Pensamiento - Universidad Pontificia Comillas

Revista de Investigación e Información Filosófica
EDITORIAL
Trascendencias de la memoria. Evocación de Paul Ricoeur
195-198
En la estela de P. Ricoeur
199-202
ARTÍCULOS
TOMÁS DOMINGO MORATALLA
JOSÉ MARÍA MARDONES
J U A N ANTONIO ESTRADA DÍAZ
FRANCISCO G Ó M E Z CAMACHO
Del sí mismo reconocido a los estados de
paz. Paul Ricoeur caminos de hospitalidad
203-230
¿Por qué la ética? Sobre la constitución
del hombre responsable al hilo de
P. Ricoeur
231 -243
El nihilismo axiológico según Adorno y
Horkheimer
245-271
El infinito en la Suma teológica: Teología,
Física y Matemáticas {Suma teológica,
I, q.7)
FERNANDO TOLA
y CARMEN DRAGONETTI
273-290
Madhva (1198-1278). Pluralismo, realismo
y teísmo en la Filosofía de la India
291 -320
ESTUDIOS, NOTAS, TEXTOS Y COMENTARIOS
MARTIN SEVILLA RODRÍGUEZ
La etiología del materialista indio Càrvàka
en el Mahàbhàrata
321 -328
(Continúa en la contracubierta.)
i c A í ^mff
vol. 62 • núm. 233
ICADE
Ç?^'mayo-agosto
2006
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PENSAMIENTO
REVISTA CUATRIMESTRAL DE
INVESTIGACIÓN E INFORMACIÓN
FILOSÓFICA, PUBLICADA POR LAS
FACULTADES DE FILOSOFÍA DE LA
COMPAÑÍA DE JESÚS EN ESPAÑA
i)
NÚMERO 233
ICAI
ICADE
COMILLAS
I M
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~1
PENSAMIENTO
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EDITORIAL
TRASCENDENCIAS
DE LA MEMORIA
Evocación de Paul Ricoeur
Manuel Maceiras Fafián
Universidad Complutense de Madrid
Paul Ricoeur
A
lbacea del t i e m p o , s u s t r a í d a al devenir d e la t e m p o r a l i d a d , la m e m o r i a reintegra los f r a g m e n t o s , r e c u p e r a los p a s o s p e r d i d o s y a r t i c u l a la s u c e s i ó n e n
la u n i d a d d e la vivencia, c o n el a p r e m i o d e c e ñ i r los r e c u e r d o s al a m p a r o
d e la ú l t i m a o c a s i ó n e n la q u e p u d e disfrutar d e la c o m p a ñ í a d e R i c o e u r . F u e e n
S a n t i a g o d e C o m p o s t e l a y e n La C o r u ñ a , c o n m o t i v o del H o m e n a j e o r g a n i z a d o
p o r Carlos B a l i ñ a s y M a r c e l i n o Agís, q u e e n n o v i e m b r e d e 2003 allí le t r i b u t a m o s
m u c h o s d e s u s a n t i g u o s a m i g o s y discípulos, llegados d e t o d a E u r o p a y C a n a d á .
C o n p l e n a lucidez y sosiego n o n a g e n a r i o , n o s dejó t o d a v í a b u e n a s m u e s t r a s d e su
h u m o r ingenioso, d e la a g u d e z a q u e evitaba e n s u s i n t e r v e n c i o n e s públicas. C o m o
h e r e n c i a y t e s t a m e n t o h a b l ó s o b r e La lucha por el reconocimiento
y la economía
del don. E n s u s p a l a b r a s p e r c i b í la r e s o n a n c i a d e m i s p r i m e r a s i m p r e s i o n e s : p a r a
R i c o e u r ser r e c o n o c i d o es sentirse a g r a d e c i d o h a c i a c u a n t o s p a r t i c i p a n e n el interc a m b i o d e la g r a t u i d a d del d o n , r a s g o s del a m i g o y del m a e s t r o . La s e n s a c i ó n d e
q u e a g r a d e c í a a q u i e n le r e c o n o c í a , la tuve y a e n la p r i m e r a c o n v e r s a c i ó n c o n él,
e n u n pasillo d e la S o r b o n a , c u a n d o m e invitó a s u c a s a d e C h á t e n a y - M a l a b r y ,
p l a n t a baja d e u n a d e las d o s viejas c a s o n a s r o d e a d a s d e frondosa a r b o l e d a —Les
M u r s B l a n c s — e n d o n d e M o u n i e r h a b í a p r o m o v i d o la c o m u n i d a d d e p e n s a d o r e s
personalistas, e n t r e ellos H. I. M a r r o u , P. Fraisse, J. M. D o m e n a c h , p o r a l g ú n tiemp o G. Marcel, y el p r o p i o M o u n i e r h a s t a s u fallecimiento e n 1950. A esta célula
m a d r e vivificadora del á n i m o y del e n t e n d i m i e n t o , se i n c o r p o r ó R i c o e u r c o n s u
familia y allí m u r i ó . T o d a v í a c o n s e r v o la ficha e n la q u e él m i s m o m e a n o t ó las
i n d i c a c i o n e s — d i r e c c i ó n , m e t r o , a u t o b ú s — p a r a llegar h a s t a Les M u r s Blancs, e n
© PENSAMIENTO, ISSN 0031-4749
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233, pp. 195-198
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EDITORIAL
d o n d e d u r a n t e u n a ñ o p r e p a r é la tesina s o b r e M o u n i e r , en la biblioteca q u e lleva
su n o m b r e , c o n s u s fondos y bibliografía.
R e h u s a n d o los g e s t o s triviales, c a r g a d o s i e m p r e d e a t e n c i ó n , a m a b i l i d a d y
r e s p e t o h a c i a s u i n t e r l o c u t o r , a u n q u e p o c o efusivo e n la e x p r e s i ó n , R i c o e u r a ñ o r a b a E s t r a s b u r g o , sin o c u l t a r su d e s a z ó n p o r la i m p e r s o n a l i d a d d e la S o r b o n a :
a n f i t e a t r o s a b a r r o t a d o s e n s u s c u r s o s , falta d e f a m i l i a r i d a d e n t r e c o m p a ñ e r o s ,
m e n g u a d a s ocasiones para compartir proyectos... Buscando u n espacio prot e c t o r d e la p r o x i m i d a d , e n 1966 se ofrece p a r a t r a s l a d a r s e a N a n t e r r e , u n i v e r s i d a d d e periferia. La p r i m e r a vez q u e m e citó allí, fue a las d o c e del m e d i o d í a
y m e i n v i t ó a c o m e r e n la c a f e t e r í a d e n u e v a la F a c u l t a d . A n t e s y d e s p u é s d e
m a y o del 68, t o d o s p u d i m o s a p r e c i a r la figura d e u n R i c o e u r activo y r e a c t i v o ,
a r r i e s g a n d o la c a r a , e n a c t i t u d m u y d i s t i n t a a la figura c o n f u s a d e Lévinas, esquiv o y h u i d i z o d e las s i t u a c i o n e s c o m p l i c a d a s . C o m p r o m e t i d o , e s c u c h a d o y r e s p e t a d o p o r los m á s , i n d i f e r e n t e o i n c ó m o d o p a r a o t r o s , s í m b o l o d e h o n e s t i d a d
p a r a t o d o s , c o m e n t a b a sin a m a r g u r a su f r a c a s a d a c o n t r i b u c i ó n , c o m o p r o f e s o r
y c o m o D e c a n o , a la s u p e r a c i ó n d e a q u e l l a c o n f r o n t a c i ó n i r r e c o n c i l i a b l e , c u y a s
c o n t r a d i c c i o n e s se s i n t e t i z a n q u i z á s e n la p i n t a d a g a r a b a t e a d a e n u n a d e las
a u l a s : Ricoeur, vieux clawn. N o c a b e d u d a , e n t r e el i n m o v i l i s m o l a s t r a d o y el
a v e n t u r i s m o irreflexivo, el h o r i z o n t e del s e n t i d o c o m ú n se d e s v a n e c e y la cord u r a , d i q u e i l u s o r i o c o n t r a las d e s m e s u r a s , j u e g a p a p e l c ó m i c o . E n u n a d e s u s
ú l t i m a visitas a M a d r i d , r e m e m o r a n d o a q u e l a m b i e n t e c o n v u l s o , m e c o m e n t ó
q u e , al t e r m i n a r la d e f e n s a d e u n a tesis d o c t o r a l d i r i g i d a p o r J u l i a Kristeva c u y o
t r i b u n a l él h a b í a p r e s i d i d o , u n h o m b r e y a m a d u r o , e v i d e n t e m e n t e t u r b a d o y
c o n l á g r i m a s e n los ojos, se le a c e r c ó p a r a r e c o n o c e r : «Yo h e s i d o q u i e n e n N a n t e r r e e c h ó u n c u b o d e b a s u r a s o b r e su c a b e z a » . E n fin, sin f o r z a r los r e s o r t e s
del r e c u e r d o , f u e r o n a q u e l l o s t i e m p o s d e difíciles, t a m b i é n triviales i n t r a n s i g e n c i a s m u y p e r c e p t i b l e s r e s p e c t o a su p e r s o n a y a s u o b r a , n o sólo e n la u n i v e r s i d a d , s i n o t a m b i é n e n b u e n a p a r t e d e la i n t e l e c t u a l i d a d , s o b r e t o d o e s t r u c t u r a l i s t a y m a r x i s t a , m i l i t a n t e s e n la e x c l u s i ó n y las a l t e r n a t i v a s , d e las q u e n o
p a r t i c i p a b a s u a m i g o H e n r y Lefebvre, a q u i e n él m i s m o m e p r e s e n t ó . Y, s o b r e p u e s t a s las d i s c r e p a n c i a s , fue R i c o e u r q u i e n m e a c o n s e j ó r e l a c i o n a r m e c o n LéviS t r a u s s , e n el M u s e o del H o m b r e , a q u i e n d e b o a g r a d e c e r s u s r e i t e r a d a s a t e n ciones, c o n t r a r i a n d o r u m o r e s sobre su talante.
E n las ritualidades d e a q u e l l a e b u l l i c i ó n i m a g i n a t i v a , e x u b e r a n t e e intelect u a l m e n t e c o m p u l s i v a , p a r a m i s o r p r e s a le e n c o n t r é e n u n a d e las s e s i o n e s m u l t i t u d i n a r i a s del S e m i n a r i o d e L a c a n . R e c o r d a n d o la s i t u a c i ó n a q u í e n M a d r i d ,
m e c o m e n t ó q u e ese día, al llegar a su c a s a , s o n ó el teléfono. E r a L a c a n i n t e r e s a d o e n s a b e r q u é le h a b í a p a r e c i d o el S e m i n a r i o . S u r e s p u e s t a fue c o n t u n d e n te: «No e n t e n d í a b s o l u t a m e n t e n a d a d e lo q u e dijiste». L a c a n colgó el teléfono
s i n m e d i a r p a l a b r a y n o volvieron a h a b l a r s e h a s t a la v í s p e r a d e s u m u e r t e e n
1981, c u a n d o R i c o e u r a c u d i ó a s u l l a m a d a . D e s p i d i é n d o s e , ya e n la p u e r t a , le
dijo: — « P a u l , t a m b i é n t ú m e h a s fallado». — ¿ E n q u é te h e fallado, J a c q u e s ? ,
r e s p o n d i ó R i c o e u r . — « B u e n o , m e h a s fallado u n p o c o , sólo u n p o c o » , a p o s t i l l ó
L a c a n . « P a l a b r a s p a r a m í p r e o c u p a n n t e s » , d e c í a R i c o e u r , p o r q u e al d í a siguiente m o r í a el p o l é m i c o p s i c o a n a l i s t a .
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TRASCENDENCIAS DE LA MEMORIA
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C o n m i s familiares m á s p r ó x i m o s , e n m á s d e u n a o c a s i ó n n o s h i z o p a r t í c i p e s
d e la p r o f u n d a c o n m o c i ó n q u e le c a u s ó el suicidio d e s u hijo Olivier, c o n los t r a u m a s q u e lo m o t i v a r o n , p a r a él u n a p r u e b a m á s d e los i n s o n d a b l e s d e s i g n i o s d e
n u e s t r a c o n d i c i ó n h u m a n a . E n fin, « i n t e r m i n a b l e s j o r n a d a s p a r a u n olvido i m p o sible». T a m p o c o n o s o c u l t ó s u s s e n t i m i e n t o s d e s o l e d a d c u a n d o s u e s p o s a fue
e n t r a n d o e n el e n s i m i s m a m i e n t o m e n t a l , p e r d i d a s las d i s p o s i c i o n e s c o m u n i c a t i vas, lo m á s i n s o p o r t a b l e , « p a r a d o j a d e n u e s t r a p r o p i a r a c i o n a l i d a d » . P r e s e n c i a
a b r u m a d o r a q u e se a c e l e r ó d e s p u é s d e la m u e r t e d e la v i u d a d e M o u n i e r , q u i e n
p o r v e c i n d a d y afecto e s t a b a t a n u n i d a a s u familia d e s d e h a c í a t a n t o s a ñ o s .
Creyente convencido, no p u d i m o s retenerlo u n sábado en Madrid porque
d e b í a p a r t i c i p a r e n la L i t u r g i a d e la P a l a b r a , e n s u p a r r o q u i a d e la Iglesia Reform a d a d e F r a n c i a , a la q u e p e r t e n e c í a d e s d e s u i n f a n c i a , h e r e n c i a d e s u s a b u e los c o n los q u e se e d u c ó , h u é r f a n o d e m a d r e a los seis m e s e s y el p a d r e m u e r t o
e n la g u e r r a . A m b i e n t e f a m i l i a r q u e d e s d e m u y n i ñ o le i n f u n d i ó el afecto p o r
l e c t u r a a s i d u a d e la Biblia.
I n s t a l a d o e n las d i s t a n c i a s a b i e r t a s — d e l e s p a c i o a la p a l a b r a — , c o m e n t a b a
c o n g r a c i a y a m e n i d a d las n o v e d a d e s e n c o n t r a d a s e n s u s viajes p o r casi t o d o el
m u n d o , p a r a m í p e r s o n a l m e n t e s u g e s t i v o s s u s c o m e n t a r i o s s o b r e el c o s t u m b r i s m o s i m b ó l i c o d e la G u a t e m a l a m a y a — d e C h i c h i c a s t e n a n g o al P e t é n — q u e
visitó e n c o m p a ñ í a d e M i r c e a E l i a d e . P r e n d a d o d e S a n t i a g o , T o l e d o , Avila..., allí
t u v e la s u e r t e d e a c o m p a ñ a r l e . A d m i r a d o r d e Goya, v i s i t a d o e n c a d a viaje, e n
p a r t i c u l a r l a s Pinturas Negras, n a u f r a g i o d e la r a z ó n , r e i n o d e la i m a g i n a c i ó n
a s t u t a y s a g a z . L e c t o r i n s a c i a b l e d e los g r a n d e s c l á s i c o s d e la l i t e r a t u r a y d e la
filosofía u n i v e r s a l e s , los c o m e n t a b a c o n a g u d e z a sutil, a u n q u e r e c o n o c í a s u escas o c o n o c i m i e n t o d e e s c r i t o r e s e n c a s t e l l a n o , i n c l u i d o El Quijote. E n s u ú l t i m a
visita, p a s e a n d o p o r los j a r d i n e s l i n d e r o s c o n el m a r d e m i C o r u ñ a n a t a l , fue
e v o c a n d o a l g u n o s d e s u s a u t o r e s m á s q u e r i d o s , e n t r e ellos D o s t o i e v s k y . S i n
e m b a r g o , p a r a e n t o n c e s s u s l e c t u r a s n o e s t a b a n y a e n la filosofía ni e n la liter a t u r a . S u l i b r o d e c a b e c e r a , « m o t i v o d e reflexión y m e d i t a c i ó n » e r a Paroles du
Christ d e M i c h e l H e n r y , p o r q u i e n s i n t i ó s i e m p r e afecto y a d m i r a c i ó n , t a m b i é n
p e s a r « p o r q u e n o se le h a b í a r e c o n o c i d o t o d o s u g r a n m é r i t o » .
Mi ú l t i m a c o n v e r s a c i ó n c o n R i c o e u r tuvo lugar d o s s e m a n a s a n t e s de su
m u e r t e . Le l l a m é p o r teléfono e n c o m p a ñ í a d e A g u s t í n N e i r a , a m i g o d e infancia y s u t r a d u c t o r al e s p a ñ o l , p a r a c o n s u l t a r l e el t í t u l o Caminos del reconocimiento c o m o t r a d u c c i ó n d e s u Parcours de la reconaissance.
También en esta
o c a s i ó n él m i s m o d e s c o l g ó el teléfono: «Me g u s t a Caminos, sí m e g u s t a . E s t o y
de acuerdo», contestó, reiterando su satisfacción y agradecimiento. Comentam o s la c o n t r a p a r t i d a c o n el t í t u l o Caminos de bosque, d e H e i d e g g e r . Le p r e g u n t a m o s p o r s u s a l u d y c o n t e s t ó c o n d e c i s i ó n : «.Bien, muy bien». Q u e d a m o s e n
q u e i r í a m o s a visitarlo a fines d e m a y o c o n a l g u n o s o t r o s a m i g o s e s p a ñ o l e s . E s a s
f u e r o n m i s ú l t i m a s p a l a b r a s c o n R i c o e u r , a n t e s d e q u e la e j e c u c i ó n i n e x o r a b l e
d e la ley s o b r e n a t u r a l y n a t u r a l d e c r e t a s e el final d e s u vida.
R e c i b í la n o t i c i a d e s u m u e r t e la m a ñ a n a del m i s m o v i e r n e s 20 d e m a y o d e
2005, a través de u n correo electrónico que a algunos de sus amigos m á s próxiPENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233
pp. 195-198
198
EDITORIAL
m o s , s i g u i e n d o s u s n o t a s , n o s dirigió la p r o f e s o r a C a t h e r i n e G o l d e n s t e i n , q u i e n
a t e n d i ó c o n afecto y d e d i c a c i ó n s u s a s u n t o s y c o m p r o m i s o s e n los ú l t i m o s a ñ o s .
Perteneciente a su c o m u n i d a d protestante de Chàtenay, Catherine m e escribió:
«Paul n o s ha dejado para siempre. Se lo c o m u n i c o sin reservas, pero n o
quiero q u e se entere por los m e d i o s . Pasé a verlo el jueves de 18 a 22 horas...
Me dijo: "Cuénteme s u jornada"... C o m o t o d o s l o s días, se la describí, le di
c u e n t a d e alguna llamada de teléfono, etc. A las 22 horas, m e susurró "déme
las m e d i c i n a s para la noche". Las c o g i ó y juntos recitamos el "Padre nuestro...",
cuyas primeras líneas p r o n u n c i ó lo m á s claramente posible... A la u n a de la
m a d r u g a d a respiraba c o n calma... A las 8 de la m a ñ a n a estaba m u e r t o c o n el
m i s m o s e m b l a n t e tranquilo c o n el q u e y o le había dejado».
Fiel a s u i n t e r p r e t a c i ó n e c u m é n i c a d e la fe, h a b í a p r e v i s t o q u e e n su i n h u m a c i ó n e n C h à t e n a y estuviesen p r e s e n t e s d o s a m i g o s : el s a c e r d o t e católico F r a n s
V a n s i n a y el p a s t o r d e la p a r r o q u i a d e R o b i n s o n , Philipe K a b o n g o . C o n el m i s m o
s e n t i d o e c u m é n i c o se c e l e b r ó el a c t o del j u e v e s s i g u i e n t e e n el t e m p l o del O r a t o r i o d e P a r i s , e n el q u e p a r t i c i p a r o n el p a d r e J e a n G r e i c h y el p r o t e s t a n t e H a n s
C h r i s t o p h Askani.
L i b e r t o s d e c o n v e n c i o n a l i s m o , sin d e j a r s e a r r e b a t a r p o r m é r i t o s t r a n s e ú n t e s
o m a t r i c e s r e t ó r i c a s , n o m e p a r e c e a v e n t u r a d o d e c i r q u e p a r a c u a n t o s le t r a t a m o s y h e m o s q u e r i d o c o m o m o d e l o d e a c c i ó n y d e p e n s a m i e n t o , la h e r e n c i a d e
R i c o e u r n o e s t á e n n i n g u n a d e s u s p á g i n a s , s i n o e n s u s ú l t i m a s p a l a b r a s recit a n d o el Padre nuestro... A s u t r a s l u z , se p e r c i b e la g r a t i t u d p o r la filiación divin a , la a p r e h e n s i ó n y e x p r e s i ó n d e la e s e n c i a del h u m a n i s m o n o d e s h u e s a d o , «al
o t r o c o m o a sí m i s m o » , a la d i s p o n i b i l i d a d q u e n o o b s t a c u l i z a los d o n e s recibid o s c o n la n o b l e e n c o m i e n d a d e r e p a r t i r l o s .
M A N U E L M A C E I R A S FAFIÁN
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233
pp. 195-198
EN LA ESTELA DE P. RICOEUR
Juan Masiá Clavel
Universidad Pontificia Comillas, Madrid
Universidad Sophia (Japón)
José Gómez Caffarena
Universidad Pontificia Comillas, Madrid
P. R i c o e u r fue, a n t e t o d o , u n lector. P a s ó la v i d a l e y e n d o , e n d i á l o g o i n i n t e r r u m p i d o c o n los p e n s a m i e n t o s m á s d i v e r s o s , t r a t a n d o s i e m p r e d e t e n d e r p u e n t e s e n t r e t o d o s ellos. L e c t o r , q u e d o m i n a b a el a r t e d e leer, R i c o e u r n o s e n s e ñ ó
a filosofar leyendo y a leer interpretando.
Recordar agradecidos esta doble enseñ a n z a n o s p a r e c e u n a d e las m e j o r e s m a n e r a s d e c o n t r i b u i r al h o m e n a j e o b i t u a r i o n a v e g a n d o e n s u estela. T a m b i é n p a r a él fue p r e d i l e c t a la m e t á f o r a plat ó n i c a d e la n a v e g a c i ó n . E n s u p e r i p l o p o r las c o s t a s del p e n s a m i e n t o a r r i b ó a
los p u e r t o s m á s h e t e r o g é n e o s , p e r o s i e m p r e o b s e q u i a n d o a los u n o s c o n r e c u e r d o s t r a í d o s d e los o t r o s . Lo s u y o e r a c o n j u g a r , e n vez d e o p o n e r .
Al d e d i c a r l e e s t a s b r e v e s l í n e a s d e g r a t i t u d c o i n c i d i m o s firmas e m p a r e n t a d a s e n t r e sí p o r t a r e a s filosóficas s e m e j a n t e s , a la vez q u e p o r la a m i s t a d c o n el
h e r m e n e u t a francés. Masiá había sido a l u m n o de Caffarena c u a n d o quienes
h a b í a m o s r e l e í d o a T o m á s d e A q u i n o a la l u z d e K a n t y H e i d e g g e r l e í a m o s , a
c o m i e n z o s d e los s e s e n t a , El hombre lábil. M a c e i r a s , q u e t a n t o n o s h a g u i a d o
p a r a c o m p r e n d e r a Ricoeur, presidía, e n 1996, el t r i b u n a l e n q u e defendía D o m i n g o s u tesis s o b r e la t r a n s f o r m a c i ó n h e r m e n é u t i c a d e la f e n o m e n o l o g í a . P o r e s o ,
al j u n t a r s e n u e s t r a s firmas, m o d e s t a p e r o s a t i s f a c t o r i a m e n t e , p a r a d e s p e d i r al
m a e s t r o e n este n ú m e r o d e la r e v i s t a d e d i c a d o a s u m e m o r i a , v i v i m o s la p a r t i c i p a c i ó n e n el p r e s e n t e h o m e n a j e c o m o u n a p r o c e s i ó n m a r í t i m a d e bajeles e n
la estela d e u n a m i s m a r u t a j u n t o al filósofo a n t r o p ó l o g o y h e r m e n e u t a . E n 1974,
C a f f a r e n a r e c i b í a a R i c o e u r e n el I n s t i t u t o F e y S e c u l a r i d a d . E n 1977 le r e c i b í a
M a s i á e n la U n i v e r s i d a d S o p h i a d e T o k y o , p a r a u n s i m p o s i o d e h e r m e n é u t i c a .
A n t e la c o i n c i d e n c i a del t e m a , c o m e n t a b a R i c o e u r s u b u e n r e c u e r d o d e F e y
S e c u l a r i d a d , d i c i e n d o : « ¡ S i e m p r e la fe y la s e c u l a r i d a d , t a n c e r c a n a s y t a n lejan a s ! ¡Un e n c u e n t r o t a n n e c e s a r i o y t a n difícil!».
C u a n d o h e m o s c o m e n t a d o e n t r e n o s o t r o s la riqueza d e a p o r t a c i o n e s y sug e r e n c i a s c o n q u e h a f e c u n d a d o n u e s t r o p e n s a m i e n t o la v i d a y la o b r a del p e n s a d o r d e V a l e n c e ( 1 9 1 3 - 2 0 0 5 ) , n o s p a r e c í a q u e la i n f i n i d a d d e s u s a f l u e n t e s
c o n f l u í a e n u n ú n i c o río: la l e c t u r a . L e e r y r e l e e r . Y, t r a s la r e l e c t u r a , n u e v a s
repeticiones, esbozando siempre variaciones fenomenológicas, para retornar
a s e g u n d a s i n g e n u i d a d e s y l e e r u n a vez m á s , c o m o si fuese la p r i m e r a , lo t a n tas veces releído.
E n 1977, e n T o k y o , se c e l e b r a b a u n s i m p o s i o i n t e r d i s c i p l i n a r d e filósofos,
l i n g ü i s t a s , a n t r o p ó l o g o s y b i b l i s t a s p a t r o c i n a d o p o r la U n i v e r s i d a d Sofía. P l a n t e ó M a s i á e n a q u e l l a o c a s i ó n a R i c o e u r u n a p r e g u n t a s o b r e el p a p e l e n s u v i d a
© PENSAMIENTO, ISSN 0031-4749
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), num. 233, pp. 199-202
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EDITORIAL
y o b r a del logos griego y la e s p e r a n z a c r i s t i a n a . E n r e s p u e s t a a la p r e g u n t a , h a b l ó
R i c o e u r s o b r e lo m u c h o q u e s i g n i f i c a b a p a r a él la a c t i t u d d e b ú s q u e d a e s p e r a n z a d a c o m o c a t e g o r í a , n o s o l a m e n t e d e la vida c o t i d i a n a , s i n o t a m b i é n d e la
actividad d e reflexión filosófica. Dijo e n ese c o n t e x t o q u e la h e r m e n é u t i c a , c a r a c t e r í s t i c a d e s u estilo d e filosofar, m á s q u e u n a r t e d e i n t e r p r e t a r , es u n a a c t i t u d
del espíritu, c a p a z d e m e d i a r e n t r e los e x t r e m o s , d e s h a c e r m a l e n t e n d i d o s y e s t a r
siempre tendiendo puentes.
¿ T e n d r í a u s t e d , le p r e g u n t á b a m o s a R i c o e u r , e s e s e n t i d o d e la t o t a l i d a d y e s a
c a p a c i d a d d e p e r c i b i r y e n c o n t r a r p o r d o q u i e r c o n v e r g e n c i a s y m e d i a c i o n e s , si
n o h u b i e s e h e r e d a d o la p a s i ó n g r i e g a del logos y la i n q u i e t u d d e fe j u d e o - c r i s t i a n a , q u e c o n d u c e a s u filosofía e n la d i r e c c i ó n d e la e s p e r a n z a ?
Respondía Ricoeur:
«Su pregunta toca u n p u n t o q u e m e p r e o c u p a y h e de decir q u e m e e m b a raza el problema. Para m í la h e r m e n é u t i c a es toda u n a espiritualidad. Ni tenem o s y a la totalidad e n nuestras m a n o s , ni n o s c o n t e n t a m o s c o n yuxtaponer.
H a c e m o s u n trabajo d e totalización, s i n tener a ú n la totalidad. Ni p e n s a m o s
d e s d e el absoluto, ni r e n u n c i a m o s a él. N o o p t a m o s unilateralmente, ni p o r l o
u n o ni p o r l o múltiple. Hay, p o r tanto, que dejar lugar a la esperanza. Y, p o r
cierto, la e s p e r a n z a n o s ó l o c o m o categoría de la vida cotidiana, s i n o c o m o
categoría lógica. Así e s u n p e n s a m i e n t o que, ni se instala e n lo absoluto, ni se
r e s i g n a al s i n s e n t i d o (non sens). E s t a m o s e n la verdad c o m o e n u n m e d i o
(milieu). Aquí tiene s e n t i d o el u s o de expresiones c o m o rodeo: détour, renvoie,
passareüe... Creemos e n el logos, pero m á s cristiana que hegelianamente. Renunc i a m o s a la arrogancia de t o d o saber a b s o l u t o . . . » .
I m p r e s i o n a la i m p o r t a n c i a q u e R i c o e u r h a d a d o e n t o d a su o b r a a la s a b i d u ría p r á c t i c a c u a n d o h a y q u e m e d i a r e n s i t u a c i o n e s difíciles, e s p e c i a l m e n t e c u a n d o se t r a t a d e h a l l a r a l t e r n a t i v a s e n s i t u a c i o n e s difíciles d e d i l e m a s y conflictos
m o r a l e s . E s u n a r t e a p r e n d i d o a la p a r c o n el a r t e d e la lectura. A p o s t a m o s p o r
u n c a m i n o e n las e n c r u c i j a d a s del texto. S e g u i m o s c a m i n a n d o , e s decir, seguim o s l e y e n d o y la l e c t u r a n o s c o n f i r m a lo a t i n a d o d e la a p u e s t a o n o s la corrige.
H a y u n a dialéctica e n t r e la c o n v i c c i ó n y la crítica, e n t r e la a p u e s t a c o n f i a d a p o r
c o m p r e n d e r y el esfuerzo p a c i e n t e p o r explicar. E n la l e c t u r a d e la vida, q u e es
el d i s c e r n i m i e n t o ético, h a y t a m b i é n u n vaivén y t e n s i ó n e n t r e s a b o r e a r y s a b e r .
A ñ o s m á s t a r d e , e n 1992, el m i s m o R i c o e u r n o s c o n f i r m a b a e s t a i m p r e s i ó n ,
c o n m o t i v o d e s u r e c e p c i ó n del d o c t o r a d o honoris causa e n la U n i v e r s i d a d C o m p l u t e n s e . Dijo e n t o n c e s , e n u n a d e s u s c o n f e r e n c i a s e n M a d r i d : «Ahora a ú n d o y
m á s i m p o r t a n c i a q u e a n t e s al t e m a d e la s a b i d u r í a p r á c t i c a , p r e c i s a m e n t e e n
r e l a c i ó n c o n la é t i c a q u e r e q u i e r e la e r a d e la t e c n o c i e n c i a » . Al d í a s i g u i e n t e d e
e s t a c o n v e r s a c i ó n , n o s l l a m a b a la a t e n c i ó n la r e p e t i c i ó n d e este t e m a e n s u disc u r s o e n el a c t o d e r e c e p c i ó n del d o c t o r a d o e n el P a r a n i n f o d e la U n i v e r s i d a d
C o m p l u t e n s e , al h a b l a r s o b r e la v u l n e r a b i l i d a d y fragilidad h u m a n a s e n relac i ó n c o n el t e m a d e la r e s p o n s a b i l i d a d ética. E n efecto, el l e c t o r filosofante y el
filósofo l e c t o r q u e s i e m p r e h a s i d o R i c o e u r n o e s t a b a s o l a m e n t e l e y e n d o libros,
s i n o l e y e n d o a u t o r e s , leyendo la vida y t r a t a n d o d e leerse a sí m i s m o : a «sí m i s m o
c o m o u n o t r o » , c o n q u i e n h a y q u e e n c o n t r a r s e p o r el detour d e la l e c t u r a .
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EN LA ESTELA DE P. RICOEUR
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P a s a r o n u n o s a ñ o s y, d e n u e v o , a fines del 96, e n u n a c o n f e r e n c i a q u e p r o n u n c i ó e n la R e s i d e n c i a d e e s t u d i a n t e s , e n M a d r i d , se refirió e n v a r i a s o c a s i o n e s a la s a b i d u r í a p r á c t i c a , s u b r a y a n d o s u e s p e c i a l i n t e r é s p o r e s t e t e m a , del
q u e se h a b í a v e n i d o o c u p a n d o e n los ú l t i m o s a ñ o s . Al t e r m i n a r , se a c e r c a n M a s i á
y D o m i n g o a s a l u d a r l e , y le p r o p o n e n la m i s m a p r e g u n t a q u e h a c í a casi v e i n t e
a ñ o s a n t e s s u s c i t a b a e n T o k y o la r e s p u e s t a d e R i c o e u r a l u d i e n d o a la c o n f i a n za c o m o c a t e g o r í a del p e n s a m i e n t o . E s t a vez, c o n a i r e t e s t a m e n t a r i o , r e c a l c ó el
filósofo s u énfasis e n la sagesse pratique, a p o y a d a e n s u a p u e s t a p o r la c o n f i a n za e n q u e la c o m u n i c a c i ó n es p o s i b l e , la c o n f i a n z a e n el i n t e r l o c u t o r y la c o n fianza e n q u e d i a l o g a n d o a v a n z a la c o m p r e n s i ó n : « j u s t a m e n t e lo q u e h a c e m o s
al leer».
R i c o e u r filosofó casi s i e m p r e al hilo d e la l e c t u r a . E n u n a v e l a d a d e t e r t u l i a
c o n él, n o s r e c o m e n d a b a o r g a n i z a r así u n a clase d e filosofía: « E s c o j a n d o s a u t o r e s c o n t e n d e n c i a s m u y o p u e s t a s ; p o r e j e m p l o , h a b l a r d e la n e c e s i d a d c o n Spin o z a y, a c o n t i n u a c i ó n , d e la l i b e r t a d c o n S a r t r e . T r a s i n t r o d u c i r s e d e n t r o d e
a m b o s a u t o r e s , j u n t o c o n el a l u m n o , s a l g a m o s d e n u e v o a a d e n t r a r n o s e n u n
t e r c e r a u t o r q u e s u g i e r a p o s i b l e s m e d i a c i o n e s , p o r e j e m p l o la "libertad e n s i t u a c i ó n " s e g ú n M e r l e a u - P o n t y , y a y u d e m o s al a l u m n a d o a e n c o n t r a r p o r sí m i s m o s a l t e r n a t i v a s » . N o s e s t a b a e n s e ñ a n d o así a filosofar y a d a r c l a s e d e filosofía l e y e n d o .
N o s e n s e ñ ó t a m b i é n a leer i n t e r p r e t a n d o . El c o n s e j o m á s e l e m e n t a l era: m á s
a m p l i t u d y m á s p r o f u n d i d a d . N o q u e d a r s e e n h e r m e n é u t i c a s p a r c i a l e s . Ir h a c i a
u n a h e r m e n é u t i c a integral. L e e r i n t e r p r e t a n d o significa leer d e s d e d i v e r s o s p u n t o s d e vista. Ni sólo el a u t o r , n i s ó l o el lector, ni sólo el t e x t o e n s u s e s t r u c t u r a s .
L e e r es i n t e r r o g a r e i n t e r p e l a r a u n t e x t o d e s d e p e r s p e c t i v a s m u y d i f e r e n t e s ,
d e j á n d o s e a la vez i n t e r r o g a r e i n t e r p e l a r p o r él.
Un p r i m e r p u n t o d e vista e n el a r t e d e leer e i n t e r p r e t a r es el q u e se c e n t r a e n
el d i á l o g o del l e c t o r c o n la o b r a q u e t i e n e a n t e s u s ojos. S e p r e g u n t a R i c o e u r :
«¿qué m e d i c e a m í este texto?». E s t a p e r s p e c t i v a privilegia el c o n t a c t o vivo e n t r e
el texto y su lector. P r e d o m i n a e n e s t a l e c t u r a la r e a c c i ó n p e r s o n a l del lector, q u e
t r a t a d e s u p e r a r la d i s t a n c i a e n t r e el p a s a d o d e la o b r a y el p r e s e n t e d e la interp r e t a c i ó n . S e i n c o r p o r a a q u í lo m e j o r d e las c o m p r e n s i o n e s existenciales.
U n s e g u n d o p u n t o d e vista del a r t e d e leer p r e g u n t a p o r los o r í g e n e s d e la
o b r a e n s u a u t o r o e n el c o n t e x t o d e s u é p o c a o d e s u s p r i m e r o s l e c t o r e s . E s t e
e n f o q u e conlleva e s t u d i a r : h a c e r h i s t o r i a del t e x t o , e n vez l i m i t a r s e a t o m a r l o al
pie d e la l e t r a . Se insiste a q u í e n la d i s t a n c i a q u e h a y e n t r e el p a s a d o d e la o b r a
y el p r e s e n t e del i n t é r p r e t e , p e r o e n vez d e s a l v a r l o t r a y e n d o el p a s a d o al p r e s e n t e , se i n t e n t a q u e el l e c t o r a c t u a l h a g a p o r m e t e r s e e n el p a s a d o p a r a c o m p r e n d e r l o d e s d e el c o n t e x t o d e e n t o n c e s . Se i n c o r p o r a a q u í lo m e j o r d e los m é t o dos histórico-críticos
U n t e r c e r p u n t o d e vista del a r t e d e leer es el q u e , d e j a n d o e n t r e p a r é n t e s i s
al l e c t o r y al a u t o r , se c e n t r a e n la o b r a m i s m a , s u c o m p o s i c i ó n y s u c o n j u n t o .
E n vez d e c o l o c a r s e d e l a n t e o d e t r á s del t e x t o , t r a t a d e m e t e r s e d e n t r o del t e x t o
m i s m o . E n vez d e p r e g u n t a r s e « ¿ q u é m e d i c e a m í e s t e libro?» o «¿qué q u i s o
d e c i r el a u t o r ? » , se p r e g u n t a «¿qué d i c e o p u e d e d e c i r el t e x t o , a u n q u e q u i z á s
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EDITORIAL
s u m i s m o a u t o r n o lo p r e t e n d i e r a ? » . Deja, p o r t a n t o , h a b l a r a la o b r a p o r sí
m i s m a . Se i n c o r p o r a a q u í lo m e j o r d e los m é t o d o s e s t r u c t u r a l e s .
U n c u a r t o p u n t o d e vista del a r t e d e leer c o m p e n s a los e x c e s o s a q u e c o n d u ciría p o r sí sola c a d a u n a d e las t r e s p e r s p e c t i v a s a n t e r i o r e s . D e s d e este c u a r t o
á n g u l o se p r e s t a a t e n c i ó n a las d i m e n s i o n e s d e p r o f u n d i d a d d e u n t e x t o . P o r
e j e m p l o , se a t i e n d e a la c o r r i e n t e d e la t r a d i c i ó n « p o r d e b a j o del texto», c o n la
q u e c o n e c t a m o s los l e c t o r e s d e h o y c o n s u s p r i m e r o s l e c t o r e s . E s t e e n f o q u e
es e s p e c i a l m e n t e r e c o m e n d a b l e e n el c a s o d e t e x t o s , c o m o p u e d e n s e r los d e
t r a d i c i o n e s r e l i g i o s a s , e n los q u e s u t r a n s m i s i ó n c o m o u n a e s p e c i e d e « á l b u m
d e familia», p o r p a r t e d e u n a c o m u n i d a d d e i n t e r p r e t a c i ó n , j u e g a u n p a p e l decisivo. E s t e e n f o q u e i n s i s t e e n la d i m e n s i ó n d e p r o f u n d i d a d d e la o b r a , lo q u e
R i c o e u r h a l l a m a d o «el m u n d o del texto» y G a d a m e r «la c o s a del texto»; se a c e n t ú a e n este c a s o u n a l e c t u r a r e c e p t i v a p a r a d e j a r s e c a m b i a r y d a r i d e n t i d a d p o r
el m u n d o q u e se a b r e a n t e n o s o t r o s al leer u n t e x t o q u e n o s a y u d a a s e r n o s o tros mismos, nos da identidad y nos hace trasparentes a nosotros m i s m o s mient r a s lo l e e m o s .
Si a p l i c á s e m o s este e s q u e m a s o b r e el a r t e d e leer al e s t u d i o del s e r h u m a n o ,
se e n r i q u e c e r í a la filosofía d e lo h u m a n o . P a r t i e n d o del a r t e d e leer textos, c o m p r e n d e r í a m o s el a r t e d e leer al s e r h u m a n o c o m o i n t e g r a c i ó n d e u n a d i v e r s i d a d
de m é t o d o s complementarios: m é t o d o s experienciales, históricos, estructurales
y s a p i e n c i a l e s . E x p e r i e n c i a d e la vida, c o n o c i m i e n t o d e la h i s t o r i a , reflexión d e
c o n j u n t o y s e n t i d o d e lo m í s t i c o t e n d r í a n q u e c o n j u g a r s e e n u n s a b e r q u e integre v i d a c o t i d i a n a y p e n s a m i e n t o , h i s t o r i a y e s t r u c t u r a s , d i a c r o n í a y s i n c r o n í a ,
c o n o c i m i e n t o y s a b i d u r í a , c i e n c i a y filosofía, religión y p o e s í a . Tal es la a m p l i t u d d e h o r i z o n t e s y p r o f u n d i d a d d e c a l a d o a q u e n o s invita el a r t e d e filosofar
l e y e n d o y l e e r i n t e r p r e t a n d o , s e g ú n P. R i c o e u r .
JUAN M A S I Á CLAVEL
J O S É G Ó M E Z CAFFARENA
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233
pp. 199-202
DEL SÍ MISMO RECONOCIDO
A LOS ESTADOS DE PAZ
Paul Ricoeur: caminos de hospitalidad
TOMÁS D O M I N G O MORATALLA
Universidad Pontificia Comillas, Madrid
RESUMEN: Uno de los conceptos fundamentales que desarrolla Ricoeur en sus últimos trabajos es el
de «estados de paz». Se trata de un concepto interesante y productivo, pues nos permite pensar el
encuentro, la mutualidad y el reconocimiento mutuo. Reflexionar sobre los estados de paz es reflexionar sobre los espacios de identidad y diferencia. Es una crítica profunda a la mercantilización de nuestra sociedad desde una filosofía del don. Apelar a nociones como las de amor, paz, solicitud, hospitalidad o estados de paz no es de ninguna manera caer en un planteamiento ingenuo, más bien al contrarío,
pues la utilización de estos conceptos exige, si cabe, un mayor esfuerzo intelectual. El marco en el que
Ricoeur lo desarrolla es novedoso, pues intenta hacer algo que le ha pasado por alto a toda la tradición filosófica: una teoría del reconocimiento. Hay muchas filosofías del conocimiento, pero ninguna
filosofía del reconocimiento. Reconocimiento, gratitud y esperanza adquieren aquí protagonismo filosófico. Por ello, reconocer la filosofía de Ricoeur es agradecerle las razones que nos brinda para no
desesperar.
PALABRAS CLAVE: estados de paz, reconocimiento mutuo, gratitud, esperanza.
From the Recognized Self to States of Peace.
Paul Ricoeur: Paths to Hospitality
ABSTRACT: One of the fundamental concepts that Ricoeur develops in his last works is the concept of
«states of peace». It is an interesting and prolific concept, because it allows us to think about encounter, mutuality and mutual recognition. To reflect on the states of peace is to reflect on identity and difference. It is a profound criticism of the mercantilization of our society from the perspective of a philosophy of gift. To appeal to notions like love, peace, solicitude, hospitality or states of peace is not in
any way to fall in a naive position; on the contrary, the use of these concepts demands, at times, a
greater intellectual effort. The framework within which Ricoeur develops the concept is novel, because
he tries to do something that has been ignored by the entire philosophical tradition: the theory of
recognition. There are many philosophies of knowledge, but no philosophies of recognition. Recognition, gratitude and hope acquire philosophical protagonism here. For that reason, to recognize the
philosophy of Ricoeur is to thank him for the reasons that he offers us in order not to be hopeless.
KEY WORDS: states of peace, mutual recognition, gratitude, hope.
1.
C A M I N O S E N LA FILOSOFÍA D E P A U L R I C O E U R
E s t a s p á g i n a s q u i s i e r a n s e r u n h o m e n a j e a P a u l R i c o e u r , y la m e j o r m a n e r a
d e h a c e r u n h o m e n a j e a a l g u i e n d e la talla del filósofo f r a n c é s es, sin l u g a r a
d u d a s , d i s c u t i r s u o b r a . P o r t a n t o , p e r s i g o u n i n t e r é s d o b l e : 1) h o m e n a j e , y
1
Con motivo de la muerte de Ricoeur en mayo de 2005 se han sucedido y se suceden
gran cantidad de encuentros y publicaciones. Tuve la ocasión de escribir unas páginas de
1
© PENSAMIENTO, ISSN 0031-4749
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233, pp. 203-230
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T. DOMINGO MORATALLA, DEL St MISMO RECONOCIDO
A LOS ESTADOS DE PAZ
2) reflexión filosófica s o b r e s u s ú l t i m o s t r a b a j o s . Q u i e r o a g r a d e c e r su p e n s a m i e n t o c e n t r á n d o m e e n s u ú l t i m a o b r a q u e gira p r e c i s a m e n t e s o b r e la g r a t i t u d ,
el h o n r a r y el r e c o n o c e r .
P r e s e n t a r la filosofía d e R i c o e u r es u n a t a r e a a r d u a y difícil, p u e s va a s e g u i r
a lo l a r g o d e su investigación filosófica g r a n c a n t i d a d d e c a m i n o s y m u c h a s veces
v e r i c u e t o s . Q u i z á s , m á s i m p o r t a n t e q u e u n a filosofía, es decir, q u e u n o s c o n t e n i d o s filosóficos, es u n estilo, u n q u e h a c e r filosófico. La o b r a q u e a n a l i z a r é es
fiel reflejo t a n t o d e s u s t e m a s c o m o d e su estilo y m é t o d o . N o s e n c o n t r a m o s a n t e
u n a o b r a llena d e claridad, lucidez, y p a c i e n c i a . La p r u d e n c i a es u n o d e los l e m a s
de esta f o r m a d e h a c e r filosofía. De igual m a n e r a q u e e l a b o r a su filosofía siguiend o u n a p a c i e n t e vía l e n t a y l l e n a d e « r o d e o s » , t a m b i é n s u l e c t u r a h a d e c o r r e r
p a r a l e l a a éste h a c e r filosófico. N o p o d e m o s b u s c a r e n R i c o e u r s o l u c i o n e s p r e fijadas y s i m p l e s ; y h e m o s d e t o m a r n o s el t i e m p o n e c e s a r i o p a r a la l e c t u r a d e
s u s o b r a s si n o q u e r e m o s c o r r e r el riesgo del m a l e n t e n d i d o , o d e u n a i n t e r p r e t a c i ó n i n a d e c u a d a . N o es u n a filosofía p a r a m e n t e s a p r e s u r a d a s y q u e b u s q u e n
soluciones; es u n a filosofía p a r a aquellos q u e p e r s i g u e n p l a n t e a r a d e c u a d a m e n t e
las c u e s t i o n e s , d i l u i r falsos p r o b l e m a s y e n c o n t r a r m o t i v o s p a r a la e s p e r a n z a e n
el p e n s a m i e n t o y e n la a c c i ó n .
2
3
S u filosofía n o es u n m e r o d e s p l i e g u e d e u n a c u e s t i ó n inicial; n o se p u e d e
e n t e n d e r b a j o el m o d e l o del d e s a r r o l l o e n u n a s e r i e d e fases o m o m e n t o s d e
u n a c u e s t i ó n q u e y a se p l a n t e ó e n u n p r i n c i p i o . E s e n o es s u e s t i l o . S u o b r a
es p l u r a l , d i v e r s a y a b i e r t a ; y si o b e d e c e a u n p l a n t e a m i e n t o t e l e o l ó g i c o es
4
recuerdo y homenaje para la revista Investigaciones fenomenológicas.
Esas páginas dan cuenta de la filosofía de Ricoeur de una forma más general. Cfr. «Ricoeur (1913-2005): memoria,
recuerdo y agradecimiento», Investigaciones
Fenomenológicas,
n.° 4, 2005, pp. 321-328 (versión electrónica: http://www.uned.es/dpto_firn/invfen/invFen4/necrologicaricoeur.pdf)RICOEUR, P., Parcours de la reconnaissance, Stock, Paris, 2004. Traducción castellana de
NEIRA, A., Caminos del reconocimiento,
Editorial Trotta, Madrid, 2005. Las referencias serán
constantes en este trabajo; la forma de citar será mediante las iniciales (CR) seguidas de la
página de la edición francesa y, posteriormente, la castellana. Los textos citados corresponderán a la traducción castellana, salvo algunas pequeñas modificaciones.
Sobre la filosofía de Ricoeur hay ya una ingente e interesante bibliografía. El trabajo bibliográfico más completo es el que realiza F. D. Vansina, que progresivamente ha ido
recogiendo la bibliografía de y sobre Ricoeur. Cfr. VANSINA, F. D., Paul Ricoeur.
Bibliographic systématique
de ses écrits et des publications
consacrées à sa pensée (1935-1984), Peeters-Institut Supérieur de P h i l o s o p h i c Lovaina, 1985. En mi tesis de doctorado (Creatividad, ética y ontologia. La fenomenología
hermenéutica
de Paul Ricoeur, Universidad Pontificia Comillas, 1996) presenté también un análisis bibliográfico que completaba en algún
punto al de Vansina, sobre todo con respecto a las p u b l i c a c i o n e s en castellano. Sobre
su filosofía merece la pena destacar el n ú m e r o monográfico de «Le Cahier de l'Herne»
(W.AA., Ricoeur, Cahier de l'Herne, n.° 81, 2004) y también el elaborado por la revista Esprit
en abril de 2006 (W.AA., La pensée Ricoeur, abril, n." 3-4, 2006), el cual, además de magníficos análisis de su pensamiento, recoge algunos inéditos del propio P. Ricoeur o textos
poco conocidos; especialmente valioso es el titulado «Accompagner la vie jusqu'à la mort»
(pp. 316-320).
Para conocer la filosofía de Ricoeur y al propio Ricoeur la mejor introducción a su obra
es la que el mismo hace en Critica y convicción (Síntesis, Madrid, 2003). Se trata de una larga
2
5
4
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t r a s u n a r e f l e x i ó n a posteriori, y a s e a del p r o p i o R i c o e u r o d e a q u e l l o s a n a l i s t a s d e s u s o b r a s . S i n e m b a r g o , p e s e a la d i s p e r s i ó n , y a q u e c a d a u n a d e s u s
obras obedece a u n a cuestión m u y particular y precisa, p o d e m o s considerar
algunos temas fundamentales como recurrentes y algunas cuestiones como
h a b i t u a l e s . P e r o , s o b r e t o d o , e n c o n t r a r e m o s e n él u n e s t i l o p a r t i c u l a r d e filosofar.
1.1.
Transformaciones
y caminos
de la filosofía
contemporánea
La filosofía d e R i c o e u r es u n a filosofía a t e n t a t a n t o al m u n d o c o n t e m p o r á n e o , c o n s u s d u d a s y v a c i l a c i o n e s , c o m o a la filosofía c o n t e m p o r á n e a . De algun a f o r m a p o d e m o s d e c i r q u e s u filosofía refleja los c a m b i o s y a v a t a r e s d e la filosofía r e c i e n t e ; e s t á p e n s a n d o y r e f l e x i o n a n d o s o b r e a q u e l l o s t e m a s q u e h a y q u e
t r a t a r , a u q u e s i e m p r e c o n u n estilo p e c u l i a r , a p o r t a n d o c l a r i d a d , c o m p r e n s i ó n
y, t a m b i é n , p r e c i s i ó n . Y d e igual m a n e r a q u e la filosofía c o n t e m p o r á n e a se deja
i n t e r p r e t a r p o r los «giros», « c a m b i o s » o « t r a n s f o r m a c i o n e s » , t a m b i é n lo s e r á la
p r o p i a filosofía d e R i c o e u r . T r e s g i r o s m a r c a n el d e s a r r o l l o d e la ú l t i m a filosofía c o n t e m p o r á n e a . E n p r i m e r l u g a r , lo q u e se h a v e n i d o e n l l a m a r el giro lingüístico, l l e v a d o a c a b o d e s d e t r a d i c i o n e s d i f e r e n t e s c o m o la t r a d i c i ó n a n a l í t i c a e n l e n g u a inglesa o c o m o la t r a d i c i ó n c o n t i n e n t a l ; W i t t g e n s t e i n y H e i d e g g e r
s e r í a n los d o s a u t o r e s m á s r e p r e s e n t a t i v o s d e e s t e g i r o h a c i a el l e n g u a j e y d e
e s t a d o b l e t r a d i c i ó n , r e s p e c t i v a m e n t e . E n s e g u n d o l u g a r , el giro
hermenéutico,
e n c l a r a r e l a c i ó n t a m b i é n c o n el l i n g ü í s t i c o , p a r a el c u a l la clave d e los p r o b l e m a s r e s i d e e n la i n t e r p r e t a c i ó n ; s u p o n e r e c o n o c e r el c a r á c t e r a b i e r t o , c r í t i c o y
r e l a t i v o del c o n o c i m i e n t o . N i e t z s c h e s e r í a el g r a n a u t o r q u e a b r e la vía d e la
i n t e r p r e t a c i ó n . Y p o r ú l t i m o , e n t e r c e r l u g a r , el giro aplicado. La filosofía n o
p u e d e e n t e n d e r s e c o m o u n s a b e r a l e j a d o del m u n d o , s i n o q u e t i e n e q u e r e p e r c u t i r , del a l g u n a m a n e r a e n él; h a d e p r e o c u p a r s e p o r las a c c i o n e s h u m a n a s ,
p r o f e s i o n e s , o p o r los c o m p o r t a m i e n t o s h a c i a el m e d i o a m b i e n t e ; la é t i c a e c o lógica, bioética, filosofía política o la l l a m a d a a s e s o r í a filosófica f o r m a r í a n p a r t e
d e este e n c a r a r los p r o b l e m a s d e la v i d a c o t i d i a n a .
T o d a la o b r a d e R i c o e u r se m u e v e e n este t r i p l e giro, e n e s t a t r i p l e t r a n s f o r m a c i ó n . S u filosofía es u n a filosofía del lenguaje (reflexión s o b r e la m e t á f o r a ,
s o b r e la n a r r a c i ó n , d e b a t e c o n el e s t r u c t u r a l i s m o , e t c . . . ) , u n a filosofía d e la interp r e t a c i ó n ( b a s t a r e c o r d a r s u s d e b a t e s c o n el p s i c o a n á l i s i s o s u s m a g n í f i c o s t r a bajos s o b r e exegesis y h e r m e n é u t i c a bíblica) y u n a filosofía a p l i c a d a (la é t i c a n o
entrevista mantenida con Francois Azouvi y Marc Launay en la que se desgranan pausadamente los temas fundamentales de su filosofía y se reflejan al mismo tiempo algunas de las
tensiones características de su estilo filosófico. También es una buena e interesante introducción a la obra ricoeuriana la lectura de Lo que nos hace pensar. La naturaleza y la regla
(Península, Barcelona, 1999); un diálogo con el neurobiólogo Jean-Pierre Changeux, donde
discuten cuestiones c o m o la relación cerebro-mente, para pasar a tratar temas c o m o la libertad, las normas, la educación o la religión. Espléndido libro, interesante tanto para el filósofo c o m o para el neurobiólogo (científico).
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A LOS ESTADOS DE PAZ
h a d e j a d o d e f o r m a r p a r t e d e su p r e o c u p a c i ó n vital e intelectual, a u n q u e h a s i d o
a p a r t i r d e los a ñ o s s e t e n t a c u a n d o h a e m p e z a d o h a d e s a r r o l l a r u n a ética filosófica d e g r a n c a l a d o , c o m o lleva a c a b o e n Sí mismo como otro o e n los t r a b a j o s s o b r e la j u s t i c i a , d o n d e se a u n a n p r o b l e m a s sociales, p o l í t i c o s y b i o é t i c o s ,
sin o l v i d a r n u n c a la c u e s t i ó n d e la f u n d a m e n t a c i ó n d e la ética).
E s t a s t r a n s f o r m a c i o n e s d e la filosofía c o n t e m p o r á n e a , q u e se reflejan plen a m e n t e e n la filosofía d e n u e s t r o a u t o r ; se llevan a c a b o en su filosofía d e u n a
f o r m a p r e c i s a y rigurosa, a s e n t á n d o s e e n la p r o p i a t r a d i c i ó n filosófica, r e m o n t á n d o s e f r e c u e n t e m e n t e al m i s m o P l a t ó n , y a los textos f u n d a d o r e s d e n u e s t r a
c u l t u r a , y a e n su v e r s i ó n griega o e n s u v e r s i ó n j u d e o c r i s t i a n a . Filosofía del lenguaje, filosofía d e la i n t e r p r e t a c i ó n ( h e r m e n é u t i c a ) y ética c o n s t i t u y e n los g r a n d e s t e m a s d e la filosofía d e R i c o e u r , s i e m p r e a b o r d a d o s u t i l i z a n d o los r e c u r s o s
c o n c e p t u a l e s d e u n a triple t r a d i c i ó n filosófica e n la q u e el m i s m o se i n s c r i b e :
filosofía reflexiva, f e n o m e n o l o g í a y h e r m e n é u t i c a .
5
1.2.
Reflexión,
fenomenología
y
hermenéutica
R i c o e u r c o m i e n z a a t r a b a j a r e n la l l a m a d a filosofía reflexiva francesa. U n a filosofía h e r e d e r a e r a e n ú l t i m a i n s t a n c i a d e los p l a n t e a m i e n t o s d e D e s c a r t e s y d e
Pascal, y q u e tras los avatares positivistas y cientificistas, va a a p a r e c e r en el siglo xix
y e n el siglo xx c o n n u e v o s bríos. E s t a c o r r i e n t e de p e n s a m i e n t o va a i n t e n t a r pens a r la r e a l i d a d del p r o p i o p e n s a m i e n t o , la realidad del «cogito» o d e la p r o p i a reflexión. E s u n a t r a d i c i ó n p l u r a l y d e difícil e n c a s i l l a m i e n t o ; R i c o e u r será lector asid u o de filósofos c o m o Lachelier, Lagneau y, sobre todo, Nabert, a quien considerará
s u g r a n m a e s t r o y del q u e c o n s e r v a r á a l g u n a s i n t u i c i o n e s f u n d a m e n t a l e s q u e vert e b r a r á n su o b r a . Así, p o r ejemplo, u n a idea m u y r e p e t i d a p o r el p r o p i o R i c o e u r
es q u e la r e c u p e r a c i ó n del yo, clave del p e n s a m i e n t o reflexivo, se o b t i e n e t r a s u n
l a r g o salir d e sí, t r a s u n largo r o d e o , u n détour; el c a m i n o m á s c o r t o p a r a llegar
a sí m i s m o p a s a p o r los o t r o s . R e c u p e r a m o s n u e s t r o esfuerzo d e ser y existir a
través d e las o b r a s q u e t e s t i m o n i a n este esfuerzo p o r ser y existir. La filosofía d e
R i c o e u r c o m i e n z a p o r t a n t o s i e n d o u n a filosofía reflexiva, u n a filosofía d e la conciencia y del yo, e n u n a línea m o d e r n a , idealista, y c a r t e s i a n a .
E s t a t r a d i c i ó n se e n c o n t r a r á s i e m p r e p r e s e n t e e n la filosofía d e Ricoeur, d e s d e
las p r i m e r a s o b r a s h a s t a la ú l t i m a q u e c o m e n t a r e m o s . P e r o s u filosofía n o se
e n t i e n d e sólo d e s d e ella, p u e s t a m b i é n va a ser crucial e n su itinerario filosófico
el d e s c u b r i m i e n t o d e la f e n o m e n o l o g í a , q u e e n cierta m a n e r a p u e d e ser i n t e r p r e t a d a c o m o u n e n s a n c h a m i e n t o o u n a p r o f u n d i z a c i ó n d e esta m i s m a t r a d i c i ó n .
6
Sobre la adscripción de la filosofía de Ricoeur a esta triple tradición puede verse mi
trabajo «De la fenomenología a la ética», en MASIÁ, J. - DOMINGO, T. - OCHAITA, A., Lecturas de
Paul Ricoeur, UPCo, Madrid, 1998, pp. 123-263.
La presencia de la fenomenología en la obra de Ricoeur, así c o m o la transformación
hermenéutica de la fenomenología, he tenido ocasión de desarrollarla en «Die hermeneutische Transformation der Phanomenologie. Paul Ricoeur, à 1 ecoute de la phénoménologie», en
SAN MARTÍN, J. (ed.), Phanomenologie
in Spanien, Kónigshausen-Neumann, Würzburg, 2005,
pp. 137-156.
5
6
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T. DOMINGO MORATALLA, DEL SÍ MISMO RECONOCIDO A LOS ESTADOS DE PAZ
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El g r a n d e s c u b r i m i e n t o d e la f e n o m e n o l o g í a es la i n t e n c i o n a l i d a d , la referencia
al m u n d o ; la r e c u p e r a c i ó n d e l sujeto, d e l yo, sólo se e n t i e n d e p o r el r o d e o p o r el
m u n d o , el análisis d e l s e n t i d o . Y t r a s l a t r a d i c i ó n f e n o m e n o l ó g i c a , d e la q u e el
p r o p i o R i c o e u r es u n o d e s u s r e p r e s e n t a n t e s o herejes ( c o m o el g u s t a d e n o m i n a r s e ) , la t r a d i c i ó n h e r m e n é u t i c a . L a h e r m e n é u t i c a lo q u e h a c e es llevar a c a b o
u n a t r a n s f o r m a c i ó n d e la p r o p i a f e n o m e n o l o g í a , e n la línea h e i d e g g e r i a n a : cuest i o n a n d o el i d e a l i s m o f e n o m e n o l ó g i c o y a f i r m a n d o q u e la i n t u i c i ó n es u n p r o c e so a b i e r t o e i n a c a b a d o , e s decir, q u e t o d a i n t u i c i ó n e s i n t e r p r e t a c i ó n . F e n o m e n o l o g í a y h e r m e n é u t i c a define la filosofía m a d u r a d e Paul R i c o e u r ; s u filosofía,
d e s e r c a t a l o g a d a d e a l g u n a m a n e r a , t e n d r í a q u e r e c i b i r c o m o etiqueta, s i e m p r e
u n t a n t o r e d u c t o r a , la d e f e n o m e n o l o g í a h e r m e n é u t i c a , o u n a h e r m e n é u t i c a interp r e t a d a f e n o m e n o l ó g i c a m e n t e . P e r o s i n o l v i d a r n u n c a la p r e s e n c i a d e l i n t e r é s
reflexivo y p r á c t i c o . T a m p o c o d e b e m o s olvidar la influencia decisiva, t a n t o e n s u
vida c o m o e n s u o b r a , d e l p e r s o n a l i s m o d e E . M o u n i e r , c o m o t a m p o c o h a y q u e
p a s a r p o r alto el c o m p r o m i s o existencialista y c r i s t i a n o d e Gabriel Marcel. E s t a
i m p r o n t a p r á c t i c a , crítica y religiosa h a d e s e r t e n i d a e n c u e n t a p a r a u n a c o r r e c t a
i n t e r p r e t a c i ó n d e s u s o b r a s , p u e s ofrece e n m u c h a s o c a s i o n e s la clave d e lectura.
Estos s o n sus grandes temas, estas s o n sus tradiciones, pero t a n importante
o m á s es s u estilo, s u a c t i t u d o l o q u e p o d e m o s l l a m a r «su gesto» filosófico. Actit u d y estilo q u e p a r a m u c h o s p u e d e r e s u l t a r a g o t a d o r .
2.
CAMINOS DEL RECONOCIMIENTO: U N A OBRA D E AMPLIO RECORRIDO
P r e s e n t a r la o b r a d e R i c o e u r e s u n a e m p r e s a i n m e n s a y casi i m p o s i b l e , q u i z á s , c o m o m u c h o , d e b a m o s c o n f o r m a r n o s c o n p r e s e n t a r u n estilo d e p e n s a r y
a l g u n o s d e los t e m a s f u n d a m e n t a l e s d e a l g u n a d e s u s o b r a s . N o s c e n t r a r e m o s
e n s u ú l t i m a o b r a : Caminos del reconocimiento .
E n ella c r i s t a l i z a n m u c h o s d e
los t e m a s d e s u s o b r a s a n t e r i o r e s , s e r e t o m a n c o n n u e v o s b r í o s y a c c e d a n a u n
n u e v o nivel filosófico. E s u n a o b r a q u e s i n t e t i z a el ú l t i m o p e n s a m i e n t o d e R i c o e u r , a q u é l q u e g i r a s o b r e la p e r s o n a e n s u m u l t i p l i c i d a d d e á m b i t o s d e a p a r i c i ó n y, s o b r e t o d o , s u estilo d e p e n s a m i e n t o , a l q u e a n t e s m e refería.
R i c o e u r n o s s u m e r g e e n múltiples c a m i n o s (parcours) q u e s o n r o d e o s (détours)
p a r a a c o t a r la c u e s t i ó n f u n d a m e n t a l . L o s c a m i n o s , r o d e o s , o giros, s o n p r o c e s o s d e i n v e s t i g a c i ó n , r e c o d o s e n el c a m i n o d e la v e r d a d , y n u n c a « s e n d a s perd i d a s » ; es u n c a m i n a r e n t r e l a s e g u r i d a d d e l q u e s a b e y c o n o c e y el e s c e p t i c i s m o q u e n o s a b e a d ó n d e va. E s , frente a u n o y o t r o , u n t a n t e a r e s p e r a n z a d o , u n
b u s c a r y p r e g u n t a r . E n m u c h a s o c a s i o n e s , y e n u n nivel d i f e r e n t e , r e c u e r d a el
m é t o d o d e J e r i c ó q u e c o m e n t a b a O r t e g a y G a s s e t . Así d e c í a el filósofo m a d r i l e ñ o : «en filosofía n o s u e l e s e r la vía r e c t a el c a m i n o m á s c o r t o . Los g r a n d e s t e m a s
7
Un magnífico resumen de esta obra fue el hecho por el propio Ricoeur cuando recibió
el Premio Kluge, otorgado por la Biblioteca del Congreso de Estados Unidos en diciembre de
2004. La breve conferencia llevaba el título «Llegar a ser capaz, ser reconocido» (Esprit, n.° 7,
julio, 2005).
7
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T. DOMINGO MORATALLA, DEL SÍ MISMO RECONOCIDO
A LOS ESTADOS DE PAZ
filosóficos sólo se d e j a n c o n q u i s t a r c u a n d o se les t r a t a c o m o los h e b r e o s a Jericó, y e n d o h a c i a ellos c u r v a m e n t e , e n c í r c u l o s c o n c é n t r i c o s c a d a vez m á s e s t r e c h o s e i n s i n u a n t e s » . De igual m a n e r a R i c o e u r : n u n c a d e f o r m a directa, s i n o oblic u a m e n t e , y s ó l o d e s p u é s del r e c o r r i d o y t r a z a d o , y c o n c i e r t a p e r s p e c t i v a ,
p o d r e m o s a p r e c i a r la g r a n d e z a d e lo c o n s e g u i d o . Algo p a r e c i d o n o s o c u r r e e n
e s t a o b r a e n la q u e n o s c e n t r a r e m o s . P a r e c e d e p r e t e n s i ó n h u m i l d e , p e r o el p e s o
y c o n s i s t e n c i a va a u m e n t a n d o c o n f o r m e a v a n z a m o s e n ella, y las p r e t e n s i o n e s
h u m i l d e s se n o s p r e s e n t a n t r a s el r e c o r r i d o c o n u n v i g o r i n m e n s o , casi a r r o g a n t e . S i n l u g a r a d u d a s e s t a m o s a n t e u n a d e las g r a n d e s o b r a s filosóficas d e
este c o m i e n z o d e siglo.
N o s e n c o n t r a m o s a n t e u n b u e n e j e m p l o d e ejercicio d e f e n o m e n o l o g í a herm e n é u t i c a c o n u n a fuerte i m p r o n t a p r á c t i c a . E l a b o r a u n a f e n o m e n o l o g í a herm e n é u t i c a del r e c o n o c i m i e n t o c a p a z d e ofrecer los m i m b r e s p a r a f u n d a m e n t a r
u n a é t i c a d e la g r a t u i d a d , d e la s o l i d a r i d a d y d e la h o s p i t a l i d a d . P a r t e R i c o e u r
d e u n a s o r p r e s a inicial. P o r t o d o s l a d o s , y e n casi t o d o s los a u t o r e s , n o s e n c o n t r a m o s u n a filosofía del c o n o c i m i e n t o , p e r o n i n g u n a filosofía del r e c o n o c i m i e n t o .
E s t a t a r e a es la q u e el e m p r e n d e r á : e l a b o r a r bajo la f o r m a d e e n s a y o , d e explor a c i ó n , d e c a m i n o , u n a filosofía f e n o m e n o l ó g i c a del r e c o n o c i m i e n t o , p a r a lo
c u a l e m p e z a r á d e u n a f o r m a m u y p r u d e n t e y c o t i d i a n a , a la m a n e r a d e la filosofía a n g l o s a j o n a : a n a l i z a n d o las p a l a b r a s . E n e s t a o c a s i ó n d e s p l e g a r á u n a n á lisis lexicográfico e x h a u s t i v o y r i g u r o s o en t o r n o al t é r m i n o « r e c o n o c i m i e n t o » .
A n a l i z a r á el r e c o n o c i m i e n t o d e s d e el u s o lexicográfico, p a s a r á p o s t e r i o r m e n t e
a u n a n á l i s i s d e l r e c o n o c i m i e n t o d e u d o r d e la t e o r í a del c o n o c i m i e n t o p a r a
d e s e m b o c a r f i n a l m e n t e e n u n a h e r m e n é u t i c a del r e c o n o c i m i e n t o q u e c u a n t o
m á s i n d e p e n d i z a d a e s t á d e la e p i s t e m o l o g í a m á s s u m e r g i d a e s t á e n la filosofía
p r á c t i c a . Del r e c o n o c i m i e n t o d e las c o s a s p a s a m o s al r e c o n o c i m i e n t o d e la pers o n a , del sí m i s m o , d e la p r o p i a i d e n t i d a d , p a r a lo c u a l se p r e c i s a s i e m p r e la
m e d i a c i ó n d e los o t r o s .
S e n o s ofrece u n e n s a y o d e ética h e r m e n é u t i c a d e g r a n v a l o r p a r a m u c h a s
c u e s t i o n e s y p r o b l e m a s d e la filosofía p r á c t i c a c o n t e m p o r á n e a . El d i s c u r s o d e
Ricoeur logra en su transcurrir, en su caminar, que palabras tan importantes
c o m o a m o r , d i g n i d a d , s o l i d a r i d a d o d i á l o g o n o s e a n t é r m i n o s vacíos, t ó p i c o s o
s i m p l e s l u g a r e s c o m u n e s . E s t a o b r a l o g r a i n s u f l a r c o n t e n i d o , fuerza y vigor a
estos sentimientos y valores.
E s t a o b r a , Caminos del reconocimiento,
e x p r e s a p l e n a m e n t e el g i r o h e r m e n é u t i c o q u e define la filosofía d e R i c o e u r , y sirve p a r a e n t e n d e r p e r f e c t a m e n t e
la p a r t i c u l a r i d a d d e s u h e r m e n é u t i c a frente a o t r a s c o m o las d e H e i d e g g e r o
G a d a m e r . P a r a el a u t o r francés, h a y h e r m e n é u t i c a , h a y n e c e s i d a d d e i n t e r p r e t a c i ó n , c u a n d o h a y m a l e n t e n d i d o s , e r r o r e s , d e s c o n s i d e r a c i o n e s , es decir, c u a n d o falta el r e c o n o c i m i e n t o . El d e s p r e c i o , el d e s c o n o c i m i e n t o , la d e s c o n s i d e r a c i ó n es a q u e l l o q u e h a d e s e r s u p e r a d o . H a b l a r d e h e r m e n é u t i c a es h a b l a r p o r
ello d e r e c o n o c i m i e n t o . N o es u n t e m a m á s ; va a la e s e n c i a d e la h e r m e n é u t i c a
t a n t o e n s u c o n s t i t u c i ó n c o m o e n s u v o c a c i ó n . ¿ C u á n d o e m p i e z a la h e r m e n é u tica? ¿ C u á n d o existe h e r m e n é u t i c a ? La h e r m e n é u t i c a j u e g a a la c o n t r a : a p a r e PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233
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T. DOMINGO MORAT ALLÁ, DEL SÍ MISMO RECONOCIDO
A LOS ESTADOS DE PAZ
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ce c u a n d o falta la c o m u n i c a c i ó n , c u a n d o falla el r e c o n o c i m i e n t o , y a sea e n el
d i á l o g o ( G a d a m e r ) , e n la r e l a c i ó n e i n t e r p r e t a c i ó n del p a s a d o ( H e i d e g g e r ) , o e n
la r e l a c i ó n e n t r e p e r s o n a s ( R i c o e u r ) .
U n a i d e a r e c u r r e n t e e n R i c o e u r es la i d e a d e d e s p r o p o r c i ó n , d e i n a d e c u a c i ó n
e n t r e la p r e t e n s i ó n y el a c t o , e n t r e la c o m p e t e n c i a y la e j e c u c i ó n . N o l l e g a m o s
a c o n o c e r n o s p l e n a m e n t e , n o l l e g a m o s a c o n o c e r a los o t r o s ; n u e s t r o c o n o c i m i e n t o s i e m p r e es finito, s i e m p r e l i m i t a d o , y p o r t a n t o s i e m p r e e n c a m i n o . La
i d e n t i d a d se p r e s e n t a c o m o a p u e s t a , s i e m p r e d e s d e el r o d e o ; la i d e n t i d a d se
n a r r a y es u n e s f u e r z o d e a p r o p i a c i ó n d e e s a n a r r a c i ó n . De a h í q u e el g e s t o básic o y f u n d a m e n t a l d e e s t a filosofía h e r m e n é u t i c a sea el afán d e r e c o n o c i m i e n t o .
L a s ú l t i m a s o b r a s d e R i c o e u r s e p u e d e n i n t e r p r e t a r b a j o e s t e p a r a d i g m a del
reconocimiento:
— es n e c e s a r i o r e c o n o c e r n o s e n la t r a d u c c i ó n , r e c o n o c e r lo esencial o c o m ú n ;
d e a h í la i m p o r t a n c i a d e s a b e r l e e r e i n t e r p r e t a r la e x p e r i e n c i a ( t e m a fund a m e n t a l d e s u s ú l t i m a s reflexiones s o b r e la t r a d u c c i ó n , Sobre la traducción, y d e a l g u n o s d e s u s t r a b a j o s r e c o g i d o e n Lo justo 2 ) ;
— r e c o n o c e r n o s es r e c o n o c e r n o s e n la r e l a c i ó n c o n los o t r o s , e n ese e s p a c i o
d e c o m u n i c a c i ó n , e n el «entre» e s e n c i a l (Caminos del
reconocimiento);
— r e c o n o c e r n o s a n o s o t r o s m i s m o s , a n o s o t r o s m i s m o s c o m o o t r o s , es p l a n t e a r s e el p r o b l e m a d e la i d e n t i d a d p e r s o n a l ( t e m a f u n d a m e n t a l d e Sí
mismo como otro);
— r e c o n o c e r n o s es a p r o p i a r n o s d e n o s o t r o s m i s m o s e n el t i e m p o , n a r r a t i v o e h i s t ó r i c o ( c o m o a p a r e c e e n Tiempo y narración o en La memoria, la
historia, el olvido), y
— r e c o n o c e r n o s y r e c o n o c e r u n m u n d o a m p l i a d o m á s allá d e la d e s c r i p c i ó n
objetiva del m u n d o (así a p a r e c e e n La metáfora viva y e n los t r a b a j o s d e
h e r m e n é u t i c a del lenguaje religioso d e s d e finales d e los a ñ o s s e s e n t a ) .
3.
S E R RECONOCIDOS E N NUESTRAS CAPACIDADES
E s t e ú l t i m o t r a b a j o d e R i c o e u r c o m p l e t a y p r o f u n d i z a el q u e llevó a c a b o
q u i n c e a ñ o s (Sí mismo como otro). La c u e s t i ó n q u e u n e a m b o s t r a b a j o s es la d e
la i d e n t i d a d . E s t a o b r a s o b r e el r e c o n o c i m i e n t o t i e n e u n o r i g e n m u y f e n o m e n o l ó g i c o p u e s n a c e c o m o u n ciclo d e c o n f e r e n c i a s i m p a r t i d a s e n el Institut
für
die Wissenschaften
des Menschen d e V i e n a y r e e l a b o r a d a s d e u n a f o r m a m á s p a u s a d a e n el C e n t r o d e los A r c h i v o s H u s s e r l d e la c i u d a d d e L o v a i n a .
El p u n t o d e p a r t i d a es la p e r p l e j i d a d a n t e la c u e s t i ó n del r e c o n o c i m i e n t o . N o
h a y u n a filosofía del r e c o n o c i m i e n t o , s i n o u n a m u l t i t u d d e u s o s y s e n t i d o s del
t é r m i n o . P e r o es u n a p o l i s e m i a y d i s p e r s i ó n d e s e n t i d o s q u e c o n t r a s t a c o n el
o r d e n e n la v a r i e d a d d e s e n t i d o s del t é r m i n o q u e r e c o g e n los d i c c i o n a r i o s . La
p r o p u e s t a d e R i c o e u r s e r á la d e c o n f e r i r a las a p a r i c i o n e s filosóficas del t é r m i n o « r e c o n o c i m i e n t o » la c o h e r e n c i a d e u n a p o l i s e m i a o r d e n a d a y s i s t e m á t i c a
p a r e j a a la q u e e n c o n t r a m o s e n los d i c c i o n a r i o s . P a r a llevar a c a b o s e m e j a n t e
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T. DOMINGO MORATALLA, DEL SÍ MISMO RECONOCIDO
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A LOS ESTADOS DE PAZ
t a r e a h a y q u e c o n t a r c o n la h i s t o r i a d e la filosofía, c o n lo q u e h a s i d o la reflexión filosófica s o b r e el r e c o n o c i m i e n t o . P e r o R i c o e u r n o se l a n z a a u n r e c o r r i d o e x h a u s t i v o , s i n o q u e se d e t i e n e e n a q u e l l o s m o m e n t o s q u e significan la a p a rición d e s e n t i d o s d e t e r m i n a d o s . S e fijará e n lo q u e él l l a m a « a c o n t e c i m i e n t o s
d e p e n s a m i e n t o » q u e j a l o n a n la h i s t o r i a del r e c o n o c i m i e n t o .
La m u l t i t u d d e u s o s del t é r m i n o «reconocimiento» se p u e d e n o r g a n i z a r d e u n a
f o r m a s i s t e m á t i c a bajo la p r o g r e s i ó n q u e va del r e c o n o c i m i e n t o c o m o identificación d e algo, p a s a p o r el r e c o n o c i m i e n t o d e u n o m i s m o p a r a llegar al reconocim i e n t o m u t u o , es decir, r e c o n o c i m i e n t o e n gratitud. Este p a s o del r e c o n o c e r algo,
r e c o n o c e r s e a sí m i s m o y ser r e c o n o c i d o se p l a s m a e n el c a m b i o d e la voz activa
del v e r b o r e c o n o c e r a la voz pasiva; del yo r e c o n o z c o algo al yo soy r e c o n o c i d o .
La tesis final del l i b r o es q u e el r e c o n o c i m i e n t o «pleno» se a l c a n z a e n gratit u d ( r e c o n o c e r es a g r a d e c e r ) , p e r o l l e g a m o s a e s t a i d e n t i f i c a c i ó n e n t r e r e c o n o c i m i e n t o y g r a t i t u d p o r el l a r g o r o d e o (détour) d e la i d e n t i f i c a c i ó n d e las c o s a s
y d e la identificación d e n o s o t r o s m i s m o s . El r e c o n o c i m i e n t o r e c a e s o b r e la ident i d a d del sí m i s m o , s o b r e m i a u t é n t i c a r e a l i d a d ; p i d o q u e se m e r e c o n o z c a e n
lo q u e y o soy e n v e r d a d . P o r eso el p l a n t e a m i e n t o d e u n a filosofía del r e c o n o c i m i e n t o i m p l i c a p l a n t e a r d e g o l p e la c u e s t i ó n d e la i d e n t i d a d . La filosofía del
r e c o n o c i m i e n t o y la filosofía d e la i d e n t i d a d p e r s o n a l v a n d e la m a n o .
De t o d a e s t a s e r i e d e i d e a s R i c o e u r n o t i e n e la p r e t e n s i ó n d e e l a b o r a r u n a
t e o r í a , s i n o u n e s b o z o , u n a m a r c h a , u n r e c o r r i d o . N o h a y u n a t e o r í a del r e c o n o c i m i e n t o , c o n c l u y e , p e r o sí h a y u n a p o l i s e m i a r e g l a d a del r e c o n o c i m i e n t o , a
m e d i o c a m i n o e n t r e la h o m o n í m i a y la u n i v o c i d a d (CR 11, 13). N o s l a n z a u n a
p r o p u e s t a a m o d o d e e n s a y o , p e r o d e e n o r m e s i m p l i c a c i o n e s . E s t a filosofía del
r e c o n o c i m i e n t o c r i t i c a y c u e s t i o n a las a c t u a l e s r e i v i n d i c a c i o n e s d e r e c o n o c i m i e n t o o filosofías (políticas) del r e c o n o c i m i e n t o a la m a n e r a d e Ch. Taylor, p o r
e j e m p l o . V a m o s , s e g ú n el a u t o r francés, d e m a s i a d o d e p r i s a a la d i m e n s i ó n política del r e c o n o c i m i e n t o y n o s c e r r a m o s e n u n solo u s o del t é r m i n o , p e r d i e n d o
así la a m p l i t u d d e s e n t i d o s . E s u n a crítica q u e dirige t a m b i é n al p l a n t e a m i e n t o
c o m u n i t a r i s t a o d e r e i v i n d i c a c i ó n d e d e r e c h o s d e las d i f e r e n t e s m i n o r í a s . El trabajo filosófico r e q u i e r e m á s c a l m a . Q u i z á s la g r a n l a b o r , o u n a d e las g r a n d e s
l a b o r e s , del filósofo e n la a c t u a l i d a d , al m e n o s a ojos d e la h e r m e n é u t i c a d e
R i c o e u r , es el t r a b a j o del c o n c e p t o , u n a p o r t a r r i g o r y c l a r i d a d , y n o es q u e n o s
q u e d e m o s s i m p l e m e n t e e n c u e s t i o n e s l i n g ü í s t i c a s , a la m a n e r a d e c i e r t a t r a d i c i ó n a n a l í t i c a , s i n o q u e es p r e c i s o c o n s i d e r a r la d i v e r s i d a d d e s e n t i d o s e ir desp a c i o . La l a b o r del filósofo es p a r a R i c o e u r u n a l a b o r d e a l e r t a y d e freno, n o
para pararse sino para avanzar con m á s seguridad.
8
3.1.
Del reconocimiento
de las cosas al reconocimiento
de sí
mismo
El c o n o c i m i e n t o d e u n o m i s m o o c u p a la p a r t e c e n t r a l d e esta o b r a . Se e n c u e n t r a e n t r e el r e c o n o c i m i e n t o d e las c o s a s y el r e c o n o c i m i e n t o m u t u o . T r a s u n pri8
Cfr. TAYLOR, CH., El multiculturalismo
y la política
del reconocimiento,
FCE, México,
1993.
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m e r m o m e n t o i n t r o d u c t o r i o , d o n d e a n a l i z a los d i f e r e n t e s s e n t i d o s del t é r m i n o
« r e c o n o c i m i e n t o » p r e s e n t e s e n el d i c c i o n a r i o , p a s a e n la p r i m e r a p a r t e d e la
o b r a a t r a t a r el r e c o n o c i m i e n t o c o m o i d e n t i f i c a c i ó n . La p r i m e r a p a r a d a e n este
a n á l i s i s t i e n e l u g a r e n la filosofía d e D e s c a r t e s . P a r a D e s c a r t e s j u z g a r es disting u i r e n t r e lo v e r d a d e r o y lo falso; d i s t i n g u i r algo es identificarlo. E s i m p o r t a n te h a c e r n o t a r q u e e s t e d e s a r r o l l o d e la t e o r í a del j u i c i o c a r t e s i a n a n o q u e d a r á
o l v i d a d a e n los a n á l i s i s p o s t e r i o r e s , p u e s al p a s a r d e la v o z activa, t a n p r e s e n t e
e n este m o m e n t o d e r e c o n o c i m i e n t o e i d e n t i f i c a c i ó n d e c o s a s , a la v o z p a s i v a ,
c a r a c t e r í s t i c a del m o v i m i e n t o d e r e c o n o c i m i e n t o m u t u o , se m a n t e n d r á la a s p i r a c i ó n d e t o d a p e r s o n a h u m i l l a d a a s e r d i s t i n g u i d a e i d e n t i f i c a d a (CR 4 5 , 36).
L a s o p e r a c i o n e s d e d i s t i n c i ó n e i d e n t i f i c a c i ó n s e r á n i n c l u i d a s e n el u s o exist e n c i a l del r e c o n o c i m i e n t o . N o o b s t a n t e , p e s e a las g a n a n c i a s del p a s o p o r el
p l a n t e a m i e n t o c a r t e s i a n o , el u s o p e r s o n a l y existencial del r e c o n o c i m i e n t o s u p e r a y d e s b o r d a el p l a n t e a m i e n t o e p i s t e m o l ó g i c o r a c i o n a l i s t a , e i n c l u s o t o d a la
é p o c a m o d e r n a . P o r e s o d i r á R i c o e u r q u e q u i z á s t e n g a m o s q u e «replicar m e d i a n te u n a s e g u n d a r e v o l u c i ó n a la r e v o l u c i ó n c o p e r n i c a n a y b u s c a r del l a d o d e las
" c o s a s m i s m a s " los r e c u r s o s d e d e s a r r o l l o d e u n a filosofía del r e c o n o c i m i e n t o
p r o g r e s i v a m e n t e a l e j a d a d e la t u t e l a d e la t e o r í a del c o n o c i m i e n t o » (CR 4 9 , 39).
De D e s c a r t e s t a m b i é n r e t e n d r á R i c o e u r u n a s e g u n d a n o t a i m p o r t a n t e . P a r a
D e s c a r t e s r e c o n o c e r es d i s t i n g u i r e identificar, p e r o p a r a llevar a c a b o e s t a o p e r a c i ó n del j u i c i o es n e c e s a r i o u n a a c e p t a c i ó n ( a d m i s i ó n ) d e a q u e l l o q u e se p r e s e n t a a m i e s p í r i t u c l a r o y d i s t i n t o ; el s u j e t o h a d e e s t a r a t e n t o a a q u e l l o q u e se
p r e s e n t a . R e c o n o c e r p a r a él e s « t o m a r a l g o p o r v e r d a d e r o » y, al m i s m o t i e m p o ,
« a c e p t a r l o tal y c o m o es». S o n m a t i c e s q u e s e r á n p u e s t o s d e relieve p o r o t r a s
filosofías m á s a c t u a l e s del r e c o n o c i m i e n t o a p l i c a d a s al u s o e x i s t e n c i a l y p e r sonal.
Y t r a s D e s c a r t e s , K a n t . K a n t h a d e s a r r o l l a d o u n a filosofía del r e c o n o c i m i e n t o
a p r o p ó s i t o d e la «recognición». P a r a él, r e c o n o c e r es religar, sintetizar, vincular.
Sin e n t r a r e n el análisis ricoeuriano, la v a l o r a c i ó n q u e h a c e del análisis k a n t i a n o
es a m b i g u a . P o r u n l a d o , K a n t v a m á s allá d e D e s c a r t e s al h a c e r e n t r a r e n j u e g o
la d i m e n s i ó n t e m p o r a l del r e c o n o c i m i e n t o , p e r o , p o r o t r o lado, n o a l c a n z a la p r o f u n d i d a d d e Descartes, p u e s n o Llega a d i s t i n g u i r e n t r e r e c o n o c e r y c o n o c e r ; p o r
ello la t e o r í a del r e c o n o c i m i e n t o k a n t i a n a r e s u l t a d e c e p c i o n a n t e (CR 75, 57).
Ni la t r a d i c i ó n positiva n i la t r a d i c i ó n n e o k a n t i a n a e s t á n a la a l t u r a d e s u s p r e c u r s o r e s , p u e s « a m p u t a n p a r a d o j a s y e n i g m a s d e le d a n t o d a s u g r a n d e z a » (CR
87, 65). P a r a llevar a c a b o u n a filosofía del r e c o n o c i m i e n t o n e c e s i t a r e m o s salirn o s del i d e a l i s m o t r a s c e n d e n t a l , lo c u a l sólo se p u e d e h a c e r d e golpe, u n golpe
q u e es u n a r u p t u r a c o n la i d e a m o d e r n a d e « r e p r e s e n t a c i ó n » . Dice R i c o e u r :
«Salir del kantismo es, pues, al tiempo, rechazar el giro copernicano y salir
del círculo mágico de la representación. Con este gesto, la experiencia fundamental de ser en el mundo se plantea como referencia última de todas las experiencias particulares susceptibles de destacarse sobre este fondo.
Por su carácter brusco, este gesto posicional comparte un rasgo con el de
Kant: es, primero, u n a proposición que se pide que se admita; es un ensayo,
un intento una hipótesis. Esta "admisión" (Annhame) y este "ensayo" (Versuch)
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A LOS ESTADOS DE PAZ
n o se justifican m á s que por la e j e c u c i ó n m i s m a del programa de investigac i ó n que abren. Pero, a diferencia de Kant, que t o m a c o m o m o d e l o el carácter a priori del saber científico y su a m b i c i ó n de d e m o s t r a c i ó n sistemática, la
filosofía del ser-en-el-mundo n o p u e d e ser m á s que problemática, n o s ó l o por
r a z o n e s que ligadas a su temática, s i n o t a m b i é n por las v i n c u l a d a s al c o m p r o m i s o del filósofo que la profesa y a s u m e los riesgos de la controversia inseparable de su carácter n o científico. Problemática, esta filosofía será t a m b i é n ,
por las m i s m a s razones, fragmentaria, n o totalizable. Sus adeptos nunca podrán
escribir c o m o Kant: "Es, p u e s , claro que lo que h a b í a m o s a d m i t i d o inicialm e n t e s ó l o c o m o e n s a y o está fundado"; iniciada c o m o e n s a y o , esta filosofía
p e r m a n e c e r á para s i e m p r e c o m o ensayo» (CR 90-91, 67-68).
P a r a R i c o e u r , e s t e s a l t o , y r u p t u r a , es d a d o p o r la f e n o m e n o l o g í a , la c u a l
s u p o n e , e n s u t e r m i n o l o g í a , u n n u e v o « a c o n t e c i m i e n t o del p e n s a m i e n t o » c a p a z
d e p e n s a r el r e c o n o c i m i e n t o d e sí m i s m o , el r e c o n o c i m i e n t o d e las p e r s o n a s .
S i g u i e n d o a L é v i n a s , se p u e d e d e c i r q u e la ú l t i m a filosofía d e H u s s e r l a n u n c i a
y a «la r u i n a d e la r e p r e s e n t a c i ó n » . E s t a r u i n a d e la r e p r e s e n t a c i ó n , e s t a n u e v a
f o r m a d e h a c e r filosofía q u e e s t á m a r c a d a p o r el s e r - e n - e l - m u n d o , y q u e p e r m a n e c e r á s i e m p r e p r o b l e m á t i c a y f r a g m e n t a r i a ( p u e s está alejada del m a r c o del
s a b e r científico), p e r m i t e m o s t r a r la d i f e r e n c i a e n t r e r e c o n o c e r y c o n o c e r , y lo
h a c e m e d i a n t e ciertas e x p e r i e n c i a s q u e son m a n e r a s d e ser e n el m u n d o . El r a s g o
e n c o m ú n d e e s t a s m a n e r a s d e ser es «el c a m b i o » , el efecto del p a s o del t i e m p o , c a m b i o q u e n o es a n a l i z a b l e d e s d e el sujeto, s i n o d e s d e el o b j e t o , y q u e h a
s i d o m a g n í f i c a m e n t e e x p l o r a d o p o r la l i t e r a t u r a (CR 101, 75ss). R i c o e u r a n a l i za la e s c e n a d e la c e n a e n c a s a del p r í n c i p e d e G u e r m a n t e s e n El tiempo recobrado d e P r o u s t ; los p e r s o n a j e s q u e h a b í a n l l e n a d o la vida del p r o t a g o n i s t a e s t á n
ahora decrépitos y apenas son reconocibles, han cambiado tanto que no parec e n los m i s m o s . Dice R i c o e u r q u e «el r e l a t o d e e s t a c e n a b a s t a r í a p a r a l l e n a r u n
p e q u e ñ o t r a t a d o s o b r e el r e c o n o c i m i e n t o » (CR 100, 75). H a b l a m o s del r e c o n o c i m i e n t o d e s d e la e x p e r i e n c i a viva d e lo i r r e c o n o c i b l e .
Ciertas e x p e r i e n c i a s vivas m u e s t r a n el a s p e c t o a m e n a z a d o r v i n c u l a d o al c a m b i o y al t i e m p o q u e p a s a . De a h í q u e el r e c o n o c i m i e n t o t e n g a esa d i m e n s i ó n d r a m á t i c a q u e la l i t e r a t u r a e x p l o r a . P o r eso t a m b i é n el r e c o n o c i m i e n t o d e las p e r s o n a s se d i s t i n g u e n e t a m e n t e del d e las c o s a s . P a r a las c o s a s , r e c o n o c e r l a s es
i d e n t i f i c a r l a s m e d i a n t e s u s r a s g o s g e n é r i c o s o específicos; a u n q u e c i e r t o s objetos f a m i l i a r e s p u e d e n t e n e r p a r a n o s o t r o s u n t i p o d e p e r s o n a l i d a d q u e h a c e q u e
r e c o n o c e r l o s sea s e n t i r n o s c o n ellos e n u n a r e l a c i ó n n o s o l a m e n t e d e confianz a s i n o d e c o m p l i c i d a d (CR 101, 75). P e r o las p e r s o n a s s o n d i f e r e n t e s d e las
cosas.
3.2.
Fenomenología
de las capacidades
humanas
E s e n este m o m e n t o d e la o b r a e n q u e se r e c o g e n las a p o r t a c i o n e s y g a n a n cias d e Sí mismo como otro. Allí la c u e s t i ó n d e la i d e n t i d a d e r a c e n t r a l y ocup a b a t o d a la o b r a , a q u í t a m b i é n es c e n t r a l p e r o q u e d a e n c u a d r a d a e n t r e la identidad r e c o n o c i d a d e las cosas y la necesaria reciprocidad p a r a q u e el c o n o c i m i e n t o
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d e sí m i s m o s e a efectivo. E s t a f e n o m e n o l o g í a del s e r h u m a n o c a p a z ( a c t u a n t e
y s u f r i e n t e ) es u n o d e los m o m e n t o s m á s i m p o r t a n t e s d e la o b r a , p u e s lo q u e
p i d e s e r r e c o n o c i d o , t r a s el p a s o p o r los o t r o s , e n m u t u a l i d a d , es lo q u e soy y o
m i s m o e n v e r d a d ; a s p i r o a s e r r e c o n o c i d o e n m i s c a p a c i d a d e s ( c a p a c i d a d e s y,
habría que añadir, vulnerabilidades).
R i c o e u r p o n d r á b a j o el e n f o q u e g r i e g o este e s t u d i o s o b r e el r e c o n o c i m i e n t o
d e sí m i s m o . E s c i e r t o q u e el p e n s a m i e n t o g r i e g o h a i g n o r a d o el c o n c e p t o d e
v o l u n t a d o d e c o n c i e n c i a d e sí reflexiva d e n u e s t r a t r a d i c i ó n m o d e r n a , n o o b s t a n t e i n t r o d u c e u n a p e r s p e c t i v a v a l i o s a a la h o r a d e v i n c u l a r la c u e s t i ó n d e la
i d e n t i d a d c o n la del r e c o n o c i m i e n t o y, s o b r e t o d o , a la h o r a d a r u n p e s o p r á c tico a e s t o s c o n c e p t o s . U n o d e e s t o s s e n t i m i e n t o s es el d e la r e s p o n s a b i l i d a d ,
t a n p r e s e n t e e n el p e n s a m i e n t o é t i c o c o n t e m p o r á n e o . El r e c o n o c i m i e n t o del sí
m i s m o es u n r e c o n o c i m i e n t o d e c i e r t o s c u m p l i m i e n t o s , d e c i e r t a s r e a l i z a c i o n e s
c o n d e t e r m i n a d o s efectos. El r e c o n o c i m i e n t o d e sí m i s m o es « r e c o n o c i m i e n t o
d e la r e s p o n s a b i l i d a d » (CR 112, 84). Así p o r e j e m p l o , los p e r s o n a j e s d e la trag e d i a g r i e g a t i e n e n u n m í n i m o d e c o n s i s t e n c i a p e r s o n a l q u e p e r m i t e identific a r l o s c o m o tales, c o m o v e r d a d e r o s c e n t r o s d e d e c i s i ó n . Aristóteles d e s a r r o l l a r á e n el libro III d e la Ética a Nicómaco la teoría d e la deliberación c o r r e s p o n d i e n t e
al m u n d o d e los p e r s o n a j e s d e la t r a g e d i a griega.
E j e m p l o s d e e s t o s p e r s o n a j e s «en b u s c a d e r e c o n o c i m i e n t o » s o n Ulises, q u e
p u e d e s e r d e f i n i d o si b i e n n o c o n u n a i d e n t i d a d e n el s e n t i d o m o d e r n o sí c o m o
u n centro de decisión, o Edipo, otro ejemplo de reconocimiento de responsabil i d a d . Los g r i e g o s n o h a n o l v i d a d o , ni i g n o r a d o , la c o n c i e n c i a d e sí, q u i z á sí bajo
s u f o r m a reflexiva y e s p e c u l a t i v a , p e r o n o e n u n s e n t i d o e s p o n t á n e o . Aristóteles e n s u é t i c a h a b l a r á d e e s t o s p e r s o n a j e s c o m o « c e n t r o s d e d e c i s i ó n » y s e r e s
c a p a c e s d e r e c o n o c i m i e n t o d e r e s p o n s a b i l i d a d . El c o n c e p t o d i r e c t o r d e este r e c o n o c i m i e n t o d e r e s p o n s a b i l i d a d es el d e d e c i s i ó n . E n e s t e c o n t e x t o es e n el q u e
n o s p l a n t e a Aristóteles la d o c t r i n a d e la frónesis, u n a t e o r í a d e la s a b i d u r í a p r á c tica; es decir, d e la p r u d e n c i a . S e t r a t a d e u n c o n c e p t o clave e n t o d a la é t i c a d e
R i c o e u r , y e n t o d a s u filosofía, t a m b i é n e n e s t a o b r a q u e a h o r a a n a l i z a m o s (CR
132, 97-98).
La é p o c a m o d e r n a m a r c a u n p u n t o d e r u p t u r a c o n el p e n s a m i e n t o griego.
E s t e c a m b i o viene d a d o p o r la a p a r i c i ó n d e la c o n c i e n c i a reflexiva del sí m i s m o
i m p l i c a d o e n el r e c o n o c i m i e n t o d e r e s p o n s a b i l i d a d (CR 137, 101-102). E s t e sí
m i s m o reflexivo es d e n o m i n a d o p o r R i c o e u r « i p s e i d a d » . E s t e a n á l i s i s del sí
m i s m o , d e la i p s e i d a d , es u n a h e r m e n é u t i c a del sí m i s m o (CR 137, 101), t a r e a
q u e ya h a b í a d e s a r r o l l a d o e n Sí mismo como otro. El a d v e n i m i e n t o del «cogito
c a r t e s i a n o » c o n s t i t u y e el a c o n t e c i m i e n t o d e p e n s a m i e n t o m á s i m p o r t a n t e d e la
m o d e r n i d a d , el c u a l n o s i m p o n e p e n s a r d e o t r a m a n e r a , y la reflexión s o b r e la
p e r s o n a , la i d e n t i d a d , s o b r e el sí m i s m o , se e n c u e n t r a e l e v a d a a u n nivel t e m á tico sin p r e c e d e n t e s .
C o n D e s c a r t e s c o m i e n z a la filosofía reflexiva, e n ella el yo p a s a a o c u p a r u n
l u g a r c e n t r a l . N o s e n c o n t r a m o s a n t e la p i e d r a a n g u l a r d e la filosofía t e ó r i c a .
P e r o lo c a r a c t e r í s t i c o d e la filosofía d e R i c o e u r e n e s t a o b r a es u n a a m p l i a c i ó n
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A LOS ESTADOS DE PAZ
del c a m p o t e ó r i c o ; la p r o b l e m á t i c a reflexiva se e x t e n d e r á d e s d e lo t e ó r i c o a lo
p r á c t i c o ; el o r i g e n d e e s t a a m p l i a c i ó n se e n c u e n t r a e n la i d e a d e « a u t o n o m í a »
d e K a n t . A ojos d e R i c o e u r la filosofía k a n t i a n a a d o l e c e n o o b s t a n t e d e u n a n á lisis del sí m i s m o , del «autos» d e la a u t o n o m í a . P a r a K a n t , s e ñ a l a R i c o e u r «el
" a u t o s " d e la a u t o n o m í a sólo es p e r t i n e n t e e n e s t a síntesis a priori, sin ser n u n c a
t e m a t i z a d o p o r sí m i s m o » (CR 138, 102). La i p s e i d a d q u e d a d e s d i b u j a d a , n o
tematizada.
E n e s t a t r a d i c i ó n , e n e s t a h i s t o r i a , se e n c l a v a la p r e t e n s i ó n d e R i c o e u r . S u
filosofía, e n esta ú l t i m a é p o c a d e m á x i m a m a d u r e z , n a c e d e esta situación: c ó m o
d a r c o n t i n u i d a d al a n á l i s i s a r i s t o t é l i c o d e la a c c i ó n , c o n s u n o c i ó n d e c e n t r o d e
d e c i s i ó n o r e c o n o c i m i e n t o d e r e s p o n s a b i l i d a d , e n el c u a d r o d e la filosofía reflexiva, i n a u g u r a d a p o r D e s c a r t e s y d e s p u é s c o n t i n u a d a e n su d i m e n s i ó n p r á c t i c a
p o r la s e g u n d a c r í t i c a k a n t i a n a . S e t r a t a , p u e s , d e e l a b o r a r lo q u e se e c h a e n
falta e n K a n t : u n a filosofía d e la i p s e i d a d .
La r e s p u e s t a d e R i c o e u r a los p l a n t e a m i e n t o s p r á c t i c o s a r i s t o t é l i c o s , reflexivos c a r t e s i a n o s y é t i c o - a n t r o p o l ó g i c o s k a n t i a n o s s e r á u n a reflexión s o b r e las
c a p a c i d a d e s q u e c o n j u n t a m e n t e d e s i g n a n la i m a g e n del s e r h u m a n o c a p a z , es
d e c i r a c t u a n t e y s u f r i e n t e (CR 139, 102). E s u n a reflexión n e o a r i s t o t é l i c a , p o s k a n t i a n a , i n c l u s o p o s h e g e l i a n a . R i c o e u r e s b o z a r á las d i f e r e n t e s figuras del «yo
p u e d o » , u n a n á l i s i s d e las c a p a c i d a d e s h u m a n a s .
S o n c a p a c i d a d e s q u e t e n e m o s p o r v e r d a d e r a s , r e c o n o c e m o s e n n o s o t r o s y,
c o n f e s a m o s , e x p e r i m e n t a m o s , s e n t i m o s . Ya n o se t r a t a del r e c o n o c i m i e n t o - i d e n tificación d e las c o s a s s i n o del r e c o n o c i m i e n t o - c o n f e s i ó n d e u n o m i s m o . De este
r e c o n o c i m i e n t o d e sí n o h a y p r u e b a s , n o h a y c e r t e z a s , sólo h a y a t e s t a c i ó n . E s
u n m o d o d e c r e e n c i a , u n m o d o d e c o n f i a n z a . N o s m o v e m o s e n u n tipo d e verd a d y u n t i p o d e s e g u r i d a d p r o p i a s del c a m p o p r á c t i c o . P a r a R i c o e u r existe u n
p a r e n t e s c o e s t r e c h o e n t r e a t e s t a c i ó n y r e c o n o c i m i e n t o d e sí, e n la línea del r e c o n o c i m i e n t o d e r e s p o n s a b i l i d a d . Al r e c o n o c e r q u e h e m o s h e c h o tal a c t o , los agentes d i c e n i m p l í c i t a m e n t e q u e e r a n c a p a c e s (CR 140, 103).
E n este a n á l i s i s d e las c a p a c i d a d e s h u m a n a s , e n e s t a f e n o m e n o l o g í a del yo
p u e d o , R i c o e u r d e s a r r o l l a r á t o d a su p e r s p i c a c i a h e r m e n é u t i c a y al m i s m o t i e m p o d e j a r á s u i m p r o n t a e n la filosofía reflexiva, a la q u e a n t e r i o r m e n t e m e refería. Al e l a b o r a r e s t a h e r m e n é u t i c a del sí m i s m o (esta filosofía d e la p e r s o n a ) , e n
la q u e se d a n cita reflexión y h e r m e n é u t i c a , h a b r e m o s d e t e n e r e n c u e n t a :
9
1)
2)
9
el amplio abanico de capacidades v i n c u l a d a s p o r el «yo p u e d o » , es decir,
la a c c i ó n h u m a n a es e f e c t u a c i ó n d e esas c a p a c i d a d e s y el yo, el sí m i s m o ,
el «quién» se define p o r u n a b i e r t o «aquel q u e . . . » h a b l a , n a r r a , p r o m e te, e s c u c h a , e t c . ;
el rodeo por lo objetivo p a r a d a r valor reflexivo al sí m i s m o ; e n esta t a r e a
h a b r e m o s d e c o n t a r c o n las a p o r t a c i o n e s científicas, sociales o c u l t u r a les; e s t e r o d e o p o r lo objetivo, e s t e détour, q u e d a p e r f e c t a m e n t e p l a s Término crucial en la filosofía de Ricoeur, que ya fue desarrollado en Sí mismo
como
otro.
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m a d o c o n la d i s t i n c i ó n q u e y a h a c í a al final d e Tiempo y narración y s o b r e
t o d o e n el Sí mismo como otro e n t r e m i s m i d a d e i p s e i d a d a la h o r a d e
h a b l a r d e la i d e n t i d a d del s e r h u m a n o ;
p o r ú l t i m o , la dialéctica entre identidad y alteridad, p u e s el c o n o c i m i e n t o d e sí m i s m o r e q u i e r e el r e c o n o c i m i e n t o m u t u o , el r e c o n o c i m i e n t o d e
los o t r o s . E s t a s e r á la t e s i s m a y o r d e la p r e s e n t e o b r a , a u n q u e la p r e s e n c i a d e los o t r o s , e s a d i m e n s i ó n d e a l t e r i d a d , y a e s t á p r e s e n t e e n la
m i s m a constitución de esas capacidades.
¿ C u á l e s s o n las c a p a c i d a d e s q u e d e f i n e n al s e r h u m a n o c a p a z ? ¿ C u á l e s s o n
nuestros poderes? ¿Qué capacidades m e definen y piden ser reconocidas, hasta
el p u n t o q u e r e i v i n d i c a r é s u r e c o n o c i m i e n t o ?
R i c o e u r s e ñ a l a r á c o m o d e f i n i d o r a s d e h u m a n i d a d la c a p a c i d a d d e decir, d e
h a c e r , d e n a r r a r y n a r r a r s e , d e i m p u t a b i l i d a d y d e d e p r o m e t e r . El a n á l i s i s y a
h a b í a s i d o e l a b o r a d o e n Sí mismo como otro, a q u í lo r e c o g e , lo r e s u m e , y s e ñ a la la c a p a c i d a d d e r e c u e r d o y p r o m e s a c o m o c a p a c i d a d e s q u e t a m b i é n d e f i n e n
la i p s e i d a d . M e refiero b r e v e m e n t e a e s t a s c a p a c i d a d e s q u e a n h e l a r á n r e c o n o cimiento.
a)
Capacidad
de decir
E n p r i m e r l u g a r h a y q u e d e t e n e r s e e n a q u e l l a s c a p a c i d a d e s i m p l i c a d a s e n el
u s o d e la p a l a b r a . L o s h é r o e s h o m é r i c o s q u e R i c o e u r a n a l i z a e n e s t a o b r a n o
d e j a n d e d e c i r s u o b r a r , d e c o n t a r y n a r r a r a q u e l l o q u e h a c e n ; d e igual m a n e r a
t o d o s d e c i m o s y t o d o s h a b l a m o s s o b r e lo q u e h a c e m o s y s o b r e el m u n d o . Los
sujetos a c t u a n t e s y s u f r i e n t e s s o n sujetos h a b l a n t e s . P o r o t r a p a r t e , y R i c o e u r
n o h a d e j a d o d e s e ñ a l a r l o e n t o d o s s u s escritos s o b r e filosofía del lenguaje, h a b l a r
t a m b i é n es u n t i p o d e a c c i ó n , u n a f o r m a d e a c c i ó n . H a b l a r es h a c e r c o s a s c o n
palabras.
El d e c i r es u n a d e las f o r m a s q u e reviste la a c c i ó n . La a c c i ó n es el c o n c e p t o
q u e unifica la p l u r a l i d a d d e p e r s p e c t i v a s s o b r e lo h u m a n o . R i c o e u r r e c o g e la idea
aristotélica d e p l u r a l i d a d d e s e n t i d o s del ser, y d e esta m a n e r a p r e s e n t a el o b r a r
c o m o u n m o d o d e ser; ya, d e h e c h o , p a r a Aristóteles u n a d e las f o r m a s e n q u e
se dice el ser es c o m o p o t e n c i a y a c t o . P o d r í a m o s i n t e r p r e t a r q u e la filosofía d e
R i c o e u r , e n s u v e r t i e n t e m á s ontològica, i n t e n t a p r o s e g u i r d e u n a f o r m a reflexiva y h e r m e n é u t i c a e s t a p o s i b i l i d a d p r e s e n t e e n la metafísica aristotélica; y es u n a
f o r m a reflexiva p u e s el s e r «en c u a n t o p o t e n c i a y acto» se deja leer e i n t e r p r e t a r
e n este ser q u e s o m o s n o s o t r o s (en n o s o t r o s se h a c e m á s legible), y t a m b i é n es
u n a f o r m a h e r m e n é u t i c a p u e s la a p r o x i m a c i ó n n o es d i r e c t a s i n o indirecta, a través d e la p l u r a l i d a d d e c a p a c i d a d e s e n q u e se dice el s e r c o m o p o t e n c i a y a c t o .
E n el « p o d e r decir» t a m b i é n p o d e m o s p r o c e d e r d e u n a f o r m a reflexiva y herm e n é u t i c a . S a b e m o s d e n u e s t r o d e c i r , d e n u e s t r o p o d e r decir, d e u n a m a n e r a
o b l i c u a . P o d e m o s r e m o n t a r n o s del e n u n c i a d o a la e n u n c i a c i ó n (de lo d i c h o al
a c t o d e d e c i r ) y d e la e n u n c i a c i ó n al e n u n c i a d o r , lo q u e t i e n e l u g a r s o b r e t o d o
e n s i t u a c i o n e s d e i n t e r l o c u c i ó n c o m o o c u r r e e n el d i á l o g o , el c u a l c a e bajo la
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e s t r u c t u r a p r e g u n t a - r e s p u e s t a q u e h a s i d o p u e s t a d e relieve t a n t o p o r la p r o p i a
h e r m e n é u t i c a d e R i c o e u r c o m o la d e G a d a m e r .
N o es n e c e s a r i o d e t e n e r s e m á s e n este p u n t o m u y a n a l i z a d o y a e n la filosofía d e R i c o e u r y e n t o d a la t r a d i c i ó n h e r m e n é u t i c a . B a s t a d e c i r q u e el ser h u m a n o es l e n g u a j e , se i n t e r p r e t a e n el lenguaje y se c o n s t i t u y e e n el lenguaje. El lenguaje es u n m e d i o d e r e l a c i o n a r n o s c o n el m u n d o , c o n los o t r o s y c o n n o s o t r o s
m i s m o s . La c a p a c i d a d d e d e c i r es u n a d e las c a p a c i d a d e s o p o d e r q u e d e f i n e n
al h o m b r e s u f r i e n t e y a c t u a n t e .
b)
Capacidad
de obrar
C o n e s t a c a p a c i d a d n o s r e f e r i m o s a la c a p a c i d a d d e h a c e r llegar a c o n t e c i m i e n t o s e n el d e s a r r o l l o físico y social del sujeto a c t u a n t e . El sujeto p u e d e r e c o n o c e r s e c o m o c a u s a : soy y o el q u e h a g o . E n el a n á l i s i s d e la a c c i ó n es n e c e s a rio d a r c u e n t a d e la a d s c r i p c i ó n d e la a c c i ó n a u n a g e n t e e n la m e d i d a e n q u e
este a g e n t e es p a r t í c i p e d e la a c c i ó n e n t a n t o q u e la h a c e s u c e d e r . E s t a r e l a c i ó n
e n t r e la a g e n t e y la a c c i ó n e n c o n t r a b a e n los g r i e g o s m e t á f o r a s c o m o la del piloto, o la del p a d r e , y p a r e c e r e e n v i a r así a u n h e c h o p r i m i t i v o (CR 149, 109). La
c u e s t i ó n q u e s u b y a c e a e s t o s p l a n t e a m i e n t o s es la d e la iniciativa. S o m o s s e r e s
d e iniciativa y d e a c c i ó n .
c)
Capacidad
de
narración
E n tercera lugar suele m e n c i o n a r R i c o e u r en esta fenomenología del ser
h u m a n o c a p a z la p r o b l e m á t i c a d e la i d e n t i d a d p e r s o n a l l i g a d a al a c t o d e n a r r a r .
