtener una
respuesta correcta. La oposición entre el determinismo y el indeterminismo, comenta Cristina Redondo, suele expresarse en la confrontación de la tesis de la única respuesta correcta y la tesis de la
discreción judicial. Cuando más determinada esté la norma, más serán los casos claramente subsumibles en ella. Una norma está totalmente indeterminada cuando ningún caso está claramente incluido
o excluido en su contenido.97 Lo anterior indica que cuando la norma
está determinada, es decir, que identifica de manera clara y definida
los casos previstos y las sanciones, el operador del derecho no tendrá problema en encontrar la solución correcta, se trataría de los
casos fáciles, pero cuando la norma está totalmente indeterminada, no habrá condiciones favorables para encontrar una única respuesta correcta, ante las dificultades de subsumir los casos a la
norma. Esta situación corresponde a los llamados casos difíciles,
96
Cfr. Díaz Revorio, Francisco Javier, Las sentencias…, op. cit., p. 227.
97
Cfr. Redondo, Cristina, “Teorías del derecho e indeterminación normativa”, Conoci­
miento Jurídico y determinación normativa, Fontamara, Biblioteca de Ética, Filosofía del Derecho y Política, núm. 84, México, pp. 104 y 105.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
sendo essa indefinição o que sustentaria a tese da discricionariedade
defendida pro Hart.
A diferença entre disposição e norma é um lugar-comum na
doutrina. Diaz Revorio assinala, citando Guastini, que a disposição
seria o texto, o conjunto de palavras que formam uma oração,
enquanto a norma seria seu significado, isto é, o resultado de sua
interpretação.98 Os problemas de interpretação surgem porque
uma disposição pode ser interpretada em diversos sentidos. Guastini
distingue, −em função da indeterminação do ordenamento jurídico−
entre a interpretação como atividade de verificação dos múltiplos
significados e a interpretação entendida como atividade de
decisão. A primeira que chama de cognitiva é expressa nas fórmulas:
“O artigo X da lei foi interpretado nos sentidos S1, S2 e S3”, e “o
artigo X da lei poderia ser interpretado nos sentidos S1, S2 e S3”.
A interpretação decisória consiste em decidir qual dos diversos
significados possíveis será adotado para fundamentar a decisão.
Seria expresso na fórmula: “O artigo X da lei S1”. A interpretação
decisória resolve o problema da indeterminação do ordenamento
jurídico.99
Esses problemas da indefinição do direito e da discricionariedade
judicial são transcendentais, porque coloca em jogo a integridade
moral do julgador, que deve ser imparcial na busca do sentido da
98
Cfr. Díaz Revorio, Francisco Javier, Las sentencias…, op. cit., p. 36.
99
Cfr. Guastini, Riccardo, Estudio sobre la interpretación jurídica, 8a. ed., Porrúa/UNAM,
México, 2008, pp. 156-157.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
siendo esta indeterminación lo que sustenta la tesis de la discrecionalidad defendida por Hart.
La diferencia entre disposición y norma es un lugar común en la
doctrina. Señala Díaz Revorio, citando a Guastini que la disposición
sería el texto, el conjunto de palabras que forman una oración, mien­
tras que la norma sería su significado, esto es el resultado de su
inter­pretación.98 Los problemas de interpretación surgen porque
una disposición puede ser interpretada en varios sentidos. Guastini
distingue con motivo de la indeterminación del ordenamiento jurídico, entre la interpretación como actividad de verificación de los múltiples significados y la interpretación entendida como actividad de
decisión. A la primera que llama cognitiva la expresa en las fórmulas:
“El artículo X de la ley ha sido interpretado en los sentidos S1, S2 y
S3”, y “El artículo X de la ley podría ser interpretado en los sentidos
S1, S2 y S3”. La interpretación decisoria consiste en decidir cuál de
los diversos significados posibles se adopta para fundar la decisión.
Se expresaría en la fórmula: “El artículo X de la ley S1”. La interpretación decisoria, resuelve el problema de la indeterminación del
ordenamiento jurídico.99
Estos problemas de la indeterminación del derecho y de la discrecionalidad judicial, son trascendentes porque ponen en juego la
inte­gridad moral del juzgador, quien debe ser imparcial en la búsqueda del sentido de la norma. Un Juez imparcial debe realizar una
98
Cfr. Díaz Revorio, Francisco Javier, Las sentencias…, op. cit., p. 36.
99
Cfr. Guastini, Riccardo, Estudio sobre la interpretación jurídica, 8a. ed., Porrúa/UNAM,
México, 2008, pp. 156-157.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
norma. Um juiz imparcial deve fazer uma interpretação funcional,
empregando os métodos e argumentos que estiverem respaldados
pelo sistema normativo, e não deve aproveitar a indefinição do
direito para favorecer alguma das partes ou para ter benefício
ou satisfazer interesse próprio. O juiz imparcial deve examinar
total e coerentemente a norma que interpreta, pois, como indica
Emilio Betti, parafraseando Celso, “é contra o direito julgar ou
responder em vista de alguma parte pequena da lei, sem ter
examinado atentamente toda a lei”.100 De outro lado, o juiz imparcial
deve usar a interpretação de acordo com a constituição, escolhendo
o sentido interpretativo que estiver mais em harmonia com a lei
fundamental.
A Primeira Sala da SCJN pronunciou-se jurisprudencialmente
a favor da interpretação mais de acordo com a constituição, por ser a
que materializa de forma mais efetiva as previsões constitucionais.101
Não existe nenhum obstáculo para que a jurisdição ordinária use
o mesmo critério de interpretação quando a Suprema Corte não
definiu jurisprudencialmente o critério que deve prevalecer.
Humberto Noveira Alcalá explica que existe uma tendência dos
tribunais constitucionais, na América do Sul, de emitir sentenças de
interpretação de acordo com a constituição e comenta diversos
casos nos quais percebe o propósito de atenuar os efeitos da
100
BETTI, Emilio, La interpretación jurídica, Lexis Nexis, Santiago, Chile, 2006, p. 30.
101
Vid. Semanario Judicial de la Federación y su Gaceta, t. XXVIII, noviembre de 2008, 1a.
LXX/2008, p. 215.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
interpretación funcional utilizando los métodos y argumentos que
estén respaldados por el sistema normativo, y no debe aprovechar
la indeterminación del derecho para favorecer a alguna de las partes ni para sacar un beneficio o satisfacer un interés propio. El Juez
imparcial debe examinar en forma total y coherente la norma que
interpreta, pues como señala Emilio Betti, parafraseando a Celso,
“es contra derecho juzgar o responder en vista de alguna parte pequeña de la ley, sin haber examinado atentamente toda la ley”.100
Por otra parte, el Juez imparcial debe utilizar la interpretación conforme a la Constitución, seleccionando el sentido interpretativo que
sea más acorde a la Ley Fundamental.
La Primera Sala de la SCJN se ha pronunciado jurisprudencialmente a favor de la interpretación más conforme con la Constitución, por ser la que materializa de modo más efectivo las previsiones
constitucionales.101 No existe ningún obstáculo para que la jurisdicción ordinaria utilice el mismo criterio de interpretación cuando
la Suprema Corte no ha definido jurisprudencialmente el criterio
que debe prevalecer.
Humberto Noveira Alcalá explica que existe una tendencia por
los tribunales constitucionales en América del Sur para emitir sentencias de interpretación conforme a la Constitución, y comenta
diversos casos, en los que se advierte el propósito de atenuar los
efectos de la declaración de inconstitucionalidad de las leyes, por
100
BETTI, Emilio, La interpretación jurídica, Lexis Nexis, Santiago, Chile, 2006, p. 30.
101
Vid. Semanario Judicial de la Federación y su Gaceta, t. XXVIII, noviembre de 2008, 1a.
LXX/2008, p. 215.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
declaração de inconstitucionalidade das leis pelos desajustes que
essa declaração pode produzir no sistema institucional.102
3. A prova dos fatos
No que se refere à justificativa das decisões judiciais, convém
assinalar a importância da prova dos fatos e sua avaliação. Roberto
Lara Chagoyán explica que os teóricos do direito descuidaram o
campo dos fatos para atender questões relacionadas com as normas
jurídicas, o que é uma tendência que Daniel González Lagier batizou
como “falácia normativista”, que significa deixar de lado problemas
que giram ao redor dos fatos e que são tão relevantes quanto os
problemas normativos do direito.103
Daniel González Lagier considera que é necessário atender as
questões de fato para justificar a decisão judicial e sustenta que um
juiz não só deve assegurar-se de que as percepções das testemunhas
sejam corretas, como também deve controlar suas interpretações a
partir da informação das testemunhas, para o qual refere, citando
Perfecto Andrés Ibáñez, o valor da imediação.104
O mesmo autor propõe uma argumentação denominada
“inferência probatória”, como cadeia de argumentos. A primeira
102
Cfr. Noveira Alcalá, Humberto, La jurisdicción constitucional y los tribunales constitu­
cionales en Sudamérica en la alborada del siglo XXI, Porrúa, México, 2004, pp. 259-264.
103
Cfr. Lara Chagoyán, Roberto, “Argumentación en materia de hechos”, Revista del
Instituto de la Judicatura Federal, Escuela Judicial, número 13, México, 2003, p. 194.
104
Cfr. González Lagier, Daniel, “Quaestio facti”. Ensayo sobre prueba, causalidad y acción,
Palestra-Temis, Lima-Bogotá, 2005, p. 30.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
los desajustes que puede producir esa declaración en el sistema
institucional.102
3. La prueba de los hechos
Por lo que se refiere a la justificación de las decisiones judiciales,
conviene señalar la importancia que tiene la prueba de los hechos y
su valoración. Explica Roberto Lara Chagoyán que los teóricos del
derecho han descuidado el terreno de los hechos para atender cuestiones relacionadas con las normas jurídicas, lo que constituye una
tendencia que Daniel González Lagier ha bautizado como “falacia
normativista” la que implica dejar de lado problemas que giran alrededor de los hechos y que son tan relevantes como los problemas
normativos del derecho.103
Daniel González Lagier estima que es necesario atender las cues­
tiones de hecho para justificar la decisión judicial y sostiene que un
Juez no sólo debe asegurarse de que las percepciones de los testigos
son correctas, sino también debe controlar sus interpretaciones a
partir de la información de los testigos, para lo cual refiere, citando
a Perfecto Andrés Ibáñez, al valor de la inmediación.104
El mismo autor propone un razonamiento denominado “inferencia probatoria”, como cadena de argumentos. Una primera fase
102
Cfr. Noveira Alcalá, Humberto, La jurisdicción constitucional y los tribunales constitu­
cionales en Sudamérica en la alborada del siglo XXI, Porrúa, México, 2004, pp. 259-264.
103
Cfr. Lara Chagoyán, Roberto, “Argumentación en materia de hechos”, Revista del
Instituto de la Judicatura Federal, Escuela Judicial, número 13, México, 2003, p. 194.
104
Cfr. González Lagier, Daniel, “Quaestio facti”. Ensayo sobre prueba, causalidad y acción,
Palestra-Temis, Lima-Bogotá, 2005, p. 30.
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fase seria a prática das provas e a obtenção dos dados a partir
delas, v.g., o que as testemunhas dizem. A segunda fase é tirar
conclusões. A primeira pode ser vista como o estabelecimento
das premissas, e a segunda, como a realização da inferência
probatória.105
Um dos problemas mais sérios concernentes à prova dos fatos
indica Ferrer Beltrán, diz respeito às diferentes limitações processuais
e não processuais (como os interesses da parte), que podem interferir
na determinação da verdade dos enunciados declarativos de fatos
provados. Como o autor indica, a distinção entre verdade material e
formal foi elaborada pela doutrina alemã do século XIX como reação
à constatação de em muitos casos os fatos declarados nos processos
judiciais não coincidirem com os fatos ocorridos.106 Esse autor propõe
a tese de aceitabilidade de uma proposição fáctica sobre a distinção
entre “ser verdadeira” e “ser considerada verdadeira”, apoiada na
noção da verdade como correspondência. Quando os meios de prova
trazem elementos de juízo suficientes em favor da verdade de
uma proposição, então esta pode ser considerada provada, seguindo
a noção de “aceitação”.107
Michele Taruffo distingue a função persuasiva da cognoscitiva
da prova, indicando que a especificidade da prova apresentou-se
em sua função de persuadir e não de demonstrar. A prova não tem
105
Cfr. Ibidem, pp. 53-54.
106
Cfr. Ferrer Beltrán, Jordi, La prueba y verdad en el derecho, 2a. ed., Marcial Pons, Filosofía y Derecho, Madrid, Barcelona, 2005, pp. 61 y 73.
107
Cfr. Ibidem, pp. 73-75
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
consistiría en la práctica de las pruebas y en la obtención de los
datos a partir de ellas, vg. lo que dicen los testigos. Una segunda
fase consiste en extraer conclusiones. La primera fase se puede ver
como el establecimiento de las premisas y la segunda como la realización de la inferencia probatoria.105
Uno de los problemas más serios sobre la prueba de los hechos,
indica Ferrer Beltrán, está relacionado con las distintas limitaciones
procesales y no procesales (como los intereses de las partes) que
pueden interferir en la determinación de la verdad de los enunciados
declarativos de hechos probados. Como señala, la distinción entre
verdad material y formal fue elaborada por la doctrina alemana decimonónica como reacción a la constatación de que en muchos casos, los hechos declarados en los procesos judiciales, no coincidían
con los hechos acaecidos.106 Dicho autor propone una tesis de la
aceptabilidad de una proposición fáctica sobre la distinción entre
“ser verdadera” y “ser tenida por verdadera”, apoyada en la noción
de la verdad como correspondencia. Cuando los medios de prueba
aportan elementos de juicio suficientes a favor de la verdad de una
proposición, entonces puede considerarse probada, siguiendo la noción de “aceptación”.107
Michele Taruffo distingue la función persuasiva de la cognoscitiva de la prueba, señalando que la especificidad de la prueba se ha
planteado en su función de persuadir y no de demostrar. La prueba
105
Cfr. Ibidem, pp. 53-54.
106
Cfr. Ferrer Beltrán, Jordi, La prueba y verdad en el derecho, 2a. ed., Marcial Pons, Filosofía y Derecho, Madrid, Barcelona, 2005, pp. 61 y 73.
107
Cfr. Ibidem, pp. 73-75
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função cognoscitiva, mas argumentativa.108 Taruffo destaca que os
controles racionais não são unicamente os que se referem ao uso e
à avaliação das provas, mas que também é necessário pensar em
controles procedimentais, sendo relevante o controle preventivo
sobre a decisão derivada do princípio de contradição entre as partes,
que vincula a emissão da decisão baseada somente nos elementos
discutidos pelas partes no decorrer do processo.109
Os métodos de avaliação da prova, ao concederem
discricionariedade ao juiz, podem conduzir à arbitrariedade e à
perda de imparcialidade do julgador. Assim o assinala González
Lagier, que expõe que podem conduzir à arbitrariedade ou à
irracionalidade, mas também podem conduzir ao bom julgamento
ou a um processo racional de investigação dos fatos.110 Este último é
o que deve fazer um juiz imparcial, livre de preconceitos.
Caso se deseje superar a falácia normativista, o argumento
judicial poderia focar a diretriz que nasce da distinção doutrinal
entre pensamento problemático e pensamento sistemático, que
orientam a decisão judicial no sistema normativo e no problema
jurídico, respectivamente. No pensamento problemático, o
sistema não determina mecanicamente a resposta, já que a prioridade
do problema faz com que a solução seja dada a partir do próprio
problema, enquanto no pensamento sistemático a solução opera a
108
Cfr. Taruffo, Michele, La prueba de las hechos, 2a. ed., Trotta, Madrid, 2005, p. 349.
109
Cfr. Ibidem, pp. 427-428.
110
Cfr. González Lagier, Daniel, “Quaestio facti”. Ensayo…, op. cit., p. 75.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
no tiene una función cognoscitiva, sino argumentativa.108 Destaca
Taruffo que los controles racionales no son únicamente los que se
refieren al uso y a la valoración de las pruebas, sino que es necesario
pensar también en controles procedimentales, siendo relevante el
control preventivo respecto de la decisión que deriva del principio
de contradicción entre las partes, que vincula a emitir la decisión
con base únicamente en los elementos discutidos por las partes en
el curso del proceso.109
Los métodos de valoración de la prueba, en la parte que le conceden al Juez discrecionalidad, pueden conducir a la arbitrariedad
y pérdida de imparcialidad del juzgador. Así lo señala González
Lagier, quien expone que puede conducir a la arbitrariedad o la irracionalidad, como también puede conducir al buen juicio o a un procedimiento racional de investigación sobre los hechos.110 Esto último
es lo que debe hacer un Juez imparcial, libre de prejuicios.
Si se desea superar la falacia normativista, el razonamiento judicial podría enfocarse en la directriz que nace de la distinción doctrinal entre pensamiento problemático y pensamiento sistemático,
que orientan la decisión judicial, en el sistema normativo y en el problema jurídico, respectivamente. En el pensamiento problemático el
sistema no determina mecánicamente la respuesta, puesto que la
prioridad del problema hace que la solución venga dada desde
el problema mismo, en tanto que en el pensamiento sistemático la
108
Cfr. Taruffo, Michele, La prueba de las hechos, 2a. ed., Trotta, Madrid, 2005, p. 349.
109
Cfr. Ibidem, pp. 427-428.
110
Cfr. González Lagier, Daniel, “Quaestio facti”. Ensayo…, op. cit., p. 75.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
partir do sistema, que escolhe o problema para encontrar uma
solução dentro do próprio sistema. A superação da falácia
normativista implicaria conciliar ambas as visões, por isso o juiz
imparcial teria que situar-se no problema, construindo a premissa
fáctica com bases racionais e morais.
4. Justificativa da decisão judicial
A doutrina distingue entre contexto da descoberta e da justificativa
nas decisões judiciais. Explica Atienza que o primeiro é o processo
psicológico, sociológico, pelo qual o juiz chega a decidir em um caso.
O segundo, o contexto da descoberta é a fundamentação oferecida
da decisão. O contexto da descoberta permite explicar por que o
juiz tomou a decisão, e o da justificativa refere aos motivos que
sustentam a decisão.111
A respeito da importância do contexto de descoberta na
decisão judicial Josep Aguiló expõe uma relação aparentemente
contraditória com o princípio de imparcialidade e que está
vinculada a duas instituições processuais: a abstenção e
a recusa, que protegem não só o direito dos cidadãos a serem
julgados pelo Direito, mas também a credibilidade das decisões, já
que, na realidade, o que o juiz que se abstém reconhece é que se
não o fizesse, suas decisões poderiam ser vistas como motivadas
por razões diversas das postuladas pelo direito; por isso Josep
Aguiló considera que não é certo que o direito se separe do contexto
111
Cfr. Atienza, Manuel, El derecho como argumentación, Ariel Derecho, Barcelona, 2006,
p. 99.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
solución opera desde el sistema, que selecciona el problema para
encontrar una solución dentro del propio sistema. La superación de
la falacia normativista implicaría conciliar ambas visiones, por lo
que el Juez imparcial tendría que situarse en el problema, construyendo la premisa fáctica con bases racionales y morales.
4. Justificación de la decisión judicial
La doctrina distingue el contexto de descubrimiento y el de justifi­
cación en las decisiones judiciales. El primero consiste, explica
Atienza, en el proceso psicológico y sociológico mediante el cual
un Juez llega a tomar una decisión en un caso; por su parte, el contexto de descu­brimiento consiste en la fundamentación que se
ofrece de la decisión. El contexto de descubrimiento permite explicar por qué el Juez tomó la decisión, y el de justificación refiere las
razones que sustentan la decisión.111
En relación con la importancia del contexto de descubrimiento
en la decisión judicial, refiere Josep Aguiló una relación aparentemente contradictoria con el principio de imparcialidad, que está
vinculada a dos instituciones procesales: la abstención y la recusación, que protegen no sólo el derecho de los ciudadanos a ser juzgados desde el derecho, sino también la credibilidad de las decisiones, puesto que lo que en realidad reconoce el Juez que se abstiene
es que si no lo hiciera, sus decisiones podrían ser vistas como motivadas por razones distintas a las suministradas por el derecho, por
lo que Josep Aguiló estima que no es cierto que el derecho se desen-
111
Cfr. Atienza, Manuel, El derecho como argumentación, Ariel Derecho, Barcelona, 2006,
p. 99.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
de descoberta e das razões explicativas das decisões judiciais.112
O argumento do citado autor deve ser entendido no sentido de
que, se o direito não desse importância ao contexto da descoberta,
não existiria a abstenção nem a recusa por isso é a conclusão
que tem importância, em virtude da imparcialidade com que os
juízes devem proceder. Há outros elementos que funcionam no
contexto de descoberta e que podem comprometer a imparcialidade
do juiz, como as audiências privadas das partes. Na verdade,
muitas das normas dos códigos de ética se desenvolvem no
contexto de descoberta para evitar que o juiz comprometa sua
imparcialidade.
Esta observação de Aguiló é confirmada por diversas regras do
CIEJ, relacionadas com o princípio de imparcialidade, como as dos
artigos 11, 12, 14 e 15, que impõem aos juízes o dever de abster-se
de intervir nas causas nas quais sua imparcialidade se vir
comprometida, de evitar tratamento preferencial às partes, de
aceitar presentes das partes ou de ter reuniões injustificadas com
as elas
Quanto à justificativa das decisões judiciais, estas se distinguem
em interna e externa. A primeira tem caráter lógico e, como indica
Vigo, alude aos mecanismos de inferência estabelecidos nas
premissas. Já a justificativa externa se questiona sobre a validade
das premissas e das regras de inferência.113
112
Cfr. Aguiló Regla, Joseph, “Independencia e imparcialidad de los Jueces y argumentación jurídica”, Isonomía, Revista de Teoría y Filosofía del Derecho, núm. 6, ITAM, México, 1997,
pp. 77-78.
113
Cfr. Vigo, Rodolfo L., Interpretación jurídica..., op. cit., p. 36.
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147
Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
tienda del contexto de descubrimiento y de las razones explicativas de las decisiones judiciales.112 El argumento del citado autor debe
entenderse en el sentido de que, si el derecho no le diera importancia
al contexto de descubrimiento, no existiría la abstención ni la recusación, por lo que la conclusión es que sí reviste importancia, en razón
de la imparcialidad con que deben proceder los Jueces. Hay otros elementos que funcionan en el contexto de descubrimiento que pueden
comprometer la imparcialidad del Juez, como las audiencias privadas de las partes. En rigor, muchas de las normas de los códigos de
ética se desenvuelven en el contexto de descubrimien­to para evitar
que el Juez comprometa su imparcialidad.
Esta observación de Aguiló, está confirmada por diversas reglas
del CIEJ, relacionadas con el principio de imparcialidad, como las con­
tenidas en los artículos 11, 12, 14 y 15, que le imponen a los Jueces el
deber de abstenerse de intervenir en las causas en las que se vea
comprometida su imparcialidad, evitar trato preferencial a las partes, recibir regalos de ellas o tener reuniones con las partes que resulten injustificadas.
Por lo que se refiere a la justificación de las decisiones judiciales, se
distingue en interna y externa. La primera es de carácter lógico.
Como indica Vigo, alude a los mecanismos de inferencia que se
establecen en las premisas, mientras que la justificación externa
se pregunta por la validez de las premisas y las reglas de inferencia.113
112
Cfr. Aguiló Regla, Joseph, “Independencia e imparcialidad de los Jueces y argumentación jurídica”, Isonomía, Revista de Teoría y Filosofía del Derecho, núm. 6, ITAM, México, 1997,
pp. 77-78.
113
Cfr. Vigo, Rodolfo L., Interpretación jurídica..., op. cit., p. 36.
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148
As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
O juiz imparcial tem compromisso ético na construção das
premissas normativa e fáctica, pois disso depende que a conclusão
derivada da solução do caso seja correta e justa. Para isso é
necessário usar outros recursos além dos proporcionados pela lógica
formal. O que importa é proporcionar boas razões e que, de
acordo com Atienza, estas possam ser conduzidas em um argumento
prático, do qual não são excluídos os motivos morais com concepção
material e pragmática da argumentação.114 É por isso que Vigo indica
que tanto o saber jurídico, como o saber prático, implicam a
reabilitação da filosofia prática nas quais se prescinde das pretensões
juridicistas que tentam explicar o direito só pelo direito, evitando
contaminações políticas, éticas etc., orientando esse saber prático
para dirigir a conduta humana à transformação do homem, para
fazê-lo crescer individual ou socialmente.115
A razão prática, orientada para o bem, necessariamente conduz
aos argumentos morais, por isso estes desempenham função
transcendental na justificativa das decisões judiciais e constituem
oportunidades para o juiz manter-se como terceiro imparcial.
Comentando a influência objetiva da moral sobre a interpretação
dos juízes, Juan Díaz Romero se pergunta se devem ser consideradas
as normas e os princípios morais ao proferir a sentença. Considera
que os elementos éticos que já foram incluídos pelo legislador ficam
excluídos de sua pergunta por ser óbvio que devem ser atendidos.
A respeito dos não incluídos, menciona que não existe consenso na
114
Cfr. Atienza, Manuel, El derecho como…, op. cit., pp. 8, 197 y 242.
115
Cfr. Vigo, Rodolfo L., Interpretación jurídica..., op. cit., pp. 27 y 99.
Serie Monografias Premiadas 3.indb 148
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149
Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
El Juez imparcial tiene un compromiso ético en la construcción de
las premisas normativa y fáctica, pues de ello depende que la conclusión de la que deriva la solución del caso sea correcta y justa. Para
ello no sólo resulta necesario utilizar los recursos que proporciona la
lógica formal. Lo que importa es que se proporcionen buenas ra­zones,
que de acuerdo con Atienza, se puedan conducir en un razonamiento
práctico, en el que no se excluyen razones morales, con una concepción material y pragmática de la argumentación.114 Es por esto que
Vigo señala que tanto el saber jurídico como el saber práctico, implican la rehabilitación de la filosofía práctica en la que se marginan
las pretensiones juridicistas que intentan explicar el derecho sólo
desde el derecho, evitando contaminaciones políticas, éticas, etcé­
te­ra, orientando ese saber práctico a dirigir la conducta humana
a la transformación del hombre para hacerlo crecer individual o
socialmente.115
La razón práctica orientada al bien, necesariamente conduce a
los razonamientos morales, por lo que éstos desempeñan una función trascendente en la justificación de las decisiones judiciales y
constituyen una oportunidad del Juez para mantenerse como un
tercero imparcial. Al comentar la influencia objetiva de la moral
sobre la interpretación de los Jueces, Juan Díaz Romero se pregunta si se deben tomar en cuenta las normas y principios morales al
dictar sentencia. Considera que los elementos éticos que ya fueron
incluidos por el legislador, quedan excluidos de su pregunta por ser
obvio que deben atenderse. Respecto a los no incluidos, refiere que
114
Cfr. Atienza, Manuel, El derecho como…, op. cit., pp. 8, 197 y 242.
115
Cfr. Vigo, Rodolfo L., Interpretación jurídica..., op. cit., pp. 27 y 99.
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18/11/2010 12:35:41 p.m.
150
As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
doutrina, mas considera que o desenvolvimento filosófico dos
princípios abre novos caminhos na ciência do direito e na prática
jurídica.116
São muitos os desafios que um juiz eticamente comprometido
deve superar. Existem vícios que devem ser banidos. Um deles é
o uso incorreto nas decisões judiciais do argumento relacionado com
as intenções do legislador. A prática jurídica mexicana, que concede
papel importante a essas intenções, interpreta a norma de acordo
com as intenções do legislador. Ronald Dworkin assinala os riscos
de conceber estas intenções como representativas dos estados
mentais da maioria dos legisladores que aprovaram a norma e cita
Wittgenstein, que adverte sobre o terrível mal-entendido desse
quadro, já que ter uma ideia e escolher as palavras para representála não são duas atividades separadas.117 Dworkin expõe que a
intenção do legislador é também prática legal americana, mas
considera que a perspectiva do juiz “Hércules” não precisa dessa
estrutura, que não deve ser vista como combinação de intenções
de certos legisladores, mas como resultado integral de uma atitude
interpretativa em relação aos acontecimentos jurídicos que
culminam com a norma jurídica.118
A ideia anterior de Dworkin corresponde ao modelo de
interpretação reconstrutivo, do próprio autor que, de acordo com
116
Cfr. Díaz Romero, Juan, “Los valores éticos de las personas involucradas en la justicia
constitucional. Las principales formas en que la ética influye en el quehacer judicial”, Revis­
ta Iberoamericana de Derecho Procesal Constitucional, n° 8, Porrúa/Instituto Iberoamericano de
Derecho Procesal Constitucional, México, 2008, pp. 136 y 143.
117
Cfr. Dworkin, Ronald, El imperio de la justicia, Gedisa, Barcelona, 2005, p. 224.
118
Cfr. Ibidem, p. 225.
Serie Monografias Premiadas 3.indb 150
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151
Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
no existe consenso en la doctrina, pero estima que el desarrollo filosófico de los principios abre nuevos caminos en la ciencia del derecho y en la práctica jurídica.116
Son muchos los retos que debe superar un Juez comprometido
éticamente. Existen vicios que deben desterrarse. Uno de ellos es el
uso incorrecto en las decisiones judiciales del argumento relacionado con las intenciones del legislador. La práctica jurídica mexicana le
concede un rol importante a dichas intenciones, y consiste en interpretar la norma de acuerdo a las intenciones del legislador. Ronald
Dworkin señala los riesgos de concebir estas intenciones como representativas de los estados mentales de la mayoría de los legisladores que aprobaron la norma, y cita a Wittgenstein que advierte
del terrible malentendido de ese cuadro, ya que tener una idea y
elegir las palabras para representarla no son dos actividades separadas.117 Dworkin expone que las intenciones del legislador son
también una práctica legal norteamericana, pero considera que la
perspectiva del Juez “Hércules” no necesita esa estructura, que no
debe verse como combinación de intenciones de ciertos legisladores, sino como resultado integral de una actitud interpretativa respecto a los sucesos políticos que culminan con la norma jurídica.118
La anterior idea de Dworkin corresponde al modelo de interpretación reconstructivo, del propio autor, que de acuerdo con Isabel
116
Cfr. Díaz Romero, Juan, “Los valores éticos de las personas involucradas en la justicia
constitucional. Las principales formas en que la ética influye en el quehacer judicial”, Revis­
ta Iberoamericana de Derecho Procesal Constitucional, n° 8, Porrúa/Instituto Iberoamericano de
Derecho Procesal Constitucional, México, 2008, pp. 136 y 143.
117
Cfr. Dworkin, Ronald, El imperio de la justicia, Gedisa, Barcelona, 2005, p. 224.
118
Cfr. Ibidem, p. 225.
Serie Monografias Premiadas 3.indb 151
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152
As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
Isabel Linfante Vidal, pretende averiguar o sentido da prática social,
configurada pelos princípios que permitem ver a prática como
unidade que serve a certos valores e propósitos. Trata-se de reconstruir
todo o sistema jurídico com visão integradora, que deve permitir a
única resposta correta.119
Para Jeremy Waldron um novo conceito em favor da tese
intencionalista provém de obra de Andrei Marmor, que evita apoiar
a intensão do legislador no argumento democrático e que apela
para a teoria da autoridade do direito de Raz. Este último afirma
que a justificativa de X ter justificativa sobre Y é porque Y cumpre
melhor os motivos relevantes para suas decisões quando obedece
às diretrizes de X que quando tem de determinar por si mesmo o
que essas razões exigem. Marmor supõe que, se isso é certo
a respeito das diretrizes de X, é provável que também o seja em
relação às intenções que subjazem a essas diretrizes, ainda quando
essas intenções não estiverem assinaladas de forma explícita nas
próprias diretrizes e devamos recorrer a outros meios para
averiguá-las.120
A postura intencionalista anterior se apóia na concepção do
direito como motivo para a ação, já examinada anteriormente,
a qual repousa em boa medida na racionalidade do legislador, a
mesma que, como já visto, não é infalível. Mas a prática judicial que
se apóia nas intenções do legislador deveria somar a racionalidade
119
Cfr. Linfante Vidal, Isabel, “La Teoría de Ronald Dworkin: la reconstrucción del derecho a partir de casos”, Jueces para la democracia, ISSN 1133-0627, España, 1999, pp. 41-46.
120
Cfr. Waldron, Jeremy, Derecho y desacuerdos, Marcial Pons, colección Filosofía y Derecho, Madrid, 2005, p. 144.
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153
Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
Linfante Vidal pretende averiguar cuál es el sentido de la práctica
social, configurada por los principios que son los que permiten ver la
práctica como una unidad que sirve a ciertos valores y propósitos.
Se trata de reconstruir todo el sistema jurídico con una visión integradora que debe permitir la única respuesta correcta.119
Para Jeremy Waldron, un nuevo alegato a favor de la tesis intencionalista proviene de una obra de Andrei Marmor, que evita apoyar
las intenciones del legislador en el argumento democrático y que
apela a la teoría de la autoridad del derecho de Raz. Este último afirma que la justificación de que X tenga justificación sobre Y consiste
en que Y cumple mejor las razones relevantes para sus decisiones
cuando obedece las directivas de X que cuando trata de determinar
por sí mismo qué es lo que esas razones exigen. Marmor supone que
si esto es cierto, entonces respecto de las directivas de X es probable
que también lo sea en relación con las intenciones que hay tras estas directivas aun cuando dichas intenciones no estén señaladas de
manera explícita en las propias directivas y debamos recurrir a otros
medios para averiguarlas.120
La anterior postura intencionalista se apoya en la concepción del
derecho como razón para la acción, que ya se examinó previamente, la cual descansa en buena medida en la racionalidad del legis­
lador, misma que como se vio, no es infalible. Ahora, la práctica
judicial que se apoya en las intenciones del legislador debería sumar
119
Cfr. Linfante Vidal, Isabel, “La Teoría de Ronald Dworkin: la reconstrucción del derecho a partir de casos”, Jueces para la democracia, ISSN 1133-0627, España, 1999, pp. 41-46.
120
Cfr. Waldron, Jeremy, Derecho y desacuerdos, Marcial Pons, colección Filosofía y Derecho, Madrid, 2005, p. 144.
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154
As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
do legislador à própria racionalidade do juiz em um contexto de
justificativa tanto da norma como da premissa fáctica. No entanto,
a prática judicial apresenta um sério problema de imparcialidade
quando apela às decisões do legislador, já que não explicita motivos
que apelem ao processo de elaboração da lei, nem expõe argumentos
de interpretação reconstrutiva da norma que justifiquem fundamentar
a decisão na intenção do legislador, que serviu para ocultar as
próprias intenções do julgador de favorecer arbitrariamente a
algumas das partes, por isso esse recurso interpretativo é fonte de
parcialidade, ou simplesmente de arbitrariedade.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
la racionalidad del legislador a la propia racionalidad del Juez en un
contexto de justificación tanto de la norma como de la premisa fáctica. Sin embargo, la práctica judicial presenta un serio problema de
imparcialidad cuando se apela a las decisiones del legislador, ya que
no explicita razones que apelen al proceso de elaboración de la
ley, ni se exponen argumentos de una interpretación reconstructiva
de la norma que justifique fundar la decisión en la intención del legislador, que ha servido para ocultar las propias intenciones del
juzgador, de favorecer arbitrariamente a alguna de las partes, por lo
que este recurso interpretativo es fuente de parcialidad, o bien simplemente de arbitrariedad.
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Capítulo VI
Caracterização do
princípio de imparcialidade
1. A imparcialidade como princípio
No item XII da Exposição de Motivos do CIEJ, os princípios éticos são
identificados como núcleos concentrados de ética judicial que
demandam certo perfil intrínseco valioso e que servem para justificar
normas diferentes.
Nem todos os códigos de ética judicial regulam a imparcialidade
como princípio; alguns se referem a ela como valor. Tal é o caso do
CEJRP, que em seu artigo 5º consagra os valores da magistratura.
De seu lado, o artigo 11 do mesmo código estabelece a imparcialidade
como dever essencial do juiz. A conceitualização anterior força à
distinção entre princípios e valores. A esse respeito, Marina Gazcón
Abellán e Afonso García Figeroa explicam que os constitucionalistas
ensaiaram diversos critérios de distinção afirmando que os valores
têm conteúdo ético, e os princípios, conteúdo político; que os
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Capítulo VI
Caracterización del
principio de imparcialidad
1. La imparcialidad como principio
En el apartado XII de la Exposición de Motivos del CIEJ, se identifican
los principios éticos como núcleos concentrados de ética judicial que
reclaman cierto perfil intrínseco valioso, y que sirven para justificar
diferentes normas.
No todos los códigos de ética judicial regulan la imparcialidad
como principio, algunos se refieren a ella como valor. Tal es el caso
del CEJRP que en su artículo 5o., consagra los valores de la magistratura. A su vez el artículo 11, del mismo código, establece la imparciali­
dad como un deber esencial del Juez. La anterior conceptualización
obliga a distinguir entre principios y valores. Al respecto, Marina
Gazcón Abellán y Alfonso García Figueroa explican que los constitu­
cionalistas han ensayado diversos criterios de distinción; se ha dicho
que los valores tienen contenido ético y los principios contenido
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Serie Monografias Premiadas 3.indb 157
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
valores carecem de eficácia, que gozam de superioridade perante
os princípios e seriam mais gerais; que valores e princípios enunciam,
respectivamente, conceitos axiológicos e deontológicos.121 Os mesmos
autores apontam que Alexy recorreu à tripartição dos conceitos
práticos, formulada por Von Wright, que os divide em deontológicos,
axiológicos e antropológicos. Os primeiros determinam algum
dever; os segundos, que algo é bom e valioso; os últimos se referem
a elementos enraizados na natureza humana, como vontade,
interesse, ação, decisão etc.122 Como indicado pelo próprio Alexy, “o
que no modelo dos valores é o melhor prima facie, no modelo dos
princípios é o devido prima facie, e o que no modelo dos valores é
definitivamente o melhor, no modelo dos princípios é definitivamente
o devido”.123
A união dos três conceitos práticos, antes indicada, poderia ser
graficamente expressa em um modelo de justiça vinculada com a
imparcialidade, da seguinte forma:
Igualdade
Valor
Gráfico 1
Princípio
Decisão
Gráfico 2
Imparcialidade
Decisão
121
Cfr. Gazcón Abellán, Marina y García Figueroa, Alfonso J., La argumentación
en el derecho, 2a. ed., Palestra, Lima, 2005, p. 267.
122
Cfr. Ibidem, p. 266.
123
Alexy, Robert, Teoría de los derechos fundamentales, 2a. ed., en español, Centro de Estudios Políticos y Constitucionales, Madrid, 2008, p. 125.
Serie Monografias Premiadas 3.indb 158
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
político; que los valores carecerían de eficacia, que gozan de superioridad frente a los principios y serían más generales; que valores
y principios enuncian, respectivamente, conceptos axiológicos y
deontológicos.121 Los mismos autores señalan que Alexy ha recurrido a la tripartición de los conceptos prácticos formulada por Von
Wright; que los divide en deontológicos, axiológicos y antropológicos, los primeros determinan algún deber, los segundos, que algo
es bueno o valioso y los últimos se refieren a elementos enraizados en
la naturaleza humana, como voluntad, interés, acción, decisión,
etcétera.122 Como lo señala el propio Alexy: “lo que en el modelo de
los valores es lo mejor prima facie, en el modelo de los principios es
debido prima facie; y lo que en el modelo de los valores es lo mejor
en definitiva, en el modelo de los principios es debido en definitiva”.123
La unión de los tres conceptos prácticos antes señalada se podría
expresar gráficamente, dentro de un modelo de justicia vinculada
con la imparcialidad, de la manera siguiente.
Igualdad
Valor
Gráfica 1
Principio
Decisión
Gráfica 2
Imparcialidad
Decisión
121
Cfr. Gazcón Abellán, Marina y García Figueroa, Alfonso J., La argumentación
en el derecho, 2a. ed., Palestra, Lima 2005, p. 267.
122
Cfr. Ibidem, p. 266.
123
Alexy, Robert, Teoría de los derechos fundamentales, 2a. ed., en español, Centro de Estudios Políticos y Constitucionales, Madrid, 2008, p. 125.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
De acordo com as distinções anteriores, é correta a diferenciação
entre valor e princípio de imparcialidade estabelecida pelo CEJRP,
embora não use a palavra princípio, mas dever. Não obstante o CIEJ
não ter uma lista dos valores próprios da judicatura, eles estão
implícitos nos princípios.
A doutrina admite que os princípios constituem uma espécie de
gênero das normas. Assim o reconhece Alexy, ao assinalar que tanto
as regras como os princípios podem ser concebidos como normas.
Por essa razão, trata-se de uma distinção que opera dentro da classe
das normas. O ponto decisivo para distinção entre regras e princípios
é que os princípios são mandatos de otimização, enquanto que as
regras têm caráter de mandatos definitivos.124 O próprio Alexy
explica o sentido de otimização quando o ordenado pelos princípios
é realizado, na maior medida possível, dentro das possibilidades
jurídicas e reais existentes e por isso pode ser cumprido em grau
diferente.125
Ao indicar as diferenças entre princípios e regras, Juan Carlos
Bayón indica que os princípios seriam normas que prescrevem a
realização de certos valores, enquanto as regras seriam normas que
modelam as ações deonticamente. Os princípios não esclarecem
quais ações se materializariam ou quais valores se frustrariam; as
regras não esclarecem quais valores realizariam.126 É possível perceber
124
Cfr. Alexy, Robert, El concepto y la validez del derecho, Gedisa, Barcelona, 1994, p. 162.
125
Cfr. Alexy, Robert, Teoría de los derechos…, op. cit., pp. 67-68.
126
Cfr. Bayón, Juan Carlos, “Principios y reglas: legislación y jurisdicción en el Estado
constitucional”, en Jueces para la Democracia, núm, 27, Madrid, noviembre 1996, p. 46.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
De acuerdo con las anteriores distinciones, es correcta la dife­
renciación entre valor y principio de imparcialidad que establece el
CEJRP, si bien no utiliza la palabra principio, sino la de deber. No obstante que el CIEJ no contiene una lista de los valores propios de la
judicatura, los mismos se encuentran implícitos en los principios.
La doctrina admite que los principios constituyen una especie del
género de las normas. Así lo reconoce Alexy, al señalar que tanto las
reglas como los principios pueden ser concebidos como normas, por
lo que entonces se trata de una distinción que opera dentro de la
clase de las normas. El punto decisivo para la distinción entre reglas
y principios es que los principios son mandatos de optimización,
mientras que las reglas tienen el carácter de mandatos definitivos.124
El propio Alexy explica el sentido de optimización en cuanto a que lo
ordenado por los principios sea realizado en la mayor medida posible, dentro de las posibilidades jurídicas y reales existentes, por lo
que puede cumplirse en diferente grado.125
Al señalar las diferencias entre principios y reglas, Juan Carlos
Bayón indica que los principios serían normas que prescriben que
se realicen ciertos valores, mientras que las reglas serían normas
que modalizan deónticamente acciones. Los principios no aclaran qué
acciones en concreto se materializarían o frustrarían los valores; las
reglas no aclaran qué valores realizarían.126 Puede advertirse que
124
Cfr. Alexy, Robert, El concepto y la validez del derecho, Gedisa, Barcelona, 1994, p. 162.
125
Cfr. Alexy, Robert, Teoría de los derechos…, op. cit., pp. 67-68.
126
Cfr. Bayón, Juan Carlos, “Principios y reglas: legislación y jurisdicción en el Estado
constitucional”, en Jueces para la Democracia, núm, 27, Madrid, noviembre 1996, p. 46.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
que existe relação de meio a fim que vincula os princípios aos valores,
e as regras aos princípios.
Os princípios podem ser examinados como motivos para a ação.
Existe uma distinção de caráter funcional entre princípios e regras,
conhecida como “modelo Atienza-Ruiz Manero”, que considera as
regras como motivos peremptórios para a ação e os princípios como
motivos não peremptórios. As regras são peremptórias porque
operam como motivos excludentes. Em troca, os princípios não são
peremptórios, porque não excluem considerar outros princípios na
deliberação.127
Atienza e Ruiz Manero distinguem princípios explícitos e implícitos.
Os primeiros são independentes do conteúdo porque o que lhes
permite ser um motivo para justificar as decisões jurisdicionais é
o mesmo que no caso das regras, e refere-se a sua origem em uma
determinada fonte. Os implícitos não são independentes do
conteúdo, porque, se devem fazer parte da argumentação dos
órgãos jurisdicionais, não é por virtude de sua origem em alguma
fonte, mas por certa qualidade de seu conteúdo.128 A distinção
anterior permite considerar o princípio de imparcialidade como
implícito, porque o que explica sua razão de fazer parte da
argumentação judicial não depende de sua fonte, em uma norma
jurídica ou ética, mas de sua qualidade instrumental para realizar
a justiça.
127
Cfr. Gazcón Abellán, Marina y García Figueroa, Alfonso J., La argumentación
en…, op. cit., pp. 264-265.
128
Cfr. Atienza, Manuel y Ruiz Manero, Juan, Las piezas del…, op. cit., p. 36.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
hay una relación de medio a fin que vincula a los principios con los
valores, y a las reglas con los principios.
Los principios pueden examinarse como razones para la acción.
Existe una distinción entre principios y reglas de carácter funcional
conocido como modelo Atienza-Ruiz Manero que considera las reglas como razones perentorias para la acción y los principios como
razones no perentorias. Las reglas son perentorias porque operan
como razones excluyentes. En cambio los principios no son pere­
torios, porque no excluyen tomar en cuenta otros principios en la
deliberación.127
Atienza y Ruiz Manero distinguen principios explícitos e implícitos.
Los primeros son independientes del contenido porque lo que les per­
mite ser una razón para justificar las decisiones jurisdiccionales, es
la misma que en el caso de las reglas y que consiste en su origen en
una determinada fuente. Los implícitos no son independientes del
contenido porque si deben entrar a formar parte del razonamiento
de los órganos jurisdiccionales no es por virtud de su origen en alguna fuente, sino por cierta cualidad en su contenido.128 La anterior
distinción permite considerar al principio de imparcialidad como
implícito, porque lo que explica su razón para formar parte del razonamiento judicial, no depende de su fuente en una norma jurídica o
ética, sino de su cualidad instrumental para realizar la justicia.
127
Cfr. Gazcón Abellán, Marina y García Figueroa, Alfonso J., La argumentación
en…, op. cit., pp. 264-265.
128
Cfr. Atienza, Manuel y Ruiz Manero, Juan, Las piezas del…, op. cit., p. 36.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
De um ponto de vista metodológico, deve-se distinguir a função
que desempenham os princípios, como motivo para a decisão final
e que têm base ética, da função que o direito desempenha como
motivo para a decisão judicial, que tem base jurídica e moral. Ambas
as funções devem ser conjugadas pelo julgador.
Os princípios são fonte de interpretação das normas jurídicas
e dão ensejo ao que a doutrina conhece como interpretação
principialista. Guastini afirma que os princípios propiciam
interpretação adequadora, uma espécie do gênero da interpretação
sistemática e que é instrumento para prevenir ou evitar
antinomias.129 O princípio da imparcialidade, de forma indireta, pode
ter função de interpretação orientadora, já que, como princípio
implícito não incorpora valor intrínseco, mas extrínseco, por isso
essa função pode ser realizada por meio dos princípios que são seu
fundamento: a igualdade e a não discriminação. Nessa direção
se orienta Dworkin, pronunciando-se por uma interpretação com
base igualitária, examinando o tema da responsabilidade pública
e privada.130
2. A imparcialidade como regra
O princípio da imparcialidade está amparado em diversas
regras dos artigos 9° ao 17° do CIEJ. Essas regras representam
concretizações do princípio de imparcialidade. O estabelecimento
129
Cfr. Guastini, Riccardo, “Principio de derecho y discrecionalidad judicial”, Jueces para la
Democracia, núm. 34, Madrid, marzo 1999, p. 44.
130
Cfr. Dworkin, Ronald, El imperio…, op. cit., pp. 64-65.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
Desde un punto de vista metodológico se debe distinguir la función que desempeñan los principios como razón para la decisión judicial, que tienen una base ética, de la función que desempeña el
derecho como razón para la decisión judicial, que tiene una base jurídica y moral. Ambas funciones deben conjugarse por el juzgador.
Los principios son fuente de la interpretación de las normas jurídicas y dan lugar a lo que la doctrina conoce como interpretación
principialista. Refiere Guastini que los principios propician una in­
terpretación adecuadora, que es una especie del género de la interpretación sistemática y es un instrumento para prevenir o evitar
antinomias.129 El principio de imparcialidad puede tener una función
de interpretación orientadora, en forma indirecta, ya que como
principio implícito no incorpora un valor intrínseco, sino extrínseco,
por lo cual esa función puede realizarla a través de los principios que
constituyen su fundamento y que son la igualdad y la no discriminación. En esta dirección se orienta Dworkin, al pronunciarse por una
interpretación con base igualitaria al examinar el tema de la responsabilidad pública y privada.130
2. La imparcialidad como regla
El principio de imparcialidad se recoge en diversas reglas contenidas
en los artículos 9° a 17 del CIEJ. Dichas reglas representan concreciones del principio de imparcialidad. El establecimiento de las reglas
129
Cfr. Guastini, Riccardo, “Principio de derecho y discrecionalidad judicial”, Jueces para la
Democracia, núm. 34, Madrid, marzo 1999, p. 44.
130
Cfr. Dworkin, Ronald, El imperio…, op. cit., pp. 64-65.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
de regras éticas precisa de “equilíbrio reflexivo”, conforme expõe
Atienza; devem ajustar-se bem, ser coerente com um conjunto de
princípios racionalmente justificados e não entrar em conflito com
as instituições fundadas.131 As regras são mandatos definitivos,
que operam na base do tudo ou nada, de acordo com a fórmula de
Dworkin, o que, na opinião de Alexy, complementa-se pela
necessidade de uma cláusula de exceção. 132
As regras de imparcialidade do CIEJ aparecem como normas
prescritivas, que ordenam ou proíbem condutas aos julgadores, e
que estão relacionadas com os princípios de igualdade e não
discriminação; buscam afastá-los de qualquer interesse subjetivo
no processo, impondo-lhes o dever de abster-se de intervir nas
causas nas quais sua imparcialidade se veja comprometida, o que
não é outra coisa que a abstenção e seu correlato de recusa como
garantia do cidadão.
A imparcialidade como relação do juiz com as partes não só
é um dever para o juiz, mas também para as partes, no sentido
de não tentarem ações que alterem essa imparcialidade e de se
reconhecerem em seus próprios códigos deontológicos. Marina del
Pilar Olmeda García indica que a ética, no caso da profissão dos
advogados, centra-se nas regras de conduta moral que deverão
acatar no exercício profissional do direito, em sua relação com o
cliente, em seus deveres para com os tribunais, e que se sustentam
131
Cfr. Atienza, Manuel, Reflexiones sobre ética judicial, Serie Ética Judicial núm. 17,
Suprema Corte de Justicia de la Nación, México, 2009, p. 33.
132
Cfr. Alexy, Robert, Teoría de los derechos…, op. cit., p. 80.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
éticas necesita de un “equilibrio reflexivo”, según expone Atienza,
deben ajustar bien, ser coherentes con un conjunto de principios
racionalmente justificados y no deben chocar con las instituciones
fundadas.131 Las reglas son mandatos definitivos, que operan a la
manera de todo o nada, de acuerdo con la fórmula de Dworkin, lo que
a juicio de Alexy, se complementa por la necesidad de una cláusula
de excepción.132
Las reglas de imparcialidad del CIEJ aparecen como normas prescriptivas que ordenan o prohíben conductas a los juzgadores, y que
están relacionadas con los principios de igualdad y no discriminación, y buscan alejarlos de todo interés subjetivo en el proceso, imponiéndoles el deber de abstenerse de intervenir en las causas en
que se vea comprometida su imparcialidad, lo que no es otra cosa
más que la abstención y su correlato de recusación como garantía
del justiciable.
La imparcialidad como relación del Juez con las partes no sólo
implica un deber para el Juez, sino también para aquellas, de no intentar acciones que alteren esa imparcialidad, y que se reconocen
en sus propios códigos deontológicos. Señala Marina del Pilar
Olmeda García que la ética en el caso de la profesión de los abogados, se centra en las reglas de conducta moral que han de acatar en
el ejercicio profesional del derecho, en su relación con el cliente y sus
deberes para con los tribunales, y que se sustentan en exigencias de
131
Cfr. Atienza, Manuel, Reflexiones sobre ética judicial, Serie Ética Judicial núm. 17,
Suprema Corte de Justicia de la Nación, México, 2009, p. 33.
132
Cfr. Alexy, Robert, Teoría de los derechos…, op. cit., p. 80.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
em exigências de disciplina, lealdade e prudência.133 A importância
dessas relações dá ensejo a considerar a conveniência de que o CIEJ
incorporasse uma regra que estabeleça o dever do juiz de zelar pelo
comportamento ético das partes, já que o compromisso ético não é
exclusivo ao juiz. Não obstante, Elizondo Gasperín expõe que há
quem considere que o verdadeiramente importante não é falar em
regras básicas processuais ou de um código de ética dos sujeitos
processuais, mas que se estabeleça, dentro do processo, o dever do
juiz de avaliar a conduta pessoal das partes.134
A estrutura das regras éticas no CIEJ não contém penas, o que
é conveniente, já que, além dos motivos expostos no item XIV do
CIEJ, seria possível incorrer em duplo e desnecessário sistema
de penalização. No entanto, convém assinalar que, no referente
aos códigos de ética que impõem penas −como seriam o CEJRP e
o CEPJPSF− embora o procedimento de responsabilidade ética
não configure violação do princípio non bis in idem, é necessário
considerar que isso não exclui o fato de se tratar de um e
procedimento penalizador, razão pela qual devem ser respeitadas
as garantias próprias de qualquer direito penalizador ao sujeito
imputado, primordialmente as de audiência, contradição, defesa
e recursos. Assim está estabelecido nos artigos 14 do CEPJPSF e
63 do CEJRP, com a diferença de o primeiro não estabelecer
133
Cfr. Olmeda García, Marina del Pilar, Ética profesional en el ejercicio del derecho, Universidad Autónoma de Baja California, Mexicali, Baja California, México, 2005, pp. 252253 y 261.
134
Cfr. Elizondo Gasperín, Ma. Macarita, Relaciones entre las partes, los Jueces y los abo­
gados, Instituto Nacional de Estudios Superiores en Derecho, México, 2003, pp. 44 y 51.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
disciplina, lealtad y prudencia.133 La importancia de estas relaciones,
da lugar a considerar la conveniencia de que el CIEJ, incorporara una
regla que estableciera el deber del Juez de velar por el compor­
tamiento ético de las partes, ya que el compromiso ético no es exclu­
sivo del Juez. No obstante, Elizondo Gasperín expone que hay quienes
consideran que lo verdaderamente importante no está en hablar de
reglas básicas procesales o de un código de ética de los sujetos procesales, sino que, dentro del proceso, se establezca el deber del Juez
de valorar la conducta procesal de las partes.134
La estructura de las reglas éticas en el CIEJ, no contiene sanciones, lo que resulta conveniente, ya que además de las razones que
se exponen en el apartado XIV del CIEJ, se podrían incurrir en un
doble e innecesario sistema de sanción. Sin embargo, conviene señalar que para los códigos de ética que imponen sanciones como
sería el CEJRP y el CEPJPSF, si bien el procedimiento de responsabilidad ética no puede configurar una violación al principio non bis in
idem, sí debe considerarse que eso no excluye el hecho de que se
trata de un procedimiento sancionador, por lo cual, al sujeto imputado se le deben de respetar las garantías propias de cualquier
derecho sancionador, primordialmente las de audiencia, contradicción, defensa y recursos. Así lo establecen los artículos 14 del
CEPJPSF y 63 del CEJRP, con la diferencia de que el primero no
133
Cfr. Olmeda García, Marina del Pilar, Ética profesional en el ejercicio del derecho, Universidad Autónoma de Baja California, Mexicali, Baja California, México, 2005, pp. 252253 y 261.
134
Cfr. Elizondo Gasperín, Ma. Macarita, Relaciones entre las partes, los Jueces y los abo­
gados, Instituto Nacional de Estudios Superiores en Derecho, México, 2003, pp. 44 y 51.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
nenhum recurso. Essa garantia do devido processo está
reconhecida pelo Plenário da SCJN, para o direito administrativo
penalizador.135
3. A imparcialidade como virtude
Como diz Atienza, a imparcialidade como virtude está relacionada
com as qualidades necessárias ao juiz para cumprir sua tarefa de
administrar justiça além de com os termos puramente normativos,
de deveres e direitos. Evita, ademais, a corrupção, e implica
marcas de caráter que se formam pelo exercício da profissão, caso
exista disposição para isso.136
Alasdair MacIntyre apresenta a dificuldade de encontrar um
conceito uniforme da virtude. Indica que podemos confrontar pelo
menos três conceitos de virtude:
A virtude é a qualidade que permite a um indivíduo desempenhar
seu papel social (Homero); a virtude é a qualidade que permite a
um indivíduo progredir para atingir o telos especificamente
humano, natural ou sobrenatural (Aristóteles, Novo Testamento
e Tomás de Aquino); a virtude é uma qualidade útil para atingir o
sucesso terreno e celestial (Franklin).137
135
Semanario Judicial de la Federación y su gaceta, t. XXIV, agosto de 2006, P./J. 99/2006,
p. 1565.
136
Atienza, Manuel, Cuestiones judiciales, Fontamara, Biblioteca de Ética, Filosofía del
Derecho y Política, núm. 91, pp. 137-138.
137
Macintyre, Alasdair, Tras la virtud, Crítica, Barcelona, 2004, p. 231.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
establece ningún recurso. Esta garantía del debido proceso se encuentra reconocida por el Pleno de la SCJN para el derecho administrativo sancionador.135
3. La imparcialidad como virtud
La imparcialidad como virtud está relacionada con las cualidades
del Juez necesarias para cumplir con su tarea de administrar justicia,
como dice Atienza, más allá de los términos puramente normativos,
de deberes y derechos, y que evita la corrupción, sino que posee
rasgos de carácter que se forman a través del ejercicio de la profesión, si se tiene disposición para ello.136
Alasdair MacIntyre plantea la dificultad de encontrar un concepto uniforme de la virtud. Indica que podemos confrontar al menos
tres conceptos de virtud:
La virtud es una cualidad que permite a un individuo desempeñar
su papel social (Homero); la virtud es una cualidad que permite a
un individuo progresar hacia el logro del telos específicamente
humano, natural o sobrenatural (Aristóteles, el Nuevo Testamen­
to y Tomás de Aquino); la virtud es una cualidad útil para conse­
guir el éxito terrenal y celestial (Franklin).137
135
Semanario Judicial de la Federación y su gaceta, t. XXIV, agosto de 2006, P./J. 99/2006,
p. 1565.
136
Atienza, Manuel, Cuestiones judiciales, Fontamara, Biblioteca de Ética, Filosofía del
Derecho y Política, núm. 91, pp. 137-138.
137
Macintyre, Alasdair, Tras la virtud, Crítica, Barcelona, 2004, p. 231.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
Esses conceitos permitem definir a virtude como uma qualidade
humana adquirida, cuja posse e exercício tendem a tornar-nos
capazes de atingir os bens internos à prática.138
Vigo considera o juiz como objeto material da ética judicial e
indica dever contar com certas idoneidades: físico-psicológica,
técnico-cientifíca, gerencial e ética. Expõe que, a partir da perspectiva
do bem, o objeto formal da ética é o juiz; seu propósito é indicar-lhe
as exigências para atingir sua plenitude.139
Javier Saldaña Serrano opina que a ética, ou moral, que o juiz
deve cultivar no momento de administrar justiça é a ética das
virtudes do julgador, entre as quais destaca a prudência, como
parte da razão prática, que rege a atividade humana para um fim,
que é o bem.140 Com esse espírito, o artigo 17 do CIEJ dispõe que a
imparcialidade de julgamento obriga o juiz a criar hábitos rigorosos
de honestidade intelectual e de autocrítica.
O capítulo V do CEPJF, dedicado à excelência, dispõe que
o julgador se aperfeiçoe todo dia para desenvolver as virtudes
judiciais. É importante destacar a justiça, como o esforço de dar a
cada um o que é devido –objetivo que se consegue com a prática
de outras virtudes, como o humanismo, a prudência, a fortaleza e
a honestidade.
138
Cfr. Ibidem, p. 237.
139
Cfr. Vigo, Rodolfo L., Ética y responsabilidad judicial, Rubinzal-Culzoni, Santa Fe,
2007, pp. 28-29.
140
Cfr. Saldaña Serrano, Javier, “Virtudes judiciales: principio básico de la deontología jurídica”, en Reforma judicial. Revista Mexicana de Justicia, núm. 8, julio-diciembre de
2006, pp. 84 y 89.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
Esos conceptos le permiten definir la virtud como una cualidad
humana adquirida, cuya posesión y ejercicio tiende a hacernos capaces de lograr los bienes internos a las prácticas.138
Vigo considera al Juez como objeto material de la ética judicial, y
señala que debe contar con ciertas idoneidades: físico-psicológica,
científico-técnica, gerencial y ética. Expone que el objeto formal de
la ética es el Juez desde la perspectiva del bien; su propósito es se­
ñalarle las exigencias para alcanzar su plenitud.139
Opina Javier Saldaña Serrano que la ética o moral que debe cultivar el Juez a la hora de administrar justicia, es la ética de las virtudes del juzgador, entre las que destaca la prudencia, como parte de
la razón práctica, que rige la actividad humana hacia un fin, que es
el bien.140 Con este espíritu, el artículo 17 del CIEJ, dispone que la imparcialidad de juicio obliga al Juez a generar hábitos rigurosos de
honestidad intelectual y de autocrítica.
El capítulo V del CEPJF, dedicado a la excelencia, dispone que el
juzgador se perfecciona cada día para desarrollar las virtudes judiciales. Es importante destacar la justicia, como el esfuerzo de dar a
cada quien lo que le es debido, lo que se logra con la práctica de
otras virtudes, como el humanismo, la prudencia, la fortaleza y la
honestidad.
138
Cfr. Ibidem., p. 237.
139
Cfr. Vigo, Rodolfo L., Ética y responsabilidad judicial, Rubinzal-Culzoni, Santa Fe,
2007, pp. 28-29.
140
Cfr. Saldaña Serrano, Javier, “Virtudes judiciales: principio básico de la deontología jurídica”, en Reforma judicial. Revista Mexicana de Justicia, núm. 8, julio-diciembre de
2006, pp. 84 y 89.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
A imparcialidade como virtude estaria vinculada aos traços de
caráter do juiz e aos hábitos que gerados a partir deles permitam
atingir o bem próprio da função do juiz, ou seja, a justiça.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
La imparcialidad como virtud estaría vinculada a aquellos rasgos
de carácter del Juez y a los hábitos que se pueden generar a partir de
ellos, que permitan alcanzar el bien propio de la función del Juez,
que es la justicia.
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Capítulo VII
A importância da
imparcialidade no Estado
constitucional e democrático
As repercussões da imparcialidade dos juízes constitucionais na
vida dos Estados contemporâneos são imensas, e tendem a crescer
graças a função tuteladora realizada pela justiça constitucional.
Para ter uma visão mais próxima do impacto da imparcialidade,
é necessário assinalar algumas das funções mais relevantes
realizadas pelos Tribunais Constitucionais e que, em alguns casos,
os juízes ordinários também desempenham. Estas funções –nas
quais a imparcialidade tem papel transcendental de acordo com a
própria definição de todo o conteúdo das normas constitucionais–
podem ser resumidas em dois grandes itens: a proteção dos direitos
fundamentais e a delimitação e manutenção das competências
orgânicas dos poderes públicos.
No que se refere aos direitos fundamentais, sua proteção
jurisdicional é feita por meio de procedimentos específicos de
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Capítulo VII
La importancia de la
imparcialidad en el Estado
constitucional y democrático
Las repercusiones de la imparcialidad de los Jueces constitucionales
en la vida de los Estados contemporáneos es inmensa y tiende a crecer por la función tuteladora que realiza la justicia constitucional.
Para tener una visión más cercana del impacto de la imparcia­
lidad, resulta necesario señalar algunas de las funciones más relevantes que realizan los Tribunales Constitucionales, y que en algunos
casos también desempeñan los Jueces ordinarios, en las que la imparcialidad juega un papel trascendente, en orden a la definición
misma de todo el contenido de las normas constitucionales y que
podemos resumir en dos grandes rubros: la protección de los derechos fundamentales y la delimitación y mantenimiento de las competencias orgánicas de los poderes públicos.
Por lo que se refiere a los derechos fundamentales, su protección
jurisdiccional se realiza mediante los procedimientos específicos de
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
garantia que, no México, são o juízo de amparo, a ação de
inconstitucionalidade e as controvérsias constitucionais. Quando
direitos fundamentais entram em conflito entre si ou com direitos
coletivos ou sociais, a justiça constitucional se vale da técnica de
solução denominada ‘ponderação’, que é, nas palavras de Luis
Prieto Sanchíz, a ação de considerar imparcialmente os aspectos
contrapostos de uma questão ou o equilíbrio do peso de duas coisas;
sempre há razões em luta, interesses ou bens em conflito, em suma,
normas que nos fornecem justificativas diferentes no momento de
adotar uma decisão.141
Para a solução desses conflitos, Alexy considera necessário
estabelecer o peso dos princípios em luta, a fim de determinar qual
deve prevalecer, e propõe uma lei de ponderação, formulada da
seguinte forma: “Quanto maior for o grau da não satisfação ou de
afetação de um princípio, tanto maior tem de ser a importância
da satisfação do outro”.142 Devido ao fato de os valores e princípios
não regularem por si mesmos sua aplicação, Alexy propõe um
modelo de fundamentação racional que leva à teoria argumentativa,
cujo propósito é evitar que a ponderação fique sujeita ao arbítrio de
quem a realiza.143
Prieto Sanchís expõe que a máxima de ponderação de Alexy foi
criticada, mostrando-se incapaz de explicar por que efetivamente
um princípio pesa mais que outro, e indica que a ponderação conduz
141
Cfr. Prieto Sanchís, Luis, “Neoconstitucionalismo y ponderación judicial”, en
Neo­constitucionalismo(s), op. cit., p. 137.
142
Alexy, Robert, Teoría de los derechos…, op. cit., p. 161.
143
Ibid., pp. 157,158 y 167.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
garantía, que en México son el juicio de amparo, la acción de inconstitucionalidad y las controversias constitucionales. Cuando entran
en conflicto derechos fundamentales entre sí o con derechos colectivos o sociales, la justicia constitucional acude a una técnica de solución denominada ponderación, que consiste, en palabras de Luis
Prieto Sanchís, en la acción de considerar imparcialmente los aspectos contrapuestos de una cuestión o el equilibrio del peso de dos
cosas; hay siempre razones en pugna, intereses o bienes en conflicto, en suma, normas que nos suministran justificaciones diferentes
a la hora de adoptar una decisión.141
Para la solución de estos conflictos, Alexy considera necesario
establecer el peso de los principios en pugna, para determinar cuál
debe prevalecer, y propone una ley de la ponderación, que formula de
la siguiente manera: “cuanto mayor es el grado de la no satisfacción
o de afectación de un principio, tanto mayor tiene que ser la importancia de la satisfacción del otro”.142 Debido a que los valores y
princi­pios no regulan por sí mismos su aplicación, Alexy propone un
modelo de fundamentación racional que conduce a una teoría argumentativa, cuyo propósito es evitar que la ponderación quede sujeta al arbitrio de quienes la realizan.143
Prieto Sanchís expone que la máxima de ponderación de Alexy
se ha criticado, mostrándose incapaz de explicar por qué efectivamente un principio pesa más que otro y señala que la ponderación
141
Cfr. Prieto Sanchís, Luis, “Neoconstitucionalismo y ponderación judicial”, en
Neo­constitucionalismo(s), op. cit., p. 137.
142
Alexy, Robert, Teoría de los derechos…, op. cit., p. 161.
143
Ibid., pp. 157,158 y 167.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
a uma exigência de proporcionalidade que significa estabelecer
uma ordem de preferência referente ao caso concreto. A característica
da ponderação é que com ela não se consegue resposta válida para
qualquer suposição.144
A técnica ou juízo de proporcionalidade cobrou importância
singular nos conflitos de direitos fundamentais e outros bens
constitucionais, geralmente produzidos com a ação legislativa do
Estado, para impor certas restrições às liberdades públicas na
preservação de bens constitucionais, como a ordem pública, o bem
comum, a paz social, a segurança jurídica, ou bem, para regular
direitos coletivos, direitos sociais ou deveres constitucionais. Na
realização desta função, o legislador não pode agir arbitrariamente,
nem deve exceder o âmbito constitucional, a partir do qual os
direitos fundamentais representam um limite aos poderes públicos,
mas que, por sua vez, estão limitados pela própria constituição; daí
a ação legislativa se mover em limites que deve respeitar, isto é, o
legislador deve realizar sua função normativa dentro das limitações
impostas aos direitos fundamentais, para realizar os citados bens
constitucionais, mas sem transgredir o conteúdo desses direitos.
Para não se exceder em sua função, o legislador deve fazer um
juízo de proporcionalidade entre a afetação que sua ação legislativa
produzirá nos direitos fundamentais e os benefícios que derivam
da lei em relação aos bens constitucionais que está protegendo.
No caso da apresentação de um conflito perante o Tribunal
144
Cfr. Prieto Sanchís, Luis, “Neoconstitucionalismo y…” op. cit., p. 143.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
conduce a una exigencia de proporcionalidad que implica establecer
un orden de preferencia relativo al caso concreto. Lo característico
de la ponderación es que con ella no se logra una respuesta válida
para todo supuesto.144
La técnica o juicio de proporcionalidad ha cobrado singular importancia en los conflictos de derechos fundamentales y otros bienes constitucionales, que se producen generalmente con la acción
legislativa del Estado para imponer ciertas restricciones a las libertades públicas, en la preservación de bienes constitucionales como
el orden público, bien común, paz social, seguridad jurídica, o bien al
regular derechos colectivos, derechos sociales o de deberes constitucionales. Al realizar esta función, el legislador no puede actuar
arbitrariamente, ni debe excederse del marco constitucional, desde
el cual los derechos fundamentales constituyen un límite a los poderes públicos, pero que a la vez se encuentran limitados por la propia
Constitución, de ahí que la acción legislativa se mueve dentro de
límites que debe respetar, es decir, el legislador debe realizar su función normativa dentro de las limitaciones impuestas a los derechos
fundamentales, para realizar los citados bienes constitucionales,
pero sin transgredir el contenido de esos derechos.
Para no excederse en su función, el legislador debe realizar un
juicio de proporcionalidad, entre la afectación que su acción legislativa va a producir en los derechos fundamentales y los beneficios
que derivan de la ley, en relación con los bienes constitucionales que
está protegiendo. En caso de plantearse un conflicto ante el Tribunal
144
Cfr. Prieto Sanchís, Luis, “Neoconstitucionalismo y…” op. cit., p. 143.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
Constitucional, este decidirá se o princípio de proporcionalidade foi
respeitado e, para decidi-lo, é determinante sua atuação imparcial
para fazer a ponderação de interesses em conflito.
O juízo de ponderação, de acordo com Prieto Sanchís, exige os
seguintes passos ou fases: primeiro, que a medida examinada tenha
fim constitucionalmente legítimo, como fundamento da interferência
em um princípio de direito; segundo, que se comprove a adequação
ou idoneidade da medida para a proteção ou consecução do fim;
terceiro, que a intervenção seja necessária, quer dizer, que não
exista outra medida que possa realizar a finalidade e que seja menos
onerosa; quarto, o juízo de proporcionalidade que contém o núcleo
da ponderação.145
Bernal Pulido considera que o principio de proporcionalidade
é critério estrutural para determinar o conteúdo dos direitos
fundamentais vinculantes para o legislador, por isso é instrumento
para o controle da constitucionalidade das leis.146
A imparcialidade no juízo de ponderação é então condição
inevitável da justiça constitucional, já que desse juízo depende a
definição material dos direitos fundamentais. Para ser imparcial,
o juiz constitucional deve ser também independente, a fim de evitar o
que se conhece como a politização da justiça. Garzón Valdés opina
145
Cfr. Ibidem, p. 150.
146
Cfr. Bernal Pulido, Carlos, El principio de proporcionalidad y los derechos fundamentales,
Centro de Estudios Constitucionales, Madrid, 2005, pp. 86 y 89.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
Constitucional, éste decidirá si se respetó el principio de proporcionalidad y, para decidirlo, resulta determinante su actuación imparcial para realizar la ponderación de intereses en conflicto.
El juicio de ponderación, de acuerdo con Prieto Sanchís, requiere
los siguientes pasos o fases: primero, que la medida examinada presente un fin constitucionalmente legítimo, como fundamento de la
interferencia en un principio de derecho; segundo, acreditar la adecuación o idoneidad de la medida para la protección o consecución
del fin; tercero, que la intervención sea necesaria, es decir, que no
exista otra medida que pueda realizar la finalidad, y que resulte menos gravosa; cuarto, el juicio de proporcionalidad que contiene el
núcleo de la ponderación.145
Bernal Pulido estima que el principio de proporcionalidad constituye un criterio estructural para la determinación del contenido
de los derechos fundamentales vinculante para el legislador, por lo
que es un instrumento para el control de la constitucionalidad de
las leyes.146
La imparcialidad en el juicio de ponderación constituye entonces
una condición insoslayable de la justicia constitucional, puesto que
de dicho juicio depende la definición material de los derechos fundamentales. Para ser imparcial el Juez constitucional, también debe ser
independiente, a fin de evitar lo que se conoce como la politización
145
Cfr. Ibidem, p. 150.
