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Colegio Provincial “Dr. Ernesto Guevara”
2º AÑO POLIMODAL
Literatura
hispanoamericana
1
Profesoras:
Graneros Mabel
Ramos Carolina
2013
Colegio Provincial Ernesto Guevara
Programa 2º año Ciclo Superior.
Año: 2013
Profesoras: Graneros Mabel, Ramos Carolina, Subiabre Paula.
EJE 1:
Géneros discursivos. Géneros literarios. Polifonía. Intertextualidad.
La literatura: concepto. Características. Ficcionalidad. Canon literario.
Literatura precolombina: contexto histórico, social y cultural. Características.
Literatura de la conquista. Los cronistas. Características.
EJE 2:
El Barroco: Contexto histórico social y cultural. Características literarias. La lírica. Estrofas de
versos iguales y desiguales. Figuras literarias. Análisis literario de poemas de Sor Juana Inés de la
Cruz.
Neoclasicismo: características literarias. Contexto histórico social y cultural. “El himno nacional”
EJE 3:
Siglo XIX: el Romanticismo: contexto histórico social y cultural. Características literarias.
Lectura y análisis de “María” de Jorge Isaac (Adaptación)
EJE 4:
La literatura del realismo: Realismo y naturalismo. Características. Lectura y análisis de cuentos
de Horacio Quiroga.
EJE 5:
El modernismo: Características. Etapas. Generaciones. Los símbolos modernistas. Análisis e
interpretación de poesías de José Martí, y Rubén Darío.
EJE 6:
La literatura del siglo XX: Narrativa: Boom de las letras. Realismo mágico. El neobarroco. Lo real
maravilloso. “Como agua para chocolate” Laura Esquivel
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Bibliografía propuesta:
Cuadernillo proporcionado por la docente
ANÓNIMO. “Himno de Manco Capac”.
ANÓNIMO. “Y todo esto pasó con nosotros”.
CORTÁZAR, Julio. “La noche boca arriba”.
SCHMIDL, Ulrico. “Viaje al Río de la Plata”.
LÁINEZ, M. M. “El hambre”,
“Diario de Colón”.
SOR JUANA INÉS DE LA CRUZ. “Redondillas”.
STORNI, Alfonsina. “Tú me quieres blanca”.
ISAAC, Jorge. “María”, (Fragmento)
DARÍO, Rubén. “Sinfonía en gris mayor”. “A Roosevelt”.
ARJONA, Ricardo: “Si el norte fuera el sur”.
MARTÍ, José
ROMULO GALLEGOS. “Doña Bárbara”
GARCÍA MÁRQUEZ, Gabriel. “El amor en los tiempos del cólera” ; “Crónica de una muerte anunciada” y “La
increíble y triste historia de la Cándida Eréndira y su abuela desalmada” “El túnel” (obra a selección del docente)
ESQUIVEL LAURA, “Como agua para chocolate”.
2
U ni da d 1 .
Li te r a t ur a: d e fi n ic ió n.
L a d e fi n ic ió n d e l it er at ur a s e co n s tr u y e co n el ap or t e d e d i st i n t as p er s p ec t i v as
t eór ic a s.
E n u n a pr i m er a a p r o xi m ac ió n, p u ed e co n s id er ar s e , co mo s e ñ al a el e scr itor m e ji c a no ,
Ju a n R ul fo , qu e l a cr e ac ió n l i t e r ar ia es i n v e nc ió n. Ef ec t i v a m e n t e, a q u ello q u e e n pr i nc i pi o
p er m i t e d i f er e nc i ar la li t er a t ur a d e o tr os t ex to s e s l a f icc i ón. D e sd e e st e p u n t o d e
v is t a, l a l it er at ur a s e co m po n e d e u n co n j u nto d e t e xt o s f ict i cio s o i m a gi n ar io s qu e s e
con tr a po n e n co n a qu e llo s q u e no i n v e n t a n s i no qu e i n t e nt a n r eg i str ar s uc e so s r e a l e s , por
e j e m plo , lo s t e xto s de hi s to r i a. As í f u e e n lo s or íg e n e s p ar a lo s a nt i guo s gr i eg o s. L a
p al a br a po e s ía - q u e p ar a ello s s e ñ al a b a a l a l it er at u r a e n g e n er al - s ig n i f ic a b a
" pr oducc ió n ", "cr e aci ó n ", e s d e cir , d e n o mi n a b a u n ob j e to ar t if i ci al o ar t í st ico , in v e n t ad o
con p al a br a s p ar a i mi t ar o r epr e s e n t ar la s cos a s t al co m o po dr í a n s uc ed er e n l a v id a, y
p ar a pr oduc ir e n el r ec e p to r un goc e e s t é tic o q u e lo e moc io n ar a d e u n modo p ar ti cu lar y
pr odu j er a u n a pr e nd i z a j e.
El t e xt o l it er ar io , c o mo ob j e to ar t í st ico , s e d if er e nci a d e o tr os t ex to s por u n a
m a n er a p ar tic ul ar d e d ecir , u n modo d e tr a b a j ar co n el l e ng u a j e di s t in to d el q u e u s a mo s
e n l a v id a co t id i a n a. No só lo i m p or t a lo q u e s e d ic e si n o có mo s e lo di c e: e l e m pl e o del
le n gu a j e a tr a e l a a t e nc ió n so br e s í m i s mo. No s e tr a t a d e u n u so e s po n t á n eo s i no d e u n
tr a b a jo co n sc i e n t e co n l a s p a la br a s q u e pr e t e nd e g e n er ar u n e f e cto e s t ét ico.
R e su m i e ndo , l a l it er a tur a pr e s e n t a d os r a sg o s fu n d a m e nt al e s: la f icc ió n y u n u so
p ar t icu l ar de l l e ng u a j e q u e cr e a u n o bj e t o e s pe ci al , e s d ec ir s u car áct er f icc io n al y su
fu nc ió n e s t ét ic a. S i n e m b ar go , n o to do lo q u e e s pr oduc to d e la i m ag i n ac ió n y e st á h e cho
con p al a br a s e s l it e r at ur a. S u p er m a n no lo e s y e l t e xto d e u na pr o p ag a nd a gr á fi ca ,
t a m poco . P ar a d e fi n ir li t er a tur a, e n to nc e s, h ay q u e s u m ar otr o s cr it er io s.
La o br a li t er ar i a e s t a mb i é n u n o b j eto e s t ét ico. Pr e s e nt a c i e r ta s c ar ac t er í st ic a s
qu e l a d i f er e nc i a n cl ar a m e n t e d e o tr os di sc ur so s ( p er io dí s t ico s, ci e n t íf ico s , e tc. ) e s to s
ti e n e n u n r e f er e n t e r ea l, m i e n tr a s q u e el di s cur s o l i t er ar io cr e a s u pr o p io r ef er e n t e. El
le n gu a j e l i t er ar io e s el pr o t a go ni s t a y s i b i e n a p ar ec e n to d a s la s f u nc io n e s d el l e n gu a j e,
lo q u e c ar ac t er i z a a e s te t i po d e d i scur s o e s l a f u nc ió n po é ti ca a tr a v é s d e l a cu al el
a utor se pr eo c up a p o r la fo r m a d el m e n s a j e. El ar t i st a s el e ccio n a l a s p al a br a s y l a
com b i n a d e u n mo do ú nic o y p er so n al a pr ov ec h a ndo lo s a s p ec t os fó n ico s, m or foló gi cos ,
s i nt ác t ico s y s e m á n tic o s q u e l e o fr ec e l a l en g u a. E s dec ir , tr a b a j a c on l a
pl ur i si g n if ic a ti v id a d, po li s e m i a y a m bi gü e d ad d el s ig n o li ng ü í st ico u t il i za nd o la s
po s ib il id a d es co n no t a ti v a s d el l e ng u a j e q u e l e p er mi t e n s u g er i r otr os si g n if ic ad os y no
u no solo co mo e l e n l e n gu a j e d e not a t iv o
F I C CI Ó N Y R EAL I D AD
El t ér m i no fi cci ó n ( q u e pr o vi e n e d e “ f i ng i r ”) s ig n i fi ca “ m e n t ir ” y “r e pr e s e n t ar ”. S e
car a ct er i z a n co m o f i ccio n e s to do s aq u ell os d i sc ur so s e n lo s qu e s e si m ul a n acc io n e s o
aco n t ec i mi e n to s i m ag i n ar io s, qu e so n pr od uct o d e l a i n v e nc ió n o r ecr e ac ió n d e u n a utor .
Co n e l no m br e d e no fi cci ó n , e n ca m b io , s e d e s ig n a al d i scur so qu e pr e s e n ta s it u ac i on e s
r ea l es , e f ect i v a m e n t e o cur r id a s. L a f icc ió n y l a no fic ció n s e a pr oxi m a n o s e co n f u nd e n.
Al g u no s t ex to s pr e s e n t an l í m it e s b or r osos e ntr e r e al id a d y fi cci ón ; s i n e m b ar go ,
cu a ndo s e tr a t a d e l i t er a tur a, l a f icc ió n si e m pr e i n t er v i e ne . Au n qu e p ar t a d e h ec ho s r ea le s, el e scr it o r i m ag i n a, s u p o n e, o mi t e al g u n a s co s a s y pr i v il e gi a o tr a s, es to e s , i n v e n t a.
P er o n o lo h ac e p ar a n e g ar el mu n do o l a hi s tor i a: l a fic ció n ti e n e e s tr ec h a s r e l a cio n e s
con l a r e al id ad . El e s cr ito r v alor a los h e c ho s q u e n ar r a, in clu y e su s i d e a s y d ia log a e n s u
t ex to co n o tr o s di sc ur so s so c i al e s, co n o tr a s v oc e s y p u n to s de vi s t a, co m o la s i de a s
pol í tic a s , c ult u r al e s, é t ic a s y ar tí s t ic a s de s u é poc a , por q u e la li t er a t ur a e s t a m b i én
id eolo g í a, e s d e cir , u n co n j u nto j er ar q ui za do d e id e a s q u e p er m i t e n v er el m u ndo,
a n al i zar lo e i nt e r pr e t ar lo .
F U N C IÓ N ES TÉT I CA
Tod a s l a s o br a s qu e s e co n s id er a n l it er ar i a s pr oduc e n u n a s u er t e d e pl a ce r
v i ncul a do co n l o b ell o . El qu e l e e u n a no v el a o u n po e m a e nc u e ntr a u n goc e p ar t i cul ar ,
di f er e n t e d e o tr a s fo r m a s d el d el ei t e. Es e goc e q u e l a l it er a t ur a, co m o l a s o br a s
ar t í st ic a s e n g e n er a l, es c a p a z d e g e n e r ar , s e d e no m i n a “ p lac er es t é ti co”. E s a e s,
pr ec i s a m e n t e, l a c ar a ct er í st ic a qu e d e f i n e y di f er e nc i a l a l it er a tur a d e otr o s pr od u cto s
he cho s co n p al a br a s.
3
La f u nc ió n e st é ti c a se m a n if i e s t a e n e l modo e n q u e s e a pr ov ec h a n tod a s l a s
po s ib il id a d es d e l a l e n gu a: so no r a s , si n t ác t ic a s, s e m á n t ic a s, gr á f i c as , mor f ológ ic a s.
La f i n al id ad e st é t ic a pr o pi a d e l a s o br a s li t er ar i a s s e v al e e s p ec i al m e nt e d e l a
fu nc ió n e st é t ico - po é tic a. E st a fu nc ió n s e c ar ac t er i za por i n t er e s ar s e e n el m e n s a j e
m i s mo, no só l o po r lo q u e s e di c e s in o por có mo s e lo dic e ; e s t o s i g ni f ic a q u e el l e n gu a j e
p a s a a s er e l pr o t a go n i st a d el t e xto a tr a v é s d e u n a c u id ad a s el ecc ió n y co m b i n ac ió n d e
la s p al a br a s. E n el l e n gu a j e li t er ar io to d a s l a s p al a br as o b ed ec e n a s e n t ido s pr ec i so s:
e n tr e v ar i a s o pc io n e s s e el i g e u n a p al a br a y no o tr a , por q u e la s el ec cio n a d a e s l a q ue
m e jor tr a n s mi t e l a i d e a, e s l a e x pr e s ió n ex ac t a qu e el a utor qu i e r e logr ar .
En to nc e s , el l e n gu a j e lit er ar io po s e e lo s s ig ui e n t e s r a s go s q u e lo car a ct er i za n :
 Es pl ur i si g n if ic at i vo da do q u e t i e n e l a c ap ac id ad d e s ug er ir t a n to s s i g ni f ic ado s co mo ,
e n pr i nc i p io , ac er c a m i e n to s pu e d a n h ac er s e al t e xt o;
 T i e n e l a c a p ac id a d d e cr e ar s u pr op i a r e ali da d, s u pr op io u n iv er so d e f icc ió n di f er e n t e
de a q u el e n q u e e st á n i n m er so s t a n to el a u tor co mo el l ect or ;
 Po s e e u n a e n t id ad l i n gü í st ic a pr o pi a , d ado qu e l as r el ac io n e s e n tr e lo s s ig n i fi c ado s y
los s i g ni f ic a nt e s so n di st i n t a s d e l a s qu e l a s p al a br a s t i e n e n e n el u s o co ti di a n o. Por
e j e m plo , cu al q ui er v er so d e u n po e m a t r an s m i t e m á s i n for m ac ió n q u e u n a s i m pl e
s ec u e nci a d e p al a br a s ;
 Es co n no ta t i vo , po r qu e l a s p a l abr a s pr e s e nt a n v alor es s e m á n tic os ( si g n if ic ad o s )
p ec ul i ar e s y d e s u co m b i na ció n p u ed e s ur g ir u n a n u e v a v i s ió n d e l a r e al id a d, u n n u e v o
conc e p to .
Co n no ta ció n .
El l e ng u a j e po ét ico po s e e l a c a p ac id ad d e su m ar a l as p al a br a s otr o s m at ic e s d e
s ig n i fic ac ió n y c o m u nic ar i nd ir e ct a m e n t e otr a s i n for m ac io n e s, a d e m á s d e d e los
s ig n i fic a do s b á s ico s de u na p al a br a d e t e r mi n ad a. A e st e mo do de s ig n if ic ac ió n s e lo
de no m i n a c o n no t ac ió n . L a co n no t ac ió n s e lo gr a ut il i za nd o r ec ur s os l i t er ar io s:
C an o n.
La p al a br a c a no n s ig n if ic a “l i st a o c a t álo go”. E n r el a ció n co n el ar t e, s e a pl ic a a l
con j u nt o d e o br a s co n s id er ad a s co mo ar t í s tic a s e n u n p er io do de t er m i n ado. E n tr e e lla s ,
s e i ncl u y e n no s ó lo l a s o br as r e al i za d as po r au tor es co n t e m por á n eo s s i no t a m b i é n l a s d e
otr a s é po c as , y q u e f o r m a n p ar t e d e l a tr a dic ió n l i t er ar i a. L a s o br a s q u e no so n i ncl ui da s
de n tr o d el ca n o n l it e r ar io (o qu e , e n m uc h os c a s os , so n d el ib er ad a m e n t e e xcl ui d a s) p a s a n
a for m ar p ar t e d e lo qu e s e d e n o mi n a “ li t er a tur a m ar gi n al” , p or es t ar pr eci s a m e n t e al
m ar g e n o f u er a d e l a s p au t a s ac e pt ad a s. Por e so, m uc ha s v e ce s t e x to s q u e co n f or m a n
lit er at ur a m ar gi n al e n u n a é po c a , for m a n p ar t e d e l c a no n l i t er ar io d e otr a.
La c ar ac t er í st ic a m á s i m por t a n t e d e l c a no n e s su r el a ti v a i n e s t a bi li d ad, d ado q u e e l
c o nc e p to d e lo q u e e s li t er a t ur a r e s ult a v ar i ab l e. S u v ar i ac i ón e s t á d e t er m i n ad a por
cu e st io n e s r e f er id a s , e n tr e o tr a s, a l g u st o y l a mo d a. P or ell o, la v alor ac ió n d e u n a obr a
de p e nd e d e lo s cr it er io s ( so c i al e s y c ul tur al e s ) y l a s id e a s co n q u e e s a o br a es a n ali z ad a.
El ca no n s e co ns t it u y e a p ar t ir de i n s ti t u cio n e s co mo l a s e sc u el a s y u ni v er s id a d es ,
los cr ít ico s li t er ar io s y l a s e di tor i al e s q u e d et er mi n a n q u é t ex t os d eb e n s er l e ído s c omo
lit er at ur a y cu á l es no .
Al g u no s e s p ec i al i st a s co n si d er a n q u e l i t er a tur a e s t odo lo qu e e n u n a é poc a
de t er m i n a da e s l eí do co m o l it er at u r a.
Ha b it u al m e n t e, l a e s cu el a o l as i n s t it uc io n e s ac ad é m ic a s , por e j e m plo , l a u ni v er si da d, so n la s qu e de f i n e n lo q u e s e le e co mo l it er a t u r a. T a m b i é n la s r e v is t a s
e s p ec i ali z a d a s y lo s s up l e m e nto s c u lt ur a l e s. As í , lo s t e x to s s e ñ al ad os co mo pr e s ti gio so s
po r e s a s i n st i tu cio n e s fo r m a n l o q u e s e d e no m i n a el c a no n L i t e r ar io, e s to e s, el c on j u nto
de t e xto s q u e s e c o ns id er a n li t er ar i os .
P er o el c a n o n n o e s f i jo ni e t er no : d e p e nd e d el g us to e s t ét ico y d e l a s id e a s q u e s e
t e ng a n en d e t e r m i n a do mo m e n to so br e l a li t er a t ur a. Y e s to c a m b i a co n el t i e m po. Por
e j e m plo , Ro b er to Ar l t, u n e scr i tor de Bu e no s Air e s q u e co m e n zó a e s cr ib ir h aci a 19 24 y
m ir ó l a c i ud ad y su s p er so n a j e s d e u n mo d o nu e vo , h oy e s l e ído co mo u n e scr i tor v al io so,
p er o e n su mo m e n to er a co n s id er ado u n m al e scr i tor por qu e h a cí a u n u s o a gr a m a ti c a l del
le n gu a j e y s u s t ex to s no t e n í a n el e s t ilo q u e s e e s p er ab a d e u n a obr a li t er ar i a
4
LOS GÉNEROS LITERARIOS
El concepto de género literario implica una forma de clasificar los textos en distintos grupos, cada uno de
los cuales se diferencia por características propias. Entre la variedad de textos que existen, los géneros
permiten que el lector reconozca algunos como poesías, por ejemplo, y los distinga de otros que serian
novelas o cuentos.
El origen de los géneros se remonta a la Antigüedad clásica. Ya han visto que, para los griegos, poesía
señalaba toda producción o creación literaria. En esa época, la literatura se escribía en versos, con una
estructura rítmica y una métrica regular. Aristóteles, un filósofo del siglo IV a.c. y el primero en escribir un
estudio sobre la literatura -la Poética- explica que el origen de este arte obedece a dos causas: por un lado,
el acto de imitar, que es propio de los hombres desde la infancia; por el otro, el placer o goce que produce
esa imitación en las personas.
Clasificación inicial
Si bien todas las obras literarias coinciden en la imitación y en el ritmo, Aristóteles señala que se
diferencian entre sí por el tema que tratan. También, por el modo de imitar del poeta, "pues se puede imitar
a los mismos objetos... o bien narrándolos o bien haciendo obrar y actuar a todos los imitados". Por último,
advierte que los instrumentos o medios con los que se imita producen diferencias.
Así, según esos criterios, esto es, teniendo en cuenta el tema, el modo y los medios de imitar, la poesía
se dividió en tres grandes géneros.
La poesía épica narraba extensas historias cuyos protagonistas eran héroes que realizaban hazañas y en
las que se mezclaba lo real y lo ficticio. Esos relatos estaban compuestos en verso, se transmitían oralmente
y contaban historias relacionadas con el origen y el destino del pueblo al que representaban. Son relatos
épicos la Ilíada y la Odisea, atribuidos al poeta griego Homero, del siglo VIII A. C.
La poesía dramática, que también se escribía en verso, desarrollaba el diálogo y la actuación como medios
para imitar o representar historias en escena. Según el contenido o temática de la historia, el teatro clásico
distinguió la tragedia (de asunto serio y desenlace funesto) de la comedia (de tema gracioso y desenlace
feliz), ambas representadas por las dos máscaras del teatro.
La poesía lírica agrupaba las piezas breves que se acompañaban con algún instrumento musical y estaban
destinadas, en un principio, a ser cantadas. Solían transmitir emociones o sentimientos personales y estaban
compuestas por un modo particular de combinar las palabras, una técnica que destacaba el poder sugestivo y
evocador del lenguaje.
Los géneros a través del tiempo
Con el correr del tiempo, los textos narrativas y los teatrales fueron privilegiando las acciones de sus
historias y las conductas de los personajes antes que la expresión de los sentimientos. Los escritores
prefirieron, entonces, la prosa al verso, porque un lenguaje menos ornamentado y con una menor cantidad de
imágenes favorecía el progreso de la narración. Así, el verso se fue identificando únicamente con la poesía.
A partir de entonces, se establecieron los tres géneros literarios fundamentales:
 el género narrativo, cuyas formas más comunes son el cuento y la novela;
 el género dramático o teatro, que comprende los textos escritos para ser representados;
 el género Lírico o poético, cuyos rasgos distintivos son el ritmo y la sonoridad, y que se caracteriza por
hacer un uso figurativo del lenguaje.
Otros géneros y subgéneros
Sin embargo, esta división no es tan rígida. Muchas veces los límites se borran, las fronteras se
desdibujan y en un mismo texto se cruzan dos o más géneros literarios.
Por otra parte, nuevos géneros y subgéneros han ido surgiendo a partir de ciertos cambios en las
necesidades sociales y comunicativas. El ensayo, por ejemplo, un texto por lo general breve que intenta
persuadir al lector y capturar su atención con recursos propios del lenguaje literario, debe su desarrollo y
difusión a la importancia que adquirieron los periódicos: muchos autores escribieron ensayos para revistas y
diarios de su tiempo.
A su vez, dentro de cada género, es posible reconocer subgéneros.
- Dentro del género narrativo se distinguen: el mito, la leyenda, la crónica, el cuento, la novela. A su vez,
dentro del cuento y la novela, pueden reconocerse otros subgéneros: el realista, el fantástico, el maravilloso,
el policial, el de ciencia ficción, etcétera.
- El género dramático comprende, entre otros, la tragedia, la comedia, la farsa, el sainete, el entremés.
- y dentro del género Lírico se pueden reconocer, por ejemplo, las diferencias entre un soneto, una elegía, un
romance, un poema de versos libres.
1. P ar a i nt e gr ar l a u n id ad c o nf ecc io n a u n m a p a o r e d co nc e p tu al con l os co nc e pt os
so br e s al i e n te s d e l a m i s m a.
5
LIT ER AT U RA P RE C OL O M B I NA:
CA RA CT ER ÍS T I CAS .
C O NT EXT O
H IS T Ó R I C O,
S OC I AL
Y
C ULT UR AL.
En Am ér ic a h i sp á n ic a co nv i v e n do s v er ti e n t e s, l a i n dí g e n a y l a e ur op e a, co mo e j e m plo
de u n s i ncr e t i s mo lo g r ado a l o l ar go d e lo s s iglo s.
La s i n v e st i g ac io n e s r e al i z ad a s h a st a el pr e s e nt e co i nc id e n e n s os t e n er q u e ha p ar tir
del 1 0.00 0 a. C. di f e r en t e s o l e a d a s d e po bl ador e s oc u p ar on el con t i n en t e a m er ic a n o . La s
pr i m er a s pr o v e ní a n d e As i a , p e n etr ar on po r el E s tr ec ho d e B er i n g y s e d e s pl a zar o n p or el
lit or al d el Oc é a no P a cí fic o h a s t a el ex tr e mo s ur . Er a n nó m ad e s , c a zador e s y r ecol ec tor e s
y po s e í a n r a s go s tí p ic o s d e l a c ul tur a d el P al e o l í ti co.
Alr ed ed o r del 3 .0 0 0 a. C. e sto s pr i m er o s po bl ador e s r ec i bi er o n el i m p act o d e n u ev a s
ole a d as pr o v e n i e n t e s de l a P o li n e s i a, qu e s e d e s pl a zar o n por el l itor al d el Oc é a no P ac íf ico
e s pr ob a bl e t a m b i é n la h i pó t es i s d e l a e xi s t e nc ia d e gr u po s or iu nd os d e I nd och i n a,
I ndo n e s i a y M el a n e s i a. Ci er to s r a s go s or i e nt al e s s o n fr ec u e nt e s e n l a s f i gur a s
r epr e s en t ad a s d e v a s i j as el a bor a d as por lo s i nd íg e n a s a m er i ca no s. Lo s i n t egr a nt e s d e
e s ta s eg u nd a o l e ad a po s e í a n el e m e n to s d e l a cul t ur a n e o l ít ic a ; er a n agr ic ul t or es
s ed e n t ar io s, co n str u y er o n c iu d ad e s y p o s e í a n u n aco m pl e j a or g a n i zac ió n soc io pol í tic a .
Am é ri ca p r eco lo m b i n a: u n m o sa ico cu lt ur al. Lo s e s p a ñol e s qu e ar r ib ar o n a Am ér i c a
a p ar tir d el v i a j e c o lo mb i no s e e nc o ntr ar on co n u n t er r itor io p ob l ado por gr upo s d e
di v er s a tr a m a cu lt ur a l.
En l a r eg ió n a nt ill a n a , lo s t a í no s y lo s c ar i b e s v i v í a n e n pl e no P a leol í ti co, d e dic a do s a
la p e sc a , l a c a z a y l a r eco l ecc ió n, y or g a ni z ado s e n f or m a tr i b al.
En M e so a m ér ic a y l a r eg ió n a nd i n a d e Am é r ica d el S ur s e d e s ar r ollar on l a s “gr a nd e s
cul tur a s” – i nc a, a z t e ca y m a y a -, qu e r ec o gi er o n l a tr a dic ió n c u ltur al d e lo s pu e blo s m á s
a n ti gu o s.
En el e xtr e mo s ur , a gr icu ltor e s s ed e n t a r ios y ca za dor e s nó m ad e s s e d i vid i er o n el
e s p ac io.
La r e a cci ó n a n t e l a c o n qu i s t a e s p a ñ o l a f u e di f er e nt e e n u no s y e n o tr os. L a s “ gr a nd e s
cul tur a s” s uc u m bi er o n m á s r á pi da m e n t e. M i n ar on su r e s i st e n ci a l a s pr o fu nd a s r i v al i da d es
i nt er n as , l a s ali a n z a s p ar ci al e s co n el i n v a sor , l a d e p e nd e nc i a d e s u j e f e y l a v it al
v i ncul a ció n co n lo s v a lle s q u e h ab i t a b an . L a s c ul tur a s d e l sur r e s is t i er on l ar g a m e nt e. S u
no m ad i s mo l es f ac il i tó l a hu id a , el co n tr a a t aq u e y el a pr e n di za j e d e l a s t éc n ic a s de l
e n e m igo . Lo s ar auc a n o s s e “ es p a ño li zar o n” e n l a g u er r a.
La s g ra n d es cu lt ur a s: ra s go s co m u n e s. La s c ul tur as a m er i ca n a s po s eí a n al g un o s
r as go s co m u n e s:
 La eco n o mí a s e c e n tr a b a e n l a agr i cul t ur a . Los i nc a s, pr i nc i p al e s ex po n e n t e s d e e s t a
ac ti v id a d, co n s tr uy er o n , e n s u s v a ll e s, a nd e n e s d e c ult i vo , t er r a za s y c a n al e s d e r i e go
ar t if ic i al. L a t i er r a e r a pr o p i ed ad d el e s t a do y s e ex pl ot a b a co m u n al m e nt e .
 El n úcl e o b á s ico d e la so c i ed a d es t a b a con for m ado por u n id ad e s t er r itor i al e s y
p ar e n t al e s. L o s a zt e c a s lo ll a m a b a n c a p ullo y l os i nc a s ayl lu.
 La p ir á m id e so c i al er a r í g id a y j er ar q ui za d a. No bl e s, s ac er dot e s , g u er r er os,
fu nc io n ar io s , ar t e s an o s, co m er ci a n te s , c a m p e s i no s y e scl a vo s s e d i vi dí a n t ar e a s y
pr i v il eg io s.
 La or g a ni z a ció n d el e s ta do a do ptó l a for m a d e Co nf e d er ac ió n o I m p er io . Lo s a zt ec a s
or ga n i z ar o n u n a co n f ed er aci ó n de c iu d ad e s go b er n a da por u n e m p er a dor de c ar ác t e r
el ec t iv o y vi t al ici o . L o s i n c as e s tr uct ur ar on u n i m p er io, u ni do b a jo el po d er ab s olu to
del I nc a (h er ed er o d el S o l ).
 Pr ac t ic ab a n el po l i t e í s mo . Ador a b an dio s e s a ntr o po zoo mor fo s, d e l a n a tur al e za y
e s pir it u al e s. L o s a zt e ca s po s e í a n u n co m pl i cad o r it u al q u e i ncl uí a s acr i f ic io s h u m a no s .
 Co n str u y er o n gr a nd e s c iu d ad e s. Lo s m a y a s, ex i m io s ar qu i t ec to s, l e v a n t ar on al lí
p ir á m id e s e sc alo n a d a s, t e m plo s y alt ar e s e n p i edr a .
 Tr a zar o n r u t a s y c a m i no s. E l I m p er io I n ca e s t a b a atr av e s a d o por do s c a mi no s d e
nor t e a s ur , qu e p ar tí a n d e s d e P er ú h a s t a Ch il e y l a Ar g e nt i n a.
 M ed í a n el t i e m po y r e gi s tr a b a n suc e s os . L os a zt ec a s po s eí a n u n cal e nd ar i o q u e d i vi dí a
el a ño s o l ar e n 18 m e s e s d e 20 dí a s c ad a u no. Lo s i nc a s t e n í a n u n s i st e m a d e r e g is tr o
m uy d e s ar r o lla do – el qu i p u- , do nd e co n st a b a n e s t ad í st ic a s d e po bl ac ió n, d e pr od ucc ió n
y t a mb i é n h ech o s tr a sc e nd e n t e s (g u er r a s, f ech a s d e r el i gi os a s , e tc. )
 La co nq u i st a es p a ño l a i n t er r um p ió el pr o c e so d e l a e scr i t ur a. M ucho s cód ic e s f u er on
de s tr u ido s.
6
La s cu lt ur a s d el su r: u n a po si bl e c ar a ct er iz aci ó n. S eg ú n s u ac t iv id a d eco n ó m ic a, lo s
po bl ador e s p u ed e n c l a s if ic ar s e e n p u eb lo s d e eco no m í a p ar a si t a r ia – c a za dor e s, r eco l ec tor e s ,
p e sc ador e s - y p u e blo s d e ec o no mí a s i mb ió tic a – a gr ic ultor e s i n f er ior es y s u p er ior e s - . En tr e
los pr i m er o s s e e nc u e n tr a n lo s p e sc ador e s y r ecol e ctor e s d e Ti e r r a del F u ego , lo s c a zad or e s
de g u a n aco s d e la P a t ago n i a y lo s c a za dor e s -r ec ol ec tor e s d el C ha co. E ntr e lo s s eg u n dos , l os
a gr icu ltor e s m á s pr i m ar io s d e l C h aco y d e l a M e so po t a m ia y l os qu e u ti li za b a n a nd e n e s d e
cul ti vo y c a n al e s d e r ie go e n l a r eg ió n No r oes t e. E sto s úl t i mo s d es ar r oll ar on l a c er á m ic a, l a
m e t alur g i a , y co n str u y er o n p u e blo s for t if i cad os ll a m ad os puc a r á s
Los pr i m ero s li b ro s. E n l a ac t u al id ad s e cu e s tio n a e l co nc e p to d e “li t er a t ur a” , e n
r el aci ón co n lo s p u e blo s i nd íg e n a s a m er i ca no s. L a li t er a tur a cu m pl ió d e n tr o de e s ta s
soc i ed ad e s fu nc io n e s r elig io s a s, h i s tór ic a s, or g a n i zat i v a s, pr of é tic a s y cer e mo n i al e s , qu e
s e e n tr e m e z cl ar o n y pr e do mi n ar o n s obr e la s f i n al id ad e s pur a m e n t e e s t ét ic a s. S ol a m e n t e
el p u e blo m a y a po s e y ó u n a e scr i t ur a j er o glí f ic a, d e c ar áct er id eo gr á fi co, q u e h a s t a l a
f ech a no h a po d ido s er de sc i fr ad a e n s u t ot al id ad. Lo s ú n ico s q u e po dí a n e scr i bir , l e er e
i nt er pr et ar er a n lo s i nt e gr a n t e s d e l a c l a s e s ac er do t al y a lg u no s r e pr e s e n ta n t e s d e l a
no bl e za. Lo s t ex to s q u e co m p u si er o n fu er o n e sc ul p ido s e n p i edr a, mold e a do s e n e st u cos o
p i nt ad os en mur al e s, cer á m ic a s o “l ibr o s” ( for m ad os p or tir a s pl e g ad a s d e p a p el h e cho a
p ar t ir d e l a co r t e z a i n t er io r d e u n ár bol ). M ucho s d e e s to s v al i oso s cód ic e s s e p er d i er on
al s er d e str u ido s o qu e m a do s, e n el s ig l o XV I. Lo s p oco s qu e ll e g ar on a l s i glo X X h a n
p a s ado p o r el t a m i z d e l a cu lt ur a e ur o p e a.
