don quijote: el ‚otário‛* del siglo xvii

Revista Graduando
nº1
jul./dez. 2010
DON QUIJOTE: EL ‚OTÁRIO‛* DEL SIGLO XVII
J a c k e l i n e d o s Sa n to s A n d r a d e
Letras con Lengua Española (UE FS )
jackeline_dsa @yahoo.com.br
R e s u m e n : I n v e s ti g a c i ó n a c e r c a d e l a s s e m e j a n z a s e d i f e r e n c i a s
e n tr e e l te x to " D o n Q u ij o te d e l a M a n c h a " , d e C e r v a n te s y s u
i n te r te x to , l a c a n c i ó n " D o m Q u i x o te " d e l g r u p o b r a s i l e ñ o
" En g e n h e i r o s d o H a w a i i " . A b o r d a n d o p r i m e r a m e n te , l o s f a c to r e s
q u e h a n i n f lu e n c i a d o en e s c r i ta d e l a o b ra d e C e r v a n te s y
d e s p u é s , m o s tr a n d o c o m o l a lo c u r a d e Qu i j ote e s r e l a ti v a : a s p e c to d e e s tu d i o p r e s e n te e n l o s d o s te x t o s , d e s ta c a n d o e l
Q u i j o te p or s u r e p r e s e n ta c i ó n e n l a s o c i e d ad d e l s i g l o X V I I y
e n l a s o c i e d a d c o n te m p o r á n e a .
P a l a b r a s - c l a v e : Qu i j o te ; m ú s i c a b r a s i l e ñ a ; a n á l i s i s c o m p a r a ti v o .
R e s u m o : P e s q u i s a s o b r e a s s e m e l h a n ç a s e d i f e r e n ç a s e n tr e o
te x to " D o m Q u i x o te d e L a m a n c h a " , d e C e r v a n te s e s e u i n te r te x to , a c a n ç ã o " D o m Q u i x o te " do gr u p o b r as i l e i r o " En g e n h e ir o s
d o H a w a i i " . T r a ta n d o p r i m e i r a m e n te d o s f a to r e s q u e i n f lu e n c i a r a m a e s c r i t a d a o b r a d e C e r v a n te s e d e p o is , m o s tr a n d o c o m o
a l o u c u r a d e Q u ix o te é r e l a ti v a - c a r a c te r í s ti c a e s t a q u e s e e n c o n tr a n o s do i s te x to s - d e s ta c a n d o o Qu i x ote p e l a s u a r e p r e s e n ta ç ã o n a s o c i e d a d e d o s é c u l o X V I I e n a s o c i e d a d e c o n te m porânea.
P a l a v r a s - c h a v e : Q u ix o te ; m ú s i c a b r a s i l e i r a ; a n á l i s e c o m p a r a ti v a .
INTRODUCCIÓN
D o n qu i j o te e s u n a pr o d u c c ió n d e M i g u e l de C e r v a n te s .
U n a p r od u c c i ó n ta n a c tu a l q u e n u n c a
d a v i e j a . L a h i s to r i a d e un in g e n io s o
y c o r a j e , q u e te n í a c o m o ú n i c o " m a l "
c o m o d i j o L lo s a ( 20 0 9 ) , " D o n Q u i j o te
s e p i e rd e , n u n c a s e q u e c a b a l l e ro l l e no d e v a l o r e s
e s t a r f u e r a d e s u ti e m p o ,
de la Mancha, la inmortal
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ISSN 2236-3335
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n o v e l a d e C e r v a n te s , e s u n a i m a g e n : l a d e u n h i d a l g o c i n c u e n tó n , e m b u ti d o
d e u n a a r m a d u r a a n a c r ó n i c a ." ( p .13 ) . P e r o
¿ q u é h a c e d e D on Q u i j o te u n d ib u j o i n m or ta l ? H a s ta h o y , y
s e g u r a m e n te p o r u n l a r g o ti e m p o a d e l a n te , l a n o v e l a d e C e r v a n te s s e g u i r á i n f l u e n c i a n d o a l a s p e r s o na s , to c á n d o l e s d e
a l g u n a f o r m a . Es ta n n o ta b l e e s a i n f l u e n c i a q u e l a c a n ti d a d d e
i n te r te x to s c o n e l D on Q u i j o te e s m u y g r a n d e : e n s a y o s , c a n c i o n e s h a s t a p r o v e r b i o s tr a ta n d e e s te i l u s tr e g r a b a d o d e l s i g lo
X V I I . ¿ Q u é e l e m e n to s c o m p o n e n e s ta n o v e l a d e p r e s ti g i o u n i v e r s a l ? ¿ P o r qu é h a s ta h o y l a p r e s e n c i a d e D o n Q u ij o te y s u s
r e p r e s e n ta c i o n e s s o n t a n r e l e v a n te s ? So b r e e s o h a y u n c o m e n tá r i o d e M o r e j ó n ( 19 6 3 ) : " O Q u ix o te é a e n c r u zi l h a d a d a s
d u a s f o r ç a s p o d e ro s a s q u e i m p u l s i o n a m o hom e m e m s u a e x i s tê n c i a : a f o r ç a d a m a té r i a e a f o r ç a d o e s p í r i to , o i d e a l e o r e a l , o c o r a ç ã o e a c a b e ç a , a r a z ã o e a f é . " ( p . 8 ) . Es o s s o n a l g u n o s d e l o s m o ti v o s q u e h a n h e c h o d e l a n o ve l a c e r v a n ti n a u n a
o b r a u n i v e r s a l ta n i m p o r ta n te , q u e r e p r e s e n t a l a p r o p i a l e n gu a
c a s te l l a n a ( o e s p a ñ o l a ) .