146
Cfr. Bernal Pulido, Carlos, El principio de proporcionalidad y los derechos fundamentales,
Centro de Estudios Constitucionales, Madrid, 2005, pp. 86 y 89.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
que a função principal do poder judiciário é garantir a estabilidade
do sistema político nos regimes democráticos, por isso considera
que deve manter declarada imparcialidade em relação aos
conflitos de interesse que deve resolver. Considera que a política
é um comportamento caracterizado pela negociação e pelo
compromisso, por isso as decisões judiciais não devem ser afetadas
pela política.147
A proporcionalidade e a ponderação não são temas pacíficos na
justiça constitucional. Santiago Sánchez González considera que
a proporcionalidade e a ponderação são técnicas de avaliação e
argumentação, provenientes de Alemanha, Itália e Estados Unidos,
estranhas à prática espanhola e constituem um complexo que ainda
deve ser sistematizado pelo Tribunal Constitucional Espanhol, e não
são reconduzíveis à argumentação jurídica tradicional.148 Uma das
razões pelas quais esse autor considera que o citado tribunal não
deu nenhuma explicação semântica da ponderação é o fato de “a
consideração imparcial dos aspectos contrapostos de uma questão”
não ser o mesmo que “a ação de medir uma coisa ou direito”.149
De acordo com a doutrina alemã, o princípio de proporcionalidade
significa tríplice juízo: adequação da medida estatal, necessidade
da medida e proporcionalidade no sentido estrito, ou ponderação.
Esses elementos estão incorporados à justiça constitucional
147
Cfr. Garzón Valdés, Ernesto, “El papel del poder judicial en la transición a la democracia”, Revista Jueces para la Democracia, núm. 45, Madrid, noviembre 2002, p. 45.
148
Cfr. Sánchez González, Santiago, “De la imponderable ponderación y otras artes
del Tribunal Constitucional”, Revista Teoría y Realidad Constitucional, n° 12/13, 2003, p. 2.
149
Ibidem, p. 17.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
de la justicia. Garzón Valdés opina que la función principal del poder
judicial es garantizar la estabilidad del sistema político en los regímenes democráticos, por lo cual considera que debe mantener una
manifiesta imparcialidad con respecto a los conflictos de intereses
que tiene que resolver. Estima que la política es un comportamiento
caracterizado por la negociación y el compromiso, por lo que las decisiones judiciales no deben afectarse por la política.147
La proporcionalidad y la ponderación no son temas pacíficos en
la justicia constitucional. Santiago Sánchez González considera
que la proporcionalidad y la ponderación son técnicas de evaluación
y argumentación provenientes de Alemania, Italia y Estados Unidos
de América, que son ajenas a la práctica española y constituyen un
complejo aun por sistematizar por el Tribunal Constitucional Español y que no son reconducibles al razonamiento jurídico tradi­
cional.148 Una de las razones por las que dicho autor estima que
el citado tribunal no ha dado ni siquiera una explicación semántica
de la ponderación, es porque no es lo mismo “la consideración imparcial de los aspectos contrapuestos de una cuestión” que “la
acción de medir una cosa o derecho”.149
De acuerdo a la doctrina alemana, el principio de proporcionalidad implica un triple juicio: adecuación de la medida estatal, necesidad de la medida y de proporcionalidad en sentido estricto o
ponderación. Estos elementos se encuentran incorporados a la
147
Cfr. Garzón Valdés, Ernesto, “El papel del poder judicial en la transición a la democracia”, Revista Jueces para la Democracia, núm. 45, Madrid, noviembre 2002, p. 45.
148
Cfr. Sánchez González, Santiago, “De la imponderable ponderación y otras artes
del Tribunal Constitucional”, Revista Teoría y Realidad Constitucional, n° 12/13, 2003, p. 2.
149
Ibidem, p. 17.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
mexicana, na jurisprudência sustentada pelo Plenário da SCJN, na
tese de título: “GARANTIAS INDIVIDUAIS. O DESENVOLVIMENTO
DE SEUS LIMITES E A REGULAÇÃO DE SEUS POSSÍVEIS
CONFLITOS POR PARTE DO LEGISLADOR DEVE RESPEITAR
OS PRINCÍPIOS DE RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE
JURÍDICA”.150
Pode-se perceber que o juiz constitucional imparcial tem um
papel de definição em relação ao conteúdo e à delimitação dos
direitos fundamentais, seja porque eles entram em conflito entre si,
seja com outros bens e direitos constitucionais. Por isso que a
doutrina concorda que sua tarefa é determinante para a transição
e consolidação da democracia. Ferrajoli é autor de destaque neste
assunto, com seu conceito de democracia substancial, baseada na
igualdade de direitos e na garantia dos direitos fundamentais e
sociais ante o poder da maioria.151 Como diz Ferrajoli, o fundamento
da legitimidade do poder judiciário não é “democrático”, mas “legal”,
pois a democracia, no sentido substancial, não se refere a quem
está habilitado para decidir (a maioria), mas sobre que coisa não é
lícito nenhuma maioria decidir.152 A visão garantista de Ferrajoli exige,
como indicado pelo próprio autor, um juiz imparcial independente,
subtraído de qualquer vínculo com os poderes da maioria e em
condições de invalidar os atos exercidos por aqueles.153
150
Semanario Judicial de la Federación y su Gaceta, t. XXVI, diciembre de 2007, Tesis P./J.
130/2007, p. 8.
151
Cfr. Ferrajoli, Luigi, Derechos y garantías, la ley del más débil, 5a. ed., Trotta, Madrid,
2006, pp. 23-25.
152
Cfr. Ferrajoli, Luigi, “Jurisdicción y democracia”, en Carbonell, Miguel; FixZamudio, Héctor y Vázquez, Rodolfo (compiladores), Jurisdicción…, op. cit., p. 105.
153
Cfr. Ferrajoli, Luigi, Derechos y garantías…, op. cit., p. 27.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
justicia constitucional mexicana, en la jurisprudencia sustentada
por el Pleno de la SCJN, en la tesis de rubro: “GARANTÍAS INDIVIDUALES. EL DESARROLLO DE SUS LÍMITES Y LA REGULACIÓN DE
SUS POSIBLES CONFLICTOS POR PARTE DEL LEGISLADOR DEBE
RESPETAR LOS PRINCIPIOS DE RAZONABILIDAD Y PROPORCIONALIDAD JURÍDICA.”150
Puede advertirse que el Juez constitucional imparcial tiene un papel definitorio respecto del contenido y delimitación de los derechos
fundamentales, ya sea porque entran en conflicto entre sí o con
otros bienes y derechos constitucionales, por lo que la doctrina
coinci­de en que su labor resulta determinante para la transición
y consolida­ción de la democracia. Ferrajoli es un autor destacado en
esta materia, con su concepto de democracia sustancial, basada
en la igualdad de derechos y en la garantía de los derechos fundamen­
tales y sociales frente al poder de la mayoría.151 Como dice Ferrajoli, el
fundamento de la legitimidad del poder judicial no es “democrático”
sino “legal”, pues la democracia en sentido sustancial no se refiere a
quién se encuen­tra habilitado para decidir (la mayoría), sino al qué
cosa no es lícito decidir a ninguna mayoría.152 La visión garantista de
Ferrajoli, requiere, como lo señala el propio autor, un Juez imparcial
independiente, sustraído a cualquier vínculo con los poderes de mayoría y en condiciones de invalidar los actos a través de los cuales
aquéllos se ejercen.153
150
Semanario Judicial de la Federación y su Gaceta, t. XXVI, diciembre de 2007, Tesis P./J.
130/2007, p. 8.
151
Cfr. Ferrajoli, Luigi, Derechos y garantías, la ley del más débil, 5a. ed., Trotta, Madrid,
2006, pp. 23-25.
152
Cfr. Ferrajoli, Luigi, “Jurisdicción y democracia”, en Carbonell, Miguel; FixZamudio, Héctor y Vázquez, Rodolfo (compiladores), Jurisdicción…, op. cit., p. 105.
153
Ferrajoli, Luigi, Derechos y garantías…, op. cit., p. 27.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
Quando os Tribunais Constitucionais resolvem os conflitos
indicados, definem o alcance dos direitos mediante técnicas ou
juízos de proporcionalidade e ponderação, dotando os direitos
fundamentais de sentido e, no geral, fazendo-o em relação a todos
os preceitos da constituição. Isto os torna não só seus intérpretes,
mas também atores que definem o status do cidadão ante o poder
público, aproximando-se de uma concepção realista do direito, na
medida em que definem o sentido das normas constitucionais,
o que não deve ser visto como ativismo judicial, mas como
exercício de uma função de intérprete supremo da constituição e
garantidor de seus conteúdos. Realizando esta tarefa, esses tribunais
fazem o que poderia ser considerada função constituinte de segundo
nível ou complementar à que realiza o poder constituinte, originário
ou permanente.
A visão “dúctil” da constituição de Zagrebelsky, na qual
atuamforças corrosivas, internas e externas, marcadas por
pluralismo político, exige, na opinião de Fix-Fierro, que os Tribunais
Constitucionais não obstaculizem desnecessariamente as operações
do sistema político (self-restraint), ou criem expectativas excessivas
que a política não possa satisfazer, por isso a interpretação da
constituição como instrumento político requer seu uso “oportunista”.
Héctor Fix-Fierro diz, citando Luhmann, que se deve considerar que
os tribunais são o centro do sistema jurídico, porque são as instituições
encarregadas de ocultar os paradoxos do sistema e garantir
seu encerramento operacional.154
154
Cfr. Fix-Fierro, Héctor, “Los tribunales constitucionales en la consolidación de la
democracia. La perspectiva de la sociología del derecho”, en Tribunales Constitucionales y
Con­solidación de la Democracia, SCJN, México, 2007, pp. 78-79.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
Cuando los Tribunales Constitucionales resuelven los conflictos
señalados, definen el alcance de los derechos mediante las técnicas
o juicios de proporcionalidad y ponderación, dotando de sentido a
los derechos fundamentales y en general a todos los preceptos de la
Constitución, lo que los convierte no sólo en intérpretes de la misma, sino en actores que definen el status del ciudadano frente al poder público, acercándose a una concepción realista del derecho, en
la medida en que los Jueces definen el sentido de las normas constitucionales, lo que no debe verse como un activismo judicial, sino
como el ejercicio de una función de intérprete supremo de la Cons­
titución y garante de sus contenidos. Al realizar esta labor, estos
tribunales realizan lo que podría considerarse una función constituyente, de segundo nivel o complementaria a la que realiza el Poder
Constituyente, originario o permanente.
La visión “dúctil” de la Constitución de Zagrebelsky, en la
que actúan fuerzas corrosivas, internas y externas, marcadas por
un pluralismo político, exige, en opinión de Fix-Fierro, que los Tribunales Constitucionales no obstaculicen innecesariamente las ope­
raciones del sistema político (self-restraint), ni crear expectativas
excesivas que la política no pueda satisfacer, por lo que la interpretación de la Constitución, como instrumento político requiere su
utilización “oportunista”. Debe considerarse, dice Héctor Fix-Fierro
citando a Luhmann, que los tribunales constituyen el centro del sistema jurídico, porque son las instituciones encargadas de ocultar las
paradojas del sistema, y de garantizar su clausura operativa.154
154
Cfr. Fix-Fierro, Héctor, “Los tribunales constitucionales en la consolidación de la
democracia. La perspectiva de la sociología del derecho”, en Tribunales Constitucionales y
Con­solidación de la Democracia, SCJN, México, 2007, pp. 78-79.
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
Essa visão revela o enorme desafio dos juízes constitucionais
na resolução de conflitos com imparcialidade, mais ainda se
considerarmos que, para realizar o juízo de ponderação entre os
direitos, os princípios ou os bens contrapostos, deve-se primeiro
determinar seu conteúdo, o que já exige um exercício de
imparcialidade, porque, definindo separadamente cada um dos
direitos fundamentais envolvidos, o juiz deve considerar, por um
lado, os indivíduos titulares desses direitos e, por outro, o Estado,
como sujeito obrigado a respeitá-los, já que os direitos humanos
são um limite para a atuação dos poderes públicos. Uma vez
definidos os conteúdos dos direitos em conflito, seu peso específico
deve ser estabelecido e ponderado entre si, o que exige novo
exercício de imparcialidade, na designação do peso correspondente
de cada um, para decidir depois qual deve prevalecer, estabelecendo
com isso um precedente que servirá de regra para casos futuros
iguais. Não obstante, cabe assinalar que, se os mesmos direitos,
princípios ou bens voltarem a se confrontar, mas em situações
diferentes, não estaríamos diante de conflitos iguais, por isso a regra
criada não seria aplicada ao novo conflito e poderia ocorrer que o
direito que teve de ceder no primeiro caso, agora, antes as novas
circunstâncias, torne-se vencedor. Por isso a ponderação deve ser
feita com uma técnica correta, na qual a confrontação dos direitos
não seja feita abstratamente, mas em virtude das circunstâncias
concretas presentes no conflito.
Pode-se perceber a enorme repercussão da imparcialidade dos
juízes em um Estado constitucional e democrático. A importância
transcende
qualquer
sistema
normativo,
com
benefícios
indiscutíveis, derivados das diversas concepções de imparcialidade
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
La anterior visión, revela el enorme reto de los Jueces constitu­
cionales para resolver los conflictos con imparcialidad, más aún si
consideramos que para realizar el juicio de ponderación entre los
derechos, principios o bienes contrapuestos, se debe primero determinar su contenido, lo cual requiere ya de un ejercicio de imparcia­
lidad, porque al definir separadamente cada uno de los derechos
fundamentales involucrados, el Juez debe considerar por un lado a
los individuos titulares de esos derechos, y por otro al Estado, como
sujeto obligado a respetarlos, puesto que los derechos humanos
constituyen un límite a la actuación de los poderes públicos. Una
vez definidos los contenidos de los derechos en pugna, debe establecerse su peso específico y ponderarse entre sí, lo cual requiere un
nuevo ejercicio de imparcialidad, al asignar el peso que a cada uno
le corresponde, para resolver luego cuál debe prevalecer, sentando
con ello un precedente que servirá de regla para casos futuros iguales. No obstante, cabe señalar que si los mismos derechos, principios
o bienes, vuelven a confrontarse, pero en situaciones distintas, no
estaríamos ante conflictos iguales, por lo que, la regla creada no apli­
caría al nuevo conflicto, y bien podría ocurrir que el derecho que
tuvo que ceder en el primer caso, ahora, ante las nuevas circunstancias, resulte vencedor. Por eso, la ponderación debe realizarse con
una técnica correcta, en la que la confrontación de los derechos no
se hace en abstracto, sino en razón de las circunstancias concretas
que concurren en el conflicto.
Puede advertirse la enorme repercusión de la imparcialidad de
los Jueces en un Estado constitucional y democrático. La importancia
trasciende a todo el sistema normativo, con indiscutibles beneficios
que derivan de las diversas concepciones de imparcialidad antes
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
antes examinadas. Além dos benefícios indicados, destacam-se os
seguintes:
• Permite realizar os fins da jurisdição.
• É um instrumento metodológico para realizar a justiça do
caso concreto, resolvendo as pretensões das partes.
• Afirma os princípios e regras do direito como instrumentos de
solução de conflitos.
• Concretiza os fins da justiça comutativa.
• Colabora com o restabelecimento do direito infringido e
favorece a paz social.
• Contribui para dar certeza ao ordenamento jurídico e com
isso favorece a segurança jurídica.
• Realiza os valores da constituição.
• Proporciona legitimidade à função judicial.
• Melhora a imagem dos juízes (o que um juiz faz repercute na
imagem da instituição).
• Gera confiança pública.
• Reafirma os princípios de separação do poder.
• Serve de mecanismo de autocontrole ao submeter ao poder
judiciário os motivos que o direito proporciona.
• Fortalece o Estado democrático.
• Fortalece a vocação do direito como instrumento que
contribui para a resolução de problemas individuais, coletivos
e sociais.
A imparcialidade não é panaceia na solução dos conflitos
jurídicos. É necessário compreendê-la e aplicá-la no conjunto de
princípios e virtudes éticas, mas uma coisa é certa: não se pode obter
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
examinadas. Además de los beneficios señalados, se destacan los
siguientes.
• Permite realizar los fines de la jurisdicción.
• Es un instrumento metodológico para realizar la justicia del
caso concreto, resolviendo las pretensiones de las partes.
• Afirma los principios y reglas del derecho como instrumentos
de solución de conflictos.
• Concreta los fines de la justicia conmutativa.
• Colabora al restablecimiento del derecho conculcado y favorece la paz social.
• Contribuye a otorgar certeza al ordenamiento jurídico, por lo
que favorece la seguridad jurídica.
• Realiza los valores de la Constitución.
• Proporciona legitimidad a la función judicial.
• Mejora la imagen de los Jueces (lo que un Juez hace repercute
en la imagen de la institución).
• Genera confianza pública.
• Reafirma los principios de separación del poder.
• Sirve de mecanismo de autocontrol al someter al poder judicial, a las razones que el derecho suministra.
• Fortalece el Estado democrático.
• Fortalece la vocación del derecho como instrumento que
contribuye a resolver los problemas individuales, colectivos
y sociales.
La imparcialidad no es una panacea en la solución de los conflictos jurídicos. Es necesario comprenderla y aplicarla en el conjunto
de principios y virtudes éticas, pero una cosa cierta es: no puede
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As concepções da imparcialidade e sua repercussão no estado...
nenhuma justiça de um juiz parcial. Um juiz assim não só nega a si
mesmo, como julgador, mas nega a jurisdição, nega o Estado de
Direito e os direitos fundamentais, nega a democracia e trai a
confiança da sociedade. Da mesma forma que uma lei injusta não é
direito, um julgador parcial não é um juiz, é só aparência.
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Las concepciones de la imparcialidad y su repercusión en el estado...
obtenerse ninguna justicia desde un Juez parcial. Un Juez así, no
sólo se niega a sí mismo como juzgador, sino que niega la juris­
dicción, niega el Estado de derecho y los derechos fundamentales,
niega la democracia y traiciona la confianza de la sociedad. De la
misma forma que una ley injusta no es derecho, un juzgador parcial
no es un Juez, sólo es apariencia.
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18/11/2010 12:35:43 p.m.
Serie Monografias Premiadas 3.indb 209
18/11/2010 12:35:43 p.m.
Segundo lugar
IMPARCIALIDADE JUDICIAL
Serie Monografias Premiadas 3.indb 210
18/11/2010 12:35:43 p.m.
Segundo lugar
IMPARCIALIDAD JUDICIAL
Flavio Antonio Esteves Galdino*
Serie Monografias Premiadas 3.indb 211
18/11/2010 12:35:43 p.m.
*
Adbogado de Brasil, Pereira Nieto, Galdino, Macedo Advogados, São Paulo, Brasil.
Serie Monografias Premiadas 3.indb 212
18/11/2010 12:35:43 p.m.
Serie Monografias Premiadas 3.indb 213
18/11/2010 12:35:43 p.m.
Abreviaturas
Salvo indicação em contrário, referências a órgãos e leis
brasileiras:
ADI Ação Direta de Inconstitucionalidade
art.
artigo
CF Constituição Federal
CLT Consolidação das Leis do Trabalho
CPC Código de Processo Civil
CPP Código de Processo Penal
DL Decreto-Lei
214
Serie Monografias Premiadas 3.indb 214
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Abreviaturas
Salvo indicación en contrario, referencias a órganos y leyes
brasileños:
ADI Acción Directa de Inconstitucionalidad
art.
artículo
CF Constitución Federal
CLT Consolidación de las leyes laborales
CPC Código de Procedimiento Civil
CPP
Código de Procedimiento Penal
DL Decreto-Ley
215
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216
Imparcialidade judicial
EC
Emenda Constitucional
esp.
especialmente
LC Lei Complementar
PGR Procurador-Geral da República
STF Supremo Tribunal Federal
STJ Superior Tribunal de Justiça
TPI Tribunal Penal Internacional
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18/11/2010 12:35:43 p.m.
Imparcialidad judicial
EC
Enmienda Constitucional
esp.
especialmente
LC Ley Complementaria
PGR Procurador-General de la República
STF Supremo Tribunal Federal
STJ Superior Tribunal de Justicia
TPI Tribunal Penal Internacional
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Introdução
e Plano do estudo
Nemo iudex in causa propria. A antiga parêmia que parece expressar
– e de fato expressa – uma noção quase intuitiva, ilustra
o conteúdo de um dos mais importantes princípios do Direito: a
imparcialidade, tema ao qual se dedica o presente estudo. Embora
a imparcialidade seja objeto de estudos filosóficos importantes, o
presente estudo pretende estudar a imparcialidade a partir do prisma
estritamente jurídico. Para tratar do tema, após a apresentação
da idéia de imparcialidade, referindo-se diversas idéias que se coimplicam, como a legitimidade das decisões judiciais e a correlação
da imparcialidade com a própria imagem da justiça, pretende-se
decompor a imparcialidade em três perfis complementares, a
eqüidistância, a independência e o juiz natural.
A jurisdição é um fenômeno estudado pelos mais variados
campos científicos, interessando aqui, precipuamente, dois: a
ciência política e o direito processual. Na seara da ciência política,
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Introducción
y plan de estudio
Nemo iudex in causa propria. La antigua paremia que parece expresar
–y de hecho expresa– una noción casi intuitiva, ilustra el contenido
de uno de los más importantes principios del Derecho: la imparcialidad, tema al cual se dedica el presente estudio. Si bien la imparcia­
lidad es objeto de estudios filosóficos importantes, el propósito de
este estudio es analizar la imparcialidad a partir del prisma estrictamente jurídico. Para tratar el tema, después de la presentación de la
idea de imparcialidad aludiendo a distintas ideas que se coimplican,
como la legitimidad de las decisiones judiciales y la correlación de la
imparcialidad con la propia imagen de la justicia, se pretende descomponer la imparcialidad en tres perfiles complementarios, la equi­
­distancia, la independencia y el Juez natural.
La jurisdicción es un fenómeno estudiado por los más variados
campos científicos, dos de los cuales nos interesan aquí principalmente: la ciencia política y el derecho procesal. En el ámbito de la
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Serie Monografias Premiadas 3.indb 219
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220
Imparcialidade judicial
a jurisdição é estudada a partir da sua relação com os outros poderes
constituídos. Por sua vez, o direito processual dedica-se a estudar a
jurisdição em si mesma, a partir do modo pelo qual esse poder é ou
deve ser exercido.
Nos primórdios da ciência do direito processual civil, trabalhava-se
com as chamadas praxes forenses, procedimentos não revestidos
de unidade e que sequer eram tratados do ponto vista científico de
um modo unitário. A ciência processual sofre grande desenvolvimento
na segunda metade do século XIX, quando então o processo e
o direito processual passam a ser considerados. De fato, nos dias
que correm, a jurisdição passou a ocupar a posição central na
teoria geral do processo, constituindo-se em verdadeiro pólo
metodológico do direito processual. Seja como poder, como
função ou como atividade,1 a jurisdição é o conceito central da teoria
do processo.
A forma pela qual a jurisdição é dividida ou compartilhada entre
os órgãos jurisdicionais deve atender, antes de mais nada, a
parâmetros de imparcialidade: as regras de competência prestam-se
justamente a implementar os parâmetros pré-determinados, gerais
e abstratos de divisão do trabalho jurisdicional de modo a que
assegurarem a imparcialidade do juiz. É igualmente lícito afirmar
que uma das principais funções da jurisdição é pacificar com justiça
os conflitos sociais e um dos parâmetros fundamentais para se
aferir a justiça das decisões é o respeito a alguns princípios afetos ao
1
Consoante a exposição de DINAMARCO, Cândido Rangel, Instituições de Direito
Processual Civil, Volume I, 5a edição, Malheiros, São Paulo, 2005, p. 318.
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Imparcialidad judicial
ciencia política, se estudia la jurisdicción a partir de su relación con
los demás poderes constituidos. A su vez, el derecho procesal se dedica a estudiar la jurisdicción en sí misma, a partir del modo en el
cual ese poder es o debe ser ejercido.
En los comienzos de la ciencia del derecho procesal civil, se trabajaba con las así denominadas prácticas forenses, procedimientos
carentes de unidad y que ni siquiera se trataban desde el punto de
vista científico de una manera unitaria. La ciencia procesal experimenta un gran desarrollo en la segunda mitad del Siglo XX, época
en la que el procedimiento y el derecho procesal comienzan a ser
considerados. De hecho, en la actualidad, la jurisdicción pasó a
ocupar la posición central en la teoría general del procedimiento,
constituyéndose en un verdadero polo metodológico del derecho
procesal. Ya fuere como poder, como función o como actividad,1 la
jurisdicción es el concepto central de la teoría del procedimiento.
La manera en la cual la jurisdicción se divide o comparte entre
los órganos jurisdiccionales, debe atenerse, antes que nada, a parámetros de imparcialidad: las reglas de competencia se prestan
justamente a implementar los parámetros predeterminados, generales y abstractos de división del trabajo jurisdiccional tendiendo a
asegurar así la imparcialidad del Juez. Es asimismo lícito afirmar que
una de las principales funciones de la jurisdicción es pacificar con
justicia los conflictos sociales y uno de los parámetros fundamentales para evaluar la justicia de las decisiones, es el respeto de algunos
1
De acuerdo a la exposición de DINAMARCO, Cândido Rangel, Instituições de Direito
Processual Civil; Volumen I, 5a Edición, Malheiros, São Paulo, 2005, p. 318.
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Imparcialidade judicial
processo e ao procedimento, dos quais deflui parcela substancial da
justiça e da legitimidade dos atos jurisdicionais, em especial das
decisões judiciais.
Assim é que pacificar com justiça implica para os órgãos do poder
jurisdicional a observância de um conjunto de normas, usualmente
expressos através de princípios, que legitimam o exercício desse
mesmo poder. Esses princípios condicionam –e muitas vezes
restringem– o exercício do poder com o escopo de proporcionarem
a emissão de julgamentos justos (fair trials na expressão inglesa) e
de modo a evitar abusos. Por notória influência da tradição jurídica
norte-americana, aquele conjunto de normas integra o que se usa
denominar devido processo legal (due process of law na expressão
inglesa, em seu sentido procedimental), que mereceu referência
expressa na Constituição Federal brasileira (art. 5°, LIV).
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223
Imparcialidad judicial
principios inherentes al proceso y al procedimiento de los cuales deriva una parte substancial de la justicia y de la legitimidad de los
actos jurisdiccionales, en especial de las decisiones judiciales.
Por lo tanto, pacificar con justicia implica para los órganos del
poder jurisdiccional, la observancia de un conjunto de normas,
usualmente expresadas a través de principios que legitiman el ejercicio de ese mismo poder. Esos principios condicionan –y muchas
veces restringen– el ejercicio del poder con el objeto de proporcionar la emisión de sentencias justas (fair trials en la expresión inglesa)
y de evitar abusos. Por una notoria influencia de la tradición jurídica
norteamericana, ese conjunto de normas integra lo que se deno­
mina habitualmente debido proceso legal (due process of law en la
expresión inglesa, en su sentido procedimental), que mereció una
referencia expresa en la Constitución Federal brasileña (art. 5°, LIV).
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Capítulo I
Imparcialidade
Uma das principais condicionantes do exercício do poder jurisdicional
é a que impede que uma pessoa atue como juiz quando possui
interesse no resultado de um dado litígio. Várias expressivas fórmulas
latinas designam esse fenômeno: nemo iudex in causa sua, nemo iudex
in causa própria, nemo iudex in rem sua e ne iudex iudicet in re sua. Essas
fórmulas cunhadas e utilizadas ao longo dos séculos expressam o
que se entende por princípio da imparcialidade: o juiz deve ser um
terceiro estranho às partes e ao litígio, isto é, deve ser imparcial,
denotando o que os italianos designam através da locução terzietà
ou alienità ou asoggetività,2 que se poderia traduzir por terciariedade3
2
TALAMINI, Eduardo, Coisa Julgada e sua Revisão, Editora Revista dos Tribunais, São
Paulo, 2005, p. 304 e CARNEIRO, Athos Gusmão, Jurisdição e Competência, 14a Edição,
Editora Saraiva, São Paulo, 2005, p. 26.
3
Na doutrina italiana, vide ANDOLINA, Italo e VIGNERA, Giuseppe, Il Modello
Costituzionale del Processo Civile Italiano – Corso di Lezioni, G. Giappichelli Editore, Torino, 1990,
p. 40. Entre nós, a expressão terzietà é emprestada por ARRUDA ALVIM, Manual de Direito
Processual Civil, Volume 1 – Parte Geral, 8a Edição, Editora Revista dos Tribunais, São Paulo,
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Capítulo I
Imparcialidad
Uno de los principales condicionamientos del poder jurisdiccional
es el que impide que una persona actúe como Juez cuando tiene interés en el resultado de un determinado litigio. Varias expresivas
fórmulas latinas designan este fenómeno: nemo iudex in causa sua,
nemo iudex in causa propria, nemo iudex in rem sua y ne iudex iudicet in
re sua. Estas fórmulas, acuñadas y utilizadas a lo largo de los siglos
expresan lo que se entiende por principio de la imparcialidad: el Juez
debe ser un tercero ajeno a las partes en litigio, es decir, debe ser im­
parcial, denotando lo que los italianos designan a través de la locución
terzietà o alienità o asoggetività,2 que podría traducirse como terceridad3
2
TALAMINI, Eduardo, Coisa Julgada e sua Revisão, Editorial Revista dos Tribunais, São
Paulo, 2005, p. 304 y CARNEIRO, Athos Gusmão, Jurisdição e Competência, 14a Edición,
Saraiva, São Paulo, 2005, p. 26”.
3
En la doctrina italiana, ver ANDOLINA, Italo y VIGNERA, Giuseppe, Il Modello Costi­
tuzionale del Processo Civile Italiano-Corso di Lezioni, G. Giappichelli Editore, Torino, 1990, p. 40.
En nuestro medio, la expresión terzietà es prestada por ARRUDA ALVIM, Manual de Direito
Processual Civil, Volumen 1-Parte Geral, 8a Edición, Editorial Revista dos Tribunais, São Paulo.
225
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226
Imparcialidade judicial
ou alienidade (ou, ainda, preferencialmente, alteridade, estraneidade,4
alheiedade ou alheação).5
Nas sociedades ocidentais contemporâneas, em que pese
ocorrências de desrespeito, a afirmação de que o juiz deve ser imparcial
tornou-se quase uma formulação axiomática6 –um axioma: uma
afirmação intuitivamente auto-evidente–,7 chegando-se a afirmar
que a imparcialidade prescinde de análise,8 ainda que a independência
2003, p. 197. No direito português encontra-se referência à terciariedade – vide
CANOTILHO, J. J., Gomes, Direito Constitucional e teoria da Constituição, 3a edição, Almedina,
Coimbra, 1999, p. 619, adotada também entre nós por GOMES, Luiz Flávio, “As garantias
mínimas do devido processo criminal nos sistemas jurídicos brasileiro e interamericano:
estudo introdutório”, in GOMES, Luiz Flávio e PIOVESAN, Flávia (coordenadores),
O Sistema Intermaericano de Proteção dos Direitos Humanos e o Direito Brasileiro, Editora Revista
dos Tribunais, São Paulo, 2000, pp. 181-259, esp. p. 199.
4
Expressão utilizada por SILVA, Ovídio Baptista da, Curso de Processo Civil, Volume 1,
Tomo I, 8a Edição, Forense, Rio de Janeiro, 2008, p. 26, sendo certo que esse autor também
indica a imparcialidade como “componente essencial do ato jurisdicional”.
5
A primeira expressão é utilizada por GRECO, Leonardo, “Garantias fundamentais do
processo: o processo justo”, in Revista Jurídica, Volume 305, Editora Notadez, Porto Alegre,
2003, pp. 61-99, esp. p. 66. A segunda expressão é preferida por CABRAL, Antonio,
“Imparcialidade e impartialidade. Por uma teoria sobre repartição e incompatibilidade de
funções no processo civil e penal”, in DIDIER J.R., Fredie e JORDÃO, Eduardo Ferreira
(coordenadores), Teoria do Processo–Panorama Doutrinário Mundial, Editora Jus Podium,
Salvador, 2008, pp. 99-124, esp. p. 101.
6
Vid. REIS, José Alberto dos, Comentários ao Código de Processo Civil, Volume I, Coimbra
Editora, Coimbra, 1944, p. 388: “É princípio axiomático que ninguém pode ser juiz em
causa própria”.
7
Sobre a noção de axioma: “Assim, em sua acepção mais clássica, o axioma equivale
ao princípio de que, por sua própria dignidade, isto é, por ocupar certo lugar num
sistema de proposições, deve ser avaliado como verdadeiro (...) O axioma possui, por
assim dizer, um imperativo que obriga ao assentimento uma vez que seja enunciado e
entendido”. FERRATER MORA, J., Dicionário de Filosofia, Tomo I, Edições Loyola, São
Paulo, 2000, p. 243.
8
Comentando o Art. 134, I do CPC (É defeso ao juiz exercer as suas funções no
processo contencioso de que for parte), Pontes de Miranda afirma que “O item I do
art. 134 prescinde de análise”. PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcanti, Comentários
ao Código de Processo Civil (1973), Tomo II (Arts. 46-153), Forense, Rio de Janeiro, 1973,
p. 400.
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Imparcialidad judicial
o alienidad (o también, preferentemente, alteridad, extrañedad,4 ajeni­
dad o ajenación.5
En las sociedades occidentales contemporáneas, pese a los
hechos de no respeto, la afirmación de que el Juez debe ser imparcial
se transformó en una fórmula axiomática6 –un axioma: una afirmación intuitivamente autoevidente–7 llegándose a afirmar que la
imparcialidad prescinde del análisis,8 aunado a que la independencia
2003, p. 197. En el derecho portugués se encuentra la referencia al término “terciariedade”ver CANOTILHO, J. J. Gomes, Direito Constitucional e teoria da Constituição, 3a Edición, Alme­
dina, Coimbra, 1999, p. 619, adoptada también entre nosotros por GOMES, Luiz Flávio, “As
garantias mínimas do devido processo criminal nos sistemas jurídicos brasileiro e interamericano: estudo introdutório”, en GOMES, Luiz Flávio y PIOVESAN, Flávia (coordinadores), O Sistema Intermaericano de Proteção dos Direitos Humanos e o Direito Brasileiro, Editorial
Revista dos Tribunais, São Paulo, 2000, pp. 181-259, esp. p. 199.
4
Expresión utilizada por SILVA, Ovídio Baptista da, Curso de Processo Civil, Volumen 1,
Tomo I, 8a Edición, Forense, Rio de Janeiro, 2008, p. 26, siendo verdad que este autor también indica a la imparcialidad como un “componente esencial del acto jurisdiccional”.
5
La primera expresión es utilizada por GRECO, Leonardo. “Garantias fundamentais do
processo: o processo justo”, en Revista Jurídica, Volumen 305, Notadez, Porto Alegre, 2003,
pp. 61-99, esp. p. 66. La segunda expresión es la preferida de CABRAL, Antonio, “Imparcialidade e impartialidade. Por uma teoria sobre repartição e incompatibilidade de funções
no processo civil e penal”, en DIDIER JR., Fredie y JORDÃO, Eduardo Ferreira (coordinadores),
Teoria do Processo-Panorama Doutrinário Mundial, Jus Podium, Salvador, 2008, pp. 99-124,
esp. p. 101.
6
Vid. REIS, José Alberto dos, Comentários ao Código de Processo Civil, Volumen I, Coimbra
Editorial, Coimbra, 1944, p. 388: “Es un principio axiomático que nadie puede ser juez en
causa propia”.
7
Sobre la noción de axioma: “De esta forma, en su acepción más clásica, el axioma
equivale al principio de que, por su propia dignidad, o sea, por ocupar cierto lugar en un
sistema de proposiciones, se debe considerar como verdadero (...)
El axioma posee, por así decir, un imperativo que obliga al asentimiento una vez que se
enuncia y entiende”. FERRATER MORA, J., Dicionário de Filosofia, Tomo I, Ediciones Loyola,
São Paulo, 2000, p. 243.
8
Comentando el Art. 134, I del CPC (El juez tiene prohibido ejercer sus funciones en
el proceso contencioso donde es parte), PONTES DE MIRANDA afirma que “El punto I del
art. 134 no necesita ninguna explicación”. “PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcanti,
Comentários ao Código de Processo Civil (1973)”, Tomo II (Arts. 46-153), Forense, Rio de Janeiro,
1973, p. 400.
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Imparcialidade judicial
judicial (como sinônima de imparcialidade judicial) não necessite de
nenhuma explicação.9
Com efeito, em respeitável sede doutrinária, afirma-se
peremptoriamente que: ninguém põe em dúvida que a imparcialidade é
condição sine qua non do legítimo exercício da função jurisdicional10,
a imparcialidade é a própria essência da jurisdição,11 a imparcialidade é a
qualidade suprema do juiz,12 somente a imparcialidade pode conduzir
à justiça,13 a expressão juiz imparcial é redundância14 ou ainda que a
imparcialidade é uma qualidade inseparável do juiz desde o início da
civilização;15 e essa referência quase intuitiva à imparcialidade, que
9
Cfr. LOEWENSTEIN, Karl, Teoria de la Constituición (tradução espanhola de Verfassungslehre,
por Alfredo Gallego Anabitarte), Ariel, Barcelona, 1986, p. 294: “La ratio de la independencia
judicial no necesita ninguna explicación (...)”.
10
Expressão retirada in verbis de BARBOSA MOREIRA, José Carlos, “Reflexões sobre a
imparcialidade do juiz”, in Temas de Direito Processual – Sétima Série, Editora Saraiva, São
Paulo, 2001, pp. 19-30, esp. p. 19. No mesmo sentido, GOMES, Luiz Flávio, “As garantias
mínimas do ...”, op. cit., pp. 181-259, esp. p. 199: “Sem que haja um órgão julgador supra
partes não se pode falar em uma genuína jurisdição”.
11
Cfr. CARPI, F. e TARUFFO, M., Commentario Breve al Codice di Procedura Civile, 5a Edizione,
CEDAM, Padova, 2006, p. 156: “La imparzialità è la stessa essenza del giudizio ed è Il
valore fundamentale del due processo of law”.
12
CAPPELLETTI, Mauro, “Ideologías en el derecho procesal”, in Proceso, Ideologias,
Sociedad (tradução argentina por Santiago Sentis Melendo e Tomás Banzhaf), Ediciones
Juridicas Europa-America, Buenos Aires, 1974, pp. 3-31, esp. p. 4.
13
Conforme ROSAS, Roberto, Direito Processual Constitucional – Princípios Constitucionais
do Processo Civil, 3a Edição, Editora Revista dos Tribunais, São Paulo, 1999, p. 27.
14
Cfr. PORTANOVA, Rui, Princípios do Processo Civil, 3a Edição, Livraria do Advogado
Editora, Porto Alegre, 1999, p.79.
15
Cfr. CALAMANDREI, Pietro, “Processo e Democracia”, in Opere Giuridiche, Volume
Primo (a cura di Mauro Cappelletti), Morano Editore, Napoli, 1965, p. 618-702, esp. p. 639:
“Storicamente la qualità premenente che sembra inseparabile dall’idea stessa di giudice,
fino dal suo primo apparire agli albori della covoltà, è la imparzialità. Il giudice è um terzo
estraneo alla contesa, che non condivide gli interessi e le passioni delle parti litiganti tra
loro e che dal di fuori considera con serenità e con distacco il loro litígio: un terzo inter
partes o meglio supra partes”.
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Imparcialidad judicial
judicial (como sinónimo de imparcialidad judicial) no necesita ninguna explicación.9
En efecto, en respetable sede doctrinaria se afirma perentoriamente que: nadie pone en duda que la imparcialidad es la condición sine
qua non del legítimo ejercicio de la función jurisdiccional,10 la imparcialidad
es la propia esencia de la jurisdicción,11 la imparcialidad es la cualidad supre­
ma del Juez,12 solamente la imparcialidad puede conducir a la justicia,13 la
expresión Juez imparcial es redundante14 o que la imparcialidad es una cua­
lidad inseparable del Juez desde el comienzo de la civilización15 y esa refe­
rencia casi intuitiva a la imparcialidad que viene de mucho tiempo
9
Cfr. LOEWENSTEIN, Karl, Teoría de la Constitución, traducción española de Alfredo Gallego Anabitarte, Ariel, Barcelona, 1986, p. 294: “La ratio de la independencia judicial no
necesita ninguna explicación (...)”.
10
Expresión extraída in verbis de BARBOSA MOREIRA, José Carlos. “Reflexões sobre a
imparcialidade do juiz”, en Temas de Direito Processual-Sétima Série, Saraiva, São Paulo, 2001,
pp. 19-30, esp. p. 19. En el mismo sentido, GOMES, Luiz Flávio. “As garantias mínimas ...”
op. cit., pp. 181-259, esp. p. 199: “Sin que exista un órgano juzgador supra partes no se
puede hablar de una genuina jurisdicción”.
11
Cfr. CARPI, F. y TARUFFO, M., Commentario Breve al Codice di Procedura Civile, 5a Edizione,
CEDAM, Padova, 2006, p. 156: “La imparzialità è la stessa essenza del giudizio ed è Il
valore fundamentale del due processo of law”.
12
CAPPELLETTI, Mauro, “Ideologías en el derecho procesal”, en Proceso, Ideologias,
Sociedad, traducción de Santiago Sentis Melendo y Tomás Banzhaf, Ediciones Jurídicas
Europa-America, Buenos Aires, 1974, pp. 3-31, esp. p. 4.
13
Según ROSAS, Roberto, Direito Processual Constitucional-Princípios Constitucionais do
Processo Civil, 3a Edición, Editorial Revista dos Tribunais, São Paulo, 1999, p. 27.
14
Cfr. PORTANOVA, Rui, Princípios do Processo Civil, 3a Edición, Livraria do Advogado
Editorial, Porto Alegre, 1999, p.79.
15
Cfr. CALAMANDREI, Pietro, “Processo e Democracia”, en Opere Giuridiche-Volumen
Primo, Napoli: Morano Editore, 1965, p. 618-702, esp. p. 639: “Storicamente la qualità
pre­menente che sembra inseparabile dall’idea stessa di giudice, fino dal suo primo
apparire agli albori della covoltà, è la imparzialità. Il giudice è um terzo estraneo alla
contesa, che non condivide gli interessi e le passioni delle parti litiganti tra loro e che dal
di fuori considera con serenità e con distacco il loro litígio: un terzo inter partes o meglio
supra partes”.
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Imparcialidade judicial
provém de longa data, levou os estudiosos medievais e modernos a
considerá-la como um direito natural dos indivíduos,16 ressaltando
seu caráter apriorístico.
Destarte, muito mais do que simplesmente condicionar o exercício
de um Poder, a imparcialidade se confunde com a própria noção de
jurisdição17 ou de julgamento ou, ainda, de decisão.18 Mais além, e
com propriedade, reputa-se a imparcialidade como premissa para
a realização de um julgamento justo19 (de onde quer que provenha).
16
Cfr. HOMEM, António Pedro Barbas, Judex Perfectus–Função Jurisidcional e Estatuto
Judicial em Portugal, 1640-1820, Livraria Almedina, Coimbra, 2003, p. 769: “O fundamento
normativo do direito concedido a qualquer pessoa de recusar o juiz designado para
o julgamento de uma causa foi justificado pelos tratadistas medievais e modernos como
uma exigência do direito natural e do bem comum”.
17
Cfr. MITIDIERO, Daniel Francisco, Comentários ao Código de Processo Civil, Tomo I (Arts. 1o a
153), Memória Jurídica, São Paulo, 2004, p. 51. E, do mesmo autor, MITIDIERO, Daniel
Francisco, Elementos para uma Teoria Contemporânea do Processo Civil Brasileiro, Livraria do
Advogado Editora, Porto Alegre, 2005, pp. 50, 80 e ss.
18
Cfr. HEYDE, Wolfgang, “La Jurisdicción”, in BENDA, MAIHOFER, VOGEL, HESSE,
HEYDE (organizadores). Manual de Derecho Constitucional (tradução espanhola de Handbuch
des Verfassungsrechts der Bundesrepublik Deutschland por Antonio LOPEZ DE PINA), Marcial
Pons, Madrid, 1996, capítulo XV, p. 767-822, esp. p. 772: “La precision material acerca de
o que conceptualmente sea jurisdicción, plantea, sin embargo, considerables dificultades.
Ello se aprecia en la variedad de intentos de definición en la bibliografia. En general,
apuntan a uma caracterización material de la jurisdicción, pero acaban describiendo en
parte no el concepto sino la función. Esto es válido, por ejemplo, para la clarificadora
definición de Stern. Según él, la jurisdicción es el dictamen jurídico sobre casos en
aplicación del derecho vigente y vía trámites especialmente reglados, que aboca a uma
decisión vinculante por un órgano estatal imparcial, el juez”.
19
Cfr. SCHREIBER, Simone, A Publicidade Opressiva de Julgamentos Criminais, Renovar,
Rio de Janeiro, 2008, p. 212.
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Imparcialidad judicial
atrás, llevó a los estudiosos medievales y modernos a considerarla
como un derecho natural de los individuos,16 resaltando su carácter
apriorístico.
Por lo tanto, mucho más que simplemente condicionar el ejercicio de un Poder, la imparcialidad se confunde con la propia noción de
jurisdicción17 o de juicio o aun de sentencia.18 Aun más y con propiedad, la imparcialidad se considera una premisa necesaria para la
realización de un juicio justo19 (proviniere de donde proviniere).
16
Cfr. HOMEM, António Pedro Barbas, Judex Perfectus-Função Jurisidicional e Estatuto Judi­
cial em Portugal, 1640-1820, Livraria Almedina, Coimbra, 2003, p. 769: “El fundamento normativo del derecho concedido a cualquier persona de recusar al juez designado para que
decida una causa ha sido justificado por los tratadistas medievales y modernos como una
exigencia del derecho natural y del bien común”.
17
Cfr. MITIDIERO, Daniel Francisco, Comentarios al Código de Processo Civil, Tomo I (Arts. 1°
a 153), Memória Jurídica, São Paulo, 2004, p. 51. Y del mismo autor, Elementos para uma
Teoria Contemporânea do Processo Civil Brasileiro, Livraria do Advogado Editorial, Porto Alegre,
2005, pp. 50, 80 y ss.
18
Cfr. HEYDE, Wolfgang, “La Jurisdicción”, en BENDA, MAIHOFER, VOGEL, HESSE,
HEYDE (organizadores), Manual de Derecho Constitucional, traducción española por Antonio LOPEZ DE PINA, Marcial Pons, Madrid, 1996. Capítulo XV, p. 767-822, esp. p. 772:
“La precisión material acerca de lo que conceptualmente sea jurisdicción, plantea, sin
embargo, considerables dificultades. Ello se aprecia en la variedad de intentos de definición en la bibliografía. En general, apuntan a una caracterización material de la jurisdicción,
pero acaban describiendo en parte no el concepto sino la función. Esto es válido, por
ejemplo, para la clarificadora definición de Stern. Según él, la jurisdicción es el dictamen
jurídico sobre casos en aplicación del derecho vigente y vía trámites especialmente reglados, que aboca a una decisión vinculante por un órgano estatal imparcial, el juez”.
19
Cfr. SCHREIBER, Simone. A Publicidade Opressiva de Julgamentos Criminais, Renovar,
Rio de Janeiro, 2008, p. 212.
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Capítulo II
Teoria da Justiça e
imparcialidade
A exigência de imparcialidade no ato de julgar é expressão de
uma imposição mais ampla de imparcialidade na atribuição (ou
distribuição) de bens e direitos em sociedade, revelando a intrínseca
conexão entre imparcialidade e igualdade. Na seara da ciência
e da filosofia política, que se dedicam a analisar a justiça das
atribuições dos bens e direitos em sociedade (a justiça distributiva),
destaca-se que a imparcialidade na atribuição é imprescindível ao
tratamento equitativo dos destinatários daqueles. O juiz é mais
um dos muitos agentes sociais que deve agir de modo imparcial de
molde a assegurar que as pessoas, no caso, os jurisdicionados,
sejam tratados de modo igual.
A título de ilustração, relembre-se que de acordo com uma das
mais expressivas dessas teorias, a que define a justiça como equidade
(justice as fairness, na expressão inglesa original), a imparcialidade ocupa
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Capítulo II
Teoría de la justicia e
imparcialidad
La exigencia de imparcialidad en el acto de juzgar es expresión de
una imposición más amplia de imparcialidad en la atribución (o distribución) de bienes y derechos en la sociedad, revelando la conexión
intrínseca entre imparcialidad e igualdad. En el campo de la ciencia
y de la filosofía política que se dedican a analizar la justicia de las
atribuciones de los bienes y derechos de la sociedad (la justicia
distributiva), se destaca que la imparcialidad en la atribución es
imprescindible para el tratamiento equitativo de los destinatarios de
los mismos. El Juez es uno más de los muchos agentes sociales
que deben actuar de modo imparcial, garantizando así oportu­
namente, que las personas, en su caso los jurisdiccionados, sean tratados de igual manera.
A modo de ilustración, recuérdese que según una de las más
expresivas de esas teorías, la que define a la justicia como equidad (jus­
tice as fairness, en la expresión inglesa original), la imparcialidad
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Imparcialidade judicial
local de destaque. Na busca de um padrão que permita avaliar os
aspectos distributivos da estrutura básica da sociedade, retoma-se
e desenvolve-se uma teoria contratualista que idealiza uma posição
original na qual as partes, cobertas por um véu de ignorância,
desconhecem as posições futuras que ocuparão na sociedade, suas
habilidades e também as dos demais integrantes do meio social
(indiferença mútua), o que seria capaz de assegurar que as escolhas
estruturantes da sociedade em termos de justiça distributiva sejam
equitativas.20
A idealização das pessoas e a extrema simplificação do
procedimento de escolha dos princípios que vão nortear a distribuição
de bens e direitos em sociedade têm por função assegurar a
imparcialidade nessa escolha, de modo a que a escolha não seja
influenciada por interesses particulares ou pré-juízos21 –na verdade,
a idealização do contrato social (nessa e em outras teorias políticas
contemporâneas) e, especialmente, a idealização da posição original
servem precipuamente para tentar assegurar a imparcialidade da
escolha e/ou para testar as nossas instituições.22
20
Cfr. RAWLS, John, Uma Teoria da Justiça, (tradução portuguesa de A Theory of Justice por
Carlos Pinto Correia), Presença, Lisboa, 1993, p. 27 e ss.; passim.
21
Cfr. Ibidem, p. 157: “Ora, os juízos morais devem ser imparciais; mas há uma outra
forma de obter essa imparcialidade. O juízo imparcial é, podemos dizê-lo, um juízo
proferido de acordo com os princípios que serão escolhidos na posição original. Um sujeito
imparcial é aquele cuja situação e carácter lhe permitem julgar de acordo com estes
princípios sem qualquer predisposição ou preconceito. Em vez de definir a imparcialidade
na perspectiva do observador simpatizante, efectuamos essa definição na perspectiva dos
próprios sujeitos em conflito. São eles que devem escolher a sua concepção da justiça de
uma vez por todas, numa posição original de igualdade. Têm de decidir quais os princípios
que devem reger a decisão das exigências que reciprocamente formulam e aquele que
julga essas exigências age como seu agente”.
22
Cfr. KYMLICKA, Will, Filosofia Política Contemporânea–Uma Introdução, (tradução
brasileira de Contemporary Political Philosophy – An Introduction por Luís Carlos Borges), Martins
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Imparcialidad judicial
ocupa un lugar destacado. En la búsqueda de un patrón que permita
evaluar los aspectos distributivos de la estructura básica de la sociedad, se retoma y desarrolla una teoría contractualista que idealiza una
posición original en la cual las partes, cubiertas por un manto de igno­
rancia, desconocen las posiciones futuras que ocuparán en la sociedad, sus aptitudes y también las de los demás integrantes del medio
social (indiferencia mutua), lo que sería capaz de asegurar que las
elecciones estructurantes de la sociedad en términos de justicia distri­
butiva sean equitativas.20
La idealización de las personas y la extrema simplificación del
procedimiento de elección de los principios que habrán de orientar
la distribución de bienes y derechos en la sociedad, tienen la función
de garantizar la imparcialidad de esa elección, de modo que la misma no sea influenciada por intereses particulares o prejuicios21 –en
verdad, la idealización del contrato social (en esa y en otras teorías
políticas contemporáneas) y especialmente, la idealización de la po­
sición original, sirven principalmente para intentar asegurar la imparcialidad de la elección y/o para probar nuestras instituciones.22
20
Cfr. RAWLS, John. Uma Teoria da Justiça, traducción portuguesa de Carlos Pinto Correia,
Presença, Lisboa, 1993, p. 27 y ss.; passim.
21
Cfr. Ibidem, p. 157: “Ahora bien, los juicios morales deben ser imparciales; pero hay una
otra forma de obtener esa imparcialidad. El juicio imparcial es, podemos decirlo así, un juicio
emitido de acuerdo a los principios que se elijan en la posición original. Un sujeto imparcial
es aquel cuya situación y carácter le permiten juzgar de acuerdo a estos principios sin ninguna predisposición o preconcepto. En vez de definir a la imparcialidad en la perspectiva
del observador simpatizante, efectuamos esa definición en la perspectiva de los propios
sujetos en conflicto. Son ellos quienes deben elegir su concepción de justicia de una vez por
todas, en una posición original de igualdad. Tienen que decidir cuáles son los principios que
deben regir la decisión de las exigencias que recíprocamente formulan y aquel que juzga
esas exigencias actúa como su agente”.
22
Cfr. KYMLICKA, Will. Filosofia Política Contemporânea-Uma Introdução, traducción de
Luís Carlos Borges, Martins Fontes, São Paulo, 2006, p. 57: “El argumento del contrato
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Imparcialidade judicial
Essa observação da ciência política revela o acerto da afirmativa
de que o ordenamento jurídico e suas normas são heterônomos, isto
é, possuem validade independentemente e a despeito do juízo de
valor que os seus destinatários façam delas. Afirma-se que o Direito
é um ordenamento heterônomo23 –destaca-se a heteronomia
como característica fundamental do Direito. Não é por acaso que a
heteronomia é referida como “alheiedade” do indivíduo com relação
à norma jurídica.24 A mesma alheiedade referida acima como
característica inerente à jurisdição e à imparcialidade.
Fontes, São Paulo, 2006, p. 57: “O argumento do contrato testa nossas intuições revelando
se elas seriam escolhidas a partir de uma perspectiva imparcial”.
23
Cfr. REALE, Miguel, Lições Preliminares de Direito, 19a Edição, Saraiva, São Paulo, 1991,
pp. 48-49 e passim.
24
Novamente Ibidem, p. 49: “Essa validade objetiva e transpessoal das normas jurídicas,
as quais se põem, por assim dizer, acima das pretensões dos sujeitos de uma relação,
superando-as na estrutura de um querer irredutível ao querer dos destinatários, é o que se
denomina heteronomia. (...) Há, no Direito, um caráter de “alheiedade” do indivíduo, com
relação à regra. Dizemos, então, que o Direito é heterônomo, visto ser posto por terceiros
aquilo que juridicamente somos obrigados a cumprir”.
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Imparcialidad judicial
Esta observación de la ciencia política revela cuan acertada es la
aseveración de que el ordenamiento jurídico y sus normas son heterónomos, es decir, poseen validez independientemente y a pesar del
juicio de valor que de ellos hicieren sus destinatarios. Se afirma que
el Derecho es un ordenamiento heterónomo23 –se destaca la heteronomia como característica fundamental del Derecho. No por casualidad se hace referencia a la heteronomia como la “ajenidad” del
individuo con relación a la norma jurídica.24 La misma ajenidad precedentemente mencionada como una característica inherente a la
jurisdicción y a la imparcialidad.
desafía nuestras intuiciones revelando si ellas serían elegidas a partir de una perspectiva
imparcial”.
23
Cfr. REALE, Miguel, Lições Preliminares de Direito, 19a Edición, Saraiva, São Paulo, 1991,
pp. 48-49 y passim.
24
Nuevamente Ibidem, p. 49: “Esa validez objetiva y transpersonal de las normas jurídicas, las que se colocan, por así decirlo, por encima de las pretensiones de los sujetos de
una relación, superándolas en la estructura de un querer irreductible al querer de los
desti­natarios, es lo que se denomina heteronomia. (...) Hay, en el Derecho, un carácter de
“enajenación” del individuo, en relación con la regla. Decimos, entonces, que el Derecho
es heterónomo, atento a que es un tercero quien impone lo que jurídicamente estamos
obligados a cumplir”.
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Capítulo III
Heteronomia e imparcialidade
Na verdade, assim como a norma jurídica abstrata é heterônoma,
assim também o é a norma jurídica concreta. Embora já seja superada
a tese de que o juiz apenas pronuncia as palavras da lei, não se pode
perder de vista que ao juiz é imposto o dever de aplicar as normas
jurídicas sem ter em vista o seu eventual interesse particular
–sendo correto falar que a decisão judicial é uma espécie de
heterorregulação25 ou, ainda, que a jurisdição é uma forma
de heterocomposição de litígios.26 Em ambos os momentos, abstrato
e concreto, edição e aplicação, a norma jurídica é heterônoma.
E a imparcialidade é um elemento fundamental em ambos os
momentos normativos: edição e aplicação. Na criação e edição das
25
Cfr. TESHEINER, José Maria Rosa, Elementos para uma Teoria Geral do Processo, Saraiva,
São Paulo, 1993, p. 71: “Jurisdição implica, pois, heterorregulação: regulação de relações
estranhas ao julgador; não de relações de que seja parte”.
26
Cfr. DIDIER JR., Fredie, Curso de Direito Processual Civil – Teoria Geral do Processo e Processo
de Conhecimento, Volume 1, 9a Edição, Podium, Salvador, 2008, p. 66.
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Capítulo III
Heteronomia e imparcialidad
En verdad, así como la norma jurídica abstracta es heterónoma,
también lo es la norma jurídica concreta. Aun cuando se haya superado la tesis de que el Juez solo pronuncia las palabras de la ley, no
se puede perder de vista que se le impone al Juez el deber de aplicar
las normas jurídicas sin tener en cuenta su eventual interés particular,
siendo correcto decir que la decisión judicial es una especie de
heterorregulación25 o, que la jurisdicción es una forma de heterocomposición de litigios.26 En ambos momentos, abstracto y concreto, edición y aplicación, la norma jurídica es heterónoma.
Y la imparcialidad es un elemento fundamental en ambos momentos normativos: edición y aplicación. En la creación y edición de
25
Cfr. TESHEINER, José Maria Rosa, Elementos para uma Teoria Geral do Processo, Saraiva,
São Paulo, 1993, p. 71: “Jurisdicción implica, pues, heterorregulación: regulación de relaciones ajenas al juzgador; no de relaciones en las cuales sea parte”.
26
Cfr. DIDIER JR., Fredie, Curso de Direito Processual Civil-Teoria Geral do Processo e Processo
de Conhecimento, Volumen 1, 9a Edición, Podium, Salvador, 2008, p. 66.
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240
Imparcialidade judicial
normas, o legislador deve adotar postura imparcial. No que nos
interessa, na aplicação judicial das normas, a imparcialidade
é indispensável à caracterização da heteronomia e, portanto,
elemento inato à própria jurisdição, tal como ela é compreendida no
Direito contemporâneo.
A imparcialidade pode ser compreendida a partir de dois conteúdos
de sentido: um sentido subjetivo e um sentido objetivo. No sentido
subjetivo, a imparcialidade é uma condição moral do julgador, um
estado anímico que só pode ser avaliado a partir de critérios éticos e
culturais27 quase sempre impossíveis de serem jurisdicionalizados
– como essa condição moral é avaliada positivamente pela sociedade,
não parece haver equívoco em dizer que se trata de uma virtude.28
Além de vigoroso estímulo à adoção de padrões e hábitos morais
consentâneos com as exigências de justiça dos julgamentos, o
ordenamento jurídico procura estabelecer garantias institucionais
que proporcionem parâmetros minimamente objetivos de aferição
da imparcialidade do juiz (daí porque se fala em imparcialidade
em sentido objetivo), chegando a criminalizar condutas contrárias
à imparcialidade – por exemplo, a tipificação de crimes de
27
De acordo, quanto ao ponto, com GARAPON, Antoine, O Juiz e a Democracia –
O Guardião das Promessas (tradução brasileira de Le Guardien des Promesses por Maria Luiza de
Carvalho), Editora Revan, Rio de Janeiro, 1999, p. 251 e FERRAJOLI, Luigi. Direito e Razão –
Teoria do Garantismo Penal (tradução brasileira de Diritto e Ragione – Teoria del Garantismo
Penale por Ana Paula Zomer, Juarez Tavares, Fauzi Hassan Choukr e Luiz Flavio Gomes),
Editora Revista dos Tribunais, São Paulo, 2002, p. 465; GRECO, Leonardo. “Garantias
fundamentais ...”, op. cit., pp. 61-99, esp. p. 65.
28
Contra, TESHEINER, José Maria Rosa, Elementos para ..., p. 71.
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Imparcialidad judicial
las normas, el legislador debe adoptar una postura imparcial. En lo
que nos concierne, en la aplicación judicial de las normas, la imparcialidad es indispensable para la caracterización de la heteronomia
y, por lo tanto, un elemento innato de la propia jurisdicción, tal como
se comprende la misma en el Derecho contemporáneo.
La imparcialidad puede comprenderse a partir de dos contenidos
de sentido: un sentido subjetivo y un sentido objetivo. En el sentido
subjetivo, la imparcialidad es una condición moral de quien juzga,
un Estado anímico que solo puede evaluarse a partir de criterios éticos
y culturales27 que casi siempre es imposible jurisdiccionalizar. Como
esa condición moral casi siempre es positivamente evaluada por la
sociedad, no parece un equívoco decir que se trata de una virtud.28
Además de un fuerte estímulo para la adopción de modelos y
hábi­tos morales coherentes con las exigencias de la justicia de
las sentencias, el ordenamiento jurídico procura establecer garantías
institucionales que proporcionen parámetros mínimamente objetivos de evaluación de la imparcialidad del Juez (es por eso que se habla de la imparcialidad en sentido objetivo), llegando a criminali­zar
conductas contrarias a la imparcialidad, por ejemplo, la tipificación de
27
De acuerdo, en este punto, con GARAPON, Antoine, O Juiz e a Democracia-O Guardião
das Promessas, traducción de Maria Luiza de Carva­lho, Revan, Rio de Janeiro, 1999, p. 251
y FERRAJOLI, Luigi, Direito e Razão-Teoria do Garantismo Penal, traducción de Ana Paula
Zomer, Juarez Tavares, Fauzi Hassan Choukr y Luiz Flavio Gomes, Editorial Revista dos
Tribunais, São Paulo, 2002, p. 465; GRECO, Leonardo. “Garantias fundamentais ...”, op.
cit., p. 65.
28
En contra, TESHEINER, José Maria Rosa, Elementos para ..., op. cit., p. 71.
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18/11/2010 12:35:44 p.m.
242
Imparcialidade judicial
responsabilidade para o Presidente da República que atue no
sentido de indevidamente influenciar julgamentos do Poder
Judiciário (Lei n° 1.079/1950 art. 6°, 5 e 6) e também para juízes que
atuem em causas para as quais estejam suspeitos (Lei 1079/1950
art. 39, 2).
Serie Monografias Premiadas 3.indb 242
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243
Imparcialidad judicial
delitos de responsabilidad del Presidente de la República si actua­
re de una manera que pudiere llegar a influenciar indebidamente los
fallos del Poder Judicial (Ley N° 1079/1950 art. 6°, 5 y 6) y de los jueces, si actuaren en causas para las cuales resultaren recusados (Ley
1079/1950 art. 39, 2).
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Capítulo IV
Impartialidade
Ainda neste viés objetivo, através de um sugestivo neologismo,
pretende-se designar como impartialidade29 (originado em expressões
estrangeiras, notadamente a germânica Unbeteiligheit) o fenômeno
da distribuição de funções entre os atores processuais. Refere-se,
portanto, não à imparcialidade das pessoas envolvidas em
determinado processo judicial, mas sim à distribuição, em abstrato
e com base em parâmetros objetivos, das funções atribuídas a cada
um dos órgãos (como sejam os órgãos judiciais, o Ministério
Público, os órgãos registrais) que atuam em um processo judicial.
Impartialidade e imparcialidade são fenômenos complementares,
portanto.
29
Vid. CABRAL, Antonio, “Imparcialidade e impartialidade...”, op. cit., pp. 99-124, esp.
pp. 105-106.
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Capítulo IV
Imparcialidad
Siguiendo con este enfoque objetivo, a través de un sugestivo neologismo, se desea designar como impartialidad29 (originado en expre­
siones extranjeras, principalmente la germánica Unbeteiligheit) el
fenómeno de la distribución de funciones entre los actores procesales. Se refiere por lo tanto, no a la imparcialidad de las personas
que participan en determinada causa judicial, sino a la distri­bución,
abstracta y basándose en parámetros objetivos, de las funciones
adjudicadas a cada uno de los órganos (como son los órganos judiciales, el Ministerio Público, los órganos registrales) que actúan en
una causa judicial. Impartialidad e imparcialidad son por ende, fenó­
menos complementarios.
29
Vid. CABRAL, Antonio, “Imparcialidade e impartialidade...”, op. cit., pp. 99-124, esp.
pp. 105-106.
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246
Imparcialidade judicial
No Brasil, a Constituição Federal não faz referência expressa à
imparcialidade como princípio ou garantia fundamental, referindose apenas a instrumentos de proteção/promoção da independência
do juiz. Todavia, de acordo com o entendimento pacificamente
adotado, a imparcialidade (referida como princípio) integra as
características fundamentais do exercício do poder jurisdicional
entre nós.30
30
Por todos, CINTRA, Antonio Carlos de Araújo, GRINOVER, Ada Pellegrini e DINA­
MARCO, Cândido Rangel, Teoria Geral do Processo, 10a edição, Editora Malheiros, São Paulo,
1994, p. 51. Na verdade, consoante adiante se demonstra, a imparcialidade é uma
característica da jurisdição ocidental: ZAFFARONI, Eugenio Raúl, Poder Judiciário – Crises,
Acertos e Desacertos (tradução brasileira de Juarez Tavares, sem indicação do título original),
Editora Revista dos Tribunais, São Paulo, 1995, p. 90, onde se refere à imparcialidade como
característica essencial da jurisdição. Ainda na doutrina italiana, vid. ANADOLINA, Italo e
VIGNERA, Giuseppe, Il Modello Costituzionale del Processo Civile Italiano – Corso di Lezioni,
G. Giappichelli Editore, Torino, 1990, p. 42.
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247
Imparcialidad judicial
En el Brasil, la Constitución Federal no menciona expresamente
la imparcialidad como principio o garantía fundamental. Solo se refiere a instrumentos de protección/promoción de la independencia
del Juez. Sin embargo, de conformidad con el entendimiento pacíficamente adoptado, la imparcialidad (mencionada como principio)
integra las características fundamentales del ejercicio del poder
jurisdiccional entre nosotros30.
30
Por la mayoría, CINTRA, Antonio Carlos de Araújo, GRINOVER, Ada Pellegrini y DINAMARCO, Cândido Rangel, Teoria Geral do Processo, 10a Edición, Malheiros, São Paulo,
1994, p. 51. En verdad, de acuerdo a lo que se demuestra más adelante, la imparcialidad
es una característica de la jurisdicción occidental: ZAFFARONI, Eugenio Raúl, Poder JudicialCrisis, Aciertos y Desaciertos, traducción de Juarez Tavares, Editorial Revista dos Tribunais,
São Paulo, 1995, p. 90, donde se refiere a la imparcialidad como característica esencial
de la jurisdicción. También en la doctrina italiana, vid. ANADOLINA, Italo y VIGNERA,
Giuseppe, Il Modello Costituzionale del Processo Civile Italiano-Corso di Lezioni, G. Giappichelli
Editore, Torino, 1990, p. 42.
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Capítulo V
Referência histórica
Inicialmente, no plano histórico, diversos instrumentos normativos
fizeram referências indiretas ou diretas à imparcialidade do juiz, o
que autoriza a afirmação de que a interpretação histórica justifica
a conclusão de que a imparcialidade é uma imposição constitucional
fundamental. No período colonial, sob a égide das leis portuguesas,
as subseqüentes Ordenações continham referências protetivas à
imparcialidade do julgador, vedando a atuação do juiz em situações
nas quais se verificassem situações que hoje, no direito processual
civil vigente no Brasil, são entendidas como de impedimento ou
suspeição. Nas Ordenações Afonsinas e Manuelinas, o juiz era
proibido de julgar causas nas quais fosse parte ou fossem partes
pessoas próximas (incluindo mas não se limitando a parentes até
o quarto grau).31 Nas subsequentes Ordenações Filipinas (aplicadas
31
Ordenações Afonsinas, no Livro III, Título XXX; Ordenações Manuelinas, Livro III,
Título XXIII.
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Capítulo V
Referencia histórica
Inicialmente, en el plano histórico, distintos instrumentos normativos
hacían referencias directas o indirectas a la imparcialidad del Juez, lo
que autoriza la afirmación de que la interpretación histórica, justifica
la conclusión de que la imparcialidad es una imposición constitu­cional
fundamental. Durante el período colonial, bajo la égida de las leyes
portuguesas, los posteriores ordenamientos contenían referencias
que protegían la imparcialidad de quien juzga, prohibiendo la actuación del Juez en circunstancias en las cuales se produjeran situaciones
que actualmente, en el derecho procesal civil vigente en el Brasil,
se entienden como recusación o excusación. En los ordenamientos
alfonsinos y manuelinos, se le prohibía al Juez intervenir en causas en
las cuales fuese parte o en las que fuesen parte, personas cercanas
(incluyendo, pero sin limitarse, a parientes hasta cuarto grado).31
31
Ordenaciones Afonsinas, en el Libro III, Título XXX; Ordenaciones Manuelinas,
Libro III, Título XXIII.
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250
Imparcialidade judicial
ainda durante o período imperial no Brasil), regulava-se ainda a
forma de recusação do juiz pelas partes, assim como a abstenção
de julgar pelo juiz que se considerasse suspeito em sua consciência32
(expressão que então designava o que hoje se conhece como
suspeição por motivo de foro íntimo – CPC, art. 135, parágrafo
único).
Após o período colonial, tanto no período imperial como no
período republicano, as Constituições que se sucederam, à
exceção da Constituição de 1937 – ditada por um governo
autoritário –, continham previsões acerca do que hoje se entende
por proteção do juiz natural.33 Na órbita infra-constitucional,
a imparcialidade continuou sendo tutelada pelos Diplomas
legislativos (rectius: normativos) que se sucederam. O Regulamento
n° 737/1850 (art. 86) permitia o afastamento espontâneo ou a
recusa do juiz suspeito. Durante a vigência da Constituição de
1891, tendo sido outorgada a competência legislativa aos Estadosmembros para legislarem sobre direito processual civil, os vários
Códigos de Processo estaduais editados continham previsão
32
Ordenações Filipinas, Livro III, Título XXI.
33
Constituição de 1824, art. 179, inciso 17: “À exceção das causas que por sua
natureza pertencem a juízos particulares, na conformidade das leis, não haverá foro
privilegiado, nem comissões especiais, nas causas cíveis ou crimes”. Constituição de
1891, art. 72, § 23: “À exceção das causas que, por sua natureza, pertencem a juízos
especiais, não haverá foro privilegiado, nem tribunais de exceção; admitem-se, porém,
juízos especiais em razão da natureza das causas”. Constituição de 1934, art. 113, 25:
“Não haverá foro privilegiado nem tribunais de exceção; admitem-se, porém, juízos
especiais em razão da natureza das causas”. Constituição de 1946, art. 141, § 15: “Não
haverá foro privilegiado nem juízes e tribunais de exceção”. Constituição de 1967,
art. 150, § 15; Emenda Constitucional n.1, de 1969, art. 153, § 15: “A lei assegurará aos
acusados, ampla defesa, com os recursos a ela inerentes. Não haverá foro privilegiado
nem tribunais de exceção”.
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251
Imparcialidad judicial
En los posteriores ordenamientos filipinos (aplicados todavía durante
el período imperial en el Brasil), se regulaba también la forma de recu­
sación del Juez por las partes así como la abstención de juzgar, por
parte del Juez que se considerara sospechoso en su consciencia,32 expresión que en ese entonces designaba lo que ahora se conoce como
sospecha por motivo de su fuero interior (CPC, art. 135, inciso único).