Así n o s dice: «Bajo la f o r m a reflexiva del " n a r r a r s e " , la i d e n t i d a d p e r s o n a l se
p r o y e c t a c o m o i d e n t i d a d n a r r a t i v a » (CR 150, 110). T a m b i é n e n este nivel n o s
e n c o n t r a m o s el r o d e o (détour) p o r lo e x t e r n o . Aquí s o n f u n d a m e n t a l e s t a n t o los
a n á l i s i s del Sí mismo como otro c o m o los llevados a c a b o e n Tiempo y narración.
La t r a m a a t r i b u y e u n a c o n f i g u r a c i ó n inteligible a u n c o n j u n t o h e t e r o g é n e o c o m p u e s t o d e i n t e n c i o n e s , c a u s a s y a z a r e s ; así o b t e n e m o s u n a u n i d a d d e s e n t i d o
q u e d e s c a n s a e n u n e q u i l i b r i o d i n á m i c o e n t r e u n a exigencia d e c o n c o r d a n c i a y
la a d m i s i ó n d e d i s c o r d a n c i a . H a y u n a p o t e n c i a d e u n i f i c a c i ó n a p l i c a d a a la disp e r s i ó n e p i s ó d i c a d e la n a r r a c i ó n ; se t r a t a d e u n h a c e r , u n h a c e r p o é t i c o . Y d e
igual m a n e r a q u e se t r a m a la a c c i ó n t a m b i é n se t r a m a n , o se c o n s t r u y e n , los
p e r s o n a j e s ; la t r a m a d i c e el q u i é n d e la a c c i ó n . Ante la p r e g u n t a p o r la i d e n t i dad (¿quién?), c o n t a m o s u n a historia.
La n a r r a c i ó n p e r m i t e q u e c o n f i g u r e m o s n u e s t r a p r o p i a i d e n t i d a d . T a m b i é n ,
p o r o t r o l a d o , la l e c t u r a d e t r a m a s (o la p r e s e n t a c i ó n d e t r a m a s e n i m á g e n e s
c o m o o c u r r e e n el cine) n o s ofrece e l e m e n t o s d e r e c o n f i g u r a c i ó n d e n u e s t r a p r o p i a vida. La i m a g i n a c i ó n es u n l a b o r a t o r i o d e la e x p e r i e n c i a p o s i b l e , d e v i d a s
posibles. M u c h a s veces a p r e n d e m o s a d e c i d i r y d e l i b e r a r e n función d e los m o d o s
n a r r a t i v o s y s i m b ó l i c o s e n los q u e n o s h e m o s f o r m a d o , es decir, e n f u n c i ó n d e
las h i s t o r i a s q u e n o s h a n c o n t a d o y q u e c o n t a m o s . D i m e q u é c u e n t a s y te d i r é
q u i é n e r e s , p o d r í a m o s decir.
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A d e m á s , las t r a m a s n a r r a t i v a s (cine, t e a t r o , m i t o s , n o v e l a s , e t c . . ) p e r m i t e n
q u e u n l e c t o r se r e c o n o z c a ; p o d e m o s r e c o n o c e r n o s e n tal o c u a l t r a m a (CR 152,
111). El sí m i s m o llega a s e r r e c o n o c i d o d e u n a f o r m a eficaz e n el l a b o r a t o r i o
d e la ficción. E s u n a a p r o p i a c i ó n d e t r a m a s , d e figuras d e v i d a s q u e c o n t r i b u y e
a d e s a r r o l l a r u n a i d e n t i d a d p e r s o n a l c o m o i d e n t i d a d n a r r a t i v a . La v i d a h u m a n a es n a r r a c i ó n , al m e n o s e n p a r t e , y la v i d a h u m a n a se ejercita e n n a r r a c i o n e s .
U n o d e los objetivos b á s i c o s d e c u a l q u i e r p r o p u e s t a e d u c a t i v a q u e m i r a p o r la
c o n s t i t u c i ó n d e la i d e n t i d a d p e r s o n a l es q u e se a p r e n d a a n a r r a r , a v a l o r a r la
n a r r a c i ó n , c o m o f o r m a de d a r sentido y de e n c o n t r a r sentido. Dice Ricoeur:
« A p r e n d e r a " n a r r a r s e " p o d r í a s e r el b e n e f i c i o d e e s t a a p r o p i a c i ó n crítica d e la
narración. Aprender a narrarse es t a m b i é n a p r e n d e r a narrarse de otra m a n e ra» (CR 152, 111). Lo f u n d a m e n t a l d e t o d o e s t o es el «de o t r a m a n e r a » ; el p r o b l e m a d e la i d e n t i d a d p e r s o n a l se e n c u e n t r a así a s o c i a d o al p o d e r n a r r a r y n a r r a r se. R i c o e u r p r o p o n e el t é r m i n o d e i d e n t i d a d n a r r a t i v a c o m o p r o b l e m a y a la vez
c o m o s o l u c i ó n . El p r o b l e m a e n j u e g o n o es o t r o q u e el d e la d i m e n s i ó n t e m p o ral t a n t o del sí m i s m o c o m o d e la a c c i ó n m i s m a , d i m e n s i ó n q u e e n los a n t e r i o r e s a n á l i s i s h a b í a p a s a d o d e s a p e r c i b i d a . Aquel q u e dice, el q u e h a c e , a q u é l q u e
e n u n c i a , se e n c u e n t r a e n el t i e m p o , t i e n e u n a h i s t o r i a , s u p r o p i a h i s t o r i a . La
i d e n t i d a d p e r s o n a l d e s d e u n p u n t o d e v i s t a t e m p o r a l es i d e n t i d a d n a r r a t i v a .
R i c o e u r va a d i s t i n g u i r e n t r e d o s t i p o s d e e n t i d a d . P o r u n l a d o la e n t i d a d i n m u t a b l e , la del idem (lo i d é n t i c o ) y, p o r o t r o l a d o , la i d e n t i d a d móvil, la del ipse (lo
i d é n t i c o q u e a s u m e el c a m b i o ) .
La i d e n t i d a d h u m a n a es u n a difícil c o m b i n a c i ó n d e i d e n t i d a d e n el s e n t i d o
idem e i d e n t i d a d e n el s e n t i d o ipse. C u a n d o h a b l a m o s d e r e c o n o c i m i e n t o d e
algo, u n a c o s a ( c o m o R i c o e u r h a c e e n la p r i m e r a p a r t e d e e s t a o b r a q u e c o m e n t a m o s ) , n o s r e f e r i m o s a la i d e n t i d a d e n el s e n t i d o d e idem. El r e c o n o c i m i e n t o
es i d e n t i f i c a c i ó n , d i s t i n c i ó n d e o t r a c o s a . P e r o la i d e n t i d a d p e r s o n a l es d i s t i n t a ,
a u n q u e este p r i m e r t i p o d e i d e n t i d a d n o es e l i m i n a d a ( h a y q u e r e c o r d a r la a p o r t a c i ó n v a l i o s a d e D e s c a r t e s ) . La i d e n t i d a d h u m a n a , c o m o i d e n t i d a d n a r r a t i v a ,
es u n a m e z c l a d e idem e ipse. La i d e n t i d a d h u m a n a es u n a « u n i d a d n a r r a t i v a
d e u n a v i d a » . Aquí s i n t o n i z a c o n los p l a n t e a m i e n t o s d e M a c l n t y r e . P a r a a m b o s
la i d e a d e u n i d a d n a r r a t i v a d e u n a v i d a es la ú n i c a s u s c e p t i b l e d e d a r u n p u n t o
d e a p o y o a la p r e t e n s i ó n d e v i d a b u e n a , clave d e las é t i c a s d e a m b o s a u t o r e s .
R i c o e u r r e c o n o c e e x p l í c i t a m e n t e q u e el d e s e o d e v i d a b u e n a , e x p r e s a d o n a r r a t i v a m e n t e , es la clave d e s u ética (CR 155, 113). ¿ C ó m o u n sujeto d e a c c i ó n p o d r í a
d a r a s u p r o p i a v i d a u n a calificación é t i c a si e s t a v i d a n o p u d i e r a u n i f i c a r s e e n
f o r m a d e r e l a t o ? A u n q u e , c l a r o e s t á , h a y d i f e r e n c i a s c o n la ficción q u e h a c e n
q u e la n a r r a c i ó n sólo s e a u n a a p r o x i m a c i ó n a la vida.
E n la i d e n t i d a d n a r r a t i v a t a m b i é n a p a r e c e la c u e s t i ó n d e la i d e n t i d a d c o n f r o n t a d a c o n la a l t e r i d a d . L a h i s t o r i a d e u n a v i d a se m e z c l a c o n las d e los o t r o s .
E s t a m o s e n r e d a d o s e n h i s t o r i a s . N o se t r a t a d e u n a e x p e r i e n c i a a ñ a d i d a , d e u n a
e x p e r i e n c i a m á s , s i n o q u e e s la e x p e r i e n c i a f u n d a m e n t a l . P o r o t r a p a r t e es e n la
e x p e r i e n c i a d e c o n f r o n t a c i ó n c o n el o t r o d o n d e la i d e a d e i d e n t i d a d n a r r a t i v a
revela s u fragilidad. La a c c i ó n , la i d e n t i d a d , s i e m p r e se p u e d e c o n t a r d e o t r a
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A LOS ESTADOS DE PAZ
m a n e r a . N o o b s t a n t e , a p e s a r d e las dificultades h a l l a d a s , la c a p a c i d a d d e n a r r a c i ó n es u n b u e n r e c u r s o p a r a d a r p a s o , y f u n d a m e n t o , a o t r a s c a p a c i d a d e s m á s
c o m p l e j a s , q u e e n c i e r t a f o r m a la p r e s u p o n e n , c o m o s o n la r e s p o n s a b i l i d a d , la
m e m o r i a o la p r o m e s a .
d)
Capacidad
de
responsabilidad
S o m o s capaces de responsabilidad, de responder de nuestros actos, de que
nuestros actos nos sean imputables. Capacidad de imputabilidad o capacidad
d e r e s p o n s a b i l i d a d s u p o n e e n t r a r e n la c a r a c t e r i z a c i ó n a n t r o p o l ó g i c a d e la experiencia m o r a l . Al t r a t a r e s t a c u e s t i ó n e s t a m o s , d e a l g u n a m a n e r a , r e t o m a n d o el
t e m a y a p r e s e n t e e n los clásicos g r i e g o s y q u e a n t e r i o r m e n t e h e c o m e n t a d o : el
reconocimiento de responsabilidad.
La e x p e r i e n c i a clave es la d e i m p u t a c i ó n . E s m á s q u e la i d e a d e a d s c r i p c i ó n ,
p u e s e s t a sólo a s o c i a u n a a c c i ó n a u n a g e n t e , e n c a m b i o la i d e a d e i m p u t a c i ó n
a ñ a d e el p o d e r c a r g a r c o n las c o n s e c u e n c i a s d e e s o s a c t o s . La e x p e r i e n c i a d e
i m p u t a c i ó n ya n o es, o al m e n o s ya n o es «sólo», u n a c a p a c i d a d s u s c e p t i b l e d e
d e s c r i p c i ó n objetiva d e s d e fuera, s i n o q u e se a ñ a d e la m a n e r a específica d e design a r s e a sí m i s m o c o m o el sujeto q u e es c a p a z d e tal o c u a l a c c i ó n . El sujeto c a p a z
d e i m p u t a c i ó n , c a p a z d e r e s p o n s a b i l i d a d , es c a p a z d e decir, h a c e r y n a r r a r ( t e n e r
iniciativa, d e c i r lo q u e h a h e c h o , y c o n d e t e r m i n a d a c o h e r e n c i a ) . El sujeto resp o n s a b l e p r e s u p o n e al sujeto l i n g ü í s t i c o , activo y n a r r a t i v o .
El p a s o d e la i d e a c l á s i c a d e i m p u t a b i l i d a d a la i d e a m á s r e c i e n t e d e r e s p o n s a b i l i d a d a b r e h o r i z o n t e s n u e v o s (CR 161, 117), t a n t o p o r e v i t a r la excesiva
j u r i d i f i c a c i ó n d e la i m p u t a b i l i d a d c o m o p o r d e s p l e g a r n u e v o s m a t i c e s i m p o r t a n t e s p a r a u n a f e n o m e n o l o g í a d e las c a p a c i d a d e s h u m a n a s q u e b u s c a n ser recon o c i d a s . Así p o r e j e m p l o , la idea d e r e s p o n s a b i l i d a d , tal y c o m o a c t u a l m e n t e se
a n a l i z a , h a e x t e n d i d o s u esfera m á s allá d e las c o n s e c u e n c i a s p r e s e n t e s y a c t u a les. E s la i d e a del « p r i n c i p i o d e r e s p o n s a b i l i d a d » d e H a n s J o n a s . T o d a s u filosofía, d e la q u e R i c o e u r se m u e s t r a d e u d o r e n g r a n p a r t e , equivale a u n a r e m o r a l i z a c i ó n d e la i d e a d e i m p u t a b i l i d a d . C o n s u s v a l i o s o s a n á l i s i s a p a r e c e e n
p r i m e r p l a n o la i d e a d e o t r o s e r h u m a n o , los o t r o s , a n t e el q u e se es r e s p o n s a ble. El o b j e t o d e r e s p o n s a b i l i d a d es el o t r o v u l n e r a b l e . E s t a t r a n s f e r e n c i a d e sent i d o se e n c u e n t r a a u m e n t a d a c o n la i d e a d e c a r g a c o n f i a d a : es d e u n o t r o del
q u e y o t e n g o q u e e n c a r g a r m e y del q u e soy r e s p o n s a b l e . El o b j e t o ú l t i m o d e resp o n s a b i l i d a d es el o t r o v u l n e r a b l e y frágil. P o r o t r o l a d o , la i d e a d e i m p u t a b i l i d a d p u e d e d e s e m p e ñ a r u n p a p e l m o d e r a d o r d e la i d e a d e r e s p o n s a b i l i d a d , e n
la m e d i d a e n q u e h a c e q u e n o o l v i d e m o s la d i m e n s i ó n p e n a l , q u e t i e n e q u e ver
c o n la i n d i v i d u a l i z a c i ó n d e la p e n a . La i m p u t a c i ó n j u r í d i c a t i e n e t a m b i é n s u
s a b i d u r í a : u n a r e s p o n s a b i l i d a d i l i m i t a d a la volvería i n d i f e r e n t e (CR 163, 118),
p u e s h a r í a d e s a p a r e c e r el c a r á c t e r «mío» d e la a c c i ó n . E n t r e la i d e a d e d e s e n t e n d e r s e d e la r e s p o n s a b i l i d a d y s u s c o n s e c u e n c i a s y el c a r á c t e r a b s o l u t o d e u n a
r e s p o n s a b i l i d a d infinita, es n e c e s a r i o e n c o n t r a r «la j u s t a m e d i d a » y n o d e j a r
q u e el p r i n c i p i o r e s p o n s a b i l i d a d se aleje e x c e s i v a m e n t e d e la i m p u t a b i l i d a d .
Vuelve R i c o e u r a u n a i d e a s u y a m u y i m p o r t a n t e . Ni u n a r e s p o n s a b i l i d a d t o t a l ,
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ni n i n g u n a r e s p o n s a b i l i d a d . N e c e s i t a m o s u n a s a b i d u r í a p r á c t i c a q u e s e ñ a l e ciert a r e s p o n s a b i l i d a d , u n a r e s p o n s a b i l i d a d e n s u j u s t a m e d i d a . E s t a es la m i s m a
i d e a q u e e n c o n t r a m o s e n Lo justo
2.
10
e)
Capacidad
de recordar y de
prometer
La c u e s t i ó n del r e c o n o c i m i e n t o d e sí m i s m o a l c a n z a s u m o m e n t o m á s elev a d o c o n la m e m o r i a y la p r o m e s a ; la p r i m e r a m i r a h a c i a el p a s a d o , la s e g u n d a h a c i a el f u t u r o . L a s d o s p l a n t e a n la c u e s t i ó n f u n d a m e n t a l del r e c o n o c i m i e n t o
d e sí. S o n d o s e x p e r i e n c i a s q u e n o d e j a n d e t e n e r r e l a c i ó n c o n las c a p a c i d a d e s
a n t e s e n u m e r a d a s . S e i n s c r i b e n d e u n a f o r m a o r i g i n a l e n el ciclo d e las c a p a c i d a d e s del s e r h u m a n o c a p a z . A m b a s se s i t ú a n d e f o r m a d i f e r e n t e e n la dialéctic a e n t r e m i s m i d a d e i p s e i d a d , los d o s v a l o r e s c o n s t i t u t i v o s d e la i d e n t i d a d pers o n a l ; así, con la memoria el a c e n t o se p o n e e n la m i s m i d a d , sin q u e la c u e s t i ó n
d e la i p s e i d a d e s t é t o t a l m e n t e a u s e n t e , p u e s es el r e c o n o c i m i e n t o d e lo q u e soy,
d e m i c o n t i n u i d a d ; con la promesa, p r e v a l e c e la d e la i p s e i d a d , p u e s m á s allá d e
los c a m b i o s «yo te p r o m e t o . . . » . De h e c h o , m u c h a s veces, se p r e s e n t a la p r o m e sa c o m o m o d e l o d e i p s e i d a d . P e r o h a b l a r d e i d e n t i d a d h u m a n a es h a b l a r d e esa
mixtura entre identidad e ipseidad, entre m e m o r i a y promesa.
A m b a s e x p e r i e n c i a s , la p r o m e s a y la m e m o r i a , t i e n e n u n a a m e n a z a n e g a t i va: el olvido p a r a la m e m o r i a , la t r a i c i ó n p a r a la p r o m e s a (CR 166, 119). N o h a y
q u e o l v i d a r el l a d o n e g a t i v o d e los n o - p o d e r e s q u e a c o m p a ñ a n a las d i f e r e n t e s
c a p a c i d a d e s . El r e c o n o c i m i e n t o d e sí e n s u s c a p a c i d a d e s s i e m p r e e s t á a m e n a z a d o . El e r r o r , el m a l e n t e n d i d o , el d e s p r e c i o o, c o m o e n e s t e c a s o , el olvido o la
t r a i c i ó n s o n los p e l i g r o s d e la a u s e n c i a d e r e c o n o c i m i e n t o . E s t o s p e l i g r o s p o n e n
d e relieve, y n o s h a c e n t e n e r e n c u e n t a , la d i m e n s i ó n p e d a g ó g i c a d e e s t a s c a p a c i d a d e s : e s t a s c a p a c i d a d e s n o s o n r e c u r s o s «naturales» d e los q u e p o d a m o s e c h a r
m a n o , s o n , m á s b i e n , u n a e x t r a ñ a m e z c l a d e a l g o i n n a t o y algo a p r e n d i d o , y e n
e s t a s c a p a c i d a d e s t e n e m o s q u e s e r e d u c a d o s . C u i d a r e s t a s c a p a c i d a d e s es cuid a r lo q u e n o s h a c e h u m a n o . U n a e d u c a c i ó n p a r a la p a l a b r a , p a r a la iniciativa,
p a r a la n a r r a c i ó n , p a r a la r e s p o n s a b i l i d a d , p a r a la m e m o r i a y p a r a la p r o m e s a
t e n d r í a q u e e s t a r p r e s e n t e e n c u a l q u i e r s i s t e m a e d u c a t i v o ".
P r o m e s a y m e m o r i a c o n s t i t u y e n el p u n t o á l g i d o d e la p r o b l e m á t i c a del r e c o n o c i m i e n t o d e sí. S u c o m p l e m e n t a r i e d a d d a a m p l i t u d t e m p o r a l al r e c o n o c i m i e n t o d e sí, f u n d a m e n t a d o a la vez s o b r e u n a h i s t o r i a d e v i d a y s o b r e los c o m Le juste 2, Seuil, Paris, 2001. Esta recopilación de trabajos constituye lo que podríamos llamar los fundamentos de la «ética aplicada» de Ricoeur. En ella despliega la fundamentación antropológica de la ética y de la teoría de la justicia, centrándose en el concepto
de sabiduría práctica y de «justa distancia», de alguna manera también presente en Caminos
del reconocimiento,
ya que es la justa distancia la garantía de reciprocidad.
" También, claro está, una «educación para la ciudadanía». Pero para Ricoeur la educación para la ciudadanía, para la convivencia o para el espacio público, nunca puede ocultar ni olvidar la necesaria «educación para la soledad», para la autonomía personal. No sólo
s o m o s ciudadanos; nuestro abanico de capacidades es más amplio. Cfr. P. Ricoeur, entrevista recogida en HOCQUARD, A., Eduquer, à quoi bon?, PUF, Paris, 1996.
,0
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p r o m i s o s d e f u t u r o d e l a r g a d u r a c i ó n . N o s e n c o n t r a m o s c o n la d i s t e n s i ó n del
t i e m p o d e q u e h a b l a b a S a n Agustín, y ya c o m e n t a d a p o r R i c o e u r e n la p r i m e r a
p a r t e d e Tiempo y narración.
P o r o t r o l a d o e n el a n á l i s i s d e la p r o m e s a , m á s a ú n q u e e n el d e la m e m o r i a ,
m e r e c e especial a t e n c i ó n el p a p e l d e la a l t e r i d a d . S i e m p r e es u n p r o m e t e r a n t e
o t r o s , p o r e s o este a n á l i s i s p u e d e servirle a R i c o e u r c o m o t r a n s i c i ó n al r e c o n o c i m i e n t o m u t u o . A d e m á s , h a y q u e c o n s i d e r a r la r e l a c i ó n e n t r e c a p a c i d a d y ejercicio efectivo. El p o d e r p r o m e t e r es u n o d e los p o d e r e s del ser h u m a n o c a p a z ;
la p r o m e s a «se ofrece a s í a la vez c o m o u n a d i m e n s i ó n n u e v a d e la i d e a d e c a p a c i d a d y c o m o la r e c a p i t u l a c i ó n d e los p o d e r e s a n t e r i o r e s » (CR 1 8 9 , 1 3 5 ) . P o d e r
p r o m e t e r p r e s u p o n e p o d e r decir, p o d e r o b r a r s o b r e el m u n d o , p o d e r n a r r a r y
ofrecer u n a u n i d a d n a r r a t i v a d e la p r o p i a vida, y, p o r ú l t i m o , p o d e r s e r r e s p o n s a b l e . La f e n o m e n o l o g í a d e la p r o m e s a se c e n t r a r á s o b r e el a c t o m e d i a n t e el
c u a l el sí m i s m o se c o m p r o m e t e e f e c t i v a m e n t e . E s t a f e n o m e n o l o g í a se desplieg a e n d o s t i e m p o s : e n p r i m e r lugar, se s u b r a y a la d i m e n s i ó n l i n g ü í s t i c a del a c t o
d e p r o m e t e r e n t a n t o q u e a c t o d e d i s c u r s o y, e n s e g u n d o lugar, i n d u c i d o p o r el
p r i m e r o , p a s a a p r i m e r p l a n o la c a r a c t e r í s t i c a m o r a l del a c t o d e p r o m e t e r .
P e r o la p r o m e s a t a m b i é n t i e n e u n a s o m b r a , c o m o la m e m o r i a . P o d e r p r o m e t e r es t a m b i é n p o d e r r o m p e r la p a l a b r a . El a c t o d e p r o m e t e r , s i g u i e n d o a
N i e t z s c h e , d e f i n e lo m á s h u m a n o del s e r h u m a n o , y t o d a s o s p e c h a a s u vez
e n g e n d r a efectos q u e m i n a n la c o n d i c i ó n m o r a l del ser h u m a n o e n s u c o n j u n t o . El p o d e r p r o m e t e r t i e n e s u s p a t o l o g í a s y s u s peligros. Así R i c o e u r , e n u n ejercicio d e s a b i d u r í a p r á c t i c a , e n u m e r a u n a serie d e r e m e d i o s c o n t r a «esta p a t o logía s e c r e t a del p o d e r p r o m e t e r » :
1.
2.
3.
4.
E n p r i m e r l u g a r n o h a y q u e p r e s u m i r del p o d e r p r o m e t e r , es decir, n o
prometer demasiado.
H a y q u e s a b e r g u a r d a r la d i s t a n c i a e n t r e el m a n t e n i m i e n t o d e sí, m a n t e n e r la p r o p i a i d e n t i d a d y c o n v i c c i o n e s , y la c o n s t a n c i a d e u n a v o l u n t a d o b s t i n a d a , o b c e c a d a y n o a b i e r t a al c a m b i o .
C o n v i e n e t a m b i é n i n v e r t i r el o r d e n d e p r i o r i d a d e n t r e el q u e p r o m e t e y
s u b e n e f i c i a r i o : e n p r i m e r l u g a r u n o t r o c u e n t a c o n m i g o y c o n la fidelidad en mi palabra; y yo r e s p o n d o a su expectativa.
E s n e c e s a r i o r e l a c i o n a r las p r o m e s a s d e las q u e y o soy a u t o r c o n el c o n j u n t o d e las p r o m e s a s d e las q u e y o h e s i d o y soy a ú n b e n e f i c i a r i o . Yo
soy el c o n t i n u a d o r e n d e u d a d o d e p r o m e s a s d e n u e s t r a p r o p i a c u l t u r a .
Mi c a p a c i d a d d e p r o m e t e r es h e c h a e n u n a i m b r i c a c i ó n d e p r o m e s a s d e
las q u e soy hijo (CR 1 9 6 - 1 9 7 , 1 4 0 - 1 4 1 ) .
4.
L A BÚSQUEDA D E RECONOCIMIENTO
De e n t r a d a , las c a p a c i d a d e s d e s c r i t a s a n t e r i o r m e n t e i m p l i c a n la p r e s e n c i a
d e los o t r o s , p e r o n o i m p l i c a n u n r e c o n o c i m i e n t o d e los o t r o s . La c e r t e z a d e
p o d e r h a c e r es í n t i m a , n o o b s t a n t e , c a d a u n a d e las c a p a c i d a d e s a p e l a a o t r o , a
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o t r o s . El d i s c u r s o se d i r i g e a o t r o s q u e p u e d e n p r e g u n t a r o c u e s t i o n a r , d i a l o g a r .
La a c c i ó n se e j e c u t a c o n o t r o s q u e la i m p o s i b i l i t a n o la facilitan. La n a r r a c i ó n
u n e e l e m e n t o s h e t e r o g é n e o s y los o t r o s c u e n t a n m i vida, m e n a r r a n , m e d a n u n a
i m a g e n d e m i m i s m o . La r e s p o n s a b i l i d a d o i m p u t a c i ó n m e p u e d e s e r exigida,
c o m o s u c e d e e n el c a s o d e la a c u s a c i ó n , la p r e s e n c i a del o t r o es i n e v i t a b l e . Y
p o r ú l t i m o , la p r o m e s a es h e c h a a a l g u i e n , o t r o es b e n e f i c i a r i o d e m i p r o m e t e r .
P e r o e s t a s c a p a c i d a d e s q u e se e j e r c e n c o n o t r o , frente a o t r o s , p o r o t r o s o a t r a vés d e o t r o s t a m b i é n n e c e s i t a n a los o t r o s p a r a h a c e r n o s c o n s c i e n t e s d e ellas;
n e c e s i t a m o s s u r e c o n o c i m i e n t o . L a r e c i p r o c i d a d o m u t u a l i d a d es lo ú n i c o q u e
p e r m i t i r á h a b l a r d e r e c o n o c i m i e n t o e n el s e n t i d o fuerte del t é r m i n o .
E s t a m u t u a l i d a d o r e c i p r o c i d a d e n el r e c o n o c i m i e n t o d e c a p a c i d a d e s n o se
d a e s p o n t á n e a m e n t e , p o r e s o el r e c o n o c i m i e n t o d e c a p a c i d a d e s , el r e c o n o c i m i e n t o d e sí m i s m o , p u e d e s e r exigido. De a h í q u e e s t a s c a p a c i d a d e s p u e d a n
s e r p r e s e n t a d a s t a m b i é n c o m o d e r e c h o s . E s lo q u e s u c e d e c o n la p r o p u e s t a d e
A m a r t y a Sen. A d e m á s , la r e c i p r o c i d a d p e r m i t i r á s a l v a r n o s d e las f o r m a s d e e n g a ñ o q u e p u e d e n a q u e j a r a u n p l a n t e a m i e n t o s o l i p s i s t a d e las c a p a c i d a d e s , p u e s
si el p e l i g r o del r e c o n o c i m i e n t o d e las c o s a s es el e r r o r o el m a l e n t e n d i d o , el pelig r o q u e a q u e j a al r e c o n o c i m i e n t o d e las p r o p i a s c a p a c i d a d e s es el a u t o e n g a ñ o .
El a n á l i s i s social d e las c a p a c i d a d e s c o n t r i b u i r á y c o m p l e t a r á e s t a p r o p u e s t a d e
R i c o e u r (los a n á l i s i s d e J e a n M a r c F e r r y y, s o b r e t o d o , d e A m a r t y a S e n testim o n i a n el l a d o social del r e c o n o c i m i e n t o ) . T o d o s e s t o s a n á l i s i s , t a n t o f e n o m e n o l ó g i c o s c o m o los del p r o p i o R i c o e u r o m á s s o c i o - e c o n ó m i c o s c o m o los d e
A. S e n o J. M. Ferry, c o n v e r g e n e n la i d e a d e p o d e r - o b r a r , p i e d r a a n g u l a r d e e s t a
a n t r o p o l o g í a del s e r h u m a n o a c t u a n t e y s u f r i e n t e q u e R i c o e u r d e s a r r o l l a ' .
2
C o m o h e s e ñ a l a d o a n t e r i o r m e n t e , s o b r e e s t o s a n á l i s i s n o h a y s e g u r i d a d , certeza, n o h a y ciencia; sólo hay atestación, confianza, certeza práctica. Es u n a
c o n f i a n z a q u e r e c a e e n u n m o d o d e ser. P e r o esa c o n f i a n z a n o es o t o r g a d a a u t o m á t i c a m e n t e o e s p o n t á n e a m e n t e . El o t r o a veces, e n o c a s i o n e s , o s i e m p r e , n o
m e la r e c o n o c e , n o r e c o n o c e m i s c a p a c i d a d e s , n o m e r e c o n o c e . La i d e a d e recip r o c i d a d n o va d e s u y o . P o r m u y alta q u e sea la a l a b a n z a del r e c o n o c i m i e n t o
e n r e c i p r o c i d a d n o p o d e m o s n u n c a o l v i d a r la d i f e r e n c i a r a d i c a l e n t r e sí m i s m o
y el o t r o , i n c l u s o e n el c o r a z ó n m i s m o d e la r e c i p r o c i d a d , d e la e n t r e g a .
P o r t a n t o , la e x i g e n c i a d e r e c o n o c i m i e n t o n o t i e n e l u g a r s i n l u c h a ; d e h e c h o
la i d e a d e l u c h a p o r el r e c o n o c i m i e n t o se e n c u e n t r a e n el c o r a z ó n d e las relac i o n e s s o c i a l e s m o d e r n a s . N o p o d e m o s q u e d a r n o s e n el o p t i m i s m o i n g e n u o d e
R o u s s e a u , p u e s este p l a n t e a m i e n t o d e s c o n o c e la r a d i c a l d i f e r e n c i a e n t r e el y o
y el t ú y la v e r d a d e r a c o n s t i t u c i ó n del v í n c u l o social; la s o c i e d a d s i e m p r e s e r á
En Ricoeur nos encontramos toda una antropología de las capacidades humanas que
podría servir de complemento y fundamento a los desarrollos de Amartya Sen y que son más
sólidas, mejor sistematizadas y fundamentadas que otras filosofías de las capacidades c o m o
la de M. Nussbaum. Es interesante en este sentido la discusión sobre las capacidades que lleva
a cabo J. Conill en su libro Horizontes de economía ética (Tecnos, Madrid, 2004) en torno a
Sen y Nussbaum; la aportación de Ricoeur podría ser valiosa c o m o corrección a las insuficiencias detectadas por J. Conill.
12
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T. DOMINGO MORATALLA, DEL SÍ MISMO RECONOCIDO
A LOS ESTADOS DE PAZ
d e n a t u r a l e z a conflictiva y p r o b l e m á t i c a . P e r o , a b a n d o n a d o el p l a n t e a m i e n t o
d e R o u s s e a u p o r u t ó p i c o , e n el p e o r s e n t i d o del t é r m i n o , ¿sólo n o s q u e d a H o b bes? B u e n a p a r t e d e la p o l í t i c a c o n t e m p o r á n e a sea h a c o n s t i t u i d o c o m o desar r o l l o o c o m o c o r r e c c i o n e s a la p r o p u e s t a h o b b e s i a n a . La r e a c c i ó n c o n t r a H o b b e s fue llevada a c a b o p o r Hegel q u e elevó a c a t e g o r í a la idea d e l u c h a p o r el
r e c o n o c i m i e n t o . ¿Cuál es el r e t o d e H o b b e s ? ¿Cuál es la p r o p u e s t a d e Hegel?
V e a m o s b r e v e m e n t e el a n á l i s i s d e R i c o e u r p a r a e n t r a r i n m e d i a t a m e n t e e n s u
propuesta original.
4.1.
De Hobbes
a Hegel
La e s t r a t e g i a d e R i c o e u r es s i t u a r u n a s e r i e d e a c o n t e c i m i e n t o s d e p e n s a m i e n t o q u e a c o m p a ñ e n el r e c o n o c i m i e n t o h e g e l i a n o , sin o l v i d a r n u n c a ( c o m o
m á s t a r d e s e ñ a l a r é ) el p u n t o crítico q u e i n t r o d u c e la d i s i m e t r í a o r i g i n a r i a e n t r e
el y o y el o t r o . De la m i s m a m a n e r a q u e frente al r e c o n o c i m i e n t o - i d e n t i f i c a c i ó n
p u e d e h a l l a r s e lo i r r e c o n o c i b l e (el e r r o r ) , e n el c a s o del r e c o n o c i m i e n t o recíp r o c o c o r r e m o s el r i e s g o del d e s c o n o c i m i e n t o (el d e s p r e c i o , la d e s c o n s i d e r a c i ó n ) , es decir, d e la n e g a c i ó n del r e c o n o c i m i e n t o . Se t r a t a d e p e n s a r las p r e p o s i c i o n e s «con» y «entre», p e n s a r el e s p a c i o d e r e l a c i ó n , el e s p a c i o h u m a n o .
El r e c o n o c i m i e n t o , tal y c o m o Hegel lo i n t e r p r e t a , p u e d e ser t r a t a d o c o m o
u n a r é p l i c a d e n a t u r a l e z a m o r a l al desafío l a n z a d o p o r la i n t e r p r e t a c i ó n h o b b e s i a n a d e la política, q u e es e n el f o n d o u n a i n t e r p r e t a c i ó n n a t u r a l i s t a d e las
f u e n t e s d e la p o l í t i c a . El d e s a f í o d e H o b b e s n o se e n c u e n t r a t a n t o e n la c o n c e p c i ó n del e s t a d o c o m o e n el c o n c e p t o d e e s t a d o d e n a t u r a l e z a . La c u e s t i ó n
f u n d a m e n t a l es s a b e r si e n la b a s e del vivir-juntos existe u n m o t i v o o r i g i n a r i a m e n t e m o r a l q u e Hegel i d e n t i f i c a r á c o n el d e s e o d e s e r r e c o n o c i d o . H o b b e s , p o r
t a n t o , constituye u n a a u t é n t i c a experiencia d e p e n s a m i e n t o o u n a u t é n t i c o «acont e c i m i e n t o del p e n s a m i e n t o » . P a r a él, el d e s p r e c i o , la falta d e r e c o n o c i m i e n t o ,
la falta d e c o n s i d e r a c i ó n , es algo o r i g i n a r i o . P e r o n o r e s u l t a d e la o b s e r v a c i ó n ,
s i n o d e la i m a g i n a c i ó n , d e lo q u e s e r í a la vida h u m a n a sin la i n s t i t u c i ó n d e u n
g o b i e r n o (CR 242, 173). P a r a él, «el u n o j u n t o al otro» es u n a e s t r u c t u r a d e negac i ó n d e r e c o n o c i m i e n t o q u e e n c u e n t r a e n la d e s c o n f i a n z a su e x p e r i e n c i a m á s
p r ó x i m a y e n la v a n i d a d s u m o t i v a c i ó n m á s p r o f u n d a .
El desafío d e H o b b e s es p o r t a n t o d o b l e : el d e la p r e m i s a n a t u r a l i s t a , y e n
este s e n t i d o p r e - é t i c a y, p o r o t r o l a d o , la p r e m i s a d e u n o r d e n c o n t r a c t u a l , d e
c a r á c t e r p a r a - é t i c o . P a r a R i c o e u r el e r r o r f u n d a m e n t a l r e s i d e e n la a u s e n c i a d e
u n a d i m e n s i ó n d e a l t e r i d a d e n la c o n c a t e n a c i ó n d e c o n c e p t o s . E n t o d a e s t a filosofía h a y u n « v o l u n t a r i s m o v i r t u a l m e n t e a r b i t r a r i o » . E n este p l a n t e a m i e n t o se
e c h a d e m e n o s n o t a n t o la i d e n t i f i c a c i ó n d e u n sí m i s m o , s i n o la p a r t e d e alteridad q u e c o o p e r a e n su i p s e i d a d , q u e p o r o t r a p a r t e es f u n d a m e n t a l p a r a h a b l a r
d e r e l a c i ó n , c o n t r a t o o a c u e r d o . El e r r o r es, p o r t a n t o , a n t r o p o l ó g i c o ; es u n a
filosofía p o l í t i c a c o n u n a a n t r o p o l o g í a filosófica deficiente.
La filosofía d e H o b b e s se n o s p r e s e n t a c o m o u n g r a n desafío. La c u e s t i ó n
q u e se n o s p l a n t e a es s a b e r si u n o r d e n político p u e d e f u n d a r s e e n u n a exigencia m o r a l q u e sea t a n o r i g i n a r i a c o m o el m i e d o a la m u e r t e violenta, el c á l c u l o
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A LOS ESTADOS DE PAZ
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r a c i o n a l , el e g o í s m o y la g u e r r a d e t o d o s c o n t r a t o d o s . P a r a a l g u n o s , el c o n c e p t o h e g e l i a n o d e « r e c o n o c i m i e n t o » satisface e s t a i n v e s t i g a c i ó n . E n p r i m e r l u g a r
p o r q u e a s e g u r a el v í n c u l o e n t r e a u t o r r e f l e x i ó n y o r i e n t a c i ó n h a c i a el o t r o ; s u p o n e el p r i n c i p i o d e r é p l i c a a H o b b e s . E n s e g u n d o l u g a r p o r q u e la d i n á m i c a del
p r o c e s o e n t e r o p r o c e d e del p o l o n e g a t i v o h a c i a el p o l o p o s i t i v o , del d e s p r e c i o
h a c i a la c o n s i d e r a c i ó n , d e la injusticia h a c i a el r e s p e t o . Y e n t e r c e r l u g a r la teor í a d e r e c o n o c i m i e n t o e x t r a e s u a s p e c t o s i s t e m á t i c o d e s u a r t i c u l a c i ó n e n niveles j e r á r q u i c o s q u e c o r r e s p o n d e a las i n s t i t u c i o n e s específicas.
P a s o a r e c o g e r y d a r c u e n t a b r e v e m e n t e del b r i l l a n t e a n á l i s i s q u e h a c e Ric o e u r d e H e g e l y d e los i n t e n t o s p o s t h e g e l i a n o s c o m o el d e Axel H o n n e t h . La
filosofía h e g e l i a n a del r e c o n o c i m i e n t o e x t r a e s u f u e r z a del d i n a m i s m o d e lo
n e g a t i v o . E s lo q u e m u e v e el t r a b a j o e n t e r o d e lo n e g a t i v o . C a d a c o n q u i s t a i n s t i t u c i o n a l r e s p o n d e a u n a a m e n a z a n e g a t i v a específica. E s t a m o s m á s d e a c u e r d o y t e n e m o s m á s c l a r i d a d s o b r e lo i n j u s t o q u e s o b r e lo j u s t o . «La i n d i g n a c i ó n
p o s e e , e n u n a filosofía p o l í t i c a f u n d a d a e n la e x i g e n c i a d e r e c o n o c i m i e n t o , el
p a p e l j u g a d o p o r el m i e d o a la m u e r t e v i o l e n t a e n H o b b e s » (CR 2 5 5 , 1 8 3 ) , s e ñ a l a r á R i c o e u r . N o s m o v e m o s e n el d e s e o d e s e r r e c o n o c i d o s . H e g e l h e r e d a d e
K a n t la i d e a d e a u t o n o m í a i n d i v i d u a l , y d e M a q u i a v e l o y H o b b e s el p r o y e c t o d e
r e o r i e n t a r la i d e a d e l u c h a , d e s d e la l u c h a p o r la s u p e r v i v e n c i a a la l u c h a p o r el
r e c o n o c i m i e n t o r e c í p r o c o . Y del m u n d o g r i e g o r e t e n d r á la p r i m a c í a d e la i d e a
d e p o l i s c o n r e s p e c t o al i n d i v i d u o a i s l a d o . H e g e l h a i n s c r i t o d e f i n i t i v a m e n t e el
t e m a del r e c o n o c i m i e n t o e n la e n c r u c i j a d a d e la filosofía política. La e x p e r i e n cia o r i g i n a r i a n o es el d e s c o n o c i m i e n t o s i n o el d e s e o d e s e r r e c o n o c i d o , d e a h í
la l u c h a p o r el r e c o n o c i m i e n t o . P e r o , a p u n t a m o s i n t e r p r e t a n d o a R i c o e u r , ¿es
la ú n i c a o p c i ó n ? ¿es la l u c h a el ú n i c o m o d e l o d e r e c o n o c i m i e n t o ?
4.2.
Mutualidad
y estados
de paz
Aquí n o s e n c o n t r a m o s c o n la g r a n p r o p u e s t a d e R i c o e u r . M e a t r e v e r í a a d e c i r
q u e se t r a t a d e la p r o p u e s t a d e R i c o e u r m á s o r i g i n a l d e la ú l t i m a e t a p a d e s u
p r o d u c c i ó n filosófica, d e s d e la a p a r i c i ó n d e Sí mismo como otro. L a s p á g i n a s
d e d i c a d a s e n Caminos del reconocimiento
a los e s t a d o s d e p a z s o n m a g n í f i c a s ;
s o n el n ú c l e o d e la o b r a , e n ellas R i c o e u r e n h e b r a d e u n a f o r m a e j e m p l a r el a n á lisis y c o m e n t a r i o d e o t r o s l i b r o s , e n c o n c r e t o los t r a b a j o s d e L. B o l t a n s k i y d e
M. Henaff, c o n s u p r o p u e s t a m á s o r i g i n a l . S i e m p r e c o n o t r o s , m á s allá d e o t r o s ,
p a u s a d a m e n t e , p e r o firme.
13
Cfr. BOLTANSKI, L., El amor y L· justicia como competencias,
Amorrortu, Buenos Aires,
2000. Boltanski se ha convertido en u n o de los grandes valedores de la filosofía de Ricoeur en
Francia. La ha empleado y utilizado en los últimos años. Son muy significativas sus intervenciones recogidas en la mesa redonda titulada «El efecto Ricoeur en las ciencias humanas»,
y recogida en Esprit, n.° 3-4, abril, 2006, pp. 43-67. En ellas señala c ó m o Ricoeur fue un autor
casi prohibido y muy mal visto para el pensamiento sociológico de izquierdas y que sólo muy
tardíamente ha podido reconocer su enorme valor y ha aprendido de él, sobre todo, la productividad de algunas categorías teológicas, c o m o la de «ágape», que subyace al desarrollo
del concepto de «estado de paz» (para él Ricoeur ha supuesto «casi» una conversión, p. 49).
13
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T. DOMINGO MORAT ALLÁ, DEL SÍ MISMO RECONOCIDO
A LOS ESTADOS DE PAZ
El c o n c e p t o d e «estados d e paz» es la r e s p u e s t a ricoeuriana al desafío d e H o b bes y a la r e s p u e s t a d e Hegel, y n o s ofrece a su vez los e l e m e n t o s p a r a f u n d a m e n t a r
la s o l i d a r i d a d y la hospitalidad, h a c i e n d o q u e estas p a l a b r a s dejen d e ser sólo lugar e s c o m u n e s , b i e n i n t e n c i o n a d a s y a veces g a s t a d a s , p a r a p a s a r a ser constitutivas
d e n u e s t r a h u m a n i d a d . P e r o , ¿ q u é son los «estados d e paz»? V a y a m o s d e s p a c i o ,
p u e s la p r o p u e s t a m e r e c e d e t e n i m i e n t o y la m á x i m a a t e n c i ó n .
La d u d a q u e p l a n t e a R i c o e u r , o m á s b i e n cuestión, a la r e s p u e s t a h e g e l i a n a d e
l u c h a p o r el r e c o n o c i m i e n t o c o m o r e s p u e s t a al desafío d e H o b b e s del o r i g e n del
v í n c u l o social, es q u e q u i z á s n o t o d o el vínculo social es c o n s t i t u i d o p o r la l u c h a
p o r el r e c o n o c i m i e n t o y h a y q u e s u p o n e r q u e existe u n a especie d e benevolencia
v i n c u l a d a a la similitud e n t r e los seres h u m a n o s e n la g r a n familia d e la h u m a n i d a d . P o r o t r o l a d o es i n n e g a b l e la s e n s a c i ó n d e insatisfacción q u e n o s dejan las
c o n s t a n t e s l u c h a s p o r el r e c o n o c i m i e n t o ; la d e m a n d a d e r e c o n o c i m i e n t o p a r e c e
inextinguible, ¿ c u á n d o s e r e m o s r e c o n o c i d o s p l e n a m e n t e ? , ¿ c u á n d o s e r e m o s plen a m e n t e c o n s i d e r a d o s e n n u e s t r a s capacidades, p r e s e n t a d a s y exigidas c o m o derec h o s ? A p a r e c e a q u í la figura del «mal infinito» (CR 317, 225). Y vivimos e n la tent a c i ó n c o n s t a n t e d e f o r m a s n u e v a s d e «conciencia d e s g r a c i a d a » , bajo f o r m a s d e
s e n t i m i e n t o s d e v i c t i m i z a c i ó n . ¿ N o h a y q u e p e n s a r m á s b i e n , y e s t a es la p r o p u e s t a - r e s p u e s t a d e R i c o e u r , q u e h a y e x p e r i e n c i a s efectivas d e r e c o n o c i m i e n t o
bajo u n m o d o p a c i f i c a d o , n o s u r g i d a s n e c e s a r i a m e n t e d e la l u c h a ? E s t a experiencia efectiva d e r e c o n o c i m i e n t o es lo q u e l l a m a R i c o e u r «estados de p a z » .
N o q u i e r e d e c i r q u e e s t a s e x p e r i e n c i a s p u e d a n p o r sí m i s m a s resolver las perp l e j i d a d e s a s o c i a d a s a la l u c h a p o r el r e c o n o c i m i e n t o o las s i t u a c i o n e s conflictivas d e n u e s t r a s o c i e d a d . La e x i s t e n c i a d e e s t o s e s t a d o s d e p a z , m á s b i e n su
e x p e r i e n c i a , n o d a n s e g u r i d a d o s a b e r , s i n o sólo ( n a d a m á s , y n a d a m e n o s ) q u e
la c e r t e z a ( c o n f i a n z a , o a t e s t a c i ó n ) q u e el e m p e ñ o m o r a l p r e s e n t e e n las reivind i c a c i o n e s p o r el r e c o n o c i m i e n t o n o es i l u s o r i o . N o s a n i m a n , n o s a y u d a n a n o
d e s e s p e r a r , a b u s c a r y s e g u i r c a m i n a n d o ; s o n « i l u m i n a c i o n e s » q u e n o s d a n confianza e n el ejercicio d e n u e s t r a a c c i ó n , es decir, e n la b ú s q u e d a d e la « a c c i ó n
q u e c o n v i e n e » (CR 3 1 8 , 226).
E s t o s e s t a d o s d e p a z , e s t a s e x p e r i e n c i a s t r a n q u i l a s d e r e c o n o c i m i e n t o recíp r o c o , e n m u t u a l i d a d , e n c u e n t r a n s u e x p r e s i ó n e n m e d i a c i o n e s s i m b ó l i c a s alej a d a s t a n t o d e lo j u r í d i c o c o m o d e los i n t e r c a m b i o s c o m e r c i a l e s . Q u e se t r a t e d e
e x p e r i e n c i a s e s c a s a s n o descalifican su p o s i b i l i d a d ni t a m p o c o s u fuerza. S o n
m e d i a c i o n e s s i m b ó l i c a s c u y a m o d e l o se e n c u e n t r a e n la p r á c t i c a del i n t e r c a m b i o c e r e m o n i a l d e d o n e s e n las s o c i e d a d e s a n t i g u a s . E n e s t a s e x p e r i e n c i a s se
14
" Ricoeur encuentra un aval de su planteamiento en el trabajo de Marcel Henaff titulado Le prix de la vérité, Seuil, Paris, 2002. Henaff ha pensado el «don ceremonial recíproco» no
c o m o un ancestro o un complemento del intercambio mercantil, sino algo perteneciente al
plano de lo «sin precio». El modelo de lo «sin precio» se encuentra en nuestra tradición representado por la búsqueda de la verdad protagonizada por Sócrates a diferencia de los sofistas.
Sócrates enseña sin exigir nada a cambio, los sofistas exigen una remuneración; Sócrates simboliza una relación de intercambio que no es en absoluto mercantil. Lo «sin precio» se vincula con el intercambio de dones que define los estados de paz entendidos c o m o experiencia
de reconocimiento efectivo.
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p r o d u c e u n r e c o n o c i m i e n t o r e c í p r o c o q u e t i e n d e a b o r r a r los l í m i t e s i n t e r p e r sonales, p o r eso Ricoeur prefiere h a b l a r de m u t u a l i d a d p a r a distinguirlas de
a q u e l l a s e x p e r i e n c i a s d e r e c o n o c i m i e n t o d o m i n a d a s p o r la lógica d e la r e c i p r o c i d a d , d e la j u s t i c i a . S e t r a t a d e d e f e n d e r la lógica del a m o r m á s allá d e la lógic a d e la j u s t i c i a . U n e s t a d o d e p a z es el a m o r , el á g a p e e n s e n t i d o c r i s t i a n o . El
i n t e r c a m b i o ritualizado d e d o n e s d e las s o c i e d a d e s a r c a i c a s se d i f e r e n c i a clar a m e n t e del i n t e r c a m b i o m e r c a n t i l d e las s o c i e d a d e s m o d e r n a s , r e g i d a s p o r la
i d e a d e c o n t r a t o . La lógica del i n t e r c a m b i o d e d o n e s , la lógica del a m o r , es u n a
lógica d e m u t u a l i d a d q u e c o n s i s t e e n la l l a m a d a «a d a r a s u vez» p o r q u e te h a
s i d o d a d o ; la e x p e r i e n c i a d e la d o n a c i ó n es u n a e x p e r i e n c i a d e s o b r e a b u n d a n cia, d e e x p a n s i ó n . Doy p o r q u e m e h a s i d o d a d o . P e r o , ¿de d ó n d e n a c e e s t a oblig a c i ó n , este m a n d a t o ? A l g u n o s s o c i ó l o g o s a p e l a n a e l e m e n t o s a r c a i c o s e n e s t a s
f o r m a s d e d o n a c i ó n q u e s u p o n e n el a n t e c e d e n t e del i n t e r c a m b i o c o m e r c i a l , y
lo i n t e r p r e t a n c o m o r e s t o s a ú n p r e s e n t e s e n n u e s t r a s s o c i e d a d e s m o d e r n a s ' .
P a r a R i c o e u r el i n t e r c a m b i o d e d o n e s e x p r e s a el r e c o n o c i m i e n t o m u t u o s i m b o l i z a d o e n el d o n i n t e r c a m b i a d o c o n v e r t i d o e n s u c o n c r e c i ó n . E s u n r e c o n o c i m i e n t o i n d i r e c t o , c o n t r a p a r t i d a p a c í f i c a d e la l u c h a p o r el r e c o n o c i m i e n t o .
A q u í , e n e s t e i n t e r c a m b i o d e d o n e s , se e x p r e s a r í a la m u t u a l i d a d del v í n c u l o
social, la p r o x i m i d a d . C o m o m e h a s i d o d a d o , d o n a d o , d o y a s u vez, p e r o n o
p o r q u e h a y a d e p e n d e n c i a c o n r e s p e c t o al d o n a n t e ; el g e s t o d e d a r es u n a invit a c i ó n a u n a g e n e r o s i d a d s e m e j a n t e . E s , p a r a d ó j i c a m e n t e , la n o e s p e r a d e recip r o c i d a d el f u n d a m e n t o d e r e c i p r o c i d a d . E s t a c a d e n a d e favores ", c a d e n a d e
d o n a c i ó n y r e c o n o c i m i e n t o es u n e s t a d o d e p a z q u e se e n c u e n t r a p r e s e n t e e n la
e s p e r a n z a d e las l u c h a s p o r el r e c o n o c i m i e n t o . P o r t a n t o , n o d e t i e n e la l u c h a
p o r el r e c o n o c i m i e n t o , n o la s u s t i t u y e , p e r o le d a confianza; el e n c u e n t r o es posible, n u e s t r a s l u c h a s n o s o n e n v a n o .
Al h a b l a r d e u n d o n q u e n o b u s c a r e s t i t u c i ó n v i e n e a la m e n t e la p a l a b r a grat i t u d . La p a l a b r a g r a t i t u d es o t r a f o r m a d e d e c i r r e c o n o c i m i e n t o , a g r a d e c e r es
r e c o n o c e r (CR 3 5 1 , 249). R i c o e u r e s t á p o n i e n d o así las b a s e s p a r a u n a é t i c a la
g r a t i t u d . S u p r o p ó s i t o es c o n f r o n t a r la e x p e r i e n c i a viva del d o n c o n la l u c h a p o r
el r e c o n o c i m i e n t o y la i n c e r t i d u m b r e d e s u r e a l i z a c i ó n e n u n s e r r e c o n o c i d o
efectivo.
E s t e i n t e r c a m b i o d e d o n e s t i e n e u n c a r á c t e r festivo. N o se t r a t a d e u n a c u e s t i ó n q u e p u e d a r e d u c i r s e a lo m o r a l , v a m á s allá d e lo m o r a l . Y n o t i e n e n a d a
15
6
Ambas lógicas ya habían sido presentadas por Ricoeur a propósito de las relaciones
entre ética y religión en Amor y justicia, trad, e introducción de T. Domingo Moratalla, Caparrós, Madrid, 1993.
" Es lo que sucede en el estudio clásico, y discutido por Ricoeur, Ensayo sobre el don de
Marcel Mauss, recogido en Sociología y antropología,
Tecnos, Madrid, 1971.
" Hay una película reciente titulada «Cadena de favores» dirigida por M. Leder e interpretada por K. Spacey y H. J. Osment, en el año 2000. En ella se expresan de una manera imaginativa estas ideas de Ricoeur. Aquí, y al igual que dice Ricoeur respecto a la literatura y los
símbolos, podemos decir nosotros que la narración cinematográfica nos ayuda a pensar, nos
da que pensar. El tema de la película es la solidaridad: dar algo sin esperar nada a cambio,
único fundamento de la solidaridad.
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q u e ver t a m p o c o c o n las i n s t i t u c i o n e s c a r i t a t i v a s q u e b u s c a n l l e n a r las l a g u n a s
d e la j u s t i c i a d i s t r i b u t i v a ; n o se t r a t a del a m o r b e n e v o l e n t e q u e llega allí d o n d e
n o llega la j u s t i c i a , s i n o d e u n a m o r q u e f u n d a la j u s t i c i a , q u e le d a u n a o r i e n t a c i ó n y u n s e n t i d o , s i e n d o d i f e r e n t e a ella. P a r a él, lo q u e es m á s i n t e r e s a n t e es
lo q u e e n lo festivo ( r e c o n o c i m i e n t o , g r a t i t u d , i n t e r c a m b i o d e d o n e s ) e s c a p a a
la m o r a l i z a c i ó n . De lo festivo d e e s t a s p r á c t i c a s , así c o m o del p e r d ó n , n o p u e d e
h a b e r institución. Pero estos gestos lanzan u n a o n d a de irradiación y de confianza q u e d e u n a m a n e r a s e c r e t a e i n d i r e c t a c o n t r i b u y e al p r o g r e s o d e la hist o r i a h a c i a los e s t a d o s d e p a z . R i c o e u r s u e l e p o n e r c o m o e j e m p l o d e e s t o s gest o s el del C a n c i l l e r a l e m á n B r a n d t a r r o d i l l á n d o s e al p i e del m o n u m e n t o d e
V a r s ò v i a e n m e m o r i a d e las v í c t i m a s del H o l o c a u s t o . E s t o s g e s t o s , e s t a b ú s q u e d a d e e s t a d o s d e p a z , e s t a c o n t r i b u c i ó n a los e s t a d o s d e p a z , se s i t ú a n bajo
la g r a m á t i c a d e lo o p t a t i v o , m á s allá d e lo m e r a m e n t e d e s c r i p t i v o ( q u e p o d r í a
a c a b a r c o n c u a l q u i e r e s p e r a n z a ) y m á s allá d e lo n o r m a t i v o ( q u e p o d r í a c o n v e r t i r el c u m p l i m i e n t o d e la n o r m a e n u n fin i n a l c a n z a b l e y f r u s t r a n t e ) .
«La lucha por el r e c o n o c i m i e n t o sigue s i e n d o interminable: al m e n o s , las
experiencias de r e c o n o c i m i e n t o efectivo en el intercambio de los dones, princ i p a l m e n t e en su fase festiva, confieren a la lucha por r e c o n o c i m i e n t o la seguridad de que n o era ilusoria ni inútil la motivación que la distingue del apetito
del poder, y la p o n e al abrigo de la fascinación por la violencia» (CR 355, 251).
P e r o lo m i s m o q u e las f o r m a s d e r e c o n o c i m i e n t o q u e R i c o e u r h a d e s p l e g a d o e n s u o b r a se e n c u e n t r a n a m e n a z a d a s p o r el d e s c o n o c i m i e n t o , la n o c o n s i d e r a c i ó n , o el d e s p r e c i o , t a m b i é n los e s t a d o s d e p a z p l a n t e a n u n a f o r m a disim u l a d a d e d e s c o n o c i m i e n t o . Se t r a t a del olvido d e la d i s i m e t r í a o r i g i n a r i a e n t r e
el y o y el o t r o , d i s i m e t r í a q u e d a p l e n o s e n t i d o a la m u t u a l i d a d y h a c e q u e este
p l a n t e a m i e n t o n o i n c u r r a e n el a n g e l i s m o o el u t o p i s m o vacío. H a s t a e n la festivid a d del i n t e r c a m b i o d e d o n e s , e n el i n t e r c a m b i o m á s festivo y a m i s t o s o , el o t r o
sigue s i e n d o i n a c c e s i b l e e n su a l t e r i d a d e n t a n t o tal. N o p o d e m o s d e s c o n o c e r la
a s i m e t r í a o r i g i n a r i a d e la r e l a c i ó n e n t r e el y o y el o t r o . Aquí p a r a R i c o e u r los
a n á l i s i s t a n t o d e H u s s e r l c o m o L é v i n a s e n s u s p r e t e n s i o n e s c r u z a d a s (la del p r i m e r o , la d e d a r c u e n t a del o t r o a p a r t i r d e sí m i s m o , y la del s e g u n d o , d e d a r
c u e n t a del sí m i s m o a p a r t i r del o t r o ) s o n i n s u p e r a b l e s . Y las d i f i c u l t a d e s q u e
e n c u e n t r a n reflejan la e x t r a ñ e z a c o n el o t r o , o la e x t r a ñ e z a del o t r o c o n m i g o .
P a r a R i c o e u r el d e s c u b r i m i e n t o d e e s t e olvido es positivo. Dice R i c o e u r : «Mi
tesis es a q u í q u e el d e s c u b r i m i e n t o d e este olvido d e la d i s i m e t r í a o r i g i n a r i a es
beneficioso p a r a el r e c o n o c i m i e n t o bajo s u f o r m a m u t u a » (CR 376, 266). Lo q u e
a q u í e s t á e n j u e g o es el s e n t i d o del «entre», el e s p a c i o d e a c o g i d a y e n c u e n t r o
c o n el o t r o , e s p a c i o d e h o s p i t a l i d a d . E s t e «entre» q u e d a significado p o r la integ r a c i ó n d e la d i s i m e t r í a e n la m u t u a l i d a d . C o n f e s a r esa d i s i m e t r í a e n t r e el yo y
el tú, yo y el o t r o , la cual p u e d e ser olvidada, viene a r e c o r d a r n o s el c a r á c t e r irremp l a z a b l e y ú n i c o d e c a d a u n o ; el u n o n o es el o t r o . N o p o d e m o s c a e r e n la u n i ó n
fusional, sea e n la e s c a l a q u e sea, e n el a m o r , la a m i s t a d , la c o m u n i d a d , o el plan e t a . P o r eso n o s s e ñ a l a R i c o e u r q u e «se p r e s e r v a u n a j u s t a d i s t a n c i a e n el c o r a z ó n d e la m u t u a l i d a d , j u s t a d i s t a n c i a q u e i n t e g r a el r e s p e t o e n la i n t i m i d a d »
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(CR 377, 266). S ó l o a s í p u e d e s e r p e n s a d a c o r r e c t a m e n t e la s o l i d a r i d a d y la h o s p i t a l i d a d , la g r a t i t u d y el r e c o n o c i m i e n t o .
5.
TRADUCCIÓN, ESTADOS D E PAZ Y HOSPITALIDAD
M u c h o s s o n los e j e m p l o s q u e p o d e m o s p o n e r d e « e s t a d o s d e p a z » , e j e m p l o s
d e e n c u e n t r o c o n o t r o s , c o m o s o n las fiestas, las c e l e b r a c i o n e s , o i n c l u s o , s i t u a c i o n e s d e r e c o n o c i m i e n t o efectivo c o m o p u e d e n s e r la a c t i v i d a d d o c e n t e , el espacio d e u n a clase, d e u n s e m i n a r i o d e i n v e s t i g a c i ó n , o la r e l a c i ó n m a e s t r o - d i s c í p u l o , t a n q u e r i d a d e la filosofía d e L é v i n a s .
R i c o e u r e n los ú l t i m o s a ñ o s se h a c e n t r a d o e n el análisis d e la t r a d u c c i ó n , d e
la e x p e r i e n c i a d e la t r a d u c c i ó n . N o la define c o m o tal «estado d e p a z » , p e r o atend i e n d o a s u s análisis sí p o d e m o s c o n s i d e r a r q u e se t r a t a d e m o m e n t o s d e r e c o n o c i m i e n t o ; la t r a d u c c i ó n es s í m b o l o d e e n c u e n t r o m á s allá d e la diferencia. E s
u n estado de paz que a n i m a a seguir b u s c a n d o m o m e n t o s m á s plenos de comun i c a c i ó n . La filosofía d e la t r a d u c c i ó n q u e n o s e n c o n t r a m o s e n el ú l t i m o R i c o e u r
es o t r a f o r m a d e d e s p l e g a r la i d e a d e «estados d e p a z » . Y j u n t o c o n la idea d e trad u c c i ó n , h a b l a r á d e u n a f o r m a s e m e j a n t e del diálogo i n t e r c u l t u r a l y d e la posibilidad m i s m a d e la h o s p i t a l i d a d .
P a r t e R i c o e u r e n s u s a n á l i s i s d e la p a r a d o j a d e la i m p o s i b i l i d a d d e la t r a d u c c i ó n , al m e n o s t e ó r i c a m e n t e y, p o r o t r o l a d o , d e s u r e a l i d a d y s u n e c e s i d a d .
La t r a d u c c i ó n es u n o d e los c o m p o n e n t e s d e la d i n á m i c a c u l t u r a l q u e convierte u n a t r a d i c i ó n e n algo p r e s e n t e y a c t u a l . L a t a r e a d e t r a d u c c i ó n se m u e v e e n
la p a r a d o j a q u e y a d e s c r i b i e r a S c h l e i e r m a c h e r : « c o n d u c i r el l e c t o r al a u t o r , c o n d u c i r el a u t o r al lector». R i c o e u r p o n d r á el a c e n t o e n el l e c t o r e n s u t r a b a j o d e
l e c t u r a , d e a p r o p i a c i ó n ; es él, el lector, q u i e n t i e n e q u e viajar al m u n d o d e la
o b r a . P o r o t r o l a d o , h a y q u e r e n u n c i a r a la i d e a d e la t r a d u c c i ó n p e r f e c t a , d e
u n a c o m u n i c a c i ó n p e r f e c t a y s i n p r o b l e m a s . T o d a t r a d u c c i ó n es u n a a p r o x i m a c i ó n , s i e m p r e m e j o r a b l e , d e a h í la i d e a d e r e - t r a d u c c i ó n , o q u e s i g a m o s t r a d u c i e n d o los m i s m o s t e x t o s u n a y o t r a vez. La h i p ó t e s i s del r e l a t i v i s m o ling ü í s t i c o c o n v i e r t e la i d e a d e t r a d u c c i ó n e n i m p o s i b l e , y s i n e m b a r g o se t r a d u c e ,
d e h e c h o , p e r o « q u i z á s sea n e c e s a r i o llevar el d u e l o del d e s e o d e p e r f e c c i ó n p a r a
a s u m i r sin e b r i e d a d y c o n t o d a s o b r i e d a d la " t a r e a del t r a d u c t o r " » . P e r o , p o r
18
1 9
20
La filosofía de la traducción de Ricoeur es muy parecida a la planteada por Gadamer.
La fenomenología hermenéutica converge precisamente en este tema, la cuestión de la traducción. La traducción es interpretada c o m o comunicación a pesar de la distancia, c o m o
comunicación en la distancia. Y en esta tradición de pensamiento, y con los mismos planteamientos sobre la traducción, podemos encuadrar la filosofía de Ortega. Creo que la filosofía
de Ortega adquiere nuevos bríos al interpretarse desde la fenomenología hermenéutica, al
lado de Ricoeur y Gadamer. Cfr. mi trabajo al respecto «J. Ortega y Gasset en la fenomenología hermenéutica. La experiencia de la traducción como paradigma hermenéutico», en LLANO,
F., Meditaciones sobre Ortega, Tébar, Madrid, 2005, pp. 373-410.
" RICOEUR, P., Sur la traduction, Bayard, Paris, 2004, p. 16.
Ibid., p. 30.
18
20
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o t r a p a r t e , « a b a n d o n a r el s u e ñ o d e la t r a d u c c i ó n p e r f e c t a es r e c o n o c e r la difer e n c i a i n s a l v a b l e e n t r e lo p r o p i o y lo e x t r a ñ o . S e t r a t a d e la e x p e r i e n c i a d e lo
e x t r a ñ o » . H a c e m o s esa e x p e r i e n c i a sin d e j a r d e ser n o s o t r o s m i s m o s , lo m i s m o
q u e o c u r r e e n los e s t a d o s d e p a z a n t e r i o r m e n t e d e s c r i t o s . La t r a d u c c i ó n a b r e
p o s i b i l i d a d e s d e c o m u n i c a c i ó n . La t r a d u c c i ó n es u n a m e d i a c i ó n e n t r e la plur a l i d a d d e las c u l t u r a s y la u n i d a d d e la h u m a n i d a d . La t r a d u c c i ó n es u n a réplica a la d i v e r s i d a d h u m a n a , a la p l u r a l i d a d y d i s p e r s i ó n d e los s e r e s h u m a n o s .
N o s e n c o n t r a m o s a n t e u n a f o r m a d e l u c h a p o r el r e c o n o c i m i e n t o n o indefinid a , q u e e n c u e n t r a « i l u m i n a c i o n e s » c o m o s o n los m o m e n t o s d e t r a d u c c i ó n , d e
c o m u n i c a c i ó n . Claro e s t á q u e la t r a d u c c i ó n n o es p a r a R i c o e u r u n s i m p l e m e d i o ,
o u n a simple estrategia, de entendimiento y comunicación. Es u n p a r a d i g m a de
t o d o s los i n t e r c a m b i o s , p a r a d i g m a d e t o d o s los e n c u e n t r o s . La t r a d u c c i ó n es
a q u e l p r o c e s o , q u e conlleva c i e r t o s m o m e n t o s , e n el q u e la c o m u n i c a c i ó n c o n
o t r o es p o s i b l e , es efectiva; es u n e s t a d o d e e n c u e n t r o , u n e s t a d o d e p a z . E n la
t r a d u c c i ó n e n c o n t r a m o s u n a e q u i v a l e n c i a c o n el o t r o , p e r o sin i d e n t i d a d c o n
él, p u e s m a n t e n e m o s la d i s t a n c i a e n el e n c u e n t r o . N o p o d e m o s p e n s a r q u e la
t r a d u c c i ó n p u e d a servir p a r a i g u a l a r e identificar las l e n g u a s y los m u n d o s , s i n o
p a r a l a n z a r p u e n t e s , p a r a b u s c a r , c o m o dice R i c o e u r , e q u i v a l e n c i a s sin i d e n t i d a d . La c o m u n i c a c i ó n , el e n c u e n t r o c o n los o t r o s es p o s i b l e ; y si la t r a d u c c i ó n
n o f u e r a p o s i b l e el i n t e r c a m b i o e n t r e c u l t u r a s , el d i á l o g o i n t e r c u l t u r a l , s e r í a
i m p o s i b l e . La t r a d u c c i ó n , c o m o f e n ó m e n o d e e n c u e n t r o , n o s a l e g r a y n o s a n i m a
a s e g u i r el p r o c e s o h i s t ó r i c o .
21
Así, la i d e a d e t r a d u c c i ó n t i e n e u n fuerte c o m p o n e n t e é t i c o p u e s sirve d e
m o d e l o a la r e l a c i ó n i n t e r c u l t u r a l . E n la t r a d u c c i ó n se d a la e x p e r i e n c i a d e la
« h o s p i t a l i d a d lingüística», extensible a u n a h o s p i t a l i d a d c u l t u r a l q u e s e p a l o g r a r
ese e q u i l i b r i o n e c e s a r i o e n t r e lo p r o p i o y lo e x t r a ñ o , lo m i s m o q u e e n los estados de paz .
Estados de paz, reconocimiento, traducción son formas de buscar identidad
y u n i d a d sin d e s c o n o c e r la p l u r a l i d a d y d i v e r s i d a d h u m a n a . E s u n h e c h o , y n o
p o d e m o s d e j a r d e r e c o n o c e r la e x i s t e n c i a d e la p l u r a l i d a d , p l u r a l i d a d d e leng u a s , n a c i o n e s , d e p l a n t e a m i e n t o s , d e p e r s o n a s . P e r o m á s allá d e d e e s t a d e s c r i p c i ó n d e la p l u r a l i d a d h a y t a m b i é n u n h o r i z o n t e d e h u m a n i d a d ; la h u m a n i d a d es p l u r a l p e r o m i s m o t i e m p o es u n a ; los s e r e s h u m a n o s s o m o s p l u r a l e s y al
m i s m o tiempo nos reconocemos formando u n a h u m a n i d a d . Es esta experiencia la q u e a n i m a los e s t a d o s d e p a z , e x p e r i e n c i a s efectivas d e r e c o n o c i m i e n t o .
P e r o n o d e b e m o s o l v i d a r t a m p o c o la n o c i ó n d e p é r d i d a , la i d e a d e d u e l o . E s
p o s i b l e la t r a d u c c i ó n , es p o s i b l e el r e c o n o c i m i e n t o , p e r o n u n c a es p o s i b l e el
r e c o n o c i m i e n t o t o t a l ni la t r a d u c c i ó n p e r f e c t a . E n el c o r a z ó n del h u m a n o se
2 2
2 3
Ibíd., p. 42.
Cfr. también en este sentido, y próximo a estos planteamientos, HENAFF, M . , «"La condition brisée des langues": diversité humaine, áltente et traduction", Esprit, n.° 3-4, abril 2006,
pp. 68-83.
" Cfr. el artículo de RICOEUR «Culturas, del duelo a la traducción», en Le Monde, 25 de
mayo de 2004.
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e n c u e n t r a lo indescifrable, l o i r r e c o n c i l i a b l e e n n u e s t r o s d e s a c u e r d o s y, m u c h a s
veces, lo i r r e p a r a b l e e n l o s p e r j u i c i o s sufridos e infligidos. H e m o s visto c ó m o
t o d o el c a m i n o del r e c o n o c i m i e n t o e s t á m i n a d o p o r el e r r o r , el m a l e n t e n d i d o ,
el d e s p r e c i o , o la d e s c o n s i d e r a c i ó n .
P e n s a r el d i á l o g o i n t e r c u l t u r a l a t r a v é s d e las n o c i o n e s d e t r a d u c c i ó n y d e
d u e l o n o s p e r m i t e p e n s a r a la vez s u p o s i b i l i d a d y s u s dificultades. De e s t a s i d e a s
t a m b i é n se p u e d e p e n s a r la i d e a d e h o s p i t a l i d a d i n t e r c u l t u r a l . L a h o s p i t a l i d a d
es a q u e l e n c u e n t r o p o s i b l e , a u n q u e n o p e r f e c t o , c o n o t r a s c u l t u r a s . D e i g u a l
m a n e r a q u e h a y u n a hospitalidad lingüística y p o d e m o s decir nuestro m u n d o
e n o t r a s l e n g u a s y e n t e n d e r los m u n d o s d e o t r a s l e n g u a s , n u n c a d e u n a f o r m a
plena y total pero t a m p o c o c o m o algo imposible, hay t a m b i é n u n e n c u e n t r o
e n t r e las c u l t u r a s .
E n t r e la p r o x i m i d a d al o t r o y la m á x i m a d i s t a n c i a se e n c u e n t r a la a u t é n tica p r e s e n c i a h u m a n a . U n a d e las g a n a n c i a s d e la ú l t i m a h o r a d e R i c o e u r
es p e n s a r c o n a b s o l u t o r i g o r l a « p r o x i m i d a d » , e v i t a n d o la a s p e r e z a d e m u chos p l a n t e a m i e n t o s q u e l l a m á n d o s e realistas c o n s t r u y e n u n a idea d e relac i ó n h u m a n a m u y a l e j a d a d e l a r e a l i d a d y, p o r o t r o l a d o , el a n g e l i s m o i n o p e rante.
M e r e c e la p e n a d e t e n e r s e e n u n t e x t o ya a n t i g u o d e R i c o e u r e n el q u e se r e c o g e n e s t o s p l a n t e a m i e n t o s , si b i e n e n u n l e n g u a j e d i f e r e n t e y e n u n t o n o d i s t i n to, p e r o q u e , s i n l u g a r a d u d a s , y a a p u n t a b a a u n a i d e a q u e n o h a d e j a d o d e e s t a r
p r e s e n t e e n s u filosofía.
«(...) ¿cómo es posible un encuentro de culturas distintas? (...) parece desprenderse que las culturas son incomunicables; y sin embargo, la extrañeza
del hombre para el hombre no es nunca absoluta. Es cierto, el hombre es un
extraño para el hombre, pero también siempre es un semejante. (...). Es verdad que en una traducción no pasa todo, pero siempre algo pasa. No hay razón,
no hay probabilidad, de que un sistema lingüístico sea intraducibie. Creer posible la traducción hasta cierto punto es afirmar que el extraño es un hombre;
en suma, es creer que la comunicación es posible. Lo que acabamos de decir
del lenguaje —de los signos— vale también para los valores, las imágenes básicas, los símbolos que constituyen el fondo cultural de un pueblo. Sí, creo que
es posible comprender por simpatía y por imaginación al otro que no soy yo,
como comprendo a un personaje de novela, de teatro o a un amigo real pero
diferente de mí; a u n más, puedo comprender sin repetir, representarme sin
revivir, hacerme otro permaneciendo yo mismo. Ser hombre es ser capaz de
esa transferencia a otro centro de perspectiva.
(...) Creo que, de u n a creación a otra creación, existe una especie de consonancia, en ausencia de todo acuerdo. De este modo comprendo el muy bello
teorema de Spinoza: Más conocemos
cosas singulares,
más conocemos
a Dios.
Cuando se ha ido hasta el fondo de la singularidad se siente que está en consonancia con cualquier otra, en cierta forma que no se puede decir, en una
forma que no se puede inscribir en un discurso»
Cfr. «Civilización universal y culturas nacionales» (1961), en Historia y verdad, Encuentro, Madrid, 1990, pp. 261-262 (traducción ligeramente modificada, más acorde con la versión francesa).
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T. DOMINGO MORATALLA, DEL SÍ MISMO RECONOCIDO A LOS ESTADOS DE PAZ
R i c o e u r , c o n s u ú l t i m a o b r a , h a t r a z a d o c a m i n o s p a r a p e n s a r el r e c o n o c i m i e n t o . Un l i b r o e s c r i t o d e s d e la m a d u r e z y d e s d e la lucidez q u e invita a la e s p e r a n z a d e s d e el r e a l i s m o ; u n a i n v i t a c i ó n al e s f u e r z o p o r el r e c o n o c i m i e n t o , a la
e x i g e n c i a d e s e g u i r c r e y e n d o e n la t r a d u c c i ó n , e n la h o s p i t a l i d a d y e n el d i á l o go e n t r e c u l t u r a s y p e r s p e c t i v a s . N o h a y s e g u r i d a d , n o hay c e r t e z a a b s o l u t a , sólo,
c o m o d i r í a R i c o e u r , «claros», « i l u m i n a c i o n e s » . P a r a n o s o t r o s su filosofía es u n
« a c o n t e c i m i e n t o del p e n s a m i e n t o » q u e s u p o n e u n a i l u m i n a c i ó n e n este esfuerz o y e m p e ñ o . C o n él s a b e m o s q u e la filosofía p u e d e t e n e r u n s e n t i d o . N o p o d e m o s m e n o s q u e r e c o n o c e r s u filosofía, su vida, s u e s f u e r z o . Aquí el r e c o n o c i m i e n t o d e su filosofía es m á x i m o , y p o r eso r e c o n o c i m i e n t o va u n i d o a g r a t i t u d .
G r a t i t u d p o r u n p e n s a m i e n t o a b i e r t o a la e s p e r a n z a .
Universidad Pontificia Comillas
el Universidad Comillas, 3
28049 Madrid
[email protected]
T O M Á S D O M I N G O MORATALLA
[Artículo aprobado para publicación en septiembre de 2005]
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233
pp. 203-230
¿POR QUÉ LA ÉTICA?
Sobre la constitución del hombre responsable
al hilo de P. Ricoeur
J O S É MARÍA M A R D O N E S
Consejo Superior de Investigaciones Científicas (CSIC), Madrid
RESUMEN: La sencilla cuestión de «por qué la ética», desemboca en el complejo problema de la constitución del hombre responsable. Siguiendo fundamentalmente las indicaciones de Paul Ricoeur se
aborda, a través del rodeo antropológico, la peculiaridad humana que tiene que realizar su libertad propia con otros y en un marco institucional. Están así dados los pasos para una reflexión sobre el por qué
y la necesidad de la ética.
PALABRAS CLAVE: ética, responsabilidad, libertad, racionalidad.
Why Ethics?
On the Constitution of the Responsible Human Being
Along the Lines of Paul Ricoeur's Thought
ABSTRACT: The simple question «why ethics?» ends up in the complex problem of the constitution of
the responsible human being. Fundamentally following the indications of Paul Ricoeur we address, by
traversing the anthropological turn, the peculiarity of human beings who have to realize their freedom
with others and in an institutional framework. This provides the steps for a reflection on the reasons for
and the necessity of ethics.
KEY WORDS: ethics, responsibility, freedom, rationality.
Las p r e g u n t a s sencillas y d i r e c t a s a b o r d a n t e m a s b á s i c o s y f u n d a m e n t a l e s .
E s t o s u c e d e c o n la c u e s t i ó n d e ¿por qué la ética? N o s obliga a i n d a g a r e n m u c h a s
d e las c o s a s d a d a s p o r s u p u e s t o a la h o r a d e r e f l e x i o n a r é t i c a m e n t e . ¿ D ó n d e
e s t á n las r a í c e s d e la é t i c a ? ¿ C a b e u n s e r h u m a n o s i n é t i c a ? Y si la é t i c a es c o n s t i t u t i v o del s e r h u m a n o , ¿ q u é e s e s o c a r a c t e r í s t i c o del h o m b r e q u e le e m p u j a
inevitablemente a ser u n a n i m a l ético?
E n e s t a e x p o s i c i ó n q u i s i e r a , a h o m b r o s d e g i g a n t e s , al hilo d e a l g u n o s d e los
g r a n d e s a n t e c e s o r e s q u e se h a n p l a n t e a d o e s t a s c u e s t i o n e s o s e m e j a n t e s , e s p e c i a l m e n t e P. R i c o e u r , d a r a l g u n a r e s p u e s t a a este i n t e r r o g a n t e f u n d a m e n t a l .
1.
L A PECULIARIDAD HUMANA
La r e s p u e s t a al p o r q u é d e la é t i c a , n o s lleva d e r e c h o s h a c i a la p r e g u n t a
p o r el s e r h u m a n o , p o r s u s i n g u l a r i d a d y p e c u l i a r i d a d q u e h a c e ú n i c a la c o n d i c i ó n h u m a n a y la d i s t i n g u e d e o t r a s f o r m a s d e e s t a r y d e s e r e n el m u n d o .
D a m o s u n r o d e o p o r la a n t r o p o l o g í a p a r a p o d e r d a r c u e n t a del p o r q u é d e la
é t i c a . E n el f o n d o , q u i z á a c t u a l i z a n d o a l g o y a s e ñ a l a d o p o r I. K a n t , n o e s t a m o s s i n o p r e g u n t á n d o n o s p o r a l g u n o d e l o s e s t r a t o s c o n s t i t u t i v o s del h o m © PENSAMIENTO, ISSN 0031-4749
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233, pp. 231-243
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J. M.* MARDONES, ¿POR QUÉ LA ÉTICA?
b r e . P. R i c o e u r ' d i r á e n n u e s t r o s d í a s q u e p r e g u n t a r s e p o r la v i d a é t i c a , es
h a c e r l o s o b r e u n o d e los e s t r a t o s f u n d a m e n t a l e s d e « u n a f e n o m e n o l o g í a h e r m e n é u t i c a d e la p e r s o n a » .
1.1.
El ser humano
tiene que hacer su
mundo
El s e r h u m a n o se n o s p r e s e n t a n o e n c e r r a d o e n la m e r a n a t u r a l e z a , s i n o
d e s b o r d á n d o l a . E s t e e x c e s o , h a s i d o v i s t o p o r H . P l e s s n e r , d e s d e el p u n t o d e
vista biológico, c o m o u n a carencia. S o m o s desvalidos o s u b d e s a r r o l l a d o s
i n s t i n t u a l m e n t e . N o p o s e e m o s , c o m o los a n i m a l e s , u n a d o t a c i ó n i n s t i n t u a l
q u e n o s o r i e n t e y g u í e e n n u e s t r o c o m p o r t a m i e n t o c o n el a m b i e n t e . E s t a defic i e n c i a i n s t i n t u a l c o n v i e r t e al s e r h u m a n o e n u n s e r n o a t a d o b i o l ó g i c a m e n te e n s u r e l a c i ó n c o n el a m b i e n t e . J. G. H e r d e r y a d e s c r i b i ó e n 1784 al s e r
h u m a n o c o m o el « p r i m e r s e r " d e j a d o s u e l t o " ( l i b e r t o , Freigelasseñen)
d e la
creación».
E s t a c o n s t i t u c i ó n b i o l ó g i c a del ser h u m a n o lo c o n v i e r t e e n u n s e r « a b i e r t o
al m u n d o » (Weltoffenheit)
y e n u n s e r n e c e s i t a d o d e los o t r o s y referido a ellos.
El s e r h u m a n o , n a c i d o p r e m a t u r a m e n t e , se sigue d e s a r r o l l a n d o b i o l ó g i c a m e n te e n r e l a c i ó n c o n s u a m b i e n t e . Al n o e s t a r d e t e r m i n a d o s p o r u n m u n d o c e r r a d o y fijo, la d i r e c c i ó n del d e s a r r o l l o le v i e n e d a d a s o c i a l m e n t e . T e n e m o s q u e
h a c e r u n m u n d o c o n o t r o s . E s t e m u n d o p r o p i o y c o n o t r o s , el m u n d o del h o m bre, lo d e n o m i n a m o s
sociedad .
El ser a b i e r t o , n o d e t e r m i n a d o , del h o m b r e es i n t e r p r e t a d o , d e s d e el p u n t o
d e vista c u l t u r a l y e s p i r i t u a l , c o m o la a p e r t u r a r a d i c a l al m u n d o y la p o s i b i l i d a d
d e la l i b e r t a d . E s t a m o s c o n d e n a d o s a la l i b e r t a d , ya q u e n o e s t a m o s c o n s t r e ñ i d o s p o r la n a t u r a l e z a . La d e s b o r d a m o s y, j u s t a m e n t e , e s t a r u p t u r a inicial c o n
la n a t u r a l e z a es la q u e p o s i b i l i t a la l i b e r t a d .
2
1.2.
El ser humano
tiene que realizar su
libertad
La l i b e r t a d del s e r h u m a n o n o es u n a c u e s t i ó n , c o m o y a viera K a n t , q u e se
p u e d a d e s c r i b i r o se d e m u e s t r e p o r reflexión, sino, m á s b i e n , se c o n f i r m a a t r a vés d e la a c c i ó n . A t e s t i g u a m o s la l i b e r t a d q u e p o s e e m o s a t r a v é s d e n u e s t r o
h a c e r . H e g e l , y a vio q u e la v o l u n t a d l i b r e se m u e s t r a e n la r e a l i z a c i ó n d e la
l i b e r t a d . S ó l o p o d e m o s a f i r m a r n o s c o m o libres y c r e e r n o s libres y d e m o s t r a r e n
el h a c e r la v e r d a d d e e s t a c r e e n c i a . U n s e r h u m a n o q u e d e s b o r d a la n a t u r a l e z a
t i e n e q u e h a c e r s e u n m u n d o p r o p i o c o m o « s e g u n d a n a t u r a l e z a » , lo q u e H e g e l
l l a m a b a el m u n d o r e a l i z a d o del e s p í r i t u q u e es la l i b e r t a d . V e m o s q u e el p a s o a
lo social, el p a s o «a las c i r c u n s t a n c i a s d e la l i b e r t a d » , s e ñ a l a las c o n d i c i o n e s d e
r e a l i z a c i ó n d e la l i b e r t a d .
3
Cfr. RICOEUR, P . , Amor y justicia, Caparros, Madrid, 1993, 106.
Cfr. BERGER, P . L . - LUCKMANN, TH., La construcción social de la realidad, Amorrortu, Buenos Aires, 1972, 66s.
HEGEL, Principios de la filosofía del Derecho, parágrafo 4.
1
2
3
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J. M." MARDONES, ¿POR QUÉ LA ÉTICA?
El s e r h u m a n o así c o n s i d e r a d o es, p o r t a n t o , u n s e r q u e e s t á e n t r e g a d o a la
libertad q u e tiene q u e realizar. S o m o s seres l l a m a d o s a r e a l i z a r la libertad. S o m o s
t a r e a . P. R i c o e u r d i r á q u e s o m o s u n p o d e r - h a c e r q u e se d e m u e s t r a o t e s t i m o n i a e n a c c i o n e s efectivas.
E m p u j a n d o la reflexión p o r e s t a l í n e a d e s c u b r i m o s q u e d e b a j o d e este d e s e o
d e h a c e r , a t r a v é s d e l q u e se p r u e b a la o d i s e a d e n u e s t r a l i b e r t a d , lo q u e se
e n c u e n t r a al f o n d o es u n deseo de ser. Q u i z á llegados a este p u n t o , e s t a m o s t o c a n d o f o n d o : n o s e n c o n t r a m o s a n t e el e l e m e n t o p r i m a r i o q u e e x p r e s a ese p o d e r y
d e s e a r h a c e r . La a f i r m a c i ó n o r i g i n a r i a s e r í a e s t a « a f i r m a c i ó n g o z o s a del p o d e r
ser, del e s f u e r z o p o r ser, del conatus»
\
E s t a « a f i r m a c i ó n g o z o s a d e l p o d e r ser», q u i e r e d e c i r q u e el h o m b r e e n s u
p r i m e r m o v i m i e n t o o i n i c i a t i v a h a c i a el s e r ya se c a p t a c a p a z d e ello. D i c h o d e
o t r o m o d o , se s i e n t e valioso, c o n e s t i m a d e sí. A h o r a b i e n e s t a e s t i m a d e sí result a r í a v a n a si n o e s t u v i e r a s u s t e n t a d a p o r la p o s i b i l i d a d d e u n h a c e r q u e se o r i e n t a i n t e n c i o n a l m e n t e h a c i a el m u n d o c o n p r e t e n s i o n e s d e i n s c r i b i r a h í s u a c t u a r .
U n o b r a r i n t e n c i o n a l es u n o b r a r reflexivo, s e g ú n r a z o n e s . Ya se ve q u e la c a t e g o r í a del o b r a r p r o p i a m e n t e h u m a n o lleva c o n s i g o , d i r í a m o s a t r a v é s del g i r o
l i n g ü í s t i c o , u n s e r h u m a n o h a b l a n t e y p o r ello m i s m o p e n s a n t e .
C o n v e n d r í a s e ñ a l a r c o m o c o n c l u s i ó n d e e s t a b r e v e reflexión q u e v a m o s a insc r i b i r la é t i c a e n la p r o f u n d i d a d del d e s e o . Ya v e m o s , d e e n t r a d a , el c a r á c t e r
o p t a t i v o , d e a s p i r a c i ó n q u e t i e n e la ética. D e s e a m o s ser; d e s e a m o s vivir la vida;
u n a v i d a r e a l i z a d a , feliz, n o u n a v i d a c u a l q u i e r a . E n e s t e s e n t i d o , la a s p i r a c i ó n
a u n a vida r e a l i z a d a t e n d r í a m o s q u e e x p r e s a r l a e n vocativo, e x c l a m a n d o y, q u i z á
g r i t a n d o o d i c i e n d o m u y q u e d i t o : ¡Ojalá l o g r e vivir b i e n , r e a l i z a r m i vida, s e r
feliz!
4
6
1.3.
La inadecuación
constitutiva
N o seríamos serios ni describiríamos a d e c u a d a m e n t e este deseo primordial
d e s e r del h o m b r e , si n o i n d i c á r a m o s , r á p i d a m e n t e , la i n a d e c u a c i ó n q u e existe
e n t r e este d e s e o d e s e r y las o b r a s c o n c r e t a s e n q u e t r a t a d e r e a l i z a r s e . A p a r e c e
a q u í la falta, la falla, el f r a c a s o , la d i s t a n c i a , e n t r e lo q u e d e s e o s e r y lo q u e realm e n t e realizo.
J. N a b e r t , c i t a d o f r e c u e n t e m e n t e e n e s t e p u n t o p o r P. R i c o e u r , d e n o m i n a
d i s t a n c i a c o n s t i t u t i v a a la c o n c i e n c i a d e la d i f e r e n c i a e x i s t e n t e e n t r e el d e s e o d e
s e r y el a c t o d e ser. P r o d u c e , d i r á , a l g o así c o m o el s e n t i m i e n t o d e c u l p a origin a r i a o p r i m i t i v a : el s e n t i m i e n t o d e la d e s i g u a l d a d e n t r e lo q u e d e s e o s e r y lo
7
Cfr. RICOEUR, P., Amor y justicia, 70.
Ibidem, 71.
Ya se ve siguiendo el hilo de la reflexión, y lo recalca RICOEUR, P., Ibidem, 106, y más
allá, Sí mismo como otro, Siglo XXI, México, 1996, que la cuestión sobre la vida ética pensada con cierta profundidad nos conduce hacia los otros estratos constitutivos de la persona
humana: el hombre agente (y sufriente), el hombre hablante, el hombre
narrador.
Ibidem, 71. Este autor funda aquí la posibilidad de acceder a la ética por medio de experiencias c o m o la culpa, la soledad o el fracaso.
4
5
6
7
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J. M. MARDONES, ¿POR QUÉ LA ÉTICA?
J
q u e r e a l m e n t e realizo; la c o n c i e n c i a d e la n o l i b e r t a d d e m i l i b e r t a d o d e q u e el
a c t o d e s e r y el a c t o d e n o ser, d e valer y n o valer, se e n t r e m e z c l a n a la vez.
E n t r a m o s p o r e s t e c a m i n o e n u n m u n d o c u l t u r a l m e n t e f a s c i n a n t e . El s e r
h u m a n o n o e s p e r ó a q u e llegara la filosofía p a r a p e n s a r a c e r c a d e e s t a s i t u a c i ó n
p a r a d ó j i c a e n q u e se e n c u e n t r a la l i b e r t a d h u m a n a . L a s s a b i d u r í a s religiosas y
m í t i c a s h a n s a b i d o d e s d e h a c e m i l e n i o s q u e el s e r h u m a n o h a b í a c o m i d o del
á r b o l del b i e n y del m a l y, e n c o n s e c u e n c i a , s a b í a q u e s u s a c c i o n e s p u e d e n s e r
buenas o malas.
D é m o n o s c u e n t a del p r e s u p u e s t o d e f o n d o c o n el q u e f u n c i o n a m o s : s a b e r
s o b r e el b i e n y el m a l , q u i e r e decir, q u e los h u m a n o s se h a b í a n p e r c a t a d o y a q u e
n o e s t a b a n e n t r e g a d o s al d e t e r m i n i s m o , q u e las c o s a s y los h e c h o s h u b i e r a n
p o d i d o ser d i s t i n t o s d e c ó m o s o n o fueron. A d q u i r i e r o n c o n s t a n c i a , m á s o m e n o s
refleja, d e q u e p o d í a n h a b e r a c t u a d o d e f o r m a d i s t i n t a . E r a n , p o r t a n t o , r e s p o n s a b l e s y le p o d í a n s e r i m p u t a d o s los h e c h o s .
L i b e r t a d , r e s p o n s a b i l i d a d , i m p u t a b i l i d a d y e l e c c i ó n s o n c o n c e p t o s q u e se
d a n la m a n o y a b r a z a n e n u n h a z d e i n t e r r e l a c i o n e s r e c í p r o c a s y a u t o i m p l i c a tivas. Q u i z á p u d i é r a m o s c o n c l u i r e s t a s reflexiones p a r o d i a n d o a W. B e n j a m í n ,
q u e d e c í a r e s p e c t o a la religión, lo q u e t a m b i é n h a b r í a q u e a f i r m a r r e s p e c t o a
la ética: es u n a s u n t o sólo p a r a e s p í r i t u s libres (y r e s p o n s a b l e s ) .
Z. B a u m a n a d v i e r t e , m i r a n d o h a c i a u n r a s g o lingüístico m u y h u m a n o , e n el
que, d e o t r o m o d o , ya F i c h t e h a b í a r e p a r a d o —la c a p a c i d a d p a r a d e c i r «no»—,
q u e e s t a p a r t í c u l a c a r e c e d e s e n t i d o a m e n o s q u e se a s u m a q u e se p u e d e a c t u a r
d e m á s d e u n a m a n e r a , o q u e los a s u n t o s del m u n d o objetivo se p u e d e n o r d e n a r
d e m á s d e u n m o d o . El «no» i m p l i c a q u e las c o s a s no tienen que ser como son
actualmente,
q u e se las p u e d e a l t e r a r y, t a m b i é n , q u e p u e d e n s e r m e j o r e s d e lo
q u e s o n . Si n o a c e p t a m o s e s t a p o s i b i l i d a d tiene r a z ó n este a u t o r q u e t o d a c h a r la s o b r e la ética sería h u e c a . V i v i r í a m o s e n u n m u n d o c e r r a d o y a h e r r o j a d o s p o r
lo q u e hay. Incluso, la p a r t í c u l a «no» s u p o n e ya u n juicio q u e convierte los h e c h o s
del m u n d o objetivo e n h e c h o s del m u n d o vivido (Lebenswelt). E s decir, e s t a m o s
e n u n m u n d o d e e x p e r i e n c i a s d e s e n t i d o o significativas.
8
Y d a m o s u n p a s o m á s , si a c e p t a m o s q u e d e s a r r o l l a m o s n u e s t r a a c t i v i d a d ,
nuestro quehacer, en u n m u n d o azaroso e incierto. Nuestro hacer no nos cond u c e e n l í n e a r e c t a y s e g u r a a u n d e t e r m i n a d o fin. De a h í q u e t o d a la a v e n t u r a
del h a c e r h u m a n o sea u n e s f u e r z o p o r ofrecer p r e f e r e n c i a s a l t e r n a t i v a s . T r a t a m o s d e e s t r u c t u r a r el m u n d o h u m a n o , la s o c i e d a d , y n u e s t r a p r o p i a vida e n ella,
d e o t r o m o d o d i s t i n t o del q u e tiene; t r a t a m o s d e favorecer u n a s p o s i b i l i d a d a n t e s
que otras.
S e r é t i c o significa, l l e g a d o s a q u í , q u e se es c a p a z del b i e n y del m a l . P e r o n o
significa s a b e r c o n c e r t e z a y s e g u r i d a d qué c o s a s s o n b u e n a s y qué c o s a s s o n
m a l a s . E s t a m o s o b l i g a d o s a reflexionar, d i s c e r n i r y elegir, a m e n u d o , e n m e d i o
d e u n a d o l o r o s a i n c e r t i d u m b r e , e n t r e u n a s e r i e d e p o s i b i l i d a d e s d e n t r o del
Cfr. BAUMAN, Z . - TESTER, K . , La ambivalencia
Paidós, Barcelona, 2002, 66.
8
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de la modernidad
y otras
conversaciones,
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J. M.' MARDONES, ¿POR QUÉ LA ÉTICA?
m u n d o d a d o ; es decir, t e n e m o s q u e h a c e r d e lo fáctico u n a p o s i b i l i d a d , q u e d i r í a
S a r t r e . P e r o f r e c u e n t e m e n t e t e n d r e m o s q u e c a r g a r c o n e s t a i n c e r t i d u m b r e del
o b r a r h u m a n o s o p o r t a n d o la a n s i e d a d y las r e c r i m i n a c i o n e s y d u d a s q u e n o s
h a c e m o s a n o s o t r o s m i s m o s . L a d i m e n s i ó n é t i c a del s e r h u m a n o le lleva a s e n t i r el a g u i j ó n c o n t i n u o d e la i n s a t i s f a c c i ó n o d e n o s e n t i r s e n u n c a s u f i c i e n t e mente bueno.
1.4.
La percepción
del mal
N o s e n c o n t r a m o s y a e n el u m b r a l d e la a c t u a c i ó n ética, p e r o a n t e s d e d a r u n
p a s o a d e l a n t e , p e r m í t a s e m e u n a p e q u e ñ a d i g r e s i ó n a c e r c a del m a l , q u e es c a p t a d o e n el h a c e r m i s m o al q u e n o s e m p u j a el d e s e o d e s e r y n u e s t r a l i b e r t a d . U n
m a l c u y a p r e s e n c i a se d e t e c t a — m á x i m a p a r a d o j a d e la é t i c a — i n c l u s o , r a d i c a l m e n t e p r e s e n t e d i r á K a n t , d e n t r o d e la m i s m a libertad. E n este s e n t i d o c o m p r e n d e m o s e x p r e s i o n e s c o m o « a f i r m a r la l i b e r t a d es t o m a r s o b r e sí el o r i g e n
del m a l » .
El m a l o lo m a l o e n s u s m a n i f e s t a c i o n e s es lo q u e m á s f á c i l m e n t e p e r c i b e o
s i e n t e el s e r h u m a n o . A t r a v é s del d o l o r , del s u f r i m i e n t o p r o d u c i d o p o r la injusticia, d e s i g u a l d a d , m a r g i n a c i ó n , e x p l o t a c i ó n o la h u m i l l a c i ó n d e c u a l q u i e r g é n e ro, el h o m b r e c a p t a a l g o q u e se o p o n e a lo q u e l l a m a m o s el d e s e o p r i m o r d i a l d e
s e r y r e a l i z a r s u vida. I n c l u s o la m u e r t e se le p r e s e n t a c o m o u n a injusticia.
No tiene n a d a de extraño que autores c o m o M. H o r k h e i m e r " , sienten en
e s t a c o n d i c i ó n c o n t i n g e n t e , s u f r i e n t e y falible del s e r h u m a n o u n a s u e r t e d e
s o l i d a r i d a d p r i m a r i a q u e s i e n t a l a s b a s e s p a r a u n a é t i c a d e la c o m p a s i ó n y la
justicia.
E s t o n o s e r í a p o s i b l e si n o e s t u v i e r a la e x p e r i e n c i a del m a l i l u m i n a d a p o r
u n a luz o s c u r a p e r o d o n d e brilla la a f i r m a c i ó n del b i e n , d e la b o n d a d , d e la belleza p o r e n c i m a del m a l e n t o d a s s u s f o r m a s . E s t e énfasis es el q u e p o n e E. Levin a s , c o n la e x p e r i e n c i a b í b l i c a al f o n d o , d e q u e la c r e a c i ó n , el ser, p r e s u p o n e
el B i e n . Al p r i n c i p i o n o e s t á el m a l s i n o el b i e n , a u n q u e la e x p e r i e n c i a h u m a n a
n o s lleve f r e c u e n t e m e n t e a la c a p t a c i ó n d e la e x p e r i e n c i a d e la v u l n e r a b i l i d a d
del s e r h u m a n o c o m o el i n i c i o d e la a c t i t u d ética. P e r o al f o n d o late la a f i r m a c i ó n d e la vida c o m o b u e n a , la e x p e r i e n c i a y e s p e r a n z a del b i e n .
P o d r í a m o s r e s u m i r e s t a s b r e v í s i m a s i n d i c a c i o n e s d i c i e n d o , e s t a vez r e c o r d a n d o u n a e x p r e s i ó n d e A. C a m u s , q u e n o d e b e m o s s e r infieles ni a la belleza
ni a los h u m i l l a d o s .
9
10
l 2
' Así la denomina RICOEUR, P., «Culpabilidad, ética y religión», en: Introducción a la simbólica del mal, Magápolis, La Aurora, Buenos Aires, 1976, 173s.
KANT, I., La religión dentro de los límites de la mera razón, Alianza, Madrid, 2 . ed., 1986,
primera parte, 29s.
" Cfr. HORKHEIMER, M . , Sociedad en transición: estudios de filosofía social, Península, Barcelona, 1976; MARDONES, J. M . , «Salvar a Dios: compasión y solidaridad en la finitud», en: MARDONES, J. M. - REYES MATE (Eds.)., La ética ante las víctimas, Anthropos, Barcelona, 2003, 219-43.
Cfr. LEVINAS, E., De otro modo que ser, o más allá de la esencia, Sigúeme, Salamanca,
1995, 55s.
10
a
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J. M.' MARDONES, ¿POR QUÉ LA ÉTICA?
La a n d a d u r a p o r e s t a s r a p i d í s i m a s c o n s i d e r a c i o n e s a c e r c a del s e r h u m a n o
n o s llevan a u n a p r i m e r a c o n c l u s i ó n g e n e r a l s o b r e la p r e g u n t a q u e g u í a n u e s t r a i n d a g a c i ó n : ¿por qué la ética? P o r q u e el s e r h u m a n o es a l g u i e n q u e s o b r e p a s a la n a t u r a l e z a y e s t á i m p u l s a d o p o r el d e s e o d e s e r q u e h a d e r e a l i z a r s e e n
u n m u n d o a b i e r t o , es decir, e n l i b e r t a d . El s e r ético a p a r e c e e n r a i z a d o y a s e n t a d o e n la c o n d i c i ó n h u m a n a d e u n a l i b e r t a d q u e t i e n e q u e r e a l i z a r s e e n r e s ponsabilidad.
2.
¿ Q U É HACER? E L TIPO D E RACIONALIDAD D E LA ÉTICA
N o s e n c o n t r a m o s y a a n t e lo q u e se c o n s i d e r a el o r i g e n d e la d i n á m i c a d e la
ética. Un ser h u m a n o n o fijado i n s t i n t u a l m e n t e , a b i e r t o al m u n d o , y, p o r t a n t o ,
n e c e s i t a d o d e c o n s t r u i r s e y c o n s t r u i r s u p r o p i o m u n d o , es u n s e r q u e se t i e n e
q u e p r o d u c i r a sí m i s m o e n m e d i o de, o m e d i a t i z a d o p o r , u n o r d e n social y cult u r a l específico. D a d o q u e t i e n d o a ser, r e a l i z a r m e , este d e s e o o esfuerzo p o r s e r
se e n c u e n t r a e n u n s u b d e s a r r o l l a d o i n s t i n t u a l , n e c e s i t a d o d e o r i e n t a c i ó n . A n t e
u n a d e t e r m i n a d a t a r e a o s i t u a c i ó n el ser h u m a n o d e b e p l a n t e a r s e q u é h a c e r ,
c o m o c o m p o r t a r s e . D i g a m o s r á p i d a m e n t e q u e u n ser d o t a d o d e c a p a c i d a d d e
a c c i ó n y d e h a b l a , c o m o el s e r h u m a n o , t i e n e q u e reflexionar. E s decir, h a c e r
u n a elección r a c i o n a l .
E n las c u e s t i o n e s e n las q u e t e n e m o s q u e r e s o l v e r p r o b l e m a s r e f e r i d o s a
a l c a n z a r u n d e t e r m i n a d o objetivo, se t r a t a d e elegir los m e d i o s a d e c u a d o s p a r a
a l c a n z a r el fin p r o p u e s t o . Aquí y a se ve q u e n o s e n c o n t r a m o s a n t e la elección
d e los m e d i o s y la d e t e r m i n a c i ó n d e u n o s objetivos o fines. H a y a c c i o n e s , c o m o
s a b e m o s e n n u e s t r a v i d a c o t i d i a n a , d o n d e t e n e m o s q u e resolver p r o b l e m a s del
m u n d o objetivo ( a r r e g l a r u n a v e n t a n a o u n c o c h e ) , e n t o n c e s se t r a t a d e elegir
los m e d i o s m á s a d e c u a d o s p a r a l o g r a r a l c a n z a r el objetivo ( q u e la v e n t a n a o el
c o c h e f u n c i o n e b i e n ) . S e t r a t a d e u n a reflexión o r a c i o n a l i d a d o r i e n t a d a p r a g m á t i c a m e n t e de m o d o técnico p a r a realizar u n p r o g r a m a deseable.
O t r a c o s a es c u a n d o n o s e n c o n t r a m o s c o n la n e c e s i d a d d e d e c i d i r s o b r e c u e s t i o n e s a c e r c a d e la c o r r e c t a o r i e n t a c i ó n e n la vida. A ú n e n este p u n t o , h a y decis i o n e s , c o m o la d e elegir u n a m a r c a d e r o p a o d e c o c h e , q u e n o t i e n e n d e m a s i a d a i m p o r t a n c i a y o t r a s q u e sí, p o r e j e m p l o , el t i p o d e p r o f e s i ó n q u e elijo. La
e l e c c i ó n d e u n a p r o f e s i ó n o c a r r e r a va u n i d a a las «inclinaciones» o g u s t o s , a lo
q u e le i n t e r e s a a u n o , al t i p o d e a c t i v i d a d q u e le satisface, e t c . Y e s t e t i p o d e
c u e s t i o n e s d e s e m b o c a e n la p r e g u n t a a c e r c a del t i p o d e vida q u e se q u i e r e llev a r o r e a l i z a r , lo q u e , a s u vez, e m p u j a la p r e g u n t a h a s t a el t i p o d e p e r s o n a q u e
u n o q u i e r e o q u i s i e r a ser e n r a z ó n , e n ú l t i m o t é r m i n o , d e u n a visión del m u n d o
y d e la vida. E s d e c i r , n o s e n c o n t r a m o s c o n f r o n t a d o s , e n las c u e s t i o n e s exist e n c i a l e s , c o n c u e s t i o n e s d e vital i m p o r t a n c i a , d o n d e lo q u e se j u e g a s o n valor a c i o n e s fuertes q u e a f e c t a n a la i d e n t i d a d d e la p r o p i a p e r s o n a .
Aristóteles ya vio q u e las d e c i s i o n e s d e v a l o r g r a v e s s o n c u e s t i o n e s q u e afect a b a n a la vida b u e n a . E l e g i r b i e n la p r o f e s i ó n o la pareja, p o n e e n riesgo la vida,
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es a s u n t o q u e afecta a la v i d a b u e n a o la v i d a m a l o g r a d a . C h a r l e s T a y l o r d e n o m i n a e n n u e s t r o t i e m p o , « p r e f e r e n c i a s fuertes» a las v a l o r a c i o n e s q u e a f e c t a n
n o a las i n c l i n a c i o n e s o g u s t o s c a s u a l e s , s i n o a la a u t o c o m p r e n s i ó n d e la pers o n a , al t i p o d e vida, a s u p r o y e c t o e i d e n t i d a d . E n el f o n d o e s t á n las «prefer e n c i a s r a z o n a b l e s » (prohairesis) d e Aristóteles.
E s i m p o r t a n t e d a r s e c u e n t a d e la d o b l e d i m e n s i ó n e n t r e t e j i d a q u e c o n l l e v a
la a u t o c o m p r e n s i ó n e x i s t e n c i a l y, c o n s i g u i e n t e m e n t e , t o d a « p r e f e r e n c i a fuerte»: p o r u n l a d o , u n c o m p o n e n t e d e s c r i p t i v o , d e la p r o p i a i d e n t i d a d o b i o g r a f í a
y, p o r o t r o , u n c o m p o n e n t e ideal d e y o . P o r e s t a r a z ó n , u n p r o y e c t o d e v i d a se
j u e g a e n el e n t r e l a z a d o d e q u i é n es u n o y q u i é n q u e r r í a ser, lo c u a l s u p o n e s i e m p r e u n a t o m a d e c o n c i e n c i a c r í t i c a h a c i a u n o m i s m o . E s t e t i p o d e reflexión o
d e r a c i o n a l i d a d , q u e d e n o m i n a m o s práctica, es el c a r a c t e r í s t i c o d e la ética, es
decir, d e los c a m i n o s q u e n o s c o n d u c e n a la vida b u e n a y feliz.
13
14
3.
E L PROBLEMA ÉTICO
H a s t a este m o m e n t o n o s h e m o s m o v i d o e n los inicios o e n el p u n t o d e p a r t i d a d e la ética. La é t i c a c o m i e n z a p r o p i a m e n t e c u a n d o i n t r o d u c i m o s la relac i ó n o, si se q u i e r e , la s e g u n d a p e r s o n a , o m e j o r todavía, c u a n d o a p a r e c e la libertad en segunda persona.
Si n o s q u e d á r a m o s ú n i c a m e n t e c o n u n p l a n t e a m i e n t o d e la p r i m e r a p e r s o n a o d e la r e a l i z a c i ó n d e la l i b e r t a d del y o c o r r e m o s el riesgo d e u n a n á l i s i s solipsista d e la r e a l i z a c i ó n d e la l i b e r t a d . P e r o y a h e m o s i n d i c a d o q u e la r e a l i z a c i ó n
del s e r h u m a n o e s t á r e f e r i d a a u n m u n d o social, u n m u n d o c o n o t r o s . A p a r e c e n a h o r a las « c i r c u n s t a n c i a s d e la l i b e r t a d » .
E n este m o m e n t o nos vemos, digámoslo obviando m u c h o s problemas, ante
la l i b e r t a d e n s e g u n d a p e r s o n a . N o s e n c o n t r a m o s c o n el o t r o .
La p r i m e r a c u e s t i ó n q u e p l a n t e a la v i d a é t i c a c o n o t r o s es el r e c o n o c i m i e n t o del o t r o c o m o m i s e m e j a n t e . El o t r o es « c o m o o t r o yo». Sin e s t a r e c i p r o c i d a d
q u e i n s t i t u y e al o t r o c o m o m i s e m e j a n t e y a m í m i s m o c o m o s e m e j a n t e del o t r o ,
n o h a y v i d a ética.
Las reflexiones sobre esta cuestión h a n llegado a u n a g r a n sofisticación y
sutileza. H a s i d o , s i n d u d a , E. L e v i n a s el q u e m e j o r h a p r e s e n t a d o q u e el m o v i m i e n t o d e m í m i s m o h a c i a el o t r o , r e s p o n d e a u n a i n t e r p e l a c i ó n d e sí p o r el o t r o .
La i n t e r p e l a c i ó n del o t r o p r e c e d e a m i r e s p u e s t a . O si se q u i e r e g e n e r a l i z a r : la
15
" TAYLOR, CH., Las fuentes del yo. La construcción de la identidad moderna, Paidós, Barcelona, 1996.
Cfr. HABERMAS, J., «Del uso pragmático, ético y moral de la razón práctica», en: Aclaraciones sobre la ética del discurso, Trotta, Madrid, 2000, 109-126, 115. Ya se ve por el título
del artículo c ó m o matiza este autor los diversos usos que puede tener la razón práctica, que
nunca es axiológicamente neutral.
Cfr. LEVINAS, E . , Totalidad e infinito. Ensayo sobre la exterioridad, Sigúeme, Salamanca, 1977,211s.
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c o n s t i t u c i ó n d e m i y o e s t á p r e c e d i d a d e e s t a i n t e r p e l a c i ó n d e o t r o , del tú. Yo
soy y o e n t a n t o r e s p o n d o a la i n t e r p e l a c i ó n del tú. S u s a n á l i s i s del r o s t r o del
o t r o , d e su m i r a d a , o d e m i m i r a d a q u e c a p t a la i n t e r p e l a c i ó n q u e le solicita el
c u i d a d o y p r o t e c c i ó n («¡no m e m a t e s ! » ) del o t r o , s o n f a m o s o s y b i e n c o n o c i d o s .
