Imágenes digitales - Junta de Castilla y León

Anuncio
Il'l
m
tÜT SATURNINO CALLEJAS AMADRID
|] HORAS ALEGRES
liustraciones
d3
ÁNGEL,
MÍNOEZ
BRINGA Y COltONA
rvnx-IHO (/itte
*í-S O R I O
CUENTOS
Í)E
CALLEJA
ÍNDICE
'
L a rana encantada
5
L o s cabritos y el l o b o
17
Juana
27
la Lista
Pepito y M a r i q u i t a
39
L a hija del molinero
49
10192526
P RO P I E D A D
DERECHOS
RESERVADOS
ALDUS, S. A., Artes Gráficas. Santander.
LA RANA ENCANTADA
A LLÁ, en t i e m p o s m u y remotos, v i v í a
.A*u n Conde, s e ñ o r de muchas tierras
y castillos y m á s poderoso que algunos ;
Reyes. Sólo t e n i a u n a hija, sumamente
caprichosa, e x t r a v a g a n t e e i n d ó c i l ; p o r
lo c u a l d a b a m u c h o s disgustos a su m a dre, que era u n a mujer de genio v i o l e n t í s i m o , orgullosa y d o m i n a n t e como ella
sola. E l juguete predilecto de l a n i ñ a ca-
s-
Cuentos de Calleja
prichosa eran unas bolas huecas de oro,
que l a n z a b a al aire con s u m a destreza,
p a r a cogerlas con l a mano sin que tocasen a l suelo. Todas las tardes se l a v e í a
a l pie del castillo e n t r e t e n i d a largas horas en este ejercicio, que l a d i v e r t í a m u cho.
P e r o su p a s i ó n f a v o r i t a eran las r a n a s :
p a r a pescarlas entraba por charcos y arroyos, las m e t í a en los bolsillos, las l l e v a b a a su h a b i t a c i ó n y j u g a b a con ellas
como s i fueran paj arillos. L a gente dio
en l l a m a r l a l a señorita Rana. N o bast a n d o reprensiones n i castigos p a r a cor r e g i r l a de t a n e x t r a v a g a n t e afición, su
madre l a t e n í a encerrada, sin p e r m i t i r l e
salir de casa.
P o r aquel t i e m p o hizo el R e y con t o d a
l a corte u n viaje por sus estados, y p a r a
h o n r a r a l Conde se d e t u v o u n d í a en su
castillo. C o n este m o t i v o se p e r m i t i ó a l g u n a l i b e r t a d a l a n i ñ a , l i b e r t a d que ella
a p r o v e c h ó p a r a hacer u n a escapatoria a l
arroyo, donde p e s c ó u n a r a n a que, p o r
l a grande, p o d í a ser l a abuela de todas
- 6-
5M||&ii||||lf!
Í||ltr.
• • se la vela ai pie deJ cantillo...
Cuentos de Calleja
las d e l p a í s . M u y c o n t e n t a c o n t a l hallazgo, v o l v i ó de p r i s a a l castillo p a r a que
no l a echasen de menos; si se descuida
u n momento, h a b r í a llegado tarde, pues
y a estaba l a gente en el comedor p a r a
sentarse a l a mesa. S i n t i e m p o p a r a llev a r l a r a n a a su h a b i t a c i ó n , se colocó
e n su puesto, a l l a d o de su madre. E l fest í n era e s p l é n d i d o y creciente l a a n i m a c i ó n , que se hizo y a general cuando se
s e r v í a n los postres. L a r a n a quiso t a m b i é n t o m a r p a r t e en el convite, y s a l i é n dose del bolsillo, se p l a n t ó de u n salto '
en l a mesa. P o r fortuna, ninguno de los
convidados v i o a l asqueroso a n i m a l , porque l a C o n d e s a lo a r r o j ó a l suelo i n m e d i a t a m e n t e y lo a p l a s t ó de u n p i s o t ó n ,
ahogando como p u d o l a i r a que a r d í a en
s u pecho,
E l R e y s a l i ó aquella m i s m a t a r d e p a r a
c o n t i n u a r su viaje, y el Conde, como
b u e n vasallo, le quiso a c o m p a ñ a r p o r a l g ú n tiempo.
L a C o n d e s a necesitaba desahogar su
c o r a z ó n , haciendo v e r a su h i j a las des-8-
se p!an,tó de v.b. salto en la rresa.
Cuentos de Calleja
agradables consecuencias que p o d í a n traer
sus extravagantes caprichos. J u n t a s i b a n
paseando a l a o r i l l a de u n r i a c h u e l o ; l a
madre, recordando el lance de l a mesa,
reprochaba c o n dureza a su h i j a l a f a l t a
que h a b í a cometido, y l a h i j a r e c i b í a , a l
parecer, c o n s u m i s i ó n l a r e p r i m e n d a . E n
esto se o y ó el g r a z n i d o de u n a r a n a que
estaba en l a margen, y l a n i ñ a se l a n z ó a cogerla. L a Condesa, en el colmo
de l a d e s e s p e r a c i ó n , e x c l a m ó , enfurecida:
— ¡ O h , s i e n este m o m e n t o te c o n v i r tieras en rana, h i j a m a l a !
Y en el m i s m o instante se o y ó el r u i d o
de u n objeto que c a í a en el agua.
V o l v i ó l a v i s t a l a Condesa, y . . . y a no
v i o a su h i j a . Entonces, fuera de sí, e c h ó
a correr como u n a l o c a a lo largo del
riachuelo l l a m a n d o a gritos a su h i j a ,
pero a sus tristes lamentos sólo respond í a el croar de las ranas.
A los gritos a c u d i ó l a s e r v i d u m b r e .
—Que preparen el coche y enganchen
los mejores caballos —dijo l a Condesa, y
se d i r i g i ó p r e c i p i t a d a m e n t e a l castillo.
- io -
La rana encantada
— C a m i n o de l a m o n t a ñ a —dijo a l cochero a l poner el pie en el estribo — . N e cesito llegar p r o n t o .
E l coche p a r t i ó como u n a e x h a l a c i ó n .