Después del período colonial, tanto en la época imperial como
durante el período republicano, las constituciones que sobrevinieron, con excepción de la Constitución de 1937, promulgada por un
gobierno autoritario, contenían disposiciones acerca de lo que hoy
se entiende como protección del Juez natural.33 En la órbita infracons­
titucional, la imparcialidad siguió siendo tutelada por las normas
legislativas (rectius: normativos) que se sucedieron. El Reglamento
N° 737/1850 (art. 86) permitía el alejamiento espontáneo o la recusación del Juez sospechoso. Durante la vigencia de la Constitución
de 1891 se había otorgado la competencia legislativa a los Estados
miembros para legislar sobre derecho procesal civil y, los distintos Có­
digos de Procedimiento estaduales editados contenían disposiciones
32
Ordenaciones Filipinas, Libro III, Título XXI
33
Constitución de 1824, art. 179, inciso 17: “A excepción de las causas que por su naturaleza pertenecen a juicios particulares, de acuerdo a las leyes, no habrá fuero privilegiado,
ni comisiones especiales, en las causas civiles o delitos”. Constitución de 1891, art. 72, § 23:
“A excepción de las causas que por su naturaleza pertenecen a juicios especiales, no habrá
fuero privilegiado, ni tribunales de excepción; se admiten, sin embargo, juicios especiales
en razón de la naturaleza de las causas”. Constitución de 1934, art. 113, 25: “No habrá
fuero privilegiado ni tribunales de excepción; se admiten, sin embargo, juicios especiales en
razón de la naturaleza de las causas”. Constitución de 1946, art. 141, § 15: “No habrá fuero
privilegiado ni jueces y tribunales de excepción”. Constitución de 1967, art. 150, § 15;
Enmienda Constitucional n.1, de 1969, art. 153, § 15: “La ley le asegurará a los acusados
una amplia defensa, con los recursos inherentes a ella. No habrá fuero privilegiado ni tribunales de excepción”.
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Imparcialidade judicial
acerca da suspeição – curiosamente, suspeição e impedimento
eram referidos como sinônimos e destinados à preservação da
imparcialidade. No CPC do Estado do Rio Grande do Sul (art. 174),
por exemplo, fora instituída uma cláusula genérica permitindo a
recusa do juiz quando houvesse grave suspeita de parcialidade.
E a imparcialidade, novamente pela via da suspeição, continuou
tutelada pelo CPC de 1939 (arts. 119, 185 e 798, I, a), inter alia), o
qual, aliás, não se serviu de técnica apurada para cuidar da matéria,
eis que, embora contivesse referência ao impedimento (ao cuidar
da ação rescisória, regulava apenas a suspeição, sem diferenciar as
hipóteses respectivas).34
Obviamente a existência de normas ordinárias ou mesmo de
normas constitucionais destinadas à tutela da imparcialidade não
significa que a prática judiciária correspondesse às normas – a
história registra diversos fenômenos de normas constitucionais
manifestamente inefetivas. De acordo com a respeitada classificação
ontológica de LOEWENSTEIN,35 essas constituições inefetivas são
designadas constituições nominais e semânticas – e o Brasil,
historicamente, experimentou a vigência desse tipo de normas,
inclusive no que diz respeito à imparcialidade dos juízes,36 que eram
34
Embora a distinção realmente não tenha interesse prático, o CPC de 1973 mostrou
técnica bem mais apurada no que concerne à matéria. Sobre o tema, vid., BARBOSA
MOREIRA, José Carlos, Estudos sobre o Novo Código de Processo Civil, Editora Líber Juris, Rio de
Janeiro, 1974, pp. 60 e 107.
35
LOEWENSTEIN, Karl, Teoria de la ..., op. cit., p. 216 e seguintes, esp. p. 217, onde se lê:
“En lugar de analizar la esencia y el contenido de las constituciones, el critério del análisis
ontológico radica en la concordancia de las normas constitucionales con la realidad del
proceso del poder”.
36
Sobre as práticas judiciárias brasileiras durante o Império e a formação da Repúbli­
ca no Brasil, vid., KOERNER, Andrei, Judiciário e Cidadania na Constituição da República
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Imparcialidad judicial
sobre la sospecha (curiosamente, recusación y excusación se citaban como sinónimos y estaban destinados a la preservación de la
imparcialidad). En el CPC del Estado de Rio Grande do Sul (art. 174),
por ejemplo, se instituyó una cláusula genérica permitiendo recusar
al Juez cuando hubiese grave sospecha de parcialidad. Y la imparcialidad, nuevamente por vía de la recusación, siguió siendo tutelada
por el CPC de 1939 (arts. 119, 185 y 798, I, a), inter alia), el cual además, no recurrió a una técnica muy esmerada para ocuparse del
tema, aun cuando contenía una referencia al impedimento (al referirse a la acción rescisoria, regulaba solamente la sospecha, sin
diferenciar las hipótesis respectivas).34
Obviamente, la existencia de normas ordinarias o aun de normas constitucionales destinadas a la tutela de la imparcialidad, no
significa que la práctica judicial correspondiera a las normas. La historia registra distintos fenómenos de normas constitucionales manifiestamente ineficaces. De acuerdo con la respetada clasificación
ontológica de LOEWENSTEIN,35 esas constituciones ineficaces se
designan constituciones nominales y semánticas e históricamente, el
Brasil, experimentó la vigencia de ese tipo de normas, inclusive en lo
que se refiere a la imparcialidad de los jueces36 que eran considera-
34
Aunque la distinción realmente no tenga interés práctico, el CPC de 1973 mostró una
técnica mucho más acabada en lo que concierne a la materia. Sobre el tema, vid., BAR­
BOSA MOREIRA, José Carlos, Estudos sobre o Novo Código de Processo Civil, Líber Juris, Rio
de Janeiro, 1974, pp. 60 y 107
35
LOEWENSTEIN, Karl, Teoría de la ..., op. cit., pp. 216 y ss., esp. p. 217, donde se lee: “En
lugar de analizar la esencia y el contenido de las constituciones, el criterio del análisis
ontológico radica en la concordancia de las normas constitucionales con la realidad del
proceso del poder”.
36
Sobre las prácticas judiciales brasileñas durante el Imperio y la formación de la República en Brasil, vid., KOERNER, Andrei, Judiciário e Cidadania na Constituição da República
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Imparcialidade judicial
considerados agentes de força do poder executivo (no caso, imperial)
e da elite dominante, verdadeira herança do período colonial.37
Sem embargo da importância do tema, a efetividade dessas normas
não é o ponto relevante aqui.
O que se busca salientar aqui é a clara consolidação através dos
tempos no Brasil da idéia de imparcialidade dos julgadores como
imperativo normativo fundamental, concluindo-se no sentido de
que, sem embargo da possível conclusão de inexistência de referência
normativa expressa ou explícita ao princípio da imparcialidade
na Constituição Federal de 1988, cuida-se, pelo menos, de norma
constitucional implícita.
Brasileira, Editora Hucitec/USP, São Paulo, 1998. Ainda sobre a historiografia da
independência judicial no Brasil, vide o estudo de SAMPAIO, José Adércio Leite, O Conselho
Nacional de Justiça e a Independência do Judiciário, Del Rey Editora, Belo Horizonte, 2007,
p. 25 e ss.
37
Cfr. FLORY, Thomas, Judge and Jury in Imperial Brazil 1808-1871. Social control and
political stability in the new State, University of Texas Press, Austin, 1981, pp. 31 e 204, esp.
p. 31: “It was not by chance that the reformers directed their most concerted energies
toward modification of the judiciary. The ideological and the reactive arms of the
liberal movement participated in different ways, but neither the meliorist reformers
nor the wreckers who had merely hated colonial rule could resist the opportunities
offered in this area. For during the colonial period, the judicial system was where
Brazilians came closest to the regime – where they had the most influence, and also
where they were most abused. After independence, therefore, justice settled precisely
at the intersection of the complex push-and-pull forces that shaped Brazilian liberalism.
The colonial judiciary offered both a system to reform from within and a structure of
power to be dismantled”.
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255
Imparcialidad judicial
dos agentes de la fuerza del poder ejecutivo (en ese caso, imperial)
y de la elite dominante, verdadera herencia del período colonial.37
Pero a pesar de la importancia del tema, la eficacia de esas normas
no constituye aquí un punto relevante.
Lo que se busca resaltar es la clara consolidación en el Brasil, a
través de los tiempos, de la idea de imparcialidad de quienes juzgan,
como un imperativo normativo fundamental, concluyéndose que,
a pesar de la posible conclusión de la inexistencia de una referencia
normativa expresa o explícita al principio de la imparcialidad, en la
Constitución Federal de 1988, existe por lo menos, la norma constitucional implícita.
Brasileira, Hucitec/USP, São Paulo, 1998. Sobre la historiografía de la independencia
judicial en Brasil, ver el estudio de SAMPAIO, José Adércio Leite, O Conselho Nacional
de Justiça e a Independência do Judiciário, Del Rey Editorial, Belo Horizonte, 2007, p. 25
y ss.
37
Cfr. FLORY, Thomas, Judge and Jury in Imperial Brazil-1808-1871. Social control and
political stability in the new State, University of Texas Press, Austin, 1981, pp. 31 y 204,
esp. p. 31: “It was not by chance that the reformers directed their most concerted energies toward modification of the judiciary. The ideological and the reactive arms of the
liberal movement participated in different ways, but neither the meliorist reformers
nor the wreckers who had merely hated colonial rule could resist the opportunities
offered in this area. For during the colonial period, the judicial system was where
Brazilians came closest to the regime-where they had the most influence, and also
where they were most abused. After independence, therefore, justice settled precisely
at the intersection of the complex push-and-pull forces that shaped Brazilian liberalism.
The colonial judiciary offered both a system to reform from within and a structure of
power to be dismantled”.
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Capítulo VI
Sedes Materiae
Talvez seja por isso que a jurisprudência dos Tribunais Superiores
brasileiros reconhece a aplicabilidade do princípio da imparcialidade,
seja como garantia implícita ou integrante do princípio do devido
processo legal (CF, art. 5o, LIV) e/ou do princípio do juiz natural (CF,
art. 5o, XXXVII e LIII),38 seja como garantia autônoma – registrando-se
até mesmo a ocorrência de pronunciamentos que consideram a
imparcialidade como princípio expresso no art. 102, I, “n” da CF, que
atribui competência ao STF para julgar causas em que os membros
de tribunais inferiores sejam interessados, preservando, assim, a
imparcialidade dos julgamentos respectivos.39
38
STF, Extradição 977-PT, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Celso de Mello, julgado
unânime proferido em 25.05.2005: “O Supremo Tribunal Federal não deve autorizar a
extradição, se se demonstrar que o ordenamento jurídico do Estado estrangeiro que
a requer não se revela capaz de assegurar, aos réus, em juízo criminal, os direitos básicos
que resultam do postulado do “due process of law” (...), notadamente as prerrogativas
inerentes à garantia da ampla defesa, à garantia do contraditório, à igualdade entre
as partes perante o juiz natural e à garantia de imparcialidade do magistrado processante”.
39
Vide STF, ADI n° 1.570, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Mauricio Correa, julgado por
maioria em 12.02.2004 (imparcialidade como integrante do devido processo legal).
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Capítulo VI
Sedes materiae
Tal vez sea por eso que la jurisprudencia de los tribunales superiores
brasileños, reconoce la aplicabilidad del principio de imparcialidad,
ya fuere como garantía implícita o integrante del principio del debido proceso legal (CF, art. 5°, LIV) y/o del principio del Juez natural
(cf, ART. 5°, XXXVII y LIII)38 o ya fuere como garantía autónoma,
registrándose hasta la existencia de pronunciamientos que consideran la imparcialidad como un principio expreso en el art. 102, I, “n”
de la CF, que le atribuye competencia al STF para juzgar causas en
las que los miembros de tribunales inferiores fueren parte interesada, preservando así, la imparcialidad de los fallos respectivos.39
38
STF, Extradición 977-PT, Tribunal en Pleno, del Ministro Relator Celso de Mello, fallo
unánime dictado el 25.05.2005: “El Supremo Tribunal Federal no debe autorizar la extradición, si se demostrare que el ordenamiento jurídico del Estado extranjero que la requiere no
se revela capaz de asegurar, a los imputados, en un juicio penal, los derechos básicos que
resultan del postulado “due process of law” (...), especialmente las prerrogativas inherentes a
la garantía de la defensa en juicio, a la garantía del contradictorio, a la igualdad entre las
partes ante el juez natural y a la garantía de imparcialidad del magistrado actuante”.
39
Ver STF, ADI n° 1.570, Tribunal en Pleno, del Ministro Relator Mauricio Correa, decidido
por mayoría el 12.02.2004 (la imparcialidad como integrante del debido proceso legal).
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Imparcialidade judicial
Ao lado dessas construções jurisprudenciais, em sede doutrinária
indica-se o princípio da imparcialidade como decorrência do princípio
da impessoalidade, como integrante da cláusula do Estado de
Direito40 e, ainda, como corolário do princípio da igualdade,41 este,
sem dúvida alguma, um dos princípios norteadores do nosso
constitucionalismo (CF, art. 5o, caput), projetado em todas as
esferas do direito, inclusive o direito processual civil que, no plano
infra-constitucional, prevê expressamente o dever de tratamento
igualitário das partes pelo juiz (CPC, art. 125, I).
A igualdade pode ser entendida como um princípio operacional, no
sentido de que não possui conteúdo próprio (seria, então, um princípio
“vazio”), prestando-se a operacionalizar a aplicação de outros
princípios, a exemplo do princípio da proporcionalidade, que também
seria um princípio operacional (ou postulado normativo aplicativo, na
terminologia preferida por setor da doutrina especializada).42
Vide ainda STF, Ação Originária n° 587-6-DF, Tribunal Pleno, Relatora a Ministra Ellen
Gracie, julgado unânime em 06.04.2006, onde se afirma que o “referido dispositivo
traduz-se como regra explícita de conformação dos princípios do juiz natural e da
imparcialidade”.
40
Cfr. CABRAL, Antonio. “Imparcialidade e impartialidade...”, op.cit., pp. 99-124, esp. p.
103. Referindo-se ao juiz natural, é o entendimento de PIZZOL, Patrícia, A Competência no
Processo Civil, Editora Revista dos Tribunais, São Paulo, 2003, p. 49.
41
Assim em BARBOSA MOREIRA, José Carlos. “Reflexões sobre ...”, op. cit., pp. 19-30,
esp. p. 30. No mesmo sentido, HAEBERLIN, Mártin Perius, “O Juiz e a outra história: uma
abordagem do princípio da imparcialidade a partir dos problemas da subsunção”, In Revista
da AJURIS, Volume 104, AJURIS, Porto Alegre, 2006, pp. 169-189, esp. p. 173. Este autor
indica como base doutrinária a obra de JUAREZ FREITAS, que utiliza imparcialidade como
sinônimo de impessoalidade (FREITAS, Juarez, O controle dos atos administrativos e os princípios
fundamentais, 3a Edição, Malheiros Editores, São Paulo, 2004), mas é relevante registrar
que este autor refere-se apenas à imparcialidade da administração pública (como sinônimo
de impessoalidade).
42
A expressão postulado normativo aplicativo é de ÁVILA, Humberto, Teoria dos Princípios,
3a Edição, Editora Malheiros, São Paulo, 2004, p. 87 et passim. Vid., ainda BARCELLOS,
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Imparcialidad judicial
Junto a esas construcciones jurisprudenciales, en sede doctrinaria, se indica el principio de la imparcialidad como derivado del principio de impersonalidad, como integrante de la cláusula del Estado
de Derecho40 y además, como corolario del principio de igualdad41
que es sin duda alguna, uno de los principios rectores de nuestro
constitucionalismo (CF, art. 5°, caput), proyectado a todas las esferas del derecho, inclusive el derecho procesal civil que, en el plano
infraconstitucional prevé expresamente el deber del tratamiento
igualitario de las partes por el Juez (CPC, art. 125, I).
La igualdad puede ser entendida como un principio operativo, en
el sentido de que no posee contenido propio (sería entonces un principio “vacío”), prestándose a operacionalizar la aplicación de otros
principios, como por ejemplo, el principio de proporcionalidad, que
también sería un principio operativo (o postulado normativo aplicativo,
en la terminología preferida del sector de la doctrina especializada).42
Ver también STF, Acción Originaria n° 587-6-DF, Tribunal en Pleno, de la Ministra Relatora
Ellen Gracie, decisión unánime del 06.04.2006, donde se afirma que “dicho dispositivo
se traduce como regla explícita de conformación de los principios del juez natural y de la
imparcialidad”.
40
Cfr. CABRAL, Antonio. “Imparcialidade e impartialidade...”, op. cit., p. 103. Refiriéndose
al juez natural, es el entendimiento de PIZZOL, Patrícia, A Competência no Processo Civil,
Editorial Revista dos Tribunais, São Paulo, 2003, p. 49.
41
En igual sentido, en BARBOSA MOREIRA, José Carlos. “Reflexões sobre ...”, op. cit.,
pp. 19-30, esp. p. 30. En idéntico sentido, HAEBERLIN, Mártin Perius, “O Juiz e a outra
história: uma abordagem do princípio da imparcialidade a partir dos problemas da
subsunção”, en Revista da AJURIS, Volumen 104, AJURIS, Porto Alegre, 2006, pp. 169-189,
esp. p. 173. Este autor indica como base doctrinaria la obra de JUAREZ FREITAS, que utiliza
la imparcialidad como sinónimo de impersonalidad (FREITAS, Juarez, O controle dos atos
administrativos e os princípios fundamentais, 3a Edición, Malheiros Editores, São Paulo, 2004),
pero se torna relevante registrar que este autor se refiere apenas a la imparcialidad de la
administración pública (como sinónimo de impersonalidad).
42
La expresión postulado normativo aplicativo es de ÁVILA, Humberto, Teoria dos Prin­
cípios, 3a Edición, Malheiros, São Paulo, 2004, p. 87 et passim. Vid., también BARCELLOS,
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260
Imparcialidade judicial
Espelhando
esse
entendimento,
afirmou-se
que
a
imparcialidade, conquanto importantíssima, não é um valor em si
própria.43 Afirmou-se também que a imparcialidade implica apenas
garantias procedimentais, com expressa referência à ponderação e
à sua caracterização como princípio de caráter instrumental.44
Ao menos intuitivamente, essas e outras afirmações semelhantes
– notadamente a correlação direta à ponderação e ao caráter
instrumental – sugerem que a imparcialidade também seria um
princípio operacional. Assim sendo, de acordo com essa linha de
orientação, o princípio da imparcialidade não teria aptidão para
criar direitos para as pessoas, sendo apenas um instrumento para o
juiz na aplicação de outras normas jurídicas (sejam elas processuais
e/ou materiais).
No mesmo diapasão, as chamadas exigências de paridade de
armas e paridade de chances no processo – expressões originárias
do direito alemão, Waffengleichheit e Chancengleichheit – impõem
desde a primeira visada a igualdade das partes ante (ou perante)
o juiz,45 impondo a imparcialidade como um dever de eqüidistância
Ana Paula de, Ponderação, Racionalidade e Atividade Jurisdicional, Editora Renovar, Rio de
Janeiro, 2005, passim.
43
Cfr. DINAMARCO, Cândido Rangel, Instituições de Direito..., op. cit., p. 220: “A impar­
cialidade (...) não é um valor e si própria mas fator para o culto de uma fundamental
virtude democrática refletida no processo, que é a igualdade. Quer-se o juiz imparcial,
para que dê tratamento igual aos litigantes ao longo do processo e na decisão da
causa”.
44
Cfr. ZAGO, Lívia Maria Armentano Koenigstein, O Princípio da Impessoalidade, Editora
Renovar, Rio de Janeiro, 2001, pp. 364 (com referência ao direito português) e 373.
45
Cfr. HEYDE, Wolfgang, “La Jurisdicción”, Op. cit., p. 796.
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Imparcialidad judicial
A modo de reflejo de ese entendimiento, se afirmó que la imparcialidad, si bien importantísima, es un valor en sí misma.43 Se afirmó
asimismo que la imparcialidad implica solamente garantías de
procedimiento, con expresa referencia a la ponderación y a su caracterización como principio de carácter instrumental.44 Al menos intuitivamente, esas y otras afirmaciones similares, principalmente la
correlación directa con la ponderación y con el carácter instrumental,
sugieren que la imparcialidad sería también un principio operativo.
Por lo tanto, de acuerdo con esa línea de orientación, el principio
de imparcialidad no tendría aptitud para crear derechos para las
per­sonas sino que sería apenas un instrumento para el Juez, en la
aplicación de otras normas jurídicas (fueren ellas procesales y/o
materiales).
Dentro de una misma tónica, las denominadas exigencias de
paridad de armas y paridad de oportunidades en el juicio, expresiones
originarias del derecho alemán, Waffengleichheit y Chancengleichheit,
imponen desde una primera visión, la igualdad de las partes ante el
(o delante del) Juez,45 imponiendo la imparcialidad como un deber
Ana Paula de, Ponderação, Racionalidade e Atividade Jurisdicional, Editorial Renovar, Rio de
Janeiro, 2005, passim.
43
Cfr. DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de Direito ..., op. cit., p. 220: “La imparcialidad (...) no es un valor en sí mismo sino un factor para el culto de una fundamental
virtud democrática reflejada en el proceso, que es la igualdad. Se quiere un juez imparcial, para que dé tratamiento igualitario a los litigantes a lo largo del proceso y en la
decisión de la causa”.
44
Cfr. ZAGO, Lívia Maria Armentano Koenigstein, O Princípio da Impessoalidade, Editorial
Renovar, Rio de Janeiro, 2001, pp. 364 (con referencia al derecho portugués) y 373.
45
Cfr. HEYDE, Wolfgang. “La Jurisdicción”. op. cit., p. 796.
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Imparcialidade judicial
do juiz, mas sem a extração direta de situações jurídicas subjetivas
para os litigantes. Com efeito, nesse viés de orientação, também a
imparcialidade seria um princípio instrumental (ou operacional)
ou um postulado normativo aplicativo,46 não sendo a imparcialidade
um fim em si mesma e do princípio da imparcialidade não
decorrendo nenhuma situação jurídica subjetiva imediata para
os litigantes.
Por fim, registra-se ainda que a doutrina especializada também
relaciona o dever de imparcialidade do julgador com o princípio
da impessoalidade, ora referidos como sinônimos – o que se justifica
em outros ordenamentos jurídicos, em que o fenômeno da
impessoalidade é designado como imparcialidade,47 ora referindo
a imparcialidade como decorrência direta daquela.48
No direito brasileiro, a impessoalidade é princípio constitucional
explícito (CF, art. 37, caput) usualmente referido à administração
pública e que, de acordo com essa linha de entendimento, teria
aplicação também à função jurisdicional – cuida-se de mais um
esforço para encontrar uma sede expressa para o princípio da
46
Cfr. ÁVILA, Ana Paula Oliveira, O Princípio da Impessoalidade da Administração Pública para Uma Administração Imparcial, Editora Renovar, Rio de Janeiro, 2004, p. 61.
47
Como indicado por ZAGO, Lívia Maria Armentano Koenigstein, O Princípio da..., op.
cit., p. 147. Sem cuidar da aplicação à função jurisdicional, JUAREZ FREITAS utiliza
imparcialidade como sinônimo de impessoalidade. FREITAS, Juarez, O controle..., op. cit.,
p. 49.
48
Ainda DINAMARCO, Cândido Rangel, Instituições de ..., op. cit., p. 350/35 e, no mesmo
sentido, CÂMARA, Alexandre Freitas. “Exercício Impessoal da Jurisdição Civil”, In CÂMARA,
Alexandre Freitas, Escritos de Direito Processual Civil – Segunda Série, Lumen Juris Editora, Rio de
Janeiro, 2005, pp. 171-183, passim.
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Imparcialidad judicial
de equidistancia del Juez, pero sin extensión directa a situaciones
jurídicas subjetivas para los litigantes. En efecto, dentro de esa
orientación, también la imparcialidad sería un principio instrumental (u operativo) o un postulado normativo aplicativo,46 no siendo la
imparcialidad un fin en sí mismo y sin que del principio de impar­
cialidad se derive ninguna situación jurídica subjetiva inmediata
para los litigantes.
Por último se registra además, que la doctrina especializada
también relaciona el deber de imparcialidad de quien juzga con el
principio de la impersonalidad, citados como sinónimos, lo que se
justifica en otros ordenamientos jurídicos en los que el fenómeno de
la impersonalidad se designa como imparcialidad,47 o mencionando
a la imparcialidad como una derivación directa de aquella.48
En el derecho brasileño, la impersonalidad es el principio constitu­
cional explícito (CF, art. 37, caput) habitualmente referido a la admi­
nistración pública y que, de acuerdo con esa línea de entendimiento,
se había aplicado también a la función jurisdiccional. Se hace más
de un esfuerzo para encontrar una sede expresa para el principio de
46
Cfr. ÁVILA, Ana Paula Oliveira, O Princípio da Impessoalidade da Administração Públicapara Uma Administração Imparcial, Editorial Renovar, Rio de Janeiro, 2004, p. 61.
47
Como fuera indicado por ZAGO, Lívia Maria Armentano Koenigstein, O Princípio da...,
op. cit., p. 147. Sin tener en cuenta la aplicación de la función jurisdiccional, JUAREZ
FREITAS utiliza a la imparcialidad como sinónimo de impersonalidad, FREITAS, Juarez, O controle ..., op. cit., p. 49.
48
Asimismo, DINAMARCO, Cândido Rangel, Instituições de..., op. cit., p. 350/35 y, en el
mismo sentido, CÂMARA, Alexandre Freitas. “Exercício Impessoal da Jurisdição Civil”, en
CÂMARA, Alexandre Freitas, Escritos de Direito Processual Civil-Segunda Série, Lumen Juris Editorial, Rio de Janeiro, 2005, pp. 171-183, passim.
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Imparcialidade judicial
imparcialidade no texto constitucional brasileiro. Nesse sentido,
afirma-se que o juiz não exerce a jurisdição em nome próprio, mas
sim representando o Estado, de modo que deve agir de modo
impessoal, sem considerações de ordem pessoal nem discriminações
infundadas, donde decorreria o dever de imparcialidade.
Em que pese a divergência entre os estudiosos acerca da sedes
materiae do princípio da imparcialidade na Carta Constitucional
brasileira, o que realmente importa é o reconhecimento do status
constitucional desse princípio. Na verdade, há uma inequívoca
superposição entre os princípios constitucionais referentes ao
processo (notadamente referentes ao processo civil), não sendo
viável delimitar com precisão absoluta, em alguns casos (como a
imparcialidade), a área de aplicação exclusiva de cada um deles.49
Isso, por evidente, não deve prejudicar a aplicação do princípio em
questão. Com efeito, seja qual for a sede material do princípio,
vem-se afirmando que o chamado princípio da imparcialidade possui
raiz constitucional e, explícita ou implicitamente, constituiria um
direito fundamental dos litigantes em processos judiciais (no mínimo,
consoante o disposto no art. 5o, § 2o da CF).
Demais disso, Tratados Internacionais celebrados pelo Brasil
cujas normas estão em vigor entre nós, como, por exemplo, a
49
Consoante a lição de DINAMARCO: “São perceptíveis e inegáveis as superposições
entre os princípios constitucionais do processo, sendo impossível delimitar áreas de
aplicação exclusiva de cada um deles – até mesmo em razão dessa convergência e
porque nenhum deles se conceitua por padrões rigorosamente lógicos, mas políticos”.
DINAMARCO, Cândido Rangel, Instituições de ..., op. cit., p. 217.
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Imparcialidad judicial
imparcialidad en el texto constitucional brasileño. En ese sentido, se
afirma que el Juez no ejerce la jurisdicción en su propio nombre, sino
representando al Estado, de modo que debe actuar de manera impersonal, sin consideraciones de orden personal ni discriminaciones
infundadas, de donde derivaría el deber de imparcialidad.
Pese a la divergencia entre los estudiosos acerca de la sedes
materiae del principio de imparcialidad en la Carta Constitucional
brasileña, lo que realmente importa es el reconocimiento del status
constitucional de ese principio. En verdad, existe una superposición
inequívoca entre los principios constitucionales referentes al procedimiento (principalmente referentes al procedimiento civil), no siendo factible delimitar con precisión absoluta, en algunos casos (como
la imparcialidad), el área de aplicación exclusiva de cada uno de ellos.49
Eso, por evidente, no debe perjudicar la aplicación del principio en
cuestión. En efecto, sea cual fuere la sede material del principio,
se viene afirmando que el denominado principio de imparcialidad,
posee raíz constitucional y, explícita o implícitamente, constituiría
un derecho fundamental de los litigantes en causas judiciales (como
mínimo, de acuerdo con lo dispuesto en el art. 5°, § 2° de la CF).
Además de eso, tratados internacionales celebrados por el Brasil, cuyas normas están en vigencia entre nosotros, como por ejemplo,
49
Según lo enseñado por DINAMARCO: “Son perceptibles e innegables las superposiciones entre los principios constitucionales del proceso, siendo imposible delimitar las
áreas de aplicación exclusiva de cada uno de ellos hasta por motivos de esa misma convergencia y porque ninguno de ellos se define por estándares rigurosamente lógicos, sino polí­
ticos”. DINAMARCO, Cândido Rangel, Instituições de ... op. cit., p. 217.
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Imparcialidade judicial
Declaração Universal dos Direitos Humanos, art. X (que não
se constitui tecnicamente em um Tratado e, portanto, não foi
formalmente internalizada); o Pacto Internacional dos Direitos
Civis e Políticos, art. 14.1 (internalizado pelo Decreto n° 226 de
12 de dezembro de 1991); a Convenção Americana de Direitos
Humanos – Pacto de San José da Costa Rica, art. 8o. 1 (internalizada
pelo Decreto n° 678 de 6 de novembro de 1992); o Estatuto
de Roma do Tribunal Penal Internacional, art. 41 (internalizado
pelo Decreto n° 4388 de 25 de setembro de 2002); possuem
normas prevendo expressamente o respeito à imparcialidade
pelos julgadores – estabelecendo-se, portanto, o direito a um
julgamento imparcial. Independentemente da hierarquia que se
atribua a tais normas (sejam elas constitucionais ou infraconstitucionais),50 cuida-se de normas que estão em vigor no
Brasil e, pelo menos analogicamente, podem ser aplicadas aos
processos judiciais.
Ainda que contraposto a um movimento de informalização
e desjudicialização de litígios decorrente da ineficiência e da
inacessibilidade do Poder Judiciário,51 estudos identificam um
movimento de jurisdicionalização dos procedimentos não
50
Sobre a posição hierárquica das dessas normas, vid. PIOVESAN, Flávia, Direitos
Humanos e o Direito Constitucional Internacional, 3a edição, Max Limonad, São Paulo, 1997;
e MELLO, Celso de Albuquerque, “O § 2o do art. 5a da Constituição Federal”, en LOBO
TORRES, Ricardo (Organizador), Teoria dos Direitos Fundamentais, Editora Renovar, Rio de
Janeiro, 1999, pp. 1-33.
51
Em anotações à toda evidência aplicáveis ao Brasil, confira-se PEDROSO, João;
TRINCÃO, Catarina e DIAS, João Paulo, Por Caminhos da(s) Reformas da Justiça, Coimbra
Editora, Coimbra, 2003, passim.
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Imparcialidad judicial
la Declaración Universal de Derechos Humanos, art. X (que no
constituye técnicamente un tratado y, por lo tanto no fue formalmente incorporada); el Pacto Internacional de Derechos Civiles y
Políticos, art. 14. 1 (incorporado por el Decreto N° 226 de 12 de
diciembre de 1991); la Convención Interamericana de Derechos
Humanos –Pacto de San José de Costa Rica, art. 8° 1 (incorporada
por el Decreto N° 678 de 6 de noviembre de 1992), y el Estatuto de
Roma del Tribunal Penal Internacional, art. 41 (incorporado por el
Decreto 4388 de 25 de septiembre de 2002), poseen normas que
prevén expresamente el respeto a la imparcialidad por parte de
quienes juzgan, estableciéndose por lo tanto, el derecho a un juicio imparcial. Independientemente de la jerarquía que se atribuya
a tales normas (ya fueren ellas constitucionales o infraconsti­
tucionales),50 se trata de normas que están en vigencia en el Brasil
y, por lo menos analógicamente, pueden ser aplicadas a las causas judiciales.
Aun contraponiéndose a un movimiento de informalización
y desjudicialización de litigios, derivado de la ineficiencia y de la
inaccesibilidad del Poder Judicial,51 hay estudios que identifican
un movimiento de jurisdiccionalización de los procedimientos no
50
Sobre la posición jerárquica de esas normas, vid. PIOVESAN, Flávia, Direitos Humanos e
o Direito Constitucional Internacional, 3a Edición, Max Limonad, São Paulo, 1997; y MELLO,
Celso de Albuquerque, “O § 2° do art. 5° da Constituição Federal”, en LOBO TORRES,
Ricardo (Organizador), Teoria dos Direitos Fundamentais, Editorial Renovar, Rio de Janeiro,
1999, pp. 1-33
51
En anotaciones evidentemente aplicables al Brasil, vid. PEDROSO, João; TRINCÃO,
Catarina y DIAS, João Paulo, Por Caminhos da(s) Reformas da Justiça, Coimbra Editorial,
Coimbra, 2003, passim.
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Imparcialidade judicial
jurisdicionais,52 assim como de questões políticas e de relações
sociais.53 De fato, são vetores contrapostos de retração e expansão
do Poder Judiciário e de seus atores.
52
Cfr. CAPPELLETTI, Mauro, Juízes legisladores? (tradução brasileira de Giudici legislatori? por
Carlos Alberto Álvaro de Oliveira), Sergio Antonio Fabris Editor, Porto Alegre, 1993, p. 77.
53
Sobre o tema, por todos, VIANNA, Luiz Werneck; CARVALHO, Maria Alice Rezende
de; MELO, Manuel Palacios Cunha et BURGOS, Marcelo Baumann, A judicialização da
política e das relações sociais no Brasil, REVAN, Rio de Janeiro, 1999.
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Imparcialidad judicial
juris­diccionales,52 así como de cuestiones políticas y de relaciones
sociales.53 De hecho, son vectores contrapuestos de retracción y
expansión del Poder Judicial y de sus actores.
52
Cfr. CAPPELLETTI, Mauro, Juízes legisladores?, traducción de Carlos Alberto Álvaro
de Oliveira, Sergio Antonio Fabris Editor, Porto Alegre, 1993, p. 77
53
Sobre el tema, por la mayoría, VIANNA, Luiz Werneck; CARVALHO, Maria Alice Rezende de; MELO, Manuel Palacios Cunha BURGOS, Marcelo Baumann, A judicialização da
política e das relações sociais no Brasil, REVAN, Rio de Janeiro, 1999.
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Capítulo VII
Imparcialidade e
Administração Pública
No sentido da jurisdicionalização, aponta-se para a idéia de que a
imparcialidade obrigaria não só os juízes ou o exercício da função
jurisdicional, mas também obrigaria outros agentes públicos e/ou
privados. Com efeito, afirma-se que também, por vezes com base
em legislação expressa, os administradores públicos devem
observância ao princípio da imparcialidade em suas ações (v.g.
Lei n° 9.472/97, art. 19),54 o que é controvertido, porquanto a
administração pública e os seus membros, genericamente designados
como administradores públicos, atuam de modo a perfazerem
interesses pré-determinados de acordo com orientações políticas
mais ou menos contingentes.55
54
Na doutrina portuguesa, vide a obra específica de RIBEIRO, Maria Teresa de Melo,
O Princípio da Imparcialidade da Administração Pública, Almedina, Lisboa, 1996, passim, e a de
FRAGA, Carlos, Subsídios para a Independência dos Juízes – o Caso Português, Edições Cosmos,
Lisboa, 2000, p. 76.
55
Cfr. FERRAJOLI, Luigi, Direito e Razão..., op. cit., p. 464.
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Capítulo VII
Imparcialidad y
administración pública
En el sentido de la jurisdiccionalización, se señala la idea de que la
imparcialidad obligaría no solo a los jueces o al ejercicio de la función jurisdiccional, sino también obligaría a otros agentes públicos
y/o privados. En efecto, se afirma también, basándose algunas
veces en legislación expresa, que los administradores públicos le
deben observancia al principio de la imparcialidad en sus acciones
(v.g. Ley N° 9.472/97, art. 19),54 lo que es controvertido porque la
administración pública y sus miembros, genéricamente designados
como administradores públicos, actúan con el propósito de satisfacer intereses predeterminados, de acuerdo con orientaciones polí­
ticas más o menos contingentes.55
54
En la doctrina portuguesa, ver la obra específica de RIBEIRO, Maria Teresa de Melo,
O Princípio da Imparcialidade da Administração Pública, Almedina, Lisboa, 1996, passim, y la de
FRAGA, Carlos, Subsídios para a Independência dos Juízes-o Caso Português, Edições Cosmos,
Lisboa, 2000, p. 76
55
Cfr. FERRAJOLI, Luigi, Direito e Razão..., op. cit., p. 464.
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Imparcialidade judicial
Nesse sentido, há quem afirme que a administração pública não
pode ser imparcial, pois está predisposta a perseguir interesses
específicos e determinados (parciais, portanto), de modo que a
exigência de imparcialidade constituiria contradictio in terminis,
ressalva feita aos procedimentos administrativos que envolvam
interesses de particulares e em que a administração exerce atividades
de julgamento.56
Na verdade, de acordo com esse entendimento, a imparcialidade
seria o elemento central para diferenciação entre as atividades
jurisdicional e administrativa, no quadro geral da separação de
poderes. Mais precisamente, como acentuado por respeitável
doutrina, talvez seja melhor dizer que a imparcialidade é o elemento
que permite discernir o ato jurisdicional e o ato administrativo,57
independentemente da fonte (isto é, do Poder Estatal) de onde
promane, o que permitiu, historicamente, a afirmação da
especialidade de função do juiz em relação ao administrador.58
56
Cfr. ZAGO, Lívia Maria Armentano Koenigstein, O Princípio ..., op. cit., p. 368.
57
Cfr. GORDILLO, Augustin, Princípios Gerais de Direito Público (tradução brasileira por
Marco Aurélio Greco, sem indicação do título original), Editora Revista dos Tribunais, São
Paulo, 1977, p. 151: “Por outro lado, tomando-se um conceito mais amplo da natureza da
função jurisdicional, vemos que a doutrina em geral assinala as diferenças de estrutura
que separam um ato jurisdicional do ato da Administração: a) o ato jurisdicional provém
de um órgão imparcial na contenda que resolve, ou seja, é um terceiro alheio à lide; sua
atividade se desenvolve em função do interesse dos destinatários e não no seu próprio.
Ao contrário, o ato da Administração em geral responde ao interesse do próprio órgão que
o edita; o órgão não é estranho ou alheio ao conflito; não é um terceiro e sim parte na lide e
por isso precisamente não realiza atividade jurisdicional; para afirmá-lo existe até um
aforismo latino: Nemo iudex in causa sua”. Com a mesma ênfase no ato, veja-se SILVA, Ovídio
Baptista da, Curso de ... op. cit., Volume 1, Tomo I, 8a Edição, Editora Forense, Rio de Janeiro,
2008, p. 26.
58
Cfr. TALAMINI, Eduardo, Coisa Julgada..., op. cit., p. 304.
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Imparcialidad judicial
En ese sentido, algunos afirman que la administración pública no
puede ser imparcial, pues está predispuesta a perseguir intereses específicos y determinados (por lo tanto parciales) de modo que
la exigencia de imparcialidad constituiría contradictio in terminis, con la
salvedad de los procedimientos administrativos que involucran intereses de particulares y en los que la administración ejerce actividades de juzgamiento.56
En verdad, de acuerdo con ese entendimiento, la imparcialidad
sería el elemento central para la diferenciación entre las activi­
dades jurisdiccional y administrativa, dentro del marco general de
la se­paración de poderes. Más precisamente, como acentuado por
respetable doctrina, tal vez sea mejor decir que la imparcialidad es
el elemento que permite discernir el acto jurisdiccional y el acto
admi­nistrativo,57 independientemente de la fuente (es decir, del
Poder Estatal) de donde proviene, lo que históricamente permitió
la afirmación de especialidad de la función del Juez con relación al
administrador.58
56
Cfr. ZAGO, Lívia Maria Armentano Koenigstein, O Princípio da ..., op. cit., Editorial Renovar, Rio de Janeiro, 2001, p. 368
57
Cfr. GORDILLO, Augustin, Princípios Gerais de Direito Público, traducción de Marco Aurélio Greco, Editorial Revista dos Tribunais, São Paulo, 1977, p. 151: “Por otra parte, tomando
un concepto más amplio de la naturaleza de la función jurisdiccional, vemos que la doctrina en general señala las diferencias de estructura que separan un acto jurisdiccional del
acto de la Administración: a) el acto jurisdiccional proviene de un órgano imparcial en la
contienda que resuelve, o sea, es un tercero ajeno a la litis; su actividad se desarrolla en
función del interés de los destinatarios y no en el suyo propio. Por el contrario, el acto de la
Administración en general responde al interés del propio órgano que lo dicta; el órgano no
es extraño o ajeno al conflicto; no es un tercero y sí parte en la contienda y por ello precisamente no realiza actividad jurisdiccional; para afirmarlo existe hasta un aforismo latino:
Nemo iudex in causa sua”. Con el mismo énfasis en el acto, ver SILVA, Ovídio Baptista da,
Curso de Processo..., op. cit., p. 26.
58
Cfr. TALAMINI, Eduardo, Coisa Julgada..., op. cit., p. 304.
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Imparcialidade judicial
No Direito brasileiro, o princípio da imparcialidade e seu
consectário, o princípio do juiz natural, devem ser observados
indistintamente nos processos penal, civil e trabalhista e, ainda, no
processo administrativo.59 Nos processos judiciais, não se faz diferença
entre jurisdição contenciosa ou voluntária, processos cognitivos ou
executivos, medidas satisfativas ou cautelares, procedimentos
comuns ou procedimentos especiais, inclusive os chamados juizados
especiais, em sede de competência originária ou recursal: isto é,
em qualquer tipo de processo jurisdicional deve ser observada
a imparcialidade.
É assente o entendimento de que os administradores públicos
devem obediência ao princípio da imparcialidade no que concerne
ao processo administrativo, notadamente aos julgamentos que
envolvam interesses de particulares,60 como, por exemplo, no
julgamento de licitações. Embora a lei de licitações não faça
referência expressa ao princípio da imparcialidade, em diversos
dispositivos são instituídos meios para sua observância e proteção
(por exemplo, Lei n° 8.666/93, art. 3°, arts. 44 e 45).
A imparcialidade é exigida muito especialmente no que concerne
aos processos administrativos disciplinares, tanto assim que no
59
Cfr. FERRAZ, Sérgio, Processo Administrativo, Malheiros, São Paulo, 2007, pp. 137 e
seguintes; MOREIRA, Egon Bockmann, Processo Administrativo: Princípios Constitucionais
e a Lei 9784/99, São Paulo, 2007, p. 120; NERY JÚNIOR, Nelson, Princípios do Processo Civil na
Constituição Federal, 8a Edição, Editora Revista dos Tribunais, São Paulo, 2004, p. 101.
Do mesmo autor em texto específico, NERY JÚNIOR, Nelson, “Acusador e julgador
natural no processo administrativo: ofensa ao due process of law”, en Revista Forense,
Volume 382, Editora Forense, Rio de Janeiro, 2005. pp. 275-289.
60
Cfr. ZAGO, Lívia Maria Armentano Koenigstein, O Princípio..., op. cit., p. 374.
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Imparcialidad judicial
En el derecho brasileño, el principio de la imparcialidad y su consectario, el principio del Juez natural, deben ser observados indis­
tintamente en el procedimiento penal, civil y laboral y, aun en el
procedimiento administrativo.59 En los procedimientos judiciales no
se hace diferencia entre jurisdicción contenciosa o voluntaria, procedimientos de conocimiento o ejecutivos, medidas cautelares,
procedimientos comunes o procedimientos especiales, inclusive los
denominados juzgados especiales, con sede de jurisdicción originaria o recursiva: es decir, en cualquier clase de procedimiento jurisdiccional debe ser observada la imparcialidad.
Se da por sentado que los administradores públicos le deben
obediencia al principio de imparcialidad en lo concerniente al procedimiento administrativo, principalmente en los juicios que involucren intereses de particulares,60 como por ejemplo, en las decisiones
referidas a licitaciones. Si bien la ley de licitaciones no hace expresa referencia al principio de imparcialidad, hay distintas disposiciones que establecen medios para su observancia y protección (por
ejemplo, Ley N° 8.666/93, art. 3°, arts. 44 y 45).
Se exige imparcialidad muy especialmente en lo que concierne a
los procedimientos administrativos disciplinarios. Tanto es así que
59
Cfr. FERRAZ, Sérgio, Processo Administrativo, Malheiros, São Paulo, 2007, pp. 137 y ss;
MOREIRA, Egon Bockmann, Processo Administrativo: Princípios Constitucionais e a Lei 9784/99,
São Paulo, 2007, p. 120; NERY JÚNIOR, Nelson, Princípios do Processo Civil na Constituição
Federal, 8a Edición, Editorial Revista dos Tribunais, São Paulo, 2004, p. 101. Del mismo autor
en texto específico, NERY JÚNIOR, Nelson, “Acusador e julgador natural no processo
administrativo: ofensa ao due process of law”, en Revista Forense, Volumen 382, Editorial
Forense, Rio de Janeiro, 2005. pp. 275-289
60
Cfr. ZAGO, Lívia Maria Armentano Koenigstein, O Princípio ..., op. cit., p. 374
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Imparcialidade judicial
processamento e no julgamento desses processos devem ser
observados os impedimentos e suspeições previstos na legislação
especial (no caso do direito federal, a Lei n° 9.784/99, arts. 18 a 21 e
a Lei n° 8.112/90, art. 149, §2°, sustentando-se, ainda, a aplicação
subsidiária dos respectivos dispositivos do CPC).61 Muito pertinente
a sugestão de que, em prol da imparcialidade (na sua feição de juiz
natural), os órgãos administrativos nomeassem previamente (verbi
gratia, no ano anterior) as comissões de sindicância que estarão
aptas a apurar infrações funcionais.62
Por fim, nada ocioso consignar que a violação do dever de
imparcialidade pelo administrador público pode vir a ser caracterizada
como ato de improbidade administrativa (Lei n° 8.429/92, art. 11,
caput), sujeitando o infrator a sanções graves.
61
Cfr. FERRAZ, Sérgio, Processo..., op. cit., p. 140.
62
Cfr. NERY JÚNIOR., Nelson, “Imparcialidade e Juiz Natural – Opinião doutrinária
emitida pelo juiz e engajamento político do magistrado”, en MARINONI, Luiz
Guilherme (coordenador), Estudos de Direito Processual Civil – Homenagem ao Professor
Egas Dirceu Moniz de Aragão, Editora Revista dos Tribunais, São Paulo, 2005, pp. 175-183,
esp. p. 176.
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Imparcialidad judicial
en la tramitación y decisión de esos juicios deben observarse los impedimentos y sospechas contemplados en la legislación especial (en
el caso del derecho federal, la Ley N° 9.784/99, arts. 18 y 21 y la Ley
N° 8.112/90, art. 149, §2°, sosteniéndose asimismo la aplicación
subsidiaria de las respectivas disposiciones del CPC).61 Resulta muy
pertinente la sugerencia de que en pro de la imparcialidad (en su
modalidad de Juez natural), los órganos administrativos designaran
previamente (verbi gratia, el año anterior) las comisiones de vigilancia que se ocuparán de evaluar infracciones funcionales.62
Por último, no es ocioso consignar que la violación del deber de
imparcialidad por el administrador público, puede ser caracterizada
como un acto de improbidad administrativa (Ley N° 8.429/92,
art. 11, caput), quedando el infractor supeditado a sanciones graves.
61
Cfr. FERRAZ, Sérgio, Processo..., op. cit., p. 140.
62
Cfr. NERY JÚNIOR., Nelson, “Imparcialidade e Juiz Natural-Opinião doutrinária emitida pelo juiz e engajamento político do magistrado”, en MARINONI, Luiz Guilherme
(coordinador), Estudos de Direito Processual Civil-Homenagem ao Professor Egas Dirceu Moniz
de Aragão, Editorial Revista dos Tribunais, São Paulo, 2005, pp. 175-183, esp. p. 176.
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Capítulo VIII
Imparcialidade e
virtudes passivas
A imparcialidade também é adotada em boa parte dos ordenamentos
jurídicos ocidentais, como registram os estudos estrangeiros e
comparativos mais autorizados. Nesse sentido, a imparcialidade
(nemo iudex in causa sua), a inércia (ne procedat iudex ex officio) e
o contraditório (audiatur et altera pars) são designadas, dentre outras,
como virtudes passivas (instrumentos de passividade63 ou passive
virtues) do poder jurisdicional. Ainda de acordo com esses estudos
desenvolvidos no seio do direito e da ciência política estrangeira,
esses princípios procuram assegurar a legitimidade democrática
do poder jurisdicional.64 Renova-se e acentua-se a idéia de que
a imparcialidade é fator determinante de legitimação democrática
do poder jurisdicional.
63
Cfr. CAPPELLETTI, Mauro, Juízes legisladores?..., op. cit., p. 76.
64
Cfr. Ibidem, p. 101/102.
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Capítulo VIII
Imparcialidad y
virtudes pasivas
La imparcialidad es adoptada también en buena parte de los ordenamientos jurídicos occidentales, como lo registran los estudios
extranjeros y comparativos más autorizados. En tal sentido, la imparcialidad (nemo iudex in causa sua), la inercia (ne procedat iudex ex
officio) y la contradicción (audiatur et altera pars) son designadas
entre otras, como virtudes pasivas (instrumentos de pasividad63 o
passive virtues) del poder jurisdiccional. También de acuerdo con esos
estudios desarrollados en el seno del derecho y de la ciencia política
extranjera, esos principios procuran asegurar la legitimidad democrática del poder jurisdiccional.64 Se renueva y se acentúa la idea de
que la imparcialidad es un factor determinante de legitimación
demo­crática del poder jurisdiccional.
63
CAPPELLETTI, Mauro. Juízes legisladores? ..., op. cit., p. 76.
64
Cfr. Ibidem, p. 101/102.
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Imparcialidade judicial
A utilização desses instrumentos de passividade pode chegar ao
extremo de levar o Poder Judiciário a não decidir determinados casos
ou matérias (ou pelo menos parte deles ou delas), o que se designou
como minimalismo judicial, utilizado como forma indireta de se
promover a democracia deliberativa e que não se confunde com o
non liquet, poder de não julgar atribuído aos magistrados romanos
e hoje expressamente vedado aos juízes brasileiros (CPC, art. 126).
Nesse sentido, as decisões judiciais nem sempre devem ser amplas
ou profundas de modo a esgotar os temas em discussão, deixando
em aberto espaço para debate social e, se possível, promover o
debate público (deliberative democracy promoting)65 – cabendo registrar
que o minimalismo judicial assim descrito não se confunde com o
chamado minimalismo constitucional66. No Brasil, esse fenômeno não
se manifesta ou não é identificável de forma clara, podendo-se
afirmar que a passividade do Poder Judiciário não é tão intensa
ou extensa, o que, por evidente, não prejudica de modo algum a
imparcialidade dos juízes.
65
Sobre o minimalismo judicial, vid. SUNSTEIN, Cass, One case at a time - judicial minimalism
on the Supreme Court, Harvard University Press, Cambridge, 1999.
66
MELLO, Cláudio Ari, Democracia Constitucional e Direitos Fundamentais, Livraria do
Advogado Editora, Porto Alegre, 2004, pp. 25 e seguintes..
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Imparcialidad judicial
La utilización de dichos instrumentos de pasividad puede llegar
al extremo de llevar el Poder Judicial a no decidir determinados casos o materias (o por lo menos parte de ellos), lo cual se designó
como minimalismo judicial, utilizado como forma indirecta de promover la democracia deliberativa y que no se confunde con el non
liquet, poder de no juzgar atribuido a los Magistrados romanos y
hoy expresamente vedado a los jueces brasileños (CPC, art. 126).
En ese sentido, las decisiones judiciales no siempre deben ser amplias
o profundas de modo que se agoten los temas en discusión, dejando
abierto un espacio para el debate social y, de ser posible, para promover el debate público (deliberative democracy promoting),65 correspondiendo registrar que el minimalismo judicial así descrito no se
confunde con el denominado minimalismo constitucional.66 En el
Brasil, ese fenómeno no se manifiesta o no es identificable de manera clara, pudiendo afirmarse que la pasividad del Poder Judicial no es
tan intensa o extensa, lo que por evidente, no perjudica de manera
alguna, la imparcialidad de los jueces.
65
Sobre el minimalismo judicial, vid. SUNSTEIN, Cass, One case at a time - judicial minima­
lism on the Supreme Court, Harvard University Press, Cambridge, 1999
66
MELLO, Cláudio Ari, Democracia Constitucional e Direitos Fundamentais, Livraria do
Advogado Editorial, Porto Alegre, 2004, pp. 25 y siguientes.
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Capítulo IX
Afirmação da Imparcialidade
Resta claro que, sob qualquer dos procedimentos hermenêuticos
tradicionais, a imparcialidade é entendida como princípio
constitucional, tanto no direito brasileiro como em autorizadas
fontes estrangeiras de direito. Tudo acentuado pelo fato de que, em
se tratando de norma constitucional encartada no rol dos Direitos
Fundamentais (em sentido material e formal), possui inegável
força expansiva e predominância sobre outros vetores normativos
(inclusive sobre outras normas constitucionais).
Assim sendo, consoante se vem de expor, é possível afirmar que
a imparcialidade vem sendo afirmada como princípio fundante do
processo jurisdicional (ou, melhor, do sistema de solução de litígios)
e, também, vem sendo implementada na prática processual com
maior rigor, transformando a experiência consoante àquilo que,
de acordo com o Direito, ela deve ser. Da mesma forma, do ponto de
vista sistemático, verifica-se que a imparcialidade encontra-se
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Capítulo IX
Afirmación de la imparcialidad
Queda claro que de conformidad con cualquiera de los procedimientos hermenéuticos tradicionales, la imparcialidad es entendida como
principio constitucional, tanto en el derecho brasileño como en auto­
rizadas fuentes extranjeras de derecho. Todo ello acentuado por el
hecho de que tratándose de una norma constitucional que forma
parte de los Derechos Fundamentales (en sentido material y formal),
posee innegable fuerza expansiva y predominio sobre otros vectores normativos (inclusive sobre otras normas constitucionales).
Según lo que se acaba de exponer, es posible afirmar que la imparcialidad se consolida como principio fundante del procedimiento
jurisdiccional (o más bien, del sistema de solución de litigios) y, también
se implementa con mayor rigor en la práctica procesal, transforman­
do la experiencia según lo que la misma debe ser de conformidad
con el derecho. De idéntica manera y desde el punto de vista sistemático, se verifica que la imparcialidad se encuentra dispuesta como
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Imparcialidade judicial
disposta como regra ou mesmo como princípio (com maior ou menos
intensidade) nos mais variados setores da legislação (precipuamente
do direito processual e do direito administrativo), denotando a
existência de um princípio geral de direito. Outros caminhos
interpretativos (filológico e/ou teleológico, por exemplo) conduziriam
ao mesmo resultado, evidenciando a existência de uma norma
“principiológica” que estatui a exigência de imparcialidade.
Mais do que isso, a partir do momento em que se reconhece a
existência de uma norma (norma constitucional, ainda que implícita)
que impõe a imparcialidade ao Poder Judiciário e ao juiz, forçoso
reconhecer que tal imparcialidade do julgador é uma garantia
fundamental dos litigantes, não só no processo de natureza penal,
mas em quaisquer processos jurisdicionais e em boa parcela dos
processos administrativos. Nesse sentido objetivo, a imparcialidade
seria uma garantia orgânica67 relativa à posição do juiz enquanto
órgão jurisdicional em relação aos demais poderes constituídos
e aos demais sujeitos dos processos judiciais e se constituiria em
importante premissa de legitimação do exercício da função
jurisdicional.
67
A expressão é de FERRAJOLI, Luigi, Direito e Razão..., op. cit., pp. 433-434.
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Imparcialidad judicial
regla o aun como principio (con mayor o menor intensidad) en los
más variados sectores de la legislación (principalmente del derecho
procesal y del derecho administrativo), denotando la existencia de
un principio general del derecho. Otros caminos interpretativos
(filológico y/o teológico, por ejemplo) conducirían al mismo resultado, evidenciando la existencia de una norma “principiológica” que
estatuye la exigencia de imparcialidad.
Más que eso, a partir del momento en el que se reconoce la existencia de una norma (norma constitucional, aun cuando sea implícita) que impone la imparcialidad al Poder Judicial y al Juez, resulta
forzoso reconocer que esa imparcialidad de quien juzga es una
garantía fundamental de los litigantes, no sólo en el proceso de
naturaleza penal, sino en cualesquiera procesos jurisdiccionales y
en buena parte de los procesos administrativos. En ese sentido, la
imparcialidad sería una garantía orgánica67 referida a la posición del
Juez en cuanto órgano jurisdiccional con relación a los demás poderes constituidos y a los demás sujetos de los procesos judiciales y se
constituiría en una importante premisa de legitimación del ejercicio
de la función jurisdiccional.
67
La expresión es de FERRAJOLI, Luigi, Direito e Razão..., op. cit., pp. 433-434.
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Capítulo X
Imparcialidade e Legitimidade
A questão da legitimidade do exercício do poder jurisdicional é tão
relevante que, em diversos ordenamentos, além da imparcialidade
em si mesma, a aparência de imparcialidade é valorada e indicada
também como um fator determinante de atribuição de legitimidade ao
exercício do poder jurisdicional – ou seja, a confiança na imparcialidade
é um fator importante de legitimação do poder jurisdicional, tanto
no direito estrangeiro,68 como no Brasil.69
68
Conforme as referências francesa, espanhola e portuguesa que se seguem: GARAPON,
Antoine, O juiz e a democracia..., op. cit., p. 248: “Justice must not only be done but also be seen
to be done, dizem acertadamente os ingleses. É preciso se dirigir para uma concepção mais
objetiva, levando em consideração a aparência da imparcialidade de acordo com uma
jurisprudência européia constante”. E ainda, GONZÁLEZ PÉREZ, Jesús. El derecho a la
tutela jurisdiccional, Tercera edición, Civitas, Madrid, 2001, p. 170: “Los Jueces no deben
intervenir en un proceso si sus relaciones con la pretensión pueden poner en duda su imparcialidad
o, mejor, la confianza en su imparcialidad”. Ainda, FRAGA, Carlos, Subsídios para a Independência...,
op. cit., p. 57: “A imparcialidade tem uma dupla dimensão: a subjectiva e a objectiva.
A primeira releva do foro íntimo do juiz; a segunda consiste em que, face ao caso concreto, a
independência do juiz não possa ser posta em causa aos olhos da comunidade. Traduz-se
no brocado não basta fazer justiça; é preciso, também, parecê-lo”.
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Capítulo X
Imparcialidad y Legitimidad
La cuestión de la legitimidad del ejercicio del poder jurisdiccional es
tan relevante que en distintos ordenamientos, además de la imparcialidad en sí misma, la apariencia de imparcialidad es valorada e
indicada también como un factor determinante de atribución de legitimidad al ejercicio del poder jurisdiccional, o sea, la confianza en
la imparcialidad es un factor importante de legitimación del poder
jurisdiccional, tanto en el extranjero68 como en el Brasil.69
68
Según las referencias francesa, española y portuguesa que siguen: GARAPON, Antoine,
O juiz e a democracia..., op. cit., p. 248: “Justice must not only be done but also be seen to be
done, dicen acertadamente los ingleses. Es necesario dirigirse a una concepción más objetiva, teniendo en consideración la apariencia de la imparcialidad de acuerdo con una jurisprudencia europea constante”. Y también, GONZÁLEZ PÉREZ, Jesús, El derecho a la tutela
jurisdiccional, Tercera edición, Civitas, Madrid, 2001, p. 170: “Los Jueces no deben intervenir
en un proceso si sus relaciones con la pretensión pueden poner en duda su imparcialidad o,
mejor, la confianza en su imparcialidad”. También, FRAGA, Carlos, Subsídios para a Indepen­
dência..., op. cit., p. 57: “La imparcialidad tiene una doble dimensión: la subjetiva y
la objetiva. La primera surge del fuero íntimo del juez; la segunda consiste en que, frente al
caso concreto, la independencia del juez no pueda ser puesta en duda a los ojos de la comunidad. Se traduce del dicho no basta hacer justicia; es necesario, también, parecerlo”.
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Imparcialidade judicial
Como já se disse, na medida em que a jurisdição como
instrumento de pacificação assume a premissa de que as pessoas
haverão de renunciar à auto-defesa e à auto-tutela, haverão
ainda de confiar em que os seus direitos serão reconhecidos
e implementados na prática. Essa confiança no sistema de
judiciário (rectius: no sistema de solução de conflitos) depende da
imparcialidade em si mesma e muito especialmente da confiança
das partes e da sociedade em geral na imparcialidade dos
juízes.70
Essa confiança na imparcialidade dos julgadores é
normatizada em diversos lugares, cabendo exemplificar através
do Estatuto de Roma do TPI, (art. 41, 2, a). Consoante a incisiva
expressão antiga, à mulher de Cesar não basta ser casta, deve parecer
sê-lo também.
69
Comentando o tema, vid. FORNACIARI JÚNIOR, Clito. “Da necessária releitura do
fenômeno da suspeição”, en Revista dos Tribunais, Volume 766, Editora Revista dos Tribunais,
São Paulo, 1999, pp. 64-68 e SAMPAIO, José Adércio Leite, O Conselho Nacional de Justiça e
a Independência do Judiciário, Del Rey Editora, Belo Horizonte, 2007, p. 155: “Eis o porquê,
além de ser, deve parecer superparte, havendo funções, atividades ou mesmo situações que
são reveladoras do comprometimento da aparência, tanto disciplinadas nos códigos
de processo na forma de suspeição e impedimento quanto no estatuto do magistrado
como incompatibilidade com o exercício da judicatura”. Vid. ainda BARBI, Celso Agríco­
la, Comentários ao Código de Processo Civil, Volume I (Arts. 1° a 153), 10a Edição, Editora
Forense, Rio de Janeiro, 1999, p. 410.
70
Consoante LARENZ, Karl, Derecho Justo – Fundamentos de ética jurídica (tradução
espanhola de Richtiges Recht – Grundzüge einer Rechtsethik por Luis Díez-Picazo), Civitas,
Madrid, 1991, p. 181. E, ainda, BARAK, Aharon, The Judge in a Democracy, Princeton University
Press, Princeton, 2006, p. 101: “We must develop means (or tools) to help us reach that
goal, and the preconditions necessary to allow judges to realize their role must be met.
These preconditions vary among democracies, but three are common to tall democratic
systems of law: (1) judicial impartiality and objectivity, (2) decisions within the social
consensus, and (3) public confidence in the judiciary”, e prossegue na p. 109: “An
essential condition for realizing the judicial role is public confidence in the judge. This
means confidence in judicial independence, fairness, and impartiality”.
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Imparcialidad judicial
Como fue ya mencionado, en la medida en que la jurisdicción
como instrumento de pacificación asume la premisa de que las
personas tendrán que renunciar a la autodefensa y a la autotutela,
tendrán además que confiar en que sus derechos serán reconocidos e implementados en la práctica. Esa confianza en el sistema
judicial (rectius: en el sistema de solución de conflictos) depende de
la imparcialidad en sí misma y muy especialmente de la confianza
de las partes y, de la sociedad en general, en la imparcialidad de los
Jueces.70
Esa confianza en la imparcialidad de quien juzga, es normatizada en distintos lugares, correspondiendo ejemplificar a través del
Estatuto de Roma del TPI, (art. 41, 2, a). De acuerdo con ello, tenemos la incisiva expresión antigua, la mujer del César no sólo tiene que
ser pura sino también parecerlo.
69
Comentando el tema, vid. FORNACIARI JÚNIOR, Clito, “Da necessária releitura do
fenômeno da suspeição”, en Revista dos Tribunais, Volumen 766, Editorial Revista dos Tribunais, São Paulo, 1999, pp. 64-68 y SAMPAIO, José Adércio Leite, O Conselho Nacional de
Justiça e a Independência do Judiciário, Del Rey Editorial, Belo Horizonte, 2007, p. 155: “Es el
motivo por el cual, además de ser, debe parecer superparte, dado que existen funciones,
actividades o aún situaciones que son reveladoras del compromiso con la apariencia, tanto
disciplinadas en los códigos de proceso en la forma de recusación y excusación como en el
estatuto del magistrado como incompatibilidad con el ejercicio de la jurisdicción”. Vid. también BARBI, Celso Agrícola, Comentários ao Código de Processo Civil, Volumen I (Arts. 1° a 153),
10a Edición, Editorial Forense, Rio de Janeiro, 1999, p. 410.
70
De acuerdo con LARENZ, Karl, Derecho Justo-Fundamentos de ética jurídica, traducción
de Luis Díez-Picazo, Civitas, Madrid, 1991, p. 181. Y, también, BARAK, Aharon, The Judge
in a Democracy, Princeton University Press, Princeton, 2006, p. 101: “We must develop
means (or tools) to help us reach that goal, and the preconditions necessary to allow
judges to realize their role must be met. These preconditions vary among democracies,
but three are common to tall democratic systems of law: (1) judicial impartiality and
objectivity, (2) decisions within the social consensus, and (3) public confidence in the
judiciary”, y continúa en la p. 109: “An essential condition for realizing the judicial role
is public confidence in the judge. This means confidence in judicial independence, fairness, and impartiality”.
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Imparcialidade judicial
No Brasil, em que pese o fato de a doutrina não se dedicar a essa
análise com a profundidade merecida,71 registra-se precedente
normativo interessante, qual seja, o já referido CPC do Estado do
Rio Grande do Sul (art. 174), e que permitia a recusa do juiz com
base apenas na suspeita de parcialidade, sendo que esse dispositivo
teve vigência apenas até a edição do CPC de 1939 (o direito
processual civil fora reunificado pela Constituição Federal de 1934 e
o regime foi mantido pelas Constituições subseqüentes)
Mais recentemente, registra-se a ocorrência de precedentes
jurisprudenciais no STF, em que se considerou que a suposição
de parcialidade ou mesmo a existência de juízo de probabilidade de
parcialidade não bastam para caracterizar violação ao princípio
da imparcialidade. Na jurisprudência do STF observa-se precedente
em que a Corte chegou mesmo a considerar que a parcialidade
somente poderia ser controlada mediante arguição formal
de impedimento ou suspeição, afirmando-se não serem suficientes
suposições de parcialidade ou simples juízos de probabilidade acerca da
parcialidade do julgador.72
71
Merece especial registro o texto de FORNACIARI JÚNIOR, Clito. “Da necessária ...”,
op. cit., pp. 64-68. Dentre os outros autores que tratam do tema, Araken de Assis parece
aderir à tese de que a confiança da coletividade é importante para a imparcialidade,
afirmando que “Não basta, portanto, tenha o juiz consciência e convicção da sua
eqüidistância dos litigantes. É preciso que o grupo social, desarmadamente, confie no vigor
e na atualidade dessa garantia, conservando crível a neutralidade da intervenção do
Estado no conflito de interesses”. ASSIS, Araken de, Manual da Execução, 11a edição, Editora
Revista dos Tribunais, São Paulo, 2007, p. 363. Entretanto, linhas depois (p. 365), o mesmo
autor afirma que “Limita-se a casuística do impedimento e da suspeição porque não se
poderia admitir a recusa sem travas ou critérios objetivos. Aliás, a objetividade marca,
com poucas exceções, a enumeração dos arts. 134 e 135. Por tal motivo, a prova não é
difícil. Elementos subjetivos e íntimos avultam nas hipóteses de amizade e inimizade (art.
135, I) e interesse na solução da causa (art. 135, V). O “interesse”, aí previsto, não pode ser
vago, pois a Justiça jamais será como a mulher de César: acima de qualquer suspeita. E deve
ser estranho ao processo”.
72
Acerca da simples “suposição de parcialidade”, vid. STF, Recurso em Habeas Corpus n°
90.001-PE, Segunda Turma, Relator o Ministro Eros Grau, julgado unânime em 14.11.2006.
Serie Monografias Premiadas 3.indb 290
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291
Imparcialidad judicial
En el Brasil, donde pese al hecho de que la doctrina no realiza ese
análisis con la profundidad merecida,71 se registra un precedente
normativo interesante que es el ya mencionado CPC del Estado de Rio
Grande do Sul (art. 174), que permitía la recusación del Juez, bastando como causal la sospecha de parcialidad, siendo que esa disposición tiene vigencia únicamente hasta la edición del CPC de 1939 (el
derecho procesal civil fue reunificado por la Constitución Federal de
1934 y el régimen fue mantenido por las constituciones posteriores).
Más recientemente se registra la existencia de precedentes jurisprudenciales en el STF, en los que se consideró que la suposición de
parcialidad o aun la existencia del juicio de probabilidad de parcialidad,
no bastan para caracterizar una violación del principio de imparcialidad. En la jurisprudencia del STF se observa como precedente que
la Corte llegó aun a considerar que la parcialidad solamente podría
ser controlada mediante aserción formal de impedimento o sospecha, afirmándose no ser suficientes suposiciones de parcialidad o sim­
ples juicios de probabilidad acerca de la parcialidad de quien juzga.72
71
Merece especial atención el texto de FORNACIARI JÚNIOR, Clito, “Da necessária ...”,
op. cit., pp. 64-68. Entre los otros autores que tratan el tema, Araken de Assis parece adherir a la tesis de que la confianza de la colectividad es importante para la imparcialidad,
afirmando que “No basta, por lo tanto, que el juez tenga conciencia y convicción de su
equidistancia de los litigantes. Es necesario que el grupo social confíe abiertamente en el
vigor y en la actualidad de esa garantía, manteniendo creíble la neutralidad de la intervención del Estado en el conflicto de intereses”. ASSIS, Araken de, Manual da Execução, 11a
Edición, Editorial Revista dos Tribunais, São Paulo, 2007, p. 363. Asimismo, líneas después
(p. 365), el mismo autor afirma que “Se limita a la casuística de la excusación y de la recusación porque no se podría admitir el rechazo sin trabas o criterios objetivos. Además, la
objetividad marca, con pocas excepciones, la enumeración de los arts. 134 y 135. Por tal
motivo, la prueba no es difícil. Elementos subjetivos e íntimos abundan en las hipótesis de
amistad y enemistad (art. 135, I) e intereses en la solución de la causa (art. 135, V). El “interés”, allí previsto, no puede ser vago, pues la Justicia jamás será como la mujer de César:
por encima de cualquier sospecha. Y debe ser ajeno al proceso”.
72
Acerca de la simple “suposición de parcialidad”, vid. STF, Recurso en Habeas Corpus n°
90.001-PE, Sala Segunda, del Ministro Relator Eros Grau, en fallo unánime del 14.11.2006.
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292
Imparcialidade judicial
Por outro lado, importante precedente do STJ sugere linha de
entendimento mais flexível e que parece ser mais consentânea com
os imperativos de legitimação do Poder Judiciário e também mais
próxima dos sistemas que controlam a aparência de imparcialidade,
revelando indispensável preocupação dessa Corte Superior com a
seriedade da jurisdição.73 O presente estudo sustenta que a aparência
de imparcialidade deve ser objeto de tutela, porque se constitui em
importante fator de legitimação do exercício da função jurisdicional.
Acerca da insuficiência de “juízos de probabilidade”, vid. STF, Agravo em Mandado
de Segurança n° 21.193, Segunda Turma, Relator o Ministro Celso de Mello, julgado unânime
em 04.04.1991. Na doutrina administrativista, registra-se, ao revés, a afirmação de que
“tão indeclinável é o dever de imparcialidade, que a simples suposição, em tese, de que,
mesmo indiretamente, possa ser ela comprometida, há de conduzir o administrador-juiz a
se afastar dessa atuação”, FERRAZ, Sérgio, Processo Administrativo, op. cit., p. 137.
73
Consulte-se, a propósito, STJ, Primeira Turma, Recurso Especial n° 600.752-SP, Relator
o Ministro Luiz Fux, julgado unânime em 17.06.2004: “A preservação da imparcialidade
jurisdicional revela interesse naturalmente indisponível, impondo exegese maleável e
finalística diante do caso concreto, em face do qual, em pequena comunidade, é lícito
conferir interpretação ampliativa aos casos de “incompatibilidade judicial” em defesa da
seriedade da jurisdição”.
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Imparcialidad judicial
Por otro lado, un importante precedente del STJ sugiere una línea de entendimiento más flexible y que parece ser más coherente
con los imperativos de legitimación del Poder Judicial y también más
cercana a los sistemas que controlan la apariencia de imparcialidad,
revelando una indispensable preocupación de esa Corte Superior
con la seriedad de la jurisdicción.73 El presente estudio sostiene que la
apariencia de imparcialidad debe ser objeto de tutela porque se cons­
tituye en un importante factor de legitimación del ejercicio de la
función jurisdiccional.
Acerca de la insuficiencia de “juicios de probabilidad”, vid. STF, Recurso en Acción de
Amparo n° 21.193, Sala Segunda, del Ministro Relator Celso de Mello, en fallo unánime del
04.04.1991. En la doctrina administrativa, por el contrario, se afirma que “tan indeclinable
es el deber de imparcialidad, que la simple suposición, en tesis, de que, aún en forma indirecta, ella pueda ser comprometida, que hay que inducir al administrador-juez a que
abandone esa causa”. FERRAZ, Sérgio, Processo Administrativo, op. cit., p. 137.
73
Consultar, a propósito, STJ, Sala Primera, Recurso Especial n° 600.752-SP, del Ministro
Relator Luiz Fux, fallo unánime del 17.06.2004: “La preservación de la imparcialidad jurisdiccional revela un interés naturalmente indisponible, imponiendo una exégesis maleable
y finalista delante del caso concreto, en atención al cual, en una comunidad pequeña, es
lícito conferirle una interpretación ampliativa a los casos de “incompatibilidad judicial” en
defensa de la seriedad de la jurisdicción”.