D O N Q U I J O T E : EL ‚ O T Á R I O ‛ D EL SI G L O X V I I
H a y q u e tr a ta r , p a r a u n e s tu d i o d e u n a o b ra , v a r i o s f a c to r e s , p o r e j e m p l o : e l e n to r n o s o c i o - h i s tó r i c o e n q u e l a o b r a h a
s i d o p r o d u c id a y l a v i d a d e l p r o p i o a u to r y a q u e n o h a y c o m o
e l a u to r e x i m i r s e to ta l m e n t e d e u n a p r o du cc i ó n s u y a . I n c l u s o
A y a l a ( 20 0 9 ) , r e f i r i é n d o s e a e s to s d o s f a c to r e s d e i n f l u e n ci a e n
l a e s c r i ta d e l a h i s to r i a d e Q u i j o te a f i r m a q u e
El desengaño vital del hombre igual Cervantes corresponde con exactitud a una mutación histórica decisiva,
de modo que esta grande congruencia entre la trayect oria vit al del individuo y el curso de la grand comunidad de destino en que su existencia estaba inserta
permit ió a s u genio da r a la profes iona l experienci a (la
escrita de la novela) proyecciones tan enormes. (p.41)
D e f o r m a q u e p a r a u n a m e j o r co m p r e n s i ó n d e l a o b r a e s
n e c e s a r i o s i tu a r e l te x to a s u ti e m p o . L a s r e l a c i o n e s e n tr e u n o
y o tr o e x i s te n y d e b en s e r e v i d e n c i a d a s .
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‚ L a v i d a d e C e r v a n te s f u e u n a c a d e n a d e m is e r i a s , d e s d i chas y
c o n tr a r i e d a d e s . ‛ ( T O R R I , 19 8 4 , p . 223 ) . L o q u e e s n o ta b l e c u a n d o s e c o n tr a s ta l a v i d a y s u ob r a , e n e s p e c i a l ‚ D on
Q u i j o te d e L a Man c h a ‛ , e s q u e n o h a y e s o s tr a z o s e x p l í c i to s
d e e s ta tr i s te z a y e s t a d e c a d e n c i a ( p o r l o m e n o s n o d e f o r m a
e v i d e n te ) . P e r o c o m o s e r á tr a ta d o m á s a d e l a n te , e l l o s e s tá n
p r e s e n te s s i m b ó l i c a m e n te . T o r r i s i g u e a f i r m a n d o q u e :
la obra en genera l es ris ueña . Muy poco dej a t ra ns lucir
en ésta de la pobreza que le acompañó fielmente hasta
su muerte; de la esclavitud que estuvo sujeto por cinco años, en la mejor época de su juventud; de las incomodidades e molest ias sin cuent o que padeció en el
desempaño de cargo de comisario o perceptor de impuestos. Este optimismo y alegría de vivir y olvido de
la s inces a nt es mis eria s que roen la s mej ores energía s
es muy propio de los escritores del siglo XVI. (1984,
p.223))
Es e v i d e n te a c u a l q u i e r l e c to r q u e D o n Q u i jo te n o e s un
l i b r o q u e tr a n s m i te tr i s te z a s a u n q u e l a d e s i l u s i ó n c o m o f on d o
e s té s i e m p r e p r e s e n te . L o p e s ( 20 0 5 ) c o m e n t a q u e " h i s to r i a d e
v i d a e c ri a ç ã o l i te r á r i a s ã o c a te g o r i a s r e f l e x iv a s , o q u e p a r e c e
s i g n i f i c a r q u e D o n Qu i j o te c o in c i d e ta m b é m c o m a s i l u s õ e s p e r d i d a s d e u m a u to r . " H a y m u c ho s s u c e s o s l l en o s d e g r a c i a , b i e n
h u m o r a d a s , q u e m u e s tr a n q u e C e r v a n te s n o q u i s o r e fl e j a r s u s
m i s e r i a s , a s í d e f o r m a q u e l a h i s to r i a s e qu e d a s e m á s tr i s t e
q u e g r a c i o s a . Só l o p a r a e j e m p l i f i c a r s e p u e d e tr a ta r d e l c a p i tu l o X X I I d e l a p r i m e r a p a r te d e l l i b r o , q u e l l e v a e l tí tu l o : D e l a
L i b e r tad q u e d io D on Qu i j o te a mu c h o s d esd i c h ad o s q u e mal
d e su g r ad o l o s l l e v ab an d o n d e n o q u i si e r on i r , a h í p a s a q u e
c a m i n a n d o j u n to c o n Sa n c h o - f i e l e s c u d e ro - D o n Q u ij o te a v i s ta a u n g r u p o d e p e r s o n a s : a l g u n a s s e e n c u e n tr a n p r e s a s y
o tr a s l a s c o n d u c e n , ¿ Q u é h a c e D on Q u i j o te ? Qu i e r e l i b e r ta r a
to d o s l o s p r e s o s ¡ c l a r o ! So n p o b r e s in o c e n te s , e s l o q u e a é l l e
parece, y ya que su misión es ayudar a los "huérfanos, pobres
y d é b i l e s " , i n té n ta l o , a s í q u e p o r m e d i o d e u n g r a n d lí o lo g r a
u n a s i tu a c i ó n e n q u e to d o s s e s u e l ta n .D o n Q u i j o te c r e y é nd o s e
s e r e l a u to r d e u n g r a n a c to l e s p i d e q u e , c om o r e c o n o c i m i e n to
de su ayuda, los (ex) presos se marchen h asta donde se en-
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c u e n tr a D u l c i n e a d e T ob o s a - s u a m a d a - y l e d e c l a r e n e l co r a j e
y bravura de su amado. Los presos en forma de agradecimiento l e ti r a n p i e d r a s . Sa n c h o , l o s c a b a l l o s y e l Q u i j o te s e q u e d a n
e n e l s u e lo m u y h e r id o s . So n d e te x to s a s í q u e e s c o m p u e s to
D o n Q u i jo te . L o q u e c o m p r u e b a lo q u e f u e d ic h o p o r T o r r i .