C o n t o d o , c o m o r e c u e r d a P. R i c o e u r ' , s i g u i e n d o a H u s s e r l , la c o n d i c i ó n d e posib i l i d a d d e q u e el o t r o s e a u n v e r d a d e r o yo, u n «alter ego», es q u e yo c o m p r e n d a lo q u e es s e r libre y la n e c e s i d a d (deseo) d e llegar a serlo e f e c t i v a m e n t e . Si
es a c e p t a b l e el p r i m a d o d e la l l a m a d a p r o c e d e n t e del o t r o s o b r e el r e c o n o c i m i e n t o d e sí m i s m o p o r sí m i s m o (E. Levinas), la vida ética se i n s t a u r a y vive
g r a c i a s al r e c o n o c i m i e n t o del o t r o c o m o m i s e m e j a n t e . El o t r o es t a n c a p a z c o m o
y o m i s m o ; el o t r o es c a p a z d e p r e f e r e n c i a s igual q u e yo. R e c o n o z c o la d e m a n d a d e l i b e r t a d del o t r o ; r e c o n o z c o la m u t u a l i d a d d e la l i b e r t a d . El o t r o , e n definitiva, es t a n d i g n o c o m o yo. Al final, la solicitud p a r a c o n el o t r o se a n u d a c o n
la r e c i p r o c i d a d q u e e s t a b l e c e el r e c o n o c i m i e n t o .
6
La c o n s e c u e n c i a q u e se a l c a n z a p o r e s t a vía es q u e la ética p o s e e u n a inevitable d i m e n s i ó n dialogal.
H. C o h e n ' , sin d u d a , n o vacilaría e n i n d i c a r las raíces religiosas d e este r e c o n o c i m i e n t o . P a r a este a u t o r las r e l a c i o n e s e n t r e religión y ética s o n n a t u r a l e s .
La a p o r t a c i ó n b í b l i c a e n este p u n t o es definitiva: « A m a r á s al forastero» (Dt 10,
18-19), s e ñ a l a c o n Lv 19, 18.33, los l u g a r e s d o n d e e x p r e s a m e n t e se r e c o n o c e al
f o r a s t e r o / p r ó j i m o (rea) « u n o c o n s u rea», o t r o c o m o yo, u n s e r m o r a l d e igual
v a l o r q u e el j u d í o .
H a b r í a q u e s u b r a y a r q u e es j u s t a m e n t e e n e s t a s s i t u a c i o n e s d e d e s i g u a l d a d
o d i s i m e t r í a , c u a n d o el r e c o n o c i m i e n t o del o t r o se h a c e m á s u r g e n t e . Sin r e c o n o c i m i e n t o d e esta s e m e j a n z a la solicitud n o se restablecería. El r e c o n o c i m i e n t o
del o t r o b u s c a u n a i g u a l d a d m o r a l . La ética c o m i e n z a p r o p i a m e n t e c o n la lleg a d a d e la l i b e r t a d del o t r o s e m e j a n t e a la m í a . P o r esta r a z ó n , el r e c o n o c i m i e n t o
d e la l i b e r t a d del o t r o es el f e n ó m e n o c e n t r a l d e la é t i c a ' . La ética vive del r e c o n o c i m i e n t o m u t u o d e la l i b e r t a d .
E s t a p r e s e n t a c i ó n d e la l i b e r t a d del o t r o c o m o a n á l o g a a la m í a es u n m o m e n to a l t a m e n t e positivo. E s el e n c u e n t r o d e d o s libertades insustituibles. El m o m e n t o d e n e g a t i v i d a d p r o c e d e d e u n m o m e n t o p o s t e r i o r : la o p o s i c i ó n d e u n a libert a d a o t r a , el e n f r e n t a m i e n t o e n t r e la p l u r a l i d a d d e o p c i o n e s y a c c i o n e s y s u
r e a l i z a c i ó n , es d e c i r , del c o n f l i c t o . S a b e m o s q u e e s t e m o m e n t o del c o n f l i c t o
r e c o r r e t r i s t e m e n t e la h i s t o r i a a lo l a r g o y a n c h o d e la h u m a n i d a d . E s la m a n c h a o s c u r a d e la h i s t o r i a d e la h u m i l l a c i ó n , esclavitud, o p r e s i ó n , violencia y g u e r r a . E s t a m o s a n t e la n e g a c i ó n , o m e j o r , a n t e la m u e r t e d e la l i b e r t a d .
V o l v a m o s a n u e s t r a c u e s t i ó n inicial: ¿por qué la ética? La r e s p u e s t a e n este
m o m e n t o d e i n t r o d u c c i ó n e n la vida ética p r o p i a m e n t e d i c h a , a t r a v é s del r e c o n o c i m i e n t o del o t r o , t e n d r í a q u e s o n a r d e este m o d o : la é t i c a es la r e s p u e s t a
7
8
" RICOEUR, P., Amor y justicia, 108.
" Cfr. COHEN, H., El prójimo, Anthropos, Barcelona, 2004, 32, 46s; ÍD., la religión de la
razón desde las fuentes del judaismo, Anthropos, Barcelona, 2004, 87s.
RICOEUR, P., Amor y justicia, 72.
18
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h u m a n a al e n c u e n t r o del o t r o , d e s u i n t e r p e l a c i ó n q u e m e e m p l a z a a d a r u n a
r e s p u e s t a , d e d o s l i b e r t a d e s q u e s e r e c o n o c e n y n e c e s i t a n p a r a vivir e n c o m ú n
y establecer u n a vida v e r d a d e r a m e n t e h u m a n a . Sin reconocimiento recíproco
d e la m u t u a d i g n i d a d y r e s p o n s a b i l i d a d , n o se p u e d e c o n s t r u i r u n m u n d o h u m a n o i n t e r p e r s o n a l . M á s b i e n , c o m o h a n s a b i d o t o d o s los t o t a l i t a r i s m o s , se estab l e c e n las c o n d i c i o n e s d e p o s i b i l i d a d p a r a la l i q u i d a c i ó n s i s t e m á t i c a del o t r o ".
La é t i c a a e s t a a l t u r a es la s a l v a g u a r d a d e la d i g n i d a d d e t o d o s e r h u m a n o .
O si se q u i e r e d e c i r m á s a c t i v a m e n t e : la b ú s q u e d a d e la s u p e r a c i ó n d e las desig u a l d a d e s y el l o g r o d e la r e a l i z a c i ó n d e las d o s l i b e r t a d e s q u e se e n c u e n t r a n .
La p é r d i d a d e la d i m e n s i ó n é t i c a s u p o n e q u e el o t r o n o es u n h o m b r e inferior
o p e l i g r o s o , es, s e n c i l l a m e n t e , u n n o h o m b r e . La ética, e n este p u n t o , e q u i v a l e
a i n s t a u r a r la r e l a c i ó n i n t e r s u b j e t i v a , m e j o r , la r e a l i z a c i ó n d e la l i b e r t a d e n la
intersubjetividad.
4.
E L MOMENTO D E LA MEDIACIÓN E N T R E LAS
LIBERTADES
N o h e m o s t e r m i n a d o n u e s t r o b r e v e r e c o r r i d o s o b r e la vida ética y su p o r q u é .
T o d a v í a n o s falta u n p a s o m u y i m p o r t a n t e , sin el c u a l la p r e s u n t a r e a l i z a c i ó n d e
la l i b e r t a d e n el e n c u e n t r o i n t e r s u b j e t i v o , q u e d a r e d u c i d a a u n a p u r a v a c u i d a d .
R e p a r e m o s q u e e n la r e a l i d a d d e la vida h u m a n a , c a d a ser h u m a n o se e n c u e n t r a y a s i t u a d o e n u n m u n d o social. N a d i e i n i c i a la v i d a h u m a n a d e s d e c e r o . N o
h a y z o n a c e r o e n la v i d a d e n i n g ú n s e r h u m a n o ; s i e m p r e e s t a m o s ya e n lo i n s tituido. Todos nos encontramos en u n m u n d o h u m a n o —sociedad— que posee
ya, d i g á m o s l o sin e n t r a r e n detalles a c e r c a d e e s t a f o r m a c i ó n social, u n c o n j u n t o
d e visiones, valores, c o s t u m b r e s , q u e o r i e n t a n las preferencias y c o m p o r t a m i e n t o s d e los i n d i v i d u o s .
Se d e n o m i n a e n el a r g o t s o c i o l ó g i c o instituciones
a estas cristalizaciones de
los h á b i t o s y c o m p o r t a m i e n t o s colectivos d e u n a d e t e r m i n a d a s o c i e d a d . La r e a l i z a c i ó n d e la l i b e r t a d , a la q u e e m p u j a el d e s e o d e s e r d e c a d a u n o d e n o s o t r o s ,
se efectúa e n e s t e t e r r e n o y a s o c i a l m e n t e c o n d i c i o n a d o . L a s i n s t i t u c i o n e s s o n el
á m b i t o social d o n d e se j u e g a la i n t e r a c c i ó n d e las l i b e r t a d e s . La i n s t i t u c i ó n es
a s í el m e d i a d o r d e los e n c u e n t r o s i n t e r p e r s o n a l e s ; el c a m p o d o n d e se j u e g a el
d e s p l i e g u e d e las l i b e r t a d e s . S e ñ a l a el p a s o del «yo-tú», o r e l a c i ó n c a r a a c a r a ,
al « n o s o t r o s » y al «ellos». P o s e e , c o m o t o d o t e r r e n o d e j u e g o , s u s v e n t a j a s y d e s ventajas, sus estímulos y sus inercias ya s e d i m e n t a d a s .
2 0
" FINKJELKRAUT, A., La humanidad perdida. Ensayo sobre el siglo xx, Anagrama, Barcelona, 1998, 8s; PRIMO LEVI, Si esto es un hombre, Aleph, Barcelona, 1998.
Todos los intentos de situarse en un presunto punto cero o inicio de la vida social, en
una Urstiftung, son «experimentos mentales»: instauraciones míticas o creaciones Acciónales
c o m o el Contrato social de Rousseau, Hobbes, o las actuales reconstrucciones de la sociedad
arcaica de J. Habermas o la «situación original» de J. Rawls. Ficciones importantes desde el
punto de vista de la reflexión, pero que no pueden aprehender la realidad del c o m i e n z o de la
ética.
20
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J. M." MARDONES, ¿POR QUÉ LA ÉTICA?
La m a y o r p a r t e d e n u e s t r a v i d a social se j u e g a e n i n s t i t u c i o n e s y s i s t e m a s
sociales, es decir, e n á m b i t o s d o n d e las r e l a c i o n e s n o se p u e d e n p e r s o n a l i z a r , o
sólo a t r a v é s d e la a s u n c i ó n d e los v í n c u l o s q u e n o s u n e n a t o d o s . E s t a e s p e c i e
d e d e n o m i n a d o r c o m ú n , l a z o social o v í n c u l o n e u t r o , q u e c o n s i s t e e n v i s i o n e s ,
i d e a s y v a l o r e s p a r t i c i p a d o s , t r a b a j o s p a u t a d o s , r o l e s , etc., s o n i n t e r i o r i z a d a s
p o r c a d a u n o . N o s s o c i a l i z a n y c o n s t i t u y e n el «espíritu objetivo» d e H e g e l ' , la
m e d i a c i ó n d e t o d a s las l i b e r t a d e s , q u e s o c i o l ó g i c a m e n t e l l a m a m o s i n s t i t u c i o n e s (religiosas, p o l í t i c a s , e c o n ó m i c a s , j u r í d i c a s , f a m i l i a r e s . . . ) .
E n la reflexión é t i c a se s u e l e d e n o m i n a r este t e r r e n o d o n d e se j u e g a la hist o r i a d e la l i b e r t a d o d e las l i b e r t a d e s , u n h a c e r d e u n o c o n m u c h o s , u n a libert a d e n t e r c e r a p e r s o n a (P. R i c o e u r ) , el á m b i t o d e la j u s t i c i a (J. H a b e r m a s ) , d e
las m á x i m a s u n i v e r s a l i z a b l e s o del i m p e r a t i v o c a t e g ó r i c o (I. K a n t ) , e n s u m a , el
á m b i t o d e la n o r m a y d e la ley.
P o d e m o s volver a n u e s t r o p u n t o d e p a r t i d a y d e c i r a Aristóteles q u e la vida
b u e n a n o se p u e d e r e d u c i r a las r e l a c i o n e s i n t e r p e r s o n a l e s . S e r í a u n a i n g e n u i d a d q u e n o s a b e d e los c o n d i c i o n a m i e n t o s d e la v i d a social. La vida b u e n a se
r e a l i z a r e a l m e n t e , v e r d a d e r a m e n t e y h a s t a e n su m á x i m a r e a l i z a c i ó n , e n la vida
d e t o d o s c o n t o d o s , e n la s o c i e d a d , o v i d a p ú b l i c a .
A h o r a b u s c a m o s u n a i g u a l d a d d i s t i n t a d e la q u e se ejerce e n el c a r a a c a r a .
N o es c u e s t i ó n sólo d e e n t e n d i m i e n t o m u t u o y d e a m i s t a d , s i n o d e c o n v i v e n c i a
en u n a c o m u n i d a d histórica. ¿Cómo lograr u n reconocimiento m u t u o , u n resp e t o a la l i b e r t a d d e t o d o s , u n a i g u a l d a d e n la r e a l i z a c i ó n d e la l i b e r t a d d e t o d o s
c o n t o d o s ? E n este m o m e n t o e n t r a m o s e n lo q u e se d e n o m i n a el c a m p o d e la
distribución a d e c u a d a de ventajas y desventajas, de cargas, tareas y responsab i l i d a d e s . A e s t a i n t e n c i ó n é t i c a d e u n p r o c e s o d e d i s t r i b u c i ó n e n u n a instituc i ó n q u e se e x t i e n d e m á s allá del o t r o p r e s e n t e , lo l l a m a m o s justicia.
N o p o d e m o s e n t r a r e n t o d o s los r e c o v e c o s , e n o r m e m e n t e a m p l i o s y exigentes d e la reflexión s o b r e la j u s t i c i a . B a s t e decir, q u e al p i s a r este u m b r a l ético
e n t r a m o s ya e n el t e r r e n o d e la u n i v e r s a l i d a d . El d e s e o d e u n a vida b u e n a c u a n d o se t r a t a d e r e a l i z a r c o n «terceros», c o n c u a l q u i e r a , c o n c a d a u n o , d e u n m o d o
reflexivo, r a c i o n a l , c o m o c o r r e s p o n d e al s e r h u m a n o , e m p u j a h a c i a reglas o n o r m a s universalizables. S u r g e e n este m o m e n t o la regla d e o r o : «No le h a g a s a n a d i e
lo q u e n o q u i e r a s q u e te h a g a n a ti». E s decir, se c o m i e n z a a v i s u a l i z a r q u e u n
c o m p o r t a m i e n t o a d e c u a d o p a r a t o d o s tiene q u e seguir la regla o m á x i m a , si q u i e r e s e r j u s t a , d e q u e todos y cada uno t i e n e n q u e p o d e r q u e r e r q u e , e n s i t u a c i o n e s
c o m p a r a b l e s , sea s e g u i d a p o r t o d o el m u n d o . D i c h o c o m o s u e l e e x p r e s a r s e J.
H a b e r m a s , sólo u n a m á x i m a u n i v e r s a l i z a b l e d e s d e la p e r s p e c t i v a d e t o d o s los
a f e c t a d o s , vale c o m o u n a n o r m a q u e p u e d e e n c o n t r a r a q u i e s c e n c i a u n i v e r s a l y,
p o r t a n t o , m e r e c e r e c o n o c i m i e n t o , es decir, es o b l i g a t o r i a m o r a l m e n t e .
Ya se ve, llegados a este m o m e n t o d e la reflexión ética, q u e u n a vida b u e n a
l o g r a d a p a r a t o d o s , e m p u j a a a c t u a r d e u n m o d o j u s t o , es decir, d e lo q u e es gene2
2 2
HEGEL, W., Fenomenología
HABERMAS, J., Aclaraciones
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233
del Espíritu, FCE, México.
sobre la ética del discurso, o.c,
116s.
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J. M." MARDONES, ¿POR QUÉ LA ÉTICA?
241
ralizable y realizable p a r a t o d o s , es decir, d e lo q u e «se debe» o «hay q u e h a c e r » .
C o m o m u y b i e n dice P. R i c o e u r , justicia, d e s d e u n p u n t o d e vista ético, q u i e r e
decir, e n definitiva, q u e «tu l i b e r t a d s e a » . C o m p r e n d e m o s t a m b i é n a h o r a q u e
J. R a w l s d i g a q u e «la j u s t i c i a es la p r i m e r a v i r t u d d e las i n s t i t u c i o n e s sociales».
¿ Q u é h e m o s l o g r a d o e n este c a m i n o d e la é t i c a ? N a d a m e n o s q u e la coexist e n c i a d e m u c h a s l i b e r t a d e s ; la p o s i b i l i d a d d e u n a v i d a l o g r a d a p a r a m u c h o s .
El l l a m a d o o r d e n social d e s c u b r i m o s q u e se a s i e n t a s o b r e u n a v i d a ética. O, si
q u e r e m o s d e c i r l o al m o d o i n v e r s o , u n a v i d a social se r e a l i z a s o b r e u n a s instituciones que están ya «éticamente m a r c a d a s » .
D e s c u b r i m o s t a m b i é n q u e e n la r e a l i z a c i ó n d e la l i b e r t a d c o n o t r o s s u r g e u n
c o r r e c t i v o a m i d e s e o : se q u i e b r a el e g o c e n t r i s m o al q u e t i e n d e y se le e m p u j a
h a c i a u n p r o y e c t o d e v i d a q u e s e a d e s e a b l e p o r t o d o s p o r igual. E s t e m o m e n t o
q u e p u e d e s e r vivido c o m o la c o e r c i ó n o i n t e r d i c c i ó n d e la n o r m a , e x p r e s a lo
q u e n o h a y q u e h a c e r , lo q u e es p r e f e r i b l e a n t e s q u e m i d e s e o . B u s c a h a c e r c o i n cidir lo d e s e a b l e p o r m í c o n lo p r e f e r i b l e " . A p a r e c e el «se debe», q u e exige, c o m o
ya vio Hegel, u n e x t r a ñ a m i e n t o p a r a r e a l i z a r m e v e r d a d e r a m e n t e .
La é t i c a e n c u a n t o r e a l i z a c i ó n d e las l i b e r t a d e s e n u n á m b i t o social, d e s e m b o c a e n la p o l í t i c a . La p o l í t i c a es la c a s a o l u g a r n a t u r a l d e la r e a l i z a c i ó n d e u n a
v i d a b u e n a p a r a t o d o s . N o e s e x t r a ñ o q u e d e s d e Aristóteles p o l í t i c a y é t i c a se
d e n la m a n o . E n n u e s t r o s d í a s H . A r e n d t i n s i s t e q u e la p o l í t i c a es el « e n t r e »
(zwischen) d o n d e el a n h e l o d e vivir b i e n se r e a l i z a .
D e t e n e m o s a q u í n u e s t r a s reflexiones. H e m o s r e c o r r i d o el d i n a m i s m o é t i c o
h a s t a lo q u e a l g u n o s a u t o r e s d i r í a n q u e e s y a c l a r a m e n t e el m u n d o d e la m o r a l ,
el m u n d o d e la ley y d e la u n i v e r s a l i z a c i ó n . H e m o s a s i s t i d o al d e s p l i e g u e d e la
l i b e r t a d h a s t a la ley: u n d e s e o d e r e a l i z a r u n a v i d a b u e n a o feliz, q u e c o n d u c e a
u n a v i d a p e r s o n a l r e s p o n s a b l e y al r e c o n o c i m i e n t o del o t r o e n r e c i p r o c i d a d y
e n s o l i c i t u d d e c o - r e a l i z a c i ó n , p a r a d e s e m b o c a r e n el á m b i t o d e la s o c i e d a d y
del e n c u e n t r o d e l i b e r t a d e s q u e b u s c a n u n a v i d a b u e n a , j u s t a , e n c o m ú n . E n
r e s u m e n , h e m o s a s i s t i d o a la c o n s t i t u c i ó n del s e r h u m a n o e n su l i b e r t a d r e s ponsable.
5.
C O N C L U S I Ó N . L A S AMENAZAS ACTUALES A LA ÉTICA
La é t i c a a p u n t a a la r e a l i z a c i ó n d e la h u m a n i d a d . De a h í q u e las a m e n a z a s
c o n t r a la é t i c a s e a n a m e n a z a s c o n t r a la h u m a n i d a d y viceversa. Y h a b r á q u e
d e c i r , r á p i d a m e n t e , q u e la m e j o r d e f e n s a d e la h u m a n i d a d es u n a vida é t i c a real
y verdadera.
No quiero t e r m i n a r esta breve exposición sin a p u n t a r a algunos peligros de
e s t a vida ética, es decir, a m e n a z a s a la r e a l i z a c i ó n d e h u m a n i d a d q u e n o s cerc a n e n n u e s t r o t i e m p o . Al c o n t r a l u z p o d r á n l e e r los o y e n t e s a l g u n a s t a r e a s o
desafíos a los q u e s o m o s i n v i t a d o s p a r a q u e la c o n s t i t u c i ó n d e la l i b e r t a d r e s RICOEUR, P., Amor y justicia, 8 1 .
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J. M.* MARDONES, ¿POR QUÉ LA ÉTICA?
p o n s a b l e sea u n h e c h o . P r o c e d o m á s al m o d o d e la s u g e r e n c i a y la i n c i t a c i ó n
q u e del d e s a r r o l l o .
5.1.
En nuestro tiempo hay una inflación
con su
realización
verbal ética que no se
corresponde
N u e s t r o m o m e n t o h i s t ó r i c o social c o n o c e u n a e x q u i s i t e z é t i c a q u e c o n d u c e
a d e n u n c i a r c o m o « p o l í t i c a m e n t e i n c o r r e c t o » el u s o d e la p a l a b r a «negro» c o m o
u n i n s u l t o d e g r a d a n t e , p e r o n o t i e n e t a n t o s r e m i l g o s a n t e la m a r g i n a c i ó n d e los
h o m b r e s d e color, e m i g r a n t e s , c o n c e b i d o s c o m o « n u d a vida», e x p l o t a d o s c o m o
m e r a fuerza d e t r a b a j o u o b j e t o s sexuales.
D i c h o m á s e n g e n e r a l : vivimos e n la é p o c a del r e c o n o c i m i e n t o d e los Derec h o s H u m a n o s . E s t e r e c o n o c i m i e n t o p r á c t i c a m e n t e m u n d i a l es u n l o g r o h u m a n o sin p r e c e d e n t e s . A h o r a b i e n , t o d o s s a b e m o s lo lejos q u e e s t a m o s d e s u realización p r á c t i c a . La a c t i t u d o t a l a n t e ético n o s e m p l a z a a q u e el r e c o n o c i m i e n t o
sea a l g o m á s q u e v e r b a l . E n definitiva, se n o s i n s t a a i n c o r p o r a r e n n u e s t r a estilo d e v i d a la t a r e a é t i c a d e r e a l i z a r e n la p r á c t i c a lo q u e r e c o n o c e m o s v e r b a l mente.
5.2.
La realización individualista
a la que se nos
desde todos los medios en nuestra sociedad
la dimensión
ética
invita
desconoce
Prolifera u n d i s c u r s o d e r e a l i z a c i ó n d e la p r o p i a biografía p e r s o n a l d e f o r m a
ú n i c a y o r i g i n a l , c o m o si la p e r s o n a fuera u n ser i n d i v i d u a l p u r o , d e s l i g a d o d e
t o d o v í n c u l o social y, p o r c o n s i g u i e n t e d e t o d a solicitud p a r a c o n el o t r o . Se sient a a s í u n a c o n c e p c i ó n falsa del s e r h u m a n o i n d i v i d u a l , d e s o c i a l i z a d o y c o n s u m i s t a , q u e p r o d u c e u n i n d i v i d u a l i s m o sin c o m p r o m i s o social ni p o l í t i c o .
I n c l u s o existe a c t u a l m e n t e , u n u s o t e r g i v e r s a d o r e ideológico, c o m o d e n u n cia U. Beck, del i n d i v i d u a l i s m o : el r e c u r s o a p r e s u n t a s s o l u c i o n e s i n d i v i d u a l e s
p a r a p r o b l e m a s s i s t é m i c o s o sociales. E s t a m o s a n t e u n u s o e n c u b r i d o r e i n m o ral del i n d i v i d u a l i s m o .
Urge r e c u p e r a r la d i m e n s i ó n ética q u e v i n c u l a m i r e a l i z a c i ó n c o n la d e los
d e m á s y c o n la e x i s t e n c i a d e i n s t i t u c i o n e s j u s t a s . La t a r e a é t i c a hoy, c o m o ayer,
n o s i m p u l s a al c o m p r o m i s o social y p o l í t i c o , al t r a b a j o p o r c o n s t r u i r i n s t i t u c i o n e s q u e p o s i b i l i t e n m i r e a l i z a c i ó n y la d e c u a l q u i e r a e n esta s o c i e d a d , e s p e c i a l m e n t e la d e los m á s d é b i l e s y d e s f a v o r e c i d o s .
5.3.
La libertad es la tarea humana
permanente.
Hoy está amenazada por el riesgo de la inseguridad
y por la carencia de
alternativas
E n n u e s t r o t i e m p o se h a b l a d e la l i b e r t a d c o m o el m á x i m o d e los v a l o r e s
h u m a n o s , p e r o l u e g o se la s o c a v a m e d i a n t e la a m e n a z a del riesgo g e n e r a l i z a d o .
H a y m i e d o a la l i b e r t a d e n n u e s t r o t i e m p o . S e b u s c a n s e g u r i d a d e s i d e o l ó g i c a s
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), num. 233
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J. M." MARDONES, ¿POR QUÉ LA ÉTICA?
y d o c t r i n a l e s e n los fundamentalismos
y se a r r i e s g a p o c o la b ú s q u e d a r a c i o n a l
crítica y sensata.
D e s d e el p u n t o d e vista s o c i o - p o l í t i c o se d e c l a r a la «falta d e a l t e r n a t i v a s » al
s i s t e m a v i g e n t e , c o n lo q u e se c l a u s u r a la h i s t o r i a y se d e t e r m i n a el fin del c a m b i o social h o n d o . De h e c h o , se p r e d i c a el c o n f o r m i s m o frente a lo q u e h a y .
La s o c i e d a d a c t u a l t r a t a d e e x p r o p i a r n o s d e la r e s p o n s a b i l i d a d del yo. N o s
t r a t a d e a c o s t u m b r a r a v e r la r e a l i d a d d e injusticia, p o b r e z a , h u m i l l a c i ó n , s i n
e s c á n d a l o n i p r o t e s t a . N o s e n t u m e c e los s e n t i m i e n t o s é t i c o s .
La t a r e a d e la ética n o s t i e n e q u e e m p u j a r a d e s e n m a s c a r a r e s t a s a m e n a z a s y
m i e d o s a la l i b e r t a d . Las i n s t i t u c i o n e s e d u c a t i v a s s u p e r i o r e s d e b i e r a n ser lugares d e a p e r t u r a y ejercicio del p e n s a m i e n t o libre; á m b i t o s d o n d e se a r r i e s g a a la
h o r a d e p e n s a r . Al m i s m o t i e m p o q u e e s p a c i o s d e análisis frío d e las c o n t r a d i c c i o n e s sociales y a t m ó s f e r a s c á l i d a s d e s e n s i b i l i z a c i ó n d e la c o m p a s i ó n h u m a n a .
5.4.
La ética es particularmente
importante en una
modernidad
cuya racionalidad predominante
es
funcional:
puede decir mucho sobre cómo hacer las cosas, pero muy poco,
o casi nada, sobre qué cosas hay que hacer
La fuerza d e la r a z ó n m o d e r n a d e s c a n s a s o b r e las h e r r a m i e n t a s , i n c l u s o elect r ó n i c a s . P o r e s t a r a z ó n m i d e el éxito p o r la eficiencia, la r a p i d e z y el g r a d o d e
r e n d i m i e n t o . P e r o s u d e b i l i d a d s o n los fines, el p o r q u é y p a r a q u é h u m a n o s o
de realización con sentido.
N e c e s i t a m o s u n a r a c i o n a l i d a d a m p l i a d a q u e c o n j u g u e la t e c n o l o g í a y la c o m p a s i ó n o, c o m o d i c e E. M o r i n , la i n f o r m á t i c a y la p o e s í a . T e n e m o s q u e i n t r o d u c i r e n la u n i v e r s i d a d y e n las p r á c t i c a s h u m a n a s f u n c i o n a l e s d o m i n a n t e s , la
responsabilidad
para algo. L a r e s p o n s a b i l i d a d , c o m o h e m o s visto, es s i e m p r e
u n a r e s p o n s a b i l i d a d c o n o t r o s e n m e d i o d e i n s t i t u c i o n e s j u s t a s , p a r a el b i e n e s t a r y la d i g n i d a d del o t r o .
Instituto de Filosofía. CSIC. Madrid
Pinar, 25
28006 Madrid
[email protected]
JOSÉ MARÍA MARDONES
[Artículo aprobado para publicación en septiembre de 20051
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), num. 233
pp. 231-243
EL NIHILISMO AXIOLÓGICO
SEGÚN ADORNO Y HORKHEIMER*
J U A N A N T O N I O E S T R A D A DÍAZ
Universidad de Granada
RESUMEN: La carencia de referencias objetivas lleva a una razón subjetiva, en la que todo es medio y
hay pérdida de fines, porque no se pueden legitimar racionalmente ni fundamentar. Es el eclipse de la
razón. De ahí, el nihilismo axiológico y el relativismo cognitivo. El pesimismo tardío de Horkheimer le
lleva a buscar en la religión y en la ética instancias humanistas que trasciendan a la sociedad administrada. Adorno hace de la experiencia del sufrimiento el punto de partida de su filosofía, que integra la
dialéctica negativa, la perspectiva cristiana sobre las víctimas y la trascendencia estética.
PALABRAS CLAVE: nihilismo, axiología, ética, religión, razón.
Axiological Nihilism According to Adorno and Horkheimer
ABSTRACT: The lack of objective references leads to subjective reason, with a loss of ends and everything turned into a means, because it is not possible to be based on anything. It is the eclipse of reason;
thus, the rise of axiological nihilism and cognitive relativism. The belated pessimism of Horkheimer brings
him to look for humanist instances in religion and ethics, both of which can transcend the administered
society. Adorno makes the experience of suffering as the starting point of his philosophy, integrating negative dialectics, the Christian perspective on victims and the transcendence of aesthetics.
KEY WORDS: nihilism, axiology, ethics, religion, reason.
La p l u r a l i d a d d e c o r r i e n t e s del n i h i l i s m o e u r o p e o t i e n e e n c o m ú n u n a refer e n c i a negativa a la v e r d a d y a la f u n d a m e n t a c i ó n d e los valores. Si el p l u r a l i s m o
perspectivista lleva a la p r o c l a m a c i ó n d e q u e n o h a y v e r d a d , la crisis d e los valores d e s e m b o c a e n el sin s e n t i d o c o m o a f i r m a c i ó n ú l t i m a . Desde a h í es posible la
t r a n s f o r m a c i ó n creativa d e los p r o y e c t o s d e s e n t i d o , el h u n d i m i e n t o d e la visión
m o r a l del m u n d o y s u s u s t i t u c i ó n p o r u n a c o m p r e n s i ó n científica, o p l a n t e a r el
suicidio c o m o p r o b l e m a filosófico p o r excelencia, a p a r t i r d e la c o n s t a t a c i ó n d e
q u e n o h a y u n h o r i z o n t e d e s e n t i d o . El n i h i l i s m o e n la é p o c a d e d e c o n s t r u c c i ó n
p o s t m o d e r n a refleja u n a aponía. La p a r a d o j a d e u n a civilización q u e occidentaliza c a d a vez m á s el m u n d o y se convierte e n el referente m á s universal, al m i s m o
t i e m p o q u e c r e c e n s u s p r e g u n t a s a c e r c a del d e d ó n d e y a d ó n d e n o s d i r i g i m o s . El
n i h i l i s m o axiológico es p r o p o r c i o n a l a la crisis d e i d e n t i d a d y a la c a r e n c i a d e p r o yectos d e futuro, d e a h í q u e se i m p o n g a h a b l a r d e crisis g e n e r a l i z a d a d e la m e t a física, d e la m o r a l , d e la religión, d e la ciencia y d e la m i s m a filosofía. E n c u a n t o
q u e vivimos e n u n a é p o c a d e t r a n s i c i ó n , d e t e r m i n a d a p o r u n a c u l t u r a d e c a d e n t e ,
q u e t o d a v í a está p r e s e n t e , y o t r a e m e r g e n t e , t o d a v í a i n d e t e r m i n a d a , c r e c e la inseg u r i d a d p o r q u e s a b e m o s m á s lo q u e n o q u e r e m o s q u e h a c i a d ó n d e d i r i g i r n o s .
* Cito según las ediciones españolas existentes, pero a veces hago modificaciones, fundamentalmente estilísticas, desde la edición alemana, ADORNO, THEODOR W . , Gesammelte
Schriften,
20 vols., Francfort, 1973-1986; HORKHEIMER, M . , Gesammelte Schriften, 18 vols., Francfort, 19881996.
© PENSAMIENTO, ISSN 0031-4749
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), num. 233, pp. 245-271
246
J. A. ESTRADA, EL NIHILISMO AXIOLÓGICO SEGÚN ADORNO Y
HORKHEIMER
E n este c o n t e x t o , la E s c u e l a d e F r a n c f o r t , y e n c o n c r e t o A d o r n o y H o r k h e i m e r h a n a l c a n z a d o r e l e v a n c i a p o r s u s e n f o q u e s sociológicos, d e filosofía d e la
h i s t o r i a y d e a n t r o p o l o g í a e n t o r n o al s e n t i d o d e la civilización o c c i d e n t a l . La
p r e g u n t a p o r el s e n t i d o d e la vida es, s e g ú n A d o r n o , u n a f o r m a s e c u l a r i z a d a d e
las c u e s t i o n e s metafísicas. La r e s p u e s t a i n m e d i a t a es q u e q u i e n p r e g u n t a es t a m b i é n el q u e d a el s e n t i d o , p e r o é s t a u n a falsa r e s p u e s t a , y a q u e el s e n t i d o reclam a o b j e t i v i d a d m á s allá d e t o d a subjetividad. A u n s u i c i d a al q u e se le p r e g u n t a r a p o r el s e n t i d o d e la v i d a n o s e le d i s u a d e c o n b u e n a s r a z o n e s y, p o r el
c o n t r a r i o , el n i h i l i s t a a b s t r a c t o e n m u d e c e a n t e la p r e g u n t a d e p o r q u é s i g u e
v i v i e n d o . A f i r m a r p o s i t i v a m e n t e q u e la v i d a n o t i e n e s e n t i d o es t a n d i s p a r a t a d o
c o m o la a f i r m a c i ó n c o n t r a r i a ' . H a y q u e a s u m i r la d o b l e e x p e r i e n c i a d e s e n t i d o
y s i n s e n t i d o c o m o c o m p o n e n t e s i n s e p a r a b l e s d e la vida y, a p a r t i r d e a h í , p l a n t e a r c ó m o s u r g e n a m b o s d e s d e el p r o c e s o c o n s t i t u t i v o d e la i d e n t i d a d h u m a n a ,
e n la d o b l e r e l a c i ó n c o n la n a t u r a l e z a y la s o c i e d a d .
P a r a A d o r n o , la c u l t u r a es el i n t e n t o d e h u m a n i z a r al a n i m a l , e m a n c i p a n d o l o d e la n a t u r a l e z a d e s d e la c o n v e r g e n c i a e n t r e I l u s t r a c i ó n , l i b e r t a d y c o n s t r u c c i ó n d e la s o c i e d a d . El t r a s f o n d o del p l a n t e a m i e n t o f r a n k f u r t i a n o es la conv e r g e n c i a e n t r e el m a t e r i a l i s m o h i s t ó r i c o y la t r a d i c i ó n clásica d e la i l u s t r a c i ó n .
El h o m b r e es u n a n i m a l social y r a c i o n a l , c o n u n a d o b l e n a t u r a l e z a b i o l ó g i c a y
s o c i o c u l t u r a l . S e c o n s t r u y e a sí m i s m o e n c u a n t o q u e c o n s t r u y e t e ó r i c a y p r á c t i c a m e n t e la s o c i e d a d , p o r m e d i o del p e n s a m i e n t o y el t r a b a j o . E n c u a n t o q u e
es t a m b i é n u n p r o d u c t o social, h a y q u e a n a l i z a r c ó m o se c o n s t i t u y e , a p a r t i r d e
la p r e m i s a d e q u e n o h a y p o s i b i l i d a d e s d e u n a vida p r i v a d a p l e n a m e n t e realiz a d a e n u n o r d e n social f a l s o .
2
3
De a h í el d o b l e p r o c e s o d e i n d i v i d u a c i ó n c o m o s o c i a l i z a c i ó n q u e sirve d e
p u n t o d e a r r a n q u e a la t e o r í a c r í t i c a y q u e c o n t i n ú a l u e g o , t r a n s f o r m a d o , e n la
t e o r í a d e la c o m u n i c a c i ó n d e H a b e r m a s . N o s h a c e m o s p e r s o n a s e n c u a n t o q u e
n o s i n c u l t u r a m o s e n u n a s o c i e d a d , y la a u t o n o m í a se c o n s t i t u y e d e s d e la colect i v i d a d a la q u e p e r t e n e c e m o s . El p u n t o d e p a r t i d a es la h e t e r o n o m í a n o la a u t o n o m í a , y el n o s o t r o s colectivo i m p r e g n a d e s d e el p r i m e r m o m e n t o el yo, q u e se
c o n s t i t u y e al s o c i a l i z a r s e . La d i a l é c t i c a b í b l i c a d e p e r d e r s e p a r a e n c o n t r a r s e , se
t r a d u c e e n la i n v i a b i l i d a d d e u n yo a u t á r q u i c o y c e n t r a d o e n sí m i s m o . El h o m b r e isla e s t á c o n d e n a d o , y sólo d e s d e r e l a c i o n e s i n t e r p e r s o n a l e s p u e d e s u r g i r
u n a c o n c i e n c i a p e r s o n a l c o g n i t i v a y m o r a l . A e s t o a p u n t a la crítica d e Hegel al
s o l i p s i s m o del yo, q u e A d o r n o r e c o g e y h a c e p a r t e d e su p r o p i a t e o r í a . N o se
p u e d e c o m p r e n d e r al y o al m a r g e n d e la s o c i e d a d q u e lo c o n s t i t u y e , y é s t a a s u
vez es el r e s u l t a d o d e la a c t i v i d a d h u m a n a e n s u d o b l e d i m e n s i ó n t e ó r i c a y p r á c tica. La p r e g u n t a p o r el s e n t i d o d e la v i d a se r e t r o t r a e a la del p r o c e s o d e c o n s t i t u c i ó n del h o m b r e y d e s e m b o c a e n c r í t i c a d e la s o c i e d a d , e n c u a n t o q u e la
h u m a n i d a d a t e r r i z a e n la b a r b a r i e e n l u g a r d e e m a n c i p a r s e .
D N 376-78. Cfr. ADORNO, T., Dialéctica negativa, Madrid, 1992.
D I , 53-54. Cfr. HORKHEIMER M. - ADORNO, T., Dialéctica de la Ilustración.
sóficos, Madrid, 1994.
MM n.° 18. Cfr. ADORNO, T., Minima moralia, Madrid, 1987.
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Fragmentos
füo-
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El n i h i l i s m o e n c u a n t o a u s e n c i a d e u n a v i d a c o n s e n t i d o t i e n e q u e p l a n t e a r se d e f o r m a h i s t ó r i c a y c o n c r e t a , a n a l i z a n d o el p r o c e s o h i s t ó r i c o d e la i l u s t r a c i ó n y el p r o g r e s o social q u e h a g e n e r a d o . El n i h i l i s m o n o es s i m p l e m e n t e «creer
e n la n a d a . Bajo e s t a e x p r e s i ó n es t a n difícil p e n s a r a l g o c o m o b a j o la m i s m a
n a d a . La p a l a b r a c r e e r se refiere, l e g í t i m a o i l e g í t i m a m e n t e , a algo, y a l g o n o
p u e d e ser, p o r definición, n a d a . L a fe e n la n a d a s e r í a d e t a n m a l g u s t o c o m o la
fe e n el s e r » N o se t r a t a s i m p l e m e n t e d e r e c h a z a r e s p e c u l a t i v a m e n t e el n i h i l i s m o , lo c u a l llevaría a u n a m í s t i c a estéril o a u n a « c h a r l a t a n e r í a s o b r e el n i h i l i s m o d e los v a l o r e s y la a u s e n c i a d e a l g o a lo q u e a g a r r a r s e » . H a y q u e p l a n t e a r s e
si u n a s i t u a c i ó n e n la q u e el h o m b r e n o p u e d e y a a f e r r a r s e a n a d a n o es la q u e
p e r m i t i r í a u n a filosofía y u n p e n s a m i e n t o a u t ó n o m o , c a p a z d e a n a l i z a r el p r o ceso h i s t ó r i c o d e s d e el q u e s u r g e la p r e g u n t a y d e t e c t a r m e d i a c i o n e s p a r a e n c o n trar respuestas .
5
A d o r n o r e c h a z a la n a d a a b s t r a c t a , c o m o p r e g u n t a y c o m o r e s p u e s t a . R e m i te a s i t u a c i o n e s s o c i a l e s q u e h a y q u e a n a l i z a r y d e s d e las c u a l e s t i e n e significad o h a b l a r del n i h i l i s m o e n c u a n t o r e a l i d a d vivida y e n c u a n t o p o s i b i l i d a d d e lo
o t r o , t o d a v í a p o r s e r p e r o q u e n o es. La p r e g u n t a p e r m i t e la c r í t i c a del p r e s e n te, i n d a g a e n el p a s a d o l a s h u e l l a s del s e n t i d o vivido y se a b r e a las p o s i b i l i d a d e s i n é d i t a s y d e s a p r o v e c h a d a s q u e n o s m u e s t r a n q u e «eso d e b e s e r d e o t r o
m o d o » . E s e n i h i l i s m o i m p l i c a lo c o n t r a r i o d e la identificación c o n la n a d a . D e s d e
u n a p e r s p e c t i v a g n ò s t i c a , el m u n d o c r e a d o es lo r a d i c a l m e n t e m a l o y s u n e g a c i ó n es la p o s i b i l i d a d d e lo o t r o , q u e t o d a v í a n o es. E n t a n t o e n c u a n t o el m u n d o
es c o m o es, t o d a s las i m á g e n e s d e r e c o n c i l i a c i ó n , p a z y t r a n q u i l i d a d se p a r e c e n
a la d e la m u e r t e . L a m á s p e q u e ñ a d i f e r e n c i a e n t r e la n a d a y lo q u e se h a a l c a n z a d o , y d a t r a n q u i l i d a d , s e r í a u n refugio p a r a la e s p e r a n z a , q u e es u n a t i e r r a d e
n a d i e e n t r e los d o s i n d i c a d o r e s l l a m a d o s s e r y n a d a » . El s i n s e n t i d o n o t i e n e
p o r q u é a b o c a r a la d e s e s p e r a c i ó n , s i n o q u e p u e d e s e r u n a p l a t a f o r m a q u e h a g a
posible u n a expectativa confiada de futuro.
6
H a y q u e a n a l i z a r p o r q u é s e h a a u t o d e s t r u i d o la i l u s t r a c i ó n y p o r q u é el p r o g r e s o h a d e s e m b o c a d o e n la b a r b a r i e , p a r a d e s d e a h í p r o p u g n a r u n a t e o r í a y
u n a p r a x i s q u e se e s c a p e al s i n s e n t i d o . P o r e s o el n i h i l i s m o n o es u n a c u e s t i ó n
abstracta, sino que surge en referencia a u n a cultura, sociedad y pensamiento
c o n c r e t o s . S e p l a n t e a d e s d e la m e m o r i a d e la e x p e r i e n c i a p a s a d a y se b u s c a n
p o s i b i l i d a d e s a l t e r n a t i v a s a lo q u e es. S ó l o e n c u a n t o q u e t o m a m o s d i s t a n c i a
crítica, t e ó r i c a y p r á c t i c a , d e la r e a l i d a d p o s i t i v a e n la q u e v i v i m o s es p o s i b l e
h a b l a r d e la p o s i b i l i d a d del s e n t i d o . P o r e s o h a y q u e d i s t i n g u i r e n t r e los v e r d a d e r o s n i h i l i s t a s , q u e p a r a A d o r n o s o n los d e f i e n d e n la r e a l i d a d fàctica y la c o n t r a p o n e n al n i h i l i s m o , p a r a d e s a u t o r i z a r l o , m a n t e n i e n d o a s í la i n f a m i a estab l e c i d a , y los q u e c u e s t i o n a n la r e a l i d a d d a d a , a la q u e a c u s a n d e n i h i l i z a n t e y
s i n s e n t i d o . E n r e a l i d a d los p o s i t i v i s t a s y o t r o s a p o l o g e t a s del statu quo s o n los
v e r d a d e r o s n i h i l i s t a s , e n c o n t r a p o s i c i ó n a los c r í t i c o s del o r d e n e s t a b l e c i d o .
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HORKHEIMER
P a r a d ó j i c a m e n t e , «la h o n r a del p e n s a m i e n t o e s t r i b a e n d e f e n d e r lo q u e i n s u l t a n t e m e n t e se l l a m a n i h i l i s m o » , c o n t r a los q u e lo d e n i g r a n e n n o m b r e d e los
valores establecidos.
1
1.
L A DIALÉCTICA D E LA ILUSTRACIÓN
H o r k h e i m e r y A d o r n o t i e n e n u n p l a n t e a m i e n t o c o m ú n e n r e l a c i ó n c o n la cult u r a o c c i d e n t a l y el h o m b r e i l u s t r a d o . P o r u n l a d o , la i l u s t r a c i ó n se b a s a e n d e s m i t i f i c a c i ó n , r o m p i e n d o la fusión c o n la n a t u r a l e z a y e m a n c i p a n d o al individ u o p o r m e d i o d e la r a z ó n . E s a l i b e r a c i ó n e s u n p r o c e s o m a r c a d o p o r la
c o n f r o n t a c i ó n , c a u s a d a p o r el d e s e n c a n t a m i e n t o del m u n d o y el p r o g r e s o d e la
r a c i o n a l i z a c i ó n . El d o m i n i o d e la n a t u r a l e z a es el p u n t o d e p a r t i d a p a r a el i n d i v i d u o q u e p e r s i g u e s u s p r o p i o s i n t e r e s e s . El a n t a g o n i s m o e n t r e el s u j e t o y el
o b j e t o es el r e s u l t a d o d e u n p e n s a m i e n t o f o r m a l , l ó g i c o y c u a n t i f i c a d o r q u e
t r a n s f o r m a la n a t u r a l e z a e n m a t e r i a p r i m a c u y a s r i q u e z a s h a y q u e e x p l o t a r . El
h o m b r e se c o n v i e r t e e n el a n i m a l m á s i n t e l i g e n t e y el m á s d e s t r u c t o r y la n a t u r a l e z a d e v i e n e o b j e t o d e d o m i n i o y m a t e r i a b r u t a al servicio d e u n a r a z ó n calculadora .
O d i s e o es el p r o t o t i p o del h o m b r e o c c i d e n t a l , q u e se s u s t r a e a los e n c a n t o s
d e la n a t u r a l e z a p a r a d o m i n a r l a , c o n lo q u e la h i s t o r i a d e la civilización es t a m b i é n la del a u t o - s a c r i f i c i o del i n d i v i d u o q u e r e p r i m e s u p r o p i a n a t u r a l e z a . H a y
q u e c o n t r o l a r el d e s e o d e r e t o r n o a la n a t u r a l e z a y al p l a c e r racional, r e p r i m i e n d o
d e s e o s e n n o m b r e d e la s u p e r v i v e n c i a del i n d i v i d u o . E s lo q u e refleja el m i t o d e
las S i r e n a s , a n t e p o n i e n d o O d i s e o el c o n t r o l d e s u s i n s t i n t o s n a t u r a l e s a la d e p e n d e n c i a n a t u r a l q u e e x p e r i m e n t a . «El sujeto O d i s e o n i e g a la p r o p i a i d e n t i d a d
q u e lo c o n s t i t u y e c o m o sujeto y se m a n t i e n e e n v i d a m e d i a n t e s u a s i m i l a c i ó n a
lo a m o r f o (...) P e r o s u a u t o a f i r m a c i ó n es, c o m o e n t o d a la e p o p e y a , e n t o d a la
civilización, n e g a c i ó n d e sí. C o n lo c u a l el sí mismo c a e j u s t a m e n t e e n el círculo c o a c t i v o del n e x o n a t u r a l , del q u e i n t e n t a e s c a p a r s e a s i m i l á n d o s e a él» " . E l
d o m i n i o se p a g a c o n a u t o - d o m i n i o s o b r e sí m i s m o , q u e p o n e las b a s e s del y o
b u r g u é s y s o l i p s i s t a d e la filosofía m o d e r n a . La p r e c a r i e d a d d e la i n d i v i d u a c i ó n
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DN381.
«En este mundo liberado de la apariencia, en el que los hombres, perdida la reflexión,
se han convertido en los animales más inteligentes que someten el resto del universo, cuando no se despedazan entre sí»: DI 298-99.
' «El dominio del hombre sobre sí mismo, que fundamenta su autoconciencia, es virtualmente siempre la destrucción del sí mismo a cuyo servicio se realiza, pues la sustancia
dominada, oprimida y disuelta por la autoconservación no es otra cosa que lo viviente, sólo en
función del cual se determina el trabajo de la autoconservación (...) La historia de la civilización es la historia de la introyección del sacrificio. En otras palabras: la historia de la renuncia (...) El mismo Odiseo es un sacrificio: el sí mismo que continuamente se vence a sí mismo
y de este modo pierde la vida que gana, que ya sólo recuerda como peripecia» (DI 107-8).
DI 110-11.
" DI 118.
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e s t r i b a e n el c o m p o r t a m i e n t o q u e i m i t a la n a t u r a l e z a p a r a d o m i n a r l a . «El d o m i n i o n o se p a g a s ó l o c o n la a l i e n a c i ó n d e los h o m b r e s r e s p e c t o d e los o b j e t o s
d o m i n a d o s : c o n la reificación del e s p í r i t u f u e r o n h e c h i z a d a s las m i s m a s relac i o n e s e n t r e los h o m b r e s , i n c l u s o las r e l a c i o n e s d e los h o m b r e s c o n s i g o m i s m o .
É s t e se c o n v i e r t e e n u n n u d o d e r e a c c i o n e s y c o m p o r t a m i e n t o s c o n v e n c i o n a l e s ,
q u e o b j e t i v a m e n t e se e s p e r a n d e él. El a n i m i s m o h a b í a vivificado las c o s a s , el
i n d u s t r i a l i s m o cosifica las a l m a s » .
n
La a u t o d e t e r m i n a c i ó n a u t à r q u i c a y s o l i p s i s t a del y o e s t á r e g i d a p o r el inst i n t o d e c o n s e r v a c i ó n y la r e l a c i ó n u t i l i t a r i s t a y p r a g m á t i c a del h o m b r e c o n la
n a t u r a l e z a se e x t r a p o l a a las r e l a c i o n e s h u m a n a s , p o n i e n d o las b a s e s d e u n a
s o c i e d a d d a r w i n i s t a e n la q u e t o d o s s o n c o m p e t i d o r e s . E n c o n t r a del p l a n t e a m i e n t o p o s t e r i o r d e H a b e r m a s q u e s e p a r a los i n t e r e s e s del c o n o c i m i e n t o y estab l e c e á m b i t o s d e l i m i t a d o s y y u x t a p u e s t o s p a r a los d i v e r s o s i n t e r e s e s , A d o r n o y
H o r k h e i m e r p a r t e n d e u n c o n c e p t o u n i t a r i o e i n t e g r a l d e la r a z ó n . P o r e s o la
r e l a c i ó n c o n la n a t u r a l e z a t i e n e r e p e r c u s i o n e s e n el á m b i t o d e las r e l a c i o n e s
h u m a n a s y e n la p r o p i a r e l a c i ó n c o n u n o m i s m o . La e x p l o t a c i ó n d e la n a t u r a leza r e p e r c u t e e n el d o m i n i o social del h o m b r e , y a l c a n z a s u c u l m e n e n el i m p e r a t i v o c a t e g ó r i c o del M a r q u é s d e S a d e , q u e utiliza al o t r o c o m o m e d i o y n o r e c o n o c e s u a l t e r i d a d . El y o d e v i e n e f u n c i o n a l y la p e r s o n a es f á c i l m e n t e s u s t i t u i b l e
a p a r t i r d e s u cosificación, s i e n d o la c o m p e t i t i v i d a d el d i n a m i s m o q u e posibilit a la c o h e s i ó n y el d o m i n i o social. L a r a z ó n p r o c e d i m e n t a l q u e d o m i n a la n a t u raleza deviene técnica d e m a n i p u l a c i ó n , y el c o n o c i m i e n t o d e la n a t u r a l e z a h u m a n a es el p u n t o d e p a r t i d a p a r a el d o m i n i o social ( M a q u i a v e l o ) . De a h í la p a r a d o j a
d e u n a s o c i e d a d g e n e r a d a p o r la s u b j e t i v i d a d e i n d i v i d u a c i ó n y q u e se conviert e e n cosificación g l o b a l q u e i m p i d e la a l t e r i d a d del sujeto.
H o r k h e i m e r y A d o r n o ven la s o c i e d a d d e s d e la d o b l e p e r s p e c t i v a d e la yuxtap o s i c i ó n d e i n d i v i d u o s aislados, i n c o m u n i c a d o s y c o m p e t i t i v o s , y d e s d e el principio del i n t e r c a m b i o y el p r e d o m i n i o d e la m e r c a n c í a , q u e d e t e r m i n a n el a n t a g o n i s m o s o c i a l . L a a u t o c o n s e r v a c i ó n del i n d i v i d u o e s t á d e t e r m i n a d a p o r la
i m p o r t a n c i a d e la p r o p i e d a d y el e m p o b r e c i m i e n t o d e las r e l a c i o n e s p e r s o n a l e s .
«El p r o g r e s o s e p a r a l i t e r a l m e n t e a los h o m b r e s (...) La c o m u n i c a c i ó n p r o c e d e a
i g u a l a r a los h o m b r e s m e d i a n t e s u a i s l a m i e n t o » . A p a r t i r d e a h í se d e s a r r o l l a n
los análisis d e la E s c u e l a d e F r a n c f o r t e n t o r n o a la m e r c a n t i l i z a c i ó n d e la socied a d y el c a r á c t e r a p a r i e n c i a l d e la s u s t a n t i v i d a d p e r s o n a l . «Aún a n t e s d e la planificación total, el a p a r a t o e c o n ó m i c o a d j u d i c a a u t o m á t i c a m e n t e a las m e r c a n c í a s
valores q u e d e c i d e n s o b r e el c o m p o r t a m i e n t o d e los h o m b r e s . D e s d e q u e las m e r c a n c í a s p e r d i e r o n , c o n el fin del libre i n t e r c a m b i o , s u s c u a l i d a d e s e c o n ó m i c a s , y
h a s t a i n c l u s o su c a r á c t e r d e fetiche, se e x p a n d e éste c o m o u n a m á s c a r a petrific a d a s o b r e la vida social. (...) S e i n c u l c a n al i n d i v i d u o los m o d o s n o r m a t i v o s d e
c o n d u c t a , p r e s e n t á n d o l o s c o m o los ú n i c o s n a t u r a l e s , d e c e n t e s y r a z o n a b l e s . El
individuo q u e d a ya d e t e r m i n a d o sólo c o m o cosa, c o m o e l e m e n t o estadístico, c o m o
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éxito o fracaso. Su n o r m a es la a u t o c o n s e r v a c i ó n , la a c o m o d a c i ó n , l o g r a d a o n o ,
a la objetividad d e su función y a los m o d e l o s q u e le s o n fijados» .
La d i m e n s i ó n relacional del h o m b r e , q u e exige la i n t e r a c c i ó n p e r s o n a l , q u e d a
f r u s t r a d a a n t e la n e c e s i d a d d e a d a p t a r s e a la t o t a l i d a d social p a r a sobrevivir y
el e m p o b r e c i m i e n t o d e s u p r o p i a e x p e r i e n c i a . S e i m p o n e n r e l a c i o n e s funcion a l e s q u e a n u l a n la a l t e r i d a d y s u s t a n c i a l i d a d d e c a d a yo. La s o c i e d a d es e n c a r n a c i ó n y síntesis d e t o d o s los sujetos y su n e g a c i ó n objetiva, e n c u a n t o q u e r e c h a za c u a l q u i e r a l t e r i d a d q u e n o se integre e n la funcionalidad del t o d o . Si el h o m b r e
se c o n s t r u y e d e s d e la t o t a l i d a d social, é s t a se c o n v i e r t e e n s u a n t a g o n i s t a y le
i m p i d e c o n s t i t u i r s e c o m o s u j e t o . De a h í el c a r á c t e r a p a r i e n c i a l d e la e m a n c i p a c i ó n e n u n a civilización m a r c a d a p o r el t r a b a j o y el sacrificio, e n la q u e el
d e b e r es la o b l i g a c i ó n social.
E s t a d i n á m i c a c o s i f i c a n t e r e p e r c u t e t a m b i é n e n el p r o p i o i n d i v i d u o y es la
clave del d u a l i s m o t a j a n t e e n t r e el a l m a y c u e r p o , así c o m o la a u t a r q u í a d e la
r a z ó n q u e b u s c a e m a n c i p a r s e d e las a f e c c i o n e s , c o m o p r o p o n e K a n t . El y o
r a c i o n a l t e m e los d e s e o s n o c o n t r o l a d o s y c e n s u r a c u a n t o n o se i n t e g r a e n el
e s q u e m a d e a u t o a f i r m a c i ó n r a c i o n a l , q u e , a s u vez, es e x p r e s i ó n d e su p r o p i a
a l i e n a c i ó n . El p r e s u n t o sujeto i l u s t r a d o se b a s a e n u n a r a z ó n i l i m i t a d a , vincul a d a a u n a t r a n s f o r m a c i ó n del h o m b r e e m p í r i c o e n favor d e u n sujeto t r a s c e n d e n t a l u n i v e r s a l , q u e s u b o r d i n a el m u n d o a las c a t e g o r í a s d e la r a z ó n . El m u n d o
es la m a t e r i a p r i m a p a r a la c o n f i g u r a c i ó n r a c i o n a l y el e s q u e m a t i s m o t r a s c e n d e n t a l se s u b o r d i n a a u n y o p l a n i f i c a d o r , q u e d e s p l a z a al i n d i v i d u o e m p í r i c o y
lo h a c e u n m e r o c a s o d e la e s p e c i e . E s t e yo c a r t e s i a n o - k a n t i a n o se d i s t a n c i a d e
su c o r p o r e i d a d e n n o m b r e d e la r a z ó n p u r a . «El o d i o - a m o r h a c i a el c u e r p o tiñe
a la civilización m o d e r n a (...) Sólo la civilización c o n o c e el c u e r p o c o m o lo q u e
se p u e d e p o s e e r , sólo e n ella se h a s e p a r a d o el c u e r p o del e s p í r i t u — q u i n t a e s e n cia del p o d e r y del m a n d o — c o m o objeto, c o s a m u e r t a , corpus. E n la a u t o d e g r a d a c i ó n del h o m b r e a la c a t e g o r í a d e corpus se v e n g a la n a t u r a l e z a del h e c h o
d e h a b e r s i d o d e g r a d a d a y r e d u c i d a a o b j e t o d e d o m i n i o , a m a t e r i a p r i m a » ".
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DI 81-82.
DN 18-19. «El dominio se enfrenta al individuo singular c o m o lo universal, c o m o la
razón en la realidad (...) Lo que sucede a todos por obra de unos pocos se cumple siempre
c o m o el avasallamiento de los individuos singulares por parte de muchos: la opresión de la
sociedad lleva en sí siempre los rasgos de la opresión por parte de un colectivo. Es esta unidad de colectividad y dominio, y no la inmediata universalidad social, la solidaridad, la que
sedimenta en las formas de pensamento» (DI 76).
Ve a Kant c o m o prototipo del sujeto ilustrado, etapa fundamental del individuo burgués y paradójica etapa hacia el marqués de Sade y Nietzsche en lo que concierne al dominio
de sí. Lo que añaden es la liquidación de todo orden moral, reduciendo la naturaleza a mera
materia y desconociendo la dignidad personal c o m o fin en sí. Cfr. DI 129-41. A su vez la separación entre cuerpo y alma es lo que hay de ideológicamente falso en la concepción de la trascendencia y refleja la división social del trabajo. «Así se llega a la idolatrización de la res cogitans como principio dominador de la naturaleza, y a una negación de la materia, que se desharía
en el concepto de una trascendencia más allá de la culpa universal. Por el contrario, la esperanza va unida, c o m o en la canción de Mignon, al cuerpo transfigurado» (DN 398-399).
DI 278.
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E s t e e x t r a ñ a m i e n t o a l c a n z a s u c u l m e n e n el sacrificio p e r s o n a l e n favor d e
u n a c o l e c t i v i d a d h i p o s t a s i a d a , c o m o o c u r r e c o n el n a c i o n a l i s m o . El f a s c i s m o ,
a s u vez, se a p r o v e c h a d e la n a t u r a l e z a r e p r i m i d a y la c a n a l i z a h a c i a u n a f o r m a
m á s a b s o l u t a d e d o m i n i o s o c i a l , a c o s t a del i n d i v i d u o a u t ó n o m o . El m a l e s t a r
a n t e u n a c u l t u r a r e p r e s o r a se d e s p l a z a a g r u p o s s o c i a l e s d i f e r e n t e s , c u y a alteridad se c o n v i e r t e e n p e l i g r o s a p a r a el i n d i v i d u o i d e n t i f i c a d o c o n la m a s a . Ya
n o h a y f r a c t u r a e n t r e i n d i v i d u o y s o c i e d a d , s i n o p r o l o n g a c i ó n , s i e n d o la f a m i lia el l u g a r b á s i c o d e i n t e r i o r i z a c i ó n del d o m i n i o . De a h í , la i m p o r t a n c i a del
c a r á c t e r social y d e la p e r s o n a l i d a d a u t o r i t a r i a , q u e e x p r e s a n la i n t e g r a c i ó n del
i n d i v i d u o e n g r u p o s p r o c l i v e s al d o m i n i o social. La c a r e n c i a d e i n t e r i o r i d a d es
la o t r a c a r a d e la falta d e i n d i v i d u a c i ó n , y el i n d i v i d u o a s u m e l o s p r e j u i c i o s
s o c i o c u l t u r a l e s y la p r e s i ó n o b j e t i v a n t e d e la s o c i e d a d c o m o c o n s t i t u t i v a s d e
s u p r e s u n t a a u t o n o m í a . D e e s t a f o r m a se u n i f o r m i z a a los s u j e t o s y se d i s u e l ve la s u b j e t i v i d a d e n favor d e la o b j e t i v a c i ó n y fijación c r e c i e n t e d e la p e r s o nalidad.
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E s t a t r i p l e d i n á m i c a d e d o m i n i o d e la n a t u r a l e z a e x t e r n a , social e i n t e r i o r
m a r c a el f r a c a s o d e la p r i m e r a I l u s t r a c i ó n y la n e c e s i d a d d e u n a s e g u n d a . «El
a b s u r d o d e u n e s t a d o , e n el q u e el p o d e r del s i s t e m a s o b r e los h o m b r e s c r e c e
c o n c a d a p a s o q u e los s u s t r a e al p o d e r d e la n a t u r a l e z a , lleva a d e n u n c i a r c o m o
s u p e r a d a la r a z ó n d e la s o c i e d a d r a c i o n a l (...) El p e n s a m i e n t o , e n c u y o m e c a n i s m o c o a c t i v o se refleja y p e r p e t ú a la n a t u r a l e z a , se refleja t a m b i é n a sí m i s m o ,
j u s t a m e n t e en virtud de su coherencia imparable, c o m o naturaleza olvidada de
sí, c o m o m e c a n i s m o coactivo» ". El p e n s a m i e n t o n o p u e d e r e n e g a r d e s u func i ó n c l a s i f i c a d o r a , q u e es u n d i n a m i s m o c o a c t i v o d e la n a t u r a l e z a o b j e t i v a d a .
La r u p t u r a e n t r e o b j e t o y s u j e t o es el í n d i c e d e la f a l s e d a d d e la r e p r e s e n t a c i ó n .
E n la I l u s t r a c i ó n se h a c e p e r c e p t i b l e la n a t u r a l e z a e n s u a l i e n a c i ó n . P e r m i t e
r e c o n o c e r e n el i n t e r i o r m i s m o del p e n s a m i e n t o el d o m i n i o . La I l u s t r a c i ó n sólo
p u e d e s u b s i s t i r e n c u a n t o q u e a b ó l e el p r i n c i p i o d e d o m i n i o e n q u e se b a s a .
La I l u s t r a c i ó n d i s u e l v e la fusión m í t i c a del h o m b r e c o n la n a t u r a l e z a y la
p r o y e c c i ó n a n i m i s t a d e la p r o p i a s u b j e t i v i d a d s o b r e el m u n d o , p e r o se h a c o n v e r t i d o e n m i t o , r e d u c i e n d o al h o m b r e a a n i m a l q u e l u c h a p o r s u p r o p i a a u t o c o n s e r v a c i ó n . El p e n s a m i e n t o c u a n t i f i c a n t e e identificador, d e s d e el c u a l es posible a p o d e r a r s e c o n c e p t u a l m e n t e del m u n d o , se revela e n ú l t i m a i n s t a n c i a c o m o
i n c a p a z d e s u s t r a e r s e al d o m i n i o q u e h a g e n e r a d o . S a b e r es p o d e r y el c o n o c i m i e n t o es i n s t r u m e n t o p a r a la e m a n c i p a c i ó n e n c u a n t o q u e o b j e t i v a y nivela
t o d o a q u e l l o q u e a p r e h e n d e . La a u t o a f i r m a c i ó n del i n d i v i d u o b a s a d a e n la r e p r e s i ó n d e la n a t u r a l e z a p r o d u c e u n a r e g r e s i ó n a la a n i m a l i d a d , c o n c o m p o r t a m i e n t o s p r e d e c i b l e s y rígidos q u e m a n t i e n e n el e s q u e m a d e e s t í m u l o s / r e s p u e s tas. F r a c a s a p o r t a n t o el i n t e n t o d e h u m a n i z a c i ó n y el h o m b r e se c o m p o r t a c a d a
vez m á s c o m o la n a t u r a l e z a a la q u e i m i t a .
La dominación hace de la diferencia un enemigo, lo diferente es lo adverso, y la verdadera alternativa no está en escoger entre ambas instancias, sino en rechazar esa alternativa socialmente preestablecida ( M M 131, n.° 85).
" DI 92.
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La p r o y e c c i ó n a m i n i s t a del m i t o deviene a h o r a cosificación n a t u r a l i s t a d e la
s u b j e t i v i d a d y se i m p o n e u n a c o n c e p c i ó n b e h a v i o r i s t a y objetiva del h o m b r e . La
e m a n c i p a c i ó n d e v i e n e m e r a a u t o c o n s e r v a c i ó n y la r a c i o n a l i z a c i ó n d o m i n a n t e
d e la n a t u r a l e z a se t r a n s f o r m a e n cosificación del e s p í r i t u y g e n e r a l i z a c i ó n del
p r i n c i p i o d e i n t e r c a m b i o , q u e d e s c o n o c e las i n d i v i d u a l i d a d e s y a l t e r i d a d e s . La
nivelación del á m b i t o e c o n ó m i c o m e r c a n t i l a n i q u i l a t a m b i é n la e s p o n t a n e i d a d
y a h o g a lo viviente. Se i m p o n e así u n principio d e i d e n t i d a d nivelador e n el c a m p o
c o n c e p t u a l y e n la realidad social. La subjetividad se convierte en u n i m p e d i m e n t o
p a r a el f u n c i o n a m i e n t o del t o d o social y la s o c i e d a d a d m i n i s t r a d a e m e r g e c o m o
r e s u l t a d o del fracaso d e la i l u s t r a c i ó n . H a y c o r r e l a c i ó n e n t r e c i b e r n é t i c a social
y m a n i p u l a c i ó n del h o m b r e , d e s e n c a n t a m i e n t o del m u n d o y n a t u r a l i z a c i ó n d e
la h i s t o r i a . La r a z ó n i m i t a las c o s a s a las q u e d o m i n a y cosifica c u a n t o toca.
E s t e p r o c e s o h i s t ó r i c o , social y p e r s o n a l constituye la clave d e s d e la q u e Adorn o y H o r k h e i m e r se p l a n t e a n el n i h i l i s m o axiológico y el s i n s e n t i d o d e la h i s t o r i a . La crítica i d e o l ó g i c a y s o c i o e c o n ó m i c a a la s o c i e d a d a c t u a l se b a s a e n u n
a n á l i s i s del d e v e n i r d e la I l u s t r a c i ó n y d e s b a n c a el h o r i z o n t e del m a t e r i a l i s m o
h i s t ó r i c o . E s u n a línea d e e v a l u a c i ó n q u e r e c u e r d a la crítica global n e g a t i v a heid e g g e r i a n a a la m e t a f í s i c a c o m o u n olvido del s e r q u e r e m i t e a los o r í g e n e s d e
la filosofía g r i e g a . S e c r i t i c a u n a civilización y el m o d o d e v i d a q u e h a g e n e r a do, d e s d e la i m p u g n a c i ó n d e u n a r a c i o n a l i d a d a b s t r a c t a y u n a r a z ó n d o m i n a n te . La c r í t i c a p o s t e r i o r c u e s t i o n a la u n i l a t e r a l i d a d d e este c o n c e p t o d e I l u s t r a c i ó n y la c a r e n c i a d e d i m e n s i ó n c o m u n i c a t i v a del c o n c e p t o d e r a z ó n q u e h a n
u t i l i z a d o , así c o m o el p e s i m i s m o metafísico q u e s u b y a c e al a n á l i s i s . D e s d e este
a n á l i s i s h i s t ó r i c o , a n t r o p o l ó g i c o y social, c o b r a significado el n i h i l i s m o e n s u s
diversas modalidades. H o r k h e i m e r y Adorno dan u n a respuesta diferenciada, a
p a r t i r d e u n a n á l i s i s c o m ú n del p r o c e s o h i s t ó r i c o .
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2.
L A CRISIS D E LA RAZÓN: CARENCIA D E FINES
El a u m e n t o d e p o d e r a c o s t a d e a l i e n a r s e d e la n a t u r a l e z a , r e p e r c u t e e n u n a
n a t u r a l i z a c i ó n del h o m b r e . La r a c i o n a l i d a d d e la s o c i e d a d , c a d a vez m á s efiDI 6 8 : «Todo intento de quebrar la coacción natural quebrantando la naturaleza cae
tanto más profundamente en la coacción que quería quebrar. Así ha transcurrido el curso de
la civilización europea. La abstracción, el instrumento de la Ilustración se comporta respecto de sus objetos c o m o el destino cuyo concepto elimina: c o m o liquidación. Bajo la niveladora dominación de lo abstracto, que convierte en repetible todo en la naturaleza, y de la industria, para la que aquélla lo prepara, los mismos libertos terminaron por convertirse en aquella
"tropa" que Hegel designó c o m o resultado de la Ilustración. La distancia del sujeto frente al
objeto, presupuesto de la abstracción, se funda en la distancia frente a la cosa que el señor
logra mediante el siervo».
HABERMAS, J., El discurso fdosóftco de la modernidad, Madrid, 1 9 8 9 , 1 3 5 - 6 2 ; HONNETH,
A., Kritik der Machí, Francfort, 1 9 8 9 , 7 0 - 1 1 2 ; WELLMER, A., «La dialéctica de modernidad y
postmodernidad, en J. Picó (ed.), Modernidad y postmodernidad,
Madrid, 1 9 8 8 , 1 0 3 - 4 0 ; ID.,
Sobre la dialéctica de modernidad y postmodernidad,
Madrid, 1 9 9 3 ; ÍD., Finales de partida: la
modernidad irreconciliable, Madrid, 1 9 9 6 , 1 9 4 - 2 3 9 .
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c i e n t e y t o t a l e n el d o m i n i o d e l a n a t u r a l e z a , t r a s t o r n a el c o n c e p t o d e I l u s t r a c i ó n . E s n e c e s a r i a u n a s e g u n d a I l u s t r a c i ó n , q u e corrija la u n i l a t e r a l p a r c i a l i d a d
d e la p r i m e r a . La Dialéctica de la Ilustración
(1944) s e ñ a l a u n c a m b i o e n el enfoq u e g l o b a l d e la t e o r í a c r í t i c a d e H o r k h e i m e r . E s t e e s c r i t o , c o m ú n a A d o r n o y
H o r k h e i m e r , s e c o m p l e m e n t a c o n o t r o s d o s , a m b o s d e l a d é c a d a d e los c u a r e n t a , el t r a b a j o s o b r e Razón y autoconservación
del hombre (1942) y la Crítica
de la razón instrumental
(1947), q u e e n s u e d i c i ó n i n g l e s a lleva el significativo
título d e Eclipse de la razón. Las expectativas e m a n c i p a d o r a s d e la p r i m e r a época,
c o n j u g a n d o l a s c o r r i e n t e s i l u s t r a d a s y el m a t e r i a l i s m o h i s t ó r i c o , d e j a n p a s o
a h o r a a u n a c r e c i e n t e n e g a t i v i z a c i ó n del p r o c e s o h i s t ó r i c o , q u e y a n o d e s e m boca en la sociedad e m a n c i p a d a , sino e n u n a nueva y m á s completa forma d e
d o m i n i o , e n la s o c i e d a d a d m i n i s t r a d a . De a h í l a d o b l e n e c e s i d a d d e m a n t e n e r
la d i n á m i c a e m a n c i p a t o r i a d e l a I l u s t r a c i ó n y del m i s m o m a r x i s m o , y p o r o t r o
l a d o , u n a c r e c i e n t e d i s t a n c i a d e a m b o s , q u e e n los a ñ o s s e s e n t a c u l m i n a e n u n
d e t e r m i n i s m o h i s t ó r i c o d e s i g n o n e g a t i v o . Al final h a y u n a c o n t r a d i c c i ó n e n t r e
la l u c h a c o n t r a la a l i e n a c i ó n y u n a filosofía n e g a t i v a d e l a h i s t o r i a , q u e la i m p o sibilita.
E n este m a r c o d e la dialéctica d e la I l u s t r a c i ó n , se p l a n t e a H o r k h e i m e r el nihil i s m o e n r e l a c i ó n c o n d o s c o m p r e s i o n e s d i s t i n t a s d e l a r a z ó n e n la h i s t o r i a del
p e n s a m i e n t o . P o r u n l a d o e s t á l a r a z ó n subjetiva, q u e es l a r a c i o n a l i d a d funcion a l y u t i l i t a r i s t a , m a r c a d a p o r m e d i o s y fines, b u s c a n d o la a d e c u a c i ó n d e los prim e r o s a los s e g u n d o s . E s t a c o m p r e n s i ó n n u n c a se p l a n t e a la r a c i o n a l i d a d m i s m a
d e los fines, se s u p o n e q u e é s t o s s o n útiles y sirven p a r a l a c o n s e r v a c i ó n d e las
p e r s o n a s , p e r o s i n d i l u c i d a r si u n objetivo p u e d e s e r r a c i o n a l p o r sí m i s m o . L a
r a z ó n e s u n a c a p a c i d a d subjetiva del i n d i v i d u o , c o n l a q u e éste c a l c u l a p r o b a b i l i d a d e s y a d e c ú a los m e d i o s a los fines. El a c e n t o se p o n e e n la r e l a c i ó n d e a m b o s ,
sin q u e se p u e d a h a b l a r d e u n a m e t a r a c i o n a l e n sí m i s m a , al m a r g e n d e la s u b jetividad h u m a n a , o d e u n a m á s racional q u e otra, ya q u e n o hay criterios p a r a
d e f i n i r l o q u e e s r a c i o n a l e n sí m i s m o . T o d o d e p e n d e d e l a a d e c u a c i ó n d e los
m e d i o s y d e l a u t i l i d a d d e los fines q u e s o n e s t a b l e c i d o s p o r el h o m b r e .
2 2
P o r el c o n t r a r i o , los g r a n d e s s i s t e m a s filosóficos del p a s a d o s e b a s a b a n e n
u n a teoría objetiva d e la r a z ó n y desarrollaban u n sistema j e r a r q u i z a d o q u e
i n c l u í a al h o m b r e y s u s fines. L o r a c i o n a l m e n t e o b j e t i v o e s l o q u e e s t a b a e n
a r m o n í a c o n e s t a c o s m o v i s i ó n . L o i m p o r t a n t e a q u í n o e r a n los m e d i o s s i n o los
fines y la r a z ó n subjetiva se s u b o r d i n a b a a la objetiva, la c u a l e s t a b l e c í a el o r d e n
objetivo d e lo r a c i o n a l y s u v i n c u l a c i ó n a la e x i s t e n c i a h u m a n a . De a h í la i m p o r t a n c i a d e los v a l o r e s e i d e a s q u e r i g e n l a c o n d u c t a h u m a n a , c o m o h i z o P l a t ó n
c o n s u i d e a del b i e n s u p r e m o . L a r a z ó n es u n p r i n c i p i o i n h e r e n t e a l a r e a l i d a d
y el h o m b r e i n t e l i g e n t e e s el q u e s a b e s i t u a r s e e n ella, r e c o n o c i e n d o r e a l i d a d e s
s u b j e t i v a s q u e s o n d e t e r m i n a n t e s p a r a él. E n c u a n t o q u e h a y fines s u p r e m o s
q u e d e t e r m i n a n l a e x i s t e n c i a h u m a n a , l a s u b j e t i v i d a d p r e f e r e n c i a l del s u j e t o
pasa a u n segundo p l a n o . P o d e m o s hablar, con Max Weber, d e u n a racionali2 3
2 2
C R I 4 5 - 4 6 . Cfr. HORKHEIMER, M . , Critica de la razón instrumental,
2 5
CRI 46-48.
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233
Madrid, 2 0 0 2 .
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J. A. ESTRADA, EL NIHILISMO AXIOLÓGICO SEGÚN ADORNO Y
HORKHEIMER
d a d s u s t a n c i a l q u e p e r m i t e d i s c e r n i r e n t r e los ñ n e s ú l t i m o s del h o m b r e , c o n t r a p u e s t a a u n a m e r a r a c i o n a l i d a d f u n c i o n a l o i n s t r u m e n t a l . La r e f e r e n c i a a
la n a t u r a l e z a , el ius n a t u r a l i s m o , y la c o n c e p c i ó n objetiva d e la religión, c u y o s
c o n t e n i d o s r e s p o n d e r í a n a la n a t u r a l e z a y finalidad del h o m b r e , p o s i b i l i t a b a n
u n a c o n c o r d a n c i a e n t r e la o n t o l o g i a , la e p i s t e m o l o g í a y la m o r a l , q u e l u e g o se
p e r d i ó . E n c u a n t o q u e h a b í a fines e n sí, e r a p o s i b l e e s t a b l e c e r c r i t e r i o s d e disc e r n i m i e n t o p a r a la r a z ó n , así c o m o ofrecer u n a e s t r u c t u r a j e r á r q u i c a e n la q u e
se i n t e g r a b a el h o m b r e .
24
El p r o c e s o d e la I l u s t r a c i ó n h a d e g e n e r a d o e n u n a p é r d i d a p r o g r e s i v a d e la
r a z ó n objetiva s i m u l t á n e a al d e s a r r o l l o d e la r a z ó n subjetiva o i n s t r u m e n t a l . El
c o n c e p t o d e r a z ó n objetiva r e m i t e a u n a e s t r u c t u r a i n h e r e n t e a la r e a l i d a d , q u e
exige u n d e t e r m i n a d o m o d o d e c o m p o r t a m i e n t o t e ó r i c o y p r á c t i c o . N o t o d o está
p e r m i t i d o , exista Dios o n o , p o r q u e la s u p e r v i v e n c i a es u n fin i n s c r i t o e n la n a t u r a l e z a h u m a n a . E s t a objetividad ú l t i m a es accesible a t o d a p e r s o n a q u e a s u m a
el e s f u e r z o del p e n s a m i e n t o d i a l é c t i c o y se deje llevar p o r el e r o s vital, m á s allá
d e los i n t e r e s e s p e r s o n a l e s i n d i v i d u a l e s . R e s u r g e d e n u e v o la c o n d i c i ó n h e t e r ó n o m a del h o m b r e r e s p e c t o d e su n a t u r a l e z a física y s o c i o c u l t u r a l , p o r q u e h a y
u n a e s t r u c t u r a o m n i - a b a r c a n t e del ser q u e se p u e d e r e c o n o c e r .
La r a z ó n objetiva c r i t i c a b a la religión t r a d i c i o n a l y el m i t o , s u s t i t u y é n d o l a s
p o r u n p e n s a m i e n t o filosófico m e t ó d i c o o r i e n t a d o h a c i a la v e r d a d real. E r a posible c r i t i c a r a a m b a s y, al m i s m o t i e m p o , i n s p i r a r s e e n ellas, p o r q u e se m a n t e n í a la i d e a d e v e r d a d , d i r e c t a o i n d i r e c t a m e n t e v i n c u l a d a a la r e a l i d a d . P o r el
c o n t r a r i o , la r a z ó n subjetiva se c o n f o r m a b a c o n y u x t a p o n e r d o s á m b i t o s , u n o
p a r a la filosofía y la c i e n c i a , y o t r o p a r a el m i t o y la religión, sin m á s valor q u e
s u u t i l i d a d o r e c o n o c i m i e n t o s o c i a l . La crítica a la religión b u s c a b a s u s t i t u i r
el m i t o y la r e v e l a c i ó n p o r u n a e s t r u c t u r a objetiva a l c a n z a b l e r a c i o n a l m e n t e ,
t a n objetiva c o m o la p r i m e r a . S u p o n í a u n a v a n c e d e la crítica reflexiva r a c i o n a l , s u p e r a n d o el m i t o y la l e g i t i m a c i ó n d i v i n a p o r la t o m a d e c o n c i e n c i a del
p r o t a g o n i s m o h u m a n o al d e t e r m i n a r los v a l o r e s y los c o n t e n i d o s h u m a n i s t a s ,
p e r o m a n t e n í a u n a r e f e r e n c i a objetiva. « E r a p o s i b l e d e s c u b r i r u n a e s t r u c t u r a
o m n i a b a r c a d o r a o f u n d a m e n t a l del ser y d e r i v a r d e ella u n a c o n c e p c i ó n del dest i n o h u m a n o » . La filosofía c l á s i c a , d e s d e S ó c r a t e s , s e c u l a r i z ó e s o s v a l o r e s ,
p e r o los s u s t i t u y ó p o r i d e a s filosóficas v á l i d a s e n sí m i s m a s y p o r las q u e p o d í a
m o r i r el h o m b r e . El e s c e p t i c i s m o del siglo xvi fue t a m b i é n u n a r e a c c i ó n crítica
c o n t r a las l u c h a s d e religión, p e r o p r o p u s o u n o r d e n válido p o l í t i c o y social, sin
r e n u n c i a r a s u v a l o r objetivo. La crítica al m i t o , a la religión y a la m i s m a m e t a física, s u b r a y a n d o el c a r á c t e r c o n s t r u c t i v o d e t o d a s ellas, n o e l i m i n a b a el c o n v e n c i m i e n t o d e q u e h a b í a u n o r d e n objetivo q u e h a b í a q u e m a n t e n e r , p o r q u e
d e él d e p e n d í a la s u p e r v i v e n c i a h u m a n a .
25
2 6
P o r el c o n t r a r i o , c u a n d o los v a l o r e s y m e t a s ú l t i m a s d e la vida h u m a n a pierd e n su r e f e r e n c i a objetiva se c o n v i e r t e n e n m e r o s fines a r b i t r a r i o s , d e p e n d i e n 24
25
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CRI47-48.
CRI 51-52.
CRI 52.
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SEGÚN ADORNO
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tes d e la s u b j e t i v i d a d p r e f e r e n c i a l del i n d i v i d u o y d e las d e c i s i o n e s colectivas.
Los v a l o r e s e i d e a l e s q u e p o s i b i l i t a b a n el d i s c e r n i m i e n t o r a c i o n a l y u n a o r i e n t a c i ó n p e r s o n a l se f o r m a l i z a r o n y r e l a t i v i z a r o n . F u e el final del d e r e c h o n a t u ral, q u e p a r t í a d e u n a r a c i o n a l i d a d objetiva d e la n a t u r a l e z a h u m a n a , e n func i ó n d e la c u a l se p o d í a n e v a l u a r l o s c o m p o r t a m i e n t o s . D e j ó d e h a b e r u n a
i m p l i c a c i ó n e n t r e r a c i o n a l i d a d y n a t u r a l e z a y el d e r e c h o n a t u r a l se r e d u j o «a lo
q u e la n a t u r a l e z a e n s e ñ a a t o d o s los a n i m a l e s » ( U l p i a n o ) , d e j a n d o d e s e r fund a m e n t a l p a r a la r a c i o n a l i d a d axiológica.
H o r k h e i m e r a n a l i z a el p r o c e s o d e d e t e r i o r o d e u n a r a z ó n e n r a i z a d a e n la realidad objetiva. C ó m o se n e u t r a l i z a p r i m e r o la religión r e s p e c t o a las c o m p e t e n cias d e la r a c i o n a l i d a d , p a r a f i n a l m e n t e d e c l a r a r l a ilegítima o r e d u c i r l a a m e r a
p r e f e r e n c i a subjetiva. La crítica a la religión d e v i e n e t a m b i é n a m b i g u a , al elimin a r c u a l q u i e r referencia objetiva y p o n e r e n su l u g a r el s u b j e t i v i s m o p e r s o n a l y
el f o r m a l i s m o d e la r a z ó n . S e e l i m i n a la v e r d a d objetiva, e n l u g a r d e «conferirle
u n n u e v o f u n d a m e n t o r a c i o n a l » y al final la r a z ó n se v i n c u l a a las c o n v e n c i o n e s
o b i e n e s c u l t u r a l e s q u e c a d a u n o elige
La crítica a la religión, lleva a la d e la
metafísica y a l i q u i d a r el c o n c e p t o objetivo d e r a z ó n . Al final «la r a z ó n se h a a u t o l i q u i d a d o e n c u a n t o m e d i o d e i n t e l e c c i ó n ética, m o r a l y r e l i g i o s a » . E s a r e d u c c i ó n se p a g a c o n u n s u s t i t u t o t a n c u e s t i o n a b l e c o m o el q u e se critica. El individ u o se s u b o r d i n a p r o g r e s i v a m e n t e a la colectividad s u s t a n c i a l i z a d a c o m o n a c i ó n
y p a t r i a , c o n s o l i d a n d o a s í el d o m i n i o social. A s u vez, el i n t e r é s egoísta se convierte e n la b a s e d e la n a t u r a l e z a h u m a n a y las filosofías h e d o n i s t a s lo e n r a i z a n
e n la e s t r u c t u r a objetiva del h o m b r e . S u r g e n a n t r o p o l o g í a s b a s a d a s e n el i n t e r é s
utilitario individual, q u e c h o c a n c o n las q u e r e s a l t a n la d i m e n s i ó n social del h o m b r e y la p r e v a l e n c i a d e los i n t e r e s e s colectivos s o b r e los i n d i v i d u a l e s . S e p i e r d e
así el p r i n c i p i o r a c i o n a l efectivo q u e s o s t i e n e la c o h e s i ó n social, e n favor d e u n a
sociedad darwinista de m ó n a d a s individuales competidores '.
2S
29
H o r k h e i m e r u b i c a este p r o c e s o e n el m a r c o d e la d i a l é c t i c a d e la i l u s t r a c i ó n :
«la r a z ó n f o r m a p a r t e p o r e n t e r o del p r o c e s o social, al q u e e s t á sujeta. S u v a l o r
o p e r a t i v o , el p a p e l q u e j u e g a e n el d o m i n i o d e los h o m b r e s y d e la n a t u r a l e z a ,
h a s i d o finalmente c o n v e r t i d o e n u n c r i t e r i o ú n i c o . L o s c o n c e p t o s , p o r s u p a r t e ,
p a s a r o n a verse reducidos a síntesis de rasgos c o m u n e s a varios ejemplares. E n
la m e d i d a e n q u e d e s i g n a n u n a s i m i l i t u d , los c o n c e p t o s l i b e r a n del e s f u e r z o d e
e n u m e r a r c u a l i d a d e s , s i r v i e n d o a s í p a r a o r g a n i z a r m e j o r el m a t e r i a l del c o n o c i m i e n t o . N o se ve y a e n ellos o t r a c o s a q u e m e r a s a b r e v i a t u r a s d e los o b j e t o s
p a r t i c u l a r e s a los q u e se r e f i e r e n . T o d o u s o q u e v a y a m á s allá d e la síntesis t é c n i c a d e d a t o s fácticos es s a l d a d o c o m o u n ú l t i m o r e s i d u o d e la s u p e r s t i c i ó n » .
Al final r e s u r g e el p o s i t i v i s m o , q u e c o n s a g r a la d e r r o t a del p e n s a m i e n t o . El p r o c e s o d e s u b j e t i v i z a c i ó n h a d e g e n e r a d o e n u n a p é r d i d a del o r d e n objetivo, e n
favor d e u n a b s o l u t i s m o d e la s u b j e t i v i d a d . E s la o t r a c a r a del p e n s a m i e n t o q u e
30
CRI
CRI
CRI
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55-56.
56.
53-58.
58-59.
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AXIOLÓGICO
SEGÚN ADORNO
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h a d e s t r o n a d o a la r e a l i d a d , d e s p u é s d e d i s o c i a r s e d e ella, y q u e a c a b a confinad o e n sí m i s m o .
El c a r á c t e r m í t i c o d e las f o r m u l a c i o n e s objetivas c o n c l u y e c u a n d o éstas dejan
d e existir. P e r o así n o se l o g r a la a u t o n o m í a d e u n o r d e n objetivo, s i n o la i n d e p e n d e n c i a d e u n s u j e t o a u t á r q u i c o y solipsista, a j e n o a t o d o lo q u e n o sea su
p r o p i o i n t e r é s . T o d o e s t á p r e p a r a d o p a r a r e d u c i r las n e c e s i d a d e s h u m a n a s a
m e r a s p r e f e r e n c i a s c o n s u m i s t a s , c o m o o c u r r e c o n la i n s t a u r a c i ó n del m e r c a d o
global c o m o s o c i e d a d . La s u p e r v i v e n c i a del i n d i v i d u o d e s a r r a i g a d o d e c u a l q u i e r
r e f e r e n c i a objetiva es la c o n t r a p a r t i d a d e la r a z ó n subjetiva, e r i g i d a e n p a r a d i g m a a b s o l u t o d e la r a z ó n . El lenguaje deja d e t e n e r r e f e r e n c i a s objetivas y se
c o n v i e r t e e n m á g i c o , e n c u a n t o q u e s u p l a n t a a la r e a l i d a d p o r q u e t o d o es r e p r e s e n t a c i ó n . Sólo q u e d a la v o l u n t a d d e la m a y o r í a c o m o referencia p r á c t i c a , m i e n t r a s q u e la a u s e n c i a d e s e n t i d o y d e v e r d a d objetivas, h a c e n q u e esa v o l u n t a d
colectiva c a r e z c a d e validez. Se i m p o s i b i l i t a el d e r e c h o a la b ú s q u e d a p e r s o n a l
d e v e r d a d , p o r q u e sólo h a y c o n v e n c i o n e s sociales y é s t a s s o n a r b i t r a r i a s .
La u t i l i d a d p r á c t i c a y la eficacia social s u p l a n t a n al h u m a n i s m o , sin q u e h a y a
v a l o r e s f u n d a m e n t a l e s r a c i o n a l e s q u e se p u e d a n o p o n e r a la s u b j e t i v i d a d p r e ferencial. L a s p r o g n o s i s del f u t u r o se b a s a n e n la c a l c u l a b i l i d a d r a c i o n a l y s u
c a p a c i d a d p l a n i f i c a d o r a , c o n lo q u e a t e r r i z a m o s e n u n a s o c i e d a d e n o r m e m e n te r a c i o n a l e n s u s m e d i o s y a b i e r t a a c u a l q u i e r i r r a c i o n a l i d a d e n s u s fines. El
c o n c e p t o d e fin r a c i o n a l h a p e r d i d o significado e n favor d e la u t i l i d a d p r a g m á tica. El éxito social, p e r s o n a l y colectivo, es la f o r m a e n q u e se c a n a l i z a el inst i n t o d e s u p e r v i v e n c i a , c o n lo q u e se c o n s a g r a la a n t i u t o p í a d e u n a civilización
b a s a d a e n la r e v o l u c i ó n científico técnica, q u e n o e n c u e n t r a o r i e n t a c i ó n ni m e t a s
a las q u e a d e c u a r su e n o r m e c a p a c i d a d . El m e d i o , el p r o g r e s o científico técnico, se c o n v i e r t e e n fin e n sí m i s m o , o se s u b o r d i n a a la m e r a a c t i v i d a d a n i m a l
del h o m b r e , d e f i n i d o c o m o p r o d u c t o r , c o n s u m i s t a y h e d o n i s t a .
E s u n a n u e v a i m p l i c a c i ó n d e la d i a l é c t i c a d e la I l u s t r a c i ó n , q u e b u s c a e m a n c i p a r al h o m b r e d e la n a t u r a l e z a y c a e e n u n a f o r m a n u e v a d e s o m e t i m i e n t o . La
c i e n c i a y el p r i n c i p i o d e verificación d e s h a n c a n a la filosofía e n la b ú s q u e d a d e
la v e r d a d . E n c u a n t o q u e n o se p u e d e r e c u r r i r a n i n g u n a r e f e r e n c i a e x t r a e m p í rica r e s u l t a i n e v i t a b l e la reificación del p r o c e s o social y la i l e g i t i m i d a d d e los
h u m a n i s m o s q u e s u c u m b e n a n t e la crítica ideológica. El sin s e n t i d o d e la vida
es el r e s u l t a d o d e e s t e p r o c e s o h i s t ó r i c o . H o r k h e i m e r n o e n c u e n t r a ya referenc i a s v á l i d a s d e s d e las q u e i m p u g n a r l o y t r a n s f o r m a r l o . C a p t a b i e n la p r o b l e m a t i c i d a d del h o m b r e , q u e n e c e s i t a d e v a l o r e s e i d e a l e s p a r a o r i e n t a r la c o n d u c t a h u m a n a , p e r o n o s a b e c o m o legitimarlos. La i n d e t e r m i n a c i ó n y flexibilidad
d e los i n s t i n t o s h u m a n o s , y la d o b l e d i n á m i c a d e la r a z ó n y libertad, h a c e n inviable u n a c o n d u c t a r e g i d a sólo p o r m e c a n i s m o s i n s t i n t i v o s y e s t í m u l o s , q u e s o n
suficientes p a r a la v i d a a n i m a l .
E s t a m o s c o n d e n a d o s a vivir d e n a r r a c i o n e s q u e n o s ofrecen u n h o r i z o n t e d e
s e n t i d o , p e r o q u e s o n inverificables y t a m b i é n i n f u n d a m e n t a b l e s , y a q u e d e p e n 31
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d e n d e la c o n v e r g e n c i a e n t r e r a c i o n a l i d a d y l i b e r t a d . L a s t r a d i c i o n e s h u m a n i s tas, la religión, el a r t e y las m i s m a s c i e n c i a s c o n s t i t u y e n las r e f e r e n c i a s d e s d e
las c u a l e s el h o m b r e e n c u e n t r a u n s e n t i d o a la v i d a , a s u m e u n a i d e n t i d a d pers o n a l ( d e s d e el d o b l e p r o c e s o d e i n d i v i d u a c i ó n y s o c i a l i z a c i ó n ) y p u e d e e v a l u a r
la c o n d u c t a . El p r o b l e m a es q u e , p o r d e f i n i c i ó n , los v a l o r e s n o s o n r e a l i d a d e s
e m p í r i c a s y c u a l q u i e r s e n t i d o c u l t u r a l es s i e m p r e u n a c r e a c i ó n . N o p o d e m o s
f u n d a m e n t a r e n o t r a r e a l i d a d los v a l o r e s ú l t i m o s q u e d a n s e n t i d o a la v i d a pers o n a l , i n d i v i d u a l y colectiva, y a q u e d e j a r í a n d e s e r ú l t i m o s y s e r í a n l e g i t i m a d o s
p o r la r e f e r e n c i a o n t o l ò g i c a y a x i o l ó g i c a d e la q u e d e r i v a n . S u u l t i m i d a d sólo
p u e d e s e r r e c o n o c i d a y a s u m i d a . R e s u r g e así la d i m e n s i ó n r e l a c i o n a l del h o m bre. S u a u t o n o m í a es f r a g m e n t a r i a y s i e m p r e p r o v i s i o n a l . La c o n t i n g e n c i a y la
h i s t o r i c i d a d h a c e n inviables las p r e t e n s i o n e s d e a b s o l u t e z y d e f u n d a m e n t a c i ó n
ú l t i m a s . N o h a y n a d a e x t e r n o e n lo q u e a p o y a r s e d e lo q u e se p u e d a n d e r i v a r
p a u t a s d e c o n d u c t a , o r i e n t a c i o n e s o i d e a l e s . Se p u e d e n r e c o n o c e r r e f e r e n c i a s
objetivas, c o m o la d i g n i d a d d e la p e r s o n a , d e la q u e d e r i v a n los d e r e c h o s h u m a nos, o los i m p e r a t i v o s b a s a d o s e n la s u p e r v i v e n c i a del h o m b r e , p e r o n o se p u e d e n i m p o n e r n i d e m o s t r a r , e l i m i n a n d o s u c a r á c t e r g r a t u i t o , y la n e c e s i d a d d e
u n r e c o n o c i m i e n t o l i b r e . La b ú s q u e d a d e u n a r e a l i d a d objetiva, q u e se s u s t r a i g a a la s u b j e t i v i d a d p e r s o n a l ( i n d i v i d u a l o colectiva), se i n s c r i b i r í a e n el m a r c o
d e los i n t e n t o s p o r e s c a p a r a la c o n t i n g e n c i a y la h i s t o r i c i d a d , s u p e r a n d o a s í la
finitud h u m a n a .
E s t e es el c o n t e x t o del p e s i m i s m o t a r d í o d e H o r k h e i m e r y el significado t r á gico d e s u p e n s a m i e n t o , q u e l u c h a p o r m a n t e n e r los e l e m e n t o s d e a u t o n o m í a ,
h u m a n i s m o , u t o p i a y r a c i o n a l i d a d objetiva, al m i s m o t i e m p o q u e p r o c l a m a la
i n e v i t a b i l i d a d del c u r s o h i s t ó r i c o q u e los d e s t r u y e . A c a b a r o m p i e n d o definitiv a m e n t e c o n M a r x , n o s ó l o p o r q u e el p r o l e t a r i a d o h a d e j a d o d e s e r el s u j e t o
r e v o l u c i o n a r i o , s i n o p o r q u e s u v a l o r i z a c i ó n d e la p r o d u c t i v i d a d y d e la socializ a c i ó n f a v o r e c e n el t r i u n f o final d e la r a z ó n s u b j e t i v a . S ó l o le q u e d a la p r o c l a m a c i ó n d e u n m u n d o a d m i n i s t r a d o e n q u e se p i e r d e la a u t o n o m í a del h o m b r e y t a m b i é n , la a f i r m a c i ó n d e la c o n t r a d i c c i ó n ú l t i m a e n t r e los i d e a l e s d e
j u s t i c i a y d e l i b e r t a d ( « c u a n t o m á s j u s t i c i a m e n o s l i b e r t a d , y viceversa») d e s d e
u n a d i a l é c t i c a n e g a t i v a d e la h i s t o r i a , q u e le lleva a d i s t a n c i a r s e del m a t e r i a l i s m o histórico .
S u r e s p u e s t a es a f e r r a r s e al s e n t i d o t o d a v í a e x i s t e n t e , a los r e s t o s d e h u m a n i s m o q u e p e r v i v e n y p o t e n c i a r las i n s t a n c i a s r e s i d u a l e s q u e se o p o n e n al c u r s o
d e la s o c i e d a d a d m i n i s t r a d a . E s t e e s el c o n t e x t o d e s u r e v a l o r i z a c i ó n d e K a n t ,
d e la revitalización d e S c h o p e n h a u e r e n s u d o b l e d i m e n s i ó n d e p e s i m i s m o m e t a 32
33
34
«Lo que Marx se representó c o m o el socialismo es de hecho el mundo administrado»
(GS 8,349; GS 7,221; 369-70; 420-21).
«Creo que las investigaciones empíricas podrían justamente apoyar mi tesis de que la
historia se mueve hacia una sociedad automatizada, no hacia la sociedad racional» (M. Horkheimer, GS 7,421).
HORKHEIMER, M., «LO que llamamos sentido desaparecerá» (1970): GS 7,346-47; Anhelo de justicia, Madrid, 2000, 182.
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físico y ética d e la c o m p a s i ó n , y d e s u v a l o r a c i ó n final positiva d e W a l t e r B e n j a m i n , e s p e c i a l m e n t e d e s u filosofía d e la h i s t o r i a . A d o r n o r e s a l t a q u e el ateísm o d e H o r k h e i m e r e n los a ñ o s t r e i n t a , e n el q u e él p e r s o n a l m e n t e c a d a vez c r e e
m e n o s c u a n t o m á s se explicita, t i e n e d i m e n s i o n e s c e r c a n a s a los m o m e n t o s teológicos d e la filosofía d e la h i s t o r i a d e W a l t e r B e n j a m i n , c e n t r a d o s e n la salvac i ó n d e l o s q u e n o t i e n e n e s p e r a n z a . El m a l e s t a r inicial d e H o r k h e i m e r r e s p e c to a la teología s u b y a c e n t e al p l a n t e a m i e n t o d e W a l t e r B e n j a m i n y a su a c e p t a c i ó n
p o r el m i s m o A d o r n o r , v a d e j a n d o p a s o a u n a a c t i t u d c a d a vez m á s a b i e r t a y
positiva, a m e d i d a q u e va p e r d i e n d o c o n f i a n z a e n el c u r s o d e la h i s t o r i a y e n el
proceso emancipador.
35
S u p e s i m i s m o h i s t ó r i c o le lleva a r e v a l o r i z a r la teología y la religión, m u c h o
m á s allá d e l a s v a l o r a c i o n e s p u n t u a l e s y f r a g m e n t a r i a s d e s u p r i m e r a é p o c a ,
c o m o u n a s d e las p o c a s i n s t a n c i a s g l o b a l m e n t e h u m a n i z a n t e s e n u n a s o c i e d a d
administrada.
El a n s i a del t o t a l m e n t e o t r o , la b ú s q u e d a d e u n Dios c u y a e x i s t e n c i a n o se
p u e d e a f i r m a r , la v a l o r a c i ó n d e la religión d e s d e la p e r s p e c t i v a d e q u e el verd u g o n o t r i u n f e s o b r e la v í c t i m a y q u e l a s injusticias del p a s a d o n o c o b r e n u n
v a l o r definitivo, s o n e l e m e n t o s su r e s p u e s t a al s i n s e n t i d o q u e conlleva la socied a d a d m i n i s t r a d a . N o h a y p o s i b l e t e o d i c e a , p e r o el a n s i a d e Dios s e c o n v i e r t e
e n u n e l e m e n t o c r u c i a l c o n t r a la r e s i g n a c i ó n a n t e la n e g a t i v i d a d del c u r s o h i s t ó r i c o . El p o t e n c i a l d e r e s i s t e n c i a del j u d e o c r i s t i a n i s m o es u n r e s t o del p o t e n cial e m a n c i p a d o r d e la c u l t u r a . L a e m a n c i p a c i ó n h u m a n a y a n o p a s a p o r la
m u e r t e d e la religión, s i n o q u e é s t a e s u n a i n s t a n c i a p a r a l u c h a r c o n t r a el m a l .
P o r e s o , la filosofía t i e n e n q u e a s u m i r e s a h e r e n c i a m o t i v a c i o n a l y e s p e c u l a t i va, s i n q u e d e s a p a r e z c a el v a l o r s i m b ó l i c o d e la religión, ya q u e s u p l e n a secularización acabaría con ella .
3 6
37
N o h a y s a l i d a p a r a la a p o r í a f u n d a m e n t a l d e la t e o r í a c r í t i c a , la d e p r o p o n e r u n a e m a n c i p a c i ó n i m p o s i b l e . L a i n t e n c i o n a l i d a d e m a n c i p a d o r a se n e u t r a l i z a a n t e la i m p o s i b i l i d a d d e o f r e c e r m e d i a c i o n e s q u e p e r m i t a n e s c a p a r a
la r e s i g n a c i ó n y la v i s i ó n n e g a t i v a d e la h i s t o r i a . El n i h i l i s m o a x i o l ó g i c o es inev i t a b l e y s e a c u m u l a n l a s e x p r e s i o n e s s o b r e la d e s a p a r i c i ó n d e l s e n t i d o d e la
v i d a , el a b u r r i m i e n t o e x i s t e n c i a l e n u n a s o c i e d a d a d m i n i s t r a d a , y la p r o b l e m a t i c i d a d d e la m o r a l , q u e e n ú l t i m a i n s t a n c i a t i e n e c o m p o n e n t e s t e o l ó g i c o s .
«El s i n s e n t i d o d e l d e s t i n o i n d i v i d u a l (...), s e h a c o n v e r t i d o e n l a s i t u a c i ó n
a c t u a l e n l a c a r a c t e r í s t i c a m á s d e c i s i v a d e la e x i s t e n c i a . T o d o s e s t á n a b a n d o n a d o s a la c i e g a c a s u a l i d a d . D e a h í , m i i n s i s t e n c i a e n el a n h e l o d e j u s t i c i a c o n Carta de Adorno a Horkheimer el 2 5 de febrero de 1 9 3 5 , en M. Horkheimer, GS 1 5 :
Briefwechsel 1913-1936, Francfort, 1 9 9 5 , 3 2 8 . El trasfondo común de Adorno y Horkheimer
es analizado por REIS, W., Die Rettung der Hoffnungslosen.
Zur « Theologia oculta» in der Spátphilosophie Horkheimers und Adornos»: ZfPhF 3 0 ( 1 9 7 6 ) 6 9 - 8 1 ; THIELEN, H , Religion, Pessimismus und Subjekt der Geschichte in der Kritischen Theorie: Concordia 3 1 ( 1 9 9 7 ) 3 7 - 5 6 .
ESTRADA, JUAN A., La teoría crítica de Max Horkheimer. Del socialismo ético a h resignación, Granada 1 9 9 0 ; ÍD., La imposible teodicea, Madrid, 2 0 0 3 , 3 0 9 - 2 0 ; ÍD., Por una ética sin
35
36
2
teología, Madrid, 2 0 0 4 , 1 7 5 - 9 5 .
3 7
GS
7,392.
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s u m a d a » . E s t a c o n t r a d i c c i ó n , m a n t e n e r el i d e a l d e j u s t i c i a y d e f e n d e r u n
a n á l i s i s h i s t ó r i c o q u e la h a c e i n v i a b l e , c o n s t i t u y e el c a l l e j ó n s i n s a l i d a d e la
t e o r í a y el s i n s e n t i d o c o m o h o r i z o n t e ú l t i m o .
3 8
3.
E L SIN SENTIDO DE LA HISTORIA Y LA JUSTIFICACIÓN DE LA RAZÓN MORAL
U n c a m i n o d i f e r e n t e es el d e A d o r n o . Si la g é n e s i s d e la I l u s t r a c i ó n ofrece el
m a r c o p a r a e v a l u a r la s o c i e d a d a c t u a l , u n n u e v o a c o n t e c i m i e n t o es el d e t e r m i n a n t e . A u s c h w i t z m a r c a u n a n t e s y u n d e s p u é s , y se c o n v i e r t e e n la clave p a r a
e n j u i c i a r t o d o el p r o c e s o h i s t ó r i c o . S e t r a t a d e la i r r u p c i ó n p l e n a d e la b a r b a r i e
q u e d e s c u b r e p l e n a m e n t e la c a r a o c u l t a d e la m o d e r n i d a d , y a q u e m u e s t r a el
f r a c a s o d e la c u l t u r a q u e n o h a c o n s e g u i d o t r a n s f o r m a r a los h o m b r e s . De a h í
la t e n s i ó n e n t r e la c o n s e r v a c i ó n d e la c u l t u r a q u e h a g e n e r a d o el g e n o c i d i o , y el
r e c h a z o d e ésta, q u e llevaría a la b a r b a r i e p o r q u e n o h a b r í a e m a n c i p a c i ó n . Adorn o c o n s t a t a c ó m o « d e s p u é s d e m i l e n i o s d e I l u s t r a c i ó n , el p á n i c o vuelve a i r r u m p i r e n u n a h u m a n i d a d c u y o d o m i n i o s o b r e la n a t u r a l e z a , t r a d u c i d o e n d o m i n i o
s o b r e el h o m b r e , a v e n t a j a e n h o r r o r a lo q u e los h o m b r e s h u b i e r a n l l e g a d o a
t e m e r d e la n a t u r a l e z a » . Si el t e r r e m o t o d e L i s b o a c u r ó a Voltaire d e la t e o d i c e a l e i b n i z i a n a , a h o r a A u s c h w i t z , q u e n o es u n a c a t á s t r o f e n a t u r a l s i n o u n a crea c i ó n h u m a n a , i m p i d e v a l o r a r p o s i t i v a m e n t e el d e s a r r o l l o y el p r o g r e s o .
3 9
40
El h o l o c a u s t o se c o n v i e r t e e n u n s í m b o l o t o t a l del m a l , del q u e n o se p u e d e
s a c a r n a d a positivo: « D e s p u é s d e A u s c h w i t z , la s e n s i b i l i d a d n o p u e d e m e n o s d e
ver e n t o d a a f i r m a c i ó n d e p o s i t i v i d a d u n a c h a r l a t a n e r í a , u n a injusticia p a r a c o n
las v í c t i m a s . Y t i e n e q u e r e b e l a r s e c o n t r a s a c a r u n s e n t i d o , p o r a b s t r a c t o q u e
sea, de aquel trágico destino». Se trata, sin e m b a r g o , de u n a c o n t e c i m i e n t o
e m b l e m á t i c o , q u e n o se e x t i e n d e a o t r o s eventos, c o m o H i r o s h i m a , u o t r o s h o r r o r e s d e la g u e r r a , q u e r e s a l t a r í a n m á s la d i m e n s i ó n n e g a t i v a del p r o g r e s o . P o r
o t r a p a r t e , es u n e v e n t o q u e r e m i t e a la m a l d a d h u m a n a y e n c u a n t o e x p e r i e n cia e m p í r i c a c u e s t i o n a c u a l q u i e r e s p e c u l a c i ó n m e t a f í s i c a q u e p o s t u l e el sentid o d e la h i s t o r i a . A h o r a «la n e g a t i v i d a d a b s o l u t a es p r e v i s i b l e y y a n o s o r p r e n d e a n a d i e » . El p r o b l e m a es si se p u e d e «seguir viviendo d e s p u é s d e A u s c h w i t z » .
y la m i s m a e x i s t e n c i a d e los s u p e r v i v i e n t e s se p o n e e n c u e s t i ó n , p l a n t e a n d o si
n o h a y u n a n s i a c u l p a b l e d e s u p e r v i v e n c i a d e s d e el q u e s e r í a p o s i b l e a f i r m a r
q u e la vida, a p e s a r d e t o d o , t i e n e s e n t i d o .
41
E s t a p é r d i d a d e s e n t i d o y d e significatividad d e la h i s t o r i a , q u e y a n o p u e d e
s e r c u r a d a s o p e n a d e r e c a í d a e n el i d e a l i s m o y e n c i n i s m o r e s p e c t o d e las víct i m a s , n o le lleva, s i n e m b a r g o , al f a t a l i s m o h i s t ó r i c o n i la i n a c c i ó n . El n u e v o
HORKHEIMER, M., «El anhelo de lo totalmente otro» (1970): Anhelo de justicia,
2000, 174.
ND 366-67.
MM 241, n.° 151.
DN 361-64.
38
Madrid,
39
40
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AXIOLÓGICO
SEGÚN ADORNO
Y
HORKHEIMER
i m p e r a t i v o c a t e g ó r i c o q u e se i m p o n e a los h o m b r e s d e s d e H i t l e r es «el d e o r i e n t a r s u p e n s a m i e n t o y a c c i ó n d e m o d o q u e A u s c h w i t z n o se r e p i t a , q u e n o vuelv a a o c u r r i r n a d a s e m e j a n t e . E s t e i m p e r a t i v o es t a n r e a c i o a t o d a f u n d a m e n t a c i ó n , c o m o lo fue el c a r á c t e r fáctico d e t o d o el p e n s a m i e n t o k a n t i a n o . T r a t a r l o
discursivamente sería u n c r i m e n » . Por u n lado resurge u n imperativo moral,
p o r o t r o n o se p u e d e f u n d a m e n t a r e s p e c u l a t i v a m e n t e . De esta f o r m a se p l a n t e a
c o n r a d i c a l i d a d el sin s e n t i d o . N o h a y f u n d a m e n t a c i ó n p o s i b l e p a r a la v e r s i ó n
a d o r n i a n a del i m p e r a t i v o c a t e g ó r i c o y r e s u r g e la vieja p r e g u n t a d e p o r q u é s e r
m o r a l . Se m e z c l a u n i n n e g a b l e p e s i m i s m o a n t r o p o l ó g i c o y social, fruto del a n á lisis h i s t ó r i c o y g e n é t i c o d e la I l u s t r a c i ó n , c o n el i m p a c t o d e A u s c h w i t z q u e revela la b a r b a r i e l a t e n t e y p a t e n t e d e la m o d e r n i d a d i l u s t r a d a . P o r o t r o l a d o h a y
q u e p r e s c r i b i r u n a a c c i ó n t e ó r i c a y p r á c t i c a , p o r q u e la r e s i g n a c i ó n s e r í a u n a
f o r m a d e c o m p l i c i d a d c o n lo q u e h a o c u r r i d o .