C u a n d o llegó a l pie de l a m o n t a ñ a , se
a p e ó l a Condesa, m a n d ó que l a esperar a n allí, y sola t o m ó el tortuoso c a m i n o
de l a pendiente. E n l a cumbre, que no
era m u y elevada, h a b í a u n a c a p i l l a de
l a V i r g e n , donde h a c í a v i d a penitente un
venerable s o l i t a r i o que gozaba f a m a de
s a n t i d a d . E s t a d a sentado a l a p u e r t a de
l a c a p i l l a a l llegar l a C o n d e s a .
— ¡ P a d r e m í o —le dijo entre sollozos y
postrada a sus pies—, tened p i e d a d de
u n a madre desgraciada!
E l anciano l a o b l i g ó a levantarse y le
p r e g u n t ó l a causa de su aflicción. E l l a le
refirió l l o r a n d o todo lo o c u r r i d o . C u a n do t e r m i n ó su triste r e l a c i ó n , que atentamente h a b í a escuchado el solitario, le
preguntó éste:
— ¿ E s t á i s a r r e p e n t i d a y p e d í s a Dios
p e r d ó n de v u e s t r o enorme pecado?
— Sí, padre m í o ; y o detesto con t o d a
- 11 -
Cuentos de Calleja
m i a l m a ese c r i m e n monstruoso que me
causa horror.
— Pues b i e n — d i j o el s o l i t a r i o — , haced u n a buena confesión, y el S e ñ o r , que
es todo m i s e r i c o r d i a , os p e r d o n a r á y llen a r á de consuelos c o m o É l sabe hacerlo. A h o r a — a ñ a d i ó — v o l v e d t r a n q u i l a
a v u e s t r a casa y confiad siempre en
l a m i s e r i c o r d i a de nuestro P a d r e celestial.
L a Condesa se d e s p i d i ó m u y consolad a y dispuesta a m u d a r de c o n d u c t a , observando l a l e y de D i o s . C u a n d o llegó a l
castillo era m u y t a r d e ; p r e g u n t ó p o r su
h i j a . . . , pero no o b t u v o o t r a respuesta que
el silencio. P a s ó l a noche llorando, l l o r a n d o p o r su hija, a q u i e n ella... ¡ C u á n
terriblemente e x p i a b a las consecuencias
de s ü genio v i o l e n t o y de su i n m o d e r a d a soberbia 1
E m p e z a b a a clarear el d í a , y l a C o n desa se estaba arreglando p a r a salir, cuand o o y ó pasos que se d i r i g í a n h a c i a sü
h a b i t a c i ó n . A b r i ó l a p u e r t a y se encont r ó a b r a z a d a con su h i j a , que, como de
- 12 -
La rana encantada
costumbre, i b a a s a l u d a r l a . E l gozo de
las dos fue i n d e s c r i p t i b l e .
— ¿ D ó n d e has estado, h i j a mía?
-^sTo lo s é ; me parece que he estado
en u n s u e ñ o , d e l que no recuerdo n a d a ,
n i a u n s é c u á n d o he v e n i d o n i c ó m o me
encuentro a q u í . Ignoro lo que p o r m í h a
p a s a d o ; pero estoy a v e r g o n z a d a de mis
raros caprichos, y desde a h o r a p r o m e t o
ser m u y obediente y no d a r m á s disgustos.
— ¡ B e n d i t o sea Dios, h i j a m í a ! — e x c l a m ó l a Condesa— Y o t a m b i é n me averg ü e n z o de m i s i m p a c i e n c i a s , y deseo practicar la humildad cristiana.
^
L a s dos pasaron j u n t a s t o d o Í l d í a sin
s a l i r de l a h a b i t a c i ó n .
P o r l a noche v o l v i ó el Conde, y sorp r e n d i d o de que no salieran a recibirle
n i s u esposa n i su h i j a , p r e g u n t ó a u n a
doncella s i o c u r r í a a l g u n a n o v e d a d .
—Creo que n o — r e s p o n d i ó e l l a — ; pero
l a s e ñ o r a Condesa y l a n i ñ a no h a n sal i d o en t o d o el d í a de l a h a b i t a c i ó n .
A l a r m a d o el Conde, fue p r e c i p i t a d a -
- 13-
IIMP^^L lililí
ll' ' "
•• • ••• •'• Ú é
... preguntóla uua doncella...
La rana encantada
mente a ver q u é h a b í a o c u r r i d o . L a s h a lló a las dos en p l á c i d a c o n v e r s a c i ó n , y
le contaron lo sucedido c o n todos sus detalles. E l C o n d e les dijo entonces:
— Dios h a p e r m i t i d o eso en castigo a
la una por s u i n d o c i l i d a d y a l a o t r a por
su soberbia. Sed, pues, l a u n a d ó c i l y
obediente y l a o t r a paciente y h u m i l d e .
Como se d i v u l g ó p o r t o d o el pueblo-tan
raro suceso, l a señorita Rana se l l a m ó
desde entonces l a Rana encantada, a u n que n u n c a lo h a b í a sido. A u n v i v e su
recuerdo en a q u e l p a í s , porque v i v i ó m u chos a ñ o s d e d i c a d a a favorecer a los necesitados y hacer otras obras de c a r i d a d .
IOS CABRITOS \ EL LOBO
T TNA c a b r a v i e j a t e n í a siete cabritos
^
y los q u e r í a como u n a madre quiere
a sus hijos. U n d í a quiso i r a l bosque
a p a c e r ; l l a m ó a sus siete hijos, y les d i j o :
— H i j o s m í o s , me v o y a l b o s q u e ; tened c u i d a d o c o n é l lobo, porque s i e n t r a
os d e v o r a a todos. E l m a l v a d o se disfraza; pero le c o n o c e r é i s p o r su r o n c a v o z
y p o r sus negras patas. .
- 17B . de R . - I .
2
Cuentos de Calleja
L o s cabritos d i j e r o n :
— Q u e r i d a madre, m á r c h a t e s i n m i e d o ;
y a nos guardaremos del lobo.
L a vieja s a l i ó en busca de c o m i d a .