La tr a n s m is ió n d e lo s t ex to s . E l no m br e de lo s a utor e s d e l o s pr i m er os t e xt os s e h a
p er di do co n u n a so la e xc e pci ó n: el pr í nc i p e - po e t a d e lo s a zt ec a s , N e za h u alcó yo tl.
M á s d i f un di d a qu e la tr a n s m i s ió n e scr i t a fu e l a tr a n s m i si ón or al. El a nci a no
s ac er dot e q u e po s e í a la sa b id ur í a d e l a t r ib u tr a n s m it í a a s u p u ebl o r el at o s q u e f u er on
m e mor i za do s y r e p e t ido s co n p oco s c a m bi os h a st a n u e str o s d í a s. E n tr e lo s a zt ec a s, l a
m e mor i za ci ó n y l a r e p et ic ió n f u e fa cil i t a da por p a p el e s p i nt a dos q u e r e pr e s en t a b a n l a s
e sc e n a s fu nd a m e n t al e s d e lo q u e s e q u er í a co n t ar . E n u n pr i m e r mo m e nto d e l a co n q ui s t a
s e d e s tr u y er o n e s to s d o cu m e n to s o s e pr oh ib i er o n l a s r e p e tic io n e s or al e s. A f i n d e
con s er v ar lo s, lo s i n dí g en a s e nt er r ar on códic e s y d ib u jo s y s e pr eoc u p ar on po r la
m e mor i z a ci ó n .
Lu eg o , a p ar tir d e l a s e g u nd a m i t ad d el s igl o XV I, lo s mi s io n e r os co m pr e ndi er o n l a
i m por t a nc i a d e co no cer lo s m i to s q u e d e bí a e nfr e nt ar l a f e cr is t i a n a. En to nc e s s e
e scr i b i er o n lo s t ex to s i nd íg e n a s e n l a l e n gu a or i g i n al p er o co n car act er e s l at i no s. M á s
t ar de , s e lo s tr a d u j o al c as t ell a no .
El c au d al l i ter ar io no lle gó h a st a n os otr o s por v ar i as r a zo n e s: l os d i f er e n t e s pu e bl o s
i nd íg e n a s c ar ec í a n d e u n a ú ni c a l e ng u a p or m ed io d e l a c u al p ud i es e n tr a ns m i t ir s e l os
t ex to s; l a di v ul g aci ó n o r al d e l a li t er a tur a t a m bi é n c ol ab or ó e n la p ér di d a d e lo s m i s mo s;
y, por úl t i m o , l a d e s t r ucció n d e lo s có di c e s e n l a é p oc a d e l a co n qu i s ta . El co n qu i s t ad or se
ad u e ñ a b a d e ello s po r cur io s id ad , y c u a nd o y a no s e n t í a i n t er é s, l os d es tr u í a. Lo s i nd io s
tr a t ar on d e r e e scr i bir lo s p er o ya no f u er on i g u al e s por qu e , s i n d ar s e cu e n t a, ello s
t a mb i é n h a bí a n s ido t r an s fo r m ado s por l a c on qu i s t a.
S ólo s e co n s er v a n v e i nt idó s cód ic e s – t r es d e l a cul t ur a m a y a y lo s otr o s d e
di f er e n t es c ult ur a s - q u e, e n l a ac t u ali d a d, s e e nc u e n tr a n e n Eur o p a co n exc e pc i ón d e
cu atr o q u e s e h a ll a n e n M é xic o .
Los co n t e n ido s: a p e s ar de l a s di f er en ci a s en tr e l a s d i st i n t as cult ur a s , s e pu e d e n
s e ñ al ar alg u no s c o n t e n ido s e n co mú n :
 R el at o de l a s suc e s i v a s cr e ac io n e s y d e s tr ucc io n e s de l m u n do y d el ho m br e ,
r ea li z a d a s po r lo s d io s e s.
 De s cr ip ció n d e u n a e da d d e or o lle n a d e p er f ecc io n e s a l a q u e s e op o ne u n a v id a
pr e s e n t e pr ec ar i a y d if ic ul t o s a.
 De s cr ip ció n d e lo s a tr ib u to s y v e st i m e n t as d e lo s d io s e s y n ar r ac ió n d e l a s
a v e nt ur a s pr o t ago n i z ad a s por lo s pr i n ci p al e s h ér oe s.
 C an to s d e al a b a n z a s a lo s di os e s ; or ac io n e s e n la s qu e s e pi de por la s bu e n a s
co s ec h a s y l a v ic to r i a e n l a g u er r a.
 El ti e m po e s co nc e b id o co mo r e p et ic ió n y n o co mo u n a lí n e a co nt i nu a ; por lo t a n to ,
el f u tur o no r e s er va so r pr e s as y p u ed e s e r pr edic ho. D e a llí l a i m por t a nc i a de l a s
pr o f ec í a s y lo s pr e s a gio s.
7
 No r m a s p ar a l a o r g a n i z ac ió n d e l a v id a co m u ni t ar i a ( é poc a s d e s i e m br a, g u er r as ,
m a tr i mo n io s, e tc. ) y p ar a l a r e al i zac ió n d e cer e mo ni a s r el ig io s a s .
 Ex pr e s ió n d e s e n ti m i e n to s a nt e l a br e v ed ad d e l a vi d a h u m a n a , fr e nt e al d e st i no
del ho m br e d e s p u és d e l a mu er t e.
 El i n di v id uo no v a l e co mo t al s in o co mo i nt e gr a n t e d e l a c om u n id ad y e n s u s
r el aci o n e s co n l a n a t u r al e za.
 T e m a s r el ac io n ado s c o n la ador aci ón a d i vi n id ad e s q u e pr ot e gí a n al pu e blo.
 P e n s a mi e n to go b er n a do por el s e n ti m i e n t o r el ig io so f u s io n ado co n l a r e fl ex ió n
m ít ic a.
 La s f o r m a s d e ex pr e s ar s us id e a s er a va r iad a ; y a h a b ía u n a di f er e nc i ac ió n d e
g é n er o s li t er ar io s : lo a s oci a do al c a n to y a l a m ú si c a s e m a n i f e s ta b a e n for m a d e
po e s í a l ír ic a, lo s m it o s e h i stor i a s r e f er i da s a l a s d e id ad e s , e n for ma d e po e s í a
é p ic a y lo s r i to s y c e r em o ni a s r el ig i o s a s, c omo t e a tr o.
O br a s:
Li te ra t ur a M ay a : e l Po po l V uh o L i bro d e l t i e m po o l a co m u n i da d, e s e l t es t i mo n io
m á s s i g ni f ic at i vo d el pu e blo k i -ch é qu e n ar r a los or í g e n e s de l mu nd o y l a hi s tor i a del
p u ebl o d e sd e su s co m i e n zo s h a s t a l a co nq u i st a e s p a ñol a. Otr a o br a e s el C hi l a m B a l a m ( el
qu e e s bo c a d e j a gu a r o br ujo ). E s t a o br a ex pr e s a l a d e s e sp er ac ió n m a y a a n t e l a ll e g ad a
de lo s e s p a ño l e s.
Li te ra t ur a Q u ech u a o I nc a: l a s m a n i f es t ac io n e s li t er ar i a s d e la co m u n id ad i nd íg e n a
i nc a qu e h a n ll e g ado h as t a no so tr os s o n, f u n d a m e nt a l m e nt e , t ex to s t e atr a l e s y p oe s í a
lír ic a.
El O ll a nt a y e s l a o br a dr a m á tic a m á s s o br e s al i e n t e d e l a l i ter at ur a q u ech u a
de sc u bi er t a e n el C u zco e n 17 7 0. E l t ex t o ex po n e u n a pr eoc u p ac ió n q u e er a co m ú n e n
e s to s pu e bl o s : u ni ó n d e l a s p e r so n a s d e s a ngr e r ea l co n otr a s q u e no p er t e n ec e n a l a
no bl e za.
La po e sí a l ír ic a s ur g e d e la s or a cio n e s p er so n a l es o col ec t iv a s d e los i nc a s. E st a s
últ i m a s er a n r eci t ad a s po r to d a l a co m u n i da d y co n s t it u y en lo s lla m a do s j a ill i s o hi m no s
s agr ado s. Lo s d e s t i n a t ar io s d e es to s v er so s er a n lo s d io s e s , por e j e m plo, I n ti , el r e y del
sol , qu i e n f a vo r ec í a l a s co s ec h a s, o V ir a co ch a, el d io s cr e a dor d e l os ho m br es .
En e l i m p er io in c aic o er a m u y i m por t a nt e e l cul to d e lo s m u er to s y el r es p e to por l a s
di f er e nc i a s de cl a s e s so ci al e s. É s t a s er a n tr e s : cler o, n o bl e za y pu e bl o y e s t a b a n
s e p ar ad a s po r d i v is i o n e s i nfr a nq u e a bl e s. El pu e blo es t a b a r ep ar t ido e n tr i b u s qu e
com pr e nd í a n mu cho s cla n e s o a yll u. E s t e co n s t it u í a u n a u n i da d t a n to ec on ó mi c a co mo
r eli gi o s a; lo r eg í a u n cur ac a , p er s on a j e qu e per t e n ec í a a la no bl e za r ur al y qu e a su m í a la s
fu nc io n e s d e ju e z s u pr e mo p u e s r e g ul a b a l a s r el ac io n e s soc i al e s y l a bor al e s e n los
t er r itor io s d e c ad a a yll u.
Li te ra t ur a Az t e ca : la l e ng u a n á hu a tl n o ll egó a t e n er u n s i st e m a d e e scr i t ur a
fo n ét ic a co mo l a m ay a p er o , gr ac i a s a l a t ar e a d e Fr a y B er n ar d i no d e S ah ú n ( si glo X VI ) y
de e scr i b a s a zt ec a s , la m ay o r p ar t e d e s u r ic a li t er a tur a p u do s er pr es er v ad a d e l a
de s tr ucc ió n y el o l v i do . Así , m uc h a s n ar r ac io n e s d e or ig e n m í t ico, co m o L a g u err a de lo s
sol e s do n d e s e c u e n t a có mo Q u et za c ó at l lle g a al p a í s d e l os m u er to s, s e p ud i er on
con s er v ar .
Los t e m a s d e l a p o e s í a a zt ec a r e v el a n l a co nc e pc ió n fil os óf i co -r el ig io s a d e e st e
p u ebl o: s e r e f i er e a l a fr a gi li d ad d e tod o l o t er r e no, d e l a v id a de s p u é s d e l a mu er t e y d e
la glor i a d e mo r ir l u ch a n do . M uc ho s po e m a s d e c ar ác t er r it u al y r eli g io so al ud e n a u n a
pr ác t ic a c ar a ct er í s ti ca d e e s a cu lt ur a: l a gu e rr a flo ri d a. E s t e r itu a l, r e p e t ido a ño tr a s
a ño , co n s i st í a e n s al ir a c a z ar ho m br e s p er t e n ec i e nt e s a o tr os p u e blo s co n el fi n d e
s acr i fi c ar lo s p ar a e v i t ar a sí q u e H ui t zilo po chtl li ( el S ol ) d ej ar a de e xi s t ir . El cor a zó n de
la v íc ti m a , o fr ec id o a l di o s , er a el l ug ar d o nd e s e pr oduc í a l a g u er r a flor id a.
ACTIVIDADES
a- Lee el texto “Literatura precolombina: contexto histórico, social y cultural. Características. América
precolombina: un mosaico cultura. Las culturas del sur: una posible caracterización”
1. Subraya las ideas principales.
2. Realiza una síntesis con las ideas subrayadas.
b- Lee el texto “Las grandes culturas: rasgos comunes”. Confecciona una red conceptual con los conceptos
leídos.
c- Lee el texto “Los primeros libros. La transmisión de los textos. Los contenidos. Obras”
a. ¿Qué función cumplió la literatura en estas sociedades?
b. ¿Qué características tuvo en este período?
c. ¿Qué ocurrió con las obras de escritas?
8
d. ¿Qué son los códices? ¿Qué ocurrió con ellos?
e. ¿Qué obras escribieron las distintas culturas, qué trataban?
d - Le e e l si g ui e n t e po e m a y l u e go a pl ic a el a n á li si s li t er ar i o.
AN Ó N I M O. “ Hi m n o d e M a nco Ca p ac” .
Vir aco ch a ,
Cr e ador d el ho m br e ,
Pod er o so c i m i e nto d el m u ndo .
El s e ñor d e lo s pr í nc i p e s
T ú d i s po n e s:
Co n su s tor p e s o jo s
“S e a e s t e v ar ó n,
Qu i er e n v er t e.
S e a e s t a m u j er ”.
M á s c u a ndo yo p u ed a v er ,
S e ñor d e l a f u e n t e s a gr ad a ,
Y co noc er , y al e j ar m e ,
T ú g ob i er n a s
Y co m pr e nd er ,
Ha s t a el gr a n i zo .
T ú m e v er á s
¿D ó nd e e s t ás
Y s a br ás d e m í.
- Co mo s i no f u er a
El S ol y l a L u n a,
Yo h i jo tu yo El d í a y l a no ch e,
Ar r i ba ,
El t i e m po d e l a a b u nd a nc i a
Ab a jo ,
Y d el fr ío , e st á n r eg i dos ,
En el i nt er m ed io
Y a l si t io d i s p u e sto
O e n t u a si e n to d e su pr e mo ju e z?
Y m ed ido
Óyeme
Lle g ar á n.
T ú qu e p er m a n ec e s
T ú qu e m e m a nd a s t e
En el o c é a no d el c i elo
El c e tr o r e al,
Y q u e t a m bi é n v i v e s
Óyeme
En lo s m ar e s d e l a t i e r r a.
An t e s d e q u e c a ig a
Go b i er no d el m u ndo ,
R e nd ido y m u er to.
R e sp o nd e.
1. ¿Q u é pr eg u nt a s s e h a ce e l po et a a nó ni m o ?
2 . ¿Q u é s e n ti m i e n to s s e e x pr e s a n e n r el ac ió n con el Cr e ador ?
3 . ¿Q u é a tr i bu to s c ar ac t er i za n al di os ?
4 . Ex pl ic a el s i gu i e nt e v er so : “ Pod e ro so c i m i e n to d el mu n do ”.
e- Le e e l s ig u i e nt e p o e m a y l u eg o a pli ca el a nál i s i s l i te ra r io.
AN Ó N I M O. Lo s úl ti mo s d ía s d el s i ti o d e T e noch t i t lá n .
“Y todo e sto pa s ó co n n o s o t ro s”
Y to do e st o p a só co n no so tr os.
No so tr o s l o vi m o s,
No so tr o s l o ad m ir a mo s.
Co n e st a l a m e nt o s a y tr i st e s u er t e
No s v i mo s a ng u s ti a do s.
En lo s c a m i no s y ac e n dar do s r ot os ,
Los c ab e llo s e s t án e s p ar cid o s .
De s t ec h ad a s e st á n l a s c a s a s,
Enr o j ec ido s t i en e n su s m ur o s.
G u s an o s pu lul a n p o r call e s y pl a za s ,
Y en l a s p ar e d es e st á n s al p ic ado s lo s s e so s .
Ro j a s e st á n l a s ag u a s , e st á n c o mo t e ñi d a s,
Y cu a n do l a s b e bi m o s,
Es co mo s i b e bi ér a mo s a gu a d e s al itr e.
Gol p e á b a mo s, e n ta n t o , lo s m ur os d e ad ob e ,
Y er a n u e str a h er e nci a u n a r e d d e a g u j er os .
Co n lo s e sc ud o s f u e s u r e s gu ar do ,
¡P er o ni co n e sc udo s p u ed e s er so st e n id a s u sol e d ad!
He m os co m ido p a lo s d e er i tr i n a,
He m os m a st ic ad o gr a m a s al i tr os a,
Pi e dr a s d e ado b e, r a t o n e s, t i er r a e n pol vo , g u s a no s.
Tod o e sto p a só co n n o so tr o s.
9
R e sp o nd e:
1. ¿ Qu é s e n t i mi e n to s e xpr e s a el a u tor ?
2. ¿Q u é q u i er e d ec ir co n “ Y to do es to p a só con no so tr os” ?
3. ¿ A qu é “l a m e n to s a” y “ tr i s te su er t e” alu de ?
4. ¿Q u é s ig n i fi c a n l a s s i gu i e nt e s fr a s e s “ Enr o j ec ido s t i e n e n s u s m ur o s” y “ Ro j a s e st á n
la s a g ua s , e s t án co mo t e ñi d a s” ?
5. S e ñ al a e n el p o e m a lo s si g ui e n t e s r ecur s o s li t er ar io s: a n áfor a, p ar al e li s m o,
ad j e t iv ac ió n , e n u m er ac ió n, d e scr i pc ió n , i m ág e n e s vi s u al e s, gu s t at i v a s, m et á for a s,
e n u m er ac ió n, a sí nd e t o n , co m p ar a ció n , el i p s i s, hi p ér b a to n , m et á f or as .
6. Co n v i er t e el po e m a e n pr o s a.
L E CT U RA :
L e e y l ue g o a nal iz a .
C OR TÁZ A R , J ul io . “La no c he boc a ar ri b a” .
Y
s al í a n
en
cie rt a s
é poc a s
a
ca za r
e n e m ig o s;
le ll a m a b a n l a g u err a flo ri d a
A m it a d d el l ar go z ag u á n d el ho t el p e n só q u e d e bí a s er t ar de y s e a pur ó a s al ir a l a
call e y s ac ar l a m o to c icl et a d e l r inc ó n dond e el por t er o de al l ado l e p er m i tí a
gu ar d ar la. E n l a j o y e r ía de l a e s qu i n a v io qu e er a n l a s n u e v e m e no s d i e z; ll e g ar í a co n
ti e m po so br a do ado nd e i b a. El s ol s e f iltr a b a e ntr e l os al to s ed i fi cio s d e l ce n tr o, y él por q u e p ar a sí m i s mo , p ar a ir p en s a n d o, n o t e n í a no m br e - mo n tó e n l a m áq u i n a
s a bo r e a nd o el p a s eo . La m o to r o nr on e a b a e n tr e s u s p i er na s , y u n v i e n to fr e sco l e
chic ot e a b a l o s p an t al o n e s.
De j ó p a s ar lo s m i n i s t er io s ( el r os a , el bl a nco ) y l a s er i e de co m er cio s co n
br ill a n t e s v i tr i n a s d e l a c all e C e ntr al. Ahor a e ntr a b a e n l a p ar t e m á s agr ad a bl e del
tr a y ect o, el v er da d er o p a s eo : u n a c all e l ar g a, bo r d e ad a d e ár bo le s, co n po co tr á fi co y
a m pl i a s v ill a s q u e d e j a b a n v e n i r los j ar di n e s h a st a l a s ac er a s, a p e n a s d e m ar cad a s p or
s e to s b a jo s. Qu i z á al go d i s tr a ído , p er o co r r ien do por l a d er e ch a co mo cor r e s po n dí a , s e
de jó ll e v ar po r l a t er s ur a, p o r la l ev e cr i s p ac ió n d e e s e dí a ap e n a s e m p e zad o. T al v e z
s u i n vol u nt ar io r el a j a m i e nt o l e i m pi dió pr e v e n ir el ac ci d e nt e. C u a ndo vio qu e l a m u j er
p ar a da e n l a e s q ui n a s e l a n z a b a a l a c al za da a p e s ar de l a s l uc e s v er d e s, y a er a t ar de
p ar a l a s s o lu cio n e s f ác il e s. Fr e nó co n el p i e y co n l a m a no , d e s v i án do s e a l a i zq u i er da ;
oyó el gr i to d e l a m u j er , y ju n to c o n el c h oq ue p er dió l a v i s ió n. F u e co mo dor mir se de
gol p e.
Vol vi ó br u sc a m e n t e del d e s m ay o. C u atr o o ci nco ho m br e s j óv e n e s lo e s t ab a n
s ac a ndo d e d eb a jo d e la mo to . S e n tí a g u st o a s al y s a ngr e, l e d olí a u n a r od ill a y c u a n do
lo a l zar on gr it ó , p o r q u e no po d í a so por t ar la pr e s ió n e n el br a zo der echo . Voc e s q u e no
p ar ec í a n p er t e n ec er a l a s c ar a s su s p e n did a s s o br e él , lo a le n t ab a n c o n br o m a s y
s eg ur id a d e s. S u ú n ico al i vi o f u e o ír l a co n f ir m ac ió n d e q u e h a b í a e s t ado e n s u d er e ch o
al cr u zar l a e s q ui n a . Pr eg u n tó por la m u j er , tr a t a ndo d e do m i n ar la n áu s e a qu e le
g a na b a l a g ar g a nt a. M i e ntr as l o ll e v ab a n boc a ar r ib a h a s t a un a f ar m ac i a pr óxi m a , s u po
qu e l a c au s a n t e d el a ccid e n t e no t e ní a m á s qu e r a sg u ño s e n l a s p i er n a s. "U s t é l a a g ar r ó
a p e n a s, p er o el go l p e l e h i zo s alt ar l a m á qu i n a d e co s t ado... " ; O p i n io n e s, r ec u er dos,
de s p ac io, é ntr e nlo d e e s p al d a s, a s í v a b i e n , y al gu i e n co n gu ar d a pol vo d á ndol e d e b e b er
u n tr ag o q u e lo al i vió e n l a p e n u m br a d e u n a p e qu e ñ a f a r m ac i a d e b ar r io.
La a m bul a nc i a po l ici a l lleg ó a lo s ci nco m i n uto s , y lo s u bi er o n a u n a ca m ill a bl a nd a
don d e p ud o t e nd er s e a g u st o . Co n tod a l uc id e z, p er o s a b i e nd o qu e e s t ab a b a jo l os
e f ect os d e u n sho ck t er r ibl e, d io s u s s e ñ a s a l pol ic í a q u e lo aco m p a ñ a b a. El br a zo ca s i
no l e dol í a; d e u n a c o r tad ur a e n l a c ej a got e a b a s a ngr e por t oda l a c ar a. U n a o dos
v ec e s s e la m ió lo s l a bi o s p ar a b e b er la. S e s e n tí a b i e n, er a u n ac c i d en t e, m al a s u er t e;
u n a s s e m a n a s qu i e to y n a d a m ás . El vi g il a n t e l e di jo q u e l a m ot ocicl e t a no p ar ec í a m uy
e s tr op e ad a. " N at ur a l ", di jo é l. "Co m o q u e m e l a l ig u é e nc i m a.. ." Lo s do s r i er on y el
v ig il a n t e l e di o l a m a n o al ll e g ar al ho s pi t al y l e d e s eó bu e n a s u e r te. Ya l a n áu s e a v ol v í a
poco a po c o ; m i e n tr a s lo l le v a b a n e n un a c a m ill a d e r u e d as h a s t a u n p a b ell ó n d el fo nd o,
p a s a ndo b aj o ár b o l e s ll e no s d e p á j ar o s, cer r ó los ojo s y d e s eó e st ar dor m ido o
clor ofor m a do . P er o lo tu v i er o n l ar go r a to e n u n a pi e za co n olor a ho s pi t al, ll e n a ndo u n a
fi ch a, qu i t án do l e l a r o pa y v i st i é ndol o c on u n a c a m i s a gr i s á ce a y d ur a. L e m o ví a n
cu id ado s a m e n t e el br a zo , s i n q u e l e dol i er a. L a s e n f er m er a s br om e a b a n todo el t i e m po,
y si no hu b i er a s ido po r l as c o ntr acc io n e s d el e s tó m a go s e h a br í a s e nt ido m u y b i e n,
ca s i co n t e nt o .
10
Lo ll e v ar o n a l a s al a de r ad io, y v ei n t e m i nu to s d e s p u é s, co n l a pl ac a tod a v í a
hú m e da pu e s t a so br e e l p ech o co m o u n a l á p id a n e gr a , p a só a l a s al a d e o p er ac io n e s.
Al g ui e n d e bl a nco , al to y d e lg ad o, s e l e ac er có y s e p u so a m ir a r la r a di ogr af í a. M a n os
de m u j er le a co mo d a b a n l a c a b e za, s i nt ió qu e l o p a s a b a n d e u n a c a mi ll a a otr a. El
ho mbr e d e bl a nco s e l e ac er có o tr a v e z, s onr i e nd o, co n al go q u e l e br ill a b a e n l a m a no
der ech a. L e p al m eó l a m e j ill a e h i zo u n a s e ñ a a a lg ui e n p ar ado at r ás.
Co mo s u e ño er a c ur io so por q u e es t a b a ll e no d e o lor e s y él nu nc a so ñ a b a olor e s.
Pr i m er o u n o lo r a p a n t a no , y a q u e a l a i zq u i er da d e l a c al zad a e m p e za b a n l a s m ar i s m a s,
los t e m bl ad er al e s d e do n d e no vol v í a n ad i e. P er o el olor ce s ó , y e n c a m b io v i no u n a
fr a g a nci a c o m pu e s t a y o sc ur a co mo l a n oc he e n q u e s e m o ví a h uy e n do d e lo s a zt ec a s. Y
todo er a t a n n a t ur al , t e ní a q u e h u ir d e lo s a zt ec a s qu e a n d a b a n a c a za d e ho m br e, y s u
ú nic a pr o b ab il id a d er a l a d e e sco nd er s e e n lo m á s d e n so d e l a s el v a, cu id a n do d e n o
a p ar t ar s e d e l a e s tr e ch a c al z a d a q u e só lo ello s , lo s m ot ec a s , co noc í a n.
Lo q u e m ás lo to r t u r ab a er a el olor , co mo si au n e n l a a b so lut a ac e pt a ció n d el
s u e ño al go s e r e v e la r a co ntr a e so q u e no er a h a b it u al , q u e h a st a e nto n ce s no h a bí a
p ar t ici p a do d el ju e g o . "H u el e a g u er r a" , p e n só, toc a ndo i n st i nt i v a m e nt e el p u ñ al de
p i edr a a tr a v e s ado e n s u c e ñi do r d e l a n a t e j id a. U n so n ido i n e s p er a do lo hi zo ag a ch ar s e
y qu e d ar i n mó v il, t e m bl a ndo . T e n er mi e d o n o er a ex tr a ño , e n s u s s u e ño s a b u nd a b a e l
m i edo. E s p er ó , t a p a d o po r l a s r a m a s d e u n ar b u s to y l a no ch e s i n e str ell a s. M u y l e jo s,
pr ob a bl e m e n t e d e l o t r o lad o d el gr a n l a go , d e b í a n e st ar ar d i e n do fu e go s d e v iv a c; u n
r es pl a n do r r o j i zo t e ñ í a es a p ar t e d el c i elo. El so n ido no s e r e p i t ió. H a b í a s ido c o mo u n a
r am a qu e br a d a. T al v e z u n a n i m al q u e e sc a p a b a co mo él d el olor a gu er r a. S e e n d er e zó
de s p ac io, v e n t e a ndo . No s e o í a n ad a, p er o el m i edo s eg u í a al lí c omo el olor , e s e i nc i e n so
dul zó n d e l a g u er r a f lo r id a. H a b í a q u e s eg uir , ll eg ar al cor a zón de l a s el v a e v it a n do l a s
ci é n ag a s. A t i e n ta s , a g ach á nd o s e a c ad a i n st a n t e p ar a toc ar e l su el o m á s d ur o de l a
cal za d a, di o al gu no s p a so s. Hu b i er a q u er i do ech a r a c or r er , p er o lo s t e m bl ad er a l e s
p al p it a b a n a su l ad o . En el s e nd er o e n t i n i eb l as , bu scó el r u m bo. E n to nc e s si n t ió u n a
boc a n ad a d el o lo r q u e m á s t e m í a, y s al tó d e s e s p er ado h ac i a a de l a n t e.
-S e v a a c a er d e l a c a m a -d i jo el e n f er mo de l a c a m a d e al l ado - . No br i nq u e t a nto ,
a m ig a zo.
Abr ió lo s o jo s y er a de t ar d e, co n el so l y a b a jo e n lo s v e nt a n a le s d e l a lar g a sa l a.
M i e ntr as tr a t ab a d e so nr e ír a s u v ec in o , s e d e s p eg ó ca s i f í s ic a m e nt e d e l a últ i m a
v is ió n d e l a p e s ad ill a . El br a zo, e ny e s a do, colg a b a d e u n a p ar a to co n p e s a s y pol e a s.
S i nt ió s ed , co mo s i h ub i er a es t ado cor r ie ndo k i ló m etr o s, p er o no qu er í an d ar le m uc ha
a gu a , a p e n a s p ar a m o j ar s e lo s l a bio s y ha c er un b uc h e. L a fi e br e lo ib a g a n a n d o
de s p ac io y hu b i er a p o did o do r m ir s e o tr a v e z, p er o s a bor e ab a el pl ac er d e q u ed ar s e
de s p i er to , e n to r n ad o s lo s o jo s, e sc uc ha n do el di á log o d e lo s otr o s e nf er m os,
r es po n di e n do d e cu a n do e n c u a ndo a a lg u n a pr e gu n t a. V io ll e ga r un c ar r ito bl a n co q u e
p us i er o n al l a do d e s u ca m a , u n a e n f er m er a r ub i a l e fr o tó co n alco hol l a c ar a a nt er i or
del m u slo , y l e c l av ó u n a gr u e s a ag u j a co n ec t ad a co n u n t u bo q u e s u b í a h a st a u n fr a sc o
lle no d e l íq u ido o p al i no . U n m éd ico jo v e n v i no co n u n a p ar ato de m e t al y cu er o q u e le
a j u stó a l br a zo s a no p ar a v er if ic ar alg u n a co s a. C a í a l a no c he , y l a f i eb r e lo i b a
ar r a str a ndo bl a n da m e n t e a u n e s t ado d ond e l a s c o s a s t e n í a n u n r el i ev e co mo de
g e m elo s d e t e atr o , er a n r e al e s y dul ce s y a l a v e z li g er a m e n t e r e p ug n a n t e s; co m o e s t ar
v i e ndo u n a p el íc ul a a b ur r ida y p e n s ar qu e s i n e m b ar go e n l a c all e e s p eor ; y qu e d ar s e.
Vi no u n a t a z a d e m a r av illo so c ald o d e or o ol i e ndo a pu er r o, a a p io , a p er ej il. U n
tr o c i to d e p a n, m á s p r ecio so q u e t odo u n b a n qu e t e, s e f u e d e s m i g aj a n do poco a po co. El
br a zo no l e do l í a n a d a y s o l a m e nt e e n l a ce j a, do nd e lo h a b í a n su t ur ado , ch ir r ia b a a
v ec e s u n a p u n z ad a c al i e nt e y r á p id a. C u a ndo l os v e n t a n al e s de e n fr e n t e v ir ar o n a
m a nc h a s d e u n a z ul o sc ur o , p en s ó q u e no i b a a s er di fíc il dor m i r se. U n poco i ncó mo d o,
de e s p al d a s, p er o al p a s ar s e l a l e ng u a por los l a bio s r e s eco s y cal i e n t es si n ti ó el s a bor
del c aldo , y s u s p ir ó d e f el ic id ad , a b a ndo n á ndo s e.
Pr i m er o fu e u n a co nf u sió n , u n atr a er hac i a sí tod a s l a s s e n s ac io n e s p or un i n st a n t e
e m bo t ad a s o co n f u nd i da s. Co m pr e n dí a q u e e s ta b a c or r ie ndo e n pl e n a o sc ur id a d, a u nq u e
ar r ib a el c i elo cr u z ad o d e c o p a s d e ár bol e s er a m e no s n egr o qu e e l r e s to. "L a c al za d a ",
p e n só. " M e s alí d e l a cal z a d a." S u s p i e s s e hu nd í a n e n u n colc hó n de ho j a s y b ar r o, y y a
no pod í a d ar u n p a s o si n qu e l a s r a m a s de lo s ar b u sto s l e a zo t ar a n el t or so y l a s
p i er n a s. J a d e a nt e , s a bi é n do s e a cor r al ado a p e s ar de l a o sc u r ida d y el s il e nc io , s e
a g achó p ar a e scu ch ar . T al v e z l a c al za d a e s ta b a c er ca , co n l a p r im er a l u z d el d í a i b a a
v er la otr a v e z. N ad a po dí a ay ud ar lo a hor a a e n co ntr ar la. L a m a no q u e s i n s a b er lo él
a f er r ab a e l m a n go d e l p u ñ al , su b ió co mo u n e scor pi ó n d e lo s p a n t an o s h a s t a s u c u ell o,
don d e colg a b a el a mu le to pr o t ect or . Mo vi e ndo a p e n a s lo s l ab io s mu s i tó l a pl e g ar i a d e l
11
m a í z q u e tr a e la s l u n a s f el ic e s, y l a s ú pl ic a a l a Mu y Al t a, a la di s p e n s ador a d e los
bi e n e s mo t ec a s. P er o s e nt í a a l m i s mo t i e m po qu e l os to bi llo s s e l e e st a b a n h u nd i e ndo
de s p ac io e n el b ar r o , y la es p er a e n l a os c ur id ad d el ch a p ar r al de sco n oci do s e l e h ac í a
i n so por t a bl e. La gu er r a flo r id a h a b í a e m p e zad o con l a lu n a y lle v a b a y a tr e s d í a s y tr e s
noc h e s. S i c o n s eg uí a r e f ug i ar s e e n lo pr of u ndo d e l a s el v a , a b a ndo n a n do l a c al zad a m á s
all á d e l a r e gi ó n d e l a s c i é n a g as , q ui zá lo s gu er r er os no l e si g ui er a n el r as tr o. P e n só e n
la c an t id ad d e pr i s io n er o s q u e y a h abr í an h ech o. P er o l a c a nt i da d no c on t a b a, s i no el
ti e m po s agr ado . L a ca z a co n ti n u ar í a h a s t a qu e lo s s ac er do t e s di er a n l a s e ñ a l d el
r egr e so. To do t e n í a s u n ú m er o y s u f i n, y é l e s t a b a d e n tr o d el t i e m po s a gr ad o, d el o tr o
lad o d e lo s c a z ad o r e s .