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Capítulo XI
Imparcialidade e Publicidade
Outra não é a preocupação quando se trata do sensível tema da
publicidade dos atos judiciais, objeto de atenção especial em tempos
recentes, quando da edição da EC n. 45/2004 (CF, art. 93, IX e X),
que nada fez senão ressaltar a exigência de que os julgamentos do
Poder Judiciário, em processos judiciais e/ou administrativos
(notadamente os disciplinares e os referentes à promoção e remoção
de magistrados) sejam públicos. E aqui não se trata apenas da
chamada publicidade interna dos atos processuais, que diz respeito
às comunicações às partes atuantes no processo (tratadas, então,
como atos de comunicação processual que possibilitam o pleno
exercício do contraditório). Cuida-se, na verdade, da chamada
publicidade externa, que legitima o exercício do próprio poder
jurisdicional perante toda a coletividade.74
74
Sobre publicidade interna e externa, vid. ALMADA, Roberto José Ferreira de, A Garantia
Processual da Publicidade, Editora Revista dos Tribunais, São Paulo, 2005, pp. 49 e seguintes.
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Capítulo XI
Imparcialidad y publicidad
No es otra la preocupación cuando se trata del tema sensible de la
publicidad de los actos judiciales, objeto de atención especial en
tiempos recientes en virtud de la edición de la EC N° 45/2004 (CF,
art. 93, IX y X) que no hizo otra cosa sino resaltar la exigencia de que
las sentencias del Poder Judicial en causas judiciales y/o administrativas (principalmente las disciplinarias y las relacionadas con la promoción y remoción de Magistrados) sean públicas. Y no se trata aquí
solo de la denominada publicidad interna de los actos procesales que
se refiere a las notificaciones efectuadas a las partes actuantes en el
juicio (tratadas entonces, como actos de notificación procesal que
posibilitan el ejercicio pleno del principio de contradicción). Se trata
en verdad, de la denominada publicidad externa que legitima el ejercicio del propio poder jurisdiccional ante toda la comunidad.74
74
Sobre publicidad interna y externa, vid. ALMADA, Roberto José Ferreira de, A Garantia
Processual da Publicidade, Editorial Revista dos Tribunais, São Paulo, 2005, pp. 49 y ss.
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Imparcialidade judicial
Com efeito, embora houvesse diversas normas estabelecendo a
publicidade dos julgamentos, tanto em processos judiciais (por
exemplo, CPC, art. 155 e art. 444; CPP, art. 792, CLT, art. 813), como
em processos administrativos (CF, art. 37, caput, que estabelece a
publicidade como princípio fundante da administração pública),
práticas igualmente amparadas na legislação (por exemplo,
LC n° 35/79, art. 27, § 6o), porém consideradas reprováveis, e
julgamentos excessivamente corporativistas75 ensejavam mudanças
que propiciassem maior transparência dos procedimentos e
julgamentos, e levaram o legislador a reformar a Constituição
Federal para acentuar tal exigência (CF, art. 93, IX e X), tornando
ainda mais restrita a excepcionalidade do sigilo, como se depreende
claramente da comparação entre os textos anteriores e os textos
resultantes da chamada reforma do Poder Judiciário.76 Como já se
disse – teria sido a Suprema Corte dos Estados Unidos da América –,
a luz do sol é o melhor desinfetante.
Sem embargo da procedência das críticas e do juízo positivo
acerca das alterações constitucionais, esse estudo ressalva apenas
a idéia de que, em diversas ocasiões, não apenas a intimidade
das pessoas está em jogo (nos termos da CF, art. 93, IX, em
contraposição ao interesse público na informação), mas também o
75
Cfr. AGRA, Walber de Moura, Comentários à Reforma do Poder Judiciário, Editora Forense,
Rio de Janeiro, 2005, p. 87.
76
Sobre o tema, vid., ainda VELOSO, Zeno e SALGADO, Gustavo Vaz, Reforma do
Judiciário Comentada, Editora Saraiva, São Paulo, 2005, pp. 70 e seguintes; e TEIXEIRA
FILHO, Manoel Antonio, Breves Comentários à Reforma do Poder Judiciário, Editora LTr., São
Paulo, 2005, pp. 49 e seguintes.
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Imparcialidad judicial
En efecto, si bien existían varias normas estableciendo la publicidad de los las sentencias, tanto en causas judiciales (por ejemplo,
CPC, art. 155 y art. 444; CPP, art. 792, CLT, art. 813), como en juicios
administrativos (CF, art. 37, caput, que establece la publicidad como
principio esencial de la administración pública), prácticas igualmente amparadas en la legislación (por ejemplo, LC N° 35/79, art. 27, §
6°), sin embargo consideradas reprobables, y sentencias excesivamente corporativistas75 constituían una oportunidad para realizar
cambios que permitiesen una mayor transparencia en los proce­
dimientos y sentencias y llevaron a los legisladores a reformar la
Constitución Federal para acentuar tal exigencia (CF, art. 93, IX y
X), haciendo así aún más restringido el carácter excepcional de la
confidencialidad, como se desprende claramente de la comparación
entre los textos anteriores y los textos resultantes de la denominada
reforma del Poder Judicial.76 Se le atribuye a la Suprema Corte de los
Estados Unidos de América haber dicho que la luz del sol es el mejor
desinfectante.
No obstante la procedencia de las críticas y del juicio positivo
sobre las modificaciones constitucionales, ese estudio formula apenas
una observación sobre la idea de que en distintas oportunidades, no
solo la intimidad de las personas está en juego (en los términos de la
CF, art. 93, IX, en contraposición con el interés público de la información) sino también lo que se convino en denominar “la serenidad de
75
Cfr. AGRA, Walber de Moura, Comentários à Reforma do Poder Judiciário, Forense, Rio de
Janeiro, 2005, p. 87.
76
Sobre el tema, vid., también VELOSO, Zeno y SALGADO, Gustavo Vaz, Reforma do
Judiciário Comentada, Saraiva, São Paulo, 2005, pp. 70 y siguientes; y TEIXEIRA FILHO,
Manoel Antonio, Breves Comentários à Reforma do Poder Judiciário, LTr, São Paulo, 2005,
pp. 49 y ss.
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Imparcialidade judicial
que se convencionou chamar “a serenidade dos julgamentos”77
(eis que os julgadores podem ter as suas sensibilidades exacerbadas
pela excessiva exposição midiática). É por isso que a Constituição
federal assegura o sigilo dos julgamentos proferidos pelo Tribunal
do Júri (CF, art. 5o, XXXVIII, b) – na verdade, mais acentuadamente,
proíbe-se qualquer comunicação com os jurados: a chamada
incomunicabilidade dos jurados (CPP, art. 458, § 1o). E a Constituição
Federal o faz, ainda que ao arrepio do princípio da publicidade
da jurisdição, com vistas a assegurar a referida serenidade dos
julgamentos e, indiretamente, para preservar a imparcialidade
dos julgamentos, consoante acentua a doutrina especializada78 e
a jurisprudência, inclusive e especialmente a jurisprudência do
STF,79 que entendeu que o sigilo das votações do Tribunal do Júri foi
recepcionada pela Constituição Federal de 1988.
A própria credibilidade dos magistrados (e, por conseguinte,
da própria jurisdição) pode ser colocada em questão em razão da
publicidade de debates sobre a qualidade dos seus julgamentos
ou mesmo da respectiva eficiência (na linha do que decidia o STF
antes da EC 45/2004),80 o que interfere na própria legitimidade do
Poder Judiciário e eventualmente justifica o sigilo dos respectivos
julgamentos (ou de parte deles) – ressalva que não pretende autorizar
77
Cfr. BERGEL, Jean-Louis, Teoria Geral do Direito (tradução brasileira de Théorie Génerale
du Droit por Maria Ermantina Galvão), Martins Fontes, São Paulo, 2001, p. 447.
78
Cfr. SCHREIBER, Simone, A Publicidade Opressiva..., op. cit., p. 220.
79
STF, Agravo Regimental 140.975, Segunda Turma, Relator o Ministro Paulo Brossard,
julgado unânime em 23.06.1992.
80
STF, Mandado de Segurança n° 24.501, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Carlos Velloso,
julgado por maioria em 18.02.2004.
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Imparcialidad judicial
las sentencias77 (ya que puede suceder que se exacerbe la sensibilidad de quienes juzgan como consecuencia de una excesiva expo­
sición mediática). Es por eso que la Constitución Federal asegura la
confidencialidad de las sentencias dictadas por el Jurado (CF, art. 5°,
XXXVIII, b), en verdad, se pone el énfasis en prohibir toda comuni­
cación con los jurados: la denominada incomunicabilidad de los
jurados (CPP, art. 458, § 1°). Y la Constitución Federal lo hace, si
bien contra la corriente del principio de la publicidad de la juris­
dicción con la intención de asegurar la citada serenidad de las sentencias e, indirec­tamente para preservar la imparcialidad de las
mismas, según la doctrina especializada78 y la jurisprudencia, inclusive y especialmente, la jurisprudencia del STF79 que entendió que
el carácter secreto de las votaciones del Jurado fue incorporado por la
Constitución Federal de 1988.
La propia credibilidad de los Magistrados (y por consiguiente de
la propia jurisdicción) puede ser cuestionada en razón de la publicidad de debates sobre la calidad de sus sentencias o aun de su respectiva eficacia (dentro de la línea de lo que decidía el STF antes de
la EC 45/2004),80 lo que interfiere con la propia legitimidad del
Poder Judicial y eventualmente justifica el carácter reservado de las
respectivas sentencias (o de parte de las mismas), salvedad que no
77
Cfr. BERGEL, Jean-Louis, Teoria Geral do Direito, traducción de Maria Ermantina Galvão,
Martins Fontes, São Paulo, 2001, p. 447.
78
Cfr. SCHREIBER, Simone, A Publicidade Opressiva..., op. cit., p. 220.
79
STF, Recurso de Apelación Reglamentario 140.975, Sala Segunda, del Ministro Relator Paulo Brossard, fallo unánime del 23.06.1992.
80
STF, Recurso de Amparo n° 24.501, Tribunal en Pleno, del Ministro Relator Carlos
Velloso, resuelto por mayoría el 18.02.2004.
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Imparcialidade judicial
a prolação de julgamentos corporativistas encorajados pela falta
de transparência dos Tribunais.
Dentre outras funções,81 a publicidade dos procedimentos e
especialmente das audiências e julgamentos impede que a confiança
na justiça (e na imparcialidade) dos julgamentos esteja sujeita a
suspeitas82 ou pelo menos atenua suspeitas que os julgamentos
sigilosos suscitam, o que toca sensivelmente à imparcialidade dos
juízes.
É nesse sentido que o presente estudo permite sugerir a reflexão
acerca da adoção da tutela da confiança ou da aparência de
imparcialidade dos juízes, em razão da qual se permitiria a recusa
do juiz pelas partes quando ele não ostentasse essa aparência de
imparcialidade capaz de inspirar a confiança dos jurisdicionados, a
exemplo do que se sustenta em diversos outros ordenamentos
jurídicos,83 onde o temor de parcialidade justifica o afastamento do
81
Sobre a publicidade, vid. ALMADA, Roberto José Ferreira de, A Garantia..., op. cit., p. 91:
“Por meio da motivação e da publicidade das decisões, a um só tempo, é que se pode
denotar a independência e a imparcialidade do juiz, afastando o perigo do arbítrio e da
ditadura judicial”.
82
Cfr. HEYDE, Wolfgang, “La Jurisdicción”, pp. 767-822, esp. p. 801. BERGEL, Jean-Louis,
Teoria Geral..., op. cit., pp. 447/448: “Em compensação, a publicidade dos debates parece
indispensável para garantir-lhes a lealdade, pois a presença ao menos virtual do público
serve de testemunha ao respeito das formas, à imparcialidade do juiz e à regularidade dos
debates”.
83
Novamente conforme LARENZ, Karl, Derecho Justo..., op. cit., p. 183: “Para la recusa­ción no
es necesario que el juez esté realmente implicado. Basta la concurrencia de uma causa legal suficiente
para justificar la desconfianza de la parte sobre su imparcialidad. Se trata de la confianza em la
justicia. Más concretamente: de la imparcialidade de esta juez em este asunto. Es esta confianza lo que
debe ser ampliamente tutelada”.
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Imparcialidad judicial
pretende autorizar el dictado de sentencias corporativistas estimuladas por la falta de transparencia de los tribunales.
Entre otras funciones,81 la publicidad de los procedimientos y especialmente de las audiencias y sentencias impide que la confianza
en la justicia (y en la imparcialidad) de las sentencias esté sometida
a sospechas82 o por lo menos, atenúa las sospechas que despiertan
las sentencias secretas, lo que atañe sensiblemente a la imparcialidad de los jueces.
En tal sentido el presente estudio permite sugerir la reflexión
acerca de la adopción de la tutela de la confianza o de la apariencia
de imparcialidad de los jueces, en virtud de lo cual se permitiría la
recusación del Juez por las partes cuando éste no ostentase esa apa­
riencia de imparcialidad capaz de inspirar la confianza de aquellas
personas sometidas a jurisdicción, a ejemplo de lo que se sostiene
en varios otros ordenamientos jurídicos83 donde el temor a la parcia-
81
Sobre la publicidad, vid. ALMADA, Roberto José Ferreira de, A Garantia ..., op. cit., p. 91:
“Por medio de la motivación y de la publicidad de las decisiones, en un mismo momento, es
que se puede denotar la independencia y la imparcialidad del juez, alejando el peligro de la
arbitrariedad y de la dictadura judicial”.
82
Cfr. HEYDE, Wolfgang, “La Jurisdicción”, ..., op. cit., p. 767-822, esp. p. 801. BERGEL,
Jean-Louis, Teoria Geral..., op. cit., pp. 447/448: “En compensación, la publicidad de los debates parece indispensable para garantizarles la lealtad, pues la presencia al menos virtual
del público sirve de testigo del respeto a las formas, a la imparcialidad del juez y a la regularidad de los debates”.
83
Nuevamente según LARENZ, Karl, Derecho Justo..., op. cit., p. 183: “Para la recusación
no es necesario que el juez esté realmente implicado. Basta la concurrencia de una causa
legal suficiente para justificar ladesconfianza de la parte sobre su imparcialidad. Se trata
de la confianza en la justicia. Más concretamente: de la imparcialidad de este juez en este
asunto. Es esta confianza lo que debe ser ampliamente tutelada”.
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Imparcialidade judicial
juiz, ainda que seja fundado em simples indícios, desde que sejam
suficientes para despertar suspeitas quanto à imparcialidade do
mesmo.84
Na verdade, de certa forma, a tutela da confiança e da aparência
de imparcialidade já se pratica entre nós com relação a juízes
leigos que integram o Tribunal do Júri, os quais podem ser recusados
imotivadamente (a chamada recusa peremptória prevista no CPP,
art. 459, § 2o) ou afastados quando a manutenção do julgamento
não inspirar confiança, o que se dá através do desaforamento (CPP,
art. 427, com a redação dada pela Lei n° 11.689/08).
Ambos os fenômenos são referidos mais detidamente abaixo,
registrando-se desde logo que podem ser fundados na simples
dúvida quanto à imparcialidade dos julgadores (a qual, aliás, sequer
necessita ser motivada). Nesse sentido, por coerência, em havendo
dúvida fundada e razoável, também o juiz togado deveria ser
afastado. Reitera-se, então: a confiança na imparcialidade é
importante condição de legitimidade democrática dos julgamentos
do Poder Judiciário e do exercício do poder jurisdicional.
84
Consoante anota SCHONKE, Adolf, Derecho Procesal Civil (tradução espanhola por
Prieto Castro, sem indicação do título original), Casa Editorial Bosch, Barcelona, 1950,
p. 75: “Además puede ser recusado um Juez o Secretario por dicho temor de parcialidad.
Cabe la recusación por esta causa cuando existan determinadas circunstancias suficientes
para justificar la desconfianza sobre la imparcialidad de un Juez (§ 42). Una desconfianza
general indeterminada, a la cual no sirvan de base hechos concretos, no es sufiente.
De outra parte no es necesario acreditar que el Juez se dejará influir em su actididade
judicial por las circunstancias que se expongan; basta, según há declarado la jurisprudência,
que existan indícios objetivos que racionalmente sean suficientes para despertar sospechas
contra la imparcialidad del Juez”.
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Imparcialidad judicial
lidad justifica el alejamiento del Juez, aun cuando ese alejamiento
esté fundamentado en simples indicios, siempre que sean suficientes
para despertar sospechas en cuanto a la imparcialidad del mismo.84
En verdad y de cierta manera, la tutela de la confianza y de la
apariencia de imparcialidad ya se practica entre nosotros con relación a los jueces legos que integran jurados, los que pueden ser recusados sin motivo (la denominada recusación perentoria contemplada
en el CPP, art. 459, § 2°) o excluidos cuando la sentencia no inspire
confianza, lo que se da a través del traslado de jurisdicción (CPP,
art. 427, con la redacción de la Ley N ° 11.689/08).
Ambos fenómenos se relatan luego más detenidamente, registrándose desde luego, que pueden estar fundados en la simple duda
sobre la imparcialidad de quienes juzgan (la que, por otro lado, ni
siquiera necesita ser motivada). En ese sentido, por coherencia y
existiendo duda fundada y razonable, también el Juez togado debería ser excluido. Se reitera entonces: la confianza en la imparcialidad
es importante condición de legitimidad democrática de las sentencias del Poder Judicial y del ejercicio del poder jurisdiccional.
84
En el mismo sentido se manifiesta SCHONKE, Adolf, Derecho Procesal Civil, traducción de Prieto Castro, Casa Editorial Bosch, Barcelona, 1950, p. 75: “Además puede ser
recusado un Juez o Secretario por dicho temor de parcialidad. Cabe la recusación por
esta causa cuando existan determinadas circunstancias suficientes para justificar la desconfianza sobre la imparcialidad de un Juez (§ 42). Una desconfianza general indeter­
minada, a la cual no sirvan de base hechos concretos, no es suficiente. Por otra parte no
es necesario acreditar que el Juez se dejará influir en su actividad judicial por las circunstancias que se expongan; basta, según ha declarado la jurisprudencia, que existan indicios objetivos que racionalmente sean suficientes para despertar sospechas contra la
imparcialidad del Juez”.
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Capítulo XII
Imagem da Justiça
A imparcialidade tornou-se tão relevante na cultura jurídica ocidental
que alterou a própria imagem da justiça – ou, melhor dizendo, a
imagem que se faz da justiça ou a imagem através da qual se
representa a justiça. A arte, nas suas mais variadas expressões
(literatura, escultura, pintura etc.), é um discurso simbólico a partir
de cuja interpretação é possível tentar compreender as complexas
relações de poder em uma dada sociedade em um determinado
momento histórico.85
A “vara”, por exemplo (e a exemplo da espada, referida abaixo),
é símbolo de autoridade e coerção desde a antiguidade e, durante
85
Sobre os símbolos da justiça, veja-se a muito consistente pesquisa de HOMEM,
António Pedro Barbas, Judex Perfectus..., op. cit., p. 793 e seguintes – esp. p. 794: “A utilização
das artes plásticas e, em especial, a interpretação do discurso simbólico aí contido – e que
podemos encontrar nas obras de Vico, de Michelet ou de Gibbons -, constitui um exemplo
dessa descoberta da iconografia como representação do poder e da organização social e,
enquanto tal, como objecto enquadrável nos utensílios metodológicos do historiador”.
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Capítulo XII
Imagen de la justicia
La imparcialidad se volvió tan importante en la cultura jurídica occidental que modificó la propia imagen de la justicia, o mejor dicho, la
imagen que se construye de la justicia o la imagen a través de la cual
se representa a la justicia. El arte en sus más variadas expresiones
(literatura, escultura, pintura, etc.), es un discurso simbólico a partir
de cuya interpretación es posible intentar comprender las complejas
relaciones del poder en una determinada sociedad y en un determinado momento histórico.85
El bastón por ejemplo ( como la espada, abajo citada), es símbolo de autoridad y coerción desde la antigüedad y, durante algún
85
Sobre los símbolos de la justicia, ver la muy consistente investigación de HOMEM, António Pedro Barbas, Judex Perfectus..., op. cit., p. 793 y ss-esp. p. 794: “La utilización de las artes
plásticas y, en especial, la interpretación del discurso simbólico allí contenido y que podemos
encontrar en las obras de Vico, de Michelet o de Gibbons, constituye un ejemplo de ese
descubrimiento de la iconografía como representación del poder y de la organización social
y, como tal, como objeto encuadrable en las herramientas metodológicas del historiador”.
305
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Imparcialidade judicial
algum tempo, teve as suas dimensões e desenho definidos pelas
normas vigentes.86 Até hoje é empregada para externar esses
poderes, ao se falar em condução sob vara de uma testemunha que
falta à audiência (CPC, art. 412). O mesmo vale para as vestimentas
dos magistrados e para vários outros símbolos da justiça – e,
principalmente, para a própria justiça.
Historicamente, a justiça fora representada através das mais
variadas alegorias e imagens, durante muito tempo vinculadas
a valores religiosos e régios, muitas vezes, consensualmente, com
referências à balança, que funciona como símbolo da virtude e do
equilíbrio.87 Desde as antiguidades egípcia e grega, passando pelos
tempos romanos, a justiça era designada ou retratada como
uma mulher, que seria uma divindade e que empunhava uma
balança – símbolo da igualdade (ou equidade) –, à qual depois foi
agregada uma espada. São símbolos de imperatividade e equidade
que até hoje ornamentam os átrios e as salas dos tribunais, inclusive
de muitos tribunais brasileiros.
Em tempos recentes, a imagem da mulher com uma venda nos
olhos, que originalmente fora concebida para retratar criticamente
a justiça (com efeito, originariamente as descrições da justiça a
retratavam de olhos “bem abertos”), designando ignorância ou
86
Cfr. Ibidem; p. 811. Vide ainda, sobre o emblema formal da justiça, HELLER, Agnes, Além
da Justiça (tradução brasileira de Beyond Justice por Savannah Hartmann), Editora Civilização
Brasileira, Rio de Janeiro, 1998, pp. 27/28.
87
Cfr. HOMEM, António Pedro Barbas, Judex Perfectus..., op. cit., p. 803.
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307
Imparcialidad judicial
tiempo, sus dimensiones y diseño fueron definidos por las normas
vigentes.86 Hasta ahora se lo emplea para simbolizar esos poderes,
al hablarse de conducción con bastón de un testigo que falta a la audiencia (CPC, art. 412). Lo mismo se aplica a las vestimentas de los
Magistrados y a varios otros símbolos de la justicia y, principalmente, a la propia justicia.
Históricamente la justicia fue representada a través de las más
variadas alegorías e imágenes (vinculadas durante mucho tiempo
a valores religiosos y regios), muchas veces, consensualmente, referidas a la balanza, que funciona como símbolo de la virtud y del
equilibro.87 Desde la antigüedad egipcia y griega, pasando por los
romanos, la justicia era presentada o retratada como una mujer,
que sería una divinidad y sostenía una balanza, símbolo de igualdad
(o equidad), y a la que después se le agregó una espada. Son símbolos de imperatividad y equidad que hasta hoy ornamentan los atrios
y salas de los tribunales, inclusive de muchos tribunales brasileños.
En épocas recientes, la imagen de la mujer con una venda en los
ojos, que originalmente fue concebida para retratar críticamente a
la justicia (anteriormente, las descripciones de la justicia la retrataban con los ojos “bien abiertos”), indicando ignorancia o corrupción,
86
Cfr. Ibidem; p. 811. Ver también, sobre el emblema formal de la justicia, HELLER, Agnes,
Além da Justiça, traducción de Savannah Hartmann, Civilização Brasileira, Rio de Janeiro,
1998, pp. 27/28.
87
Cfr. HOMEM, António Pedro Barbas, Judex Perfectus..., op. cit., p. 803.
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308
Imparcialidade judicial
corrupção, sofreu notável e relevante mutação, passando a ser
utilizada para simbolizar a imparcialidade dos julgadores.88
A venda nos olhos, que contraditoriamente impediria o adequado
manejo dos outros instrumentos que eram segurados (a balança e
a espada), representa o juiz que decide sem ver ou considerar as
pessoas que estão sendo julgadas, com imparcialidade89 e eqüidade90
– essa imagem é hoje um símbolo socialmente difundido e aceito.
88
Sobre a evolução da imagem da justiça, vid. COVER, Robert M.; FISS, Owen; RESNIK,
Judith, Procedure, The Foundation Press, New York, 1988, p. 1230. Diversamente, FERRAZ
JÚNIOR., Tércio Sampaio, Introdução ao Estudo do Direito – Técnica, Decisão, Dominação,
2a Edição, Editora Atlas, São Paulo, 1994, pp. 32/33, que indica a existência da venda
desde os romanos (não, contudo, entre os gregos).
89
Cfr. RADBRUCH, Gustav, Introducción a la Filosofia del Derecho (tradução mexicana de
Vorschule des Rechtsphilosophie por Wenceslao Roces), Fondo de Cultura Económica,
Mexico, 1951, p. 141: “(...) la venda habíase convertido ya de una befa en atributo de
la Justicia, es decir, en el símbolo del juez que falla sin fijarse en las personas”. Para
uma interessante crítica da imagem, vid. FRANK, Jerome, “The unblindfolding of Justice”,
In Courts on Trial – Myth and Reality in American Justice, Princeton University Press, Princeton,
1949, pp. 378-391. HELLER, Agnes, Além da..., op. cit., p. 27: “Restringimos aqui nossa
discussão quanto ao emblema do conceito formal de justiça. A divindade é vendada por
razões muito boas: ela não precisa ver atos estão sendo pesados. A justiça precisa ser
impessoal e imparcial”. Em vernáculo, veja-se a crítica de PORTANOVA, Rui, Princípios
do Processo Civil, 3a Edição, Livraria do Advogado Editora, Porto Alegre, 1999, p. 79:
“Tradicionalmente a imparcialidade é representada por uma mulher com olhos vendados
e com uma espada numa mão e a balança equilibrada noutra. Contudo, não há negra, é
temeridade dar uma espada a quem está de olhos vendados. Ademais, como visto no
princípio jurídico, muitas vezes a balança está desequilibrada. Logo, o mais correto é
manter os olhos da Justiça bem abertos para ver as desigualdades e igualá-las”.
90
Cfr. HOMEM, António Pedro Barbas, Judex Perfectus..., op. cit., p. 804: “A justiça deve
ser igual para todos: omnibus aequa (LXIV). O emblema da equidade é uma figura
feminina com os olhos vendados, sobre um leão domado, empunhando numa mão
a balança da justiça e noutra mão uma espada”. HÖFFE, Otfried, Justiça Política –
Fundamentação de uma filosofia crítica do direito e do estado, tradução brasileira de Politische
Gerechtigkeit por Ernildo Stein, Editora Vozes, Petrópolis, 1991, p. 39: “Pode-se aduzir,
para o consenso imperante sobre o princípio da imparcialidade, a tradição das belas-artes
que representam a justiça o mais das vezes com olhos vendados e ainda com uma
balança na mão”.
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Imparcialidad judicial
sufrió una notable y relevante transformación, pasando dicha venda
a utilizarse para simbolizar la imparcialidad de los jueces.88
La venda en los ojos que contradictoriamente impediría el adecuado manejo de los demás elementos que sostenía (la balanza y la
espada), representa al Juez que decide sin ver o considerar a las personas a quienes juzga, con imparcialidad89 y equidad.90 Esa imagen
es hoy un símbolo socialmente difundido y aceptado.
88
Sobre la evolución de la imagen de la justicia, vid. COVER, Robert M.; FISS, Owen;
RESNIK, Judith, Procedure, The Foundation Press, New York, 1988, p. 1230. En oposición,
FERRAZ JÚNIOR., Tércio Sampaio. Introdução ao Estudo do Direito-Técnica, Decisão, Domi­
nação, 2a Edición, Atlas, São Paulo, 1994, pp. 32/33, que indica la existencia de la venta
desde los romanos (no, sin embargo, entre los griegos).
89
Cfr. RADBRUCH, Gustav, Introducción a la Filosofía del Derecho, traducción de Wenceslao Roces, Fondo de Cultura Económica, México, 1951, p. 141:“(...) la venta se había convertido ya de una befa en atributo de la Justicia, es decir, en el símbolo del juez que falla sin
fijarse en las personas”. Para una interesante crítica de la imagen, vid. FRANK, Jerome,
“The unblindfolding of Justice”, en Courts on Trial-Myth and Reality in American Justice,
Princeton University Press, Princeton, 1949, pp. 378-391. HELLER, Agnes, Além da..., op.
cit., p. 27: “Restringimos aquí nuestra discusión en cuanto al emblema del concepto
formal de justicia. La divinidad es vendada por razones muy buenas: ella no necesita ver
actos que se están pesando. La justicia necesita ser impersonal e imparcial”. En vernáculo,
ver la crítica de PORTANOVA, Rui, Princípios do Processo Civil, 3a Edición, Livraria do Advogado Editorial, Porto Alegre, 1999, p. 79: “Tradicionalmente la imparcialidad se representa a través de una mujer con ojos vendados y una espada en una mano y la balanza
equilibrada en la otra. Sin embargo, no hay regla, es una temeridad dar una espada a
quien está con los ojos vendados. Además, como al principio de los tiempos jurídicos, muchas veces la balanza está desequilibrada. Ergo, lo más correcto es mantener los ojos de
la Justicia bien abiertos para ver las desigualdades e igualarlas”.
90
Cfr. HOMEM, António Pedro Barbas, Judex Perfectus..., op. cit., p. 804: “La justicia
debe ser igual para todos: omnibus aequa (LXIV). El emblema de la equidad es una figura femenina con los ojos vendados, sobre un león domado, empuñando en una
mano la balanza de la justicia y en la otra mano una espada”. HÖFFE, Otfried, Justiça
Política-Fundamentação de uma filosofia crítica do direito e do estado, traducción de
Ernildo Stein, Vozes, Petrópolis, 1991, p. 39: “Se puede aducir, para el consenso im­
perante sobre el principio de la imparcialidad, la tradición de las bellas artes que representan a la justicia la mayoría de las veces con ojos vendados y con una balanza
en la mano”.
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Imparcialidade judicial
Essa aceitação, todavia, não se dá sem críticas contundentes
das mais varias ordens, desde a ênfase religiosa até a inadequação
da venda,91 chegando ao punctum pruriens de se considerar que
essa imagem representa a justiça puramente formal, autorizando
a aplicação implacável da lei, completamente despreocupada com as
respectivas consequências (dura lex sed lex).92 De qualquer forma,
a imagem socialmente aceita e difundida da justiça (e do juiz que a
exerce) acentua a tese de que justiça e imparcialidade são idéias
que se co-implicam.93
91
Cfr. SUNSTEIN, Cass, Legal Reasoning and Political Conflict, Oxford University Press,
New York, 1996, p. 3: “There is a familiar image of justice. She is a single figure. She is a
goddess, emphatically not a human being. She is blindfolded. She holds a scale. In the
real world, the law cannot be represented by a single figure. Legal institutions consist of
many people. Courts are rus by human beings, not by a god or goddess. Judges need not
be blindfolded; what they should be blind to is perhaps the key question for law. And
judges have no scale. Far from having a scale, they must operate in the face of a particular
kind of social heterogeneity: sharp and often intractable disagreements on matters of
basic principle”.
92
A colocação é de PERELMAN, Chaïm, Lógica Jurídica (tradução brasileira de Logique
Juridique por Vergínia P. Pupi), Editora Martins Fontes, São Paulo, 1998, p. 33: “Mas, para
que a pesagem seja feita de modo imparcial, desprovido de paixão – o que quer dizer, sem
temor, sem ódio e também sem piedade –, é necessário que a justiça tenha os olhos
vendados, que não veja as conseqüências do que faz: dura lex, sed lex”. Vide ainda HELLER,
Agnes, Além da..., op. cit., p. 28: “Ela não pode ser influenciada por gostar ou desgastar, por
paixão ou interesse, nem ser influenciada por caridade, piedade ou grandeza de coração.
Essas últimas avaliações são tão importantes quanto as primeiras. Se dez pessoas são
sentenciadas à morte, de acordo com as exigências de certas normas e regras, e alguém
for movido por piedade e salvar apenas uma delas, esse alguém é injusto. Pois aquele que
pratica tal exceção o faz por se tratar de pessoa amiga ou parente, ou porque o move a
dignidade natural do comportamento do réu diante da iminente execução. Clemência
e perdão são justos apenas se praticados de acordo com normas e regras. Ações
motivadas pelos mais sublimes sentimentos podem ser iníquas. Ser justo é uma virtude
fria, às vezes até mesmo cruel.Quão branda ou quão impiedosa na verdade depende das
próprias normas e regras, mas esse problema não pode ser levado a uma discussão no
conceito formal de justiça”.
93
Cfr. PERELMAN, Chaim, Justice, Random House, New York, 1967, p. 20: “The blindfold
that traditionally covers the eyes of statues of justice attests to the fact that for justice
nothing matters but the results of the weighing; it will not let itself be influenced by any
other considerations. Love extends favors; justice concerns itself with being impartial.
Love is strictly personal; justice knows no acceptance of individuals”.
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Imparcialidad judicial
Esa aceptación sin embargo, no carece de variadas y contundentes críticas, desde el énfasis religioso hasta la inadecuación de la
venda,91 llegándose al punctum pruriens de considerar que esa imagen representa a la justicia puramente formal, autorizando la aplicación implacable de la ley, completamente despreocupada de las
respectivas consecuencias (dura lex sed lex).92 De cualquier manera,
la imagen socialmente aceptada y difundida de la justicia (y del Juez
que la ejerce) acentúa la tesis de que la justicia y la imparcialidad
son ideas que se complican.93
91
Cfr. SUNSTEIN, Cass, Legal Reasoning and Political Conflict, Oxford University Press,
New York, 1996, p. 3: “There is a familiar image of justice. She is a single figure. She is a
goddess, emphatically not a human being. She is blindfolded. She holds a scale. In the
real world, the law cannot be represented by a single figure. Legal institutions consist of
many people. Courts are rus by human beings, not by a god or goddess. Judges need not
be blindfolded; what they should be blind to is perhaps the key question for law. And
judges have no scale. Far from having a scale, they must operate in the face of a particular kind of social heterogeneity: sharp and often intractable disagreements on matters
of basic principle”.
92
La opinión es de PERELMAN, Chaïm, Lógica Jurídica, traducción de Vergínia P. Pupi,
Martins Fontes, São Paulo, 1998, p. 33: “Pero, para que el pesaje se realice de modo
imparcial, desprovisto de pasión –lo que quiere decir, sin temor, sin odio y también sin
piedad–, es necesario que la justicia tenga los ojos vendados, que no vea las consecuencias de lo que hace: dura lex, sed lex”. Ver también HELLER, Agnes, Além da..., op. cit.,
p. 28: “Ella no puede ser influenciada por gusto o disgusto, por pasión o interés, ni ser
influenciada por caridad, piedad o grandeza de corazón. Esas últimas consideraciones
son tan importantes como las primeras. Si diez personas son condenadas a muerte, de
acuerdo a las exigencias de ciertas normas y reglas, y alguien actuara por piedad y
salvara apenas a una de ellas, ese alguien es injusto. Pues aquel que practica tal excepción lo hace por tratarse de una persona amiga o pariente, o porque lo mueve la dig­
nidad natural del comportamiento del reo ante la inminente ejecución. Clemencia y
perdón son justos sólo si se practican de acuerdo a normas y reglas. Las acciones motivadas por los más sublimes sentimientos pueden ser inicuas. Ser justo es una virtud
fría, a veces hasta cruel. Cuán blanda o cuán impiedosa en verdad, depende de las propias
normas y reglas, pero ese problema no puede ser llevado a una discusión en el concepto
formal de justicia”.
93
Cfr. PERELMAN, Chaim, Justice, Random House, New York, 1967, p. 20: “The blindfold
that traditionally covers the eyes of statues of justice attests to the fact that for justice
nothing matters but the results of the weighing; it will not let itself be influenced by any
other considerations. Love extends favors; justice concerns itself with being impartial. Love
is strictly personal; justice knows no acceptance of individuals”.
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Capítulo XIII
Aplicação em
Quaisquer Processos
Em se tratando de atributo inafastável da função de julgar, a
imparcialidade deve ser observada por quaisquer pessoas que
exerçam função jurisdicional, em caráter temporário ou permanente,
sejam juízes togados (em jurisdição contenciosa ou voluntária),94
árbitros95 (nos termos da Lei n° 9.307/96, art. 13, § 6°, e art. 21, § 2°,
e de diversos Regulamentos de entidades arbitrais)96 ou juízes leigos,
aí incluindo-se, exemplificativamente, os membros dos tribunais do
júri (indiretamente através do CPP, art. 427, com a redação dada
pela Lei n° 11.689/08), os juízes leigos atuantes perante os Juizados
Especiais Cíveis (Lei n° 9.099/95, art. 7o) e as autoridades políticas
94
Cfr. BARBI, Celso Agrícola, Comentários ao..., op. cit., p. 411.
95
Sobre os árbitros, confira-se o escólio de GUIMARÃES, Luiz Machado, “Arbitrador,
arbitramento, árbitro”, In Estudos de Direito Processual Civil, Editora Jurídica e Universitária.,
Rio de Janeiro, 1969, pp. 108-116, esp. p.116.
96
Cfr. LEMES, Selma Maria Ferreira, “Árbitro: o padrão de conduta ideal”, In Arbitragem – A nova
lei brasileira (9.307/96) e a praxe internacional, Editora LTr, São Paulo, 1996, pp. 243-279.
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Capítulo XIII
Aplicación en cualquier
clase de juicio
Tratándose de un atributo que no se puede separar de la función de
juzgar, la imparcialidad debe ser observada por cualquier persona
que ejerza una función de juzgar, temporaria o permanentemente,
ya fueren jueces togados (en jurisdicción contenciosa o voluntaria),94
árbitros95 (de acuerdo con las disposiciones de la Ley N° 9.307/96, art.
13, § 6°, y art. 21, § 2° y de distintas normas de entidades arbitrales)96
o jueces legos, incluyéndose entre los mismos, a modo de ejemplo,
los miembros de los jurados (indirectamente a través del CPP,
art. 427, con la redacción de la Ley N° 11.689/08), los jueces legos
94
Cfr. BARBI, Celso Agrícola, Comentários ao..., op. cit., p. 411.
95
Sobre los árbitros, vid., la opinión de GUIMARÃES, Luiz Machado, “Arbitrador, arbitramento, árbitro”, en Estudos de Direito Processual Civil, Jurídica e Universitária, Rio de Janeiro,
1969, pp. 108-116, esp. p.116.
96
Cfr. LEMES, Selma Maria Ferreira, “Árbitro: o padrão de conduta ideal”, en Arbitragem­A nova lei brasileira (9.307/96) e a praxe internacional, Editorial LTr, São Paulo, 1996, pp. 243-279.
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Imparcialidade judicial
que participem como julgadoras em processo de impeachment
(v.g. Lei n° 1.079/50 art. 36), em outros processos de cassação de
mandatos políticos (v.g. DL n° 201/1967, art. 5o, I – consoante
acentuado pela doutrina)97 ou mesmo em processos administrativos
em geral. Até mesmo em sede de jurisdição eclesiástica, a imparcialidade
é objeto de atenção especial, condicionando o exercício do poder
de julgar (consoante o Código de Direito Canônico, Cânones 1447
e 1448).98
Apenas no que diz respeito aos árbitros, uma ressalva parece
pertinente. Embora a doutrina se refira à incorporação per relationem
do elenco das causas de impedimento e suspeição do CPC à Lei de
Arbitragem,99 é prática admitida em sede arbitral a indicação
de árbitros que, no painel arbitral, funcionam como advogados
das partes (espécie de party-appointed arbitrators), situação em que
ao menos o “presidente” do painel deve resguardar a respectiva
97
Cfr. REALE, Miguel e REALE JÚNIOR, Miguel, “Natureza jurídico-política do impeachment”,
In REALE, Miguel, Questões de Direito, Editora Sugestões Literárias, São Paulo, 1981,
pp. 67-77, esp. p. 74: “Juiz impedido é juiz inábil para o caso determinado. A imparcialidade
é (...) pressuposto imprescindível a qualquer forma de julgamento, (...) também imperantes
no processo político-penal de cassação de mandato”.
98
Nos textos originais: Can. 1447. Qui causae interfuit tamquam iudex, promoter iustitiae,
defensor vinculi, procurator, advocatus, testis aut peritus, nequit postea valide eandem causam in alia
instantia tamquam iudex definire aut in eadem munus assessoris sustinere. Can. 1448, § 1. Iudex
cognoscendam ne suscipiat causam, in qua ratione cansanguinitatis vel affinitatis in quolibet grandu
lineae rectae et usque ad quartum gradum lineae collateralis, vel rationae tutelae et curatelae, intimae
vitae consuetudinis, magnae simultatis, vel lucri faciendi aut damni vitandi, aliquid ipsius intersit. Nas
traduções autorizadas: Can 1447- Quem participou de uma causa na qualidade de juiz,
promotor de justiça, defensor do vínculo, procurador, advogado, testemunha ou perito,
não pode, posteriormente definir validamente, como juiz essa causa em outra instância ,
ou nela exercer função de assessor. Can 1448- § 1. O juiz não comece a conhecer de uma
causa, à qual esteja, de algum modo, ligado em razão de consangüinidade ou afinidade em
qualquer grau da linha reta e até o quarto grau da linha colateral, em razão de tutela ou
curatela, de intimidade pessoal, de grande rivalidade, de auferir lucro ou evitar prejuízo.
99
Cfr. CARMONA, Carlos Alberto, Arbitragem e Processo – Um Comentário à Lei n° 9307/96,
2a Edição, Editora Atlas, São Paulo, 2004, p. 216.
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Imparcialidad judicial
actuantes en los Juzgados Especiales Civiles (Ley 9.099/95, art. 7°) y
las autoridades políticas que participen como juzgadoras en juicios
políticos (v.g. Ley N° 1.079/50 art. 36), en otros juicios de privación
de mandatos políticos (v.g. DL N° 201/1967, art. 5°, I de acuerdo
con lo enfatizado por la doctrina)97 o también en juicios administrativos en general. Aun en sede de jurisdicción eclesiástica, la imparcialidad es objeto de atención especial y condiciona el ejercicio del
poder de juzgar (según el Código de Derecho Canónico, Cánones
1447 y 1448).98
Pero hay una salvedad que parece pertinente en lo que se refiere
a los árbitros. Si bien la doctrina se refiere a la incorporación per rela­
tionem del listado de las causales de impedimento y sospecha del
CPC a la Ley de Arbitraje,99 es práctica admitida en la sede arbitral la
designación de árbitros que en el panel arbitral, funcionan como
abogados de las partes (especie de party-appointed arbitrators), situa-
97
Cfr. REALE, Miguel y REALE JÚNIOR, Miguel, “Natureza jurídico-política do impeachment”, en REALE, Miguel, Questões de Direito, Editorial Sugestões Literárias, São Paulo, 1981,
pp. 67-77, esp. p. 74: “Juez recusado es juez inhábil para el caso determinado. La imparcialidad es (...) presupuesto imprescindible a cualquier forma de juzgamiento, (...) también
imperantes en el proceso político-penal de pérdida de un mandato”.
98
En los textos originales: Can. 1447. Qui causae interfuit tamquam iudex, promoter iustitiae,
defensor vinculi, procurator, advocatus, testis aut peritus, nequit postea valide eandem causam in alia
instantia tamquam iudex definire aut in eadem munus assessoris sustinere. Can. 1448, § 1. Iudex
cognoscendam ne suscipiat causam, in qua ratione cansanguinitatis vel affinitatis in quolibet grandu
lineae rectae et usque ad quartum gradum lineae collateralis, vel rationae tutelae et curatelae, intimae
vitae consuetudinis, magnae simultatis, vel lucri faciendi aut damni vitandi, aliquid ipsius intersit.
En las traducciones autorizadas: Can 1447- Quien participó de una causa en calidad de
juez, fiscal, defensor del vínculo, apoderado, abogado, testigo o perito, no puede, posteriormente definir válidamente, como juez esa causa en otra instancia, o ejercer en ella una
función de asesor. Can 1448- § 1. El juez no debe comenzar a conocer una causa, a la cual
esté vinculado de algún modo, en razón de consanguinidad o afinidad en cualquier grado
de la línea recta y hasta el cuarto grado de la línea colateral, en razón de tutela o curatela, de
intimidad personal, de gran rivalidad, de obtener lucro o evitar un perjuicio.
99
Cfr. CARMONA, Carlos Alberto, Arbitragem e Processo-Um Comentário à Lei n° 9307/96,
2a Edición, Editorial Atlas, São Paulo, 2004, p. 216.
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Imparcialidade judicial
imparcialidade (seria o árbitro neutro em oposição ao(s) árbitro(s)
da(s) parte(s)).100 O que se pretende afirmar é que, ainda segundo
autorizada doutrina, em sede arbitral, na medida em que aceitam
serem julgadas por árbitros que sabidamente não ostentam padrões
razoáveis de imparcialidade, as partes podem até mesmo, sob
determinadas circunstâncias, dispor do alegado direito a um julgamento
imparcial.
No extremo do argumento, considerando que as partes podem
dispor até mesmo do direito material litigioso – a disponibilidade
é um dos requisitos necessários à arbitragem (Lei n° 9.307/96,
art. 1o) – e do direito a um julgamento por um juiz, podem as partes
também dispor das garantias procedimentais respectivas. Não
parece equivocado afirmar que em sede arbitral há acentuada
relativização da exigência de imparcialidade, cabendo aos litigantes
o controle da imparcialidade do árbitro101 e aos árbitros o dever
contínuo de informar as partes acerca das potenciais causas de
parcialidade (art. 14, § 1o da Lei n° 9.307/96) – o chamado dever
de revelação.
O que não pode se admitir é a imposição de um julgamento por
um árbitro parcial, se isso não tiver sido expressamente conhecido
e admitido pela parte interessada, o que, aliás, vale também para a
renúncia à jurisdição estatal. De outro giro, somos de sustentar que,
100
Cfr. LEMES, Selma Maria Ferreira, “Árbitro: o padrão ...”, op. cit., pp. 243-279, esp.
p. 264.
101
Novamente CARMONA, Carlos Alberto, Arbitragem e Processo..., op. cit., pp. 215-216.
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Imparcialidad judicial
ción en la que al menos el “presidente” del panel debe resguardar la
respectiva imparcialidad (sería el árbitro neutral en oposición a/los
árbitro/s de la/s parte/s).100 Lo que se desea afirmar es que aun de
acuerdo con la doctrina autorizada, en sede arbitral, en la medida
en que acepten ser juzgadas por árbitros que de manera evidente
no ostenten niveles razonables de imparcialidad, las partes pueden,
inclusive en determinadas circunstancias, disponer del alegado dere­
cho a un juicio imparcial.
En el extremo del argumento, considerando que las partes pueden disponer hasta del derecho material litigioso –la disponibilidad
es uno de los requisitos necesarios del arbitraje (Ley N° 9.307/96,
art. 1°)– y del derecho a ser juzgadas por un Juez, las mismas pueden también disponer de las garantías procesales correspondientes.
No parece erróneo afirmar que en sede arbitral existe una acentuada
relativización de la exigencia de imparcialidad, correspondiéndoles
a los litigantes el control de la imparcialidad del árbitro101 y a los árbitros el deber permanente de informar a las partes sobre las potenciales causas de parcialidad (art. 14, § 1° de la Ley N° 9.307/96), el
denominado deber de revelación.
Lo que no puede admitirse es la imposición de un juicio llevado a
cabo por un árbitro parcial, si eso no hubiera sido expresamente conocido y aceptado por la parte interesada, lo que además, vale tam-
100
Cfr. LEMES, Selma Maria Ferreira, “Árbitro: o padrão...”, op. cit., pp. 243-279, esp.
p. 264.
101
Nuevamente CARMONA, Carlos Alberto, Arbitragem e Processo..., op. cit., pp. 215-216.
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Imparcialidade judicial
havendo ciência e aceitação das partes, eventual parcialidade
do árbitro não ensejará a propositura de ação de nulidade da sentença
arbitral (Lei n° 9.307/96, art. 33). Não ocorrendo a indispensável
revelação das potenciais causas de parcialidade, a sentença será
considerada viciada e estará sujeita à declaração de nulidade
através da ação própria (Lei n° 9.307/96, art. 33, art. 32, VIII e
art. 21, § 2°)
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Imparcialidad judicial
bién para la renuncia a la jurisdicción estatal. Por otro lado, también
sostenemos que habiendo conocimiento y aceptación de las partes,
cualquier actitud del árbitro que pudiese revelar alguna parcialidad,
no constituiría una base para intentar la declaración de nulidad
de la sentencia arbitral por la vía judicial (Ley N° 9.307/96, art. 33).
Si no tuviere lugar la indispensable revelación de las potenciales
causas de parcialidad, la sentencia se considerará viciada y estará
supeditada a la declaración de nulidad a través de la acción correspondiente (Ley N° 9.307/96, art. 33, art. 32, VIII y art. 21, § 2°).
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Capítulo XIV
Pressuposto processual
Por derradeiro, em que pese a existência de críticas acerca do
conceito de pressuposto processual102, do ponto de vista da técnica
processual e de acordo com o entendimento dominante desde o
regime do CPC de 1939 (por influência privatística fala-se em
capacidade subjetiva do juiz),103 a imparcialidade funciona como
pressuposto processual referente ao juiz104 ou, junto às condições
para o regular exercício do direito de ação e segundo terminologia
102
Por todos, BARBOSA MOREIRA, José Carlos. “Sobre Pressupostos Processuais”, In Temas
de Direito Processual, Quarta Série, Editora Saraiva, São Paulo, 1989, pp. 83-93; e MARINONI,
Luiz Guilherme, Teoria Geral do Processo, RT, São Paulo, 2006, pp. 468 e seguintes.
103
Conforme, por exemplo, MARQUES, José Frederico, Instituições de Direito Processual Civil,
Volume II, 4a edição, Editora Forense, Rio de Janeiro, 1971, pp. 120 e seguintes; OLIVEIRA
JUNIOR, Waldemar Mariz de, Curso de Direito Processual Civil, Volume 1 – Teoria Geral do
Processo Civil, Editora Revista dos Tribunais, São Paulo, 1968, p. 200. Em comentário ao
artigo 185 do CPC 1939, falou-se expressamente em capacidade: CARVALHO SANTOS,
J. M., Código de Processo Civil Interpretado, Arts. 180 a 262, Volume III, 6a Edição, Livraria
Freitas Bastos, Rio de Janeiro, 1964, p. 61.
104
Por todos, o clássico LACERDA, Galeno, Despacho Saneador, Livraria Sulina Editora,
Porto Alegre, 1953, p. 60, cuidando da insuspeição do juiz como pressuposto processual
subjetivo.
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Capítulo XIV
Supuesto procesal
Asimismo, pese a la existencia de críticas sobre el concepto de su­
puesto procesal,102 desde el punto de vista de la técnica procesal y de
acuerdo con el entendimiento dominante desde el régimen del CPC
de 1939 (por influencia privatística, se habla de capacidad subjeti­
va del Juez),103 la imparcialidad funciona como supuesto procesal refe­
rido al Juez104 o, junto a las condiciones para el ejercicio regular del
derecho de acción y según terminología que parece más adecuada y
102
Por la mayoría, BARBOSA MOREIRA, José Carlos, “Sobre Pressupostos Processuais”,
en Temas de Direito Processual, Quarta Série, Saraiva, São Paulo, 1989, pp. 83-93; y MARINONI, Luiz Guilherme, Teoria Geral do Processo, RT, São Paulo, 2006, pp. 468 y ss.
103
Según, por ejemplo, MARQUES, José Frederico, Instituições de Direito Processual Civil,
Volumen II, 4a Edición, Forense, Rio de Janeiro, 1971, pp. 120 y ss; OLIVEIRA JUNIOR,
Waldemar Mariz de, Curso de Direito Processual Civil, Volumen 1-Teoria Geral do Processo
Civil, Editorial Revista dos Tribunais, São Paulo, 1968, p. 200. En comentarios al artículo
185 del CPC 1939, se dijo expresamente en cuanto a la capacidad: CARVALHO SANTOS,
J. M., Código de Processo Civil Interpretado, Arts. 180 a 262, Volumen III, 6a Edición, Livraria
Freitas Bastos, Rio de Janeiro, 1964, p.
104
Por la mayoría, el clásico LACERDA, Galeno, Despacho Saneador, Livraria Sulina Editorial, Porto Alegre, 1953, p. 60, tratando acerca de la recusación del juez como presupuesto
procesal subjetivo.
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Imparcialidade judicial
que parece mais adequada e útil, como pressuposto de admissibilidade
da tutela jurisdicional civil105 ou ainda como pressuposto de
admissibilidade de julgamento de mérito.106
Mais especificamente, consoante a concepção habitualmente
utilizada pela doutrina processualística especializada107 e por
constante jurisprudência – cabendo destacar aqui a jurisprudência
do STF108 e a do STJ –,109 caracteriza-se a imparcialidade do
juiz como pressuposto processual de validade do processo (ou ao
menos como pressuposto processual de validade dos atos decisórios
praticados pelo juiz), referindo-se-lhe, outrossim, como pressuposto
processual subjetivo (relativo aos juízes).
105
Consoante a expressão e a sistematização de DINAMARCO, Cândido Rangel, Instituições
de Direito..., op. cit., p. 517.
106
Expressão utilizada por WAMBIER, Teresa Arruda Alvim, Nulidades do Processo e da
Sentença, 6a Edição, Editora Revista dos Tribunais, São Paulo, 2007, p. 187.
107
Por todos, ARRUDA ALVIM, Manual de Direito..., op. cit., p. 541: “A competência do juízo
e a imparcialidade do juiz podem ser englobadas como requisitos de validade do processo em
função da pessoa do juiz (pressupostos processuais subjetivos do juiz – órgão competente
ocupado por sujeito imparcial”); WAMBIER, Teresa Arruda Alvim, Nulidades do Processo...,
op. cit., p. 47, e DIDIER JR., Fredie, Pressupostos processuais e condições da ação – o juízo de
admissibilidade do processo, Editora Saraiva, São Paulo, 2005, p. 161.
108
STF, Agravo em Mandado de Segurança n° 21.193, Segunda Turma, Relator o Ministro
Celso de Mello, julgado unânime em 04.04.1991 (a decisão refere-se à competência
– enquanto pressuposto processual – de que trata o art. 102, I, n, da CF e que tem como
suporte fático a questão da imparcialidade dos membros de outro Tribunal, filiando-se
expressamente à linhagem doutrinária referida no texto).
109
STJ, Quarta Turma, Recurso Especial n° 230.009-RJ, Relator o Ministro Sálvio de
Figueiredo Teixeira, julgado unânime em 08.02.2004, onde se afirmou que: “A
imparcialidade do magistrado, um dos pilares do princípio do juiz natural, que reclama
juiz legalmente investido na função, competente e imparcial, se inclui entre os pressupostos
de validade da relação processual (...)”.
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323
Imparcialidad judicial
útil, como supuesto de admisibilidad de la tutela jurisdiccional civil105
o también como supuesto de admisibilidad de juicio de mérito.106
Más específicamente, de acuerdo con la concepción habitualmente empleada por la doctrina procesalista especializada107 y por
la jurisprudencia existente –correspondiendo destacar aquí la jurisprudencia del STF108 y del STJ–109 se caracteriza la imparcialidad del
Juez como un supuesto procesal de validez del juicio (o al menos
como supuesto procesal de validez de los actos decisorios llevados a
cabo por el Juez), mencionándosela asimismo, como supuesto procesal subjetivo (relativo a los jueces).
105
De acuerdo a la expresión y a la sistematización de DINAMARCO, Cândido Rangel,
Instituições de Direito..., op. cit., p. 517.
106
Expresión utilizada por WAMBIER, Teresa Arruda Alvim, Nulidades do Processo e da
Sentença, 6a Edición, Editorial Revista dos Tribunais, São Paulo, 2007, p. 187.
107
Por la mayoría, ARRUDA ALVIM, Manual de Direito..., op. cit., p. 541: “La competencia del
juzgado y la imparcialidad del juez pueden englobarse como requisitos de validez del proceso en función de la persona del juez (presupuestos procesales subjetivos del juez-órgano competente ocupado por sujeto imparcial”); WAMBIER, Teresa Arruda Alvim, Nulidades
do..., op. cit., p. 47, y DIDIER JR., Fredie, Pressupostos processuais e condições da ação-o juízo de
admissibilidade do processo, Saraiva, São Paulo, 2005, p. 161.
108
STF, Recurso de Apelación en Acción de Amparo n° 21.193, Sala Segunda, del Ministro
Relator Celso de Mello, fallo unánime del 04.04.1991 (el fallo se refiere a la competencia
–como presupuesto procesal– de que trata el art. 102, I, n, de la CF y que tiene como soporte fáctico la cuestión de la imparcialidad de los miembros de otro Tribunal, afiliándose
expresamente al linaje doctrinario referido en el texto).
109
STJ, Sala Cuarta, Recurso Especial n° 230.009-RJ, del Ministro Relator Sálvio de Figueiredo Teixeira, fallo unánime del 08.02.2004, donde se afirmó que: “La imparcialidad del
magistrado, uno de los pilares del principio del juez natural, que reclama un juez legalmente investido en la función, competente e imparcial, se incluye entre los presupuestos de
validez de la relación procesal (...)”.
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Capítulo XV
Três Perfis da Imparcialidade
Sem embargo da função que a imparcialidade desempenha ou
pode desempenhar na técnica processual, que transcende o
objeto de análise do presente estudo, ainda mais importante
é entender o alcance da imparcialidade como princípio inerente à
jurisdição, em suas várias facetas ou perspectivas. Nesse sentido,
didaticamente, pode-se decompor a imparcialidade em três perfis110
essencialmente interligados: (i) eqüidistância, (ii) independência
e (iii) naturalidade (juiz natural). Com efeito, cuida-se de perfis
intrinsecamente ligados, que são decompostos aqui para simplicidade
da exposição.
110
Consoante a didática e inspirada formulação de FERRAJOLI, Luigi, Direito e Razão…; op.
cit., p. 464: “Chamarei eqüidistância ao afastamento do juiz dos interesses das partes em
causa; independência à sua exterioridade ao sistema político e em geral a todo sistema de
poderes; naturalidade à determinação de sua designação e à determinação das suas
competências para escolhas sucessivas à comissão do fato submetido ao seu juízo”.
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Capítulo XV
Tres perfiles de la imparcialidad
Además de la función que la imparcialidad desempeña o puede
desempeñar en la técnica procesal, que trasciende el objeto de análisis del presente estudio, es más importante aun comprender el
alcance de la imparcialidad como principio inherente a la jurisdicción, en sus varias facetas o perspectivas. En ese sentido, didácticamente, se puede separar la imparcialidad en tres perfiles110
esencialmente interrelacionados: (I) equidistancia, (II) independencia y (III) naturalidad (Juez natural). Se trata de hecho de perfiles
intrínsecamente relacionados que aquí se separan para simplificar
la exposición.
110
Según la didáctica e inspirada formulación de FERRAJOLI, Luigi. Direito e Razão…; op.
cit., p. 464: “Llamaré de equidistancia al alejamiento del juez de los intereses de las partes
en la causa; independencia a su exterioridad al sistema político y en general a todo sistema de poderes; naturalidad a la determinación de su designación y a la determinación de
sus competencias para elecciones sucesivas a la comisión del hecho sometido a su juicio”.
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Imparcialidade judicial
1. Equidistância
A eqüidistância indica o afastamento do juiz dos interesses das
partes (reitera-se: nemo iudex in causa sua), não podendo o julgador
possuir interesse privado ou pessoal, direto ou indireto, público
ou institucional, no resultado do litígio. O juiz deve ser suficientemente
indiferente aos interesses em disputa, julgando com a máxima
objetividade111 e isenção.112 Ad exemplum tantum, relembre-se que
algumas das mais respeitadas construções teóricas da ciência
processual serviram-se justamente da idéia de imparcialidadeequidistância como base da respectiva teoria da jurisdição.
Tornou-se célebre a compreensão formulada pela processualística
italiana nos albores do século XX, no sentido de que a jurisdição é
a função do estado que tem por escopo a atuação da vontade concreta
da lei por meio da substituição da atividade das partes envolvidas.
A imparcialidade está na base dessa compreensão da jurisdição,
que assume a premissa de que o juiz atua em causa alheia, substituindo
a atuação e a vontade das pessoas envolvidas (isto é, a atuação
das partes), sendo, portanto, necessariamente estranho (alheio)
à causa.113
111
Sobre a objetividade, por todos, BARAK, Aharon, The Judge in a Democracy, Princeton
University Press, Princeton, 2006, p. 103.
112
Ainda consoante FERRAJOLI, Luigi, Direito e Razão…; op. cit., pp. 464-465. Ainda na
doutrina italiana, vid. ANADOLINA, Italo e VIGNERA, Giuseppe, Il Modello Costituzionale …;
op. cit., p. 41: “(...) la posizione del giudice deve essere super partes o, meglio, equidistante rispetto las
partes”. No mesmo sentido, MANDRIOLI, Crisanto, Corso di Diritto Processuale Civile, Volume I,
Nozioni Introduttive e Disposizioni Generali, Décima Edizione, G Giappichelli Editore, Torino,
1995, p. 24.
113
Cfr. CHIOVENDA, Giuseppe, Instituições de Direito Processual Civil. Volume II (tradução da
2a Edição italiana das Istituzioni di Diritto Processuale Civile por Guimarães Menegale).
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327
Imparcialidad judicial
1. Equidistancia
La equidistancia indica el alejamiento del Juez de los intereses de las
partes (se reitera: nemo iudex in causa sua), no pudiendo quien juzga
poseer un interés particular o personal, directo o indirecto, público o
institucional en el resultado del litigio. El Juez debe ser suficientemente indiferente a los intereses en disputa, juzgando con la máxima objetividad111 y distancia.112 Ad exemplum tantum, recuérdese que
algunas de las más respetadas construcciones de la ciencia procesal, hicieron uso justamente de la idea de imparcialidad-equidistancia, como base de la respectiva teoría de la jurisdicción.
Se hizo célebre la comprensión formulada por la ciencia procesalista italiana en los albores del S. XX, en el sentido de que la jurisdicción es la función del Estado que tiene por objeto la actuación de la
voluntad concreta de la ley por medio de la substitución de la actividad de
las partes implicadas. La imparcialidad está en la base de esa comprensión de la jurisdicción que asume la premisa de que el Juez actúa
en causa ajena, substituyendo la actuación y la voluntad de las personas involucradas (es decir, la actuación de las partes), siendo por
lo tanto necesariamente extraño (ajeno) a la causa.113
111
Sobre la objetividad, por la mayoría, BARAK, Aharon. The Judge in a Democracy, Princeton University Press, Princeton, 2006, p. 103.
112
En el mismo sentido FERRAJOLI, Luigi. Direito e Razão…; op. cit., pp. 464-465. También en
la doctrina italiana, vid. ANADOLINA, Italo y VIGNERA, Giuseppe, Il Modello Costituzionale …;
op. cit., p. 41: “(...) la posizione del giudice deve essere super partes o, meglio, equidistante rispetto las
partes”. En el mismo sentido, MANDRIOLI, Crisanto, Corso di Diritto Processuale Civile, Volume
I, Nozioni Introduttive e Disposizioni Generali, Décima Edizione, G Giappichelli Editore, Torino,
1995, p. 24.
113
Cfr. CHIOVENDA, Giuseppe, Instituições de Direito Processual Civil, Volumen II traducción
de Guimarães Menegale, 2a Edición, Edición Saraiva, São Paulo 1965, pp. 1-11: “Mejor no se
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328
Imparcialidade judicial
Por outro lado, a moderna concepção do processo como
procedimento em contraditório, no momento em que substitui
a estática concepção pandectística da relação processual pela
dinâmica idéia de participação simétrica das partes (assegurada
pela observância do contraditório) no procedimento,114 também
assume a imparcialidade como elemento essencial da jurisdição e,
mais do que isso, como elemento essencial do processo.115
Com efeito, a possibilidade e, principalmente, a efetividade da
simétrica participação das partes em contraditório somente pode
ser assegurada mediante a atuação como mediador e julgador
de alguém que não é parte (rectius: alguém que não é parcial). Nesse
sentido, é correto afirmar que, dentre outras funções, o princípio
do contraditório (previsto na CF, art. 5o, LV) é considerado justo
e aplicado justamente por servir a um princípio anterior (em
sentido lógico e em sentido axiológico), qual seja, o princípio da
2a Edição, Edição Saraiva, São Paulo: 1965, pp. 1-11: “Melhor não se pode significar essa
função do que com a palavra juiz, julgar; mas mesmo essas palavras se podem entender
em sentidos diversos, como sucede quando se diz “cada qual é juiz de seus próprios atos” e
quando se diz “ninguém é juiz em causa própria”. Na jurisdição fala-se de juiz na segunda
acepção, isto é, de “juiz em causa alheia”. Para uma crítica da concepção de Chiovenda,
vid; MITIDIERO, Daniel Francisco, Elementos para uma Teoria Contemporânea do Processo Civil
Brasileiro, Livraria do Advogado Editora, Porto Alegre, 2005, p. 76.
114
Cfr. FAZZALARI, Elio, Instituições de Direito Processual (tradução da 8a Edição italiana
de Istituzioni di Diritto Processuale por Elaine Nassif), Editora Bookseller. Campinas, 2006,
pp. 118-124.
115
Cfr. Ibidem; p. 377: “Para fins da legitimação do juiz em um dado processo, outro
requisito é a sua “imparcialidade” em relação ao provimento (requerido e emanando),
no sentido em que o juiz deve ser estranho em relação à situação substancial que esteja
para ser criada por aquele provimento e em relação aos titulares dela, isto é, aos
destinatários dos efeitos da medida jurisdicional. Tal “estranheza” (ou “terceiridade”) é
a base sobre a qual se apóia a “imparcialidade” do juiz, requisito essencial, imposto quer
pela nossa disposição constitucional, quer pela mencionada Convenção Européia dos
Direitos do Homem”.
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Imparcialidad judicial
Por otro lado, la moderna concepción del juicio como procedimiento contradictorio en el momento en que substituye la estática concepción pandectística de la relación procesal por la idea dinámica de
participación simétrica de las partes (asegurada por la observancia
del contradictorio) en el procedimiento,114 asume también la imparcialidad como elementos esencial de la jurisdicción y, más aun, como
elemento esencial del juicio.115
En efecto, la posibilidad y, principalmente la efectividad de la
participación simétrica de las partes en juicio contradictorio, solamente puede asegurarse mediante la actuación como mediador y
juzgador de alguien que no sea parte (rectius: alguien que no sea
parcial). En tal sentido, es correcto afirmar que entre otras funciones, el principio del contradictorio (contemplado en la CF, art. 5°, LV)
es considerado justo y aplicado justamente por servir a un principio
anterior (en sentido lógico y en sentido axiológico), el principio de
puede significar esa función del que con la palabra juez, juzga; más aún esas palabras
se pueden entender en sentidos diversos, como sucede cuando se dice “cada cual es juez de
sus propios actos” y cuando se dice “nadie es juez en causa propia”. En la jurisdicción se
habla de juez en la segunda acepción, o sea, de “juez en causa ajena”. Para una crítica de la
concepción de Chiovenda, vid. MITIDIERO, Daniel Francisco. Elementos para uma Teoria
Contemporânea do Processo Civil Brasileiro, Livraria do Advogado Editorial. Porto Alegre,
2005, p. 76.
114
Cfr. FAZZALARI, Elio, Instituições de Direito Processual traducción de Elaine Nassif,
Bookseller Campinas, 2006, pp. 118-124.
115
Cfr. Ibidem; p. 377: “A los fines de legitimar a un juez en determinado proceso, otro requisito es su “imparcialidad” en relación con lo resuelto (requerido y emanado), en el sen­
tido de que el juez debe ser ajeno en relación con la situación sustancial que se vaya a crear
en función de aquella resolución y en relación a los titulares de la misma, o sea, a los destinatarios de los efectos de la medida jurisdiccional. Tal “extrañeza” (o “tercería”) es la base
sobre la cual se apoya la “imparcialidad” del juez, requisito esencial, impuesto tanto por
nuestra disposición constitucional, como por la mencionada Convención Europea de los
Derechos del Hombre”.
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Imparcialidade judicial
imparcialidade.116 Essa concepção da relação processual, com
a imparcialidade no centro do sistema de solução de controvérsias, é
importantíssima e permite, por exemplo, (re)definir a arbitragem
como espécie de processo, porquanto a formação da decisão arbitral
é presidida por um árbitro que deve atuar de modo imparcial117
(observadas as ressalvas formuladas adiante acerca desse tema).
Como se vê, com maior ou menor intensidade, de modo mais ou
menos explícito, a imparcialidade (enquanto equidistância) constitui
elemento essencial à caracterização do processo e da própria
jurisdição.
2. Independência
Imparcialidade assemelha-se ainda com a independência dos juízes,
fator que é identificado como princípio basilar da função de judicar.118
116
Cfr. HÖFFE, Otfried, Justiça Política…, op cit; p. 39: “Também em questões de
procedimentos, existem princípios de cuja justiça quase ninguém duvida; pense-se apenas
no mandamento de, num caso de conflito, ouvir o outro lado (audiatur et altera pars) e a
proibição de ser juiz em causa própria (nemo iudex in causa sua). Tais princípios são
considerados justos pelo fato de servirem a um princípio de justiça superior que tampouco
é controvertida, a imparcialidade (equidade)”.
117
Cfr. FAZZALARI, Elio, Instituições de …, op cit; p. 567.
118
Cfr. COUTURE, Eduardo J., Introdução ao Estudo do Processo Civil (tradução brasileira de
Introducción al Estudio del Derecho Procesal Civil por Mozart Victor Russomano), 3a Edição,
Editora Forense, Rio de Janeiro, 1995, p. 59, em passagem já clássica: “Tratando de ordenar,
em um sistema de idéias, os princípios basilares, radicais, aqueles em torno de que se
agrupa toda experiência acerca da função e da incumbência do juiz, eu me permiti reduzilos a três ordens necessárias: - a de independência, a de autoridade e a de responsabilidade.
A de independência, para que suas decisões não sejam uma conseqüência da fome ou do
medo; a de autoridade, para que suas decisões não sejam simples conselhos, divagações
acadêmicas, que o Poder Executivo possa desatender segundo seu capricho; e a de
responsabilidade, para que a sentença não seja um ímpeto da ambição, do orgulho ou
da soberba, e sim da consciência vigilante do homem frente ao seu próprio destino”.
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Imparcialidad judicial
imparcialidad.116 Esa concepción de la relación procesal con la imparcialidad en el centro del sistema de solución de controversias, es
importantísima y permite por ejemplo, (re)definir el arbitraje como
una especie de juicio, por cuanto la formación de la decisión arbitral
es presidida por un árbitro que debe actuar de modo imparcial117 (observando las salvedades más adelante formuladas sobre ese tema).
Como se ve, con mayor o menor intensidad, de un modo más o
menos explícito, la imparcialidad (en cuanto equidistancia) constituye un elemento esencial a la caracterización del juicio y de la propia jurisdicción.
2. Independencia
La imparcialidad se asemeja a la independencia de los jueces, factor
que se identifica como principio esencial de la función de juzgar.118
116
Cfr. HÖFFE, Otfried, Justiça Política…, op. cit; p. 39: “También en cuestiones de proce­
dimientos, existen principios de cuya justicia casi nadie duda; piénsese apenas en el mandamiento de, en un caso de conflicto, escuchar a la otra parte (audiatur et altera pars) y la
prohibición de ser juez en causa propia (nemo iudex in causa sua). Tales principios se consideran justos por el hecho de servir a un principio de justicia superior que tampoco es controvertido, la imparcialidad (equidad)”.
117
Cfr. FAZZALARI, Elio, Instituições de …, op. cit; p. 567.
118
Cfr. COUTURE, Eduardo J., Introdução ao Estudo do Processo Civil, traducción de Mozart
Victor Russomano, 3a Edición, Editorial Forense, Rio de Janeiro: 1995, p. 59, en un pasaje ya
clásico: “Tratando de ordenar, en un sistema de ideas, los principios basales, radicales,
aquellos en torno del cual se agrupa toda la experiencia acerca de la función y de la incumbencia del juez, yo me permití reducirlos a tres órdenes necesarios: - el de independencia, el
de autoridad y el de responsabilidad. El de independencia, para que sus decisiones no sean
una consecuencia del hambre o del miedo; el de autoridad, para que sus decisiones no
sean simples consejos, divagues académicos, que el Poder Ejecutivo pueda desatender según su capricho; y el de responsabilidad, para que la sentencia no sea un ímpetu de la ambición, del orgullo o de la soberbia, y sí de la conciencia vigilante del hombre frente a su
propio destino”.