A l poco r a t o l l a m a r o n a l a puerta, d i ciendo :
— A b r i d , hijos m í o s ; s o y v u e s t r a m a dre que os trae algo bueno p a r a c a d a uno
de vosotros.
P e r o los cabritos conocieron por l a v o z
r o n c a que era el lobo.
— N o queremos a b r i r t e — d i j e r o n — ; t ú
no eres nuestra madre, que tiene u n a v o z
dulce y agradable, y l a t u y a es r o n c a :
t ú eres el lobo.
E n t o n c e s el lobo se fue a casa de u n
huevero y c o m p r ó u n a docena de huevos,
y se los c o m i ó crudos p a r a afinar m á s
su v o z .
L u e g o v o l v i ó , l l a m ó a l a p u e r t a y exclamó:
— A b r i d , hijos m í o s , s o y v u e s t r a m a m á , que trae algo p a r a c a d a uno de vosotros.
P e r o el lobo h a b í a asomado su p a t a
- 18-
.. comoci-r^n que e n el lobo...
Cuentos de Calleja
negra p o r l a v e n t a n a , y los cabritos, que
la vieron, exclamaron:
— N o a b r i m o s ; n u e s t r a madre no tiene
u n a p a t a t a n negra c o m o t ú : t ú eres el
lobo.
Se fue el lobo entonces a u n a p a n a d e r í a , y dijo a l p a n a d e r o :
— M e he dado u n golpe en el p i e ; ú n tamelo de masa.
Conseguido s u deseo, c o r r i ó a u n mol i n o y dijo a l m o l i n e r o :
— E c h a m e h a r i n a sobre l a p a t a , que
D i o s te lo p a g a r á .
E l m o l i n e r o p e n s a b a : « E l lobo quiere
e n g a ñ a r a a l g u i e n » y se negaba a hacerl o ; pero é s t e le dijo entonces:
— S i no lo haces, te d e v o r o .
E n t o n c e s e l m o l i n e r o se a s u s t ó e hizo
lo que le p e d í a .
¡ A s i son los h o m b r e s ! H a c e n a veces por amenazas lo que no h a r í a n por
ruegos
E n t o n c e s el lobo v o l v i ó a l l a m a r a la
p u e r t a p o r tercera v e z , y d i j o :
— N i ñ o s , a b r i d ; soy v u e s t r a m a m á , que
- 20-
. el molinero se asustó e hizo lo que le pedía... ]
Cuentos de Calleja
h a v u e l t o y trae algo bueno del bosque
p a r a cada uno de vosotros.
Los cabritos exclamaron:
— E n s é ñ a n o s p r i m e r o tus patas, p a r a
que veamos si eres nuestra madre o no.
E l lobo les e n s e ñ ó l a p a t a p o r l a v e n t a na, y cuando v i e r o n que era b l a n c a creyeron que e r a su madre, y a b r i e r o n l a
p u e r t a . P e r o q u i e n e n t r ó fue el lobo.
E n t o n c e s los cabritos se asustaron
y q u e r í a n esconderse. U n o s a l t ó debajo de l a mesa, otro se e s c o n d i ó en l a
c a m a , otro en l a estufa, é s t e ep l a c o c i - ;
na, a q u é l en el a r m a r i o , el sexto debajo
d e l lavabo, el s é p t i m o en l a caja del
reloj.
P e r o el l o b o los e n c o n t r ó a todos y no^
g u a r d ó c o n ellos muchos c u m p l i d o s ; se los
d e v o r ó uno d e s p u é s de otro, sin mascarlos siquiera p a r a no perder t i e m p o ; de
m o d o que se los t r a g ó enteros. A l ú n i c o
que no p u d o encontrar fue a l menor, que
estaba d e n t r o de l a caja.
D e s p u é s que el lobo h u b o saciado su
hambre, se m a r c h ó , se a c o s t ó debajo de
- 22 -
Los cabritos y el lobo
un á r b o l en el p r a d o y se d u r m i ó p r o f u n damente.
A l poco r a t o v o l v i ó l a c a b r a d e l bosque. ¡Qué h o r r i b l e e s p e c t á c u l o ! L a puert a estaba a b i e r t a ; las mesas, sillas y b a n cos, por el suelo; l a j o f a i n a hecha pedazos, y las m a n t a s y a l m o h a d a s fuera de l a
cama.
B u s c ó a sus hijos y no los e n c o n t r ó en
n i n g u n a p a r t e ; los l l a m ó uno por uno, pero
nadie contestaba. P o r f i n , cuando n o m b r ó a l menor, o y ó u n a d é b i l v o z que decía:
—Querida madre, estoy en l a caja del
reloj.
L o s a c ó , y e l c a b r i t o le c o n t ó que el
lobo h a b í a v e n i d o y que h a b í a devorado
a todos sus hermanos.
F á c i l es comprender c ó m o l l o r a r í a l a
pobre por sus hijos.
L l e n a de t r i s t e z a salió de casa, y el cabrito c o r r i ó d e t r á s de ella.
C u a n d o llegaron a l p r a d o v i e r o n a l lobo
que d o r m í a a l a s o m b r a de u n á r b o l , h a ciendo t e m b l a r las ramas c o n sus r o n q u i -
- 23-
Cuentos de Calleja
dos. L o e x a m i n ó p o r todos lados, y v i o en
su a b u l t a d a p a n z a algo que se m o v í a .
— ¡Dios m í o ! — p e n s ó l a cabra— ¿Será
posible que mis hijos, a quienes acaba
de cenarse, tengan a ú n v i d a ?
M a n d ó a l cabrito St CclScl el buscar tijeras, aguja e h i l o . L u e g o a b r i ó a l monstruo l a b a r r i g a sin que él se despertara;
y apenas h a b í a dado u n tijeretazo, uno
de los cabritos a s o m ó l a cabeza. Siguió
cortando, y salieron los seis, uno d e s p u é s
de otro, s i n haber sufrido el menor d a ñ o ,
porque l a fiera, en s u ansia, se los h a b í a
tragado enteros. ¡ Q u é a l e g r í a ! T o d o s cubrieron de caricias a su q u e r i d a m a d r e y
saltaron y b r i n c a r o n .