O yó l o s gr ito s y s e e n d er e zó d e u n s al to, pu ñ al e n m a no. C omo si el ci e lo s e
i nc e nd i ar a e n el h o r i zo n t e, v io a nt or ch as mo v i é ndo s e e n tr e l a s r a m a s , mu y c er c a. El
olor a g u er r a er a i n s o po r t a bl e , y c u a ndo e l pr i m er e n e m ig o l e s al tó al c u ello c a s i s i n tió
pl ac er e n hu n dir l e l a ho j a d e p i edr a e n p le no p ec ho. Ya lo r o de a b a n l a s l uc e s y l os
gr ito s al e gr e s. Alc a n zó a co r t ar el a ir e u n a o do s v ec e s, y e n to nc e s u n a so g a lo a tr a p ó
de sd e atr á s.
-E s l a f i e br e -d i jo el de l a c a m a d e al l ad o -. A mí m e p as a b a i g u al c u an do m e op er é
del d uod e no . T o m e a g u a y v a a v er q u e d u e r me b i e n.
Al l ado d e l a no c h e d e do n d e vol v í a, l a p e n u m br a t i bi a d e la s a l a l e p ar ec ió
del ic io s a. U n a l á m p a r a vi o l et a v el a b a e n lo alto d e l a p ar ed del fo n do co mo u n ojo
pr ot ec tor . S e o í a to s er , r e s p ir ar f u e r t e, a v ec e s u n d i álo go e n vo z b a j a. To do e r a
gr a to y s eg ur o , s i n a co so , s i n. .. P er o no q u er í a s eg u ir p e n s a nd o e n l a p e s ad ill a. H a bí a
t a nt a s co s a s e n q u é e n tr e t en er s e. S e p us o a mir ar el y e so d el br a zo , la s pol e a s q u e t a n
cóm od a m e nt e s e lo s o s t e ní a n e n el a ir e. L e h a bí a n p ue s to u n a bo t ell a d e a gu a m i n e r al
e n l a m e s a d e no ch e. B e bió d el goll e t e, go l os a m e n t e. D i s ti n g uí a ah or a l a s for m a s d e l a
s al a, l a s tr e i nt a c a m a s, lo s ar m ar i os co n v itr i n a s. Ya no d eb í a t e n er t a nt a f i ebr e,
s e nt í a fr e sc a l a c ar a. L a c e j a l e dol í a a p e n a s, co m o u n r ec u er do. S e vio otr a v e z
s al i e ndo d e l ho t el , s ac a nd o l a mo to. ¿Q u i é n h u b i er a p e n s ado q u e l a co s a i b a a ac a b ar
a s í ? Tr at a b a d e f i j ar el mo m e n to d el ac ci de n t e, y l e d io r a b i a ad v er t ir qu e h ab í a a hí
com o u n hu e co , u n v a cío qu e n o alc a n za b a a r e ll e n ar . En tr e e l c hoq u e y el m o m e n to e n
qu e lo h a b í a n le v a n t a do del s u elo, u n d e s m a yo o lo qu e f u er a no le d e j a b a v er n ad a. Y al
m i s mo t i e m po t e n í a la s en s a ció n d e qu e e s e h u eco, e s a n ad a , h a bí a d ur a do u n a
e t er n id ad. No , ni s iq ui er a t i e m po, m á s b i e n co mo si e n e s e h u eco él h u bi er a p a s ad o a
tr a v é s d e al go o r ec o r r ido di st a n c i a s i n m e n s a s. El c ho qu e , el gol p e br ut al co n tr a el
p a vi m e n to . D e to d a s m a n er a s al s al ir del po zo n e gr o h ab í a s e nt ido c a s i u n al i v io
m i e ntr a s lo s ho m br e s lo al z a b a n d el s u elo. Con el dol or del br a zo r o to , l a s a n gr e d e la
ce j a p ar ti d a, l a co n tu s ió n e n l a r od ill a ; con t odo e so, u n a li vi o a l vo lv er al dí a y
s e nt ir s e so st e n id o y a ux il i ado . Y er a r ar o. L e pr eg u nt ar í a al gu n a v e z al m éd ico d e l a
of ici n a. Aho r a v o l ví a a g a n ar lo el s u e ño, a tir ar lo d es p ac io h ac i a a b a jo. L a al mo h ad a e r a
t a n bl a n d a, y e n su g ar ga n t a a fi e br ad a l a fr e sc ur a d e l ag u a m i n er al. Qu i zá p ud i e r a
de sc a n s ar d e v er a s , s i n l a s m ald i t a s p es a d ill a s. L a l u z vi ol et a de l a l á m p ar a e n l o a lto
s e i b a a p ag a nd o po co a po c o .
Co mo do r mí a d e e s p al da s , n o lo sor pr e n dió la po s ici ó n e n q u e vo lv í a a r eco noc er s e ,
p er o e n c a m b io el o l o r a hu m e d ad, a p i e dr a r e zu m a nt e d e f i ltr ac io n e s, l e c er r ó la
g ar ga n t a y lo o bl i gó a co m pr e n d er . I nú t il a br ir los o jo s y m ir ar e n to d a s dir ecc io n e s; lo
e n vol v í a u n a o sc ur id a d a b so l ut a. Q u i so e nd er e zar s e y s i nt ió l a s so g a s e n l a s mu ñ e c as y
los t ob ill o s . Es t a b a e s ta q u e ado e n e l p i so, e n u n su el o d e la j a s h el ad o y h ú m edo. El fr ío
le g a n a b a l a e s p ald a de s n ud a, l a s p i er n a s. Co n el m e ntó n bu scó to r p e m e n t e el co nt a c to
con s u a m ul eto , y s u po q u e s e lo h ab í a n ar r a nc ado. Ahor a e s ta b a p er di do, n i ng u n a
pl e g ar i a po d í a s al v ar lo d el f i n al. L e j a n a m e n t e, co m o f il tr á nd os e e n tr e l a s p i edr a s d el
cal a bo zo, o yó lo s at a b al e s d e l a fi e s t a. Lo h a b í an tr aí do al t eoc all i, es t a b a e n l a s
m a zmor r a s d el t e m plo a l a e s p er a de su t ur no.
O yó gr i t ar , u n gr it o r o nco qu e r e bo t a b a e n la s p ar ed e s. O tr o gr i to, ac a b a ndo e n u n
qu e j ido . Er a él qu e gr it a b a e n l a s t i n i eb l as , gr i t ab a por q u e e st a b a v i vo , to do s u c u er p o
s e d e f e nd í a co n e l gr ito de l o q u e i b a a v e nir , d el f in a l i n e v it a bl e. P e n só e n s u s
com p a ñ er o s qu e ll e n a r ía n o tr a s m a zmor r a s , y e n lo s q u e a sc e nd í a n y a lo s p el d a ño s d el
s acr i fi cio . Gr itó d e n u ev o s o fo c ad a m e n t e, c a s i no pod í a a br ir la boc a , t e n í a la s
m a nd í bu l as a g ar r o tad a s y a la v e z co mo s i fu er a n d e go m a y s e a br i er a n le n t a m e nt e,
con u n e s fu er zo i n t e r mi n a bl e. El ch ir r iar de lo s cer r ojo s lo s ac ud ió co mo u n l át i go.
Co n vul so , r e to r ci é n d o s e, lu chó por z a f ar s e d e l a s cu er d a s q u e s e l e hu n dí a n e n la
car n e . S u br a zo d er e cho , e l m á s f u er t e, t i r ab a h a st a q u e el dol or s e hi zo i ntol er a bl e y
hu bo qu e c ed er . Vi o a br ir s e l a d ob l e p u er t a, y el olor d e l a s a n tor ch a s l e ll e gó a nt e s
12
qu e l a lu z . Ap e n a s c e ñ ido s co n el t ap ar r a bo s d e la c er e m on i a, lo s acól it os d e lo s
s ac er dot e s s e l e a c e r car o n m ir á n dolo co n d e spr ec io. L a s l uc e s s e r e fl e j ab a n e n l os
to r so s s ud ado s , e n el p elo n e gr o ll e no d e pl u m a s. C e di er o n l a s so g a s, y e n su lu g ar lo
a f er r ar on m a n o s c al i e n t es , dur a s com o el b r onc e; s e si n t ió al za d o, s i e m pr e bo c a ar r ib a,
tir o n e ado po r lo s c u a tr o acó l i to s q u e lo lle v a b a n por el p a s ad i zo. Lo s por t ad o r e s de
a n tor ch a s i ba n ad el a n t e, a lu m br a n do v a g a m e n t e el cor r edor de p ar ed e s mo j ad a s y
t echo t a n b a jo q u e lo s acó l ito s d e b í a n a g a ch ar la c ab e za . Ahor a lo lle v a b an , lo ll e v ab a n,
er a el fi n al. B o c a ar r ib a, a u n m e tr o d el t ech o d e r oc a v iv a q u e por m o m e nto s s e
il u mi n a b a co n u n r e fl e jo d e a n tor ch a. Cu a ndo e n v e z d el t echo n ac i er a n l a s e s tr ell a s y
s e al zar a a nt e él l a e sc al i n at a i nc e n di ad a de gr i to s y d a n za s, s er í a el f i n. El p a s a di zo
no ac ab a b a nu nc a , p er o y a i b a a a c ab ar , d e r e p e nt e ol er í a el air e l i br e ll e no d e
e s tr ell a s, p er o to d a v í a no , an d a b an ll e v á nd olo s i n fi n e n l a p e n u m br a r o j a, tir o n e á nd olo
br ut a l m e nt e , y él n o qu er í a , p er o có mo i m p ed ir lo si l e h a bí a n a r r anc ado el a m ul e to qu e
er a s u v er d ad er o co r a zó n , el c e n tr o d e l a v id a.
S al ió d e u n br i nco a la no ch e d el ho s p it al , al al to c i elo r a so dulc e , a l a so m br a
bl a nd a q u e lo r o de a b a. P e n só q u e d eb í a ha b er gr it ado , p er o su s v eci no s dor mí a n
call a do s. E n l a m e s a d e no ch e, l a b o t ell a d e a gu a t e ní a alg o d e b ur b uj a , d e i m a g e n
tr a sl úc id a c o ntr a l a so m br a a z ul ad a d e l o s v e n t a n al e s. J ad e ó bu sc a n do e l al i vi o d e lo s
p ul mo n e s, el o lv id o d e e s a s i m á g e n e s q u e s eg u í a n p eg ad a s a s u s p á r p ad os . C ad a v e z q u e
cer r a b a lo s o jo s l a s v e í a fo r m ar s e i n s t a n t á n e a m e nt e , y s e e n der e za b a at er r ad o p er o
go za ndo a l a v e z d el s a b er q u e ah or a e s t a b a d e s p i er to, q u e l a v ig il i a lo pr o t eg í a, q u e
pr on to ib a a a m a n ec er , co n e l b u e n s u e ño pr of u ndo q u e s e ti e n e a e s a h or a, s i n
i m ág e n e s , si n n a d a... Le c o st a b a m a n t e n er los o j o s ab i er to s , l a mo dor r a er a m á s fu er t e
qu e él. H i zo u n úl ti m o e s f u er zo , co n l a m a no s a n a e s bo zó u n g e s to h ac i a l a b ot ell a de
a gu a; no ll e gó a to m ar l a, su s d e do s s e cer r ar on e n u n v ac ío otr a v e z n e gr o, y e l
p a s ad i zo se g uí a i nt er m i n ab l e, r oca tr a s r oca , con s úb i t a s fu lg ur ac io n e s r oj i za s, y él
boc a ar r ib a g i m ió a p a g ad a m e nt e por q u e el t echo i b a a ac a b ar s e , su b í a, a br i é ndo s e co mo
u n a boc a d e s o m br a, y lo s ac ó li to s s e e n d e r e zab a n y d e l a al t ur a u n a l u n a m e n gu a n t e le
ca yó e n l a c ar a do nd e lo s o jo s no q u er í a n v er l a, d e s e s p er ad a m e n t e s e c er r a b a n y a br í a n
bu sc a n do p as ar al o t r o lado , d e sc u br ir de nu e vo el c i elo r a so pr ot ec tor de l a s al a. Y
cad a v e z q u e s e a br í a n er a l a noch e y l a l u n a m i e ntr a s lo s ub í a n por l a e sc al in a t a, a ho r a
con l a c a b e z a co l g a ndo h aci a a b a jo, y e n lo al to e s t a b a n l a s ho g u er a s, l a s r oj a s
colu m n a s d e r o jo p e r fu m ado , y d e gol p e vio l a p i edr a r oj a, br ill a n t e d e s a n gr e qu e
chor r e ab a , y el v a i v é n d e lo s p i e s d el s a cr if ic ad o, q u e ar r as tr a b a n p ar a t ir ar lo r od a ndo
por la s es c al i n a t a s d el no r t e. Co n u n a ú lt i m a es p er a n za a pr etó los p ár p ado s , gi m i e nd o
por d e s p er t ar . Dur a n t e u n s e g u ndo cr ey ó q u e lo logr ar í a, p or qu e e s t ab a otr a v e z
i n mó vi l e n l a c a m a, a s al vo d el b al a nc e o c a b e za a b a jo. P er o ol í a a m u er t e y c u a ndo a b r ió
los oj o s vio l a fi g ur a e n s a n gr e nt a d a d el s acr i f ic ador q u e v e n í a h aci a él co n el cu ch i llo
de p i edr a en l a m a no . Al c a n zó a c er r ar ot r a v e z lo s p ár p ado s , a u nq u e ah o r a s a bí a q u e
no i b a a d e s p er t ar s e , q u e e s t a b a d e s p i er to , qu e el s u e ño m ar a vi l loso h a b í a s ido el otr o,
a b sur do co m o to do s l o s s u e ño s; un s u e ño e n el qu e h a bí a a nd a do por e xtr a ñ a s a ve n id a s
de u n a c iu d ad a so m br o s a, co n l uc e s v er d e s y r oj a s qu e ar d í a n si n ll a m a n i h u mo , co n u n
e nor m e i n s ec to d e m e t al q u e z u m b ab a b a j o s u s p i er n a s. E n l a m e n tir a i n f i ni t a d e e s e
s u e ño t a mb i é n l o h a b í a n al z ad o d el su el o, t a mb i é n al g ui e n s e l e h ab í a a c er cado co n u n
cuch ill o e n l a m a no , a é l t e n di do boc a ar r ib a, a él bo c a ar r ib a c o n lo s o jo s c er r a dos
e n tr e l a s ho gu er a s.
Ac ti vi da d es
1.
2.
3.
4.
5.
6.
De du c e po r el co t e xt o l a s si g ui e n t e s p al a b r as ; d e lo co n tr ar io u til i za el d icc io n ar io :
m ar i s m a s, c e ñ ido r , v i v ac, v e nt e a nd o, i nc i e n so, o p al i no, mo t ec a, ch ap ar r al , a t a b al e s,
t eoc all i, m a z mo r r a s y o tr a s q u e d e sc o no zc a n.
Es t e c u e nt o e s ( s ubr a ya lo c or r ecto y fu n d a m e nt a ): r e al i st a - f a n t á st ico m ar a v illo s o .
El c u e nto co m i e n z a co n u n e p ígr af e ¿ q u é s i g ni f ic ado t i e n e ?
En e s t e cu e n to co n f lu y en e n u n a m is m a s it u ac ió n o e n u n m i s mo in di v id uo d os
ti e m po s h i stó r i co s d i s ti n to s, do s c ul tur a s di f er e n t es . ¿C u ál e s s on ?
¿Q u é el e m e n to s e n c o m ú n ti e n e n lo s pr ot a go ni s t a s d e a m b a s h i s tor i a s ? E n u m ér alo s.
Ej e m pl o : lo s do s tr a n s it a n u n a c al zad a y de s v i ar s e h ac i a l a i zq ui er d a l e s r e s ult a
f at al .
¿Q u é d if er e nc i a s p u e de s s e ñ al ar e n tr e u n a y otr a ? E j e m p lo: e l mo toc icl i st a , a p e s ar
del acc id e nt e , s e s i e n t e s eg ur o, pr ot e gi do . El mo t ec a, e n c a m bi o, p ad ec e el m i e do y
la a n g us t i a.
13
7 . ¿Q u é p i st a s br i nd a el n ar r ador qu e p er mi t e n d e sc u br ir q u e el p er so n a j e e s u no s olo.
Ej e m pl o : el m o to cicl i s ta s e si e n t e co m o s i h u bi e s e cor r ido k il óm e tr os , c u a ndo e n
r ea lid a d el q u e h a co r r ido e s el m ot ec a.
8 . ¿E n q u é mo m e n to d el dí a o cur r e c a d a u n a d e l a s h i stor i a s ?
9 . Ex pl ic a qu e q u i er e d e cir e l t í tu lo.
10. ¿E n q u é p er so n a gr a m a tic a l s e n ar r a ? ¿Q u é t ip o d e n ar r ador e s ?
1 1. Es t e n ar r ado r , ¿ e m it e j u ic io s, e x pl ic a los h ec ho s, o s e li m it a a n ar r ar
e s tr ict a m e n t e lo n ec e s ar io p ar a q u e e l r el a to s e m a n i fi e s t e a s í m i s mo ?
12. S el ec cio n a el t e m a qu e c o n s id er e s ad ec u ad o p ar a el t ex to y f u n da m e n t a l a e l ecc ió n:
 El do bl e o l a d i s yu n ci ón d e l a id e n ti d ad.
 El et er no r e to r no ( po s ib il id ad d e h ab er v iv ido otr a s vid a s )
 La v id a co mo s u e ño
 La f a t al id ad d el d e s t i no.
LITERATURA DE LA CONQUISTA. CRÓNICAS. CARACTERÍSTICAS.
El siglo XV significó para Europa el tránsito del mundo medieval al moderno. Algunos de los cambios que
se produjeron en la estructura vigente fueron:
 Políticos: los reyes absolutos reemplazaron a los señores feudales y los estados nacionales al
poder unificado del Imperio.
 Sociales: la burguesía adquirió predominio sobre la nobleza y el clero, e impuso una nueva visión
del trabajo y la riqueza.
 Económicos: la cerrada producción rural dio paso a la apertura comercial.
 Culturales: se secularizó el saber y las verdades de la fe se confrontaron con el método
científico, basado sobre la observación y experimentación. Pero fundamentalmente cambió la
forma de pensar de los hombres: la curiosidad, el afán de aventura y riqueza, la fama y los
honores, fueron los nuevos patrones culturales.
Este orden interno exigió un nuevo proyecto geopolítico. Europa necesitaba de los otros, porque
requería oro, piedras preciosas, sedas, perfumen, especias y nuevos espacios para consolidar su poder. El
mar Mediterráneo ocupado y monopolizado comercialmente por los turcos, obligó a plantear una nueva
estrategia.
El camino hacia Oriente.
La búsqueda de una nueva ruta fue clave para los países que miraban al Atlántico, como España y
Portugal.
Portugal inició los grandes descubrimientos. Contaba con la tradición naviera, los adelantos técnicos (la
brújula, el cuadrante, el compás de navegación, el timón de popa, los portolanos, la carabela, la nao) y el
fundamento jurídico (las bulas papales y el Tratado de Alcazobas- Toledo firmado con España).
El litoral africano fue el camino. El arribo al cabo de Buena Esperanza entrañaba la seguridad de llegar
a Oriente. Sólo instalaron factorías en las costas, pero los vientos alisios condujeron sus naves al
territorio de Brasil, donde implementaron un proyecto colonizador.
España entra en escena:
EL año 1492 cerró el ciclo caracterizado por el dominio musulmán. Como consecuencia, se logró la unidad
territorial, política y religiosa, y se inició el proceso de expansión, coronado por el descubrimiento de un
nuevo continente.
Aferrado a la tradición y sagaz observador, intuitivo y voluntarioso, navegante audaz y mal administrador,
Colón fue protagonista de esta época de contraste entre lo místico y lo científico.
Los viajes.
Los Reyes de España aceptaron la propuesta de navegar hacia Occidente para llegar a Oriente, pues
este derrotero no rivaliza con la ruta portuguesa. Por la Capitulación de Santa Fe, Colón obtuvo títulos,
honores y beneficios económicos.
Los viajes de Colón sentaron las bases de un proyecto diferente. No se trataba de encontrar una nueva
ruta, sino de ocupar tierras, encontrar riquezas, fundar ciudades y difundir la fe católica.
Simultáneamente con el último viaje colombino, Américo Vespucio publicó Mundos Novas (1503), donde
narra la llegada al Nuevo Continente. El principal protagonista murió oscuramente, sin reconocer a
América, pero su actitud reticente dio paso a nuevos actores: Balboa descubrió el Océano Pacífico, Solís
el Río de la Plata, y la expedición Magallanes-Elcano dio la primera vuelta al mundo, que probó la
esfericidad de la Tierra.
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Las Indias de la tierra y las Indias del cielo.
Las Antillas fueron la base de la penetración española en América; Cuba y Panamá, trampolines para la
ocupación de México y Perú. Desde este territorio, la conquista se irradió hacia Chile y el Río de la Plata.
Al impulso colonizador surgido del propio territorio americano se sumaron las expediciones enviadas
desde España, que penetraron por las bocas del Río de la Plata.
Los móviles de la conquista española en América respondieron a los valores medievales, y aunaron el
espíritu de cruzada con la búsqueda de riqueza, la divulgación de la fe con el deseo de poder y de gloria, la
evangelización con la necesidad de dominar tierras y hombres.
Cuando se encuentran dos culturas tan diferentes y subyace un proyecto político de dominación,
prevalece la violencia. Este siglo, pues, fue un silgo de contrastes y violencia. Pero también hubo espacio
para la autocrítica. Las Leyes de Indias fueron una muestra de esa preocupación.
Jurídicamente, España tuvo títulos legítimos para la ocupación (donación papal, propagación de la fe
católica). La guerra fue justa pero también desigual. Las armas de fuego y el caballo definieron la
contienda Españoles e indígenas demostraron valor y coraje. Nuestra cultura americana es el resultado de
la fusión y de la síntesis.
Las crónicas de Indias, relatores del encuentro.
El descubrimiento y la conquista de América significaron el encuentro entre dos mundos esa aventura,
que tenía fines muy concretos, fue testimoniada en los relatos de los cronistas de Indias, que nos brindan
su visión de la conquista. En esas crónicas se presenta el nuevo mundo interpretado desde una perspectiva
europea. A partir de Colón, con su Diario de viaje (1492) los sucesivos cronistas de Indias sorprendieron a
los ávidos lectores europeos con sus testimonios sobre la realidad descubierta. Al marchar hacia
América, habían recibido expresas indicaciones de la corona española para que relataran los
acontecimientos de la gesta y describieran todo lo que vieran en las Indias. Así lo hicieron. En sus obras
cuentan los hechos, describen el territorio que recorren, fijan su atención en el carácter y costumbres
de sus habitantes, refieren el contacto pacífico o violento que con ellos establecen, detectan los
productos de la tierra y registran curiosidades de todo tipo. En sus crónicas, la fidelidad histórica
convive con elementos fantásticos tomados de las historias bíblicas, de los mitos de la cultura
grecolatina, de las leyendas de origen medieval y de las novelas de caballería, es decir, de una cosmovisión
sedimentada en la mente de los relatores, según su ocupación y su cultura.
Colón fue el primer cronista de Indias pero no el único. Algunos de los hombres que llegaron
posteriormente a conquistar y colonizar también quisieron dejar testimonio de su experiencia en el Nuevo
Mundo en la llamadas “crónicas”.
La escritura fue un elemento significativo de la conquista ya que cumplió una doble función: la apropiación
y la interpretación. Hablamos de apropiación porque todo conquistador llegaba a América con un
escribano, tomaba la tierra, labraba un acta y enviaba una carta a los reyes en la que hacía referencia a
las cosas que ocurrían allí. Dichas cartas conformaron las crónicas y respondían a un modelo
estereotipado. Todas ellas:
 Tenían un narrador en primera persona protagonista.
 Engrandecían la propia imagen.
 Añadían reclamos, quejas y solicitudes a los reyes.
Otra forma de apropiación fue la nominación de los lugares –los topónimos- que, por lo general, aludían a
personajes bíblicos o miembros del santoral.
En cuanto a su función de interpretación, la escritura fue fundamental para formar la idea de realidad
que los europeos se hicieron del Nuevo Mundo. Al encontrarse con un marco totalmente desconocido e
inesperado
Historia y ficción.
La literatura hispanoamericana nace con las crónicas de Indias. Mientras que el origen de Europa se
remonta a la epopeya y aun al mito, el origen de América a partir del descubrimiento será contado por
hombres de cultura europea. Estos cronistas (conquistadores, soldados, historiadores, evangelizadores,
naturalistas), si bien instauran el mundo cultural y las formas literarias de España en sus relatos, también
logran una espontaneidad especial y vitalizan la escritura con su capacidad de sorpresa frente a lo
desconocido. Así, recurren a la fantasía para hablar de raros seres humanos, animales fabulosos, regiones
exóticas y extraños fenómenos de la naturaleza.
Esta combinación de realismo y fantasía, junto con la particular presencia del paisaje de las primeras
crónicas indianas, suele ser considerada antecedente del realismo mágico, una de las líneas más fecundas
de la literatura hispanoamericana.
Los españoles también transcribieron algunas manifestaciones literarias de la América precolombina en
documentos y enciclopedias de carácter etnográfico, como la Historia general de las cosas de la Nueva
España, de Fray Bernardino de Sahagún. Esta transcripción permitió la conciliación del espíritu indígena y
15
el espíritu español en expresiones de nuestra literatura, como se manifiesta en la obra de Miguel Ángel
Asturias.
La lengua castellana, patrimonio cultural. El castellano, usado como recurso de penetración cultural y como
factor político, fue también el elemento unificador del proceso de la conquista. Oficializado en 1492, en
la Gramática e la lengua castellana, de Lebrija, es el idioma que usan los escritores de indias. La
consecuencia de todos estos factores será un importante hecho cultural: que el castellano sea la lengua
usada por los pueblos de Hispanoamérica para elaborar su historia y construir su cultura.
La lengua en las crónicas y testimonio de Indias. Los narradores de Indias emplearon este patrimonio
cultural de modos diferentes, según su intencionalidad, formación o cultura, y también según la realidad
que encontraron. Hernán Cortés, conquistador de un fabuloso imperio, aúna la admiración por esa
civilización con su ambición y su vocación militar, en un estilo ameno pero contenido, en el que “la
sobriedad es rasgo de habilidad”. Distinta es la prosa de Oviedo, quien describe con minuciosidad la
naturaleza y el hombre americanos, porque su intención es la de un etnógrafo o naturalista. López de
Gomara, de sólida formación cultural, organizó su obra con estilo bello y clara visión renacentista. La
pasión y los motivos de Bartolomé de las Casas enardecen a menudo su prosa. La argumentación teológica
puebla sus páginas, como las de otros cronistas religiosos. Bernal Díaz del Castillo escribe con la
espontaneidad del soldado, dando un matiz de ficción a su crónica. Las experiencias que Álvar Núñez
cabeza de Vaca vivió durante diez años –náufrago o prisionero, esclavo de los indios o médico y adivino –
están relatadas en sus Naufragios. Una novela de aventuras no habría podido superar a este trozo de
vida, narrado con fluidez coloquial.
Aunque menos frecuente, la expresión poética no falta entre estos testimonios. Alonso de Ercilla, poeta
español que fue soldado en la conquista del Arauco, en Chile, compuso La Araucana, poema épico en
octavas reales, expresado en un español de sobriedad renacentista y de notable fuerza descriptiva,
versifica la rebelión del pueblo araucano y los intentos por sofocarla, sin eludir la admiración por la
bravura de los insurrectos.
La lengua española retomaría el ritmo del romance, a través de la primera expresión lírica del Río de la
Plata, con Luis de Miranda.
G.
Lee el texto “Literatura de la conquista. Crónicas. Características”
1.
Confecciona un cuadro, esquema o red con los cambios que se produjeron en Europa.
2.
¿Cómo se inicia el camino hacia Oriente? ¿Qué país lo lleva a cabo?
3.
Subraya ideas principales de los temas subsiguientes España entra en escena. Los viajes. Las
Indias de la tierra y las Indias del cielo.
4.
Redacta una síntesis.
5.
¿Qué características tenían las crónicas, en cuanto al aspecto literario y la lengua empleada?
¿Quiénes fueron los cronistas? ¿Quién fue el primer cronista?
El diario de Cristóbal Colón
Germán Arciénagas afirma que el diario de Cristóbal Colón es la primera página de la literatura
hispanoamericana. En 1492 el Almirante escribe su Diario de Viaje y nos brinda los primeros testimonios
sobre el paisaje y el hombre americanos. Nacen así las Crónicas, un tipo de texto fronterizo entre la
historia y la literatura, escrito para informar a la corona lo que el cronista veía y lo que iba ocurriendo. Su
visión de América es utilitaria y sensorial. No hay un sentimiento americano porque ve con ojos europeos
esta nueva realidad.
El Diario de Viaje tiene gran importancia no sólo porque testimonia hechos pasados sino porque en
él aparece por primera vez la realidad americana en la lengua y la literatura. La intención de Colón no era
estética, no estaba escribiendo una ficción, pero el tema americano le otorgaba una originalidad porque lo
impacta, lo asombra y surge así cierto vuelo poético. Al ver y describir la naturalez y el hombre, y al
exagerar la narración de su hazaña, Colón instala dos temas y una constante en la literatura
hispanoamericana. Estos son: paisaje- hombre- hipérbola. Desfigura y exagera no sólo por la
magnificencia del paisaje sino también por interés económico: justificar su empresa. Por eso se puede
afirmar que si bien no son estrictamente obras literarias surgen en ellas constantes que van a definir
rasgos propios de la literatura hispanoamericana.
Diario de viaje
Fragmento 1:
“En ella (se refiere a la isla) hay pinares a maravilla, y hay campiñas grandísimas, y hay miel y muchas
maneras de aves y frutas muy diversas… La Española es maravilla; las sierras y las montañas y las vegas y
las campiñas y las tierras tan hermosas y gruesas de todas suertes, para edificios de villas y lugares…
esto es para desear y vista es para nunca dejar…”
Carta sobre el descubrimiento.
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“Yo, porque nos tuviesen mucha amistad, porque conocí que era gente que mejor se libraría y convertiría
a nuestra Santa Fe con amor que no por fuerza, les di a algunos de ellos unos bonetes colorados y unas
cuentas de vidrio que se ponían al pescuezo, y otras cosas muchas de poco valor, con que hubieron mucho
placer y quedaron tanto nuestros que era maravilla”. (…) Traían ovillos de algodón filado y papagayos y
azagayas y otras cositas que sería tedio de escribir y todo daban por cualquier cosa que se les diese. Y yo
estaba atento y trabajaba de saber si había oro, y vide que algunos de ellos traían un pedazuelo colgado
en un agujero que tienen en l nariz, y por señas pude entender que yendo al sur estaba allí un rey que
tenía grandes vasos de ello, y tenía mucho (…) Determiné de aguardar fasta mañana a la tarde y después
partir hacia el Sudoeste (…) a buscar el oro y las piedra preciosas.
Fragmento 2:
1.En el fragmento uno los destinatarios del escrito de Colón son los Reyes Católicos. ¿Cuáles son los datos
que pueden interesarles?
2. ¿Con qué palabras manifiesta su admiración por la naturaleza americana?
3. ¿Qué puede observar en el trueque que hace con los indios?
4. En el fragmento dos el Almirante da una imagen idealizada del indio, ya que lo presenta como el “buen
salvaje”, es una visión interesada y utilitaria. Quiere demostrar los beneficios que se pueden obtener a
través de él. Además, su mentalidad le impide descubrirlo como ser humano y lo coloca en una escala
inferior.
5. ¿Qué características destaca del aborigen? ¿Con qué lo compara.
6. Los cronistas como Fernández de Oviedo y López de Gomara, en cambio, proponen la visión del “mal
salvaje” para justificar la explotación.