C e r v a n te s n o p a s a tr i s te z a s , p e r o s e g u r am e n te u s a l a
h i s to r i a p a r a s i m b o l i z a r l a s i tu a c i ó n v i v i d a p or Es p a ñ a e n a q u e l l a é p o c a , d e a c u e r d o c o n L o p e s ( 20 0 5 ) , l o qu e c a r a c te r i z a e s e
p e r i o d o e s l a h i s to r i a d e d e c a d e n c i a d e l s i g lo d e o r o d e C a r l o s
V e F i l ip e I I . El l i b ro D o n Q ui j o te d e L a Manc h a f u e c o n c e b id o
e n l o s a ñ o s d e c a m b i o d e l o s r e i n a d o s d e F i lip e I I y F i l i p e I I I . El
m o m e n to d e e l a b o r a c i ó n d e l a o b r a e s d e g r a v e c r i s i s e c o n ó m i c a d e l i m p e r i o H a b s b u r go , e n s u r a m o e s p a ñ o l . El f i n d e l s i g lo
XVI y el inicio del XVII fueran marcados por dos quiebras de la
m o n a r q u í a - 15 9 6 y 16 0 7 - , a d e m á s d e l a p e s te q u e m a tó l a
te r c e r a p a r te d e l a p o b l a c i ón e n e s te m i s m o p e r í o d o . C e r v a n te s
s u f r i ó d u r a m e n te c o n l a c r i s i s e c o n ó m i c a e s p a ñ o l a . Él v i v i ó p o b r e m e n te s u s ú l ti m o s a ñ o s .
El s i g u i e n te c o m e n ta r i o a p o y a l o q u e f u e d i c h o e n l o s
p á r r a f o s a n te r i o r e s :
A u t o r c o m p l e x o e e n i g m á t i c o , n e n h u m m o d e l o t e ó ri c o
foi capaz de abarcar o sentido global de sua obra. Ele
já beirava os sessenta anos quando uma conjunção de
revezes
profissionais
levou-o
a
dar
vida
ao
p e r s o n a g e m . O a p a r e c i m e n t o d o v e l h o e a l q u e b ra d o
cavaleiro , pele sobre ossos, vem à luz ao t empo do
declínio do império espanhol. Assim sendo, talvez não
fosse de todo impertinente interpretar o processo
intelectual de elaboração do Q uixote como uma espécie
de metáfora à decadência espanhola. Sim, porque o
pobre fidalgo não quer menos do que realizar proez as,
m a s s e m o s i n s t r u m e n t o s p a r a l e v á - l a s a b o m t e rm o .
(LOPES, 2005)
Es v e r d a d q u e d e p r i n c i p i o C e r v a n te s q u i s o h a c e r u n a
s á ti r a d e l a s n o v e l a s d e c a b a l l e r í a , p e r o s u n o v e l a e s tá m á s
a l l á d e e s to . L o s p e r s o n a j e s , l o s s u c e s o s r e p r e s e n ta n m u c h o
d e l a Es p a ñ a d e a q u e l ti e m p o .
C o n u n a v i s i ó n g e n e r a l d e lo s f a c to r e s q u e s e g u r a m e n te
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h a n i n f l u e n ci a d o e n l a c o m p o s i c i ó n d e l a o br a , e s t a i n v e s ti g a c i ó n s e e s tr e c h a r á , h a c i e n d o u n a c o m p a r a c i ó n e n tr e d o s te x to s : D o n Q u i j o te d e l a Man c h a ( P r i m e r a p a r te - 16 0 5 ) d e M i g u e l
Sa a v e d r a d e C e r v a n te s y s u i n te r te x to , l a c a n c i ó n D o m Q u i xo te 1 ( 20 0 3 , D a n ç a n d o n o C a m p o M i n a d o ) , e s c r i ta p o r H u m b e r to
Gessinger
e P a u l o G a l v ã o , c a n ta n te s d e l g r up o g a u c h o
‚ En g e n h e i r o s d o H awai i ‛ . L a l e tr a s e e n c u e n tr a tr a n s c r i t a a b a j o :
Muito prazer, meu nome é otário
V indo de outros tempos mas sempre no horário
peixe fora d'água, borboletas no aquário
Muito prazer, meu nome é otário
na ponta dos cascos e fora do páreo
puro sangue, puxando carroça
U m prazer cada vez mais raro
aerodinâmica num tanque de guerra,
vaidades que a terra um dia há de comer.
Á s de espadas fora do baralho
grandes negócios, pequeno empresário.
Muito prazer me chamam de otário
Por amor às causas perdidas...
Tudo bem...até pode ser
que os dragões sejam moinhos de vento
Tudo bem...seja o que for...
Seja por amor às causas perdidas
Por amor às causas perdidas
Tudo bem...até pode ser
Q ue os dragões sejam moinhos de vento
Muito prazer... Ao seu dispor
Se for por amor às causas perdidas...