E n t o n c e s su m a d r e les d i j o :
— I d a buscar piedras, c o n las cuales
llenaremos a l infame lobo l a b a r r i g a mientras e s t é d o r m i d o .
L a s cabritos trajeron las piedras con
t o d a p r i s a y le l l e n a r o n el vientre. Luego
l a cabra v i e j a le cosió h á b i l m e n t e , sin que
el lobo lo n o t a r a n i se m o v i e r a .
C u a n d o el a n i m a l d e s p e r t ó , l e v a n t ó s e
- 24-
Cuamio los siete cabritos vieron esto,
se acercaron corriendo...
Cuentos de Calleja
y fue a l pozo a beber agua, porque t e n í a
m u c h a sed. A l andar, las piedras en su
barriga, chocando u n a con o t r a , h a c í a n
m u c h o r u i d o , y el lobo e x c l a m ó :
— ¿ Q u é es lo que hace t a n t o r u i d o en
m i barriga? C r e í a que eran cabritos y parecen piedras.
C u a n d o llegó al p o z o y se i n c l i n ó par
beber, lo a r r a s t r ó el peso de las piedras,
c a y ó en el agua y , no p u d i e n d o nadar, si
a h o g ó . C u a n d o los siete cabritos viere;
esto, se acercaron corriendo y e x c l a m a ron:
— ¡El lobo ha muerto 1 j E l lobo ha
muerto!
Y b a i l a b a n de a l e g r í a alrededor del
pozo donde y a c í a su v e r d u g o .
J U A N A «LA LISTA»
T TN m a t r i m o n i o de m e d i a n a p o s i c i ó n ten í a u n a h i j a l l a m a d a J u a n a la Lista.
C u a n d o t e n í a dieciocho a ñ o s , dijo el
padre a l a m a d r e :
— L a casaremos.
— S í — d i j o l a m a d r e — ; ¡ojalá encont r á r a m o s alguien regularmente acomodado que l a quisieral
P o r f i n v i n o u n d í a , desde m u y lejos^
-
27-
Cuentos de Calleja
u n t a l M a n o l i t o , y p i d i ó su mano, pero
con c o n d i c i ó n de que J u a n a fuese t a n list a c o m o hermosa.
— ¡ O h ! — d i j o e l padre— N o tiene u n
pelo de t o n t a .
Y l a madre dijo:
— L o que es é s t a , ve correr por l a calle
a l v i e n t o y oye toser las moscas.
— Como no sea m u y l i s t a no me caso
con ella—dijo M a n o l i t o — ; no me gustan
las mujeres tontas.
C u a n d o estaba sentado a l a mesa, desp u é s de comer, dijo l a m a d r e :
— J u a n a , baja a l a c u e v a y sube cerveza.
L a m o z a c o g i ó el c á n t a r o y b a j ó a l a
c u e v a , allí puso u n a s i l l a delante del cubo,
p a r a no tener que bajarse y e v i t a r e l l i a cerse d a ñ o .
E n seguida a c e r c ó el c á n t a r o con el pie,
y mientras dejaba correr l a cerveza, alzó
los ojos p a r a m i r a r a l a pared, y vio,
d e s p u é s de e s c u d r i ñ a r en todas direcciones, u n h a c h a que los a l b a ñ i l e s h a b í a n
dejado en l a p a r e d por descuido.
alzó los ojos y vio n a hacha...
Cuentos de Calleja
E n t o n c e s J u a n i t a la Lista e c h ó a llorar y dijo:
— S i por c a s u a l i d a d mandamos a l hijo
de l a v e c i n a que v e n g a a l a cueva a
buscar v i n o , p o d r í a
suceder que el
h a c h a le c a y e r a sobre l a cabeza y le
matara.
Y sin moverse del sitio, se q u e d ó llor a n d o l a posible desgracia.
A r r i b a esperaban l a b e b i d a , pero J u a n i t a la Lista no v e n í a .
E n t o n c e s d i j o l a madre a l a c r i a d a :
— B a j a a l a c u e v a a v e r lo que hace
Juana.
Fue l a c r i a d a y l a e n c o n t r ó sentada delante del cubo, l l o r a n d o y g r i t a n d o .
— Juana, ¿por q u é l l o r a s ? — p r e g u n t ó
la criada.
— ¡Ay! — c o n t e s t ó — ¡ N o he de llorar! S i
a l g u n a vez nos ocurre m a n d a r al hijo de
l a v e c i n a a buscar cerveza, el h a c h a pod r á caerle sobre l a cabeza y matarle. Y
entonces, ¿ q u é d i r í a de nosotros l a gente
maliciosa?
Entonces dijo l a c r i a d a :
- 30-
Juana "la Lista"
— ¡ Q u é " ' J u a n a t a n l i s t a tenemosl
Y s e n t á n d o s e a su lado, t a m b i é n se
echó a l l o r a r l a desgracia.
D e s p u é s de u n rato, los que estaban
a r r i b a , que t e n í a n m u c h a sed, a l ver que
no v o l v í a n n i J u a n a n i l a c r i a d a , dijeron
al criado:
— B a j a a l a c u e v a a v e r l o que hacen
Juana y la muchacha.
E l criado b a j ó y v i o a las dos sentadas, u n a a l lado de l a o t r a , l l o r a n d o .
Entonces p r e g u n t ó :
— ¿ P o r q u é lloráis?
— ¡ A y ! —dijo J u a n a — ¡ P u e s no hemos
de llorar! S i a l n i ñ o de l a vecina, que todos los d í a s viene a comer con nosotros,
le m a n d a m o s a l a c u e v a a sacar cerveza,
el h a c h a puede caerle sobre l a cabeza y
matarle.
Y el c r i a d o d i j o :
— i Q u é J u a n a t a n l i s t a tenemosl
S e n t á n d o s e a su lado t a m b i é n , e m p e z ó
a l l o r a r a gritos.
A r r i b a le e s t u v i e r o n esperando, y como
no v e n í a , dijo el hombre a l a m u j e r :
- S i "
Cuentos de Calleja
— B a j a a l a c u e v a y m i r a a ver q u é hacen aquellos tres.