Ambas visiones determinan que el hombre americano sea tema de conflicto. Surgen dos posturas: a
favor: los que propugnaban la dignidad del hombre, y en contra, los que aceptaban su explotación. Se
instala así otra constante de la literatura hispanoamericana que es la polémica política.
a)
Lee los fragmentos que se presentan a continuación:
a)
b)
c)
¿En qué siglo se escribieron?
¿Qué denuncia Fray Bartolomé de las Casas?
¿Cómo justifica Sepúlveda la conquista?
Los cronistas del Río de la Plata
La fundación de Buenos Aires por Pedro de Mendoza fue el primer acto de la conquista española en el Río
de la Plata, que está documentada en la pieza poética de un soldado y clérigo español que acompañaba la
expedición, Luis de Miranda. Su obra escrita en 1546, en Asunción, se conoce como Romance elegíaco. De pie
quebrado consta de ciento cincuenta versos y describe el ascenso indígena, el hambre y la destrucción de la
ciudad, a veces, con emotiva crudeza. Es considerado el precursor del género poético en el Río de la Plata.
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Aunque su obra es de escasa inspiración líricaa, logra representar el signo funesto de la fundación con el uso
de alegorías. Así, la tierra argentina es simbolizada por una mujer traidora que mata a sus maridos españoles;
viuda terrible a quien sólo el marido sabio, fuerte y atrevido, podrá dominar. Esta figura parece premonitoria
puesto que en 1580 Juan de Garay sería ese marido
En el siglo XVI los pocos testimonios escritos sobre el Río de la Plata se completan con las obras dejada
por los viajeros. Uno de ellos, voluntario alemán que marchó con la expedición de Mendoza como soldado,
escribió una crónica que se conoció como “Viaje al Río de la Plata”. Su nombre fue Ulrico Schmidel.
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1. Subraya con un color las partes del fragmento que tengan trama descriptiva, y con otro las
que tengan partes narrativas.
2. ¿Qué tribus de indígenas menciona Ulrico en su obra? ¿Qué características menciona de cada
uno? ¿Cómo reaccionan frente a la llegada de los españoles?
3. ¿Por qué fracasa la primera fundación de Buenos Aires?
4. L ee e l si gu i en t e t e xt o : L Á IN EZ, M. M. “E l h a m b r e”,
Alr ed ed o r de l a e m p al i z ad a d e s ig u al qu e cor o n a l a me s e t a fr e nt e al r í o, l a s
hog u er a s d e lo s i ndi o s c hi s po r r o t e a n d í a y noc h e. E n l a n egr ur a s i n e str e ll a s m et e n m á s
m i edo to d a v í a. Lo s e s p a ño l e s, a po s t ado s ca ut elo s a m e n t e e nt r e los tr onc os , v e n a l
fu lgor d e l a s ho gu er a s d e s tr e n za d as p or la locur a d el v i e nt o, l a s so m br a s b a ilo t e a nt e s
de l o s sa l v aj e s. D e t a n to e n t a n to, u n so plo de a ir e h el ad o, al co l ar s e e n l a s c as uc a s d e
b ar r o y p a j a, tr a e co n él lo s a l ar ido s y l o s c a n to s d e gu er r a. Y e n s eg ui d a r e co m i e n za
la ll u v i a d e f l ech a s i nc e nd i ar i a s cu yo s c om e t a s i lu m i n a n el p a i s a je d e s nu do. E n l a s
tr e gu a s , lo s g e m ido s del Ad e l a nt ad o, q u e no ab a n do n a e l le c ho, a ñ ad e n p av or a l os
con q ui s t ado r e s. H u bi er a n q u e r ido s ac ar le d e all í; h ub i er an q u er id o ar r as tr ar l e e n s u
s ill a d e m a no s, bl a nd i e ndo l a e s p ad a co mo un d e m e nt e , h a st a l os n a ví os q u e c ab ec e a n
m á s all á d e l a pl a y a de to sc a s, d e s pl eg ar la s v el a s y e sc a p ar de e s t a ti er r a m al di t a;
p er o no lo p er m it e el cer co d e lo s i nd io s. Y cua n do n o so n lo s gr i to s d e los s it i ad o r e s n i
los l a m e nt o s d e M e n do z a, a h í e st á el a n g u st i ado i m pl or ar d e l os q u e r o e el h a m br e , y
cu y a q u e j a cr ec e a m o do d e u n a m ar e a, d e b a jo d e l a s o tr a s voc e s, d el go lp e ar d e l a s
r áf a g as , d el tir o t eo e s p ac ia do d e lo s a r cab uc e s, d el cr u jir y d er r um b ar s e d e la s
con s tr ucc io n e s ar di e n t es . Así ha n tr a n s c ur r ido v ar i os dí a s; m ucho s d í a s. No l os
cu e nt a n y a. Ho y n o q u ed a m e ndr u go q u e ll e v ar s e a l a bo c a. To do h a s ido ar r e b at a d o,
ar r a nc ado , tr it ur a do : l as fl ac a s r a cio n e s p r im er o, lu e go l a h ar in a po dr id a, l a s r at a s , l a s
s a b a nd i j as i n m u nd a s , la s bo t a s her vi d a s c u yo c u er o ch u p ar on d e s e s p er a da m e n t e. Aho r a
j e f e s y so l d ado s y ac e n do qu i er , j u nto a l os f u eg os d é b il e s o ar r i ma do s a l a s e s t a ca s
de f e n sor a s. Es d i f íci l di st i n gu ir a lo s v iv os d e lo s m u er to s. D on P edr o s e n i eg a a v er
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s us oj o s h i nch ad o s y su s l a b io s co mo hi g os s eco s, p er o e n el i nt er ior d e su c ho za
m i s er a bl e y r i c a l e a c o s a e l f a nt a s m a d e e s a s c ar a s s i n t or so s, q u e r e p t a n so br e el l u j o
bur ló n d e lo s m u e bl e s tr a ído s d e G u ad ix , s e ad hi er e n al gr a n t a p i z co n lo s e m bl e m a s de
la Or d e n d e S a n t i ago , a p ar ec e n e n l a s m e s a s, c er c a d el Er a s m o y el V ir gil io i n út il e s,
e n tr e l a r e v u elt a v aj ill a q u e, li m p i a d e vi a nd a s , m u e str a e n s u t er s ur a el “ Av e M ar í a ”
her áld ico d e l f u nd ad o r . El e n f er mo s e r e tu er c e co mo e nd e m o n i ado. S u d i e str a, e n la
qu e s e e nr o sc a el r o s ar io d e m ad er a, s e a f er r a a l a s bor la s d el l ec ho. T ir a d e ell a s
e n fu r ec ido , co m o s i qu i s i er a ar r as tr ar e l p ab e lló n d e d a m a sc o y s e p ul t ar s e b a jo s us
bor d ad a s al ego r í as . P er o h as t a all í l e h ub i er a n al c a n zado lo s q u e j ido s d e l a tr op a .
Ha s t a a llí s e h ub i er a de sl i z ado l a v o z e s p ec tr al d e Os or io, el qu e h i zo a s e si n ar e n la
pl a y a d el J an e ir o , y l a d e su h er m a no d o n Di e go, ul t i m ado p or los q u er a nd í e s el d í a de
Cor p u s Chr is t i, y l a s o tr a s vo c e s, m á s d i s t a n t es , d e lo s qu e co n du jo al s a qu eo d e Ro m a,
cu a ndo el P a p a tu v o q u e r e fu g i ar s e co n s u s car d e n al e s e n el c a s til lo d e S a n t An g elo. Y
s i no h ub i er a ll e g ado a q u el pl a ñ ir atr o z d e boc a s si n l e ng u a s, n u nc a hu b i er a logr ad o
el ud ir la p er s ecu ció n de l a c ar n e cor r u p t a, c u yo olor i n v ad e el a po s e n to y e s m á s
fu er t e q u e el d e l a s m ed ic i n a s. ¡ Ay! , no n ec e s it a as o m ar s e a l a v e n t a n a p ar a r ecor dar
qu e all á a f u er a, e n el ce n tr o mi s m o d el r e al , o sc il a n lo s c ad á v er e s d e lo s tr es e s p a ñol e s
qu e m a ndó a l a ho r ca po r h ab er hur t ad o u n c a b al lo y h ab ér s elo co m ido. L e s i m ag i n a,
de s p ed a z a do s, pu e s s a b e q ue o tr os co m p a ñ e r os l e s d ev or ar on lo s m u slo s. ¿ C u án do
r egr e s ar á Ayo l a s, V ir g e n d el B u e n Air e ? ¿C u á ndo r egr es ar á n lo s qu e f u er on al Br a s il e n
po s d e v í v er e s ? ¿C u á ndo t er m i n ar á e st e m ar t ir io y p ar tir á n h ac i a la co m ar c a d el m et al
y d e l a s p er l a s ? S e m u er de lo s l a bio s , p e r o d e ello s br o t a el r ugi do q u e a t er r or iza . Y
s u m ir ad a t ur b i a v u el v e h ac i a lo s pl a to s do nd e el p i nt a do e sc udo d el M ar q u é s de
S a n ti ll a n a f i ng e a s u e xtr a v ío u n a fr ut a r oja y v er d e. B ai to s, el b all e s t er o, t a m b i é n
i m ag i n a. Acur r uc ado e n u n r i ncó n d e su ti e n d a, s o br e e l su e lo dur o, p i e n s a qu e el
Ad el a nt a do y su s c a p it a n e s s e r eg al a n c on m ar a vil l o so s f e s t i n e s, m i e n tr a s él p er ec e
con l a s e ntr a ñ as ar a ñ ad a s po r el h a m br e . S u odio co n tr a lo s j e f e s s e t or n a e nto nc e s
m á s fr e n ét ico . E s a r a bi a l e m a n t i e n e, l e al i m e n t a, l e i m pi d e e ch a r se a mor ir . E s u n o di o
qu e n ad a ju s t if ic a, p e r o que e n su vi d a s i n f er vor e s o br a co mo u n es t í m ulo v io le n to. E n
Mor ó n d e l a fr o nt er a de t e st a b a al s eñ o r ío. S i v in o a Am ér i c a f u e por q u e cr eyó q u e a qu í
s e h ar í a n r ico s lo s ca b all er o s y lo s v ill a n o s, y n o e xi s t ir í a n dif er e nci a s. ¡ Có mo s e
e qu i vocó ! E s p a ñ a no e n v ió a l a s I nd i as ar m ad a c o n t a n t a h id al gu í a co mo l a q u e fo n deó
e n el R ío d e la Pl a t a. To do s s e la s d a b a n de d u qu e s. E n lo s p u e n t es y e n l a s c á m ar a s
de p ar t í a n co mo si e s tu v i er a n e n p al a cio s. B a ito s l es h a e s p i ado con lo s o jo s p e q u e ño s,
e n tr ec er r á ndo l o s b a j o la s c e j a s po bl a d as . El ú ni co q u e p ar a él al go v al í a , p u e s s e
ac er c ab a a v e c es a la so l d ad e sc a, er a J u a n Os or io, y y a s e s a b e lo q u e p as ó: l e
a s e si n ar o n en el J a n e ir o . Le a s e si n ar o n los s e ñ or e s por t e mor y p or e nv id i a. ¡ Ah
cu á nt o, c u á nt o l e s o d i a, c o n su s c er e mo n i a s y s us air e s! ¡ Co mo s i no n ac i er a n tod os de
id é n tic a m a n er a! Y m á s ir a l e c a u s a n c u a n do pr et e n d e n e ndu l za r el to no y h a bl ar a l os
m ar i n er o s co mo s i f u er a n s u s ig u al e s. ¡ M e n tir a, m e n tir a s! T e nt ado e s t á d e al e gr ar s e
por el d e s a s tr e d e l a f u nd ac ió n qu e t a n r ecio gol p e h a a s e st ado a l a s a m bic io n e s d e
e so s f al s o s pr í nc i p e s. ¡S í! ¿ Y por q u é n o al e gr ar s e ? El ha m br e l e nu bl a el c er e br o y le
ha c e d e s v ar i ar . Aho r a c ul p a a lo s j ef e s d e l a s it u a c ió n. ¡E l h a m br e! , ¡ el h a m br e!, ¡ a y!;
¡cla v ar lo s di e n t e s e n u n tr o z o d e c ar n e! P er o no lo h a y... no lo ha y... Ho y m i s mo, co n s u
her m a no Fr a nc i sco , s o s t e ni é n do s e el u no a l otr o, r eg i str ar on el ca m p a m e nto . No q u e da
n ad a q u e r o b ar . S u h er m a n o h a ofr ec id o v a n a m e n t e, a c a m b io d e u n ar m ad ill o, d e u n a
cul e br a , d e u n c u er o , de u n bo c ado, l a ú ni c a al h a j a qu e po s e e: e s e a n illo d e pl a t a qu e le
e n tr eg ó s u m adr e al z ar p ar d e S a n Lúc ar y e n el q u e h a y l a b r ad a u n a cr u z. P er o a s í
hu b i er a o fr eci do u n a mo n t a ñ a d e or o, no lo h ub i er a lo gr ado , po r qu e no l o h a y , por q u e no
lo h a y. N o h a y m á s q u e c e ñ ir s e el v i e ntr e qu e p u n za n lo s dolor e s y do bl ar s e e n do s y
tir i t ar e n u n r i n có n de l a t i e nd a. El v i e n t o e sp ar c e e l h e dor d e lo s a hor ca do s. B a it os
a br e lo s o jo s y s e p a s a l a l e ng u a so br e lo s la bi o s d efor m e s. ¡Lo s ahor c ado s! Es t a noc he
le toc a a s u h er m a no mo n t ar gu ar di a j u nto al p at í b ulo. All í e s t ar á ah or a, co n l a
b all e s t a. ¿ Po r q u é no ar r a str ar s e h a st a él ? En tr e lo s do s p odr á n d e sc e n d er u no d e l os
cu er po s y e n to nc e s.. .To m a s u a nc ho c uch illo d e c a za y s al e t a mb a l e á ndo s e. E s u n a
noc h e m uy fr í a d el m e s d e j u n io. L a lu n a m ac il e n t a h ac e p a l id ec er l a s ch o za s, l a s
ti e n d as y lo s f u e go s e sc a s o s . D i j ér a s e q u e por u n as h or a s h a br á p a z co n lo s i nd i os,
f a m él ico s t a m b i én , p u e s h a a m e ng u ado el a t aq u e. B a i to s b u sc a s u ca m i no a ci e g a s e n t r e
la s m at a s , h ac i a l as ho r ca s. Po r aq u í d e b e d e s er . S í, all í e s t á n, all í e st á n , co mo t r es
p é nd u los gr o t e sco s, l o s tr e s c u er po s m ut il ado s. C u elg a n , s i n br a zo s , s i n p i er n a s... U n os
p a so s m ás y lo s a lc a n z ar á. S u h er m a no a n d ar á c er c a. U no s p a so s m á s... P er o d e r e p e n t e
s ur g en d e l a n o ch e c u a tr o so m br a s. S e a pr oxi m a n a u n a d e l a s h ogu er a s y el b all e s t e r o
22
s i e nt e q u e s e a v i v a su có l er a, at i zad a por l a s pr e s e nc i a s i no por t u n a s. Ahor a l es v e. S on
cu atr o h id a lgo s , c ua tr o j e f e s: do n Fr a nc i sco d e M e nd o za, el ado l e sc e nt e q u e f u er a
m a yo r do mo d e d o n F er n a nd o , R e y d e l os Ro m a n os ; d on D i e go B ar b a , m uy jo v e n,
ca b all er o d e l a Or d e n d e S a n J u a n d e J e r us al é n; C ar los D ubr i n, h er m a no d e l ec h e de
n u e str o s e ño r C ar lo s Qu i nto ; B er n ar do C e n tur i ón , e l g e no v é s, a n ti g uo c u atr alb o d e l a s
g al er a s d el Pr í nc i p e Andr e a D o r i a. B a ito s s e di s i m ul a d etr á s d e u n a b ar r ica. L e ir r it a lo
ob s er v ar q u e ni a u n e n e st o s m o m e nto s e n qu e l a m u er t e a s ed i a a to do s, h a n p er d i do
n ad a d e su e m p a q u e y de s u o r g ullo. Por lo m e no s lo cr e e él a s í. Y to m á nd os e d e l a c u b a
p ar a no c a er , pu e s y a no l e r e s t an c a si f u er za s , co m pr u e b a q u e el c a b all er o d e S a n
Ju a n luc e to d a v í a su r o ja co t a d e ar m a s, con l a cr u z bl a nc a de o cho p u nt a s a b i er t a
com o u n a fl o r e n e l lado i z qu i er do, y q u e el it a l i a no ll e v a so br e l a ar m ad ur a l a e nor m e
ca p a d e pi e l es d e n u tr í a q u e l e e n v a n ec e t a nto. A e s t e B er n ar do C e nt ur ió n l e ex e c r a
m á s qu e a n i n gú n o tr o . Ya e n S an Lú c ar de B ar r a m ed a, cu a nd o e m b ar car o n, l e co br ó u n a
a v er s ió n q u e h a cr e cido dur a nt e el v i a j e. Lo s c u e nto s d e lo s sol d ado s q u e a él s e
r ef i er e n fo m e nt ar o n su a n i mo s id ad. S a b e qu e h a s ido c a pi t á n de c u atr o g al er a s d el
Pr í nc ip e Do r i a y qu e h a lu ch ad o a su s ór de n e s e n N á pol e s y e n Gr e ci a. Lo s e scl a vo s
tur co s br a m a b a n b a j o s u l át ig o, e nc a d e n a dos a lo s r e mo s. S ab e t a m bi é n q u e e l gr a n
al m ir a n t e l e dio e s e m a n to d e p i el e s e l m i s mo d í a e n q u e el E m p er a dor le h i zo a él l a
gr ac i a d el To i só n. ¿ Y q u é ? ¿ Ac a so s e e xp lic a t a nt o en gr e i m i e nto ? D e v er le, cu a ndo
v e n ía a bo r do d e l a n ao , h u b i er a n po di do p e n s ar q u e er a el pr o p io An dr e a Dor i a q u i e n
v e n ía a Am ér ic a. Ti e n e u n mo do d e vol v er la c a b e za m or e n a, c a s i a fr ic a n a, y de ha c er
r el a mp a g u e ar lo s ar o s d e o r o so br e e l c u e llo d e p i el e s, q u e a B a ito s l e o bl i ga a a pr e t ar
los di e n t e s y lo s pu ñ o s. ¡ C u atr alb o, c u atr al bo d e l a ar m ad a d e l Pr í nc i p e Andr e a Do ñ a!
¿ Y q u é ? ¿ S er á él m e n o s h o mbr e, por v e n t u r a? T a m b i é n d i sp o n e de do s br a zo s y d e d os
p i er n a s y d e c u a nto e s m e n e s t er ...Co n v er s a n l os s e ñor e s en l a cl ar id ad d e la fog a t a.
Br ill a n s u s p al m a s y su s so r t i j a s cu a n do la s m u ev e n c on la s o br i ed ad d el ad e m á n
cor te s a no ; br ill a l a cr uz d e M al t a; br ill a el en c a j e d el m a y or d o mo d el R ey d e l o s
Ro m a no s, so br e el d e sg ar r ad o j ubó n ; y el m a n to d e nu tr i a s s e a br e , su n t uo so, cu a n do s u
du e ño a fir m a l a s m a n o s e n l a s c a d er a s. E l g e no v és do bl a l a c a b e za c r e s pa co n al t a n er í a
y l e t i e m bl a n lo s ar o s r edo nd os . D e tr á s , lo s tr e s c ad á v er es gir a n e n lo s d edo s d el
v i e nto. El h a m br e y el o dio a ho g a n al b all e s t er o. Qu i er e gr i t ar m á s n o lo con s ig u e y c a e
s il e nc io s a m e nt e d e s v a n ec ido s o br e l a h i er b a r a l a. C u a ndo r eco br ó el s e nt id o, s e h a bí a
o c ul t ado l a l u n a y el fu e go p ar p ad e a b a a p e n a s, pr on to a a p ag ar s e. Ha bl a c a ll ado el
v i e nto y s e o í a n, r e m o to s, l o s a ull id os d e la i nd i ad a. S e i ncor p or ó p es a d a m e nt e y m ir ó
ha ci a l a s ho r c a s. C a s i n o di v i s a b a a lo s a j u s tic i ado s. Lo v e í a t odo co mo ar r opa do p or
u n a br u m a l e v e. Alg ui e n s e mo vió , m uy cer c a. R et u vo l a r e s p ir ac ió n, y el m a nto de
n utr i a s d el c a p it á n d e Do r i a s e r ec or tó, m a g ní f ico, a l a l u z r oj a d e l a s br a s a s. L os
otr os y a no es t a b a n all í. N ad i e: ni el m a yor do mo d el R ey , n i C ar lo s D ubr in , ni el
ca b all er o d e S an J u a n. N a di e . E scu dr i ñó e n l a o sc ur i d ad. N ad ie : n i s u h er m a n o, ni t a n
s iq u i er a e l s e ño r do n Ro dr igo d e C e p ed a , qu e a e s a hor a sol í a a nd ar d e r on d a, co n s u
li br o de o r ac io n e s. B er n ar do C e n tur i ó n s e i n t er po n e e ntr e él y lo s c a d á v er e s : s ó lo
B er n ar do C e n tur i ó n, p u es lo s c e n ti n el a s e s tá n l e jo s. Y a p oco s m e tr os s e b al a nc e a n l os
cu er po s d e s fl ec a do s. El h a m br e l e tor t ur a e n for m a t al qu e c om pr e n d e q u e s i no l a
a p ac ig u a e n s e g ui d a e nl o q u ec er á. S e m u er de u n br a zo h as t a q u e s i e nt e , so b r e l a l e n gu a,
la ti b i e za d e l a s a ngr e. S e d ev or ar í a a s í m i s mo, s i p ud i er a. S e tr onc h ar í a e s e br a zo . Y
los tr es c u er po s l í v id o s p e n d en , c on su e s p a n to s a t e n t ac ió n... S i el g e n ov é s s e fu er a de
u n a v e z p o r to d a s... de u n a v e z por tod a s ..... ¿ Y por q u é no , e n v er da d, e n su m á s
t er r ibl e v er d ad , d e u n a v e z por tod a s ? ¿ Por qu é no apr o v ech ar la oc a s ió n q u e s e l e
br i nd a y s upr i m ir l e p ar a s i e mpr e ? N i ng u no lo sa br á. U n s a lto y el cuc hi llo d e c a za s e
hu nd ir á e n l a e s p ald a del it a li a no. P er o ¿ p odr á él, e xh a u sto , sa l t a r a sí ? E n Mor ó n d e la
Fr on t er a h u bi er a e s t ado s eg ur o d e s u d e s tr e za , d e s u ag il id ad. .. No , no f u e u n s a lt o;
fu e un a b al a n z ar s e d e ac o r r a la do c a zad or . Tu vo q u e l e v a nt ar l a e m p uñ a du r a
a fir m á ndo s e co n l a s do s m a no s p ar a cl a v a r la ho j a. ¡ Y có mo d e s a p ar ec ió e n l a s u a vi da d
de l a s n utr ia s ! ¡ Có mo s e l e f u e h aci a ad e n tr o, c a m i no d el c or a zón , c ar n e d e es e a n i m al
qu e e s t á c a z a nd o y qu e h a lo gr ad o p or fi n ! L a b es t i a c a e con u n sor do gr u ñ i do,
e s tr e m ec id a d e co n v u ls io n e s, y é l ca e e n ci m a y s i e nt e , sobr e l a car a , e n l a fr e n t e, e n la
n ar i z, e n lo s p ó mul o s , la c ar ic i a d e la pi e l . Dos , tr e s v ec e s ar r a nc a el cuc hi llo. E n s u
del ir io no s a b e y a s i ha m u er to el cu a tr a lb o d el Pr í nc i p e Dor i a o a u n o d e lo s ti gr e s q u e
m er od e a n e n to r no d e l ca m p a m e n to. H a s t a qu e c e s a todo e s t er t or . Bu sc a b a jo el m a n to
y al to p ar co n u n br a zo d e l ho m br e q u e ac a b a d e a pu ñ a lar , lo cer c en a c o n l a f ac a e
hi nc a e n él lo s d i e nt e s q u e ag u za el h a m br e. No pi e n s a e n e l hor r or de lo q u e e s t á
ha ci e n do, s i no e n m o r der , e n s ac i ar s e. S ólo e nto n c es l a pi n cel a d a b er m e j a d e l a s
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br a s a s l e mu e s tr a m á s all á , m uc ho m á s al l á , t u m b ado j u n to a l a e m p al i zad a , al c or s ar io
it al i a no. Ti e n e u n a f lec h a pl a n t ad a e ntr e lo s o jo s d e v idr io. Los d i e nt e s d e B a i to s
tr op i e za n co n el a ni l lo de pl at a d e s u m a dr e, el a n illo co n u n a l abr ad a c r u z, y v e el
r ostr o to r c ido d e s u her m a no , e n tr e e s a s pi e l e s q u e Fr a nc i sc o le q ui tó al c u a tr al bo
de s p u é s d e s u m u er t e, p ar a a br i g ar s e. El b all e s t er o l a n za u n g r ito i nh u m a no. Co mo u n
bor r acho s e e nc ar a m a e n l a e s t ac ad a d e t r onco s d e s auc e y c e ib o, y s e ech a a cor r er
b ar r an c a a b a jo , h ac i a l a s ho g u er a s d e lo s i nd io s. Lo s o jo s s e l e s al e n d e l a s ór b it a s,
com o si l a m a no tr u nc a de su h er m a n o l e f u er a apr et a n do l a g ar g a n t a m á s y m á s.
Actividades
a. Comparen la crónica con el cuento en cuanto a: intención del autor, función del
lenguaje y mundo representado.
b. ¿Qué hechos relatados en la crónica retoma Mujica Láinez? ¿Cuál era la situación
en el campamento?
c. Los conquistadores provenían de diferentes orígenes sociales: algunos eran nobles
y otros pertenecían al pueblo. A los primeros se los llamaba caballeros (poseían
armas de fuego y caballos) y a los segundos, peones. ¿A qué clase social pertenecía
Bailos? ¿Qué sentimientos le adjudica el autor hacia los nobles? ¿Cómo influyen
estos sentimientos en el desarrollo del relato?
d. ¿Cuál es el elemento clave que le permite descubrir a Baitos su equívoco?
e. Explica el significado de la siguiente expresión: …su choza miserable y rica…
f. Subraya en el cuento imágenes sensoriales y comparaciones.
2- L e e e l si g ui e n te t e x t o: “ Di a ri o de C ol ó n ”.
C ar ta d el d e scu b ri m i e nt o .
En ell a h ay m ucho s p u er to s e n l a co s t a d e la m ar , s i n co m p ar a c ió n d e o tr os q u e yo
s e p a e n cr i s t i a no s, y h ar to s r ío s y b u e no s y gr a nd e s , qu e es m ar a v ill a. L a s ti er r a s de
ell a so n al t a s, y e n el la mu y m uc h a s s i er r a s y m o nt a ñ a s alt í s i m a s, si n co m p ar a ció n d e l a
i sl a d e T e n er i f e; to d a s h e r mo sí s i m a s, d e m il f ec h ur a s, y to d a s a nd a bl e s, y ll e n as de
ár bol e s d e m il m a n er a s y al ta s , y p ar ec e qu e ll eg a n a l ci e lo; y t e n go por d icho q u e
j a m á s p i er d e n l a ho j a, s eg ú n lo pu e do com pr eh e nd er , q u e l os ví t an v er d e s y t a n
her mo so s co mo so n p o r ma yo e n Es p a ñ a , y de ello s e st a b a n fl or i dos , d e ell o s con fr ut o,
y d e el lo s e n o tr o t ér m i no , s e g ún es s u c a li da d; y c a nt a b a el r ui s e ñor y otr o s p a j ar ico s
de mil m a n er a s e n e l m e s de no v i e m br e por al lí do nd e yo a n d ab a .
Di ar io d e Co l ó n. Li b r o d e l a p r i m er a n a ve gac ió n
Ju e v e s , 1 1 d e o ct u b re [ 1 2 . 1 0 .1 492 ]
Pu e s to s e n t i er r a v i e r o n ár bol e s m uy v er de s, y a gu a s muc h a s y fr u t a s d e d i v er s a s
m a n er a s. El Al m ir a n t e ll a mó a lo s do s c a pi t a n es y a lo s d e m á s q u e s a lt ar o n e n t i er r a, y
a Rodr i go d e Es co b ed o , e s cr ib a n o d e t od a l a ar m a d a, y a R odr i go S á nc h e z d e S e go v ia , y
di jo qu e l e d i e s e n p o r fe y t e st i mo n io co mo él por a n t e tod o s to m ab a , co mo d e h e cho
to mó, po s es ió n d e l a dic h a I sl a por el R e y y por l a R ei n a s u s s e ñor es , h aci e n do la s
pr ot e s t aci o n e s q u e s e r eq u er í a n, co m o m á s lar go s e co n t i e n e e n l os t e st i m o n io s q u e all í
s e h ic i er o n po r e scr i to . Lu e go s e j u n tó al lí muc h a g e n t e d e la I sl a. E s to q u e s e s ig u e
so n p al a br a s fo r m al e s d e l Al m ir a n t e, e n s u l i br o d e s u pr i m er a n a v eg ac ió n y
de sc u br i m i e nto d e e s ta s I nd i a s: " Yo (d i ce él ), por qu e no s t u vi e s e n mu ch a a m i s t ad ,
por q u e co no c í q u e er a g e nt e q u e m e jor s e li br ar í a y co n v er t ir í a a N u es tr a S a nt a F e c o n
Am or qu e no po r fu er z a, l e s d i a al gu n os d e e llo s u n os bo n e t es c olor a do s y u n a s
cu e nt a s d e vi dr io ( 1 ) qu e s e po n í a n al p e s cu e zo , y otr a s cos a s mu ch a s d e p oco v a lo r ,
con q u e t u vi er o n m uc ho pl ac er y q u ed ar on t a nto nu e s tr os qu e e r a m ar a v ill a. Lo s cu al e s
de s p u é s v e n í an a l a s b ar ca s d e l os n a vío s a do nd e n os e st á b a mo s, n ad a ndo. Y n os tr aí a n
p a p ag a yo s y h ilo d e al go dó n e n ov ill os y a za g ay a s (2 ) y otr a s cos a s mu ch a s, y no s la s
tr oca b a n po r o tr as co s a s q u e no s l e s d á b a m os, co mo c u e nt ic ill a s de v idr io y c a sc a b el e s.
En f i n, t o do to m a b a n y d ab a n d e a q u ello q u e t e ní a n d e b u e n a v olu n t ad. M a s m e p ar e ció
qu e er a g e n t e mu y po br e d e to d o. Ello s a n da n todo s d es n ud os c omo s u m adr e lo s p ar ió,
y t a mb i é n l a s m u j er e s, au n qu e no v id e (3 ) m á s d e u n a h ar to m o za. Y t odo s lo s q u e yo v i
er a n to do s m a nc e bo s, q u e ni n g u no v id e d e ed a d d e m á s d e 30 a ñ os . M u y bi e n h ec ho s, de
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m uy h er mo so s c u er po s y m uy bu e n a s c ar a s. Lo s c ab e llo s gr u e s os c a si co m o s ed a s de
cola d e c ab a llo s, y co r to s. Lo s c a b ell o s tr a e n por e nc i m a d e l a s ce j a s, s al vo u no s po c os
de tr á s qu e tr a e n l ar g o s, q u e j a m á s cor t a n. De el lo s ( 4) s e p i nt a n d e pr i e to, y ello s s on
de l a colo r de lo s c a n ar io s, n i n e gr os n i b la nco s , y d e e llo s s e p i nt a n d e bl a n co, y d e
ello s d e co lo r a do , y d e e llo s d e lo q u e f all a n (5 ) . Y d ello s s e p i n t an l a s c ar a s, y d ell os
todo el cu er po , y de e llo s so lo s lo s o jo s, y de ell o s so lo l a n ar i z. Ellos no tr a e n ar m a s n i
la s co noc e n, po r q u e l e s m o str é e s p ad a s y l a s to m a b a n por el fi lo, y s e c or ta b a n c on
ig nor a nc i a. No ti e n e n al gú n h i er r o. S u s a za g ay a s so n u n a s v ar as s i n h i er r o, y a lg u n a s de
ell a s t i e n e n al c a bo u n d i e n t e d e p ec e , y o tr a s d e otr a s co s a s. Ello s todo s a u n a m a n o
so n d e bu e n a e st a t u r a de gr a nd e za y b u e no s g e s to s, b i en h e cho s. Yo vi al gu n os q u e
t e ní a n s e ñ al e s d e h er id a s e n s u s cu er po s , y l es hi ze s e ñ a s q u e er a a qu el lo, y el lo s m e
mo s tr ar o n co mo a llí v e n í a n g e nt e d e o tr a s i sl a s q u e e s t a b a n ce r ca y los qu er í a n to m a r y
s e d e f e nd í a n. Y y o cr e í y cr eo q u e aq u í vi e n e n d e ti er r a f ir m e a to m ar los por c au t iv o s.