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Imparcialidade judicial
Na verdade, a independência é um dos perfis fundamentais da
imparcialidade. Há notável identificação entre imparcialidade e
a independência em textos doutrinários e em decisões judiciais,
sendo certo que muitas vezes essas expressões são usadas como
fungíveis ou sinônimas119 e em outras tantas vezes a imparcialidade
é indicada como um dos pressupostos da independência. Sem
embargo dessa aparente fungibilidade, parece mais correto definir
a independência como um instrumento destinado a assegurar a
imparcialidade,120 entendimento ao qual já aderiu o STF.121
Com efeito, a independência não é um atributo do julgador,
de forma a protegê-lo pessoalmente, como se fora uma espécie de
privilégio pessoal odioso dos magistrados, consoante reiteradamente
asseverado pela nossa doutrina122 e confirmado pela jurisprudência
119
Por exemplo: RIBEIRO, Maria Teresa de Melo, O Princípio da…, op. cit; p. 170: “Imparcialidade
significa independência”.
120
Cfr. BERIZONCE, Roberto O, ”Relación General”, In BERIZONCE, Roberto O.
(Coordinador), El Juez y la Magistratura (Tendencias en los Albores del Siglo XXI), Rubinzal-Culzoni
Editores, Buenos Aires, 1999, pp. 15-58, esp. p. 20: “El postulado de la independencia judicial,
consustancial al Estado de Derecho, tiene carácter instrumental para assegurar la imparcialidad
del juicio (…)”. É nesse sentido o entendimento da jurisprudência brasileira, referindo-se
ao juiz natural: STF, RE n° 418.852-DF, Primeira Turma, Relator o Ministro Carlos Britto,
julgado unânime em 06.12.2005.
121
STF, Recurso Extraordinário n° 418.852-DF, Primeira Turma, Relator o Ministro Carlos
Britto, julgado unânime em 06.12.2005 (com referência ao princípio do juiz natural).
122
Entre nós, por todos, vid. LOPES, José Reinaldo de Lima, “A função política do Poder
Judiciário”, In FARIA, José Eduardo (organizador), Direito e Justiça – A Função Social do Judiciário,
2a Edição, Editora Ática, São Paulo, 1994, pp. 123-144, esp. p. 136: “As garantias da
magistratura não são privilégio estamental: são mecanismo político de defesa da sua
independência com relação aos poderosos, não com relação aos cidadãos”, SAMPAIO, José
Adércio Leite, O Conselho Nacional…, op. cit; p. 158: “Em palavras mais breves, a independência
do Judiciário não serve apenas aos juízes nem ao próprio Judiciário, serve antes e
principalmente aos jurisdicionados e à sua crença e confiança no império da justiça”.
E, ainda, NEVES, Marcelo, “Regra-Garantia da Inamovibilidade dos Juízes – Imparcialidade,
Pressões Corporativas e Institucionais, Separação dos Poderes”, In Revista de Direito
Administrativo, Volume 247, Editora Atlas, São Paulo, 2007, pp. 298-312, esp. p. 307.
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Imparcialidad judicial
En verdad, la independencia es uno de los perfiles fundamentales de
la imparcialidad. Existe una notable identificación entre la imparcialidad y la independencia en textos doctrinarios y en decisiones
judiciales, siendo cierto que muchas veces esas expresiones son usadas como fungibles o sinónimas119 y otras veces, la imparcialidad es
indicada como uno de los supuestos de la independencia. A pesar de
esa aparente fungibilidad, parece más correcto definir la independencia como un instrumento destinado a asegurar la imparcialidad,120
entendimiento al cual ya se adhirió el STF.121
En efecto, la independencia no es un atributo de quien juzga, de
modo que lo proteja personalmente, como si fuera una especie de privilegio personal odioso de los Magistrados, según lo reiteradamente
aseverado por nuestra doctrina122 y confirmado por la jurisprudencia
119
Por ejemplo: RIBEIRO, Maria Teresa de Melo, O Princípio da…, op. cit; p. 170: “Imparcialidad significa independencia”.
120
Cfr. BERIZONCE, Roberto O, ”Relación General”, en BERIZONCE, Roberto O. (Coordinador), El Juez y la Magistratura (Tendencias en los Albores del Siglo XXI), Rubinzal-Culzoni
Editores, Buenos Aires, 1999, pp. 15-58, esp. p. 20: “El postulado de la independencia judicial, consustancial al Estado de Derecho, tiene carácter instrumental para asegurar la
imparcialidad del juicio (…)”. Es en este sentido que entiende la jurisprudencia brasileña,
refiriéndose al juez natural: STF, RE n° 418.852-DF, Sala Primera, del Ministro Relator
Carlos Britto, fallo unánime del 06.12.2005.
121
STF, Recurso Extraordinario n° 418.852-DF, Sala Primera, del Ministro Relator Carlos
Britto, fallo unánime del 06.12.2005 (con referencia al principio del juez natural).
122
En este sentido, vid. LOPES, José Reinaldo de Lima, “A função política do Poder Judiciário”, en FARIA, José Eduardo (organizador), Direito e Justiça-A Função Social do Judiciário,
2a Edición, São Paulo: Editorial Ática, São Paulo, 1994, pp. 123-144, esp. p. 136: “Las garantías
de la magistratura no son privilegio de estamentos: son mecanismos políticos de defensa de
su independencia en relación con los poderosos, no en relación con los ciudadanos”, SAMPAIO, José Adércio Leite, O Conselho Nacional …, op. cit; p. 158: “En palabras más breves, la
independencia del Poder Judicial no sirve apenas a los jueces ni al propio Poder Judicial, sirve
antes y principalmente a los ciudadanos y a su creencia y confianza en el imperio de la
justicia”. Y, también, NEVES, Marcelo, “Regra-Garantia da Inamovibilidade dos JuízesImparcialidade, Pressões Corporativas e Institucionais, Separação dos Poderes”, en Revista
de Direito Administrativo, Volumen 247, Atlas, São Paulo, 2007, pp. 298-312, esp. p. 307.
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Imparcialidade judicial
do STF123 (e, igualmente, pela literatura estrangeira124); a independência
e seus consectários existem como forma de promover a imparcialidade
– daí porque o presente estudo assume que a independência dos
juízes é apenas um dos perfis instrumentais da imparcialidade.
Assumida a premissa de que a independência é um instrumento
em prol da imparcialidade e sendo certo que o juiz tem o dever de
ser imparcial, tem-se que o juiz tem também o dever de ser
independente125 – o que confirma que, do ponto de vista pessoal,
não se trata de um privilégio pessoal ou mesmo de um direito
subjetivo da pessoa do juiz, estando muito mais próximo de se
caracterizar como um dever – sem embargo disso, é imprescindível
que o ordenamento crie condições adequadas para que o juiz
possa se desincumbir desse dever, condições estas que normalmente
implicam posições jurídicas de vantagem (usualmente direitos
subjetivos propriamente considerados) para os ocupantes da
função.
A verdade está em que a eqüidistância não esgota o objeto da
imparcialidade, que é complementado pela independência e pelo
123
STF, Célio Borja, STF, Ação Originária n° 587-6-DF, Tribunal Pleno, Relatora a
Ministra Ellen Gracie, julgado unânime em 06.04.2006, onde se lê: “O princípio da
independência do Poder Judiciário é fundamental para a prestação jurisdicional; é
uma garantia de todos os jurisdicionados. Não é uma garantia pessoal do magistrado,
é de toda a sociedade, de toda a comunidade, de todos aqueles que estão submetidos ao
poder dos juízes”.
124
Vid., JAUERNIG, Othmar, Direito Processual Civil (tradução portuguesa de Zivilprozessrecht:
ein Studienbuch por Silveira Ramos), Almedina, Coimbra, 2005, p. 70: “O juiz – ao contrário
dos funcionários – tem de possuir uma independência característica da sua função, para
poder actuar objectiva e livremente. A independência não é um privilégio corporativo (...)
e não é concedida ao juiz por sua vontade para ‘realização pessoal’, mas para garantia
duma justiça imparcial e assim satisfazer os que procuram justiça”.
125
Correta, portanto, a afirmação – a independência é um dever do juiz – de CASTRO, Flávia
de Almeida Viveiros de, O Poder Judiciário na Virada do Século – Paradigmas de Atuação, Editora
Lumen Juris, Rio de Janeiro, 1998, p. 22.
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Imparcialidad judicial
del STF123 (e igualmente, por la literatura extranjera);124 la inde­
pendencia y sus consectarios existen como una forma de promover
la imparcialidad; es por eso que el presente estudio asume que la
independencia de los jueces es sólo uno de los perfiles instrumentales de la imparcialidad. Una vez asumida la premisa de que la independencia es un instrumento en pro de la imparcialidad y siendo
verdad que el Juez tiene el deber de ser imparcial, se considera que el
Juez también tiene el deber de ser independiente,125 lo que confirma
que desde el punto de vista personal, no se trata de un privilegio
personal o aun de un derecho subjetivo de la persona del Juez, encontrándose mucho más próximo a caracterizarse como un deber.
A pesar de ello, es imprescindible que el ordenamiento cree condiciones adecuadas para que el Juez pueda desvincularse de ese deber
y tales condiciones normalmente implican posiciones jurídicas que
dan ventaja (habitualmente, derechos subjetivos propiamente considerados) a quienes desempeñan la función.
La verdad radica en que la equidistancia no agota el objeto de la
imparcialidad, la cual es complementada por la independencia y por
123
STF, Célio Borja, STF, Acción Originaria n° 587-6-DF, Tribunal en Pleno, de la Ministra
Relatora Ellen Gracie, fallo unánime del 06.04.2006, donde se lee: “El principio de la independencia del Poder Judicial es fundamental para la prestación jurisdiccional; es una garantía de todos los ciudadanos. No es una garantía personal del magistrado, es de toda la
sociedad, de toda la comunidad, de todos aquellos que están sometidos al poder de los
jueces”.
124
Vid., JAUERNIG, Othmar. Direito Processual Civil, traducción de por Silveira Ramos, Almedina, Coimbra, 2005, p. 70: “El juez -al contrario que los empleados- tiene que poseer una
independencia característica de su función, para poder actuar objetiva y libremente.
La independencia no es un privilegio corporativo (...) y no se concede al juez por su voluntad para la ‘realización personal’, sino para garantía de una justicia imparcial y así satisfacer
a quienes buscan justicia”.
125
Es correcta, por lo tanto, la afirmación –la independencia es un deber del juez– de
CASTRO, Flávia de Almeida Viveiros de, O Poder Judiciário na Virada do Século-Paradigmas
de Atuação, Lumen Juris, Rio de Janeiro, 1998, p. 22.
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Imparcialidade judicial
juiz natural. Ainda que o juiz possa ser eqüidistante em relação
aos interesses em litígio, ele necessita de condições para exercer o
seu mister com independência,126 livre de pressões internas e/ou
externas.
a. Independência Institucional e Funcional
Por outro lado, consoante entendimento razoavelmente assente
e utilizado para explicar o fenômeno (na doutrina brasileira127 ou
estrangeira),128 a independência deve ser entendida como a soma da
independência institucional do Poder Judiciário (chamada institucional
ou orgânica) e da independência dos juízes individualmente
considerados (chamada subjetiva ou funcional), sendo certo que a
primeira não passa de um meio destinado a proteger a segunda.129
126
Consoante anotação de BERMUDES, Sérgio, “Direito de petição e Estado de Direito
– Ação judicial como espécie de direito de petição – Independência do Judiciário como
garantia de justiça”, In Bermudês, Sérgio, Direito Processual Civil – Estudos e Pareceres, Editora
Saraiva, São Paulo, 1983, pp. 165-178, esp. p. 174.
127
Por todos, vid., CASTRO NUNES, Teoria e Prática do Poder Judiciário, Edição Revista
Forense, Rio de Janeiro, 1943, p. 91: “Quadro geral das garantias. Visando assegurar a
independência do Poder Judiciário, a Constituição cerca a magistratura de garantias
especiais, umas dizendo mais com os órgãos na sua composição ou aparelhamento,
garantias que podemos chamar institucionais ou orgânicas, e outras que podemos chamar
institucionais ou orgânicas, e outras que dizem mais de perto com a autonomia da função,
e que, constituindo para os seus titulares direitos subjetivos, podemos chamar subjetivas
ou funcionais, ainda que umas e outras convirjam para o mesmo objetivo de assegurar a
independência do Judiciário” e, mais recentemente, SAMPAIO, José Adércio Leite,
O Conselho Nacional…, op. cit.; pp. 129 e seguintes, em que o autor referencia outras
calssificações.
128
Por todos, BARAK, Aharon, The Judge…, op. cit.; p. 76.
129
Cfr. CALAMANDREI, Piero. “Processo e …, op. cit.; p. 618-702, esp. p. 651: “Si tratta di due
concetti coordinati, ma distinti: la indipendenza della magistratura intesa come sistema di organi,
istituiti per giudicare, come “ordine autônomo e indipendente da ogni altro potere”, non è che un
mezzo (uno dei mezzi) per arrivare a garantire la indipendenza del singolo magistrato nel momento
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Imparcialidad judicial
el Juez natural. Aun cuando el Juez pueda ser equidistante con relación a los intereses en litigio, el mismo necesita que se den ciertas
condiciones para ejercer su ministerio con independencia,126 libre de
presiones internas y/o externas.
a. Independencia institucional y funcional
Por otro lado, según un entendimiento razonablemente sólido y utilizado para explicar el fenómeno (en la doctrina brasileña127 o extran­
jera)128 la independencia debe ser entendida como la sumatoria de la
independencia institucional del Poder Judicial (denominada institucional u orgánica) y de la independencia de los jueces individualmente
considerados (denominada subjetiva o funcional), siendo cierto que
la primera no pasa de ser un medio destinado a proteger a la segunda.129
126
De acuerdo a lo dicho por BERMUDES, Sérgio, “Direito de petição e Estado de DireitoAção judicial como espécie de direito de petição-Independência do Judiciário como
garantia de justiça”, en Bermudês, Sérgio, Direito Processual Civil-Estudos e Pareceres,
Saraiva, São Paulo, 1983, pp. 165-178, esp. p. 174.
127
Por la mayoría, ver CASTRO NUNES, Teoria e Prática do Poder Judiciário, Edición Revista
Forense, Rio de Janeiro, 1943, p. 91: “Cuadro general de las garantías. Con el fin de asegurar
la independencia del Poder Judicial, la Constitución rodea a la magistratura de garantías
especiales, unas más próximas a los órganos en su composición o aparataje, garantías que
podemos llamar institucionales u orgánicas, y otras que se refieren a la autonomía de
la función, y que, constituyendo para sus titulares derechos subjetivos, podemos llamar
subjetivas o funcionales, aunque unas y otras converjan hacia el mismo objetivo de asegurar la independencia del Poder Judicial” y, más recientemente, SAMPAIO, José Adércio
Leite. O Conselho Nacional de… op. cit.; pp. 129 y ss, donde el autor hace referencia a otras
clasificaciones.
128
Por la mayoría, BARAK, Aharon, The Judge … op. cit.; p. 76.
129
Cfr. CALAMANDREI, Piero. “Processo e … op. cit.; p. 618-702, esp. p. 651: “Si tratta di due
concetti coordinati, ma distinti: la indipendenza della magistratura intesa come sistema di organi,
istituiti per giudicare, come “ordine autônomo e indipendente da ogni altro potere”, non è che un
mezzo (uno dei mezzi) per arrivare a garantire la indipendenza del singolo magistrato nel momento
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Imparcialidade judicial
Do ponto de vista estritamente orgânico, o Poder Judiciário é
independente dos demais Poderes Constituídos. Na formulação
clássica do princípio da separação dos Poderes, tal como
expressamente normatizada na Constituição Federal, são Poderes da
União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e
o Judiciário (CF, art. 2o). Do ponto de vista funcional, a análise já
começa a apresentar problemas de superposição. Sem embargo,
ressalvadas as exceções constitucionalmente previstas, que
consubstanciam as chamadas funções anômalas dos Poderes (por
exemplo, o poder de julgar determinadas autoridades acusadas da
prática de crime de responsabilidade – CF, art. 51, I e II e 52, I e II), a
cada poder compete um conjunto constitucional de funções e ao
Poder Judiciário é cometida a função de julgar em caráter exclusivo,130
isto é, resta proibido a outros órgãos o exercício da função de
julgar.
Com efeito, há referência até mesmo em um princípio de
exclusividade da jurisdição: ao mesmo tempo em que é vedada a
justiça privada e a implementação de julgamentos por outros
órgãos a partir da instituição de um órgão (o Poder Judiciário) que
detém exclusivamente o poder-dever de julgar e solver os conflitos
sociais, os membros desse poder (os juízes) estão proibidos de
exercer quaisquer outras funções, devendo dedicar-se exclusivamente
in cui giudica. E’ questa indipendenza individule dell’uomo-giudice cio che veramente conta, lo scopo
ultimo al quale devon mirare tutti i perfezionamenti dell’ordinamento giudiziario: perchè senza
indipendenza non può esservi nel giudice quel senso di responsabilità morale che è la prima virtù del
magistrato”.
130
Cfr. CANOTILHO, J. J. Gomes, Direito Constitucional… op. cit.; p. 614. DEVIS ECHANDIA,
Hernando, Teoria General Del Proceso, 3a Edición, Editorial Universidad, Buenos Aires, 2004,
p. 55.
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Imparcialidad judicial
Desde un punto de vista estrictamente orgánico, el Poder Judicial
es independiente de los demás poderes constituidos. En la formulación clásica del principio de la separación de poderes, tal como está
expresamente normatizado en la Constitución Federal, son poderes
de la nación, independientes y armónicos entre sí, el legislativo, el ejecutivo
y el judicial (CF, art. 2°). Desde el punto de vista funcional, el análisis
ya comienza a presentar problemas de superposición. Sin embargo,
salvadas las excepciones constitucionalmente previstas que consubstancian las llamadas funciones anómalas de los poderes (por
ejemplo, el poder de juzgar a determinadas autoridades acusadas
de la práctica del delito de responsabilidad –CF, art. 51, I y II y 52, I y
II), a cada poder le corresponde un conjunto constitucional de funciones y al Poder Judicial le compete la función de juzgar en carácter
exclusivo,130 es decir, le está prohibido a otros órganos ejercer la función de juzgar.
En efecto, hay una cierta referencia a esto incluso en el principio
de exclusividad de la jurisdicción: al mismo tiempo que se prohíbe la
justicia particular y la implementación de juicios por otros órganos
a partir de la institución de un órgano (el Poder Judicial) que detenta
exclusivamente el poder-deber de juzgar y resolver los conflictos sociales, a los miembros de ese poder (los jueces) se les prohíbe ejercer
cualesquiera otras funciones, debiendo dedicarse exclusivamente a
in cui giudica. E’ questa indipendenza individule dell’uomo-giudice cio che veramente conta, lo scopo
ultimo al quale devon mirare tutti i perfezionamenti dell’ordinamento giudiziario: perchè senza
indipendenza non può esservi nel giudice quel senso di responsabilità morale che è la prima virtù del
magistrato”.
130
Cfr. CANOTILHO, J. J. Gomes, Direito Constitucional… op. cit.; p. 614. DEVIS
ECHANDIA, Hernando, Teoria General del Proceso, 3a Edición, Universidad, Buenos Aires,
2004, p. 55.
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Imparcialidade judicial
a essa atividade (daí porque se lhe chama também princípio da
dedicação exclusiva)131 – no Brasil, a exemplo do que acontece em
outros países (como em Portugal – Constituição da República
Portuguesa, art. 216. 3.), fica ressalvado apenas o exercício do
magistério (CF, art. 96, I) e essa exceção é de ser interpretada
restritivamente, como sói acontecer com as exceções.
Fala-se, assim, respectivamente, nos sentidos positivo e negativo
do princípio da exclusividade da jurisdição, que seriam tratados
como condições não só do exercício da atividade jurisdicional,
mas até mesmo como condições para a proteção efetiva dos direitos
fundamentais.132 A correlação é tão importante que mereceu
tratamento expresso no Estatuto de Roma do TPI, art. 40. Parece
claro que esse princípio de exclusividade é mitigado pela autorização
e mesmo estímulo à utilização dos chamados equivalentes
jurisdicionais, como a arbitragem, por exemplo.
Evidentemente, como já se afirmou com autoridade, à separação
de órgãos não é possível corresponder uma separação absoluta de
131
Cfr. FRAGA, Carlos, Subsídios para pp. 57 e seguintes e p. 237.
132
Cfr. PECES-BARBA MARTÍNEZ, Gregorio, Curso de derechos fundamentales,
Universidad Carlos III de Madrid/Boletín Oficial del Estado, Madrid, 1999, pp. 518519: “También son condiciones para una eficaz protección de los derechos
fundamentales, la exclusidad y la unidad de la jurisdicción. Como señalan Andrés
Ibañez y Movilla Alvarez, el principio de exclusividad tiene un aspecto positivo y
outro negativo. El primero em el sentido de que cualquier posible conflicto que surja
en la vida social, puede o debe ser solucionado en última instancia por Jueces y
Tribunales independientes y predeterminados por ley. Supone, por tanto, la prohibición
de la justicia privada. El segundo em el sentido de que los jueces y tribunales no ejerzan
otras funciones que las propriamente jurisdiccionales, porque a través del
conferemiento de competências que no signifiquen el estricto “juzgar y hacer ejecutar
lo juzgado”, puede desvirtuarse la verdadera natureza de los órganos judiciales y
deteriorar su independência”.
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Imparcialidad judicial
esa actividad (es por eso que también se le llama principio de dedicación exclusiva).131 En el Brasil, a ejemplo de lo que sucede en otros
países (Como en Portugal, Constitución de la República Portuguesa,
art. 216, 3.), queda exceptuado solamente el ejercicio del magisterio
(CF, art. 96, I) y esa excepción debe interpretarse restrictivamente,
como suele suceder con las excepciones.
Se habla así, respectivamente en los sentidos positivo y negativo
del principio de la exclusividad de la jurisdicción que serían tratados
como condiciones no sólo del ejercicio de la actividad jurisdiccional
sino también como condiciones de la protección efectiva de los derechos fundamentales.132 La correlación es tan importante que
mereció ser expresamente tratada en el Estatuto de Roma del TPI,
art. 40. Resulta claro que ese principio de exclusividad está mitigado
por la autorización y por el estímulo a la utilización de los así llamados equivalentes jurisdiccionales, como por ejemplo, el arbitraje.
Evidentemente, como ya se afirmó con autoridad, no es posible
que a la separación de órganos le corresponda una separación
131
Cfr. FRAGA, Carlos, Subsídios para… op. cit.; pp. 57 y ss y p. 237.
132
Cfr. PECES-BARBA MARTÍNEZ, Gregorio, Curso de derechos fundamentales, Universidad
Carlos III de Madrid/Boletín Oficial del Estado, Madrid, 1999, pp. 518-519: “También son
condiciones para una eficaz protección de los derechos fundamentales, la exclusividad y la
unidad de la jurisdicción. Como señalan Andrés Ibañez y Movilla Alvarez, el principio de
exclusividad tiene un aspecto positivo y otro negativo. El primero en el sentido de que cualquier posible conflicto que surja en la vida social, puede o debe ser solucionado en última
instancia por Jueces y Tribunales independientes y predeterminados por ley. Supone, por
tanto, la prohibición de la justicia privada. El segundo en el sentido de que los jueces y tribunales no ejerzan otras funciones que las propiamente jurisdiccionales, porque a través
del otorgamiento de competencias que no signifiquen el estricto “juzgar y hacer ejecutar lo
juzgado”, puede desvirtuarse la verdadera naturaleza de los órganos judiciales y deteriorar
su independencia”.
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Imparcialidade judicial
poderes,133 mas parece igualmente certo afirmar que essas eventuais
funções anômalas desempenhadas por órgãos desenhados
institucionalmente para o desempenho de outras funções (por
exemplo, o exercício de funções judicantes pelo Congresso Nacional,
no caso de impeachment do Presidente da República) não pode afetar
ou consistir em violação do núcleo central das esferas de poder
atribuídas a outros órgãos,134 sob pena de gerar desequilíbrio e
arbítrio – o tema é por demais extenso, transbordando o objeto do
presente estudo.
Embora não haja uniformidade nos estudos gerais ou especializados
quanto às classificações,135 nem quanto às nomenclaturas utilizadas,
para fins estritamente didáticos, este estudo adota a racionalização
tradicional e divide a independência do Poder Judiciário em
(i) independência institucional e (ii) independência funcional.136
133
Cfr. CHIOVENDA, Giuseppe, Instituições de… op. cit.; p. 8: “Hoje, porém, se reconhece
que isso foram exageros. À separação conceitual das funções não é possível corresponder
uma separação absoluta de poderes. É de modo aproximativo que se opera a distribuição,
no interesse do livre andamento da coisa pública”.
134
Cfr. BARAK, Aharon, The Judge… op. cit.; p. 37: “The principle of separation of powers requires
that derogating from the primary function assigned to a branch and transferring it to another branch
will not adversely affect the core of the function”.
135
Cfr. CASTRO NUNES, Teoria e Prática… op. cit.; p. 91, nota 1: “Não se veja na classificação
acima senão o que é peculiar a todas as classificações, isto é, um método de exposição
baseado em algum traço distintivo mais característico”.
136
Cfr. Acerca dessas classificações e nomenclaturas, na literatura brasileira e provém
de longa tradição publicística, por todos, consulte-se Ibidem; p. 91; SILVA, José Afonso da,
Curso de Direito Constitucional Positivo, 9a Edição, Editora Malheiros, São Paulo, 1994,
p. 502; CLÈVE, Clémerson Merlin, “Poder Judiciário: autonomia e justiça”, In CLÈVE, Clémerson
Merlin, Temas de Direito Constitucional, Editora Acadêmica, São Paulo, 1993, pp. 36-55, esp.
pp. 38 e seguintes.
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Imparcialidad judicial
absoluta de poderes,133 pero parece igualmente cierto afirmar que
esas eventuales funciones anómalas desempeñadas por órganos
diseñados institucionalmente para el desempeño de otras funciones
(por ejemplo el ejercicio de funciones judiciales por el Congreso Nacional, en el caso de juicio político al presidente de la república) no
pueden afectar o consistir en violación del núcleo central de las esferas de poder atribuidas a otros órganos,134 bajo pena de generar
desequilibro y arbitrio. El tema es por demás extenso y sobrepasa el
objeto del presente estudio.
Si bien no existe unanimidad en los estudios generales o especializados, en cuanto a las clasificaciones135 ni en cuanto a las nomenclaturas empleadas, con fines estrictamente didácticos, el presente
estudio adopta la racionalización tradicional y divide la independencia del Poder Judicial en (I) independencia institucional y (II) independencia funcional.136
133
Cfr. CHIOVENDA, Giuseppe, Instituições de… op. cit.; p. 8: “Hoy, sin embargo, se reconoce
que esas fueron exageraciones. A la separación conceptual de las funciones no es posible que le corresponda una separación absoluta de poderes. Es de modo aproximado que
se opera la distribución, en interés del libre camino de la cosa pública”.
134
Cfr. BARAK, Aharon, The Judge… op. cit.; p. 37: “The principle of separation of powers requi­
res that derogating from the primary function assigned to a branch and transferring it to another
branch will not adversely affect the core of the function”.
135
Cfr. CASTRO NUNES, Teoria e Prática… op. cit.; p. 91, nota 1: “No se vea en la clasificación
anterior sino lo que es peculiar a todas las clasificaciones, o sea, un método de exposición basado en algún trazo distintivo pero característico”.
136
Acerca de estas clasificaciones y nomenclaturas, en la literatura brasileña que provienen
de una larga tradición publicista, consulte Ibidem; p. 91; SILVA, José Afonso da, Curso de Direito
Constitucional Positivo, 9a Edición, Malheiros, São Paulo, 1994, p. 502; CLÈVE, Clémerson
Merlin, “Poder Judiciário: autonomia e justiça”. In CLÈVE, Clémerson Merlin, Temas de Direito
Constitucional, Acadêmica, São Paulo, 1993, pp. 36-55, esp. pp. 38 y ss.
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Imparcialidade judicial
A independência institucional implica diversos poderes-deveres
para os órgãos judiciários, como sejam, o poder de auto-governo
(v.g. CF, art. 96, I, a, que cuida da competência atribuída aos tribunais
para eleger seus órgãos diretivos), o poder de auto-administração
(v.g. CF, art. 96, I, b), o poder de auto-regulação (v.g. CF, art. 96, I,
a, naquilo que permite aos tribunais a elaboração de regimentos
internos que regulem o respectivo funcionamento),137 o poder de
auto-gestão financeira (CF, art. 99) e o poder de elaborar propostas
de leis (a chamada inicialidade legislativa) em matérias atinentes ao
próprio Poder Judiciário (v.g. art. 96, II).
Essas garantias institucionais são muito importantes, mas esse
conjunto de poderes autônomos não basta – a efetiva independência
dos tribunais só existe com a independência funcional (subjetiva ou
pessoal) dos seus membros, os juízes.138
b. Independência Material e Pessoal
Considerando a perspectiva dos membros do Poder Judiciário, a
independência funcional costuma ser estudada a partir de duas
perspectivas complementares – (i) a independência material ou
substantiva e (ii) a independência pessoal.
A independência material ou substantiva designa a sujeição do
juiz apenas à lei – conceito que deve ser entendido em sentido amplo,
137
Sobre esse poder, ROSAS, Roberto, Direito Processual… op. cit.; p. 52. No mesmo sentido,
LIMA, Alcides Mendonça, O Poder Judiciário e a Nova Constituição, Aide Editora, Rio de Janeiro,
1989, p. 51.
138
FRAGA, Carlos, Subsídios para… op. cit.; p. 47.
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Imparcialidad judicial
La independencia institucional implica diversos poderes-deberes para los órganos judiciales, como son, el poder de autogobierno
(v.g. CF. art. 96, I, a, que se refiere a la competencia atribuida a los
tribunales para elegir sus órganos directivos), el poder de autoadministración (v.g. CF, art. 96, I, b), el poder de autorregulación (v.g. CF,
art. 96, I, a, en aquello que permite a los tribunales la elaboración
de reglamentos internos que rijan su respectivo funcionamiento),137
el poder de autogestión financiera (CF, art. 99) y el poder de elaborar propuestas de leyes (la denominada inicialidad legislativa) en cuestiones relacionadas con el propio Poder Judicial (v.g. art. 96, II).
Esas garantías institucionales son muy importantes, pero ese
conjunto de poderes autónomos no basta. La independencia efectiva de los tribunales sólo existe con la independencia funcional (subjetiva o personal) de sus miembros, los jueces.138
b. Independencia material y personal
Considerando la perspectiva de los miembros del Poder Judicial, la
independencia funcional suele ser estudiada a partir de dos perspectivas complementarias, (I) la independencia material o substantiva y (II) la independencia personal.
La independencia material o substantiva designa la sujeción del
Juez solo a la ley, concepto que debe entenderse en sentido amplio,
137
Sobre este poder, ROSAS, Roberto, Direito Processual… op. cit.; p. 52. En el mismo sentido, LIMA, Alcides Mendonça, O Poder Judiciário e a Nova Constituição, Aide Editorial, Rio de
Janeiro, 1989, p. 51.
138
FRAGA, Carlos, Subsídios para… op. cit.; p. 47.
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Imparcialidade judicial
entendendo-se-lhe da forma mais extensa, abrangendo as normas
constitucionais e as exaradas por outras fontes normativas. Não se
trata, como já se sustentou com inegável apuro, de sujeição servil
à letra da lei.139 A expressão sujeição do juiz à lei, na verdade, denota a
idéia de sujeição ao direito e possui íntima relação, no plano material,
com a necessidade de segurança jurídica e, no plano processual, com
a garantia de imparcialidade.140
A sujeição do juiz ao direito é bem ilustrada pelo regime de
apreciação dos fatos consagrado no sistema processual brasileiro,
mais uma vez na linha do que acontece nos ordenamentos ocidentais
de um modo geral. Entre a liberdade absoluta no ato de julgar e
o aprisionamento do juiz à letra da lei, inclusive no que diz respeito
à apreciação das provas dos fatos controvertidos (conhecida como
tarifação da prova ou sistema da prova legal), o direito brasileiro faz
139
Cfr. DINAMARCO, Cândido Rangel, A Instrumentalidade do Processo, 6a Edição, Editora
Malheiros, São Paulo, 1998, p. 199.
140
A concepção de independência em sentido material é muito difundida nos estudos
germânicos. Por todos, vid. HESSE, Konrad, Elementos de Direito Constitucional da República
Federal da Alemanha (tradução brasileira da 20a Edição de Grundzüge des Verfassungsrechts der
Bundesrepublik Deutschland por Luis Afonso Heck), Sergio Antonio Fabris Editor, Porto
Alegre, 1998, p. 415: “Independência material (artigo 97, alínea 1, da Lei Fundamental) é
estar livre de instruções; a nenhum juiz devem ser dadas instruções para o cumprimento de
suas tarefas e nenhum juiz deve considerar tais instruções (...)”; e, ainda, JAUERNIG,
Othmar, Direito Processual…, op. cit.; p. 71: “A independência material significa que o juiz,
no exercício do poder judicial, não está vinculado a instruções (do Parlamento, do Governo, da
administração, dos chefes de serviços, etc.) e que também não lhe podem ser dadas.
A independência material é garantida a todos os juízes – de carreira ou honorários, GG
art. 97 I”. O direito português contém previsão semelhante (Constituição da República
Portuguesa, art. 203) Todavia, evidenciando a falta de uniformidade quanto à
nomenclatura, o que o presente estudo designa como independência material é designado
por prestigioso setor da doutrina portuguesa como independência funcional (CANOTILHO,
J. J. Gomes, Direito Constitucional e…, op. cit.; p. 617, e FRAGA, Carlos, Subsídios para…, op.cit.;
p. 50).
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Imparcialidad judicial
tomándolo en su forma más extensa, abarcando las normas constitucionales y las emanadas de otras fuentes normativas. No se trata
como ya se sostuvo con innegable puntillosidad, de una sujeción
servil a la letra de la ley.139 La expresión sujeción del Juez a la ley, denota
en verdad la idea de sujeción al derecho y se encuentra estrechamente
relacionada en el plano material, con la necesidad de seguridad jurídica y, en el plano procesal, con la garantía de imparcialidad.140
La sujeción del Juez al derecho está bien ilustrada por el régimen
de apreciación de los hechos, consagrado en el sistema procesal
brasileño, una vez más dentro de la línea de lo que sucede de manera
general en los ordenamientos occidentales. Entre la libertad abso­
luta en el acto de juzgar y el apego del Juez a la letra de la ley, inclusive en lo relacionado con la evaluación de pruebas de los hechos
controvertidos (conocida como categorización de la prueba o sistema de prueba legal), el derecho brasileño opta por el sistema de la
139
Cfr. DINAMARCO, Cândido Rangel, A Instrumentalidade do Processo, 6a Edición, Editorial
Malheiros, São Paulo, 1998, p. 199.
140
La concepción de independencia en sentido material es muy difundida en los estudios
germánicos. Por la mayoría, vid. HESSE, Konrad. Elementos de Direito Constitucional da Repú­
blica Federal da Alemanha, traducción de Luis Afonso Heck, Sergio Antonio Fabris Editor, Porto
Alegre, 1998, p. 415: “Independencia material (artículo 97, párrafo 1, de la Ley Fundamental)
es estar libre de instrucciones; a ningún juez se le deben dar instrucciones para cumplir sus
tareas y ningún juez debe considerar tales instrucciones (...)”; y, también, JAUERNIG,
Othmar, Direito Processual…, op.cit.; p. 71: “La independencia material significa que el juez,
en el ejercicio del poder judicial, no está vinculado a instrucciones (del Parlamento, del
Gobierno, de la administración, de los jefes de servicios, etc.) y que tampoco se les puede
impartir. Todos los jueces-de carrera u honorarios, tienen su independencia material garantizada - GG art. 97 I”. El derecho portugués contiene una previsión semejante (Constitución de la República Portuguesa, art. 203). Asimismo, evidenciando la falta de uniformidad
en cuanto a la nomenclatura, lo que el presente estudio designa como independencia mate­
rial es designado por un prestigioso sector de la doctrina portuguesa como independencia
funcional (CANOTILHO, J. J. Gomes, Direito Constitucional…, op. cit.; p. 617, y FRAGA, Carlos,
Subsídios para…, op. cit.; p. 50).
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Imparcialidade judicial
opção pelo sistema do livre convencimento motivado do juiz141 (também
chamado sistema da persuasão racional). De acordo com o sistema
da persuasão racional, o juiz tem o poder de livremente apreciar as
questões de fato eventualmente suscitadas e discutidas nos autos,
assim como, de acordo com o seu convencimento, aplicar o direito
aos fatos (CPC, art. 131), mas encontra-se condicionado por diversos
fatores, como sejam, regras jurídicas, regras lógicas e máximas
de experiência142 e, notadamente, a necessidade inafastável de
fundamentar a formação de sua convicção e as suas decisões143
(verdadeiro dever de motivação, tratado na CF, art. 93, IX; e no CPC,
art. 458, II). A liberdade de convencimento no ato de julgar,
contrabalançada pelo dever de motivação das decisões judiciais, é
manifestação específica do fenômeno da independência dos juízes144
e pressuposto da sua imparcialidade. Reitera-se, assim, que o princípio
de obrigatoriedade de motivação das decisões judiciais é condição de
efetividade da imparcialidade (ou impessoalidade,145 para quem
considera as expressões de algum modo fungíveis) e, ainda, da
independência dos juízes.146
141
Por todos, o clássico SANTOS, Moacyr Amaral, Prova Judiciária no Cível e no Comercial,
5a Edição, Editora Saraiva, São Paulo, 1983, p. 391. Vide ainda DINAMARCO, Cândido
Rangel, Instituições de…, op. cit.; pp. 101 e seguintes; e TUCCI, José Rogério Cruz e, A Motivação
da Sentença no Processo Civil, Editora Saraiva, São Paulo, 1987, p. 102.
142
Nesse sentido, a obra específica de ROSITO, Francisco, Direito Probatório – As Máximas de
Experiência em Juízo, Livraria do Advogado, Porto Alegre, 2007, p. 43.
143
Cfr. MARINONI, Luiz Guilherme e ARENHART, Sérgio Cruz, Processo de Conhecimento,
6a Edição, Editora Revista dos Tribunais, São Paulo, 2007, p. 465.
144
Cfr. DINAMARCO, Cândido Rangel, A Instrumentalidade…, op. cit.; p. 296.
145
Ainda DINAMARCO, Cândido Rangel, Instituições de…, op. cit.; p. 106.
146
Assim em TUCCI, José Rogério Cruz e, A Motivação…, op. cit.; p. 23: “Assim, o princípio
da obrigatoriedade da motivação da sentença tem o condão de tornar efetivas as normas
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Imparcialidad judicial
libre convicción motivada del Juez141 (denominado también sistema
de la persuasión racional). De acuerdo con el sistema de la persuasión
racional, el Juez tiene la facultad de evaluar libremente las cuestiones de hecho eventualmente suscitadas y discutidas en los autos,
así como, de acuerdo con su convicción, aplicar el derecho a los hechos
(CPC, art. 131), pero se encuentra condicionado por varios factores,
como ser, reglas jurídicas, reglas lógicas y máximas de experiencia142 y principalmente, la necesidad ineludible de fundamentar la
formación de su convicción y sus decisiones 143 (verdadero deber
de motivación, tratado en la CF, art. 93, IX y en el CPC, art. 458, II).
La libertad de convicción en el acto de juzgar, compensada por el
deber de motivación de las decisiones judiciales es una manifestación específica del fenómeno de la independencia de los jueces144 y
un presupuesto de su imparcialidad. Se reitera así que el principio de
obligatoriedad de motivación de las decisiones judiciales es condición
de efectividad de la imparcialidad (o impersonalidad145 para quien
considera las expresiones de alguna manera fungibles) y aun, de la
independencia de los jueces.146
141
Por la mayoría, el clásico SANTOS, Moacyr Amaral, Prova Judiciária no Cível e no Comer­
cial, 5a Edición, Editorial Saraiva, São Paulo, 1983, p. 391. Vid. también DINAMARCO,
Cândido Rangel, Instituições de…, op. cit.; pp. 101 y ss; y TUCCI, José Rogério Cruz e, A Moti­
vação da Sentença no Processo Civil, Saraiva, São Paulo, 1987, p. 102.
142
En este sentido, la obra específica de ROSITO, Francisco. Direito Probatório-As Máximas
de Experiência em Juízo, Livraria do Advogado, Porto Alegre, 2007, p. 43.
143
Cfr. MARINONI, Luiz Guilherme y ARENHART, Sérgio Cruz, Processo de Conhecimento,
6a Edición, Editorial Revista dos Tribunais, São Paulo, 2007, p. 465.
144
Cfr. DINAMARCO, Cândido Rangel, A Instrumentalidade…, op. cit.; p. 296.
145
Uma vez más, DINAMARCO, Cândido Rangel, Instituições de…, op. cit.; p. 106.
146
Igual en TUCCI, José Rogério Cruz e, A Motivação…, op. cit.; p. 23: “Así, el principio de la
obligatoriedad de la motivación de la sentencia tiene la característica de tornar efectivas
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Imparcialidade judicial
Consoante entendimento muito autorizado, o ato de decidir é
antecedente (prius) em relação à fundamentação desse mesmo ato
(posterius). Com efeito, desde a etimologia, a sentença é um ato do
sentir, de modo que a exigência de motivação das decisões judiciais se
constitui em importantíssimo instrumento de racionalização das
decisões147 e é o que permite que as decisões sejam impugnadas e,
por conseguinte, controladas pelas partes.148 Na verdade, tais
decisões podem e devem ser controladas e impugnadas não apenas
pelas partes, mas por toda a sociedade a quem os juízes, enquanto
agentes públicos (ou mesmo, agentes políticos), também têm
o dever de prestar contas à coletividade acerca do modo como
exercitam o poder que lhes é outorgado.149 A legitimidade democrática
das decisões judiciais depende da existência, da qualidade e do valor
da motivação das decisões judiciais. E essa assertiva vale tanto para
a legitimação interna (ou jurídica) como para a legitimação externa
(ou ético-política e social) das decisões judiciais e do próprio Poder
que garantem o direito de defesa e a imparcialidade e independência do juiz”. A mesma
correlação é feita, em sede de processo administrativo, por MOREIRA, Egon Bockmann,
Processo Administrativo…, op. cit.; p. 123.
147
CALAMANDREI, Piero, “Processo…, op. cit.; pp. 618-702, esp. p. 664: “Il segno più típico
della “razionalizzazione” della funzione giurisdizionale è la motivazione”,
148
Cfr. Novamente Ibidem; pp. 618-702, esp. p. 665: “Ma, altre a questo ufficio psicológico di
giustificazione e di persuasione, la motivazione há anche um’altra funzione più strattamente giuridica:
quella di metter lê parti in condizione di verificare se nel ragionamento che la condotto il giudice a
decidere in quel certo modo, sai ravvisabile alcuno di quei difetti che danno adito ai varí mezzi di
impugnazione. Motivazione e impugnazione sono, nelle legislazioni processuali, istituti in certo senso
paralleli: di solito, dove non è prescritta la motivazione, la impugnazione non è ammessa; perchè ogni
impugnazione presuppone uma critica e uma censura dell’atto che si impugna, il che non è
praticamente possibile quando non si posson conoscere lê ragioni su cui l’atto si fonda e si giustifica”.
149
Cfr. PERELMAN, Chaïm, Ética e Direito (tradução brasileira de Étique et Droit por Maria
Ermentina Galvão G. Pereira), Editora Martins Fontes, São Paulo, 1996, pp. 566-567.
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Imparcialidad judicial
De acuerdo con un criterio muy autorizado, el acto de decidir es
antecedente (prius) con relación a la fundamentación de ese mismo acto (posterius). En efecto, desde la etimología, la sentencia es
un acto del sentir, de modo que la exigencia de la motivación de las
decisiones judiciales se constituye en un importantísimo instrumento de racionalización de las decisiones147 y es lo que permite
que las decisiones sean impugnadas y, por consiguiente, controladas por las partes.148 En verdad, tales decisiones pueden y deben
ser controladas e impugnadas no sólo por las partes, sino por toda
la sociedad a quien los jueces, en cuanto agentes públicos (o aun,
agentes políticos) también tienen el deber de rendir cuentas a la
comunidad con respecto al modo como ejercen el poder que les es
otorgado.149 La legitimidad democrática de las decisiones judiciales depende de la existencia, de la calidad y del valor de la motivación
de las decisiones judiciales. Y esta afirmación vale tanto para la
legitimación interna (o jurídica) como para la legitimación externa
(o ético-política y social) de las decisiones judiciales y del propio
las normas que garantizan el derechode defensa y la imparcialidad e independencia del
juez”. La misma correlación es efectuada, en sede del proceso administrativo, por MOREIRA, Egon Bockmann. Processo Administrativo…, op. cit.; p. 123.
147
Cfr. CALAMANDREI, Piero, “Processo…, op.cit.; pp. 618-702, esp. p. 664: “Il segno più
típico della “razionalizzazione” della funzione giurisdizionale è la motivazione”.
148
Nuevamente Ibidem; pp. 618-702, esp. p. 665: “Ma, altre a questo ufficio psicológico di
giustificazione e di persuasione, la motivazione há anche um’altra funzione più strattamente giuri­
dica: quella di metter lê parti in condizione di verificare se nel ragionamento che la condotto il giudice
a decidere in quel certo modo, sai ravvisabile alcuno di quei difetti che danno adito ai varí mezzi di
impugnazione. Motivazione e impugnazione sono, nelle legislazioni processuali, istituti in certo senso
paralleli: di solito, dove non è prescritta la motivazione, la impugnazione non è ammessa; perchè ogni
impugnazione presuppone uma critica e uma censura dell’atto che si impugna, il che non è pratica­
mente possibile quando non si posson conoscere lê ragioni su cui l’atto si fonda e si giustifica”.
149
Cfr. PERELMAN, Chaïm, Ética e Direito traducción de María Ermentina Galvão G. Pereira,
Editorial Martins Fontes, São Paulo, 1996, pp. 566-567.
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Imparcialidade judicial
Judiciário150 – a transparência é fundamental para a legitimação
democrática do Poder Judiciário.151
Em síntese: quanto mais independente o juiz e quanto mais
livre o seu convencimento ou, por outro lado, quanto maior a esfera
de discricionariedade (o já referido ativismo judicial),152 maior a
necessidade de controles interno e externo e, portanto, mais
acentuada a exigência democrática de motivação das decisões
judiciais,153 evitando que a liberdade de convicção se converta em
puro arbítrio judicial.
c. Independência Interna e Externa
A independência pessoal designa a autonomia do juiz no
exercício das suas funções judicantes, para a qual concorre uma
série de garantias e restrições pessoais aos que exercem a
função judiciária. Do ponto de vista pessoal, também é possível
classificar a independência, que habitualmente é sub-dividida
150
Sobre a motivação como exigência de legitimação, vid.; FERRAJOLI, Luigi, Direito e
Razão…, op. cit.; pp. 436-437 e p. 498.
151
Cfr. CASTRO JÚNIOR, Osvaldo Agripino, A Democratização do Poder Judiciário, Sérgio
Antonio Fabris Editor, Porto Alegre, 1998, p. 106.
152
Cfr. SPAGNOLO, Juliano, “A garantia do juiz natural e a nova redação do art. 253 do
Código de Processo civil (Lei 10.358/01)”, In PORTO, Sérgio Gilberto (Organizador).
As Garantias do Cidadão no Processo Civil – Relações entre Constituição e Processo, Livraria do
Advogado Editora, Porto Alegre, 2003, pp. 147-163, esp. p. 143.
153
Na literatura brasileira: sobre a motivação, vid.; BARBOSA MOREIRA, José Carlos,
“A motivação das decisões judiciais como garantia inerente ao Estado de Direito”, In Temas
de Direito Processual – Segunda Série, 2a Edição, Editora Saraiva, São Paulo, 1988, pp. 83-95;
sobre a exigência mais rígida em se tratando de ponderação, vide BARCELLOS, Ana Paula
de, Ponderação, Racionalidade e Atividade Jurisdicional, Editora Renovar, Rio de Janeiro,
2005, p. 41.
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353
Imparcialidad judicial
Poder Judicial.150 La transparencia es fundamental para la legitimación democrática del Poder Judicial.151
En síntesis, cuanto más independiente sea el Juez, más libre será
su convicción o, por otro lado, cuanto mayor sea la esfera de discrecionalidad (el ya citado activismo judicial),152 más grande será la
necesidad de controles internos y externos y por lo tanto, más acentuada la exigencia democrática de motivación de las decisiones
judiciales,153 evitando que la libertad de convicción se convierta en
un mero arbitrio judicial.
c. Independencia interna y externa
La independencia personal designa la autonomía del Juez en el ejercicio de sus funciones judiciales, para lo cual concurre una serie de
garantías y restricciones personales referidas a los que ejercen la
función judicial. Desde el punto de vista personal también es posible
clasificar la independencia, que habitualmente se subdivide en
150
Sobre la motivación como exigencia de legitimación, vid. FERRAJOLI, Luigi, Direito e
Razão…, op.cit.; pp. 436-437 y p. 498.
151
Cfr. CASTRO JÚNIOR, Osvaldo Agripino, A Democratização do Poder Judiciário, Sérgio
Antonio Fabris Editor, Porto Alegre, 1998, p. 106.
152
Cfr. SPAGNOLO, Juliano, “A garantia do juiz natural e a nova redação do art. 253 do Código de
Processo civil (Lei 10.358/01)”, en PORTO, Sérgio Gilberto (Organizador). As Garantias
do Cidadão no Processo Civil-Relações entre Constituição e Processo, Livraria do Advogado Editorial, Porto Alegre, 2003, pp. 147-163, esp. p. 143.
153
En la literatura brasileña: sobre la motivación, ver BARBOSA MOREIRA, José Carlos,
“A motivação das decisões judiciais como garantia inerente ao Estado de Direito”,
en Temas de Direito Processual-Segunda Série, 2a Edición, Saraiva, São Paulo, 1988, pp. 8395; sobre la exigencia más rígida, respecto de la ponderación, vid. BARCELLOS, Ana
Paula de, Ponderação, Racionalidade e Atividade Jurisdicional, Renovar, Rio de Janeiro,
2005, p. 41.
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Imparcialidade judicial
em (i) independência interna e (ii) independência externa.154
A independência externa designa a autonomia dos juízes em face
de pressões externas ao Poder Judiciário. Pode-se segmentar três
planos principais de independência externa dos juízes, quais
sejam, independência frente a pressões (i) políticas, (ii) financeiras e
(iii) da opinião pública (aqui designadas também como pressões
midiáticas, haja vista ser a mídia o veículo de expressão da
opinião pública). A independência interna designa a autonomia
dos juízes frente às pressões internas ao Poder Judiciário. Nesse
sentido, o juiz necessita ter independência em relação a outros
órgãos judiciários, notadamente em relação a órgãos judiciários
superiores. A Constituição Federal e as normas infra-constitucionais
organizam a justiça através de uma distribuição horizontal e
vertical de competências.155 No plano da distribuição vertical de
competências, tais regras estabelecem, de acordo com a
expressão consagrada, uma espécie de hierarquia entre os órgãos
judiciais.
d. Hierarquia
Com efeito, é muito importante compreender adequadamente a
hierarquia entre os órgãos jurisdicionais como um sistema de divisão
154
A classificação é muito usual nos estudos especializados. Por todos, vid. CAPPELLETTI,
Mauro, Juízes Irresponsáveis? (tradução brasileira de Giudici Irresponsabili? Por Carlos Alberto
Álvaro de Oliveira), Sergio Antonio Fabris Editor, Porto Alegre, 1989, p. 33; ZAFFARONI,
Eugenio Raúl, Poder Judiciário…, op.cit.; p. 88; FRAGA, Carlos, Subsídios para …, op.cit.; pp. 51 e
seguintes; FERRAJOLI, Luigi, Direito e Razão pp. 467 e seguintes; e, no Brasil, GOMES, Luiz
Flávio, A Dimensão da Magistratura no Estado Constitucional e Democrático de Direito, Editora
Revista dos Tribunais, São Paulo, 1997, pp. 36 e seguintes.
155
Cfr. DINAMARCO, Cândido Rangel, Instituições de …, op.cit.; p. 391.
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Imparcialidad judicial
(I) independencia interna y (II) independencia externa.154 La independencia externa designa la autonomía de los jueces con respecto
a las presiones externas del Poder Judicial. Se pueden segmentar
tres planos principales de independencia externa de los jueces, a
saber: independencia ante presiones (I) políticas, (II) financieras
y (III) de la opinión pública (aquí designadas también como presiones mediáticas, ya que los medios constituyen un vehículo de expresión de la opinión pública). La independencia interna designa la
autonomía de los jueces frente a presiones internas del Poder Judicial. En tal sentido, el Juez necesita tener independencia con relación
a otros órganos judiciales, principalmente con relación a los órganos judiciales superiores. La Constitución Federal y las normas infraconstitucionales organizan la justicia a través de una distribución
horizontal y vertical de las competencias.155 En el plano de la distribución vertical de competencias tales reglas establecen, de acuerdo
con la expresión consagrada, una especie de jerarquía entre los órganos judiciales.
d. Jerarquía
En efecto, es muy importante comprender adecuadamente la jerarquía existente entre los órganos jurisdiccionales como un sistema
154
La clasificación es muy usual en los estudios especializados. Por la mayoría, vid;
CAPPELLETTI, Mauro, ¿Jueces Irresponsables? traducción de Carlos Alberto Álvaro de Oliveira, Sergio Antonio Fabris Editor, Porto Alegre, 1989, p. 33; ZAFFARONI, Eugenio
Raúl, Poder Judiciário…, op. cit.; p. 88; FRAGA, Carlos, Subsídios para…, op. cit.; pp. 51 y ss;
FERRAJOLI, Luigi, Direito e Razão…op. cit.; pp. 467 y ss; y, en Brasil, GOMES, Luiz Flávio, A
Dimensão da Magistratura no Estado Constitucional e Democrático de Direito, Editorial Revista
dos Tribunais, São Paulo, 1997, pp. 36 y ss.
155
Cfr. DINAMARCO, Cândido Rangel, Instituições de…, op. cit.;p. 391.s
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Imparcialidade judicial
de trabalho e como um sistema de administração do aparelho
judiciário; a hierarquia jamais deve ser entendida como um sistema
de subordinação entre os órgãos judiciários, nem tampouco
entre as pessoas que ocupam as funções judicantes. A expressão
hierarquia é comumente utilizada em Direito com várias finalidades;
por exemplo, a hierarquia é utilizada como critério de solução
de conflitos normativos (também chamados antinomias),156 quando
consideradas as normas abstratas emanadas do Poder Legislativo
(ou mesmo do Poder Executivo, quando autorizado a tanto – por
exemplo, normas regulamentares). Por razões quase auto-evidentes
(intuitivas mesmo), assumida a existência de alguma espécie de
hierarquia entre as normas jurídicas (isto é, entre as fontes
do Direito), as normas jurídicas de hierarquia superior prevalecem
sobre as normas jurídicas de hierarquia inferior. Consoante a
expressão latina, lex superior inferior derogat.
Da mesma forma, em se tratando de conflitos entre
normas concretas (normas judiciais ou sentenças, genericamente
consideradas), em regra as normas concretas superiores prevalecem
sobre as inferiores (embora se possa figurar situações em que as
normas inferiores prevalecem), solvido o conflito pelo mesmo
critério hierárquico utilizado para as normas abstratas.
Deveras, ainda que não haja norma expressa a esse respeito,
nem se aplique aqui a chamada regra do precedente (rule of
precedent), é o que se extrai do sistema processual civil brasileiro
156
Há copiosa bibliografia sobre o tema, referindo-se aqui, brevitatis causa, ÁVILA,
Humberto, Teoria dos …, op. cit.
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357
Imparcialidad judicial
de división de trabajo y como un sistema de administración del aparato judicial; la jerarquía jamás debe ser entendida como un sistema
de subordinación entre los órganos judiciales, ni tampoco entre las
personas que se ocupan de la función de juzgar. La expresión jerarquía se emplea comúnmente en el derecho con varias finalidades;
por ejemplo, se utiliza la jerarquía como criterio de solución de conflictos normativos (también llamados antinomias),156 cuando se
consideran las normas abstractas emanadas del Poder Legislativo
(o aun del Poder Ejecutivo, cuando se lo autoriza para tal cosa, por
ejemplo, normas reglamentarias). Por razones casi autoevidentes
(inclusive intuitivas), una vez asumida la existencia de alguna clase
de jerarquía entre las normas jurídicas (es decir, entre las fuentes del
derecho), las normas jurídicas de jerarquía superior prevalecen sobre las normas jurídicas de jerarquía inferior. De acuerdo con la expresión latina, lex superior inferior derogat.
De la misma manera, tratándose de conflictos entre normas concretas (normas judiciales o sentencias, genéricamente consideradas), como regla, las normas concretas superiores prevalecen sobre
las inferiores (aun cuando puedan presentarse situaciones en las
que las normas inferiores prevalezcan), resolviéndose el conflicto
con el mismo criterio jerárquico utilizado para las normas abstractas.
Verdaderamente, aun cuando no exista ninguna norma expresa
a ese respecto, ni que se aplique aquí la denominada regla del precedente (rule of precedent), es lo que se extrae del sistema procesal
156
Hay una copiosa bibliografía sobre el tema, refiriéndose aquí, brevitatis causa, ÁVILA,
Humberto, Teoria dos…, op. cit.
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Imparcialidade judicial
(interpretação sistemática), em que os órgãos estão verticalmente
organizados pela Constituição Federal e os órgãos superiores
funcionam (também e dentre outras funções) como revisores das
decisões dos órgãos inferiores; as decisões emanadas de
órgãos superiores proferidas em sede de impugnação substituem as
decisões proferidas por órgãos inferiores (CPC, art. 512) e são criados
expedientes para assegurar a autoridade das decisões prolatadas
por órgãos superiores em face de potenciais descumprimentos ou
violações por órgãos inferiores, de que é exemplo notável a reclamação
– CF, art. 102, I, l e art. 105, I, f.
Hierarquia é utilizada também para designar a relação existente
entre órgãos e/ou pessoas que exercem funções administrativas,
notadamente entre órgãos administrativos. Nesse sentido, fala-se,
por exemplo, que há hierarquia entre o Superintendente da Polícia
Federal e os agentes de Polícia Federal que atuam sob sua direção e
comando – nesse sentido designa-se também subordinação.
Na verdade, não só nesse, como em diversos outros contextos,
hierarquia designa um vínculo jurídico entre duas pessoas ou órgãos,
que confere a um deles um poder de direção sobre o outro que, por
sua vez, tem dever de se subordinar àquela direção e obedecer ao
primeiro157 (em se tratando de órgãos, pode-se falar em hierarquia
externa). A hierarquia é, então, um método de organização vertical
157
Sobre o tema, vid. FRAGA, Carlos. Subsídios para …, op. cit.; pp. 462-463: “A hierarquia
é o modelo de organização administrativa vertical, constituído por dois ou mais órgãos e
agentes com atribuições comuns, ligados por um vínculo jurídico que confere ao superior o
poder de direção e impõe ao subalterno o dever de obediência”.
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359
Imparcialidad judicial
brasileño (interpretación sistemática), en el que los órganos están
verticalmente organizados por la Constitución Federal y los órganos superiores funcionan (también y entre otras funciones) como
revisores de las decisiones de los órganos inferiores; las decisiones
emanadas de órganos superiores y dictadas en sede de impugnación substituyen a las decisiones dictadas por órganos inferiores
(CPC, art. 512) y se crean expedientes para asegurar la autoridad de
las decisiones emanadas de órganos superiores como consecuencia
de potenciales incumplimientos o violaciones cometidos por órganos inferiores y de lo que el reclamo constituye un notable ejemplo
–CF, art. 102, I, l y art. 105, I, f.
La jerarquía también se utiliza para designar la relación existente
entre órganos y/o personas que ejercen funciones administrativas,
principalmente entre órganos administrativos. En tal sentido, se dice
por ejemplo, que hay jerarquía entre el Superintendente de la Policía
Federal y los agentes de la Policía Federal que actúan bajo su dirección y mando lo que en ese caso, se denomina también subordinación.
En verdad, no sólo en ese sino también en otros contextos, jerarquía designa a un vínculo jurídico entre dos personas u órganos que
confiere a uno de ellos, un poder de conducción sobre el otro, que a
su vez, tiene el deber de subordinarse a esa conducción y obedecer
al primero157 (tratándose de órganos, se puede hablar de jerarquía externa). La jerarquía es entonces un método de organización
157
Sobre el tema, vid. FRAGA, Carlos, Subsídios para…, op. cit.; pp. 462-463: “La jerarquía
es el modelo de organización administrativa vertical, constituido por dos o más órganos y
agentes con atribuciones comunes, unidos por un vínculo jurídico que otorga al superior
el poder de dirección e impone al subalterno el deber de obediencia”.
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Imparcialidade judicial
de trabalho que estabelece um vínculo jurídico (uma relação jurídica
hierárquica)158 de subordinação.
No âmbito judiciário, a expressão hierarquia não designa vínculo
de subordinação e obediência à instrução superior,159 notadamente
em relação a órgãos administrativos (mas, obviamente, também em
relação a órgãos judiciários), sob pena de comprometimento
da independência do magistrado 160 e, por conseguinte, da
respectiva imparcialidade.161 Assim sendo, no âmbito judiciário,
considerados poderes judiciários independentes e que funcionam
em estados democráticos, a “hierarquia” é apenas uma forma
especial verticalizada de distribuição de competências,162 não se
identificando um rígido sistema de subordinação entre os
magistrados, que preservam a sua liberdade no ato de julgar, sem
158
Novamente, Ibidem; pp. 462-463: “O fundamental a reter aqui é que a relação jurídica
hierárquica composta situações jurídicas activas, de que é titular o superior, e situações
passivas de que é titular o subalterno, traduz-se num vínculo especial de supremacia e
subordinação que se estabelece entre o superior e o subalterno”.
159
Assim já afirmava CHIOVENDA, Giuseppe, Instituições de Direito…, op. cit.; p. 98.
160
Cfr. CAPPELLETTI, Mauro, “Las garantías constitucionales de las partes en el proceso
civil italiano”, In Proceso, Ideologias, Sociedad (tradução argentina por Santiago Sentis
Melendo e Tomás Banzhaf), Ediciones Juridicas Europa-America, Buenos Aires, 1974, p.
538: “En todas estas hipótesis, la presencia del vínculo jerárquico obviamente no podia dejar de
turbar la serenidad del juez, puesto frente a la alternativa de seguir las direcciones y las directivas de la
administracion en menoscabo de un juicio imparcial, o de someterse a las consecuencias de
pronunciamentos contrários a la misma admnistracion”.
161
Cfr. CALAMANDREI, Piero, “Processo e Democracia”,…, op. cit.; pp. 618-702, esp. p.
652: “Ma di solito, nel comune linguaggio, quando si parla de indipendenza del giudice, si intende
riferirsi specielmente allá mancanza, nell’esercizio dell funzione giudiziaria, di ogni vincolo di
subordinazione gerarchica”.
162
Nesse sentido, ZAFFARONI, Eugenio Raúl, Poder Judiciário…op. cit.; p. 182: “Os modelos
democráticos modernos procuram reduzir a hierarquia interna do judiciário, tornando
realidade a premissa de que entre juízes não há hierarquia, mas diferença de competências.
A chave deste objetivo se acha na transferência das funções de controle interno e
disciplinares a um órgão democrático como o conselho”.
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Imparcialidad judicial
vertical de trabajo que establece un vínculo jurídico (una relación
jurídica jerárquica)158 de subordinación.
En el ámbito judicial, la expresión jerarquía no designa un vínculo
de subordinación y obediencia a la instrucción superior,159 principalmente con relación a órganos administrativos (sino obviamente,
también con relación a órganos judiciales), bajo pena de comprometimiento de la independencia del Magistrado160 y, por consiguiente, de la respectiva imparcialidad.161 Siendo así, en el ámbito judicial,
considerando poderes judiciales independientes y que funcionan en
Estados democráticos, la “jerarquía” es solo una forma especial verticalizada de distribución de competencias162 y no se identifica un
rígido sistema de subordinación entre los Magistrados quienes
preservan su libertad en el acto de juzgar, no obstante el hecho de
158
Nuevamente, Ibidem; pp. 462-463: “Lo fundamental que debemos retener aquí es la
relación jurídica jerárquica compuesta de situaciones jurídicas activas, de las que es titular
el superior, y situaciones pasivas de las que es titular el subalterno, y que se traduce en un
vínculo especial de supremacía y subordinación que se establece entre el superior y el subalterno”.
159
Así ya lo afirmaba CHIOVENDA, Giuseppe, Instituições de Direito…, op. cit.; p. 98.
160
Cfr. CAPPELLETTI, Mauro, “Las garantías constitucionales de las partes en el proceso
civil italiano”, en Proceso, Ideologias, Sociedad traducción de Santiago Sentis Melendo y Tomás Banzhaf, Ediciones Jurídicas Europa-America, Buenos Aires, 1974, p. 538: “En todas
estas hipótesis, la presencia del vínculo jerárquico obviamente no podía dejar de turbar la
serenidad del juez, puesto frente a la alternativa de seguir las direcciones y las directivas de
la administración en menoscabo de un juicio imparcial, o de someterse a las consecuencias
de pronunciamientos contrarios a la misma administración”.
161
Cfr. CALAMANDREI, Piero, “Processo e Democracia”,…, op. cit.; pp. 618-702, esp.
p. 652: “Ma di solito, nel comune linguaggio, quando si parla de indipendenza del giudice, si intende
riferirsi specielmente allá mancanza, nell’esercizio dell funzione giudiziaria, di ogni vincolo di subordina­
zione gerarchica”.
162
En este sentido, ZAFFARONI, Eugenio Raúl, Poder Judiciário…, op. cit.; p. 182: “Los
modelos democráticos modernos intentan reducir la jerarquía interna del Poder Judicial,
haciendo realidad la premisa de que entre jueces no hay jerarquía, sino diferencia de
competencias. La llave de este objetivo está en la transferencia de las funciones de control
interno y disciplinarias a un órgano democrático como el consejo”.
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Imparcialidade judicial
embargo de as suas decisões estarem submetidas à revisão de
órgãos hierarquicamente superiores, que possuem ainda controle
sobre as atividades administrativas dos juízes, de modo que essa
organização hierárquica presta-se a garantir aos jurisdicionados o
direito de recorrer,163 sem que isso implique, seja consentido apenas
registrar, o reconhecimento de algum direito ao chamado duplo
grau de jurisdição na esfera processual civil no Brasil.
De molde a preservar a independência interna dos juízes, o
ordenamento jurídico, tanto em sede constitucional como em
âmbito infraconstitucional, estabelece uma série de proteções ao
exercício da magistratura. No plano constitucional, seguindo longa
tradição no direito público brasileiro, destacam-se a vitaliciedade (CF,
art. 95, I), a inamovibilidade (CF, art. 95, I) e a irredutibilidade dos
subsídios (CF, art. 95, III).164
Além dessas, há várias outras, seja na própria Constituição
Federal, seja nas Constituições Estaduais (onde aplicáveis, por
evidente) e na legislação infra-constitucional. No plano constitucional,
a dedicação exclusiva (CF, art. 96) protege a independência do
163
Com essa ênfase, vid. BERGEL, Jean-Louis, Teoria Geral…, op. cit.; p. 436: “A idéia de
hierarquia pode parecer insólita em matéria judiciária na qual a independência do juiz é a
condição de uma boa justiça. A hierarquia das jurisdições tem nela um sentido particular:
ela não afeta a liberdade de decisão do juiz, mas, sabendo que nunca ele é infalível, permite
somente ao pleiteante provocar um novo exame de seu processo por uma jurisdição
superior àquela que o dirimiu. Portanto, ela constitui uma garantia essencial de boa justiça
ao permitir a um juiz de posição mais elevada, dotado de maior autoridade e de mais longa
experiência e mais bem instruído graças ao trabalho de investigação e de aclaramento de
primeira instância, retificar os erros eventuais dos primeiros juízes”.
164
Há extensa bibliografia sobre o tema. Por todos, vid. SAMPAIO, José Adércio Leite, O
Conselho Nacional…, op. cit.; p. 125; especificamente sobre a inamovibilidade, vid. NEVES,
Marcelo. “Regra-Garantia da …”, op. cit.; pp. 298-312.
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Imparcialidad judicial
estar sus decisiones sometidas a la revisión de órganos jerárquicamente superiores, que poseen control sobre las actividades administrativas de los jueces, de modo que dicha organización jerárquica
se presta a garantizar a los justiciables el derecho de interponer
recurso,163 sin que ello implique, el reconocimiento de algún derecho
al denominado doble grado de jurisdicción en la esfera procesal civil
en el Brasil.
Con la finalidad de preservar la independencia interna de los jueces, el ordenamiento jurídico, tanto en sede constitucional como en
el ámbito infraconstitucional, establece una serie de protecciones al
ejercicio de la magistratura. En el plano constitucional, siguiendo
una larga tradición en el derecho público brasileño, se destacan la
vitalicidad (CF, art. 95, I), la inamovilidad (CF, art. 95, I) y la irreductibilidad de los sueldos (CF, art. 95, III).164
Además de esas, hay varias otras, en la propia Constitución Federal
o en las constituciones de los Estados (donde se aplican por evidentes) y en la legislación infraconstitucional. En el plano constitucional,
la dedicación exclusiva (CF, art. 96) protege la independencia del
163
Con este énfasis, vid. BERGEL, Jean-Louis, Teoria Geral…, op. cit.; p. 436: “La idea de jerarquía puede parecer insólita en materia judicial en la cual la independencia del juez es la
condición de una buena justicia. La jerarquía de las jurisdicciones tiene en ella un sentido
particular: ella no afecta la libertad de decisión del juez, pero, sabiendo que nunca él es infalible, permite solamente al litigante provocar un nuevo examen de su proceso por una
jurisdicción superior a aquella que lo dirimió. Por lo tanto, ella constituye una garantía
esencial de buena justicia al permitirle a un juez de posición más elevada, dotado de mayor
autoridad y de más larga experiencia y más bien instruido gracias al trabajo de investigación y de esclarecimiento de primera instancia, rectificar los errores eventuales de los primeros jueces”.
164
Hay una extensa bibliografía sobre el tema. Por la mayoría, vid. SAMPAIO, José Adércio Leite, O Conselho Nacional…, op. cit.; p. 125; especificamente sobre la inamovilidad, vid.
NEVES, Marcelo. “Regra-Garantia da …, op. cit.;pp. 298-312
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Imparcialidade judicial
magistrado; da mesma forma, há previsão de foro privilegiado para
determinados magistrados (v.g. CF, art. 102, I, c).
Evidencia-se, assim, a existência de um sistema de proteções
à independência do juiz que, em última análise, destinam-se à
proteção da sua imparcialidade.Ainda que possa guardar
eqüidistância em relação aos interesses em disputa, não incidindo
em suspeição ou impedimento, o juiz deve estar a salvo de pressões
de quaisquer naturezas (políticas, financeiras, etc.), a fim de que
possa exercer com liberdade (nesse sentido, liberdade e
imparcialidade se equivalem) o mister de julgar, estando sujeito
apenas ao direito. É nesse sentido que se entende a imparcialidade
como independência.
3. Juiz Natural
Uma forma de assegurar a imparcialidade do órgão julgador é
impedir que ele seja de alguma forma escolhido por quem tem
alguma espécie de interesse no julgamento (especialmente as
partes em litígio). É com base nessa premissa que surge a necessidade
de se estabelecer critérios objetivos para escolha dos órgãos que
serão responsáveis pelo julgamento das causas. Assumida a
premissa de que a Constituição Federal fala explicitamente do juiz
natural (referido então como princípio constitucional) e não fala da
imparcialidade, há quem considere que a imparcialidade está
contida no juiz natural.165
165
O que não é correto, consoante acentua MIRANDA, Gustavo Senna, Princípio do Juiz
Natural e sua Aplicação na Lei de Improbidade Administrativa, Editora Revista dos Tribunais, São
Paulo, 2007, p. 89.
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Imparcialidad judicial
Magistrado; de la misma manera, existe una previsión de fuero privilegiado para determinados Magistrados (v.g. CF, art. 102, I, c).
Se hace así evidente, la existencia de un sistema de protecciones
a la independencia del Juez que, en última instancia, se destina a la
protección de su imparcialidad. Aun cuando pueda mantener equidistancia con relación a los intereses en disputa, no incidiendo en
sospecha o impedimento, el Juez debe mantenerse a salvo de presiones de cualquier naturaleza (políticas, económicas, etc.) para
que pueda ejercer con libertad (en este sentido, libertad e imparcialidad son equivalentes) la tarea de juzgar, estando supeditado
solamente al derecho. Es en este sentido que se entiende la imparcialidad como independencia.
3. Juez Natural
Una forma de asegurar la imparcialidad del órgano juzgador, es impedir que de alguna manera éste sea elegido por alguien que tenga
una clase de interés en el juicio (especialmente las partes en litigio).
Basándose en esa premisa es como surge la necesidad de establecer
criterios objetivos para la elección de los órganos que serán responsables por juzgar las causas. Una vez asumida la premisa de que la
Constitución Federal habla explícitamente del Juez natural (citado
entonces como principio constitucional) y no menciona la imparcialidad, hay quien considera que la imparcialidad está contenida en el
Juez natural.165
165
Lo que no es correcto, según acentúa MIRANDA, Gustavo Senna, Princípio do Juiz
Natural e sua Aplicação na Lei de Improbidade Administrativa, Editorial Revista dos Tribunais,
São Paulo, 2007, p. 89.