L a mujer b a j ó y los e n c o n t r ó a los tres
l l o r a n d o , y p r e g u n t a n d o l a causa de su
aflicción, le c o n t ó su h i j a que s e r í a muy
posible que a l g ú n d í a mandasen a l a cuev a al hijo de l a v e c i n a , en cuyo caso, el
h a c h a c a e r í a sobre su cabeza y le m a t a r í a .
E n t o n c e s dijo l a m a d r e :
— ¡Oh, q u é J u a n a t a n l i s t a tenemos!
Y se s e n t ó t a m b i é n y e m p e z ó a llorar.
E l m a r i d o e s p e r ó u n r a t o ; p e r o como
t e n í a m u c h a sed y l a mujer no v e n í a ,
dijo:
— T e n d r é que bajar y o a v e r lo que hace
allí t o d a esa gente.
B a j ó a. l a c u e v a y los e n c o n t r ó allí a
todos llorando, y e n t e r á n d o s e de l a causa,
exclamó:
— ¡Qué J u a n a t a n l i s t a tenemosl
Y s e n t á n d o s e t a m b i é n , se e c h ó a llorar.
E l novio se q u e d ó a r r i b a largo r a t o ;
pero como no v e n í a nadie, p e n s ó :
— M e e s t a r á n esperando abajo; i r é a
v e r lo que hacen.
-32-
Al entrar en la cueva y viéndoles llorar
y gritar...
B . de R . - I .
Cuentos de Calleja
A l entrar en l a c u e v a , y v i é n d o l o s llorar y g r i t a r a cual m á s , p r e g u n t ó :
— ¿ P e r o q u é desgracia h a sucedido?
— ¡Ay, querido M a n o l i t o ! — dijo Juana— S i a l pobre A n g e l i t o , el hijo de nuest r a v e c i n a , c u a n d o sea m a y o r , le mandamos a esta c u e v a a sacar cerveza, el hacha le puede caer e n c i m a y p a r t i r l e l a cabeza. ¡ C ó m o no quieres que lloremosl
Entonces Manolo dijo:
— N o necesito m a y o r entendimiento
p a r a el manejo de m i casa; puesto que
eres t a n lista, J u a n a , me c a s a r é contigo,
Y a s í fue. P o c o d e s p u é s , hechas las diligencias consiguientes, se c e l e b r ó la
boda.
Algún tiempo después, Manolo dijo:
— M u j e r , s a l d r é a t r a b a j a r y a ganar dinero; v é t ú a l campo a segar t r i g o , para
que tengamos p a n .
— V o y , querido Manolito —contestó.
D e s p u é s que M a n o l i t o se m a r c h ó , se
p r e p a r ó u n a buena c o m i d a y se l a llevó
a l campo.
A l llegar allí, se d i j o :
"34-
Juana "la Lista"
— ¿ Q u é hago? ¿ T r a b a j o o como? Comer é primero.
C o m i ó , y d e s p u é s de h a r t a , dij o o t r a v e z :
— ¿ Q u é hago? ¿ S i e g o t r i g o o duermo?
Dormiré primero.
Y se e c h ó en medio del t r i g o y se d u r m i ó .
H a c í a g r a n r a t o que M a n o l i t o estaba en
casa, pero J u a n a no v e n í a .
E n t o n c e s p e n s ó el m a r i d o :
— ¡ Q u é J u a n a t a n l i s t a tengo! E s t á n
trabajadora, que n i s i q u i e r a a comer viene a casa.
Y c o m o e r a y a de noche y no h a b í a
vuelto, palió M a n o l i t o p a r a ver q u é h a b í a
sucedido; pero v i o el c a m p o s i n segar y
e n c o n t r ó a su mujer e c h a d a y d u r m i e n d o .
E n t o n c e s fue M a n o l i t o corriendo a casa,
traj o u n a c i n t a c o n c a m p a n i l l a s y se l a
puso a J u a n a .
L u e g o c o r r i ó a casa, c e r r ó l a p u e r t a y
se s e n t ó en su b u t a c a .
P o r f i n , c u a n d o y a era m u y de noche
se d e s p e r t ó J u a n a , y c u a n d o se l e v a n t ó
sonaban las c a m p a n i l l a s a c a d a paso que
daba.
-35-
wmm'
... encontró a su mujer durmiendo.
Juana "la Lista"
Y se a s u s t ó y no s a b í a s i ella era l a J uan á la Lista o no, y se i b a p r e g u n t a n d o :
— ¿ L o soy o no lo soy?
Y como no s a b i a contestarse, d i j o :
— I r é a casa a p r e g u n t a r s i lo soy o no
lo s o y ; allí me lo d i r á n .
F u e corriendo a l a p u e r t a de su casa,
pero estaba cerrada.
Entonces llamó a la ventana y e x c l a m ó :
— M a n o l o , ¿ e s t á a h í d e n t r o J u a n a la
Lista.
— Sí—contestó Manolo — ; está aquí.
E n t o n c e s se a s u s t ó y d i j o :
— ¡Dios m í o , entonces y o no s é q u i e n
soyl
Y l l a m ó a o t r a p u e r t a ; pero a l o í r l a
gente e l r u i d o de las c a m p a n i l l a s no quer í a a b r i r , y de este m o d o no p u d o encontrar albergue en t o d a l a noche.
A l a m a ñ a n a siguiente, M a n o l i t o l a recogió casi h e l a d a de frío y l a m e t i ó en su
casa. Desde entonces, y gracias a a q u e l
escarmiento, J u a n a e m p e z ó a merecer a l go m á s el n o m b r e de Lista.
PEPITO 1 MARIOIITA
TI^N u n espeso y d i l a t a d o bosque de las
m o n t a ñ a s de B u r g o s se ve u n g r a n
m o n t ó n de ruinas, de que se alejan las
gentes d e l p a í s a respetuosa d i s t a n c i a ,
porque, s e g ú n es f a m a , pertenecen a u n
castillo encantado. B a s t a n t e lejos de las
ruinas h a y entre los á r b o l e s largas paredes, en parte derruidas, que en otro t i e m po eran l a cerca de u n a espaciosa f i n c a que
rodeaba el castillo.