4 2
E n c u a n t o q u e se a b s o l u t i z a la n e g a t i v i d a d d e la t o t a l i d a d y se s u b r a y a la
c o n s t r u c c i ó n social del i n d i v i d u o el p r o b l e m a p a r e c e i n s o l u b l e . ¿ C ó m o e s c a p a r
a la b a r b a r i e d e la s o c i e d a d y e n c o n t r a r u n a e x t e r i o r i d a d d e s d e la q u e s e a p o s i ble u n a c r í t i c a y u n a p r a x i s t r a n s f o r m a d o r a ? El p r o b l e m a se a g u d i z a c u a n d o
ya n o h a y u n sujeto r e v o l u c i o n a r i o c a p a z d e la p r a x i s , Y p o r o t r a p a r t e , el p e n s a m i e n t o e s t á m a r c a d o p o r el d o m i n i o . La c o n c e p t u a l i z a c i ó n d e la r e a l i d a d es
la p r i m e r a f o r m a d e v i o l e n c i a c o n t r a ella y el p r e s u p u e s t o del d o m i n i o t é c n i c o .
El p e n s a m i e n t o c o n c e p t u a l f o r m a p a r t e d e u n a i l u s t r a c i ó n n i v e l a d o r a y c u a n t i f i c a n t e q u e d e s c o n o c e la a l t e r i d a d , lo n o p e n s a b l e , e i n t e g r a t o d o s los elem e n t o s d e n t r o de u n a síntesis metafísica, en u n a globalización cosmovisional.
L o s s i s t e m a s c o n c e p t u a l e s s o n p o r t a n t o el p r i m e r i n s t r u m e n t o q u e p o s i b i l i t a
el d o m i n i o s o b r e la n a t u r a l e z a y d e s e m b o c a n e n los i d e a l i s m o s filosóficos y culturales.
A d o r n o e v a l ú a la e x p e r i e n c i a del g e n o c i d i o d e s d e u n a m e t a f í s i c a m a t e r i a l i s ta. «La m o r a l n o s o b r e v i v e m á s q u e e n el m a t e r i a l i s m o sin t a p u j o s . La m a r c h a
d e la h i s t o r i a n o deja o t r a salida q u e el m a t e r i a l i s m o a lo q u e t r a d i c i o n a l m e n t e
fue su i n m e d i a t a o p o s i c i ó n , la m e t a f í s i c a (...) El e s t r a t o h u m a n o d e lo s o m á t i c o , l e j a n o al s e n t i d o , es el e s c e n a r i o del s u f r i m i e n t o q u e a b r a s ó e n los c a m p o s
d e c o n c e n t r a c i ó n , sin c o n s u e l o a l g u n o , t o d o lo q u e h a y d e a p a c i g u a d o r e n el
e s p í r i t u y s u objetivación, la c u l t u r a » . La s o l u c i ó n a d o r n i a n a a los e s c a p e s d e
las m e t a f í s i c a s e s p e c u l a t i v a s es u n a a n t r o p o l o g í a c o r p o r a l y u n a m e t a f í s i c a del
dolor, ya q u e el s u f r i m i e n t o es lo q u e se s u s t r a e a la idealización del p e n s a m i e n t o
y a la c o n c e p t u a l i z a c i ó n t e ó r i c a . El p u n t o d e p a r t i d a p a r a s u s t r a e r s e a la n e g a tividad social y s u p o s i b i l e , l e g i t i m a c i ó n t e ó r i c a es el d o l o r h u m a n o . R e m i t e p o r
t a n t o , a u n a e x p e r i e n c i a e n la q u e se se q u i e b r a el d o m i n i o del c o n c e p t o y q u e
r e s p o n d e al i m p e r a t i v o c a t e g ó r i c o d e q u e n o se r e p i t a A u s c h w i t z .
43
El i n d i v i d u o e x p e r i m e n t a la n e g a t i v i d a d del c u r s o h i s t ó r i c o y h a y u n a m e d i a c i ó n q u e le v i n c u l a a la s o c i e d a d e n el d o l o r físico y p s í q u i c o , q u e se s u s t r a e al
DN 365.
DN 365-366.
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d i s c u r s o r a c i o n a l y r e m i t e al i n d i v i d u o e m p í r i c o . N o b a s t a n los p e n s a m i e n t o s
s o b r e la t e o d i c e a , el m a l y la m u e r t e , n i d e s d e la p u r a reflexión n i d e s d e la p e r s p e c t i v a t e o l ó g i c a . La l i b e r t a d del p e n s a m i e n t o e s t r i b a e n la r e s i s t e n c i a q u e ofrec e a lo e x i s t e n t e y «su g u í a e s el i m p u l s o e x p r e s i v o del sujeto. La n e c e s i d a d d e
d e j a r s u e l o c u e n c i a al d o l o r es la c o n d i c i ó n d e t o d a v e r d a d . Y es q u e el sufrim i e n t o es o b j e t i v i d a d q u e p e s a s o b r e el sujeto; lo q u e éste e x p e r i m e n t a c o m o lo
m á s subjetivo, s u p r o p i a e x p r e s i ó n , e s t á m e d i a d o o b j e t i v a m e n t e » . P o r e s o , el
s u f r i m i e n t o es la e x p e r i e n c i a q u e r o m p e c o n el i d e a l i s m o y o b l i g a a t o m a r c o n c i e n c i a d e las c o n t r a d i c c i o n e s e n t r e el i n d i v i d u o y la s o c i e d a d . É s t a es c o n s t i t u t i v a d e la p e r s o n a , p e r o lo n e u t r a l i z a y o p r i m e al m i s m o t i e m p o . N o se t r a t a
d e t r a s c e n d e n t a l i z a r el d o l o r , y a q u e éste t i e n e c a u s a s h i s t ó r i c a s c o n c r e t a s , s i n o
q u e el s u f r i m i e n t o obliga a p e n s a r y es g e n e r a d o r d e la c r í t i c a reflexiva. « T o d o
d o l o r y n e g a t i v i d a d , m o t o r del p e n s a m i e n t o d i a l é c t i c o , s o n la figura d e lo físico
(...). La c o m p o n e n t e s o m á t i c a r e c u e r d a al c o n o c i m i e n t o q u e el d o l o r n o d e b e
ser, q u e d e b e c a m b i a r . " P a d e c e r es algo p e r e c e d e r o " . E s el p u n t o e n q u e c o n v e r g e n lo e s p e c í f i c a m e n t e m a t e r i a l i s t a y lo crítico, la p r a x i s q u e c a m b i a la socied a d » . E s t a a r t i c u l a c i ó n e n t r e reflexividad y d o l o r c o r p o r a l , d e s p l a z a al sujeto
t r a s c e n d e n t a l y al c o g i t o i d e a l i s t a , y p o s i b i l i t a u n a p r a x i s n o r e s i g n a d a . E s la
i n s t a n c i a q u e p u e d e c o n t i n g e n t i z a r la t o t a l i d a d social n e g a t i v a , r e c h a z á n d o l a
c o m o lo q u e n o d e b e ser, y la q u e e s c a p a a la i n a c c i ó n a n t e la i m p o s i b i l i d a d d e
r o m p e r la n e g a t i v i d a d h i s t ó r i c a .
El s u f r i m i e n t o se c o n v i e r t e así e n el l u g a r h u m a n o p o r excelencia p a r a l u c h a r
p o r la e m a n c i p a c i ó n h u m a n a . S e r e c o g e así u n a i n t u i c i ó n e n r a i z a d a e n las t r a d i c i o n e s j u d e o c r i s t i a n a s , q u e h a c e d e l a s v í c t i m a s el l u g a r p r i m a r i o d e s d e el
q u e reflexionar s o b r e el h o m b r e y la s o c i e d a d . E n el s u b t í t u l o d e « M í n i m a M o r a lia. Reflexiones s o b r e la v i d a d a ñ a d a » c o n v e r g e la r a c i o n a l i d a d p r á c t i c a y la reflex i ó n t e ó r i c a , d e s d e u n l u g a r u n i v e r s a l , el del s u f r i m i e n t o . N o se p a r t e del sujet o i l u s t r a d o e m a n c i p a d o , s i n o d e l d e s h u m a n i z a d o y s u f r i e n t e , q u e es el m á s
u n i v e r s a l i z a b l e . P e r o e s a l u c h a c o n t r a el d o l o r , p a r a s u p r i m i r l o o aliviarlo, n o
es c o s a s ó l o del i n d i v i d u o q u e lo p a d e c e s i n o e x i g e n c i a p a r a la e s p e c i e h u m a n a ,
e n l í n e a c o n la t r a d i c i ó n i l u s t r a d a y el m a t e r i a l i s m o h i s t ó r i c o . El telos d e la p r a xis social es c o n s t r u i r u n m o d e l o d e s o c i e d a d q u e n i e g u e el s u f r i m i e n t o d e s u s
m i e m b r o s . A p a r t i r d e a h í se p u e d e a p e l a r a u n a s o l i d a r i d a d d e t o d o s , t r a s p a r e n t e p a r a sí m i s m a y p a r a t o d o lo q u e t i e n e v i d a .
44
4S
46
47
DN 25-26; 203-204; GS 8,91.
DN 203-4.
Por eso la dialéctica negativa de la última época no repite el esquema de la dialéctica
de la Ilustración, sino que se complementa desde la teoría estética. Esto es lo que no ven los
críticos que le acusan de un análisis histórico sin salida o de una negativización absoluta de
la ontologia. Cfr. GROSSNER, C , Verfaü der Philosophic, Hamburgo, 1971, 111-122; SPÜLBECK,
V., Neomarxismus
und Theologie, Friburgo, 1977, 72-95; BERTEZZOLO, P., Dialettica negativa e
utopia della speranza in Th. W. Adorno: Studia Pataviana 25 (1978) 93-111; INNERARITY, D., La
otra modernidad. 50 años de la dialéctica de la Ilustración»: Anales del Seminario de Metafísica 3 0 ( 1 9 9 6 ) 151-66.
DN 203-204.
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3.1.
La ambigüedad
del
pensamiento
El s u f r i m i e n t o e s s i m u l t á n e a m e n t e c o n s e c u e n c i a d e la n e g a t i v i d a d s o c i a l
e x i s t e n t e y p r o t e s t a c o n t r a ella, c o n v e r g i e n d o el h o m b r e c o m o a g e n t e social y
c o m o r e s u l t a d o d e u n a s o c i e d a d q u e él m i s m o h a c o n s t r u i d o . A p u n t a a lo q u e
n o d e b e s e r d e s d e u n a t o m a d e c o n c i e n c i a reflexiva a c e r c a d e l a s r a í c e s sociales d e l d o l o r h u m a n o . El s u f r i m i e n t o t i e n e fuerza crítica c o n t r a el s t a t u q u o q u e
lo c a u s a y ofrece p o s i b i l i d a d e s d e e s c a p e a la i n t e g r a c i ó n d e l sujeto e n la realid a d o p r e s o r a . La p r a x i s c o n t e s t a t a r i a s u r g e d e la e x p e r i e n c i a d e l d o l o r físico,
m a t e r i a l , y la felicidad, q u e b u s c a la s a t i s f a c c i ó n sensible y s e objetiva e n ella,
es c u e s t i o n a d a t a n t o e n la t e o r í a c o m o e n la p r á c t i c a . P o r e s o t o d a r e c o n c i l i a c i ó n t e ó r i c a d e l h o m b r e c o n la s o c i e d a d , o d e la r a z ó n c o n la r e a l i d a d es falsa.
«La m á s m í n i m a h u e l l a d e s u f r i m i e n t o a b s u r d o e n el m u n d o e n q u e v i v i m o s
d e s m i e n t e t o d a la filosofía d e la i d e n t i d a d » , q u e b u s c a d i s u a d i r d e q u e existe el
dolor.
A d o r n o c o m p a r a la filosofía, y e n g e n e r a l el p e n s a m i e n t o , c o n el t r a b a j o d e
Sisifo q u e reflexiona y b u s c a s u p e r a r la c u l p a c o n la q u e carga, «pero n o p u e d e
dejar fijado e n s u s textos el s u s t r a t o ó n t i c o . C u a n d o h a b l a d e él lo convierte y a e n
a q u e l l o s o b r e lo q u e q u i e r e e l e v a r s e » . L a filosofía sufre del prejuicio idealista,
ya q u e sólo d i s p o n e d e ideas, y p u e d e t r a t a r d e la r e a l i d a d p e r o n u n c a poseerla.
P o r eso, el p e n s a m i e n t o vive d e la c o n t r a d i c c i ó n d e s e r n e c e s a r i o e i m p o t e n t e al
m i s m o t i e m p o , p a r a s u p r i m i r el m a l q u e d e n u n c i a . De a h í la i m p o r t a n c i a del dolor,
q u e se s u s t r a e e n ú l t i m a i n s t a n c i a al d i s c u r s o , y q u e obliga a d e n u n c i a r el sin sent i d o d e lo existente, r e c a l c a n d o s i m u l t á n e a m e n t e q u e la r e p r e s e n t a c i ó n c o n c e p tual n o equivale a la r e a l i d a d a la q u e se refiere. Lo c o n c r e t o y s i n g u l a r m a n t i e n e
u n a prioridad absoluta respecto a cualquier abstracción.
P o r eso, la filosofía, q u e t i e n d e a la t o t a l i d a d y el s i s t e m a , se p i e r d e al olvid a r s e d e lo c o n c r e t o , el sujeto d e l s u f r i m i e n t o . La i n s i s t e n c i a d e A d o r n o e n la
s i n g u l a r i d a d y c o r p o r e i d a d , le lleva a la d i a l é c t i c a n e g a t i v a , c o n t r a la d i a l é c t i c a
p o s i t i v a d e H e g e l , s u b r a y a n d o la n o d i s o l u c i ó n d e l o b j e t o p o r el sujeto. E s t a m b i é n u n a clave d e las d i f e r e n c i a s e n t r e A d o r n o y la t e o r í a d e la c o m u n i c a c i ó n d e
H a b e r m a s , q u e p o n e el a c e n t o e n la r e c o n c i l i a c i ó n a l c a n z a d a p o r r a c i o n a l i d a d
a r g u m e n t a t i v a y p o r u n c o n s e n s o a l c a n z a d o e n b a s e a a b s t r a e r d e los c o n t e n i d o s e m p í r i c o s e x p e r i m e n t a b l e s e n la c o m u n i d a d d e vida a la q u e s e p e r t e n e c e .
A d o r n o y H o r k h e i m e r p o n e n el énfasis e n el s u f r i m i e n t o y la felicidad m a t e r i a l
y r e c h a z a n c u a l q u i e r n u e v a v e r s i ó n d e la filosofía d e la c o n c i e n c i a , i n c l u i d a la
d e la i n t e r s u b j e t i v i d a d . N o se p u e d e n i n t e g r a r la d i a l é c t i c a r a c i o n a l y la dialéctica n e g a t i v a , y a q u e la d i a l é c t i c a n e g a t i v a s u b r a y a la r e a l i d a d m a t e r i a l y la n o
i d e n t i d a d , lo c u a l h a c e inviable la r e c o n c i l i a c i ó n c o m o m e r o c o n s e n s o r a c i o n a l .
La d i m e n s i ó n c o g n i t i v a n o p u e d e v e h i c u l a r los e l e m e n t o s s o m á t i c o s y m a t e r i a les d e la e x p e r i e n c i a , e n c o n t r a d e H a b e r m a s .
48
4 9
TE 336. Cfr. ADORNO, T., Teoría estética, Madrid, 1980.
Un excelente análisis de la dialéctica negativa adorniana es el de THYEN, A., Negative Dialektik und Erfahmng. Zur Rationalitat des Nichtidentischen
bei Adorno, Francfort, 1989. Tam48
49
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El p r o b l e m a e s m a n t e n e r la i d e a d e r e c o n c i l i a c i ó n sin r e d u c i r l a a u n p l a n t e a m i e n t o r a c i o n a l y s i n r e c a e r e n u n a m e t a f í s i c a d e s e n t i d o . El s i s t e m a e s m e n t i r o s o , c o n t r a Hegel, e n c u a n t o q u e i n t e g r a t o d o e n u n a i m a g e n del m u n d o c o n
significación y v e r d a d . D e a h í la n e c e s i d a d d e u n p e n s a m i e n t o c o n c r e t o y d e u n a
filosofía f r a g m e n t a r i a , c o n t r a la e s p e c u l a c i ó n metafísica. Y sin e m b a r g o , el p e n s a m i e n t o e s n e c e s a r i o p a r a n o r e c a e r e n u n a p r a x i s activista q u e se a c o m o d a a
los h e c h o s . H a y q u e r e c h a z a r el p a n l o g i s m o c o n c e p t u a l i z a d o r , q u e e m p o b r e c e
la e x p e r i e n c i a y d e s e m b o c a e n u n a filosofía d e la i d e n t i d a d , s i n r e n u n c i a r a
expresar lo inconceptualizable, p e r o t a m b i é n sin pervertirlo. Esta aporía tens i o n a el p e n s a m i e n t o , exige p e n s a r d e s d e lo c o n c r e t o , p e r o n o q u e d a r s e e n lo
c o n c r e t o , y n o r e d u c i r l o t a m p o c o a e j e m p l o s i n g u l a r d e lo a b s t r a c t o . De a h í la
b ú s q u e d a d e u n p e n s a m i e n t o t r a n s - d i s c u r s i v o y a p e g a d o a la r e a l i d a d . E s u n
p e n s a m i e n t o q u e p r e t e n d e d e c i r l o q u e n o se p u e d e , c o n t r a W i t t g e n s t e i n , m o s t r a r el d o l o r y n o q u e d a r s e e n él s i n t r a i c i o n a r l o .
J u n t o a la d i a l é c t i c a n e g a t i v a d e u n p e n s a m i e n t o q u e se c u e s t i o n a a sí m i s m o
e s t á t a m b i é n la e x p e r i e n c i a e s t é t i c a c o m o f o r m a d e t r a s c e n d e n c i a . T a m b i é n el
a r t e se c o n v i e r t e e n i n s t a n c i a c r í t i c a e n c u a n t o q u e a s u m e la i n m a n e n c i a d e la
s o c i e d a d a la q u e d e n u n c i a , y la i n t e g r a d e n t r o d e la o b r a d e a r t e , sin s u p r i m i r
el m a l c o n t r a el q u e p r o t e s t a . «Lo m i s m o el p e n s a m i e n t o q u e el a r t e ofrecen lo
q u e es d i s t i n t o d e ellos, e s o h a c i a lo q u e ellos se o r i e n t a n y q u i s i e r a n h a c e r h a b l a r
(...) C u a l q u i e r fuerza f o r m a d o r a r e c o n o c e s u p o d e r p r e c i s a m e n t e p o r s u a u s e n cia. De a c u e r d o c o n e s t a i d e a el a r t e se a p r o x i m a a la p a z . P e r o , sin u n a p e r s p e c t i v a s o b r e ella, el a r t e s e r í a t a n falso c o m o si o f r e c i e r a u n a r e c o n c i l i a c i ó n
a n t i c i p a d a . L a b e l l e z a e n el a r t e e s la a p a r i e n c i a d e la p a z r e a l » . H a y u n a a u t o n o m í a d e la o b r a d e a r t e , d e s d e la q u e a m p l i a r las f r o n t e r a s d e la s u b j e t i v i d a d
e x p r e s i v a y l o s l í m i t e s d e la r a z ó n . E l a r t e c o m b i n a la d e n u n c i a social y la i n t e n c i o n a l i d a d t r a s c e n d e n t e , h a c i a l o q u e n o e s y p o d r í a ser. P e r o e s t a d i n á m i c a se
o p o n e a c o n s i d e r a r la o b r a d e a r t e c o m o u n o r n a m e n t o social o u n b i e n d e c o n s u m o . La alteridad y trascendencia del arte es siempre a m b i g u a en c u a n t o prod u c t o social e i n t e n t o d e d e n u n c i a d e la s o c i e d a d d e la q u e p r o c e d e , s i e n d o e s t a
t e n s i ó n u n a f o r m a d e t r a s c e n d e n c i a n e g a t i v a , c o m o t a m b i é n o c u r r e c o n la filosofía.
El a n s i a d e s e n t i d o c r i s t a l i z a e n el a r t e , c o m o t r a s c e n d e n c i a i n n o v a d o r a y
s u b v e r s i v a d e l o r d e n c o n s t i t u i d o . M á s q u e m o s t r a r u n s e n t i d o p o s i t i v o , sirve
p a r a d e n u n c i a r el s i n s e n t i d o e x i s t e n t e . L o i d e a l , s e p a r a d o d e la r e a l i d a d , se
t e m a t i z a i l u s o r i a m e n t e , p a r a t r a n s f i g u r a r la r e a l i d a d , m o s t r a n d o n o sólo lo q u e
es s i n o lo q u e d e b e r í a ser. É s t a e s la d i m e n s i ó n subjetiva, c r e a t i v a y e x p r e s i v a
del a r t e , e n s e ñ a n d o a v e r la r e a l i d a d d e s d e la p e r s p e c t i v a del a r t i s t a . D e a h í q u e
50
bien, cfr. Jóos, J. E., Que reste-t-ilde la fondation de la raison?: Archives de Philosophic 55 (1992)
369-84; MAURIZI, M . , L'antropologia negativa in Th. W. Adorno: Rivista di Filosofia neo-scolastica 94 (2002) 55-88; AGUILERA, A., El primer proyecto filosófico de Th. Adorno: Anales del seminario de Metafísica 30 (1996) 119-32; HERNÁNDEZ PACHECO, J., Corrientes actuales de filosofía, Madrid,
1996, 89-100.
TE 336.
50
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AXIOLÓGICO
SEGÚN ADORNO
Y
HORKHEIMER
el a r t e d é q u e p e n s a r , a l e j á n d o s e d e u n r e a l i s m o o b j e t i v a n t e c o m o el q u e p r e t e n d e la c u l t u r a p o s i t i v i s t a . El o b j e t o c o n c r e t o r e p r e s e n t a d o s o r p r e n d e e n s u
facticidad, d e s c o n t e x t u a l i z a d o d e la s o c i e d a d q u e lo i n t e g r a . y la r e p r e s e n t a c i ó n
d e lo a b s u r d o d e v i e n e clave del a u r a m í s t i c a y t r a s c e n d e n t e d e la o b r a . E s u n a
r e p r e s e n t a c i ó n d e lo i r r e p r e s e n t a b l e , el s e n t i d o y el sin s e n t i d o existente. S u real i d a d es la d e la o b r a c r e a d a , c o m o la s o c i e d a d y el h o m b r e . E s a p a r i e n c i a d e
reconciliación y, al m i s m o t i e m p o , a n t i c i p a c i ó n e i n s p i r a c i ó n q u e m o t i v a a r e c o n ciliar. De a h í la p r i o r i d a d d e la o b r a c o n c r e t a y la n e c e s i d a d d e r e c e p t i v i d a d del
q u e la c o n t e m p l a , lo c u a l p e r m i t e u n a r e l a c i ó n d e n o i d e n t i d a d e n t r e sujeto y
objeto.
3.2.
El problema
de la fundamentación
de la ética
E n este c o n t e x t o r e s u r g e el p r o b l e m a d e la f u n d a m e n t a c i ó n d e la ética y la
j u s t i f i c a c i ó n d e los v a l o r e s . A d o r n o r e c h a z a u n a f u n d a m e n t a c i ó n t e ó r i c a d e la
p r a x i s m o r a l . N o h a y u n a filosofía p r i m e r a d e la q u e se p u d i e r a d e d u c i r u n a p r a xis t r a n s f o r m a d o r a . I n s i s t e e n u n a filosofía d e la n o i d e n t i d a d , es decir, e n la
disociación antihegeliana de concepto y realidad, y rehusa cualquier realidad
ú l t i m a d e la q u e p a r t i r . Lo n o i d é n t i c o n o es u n a r e a l i d a d o a l t e r i d a d o n t o l ò g i ca, q u e llevaría a la r e c o n c i l i a c i ó n c o m o r e a l i z a c i ó n h i s t ó r i c a o a verla c o m o
u n a m e t a a l c a n z a b l e . «La crítica d e la o n t o l o g i a n o se h a c e e n n o m b r e d e o t r a ,
ni s i q u i e r a e n el d e u n a d e lo n o - o n t o l ó g i c o . De o t r o m o d o n o h a r í a m á s q u e
c a m b i a r d e ú l t i m o p r i n c i p i o ; sólo q u e e s t a vez n o s e r í a el d e a b s o l u t a i d e n t i d a d ,
el s e r —el c o n c e p t o — , s i n o lo d i f e r e n t e , el e n t e —la facticidad—. E s decir, cosificaría el c o n c e p t o d e lo n o - c o n c e p t u a l y o b r a r í a c o n t r a su p r o p i a i n t e n c i ó n . La
filosofía f u n d a m e n t a l , " p r ó t e p h i l o s o p h i a " , c o m p o r t a i n e l u d i b l e m e n t e la hegem o n í a del c o n c e p t o ; lo q u e se le resiste se q u e d a sin la f o r m a d e ese s u p u e s t o
filosofar d e s d e el f u n d a m e n t o » .
51
H a y q u e ir m á s allá del p e n s a m i e n t o , p e r o n o h a y u n a r e a l i d a d a l t e r n a t i v a
q u e se p u e d a c o n t r a p o n e r al sin s e n t i d o e x i s t e n t e . «Lo d i f e r e n t e n o p u e d e s e r
o b t e n i d o i n m e d i a t a m e n t e c o m o a l g o a s u vez p o s i t i v o , i n c l u s o si p a r a ello se
r e c u r r e a la n e g a c i ó n d e lo n e g a t i v o . E s t a n o es e n sí m i s m a , c o m o q u e r í a Hegel,
a f i r m a c i ó n (...). La e q u i p a r a c i ó n d e la n e g a c i ó n d e la n e g a c i ó n c o n la positivid a d , es la q u i n t a e s e n c i a d e la i d e n t i f i c a c i ó n » . La d i a l é c t i c a n e g a t i v a es n e g a c i ó n d e t e r m i n a d a , p e r o n o s u s t a n t i v i z a c i ó n d e lo n e g a d o y la p a r a d o j a d e la Ilust r a c i ó n es q u e r e c h a z a c u a l q u i e r i n t e n t o d e h i p o s t a s i a r la u t o p í a . Al p r o c l a m a r
el d o m i n i o existente c o m o escisión, indica el m a l , al m i s m o t i e m p o q u e lo esconde; h a c e p e r c e p t i b l e la a l i e n a c i ó n d e la n a t u r a l e z a al m i s m o t i e m p o q u e la p r o longa .
52
53
El ú n i c o r e c u r s o es la e x p e r i e n c i a m i s m a del d o l o r , d e la q u e b r o t a la solid a r i d a d y el a n s i a d e j u s t i c i a . E s decir, la m o r a l se e x p r e s a e n la p r o h i b i c i ó n d e
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la t o r t u r a y la r e p r e s i ó n . «Tales frases s o n v e r d a d e r a s c o m o i m p u l s o , c u a n d o se
a n u n c i a : e n tal sitio h a h a b i d o t o r t u r a s . Lo q u e n o p u e d e n es r a c i o n a l i z a r s e ;
c o m o p r i n c i p i o a b s t r a c t o c a e r í a n e n s e g u i d a e n la m a l a i n f i n i t u d d e s u d e d u c c i ó n y validez. La crítica a la m o r a l v a d i r i g i d a c o n t r a la t r a n s p o s i c i ó n d e la lógic a d e d u c t i v a a la c o n d u c t a d e los h o m b r e s ; s u a s t r i n g e n c i a se c o n v i e r t e así e n
u n i n s t r u m e n t o c o n t r a la l i b e r t a d . L a a s p i r a c i ó n a u n a r a c i o n a l i z a c i ó n s i n c o n t e m p l a c i o n e s n e g a r í a el i m p u l s o , la d e s n u d a a n g u s t i a física y el s e n t i m i e n t o d e
s o l i d a r i d a d c o n los c u e r p o s t o r t u r a b l e s , c o m o d e c í a B r e c h t , q u e es i n m a n e n t e
a la c o n d u c t a m o r a l » . E s decir, la m o r a l n o se o b t i e n e c o m o r e s u l t a d o d e u n
d i s c u r s o reflexivo, s i n o q u e s u r g e e s p o n t á n e a m e n t e d e s d e la m o t i v a c i ó n q u e
g e n e r a la e x p e r i e n c i a del s u f r i m i e n t o y la injusticia. N o h a y n a d a a n t e r i o r e n lo
q u e a p o y a r s e , p a r a d e s d e a h í j u s t i f i c a r la m o r a l , s i n o la e x p e r i e n c i a m i s m a del
sin sentido.
5 4
La v i d a b u e n a , e n t e n d i d a c o m o la l u c h a c o n t r a la e x i s t e n c i a f r a g m e n t a d a , y
n o c o m o u n e s t a d o p o s i t i v o y a d a d o , n i s i q u i e r a a l c a n z a b l e , se s u s t e n t a e n la
e x p e r i e n c i a c o n c r e t a del d o l o r existente. «La p r a x i s ni se p u e d e r e d u c i r p o r c o m p l e t o a la t e o r í a , n i es s u s e p a r a c i ó n (jorís). A m b o s a s p e c t o s n o se d e j a n r e d u cir a u n a s í n t e s i s . La u n i d a d s ó l o existe e n los e x t r e m o s ; e n el i m p u l s o e s p o n t á n e o q u e , i m p a c i e n t e c o n el a r g u m e n t o , n o e s t á d i s p u e s t o a t o l e r a r q u e el e r r o r
p e r d u r e (...) M i e n t r a s la c o n c i e n c i a r e c o n o z c a lo m a l o s i n c o n f o r m a r s e c o n
c o n o c e r l o , s e g u i r á r e a c c i o n a n d o e s p o n t á n e a m e n t e . Ni s i q u i e r a el d e t e r m i n i s m o p s i c o l ó g i c o n o s d i s p e n s a del j u i c i o : e s t o es el m a l . La i n c o m p a t i b i l i d a d d e
c u a l q u i e r j u i c i o é t i c o u n i v e r s a l c o n e s e d e t e r m i n i s m o n o se d e b e a i n c o n s e c u e n c i a d e la m e n t e , s i n o a u n a n t a g o n i s m o o b j e t i v o » .
55
S e o p o n e a u n a f u n d a m e n t a c i ó n d i s c u r s i v a d e la l u c h a c o n t r a el s i n s e n t i d o
p o r q u e d e s c o n f í a d e las p r e t e n s i o n e s s i s t e m á t i c a s y t o t a l i t a r i a s del d i s c u r s o , y
es c o n s c i e n t e d e la i m p o r t a n c i a d e la e x p e r i e n c i a c o n c r e t a y c o r p o r a l p a r a la
a c c i ó n m o r a l . La validez j u s t i f i c a d o r a d e u n a a c c i ó n m o r a l , e n la l í n e a h a b e r m a s i a n a , deja s i n r e s p u e s t a el p r o b l e m a d e la m o t i v a c i ó n ( ¿ p o r q u é s e r m o r a l ? )
y m i n u s v a l o r a la d i m e n s i ó n p r e t e m á t i c a y prefilosófica d e la m o r a l , c u y a s raíces r e m i t e n a la e x p e r i e n c i a c o r p o r a l . Al p a r t i r del sujeto del s u f r i m i e n t o c o m o
e x p e r i e n c i a b á s i c a , se p o n e e n p r i m e r p l a n o el m u n d o d e la vida c o m p a r t i d o y
es p o s i b l e v a l o r a r las d i n á m i c a s m o t i v a c i o n e s d e l a s q u e s u r g e la m o r a l y la
e m p a t i a c o n el o t r o . E s u n a p e r c e p c i ó n m o r a l b á s i c a e i n f u n d a m e n t a b l e , p r e via a c u a l q u i e r t e m a t i z a c i ó n filosófica. E s t a a n t r o p o l o g í a c o r p o r a l y la r e v a l o rización del m u n d o d e la vida, d i f e r e n c i a b á s i c a m e n t e a A d o r n o d e H a b e r m a s .
El c u a l n o a c e p t a la i m p o r t a n c i a d e los s e n t i m i e n t o s m o r a l e s p a r a m o t i v a r n o s
y s u i n a p r e c i a b l e f u n c i ó n h e u r í s t i c a e n la a p l i c a c i ó n d e n o r m a s . L o s j u i c i o s
m o r a l e s r a c i o n a l e s t i e n e n la ú l t i m a p a l a b r a , s i n q u e las m o t i v a c i o n e s j u e g u e n
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DN 283.
DN 283.
ESTRADA, JUAN A., La utopía de L· dignidad y el reconocimiento
de los derechos
humanos:
Diálogo Filosófico 44 (1999) 211-29; ÍD., Por una ética sin teología. Habermas como filósofo de
la religión, Madrid, 2004.
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HORKHEIMER
u n p a p e l a n t e u n a j u s t i f i c a c i ó n ú l t i m a p r o c e d i m e n t a l . La c o m u n i c a c i ó n c o r p o ral n o j u e g a u n p a p e l b á s i c o e n s u t e o r í a , p o r q u e es s u s t i t u i d a p o r la c o m u n i cación discursiva".
La e x p e r i e n c i a m o r a l n o d e r i v a d e n i n g ú n p r i n c i p i o a n t e r i o r , q u e la legitim a r í a . T a m p o c o se p u e d e p a r t i r del d e r e c h o n a t u r a l , q u e , a lo m á s , es reflexión
a p o s t e r i o r i s o b r e a q u e l l o q u e favorece la vida y la s u p e r v i v e n c i a del h o m b r e .
«La r a z ó n n o t i e n e m á s q u e u n a f o r m a d e ser s o b r e - n a t u r a l e z a , s i e n d o u n a reflex i ó n s o b r e la n a t u r a l e z a » . E s decir, d e s d e la e x p e r i e n c i a del d o l o r c o m p a r t i d o
y la i d e n t i f i c a c i ó n c o n el q u e sufre se reflexiona l u e g o s o b r e lo q u e es la m o r a l ,
sin p a r t i r d e u n p r i n c i p i o r a c i o n a l . D e s d e e s t a p e r s p e c t i v a , critica t a m b i é n el
« a m o r fati» n i e t z s c h e a n o , q u e c e r t e r a m e n t e d e n u n c i a la c o n f u s i ó n e n t r e e s p e r a n z a y v e r d a d , s u b r a y a n d o el inevitable c a r á c t e r p r o y e c t i v o d e la p r i m e r a . La
fe n o es v e r d a d e r a p o r q u e g e n e r e d i c h a y N i e t z s c h e le c o n t r a p o n e la a c e p t a c i ó n
del p r o p i o d e s t i n o y la a f i r m a c i ó n d e sí. P e r o d e esta f o r m a , c a e e n el m i s m o
e r r o r p r o y e c t i v o q u e e n el p a s o d e la fe a la e s p e r a n z a . La crítica a la n e g a c i ó n
d e vivir e n el c r i s t i a n i s m o p l a t o n i z a n t e se n e u t r a l i z a d e s d e u n a a c e p t a c i ó n d e
la p o s i t i v i d a d d e la s o c i e d a d , r e n u n c i a n d o a c a m b i a r l a . La u n a es t a n d e c i s o r i a
c o m o la o t r a . La p r o h i b i c i ó n d e p e n s a r lo a b s o l u t o , p a r a evitar la «fuga m u n d i » ,
f á c i l m e n t e d e g e n e r a e n el r e c h a z o del p e n s a m i e n t o . A d o r n o d e n u n c i a p o r igual
la c o n c e p c i ó n o p t i m i s t a d e la h i s t o r i a del i d e a l i s m o i l u s t r a d o y la i m p u g n a c i ó n
del p r o g r e s o q u e d e s e m b o q u e e n la a c e p t a c i ó n fatalista del d e s t i n o . El « a m o r
fati» p u e d e s e r t a n m e n t i r o s o c o m o la fe y a m b o s r e s p o n d e n a la c r u e l d a d del
m u n d o e n q u e v i v i m o s , c o n la d i f e r e n c i a d e q u e el p r i m e r o a b s o l u t i z a el m u n d o
a b s u r d o d e s d e la i n m a n e n c i a d e los h e c h o s .
P a r a A d o r n o n o h a y p o s i b i l i d a d d e v e r d a d sin e s p e r a n z a y la m e n t i r a c a r d i n a l es t e n e r p o r v e r d a d e r a la e x i s t e n c i a d a ñ a d a , s a n c i o n a n d o así el sacrificio del
i n d i v i d u o . «El c u r s o del m u n d o se resiste a los esfuerzos d e la c o n c i e n c i a desesp e r a d a p o r h a c e r d e la d e s e s p e r a c i ó n lo A b s o l u t o . Ni él es a b s o l u t a m e n t e c e r r a do, ni lo es la d e s e s p e r a c i ó n a b s o l u t a , s i n o q u e é s t a es s u c e r r a z ó n (...) Un p e n s a m i e n t o q u e n o c a p i t u l a a n t e lo m i s e r a b l e m e n t e ó n t i c o , q u e d a f u l m i n a d o a n t e
los c r i t e r i o s d e éste, la v e r d a d c o n v e r t i d a e n falsedad, la filosofía e n c h i f l a d u r a .
P e s e a t o d o la filosofía n o p u e d e a b d i c a r » . El c a r á c t e r p r o y e c t i v o d e la m o r a l
n o le lleva a r e c h a z a r l a e n la l í n e a d e N i e t z s c h e , s i n o a b u s c a r las fuentes y r a í ces d e las q u e b r o t a el i m p u l s o m o r a l , sin b u s c a r u n a r e a l i d a d o n t o l ò g i c a e n q u e
58
59
60
HABERMAS, J., La necesidad de revisión de la izquierda, Madrid, 1 9 9 1 , 2 0 5 - 9 ; ÍD., Pensamiento postmetafísico,
Madrid, 1 9 9 0 , 9 5 - 9 8 . Un excelente estudio sobre la ausencia de la corporeidad en la antropología y ética habermasiana es el de MUÑOZ TERRÓN, J. M., Crítica fenomenología
de la ausencia de la corporalidad en el concepto habermasiano
de esfera pública,
Granada, 2 0 0 3 , 2 6 8 - 7 8 (manuscrito). También, ESTRADA, JUAN A . , Por una ética sin teología,
57
Madrid, 2 0 0 4 , 1 2 8 - 3 3 ,
163-66.
DN 2 8 7 .
MM n.° 6 1 ; DN 3 7 9 : El rechazo nietzscheano del cristianismo como negación institucionalizada del deseo de vivir, le lleva a veces a afirmar que los hombres quieren la nada, lo cual
es impensable para la voluntad individual, por más que se haya hecho inhabitable la tierra.
58
59
6 0
DN
401-402.
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233
pp. 245-271
J. A. ESTRADA, EL NIHILISMO AXIOLÓGICO SEGÚN ADORNO Y HORKHEIMER
267
f u n d a r l a . La v e r d a d d e la m e t a f í s i c a se m u e s t r a e n el m o m e n t o d e s u d e r r u m be, c o m o r e s i s t e n c i a a lo q u e es, s i n c a e r e n u n s i s t e m a d e d u c t i v o d e j u i c i o s
s o b r e lo e x i s t e n t e , ni t o m a r c o m o m o d e l o a l g o a b s o l u t a m e n t e d i s t i n t o q u e se
b u r l a r í a del p e n s a m i e n t o . P o r e s o t i e n e q u e p a r t i r d e l a s n e c e s i d a d e s d e la vida,
s i n c a e r e n el «wishfull t h i n k i n g » , p e r o s i n r e n u n c i a r al d e s e o . La e x p e r i e n c i a
d e A u s c h w i t z i m p o s i b i l i t a la t e o d i c e a e i m p u g n a el c o n s e n s o social c o m o fuent e d e los v a l o r e s . Q u e d a la m o t i v a c i ó n m o r a l , b a s a d a e n la e x p e r i e n c i a c o m p a r t i d a del s u f r i m i e n t o .
61
De a h í , la n e c e s i d a d d e u n a n e g a c i ó n p r á c t i c a del s i n s e n t i d o . «Los i n t e r e s e s
m e t a f í s i c o s d e los h o m b r e s r e q u e r í a n la p e r c e p c i ó n sin r e c o r t e s d e s u s i n t e r e ses m a t e r i a l e s . M i e n t r a s é s t o s les e s t á n e n c u b i e r t o s , los sujetos viven bajo el velo
q u e ciega. S ó l o c u a n d o lo q u e es p u e d e s e r c a m b i a d o , deja lo q u e es d e s e r el
t o d o » " . E n u n a s i t u a c i ó n u n i v e r s a l d e o p r e s i ó n social, «la i m a g e n d e la libert a d f r e n t e a la s o c i e d a d s ó l o p e r v i v e e n los r a s g o s del i n d i v i d u o m a l t r a t a d o o
a p l a s t a d o . N o es p o s i b l e d e c r e t a r d e u n a vez p o r t o d a s los e s c o n d r i j o s h i s t ó r i c o s q u e la l i b e r t a d v a e n c o n t r a n d o u n a y o t r a vez h i s t ó r i c a m e n t e . Su c o n c r e c i ó n la a d q u i e r e e n las c a m b i a n t e s figuras d e la r e p r e s i ó n , es decir, e n la resistencia contra ella» .
2
63
3.3.
El papel de la teología y de la
religión
P o r e s o , t a m p o c o es v á l i d o d e r i v a r la m o r a l d e u n p r i n c i p i o teísta, e n la l í n e a
d e D o s t o v i e s k i d e q u e si D i o s n o existe t o d o e s t á p e r m i t i d o . P a r a A d o r n o , n o
t o d o e s t á p e r m i t i d o d e s d e la e x p e r i e n c i a n e g a t i v a del d o l o r y la reflexión o r i e n ta, a y u d a a d i s c e r n i r y r e f u e r z a la m o t i v a c i ó n m o r a l q u e s u r g e d e la e x p e r i e n cia d e la i n j u s t i c i a . A d o r n o r e c h a z a q u e se p u e d a d e m o s t r a r la e x i s t e n c i a d e
Dios, c o m o t a m b i é n la é t i c a y l o s v a l o r e s q u e sirven d e o r i e n t a c i ó n e n la vida.
P e r o las t r a d i c i o n e s religiosas f o r m a n p a r t e d e la t r a d i c i ó n h u m a n i s t a q u e a y u d a
a vivir al h o m b r e y q u e le a l i e n t a n a la r e s i s t e n c i a frente a la n e g a t i v i d a d y a la
l u c h a c o n t r a el d o l o r . «El p e n s a m i e n t o q u e n o se d e c a p i t a d e s e m b o c a e n la t r a s c e n d e n c i a . S u m e t a s e r í a la i d e a d e u n a c o n s t i t u c i ó n del m u n d o e n la q u e n o
sólo q u e d a r a e r r a d i c a d o el s u f r i m i e n t o e s t a b l e c i d o , s i n o i n c l u s o fuese r e v o c a d o el q u e o c u r r i ó i r r e v o c a b l e m e n t e » . P a r a d ó j i c a m e n t e el p e n s a m i e n t o q u e t r a s c i e n d e t i e n e m á s c o n c i e n c i a d e s u i n s u f i c i e n c i a , q u e el q u e , d i r i g i d o p o r el c o n t r o l c i e n t í f i c o , s e a t i e n e s i m p l e m e n t e a l o s h e c h o s . S ó l o la e x i g e n c i a d e lo
i n c o n d i c i o n a d o h a c e j u s t i c i a a lo relativo, n o a b s o l u t i z a n d o l o y a f i r m a n d o q u e
M
65
6 1
DN
405.
6 2
DN
397.
6 3
D N 263.
Para un análisis del dolor c o m o fuente de la experiencia ética remito a los magníficos
estudios de ZAMORA, JOSÉ A., Krise-Kritik-Erinnerung.
Ein politisch-theologischer
Versuch über
das Denken Adornos im Horizont der Krise der Moderne, Münster, 1 9 9 5 , espec. 4 1 0 - 6 5 ; ÍD., T. W.
Adorno. Pensar contra L· barbarie, Madrid, 2 0 0 4 , 2 4 9 - 7 8 .
64
6 5
DN401.
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233
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lo q u e e s n o e s el t o d o , e n c o n t r a d e la c o n v e r g e n c i a positivista q u e a d e c ú a p e n samiento y realidad .
C o n v e r g e n la c r í t i c a m a t e r i a l i s t a y la p r a x i s t r a n s f o r m a d o r a , q u e l u c h a p o r
m i t i g a r el d o l o r e x i s t e n t e . L a s fuentes d e este p l a n t e a m i e n t o s o n t a n t o l a s trad i c i o n e s m a t e r i a l i s t a s c o m o a l g u n a s c o r r i e n t e s religiosas, c o m o la j u d e o crist i a n a . A p e s a r del d u a l i s m o h e l e n i z a n t e del c u e r p o y a l m a , q u e e n c o n t r ó a c o m o d o e n el j u d e o c r i s t i a n i s m o , éste s i e m p r e m a n t u v o «la i n s e p a r a b i l i d a d d e lo
e s p i r i t u a l y lo c o r p o r a l » , y s e e x p r e s ó e n la r e s u r r e c c i ó n d e los m u e r t o s o d e la
c a r n e , lo c u a l h a s i d o c o m b a t i d o p o r u n a m e t a f í s i c a o c u l t i s t a y d u a l i s t a . La
clave del c o n c e p t o j u d e o c r i s t i a n o d e s a l v a c i ó n n o e s la s a l v a c i ó n del a l m a , q u e
d e r i v a d e la filosofía griega, s i n o la s a l v a c i ó n del h o m b r e integral, del c u a l d e r i va la v i n c u l a c i ó n e s t r e c h a e n t r e s a l v a c i ó n y l i b e r a c i ó n .
A d o r n o c r i t i c a a los q u e r e c h a z a n la a n t r o p o l o g í a teológica, q u e ve al h o m b r e c o m o i m a g e n y s e m e j a n z a d e Dios, p a r a a f e r r a r s e a u n a c o n c e p c i ó n fàctica
y u t i l i t a r i a d e l y o , t a n i n f u n d a m e n t a d a c o m o la p r i m e r a p e r o m u c h o m á s integ r a b l e e n el m o d e l o f u n c i o n a l i s t a del h o m b r e . T o d a d e f i n i c i ó n d e l h o m b r e
puede ser i m p u g n a d a c o m o interpretación sin fundamento empírico último,
p e r o h a y q u e a n a l i z a r las d i s t i n t a s c o n c e p c i o n e s a n t r o p o l ó g i c a s d e s d e la l u z d e
la v i d a d a ñ a d a y d e u n a e x i s t e n c i a s a l u d a b l e . N o es u n a e s p e c u l a c i ó n t e ó r i c a
s o b r e la d i g n i d a d del h o m b r e la q u e c o n s t i t u y e el p u n t o d e p a r t i d a , s i n o la reflex i ó n s o b r e l a s c o n d i c i o n e s c o n c r e t a s q u e g e n e r a n el s u f r i m i e n t o . E n l u g a r d e
p a r t i r d e u n a t e o r í a s o b r e el h o m b r e s e p a r t e i n d u c t i v a m e n t e d e la r e a l i d a d
sufriente, p a r a d e s d e a h í e v a l u a r las d i s t i n t a s p r o p u e s t a s a n t r o p o l ó g i c a s . De a h í ,
la insistencia a d o r n i a n a , y t a m b i é n h o r k h e i m e r i a n a , d e q u e el p r o g r e s i s m o a u t é n tico p a s a t a m b i é n a veces p o r defender la tradición. Lo progresista e n u n m o m e n t o d a d o , p o r e j e m p l o la p r o m o c i ó n del e s p í r i t u científico r e s p e c t o del metafísic o y religioso, p u e d e c a m b i a r d e s i g n o e n o t r o m o m e n t o h i s t ó r i c o .
A d o r n o h a m a n t e n i d o s i e m p r e u n a p o s t u r a c e r c a n a a la d e W a l t e r B e n j a m i n ,
a d i f e r e n c i a del p r i m e r H o r k h e i m e r . La m e m o r i a d e los v e n c i d o s y la n e c e s i d a d
d e j u s t i c i a p a r a las g e n e r a c i o n e s del p a s a d o u n e l e m e n t o f u n d a m e n t a l d e la afirm a c i ó n q u e la v i d a t i e n e u n s e n t i d o . P o r e s o la e x p e c t a t i v a j u d e o c r i s t i a n a e n
t o r n o a la r e s u r r e c c i ó n d e los m u e r t o s y la j u s t i c i a final c o n t r i b u y e al p o s t u l a d o del s e n t i d o d e la vida. De a h í s u i m p o r t a n c i a p a r a la m i s m a filosofía a lo l a r g o
d e la h i s t o r i a : «El ú n i c o m o d o q u e a ú n le q u e d a a la filosofía d e r e s p o n s a b i l i 66
67
6 8
69
66
67
6 8
MM 1 2 7 , n.°
MM 2 4 5 , n.°
MM
83.
151.
1 7 1 - 7 5 , n.° 9 9 .
MM 1 5 1 - 5 2 , n.° 9 8 . La sintonía entre Adorno y Walter Benjamin es constante, a diferencia del primer Horkheimer que toma distancias. Adorno resalta la importancia de la esperanza, que impide ver como definitivas la propia muerte y a las víctimas del pasado, en contra de la preocupación por el yo que es la perspectiva horkheimeriana. Para Adorno el concepto
de verdad no es posible sin teología negativa. HORKHEIMER, M., Gesammelte Schriften 15: Briefwechsel 1913-36, Francfort, 1 9 9 5 , 3 2 7 - 2 8 ; Gesammelte Schriften 16: Briefwechsel 1937-40, Francfort, 1 9 9 5 , 3 4 - 3 5 . Remito al estudio de LIEDKE, U., Zerbrechliche Wahrheit, Würzburg, 2 0 0 2 , 9 69
1 4 . También, ESTRADA, JUAN A., Por una ética sin teología, Madrid, 2 0 0 4 , 1 8 6 - 9 4 .
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J. A. ESTRADA, EL NIHILISMO
AXIOLÓGICO
SEGÚN ADORNO
Y HORKHEIMER
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z a r s e , a la vista d e la d e s e s p e r a c i ó n , es i n t e n t a r v e r las c o s a s tal y c o m o a p a r e c e n d e s d e la p e r s p e c t i v a d e la r e d e n c i ó n . El c o n o c i m i e n t o n o t i e n e o t r a luz ilum i n a d o r a del m u n d o q u e la q u e a r r o j a la i d e a d e la r e d e n c i ó n (...) C u a n t o m á s
a f a n o s a m e n t e se h e r m e t i z a el p e n s a m i e n t o a s e r c o n d i c i o n a d o e n a r a s d e lo
i n c o n d i c i o n a d o es c u a n d o m á s i n c o n s c i e n t e y, p o r e n d e , f a t a l m e n t e s u c u m b e
al m u n d o . I n c l u s o d e b e a s u m i r s u p r o p i a i m p o s i b i l i d a d e n a r a s d e la posibilid a d . F r e n t e a la e x i g e n c i a q u e d e e s e m o d o se i m p o n e , r e s u l t a p o c o m e n o s q u e
i n d i f e r e n t e la p r e g u n t a p o r la r e a l i d a d e i r r e a l i d a d d e la r e d e n c i ó n » .
70
La p r e g u n t a n o es si Dios y la r e d e n c i ó n e x i s t e n o n o , s i n o el p o s t u l a d o d e
v e r la v i d a d e s d e la v i n c u l a c i ó n e n t r e v i d a d a ñ a d a y n e c e s i d a d d e r e d e n c i ó n .
E s t o es lo q u e a p o r t a el j u d e o c r i s t i a n i s m o e n c u a n t o i n s t a n c i a d e s e n t i d o , e n
c o n t r a del p o s i t i v i s m o q u e se q u e d a e n los h e c h o s y del t r i u n f a l i s m o del p r o g r e s o q u e p a s a d e l a r g o p o r el s u f r i m i e n t o q u e a r r a s t r a y conlleva. E s t e es t a m b i é n «el s e c r e t o d e la filosofía k a n t i a n a , la i m p o s i b i l i d a d d e p e n s a r la d e s e s p e r a c i ó n » . La s a l v a c i ó n e n la esfera inteligible n o es sólo m a l a a p o l o g é t i c a s i n o
q u e i n t e n t a i n t e r r u m p i r la D i a l é c t i c a d e la I l u s t r a c i ó n p r e c i s a m e n t e d o n d e ella
a c a b a e l i m i n a n d o a la r a z ó n m i s m a . K a n t p r e v i e n e s o b r e la m i t o l o g í a del c o n c e p t o , q u e p o n e u n a b a r r e r a a n t e el A b s o l u t o y a p r i s i o n a al e s p í r i t u e n la i n m a n e n c i a , c o m o o c u r r e e n la s o c i e d a d c o n los h o m b r e s . P o r eso se i m p o n e el p o s t u l a d o d e la r a z ó n p r á c t i c a , y c o n ella el a n s i a d e salvar, m á s q u e s u c r í t i c a a la
m e t a f í s i c a , s i n caer, s i n e m b a r g o e n la a f i r m a c i ó n d e la e x i s t e n c i a d e D i o s .
71
A d o r n o m a n t i e n e q u e la t r a s c e n d e n c i a n o p u e d e s e r a f i r m a d a p o s i t i v a m e n t e , d a d a la n e g a t i v i d a d d e la h i s t o r i a y la n e c e s i d a d d e h a c e r j u s t i c i a a las víct i m a s . H a y q u e m a n t e n e r la p r o h i b i c i ó n d e i m á g e n e s del a b s o l u t o y d e la v i d a
r e c o n c i l i a d a , c r i t i c a r t o d a r e a l i z a c i ó n h i s t ó r i c a y r e l a t i v i z a r el p r o g r e s o . D e s d e
la v i d a d a ñ a d a , se r e s a l t a el déficit d e s e n t i d o d e lo q u e h a y , sin p o d e r a f i r m a r
u n e s t a d o p o s i t i v o q u e r e a l i c e la s o c i e d a d e m a n c i p a d a . La b ú s q u e d a d e t r a s c e n d e n c i a s u r g e d e las n e c e s i d a d e s h u m a n a s , sin g a r a n t í a a l g u n a d e v e r d a d p e r o
t a m b i é n sin c l a u d i c a r a n t e el s i n s e n t i d o e x i s t e n t e . «La r a z ó n sólo p u e d e resist i r e n la sin r a z ó n y el e x c e s o , n e c e s i t a del a b s u r d o p a r a n o c l a u d i c a r a la locur a objetiva (...) ¿ Q u é s e r í a d e la felicidad q u e n o se m i d i e r a e n el l u t o i n m e d i ble d e lo q u e e s ? » . H a y q u e a c e n t u a r la l u c h a c o n t r a el d o l o r c o n c r e t o m á s q u e
la e x p e c t a t i v a d e u n a s a l v a c i ó n final.
72
73
Lo h i s t ó r i c o c o n c r e t o r e s u r g e c o n t r a el p e n s a m i e n t o d e lo g e n e r a l y e n el
m o m e n t o d e la c a í d a d e la m e t a f í s i c a h a y u n a r e v a l o r i z a c i ó n del p e n s a m i e n t o .
E s t a o r i e n t a c i ó n p r á c t i c a es t a m b i é n clave e n la e v a l u a c i ó n d e los c o n c e p t o s teológicos y los s í m b o l o s religiosos. El p e n s a m i e n t o t i e n e q u e e s t a r al servicio d e
la t r a n s f o r m a c i ó n d e lo d a d o , m á s allá d e la p u r a e s p e c u l a c i ó n . « E n el c a s o d e
que cada símbolo no simbolice sino otro símbolo, también conceptual, su núcleo
MM 250, n.° 153. Es el parágrafo final de la obra.
DN 384-385; 388.
«Auschwitz ha privado de su derecho a toda voz de las alturas, aunque sea teológica»:
DN 367.
MMn.°128.
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AXIOLÓGICO
SEGÚN ADORNO
Y
HORKHEIMER
e s t a r í a v a c í o y c o n él la religión. Tal es la a c t u a l a n t i n o m i a d e la c o n c i e n c i a teológica (...) De s e r t o t a l m e n t e e l i m i n a d a la p o s i b i l i d a d , p o r lejana y débil q u e sea,
d e u n a r e d e n c i ó n e n lo existente, el e s p í r i t u se c o n v e r t i r í a e n ilusión, p a r a term i n a r el s u j e t o finito, c o n d i c i o n a d o , m e r a m e n t e e x i s t e n t e , s i e n d o d i v i n i z a d o
c o m o p o r t a d o r del e s p í r i t u » . H a y u n a v i n c u l a c i ó n e s t r e c h a e n t r e la «vida d a ñ a da» y la p e r s p e c t i v a j u d e o c r i s t i a n a d e la « r e d e n c i ó n » , l u c h a n d o s i e m p r e c o n t r a u n a i n t e r p r e t a c i ó n i d e a l i s t a d e la religión y u n a p o s i t i v i z a c i ó n d e la u t o p í a .
N o se a b s o l u t i z a n e g a t i v a m e n t e la o n t o l o g i a d e lo existente, s i n o q u e se interp r e t a e n clave d e r e d e n c i ó n y se h a c e u n a n e g a c i ó n d e t e r m i n a d a . La revaloriz a c i ó n d e la r e a l i d a d y los l í m i t e s del p e n s a m i e n t o n o g e n e r a n el d e s á n i m o s i n o
u n a p r a x i s a b i e r t a a la e s p e r a n z a , a u n q u e la n e g a t i v i d a d d e la t o t a l i d a d o p e r a
e n s u c o n t r a . E n A d o r n o falta, sin e m b a r g o , u n a a p r e c i a c i ó n d e lo positivo, d e
las e x p e r i e n c i a s r e a l i z a d a s , a u n q u e s e a n f r a g m e n t a r i a s , c o m o d a d o r a s d e sent i d o y m o t i v a d o r a s d e la p r a x i s t r a n s f o r m a d o r a . P o r u n l a d o , es c o n s c i e n t e d e
q u e n o t o d o es n e g a t i v i d a d y q u e e n la v i d a d a ñ a d a h a y e x p e r i e n c i a s c o n t i n g e n t e s d e s e n t i d o , p o r o t r o r e c h a z a a s u m i r l a s y p a r t i r d e ellas. Afirma q u e «a la
c o n c i e n c i a le s e r í a a b s o l u t a m e n t e i m p o s i b l e d e s e s p e r a r s e p o r el gris a b u n d a n t e si n o g u a r d a s e el c o n c e p t o d e u n c o l o r d i s t i n t o , c u y a h u e l l a d i s p e r s a n o falta
e n la t o t a l i d a d n e g a t i v a . E s t a h u e l l a p r o c e d e s i e m p r e d e lo p a s a d o c o m o u n a
e s p e r a n z a a p a r t i r d e su c o n t r a r i o , lo q u e t u v o q u e d e s a p a r e c e r o e s t á c o n d e n a d o . (...) T i e n t a c o n t o d o , a b u s c a r el s e n t i d o d e la v i d a n o e n ella, sin m á s ,
s i n o e n los m o m e n t o s felices. Ellos c o m p e n s a n e n e s t a vida el q u e ya n o tolere
n a d a fuera d e s í » . E s d e c i r h a y e x p e r i e n c i a s y r e c u e r d o s d e s e n t i d o q u e m o t i v a n p a r a l u c h a r c o n t r a lo n e g a t i v o e i m p i d e n a f i r m a r el s i n s e n t i d o a b s o l u t o
t a n t o c o m o se o p o n e n a la a f i r m a c i ó n c o n t r a r i a . El n i h i l i s t a a b s t r a c t o s i e m p r e
e n m u d e c e a n t e la p r e g u n t a d e p o r q u é v i v e .
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76
S i n e m b a r g o , A d o r n o a f i r m a c o n W a l t e r B e n j a m i n q u e «la e s p e r a n z a n o s h a
s i d o d a d a p o r los q u e n o t i e n e n e s p e r a n z a . Del m i s m o m o d o es t e n t a d o r b u s c a r
el s e n t i d o n o e n la v i d a m i s m a , s i n o e n los i n s t a n t e s d e p l e n i t u d . E l l o s c o m p e n s a n e n la e x i s t e n c i a d e a q u í , y a q u e fuera d e ellos n a d a m á s es t o l e r a b l e » .
P e r o , p r o s i g u e A d o r n o , P r o u s t h a m o s t r a d o q u e « t a m p o c o existe esa p l e n i t u d
del m o m e n t o s a l v a d o p o r el r e c u e r d o (...) i n c l u s o la a f i r m a c i ó n d e u n s e n t i d o
a c c e s i b l e al e s p l e n d o r d e u n a e x p e r i e n c i a f r a g m e n t a r i a , p e r o g e n u i n a , se c o n vierte e n i d e o l o g í a u n a vez q u e la m u e r t e es i r r e v o c a b l e » . P o r u n l a d o , h a y experiencias p o s i t i v a s d e s e n t i d o , p o r o t r o es la n e g a t i v i d a d del d o l o r la ú n i c a plat a f o r m a d e s d e la q u e es p o s i b l e e v a d i r s e del sin s e n t i d o . La n e g a t i v i d a d d e la
filosofía d e la h i s t o r i a d e A d o r n o es m a t i z a d a , p e r o n o valora el significado e m a n c i p a d o r d e las f r a g m e n t a r i a s e x p e r i e n c i a s d e s e n t i d o . La fuente d e la m o r a l es
la n e g a c i ó n del dolor, n o la e x p e r i e n c i a positiva c o m p a r t i d a . La t r a d i c i ó n j u d e o c r i s t i a n a a la q u e r e c u r r e es a q u í p a r c i a l m e n t e m o d i f i c a d a , y a q u e ésta n o sólo
a p e l a a la r e d e n c i ó n final, s i n o q u e a f i r m a q u e la p l e n i t u d se h a c e p r e s e n t e e n
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DN 378.
DN 377.
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J. A. ESTRADA, EL NIHILISMO AXIOLÓGICO SEGÚN ADORNO Y
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la h i s t o r i a , a u n q u e d e f o r m a p a r c i a l y f r a g m e n t a r i a . El « r e i n o d e los cielos», la
v e n i d a del m e s í a s o la r e d e n c i ó n final, n o s ó l o s o n r e f e r e n c i a s e s c a t o l ó g i c a s ,
sino que hay instantes de plenitud, instantes de eternidad dirían Kierkegaard y
N i e t z s c h e , a u n q u e c o n s e n t i d o o p u e s t o , y a q u e la p r e s e n c i a d e Dios e n la h i s t o ria i m p l i c a e x p e r i e n c i a s d e p l e n i t u d .
El p e s i m i s m o m e t a f í s i c o , A u s c h w i t z y u n a visión n e g a t i v a d e la t o t a l i d a d d e
la s o c i e d a d h a c e n inviable la r e v a l o r a c i ó n d e lo p o s i t i v o c o m o a n t í t o d o al s i n
s e n t i d o . A d o r n o c a e a s í b a j o la c r í t i c a d e K i e r k e g a a r d q u e r e c h a z a p a r t i r d e lo
n e g a t i v o p o r q u e es s i e m p r e a u s e n c i a d e algo, y s u b r a y a la p r i m a c í a d e lo p o s i tivo c o m o p u n t o d e p a r t i d a p a r a el p e n s a m i e n t o . L a s f r a g m e n t a r i a s e x p e r i e n c i a s d e s e n t i d o s o n las q u e i m p i d e n el s i n s e n t i d o r a d i c a l , la n e g a c i ó n d e la vida,
d e s d e las c u a l e s la l u c h a c o n t r a la n e g a t i v i d a d a d q u i e r e p l e n o significado. Adorn o lo c a p t a p e r o s u p e s i m i s m o m e t a f í s i c o l i m i t a la v a l o r a c i ó n positiva del s e n t i d o existente, q u e él s i e m p r e a n a l i z a d e s d e la p e r s p e c t i v a d e s u finitud y el i m p u s o p o r el A b s o l u t o . L a s o l i d a r i d a d c o n el d o l o r p r o p i o y a j e n o e s la c l a v e
a d o r n i a n a del i n t e n t o p o r d a r s e n t i d o a lo q u e n o lo t i e n e . E s la f o r m a d e h a c e r
filosofía d e s p u é s d e A u s c h w i t z , e n la q u e el a n s i a d e a b s o l u t o es la o t r a c a r a d e
la p r a x i s significativa q u e n o se c o n t e n t a sólo c o n la u t o p í a d e u n a r e c o n c i l i a c i ó n futura, s i n o q u e t i e n e c o n c i e n c i a d e la d e u d a c o n t r a í d a c o n el p a s a d o .
71
7 8
1 9
Departamento de Filosofía
Campus Universitario de Cartuja
18011 Granada
[email protected]
JUAN ANTONIO ESTRADA DÍAZ
[Artículo aprobado para publicación en septiembre de 2005]
DN 3 7 8 .
KIERKEGAARD, S., El concepto de angustia, Madrid, 1 9 3 0 , 2 1 1 - 1 2 .
«Por m u c h o que toda felicidad se halle deformada por su propia revocabilidad, con
todo en las grietas que desmienten la identidad, lo existente se halla cargado con las promesas, constantemente rotas de ese otro. Toda felicidad es fragmento de la felicidad total, que
se niega ella misma a los hombres y que ellos se niegan a sí mismos. La convergencia, lo otro
de la historia prometido humanamente, alude con constancia a lo m i s m o que la ontologia
sitúa ilegítimamente antes de la historia o exime de ella. El concepto no es real, c o m o querría
el argumento ontológico, pero no podría ser pensado de no haber algo en la cosa que impul77
78
79
sase a él» (DN 4 0 1 - 4 0 2 ) .
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pp. 245-271
EL INFINITO EN LA SUMA TEOLÓGICA:
TEOLOGÍA, FÍSICA Y MATEMÁTICAS
(Suma teológica, I, q.7) *
FRANCISCO G Ó M E Z CAMACHO
Universidad Pontificia Comillas, Madrid
RESUMEN: Este artículo presenta la doctrina de Santo Tomás sobre la ¡dea del infinito tal y como se
encuentra en la Suma teológica, cuestión 7.*: «La infinitud de Dios». Se presenta desde tres perspectivas diferentes, como aparece en los diferentes artículos de esta cuestión. Una está referida al problema
teológico (art. 1: «Si Dios es Infinito»); la segunda tiene que ver con el problema físico (art. 2: «Si fuera
de Dios puede existir algo infinito por esencia»); y la tercera analiza el problema matemático (arts. 3 y 4:
«Si puede existir una magnitud real infinita», y «Si puede existir una multitud de cosas infinita»). Se trata,
por tanto, de una presentación que pretende ser interdisciplinar.
PALABRAS CLAVE: infinito, Dios, magnitud, cosa, multitud.
The Infinite in the Summa Theologica: Theology, Physics
and Mathematics
ABSTRACT: This article presents the doctrine of St. Thomas about the idea of the infinite in the Summa
Theologica, question 7 : «The Infinity of God». The doctrine is presented from three different perspectives, following the different articles of this question: first, as a theological problem (art. 1: «Whether God
is Infinite»); second, as a physical problem (art. 2: «Whether anything but God can be essentially infinite»); and finally, as an analysis of a mathematical problem (arts. 3 and 4: «Whether an actually infinite
magnitude can exist», and «Whether an infinite multitude of thing can exist»). This presentation, therefore, intends to be an interdisciplinary.
a
KEY WORDS: infinite, God, magnitude, thing, multitude.
INTRODUCCIÓN
E n u n a C o n f e r e n c i a q u e p r o n u n c i ó M i g u e l d e G u z m á n e n la F u n d a c i ó n Central H i s p a n o s o b r e « M a t e m á t i c a s y e s t r u c t u r a s d e la n a t u r a l e z a » ' decía lo siguiente s o b r e la m a t e m a t i z a c i ó n del i n f i n i t o :
2
«La p r e s e n c i a del infinito e n la m a t e m á t i c a constituye u n reto insoslayable. E n la m i s m a p e r c e p c i ó n de la multiplicidad presente en las c o s a s , en e s e
caer en la c u e n t a de la finitud ( n o soy q u i e n lo llena todo) y repetibilidad de
* Este trabajo se presentó y discutió en el Seminario interno celebrado el año 2005 en el
Departamento de Historia de la Matemática de la Facultad de Matemáticas de la Universidad
Complutense de Madrid.
' GUZMÁN, M. DE, «Matemáticas y estructuras de la naturaleza», en: Ciencia y Sociedad.
Desafíos del Conocimiento
ante el Tercer Milenio (coords. F. MORA TERUEL - J. M . SEGOVIA DE
ARANA), Fundación Central Hispano, Madrid, 1 9 9 8 , p. 1 4 .
Epígrafe «La paradoja c o m o estímulo del progreso matemático». Menciona la paradoja de Galileo (hay o no hay más naturales que números pares), la de Cantor (sobre el conjunto de todos los conjuntos), la de Russell (paradoja del barbero), de Richard (sobre los adjetivos autopredicables).
2
© PENSAMIENTO, ISSN 0031-4749
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F. GÓMEZ, EL INFINITO EN LA SUMA TEOLÓGICA: TEOLOGIA, FÍSICA Y MATEMÁTICAS
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la u n i d a d presente en la propia c o n c i e n c i a del y o (hay otros c o m o y o m i s m o ) ,
en e s o s p u n t o s suspensivos que c o l o c a m o s c u a n d o e m p e z a m o s a contar y decim o s 1 , 2 , 3 . . . está presente de alguna m a n e r a la p e r c e p c i ó n de la presencia del
infinito e n nuestra mente».
«Se trata de u n a p r e s e n c i a n o temática, es decir, n o se h a c e ella m i s m a
objeto al m o d o c o m o se objetivan las c o s a s concretas del resto de nuestro c o n o c i m i e n t o , pero en realidad es esta presencia la que está d a n d o f u n d a m e n t o a
nuestra posibilidad de c o n o c i m i e n t o de lo que es finito».
S a n t o T o m á s fue u n t e ó l o g o , p r i n c i p a l m e n t e , y al h a b l a r del infinito es d e
esperar que hable c o m o teólogo y no c o m o matemático. Podemos hablar por
e s o d e la t e o l o g i z a c i ó n del i n f i n i t o e n s a n t o T o m á s y s u m a t e m a t i z a c i ó n e n
M i g u e l d e G u z m á n . S i n e m b a r g o , y c o m o t a m b i é n e s c r i b i ó M. d e G u z m á n :
«... en la estructura peculiar del p e n s a m i e n t o m a t e m á t i c o , y m á s en concreto en la m i s m a presencia del infinito en el origen de nuestra matematización, aparece u n a forma de apertura a la trascendencia q u e . . . presenta puntos de s e m e j a n z a c o n la m a n e r a de proceder de a l g u n o s t e ó l o g o s de nuestro
t i e m p o , c o m o K. Rahner, en sus ideas sobre el a c e r c a m i e n t o racional a D i o s » .
3
P o d e m o s d e c i r p o r eso q u e el d i á l o g o e n t r e teología y m a t e m á t i c a s p u e d e n o
ser i m p o s i b l e , p u e s e n a m b o s casos, e n el m a t e m á t i c o y e n el teológico, el infin i t o se h a c e p r e s e n t e d e a l g ú n m o d o . M á s a ú n , e n a m b o s c a s o s «se t r a t a d e u n a
p r e s e n c i a n o t e m á t i c a » , a u n q u e t a m b i é n e n a m b o s c a s o s «es e s t a p r e s e n c i a la
q u e está d a n d o f u n d a m e n t o a n u e s t r a p o s i b i l i d a d d e c o n o c i m i e n t o d e lo q u e es
finito». P o r e s o m e p a r e c e q u e la m e j o r m a n e r a d e p r e s e n t a r la c u e s t i ó n 7 . d e la
Suma teológica p u e d e s e r a n a l i z a r l a c o m o u n e j e m p l o d e d i á l o g o interdisciplin a r e n el q u e se r e l a c i o n a n ideas m a t e m á t i c a s c o n ideas físicas, filosóficas y, n a t u r a l m e n t e , t e o l ó g i c a s . S e t r a t a d e u n d i á l o g o q u e p o r d e s a r r o l l a r s e c o n el rigor
lógico p r o p i o del p e n s a m i e n t o escolástico p e r m i t e r e l a c i o n a r t o d a s e s a s i d e a s d e
f o r m a s i s t e m á t i c a , f o r m a n d o p a r t e d e t o d a u n a visión f o r m a l m e n t e e s t r u c t u r a d a y n o d e f o r m a a r b i t r a r i a . E s t a clase d e d i á l o g o i n t e r d i s c i p l i n a r , c o m o observa P r i g o g i n e , a ú n se m a n t e n í a e n la E u r o p a del siglo xvm, c o m o
a
«... nos muestra la célebre correspondencia entre Leibniz y Clarke, este último
portavoz de N e w t o n . . . [un diálogo que asocia inextricablemente registros que
cualquier epistemólogo serio trataría de mantener separados» en la actualidad] .
4
R A Z O N E S A FAVOR D E LA EXISTENCIA DEL INFINITO
E n el a r t í c u l o t e r c e r o d e la c u e s t i ó n 7 . d e la Suma se p r e g u n t a s a n t o T o m á s
«si p u e d e existir a l g o q u e s e a d e h e c h o infinito e n s u m a g n i t u d » , y su r e s p u e s t a d i c e así:
a
GUZMÁN, M. DE, «¿Una apertura de la matemática a la trascendencia?», en: Pensamiento científico y trascendencia (ta. ALBERTO Dou), Publicaciones de la Universidad Pontificia Comillas, Madrid, 1 9 9 8 .
PRIGOGINE, I. - STANGERS, I., Entre el tiempo y la eternidad, Alianza, Madrid, 1 9 9 0 , p. 3 9 .
3
4
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FÍSICA Y MATEMÁTICAS
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«En las ciencias matemáticas no hay error, puesto que, como dice Aristóteles, "en la abstracción no hay engaño". Ahora bien, en matemáticas se emplea
el infinito en magnitud, luego podemos concluir que "no es imposible que haya
algo infinito por su magnitud"».
E s t a f o r m a d e i n t r o d u c i r s a n t o T o m á s la reflexión s o b r e el infinito m e sugiere t r e s o b s e r v a c i o n e s q u e c o n s i d e r o i m p o r t a n t e s :
1)
2)
3)
La u t i l i z a c i ó n del c o n c e p t o « m a g n i t u d » e n r e l a c i ó n c o n el infinito m a t e mático.
El m o d o d e e x p r e s a r s e s a n t o T o m á s , q u e n o es a f i r m a t i v o e n c u a n t o a
la e x i s t e n c i a o n o d e l infinito real, s i n o sólo e n c u a n t o a la posibilidad
d e s u e x i s t e n c i a . E m p i e z a a f i r m a n d o q u e «no es i m p o s i b l e q u e exista»
el infinito e n m a g n i t u d , lo q u e n o significa q u e de hecho exista.
La d i s t i n c i ó n e n t r e e r r o r y c e r t e z a . N o s d i c e q u e e n la a b s t r a c c i ó n m a t e m á t i c a n o h a y e n g a ñ o , n o h a y falsedad. E m p e z a r é p o r e s t a ú l t i m a observ a c i ó n , lo q u e n o s p e r m i t i r á e n t e n d e r m e j o r las d o s p r i m e r a s .
E L M U N D O D E LA ABSTRACCIÓN MATEMÁTICA Y E L M U N D O D E LA CAVERNA:
VERDAD Y CERTEZA
« E n las c i e n c i a s m a t e m á t i c a s n o h a y e r r o r » , p u e s t o q u e se t r a t a del m u n d o
d e la a b s t r a c c i ó n . L a s m a t e m á t i c a s p e r t e n e c e n al m u n d o d e las i d e a s p l a t ó n i c a s , u n m u n d o c o n e x i s t e n c i a p r o p i a y e n el q u e el e n t e n d i m i e n t o n o se p u e d e
e n g a ñ a r . El m u n d o m a t e m á t i c o se d i f e r e n c i a así del m u n d o d e la c a v e r n a plat ó n i c a , e n el q u e los s e n t i d o s sí n o s p u e d e n e n g a ñ a r y n o s e n g a ñ a n c o n r e l a t i v a
f r e c u e n c i a . El m u n d o d e la a b s t r a c c i ó n m a t e m á t i c a es p a r a s a n t o T o m á s , c o m o
lo e r a p a r a Aristóteles, el m u n d o d e la verdad, y e n este m u n d o sí p a r e c e q u e
p u e d e existir el infinito, p u e s
«... el geómetra dice en sus demostraciones: "supongamos que tal línea es infinita". Luego no es imposible que [en el m u n d o de la abstracción matemática]
haya algo infinito por su magnitud».
N o es t a n c l a r o , s i n e m b a r g o , q u e el infinito p u e d a existir e n el m u n d o d e la
c a v e r n a , e n el q u e n u e s t r o c o n o c i m i e n t o es incierto, a v a n z a m o s a t i e n t a s y n o s
p o d e m o s e n g a ñ a r . E n c o n s e c u e n c i a , n o es t a n c l a r o q u e el infinito se p u e d a aplic a r a las c o s a s q u e e x i s t e n e n el m u n d o d e la c a v e r n a , q u e es lo q u e se p r e g u n ta s a n t o T o m á s e n el a r t í c u l o 2.° d e la c u e s t i ó n 7 . . P a r a r e s o l v e r e s t a d u d a es
p a r a lo q u e n e c e s i t a m o s r e f e r i r n o s al c o n c e p t o magnitud tal y c o m o se e n t i e n d e e n los d o s m u n d o s , e n el d e la a b s t r a c c i ó n m a t e m á t i c a y e n el d e la c a v e r n a ,
e n la q u e n o s r e l a c i o n a m o s c o n l a s c o s a s físicas d e la n a t u r a l e z a . C o m o e s c r i b e
Funkenstein:
a
«El universo material de santo Tomás, como el aristotélico, se puede describir con precisión. También como el aristotélico, no es en modo alguno un
universo homogéneo. Está formado por una jerarquía de formas perfectamente
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), num. 233
pp. 273-290
276
F. GÓMEZ, Hi. INFINITO EN LA SUMA TEOLÓGICA: TEOLOGÍA, FÍSICA Y MATEMÁTICAS
organizadas u n a s c o n otras. Se p u e d e decir que Dios ["el horizonte IN finito",
diría M. de G u z m á n ] se refleja o "expresa" en cada una de ellas y en la totalidad. La unidad-dentro-de-la-multiplicidad es la razón por la que Dios n o creó
el u n i v e r s o m o n o c r o m á t i c o que p o d í a h a b e r c r e a d o . . . Un u n i v e r s o c o n u n
ú n i c o grado de perfección n o hubiera sido verdaderamente perfecto. La iguald a d e n el u n i v e r s o es t a m b i é n su d e s i g u a l d a d : la equalitas proportionis.
Se
podría decir — c o n c l u y e F u n k e n s t e i n — que Dios "se expresó" a sí m i s m o en
ella» .
5
El u n i v e r s o m a t e r i a l d e s a n t o T o m á s n o es, p u e s , el m u n d o h o m o g é n e o del
g e ó m e t r a e u c l i d i a n o , e n el q u e las l í n e a s se p u e d e n c o n s i d e r a r infinitas c o m o
t a m b i é n se p u e d e calificar d e infinito el e s p a c i o . El p r o b l e m a q u e se p l a n t e a
s a n t o T o m á s , p o r t a n t o , es si e n u n m u n d o d e f o r m a s h e t e r o g é n e a s y perfect a m e n t e j e r a r q u i z a d a s , c o m o es el m u n d o físico d e la c a v e r n a , es p o s i b l e q u e
e x i s t a a l g o d e m a g n i t u d infinita. S u c o n c l u s i ó n s e r á n e g a t i v a , y n o s i n t e r e s a
c o n o c e r c ó m o llegó a e s t a c o n c l u s i ó n , p u e s el c a m i n o r e c o r r i d o e x p r e s a la epist e m o l o g í a y la o n t o l o g i a d e f e n d i d a p o r s a n t o T o m á s e n ese p e c u l i a r d i á l o g o
e n t r e m a t e m á t i c a s , física y t e o l o g í a q u e es la c u e s t i ó n 7 . d e la Suma. A d e m á s ,
su c o n c l u s i ó n d e s c a n s a e n u n a d e las d i f e r e n c i a s e s e n c i a l e s e n t r e la visión del
u n i v e r s o q u e se i m p u s o d e s p u é s d e la r e v o l u c i ó n científica n e w t o n i a n a y la q u e
a n t e r i o r m e n t e se h a b í a d e f e n d i d o p o r la e s c o l á s t i c a s i g u i e n d o las i d e a s d e Arist ó t e l e s . C o m o A. K o y r é e s c r i b e e n s u l i b r o Del mundo cerrado al universo
infinito :
A
6
«Es posible describir a p r o x i m a d a m e n t e esta revolución científica y filosófica (en realidad resulta i m p o s i b l e separar en este p r o c e s o los a s p e c t o s filosóficos de los p u r a m e n t e científicos...) d i c i e n d o que conlleva la destrucción del
C o s m o s ; es decir, la desaparición, en el c a m p o de los c o n c e p t o s filosófica y
científicamente válidos, de la c o n c e p c i ó n del m u n d o c o m o un todo finito, cerrad o y jerárquicamente o r d e n a d o . . . [y su s u s t i t u c i ó n ] por un universo indefinid o y a u n infinito que se m a n t i e n e u n i d o por la identidad de sus leyes y c o m p o n e n t e s fundamentales, y en el cual t o d o s e s o s c o m p o n e n t e s están situados
en el m i s m o nivel del s e r » .
1
El p e n s a m i e n t o d e s a n t o T o m á s s o b r e el infinito p u e d e i n t e r p r e t a r s e , p u e s ,
d e n t r o d e lo q u e s u p u s o el c a m b i o d e visión q u e llevó del C o s m o s c e r r a d o al u n i v e r s o infinito. N o se t r a t a d e u n a i n t e r p r e t a c i ó n fácil p u e s , c o m o e s c r i b e Prigog i n e , n o s exige s u m e r g i r n o s e n el c o r a z ó n d e la « t u r b u l e n c i a c u l t u r a l » d e finales d e la E d a d M e d i a , y:
FUNKENSTEIN, A., Theology and the Scientific Imagination
from the Middle Ages to the
seventeenth century, Princeton University Press, Princeton, 1986, p. 56.
KOYRÉ, A., Del mundo cerrado al universo infinito, Siglo XXI, Madrid, 1979.
KOYRÉ, op. cit., p. 6. En nota a pie de página señala Koyré cómo «la historia completa
de la transformación de las concepciones del espacio, de la Edad Media a los tiempos modernos, debería incluir la historia del resurgimiento de las concepciones de la materia platónicas
y neoplatónicas desde la Academia Florentina a los platónicos de Cambridge, así como las de
las concepciones atomísticas de la materia y las discusiones en torno al vacío que siguen a los
experimentos de Galileo, Torricelli y Pascal».
5
6
7
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pp. 273-290
F. GÓMEZ, EL INFINITO EN LA SUMA TEOLÓGICA: TEOLOGÍA, FÍSICA Y MATEMÁTICAS
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«A este respecto quizá la lectura de El nombre de la rosa de Humberto Eco
nos enseña más sobre la originalidad de la ciencia nacida en Europa no hace
todavía cuatro siglos que muchos tratados de epistemología» .
8
S a n t o T o m á s e m p i e z a p r e s e n t a n d o e n el a r t í c u l o t e r c e r o d e la c u e s t i ó n 7 .
las r a z o n e s a favor d e la p o s i b l e e x i s t e n c i a real del infinito e n m a g n i t u d , y term i n a n e g a n d o e s a p o s i b i l i d a d . E n los p a s o s i n t e r m e d i o s , c o m o a c a b o d e i n d i car, e n c o n t r a m o s e l e m e n t o s f u n d a m e n t a l e s e n la m e t a f í s i c a y e p i s t e m o l o g í a del
A q u i n a t e . E n c o n t r a m o s : 1) la d i s t i n c i ó n e n t r e el m u n d o d e la a b s t r a c c i ó n m a t e m á t i c a y el m u n d o a c t u a l d e la c a v e r n a e n el q u e se e n c u e n t r a n los c u e r p o s c o n
s u p e r f i c i e , es d e c i r , l o s c u e r p o s e x t e n s o s ; 2) la d i s t i n c i ó n e n t r e c u e r p o m a t e m á t i c o y c u e r p o físico o n a t u r a l ; 3) la d i s t i n c i ó n e n t r e s e r infinito p o r e s e n c i a y
s e r l o p o r m a g n i t u d ; 4) la d i s t i n c i ó n e n t r e s i m u l t a n e i d a d y s u c e s i ó n , etc., dist i n c i o n e s t o d a s ellas q u e r e m i t e n a la c o n o c i d a d i s t i n c i ó n a r i s t o t é l i c a e n t r e la
materia y la forma, la sustancia y los accidentes.
a
E L CONCEPTO D E « M A G N I T U D » Y S U POSIBLE
INFINITUD:
D E LA CUALIDAD A LA CANTIDAD
C u a n d o Russell e s t u d i a el c o n c e p t o d e m a g n i t u d e n s u s Fundamentos
geometría, o b r a e s c r i t a e n s u j u v e n t u d , o b s e r v a lo s i g u i e n t e :
de la
«Un juicio de magnitud es esencialmente un juicio de comparación: en las
cantidades no medibles, la comparación se refiere al más o al menos pero, en
las medibles, la comparación precisa "cuantas veces". En consecuencia, hablar
de diferencias en la magnitud cuando la comparación no puede mostrarlas es
lógicamente absurdo...»'.
Si a c e p t a m o s el p l a n t e a m i e n t o d e Russell c o m o p u n t o d e p a r t i d a p a r a n u e s t r a reflexión s o b r e lo q u e n o s d i c e s a n t o T o m á s e n la Suma, lo p r i m e r o q u e n o s
t e n d r e m o s q u e p r e g u n t a r s e r á q u é c l a s e d e c o m p a r a c i ó n es la q u e t o m a el infin i t o c o m o u n o d e los t é r m i n o s d e la c o m p a r a c i ó n . ¿Se t r a t a d e u n a c o m p a r a c i ó n « m e d i b l e » o s ó l o se r e f i e r e «al m á s o al m e n o s » ? ¿ P o d e m o s p r e c i s a r e n
« c u á n t a s veces» u n a c a n t i d a d finita es m e n o r q u e o t r a infinita o, p o r el c o n t r a rio, d e b e m o s c o n f o r m a r n o s c o n d e c i r q u e u n a m a g n i t u d i n f i n i t a es « m u c h o
m a y o r » q u e o t r a finita? ¿ Q u é c l a s e d e c o m p a r a c i ó n es e s a e n la q u e u n o d e los
t é r m i n o s d e la c o m p a r a c i ó n e s el infinito?
Si el c o n c e p t o d e m a g n i t u d es i n s e p a r a b l e d e la c o m p a r a c i ó n , la f o r m a e n q u e
la c o m p a r a c i ó n se realiza se d e b e explicitar, p u e s u n a c o s a es la c o m p a r a c i ó n q u e
p e r m i t e cuantificar las diferencias y o t r a a q u e l l a e n la q u e sólo es posible h a b l a r
d e diferencias e n « m á s o m e n o s » d e u n a d e t e r m i n a d a cualidad. N o es lo m i s m o
a f i r m a r q u e u n a c o s a es « m á s o m e n o s » azul, « m á s o m e n o s » cálida o fría q u e
8
PRIGOGINE - STANGERS, op.
cit.,
p.
39.
RUSSELL, B . , An Essay on the Foundations
1897, pp. 153-154.
9
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), num. 233
of Geometry,
University Press, Cambridge,
pp. 273-290
278
F. GÓMEZ, EL INFINITO EN LA SUMA TEOLÓGICA: TEOLOGÍA, FÍSICA Y MATEMÁTICAS
otra, q u e a f i r m a r «en c u á n t o » se establece esa diferencia d e color y calor. S e r á
comparación cuantitativa
a q u e l l a e n la q u e sea posible p r e c i s a r en cuánto se difer e n c i a u n a m a g n i t u d d e la otra, p e r o será cualitativa la c o m p a r a c i ó n e n la q u e n o
sea posible p r e c i s a r el c u á n t o d e la diferencia. ¿Qué clase d e c o m p a r a c i ó n es a q u e lla e n la q u e u n o d e los t é r m i n o s d e la c o m p a r a c i ó n es el infinito; es u n a c o m p a r a c i ó n cuantitativa o, p o r el c o n t r a r i o , d e b e m o s c o n s i d e r a r l a cualitativa? ¿O a c a s o
se t r a t a d e m a g n i t u d e s i n c o n m e n s u r a b l e s q u e n o s o t r o s r e l a c i o n a m o s a nuestra
manera, p e r o sin q u e esa m a n e r a t e n g a b a s e e n la realidad e m p í r i c a ? ¿Es posible
p a s a r d e la c o m p a r a c i ó n cualitativa a la cuantitativa, d e la c u a l i d a d a la c a n t i d a d ?
E s t a s s o n p r e g u n t a s q u e los d o c t o r e s escolásticos t r a t a r o n d e c o n t e s t a r e n s u s trat a d o s s o b r e la latitudo formarum ,
u n a p r e g u n t a q u e r e m i t e al p r o b l e m a q u e M.
d e G u z m á n l l a m a «El m i s t e r i o d e la aplicabilidad d e la m a t e m á t i c a » y al q u e se
refiere c o n las siguientes p a l a b r a s d e E. P. W i g n e r e n u n artículo t i t u l a d o La irrazonable efectividad de las matemáticas
en las ciencias
naturales:
10
«El milagro de la a d e c u a c i ó n del lenguaje de las m a t e m á t i c a s para la form u l a c i ó n de las leyes físicas es u n d o n maravilloso que ni e n t e n d e m o s ni merec e m o s . D e b e r í a m o s m o s t r a r n o s agradecidos por él y esperar que p e r m a n e z c a
s i e n d o válido en la investigación futura y que s e extienda, para b i e n o para
mal, para placer nuestro, a u n q u e t a m b i é n tal vez para nuestra perplejidad, a
r a m a s m á s a m p l i a s del saber» ".
P i e n s o q u e este « d o n m a r a v i l l o s o q u e ni e n t e n d e m o s ni m e r e c e m o s » es la
m e j o r d e s c r i p c i ó n q u e p o d e m o s d a r d e lo q u e p r e t e n d i ó e x p o n e r s a n t o T o m á s
e n el a r t í c u l o 1.° d e la c u e s t i ó n 7. , d o n d e se p r e g u n t a si p o d e m o s d e c i r q u e Dios
es infinito, a s í c o m o d e la e x p e r i e n c i a m a r a v i l l o s a q u e M o i s é s t u v o d e ese Dios
infinito c u a n d o se e n c o n t r ó a n t e la z a r z a q u e a r d í a s i n c o n s u m i r s e , u n a i m a g e n
e s t a del fuego q u e , j u n t o c o n la del a i r e , v e m o s r e p r o d u c i d a p o r s a n t o T o m á s
e n el a r t í c u l o 3.° ( R e s p o n d e o ) . P e r o v o l v a m o s al infinito m a t e m á t i c o , lo q u e n o s
lleva del a r t í c u l o 1.° al 2.°, al 3.° y al 4.°.
C u a n d o la c o m p a r a c i ó n se c o n s i d e r a cuantitativa,
p e n s a b a Russell en su
j u v e n t u d , es n e c e s a r i o p o s t u l a r a priori u n d e t e r m i n a d o a x i o m a : el axioma de
libre movilidad, p o r el q u e el t i e m p o y el e s p a c i o (al q u e N e w t o n l l a m a r í a sensorium Dei) d e b e r á n c o n s i d e r a r s e c o n c e p t o s h o m o g é n e o s y, p o r t a n t o , infinitos
a
FUNKENSTEIN, op. cit., p. 3 5 4 , observa lo siguiente a este propósito: «El problema kantiano de la homogeneidad es... un problema genuino porque no se refiere a la aplicación de
uno conceptos a otros, sino de conceptos a datos sensibles (indefinibles porque no son separables). El "punto modesto", del que Bennett dice que "puede haberse convertido en algo",
constituye, de hecho, el centro de la doctrina si mi interpretación es correcta. Sin embargo,
eleva la magnitud intensiva ("la realidad") a una posición central. Que seamos capaces y justifiquemos la aplicación de conceptos a un substrato (indefinible) no conceptual, dice Kant,
se debe a que son prefigurados qua esquemas en el sentido del tiempo. "By 'mapping' I mean
a procedure akin to the mapping of metamathematics into mathematics with the aid, e.g., of
Gòdel-numbers- or of a three-dimensional figure on a two-dimensional surface"*.
" GUZMAN, MIGUEL DE, El pensamiento matemático, eje de nuestra cultura, Real Academia
de Ciencias Exactas, Físicas y Naturales, Discurso inaugural del año académico 1 9 9 3 - 1 9 9 4 ,
p. 9 .
10
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F. GÓMEZ, EL INFINITO EN LA SUMA TEOLÓGICA: TEOLOGÍA,
FÍSICA Y MATEMÁTICAS
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y c a u s a l m e n t e n e u t r a l e s . E s t o e q u i v a l í a a c o n c e b i r la n a t u r a l e z a c o m o r e a l i d a d
u n i f o r m e , lo q u e se e x p r e s a b a e n el p e n s a m i e n t o e s c o l á s t i c o m e d i a n t e el principio de uniformidad
de L· naturaleza, b a s e n e c e s a r i a el p r i n c i p i o c l á s i c o d e c a u s a l i d a d s e g ú n el c u a l «las m i s m a s c a u s a s p r o d u c e n s i e m p r e los m i s m o s efectos». El axioma de libre movilidad n o es n e c e s a r i o c u a n d o la c o m p a r a c i ó n es sólo
cualitativa y se f o r m u l a e n t é r m i n o s «de m á s o m e n o s » , p u e s t a m p o c o la n a t u r a l e z a se c o n s i d e r a uniforme n i el e s p a c i o y el t i e m p o h a n d e s e r
homogéneos.
Y la p r e g u n t a q u e d e b e m o s h a c e r n o s c o n s a n t o T o m á s es esta: ¿ E s el infinito
u n a m a g n i t u d c u a n t i t a t i v a o s ó l o c u a l i t a t i v a ? ¿ C ó m o e n t e n d í a s a n t o T o m á s el
c o n c e p t o m a g n i t u d c u a n d o se p r e g u n t a b a si algo d i s t i n t o d e Dios p u e d e s e r infinito p o r su m a g n i t u d ?
S a n t o T o m á s a d m i t e q u e la finitud e infinitud p u e d e n ser cualidades p r e d i c a bles d e la c a n t i d a d {passiones quantitatis); y a d m i t e q u e la c a n t i d a d p u e d e ser finit a o infinita, «por lo q u e n o es i m p o s i b l e q u e exista a l g u n a m a g n i t u d infinita».
A h o r a bien, q u e pueda existir n o i m p l i c a q u e de hecho exista, p u e s , se necesita q u e
d e la m e r a posibilidad o potencia se p a s e a s u a c t u a l i z a c i ó n , al acto y, c o m o dice
u n refrán castellano, «Del d i c h o ( m e r a m e n t e posible) al h e c h o (real) h a y m u c h o
t r e c h o » , y es e n ese t r e c h o d o n d e p u e d e p r e s e n t a r s e la dificultad.
D E LA POTENCIA AL ACTO: LA MATERIA Y LA FORMA
¿ C ó m o se p a s a d e la p o t e n c i a al a c t o , d e la m a g n i t u d m e r a m e n t e p o s i b l e a
la efectiva o r e a l ? . U n a m a g n i t u d p o s i b l e ( p o t e n c i a l ) se a c t u a l i z a y c o n v i e r t e
e n r e a l i d a d c u a n d o a d q u i e r e u n a forma y c i e r t a c a n t i d a d d e materia. A h o r a b i e n ,
la f o r m a y la m a t e r i a a s í a d q u i r i d a s delimitan u n a d e t e r m i n a d a r e a l i d a d , l u e g o
la m a g n i t u d p o s i b l e a s í a c t u a l i z a d a y c o n v e r t i d a e n m a g n i t u d r e a l n o p o d r á s e r
infinita, p u e s se e n c u e n t r a l i m i t a d a . L a forma d e l i m i t a al s e r real y lo a c t u a l i z a
al d a r l e u n a f o r m a c o n c r e t a q u e lo diferencia d e los d e m á s seres, y la materia lo
d e l i m i t a individualizándolo
d e n t r o d e s u p r o p i a e s p e c i e , lo q u e lo c o n v i e r t e e n
s i n g u l a r o i n d i v i d u o d i s t i n t o d e los d e m á s i n d i v i d u o s (la materia signata
quantitate) .
E n c o n s e c u e n c i a , la f o r m a específica e i n d i v i d u a l i z a d a p o r la m a t e r i a
q u e c o n s t i t u y e el ser d e las c o s a s es u n a c a n t i d a d finita d e m a t e r i a i n - f o r m a d a
d e u n a d e t e r m i n a d a m a n e r a . A s u vez, la f o r m a q u e específica a la m a t e r i a p e r t e n e c e a u n g é n e r o , y é s t e es m a y o r q u e c u a l q u i e r a d e las e s p e c i e s q u e lo c o m p o n e n , r a z ó n p o r la q u e c a d a u n a d e l a s e s p e c i e s h a d e e s t a r l i m i t a d a d e n t r o del
g é n e r o al q u e p e r t e n e c e . E n c o n c l u s i ó n , d e n t r o d e la filosofía d e s a n t o T o m á s ,
n i el i n d i v i d u o n i la e s p e c i e p o d r á n s e r m a g n i t u d e s i n f i n i t a s , p u e s la materia
12
n
Esta pregunta tiene una importancia fundamental para la ciencia económica, aunque
no suele aparecer tratada en los libros de economía. Keynes es quizá el autor que más atención prestó al problema al insistir en el concepto de liquidez y distinguir los diversos grados
de liquidez que un valor puede presentar. Sólo la liquidez perfecta se puede considerar cantidad; la liquidez imperfecta es una cualidad.
«Quidquid existit singurale est seu individuum», decían los escolásticos nominalistas.
12
13
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F. GÓMEZ, EL INFINITO EN LA SUMA TEOLÓGICA: TEOLOGÍA, FÍSICA Y MA TEMA TICAS
a d q u i r i d a p o r la f o r m a y p o r ella i n - f o r m a d a es l i m i t a d a e n el d o b l e s e n t i d o señal a d o : p o r r a z ó n d e la m a t e r i a y p o r r a z ó n d e la f o r m a . P o r eso c o n c l u y e s a n t o
T o m á s (ad secundum)
q u e : « A u n q u e el ser infinito n o sea c o n t r a d i c t o r i o c o n el
c o n c e p t o g e n é r i c o d e m a g n i t u d [ p u d i e n d o s e r é s t a finita e infinita], sin e m b a r go, sí lo es r e s p e c t o d e la m a g n i t u d específica» q u e es la m a g n i t u d a c t u a l i z a d a
en u n individuo m e d i a n t e u n a d e t e r m i n a d a forma y cierta cantidad de materia.
L a l i m i t a c i ó n q u e i n t r o d u c e la m a t e r i a , s i n e m b a r g o , es d i s t i n t a d e la q u e
i n t r o d u c e la f o r m a , y e s t a diferencia en el modo d e l i m i t a r es i m p o r t a n t e , p u e s
n o s d e s c u b r e la i m p o r t a n c i a del p r o c e s o d e divisibilidad in infinitum e n s u d o b l e
i n t e r p r e t a c i ó n p o s i b l e : c o m o p r o c e s o lógico o m a t e m á t i c o y c o m o p r o c e s o real
o físico. Se p l a n t e a d e e s t e m o d o el p r o b l e m a d e la r e l a c i ó n e n t r e el t o d o d e la
m a g n i t u d infinita y las p a r t e s finitas q u e lo c o m p o n e n .
E L TODO INFINITO Y LAS PARTES FINITAS: COMPARACIÓN ESTÁTICA
Y COMPARACIÓN DINÁMICA
T o d a m a g n i t u d es i n f i n i t a m e n t e divisible, p e r o e s t a d i v i s i b i l i d a d in infinitum n o i m p l i c a q u e la m a g n i t u d esté d e h e c h o dividida; la divisibilidad in infinitum es u n a p o t e n c i a l i d a d q u e se h a b r á d e a c t u a l i z a r . A h o r a b i e n , e s t a a c t u a lización efectiva o h i s t ó r i c a n o a g o t a ni puede agotar la divisibilidad in
infinitum,
p u e s n u n c a se p o d r á a l c a n z a la división total del infinito e n s u s ú l t i m o s c o m p o n e n t e s , es decir, e n las «partes» q u e n o s p e r m i t i r í a n d e c i r «en c u a n t a s » p a r tes o c o m p o n e n t e s se h a d i v i d i d o el infinito y lo c o m p o n e n . La divisibilidad in
infinitum
es u n p r o c e s o e n el t i e m p o q u e permite hablar d e u n a m a y o r o m e n o r
división, p e r o q u e n o n o s p e r m i t e d e c i r «en c u á n t o s » c o m p o n e n t e s u n a división
es m a y o r o m e n o r q u e la siguiente, es decir, m a y o r o m e n o r q u e a q u e l l a o t r a
división q u e n o s a p r o x i m a r á al t o t a l d e las p a r t e s q u e s e r í a la división total del
infinito. La divisibilidad, c o m o m e r a p o s i b i l i d a d lógica o m a t e m á t i c a n o es lo
m i s m o q u e la d i v i s i ó n r e a l o d e h e c h o , a u n q u e s i n d i v i s i b i l i d a d l ó g i c a m e n t e
p o s i b l e o m a t e m á t i c a n o p u e d a h a b e r división efectiva o real. La divisibilidad
p o s i b l e , c o m o la m a g n i t u d m e r a m e n t e p o s i b l e , n o d e b e c o n f u n d i r s e c o n la divis i ó n real y la m a g n i t u d real q u e d e ella r e s u l t a . V e a m o s c ó m o lo e x p l i c a b a s a n t o
Tomás:
«El infinito que corresponde a la cantidad, como hemos dicho en los artículos 1 y 2, se toma por razón de la materia. Pero así como la división del todo
es una aproximación a la materia, pues las partes se tienen por razón de la
materia, por la adición, en cambio, se alcanza el todo, que existe en razón de
la forma. En consecuencia, la división in infinitum no se alcanza mediante la
adición sino sólo por la división» (I, q.7 a.3).
D i c h o d e o t r o m o d o , las p a r t e s q u e r e s u l t a n d e la d i v i s i ó n y a p r o x i m a n a
la materia n o s o n h o m o g é n e a s c o n las p a r t e s q u e d e b e n a g r e g a r s e o « s u m a r se» p a r a a l c a n z a r la forma q u e es la t o t a l i d a d d e u n d e t e r m i n a d o s e r . El t o d o
f o r m a l q u e es c u a l q u i e r s e r n o es i g u a l a la s u m a d e l a s p a r t e s h o m o g é n e a s
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), num. 233
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F. GÓMEZ, EL INFINITO EN LA SUMA TEOLÓGICA: TEOLOGIA,
FÍSICA Y MATEMÁTICAS
281
d e la m a t e r i a a l a s q u e s e llega m e d i a n t e la d i v i s i ó n d e é s t a . A h o r a b i e n , u n a
m a g n i t u d total c u y a s p a r t e s n o p u e d e n s u m a r s e p a r a o b t e n e r su t o t a l i d a d
n o p u e d e l l a m a r s e u n a m a g n i t u d c u a n t i t a t i v a o, c o m o d i r í a C a r n a p , n o es
u n a m a g n i t u d « e x t e n s a » aditiva, p u e s h a b l a m o s d e « m a g n i t u d e s e x t e n s a s » e n
aquellas
, 4
«... s i t u a c i o n e s e n las cuales es posible c o m b i n a r o juntar de alguna m a n e r a
d o s c o s a s para p r o d u c i r u n a tercera, y el valor de u n a m a g n i t u d M de esta
nueva c o s a será la s u m a de los valores de M para las d o s c o s a s c o m b i n a d a s .
El p e s o , por ejemplo, e s u n a m a g n i t u d extensa. Si c o l o c a m o s j u n t o s u n objeto de c i n c o k i l o g r a m o s y otro de d o s , el p e s o de los objetos c o m b i n a d o s será
de siete kilogramos. La temperatura n o e s u n a m a g n i t u d de este tipo. N o hay
n i n g u n a operación simple m e d i a n t e la cual p o d a m o s t o m a r u n objeto que tiene
u n a temperatura de 60°, c o m b i n a r l o c o n otro objeto que tiene u n a temperatura de 40° y o b t e n e r u n n u e v o objeto c o n u n a temperatura de 100 » .
o
l5
L a s m a g n i t u d e s «extensas» lo s o n e n r a z ó n d e la materia h o m o g é n e a q u e las
s u s t e n t a n , q u e a d m i t e la c u a n t i f i c a c i ó n y s u m a a r i t m é t i c a d e s u s p a r t e s ; las m a g n i t u d e s «no e x t e n s a s » lo s o n e n r a z ó n d e la forma q u e las cualifica c o m o h e t e r o g é n e a s , y sólo a d m i t e n d i f e r e n c i a s d e g r a d o e n la c u a l i d a d , s e g ú n sea m á s o
m e n o s perfecta la c u a l i d a d . E n a m b o s c a s o s existe u n a c t o d e c o m p a r a c i ó n c o m o
c o n d i c i ó n d e posibilidad d e la m a g n i t u d (sea ésta expresable «en m á s o e n m e n o s »
o e n t é r m i n o s c u a n t i t a t i v o s ) , p e r o la c o m p a r a c i ó n n o i m p l i c a s i e m p r e y n e c e s a r i a m e n t e la medición q u e se n e c e s i t a p a r a la e x p r e s i ó n c u a n t i t a t i v a d e la c o m p a r a c i ó n . El e j e m p l o d e la t e m p e r a t u r a c o m o m a g n i t u d n o aditiva es s u m a m e n t e
i n s t r u c t i v o , y lo e n c o n t r a m o s t a m b i é n e n H e i s e n b e r g c u a n d o t r a t a d e e x p l i c a r
el significado «objetivo» d e la t e o r í a c u á n t i c a , e s t o es, s u a p l i c a c i ó n e n el m u n d o
d e la c a v e r n a . El r a z o n a m i e n t o q u e d e s a r r o l l a H e i s e n b e r g n o s p e r m i t e , a d e m á s ,
a b o r d a r el p r o b l e m a del infinito d e s d e la p e r s p e c t i v a t e m p o r a l y el a l c a n c e d i n á m i c o d e n u e s t r o c o n o c i m i e n t o , a l g o q u e n o s a y u d a r á a c o m p r e n d e r m e j o r lo
q u e n o s d i c e s a n t o T o m á s s o b r e la i n f i n i t u d del t i e m p o y el m o v i m i e n t o e n el
a r t í c u l o 3.° ( a d 4). S e g ú n H e i s e n b e r g :
«El c o n c e p t o "temperatura" de la t e r m o d i n á m i c a clásica parece describir
u n rasgo objetivo de la realidad, u n a p r o p i e d a d objetiva de la materia. E n la
vida diaria es m u y fácil definir c o n la ayuda de u n t e r m ó m e t r o lo que signific a m o s c u a n d o d e c i m o s q u e a l g o tiene u n a cierta temperatura. Pero c u a n d o
t r a t a m o s de definir lo q u e la temperatura de u n á t o m o p u e d e significar n o s
e n c o n t r a m o s e n u n a s i t u a c i ó n m u c h o m á s difícil, i n c l u s o e n la física clásica.
N o p o d e m o s de h e c h o correlacionar este c o n c e p t o "temperatura del á t o m o "
c o n una propiedad bien definida del á t o m o , t e n e m o s que relacionarlo al m e n o s
p a r c i a l m e n t e , c o n n u e s t r o c o n o c i m i e n t o i n s u f i c i e n t e del m i s m o . P o d e m o s
correlacionar el valor de la temperatura c o n ciertas expectativas estadísticas
s o b r e las p r o p i e d a d e s del á t o m o , p e r o p a r e c e m á s b i e n d u d o s o que u n a tal
expectativa p u e d a llamarse objetiva. El c o n c e p t o "temperatura del á t o m o " n o
CARNAP, R., An Introduction
1995, cap. 7 .
15
CARNAP, op.
cit.,
to the Philosophy
of Science, Dover Publications, New York,
p. 7 0 .
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), num. 233
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F. GÓMEZ, EL INFINITO EN LA SUMA TEOLÓGICA: TEOLOGIA, FlSICA Y MATEMÁTICAS
282
está m u c h o mejor definido que el c o n c e p t o de "mezcla" e n la historia sobre el
chiquillo que c o m p r ó d u l c e s variados» .
16
La t e m p e r a t u r a es u n a m a g n i t u d q u e p o d e m o s m e d i r , c o m o p o d e m o s m e d i r
el p e s o , p o r e s o p o d e m o s c o n s i d e r a r l a m a g n i t u d «extensa»; p e r o n o p o d e m o s
s u m a r l a a r i t m é t i c a m e n t e , c o m o s u m a m o s el peso; p o r eso n o p o d e m o s consider a r l a u n a m a g n i t u d e x t e n s a aditiva, p u e s la t e m p e r a t u r a total d e u n c u e r p o n o es
igual a la s u m a a r i t m é t i c a d e la t e m p e r a t u r a d e s u s p a r t e s . E s t a diferencia plantea u n p r o b l e m a e p i s t e m o l ó g i c o q u e es el q u e a h o r a d e b e m o s c o n s i d e r a r .
CUANTIFICACIÓN « E X T E N S A » Y « N O - E X T E N S A » DEL INFINITO: EL « S U P E R O B S E R V A D O R »
Y LA DIVISIBILIDAD IN
INFINITUM
N o t o d a o p e r a c i ó n d e cuantiftcar se p u e d e c o n s i d e r a r h o m o g é n e a p u e s , c o m o
a c a b a m o s d e ver, n o es lo m i s m o c u a n t i f i c a r el p e s o q u e c u a n t i ñ c a r la t e m p e r a t u r a ; el p e s o es u n a m a g n i t u d aditiva p e r o la t e m p e r a t u r a n o lo es. S u p o n g a m o s
a h o r a q u e n o s p r e g u n t a m o s si el infinito p u e d e s e r c o n s i d e r a d o u n a m a g n i t u d
«extensa» aditiva, c o m o lo es el p e s o o, p o r el c o n t r a r i o , d e b e m o s c o n s i d e r a r l a
«extensa» y no-aditiva, c o m o lo es la t e m p e r a t u r a . P a r a d a r u n a r e s p u e s t a tend r e m o s q u e s a b e r si las p a r t e s q u e c o m p o n e n el infinito se p u e d e n o n o s u m a r
a r i t m é t i c a m e n t e , y e s t o es algo n o e x e n t o d e dificultad. N o s p o d e m o s p r e g u n t a r
si n o s p o d r á a y u d a r a d i s m i n u i r esta dificultad lo q u e n o s dice s o b r e el infinito
santo Tomás.
R e c o r d e m o s lo q u e y a n o s h a d i c h o s o b r e la n e c e s i d a d d e d i s t i n g u i r la divis i b i l i d a d p o s i b l e d e la d i v i s i ó n efectiva y real, y c ó m o p a r a s a n t o T o m á s , la divis i b i l i d a d in infinitum
se d e b e a la materia, m i e n t r a s la t o t a l i d a d del s e r se d e b e
a la forma q u e i n - f o r m a a la m a t e r i a h o m o g é n e a . E n e s t e m o d o d e p e n s a r , el
t o d o no es igual a la s u m a d e las p a r t e s , c o m o t a m p o c o la t e m p e r a t u r a del ser
t o t a l es igual a la s u m a d e la t e m p e r a t u r a d e s u s p a r t e s . El s e r finito q u e h a b i ta e n la c a v e r n a es s e m e j a n t e p a r a s a n t o T o m á s a lo q u e H e i s e n b e r g n o s d i c e
q u e es la t e m p e r a t u r a del á t o m o , u n a m a g n i t u d extensa, p u e s p u e d e e s t a r form a d o p o r c i e r t a c a n t i d a d d e m a t e r i a , p e r o , no aditiva, p u e s la s u m a d e las p a r tes n o n o s c o n d u c e a la t o t a l i d a d d e la f o r m a . A h o r a b i e n , si u n a m a g n i t u d p u e d e
s e r e x t e n s a p e r o n o aditiva, es p o r q u e c a n t i d a d y c u a l i d a d n o p u e d e n c o n s i d e r a r s e p r o p i e d a d e s «objetivas» d e la r e a l i d a d n a t u r a l o física, son, m á s b i e n , d o s
m a n e r a s de h a b l a r de u n a m i s m a realidad, dos lenguajes cuya significación
i n t e r n a n o s es sólo p a r c i a l m e n t e c o n o c i d a . Algo s e m e j a n t e p o d e m o s d e c i r del
infinito.
El infinito n o se p u e d e c u a n t i f i c a r r e a l m e n t e si n o es n e g a n d o s u infinitud,
p u e s t o d a c u a n t i f i c a c i ó n real s u p o n e u n a «forma» y c a n t i d a d d e « m a t e r i a » q u e
n e c e s a r i a m e n t e h a n d e s e r finitas e n el ser real. P o r e s o el lenguaje c u a n t i t a t i HEISENBERG, W . , Physics and Philosophy.
theus Books, New York, 1999, p. 180.