Por amor às causas perdidas
L a c a n c i ó n e s c l a r a m e n te u n te x to q u e n a c i ó d e l a l e c tu r a
d e l l i b ro , d e u n a i n te r p r e ta c i ó n q u e lo s c om p o s i to r e s h i c i e r o n
d e l a hi s to r i a d e Qu i j o te y d e s u s r e p r e s en ta c i o n e s : u n D o n
Q u i j o te a c tu a l , u n Q u i j o te q u e b a j o l a s o c i e d a d a c tu a l e s u n
‚ o ta r i o ‛ c u y o s i g n i f i c a d o e s e x p r e s o p o r ‚ i n di v i d u o f á c i l d e s e r
e n g a ñ a d o .‛ ( F ER R EI R A , 1 9 9 9 , p . 14 6 3 ) . Y e s a e s l a p a l a b r a u ti l i z a d a
e n l a c a n c i ó n p a r a r e f e r i r s e a l Q u i j o te . P e r o , d i f e r e n te m e n te d e
l o q u e p od í a p e n s a r s e n o e s q u e e l Q u i jo te s e a u n " o ta r i o " c o n
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to d a s l a s a c e p c i o n e s n e g a ti v a s q u e e s a p a l a b r a tr a e e n p o r tu g u é s ( d e B r a s i l ) , " o ta r i o " e s a h í u n h o m b r e d e b u e n c o r a z ó n . En
e s e p u n to h a y u n a gr a n s i m i l i tu d c o n l a m a y o r í a d e l a s i n te r p r e ta c i o n e s q u e tr a ta n d e l a n o v e l a d e l Q u i jo te . El o b j e ti v o d e
D o n Q u i jo te e r a n o b l e y d i gn o , p o rq u e l o s c ab a l l e r o s d e l a s n o v e l a s q u e é l t a n to h a l e í d o te n í a n e s te s m i s m o s o b j e ti v o s . El
p r o p i o Q u i jo te l o d e c l a r a :
Para cuya seguridad, andando más los tiempos y creciendo más la malicia se instituyó la orden de los caballeros andantes, para defender las doncellas, amparar
las viudas y socorrer a los huérfanos y a los menesterosos. De esta orden soy yo […] (2009, p.98)
P u e s , ¿ c ó m o u n ho m b r e c o n ta l e s o b j e ti v o s n o s e r í a u n
h é r o e ? En l a c a n c i ó n i g u a l q u e e n l a n o v e l a Q u i j o te e s d e s c r i to
c o m o u n h o m b r e an ac r ó n i c o , q u e , d e a c u e r d o c o n l a n o v e l a
i n te n ta b a r e s c a ta r h é r o e s q u e d e h e c h o j a m á s h a n e x i s ti d o , a
l o m e j o r tu v i e r a n v id a e n l i b r o s . Es to s l i b r o s f u e r a n l a in s p i r a c i ó n d e Qu i j o te . L o s v a l o r e s qu e Qu i j o te r e s ca ta n u n c a e s ta r á n
u l tr a p a s a d o s . Si n e m b a r g o , l a s o c i e d a d d e a q u e l l a é p o c a i g u a l
q u e l a s o c i e d a d c o n te m p o r á n e a ,
n o b u s c ab a l a p r á c ti c a y e l
e j e r c i c i o d e l o s b u e n o s v a l o r e s , c o m o e l r e s p e c to . A u n q u e l a s
p e r s o n a s g e n e r a l m e n te l o s v a l o r i z a s e n . C u an d o s e d i c e e n l a
m ú s i c a ‚ v i n d o d e ou tr o s te m p o s / m a s s e m p r e n o h o r a r io ‛ ( v .1 y
v .2) , s e r e to m a e s e c a r á c te r d e l Q u i j o te ‚ d es a c tu a l i z a d o ‛ p e r o
a ú n v i g e n te , a ú n r e l e v a n te s . Es a s i d e a s s o n r e f o r z a d a s m á s
a d e l a n te c u a n d o s i g u e ‚ p e i x e s f o r a d ’ á g u a / bo r b o l e ta s n o a q u a r i o .‛ ( v .3 e 4 ) . Es a s m e tá f o r a s s o n a p r o pi a d a s p o rq u e e v id e n c i a n
e l d e s o r d e n m e n ta l , l a l o c u r a d e Q u i j o te : é l n o e s ta b a e n s i n to n í a c o n s u ti e m p o , q u i z á s c on ni n g un o d e l o s d e m á s , s u
r e a l i d a d e r a o tr a , t a n a j e n a d e l a " r e a l " ( a q u e s e to m a c o m o
r e f e r e n c i a ) .Q u i j o te e n s u i ng e n u id a d , o c o m o p r e f i e r a n a l g un o s ,
e n s u lo c u r a , v e un m u n do a d on d e to do s n ec e s i ta n d e s u a y u d a , p e r o n i to d o s l a n e c e s i ta n . En d i v e r s o s s u c e s o s d e l a n o v e l a d e C e r v a n te s , s o n p r e s e n t a d a s s i tu a c i o n e s e n q u e D o n
Q u i j o te c a m b i a p a p e l e s , p e r s o n a s y l o c a l e s . El c l á s i c o a c o n te c i m i e n to d e l o s m o l in o s d e v i e n to ( I , V I I ) ; l a s o v e j a s q u e a s u s
o j o s s o n u n g r u p o d e l a d r on e s o c o s a p a r e c i d a . ( I , X I ) . L a s
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jul./dez. 2010
m e tá f o r a s d e l a c a n c i ó n tr a d u c e n e s to d e s a l i r d e l o r d e n n a tu r a l , o p o r l o m e n o s d e l qu e s e to m a c o m o n a tu r a l .
‚ M u i to p r a z e r , m e u n o m e é o tá r i o ." ( v .4 ) . Es t e v e r s o
rea f i r m a e l " b u e n c a r á c te r " , l o hu m a n o qu e e ra D o n Q u i j o te : u n
h o m b r e s i n c e r o , qu e c r e í a e n l a s p e r s o n a s a ta l p u n to qu e e s ta b a d i s p u e s to a to d o p a r a a y u d a r l a s . Só l o q u e e l l a s n o n e c e s i ta b a n o n o c r e í a n e n s u a y u d a , p e r o é l t e n í a d i s p o s i c i ó n , y
e s e " m u i to p r a z e r " ( e n c an tad o ) e s c o m o s i f u e r a u n r e f u e r z o
m o s tr a n d o q u e D o n Qu i j o te d e l a M a n c h a s i e m p r e e s ta b a d i s p o n i b l e , te n í a p l a c e r e n a y u d a r a to d o s qu e a é l l e p a r e c i e s e n
n e c e s i ta d o s .