H a c e muchos a ñ o s que en u n pueblo
-39"
Cuentos de Calleja
v e c i n o al monte v i v í a u n a v i u d a c o n dos
hijos, l l a m a d o s P e p i t o y M a r i q u i t a . E n
l a é p o c a a que el cuento se refiere, P e p i t o t e n í a catorce a ñ o s y poco m á s de doce
su h e r m a n a . T o d o s los domingos i b a n a
v i s i t a r a su a b u e l i t a , que v i v í a a u n a leg u a de d i s t a n c i a a l otro l a d o del monte.
A l l í pasaban el d í a alegremente, pues se
d i v e r t í a n m u c h o con unos p r i m o s y otros
n i ñ o s de su edad, y p o r l a tarde v o l v í a n
a c a s a ; sólo que de o r d i n a r i o , entretenidos en sus diversiones, l l e g a b a n m u y ent r a d a la noche. S u m a d r e les r e p r e n d í a ,
pero ellos no se e n m e n d a b a n ; de m o d o que
c a d a d o m i n g o h a b í a u n disgusto en casa,
h a s t a que l a v i u d a , p o n i é n d o s e de acuerdo c o n uno de sus criados, i d e ó el medio
de corregir l a i n d o c i l i d a d y desobediencia
de sus hijos.
S u c e d i ó , pues, que u n a noche de herm o s a luna, v o l v i e n d o los dos hermanos de
su v i s i t a , a l pasar por u n a de las tapias
del monte e n c o n t r a r o n cerrado el portillo.
— Se conoce—dijo P e p i t o —que con la
c o n v e r s a c i ó n nos hemos desviado de
-40-
Pepito y Mariquita
l a senda. D e b e de estar m á s abajo el
portillo.
S i g u i e r o n a l o largo del p a r e d ó n y, en
efecto, e n c o n t r a r o n e l p o r t i l l o abierto.
C o n t i n u a r o n su c a m i n o s i n sospechar que
se h a b í a n e x t r a v i a d o , h a s t a que se v i e r o n
rodeados por todas partes de e s p e s í s i m o s
jarales.
— N o s hemos p e r d i d o — d i j o P e p i t o — ;
no s é d ó n d e estamos.
M a r i q u i t a c o m e n z ó a l l o r a r con el m a y o r desconsuelo.
— ¿ Q u é v a a ser de nosotros esta noche? Q u i z á estemos cerca del castillo encantado, y salga a l g ú n f a n t a s m ó n . Y o
tengo m u c h o miedo, P e p i t o .
E s t e t r a t ó de consolarla.
— N o llores—le d e c í a —, y no hagas caso
de esos fantasmas; el c a m i n o debe de est a r m u y cerca, pues hemos v e n i d o derechos desde el p o r t i l l o . L o mejor s e r á que
te quedes a q u í a c u r r u c a d a d e t r á s de este
m a t o r r a l , mientras y o v o y a ver si encuentro l a senda. S i te ocurre algo, me
llamas, y sí y o encuentro e l camino, te
-41-
Maraquita comenzó a llorar...
Pepito y Mariquita
a v i s a r é ; si no le hallo p r o n t o , me v u e l v o
a q u í contigo.
— V u e l v e en seguida, porque y o tengo
m u c h í s i m o miedo.
I b a m a r c h a n d o P e p i t o por entre aquellos jarales, cuando le p a r e c i ó v e r u n a
cosa que v e n í a h a c i a él.
E r a u n a vieja j o r o b a d a , horriblemente
fea, que c o n v o z s o r d a y cavernosa le d i j o :
— ¿ C ó m o te atreves, n i ñ o temerario, a
t u r b a r el silencio de m i p a c í f i c a morada?
P e p i t o q u e d ó m u d o de espanto, s i n poder decir u n a p a l a b r a .
— T ú eres, sin d u d a , a l g ú n n i ñ o i n d ó c i l
y rebelde que se h a escapado de su casa.
P e r o a h o r a v e r á s — a ñ a d i ó , agitando los
brazos.
E n t o n c e s e l n i ñ o se a r r o d i l l ó delante de
l a vieja, y t e m b l a n d o le d i j o :
— P o r D i o s , buena mujer, p e r d ó n e m e .
— N o te p e r d o n a r é si no me prometes
v o l v e r a t u casa y ser bueno.
— Y o s e r é bueno, m u y bueno, pero no
sé por d ó n d e i r a m i casa, porque me he
perdido en este monte con m i h e r m a n i t a .
- 43"
... se arrodillódelaute de la vieja.,
Pepito y Mariquita
L a n i ñ a , que o y ó las voces de su hermano s i n d i s t i n g u i r lo que d e c í a , se d i r i g i ó a l l á p r e c i p i t a d a m e n t e , y a l v e r aquel l a h o r r i b l e v i e j a c a y ó t a m b i é n de r o d i llas, prometiendo c o n muchas l á g r i m a s
ser obediente y no d a r m á s disgustos a su
buena madre.
E n t o n c e s l a vieja, c o n voz m á s suave,
les d i j o :
— Siendo asi, no t e m á i s n a d a , porque
yo quiero m u c h o a los n i ñ o s obedientes y
nadie os h a r á d a ñ o . V e n i d conmigo y y o
os c o n d u c i r é hasta l a senda que d e b é i s
seguir.
P e p i t o y M a r i q u i t a se l e v a n t a r o n , y
aunque c o n a l g ú n recelo, siguieron a l a
v i e j a que t a n generosamente los h a b í a
perdonado.
F u e r o n andando p o r u n sendero m u y
estrecho y casi c u b i e r t o de maleza, y fuer o n á parar, a l cabo de u n g r a n r a t o , a lo
que d e b i ó de ser p a t i o d e l a n t i g u o c a s t i llo. A l l l e g a r allí les dijo l a v i e j a :
— A l a izquierda tenéis un camino ancho que os c o n d u c i r á a l p u e b l o ; pero
-45-
..se arrojó al cuello de su hermano..