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Imparcialidade judicial
De acordo com a posição adotada no presente estudo, que
parece ser a melhor forma de compreender o fenômeno, a
imparcialidade é o princípio central e o princípio do juiz natural seria
uma de suas explicitações. Tem-se a chamada garantia do juiz
natural, como instrumento destinado a promover, na maior medida
possível, a proteção da imparcialidade do julgador.166 Considerandose que a imparcialidade é um instrumento destinado a assegurar a
igualdade entre as partes em determinada relação processual,
é correto afirmar que o princípio do juiz natural possui um
conteúdo imediato destinado à promoção da imparcialidade e
outro conteúdo mediato, destinado à promoção do tratamento
igualitário das partes.167 Em sendo uma decorrência do princípio da
imparcialidade, o princípio do juiz natural pode ser afastado
quando, no caso concreto e em caráter excepcional, não se prestar
ao atingimento da finalidade para a qual foi programado (isto é,
quando não promover a imparcialidade do juiz).168
166
Sobre a relação entre o juiz natural e a imparcialidade, vid. FERRAJOLI, Luigi, Direito e
Razão..., op. cit., p. 472. Asseverando existir complementariadede entre o princípio do juiz
natural e a imparcialidade, BUENO, Cassio Scarpinella, Curso Sistematizado de Direito
Processual Civil – Teoria Geral do Direito Processual Civil, Editora Saraiva, São Paulo, 2007, p. 117.
No sentido do texto, vid., ainda STASIAK, Vladimir, “O princípio do juiz natural e suas
implicações no processo penal brasileiro”, Revista dos Tribunais, Ano 89, Volume 776, Editora
Revista dos Tribunais, São Paulo, 2000, pp. 453-468, esp. p. 466, onde se lê a seguinte
conclusão: “a finalidade deste princípio é a de assegurar um julgamento imparcial por meio
de um órgão conmpetente”.
STJ, HC n° 4.931, Relator o Ministro Luiz Vicente Cernichiaro, julgado unânime em
26/02/1997. “Juiz natural significa o juízo pré-constituído, ou seja, definido por lei, antes
da prática do crime. Garantia constitucional que visa a impedir o Estado de direcionar o
julgamento, afetando a imparcialidade da decisão”.
167
Cfr. LONGO, Luís Antonio, “O princípio do juiz natural e seu conteúdo substancial”,
In PORTO, Sérgio Gilberto (Organizador). As Garantias do Cidadão no Processo Civil
– Relações entre Constituição e Processo. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora.
2003, pp. 31-52, esp. p. 37.
168
STF, Ação Originária n° 587-6-DF, Tribunal Pleno, Relatora a Ministra Ellen Gracie,
julgado unânime em 06.04.2006.
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Imparcialidad judicial
De acuerdo con la posición adoptada en el presente estudio, que
parece ser la mejor forma de comprender el fenómeno, la imparcialidad es el principio central y el principio del Juez natural sería una de
sus explicaciones. La denominada garantía del Juez natural, se considera un instrumento destinado a promover, en la mayor medida
posible, la protección de la imparcialidad del juzgador.166 Considerándose que la imparcialidad es un instrumento destinado a asegurar la igualdad entre las partes en determinada relación procesal, es
correcto afirmar que el principio del Juez natural posee un contenido
inmediato destinado a la promoción de la imparcialidad y otro contenido mediato, destinado a la promoción del tratamiento igualitario
de las partes.167 Siendo un derivado del principio de la imparcialidad,
el principio del Juez natural puede ser puesto de lado, cuando en el
caso concreto y en carácter excepcional, no se preste para alcanzar
la finalidad para la cual fue programado (es decir, cuando no promueva la imparcialidad del Juez).168
166
Sobre la relación entre el juez natural y la imparcialidad, vid. FERRAJOLI, Luigi. Direito
e Razão..., op. cit., p. 472. Aseverando que existe complementariedad entre el principio
del juez natural y la imparcialidad, BUENO, Cassio Scarpinella, Curso Sistematizado de
Direito Processual Civil-Teoria Geral do Direito Processual Civil, Editorial Saraiva, São Paulo,
2007, p. 117. En el sentido del texto, vid., también STASIAK, Vladimir, “O princípio do juiz
na­tural e suas implicações no processo penal brasileiro”, Revista dos Tribunais, Ano 89,
Volumen 776, Editorial Revista dos Tribunais, São Paulo, 2000, pp. 453-468, esp. p. 466,
donde se lee la siguiente conclusión: “la finalidad de este principio es la de asegurar
una decisión imparcial a través de un órgano competente”.
STJ, HC n° 4.931, del Ministro Relator Luiz Vicente Cernichiaro, fallo unánime del
26/02/1997. “Juez natural significa el juicio preconstituido, o sea, definido por ley, antes de
cometer el delito. Garantía constitucional que tiende a impedirle al Estado manejar el juicio, afectando la imparcialidad de la resolución”.
167
Cfr . LONGO, Luís Antonio, “O princípio do juiz natural e seu conteúdo substancial”, en
PORTO, Sérgio Gilberto (Organizador), As Garantias do Cidadão no Processo Civil-Relações en­
tre Constituição e Processo. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editorial. 2003, pp. 31-52,
esp. p. 37.
168
STF, Acción Originaria n° 587-6-DF, Tribunal en Pleno, de la Ministra Relatora Ellen
Gracie, fallo unánime del 06.04.2006.
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Imparcialidade judicial
No plano histórico, à exceção da Carta Constitucional de 1937,
todos os Textos Constitucionais brasileiros continham previsão
acerca da assim chamada garantia do juiz natural, reiterada pela
Carta Constitucional de 1988 no artigo 5o, incisos XXXVII e LIII.
A conjugação desses dispositivos corporifica a garantia do juiz
natural no direito constitucional positivo brasileiro. Outrossim, no
plano do direito comparado, verifica-se que o princípio do juiz
natural, malgrado a existência de expressões e redações normativas
diferenciadas, é comum a diversos ordenamentos jurídicos
ocidentais,169 embora em vários deles a garantia não seja, segundo
se registra, efetiva.170
Cuida-se de garantia induvidosamente enquadrada em sentido
material e formal no rol dos chamados direitos fundamentais.
Embora o princípio do juiz natural tenha surgido, segundo as
fontes, na seara do direito processual penal, atualmente essa
garantia possui plena aplicação no campo do direito processual
civil (lato sensu),171 em processos sancionatórios ou não.
169
Por todos, veja-se o levantamento de SPAGNOLO, Juliano. “A garantia do juiz natural
e a nova redação do art. 253 do Código de Processo civil (Lei 10358/01)”. In PORTO, Sérgio
Gilberto (Organizador). As Garantias do Cidadão no Processo Civil – Relações entre
Constituição e Processo. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora. 2003, pp. 147-163,
esp. p. 151.
170
Por exemplo, embora o ordenamento jurídico da Colômbia possua norma constitucional
expressa tutelando o direito ao juiz natural (Constituição da Colômbia, art. 29), a literatura
denuncia a ausência de efetividade do dispositivo, diante da DEVIS ECHANDIA, Hernando.
Teoria General Del Proceso. 3a Edición. Buenos Aires: Editorial Universidad. 2004, p. 81.
171
Na clássica doutrina italiana que influenciou sobremodo o nosso direito processual,
vide LIEBMAN, Enrico Tullio. Manuale di Diritto Processuale Civile I. Terza Edizione. Milano:
Giuffrè Editore. 1973, p. 9: “La formula, un poco ridondante, è stata interpretata dalla Corte
Costituzionale nel senso che la locuzione “giudice naturale” è corrispondente a quella di “giudice
precostituito per legge”, cioè giudice istituito e determinato in base a criteri generali fissati in anticipo
e non in vista di singole controversie (...). Il principio, particolarmente importante nel campo penale, è
tuttavia applicabile ad ogni forma di esercizio della funzione giurisdizionale”.
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Imparcialidad judicial
En el plano histórico, a excepción de la Carta Constitucional de
1937, todos los textos constitucionales brasileños contenían disposiciones sobre la así denominada garantía del Juez natural, reiterada
por la Carta Constitucional de 1988 en el artículo 5°, incisos XXXVII
y LIII. La combinación de esas disposiciones consolida la garantía
del Juez natural en el derecho constitucional positivo brasileño. Asimismo, en el plano del derecho comparado, sucede que el principio
del Juez natural, a pesar de la existencia de expresiones y redacciones normativas diferenciadas, es común a distintos ordenamientos
jurídicos occidentales,169 aun cuando en varios de los mismos la garantía no sea, según se tiene constancia, efectiva.170
Se trata de una garantía indudablemente encuadrada en sentido material y formal en el conjunto de los denominados derechos
fundamentales. Si bien el principio del Juez natural surgió según las
fuentes, en el ámbito del derecho procesal penal, actualmente esa
garantía posee plena aplicación en el campo del derecho procesal
civil (lato sensu)171 en juicios sancionatorios o no.
169
Por la mayoría, ver posición de SPAGNOLO, Juliano. A garantia do juiz natural e a nova
redação do art. 253 do Código de Processo civil (Lei 10358/01)”. In PORTO, Sérgio Gilberto
(Organizador). As Garantias do Cidadão no Processo Civil-Relações entre Constituição e Processo.
Porto Alegre: Livraria do Advogado Editorial. 2003, pp. 147-163, esp. p. 151.
170
Por ejemplo, aunque el ordenamiento jurídico de Colombia posea una norma constitucional expresa tutelando el derecho al juez natural (Constitución de Colombia, art. 29), la
literatura denuncia la ausencia de efectividad del dispositivo, según opinión de DEVIS
ECHANDIA, Hernando, Teoría General del Proceso, 3a Edición, Universidad, Buenos Aires,
2004, p. 81.
171
En la clásica doctrina italiana que influyó sobremanera nuestro derecho procesal, ver
LIEBMAN, Enrico Tullio. Manuale di Diritto Processuale Civile I. Terza Edizione. Milano:
Giuffrè Editore. 1973, p. 9: “La formula, un poco ridondante, è stata interpretata dalla Corte
Costituzionale nel senso che la locuzione “giudice naturale” è corrispondente a quella di “giudice
precostituito per legge”, cioè giudice istituito e determinato in base a criteri generali fissati in anticipo
e non in vista di singole controversie (...). Il principio, particolarmente importante nel campo penale,
è tuttavia applicabile ad ogni forma di esercizio della funzione giurisdizionale”.
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Capítulo XVI
Conteúdo Dúplice ou Tríplice
A doutrina do direito processual penal tem desenvolvido a idéia de
que a garantia do juiz natural possui conteúdo dúplice172 ou tríplice
(ou, ainda, tridimensional),173 mais uma vez, em entendimentos
aplicáveis ao processo civil – a análise mais detida dos estudos,
contudo, indica que os autores desenvolvem as mesmas idéias,
somente expondo-as de formas diferentes (decompondo o princípio
do juiz natural para fins expositivos em dois ou três perfis9.174
172
Por todos, CINTRA, Antonio Carlos de Araújo, GRINOVER, Ada Pellegrini e
DINAMARCO, Cândido Rangel, Teoria Geral do..., op. cit.; p. 52, e GOMES, Luiz Flávio, “As
garantias mínimas...”, op. cit.; pp. 181-259, esp. p. 194.
173
Entre nós, MIRANDA, Gustavo Senna, Princípio do Juiz Natural..., op. cit.; p. 89.
No mesmo sentido, MARCON, Adelino, O princípio do juiz natural no processo penal, Juruá
Editora, Curitiba: 2004, p. 111. A expressão tridimensional é utilizada por NERY JÚNIOR,
Nelson, Princípios do Processo, p. 97. Na doutrina estrangeira, exercendo notável influência
entre nós, vid; FERRAJOLI, Luigi, Direito e Razão..., op. cit; p. 472.
174
Assim em GRINOVER, Ada Pellegrini, “O princípio do juiz natural e sua dupla
garantia”. In GRINOVER, Ada Pellegrini, O Processo em Sua Unidade – II, Forense, Rio de
Janeiro, 1984, pp. 3-40, esp. p. 39: “(...) o princípio do juiz natural, entre nós, é tutelado
por dupla garantia (...). Tais garantias desdobram-se, na verdade, em três conceitos (...)”.
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Capítulo XVI
Contenido doble o triple
La doctrina del derecho procesal penal ha desarrollado la idea de
que la garantía del Juez natural posee un contenido doble172 o triple
(o inclusive tridimensional),173 una vez más, en criterios aplicables al
procedimiento civil; un análisis más profundo de los estudios indica
sin embargo que los autores desarrollan las mismas ideas, solo que
exponiéndolas de maneras diferentes (descomponiendo el principio
del Juez natural para fines expositivos, en dos o tres perfiles).174
172
Por la mayoría, CINTRA, Antonio Carlos de Araújo. GRINOVER, Ada Pellegrini y DINAMARCO, Cândido Rangel, Teoria Geral do..., op. cit.; p. 52, y GOMES, Luiz Flávio, “As garantias
mínimas...”, op. cit.; pp. 181-259, esp. p. 194.
173
Entre nosotros, MIRANDA, Gustavo Senna, Princípio do Juiz Natural..., op. cit.; p. 89. En el
mismo sentido, MARCON, Adelino, O princípio do juiz natural no processo penal, Juruá Editorial, Curitiba: 2004, p. 111. La expresión tridimensional es utilizada por NERY JÚNIOR, Nelson,
Princípios do Processo..., op.cit; p. 97. En la doctrina extranjera, ejerciendo notable influencia
entre nosotros, vid; FERRAJOLI, Luigi, Direito e Razão, p. 472.
174
Así se manifiesta GRINOVER, Ada Pellegrini, “O princípio do juiz natural e sua dupla
garantia”, en GRINOVER, Ada Pellegrini O Processo em Sua Unidade-II, Forense, Rio de Janeiro, 1984, pp. 3-40, esp. p. 39: “(...) el principio del juez natural, entre nosotros, es tutelado
por una doble garantía (...). Tales garantías se desdoblan, en verdad, en tres conceptos (...)”.
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Imparcialidade judicial
Nesse sentido, em um primeiro plano, o princípio do juiz natural
implica observância do princípio da legalidade na escolha dos órgãos
julgadores dos casos concretos. Somente a Lei (obviamente incluída
no sentido dessa expressão a norma constitucional) é fonte
legítima para a investidura e a delimitação da competência dos
órgãos julgadores, sendo certo que nem mesmo as mais elevadas
autoridades judiciárias podem delegar ou entregar em comissão a
jurisdição.175 Por essa razão, em outras culturas jurídicas é comum
a referência a tal garantia como a garantia do juiz legal ou garantia
do juiz constitucional, que também são usadas entre nós.176
Em um segundo plano, o princípio do juiz natural impõe que a
escolha do órgão julgador seja feita com base nas normas vigentes
ao tempo em que ocorridos os fatos sob análise do julgador
consoante a antiga parêmia tempus regit actum (no direito processual
penal fala-se tempus criminis regit iudicem), evitando-se a indicação de
órgãos ex post factum ou ad personam. Também por isso, sob a égide
de outros ordenamentos jurídicos, fala-se em juiz predeterminado,177
No mesmo sentido, a construção de FERNANDES, Antonio Scarance, Processo Penal
Constitucional. 3a Edição, Editora Revista dos Tribunais, São Paulo, 2002, p. 127: “Embora
dúplice a garantia, manifestada com a proibição de tribunais extraordinários e como a
proibição de tribunais extraordinários e com o impedimento à subtração da causa ao tribunal
competente, a expressão ampla dessas garantias desdobra-se em três regras de
proteção: 1o) só podem exercer jurisdição os órgãos instituídos pela Constituição; 2o)
ninguém pode ser julgado por órgão instituído após o fato; 3o) entre os juízes préconstituídos vigora uma ordem taxativa de competência que exclui qualquer alternativa
deferida à discricionariedade de quem quer que seja”.
175
Cfr. PORTANOVA, Rui, Princípios do..., op. cit.; p. 64, quw fala em proibição de comissão e
proibição de evocação.
176
Sobre o sentido da legalidade (com relação à pré-determinação), vid; DIEGO DÍEZ,
Luis-Alfredo de, El derecho al juez ordinário predeterminado por la ley, Editorial Tecnos,
Madrid, 1998, p.118.
177
Cfr. Ibidem; pp. 118-119.
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Imparcialidad judicial
En tal sentido, en un primer plano, el principio del Juez natural implica la observancia del principio de legalidad en la elección de los órganos
juzgadores de los casos concretos. Solamente la ley (obviamente incluyendo la norma constitucional en el sentido de esa expresión) es fuente
legítima para la investidura y la delimitación de la competencia de los
órganos juzgadores, siendo cierto que ni aun las más elevadas autoridades judiciales pueden delegar o entregar la jurisdicción175 en comisión. Por ese motivo, en otras culturas jurídicas es común la referencia a
tal garantía, como la garantía del Juez legal o garantía del Juez constitucional, las que también se usan entre nosotros176.
En un segundo plano, el principio del Juez natural impone que la
elección del órgano juzgador sea realizada tomando como base
las normas vigentes en la oportunidad en que ocurridos los hechos
que analiza el juzgador, de acuerdo con el antiguo adagio tempus
regit actum (en el derecho procesal se dice tempus criminis regit
iudicem), evitándose la indicación de órganos ex post factum o
ad personam. También por eso, bajo la égida de otros ordenamientos jurídicos, se habla de un Juez predeterminado, 177 resaltando
En el mismo sentido, la construcción de FERNANDES, Antonio Scarance,Processo Penal
Constitucional, 3a Edición, Editorial Revista dos Tribunais, São Paulo, 2002, p. 127: “Aunque
se considere una doble garantía, manifestada por la prohibición de tribunales extraordinarios y como la prohibición de tribunales extraordinarios y con el impedimento a alejar de la
causa al tribunal competente, la expresión amplia de esas garantías se desdobla en tres
reglas de protección: 1o) sólo pueden ejercer jurisdicción los órganos instituidos por la
Constitución; 2o) nadie puede ser juzgado por un órgano instituido después del hecho;
3o) entre los jueces preconstituidos rige una orden taxativa de competencia que excluye
cualquier alternativa reconocida a favor de cualquier tercero”.
175
PORTANOVA, Rui, Princípios do..., op.cit.; p. 64, que habla de prohibición de comisión
y de prohibición de evocación.
176
Sobre el sentido de la legalidad (en relación con la predeterminación), vid; DIEGO
DÍEZ, Luis-Alfredo de, El derecho al juez ordinario predeterminado por la ley, Tecnos, Madrid,
1998, p.118.
177
Cfr. Ibidem; pp. 118-119.
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Imparcialidade judicial
ressaltando-se a anterioridade da determinação, o que, segundo
uma determinada linha de orientação, caracterizaria uma cláusula
de irretroatividade.178
Assim, as normas que regem a competência são formuladas
antes da ocorrência dos fatos sobre as quais devem incidir. Cuidam-se
de normas genéricas e abstratas,179 que haverão de ser concretizadas
no momento de determinação do órgão competente para apreciar
determinado caso. É importante, assim, que a competência concreta
de cada órgão judicial possa ser extraída com a maior clareza e
objetividade possíveis das normas legais (de cunho necessariamente
genérico).180
Por outro lado, de nada adianta proteger a escolha do órgão
jurisdicional se os juízes (i.e. as pessoas físicas) ocupantes dos
respectivos cargos puderem ser aleatoriamente indicados
ou removidos por órgãos administrativos ou legislativos ou mesmo
pelos órgãos de comando do Poder Judiciário–,181 de modo que
178
Cfr. CUNHA, Leonardo José Carneiro da, “Anotações sobre a garantia constitucional do
juiz natural”, In FUX, Luiz; NERY JÚNIOR., Nelson e WAMBIER, Teresa Arruda Alvim
(coordenadores), Processo e Constituição – Estudos em Homenagem ao Professor José Carlos Barbosa
Moreira, Editora Revista dos Tribunais, São Paulo, 2006, pp. 500-516, esp. p. 505.
179
Sobre a abstração como integrante do princípio do juiz natural, vid SCHWAB, Karl
Heinz, “Divisão de Funções e Juiz Natural”, In Revista de Processo, Volume 48, Editora Revista
dos Tribunais, São Paulo, 1987. pp. 124-131, esp. p. 127.
180
Cfr. HEYDE, Wolfgang. “La Jurisdicción”, In BENDA, MAIHOFER, VOGEL, HESSE,
HEYDE (organizadores), Manual de Derecho Constitucional, tradução espanhola de Handbuch
des Verfassungsrechts der Bundesrepublik Deutschland por Antonio LOPEZ DE PINA, Marcial
Pons, Madrid, 1996. Capítulo XV, pp. 767-822, esp. p. 792.
181
Confira-se, a propósito, a procedente crítica de SILVA SEGUNDO, Edval
Borges, “Aplicação da garantia do juiz natural no Judiciário do Estado da Bahia”,
In DIDIER JR., Fredie; WAMBIER, Luiz Rodrigues e GOMES JÚNIOR., Luiz Manoel
(coordenadores), Constituição e Processo, Editora Podium, Salvador, 2007, pp. 79-96.
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Imparcialidad judicial
la anterioridad de la determinación, lo cual, según una determinada línea de orientación, caracterizaría una cláusula de irretroactividad.178
Las normas que rigen la competencia se formulan entonces antes
de que sucedan los hechos sobre los cuales deben incidir. Se trata de
normas genéricas y abstractas179 que habrán de concretarse en el
momento de la determinación del órgano competente para apreciar
determinado caso. Es importante entonces que la competencia
concreta de cada órgano judicial pueda ser extraída con la mayor
claridad y objetividad posibles de las normas legales (de cuño necesariamente genérico).180
Por otro lado, no tiene sentido proteger la elección del órgano
jurisdiccional si los jueces (es decir, las personas físicas) que ocupan
los respectivos cargos pudieran ser aleatoriamente designados o
removidos por órganos administrativos o legislativos o aun por
órganos de comando del Poder Judicial,181 de manera que resulta
178
Cfr. CUNHA, Leonardo José Carneiro da, “Anotações sobre a garantia constitucional
do juiz natural”, en FUX, Luiz; NERY JÚNIOR, Nelson, y WAMBIER, Teresa Arruda Alvim
(coordinadores), Processo e Constituição-Estudos em Homenagem ao Professor José Carlos Barbosa
Moreira, Editorial Revista dos Tribunais, São Paulo, 2006, pp. 500-516, esp. p. 505.
179
Sobre la abstracción como integrante del principio del juez natural, vid; SCHWAB, Karl
Heinz, “Divisão de Funções e Juiz Natural”, en Revista de Processo, Volumen 48, Editorial Revista dos Tribunais, São Paulo, 1987. pp. 124-131, esp. p. 127.
180
Cfr. HEYDE, Wolfgang. “La Jurisdicción”, en BENDA, MAIHOFER, VOGEL, HESSE,
HEYDE (organizadores), Manual de Derecho Constitucional, traducción de Antonio LOPEZ
DE PINA, Marcial Pons, Madrid, 1996. Capítulo XV, pp. 767-822, esp. p. 792.
181
Consultar, al respecto, la procedente crítica de SILVA SEGUNDO, Edval Borges,
“Aplicação da garantia do juiz natural no Judiciário do Estado da Bahia”, en DIDIER
JR., Fredie; WAMBIER, Luiz Rodrigues y GOMES JÚNIOR., Luiz Manoel (coordinadores),
Constituição e Processo, Podium, Salvador, 2007, pp. 79-96.
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Imparcialidade judicial
é correto afirmar que o princípio do juiz natural abrange tanto o
juízo como o juiz182 – o órgão judicial e a pessoa física. Diversas
questões envolvendo a designação pessoal de juízes têm sido objeto
de freqüente análise dos Tribunais, destacando-se a orientação do
STF que considera legítima a indicação de juízes para atuação em
tempo de férias, para a realização de plantões183 e mutirões,184 e
também a indicação de juízes para atuarem em substituição de
outros no caso de impedimento de juízes titulares,185 sempre sob o
crivo crítico da doutrina especializada.186
Na verdade, a própria Lei processual utiliza a expressão designar
para se referir à escolha de determinados juízes que haverão de
funcionar em determinados casos (por exemplo, no chamado
incidente de privação de competência, ex vi do art. 198 do CPC).
Nesta, como em outras situações, a designação deverá atender a
parâmetros objetivos, gerais, abstratos e impessoais, sendo vedada
182
Cfr. RODRIGUES, Geisa de Assis, “Anotações sobre o princípio constitucional do
juiz natural”, In DIDIER JR., Fredie; WAMBIER, Luiz Rodrigues e GOMES JÚNIOR., Luiz
Manoel (coordenadores), Constituição e Processo, Editora Podium, Salvador, 2007, pp. 173198, esp. p. 184, registrado o excepcional trabalho de pesquisa jurisprudencial
desenvolvido pela autora e aproveitado a seguir. Vid; também SILVA, Carlos Augusto,
“O princípio do juiz natural e sua repercussão na jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal”, In OLIVEIRA, Carlos Alberto Alvaro (organizador), Processo e Constituição,
Editora Forense, Rio de Janeiro, 2004, pp. 111-134.
183
STF, Habeas Corpus n° 78.388-BA, Primeira Turma, Relator o Ministro Sydney Sanches,
julgado unânime em 15.12.1998.
184
STF, Agravo de Instrumento n° 413.243-PR, Segunda Turma, Relator o Ministro Gilmar
Mendes, julgado unânime em 19.12.2002.
185
STF, Habeas Corpus n° 75.861-RJ, Primeira Turma, Relator o Ministro Ilmar Galvão,
julgado unânime em 12.12.1997.
186
Ainda uma vez, vid; RODRIGUES, Geisa de Assis, “Anotações sobre o princípio...”, op.
cit.; pp. 173-198, esp. pp. 185-186.
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Imparcialidad judicial
correcto afirmar que el principio del Juez natural cubre tanto al juzgado como al Juez,182 al órgano judicial y a la persona física. Dis­tintas
cuestiones que atañen a la designación personal de jueces han sido
objeto de frecuente análisis de los tribunales, destacándose la orientación del STF que considera legítima la designación de jueces para
desempeñarse en época de feria, para los turnos183 y convocatorias
extraordina­rias184 y también la designación de jueces para que actúen
en substi­tu­ción de otros, en los casos de impedi­mento de jueces titu­
lares,185 siempre bajo el tamiz crítico de la doctrina especializada.186
En verdad, la propia ley procesal emplea la expresión designar
para referirse a la elección de determinados jueces que habrán de
funcionar en determinados casos (por ejemplo, en el denominado
incidente de privación de competencia, ex vi del art. 198 del CPC).
En esta como en otras situaciones, la designación deberá respetar
los parámetros objetivos, generales, abstractos e impersonales y
182
Cfr. RODRIGUES, Geisa de Assis, “Anotações sobre o princípio constitucional do juiz
natural”, en DIDIER JR., Fredie; WAMBIER, Luiz Rodrigues y GOMES JÚNIOR., Luiz Manoel
(coordinadores), Constituição e Processo, Podium, Salvador, 2007, pp. 173-198, esp. p. 184,
registrado el excepcional trabajo de investigación jurisprudencial desarrollado por la
autora aprovechado a continuación. Vid también SILVA, Carlos Augusto, “O princípio
do juiz natural e sua repercussão na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal”, en OLIVEIRA, Carlos Alberto Alvaro (organizador), Processo e Constituição, Forense, Rio de Janeiro,
2004, pp. 111-134.
183
STF, Habeas Corpus n° 78.388-BA, Sala Primera, del Ministro Relator Sydney Sanches,
fallo unánime del 15.12.1998.
184
STF, Recurso de Apelación n° 413.243-PR, Sala Segunda, del Ministro Relator Gilmar
Mendes, fallo unánime del 19.12.2002.
185
STF, Habeas Corpus n° 75.861-RJ, Sala Primera, del Ministro Relator Ilmar Galvão,
fallo unánime del 12.12.1997.
186
Una vez más, vid RODRIGUES, Geisa de Assis. “Anotações sobre o princípio...”, op. cit.;
pp. 173-198, esp. pp. 185-186.
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Imparcialidade judicial
a escolha aleatória187 de um juiz para o caso concreto e devendo ser
preservada, em qualquer hipótese, a imparcialidade do juiz (assim
como a possibilidade de impugnação pelas partes de eventuais
vícios que possam macular a imparcialidade).
Em um terceiro plano, o princípio do juiz natural impõe
taxatividade à ordenação legal das competências, vedada a escolha
arbitrária de órgãos julgadores – isto é, não é possível a indicação
ad hoc ou ad personam de julgadores para casos concretos. O sistema
judiciário é um sistema ordenado, fechado e finito de órgãos
indicados pela Constituição Federal e pela legislação em enumeração
fechada (numerus clausus)188 e o juiz natural assegura que as pessoas
e suas causas somente sejam julgadas por juízes investidos de
acordo com essa ordenação.
Mais uma vez: nem mesmo as mais elevadas autoridades
governamentais ou judiciárias têm o poder de criar órgãos ou alterar
as regras de distribuição de competências, o que, repita-se, somente
pode ser feito pela Lei.189 Assim, o juiz natural não é apenas uma
regra de instituição de competência, mas sim um princípio superior
187
Correto CUNHA, Leonardo José Carneiro da, “Anotações sobre...”, op. cit.; pp. 500516, esp. p. 510.
188
DINAMARCO, Cândido Rangel, Instituições de Direito..., op. cit.; pp. 389 e 396.
189
Cfr. Ibidem; p. 226. No mesmo sentido, veja-se HOMEM, António Pedro Barbas, Judex
Perfectus..., op. cit.; pp. 789-790.
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Imparcialidad judicial
estará prohibida la elección aleatoria187 de un Juez para un caso concreto debiendo asimismo preservarse, en todos los casos, la imparcialidad del Juez (así como la posibilidad de impugnación por las
partes de eventuales vicios que pudieren macular la imparcialidad).
En un tercer plano, el principio del Juez natural impone taxati­
vidad al ordenamiento legal de las competencias y se prohíbe la
elección arbitraria de los órganos juzgadores, es decir, no es posible
designar ad hoc o ad personam juzgadores para casos concretos.
El sistema judicial es un sistema ordenado, cerrado y finito, de órganos designados por la Constitución Federal y por la legislación, con
números cerrados (numerus clausus)188 y el Juez natural asegura que
las personas y sus causas solamente podrán ser juzgadas por jueces
investidos de acuerdo con ese ordenamiento.
Una vez más: ni aun las más elevadas autoridades gubernamentales o judiciales tienen la facultad de crear órganos o modificar las
reglas de asignación de competencias lo cual, repetimos, puede ser
hecho únicamente por la ley.189 El Juez natural no es sólo una regla de
institución de competencia, sino un principio superior a ser observado
187
Cfr. CUNHA, Leonardo José Carneiro da, “Anotações sobre...”, op. cit.; pp. 500-516,
esp. p. 510.
188
DINAMARCO, Cândido Rangel, Instituições de Direito..., op. cit.; pp. 389 y 396.
189
Cfr. Ibidem; p. 226. En el mismo sentido, ver HOMEM, António Pedro Barbas. Judex Perfec­
tus..., op. cit., pp. 789-790
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Imparcialidade judicial
a ser observado pelas regras de competência – o que já se chamou
de aspecto material do princípio do juiz natural.190 Esse é o sentido da
vedação constitucional a “juízos ou tribunais de exceção”, consoante
o disposto no art. 5o, XXXVII da Constituição Federal.
190
Consoante a formulação de SILVA, Carlos Augusto, In Revista da AJURIS, Volume 89,
AJURIS, Porta Alegre, 2003, pp. 9-28, esp. p. 14, que possui também amplas referências
jurisprudenciais.
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Imparcialidad judicial
por las reglas de competencia, lo que ya se denominó aspecto material del principio del Juez natural.190 Ese es el sentido de la prohibi­
ción constitucional a “juzgados o tribunales de excepción” de acuerdo
con lo dispuesto en el art. 5°, XXXVII de la Constitución Federal.
190
De acuerdo a lo expuesto por SILVA, Carlos Augusto, en Revista da AJURIS, Volumen 89,
AJUTIS, Porta Alegre, 2003, pp. 9-28, esp. p. 14, quien también efectúa amplias referencias
jurisprudenciales.
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Capítulo XVII
Foro Privilegiado
Tendo em vistas as intensas discussões que vêm dominando
a mídia nos últimos anos no Brasil, importa aqui salientar que a
instituição de regras que estabelecem o assim chamado foro
privilegiado não ofende o princípio do juiz natural. Primeiramente,
cumpre observar que a existência de justiças especializadas ou
mesmo de órgãos com competências especializadas no interior de
cada Justiça ou Tribunal não representa violação do princípio
do juiz natural, nada mais significando do que a indispensável
divisão de trabalho internamente a esses órgãos – o importante
é que as regras de atribuição dessas especializações observem os
requisitos indicados acima, de modo a respeitarem o princípio do
juiz natural.
Demais disso, impende registrar que o chamado foro privilegiado
não caracteriza tribunal de exceção, de modo que não viola a
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Capítulo XVII
Jurisdicción privilegiada
Teniendo en cuenta las intensas discusiones que en los últimos años
vienen dominando a los medios en el Brasil, importa aquí destacar
que la institución de reglas que establecen la así denominada juris­
dicción privilegiada no ofende el principio del Juez natural. En primer
lugar, corresponde observar que la existencia de justicias especializadas o inclusive órganos con competencias especializadas en el
seno de cada justicia o tribunal, no constituye una violación del principio del Juez natural y no significa otra cosa que la indispensable
división del trabajo en el sector interno de dichos órganos; lo importante es que las reglas de atribución de dichas especializaciones
observen los requisitos indicados precedentemente, para así poder
respetar el principio del Juez natural.
Además de eso, corresponde mencionar que la denominado
jurisdicción privilegiada no constituye un tribunal de excepción, de
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Imparcialidade judicial
garantia do juiz natural191. Ao revés: na medida em que o ordenamento
jurídico
(constitucional
ou
infra-constitucional)
outorgue
competências especiais a determinados órgãos judiciais, tais órgãos
passam a ser os juízes naturais para causas envolvendo as pessoas
indicadas nas normas respectivas. Assim, não pode haver dúvida
em se afirmar, por exemplo, que o Senado Federal é o juiz natural
do Presidente da República em processos em que este seja acusado da
prática de crime de responsabilidade (CF, art. 52, I).192
Nos termos da jurisprudência do STF, razões de política
constitucional ou legislativa justificam o estabelecimento de foros
diferenciados para determinadas funções públicas, sem que isso
importe violação do juiz natural,193 nem tampouco ao princípio da
igualdade (como aventado em voto-vista em importante precedente do
STF),194 no qual radicam o princípio da imparcialidade e o princípio
do juiz natural.
191
Assim já o salientava PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcanti, Comentários à...,
op. cit.; p. 325.
192
Em conformidade com Roberto ROSAS: “O Senado, na sua competência constitucional
para julgar o Presidente da República e os Ministros do STF nos crimes de responsabilidade,
é juiz natural, apesar de ser juízo especial de poderes excepcionais” ROSAS, Roberto,
Direito Processual..., op. cit; p. 31. Genericamente, vid GRINOVER, Ada Pellegrini. “O princípio
do...”, op. cit.; pp. 3-40, esp. p. 29.
193
STF, ADI n° 3.289-DF, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Gilmar Mendes, julgado por
maioria em 05.05.2005: “... Prerrogativa de foro como reforço à independência das funções
de poder na República adotada por razões de política constitucional. 11. Situação em que se
justifica a diferenciação de tratamento entre agentes políticos em virtude do interesse pú­
blico evidente. 12. Garantia da prerrogativa de foro que se coaduna com a sociedade
hipercomplexa e pluralista, a qual não admite um código unitarizante dos vários sistemas
sociais”.
194
Sem razão, com todas as vênias, o Ministro Celso de Mello, ao afirmar que, ao
pluralizar; de modo excessivo, as hipóteses de prerrogativa de foro, incidiu em verdadeiro
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Imparcialidad judicial
manera que no viola la garantía del Juez natural.191 Al contrario, en la
medida en que el ordenamiento jurídico (constitucional o infraconstitucional) otorgue competencias especiales a determinados órganos judiciales, tales órganos pasan a ser los jueces naturales para
causas que involucren a personas designadas en las normas respectivas. No existe duda entonces en afirmar por ejemplo, que el Senado Federal es el Juez natural del Presidente de la República en juicios
en los cuales éste sea acusado de un delito de responsabilidad (CF,
art. 52. I).192
De conformidad con la jurisprudencia del STF, razones de política
constitucional o legislativa justifican el establecimiento de fueros
diferenciados para determinadas funciones públicas, sin que ello
signifique violación del Juez natural,193 ni tampoco del principio de
igualdad (como esta expuesto en el voto en estudio en un importante precedente del STF),194 en el cual radican el principio de la
imparciali­dad y el principio del Juez natural.
191
Así ya lo destacaba PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcanti Comentários à..., op.
cit.; p. 325.
192
De acuerdo con Roberto ROSAS: “El Senado, en su competencia constitucional para
juzgar al Presidente de la República y a los Ministros del STF en los delitos de responsabilidad,
es juez natural, a pesar de ser un juez especial con poderes excepcionales” ROSAS, Roberto,
Direito Processual..., op. cit; p. 31. Genéricamente, vid; GRINOVER, Ada Pellegrini, “O princípio
do ...”, op. cit.; pp. 3-40, esp. p. 29.
193
STF, ADI n° 3.289-DF, Tribunal en Pleno, del Ministro Relator Gilmar Mendes, decidido
por mayoría el 05.05.2005: “... Prerrogativa de fuero como refuerzo a la independencia
de las funciones de poder en la República adoptada por razones de política constitucional.
11. Situación en que se justifica la diferenciación de tratamiento entre agentes políticos en
virtud del interés público evidente. 12. Garantía de la prerrogativa de fuero que se coadyuva
con la sociedad híper-compleja y pluralista, la cual no admite un código unitario de los
varios sistemas sociales”.
194
Sin razón, con todas las venias, el Ministro Celso de Mello, al afirmar que, al pluralizar;
de modo excesivo, las hipótesis de prerrogativa de fuero, incidió en una verdadera paradoja
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Imparcialidade judicial
Na verdade, o chamado foro privilegiado, a exemplo de outras
garantias, não se caracteriza como um odioso privilégio pessoal
daquele que ocupa uma determinada função.195 A exemplo do que
se disse acerca das garantias outorgadas aos juízes, incluindo, mas
não se limitando ao foro privilegiado a eles outorgado em diversas
esferas normativas, que se prestam a assegurar a independência
dos juízes), o estabelecimento de foros privilegiados representa
uma proteção para a função pública. Além de não violar o princípio
da imparcialidade ou o princípio do juiz natural,196 o estabelecimento
de foros privilegiados persegue outros objetivos relevantes, como
seja, o equilíbrio entre os poderes constituídos, por exemplo, através
da proteção de funções públicas contra potenciais excessos de
determinados órgãos do Poder Judiciário.
Tampouco parece razoável presumir que a imparcialidade
de determinados julgamentos estaria afetada em razão do
procedimento de nomeação dos integrantes do órgão julgador,
o que desautorizaria o estabelecimento de foro privilegiado. Com
efeito, sugeriu-se que o procedimento de escolha de determinados
paradoxo institucional, pois, pretendendo ser republicana, mostrou-se estranhamente
aristocrática. Na verdade, o constituinte republicano, ao demonstrar essa visão aristocrática
e seletiva de poder, cometeu censurável distorção na formação de uma diretriz que se
pautou pela perspectiva do príncipe (“ex parte principis”) e que se afastou, por isso mesmo,
do postulado da igualdade” (STF, ADIs n°s 2.797-DF e 2.860-DF, Tribunal Pleno, Relator
o Ministro Sepulveda Pertence, julgado em 15.09.2005 – pendente de julgamento de
embargos de declaração interpostos pelo Senhor Presidente da República).
195
Contra, PORTANOVA, Rui, Princípios do..., op. cit.; p. 65.
196
Há diversas vozes contrárias. Por todos, MIRANDA, Gustavo Senna, Princípio do Juiz...,
op. cit.; p. 399 (conclusão) e passim.
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387
Imparcialidad judicial
En verdad, la denominada jurisdicción privilegiada, a ejemplo de
otras garantías, no se caracteriza como un odioso privilegio personal de quien ocupa una determinada función.195 A ejemplo de que lo
que se mencionó acerca de las garantías otorgadas a los jueces
(incluyendo pero no limitándose a la jurisdicción privilegiada a ellos
otorgada en diversas esferas normativas que se prestan a asegurar
la independencia de los jueces), el establecimiento de las jurisdicciones privilegiadas, representa una protección para la función pública.
Además de no violar el principio de la imparcialidad o el principio del
Juez natural,196 el establecimiento de jurisdicciones privilegiadas per­
sigue otros objetivos importantes, como ser, el equilibrio entre los
poderes constituidos, por ejemplo, a través de la protección de funciones públicas contra potenciales excesos de determinados órganos del Poder Judicial.
Tampoco parece razonable presumir que la imparcialidad de
determinados juicios se verá afectada en razón del proce­d imien­
to de designación de los integrantes del órgano juzgador, lo que
desautoriza el establecimiento de la jurisdicción privilegiada. En efec­
to, se sugirió que el procedimiento de la elección de determinados
institucional, pues, pretendiendo ser republicana, se mostró extrañamente aristocrática.
En verdad, el constituyente republicano, al demostrar esa visión aristocrática y selectiva de
poder, cometió una censurable distorsión en la formación de una directriz que se pautó por
la perspectiva del príncipe (“ex parte principis”) y que se alejó, por eso mismo, del postulado
de la igualdad” (STF, ADIs n°s 2.797-DF y 2.860-DF, Tribunal en Pleno, del Ministro Relator
Sepulveda Pertence, decidido el 15.09.2005-pendiente de resolución de recursos de aclaratoria promovidos por el Señor Presidente de la República).
195
En contra, PORTANOVA, Rui, Princípios do..., op. cit.; p. 65.
196
Hay diversas voces en contra. Por la mayoría, MIRANDA, Gustavo Senna, Princípio do
Juiz..., op. cit.; p. 399 (conclusión) y passim.
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388
Imparcialidade judicial
magistradospeloChefedoPoderExecutivoimplicarianecessariamente
a suspeição desses magistrados para julgamento daquela autoridade
administrativa.197 Ilustrando-se: os Ministros do STF seriam suspeitos
para julgar o Presidente da República, porquanto foram nomeados
a partir da escolha deste, comprometendo a sua independência e
imparcialidade ou, pelo menos, expondo-os a indesejáveis pressões
políticas.
Ao lado de algumas críticas circunstanciais, como, por exemplo,
a de que o Chefe do Poder Executivo não terá nomeado todos os
membros do órgão judiciário a quem compete o julgamento (isto é,
a suposta suspeição não afetaria todos os membros), do ponto de
vista jurídico, a crítica não se sustenta. Antes do mais, porque
a Constituição Federal fez essa opção (por exemplo, CF, art. 102, I, c,
d), não sendo dado ao intérprete simplesmente negar vigência à
norma constitucional (ou à ratio iuris subjacente). E, principalmente,
porque a suspeição dos juízes não pode ser presumida dessa
forma. Todos os agentes públicos são investidos através de algum
procedimento do qual participam outras pessoas de modo mais ou
menos intenso, e nem por isso é possível presumir a suspeição das
pessoas, desautorizando a conclusão de que o procedimento de
investidura gera suspeição.
197
Nesse sentido, Ibidem; pp. 78 e 368; na p. 78.
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389
Imparcialidad judicial
Magistrados por parte del Jefe del Poder Ejecutivo implicaría necesariamente la recusación de esos Magistrados para poder juzgar a
dicha autoridad administrativa.197 Ilustramos: los Ministros del STF
serían sospechosos para juzgar al Presidente de la República por haber sido designados a partir de la elección de éste, comprome­tiendo
su independencia e imparcialidad o, por lo menos, exponiéndolas a
indeseables presiones políticas.
Al lado de algunas críticas circunstanciales, como por ejemplo la
de que el Jefe del Poder Ejecutivo no habrá designado a todos los
miembros del órgano judicial al que le compete el juzgamiento (es
decir, la supuesta sospecha no afectaría a todos los miembros), desde
el punto de vista jurídico, la crítica no se sostiene. En especial, porque la Constitución Federal adoptó esa opción (por ejemplo, CF,
art. 102, I, c, d), no correspondiéndole al intérprete simplemente
negarle vigencia a la norma constitucional (o a la ratio iuris subyacente). Y principalmente, porque la recusación de los jueces no
puede presumirse de esa manera. Todos los agentes públicos son
investidos a través de algún procedimiento del que participan otras
personas de manera más o menos intensa y, no por eso, es posible
presumir la sospecha de las personas, desautorizando la conclusión
de que el procedimiento de investidura genera sospecha.
197
En este sentido, Ibidem; pp. 78 y 368; en p. 78.
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Capítulo XVIII
Determinabilidade
De todo o exposto, resulta claro que os conteúdos do princípio
do juiz natural convergem para a prévia determinabilidade do órgão
julgador dentro de um conjunto igualmente pré-determinado de
órgãos, antes mesmo de ocorrerem os fatos que serão colocados à
apreciação do julgador (o que é consenso na literatura jurídica
brasileira198 e estrangeira).199 E é de fundamental importância que
tal determinabilidade seja decorrente de critérios legais objetivos
e impessoais, já existentes ao tempo em que ocorrentes os fatos que
serão julgados.
198
Cfr. SANTOS, Mario Ramos dos, Foro de Eleição e Competência, Juruá Editora, Curitiba,
2005, p. 68.
199
Cfr. GONZÁLEZ PÉREZ, Jesús, El derecho a la tutela jurisdiccional, Tercera edición, Ediciones
Civitas, Madrid, 2001, p. 180.
390
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Capítulo XVIII
Determinabilidad
De todo lo expuesto, resulta claro que los contenidos del principio
del Juez natural convergen hacia la previa determinabilidad del órgano juzgador dentro de un conjunto igualmente predeterminado de
órganos, antes aun de que ocurran los hechos que serán sometidos
a la evaluación del juzgador (lo que suscita consenso en la literatura
jurídica brasileña198 y extranjera).199 Es de fundamental importancia
que tal determinabilidad se origine en criterios legales objetivos e
impersonales, ya existentes en oportunidad de suceder los hechos
que fueren juzgados.
198
Cfr. SANTOS, Mario Ramos dos, Foro de Eleição e Competência, Juruá Editorial, Curitiba,
2005, p. 68.
199
Cfr. GONZÁLEZ PÉREZ, Jesús, El derecho a la tutela jurisdiccional, Tercera edición, Ediciones
Civitas, Madrid, 2001, p. 180.
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Capítulo XIX
Hipóteses de Ponderação
Como os princípios jurídicos de um modo geral, também o princípio
do juiz natural pode e deve ser aplicado em conjunto com outros
princípios para a solução de um determinado caso concreto, podendo
ser sacrificado (parcial ou integralmente) para o atingimento das
finalidades estipuladas por outros princípios. Essa aplicação
conjunta implica operações de ponderação entre os princípios ou
mesmo de sacrifício integral de um princípio – eventualmente,
se for o caso, do próprio princípio do juiz natural. Na verdade, o que se
propõe é a interpretação, a aplicação e a ponderação do princípio
do juiz natural à luz dos chamados princípios do acesso à justiça
e da eficiência, dois vetores fundamentais do processo moderno.
A esse propósito, dois exemplos são ilustrativos da possibilidade
de ponderação de princípios envolvendo o princípio do juiz natural:
(i) a federalização da competência para julgar crimes alegadamente
praticados em violação dos direitos humanos e (ii) a arbitragem,
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Capítulo XIX
Hipótesis de ponderación
Como los principios jurídicos de una manera general, también el
principio del Juez natural puede y debe ser aplicado junto con
otros prin­­­cipios para la solución de un determinado caso concreto,
pudiendo ser sacrificado (total o parcialmente) para el logro de las
finalidades estipuladas por otros principios. Esa aplicación conjunta
implica operaciones de ponderación entre los principios o aun del
sacrificio integral de un principio, eventualmente, si fuere el caso,
del propio principio de Juez natural. En verdad, lo que se propone es
la interpretación, la aplicación y la ponderación del principio del Juez
natural a la luz de los denominados principios de acceso a la justicia
y a la eficiencia, dos vectores fundamentales del proceso moderno.
Con dicho propósito, dos ejemplos resultan aquí ilustrativos de la
posibilidad de ponderación de principios, involucrando el principio
del Juez natural: (I) la federalización de la competencia para juzgar delitos supuestamente cometidos violando derechos humanos y (II)
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Imparcialidade judicial
isto é, a possibilidade de partes escolherem árbitros para solução
de seus litígios, com exclusão da apreciação do Poder Judiciário.
Em ambos os casos, a solução deve ser guiada pela eficiência na
distribuição desse direito fundamental que é o acesso à justiça,
entendido como uma prestação estatal de direito fundamental.
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Imparcialidad judicial
el arbitraje, es decir, la posibilidad de que las partes elijan árbitros
para solucionar sus litigios, excluyendo la evaluación del Poder
Judicial. En ambos casos, la solución debe ser guiada por la eficiencia en la distribución de ese derecho fundamental que es el acceso
a la justicia, entendido como una prestación estatal de derecho
fundamental.
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Capítulo XX
Federalização
A história judiciária brasileira recente registra que diversos casos
envolvendo graves violações de direitos humanos tiveram
procedimentos e julgamentos questionáveis perante Tribunais
estaduais, sendo certo que as condições locais foram entendidas
como fatores determinantes do insucesso, notadamente das
persecuções penais. A partir da perspectiva da internacionalização
dos direitos humanos e da responsabilidade internacional da União
Federal, interessante levantamento feito em dezembro de 2003
indicava que, dos 90 (noventa) casos promovidos contra o Brasil
perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, apenas
dois decorriam de violações ocorridas no âmbito da União Federal
– todos os demais diziam respeito a violações que teriam sido
perpetradas na esfera dos Estados.200
200
Cfr. PIOVESAN, Flávia, “Federalização dos crimes contra os direitos humanos”, Revista
Brasileira de Ciências Criminais, Volume 13, Número 54, Instituto Brasileiro de Ciências
Criminais, São Paulo, 2005, pp. 169-183 esp. p. 178/180.
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Capítulo XX
Federalización
La historia judicial brasileña reciente registra que varios casos en los
que estaban implicadas violaciones de derechos humanos, tuvieron
procedimientos y juicios cuestionables en tribunales de los Estados,
siendo cierto que las condiciones locales fueron entendidas como
factores determinantes de la falta de éxito, principalmente de las
persecuciones penales. A partir de la perspectiva de la inter­
nacionalización de los derechos humanos y de la responsabilidad
internacional de la Unión Federal, un interesante estudio realizado
en diciembre de 2003, indicaba que de las 90 (noventa) causas entabladas contra el Brasil ante la Comisión Interamericana de Derechos Humanos, sólo dos se originaban en violaciones que habían
tenido lugar dentro del ámbito de la Unión Federal, todas las demás
se relacionaban con violaciones que habrían sido perpetradas en la
esfera de los Estados.200
200
Cfr. PIOVESAN, Flávia, “Federalização dos crimes contra os direitos humanos”, Revista
Brasileira de Ciências Criminais, Volumen 13, Número 54, Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, São Paulo, 2005, pp. 169-183, esp. p. 178/180.
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Imparcialidade judicial
Essa situação, a par de um deletério sentimento geral de
impunidade, gerou um movimento social com reverberação no
parlamento e que redundou na edição da Emenda Constitucional
n° 45/2004, por conta da qual, dentre diversas outras alterações e
inovações, viabilizou-se o expediente que permite o deslocamento
da competência para processamento e julgamento de crimes
envolvendo direitos humanos para a Justiça Federal (nos termos
do art. 109, § 5o da CF), com a expectativa principal de que o
processamento das causas perante os órgãos da Justiça Federal seja
capaz de assegurar maior proteção às vítimas de violações de
direitos humanos.
O dispositivo constitucional é objeto de algumas críticas
negativas – algumas agudas –201 e de outros tantos elogios.202
No terreno das críticas negativas sustentou-se, com inegável
autoridade, que o novo dispositivo padecia (ou padece) de substancial
inconstitucionalidade, revelando violação aos limites materiais de
reforma constitucional (por ameaça ao pacto federativo, nos termos
do Art. 60, § 4o, I da CF), além de violar o princípio da proporcionalidade
(eis que não passaria pelos testes de adequação e necessidade) e
o princípio da legalidade, pois que a referência a “graves violações
de direitos humanos”, constante do art. 109, § 5a da CF (com a
201
Conforme a crítica de SARLET, Ingo Wolfgang; FURIAN, Leonardo e FERNSTEINSEIFER,
Tiago, “A reforma do Judiciário e a assim designada federalização dos crimes contra os
direitos humanos”, en Arquivos de Direitos Humanos, Volume 7, Editora Renovar, Rio de
Janeiro, 2005, pp. 81-145.
202
Por exemplo, PIOVESAN, Flávia, “Federalização dos crimes...”, op. cit.; e FACHIN, Luiz
Edson, “A tutela efetiva dos direitos humanos fundamentais e a reforma do Judiciário”, In
RENAULT, Sérgio Rabello Tamm, e BOTTINI, Pierpaolo, Reforma do Judiciário – Comentários à
Emenda Constitucional n. 45/2004, Editora Saraiva, São Paulo, 2005, pp. 225-241.
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Imparcialidad judicial
Esa situación, junto con un nocivo sentimiento general de impuni­
dad, provocó un movimiento social con repercusión en el parlamen­to
lo que a su vez, dio lugar a la Enmienda Constitucional N° 45/2004, la
que entre varias otras modificaciones e innovaciones hizo posible el
juicio que permite el desplazamiento de la competencia para el procesamiento y juzgamiento de delitos que involucran derechos humanos, hacia la Justicia Federal (de acuerdo con el art. 109, § 5° de la
CF), con la expectativa principal de que el procesamiento de causas
presentadas ante los órganos de la Justicia Federal, sea capaz de
asegurar una mayor protección a las víctimas de violaciones de los
derechos humanos.
La disposición constitucional es objeto de algunas críticas negativas, alguna agudas201 y de otros tantos elogios.202 En el terreno de
las críticas negativas se sostuvo con innegable autoridad que la
nueva disposición padecía (o padece) de inconstitucionalidad substancial, revelando violación de los límites materiales de la reforma
constitucional (por amenaza al pacto federativo, según los términos del Art. 60, § 4°, I de la CF), además de violar el principio de proporcionalidad (no aprobaría los tests de adecuación y necesidad) y
el principio de legalidad ya que la referencia a “graves violaciones de
los derechos humanos” que figura en el art. 109, § 5° de la CF (como
201
Según la crítica de SARLET, Ingo Wolfgang; FURIAN, Leonardo y FERNSTEINSEIFER,
Tiago, “La reforma del Poder Judicial y la así llamada federalización de los delitos contra los
derechos humanos”, en Arquivos de Direitos Humanos, Volumen 7, Editorial Renovar, Rio de
Janeiro, 2005, pp. 81-145.
202
Por ejemplo, PIOVESAN, Flávia. “Federalização dos crimes...”, op. cit.; pp. 169-183 y
FACHIN, Luiz Edson, “A tutela efetiva dos direitos humanos fundamentais e a reforma do
Judiciário”, en RENAULT, Sérgio Rabello Tamm, y BOTTINI, Pierpaolo, Reforma do Judiciá­
rio – Comentários à Emenda Constitucional n. 45/2004, Editora Saraiva, São Paulo, 2005, pp.
225-241.
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Imparcialidade judicial
redação dada pela Emenda Constitucional 45/2004), traria
inconsistência suficiente para “fulminar a norma”. Em complemento
– e é o argumento que aqui interessa – sustenta-se que a inovação
viola o princípio do juiz natural, que seria uma espécie de princípiodireito-garantia que consiste em elemento nuclear do Estado
Democrático de Direito.203
O principal fundamento da crítica oposta reside no poder
discricionário atribuído ao PGR para provocar o incidente de
deslocamento de competência, que seria incompatível com a
exigência de pré-determinação do órgão julgador (núcleo do direito
ao juiz natural). O presente estudo sustenta que a inovação
constitucional que prevê o deslocamento da competência para
processar e julgar delitos contra os direitos humanos não viola
o princípio do juiz natural. O presente estudo sustenta ainda que o
juiz natural é instituído para promover a imparcialidade e, nas
situações em que a imparcialidade não esteja sendo atendida, é
possível mitigar a aplicação do princípio do juiz natural.
Este estudo não comunga das críticas anteriores, mas não
pretende refutá-las topicamente. Pretende-se apenas demonstrar
que o princípio do juiz natural pode ser ponderado com outros
203
Críticas de SARLET, Ingo Wolfgang, FURIAN, Leonardo e FERNSTEINSEIFER, Tiago,
“A reforma do...”, op. cit.; pp. 81-145, esp. pp. 118 e seguintes. No mesmo sentido, entendendo
haver violação de cláusulas pétreas da Constituição Federal, inclusive da garantia do juiz
natural: CUNHA, Leonardo José Carneiro da, “Anotações sobre...”, op. cit.; pp. 500-516,
esp. p. 514.
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Imparcialidad judicial
la redacción surgida de la Enmienda Constitucional 45/2004, causaría suficiente inconsistencia para “fulminar la norma”. Como
complemento, y se trata del argumento que aquí interesa, se sostiene que la innovación viola el principio del Juez natural que sería una
especie de principio-derecho-garantía que consiste en el elemento
central del Estado Democrático de Derecho.203
El fundamento principal de la crítica opuesta reside en el poder
discrecional atribuido al PGR para provocar el incidente de desplazamiento de la competencia que sería incompatible con la exigencia
de predeterminación del órgano juzgador (núcleo del derecho al
Juez natural). Sostiene el presente estudio que la innovación cons­
titucional que prevé el desplazamiento de la competencia para procesar y juzgar delitos contra los derechos humanos no viola el
principio del Juez natural. Este estudio sostiene asimismo que el Juez
natural es instituido para promover la imparcialidad y, en las situaciones en las que la imparcialidad no se esté respetando, es posible
mitigar la aplicación del principio del Juez natural.
El presente estudio no concuerda con las críticas anteriores pero
tampoco pretende refutarlas tópicamente. Su propósito es solo demostrar que el principio del Juez natural puede ser sopesado junto
203
Críticas de SARLET, Ingo Wolfgang, FURIAN, Leonardo y FERNSTEINSEIFER, Tiago,
“A reforma do..., op. cit.; pp. 81-145, esp. pp. 118 y siguientes. En el mismo sentido, entendiendo que existió una violación de cláusulas pétreas de la Constitución Nacional, inclusive de
la garantía del juez natural: CUNHA, Leonardo José Carneiro da, “Anotações sobre...”, op.
cit.; pp. 500-516, esp. p. 514.
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Imparcialidade judicial
princípios, promovendo-se estes últimos em detrimento da
eficácia do primeiro. Nesse sentido, afirma-se que o sacrifício
imposto ao juiz natural pela possibilidade de federalização de
determinadas ações criminais que versam sobre direitos humanos
é justificada pela promoção dos direitos humanos, que é
maximizada pela eficiência na persecução penal de ofensores
de direitos humanos e, em última análise, pela promoção da
imparcialidade.
Assim, em um primeiro plano, enfrenta-se a questão da
pré-determinação. A crítica é no sentido de que o órgão para
processamento e julgamento da causa (que encerraria grave
violação dos direitos humanos) estaria sendo escolhido em
momento posterior ao fato. O argumento não procede, com
todas as vênias devidas. Com efeito, acaso acolhido o incidente
suscitado pelo PGR, será novamente distribuído o feito, agora a
um órgão integrante da Justiça Federal, que goza dos mesmos
critérios de pré-determinação que o órgão estadual. Assim, em
que pese tenha havido alteração quanto ao órgão julgador,
a segunda escolha terá sido feita observando os mesmos critérios
gerais, abstratos e impessoais que devem nortear a escolha
dos órgãos jurisdicionais (dentre os órgãos integrantes da Justiça
Federal).204
204
Correta RODRIGUES, Geisa de Assis, “Anotações sobre...”, op. cit.; pp. 173-198, esp. p. 190
(pela constitucionalidade do dispositivo). Vide ainda, quanto plano civil, a convergente
opinião de DINAMARCO, Cândido Rangel, Instituições de Direito..., op. cit.; p. 574.
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Imparcialidad judicial
con otros principios, promoviéndose estos últimos en detrimento
de la eficacia del primero. En tal sentido, se afirma que el sacrificio
impuesto al Juez natural por la posibilidad de federalización de
determinadas acciones penales que tienen que ver con derechos humanos, está justificado por la promoción de los derechos humanos,
que es maximizada por la eficiencia en la persecución penal de los
ofensores de los derechos humanos y, en último análisis, por la promoción de la imparcialidad.
En un primer plano se enfrenta la cuestión de la predetermi­
nación. La crítica se formula en el sentido de que el órgano de procesamiento y juzgamiento de la causa (que implicaría una grave
violación de los derechos humanos) se elegiría en un momento posterior al hecho. El argumento no procede, con todas las venias debidas. En efecto, de ser aceptado el incidente suscitado por el PGR, el
juicio será nuevamente asignado, esta vez a un órgano integrante
de la Justicia Federal que goza de los mismos criterios de predeterminación que el órgano estadual. Entonces, a pesar de que haya
existido una alteración en cuanto al órgano juzgador, la segunda
elección se habrá efectuado observando los mismos criterios generales, abstractos e impersonales que deben regir la elección de los
órganos jurisdiccionales (entre los órganos integrantes de la Justicia
Federal).204
204
Correcta la posición de RODRIGUES, Geisa de Assis, “Anotações sobre...”, op. cit.;
pp. 173-198, esp. p. 190 (por la constitucionalidad del dispositivo). Ver también, en cuanto al plano civil, la convergente opinión de DINAMARCO, Cândido Rangel, Instituições de
Direito..., op. cit.; p. 574.
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Imparcialidade judicial
Também não procede a crítica à discricionariedade atribuída ao
PGR (nem muito menos o argumento “pragmático” de que a norma
que prevê o deslocamento ensejaria perseguições a desafetos
políticos).205 Em primeiro lugar, às mais elevadas autoridades são
atribuídos certos poderes discricionários; o próprio PGR possui o
poder discricionário de promover ação direta de inconstitucionalidade
e ação declaratória de constitucionalidade (CF, art. 103, VI) e esse
poder parece ser induvidosamente mais importante do que o poder
de provocar o aludido incidente de deslocamento de competência
para processamento de determinadas causas criminais.
Em segundo lugar, a aludida “discricionariedade” encontra-se
submetida ao controle do STJ (CF, art. 109, § 5o), isto é, o deslocamento
da competência para a Justiça Federal depende de um ato complexo
que resulta em uma decisão de um Tribunal Superior acerca da
caracterização da grave violação de direitos humanos, decisão essa
que, consoante as demais, deve ser devidamente motivada. Quando
muito, há discricionariedade no que diz respeito à formulação do
pedido de instauração do incidente, nunca em relação ao deslocamento
propriamente dito.
Em terceiro lugar, o fato de uma terceira pessoa estranha ao
feito (o PGR) dispor do poder de provocar alteração da competência
não representa por si só violação do juiz natural – assim, por
exemplo, admite-se que o ingresso da União Federal, manifestando
205
Cfr. SARLET, Ingo Wolfgang, FURIAN, Leonardo e FERNSTEINSEIFER, Tiago, “A reforma
do...”, op. cit.; pp. 81-145, esp. p. 124.
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Imparcialidad judicial
Tampoco procede la crítica a la discrecionalidad atribuida al PGR
(ni mucho menos el argumento “pragmático” de que la norma que
prevé el desplazamiento implicaría persecuciones a adversarios
políticos).205 En primer lugar, a las más elevadas autoridades se les
atribuyen ciertos poderes discrecionales; el propio PGR posee el
poder discrecional de entablar acción directa de inconstitucionalidad y acción declaratoria de constitucionalidad (CF, art. 103, VI) y
esa facultad parece ser indudablemente más importante que la facultad de provocar el citado incidente de desplazamiento de competencia para el procesamiento de determinadas causas penales.
En segundo lugar, la mencionada “discrecionalidad” se encuentra sometida al control del STJ (CF, art. 109, § 5°), es decir, el desplazamiento de la competencia a la Justicia Federal, depende de un
acto complejo que resulta en una decisión de un Tribunal Superior
sobre la caracterización de la grave violación de derechos humanos,
decisión que de acuerdo con las demás, debe estar debidamente
motivada. Cuando mucho, existe discrecionalidad en lo relacionado
con la formulación del pedido de instauración del incidente pero
no con relación al desplazamiento propiamente dicho.
En tercer lugar, el hecho de que un tercero ajeno al juicio (el PGR)
disponga del poder de provocar una alteración de la competencia
no representa por si solo una violación del Juez natural. Por ejemplo,
se admite que el ingreso de la Unión Federal, manifestando discre-
205
Cfr. SARLET, Ingo Wolfgang, FURIAN, Leonardo y FERNSTEINSEIFER, Tiago, “A reforma
do...”, op. cit.; pp. 81-145, esp. p. 124.
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Imparcialidade judicial
discricionariamente interesse no resultado do litígio, em um
determinado processo que tramita perante a Justiça Estadual,
desloca a competência (até para apreciar o interesse da União
Federal, nos termos da Súmula n° 150 do STJ) para a Justiça Federal.
Ou seja, a existência de discricionariedade não é causa de
inconstitucionalidade, muito menos eventual patologia na utilização
do instrumento (como seja, para perseguição de desafetos políticos,
conforme aventado pela crítica antes referida).
Por fim, igualmente não colhem os efeitos desejados as tentativas
dos críticos de estabelecer diferenças206 entre o desaforamento
(previsto no CPP, art. 427, com a redação dada pela Lei n° 11.689/08) e
o deslocamento de competência. Em ambos os casos, há preocupação
com a imparcialidade207 e a independência dos julgadores e em ambos
os casos a solução encontrada é o deslocamento do julgamento
para outro órgão que se entende gozar daqueles predicados.
206
Cfr. Ibidem; pp. 81-145, esp. p. 132.
207
Por exemplo STJ, Quinta Turma, Habeas Corpus n° 83.966-RJ, Relatora a Ministra Jane
Silva (Desembargadora convocada do TJMG), julgado unânime em 18.10.2007, que se
refere a “dúvida sobre a imparcialidade do Júri” nos termos do atual art. 427 do CPP (antigo
art. 424) e autoriza o deslocamento para a Comarca da Capital ao invés de distrito
próximo ao da culpa como forma de assegurar que o julgamento seja imparcial. Sobre
o desaforamento, veja-se SCHREIBER, Simone, A Publicidade Opressiva..., op. cit.; pp. 222 e
seguintes.
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Imparcialidad judicial
cionalmente interés en el resultado del litigio, en una determinada
causa que tramita en la Justicia Estadual, desplaza la competencia
(hasta para apreciar el interés de la Unión Federal, en los términos
del Breve Resumen N° 150 del STJ) a la Justicia Federal. O sea, la
existencia de discrecionalidad no es causa de inconstitucionalidad,
mucho menos de una eventual patología en la utilización del instrumento (como ser, para la persecución de adversarios políticos, según
lo expuesto por la crítica antes citada).
Por último, los efectos deseados no recogen los intentos de los
críticos de establecer diferencias 206 entre el desplazamiento (previsto en el CPP, art. 427, con la redacción de la Ley N° 11.689/08) y el
desplazamiento de competencia. En ambos casos, existe preocupación con respecto a la imparcialidad207 y a la independencia de los
juzgadores y, en ambos casos, la solución encontrada es el desplazamiento del juicio a otro órgano que goce de esos predicados.
206
Cfr. Ibidem; pp. 81-145, esp. p. 132
207
Por ejemplo STJ, Sala Quinta, Habeas Corpus n° 83.966-RJ, de la Ministra Relatora
Jane Silva (Jueza convocada por el TJMG), fallo unánime del 18.10.2007, que se refiere a
“dudas sobre la imparcialidad del Tribunal de Enjuiciamiento” en los término del actual
art. 427 del CPP (antiguo art. 424) y autoriza el traslado a la Comarca de la Capital y no
al distrito próximo al del hecho como forma de asegurar que el juzgamiento sea imparcial.
Sobre dicho traslado, ver SCHREIBER, Simone, A Publicidade Opressiva..., op. cit.; pp. 222 y
siguientes.
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Capítulo XXI
Arbitragem
Quanto ao segundo exemplo, são conhecidas as discussões que a
arbitragem suscita acerca da garantia constitucional de acesso
à justiça (CF, art. 5o, XXXV); sendo certo que a arbitragem, ao invés
de violar a referida garantia, promove o acesso à justiça (inclusive
na linha da jurisprudência do STF que reconheceu a constitucionalidade
da arbitragem). Na verdade, embora possua múltiplas variáveis, a
questão pode ser colocada em termos diretos e objetivos, a saber:
a indicação ex post facto de um julgador (denominado árbitro) para
julgar um determinado litígio viola a garantia constitucional do juiz
natural (CF, art. 5o, XXXVII)?
De acordo com a Lei de Arbitragem (Lei n° 9.307/96), é lícito às
partes que estejam se confrontando em um determinado processo,
conduzido pelo juiz natural, regularmente pré-determinado de acordo
com critérios objetivamente indicados pela legislação, celebrarem
uma convenção de arbitragem na qual decidem submeter esse
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Capítulo XXI
Arbitraje
En cuanto al segundo ejemplo, son conocidas las discusiones que
suscita el arbitraje con respecto a la garantía constitucional de
acceso a la justicia (CF, art. 5°, XXXV), siendo verdad que el arbitra­
je en vez de violar la citada garantía, promueve el acceso a la justicia
(inclusive dentro de la línea de la jurisprudencia del STF que reconoció la constitucionalidad del arbitraje). En verdad, aunque posea
múltiples variables, la cuestión puede colocarse en términos directos y objetivos, a saber: ¿la designación ex post facto de un juzgador
(denominado árbitro) para juzgar un determinado litigio viola la
garantía constitucional del Juez natural (CF, art. 5°, XXXVII)?
De acuerdo con la Ley de Arbitraje (Ley N° 9.307/96) es lícito
para las partes que se confronten en una determinada causa, conducida por el Juez natural, regularmente predeterminado de acuerdo con criterios objetivamente indicados por la legislación, celebrar
un convenio de arbitraje en virtud del cual deciden someter ese litigio
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Imparcialidade judicial
litígio à apreciação de um árbitro escolhido especificamente para
este julgamento.
O entendimento dominante em sede doutrinária e jurisprudencial
considera que não há incompatibilidade entre o juízo arbitral e a
garantia do juiz natural.208 Mais uma vez, a preocupação do direito
positivo, da doutrina e da jurisprudência é com a imparcialidade, e
não exatamente com uma de suas facetas, qual seja, o juiz natural.
Com efeito, a Lei de Arbitragem prevê a possibilidade de discussão
em torno à parcialidade do julgador, prevendo a possibilidade de se
questionar o impedimento ou a suspeição do árbitro, inclusive no
sentido de se anular a decisão arbitral respectiva. Contudo, nada
impede a escolha ex post facto do árbitro (da pessoa física que vai
funcionar como julgador). Ou seja, abriu-se mão da garantia do juiz
natural, sem se abrir mão da imparcialidade do julgador (a qual,
aliás, é relativizada em sede de arbitragem), vez que devem ser
preservadas a equidistância e a independência do julgador,
evidenciando-se também que as três faces da imparcialidade são
independentes entre si (embora intrinsecamente ligadas).
Nem sempre os autores que tratam do tema admitem que
a escolha de um árbitro representa desconsideração do princípio do
juiz natural. É induvidoso que representa um sacrifício a esse princípio.
Na verdade, emprega-se interpretação sistemática (conjugação da
208
No sentido do texto: CUNHA, Leonardo José Carneiro da, “Anotações sobre..., op. cit.;
pp. 500-516; p. 508.
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Imparcialidad judicial
a la apreciación de un árbitro elegido específicamente para dicho
juzgamiento.
El criterio dominante en sede doctrinaria y jurisprudencial considera que no existe incompatibilidad entre el juicio arbitral y la garantía del Juez natural.208 Una vez más, la preocupación del derecho
positivo, de la doctrina y de la jurisprudencia es la imparcialidad y no
exactamente una de sus facetas, como ser, el Juez natural.
En efecto, la Ley de Arbitraje prevé la posibilidad de discusión sobre la parcialidad del juzgador, contemplando la posibilidad de cuestionar la recusación o excusación del árbitro, inclusive en el sentido
de anularse la decisión arbitral pertinente. Pero nada impide la elección ex post facto del árbitro (de la persona física que a va a funcionar
como juzgador). O sea, se desistió de la garantía del Juez natural,
sin desistir de la imparcialidad del juzgador (la cual, es relativizada
en la sede de arbitraje) ya que deben ser preservadas la equidistancia y la independencia del juzgador, evidenciándose también que las
tres caras de la imparcialidad son independientes entre sí (aun cuando estén intrínsecamente interrelacionadas).
No siempre los autores que tratan el tema admiten que la elección
de un árbitro representa dejar de lado el principio del Juez natural.
No quedan dudas de que representa un sacrificio de ese principio.
En verdad, se emplea la interpretación sistemática (combinación de
208
En el sentido del texto: CUNHA, Leonardo José Carneiro da, “Anotações sobre...”, op.
cit.; pp. 500-516; p. 508.