Ello s d e b e n s er b u e n o s s er vi dor e s y d e b u e n i ng e n io, q u e v eo q u e m u y pr e s to d ic e n
todo lo q u e l e s de cí a. Y cr eo q u e li g er a m e n t e s e h ar í a n cr i st i a no s, qu e m e p ar ec ió q u e
n i ng u n a s ec t a t en í a n. Yo , pl a ci e nd o a N ue s tr o S e ñ or , ll e v ar é d e a q uí a l t i e m po d e m i
p ar t id a s ei s a V u e str a Alt e z a p ar a q u e a p r en d a n a h a bl ar . N i n gu n a b e s ti a d e ni n g u n a
m a n er a v i , s al vo p a p a g ayo s e n e st a I sl a . " T oda s s o n p al a br a s d e l Al m ir a nt e.
R es po n d e.
a. En u nc i a e n u n t í tul o la vi s ió n d e l a n at u r al e za a m er ic a n a q u e ofr ec e Coló n e n e l
pr i m er t e xt o .
b. El abor e n o tr o t í tul o p ar a r e pr e s e nt ar s u v is ió n d e l ho m br e a m er ic a no , q u e a p ar ec e
e n el s e g u ndo t ex to .
c . ¿ Ap ar ec e e n el D i ar io la pr eoc u p ac ió n e v a n g eli za dor a d e Coló n ?
d. R ed ac t a lo s ar g u m e n t o s d e lo s t ex to s.
L IT ER AT U RA C OL O N IAL . BA R RO C O: C ON TEX TO H IS T Ó RI C O, S O CI AL Y C UL T U RA L .
CA R A CT ER ÍS T I CA S L IT ER A RI AS .
De s d e l a ll e g ad a d e l o s co nq u i st a dor e s, c om e n zar o n a e scr i bir s e t ex to s s obr e el
Nu e vo Mu nd o : s e tr a t ab a d e o br a s p ar a di f u nd ir la s i m á g e n e s d e Am ér ic a y p a r a
t e st i mo n i ar lo s d e sc ubr i mi e n to s q u e s e ha cí a n e n l a s n u e v a s ti er r a s. E sto s t ex t os,
e scr i to s m a yo r m e nt e po r e s p a ñol e s, no pu e de n co n s id er ar s e li t e r ar ios , p u e s t e n í a n u n a
fi n al id a d i nfo r m a ti v a y no e s t ét ic a 1.
S i n e m b ar go , u n a v e z i n s t al ad a l a soc i ed a d col o ni al , c o m e n zó l a pr od ucc ió n
ar t í st ic a d e ho m br e s y d e m u j er e s n aci dos e n el su elo a m e r ica no. E s to s au tor e s,
i nf lu ido s po r la e st é t ic a b ar r o ca vi g e n t e e n E s p a ñ a, p r odu j er o n t ex to s q u e p er mi t i er on
no m br ar l a e xu b er a nc i a d el p a i s a j e, d i er o n cu e nt a d e l a fu s ió n y d el i n t er ca m b io e nt r e
el e m e n to s d e l as cu lt ur a s i nd íg e n a s y e s p a ñol a y q u e, ad e m á s , r e fl e j ar on l a co n fl ict i v a
id e n ti da d d e lo s cr io l lo s y d e u n a nu e v a s o ci ed ad d e r a i g a m br e 2 m e s ti za .
Los e scr i to r e s m ás d e s ta c ado s d e e s t e p e r íodo so n el I nc a G ar cil a zo d e l a V eg a y
S or Ju a n a I n é s d e l a Cr u z, q u i e n e s h ic i er on u n a l i t er a tur a qu e r efl e j a l a co n dic ió n de
los d e s pl a z ado s s o ci al e s.
U n m u ndo n u e vo , u n a nu e v a so ci ed ad . El s igl o XV I f u e, en Am é r ica l at i n a, el d e l a
e v a ng e li z a ció n y l a e di fi ca ció n . P ar a e l e n s a yi s t a m ex ic a no O ct a vio P a z f u e “ u n s i glo
ar q ui t ec to y al b a ñi l ”, e n el q u e al m i s mo ti e m po q u e s e l e v a nt a b a n c iu d ad e s, i gl e si a s,
con v e n to s y ho s p it al e s, t a m b i é n s e ib a con str u y e ndo u n a n u ev a soc i ed ad co n u n
e n tr a m ado d is t i nto d e to do s lo s co noc id os por lo s e ur op eo s h a s t a el mo m e n to. S obr e la
b a s e b i po l ar de e sp a ño l e s e i nd íg e n a s , f u er on s ur gi e nd o otr os gr u po s qu e l e o tor g ar on
u n a d i n á mi c a y u n p er f il s i ng ul ar e s a l c o n ti n e n t e: l o s m e st i zos , lo s cr ioll os y los
n eg ro s. Co mo so c i ed ad e n fo r m aci ón , p e r mi ti ó u n a gr a n mo v il id ad soc i al , p er o a l
a fi a n zar s e e l do m i ni o co lo n i al , l a co nv i v e nc i a e n tr e e s p a ñol e s, cr io llo s, m e st i zo s,
a bor í g e ne s y n egr o s l le gó a p ar ec er s e m uc ho a u n r í gi do s is t e m a de c a st a s.
La Co r o n a e s p a ño l a ar mó u n a e str uc t ur a a d m i ni s tr a t iv a e i m po s it i v a 3, a tr a v é s d e l a
ca s a d e Co ntr at a ció n y d el Co n s e jo d e I nd i a s e n E s p a ñ a y , l a acc ió n d e l a s Aud i e nc i a s y
C ab ild o s e n Am ér i ca , y t a mb i é n l e g i sló ac e r ca d e l a co nd ic ió n d e n a ti vo s y n egr o s.
1
2
3
Perteneciente o relativo a la percepción o apreciación de la belleza
Conjunto de antecedentes, intereses, hábitos o afectos que hacen firme y estable algo o que ligan a alguien a un sitio
Perteneciente o relativo al impuesto público.
25
La l eg i sl ac ió n, e n pr i nc i pi o , pr ot e gí a a lo s i nd íg e n a s a m er i ca n os, y a q u e l a r ei n a
I s a b el h ab í a d ict a m i n ado qu e s e tr a t ab a d e s er e s l i br e s q u e no d e bí a n s er so m e t ido s a
e scl a v it ud , si no a v a s all a j e; s i n e m b ar go, pr on to s e h a ll ar on e n e st a do d e v ir tu al 4
s er v id u m br e, a p e s ar de l a i nt e n s a d e f e n s a de s u s d er ec ho s r e al i zad a por lo s pr i m er o s
m i si on er o s y po r e v a n g eli z a do r e s cr i s t i a no s. El d e st i no d e lo s n e gr os tr a s pl a nt a do s de
Áfr ic a fu e a ú n p eo r , y a q u e su e scl a v i zac i ón p er m i ti d a por l a l e y n o s e c u e s tio nó h a s t a
el p er í odo d e l a I nd e p e nd e nc i a.
S e gú n el e s tu di o s o d o m i n ic a no P edr o He n r íqu e z Ur e ñ a, l a n u e v a soc i ed a d e s t ab a
go ber n ad a p o r u n r í g i do có d i go d e l e y e s y cos tu m br e s, p er o q u e no s e c u m pl í a n co n l a
con s ig u i e nt e a b u nd a nc i a d e e xc e pc io n e s e ir r eg ul ar id a d e s . E n el co m er c io, el
con tr a b a ndo ll e gó a s er mo n ed a cor r i e nt e e i nc lu so c ir cul a b a n l ibr o s c e n sur ado s p or la
I nq u i si ció n 5.
El s i ncr e t i s mo 6 co lo n i al . Lo s e s p a ñol e s a pl i car o n la pol ít ic a d e l a “t a bl a r a s a” , e s
dec ir , qu e a n i qu il ar o n to d a l a cu lt ur a d e l os n a ti vo s e i m p u s i er on al N u e vo M u ndo s u s
cos tu m br e s, s u r el ig i ó n , s u s i nd us tr i a s, s u s an i m al e s do m é st ic os y h a s t a su s pl a n t a s.
P er o, a s u v e z , r ec i b i er o n lo s e f ec to s d e l os e s t ilo s d e vi d a a bo r íg e n es , e s d ec ir q u e s e
pro du jo u na f u s ió n e i n t erc a m bi o d e i n fl u e nci a s e n u n fe n ó m e no q u e s e h a ll a m a do
“s i nc re t i s mo ” . Lo s co n qu i s ta do r e s a pr e n di er on d e lo s i nd io s a f u m ar , a co n s tr u ir y u s ar
ca no a s y pir ag u a s, s u s t éc ni ca s d e cul t i vo y muc ho s pr oc ed i m i e nto s co t i di a no s q u e
p er dur ar o n y s e m e z c lar o n co n lo s e ur op eo s.
Es to s pr o c e so s f u er o n e v id e n t e s e n l a ar q ui t ec tur a d e l a s c i ud ad e s , co m o M éx ico ,
Cu z co o Li m a. S e de s tr uy er o n t e m plo s co n s agr ado s a de id a d e s a zt ec a s e i n c as y, so br e
s us r u i n a s, s e ed i fic a r o n igl e s i a s y co n v e n to s. E n los n u ev os ed i fi cio s , s e f u s io n ar on el
di s e ño e s p a ño l , b a s ad o e n lo s pr i nci p io s d e l a f e cr i s ti a n a , y la m a no d e o br a i nd íg e n a;
e s to l e s d a u n s es go 7 pr o p io m a n i f e st a do e n l a for m a tr a p e zo id al d e p u er t a s y
v e nt a n a s , e n lo s mo t i vo s d e co r a ti vo s y en el u so d e col or e s v iv o s.
La ci ud ad v irr e i na l . E n el si glo X V I I, l a so ci e d ad c olo n i al s e for t al e ció co n el
cr eci m i e n to d e la s c i ud ad e s y co n l a ex t e n s ió n d e s u s t er r itor io s, y s e co n sol idó u n a
s u er t e d e d i v i s ió n de po d er e s: el pod e r polí ti co y m il it ar er a e s p a ñol; el po der
eco nó m ico , cr i o llo .
La s it u ac ió n d el po der r el ig io so fu e m á s co m pl e j a: por u n l ado , e s t a b a l a
om n i pr e s e nc i a 8 de l a igl e s i a o f ici a l co n s u s i n s t it uc io n e s f u e r t e m e nt e l i g ad a s a lo s
m a nd a to s d e l a j er ar qu í a ecl e s i á st ic a hi s p á n ic a; por otr o, l a ac ció n e v a ng el i za dor a d e
los m i s io n er o s q u e b u sc a b a t e nd er p u e n t es e n tr e e l m un do i nd íg e n a y el cr i st i a no.
Los p il ar e s d e l a s o ci ed a d vir r e i n al, a d e m á s d e l a r el i gi ó n, f u er on l a ed uc ac ió n y l a
cul tur a. A m e di d a q u e l a s po bl ac io n e s e s p a ñ o l a s s e i b a n co n v ir ti e n do e n c iu d ad e s y e n
v ill a s d e t i po eur o p e o , s e f u nd a b a n e sc u e la s, t a n to p ar a cr io ll os co mo p ar a i nd íg e n a s.
La s ci ud a d e s m á s p o b lad a s – co mo G u a n aj u a to, P u e bl a, M éx ico , P oto s í, Bo go t á, L i m a, La
Ha b a n a y Cu z co - s e co nv ir t i er on e n c e n tr os d e l u jo y o s t e n t aci ón 9; y l a s c or t e s
v ir r ei n al e s p a tr o ci n a r o n l a cr e ac ió n d e o b r as ar t í st ic a s y l i ter ar i a s, e n e s p ec i al , p a r a
la c el ebr ac ió n d e f i e s t as c ív ic a s y r el ig i o s a s.
Do s el e m e n to s cu lt u r al es i m por t a nt e s s e i n tr odu j er o n m u y te m pr an a m e n t e e n
Am ér i c a l a ti n a: l a i m pr e n ta y l a e n s e ñ a n za u n i ve r s i t ar ia. E n 1535 , s e e s t a bl ec ió l a
pr i m er a i m pr e n t a e n M éx ico , y a par t ir d e e s e mo m e n to, otr as qu e e s t a b a n co n s agr a da s
a l a p ub lic a ció n d e t e xto s d id á ct ico s, fo ll e to s d e d e voc ió n o d ocu m e n to s o fic i al e s. En
S a n to Do m i n go s e fu ndó , e n 15 38, l a U ni v er s id a d d e S a n to To m á s; e n 155 1, s e cr e a r on
la s d e L i m a y d e M é x ico . T o d a s fu er o n c e n tr os d e d i fu s ió n d e la c ul tur a e ur o p e a, y la
ca s a d e e s tu di o s m e xic a n a s e co n v ir t ió r á pi d a m e nt e e n u n c e ntr o d e er ud ic ió n 10
hu m a n i st a. E n Q u it o , Bo go t á y C ór dob a , h ub o col eg io s q u e as p i r ab a n a la c a t eg or í a de
U ni v er si da d y q u e f u er o n l ug ar d e for ma ci ón p ar a i n n u m er a bl e s cr iollo s. Ad e m á s d e l a s
u ni v er s id a d e s y lo s c o n v e n to s, l os s ac er do t e s a c ar go d e d ióc e s i s y lo s v ir r ey e s d e l a s
gr a nd e s c a pi t al e s, n u e vo s m ec e n a s 11, cr ear o n u n a m bi e n t e pr o pi ci o p ar a el d e s ar r ollo de
la s ar t e s y l a s l etr a s.
Que tiene existencia aparente y no real.
Cárcel destinada a los reos pertenecientes al antiguo Tribunal eclesiástico de la Inquisición.
6
Sistema filosófico que trata de conciliar doctrinas diferentes.
7 Torcido, cortado o situado oblicuamente.
8 Presencia a la vez en todas partes, en realidad condición solo de Dios.
9 Jactancia y vanagloria. Magnificencia exterior y visible.
10 Instrucción en varias ciencias, artes y otras materias. Amplio conocimiento de los documentos relativos a una ciencia
o arte.
11 Persona que patrocina las letras o las artes.
4
5
26
U n a ac ti v id ad ar t í s t ic a m uy e x ito s a e n la s co lo ni a s f u e el t e atr o. El l e ng u a j e
dr a m át ico fu e u t il i z ado , pr i m er o, por los m i s io n er os qu e pr omo v í a n p a n to m i m a s 12 y
da n za s co mo i n s tr u m e n to d e e v a n g el i zac i ón , p er o lu e go s e i nc or por ar on i n s tr u m e n t os
m u sic a l e s, m elo d í a s y d a n z a s r it u al e s d e or ig e n n e gr o o ind í ge n a . Es t e pr oce so
s i ncr é ti co d io lu g ar a o br a s co n c ar ac t er í s tic a s pr o p i as m uy d i s ta n t e s d e lo s m o d el os
del t e a tr o eur o p eo d e la é po c a.
Ac o m p a ña n do to d o e s te flor e ci m i e n to del m u ndo colo n i al, cr eció t a m b i é n la
r iv al id ad e ntr e lo s e s p a ño l e s y l o s n ac ido s e n el s u elo a m er ic a no , t a n to cr iollo s co m o
m e s ti zo s, q u i en e s s e cr eí a n m er ec edor e s de ci er to gr ado d e au to no m í a. H e nr í qu e z
Ur e ñ a s e ñ al a e s t a t e n s ió n co mo u n a c ar ac t er í st ic a m ed ul ar d e la n u e v a soc i ed ad : “ el
gr a n pr obl e m a d e l a A m ér ic a h i sp a n a f u e, y lo e s tod a v í a, el d e s u i nt e gr ac ió n s o c i al ” .
La li t er a tu ra co lo ni a l . Un a v e z a f i a n zad a la soc i ed ad colo n i al, so br e to do, e n lo s
gr a nd e s V ir r e i n ato s de N u ev a E s p a ña ( M éx ico ) y P er ú, c om e n zó e l pr oc e so de
pr odu cci ó n ar tí s t ic a de ho m br e s y mu j er e s n ac ido s e n Am ér ic a . El s ig lo XV I I fu e , e n
Es p a ñ a , u n p er í o do b ar r o co cu y a e s té t ic a d el c l a ro scu ro y d e l d e s e ng a ño e x pr e só la
v is ió n co n tr ad ict o r ia d e u n m u ndo e n c ri s i s y d e u n i m p e ri o e n d eca d e nci a .
Los t ex to s d e lo s e s p a ño l e s P e dr o C ald er ón d e l a Bar c a, L op e de V e g a, Fr a nc i sco
de Q u e v edo y Lu i s de Gó ngo r a fu er o n mo d elo s d e l a s pr i m er a s pr od ucc io n e s d e
m e s ti zo s y cr io llo s, qu i e n e s, a p a r t ir de la s l ec tur a s d e e so s au tor es co n s agr a d os,
i nic i ar o n l a l it er at u r a co lo n i al. Al gu n o s sólo s e pr o p u s i er on i m it ar l a s for m a s
p e n in s ul ar es ; o tr o s, qu e t a m bi é n l a s i mi t ar on , lo gr ar on pr od u cir t ex to s q u e – por su
t e m át ic a o s u es t ilo – tu v i er on c i er t a s m ar c as d el e nto r no colo ni al . E sto s úl ti m os
or igi n ar o n el ll a m ado “B ar ro co d e I nd i a s ”.
Los g é n er o s l it er ar io s m á s cu lt i v ado s f u e r on l a s tr a g ed i a s y l a s c o m ed i as , y l a
po e s í a é pi c a, l ír ic a y r eli gi o s a.
En l a co lo n i a, t u vi er o n gr a n d i fu s ió n e l t e at ro “ mi s io n er o ” y el au to sac ra m e n t al ,
e s p ec i e t e a tr al d e o r ig e n m ed i ev a l, q u e s e e s t il a b a e n f i es t as ec l es i á s tic a s y e n
e v e nt os pr o to c o l ar e s 13. Lo s au t o r e s co m p u si er on co m e di a s , s a i n e t e s, s át ir a s y obr a s d e
t e m át ic a r el ig io s a, to da s m u y a pr ec i ad a s e n el t e a tr o d e cor t e , el t e a tr o d e co n v e nt o y
el t e a t r o e sc o l ar .
T a m b ié n , lo s r o m a nc e s o lír ic a po p ul ar s e d i f un di er o n v elo z m e n t e e n l a et a p a
v ir r ei n al , e n c a nc io n er o s y e n l ibr o s d e m ú sic a , e i n fl uy er o n e n l a po e sí a po p ul ar
a m er ic a n a po s t er io r .
S i n e m b ar go , la m á x i ma e x pr e s ió n d e la lit e ra t ur a v i rr e in al fu e l a l ír ic a cul t a ,
no s ó lo po r l a f ecu n did a d po é tic a qu e c a r act er i za el p er ío do e l p er íod o s i no por l a
a bu n d a nci a d e c er t á m e n e s o de co nc ur so s l it er ar io s y ac ad e m i a s de v er si f ic ador es qu e
cel e br a b a n cu a lq u i er h ec ho d e al gu n a tr a sc e nd e nc i a ( u n c a sa m i e nto , l a ll e g ad a d e u n
al to pr e l ado , el c u m pl e a ño s d e u n v ir r e y) c on u n ho m e n a j e r i m ad o.
Los a u to r e s l it er ar io s m á s r el e v a n t e s d el p er íod os B ar r oco e n Am ér i c a f u er on Lu i s
de T e j ed a , J u a n R u i z de Al ar có n, S or J u a n a I n és d e l a Cr u z, J u a n d el V all e C a vi e d e s y
P edr o d e P er a lt a.
El M an i er i s mo y e l B ar roco . E n l a l it er at ur a colo n i al l a ti no a m er ic a n a, el
m a n i er i s mo y el b ar r o co co ex i s ti er o n; s i n e m b ar go , por lo t ar dío d el tr a s pl a nt e , p or
mo t iv os r el ig io so s l ig ado a l a Co n tr ar r ef o r ma y por s u c ar ác t e r má s po p ul ar , h u bo u n
m a yor pr edo m i n io d e l ar t e b ar r oco.
El m a n i er i s mo : el M a n i er i s mo q u e s ur g e e n E ur op a a m e di a do s del s igl o XV I p er o
lle g a a L at i no a m ér ic a e n el si glo XV I I s e c ar ac t er i za por s er u n a rt e r ef i n ad o,
i nt el ec t ual y r e fl ex i vo d e c ar ác t er co rt e sa n o , y por lo t a n t o, pr o pio d e u n a éli t e
soc i al e i n t el ec tu al a m a n t e d e la c o mp li cac ió n e n e l l en g u a j e (cu lt er an i s mo 14) y l a
osc ur id a d co nc e pt u al (co nc e p ti s m o) . E s u n a t e nd e nc i a ar tí s ti c a q u e r e v el a u n a pr o fu n d a
cr is i s e s p ir i tu al , co n s ec u e nci a d e l a d e s t r ucció n d e lo s id e al e s f ilo só f ico s y for m a le s
del mu n do id e al d e l R e n aci m i e n to. Pr e s e n t a, por lo t a nto , l a i m ag e n d e u n u n i v er so
fr a g m e nt a do cu yo s pr i nc i pio s co n s tr uc ti vo s s o n la ad ic ió n y la yu x t ap o sic ió n de
12 Representación por figura y gestos sin que intervengan palabras
13 Regla ceremonial diplomática o palatina establecida por decreto o por costumbre.
14 Estilo literario desarrollado en España desde finales del siglo XVI y a lo largo del siglo XVII, caracterizado, entre otros
rasgos, por la riqueza abusiva de metáforas sorprendentes, el uso exagerado de cultismos y la complejidad sintáctica
27
el e m e n to s s i n u n o r de n ló g ico cl ar o, lo c u al pr ovo c a u n e f ec t o on ír i c o 15. E s a m b ig u o,
lle no d e cl ar o sc ur o s y co n tr a p o s ic i o n e s.
El le n gu a j e po é t ico del m a ni e ri s mo . S i h a y al go qu e c ar ac t er i za l a e scr it ur a e n e l
M a n i er i s mo e s e l e f ec to d e d i st a nc i a m i e nt o q u e pr ov oc a a tr av é s d el u so d e u n l e n g ua j e
com pl e j o y o p aco , q u e o cu lt a tr as m últ i pl e s v el os el s i g ni f ic ad o t e xt u al. E s t e ti po de
di sc ur so l it er ar io , c o n s tr ui do a p ar tir d e u n l a b er í nt ico ju e go d e m e t áf or a s q u e se
i ncl uy e n u n a s e n o tr a s, co mo l as c a j a s c hi n a s, o d e co nc e pt o s, q u e ll e v a n h a st a el l í m i t e
el j u eg o co n l a s a n t í t e si s y p ar a do j a s, p u ed e r e su lt ar il e g ib l e p ar a a q u el qu e n o e s t é
di s pu e s to a ll e v ar a ca bo u n l a b o r io so tr a b a jo d e tr a du cci ó n y r ear m ado d e l a fr a s e o
el v er so.
Es u n l e ng u a j e co n n eto pr edo m i ni o d e la f u nc ió n po ét ic a del m e n s a j e, y e l
con t e n ido o la a n écdo t a e s só lo u n a exc u s a par a l a e xh i b ic ió n y el u so d e lo ar ti f ic io s
del d i sc ur so : h i p ér b a to n, m et á for as p ur a s , a nt í t e si s , p ar a do j a s, o x í mor o n, qu i a s mo s,
hi p ér bo l es , e tc.
El B ar ro co . El B ar r o co e s l a cor r i e nt e a r t ís t ic a y li t er ar i a qu e d o mi n a el s i g lo
XV I I y XV I I I e n Am ér ic a. El goc e d e l a v id a c o mo c on s t a n t e p u ed e s er alc a n za do s ólo
por u no s po c o s. A d i f er e nc i a d e l o suc e di do en E s p a ñ a, d o nd e la e s t ét ic a b ar r oca s e
de s ar r olló e n u n p er ío do d e d ec a d e nci a , e n Am ér ic a l a ti n a , a com p a ñó u n pr oc e so de
e s ta b il i zac ió n p o lí t ic o - eco nó m ico. E s to s e ex pl ic a t e n i e ndo e n cu e nt a q u e lo s ar t i f ici o s
li ng ü í st ico s d el B ar ro co (lo s exc e s os v er b al e s, l a s an t ít e s i s, la s p ar ado j a s ) f u er o n
i n str u m e n to s q u e p er m it i er o n lo s e scr i to r es d e Am ér ic a ex pr e s ar l a e x ub er a nci a del
p a is a j e l o c al, l a s l uc e s y la s so m br as d el s i ncr e ti s m o v ir r ei n a l, la co n fl ic ti v a id e n tid ad
de lo s cr i o llo s; e s d ec ir , l as c o ntr ad icc io n e s d e u n a soc i ed a d n u ev a y m e st i za , cu y a s
t e ns io n e s i nt er n a s s e po t e nci ar o n e n el s ig lo XV I I I ha s t a e st a ll ar e n l a s g u er r as por la
I nd e p e nd e nc i a d el si glo X I X. E n Am ér ic a a p ar ec e n no t a s de l a cult ur a i ndí g e n a, d e la
n a tur al e z a co n s u a p o r te d eco r at i vo y ex ub er a nt e , d el ar t e m e s ti zo con l a s fl or e s ,
fr ut os y a ni m al e s au t ó c to no s.
El B ar r o co a m er ic a no ado p t a la
go ngo ri s m o , c u y a s c ar ac t er í st ic a s so n :





M á s u so d e v er so qu e pr os a.
Ju e go d e p al a br a s.
Nu e v a s co m bi n ac io n e s s i nt á ct ic a s
An al o g í a s.
N eo lo gi s m o s.
for m a
cu lt er an a





ll a m a d a
cu lt e r an i s mo
o
M e tá for a s br ill a n t es .
P e n s a mi e n to a b s tr ac t o.
O b j et i vo: sor pr e nd er el i n t el ec to.
Ev a s ió n d e lo v ul g ar .
R e pr e s e nt a n t e:
Lu i s
Ar g ot e
y
Gó n gor a.
T i e n e u n c ar ác t er m á s po pul ar d e bi do a qu e fu e el i n s tr u m e n to d e pr o p ag a n d a
r eli gi o s a de l a C o ntr a r r efo r m a. E s por ello , s en s u al , e mo cio n a l, i n st i n ti vo , e x ub er a nt e y
t e atr al, t al co m o s e pu ed e o b s er v a r e n la s i gl e si a s b ar r oca s l at i no a m er ic a n a s. A
di f er e nc i a d el m a n i er i s mo q u e t e ní a u n car ác t er m á s g e n er al y e ur op eo , el B ar r oco se
m a n if i e s t a s i e m pr e co m o u n ar t e n ac io n al y, por lo ta n to , a pr e s e nt ar di f er e n t e s
car a ct er í s ti c a s s eg ú n l o s d i v er so s p a í s e s y l a r el ig ió n q u e pr ac t ic a n.
El B ar r oco
pr e s e n t a u n eq u ili br io i n e s t ab l e, n o e s t á tic o, e ntr e la s p ar t e s y a p e s ar de s er
com pl ic a do e n lo fo r m al s e h al l a r e g ido por el pr in ci p io d e l a u n id ad , lo c u al lo h ac e m u y
clar o e n lo co nc e p t u a l. El mo v i m i e nto , la t o r sió n , la d i s p er s ió n s i e m pr e en cu e n tr a n u n
p u nto d e co n v er g e nc i a y a s e a t e m á tic o o f or m al.
A p e s ar de e s t a s d if e r enc i a s qu e no s i e m pr e so n t a n no t a bl e s e n la pr ác t ic a, t a nto
el m a n i er i s mo co mo e l B ar r o co lit er ar io c oi nc id e n e n e l u so d e un a s er i e d e r ec ur s os
e xpr e si vo s qu e “ ar t i fi ci al i z a n” y “co m pl i ca n” el l e n gu a j e. M e t áfor a s p ur a s s i n u n
r ef er e n t e cl ar o , h i p ér bo l e s , j u eg o s d e p al abr a s, el i ps i s, p ar a do j a s, h i p ér b at o n,
a n tí t e si s , pr o l if er ac i ó n d e i m á g e n e s y a cu m ul ac ió n d e r ecur so s h ac e n c i er t a m e n t e
di fí cil l a co m pr e n s ió n de lo s t e xt os q u e, m uch a s v ec e s , g u st a n d el l a b er í n ti co ju e go d e
e s p e jo s.
15
Perteneciente o relativo a los sueños
28
AC TI V ID ADE S
A . L e e el t e x to “L i t er a tu ra c olo ni al . Ba r roco: c o nt e xto hi s tó rico , soc ia l y c ult ur al.
C ar act e rí s ti ca s l it er ar ia s ”
1.
¿ Q u i é n e s s o n l o s a u t o r e s m ás d e s t a c a d os d e e s t e p e r í o d o ?
2.
¿Por qué
e l e n s a y i s t a m e x i c an o O c t av i o P az s os t i e n e q u e e l s i g l o X V I f u e “ u n s i g l o
arquitecto y albañil”?
3.
¿ C ó m o s e o r g a n i z ó l a s o c i e d ad d e e s t e p e r í od o ? ¿ Q u é c a r ac t e r í s t i c as t e n í a?
4.
¿ Q u é s e c o n o c e c o m o “ s i n c r e t i s m o c ol o n i al ” ?
5.
¿ C ó m o s e d e s a r r o l l a r o n l a e d u c ac i ón , l a c u l t u r a y l a i g l e s i a ?
6.
¿ P o r q u é e l a u t o r H e n r í q u e z U r e ñ a s e ñ al a q u e “ e l g r an p r ob l e m a d e l a A m é r i c a h i s p a n a
f u e , y l o e s t o d a v í a , e l d e s u i n t e g r ac i ón s o c i al ” .
7.
R e d a c t a l o s a r g u m e n t o s d e l os t e x t os .
8.
¿ Q u é a u t o r e s f u e r o n l o s m o d e l os d e l os au t o r e s a m e r i c an os ?
9.
¿ C u á l e s f u e r o n l o s g é n e r o s l i t e r a r i os m ás c u l t i v ad os ?
1 0 . ¿ C u á l e s e l g é n e r o q u e s e d e s t ac a?
11. Enumere las características del Manierismo.
1 2 . E n u m e r a l a s c a r a c t e r í s t i c a s d e l B ar r oc o .
1 3 . E n u m e r a l a s c a r a c t e r í s t i c a s d e l c u l t e r a n i s m o o g o n g or i s m o .
B.
1.
2.
3.
4.
Le e lo s t ex to s r el at i vo s a S or J u a na y r e s po nd e .
¿ Po r q u é S o r Ju a n a e r a u n a tr a n s gr e sor a ?
¿Q u é d eci s io n e s d eb i ó to m ar e n s u vi d a ? ¿ Cu ál e s f u er on lo s r e s ult a do s ?
Ex pl ic a a q u é s e r e f i e r e O ct a v io P a z c o n “l a s tr a m p a s d e l a f e”
S e ñ al a c u ál e s so n l a s do s v er t i e n t e s qu e p u ed e n r a str e ar s e e n l a obr a de
S o r Ju a n a.
C. Le e e l t ex to R e s pu e s ta a S or F ilot e a d e l a Cr uz .
R es pu es t a d e la p o e ti sa a la m uy i lus t r e S or Fi lo t ea d e la Cr uz (fr ag m e n to )
Pro si guie nd o e n la na rra ci ón de m i incl i na ció n, de q ue o s q uie ro dar e nte ra noti cia ,
dig o que no había cumpli do l os tr es años de m i e dad cua nd o e nvia nd o mi mad re a una
her ma na m ía , ma yor que yo , a q ue s e e nse ñas e a lee r en una d e las q ue l lama n Ami ga s,
me lle vó a mí tra s ella el car iño y la tra ve sura; y vie nd o q ue la da ban l ecció n, me ence nd í
yo d e manera e n el d ese o de sabe r lee r, q ue e nga ña nd o, a mi p arecer , a la maest ra, la
di je q ue mi ma dre or dena ba m e di ese le cció n. E lla no l o cre yó , por q ue no e ra cre íbl e ;
per o, p or co mpla ce r al do nai re, m e la dio . Pr os eg uí yo e n ir y el la pr os ig ui ó en
ense ñarm e, ya no de burla s, p orq ue l a dese nga ñó la ex peri e ncia ; y s upe l eer e n tan b re ve
tiem po , q ue ya sa bía cuando lo supo mi ma dre , a q uie n la m aest ra lo o cultó po r dar le el
gust o po r e nter o y re cibi r el ga lard ó n p or junt o; y yo lo cal lé, cr e ye nd o q ue me a zo tarí an
por ha ber lo he cho si n o rde n. A ún vi ve la que me e ns eñó ( Di os l a g uar de) , y p ue de
test ifi carl o .