Pepito y Mariquita
cuidado c o n no c u m p l i r lo que me h a b é i s p r o m e t i d o , porque s i no, ¡ n a d i e os
l i b r a r á de mis garrasl
D i c h o esto, se m e t i ó p o r u n arco y
d e s a p a r e c i ó entre las r u i n a s . L o s n i ñ o s
respiraron entonces c o n l i b e r t a d , y M a r i q u i t a se a r r o j ó a l cuello de su hermano,
diciendo:
—¡Ay, P e p i t o , q u é susto hemos pasadol A h o r a hemos de ser m u y buenos y no
daremos m á s disgustos a nuestra m a d r e .
¿ N o es v e r d a d ?
T o m a r o n el c a m i n o que les h a b í a i n d i cado l a vieja, y corriendo, corriendo, llegaron m u y p r o n t o a su casa. A n t e s , s i n
embargo, h a b í a llegado u n h o m b r e vestido de mujer, a quien ellos no v i e r o n .
L a c a r i ñ o s a madre los estaba esperando
c o n a n s i a . E l l o s l a a b r a z a r o n con t e r n u r a , le p i d i e r o n p e r d ó n y le p r o m e t i e r o n
ser m u y obedientes en lo sucesivo. D e s p u é s le c o n t a r o n el susto que les h a b í a
dado l a v i e j a del .castillo, s i n sospechar
que y a su madre lo s a b í a todo. C u a n d o
concluyeron su n a r r a c i ó n , les d i j o :
-47"
Cuentos de Calleja
— ¿ P o r q u é , hijos m í o s , no h a b é i s hecho antes p o r a m o r de v u e s t r a madre lo
que p r o p o n é i s hacer p o r el temor de una
pobre vieja?
LA HIJA DEL MOLINERO
"LTABÍA en u n l u g a r , c u y o n o m b r e no
-*• recuerdo, u n m o l i n e r o que era m u y
pobre, pero t e n í a u n a h i j a m u y b o n i t a .
E n c i e r t a o c a s i ó n fue e l m o l i n e r o a h a b l a r con el R e y , y p a r a darse tono, le d i j o :
—Tengo u n a h i j a que sabe h i l a r p a j a
c o n v i r t i é n d o l a en oro.
E l R e y dijo a l molinero:
— E s o es u n a r t e que no deja de tener
-49"
Cuentos de Calleja
su m é r i t o ; si t u h i j a es t a n ingeniosa como
dices, t r á e l a m a ñ a n a a palacio y l a someteré a una prueba.
Cuando la muchacha llegó, l a llevó a
u n aposento lleno de paja, le dio u n a rueca y u n huso, y le d i j o :
— P o n t e a l trabajo, y si no h i l a s t o d a
esta paja c o n v i r t i é n d o l a en oro, c r e e r é que
os h a b é i s querido b u r l a r de m í , y a t i y a
t u padre os h a r é ahorcar.
L u e g o c e r r ó el cuarto y l a d e j ó sola.
L a pobre m u c h a c h a no s a b í a q u é hacer ; n o c o m p r e n d í a c ó m o h a b í a de arreglárselas para hilar l a paja c o n v i r t i é n d o l a en oro, y c a d a vez t e n í a m á s miedo,
hasta que por f i n se e c h ó a l l o r a r .
E n t o n c e s se a b r i ó l a p u e r t a de repente
y e n t r ó u n hombrecillo, que d i j o :
— B u e n a s noches. ¿ P o r q u é lloras
tanto ?
— [Ay!—contestó la muchacha— Tengo el c o m p r o m i s o de h i l a r p a j a y transf o r m a r l a en oro, y no sé c ó m o me v o y a
arreglar.
Y dijo el h o m b r e c i l l o :
" SO"
-Buenas noches. ¿Por qué_lloras tanto?
Cuentos de Calleja
— ¿ Q u é me das si y o te saco d e l apuro?
— M i collar—dijo l a joven.
E l hombrecillo t o m ó el c o l l a r y , sent á n d o s e , c o g i ó l a r u e c a y a las pocas
v u e l t a s se l l e n a b a el huso de oro. E n tonces p o n í a otro nuevo, y a s í c o n t i n u ó
h a s t a por l a m a ñ a n a , en que l a paja
se a c a b ó y todos los husos se llenaron
de o r o .
A l amanecer v i n o el R e y , y a l v e r tanto oro se m a r a v i l l ó ; pero era extremadamente a v a r i e n t o , y deseaba t o d a v í a m á s
oro.
L l e v ó a l a j o v e n a o t r o aposento lleno de paja, m a n d á n d o l e h i l a r l a t o d a en
u n a noche si q u e r í a conservar l a v i d a .
L a j o v e n , no sabiendo q u é hacer, emp e z ó a l l o r a r . E n t o n c e s se a b r i ó de n u e v e
l a p u e r t a , y el h o m b r e c i l l o a p a r e c i ó y
dijo:
— ¿ Q u é m e das si te c o n v i e r t o l a paja
en oro?
— M i sortija—dijo l a j o v e n .
E l h o m b r e c i l l o t o m ó l a s o r t i j a , empezó de n u e v o a d a r v u e l t a s a l a rueca, y
-
52-
... cogió ia rueca y a las pocas vueltas...
C u e n t o s de Calleja
p o r l a m a ñ a n a t o d a l a p a j a era oro h i lado.
E l R e y se a l e g r ó sobremanera a l a vist a de t a n t o o r o ; pero a u n deseaba m á s ,
y m a n d ó l l e v a r a l a j o v e n a otro aposento m á s grande, lleno de paja, d i c i é n dole:
— S i l a h i l a s t o d a esta noche s e r á s m i
mujer. ¿ Q u é i m p o r t a que sea h i j a de u n
molinero? —pensaba— U n a m u j e r m á s
r i c a no l a he de e n c o n t r a r en el m u n d o .
C u a n d o ¡ a j o v e n se q u e d ó sola, v i n o
el h o m b r e c i l l o p o r tercera vez y d i j o ;
— ¿ Q n é . me das si te h i l o l a p a j a t a m b i é n esta vez?
_
—Yt3 uo tengo n a d a que darte —cont e s t ó la joven.