16
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The Revolution
on Modern Science,
Prome-
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283
vo, a p l i c a d o al infinito, sólo p u e d e s e r u n a a p r o x i m a c i ó n q u e se p r e s t a a la e q u i v o c i d a d i m p l í c i t a e n la e x p r e s i ó n tendencia in infinitum
a p l i c a d o a la divisibilid a d . E n t e n d i d a c o m o d i v i s i b i l i d a d m a t e m á t i c a , p r o p i a del m u n d o d e las i d e a s
p l a t ó n i c a s , s u s i g n i f i c a d o es c l a r o y d i s t i n t o , p u e s e n ese m u n d o r e i n a la h o m o g e n e i d a d d e las m a g n i t u d e s y s u c o n o c i m i e n t o p u e d e c o n s i d e r a r s e perfecto. P e r o
n o s e q u i v o c a r í a m o s si la v e r d a d d e la divisibilidad p r o p i a del m u n d o d e las i d e a s
m a t e m á t i c a s la q u i s i é r a m o s a p l i c a r al m u n d o d e la c a v e r n a , al m u n d o d e las
s o m b r a s y f o r m a s a r i s t o t é l i c a s c u y o c o n o c i m i e n t o es n e c e s a r i a m e n t e imperfecto. S u p o n g a m o s q u e n o s p r e g u n t a m o s si es posible p a s a r d e la divisibilidad c u a n titativa y perfecta del m u n d o m a t e m á t i c o a la cualitativa e i m p e r f e c t a del m u n d o
d e la c a v e r n a , d e b e r í a m o s t e n e r p r e s e n t e , e n p r i m e r lugar, q u e c o m o h a c e n o t a r
Carnap:
«Ante todo..., la diferencia entre lo cualitativo y la cuantitativo no es una
diferencia de naturaleza sino una diferencia en nuestro sistema conceptual,
en nuestro lenguaje, podríamos decir, si por lenguaje entendemos un sistema
de conceptos... El lenguaje cualitativo se limita a los predicados (por ejemplo,
"el pasto es verde"), mientras que el lenguaje cuantitativo introduce lo que se
llaman símbolos functores, esto es, símbolos para funciones que tienen valores numéricos. Esto es importante, porque existe la difundida opinión, especialmente entre los filósofos, de que hay dos tipos de características en la naturaleza, las cualitativas y las cuantitativas... Esta concepción es totalmente
errónea, como puede verse si se introduce la distinción en el lugar apropiado.
Cuando contemplamos la naturaleza podemos preguntar: ¿Son esos fenómenos que veo cualitativos o cuantitativos? Esta no es la pregunta correcta. Si
alguien describe esos fenómenos en ciertos términos, definiendo estos términos y dándonos reglas para su uso, entonces podemos preguntar: ¿Son estos
términos de un lenguaje cuantitativo o los de un lenguaje pre-cuantitativo, cualitativo?» ".
S u p o n g a m o s q u e a l g u i e n n o s p r e g u n t a r a si la d i v i s i b i l i d a d in infinitum
es
u n fenómeno cualitativo o cuantitativo, tendríamos que contestarle que esa n o
es la p r e g u n t a c o r r e c t a , q u e la p r e g u n t a c o r r e c t a se h a d e referir al l e n g u a j e e n
q u e e x p r e s a m o s e s a división. A p l i c a n d o el r a z o n a m i e n t o al p r o b l e m a del infin i t o tal y c o m o lo p l a n t e a s a n t o T o m á s e n la c u e s t i ó n 7 . d e la Suma, t e n d r e m o s
q u é p r e g u n t a r n o s q u é l e n g u a j e u t i l i z a s a n t o T o m á s al d e s a r r o l l a r e s t a c u e s t i ó n ,
y la r e s p u e s t a d e p e n d e r á del a r t í c u l o q u e i n t e n t e m o s a n a l i z a r , del sujeto del q u e
se q u i e r a p r e d i c a r el calificativo d e infinito. Si el infinito se p r e t e n d e p r e d i c a r
d e Dios (art. 1: «Teología»), d e las c o s a s d i s t i n t a s d e Dios (art. 2: «Física») o,
finalmente,
d e la m a g n i t u d c o m o c o n c e p t o m a t e m á t i c o q u e se p r e t e n d e a p l i c a r
a Dios y a las c o s a s ( a r t s . 3 y 4: « M a t e m á t i c a » ) . C o m o c o n c e p t o m a t e m á t i c o , el
c o n c e p t o d e infinito p e r t e n e c e al m u n d o y l e n g u a j e c l a r o y d i s t i n t o d e las i d e a s
p l a t ó n i c a s , p o r lo q u e e n e s t e m u n d o se p o d r á u t i l i z a r el lenguaje c u a n t i t a t i v o
s i n dificultad; se t r a t a del m u n d o d e la a b s t r a c c i ó n e n el n o p u e d e h a b e r e n g a a
CARNAP, R., An Introduction
1995, p. 59.
17
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), num. 233
to the Philosophy
of Science, Dover Publications, New York,
pp. 273-290
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ño, sólo verdad. P e r o n o s u c e d e r á lo m i s m o c u a n d o el c o n c e p t o d e infinito lo
i n t e n t e m o s a p l i c a r a Dios (art. 1) o a las c o s a s d e la c a v e r n a (art. 2), d o n d e la
incertidumbre
se h a c e p r e s e n t e y n o s p o d e m o s e n g a ñ a r .
P r e s c i n d a m o s d e Dios y fijémonos e n el m u n d o d e la c a v e r n a , al i n t e n t a r
a p l i c a r el l e n g u a j e del infinito m a t e m á t i c o al m u n d o d e la c a v e r n a t e n d r e m o s
q u e r e c o r d a r lo q u e h o y se e n t i e n d e p o r lenguaje m a t e m á t i c o , p u e s , c o m o observa R e i c h e n b a c h e n su Filosofía del espacio y el tiempo:
«En topología, la m a t e m á t i c a trata de las propiedades puramente
cualitativas de las figuras g e o m é t r i c a s (lo que muestra de paso, que la afirmación de
que "la m a t e m á t i c a es p u r a m e n t e u n a ciencia cuantitativa" es falsa). La matem á t i c a caracteriza la equivalencia topológica por la posibilidad de transform a r de m a n e r a única y c o n t i n u a una superficie en otra, esto es, m e d i a n t e u n a
transformación que n o implica c o n s i d e r a c i o n e s métricas. E n c o n s e c u e n c i a , la
m a t e m á t i c a logra formular analíticamente aquellas propiedades g e o m é t r i c a s
que s o n t í p i c a m e n t e visuales y parecen desafiar su formulación c o n c e p t u a l » .
18
N o s e n c o n t r a m o s así e n u n a s i t u a c i ó n q u e p o d e m o s c a r a c t e r i z a r m e d i a n t e
los d o s r a s g o s s i g u i e n t e s : 1) n o p o d e m o s d e c i r q u e la diferencia e n t r e lo c u a n titativo y lo c u a l i t a t i v o s e a u n a d i f e r e n c i a exigida p o r la n a t u r a l e z a o m o d o d e
s e r d e las c o s a s , se t r a t a d e « u n a d i f e r e n c i a d e n u e s t r o s i s t e m a c o n c e p t u a l » y
m o d o d e h a b l a r ; p e r o , 2) t a m p o c o p o d e m o s decir q u e la diferencia e n t r e lo c u a n t i t a t i v o y lo c u a l i t a t i v o se c o r r e s p o n d a c o n la d i s t i n c i ó n e n t r e l e n g u a j e m a t e m á t i c o y n o m a t e m á t i c o , p u e s el l e n g u a j e m a t e m á t i c o n o es u n lenguaje « p u r a m e n t e c u a n t i t a t i v o » , c o m o p r u e b a la t o p o l o g í a q u e « t r a t a d e las p r o p i e d a d e s
p u r a m e n t e c u a l i t a t i v a s d e las figuras g e o m é t r i c a s » . E n c o n s e c u e n c i a , al h a b l a r
del infinito m a t e m á t i c o d e b e r e m o s p r e g u n t a r n o s q u é b a s e d e s u s t e n t a c i ó n p u e d e
t e n e r n u e s t r o m o d o d e h a b l a r al t r a t a r d e d i s t i n g u i r el infinito c u a n t i t a t i v o del
infinito c u a l i t a t i v o , u n infinito p r o p i o del m u n d o d e las i d e a s c l a r a s y d i s t i n t a s
y o t r o infinito p e r t e n e c i e n t e al m u n d o d e la c a v e r n a . N o p a r e c e q u e esa distinc i ó n y m o d o d e h a b l a r se p u e d a j u s t i f i c a r a c u d i e n d o al m o d o d e ser las c o s a s
d e la n a t u r a l e z a , y t a m p o c o p a r e c e q u e la exija el u s o del lenguaje m a t e m á t i c o ,
p u e s se p u e d e u t i l i z a r e n a m b o s s e n t i d o s . P a r a salir d e e s t a s i t u a c i ó n q u i z á n o s
p u e d a a y u d a r el volver a la r e v o l u c i ó n científica y al f a m o s o « s u p e r o b s e r v a d o r
n e w t o n i a n o » del q u e n o s h a b l a b a E d d i n g t o n c u a n d o e s c r i b í a :
«La m e c á n i c a n e w t o n i a n a parte de la hipótesis de que hay u n superobservador. Si éste advierte u n c a m p o de fuerza, e n t o n c e s esta fuerza r e a l m e n t e
existe. Seres inferiores, c o m o los o c u p a n t e s del proyectil e n caída libre, tienen
otras ideas, pero s o n víctimas de una ilusión. A este superobservador es a quien
el m a t e m á t i c o recurre c u a n d o establece u n a investigación d i n á m i c a , c o n las
palabras: " T o m e m o s ejes r e c t a n g u l a r e s s i n a c e l e r a c i ó n Ox, Oy, Oz...". Ejes
rectangulares sin aceleración s o n los i n s t r u m e n t o de m e d i d a del superobservador» ".
REICHENBACH, H . , The Philosophy of Space and Time, Dover Publications, New York,
p. 6 2 .
" EDDINGTON, A. S., Espacio, tiempo y gravitación, Calpe, Madrid, Barcelona, 1 9 2 2 , p. 1 0 1 .
18
1958,
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233
pp. 273-290
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G r a c i a s a la h i p ó t e s i s del s u p e r o b s e r v a d o r , N e w t o n p u d o s u s t i t u i r el C o s m o s
h e t e r o g é n e o y j e r á r q u i c o d e Aristóteles p o r el u n i v e r s o infinito q u e exigía el cálc u l o i n f i n i t e s i m a l , lo q u e p e r m i t e d e s c r i b i r la r e v o l u c i ó n científica n e w t o n i a n a
c o m o la d e s c r i b i ó A. K o y r é , c o m o la d e s t r u c c i ó n d e
«... un todo finito, cerrado y jerárquicamente ordenado... [para sustituirlo]
por un universo indefinido y aun infinito que se mantiene unido por la identidad de sus leyes y componentes fundamentales y en el cual todos esos componentes están situados en un mismo nivel del ser» .
20
D i s t i n g u i m o s el m u n d o y l e n g u a j e d e la c a n t i d a d del m u n d o y l e n g u a j e d e la
c u a l i d a d p o r q u e se a c e p t ó la h i p ó t e s i s del s u p e r o b s e r v a d o r n e w t o n i a n o c o m o
s u j e t o c a p a z d e u n c o n o c i m i e n t o verdadero y cierto d e las c o s a s d e la c a v e r n a .
P e r o si la d i s t i n c i ó n la i n t r o d u c e el s u p u e s t o s u p e r o b s e r v a d o r , p o d e m o s p r e g u n t a r n o s lo q u e s e p r e g u n t ó E i n s t e i n al f o r m u l a r s u t e o r í a d e la r e l a t i v i d a d y
K e y n e s h a b r í a d e p r e g u n t a r s e e n s u Tratado sobre la probabilidad.
¿Qué necesid a d t e n e m o s h o y , d e s p u é s d e c u a t r o siglos, del s u p e r o b s e r v a d o r n e w t o n i a n o ?
¿ N o c u e s t i o n a la t e o r í a d e la r e l a t i v i d a d la n e c e s i d a d d e d i c h o s u p e r o b s e r v a d o r
al n e g a r la n e c e s i d a d del axioma de libre movilidad y la uniformidad
de la naturaleza? Y si a la v i s i ó n relativista a ñ a d i m o s la visión d e la t e o r í a c u á n t i c a c o n s u
principio de indeterminación,
¿ n o p o d r í a m o s p e n s a r q u e , e n c i e r t o m o d o , se e s t á
c u e s t i o n a n d o el s e n t i d o y v i g e n c i a d e la r e v o l u c i ó n científica tal y c o m o t r a d i c i o n a l m e n t e se i n t e r p r e t ó c o n la i m a g e n h i p o t é t i c a del s u p e r o b s e r v a d o r ? ¿ N o
p o d r í a m o s p e n s a r q u e al r o m p e r c o n el principio de uniformidad
de la naturaleza y el d e t e r m i n i s m o n e w t o n i a n o s e e s t á r e c o n s t r u y e n d o u n a e s p e c i e d e n u e v o
c o s m o s a r i s t o t é l i c o c o n e s p a c i o s h o l í s t i c o s d e c a r á c t e r c e r r a d o a u n q u e ilimitad o s d i s t i n t o s del u n i v e r s o n e w t o n i a n o ? P o r s u p u e s t o , e s t e c a m b i o d e visión n o
s u p o n d r í a d e s a n d a r el c a m i n o r e c o r r i d o p o r la c i e n c i a e n l o s ú l t i m o s c u a t r o
siglos, p e r o sí u n c a m b i o d e r u m b o e n a l g u n o s a s p e c t o s s u s t a n c i a l e s d e la i n t e r p r e t a c i ó n e p i s t e m o l ó g i c a y o n t o l ò g i c a q u e se le h a a t r i b u i d o e n e s t o s c u a t r o
siglos, p o r e j e m p l o , los a s p e c t o s s e ñ a l a d o s p o r H e i s e n b e r g e n s u i n t e r p r e t a c i ó n
d e la t e o r í a c u á n t i c a . E s t o n o s lleva d e n u e v o al p r o b l e m a d e la v e r d a d y la cert e z a q u e s e ñ a l é al c o m i e n z o d e m i i n t e r v e n c i ó n , y al q u e a h o r a d e s e o volver p a r a
terminar.
VERDAD Y CERTEZA RESPECTO DEL INFINITO: EL PROBLEMA
DE LAS EXPECTATIVAS CIENTÍFICAS
H e i s e n m e r g n o s d e c í a a p r o p ó s i t o del c o n c e p t o « t e m p e r a t u r a del á t o m o » q u e :
«No podemos de hecho correlacionar este concepto "temperatura del átomo"
con una propiedad bien definida del átomo, tenemos que relacionarlo al menos
parcialmente, con nuestro conocimiento insuficiente del mismo. Podemos
correlacionar el valor de la temperatura con ciertas expectativas estadísticas
2 0
KOYRÉ, op.
cit.,
p.
6.
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FÍSICA Y
MATEMÁTICAS
s o b r e las p r o p i e d a d e s del á t o m o , pero parece m á s bien d u d o s o que u n a tal
expectativa p u e d a llamarse objetiva» .
21
E s t e m o d o d e h a b l a r p u e d e p a r e c e r difícil d e a c e p t a r p o r u n positivista, p e r o
p i e n s o q u e s e r í a m u y fácil d e e n t e n d e r y d e a c e p t a r p o r s a n t o T o m á s c u a n d o
h a b l a del infinito e n la c u e s t i ó n 7. d e la Suma. P i e n s o q u e s a n t o T o m á s e n t e n d e r í a b a s t a n t e b i e n la i m p o r t a n c i a q u e H e i s e n b e r g a t r i b u y e a las
expectativas
c u a n d o n o s dice q u e p o d e m o s c o r r e l a c i o n a r el valor d e la t e m p e r a t u r a , c a n t i d a d
no aditiva, «con ciertas expectativas e s t a d í s t i c a s s o b r e p r o p i e d a d e s del á t o m o » .
S e t r a t a d e u n a s e x p e c t a t i v a s q u e el m i s m o H e i s e n b e r g n o s d i c e «que sólo e n
r a r o s c a s o s p u e d e n ser equivalentes a c e r t i d u m b r e » , p o r lo q u e n o p u e d e n corresp o n d e r al m u n d o d e las ideas m a t e m á t i c a s ciertas y v e r d a d e r a s , h a n d e e s t a r referidas al m u n d o d e la c a v e r n a e n el q u e las s o m b r a s r o d e a n n u e s t r o c o n o c i m i e n to d e i n c e r t i d u m b r e . Y a ñ a d e lo siguiente:
a
« U n o p o d r í a q u i z á llamarlas u n a t e n d e n c i a o p o s i b i l i d a d objetiva, u n a
"potencia" en el s e n t i d o de la filosofía de Aristóteles. D e h e c h o , creo que el lenguaje que utilizan los físicos c u a n d o hablan de los a c o n t e c i m i e n t o s a t ó m i c o s
produce en sus m e n t e s n o c i o n e s semejantes al c o n c e p t o aristotélico de "potencia". Así los físicos se h a n a c o s t u m b r a d o g r a d u a l m e n t e a considerar las órbitas del electrón, etc., n o c o m o realidades, s i n o m á s bien c o m o u n a e s p e c i e de
"potencia"» .
22
Al i n t r o d u c i r las e x p e c t a t i v a s c o m o « p o t e n c i a » e n el m o d o d e a r g u m e n t a r
e s t a m o s i n t r o d u c i e n d o la d i m e n s i ó n t e m p o r a l e n el p r o b l e m a d e la m a g n i t u d
y, p o r t a n t o , e n el p r o b l e m a del infinito c o m o lo p l a n t e a s a n t o T o m á s e n la Suma.
A u n q u e n u e s t r o r a z o n a m i e n t o se h a d e s a r r o l l a d o h a s t a a h o r a e n u n a p e r s p e c tiva d e comparación
estática f u n d a m e n t a l m e n t e , c o n u n a b r e v e a l u s i ó n al p r o b l e m a d e la divisibilidad c o m o p r o c e s o q u e se h a d e r e a l i z a r e n el t i e m p o , S a n t o
T o m á s se sirve t a m b i é n d e u n r a z o n a m i e n t o y lenguaje q u e p o d e m o s calificar
d e d i n á m i c o e n la m e d i d a e n q u e i n c o r p o r a el t i e m p o y el m o v i m i e n t o . E s e n
este c o n t e x t o d i n á m i c o e n el q u e la continuidad
d e la m a g n i t u d divisible p l a n tea t o d a s u dificultad, y e n él n o s e n c o n t r a m o s d e n u e v o c o n el axioma de libre
movilidad c o m o n e c e s a r i o p a r a la definición d e m a g n i t u d c o n t i n u a . El m o d o d e
r a z o n a r s a n t o T o m á s s o b r e el t i e m p o y el m o v i m i e n t o n o r o m p e la línea a r g u m e n t a l q u e h a s t a a h o r a v e n g o s i g u i e n d o , sólo d i s t i n g u e «la totalidad del m o v i m i e n t o y el t i e m p o » d e las partes «sucesivas» d e esa t o t a l i d a d , n o d e las p a r t e s
« s i m u l t á n e a s » q u e h a s t a a h o r a h a b í a m o s c o n s i d e r a d o . Y d e e s t a s p a r t e s «sucesivas» se vuelve a p r e g u n t a r si p u e d e n c o n s i d e r a r s e p a r t e s « e x t e n s a s aditivas»
o, p o r el c o n t r a r i o , sólo s o n e x t e n s a s p e r o no aditivas. Q u i z á c o n v e n g a r e c o r d a r , e n c o n s e c u e n c i a , q u e las v e l o c i d a d e s r e l a t i v a s e n la t e o r í a d e la r e l a t i v i d a d
e s p e c i a l se c o n s i d e r a n m a g n i t u d e s e x t e n s a s , p e r o no aditivas. V e a m o s p r i m e r o
c ó m o p r e s e n t a s a n t o T o m á s el r a z o n a m i e n t o favorable a la infinitud del m o v i m i e n t o y el t i e m p o .
Op. cit, p. 180.
Op. cit., pp. 180-181.
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«El tiempo y el movimiento t o m a n su cantidad y continuidad de la magnitud sobre la que pasan o a la que se aplica el movimiento, como dice Aristóteles en el IV de los FL·icos. Ahora bien, no es contrario a la razón de tiempo y movimiento que puedan ser infinitos, puesto que cualquier punto indivisible
que se señale en el tiempo o el movimiento circular es a la vez principio y fin.
Luego no contradice al concepto de magnitud (temporal y móvil) el que sea
infinita» (I, q.7, a.3).
A e s t e m o d o d e r a z o n a r o p o n e s a n t o T o m á s el s u y o , q u e , c o m o a c a b o d e indic a r , d e s c a n s a e n la d i s t i n c i ó n e n t r e t o t a l i d a d simultánea
y totalidad
sucesiva
{entrada e n el t i e m p o al m u n d o d e la c a v e r n a y perseverancia
e n ella). L a p r i m e r a , la t o t a l i d a d simultánea,
e x p r e s a el p a s o d e la p o t e n c i a al a c t o m e d i a n t e la
unión total y completa d e u n a f o r m a específica c o n la m a t e r i a i n d i v i d u a l i z a d a ,
u n i ó n d e la q u e s u r g e la unicidad del s e r c o m o totalidad, d i s t i n t a d e la u n i d a d
h o m o g é n e a d e la materia prima. L a s e g u n d a , la sucesiva, se c a r a c t e r i z a p o r s e r
u n a mezcla d e p o t e n c i a y a c t o , y e s t a m e z c l a p u e d e d a r s e e n las m a g n i t u d e s q u e
admiten grados de «mayor y menor» y que llamamos cualidades o magnitudes
«no e x t e n s a s » . E j e m p l o s d e m a g n i t u d e s « n o e x t e n s a s » , c o m o s a b e m o s , s o n el
c a l o r y la a c e l e r a c i ó n , q u e e q u i v a l e n a g r a d o s s u c e s i v o s y d i f e r e n t e s d e t e m p e r a t u r a y velocidad.
L a m a g n i t u d s u c e s i v a n o es u n a m a g n i t u d c o m p l e t a e n s u s g r a d o s , u n o s g r a d o s q u e n o s ó l o se d i f e r e n c i a n cuantitativamente
(lo q u e s u p o n d r í a h o m o g e n e i d a d e n ellos y p o s i b i l i d a d d e m e d i c i ó n ) , s i n o cualitativamente
(el c a l o r es dist i n t o c o m o h a b l a m o s d e m á s o m e n o s c a l o r ) . Q u i z á n o s a y u d e a c o m p r e n d e r el
s i g n i f i c a d o m a t e m á t i c o d e e s t a d i f e r e n c i a la p a r á b o l a del « g e ó m e t r a l í q u i d o e n
u n m u n d o d e l i q u i d e z » q u e B . R u s s e l l n o s dejó:
«No podemos suponer el líquido perfectamente homogéneo e indiferenciado, en primer lugar, porque ese líquido no se podría percibir o distinguir
del espacio vacío [éter]; en segundo lugar, porque el cuerpo de nuestro geómetra —a menos que fuera u n espíritu sin cuerpo— ya introduciría una diferencia. Podemos aceptar, pues, que
"débiles enrejados
por entre los rayos de luz
tejen una red de luz coloreada",
y suponer que esta red proporciona a nuestro geómetra la ocasión para sus
reflexiones. El geómetra podrá entonces imaginar esa red tejida con hilos rectos, curvos, parabólicos o de cualquier otra forma, y podrá inferir que si tal
red se puede aplicar en u n a parte del líquido se podrá aplicar también en otra.
Esto será suficiente para poder razonar deductivamente. La superposición a
la que se refiere —puesto que el objeto de la geometría no es la igualdad real
o fàctica, sino sólo las condiciones formales de igualdad— es puramente ideal
y no se ve afectada por la imposibilidad de "congelar" el agua de cualquier red
real. Sin embargo, para aplicar su geometría a las exigencias de la vida real se
necesitaría algún patrón de comparación entre las redes reales, y aquí, es verdad, sería necesario u n cuerpo rígido, o un conocimiento de las condiciones
lógicas bajo las que surgen redes semejantes. Ahora bien, siendo empíricas
estas condiciones, difícilmente se podrían conocer sin previas mediciones. De
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ahí que, para la Geometría aplicada, n o para la "pura" o m a t e m á t i c a , s ó l o el
c u e r p o rígido parece esencial»
El « m u n d o líquido» q u e Russell i m a g i n a p u e d e s e r m u y b i e n la i m a g e n del
m u n d o d e la l i q u i d e z e c o n ó m i c a del q u e n o s h a b l a K e y n e s e n s u Teoría general.
El e c o n o m i s t a p u e d e e n t o n c e s s u p o n e r o i m a g i n a r u n a r e d d e ejes c o o r d e n a d o s
tejida al m o d o c a r t e s i a n o , o d e c u a l q u i e r o t r o m o d o , a t r a v é s d e la c u a l « p o d r á
ver» el m u n d o e c o n ó m i c o y d e s a r r o l l a r s u s reflexiones s o b r e el v a l o r d e los bienes, s u p r o d u c c i ó n y d i s t r i b u c i ó n . El e c o n o m i s t a v e r á e n t o n c e s el m u n d o e c o n ó m i c o c o n los m i s m o s ojos q u e el « s u p e r o b s e r v a d o r » n e w t o n i a n o al q u e n o s
d e c í a E d d i n g t o n q u e r e c u r r e el m a t e m á t i c o
« c u a n d o establece u n a investigación d i n á m i c a , c o n las palabras: " T o m e m o s
ejes rectangulares sin aceleración Ox, Oy, Oz..."• Ejes rectangulares sin aceleración s o n los i n s t r u m e n t o de m e d i d a del s u p e r o b s e r v a d o r » .
24
«Ejes r e c t a n g u l a r e s sin a c e l e r a c i ó n » es la r e d o e n r e j a d o del q u e n o s h a b l a
Russell y q u e el g e ó m e t r a c o n s t r u y e y a r r o j a s o b r e ese o c é a n o d e l i q u i d e z q u e
es el m u n d o d e la c a v e r n a c u a n d o t r a t a d e i n v e s t i g a r l o . E s e e n r e j a n d o n o pert e n e c e n a d i c h o m u n d o , c o m o t a m p o c o la r e d q u e el p e s c a d o r a r r o j a al m a r pert e n e c e al m a r , a u n q u e sin ella n o p o d r á p e s c a r los p e c e s q u e h a y e n el m a r . La
r e d del p e s c a d o r , s i n e m b a r g o , n o t i e n e p o r q u é s e r c a r t e s i a n a , s u s hilos n o tien e n p o r q u é s e r n e c e s a r i a m e n t e ejes r e c t a n g u l a r e s sin a c e l e r a c i ó n , p u e s e n el
m a r al q u e se a r r o j a la r e d n o existe «libre m o v i l i d a d » ni la d i s t r i b u c i ó n del p e s c a d o es uniforme. El p e s c a d o r h a d e ver el m a r c o n ojos d i s t i n t o s d e los q u e t i e n e
el « s u p e r o b s e r v a d o r » n e w t o n i a n o ; s u s r e d e s h a n d e a d o p t a r f o r m a s diferentes,
p u e s se h a n d e m o v e r e n u n m u n d o d e a c e l e r a c i o n e s e n el q u e las olas confier e n al a g u a «formas» d i f e r e n t e s y los p e c e s q u e se q u i e r e n p e s c a r s o n p e c e s h e t e r o g é n e o s . El m u n d o del i n v e s t i g a d o r científico, c o m o el m u n d o del p e s c a d o r ,
n o es u n m u n d o d e sólo cantidades sino, e s p e c i a l m e n t e , d e cualidades
diferent e s d e a g u a y p e c e s . P o r e s o p o d e m o s d e c i r del p e s c a d o r lo q u e E d d i n g t o n d i c e
del i n v e s t i g a d o r científico; p o d r á p e n s a r q u e :
25
«Es posible que haya u n superobservador c u y o s juicios [sobre las redes a
utilizar] t e n g a n una razón natural para ser c o n s i d e r a d o s c o m o lo m á s verdaderos, o por lo m e n o s , los m á s sencillos. Una s o c i e d a d de p e c e s sabios probab l e m e n t e convendría en que la mejor m a n e r a de describir los f e n ó m e n o s era
adoptar el p u n t o de vista de u n p e z [o p e s c a d o r ] en r e p o s o e n el o c é a n o . Pero
la m e c á n i c a relativista halla que n o es evidente que haya que considerar las
opiniones [y redes] de u n observador cualquiera c o m o superiores a otras. Todas
s o n i g u a l e s . . . Este p o t e n t a d o [que es el superobservador] ha dividido el espac i o tal c o m o le aparecía a través de u n a red de líneas y de planos. T e m o que
haya llegado ya la hora de su a b d i c a c i ó n » .
26
RUSELL, B., Foundations of Mathematics,
1937, p. 80.
EDDINGTON, A. S., Espacio, tiempo y gravitación, Calpe, Madrid, Barcelona, 1922, p. 101.
Cfr. La imagen popperiana de las teorías científicas c o m o redes con las que captamos
los hechos de la realidad.
23
24
25
2 6
EDDINGTON, op.
cit.,
p.
102.
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233
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La s u p r e s i ó n del s u p e r o b s e r v a d o r n e w t o n i a n o q u e i n t r o d u c e la r e l a t i v i d a d
a ñ a d e u n a t e r c e r a n o t a a la s i t u a c i ó n d e la q u e p r e t e n d í a m o s salir a c u d i e n d o a
él: n o s ó l o se t r a t a d e u n a s i t u a c i ó n e n la q u e n o p o d e m o s a t r i b u i r la d i s t i n c i ó n
e n t r e c u a l i d a d y c a n t i d a d a la n a t u r a l e z a o al lenguaje m a t e m á t i c o , a h o r a v e m o s
que tampoco podemos pensar que u n hipotético superobservador nos garantice la certeza s o b r e la verdad q u e n o s p u e d e d a r a c o n o c e r . L a s e x p e c t a t i v a s epist e m o l ó g i c a s del s u p e r o b s e r v a d o r n e w t o n i a n o s o b r e lo q u e s u c e d e e n la cavern a n o s o n m á s c i e r t a s q u e l a s d e c u a l q u i e r o t r o s u j e t o q u e viva e n ella. E s t e
n u e v o r a s g o d e la s i t u a c i ó n es s u m a m e n t e i m p o r t a n t e y significativo, p u e s d e s t r o n a del s a b e r científico al h i p o t é t i c o « e n t e n d i m i e n t o o m n i s c i e n t e » d e Laplace c o n s u s e x p e c t a t i v a s r a c i o n a l e s verdaderas y ciertas:
«Un entendimiento que en u n instante dado conociese todas las fuerzas
que actúan en la naturaleza y la posición de todas las cosas de que se compone el m u n d o —suponiendo que dicho entendimiento fuese lo bastante vasto
para someter estos datos al análisis— abarcaría en la misma fórmula los movimientos de los cuerpos más grandes del universo y los de los átomos más pequeños: para él no sería nada incierto, y el futuro, lo mismo que el pasado, sería
presente a sus ojos»
L a s e x p e c t a t i v a s del e n t e n d i m i e n t o l a p l a c i a n o i n c o r p o r a n y e x p l i c i t a n l a s
c u a l i d a d e s p r o p i a s del s u p e r o b s e r v a d o r n e w t o n i a n o , y se t r a t a e n a m b o s c a s o s
d e e x p e c t a t i v a s i n c o m p a t i b l e s c o n el principio de indeterminación
tal y c o m o lo
i n t e r p r e t a b a H e i s e n b e r g . De l a s e x p e c t a t i v a s del « e n t e n d i m i e n t o l a p l a c i a n o » es
i m p o s i b l e d e c i r « q u e sólo e n r a r o s c a s o s p u e d e n s e r e q u i v a l e n t e s a c e r t i d u m b r e » , p u e s el d e t e r m i n i s m o científico se a n u l a r í a y q u e d a r í a v e n c i d o p o r el a z a r .
Ni el s u p e r o b s e r v a d o r n e w t o n i a n o n i el e n t e n d i m i e n t o l a p l a c i a n o p u e d e n a c e p t a r q u e «Dios j u e g u e a los d a d o s » , c o m o t a m p o c o lo a c e p t a b a E i n s t e i n al critic a r la i n t e r p r e t a c i ó n q u e H e i s e n b e r g h a c í a d e la t e o r í a c u á n t i c a . El s u p e r o b s e r v a d o r n e w t o n i a n o , c o m o el e n t e n d i m i e n t o l a p l a c i a n o , n e c e s i t a n certeza e n la
a p l i c a c i ó n d e la verdad, p o r e s o es t a n difícil r e c o n c i l i a r l o s c o n la l i b e r t a d del
s u j e t o c u y a i n f o r m a c i ó n es i m p e r f e c t a y p o r ello i n c i e r t a .
L l e g a m o s así a u n a c o n c l u s i ó n q u e n o s r e m i t e a u n o d e los t e m a s preferid o s p o r M. d e G u z m á n : el infinito c o m o c o n d i c i ó n d e p o s i b i l i d a d d e c u a l q u i e r
c o n o c i m i e n t o científico del m u n d o d e la c a v e r n a p l a t ó n i c a . E n s u s p r o p i a s palab r a s , y c o n ellas t e r m i n o :
«... en la apertura inicial de la mente al conocimiento intelectual, a cualquier conocimiento intelectual, está presente, como horizonte, como condición de posibilidad de cualquier conocimiento concreto, el ser en su infinitud.
Nosotros percibimos esta infinitud no de modo temático, sino como el espacio [el "sensorium Dei", diría Newton] en que nuestro conocimiento tiene lugar.
Esta presencia no es sólo mera condición de posibilidad, como podría ser la
mera ausencia de obstáculos, sino causa fundante de nuestro propio conocer,
no una mera cuestión de estructura externa [como parece ser el hipotético
LAPLACE, P. S., Ensayo filosófico sobre las probabilidades,
MIC, Madrid, p. 18.
27
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233
París, 1985 (1812), ed. d e l N T E -
pp. 273-290
290
F. GÓMEZ, EL INFINITO EN LA SUMA TEOLÓGICA: TEOLOGÍA, FÍSICA Y MATEMÁTICAS
"entendimiento omnisciente" de Laplace]. Es algo constitutito de nuestro c o n o cer, a u n q u e d e u n a forma tan velada q u e n o se explicita. Y tal vez n o se p u e d a
explicitar. El ojo, al ver, n o se p u e d e ver a sí m i s m o , a n o ser e n la i m a g e n d e
u n espejo. Y e n ello p o s i b l e m e n t e radica el carácter peculiar de esta presencia, q u e es, p o r u n a parte, lo primario, l o s i e m p r e presente, l o m á s o b v i o d e
nuestro c o n o c i m i e n t o , y p o r otra parte l o n e c e s a r i a m e n t e oculto, e s c o n d i d o ,
m i s t e r i o s o . Si lo p u d i é r a m o s c o n o c e r al m o d o c o m o c o n o c e m o s los objetos
c o t i d i a n o s n o sería l o q u e e s » .
28
P a r a M i g u e l d e G u z m á n , el i n f i n i t o h a d e j a d o d e s e r y a «lo
o c u l t o , e s c o n d i d o y m i s t e r i o s o » , a u n q u e t a m p o c o lo vea c o m o
a q u í e n la t i e r r a los « o b j e t o s c o t i d i a n o s » . M i g u e l d e G u z m á n
ya q u e sus expectativas n o sólo eran verdaderas, t a m b i é n e r a n
a Alberto Aguilera, 23 (ICADE)
28015 Madrid
necesariamente
nosotros vemos
ha comprobado
ciertas.
FRANCISCO G Ó M E Z
CAMACHO
[email protected]
[Artículo aprobado para publicación en septiembre de 2005]
GUZMÁN, M. DE, «Matemáticas y estructura de la naturaleza», en: Ciencia y Sociedad.
Desafíos del Conocimiento ante el Tercer Milenio (F. MORA TERUEL - J. M. SEGOVIA DE ARANA, coordinadores), Fundación Central Hispano, Madrid, 1998, p. 347.
28
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233
pp. 273-290
MADHVA (1198-1278)
Pluralismo, realismo y teísmo
en la Filosofía de la India
F E R N A N D O TOLA - CARMEN DRAGONETTI
Fundación Instituto de Estudios Budistas / CONICET. Buenos Aires
RESUMEN: Después de algunas consideraciones sobre la Escuela filosófica india Vedànta en cuyo contexto se ubica Madhva, el artículo desarrolla el Pluralismo y Realismo ontológico característicos de este
autor, pluralismo basado en las nociones de «diferencia» y «naturaleza propia», y que considera a Dios,
las almas y la materia como entidades reales, eternas, y esencialmente diferentes entre sí. El artículo ofrece en sánscrito y en traducción española un pequeño tratado de Madhva que proporciona un esquema
claro de su ontologia. Tres temas se destacan en él: la unicidad de Dios (Vishnu), el poder absoluto de
Dios y la predestinación. El artículo presenta asimismo otros textos de Madhva que dan a conocer la naturaleza de Vishnu y sus excelsos atributos. Se refiere después a la doctrina de la predestinación en Madhva; algunos de sus textos parecen sostener una concepción despótico-fatalista, pero otros, una concepción que modifica la exposición de los anteriores, inspirada en la idea de la justicia y bondad de Dios.
Finalmente, aborda los temas: el conocimiento y la devoción en Madhva como medios de alcanzar a Dios.
PALABRAS CLAVE: Madhva, realismo, eternidad, pluralismo, Dios, almas, materia, predestinación,
conocimiento, devoción.
Madhva (1198-1278).
Pluralism, Realism and Theism in Indian Philosophy
ABSTRACT: After some remarks on the Vedànta philosophical school, the context of Madhva's thought,
the article develops Madhva's Pluralism and Realism. His pluralism is based on the notions of «difference» and «own nature», and considers God, souls and matter as real and eternal entities, essentially
different from one another. The article offers Sanskrit and Spanish translations of a small treatise of
Madhva, which provides a schematic but clear exposition of Madhva's ontology. Three themes are highlighted: the unicity of God (Vishnu), the absolute power of God and predestination. The article presents
other texts of Madhva, which describe Vishnu's nature and His supreme qualities. Finally the article
deals with Madhva's predestination doctrine. Some of his texts maintain a despotic-fatalistic conception of predestination; and others, that modify the previous ones present a conception inspired by the
idea of God's Justice and Goodness. The article ends with some remarks on knowledge and devotion
as a means to reach God.
KEY WORDS: Madhva, realism, eternity, pluralism, God, souls, matter, predestination, knowledge,
devotion.
Si S h a ñ k a r a i n t e r p r e t a l a s Upanishads
como patrocinando un Monismo
a b s o l u t o c o n r e l a c i ó n a Brahman, P r i n c i p i o S u p r e m o i m p e r s o n a l , v a c í o d e t o d a
c a l i f i c a c i ó n , u n I d e a l i s m o t a m b i é n a b s o l u t o c o n r e l a c i ó n al ïshvara, D i o s , al
jlva, i n d i v i d u o , y al m u n d o , y la a b s o l u t a i d e n t i d a d c o n Brahman del /iva liber a d o d e la i g n o r a n c i a , q u e l o c o n f i n a e n la i l u s o r i a r e a l i d a d e m p í r i c a ; si
1
Cf. TOLA, F. - DRAGONETTI, C , «El sistema de Shañkara. Realidad, ilusión, perspectivismo», en 'llu, Revista de Ciencias de las Religiones, Madrid, 2002, vol. 7, pp. 141-162.
1
© PENSAMIENTO, ISSN 0031-4749
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233, pp. 291-320
292
F. TOLA - C. DRAGONETTI, MADHVA
(1198-1278)
R à m à n u j a , i n t e r p r e t a n d o i g u a l m e n t e las Upanishads, a f i r m a u n M o n i s m o calificado d e a c u e r d o c o n el c u a l Brahman es el P r i n c i p i o S u p r e m o p e r s o n a l y las
a l m a s y el m u n d o , a u n q u e d i f e r e n t e s d e él, s o n s u c u e r p o , s o n m o d o s d e Él, y
d e Él d e p e n d e n ; el filósofo i n d i o M a d h v a (1198-1278) s o s t i e n e u n a i n t e r p r e t a c i ó n d e las Upanishads
q u e h a r e c i b i d o el calificativo d e Dvaita ( « D u a l i d a d » ) ,
a u n q u e e n v e r d a d se t r a t a n o t a n t o d e u n s i s t e m a d u a l i s t a , s i n o pluralista.
M a d h v a es a u t o r d e u n b u e n n ú m e r o d e o b r a s : u n c o m e n t a r i o d e los Vedantasütras d e B à d a r à y a n a ; u n c o m e n t a r i o d e la Bhagavad-Glta
que constituyó
s u p r i m e r t r a b a j o ; c o m e n t a r i o s d e las Upanishads;
un tratado denominado
Anuvyákhyána,
e n q u e M a d h v a a c l a r a y justifica las i n t e r p r e t a c i o n e s q u e d a e n el
c o m e n t a r i o d e los a f o r i s m o s d e B à d a r à y a n a ; u n breve t r a t a d o , el Anubhdsya,
que
d a la e s e n c i a d e los c i t a d o s a f o r i s m o s , diez o t r o s t r a t a d o s c o n o c i d o s bajo el n o m b r e d e dasa-prakarana e n q u e M a d h v a e x p o n e los p r i n c i p i o s d e su d o c t r i n a y e n t r e
los c u a l e s se e n c u e n t r a el Tattva-sahkhyàna
( « E n u m e r a c i ó n d e las r e a l i d a d e s o
c a t e g o r í a s d e lo real, tattva»), al cual n o s r e f e r i r e m o s m á s a d e l a n t e e n detalle.
La d o c t r i n a d e M a d h v a p r e s e n t a g r a n d e s s i m i l i t u d e s c o n la d e R à m à n u j a .
C o m o el d e R à m à n u j a , el s i s t e m a d e M a d h v a c o n s t i t u y e o t r a T e o l o g í a del
Vishnuismo, a u n q u e m e n o s difundida.
2
EL
CONCEPTO DE «PLURALISMO»
S o b r e el c o n c e p t o d e « P l u r a l i s m o » , q u e se p u e d e a p l i c a r al s i s t e m a d e
M a d h v a , v e r l o s a r t í c u l o s d e L. S a m s o n , « P l u r a l i s m u s » , e n el
Historisches
Wórterbuch der Philosophie ,
v o l u m e n 7, p p . 988-995, y d e J. F e r r a t e r M o r a , «Plur a l i s m o » , e n el Diccionario de Filosofía ( e d i c i o n e s d e 1958 y d e 1 9 9 4 ) . El Pluralismo sostiene:
3
4
«El m u n d o está c o m p u e s t o de realidades i n d e p e n d i e n t e s y m u t u a m e n t e
irreductibles» (Ferrater Mora, 1958), y t a m b i é n : «hay m á s de u n a realidad, o
m á s de u n tipo de realidad, ... que hay m u c h o s , p o s i b l e m e n t e infinitos, tipos
de realidad... S i n e m b a r g o , hay c a s o s e n los que se afirma que hay u n n ú m e ro c o n s i d e r a b l e , o tal vez infinito, de realidades que s o n s u s t a n c i a l m e n t e del
m i s m o tipo, y se i n d i c a que se trata de doctrinas pluralistas. Tal s u c e d e c o n
el a t o m i s m o y c o n las teorías m o n a d o l ó g i c a s » (Ferrater Mora, 1994).
El P l u r a l i s m o se o p o n e así al M o n i s m o . E n O c c i d e n t e fue W i l l i a m J a m e s
q u i e n e n f o r m a m á s r e s o n a n t e e x p u s o la d o c t r i n a p l u r a l i s t a e n s u o b r a A Pluralistic Universe d e 1909, r e e d i t a d a v a r i a s veces.
Cf. TOLA, F . - DRAGONETTI, C , «Ràmànuja. No dualidad calificada. Realismo, teísmo, panteísmo», en Boletín de la Asociación Española de Orientalistas, año X X X V I I I - 2 0 0 2 , Madrid,
pp. 271-288.
Historisches Wórterbuch der Philosophie, JOACHIM RITTER et alii (ed.), Darmstadt: Wissenschaftliche Buchgesellschaft, 1971 ss.
FERRATER MORA, JOSÉ, Diccionario de Filosofía, Barcelona: Editorial Ariel, 1994, en 4 volúmenes.
2
3
1
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233
pp. 291-320
F. TOLA - C. DRAGONETTC, MADHVA
293
(1198-1278)
T R E S ENTIDADES REALMENTE E X I S T E N T E S Y D I F E R E N T E S ENTRE SÍ:
D I O S , LAS ALMAS Y LA MATERIA
P a r a M a d h v a e x i s t e n t r e s e n t i d a d e s r e a l e s y e t e r n a s : Vishnu, d e s i g n a d o t a m b i é n c o n el t é r m i n o « S e ñ o r » o «Dios» (Isvara), las a l m a s y la m a t e r i a . E x i s t e n
i n s u p e r a b l e s d i f e r e n c i a s : 1) e n t r e Vishnu y las a l m a s ; 2) e n t r e Vishnu y la m a t e ria; 3) e n t r e las a l m a s y la m a t e r i a ; 4) e n t r e las a l m a s e n t r e sí, y 5) e n t r e las c o s a s
m a t e r i a l e s e n t r e sí.
Al i g u a l q u e p a r a R a m a n u j a , p a r a M a d h v a el Brahman d e las Upanishads
es
u n Dios p e r s o n a l i d e n t i f i c a d o c o n V i s h n u , d o t a d o d e infinitas c u a l i d a d e s p o s i tivas r e u n i d a s e n la a b s o l u t a s i m p l i c i d a d y u n i d a d d e s u e s e n c i a , y e n n a d a divers a s d e ella; es c a u s a eficiente d e t o d o ; es el ú n i c o s e r q u e p o s e e i l i m i t a d a a u t o n o m í a frente a t o d o e i l i m i t a d a s o b e r a n í a s o b r e t o d o ; y p o r o b r a d e c u y a g r a c i a
los h o m b r e s l l e g a n a la m e t a d e la s a l v a c i ó n . V i s h n u t a m b i é n t i e n e s u c o n s o r t e
e n L a k s h m I . S e m a n i f i e s t a b a j o m ú l t i p l e s f o r m a s (avatdras).
L a s a l m a s y las
c o s a s m a t e r i a l e s , r e a l e s , e t e r n a s , y d i v e r s a s e n t r e sí, d e p e n d e n d e V i s h n u e n s u
existencia, actividad y destino.
T r e s v e r s o s del Mahdbhdratatátparyanirnaya
características, realidad y diferencia:
I, 6 9 c - d - 7 0 , e x p r e s a n e s t a s d o s
5
jagatpraváhah
satyo 'yam
pañcabhedasamanvitah
II69 c-d //
jlvesayor bhidá caiva
jlvabhedah parasparam
I
jadesayor jadanam ca
jadajlvabhidd
tathá II70 //
«Este fluir del Universo es real,
d o t a d o de c i n c o formas de diversidad:
diferencia entre l o s jlvas y el Señor,
diferencia de l o s jlvas entre sí,
[diferencia] entre la materia y el S e ñ o r
y de las c o s a s materiales [entre s í ] ,
e i g u a l m e n t e diferencia entre la materia y los jlvas.»
D I F E R E N C I A Y NATURALEZA PROPIA. E L PLURALISMO ABSOLUTO D E M A D H V A
E x i s t e n n u m e r o s o s t e x t o s d e M a d h v a q u e al igual q u e la e s t r o f a q u e p r e c e d e se r e f i e r e n a s u c o n c e p c i ó n p l u r a l i s t a d e la r e a l i d a d , b a s a d a e n s u s n o c i o n e s
d e la «diferencia» y la « n a t u r a l e z a p r o p i a » .
1. L a n a t u r a l e z a p r o p i a (svabháva)
d e las c o s a s es la d i f e r e n c i a
(bheda),
f u n d a d a e n la p o s e s i ó n d e i n f i n i t a s c a r a c t e r í s t i c a s p r o p i a s d i v e r s a s (visesa) d e
t o d a s las c o s a s .
En Sarvamülagranthàh,
Collected Works of Sri Madhwacarya,
Madhwa Seva Pratisthànà, 1999, vol. V, obra por la cual citamos.
5
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), num. 233
Bangalore: Sri Vyàsa
pp. 291-320
294
F. TOLA • C. DRAGONETTI, MADHVA
(1198-1278)
E n e s t e m u n d o m a r c a d o p o r la p l u r a l i d a d c a d a s e r t i e n e s u s c a r a c t e r í s t i c a s p r o p i a s e s e n c i a l e s (visesa),
q u e lo d i f e r e n c i a n d e los o t r o s
(svarüpabheda),
es d e c i r q u e f u n d a m e n t a n s u s diferencias frente a los o t r o s . El c o n j u n t o de
e s t o s visesas
c o n s t i t u y e s u i n d i v i d u a l i d a d , s u n a t u r a l e z a p r o p i a (svabhdva
o
svarüpa).
E n el Érïmadbhagavadgït&tàtparyanirnaya
M a d h v a c i t a u n l a r g o p a s a j e d e l Brahmatarka,
X I , 15, v o l u m e n I, p p . 3 6 9 - 3 7 2 ,
o b r a q u e él a t r i b u y e a V y á s a ,
e n q u e s e e n c u e n t r a e x p r e s a d a u n a i d e a q u e M a d h v a h a c e s u y a : . . . viseso
svarüpam
sa svanirváhaka
pi
eva ca (p. 3 7 0 , l í n e a 4), «la c a r a c t e r í s t i c a e s e n c i a l e s
la n a t u r a l e z a p r o p i a [ d e u n a c o s a ] y ella [= la c a r a c t e r í s t i c a e s e n c i a l ] es la q u e
h a c e efectiva e s a n a t u r a l e z a p r o p i a a p a r t á n d o l a [ d e las o t r a s c o s a s ] . . . » .
E n el Vishnutattvavinirnaya,
r r o l l o s o b r e el t e m a del bheda,
v o l u m e n VII, p p . 9 3 - 9 5 , M a d h v a e n u n d e s a « d i f e r e n c i a » , e x p r e s a e n p . 94:
bhedas tu svarüpadarsana
eva siddhah /pràyah sarvato vilaksanam
hi padàrthasvarüpam
drsyate I asya bheda iti tu padárthasya
svarüpam
itivat I yadi na svarüpam bhedas tadà padàrthe drste pràyah sarvato vailaksanyam
tasya na jñayeta
/ ajñdte ca vailaksanye
átmani ghata ityapi satnsayah
syàt I na hi kascit
tathá
samsayam
karoti I jñdtvaiva pràyah sarvato vailaksanyam
kasmimscit
eva sadrse
samsayam
karoti I na hyàtmani
aham devadatto na va iti kasyacit samsayo bhavati I sàmànyatah
sarvavailaksanye
jñata eva ghatatvádijñánam
I
«La diferencia e s establecida e n la captación m i s m a de la naturaleza propia.
La naturaleza propia de u n a cosa es captada c o m o dotada de características diferentes e n t é r m i n o s generales d e todo [lo d e m á s ] ; pero [ c u a n d o se d i c e ] "la diferencia" d e ésta [ c o s a respecto de las otras] e s c o m o decir "la naturaleza propia
de esa cosa". Si la diferencia n o fuera la naturaleza propia, entonces, c u a n d o una
c o s a e s captada, n o se percibiría su p o s e s i ó n d e características diferentes e n térm i n o s generales de t o d o [lo d e m á s ] . Y, al n o percibirse su p o s e s i ó n de características diferentes [de las de las otras c o s a s ] , se podría dar esta duda c o n relac i ó n a u n o m i s m o : "¿Soy u n a vasija?". Pero n a d i e tiene u n a d u d a así [lo q u e
explica que, al verse a u n o m i s m o y a la vasija, se está t a m b i é n v i e n d o las diferencias d e u n o frente a la vasija y de la vasija frente a u n o ] . P e r c i b i é n d o s e la
p o s e s i ó n [por parte de u n a c o s a ] d e características diferentes e n t é r m i n o s generales de t o d o [lo d e m á s ] , al darse [sin e m b a r g o ] algo similar [entre e s a cosa y
otra] se p r o d u c e la duda. Pues nadie tiene esta duda c o n relación a u n o m i s m o :
"¿Yo s o y Devadatta o no?" [por c u a n t o m i identidad e s c o m p l e t a m e n t e diferente de la del otro y e s c o m o tal percibida]. G e n e r a l m e n t e s ó l o c u a n d o se percibe
la p o s e s i ó n d e t o d a s las características diferentes [de t o d o l o d e m á s ] se da el
c o n o c i m i e n t o d e que [algo] es u n a vasija, etc. [y n o otra cosa].»
E n el Taittirtyopanisadbhdsya,
v o l u m e n III, p p . 1 4 4 - 1 4 9 , M a d h v a e x p r e s a
entre otros conceptos:
na ca bhedadarsanam
asukaram
I svarüpatvàd
bhedasya I sarvavyàvrttam
hi
sarvasya svarüpam sarvair anubhüyate
I... na ca pascad bhedo jñayata
ityatra
kiñcin mànam / (p. 144) na hi drstavastunah
purusasya tasya vastvantaràd
bhede
samsayah kvacid drstah / (p. 1 4 5 ) . . . ato vyàvrttir eva svarüpam / (p. 145)
asya bheda iti visesyatvam
asya svarüpam
itivat I... (p. 146)
asmàd vyàvrttir anyasya svarüpam
anyasmàd
vyàvrttir asya svarüpam
iti
naikasvarüpatà
I (p. 1 4 6 ) . . . naca svarüpatvena
bhedasyàbhàvo
bhavati I (p. 146)
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«La captación de la diferencia no es difícil, ya que la diferencia es la naturaleza propia [de la cosa], pues la naturaleza propia de todas las cosas es experimentada por todos como diversa de todo... No hay ninguna prueba de que la
diferencia sea conocida después [de que se la cosa es percibida, o sea después
de que su naturaleza propia es captada, es decir: ambas son conocidas simultáneamente] (p. 144). Cuando una persona ve una cosa, no se ha visto nunca
[que exista en ella] una duda con respecto a la diferencia [de esa cosa] frente a
otra cosa? (p. 145). Por consiguiente, sólo la diversidad [producida por las características diferentes que toda cosa tiene] es la naturaleza propia (p. 145).
La diferencia de una cosa es el hecho de ser caracterizada por cualidades
propias, en otros términos su naturaleza propia... (p. 146).
La diversidad frente a una cosa [B] [de otra cosa A] es la naturaleza propia de esta otra [cosa A]; la diversidad frente a la otra cosa [A] [de la cosa B]
es la naturaleza propia de esta cosa [B] (p. 146). No hay así aislado el ser naturaleza propia [de algo, sólo hay naturaleza propia con relación a otro: de uno
con otro y de otro con u n o ] . . . Y por el hecho de ser naturaleza propia la diferencia no deja de existir [es decir puede asumir las dos funciones: la de naturaleza propia y la de diferencia] (p. 146)».
P a r a M a d h v a e n el m u n d o r e i n a a s í el svarüpabheda
o diferencia de naturalezas, f u n d a d a — c o m o d i j i m o s — e n la d i v e r s i d a d d e las c a r a c t e r í s t i c a s p r o p i a s
d e t o d o s los s e r e s y c o s a s .
E n s u o b r a Brahmasütrànuvyàkhyàna
II, 2, estrofa 124, v o l u m e n II, p . 380,
M a d h v a a f i r m a a p o y á n d o s e e n las E s c r i t u r a s (Shruti):
ekatve nàsti tnanam ca srutir apyàhd sàdaram I
bhinnás ca bhinnadharmàé
ca padarthà akhilà api
«No hay prueba de la unidad,
la Escritura lo dice con pleno conocimiento:
todas las cosas son diferentes
y tienen cualidades diferentes.»
2. S e t r a t a , p u e s , d e u n P l u r a l i s m o y R e a l i s m o o n t o l ó g i c o a b s o l u t o s e n la
c ú s p i d e del c u a l r e s i d e Vishnu, c o n c e b i d o c o m o u n Dios p e r s o n a l .
S u z a n n e S i a u v e e n La doctrine de Madhva, p . 2 0 8 , d e s c r i b e e n f o r m a m u y
c l a r a el P l u r a l i s m o d e M a d h v a , e l e m e n t o e s e n c i a l d e s u s i s t e m a :
6
«El mundo, tal como él es dado en la experiencia, está constituido por objetos múltiples, diferentes del sujeto pensante, y separados los unos de los otros.
Estos objetos pertenecen conjuntamente a un mismo mundo, insertos en un
único contexto espacio-temporal, condición necesaria de nuestros juicios de
realidad. Pero en el interior de este cuadro reina, al parecer, un pluralismo
absoluto: cada realidad es, por esencia propia, svarüpa, diferente de las otras;
la yuxtaposición de dos realidades de inmediato hace aparecer los caracteres
individuales, los visesa, por los cuales cada una se opone a la otra. Hay que
agregar que incluso esta oposición no es un rasgo común, pues cada una posee
su manera propia de diferir de la otra.
SIAUVE, S., La doctrine de Madhva.
dologie, 1968.
6
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Dvaita-Vedanta,
Pondichéry: Institut Français d'In-
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Parece p u e s posible decir que, para Madhva, n o existen dos c o s a s perfect a m e n t e idénticas, n o s o l a m e n t e a c a u s a de la diversidad de los c o n t e x t o s en
l o s c u a l e s ellas se encuentran, s i n o t a m b i é n por el p o d e r m i s m o de la individ u a l i z a c i ó n que da a cada ser su c a p a c i d a d de existencia propia. Un pluralism o cualitativo rige el m u n d o material de la m i s m a manera c o m o rige el m u n d o
de los seres espirituales.»
E L PLURALISMO
BUDISTA
P o d e m o s e n c o n t r a r e n la d o c t r i n a b u d i s t a (siglo vi a n t e s d e Cristo) a n t e r i o r
e n m u c h o s s i g l o s a M a d h v a d o s a s p e c t o s s i m i l a r e s a los q u e e n c o n t r a m o s
e n M a d h v a : 1 ) S e g ú n el B u d i s m o t o d a n u e s t r a r e a l i d a d e s t á c o n s t i t u i d a p o r
dharmas, f a c t o r e s o e l e m e n t o s c o n s t i t u t i v o s d e lo e x i s t e n t e ; e s t o s dharmas se
r e ú n e n y d a n l u g a r a los s e r e s y c o s a s d e n u e s t r a r e a l i d a d e m p í r i c a . Se p u e d e
h a b l a r del p l u r a l i s m o b u d i s t a p o r c u a n t o los dharmas n o s o n s i m i l a r e s e n t r e sí
y a q u e c a d a dharma s u r g e a la e x i s t e n c i a p o r c o o p e r a c i ó n d e o t r o s m ú l t i p l e s
dharmas q u e a c t ú a n c o m o c a u s a , y n o b i e n s u r g e d e s a p a r e c e s i e n d o r e e m p l a z a d o p o r o t r o dharma, q u e p o r s u r g i r d e o t r a s c a u s a s es n e c e s a r i a m e n t e difer e n t e del dharma r e e m p l a z a d o ( a u n q u e p u e d a p r e s e n t a r a l g u n a s i m i l i t u d c o n
él). 2) C a d a c o s a es p r o d u c i d a c o m o efecto p o r la c o n j u n c i ó n d e u n a m u l t i p l i cidad de cosas que actúan c o m o causas; y consecuentemente cada u n a de esas
c o s a s q u e a c t ú a n c o m o c a u s a es a su vez p r o d u c i d a c o m o efecto p o r la c o n j u n c i ó n d e u n a m u l t i p l i c i d a d d e o t r a s c o s a s q u e t a m b i é n a c t ú a n c o m o c a u s a s , y así
s u c e s i v a m e n t e e n u n p r o c e s o h a c i a a t r á s q u e n o t i e n e c o m i e n z o . La n e c e s i d a d
d e u n a p l u r a l i d a d d e c a u s a s y/o c o n d i c i o n e s p a r a el s u r g i m i e n t o d e a l g o es afirm a d a a s í p o r el B u d i s m o . U n p r o c e s o s i m i l a r t i e n e l u g a r c o n r e l a c i ó n a los efect o s . C a d a u n a d e l a s c o s a s q u e s o n p r o d u c i d a s c o m o efecto, a c t u a n d o c o m o
causa, en conjunción con u n a multiplicidad de otras cosas, que también actúa n c o m o c a u s a s , p r o d u c e o t r a s c o s a s c o m o efectos, y así e n u n p r o c e s o h a c i a
a d e l a n t e s i n fin. El r e s u l t a d o es u n a i n t e r d e p e n d e n c i a u n i v e r s a l .
E L TATTVASAÑ KHYA NA
El P l u r a l i s m o e x t r e m o q u e p r e c o n i z a M a d h v a n o i m p i d e s i n e m b a r g o q u e
las e n t i d a d e s e x i s t e n t e s p u e d a n s e r r e u n i d a s e n u n s i s t e m a d e d i v e r s a s c a t e g o rías, lo q u e n o les h a c e p e r d e r la i n d i v i d u a c i ó n a b s o l u t a q u e las c a r a c t e r i z a .
D o s b r e v e s t r a t a d o s d e M a d h v a , el Tattvasañkhyana
( « E n u m e r a c i ó n d e los
tattva, r e a l i d a d e s » ) , e n 11 estrofas, y el Tattvaviveka
( « D i s c r i m i n a c i ó n d e los
tattvas»)*, e n 13 e s t r o f a s , q u e d e s a r r o l l a n el m i s m o t e m a , p r o p o r c i o n a n u n a cla7
7
8
En el vol. VII de la edición citada de la obra de Madhva.
En la edición citada de la obra de Madhva, vol. VII, pp. 31-35.
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sificación g e n e r a l d e t o d o lo q u e existe, c o n e x i s t e n c i a r e a l c o m o d i j i m o s . E s t a s
o b r a s c o n s t i t u y e n u n e s q u e m a d e la o n t o l o g i a d e M a d h v a . E n ellas se n o s revela la r e l a c i ó n j e r á r q u i c a q u e u n e a las e n t i d a d e s diferentes d e Vishnu c o n Vishnu,
el d e s t i n o a q u e e s t á n s o m e t i d a s , y las c a r a c t e r í s t i c a s y a t r i b u t o s d e las m i s m a s .
El t r a t a d o Tattvasahkhyàna
se c o m p o n e , c o m o d i j i m o s , d e 11 e s t r o f a s q u e
d a m o s a c o n t i n u a c i ó n en su original sánscrito y traducción c o n breves aclarac i o n e s e n t r e c o r c h e t e s y a d o p t a n d o p o r r a z o n e s d e c l a r i d a d la d i s p o s i c i ó n d e
los v e r s o s d e H e l m u t h v o n G l a s e n a p p , e n s u l i b r o Von Buddha zu Gandhi"*.
1
svaíantram asvatantram ca dvividham tattvam isyate I
«Se postula q u e la realidad es de d o s clases:
d e p e n d i e n t e de sí m i s m a y n o - d e p e n d i e n t e de sí m i s m a . »
[El c r i t e r i o m á s a m p l i o p a r a la clasificación d e los s e r e s y c o s a s q u e c o n s t i t u y e n la r e a l i d a d es el d e t e n e r o n o a u t o n o m í a (svatrantra/asvatantra),
el d e
t e n e r o n o la c a u s a e n sí m i s m o , el d e la d e p e n d e n c i a o n o d e o t r o , la p o s e s i ó n
o n o del l i b r e a l b e d r í o . ]
svatantro bhagavan
Visnur
«Dependiente de sí m i s m o es el S e ñ o r Visnu.»
[De e n t r e los s e r e s sólo el Dios V i s h n u es autónomo,
t i e n e e n sí m i s m o s u
c a u s a , n o d e p e n d e d e n a d i e , e s t á al m a r g e n d e t o d a l i m i t a c i ó n , n o e s t á s o m e t i d o a n i n g u n a d e t e r m i n a c i ó n . E s el s e r l i b r e p o r e x c e l e n c i a q u e e n s u e x i s t e n c i a
y e n s u h a c e r n o e s t á s u b o r d i n a d o a n a d a ni a n a d i e . ]
bhàvàbhàvau
dvidhetarat II
«Lo d e m á s [= lo n o - d e p e n d i e n t e de sí m i s m o ] es de d o s clases:
existencia y n o existencia.»
[Lo n o - d e p e n d i e n t e d e sí m i s m o , o sea todo lo diferente de Vishnu, se clasific a a s u vez c o n el c r i t e r i o del s e r o no-ser, está determinado
por la existencia o la
no existencia. E s t o i m p l i c a q u e V i s h n u p a r a M a d h v a q u e d a fuera d e e s t a a t r i bución.]
2
pràkpradhvamsasadàtvena
«Se
[no
[no
[no
postula que la n o
existencia de u n a
existencia de u n a
existencia de u n a
trividho 'bhàva isyate I
existencia es de tres clases:
c o s a ] a n t e s [de su p r o d u c c i ó n ] ,
c o s a ] d e s p u é s de su destrucción,
c o s a ] siempre.»
[ E n este v e r s o M a d h v a s e ñ a l a las d i v e r s a s clases d e no-existencia.
E n el á m b i t o del n o s e r se d a n p a r a él t r e s p o s i b i l i d a d e s : el no existir y llegar a ser, el no existir después de haber sido, el no existir nunca, o sea, la i n e x i s t e n c i a a b s o l u t a . ]
Wiesbaden: Otto Harrassowitz, 1962, pp. 187-192.
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cetanicetanatvena
bhavo
'pi dvividho
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matah
II
«Se c o n s i d e r a t a m b i é n que la existencia es de d o s clases:
c o n s c i e n t e y n o consciente.»
[ P a s a n d o a la existencia
M a d h v a s o s t i e n e q u e t o d o lo q u e existe se d i v i d e
e n d o s g r a n d e s c a t e g o r í a s : lo consciente,
es d e c i r los s e r e s d o t a d o s d e c o n o c i m i e n t o y s e n s i b i l i d a d , y lo no-consciente,
o sea, la m a t e r i a , lo i n e r t e . E n
R à m à n u j a t a m b i é n se e n c u e n t r a la división d e t o d o e n cit = cetana y acit = acetana.]
3
duhkhasprstam
tadasprstam
iti dvedhaiva
I
cetanam
«Lo c o n s c i e n t e es ciertamente de d o s clases:
afectado por el sufrimiento y n o afectado por él.»
[El c r i t e r i o del s u f r i m i e n t o divide a los seres conscientes
e n d o s g r u p o s : los
afectados por el sufrimiento
y los no-afectados por el sufrimiento
en cualquiera
d e los t r e s t i e m p o s , el p a s a d o , el p r e s e n t e y el f u t u r o . ]
nityüduhkhd
Rama
'nye tu sprstaduhkhás
samastasah
II
« R a m a [= la D i o s a c o n s o r t e de V i s h n u ]
está e t e r n a m e n t e al m a r g e n del sufrimiento,
pero los otros [seres = los m o r t a l e s ] t o d o s e n su integridad
e s t á n [o h a n e s t a d o o estarán] afectados por el sufrimiento.»
[ M a d h v a , al igual q u e R á m á n u j a t i e n e u n a c o n c e p c i ó n a n t r o p o m ò r f i c a d e la
d i v i n i d a d . Ella se m a n i f i e s t a e n e s t e v e r s o e n la a t r i b u c i ó n d e u n a c o n s o r t e ,
R a m a , a V i s h n u . Sólo la c o n s o r t e d e V i s h n u , Rama ha estado, está y estará siempre no afectada por el sufrimiento.
L o s d e m á s s e r e s se e n c u e n t r a n t o d o s e n la
c a t e g o r í a d e los afectados por el sufrimiento.
Se e x p r e s a a q u í la idea p e s i m i s t a
d e q u e el s u f r i m i e n t o es el d e s t i n o transitorio o eterno del h o m b r e , p e r o s u d e s t i n o i n e x o r a b l e al fin.]
4
sprstaduhkhá
vimuktás
ca duhkhasamsthá
iti dvidhá
I
«Los [seres que están o h a n e s t a d o o estarán]
efectados por el sufrimiento
s o n de d o s clases:
instalados en el sufrimiento o liberados.»
[ A p a r e c e e n este v e r s o la n o c i ó n d e L i b e r a c i ó n , y es é s t a la q u e va a determ i n a r una nueva división de los seres conscientes
e n sometidos al
sufrimiento,
q u e es la c o n d i c i ó n del h o m b r e e n sí, y liberados, q u e s o n los q u e h a n p u e s t o fin
a e s a c o n d i c i ó n h u m a n a , h a c e n c e s a r las r e e n c a r n a c i o n e s , y g o z a n d e la b e a t i t u d al l a d o d e V i s h n u e n s u m a g n í f i c o m u n d o . ]
duhkhasamsthá
muktiyogyá
ayogya iti ca dvidhd
II
«Los [seres] instalados e n el sufrimiento s o n de dos clases:
aptos para la Liberación y n o aptos [para ella].»
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299
[Los s e r e s s u m e r g i d o s e n la c o n d i c i ó n h u m a n a , sometidos
p o r ello al sufrimiento, a s u vez son unos capaces de llegar a la Liberación, otros, incapaces de
alcanzarla, o sea c o n d e n a d o s al s u f r i m i e n t o p o r u n a e t e r n i d a d sin fin.]
5
devarsipitrpanará iti muktás tu pañcadha I
evam vimuktiyogyàs ca
«Los [seres ya] liberados son de cinco clases:
los Dioses [como Váyu], los Rishis [como Nárada],
los Grandes Antepasados, los Reyes [como Raghu],
los hombres [superiores por su gran devoción],
y así son los [seres] aptos para la Liberación.»
[ E s t a p a r t e d e la estrofa e s t á d e s t i n a d a a d e s c r i b i r las cinco clases de los seres
que son ya liberados, frente a los q u e e s t á n i n s t a l a d o s e n el s u f r i m i e n t o , y t a m b i é n s e ñ a l a q u e los s e r e s q u e s o n c a p a c e s d e l i b e r a r s e s o n así c o m o e s t o s d a d o s
c o m o e j e m p l o d e l i b e r a d o s , t i e n e n q u e e s t a r d o t a d o s d e las m i s m a s c u a l i d a d e s
q u e los p e r t e n e c i e n t e s a e s t o s c i n c o g r u p o s s e ñ a l a d o s . ]
6
tamogàh srtisamsthitàh II
iti dvidhá muktyayogyü
«Los [seres] no aptos para la Liberación son de dos clases:
los que van a las tinieblas
y los que se quedan [para siempre] en el samsára.»
[ P o r s u p a r t e los seres que no son capaces de alcanzar la Liberación t i e n e n u n
d o b l e d e s t i n o e t e r n o : el castigo del infierno c o n s u s t o r m e n t o s o la
permanencia
sin fin en la serie de existencias dolorosos, el samsára.]
martyàdhamaé
daityaraksahpisàcakah
I
caturdhaiva tamoyogyàh prakïrtitàh II
«Los [seres] aptos para las tinieblas
son considerados de cuatro clases:
los Daityas, los Raksasas, los Pisacas [seres malignos],
los inferiores [por inmorales] entre los mortales.»
[ D e n t r o de los seres que no son capaces d e llegar a la L i b e r a c i ó n los q u e m e r e c e n el c a s t i g o del i n f i e r n o o s e a los «aptos para las tinieblas» a b a r c a n a los s e r e s
m a l i g n o s , d e m o n í a c o s , c o m o los Daityas etc., q u e s o n c r e a c i o n e s d e la m i t o l o gía t r a d i c i o n a l i n d i a , y a los h o m b r e s i n f e r i o r e s p o r s u s c u a l i d a d e s m o r a l e s , p o r
su m a l d a d , p o r s u n e g a c i ó n a s o m e t e r s e a V i s h n u , p o r s u r e s i s t e n c i a i n s u p e r a ble a p e r f e c c i o n a r s e . ]
7
te ca pràptàndhatamasah
srtisamsthd iti dvidhá I
«Y [todos] estos [= los aptos para las tinieblas]
son de dos clases:
los que [ya] han alcanzado las tinieblas
y los que [aún] se encuentran en el samsára.»
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[Y d e n t r o de los seres que no son capaces d e llegar a la L i b e r a c i ó n los q u e
m e r e c e n el c a s t i g o del i n f i e r n o o sea las m e n c i o n a d a s c u a t r o clases d e «aptos
para las tinieblas» d e la estrofa 6 s o n a su vez d i v i d i d o s e n d o s clases: los que ya
llegaron a su destino infernal y los que todavía se encuentran en la existencia p e r o
se e n c a m i n a n al m i s m o d e s t i n o final.]
nityánityavibhdgena
tridhaivácetanam
matam
II
«Se considera que lo n o - c o n s c i e n t e es de tres clases:
s e g ú n su participación en lo eterno y en lo no-eterno.»
[ R e t o m a n d o la a n t e r i o r división e n t r e lo c o n s c i e n t e y lo n o - c o n s c i e n t e , expres a d a e n la estrofa 2, d e s p u é s d e h a b e r c o n s i d e r a d o lo c o n s c i e n t e , p a s a a h o r a a
o c u p a r s e d e lo no-consciente.
Las t r e s clases d e lo n o - c o n s c i e n t e q u e m e n c i o n a
este v e r s o s o n : participar sólo de lo eterno, participar de lo eterno y de lo no-eterno, participar sólo de lo no-eterno.]
8
nitya
vedàh
«Eternos s o n los
Vedas,
[ M a d h v a e x p r e s a a q u í u n p r i n c i p i o f u n d a m e n t a l del B r a h m a n i s m o y del Hind u i s m o : los Vedas, las E s c r i t u r a s S a g r a d a s , h a n existido d e s d e s i e m p r e y c o n t i n u a r á n e x i s t i e n d o ; a d e m á s n o s o n la o b r a d e n i n g u n a p e r s o n a h u m a n a o divin a (apauruseya);
se a u t o r r e v e l a n a sí m i s m o s a s e r e s p r i v i l e g i a d o s (rishis); ellos
s o n i n a l t e r a b l e s , n o e s t á n e x p u e s t o s a c a m b i o a l g u n o ; ellos c o n t i e n e n el criter i o d e v e r d a d q u e rige t o d o ; ellos e x p r e s a n v e r d a d e s e t e r n a s . Así, los Vedas c o n s t i t u y e n e n la clasificación d e M a d h v a lo no-consciente
que participa sólo de lo
eterno.]
nityánityam
puranàdyàh
kdlah prakrtir
tridhá
proktam
eva ca I
«Se dice que lo eterno y [a la vez] n o eterno es de tres clases:
los P u r a n a s y otras obras, el t i e m p o y la materia.»
[ C o n «los Puranas, y o t r a s o b r a s » el t e x t o se r e f i e r e a todas aquellas
obras
que constituyen
la llamada Smriti, q u e c o n s e r v a la T r a d i c i ó n . E s t o s t e x t o s , el
tiempo y la materia c o n s t i t u y e n las t r e s c l a s e s d e lo no-consciente
que participa a la vez de la eternidad y de la no-eternidad;
d e la e t e r n i d a d , e n c u a n t o s o n
p r i n c i p i o s e t e r n o s q u e s i e m p r e h a n e x i s t i d o y s i e m p r e e x i s t i r á n — c o m o los
Vedas— p e r o , a d i f e r e n c i a d e ellos p a r t i c i p a n t a m b i é n d e la n o - e t e r n i d a d , e n
c u a n t o t i e n e n a s p e c t o s c a m b i a n t e s ( p o r e j e m p l o , las t r a n s f o r m a c i o n e s d e la
Smriti, y a q u e p a r t e s d e la m i s m a d e j a n d e t e n e r v i g e n c i a ; el t r a n s c u r r i r del
t i e m p o : p a s a d o p r e s e n t e , f u t u r o ; y la e v o l u c i ó n d e la m a t e r i a ) . E n c u a n t o a la
m a t e r i a , prakriti, s u n a t u r a l e z a , s u c o n s t i t u c i ó n (gunas), s u s a t r i b u t o s , y la
f o r m a d e s u e v o l u c i ó n (parináma),
M a d h v a a d h i e r e a la c o n c e p c i ó n p r o p i a del
s i s t e m a filosófico S a m k h y a , m a t e r i a l i s t a y a t e o , p e r o , a diferencia del S a m k h y a
s o s t i e n e q u e la m a t e r i a n o es u n p r i n c i p i o a b s o l u t o a u t ó n o m o , s i n o q u e e s t á ,
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F. TOLA - C. DRAGONETTI, MADHVA
c o m o t o d o , s u b o r d i n a d a (paratantra)
premo.]
301
(1198-1278)
a l a v o l u n t a d d e V i s h n u , el S e r S u 9
anityam dvividham matam II
asamsrstam ca sarnsrstam
«Se considera que lo no-eterno es de dos clases:
compuesto y no-compuesto.
[A s u vez lo que participa de lo no-eterno p u e d e s e r o c o m p u e s t o , es d e c i r lo
constituido
por partes, p o r e l e m e n t o s , o b i e n n o - c o m p u e s t o , es d e c i r un todo,
uno.]
buddhir
manah
asamsrstam
mohán aham I
kháni dasa mátrá bhütáni pañca ca II
«Lo no-compuesto son: el Mahat [= el principio pensante],
el Aham [= Ahamkára,
la conciencia de yo],
la Buddhi [= el intelecto], el Manas [= la mente],
los diez Kha [= aberturas: los cinco órganos de los sentidos
y los cinco órganos de la acción],
los [cinco] matrà [= Tanmàtra, elementos sutiles],
y los cinco [Mahajbhüta
[= elementos toscos].»
[Lo que participa de lo no-etemoy
es no-compuesto,
c o m o el Mahat, etc. c o n s t i t u y e las d i v e r s a s f o r m a s q u e s u c e s i v a m e n t e t o m a la m a t e r i a e n el c u r s o d e s u
e v o l u c i ó n y q u e d a n o r i g e n al m u n d o y a los c o m p o n e n t e s físicos y p s í q u i c o s
del i n d i v i d u o . M a d h v a a c e p t a la e v o l u c i ó n d e la M a t e r i a tal c o m o la c o n c i b e el
Sámkhya.]
10
sarnsrstam
andam
tadgam ca samastam
parikïrtitam
I
« Se considera que lo compuesto
es el huevo cósmico y todo lo en él contenido.»
[Y lo que participa de lo no-eterno y es compuesto
o formado por partes o por
e l e m e n t o s c o n s t i t u t i v o s es el l l a m a d o « h u e v o c ó s m i c o » q u e es u n a f o r m a m e t a fórica d e d e s i g n a r a la esfera del universo que contiene a los múltiples
mundos.]
11
srstih sthitih samhrtis ca niyamo 'jñánabodhane
II
bandho moksah sukham duhkham ávrtir jyotir eva ca I
Visnuná 'sya samastasya
samásavyásayogatah
II
«La creación, la conservación y la destrucción,
el control [del mundo], el saber y la ignorancia,
el encadenamiento [a las reencarnaciones],
la Liberación [de las reencarnaciones],
la felicidad y el sufrimiento,
el ocultamiento y la luz de todo esto [= el Universo]
[se producen] por obra de Vishnu
por combinación y disgregación.»
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), num. 233
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302
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(1198-1278)
[ E s t a ú l t i m a estrofa se refiere al único Principio q u e es svatantra, a u t ó n o m o ,
d e p e n d i e n t e d e sí m i s m o , el Dios V i s h n u , e x a l t a n d o s u
omnipotencia.]
T r e s t e m a s d e este p e q u e ñ o t r a t a d o d e M a d h v a m e r e c e n especial m e n c i ó n :
la unicidad d e V i s h n u , el poder absoluto d e V i s h n u y la predestinación
d e los
seres.
UNICIDAD D E VISHNU: su INDEPENDENCIA, sus EXCELSAS CUALIDADES
La independencia
es el c r i t e r i o f u n d a m e n t a l d e l a clasificación o n t o l ò g i c a d e
M a d h v a . T o d o s e d i s t r i b u y e a s í e n d o s g r a n d e s c a t e g o r í a s : lo autónomo
y lo
dependiente.
P e r o lo único autónomo,
q u e n o d e p e n d e d e n a d a ni d e n a d i e p a r a
existir y p a r a a c t u a r , q u e t i e n e s u c a u s a e n sí m i s m o e s Vishnu. T o d o l o d e m á s
p e r t e n e c e al r e i n o d e lo dependiente,
d e lo condicionado. La absoluta a u t o n o m í a le d a a V i s h n u u n status ú n i c o , m á s a ú n , la a u t o n o m í a e s u n a t r i b u t o q u e
n a d i e c o m p a r t e c o n Él.
V i s h n u t a m b i é n e s único por las excelsas cualidades q u e l o c a r a c t e r i z a n . E n
t o d a s u o b r a e n m ú l t i p l e s p a s a j e s M a d h v a se c o m p l a c e e n e n u m e r a r las s u p r e m a s virtudes de Vishnu.
T o m e m o s c o m o e j e m p l o s d e e s t o s pasajes el p r i m e r Adhyáya o «Capítulo»
del Brahmasütranubháshya,
q u e e s u n e p í t o m e e n 3 2 v e r s o s d e s u Bhdshya,
« C o m e n t a r i o » , d e los Brahmasütras
d e B á d a r a y a n a , y los v e r s o s 10 (c-d) a 13
del P r i m e r C a p í t u l o del Mahábháratatátparyanirnaya.
D a m o s a c o n t i n u a c i ó n el
t e x t o s á n s c r i t o y la t r a d u c c i ó n d e a m b o s e x t r a c t o s .
BRAHMASÜTRANUBHÁSHYA,
PRATHAMADHYAYAH,
vol. II (de la c i t a d a e d i c i ó n ) , p . 279
El Brahmasütranubháshya
e s u n t e x t o c a r a c t e r í s t i c o d e la f o r m a d e p r o c e d e r d e los a n t i g u o s c o m e n t a d o r e s del t r a t a d o d e B á d a r a y a n a . M a d h v a i n t e r p r e t a
t o d o s los sütras ( a f o r i s m o s ) d e B á d a r a y a n a y p o r c o n s i g u i e n t e t o d o s los textos
u p a n i s h á d i c o s a q u e e s o s sütras se refieren e n el s e n t i d o d e q u e ellos sin excepc i ó n , e n t o d a s s u s f o r m u l a c i o n e s , se refieren a V i s h n u , t i e n e n e n m i r a a V i s h n u ,
c o n la finalidad d e d a r a c o n o c e r s u n a t u r a l e z a y s u s excelsos a t r i b u t o s . E n la
t r a d u c c i ó n q u e d a m o s d e s p u é s del texto s á n s c r i t o del Adhyáya s e ñ a l a m o s e n t r e
c o r c h e t e s los sütras d e B á d a r a y a n a q u e sirven d e b a s e a los a t r i b u t o s e n u m e r a d o s p o r M a d h v a c o m o propios de Vishnu.
Nàràyanam
gunaih sarvair udïrnam dosavarjitam
I
jñeyam gamyam gurüms capi natvà sütràrtha ucyate II1 / /
visnur eva vijijnàsyah
sarvakartà
"gamoditah I
samanvayàd
ïksates ca pürnànando
'ntarah khavat
pranetà jyotir ityàdyaih prasiddhair
anyavastusu
ucyate visnur evaikah sarvaih sarvagunatvatah
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II2 / /
I
II3 / /
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F. TOLA - C. DRAGONETTI,
MADHVA
(1198-1278)
303
sarvago 'ttà niyantà ca dréyatvàdyujjhitah sadà I
vtívajïvàntaratvàdyair
liñgaih sarvair yutah sa hi II4 //
sarvàsrayah pümagunah so 'ksarah san hrdabjagah I
süryàdibhàsakah prànaprerako devatair api II5 //
jñeyo na vedaih íüdràdyaih kampako 'nyaé ca jïvatah I
patitvàdigunair yuktas tadanyatra ca vàcakaih II6 //
mukhyatah sarvaéabdaii ca vàcya eko janàrdanah I
avyaktah karmavàkyaiÉ ca vàcya eko 'mitàtmakah II7 //
avàntaram kàranam ca prakrtih sünyam eva ca I
ityàdyanyatraniyatair api mukhyatayoditah I
sabdair ato 'nantaguno yacchabdà yogavrttayah II8 //
1
« V e n e r a n d o a N à r a y a n a , e x a l t a d o p o r t o d a s las c u a l i d a d e s , c a r e n t e d e defect o s , c o g n o s c i b l e , i n t e l i g i b l e , y a l o s M a e s t r o s , el s e n t i d o d e l o s sütras [ d e
B à d a r à y a n a ] es e x p l i c a d o .
[ N à r a y a n a e s , c o m o d i j i m o s , o t r o n o m b r e d e V i s h n u . Vishnu n o es p a r a
M a d h v a , c o m o Brahman p a r a S h a n k a r a , u n a e n t i d a d q u e s ó l o p u e d e s e r d e s c r i t a p o r la Via negationis. L a s E s c r i t u r a s (los Vedas, l a s Upanishads,
etc.) y la
T r a d i c i ó n (los Puránas, el Mahabharata,
etc.) d a n a c o n o c e r , s e g ú n M a d h v a , s u
n a t u r a l e z a y a t r i b u t o s e x p r e s a m e n t e . M a d h v a a f i r m a q u e él va a explicar y c o m e n t a r los Brahmasütras
d e B à d a r à y a n a . E s t o lo h a r á d e s d e s u c o n c e p c i ó n teísta,
realista y pluralista. Ya e n e s t o s p r i m e r o s v e r s o s e n c o n t r a m o s d o s i m p o r t a n t e s
a t r i b u t o s d e V i s h n u , s u cognoscibilidad
e inteligibilidad
( a u n q u e la r a z ó n h u m a n a n o p u e d a llegar a u n a c o m p l e t a i n t e l e c c i ó n d e Él), c o n t r a r i a m e n t e a la p o s i c i ó n d e S h a n k a r a , p a r a q u i e n n o h a y m a n e r a d e c o n o c e r a Brahman.
El t e m a
d e la c o g n o s c i b i l i d a d d e Dios es t r a t a d o a m p l i a m e n t e p o r M a d h v a e n s u s c o m e n t a r i o s d e los Brahmasütras
de Bàdaràyana 1,1,5-11.
El p r o b l e m a d e la c o g n o s c i b i l i d a d d e Dios se p l a n t e ó t a m b i é n e n el Cristian i s m o d e los p r i m e r o s siglos, s o s t e n i é n d o s e al r e s p e c t o tesis p o s i t i v a s y n e g a t i vas. Cf. A. v o n H a r n a c k , Lehrbuch der Dogmengeschichte,
vol. II, p p . 116-118 y
notas respectivas] .
10
2-3
S ó l o h a d e d e s e a r s e c o n o c e r a V i s h n u [I, 1 , 1 ] , p r o c l a m a d o p o r los T e x t o s
S a g r a d o s c o m o el H a c e d o r d e t o d o [I, 1, 2-3]; c o m o r e s u l t a d e la a p l i c a b i l i d a d
[I, 1, 4 ] y del c o n o c i m i e n t o [I, 1,5-11], [ c o n las e x p r e s i o n e s ] a l e g r í a p l e n a [I, 1,
12-19], [ q u e m o r a e n el] i n t e r i o r [I, 1, 2 0 y 2 1 ] , [ q u e es] c o m o el e s p a c i o [I, 1,
2 2 ] , c r e a d o r [I, 1, 2 3 ] , l u z [I, 1, 2 4 ] , e t c . — c o n e s t a s y o t r a s [ e x p r e s i o n e s ] m á s
q u e s o n u s u a l e s c o n r e l a c i ó n a o t r a s c o s a s es d e s i g n a d o s ó l o V i s h n u , Él q u e es
ú n i c o , c o n t o d a s [ellas], p o r el h e c h o d e q u e Él p o s e e t o d a s las c u a l i d a d e s .
HARNACK, ADOLF VON, Lehrbuch der Dogmengeschichte,
Siebeck), 1990; 1. ed., 1886.
10
Tubingen: J. C. B . Mohr (Paul
a
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), num. 233
pp. 291-320
304
F. TOLA - C. DRAGONETTI, MADHVA
(1198-1278)
[El h o m b r e d e b e e s f o r z a r s e p o r c o n o c e r a V i s h n u e n s u r e a l i d a d y h a c e r l o
o b j e t o d e s u d e v o c i ó n y c u l t o . Dios es el C r e a d o r d e t o d o y es así c o m o las E s c r i t u r a s lo p r e s e n t a n . P o r p r i m e r a vez e n e s t a s d o s estrofas e x p r e s a M a d h v a u n a
i d e a q u e le es c a r a : q u e t o d a s las p a l a b r a s q u e e n el u s o c o r r i e n t e se u t i l i z a n
p a r a d e s i g n a r a diferentes o b j e t o s , e n s u s e n t i d o v e r d a d e r o y d i r e c t o d e s i g n a n
e n r e a l i d a d a Vishnu solo: s u e s e n c i a es la B e a t i t u d , se e n c u e n t r a e n el i n t e r i o r
d e t o d o s los seres, etc. E n s u s c o m e n t a r i o s d e B á d a r a y a n a M a d h v a explica a m p l i a m e n t e , t r a y e n d o a c o l a c i ó n textos d e las E s c r i t u r a s , e n q u é s e n t i d o d e b e n t o m a r se e s t a s p a l a b r a s c u a n d o s o n a t r i b u i d a s a V i s h n u . Lo q u e p e r m i t e c o n c l u i r q u e
V i s h n u p o s e e tales c u a l i d a d e s s e ñ a l a d a s p o r los textos es el p r i n c i p i o d e la llam a d a «aplicabilidad»
(samanvaya),
q u e c o n s i s t e e n la r e f e r e n c i a i n m e d i a t a o
m e d i a t a d e t o d a s las f o r m u l a c i o n e s d e las Upanishads a Brahman, y a s i m i s m o
el conocimiento
o c o n c i e n c i a q u e h a c e d e El u n ser c o n s c i e n t e c a p a z d e c r e a r y
d e s c a r t a a la M a t e r i a c o m o p o s i b l e c r e a d o r a d e t o d o , c o n c i e n c i a q u e h a c e posibles u n a s e r i e d e a t r i b u t o s c o m o el d e « g o b e r n a n t e i n t e r n o » , etc. Él q u e es Uno
y Único es d e s i g n a d o a s í p o r la multiplicidad
q u e s o n las palabras; y todas las
p a l a b r a s p u e d e n s e r r e f e r i d a s a Él p o r c u a n t o Él p o s e e todas las c u a l i d a d e s . ]
4
[Vishnu,] El q u e t o d o lo c o m p e n e t r a [I, 2, 1-8], d e s t r u c t o r [literalmente: devor a d o r ] [I, 2, 9-10], g o b e r n a n t e [I, 2, 18-20], e t e r n a m e n t e i m p o s i b l e d e s e r v i s t e ,
etc. [I, 2, 21-23], p u e s Él e s t á u n i d o a t o d a s las c a r a c t e r í s t i c a s c o m o s o n el h e c h o
d e e s t a r e n el i n t e r i o r d e t o d a s las a l m a s i n d i v i d u a l e s e n c a r n a d a s , e t c . [I, 2, 2432; 1,2, 11-12 y 1,2, 13-17].
[ E n e s t a estrofa n u e v o s a t r i b u t o s d e V i s h n u s o n e n u m e r a d o s : V i s h n u e s t á e n
t o d o , p e r o es d i f e r e n t e d e t o d o ; V i s h n u n o es sólo el C r e a d o r y m a n t e n e d o r d e
t o d o , es t a m b i é n el q u e p o n e fin a t o d o e n las d i v e r s o s y a l t e r n a d o s ciclos d e
c r e a c i o n e s y d e s t r u c c i o n e s del u n i v e r s o ; Él c o n t r o l a el t o d o y a c a d a u n o d e los
seres; Él es i n a c c e s i b l e a la vista, al o í d o y a los d e m á s s e n t i d o s , p o r q u e n o sólo
se e n c u e n t r a e n el i n t e r i o r del a l m a d e t o d o s los seres, s i n o q u e , d o t a d o d e las
c u a l i d a d e s del e s p a c i o , e s t á d i f u n d i d o e n t o d o el u n i v e r s o . ]
5-6
Él es f u n d a m e n t o d e t o d o [I, 3, 1-7], d e v i r t u d e s c o m p l e t a s [I, 3, 8-9], i m p e r e c e d e r o [I, 3, 10-12], e x i s t e n t e [I, 3, 13], e s t á e n el loto q u e es el c o r a z ó n [I, 3,
14], es el i l u m i n a d o r del sol y las d e m á s estrellas [I, 3, 22 y 2 3 ] , es el i n c i t a d o r
del a l i e n t o vital [I, 3, 24 y 2 5 ] , t a m b i é n p o r las d i v i n i d a d e s [I, 3, 26-33] p u e d e
s e r c o n o c i d o [ n o sólo p o r los h o m b r e s ] , n o m e d i a n t e los Vedas p o r los shüdras
[ m i e m b r o s d e la c a s t a inferior] y o t r o s s e r e s [I, 3, 34-38], es el m o t o r [ q u e p o n e
e n m a r c h a t o d o ] [I, 3, 39], y es d i f e r e n t e del jlva; a d o r n a d o c o n las c u a l i d a d e s
p r o p i a s d e u n s o b e r a n o p o r f o r m u l a c i o n e s q u e se e n c u e n t r a n e n o t r o s l u g a r e s .
[Otros a t r i b u t o s a g r e g a n estas d o s estrofas a los a n t e r i o r e s : V i s h n u es el d a d o r
d e la l u z e n el s e n t i d o d e q u e el sol p o s e e luz g r a c i a s a la luz q u e es V i s h n u , y es
el d a d o r d e la vida e n el s e n t i d o d e q u e es V i s h n u el q u e le i n f u n d e vida al alienPENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233
pp. 291-320
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305
t o vital; el privilegio d e c o n o c e r a V i s h n u n o e s t á r e s t r i n g i d o al s e r h u m a n o , t a m b i é n los Dioses d e la t r a d i c i ó n p o l i t e í s t a o t r o r a o m n i p o t e n t e s y r e d u c i d o s a h o r a
a u n status s e c u n d a r i o p o r el M o n o t e í s m o V i s h n u i t a y c u y a e x i s t e n c i a M a d h v a
a c e p t a , p u e d e n a c c e d e r al c o n o c i m i e n t o d e V i s h n u ; a d e m á s c i e r t o s i n d i v i d u o s
c o m o los m i e m b r o s d e la c a s t a i n f e r i o r d e los s e r v i d o r e s n o p u e d e n c o n o c e r a
V i s h n u m e d i a n t e la l e c t u r a y e s t u d i o d e los Vedas, q u e e s t á n r e s e r v a d o s a los
o t r o s s e r e s , p e r o sí m e d i a n t e el d e o t r o s t e x t o s ; V i s h n u es la c a u s a ú l t i m a d e
t o d o ; Él es, c o m o d i j i m o s a n t e s e n la p r i m e r a y s e g u n d a s e c c i ó n d e e s t e c a p í t u lo, d i f e r e n t e d e las a l m a s i n d i v i d u a l e s e n c a r n a d a s (¡Iva); Él t i e n e t a m b i é n , d e
a c u e r d o c o n o t r o s textos, las c u a l i d a d e s p r o p i a s d e u n g o b e r n a n t e , d e u n m o n a r c a del u n i v e r s o , e n t r e las q u e se e n c u e n t r a la o m n i p o t e n c i a d e la q u e t r a t a r e mos después.]
7
Y Él solo, J a n á r d a n a , e s r e f e r i d o p o r t o d a s las p a l a b r a s e n s u s e n t i d o p r i n cipal [I, 4 ] . Él es lo n o - m a n i f e s t a d o [y n o la M a t e r i a ] [I, 4, 1-9]. L a s p a l a b r a s q u e
d e s i g n a n a las a c c i o n e s rituales t i e n e n c o m o ú n i c a r e f e r e n c i a a V i s h n u [I, 4, 2 1 23] q u e es d e e s e n c i a infinita.
[ E n e s t a estrofa M a d h v a r e i t e r a s u tesis, y a e x p r e s a d a e n las a n t e r i o r e s e s t r o fas 2-3 y e n o t r o s m ú l t i p l e s p a s a j e s d e s u o b r a , d e q u e t o d a s las p a l a b r a s , origin a r i a m e n t e , e n s u f u n c i ó n o s e n t i d o literal, p r i m e r o , d i r e c t o , p r i n c i p a l , s u p r e m o (paramamukhyavrtti)
d e s i g n a n a V i s h n u . U n a i l u s t r a c i ó n d e este p r i n c i p i o
es la i n t e r p r e t a c i ó n d e M a d h v a del t é r m i n o avyakta: e n la filosofía S a m k h y a el
a t r i b u t o d e avyakta, « n o - m a n i f e s t a d a » , se a p l i c a a la M a t e r i a q u e es c o n s i d e r a d a c o m o la c a u s a o r i g i n a l d e t o d o , p a r a M a d h v a , q u e n o a c e p t a e s t a f u n c i ó n d e
la M a t e r i a y p a r a q u i e n V i s h n u e s el o r i g e n d e t o d o , la p a l a b r a avyakta t a m b i é n
se refiere a Él, e n el s e n t i d o d e q u e es no-visible (adrsya), n o - p e r c e p t i b l e p o r la
m e n t e (acintya). O t r a a p l i c a c i ó n del m i s m o p r i n c i p i o es q u e t o d a p a l a b r a q u e
t i e n e q u e ver c o n u n a a c c i ó n ritual h a d e s e r e n t e n d i d a e n el s e n t i d o d e q u e esa
a c c i ó n ritual d e b e t e n e r e n m i r a d i r e c t a o i n d i r e c t a m e n t e a V i s h n u . ]
8
[Él es] la c a u s a p r i m e r a [I, 4, 2 8 ] , la M a t e r i a [Prakriti] [I, 4, 2 4 - 2 7 ] , la V a c i e d a d [I, 4, 2 9 ] . Él es a s í d e s i g n a d o p o r e s t a s y o t r a s p a l a b r a s e n s u s e n t i d o p r i n c i p a l , [ p a l a b r a s ] q u e i n c l u s o se a c o s t u m b r a u t i l i z a r e n o t r o s c o n t e x t o s [ c o n
respecto a o t r o s diferentes significandos, en su sentido s e c u n d a r i o , refiriénd o l a s a o t r a s c o s a s a p a r t e d e V i s h n u ] ; É l e s así, d e i n f i n i t a s c u a l i d a d e s ; las
p a l a b r a s q u e lo d e s i g n a n t i e n e n la f u n c i ó n d e v i n c u l a c i ó n n e c e s a r i a y e s e n c i a l
[ c o n Él].»
[ V i s h n u es el nominando
d e t o d o . Y las p a l a b r a s « c a u s a p r i m e r a » , « M a t e ria», «Vaciedad», etc., q u e a p a r e c e n e n las E s c r i t u r a s , e n s e n t i d o original, el q u e
les c o r r e s p o n d e n o p o r c o n v e n c i ó n s i n o p o r n a t u r a l e z a (yoga), se refieren t o d a s
sin e x c e p c i ó n a Él. T o d a e s t a i n t e r p r e t a c i ó n d e M a d h v a , c e n t r a d a e n la f u n c i ó n
d e la p a l a b r a , e s t á b a s a d a e n la t e o r í a l i n g ü í s t i c a i n d i a q u e a t r i b u y e a t o d a p a l a PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233
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bra u n sentido original, principal (Vishnu), y u n sentido convencional, secundario (cualquier objeto aparte de V i s h n u ) " .
MAHABHARATATATPARYANIRNAYA,
v e r s o s 10 (c-d) a 13 d e l p r i m e r c a p í t u l o
El Mahabharatatatparyanirnaya
el p o e m a é p i c o d e l Mahabharata
e s u n t e x t o filosófico d e s t i n a d o a i n t e r p r e t a r
a la l u z d e l T e í s m o V i s h n u i t a c o m o u n a o b r a
d e c o n t e n i d o n o é p i c o s i n o e s p i r i t u a l . D a m o s a c o n t i n u a c i ó n el t e x t o s á n s c r i t o
y la t r a d u c c i ó n d e los v e r s o s 10 (c-d) a 13 d e l p r i m e r c a p í t u l o d e l
tatparyanirnaya
Mahabharata-
:
ekas samo 'pyakhiladosasamujjhito
'pi
sarvatra pürnagunako
'pi bahüpamo
'bhüt II 10 c - d / /
nirdosapürnagunavigraha
atmatantro
niscetanatmakasañragunais
ca hïnah I
ànandamàtrakarapàdamukhodaràdih
sarvatra ca svagatabhedavivarjitàtmà
II \ \ II
kàlac ca desagunato
'sya na cádir anto
vriddhiksayau
na tu parasya sadàtanasya
I
naitàdrsah kva ca babhüva na caiva
bhavyo
nàstyuttarah
kim u paratparamasya
visnoh
II1211
sarvajña
Isvaratamah
sa ca
sarvasaktih
pürnàvyàyabalacitsukhavïryasürah
I
yasyájñayá
rahitam indirayà
sametam
brahmesapürvakam
idam na tu kasya cesam II13 / /
10 c-d
«Único, i d é n t i c o a sí m i s m o , carente d e t o d o defecto,
s i e m p r e a d o r n a d o de c u a l i d a d e s p l e n a s
ha sido objeto d e m ú t i p l e s c o m p a r a c i o n e s .
11
Con su c u e r p o d o t a d o d e c u a l i d a d e s plenas, s i n defecto,
d e p e n d i e n t e d e sí m i s m o ,
n o t i e n e c u a l i d a d e s o formas
q u e t e n g a n q u e ver c o n l o n o - c o n s c i e n t e .
T o d a s las partes d e su c u e r p o , m a n o , pie, rostro, a b d o m e n ,
están h e c h o s d e felicidad,
y j a m á s se h a n d a d o diferencias inherentes e n su ser.
12
Para Él n o existen ni c o m i e n z o ni ñ n
p r o v e n i e n t e s del t i e m p o o del e s p a c i o ,
" Cf. KUNJUNNI RAJA, K . , Indian
Research Centre, 1963, pp. 59-63.
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), num. 233
Theories
of Meaning,
Adyar: The Adyar Library and
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y, para Él, Supremo, Eterno,
no existen ni incremento ni disminución.
En ningún lugar existió ni existirá alguien igual a Él,
cuanto menos existe
para este Supremo Ser que es Vishnu
alguien superior.
13
Y Él es Omnisciente, Supremo Señor, Todopoderoso;
su esencia es la fuerza, la inteligencia,
la felicidad y la energía completas e inmutables,
por su orden el universo
con el Dios Brahma a la cabeza
que hasta entonces estaba solo
se vio asociado con Indira pero carece de poder propio.
[El p r e s e n t e t e x t o e x a l t a la figura d e V i s h n u : s u u n i c i d a d , s u i d e n t i d a d c o n sigo m i s m o , s u t o t a l c a r e n c i a d e defectos, s u s excelsas c u a l i d a d e s , s u c a p a c i d a d
de ser h o m o l o g a d o a todo, su magnífica apariencia corporal, su a u t o n o m í a , su
a l e j a m i e n t o d e t o d o lo q u e n o s e a c o n c i e n c i a , s u s e r h e c h o d e felicidad, n o afect a d o p a r a n a d a e n sí m i s m o p o r la diferencia, i l i m i t a d o e n el t i e m p o y e n el e s p a cio, i n a l t e r a b l e , e t e r n o , S e r S u p r e m o sin igual ni s u p e r i o r , o m n i s c i e n t e , «señor í s i m o » (ïsvaratama),
o m n i p o t e n t e , su esencia esta h e c h a de fuerza, vigor,
i n t e l i g e n c i a y felicidad i n d e s t r u c t i b l e s y e n g r a d o m á x i m o , Él a s o c i ó a s u c o n s o r t e I n d i r a ( o t r o n o m b r e d e R a m a la D i o s a c o n s o r t e d e V i s n u ) a s u o b r a d e
C r e a c i ó n del u n i v e r s o , c r e a c i ó n q u e c a r e c e d e u n p o d e r p r o p i o y e s t á s u b o r d i n a d a a ÉL]
EL
PODER ABSOLUTO DE V l S H N U
E n la e s t r o f a 1 del Tattvasahkhyàna,
cuyo texto y traducción h e m o s d a d o
a n t e r i o r m e n t e , se a f i r m a q u e V i s h n u es el único ser dependiente de sí mismo, n o
s o m e t i d o al p o d e r ni a la v o l u n t a d d e n a d i e , a b s o l u t a m e n t e autónomo.
La e s t r o fa 11 del m i s m o t r a t a d o a g r e g a q u e todo e n el U n i v e r s o d e p e n d e d e V i s h n u , está
bajo el control de Vishnu. T o d o t a m b i é n e s t á al a l c a n c e d e s u v o l u n t a d y s u p o d e r :
c r e a r , m a n t e n e r y d e s t r u i r el U n i v e r s o , g o b e r n a r el m u n d o , d e t e r m i n a r el d e s t i n o d e t o d o s los s e r e s ; t o d o lo q u e e n el m u n d o s u c e d e se d e b e a s u v o l u n t a d y
a su poder.
La m i s m a i d e a e s t á e x p r e s a d a e n c a s i i d é n t i c o s t é r m i n o s e n el C o m e n t a r i o
d e M a d h v a a los Brahmasütras
d e B à d a r à y a n a ad I, 1, 2, y e n s u o b r a Brahmasütránuvyákhyána
I, v e r s o 9 0 .
El Mahdbhàratatàtparyanirnaya,
e s t r o f a 13 a r r i b a c i t a d a , a f i r m a la o m n i p o t e n c i a (sarvasaktí) d e Dios y q u e s u e s e n c i a es la fuerza (bala) y la e n e r g í a (vlrya)
completas e inmutables
(pürnàvyàya).
La omipotencia
d e V i s h n u es j u n t o c o n s u independencia
o autonomía
y excelsitud, u n o d e los m á s i m p o r t a n t e s a t r i b u t o s exclusivos del D i o s .
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E n r e l a c i ó n a este p u n t o la i d e a d e M a d h v a d e la o m n i p o t e n c i a d i v i n a conc u e r d a c o n las d e S h a n k a r a y R à m à n u j a , y e n a l g u n o s a s p e c t o s c o n la i n t e r p r e t a c i ó n del Dios p e r s o n a l d e las
Upanishads.
L A PREDESTINACIÓN E N M A D H V A
La p o s i c i ó n d e M a d h v a frente al d e s t i n o final d e los jlvas ( a l m a s ) es j u n t o
c o n el P l u r a l i s m o q u e s o s t i e n e el e l e m e n t o m á s o r i g i n a l d e s u s i s t e m a . E n la
estrofa 1 del Tattvasahkhyàna,
i n c l u i d o al inicio d e este a r t í c u l o , se d e c l a r a q u e
t o d o lo q u e n o es V i s h n u , o s e a t o d o s los s e r e s (y t o d a s las c o s a s ) s o n n o d e p e n d i e n t e s d e sí m i s m o s , es d e c i r e s t á n s o m e t i d o s al p o d e r d e o t r o —al p o d e r d e
V i s h n u q u e es su c r e a d o r — . E n las estrofas 4, 5, 6 y 7 d e la m i s m a o b r a se e n c u e n t r a e s b o z a d a s i n t é t i c a m e n t e su t e o r í a d e la p r e d e s t i n a c i ó n d e los seres. De los
seres d e p e n d i e n t e s d e o t r o , q u e p e r t e n e c e n t o d o s al á m b i t o del s u f r i m i e n t o , u n o s
s o n a p t o s (yogya), t i e n e n la c a p a c i d a d (yogyata) d e l i b e r a r s e , c o m o los Dioses,
e t c . m e n c i o n a d o s e n la e s t r o f a 5, q u e ya s o n l i b e r a d o s (mukta); o t r o s n o s o n
a p t o s (ayogya) p a r a la L i b e r a c i ó n , n o t i e n e n c a p a c i d a d (ayogyata) p a r a llegar a
ella, y é s t o s o b i e n se e n c a m i n a n h a c i a las t i n i e b l a s (tamoga) {tamas = el infiern o ) o e s t á n y a e n ellas (práptandhatamas),
o b i e n e s t á n e n la serie e t e r n a d e las
r e e n c a r n a c i o n e s (srtisamsthita,
srtisamstha).
Existe, p u e s , u n a p r e d e s t i n a c i ó n
p a r a el b i e n o p a r a el m a l , lo c u a l c o n s t i t u y e u n a s p e c t o m á s d e la p l u r a l i d a d
q u e d o m i n a t o d o el s i s t e m a d e M a d h v a .
¿ Q u é es lo q u e d a l u g a r a la p r e d e s t i n a c i ó n d e los s e r e s p a r a u n d e s t i n o d e
felicidad o p a r a u n d e s t i n o d e d e s d i c h a ? E x i s t e n textos d e M a d h v a q u e i n d u c e n
a p e n s a r q u e él m a n t e n í a u n a c o n c e p c i ó n d e s p ó t i c o - f a t a l i s t a d e la p r e d e s t i n a ción, y o t r o s q u e i n d u c e n a p e n s a r q u e él a d h e r í a a u n a c o n c e p c i ó n i n s p i r a d a
e n la i d e a d e q u e el S e r S u p r e m o r e a l i z a e n sí u n ideal d e j u s t i c i a y b o n d a d .
E x a m i n a r e m o s s u c e s i v a m e n t e los textos q u e a p o y a n u n a y o t r a a l t e r n a t i v a .
L A CONCEPCIÓN DESPÓTICO-FATALISTA D E LA PREDESTINACIÓN
1. C o m o lo h e m o s i n d i c a d o e n la s e c c i ó n Diferencia y naturaleza propia. El
Pluralismo absoluto de Madhva la n a t u r a l e z a p r o p i a d e t o d o s los s e r e s y c o s a s ,
svabhava o svarüpa, es la diferencia, bheda, q u e ellos p r e s e n t a n e n t r e sí y q u e
i m p l i c a la p o s e s i ó n d e u n c ú m u l o d e c a r a c t e r í s t i c a s p r o p i a s p e c u l i a r e s divers a s , visesa.
E n t r e l a s c a r a c t e r í s t i c a s p r o p i a s d e l o s s e r e s se e n c u e n t r a n la a p t i t u d
(yogyata) o n o - a p t i t u d (ayogyata) p a r a el b i e n o p a r a el m a l , q u e s o n u s a d a s
p o r M a d h v a c o m o c r i t e r i o i m p o r t a n t e p a r a la c l a s i f i c a c i ó n d e los s e r e s e n el
Tattvasahkhyàna,
ya c i t a d o . Ellas f o r m a n p a r t e d e la n a t u r a l e z a p r o p i a , t i e n e n
s u f u n d a m e n t o e n ella, d e p e n d e n d e ella, y p o r e s o e s a a p t i t u d o e s a n o - a p t i t u d
f o r m a n p a r t e del h o m b r e .
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M a d h v a e n s u Mahabharatatatparyanirnaya,
v o l u m e n V, X X I I , e s t r o f a 84
a-b, p . 4 2 3 , identifica a la a p t i t u d , yogyatà, c o n la n a t u r a l e z a p r o p i a ,
svabhàva,
y la c a r a c t e r i z a c o m o s i n c o m i e n z o e n el t i e m p o , e t e r n a e n t o d o s l o s jlvas
(svabhàvàkhyà
yogyatà ya hathdkhyá /yá anàdisiddhà
sarvajlvesu
nityà I), y e n
la e s t r o f a 86 a, p . 4 2 3 , s e ñ a l a q u e d e ella p r o c e d e n las a c c i o n e s (...
hathacca
karmàni
bhavanti...).
2. E s a a p t i t u d o n o - a p t i t u d t i e n e n u n a fuerza a la q u e el h o m b r e n o p u e d e
p o r sí solo resistir, t i e n e n las c a r a c t e r í s t i c a s d e u n a f a t a l i d a d frente a la c u a l el
h o m b r e es al p a r e c e r i m p o t e n t e .
E n s u Brahmasütrabhásya
(vol. II), c o m e n t a n d o el sütra III, 4, 34, p . 2 3 1 ,
M a d h v a , dice: sarvaprakàrenotsàhe
pi ye jñánayogyas
ta eva jñanam
prápnuvanti
nánye /, « A u n q u e se r e a l i c e n t o d a c l a s e d e e s f u e r z o s , s ó l o los q u e s o n a p t o s
[yogya] p a r a el c o n o c i m i e n t o a l c a n z a n el c o n o c i m i e n t o , n o o t r o s » .
E n su c o m e n t a r i o del sütra III, 4, 35, p . 2 3 1 , q u e dice q u e la E s c r i t u r a e n s e ñ a
la n o s u p e r a c i ó n — p a r a M a d h v a d e la n a t u r a l e z a p r o p i a {svabhàva)—
Madhva
a g r e g a a lo a n t e r i o r : 'daivlm eva sampattim devà abhigacchantyàsurim
eva càsurà
naitayor abhibhavah kadácit svabhàva eva hyavatisthante
iti
svabhàvànabhibhavam ca darsayati, «Los Dioses o b t i e n e n sólo el d e s t i n o divino, y los asuras [enem i g o s d e los Dioses] sólo el d e asuras; n o se d a j a m á s s u p e r a c i ó n d e a m b o s [dest i n o s ] , p u e s [ellos: Dioses y asuras] se m a n t i e n e n e n s u sola n a t u r a l e z a p r o p i a , p o r
esta r a z ó n [la Escritura] también enseña la no superación d e la n a t u r a l e z a p r o p i a » .
E n s u c o m e n t a r i o d e la Brihadàranyaka-Upanishad
(IV, 4, 1-25) VI, 4, volum e n III, p . 7 2 5 , M a d h v a dice:
5a yatha karoti purusatn tathaiváyam
bhavisyati /
sàdhur bhavati sádhum cet karoti purusottamah
I
papo bhavati pdparn cet sa karoti janàrdanah
I
tatpreritena punyena punyo bhavati mánavah I
tatpreritena pàpena tathà pàpah pumàn bhavet /
«Como Él hace al hombre sólo así éste será:
si el Ser Supremo lo hace bueno, es bueno;
si Janárdana [= Vishnu] lo hace malo, es malo;
por la virtud inspirada por Él el hombre es virtuoso,
asimismo por el mal inspirado por Él el hombre es malo.»
Y, finalmente,
a-c, p . 152:
e n s u Mahabharatatatparyanirnaya,
bhaved dhi mokso niyatam surànàm naivasuránám
utsahayuktasya
ca tatpratlpam
bhaved ...
v o l u m e n V, X, estrofa 35
sa kathañcana
syát /
«Necesariamente se produce la Liberación para los Dioses,
de ninguna manera se puede producir para los asuras,
e incluso para [el asura] que se esfuerza
lo contrario a ella se produce.»