A c o n ti n u a c i ó n ‚ n a p o n ta d o s c a s c o s e f o r a d o p a r e o /
p u r o s a n g u e , p u x a n d o c a r r o ç a " . ( v . 5 y v . 6 ) ¿ C ó m o u n ( i n te r )
te x to d e l a n o v e l a n o tr a ta r í a d e l q u e r i do c om p a ñ e r o d e Q ui j o te ? " R o c i n a n te " - u n " c a b a l l o to s c o " - c o m o s u g i e r e l a p r o p i a d e f i n i c i ó n d e l o s d i c c i on a r i o s , e s ta b a j u n to e n l a s a v e n tu r a s d e
Q u i j o te . J u n to s s u f r í a n : S a n c h o P a n z a y s u a s n o y Q u i j o te y s u
c a b a l l o . Es t e m á s f i e l e s c u d e r o d e Q ui j o te e r a d e h e c h o u n
" p u r o s a n g u e " , p e r o c a b a l l o s d e l ti p o " p u ro s a n g u e " n o l l e v a n
c a r r o z a s y s e g u r a m e n te d i s p u ta n e n l o s p a r e o s . Si n e m b a r g o ,
R o c i n a n te e s ta b a a l l í p a r a l o q u e v i n i e r a . Es a p a r e j a e s ta n f i j a
q u e e s m u y d i f í c i l v e r a u n d i b u j o d e D o n Qu i j o te q u e n o p r e s e n te e l c a b a l l o . El a c e r c a m i e n to e n tr e l o s d o s e r a ta n g r a n d e ,
q u e h a y u n c a p í tu l o q u e n a r r a c o m o u n tr is te a c o n te c i m i e n to
c o n R o c i n a n te l l e v a to d o s l o s d e m á s c o m p a ñ e r o s a u n f i n
tr á g i c o . Es e l ( I , X V ) D o nd e se c u e n ta l a d esg r ac i ad a av e n tu r a
q u e se to p ó d on Qu i j o te e n to p ar c on u no s d e sal mad o s y an g ü e se s. A b a j o v a tr a n s c r i to u n tr o z o d e e s o a c o n te c i m i e n to :
Sucedió,pues,que a rocinante le vino en deseo de refocilarse con las señoras facas,y saliendo,así como ellas
olió, de su nat ural paso y cost umbre, sin pedir licencia
a su dueño, tomó un trocito algo picadillo y se fue a
comunicar su necesidad con ellas, que a lo que pa reció, debían de tener más gana de pacer que
al,recebierónle con las herraduras y con los dientes, de
tal manera, que apoco espacio se le rompieran las cinchas, y quedó sin silla en pelota. Pero que él de bió
más de sentir fue que viendo los arrieros la fuerza
que a sus yeguas se les hacía, acudieran con estacas,
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y tantas palos le dieron, que le derr ibaron malparado
en el suelo.(2009, p.131)
D e s p u é s d e e s to s u c e s o , Q u i j o te y Sa n c h o c h a r l a n y d e c i d e n v e ng a r s e p o r R o c in a n te , p e r o s a l e n , a l f i n y a l c a b o , c a s i
m u e r to s . Y a h o r a n o e s s ó l o e l c a b a l l o lo he r i d o , s o n c u a tr o .
‚ U m p r a z e r c a d a v e z m a i s r a r o / a e r o d i n â m i ca n u m ta n q u e
d e g u e r r a / v a i d a d e s q u e a te r r a u m d i a h á d e c o m e r .‛ ( v s .7 , 8
y 9 ) . El p l a c e r q u e e s tá c a d a v e z m á s r a r o e s u n a r e f e r e n c i a a
l o q u e f u e d i c h o e n l a p ri m e r a e s tr o f a . L o " m u i to p r a z e r " a h o r a
é o p l a c e r d e s e r " o tá r i o " , p o r q u e e l c o m p o s i to r c r e e q u e " e s e
o tá r i o " , r e p r e s e n ta , e n v e r d a d , lo m e j o r d e l se r h u m a n o : l a s i m p l i c i d a d , l a i n g e nu i d a d , l a c a p a c i d a d d e s o ñ a r y p o r qu e n o d e c i r , l a l o c u r a . D o n Q u ij o te l o s r ep r e s e n ta m u y b i en . En to n c e s ,
s e g u r a m e n te , h a y u n g r a n p l a c e r e n v i v i r a sí e n un a s o c i e d a d
q u e c o n te m p l a l a s v a n i d a d e s . P e r o , lo s p l a c er e s r e p r e s e n ta d o s
p o r D o n Q ui j o te s e e s tá n p e r d i e n do p or q u e p a r e c e q u e y a n o
c a b e n l o s ‚ s u e ñ o s ‛ e n l a s o c i e d a d a c tu a l . L a c a n c i ó n h a c e u n a
c l a r a c r í ti c a a l o s ti e m p o s ‚ m o d e r n o s ‛ , e n q u e s e h a p e r d i d o l a
f a n ta s í a o u to p i a, c o m o l e g u s ta l l a m a r a l g u n o s .
A utopia é a exploração de novas possibilidades e
vontades humanas, por via da oposição da imaginação
à necessidade do que existe, só porque existe em nome de algo radicalmente melhor que a humanidade tem
direito de desejar e porque merece a pena lutar.
(SANTOS, 1999, p.322)
C e r v a n te s e s t a b a e n e l s i g l o X V I I . Cu a tr o s i g l o s s e h a n
p a s a d o , y p o r m e d i o d e e s a c o m p a r a c i ó n e ntr e l o s d o s te x to s
e s p o s i b l e p e r c i bi r q u e p o c o h a c a m b i a d o en r e l a c i ó n a co n d i c i ó n h u m a n a d e v i v i r e n f a ti z a n d o s i e m p r e e l m a te r i a l i s m o .