Acuér do me q ue en es tos tiem po s, si endo m i go lo si na l a q ue e s o rdi nar ia e n aq ue lla
edad , me a bst enía de co mer ques o, p o rq ue oí d ecir que ha cía r ud os , y p odía co nmi go m ás
el de se o d e sa ber q ue el de co mer , sie nd o éste ta n p ode ro s o e n lo s ni ño s . Te nie ndo yo
des pués com o s ei s o sie te a ños , y s ab ie nd o ya leer y e scri b ir, co n t oda s las ot r as
hab ili dade s de lab or es y cost uras q ue depr ende n la s m ujer es, oí d ecir q ue ha bía
Uni ve rsi dad y Es cuela s en que s e est ud iaba n las cie ncias , e n Mé ji co ; y ape na s lo o í cua nd o
empe cé a ma tar a m i madre con insta nt es e imp ort uno s r ue go s s o bre q ue , m udá nd om e el
traje, m e e nvias e a M éji co, e n ca sa de uno s de ud os q ue te nía , p ara est udiar y cur sar la
Uni ve rsi dad ; el la no l o q uis o ha cer , e hiz o m uy b ie n, pe ro yo d esp iq ué el des eo e n l eer
mucho s li br os vari os que te nía mi ab ue lo , sin q ue ba sta se n ca sti go s ni r epr ensi o nes a
est orba rl o; de ma ner a que cuan do vi ne a Méjico , se ad mira ba n, no t anto de l i nge ni o,
cuanto d e la me mo ria y noti cias q ue t enía en ed ad q ue pa re cía que a pe nas hab ía te ni do
tiem po para ap re nde r a ha bla r.
Empe cé a d epr ender 16 gramát i ca, e n que cre o no l lega ro n a vei nt e la s l eccio ne s qu e
tomé ; y era ta n i nt enso mi cui dad o, q ue si end o a sí q ue en la s muje res - - y má s e n t an
16
Aprender.
29
fl or ida juve nt ud - - e s tan apr eciab le el a do rno nat ural del cabe ll o, yo me cor taba de él
cuatr o o s eis ded os , midi endo ha sta d ónde llega ba ant es , e imp onié nd ome l ey d e q ue si
cuando vo l vie se a cr ece r has ta a llí no sa bía tal o tal cosa q ue me ha bía pr op ue s to
depr ender e n ta nt o q ue cre cía , me lo hab í a de vol ve r a corta r en p e na de la r ud eza .
Sucedía a sí q ue é l cr ecía y yo no sab ía lo pro puest o, po rq ue el pelo cre cía apr isa y yo
apre nd ía de spa ci o, y con e fe ct o le co rtaba e n pe na de la rudeza : que no me pare cía raz ón
que est uvi ese ve sti da de ca bel lo s cabe za q ue esta ba ta n de s nuda de not icias , q ue e ra m ás
apete ci ble ad o r no . Entréme re lig io sa , p or q ue a unque co nocía q ue te nía el esta do co sas
(de la s a cces or ias ha b lo , no de la s fo rma les ), m uchas rep ugna nt e s a m i ge ni o , co n t od o,
para la t otal ne ga ci ó n que te nía al matr im o ni o, era lo me no s des pro po rcio na do y l o m ás
decente q ue p odía ele gir en mate ria de la s egur i dad que de sea ba de m i s al v a ci ón; a cuyo
prim er res pet o ( como al fi n m ás imp ort ant e) cedi er on y s ujeta r on la ce rviz 17 to das la s
impe rti ne nci lla s de mi genio , q ue era n d e q uer er vi vi r so la ; de no que rer te ne r o cupa ci ón
obl igat or ia q ue emba razas e la lib erta d d e mi e st ud io , ni rumor de co m unida d q ue
impi die se e l s ose ga do s ile nci o de mi s libr o s. E sto me hizo va ci lar a lg o en la
deter mi na ci ó n, has ta que a l umb rá nd ome p e rso na s d o ctas de q ue era te nta ci ó n, l a vencí
co n el fa vo r di vi no , y tomé el esta do q ue t an i ndi g name nte te ng o. Pe ns é yo que huía de
mí mi sma , p er o ¡mi ser able d e mí! trá jem e a mí co nm ig o y tra je m i mayor e ne mi go e n e s ta
incl i nació n, q ue no s é dete rmi na r s i p or pre nda o cas tig o m e dio el Ciel o , p ue s de
apagar se o e mbara zar se co n t anto e je r ci ci o que la rel igi ó n ti ene, r eve nta ba co mo pó l vo r a,
y se ve ri fi ca ba e n mí e l p ri vati o est causa a p petit us 18.
J ua na I n és d e la C r u z
R es po n d e.
1. ¿C uá l e s la a né cd ota que le per mite a So r Jua na r ef eri rse a s u i n cli na ci ó n p or el
co n o cim ie nto ?
2. ¿Q ué a c c io ne s se ña la n la ob se s ió n q ue te nía por a p re nde r?
3. ¿C uá l es s on la s a cti tu de s y pe n sa m i ent os q ue pu ede n ca l i fi ca r se c om o
“re v ol u ci o na ri os ” p a r a u na m uj er de la é po c a de S or Jua na ?
D. L e e l os si g ui e n t es p o em as y a nal iza :
R ed o n di lla s.
H o m b r e s n e c i o s qu e a c u s á i s
a la mujer sin razón,
s i n v e r qu e s o i s l a o c a s i ó n
d e l o m i s m o qu e c u l p á i s .
¿ P u es c ó m o h a d e e st a r t e m p l a d a
l a qu e v u e st r o a m o r pr et en d e,
si l a qu e e s i n g r a t a o f e n d e
y l a qu e e s f á c i l en f a da ?
Si con ansia sin igual
solicitáis su desdén,
¿ po r qu é qu e r é i s qu e o b r e n bi en
si las incitáis al mal?
M a s en t r e el en f a do y l a pe n a
qu e v u e st r o g u s t o r ef i e r e,
bi en h a y a l a qu e n o o s q u i e r e,
y qu e j a o s en h o r a bu en a .
C o m ba t í s s u r e s i s t e n c i a
y l u e go , c o n g r a v e da d,
decís que fue liviandad
l o qu e h i z o l a di l i g e n c i a .
D a n v u es t r a s a m a n t es p en a s
a su s l i b er t a d es a l a s,
y d e s pu és d e h a c e r l a s m a l a s
l a s qu er éi s h a l l a r m u y b u en a s.
P a r e c e r qu i e r e e l de n u e do
de vuestro parecer loco,
a l n i ñ o q u e po n e e l c o c o
y l u e go l e t i e n e m i e d o .
¿Cuál
en
la
o el
m a y o r c u l pa h a t e n i do
u n a p a si ó n er r a d a :
qu e c a e de r o g a d a
qu e r u e ga d e c a í do ?
Queréis, con presunción necia,
h a l l a r a l a qu e b u s c á i s
pa r a , p r e t e n di d a , T a i s 19;
e n l a p o s e s i ó n , L u c r e c i a 20.
¿O cuál es más de culpar
a u n qu e c u a l qu i er a m a l h a g a :
l a qu e p ec a po r l a p a ga
o el qu e p a ga po r p ec a r ?
¿ Q u é h u m o r pu e d e s e r m á s r a r o
qu e e l q u e , f a l t o de c o n s e j o ,
é l m i s m o e m pa ñ a e l e s p e j o
y s i e n t e qu e n o e s t é c l a r o ?
¿ P u es p a r a qu é o s e s p a n t á i s
d e l a c u l pa qu e t en éi s?
Q u e r ed l a s c u a l l a s h a c éi s
o h a c e d l a s c u a l l a s bu sc á i s.
C o n e l f a v o r y e l de s d é n
tenéis condición igual:
qu e j á n do o s s i o s t r a t a n m a l ;
bu r l á n d o o s , s i o s qu i e r e n bi en .
D ej a d de so l i c i t a r ,
y d e s pu és, c o n m á s r a z ó n ,
a c u sa r é i s d e a f i c i ó n
d e l a qu e o s f u er e a r o g a r .
O p i n i ó n n i n gu n a g a n a ,
B i en c o n m u c h a s a r m a s f u n do
17
Cogote.
La prohibición es causa de deseo.
19
Cortesana de Alejandría del siglo IV. Mujer de mala vida.
20
Dama romana que, ultrajada, se suicidó.
18
30
pu e s l a qu e m á s s e r e c a t a ,
s i n o o s a d m i t e , e s i n gr a t a ,
y s i o s a dm i t e , e s l i v i a n a .
qu e l i d i a v u e st r a a r r o g a n c i a ,
pu e s en pr o m e s a s e i n st a n c i a
j u n t á i s di a bl o , c a r n e y m u n do .
S i e m pr e t a n n e c i o s a n d á i s,
qu e , c o n d e s i gu a l n i v e l ,
a u n a c u l pá i s po r c r u e l
a o t r a po r f á c i l c u l pá i s .
1. ¿Q u é tr a m a t i e n e e s t e po e m a ?
2 . ¿Q u é f u nci ó n d el l e ng u a j e pr ed o mi n a ?
3 . S u br a y a v er so s e n l o s qu e m a ni f i e st a l a ac ti t ud co n tr a dic to r ia d e l ho m br e
r es p ec to d e l a m u j er .
4 . S e ñ al a a n t ít e s i s, m e t á fo r a s , i n t er r oga cio n e s r etór ic a s y r e tr u é ca no s.
5 . An al i za m é tr ic a y r i m a de lo s o cho pr i m er o s v er so s.
6 . ¿ Cu ál es l a ac t it ud d e S o r J u a na fr e nt e a l os ho m br e s ?
7 . ¿D e q u é l o s c u l p a ? ¿Q u é s e l e s r e pr och a ?
8 . ¿Q u é l u g ar le d a a l a m u j er ?
9 . Id e n ti f ic a, s u br a y a nd o e n el po e m a l a s a nt í t e si s y l o s r e tr u éc a n os u til i za do s.
Aspectos importantes sobre la poesía
La poesía
La poesía es un tipo de discurso literario que se caracteriza por un uso particular del lenguaje: un
uso figurado no literal. Se juega con las palabras, sus sonidos y con su distribución en el espacio. De esta
manera, se sugieren múltiples significados. Como se persigue un fin estético, es habitual que no se
respeten las reglas de puntuación y el uso de mayúsculas. El texto se divide en unidades llamadas versos
que, a veces, se agrupan en estrofas.
Procedimientos
Las palabras tienen dos tipos de significados: uno básico, que encontramos en los diccionarios,
llamado denotativo, y otro de valor imaginativo o afectivo que se denomina connotativo.
Para lograr este efecto sugerente del lenguaje se emplean distintos procedimientos:
La comparación: establece una relación de semejanza entre un elemento real (A) y uno imaginario (B)
mediante un nexo comparativo (como, cual)
La caverna aparecía comoun formidable bostezo de la tierra.
A
B
La metáfora: sustituye el elemento real (A) por uno imaginario (B)
En un formidable bostezo de la tierra el monstruo dormitaba.
B
Personificación: atribuir acciones o cualidades de personas a las cosas inanimadas o abstractas o a
los animales.
El león piensa en una táctica.
La mesa espera a los comensales.





Imágenes sensoriales: son recursos que se usan para representar lo que se percibe a
través de los sentidos. Ellas son:
Imágenes visuales: “Las blancas palomas de la paz”
Imágenes auditivas: “Los fuertes golpes en la puerta”
Imágenes olfativas: “El perfume de las flores”
Imágenes táctiles: “Suave terciopelo que cubres mi lecho”
Imágenes gustativas: “Dulce néctar divino”
31
Sinestesia: consiste en la unión de dos imágenes que pertenecen a distintos campos sensoriales.
“Dulce perfume”, “Amargo color”.
Hipérbaton: Alteración del orden sintáctico.
Cae la lluvia suavemente.
Hipérbole: exageración.
La lluvia no es agua, es plomo que cae del cielo.
Anáfora: Repetición de una o varias palabras al principio de uno o varios versos.
“Mirad, mirad al pecador,
Mirad al conquistador.”
Paralelismo: consiste en la identidad o semejanza de construcción entre dos o más unidades
sintácticas (oraciones) o métricas (versos). Es muy habitual que el paralelismo coincida con la
aparición de figuras de repetición tales como la anáfora.
Ejemplo. A sus suspiros, sorda, /A sus ruegos, terrible,/ A sus promesas, roca
(Tirso de Molina)
Retruécano: se repiten varias palabras o la oración entera, invirtiéndose el orden de los términos de
modo que el sentido del sintagma o de la oración se vuelva del revés y se produzca la significación
contraria.
Ejemplo. ¿No ha de haber un espíritu valiente? /¿Siempre se ha de sentir lo que se dice? /¿Nunca se ha
de decir lo que se siente?
(Francisco de Quevedo)
Aliteración: consiste en la repetición de un sonido o grupo de sonidos con un fin expresivo
determinado. La repetición del fonema refuerza la representación sensorial que el lector se hace al
leerla.
Ejemplo. Con el ala aleve del leve abanico (impresión de jugueteo, de vibración ligera)
(Juan Ramón Jiménez)
En el silencio sólo se escuchaba / un susurro de abejas que sonaba.
(Garcilazo de la Vega)
Enumeración: se trata de la división de un tema en sus partes, las cuales se expresan con detalles.
Estos detalles van en contacto, ordenaos mediante asíndeton o polisíndeton.
Ejemplo. Cuando Roma es cloaca, / mazmorra, calabozo,/ catacumba, cisterna,/ albañal, inmundicias, /
ventanas rotas, grietas,/ cornisas que se caen
(Rafael Alberti)
Antítesis: consiste en la contraposición de dos ideas opuestas. Puede producirse entre palabras,
construcciones u oraciones.
Ejemplo. Lealtad en el buen amigo,/ traición en el enemigo,/ en la noche oscuridad/ y en el día claridad
(Tirso de Molina)
Descripción: consiste en la presentación detallada de objetos, personas, lugares o tiempos, con el fin
de que el lector los vean con más claridad y se les hagan reales y evidentes. Se llaman:
Ejemplo. Sobre el monte pelado/ con calvario/ agua clara/ y olivos centenarios
(Federico garcía Lorca)
Comparación: se establece una relación entre dos elementos diversos, unidos mediante una partícula
comparativa.
Ejemplo. ¿Cuánta nota duerme en sus cueras/como el pájaro duerme en las ramas.
(Gustavo Adolfo Bécquer)
Adjetivación: modifica a los sustantivos.
Ejemplo. Y que vuestro mirar ardiente, honesto.
(Garcilazo de la Vega)
32
Epíteto: es el adjetivo cuyo significado ya está implícito en el sustantivo: roja sangre, cielo azul,
blanca nieve, frío mármol.
Ejemplo. Con clara luz la tempestad serena.
(Garcilazo de la Vega)
Pregunta retórica: interrogación de la que no se espera respuesta, porque la pregunta ya contienen
implícitamente su contestación.
Ejemplo. ¿Qué se hicieron las damas,/ sus tocados e vestidos,/ sus olores? / ¿Qué se hicieron las llamas
de los fuegos encendidos?
(Jorge Manrique)
Ironía: consiste en decir algo de tal manera que se entienda lo contrario de lo que las palabras
parecen indicar.
Ejemplo. "El valiente soldado, huyó de la batalla"
Arcaísmo: consiste en la utilización de una expresión antigua o desusada.
Ejemplo. ¡Fuerzas, cielo, porque al vella / querré matalla y mordella/ y eso sería delatalla! / ¡Juro a Dios
que he de miralla / y escuchalla sin vendella!"
(Pedro Muñoz Seca)
Neologismo: se trata de utilizar expresiones novedosas. Por ejemplo: “software”, “zapping”, etc.
La métrica
Es el estudio de la medida de los versos. La suma de las sílabas de un verso varía según la acentuación
de la última palabra:
Graves: se cuentan todas las sílabas.
Agudas: se suma una sílaba.
Esdrújulas: se resta una sílaba.
Para hacer que todos los versos coincidan en cantidad de sílabas se utilizan las licencias poéticas.
Éstas son:
La sinalefa: consiste en unir la vocal final de una palabra con la vocal inicial de la siguiente. (La
letra Y cuando es usada como conector se considera una vocal. La H al principio de una palabra no
se considera puesto que es “muda”)
Al /su / bir /en/ laes/ ca / le /ra
El hiato: consiste en no considerar una sinalefa.
A / llá / vio// un / pas / tor / ci / to
La rima
Es la coincidencia de sonidos finales entre versos, a partir de la última vocal
acentuada. La rima puede ser asonante (cuando coinciden las vocales) o consonante
(cuando coinciden los sonidos vocálicos y consonánticos).
Rima consonante
Había una vez una vaca
En la Quebrada de Humahuaca.
Como era vieja, muy vieja,
Estaba sorda de una oreja.
Rima asonante
Se enojó la luna,
Se enojó el lucero,
33
Porque esta niñita
Riñó con el sueño.
Si los versos no riman entre sí, se llaman versos blancos.
Nieve: dame tus agujas.
Nube tiéndeme tu fresca
Y rizada muselina.
Grupos de versos
Los v er so s p u ed e n a g r up ar s e a do pt a n do l a s s ig u i e nt e s for m a s:
 S ER IE S I N DE F I N I D AS , o s e a s uc e si o n es de v er so s i g u al e s, c omo el r o m a nc e, o d e
v er so s d e si g u al e s co mo l a si lv a .
 ES T RO F AS : o s ea c o m b i n aci o n es d e e s t r uctur a d et er m i n ad a qu e g e n er al m e n t e s e
r ep i t e a lo l ar go d e la c o m po sic ió n. L as e s tr of a s pu e d e n ag r up ar v er s o s d e ig u a l
m ed id a : t er ce to , c u a r t e to , d éc i m a o de d i s ti n t a m e di d a: lir a, e s ta n ci a , cop l a de pi e
qu e br a do .
Nº d e v e r so s
No m br e d e la e st ro f a
Do s
P ar e ado s
Tr e s
T er ce to s
Cu a tr o
Cu ar t e to s, co pl a s, r e don di ll a s, e tc.
Ci nc o
Qu i nt e to
Seis
S e xt ill a , s ex t i n a.
Och o
Oc t av ill a .
Di e z
Dé ci m a
C ato r c e
S on e to
Neoclasicismo
¿Qué fue el Neoclasicismo?
Transcurrían las tres primeras décadas del siglo XIX. América estaba convulsionada. Las
economías regionales, sujetas a las necesidades de los españoles y las aspiraciones políticas de
los criollos eran siempre desplazadas en beneficio de España y con ella el debilitamiento de los
vínculos entre la metrópolis y las colonias.
¿Por qué seguir dependiendo de otra nación? América ya se había extendido el ideario de
la libertad, la independencia y la justicia. Las minorías cultas estaban al tanto de las ideas que
habían impulsado la independencia de Estados Unidos (1776) y la Revolución Francesa (1789).
Eran las que se habían desarrollado en Europa durante los siglos XVIII llamado “siglo de las
luces”: la soberanía popular, división de poderes, tolerancia religiosa independencia para
comerciar. Razón, progreso, libertad, igualdad, ganaron el corazón de los americanos. En suma,
las ideas del liberalismo y la ilustración cuya concepción del mundo y del hombre, su cosmovisión,
era intelectual.
En una sociedad cuya política y economía se estaban resquebrajando, fue tomando
fuerza un ideario que permitiría a las minorías cultas hacerse cargo del poder político y mejorar
las condiciones de vida de los americanos. Los descubrimientos científicos y los avances
tecnológicos habían cambiado las expectativas de la sociedad y se planteaba la necesidad de
educar al pueblo, de acumular conocimiento y difundirlo. Acompañaban este proyecto sectores
desplazados como los negros, los indios y criollos porque implicaba también para ellos ampliar
sus posibilidades sociales y culturales.
En el Virreinato del Río de la Plata, particularmente, ya habían sucedido hechos como las
invasiones inglesas, que habían generado la confianza del pueblo en sus propias fuerzas. Había
líderes capaces de orientar hacia una meta de bienestar común, había un pueblo capaz de pelear
por sus ideales. Se daban, entonces, las condiciones para autogobernarse. Y, como consecuencia,
se gestaron las luchas de la independencia que involucraron no sólo a nuestro país sino al
conjunto de países americanos, ya que la historia en todos era muy similar. Es en este contexto
34
histórico en el afloró el Neoclasicismo, que fue un movimiento cultural consistente en un retorno
a los valores universales clásicos.
El neoclasicismo reprodujo en América las características con las que se había
desarrollado en Europa (siglo XVIII), pero aquí profundizó aspectos relacionados con el
contexto hispanoamericano. Como la mayoría de los movimientos, las fechas de comienzo y de fin
no se pueden precisar con exactitud. Es lo mismo que ocurre con el fenómeno del arco iris cuyo
comienzo y fin son imposibles de precisar.
El Neoclasicismo en América
En literatura, el neoclasicismo presenta las siguientes características:
1. Los escritores imitan los modelos de la antigüedad clásica. A estos se los considera perfectos por la
armonía y el equilibrio de sus formas. Se vuelve al mundo grecorromano y a su mitología como fuente de
inspiración. Son frecuentes, por ejemplo, las alusiones a Marte, Venus, Baco.
2. El arte es normativo, es decir, está sujeto a reglas. No hay lugar para el genio individual, el artista
debe expresar el sentimiento colectivo y utilizar las formas consagradas por las preceptivas. Por ejemplo,
la poesía seguirá rígidamente las convenciones de las formas estróficas: odas, himnos, elegías, soneto;
utilizará los versos de arte mayor y recursos como el hipérbaton (alteración del orden sintáctico); el
vocabulario es culto, de gran corrección y claridad; pero también sobrecargado de expresiones retóricas,
artificiosas, alejadas del habla cotidiana.
3. La literatura tiene un carácter didáctico, como lo tenía también la literatura clásica latina y griega. El
artista debe educar a la sociedad y guiarla por el camino de los ideales sociales y éticos. Para lograr el
efecto estético hay que transmitir la verdad y, al hacerlo, se deja siempre una enseñanza. La belleza es
razonable, se puede demostrar. Sólo lo verdadero es bello, de allí la belleza útil.
4. Predominio de la razón y de la verdad. El arte no manifiesta las emociones, solamente traduce lo
intelectual y racional. Interesa el concepto, no la pasión; lo denotativo, no lo connotativo.
5. Al elegir los temas, el escritor hispanoamericano se inclina por una alabanza a la naturaleza, que es
vista como fuente de riqueza y por lo tanto de progreso, o por una exaltación de los sentimientos
patrióticos, es decir se pone la escritura al servicio de la sociedad.
6. Nuestros artistas utilizan la escritura como un arma de propaganda política, como un instrumento de
independencia. Se sienten "voceros del pueblo". Por ello, la literatura tiene una función social, se pone al
servicio de una causa que la trasciende.
En síntesis, América logra plasmaren su literatura temas que le son propios: la naturaleza, la patria, pero
lo hace usando el modelo europeo. Esto refleja una voluntad de responder a las condiciones del entorno
hispanoamericano, pero también una imposibilidad de despegarse de las influencias extranjeras. No
obstante, se ha abierto la primera puerta hacia la búsqueda de lo propio.
El Himno Nacional Argentino
En eventos deportivos o en fiestas nacionales, en marchas de
protesta de origen popular o en discursos políticos, el Himno
Nacional Argentino preside y se ofrece como un símbolo de
identidad y de unidad. Nos hace sentir que por encima de las
diferencias compartimos un mismo territorio y una misma
historia.
Este es el valor de nuestro himno y de todos los himnos
nacionales, de allí que despierten el fervor y el respeto
porque detrás de cada uno de ellos hay una historia llena de
coraje y de convicción. Respetándolo, nos respetamos y
recuperamos en el hoy la memoria de nuestro pasado.
35
Himno Nacional Argentino
Oid ¡mortales! el grito sagrado:
¡Libertad, Libertad, Libertad!
Oid el ruido de rotas cadenas:
Ved en trono a la noble Igualdad.
¡No lo véis sobre el triste Caracas
Luto y llantos y muerte esparcir!
¡No lo véis devorando cual fieras
Todo pueblo que logran rendir!
Se levanta la faz de la tierra
Una nueva y gloriosa Nación:
Coronada su sien de laureles
Y a sus plantas rendido un León
Sean eternos los laureles
Que supimos conseguir.
Coronados de gloria vivamos
O juremos con gloria morir.
Sean eternos los laureles
Que supimos conseguir.
Coronados de gloria vivamos
O juremos con gloria morir.
A vosotros se atreve ¡Argentinos!
El orgullo del vil invasor,
Vuestros campos ya pisa contando
Tantas glorias hollar vencedor.
De los nuevos campeones los rostros
Marte mismo parece animar;
la grandeza se anida en sus pechos,
A su marcha todo hace temblar.
Más los bravos que unidos juraron
Su feliz libertad sostener,
A esos tigres sedientos de sangre
Fuertes pechos sabrán oponer.
Se conmueven del Inca las tumbas
Y en sus huesos revive el ardor,
Lo que ve renovando a sus hijos
De la Patria el antiguo esplendor.
Sean eternos los laureles
Que supimos conseguir.
Coronados de gloria vivamos
O juremos con gloria morir.
Sean eternos los laureles
Que supimos conseguir.
Coronados de gloria vivamos
O juremos con gloria morir.
El valiente argentino a las armas
Corre ardiendo con brío y valor,
El clarín de la guerra cual trueno
En los campos del Sud resonó,
Pero sierras y muros se sienten
Retumbar con horrible fragor:
Todo el País se conturba por gritos
De venganza, de guerra y furor.
Buenos Aires se pone a la frente
De los pueblos de la ínclita Unión,
Y con brazos robustos desgarran
Al ibérico altivo León.
En los fieros tiranos la envidia
Escupió su pestífera hiel,
Su estandarte sangriento levantan
Provocando a la lid más cruel.
Sean eternos los laureles
Que supimos conseguir.
Coronados de gloria vivamos
O juremos con gloria morir.
Sean eternos los laureles
Que supimos conseguir.
Coronados de gloria vivamos
O juremos con gloria morir.
San José, San Lorenzo, Suipacha,
Ambas Piedras, Salta y Tucumán,
La Colonia y las mismas murallas
Del tirano en la Banda Oriental;
¡No lo véis sobre Méjico y Quito
Arrojarse con saña tenaz,
Y cuál lloran bañados en sangre
Potosí, Cochabamba y la Paz!
Son letreros eternos que dicen:
Aquí el brazo argentino triunfó
Aquí el fiero opresor de la Patria
Su cerviz orgullosa dobló.
36
Sean eternos los laureles
Que supimos conseguir.
Coronados de gloria vivamos
O juremos con gloria morir.
Sean eternos los laureles
Que supimos conseguir.
Coronados de gloria vivamos
O juremos con gloria morir.
La victoria al guerrero argentino
Con sus alas brillantes cubrió
Y azorado a su vista el tirano,
Con infamia a la fuga se dió;
Desde un polo hasta el otro resuena
De la fama el sonoro clarín,
Y de América el nombre enseñando,
Les repite: ¡Mortales! Oid:
Sus banderas, sus armas se rinden
Por trofeos a la Libertad,
Y sobre alas de gloria alza el pueblo
Trono digno a su gran majestad.
¡Ya su trono dignísimo abrieron
Las provincias unidas del Sud!
Y los libres del mundo responden:
¡Al Gran Pueblo Argentino Salud!
Actividades
1. ¿Con qué propósito se habrá escrito el Himno? Encierren con llaves los versos que se
cantan actualmente.
2. ¿Qué significan en el texto las siguientes palabras: fragor, conturba, pestífera, lid, saña
tenaz, hollar, brío, ínclita, cerviz, azorado.
3. El lenguaje utilizado es retórico, artificioso, solemne, majestuoso. Ejemplifiquen.
Expliquen qué simboliza: "rotas cadenas", "león", "laureles".
4. Según el contenido, el Himno se organiza en tres partes. Márquenlas en el texto:
Anuncio a la humanidad del nacimiento de una nación - Enumeración de los hechos que
posibilitaron ese nacimiento - Saludo de todos los pueblos libres
5. ¿A qué lugares de la América hispánica hace referencia el Himno? ¿Qué batallas contra
los realistas se mencionan?
6. A la izquierda de las siguientes expresiones anoten una "A" o una "E" según se refieran a
argentinos o a españoles:
Vil invasor
fuertes pechos
nuevos campeones
fiero opresor
tigres sedientos
feliz libertad
pestífera hiel
fieros tiranos
noble igualdad
7. Se utiliza una adjetivación con una fuerte carga valorativa. Subrayen los adjetivos y
determinen si la valoración es positiva o negativa y cuál es la intención del autor.
8. En una estrofa el autor invoca a "Marte" y al "Inca", ¿a qué culturas hace referencia? En
el Himno aparecen dos temas contrapuestos, ¿cuáles son? Anótenlos:....................... vs.
..........................
9. En el texto aparecen resaltados ejemplos de las siguientes figuras literarias: imágenes
auditivas
y
visuales,
pregunta
retórica,
personificación,
hipérbaton,
hipérbole,
enumeración, anáfora, comparación, metáfora y apostrofe. (A veces hay dos figuras en la
misma expresión.)
10. El yo lírico emplea el "vosotros" y el "nosotros", ¿qué forma pronominal utiliza en las
octavas y cuál en el coro? ¿Por qué?
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El Himno es una composición culta cuya versificación es regular. Respeta estrictamente
una preceptiva literaria, es decir, normas o pautas para escribir textos literarios según el
género al que pertenecen. Analicen la versificación de la primera estrofa del Himno y del
estribillo: estrofa, métrica y tipo de rima.
El Himno pertenece a la llamada Literatura de la Independencia porque se gestó como
consecuencia de las luchas por la libertad. Se enmarca dentro de un movimiento cultural
denominado NEOCLASICISMO.
S I GL O X I X. R O MA N TI C IS M O. C O NTE XT O H IS T Ó RI C O , S O C IAL Y CUL T UR AL.
M arco h i s tó r ico . El R o m a n ti ci s mo h i s p a no a m er ic a no , co mo m ov i m i e nto l it er ar io, e st á
v i ncul a do d ir ec t a m e n t e a u n l ar go p er ío do q u e v a d e sd e 183 0 h a st a 1 860,
a pr ox i m ad a m e n t e y q u e s e co n o c e co n el n om br e d e a n ar q u í a. E n e st e p er íod o t ur bu l e n to
de l a v id a p o l ít ic a de l a s n ac io n e s d el co nt i n e n t e, e l s ig n o m á s e v id e nt e s er á l a
i n e st a b ili d ad so c i al , l a s gu er r a s c i v il e s, el de s po t is m o.
Tr a s a ño s d e lu ch a ci vi l es s i g n ad a s po r la v iol e n ci a , co m i e n za a d e f i nir s e u n a
i n e st a b ili d ad p o l ít ic a qu e mo di f ic a l a i m a g e n d e u n a H is p a no a m é r ica d e gr a nd e s t e n si on e s
soc i al e s. Co ncl u y e u n a l ar g a e s p er a y s e h ac e pr e s e n t e u n a g e n er ac ió n qu e i n ic i a l a
or ga n i zac ió n n ac io n al.
La fo r m ac ió n d e lo s pu e blo s h i s p a no a m e r ica no s , q u e e s t ab l e ce cr on ológ ic a m e n t e
di f er e nc i a s e ntr e l a a n ar q uí a y l a or g a ni zac ió n n ac io n al n ac e b a jo el s ig no del
Ro m a nt ic i s mo li t er ar i o q u e p u ed e s er co m p r en di do e n d o s gr a nd e s g e n er ac io n e s:
1º Pe r ío do i n ic ial . Ro m a nt ic i s mo soc i al . ( 1830 - 1 860 ). L a pr i m er a g e n er a ció n es t á
s us t e n t ad a e n el p e n s a m i e nto d el l i b er al i s mo q u e n ac e c o n el e nc iclo p ed i s mo d el s ig lo
XV I I I y co n l a s i d e a s d e l i b er t ad y d e mo cr aci a. E s u n a g e n er a ció n e n l a cu al e st á al
s er v ic io d e l e scl ar e ci m i e nto i d eoló gi co d e cor r ie nt e s li b er a l e s y d e pr o gr e so a n t e e l
p a nor a m a d e so l ado r de u n a so ci e da d qu e e n fr e n t a a gr a nd e s n úcl eo s h u m a n os,
de s po s e ído s d e d ef i n ici o n es c ult ur al e s, con lo s gr u po s m i nor it ar i os i lu s tr ad o s. S on
po e t a s, no v el i s t a s o e n s a y i st a s q u e a s u m e n l as r e s po n s a b ili da d es pol ít ic a s d e s u
ti e m po y co mo e scr it o r es i ncor p or a n a l a s letr a s l a v i si ón pol é m ic a q u e d e fi n e al s e r
n ac io n al.
2º P e rí o do s ec u nd ar io . R o ma n t ici s mo s e n ti m e n t al. ( 1 86 0 - 18 90 ). L a s e gu nd a
g e n er ac ió n d et e r m in a un a s e p ar ac ió n e ntr e l a s pr eoc up a cio n e s pol í tic a s d e l a pr i m er a
y u n r o m a nt ic i s mo m á s pur o y s e n t i m e nt a l, a tr a v é s d e o br a s lit er ar i a s q u e i nt e n t a n
con mo v er al l e cto r e i m po n er el r e i n ado d el m u ndo su b j e ti vo. L a s d e scr i pc io n e s e s t á n
cir cu n scr i p t as a c a t ego r í a s e s pir i t u al e s , el p a i s a j e id e al i zado s e s it ú a e n u n
r eg io n al is m o qu e an u n ci a el tr i u nf o d el co s tu m br i s mo loc al i st a.