Así c o m o la s e r i e d e r e e n c a r n a c i o n e s a q u e e s t á e n c a d e n a d o el h o m b r e
es anàdi, «sin c o m i e n z o » , v i e n e d e s d e u n a e t e r n i d a d s i n c o m i e n z o , la a p t i t u d ,
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yogyata, y la n o - a p t i t u d , ayogyata, y la n a t u r a l e z a p r o p i a , svabhava, e n q u e ellas
se a p o y a n , s o n t a m b i é n anàdi. Cf. Brahmasütrànuvyàkhyàna,
v o l u m e n II, III, 4,
1, 111 a - b y 112 a-b, p . 4 8 9 :
anadiyogyatám
ko nivárayitum
caiva ... I
sakto
yuktyagamabaloddhatám
«¿Quién es c a p a z de rechazar la aptitud sin c o m i e n z o
s o s t e n i d a por la fuerza del r a z o n a m i e n t o y de los textos?»
El h o m b r e , p u e s , se c o n d e n a o se l i b e r a p o r sí m i s m o , es d e c i r p o r el p o d e r
d e s u n a t u r a l e z a p r o p i a ; es e s t a naturaleza propia p a r a M a d h v a la causa d e la
p r e d e s t i n a c i ó n d e los s e r e s p a r a el b i e n o p a r a el m a l .
3. P e r o a s u vez esta naturaleza propia d e c a d a u n o y diferente en cada uno,
que lo capacita o incapacita para la Liberación, le ha sido concedida por el mismo
Vishnu, c o m o se d e s p r e n d e c l a r a m e n t e del t e x t o del c o m e n t a r i o d e M a d h v a a
la Brihadáranyaka-Upanishad
(IV, 4, 1-25) VI, 4, v o l u m e n III, p . 7 2 5 , desde una
eternidad sin principio c o m o lo señala el texto d e la estrofa 84 a-b del Mahabharatatàtparyanirnaya,
v o l u m e n V, XXII, p . 4 2 3 , y a a n t e s c i t a d o s — l o a n t e r i o r es obvio
t e n i e n d o e n c u e n t a la a b s o l u t a o m n i p o t e n c i a d e V i s h n u , q u e t o d o lo g o b i e r n a
y t o d o lo c o n t r o l a .
Un Brahmasütrànuvyàkhyàna,
III, 2, v e r s o 167 a-b, v o l u m e n II, p . 440, M a d h v a s o s t i e n e : . . . svabhàvo pyakhila ïsàyatto 'khilasya ca, «... T o d a n a t u r a l e z a p r o p i a d e t o d o es d e p e n d i e n t e del S e ñ o r » .
E n Brahmasütrabhàsya
I, 1, 1, v o l u m e n II, p . 5, l í n e a 7, M a d h v a cita u n p a s a j e del Gárudapürana
e n q u e se e n c u e n t r a la s i g u i e n t e a f i r m a c i ó n : sa hi sarvamanovrttiprerakas...,
«Él [= V i s h n u ] es el i n c i t a d o r d e t o d o s los p r o c e s o s d e la
mente...»
Ibidem, v o l u m e n II, p . 7, línea 5, cita la Brahmasamhità:
Nàràyayanaprasàdam
rite na moksah«No
existe L i b e r a c i ó n sin la g r a c i a d e N à r a y a n a [= V i s h n u ] . . . »
Ibidem, ad I, 1, 2, v o l u m e n II, p . 10, l í n e a 16:
srstisthitisarnhàraniyamanajnànàjnànabandhamoksàh...,
«[De Brahman = Vishnu p r o c e d e n ] la c r e a c i ó n , la
c o n s e r v a c i ó n , la r e a b s o r c i ó n , el g o b i e r n o [del m u n d o ] , el c o n o c i m i e n t o , la i g n o r a n c i a , el e n c a d e n a m i e n t o y la L i b e r a c i ó n . . . » E n el
Brahmasütrànuvyàkhyàna,
a d I, 1, 2, v o l u m e n II, p . 3 0 1 , estrofa 90, se r e p i t e el m i s m o c o n c e p t o .
S e p u e d e , p u e s , d e c i r q u e las a l m a s e s t á n « p r e d e s t i n a d a s » ' a la S a l v a c i ó n , al
i n f i e r n o , o a la t r a n s m i g r a c i ó n por la fuerza de su naturaleza propia, pero q u e
esta naturaleza propia al p a r e c e r i n m u t a b l e le es dada a cada uno por el propio
Vishnu, el S e r S u p r e m o , Dios.
LA
CONCEPCIÓN DE LA PREDESTINACIÓN INSPIRADA EN LA IDEA DE LA JUSTICIA
Y BONDAD DE D l O S
Los textos p r e s e n t a d o s e n la s e c c i ó n p r e c e d e n t e c o n f i g u r a n prima facie u n a
n o c i ó n d e la p r e d e s t i n a c i ó n e n M a d h v a , la c u a l p r e s e n t a g r a n s i m i l i t u d c o n u n
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f a t a l i s m o del c u a l n o es posible e s c a p a r , y la c u a l i m p l i c a q u e se c o n c i b e a V i s h n u
(Dios) c o m o u n d é s p o t a q u e d i s p o n e d e l d e s t i n o d e los h o m b r e s e l i g i é n d o l o s
a r b i t r a r i a m e n t e p a r a la b e a t i t u d o p a r a el s u f r i m i e n t o post mortem d e a c u e r d o
c o n la n a t u r a l e z a p r o p i a o la a p t i t u d o n o a p t i t u d q u e Él m i s m o les c o n c e d e
s e g ú n la d e c i s i ó n d e s u o m n i p o t e n t e y a b s o l u t a m e n t e l i b r e v o l u n t a d .
D e n t r o d e e s t a c o n c e p c i ó n d e la p r e d e s t i n a c i ó n V i s h n u , Dios, q u e es el H a c e d o r de todo, podría ser a c u s a d o de parcialidad y crueldad; de «parcialidad» en
c u a n t o , s i n r a z ó n a l g u n a , c o n c e d e d i f e r e n t e s d e s t i n o s a los h o m b r e s , u n o s d e
felicidad y o t r o s d e d e s d i c h a , y d e « c r u e l d a d » e n c u a n t o n a d a h a c e p a r a evitar,
aliviar o h a c e r c e s a r el s u f r i m i e n t o d e los q u e h a n o b t e n i d o d e s t i n o s d e d o l o r ,
s a b i é n d o l o y p u d i é n d o l o , p u e s e n t r e s u s e x a l t a d a s c a r a c t e r í s t i c a s figuran la
o m n i s c i e n c i a y la o m n i p o t e n c i a .
Las observaciones y textos de Madhva que ofrecemos a continuación modifican la i m a g e n d e la p r e d e s t i n a c i ó n q u e los t e x t o s c i t a d o s e n la s e c c i ó n a n t e rior c r e a n , i n t r o d u c i e n d o e n la n o c i ó n d e la m i s m a e l e m e n t o s q u e a la p a r q u e
e n r i q u e c e n e s a n o c i ó n c a m b i a n p o r e n t e r o s u n a t u r a l e z a y «liberan» a V i s h n u
d e las m e n c i o n a d a s a c u s a c i o n e s .
1. P r i m e r a m e n t e , M a d h v a n o p o d í a p e r m i t i r e n la c o n c e p c i ó n d e V i s h n u
n i n g ú n c o m p o n e n t e d e p a r c i a l i d a d y c r u e l d a d , c o n t r a r i a s a m b a s a la i d e a q u e
se h a c í a n los p e n s a d o r e s i n d i o s t e í s t a s d e l S e r S u p r e m o , el c u a l sólo p o d í a e s t a r
d o t a d o d e las m á s e x c e l s a s y n o b l e s c u a l i d a d e s . M a d h v a r e c u r r e al karman.
El karman es la r e t r i b u c i ó n m o r a l d e l a s a c c i o n e s q u e el h o m b r e r e a l i z a e n
s u s d i v e r s a s e x i s t e n c i a s o r e e n c a r n a c i o n e s . El karman es u n p r o c e s o q u e se verifica e n f o r m a i n e x o r a b l e , i n d e p e n d i e n t e d e la i n t e r v e n c i ó n d e n a d a n i d e n a d i e ,
m e c á n i c a m e n t e , a u t o m á t i c a m e n t e , a la m a n e r a d e u n a ley d e la n a t u r a l e z a . El
karman es el r e s p o n s a b l e o el c a u s a n t e e n ú l t i m a i n s t a n c i a del d e s t i n o del h o m b r e . Y el h o m b r e p o r s u s m é r i t o s o d e m é r i t o s es el r e s p o n s a b l e d e s u p r o p i o
karman. E n la I n d i a s e p e n s ó q u e el karman ( a t e n i é n d o s e al c u a l V i s h n u , c o m o
v e r e m o s , d i s t r i b u y e la n a t u r a l e z a p r o p i a ) e s el q u e d e t e r m i n a el d e s t i n o del
h o m b r e : el d e s t i n o q u e le c o r r e s p o n d e a c a d a u n o e n las r e e n c a r n a c i o n e s q u e
le t o c a vivir e s t á d e t e r m i n a d o p a r a b i e n o p a r a m a l p o r l o s m é r i t o s y d e m é r i t o s q u e a c u m u l ó e n s u s v i d a s a n t e r i o r e s . E l karman o b i e n a c t ú a e n f o r m a i n d e p e n d i e n t e m e d i a n t e el m e c a n i s m o d e u n a m i n u c i o s a y c o m p l e j a « c o n t a b i l i d a d »
q u e m a n e j a e s o s m é r i t o s y d e m é r i t o s ; el h o m b r e v a r e c i b i e n d o , d e a c u e r d o c o n
e s e m e c a n i s m o , lo q u e m e r e c e d e d e s d i c h a o felicidad, d e é x i t o o f r a c a s o ; o
b i e n el karman, c o m o e n el p r e s e n t e c a s o d e M a d h v a , es u n i n s t r u m e n t o al servicio del S e r S u p r e m o , q u e g u i á n d o s e p o r él, v a a ir d i s t r i b u y e n d o lo q u e c a d a
h o m b r e debe recibir c o m o su destino, c o m o su retribución, c o m o su p r e m i o o
castigo.
P e r o t a m b i é n se p e n s ó q u e e s e p o d e r del karman n o le i m p e d í a al h o m b r e
o b r a r c o n c i e r t a l i b e r t a d , n o p a r a c a m b i a r e n la e x i s t e n c i a a c t u a l los efectos del
karman a c u m u l a d o e n el p a s a d o , p e r o sí p a r a m o d i f i c a r el karman e n el f u t u r o ,
i n t e g r a n d o e n él m é r i t o s o d e m é r i t o s q u e m o d i f i c a r í a n s u c u r s o . La I n d i a c r e y ó
s i e m p r e e n la c a p a c i d a d del h o m b r e p a r a d e s c u b r i r el c a m i n o del b i e n y e n s u
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a p t i t u d p a r a s e g u i r l o . El karman n u n c a e q u i v a l i ó a u n fatum d e i n m o d i f i c a b l e
c u r s o ; e s t a b a e n el p o d e r del h o m b r e i n t r o d u c i r e n él m o d i f i c a c i o n e s .
Si el h o m b r e n o p u d i e s e m o d i f i c a r s u karman p a r a el f u t u r o y éste t u v i e s e
q u e m a n t e n e r s e s i e m p r e el m i s m o , n o se p o d r í a e x p l i c a r p o r q u é r a z ó n el d e s t i n o del h o m b r e v a r í a d e u n a e x i s t e n c i a a o t r a , c o m o es c o m ú n m e n t e a d m i t i d o .
Si el karman fuera i n a l t e r a b l e , el d e s t i n o del h o m b r e t a m b i é n t e n d r í a q u e serlo,
s e r í a s i e m p r e el m i s m o . Si ese d e s t i n o c a m b i a , es p o r q u e h a h a b i d o c a m b i o s e n
los m é r i t o s o d e m é r i t o s q u e lo c o n s t i t u y e n , m é r i t o s y d e m é r i t o s p r o v e n i e n t e s
d e las a c c i o n e s b u e n a s o m a l a s q u e el h o m b r e h a r e a l i z a d o .
A d e m á s , si se a c e p t a s e la i n a l t e r a b i l i d a d del karman, las p r e s c r i p c i o n e s m o r a les y r e l i g i o s a s s e r í a n i n ú t i l e s .
2. V i s h n u n o les a s i g n a a los h o m b r e s la n a t u r a l e z a p r o p i a o la a p t i t u d o
n o a p t i t u d p a r a h a c e r el b i e n , s a l v a r s e y l l e g a r a la b e a t i t u d a r b i t r a r i a m e n t e ,
s i g u i e n d o ú n i c a m e n t e los d i c t a d o s d e s u s o b e r a n a v o l u n t a d , d e s e o o c a p r i c h o ;
V i s h n u le d a a c a d a h o m b r e la n a t u r a l e z a p r o p i a q u e le c o r r e s p o n d e d e a c u e r d o c o n s u karman. C u a l es s u karman tal es e s a n a t u r a l e z a p r o p i a . C a d a u n o
r e c i b e la n a t u r a l e z a p r o p i a q u e él se m e r e c e d e a c u e r d o c o n el c a r á c t e r d e s u s
a c c i o n e s p a s a d a s y d e los m é r i t o s y d e m é r i t o s q u e h a a c u m u l a d o .
Así V i s h n u lleva a c a b o la d i s t r i b u c i ó n d e los d e s t i n o s t o m a n d o c o m o c r i t e rio s u p r e m o el karman. E s e c r i t e r i o al c u a l c i ñ e s u e l e c c i ó n lo l i b e r a d e t o d a
posible acusación de parcialidad o crueldad.
E n el Brahmasütrabhashya,
v o l u m e n II, p p . 96-98, c o m e n t a n d o los sütras II,
1, 35-37 d e B à d a r à y a n a , M a d h v a fija s u p o s i c i ó n e n r e l a c i ó n c o n el t e m a d e la
p a r c i a l i d a d y c r u e l d a d d e Dios y la f u n c i ó n q u e le c a b e al karman, a n t e s e x p r e s a d a . E n el c o m e n t a r i o del sütra II, 1, 35 M a d h v a dice:
sarvakartrtve
vaisamyanairghrnye
tasyetyato vakti - o m vaisamyanairghrnye na
sàpeksatvàt tathà hi darsayati o m (sütra II, 1, 35) karmàpeksayà
phaladàtrtvàn
na tasya vaisamyanairghrnye
Ipunyena
punyam lokam nayati pápena pápam iti
hi srutih [Prasna-Upanishad
III, 7] (vol. II, p. 96).
«Se dice que s i e n d o [Él, V i s h n u ] el H a c e d o r de t o d o serían propias de Él
la parcialidad y la crueldad, e n t o n c e s [Bàdaràyana o p o n i é n d o s e a esta tesis]
dice: "OM N o hay [en V i s h n u ] ni parcialidad ni crueldad en razón de su aten e r s e [al karman],
p u e s así e n s e ñ a la Escritura OM" (sütra II, 1, 35). Por el
h e c h o de que Él es el d a d o r del fruto [de retribución b u e n a o m a l a ] ateniénd o s e al karman [de c a d a u n o ] , n o existe e n Él ni parcialidad ni crueldad, p u e s
la Escritura (Prasna-Upanishad
III, 7) dice que "Por el b i e n [realizado] Él c o n d u c e a u n b u e n destino, por el mal [realizado] Él c o n d u c e a u n o malo".»
3. E x i s t e n a d e m á s del karman o t r o s factores, c o m o la a p t i t u d (yogyata), el
esfuerzo (prayatna), la d e v o c i ó n (bhakti, seva), q u e d e p e n d e n d e la a c c i ó n h u m a n a , a los q u e t a m b i é n t o m a e n c u e n t a V i s h n u e n la d i s t r i b u c i ó n q u e h a c e d e los
d e s t i n o s d e los h o m b r e s ; y u n f a c t o r q u e d e p e n d e d e la p r o p i a m a n e r a d e s e r d e
V i s h n u : s u e s t a r m á s allá d e t o d a e m o c i ó n , p o s i t i v a c o m o el a m o r (raga) o n e g a tiva c o m o el o d i o y la c ó l e r a (dvesa, rosa), q u e p u e d a i n c l i n a r l o p a r a d a r u n
m a y o r b i e n o u n m a y o r m a l q u e el q u e le c o r r e s p o n d e a c a d a u n o p o r s u p r o PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233
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p i a a c c i ó n m o r a l . E s t a r e c u r r è n c i a al karman y a los o t r o s f a c t o r e s es p r e c i s a m e n t e la q u e d e t e r m i n a s u e q u i d a d , j u s t i c i a , e c u a n i m i d a d , s u m a n e r a i m p a r cial d e a c t u a r , Él es sama, «igual ( p a r a t o d o s ) » , «justo».
El sütra II, 3, 42 d e B á d a r a y a n a d i c e :
OM krtaprayatnápeksas
tu vihitapratisedhávaiyarthyádibhyah
OM
«Él m á s bien t o m a en cuenta el esfuerzo y la acción, en razón de [que de otro
m o d o se daría] la inutilidad de las prescripciones, de las prohibiciones, etc.»
M a d h v a , e n s u c o m e n t a r i o , v o l u m e n II, p . 132, i n t e r p r e t a q u e c o n este sütra
q u e d a e l i m i n a d a la i n u t i l i d a d d e la E s c r i t u r a , y q u e d a c o n f i r m a d a la i m p a r c i a l i d a d o j u s t i c i a d i v i n a y la a u s e n c i a d e c r u e l d a d e n V i s h n u , y a q u e c o n s i d e r a q u e
la p a l a b r a «ere.» (adi) se refiere al t e m a d e la p a r c i a l i d a d y la c r u e l d a d d e Dios,
y cita u n t e x t o del Mahàbhàrata
que expresa:
pürvakarma prayatnam ca samskáram cápyápeksya tu I
Tsvarah kárayet sarvam tac cesvarákrtam svayam II
anàditvàd adosas ca
pürnasaktitvatohareh
« [ V i s h n u ] h a c e t o d o t o m a n d o e n cuenta el karman anterior,
el esfuerzo, y la p r e d i s p o s i c i ó n [de los seres],
y e s t o lo h a c e el S e ñ o r por su propia voluntad,
porque d e s d e la eternidad carece de defectos
y porque el p o d e r de Hari [= V i s h n u ] es absoluto».
E n el Bhágavatatátparyanirnaya
ad III, 30, 39, v o l u m e n VI, p . 207, l í n e a 12,
ad VI, 17, 22, v o l u m e n VI, p . 3 2 3 , l í n e a s 8-9, y ad VII, 1, 12, v o l u m e n VI, p . 3 2 5 ,
l í n e a s 18 y ss. M a d h v a cita u n a s e r i e d e textos q u e c o r r o b o r a n e s t a s i d e a s , c o m o
por ejemplo:
yatháyogyátirekena
na dvesyaé ca priyo hareh I iti Kápileye
«No existe para Hari [= K r i s h n a ] n a d i e que Él o d i e o a m e
en forma d e s p r o p o r c i o n a d a c o n s u s m e r e c i m i e n t o s . »
seváyogyátirekena svànàm api na dásyati I
aparádhátirekena nànyasyàtah samo harih I iti Máhátmye
«Él n o les otorgará n a d a a l o s s u y o s
e n forma d e s p r o p o r c i o n a d a c o n su m e r e c i m i e n t o y su d e v o c i ó n ,
y nada a los q u e n o lo s o n
e n forma d e s p r o p o r c i o n a d a c o n su transgresión,
por tal razón Hari e s justo.»
svabhàvatah priyatvüt tu soda devapriyo harih I
apriyas cásuránám tu svabhàvàt tübhayam nmám I
desakálau gunárné caiva bhaktyàdln apyapeksya tu I
yogyatàm ca tathá karma sama ityabhidhiyate I
svatah priyo 'pi devànàm utpádhyaiva gunán imán I
itaresám tathá dosán sukhaduhkhe dadátyajah I
ubhayam tu manusyànàm atah sama itiritah I
anddiniyatàs caiva gunadosáh surádisu I
yathákramam punaé caiva niyamàd vardhitàs tathà I
visnunaiva tato nityam visamaé ca janardanah I iti Brahmatarke,
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«Hari a m a s i e m p r e a l o s D i o s e s
p o r q u e p o r naturaleza le s o n caros
y Él n o a m a a l o s Asuras
[porque p o r naturaleza n o le s o n caros];
y a m a y no a m a a los hombres
p o r s u naturaleza [ b u e n a o m a l a ] .
Él e s l l a m a d o "justo" [porque p r e m i a y castiga]
t o m a n d o e n c u e n t a el lugar y el m o m e n t o [de la a c c i ó n ] ,
las cualidades, la d e v o c i ó n , etc.,
la aptitud [para el b i e n y para el m a l ]
e i g u a l m e n t e el karman.
Él, q u e n o h a t e n i d o n a c i m i e n t o ,
a m a n d o p o r naturaleza a los D i o s e s ,
h a c i e n d o surgir e n ellos las cualidades,
y e n otros [ n o a m á n d o l o s ] h a c i e n d o surgir l o s defectos,
les otorga [a u n o s y otros] la felicidad o la desdicha,
y ambas cosas a los hombres [según sus méritos o deméritos],
por tal r a z ó n Él e s l l a m a d o "justo".
Las cualidades e n l o s D i o s e s
y l o s defectos e n l o s Asuras
d e s d e s i e m p r e están d e t e r m i n a d o s fatalmente,
y a d e m á s [las cualidades y l o s d e f e c t o s ] i n e x o r a b l e m e n t e
son incrementados por Vishnu
[en l o s h o m b r e s d e a c u e r d o c o n s u s m e r e c i m i e n t o s ] .
D e ellos [= D i o s e s , Asuras y h o m b r e s ]
e t e r n a m e n t e diferente e s Janardana [= Vishnu].»
4.
E l p o d e r a b s o l u t o d e V i s h n u n o s e ve m e n o s c a b a d o p o r q u e Él a c t ú e
t o m a n d o e n c u e n t a el karman d e los s e r e s y los o t r o s f a c t o r e s . M a d h v a e n s u
c o m e n t a r i o d e l sütra d e B à d a r à y a n a II, 1, 3 7 , v o l u m e n II, p . 9 7 , d i c e : na ca
karmàpeksatvenesvarasyàsvàtantryam,
« N o s e d a p a r a el S e ñ o r p é r d i d a d e a u t o n o m í a p o r el h e c h o d e q u e s e a t e n g a al
karman.»
El Mahàbhàratatàtparyanirnaya
X X I I , e s t r o f a s 8 6 - 8 7 , v o l u m e n V, p . 4 2 3 ,
c o r r o b o r a la t e s i s d e q u e e n V i s h n u el l i b r e a l b e d r í o n o es l i m i t a d o p o r el h e c h o
de q u e Él se a t e n g a p a r a s u s decisiones a d e t e r m i n a d o s criterios:
... phalaprado vásudevo
'khilasya//
svátantryasakter
viniyàmako
hi tathà 'pyetàn so 'pyapeksyaiva
yuñjyát
etàn apeksyaiva phalam dadàtïtyasyaiva
sahkalpa iti svatantratà
II
I
«Vàsudeva [= V i s h n u ] e s el d a d o r del fruto d e todo,
p u e s Él e s el controlador
d e b i d o al p o d e r de s u a u t o n o m í a ;
a ú n s i e n d o así
Él decide a t e n i é n d o s e a aquéllos [factores,
que son: la aptitud, el karman, el esfuerzo d e l o s seres];
a t e n i é n d o s e a ellos Él d a el fruto:
la voluntad e s s ó l o de Él
y e n e s t o c o n s i s t e s u autonomía.»
El h e c h o d e q u e V i s h n u se h a y a fijado c r i t e r i o s d e d e c i s i ó n n o significa u n a dism i n u c i ó n d e s u i n d e p e n d e n c i a , d e su o m n í m o d a l i b e r t a d (svàtantrya,
svatantratà).
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5. E n el p u n t o 1 d e e s t a s e c c i ó n h e m o s e x p r e s a d o q u e el karman n o c o a r t a la l i b e r t a d del h o m b r e e n f o r m a a b s o l u t a y q u e el h o m b r e p u e d e , u s a n d o s u
l i b r e a l b e d r í o , c a m b i a r el c u r s o del karman e n e s t a v i d a y/o e n las v i d a s q u e
s i g u e n a s u e x i s t e n c i a a c t u a l . Algo s i m i l a r se p u e d e a f i r m a r r e s p e c t o del p o d e r
d e V i s h n u y d e la l i b e r t a d del h o m b r e .
Si b i e n los t r a t a d o s d e M a d h v a a f i r m a n q u e t o d o e s t á s o m e t i d o a la v o l u n t a d d e V i s h n u , q u e t o d o d e p e n d e d e Él, q u e Él t o d o lo c o n t r o l a , q u e d a sin e m b a r g o u n m a r g e n p a r a la libertad del h o m b r e , p a r a el ejercicio d e s u libre a l b e d r í o .
M a r g e n p e q u e ñ o p u e d e ser, p e r o m a r g e n al fin d e libertad y responsabilidad.
El
h o m b r e (jlva) n o es u n a a u t ó m a t a , u n j u g u e t e , u n a m a r i o n e t a , q u e V i s h n u h a c e
a c t u a r e n t o d o s e g ú n s u v o l u n t a d , d e s e o o c a p r i c h o ; el h o m b r e e s t á c a p a c i t a d o
p a r a a c t u a r l i b r e m e n t e d e n t r o d e los l í m i t e s q u e le c o n c e d e o fija la v o l u n t a d d e
Vishnu.
E n Brahmasütrabháshya
II, 3 , 3 3 - 4 2 , v o l u m e n II, p p . 1 3 0 - 1 3 3 , M a d h v a se
o c u p a d e e s t a b l e c e r q u e el jlva t i e n e q u e p a r t i c i p a r e n la a c c i ó n q u e realiza c o m o
a g e n t e l i b r e y r e s p o n s a b l e , p u e s d e o t r o m o d o t o d a s las p r e s c r i p c i o n e s y p r o h i b i c i o n e s d e las E s c r i t u r a s c a r e c e r í a n d e r a z ó n d e ser. N o h a y n o r m a o p r o h i b i ción m o r a l p a r a u n ser cuya forma de a c t u a r está fatalmente pre-determinada.
M a d h v a e n s u c o m e n t a r i o del sütra II, 3, 3 3 d e B à d a r à y a n a (p. 130) s o s t i e n e :
Isvarasyaiva kartrtvam uktam I 'yat karma kurute tad abhisampadyate' [Brihadàranyaka-Upanishad
IV, 4, 5] iti jlvasyàpyupalabhyate
I atra àha om kartà
sàstrarthavattvàt om [sütra II, 3, 33 de Bàdaràyana] jïvasya kartrtvàbhàve sàstrasyàprayojakatvapràpter jïvo 'pi kartà.
«Se ha afirmado la condición de agente sólo del Señor [en cuanto se dice
de Él que es el Hacedor de todo], [pero sobre la base del texto, BrihadáranyakaUpanishad IV, 4, 5, que dice:] "Uno obtiene los frutos de la acción que uno
hace", ella [= la condición de agente] es captada también como propia del jlva,
al respecto [por eso Bàdaràyana, sütra II, 3, 33] dice: "[El/iva es] agente [libre
y responsable] en razón de que los tratados [= las Escrituras] tienen un sentido". [Efectivamente,] debido a que se llegaría a la inutilidad de las Escrituras
si no existiera la condición de agente [libre y responsable] del jlva, [se debe
concluir que] también el jlva es agente.»
E n este c o n t e x t o M a d h v a , d e s p u é s d e c o m e n t a r u n a serie d e a r g u m e n t o s q u e
a d u c e B à d a r à y a n a e n a p o y o d e la tesis e n u n c i a d a e n el sütra 3 3 p a r a p r o b a r q u e
el jlva, el a l m a e n c a r n a d a , el i n d i v i d u o , es t a m b i é n a g e n t e libre y r e s p o n s a b l e ,
explica la c o m p a r a c i ó n d e B à d a r à y a n a , c o n t e n i d a e n s u sütra II, 3, 40, q u e dice:
om yathà ca taksobhayathà
om
«Y como el carpintero ambas cosas.»
M a d h v a d a la s i g u i e n t e e x p l i c a c i ó n :
yathà taksnah karayitrniyatatvam
kartrtvam ca vidyate evam
jlvasyàpi.
«Como el carpintero, de la misma manera también para el jlva se dan [al
mismo tiempo] ambas condiciones: la condición de estar sometido a aquel que
le encomienda el trabajo y también la condición de agente [libre y responsable en cierta y limitada medida].»
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La i d e a d e la c o m p a r a c i ó n es q u e el c a r p i n t e r o a q u i e n se le e n c a r g a u n a
d e t e r m i n a o b r a está obligado n e c e s a r i a m e n t e a seguir las especificaciones de
la p e r s o n a q u e le e n c a r g ó el t r a b a j o , p e r o al m a r g e n d e e s t a l i m i t a c i ó n p a r a
s u a c c i ó n , él g o z a d e l i b e r t a d p a r a r e a l i z a r la o b r a s e g ú n s u c r i t e r i o p e r s o n a l ,
c o n o c i m i e n t o , e x p e r i e n c i a , r e s p o n s a b i l i d a d , e t c . C o m o p a r a el c a r p i n t e r o , p a r a
el jïva e x i s t e d e p e n d e n c i a y l i b e r t a d o u n a l i b e r t a d d e a c c i ó n , c o n la c o n s i g u i e n t e r e s p o n s a b i l i d a d d e s u s a c c i o n e s , d e n t r o d e los l í m i t e s a s i g n a d o s p o r
Dios.
6 . Si a s í n o fuera, si la v o l u n t a d d e V i s h n u d e t e r m i n a s e toda la c o n d u c t a
del h o m b r e , si el karman s e ñ a l a s e el c a m i n o q u e u n o f a t a l m e n t e d e b e seguir, si
e s a v o l u n t a d d i v i n a y e s e p r e d e t e r m i n i s m o k á r m i c o a p l a s t a s e n p o r e n t e r o la
v o l u n t a d h u m a n a , d e s t r u y e s e n p o r c o m p l e t o la l i b e r t a d y a n u l a s e n í n t e g r a m e n t e
la r e s p o n s a b i l i d a d m o r a l d e las a c c i o n e s , ¿ q u é finalidad, f u n c i ó n o u t i l i d a d t e n d r í a ( a d e m á s d e las E s c r i t u r a s , q u e r e p r e s e n t a n a la r e l i g i ó n y a la ética, a lo
c u a l y a n o s h e m o s r e f e r i d o ) la d e v o c i ó n (bhakti) a V i s h n u , Dios, q u e los textos
d e M a d h v a e x a l t a n c o m o el m e d i o s u p r e m o p a r a a l c a n z a r la s a l v a c i ó n y llegar
a la s u p r e m a felicidad c e r c a d e Él?
I n t e g r a n d o los t e x t o s t r a t a d o s e n e s t a s e c c i ó n a los textos c i t a d o s e n la secc i ó n a n t e r i o r se c o n f i g u r a a s í u n t i p o d e p r e d e s t i n a c i ó n q u e t o m a e n c u e n t a
c o m o e l e m e n t o s p a r a d e t e r m i n a r el d e s t i n o h u m a n o , la v o l u n t a d s u p r e m a d e
V i s h n u , s u c a r e n c i a d e p a r c i a l i d a d y c r u e l d a d , el p o d e r e n o r m e del karman y la
l i b e r t a d y v o l u n t a d a u n q u e l i m i t a d a s del h o m b r e .
E L CONOCIMIENTO Y LA DEVOCIÓN. E L DESTINO D E LAS ALMAS E N M A D H V A
P a r a M a d h v a , al igual q u e p a r a R á m a n u j a , la m e t a del esfuerzo h u m a n o es,
p o r u n l a d o , l i b e r a r s e d e las r e e n c a r n a c i o n e s y d e los d e s t i n o s d o l o r o s o s post
mortem y, p o r o t r o l a d o , llegar a p r e s e n c i a d e Dios, V i s h n u , r e s i d i r j u n t o a Él
ad aetemum l l e v a n d o u n a e x i s t e n c i a d e felicidad o r i g i n a d a e n la p r o x i m i d a d c o n
V i s h n u , y r e g o c i j á n d o s e c o n la c o m p a ñ í a d e los q u e h a n a l c a n z a d o el m i s m o
d e s t i n o e n el nivel j e r á r q u i c o q u e les h a t o c a d o . L a s a l m a s l i b e r a d a s (mukta) d e
la c o n d i c i ó n e m p í r i c a o b t i e n e n así d i f e r e n t e s c o n d i c i o n e s o d e s t i n o s .
Los d o s m e d i o s p r i n c i p a l e s d e q u e d i s p o n e el h o m b r e p a r a a l c a n z a r e s t a m e t a
s o n el c o n o c i m i e n t o (jñána) y la d e v o c i ó n (bhakti), a d e m á s d e s d e l u e g o d e la
d i s c i p l i n a m o r a l y del c u m p l i m i e n t o d e las p r á c t i c a s religiosas. E s i n t e r e s a n t e
s e ñ a l a r q u e e s t a s ú l t i m a s e s t á n al servicio d e la bhakti y q u e sin ella s o n c a r e n tes d e efecto o fruto. E n Brhadáranyakopanisadbhásya
ad I, 4, 10, v o l u m e n III,
p. 573, Madhva afirma:
dhyanam ca gurususrüsá
nityanaimittikáh
kriydh
tïrthadànajapàdyàs
ca svàdhyàyo harikïrtanam
I
dvádasyddivratam
caiva tulasyàdyair
athàrcanam
sarvam bhaktyartham
uddistam nisphalan tu taya
visnubhaktiyuto
muktim yàti nànyah kathañcana
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I
vina I
I
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«La meditación, la obediencia al maestro, guru,
las acciones rituales regulares y ocasionales;
la visita a los lugares sagrados,
la donación, las oraciones, y otras prácticas,
la recitación de los textos, los cantos en alabanza de Hari;
los doce votos y los otros
y las ofrendas con tulasl [hierba sagrada] y las otras todo [esto] ha sido prescrito con miras a la devoción
y es ineficaz sin ella.
El que está en posesión de la devoción a Vishnu
llega a la Liberación,
y ningún otro de ninguna manera.»
E n Bhàgavatatàtparyanirnaya
III, 3 3 , estrofa 32, v o l u m e n VI, p . 214, M a d h v a
h a c e s u y a u n a cita del Harivamsa q u e a f i r m a :
jñánabhaktl
vinà naiva muktih
kasyàpi
vidyate
I
«No existe Liberación para nadie sin el conocimiento y la devoción.»
Cf. Ibidem,
yasya samyak
V, 19, e s t r o f a 14, v o l u m e n VI, p . 2 9 5 :
ca bhavati
jñanam
bhaktis
tathaiva
ca, niscitas
tasya moksah
syat...
«La Liberación es segura para aquel que posee el correcto conocimiento y la devoción.»
1. El conocimiento
es el c o n o c i m i e n t o d e la n a t u r a l e z a d e V i s h n u , d e s u
g r a n d e z a , d e s u s o b e r a n í a , d e s u s excelsas c u a l i d a d e s , r e v e l a d a s p o r las E s c r i t u r a s y e x p u e s t a s p o r M a d h v a e n los n u m e r o s o s c o m e n t a r i o s d e las m i s m a s .
V é a s e Mahabharatatatparyanirnaya
I, e s t r o f a s 80-84, v o l u m e n V, p . 13, d o n d e
se e n u m e r a lo q u e es n e c e s a r i o c o n o c e r p a r a p o d e r l i b e r a r s e : la j e r a r q u í a q u e
r e i n a e n t r e los Dioses c o n V i s h n u a la c a b e z a (táratamya) q u e a p u n t a a m o s t r a r
q u e V i s h n u es el ú n i c o Dios, s u p e r i o r a t o d o s los o t r o s ; la s u p r e m a c í a d e V i s h n u
(sarvoccatva); las c i n c o f o r m a s d e la d i v e r s i d a d (pañcabheda)
(ver la s e c c i ó n Tres
entidades realmente existentes y diferentes entre sí: Dios, las almas y la materia);
la u n i d a d o a u s e n c i a d e d i v e r s i d a d (svábheda) e n V i s h n u ; s u c a r e n c i a d e defect o s (nirdosatva);
la a b u n d a n c i a d e s u s c u a l i d a d e s (gunodrelca); los avatáras o
m a n i f e s t a c i o n e s d e V i s h n u , a s í c o m o las f u n c i o n e s específicas d e c a d a u n o d e
ellos (taddvesa); q u e la c r e a c i ó n , la c o n s e r v a c i ó n , la d i s o l u c i ó n , el c o n o c i m i e n to, el d e s t i n o , la i g n o r a n c i a , el e n c a d e n a m i e n t o y la L i b e r a c i ó n p r o v i e n e n d e
V i s h n u ; y las E s c r i t u r a s y t e x t o s q u e t i e n e n q u e v e r c o n V i s h n u . E s t a s e s t r o f a s
c o n s t i t u y e u n v e r d a d e r o e p í t o m e d e la t e o l o g í a v i s h n u i t a .
Este c o n o c i m i e n t o se obtiene c o n el m é t o d o tradicional p r e c o n i z a d o e n la India:
1) shravana, l i t e r a l m e n t e « a u d i c i ó n » (de las E s c r i t u r a s d e b o c a d e u n m a e s t r o
c o m p e t e n t e ) , es decir, el «estudio» c o n m i r a s a h a c e r s e d e esas e n s e ñ a n z a s , y tenerlas p r e s e n t e s ; 2) mañana, la «reflexión» ( s o b r e las e n s e ñ a n z a s así a d q u i r i d a s p o r
la a u d i c i ó n , c o n m i r a s a s u c o m p r e n s i ó n d e a c u e r d o c o n la c o r r e c t a i n t e r p r e t a c i ó n d e las m i s m a s , p r e d o m i n a n d o e n e s t a e t a p a el t r a b a j o discursivo, r a c i o n a l ,
a r g u m e n t a t i v o d e la m e n t e , q u e c o n f i r m a y fija la a d h e s i ó n a ellas e n la convicPENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233
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c i ó n d e q u e c o n t i e n e n la v e r d a d ; esta e t a p a p u e d e ser calificada d e e s p e c u l a c i ó n
filosófica e n g e n e r a l y d e teológica e n el c a s o d e M a d h v a , ya q u e el t e m a c e n t r a l
es Dios, Vishnu); 3) dhydna, «meditación» (o la p r á c t i c a yóguica mística q u e implic a e x p e r i m e n t a r , vivenciar, e n u n p r o c e s o d i r e c t o e intuitivo d e la m e n t e , a q u e llas v e r d a d e s a d q u i r i d a s p o r la audición y s o s t e n i d a s y a f i r m a d a s p o r la reflexión).
2. La d e v o c i ó n (bhakti) es d e f i n i d a p o r M a d h v a e n
nirnaya I, estrofa 8 5 , v o l u m e n V, p . 14:
máhatmyajñánapürvas
sneho bhaktir hiproktas
tu sudrdhas
...II
sarvato
Mahábháratatdtparya-
'dhikah I
«Se llama d e v o c i ó n [a V i s h n u ] al a m o r [a V i s h n u ] ,
p r e c e d i d o p o r el c o n o c i m i e n t o de su grandeza,
firme y superior a todo.»
R E F L E X I Ó N FINAL
P o r s u i d e n t i f i c a c i ó n d e Brahman c o n V i s h n u , el s i s t e m a d e M a d h v a al igual
q u e el d e R à m à n u j a e s t á v i n c u l a d o c o n el V i s h n u i s m o y p u e d e s e r c o n s i d e r a d o
o t r a t e o l o g í a del m i s m o , lo q u e n o d e b e h a c e r p a s a r p o r a l t o los a s p e c t o s filosóficos del m i s m o c o m o el r e a l i s m o y el p l u r a l i s m o .
Es importante tener presente que Sañkara, Ràmànuja y Madhva, partiendo
d e los m i s m o s textos, Upanishads y Vedantasütras
d e B à d a r à y a n a , llegan a c o n s t i t u i r s i s t e m a s filosóficos t o t a l m e n t e d i v e r s o s e n t r e sí: N o - d u a l i s m o a b s o l u t o
s a n k a r i a n o , N o - d u a l i s m o calificado r à m à n u j i a n o y P l u r a l i s m o m a d h v i a n o . Al
lado de esos tres sistemas otros pensadores constituyeron otros sistemas con
características propias.
La p o s i b i l i d a d d e c o n s t r u i r s i s t e m a s d i f e r e n t e s a p a r t i r d e los m i s m o s textos
se d e b e a q u e las Upanishads
son obras de recopilación que reúnen teorías de
d i v e r s o o r i g e n , c a r e n t e s d e u n i d a d d o c t r i n a r i a , m u c h a s veces c o n t r a d i c t o r i a s
e n t r e sí; y el t r a t a d o d e B à d a r à y a n a , p o r s u estilo aforístico c o n c i s o y m u c h a s
veces u n t a n t o h e r m é t i c o , se p r e s t a a d i v e r s a s i n t e r p r e t a c i o n e s , a u n q u e c o n t o d a
probabilidad su a u t o r haya pretendido establecer u n a interpretación unitaria
d e las
Upanishads.
L o s p e n s a d o r e s , q u e se a b o c a b a n al e s t u d i o y s i s t e m a t i z a c i ó n d e las d o c t r i n a s d e los t e x t o s u p a n i s h á d i c o s y del t r a t a d o d e B à d a r à y a n a , al c o n s t r u i r s u s
s i s t e m a s filosóficos, f u n d a m e n t a b a n s u s o p i n i o n e s e n a q u e l l o s p a s a j e s d e e s a s
obras que condecían con esas opiniones; y m e d i a n t e u n a hábil h e r m e n é u t i c a
q u e f o r m a b a p a r t e d e la t r a d i c i ó n c u l t u r a l d e la I n d i a i n t e r p r e t a b a n los p a s a j e s
q u e n o c o n d e c í a n c o n e s a s o p i n i o n e s e n u n a f o r m a a d e c u a d a a ellas, lo c u a l
m u c h a s veces, c o m o es n a t u r a l , significaba f o r z a r los textos y a t r i b u i r l e s u n sent i d o q u e prima facie n o p o s e e n . E s t a f o r m a d e a c t u a r p e r m i t i ó la c o n s t i t u c i ó n
de múltiples y diversos sistemas.
Creemos que en otras culturas h a n sucedido hechos similares: interpretac i o n e s d e u n m i s m o t e x t o d e s d e d i v e r s a s p e r s p e c t i v a s c o n la c o n s e c u e n t e forPENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233
pp. 291-320
F. TOLA - C. DRAGONETTI, MADHVA
319
(1198-1278)
m a c i ó n de diversas escuelas de doctrina. Católicos, luteranos, calvinistas parten de los m i s m o s textos bíblicos y llegan a posiciones diversas y m u c h a s veces
p r o f u n d a m e n t e p o l é m i c a s , d e l o c u a l j u s t a m e n t e el t e m a d e la p r e d e s t i n a c i ó n ,
al q u e a c a b a m o s d e r e f e r i r n o s , e s u n e j e m p l o .
L o q u e p u e d e s e r p e c u l i a r d e la I n d i a e s q u e t o d a s e s a s d i v e r s a s i n t e r p r e t a c i o n e s d e l a s Upanishads
( c o n s i d e r a d a s p a r t e d e la Revelación)
m o s d e B à d a r à y a n a , s o n c o n s i d e r a d a s ortodoxas
y de los aforis-
y gozan de respeto por parte
d e la c o n c i e n c i a c o l e c t i v a i n d i a . T a l v e z e s e h e c h o s e d e b e a q u e l a I n d i a privil e g i ó la v i s i ó n p l u r a l i s t a d e l a r e a l i d a d , la p o s i b i l i d a d d e d i v e r s o s a c e r c a m i e n tos a la m i s m a , y a su evidente espíritu d e tolerancia.
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a)
Edición
crítica de las obras de
Madhva
Sarvamülagranthah,
Collected WorL· of Sri Madhwàcarya,
Edited critically w i t h a n Introduction, explanatory N o t e s a n d A p p e n d i c e s b y Dr. Vyasanakere Prabhanjanacharya,
Bangalore: Srï V y à s a m a d h w a Sèvà Pratisthàna (Regd.), 1999. E n 7 v o l ú m e n e s .
b)
Traducciones
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with the Commentary
of Srï Madhwàcarya,
Madras, 1904.
Texto sánscrito y t r a d u c c i ó n al inglés.
The Bhagavad Gita, translation
and commentaries
in English according to Sri
Madhwacharya's bhasya, Madras, 1906.
Chandra Vasu, v o l ú m e n e s I, III, XIV y X X X d e la serie Sacred Books of the Hindous, Allah a b a d . T r a d u c c i ó n al i n g l é s d e l o s c o m e n t a r i o s d e M a d h v a a las Upanishads:
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Kena, Katha, Prasna, Mundaka (1909), Chàndogya (1909), Brhadàranyaka
(1916), Aitareya y Taittirïya (s.d.).
SIAUVE, S., La voie vers la connaissance
de Dieu, Pondichéry: Institut Français d'Indologie, 1957. T r a d u c c i ó n al francés del c o m e n t a r i o del Anuvyàkhyàna
por Ràmànuja
relativo al p r i m e r sütra d e B à d a r à y a n a . C o n t i e n e el texto s á n s c r i t o y u n d e t a l l a d o
comentario.
SIAUVE, S., Les noms védiques de Visnu, Pondichéry: Institut Français d'Indologie, 1959.
T r a d u c c i ó n al francés del c o m e n t a r i o del Anuvyàkhyàna
p o r R à m à n u j a relativo a
varios sütras del p r i m e r c a p í t u l o d e Bàdaràyana. Contiene el texto sánscrito.
VON GLASENAPP, H., «Lehrsàtze d e s d u a l i s t i s c h e n Vedànta» (Madhvas Tattvasamkhyàna),
e n Von Buddha zu Gandhi, W i e s b a d e n : Otto Harrassowitz, 1 9 6 2 , p p . 187-192. Trad u c c i ó n al a l e m á n del m e n c i o n a d o tratado. C o n t i e n e el texto sánscrito.
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c)
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SHARMA, B . N . K . , The Brahmasütras
and their Principal Commentaries
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VON GLASENAPP, H., Madhva's Philosophic des Vishnu-Glaubens,
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A
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d)
Exposiciones
antiguas
(Doxografía)
STAFFORD BETTY, L., Vádirája's Refutation
of Sahkara's Non-Dualism.
Clearing the Way for
Theism, Delhi: Motilal Banarsidass, 1 9 7 8 . Traducción inglesa del primer capítulo del
tratado Nyàyaratnàvalï
de Vàdiràja. Contiene el texto sánscrito.
Fundación Instituto de Estudios Budistas FIEB/CONICET
Olazábal 1584, 3 C
1428 Buenos Aires
Argentina
[email protected]
o
FERNANDO TOLA
C A R M E N DRAGONETTI
[Artículo aprobado para publicación en octubre de 2 0 0 4 ]
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), num. 233
pp. 291-320
ESTUDIOS, NOTAS, TEXTOS Y COMENTARIOS
LA ETIOLOGÍA DEL MATERIALISTA
INDIO CÀRVÀKA EN EL MAHABHÀRATA
MARTÍN SEVILLA RODRÍGUEZ
Universidad de Oviedo
RESUMEN: El autor analiza pasajes del gran poema épico de la India en los que el hinduismo lleva a
cabo una interpretación etiológica de la figura legendaria que representa la más alejada de las heterodoxias.
PALABRAS CLAVE: filosofía india, historia del materialismo, Càrvàka, Mahàbhàrata.
The Etiology of the Indian Materialist Càrvàka in the Mahàbhàrata
ABSTRACT: The author analyzes passages of the great epic poem of India in which Hinduism carries
out an etiologic interpretation of the legendary figure that represents the most distant heterodoxy.
KEY WORDS: Indian philosophy, history of materialism, Càrvàka, Mahàbhàrata.
1. Aunque nada s e s a b e acerca d e s u existencia, c o n el n o m b r e d e Càrvàka se c o n o ce al filósofo q u e habría c r e a d o e n é p o c a antigua u n a corriente d e p e n s a m i e n t o m a t e rialista e n la I n d i a . S u s s e g u i d o r e s fueron l l a m a d o s lokayatas, q u e podría interpretarse
c o m o «los dirigidos al m u n d o » , y t a m b i é n nàstikas, ya q u e c o n s i d e r a b a n q u e nada trasc e n d e n t e existe; nàstika e s u n derivado n o m i n a l d e násti, c o n t r a c c i ó n d e na asti « n o e s ,
n o existe».
1
2
Tal figura legendaria, Càrvàka, constituirá el s í m b o l o d e la m á s enfrentada de las
tres h e t e r o d o x i a s del h i n d u i s m o : el m a t e r i a l i s m o . P u e s a u n q u e e s cierto q u e b u d i s m o
y j a i n i s m o a p a r e c e n c o m o u n r e c h a z o social y religioso al control p o l í t i c o y espiritual
ejercido p o r l o s b r a h m a n e s y n i e g a n la e x i s t e n c i a d e u n d i o s creador, s i n e m b a r g o recog e n del h i n d u i s m o e i n c o r p o r a n e n s u s i s t e m a r a s g o s principales c o m o la d o c t r i n a d e
la t r a n s m i g r a c i ó n . El m a t e r i a l i s m o , s i n e m b a r g o , a d e m á s d e surgir c o m o u n r e c h a z o a
la o p r e s i ó n social y religiosa, niega t o d o el aparato m e t a f í s i c o , incluida la c r e e n c i a e n
los d i o s e s , q u e servía a la casta b r a h m á n i c a para s u control sobre l o s creyentes y el poder
político. El paralelo, salvadas ciertas distancias, podría ser el m o v i m i e n t o d e E p i c u r o
en Grecia.
La letra c nota una africada palatal sorda, como el dígrafo ch en español, en la transcripción de la
escritura devanàgarï.
FRAUWALLNER, E., History of Indian Philosophy I (Motilal Banarsidass, Delhi, 1953 [first Indian edition, 1973]), 215-226; WARDER, A. K., A Course in Indian Philosophy (Motilal Banarsidass, Delhi, 1998), 3239, 119-123; vid. SEVILLA RODRÍGUEZ, M., LOS materialistas indios en el código de Manu: Pensamiento 60
(2004) 137-143.
1
2
© PENSAMIENTO, ISSN 0031-4749
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233, pp. 321-328
322
M. SEVILLA, LA ETIOLOGÍA DEL MATERIALISTA INDIO CÀRVÀKA EN EL MAHÀBHÀRATA
D e s g r a c i a d a m e n t e n i n g ú n texto representativo d e dicha corriente ha llegado hasta
nosotros, por l o q u e s u s ideas y a r g u m e n t o s deben reconstruirse principalmente a partir d e la crítica de s u s múltiples adversarios, principalmente la ortodoxia brahmánica, o
las n u m e r o s a s referencias esparcidas aquí y allá a l o largo de la vasta literatura india e n
sánscrito y p r á c r i t o .
E n s u afán p o r r e c h a z a r t o d a la d o g m á t i c a d e la religión védica, l o s materialistas
indios n e g a r o n l o s m o d o s de c o n o c i m i e n t o g e n e r a l m e n t e a d o p t a d o s p o r l o s d e m á s sist e m a s religioso-filosóficos: la i n d u c c i ó n , la analogía, y el t e s t i m o n i o verbal, utilizados
también e n la teodicea brahmánica, aceptando ú n i c a m e n t e c o m o fuente de c o n o c i m i e n t o
la p e r c e p c i ó n directa p o r m e d i o d e l o s ó r g a n o s de los sentidos. N o a c e p t a n la existencia
del a l m a y p r o p u g n a n el placer c o m o el fin ético al que debe dirigirse el h o m b r e d e m o d o
natural .
3
4
2. U n p e n s a m i e n t o tan ajeno al resto de las corrientes filosóficas indias, i m b u i d a s
en m a y o r o m e n o r grado d e la religión, n o podía dejar de tener u n a c a u s a que lo justificara a l o s ojos d e ésta.
Y así u n rasgo importante de esta corriente filosófica, la o p i n i ó n d e q u e la c o n c i e n cia o p e n s a m i e n t o radica e n el cuerpo c o m o c o n s t i t u i d o p o r e l e m e n t o s materiales y n o
e n u n y o o a l m a extracorpóreo, aparece ya e n b o c a de los « a s u r a s » o d e m o n i o s e n la
Chándogya Upanisad, VIII,8. Y e n la Maitrayana Upanisad, VII,9-10, se atribuye a la autoría del d i o s Brhaspati, el sacerdote capellán de l o s dioses, el credo b á s i c o del materialism o , q u e el d i o s habría i d e a d o para confundir a l o s «asuras», a los d e m o n i o s , e n su lucha
p e r m a n e n t e contra l o s dioses; de este m o d o los d e m o n i o s pasaron a considerar el bien
c o m o el m a l y el mal c o m o el bien, y e n lo s u c e s i v o fueron a s i m i l a d o s a ellos los secuaces de tal doctrina, los lokáyatas, t a m b i é n llamados e n c o n s e c u e n c i a barhaspatyas
«seguidores d e Brhaspati» p o r referencia al origen de la m i s m a .
Esta parece la etiología formulada p o r l o s b r a h m a n e s para justificar u n a forma d e
p e n s a r q u e les resultaba adversa y c o m p l e t a m e n t e ajena, pero q u e n o d e b i ó ser infrec u e n t e y a d e s d e l o s primeros t i e m p o s , p u e s tales U p a n i s a d s se r e m o n t a n a la é p o c a de
la literatura védica, q u e llega a p r o x i m a d a m e n t e hasta el siglo VI a.d.C. .
5
6
3.
C o n p o s t e r i o r i d a d a e s t a é p o c a s e e n c u e n t r a u n a n u e v a e t i o l o g í a e n la crítica r e l i g i o s a a l o s p e n s a d o r e s m a t e r i a l i s t a s , la q u e a p a r e c e e n el gran p o e m a é p i c o
d e la I n d i a , el M a h a b h á r a t a , y t o m a c u e r p o e n la figura d e l l e g e n d a r i o f i l ó s o f o
Cárváka. S i g u i e n d o la t r a d i c i ó n de las U p a n i s a d s , t a m b i é n a él s e le r e c o n o c e c o m o
d e m o n i o q u e , al igual q u e l o s «asuras», tuvo e n s u o r i g e n u n a actitud d e r e s p e t o a l o s
dioses.
' Véase CHATTOPADHYAYA, D., Càrvàka/Lokayata.
An Anthology
Studies (South Asia Books, New Delhi, 1994) para las fuentes.
of Source Materials
and Some
Recent
Véase COWELL, E. B. - GOUGH, A. E., Sarvadarsanasahgraha
of Màdhavàcàrya,
Translated by - and
Edited by K. L. Joshi (Parimal Publications, Delhi, 1882 [reimpresión, 1986]); su título podría traducirse
como «Compendio de todos los sistemas»: es una obra que recoge las principales características de los sistemas de pensamiento indio y parece haber sido compuesta en el siglo xiv. En ella se dedica al pensamiento
materialista indio un capítulo, el primero, que aunque corto en extensión constituye un pequeño resumen
de las ideas que debieron haber conformado tal movimiento desde sus comienzos.
4
Los asuras fueron originariamente espíritus buenos que posteriormente se rebelaron contra los
dioses y se convirtieron en demonios.
1
" MÜLLER, F. M., The Upanishads, Volumes I, X V of The Sacred Books of the East, Translated by Various
Oriental Scholars and Edited by F. Max Müller (The Oxford University Press, Oxford, 1900, 1884 [reprinted by Motilal Banarsidass, 1965]), LXVII.
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), num. 233
pp. 321-328
M. SEVILLA, LA ETIOLOGÍA DEL MATERIALISTA INDIO CÀRVÀKA EN EL MAHÀBHÀRATA
323
La primera m e n c i ó n de Càrvàka e n el Mahàbhàrata se e n c u e n t r a al final del Salya7
parva, el IX libro, e n su capitulo 6 3 , c u a n d o el rey D u r y o d h a n a p r o n u n c i a sus ú l t i m a s
palabras a los m e n s a j e r o s que h a b r á n de c o m u n i c a r su m u e r t e a los Kaurava :
8
38.
Cuando lo sepa Càrvàka, el mendigo errante, experimentado en la palabra,
ese hombre eminente me vengará con toda seguridad.
E s t e r e c u e r d o de D u r y o d h a n a d i r i g i d o a s u a m i g o Càrvàka e n el m o m e n t o de su
m u e r t e , a n u n c i a n d o las duras palabras de r e p r o c h e q u e este dirigirá al n u e v o rey Yudhisthira, s i n d u d a s i t ú a n a n u e s t r o p e r s o n a j e entre los e l e m e n t o s a n t i g u o s e n la c o m p o s i c i ó n de la obra, ya que n o se e n t e n d e r í a de otro m o d o esta m e n c i ó n i n c l u i d a en
las postreras palabras del c a u d i l l o de la f a c c i ó n p e r d e d o r a e n la gran guerra q u e m o t i va el p o e m a .
El M a h à b h à r a t a e s u n p o e m a é p i c o q u e e n su r e d a c c i ó n final c o n s t i t u y ó u n
e l e m e n t o p r o p a g a n d í s t i c o p o d e r o s í s i m o d e la i d e o l o g í a b r a h m á n i c a . Era l ó g i c o
q u e los e n e m i g o s d e c l a r a d o s d e tal i d e o l o g í a fueran a s i m i l a d o s al p a r t i d o perdedor.
Y así a Càrvàka se le h a c e a m i g o del jefe de la f a c c i ó n de los Kaurava, el rey Duryodhana.
Por otra parte p a r e c e d a r s e ya e n e s t a e s t r o f a u n a i n t e r p r e t a c i ó n del n o m b r e d e
Càrvàka, p u e s t o que en el epíteto que se le aplica, vàg-visàradah
« e x p e r i m e n t a d o en la
palabra», c o n el e l e m e n t o vag- se h a c e referencia al e l e m e n t o -vaka- en el n o m b r e c o m p u e s t o que forma el a n t r o p ó n i m o Càrvàka: *càru-vàka«el de las bellas palabras», c o n
pérdida de u e n la s e c u e n c i a -uw-, tal c o m o ocurre e n el c o m p u e s t o càrvàc- «que habla
b e l l a m e n t e » (Atharvaveda, v e r s i ó n Paippalàda, X X , 5 , 5 ) . C o n p o s t e r i o r i d a d a esta etim o l o g í a se citarán otras, c o m o que el n o m b r e Càrvàka se deriva de la raíz carv- porque
los materialistas carvanti «mastican», e s t o es, c o m e n , a l u d i e n d o a u n o de los placeres
que p r a c t i c a r í a n ' e n la grosera crítica a que los s o m e t e n .
4. Más adelante, e n el d u o d é c i m o libro del Mahàbhàrata, el Sàntiparva, se e n c u e n tra el relato en el que Càrvàka lleva a c a b o la v e n g a n z a a n u n c i a d a por D u r y o d h a n a al
increpar al rey Yudhisthira, lo que finalmente le costará la muerte.
Vaisampáyana, d i s c í p u l o de Vyàsa, el m í t i c o autor del gran p o e m a é p i c o , c o n t i n ú a
su narración del m i s m o a su oyente, el rey Janamejaya. H a t e n i d o lugar el r e c i b i m i e n t o
triunfal del rey Yudhisthira a las puertas de la c i u d a d de Hastinàpura por parte de los
b r a h m a n e s , tras resultar v e n c e d o r él y s u s h e r m a n o s , los Pándava, en la gran batalla de
la llanura de Kuruksetra. Los b r a h m a n e s h a n a c l a m a d o c a l u r o s a m e n t e al rey, e j e m p l o
notable de c u m p l i m i e n t o del dharma, la ley moral, pero en e s e m o m e n t o (Mahàbhàrata,
XII.39):
22.
Después que la multitud de brahmanes quedó nuevamente en silencio,
el demonio Càrvàka, disfrazado de brahmán, se dirigió al rey .
,0
También se le cita en el primer libro del Mahàbhàrata, el Adiparva, en un capítulo (2,63) en el que
se da una sinopsis de los contenidos de la magna obra.
' Los Kaurava constituyen la facción opuesta a los Pándava, aunque unos y otros son primos o parientes pertenecientes a la misma familia.
CHATTOPADHYAYA: 267.
La traducción se debe al autor de este trabajo, que ha seguido el texto de la edición de Poona, Bhandarkar Oriental Research Institute, 1961 (reimpresión).
7
9
10
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), num. 233
pp. 321-328
324
M. SEVILLA, LA ETIOLOGÍA
DEL MATERIALISTA
INDIO CÀRVÀKA EN EL
MAHÀBHÀRATA
23.
Allí estaba el amigo de Duryodhana oculto bajo la apariencia de un religioso errante,
con el rosario de cuentas ", el moño en lo alto de la cabeza y los tres bastones , confiado y
sin miedo.
,2
24.
Estaba rodeado en ese momento por todos los brahmanes, deseosos de pronunciar bendiciones,
más de mil, oh Indra de reyes ", entregados a la austeridad y a la mortificación.
25.
Ese falso, deseando el mal de los magnánimos Pándava,
sin consultar siquiera a los brahmanes, dijo al señor de la tierra'":
26.
«Todos estos brahmanes han dicho depositando en mí su palabra:
—¡Vergüenza caiga sobre ti, mal soberano de hombres, asesino de tus parientes!
27.
¿Para qué tu reino, hijo de KuntI '\ habiendo llevado a cabo esta destrucción en tu familia
y habiendo matado también a tus maestros? ¡La muerte es mejor, no la vida!».
Estas duras palabras del d e m o n i o Cárváka dirigidas a Yudhisthira recuerdan p o d e r o s a m e n t e otras, las que le dirige Arjuna a su divino c o c h e r o , Krsna, y m o t i v a n el c o n o c i d o p o e m a de la Bhagavadgïtà o «Canción del Bienaventurado», inserto t a m b i é n en el
Mahábhárata. E n efecto, c u a n d o Arjuna pide a su c o c h e r o que sitúe el carro de guerra
e n m e d i o de a m b o s ejércitos y observa c ó m o entre ellos se e n c u e n t r a n presentes m i e m bros de las m i s m a s familias, a n t i g u o s m a e s t r o s y discípulos, a m i g o s y c o m p a ñ e r o s de
a r m a s , dice a Krsna (VI,23):
28.
(Una extrema compasión se apoderó de Arjuna, que, desfalleciendo, dijo estas palabras:)
«¡Krsna!, viendo a mis familiares aquí dispuestos y deseosos de combatir,
29.
desfallecen mis miembros y mi boca se seca,
un temblor se produce en mi cuerpo y el pelo se me eriza,
30.
el arco Gandlva cae de mi mano y mi piel quema;
no puedo quedarme aquí, mi mente está como perdida.
31.
Veo signos desfavorables, oh Tú el del Largo Cabello",
no veo que sea mejor matar a mi familia en el combate,
" He preferido la lectura sáksah «que tiene un rosario», que aparece en la mayoría de los manuscritos, en lugar de la que sigue el autor de la edición de Poona, sàmkhyah «seguidor de la doctrina sámkhya»,
ya que así se completa mejor la apariencia ñ'sica del demonio Carvaka con los atributos o signos externos
del mendigo religioso errante.
Los tres bastones atados juntamente son símbolo del mendigo errante religioso.
" Las invocaciones son dirigidas por el narrador o metanarrador a su interlocutor, incluso dentro de
un texto ajeno; la utilización de tales epítetos formulares en invocación es debida a la comodidad del anónimo autor en la elaboración de los versos octosílabos dentro de esta estrofa característica de la épica, el sloka.
" El rey Yudhisthira.
" Otro nombre de Prtha, madre del rey Yudhisthira.
" Unos y otros primos compartieron los mismos maestros en su instrucción militar.
Epíteto exclusivo de Visnu o de su avatàra Krsna.
12
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32.
y no deseo, Krsna, la victoria, el reino o los placeres.
¿Para qué el reino, Govinda , los goces o la vida?
,!
33.
Aquellos por quienes deseamos el reino, los goces y los placeres,
son estos que están aquí en la batalla, renunciando a sus vidas y a sus bienes».
Arjuna invoca a c o n t i n u a c i ó n las viejas n o r m a s tribales q u e c o n s i d e r a n una gravísim a falta la m u t u a d e s t r u c c i ó n de los m i e m b r o s de u n a m i s m a familia. A lo que el dios
contesta c o n la doctrina de la t r a n s m i g r a c i ó n de las a l m a s , la m á s importante característica de la religión postvédica, y c o n la doctrina de las leyes de casta, que obligan a guerrear a los miembros de la casta militar por e n c i m a de otras consideraciones (Mahàbhàrata,
VI,24):
El Bienaventurado dijo:
11.
«Te has lamentado por quienes no hay que lamentarse, y ¿dices palabras sabias?
Los sabios no se lamentan por quienes han perdido la vida o por quienes no la han perdido.
12.
Ni yo he dejado de existir alguna vez, ni tú, ni estos soberanos de hombres,
ni tampoco dejaremos de existir todos nosotros desde ahora en adelante.
13.
Así como transcurre la juventud, la madurez y la vejez del alma encarnada en este cuerpo,
así es la obtención de un cuerpo diferente; el sabio no se confunde en esto».
Y m á s adelante;
30.
Este alma encarnada no puede ser matada en cada cuerpo, oh descendiente de Bharata,
por ello no debes lamentarte por ninguno de los seres.
31.
E incluso tomando en consideración tu propio deber, no debes temblar,
pues no se encuentra otra cosa mejor para un guerrero que la guerra, conforme a su deber.
32.
Los guerreros aceptan felices, oh hijo de Prtha, una guerra como ésta,
llegada por azar, y alcanzan la puerta abierta del cielo.
N o es extraño p u e s , volviendo al relato anterior, que c u a n d o Càrvàka increpa al rey
Yudhisthira por haber c o n s e g u i d o el reino a c o s t a de la m u e r t e de parte de su familia
(XII,39):
28.
Oyendo los brahmanes al terrible demonio,
se angustiaron y lamentaron, ofendidos por sus palabras.
29.
Entonces todos esos brahmanes y el rey Yudhisthira,
avergonzados y muy asustados, quedaron en silencio, oh soberano de pueblos.
Yudhisthira dijo:
Epíteto exclusivo de Krsna.
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30.
« C a l m a o s , v o s o t r o s q u e m e p r e g u n t á i s , p o s t r a d o y o a n t e vosotros;
no debéis hacer caer vergüenza sobre mí, arrepentido y desgraciado».
V a i s a m p á y a n a dijo:
31.
E n t o n c e s , o h rey, t o d o s l o s b r a h m a n e s s i n e x c e p c i ó n , s o b e r a n o d e p u e b l o s ,
dijeron: « N o s o n n u e s t r a s e s a s palabras "; ¡gloria a ti, hijo d e Prthá!».
Y a c o n t i n u a c i ó n tiene lugar el relato de la m u e r t e de Càrvàka. Los b r a h m a n e s advierten « c o n el o j o del c o n o c i m i e n t o » de q u i é n s e trata e n realidad y p r o n u n c i a n c o n t r a él el
s o n i d o « h u m » , u n s o n i d o m í s t i c o q u e e x p r e s a b a ira y q u e p r o n u n c i a d o p o r q u i e n tuviera p o d e r e s s o b r e n a t u r a l e s p o d í a c o n s u m i r c o m o el f u e g o a q u i e n fuera dirigido:
32.
Y e n t o n c e s l o c o n o c i e r o n l o s m a g n á n i m o s c o n el o j o del c o n o c i m i e n t o ,
los b r a h m a n e s s a b e d o r e s del S a b e r , purificados p o r las austeridades.
L o s b r a h m a n e s dijeron:
2 0
21
33.
«Este e s el a m i g o d e D u r y o d h a n a , el d e m o n i o l l a m a d o Càrvàka;
c o n la a p a r i e n c i a d e u n r e l i g i o s o errante d e s e a a c t u a r e n s u b e n e f i c i o .
22
34.
N o h e m o s h a b l a d o n o s o t r o s , o h tú d e a l m a virtuosa; aléjese d e ti e s e t e m o r .
¡La b u e n a fortuna s e a c e r q u e a ti j u n t o c o n t u s h e r m a n o s ! » .
23
35.
E n t o n c e s t o d o s l o s b r a h m a n e s , llenos d e ira, c u l p á n d o l e e n c e n d i d o s ,
a t a c a r o n al m a l v a d o d e m o n i o c o n el s o n i d o « h u m » .
36.
Cayó c o n s u m i d o p o r el f u e g o d e los q u e e x p l i c a n los textos s a g r a d o s ,
c o m o u n árbol c o n hojas q u e m a d o p o r el rayo del gran I n d r a .
24
25
37.
Tras s a l u d a r al rey s e fueron l o s v e n e r a d o s b r a h m a n e s
y el rey s e s i n t i ó feliz j u n t o c o n los a m i g o s d e l o s Pándava.
5.
E s e n e s t e p u n t o del relato, tras la m u e r t e d e Càrvàka, d o n d e t o m a lugar la expli-
c a c i ó n e t i o l ó g i c a d e su e x i s t e n c i a . S u n a r r a c i ó n e s p u e s t a e n b o c a del d i o s Krsna, a l i a d o
d e los P á n d a v a e n el gran relato é p i c o y p o r lo tanto u n o de l o s p e r s o n a j e s q u e r o d e a n al
n u e v o rey Y u d h i s t h i r a . D i c e V à s u d e v a .
26
38.
« E n este m u n d o , S e ñ o r , y o h e de venerar s i e m p r e a l o s b r a h m a n e s :
27
"
Las pronunciadas por Càrvàka, presuntamente en nombre de ellos.
A Càrvàka, se dieron cuenta de su presencia a pesar del disfraz.
Figura etimológica en el original, muy del gusto en la poesía védica y clásica; el Saber por antonomasia s o n los Vedas, en los que son expertos los brahmanes.
E n beneficio de Duryodhana.
Ha sido Càrvàka quien ha usurpado su voz.
Los brahmanes.
Indra es el dios de la atmósfera o espacio intermedio, el Júpiter indio que lanza el rayo y otorga la
lluvia.
Otro nombre de Krsna.
Se refiere al rey Yudhisthira.
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DEL MATERIALISTA
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MAHÀBHARATA
estos dioses que habitan la tierra tienen veneno en sus palabras, pero son fáciles de contentar.
39.
En otro tiempo, Señor, en la Edad de Oro , el demonio llamado Càrvàka
practicó austeridades durante muchos años en Badán ', oh tú el de los grandes brazos °.
28
2
3
40.
Siendo seducido entonces una y otra vez por Brahma con un don,
Càrvàka escogió no temer de ninguno de los seres, oh descendiente de Bharata .
31
,2
41.
Por ello el Señor del Mundo le concedió el don insuperable
33
de no temer de ninguno de los seres, con la condición de no despreciar a los brahmanes.
42.
Pero ese malvado demonio, una vez recibido el don, con un valor desmedido
causó daño a los dioses, actuando violentamente el muy poderoso.
43.
Por ello los dioses, yendo al encuentro de Brahma, le dijeron esto:
«Hemos sido heridos de muerte por la fuerza de ese demonio».
44.
El imperecedero dios les dijo, oh descendiente de Bharata:
«He decidido, en consecuencia, que su muerte suceda muy pronto».
45.
«Un rey llamado Duryodhana será amigo de Càrvàka;
este, obligado por su amistad con el rey, despreciará a los brahmanes».
46.
«Entonces los brahmanes, encolerizados, heridos por la ofensa,
con la fuerza de su palabra quemarán a ese malvado y desaparecerá».
47.
Ese mismo demonio, Càrvàka, oh tú el mejor de los soberanos de hombres,
yace derribado por el bastón de Brahma; no te aflijas, toro entre los Bharata .
34
Finalmente Krsna termina s u relato reconfortando al n u e v o rey Yudhisthira c o n estas
palabras:
48.
Esos miembros de tu familia han muerto por el deber de la casta militar , hijo de Prthá,
y han ido al cielo, esos héroes magnánimos, toros de los ksatriya .
35
J6
49.
Tú, como rey, disponte a la prosperidad, no sientas debilidad, oh inmutable;
destruye a los enemigos, cuida de tus subditos y protege a los brahmanes.
Se trata de una concepción mítica común a varias culturas indoeuropeas, la de dividir la edad del
mundo en ciclos encabezados por una edad antigua o Edad de Oro en la que reinaba la paz, felicidad y
prosperidad entre los diferentes pobladores del mundo.
Badañ da nombre a una de las fuentes del Ganges.
° Epíteto muy común en la épica y dirigido a diferentes héroes.
Es el Espíritu del universo manifestado como dios personal creador.
Epíteto dado a los descendientes del primitivo rey epónimo Bharata, que hoy nombra también al
estado indio.
Brahmá.
Por las palabras de reprobación que le dirigió Cárvaka.
" La segunda, tras los brahmanes.
La casta militar.
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6. Esta etiologia religiosa de u n personaje tan ajeno a la religión e n la historia del
p e n s a m i e n t o indio, p e r m i t e ofrecer algunas importantes y significativas c o n c l u s i o n e s :
I) Que i n c l u s o el m á s c o n s p i c u o e n e m i g o del h i n d u i s m o , u n personaje q u e s i m b o liza el r e c h a z o a l o s d i o s e s , a la existencia del a l m a y a la otra vida, es incorporado a la
religión, ya q u e s ó l o dentro de ella podría explicarse todo, incluida tal heterodoxia. D e
este m o d o , l o s rasgos m á s sobresalientes del p e n s a m i e n t o de Càrvàka, el r e c h a z o a los
d i o s e s y a s u s intermediarios, los b r a h m a n e s , n o s o n s i n o u n mal u s o del d o n que le conc e d e B r a h m á por las austeridades practicadas c u a n d o era u n «ángel bueno».
II) E n s u crítica del p e n s a m i e n t o materialista, las doctrinas ortodoxas y heterodoxas, b u d i s m o y j a i n i s m o , n o p a r e c e n recoger este rasgo, « n o t e m e r d e n i n g u n o d e los
seres», c o m o u n rasgo característico d e esta doctrina, pero debió s e r fundamental e n el
origen y desarrollo d e los materialistas indios, que, c o m o Epicuro en Grecia", se propusieron acabar c o n el t e m o r a l o s dioses y a las a m e n a z a s c o n otro m u n d o d e p r e m i o y
c a s t i g o c o n q u e a t e m o r i z a b a n s u s intermediarios y administradores, l o s sacerdotes, a
q u i e n e s incurrieran e n impiedad.
III) E s d i g n o de resaltar, finalmente, q u e Càrvàka ataca y c a u s a d a ñ o a los dioses,
pero s u m u e r t e vendrá d e t e r m i n a d a por s u ofensa a l o s b r a h m a n e s , señal inequívoca de
la función propagandística q u e adopta el gran relato é p i c o e n favor de tales sacerdotes,
que vendrían a ser m á s importantes y d i g n o s d e respeto q u e los propios dioses.
Universidad de Oviedo
Departamento de Filología Clásica y Románica
33011 Oviedo
[email protected]
MARTÍN SEVILLA RODRÍGUEZ
[Artículo aprobado para publicación en septiembre de 2005]
Recuérdense el conocido pasaje de Lucrecio, 1,62-67:
Humana ante oculos foede cum vita iaceret
in terris oppressa gravi sub religione
quae caput a caeli regionibus
ostendebat
horribili super aspectu mortalibus
instans,
primum Grains homo mortalis tollere contra
est oculos ausus primusque obsistere contra ...
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), num. 233
pp.321-328
TRASCENDENTALIDAD
DEL CONOCER PERSONAL
JUAN FERNANDO S E L L E S
Universidad de Navarra
RESUMEN: Este artículo parte de la distinción real entre acto de ser y esencia en el hombre. Mantiene
que la persona equivale al acto de ser, y que la naturaleza humana y la esencia humanas dependen de
la persona. Sostiene que la persona humana se compone de perfecciones puras íntimas a las que llama
trascendentales, de las cuales una es el conocer personal (intelecto agente), que se une y convierte con
otras (coexistencia, libertad y amar). Indica que se alcanza ese conocer personal a través del hábito de
sabiduría y cuál es el tema de este conocer personal, a saber, Dios.
PALABRAS CLAVE: acto de ser, esencia, persona, trascendentales, conocer personal, hábito de sabiduría.
The Trascendentality of Personal Knowledge
ABSTRACT: This article talks about the distinction between actus essendi and essentia in the human
being. It contends that the human person is the act of being, and that natura and human essentia depend
on the human person. It maintains that the human person is composed of pure and intimate perfections
called «trascendentals», one of which is personal knowledge (intellectus agens) that can be united
and converted with others (coexistentia, liberty, and personal love). It indicates that this personal knowledge is achieved through the habit of wisdom. It also indicates the theme of this personal knowledge,
i.e., God.
KEY WORDS: act of being, essentia, person, trascendentals, personal knowledge, habit of wisdom.
1.
PRECISIONES TERMINOLÓGICAS Y PROPEDÉUTICAS
Trascendental
n o t i e n e aquí el s i g n i f i c a d o q u e le d a la filosofía m o d e r n a (Kant, p o r
e j e m p l o — c u y o s e n t i d o e s l ó g i c o - t r a s c e n d e n t a l — ) . C o m o e s s a b i d o , la t e o r í a d e l o s
t r a s c e n d e n t a l e s surge e n la m e t a f í s i c a m e d i e v a l a partir d e claros a n t e c e d e n t e s platón i c o s y a r i s t o t é l i c o s , y está e x p r e s a m e n t e f o r m u l a d a p o r T o m á s d e A q u i n o ' . C o n t o d o ,
el s i g n i f i c a d o d e l t é r m i n o trascendental
t a m p o c o e s aquí e x c l u s i v a m e n t e m e t a f í s i c o ,
porque el intelecto agente, t e m a d e este trabajo, e s u n a realidad antropológica, n o metafísica, si e s q u e l a a n t r o p o l o g í a e s d i s t i n t a r e a l m e n t e d e la m e t a f í s i c a y t a m b i é n l o
s o n s u s t e m a s . N o o b s t a n t e , el i n t e l e c t o a g e n t e t a m b i é n e s , c o m o l o s t e m a s q u e e s t u dia la metafísica, transfísico.
Aquí t e n e m o s , p o r t a n t o , u n a p r i m e r a c a r a c t e r i z a c i ó n del
s i g n i f i c a d o d e trascendental,
a saber, m á s allá d e l o físico. Pero c o m o l o s á m b i t o s d e
2
Cfr. TOMÁS DE AQUINO, De Veníate, q. 1. Cfr. al respecto mi trabajo: Tomás de Aquino, De Veritate,
q. 21, Sobre el bien, intr., trad, y notas (Servicio de Publicaciones de la Universidad de Navarra, Pamplona, 1999).
GILSON defendía esta tesis: «la antropología no puede deducirse de la metafísica», Elementos de Filosofía Cristiana (Rialp, Madrid, 1977), 261. Pero el tema está más rigurosamente expuesto en las siguientes publicaciones: POLO, L., Antropología Trascendental (Eunsa, Pamplona, 2. ed., 2003); PIÁ TARAZONA, S.,
El hombre como ser dual (Eunsa, Pamplona, 2000); Hacia una antropología distinta de la metafísica: Thémata 29 (2002) 265-275; POSADA, J. M., La culminación de la metafísica en la antropología, Metafísica hoy:
¿Crítica o Reivindicación? (Universidad de La Sabana, Bogotá, 1999), 163-248.
1
!
a
© PENSAMIENTO, ISSN 0031-4749
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233, pp. 329-343
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J. F. SELLES, TRASC EN DENT ALIDAD DEL CONOCER
PERSONAL
r e a l i d a d e s q u e t r a n s c i e n d e n l o físico s o n variados, esta d e s c r i p c i ó n t a m p o c o e s suficiente.
C o m o e s s a b i d o , s e g ú n la filosofía medieval, s e c o n s i d e r a b a c o m o realidad trascendental a u n a d e aquellas perfecciones puras (sin m e z c l a d e imperfección) q u e existen e n
la totalidad d e lo real (el ser, la verdad, el b i e n . . . ) . Pero la palabra trascendental,
tal c o m o
e n este lugar s e usa, indica q u e la realidad estudiada transciende lo físico n o e n el p l a n o
c o s m o l ó g i c o , s i n o e n el a n t r o p o l ó g i c o . El acto d e ser personal ni e s físico ni p u e d e serlo.
E n c o n s e c u e n c i a , la palabra trascendental
referida al intelecto agente significa, d e s d e
l u e g o , u n a perfección pura, s i n m e z c l a d e i m p e r f e c c i ó n (de potencia). Pero s e trata de
u n a perfección pura q u e n o e s propia d e toda realidad, s i n o exclusiva d e las realidades
personales. De otro m o d o : u n a persona requiere d e c o n o c e r personal para s e r persona
( a u n q u e tal c o n o c e r s e a i n c o n s c i e n t e ) .
Conocer personal indica c o n o c e r a nivel d e acto de ser. T e n i e n d o e n cuenta la distinc i ó n real entre acto de ser y esencia, y referida ésta a la a n t r o p o l o g í a , e n a d e l a n t e s e
e n t i e n d e por persona h u m a n a aquella realidad espiritual, n o v e d o s a e irrepetible q u e e s
superior a la naturaleza y a la esencia h u m a n a s , e s decir, el acto de ser o espíritu h u m a no. E n c a m b i o , si naturaleza
indica «principio de operaciones», la naturaleza h u m a n a
es el principio remoto d e o p e r a c i o n e s q u e s e ejercen p o r las potencias o facultades, q u e
s o n el p r i n c i p i o próximo
d e tales actos. E n efecto, la naturaleza h u m a n a e s común al
g é n e r o h u m a n o y e s corpórea (el cuerpo, las f u n c i o n e s vegetativas, las facultades sensibles, etc.). Por s u parte, a lo distintivo del g é n e r o h u m a n o q u e es incorpóreo (inteligencia y voluntad, e n especial c u a n d o éstas s o n perfeccionadas c o n hábitos y virtudes) se le
p u e d e d e n o m i n a r esencia. E s manifiesto q u e la persona o acto d e ser h u m a n o n o s e reduce a la naturaleza h u m a n a , ni t a m p o c o a la e s e n c i a h u m a n a .
3
Por otro lado, si esencia denota perfección, la esencia h u m a n a deberá entenderse c o m o
la perfección d e las d o s facultades superiores h u m a n a s . Esa perfección s e lleva a c a b o
m e d i a n t e l o s hábitos adquiridos de la inteligencia y p o r las virtudes de la voluntad. Pero
es claro q u e la p e r s o n a h u m a n a t a m p o c o s e reduce a esas perfecciones o desarrollos de
s u s p o t e n c i a s espirituales. P u e s bien, la tesis a defender en este trabajo estriba e n q u e el
intelecto agente o el conocer personal, d a d o q u e e s nativamente activo, forma parte d e la
persona h u m a n a , e s t o e s , n o constituye u n a parte de la naturaleza h u m a n a ( d o n d e radica lo potencial), ni t a m p o c o e s u n desarrollo que cada persona i m p r i m a a lo q u e se ha
d e n o m i n a d o esencia h u m a n a .
A d e m á s d e la p r e c e d e n t e explicación s e m á n t i c a , hay que e x p o n e r a l g u n a s observac i o n e s . E n primer lugar, e s pertinente tener e n cuenta q u e si s ó l o Dios e s el ser idéntico,
el h o m b r e n o p u e d e serlo, por el m i s m o h e c h o d e ser creado, p u e s la simplicidad
es exclus i v a m e n t e divina: Él e s el ú n i c o ser simple, el Acto Puro, c o m o descubre la teología natural griega, o el Ipsum esse o mysterium
simplicitatis,
c o m o e n s e ñ a la medieval. El h o m bre n o s ó l o n o e s s i m p l e porque está c o m p u e s t o d e e s e n c i a y acto de ser, s i n o t a m b i é n
porque tanto s u e s e n c i a c o m o s u acto de s e r s o n c o m p u e s t o s . Por u n a parte, e s clara la
c o m p o s i c i ó n d e la naturaleza
h u m a n a (varón-mujer, sentidos-apetitos, s e n t i d o s extern o s - s e n t i d o s internos, etc.), pero t a m b i é n e s notoria la c o m p o s i c i ó n e n la esencia h u m a na: a c t o s d e c o n o c e r - o b j e t o s c o n o c i d o s , hábitos c o g n o s c i t i v o s - o p e r a c i o n e s i n m a n e n t e s ,
a c t o s d e la voluntad-virtudes, etc.). Con todo, es m á s difícil descubrir la c o m p o s i c i ó n
3
Cfr. sobre este tema mi trabajo: «La distinción real acto de ser-esencia en antropología», en: Estu-
dios Filosóficos
Leonardo
(en prensa); cfr., asimismo: LOMBO, J. A., La persona y su naturaleza:
Tomás de Aquino y
Polo: Anuario Filosófico 29 (1996) 2, 721-739.
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), num. 233
pp. 329-343
J. F. SELLES, TRASCENDENTAUDAD
DEL CONOCER
331
PERSONAL
interna del acto de ser personal, ante t o d o p o r el prejuicio d e s u p o n e r que si tal a c t o fuera
c o m p u e s t o s e destruiría la u n i d a d d e la p e r s o n a h u m a n a y ello daría lugar a u n a especie d e esquizofrenia trascendental.
Pero n o , la distinción interna e n el acto de ser h u m a n o n o dará lugar a varias person a s si entre t o d a s e s a s d i s t i n c i o n e s í n t i m a s c o n f o r m a n u n ú n i c o co-acto; d e la m i s m a
m a n e r a q u e las diversas p o t e n c i a s d e la naturaleza h u m a n a n o d a n origen a varias naturalezas h u m a n a s s i n o a u n a sola, y del m i s m o m o d o q u e las diversas realidades q u e c o n forman la esencia h u m a n a n o g e n e r a n diversas e s e n c i a s h u m a n a s s i n o u n a única. Ahora
bien, ¿admite el a c t o d e ser h u m a n o d i s t i n c i o n e s intra-trascendentales?
E n c a s o contrario, el acto d e ser h u m a n o n o tendría afinidad n i n g u n a c o n la e s e n c i a y naturaleza h u m a nas. A d e m á s , d e b i d o a s u simplicidad, sería difícilmente c o g n o s c i b l e , p u e s t o q u e e n t o d o
c o n o c e r h u m a n o s e distingue r e a l m e n t e entre método y tema, e s decir, entre c o n o c e r y
c o n o c i d o . P e r o q u e l o m á s radical e i m p o r t a n t e e n n o s o t r o s , la p e r s o n a , fuese i n c o g noscible s u p o n e u n a gran paradoja, p u e s ¿de q u é serviría c o n o c e r la naturaleza y la esencia h u m a n a , si a fin d e c u e n t a s n o s e pudiera despejar la incógnita sobre el s e n t i d o personal n o v e d o s o e irrepetible d e c a d a quién?
Ahora b i e n , si s e a l c a n z a a s a b e r q u e s o m o s p e r s o n a s , y q u e la realidad p e r s o n a l
es s u p e r i o r a n u e s t r a s d i s p o s i c i o n e s , n u e s t r o hacer, n u e s t r a s facultades, e t c . , ¿ c ó m o
s e l l e g a a c o n o c e r la r e a l i d a d p e r s o n a l ? La filosofía c l á s i c a p r o p o n e c o m o m é t o d o
de a c c e s o al t e m a p e r s o n a l el hábito de sabiduría ,
el s a b e r a c e r c a d e u n o m i s m o a n t e
la t o t a l i d a d d e l o real, i n c l u i d o D i o s . La m o d e r n a , e n c a m b i o , a l u d e al
conocimiento
subjetivo .
S e g u r a m e n t e s e trata d e d o s m o d o s d i s t i n t o s d e d e n o m i n a r al m i s m o m é t o d o c o g n o s c i t i v o h u m a n o , q u e e s d i r e c t o ( s i n o b j e t o p e n s a d o ) , e x p e r i e n c i a l (solidario c o n el s e r p e r s o n a l ) . C o n t o d o , e s claro q u e el método c o g n o s c i t i v o d e este h á b i t o
n o c o i n c i d e c o n el tema, d e m o d o q u e h a y q u e hablar d e dualidad
metódico-temática.
E n e s a d u a l i d a d el m é t o d o e s inferior al tema; p o r e s o el h á b i t o d e sabiduría s ó l o alcanza h a s t a c i e r t o p u n t o a la p e r s o n a . N o s c o n o c e m o s c o m o p e r s o n a s , p e r o n o e n t e r a m e n t e . D e o t r o m o d o , s o m o s m á s d e l o q u e a l c a n z a m o s a c o n o c e r d e n u e s t r o s e r personal.
4
5
6
S i n e m b a r g o , ¿qué p e r m i t e c o n o c e r este m é t o d o d e la íntima realidad personal? E n
p r i m e r lugar, q u e s o m o s y q u e s o m o s persona, e s decir, q u e c a d a quién es, ante t o d o , u n
acto de ser personal. N o o b s t a n t e , e s u n a c t o d e s e r m u y peculiar, porque n o e s e n solitario s i n o q u e co-existe. Coexistir significa s e r abierto e n intimidad, o ser a m p l i a d o p o r
dentro. T a m b i é n c o n o c e m o s otras peculiaridades d e e s e a c t o d e ser, a saber, que e s libre,
e s t o es, abierto hacia la trascendencia; q u e e s cognoscitivo
y amante. Pero si s e alcanza
la realidad personal, s e abren u n a serie d e interrogantes, d e tanto interés c o m o difíciles
Cfr. al respecto mis trabajos: El origen y lugar del hábito de sabiduría. Su estudio según Tomás de
Aquino: Rivista Neoscolastica di Filosofía X C V I (2004) 1, 51 -64; El conocer más humano y su tema. «Sapientia est de divinis» según Tomás de Aquino, Actas de Congreso Internacional Christian Humanism in the
4
Third Millenium: The Perspective of T h o m a s Aquinas, 21-25 de septiembre de 2003, vol. I, pp. 690-701; El
hábito de sabiduría
5
según Leonardo Polo: Studia Poliana 6 (2001) 73-102.
Es el caso de filósofos como KIERKEGGARD, JASPERS, BUBER, MOUNIER y MARCEL, aunque este último
suele hablar, más que de conocimiento subjetivo, de recogimiento. Cfr. URABAYEN, J., Las sendas del pensamiento hacia el misterio del ser. La filosofia concreta de Gabriel Marcel (Servicio de Publicaciones de la Universidad de Navarra, Pamplona, 2001); PRINI, P . , Gabriel Marcel y la metodología
por J. Flores de Prini y J. J. Ruiz (Miracle, Barcelona, Barcelona, 1963).
de lo inverificable,
trad,
Para conocer el acto de ser o espíritu humano no se requiere la abstracción, es decir, el nivel cognoscitivo racional que forma un objeto pensado que es intencional respecto de lo real sensible. Tampoco
se requiere abstraer para conocer la inteligencia, la voluntad, sus actos, sus virtudes, a Dios, etc., sencillamente porque esas realidades no son materiales.
6
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233
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J. F. SELLES, TRASCENDENTAL/DAD
DEL CONOCER
PERSONAL
de responder: ¿esos rasgos capitales de la persona h u m a n a son trascendentales tal c o m o
los que describe la metafísica clásica? Y si s o n distintos de aquéllos, ¿en qué estriba su
distinción?, ¿ c ó m o describir esas realidades?, ¿cuáles son?, ¿por qué e s a s y n o otras? Si,
a su vez, s o n duales entre sí, ¿cuál es su jerarquía?, ¿ c ó m o se a u n a n o vinculan entre sí?,
etc. A la par, si esas dualidades c o n f o r m a n una persona, ¿puede existir una única pers o n a y se p u e d e explicar u n a persona aisladamente?, ¿a quién se vincula u n a persona?,
¿ c ó m o se vincula?, etc.
2.
LA AMPLIACIÓN DE LA REALIDAD TRASCENDENTAL
V a y a m o s a la primera cuestión: d a d o que los trascendentales personales n o s ó l o s o n
transfísicos,
s i n o , por así decir, t a m b i é n transnaturales
y transesenciales,
¿por qué n o asimilarlos a a l g u n o de los transcendentales metafísicos? Más en concreto, si el intelecto
a g e n t e es transfísico y se lo h a c e equivaler de algún m o d o al acto de ser personal, llam á n d o s e l e e n t o n c e s trascendental,
¿por qué n o asemejarlo a u n o de los trascendentales
clásicos, c o m o por ejemplo, al ser, a la verdad, al bien, etc.? La respuesta pasa por una
a m p l i a c i ó n del á m b i t o de lo t r a s c e n d e n t a l . E n efecto, es pertinente n o reducir los trasc e n d e n t a l e s a n t r o p o l ó g i c o s a los metafísicos. Esta doctrina no parece contar con precedentes, porque la filosofía m o d e r n a y c o n t e m p o r á n e a n o admite trascendentales que sean
reales, y porque la filosofía clásica griega y medieval n o a d m i t e que los trascendentales
reales p e r s o n a l e s s e a n radicalmente distintos de aquellos que existen en el resto de lo
real.
1
Para justificar dicha a m p l i a c i ó n , es o p o r t u n o reparar en que el iníelecío agente n o
se reduce a los a c t o s de ser m e t a f í s i c o s , porque el primero es c o g n o s c i t i v o y los otros
n o . N o se p u e d e a s i m i l a r a la verdad, p o r q u e ésta es u n trascendental relativo al c o n o cer; en c a m b i o , el intelecto a g e n t e es c o n o c e r , n o lo c o n o c i d o . A d e m á s , la verdad s ó l o
será trascendental a c o n d i c i ó n de que el c o n o c e r t a m b i é n lo sea. Y a pesar de serlo, el
c o n o c e r n o será trascendental c o m o lo es la verdad, p u e s el m o d o de ser de la verdad
d e p e n d e del m o d o de ser del c o n o c e r , n o a la inversa. El intelecto agente t a m p o c o se
p u e d e a s i m i l a r al bien, p o r q u e éste es u n trascendental relativo al querer, pero n o es
m i s i ó n del i n t e l e c t o a g e n t e querer o dejar de hacerlo, s i n o c o n o c e r . A s i m i s m o , n o se
justifica la e q u i v a l e n c i a estricta del intelecto agente c o n el ser, p u e s t o que el intelecto
agente es u n ser e s p e c i a l m e n t e intensificado, ya que es cognoscitivo; y es claro que c a b e n
a c t o s de ser que n o c o n o c e n (el ser del u n i v e r s o físico). Por lo d e m á s , el intelecto agente t a m p o c o se r e d u c e a n i n g u n o de los d e m á s trascendentales p r o p u e s t o s c o m o tales e n
el e l e n c o tradicional. Y, sin e m b a r g o , es u n a realidad trascendental, porque es una perf e c c i ó n pura — u n a c t o — sin m e z c l a de i m p e r f e c c i ó n —si es acto, o b v i a m e n t e , n o p u e d e
ser p o t e n c i a n i n g u n a — .
La tesis de que el intelecto agente sea el acto intelectual superior es n e t a m e n t e t o m i s t a . T o m á s de A q u i n o m a n t i e n e que sin intelecto agente el h o m b r e n o podría e n t e n d e r
8
«Se propone que la teoría de los trascendentales se puede ampliar, es decir, que los trascendentales descubiertos, y más o menos coordinados por la filosofía tradicional — a los que llamo trascendentales metafísicos—, se deben distinguir de otros trascendentales, a los que llamo personales», POLO, L., Antro7
pología trascendental, vol. I, La persona humana (Eunsa, Pamplona, 2." ed., 2003), 24.
Cfr. mi trabajo: El entendimiento
agente según Tomás de Aquino: Revista Española de Filosofía
8
Medieval 9 (2003) 105-124.
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J. F. SELLES, TRASCENDENTALIDAD
DEL CONOCER
PERSONAL
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nada. Pero si del intelecto a g e n t e d e p e n d e t o d o el c o n o c i m i e n t o h u m a n o , t a m b i é n él s e
servirá d e a l g ú n i n s t r u m e n t o para c o n o c e r los t r a s c e n d e n t a l e s metafísicos: el ser, la verdad, el b i e n , e t c . ' . Ahora bien, ¿ c ó m o e s p o s i b l e c o n o c e r e s o s t r a s c e n d e n t a l e s si el intelecto a g e n t e n o e s u n trascendental? Si el i n t e l e c t o a g e n t e e s u n trascendental s u p e r i o r
a l o s m e t a f í s i c o s , p u e s e s c o n d i c i ó n d e p o s i b i l i d a d del c o n o c i m i e n t o d e aquéllos, y e s
antropológico,
la a n t r o p o l o g í a , q u e p o d e m o s l l a m a r trascendental,
será s u p e r i o r a la
metafísica.
A la par, c o m o l o inferior t i e n e c o m o fin l o superior, l o s t r a s c e n d e n t a l e s
m e t a f í s i c o s estarán e n f u n c i ó n del e n t e n d i m i e n t o a g e n t e c o m o trascendental a n t r o p o l ó g i c o , y n o al revés. O si s e quiere, para q u e la verdad s e a t r a s c e n d e n t a l , n o s ó l o s e
requerirá p r e v i a m e n t e q u e el i n t e l e c t o a g e n t e l o sea, s i n o q u e s e precisará a d e m á s , q u e
el c o n o c i m i e n t o d e la trascendentalidad de la verdad esté e n f u n c i ó n del d e s c u b r i m i e n t o
de la t r a s c e n d e n t a l i d a d del i n t e l e c t o a g e n t e , p u e s t o q u e d e él d e p e n d e n l o s a c t o s intelectuales q u e p e r m i t e n c o n o c e r l o s t r a s c e n d e n t a l e s m e t a f í s i c o s . Pero n o s ó l o l o s trasc e n d e n t a l e s m e t a f í s i c o s , s i n o q u e e n el h o m b r e t o d o c o n o c i m i e n t o d e b e arrancar del
i n t e l e c t o agente.
3.
Luz TRASPARENTE, AUSENCIA DE IDENTIDAD Y CARÁCTER DUAL
E n l o s escritos u s u a l e s d e teoría del conocimiento
e s t a m o s a c o s t u m b r a d o s a leer q u e
el c o n o c e r h u m a n o e s l u z iluminante,
tanto a nivel sensible c o m o a nivel racional. Dejand o ahora al m a r g e n la sensibilidad, r e c o r d e m o s que, e n efecto, el c o n o c i m i e n t o operativ o racional (operaciones
inmanentes),
y t a m b i é n el propio de l o s hábitos adquiridos,
es
iluminante. Indudablemente, u n o s actos racionales c o n o c e n objetos pensados; otros, realidades físicas . L o s hábitos adquiridos, n o obstante, c o n o c e n l o s a c t o s u o p e r a c i o n e s
i n m a n e n t e s ". La clave d e e s t o s niveles c o g n o s c i t i v o s estriba e n arrojar l u z sobre lo inferior. Con t o d o , el c o n o c i m i e n t o racional n o e s ni el ú n i c o ni el m á s alto nivel c o g n o s c i tivo h u m a n o . P r e c i s a m e n t e el h e c h o d e darnos cuenta d e q u e d i s p o n e m o s de u n a facultad a la q u e l l a m a m o s razón o inteligencia n o e s c o n o c i m i e n t o racional n i n g u n o , s i n o el
propio de u n a instancia superior que i l u m i n a la r a z ó n . Ciertamente, superior al c o n o cer d e la razón e s el propio d e l o s hábitos innatos (sindéresis, primeros principios
y sabiduría), y el del intelecto
agente .
,0
l2
,3
T o d o c o n o c e r inferior al i n t e l e c t o a g e n t e (salvo el d e a l g ú n h á b i t o i n n a t o c o m o el
hábito d e l o s p r i m e r o s principios y el d e sabiduría) e s iluminante, p u e s arroja l u z sobre
a s u n t o s inferiores a s u s p r o p i o s actos, hábitos y potencias. E n c a m b i o , la luz del c o n o cer personal n o e s iluminante, s i n o transparente,
u n a «luz i n t r í n s e c a m e n t e atravesada d e
' Cfr. DE GARAY, J., El sentido de los trascendentales: Anuario Filosófico X X I X (1996) 2, 573-586; FALGUERAS, I., Esbozo de una filosofia trascendental, I (Servicio de Publicaciones de la Universidad de Navarra,
Pamplona, 1996).
Cfr. mi libro: Conocer y amar. Estudio de los objetos y operaciones
tad según Tomás de Aquino (Eunsa, Pamplona, 2. ed., 2000).
10
del entendimiento
y de la volun-
A
"
Cfr. mis trabajos: Los hábitos adquiridos (Servicio de Publicaciones, Universidad de Navarra, Pamplona, 2000); Los hábitos intelectuales según Polo: Anuario Filosófico, X X I X (1996), 2, 1017-1036.
Cfr. al respecto mi trabajo: La sindéresis o razón natural como la apertura cognoscitiva de la persona humana a su propia naturaleza. Una propuesta desde Tomás de Aquino: Revista Española de Filosofía
Medieval 10 (2003) 321-333. Cfr. asimismo: MOLINA, F., La sindéresis (Servicio de Publicaciones de la Universidad de Navarra, Pamplona, 1999); Sindéresü y conciencia moral: Anuario Filosófico 29 (1996) 2, 773785; El yo y la sindéresis: Studia Poliana 3 (2001) 35-60.
12
"
Cfr. mi libro: Curso breve de teoría del conocimiento
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), num. 233
(Universidad de La Sabana, Bogotá, 1998).
pp. 329-343
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J. F. SELLES, TRASCENDENTAL/DAD
DEL CONOCER
PERSONAL
luz» . S i n transparencia n o habría intimidad y e s manifiesto q u e e s t a m o s abiertos cogn o s c i t i v a m e n t e a nuestra propia intimidad. Por e s o , m á s q u e indicar que tenemos intimidad, e s mejor decir q u e la somos. Por otra parte, el hábito de sabiduría (el que n o s permite alcanzar a c o n o c e r y describir la intimidad personal) es u n hábito innato al intelecto
agente y susceptible d e c r e c i m i e n t o . Este hábito debe designarse c o m o u n c o n o c e r solidario c o n el conocer personal, e s decir, u n c o n o c e r que insiste c o g n o s c i t i v a m e n t e e n el
acto de ser personal c o g n o s c i t i v o al que alcanza. Pero c o n o c e r por el hábito al acto d e ser
y, c o n s e c u e n t e m e n t e , al intelecto agente o c o n o c e r personal, n o e s todavía c o n o c e r el
tema propio del c o n o c e r personal, p u e s si el intelecto agente e s cognoscitivo, u n c o n o cer n o p u e d e carecer d e tema. El t e m a del hábito (el intelecto agente) e s distinto y superior al propio hábito, pero n o ajeno a él; p o r e s o lo alcanza. E n c a m b i o , el t e m a del intelecto agente, e s superior e inalcanzable p o r el hábito de sabiduría.
El intelecto agente e s l u z transparente, pero la n o c i ó n d e transparencia e s i n c o m p a tible c o n albergar e n sí algún inteligible, porque lo i l u m i n a d o o c o l o r e a d o dejaría de ser
transparente. A su vez, el t e m a del intelecto agente t a m p o c o p u e d e ser u n objeto inteligible ( u n a idea pensada), s i n o u n a luz. E n efecto, n o podrá ser nada inferior a é l . Por
lo d e m á s , si el intelecto agente está e n el orden del actus essendi hominis,
no conviene
que su t e m a s e a algo inferior a él, p u e s e n e s e c a s o la nobleza propia del acto de ser personal dependería d e lo inferior a ella, d e l o potencial. Por e s o n o e s pertinente explicar
la l l a m a d a dignidad personal a p e l a n d o a las m a n i f e s t a c i o n e s h u m a n a s inferiores al ser
personal (corpóreas, laborales, lingüísticas, sociales, psíquicas, de las facultades inmateriales, etc.).
Por otro lado, el c o n o c e r personal n o p u e d e ser su propio tema. E n efecto, hay q u e
excluir la reflexividad d e cualquier nivel cognoscitivo, pero e n especial del intelecto agente, s e n c i l l a m e n t e porque e s contradictoria en t o d o nivel cognoscitivo. E n efecto, a nivel
de o p e r a c i o n e s i n m a n e n t e s e s a tesis alberga u n error, a saber, que si a d m i t e q u e c o n el
m i s m o acto s e c o n o c e n otros objetos a la par que el m i s m o acto, objetos y acto vendría n a ser indiscernibles, pero e s claro que los d i s t i n g u i m o s . Además, si e s a reflexividad se
postula a nivel d e intelecto agente s e admitiría el absurdo de que se llega al c o n o c i m i e n t o
de sí d e s d e la ignorancia. Efectivamente, si nativamente n o n o s c o n o c e m o s , y se dice q u e
d e s p u é s el i n t e l e c t o a g e n t e s e llega a c o n o c e r a sí m i s m o tras u n a vuelta reflexiva, s e
a d m i t e q u e del n o saber s e pasa a saber (que la ignorancia da lugar al c o n o c i m i e n t o ) ,
algo así c o m o aceptar q u e la potencialidad cognoscitiva da origen a la actividad. Pero e s
claro q u e e s t o es absurdo.
Del intelecto agente hay q u e erradicar la autoiluminación,
porque el iluminar versa
s i e m p r e sobre l o h e t e r o g é n e o e inferior, mientras q u e a la transparencia n o hace falta
iluminarla. El intelecto agente n o e s u n foco, s i n o diafanidad, limpidez. Con t o d o , n o
siempre s o m o s conscientes de que nuestro ser es activamente cognoscitivo. Que los s o m o s
parece estar fuera d e toda duda, porque si nativamente n o fuéramos acto cognoscitivo,
n o p o d r í a m o s a c t u a l i z a r c o n el t r a n s c u r s o de la vida n i n g u n a p o t e n c i a c o g n o s c i t i v a ,
m á x i m e a la inteligencia, q u e inicialmente e s tabula rasa, y que, dada su inmaterialidad,
14
l 5
" POLO, L., Antropología trascendental, vol. I, La persona humana (Eunsa, Pamplona, 2. ed., 2003),
216. Cfr. sobre este tema mi libro: El conocer personal. Estudio del intelecto agente según Leonardo Polo
a
(Servicio de Publicaciones de la Universidad de Navarra, Pamplona, 2003).
E n este sentido no será pertinente asignar al entendimiento agente el papel de abstraer de los fantasmas y de activar a la inteligencia, como mantenía la tradición medieval, porque esos no pueden ser sus
temas. E n efecto, si el intelecto agente está a nivel de acto de ser, su fin o tema no puede ser la esencia
humana.
15
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233
pp. 329-343
J. F. SELLES, TRASCENDENTALIDAD
DEL CONOCER
PERSONAL
335
n o p u e d e ser estimulada (activada) por nada físico. Con todo, n o s o m o s c o n s c i e n t e s d e s d e
el i n i c i o d e q u e s o m o s u n a l u z personal transparente, s i n o s ó l o a partir d e u n m o m e n t o
d e t e r m i n a d o d e nuestra vida, a saber, c u a n d o el intelecto agente activa el h á b i t o d e sabiduría.
Lo q u e p r e c e d e indica q u e al intelecto agente n o le p u e d e faltar el h á b i t o de sabiduría, e s decir, q u e nuestra i n t i m i d a d c o g n o s c i t i v a está c o n f o r m a d a p o r u n a dualidad cognoscitiva, c u y o m i e m b r o inferior, el h á b i t o d e sabiduría, e s método c o g n o s c i t i v o , y el
m i e m b r o superior, el intelecto agente, e s tema c o n o c i d o . Pero e s claro q u e el intelecto
agente s ó l o será t e m a para d i c h o m é t o d o , n o para sí m i s m o . Ahora bien, si el intelecto
agente e s intelecto, e s decir, c o g n o s c i t i v o , y e s agente, e s t o es, activo, n o podrá carecer
de tema, porque u n c o n o c e r s i n t e m a c o n o c i d o e s absurdo.
E n efecto, el c o r a z ó n d e c a d a h o m b r e a d m i t e d u a l i d a d e s
D e m a n e r a q u e el h e c h o
de q u e haya u n a c t o intelectual superior n o n o s p e r m i t e hablar todavía d e identidad intelectual. S e g ú n ello, la t a n m a n i d a b ú s q u e d a d e identidad p e r s o n a l p a r e c e u n planteam i e n t o e r r ó n e o e n a n t r o p o l o g í a , p u e s l o q u e s e debería b u s c a r s o n las d u a l i d a d e s intrapersonales y, sobre t o d o , el t e m a d e éstas, e s decir, cuál e s el t e m a q u e t r a s c i e n d e a éstas
o respecto de qué acto de ser se dualizan, y c ó m o se dualizan en cada persona humana. S e g u r a m e n t e la razón ú l t i m a d e las d u a l i d a d e s h u m a n a s radica e n q u e l o s trascend e n t a l e s p e r s o n a l e s e s t á n d i s e ñ a d o s para dualizarse c o n Dios, s u tema. Tal v e z e s t o c o n c u e r d e c o n e s a c é l e b r e a p r e c i a c i ó n a g u s t i n i a n a s e g ú n la c u a l D i o s e s m á s í n t i m o a
n o s o t r o s q u e n o s o t r o s m i s m o s . Pero ¿ c ó m o c o n o c e r el m i e m b r o superior de la dualidad d e e s t o s t r a s c e n d e n t a l e s , e s decir, c o n q u i é n s e dualizan? Y e n c o n c r e t o , ¿cuál e s
el tema del i n t e l e c t o agente? Antes d e afrontar estas c u e s t i o n e s , tal v e z las m á s altas,
p r i m e r o s e d e b e abordar c u á l e s s o n l o s t r a s c e n d e n t a l e s p e r s o n a l e s y c ó m o s e v i n c u l a n
entre sí.
4.
E L CONOCER PERSONAL Y LOS TRASCENDENTALES PERSONALES INFERIORES
S o m o s c o n o c e r , a u n q u e n o s ó l o . El h o m b r e e s u n ser dual, n o ú n i c a m e n t e porque
sea u n c o m p u e s t o d e a l m a y c u e r p o , c o m o a s e g u r a b a n l o s p e n s a d o r e s clásicos grecolatinos, ni s ó l o porque exista e n él u n a d i s t i n c i ó n real entre acto d e s e r y esencia, c o m o
r e c u e r d a n a l g u n o s p e n s a d o r e s m e d i e v a l e s cristianos, c o m o s e ha visto m á s arriba. El
h o m b r e es, ante t o d o , u n s e r dual p o r q u e el acto de ser personal h u m a n o está conform a d o p o r dualidades intra-trascendentales,
inseparables entre sí, pero irreductibles u n a
a otra, p o r ser distintas e n índole y s e g ú n superioridad o inferioridad".
La persona h u m a n a está constituida, al m e n o s '*, por cuatro d i s t i n c i o n e s reales intra" Cfr. PIÁ TARAZONA, S., Sobre las dualidades intelectuales superiores: Studia Poliana 3 (2001) 145-165.
"
No se trata únicamente de que la naturaleza humana (lo común al género humano) esté constituida por un cúmulo de dualidades distintas jerárquicamente ordenadas entre sí (sentidos-apetitos, sentidos externos-internos, voluntad-inteligencia, etc.), ni incluso porque también esas distinciones duales y
jerárquicas rastreen la entera esencia humana, esto es, el perfeccionamiento de la inteligencia y de la voluntad (objetos-actos, actos-hábitos, hábitos-virtudes, etc.). Tampoco incluso porque los hábitos innatos superiores a la esencia h u m a n a sean plurales y duales entre sí (sindéresis, primeros principios, sabiduría), sino
que el acto de ser personal humano admite dualidades internas, es decir está conformado, al menos, por
estos rasgos coactivos: coexistencia, libertad, conocer, amar.
"
De los trascendentales personales se dice que «al menos» existen éstos porque se puede descubrir
alguna otra perfección trascendental íntima que desborde las perfecciones de la naturaleza y de la esencia humana, esto es, que radique en el acto de ser personal.
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personales: la coexistencia-con,
la libertad, el conocer y el amar". Coexistencia
indica q u e
la p e r s o n a es m á s que ser, p u e s coexiste, o existe a c o m p a ñ á n d o s e y a c o m p a ñ a n d o . Libertad indica apertura personal a la realidad irrestricta, t a m b i é n a p e r s o n a s distintas. Conocer a nivel de ser significa q u e cada persona es luz, sentido, significado, etc., a ú n s i n ejercer n i n g u n a o p e r a c i ó n c o g n o s c i t i v a sensible, racional, etc. Amar d e n o t a q u e la p e r s o n a
h u m a n a e s , ya i n i c i a l m e n t e , pura d o n a c i ó n , o f r e c i m i e n t o y aceptación. La apertura pers o n a l q u e p r e s e n t a n e s o s trascendentales indica q u e u n a p e r s o n a es apertura personal a
u n a p e r s o n a distinta; de otro m o d o , q u e u n a p e r s o n a sola es i m p o s i b l e .
Los t r a s c e n d e n t a l e s p e r s o n a l e s están unidos. Si falta a l g u n o de e s o s radicales n o se
salva la t r a s c e n d e n t a l i d a d de los d e m á s . Se convierten
entre sí, p e r o hasta cierto p u n t o ,
p o r q u e s o n j e r á r q u i c a m e n t e d i s t i n t o s . Así, la libertad a ñ a d e a la c o e x i s t e n c i a q u e la
c o e x i s t e n c i a n o sea n e c e s a r i a , e s t o e s , p o r q u e n o q u e d e m á s r e m e d i o , s i n o q u e la c o e x i s t e n c i a s e a libre. El c o n o c e r p e r s o n a l n o p u e d e ser s i n o libre, p e r o a ñ a d e a la libertad, q u e n o es c o g n o s c i t i v a , q u e el c o n o c e r n o p u e d e carecer de t e m a c o n o c i d o . El a m a r
p e r s o n a l n o p u e d e ser i g n o r a n t e ( n o sería p e r s o n a l ) , p e r o a ñ a d e s o b r e el c o n o c e r la
d o n a c i ó n , la e n t r e g a y, sobre t o d o , la a c e p t a c i ó n . P u e s bien, el e n t e n d i m i e n t o a g e n t e se
p u e d e c o n s i d e r a r c o m o u n o de los t r a n s c e n d e n t a l e s p e r s o n a l e s , y n o p r e c i s a m e n t e el
inferior de los c u a t r o m e n c i o n a d o s , s i n o el inferior de la dualidad s u p e r i o r f o r m a d a por
el c o n o c e r y a m a r . S e trata del c o n o c e r personal, o conocer a nivel de acto de ser humano. Si el i n t e l e c t o a g e n t e es c o n o c e r y es a c t o , d e b e ser u n c o n o c e r e n a c t o s i e m p r e , a u n q u e — c o m o se ha i n d i c a d o — n o s i e m p r e s e a m o s c o n s c i e n t e s de é l .