Y ¿ q u é r e s ta ? ‚ A e r o d i n á m i c a s e n ta n q u e s d e g u e r r a ‛ ( l a
p u r a s a n g r e a h o r a s on l a s te c n o l og í a s , l a s v a n i d a d e s a p l i c a d a s
e n c o s a s i n ú ti l e s ) . Se e s tá s a c a n d o d e l a h um a n i d a d l o q u e d e
m á s p r e c i o s o e x i s te , c o m o d i j o Sa n to s ( 1 9 9 9 , p .3 22) :
J
o n o s s o s é c u l o t e m s i d o p a u p é r r i m o e m p e n s a m en t o
utópico, o que durante muito tempo foi pensado como
sendo um efeito normal do progresso e da ciencia e do
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processo de racionalização global da vida social por ela
tornado possível.
‚ Á s d e e s p a d a s f o r a d o b a r a l ho ‛ , d i jo l a c a n ci ó n , h a c i e n do
u n a r e l a c i ó n c o n el Q ui j o te , c o m o p e r s o n a q u e f u e . Se p u e d e
d e c i r q u e a l l í h a b í a un g r a n h o m b r e , p e r o na d i e l o e s c u c h a r í a
p o r q u e a l a s o c i e d a d n o e r a m á s q u e u n lo co . Y l o s l o c o s s o n
s i e m p r e ti r a d o s a a l g ú n c a n tó n . N o s o n e s c u c h a d o s . So n
‚ c a r ta s f u e r a d e l a b a r a j a . ‛ ¿ H a y e s p a c i o p a ra s u e ñ o s ? Ho y , e l
m u n d o e s d e l o s ‚ g r a nd e s n e g o c i o s ‛ , s e r e s c o m o D o n Q u ij o te y
l a g r a n p a r te d e l a s p e r s o n a s n o s o n m u c h o m á s q u e , i n d i v i d u a l m e n te , u n " p e q u e ñ o e m p r e s a r i o " . L a s p e r s o n a s v a l e n p o r l o
q u e ti e n e n n o p or l o q u e s o n . ¿ So ñ a r ? Só l o c o n r iq u e z a s . En l a
s o c i e d a d c o n te m p o r á n e a , n o c a b e l a op c i ó n d e v i v i r l i b r e m e n te ,
te n i e n d o c o m o ob j e ti v o u n a f e l i c id a d g r a tu i ta s i n l a n e c e s i d a d
d e m u c h o d i n e r o , u n a f e l i c i d a d c o m o a d e D o n Q u i j o te , e n q u e
p r e f i r i ó te n e r u n m o d o d e v i d a d i s ti n to , p o r q u e e s o l e tr u j o
f e l i c i d a d y s a ti s f a c c i ó n e n s u v i d a . En a p o y o a l o q u e f u e d i c h o , h a y e l s i g u i en te c o m e n ta r i o :
num contexto ideológico saturado pelo consumismo, a
erosão das concessões e o aumento da disciplina e
dos ritmos de trabalho que o acompanham eliminam, em
vez de promover a vont a de de lut a r por uma vida diferent e e m esmo a
capacidad e de a
imaginar.
(SANTOS,1999,p.310)
L a v i d a e s tá ta n p a d r o n i z a d a , q u e p e r s o n a s q u e e l i g en u n
m o d o d e v i d a di s ti n to s o n c o n s i d e r a d a s to n ta s o l o c a s .
El ú l ti m o v e r s o d e l a s e g un d a e s tr o f a ‚ m e c h a m a m d e
o ta r i o ‛ ( v .10 ) , e s d i s ti n to d e l o s do s q u e h ac e n e s e p a p e l d e
nombrar, ya que ahora no es el nombre, sino como esa person a , e s e s u j e to l í r i c o , b a s a d o e n e l Q u i j o te , e s l l a m a d o o c o n o c i d o y ¿ p o r q u é ? P o rq u e d e l a n te d e l a s i tu a c i ó n m a te r i a l i s ta y
d e s h u m a n a e n q u e v i v e n to d o s , u n h o m b r e c o m o Q u i j o te e s
d i s ti n ta m e n te u n l o c o . P e r o ¿ q u i én d e h e ch o e s l o c o e n e s a
h i s to r i a ? ¿ D e q u é lo c u r a tr a ta n ?
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A loucura de Q uixote é a de todos que ‘agonicamente
se esforçam para atingir metas supremas de idealismo
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aonde a razão jamais nos ajudará a chegar. E só na
figura de um louco poderia Cervantes ter encarnado tal
ideal; um louco que,como se nota no decorrer da obra,tem muito mais juízo que os considerados sensatos
pela maioria. (MOREJÒN, 1984, p.19)
En s i n to n í a c o n M o r e j ó n e s tá L l o s a ( 20 0 9 ) , c u a n d o a f i r m a
q u e Q u i jo te n o e r a l o c o s i n o u n ho m b r e l i b re , q u e n o s e s u j e ta b a a a u to r i d a d n i n g u n a . A s í , D o n Q u i j o te s o lo e r a c o n s i d e r a d o
u n ‚ lo c o ‛ a c a u s a d e q u e p r e f i r i ó s e r l i b r e d e l a s v a n i d a d e s
que mueven las personas. Y es lo que se queda claro en la
c a n c i ó n , e n e s p e c i a l s i s e ju n ta e l úl ti m o v e r s o d e l a s e g u n d a
e s tr o f a c o n e l p r i m e r o d e l a te r c e r a : ‚ M u i to p r a z e r m e c h a m a m
d e o ta r i o / p o r a m o r a s c a u s a s p e r d i d a s … ‛ E s o e s tá e n a r m o n í a
c o n l a s c o n s i d e r a c i on e s h e c h a s e n l o s p á r ra f o s a n te r i o r e s , l a
d i c h a l o c u r a d e Qu i j o te n o p a s a d e u n s u e ñ o q u e f u e a l i m e n ta d o p o r l a s l e c tu r a s d e l a s n o v e l a s d e c a b a l l e r í a . Y M o r e j ó n
( 19 8 4 ) , u n a v e z m á s c o n f i r m a q u e e s a l o c u r a e s r e l a ti v a :
Fala -se muito da loucura de D.Q uixote. Mas,examinada
afundo,seria uma loucura real? A ela se referem às
personagens que se defrontam com o herói nas estalagens e caminhos. Mas estas personagens são em geral
transposições de um estado de bom senso comum e
mat erialist a que jamais poderiam ent ender o que ultrapassa a superfície terrena. (p.19) [g rifo mío]
Es o s d o s a u to r e s c r e e n y d e f i e n d e n q u e Qu i j o te n o e r a
loco, sino un ‚soñador‛.