Los di f us o r e s d e l a s n ue v a s id ea s . L a co s mo v i sió n y l a s for m a s d el R o m a nt ic i s mo
e ur op eo p e n e tr ar o n e n Hi s p a no a m ér ic a t e m pr a n a m e n t e y por d i s ti n t a s v í as :
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Los vi a j ero s : al gu no s e ur op eo s ll eg ar on a Hi s p a no a m ér i c a p ar a r ecor r er la y
de scr i b i er o n s u s p a i s a j e s co mo l u g ar e s ex ót ico s o hi ci er o n u n r ec u e nto d e s u s
po t e nci a l es ut il id ad e s ; o tr o s ll eg ar o n p ar a i n st al ar s e ( a br ir es cu el a s, t all er e s d e ar t e ,
s alo n e s d e l ect ur a) , a tr a ído s por lo s go bi er no s d e l a s n u e v as r e pú bl ic a s , q u e
f a vor ec í a n t a m b i é n l o s vi a j e s d e for m ac i ón y e s tu di o d e lo s cr iollo s. Lo s pr i n ci p al e s
ce n tr o s cul t ur al e s e ur o p eo s ( P ar í s y L o n dr e s) mo str a b an a lo s hi s p a no a m er ic a n os el
pr ogr e s i vo tr iu n fo del e s t ado b ur gu é s mo d er no ( un id o a l ca p it a li s mo , a l a
i nd u str i al i z ac ió n , a l li b er al i s mo pol ít ico y e conó m ico ) y d e l a s nu e v a s for m a s ar tí s ti c a s
y l i t er ar i a s q u e aco m p a ñ ar o n e st a s tr a n s for m ac io n e s. E n tod os lo s c a so s , el vi a j e r o
fu e d if u so r ( co nc i e nt e o i nc o ns ci e n t e ) d e l a c os m o vi s ió n r o m á nt i ca.
Los
l i bro s : l a s p r im er a s no v el a s pr er r om á n tic a s i ngl e s a s y fr a nc e s a s d e
Ch a t e au br i a nd , lo s r el a to s h i s tór ico s d e Wal t er S cou t, d e R u ss e a u , lo s po e m a s de
B yr on, lo s t ex to s d e Víc to r Hu go, e n l a le n gu a or i gi n al o e n tr ad ucc io n e s, co n s ti t uí a n
el eq u ip a j e m á s v al io s o d e lo s vi a j er o s. L os i n t el e c tu al e s h i s p an oa m er ic a n os ad ec u ar o n
s us v id a s al mo d elo qu e e s to s t e xto s d i f u nd í a n, a nt e s d e e sc r ib ir de acu er do co n la
po é tic a r o m á nt ic a. Ade m á s , e s to s l ibr o s f or m ar on nu e v os ti p os de l ec tor e s y p ú bl ic os .
La m i s m a f u nc ió n c u m pl i er o n r e vi s t a s y d i ar io s (loc al e s y ex tr a n j er os ) y el t e a tr o de
la é po c a.
Caracteres generales del Romanticismo.
El Ro m a n ti ci s mo e s u n mo vi m i e n to li t er ar i o qu e a p ar ec e a pr i n c i pio s d el s igl o X IX y
s e ex t i e nd e r á p id a m e n t e p o r Eur op a. L a s i de a s d e l mo vi m i e n to pr ocl a m a b an l a r e no v ac ió n
de l a s ar t e s fu er a d e lo s mo ld e s r íg ido s e s t ab l eci do s por el N eo cla s ic i s mo.
En co ntr a po sic ió n co n e so s mo ld e s, el Ro m a n tic i s mo e s t a bl ec e r á l a pr e e m i n e nc i a d e
la s e n s i b il id a d so br e la r a zó n, d el g e n io so br e l as r e gl a s.
La p al a br a ro m á n t ico a p ar ec e a f i n e s d el s iglo XV I I I e n Al e m a n i a p ar a d e si g n ar los
r el ato s s e n t i m e nt al e s. El vo c a blo ro m a n ti q u e (r om á n t ico ) s e i ncor p or a a l a l e n gu a
fr a nc e s a p ar a d e s ig n ar ev o c ac io n e s d el p a s ado ; e n i ngl é s ro m a n tic , a s í co mo e n al e m á n
ro m a nt i sch , s e ñ al a v i nc ul ac io n e s co n el m u ndo m ed i e v al. E n 1 80 0 e s e v oc a blo e s u til i zad o
p ar a d if er e nc i ar del Neo cl a sic i s mo a u n mo vi m i e n to q u e s e af ir m a e n Eur o p a com o
e xpr e si ó n d e v alo r e s lit er ar io s n u e vo s.
N ac e u n a n u ev a e st é tic a q u e s e v a d el i n e a ndo e ntr e pol é m ic a s y co n tr a dic cio n e s
dur a n t e el p er ío do 1 8 15 - 18 3 0 , h a s t a qu e s ur g en l a s d ef i n ic io n e s y l a s pr ocl a m a s. E n e s e
pr ogr a m a r o m á n tic o e nco n tr a mo s id e a s q u e s e v a n i m p on i e nd o e n el pl a no d e l a s l et r as y
de l a p olí t ic a. El r o m a n tic i s mo e s u n a li b e r ació n d el ar t e y d e l a p er so n al id ad. El yo s er á ,
ah or a, el c en tr o d el m u ndo d el ar t i s t a y por e so no pu e d e ad m it ir l a s u j ec ió n a r e g l a s
e xt er ior e s. N a ce e l c ult o a u n a n a tur al e za qu e e s l a pr oy e c ció n de lo s e s t ado s d e á n i mo.
N ac e, a tr a v é s d e la bú s qu e d a d e color l ocal , u n s e nt i m i e nt o de lo n ac io n al e n t a n to s e
pr e f i er e lo p ar t ic ul a r a lo un i v er s al. El a mor for m a p ar t e e se nc i al d el i d e al r om á n tic o
j u nto co n l a i d ea d e la li b er t ad , l a glor i a y el pr ogr e so. E n el m u ndo d e l a s u b j et i v id ad
n ac e n e l p e s i mi s mo , la no st al g i a o l a tr i s t e za, q u e s e pr oy ec t a n so br e l a r e al id ad d el
m u ndo.
El Ro m a n tic i s mo co m o e sc ue l a li t er ar i a t i e n e u n m arco h i s t ó rico ( si glo XI X ), u n
m ar co po l ít ico ( li b e r ali s mo ) , u n m arco g eog r áf ico ( Eur o p a y Am ér ic a ) , y u n m ar co
p si coló gi co ( un a nu e v a s e n s i bil id a d) . T a m b i é n s e p u ed e h a bl ar de u n r om a n ti ci s mo s oci al
( e s d ec ir , l a s id e a s del mo vi m i e n to r el ac i o n ad a s c o n el n ac io n al i s mo y el l i b er al i s m o), a
e s te cor r e s po nd e l a o br a A m al i a, d e J o s é M ár m ol; y u n r o m a nt i ci s mo i nd i vi du al ( es d ec ir ,
la s e x pr e s io n e s l i t e r ar ia s e n d o nd e pr e do mi n a n lo s s e n ti m i e n to s p er so n al e s ) al q u e
cor r es po nd e l a o br a M ar í a d e J or g e I s a ac .
Los do s a s p ec t o s d el Ro m a n tic i s mo .
La li t er a tur a h i s p a no a m er ic a n a d e s ar r olló
s i mu lt á n e a m e n t e l a s do s t e m á t ic a s, e n a p ar i e nc i a a n ti t é tic a s , del Ro m a nt ic i s mo e ur op eo:
u n ar t e i nd i vi du al i s t a , d e e v a s ió n y u n ar t e soc i al i st a , d e co m pr om i so.
La e v a si ó n. É st a f u e l a i n fl u en ci a m á s t e m pr a n a. G e n er al m e n t e, s e co n vir t ió e n
s i nó ni m o ex clu s i vo d e r o m a nt ic i s mo. S u s r a sg o s g e n er al e s m á s s a li e nt e s f u er on :
a ) Los p a i s a j e s so l it ar i o s ( br u mo so s, oto ñ al e s , cr e p u scul ar e s, no ct ur no s ) e n lo s q u e el
i nd iv id uo pr o y ect a b a s us s e nt i m i e nto s d e m el a nco lí a , a ng u s ti a , de s e s p er ac ió n.
b ) La s ub j e t iv id a d d el yo , qu e c o nf i e s a lo s de s bor d e s d e s u s s e n ti m i e n to s y d e s u
f a nt a s í a, n o co n tr o la do s p or la r a zó n.
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c ) El a l e j a mi e n to (d e u n pr e s e n t e y d e u n a m b i e nt e ad v er so s) por m ed io d e l a cr e ac ió n
e s té t ic a, h ac i a p a s ad o s r e mo to s o h ac ia l u g ar e s e xót ico s.
d) La v al o r ac ió n d e l a s s o ci ed a d es y d e l a s n a tur al e za s pr i m it i v a s
e ) El g e n io e n r e b el ió n c o n l a s r egl a s e n v ig e n ci a, c u y a o br a s ur g e a p ar t ir de f u er za s
i nco n sc i e nt e s ( qu e s e m a n if i e s t a n e n lo s s u e ño s, e n lo s d e lir i os , e n l a loc ur a y q u e
e s tá n l ig ad a s a l e s p ír it u d e l a co m u n id ad )
El co m p ro m i so . E s t a l í n e a r o m á nt ic a ll e g ar á m á s t ar dí a m e n t e, a tr a v é s d e l a
lit er at ur a fr a nc e s a , p u es to qu e e n Fr a nc i a do nd e s e d e s ar r olló a p ar t ir de 1830 y d e
la r e vo luc ió n qu e p u so fi n a l a R e st a ur a ció n. S u s c ar ac t er í s tic a s m á s i m por t a nt e s
fu er o n:
a ) La o br a l i t er ar i a no s e ago t a b a e n e l g oce e s t ét ico n i e n el d e s bor d e d e lo s
s e nt i m i e nt o s.
b ) La o br a l i t er ar i a s e e n t e ndi ó co m o u n ar m a d e co m b a t e y c o m o u n i n s tr u m e nt o d e
di fu s ió n d e id e al e s so ci al e s y pol í tic os .
c ) El cr e ad o r f u e, a l a v e z, u n ho m br e p úb lic o q u e ac t uó po lít ic a m e n t e. S u yo
i nd iv id u al s e tr a n s f o r mó e n u n yo soc i al id e nt i fi c ado co n s u p a tr i a y co n l a
hu m a n id ad e nt er a.
El al m a r o má n t ica .
La cr i si s d e l a c o nci e nc i a e ur op e a d el s ig lo X V II I f u e i nt e l ec tu al por qu e e st a b a
b a s ad a e n la pr ee m i n e nc i a d e l a r a zó n. El eq u il ibr i o y l a e st a b il id ad d el ar t e d e bí a n
e xpr e s ar s e s eg ú n no r ma s d e l a tr a dic ió n clá s ic a y b u sc ar el p er f ecc io n a m i e nto d el
ho mbr e.
La cr i s i s de l a co nc i e nc i a e n el si glo XI X e s s e n t i m e nt al , co n u n de s pl a za m i e n to d e
la s f a cu l t ad e s d el al m a q u e ahor a a dq u i er e n u n a i m por t a nci a c a p it al p ar a i nt er pr et ar
la r e al id ad e x ter io r .
La s car ac t er í st ic a s d el r o m á n tic o so n:
 Ego c e n tr i s mo : e l yo e s el c e ntr o d el mu n do
 Exc e n tr ici da d : el r o m á n tic o s e cr e e u n s er di st i n to y ú ni co
 Or i gi n al id ad : l a o br a de ar t e e s pr oduc t o de la i n s p ir ac ió n y no e s t á s u j e t a a
cá no n e s.
 I nd i vi du al i s mo : el s e n ti m i e n to d e b e e xpr e s ar s e l i br e m e n t e y la e mo ció n d e c ad a
u no d e b e r ei n ar po r s o br e to d as l a s co s a s.
 I m ag i na ció n : fr e nt e a u n mu n do pr os a ico el al m a s e h u nd e e n l a e n so ñ ac ió n y r om p e
la s fr o n t er a s d el t i e m po y d el e s p ac io qu e lo co n s tr i ñ e n.
N ac e el h ér o e r o m á n tic o d i st i nt o d e lo s de m á s , su p er ior por la f u er za d e s u s
s e nt i m i e nt o s, c o n r a s go s p si coló gi co s y fí s ico s pr o pio s q u e lo a í sl a n d e l a s oci e d ad y lo
di st i n gu e n c o mo u n t i po h u m a no y p ec uli a r . El h ér oe r o m á nt ic o e s jo v e n, s e n s i bl e y
her mo so . V iv e i n t e n s a m e n t e su s p a s io n e s y a v ec e s id e n ti f ic a al p er so n a j e co n el
a utor .
La n a tu ral e z a .
El s e n ti m i e n to d e la na t ur al e za e s u no d e lo s p il ar e s d e l a obr a l it er ar i a qu e
id e n ti f ic a a lo s es cr ito r e s d e e s t e mo v i m i e nto . El p o et a r o m á n tic o s e ad hi er e a la
n a tur al e z a po r qu e – a s il ado d el mu n do - e ncu e n tr a e n el l a un a r e s p u es t a a s us
s e nt i m i e nt o s.
La n at ur a l e z a co mi e n z a por s er un e s p ec t á culo aco g edor y lu e go s e tr a n s for m a e n
a m igo y co n f id e n t e. La tr i st e za d el r o m á n tic o s e id e n t if ic a c on p a i s a j es gr i s e s, l a
m el a nco lí a pr o y ec t a so br e lo s c i el os s e n s ac io n e s d e v ac ío o a b a ndo no y , por úl ti m o,
todo s lo s e s t ado s d e á n i mo s e f u nd e n co n s e nt i m i e nt o s q u e so n a tr ib u ido s a l a m i s m a
n a tur al e z a. E s t a ad qu i er e , e nto nc e s , u n c ar á c t er r eli g io s o, co mo si Di os s e
m a n if e s t ar a a l o s ho m br e s a tr a v é s d e el la. S e l a ador a y s e la co n v i er t e e n d e id a d
bi e n h ec ho r a. S e p ue d e d i alo g ar con l a s n u b e s, l a s ol a s, l o s ár b ole s , o v er e n l a n oc he
el mo m e n to pr o p ic io p ar a l a m e di t ac ió n, l a sol e da d y el e n s u e ño. La fr ec u e nc i a d e e st e
s e nt i m i e nt o fr e n t e a la n at ur al e za c o mo de id a d y co mo co n f i de n t e s e r efl e j a e n la
r ei t er ac ió n d e d et er m i n ado s tó p ico s li t er ar io s: lo s mo m e nt o s del d í a ( el cr e p ú scu lo, la
noc h e, l a i n m e n si d ad ), o d e t e m a s co m o la l u n a o l a t e m p e st ad , q u e co m p ar t e n l a
s er e n id ad o l a s p a s io n e s d e l h ér o e r o m á nt i c o .
El R o m a nt ic i s mo , e n s u a f án d e e sc a p ar d e la s l uc h a s d e l a ci v il i zac ió n , b u sc a e n l a
n a tur al e z a u n d e sc a n so y u n al b er g u e.
La N a tur al e z a e s l a pr olo ng a ció n d e l os s e n ti m i e n to s d el ho m br e. P a i sa j e s
noc t ur no s, pr ef i er e n la no ch e al dí a y l os lug ar e s m á s l úg u br e s. La r e al id ad e xt er i or
de b e s er i m i t ad a, b ú s qu e d a d e l a s ol ed ad , pr e f er e n ci a por lo s ca m po s , l o s bo s qu e s , la
mo n t a ñ a y el m ar ; pr i o r ida d d e l a n o c h e, l a lu n a y l a s e s tr el l a s; gu s to por l a s r u i n a s y
40
los m o nu m e n to s hi s t ó r ico s loc al e s; el p a i s a je e s sol id ar io con el ar t is t a y l o s
pr ot a go ni s t a s d e l a s o br a s; el p a i s aj e pr ov oca e s t ado s es p ir i tu a le s (l ír ic a ).
El ex o t i s mo .
La r e gr e s ió n d el ho m br e r om á n t ico f u er a de l a c iv il i zac ió n q u e lo qu i er e so m e t er
e xp lic a l a s b ú sq u ed a s d e lo exó t ico y lo s v i a j e s a p a í s e s m ar a v il loso s. L a l i t er a tur a e s
u n a i n v it ac ió n p ar a v i aj ar a u n a g eo gr a f í a di s t i nt a y u n a m a n er a d e so ñ ar con u n
p a s ado h er o ico q u e pr o m e t e l a f el ic id ad al ho mbr e s e n s ibl e . Lo s e scr i tor e s r o m á n tic o s
de sc u br e n p a ís e s q u e lu ego i ncor por a n a s u s obr a s. P ar a lo s e ur op eo s lo e xó tic o e s
Eg i pto , Or i e n t e, Gr e ci a y el nor t e d e Áf r ica , p ar a lo s a m er ic a no s lo exó t ico e s e l
i nd io.
El a mo r .
Co mo co n s ec u e nci a de l a li b er ac ió n d e lo s s e n ti m i e n to s q u e a hor a p u ed e n
e xp o n er s e p úb l ic a m e n t e a tr a v é s d e l a l it e r at ur a, ad qu i er e n u n a i m por t a nc i a d ec i s i v a
e n el Ro m a n ti ci s mo lo s e st a do s pr op io s d e l a mor i d e al i zado. El a m or e s e n no bl eci do y
el e v ado a l a c at e go r í a d e d e id a d, j u nto c o n l a n a tur al e za. L a m u j er a m ad a e s u n á ng el
qu e d e sc i e nd e d e lo s ci elo s p ar a p ur if ic ar el a l m a d e lo s r o m á nt ico s. Ad qu i er e a sí u n a
i m por t a nc i a q u e no h a bí a t e ni do n u nc a co mo lo d e m u e str a n l as in n u m er a bl e s no v el a s
s e nt i m e n t al e s qu e l a s t i en e n co mo pr ot a go n i st a s y d an no m br e a e s a s o br as .
P er so n a j es s i mb ó li co s d el Ro m a nt ic i s mo.
El i n di v id uo r o m á n ti co (r e b eld e , al t i vo, d e sd e ño so , co ntr ar io a l a s le y e s y a los
lí m it e s i m pu e s to s po r au to r id ad e s tir á ni c a s, d e s a f i a nt e ) s e si n tió e x pr e s ado e n l a s
fi g ur a s d e lo s t it a n e s ( m i t ad d io s e s, m it ad ho mbr e s ): Pr o m et e o ( r obó el fu e go s agr a do
p ar a e n tr e g ar lo a l o s ho mbr e s ), L uc if er , C a í n, Do n J u a n, el b a nd i do, el p ir at a , el fu er a
de l a l e y, e l jo v e n s uf r ie n t e -.
G é n ero s l it er ar io s d el Ro m a n ti ci s mo .
 La p o e s í a: l a id e n t if ic ac ió n d e l r o m án t ico co n el p o et a es c a si a b sol u t a. L a po e sí a
s er á l a e x pr e s ió n d ir ec t a m á s ad ec u ad a co n lo s e st a do s d el al m a.
El po et a
r om á nt ico co mu n ic a d ir ec t a m e nt e su s s e n t i m i e nto s. R e v i v e s u s e moc io n e s y otor g a al
v er so c al id a d de co n fi d e nci a , d e s e cr et o com p ar t ido co n el lec tor . S i e nt e l a
n ec e s id ad d e h a bl ar de s u s e st a do s m el a n cólico s y al i v i ar s u t r is t e za co m u n ic a ndo
s u do lo r . S e e xt i e nd e l a i nfl u e nc i a d e u n a po e s í a qu e e s e m i n e n t e m e nt e su b j e ti v a y
lír ic a. Lo s ac e n to s d e l a mor hu m a n o so n lo s r eco g ido s e n u n a po e s í a d e gr a n l ir i s mo.
As í e nco n tr a m o s :
 El po e m a s e n ti m e n t al : t e m a: e l a mor , l a r el i gió n , l a m e di t ac ió n.
 El po e m a d e sc r ip t i vo : t e m a: e l p ai s a j e.
 El po e m a n ar r at i vo : t e m a: an é cdo t a s h i st ó r ica s. r o ic a s.
Otras características :
 R ev alo r iz ac ió n d e l o s s e nt i m i e nto s . Tr i u nf o del s e nt i m i e nto so b r e la r a zó n : por e so
so n m u y a p a si o n ado s
 De s e o s d e o ri g i nal id a d .
 I nd i vi du al i s mo ( m a n if e s ta do, s obr e todo , e n l a cr e ac ió n ar t í st ic a ).
 T e nd e nc i a a l a m el a n co lí a, n eu ro si s , s u ici dio .
 Ev a si ó n de l a r eal i dad . S i e m pr e e s t á n di sc on for m e s co n el pr e s e nt e , por e s o
pr e f i er e n el p a s a do o el f u tur o.
 Bo he m i a d el ar t i st a.
 G u sto p o r la so l ed ad, la noch e , el te m a d e la mu e rt e y lo m i s t er io so .
 N ac io nal i s mo . Pa tr i o ti s mo : a m a n a s u p at r ia y su fr e n por ell a y m á s cu a n do d e b e n
e xil i ar s e.
 Hi s to r ic i s mo n aci o nal : la t e m á tic a n a cio n a l v u el v e a i n t er e s ar y la hi s tor i a n ac io n al
s e co n v i er t e e n la pr o v e edor a d e n u m er o so s t e m a s.
41
 I m po r t a nci a
her o í n a.
e
id ea l iz aci ón
d e la
f ig ur a f e m e n i na : a p ar ec e la mu j er á n g el, l a
 Colo r l o cal : r e v al o r i z ac ió n d e l p ai s a j e n a ci on al , co s tu m br e s y t i po s hu m a n os .
 F at al i st a s: n ad i e p u e de h uir d e s u pr o pio de s ti n o.
 B ús q u ed a d e l a l i b er t ad : n o sólo e n s u v id a , si no t a m b i é n e n l a c r eac ió n l i t er ar i a.
 S u b je t i vi s mo y se n t i m e n tal i s mo : I n t er pr e t a n a l a r e ali d ad d e s de s u p u nt o d e v i st a.
Pr ed o mi n io d e l yo d el ar t i st a; pr i or id ad d e l a i n s pir ac ió n y e l s e nt i m i e nt o sobr e l a
r a zó n; l ir i s mo s u b j et i vo ; i n t er ca m b io e n tr e la s al m a s h u m a n a s.
 Am o r : El a mo r y el s u fr i m i e n to qu e g e n er a l a i m po s i b ili d ad de a m ar e s el t e m a
pr i nc i p al. El a mo r e s el s e nt i m i e nto fu n d a m e n t al d el s er hu m a no y la v id a; e s u n a
for m a m á s d e l c ul to a D io s, y e st á e nn ob l ec ido por l a m u j er ; e l a mor por s obr e lo s
pr e j u ici o s e i nt er es e s.
 M u ert e : e s l a po s i b ili da d d e c o ncr e t ar lo q u e no s e p u ed e r e al i zar d ur a nt e l a v id a.
 Po pu la ri s mo : E l ar t e de b e r e pr e s e nt ar l a i nd iv id u al id a d d e c a d a p u e blo, s ólo p u ed e
lle g ar s e a lo u n iv er s a l a tr av é s d e lo r e gi o n al , el p u e blo e s el o r ig e n y d e s ti n a t ar io
de l a o br a ar t í s t ic a.
 R eli g io si da d y cr i s ti a ni s mo : a s p ir ac ió n i n fi n i t a h ac i a Dio s ; a s oci ac ió n d el ho m br e
con Di o s (d e í s mo ) y de Di os c o n l a n at ur a le za ( p a n t eí s mo ); cr e e nc i a e n el d e mo n io,
S a t á n y el Án g el C a íd o ; g u st o por lo s l ug ar e s r eli g io so s; l e y e nd a s r eli g io s a s .
 Otr o s co nt e n ido s ro m á nt ico s : do l o r i s mo, opt i m i s mo, e n so ñ ac i ón , v i sio n e s , m ú s ic a,
gi g a nt i s mo , s e pul cr al i s mo
 Id eo l o g ía : l i b er t ad p o lí tic a , d e mocr a t i s mo , pr ogr e s i s mo, c i e nt i fi ci s mo , f e m i ni s mo ,
r evo l uc ió n.
 Act it ud l ib r e fr e n t e al ar te : E l r om a n t ic i s mo e s l a r e vol uc ió n e n l a l i ter at ur a , el
ar t i st a d e b e r o m p er co n l a s nor m a s y l a s r egl a s cl á s ic a s; no h a y s e p ar aci ó n e n tr e
los g é n er o s; p u ed e m e zc l ar s e l a pr os a y el v er so; c a m b io e n l a s co m b i n ac io n e s
m é tr ic a s y e str ó fi c as ; r e v alor i zac ió n d e l a pr op i ed a d i n di v id u al.
 G é n ero s pr e fe r ido s : la po e s í a, l a no v el a h i stór i c a, el dr a m a ( m e zcl a d e tr a g ed i a y
com e di a ); l a l e y e nd a y el c u e n to.
 Le n gu a: i nd e p e n d en ci a id io m á ti c a, e m pl eo de l a l e n gu a pr o pi a .
ACTIVIDADES
Leer el texto: Siglo XIX. Romanticismo. Contexto histó rico, social y cultural.
1.
C o n f e c c i o n a r u n m a p a c o n c e pt u a l c o n l o s c o n t e n i do s d el m i sm o .
L e e r e l t e x t o : S i g l o X I X . C a r a c t e r e s g e n e r a l e s d e l Ro m a n t i c i s m o .
2.
C o n f e c c i o n a r u n m a p a c o n c e pt u a l c o n l o s c o n t e n i do s d el m i sm o .
LA NOVELA
La novela en el siglo XIX: en el siglo XIX, José Joaquín Fernández de Lizardi fue el
iniciador del género en Hispanoamérica, con sus novelas elaboradas entre 1815 y 1820. En ellas se
incorporan los primeros personajes femeninos en roles protagónicos, los mecanismos del folletín y
la preocupación por la mujer como público lector. La novela tiene una base verídica y busca en el
pasado la reconstrucción de costumbres y ambientes nacionales que permiten precisar los detalles
del color local. La obra de carácter documental presenta cuadros de tipos humanos y de
situaciones políticas de la época.
42
Clasificación de las novelas del siglo XIX.
Novela histórica
Novela sentimental
Evo ca n la s ép o ca s
d e la co nq u is ta y d e
la co lo ni a.
So b r e
un
fo nd o
hi s tó r i co
ap ar ece n
p erso n aj es
y
si t uac io ne s
de
ficc ió n r ela cio nad o s
co n
la s
p ro b le má ti ca s
d el
ho mb r e r o má n ti co
Te ma s:
a. Re co ns tr uc ció n
d el p a sad o .
b . Lu c ha s
de
lo s
ind io s co ntr a lo s
esp a ño le s.
c. Lo s
p r o c eso s
inq u i si to r i ale s.
d. Las a ve n t ur a s d e
lo s p ir a ta s .
Te ma s:
a mo r
p uro
e
i mp o s ib l e e n tre ad o le sc en te s,
co n fli cto s e ntr e e l a mo r y el
d eb er.
El ma rco : l a na t ura lez a , q u e
act úa
co mo
a mi ga
y
p ro tec to ra
de
lo s
en a mo rad o s.
Lo s se nti mi en to s: d e s b o rd e
afec ti vo q ue s e e xp r e sa a
tra vé s d e l l la n to d e lo s
p erso n aj es
Lo s lecto re s: se i nco rp o ra e l
p úb lico fe me n i no .
Lo s a s pecto s fo r ma le s: la
no ve la ad o p ta la fo r m a d e
d iario , d e l ib ro d e me m o ria s,
d e rela to o ral d e h ec ho s
au to b io gr á fi co s , d e cart as
q ue i nt erc a mb i a n p er so n aj es.
El na rra do r: e n p r i mera
p erso n a.
Lo s
pro pó sito s
del
na rra do r:
co n mo ver
y
e mo cio n ar a s u p úb li co .
Lo s tí tu lo s: a l ud e n ca si
si e mp re a la s p ro ta go ni s ta s
fe me ni n as .
Per so na j e s: ofrecen el juego de
sus pasiones y del sentimentalismo
desnudando las intimidades de su
alma.
Novela costumbrista
S uce s ió n d e e sce na s
p o p u lare s y d o mé st ica s
so b re c u yo fo nd o se
d esa rro l la la tr a ma d el
rela to .
Co lo r lo c al
In te nc io na lid ad :
real is ta, ma ni fie s ta a
tra vé s d e l d e tal li s mo
d esc rip t i vo y d e fo r ma s
li n g üí s ti ca s re gio n ale s
y c o lo q ui al es
T e ma s :
a. No v ela s i n dia n ista s:
el p er so naj e es el
ind io , vi s to co mo u n
ser id ea l, co n to d a s
la s c arac ter í st ica s d el
s u fri e nt e
h éro e
ro má nt ico .
b. No v ela s
a bo l icio n is ta s:
lo s
p erso n aj es so n lo s
esc la vo s ne gro s. El
esc la vo
ap ar ece
id ea liz ad o co mo la
ví ct i ma no b le q ue
s u fre e l a tro p e llo d e
lo s mal v ad o s.
El folletín y el público lector. A comienzos del siglo XIX, una masa de nuevos lectores se
incorporó al circuito literario por las siguientes causas:
a)
Transformaciones socioeconómicas que acompañaron el ascenso de la burguesía.
b)
Difusión de la lectura y de la escritura a sectores cada vez más numerosos.
c)
Nuevas máquinas que agilizaban y abarataban la impresión de periódicos
d)
Creciente popularización de la literatura, a través del periodismo
Estos hechos, que tuvieron lugar primero en Europa y luego en las principales ciudades de
Hispanoamérica, explican la aparición y el éxito del folletín entre públicos hasta entonces
marginados de la literatura.
Características: los personajes se dividen en: perversos e inocentes, pero muchas veces sus
identidades están encubiertas y sólo son reveladas en el final. El relato se fragmentaba en
sucesivas entregas y esto mantenía el interés del público para adquirir el número siguiente. Los
hechos esperados no se concretaban, en cambio, se los postergaba con persecuciones, duelos o
relatos secundarios. Puesto que el público manifestaba preferencia por el reencontrarse con lo
conocido, se enfatizaron, se ampliaron, se acumularon situaciones similares. El efecto final del
conjunto no importaba tanto como el hecho de que el fragmento resultara atractivo y vendible.
Las mujeres y la producción literaria: Durante el siglo XIX, en Hispanoamérica, se alzaron voces
que no se ocuparon de la lucha, de la acción, de lo político ni de lo público. Sus temas eran el mundo
doméstico, lo privado, lo femenino, los sentimientos. Los géneros en los que se manifestaron fueron
principalmente la novela sentimental y el folletín.
La valorización de las emociones coincidió con la aparición y consolidación de un nuevo público:
algunas mujeres cercanas a la clase dirigente accedieron al mundo de la cultura letrada como
ávidas lectoras o como escritoras.
43
“María” de Jorge Isaacs
Fragmentos seleccionado por la docente.
Prólogo
A LOS HERMANOS DE EFRAÍN
He aquí, caros amigos míos, la historia de la adolescencia de aquel a quien tanto amasteis y que
ya no existe. Mucho tiempo os he hecho esperar estas páginas. Después de escritas me han parecido pálidas e indignas de ser ofrecidas como un testimonio de mi gratitud y de mi afecto. Vosotros
no ignoráis las palabras que pronunció aquella noche terrible, al poner en mis manos el libro de sus
recuerdos: "Lo que ahí falta tú lo sabes: podrás leer hasta lo que mis lágrimas han borrado". ¡Dulce
y triste misión! Leedlas, pues, y si suspendéis la lectura para llorar, ese llanto me probará que la he
cumplido fielmente.
I
Era yo niño aún cuando me alejaron de la casa paterna para que diera principio a mis estudios en
el colegio del doctor Lorenzo María Lleras, establecido en Bogotá hacía pocos años, y famoso en
toda la República por aquel tiempo.
En la noche víspera de mi viaje, después de la velada, entró a mi cuarto una de mis hermanas, y sin
decirme una sola palabra cariñosa, porque los sollozos le embargaban la voz, cortó de mi cabeza
unos cabellos: cuando salió, habían rodado por mi cuello algunas lágrimas suyas.
Me dormí llorando y experimenté como un vago presentimiento de muchos pesares que debía sufrir
después. Esos cabellos quitados a una cabeza infantil; aquella precaución del amor contra la muerte
delante de tanta vida, hicieron que durante el sueño vagase mi alma por todos los sitios donde
había pasado, sin comprenderlo, las horas más felices de mi existencia.
A la mañana siguiente... los brazos de mi madre. Mis hermanas al decirme sus adioses las enjugaron
con besos. María esperó humildemente su turno, y balbuciendo su despedida, juntó su mejilla
sonrosada a la mía, helada por la primera sensación de dolor.