20
21
La conversión de los trascendentales personales h u m a n o s no puede ser según la identidad, porque esa conversión es divina , n o humana. E n Dios las perfecciones puras se convierten reduciéndose a la identidad. Pero el h o m b r e n o es idéntico sino dual; es m á s , intrínsecamente dual. Por e s o los trascendentales h u m a n o s n o se reducen u n o s a otros, esto es,
n o se identifican. Si n o se identifican, se distinguen. Pero se distinguen constituyendo dualidades, es decir, se a u n a n dualizándose. De m o d o que su conversión debe ser según el servicio del inferior al superior y el beneficio que reporta el superior sobre el inferior.
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Existe conversión entre la coexistencia
y el intelecto agente, hasta el p u n t o de que al
c o n o c e r personal se le p u e d e llamar intelecto co-agente (intellectus ut co-actus) ,
pues coactúa c o n los d e m á s radicales del acto de ser h u m a n o . Si n o co-actuara c o n ellos, n o podría
activar n i n g u n a instancia de la esencia h u m a n a que fuese cognoscitiva,
c o m o es la inteligencia. El intelecto agente t a m b i é n se convierte c o n la libertad, c o n su o m n í m o d a apertura, a la que añade que esa apertura es cognoscente. En efecto, el acto de ser h u m a n o es
cognoscitivo, y es claro q u e un c o n o c e r n o abierto es absurdo. La coexistencia se convierte por a m p l i a c i ó n c o n la libertad, y a m b a s c o n los otros d o s trascendentales que s o n superiores a ellos, c o n el c o n o c e r que busca y c o n el amar d o n a n t e que espera la c o m p l e t a aceptación de s u entrega. Cada u n o de esos trascendentales prolonga al precedente.
13
A la par, cada u n o de los trascendentales p e r s o n a l e s d e b e dualizarse c o n u n a realidad superior que p u e d a prolongar la propia realidad del trascendental. Pero prolongar
sin apertura al futuro es i m p o s i b l e . Futuro equivale a novedad. De m a n e r a q u e la dualiz a c i ó n de los radicales p e r s o n a l e s n o p u e d e ser s i n o c o n u n a n u e v a p e r s o n a i m p o s i b l e
Cfr. POLO, L., Antropología trascendental (I). La persona humana (Eunsa, Pamplona, 2. ed., 2003).
Cfr. PiÁ TARAZONA, S., El hombre como ser dual (Eunsa, Pamplona, 2001).
Con un sencillo ejemplo: un bebé, aún en el seno materno, tiene en acto su conocer personal abierto a Dios, aunque no sea consciente de ello.
GARCÍA-VALDECASAS, M., La plenitud de identidad real: Anuario Filosófico 29 (1996) 2, 615-625.
Cfr. GARCIA, J. A., Discusión de la noción de entendimiento co-agente: Studia Poliana 2 (2000) 51-71.
"
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DEL CONOCER
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de envejecer. Toda p e r s o n a e s u n a n o v e d a d , la ú n i c a realidad radicalmente nueva. C o n
todo, e n rigor, s ó l o e s n u e v a r e s p e c t o d e la p e r s o n a h u m a n a u n a p e r s o n a eterna, q u e s e a
susceptible, a d e m á s , n o s ó l o d e rejuvenecer o renovar a la persona h u m a n a , s i n o también d e hacerla nueva, e s decir, d e asumirla e n s u propia novedad, d e
coeternizarla.
La libertad personal, u n o d e e s t o s radicales, d e b e ir d e la m a n o c o n el c o n o c e r personal, p u e s t o q u e u n c o n o c e r q u e n o s e a libre n o e s personal. Por u n a parte, la libertad
personal e s apertura irrestricta. P o r otra, q u e el intelecto personal s e a s e p a r a d o d e n o t a
p r e c i s a m e n t e e s a apertura a la totalidad d e l o real. La similitud entre a m b o s radicales
es clara. La o m n í m o d a apertura cognoscitiva que presenta el intelecto agente d e n o t a prec i s a m e n t e libertad. Libertad equivale a ser libremente
\ Pero el c o n o c e r n o se reduce a
la libertad. Lo q u e a ñ a d e el c o n o c e r personal a la libertad e s q u e e s a apertura e s contin u a d a c o g n o s c e n t e m e n t e c o m o búsqueda.
La libertad p e r s o n a l h u m a n a s e e x p a n d e y
requiere la existencia d e u n a Libertad irrestricta q u e la acepte irrestrictamente, pero n o
la b u s c a . La libertad personal h u m a n a lo e s respecto d e u n norte al q u e está orientada,
pero q u e d e s c o n o c e y n o navega h a c i a é l N o s e p u e d e c o n o c e r p e r s o n a l m e n t e a u n a
p e r s o n a p o r necesidad. N a d i e está o b l i g a d o a ello. Tal c o n o c e r personal es libre. Y viceversa: la libertad pura d e b e s e r intelectual, porque d e lo contrario n o e s pura, s i n o ignorante, y p o r ello, zafia, libertina, despersonalizante.
2
La libertad personal h u m a n a está orientada hacia el futuro metahistórico.
En consec u e n c i a , si el c o n o c e r personal e s superior a la libertad y s e convierte c o n ella, el c o n o cer n o d e b e prescindir d e e s a apertura posthistórica. La libertad trascendental h u m a n a
tiene d o s m i e m b r o s , el inferior, al q u e s e p u e d e llamar libertad nativa, aquélla c o n q u e
toda persona h u m a n a inicia s u andadura, y el superior, al q u e s e p u e d e d e n o m i n a r libertad de futuro o de fin. La libertad personal s e convierte c o n el c o n o c e r personal porque
el c o n o c e r personal e s fuente d e libertad personal, e s m á s , e s s u garantía, p u e s s i n c o n o cer u n o n o s e libera. D e aquí s e e c h a d e ver q u e la libertad está a la espera. Pero esperar
a nivel personal e s ser esperanza. N o e s q u e t e n g a m o s esperanza, s i n o q u e la somos. Asim i s m o , ser abierto c o g n o s c i t i v a m e n t e a nivel personal s i n alcanzar a desvelar o esclarecer e n t e r a m e n t e el t e m a d e tal c o n o c e r e s confiar, n o s e trata d e tener fe, s i n o ser fe. De
la m i s m a m a n e r a , s e r abierto a m a n t e m e n t e s i n alcanzar a c o n s u m a r s e e n el a m a d o e s
ser amante. E n consecuencia, cada u n o d e los trascendentales personales puede ser corresp o n d i d o p o r s u t e m a p e r s o n a l e n la p r e s e n t e s i t u a c i ó n d e tal m a n e r a q u e e s a corresp o n d e n c i a p r o v o q u e e n ellos u n a elevación. S i n e m b a r g o , este t e m a será preciso estudiarlo m á s d e t e n i d a m e n t e e n u n p l a n o estrictamente t e o l ó g i c o .
5.
E L CONOCER PERSONAL Y EL TRASCENDENTAL PERSONAL SUPERIOR
T a m b i é n entre el intelecto y el amar personal existe u n a conversión, pues u n a m a r que
sea sin c o n o c e r personal n o e s u n a m a r personal. E n efecto, u n a m o r que s e a ignorante o
"
También se puede adverbializar el conocer y el amar personal. Así, el conocer personal es ser cognoscentemente,
y el amar personal es ser
amantemente.
"
La libertad personal también se convierte con el amar personal. E n rigor, con todos los trascendentales. La libertad en su puridad, sin interés, se convierte con el amar, pues no se puede amar a una persona como persona sino libremente, personalmente. Esto es aplicable en especial a Dios. A Dios no se le
ama por necesidad ni por interés, sino con libertad; es más, con toda la carga de la libertad personal, pues
sólo respecto de Él uno puede emplear enteramente su libertad personal. Cada persona debe amar más a
Dios que a sí mismo, y esto no es u n precepto sobrenatural de corte positivo o positivista, sino una demanda entrañada en el corazón humano.
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PERSONAL
c i e g o por lo que a la persona a m a d a s e refiere n o e s a m o r personal. El refrán «el a m o r es
ciego» hay que predicarlo, pues, de «amores» que n o h a n alcanzado, o han perdido, altura transcendental; que n o s o n personales por tanto, e s decir, de «amoríos» que tocan a los
afectos, intereses, deseos, pasiones o sentimientos sensibles, o, c o m o m á x i m o , de simpatías y afinidades psicológicas alcanzadas por la inteligencia y sobre las q u e se inclina la
voluntad. Pero e s o s «amores», c o m o e s claro, quedan referidos a la naturaleza o a la esencia h u m a n a s , n o a la persona c o m o tal. El amor personal requiere del conocer
personal.
A s u vez, el c o n o c e r y el a m a r requieren d e la coexistencia,
p u e s sin ella n o cabe c o n o cerse y amarse. Requieren también d e la libertad, pues sin ella n o s e puede c o n o c e r y a m a r
a los d e m á s y a Dios libremente. Pero a ñ a d e n sobre los anteriores l o radical suyo: el c o n o c i m i e n t o y el a m o r hacia los d e m á s . El c o n o c e r personal tiene que ser coexistente y libre.
Pero a ñ a d e sobre aquéllos el sentido personal. Añade el ser abierto cognoscentemente.
Tal
apertura c o g n o s c i t i v a personal s e da, sobre t o d o — c o m o se h a i n d i c a d o — respecto de
Dios. E n este sentido el c o n o c e r personal s e dice búsqueda, porque el t e m a n o está todavía e n t e r a m e n t e c o n o c i d o . A su vez, el a m o r personal n o puede ser sino coexistente, libre
y c o n sentido personal. D o s d i m e n s i o n e s del a m a r personal s o n dar y aceptar. El dar e s
coexistente c o n el aceptar y viceversa; el dar está abierto libremente al aceptar y viceversa; y a m b o s s o n c o n sentido. Pero el a m a r añade a los trascendentales precedentes la generosidad, la d o n a c i ó n del ser personal propio y la aceptación del ser personal d e los d e m á s ,
en especial, del divino. E n este sentido, n o es que t e n g a m o s generosidad, s i n o que la seam o s . Obviamente, ser generosidad (donación) e s ser m á s q u e ser búsqueda. T a m b i é n ser
aceptación es m á s q u e ser búsqueda, porque d e n o t a cierto encuentro.
E n s u m a , la jerarquía entre los transcendentales personales indica q u e al superior n o
le p u e d e faltar lo q u e aporta el inferior, pero q u e el superior a ñ a d e su carácter específic o sobre el inferior, y d e e s e m o d o , lo amplía. Así, a la libertad n o le puede faltar la coexistencia, pero la libertad a ñ a d e a la apertura interior, propia de la coexistencia, la apertura transcendente.
La apertura está i n c o a d a e n cierto m o d o e n la coexistencia, porque
coexistir e s s e r a m p l i a d o p o r dentro, apertura interior carente d e réplica. Pero la libertad a ñ a d e t a m b i é n apertura hacia fuera, hacia las d e m á s personas, y, e n especial, hacia
la trascendencia divina. E n efecto, la libertad s ó l o tiene sentido p l e n o si s e juega enter a m e n t e respecto de Dios, si a él se entrega y destina, pues n i n g u n a instancia inferior
c o l m a la libertad h u m a n a . Efectivamente, s i e m p r e n o s q u e d a m á s carga de libertad q u e
la que e m p l e a m o s e n u n trabajo, empresa, diversión, etc., e incluso e n u n a persona h u m a na. Por tanto, si la libertad personal h u m a n a es inagotable, u n a d e dos: o s e acepta q u e
está d i s e ñ a d a para Dios, o s e acepta — c o m o Sartre— q u e e s a b s u r d a , p u e s ¿para q u é
tanta carga de libertad si n o la p u e d o saturar c o n nada? Sería, m á s que u n a «pasión inútil», u n a n h e l o personal absurdo.
26
6.
LA BÚSQUEDA DE TEMA
El tema q u e b u s c a el c o n o c e r personal h u m a n o debe ser personal, e s decir, u n a pers o n a q u e p u e d a dar a c o n o c e r e n t e r a m e n t e a la p e r s o n a h u m a n a s u propio sentido per-
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SARTRE admite —como MARCEL— que «la persona no es más que su libertad», Les temps
modernes,
1945, 17; pero añade que ésta es absurda: «la libertad consiste en la elección del propio ser. Y tal elección
resulta absurda», citado por REALE, G., Historia del pensamiento
filosófico
y científico,
vol. I l l (Herder, Bar-
celona, 1995), 491. Cfr., asimismo, SARTRE, J. P., Vétre et le néant: essai d'ontologie phénoménologique
(Galli-
mard, París, 39." ed., 1968), 558-559.
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sonal. Si m i buscar e s c o g n o s c i t i v o , l o b u s c a d o es, d e s d e luego, Verdad o Sentido respecto
del intelecto personal h u m a n o . Pero si e s a c t o (verbo, n o n o m b r e ) e s m á s q u e Verdad o
Sentido, pues e s Conocer, u n Llamar. Por eso, e n la b ú s q u e d a de t e m a va implícita la búsqueda de s e n t i d o del propio intelecto, y e n la c o n s u m a c i ó n de la b ú s q u e d a , el esclarecim i e n t o del sentido c o m p l e t o del propio ser personal h u m a n o . De m o d o que el aislamiento
libre respecto d e D i o s en esta vida conlleva la pérdida del p r o p i o s e n t i d o personal, el n o
saber q u i é n s e e s y q u i é n s e está l l a m a d o a ser. E n s u m a , s e trata n o s ó l o d e la pérdida
del s e n t i d o d e la vida (natural), s i n o d e la pérdida del s e n t i d o del ser personal. E n rigor,
e n e s a tesitura n o s e s a b e q u i é n s e e s . Por s u parte, el a i s l a m i e n t o libre pero definitivo d e
Dios, e s la pérdida l i b r e m e n t e c o n s u m a d a del s e n t i d o del s e r personal. E s la imposibilidad d e llegar a saber s u ser. Pero si el s e r personal e s coexistente, abierto libre, c o g n o s citiva, a m o r o s a m e n t e , perder el s e n t i d o personal para s i e m p r e e s perder la coexistencia,
e n c a p o t a r la libertad, ofuscar el c o n o c e r , matar el a m o r . E s a actitud parece c l a r a m e n t e
despersonalizante. Por ello, a l o s q u e a c e p t e n definitivamente tal pérdida se les p u e d e
designar c o m o g e n t e s i n n o m b r e propio, multitud despersonalizada.
S i n e m b a r g o , c o n t r a el a i s l a m i e n t o : búsqueda.
S e g ú n la t e o l o g í a d e la fe, la plenif i c a c i ó n d e la b ú s q u e d a e s la revelación c o m p l e t a p o r parte d e D i o s del v e r d a d e r o n o m bre p e r s o n a l h u m a n o . O b v i a m e n t e , n o s e trata d e q u e c a d a h o m b r e b u s q u e a D i o s
p o r fuera, s i n o en s u i n t i m i d a d ; y q u e l o b u s q u e con s u i n t i m i d a d , e s t o e s , c o n s u ser
p e r s o n a l , n o c o n l a s p o t e n c i a s d e s u e s e n c i a o naturaleza. E n rigor, el h o m b r e b u s c a
e n s u interior p o r q u e e s u n buscador,
y l o e s , p o r q u e e s criatura; p e r s o n a l , pero criatura. P o r ello, el h o m b r e e s segundo r e s p e c t o d e D i o s . Si el h o m b r e quiere m a n t e n e r se c o m o p r i m e r o , c o m o fundamento,
s e aisla y s e p i e r d e , p u e s n i e g a s u í n d o l e c r e a d a
y deja d e buscar. C o n tal a c t i t u d t a m b i é n a b d i c a d e a l c a n z a r el s e n t i d o d e s u ser. La
s i t u a c i ó n d e falta d e s e n t i d o personal r e p e r c u t e , d e s d e l u e g o , e n t o d a s las m a n i f e s t a c i o n e s d e s u naturaleza
y esencia h u m a n a s , y d e e s e m o d o la vida q u e d a falta d e sentid o . Por e s o el ateísmo n o s o l o p r e s c i n d e d e D i o s , s i n o q u e c o n l l e v a t a m b i é n la n e g a c i ó n u o s c u r e c i m i e n t o del p r o p i o s e n t i d o personal. A s u vez, el agnosticismo,
e s pérdida
de D i o s p o r q u e p r e v i a m e n t e n o s e a c e p t a s e r b ú s q u e d a ; e s d e s á n i m o para buscar. Por
su parte, el indiferentismo
r e s p e c t o d e l o d i v i n o , l o e s t a m b i é n r e s p e c t o del n ú c l e o d e
lo h u m a n o .
El h o m b r e p u e d e l i b r e m e n t e aislarse, r e n u n c i a r a la b ú s q u e d a nativa q u e él e s . Pero
si e s libre respecto d e ello, t a m b i é n responsable.
La actitud d e aceptar o rechazar librem e n t e a D i o s e n la i n t i m i d a d h u m a n a n o e s u n a actitud d i r e c t a m e n t e ética, porque la
ética s e enclava e n las a c c i o n e s o m a n i f e s t a c i o n e s h u m a n a s d e la naturaleza y esencia del
h o m b r e , s i n o q u e tal actitud e s d i r e c t a m e n t e antropológica,
y constituye la raíz y el fin
de u n a b u e n a o m a l a ética. E n s u m a , la ética n o e s trascendental, pero sí la antropología. E n este p u n t o c a b e corregir a G o e t h e e indicar q u e e n el principio (en la intimidad)
n o e s la a c c i ó n , pero sí el acto, y q u e al final será el co-acto-con
el Acto o, p o r el contrario, el prope nihil. P o r ello la p e r s o n a h u m a n a s e juega libremente s u ser e n s u intimidad, c o n t a n d o c o n el hábito d e sabiduría, s i n tener que implicar directa y
necesariamente e n e s e j u e g o a s u esencia (inteligencia y voluntad) y a s u naturaleza
(su c u e r p o y las
27
A ello responde esa frase de la Escritura: «al vencedor le daré del maná escondido; le daré también
una piedrecita blanca, y escrito en la piedrecita u n nombre nuevo, que nadie conoce sino el que lo recibe», Apocalipsis, cap. l,vs. 17. Es, pues, muy apropiado siguiente comentario a dicho texto sagrado: «Dios
no solo reunirá a su pueblo disperso entre las naciones; también transformará a cada uno en su corazón,
o sea, en su capacidad de conocer, amar y obrar», JUAN PABLO II, «Escatologia universal: la humanidad en
camino hacia el Padre», en: Creo en la vida eterna (Palabra, Madrid, 2000), 224.
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DAD DEL CONOCER
PERSONAL
f u n c i o n e s y facultades o r g á n i c a s ) . Con todo, el resultado d e e s e j u e g o personal repercute y s e manifiesta e n s u e s e n c i a y e n s u naturaleza.
2S
7.
E L TEMA DEL CONOCER PERSONAL ES FUTURO
S e g ú n se ha indicado, a u n acto intelectual n o le p u e d e faltar u n tema (verbal, actuoso), p o r q u e u n c o n o c e r s i n c o n o c e r nada n o e s tal. Pero si el e n t e n d i m i e n t o agente n o
está falto de t e m a y n o es ni i l u m i n a n t e ni reflexivo, n o p u e d e c u l m i n a r d e s d e sí, e s decir,
su fin o t e m a está m á s allá d e s u propia luz. E s e tema, c o m o se ha propuesto, es Dios.
Por otra parte, t a m b i é n cabría decir q u e u n a coexistencia s i n un quien c o n el que c o e xistir e s u n contrasentido, al igual que u n a libertad s i n u n para, o u n a m a r personal sin
amante que n o s otorgue su a m o r y acepte el nuestro. Esto indica que toda persona es copersonal, e s decir, que n o c a b e u n a persona personalmente
aislada.
Al alcanzar el intelecto agente n o t a m o s q u e la persona h u m a n a está, p o r así decir,
d i s e ñ a d a n a t i v a m e n t e para ser c o n o c i d a . De tal m a n e r a que sin serlo n o sería. D e m o d o
que a nivel c o g n o s c i t i v o personal d e s c u b r i m o s que el h o m b r e está h e c h o para Dios, lo
cual « c o m p o r t a e n t é r m i n o s intelectuales u n a dualización directa del intelecto h u m a n o
c o n el divino, a u n q u e n o d e m o d o p l e n o » . Esto, a s u vez, indica d o s cosas: a) que entre
la criatura intelectual y el Creador n o cabe m e d i a c i ó n ninguna, de m o d o q u e , a fin de
cuentas, el e n c u e n t r o c o n Dios n o p u e d e ser s i n o personal e n cada q u i é n , y b) q u e si la
d u a l i z a c i ó n persona h u m a n a - D i o s n o es a c t u a l m e n t e plena, s e abren d o s posibilidades
reales positivas: 1) q u e se vaya plenificando ( n o c i ó n d e lumen fidei), y 2) que llegue a pien i ñ e a r s e e n t e r a m e n t e ( n o c i ó n d e lumen
gloriae).
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30
Por otra parte, c u a n d o s e habla de «reconocimiento» de Dios al hombre, seguramente
esa palabra denota algo m á s que el mero c o n o c i m i e n t o nativo de la persona h u m a n a por
parte de Dios, pues parece señalar cierta aceptación, aprecio, consideración, miramiento,
andarse c o n c o n t e m p l a c i o n e s , etc. Lo cual apunta seguramente a la unión entre el intelecto agente y el a m a r personal. E n efecto, la persona n o puede ser creada solamente para
ser conocida, sino también para ser aceptada enteramente. O si se quiere, la c o m u n i c a c i ó n
interpersonal n o puede ser exclusivamente cognoscitiva, pues u n conocer frío n o puede ser
personal. El c o n o c e r está hecho, desde luego, para ser c o n o c i d o , pero si es personal, el que
sea c o n o c i d o depende de que acepte ser c o n o c i d o , pues si n o acepta el ser c o n o c i d o n o se
es c o n o c i d o . De m o d o que el c o n o c e r personal depende del amar personal porque aceptar
es amar: n o se puede aceptar sin amar. Ello indica, en suma, que sin el trascendental personal amar, el c o n o c e r personal n o sería trascendental. Los cuatro trascendentales descritos s o n radicales personales, y por tanto, suficientemente distintos realmente entre sí, pero
su vinculación nativa y subordinación libre de los d e m á s al amar es neta.
S e g ú n l o q u e p r e c e d e , u n a persona h u m a n a ( u n co-acto de ser personal)
se puede
describir c o m o u n a m a r q u e s e d e s p l i e g a , p e r d i e n d o fulgor, c o g n o s c i t i v a , libre y c o -
"
Con un sencillo ejemplo: es obvio que un niño abortado (que es tan persona como cualquiera otra)
no ha podido decidir sobre su vida y destino contando para ello con los actos de su inteligencia, voluntad,
sentidos externos, etc. Por tanto, tiene que jugarse su fin respecto de Dios sólo a nivel de acto de ser personal. Sólo en su intimidad cabe que acepte o no su ser criatura, que acepte o rechace a los demás (a su
madre, al médico, etc.), y que acepte o no (y consecuentemente se entregue o no) a Dios.
PiA TARAZONA, S., op. cit., 402.
Ello indica que el fin último o bienaventuranza humana no puede radicar en ningún acto, hábito
o facultad humana (inteligencia, voluntad, etc.), sino en el núcleo personal humano o co-acto de ser.
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í 0
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e x i s t e n c i a l m e n t e ; o de m e n o s a m á s , u n ser q u e coexiste l i b r e m e n t e para buscar el amor;
y e n c a d a c a s o , de m o d o d i s t i n t o . E n e f e c t o , s i n el t r a s c e n d e n t a l p e r s o n a l libertad, la
c o e x i s t e n c i a es i n c a p a z de p r o l o n g a r s e e n apertura t r a s c e n d e n t e a u n a réplica, a u n a
p e r s o n a distinta. C o n la c o e x i s t e n c i a , se abre e n la i n t i m i d a d p e r s o n a l la referencia a
u n a réplica, al Ser p e r s o n a l r e s p e c t o del q u e s o m o s c o e x i s t e n c i a . D e s d e la libertad, la
apertura referida al S e r p e r s o n a l , libre, irrestricto, r e s p e c t o del cual s e p u e d e e m p l e a r
e n t e r a m e n t e la l i b e r t a d p e r s o n a l h u m a n a , e s a p e r t u r a libre h a c i a la t r a s c e n d e n c i a ,
a s u n t o q u e n o e s t á e x p l í c i t a m e n t e i n d i c a d o e n la c o e x i s t e n c i a , d a d a s u c o n s t i t u t i v a
c a r e n c i a de réplica. A s u v e z , la libertad se t r u e c a e n búsqueda
m e r c e d a la c o n t i n u a c i ó n de la libertad c o n el t r a s c e n d e n t a l c o n o c e r ; y é s t e , e n entrega y aceptación
c o n el
amar.
Si la réplica del c o n o c e r p e r s o n a l faltase d e f i n i t i v a m e n t e , la p e r s o n a quedaría sin
saber su verdadero ser, s u verdadero n o m b r e , e s t o e s , s u s e n t i d o personal c o m p l e t o . N o
se trata de q u e n o s u p i e s e q u i é n e s . E n rigor, lo s a b e p a r c i a l m e n t e gracias al hábito de
sabiduría.
Pero d a d o q u e el ser p e r s o n a l d e s b o r d a lo q u e a l c a n z a d i c h o hábito, y d a d o
que la p e r s o n a h u m a n a e n la presente s i t u a c i ó n n o a c a b a de ser q u i e n está l l a m a d a a ser,
si le faltase definitivamente la réplica, quedaría c o n la a u s e n c i a de s e n t i d o c o m p l e t o , sin
saber el ser q u e se es y q u e se h u b i e s e llegado a ser. De m a n e r a que, del m i s m o m o d o
q u e el será describe m e j o r q u e el es a la p e r s o n a h u m a n a , el será libre la describe m e j o r
que el es libre, y el conocerá y amará q u e el conoce y ama. Por e s o , d e s d e el c o n o c e r personal, lo peor q u e le p u e d e s u c e d e r a u n a p e r s o n a h u m a n a es n o ser r e c o n o c i d a por D i o s
definitivamente e n el futuro p o s t h i s t ó r i c o . Pero c o m o la b ú s q u e d a n o es el c o n o c i m i e n to m á s alto, e s e c o n o c i m i e n t o se dice provisional.
8.
E L TEMA DEL INTELECTO AGENTE
De lo q u e p r e c e d e se sigue q u e al intelecto a g e n t e n o le p u e d e faltar tema c o n o c i d o ,
y q u e este t e m a n o p u e d e ser ni inferior a sí ni él m i s m o . D e ello t a m b i é n se p u e d e inferir q u e s u t e m a n o p u e d e ser i l u m i n a b l e . A d e m á s , si el intelecto agente equivale al c o n o cer personal h u m a n o , s u t e m a d e b e r á ser u n a c t o de ser intelectual t a m b i é n
personal,
p e r o q u e dé r a z ó n del s e n t i d o del i n t e l e c t o p e r s o n a l h u m a n o . Se ha p r o p u e s t o q u e el
t e m a del c o n o c e r personal h u m a n o es D i o s c o m o c o n o c e r personal q u e c o n o c e n u e s t r o
s e n t i d o o verdad personal, es decir, n u e s t r o intelecto agente.
Si el h á b i t o de sabiduría p e r m i t e c o n o c e r e n parte al intelecto personal propio, tal
h á b i t o se p u e d e describir c o m o «luz e n la l u z p e r s o n a l h u m a n a » . E n c a m b i o , la Luz divina q u e desvelará e n t e r a m e n t e al c o n o c e r personal h u m a n o , superior por tanto a él, deberá d e s i g n a r s e r e s p e c t o del intelecto personal c o m o «Luz e n la luz», lo cual redundará,
sin duda, e n u n a elevación de la l u z del p r o p i o intelecto h u m a n o . O mejor, la clave de la
d e s c r i p c i ó n del intelecto a g e n t e h u m a n o , tanto e n la presente s i t u a c i ó n c o m o e n la vida
futura, d e b e ser «luz en la L u z » , o s i g u i e n d o el m o d o de decir de Eckhart, el «adverbio
referido al Verbo» . Un adverbio carece de sentido sin u n verbo, c o m o un h o m b r e sin Dios.
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" Tal vez por ello, Cristo, el Verbo, se llama a sí mismo respecto de la presente situación humana el
«Camino». E n efecto, el camino es el «en» en el que se vive y permanece. Somos «luz en la Luz», o también «verdad en la Verdad», «vida en la Vida».
«Buscar una réplica más alta que el propio intelecto personal confirma que la persona humana es
el adverbio en busca del Verbo». POLO, L., Antropología, I, 226, nota 40. Cfr. también, del mismo autor, Presente y futuro del hombre (Madrid, Rialp, 1993), 184.
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Con todo, e s claro q u e e s a Luz n o e s constitutiva de la persona h u m a n a , s i n o que,
o b v i a m e n t e , la trasciende. O lo que es equivalente, si bien el intelecto personal está e n
función de tal Luz, n o la alcanza p o r s u propia virtud cognoscitiva, y e s o delata su límite ontológico.
Por e s o , respecto d e tal Luz el intelecto personal se p u e d e describir c o m o
búsqueda. El intelecto personal n o carece de tema, pero todavía n o lo h a a l c a n z a d o , p u e s
si l o alcanzara cesaría d e buscar. Con todo, u n a b ú s q u e d a sin hallazgo n o p u e d e ser definitiva s o p e n a d e s e r absurda. Por ello, mientras n o s e alcance el tema, n o existe m o t i v o
n i n g u n o para desistir de la búsqueda, a u n q u e t a m b i é n se puede pactar libremente c o n
la situación de a b a n d o n a r la esperanza de encontrar; pero e n t o n c e s se cede, c o m o se ha
indicado, a la carencia de s e n t i d o personal.
El h o m b r e mientras vive debe ser u n a búsqueda q u e n o c e s e de buscar, u n m a n a n tial c o g n o s c i t i v o q u e s i e m p r e brota s i n desecarse y s e e n c a u z a hacia s u tema, n o u n a casc a d a q u e s e precipita e n u n instante para dejar p a s o a u n c a u c e s e c o . O t a m b i é n , el h o m bre n o está d i s e ñ a d o para c o n s u m a r s e e n u n abrir y cerrar d e ojos e n el presente, s i n o
para eternizarse, es decir, está h e c h o para el futuro metahistórico. Por ello, frente a la
presencia mental q u e caracteriza a la inteligencia, el intelecto agente tiene u n carácter
futuñzante .
E n c o n s e c u e n c i a , a u n q u e libremente q u e p a a g o s t a m i e n t o o d e s á n i m o e n
la b ú s q u e d a , n o c a b e c o n s u m a c i ó n e n ella, porque el t e m a que s e b u s c a n o e s h u m a n o ,
s i n o t r a n s c e n d e n t e al ser h u m a n o .
33
3 4
9.
LA APERTURA AL FUTURO METAHISTÓRICO
Si b i e n s e mira, lo q u e precede e s u n a alusión al futuro transtemporal. La libertad s i n
futuro e s inexplicable. Pero s e r apertura hacia el futuro e s s i n ó n i m o d e esperanza. Con
todo, si la libertad indica u n m a t i z de futuridad, m á s l o indicarán el c o n o c e r y el a m a r
personales, si e s q u e éstos radicales s o n superiores a aquélla. E n efecto, la i n d i c a c i ó n de
futuro e n el c o n o c e r personal h u m a n o es m á s clara q u e e n la libertad. Ello se debe a que
el t e m a que c o g n o s c i t i v a m e n t e s e busca, n o está a l c a n z a d o definitiva y c u m p l i d a m e n t e
todavía, pero t a m b i é n a q u e el tema, a ú n c u a n d o haya s i d o a l c a n z a d o c u m p l i d a m e n t e
p o r el c o n o c e r personal, seguirá s i e n d o futuro, es decir, seguirá d e s b o r d a n d o al c o n o c e r
personal h u m a n o , p o r la sencilla razón de q u e el intelecto personal seguirá s i e n d o trasc e n d i d o p o r su t e m a . M á s a ú n , si el c o n o c e r personal está orientado y atraído p o r u n
c o n o c e r futuro, la persona h u m a n a , m á s q u e ser u n conocer, es — c o m o s e ha i n d i c a d o —
fe, y, a la par, m á s q u e amar, e s caridad, e s t o es, u n a m a r que b u s c a la c o n s u m a c i ó n , la
entera a c e p t a c i ó n e n el futuro.
D e este m o d o s e ve q u e la persona h u m a n a está creada para ser futurizada,
n o para
futurizar.se (y m e n o s para autorrealizarse). Pero ello indica al m e n o s d o s cosas: a) que
sin futuro real carece d e s e n t i d o lafuturización.
Con otras palabras, si la persona h u m a na es u n proyecto de futuro, e s o muestra q u e el futuro existe, esto es, que Dios es, y b) que
la entrada e n el futuro n o d e p e n d e e x c l u s i v a m e n t e de la persona h u m a n a , s i n o princiCfr. mi trabajo El carácter futurizante del intelecto agente, en Futurizar el presente, Universidad de
Málaga, 2003, pp. 303-328.
"
El conocer humano no está hecho para aislarse del conocer personal divino. De aquí se saca una
manifiesta conclusión: la teoría del conocimiento humano sin Dios, en rigor, es reductiva, deficiente. El
conocer humano está hecho para co-conocer con Dios. Por eso, la filosofia que prescinde de Dios, o no lo
tiene suficientemente en cuenta en su recorrido, peca forzosamente de indigencia en teoría del conocimiento.
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PERSONAL
p á l m e n t e del futuro, p u e s s i n la a c e p t a c i ó n de éste la futurización
n o p u e d e culminar,
p u e s t o q u e el futuro trasciende p o r e n t e r o a la p e r s o n a h u m a n a , c o m o el t e m a que se
b u s c a trasciende al intelecto personal. Ello n o es m o t i v o a l g u n o de d e s á n i m o , p u e s si la
libertad personal c o m p o r t a aliento, esperanza, el c o n o c e r personal implica certeza, fe.
Pero tanto la e s p e r a n z a c o m o la fe, si s o n sobrenaturales,
s o n d o n a c i ó n de D i o s a u n a
p e r s o n a h u m a n a , si ésta los acepta c o m o d o n e s . Pero aceptar e s amar. Así se intuye que
la e l e v a c i ó n de la libertad personal p o r la e s p e r a n z a sobrenatural y del c o n o c e r personal
p o r la fe sobrenatural s o n solicitados p o r el a m a r personal y se d e s t i n a n a la c a r i d a d ,
q u e es la e l e v a c i ó n sobrenatural d e e s e a m a r personal.
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Si los trascendentales personales, m á s q u e u n a demostración,
s o n u n a mostración
de
la existencia de Dios, t a m b i é n l o serán, e n parte, de la esencia divina. Así, si la coexistencia n o s m u e s t r a que es i m p o s i b l e la existencia d e u n a sola p e r s o n a (pues toda p e r s o n a
requiere u n a réplica personal), este trascendental personal n o s p e r m i t e advertir que e s t o
t a m b i é n d e b e acaecer e n Dios. La c o e x i s t e n c i a muestra, p u e s , que es i m p o s i b l e que en
D i o s exista u n a ú n i c a persona. Por s u parte, la libertad personal h u m a n a reclama de otra
p e r s o n a que acepte e n t e r a m e n t e nuestra libertad personal. E n c o n s e c u e n c i a , si Dios es
libre, la libertad personal h u m a n a m u e s t r a que d e b e n existir al m e n o s d o s p e r s o n a s divinas. Por otra parte, si u n c o n o c e r personal n o cabe sin c o n o c i d o , este trascendental m u e s tra q u e d o s de las p e r s o n a s divinas d e b e n ser C o g n o s c e n t e y C o n o c i d o , pero n o s ó l o e s o ,
s i n o C o g n o s c e n t e q u e c o n o z c a e t e r n a m e n t e al C o n o c i d o , y C o n o c i d o que r e s p o n d a cogn o s c i t i v a m e n t e al C o g n o s c e n t e d e m o d o c o m p l e t o y d e s d e la eternidad. Si la estructura
del a m o r personal h u m a n o e s dar y aceptar, es claro que a m b o s r e c l a m a n el d o n , p u e s
n o cabe dar y aceptar sin d o n e s (obras s o n a m o r e s . . . ) . El dar y el aceptar e n c a d a u n o
de n o s o t r o s n o c o n f o r m a n d o s personas; u n o e s superior a otro. A d e m á s , el d o n es inferior al dar y al aceptar. E n c a m b i o , e n D i o s dar, aceptar y d o n d e b e n ser del m i s m o nivel,
pero n o d e b e n c o n f o r m a r u n a ú n i c a p e r s o n a divina s i n o tres, p u e s e s o s tres s o n realmente distintos.
Departamento de Filosofia
Universidad de Navarra
[email protected]
JUAN F E R N A N D O
SELLES
[Artículo aprobado para publicación en octubre de 2005]
Estas tesis son clásicas: «el amor mueve el deseo y la esperanza»; «el movimiento de la fe está
incluido en el movimiento de la caridad», TOMAS DE AQUINO, De Ver., q. 28, a. 4, co. Y más adelante: «en este
movimiento (de la caridad) está incluido el movimiento de la fe». Ibid., ad 5.
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pp. 329-343
FILOSOFÍA Y DOMINACIÓN MASCULINA.
APORTES CRÍTICOS DE ENRIQUE DUSSEL
Y RICHARD RORTY
MAXIMILIANO FIGUEROA MUÑOZ
Universidad Alberto Hurtado. Santiago de Chile
RESUMEN: Este artículo desarrolla el aporte de dos filósofos contemporáneos en orden a superar la
dominación de género que ha existido en nuestras sociedades: Enrique Dussel y Richard Rorty. Los
momentos principales que se despliegan son la presentación general de la dominación masculina como
paradigma cultural, el esbozo de la implantación tradicional de la filosofía en este paradigma, tomando a Nietzsche como ejemplo, y la exposición de los aportes de la filosofía de la liberación de E. Dussel y del neopragmatismo de R. Rorty para una superación de dicho paradigma, aportes que se articulan como una erótica de la liberación y como una perspectiva anti-esencialista y anti-representacionista,
respectivamente.
PALABRAS CLAVE: Dussel, Rorty, Nietzsche, género, filosofía latinoamericana, neopragmatismo, dominación masculina, ética.
Philosophy and Male
Domination.
Enrique Dussel and Richard Rorty's Critical
Reflections
ABSTRACT: This article develops E. Dussel's and R. Rorty's critical reflections on the prevailing
gender domination. The main parts of the article are: an introduction on male domination as a cultural paradigm, an outline of the traditional position of philosophy with regard to this paradigm, taking
Nietzsche as an example, and a presentation of the reflections of Dussel's philosophy of liberation
and Rorty's neopragmatism aimed at overcoming this paradigm —reflections that are structured as an
erotic of liberation and as an anti-essentialist
and anti-representationalist
perspective, respectively.
KEY WORDS: Dussel, Rorty, Nietzsche, gender, Latin American philosophy, neopragmatism, male domination, ethics.
LA DOMINACIÓN MASCULINA Y «LA PARADOJA DE LA DOXA»
Que la dominación masculina ha existido y operado c o m o paradigma cultural con siglos
de vigencia, es algo que ya nadie p u e d e d e s c o n o c e r sin delatar ignorancia, indolencia o
c i n i s m o . Este paradigma representa la articulación enraizada —social, existencial e históricamente—
de ciertas coordenadas de c o m p r e n s i ó n que h a n nutrido valoraciones y juicios, que h a n instaurado n o r m a s e instituciones, generado hábitos y destinando roles desde
una óptica masculina d o m i n a d o r a y determinante de las relaciones entre h o m b r e y mujer.
Nuestro ethos se ha construido desde una lógica marcadamente androcéntrica, y a los divers o s m o d o s de darse la injusticia se hace necesario s u m a r c o m o capítulo sobresaliente la
injusticia de género: legalizada, institucionalizada, e incluso ontologizada en nuestras sociedades. D e u n m o d o persistente, y a través de m o d u l a c i o n e s diversas, esta situación también ha c o m p o r t a d o la violencia c o m o dispositivo activo en toda configuración de d o m i nio: ha existido una violencia psicológica y física, social y e c o n ó m i c a , política y doméstica,
es decir, c o n huellas verificables tanto en el plano material c o m o simbólico.
¿ C ó m o se construye y afianza e n la historia u n a s i t u a c i ó n de d o m i n a c i ó n s e m e j a n te? E n p o c o m á s de c i e n a ñ o s , las respuestas exploradas frente a esta c u e s t i ó n h a n s i d o
PENSAMIENTO, ISSN 0031-4749
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233, pp. 345-354
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M. FIGUEROA, FILOSOFÍA
Y DOMINACIÓN
MASCULINA
variadas. C o m o m o v i m i e n t o social y perspectiva de p e n s a m i e n t o , el f e m i n i s m o ha tenid o el m é r i t o d e m o s t r a r n o s la larga invisibilidad histórica de este f e n ó m e n o : ha h e c h o
patente el e n c u b r i m i e n t o ideológico que ha perpetuado su existencia e inhibido su desenm a s c a r a m i e n t o , d e n u n c i a y superación.
E s posible afirmar q u e u n cierto g e s t o cultural, u n a e s p e c i e de estrategia constructiva del i m a g i n a r i o social ha o p e r a d o c o m o c o n d i c i ó n d e posibilidad d e la existencia y
d u r a c i ó n del ethos d e la d o m i n a c i ó n m a s c u l i n a . S e trata de lo q u e p u e d e n d e n o m i n a r s e
trabajos o m e c a n i s m o s d e des-historización o esencialización, que d a n lugar a l o que tan
acertadamente el s o c i ó l o g o francés Pierre Bourdieu llamó «la paradoja de la doxa»'. Esta
n o c i ó n refiere a u n p r o c e s o d e «transformación d e la historia e n naturaleza, d e la arbitrariedad cultural e n natural» , u n a suerte d e inversión del vínculo entre las c a u s a s y los
efectos, que lleva a que u n a construcción social devenga naturalizada y termine o p e r a n d o
c o m o f u n d a m e n t o natural, tanto de la división q u e está e n la realidad, c o m o de la repres e n t a c i ó n q u e n o s h a c e m o s d e ella. E s la propia s o c i e d a d la q u e suele desarrollar l o s
m e d i o s para q u e se olvide q u e la «doxa» e s tal; familia, Estado, legislación, escuela, iglesia h a n c o m p o r t a d o , m u c h a s veces en la historia, d i n á m i c a s que van propiciando la disol u c i ó n d e las huellas q u e delatan la c o n s t r u c c i ó n social e histórica p r e c i s a m e n t e c o m o
una construcción.
2
Cuando se miran las c o s a s desde esta perspectiva, s e explican a l g u n o s f e n ó m e n o s q u e
n o p o r el h e c h o de s e r tantas v e c e s d e n u n c i a d o s dejan de tener todavía cierta fuerza y
p r e s e n c i a entre n o s o t r o s . Primero, el paradigma de la d o m i n a c i ó n m a s c u l i n a h a implic a d o u n m o d o de estar y d e ser e n el m u n d o , de vivir la vida, internalizado e n y por n o s o tros, generador d e u n ethos q u e alimenta d i s p o s i c i o n e s q u e —fortalecidas por la socializ a c i ó n — d e v i e n e n p r e d i s p o s i c i o n e s . S e g u n d o , tal p a r a d i g m a crea c o n d i c i o n e s para q u e
l o s d o m i n a d o s introyecten la d o m i n a c i ó n , la mistifiquen, llegando a c o m p r e n d e r l a , a
considerarla u n sino, a verse y p o s i c i o n a r s e c o m o sujetos d e s d e esas c o o r d e n a d a s . Tercero, la e n o r m e fuerza del orden m a s c u l i n o s e evidencia, también, e n que históricamente
ha p r e s c i n d i d o d e c u a l q u i e r justificación exhaustiva, e n q u e ni siquiera h a s e n t i d o la
n e c e s i d a d d e elaborarla ni ofrecerla: la visión androcéntrica (machista) s e ha i m p u e s t o
c o m o neutra s i n esfuerzo a l g u n o de l e g i t i m a c i ó n crítica. H a s i d o u n a variante histórica
m á s del s u e ñ o d o g m á t i c o e n q u e los seres h u m a n o s n o s u b i c a m o s c o n n o p o c a frecuencia e n el despliegue y c o m p r e n s i ó n de la vida.
FILOSOFÍA Y ETHOS
DE LA DOMINACIÓN MASCULINA: LOS LIMITES DE LA CRITICIDAD
Existen r a z o n e s para e s t i m a r que la filosofía h a s i d o u n a disciplina que, e n variadas
o p o r t u n i d a d e s , h a c u m p l i d o c o n desmitificar y d e n u n c i a r e s q u e m a s d e d o m i n a c i ó n .
D e s e n m a s c a r a r la «paradoja d e la doxa» — q u e o c u p a distintos discursos y á m b i t o s , n o
s ó l o l o s relativos al t e m a de g é n e r o — podría considerarse u n a d e las funciones ejercidas
por n o p o c o s filósofos e n la historia, e s p e c i a l m e n t e d e s d e la m o d e r n i d a d a nuestros días.
El texto d e N i e t z s c h e Sobre verdad y mentira en sentido extramoral,
p u e d e ser considerad o u n e j e m p l o d e este espíritu crítico. E n cierto pasaje de e s e breve escrito, el p e n s a d o r
a l e m á n s e pregunta: «¿Es el lenguaje la expresión a d e c u a d a d e todas las realidades?». Y
r e s p o n d e a renglón s e g u i d o l o siguiente: «solamente m e d i a n t e el olvido p u e d e el h o m BOURDIEU, P., La dominación
Ibtd., p. 14.
masculina,
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233
Anagrama, Barcelona, 2000, p. 11.
pp. 345-354
M. FIGUEROA, FILOSOFÍA Y DOMINACIÓN
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MASCULINA
bre alguna v e z llegar a i m a g i n a r s e q u e está e n p o s e s i ó n d e u n a "verdad" e n el grado q u e
se acaba d e señalar» '. S i n d u d a q u e u n corolario natural a este p l a n t e a m i e n t o consistiría e n inscribir l o s d i s c u r s o s h u m a n o s e n u n h o r i z o n t e e n q u e q u e d a n s u s p e n d i d a s , o
bajo s o s p e c h a , las p r e t e n s i o n e s de n e c e s i d a d d e l o s m i s m o s . A j u i c i o d e N i e t z s c h e , la historia d e la verdad e s la historia de u n a v o l u n t a d d e verdad q u e t o m a al h o m b r e — s u s
intereses, s u s m i e d o s — c o m o m e d i d a d e todas las c o s a s y q u e e n su p r o c e d i m i e n t o olvida que las metáforas intuitivas originales n o s o n m á s que metáforas, para terminar t o m á n d o l a s p o r las c o s a s m i s m a s .
La definición de verdad q u e el p e n s a d o r a l e m á n postula, o, para g u s t o d e a l g u n o s ,
diagnostica, implica e s t o claramente: la verdad sería «un ejército d e metáforas e n movim i e n t o , m e t o n i m i a s , a n t r o p o m o r f i s m o s , e n r e s u m i d a s c u e n t a s , u n a s u m a d e relaciones
h u m a n a s q u e h a n s i d o realzadas, extrapoladas y a d o r n a d a s p o é t i c a y r e t ó r i c a m e n t e y
que, d e s p u é s d e u n p r o l o n g a d o u s o , u n p u e b l o c o n s i d e r a firmes, c a n ó n i c a s y vinculantes; las verdades s o n i l u s i o n e s d e las q u e s e h a olvidado q u e l o s o n , metáforas q u e s e h a n
vuelto gastadas y s i n fuerza sensible, m o n e d a s q u e h a n perdido s u troquelado y n o s o n
ahora y a c o n s i d e r a d a s c o m o m o n e d a s , s i n o c o m o m e t a l » .
4
Cabe tener presente este texto, porque el m i s m o autor que invita a n o perder d e vista
que nuestras representaciones d e la realidad las h e m o s construido sin seguridad de corresp o n d e n c i a , s i n garantía alguna d e q u e s e a n reflejo fiel del ser a u t é n t i c o d e las c o s a s , es
el q u e ahora, e n el t e m a d e la mujer, n o s advierte l o siguiente: « N o acertar e n el problem a b á s i c o "varón y mujer", negar el a n t a g o n i s m o p r o f u n d o q u e hay entre l o s d o s y la
n e c e s i d a d d e u n a t e n s i ó n t r e m e n d a m e n t e hostil, s o ñ a r aquí tal v e z c o n d e r e c h o s iguales, e d u c a c i ó n igual, e x i g e n c i a s y o b l i g a c i o n e s iguales: e s t o c o n s t i t u y e u n s i g n o típico de
superficialidad [...] U n h o m b r e que p o s e a profundidad, tanto e n s u espíritu c o m o e n s u s
apetitos, q u e tenga t a m b i é n aquella profundidad de la benevolencia que e s capaz d e rigor
y dureza, n o p u e d e p e n s a r n u n c a sobre la mujer m á s q u e de m a n e r a oriental: tiene q u e
c o n c e b i r a la mujer c o m o p o s e s i ó n , c o m o p r o p i e d a d encerrable bajo llave, c o m o algo
p r e d e s t i n a d o a servir y q u e alcanza su perfección e n la servidumbre» \
Y l a n z a n d o u n a fuerte crítica a s u é p o c a , declara: «Hasta s e quiere convertir a las
mujeres e n librepensadores y e n literatos: c o m o si la mujer vista sin piedad n o fuera para
el h o m b r e u n a c o s a p e r f e c t a m e n t e c h o c a n t e y ridicula [...] S e las vuelve día a d í a m á s
histéricas y m á s i n c a p a c e s para c u m p l i r s u primera y última función, e c h a r al m u n d o
hijos r o b u s t o s [...] Lo q u e a pesar del t e m o r q u e p u e d a e x p e r i m e n t a r el varón, excita la
piedad p o r esta gata peligrosa y bella q u e s e l l a m a mujer, e s q u e parece m á s apta para
sufrir, m á s frágil, m á s sedienta d e a m o r q u e n i n g ú n otro a n i m a l » .
Sirvan e s t o s pasajes para indicar q u e la filosofía m i s m a n o ha e s c a p a d o a la paradoja d e la d o x a androcéntrica, q u e hasta la filosofía d e la s o s p e c h a s u p o n e u n e g o m a s c u lino, y q u e i n c l u s o e n ella e s e e g o q u e d a fuera d e s o s p e c h a e n la c o n s t r u c c i ó n d e la imagen de la mujer. D i c h o d e otro m o d o , el paradigma de la d o m i n a c i ó n masculina ha estado
presente e n la propia filosofía, s e ñ a l a n d o u n límite a la criticidad q u e ésta h a ejercido
h i s t ó r i c a m e n t e sobre sí m i s m a . A este respecto, N i e t z s c h e s ó l o representa u n e j e m p l o y
está lejos, m u y lejos, d e s e r el ú n i c o citable entre l o s filósofos. Lenta, tardía, y s ó l o parc i a l m e n t e , la filosofía s e h a abierto a revisar s u i m p l a n t a c i ó n e n la óptica fundamentalm e n t e m a s c u l i n a , y, a g r e g u e m o s , n o s parece q u e este h a s i d o u n p r o c e s o s u s c i t a d o o exi6
J
'
5
6
NIETZSCHE, F., Sobre verdad y mentira en sentido extramoral,
Ibíd., p. 24.
Tecnos, Madrid, 1990, p. 21.
NIETZSCHE, F., Más allá del bien y del mal, Alianza, Madrid, 1989, p. 186.
Ibíd., p. 189.
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), num. 233
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MASCULINA
gido d e s d e fuera. Las palabras del propio N i e t z s c h e resultan —¡oh paradoja!— sugerentes e n este caso: «algunas c o s a s e s m á s fácil pensarlas que vivirlas» .
7
DUSSEL Y RORTY: PUNTOS DE CERCANÍA
Enrique Dussel y Richard Rorty, autores que pertenecen a tradiciones filosóficas m u y
distintas, representan, s i n e m b a r g o , e j e m p l o s del c a m b i o d e situación q u e está t e n i e n d o
en la literatura filosófica l o relativo al t e m a d e género. Tanto la filosofía d e la liberación
c o m o el n e o p r a g m a t i s m o , representan perspectivas sensibles al t e m a de la d o m i n a c i ó n
p a d e c i d a por la mujer. A pesar de q u e s u s proyectos s o n t e m á t i c a m e n t e m á s a m p l i o s ,
estos autores h a n prestado a t e n c i ó n a este a s u n t o ofreciendo p l a n t e a m i e n t o s dirigidos
d i r e c t a m e n t e a u n a s u p e r a c i ó n efectiva de la d o m i n a c i ó n masculina.
Se trata de d o s p e n s a d o r e s críticos al p e n s a m i e n t o filosófico tradicional y c o n s c i e n tes d e q u e éste tendría u n carácter cultural e h i s t ó r i c a m e n t e arraigado. E n Dussel, las
categorías Centro-Periferia / Totalidad-Exterioridad / D o m i n a d o r - D o m i n a d o / InclusiónExclusión, operan c o m o claves hermenéuticas y principios para la crítica del p e n s a m i e n t o
y la cultura occidental. E n Rorty, la lectura d e la tradición y d e los p r o b l e m a s d e la realidad s e p r o p o n e n d e s d e u n a n t i e s e n c i a l i s m o y u n antirrepresentacionismo, e s t o significa, desde el rechazo a la pretensión del p e n s a m i e n t o filosófico tradicional de lograr ubicar su discurso e n u n punto de visión neutro, inmutable, ahistórico, acultural, que reflejaría
las estructuras ú l t i m a s d e la realidad o la e s e n c i a del ser h u m a n o .
A m b o s , p o r ú l t i m o , m i d e n y evalúan la historia de las prácticas y de las ideas a partir d e u n n u e v o criterio, q u e ya n o e s s ó l o e p i s t e m o l ó g i c o , s i n o ético y político: la existencia d e la víctima. Para Dussel, se trata d e articular u n p e n s a m i e n t o y u n a praxis que
sirvan para la liberación del o p r i m i d o . Para Rorty, la filosofía tiene la m i s i ó n de contribuir a la c o n f i g u r a c i ó n d e lo q u e él d e n o m i n a u n a s o c i e d a d decente, e n t e n d i e n d o por
tal, u n a e n q u e las instituciones n o h u m i l l e n a las p e r s o n a s y éstas n o s e h u m i l l e n u n a s
a otras, u n a s o c i e d a d e n q u e s e trabaje para erradicar el dolor y la h u m i l l a c i ó n .
LA FILOSOFÍA DE ENRIQUE DUSSEL: ELEMENTOS PARA UNA NUEVA ERÓTICA
El argentino Enrique D u s s e l e s r e c o n o c i d o c o m o u n o de l o s e x p o n e n t e s m á s representativos e i m p o r t a n t e s d e la l l a m a d a filosofía de la liberación'. S u p r o d u c c i ó n e s m u y
vasta y ya a c o m i e n z o s d e los a ñ o s setenta escribe contra lo que d e n o m i n a d o m i n a c i ó n
m a c h i s t a d e la mujer, dirigiendo u n a crítica al p e n s a m i e n t o filosófico tradicional p o r
inscribirse c ó m p l i c e m e n t e e n esta d o m i n a c i ó n y m o s t r a n d o , a d e m á s , que la liberación
8
NIETZSCHE, F., Aforismos y otros escritos filosóficos, Andrómeda, Buenos Aires, 1972, p. 93.
Una excelente presentación de la obra de Dussel puede verse en BEORLEGUI, C , Historia del pensamiento filosófico latinoamericano,
Universidad de Deusto, Bilbao, 2004.
7
1
' Tuve la oportunidad de asistir al homenaje que la Fundación ICALA tributó, en la ciudad de Río
Cuarto, Argentina, durante los primeros días de noviembre de 2003, a los fundadores de la Filosofía de la
Liberación, cumplidos treinta años desde la fundación de la misma; autores en plena producción intelectual. Estuvieron presentes, entre otros, Enrique Dussel, Juan Carlos Scannone, Horacio Cerutti, Arturo A.
Roig, Raúl Fornet Betancourt, Ricardo Maliandi, Julio De Zan, Aníbal Fornari. E n esa oportunidad, Dussel me contó con algún detalle el plan de su próxima obra, una Política de la Liberación, texto que de seguro habrá que vincular a la tematización que ha hecho sobre la erótica machista.
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Y DOMINACIÓN
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de la mujer e s u n c a s o q u e m e r e c e especial a t e n c i ó n e n l o s esfuerzos d e l o que él considera definitorio e n la filosofía q u e surge d e s d e el Tercer M u n d o : «Conducir a la praxis
de liberación del o p r i m i d o » . Los planteamientos que se sintetizan a continuación, conectan c o n l o s e l e m e n t o s centrales d e s u propuesta:
10
1. U n a d e las ideas que le interesa resaltar al p e n s a d o r l a t i n o a m e r i c a n o , y e n la que
insiste a m e n u d o , e s q u e la liberación i m p l i c a a la mujer y al h o m b r e . A m b o s requieren
relacionarse y redescubrirse fuera del e s q u e m a opresivo d e la d o m i n a c i ó n d e g é n e r o que
ha regido h i s t ó r i c a m e n t e . E s t o n o significa, a m i juicio, q u e Dussel pretenda igualar a
h o m b r e s y mujeres e n la vivencia del d a ñ o que la situación conlleva; s ó l o implica, d i c h o
de u n m o d o h e g e l i a n o , abrirse a considerar q u e la liberación e s u n a n e c e s i d a d para el
d o m i n a d o , pero t a m b i é n para el d o m i n a d o r , e n tanto viven cerrados a posibilidades d e
vida m á s plena: «La mujer ha s i d o o p r i m i d a c o m o otros tantos, p o r u n d o m i n a d o r autócrata e injusto, por u n a totalidad s i n alteridad. La mujer n o e s la ú n i c a oprimida, s i n o
que hay m u c h o s o p r i m i d o s , m u c h o s v a r o n e s o p r i m i d o s por estructuras totalizantes, p o r
e s t o la liberación d e la mujer n o s e va a dar s ó l o por la mujer, s i n o va a ser u n a liberac i ó n integral del h o m b r e , d o n d e t a m b i é n el varón s e va a liberar, porque n o d e b e creerse q u e está e n m e j o r situación. El varón t a m b i é n s e h a h e c h o u n "burro d e trabajo"; el
"proveedor" tiene d o s e m p l e o s y trabaja dieciséis horas por día; n o p u e d e tener la satisfacción d e estar e n s u casa, d e ver crecer a s u s hijos, de jugar m á s t i e m p o c o n ellos, y n o
p u e d e llorar c u a n d o está triste, p o r q u e "no e s d e h o m b r e el llorar"; e s decir, él t a m b i é n
está alienado» ".
2. La d o m i n a c i ó n e s u n f e n ó m e n o c o m p l e j o q u e e s n e c e s a r i o contextualizar, piensa Dussel. La experiencia del o p r i m i d o e s u n a experiencia q u e suele tener d i m e n s i o n e s
s i m b ó l i c a s y materiales. La filosofía d e la liberación insistirá e n q u e e s u n a e x i g e n c i a
ética visualizar esa c o m p l e j i d a d . La o p r e s i ó n d e g é n e r o s e inscribe e n América Latina
en c o n d i c i o n e s sociales q u e entrañan p r o l o n g a d a s s i t u a c i o n e s d e injusticia, d e inequidad política, social y e c o n ó m i c a . La mujer l a t i n o a m e r i c a n a e s u n a mujer concreta, c o n
d e m a n d a s y carencias concretas, e s u n a mujer del Tercer M u n d o c o n t o d o lo q u e ello
implica (el á m b i t o d o m é s t i c o al q u e e s relegada, e n la m a y o r í a d e l o s c a s o s , e s u n a casa
c o n suerte d e 3 0 m , c o n suerte e s u n a casa). U n desafío f u n d a m e n t a l e n la s u p e r a c i ó n
de los e s q u e m a s d e d o m i n a c i ó n consistirá e n r o m p e r c o n toda abstracción elusiva d e las
p r o b l e m á t i c a s efectivas, abrirse al r e c o n o c i m i e n t o d e l o s rostros c o n c r e t o s de l o s sujetos e s p e c i a l m e n t e afectados: la mujer indígena, la inmigrante, la madre soltera, la trabajadora temporera, la v í c t i m a d e v i o l e n c i a física p o r parte del h o m b r e , la e m p l e a d a
d o m é s t i c a , la mujer s i n e d u c a c i ó n , e t c .
l2
2
Dussel e s enfático al c o n c l u i r q u e el trayecto d e liberación n o s o l a m e n t e l o tendrá
que h a c e r la mujer, s i n o toda la s o c i e d a d , y a que «es la s o c i e d a d total la que e s injusta y
es u n a s o c i e d a d totalitaria que n o permite la irrupción del otro c o m o otro, porque el otro
m e p u e d e increpar s u s e x i g e n c i a s de justicia. Si al otro lo t e n g o m e t i d o dentro del t o d o ,
nada s a b e de s u o p r e s i ó n » . La liberación d e la mujer s u p o n e la liberación del h o m b r e
c o m o especie, y n o s e podrá lograr la d e la mujer sin q u e c o n c o m i t a n t e m e n t e n o se instaure u n orden m á s j u s t o e n t o d o s l o s niveles.
l3
10
DUSSEL, E., Praxis latinoamericana
y filosofía
de la liberación,
Nueva América, Bogotá, Colombia,
1983, p. 31.
"
DUSSEL, E., Liberación
de la mujer y erótica
latinoamericana,
Editorial Nueva América, Bogotá,
Colombia, 1983, p. 23.
12
"
Ibíd., pp. 37-47.
Ibíd., p. 23.
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233
pp. 345-354
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3. E n la e l a b o r a c i ó n de su filosofía, Dussel ha d e t e r m i n a d o un m o m e n t o que operaría c o m o dispositivo m e t o d o l ó g i c o y c o m o p r i s m a intelectual y moral del p e n s a m i e n to crítico: el m o m e n t o o m é t o d o analéctico. Éste consiste en c o m e n z a r por la afirmación
de la exterioridad, es decir, de q u i e n está m á s allá del s i s t e m a vigente (categorial, social,
ideológico), del otro, del n o incluido, del oprimido; en este caso, de la mujer que sufre la
o p r e s i ó n m a c h i s t a . El c o n c e p t o «analéctico» es u n n e o l o g i s m o que surge de c o m b i n a r
el v o c a b l o griego ana, que significa «más allá», c o n la n o c i ó n de dialéctica; es una c o n tracción de ana-dialéctica. Con esta expresión, Dussel quiere representar que la dialéctica e n j u e g o n o es s ó l o negativa, sino, primera y originariamente, positiva. El m é t o d o
afirma p r i m e r o la exterioridad de aquello que queda excluido del s i s t e m a o totalidad;
d e s d e ella niega la n e g a c i ó n , y e m p r e n d e el paso desde la totalidad dada hacia la totalidad futura. La totalidad nueva o buscada, representaría la s u p e r a c i ó n de la existente por
la p r e s e n c i a del otro (en este c a s o la mujer) que viene a fecundar a n a l ó g i c a m e n t e c o n su
inclusión a la totalidad ( m a s c u l i n a ) o p r e s o r a .
14
4. Por ú l t i m o , el p e n s a d o r l a t i n o a m e r i c a n o dedicará u n a parte importante de su
propuesta filosófica a dibujar una erótica distinta —«erótica de la liberación» la llamará— que efectivamente signifique la posibilidad de p e n s a r la m a s c u l i n i d a d y la feminidad libres de d o m i n a c i ó n , y la relación entre h o m b r e y mujer c o m o auténtica oportunidad de h u m a n i z a c i ó n . A su j u i c i o , n o habrá s u p e r a c i ó n de la d o m i n a c i ó n de g é n e r o
mientras n o se p r o d u z c a u n a «subversión del e s q u e m a interpretativo de la realidad psíquica y erótica tradicional»
La vida erótica sana, sostiene Dussel, implica una apertura servicial respecto al otro,
la desnaturalización o desviación erótica por excelencia consistiría e n totalización narcisista del otro. La n o r m a l i d a d es la correcta alteridad y la enfermedad es la totalización
o n e g a c i ó n de la alteridad, la i n d i s p o s i c i ó n al otro, la n o disponibilidad frente a él, el
negarse a la acogida, a la m a n i f e s t a c i ó n del otro c o m o otro
Desde Platón a Sartre, éros ha sido entendido c o m o a m o r sexual, c o m o un a m o r donde
la «mirada» es esencial, d o n d e prevalece la pulsión egoísta. El «eros mirada» tiende a fijar
al otro c o m o objeto ". Dussel postula, quizás reflejando el influjo del cristianismo en su
persona, que hay u n eros alterativo o ágape, que es el que debe ser r e c o n o c i d o y p r o m o vido en la sociedad y en la cultura: un eros —señala— «que tiene en consideración al "otro"
c o m o otro. Que privilegiaría el oído, la justicia, el tacto y el contacto». Platón habla de la
belleza del éros c o m o mirada, mientras que si t o m a m o s el bíblico Cantar de los cantares,
ya en los primeros versículos se lee: «Yo te b e s o c o n los b e s o s de mi boca». ¿Por qué esa
reduplicación? Porque el b e s o es el contacto de una parte del rostro; el otro ya n o es visto,
s i n o que es sentido, experimentado, es todo u n otro éros, otra descripción de la sexualidad. Esta m a n e r a de la sexualidad es d e s c o n o c i d a por el h o m b r e m o d e r n o , y por e s o se
ha p o d i d o hacer de la mujer u n objeto. En el b e s o n o hay objeto, sino intimidad de la unidad alcanzada. Pero, al m i s m o tiempo, este rostro-a-rostro, boca-a-boca, es también u n
r e c o n o c i m i e n t o de la justicia del otro c o m o otro, y en vez de ser un buscarse a sí m i s m o ,
el eros alterativo o el ágape lo que hace es reconocer al otro c o m o otro y c u m p l e c o n la
justicia; es decir, c u m p l e c o n las exigencias que provienen del otro» '".
DUSSEL, E., Praxis latinoamericana y filosofia de la liberación,
1983, p. 97.
" DUSSEL, E., Liberación de la mujer y erótica latinoamericana,
Colombia, p. 63.
" ídem.
" Ibíd., p. 26.
'« Ibid., pp. 26-27.
14
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Nueva América, Bogotá, Colombia,
Editorial Nueva América, Bogotá,
pp. 345-354
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E n este eros s e vivenciaría la solicitud d e la gratuidad, la s u p e r a c i ó n de u n a totalidad egoísta y cerrada, la d i s p o s i c i ó n a a c o g e r al otro, a entregarse servicialmente a él, a
formular la pregunta del r e c o n o c i m i e n t o , directa, sencilla: ¿Qué necesitas? ¿Qué n e c e sitas para ser m á s p l e n a m e n t e ? ¿ C ó m o p u e d o ayudar a q u e tu vida s e a para ti u n a vida
a m a b l e , d i g n a de s e r vivida p o r ti, para ti?
E n el p a r a d i g m a d e la d o m i n a c i ó n existe u n éros q u e entrega satisfacción, pero u n i lateralmente, p o r tanto, u n e r o s s i n auténtica plenitud, u n éros d e la n e g a c i ó n . Superar
este p a r a d i g m a significa recrear u n e r o s afirmativo, q u e s e traduce e n actitudes y prácticas d e afirmación, a c o g i d a y p r o m o c i ó n del otro e n c u a n t o otro.
RORTY: ELEMENTOS PRAGMATISTAS PARA SUPERAR LA DOMINACIÓN
Richard Rorty representa u n resurgir v i g o r o s o del p r a g m a t i s m o n o r t e a m e r i c a n o . S u
obra, d o t a d a d e u n a gran originalidad, e s , s i n duda, protagonista relevante e n el debate
filosófico c o n t e m p o r á n e o , g i r a n d o , f u n d a m e n t a l m e n t e , e n t o r n o al objetivo d e «renovar» la filosofía, d e otorgarle u n s e n t i d o e m i n e n t e m e n t e práctico, alejado de las pretens i o n e s metafísicas y e p i s t e m o l ó g i c a s d e carácter fundacionalista.
El antirrepresentacionismo y el a n t i e s e n c i a l i s m o s o n rasgos que caracterizan el pragm a t i s m o rortyano y q u e s e traducen e n la invitación a dejar atrás el pathos de la epistem o l o g í a , d e n o m i n a d o r c o m ú n e n la tradición filosófica, q u e n o s instalaría e n la pretensión de que nosotros, seres condicionados, p o d e m o s desplegar nuestra existencia o nuestro
c o n o c i m i e n t o de acuerdo a algo incondicionado, llámese «esencia invariable de las cosas»,
«ley natural», «estructura ú l t i m a d e la racionalidad o del lenguaje», «naturaleza h u m a na», o d e c u a l q u i e r otro m o d o " . E s t a p r e t e n s i ó n estaría d e s t i n a d a a verificar p e r m a n e n t e m e n t e la imposibilidad d e s u satisfacción, porque n o p o d e m o s escapar d e la c o n tingencia d e t o d o d i s c u r s o h u m a n o , d e la c o n t e x t u a l i d a d e n q u e e s t a m o s s i t u a d o s o n o s
h e m o s f o r m a d o , ni d e la finitud d e nuestra propia razón. Por tanto, n o p o d e m o s contar
c o n justificaciones q u e s e eleven c o n i n d e p e n d e n c i a absoluta d e su contexto, q u e pued a n asegurarnos, e n el aquí y ahora, s u validez universal garantizada e n el futuro, su justeza representacional c o n respecto a cierta estructura fundamental e invariable d e la realidad. S i m p l e m e n t e n o t e n e m o s a c c e s o a tal estructura, c o m o indica H. P u t n a m , en u n a
frase que Rorty gusta citar, «la perspectiva del ojo d e Dios n o s está v e d a d a » .
20
De e s t o , Rorty saca c o n c l u s i o n e s prácticas o éticas q u e s e sintetizan e n su p r o p u e s t a
de s u s t i t u i r u n p e n s a m i e n t o q u e s e g u í a p o r la b ú s q u e d a d e criterios c a r t e s i a n o s d e
certeza, p o r o t r o q u e s e articula p o r el afán d e s o l i d a r i d a d . A s u j u i c i o , el d e s a f í o e s
r e c o n o c e r q u e n o existe n a d a m á s p r o f u n d o ni m á s e l e v a d o q u e e s e f o n d o referencial
c o n s t i t u i d o p o r la intersubjetividad a la q u e e s t a m o s l i g a d o s , q u e n o habría m á s verdad q u e aquella q u e s e g a n a e n u n e n c u e n t r o libre y abierto c o n otras p e r s o n a s , q u e
n o existiría a u t o r i d a d d i s t i n t a a la d e l c o n s e n s o l o g r a d o p o r m e d i o d e u n a c o m u n i c a c i ó n n o d i s t o r s i o n a d a , ni u n a r e s p o n s a b i l i d a d s u p e r i o r a la q u e t e n e m o s frente a o t r o
s e r e s h u m a n o s . R e c o n o c e r e s t o i m p l i c a r í a d i s p o n e r s e a trabajar p o r s o c i e d a d e s m á s
i n c l u s i v a s y d i s p u e s t a s a p r o p i c i a r e n s u interior el d i á l o g o y la d i s c u s i ó n s o b r e t o d o
lo q u e afecta la c o n v i v e n c i a , d i s p u e s t a s a e s c u c h a r d e s c r i p c i o n e s d e n u e v a s m a n e r a s
21
"
20
21
RORTY, R., La filosofía y el espejo de la naturaleza, Cátedra, Madrid, 1995.
PUTNAM, H., Reason, Truth and History, Cambridge University Press, 1981, p. 59.
RORTY, R., Contingency, Irony and Solidarity, Cambridge University Press, New York, 1989.
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), num. 233
pp. 345-354
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de ver y h a c e r las c o s a s , d i s p u e s t a s , e n r e s u m i d a s c u e n t a s , a erradicar l o q u e p r o d u c e
dolor y humillación.
Lo d i c h o , a u n q u e breve, n o s da u n cierto m a r c o para situar lo que será la propuesta
de Rorty. Y si b i e n e s cierto q u e la p r o b l e m á t i c a de g é n e r o n o e s central e n s u pensam i e n t o , e n u n texto titulado Feminismo
y pragmatismo
proyecta a este c a m p o ideas y
s u g e r e n c i a s que p u e d e n considerarse útiles para superar el e s q u e m a de d o m i n a c i ó n e n
que las mujeres h a n t e n i d o que vivir durante siglos. S u p l a n t e a m i e n t o p u e d e sintetizarse e n l o s siguientes puntos:
22
1. Rorty cree e n la n e c e s i d a d de introducir c a m b i o s e n el lenguaje. La experiencia
histórica indicaría que las injusticias, m u c h a s veces n o percibidas c o m o tales, ni siquiera p o r q u i e n e s las p a d e c e n , s e d e v e l a n c u a n d o a l g u i e n inventa u n papel q u e hasta el
m o m e n t o n a d i e había d e s e m p e ñ a d o y l o presenta y defiende verbalmente: « S o l a m e n t e
si alguien tiene u n s u e ñ o , y u n a voz para describirlo, l o que parecía naturaleza e m p e z a rá a mostrarse c o m o cultura, y lo que parecía destino, c o m o una aberración moral. Pues
hasta e s e m o m e n t o el ú n i c o lenguaje disponible será el del opresor, y casi t o d o s los opresores h a n t e n i d o s i e m p r e la astucia de enseñarles a l o s o p r i m i d o s u n lenguaje e n el q u e
el d i s c u r s o de éstos s u e n e i n s e n s a t o — i n c l u s o para ellos m i s m o s — si c o n él se describen
en cuanto oprimidos» .
23
Rorty sintoniza c o n la idea de Catherine MacKinnon, quien postula la ampliación del
e s p a c i o lógico c o m o c o n d i c i ó n de los esfuerzos por concebir la justicia . Modificar el lenguaje tiene sentido e n la m e d i d a de que a través d e tales modificaciones s e p u e d e n facilitar reacciones e m o c i o n a l e s nuevas y s e puede hacer sentir repulsión y rabia, d o n d e antes
la gente s ó l o sentía indiferencia o resignación. «Entiendo por lenguaje n u e v o — s o s t i e n e
Rorty— n o sólo palabras nuevas, s i n o t a m b i é n la desviación creativa e n el u s o de las ya
existentes: utilizar palabras familiares de u n m o d o que al principio s u e n e insensato. Algo
que se considerara tradicionalmente una aberración moral se podría convertir e n objeto
de satisfacción general, o a la inversa, c o m o resultado de la creciente popularidad de u n a
descripción alternativa d e l o que sucede. Tal popularidad s e extiende al espacio lógico al
hacer que parezca sensata la descripción de situaciones que antes era tenida por insensata. Por ejemplo, h u b o u n t i e m p o e n el que habría resultado insensato describir la s o d o mía h o m o s e x u a l c o m o u n a expresión c o n m o v e d o r a de devoción hacia otro, o describir a
una mujer t o m a n d o e n s u s m a n o s los ingredientes de la Eucaristía c o m o i m a g e n de la
relación entre la Virgen y su Hijo. Pero tales descripciones c o m i e n z a n hoy a adquirir popularidad» .
24
25
2. Fiel a s u antirrepresentacionismo, Rorty sostendrá q u e este c a m b i o e n las desc r i p c i o n e s n o pasa p o r reflejar los rasgos intrínsecos (esencia) de los seres h u m a n o s o el
orden moral verdadero: « N o d e b e m o s hablar m á s d e la n e c e s i d a d de avanzar d e s d e una
p e r c e p c i ó n distorsionada de la realidad moral hacia otra n o distorsionada, y d e b e m o s
hablar en s u lugar de la n e c e s i d a d de modificar nuestras prácticas para que p u e d a n tener
e n c u e n t a d e s c r i p c i o n e s nuevas d e lo que ha v e n i d o s u c e d i e n d o . Ahí e s d o n d e la filosofía pragmatista podría serle de utilidad a la política feminista. Pues el p r a g m a t i s m o redescribe el progreso, tanto intelectual c o m o moral, a base de sustituir las metáforas d e una
p e r c e p c i ó n progresivamente m e n o s distorsionada por metáforas del desarrollo evoluti-
2 2
23
24
RORTY, R . , Verdad y progreso,
Paidós, Barcelona, 2000, pp. 243-275.
Ibid., p. 245.
MACKINNON, C , «On Exceptionality», en: Feminism
Unmodified:
Discourses
on Life and Law, Har-
vard University Press, 1987.
25
Ibid., p. 246.
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pp. 345-354
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vo. Con n u e s t r o a b a n d o n o de la e x p l i c a c i ó n r e p r e s e n t a c i o n i s t a del c o n o c i m i e n t o , los
pragmatistas a b a n d o n a m o s t a m b i é n la distinción apariencia-realidad a favor de una dist i n c i ó n entre c r e e n c i a s que sirven a u n o s p r o p ó s i t o s y c r e e n c i a s que sirven a otros: por
e j e m p l o , los p r o p ó s i t o s de u n g r u p o y los de otro g r u p o d i s t i n t o » .
U n a de las c o n s e c u e n c i a s de este p l a n t e a m i e n t o es que, e n t o n c e s , los conflictos qued a n e x p u e s t o s a agudizarse, ya que es m u y probable que n o p u e d a establecerse u n a disc u s i ó n sobre la b a s e c o m p a r t i d a de «premisas plausibles y n e u t r a l e s » . E n tal situación,
es lógico preguntarse ¿qué c a b e hacer?, ¿desde d ó n d e se p u e d e hablar?, ¿qué p u e d e guiar
las r e d e s c r i p c i o n e s ? Rorty p r o p o n e q u e el a b a n d o n o de las c o m p a r a c i o n e s entre apariencia superficial y realidad profunda, c u y a realización s u p o n d r í a u n p u n t o neutro y
ahistórico inaccesible a los seres h u m a n o s , p u e d e dejar p a s o a c o m p a r a c i o n e s entre u n
presente d o l o r o s o y u n futuro p o s i b l e m e n t e m e n o s d o l o r o s o que p e r c i b i m o s o proyect a m o s , a u n q u e sea todavía v a g a m e n t e .
26
2?
E n esta perspectiva, el p r a g m a t i s m o rortyano postulará la i m p o r t a n c i a de t o d o s los
m e d i o s c a p a c e s de describir las c o n s e c u e n c i a s que tienen ciertas leyes, instituciones, cost u m b r e s o c r e e n c i a s sobre la vida de a l g u n a s p e r s o n a s , p o r e j e m p l o , sobre las mujeres,
y que i m p l i c a n c o n d i c i o n e s para q u e e x p e r i m e n t e n dolor y h u m i l l a c i ó n . La literatura, el
cine, los reportajes periodísticos, tienen, para Rorty, la capacidad de patentizar c o n eficacia lo que e n u n a s o c i e d a d m e r e c e ser s u p e r a d o , transformado o, s i m p l e m e n t e , errad i c a d o . A d e m á s , el ejercicio de la i m a g i n a c i ó n para visualizar s i t u a c i o n e s distintas a
las existentes se ofrecerá c o m o importante fuente de a r g u m e n t o s esgrimibles en la crítica del o r d e n y de las prácticas vigentes: « N o a c u s e s — p r o p o n e Rorty— a la práctica
social actual o al lenguaje a c t u a l m e n t e e n circulación de n o ser fieles a la realidad, de
captar m a l las c o s a s . N o l o s critiques c o m o fruto de la ideología o del prejuicio, d o n d e
é s t o s se c o n t r a p o n e n t á c i t a m e n t e a tu p r o p i o e m p l e o de u n a facultad rastreadora de verd a d e s l l a m a d a r a z ó n , o de u n m é t o d o neutral l l a m a d o o b s e r v a c i ó n d e s i n t e r e s a d a . Ni
siquiera los critiques c o m o injustos, si se s u p o n e que injusto significa algo m á s que "incoherente i n c l u s o c o n s u s p r o p i o s términos". E n v e z de apelar d e s d e las actuales apariencias transitorias a la realidad p e r m a n e n t e , apela a una práctica futura percibida a ú n s ó l o
de u n a m a n e r a m u y tenue. A b a n d o n a las a p e l a c i o n e s a criterios neutrales así c o m o la
afirmación de que algo grande, c o m o la naturaleza, o la razón, o la historia, o la ley moral,
está del lado de los o p r i m i d o s . E n lugar de ello, limítate a hacer c o m p a r a c i o n e s peyorativas entre el presente real y u n futuro p o s i b l e » .
2S
29
3 . El a n t i e s e n c i a l i s m o rortyano s e traduce e n la invitación a n o vincular la l u c h a
de los f e m i n i s m o s , ni la crítica al orden social vigente, c o n la d e t e r m i n a c i ó n del y o auténtico de la mujer o c o n lo que sería s u i d e n t i d a d e s e n c i a l . A j u i c i o del n e o p r a g m a t i s m o ,
las f e m i n i s t a s n o d e b i e r a n c o n c e b i r s u labor c o m o la e l a b o r a c i ó n de d e s c r i p c i o n e s m á s
exactas de lo que las mujeres r e a l m e n t e s o n , s i n o c o m o u n a tarea imaginativa de creac i ó n del s e n t i d o que p u e d e tener el ser mujer. La c o n t r i b u c i ó n de u n f e m i n i s m o pragm a t i s t a n o estaría en erradicar l o s c o n s t r u c t o s s o c i a l e s para e n c o n t r a r algo q u e n o sea
u n c o n s t r u c t o social, s i n o e n «ayudar a las mujeres a salir de las t r a m p a s que los h o m bres les h a n fabricado, a o b t e n e r el p o d e r del que a c t u a l m e n t e c a r e c e n y a crearse u n a
identidad moral c o m o mujeres» .
30
Ibíd.,
Ibíd.,
Ibíd.,
Ibíd.,
Ibíd.,
p. 248.
p. 249.
pp. 264-265.
pp. 262-263.
p. 254.
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233
pp. 345-354
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MASCULINA
S e trata, para Rorty, de renunciar a los e m p e ñ o s por llegar, g e n e a l ó g i c a o d e c o n s tructivamente, al y o n e g a d o e n la historia d e la d o m i n a c i ó n , y abrirse, m á s bien, a u n
ejercicio proyectivo c a p a z de operar creativamente e n la configuración d e m o d o s posibles d e ser q u e permitan a las mujeres vivir libres d e la d o m i n a c i ó n masculina: « N o s o tros — l o s p r a g m a t i s t a s — n o p o d e m o s manejar la n o c i ó n de u n a realidad profunda q u e
s u b y a c e ignorada en las apariencias superficiales. De m o d o que no t e n e m o s m á s remedio q u e t o m a r n o s en serio la idea, que autores c o m o Charles Taylor han vuelto familiar,
de que la interpretación abarca a todo: q u e lo que u n ser h u m a n o es, a efectos morales,
resulta e n b u e n a m e d i d a u n a c u e s t i ó n de c ó m o se describa él o ella» ".
A MODO DE CONCLUSIÓN: LA ATENCIÓN COMO VIRTUD SOCIAL
Es posible postular q u e las filosofías que aquí h e m o s e s b o z a d o e n la temática específica de la d o m i n a c i ó n m a s c u l i n a —tanto la filosofía de la liberación de Enrique Dussel, c o m o el n e o p r a g m a t i s m o de Richard Rorty— configuran su especificidad en el c o n texto del p e n s a m i e n t o filosófico c o n t e m p o r á n e o e n el h e c h o d e q u e e n ellas se da el
ejercicio d e u n a virtud especial: la virtud ética de la atención. En a m b o s autores —entre
los q u e existen diferencias que aquí n o a n a l i z a m o s — la a t e n c i ó n se dirige a los q u e form a n la «exterioridad» al sistema, a los excluidos, a los que sufren y s o n desatendidos. La
a t e n c i ó n n o sería afán c o n t e m p l a t i v o , s i n o afán práctico de inclusión. En a m b a s filosofías, i n c l u s i ó n e s la palabra guía, es la actitud ética, es el proyecto político.
Una de las m á s p r o f u n d a s p e n s a d o r a s religiosas del siglo xx, S i m o n e Weil, s o s t e nía q u e «todas las v e c e s q u e s e presta v e r d a d e r a m e n t e a t e n c i ó n se destruye el mal e n
sí m i s m o . La a t e n c i ó n e s u n a forma de la justicia porque c o n s i s t e e n vigilar para q u e
n o se haga d a ñ o a los s e r e s h u m a n o s » . Weil p e n s a b a q u e la a t e n c i ó n e s lo q u e c o n s tituye la facultad creadora del h o m b r e , llegó a afirmar q u e la m a g n i t u d del g e n i o crea d o r e n u n a é p o c a e s r i g u r o s a m e n t e p r o p o r c i o n a l a la m a g n i t u d de a t e n c i ó n e x t r e m a
en d i c h a é p o c a .
Vivida c o m o actitud, c o m o d i s p o s i c i ó n del espíritu, pero t a m b i é n c o m o virtud social
y política, la a t e n c i ó n p u e d e contribuir a generar u n ethos de la d i s p o s i c i ó n al otro c o m o
legítimo otro, u n tipo d e sociedad dispuesta a hacerse p e r m a n e n t e m e n t e preguntas c o m o
las siguientes: ¿existe u n a v o z que n o e s t e m o s escuchando? ¿Existe entre nosotros alguien
que p u e d a reclamarnos d e s a t e n c i ó n frente a su p a d e c i m i e n t o o humillación? Preguntas
que p u e d e n p o n e r n o s e n el c a m i n o de superar la d o m i n a c i ó n m a s c u l i n a todavía existente, pero t a m b i é n todas e s a s otras formas d e opresión y m e n o s c a b o q u e privan a nuestras s o c i e d a d e s de alcanzar u n a m a y o r altura h u m a n a .
32
Alameda 1869
Santiago-Chile
[email protected]
MAXIMILIANO FlGUEROA M U Ñ O Z
[Artículo aprobado para publicación en octubre de 2004]
Ibid., p. 266.
WEIL, S„ Atiente de Dieu, La Colombe, París, 1950, p. 189.
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), num. 233
pp. 345-354
BIBLIOGRAFÍA
RESEÑAS
BEORLEGUI, CARLOS, Historia
del
pensa-
miento latinoamericano.
Una búsqueda incesante de identidad (Universidad
de D e u s t o , Bilbao, 2004), 895 p p .
Habría que e m p e z a r por decir, que e s
inútil hacer u n a recensión comprensiva de
esta obra. Y m e explico. H i s p a n o a m é r i c a o
Latinoamérica, desde la perspectiva del cultivo del p e n s a m i e n t o y del p e n s a m i e n t o
puro, o filosófico, e s u n mare m á g n u m de
siglos, tierras e inquietudes que todavía hoy
b u s c a n la s e d i m e n t a c i ó n desde la perspectiva d e h o r i z o n t e s s i e m p r e p o r delimitar.
Las c o n v u l s i o n e s de la América Latina
d e s d e las sacudidas europeas y d e s d e hace
200 a ñ o s , c o n el a c o m p a ñ a m i e n t o d u r o e
i n m i s e r i c o r d e d e l o s E E U U , no d e j a n
m u c h a perspectiva para el a s e n t a m i e n t o
de l o q u e todavía h o y e s la b ú s q u e d a , no
ya d e u n p e n s a m i e n t o p r o p i o , p e r o ni
siquiera la tranquilidad para descubrir las
raíces posibles y la metodología e n la aprem i a n t e b ú s q u e d a de u n a realidad q u e l e s
de a e s t o s p u e b l o s eso, la identidad d e q u e
e n esta obra n o s habla Carlos Beorlegui.
E s u n a obra s o l e m n e , escrita c o n atención, u n a a t e n c i ó n al e s q u e m a general, a
la cronología desde los t i e m p o s p r e c o l o m binos, al reflejo d e las c o n v u l s i o n e s políticas que h a n atravesado el continente, y a
cada u n o de los países. Observando c o n
p e r s p i c a c i a las corrientes diversas d e s d e
los siglos xvi y xvn hasta nuestros días d e
hoy, busca Beorlegui, c o n a g u d e z a y m é t o do, la línea c o n d u c t o r a del p e n s a m i e n t o
(que venga d e donde viniere), intenta rehacerse a lo largo de las cordilleras y l o s pueblos d e s d e México a la Patagonia. Nada, ni
época alguna queda sin examinar. Hila c o n
© PENSAMIENTO, ISSN 0031-4749
cuidado los distintos m o m e n t o s históricos,
religiosa, cultural y políticamente y e n cada
País, s u s enlaces c o n el viejo p e n s a m i e n t o
europeo. Aparecen reseñadas, desde sus
m o m e n t o s m á s vitales las p r i m e r a s univ e r s i d a d e s d e Argentina, Perú, Chile,
Colombia, Caracas, México, Guatemala, o
Santo D o m i n g o . Y ello a través de los siglos
y la f o r m a c i ó n m o d e r n a d e la i n d e p e n dencia de las nuevas n a c i o n e s .
¿Nombres?, n o vamos a reseñarlos,
sería inútil, porque ahí es d o n d e pacient e m e n t e B e o r l e g u i , va e s q u e m a t i z a n d o
e s c u e l a s y p e r s o n a j e s , d e s d e el S i g l o d e
Oro, hasta n u e s t r o s días recientes. Estam o s ante u n a auténtica obra magna, necesaria d e s d e y a para las bibliotecas de las
universidades, m e s a de profesor y consulta d e c u a l q u i e r a l u m n o o e s t u d i o s o q u e
quiera situarse ante el p a n o r a m a casi inabarcable q u e la Filosofía, al u s o , h a rebrot a d o a l o largo d e m á s d e 5 0 0 a ñ o s p o r
estas tierras l a t i n o a m e r i c a n a s .
De los once capítulos que c o m p o n e n
esta obra enciclopédica, si el lector se resitúa d e s d e el capítulo VI: «El p e n s a m i e n t o
filosófico en l o s inicios del siglo xx», c o m probará la riqueza y la c o n c r e c i ó n e n la
o r i e n t a c i ó n q u e Carlos Beorlegui ha sabid o i m p r i m i r a s u obra. H a s a b i d o h a c e r
girar la d i n á m i c a d e la obra hacia s u s oríg e n e s e n los albores del siglo xv, hasta lo
que él califica s i g u i e n d o a los p e n s a d o r e s
a c t u a l e s , c o m o Filosofía de la
liberación.
Porque sí e s verdad q u e estas tierras y s u s
hombres y mujeres luchan denodadamente
por la liberación q u e el cultivo del pensam i e n t o aporta a q u i e n e s tienen la oportun i d a d d e pararse a c o n t e m p l a r c ó m o se
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233, RESEÑAS
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RESEÑAS
p u e d e n afrontar c o n inteligencia, los acuciantes p r o b l e m a s que les plantea el tener
que hacerse la vida de t o d o s los días.
D e s p u é s de esta i n m e n s a obra d e Carlos Beorlegui tendrá que seguir la paciente investigación de las Universidades y Centros de la Cultura de la América Latina para
que el p e n s a m i e n t o se haga a u t ó c t o n o de
la única manera que es posible, en las mentes d e t o d o s los estudiosos, e n las jóvenes
edades de asimilar y transformar las ideas
en m o d o s de vida eficaz y comunicativa.—
MANUEL MAZÓN, Universidad
na, San
Centramerica-
Salvador.
BEORLEGUI, C. - D E LA CRUZ, C. - ARETXAGA, R .
(editores), El pensamiento
de J. D. García Bacca, una filosofía para
nuestro
tiempo. Actas del Congreso
Internacional
de Filosofía. Centenario del
nacimiento
de Juan David García Bacca (Bilbao, Universidad de Deusto, 2 0 0 3 ) . 3 1 6 pp.
El a ñ o 2 0 0 1 se c u m p l i ó el c e n t e n a r i o
del n a c i m i e n t o del filósofo navarro Juan
D a v i d García B a c c a ( P a m p l o n a 1 9 0 1 Quito 1 9 9 2 ) . La i m p o r t a n c i a d e su pensamiento, que d e b e m o s situar entre los
m a y o r e s e n lengua española, el principal
del exilio r e p u b l i c a n o e s p a ñ o l de 1 9 3 9 y
u n o d e l o s m á s i n t e r e s a n t e s e n el p l a n o
i n t e r n a c i o n a l , c o n t r a s t a c o n el e s c a s o
c o n o c i m i e n t o q u e d e él se tiene en España, donde, a excepción de u n o s p o c o s especialistas y e s t u d i o s o s , García B a c c a e s u n
d e s c o n o c i d o e n l o s diversos á m b i t o s culturales peninsulares. Por esta razón, y c o n
m o t i v o de la citada efemèride, los editores
de la obra q u e ahora n o s o c u p a decidieron h o m e n a j e a r a tan ilustre filósofo organizando el Congreso Internacional de Filosofía: Centenario
del nacimiento
de Juan
David García Bacca, c o n el p r o p ó s i t o d e
reunir a los principales especialistas y estud i o s o s del filósofo h i s p a n o - v e n e z o l a n o y
dar así a c o n o c e r a u n público m á s amplio
su figura, p e n s a m i e n t o y obra.
«El p e n s a m i e n t o de García Bacca, u n a
filosofía para n u e s t r o tiempo» e s el fruto
© PENSAMIENTO, ISSN 0031-4749
del esfuerzo de algunos intelectuales españoles c o m p r o m e t i d o s c o n la recuperación
del p e n s a d o r h i s p a n o - v e n e z o l a n o para el
a c e r v o cultural p e n i n s u l a r , particularm e n t e para el filosófico. La obra r e c o g e
las i n t e r v e n c i o n e s q u e t u v i e r o n l u g a r
durante el citado Congreso Internacional,
i m p u l s a d o por el Dpto. de Filosofía de la
Universidad de Deusto y celebrado e n Bilb a o del 1 5 al 1 9 de octubre d e 2 0 0 1 .
El orden en que la publicación recoge
las intervenciones n o se corresponde c o n el
de las sesiones del Congreso. Los editores
así l o h a n preferido al c o n s i d e r a r q u e la
estructuración de los contenidos alrededor
de núcleos temáticos facilitaría el manejo
y consulta de la información contenida, ya
q u e el v o l u m e n quiere ser u n h o m e n a j e
d i n á m i c o , vivo, a García B a c c a sirviendo
de introducción a su figura, p e n s a m i e n t o y
obra. La combinación de la categoría de los
ponentes, la calidad e importancia de s u s
c o n t r i b u c i o n e s y el a c e r t a d o criterio de
ordenación de los editores tiene c o m o resultado u n a obra de referencia obligada dentro de los estudios sobre García Bacca y una
contribución valiosísima a los estudios filosóficos hispánicos.
El v o l u m e n se estructura e n seis partes, e n las q u e se a b o r d a n a s p e c t o s c o n c e r n i e n t e s t a n t o al ser h u m a n o c o m o al
p e n s a d o r García B a c c a . E n la p r i m e r a ,
«Introducción», los editores presentan las
r a z o n e s q u e l e s llevaron a o r g a n i z a r el
evento, así c o m o a l g u n a s d e las circunst a n c i a s de s u desarrollo, u n r e s u m e n de
las intervenciones que aparecen en el volumen, los criterios para su ordenación y u n a
a p r o x i m a c i ó n biográfica e intelectual preliminar a García Bacca, así c o m o las razones q u e h a c e n de s u p e n s a m i e n t o u n activo para la filosofía de nuestro t i e m p o .
E n la parte II, « C o n t e x t o s y c i r c u n s tancias vitales del p e n s a m i e n t o de García
Bacca», Carlos Beorlegui (Universidad de
Deusto, Bilbao) presenta la figura d e García B a c c a e n el a m p l i o c o n t e x t o del exilio
republicano de 1 9 3 9 , a fin de situar histór i c a m e n t e el p e n s a m i e n t o del f i l ó s o f o
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233, RESEÑAS
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navarro y mostrar lo que tal circunstancia
s u p u s o en su e l a b o r a c i ó n y d e s a r r o l l o .
C o m p l e t a e s t e a p a r t a d o la « S e m b l a n z a
h u m a n a de J. D. García Bacca» realizada
por F r a n c i s c o García Palacios, quien, e n
su c o n d i c i ó n de hijo, n o s ofrece u n a aprox i m a c i ó n p r i v i l e g i a d a y e n t r a ñ a b l e a la
faceta h u m a n a de García B a c c a reveland o d e t a l l e s p e r s o n a l e s d e s u vida, sorprendentes por inéditos y desconocidos
fuera del e n t o r n o familiar.
La parte III del v o l u m e n está dedicada
a e x p o n e r las «Claves f u n d a m e n t a l e s del
p e n s a m i e n t o de García Bacca». Contiene
la i n t e r v e n c i ó n de Carlos Beorlegui, «La
voluntad de utopía. La entraña filosófica de
J. D. García Bacca», que profundiza en los
aspectos perennes del p e n s a m i e n t o garciabacquiano, los cuales constituyen la clave
para comprender la continuidad del m i s m o
a través de los diversos giros intelectuales
que e x p e r i m e n t ó a lo largo de s u vida, lo
que permite hablar de u n proyecto filosófico propio, definidor y diferenciador, condensable en la c o n c e p c i ó n del ser h u m a n o
c o m o «transfinitud transfinitante», y que
Beorlegui r e s u m e m u y acertadamente e n
lo q u e d e n o m i n a «voluntad de utopía»
c o m o raíz o entraña del filosofar garciabacquiano.
El apartado TV, «Entornos del pensam i e n t o de García Bacca», incluye cuatro
intervenciones unidas por el c o m ú n d e n o m i n a d o r de abordar e n t o d a s ellas diversos entornos biográficos e intelectuales
presentes en el p e n s a m i e n t o del h o m e n a jeado. Carmen B o h ó r q u e z (Universidad de
Zulia, Maracaibo, V e n e z u e l a ) presenta la
i m p o r t a n t e labor de García B a c c a c o m o
recuperador de la m e m o r i a filosófica venezolana, a la vez que los retos para ubicar
la filosofía v e n e z o l a n a e n la historia del
p e n s a m i e n t o l a t i n o a m e r i c a n o y al propio
García B a c c a dentro de ella; Judith Kristoffy (Universidad Central de V e n e z u e l a ,
Caracas) e x p o n e a s p e c t o s relativos a García B a c c a c o m o filósofo de la ciencia, c e n t r a n d o s u trabajo e n el c o n c e p t o garciab a c q u i a n o de ciencia y s u s i m p l i c a c i o n e s ;
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357
Alberto S a l a d i n o ( U n i v e r s i d a d N a c i o n a l
A u t ó n o m a de México) e x p o n e la influencia del e n t o r n o m e x i c a n o e n el p e n s a m i e n t o y la obra de García B a c c a y la c o n tribución del filósofo navarro al progreso
intelectual de la n a c i ó n m e x i c a n a ; finalm e n t e , Roberto Aretxaga (Universidad de
D e u s t o , Bilbao) en u n trabajo escrupulos a m e n t e d o c u m e n t a d o , presenta n u m e r o sos aspectos biográficos e intelectuales que
relacionan a García B a c c a c o n el e n t o r n o
v a s c o p a s a d o y actual, a la v e z que h a c e
públicos d o c u m e n t o s franquistas sobre las
actividades del filósofo en París durante
su exilio francés.
E n el a p a r t a d o V s e r e c o g e n «Otras
perspectivas
del p e n s a m i e n t o de García
B a c c a » . Así, A n t o n i o J i m é n e z (Universid a d C o m p l u t e n s e de Madrid) a n a l i z a la
i m p o r t a n t e labor de García B a c c a c o m o
traductor de obras filosóficas, contextualizándola e n el p a n o r a m a m á s a m p l i o de
las traducciones de obras filosóficas al castellano y su influencia en el desarrollo de
la filosofía e s p a ñ o l a . Miguel Ángel Palac i o s Garoz (Universidad de Burgos) aborda la filosofía de la música de García Bacca
d e s d e su relación personal c o n el pensad o r navarro. Castor B a r t o l o m é (Universid a d de U N I S I N O S , Brasil) d e s a r r o l l a el
a s p e c t o é t i c o - a n t r o p o l ó g i c o del p e n s a m i e n t o g a r c i a b a c q u i a n o a través de d o s
c o n c e p t o s clave del m i s m o , la finitud y
transfinitud h u m a n a s . Cristina de la Cruz
( U n i v e r s i d a d d e D e u s t o ) a n a l i z a la pres e n c i a de A n t o n i o M a c h a d o en la obra y
el p e n s a m i e n t o de García Bacca. El apart a d o i n c l u y e el trabajo s e l e c c i o n a d o de
A l o n s o J o s é M o n t i l l a Rivas, d o c t o r a n d o
v e n e z o l a n o que prepara su tesis sobre García B a c c a en la Universidad de S a l a m a n ca, t i t u l a d o «El h o m b r e c o m o c r e a d o r
s e g ú n García Bacca», en el que realiza una
a p r o x i m a c i ó n al p e n s a m i e n t o del filósofo
h i s p a n o - v e n e z o l a n o sobre la técnica y s u s
implicaciones ontológico-metafísicas y
antropológicas.
Completa el v o l u m e n la «Bibliografía
de y sobre García Bacca» elaborada por CarPENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233, RESEÑAS
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RESEÑAS
los Beorlegui y Roberto Aretxaga, que constituye la m á s c o m p l e t a y fiable de las publicadas hasta el presente, convirtiéndose en
u n a herramienta esencial de imprescindible c o n s u l t a para los e s t u d i o s o s del pens a m i e n t o y la obra de García Bacca.
La calidad y relevancia de l o s contenid o s d e esta obra h a c e n d e ella u n a contrib u c i ó n d e valor i n e s t i m a b l e para l o s estud i o s filosóficos h i s p á n i c o s y la tarea d e
recuperación de aquella generación del exilio d e l 3 9 c o m p a r t i d a c o n las n a c i o n e s
a m e r i c a n a s q u e les dieron s u cálida a c o gida y q u e d e s e a m o s convertir e n e l e m e n to de r e c o n c i l i a c i ó n q u e fecunde y revitalice el p a n o r a m a f i l o s ó f i c o e i n t e l e c t u a l
e s p a ñ o l actual y le otorgue p r o y e c c i ó n de
f u t u r o . — J O S É ÁNGEL ASCUNCE.
LÓPEZ QUINTAS, ALFONSO, El secreto
de
una
vida lograda. Curso de Pedagogía
del
Amor y la Familia ( E d i c i o n e s Palabra,
Colección Albatros, Madrid, 2003).
342 pp., 13,5 x 21 c m .
Este libro, c o m o n o s d i c e el autor e n
la I n t r o d u c c i ó n , va dirigido, sobre t o d o , a
j ó v e n e s y, d e r i v a d a m e n t e , a los q u e ejerc e n f u n c i ó n d e guías. Entre é s t o s , obviamente, ocupan un puesto destacado los
padres d e familia. El Prof. López Quintas
es bien c o n o c i d o por s u s n u m e r o s a s publicaciones e n el c a m p o filosófico, sobre todo
de la Estética y d e la Ética. E n la presente obra n o pueden m e n o s de resonar temas
o ideas clave de su p e n s a m i e n t o que
cobran nueva vida en el estudio que se lleva
a c a b o e n la presente investigación. N o s e
trata de s i m p l e s repeticiones, s i n o de u n a
p r o f u n d i z a c i ó n creciente y enriquecedora
d e s d e las diversas perspectivas o vertientes d e la p e r s o n a h u m a n a , a m a n e r a d e
círculos concéntricos; es u n m é t o d o , c o m o
dice el m i s m o autor (13), «en espiral». Los
principios f u n d a m e n t a l e s s e h a c e n u n a y
otra v e z p r e s e n t e s a niveles distintos. Lo
q u e s e pretende c o n este m é t o d o e s enseñar a renunciar a u n valor inferior c o n el
fin de lograr otro superior. La teoría va de
© PENSAMIENTO, ISSN 0031-4749
esta m a n e r a c a l a n d o s u a v e m e n t e , p a s o a
p a s o , e n u n progresivo e i l u m i n a d o r despliegue q u e conquista la atención y el interés del lector. La dignidad de la p e r s o n a
h u m a n a c o m o tal y el d e s a r r o l l o , d e s d e
m u c h o s p u n t o s de vista maravilloso, de su
personalidad, m e d i a n t e los á m b i t o s relac i ó n a l e s q u e le s o n propios, están e n t o d o
m o m e n t o presentes i l u m i n a n d o el proces o entero, c o m o m e t a irrenunciable d e la
felicidad q u e e s p r e c i s o alcanzar. N u n c a
se podrá tratar a la persona, s e a propia o
ajena, c o m o simple objeto d e disfrute o de
g o c e . P o r e s o d e d i c a el autor u n a a m p l i a
e x p o s i c i ó n a la humillante práctica d e la
m a n i p u l a c i ó n (y al a n t í d o t o c o n t r a la
m i s m a ) m e d i a n t e la u t i l i z a c i ó n de palabras «talismán», c o m o libertad, d e m o c r a cia, i n d e p e n d e n c i a . . . H o y m á s q u e n u n c a
s o m o s v í c t i m a s de esta m a n i p u l a c i ó n en
los m e d i o s políticos y d e c o m u n i c a c i ó n .
De capital i m p o r t a n c i a cree el a u t o r
para el desarrollo de la personalidad la dist i n c i ó n d e d o s n i v e l e s : el inferior d e l o s
m e r o s objetos o d e la s i m p l e libertad de
maniobra (nivel 1) y el superior del encuentro o de la libertad creativa m e d i a n t e ámbitos relaciónales (nivel 2). E s preciso saber
dar el s a l t o d e s d e l o s v a l o r e s i n f e r i o r e s
(nivel 1) a l o s valores s u p e r i o r e s d e alta
c a l i d a d (nivel 2 ) , s a b e r a s c e n d e r d e l o s
o b j e t o s a l o s á m b i t o s , c a m b i a r el ideal
egoista del d o m i n i o p o r el ideal g e n e r o s o
de la unidad. C o m o aprendizaje m e t o d o l ó g i c o p r o p o n e el autor, c o n la frecuencia
q u e requiere el m o m e n t o apropiado de la
e x p o s i c i ó n , u n a serie de ejercicios práctic o s q u e clarifican la teoría, a p r o v e c h a n d o
tanto l o s c a s o s q u e n o s o f r e c e la m i s m a
vida ordinaria c o m o los entresacados (por
cierto, c o n u n a gran e r u d i c i ó n literaria,
m u s i c a l , artística y, naturalmente, filosófica) d e estas fuentes culturales E s notable su exquisita sensibilidad hacia los valores estéticos y su capacidad de observación
de la naturaleza en orden a descubrir las
interrelaciones, á m b i t o s o campos de juego
e n l o s q u e el s e r vivo s e m u e v e . D e e s t a
m a n e r a s e va e x p l i c i t a n d o el r i q u i s i m o
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233, RESEÑAS
RESEÑAS
trasfondo d e m u c h o s c o m p o r t a m i e n t o s y
vinculaciones ambitales o
experiencias
reversibles de encuentro
que se e s c o n d e n
e n l o s niveles 1 y 2 e n l o s q u e n o s m o v e m o s o p o d e m o s movernos. Los ámbitos,
en efecto, se entretejen y d a n lugar a ámbitos de m a y o r envergadura, a los que la pers o n a s e abre c o n i n m e n s a s p o s i b i l i d a d e s
de e n r i q u e c i m i e n t o . Por e s o cobra capital
i m p o r t a n c i a el desarrollo del t e m a «éxtasis-vértigo» q u e s e e s t u d i a e n la tercera
parte. A p r e n d e r — n o s d i c e — t e m p r a n a m e n t e a distinguir experiencias d e vértigo
y de éxtasis evita fracasos a m e n u d o irreversibles ( 1 9 2 ) . U n p u e s t o m u y d e s t a c a d o
y de alto interés adquiere el a m p l i o estudio que s e desarrolla así m i s m o e n esta terc e r a parte d e la o b r a d e d i c a d o al a m o r
h u m a n o y a la f a m i l i a ; e s t u d i o q u e s e
apoya t a m b i é n en los principios fundam e n t a l e s que s o s t i e n e n el edificio entero
de la investigación. Para prestar u n a mayor
viveza y claridad a la e x p o s i c i ó n d e s u pens a m i e n t o , establece el autor e n m u c h a s d e
sus p á g i n a s u n estilo d e d i á l o g o c o n el lector para c o n q u i s t a r s u a t e n c i ó n y hacerle
partícipe d e u n a interrelación personal.
Bien p o d e m o s decir que esta obra enseña a pensar c o n p a u s a y serenidad, a reflex i o n a r s o b r e el i n c a l c u l a b l e t e s o r o q u e
e n c i e r r a la p e r s o n a h u m a n a e n o r d e n a
lograr s u p l e n i t u d y, p o r c o n s i g u i e n t e , la
auténtica felicidad; e n s e ñ a a profundizar
e n la a l t í s i m a finalidad d e la vida matrim o n i a l y e n la g r a n d i o s a e m p r e s a a la q u e
está llamada.—CARLOS BACERO, S.J.
ZAPATA Y SANDOVAL, JUAN. De iustitia
distri-
butiva
et acceptione
personarum
ei
opposita disceptatio,
C o l e c c i ó n «Corp u s H i s p a n o r u m d e Pace» y e d i c i ó n
preparada p o r C. Baciero, A. M. Barrero, J . M. García Añoveros y J. M. S o t o ,
en Consejo Superior de Investigacion e s Científica, Madrid, 2 0 0 4 .
D a m o s la b i e n v e n i d a a esta obra d e la
C o l e c c i ó n «Corpus H i s p a n o r u m d e Pace»
q u e n a c e al abrigo del C o n s e j o S u p e r i o r
© PENSAMIENTO, ISSN 0031-4749
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de I n v e s t i g a c i o n e s Científicas. E n ella c o labora u n g r u p o d e historiadores científic o s d e alto prestigio q u e h a n l o g r a d o u n a
e d i c i ó n c u i d a d a , clara y n í t i d a c o m o l o
a t e s t i g u a n tanto l o s a p é n d i c e s , í n d i c e s y
notas a pie de página c o m o los estudios
q u e p r e c e d e n a la m i s m a . Con este volum e n l o s a u t o r e s c o m p l e t a n u n a línea d e
investigación sobre autores hispanos y
n o v o h i s p a n o s , abierta e n v o l ú m e n e s anter i o r e s , p r e s e n t a n d o a h o r a el e s t u d i o d e
Juan Zapata Sandoval sobre la justicia distributiva y la a c e p c i ó n d e p e r s o n a s .
La obra y el autor objeto d e análisis en
e s t e libro p e r t e n e c e n al g r u p o d e l o s
« n o v o h i s p a n o s » c u y a labor s e realiza e n
el á m b i t o universitario, pastoral y práctic o del siglo de o r o español. La reflexión de
este autor m e x i c a n o s e centra f u n d a m e n t a l m e n t e e n la justicia distributiva y ofrec e c a m i n o s d e r e f l e x i ó n s o b r e el b u e n
gobierno de Nueva España sin caer en
a c e p c i ó n d e p e r s o n a s : la d i s t r i b u c i ó n de
beneficios e c l e s i á s t i c o s y c a r g o s civiles y
la i m p o s i c i ó n d e tributos.
A u n q u e s e a u n l i b r o del s i g l o xvi, la
actualidad del c o n t e n i d o e s útil para reflex i o n a r s o b r e el h o y l l a m a d o «tráfico d e
influencias», la licitud moral o n o del p a g o
de l o s tributos ante u n c o n c e p t o práctico
de autoridad distinto al del siglo xvi, c u e s tiones c o m o la deuda externa... Juan Zapata n o s ayudará h o y a descubrir cuáles fueron las claves t e o l ó g i c a s q u e se utilizaron
e n aquel t i e m p o para resolver p r o b l e m a s
s o c i a l e s s i m i l a r e s c o n los q u e h o y p o d e m o s encontrar en época de nuevas conquistas y «globalizaciones».
L e y e n d o e s t e v o l u m e n , t a n t o el texto
l a t i n o c o m o el c a s t e l l a n o , v e m o s q u e e s
la p r i m e r a v e z q u e s e ofrece u n a e d i c i ó n
a u t é n t i c a m e n t e crítica b a s á n d o s e en
m a t e r i a l e s fiables. E n b a s e a e s t a clarid a d l o s a u t o r e s h a n d e c i d i d o i n c l u i r el
texto l a t i n o d e p u r a d o d e a l g u n o s errores
y la t r a d u c c i ó n c a s t e l l a n a e s clara y atin a d a . El t r a d u c t o r s a b e utilizar la palabra a d e c u a d a y a d a p t a d a al c o n t e x t o
actual.
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360
RESEÑAS
Además de t o d o lo dicho, n o sería justo
olvidar el c o n t e x t o d e s d e el q u e h a y q u e
leer la obra d e Juan Zapata Sandoval. M e
refiero a las d o s a p o r t a c i o n e s introductorias a esta e d i c i ó n . La primera sobre «Los
derechos de los nacidos en el nuevo m u n d o
a l o s c a r g o s y oficios e c l e s i á s t i c o s y civiles», de J e s ú s María García Añoveros, y la
segunda, «Una lectura contextual", de Ana
María Barrero García.
García Añoveros e s t u d i a el c o n t e n i d o
interior d e la obra. Llega a la c o n c l u s i ó n
de q u e la s u s t a n c i a d e l p e n s a m i e n t o d e
Zapata s e r e s u m e e n p r i n c i p i o s intangibles: los cargos eclesiásticos y civiles siempre se h a n de c o n c e d e r a los dignos y capaces; la flexibilidad e n c u a n t o a la e l e c c i ó n
d e l o s d i g n o s s o b r e l o s m á s d i g n o s si l o
pide el bien c o m ú n ; la prioridad de la c o n cesión de dichos cargos a los nacidos en
América frente a los v e n i d o s de fuera; preferencia de los i n d i o s sobre el resto de orig i n a r i o s d e América; e q u i d a d d e l o s tributos impuestos a los indios e n atención
al principio de proporcionalidad; sobre los
destinatarios a perpetuidad de las encom i e n d a s d e indios. Con t o d o e s t o la justicia distributiva s e c u m p l i r í a y s e evitaría
la a c e p c i ó n d e p e r s o n a s .