C u a n d o s e v a a l o s s e g u n d o y te r c e r o v e r s o s d e l a te r c e r a e s tr o f a , p o d r á n o t a r s e u n a e s p e c i e d e r e s e r v a , u n s a l v o c o n d u c to ‚ tu d o b e m a té p o d e s e r q u e o s d ra g õ e s s e j a m m o i n h o s d e v e n to ‛ , a h í h a y u n r e c o n o c i m i e n to d e q u e s e p u e d e
h a b e r v i s to l o q u e no h a b í a d e h e c h o , p e r o e s o n o e s m o ti v o
s u f i c i e n te p a r a q u e s e d e j e d e ‚ te n e r a m o r p o r l a s c a u s a p e r d i d a s ‛ b u s c a r s u e ñ o s e v i v i r p o r e l l o s . ¿ Q u é h a c í a Q u i j o te ? Er a
u n a m a n te d e l a s c a u s a s p e r d i d a s , c o m o e s d i c h o e n l a c a n c i ó n . P e r o e s i m p o r ta n te a c o r d a r s e d e q u e e n l a p r i m e r a p a r te
d e l l i br o , e n m o m e n to a l g un o , Q u ij o te a d m i te u n e r r or , o m e j o r ,
u n a l o c u r a , u n e ng a ñ o . I n c l u s o e n e l l i b ro h a y m o m e n to s e n
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q u e Sa n c h o i n te n ta m o s tr a r a Q u i j o te l a " r ea l i d a d " , p e r o e s e n
v a n o y a q u e d i f e r e n te m e n te d e l Q u i j o te d e la c a n c i ó n q u e a d m i te q u e s e p u e d e h a b e r e q u i vo c a d o . Só l o pa r a c o m p r o b a r q u e
Q u i j o te n o l o s a d m i tí a s e p u e d e c i t a r e l c a p í tu l o V I I I d e l a p r i m e r a p a r te q u e s e i n ti tu l a : D e l b u e n su c e so q u e e l v al e r o so
d o n Q u i j o te tu v o e n l a e sp an tab l e y j amás i mag i n ad a av e n tu r a
d e l o s mo l i n o s d e v i e n to , c o n o tr o s su c e so s d i g n o s d e f e l i c e s
r e c o r d ac i ó n . Ab a j o e s tá u n f r a g m e n to d e l a c o n v e r s a c i ó n e n tr e
Q u i j o te y Sa n c h o , q u e c a m i n a n d o h a n v i s to d o s f r a i l e s d e l o r d e n d e Sa n B e n i to m o n ta d o s e n s u s m u l a s , ta m b i é n v e n í a n u n
c o c h e , e n l o c u a l v e n í a un a s e ñ o r a , y a l g u n o s h o m b r e s c o n
mulas que la acompañaban:
— O yo me engaño, o ést a ha de ser la más famosa
a vent ura que s e ha ya vis to, porque a quellos bult os
negros que allí parecen deben de ser y son sin duda
algunos encantadores que llevan hurtada alguna princesa en aquel coche, y es menester deshacer este
tuerto a todo mi poderío.
— Peor será esto que los molinos de viento -dijo Sancho
-.Mire seño r, que aquéllos son frailes d e San Benito , y
el coche debe de ser de alguna pasajera. Mire que digo
que mire bien lo que hace, no sea el diablo que lo
engañe.
— Ya te he dicho, sancho –respondió Don Qujjote -, que
sabes poco de achaque de aventuras: lo que yo digo
es verdad, y ahora lo verás. (2009, p.79) [grifo mío]
Q u i j o te c r e e e n s u r e a l i d a d y n a d i e p u e d e h a c e r l o c a m b i á r s e l a . ‚ Se j a o q u e f o r / s e j a p o r a m o r à s c a u s a s p e r d i d a s ‛ .
( v .1 6 y v .17 ) Q u i j o te l u c h a b a c o n tr a c u a l q u i e r a , n o te n í a m i e d o ,
e s ta b a p a r a to d o , l a s d e r r o c a d a s n o l e m o l e s ta b a n . T e n í a s i e m p r e g a n a s p a r a s e g u i r , p a r a l u c h a r p o r s u s i d e a l e s . Es a c a u s a
d e e s o , d e l a c a p a c i d a d d e Q u i j o te d e b u s c a r l a r e a l i z a c i ó n d e
s u s o b j e ti v o s , a u n q u e s e a n l o s o b j e ti v o s d e l o s c a b a l l e r o s d e
l a s n o v e l a s q u e a é l ta n to l e g u s ta b a n .