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Imparcialidade judicial
proteção do juiz natural com a promoção do acesso à justiça) e
interpretação finalística (a proteção ao juiz natural é um meio para
alcançar-se o objetivo final, que é a proteção da imparcialidade)
para concluir-se que o juiz natural pode ser sacrificado na hipótese
em que as partes façam opção pela solução do litígio através da
arbitragem. Mais uma vez o chamado princípio do acesso à justiça
e o princípio da eficiência209 (em sua vertente processual) apresentamse como parâmetros preferenciais em operações de ponderação210
em relação ao princípio do juiz natural.
209
Cfr. DIEGO DÍEZ, Luis-Alfredo de, El derecho al juez..., op. cit.; p. 131, referindo-se a eficácia
em lugar de eficiência: “En suma, se justifica la quiebra (o, si se prefiere, la excepción o
derogación) del Juez predeterminado (principio constitucional que además es un derecho
fundamental de la persona) en aras de criterios de eficacia”.
210
Novamente Ibidem; p. 132: “Como ya adelantamos, significativos pronunciamientos
de la jurisprudencia constitucional ha relativizado la predeterminación del Juez. Las
excepciones y derogaciones en esta materia se justifican por temor a que un
desproporcionado garantismo llegue a suponer un obstáculo insalvable ante una hipotética
reforma de la organización jurisdiccional. Los argumentos utilizados han sido desde
razones de orden práctico sobre la eficacia o buen funcionamiento de la Administración
de Justicia, hasta razones estrictamente jurídicas como la ponderación con otros valores
constitucionales o la ratio del derecho fundamental al Juez predeterminado”.
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Imparcialidad judicial
la protección del Juez natural con la promoción del acceso a la justicia) y la interpretación finalística (la protección del Juez natural es
un medio para alcanzar el objetivo final que es la protección de la
imparcialidad) para concluir que el Juez natural puede ser sacrificado por la hipótesis de que las partes opten por la solución del litigio
a través del arbitraje. Una vez más, el denominado principio de
acceso a la justicia y el principio de la eficiencia209 (en su vertiente pro­
cesal) se presentan como parámetros preferenciales en operaciones
de ponderación210 con relación al principio del Juez natural.
209
Cfr. DIEGO DÍEZ, Luis-Alfredo de, El derecho al juez..., op. cit.; p. 131, refiriéndose a la eficacia en lugar de la eficiencia: “En suma, se justifica la quiebra (o, si se prefiere, la excepción
o derogación) del Juez predeterminado (principio constitucional que además es un derecho
fundamental de la persona) en aras de criterios de eficacia”.
210
Nuevamente Ibidem; p. 132: “Como ya adelantamos, significativos pronunciamientos
de la jurisprudencia constitucional han relativizado la predeterminación del Juez. Las excepciones y derogaciones en esta materia se justifican por temor a que un desproporcionado garantismo llegue a suponer un obstáculo insalvable ante una hipotética reforma
de la organización jurisdiccional. Los argumentos utilizados han sido desde razones de
orden práctico sobre la eficacia o buen funcionamiento de la Administración de Justicia,
hasta razones estrictamente jurídicas como la ponderación con otros valores constitucionales o la ratio del derecho fundamental al Juez predeterminado”.
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Capítulo XXII
Outros Exemplos de Ponderação
Os exemplos multiplicam-se. Nas hipóteses de litisconsórcio
facultativoativoulterior(tambémchamadaintervençãolitisconsorcial
voluntária211 e em que pese a ocorrência de posicionamentos
contrários, na doutrina212 e inclusive na jurisprudência do STJ213), de
avocação de causas214 e em tantas outras, preservado o núcleo
mínimo da imparcialidade, o perfil do juiz natural é restringido ou
mesmo sacrificado como forma de maximizar o acesso à justiça
211
Sobre o litisconsórcio ativo ulterior, por todos, vide DINAMARCO, Cândido Rangel,
Litisconsórcio, 4a Edição, Malheiros Editores, São Paulo, 1996, p. 338.
212
CARNEIRO, Athos Gusmão, “O litisconsórcio facultativo ativo ulterior e os princípios
do juiz natural e do devido processo legal”, Revista dos Tribunais, 1989, Volume 776, Editora
Revista dos Tribunais, São Paulo, 2000, pp.109-120
213
STJ, Quinta Turma, Recurso Especial n° 796.064-RJ, Relator o Ministro Luiz Fux, julgado
unânime em 22.10.1998.
214
Sobre a avocatória, por todos, vide a reflexão de MACIEL, Adhemar Ferreira.
“Avocatória: violação do juiz natural ou uma exigência de nossos tempos?”, In TEIXEIRA,
Sálvio de Figueiredo (coordenador), As Garantias do Cidadão na Justiça, Editora Saraiva,
São Paulo, 1993, pp. 197-205.
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Capítulo XXII
Otros ejemplos de ponderación
Los ejemplos se multiplican. En los casos de litisconsorcio facultativo activo ulterior (también denominado intervención litisconsorcial
voluntaria211 pese a presentarse posicionamientos contrarios en la doctrina212 e inclusive en la jurisprudencia del STJ213), de traslado de
causas a tribunales superiores214 y en tantos otros, preservando el
núcleo mínimo de la imparcialidad, el perfil del Juez natural es restringido o aun sacrificado como forma de maximizar el acceso a la
211
Sobre el litisconsorcio activo ulterior, por la mayoría, ver DINAMARCO, Cândido
Rangel, Litisconsórcio, 4a Edición, Malheiros Editores, São Paulo, 1996, p. 338.
212
CARNEIRO, Athos Gusmão, “O litisconsórcio facultativo ativo ulterior e os princípios do juiz natural e do devido processo legal”, Revista dos Tribunais, 1989, Volumen 776,
Editorial Revista dos Tribunais, São Paulo, 2000, pp.109-120.
213
STJ, Sala Quinta, Recurso Especial n° 796.064-RJ, del Ministro Relator Luiz Fux, fallo
unánime del 22.10.1998.
214
Sobre fuero de atracción, por la mayoría, ver la reflexión de MACIEL, Adhemar Ferreira, “Avocatória: violação do juiz natural ou uma exigência de nossos tempos?”, en TEIXEIRA, Sálvio
de Figueiredo (coordinador), As Garantias do Cidadão na Justiça, Saraiva, São Paulo, 1993,
pp. 197-205.
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e/ou a eficiência processual, vetores que efetivamente preponderam
nas análises dessas situações processuais, inclusive sobre o
princípio do juiz natural – a doutrina estrangeira fala, a propósito
da relativização da proteção do juiz natural (rectius: do juiz prédeterminado).
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Imparcialidad judicial
justicia y/o a la eficiencia procesal, vectores que efectivamente pre­
ponderan en los análisis de esas situaciones procesales, inclusive sobre el principio del Juez natural – la doctrina extranjera hace referen­cia
a la relativización de la protección del Juez natural (rectius: del Juez
predeterminado).
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Capítulo XXIII
À Guisa de Conclusão
Como consectário da forma principiológica (e da correspectiva
força normativa), o princípio do juiz natural é indicado, tanto na
doutrina brasileira215 como na literatura estrangeira,216 como fonte
de um direito subjetivo dos litigantes a um julgamento por um juiz
competente e imparcial – e, neste sentido, seria a fonte um direito
fundamental dos litigantes.
À conta das considerações precedentes, resta clara a autonomia
conceitual da idéia de imparcialidade-juiz natural em relação
à imparcialidade-equidistância e à imparcialidade-independência.
215
À guisa de exemplo, SOUZA, Artur César, “A parcialidade positiva do juiz (justiça
parcial) como critério de realização no processo jurisdicional das promessas do
constitucionalismo social”, In Revista dos Tribunais, Volume 857, Editora Revista dos
Tribunais, São Paulo, 2007, pp. 29-53, esp. p. 36.
216
Nessa perspectiva, indica-se um direito subjetivo do jurisdicionado a ser julgado pelo
juiz competente. DIEGO DÍEZ, Luis-Alfredo de, El derecho al juez..., op. cit.; p. 28.
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Capítulo XXIII
A guisa de conclusión
Como consecuencia de la forma principiológica (y de la correspectiva fuerza normativa), el principio del Juez natural es citado tanto en
la doctrina brasileña215 como en la literatura extranjera,216 como fuen­
te de un derecho subjetivo de los litigantes a ser juzgados por un Juez
competente e imparcial –y, en este sentido sería la fuente un derecho fundamental de los litigantes.
Como consecuencia de las consideraciones que anteceden se
torna clara la autonomía conceptual de la idea de imparcialidad
–Juez natural con relación a la imparcialidad– como equidistancia
215
A modo de ejemplo, SOUZA, Artur César. “A parcialidade positiva do juiz (justiça parcial) como critério de realização no processo jurisdicional das promessas do constitucionalismo social”, en Revista dos Tribunais, Volumen 857, Editorial Revista dos Tribunais, São
Paulo, 2007, pp. 29-53, esp. p. 36.
216
En esta perspectiva, se indica un derecho subjetivo del ciudadano a ser juzgado por el
juez competente. DIEGO DÍEZ, Luis-Alfredo de, El derecho al juez..., op. cit.; p. 28.
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Imparcialidade judicial
São idéias complementares e intrinsecamente ligadas, mas que
podem ser estudadas separadamente com vantagens analíticas.
Ainda que o juiz não possua qualquer interesse no resultado do
litígio, nem tampouco tenha sua liberdade de julgar tolhida em
razão de qualquer tipo de pressão, somente será considerado
realmente imparcial caso o procedimento para sua escolha como
julgador tenha atendido aos parâmetros constitucionais e legais
exigíveis (notadamente a pré-determinação a partir de critérios
gerais e impessoais).
Evidenciada ao longo do estudo a sua relevância, a imparcialidade
caracteriza-se, assim, a partir da aglutinação desses três perfis, em
um dos princípios cardeais do processo justo.
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Imparcialidad judicial
y de la idea de imparcialidad-independencia. Son ideas complementarias e intrínsecamente vinculadas, pero que pueden ser estudiadas separadamente con ventajas analíticas.
Aun cuando el Juez no posea interés alguno en el resultado del
litigio, ni tampoco su libertad de juzgar sea restringida con motivo
de cualquier clase de presión, será considerado realmente imparcial
sólo si el procedimiento para su elección como juzgador haya dado
cumplimiento a los parámetros constitucionales y legales exigibles
(principalmente la predeterminación a partir de criterios generales e
impersonales).
La relevancia de la imparcialidad ha sido puesta en evidencia a lo
largo del estudio y la misma se caracteriza a partir de la aglutinación de esos tres perfiles, como uno de los principios cardinales del
juicio justo.
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Terceiro lugar
A IMPARCIALIDADE NO
CÓDIGO IBERO-AMERICANO
DE ÉTICA JUDICIAL
Serie Monografias Premiadas 3.indb 444
18/11/2010 12:35:52 p.m.
Tercer lugar
LA IMPARCIALIDAD EN EL
CÓDIGO IBEROAMERICANO
DE ÉTICA JUDICIAL
Jaime Francisco Coaguila Valdivia*
Serie Monografias Premiadas 3.indb 445
18/11/2010 12:35:52 p.m.
*
Juez del Primer Juzgado Penal Permanente Liquidador, Arequipa, Perú.
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18/11/2010 12:35:53 p.m.
Serie Monografias Premiadas 3.indb 447
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Preâmbulo
Na obra “Alice no País das Maravilhas” (1865), do escritor Lewis
Carrol, há uma célebre passagem na qual um rato conta para
Alice sua desgraça por ter sido acusado, processado e sentenciado
à morte por Fúria sem ter tido nenhuma garantia judicial. Esta
justiça da arbitrariedade mostra, como em um conto aparentemente
infantil, também se pode violar o direito a um juiz imparcial,
porque Fúria, neste caso, concentrava as funções de acusador e
juiz instrutor em uma só pessoa, algo que se torna inconcebível
em um sistema democrático de administração de justiça. A passagem
é a seguinte:
‘Juntos iremos ante a LEI: Eu acusarei! Você se defenderá! Vamos!
Não aceitarei mais dilação! Um processo haveremos de ter, pois
na verdade, não tive esta manhã outra coisa para fazer!’ Disse o
rato à energúmena: ‘Tal pleito, respeitável dama, sem jurado
nem juiz, não serviria mais que para esgoelarmos inutilmente’,
448
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Preámbulo
En la obra Alicia en el País de las Maravillas (1865), del escritor Lewis
Carrol, existe un célebre pasaje en el cual un ratón cuenta a Alicia su
desgracia de haber sido acusado, procesado y sentenciado a muerte
por una Furia sin haber tenido ninguna garantía judicial. Esta justicia de la arbitrariedad denota cómo en un cuento aparentemente
infantil, también se puede violar el derecho a un Juez imparcial, porque la Furia en este caso concentraba las labores de acusador y Juez
instructor en una sola persona, algo que deviene en inconcebible en
un sistema democrático de administración de justicia. El pasaje es el
siguiente:
‘Juntos iremos ante la LEY: ¡Yo acusaré! ¡Tú te defenderás!
¡Vamos! ¡No aceptaré más dilación! ¡Un proceso hemos de tener,
pues en verdad, no he tenido esta mañana otra cosa qué hacer!’
Dijo el ratón a la energúmena: ‘Tal pleito respetable dama, sin
jurado ni Juez, no serviría más que para desgañitarnos inútilmente’
449
Serie Monografias Premiadas 3.indb 449
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450
A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
‘Eu serei o juiz e o júri’, replicou maliciosa a velha Fúria, ‘Serei eu
quem diga tudo quanto disser e EU quem à morte te condene’.1
A presente pesquisa retomou a preocupação de Alice frente à
justiça e mais exatamente estuda o tema da imparcialidade do juiz,
que é evidentemente infringido por Fúria que se recusa a julgar o
rato perante a Lei. Neste sentido, este trabalho em um primeiro
momento começará analisando a origem teórica do direito à
imparcialidade de um juiz imparcial partindo do direito à tutela
jurisdicional, para, a seguir, estabelecer suas diferenças com outras
instituições como a independência, a jurisdição e o juiz ordinário
predeterminado por lei e, finalmente, desmembrar as concepções
de imparcialidade - a neutralidade, a imparcialidade da Argumentação
Jurídica, a imparcialidade garantista de Luigi Ferrajoli e a imparcialidade
empática do Direito & Literatura.
Em um segundo momento, se procederá a decifrar a complexidade
do modelo neoconstitucionalista pelo exame da legislação iberoamericana relacionada, do conteúdo constitucional do direito
ao juiz imparcial, das figuras conexas da recusa e abstenção e da
tentativa proposta de uma imparcialidade da complexidade. E em
um terceiro momento, se procederá à análise do capítulo concernente
à Imparcialidade Judicial no Código Ibero-americano de Ética Judicial a
partir das noções de igualdade, da objetividade em relação à prova,
da razoabilidade e das virtudes morais, da perspectiva do observador
razoável e da possibilidade de implantar um código supranacional
sancionador. A seguir, o prometido.
1
Carrol, Lewis. Alicia en el País de las Maravillas, Siruela, Madrid, 2003, p. 60.
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451
La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
‘Yo seré el Juez, y el jurado’, replicó taimada la vieja furia ‘¡Seré yo
quien diga todo cuanto diga y YO quien a muerte te condene’.1
La presente investigación ha retomado la preocupación de Alicia
frente a la justicia y más exactamente en cuanto al tema de la imparcialidad del Juez, que es evidentemente infringido por la Furia al
acusar y juzgar al ratón ante la ley. En esta medida este trabajo en
un primer momento comenzará por analizar el origen teórico del
derecho a la imparcialidad del Juez imparcial a partir del derecho a la
tutela jurisdiccional, para a continuación establecer sus diferencias
con otras instituciones como la independencia, la jurisdicción y el
Juez ordinario predeterminado por ley, y finalmente desglosar las
concepciones de imparcialidad como neutralidad, la imparcialidad
de la argumentación jurídica, la imparcialidad garantista de Luigi
Ferrajoli y la imparcialidad empática del Derecho & Literatura.
En un segundo momento se procederá a desentrañar la complejidad del modelo neo constitucionalista, a través del examen de la
legislación iberoamericana implicada, el contenido constitucional
del derecho al Juez imparcial, las figuras conexas de la recusación y
abstención, y la tentativa propuesta de una imparcialidad de la com­
plejidad. Y en un tercer momento se procederá al análisis del capítulo
concerniente a la imparcialidad judicial en el Código Iberoamericano de Ética Judicial desde las nociones de igualdad, objetividad en
relación a la prueba, razonabilidad, virtudes morales, la perspectiva
del observador razonable y la posibilidad de implementar un código
supranacional sancionador. Acto seguido lo prometido.
1
Carrol, Lewis, Alicia en el País de las Maravillas, Siruela, Madrid, 2003, p. 60.
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Capítulo I
O direito a um juiz imparcial
1. O direito à tutela jurisdicional
Na opinião do professor espanhol Jesús González Pérez, a tutela
jurisdicional é o direito de toda pessoa à justiça; é a garantia de que,
ao se pretender algo de alguém, esta pretensão seja atendida por um
órgão jurisdicional por meio de um processo de garantias mínimas.
Desta forma, este direito desdobra seus efeitos em três momentos
distintos, como:
a) No acesso à justiça (Acesso à Jurisdição);
b) Quando o processo já foi iniciado (Devido Processo), e;
c) Uma vez proferida a sentença, no momento culminante da
execução e plena efetividade dos pronunciamentos (Efetividade
das Sentenças).2
2
Cfr. González Pérez, Jesús, El Derecho a la Tutela Jurisdiccional, Tercera Edición, Civitas,
Madrid, 2001, p. 33-59.
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Capítulo I
El derecho a un Juez imparcial
1. El derecho a la tutela jurisdiccional
En opinión del profesor español Jesús González Pérez la tutela jurisdiccional es el derecho de toda persona a que se haga justicia, a que
cuando pretenda algo de otra, esta pretensión sea atendida por un
órgano jurisdiccional, a través de un proceso de garantías mínimas.
De esta forma este derecho despliega sus efectos en tres momentos
distintos como son:
a) En el acceso a la justicia (acceso a la jurisdicción),
b) Cuando el proceso ya está iniciado (proceso debido), y;
c) Una vez dictada la sentencia en el momento culminante de la
ejecución y plena efectividad de los pronunciamientos (efectividad de las sentencias).2
2
Cfr. González Pérez, Jesús, El derecho a la tutela jurisdiccional, 3a ed., Civitas, Madrid,
2001, pp. 33-59.
453
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454
A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
Dentro este mesmo raciocínio, a tutela jurisdicional só será
efetiva se o órgão jurisdicional reunir certas condições e se, antes de
proferir a sentença, prosseguir em um processo com as garantias
que tornem possível a defesa das partes;3 uma dessas garantias do
Devido Processo é exatamente o direito a um juiz imparcial, que
impede a intervenção dos juízes em um processo se suas relações
com a pretensão ou as partes puderem colocar em dúvida sua
imparcialidade ou a confiança em sua imparcialidade,4 com o que,
a partir desta ótica, a tutela jurisdicional conteria o Devido Processo e
este, por sua vez, o direito ao juiz imparcial.
De seu lado, o peruano César Landa Arroyo distingue entre
Devido Processo e Tutela Jurisdicional, esclarecendo que os direitos
ao Devido Processo são a base sobre a qual se assentam a tutela
judicial e não judicial; por isso, nesta mesma linha de raciocínio, uma
dessas garantias jurisdicionais é o direito ao juiz natural que assume
a proteção da independência e imparcialidade do juiz diante dos
demais poderes públicos,5 e que significa unidade judicial, ou seja, a
incorporação do juiz ao Poder Judiciário e ao Tribunal Constitucional;
o caráter judicial ordinário, isto é, a proibição de criar tribunais e
juizados de exceção ou parajudiciais, e a predeterminação legal do
órgão judicial pela qual somente por lei do Congresso pode ser criado
qualquer órgão jurisdicional.6
3
Cfr. Ibidem, p. 163.
4
Cfr. Ibidem, p. 170.
5
Cfr. Landa Arroyo, César, Teoría del Derecho Procesal Constitucional, Palestra Editores,
Lima, 2003, p. 202.
6
Cfr. Ibidem, p. 203.
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455
La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
Dentro de este mismo razonamiento la tutela jurisdiccional sólo
será efectiva si el órgano jurisdiccional reúne ciertas condiciones y
antes de dictar sentencia sigue un proceso investido de las garantías que hagan posible la defensa de las partes,3 una de esas ga­
rantías del Proceso Debido es exactamente el derecho a un Juez
imparcial que impide a los Jueces intervenir en un proceso si sus relaciones con la pretensión o las partes pueden poner en duda su
imparcialidad o la confianza en su imparcialidad,4 con lo que desde
esta óptica la tutela jurisdiccional contendría el Proceso Debido
y éste a su vez el derecho al Juez imparcial.
Por su parte el peruano César Landa Arroyo distingue entre debido proceso y tutela jurisdiccional, constituyendo los derechos al
debido proceso la base sobre la cual se asienta la tutela judicial y no
judicial; por lo que en esta misma línea de razonamiento una de esas
garantías jurisdiccionales está constituida por el derecho al Juez natural que asume el resguardo de la independencia e imparcialidad
del Juez frente a los demás poderes públicos,5 y que implica la unidad
judicial que supone la incorporación del Juez al Poder Judicial y al
Tribunal Constitucional, el carácter judicial ordinario que significa
la prohibición de crear tribunales y juzgados de excepción ni parajudiciales, y la predeterminación legal del órgano judicial por la cual solamente mediante ley del Congreso se puede crear cualquier órgano
jurisdiccional.6
3
Cfr. Ibidem, p. 163.
4
Cfr. Ibidem, p. 170.
5
Cfr. Landa Arroyo, César, Teoría del derecho procesal constitucional, Palestra Editores,
Lima, 2003, p. 202.
6
Cfr. Ibidem, p. 203.
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A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
Particularmente considero que a classificação proposta pelo
jurista ibérico é a mais adequada para a completa compreensão da
posição constitucional do direito a juiz imparcial e, ao mesmo
tempo, permite um desenvolvimento mais sistemático da instituição
a partir da tradição jurídica romano-germânica. É preciso estar
consciente de que a vertente desenvolvida pelo professor peruano
se enquadra melhor no contexto nacional, que considera o Devido
Processo como um conjunto de garantias constitucionais perfiladas
na acusação, na defesa, na prova e na sentença; ao contrário das
garantias institucionais da Tutela Jurisdicional, que permitem o
exercício do Devido Processo a qualquer pessoa.7
2. Juiz imparcial, independência, jurisdição e
juiz ordinário predeterminado pela lei
Pois bem, a figura do juiz imparcial sempre foi confundida com
outras instituições de natureza diferente, por isso convém distinguila da independência judicial, da jurisdição e do juiz predeterminado
por lei, a fim de analisar depois os diferentes matizes que a instituição
assume a partir do âmbito global da Teoria do Direito.
No caso concreto da independência judicial, pode-se afirmar que
se trata de um postulado constitucional cujo objetivo é garantir a
plena liberdade dos juízes e magistrados no exercício da função
jurisdicional; assim, a independência pressupõe a possibilidade de
decidir os casos particulares conforme a consciência e seguindo as
7
Cfr. Ibidem, p. 197.
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457
La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
Particularmente considero que la clasificación propuesta por el
jurista ibérico resulta la más adecuada para comprender a cabalidad la ubicación constitucional del derecho al Juez imparcial y permite un desarrollo más sistemático de la institución a partir de la
tradición jurídica romano germánica; ya que hay que estar conciente que la vertiente desarrollada por el profesor peruano está más
encuadrada dentro del contexto nacional que considera al debido
proceso como un conjunto de garantías constitucionales perfiladas
en la acusación, la defensa, la prueba y la sentencia; a diferencia de
las garantías institucionales de la tutela jurisdiccional que permiten
el ejercicio del debido proceso de toda persona.7
2. Juez imparcial, independencia, jurisdicción y
Juez ordinario predeterminado por ley
Ahora bien la figura del Juez imparcial siempre se ha confundido con
otras instituciones de diferente naturaleza, por lo que conviene distinguirla de la independencia judicial, la jurisdicción y el Juez predeterminado por ley, con la finalidad de analizar luego los diferentes
matices que asume la institución a partir del marco global de la teoría del derecho.
En el caso concreto de la independencia judicial se puede afirmar
que se trata de un postulado constitucional que tiene por objeto garantizar la plena libertad de los Jueces y Magistrados en el ejercicio
de la función jurisdiccional, así la independencia supone la posibilidad de decidir los casos particulares según conciencia y siguiendo
7
Cfr. Ibidem, p. 197.
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A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
indicações que o sistema normativo proporcionar.8 Ainda que
recentemente, de forma mais apurada, seja possível distinguir entre
independência externa, isto é, o conjunto de técnicas e instrumentos
jurídicos destinados a evitar ingerências que podem originar-se
de outros poderes do Estado, e independência interna, na qual
se incluem todas as garantias destinadas a preservar os juízes e
magistrados das pressões que puderem originar-se da própria
estrutura hierárquica da organização judicial.9 Não cabe confundir
imparcialidade judicial e independência do juiz, pois, por um lado, a
independência mostra sua eficácia no momento prévio ao exercício
da função jurisdicional, enquanto a imparcialidade ocorre no
momento processual, durante o desempenho da função;10 além
disso, afirma-se a independência do órgão jurisdicional ante todo
tipo de influências do exterior, enquanto a imparcialidade afeta a
atitude do Juiz como pessoa em relação às partes do processo ou ao
próprio processo.11
Por sua vez, a jurisdição é a função exercida pelos órgãos do
Estado, independentes e imparciais, por meio do processo, a fim
de conhecer os litígios ou controvérsias que as partes proponham,
emitir um pronunciamento, para depois ordenar a execução de tal
decisão ou sentença;12 disso se deduz que a imparcialidade é uma
8
Cfr. Pico i. Junoy, Joan, La Imparcialidad Judicial y sus garantías: La Abstención y Recusación.
Barcelona, José María Bosch Editor, 1998, p. 30.
9
Cfr. Galán González, Candela, Protección de la Imparcialidad Judicial: Abstención y
Recu­sación, Tirant lo Blanch, Valencia, 2005, p. 22.
10
Cfr. Pico i. Junoy, Joan, La Imparcialidad…, op. cit., p. 33.
11
Cfr. Galán González, Candela, Protección de la…, op. cit., p. 22.
12
Cfr. Ovalle Favela, José, Teoría General del Proceso, Tercera Edición, Rodhas, Lima,
1991, p. 120.
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La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
las indicaciones que proporcione el sistema normativo.8 Aunque
recientemente de forma más aguda se pueda distinguir entre independencia externa, como aquel conjunto de técnicas e instrumentos jurídicos destinados a evitar injerencias que pueden provenir de
otros poderes del Estado; e independencia interna donde están alojadas todas las garantías destinadas a preservar a los Jueces y
Magistrados de las presiones que pudieran provenir de la propia estructura jerárquica de la organización judicial.9 No cabe confundir
entre imparcialidad judicial e independencia del Juez ya que, por una
parte, la independencia despliega su eficacia en el momento previo
al ejercicio de la función jurisdiccional, mientras la imparcialidad
tiene lugar en el momento procesal durante el desarrollo de la
función;10 adicionalmente la independencia se afirma del órgano
jurisdiccional frente a toda clase de influencias del exterior, mientras
que la imparcialidad afecta la actitud del Juez como persona en relación con las partes del proceso o con el proceso mismo.11
Por su parte, la jurisdicción se trata de la función que ejercen los
órganos del Estado independientes e imparciales a través del proceso para conocer de los litigios o controversias que planteen las partes, emitir un pronunciamiento sobre ellos, para luego ordenar la
ejecución de dicha decisión o sentencia,12 de ello se deduce que
8
Cfr. Pico i. Junoy, Joan, La imparcialidad judicial y sus garantías: La abstención y recusa­
ción, José María Bosch Editor, Barcelona, 1998, p. 30.
9
Cfr. Galán González, Candela, Protección de la imparcialidad judicial: abstención y
recusación, Tirant lo Blanch, Valencia, 2005, p. 22.
10
Cfr. Pico i. Junoy, Joan, La imparcialidad…, op. cit., p. 33.
11
Cfr. Galán González, Candela, Protección de la…, op. cit., p. 22.
12
Cfr. Ovalle Favela, José, Teoría general del proceso, 3a. ed., Rodhas, Lima, 1991, p. 120.
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A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
condição essencial para o exercício da função jurisdicional e não
o contrário.13 Por sua vez, a jurisdição age por sua própria essência,
com desinteresse objetivo, e a imparcialidade tende a assegurar o
desinteresse subjetivo da pessoa concreta investida de potestade
jurisdicional14 e, finalmente, a jurisdição constitui um elemento
abstrato que se materializa na competência, enquanto a
imparcialidade deriva em uma situação concreta para um caso
específico do magistrado.
Por outro lado, o juiz ordinário predeterminado por lei constitui
um direito público, subjetivo e constitucional, de caráter
fundamental, configurado legalmente, que assiste a todos os
sujeitos que adquiriram a condição de parte em qualquer processo
jurisdicional e cujo conteúdo essencial estabelece-se na vigência e
na efetividade do princípio de legalidade na criação, constituição,
competência e composição dos órgãos jurisdicionais a fim de
garantir sua plena independência no exercício da potestade
jurisdicional.15 O juiz ordinário predeterminado por lei privilegia a
somatória do tribunal organicamente competente, estabelecido
por lei, e a imparcialidade à pessoa do magistrado que integra tais
dependências;16 isto significa ainda que o reconhecimento deste
direito sustentado no princípio de legalidade vai permitir o ambiente
13
Cfr. Ibidem, p. 145.
14
Cfr. Montero Aroca, Juan, Introducción al Derecho Jurisdiccional Peruano, Distribuidora
y Representaciones ENMARCE E.I.R.L., Lima, 1999, p. 112.
15
Cfr. De Diego Diez, Luis-Alfredo, El Derecho al Juez Ordinario Predeterminado por la Ley,
Tecnos, 1998, Madrid, p. 27.
16
Cfr. Pico i. Junoy, Joan, La Imparcialidad…, op. cit., p. 34.
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La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
la imparcialidad es una condición esencial para el ejercicio de la función jurisdiccional y no a la inversa,13 a su vez la jurisdicción actúa
por su propia esencia con desinterés objetivo y la imparcialidad
tiende a asegurar el desinterés subjetivo de la persona concreta investida de potestad jurisdiccional,14 y finalmente la jurisdicción
constituye un elemento abstracto que se materializa en la competencia, en tanto la imparcialidad deriva en una situación concreta
para un caso específico del Magistrado.
De otro lado el Juez ordinario predeterminado por ley constituye
un derecho público, subjetivo y constitucional, de carácter fundamental de configuración legal, que asiste a todos los sujetos que
han adquirido la condición de parte en cualesquiera procesos jurisdiccionales y cuyo contenido esencial radica en preservar la vigencia
y efectividad del principio de legalidad en la creación, constitución,
competencia y composición de los órganos jurisdiccionales a fin de
asegurar su plena independencia en el ejercicio de la potestad jurisdiccional.15 El Juez ordinario predeterminado por ley privilegia la
concurrencia del tribunal orgánicamente competente establecido
por ley, y la imparcialidad a la persona del Magistrado que integra
dichas dependencias;16 esto significa además que el reconocimiento
de este derecho sustentado en el principio de legalidad va a permitir
13
Cfr. Ibidem, p. 145.
14
Cfr. Montero Aroca, Juan, Introducción a derecho jurisdiccional peruano, Distribuidora
y Representaciones ENMARCE E.I.R.L., Lima, 1999, p. 112.
15
Cfr. De Diego Diez, Luis-Alfredo, El derecho al juez ordinario predeterminado por la ley,
Tecnos, 1998, Madrid, p. 27.
16
Cfr. Pico i. Junoy, Joan, La imparcialidad…, op. cit., p. 34.
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A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
de desenvolvimento de um processo imparcial quando as qualidades
do funcionário encarregado do caso concreto forem examinadas.
3. Natureza jurídica do direito a um juiz imparcial
a. Imparcialidade como neutralidade
Deste ponto de vista, a imparcialidade está estreitamente
relacionada com o interesse objetivo, já que significa a posição
transcendental dos que exercem a jurisdição em relação aos sujeitos
jurídicos afetados por este exercício; isso quer dizer que diante de
posições processuais contrapostas, corresponde uma posição
equidistante e superior a ambas que a jurisdição possui.17 Por sua
vez, esta imparcialidade pressupõe ainda descartar qualquer juízo
alheio ao correto cumprimento da função e ajuste objetivo à
atuação no caso concreto;18 esta noção de imparcialidade evoca
com clareza o modelo do juiz neutro que tem emoções e é capaz de
esquecer sua subjetividade para administrar justiça como um
tecnocrata, a quem foi confiada a resolução de casos da forma mais
profissional possível.
Talvez o autor que melhor defenda a concepção de um juiz neutro
seja Adolfo Alvarado Velloso, ao definir a tarefa do juiz como
bastante difícil, pois exige “neutralidade absoluta e asséptica” ou, o que
é igual, ausência de preconceitos de qualquer tipo, independência de
qualquer opinião, ausência de ideologia determinada, resistência
17
Cfr. Galán González, Candela, Protección de la…, op. cit., p. 20.
18
Cfr. Montero Aroca, Juan, Introducción …, op. cit., p. 110.
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La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
el marco de desarrollo de un proceso imparcial cuando se examinen
las calidades del funcionario encargado del caso concreto.
3. Naturaleza jurídica del derecho a un Juez imparcial
a. Imparcialidad como neutralidad
Desde este punto de vista la imparcialidad resulta estrechamente
relacionada con el interés objetivo, ya que implica la posición trascendente de quienes ejercen la jurisdicción respecto a los sujetos
jurídicos afectados por dicho ejercicio, ello significa que ante posicio­
nes procesales contrapuestas corresponde una posición equidistante y superior a ambas que detenta la jurisdicción.17 A su vez esta
imparcialidad entraña además descartar todo juicio ajeno al correcto
cumplimiento de la función y ajustarse objetivamente a la actua­ción
en el caso concreto,18 esta noción de imparcialidad evoca con claridad el modelo del Juez neutro que adolece de emociones y es capaz
de olvidarse de su subjetividad para administrar justicia como un
tecnócrata, a quien se le ha encomendado resolver casos de la forma
más profesional posible.
Quizás el autor que mejor defiende la concepción de un Juez neutro resulte ser Adolfo Alvarado Velloso, cuando define la tarea del
Juez en tanto asaz, difícil, pues exige “absoluta y aséptica neutrali­
dad”, o lo que es igual, ausencia de prejuicios de cualquier clase, independencia de cualquier opinión, ausencia de ideología determinada,
17
Cfr. Galán González, Candela, Protección de la…, op. cit., p. 20.
18
Cfr. Montero Aroca, Juan, Introducción …, op. cit., p. 110.
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A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
às influências, a não participação na investigação dos fatos e
especialmente, o não envolvimento pessoal ou emocional com
o assunto litigioso.19 Para o autor argentino, o “terceiro”, que age na
qualidade de autoridade, não deve posicionar-se como “parte”
(impartialidade) e deve carecer de qualquer interesse subjetivo na
solução do litígio (imparcialidade); portanto, critica acidamente a
forma como o sistema inquisitivo tem exigido um duplo papel de
protagonista – de juiz e de parte – com a intenção de melhorar as
desigualdades sociais.20
Não obstante, a representação de um juiz asséptico, vivendo em
uma torre de marfim como um escritor do século XIX e cujas resoluções
são quimicamente puras, assemelha-se mais a uma utopia associada
ao conceito metafísico de justiça que a um referencial direto da
realidade judicial; o certo é que a instituição da imparcialidade tem
uma natureza altamente complexa e polidimensional, porque
compreende tanto a esfera objetiva quanto a subjetiva do juiz,
dentro do âmbito da figura moderna do juiz suspectus de quem se
pressupõem a validade dos atos judiciais enquanto não for denunciada
a parcialidade do julgador.21 É por isso que a neutralidade do juiz
estará garantida enquanto não existirem motivos para duvidar
dela; esta conclusão, própria dos sistemas contemporâneos de
administração de justiça, baseia-se na origem da função impessoal
do juiz e em sua descrição iconográfica em relação às partes e seus
19
Cfr. Alvarado Velloso, Adolfo, “La Imparcialidad Judicial y el Sistema Inquisitivo
de Juzgamiento” em De Proceso Civil e Ideología. Un prefacio, una sentencia, dos cartas y quince
ensayos, , Tirant lo Blanch, Valencia, 2006, p. 231.
20
Cfr. Ibidem, p. 231 e 261
21
Cfr. Pico i. Junoy, Joan, La Imparcialidad…, op. cit., p. 17.
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La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
resistencia a las influencias, evitar la participación en la investi­
gación de los hechos y especialmente no involucrarse personal ni
emocionalmente en el meollo del asunto litigioso.19 Para el autor
argentino el tercero que actúa en calidad de autoridad no debe
estar colocado en la posición de parte (impartialidad) y carecer de
todo interés subjetivo en la solución del litigio (imparcialidad); por
ende critica ácidamente la forma como el sistema inquisitivo ha
venido exigiendo un doble rol protagónico de Juez y parte en pro de
mejorar las desigualdades sociales.20
No obstante la representación de un Juez aséptico viviendo en
una torre de marfil, cual escritor decimonónico y cuyas resoluciones
son químicamente puras, más parece una utopía asociada al concepto metafísico de justicia que a un referente directo a la realidad
judicial; lo cierto es que la institución de la imparcialidad tiene una
naturaleza altamente compleja y polidimensional, porque comprende tanto la esfera objetiva como subjetiva del Juez, dentro del
marco de la figura moderna del Juez suspectus de quien se presume la
validez de los actos judiciales en tanto no se denuncie la parcialidad
del juzgador.21 Es por ello que la neutralidad del Juez estará garantizada mientras no existan motivos para dudar de ella, esta conclusión
propia de los sistemas contemporáneos de administración de justicia tiene su asidero en el origen de la función impersonal del Juez y
su descripción iconográfica en relación a las partes y sus dramas
19
Cfr. Alvarado Velloso, Adolfo, “La imparcialidad judicial y el sistema inquisitivo
de juzgamiento” en De Proceso civil e ideología. Un prefacio, una sentencia, dos cartas y quince
ensayos, Tirant lo Blanch, Valencia, 2006, p. 231.
20
Cfr. Ibidem, pp. 231 y 261
21
Cfr. Pico i. Junoy, Joan, La imparcialidad…, op. cit., p. 17.
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A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
dramas fácticos. Assim também o considera o jusfilósofo José Calvo
Gonzales, quando critica o modelo do juiz neutro como pertencente
a uma semiótica do segredo, que insiste em representar uma alma
despida de paixões em um corpo glorioso; assim o juiz suspectus, na
verdade, serve de insumo para o iudex absconditus, cujo único jogo é
o segredo que enterra qualquer possível comunhão entre o próximo, o
humano e o orgânico.22
Em essência, a concepção do juiz como servidor neutro da
lei responde à finalidade de apresentar os magistrados por cima
da sociedade civil e diferentes de seus membros,23 sendo que o
verdadeiro perigo deste tipo de concepções se relaciona com a perda
da imagem ou auréola que circunda o imaginário social do
juiz;24 dado que, com o desaparecimento de sua auréola de absoluta
neutralidade, também se desmorona sua imparcialidade e sua função
se deslegitima rapidamente. A questão que deve ser resolvida se
relaciona com a capacidade do sistema de sustentar um modelo
de juiz neutro e asséptico quando inclusive os próprios processualistas
já reconheceram que o juiz, como qualquer pessoa, tem uma
determinada escala de valores, adquirida por diversas vias que,
inexoravelmente, incide em suas resoluções judiciais,25 por isso é
evidente que o mito da absoluta neutralidade cada vez se torna
mais relativo.
22
Cfr. Calvo Gonzales, José, Derecho e Narración. Materiales para una Teoría y Crítica
Narrativista del Derecho, Ariel, Barcelona, 1996, p. 100 e 102.
23
Cfr. Capella, Juan Ramón, Fruta Prohibida. Una aproximación histórico-teorética al estudio
del derecho y el estado, Cuarta Edición, Trotta, Madrid, 2006, p. 155.
24
Cfr. Ibidem, p. 104.
25
Cfr. Pico i Junoy, Joan, La Imparcialidad…, op. cit., p. 23.
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La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
fácticos, de esta forma también lo aprecia el jusfilósofo José Calvo
Gonzáles, cuando critica al modelo del Juez neutral como propio de
una semiótica del secreto y que insiste en escenificar un alma desnuda de pasiones en un cuerpo glorioso, así el Juez suspectus en puridad sirve de insumo para el iudex absconditus, cuyo único juego es el
secreto que entierra toda posible comunión entre el prójimo, lo humano y orgánico.22
La concepción del Juez como servidor neutro de la ley en esencia
responde a la finalidad de presentar a los Magistrados por encima
de la sociedad civil, en cuanto diferentes a sus miembros,23 por lo
que el verdadero peligro para este tipo de concepciones deviene
en el hecho de la pérdida de la imagen o aureola que circunda al
imagina­rio social del Juez;24 ya que si desaparece su halo de absoluta neutralidad entonces también se desmorona su imparcialidad y
su función se deslegitima rápidamente, la cuestión a resolver es si el
sistema será capaz de solventar un modelo de Juez neutral y asép­
tico, cuando incluso los propios procesalistas ya han reconocido
que el Juez como cualquier persona posee una determinada escala
de valores adquirida por muy diversas vías que inexorablemente
incide en sus resoluciones judiciales,25 con lo que es evidente que el
mito de la absoluta neutralidad cada vez se vuelve más relativo.
22
Cfr. Calvo Gonzales, José, Derecho y narración. Materiales para una teoría y crítica
narrati­vista del derecho, Ariel, Barcelona, 1996, pp. 100 y 102.
23
Cfr. Capella, Juan Ramón, Fruta prohibida. Una aproximación histórico-teorética al estu­
dio del derecho y el Estado, 4a ed., Trotta, Madrid, 2006, p. 155.
24
Cfr. Ibidem, p. 104.
25
Cfr. Pico i. Junoy, Joan, La imparcialidad…, op. cit., p. 23.
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A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
b. Imparcialidade e argumentação jurídica
Pelo campo da Teoria da Argumentação Jurídica, Joseph Aguiló
Regla pretende dar nova luz ao problema da imparcialidade do juiz,
para isso propõe assumir a distinção entre o contexto de descoberta
e o contexto de justificativa. O primeiro seriam as motivações
psicológicas, o contexto social e as circunstâncias ideológicas que
levaram um juiz a proferir determinada decisão, enquanto o
segundo, o contexto de justificativa, seriam as razões alegadas pelo
juiz para demonstrar que sua decisão é correta ou válida.26 Apesar
de ser verdade, no momento de abordar o tema da imparcialidade,
que existe independência entre ambos os contextos, surge como falsa
imagem desta, enquanto equidistância entre as partes (neutralidade),
já que o Direito não exige equidistância entre estuprador e estuprada,
credor e devedor em atraso e, mais ainda, sugere que o juiz imparcial
incorpora o balanço de interesses e valores que inclusive não estão
no ponto médio da litis.27
Tudo isso significa a não desconsideração do contexto de
descoberta em relação às razões explicativas das decisões judiciais,
posto que o ideal de um juiz imparcial em um Estado de Direito
coincide na explicação e na justificativa da conduta,28 de tal forma
que o direito dos cidadãos a serem julgados pelo Direito seja
protegido e, por outro lado, seja garantida a credibilidade destas
26
Cfr. Aguiló Regla, Joseph. “Independencia e Imparcialidad de los Jueces y
Argumentación Jurídica”, Isonomía, No. 6, México, Abril 1997, p. 72.
27
Cfr. Ibidem, p. 77.
28
Cfr. Ibidem, p. 79.
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469
La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
b. Imparcialidad y argumentación jurídica
Desde el campo de la teoría de la argumentación jurídica Joseph
Aguiló Regla pretende brindar nuevas luces al problema de la imparcialidad del Juez, para ello propone asumir la distinción entre
contexto de descubrimiento y contexto de justificación; el primero
estaría constituido por los móviles psicológicos, el contexto social y
las circunstancias ideológicas que han llevado a un Juez a dictar determinada resolución, mientras el segundo serían las razones que
el Juez alega para tratar de mostrar que su decisión es correcta o
válida.26 Sin embargo, bien es cierto existe independencia entre ambos con­textos, al momento de abordar el tema de la imparcia­lidad,
aparece que es falsa la imagen de ésta como equidistancia entre las
partes (neutralidad), ya que el derecho no exige equidistan­cia entre
violador y violada, acreedor y deudor moroso; más aún, se suscita
que el Juez imparcial incorpora los balances de intereses y valores que
incluso no se encuentran en el punto medio de la litis.27
Todo ello conlleva a que no se desatienda el contexto de descubrimiento en relación a las razones explicativas de las decisiones
judiciales, puesto que el ideal de un Juez imparcial en un Estado de
derecho consiste en que la explicación y justificación de la conducta
coincidan28 en tal forma que se proteja el derecho de los ciudadanos
a ser juzgados desde el derecho, y por otro lado se garantice la
26
Cfr. Aguiló Regla, Joseph. “Independencia e imparcialidad de los jueces y argumentación jurídica”, Isonomía, No. 6, México, abril 1997, p. 72.
27
Cfr. Ibidem, p. 77.
28
Cfr. Ibidem, p. 79.
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470
A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
razões jurídicas perante a sociedade.29 Esta última hipótese
diferencia o conceito de imparcialidade como neutralidade do juiz
imparcial, como ponderador de interesses e valores, própria do
neoconstitucionalismo; este novo artífice, ao estilo de um ótimo
engenheiro, articula a sociedade e, por isso, pode quebrar a imagem
pictórica do juiz para assumir a resolução dos casos com uma
margem maior de discricionariedade de acordo com as grandes
diretrizes sociais.
A imparcialidade da argumentação jurídica é a imparcialidade da
política jurisdicional que discrimina o conteúdo essencial deste direito
de seu aspecto periférico; o que resta é conhecer as margens do
grau de credibilidade das razões jurídicas em um mundo em plena
transformação e onde as teorias institucionalistas às vezes devem
ceder passo ao desenvolvimento de disciplinas não jurídicas.
c. Imparcialidade do garantismo
Para Luigi Ferrajoli, a imparcialidade (terzietà) deve ser entendida
como a alienação do juiz em relação aos interesses das partes em
causa, e considera que o sistema acusatório deve ter um juiz
espectador dedicado, sobretudo, à objetiva e imparcial avaliação
dos fatos, mais sábio que especialista30 e que goze da confiança dos
cidadãos, o que não o exime da relatividade de seus juízos e da
verdade que aborda após a investigação no processo.31
29
Cfr. Idem.
30
Cfr. Ferrajoli, Luigi, Derecho y Razón. Teoría del Garantismo Penal, Trotta, Madrid,
1995, p. 575 y 580.
31
Cfr. Ibidem, p. 603.
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471
La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
credibilidad de dichas razones jurídicas ante la sociedad;29 este último presupuesto diferencia al concepto de imparcialidad como neutralidad de la noción de Juez imparcial en cuanto ponderador de
intereses y valores, propia del neo constitucionalismo; este nuevo
artífice, al estilo de un gran ingeniero social, articula la sociedad y en
virtud a ello le está permitido quebrar la imagen pictórica del Juez
para asumir la resolución de los casos con un margen mayor de discrecionalidad de acuerdo a las grandes directrices sociales.
La imparcialidad de la argumentación jurídica es la imparcia­lidad
de la política jurisdiccional que discrimina el contenido esencial de
este derecho de su aspecto periférico, lo que resta es conocer los már­
genes del grado de credibilidad de las razones jurídicas en un mundo
en plena transformación y donde las teorías institucionalistas a
veces deben ceder paso a los desarrollos de disciplinas no jurídicas.
c. Imparcialidad del garantismo
Para Luigi Ferrajoli la imparcialidad (terzietà) debe entenderse como
ajenidad del Juez a los intereses de las partes en causa, y considera
que al sistema acusatorio le corresponde un Juez espectador dedicado sobre todo a la objetiva e imparcial valoración de los hechos,
más sabio que experto30 y que debe de gozar de la confianza de
los justiciables, lo que no lo exime de la relatividad de sus juicios y la
verdad a la que aborda luego de la investigación en el proceso.31
29
Cfr. Idem.
30
Cfr. Ferrajoli, Luigi, Derecho y razón. Teoría del garantismo penal, Trotta, Madrid,
1995, pp. 575 y 580.
31
Cfr. Ibidem, p. 603.
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472
A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
Para o garantismo, o juiz já não está sujeito ao texto expresso
da lei como ocorria com o velho paradigma positivista, mas que a
acata enquanto for coerente com a Constituição; posto que a tutela
dos direitos humanos exige a necessidade de um juiz crítico das
leis inválidas, por meio de sua reinterpretação em sentido
constitucional, e da denúncia de sua eventual inconstitucionalidade.32
A imparcialidade do garantismo renuncia também à ideia moderna
de neutralidade e aposta em um juiz igualador de direitos, já que,
ao avaliar juridicamente as diferenças, deve garantir a todos a
livre afirmação e desenvolvimento de sua própria identidade e,
pelo contrário, não deixar a sociedade ao livre jogo da lei do mais
forte, mas sim utilizar os direitos fundamentais para a redenção e
o respeito do mais fraco.33
Este modelo de juiz imparcial não deve necessariamente gozar
do consenso da maioria, mas é obrigado a contar com a confiança
dos sujeitos que julga de forma concreta, devendo carecer de todo
tipo de interesse privado ou pessoal no resultado da causa, sem ter
nenhum interesse público ou institucional.34 Nessa ordem de ideias,
a tensão entre imparcialidade e capacidade técnica pode elaborar a
problemática do juiz ao enfrentar o caso concreto e afirmar seu
papel de espectador dos fatos, sustentado em um amplo espectro
constitucional. A imparcialidade ferrajoliana aposta poeticamente
em um juiz nivelador das diferenças e, por isso, é inegável seu perfil
32
Cfr. Ferrajoli, Luigi, Derechos y Garantías. La Ley del más débil. Tradução Perfecto Andrés
Ibáñez e Andrea Greppi, Trotta, Madrid, 1999, p. 26-27.
33
Cfr. Ibidem, p. 76.
34
Cfr. Ferrajoli, L. Derecho y Razón..., op. cit., p. 582.
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473
La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
Para el garantismo el Juez ya no está sujeto al texto expreso de la
ley como ocurría con el viejo paradigma positivista, sino que acata
la ley en tanto sea coherente con la Constitución; puesto que la tutela de los derechos humanos exige la necesidad de un Juez crítico
de las leyes inválidas a través de su reinterpretación en sentido constitucional y la denuncia de su eventual inconstitucionalidad.32 La imparcialidad del garantismo renuncia también a la idea moderna de
neutralidad y apuesta por un Juez igualador de derechos ya que al
valorar jurídicamente las diferencias, debe garantizar a todos la libre
afirmación y desarrollo de su propia identidad y, por el contrario, no
dejar a la sociedad al libre juego de la ley del más fuerte, sino más
bien utilizar los derechos fundamentales para la redención y el respeto del más débil.33
Este modelo de Juez imparcial no necesariamente debe gozar del
consenso de la mayoría, pero está obligado a contar con la confianza de los sujetos que juzga de forma concreta, para lo cual el Juez
debe carecer de toda clase de interés privado o personal en
el resultado de la causa y no tener ningún interés público o insti­
tucional.34 En este orden de ideas la tensión entre imparcialidad y
capacidad técnica puede diagramar la problemática del Juez cuando enfrenta al caso concreto y afianzar su rol de espectador de los
hechos sustentado en un amplio espectro constitucional. La imparcialidad ferrajoliana apuesta poéticamente por un Juez nivelador de las diferencias, por lo que resulta innegable su perfil político
32
Cfr. Ferrajoli, Luigi, Derechos y garantías. La ley del más débil. (Trad. de Perfecto Andrés Ibáñez y Andrea Greppi, Trotta), Madrid, 1999, pp. 26-27.
33
Cfr. Ibidem, p. 76.
34
Cfr. Ferrajoli, L. Derecho y razón..., op. cit., p. 582.
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A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
político jurisdicional que o torna, em certa medida um antecedente
dogmático do juiz empático do Direito & Literatura, que será analisado
depois, e cuja noção de imparcialidade apelará complementariamente
às emoções.
A imparcialidade sustentada nos direitos fundamentais, não
obstante, é suscetível de algumas correções, pois este tipo de direitos
tem sua origem em uma ideologia claramente ocidental e liberal,
em contraposição a outras concepções culturais de diferente
origem histórica. Para Boaventura do Sousa Santos, os direitos
humanos são um tipo de esperanto científico que dificilmente pode
se transformar na linguagem cotidiana da dignidade humana no
mundo todo; acrescenta que sua transformação em uma rede de
política cosmopolita depende de uma hermenêutica diatópica que
torne mutuamente inteligíveis e traduzíveis as linguagens nativas
emancipadoras.35 É notório que o juiz observador ferrajoliano, de
origem liberal e ocidental, tem certa resistência para assumir o
papel do diálogo transcultural e a jurisdicional transnacional,
ainda que não se deva descartar uma aplicação culturalista do juiz
da diferença e que inclusive colocaria à prova o sistema de
ponderação de interesses adotado há tempos pelos prolegômenos
do neoconstitucionalismo.
d. Imparcialidade e empatia emocional
A justiça da imparcialidade (neutralidade) como justiça numérica
também foi criticada pela cátedra do Direito & Literatura ao desqualificar
35
Cfr. De Sousa Santos, Boaventura, De la mano de Alicia. Lo social y lo político en la
postmodernidad, Tradução Consuelo Bernal e Mauricio García Villegas, Ediciones Uniandes,
Santa Fe de Bogotá, 1998, pp. 345-365.
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475
La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
jurisdiccional que lo hace en cierta medida un antecedente dogmático del Juez empático del Derecho & Literatura que luego se analizará
y cuya noción de imparcialidad apelará complementariamente a las
emociones.
La imparcialidad sustentada en los derechos fundamentales, no
obstante es susceptible de algunas correcciones, en virtud a que esta
clase de derechos tienen su origen en una ideología claramente
occidental y liberal, en contraposición a otras concepciones cultu­
rales de diferente origen histórico. Para Boaventura do Sousa Santos los derechos humanos son una suerte de esperanto científico
que difícilmente puede convertirse en el lenguaje cotidiano de la
dignidad humana en todo el globo; agrega que depende de una hermeneútica diatópica su transformación en una red de política cosmo­
polita que haga mutuamente inteligibles y traducibles los lenguajes
nativos emancipatorios.35 Es notorio que el Juez observador ferrajo­
liano de raigambre liberal y occidental tiene sus resistencias para
asumir el rol del diálogo transcultural y la jurisdicción transnacional,
aunque no hay que descartar una aplicación culturalista del Juez de
la diferencia, que incluso pondría a prueba el sistema de ponderación de intereses adoptado hace tiempo por los prolegómenos del
neoconstitucionalismo.
d. Imparcialidad y empatía emocional
Desde las canteras del Derecho & Literatura también se ha criticado
la justicia de la imparcialidad (neutralidad) como justicia numérica
35
Cfr. De Sousa Santos, Boaventura, De la mano de Alicia. Lo social y lo político en la post­
modernidad, trad. de Consuelo Bernal y Mauricio García Villegas, Ediciones Uniandes,
Santa Fe de Bogotá, 1998, pp. 345-365.
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A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
as emoções por serem preconceituosas e próprias das sensações do
imediato. Não obstante, a filósofa Martha Nussbaum reivindicou a
racionalidade das emoções se estiverem bem orientadas sobre os
dados do caso. Tais emoções têm significação para os atores e estão
providas de todas as dimensões de seu sentido. São reivindicadas
quando correspondem à emoção de um espectador e não à de um
participante.36
Esta última parte serve para reconstruir ius, literariamente a
noção de imparcialidade judicial, porque sob esta vertente o juiz
apela às emoções empáticas (“inteligência emocional”) e determina
que no momento de administrar justiça o juiz se converta em um
espectador criterioso, que não participa dos fatos; apesar de se
interessar pelos participantes como um amigo preocupado, este
juiz imparcial examina a cena fática com certo distanciamento, mas
munido da capacidade de imaginar como é cada uma das pessoas
cujos interesses precisam ser satisfeitos.37
O juiz da alteridade do Direito & Literatura assume algumas
características do juiz igualador ferrajoliano, embora confira um
papel determinante às emoções racionais dentro da vida pública;
neste contexto, para a filósofa norte-americana, a imparcialidade
empática significa um exame razoável do caso submetido à
discussão, eliminando as emoções relativas ao interesse pessoal
visando nosso próprio bem-estar.38 Esta difícil tarefa de se afastar
36
Cfr. Nussbaum, Martha, Justicia Poética. La Imaginación literaria y la vida pública,
Tradução de Carlos Gardini, Andrés Bello, Santiago de Chile, 1997, pp. 102 e 111.
37
Cfr. Ibidem, p. 108.
38
Cfr. Ibidem, p. 111.
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La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
al descalificar a las emociones por prejuiciosas y propias de las sensaciones de lo inmediato. No obstante, la filósofa Martha Nussbaum
ha reivindicado la racionalidad de las emociones si están bien orientadas sobre los datos del caso, tienen significación para los actores
y están provistas de todas las dimensiones de su sentido, reivindicándolas cuando corresponden a la emoción de un espectador y no
a la de un participante.36
Esta última parte sirve para reconstruir ius literariamente la noción de imparcialidad judicial, porque bajo esta vertiente el Juez
apela a las emociones empáticas (“inteligencia emocional”), y determina que al momento de administrar justicia el Juez se convierta
en un espectador juicioso que no participa en los hechos, aunque se
interesa por los participantes como un amigo preocupado; este Juez
imparcial escruta la escena fáctica con cierto distanciamiento, mas
provisto de la capacidad de imaginar en qué consiste ser cada una
de las personas cuyos intereses requieren ser satisfechos.37
El Juez de la alteridad del Derecho & Literatura asume algunas características del Juez igualador ferrajoliano, aunque confiere un rol
determinante a las emociones racionales dentro de la vida pública.
En esta dimensión, para la filósofa norteamericana, la imparcialidad
empática implica un examen razonable del caso sometido a discusión, con la sustracción de aquellas emociones del interés personal
en nuestro propio bienestar.38 Esta difícil tarea de sustraerse de las
36
Cfr. Nussbaum, Martha, Justicia poética. La imaginación literaria y la vida pública trad. de
Carlos Gardini, Andrés Bello, Santiago de Chile, 1997, pp. 102 y 111.
37
Cfr. Ibidem, p. 108.
38
Cfr. Ibidem, p. 111.
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A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
das próprias emoções e calcular empaticamente as posições dos
outros, dá um alto controle de objetividade à noção de imparcialidade;
no entanto, também confere um sentido humano especial ao ato de
administrar justiça. A justiça das emoções tem a virtude de apelar
para um observador razoável, de acordo com as partes, e quebrar de
forma definitiva a noção de neutralidade dos primeiros positivistas;
isso traz consigo, por sua vez, a assunção definitiva do conceito
de “imparcialidade”, enquanto assunto complexo, e a necessidade de
um enfoque interdisciplinar para sua correta abordagem teórica.
4. A Imparcialidade judicial,
a problemática de um modelo complexo
a. O juiz imparcial na legislação ibero-americana
O tema da imparcialidade do juiz foi abordado por ordenamentos
supranacionais como a Convenção Americana dos Direitos Huma­nos de
San José de Costa Rica, na qual se colocou o direito a um juiz
imparcial entre as garantias judiciais, como aparece no seguinte
artigo: “Art. 8.1.- Garantias Judiciais: Todas as pessoas têm direito
a serem ouvidas com as devidas garantias e dentro de um prazo razoável,
por um juiz ou tribunal competente, independente e imparcial, estabelecido
com anterioridade pela lei (...)”, denotando assim que esta convenção
diferencia, com total clareza, o juiz independente do juiz imparcial,
ratificando o exposto sobre o assunto.
Da mesma forma, o Convênio Europeu para a Proteção dos Direitos
Humanos e das Liberdades Fundamentais também reconheceu que:
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La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
emociones de uno mismo y sopesar empáticamente las posiciones
de los otros imprime un alto control de objetividad a la noción de
imparcialidad, no obstante también le confiere un especial sentido
humano al acto de administrar justicia. La justicia de las emociones
tiene la virtud de apelar a un observador razonable de acuerdo a las
partes y quebrar de forma definitiva la noción de neutralidad de
los primeros positivistas, ello trae consigo a su vez la asunción definitiva del concepto de “imparcialidad” como un asunto complejo y la
necesidad de un enfoque interdisciplinar para su correcto abordaje
teórico.
4. La Imparcialidad judicial,
la problemática de un modelo complejo
a. El Juez imparcial en la legislación iberoamericana
El tema de la imparcialidad del Juez ha sido abordado por orde­
namientos supranacionales como la Convención Americana de los De­
rechos Humanos de San José de Costa Rica, donde se ha contemplado
el derecho a un Juez imparcial entre las garantías judiciales como
aparece del siguiente articulado: “Art. 8.1.- Garantías Judiciales:
Toda persona tiene derecho a ser oída con las debidas garantías y
dentro de un plazo razonable, por un Juez o tribunal competente,
independiente e imparcial, establecido con anterioridad por la ley
(..)”, con lo que se denota que esta convención diferencia con meridiana claridad entre Juez independiente y Juez imparcial ratificando
lo expuesto sobre el particular.
De la misma forma el Convenio Europeo para la Protección de los Dere­
chos Humanos y de las Libertades Fundamentales también ha reconocido
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480
A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
“Art. 6.1.- (...) Todas as pessoas têm o direito a que sua causa seja ouvida de
forma equitativa, publicamente. e dentro de um prazo razoável, por um
tribunal independente e imparcial, estabelecido pela lei (...)”,39 reconhecendo
assim também as diferenças entre a instituição de independência e
a de imparcialidade judicial, desenvolvidas precedentemente no
início da presente pesquisa.
No entanto, do ponto de vista de Diego Zysman Quirós, deve-se
levar em consideração que a aceitação pela legislação supranacional
do direito ao juiz imparcial é, na verdade, o resultado da
incorporação do modelo jurídico da imparcialidade desenvolvido
na história britânica e, mais tarde, na Constituição dos Estados
Unidos da América.40 Portanto, no momento de analisar a
imparcialidade é necessário considerá-la como um princípio vazio
que requer um conteúdo para ser operacional. Seu surgimento está
ligado à existência da verdade nos julgamentos, sendo que através
da história manifestam-se diferentes modelos de imparcialidade.41
Tudo isto permite afirmar que o reconhecimento do direito ao
juiz imparcial, na América-ibérica, não pode renunciar ao contexto
histórico anglo-saxão do qual esta instituição provém, nem
tampouco pode evitar o fato de que hoje a imparcialidade obedece
a um discurso paradigmático, próprio da modernidade, tendente
39
O texto original é como segue: “Article 6.1.- In the determination of his civil rights and
obligations or of any criminal charge againts him, everyone is entitled to a fair and public hearing
within a reasonable time by and independent and impartial tribunal established by law”.
40
Cfr. Zysman Quirós, Diego, “Imparcialidad Judicial y Enjuiciamiento Penal”, em Las
Garantías Penales y Procesales: Enfoque Histórico-Comparado, Editores do Puerto S.R.L., Buenos
Aires, 2004, p. 341.
41
Cfr. Ibidem, 358.
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481
La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
que: “Art. 6.1.- (...) Toda persona tiene derecho a que su causa sea
oída equitativa, públicamente y dentro de un plazo razonable, por
un tribunal independiente e imparcial, establecido por ley (...)”,39
por lo que también reconoce las diferencias entre la institución de la
independencia y de la imparcialidad judicial, que fueran desarrolladas precedentemente al inicio de la presente investigación.
Pero a criterio de Diego Zysman Quirós hay que tener en cuenta
que la aceptación en la legislación supranacional del derecho al Juez
imparcial, en realidad es el resultado de la recepción del modelo jurídico de la imparcialidad desarrollado en la historia británica y más
tarde en la Constitución de los Estados Unidos de América;40 por lo
que al momento de analizar la imparcialidad se debe considerar que
se trata de un principio vacío que requiere de un contenido para ser
operativo, su surgimiento está ligado a la existencia de la verdad en
los juicios y sucede que en la historia se han presentado distintos
modelos de imparcialidad.41
Todo esto permite afirmar que el reconocimiento en iberoamérica del derecho al Juez imparcial no puede renunciar al contexto histórico anglosajón del cual proviene esta institución, ni tampoco
puede eludir la situación de que en la actualidad la imparcialidad
obedece a un discurso paradigmático propio de la modernidad, que
39
El texto original es como sigue: “Article 6.1.- In the determination of his civil rights and
obligations or of any criminal charge againts him, everyone is entitled to a fair and public hearing
within a reasonable time by and independent and impartial tribunal established by law”.
40
Cfr. Zysman Quirós, Diego, “Imparcialidad Judicial y Enjuiciamiento Penal”, en Las
garan­tías penales y procesales: enfoque histórico-comparado, Editores del Puerto S.R.L., Buenos
Aires, 2004, p. 341.
41
Cfr. Ibidem, 358.
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A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
a acentuar as diferenças entre objeto e sujeito, juiz e objeto de
controvérsia, verdade dos fatos e direito, em uma evidente
demonstração de que a imparcialidade advém do esquema acusatório
próprio dos jurados. Seguindo a mesma regra, esta contradição em
sua origem não impede que a imparcialidade judicial adquira novos
significados nos novos tempos, ou que submeta sua natureza a
uma epistemologia rígida e inamovível; já que, pelo contrário, uma
compreensão hermenêutica da imparcialidade pode favorecer seu
florescimento em tempos transmodernos, enquanto um desenho
estritamente moral tem a capacidade de colocar em perigo os
avanços de uma sociedade democrática.
Mencionou-se no início que o direito ao juiz imparcial é uma
garantia do Devido Processo e que este por sua vez assegura a
Tutela Jurisdicional Efetiva. Um modelo neoconstitucionalista pode
ser o ponto de partida para entender o conceito de “imparcialidade”
como um fenômeno complexo e talvez para insinuar seu caráter
empático e urgentemente transcultural.
b. O conteúdo constitucional do direito a um juiz imparcial
Dentro do paradigma neoconstitucionalista, o peruano Luis Castillo
Córdova desenvolveu um conjunto de critérios para a determinação
do conteúdo constitucional do direito a um juiz imparcial, baseado
em uma revisão da jurisprudência do Tribunal Europeu de Direitos
Humanos e sua direta incidência no Tribunal Constitucional Espanhol.
Os critérios são os seguintes:
A) Em primeiro lugar, a necessária confiança dos cidadãos nos
tribunais de justiça, que foi tomada da jurisprudência do Tribunal
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483
La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
tienden a acentuar las diferencias entre objeto y sujeto, Juez y obje­
to de controversia, verdad de los hechos y derecho, en una evidente
demos­tración de que la imparcialidad deviene del esquema acusatorio propio de los jurados. Esta contradicción de origen no impide, siguiendo la misma regla, que la imparcialidad judicial adquiera
nuevos significados en los nuevos tiempos, ni sujete su naturaleza
a una epistemología rígida e inamovible, ya que por el contrario,
una comprensión hermeneútica de la imparcialidad puede favorecer su florecimiento en tiempos transmodernos, en tanto un diseño
estrictamente moral tiene la capacidad de poner en peligro los avan­
ces de una sociedad democrática.
Al principio se mencionó que el derecho al Juez imparcial es una
garantía del debido proceso y que éste a su vez asegura la tutela
jurisdiccional efectiva, un modelo neoconstitucionalista puede ser el
punto de partida para entender al concepto de “imparcialidad” como
un fenómeno complejo, y acaso la insinuación de su carácter empático y urgentemente transcultural.
b. El contenido constitucional del derecho a un Juez imparcial
Dentro del paradigma neoconstitucionalista el peruano Luis Castillo
Córdova ha desarrollado un conjunto de criterios para la determinación del contenido constitucional del derecho a un Juez imparcial,
basado en una revisión de la jurisprudencia del Tribunal Europeo de
Derechos Humanos y su directa incidencia en el Tribunal Constitucional Español, los criterios son las siguientes:
A) En primer lugar la necesaria confianza de los justiciables en los
tribunales de justicia, que ha sido recogido de la jurisprudencia
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A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
Europeu de Direitos Humanos e depois assumida pelo Tribunal
Constitucional Espanhol, no qual ficou claramente estabelecido
que ao se tratar de defender o direito a um juiz imparcial está em
jogo a confiança que os tribunais devem inspirar nos cidadãos
em uma sociedade democrática. Neste sentido, este critério
teleológico contém dois elementos:
a) A aparência de Imparcialidade é uma hipótese hermenêutica
que exige que os juízes e tribunais ajam de tal forma que as
aparências não levem a pensar que o estão fazendo isentos
de imparcialidade; consequentemente, qualquer suspeita
ou dúvida de imparcialidade deve ir acompanhada de uma
razão suficiente que permita afirmar que está objetiva e
legitimamente justificada, “justice must not only be done; it must
also be seen to be done”;42 como revela o Tribunal Europeu de
Direitos Humanos no Caso Salov contra Ucrânia em sua
seção 81, determinando que:
Do ponto de vista objetivo, deve-se determinar se existem
fatos avaliáveis que possam, não obstante, gerar dúvidas
quanto à imparcialidade dos tribunais. Em relação a isso
até as aparências são importantes.43
42
Castillo Córdova, Luis, “El Derecho Fundamental al Juez Imparcial: Influencias de la
Jurisprudencia del TEDH sobre la del Tribunal Constitucional Español”, em Anuario de Derecho
Constitucional Latinoamericano, 2007, p. 125-127. Acessível em: http://www.juridicas.unam.
mx/publica/librev/rev/dconstla/cont/20071/pr/pr6.pdf
43
No panorama latino-americano Federico Campos Calderón afirmou que:
“Entretanto ninguém poderia negar que tal imparcialidade é outra de suas obrigações.
Da mesma forma, o juiz não só deve ser imparcial e objetivo, como também aparentálo”. Campos Calderón, Federico, “La Garantía de Imparcialidad del Juez en el Proceso
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485
La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
del Tribunal Europeo de Derechos Humanos y luego asumido por
el Tribunal Constitucional Español, y donde se ha dejado claramente establecido que cuando se trata de defender el derecho a
un Juez imparcial lo que está en juego es la confianza que los tribunales deben inspirar a los ciudadanos en una sociedad democrática; en este sentido, este criterio teleológico tendrá dos elementos:
a) La apariencia de imparcialidad es un presupuesto hermeneú­
tico que exige que los Jueces y tribunales deban conducirse de
tal manera que las apariencias no puedan llevar a pensar
que están actuando exentos de imparcialidad, en consecuencia cualquier sospecha o duda de imparcialidad debe ir acompañada de una razón suficiente que permita afirmar que está
objetiva y legítimamente justificada “justice must not only be
done; it must also be seen to be done”;42 como lo revela el Tribunal Europeo de Derechos Humanos en el Caso Salov contra
Ucrania en su apartado 81, cuando resuelve que:
Desde el punto de vista objetivo, debe determinarse si
existen hechos evaluables que puedan, no obstante, plan­
tear dudas en cuanto a la imparcialidad de los tribunales.
A este respecto incluso las apariencias son importantes.43
42
Castillo Córdova, Luis, “El derecho fundamental al juez imparcial: influencias de la jurisprudencia del TEDH sobre la del Tribunal Constitucional Español”,
en Anuario de Derecho Constitucional Latinoamericano, 2007, pp. 125-127. Consultable en:
http://www.juridicas.unam.mx/publica/librev/rev/dconstla/cont/20071/pr/pr6.pdf
43
En el panorama latinoamericano Federico Campos Calderón ha afirmado que: “Sin
embargo nadie podría negar que dicha imparcialidad es otra de sus obligaciones. De la
misma forma, el Juez no sólo debe ser imparcial y objetivo, sino también aparentarlo”.
Campos Calderón, Federico, “La Garantía de Imparcialidad del Juez en el Proceso
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486
A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
b) A convicção do cidadão em relação aos órgãos jurisdicionais,
para o qual convém retomar a diferença entre imparcialidade
objetiva e subjetiva também assumida pelo Tribunal
Constitucional Espanhol por influência do Tribunal Europeu
de Direitos Humanos. A imparcialidade objetiva ocorre quando
o juiz não tem nenhuma relação com o objeto do pleito
concreto, nem em seus interesses próprios ou em suas opiniões
individuais, devendo estar em condições de fazer um exame
livre de preconceitos sobre os pontos de fato e direito que
pudessem preveni-lo de um contato prévio no desenvolvimento
do processo. A imparcialidade subjetiva significa que o juiz
deve estar livre de qualquer tipo de relações pessoais e
inimizades com quaisquer das partes.44
Uma demonstração tangível desta distinção se aprecia no
Caso Piersack contra Bélgica quando o Tribunal Europeu
declara na seção 30, primeiro parágrafo, que:
Se a imparcialidade é definida ordinariamente pela
ausência de preconceitos ou parcialidades, sua existência
pode ser apreciada de diversas maneiras, particularmente
de acordo com o artigo 6.1 do Convênio. Pode-se distinguir
assim entre um aspecto subjetivo, que trata de averiguar
Penal Acusatorio. Consideraciones en torno a su pleno alcance en el sistema procesal cos­
tarricense”, p. 6. Acessível em: http://74.125.47.132/search?q=cache:ZwsF4_cqENMJ:
www.tsp.cu/Archivos/Ponencias/La%2520Garant%C3%ADa%2520de%2520Imparcia­­
lidad%2520del%2520Juiz%2520en%2520el%2520Proceso%2520Penal%2520Acusat
orio.rtf+La+garantia+de+imparcialidad+Campos+Calderon&cd=3&hl=es&ct=clnk&gl=pe
44
Cfr. Galán González, Candela, Protección de la…, op. cit., p. 23.