B a r r e r o García, a c o m p a ñ a d a d e u n
gran aporte d o c u m e n t a l e n las n o t a s a pie
de página, e s t u d i a la obra d e s d e fuera, e s
decir, m i r a n d o a s u s o r í g e n e s — f u e n t e s —
a su desarrollo —elaboración— y a su futuro — t r a s c e n d e n c i a d e la obra—. S e g ú n la
autora, esta obra pertenece al c a m p o de la
política, del m u n d o del d e r e c h o y d e teol o g í a m o r a l . S i n l u g a r a d u d a s , la o b r a
quiere dar respuesta a los p r o b l e m a s de s u
é p o c a u s a n d o u n o s principios f u n d a m e n t a l e s v á l i d o s para a p l i c a r l o s d e d i v e r s o
m o d o e n t o d a s las é p o c a s .
Tanto la obra d e Zapata c o m o los d o s
e s t u d i o s introductorios refuerzan nuestro
c o n v e n c i m i e n t o d e q u e los tratados sobre
e c o n o m í a y política realizados durante los
s i g l o s xvi-xvii t a n t o e n E s p a ñ a c o m o e n
N u e v a E s p a ñ a s o n útiles y e n a l g ú n c a s o
i n d i s p e n s a b l e s para c o m p r e n d e r m u c h o s
© PENSAMIENTO, ISSN 0031-4749
de los p r o b l e m a s sociales del siglo xxi. El
d e s c u b r i m i e n t o d e l o s p r i n c i p i o s aplicad o s por l o s t e ó l o g o s e s p a ñ o l e s a l o s prob l e m a s y s i t u a c i o n e s s o c i a l e s n u e v a s del
siglo xvi p u e d e n servir para clarificar m u c h a s d e las t e n s i o n e s que hoy n a c e n d e la
globalización e c o n ó m i c a y frente a u n neoliberalismo que, desde la é p o c a de la Ilustración, quiere responder a los nuevos
f e n ó m e n o s a c t u a l e s h a c i e n d o «borrón y
c u e n t a nueva» d e las i n n u m e r a b l e s aportaciones positivas de épocas anteriores
y, c o m o c o n s e c u e n c i a , s e c o n v i e r t e e n
destructor d e las b a s e s d o n d e se sustenta
el p e n s a m i e n t o racional h u m a n i s t a actual.
Un e j e m p l o d e t o d o esto e s la aportación
de J u a n Z a p a t a S a n d o v a l e n la o b r a
q u e a h o r a c o m e n t a m o s . — Á N G E L GALINDO
GARCÍA.
FICHTE, JOHANN GOTTLIEB,
Gesamtausgabe
der Bayerischen
Akademie der Wissenschaften. Kollegnachschriften
1810-1812
(Herausgegeben v o n Erich Fuchs,
Reinhard Lauth et al. unter Mitwirkung
v o n H. U. K o p p u n d A.-M. S c h u r r Lorusso, Friedrich F r o m m a n n VerlagGünther Holzboog,
Stuttgart-Bad
Cannstatt, 2004). 513 pp., 21 x 26,5 cm.,
ISBN: 37-7282-174-X.
El p r e s e n t e v o l u m e n p e r t e n e c e a la
serie c u a r t a d e la e d i c i ó n c r í t i c a d e l a s
obras d e Fichte, esto e s , la q u e reúne las
c o p i a s d e las clases a cargo d e s u s a l u m n o s [Kollegnachschriften],
e inicia e n su
c a s o u n a nueva fase dentro d e esta serie,
aquella que integra las l e c c i o n e s impartid a s e n la Universidad d e Berlín. C o m o e s
sabido, se trata de u n período apenas estud i a d o hasta t i e m p o s recientes por la falta
de materiales, pero que, n o obstante, tiene
una doble relevancia histórica, primero, la
q u e s u p o n e p o d e r c o m p l e t a r l o q u e e s la
e v o l u c i ó n del p e n s a m i e n t o f i c h t e a n o , y,
s e g u n d o , la q u e aporta la influencia q u e
estas e n s e ñ a n z a s ejercieron e n otros filósofos, q u i e n e s tenían c o n o c i m i e n t o de las
m i s m a s b i e n por la t r a n s m i s i ó n oral d e
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233, RESEÑAS
RESEÑAS
asistentes a las clases, b i e n p o r las c o p i a s
m a n u s c r i t a s , o b i e n p o r la i m p r e s i ó n de
a l g ú n texto de esta é p o c a p o c o d e s p u é s de
fallecer Fichte.
La presentación del libro corre a cargo
de su editor principal, Fuchs, así c o m o la
i n t r o d u c c i ó n a c a d a u n o de los escritos de
Fichte aquí p u b l i c a d o s . C o m o es c o n o c i do por los usuarios habituales de esta
c o l e c c i ó n , d i c h a s i n t r o d u c c i o n e s s o n cortas y suelen limitarse, e n gran m e d i d a , a
c u e s t i o n e s de í n d o l e editorial: v e r s i o n e s
manuscritas conservadas y sus rasgos, biografía del copista y calidad d e las distintas versiones. La importancia de este volum e n estriba e n que los cuatro escritos q u e
reúne vienen a c o m p o n e r lo que era el corp u s de lecciones filosóficas impartidas por
Fichte e n Berlín a lo largo de u n semestre:
durante la primera s e m a n a ofrecía al c o n junto de los estudiantes universitarios u n a
i n t r o d u c c i ó n a la filosofía e n la q u e presentaba su proyecto filosófico y la m e t o d o l o g í a que iba a emplear; a c o n t i n u a c i ó n
le s e g u í a durante los d o s p r i m e r o s m e s e s
del s e m e s t r e la e n s e ñ a n z a d e l o s H e c h o s
de la Conciencia, los cuales c o n s i s t í a n e n
u n a propedéutica a la Doctrina de la Ciencia; y, p o r ú l t i m o , e n l o s tres m e s e s restantes, dictaba esta última. Así explicaba
esta estructura u n o de los a m a n u e n s e s de
las l e c c i o n e s f i c h t e a n a s d e e s t a é p o c a ,
T w e s t e n , en carta remitida a su h e r m a n o :
«cada ciencia se o c u p a de aclarar u n fenóm e n o cierto; ella c o m i e n z a entonces, naturalmente, c o n el h e c h o d a d o , pero lo rebasa al b u s c a r s u f u n d a m e n t o . Así, p o r
e j e m p l o , es un h e c h o que t o d o c u e r p o n o
a p o y a d o cae; la c i e n c i a t i e n e q u e ir e n
b u s c a del f u n d a m e n t o de este h e c h o y lo
e n c u e n t r a e n s u gravedad. El f e n ó m e n o
que ha de explicar la filosofía e s la c o n ciencia. Ella c o m i e n z a , e n tal c a s o , por l o s
h e c h o s de la c o n c i e n c i a y b u s c a e n t o n c e s
el f u n d a m e n t o del que aquéllos se p u e d e n
deducir» [pp. 5 s . ] .
Los dos primeros de esos escritos
c o r r e s p o n d e n a la serie de l e c c i o n e s introd u c t o r i a s i m p a r t i d a s e n el p l a z o d e u n a
© PENSAMIENTO, ISSN 0031-4749
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s e m a n a . U n o c o n s i s t e en las primeras clas e s de este tipo dictadas por Fichte en la
universidad berlinesa, a saber, al c o m i e n z o del semestre de invierno de 1810/11. La
copia de esta «Introducción a s u s leccion e s filosóficas» p r o c e d e de T w e s t e n . El
otro escrito de este tipo recibe el título de
« S o b r e el e s t u d i o de la F i l o s o f í a » y fue
leído al c o m i e n z o del s e m e s t r e de inviern o de 1811/12. E n este c a s o , los editores
c o n t a b a n c o n tres versiones y, ante la dificultad para elegir una c o m o canónica, h a n
optado por publicarlas todas ellas, a saber,
la d e Cauer, la de K r a k a u y la de S c h o penhauer.
El g r u e s o del v o l u m e n lo c o m p o n e n ,
s i n e m b a r g o , las dos materias que o c u p a ron de m o d o prioritario a Fichte en estos
ú l t i m o s a ñ o s de p r o d u c c i ó n filosófica, la
reelaboración de la Doctrina de la ciencia
y los Hechos de la conciencia, t e m a s a m b o s
sobre c u y o desarrollo ya t e n í a m o s noticia
p o r la e d i c i ó n de los m a n u s c r i t o s conserv a d o s del propio Fichte e i m p r e s o s en la
serie II (vid. vols. 12 y 13).
C o m o es sabido, e n esta é p o c a Fichte
anteponía a la Doctrina de la Ciencia una
exposición propedéutica, los H e c h o s de la
Conciencia, cuyos resultados habrían de ser
recogidos a c o n t i n u a c i ó n de m o d o científico en la Doctrina de la Ciencia. De las lecciones que sobre este objeto dictó Fichte en
el semestre de invierno de 1811/12 se conservan tres transcripciones, las de Cauer,
Halle —ésta de copista a n ó n i m o — y S c h o penhauer, todas ellas insertadas t a m b i é n
e n este v o l u m e n . Las l e c c i o n e s sobre los
h e c h o s d e la c o n c i e n c i a c o n c l u í a n e n
d i c i e m b r e de 1811 y, a c o n t i n u a c i ó n , en
e n e r o , iniciaba las c o r r e s p o n d i e n t e s a la
Doctrina de la Ciencia, t a m b i é n editadas
aquí, si bien en este caso, de las nueve transcripciones que se conservan y ante la extens i ó n de las m i s m a s , los editores se vieron
obligados a publicar sólo u n a de ellas. Se
d e s e c h ó la versión de S c h o p e n h a u e r por
estar ya impresa y, entre las restantes, se
eligió aquella que contenía mayor cantidad
de detalles y ofrecía m a y o r literalidad c o n
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RESEÑAS
respecto a la versión del propio Fichte ya
publicada e n el v o l u m e n 13 de la serie II, la
cual cabe s u p o n e r que era la fuente que él
m i s m o e m p l e a b a para dictar estas lecciones. La versión utilizada ha sido la de Halle,
considerada la versión troncal [Leittext] a
la que s e le han ido h a c i e n d o correcciones
o a m p l i a c i o n e s c o n f o r m e a las variaciones
de las otras transcripciones.
C o n v i e n e i n f o r m a r al l e c t o r q u e l o s
e s c r i t o s aquí r e u n i d o s s o n a s e q u i b l e s e n
una e d i c i ó n m á s e c o n ó m i c a , a saber, e n la
c o l e c c i ó n de esta m i s m a editorial titulada
Die spaten wissenschaftlichen
Vorlesungen,
y, e n c o n c r e t o , e n s u v o l u m e n s e g u n d o l o
q u e s o n l a s tres v e r s i o n e s d e « S o b r e la
e s e n c i a d e la F i l o s o f í a » , a s í c o m o l o s
Hechos de la conciencia,
e n este c a s o s ó l o
e n la c o p i a d e Halle [editados e n 2 0 0 3 ] . —
RAFAEL V. ORDEN JIMÉNEZ.
LUCA SORBÍ, LUCA, Aristotele,
la lógica
com-
parativa, I y II. La distribuzione
del bene
negli enti ( A c a d e m i a T o s c a n a di Science e Lettere «La C o l a m b a r i a » . Studi,
CLXXVI, CCI. M C M X C I X ) . 2 0 2 pp.;
MMII, 2 2 3 pp., Firenze, Leo S. Olschki Editore.
E s t a m o s ante u n a obra rigurosa acerca de la Lógica Comparativa q u e c u l m i n a
e n Aristóteles, pero q u e tiene sus fuentes
primeras e n los modos de construcción
platónicos.
La tesis del autor p o d r í a m o s expresarla d e la s i g u i e n t e manera: la lógica e n l o s
libros de los T ó p i c o s recorre la filosofía d e
Aristóteles e n su especulación sobre la Física y la Ética. Por lo que a la Física se refiere, h a c i e n d o u s o d e la e s t r u c t u r a m a t e m á t i c a del m o m e n t o griego, y por l o q u e
respecta a la Ética, f u n d a m e n t a l m e n t e e n
la a p l i c a c i ó n d e l «justo m e d i o » . C o m o
remate de la primera parte ( t o m o I), el análisis d e s d e la m i s m a perspectiva d e la lógica comparativa, del libro d e las Categorías. D e aquí arranca la s e g u n d a parte (el
t o m o II). D o s capítulos: «La función de las
categorías y de la lógica comparativa e n la
© PENSAMIENTO, ISSN 0031-4749
d e t e r m i n a c i ó n del c o n c e p t o del bien», y
«El o r d e n del bien d e los entes».
D i g a m o s q u e toda la investigación d e
la tesis —anteriormente enunciada—, guía
la trayectoria del Autor d e s d e las c ú s p i d e s
de Platón (magníficos análisis del Parménides de Platón, del T i m e o , etc.) y de Aristóteles (la É t i c a a N i c ó m a c o ) . T o d o ello
d e s d e la perspectiva d e la gran influencia
posterior a través de Proclo, Dionisio Areopagita, B o e c i o , pero s o b r e t o d o el m i n u c i o s o e s t u d i o e n el c o r p u s d e S a n Alberto
M a g n o y S a n t o T o m á s d e Aquino. E s u n
ir y v e n i r « d i a n o é t i c o » d e u n a c a l i d a d y
precisión de análisis, d i g n o de toda c o n s i deración para e s t u d i o s o s del saber medieval e n s u a p l i c a c i ó n — a d m i r a b l e m e n t e
exhaustiva—, de las c o n s t r u c c i o n e s platón i c a s y aristotélicas realizadas por e s t o s
autores m e d i e v a l e s .
Es d e resaltar esa c o n j u n c i ó n admirable de los e s q u e m a s — q u e v a m o s a llamar
por nuestra c u e n t a — i n t e n c i o n a l e s , tanto
platónicos c o m o aristotélicos, que se entrelazan e n el c o r p u s medieval, m a t e m á t i c o filosófico-teológico.
La profusión d e textos griegos, y latinos medievales, y su orden progresivo
(sobre t o d o de la obra de Alberto M a g n o ) ,
n o h a c e n sino avalar la calidad de la m e t o dología y el buen hacer del Autor.—MANUEL
MAZÓN.
Ruocco, ILARIO, / / Platone latino. II «Parmenide»: Giorgo di Trevisonda
e il cardinale Cusano (Firenze, Leo S. Olschki
Editore, 2003). 108 pp.
Giorgo di Trebisonda, h u m a n i s t a c o nocedor c o m o b u e n renacentista de la lengua griega, aparece a principios del siglo xv
p o r la b i b l i o t e c a d e F r a n c e s c o B á r b a r o ,
c o m o traductor del griego al latín. Divers a s v i c i s i t u d e s le l l e v a n a recalar e n la
Curia R o m a n a , e n el á m b i t o del Cardenal
B e s s a r i o n e , h o m b r e q u e repartía trabajos
varios d e t r a d u c c i ó n d e las obras clásicas
e n t o n c e s de gran r e c l a m o cultural: fundam e n t a l m e n t e l o s c l á s i c o s griegos d e filoPENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233, RESEÑAS
RESEÑAS
soñ'a. Las relaciones de este Giorgo de Trebisonda con el Cardenal Bessarione n o fueron p o r d o n d e podrían h a b e r discurrido y
nuestro personaje se encuentra, p o r decirlo así, c o n la traducción latina del Parmén i d e s d e Platón, p e r o s i n p a t r o n o q u e le
p r o p i c i a s e s u c o m p r a . Esta e s la historia
de d o n d e a r r a n c a e s t e e s t u d i o , d i g a m o s
que d e l i c i o s o , de la historia de este personaje y sus, v a m o s a decir «providenciales»,
relaciones c o n el Cardenal d e Cusa que le
v i n o a c o m p r e n d e r e n s u trabajo realizado. Este e s t u d i o de Ilario R u o c c o e s detallado y concreto por lo que a la historia del
p e r s o n a j e G i o r g o s e refiere. L a distribuc i ó n d e n o t a s del texto latino del D i á l o g o
(la t r a d u c c i ó n latina d e Giorgo e s francam e n t e b u e n a y todavía h o y resiste bien las
p o s i b l e s interpretaciones diversas q u e s e
p u e d a n dar d e pasajes d e t e r m i n a d o s del
Parménides
d e Platón, que cualquier lector a s i d u o de Platón detectará e n seguida).
La e d i c i ó n r e s p o n d e c o n l i m p i e z a y clarid a d al trabajo del a u t o r e n c u a n t o al aparato crítico s e refiere y, a s u vez, a las a c o t a c i o n e s h e c h a s e n su m o m e n t o tanto p o r
B e s s a r i o n e c o m o p o r el C u s a n o . P o r el
índice de los lugares y las n o t a s antes indicadas, el trabajo del a u t o r h a s i d o p a c i e n te y d e s d e l u e g o esclarecedor de esta pieza
deliciosa del m u n d o renacentista.—MANUEL MAZÓN.
HAMANN, JOHANN GEORG, Briefwechsel
(1751-
1788). Lexikologisches
System un d Konkordanzen auf CD-Rom mit
Thesaurus.
BD. 1 .-Lexikologisches
System.
Herausgegeben von Angelo Pupi. Vorwort von
Roberto
Busa SJ. Verarbeitung
von
Chiara Colombo
und Maria Silva im
Forschungszentrum
GIRCSE der Katholischen Universitat Maüand
unterder
wissenschaftlichen
Leitung von R. Busa
SJ ( L e o S. O l s c h k i E d i t o r e , F i r e n z e
2 0 0 1 ) . L X X + 2 3 3 p p . , 2 4 x 17 c m . ,
ISBN: 88-2225-031-1.
En los últimos años se viene produciendo u n fenómeno historiográfico
© PENSAMIENTO, ISSN 0031-4749
363
c u r i o s o , c u y a s r a z o n e s n o v i e n e a q u í al
c a s o c o m e n t a r , y e s q u e u n a parte i m p o r tante d e la p r o d u c c i ó n investigadora
s o b r e el p e n s a m i e n t o a l e m á n n o p r o c e d e
del país q u e l o g e s t ó c u a n t o d e otro idiom á t i c a m e n t e foráneo c o m o e s Italia. Esta
p u b l i c a c i ó n e s u n a p r u e b a m á s d e ello,
pero e n este caso resulta especialmente
n o t a b l e , p u e s s e trata d e u n a i n v e s t i g a ción exclusivamente lingüística, c o n las
dificultades que ello comporta cuando
u n a l e n g u a e s trabajada p o r u n a cultura
que n o la tiene c o m o materna. Dicha
i n v e s t i g a c i ó n f o r m a parte, a s u v e z , d e
u n a m b i c i o s o p r o y e c t o f i n a n c i a d o p o r el
Centro de I n v e s t i g a c i o n e s N a c i o n a l e s Italianas (CNR) titulado «El inicio de la Ilustración e n A l e m a n i a : p r e p a r a c i ó n , d e s a rrollo y c o n s e c u e n c i a s » , y c o m o p r u e b a
de la proyección internacional que pretende ofrecer todos s u s textos e n d o s idiom a s , el a l e m á n , d a d o el o r i g e n d e l a
p r o d u c c i ó n literaria o b j e t o d e la investig a c i ó n , y el inglés, c o m o l e n g u a internacional por excelencia.
A p r o v e c h a n d o la e x p e r i e n c i a adquirid a p o r R o b e r t o B a s a , S.J., c o n el tratamiento informático desde su aplicación
a la obra de S a n t o T o m á s y el e q u i p o c o n
el q u e c u e n t a , el G I R C S E ( e n e s p a ñ o l :
Grupo interdisciplinar de investigación
para u n análisis i n f o r m á t i c o de s i g n o s d e
e x p r e s i ó n ) d e la U n i v e r s i d a d Católica d e
Milán, Angelo Papi, profesor d e e s a
m i s m a universidad y director del proyecto
de investigación mencionado, ofreció a
aquél q u e s u e q u i p o realizase u n análisis
i n f o r m á t i c o del e p i s t o l a r i o d e H a m a n n .
E n el p r ó l o g o narra B a s a (pp. XI-XIX) s u
larga e x p e r i e n c i a c o n esta m e t o d o l o g í a y
c o m e n t a los b e n e f i c i o s que ofrece, m i e n tras q u e Papi r a z o n a e n la i n t r o d u c c i ó n
(VI-IX), d e j á n d o s e avalar p o r u n e x t e n s o
t e x t o de G o e t h e , la i m p o r t a n c i a del a u t o r
elegido para e m p r e n d e r la labor que c o m porta su m a g n o proyecto de investigación,
Hamann, y los motivos por los que se
e s c o g e , e n c o n c r e t o , el e p i s t o l a r i o .
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233, RESEÑAS
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RESEÑAS
Johann Georg H a m a n n (1730-1788),
quien rivalizó filosóficamente c o n los prot a g o n i s t a s de la Ilustración a l e m a n a del
s i g l o XVIII, d e f e n d i ó el f o n d o irracional
del h o m b r e y se p r e o c u p ó p o r la c u e s t i ó n
del origen del lenguaje. Pertenece a esa trayectoria del R o m a n t i c i s m o a l e m á n (en su
s e n t i d o m á s a m p l i o ) q u e , a p e s a r de n o
haber p r o d u c i d o figuras filosóficas c o m p a r a b l e s a las ilustradas, fue i n f l u y e n d o
p a u l a t i n a m e n t e e n éstas, o b l i g á n d o l a s a
asimilar pilares importantes de sus ideas,
c o m o se c o m p r u e b a en el m i s m o Hegel.
Goethe, e n el texto que Papi ofrece e n la
introducción, expresa su afecto por la conc e p c i ó n antropológica de H a m a n n , defensor de u n a c o n c e p c i ó n global del h o m b r e
y que se enfrenta a la e p i s t e m o l o g í a kantiana, fundada sobre facultades aisladas
c o m o el e n t e n d i m i e n t o y la razón, la razón
teórica y la práctica, etc. Las dificultades
q u e o f r e c e la l e c t u r a de las o b r a s d e
H a m a n n es el m o t i v o por el que el propio
G o e t h e se aventuraba a s u p o n e r que era
el epistolario el q u e permitiría averiguar
c o n detalle su c o n c e p c i ó n filosófica y por
lo que, por tanto, Papi d e c i d e c o m e n z a r
su investigación c o n él.
El tratamiento informático se ha realiz a d o sobre los siete v o l ú m e n e s del epistolario de H a m a n n publicados por Ziesemer
y Henkel: de c ó m o se ha llevado a c a b o tal
labor informa María Silva en el capítulo
«Directrices para el tratamiento electrónico del epistolario de Hamann» (XX-XXVII),
mientras que Chiara C o l o m b o expone los
conceptos así c o m o los problemas a los que
se enfrenta el análisis i n f o r m a t i z a d o del
lenguaje e m p l e a d o en las cartas y su orden a c i ó n en l e m a s , t o d o ello en el capítulo
m á s e x t e n s o , titulado «Directrices de las
c o n c o r d a n c i a s lematizadas del Epistolario
de H a m a n n » (XXVIII-LXLX).
El g r u e s o d e e s t e l i b r o , q u e e s el
p r i m e r o d e u n a s e r i e al i n c l u i r s ó l o el
s i s t e m a l e x i c o l ó g i c o , lo o c u p a la relación
d e l o s 2 4 . 7 1 5 l e m a s q u e c o m p o n e n el
« L e m a r i u m » d e 1.269.618 p a l a b r a s q u e
c o n t i e n e el epistolario de H a m a n n (véase
© PENSAMIENTO, ISSN 0031-4749
el e s t u d i o e s t a d í s t i c o e n p p . LXVIs.):
q u i e n c o n s u l t e tal « L e m a r i u m » e n c o n trará l o s l e m a s o r d e n a d o s a l f a b é t i c a m e n t e ; el c ó d i g o m o r f o l ó g i c o del términ o , p a r a el q u e s e e m p l e a n u n a o d o s
iniciales (véanse las tablas de a c r ó n i m o s
e n p p . LXVIs.); el n ú m e r o de f o r m a s ling ü í s t i c a s en las que aparece; el n ú m e r o
de palabras en las que se halla; y, por últim o , l o s v o l ú m e n e s del e p i s t o l a r i o d e
H a m a n n en los que cabe encontrarlo.
P u e s t o que se trata s ó l o del p r i m e r volum e n del proyecto, e s p e r a m o s la aparición
de o t r o s n u e v o s y, sobre t o d o , la e d i c i ó n
en CD-Rom con el epistolario de H a m a n n ,
que facilitaría n o t a b l e m e n t e su estudio.—
RAFAEL V. ORDEN JIMÉNEZ.
FUCHS,
E.
-
IVALDO,
M.
-
MORETTO,
G.
(eds.), Der
transzendental-philosophische Zugang zur Wirklichkeit. Beitràge aus
der aktuellen Fichte-Forschung
Spekulation und Erfahrang: Texte und
Untersuchungen zum Deutschen Idealismus. Abt.
II, Untersuchungen;
Band 45 (Frommann-Holzboog, Stuttgart-Bad Canustatt 2 0 0 1 ) . 6 8 2 pp., 20,5 x 14,5 c m . ,
ISBN: 37-7282-191-X.
Se trata en esta obra del c o n j u n t o de
intervenciones habidas en el «Fichte-Kolloq u i u m » c e l e b r a d o e n la U n i v e r s i d a d d e
Genova en 1999 con el título de «Idea, legad o y c o m e t i d o de u n a Filosofía trascendental», el cual sirvió, a la vez, para h o m e najear a u n o de l o s r e s p o n s a b l e s d e la
e d i c i ó n crítica de la obra de Fichte en su
ochenta cumpleaños, Reinhard Lauth. Las
contribuciones fueron divididas en seis
s e c c i o n e s . La primera de ellas versa sobre
la idea y s i s t e m á t i c a de la Filosofía trascendental, y fue inaugurada por el p r o p i o
Lauth c o n la conferencia «La p r e e m i n e n cia del a c c e s o t r a s c e n d e n t a l a la F i l o s o fía», d o n d e recorre y hace u n balance personal de los planteamientos fundamentales
de los distintos i d e a l i s m o s m o d e r n o s , que
para L a u t h s e r e m o n t a n a D e s c a r t e s , a
q u i e n e n l o s ú l t i m o s a ñ o s ha d e d i c a d o
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), num. 233, RESEÑAS
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RESEÑAS
varios trabajos y u n a apreciable m o n o grafía. El r e s t o d e las c o n t r i b u c i o n e s d e
esta s e c c i ó n , e x c e p t o la última, s e o c u p a n
exclusivamente de la obra d e Fichte, c o m o
la de Franz Bader, «Idea d e s i s t e m a y teoría de la interpersonalidad e n la Doctrina
de la Ciencia de Fichte» o la d e Marco Ivaldo, «La f u n c i ó n constitutiva del d e b e r e n
la Doctrina de la Ciencia». La s e g u n d a secc i ó n trata d e la c o m p o s i c i ó n y estructuras
de la Doctrina d e la Ciencia, y la m a y o r í a
de las contribuciones se centran e n las vers i o n e s ú l t i m a s d e la Doctrina d e la Ciencia, c o m o la d e K u m a m o t o : «Libertad
m o r a l y d e b e r p r o b l e m á t i c o e n el Fichte
t a r d í o » . La tercera s e c c i ó n s e o c u p a d e
c u e s t i o n e s sobre teoría, estética y praxis,
y c o n t i e n e artículos c o m o el d e Radrizzani, «De la estética d e la facultad d e juzgar
a la estética de la imaginación, o d e la revol u c i ó n c o p e r n i c a n a d e la estética e n Fichte», a s í c o m o otra d e F a u s t i n o O n c i n a ,
«Derecho o estética c o m o m e d i a c i ó n entre
naturaleza y libertad: ¿un d i l e m a e n Fichte?». Las s e c c i o n e s restantes s o n m á s breves: u n a versa sobre Filosofía d e la Relig i ó n , r e c o g i e n d o el trabajo d e M o r e t t o
sobre «El c r i s t i a n i s m o y la igualdad d e l o s
h o m b r e s e n la Teoría del Estado d e 1813»;
otra s o b r e i n v e s t i g a c i o n e s h i s t ó r i c a s , e n
c o n c r e t o , la d i f u s i ó n del p e n s a m i e n t o d e
F i c h t e e n Italia y la d e s c r i p c i ó n del proy e c t o d e e d i c i ó n c o m p l e t a d e la o b r a d e
Fichte, a cargo de u n o de s u s responsables,
E r i c h F u c h s ; y, p o r ú l t i m o , u n a s e c c i ó n
sobre c u e s t i o n e s actuales y s u relación c o n
la D o c t r i n a d e la Ciencia: e n esta ú l t i m a
se inserta el d i s c u r s o d e clausura a c a r g o
del propio Lauth. El v o l u m e n concluye c o n
una relación de las p u b l i c a c i o n e s del
h o m e n a j e a d o desde 1980 hasta el a ñ o 2000
—completa, así pues, u n a previamente editada y q u e abarcaba hasta 1979—; u n índice de l o s currículos d e los participantes; y,
por ú l t i m o , los í n d i c e s respectivos d e las
obras citadas de Fichte, d e n o m b r e s prop i o s y d e conceptos.—RAFAEL V . ORDEN JIMÉNEZ.
© PENSAMIENTO, ISSN 0031-4749
SCHROPFER, HORST, Kants
Weg in die
Úffen-
tlichkeit. Christian Gottfried Schütz als
Wegbereiter der kritischen
Philosophic
(Forschungen und Materialien zur
d e u t s c h e n A u f k l à r u n g , A b t e i l u n g II:
M o n o g r a p h i e n , B a n d 18, F r o m m a n n H o l z b o o g , Stuttgart - B a d Cannstatt
2 0 0 3 ) . 521 pp., 2 4 x 17 c m . , I S B N : 377282-221-5.
Fruto de la labor d o c e n t e que el recon o c i d o especialista e n Kant, Norbert Hinske, realizó e n la universidad j e n e n s e tras
la caída del m u r o , es esta investigación gestada e n e s e m i s m o c e n t r o u n i v e r s i t a r i o ,
c u n a de la filosofía a l e m a n a c o n t e m p o r á nea tras la asimilación, divulgación, discus i ó n y r e m o d e l a c i ó n de la filosofía crítica
kantiana. De la lectura d e esta monografía
se desprende que el curso que logra trasladar la filosofía crítica d e s d e s u origen e n
Kónigsberg hasta su transformación en
Jena tiene e n Christian Gottfried S c h ü t z
( 1 7 4 7 - 1 8 3 2 ) a u n o de sus protagonistas fundamentales, y que el recorrido fue largo e
i n t r i n c a d o , entre o t r o s m o t i v o s , p o r q u e
h u b o de pasar p o r la universidad d o n d e se
originó la ilustración alemana, la de Halle.
Asimismo, queda c o n ella sólidamente desm e n t i d a la afirmación tan habitual en los
m a n u a l e s q u e sitúa e n las Cartas sobre la
filosofía kantiana publicadas e n 1786 p o r
quien desde u n a ñ o d e s p u é s sería profesor
e n la Universidad de Jena, Reinhold, el prim e r s u c e s o histórico reseñable en la difus i ó n d e la filosofía crítica kantiana y, p o r
tanto, la consideración de éste c o m o el enlac e i n m e d i a t o entre Kant, a s e n t a d o e n
Kónigsberg, y Fichte, docente e n Jena desde
1794, c u a n d o se iniciaría p r o p i a m e n t e el
m o v i m i e n t o idealista a l e m á n . C o m o el
m i s m o autor de las Cartas reconoce e n u n a
epístola d e 1813, n o fue él s i n o Schütz «el
primero que c o m e n t ó la Crítica de la razón
pura e n la Allgemeine
Literatur-Zeitung»,
revista ésta de la que el propio S c h ü t z fue
desde 1785 su editor y redactor.
E n realidad, la presente obra engarza
e n u n a sola m o n o g r a f í a d o s investigacioPENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233, RESEÑAS
366
RESEÑAS
n e s distintas: por u n lado, la biografía intelectual de S c h ü t z m e d i a n t e u n e s t u d i o
d i a c r ó n i c o t a n t o de su l a b o r d o c e n t e y
didáctica c o m o de su p r o d u c c i ó n literaria
d e s d e 1768 hasta 1803 —deja al m a r g e n
lo q u e s o n s u s a ñ o s tras el a b a n d o n o de
la u n i v e r s i d a d j e n e n s e y su reincorporac i ó n a la de Halle, e s t o es, d e s d e 1803 a
1832—; y, por otro, insertada en esa m i s m a
descripción biográfica, la reconstrucción
de lo que fue el origen de la difusión de la
filosofía kantiana y su c u r s o hasta, prácticamente, la muerte del propio Kant. Pero
de esta labor difusora c o n v i e n e advertir,
a d e m á s , que n o fue u n a a c c i ó n m e r a m e n te histórica, s i n o t a m b i é n p r o f u n d a m e n t e
filosófica, y ello porque, primero, Schütz,
a d e m á s de difundir y c o m e n t a r la filosofía crítica, se p r e o c u p a b a de rebatir las
o b j e c i o n e s q u e se le p r e s e n t a b a n , y porque, s e g u n d o , t o d a esta labor de S c h ü t z
n o dejó indiferente al propio Kant, quien
adquirió c o n c i e n c i a r de la d i m e n s i ó n filosófica del giro crítico por las propias recens i o n e s de aquél, cuyas o b s e r v a c i o n e s fueron r e s p o n s a b l e s de varios de los c a m b i o s
i n t r o d u c i d o s por Kant en su propia obra,
entre otros, l o s i n s e r t a d o s en la s e g u n d a
e d i c i ó n de la Crítica de la razón pura. La
m o n o g r a f í a se i n i c i a e n el a ñ o de 1768,
c u a n d o S c h ü t z se doctoraba en Halle c o n
u n a disertación en la que citaba las Observaciones sobre el sentimiento
de lo bello y
lo sublime de Kant, y está dividida en cuatro capítulos de a c u e r d o c o n cada u n o de
los p e r í o d o s que S c h ó p f e r distingue en la
trayectoria del biografiado.
El p r i m e r p e r í o d o a b a r c a d e s d e el
m e n c i o n a d o 1768 hasta el a ñ o 1779, cuand o S c h ü t z a b a n d o n a b a la labor d o c e n t e
que en Halle venía d e s e m p e ñ a n d o d e s d e
1773 para p a s a r a realizarla e n la Universidad de Jena. Es i m p o r t a n t e apreciar en
este p r i m e r c a p í t u l o c ó m o Kant c o n t a b a
ya c o n u n a serie de d i s c í p u l o s entusiastas
de su filosofía a n t e s de h a b e r d a d o a luz
la obra que imprimiría u n giro notable en
el p e n s a m i e n t o a l e m á n . El s e g u n d o períod o c o m i e n z a c o n la labor d e s e m p e ñ a d a
© PENSAMIENTO, ISSN 0031-4749
en este n u e v o centro universitario y c o n cluye en 1784, a ñ o s éstos en los que tiene
lugar la a p r o x i m a c i ó n y a s i m i l a c i ó n por
parte de S c h ü t z de la filosofía crítica a la
vez que proyecta su labor editorial y publicista en la que alcanzaría a ser u n a de las
m á s prestigiosas revistas de aquellos lustros, la Allgemeine Literatur-Zeitung.
Es en
el ú l t i m o de e s t o s a ñ o s c u a n d o se inicia
la i n t e n s a relación personal entre Kant y
S c h ü t z m e d i a n t e el intercambio epistolar;
y t a m b i é n es en 1784 c u a n d o la Crítica de
la razón pura es objeto de l e c c i o n e s en la
universidad j e n e n s e por parte de S c h ü t z
y t a m b i é n Ulrich. El tercero de los períodos, el m á s importante y que m a y o r extens i ó n o c u p a e n la m o n o g r a f í a , a b a r c a la
labor divulgativa de la filosofía kantiana
d e s e m p e ñ a d a por Schütz, la cual se sitúa
entre 1785 y 1790 — a u n q u e en este capítulo t a m b i é n se inserta el e s t u d i o d e su
labor d o c e n t e durante t o d o s los a ñ o s restantes de estancia en la universidad jenense, a saber, hasta 1803—. La i m p o r t a n c i a
del a n o 1785 se debe al éxito de cuatro iniciativas: primero, S c h ü t z logró que Kant
se c o m p r o m e t i e s e a redactar r e c e n s i o n e s
para la Allgemeine Literatur-Zeitung,
la primera de las cuales fue sobre las Ideas sobre
la Filosofía de la Historia de la
Humanidad
de Herder; s e g u n d o , S c h ü t z c o m e n z ó a
p u b l i c a r r e c e n s i o n e s d e o b r a s de Kant,
s i e n d o e s p e c i a l m e n t e apreciable la dedicada a la Crítica de la razón pura; tercero,
editó u n a s i n s t r u c c i o n e s de e s t u d i o para
la Facultad de Filosofía de la Universidad
de Jena c o n f o r m e a la Filosofía Trascend e n t a l k a n t i a n a ; y, p o r ú l t i m o , p u b l i c ó
u n o s p r o g r a m a s latinos sobre los problem a s f u n d a m e n t a l e s de la filosofía kantiana. Entre la labor d e s e m p e ñ a d a en estos
a ñ o s cuenta, por ejemplo, su intervención
e n la «disputa sobre S p i n o z a » . El ú l t i m o
capítulo abarca los a ñ o s en los que S c h ü t z
h u b o d e salir e n d e f e n s a d e la filosofía
kantiana ante la d i s o l u c i ó n de la m i s m a
incluso por sus propios secuaces, por
e j e m p l o , S c h e l l i n g . La rigurosidad científica de la obra se c o m p l e t a c o n los haPENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233, RESEÑAS
RESEÑAS
bituales índices exhaustivos que caracterizan esta colección de la editorial Fromm a n n - H o l z b o o g , incluido en este c a s o u n o
de i m á g e n e s d e p e r s o n a j e s , m a n u s c r i t o s
y e s c r i t o s . — RAFAEL V. ORDEN JIMÉNEZ.
JACOBÍ, FRIEDRICH HEINRICH,
Briefwechsel.
Gesamtausgabe
der Bayerischen
Akademie der Wissenschaften,
Reihe I,
Band 4: Briefwechsel
1785. Nr. 11081306. Nachtrag zum Briefwechsel
17641784 (Herausgegeben von Albert Mués,
Gudrun Schury u n d Jutta Torbi, Fromm a n - H o l z b o o g , Stuttgart-Bad Cannstatt 2 0 0 3 ) . XVI + 4 1 4 pp., 17 x 2 4 c m . ,
ISBN: 377-2822-34-7.
Este v o l u m e n reúne el i n t e r c a m b i o
epistolar m a n t e n i d o p o r Jacobi e n 1785,
u n a ñ o é s t e q u e r e s u l t ó crucial t a n t o e n
lo que c o n c i e r n e a s u vida, y a que public ó la obra q u e le daría e s p e c i a l prestigio
y l o situaría entre los p r o t a g o n i s t a s fund a m e n t a l e s d e la cultura t e u t o n a d e l o s
p r ó x i m o s lustros, c o m o t a m b i é n en lo que
atañe al devenir de la filosofía g e r m á n i c a
al plantear a b i e r t a m e n t e esa obra las dific u l t a d e s a las q u e s e e n f r e n t a b a la Ilustración a l e m a n a para alcanzar u n o de sus
ideales peculiares y que lo diferenciaba de
o t r a s i l u s t r a c i o n e s e u r o p e a s , a saber, la
conciliación entre l o s c o n t e n i d o s d e la
r a z ó n c i e n t í f i c a y l o s d o g m a s d e la fe
cristiana. N o s referimos, n a t u r a l m e n t e , a
Sobre la teoría de Spinoza
en cartas al
Sr. Moses Mendelssohn,
e s t o es, la e d i c i ó n
p o r parte de Jacobi del i n t e r c a m b i o e p i s tolar que m a n t u v o c o n Elisa R e m a r i u s y
M e n d e l s s o h n sobre la confesión h e c h a por
el p r o p i o L e s s i n g d e situarse al l a d o del
p a n t e í s m o s p i n o z i s t a e n l o q u e a la c o n c e p c i ó n filosófica de la divinidad respecta, d e s e n c a d e n a n d o c o n ello la c o n o c i d a
c o m o « p o l é m i c a del p a n t e í s m o » . Y, e n
efecto, entre los n o m b r e s m á s c i t a d o s e n
el epistolario de e s e a ñ o s e encuentra, adem á s del de Kant, q u e n o m a n t u v o corresp o n d e n c i a c o n J a c o b i e n tal a ñ o , l o s d e
Lessing y S p i n o z a , mientras que entre s u s
© PENSAMIENTO, ISSN 0031-4749
367
interlocutores epistolares, e n varias ocas i o n e s c o n o b j e t o d e tal p o l é m i c a , s e
e n c u e n t r a n H e r d e r (7 cartas: 4 d e y 3 a
J a c o b i ) , G o e t h e (9: 2 d e y 7 a J a c o b i ) y
M e n d e l s s o h n (8: 4 d e y 4 a J a c o b i ) . Las
cartas s e o r d e n a n e n esta e d i c i ó n c r o n o lógicamente siguiendo una numeración
correlativa d e s d e la p r i m e r a p u b l i c a d a ,
a b a r c a n d o en tal c a s o este v o l u m e n de la
1108 a la 1306 entre cartas impresas y cartas de las que s ó l o se da noticia de su existencia.
N o obstante, durante e s e a ñ o , el
c o r r e s p o n s a l m á s frecuente fue H a m a n n
( 3 6 c a r t a s : 17 d e y 19 a J a c o b i ) , d e tal
m o d o que n o es casualidad que sea con
u n a e x t e n s a y apreciable epístola remitida p o r éste el día d e R e y e s c o n la que s e
abre el v o l u m e n (carta n.° 1109), carta esa
que c o n t i e n e a b u n d a n t e s d a t o s biográficos del propio H a m a n n , mientras que concluye también c o n una misiva, en este caso
e n v i a d a p o r J a c o b i a H a m a n n el 3 0 d e
d i c i e m b r e , y e n la q u e s e d i r i g e a s u
corresponsal c o m o «querido padre, a m i g o
y h e r m a n o de c o r a z ó n » (n.° 1305). C o m o
es s a b i d o , a a m b o s interlocutores les unía
u n m i s m o fin, a saber, s u l u c h a contra la
Ilustración a l e m a n a y, e n especial e n e s e
m o m e n t o , su c o m b a t e contra el ilustrado
b e r l i n é s N i c o l a i , t o d o e l l o c o n e l fin d e
lograr plantear u n c o n o c i m i e n t o cierto
q u e d i e s e al h o m b r e la s a t i s f a c c i ó n q u e
c o n s i d e r a b a n q u e la c i e n c i a era i n c a p a z
de ofrecerle c o n los c o n o c i m i e n t o s que
a l c a n z a b a a plantear.
Pero la i n f o r m a c i ó n filosófica fundam e n t a l d e este v o l u m e n y p o r l o que l e s
resulta especialmente apreciable a los filós o f o s , c o m o s e d e s p r e n d e d e la m i s m a
i n t r o d u c c i ó n de l o s editores, estriba en l o
q u e r o d e a a la p u b l i c a c i ó n del libro m e n cionado, tanto a su progresiva elaboración c o m o a sus primeras repercusiones.
Así, por e j e m p l o , H a m a n n iba o f r e c i e n d o
su o p i n i ó n a Jacobi durante la r e d a c c i ó n
de la obra, y t a m b i é n l o h i z o así Herder,
c o m o p r u e b a u n a carta e n la que éste le
hace diversos comentarios antes de su
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233, RESEÑAS
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RESEÑAS
publicación sobre determinadas expres i o n e s e i n t e r p r e t a c i o n e s del p e n s a m i e n to s p i n o z i a n o (n.° 1 1 5 8 ) . La c o r r e s p o n dencia publicada confirma también que
fue el libro de Jacobi el q u e convirtió súbit a m e n t e a S p i n o z a entre los a l e m a n e s e n
u n filósofo d e e s t u d i o inevitable y n o d e
m e r a referencia circunstancial, y, e n c o n creto, la d e c l a r a c i ó n p a n t e í s t a q u e equiparaba a D i o s c o n la s u s t a n c i a y la naturaleza y s i m b o l i z a d a p o r el l e m a «hen kai
p a n » . Jacobi lograba c o n s u obra a s o c i a r
la c i e n c i a m o d e r n a c o n el p a n t e í s m o y,
p o r e n d e , c o n el a t e í s m o , y hacerlo, adem á s , e m p l e a n d o c o m o aval la o p i n i ó n del
ilustrado a l e m á n m á s p r e s t i g i o s o hasta la
f e c h a , L e s s i n g , q u i e n , e f e c t i v a m e n t e , le
había c o n f e s a d o q u e n o c o n o c í a alternativa racional a l g u n a al p a n t e í s m o de Spin o z a , r e s u l t a n d o e n tal c a s o e v i d e n t e q u e
el p e n s a m i e n t o i l u s t r a d o d i f í c i l m e n t e
podría dar c a b i d a a la fe cristiana. Entre
q u i e n e s la o b r a d e J a c o b i p r o p i c i ó u n a
a p r o x i m a c i ó n al p e n s a m i e n t o d e S p i n o z a
se e n c o n t r a b a Kant, s e g ú n s e d e s p r e n d e
de u n a carta de Jacobi e n la q u e informaba
a s u interlocutor, Kleuker, q u e tenía noticia de q u e el filósofo d e K ó n i g s b e r g apen a s había a l c a n z a d o a c o m p r e n d e r a Spin o z a i n c l u s o tras la lectura d e la obra de
Jacobi (n.° 1281). El propio Goethe se referiría al l i b r o q u e n o s o c u p a e n u n a d e
las cartas aquí p u b l i c a d a s c o m o «tu Spin o z a » , e s t o e s , «el S p i n o z a d e J a c o b i »
(n.° 1215).
U n a v e z i m p r e s a la o b r a , d i v e r s o s
interlocutores epistolares iban ofreciend o a J a c o b i s u o p i n i ó n s o b r e la c o n t r o vertida a s o c i a c i ó n entre racionalismo y
a t e í s m o y la s u p u e s t a n e c e s i d a d de dar u n
salto mortal q u e a c o g i e s e la fe para salv a g u a r d a r la r e l i g i ó n cristiana, i n c l u i d o
el p r o p i o G o e t h e , p r o t a g o n i s t a involuntario de la p o l é m i c a al s e r u n extracto de s u
p o e m a Prometeo el q u e había o c a s i o n a d o
la c o n v e r s a c i ó n e n t r e L e s s i n g y J a c o b i
s o b r e la filosofía d e S p i n o z a . G o e t h e le
confesaba a Jacobi que n o compartía
c ó m o planteaba el t e m a de la fe e n su reíais) PENSAMIENTO, ISSN 0031-4749
c i ó n c o n la r a z ó n y desligaba, a s i m i s m o ,
el s p i n o z i s m o del a t e í s m o ( n . 1253).
A d e m á s del epistolario del a ñ o 1 7 8 5 ,
el habitual í n d i c e de n o m b r e s y u n a tabla
de erratas de las cartas p u b l i c a d a s e n l o s
v o l ú m e n e s s e g u n d o y tercero —extrañam e n t e , la obra carece d e u n í n d i c e g e n e ral—, este c u a r t o v o l u m e n del epistolario
c o n t i e n e u n a n e x o c o n 138 cartas remitidas entre 1764 y 1784, esto es, los años
q u e p r e c e d e n al aquí t e n i d o p o r objeto y
q u e p o r diversos m o t i v o s n o fueron recog i d a s e n l o s v o l ú m e n e s ya i m p r e s o s c o rrespondientes a tal período. S u inserción
e n d i c h o a n e x o s e h a r e a l i z a d o respetand o la n u m e r a c i ó n d e las cartas p u b l i c a d a s , d e tal m o d o q u e a la cifra q u e le
c o r r e s p o n d e p o r la y a d a d a a u n a carta
i m p r e s a e n virtud d e s u data, le a ñ a d e n
n u e v o s n ú m e r o s para c o m p o n e r u n a signatura propia, resultando fácil e n tal c a s o
localizar las cartas insertas e n este a n e x o
y c o r r e s p o n d i e n t e s a é p o c a s de l o s a ñ o s
u
a n t e r i o r e s . — R A F A E L V. ORDEN JIMÉNEZ.
FICHTE, JOHANN GOTTLIEB, Die
spàten
wis-
senschaftlichen
Vorlesungen
II. Wissenschaptslehre
1811. Über das Wesen
der Philosophie
1811. Von den Thatsachen des Bewusstseyns
1811 (Herausgegeben von Hans Georg von Manz,
Erich F u c h s , Reihard Lauth u n d Ives
Radrizzani, Fromman-Holzboog, Stuttgart-Bad Cannstatt 2003). LXIV + 4 2 7 ,
1 7 x 1 1 c m . , ISBN: 3 7 7 2 8 2 0 1 0 7 .
H o o l z b o o g - F r o m m a n n es la editorial
q u e viene p u b l i c a n d o e n cuatro distintas
series las obras completas de Fichte y q u e
p o d e m o s calificar c o m o «edición canónica». Sin embargo, los distintos v o l ú m e n e s
s o n difícilmente asequibles por los lectores
e investigadores n o institucionales a causa
de su alto c o s t e , l o cual dificulta a e s t u diantes y doctorandos la investigación. Para
facilitar su a d q u i s i c i ó n ha iniciado dicha
editorial u n a colección e c o n ó m i c a o e s c o lar [Studienausgabe]
en seis v o l ú m e n e s c o n
los escritos m á s importantes de las leccioPENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233, RESEÑAS
RESEÑAS
nes impartidas por Fichte e n la Universidad de Berlín, esto es, entre 1809 y 1814,
las cuales, debido a lo reciente que resulta
su e d i c i ó n y el e s c a s o material que hasta
este m o m e n t o existía sobre tal período, s o n
las que están suscitando en los últimos tiempos las investigaciones m á s fructíferas sobre
el p e n s a m i e n t o fichteano. D a d a la a b u n dancia de fuentes y versiones existentes de
u n m i s m o texto, los editores h a n tenido que
realizar u n a selección para c o m p o n e r esta
c o l e c c i ó n , y lo h a n h e c h o d e a c u e r d o a
diversos criterios, entre otros, el que el escrito e n c u e s t i ó n esté c o m p l e t o o el q u e la
fuente del que procede ofrezca u n a aceptable confianza hermenéutica.
Pero n o s ó l o hay que apreciar el h e c h o
de la creación de esta colección para el estudio, s i n o que, a d e m á s , hay que agradecer
tanto a editores c o m o a la editorial el que
n o h a y a n e s c a t i m a d o la i n f o r m a c i ó n c o n tenida en las notas de la e d i c i ó n canónica,
u n t r u c o éste de reservarse i n f o r m a c i ó n
que es habitual en las editoriales para asegurarse la venta de la otra e d i c i ó n y lo cual
h u b i e s e d i f i c u l t a d o la i n v e s t i g a c i ó n c o n
tales ediciones. T o d o lo contrario, n o s ó l o
n o ha d i s m i n u i d o dicha información, s i n o
que los editores, a d e m á s , se h a n p r e o c u p a d o de revisar el texto y sustituir determ i n a d a s notas para facilitar su lectura, por
ejemplo, prescindiendo de aquellas e n las
que se aclaraban las abreviaturas del texto
y, en su lugar, insertando en el propio texto
entre corchetes lo abreviado, o, i g u a l m e n te, la corrección de erratas procedentes del
texto original y de las que e n n o t a advertían de tal circunstancia.
Las líneas de c a d a página e s t á n n u m e radas y e n el e n c a b e z a m i e n t o se ofrece la
p a g i n a c i ó n original —por ejemplo, del
m a n u s c r i t o e n c u e s t i ó n — , lo cual p e r m i te localizar c o n facilidad el texto equivalente en la e d i c i ó n c a n ó n i c a . Ahora b i e n ,
en este c a s o c r e e m o s que hubiese sido m á s
c o n v e n i e n t e o f r e c e r la p a g i n a c i ó n d e la
edición c a n ó n i c a para lograr que se
e m p l e e ésta c o m o referencia universal e n
lugar de obligar a tener que introducir e n
© PENSAMIENTO, ISSN 0031-4749
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n o t a referencias dobles, p o r u n lado, la de
la fuente y, por otro, la de la e d i c i ó n c o n creta e m p l e a d a , tal y c o m o , por e j e m p l o ,
han h e c h o los propios editores en las notas
a p i e de página de la i n t r o d u c c i ó n , oblig a n d o a quien maneje esta edición y d e s e e
citar, e n c a m b i o , p o r la c a n ó n i c a , a localizar e n t o n c e s e n esta ú l t i m a c a d a t e x t o
citado.
El v o l u m e n que n o s ocupa se inicia con
u n p r ó l o g o e n el que se aclaran los princ i p i o s q u e inspiran esta c o l e c c i ó n , su elaboración y una exposición de los textos
e s p e c í f i c o s que c o m p o n e n este v o l u m e n .
Inserto e n este p r ó l o g o se halla u n a larga
y m u y apreciable i n t r o d u c c i ó n a la actividad d o c e n t e y filosófica de Fichte en Berlín firmada por Reinhard Lauth, si b i e n la
m i s m a n o le resulta original al lector hispanoparlante, pues este texto ya había sido
p u b l i c a d o en castellano inserto en la edic i ó n e s p a ñ o l a de la Doctrina de la ciencia
1811 (Madrid: Akal, 1999) bajo el t í t u l o
«La p o s i c i ó n de la Doctrina de la Ciencia
e n la filosofía tardía de Fichte (El edificio
doctrinal d e F i c h t e e n s u s l e c c i o n e s tardías en Berlín)».
Si el primer volumen de dicha colección
escolar reúne los escritos de 1809 y 1810,
el que aquí n o s o c u p a compila tres materias impartidas en distintos cursos en 1811.
El primer texto es la Doctrina de L· ciencia
1811 (Wissenschaftslehre
1811), leída en el
semestre de invierno de 1810/1811, y que,
a diferencia de otras versiones conservadas
de la Doctrina de la ciencia enseñada en esta
época, la escogida para esta edición fue elaborada y revisada por el propio Fichte c o n
el fin incluso de su publicación. S u edición
c a n ó n i c a se halla en el v o l u m e n 12 de la
serie II (Hoolzboog-Frommann, 1999). Pero
el lector h i s p a n o de la obra de Fichte está
en este c a s o de especial enhorabuena, porque su fácil adquisición le permite hacerse
c o n el original de una obra c o m o ésta de la
que ya c o n t á b a m o s c o n la traducción que
a c a b a m o s de m e n c i o n a r y poder e n t o n c e s
de esta manera hacer una lectura paralela
entre el original y su traducción. Sobre este
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233, RESEÑAS
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RESEÑAS
p u n t o hay q u e advertir, n o obstante, q u e
n o s sorprende y extraña u n despiste de los
editores a l e m a n e s , a saber, que en la relac i ó n bibliográfica al final del prólogo recojan la traducción italiana mientras que omitan la española, impresa el m i s m o a ñ o que
aquélla.
El s e g u n d o escrito es «Del estudio de la
filosofía» [Von dem Studio der Philosophie]
o «Sobre la esencia d e la filosofia» [Üeber
das Wesen der Philosophie],
el cual procede d e u n a serie d e conferencias introductorias a l o s e s t u d i a n t e s de la universidad
l e í d a s e n el s e m e s t r e d e i n v i e r n o d e
1811 /1812. Se publican en este caso las tres
versiones que del m i s m o se conservan, u n a
de autor d e s c o n o c i d o , y las otras de Cauer
y S c h o p e n h a u e r . Y el ú l t i m o texto e s d e
u n a n o t a b l e i m p o r t a n c i a p o r la f u n c i ó n
propedéutica q u e Fichte le c o n c e d í a e n s u
nueva c o n c e p c i ó n del s i s t e m a d e la ciencia, los Hechos de la conciencia
(Thatsachen
des Bewusstseins).
T a m p o c o de éste existe
el m a n u s c r i t o del p r o p i o F i c h t e y sí, e n
cambio, abundantes transcripciones de sus
discípulos, habiendo optado los editores
por el texto c o n o c i d o de Halle, de u n escribiente desconocido, cuya copia es m á s rigurosa que las de otros escribientes. Las partes q u e a tal m a n u s c r i t o le faltan h a n sido
c o m p l e t a d a s c o n la copia d e Cauer. Y c o n c l u i m o s esta recensión ofreciendo u n a últim a prueba de la rigurosidad d e la e d i c i ó n
de estos textos a pesar d e tratarse de u n a
e d i c i ó n e c o n ó m i c a , a saber, la i n c l u s i ó n
de u n índice o n o m á s t i c o y u n exhaustivo
í n d i c e d e c o n c e p t o s . — R A F A E L V. ORDEN
JIMÉNEZ.
LAZZARI, ALESSANDRO, «Das Eine,
was
der
Menschheit
Noth ist». Einheit
und
Freiheit in der Philosophie
Karl Leonhard Reinhold (1789-1792) (FrommannH o l z b o o g , Stuttgart, 2 0 0 3 ) . 3 6 8 p p . ,
20,5 x 14 c m . , ISBN: 3 7 7 2 8 2 2 1 3 4 .
La obra q u e n o s o c u p a forma parte de
u n trabajo d e investigación sobre la génesis d e la Doctrina de la ciencia d e F i c h t e
© PENSAMIENTO, ISSN 0031-4749
limitado e n este c a s o a la e v o l u c i ó n filosófica de Reinhold entre 1789 y 1792, a saber,
desde la publicación de s u Ensayo de una
nueva teoría de la facultad humana
de la
representación,
c o n el q u e c o m i e n z a la
modificación d e la filosofía crítica kantiana q u e conduciría a la c o n f i g u r a c i ó n del
m o v i m i e n t o idealista alemán, hasta la edic i ó n del s e g u n d o v o l u m e n d e las Cartas
sobre la filosofía de Kant. Ahora b i e n , la
obra trata s e m e j a n t e m a t e r i a d e s d e u n
enfoque particular q u e la distingue de las
e x p o s i c i o n e s h a b i t u a l e s , a saber, q u e la
Filosofía elemental fue gestada para satisfacer problemas n o tanto de raigambre teórica c u a n t o práctica, y q u e la reforma a la
que la sometería el propio Reinhold hasta
desecharla e n 1792 vendría t a m b i é n suscitada por c u e s t i o n e s de tipo práctico. El
posible lector n o encontrará aquí e n t o n c e s
la acostumbrada exposición sistemática de
la Filosofía elemental y s u s sucesivos c a m bios, c o m o t a m p o c o debe esperar, por otro
l a d o , u n a r e c o n s t r u c c i ó n d e la filosofía
práctica de R e i n h o l d en el p l a z o d e a ñ o s
señalado, e n este otro c a s o p o r la sencilla
razón, tal y c o m o s e ñ a l a Lazzari, d e q u e
Reinhold n o elaboró ninguna filosofía práctica e n e s e tiempo; pero, e n c a m b i o , sí q u e
contará c o n e s e n u e v o enfoque h e r m e n é u tico s e ñ a l a d o , el cual e n r i q u e c e notablem e n t e la comprensión del devenir que cond u j o d e la Crítica de la razón pura a la
Doctrina de la ciencia. E n efecto, las exposiciones habituales situaban a Reinhold
c o m o el eslabón que enlazaba u n o c o n otro
dentro de materias fundamentalmente epist e m o l ó g i c a s tras la crisis suscitada, entre
otros, por Jacobi c o n el problema de la cosa
e n sí. La aportación fundamental de Reinhold a la futura configuración del idealism o a l e m á n solía cifrarse e n la configurac i ó n del c o n c e p t o « s i s t e m a »
como
c o m p e n d i o c i e n t í f i c o de t o d o el s a b e r y,
ligado a ello, el primer proyecto de tal sist e m a c o n la Filosofía elemental, cuya crisis p r o v o c a d a p o r las o b j e c i o n e s , fundam e n t a l m e n t e , de S c h u l z e e n
Aenesidemus
serían el d e s e n c a d e n a n t e del n u e v o planPENSAMIENTO, vol. 62 (2006), num. 233, RESEÑAS
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RESEÑAS
t e a m i e n t o s i s t e m á t i c o d e Fichte. La filosofía de R e i n h o l d aparecía e n t o n c e s c o m o
u n proyecto e m i n e n t e m e n t e epistemológic o o d e filosofía teórica vinculado al problema de la cosa e n sí y resultado d e la falta
de rigurosidad científica de las críticas kantianas, e n c u y o c a s o habría q u e c o n c e d e r
a Fichte toda la originalidad e n la prioridad q u e éste concedería a la libertad e n s u
p r o y e c t o s i s t e m á t i c o y q u e le c o n d u j o a
s o m e t e r la filosofía teórica a la práctica.
Sin desmentir la importancia de tales aportaciones, lo q u e esta obra p o n e d e relieve
es, e n c a m b i o , q u e la filosofía práctica fue
t a m b i é n la prioridad d e R e i n h o l d e n e s e
período de t i e m p o , y q u e la teoría epistem o l ó g i c a d e 1 7 8 9 s o b r e la f a c u l t a d d e
r e p r e s e n t a c i ó n y el a b a n d o n o del p r o p i o
R e i n h o l d de la Filosofía e l e m e n t a l n o s e
d e b i ó a c u e s t i o n e s teóricas c u a n t o prácticas, d e tal m o d o q u e la u n i ó n entre Kant y
Fichte e n los p l a n t e a m i e n t o s fundamentales sobre la prioridad d e la filosofía práctica mantendría e n t o n c e s u n a continuidad
c o n l o s trabajos de Reinhold. Para probar
semejante tesis, la obra tiene d o s m o m e n tos. El primero s e m a n t i e n e e n el Ensayo
de 1789 y plantea los m o t i v o s d e tipo práctico que condujeron a s u elaboración, fund a m e n t a l m e n t e , el interés prioritario d e
R e i n h o l d p o r la Teología moral p l a s m a d a
en la Crítica de la razón pura y las dificult a d e s c o n las q u e el p r o p i o R e i n h o l d s e
e n c o n t r ó e n la f u n d a m e n t a c i ó n ensayada
por Kant de e s a Teología moral, y, e n c o n creto, de la idea d e libertad. Ello e s l o q u e
le obligó a plantear u n a nueva f u n d a m e n tación de los resultados obtenidos por Kant,
esto e s , u n a nueva b a s e teórica c o n la q u e
avalar la validez d e las ideas d e Dios, libertad e inmortalidad; e n otras palabras, el fin
perseguido era mantener las m i s m a s metas
de la filosofía práctica d e Kant d i s e ñ a n d o ,
e n c a m b i o , u n a n u e v a filosofía t e ó r i c a .
Ahora bien, el curso d e los p l a n t e a m i e n t o s
teóricos s e g u i d o e n el Ensayo entra e n crisis al descubrirse c o m o inviable el concepto
de libertad e n el q u e d e s e m b o c a n l o s análisis teóricos q u e c o n s t i t u y e n la Filosofía
© PENSAMIENTO, ISSN 0031-4749
elemental. E s e n t o n c e s c u a n d o el autor, e n
u n s e g u n d o m o m e n t o d e la obra, reconstruye la e v o l u c i ó n e x p e r i m e n t a d a p o r
Reinhold y que le c o n d u c e al segundo volum e n d e las Cartas, la cual está d o m i n a d a
por reflexiones distintas: la primera c o n sistió e n quebrar la identidad establecida
por Kant entre voluntad y razón práctica,
m i e n t r a s q u e la s e g u n d a estribaba e n la
d i s t i n c i ó n entre e n t e n d i m i e n t o c o m ú n y
r a z ó n filosófica. La crisis d e la Filosofía
elemental c o m i e n z a e n t o n c e s allí «donde
la voluntad y a n o resulta m á s u n a m a n i festación específica d e la razón cuanto q u e
pasa a ser considerada c o m o u n a facultad
f u n d a m e n t a l p r o p i a s i t u a d a j u n t o a la
facultad racional y a otras facultades anímicas». S e g ú n prueba Lazzari, fueron e n
tal c a s o los problemas de filosofía práctica a l o s q u e s e vio s o m e t i d a la filosofía de
R e i n h o l d para solucionar, justamente, los
de Kant, así c o m o t a m b i é n las s o l u c i o n e s
ensayadas por el propio Reinhold sin éxito
definitivo, l o s q u e d e t e r m i n a r í a n l o s prim e r o s y renovados esfuerzos sistemáticos
de Fichte. La prueba aducida p o r Lazzari
para respaldar tal resultado s e halla e n el
s e g u n d o parágrafo d e la nueva e d i c i ó n del
Ensayo de una crítica de toda revelación, de
1793, s i t u a d o e n el c o n t e x t o d e las reflex i o n e s p r á c t i c a s del p r o p i o R e i n h o l d . —
RAFAEL V. ORDEN JIMÉNEZ.
KREIMENDAHL, LOTHAR, KANT-INDEX.
Band
38: Stellenindex
und Konkordanz
zur
«Der einzig mógliche Beweisgrund
zu
einer Demonstration
des Daseins Gottes» (Erstellt in Z u s a m m e n a r b e i t m i t
H a n s - W e r n e r Bartz, H e i n r i c h P. Delfosse u n d Michael O b e r h a u s e n . Unter
M i t w i r k u n g v o n Katja W e c k e s s e r ,
Frommann-Holzboog, Stuttgart, 2003).
LVI + 5 3 1 , 2 4 x 17 c m . , I S B N :
3772821782.
Este v o l u m e n e s el trigésimo octavo de
los í n d i c e s d e la obra d e Kant y, e n c o n creto, el primero correspondiente a su secc i ó n tercera, a saber, aquella que reúne los
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233, RESEÑAS
372
RESEÑAS
de los escritos precríticos. P u e s t o que en
a n t e r i o r e s r e c e n s i o n e s s o b r e o t r o s volúm e n e s ya h e m o s ofrecido nuestra o p i n i ó n
sobre este proyecto, n o s l i m i t a m o s e n tal
c a s o a presentar el c o n t e n i d o de este volum e n , y que consiste, e x a c t a m e n t e , en los
í n d i c e s al e s c r i t o k a n t i a n o de 1 7 6 3 , El
único fundamento
posible de una
prueba
de la existencia de Dios. A s i m i s m o , c o m o
ya es bien c o n o c i d a la estructura de estos
trabajos, nos l i m i t a m o s a recordarla: cada
obra es i n d o x a d a de a c u e r d o a u n índice
de t é r m i n o s , el índice principal, d o n d e se
e n c u e n t r a c a d a v o z o l e m a e m p l e a d o , la
e s t a d í s t i c a de su a p a r i c i ó n y l o s lugares
d o n d e c a b e localizarlo en la e d i c i ó n de la
Academia; y a u n índice de
concordancias;
a e s t o s d o s les s i g u e n los índices
especiales, que incluyen, entre otros, el de términ o s latinos, el o n o m á s t i c o , el de localizac i o n e s geográficas, etc.
C o m o es habitual en esta serie, los índices de cada obra vienen precedidos de una
introducción tanto al texto indexado c o m o
a la m e t o d o l o g í a e m p l e a d a en la elaboración de los índices y el m o d o de consultarlos c o m o , por ú l t i m o , a l g u n o s resultados
obtenidos de los estudios filológicos de la
obra en cuestión. El texto que n o s o c u p a
fue publicado por Kant en 1763 y pertenec e a su p e r í o d o precrítico, si b i e n , c o m o
señala el responsable de la edición en la respectiva introducción, tiene la particularidad de ser la primera publicación de Kant
sobre metafísica escrita en alemán, basada, e s o sí, en diversos textos latinos, c o m o
u n o de 1755, Principiorum
primorum
cognitionis
metaphysicae
nova
dilucidatio,
d o n d e h a b í a p l a n t e a d o ya el a r g u m e n t o
ontoteológico que le iba a ocupar ahora en
alemán. Se trata de un escrito en el que Kant
hace u n último esfuerzo por salvaguardar
algunas afirmaciones de raigambre meta-
© PENSAMIENTO, ISSN 0031-4749
física, aunque en ese m o m e n t o ya desconfiaba notablemente de las posibilidades de
u n a metafísica, c o m o p r u e b a el h e c h o
c o m e n t a d o por el editor de que este términ o suele ser e m p l e a d o por Kant ya en esa
é p o c a c o n u n sentido m á s bien peyorativo.
Pero, a d e m á s de la contextualizacón de tal
escrito, de dicha introducción nos resultan
especialmente apreciables y de lectura recomendable las páginas dedicadas a algunos
resultados del estudio filológico, en c o n creto, el capítulo titulado «Algunas observaciones sobre el análisis lingüístico de El
único fundamento
posible», c o n d o s s u b apartados: «La temprana clasificación de
las d e m o s t r a c i o n e s de Dios y su terminología» y «La potencia efectiva de la terminología latina». Así, por ejemplo, son espec i a l m e n t e i n t e r e s a n t e s las e x p l i c a c i o n e s
sobre el u s o de términos c o m o «Grund» y
«Ursache», así c o m o t a m b i é n de la c o n junción «weil», pues prueban la intención
de Kant de elaborar un escrito que ofreciese u n a estructura a r g u m e n t a t i v o lo m á s
rigurosamente
lógica posible, y lo m i s m o
s u c e d e c o n las a c l a r a c i o n e s c o r r e s p o n dientes al e m p l e o de la expresión «Physikotheologie». Asimismo, de los estudios ling ü í s t i c o s s e d e s p r e n d e , s e g ú n afirma
r o t u n d a m e n t e el editor, q u e d u r a n t e la
redacción del escrito que nos ocupa, Kant
«escribe en a l e m á n pero a ú n p i e n s a en
latín» [p. XXI]. Así lo prueba el uso de determinados términos c o m o el de «Principium»
en lugar de «Princip» o una voz que por un
futuro escrito estará i r r e m e d i a b l e m e n t e
a s o c i a d a al p e n s a m i e n t o k a n t i a n o , la de
«Aufklárung», cuyo e m p l e o equivale al latin o «dilucidatio». La introducción concluye con u n a apreciable relación bibliográfica de e d i c i o n e s del escrito i n d e x a d o , así
c o m o de literatura s e c u n d a r i a sobre el
m i s m o . — RAFAEL V . ORDEN JIMÉNEZ.
PENSAMIENTO, vol. 62 (2006), núm. 233, RESEÑAS
LIBROS RECIBIDOS
N.B.: A continuación se indican todos los libros recibidos en la Redacción de Pensamiento, sin
que ello implique compromiso por parte de la revista en la recensión de los mismos (última relación de libros recibidos en: Pensamiento
n.° 229, 2005).
ACADÉMIE D'ATHENES, Hosard
losophie
Grecque.
et nécessité
dans la philosophie
grecque.
Centre de Recherche
sur la Phi-
Athenes 2005. 236 pp.
ALONSO ARRIBAS, AMADEO (Coordinador), La educación
integral y la formación de la voluntad.
Educación en valores. Actas del VI y VII encuentros de filosofía y educación.
Instituto Superior de Filo-
sofía San Juan Bosco de Burgos, Burgos 2004. 183 pp.
ALONSO DE SANTA CRUZ, Sobre la meL·ncolía.
Diagnóstico
y Curación de los afectos mehncólicos
(ca. 1569).
Edición de Juan Antonio Paniagua Colección de Pensamiento Medieval y Renacentista, Ediciones de la Universidad de Navarra, Pamplona 2005. 128 pp.
ANDALUZ ROMANILLOS, ANA MARÍA (Ed.), Kant,
Razón
y experiencia.
Publicaciones de la Universidad
Pontificia de Salamanca, Salamanca 2005. 676 pp.
ARANA, JUAN, Filosofía de lo cotidiano.
Hojas de Calendario. Biblioteca Nueva, Madrid 2005. 122 pp.
ARANA, JUAN, Los filósofos y la libertad. Editorial Síntesis, Madrid 2005. 256 pp.
ÁVILA, REMEDIOS, El desafío del nihilismo.
La reflexión metafísica
como piedad del pensar. Trotta,
Madrid 2005. 287 pp.
BACH, THOMAS, y BREIDBACH, OLAF (Eds.), Naturphilosophie
nach Schelling.
Schellingiana 17, From-
mann-Holzboog, Stuttgart 2005. 836 pp.
BEIERWALTES, WERNER, Cusanus.
Reflexión
metafísica
y espiritualidad.
Colección de Pensamiento
Medieval y Renacentista, Ediciones de la Universidad de Navarra, Pamplona 2005. 293 pp.
BLANCO, PABLO, Joseph
Ratzinger:
Boletín del Museo e Instituto
Boletín del Museo e Instituto
Razón y Cristianismo.
Rialp, Madrid 2005. 300 pp.
Camón Aznar, n.° XCVII 2006, Ibercaja, Zaragoza 2005. 373 pp.
Camón Aznar, n.° XCVI 2005, Ibercaja, Zaragoza 2005. 388 pp.
BOLZÁN, JUAN ENRIQUE, Física, química
y filosofía
natural
en Aristóteles.
Colección de Pensamiento
Medieval y Renacentista, Ediciones de la Universidad de Navarra, Pamplona 2005. 426 pp.
BORGHESE, ALEJANDRA, Con ojos nuevos. Un viaje a la fe. Rialp, Madrid 2006. 172 pp.
BURGGRAF, JUTTA, Libertad vivida con la fuerza de la fe. Rialp, Madrid 2006. 212 pp.
CEDEÑO CASTRO, ROGELIO, Religión civil o religión del estado. El conflicto durante la reforma
Guatemala
liberal en
y Costa Rica. Universidad Nacional de Costa Rica, Costa Rica 2004. 284 pp.
CLEARY, J. J., y GURTLER, G. M., SJ (Ed.), Proceedings of the Boston Area Colloquium
losophy , vol 20 (2004), Brill Academic Publishers. Leiden 2005.
DESCARTES, R., Las pasiones
in Ancient
Phi-
del alma. Edición de Julián Pacho, Clásicos del Pensamiento, Bibliote-
ca Nueva, Madrid 2005. 185 pp.
DELFOSSE, HEINRICH, y Pozzo, R., Kant-Index
Meiers Vemunftlehre.
Ergànzungsband:
Stellenindex
und Konkordanz
zu G.F.
Forschungen und Materialien zur deutschen Aufklárung 111,21 1-2, From-
mann-Holzboog, Stuttgart. 632 pp.
DÜSING, KLAUS, Fundamente
suchungen.
derEthik.
Unzeitgemásse
typologische
und subjektivitatstheoretische
Unter-
Problemata 152, Frommann-Holzboog, Stuttgart 2005. 334 pp.
D'ALFONSO, MATTEO VINCENZO, Vom Wissen
zur Weisheit.
Fichtes
Wissenschaftslehre
1811. Fichte Stu-
dien Supplementa, Rodopi Editions, New York 2005. 311 pp.
ECHEVARRÍA, JAVIER, Eucaristía y vida cristiana. Rialp, Madrid 2005. 245 pp.
ESTRADA, JUAN A., La pregunta por Dios. Entre la metafísica, el nihilismo y la religión.
Desclée de Brou-
wer, Bilbao 2005. 427 pp.
EUSTRATIUS, ASPASIUS; EPHESIUS, MICHAEL, et al, Aristotelis
Stagiritae
Moralia
Nicomachia.
Comentaria
in Aristotelem Graeca: Versiones Latinae temporis resuscitarum litterarum, edición de Charles
Lohr, Frommann-Holsboog, Stuttgart 2006. 552 pp.
FABRO, CORNELIO, La Nozione
Metafísica
di Partecipazione,
Secondo
San Tommaso
dAquino.
Opere
Complete, vol. 3, Editrice del Verbo Incarnato, Roma 2005. 427 pp.
FICHTE, JOHANN GOTTLIEB, Gesamtausgabe
Band 10, Werke 1808-1812.
der Bayerischen
Akademie
der Wissenschaften,
Reihe I: Werke,
Editado por Reinhard Lauth, Erich Fuchs y otros, Frommann-Holz-
boog, Stuttgart 2006. 497 pp.
374
LIBROS RECIBIDOS
FORNET-BETANCOURT, RAÚL, Lateinamerikanische
Philosophie
im Kontext der Weltphilosophie,
Interkulturelle Bibliothek. Traugott B a u t z , N o r d h a u s e n 2 0 0 5 . 1 3 1 pp.
FORNET-BETANCOURT, RAÚL (Hrsg.), Concordia.
Reihe Monographien,
Band 39. W i s s e n s c h a f t s v e r l a g
M a i n z in A a c h e n , A a c h e n 2 0 0 5 . 1 2 6 pp.
GARCÍA GÓMEZ-HERAS, JOSÉ MARIA (Coordinador), Cultura, Política y Religión, en el choque de las civilizaciones.
Centro d e la Cultura Popular Canaria, C o l e c c i ó n Enargeia, La L a g u n a 2 0 0 4 . 4 9 0 pp.
GILSON, ÉTIENNE, Las constantes
filosóficas del ser. C o l e c c i ó n d e P e n s a m i e n t o Medieval y R e n a c e n tista, E d i c i o n e s d e la Universidad de Navarra, P a m p l o n a 2 0 0 5 . 1 9 5 p p .
GÓMEZ PÉREZ, RAFAEL, Breve historia de la cultura europea. Rialp, Madrid 2 0 0 5 . 2 2 8 pp.
GÓMEZ PIN, VÍCTOR, El hombre, un animal singular. La Esfera de los Libros, Madrid 2 0 0 5 . 2 7 9 pp.
GONZÁLEZ, ANA MARTA, Claves de ley natural. Rialp, Madrid 2 0 0 6 . 1 6 5 pp.
HABERMAS, JÜRGEN, El Occidente escindido. Trotta, Madrid 2 0 0 6 . 1 8 7 pp.
INTROVIGNE, MASSIMO, Los Illuminati y el Priorato de Sión. La verdad en Angeles y Demonios y El Código Da Vinci. Rialp, Madrid 2 0 0 5 . 2 1 6 pp.
IZUZQUIZA, IGNACIO, La filosofía como forma de vida. Editorial S í n t e s i s , Madrid 2 0 0 5 . 2 5 1 pp.
JACOBI, FRIEDRICH HEINRICH, Werke, B r i e f w e c h s e l , N a c h l a s s , D o k u m e n t e : G e s a m t a u s g a b e der B a y e rischen A k a d e m i e , Band 5: Briefwechsel
1786, e d i t a d o p o r Walter J a e s c h k e y R e b e c c a P a i m a n n ,
F r o m m a n n - H o l z b o o g , Stuttgart 2 0 0 5 . 4 6 3 pp.
KREIMENDAHL, LOTHAR, Kant-Index.
Section 3. Band 39: Stellenindex
und Konkordanz
zur
«Preisschrift» ... F o r s c h u n g e n u n d Materialien zur d e u t s c h e n Aufklàrung 111-46 1-2, e d i t a d o p o r Norbert
H i n s k e y otros, F r o m m a n n - H o l s b o o g , Stuttgart 2 0 0 6 .
KYMLICKA WILL, Fronteras territoriales.
Trotta, Madrid 2 0 0 6 . 8 0 pp.
LE TOURNEAU, DOMINIQUE, El Opus Dei. Informe sobre la realidad. Rialp, Madrid 2 0 0 6 . 1 3 1 pp.
MARGARÍA, LÚCA, Passivo e/o altivo, L'enigma dell'umano
tra Lévinas e Rocoeur. A r m a n d o Editore,
R o m a 2 0 0 5 . 4 0 0 pp.
MARTÍ ANDRÉS, GABRIEL, La inmortalidad
como sempitemidad.
Un estudio sobre el ser del espíritu
humano en Tomás de Aquino. U n i v e r s i d a d d e Málaga, Málaga 2 0 0 4 . 2 1 6 p p .
MARTÍ, PABLO, Teología Espiritual.
Manual de Iniciación.
Rialp, Madrid 2 0 0 6 . 1 9 6 pp.
MARTÍNEZ, JULIO; PERROTIN, CATHERINE, y TORRALBA, FRANCESC, Repensar la dignidad humana.
Editorial
M i l e n i o , Lleida 2 0 0 5 . 1 9 3 p p .
MARTÍNEZ-FREIRÉ, PASCUAL, La Importancia
del Conocimiento.
Filosofía y Ciencias Cognitivas.
Univers i d a d de Málaga, M á l a g a 2 0 0 5 . 2 3 6 p p .
MAURI, MARGARITA, El conocimiento
moral: Shaftesbury,
Hutcheson,
Hume, Smith, Brentano,
Scheler,
Santo Tomás. Rialp, Madrid 2 0 0 5 . 1 5 3 p p .
MEISINGER, HUBERT; DREES, WILLIAM D., y ZBIGNIEW, LIANA (Eds.), Studies in Science and Theology 20052006, E S S S A T , L u n d 2 0 0 5 , 3 3 4 pp.
MELENDO, TOMÁS, Introducción
a la antropología:
la persona. E d i c i o n e s I n t e r n a c i o n a l e s Universitarias, M a d r i d 2 0 0 5 . 1 6 3 p p .
MONSERRAT MOLAS, JOSEP, Estudies de fdosofía catalana. Facultat de Filosofía de la Universitat R a m o n
Llull, B a r c e l o n a 2 0 0 4 . 1 0 2 p p .
MORALES, CARLOS ( C o m p i l a d o r ) , Cinco maestros del siglo xx. U n i v e r s i d a d N a c i o n a l de Costa Rica,
Costa R i c a 2 0 0 4 . 1 3 5 pp.
MORALES, JOSÉ, Madre de la Gracia. C o l e c c i ó n P a t m o s , Rialp, Madrid 2 0 0 6 . 1 5 3 p p .
MORENO VÁZQUEZ, CÉSAR, y D E MINGO RODRÍGUEZ, ALICIA MARÍA (Editores), Signo, Intencionalidad,
Verdad. Estudios de Fenomenología,
Actas del V Congreso Internacional
de Fenomenología.
Sociedad
E s p a ñ o l a de F e n o m e n o l o g í a , Universidad de Sevilla, Sevilla 2 0 0 5 . 5 0 0 pp.
MOÚTSOPOULOS, E., L'Univers des valeurs, univers de l'homme. Recherches Axiologiques.
Académie
d'Athènes, Centre d e R e c h e r c h e sur la P h i l o s o p h i e Grecque, A t h è n e s 2 0 0 5 . 4 5 1 p p .
ORLANDIS, JOSÉ, Los signos de los tiempos. C o l e c c i ó n P a t m o s , Rialp, Madrid 2 0 0 6 . 6 0 pp.
ORLANDIS, JOSÉ, La aventura de la vida eterna. P a t m o s Libros de Espiritualidad, Rialp, Madrid 2 0 0 5 .
9 1 pp.
ORTIZ LÓPEZ, JESÚS, Conocerá
Dios. III. La fe vivida. Rialp, Madrid 2 0 0 5 . 3 3 4 pp.
OUAKNIN, MARC-ALAIN, Elogio de la caricia. Trotta, Madrid 2 0 0 6 . 2 4 5 pp.
PÈLACH, ENRIQUE, Abancay. Un obispo en los Andes peruanos. Rialp, Madrid 2 0 0 5 . 1 7 3 pp.
PICORNELL GALLAR, DAMIÁN, La estructura de la razón moral. Diálogo teológico con la noología de Xavier
Zubiri. U n i v e r s i d a d C o m i l l a s , Madrid 2 0 0 6 . 4 6 3 pp.
PIEPER, JOSEF, Introducción
a Tomás de Aquino. Doce Lecciones. Rialp, Madrid 2 0 0 5 . 1 8 2 pp.
PINTOR-RAMOS, ANTONIO, Nudos en la filosofía de Zubiri. P u b l i c a c i o n e s de la Universidad Pontificia de
S a l a m a n c a , S a l a m a n c a 2 0 0 6 . 2 5 7 pp.
375
LIBROS RECIBIDOS
QUERO-SÁNCHEZ, ANDRÉS, Sein ah Freiheit.
nes Gottlieb
Die idealistische
Metaphysik
Meister
Eckharts
und
Johan-
Fichtes. Reihe Symposium Band 121, Karl Alber Verlag, Freiburg 2004. 432 pp.
ROTTERDAM, ERASMO DE, Coloquios
familiares,
Edición
de Alonso
Ruiz de Virués
(siglo xvi). Edición
actualizada, estudio introductorio y notas por Andrea Herrán y Modesto Santos, Anthropos,
Barcelona 2005. 263 pp.
SÁEZ CRUZ, J. (Coordinador), Educaren
del VIH y IX encuentros
la virtud
y la virtud
de filosofía y educación.
de educar.
Educar
para la justicia,
Actas
Instituto Superior de Filosofía San Juan Bosco
de Burgos, Burgos 2005. 203 pp.
SÁENZ CRUZ, J. (Coordinador), Educaren fo prudencia:
tro de Filosofía y Educación.
2006. 141 pp.
un proceso
de maduración,
Actas del
XEncuen-
Instituto Superior de Filosofía San Juan Bosco de Burgos, Burgos
SÁNCHEZ-MIGALLÓN, SERGIO, La persona
humana
y su formación
en Max Scheller.
Ediciones de la Uni-
versidad de Navarra, Pamplona 2006. 222 pp.
SCANNONE, JUAN CARLOS, Religión y nuevo pensamiento.
Hacia una filosofía de la religión para
nuestro
tiempo desde América Latina. Anthropos, Barcelona 2005. 304 pp.
SCHELLING, FRIEDRICH W. J., Historisch-kritische Ausgabe, Reihe I: Werke, Band 9: System des trans-
cendentalen
Idealismus
(1800),
editado por Harald Korten y Paul Ziche, Frommann-Holzboog,
Stuttgart 2005. 604 pp.
SCHLÜSSER, INGEBORG, Art e liberté
dans l'Idealisme
transcendental.
Kant et Schiller.
Editions Payot
Lausanne, Lausanne 2005. 313 pp.
SCHMITZ-MOORMANN, KARL, Teología
de la Creación
de un mundo
en evolución.
Editorial Verbo Divi-
no, Madrid 2005. 295 pp.
SCHOOT, ALBERT VAN DER, Die Geschichte
des goldenen
Schnitts.
Aesthetik 3, Frommann-Holzboog,
Stuttgart 2004. 382 pp.
SOTO BRUNA, MARÍA JESÚS (Ed.), Metafísica
y antropología
en el siglo xii. Colección de Pensamiento
Medieval y Renacentista, Ediciones de la Universidad de Navarra, Pamplona 2005. 364 pp.
TOMÁS DE AQUINO, Sobre el Verbo. Comentario
al Prólogo del Evangelio
de San Juan.
Edición de Juan
Fernando Selles, Colección de Pensamiento Medieval y Renacentista, Ediciones de la Universidad de Navarra, Pamplona 2005. 172 pp.
TOMÁS DE AQUINO, S., Comentario
Seres Corpóreos,
Hombre.
a las sentencias
de Pedro Lombardo,
vol. Illl,
La Creación:
Angeles,
Colección de Pensamiento Medieval y Renacentista, Ediciones de la
Universidad de Navarra, Pamplona 2005. 603 pp.
TORRALBA, JOSÉ MARIA, Acción
intencional
y razonamiento
práctico
según
G.E.M. Anscombe.
Edicio-
nes de la Universidad de Navarra, Pamplona 2005. 241 pp.
UGARTE CORCUERA, FRANCISCO, En busca
de la realidad.
La felicidad
y los valores.
Rialp, Madrid 2006.
136 pp.
UGARTE PÉREZ, JAVIER (Compilador), La adminitración
de la vida. Estudios
biopolíticos.
Anthropos,
Barcelona 2005. 191 pp.
URABAYEN, JULIA, Las raíces del humanismo
de Levinas:
el judaismo
y la fenomenología.
Ediciones de
la Universidad de Navarra, Pamplona 2005. 280 pp.
VÁZQUEZ GARCÍA, FRANCISCO, Tras la autoestima.
Variaciones
sobre el yo expresivo
en la modernidad
tar-
día. Gakoa Liburuak, San Sebastián 2005. 252 pp.
VELARDE LOMBRAÑA, JULIÁN; LÓPEZ CEREZO, JOSÉ A., y D E LA PIENDA, JESÚS AVELINO (Eds.), Studia
sophica
Philo-
IV. Universidad de Oviedo, Oviedo 2004. 337 pp.
WOLFF, CHRISTIAN, Einleitende
Abhandlung
über Philosophie
im allgemeinen.
Frommann-Holzboog
Studientexte, vol. 8, editado por Günter Gawlick y Lothar Kreimendahl, Frommann-Holzboog,
Stuttgart 2005. 220 pp.
P E N S A M I E N T O
Revista de investigación e información
filosófica
Edición. La revista Pensamiento
nace en el año 1945 c o m o revista dedicada a la publicación de estudios filosóficos. Se han cumplido ya en el 2 0 0 4 , con el volumen 60, sus sesenta
años de publicación regular e ininterrumpida. Fue entonces promovida por los centros de estudios superiores de filosofía de la Compañía de Jesús en España. Hasta el año 2001 la entidad
gestora de la publicación y administración fue el Centro Loyola (calle Pablo Aranda, 3, 2 8 0 0 6
Madrid), mientras que la gestión editorial era asumida por una dirección y un consejo de dirección nombrado por la Provincia de España de la Compañía de jesús, c o m o entidad social responsable de la revista. A partir del año 2 0 0 2 , por acuerdo entre la Provincia de España de la
Compañía de jesús y la Universidad Comillas de Madrid, esta última se hizo cargo tanto de la
dirección editorial c o m o de la gestión de publicación y administración, a través de su Servicio
de Publicaciones (calle Universidad Comillas, 3, 2 8 0 4 9 Madrid). Pero la nueva gestión editorial de Pensamiento
es compatible con su espíritu fundacional que la liga a los centros de estudios superiores de la Compañía de Jesús en España, principalmente la Universidad de Deusto,
Bilbao, el Centre Borja, Barcelona, y la Facultad de Teología, Granada.
Naturaleza de la revista y perfil editorial. Pensamiento
siempre ha sido, y sigue siendo, una
revista de naturaleza
científica y de investigación, dentro de la metodología general propia de
los estudios filosóficos, de la específica de sus diferentes subdisciplinas, así c o m o también de
la propia de aquellas otras disciplinas afines en conexión ¡nterdisciplinar con la filosofía, tal
c o m o puedan ser las ciencias naturales y humanas. El criterio, pues, de publicación es claro:
seriedad científica y rigor metodológico en la investigación. Es lo que responde a los artículos
de nivel universitario que versan, sin restricción, sobre los temas clásicos de la filosofía: historia de la filosofía, estudio de los grandes filósofos, teoría de la ciencia, lógica, epistemología,
cosmología y filosofía natural, filosofía del lenguaje, reflexión filosófica sobre las ciencias naturales y humanas, psicología filosófica, antropología filosófica, ontologia, metafísica, teodicea,
filosofía de la religión, sociología, filosofía social, política y de la historia, ética, filosofía del
derecho, filosofía de la economía, etc. En Pensamiento
caben también las aportaciones ensayísticas y creativas, pero siempre que respondan a los criterios de calidad científica y universitaria que caracterizan su estilo propio. El perfil editorial de Pensamiento
es abierto sin restricciones ideológicas y pretende ser un medio editorial más, junto a otros muchos existentes en
España, que fomente una exposición rigurosa de las ideas que enriquezca el diálogo y la opinión filosófico-científica: publica, pues, todo tipo de opiniones y posiciones científicas y filosóficas, así c o m o líneas de interpretación de la historia y de los autores. La única exigencia editorial es la seriedad científica, el rigor de los análisis y argumentaciones, así c o m o el respeto y
la calidad humana del estilo. Aunque la actualidad no es un criterio determinante para una
revista c o m o Pensamiento,
sin embargo, su política editorial tenderá a que a través de sus páginas puedan seguirse las grandes cuestiones intelectuales y filosóficas planteadas en nuestro
momento histórico.
Características
formales. El público
destinatario
de Pensamiento
abarca a todos aquellos
que se interesan por la filosofía desde un punto de vista de rigor científico y de investigación
en un nivel universitario; y también al público general con la suficiente preparación, que incluye especialistas en otras disciplinas abiertas a la filosofía (física, biología, neurología, etc.). La
revista puede comenzar con un editorial,
pero no necesariamente. Sigue la sección de artículos en su cuerpo principal. A continuación la sección
de estudios,
notas,
textos,
comentarios
reúne una miscelánea de aportaciones: desde estudios temáticos hasta notas más breves, textos especiales, así c o m o comentarios de libros en profundidad u opiniones más ensayísticas.
Por último, las secciones de crónicas y bibliografía
que incluye las reseñas de libros. Pensamiento edita tres números al año, con un total en torno a las 512 páginas.
NORMAS DE PUBLICACIÓN
Autores.
Pensamiento
está abierta a la colaboración de todo tipo de autores, aun contando
preferentemente con el profesorado de las instituciones que la respaldan editorialmente. Publica investigación de profesorado universitario y de doctores, aunque no necesariamente, dependiendo siempre de la calidad de las colaboraciones propuestas, y del criterio de apoyar a jóvenes autores. Manuscritos.
Los autores deberán remitir por carta sus manucritos al director de la
revista (carta personal, tres copias en papel del manuscrito y un registro informático en disquete, en formato actualizado compatible con PC). No se desea recibir documentación por
correo electrónico, a no ser en casos especiales. La carta personal al director hará constar que
la colaboración es original y su compromiso a publicarla en Pensamiento
si es aceptada; asimismo, c o m o es habitual, que el autor cede a Pensamiento
la administración de los derechos
literarios del artículo, incluyendo su edición electrónica, si a ella hubiere lugar. La carta incluirá adjunto un breve curriculum
(a no ser que el autor sea ya conocido por la revista), así c o m o
la vinculación institucional del autor, si la hubiera. El texto del manuscrito deberá incluir título, resumen (no más de 160 palabras) y palabras clave, tanto en español c o m o en inglés (el
autor deberá cuidar la calidad de la traducción). La extensión es flexible, según la calidad de
la aportación; pero la normal debe considerarse entre 2 0 y 25 páginas. Se notificará la recepción de los manuscritos. Originales.
Pensamiento
sólo publica colaboraciones originales, pero
una vez publicadas, el autor podrá hacer uso de ellas (vg. publicándolas en un libro), siempre
que tenga autorización de Pensamiento
y se notifique su publicación original en
Pensamiento.
Presentación
formal. Se supone que el autor c o n o c e los criterios formales para una correcta
presentación de artículos científicos y de investigación, dentro siempre del rigor propio de las
diferentes secciones de Pensamiento.
Dada la variedad de criterios formales en la forma de citación (ante todo, diversidad entre la citación europea tradicional en filosofía y la criteriología
americana, usada preferentemente en revistas científicas, vg. en psicología y ciencias humanas), el criterio que se acepta es el de flexibilidad: se admitirán los planteamientos formales del
autor siempre que sean correctos en su estilo y consistentes (no mezclar criterios formales: por
ejemplo, europeos y americanos). Se aplicarán las normas de ortografía y puntuación de la Real
Academia Española; el autor deberá cuidar la claridad del estilo en la presentación de sus ideas
en lengua española. La revista podrá adaptar a su estilo tipográfico la presentación de las divisiones y secciones del artículo. Idioma.
La lengua habitual de Pensamiento es la española, sin
quedar cerrada a la posibilidad de publicación en otras lenguas cuando parezca conveniente.
Evaluación.
Tras un control inicial de calidad, los artículos serán evaluados por dos lectores
externos y uno interno, siendo sometidos finalmente a la consideración del consejo de redacción. Los manuscritos rechazados no se devolverán al autor por correo. Plazos. El consejo de
redacción se reunirá anualmente entre el 15 de septiembre y el 15 de octubre. Serán evaluados todos los artículos que lleguen a la redacción hasta el 10 de julio; pero no se puede garantizar la evaluación de los artículos que lleguen hasta el 10 de septiembre (o en el curso de septiembre). Los artículos seleccionados para publicación aparecerán en alguno de los c i n c o
próximos números (comenzando por el primero del año siguiente). La política editorial tiende
a evitar la acumulación de artículos más allá de esos cinco números. La actualización
final de
los artículos, a juicio del autor, podrá hacerse inmediatamente antes de su publicación. Edición. Los autores recibirán unas pruebas de imprenta que deberán devolver antes de diez días.
Tendrán derecho a recibir 25 separatas y un número completo de la revista. Pensamiento
«on
Une». No hay de momento edición y suscripción electrónica, pero se prepara poner on line
todos sus números desde el año 1945, con excepción de los últimos cinco años, también en
parte accesibles a través de la página web de Pensamiento,
ya abierta. La puesta on line de la
revista es un servicio más en beneficio del autor por ser un nuevo cauce para la difusión de sus
trabajos; difusión que no supone, por otra parte, beneficio económico. Dada la imposibilidad
de contactar con tantos autores desde el año 1945, si algún autor no quisiera ver sus artículos
on line, debe comunicarlo de inmediato a la dirección de la revista. Normas.
Los autores conocen y aceptan estas normas de publicación.
Revista Portuguesa d e Filosofia
Julho-Setembro • 2004 • Volume 60 • Fase. 3
Sapientia Dei - Scientia Mundi:
BERNARDO DE CLARAVAL E O SEU TEMPO
VILA-CHÀ, J o à o J.
S. B e r n a r d o e o P e n s a m e n t o d o seu T e m p o
ENDERS, Markus
Sapientia
Dei u n d Scientia
mundi
547-553
555-565
VERBAAL W i m
Bernardus Philosophus
CHAPMAN, Alice
Potestas in t h e Works of St. B e r n a r d
567-586
587-600
SOUZA. J. A n t o n i o d e
O p o d e r p a p a l no De considera fione
601-620
DREYER, M e c h t h i l d
A u s e i n a n d e r s e t z u n g mit d e m Islam
621-632
MEWS, C o n s t a n t J.
B e r n a r d , A b e l a r d a n d Helolse o n Love
633-660
MARCHIONNI, Antonio
As artes mechanicae
STAMMBERGER, Ralf
Sinneswahrnehmung bei Hugo u n d Bernhard
e m H u g o e S. B e r n a r d o ....
661-685
FIDORA, A l e x a n d e r
San B e r n a r d o y Isaac d e Stella
707-718
ROSSATTO, Noeli D u t r a
J o a q u i m d e Fiore e S. B e r n a r d o
719-736
STEINMETZ. Karl-Heinz
San B e r n a r d o e n la I n g l a t e r r a d e l siglo XIV
737-752
687-706
FICHEIRO DE REVISTAS / INDEX OF ARTICLES
761-793
APRESENTAÇÀO DOS AUTORES / PRESENTATION OF THE AUTHORS
795-796
Crónica /Chronicle • Ficheibo de Revistas /Index of Articles
DIRECTOR /EDITOR • JOÀO J VILA-CHÀ
CONSELHO DE REDACÇÀO • LUCIO CRAVEIRO
DA SILVA: BERNARDINO FERNANDES: ROQUE CABRAL: MANUEL
MORÁIS: MANUEL SUMARES: ALFREDO DINIS: JOSÉ G A M A : JOSÉ H. SILVEIRA DE BRITO: ETELVINA NUNES; JOSÉ
MIGUEL DÍAS COSTA: JOSÉ RUI DA COSTA PINTO.
CONSELHO CONSULTIVO
• A. T. DALFOVO (KAMPALA) | ACÍLIO E. ROCHA (BRAGA) | ADELA CORTINA
(VALENCIA) I ADRIAN PEPERZAK (CHICAGO) | ANDRÉS T. QUEIRUGA (COMPOSTELA) | ANTONIO MARTINS
(COIMBRA) I CHARLES TAYLOR (MONTREAL) | ELEONORE STUMP (SAINT LOUIS) | FRANCIS JACQUES (PARIS) |
FREDERICK LAWRENCE (BOSTON) | FRIEDO RICKEN (MÜNCHEN) | GERHARD BOWERING (NEW HAVEN) | JACQUES
TAMINIAUX (BRUXELAS & BOSTON) | JEAN GREISCH (PARIS) | JEAN-LUC MARION (PARIS & CHICAGO) | J O À O
M A C DOWELL (BELO HORIZONTE) | JOAQUIM CERQUEIRA GONÇALVES (LISBOA) | JOHN D. CAPUTO (VILLANOVA)
I JOHN O'MALLEY (CAMBRIDGE, MASS.) | JÒRG SPLETT (FRANKFURT & MÜNCHEN) | JOSÉ BARATA MOURÀ
(LISBOA) I JOSÉ ENES (LISBOA) | JOSÉ GÓMEZ CAFFARENA (MADRID) | JOSÉ LUÍS BRANDÀO DA LUZ (PONTA
DELGADA) | JOSÉ M.° MARDONES (MADRID) | JUAN CARLOS SCANNONE (BUENOS AIRES) | LEONEL RIBEIRO DOS
SANTOS (LISBOA) | MANUEL PATRICIO (ÉVORA) | MARCELO F. DE AQUINO (SAO LEOPOLDO) | MARCO OLIVETTI
(ROMA) I MARIA JOSÉ CANTISTA (PORTO) | MARIA MANUEL ARAÚJO JORGE (PORTO) | MARIA DO CEU PATRÀO
NEVES (PONTA DELGADA) | MICHEL RENAUD (LISBOA) | NORBERTO CUNHA (BRAGA) | OLIVA BLANCHETTE
(BOSTON) I PAUL DUMOUCHEL (KYOTO) | PAUL GILBERT (ROMA) | PAUL MENDES-FLOHR (JERUSALEM) | PAUL
VALADIER (PARIS) | PEDRO CALAFATE (LISBOA) | PETER KEMP (COPENHAGA) | PETER KOSLOWSKI (HANNOVER) |
PIERRE-JEAN LABARRIÈRE (PARIS) | RICHARD COBB-STEVENS (BOSTON) | RICHARD KEARNEY (DUBLIN & BOSTON) |
STANLEY ROSEN (BOSTON) | XAVIER TILLIETTE (PARIS)
jvila-cha@facfit. uep.pt PRAÇA 0A FACULDADE 1 [email protected] P- 4710-297
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REVISTA PORTUGUESA DE FILOSOFIA
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1
FUNDADA EN 1890. DIRIGIDA POR LA COMPAÑÍA DE JESÚS
DIPLOMA EN FILOSOFIA: PENSAR EL PRESENTE
Facultad de Ciencias Humanas y Sociales
La filosofía, como saber que se ocupa de dialogar con las circunstancias y la búsqueda
del sentido de las cosas, no sólo tiene interés para aquellos que han decidido cursar una
titulación en esta rama del saber, sino que importa a todos. Los problemas de nuestro
tiempo requieren un espacio de reflexión compartida, un lugar donde dialogar y debatir,
de modo que sea posible un análisis racional que ilumine la búsqueda de sentido
a los problemas, de la mano de lecturas orientadas.
Perfil de los alumnos
• Personas que cursen o hayan cursado la titulación de Filosofía, como formación
complementaria que les permitirá situar sus conocimientos ante los problemas de nuestro
tiempo. Todas las asignaturas tendrán el carácter de optativas o de libre elección.
Deberán cursar no menos de 25 créditos.
• Personas con interés por la reflexión filosófica y que cursen o hayan cursado
estudios universitarios o cumplan las condiciones de acceso a la Universidad.
Deberán cursar no menos de 30 créditos.
Plan de estudios
Curso 2 0 0 6 - 2 0 0 7
Obligatorias: Lecturas de Filosofía Antigua, 4,5 cr. (M. García-Baró). Lecturas
de Filosofía Moderna, 4,5 cr. (A. Villar). Pensar lo Humano, 3 cr. (A. Sánchez-Orantos).
Libre elección: Pensar la Política, 4,5 cr. (A. Hortal). Pensar la Sociedad, 3 cr. (R. Aparicio).
Pensar las Artes, 3 cr. (R. Pinilla).
Curso 2 0 0 7 - 2 0 0 8
Obligatorias: Lecturas de Filosofía Contemporánea, 3 cr. (M. García-Baró). Pensar la Ética, 3 cr.
(J. L. Fernández). Libre elección: Pensar la Religión, 3 cr. (M. García-Baró). Pensar la Ciencia
y la Técnica, 3 cr. (C. Cañón). Pensar la Literatura, 3 cr. (I. Romero). Pensar los Cambios
Sociales, 3 cr. (F. Vidal). Pensar los Derechos Humanos, 3 cr. (J. Almoguera y ) . L. Rey).
Se pueden cursar asignaturas sueltas.
Horario: Tardes (martes, miércoles o jueves)
Lugar: Alberto Aguilera, 23
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SERVICIO DE PUBLICACIONES
.BIOÉTICA
Y ANTROPOLOGÍA
>•• . 2 edición
A MIS MANOS
HAN LLEGADO
Cartas de los
PP. Generales
a la Antigua Provincia
del Paraguay
a
^Juan Masiá Clavel
Martín M. Morales
Publicaciones periódicas
Estudios Eclesiásticos
ESTUDIOS
ECLESIÁSTICOS
MIGRACIONES
Instituto Univ.
de Estudios sobre
Migraciones
Revista Teológica
de Investigación
e Información
Próximo n° 317
abril-iunio 2 0 0 6
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Miscelánea
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Derecho,
Eqftpresa y
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Próximo n° 19
junio 2 0 0 6
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MISCELÁNEA
COMILLAS
Revista de las
Facultades de Derecho
y de Ciencias Económicas
y Empresariales
Revista de Ciencias
Humanas y Sociales
Próximo n° 68
mayo-agosto 2 0 0 6
Próximo n° 124
¡unió 2 0 0 6
INFORMACIÓN
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JAVIER MONSERRAT
HACIA UN
UEVO MUND
FILOSOFÍA POLÍTICA
DEL PROTAGONISMO
HISTÓRICO
EMERGENTE
DE LA SOCIEDAD CIVIL
Uno de los fenómenos sociales más importantes es la movilización actual de la
sociedad civil a favor de un mundo más justo y solidario. La convicción de que otro
mundo mejor es posible se ha extendido por todas partes, y el clamor universal por
un Nuevo Mundo solidario, sin pobreza e injusticias, es hoy incesante. El concepto
de Nuevo Mundo representa, ya desde el descubrimiento de América, el horizonte
utópico de una vida mejor. La apelación a un Nuevo Mundo está hoy omnipresente
y el título de este libro quiere nacerse eco de esa aspiración universal.
Este clamor social responde a una nueva sensibilidad ético-utópica emergente en
la sociedad civil de nuestro tiempo, en la convergencia y superación tanto de la modernidad como del comunitarismo. Esta sensibilidad conduce a la configuración progresiva de los perfiles de un nuevo proyecto de acción en común para el desarrollo
universal solidario y a las estrategias de gestión política que pueden conducir a promoverlo eficazmente. La lógica de la filosofia de la historia confluye hoy en la emergencia de un nuevo protagonismo histórico de la sociedad civil en la gestión eficiente que nos conduzca a un Nuevo Mundo.
Más allá de la obra asistencial de las ONG, la Filosofia Política establece el marco
conceptual hacia un nuevo nivel cualitativo del compromiso de la sociedad civil con
el Nuevo Mundo. La sociedad civil deberá organizarse eficazmente en un movimiento
solidario de alcance internacional, no para sustituir sino para controlar al poder político y forzar el avance real hacia el Nuevo Mundo. Esta obra describe la filosofía y
estructura funcional de la organización internacional de acción civil Nuevo Mundo
hacia ese nuevo protagonismo histórico emergente de la sociedad civil. La Filosofía
Política comienza hoy a perfilarse: pero faltan los líderes civiles que sepan afrontar
el riesgo de hacer nacer a Nuevo Mundo.
PUBLICACIONES DE LA U.l
Pedidos: edit9pub.upcomilla8.es
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C/ Universidad Comillas, 5 - 28049 MADRID
Tel.: 91 540 61 45 - Fax: 91 734 45 70
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28015 MADRID
Tel.: 91 521 09 24 - Fax: 91 532 28 63
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Historia del
p e n s a m i e n t o filosófico
latinoamericano
Carlos Beorlegui
Se trata del primer libro que abarca el conjunto del pensamiento filosófico latinoamericano
en el conjunto de sus épocas y países. Esta investigación es el resultado de muchos años
de trabajo del profesor Carlos Beorlegui, catedrático de filosofía de esta Universidad de
Deusto, y profesor invitado de la Universidad Centroamericana «José Simeón Cañas» de
San Salvador (El Salvador) desde 1993.
Sobre la filosofía latinoamericana en sus múltiples facetas se han escrito infinidad de libros y artículos. Desde la independencia política, conseguida a principios del s. xix, los intelectuales latinoamericanos no han cesado de discutir sobre los rasgos que debiera tener una filosofía propia, auténticamente americana, proponiendo una pluralidad de puntos de vista sobre qué se entiende
por filosofía y por filosofia americana auténtica. Mientras la postura universalista da por sentado
que no hay más que un tipo de filosofía, la originada en Grecia y desarrollada desde entonces en
Europa, la postura americanista ha defendido la legitimidad de una filosofía circunstanciada y
contextualizada, hecha desde y mirando al peculiar contexto cultural latinoamericano.
El mérito principal de este libro de Carlos Beorlegui consiste precisamente en ser el primer intento serio en historiar el pensamiento filosófico latinoamericano a lo largo de todas sus épocas y abarcando
todos sus países, no limitándose a los dos siglos de independencia hispanoamericana (xix y xx), ni
tampoco a los tres siglos que duró la Colonia (xvi-xviii), sino que contiene incluso un capítulo dedicado a presentar las cosmovisiones religiosas de las tres principales culturas pre-colombinas: la
náhuatl, la maya y la Incaica.
Hacer una historia completa del pensamiento filosófico latinoamericano, con la amplitud que se ha
propuesto en este libro de casi 900 pags., organizadas en once capítulos, supone realizar inevitablemente múltiples opciones para referirse y resaltar unos autores y corrientes filosóficas, y postergar
otros. Asi, el autor se ha centrado sobre todo en la denominada filosofía americanista, y en especial
en la Filosofía de la liberación, dejando en lugar menos resaltado el resto de las corrientes filosóficas
aclimatadas en Latinoamérica, pero presentando una suficiente bibliografía de las mismas, al final de
cada capitulo, para quienes quieran profundizar en ellas.
Este nuevo trabajo de la Universidad de Deusto supone, por tanto, un importante acontecimiento editorial para el pensamiento hispanoamericano, puesto que supone una muy adecuada herramienta introductoria para conocer no sólo la historia de la filosofía latinoamericana, sino también la historia de Latinoamérica en su sentido amplio, sirviendo para comprender su situación
actual y los esfuerzos de sus intelectuales para salir de su postración y dependencia. Asi lo están
indicando un amplio grupo de pensadores latinoamericanos que han tenido acceso a la lectura
de este libro.
Historia del pensamiento
filosófico latinoamericano
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Carlos Beorlegui
Universidad de Deusto
1 5 x 2 2 cm.
ISBN: 84-7485-941-7
896 págs., 44 euros
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E S C U E t s C ^ f i Q p C A SUP1
C A * D R A DE CMNCIA,
•LOGIA Y HlLIGIÓN
•.Hasta dónde llegj^hoy lasfroñ\a¡asdel conocimienf
la ciencia d/)runiverso, la malasia, la vida y el homl
Sta dónde llraa laactuación tecnológica sobre lo real?
¿Cómo se proyedWto^Jkto sobre el concomí iento filosófico,
el sentido de bfVida y las tradiciones cultuVtes y religiosas?
íteduftHtmLomienza sus actividades euf0r 9^¿(iO4-2OO5
lenmtía hacWèuna profundizaciónfílamficaen ¡amencia
' sjmW>yección al análisis de mcultura
m
Algunos tdfiek
temMcos.
está hecho el universo: materia, microfísica,
el universo macrofísico: resultados y problemas de la
mecánica clásica y cuántica
cosmología clásica y moderna; el orden biológico del universo...; neurología y
condición humana; sistemas de pensamierje filosófico y teológico; diálogo entre
modelos científicos, sistemas c u l t u r a l e s ^ ! M t o i s i o n e s religiosas, manipulación
tecnológica del universo
fisico^_pfoBl | ^ j ¡ ^ g s ¿ manipulación tecnológica
del universo biológico y human
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Servicio de Publicaciones de la Universidad Pontificia Comillas. C/ Universidad
Comillas, 3.—28049 Madrid. Teléfono: 91 734 39 50. Fax: 91 734 45 70. E-mail:
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SUSCRIPCIÓN ANUAL: España: 31,35 €—Europa: 60,55 € / 55 $ US.—USA y Canadá:
65 $ US.—América Latina, África y Oriente Medio: 60 $ US.—Asia y Oceania:
72 $ US.
NÚMERO SUELTO: España: 13,00 €—Europa: 22,02 € / 20 $ US.—USA y Canadá:
22 $ US.—América Latina, África y Oriente Medio: 20 $ US.—Asia v Oceania:
30 $ US.
LIBROS PARA RECENSIÓN.—Deben remitirse al Secretario de la revista, Alfonso Drake
Diez de Rivera. C/ Universidad Comillas, 3.—28049 Madrid.
MANUSCRITOS.—Deben remitirse al Director.
RESERVADOS LOS DERECHOS
DE PROPIEDAD LITERARIA
Queda prohibida la reproducción
total o parcial de esta revista
por cualquier procedimiento,
sin permiso escrito de la Editorial
(Viene de la cubierta.)
JUAN FERNANDO SELLES
Trascendentalidad del conocer personal .
329-343
MAXIMILIANO FIGUEROA
MUÑOZ
Filosofía y dominación masculina. Aportes
Críticos de Enrique Dussel y Richard
Rorty
345-354
BIBLIOGRAFÍA
Reseñas (ver página tercera de cubierta)
Libros recibidos
373-375
PENSAMIENTO
Vol. 62, núm. 233, mayo-agosto (2006), págs. 193-384, ISSN 0031-4749
Número publicado en junio de 2006