D.Quixote, o mais importante de todos [los personajes],paira majestoso acima disso tudo,mostrando a dimensão de um bom senso diferente, individualizado,único,que se levanta do vulgar ao transcenden-
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te,num plano de ideais que ultrapassam o material e a
lógica do mais est reit ament e t erreno. (MO REJÓ N, 1984,
p.19)
En l a ú l ti m a e s tr o f a s o n r e a f i r m a d o s a l g u n o s a s p e c to s q u e
r e s u m e n e l Qu i j o te d e C e r v a n te s d e l s i g l o XX I : ‚ T u d o b e m ... a t é
p o d e s e r / q u e o s d r a g õ e s s e j a m m o i n h o s d e v e n to / m u i to p r a z e r ... a o s e u d i s p o r / s e f o r po r a m o r à s c a u s a s p e r d i d a s . ../ p o r
a m o r à s c a u s a s p e r d i d a s ‛ . ( v s . 19 - 23 ) A c á e s tá e l p u n to d e l a
c a n c i ó n q u e di f e r e n c i a e l Qu i j o te d e l a c a n c i ó n y e l Q u i j o te d e
C e r v a n te s ( p r i m e r a p a r te ) : m i e n tr a s e l p r i m e r Q u i j o te c r e e e n s u
r e a l i d a d d e f o r m a í n te g r a , e l Q u i j o te d e l a c a n c i ó n a u n q u e s e a
ta n s o ñ a d o r c o m o e l o tr o , e s t á c o n c i e n te d e q u e l a r e a l i d a d
i n v e n ta d a n i s i e m p r e p o d r á c o r r e s p o n d e r a l a r e a l i d a d v i v i d a .
En e s e s ú l ti m o s v e r s o s q u e d a cl a r o el c a r ác te r b o n d a d o s o d e
Q u i j o te , s i e m p r e d i s p u e s to a a y u d a r a q u i e n n e c e s i ta s e .
C O N C L U SI Ó N
L o s d o s Q u i j o te s c o n s e r v a n i g u a l l o q u e d ef i e n d e n , p e r o
e l Q u i j o te d e l a c a n c i ó n h a c e
h i n c a p i é e n d o s p u n to s : l o p r i m e r o y a h a s i d o d i ch o , é l e s tá c o n c i e n te d e q u e a l g u n a s a v e n tu r a s s o n c r e a d a s p o r é l y s ó l o e x i s te n a h í , e n s u r e a l i d a d . E s
e s a c o n c i e n c i a , q u e ti e n e e l " o ta r i o " d e l s i g l o X V I I , ( r e ) c r e a d o
e n e l s i g l o X X I ; e l s e g u n d o p u n to h e c h o p o r e l Q u i j o te d e l a
c a n c i ó n , e s q u e é l s e p r op o n e a a y u d a r s o la m e n te p o r " a m o r
a l a s c a u s a s p e r d i d a s " . El Q u i j o te d e C e r v a n t e s n o i m p o n e c o n diciones.
R E F ER EN C I A S
A Y A L A , F r a n c i s c o . L a i n v e n c i ó n d e l Q u i j o te . I n : C ER V A N T E S ,
M i g u e l . D o n Q u i j o te d e L a M a n c h a . Ed d e l IV C e n te n á r i o . R e a l
A c a d e m i a Es p a ñ o l a , 20 0 9 .
C ER V A N T ES, M i g u e l d e . D o n Q u i jo te d e L a M a n c h a . Ed . d e l I V
c e n te n á r i o . R e a l A c a d e m i a Es p a ñ o l a , 20 0 9 .
J
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jul./dez. 2010
D A N T A S, Sa n T i a g o . D . Q u i x o te : u m a p ó l og o d a a l m a o c i d e n ta l .
B r a s i l i a : Ed . U n i v e r s i d a d e d e B r a s í l i a , 19 7 9 . ( C a d e r n o s d a U n B ; 3 )
F ER R EI R A , A u r e l i o B u a r q u e d e H o l a n d a . N o v o A u r é l i o s é c u l o
X X I : o d i c i on á r i o d a l ín g u a po r tu g u e s a . 3 . e d R i o d e J a n e i r o :
N o v a F r o n te i r a , 1 9 9 9 , p . 14 6 3 .
L L O SA , M a r i o V a r g a s . U n a n o v e l a p a r a e l s i g l o X X I . I n : C ER V A N T ES, M i g u e l . D o n Q u i j o te d e L a M a n c h a . Ed d e l I V C e n te n á r i o . R e a l A c a d e m i a Es p a ñ o l a , 2 0 0 9 .
L O P ES, M a r c o A n tô n i o . C e r v a n te s e D o m Q u ix o te : q u a tr o s é c u l o s d e s u c e s s o . R e v i s t a A c a d ê m i c a , P a r a n á , n . 5 3 , o u t. 20 0 5 .
D i s p o n í v e l e m : < w w w . e s p a c o a c a d e m i c o . c o m .b r / 0 5 3 / 5 3 l op e s .h tm >
A c e s s o e m : 3 1 j a n . 20 10 .
M O R EJ Ó N , J u l i o G a r c í a . C e r v a n te s e o ‚ Q u i x o te ‛ . I n : C ER V A N T E S ,
M i g u e l . D o m Q u i x o te d e l a M a n c h a . D i f u s ã o e u r o p e i a d o l i v ro .
Sã o P a u l o , 19 6 3 .
SA N T O S, B o a v e n tu r a d e So u s a . P e l a m ã o d e A l i c e : o So c i a l e o
P o l í ti c o n a P ó s - M o d e r n id a d e . 6 ª e d . Sã o P a u l o : C o r te z , 19 9 9 .
T O R R I , J u l i o . L a l i te r a tu r a e s p a ñ o l a . M é x i co : F o n d o d e C u l tu r a
Ec o n o m i c a , 19 5 2.
NOTAS
1 B a j a d o d e l s i ti o : < h ttp : / / v a g a l u m e . u o l .c o m .b r / e n g e n h e ir o s - d o h a w a i i / d o m - q u i x o te . h tm l >.
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