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487
La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
b) La convicción del justiciable en relación a los órganos jurisdiccionales, para lo cual conviene retomar la distinción entre
imparcialidad objetiva y subjetiva asumida también por el
Tribunal Constitucional Español por influencia del Tribunal
Europeo de Derechos Humanos. La imparcialidad objetiva ocurre cuando el Juez no tiene ninguna relación con el objeto del
pleito concreto, ni en sus intereses propios ni en sus opiniones individuales, debiendo estar en condiciones de verificar
un examen libre de prejuicios sobre los puntos de hecho y derecho que pudieran prevenirlo de un contacto previo en el
desarrollo del proceso. La imparcialidad subjetiva implica que
el Juez ha de estar libre de toda clase de relaciones personales
y enemistades con cualquiera de las partes.44
Una demostración tangible de esta distinción se aprecia en el
Caso Piersack contra Bélgica cuando el Tribunal Europeo manifiesta en el apartado 30 primer párrafo que:
Si la imparcialidad se define ordinariamente por la ausen­
cia de prejuicios o parcialidades, su existencia puede ser
apreciada, especialmente conforme al artículo 6.1 del Con­
venio, de diversas maneras. Se puede distinguir así entre
un aspecto subjetivo, que trata de averiguar la convicción
Penal Acusatorio. Consideraciones en torno a su pleno alcance en el sistema procesal costarricense”, p. 6. Consultable en: http://74.125.47.132/search?q=cache:ZwsF4_cqENMJ:
www.tsp.cu/Archivos/Ponencias/La%2520Garant%C3%ADa%2520de%2520Imparcia
lidad%2520del%2520Juez%2520en%2520el%2520Proceso%2520Penal%2520Acusa
torio.rtf+La+garantia+de+imparcialidad+Campos+Calderon&cd=3&hl=es&ct=clnk&gl=pe
44
Cfr. Galán González, Candela, Protección de la…, op. cit., p. 23.
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A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
a convicção pessoal de um juiz determinado em um caso
concreto, e um aspecto objetivo, que se refere a se este
oferece as garantias suficientes para excluir qualquer
dúvida razoável a respeito.45
Isto foi contestado posteriormente pelo Tribunal Constitucional
Espanhol em reiterada jurisprudência, como no caso do Recurso
de Amparo proposto pela Saga Galénica S.A., e sobre isso
indica o seguinte:
Neste sentido, nossa jurisprudência vem distinguindo
entre uma ‘imparcialidade subjetiva’ que garante que
o Juiz não manteve relações indevidas com as partes, e
uma ‘imparcialidade objetiva’, que se refere ao objeto do
processo, pelo qual se assegura que o Juiz ou o Tribunal
não tiveram contato prévio com o thema decidendi e,
portanto, aproxima-se do objeto sem prevenções em
seu espírito.46
B) Um segundo critério para a determinação do conteúdo
constitucional protegido do direito a um juiz imparcial é definir a
imparcialidade com base em critérios objetivos. Isso significa que
as razões para duvidar da imparcialidade judicial devem ser
exteriorizadas e apoiadas em dados objetivos e atingir uma
45
Castillo Córdova, Luis, “El Derecho Fundamental…”, op. cit., p. 129.
46
Similares pronunciamentos do Tribunal Constitucional Espanhol STCE 47/1998 de 12
de julho de 1998, STCE 157/1993 de seis de maio de 1993, STCE 47/1998 de dois de março
de 1998, STCE 11/2000 de 17 de janeiro de 2000 e STCE 52/2001 de 26 de fevereiro de
2001. Vid: www. boe.es
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489
La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
personal de un Juez determinado en un caso concreto, y
un aspecto objetivo, que se refiere a si éste ofrece las ga­
rantías suficientes para excluir cualquier duda razonable
al respecto.45
Luego esto ha sido replicado por el Tribunal Constitucional
Español en reiterada jurisprudencia, como el Recurso de
Amparo planteado por Saga Galénica S.A., cuando sobre lo
mismo apunta lo siguiente:
En tal sentido nuestra jurisprudencia viene distinguiendo
entre una ‘imparcialidad subjetiva’ que garantiza que el
Juez no ha mantenido relaciones indebidas con las partes,
y una ‘imparcialidad objetiva’, es decir, referida al objeto
del proceso, por lo que se asegura que el Juez o el Tribunal
no ha tenido un contacto previo con el thema decidendi y,
por tanto, que se acerca al objeto mismo sin prevenciones
en su ánimo.46
B) Un segundo criterio para la determinación del contenido constitucional protegido del derecho a un Juez imparcial consiste en que
la imparcialidad se define con base en criterios objetivos; ello
significa que las razones para dudar de la imparcialidad judicial
deben quedar exteriorizadas y apoyadas en datos objetivos, y
45
Castillo Córdova, Luis, “El derecho fundamental…”, op. cit., p. 129.
46
Similares pronunciamientos del Tribunal Constitucional Español STCE 47/1998 del 12
de julio de 1998, STCE 157/1993 del seis de mayo de 1993, STCE 47/1998 del dos de marzo
de 1998, STCE 11/2000 del 17 de enero del 2000 y STCE 52/2001 del 26 de febrero del
2001. Vid: www. boe.es
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490
A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
consistência tal que permita afirmar que estão objetiva e
legitimamente justificadas. Assim o demonstra a jurisprudência
internacional do Caso Pescador Valero contra Espanha em sua
seção 23:
Para pronunciar-se, em um assunto concreto, sobre a
existência de uma razão legítima para temer que um Juiz
careça de imparcialidade, leva-se em consideração o
ponto de vista do acusado, no entanto, este não tem um
papel decisivo. O elemento determinante consiste em
saber se é possível considerar as apreensões do interessado
como objetivamente justificáveis.47
C) O terceiro critério indica que a imparcialidade é mais bem
definida quando considera as circunstâncias do caso concreto,
dado que a imparcialidade não pode ser examinada em abstrato, e
sim determinada caso por caso. Este critério foi empregado em
processos nos quais a condição de juiz de instrução e juiz de
sentença confluía de maneira irregular e mereceu um amplo
respaldo na jurisprudência espanhola e internacional.
D)E, finalmente, quanto ao quarto critério, pode-se indicar que o
juiz imparcial deve ser um juiz afastado dos interesses das
partes, devendo existir para isso a coexistência de uma série de
circunstâncias que permitam afirmar com fundamento que o
Juiz é alheio à causa, porque não pode assumir funções da parte
e não pode realizar atos ou manter com as partes relações
47
Castillo Córdova, Luis, “El Derecho Fundamental…”, op. cit., p. 130.
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La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
deben alcanzar una consistencia tal que permita afirmar que se
hallan objetiva y legítimamente justificadas, así lo refleja la jurisprudencia internacional del Caso Pescador Valero contra España
en su apartado 23:
Para pronunciarse sobre la existencia, en un asunto
con­cre­­­to, de una razón legítima para temer que un Juez
ca­rezca de imparcialidad, se tiene en cuenta el punto de
vista del acusado pero no juega éste un papel decisivo.
El elemen­to determinante consiste en saber si pueden
considerar las aprensiones del interesado como objeti­
vamente justificables.47
C) El tercer criterio anota que la imparcialidad se define mejor en
atención a las circunstancias del caso concreto, puesto que la
imparcialidad no puede examinarse en abstracto sino que hay
que determinarla caso por caso, este criterio ha sido empleado
en aquellos procesos donde confluía de manera irregular la condición de Juez instructor y Juez sentenciador, y ha merecido un
amplio respaldo en la jurisprudencia española e internacional.
D)Y finalmente en cuanto al cuarto criterio se puede señalar que el
Juez imparcial debe ser un Juez alejado de los intereses de las
partes, para ello deben verificarse la concurrencia de una serie
de circunstancias que permitan afirmar fundadamente que el Juez
es ajeno a la causa, porque no puede asumir funciones de la parte
y no puede realizar actos ni mantener con las partes relaciones
47
Castillo Córdova, Luis, “El derecho fundamental…”, op. cit., p. 130.
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492
A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
jurídicas ou conexões de fato, que possam manifestar uma prévia
posição de espírito em favor ou contra. Assim, o juiz deve de ser
um terceiro imparcial que julgará à margem dos interesses das
partes e de acordo com o ordenamento jurídico.48
Revisando os critérios anteriores, percebe-se que a imparcialidade
foi se decantando a partir da vertente da neutralidade em direção
à credibilidade das razões jurídicas estudada pela Teoria da
Argumentação Jurídica. Não é possível entender de outro modo a
inclusão da aparência de imparcialidade, por parte do Tribunal Europeu
de Direitos Humanos, e a reminiscência de critérios objetivos de
justificativa, com o objetivo de esclarecer a infração deste direito
constitucional. Parece ser que, no campo da imparcialidade, pelo
menos
jurisprudencialmente
deu-se
preferência
ao
juiz
neoconstitucionalista, um tipo de Juiz Hércules, munido da confiança
dos cidadãos e cuja permanência depende da afirmação de
sua imagem pública e privada. Não é estranho então que se pretenda
fazer coincidir as fronteiras entre contexto de descoberta e contexto
de justificativa em cada uma das decisões judiciais, em uma noção
ideal de imparcialidade equiparável a uma ponderação jurídica
do impossível.
c. Imparcialidade, recusa e abstenções
Sobre a recusa é pertinente assinalar que esta instituição veio se
perfilando como um instrumento eficaz orientado a garantir a
imparcialidade dos juízes ou magistrados competentes para resolver
48
Ibidem, pp. 133-134.
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La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
jurídicas o conexiones de hecho, que puedan poner de manifiesto
una previa posición anímica a favor o en su contra; así el Juez
debe de ser un tercero imparcial que juzgará al margen de los
intereses de las partes y con sujeción al ordenamiento jurídico.48
De la revisión de los anteriores criterios se denota que la imparcialidad se ha ido decantando desde la vertiente de la neutralidad
hacia la credibilidad de las razones jurídicas estudiada por la teoría
de la argumentación jurídica; no de otra forma puede entenderse la
inclusión de la apariencia de imparcialidad por parte del Tribunal Europeo de Derechos Humanos, y la reminiscencia a criterios objetivos de
justificación para esclarecer la infracción de este derecho constitucional. Parece ser que al menos jurisprudencialmente en el campo de la
imparcialidad se ha preferido al Juez neoconstitucionalista, una suerte de Juez Hércules que debe estar provisto de la confianza de los
justiciables y cuya permanencia depende del afianzamiento de su
imagen pública y privada, no es extraño entonces que se pretenda
hacer coincidir las fronteras entre contexto de descubrimiento y
contexto de justificación en cada una de las decisiones judiciales, en
un ideal de imparcialidad equiparable a una ponderación jurídica de
lo imposible.
c. Imparcialidad, recusación y abstenciones
Sobre la recusación es pertinente señalar que esta institución se
ha venido perfilando como un instrumento eficaz, dirigido a garantizar la imparcialidad de los Jueces o Magistrados que resultan
48
Ibidem, pp. 133-134.
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A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
um determinado litígio. É precisamente por isso que a aparência de
imparcialidade erigiu-se como elemento legitimador da função
jurisdicional e atual fundamento do regime de recusa.49 Do ponto de
vista constitucional, a inter-relação se deduz da jurisprudência
comentada do Tribunal Europeu de Direitos Humanos ao incluir,
dentro da necessária confiança dos cidadãos nos tribunais, a aparência de
imparcialidade. Pois bem, este requisito configura, em minha opinião,
uma parte do conteúdo essencial do princípio de imparcialidade, o
que leva a pressupor que um crescente enfraquecimento da imagem
do juiz tem alta probabilidade de comprometer sua imparcialidade,
aumentando o risco da recusa de seu desempenho.
Quanto às abstenções, pode-se dizer que é um ato processual do
juiz, por meio do qual insta ou solicita ao órgão competente o seu
afastamento do conhecimento de um determinado assunto, por
considerar que estão presentes algumas das circunstâncias, que
previstas na lei, possibilitam seu afastamento.50 A questão em
debate neste caso é esclarecer se a abstenção tem a natureza
jurídica de um dever jurídico ou se é um ato jurisdicional, sendo que,
da perspectiva deste trabalho é pertinente inclinar-se por esta
última posição, visto que a decisão final de determinação de sua
procedência está subordinada a um órgão claramente jurisdicional
como o é a segunda instância. A abstenção, apesar de ter em cada
legislação uma tabela expressa de motivos, sempre estará
submetida a um controle prévio do Princípio de Razoabilidade,
cuja explicação será apresentada mais adiante.
49
Cfr. Galán González, Candela, Protección de la…, op. cit., p. 27-30.
50
Cfr. Ibidem, p. 313.
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La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
competentes en la resolución de un determinado litigio, y es precisamente por ello que la apariencia de imparcialidad se ha erigido como
el elemento legitimador de la función jurisdiccional y actual fundamento del régimen recusatorio.49 Desde la óptica constitucional la
interrelación se colige de la jurisprudencia glosada del Tribunal
Europeo de Derechos Humanos cuando comprende dentro de la ne­
cesaria confianza de los justiciables en los tribunales a la apariencia de
imparcialidad. Ahora bien este requisito configura a mi parecer, una
parte del contenido esencial del principio de imparcialidad, lo que
hace presuponer que un creciente debilitamiento de la imagen del
Juez tiene altas probabilidades de dañar su imparcialidad y con ello
incrementar el riesgo de la recusación a su desempeño.
En cuanto a las abstenciones se puede decir que es un acto procesal del Juez a través del cual insta o solicita al órgano competente
su separación en el conocimiento de un determinado asunto, por estimar concurrentes algunas de las circunstancias que previstas en la
ley posibilitan su separación,50 la cuestión en debate en este asunto
estriba en esclarecer si la abstención tiene la naturaleza jurídica de
un deber jurídico o es un acto jurisdiccional, siendo que desde la
perspectiva de este trabajo es pertinente inclinarse por esta última
posición, ya que la decisión final de determinación de su procedencia está librada a un órgano netamente jurisdiccional como es la segunda instancia. La abstención a pesar de tener en cada legislación
una tabla expresa de causales siempre estará sometida a un control
previo del principio de razonabilidad, cuya consiguiente explicación
se efectuará más adelante.
49
Cfr. Galán González, Candela, Protección de la…, op. cit., pp. 27-30.
50
Cfr. Ibidem, p. 313.
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496
A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
Em resumo, as instituições do recusa e da abstenção têm como
propósito último resguardar o princípio de imparcialidade, evitar a
contaminação do juiz e encaminhar a decisão judicial para a correta
e justa resolução dos casos. Para isso é útil levar em consideração
os critérios de determinação do juiz imparcial adotados pela
jurisprudência eurocontinental e que já foram desenvolvidos neste
trabalho em parágrafos precedentes.
d. A imparcialidade da complexidade
Segundo André-Jean Arnaud e María José Fariñas Dulce, a
racionalidade moderna adotou o paradigma da simplicidade ao
afirmar que a única fonte de direitos e obrigações está na razão do
próprio indivíduo e ao excluir a representação da complexidade dos
intercâmbios jurídicos sob o esquema do paradigma racional
sistemático moderno.51 Sob a visão do paradigma da complexidade,
aspira-se ao conhecimento multidimensional, ao pluralismo
epistemológico e metodológico regido pela riqueza dos pontos
de vista52 e, no campo do Direito, oferece-se um modelo reticular da
pluralidade onde a produção jurídica é extrapolada em uma rede
sem contornos determinados.
Esta percepção da complexidade afeta também as instituições
jurídicas e, portanto, a imparcialidade judicial, que durante muito
51
Arnaud, André-Jean e Fariñas Dulce, María José, Sistemas Jurídicos: Elementos para un
Análisis Sociológico, Segunda Edição, Universidade Carlos III e Diário Oficial do Estado, Madri,
2006, p. 234.
52
Cfr. Morin, Edgar, Introducción al Pensamiento Complejo, Terceira Reimpressão, Tradução
Marcelo Pakman, Gedisa, Barcelona, 1997, p. 23.
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497
La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
En resumen las instituciones de la recusación y abstención tienen
como propósito último salvaguardar el principio de imparcialidad,
evitar la contaminación del Juez y encaminar la decisión judicial
hacia la correcta y justa resolución de los casos, para ello resulta útil
tomar en consideración los criterios de determinación del Juez imparcial adoptados por la jurisprudencia eurocontinental y que ya
fueron comentados en este trabajo en acápites precedentes.
d. La imparcialidad de la complejidad
Según André-Jean Arnaud y María José Fariñas Dulce la racionalidad
moderna ha asumido el paradigma de la simplicidad al proclamar que
la única fuente de derechos y obligaciones se encuentra en la razón
del propio individuo, y al excluir la representación de la complejidad de los intercambios jurídicos bajo el esquema del paradigma
racional sistemático moderno.51 Bajo la visión del paradigma de la
complejidad se aspira al conocimiento multidimensional, al pluralismo epistemológico y metodológico gobernado por la riqueza de los
puntos de vista,52 y en el campo del derecho se ofrece un modelo
reticular de la pluralidad donde la producción jurídica se extrapola
en una red sin confines determinados.
Esta percepción de la complejidad afecta también a las instituciones jurídicas y por ende a la imparcialidad judicial, que durante
51
Arnaud, André-Jean y FARIÑAS DULCE, María José, Sistemas jurídicos: elementos para
un análisis sociológico, 2a. ed., Universidad Carlos III y Boletín Oficial del Estado, Madrid, 2006,
p. 234.
52
Cfr. Morin, Edgar, Introducción al pensamiento complejo, 3a. reimp, Trad. de Marcelo
Pakman, Gedisa, Barcelona, 1997, p. 23.
Serie Monografias Premiadas 3.indb 497
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A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
tempo foi submetida à concepção simples da neutralidade. Agora,
a imparcialidade complexa exige um enfoque multidimensional,
revelado parcialmente sob a égide do neoconstitucionalismo, faltando,
no entanto, ainda aprofundar estes progressos em um arquétipo
comunicacional de natureza transcultural. A imparcialidade da
racionalidade moderna está a ponto de ceder à racionalidade
hermenêutica, própria dos sistemas inteligentes; se o Direito
pode ser entendido como um sistema vivo autopoiético, por que a
imparcialidade não pode ser compreendida como uma instituição
humana, na qual a figura de um juiz como observador empático
adquire importância vital, e um paradigma transmoderno pode ser
o modelo que substitua o esquema simplificado da imparcialidade?
A meu ver, a elaboração de imparcialidade da complexidade pode
ser esboçada a partir da concepção do juiz como grande igualador,
através da vertente garantista, complementada pela influência de
um observador empático do Direito & Literatura. A transição de um
sistema da simplicidade para a complexidade está em pleno
desenvolvimento e a jurisprudência do Tribunal Europeu de Direitos
Humanos é uma prova plausível de que virão tempos de maior
razoabilidade com relação à questão da imparcialidade.
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La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
mucho tiempo ha estado sometida a la concepción simple de la neutralidad, ahora la imparcialidad compleja exige un enfoque multidimensional, que parcialmente se ve develado en la égida del neo
constitucionalismo, aunque resta aún profundizar dichos progresos
en un arquetipo comunicacional de naturaleza transcultural. La imparcialidad de la racionalidad moderna está por ceder a la racionalidad hermeneútica propia de los sistemas inteligentes, si el derecho
puede ser entendido como un sistema vivo autopoiético, por qué no
la imparcialidad puede ser comprendida como una institución huma­
na, donde cobre vital importancia la figura de un Juez en tanto obser­
vador empático y un paradigma transmoderno pueda ser el modelo
que reemplace al esquema simplificado de la imparcialidad.
Desde mi óptica la diagramación de una imparcialidad de la com­
plejidad puede ser esbozada a partir de las concepciones del Juez
como gran igualador desde la vertiente garantista, complementada
por la influencia de un observador empático del Derecho & Litera­
tura. La transición de un sistema de la simplicidad a la complejidad
está en pleno desarrollo y la jurisprudencia del Tribunal Europeo de
Derechos Humanos es una prueba plausible de que vienen tiempos
de mayor razonabilidad en el tema de la imparcialidad.
Serie Monografias Premiadas 3.indb 499
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Capítulo II
O princípio de imparcialidade
no Código Ibero-americano
de Ética Judicial
1. A ética judicial e o princípio de imparcialidade
A necessidade do fortalecimento de uma ética judicial foi defendida,
de forma notória, por Rodolfo Luis Vigo devido à falta de confiança
e credibilidade em relação ao Poder Judiciário.53 Para isto, propõe
que a ética da magistratura deva tratar do “bom” juiz e seu modo
particular de se aperfeiçoar como magistrado e, ao mesmo tempo,
como homem. Isso determina que o “bom” juiz seja, afinal de contas,
o juiz justo que resolve os casos com prudência, dando a cada um o
que é seu.54 Apesar das conotações jusnaturalistas e, portanto,
monodimensionais que este autor assume no tocante ao tema da
ética judicial, é resgatável sua preocupação em recuperar aqueles
53
Cfr. Vigo, Rodolfo Luis, “Ética Judicial: Su especificidad y Responsabilidad”, Acessível
em: www.cjf.jus.br/revista/numero32/artigo02.pdf
54
Cfr. Vigo, Rodolfo Luis, “Ética de la Magistratura Judicial”, em La Función Judicial,
Depalma, Buenos Aires, 1991, p. 65.
500
Serie Monografias Premiadas 3.indb 500
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Capítulo II
El principio de imparcialidad
en el Código Iberomericano de
Ética Judicial
1. La ética judicial y el principio de imparcialidad
La necesidad del fortalecimiento de una ética judicial ha sido notoriamente defendida por parte de Rodolfo Luis Vigo ante la falta de
confianza y credibilidad frente al Poder Judicial;53 para este motivo
propone que la ética de la magistratura debe tratar sobre el “buen”
Juez y su modo particular de perfeccionarse como Magistrado y a la
par como hombre, lo que determina que el “buen” Juez sea en definitiva el Juez justo que con prudencia resuelve los casos dando a cada
uno lo suyo.54 A pesar de las connotaciones jusnaturalistas y por
tanto monodimensionales que asume este autor en cuanto al tema
de la ética judicial, es rescatable su preocupación por recuperar
53
Cfr. Vigo, Rodolfo Luis, “Ética judicial: su especificidad y responsabilidad”, Consultable en: www.cjf.jus.br/revista/numero32/artigo02.pdf
54
Cfr. Vigo, Rodolfo Luis, “Ética de la magistratura Judicial”, en La función judicial, Depalma, Buenos Aires, 1991, p. 65.
501
Serie Monografias Premiadas 3.indb 501
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502
A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
compromissos particulares dos juízes que estão materializados
normalmente nos códigos de ética profissionais. Por sua vez, por
meio de uma vertente mais laica e aberta, Manuel Atienza considera
que um método para construir uma ética judicial significa partir
primeiro dos princípios e virtudes judiciais, às quais fazem
referência as posturas do Direito Natural e, depois, compreender
a prática jurisdicional como a atividade cidadã do juiz enquanto
vinculada à sua profissão.55
Não é por acaso que a elaboração do Código Ibero-americano
de Ética Judicial, aprovado na XI Cúpula Judicial Ibero-americana de
Santo Domingo em 2006, tenha confiado sua redação aos
ilustres juristas Rodolfo Luis Vigo e Manuel Atienza. Estes autores,
na Exposição de Motivos, aludiram a que a adoção de um Código
de Ética representaria uma mensagem que os próprios Poderes
Judiciários enviam à sociedade, reconhecendo a inquietude que sua
frágil legitimidade provoca, o empenho em assumir voluntariamente
um forte compromisso e a excelência na prestação do serviço de justiça.
Este compromisso materializou-se no código, nos três grandes
núcleos da ética judicial, como os princípios de independência,
imparcialidade e motivação das decisões judiciais. O princípio
de imparcialidade está desenvolvido no Capítulo II, do artigo 9 ao
17, e discorre sobre um conjunto de temas que convém detalhar
à luz do ambiente teórico antes exposto neste trabalho sobre o
tema de imparcialidade.
55
Cfr. Atienza, Manuel, “Ética Judicial. ¿Por qué no un código deontológico para los
jueces?”, em Jueces para la democracia, N.46, España, 2003, p. 44-45.
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La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
aquellos compromisos particulares de los Jueces materializados
normalmente en los códigos de ética profesionales. Por su parte,
desde una vertiente más laica y abierta, Manuel Atienza considera
que un método para construir una ética judicial implica partir primero de los principios y virtudes judiciales a que hacen referencia las
posturas del derecho natural, y luego comprender la práctica jurisdiccional como la actividad ciudadana del Juez en tanto vinculada
con su profesión.55
No es casual que la confección del Código Iberoamericano de Ética
Judicial, aprobado en la XI Cumbre Judicial Iberoamericana de
Santo Domingo el año 2006, haya sido entonces confiado en su redacción a los ilustres juristas Rodolfo Luis Vigo y Manuel Atienza,
quienes en la Exposición de Motivos han hecho referencia a que la
adopción de un Código de Ética represente un mensaje que los mismos
Poderes Judiciales envían a la sociedad reconociendo la inquietud que pro­
voca su débil legitimidad y el empeño en asumir voluntariamente un com­
promiso fuerte por la excelencia en la prestación del servicio de justicia. Este
compromiso se ha materializado en el código en los tres grandes
núcleos de la ética judicial como son los principios de independencia,
imparcialidad y motivación de las decisiones judiciales; en el caso
del principio de imparcialidad se encuentra desarrollado en el capítulo II desde el artículo 9 al 17, y recorre un conjunto de temas que
conviene detallar al albor del marco teórico antes expuesto en materia de imparcialidad en este trabajo.
55
Cfr. Atienza, Manuel, “Ética judicial. ¿Por qué no un código deontológico para los jueces?”, en Jueces para la democracia, N.46, España, 2003, pp. 44-45.
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A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
2. A imparcialidade e o Código Ibero-americano
Para Rodolfo Luis Vigo, cabe definir a imparcialidade preliminarmente
como um princípio equivalente a uma “ética concentrada” que por
essa mesma razão pode ser projetada em diferentes normas que
a concretizam, especificando determinadas hipóteses fáticas e as
respectivas consequências de seu eventual não cumprimento,
para depois, tecnicamente, vinculá-la à distância que o juiz deve
manter com as partes envolvidas no caso e sua correspondente
inibição como consequência da perda desta neutralidade.56
Certamente, é surpreendente descobrir o grau de influência que a
concepção de imparcialidade teve enquanto neutralidade, inclusive
entre autores, como o citado professor argentino, ainda que não
seja de todo incoerente devido ao fato de a filosofia que o orienta ser
de aguçado corte iusnaturalista, privilegiando as virtudes do juiz
acima dos problemas da prática jurisdicional.
Particularmente penso que a perspectiva de imparcialidade,
como princípio de neutralidade do código, vem a ser um tipo de
iusnaturalismo reconvertido subitamente à hermenêutica, pois,
como foi comentado, sacralizar a neutralidade coloca em risco
uma compreensão mais pluralista do fenômeno da imparcialidade.
Para isso cabe lembrar que a Teoria da Argumentação Jurídica,
difundida por Manuel Atienza e Joseph Aguiló Regla, a partir do
exame entre contexto de descoberta e contexto de justificativa, exige
que o juiz ponderador de interesses proteja os cidadãos a serem
56
Cfr. Vigo, Rodolfo Luis, “Etica Judicial…, op. cit., p. 18.
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La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
2. La imparcialidad y el Código Iberoamericano
Para Rodolfo Luis Vigo la imparcialidad cabe definirla preliminarmente como un principio que equivale a una “ética concentrada” y que
por ello mismo puede proyectarse en diferentes normas que la concretan, especificando determinados supuestos fácticos y las res­
pectivas consecuencias ante su eventual incumplimiento, para más
adelante técnicamente vincularla a la distancia que debe mantener
el Juez respecto de las partes imbricadas en el caso y su correspondiente inhibición frente a la pérdida de dicha neutralidad.56 Ciertamente sorprende descubrir el grado de influencia que ha tenido la
concepción de la imparcialidad como neutralidad inclusive entre
autores como el citado profesor argentino, aunque no resulta incohe­
rente del todo debido a que la filosofía que lo orienta es de aguzado
corte iusnaturalista, pues privilegia las virtudes del Juez por encima
de los problemas de la práctica jurisdiccional.
Particularmente creo que la perspectiva de imparcialidad como
principio de neutralidad del código viene a ser una suerte de iusnaturalismo reconvertido de pronto hacia la hermeneútica, ya que
como se ha comentado con anterioridad, sacralizar la neutralidad
pone en riesgo una comprensión más pluralista del fenómeno de la
imparcialidad; para ello cabe recordar que la teoría de la argumenta­
ción jurídica difundida por Manuel Atienza y Joseph Aguiló Regla, a
partir de la disquisición entre contexto de descubrimiento y contexto de justificación ha exigido que el Juez ponderador de intereses proteja a los ciudadanos a ser juzgados desde el derecho en
56
Cfr. Vigo, Rodolfo Luis, “Etica judicial…”, op. cit., p. 18.
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A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
julgados pelo Direito em igualdade de condições e, ao mesmo tempo,
garanta a credibilidade das razões jurídicas ante a comunidade.
É por isso que existe uma contradição entre neutralidade e ponderação
que não pode ser solucionada liricamente, e sim por meio de uma
crucial inclinação a um modelo neoconstitucionalista, no qual o juiz
articule a sociedade como um grande engenheiro social.
Embora seja possível aceitar um conteúdo mínimo de Direito
Natural no interior dos princípios constitucionais, ainda resta
determinar os alcances do denominado Princípio de Imparcialidade
dentro do esquema do Código Ibero-americano de Ética Judicial e se
a problemática deste modelo complexo pode ser englobada em
grande medida pelos parâmetros estabelecidos neste ordenamento
de alcance supranacional.
Com este fim, propõe-se uma análise dividida em seis temas no
capítulo referente à Imparcialidade do código comentado.
a. A imparcialidade e o direito à igualdade
A noção de imparcialidade como igualdade foi resgatada em
primeiro lugar pelo garantismo de Luigi Ferrajoli e depois retomada
pelos estudos de Direito & Literatura ao apelar à empatia emocional
do juiz. Em ambos os casos o juiz pertence a uma raça de igualadores
sociais, com a missão de tutelar a parte mais fraca, empregando
a doutrina dos direitos humanos. Nesta medida, o Princípio
de Igualdade pode atingir duas dimensões: uma como igualdade
material, porque se atribui aos poderes públicos a tarefa de fazer
com que a liberdade e a igualdade do indivíduo e dos grupos em que
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La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
igualdad de condiciones, y a la vez garantice la credibilidad de las
razones jurídicas ante la comunidad; es por ello que existe una contradicción entre neutralidad y ponderación que no puede ser solucionada líricamente, sino a través de una crucial inclinación hacia un
modelo neo constitucionalista, en el que el Juez articule la sociedad
como un gran ingeniero social.
Si bien es posible aceptar un contenido mínimo de derecho natural al interior de los principios constitucionales, aún queda subsistente la determinación de los alcances del denominado principio de
imparcialidad dentro del esquema del Código Iberoamericano de Ética
Judicial, y si la problemática de este modelo complejo puede ser
englo­bada en gran medida por los parámetros fijados en este ordenamiento de alcance supranacional.
Con tal propósito se propone un análisis dividido en seis temas del
capítulo concerniente a la Imparcialidad del código bajo comentario.
a. La imparcialidad y el derecho a la igualdad
La noción de imparcialidad como igualdad ha sido rescatada primero por el garantismo de Luigi Ferrajoli y luego acentuada por los estudios de Derecho & Literatura al apelar a la empatía emocional del
Juez, en ambos casos el Juez pertenece a una raza de igualadores
sociales que tiene la misión de tutelar a la parte más débil empleando
la doctrina de los derechos humanos, en esta medida el principio
de igualdad puede alcanzar dos dimensiones, una como igualdad
material porque se atribuye a los poderes públicos la tarea de promover que la libertad y la igualdad del individuo y de los grupos en
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A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
se integram sejam reais e efetivas, e a outra como igualdade formal,
quando se declara nominalmente que todos são iguais perante a lei.57
No caso do Código Ibero-americano de Ética Judicial, denota-se do
teor de seu artigo 9 que a igualdade foi considerada fundamento
da imparcialidade e qualquer tipo de discriminação foi proibido.
O texto é o seguinte:
Art. 9o.- A imparcialidade judicial tem seu fundamento no direito
de todos os cidadãos a serem tratados por igual e, portanto, a
não serem discriminados no que se refere ao desempenho da
função jurisdicional. (O grifo é do autor)
Uma leitura detalhada permite deduzir a obrigação de tratar
todos os cidadãos por igual. Isto significa assumir a missão de
efetivar a igualdade formal para transformá-la em plena igualdade
material, uma forma de socialização do processo pela qual fica
proscrita qualquer forma de discriminação. Pois bem, na experiência
espanhola a igualdade adquiriu três formas diferentes. Em primeiro
lugar a igualdade agiu como texto normativo, porque sua positivação
como valor, princípio e direito fundamental dotou a igualdade de um
sólido status normativo. Em segundo lugar, a igualdade constituiu
um inevitável contexto normativo para a interpretação e a aplicação
de todas as normas do ordenamento jurídico e, em terceiro lugar,
teve muitas vezes um papel de pretexto normativo, abusivamente
manipulado com interpretações arbitrárias e forçadas que visavam
vinculá-la com hipóteses e relações jurídicas alheias a ela.58 No artigo
57
Cfr. Pérez Luño, Antonio, Dimensiones de la Igualdad, Dikinson, Madrid, 2005, p. 87.
58
Cfr. Ibidem, p.98-99.
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La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
que se integran sean reales y efectivas, e igualdad formal cuando
se declara nominalmente que todos son iguales ante la ley.57 En el
caso del Código Iberoamericano de Ética Judicial se denota del tenor de
su artículo 9, que se ha considerado como fundamento de la impar­
cialidad a la igualdad y se ha prohibido toda clase de discriminación.
El texto es el siguiente:
Art. 9o.- La imparcialidad judicial tiene su fundamento en el
derecho de los justiciables a ser tratados por igual y, por tanto, a
no ser discriminados en lo que respecta al desarrollo de la función
jurisdiccional. (El subrayado es del autor).
Una lectura detallada permite colegir que se exige que todos los
justiciables sean tratados por igual, esto conlleva a asumir la misión
de efectivizar la igualdad formal para transformarla en plena igualdad material, una forma de socialización del proceso por la cual
queda proscrita toda forma de discriminación. Ahora bien, en la expe­
riencia española la igualdad ha adquirido tres formas diferentes, en
primer lugar la igualdad ha actuado como texto normativo, porque
su positivación en tanto valor, principio y derecho fundamental ha
dotado a la igualdad de un sólido status normativo; en segundo
lugar la igualdad ha constituido un insoslayable contexto normativo
para la interpretación y aplicación de todas las normas del orde­
namiento jurídico, y en tercer lugar ha jugado muchas veces un papel
de pretexto normativo que ha sido abusivamente manipulado con
interpretaciones arbitrarias y forzadas para conectarla con supuestos y relaciones jurídicas ajenos a ella.58 En el artículo 9 del código
57
Cfr. Pérez Luño, Antonio, Dimensiones de la igualdad, Dikinson, Madrid, 2005, p. 87.
58
Cfr. Ibidem, pp.98-99.
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A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
9 do código, é evidente que a igualdade foi concebida como contexto
normativo na interpretação do princípio de imparcialidade. Não em
vão a igualdade orienta o desenvolvimento da função jurisdicional e
alimenta a determinação do conteúdo essencial da imparcialidade.
b. A objetividade do juiz em relação à prova
Em matéria de Teoria da Verdade, empregou-se um conjunto
de teorias para estabelecer sua aplicação no campo do Direito.
A Teoria da Correspondência, enunciada originariamente por
Alfred Tarski, tem especial relevância, e pode ser resumida como
aquele modelo no qual a verdade de uma frase consiste em sua
concordância (correspondência) com a realidade.59 Esta posição foi
recepcionada pelos cultores entusiastas da argumentação jurídica,
ao defenderem uma espécie de objetivismo crítico que seja consciente
das dificuldades em relação ao conhecimento, mas que não cai na
desilusão radical acerca da possibilidade de apreender dados
(suficientemente) objetivos da realidade. Para isto, os fatos devem
ser submetidos a uma rigorosa análise no intuito de estabelecer em
que medida são independentes e em que medida são construções
do observador.60
O exame sobre as relações entre verdade e prova tem uma
longa data no campo processual, mas só a partir da introdução
59
Cfr. Tarski, Alfred, La concepción semántica de la verdad y los fundamentos de la semántica,
Edições Nueva Visión, Buenos Aires, 1972. p. 12.
60
Cfr. González Lagier, Daniel, Quaestio Facti. Ensayos sobre prueba, causalidad y
acción, Palestra, Lima, Bogotá, 2005, p. 37-38.
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La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
es patente que la igualdad ha sido asumida como contexto normativo para la interpretación del principio de imparcialidad, no en vano
la igualdad orienta el desarrollo de la función jurisdiccional y alimenta la determinación del contenido esencial de la imparcialidad.
b. La objetividad del Juez en relación a la prueba
En materia de teoría de la verdad se han esgrimido un conjunto de
teorías para establecer su aplicación al campo del derecho; de especial relevancia es la teoría de la correspondencia enunciada origina­
riamente por Alfred Tarski, y que puede ser resumida como aquel
modelo en el cual la verdad de una oración consiste en su acuerdo
(correspondencia) con la realidad.59 Esta posición ha sido recepcionada por los entusiastas cultores de la argumentación jurídica, cuando defienden una especie de objetivismo crítico que sea consciente de
las dificultades para el conocimiento, pero que no caiga tampoco
en la desilusión radical acerca de la posibilidad de aprehender datos
(suficientemente) objetivos de la realidad; para lo cual se debe someter a los hechos a un riguroso análisis para establecer en qué
medida son independientes y en qué medida construcciones del
observador.60
La disquisición acerca de las relaciones entre verdad y prueba
tienen una larga data en el campo procesal, pero es sólo a partir de
59
Cfr. Tarski, Alfred, La concepción semántica de la verdad y los fundamentos de la semán­
tica, Ediciones Nueva Visión, Buenos Aires, 1972, p. 12.
60
Cfr. González Lagier, Daniel, Quaestio Facti. Ensayos sobre prueba, causalidad y
acción, Palestra, Lima, Bogotá, 2005, pp. 37-38.
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A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
de certos conceitos da Teoria do Direito, estas questões puderam
ser amplamente desenvolvidas. Isso, por sua vez, significa
maior reflexão sobre a forma de conceber a imparcialidade e maior
esforço para delimitar as conexões entre juiz-prova-verdade.
A solução do objetivismo crítico não é gratuita e de certa maneira
reflete a redação final do artigo 10 do código em análise,
e diz:
Art. 10.- O juiz imparcial é aquele que persegue a verdade dos
fatos, com objetividade e fundamentado na prova, mantendo
ao longo de todo o processo uma equivalente distância das partes
e de seus advogados, e evitando qualquer tipo de comportamento
que possa refletir favoritismo, predisposição ou preconceito.
(O grifo é do autor)
A referência à objetividade por parte do juiz imparcial é uma
notória reminiscência ao objetivismo crítico antes anunciado e
cujo mais remoto precedente é a Teoria da Correspondência.
Quanto ao demais, esta interpretação é ratificada quando se
exige que o juiz imparcial busque a verdade dos fatos com
fundamento na prova, isto é, imprimir uma forte carga de
argumentação jurídica nas decisões judiciais baseada em uma
direta conexão entre fatos e verdade. Apesar de ser possível fazer
outro tipo de interpretações sobre os artigos comentados, não
obstante, devido ao contexto de descoberta do próprio código
à luz das ideias do professor Manuel Atienza, penso que esta vem a
ser mais fiel aos antecedentes.
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La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
la introducción de ciertos conceptos de la teoría del derecho que se
ha logrado un desarrollo importante en estos temas, ello a su vez
implica una mayor reflexión sobre la forma como se concibe la imparcialidad y un mayor despliegue para delimitar las conexiones
entre Juez-prueba-verdad. La solución del objetivismo crítico no
es gratuita y en cierta manera refleja la redacción final del artículo
10 del código bajo comentario, y que es como sigue:
Art. 10.- El Juez imparcial es aquel que persigue con objetividad y
con fundamento en la prueba la verdad de los hechos, man­
teniendo a lo largo de todo proceso una equivalente distancia
con las partes y con sus abogados, y evita todo tipo de com­
portamiento que pueda reflejar favoritismo, predisposición o
prejuicio. (El subra­yado es del autor).
La referencia a la objetividad por parte del Juez imparcial es una
notoria reminiscencia al objetivismo crítico antes anunciado y cuyo
más remoto precedente es la teoría de la correspondencia; por lo
demás, esta interpretación es ratificada cuando se exige que el Juez
imparcial busque con fundamento en la prueba la verdad de los
hechos, esto es, imprimir una fuerte carga de argumentación jurídica en las decisiones judiciales con base en una directa conexión entre hechos y verdad. Aunque es posible realizar otra clase de interpretaciones sobre el articulado bajo comentario, no obstante debido
al contexto de descubrimiento del propio código al albor de las ideas
del profesor Manuel Atienza, creo que ésta resulta la más fiel a los
antecedentes.
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A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
c. A perspectiva do observador razoável
Neste ponto se percebe que o código elaborou a noção de observador
razoável para delimitar quando estaria sendo comprometido o
princípio de imparcialidade, ainda que a meu ver esta norma de
observador razoável possa admitir duas vertentes, ambas contraditórias
entre si. A primeira, derivada da referência feita anteriormente ao
objetivismo crítico e à aparência de imparcialidade, e a segunda
sustentada no ponto de vista de um espectador judicioso (razoável).
Para analisar ambas as perspectivas, convém citar os artigos do
Código Ibero-americano de Ética Judicial, onde se faz referência
ao observador razoável, além dos artigos concordantes do Estatuto do
Juiz Ibero-americano de 2001, que também regulou implicitamente a
objetividade, indicando que a imparcialidade deve ser evidente para
a cidadania. Os textos pertinentes do código são os três primeiros, e
o último corresponde ao citado estatuto:
Art. 11. - O juiz é obrigado a se abster de intervir em causas nas
quais sua imparcialidade se vir comprometida ou onde um
observador razoável puder entender que há motivo para pensar
assim. (O grifo é do autor).
Art. 14. - Proíbe-se ao juiz e aos outros membros do gabinete
judicial receber presentes ou benefícios de qualquer índole que
forem considerados injustificados do ponto de vista de um
observador razoável (O grifo é do autor).
Art. 13. - O juiz deve evitar qualquer aparência de tratamento
preferencial ou especial em relação aos advogados e aos
cidadãos proveniente de sua própria conduta ou da de outros
integrantes do gabinete judicial (O grifo é do autor).
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La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
c. La perspectiva del observador razonable
En este punto se advierte que el código ha elaborado la noción de
observador razonable para delimitar cuándo se estaría comprometiendo el principio de imparcialidad, aunque a mi parecer este estándar de observador razonable puede admitir dos vertientes, ambas
contradictorias entre sí; la primera derivada de la anterior referencia
al objetivismo crítico y la apariencia de imparcialidad, y la segunda
sustentada en el punto de vista de un espectador juicioso (razonable).
Para analizar ambas perspectivas conviene citar los artículos donde
el Código Iberoamericano de Ética Judicial hace referencia al observador
razonable, aparte del articulado concordante del Estatuto del Juez
Iberoamericano del 2001 que también ha regulado implícitamente la
objetividad cuando anota que la imparcialidad debe ser evidente
para la ciudadanía. Los textos pertinentes del código son los tres primeros, y el último corresponde al acotado Estatuto:
Art. 11.- El Juez está obligado a abstenerse de intervenir en aque­
llas causas en las que se vea comprometida su imparcialidad o
en las que un observador razonable pueda entender que hay
motivo para pensar así. (El subrayado es del autor).
Art. 14.- Al Juez y a los otros miembros de la oficina judicial les
está prohibido recibir regalos o beneficios de toda índole que
resulten injustificados desde la perspectiva de un observador
razonable (El subrayado es del autor).
Art. 13.- El Juez debe evitar toda apariencia de trato preferencial
o especial con los abogados y con los justiciables, proveniente de
su propia conducta o de la de los otros integrantes de la oficina
judicial (El subrayado es del autor).
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A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
Art. 8. - Imparcialidade Objetiva. - A imparcialidade do juiz
deve ser real, efetiva e evidente para os cidadãos. (O grifo é do
autor).
A Teoria da Argumentação Jurídica defende a afirmação de um
objetivismo crítico e é muito provável que a construção teórica do
observador razoável tenha sua origem nesta concepção sobre a verdade.
Entretanto, também é factível encontrar este tipo de aproximações
pela jurisprudência do Tribunal Europeu de Direitos Humanos, na
medida em que, ao delimitar o conteúdo constitucional do juiz
imparcial, exige-se uma específica auréola de confiança nos tribunais
que se vê refletida na necessária aparência de imparcialidade que um
juiz deve ter perante a sociedade. Só assim é possível compreender os
comentários sobre as eventualidades que comprometem a imparcialidade
e a perspectiva do observador razoável que visam estender uma ponte
hermenêutica entre contexto de justificativa e contexto de descoberta,
exatamente como Joseph Aguiló Regla esboçou em parágrafos
prévios, no contexto argumentativo.
Por outro lado, pode-se também ler a noção de observador razoável
como espectador criterioso, com base nos tributários do Direito &
Literatura que erguem a figura do juiz empático, mas com clara
distância entre as partes; assim a invocação à razoabilidade dá
então a oportunidade de compreender o observador razoável como
imaginador dos interesses insatisfeitos, igualador e reparador social
ou artífice e hermeneuta da casuística concreta. O espectador
criterioso recorre à razoabilidade e coloca-se entre os grandes
mensageiros dos discursos sociais. A imparcialidade é flexível e
se delimita conforme a prática diária.
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La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
Art. 8.- Imparcialidad Objetiva.- La imparcialidad del Juez ha de
ser real, efectiva y evidente para la ciudadanía (El subrayado es
del autor).
La teoría de la argumentación Jurídica ha defendido la afirmación
de un objetivismo crítico y es muy probable que la construcción teórica del observador razonable tenga su origen en esta concepción acerca
de la verdad; sin embargo, también es factible encontrar esta clase de
aproximaciones a través de la jurisprudencia del Tribunal Europeo
de Derechos Humanos, cuando al delimitarse el contenido constitucional del Juez imparcial se exige un específico halo de confianza en
los tribunales, que se proyecta en la necesaria apariencia de imparciali­
dad que debe tener un Juez ante la sociedad. Sólo de esta forma se
entien­den las anotaciones acerca de las eventualidades que compro­
meten la imparcialidad y la perspectiva del observador razonable que
apuntan a tender un puente hermeneútico entre contexto de justificación y contexto de descubrimiento, tal y cual lo esbozara Joseph
Aguiló Regla en acápites previos en el contexto argumentativo.
Por otro lado se puede también leer la noción de observador razo­
nable como espectador juicioso, al amparo de los tributarios del Dere­
cho & Literatura que enarbolan la figura del Juez empático, mas con
una clara distancia entre las partes; así, la invocación a la razonabilidad brinda entonces la oportunidad de comprender al observador
razonable en tanto imaginante de los intereses insatisfechos, igualador y reparador social o artífice y hermeneuta de la casuística concreta. El espectador juicioso apela a la razonabilidad y se apunta
entre los grandes mensajeros de los discursos sociales, la imparcialidad es flexible y se delimita de acuerdo a la práctica diaria.
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A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
d. O princípio de razoabilidade na imparcialidade
A referência direta ao Princípio de Razoabilidade não tem nada de
casual e sua compreensão melhora quando aparecem os casos
concretos, já que não é factível tratar a razoabilidade a não ser
dentro do contexto de um problema em particular. Neste
contexto, deve ser aplicado o teste de ponderação de direitos
fundamentais, de forma mais aprofundada, o juízo de adequação,
o juízo de necessidade e o juízo de proporcionalidade em sentido
estrito. Os artigos do código que remetem ao Princípio de
Razoabilidade é o seguinte:
Art. 15. - O juiz deve procurar não manter reuniões – com uma
das partes ou seus advogados (em seu gabinete ou, com maior
razão, fora dele) – que puderem ser razoavelmente consideradas
injustificadas pelas contrapartes e seus advogados (O grifo é
nosso).
É particularmente relevante a razoabilidade para resolver o
caráter injustificado das reuniões entre o juiz e as partes ou seus
advogados. Isso significa não desprezar totalmente este tipo de
encontros, sendo necessário um estudo através do olhar de um
observador igualmente razoável (ou espectador criterioso), para
definir o assunto com os elementos de prova. A ponderação
para definir a transgressão ao princípio de imparcialidade é um
triunfo para as posturas neoconstitucionalistas que advogam por
uma extensão deste critério a todas as esferas jurídicas; apesar
disso, convém apontar que o fenômeno da ponderação tem suas
limitações, e inclusive há pouco tempo foi criticado, por na verdade
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La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
d. El principio de razonabilidad en la imparcialidad
La remisión de manera directa al principio de razonabilidad no tiene
nada de casual y tiende a mejorar su percepción cuando se presentan los casos concretos, ya que no es factible tratar la razonabilidad
sino dentro del contexto de un problema en particular, donde debe
aplicarse el test de ponderación de derechos fundamentales, más
profundamente el juicio de adecuación, el juicio de necesidad y el
juicio de proporcionalidad en sentido estricto. El articulado del código que remite al principio de razonabilidad es el siguiente:
Art. 15.- El Juez debe procurar no mantener reuniones con una
de las partes o sus abogados (en su despacho o, con mayor
razón, fuera del mismo) que las contrapartes y sus abogados
puedan razonablemente considerar injustificadas (El subrayado
es nuestro).
Particular relevancia tiene el hecho de que se aplique la razonabilidad para resolver el carácter injustificado de las reuniones entre
el Juez y las partes o sus abogados, ello lleva consigo a no descali­
ficar de plano a esta clase de encuentros, sino que es necesario un
estudio desde la mirada de un observador igualmente razonable
(o espectador juicioso) para definir el asunto con los elementos
de prueba. La ponderación para definir la transgresión al principio de
imparcialidad constituye un triunfo para las posturas neoconstitucionalistas que abogan por una extensión de este criterio a todas las
esferas jurídicas, a pesar de ello conviene acotar que el fenómeno
de la ponderación tiene sus limitaciones e incluso hace poco se ha
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A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
encobrir um processo puro de subsunção.61 Um retorno a este nível
pode fazer naufragar o paradigma neoconstitucionalista e retrair
as soluções deste tipo de problemas ao nível do positivismo
clássico.
Outro artigo que fez referência ao Princípio de Razoabilidade,
mas indiretamente, relaciona-se simultaneamente às causas de
afastamento do juiz, devendo ser evitadas razoavelmente pelo
juiz competente. Aqui se pode dizer que o juiz defende seu foro
evitando comprometer sua imparcialidade e guardando as aparências
de que resolverá o caso sem nenhuma repreensão para com as
partes. Este tema também foi contemplado de outra maneira pelo
Estatuto do Juiz Ibero-americano para o caso das abstenções ex
professo. O teor do texto do código e o estatuto são os seguintes:
Art. 12. - O juiz deve procurar evitar as situações que direta ou
indiretamente justifiquem seu afastamento da causa (O grifo é
nosso).
Art. 9. - Abstenção e recusa. - Os juízes têm a obrigação de se
separar da tramitação e conhecimento de assuntos que tiverem
alguma relação prévia com o objeto do processo, partes ou
interessados neste, nos termos previstos na lei.
As abstenções sem fundamento e as recusas infundadas aceitas
pelo juiz devem ser penalizadas, conforme disposto pela lei. (O grifo
é nosso)
61
Cfr. García Amado, José Antonio. ¿Ponderación o Simples Subsunciones? Comentarios a
la Sentencia del Tribunal Constitucional Español 72/2007 del 25 de abril del 2007. Acessível em:
www.geocities.com/jagamado/pdfs/SUBSUNCIONES.pdf
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La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
criticado que en realidad encubre un proceso puro de subsunción,61
un retorno a este nivel puede hacer naufragar el paradigma neo
constitucionalista y retrotraer las soluciones de esta clase de problemas al nivel del positivismo clásico.
Otro artículo que ha hecho referencia al principio de razonabilidad pero de forma indirecta esta simultáneamente referido a las
causales de apartamiento del Juez, que deben ser evitadas razonablemente por el Juez competente. Aquí se puede decir que el Juez
defiende su fuero evitando comprometer su imparcialidad y guardando las apariencias de que resolverá el caso sin ninguna animadversión hacia las partes, algo que también ha sido contemplado de
otra manera por el Estatuto del Juez Iberoamericano para el caso
de las abstenciones ex profeso. El tenor del texto del código y el estatuto son los siguientes:
Art. 12.- El Juez debe procurar evitar las situaciones que directa o
indirectamente justifiquen apartarse de la causa (El subrayado
es nuestro).
Art. 9.- Abstención y Recusación.- Los Jueces tienen la obligación
de separarse de la tramitación y conocimiento de asuntos en los
que tengan alguna relación previa con el objeto del proceso, partes
o interesados en el mismo, en los términos previstos en la ley.
Las abstenciones sin fundamento y las recusaciones infundadas
aceptadas por el Juez, deben ser sancionadas de conformidad
como lo disponga la ley (El subrayado es nuestro).
61
Cfr. García Amado, José Antonio. ¿Ponderación o simples subsunciones? Comentarios a la
sentencia del Tribunal Constitucional Español 72/2007 del 25 de abril del 2007. Consultable en:
www.geocities.com/jagamado/pdfs/SUBSUNCIONES.pdf
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A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
A razoabilidade impõe assumir a responsabilidade de conhecer
um caso e não renunciar à sua resolução, salvo por motivos
justificados e que se contraponham de forma flagrante à
imparcialidade. Isso tende a exigir ponderação de interesses por
um observador razoável ou, em sua falta, um espectador criterioso.
A escolha do nível de razoabilidade garantirá uma decisão
verdadeiramente imparcial.
e. Imparcialidade, acusatório e virtudes morais
No princípio explicou-se que a imparcialidade tem sua origem no
modelo acusatório de tradição jurídica anglo-saxônica. Esta história
aparece agora descrita no código quando se exige o respeito irrestrito
do juiz à igualdade de armas dentro do âmbito do Devido Processo.
Um efeito prático desta inclusão significa o enfoque dialético
impresso no código quando se esquematiza o processo como um
campo de discussão crítica. Já que a toda afirmação corresponde
uma negação, e a todo argumento se opõe um contra-argumento, a
liberdade de debate é, a meu ver, o primeiro direito do cidadão,
desde que esteja limitado ao ponto de discussão. O texto do artigo
sob comentário é o seguinte: “Art. 16. - O juiz deve respeitar o direito
das partes de afirmar e contradizer no âmbito do devido processo.”
(O grifo é nosso).
Outro tema importante do código a ser ressaltado é a exigência
ao juiz de honestidade intelectual e capacidade autocrítica, porque
só assim será possível garantir que haverá imparcialidade no julgamento
no âmbito do contexto de descoberta. A infração destas virtudes no
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La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
La razonabilidad impone asumir la responsabilidad de conocer
un caso y no renunciar a su resolución sino por motivos justificados
y que se contrapongan de forma flagrante a la imparcialidad; ello
tiende a requerir una ponderación de intereses practicada por un ob­
servador razonable o en su defecto un espectador juicioso. La elección
del nivel de razonabilidad garantizará una decisión verdaderamente imparcial.
e. Imparcialidad, acusatorio y virtudes morales
Al principio se explicó que la imparcialidad tuvo su origen en el modelo acusatorio de tradición jurídica anglosajona, esta historia aparece ahora descrita en el código, cuando se exige al Juez respetar
irrestrictamente la igualdad de armas dentro del marco del debido
proceso. Un efecto práctico de esta inclusión significa el enfoque
dialéctico impreso en el código cuando se esquematiza al proceso
como un campo de discusión crítica; ya que a toda afirmación corres­
ponde una negación, y a todo argumento se opone un contra argumento, la libertad de debatir es a mi parecer el primer derecho del
justiciable, siempre y cuando esté constreñido al punto de discusión.
El texto del artículo bajo comentario es el siguiente: “Art. 16.- El Juez
debe respetar el derecho de las partes a afirmar y contradecir, en el
marco del debido proceso” (El subrayado es nuestro).
Otro tema importante a resaltar del código es la exigencia al
Juez de honestidad intelectual y capacidad autocrítica, porque sólo
así se podrá garantizar que en el marco del contexto de descu­
brimiento se va a tener imparcialidad en el juicio. La infracción de
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A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
foro interno do juiz poderia desencadear um questionamento de
suas decisões por irreflexão e incapacidade técnica. O artigo
interpretado é o seguinte: “Art. 17. - A imparcialidade de julgamento
obriga o juiz a gerar hábitos rigorosos de honestidade intelectual
e de autocrítica”.
Contudo, na opinião de Rodolfo Luis Vigo, além da honestidade
intelectual e de autocrítica, existem outros princípios que devem
ser acatados pelos juízes dentro de uma filosofia ética devidamente
delimitada. São a justiça, a diligência, o decoro, o segredo
profissional, a afabilidade, a responsabilidade institucional, a
fortaleza e a austeridade republicana.62 Tais princípios foram
incluídos em outros artigos do código visando assegurar um
âmbito ético provido de valores63, juntamente com critérios
objetivos e racionais de controle da imparcialidade. Isto permite
insinuar que o código visa um modelo complexo de ética judicial
e coloca muito claramente que a imparcialidade deve estar
enquadrada sob a égide da razoabilidade crítica. Não se pode entender
de outro modo os comentários em relação à honestidade intelectual
e à autocrítica. Um juiz razoável pode ser capaz de reconhecer
suas limitações e corrigir seus erros. Em minha opinião, a imparcialidade
de julgamento neste sentido tende a ser um processo em construção,
um permanente aprender e desaprender com os parâmetros do
discurso e seu contexto.
62
Cfr. Vigo, Rodolfo Luis, Ética Judicial…, op. cit., p. 18-19.
63
Os Capítulos IV a XIII a que se faz referência são os correspondentes ao Conhecimento
e Capacidade, Justiça e Equidade, Responsabilidade Institucional, Cortesia, Integridade,
Transparência, Segredo Profissional, Prudência, Diligência, Honestidade Profissional.
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La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
estas virtudes en el fuero interno del Juez podrían desencadenar un
cuestionamiento a sus decisiones por irreflexión e incapacidad
técnica; el artículo glosado es el siguiente: “Art. 17.- La imparcialidad de juicio obliga al Juez a generar hábitos rigurosos de hones­
tidad intelectual y de autocrítica”.
Sin embargo en opinión de Rodolfo Luis Vigo adicionalmente a
la honestidad intelectual y de autocrítica existen otros principios
que deben ser acatados por los Jueces dentro de una filosofía ética
debidamente delimitada, estos son la justicia, la diligencia, el decoro, el secreto profesional, la afabilidad, la responsabilidad institucional, la fortaleza y la austeridad republicana,62 y que han sido
incluidos en otros artículos del código en la providencia de asegurar
un marco ético provisto de valores63 a la par que criterios objetivos
y racionales de control de la imparcialidad. Lo anterior permite
insinuar que el código apunta hacia un modelo complejo de ética
judicial, y pone muy en claro que la imparcialidad debe estar encuadrada bajo la égida de la razonabilidad crítica; no se entiende de
otra manera los apuntes en relación a la honestidad intelectual y
de autocrítica; un Juez razonable puede ser capaz de reconocer sus
limitaciones y enmendar sus errores, a mi parecer, la imparcialidad
de juicio en este sentido tiende a ser un proceso en construcción,
un permanente apren­der y desaprender con los parámetros del dis­
curso y su contexto.
62
Cfr. Vigo, Rodolfo Luis, Ética Judicial…, op. cit., pp. 18-19.
63
Los capítulos IV a XIII a que se hace referencia son los correspondientes al Conocimiento y Capacidad, Justicia y Equidad, Responsabilidad Institucional, Cortesía, Integridad,
Transparencia, Secreto Profesional, Prudencia, Diligencia, Honestidad Profesional.
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A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
f. A complexidade de um Código ético sancionador
A complexidade dos ordenamentos contemporâneos se vê mais
uma vez refletida com a aprovação do Código Ibero-americano de
Ética Judicial, posto que, além do Estatuto do Juiz Ibero-americano,
conta-se ainda com os respectivos Códigos de Ética de cada país.
Tais códigos, inter-relacionados em seu conjunto, devem regular
a problemática suscitada na questão da ética judicial. A questão a
ser resolvida é se deve ser acrescentado ao caráter exortativo
e consultivo do código ibero-americano um poder penalizador. Nas
palavras de Rodolfo Luis Vigo, sancionado o código de ética judicial,
deve ser institucionalizada a responsabilidade respectiva, dado que é
irracional e desconsiderado dos bens implicados nas ocupações judiciais
confiarem seu cumprimento à mera vontade de seus destinatários.64
Acho que a resposta pode ser elaborada a partir de um modelo
complexo de compreensão da normatividade ética. Um modelo que
advirta sobre os riscos de uma ordem transnacional e sobre as
possibilidades de infringir princípios como o Non bis in idem, posto
que a subsistência de normatividade nacional, códigos de ética
nacionais e internacionais pode causar algum tipo de antinomias
inconcebíveis em um sistema democrático de administração de
justiça.
No início desta pesquisa foi citada uma passagem de “Alice no
País das Maravilhas” que relatava o drama de um rato perante um juiz
infectado pelo desempenho de duplo papel de acusador e julgador.
A esperança da justiça no âmbito ibero-americano tem no Código
64
Cfr. Ibidem, p. 24-25.
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La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
f. La complejidad de un Código ético sancionatorio
La complejidad de los ordenamientos contemporáneos se ve reflejada una vez más con la aprobación del Código Iberoamericano de Ética
Judicial, puesto que aparte del Estatuto del Juez Iberoameri­cano se
cuenta además con los respectivos Códigos de Ética de cada
país, los que interrelacionados en su conjunto deben regular la
problemática suscitada en materia de ética judicial. La cuestión
a resolverse es si al carácter exhortativo y consultivo del código iberoamericano se le debe añadir un poder sancionador, en palabras
de Rodolfo Luis Vigo, sancionado el código de ética judicial debe insti­
tucionalizarse la responsabilidad respectiva, dado que es irrazonable y des­
considerado de los bienes implicados en el quehacer judicial dejar librado su
cumplimiento a la mera voluntad de sus destinatarios.64 La respuesta creo
puede ser elaborada a partir de un modelo complejo de comprensión de la normatividad ética, que advierta de los riesgos de un
orden transnacional y las posibilidades de infringir principios como
el Non bis in idem, puesto que la subsistencia de normatividad nacional, códigos de ética nacionales e internacionales pueden llevar a
generar alguna clase de antinomias inconcebibles en un sistema
democrático de administración de justicia.
Al inicio de esta investigación se comenzó citando un pasaje de
Alicia en el País de las Maravillas donde se dejaba constancia del drama
de un ratón ante un Juez contaminado por desempeñar un doble
rol de acusador y juzgador, la esperanza de la justicia en el ámbito
iberoamericano tiene en el Código Iberoamericano de Ética Judicial la
64
Cfr. Ibidem, pp. 24-25.
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A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
Ibero-americano de Ética Judicial a oportunidade de ressarcir a
dívida histórica de todos os nossos países. Só desta forma as cenas
parodiadas por Lewis Carroll não servirão como sintoma de uma
doença, mas como o motivo de reflexão de uma verdadeira mudança
no imaginário da imparcialidade judicial.
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La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
oportunidad de resarcir la deuda histórica de todos nuestros países,
sólo de esta forma las escenas parodiadas por Lewis Carroll no servirán como síntomas de una enfermedad sino como el motivo de
reflexión de un verdadero cambio en el imaginario de la imparcialidad judicial.
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Capítulo III
Conclusões
1. O Direito a um Juiz Imparcial é uma das garantias do Devido
Processo, compreendida na Tutela Jurisdicional, que impede os
juízes de intervirem em um processo se suas relações com a
pretensão ou as partes colocarem em dúvida sua imparcialidade
ou a confiança nela.
2. O Direito a um Juiz Imparcial é uma instituição autônoma da
independência judicial, da jurisdição e do juiz predeterminado por
lei. A independência judicial é, pois, um postulado constitucional
que visa garantir a plena liberdade dos juízes e magistrados no
exercício da função jurisdicional e permite a possibilidade de
decidir os casos particulares de acordo com a consciência e
seguindo as indicações que o sistema normativo proporcionar.
Por sua vez, a jurisdição é uma função que os órgãos do Estado
exercem de forma independente e imparcial, através do processo,
para conhecer os litígios ou controvérsias apresentadas pelas
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Capítulo III
Conclusiones
1. El derecho a un Juez imparcial constituye una de las garantías del
debido proceso comprendidas dentro de la tutela jurisdiccional
que impide a los Jueces intervenir en un proceso si sus relaciones
con la pretensión o las partes pueden poner en duda su imparcialidad o la confianza en su imparcialidad.
2. El derecho a un Juez imparcial es una institución autónoma a la
independencia judicial, la jurisdicción y el Juez predeterminado
por ley; porque la independencia judicial es un postulado constitucional que tiene por objeto garantizar la plena libertad de los
Jueces y Magistrados en el ejercicio de la función jurisdiccional
y permite la posibilidad de decidir los casos particulares según
conciencia y con las indicaciones que proporcione el sistema normativo; por su parte la jurisdicción es una función que ejercen
los órganos del Estado independientes e imparciales a través del
proceso para conocer de los litigios o controversias que planteen
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A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
partes e emitir um pronunciamento final para, depois, ordenar a
execução desta decisão. O juiz ordinário predeterminado por
lei constitui um direito público, subjetivo e constitucional, de
caráter fundamental de configuração legal. Ele assiste a todos
os sujeitos que adquiriram a condição de parte em quaisquer
processos jurisdicionais e cujo conteúdo essencial está na
preservação da vigência e da efetividade do princípio de
legalidade na criação, constituição, competência e composição
dos órgãos jurisdicionais, a fim de garantir sua plena independência
no exercício da potestade jurisdicional.
3. Do ponto de vista de sua natureza, a imparcialidade admite
diferentes vertentes: a) a imparcialidade como neutralidade,
porque diante de posições processuais contrapostas corresponde
uma posição equidistante, objetiva e superior que resolva a
controvérsia acima de qualquer subjetividade; b) a imparcialidade
da Argumentação Jurídica, que propõe fazer coincidir o
contexto de descoberta com o contexto de justificativa, visando
proteger o direito dos cidadãos a serem julgados pelo Direito e
garantir a credibilidade de tais razões jurídicas ante a sociedade;
c) a imparcialidade do garantismo exige a alienação do juiz
em relação aos interesses das partes, mas dentro de um
âmbito de respeito pelos direitos fundamentais como principal
agente para atingir a igualdade em relação aos mais fracos;
d) a imparcialidade do Direito & Literatura propõe o modelo de
juiz como espectador criterioso que não participa dos fatos,
verifica a cena fática com certo distanciamento, mesmo provido
da capacidade de considerar com alteridade os interesses que
devem ser satisfeitos.
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La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
las partes y emitir un pronunciamiento final, para luego ordenar la
ejecución de dicha decisión; y el Juez ordinario predeterminado
por ley constituye un derecho público, subjetivo y constitucional,
de carácter fundamental de configuración legal, que asiste a
todos los sujetos que han adquirido la condición de parte en cualesquiera procesos jurisdiccionales y cuyo contenido esencial
radica en preservar la vigencia y efectividad del principio de legalidad en la creación, constitución, competencia y composición de
los órganos jurisdiccionales a fin de asegurar su plena independencia en el ejercicio de la potestad jurisdiccional.
3. Desde el punto de vista de su naturaleza, la imparcialidad admite
diferentes vertientes: a) La imparcialidad como neutralidad porque ante posiciones procesales contrapuestas corresponde una
posición equidistante, objetiva y superior que resuelva la controversia por encima de cualquier subjetividad; b) La imparcialidad
de la argumentación jurídica que propone hacer coincidir el
contexto de descubrimiento con el contexto de justificación con
el objetivo de proteger el derecho de los ciudadanos a ser juz­
gados desde el derecho y garantizar la credibilidad de dichas
razones jurídicas ante la sociedad; c) La imparcialidad del garan­
tismo exige la ajenidad del Juez en relación a los intereses de las
partes, pero dentro de un marco de respeto a los derechos fun­
damentales como principal agente para lograr la igualdad en
relación a los más débiles; d) La imparcialidad del Derecho & Lite­
ratura propone el modelo de Juez en tanto espectador juicioso
que no participa de los hechos, escruta la escena fáctica con cierto
distanciamiento, aunque está provisto de la capacidad de estimar con alteridad los intereses que requieren ser satisfechos.
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A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
4. O direito a um juiz imparcial tem sua origem histórica nos
modelos acusatórios anglo-saxões e foi recebido na tradição
romano-germânica como garantia judicial no artigo 8.1 da
Convenção Americana de Direitos Humanos de San José
de Costa Rica e no artigo 6.1 do Convênio Europeu para a
Proteção dos Direitos Humanos e das Liberdades Fundamentais.
Seu conteúdo constitucional foi primitivamente delimitado pela
jurisprudência do Tribunal Europeu de Direitos Humanos através
de quatro critérios: a) a confiança necessária dos cidadãos nos
tribunais de justiça materializada na aparência de imparcialidade
e na convicção do cidadão em relação aos órgãos jurisdicionais;
b) a imparcialidade definida com base em critérios estritamente
objetivos; c) a imparcialidade mais bem definida em atenção às
circunstâncias do caso concreto; e, d) o juiz imparcial deve ser
um juiz afastado dos interesses das partes.
5. O Código Ibero-americano de Ética Judicial foi influenciado em
sua elaboração pela doutrina do Direito Natural, mas sobretudo
pela Teoria da Argumentação Jurídica, portanto, assume em
seu conteúdo a imparcialidade do juiz enquanto objetiva e
fundamentada valorização da prova sobre a verdade considerada
como correspondência dos fatos, ainda que com alguns matizes
de razoabilidade, como a invocação ao Princípio de Igualdade das
partes e a proibição de qualquer tipo de discriminação, além da
inclusão do ponto de vista do observador razoável que serve
como barômetro para determinar quando foram transgredidos
o princípio de imparcialidade e a exigência de certos valores
éticos, como a honestidade intelectual e a autocrítica.
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La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
4. El derecho a un Juez imparcial tiene su origen histórico en los modelos acusatorios anglosajones y ha sido recepcionado en la tradición romano germánica como garantía judicial en el artículo
8.1 de la Convención Americana de Derechos Humanos de San José
de Costa Rica y en el artículo 6.1 del Convenio Europeo para la
Protección de los Derechos Humanos y de las Libertades Fundamen­
tales. Su contenido constitucional ha sido primigeniamente delimitado por la jurisprudencia del Tribunal Europeo de Derechos
Humanos a través de cuatro criterios: a) Necesaria confianza de
los justiciables en los tribunales de justicia materializada en la
apariencia de imparcialidad y la convicción del justiciable en relación a los órganos jurisdiccionales; b) Imparcialidad definida en
base a criterios estrictamente objetivos; c) Imparcialidad definida mejor en atención a las circunstancias del caso concreto; y,
d) El Juez imparcial debe ser un Juez alejado de los intereses de
las partes.
5. El Código Iberoamericano de Ética Judicial en su elaboración ha sido
influenciado por la doctrina del derecho natural pero de sobremanera por la teoría de la argumentación jurídica, por cuanto en
su contenido asume a la imparcialidad del Juez en cuanto objetiva y fundamentada valoración de la prueba sobre la verdad
como correspondencia de los hechos; aunque con ciertos matices de razonabilidad como la invocación al principio de igualdad
de las partes y la prohibición a todo tipo de discriminación, aparte de la inclusión del punto de vista del observador razonable que
sirve como barómetro para determinar cuando se ha transgre­
dido el principio de imparcialidad y la exigencia de ciertos valores
éticos como la honestidad intelectual y la autocrítica.
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A imparcialidade no Código Ibero-americano de Ética Judicial
6. A construção de um novo modelo de imparcialidade judicial passa
por prescindir de sua natureza neutra e inteiramente moderna,
para assumir o desafio de concebê-la como uma instituição
complexa em sociedades transmodernas, onde o juiz se coloque
no papel de um observador razoável ou espectador criterioso, sensível
empaticamente e igualador dos interesses em jogo das partes e,
sobretudo respeitador dos direitos fundamentais.
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La imparcialidad en el Código Iberoamericano de Ética Judicial
6. La construcción de un nuevo modelo de imparcialidad judicial
atraviesa por descartar su naturaleza neutral y enteramente
moderna, para asumir el reto de concebirla como una institución compleja en sociedades transmodernas, donde el Juez se
ubique en el rol de un observador razonable o espectador jui­
cioso, sensible empáticamente e igualador de los intereses en
juego de las partes y de sobremanera respetuoso de los derechos
fundamentales.
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Serie Monografias Premiadas 3.indb 538
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