— E n t o n c e s p r o m é t e m e t u p r i m e r hijo
c u a n d o seas R e i n a .
— D i o s sabe s i l l e g a r é a tenerlo —pensaba la j o v e n ; y como no s a b í a q u é hacer, p r o m e t i ó a l h o m b r e c i l l o l o que le ped í a , y é s t e , en c a m b i o , le h i l ó o t r a vez
t o d a l a paja, h a c i é n d o l a oro.
C u a n d o el R e y e n t r ó p o r l a m a ñ a n a y
- 54-
La hija del molinero
v i o satisfecho su deseo, se c a s ó c o n l a j o ven, y l a l i n d a h i j a d e l m o l i n e r o í u e
Reina.
P a s a d o a l g ú n t i e m p o le d i o D i o s u n
n i ñ o hermoso. Y a no se a c o r d a b a del
h o m b r e c i l l o ; pero e n t r ó é s t e de p r o n t o en
el aposento y d i j o :
—Vengo a que m e c u m p l a s l o que me
has p r o m e t i d o .
L a R e i n a se a s u s t ó y ofreció a l h o m brecillo todas las riquezas d e l reino si le
dejaba el n i ñ o ; pero el h o m b r e c i l l o d i j o :
— N o ; prefiero u n ser v i v o a todos los
tesoros d e l m u n d o .
Entonces la Reina e m p e z ó a llorar tanto, que el h o m b r e c i l l o se c o m p a d e c i ó de
ella.
—Tres d í a s te d o y de p l a z o — d i j o —.
S i p a r a entonces sabes m i nombre, te dej a r é tu hijo.
E n t o n c e s l a R e i n a , d u r a n t e t o d a l a noche, t r a t ó de recordar todos los nombres
que h a b í a o í d o , y m a n d ó u n mensajero
por el p a í s p a r a que se enterase de todos
os n o m b r e s que allí se c o n o c í a n .
- 55-
Cuentos de Calleja
C u a n d o a l a m a ñ a n a siguiente v i n o el
h o m b r e c i l l o , le d i j o ella todos los n o m bres que s a b í a , empezando p o r Melchor,
G a s p a r y B a l t a s a r ; pero a c a d a p a ^ b r a
d e c í a el h o m b r e c i l l o :
— N o me l l a m o de ese m o d o .
A l segundo d í a m a n d ó p r e g u n t a r por
t o d a l a v e c i n d a d c ó m o se l l a m a b a l a gente, y d i j o a l h o m b r e c i l l o los nombres m á s
raros; pero siempre le c o n t e s t a b a :
— N o me l l a m o a s í .
A l tercer d í a v i n o el mensajero y
dijo:
— N o m b r e n u e v o no he p o d i d o averig u a r n i n g u n o ; pero a l llegar a u n a m o n t a ñ a m u y a l t a , j u n t o a u n bosque somb r í o , en donde el z o r r o y l a liebre se dan
las buenas noches, v i u n a c a s i t a p e q u e ñ a
y delante de ella u n a h o g u e r a ; alrededor
de é s t a b a i l a b a u n h o m b r e c i l l o m u y r i dículo y gritaba:
— H o y guiso a l hijo de l a R e i n a y mañ a n a m e lo t r a g o : ¡no quiero que nadie
sepa que me l l a m o Sin Nombre!
F i g u r a o s q u é c o n t e n t a se puso l a R e i -
-5.6-
tfum tm
wmBsm.
... bailaba un hombrecillo muy ridiculo...
Cuentos de Calleja
n a a l oír el n o m b r e ; y c u a n d o poco des
pues e n t r ó el h o m b r e c i l l o y d i j o :
— P u e s b i e n , s e ñ o r a R e i n a , ¿ c ó m o me
llamo ? — contestó ella:
—Te l l a m a s Sin Nombre.
— \ E l demonio te l o debe haber d i c h o ! — g r i t ó el h o m b r e c i l l o dando c o n el
pie derecho t a n fuerte en el suelo que se
h u n d i ó h a s t a l a m i t a d del cuerpo.
L u e g o , lleno de r a b i a , a g a r r ó con las
dos manos su pie i z q u i e r d o y se p a r t i ó
por la m i t a d . Desde entonces no se le h a
v u e l t o a ver.
BIBLIOTECA DE RECREO
Cuentos mora'es para niños y niñas, en 16.° (104 X
74 mm.), de 64 páginas, ilustrados con 15 ó 20 láminas y encuadernados en pasta sólida y elegante,
con cubierta al cromo.
TÍTULOS PUBLICADOS
1.
2.
3.
4.
6.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
Horas alegres.
Cuentos raros.
Blanca Nieves.
E l premio de Luisito.
La Brincesa de los cabel'os de oro,
La oración del Padrenuestro.
Eaíae'.ito.
Aventuras de dos niños.
Las hijas del leñador.
La Princesa Isabel.
Kl enano encantador.
Vida de la Virgen.
Después de la lección.
Cuentos escogidos.
Soñar despierto.
La fuente de oro.
E l cantor del bosque.
La estatua prodigiosa.
36.
37.
38.
39.
40.
41.
42.
43.
44.
45.
La fragua encantada.
La caridad.
Por golosos.
AI calor de una cerilla.
Mentiras de un cortesano.
El Principe Arturo.
El canario.
Las canas del oso blanco.
Las rosas encarnadas.
El lego del convento.
B! niño perdido.
El regalo de un hada.
El hombre gris.
El secreto de las grullas.
El autor de la moda.
El tío Miseria.
Pollíuez y Guárriz.
Los amigos de Martín.
Los sustos de Perico.
Los hijos de Canuto.
La hermosa Sietelindas.
El Príncipe generoso.
E l doctor que todo lo sabe.
Khan Kllin-Kon-Kun.
Los polvos de don Perlimplín.
E l diablo burlado.
Ochavito.
BnrBnriffiirtEff
CtQ
CRHCIÍRíKII)
a
Pida, un ajamplor ^ r a W s do mua^rra
QDITOR-IAL V A T ü l i N Í N O
ApartaJe
v«7 -
a !a
C A L L E J A " V i A.
M A D R ID
>
Descargar