Pocos momentos después seguía yo a mi padre, que ocultaba el rostro a mis miradas. Las pisadas
de nuestros caballos en el sendero guijarroso ahogaban mis últimos sollozos. El rumor del
Zabaletas, cuyas vegas quedaban a nuestra derecha, se aminoraba por instantes. Dábamos ya la
vuelta a una de las colinas de la vereda, en las que solían divisarse desde la casa viajeros deseados;
volví la vista hacia ella buscando uno de tantos seres queridos: María estaba bajo las enredaderas
que adornaban las ventanas del aposento de mi madre.
II
Pasados seis años, los últimos días de un lujoso agosto me recibieron al regresar al nativo valle. Mi
corazón rebosaba de amor patrio. Era ya la última jornada del viaje, y yo gozaba de la más
perfumada mañana del verano. El cielo tenía un tinte azul pálido: hacia el oriente y sobre las crestas
altísimas de las montañas, medio enlutadas aún, vagaban algunas nubecillas de oro, como las gasas
del turbante de una bailarina esparcidas por un aliento amoroso...
Antes de ponerse el Sol, ya había yo visto blanquear sobre la sobre la falda de la montaña la casa
de mis padres... Respiraba al fin aquel olor nunca olvidado del huerto que me vio formar. Las
herraduras de mi caballo chispearon sobre el empedrado del patio. Oí un grito indefinible; era la voz
de mi madre: al estrecharme ella en los brazos y acercarme a su pecho, una sombra me cubrió los
ojos: era el supremo placer que conmovía a una naturaleza virgen.
Cuando traté de reconocer en las mujeres que veía, a las hermanas que dejé niñas, María estaba en
pie junto a mí, y velaban sus ojos anchos párpados orlados de largas pestañas. Fue su rostro el que
se cubrió del más notable rubor cuando al rodar mi brazo de sus hombros rozó con su talle; y sus
ojos estaban humedecidos, aún al sonreír a mi primera expresión afectuosa, como los de un niño
cuyo llanto ha acallado una caricia materna.
III
A las ocho fuimos al comedor, que estaba pintorescamente situado en la parte oriental de la casa.
Desde él se veían las crestas desnudas de las montañas sobre el fondo estrellado del cielo. Las
auras del desierto pasaban por el jardín recogiendo aromas para venir a juguetear con los rosales
que nos rodeaban. El viento voluble dejaba oír por instantes el rumor del río.
Aquella naturaleza parecía ostentar toda la hermosura de sus noches, como para recibir a un
huésped amigo.
Mi padre ocupó la cabecera de la mesa y me hizo colocar a su derecha; mi madre se sentó a la
izquierda, como de costumbre; mis hermanas y los niños se situaron indistintamente, y María quedó
frente a mí.
Mi padre, encanecido durante mi ausencia, me dirigía miradas de satisfacción y sonreía con aquel su
modo malicioso y dulce a un mismo tiempo, que no he visto nunca en otros labios. Mi madre
hablaba poco, porque en esos momentos era más feliz que todos los que la rodeaban. Mis hermanas
se empeñaban en hacerme probar las colaciones y cremas: y se sonrojaba aquella a quien yo dirigía
una palabra lisonjera o una mirada examinadora.
María me ocultaba sus ojos tenazmente; pero pude admirar en ellos la brillantez y hermosura de los
de las mujeres de su raza, en dos o tres veces que a su pesar se encontraron de lleno con los míos;
sus labios rojos, húmedos y graciosamente imperativos, me mostraron sólo un instante el velado
primor de su linda dentadura. Llevaba, como mis hermanas, la abundante cabellera castaño oscura
arreglada en dos trenzas, sobre el nacimiento de una de las cuales se veía un clavel encarnado.
Vestía un traje de muselina ligera, casi azul, del cual sólo se descubría parte del corpiño y la falda,
pues un pañolón de algodón fino, color de púrpura, le ocultaba el seno hasta la base de su
garganta, de blancura mate. Al volver las trenzas a la espalda, de donde rodaban al inclinarse ella a
servir, admiré el envés de sus brazos deliciosamente torneados, y sus manos cuidadas como las de
una reina.
Concluida la cena, los esclavos levantaron los manteles; uno de ellos rezó el Padrenuestro, y sus
amos completamos la oración.
La conversación se hizo entonces confidencial entre mis padres y yo.
María tomó en brazos al niño que dormía en su regazo, y mis hermanas la siguieron a los
aposentos: ellas la amaban mucho y se disputaban su dulce afecto.
Ya en el salón, mi padre, para retirarse, les besó la frente a sus hijas. Quiso mi madre que yo viera
el cuarto que se me había destinado. Mis hermanas y María, menos tímidas ya, querían observar
qué efecto me causaba el esmero con que estaba adornado. El cuarto quedaba en el extremo del
corredor del frente de la casa: su única ventana tenía por la parte de adentro la altura de una mesa
cómoda; en aquel momento, estando abiertas las hojas y rejas, entraban por ella floridas ramas de
rosales a acabar de engalanar la mesa, en donde un hermoso florero de porcelana azul contenía
trabajosamente en su copa azucenas y lirios, claveles y campanillas moradas del río. Las cortinas del
lecho eran de gasa blanca atadas a las columnas con cintas anchas color de rosa; y cerca de la
cabecera, por una fineza materna, estaba la Dolorosa pequeña que me había servido para mis
altares cuando era niño. Algunos mapas, asientos cómodos y un hermoso juego de baño completaban el ajuar.
-¡Qué bellas flores! -exclamé al ver todas las que del jardín y del florero cubrían la mesa.
-María recordaba cuánto te agradaban -observó mi madre.
Volví los ojos para darle las gracias, y los suyos como que se esforzaban en soportar aquella vez mi
mirada.
-María -dije- va a guardármelas, porque son nocivas en la pieza donde se duerme.
-¿Es verdad? -respondió-; pues las repondré mañana.
¡Qué dulce era su acento!
-¿Tantas así hay?
-Muchísimas; se repondrán todos los días.
Después que mi madre me abrazó, Emma me tendió la mano, y María, abandonándome por un
instante la suya, sonrió como en la infancia me sonreía: esa sonrisa hoyuelada era la de la niña de
mis amores infantiles, sorprendida en el rostro de una virgen de Rafael.
IV
Dormí tranquilo... La voz de María llegó entonces a mis oídos dulce y pura: era su voz de niña,
pero más grave y lista ya para prestarse a todas las modulaciones de la ternura y de la pasión. ¡Ay!
¡Cuántas veces, en mis sueños, un eco de ese mismo acento ha llegado después a mi alma, y mis
ojos han buscado en vano aquel huerto donde tan bella la vi en aquella mañana de agosto!
...Luego que me hube arreglado ligeramente los vestidos, abrí la ventana y divisé a María en una de
las calles del jardín, acompañada de Emma: llevaba un traje más oscuro que el de la víspera, y el
pañolón color de púrpura, enlazado a la cintura, le caía en forma de banda sobre la falda; su larga
cabellera, dividida en dos crenchas, ocultábale a medias parte de la espalda y pecho: ella y mi
hermana tenían descalzos los pies. Llevaba una vasija de porcelana poco más blanca que los brazos
que la sostenían, la que iba llenando de rosas abiertas durante la noche, desechando por marchitas
las menos húmedas y lozanas. Ella, riendo con su compañera, hundía las mejillas, más frescas que
las rosas, en el tazón rebosante...
Horas después me avisaron que el baño estaba preparado, y fui a él. Un frondoso y corpulento
naranjo, agobiado de frutos maduros, formaba pabellón sobre el ancho estanque de canteras
bruñidas: sobrenadaban en el agua muchísimas rosas; semejábase a un baño oriental, y estaba
perfumado con las flores que en la mañana había recogido María.
V
Habían pasado tres días cuando me convidó mi padre a visitar sus haciendas del valle, y fue preciso
complacerlo; por otra parte, yo tenía interés real a favor de sus empresas. Mi madre se empeñó
vivamente por nuestro pronto regreso. Mis hermanas se entristecieron. María no me suplicó, como
ellas, que regresase en la misma semana; pero me seguía incesantemente con los ojos durante mis
preparativos de viaje.
En mi ausencia, mi padre había mejorado sus propiedades notablemente: una costosa y bella
fábrica de azúcar, muchas fanegadas de caña para abastecerla, extensas dehesas con ganado
vacuno y caballar, buenos cebaderos y una lujosa casa de habitación, constituían lo más notable de
sus haciendas de tierra caliente. Los esclavos, bien vestidos y contentos hasta donde es posible
estarlo en la servidumbre, eran sumisos y afectuosos para con su amo. Hallé hombres a los que,
niños poco antes, me habían enseñado a poner trampas a las chilacoas y guatines en la espesura de
los bosques; sus padres y ellos volvieron a verme con inequívocas señales de placer. Solamente a
Pedro, el buen amigo y fiel ayo, no debía encontrarlo: él había derramado lágrimas al colocarme
sobre el caballo el día de mi partida para Bogotá, diciendo: "Amito mío, ya no te veré más". El
corazón le avisaba que moriría antes de mi regreso.
Pude notar que mi padre, sin dejar de ser amo, daba un trato cariñoso a sus esclavos, se mostraba
celoso por la buena conducta de sus esposas y acariciaba a los niños... ( Mientras realizan este
recorrido ambos asisten a la boda de dos esclavo, Bruno y Remigia)...
Quedó mi padre satisfecho de mi atención durante la visita que hicimos a las haciendas; mas
cuando le dije que en adelante deseaba participar de sus fatigas quedándome a su lado, me mani-
festó, casi con pesar, que se veía en el caso de sacrificar a favor mío su bienestar, cumpliéndome la
promesa que me tenía hecha de tiempo atrás de enviarme a Europa a concluir mis estudios de
medicina, y que debía emprender viaje a más tardar dentro de cuatro meses. Al hablarme así, su
fisonomía se revistió de una seriedad solemne sin afectación, que se notaba en él cuando tomaba
resoluciones irrevocables. Esto pasaba la tarde en que regresábamos a la sierra. Empezaba a
anochecer, y a no haber sido así, habría notado la emoción que su negativa me causaba. El resto
del camino se hizo en silencio. ¡Cuán feliz hubiera yo vuelto a ver a María, si la noticia de ese viaje
no se hubiese interpuesto desde aquel momento entre mis esperanzas y ella!
VI
¿Qué había pasado en aquellos cuatro días en el alma de María?
Iba ella a colocar una lámpara en una de las mesas del salón, cuando me acerqué a saludarla, y ya
había extrañado no verla en medio del grupo de la familia en la gradería donde acabábamos de
desmontarnos. El temblor de su mano expuso la lámpara, y yo le presté ayuda, menos tranquilo de
lo que creía estarlo. Parecióme ligeramente pálida, y alrededor de sus ojos había una leve sombra,
imperceptible para quien la hubiese visto sin mirarla. Volvió el rostro hacia mi madre, que hablaba
en ese momento, evitando así que yo pudiera examinarlo bañado por la luz que teníamos cerca;
noté entonces que en el nacimiento de una de las trenzas tenía un clavel marchito; y era sin duda el
que le había yo dado la víspera de mi marcha para el valle. La crucecilla de coral esmaltada que
había traído para ella, igual a la de mis hermanas, la llevaba al cuello pendiente de un cordón de
pelo negro. Estuvo silenciosa, sentada en medio de las butacas que ocupábamos mi madre y yo.
Como la resolución de mi padre sobre mi viaje no se apartaba de mi memoria, debí de parecerle a
ella triste, pues me dijo en voz casi baja:
-¿Te ha hecho daño el viaje?
-No, María -le contesté-; pero nos hemos asoleado y hemos andado tanto...
Iba a decirle algo más, pero el acento confidencial de su voz, la luz nueva para mí que sorprendí en
sus ojos, me impidieron hacer otra cosa que mirarla, hasta que, notando que se avergonzaba de la
involuntaria fijeza de mis miradas, y encontrándome examinado por una de mi padre (más terrible
cuando cierta sonrisa pasajera vagaba en sus labios), salí del salón con dirección a mi cuarto.
Cerré las puertas. Allí estaban las flores recogidas por ella para mí; las ajé con mis besos; quise
aspirar de una vez todos sus aromas, buscando en ellos los de los vestidos de María; bañélas con
mis lágrimas... ¡Ah, los que no habéis llorado de felicidad así, llorad de desesperación, si ha pasado
vuestra adolescencia, porque así tampoco volveréis a amar ya!
¡Primer amor!... Noble orgullo de sentirnos amados: sacrificio dulce de todo lo que antes nos era
caro a favor de la mujer querida; felicidad que comprada para un día con las lágrimas de toda una
existencia, recibiríamos como un don de Dios; perfume para todas las horas del porvenir; luz
inextinguible del pasado; flor guardada en el alma y que no es dado marchitar a los desengaños;
único tesoro que no puede arrebatarnos la envidia de los hombres; delirio delicioso... inspiración del
Cielo... ¡María! ¡María! ¡Cuánto te amé! ¡Cuánto te amara!
VII
Cuando hizo mi padre el último viaje a las Antillas, Salomón, primo suyo a quien mucho había
amado desde la niñez, acababa de perder a su esposa. Muy jóvenes habían venido juntos a
Sudamérica, y en uno de sus viajes se enamoró mi padre de la hija de un español, intrépido capitán
de navío que, después de haber dejado el servicio por algunos años, se vio forzado en 1819 a tomar
nuevamente las armas en defensa de los reyes de España, y que murió fusilado en Majagual el 20
de mayo de 1820.
La madre de la joven que mi padre amaba exigió por condición para dársela por esposa que
renunciase él a la religión judaica. Mi padre se hizo cristiano a los veinte años de edad. Su primo se
aficionó en aquellos días a la religión católica, sin ceder por eso a sus instancias para que también
se hiciese bautizar, pues sabía que lo que hecho por mi padre, le daba la esposa que deseaba, a él
le impediría ser aceptado por la mujer a quien amaba en Jamaica.
Después de algunos años de separación, volvieron a verse, pues, los dos amigos. Ya era viudo
Salomón. Sara, su esposa, le había dejado una niña que tenía a la sazón tres años. Mi padre lo
encontró desfigurado moral y físicamente por el dolor, y entonces su nueva religión le dio consuelos
para su primo, consuelos que en vano habían buscado los parientes para salvarlo. Instó a Salomón
para que le diera su hija a fin de educarla a nuestro lado, y se atrevió a proponerle que la haría
cristiana. Salomón aceptó diciéndole: "Es verdad que solamente mi hija me ha impedido emprender
un viaje a la India, que mejoraría mi espíritu y remediaría mi pobreza: también ha sido ella mi único
consuelo después de la muerte de Sara; pero tú lo quieres, sea hija tuya. Las cristianas son dulces y
buenas, y tu esposa debe ser una santa madre. Si el cristianismo da en las desgracias supremas el
alivio que tú me has dado, tal vez yo haría desdichada a mi hija dejándola judía. No lo digas a
nuestros parientes; pero cuando llegues a la primera costa donde se halle un sacerdote católico,
hazla bautizar y que le cambien el nombre de Ester en el de María". Esto decía el infeliz derramando
muchas lágrimas.
A pocos días se daba a la vela en la bahía de Montego la goleta que debía conducir a mi padre a las
costas de Nueva Granada. La ligera nave ensayaba sus blancas alas como una garza de nuestros
bosques las suyas antes de emprender un largo vuelo. Salomón entró a la habitación de mi padre,
que acababa de arreglar su traje de a bordo, llevando a Ester sentada en uno de sus brazos, y
pendiente del otro un cofre que contenía el equipaje de la niña: ésta tendió los bracitos a su tío, y
Salomón, poniéndola en los de su amigo, se dejó caer sollozando sobre el pequeño baúl. Aquella
criatura, cuya cabeza preciosa acababa de bañar con una lluvia de lágrimas el bautismo del dolor
antes que el de la religión de Jesús, era un tesoro sagrado; mi padre lo sabía bien, y no lo olvidó
jamás. A Salomón le fue recordada por su amigo, al saltar éste a la lancha que iba a separarlos, una
promesa, y él respondió con voz ahogada: "¡Las oraciones de mi hija por mí y las mías por ella y su
madre, subirán juntas a los pies del Crucificado!".
Contaba yo siete años cuando regresó mi padre, y desdeñé los juguetes preciosos que me trajo de
su viaje por admirar aquella niña tan bella, tan dulce y sonriente. Mi madre la cubrió de caricias, y
mis hermanas la agasajaron con ternura, desde el momento en que mi padre, poniéndola en el
regazo de su esposa, le dijo: "Esta es la hija de Salomón, que él te envía".
Durante nuestros juegos infantiles sus labios empezaron a modular acentos castellanos, tan
armoniosos y seductores en una linda boca de mujer y en la risueña de un niño.
Habrían corrido unos seis años. Al entrar yo una tarde en el cuarto de mi padre, lo oí sollozar: tenía
los brazos cruzados sobre la mesa y en ellos apoyaba la frente; cerca de él mi madre lloraba, y en
sus rodillas reclinaba María la cabeza, sin comprender ese dolor y casi indiferente a los lamentos de
su tío: era que una carta de Kingston, recibida aquel día, daba la nueva de la muerte de Salomón.
Recuerdo solamente una expresión de mi padre en aquella tarde: "Si todos me van abandonando
sin que pueda recibir sus últimos adioses, ¿a qué volveré yo a mi país?". ¡Ay, sus cenizas debían
descansar en tierra extraña, sin que los vientos del océano, en cuyas playas retozó siendo niño,
cuya inmensidad cruzó joven y ardiente, vengan a barrer sobre la losa de su sepulcro las flores
secas de los aromas y el polvo de los años!
Pocos eran entonces los que, conociendo nuestra familia, pudiesen sospechar que María no era hija
de mis padres. Hablaba bien nuestro idioma, era amable, viva e inteligente. Cuando mi madre le
acariciaba la cabeza, al mismo tiempo que a mis hermanas y a mí, ninguno hubiera podido adivinar
cuál era allí la huérfana.
Tenía nueve años. La cabellera abundante, todavía de color castaño claro, suelta y jugueteando
sobre su cintura fina y movible; los ojos parleros; el acento con algo de melancólico que no tenían
nuestras voces; tal era la imagen que de ella llevé cuando partí de la casa paterna; así estaba en la
mañana de aquel triste día, bajo las enredaderas de la ventana de mi madre.
VIII
A prima noche llamó Emma a mi puerta para que fuera a la mesa. Me bañé el rostro para ocultar
las huellas de mis lágrimas, y me mudé los vestidos para disculpar mi tardanza.
No estaba María en el comedor, y en vano imaginé que sus ocupaciones la habían hecho demorarse
más de lo acostumbrado. Notando mi padre un asiento desocupado, preguntó por ella, y Emma la
disculpó diciendo que desde esa tarde había tenido dolor de cabeza y que dormía ya. Procuré no
mostrarme impresionado; y haciendo todo esfuerzo para que la conversación fuera amena, hablé
con entusiasmo de todas las mejoras que había encontrado en las fincas que acabábamos de visitar.
Pero todo fue inútil: mi padre estaba más fatigado que yo, y se retiró temprano; Emma y mi madre
se levantaron para ir a acostar a los niños y ver cómo estaba María, lo cual les agradecí, sin que me
sorprendiera ya en mí ese mismo sentimiento de gratitud.
...Meditando en mi cuarto, creí adivinar la causa del sufrimiento de María. Recordé la manera como
yo había salido del salón después de mi llegada y cómo la impresión que me hizo el acento
confidencial de ella fue motivo de que le contestara con la falta de tino propio de quien está
reprimiendo una emoción. Conociendo ya el origen de su pena, habría dado mil vidas por obtener
un perdón suyo; pero la duda vino a agravar la turbación de mi espíritu. Dudé del amor de María.
¿Por qué, pensaba yo, se esfuerza mi corazón en creerla sometida a este mismo martirio?
Consideréme indigno de poseer tanta belleza, tanta inocencia. Echéme en cara ese orgullo que me
había ofuscado hasta el punto de creerme por él objeto de su amor, siendo solamente merecedor de
su cariño de hermana. En mi locura pensé con menos terror, con placer casi, en mi próximo viaje.
IX
(A la mañana siguiente Efraín sale a pasear por el campo y va a visitar a José y a Luisa,
ancianos padres de Lucía y Tránsito. Almuerza con esta humilde familia en un clima de
total armonía. Él les había traido regalos: un cuchillo, rosarios y un relicario)
X
A mi regreso, que hice lentamente, la imagen de María volvió a asirse a mi memoria. Aquellas
soledades, sus bosques silenciosos, sus flores, sus aves y sus aguas, ¿por qué me hablaban de ella?
¿Qué había allí de María? En las sombras húmedas, en la brisa que movía los follajes, en el rumor
del río... Era que veía el Edén, pero faltaba ella; era que no podía dejar de amarla, aunque no me
amase. Y aspiraba el perfume del ramo de azucenas silvestres que las hijas de José habían formado
para mí, pensando yo que acaso merecerían ser tocadas por los labios de María: así se habían
debilitado en tan pocas horas mis propósitos de la noche.
Apenas llegué a casa, me dirigí al costurero de mi madre: María estaba con ella; mis hermanas se
habían ido al baño. Después de contestarme el saludo, María bajó los ojos sobre la costura. Mi
madre se manifestó regocijada por mi vuelta; pues sobresaltados en casa con la demora, habían
enviado a buscarme en aquel momento. Hablaba con ellas ponderando los progresos de José, y
Mayo quitaba con la lengua a mis vestidos los cadillos que se les habían prendido en las malezas.
Levantó María otra vez los ojos, fijándolos en el ramo de azucenas que tenía yo en la mano
izquierda, mientras me apoyaba con la derecha en la escopeta; creí comprender que las deseaba,
pero un temor indefinible, cierto respeto a mi madre y a mis propósitos de por la noche, me
impidieron ofrecérselas. Mas me deleitaba imaginando cuán bella quedaría una de mis pequeñas
azucenas sobre sus cabellos de color castaño luciente. Para ella debían ser, porque habría recogido
durante la mañana azahares y violetas para el florero de mi mesa. Cuando entré a mi cuarto no vi
una flor allí. Si hubiese encontrado enrollada sobre la mesa una víbora, no hubiera yo sentido
emoción igual a la que me ocasionó la ausencia de las flores: su fragancia había llegado a ser algo
del espíritu de María que vagaba a mi alrededor en las horas de estudio, que se mecía en las
cortinas de mi lecho durante la noche... ¡Ah! ¡Conque era verdad que no me amaba! ¡Conque había
podido engañarme tanto mi imaginación visionaria! Y de ese ramo que había traído para ella, ¿qué
podía yo hacer? Si otra mujer, bella y seductora, hubiese estado allí en ese momento, en ese
instante de resentimiento contra mi orgullo, de resentimiento con María, a ella lo habría dado a
condición de que lo mostrase a todos y se embelleciera con él. Lo llevé a mis labios como para
despedirme por última vez de una ilusión querida, y lo arrojé por la ventana.
XI
Hice esfuerzos para mostrarme jovial durante el resto del día. En la mesa hablé con entusiasmo de
las mujeres hermosas de Bogotá, y ponderé intencionalmente las gracias y el ingenio ... Mi padre se
complacía oyéndome: Eloísa habría querido que la sobremesa durase hasta la noche. María estuvo
callada; pero me pareció que sus mejillas palidecían algunas veces, y que su primitivo color no había
vuelto a ellas, así como el de las rosas que durante la noche han engalanado un festín.
Hacia la última parte de la conversación, María había fingido jugar con la cabellera de Juan,
hermano mío de tres años de edad a quien ella mimaba. Soportó hasta el fin; mas tan luego como
me puse en pie, se dirigió ella con el niño al jardín.
Todo el resto de la tarde y en la prima noche fue necesario ayudar a mi padre en sus trabajos de
escritorio.
A las ocho, y luego que las mujeres habían ya rezado sus oraciones de costumbre, nos llamaron al
comedor. Al sentarnos a la mesa, quedé sorprendido al ver una de las azucenas en la cabeza de
María. Había en su rostro bellísimo tal aire de noble, inocente y dulce resignación, que como
magnetizado por algo desconocido hasta entonces para mí en ella, no me era posible dejar de
mirarla.
Niña cariñosa y risueña, mujer tan pura y seductora como aquellas con quienes yo había soñado, así
la conocía; pero resignada ante mi desdén, era nueva para mí. Divinizada por la resignación, me
sentía indigno de fijar una mirada sobre su frente.
Respondí mal a unas preguntas que se me hicieron sobre José y su familia. A mi padre no se le
podía ocultar mi turbación; y dirigiéndose a María, le dijo sonriendo:
-Hermosas azucenas tienes en los cabellos: yo no he visto de esas en el jardín.
María, tratando de disimular su desconcierto, respondió con voz casi imperceptible:
-Es que de estas azucenas sólo hay en la montaña.
Sorprendí en aquel momento una sonrisa bondadosa en los labios de Emma.
-¿Y quién las ha enviado? -preguntó mi padre.
La turbación de María era ya notable. Yo la miraba; y ella debió de hallar algo nuevo y animador en
mis ojos, pues respondió con acento más firme:
-Efraín botó unas al huerto; y nos pareció que siendo tan raras, era lástima que se perdiesen: ésta
es una de ellas.
-María -le dije yo-, si hubiese sabido que eran tan estimables esas flores, las habría guardado... para
vosotras; pero me han parecido menos bellas que las que se ponen diariamente en el florero de mi
mesa.
Comprendió ella la causa de mi resentimiento, y me lo dijo tan claramente una mirada suya, que
temí se oyeran las palpitaciones de mi corazón.
Aquella noche, a la hora de retirarse la familia del salón, María estaba casualmente sentada cerca de
mí. Después de haber vacilado mucho, le dije al fin, con voz que denunciaba mi emoción: "María,
eran para ti; pero no encontré las tuyas".
Ella balbucía alguna disculpa cuando tropezando en el sofá mi mano con la suya, se la retuve por un
movimiento ajeno a mi voluntad. Dejó de hablar. Sus ojos me miraron asombrados y huyeron de los
míos.
Pasóse por la frente con angustia la mano que tenía libre, y apoyó en ella la cabeza, hundiendo el
brazo desnudo en el almohadón inmediato. Haciendo al fin un esfuerzo para deshacer ese doble
lazo de la materia y del alma que en tal momento nos unía, púsose en pie; y como concluyendo una
reflexión empezada, me dijo tan quedo que apenas pude oírla: "Entonces... yo recogeré todos los
días las flores más lindas"; y desapareció.
Las almas como la de María ignoran el lenguaje mundano del amor; pero se doblegan
estremeciéndose a la primera caricia de aquel a quien aman, como la adormidera de los bosques
bajo el ala de los vientos.
Acababa de confesar mi amor a María; ella me había animado a confesárselo, humillándose como
una esclava a recoger aquellas flores. Me repetí con deleite sus últimas palabras; su voz susurraba
aún en mi oído: "Entonces, yo recogeré todos los días las flores más lindas".
XII
La Luna, que acababa de elevarse llena y grande bajo un cielo profundo sobre las crestas altísimas
de los montes... Aquel silencio, interrumpido solamente por el rumor del río, era más grato que
nunca a mi alma.
Apoyado de codos sobre el marco de mi ventana, me imaginaba verla en medio de los rosales entre
los cuales la había sorprendido en aquella mañana primera; estaba allí recogiendo el ramo de
azucenas, sacrificando su orgullo a su amor. Era yo quien iba a turbar en adelante el sueño infantil
de su corazón: podría ya hablarle de mi amor, hacerla el objeto de mi vida. ¡Mañana!, ¡mágica
palabra la noche en que se nos ha dicho que somos amados! Sus miradas, al encontrarse con las
mías, no tendrían ya nada que ocultarme; ella se embellecería para felicidad y orgullo mío.
Nunca las auroras de julio en el Cauca fueron tan bellas como María cuando se me presentó al día
siguiente, momentos después de salir del baño, la cabellera de carey sombreado suelta y a medio
rizar, las mejillas de color de rosa suavemente desvanecido, pero en algunos momentos avivado por
el rubor; y jugando en sus labios cariñosos aquella sonrisa castísima que revela en las mujeres
como María una felicidad que no les es posible ocultar. Sus miradas, ya más dulces que brillantes,
mostraban que su sueño no era tan apacible como había solido. Al acercármele noté en su frente
una contracción graciosa y apenas perceptible, especie de fingida severidad de que usó muchas
veces para conmigo cuando después de deslumbrarme con toda la luz de su belleza, imponía
silencio a mis labios, próximos a repetir lo que ella tanto sabía.
Era ya para mí una necesidad tenerla constantemente a mi lado; no perder un solo instante de su
existencia abandonada a mi amor; y dichoso con lo que poseía, y ávido aún de dicha, traté de hacer
un paraíso de la casa paterna. Hablé a María y a mi hermana del deseo que habían manifestado
ellas de hacer algunos estudios elementales bajo mi dirección: ellas volvieron a entusiasmarse con el
proyecto, y se decidió que desde ese mismo día se daría principio.
Convirtieron uno de los ángulos del salón en gabinete de estudio; desclavaron algunos mapas de mi
cuarto; desempolvaron el globo geográfico que en el escritorio de mi padre había permanecido
hasta entonces ignorado; fueron despejadas de adornos dos consolas para hacer de ellas mesa de
estudio. Mi madre sonreía al presenciar todo aquel desarreglo que nuestro proyecto aparejaba.
Nos reuníamos todos los días dos horas, durante las cuales les explicaba yo algún capítulo de
geografía, leíamos algo de historia universal, y las más veces muchas páginas del |Genio del
Cristianismo. Entonces pude valuar toda la inteligencia de María: mis frases quedaban grabadas
indeleblemente en su memoria, y su comprensión se adelantaba casi siempre con triunfo infantil a
mis explicaciones.
Emma había sorprendido el secreto y se complacía en nuestra inocente felicidad. ¿Cómo ocultarle yo
en aquellas frecuentes conferencias lo que en mi corazón pasaba? Ella debió de observar mi mirada
inmóvil sobre el rostro hechicero de su compañera mientras daba ésta una explicación pedida. Había
visto ella temblarle la mano a María si yo se la colocaba sobre algún punto buscado inútilmente en
el mapa. Y siempre que sentado cerca de la mesa, ellas en pie a uno y otro lado de mi asiento, se
inclinaba María para ver mejor algo que estaba en mi libro o en las cartas, su aliento, rozando mis
cabellos, sus trenzas, al rodar de sus hombros, turbaron mis explicaciones, y Emma pudo verla
enderezarse pudorosa.
En ocasiones, quehaceres domésticos llamaban la atención de mis discípulas, y mi hermana tomaba
siempre a su cargo ir a desempeñarlos para volver un rato después a reunírsenos. Entonces mi
corazón palpitaba fuertemente. María, con la frente infantilmente grave y los labios casi risueños,
abandonaba a las mías alguna de sus manos aristocráticas sembradas de hoyuelos, hechas para
oprimir frentes como la de Byron; y su acento, sin dejar de tener aquella música que le era peculiar,
se hacía lento y profundo al pronunciar palabras suavemente articuladas que en vano probaría yo a
recordar hoy; porque no he vuelto a oírlas, porque pronunciadas por otros labios no son las mismas,
y escritas en estas páginas aparecerían sin sentido. Pertenecen a otro idioma, del cual hace muchos
años no viene a mi memoria ni una frase.
XIII
... Una tarde, tarde como las de mi país, engalanada con nubes de color de violeta y lampos de oro
pálido, bella como María, bella y transitoria como fue ésta para mí, ella, mi hermana y yo, sentados
sobre la ancha piedra de la pendiente, desde donde veíamos a la derecha en la honda vega rodar
las corrientes bulliciosas del río, y teniendo a nuestros pies el valle majestuoso y callado, leía yo el
episodio de Atala, y las dos, admirables en su inmovilidad y abandono, oían brotar de mis labios
toda aquella melancolía aglomerada por el poeta para "hacer llorar al mundo". Mi hermana, apoyado
el brazo derecho en uno de mis brazos, la cabeza casi unida a la mía, seguía con los ojos las líneas
que yo iba leyendo. María, medio arrodillada cerca de mí, no separaba de mi rostro sus miradas,
húmedas ya.
El Sol se había ocultado cuando con voz alterada leí las últimas páginas del poema. La cabeza pálida
de Emma descansaba sobre mi hombro. María se ocultaba el rostro con entrambas manos. Luego
que leí aquella desgarradora despedida de Chactas sobre el sepulcro de su amada, despedida que
tantas veces ha arrancado un sollozo a mi pecho: "¡Duerme en paz en extranjera tierra, joven
desventurada! En recompensa de tu amor, de tu destierro y de tu muerte, quedas abandonada
hasta del mismo Chactas", María, dejando de oír mi voz, descubrió la faz, y por ella rodaban gruesas
lágrimas. Era tan bella como la creación del poeta, y yo la amaba con el amor que él imaginó. Nos
dirigimos en silencio y lentamente hacia la casa. ¡Ay, mi alma y la de María no sólo estaban
conmovidas por aquella lectura: estaban abrumadas por el presentimiento!
XIV
Pasados tres días, al bajar; una tarde de la montaña, me pareció notar algún sobresalto en los
semblantes de los criados con quienes tropecé en los corredores interiores. Mi hermana me refirió
que María había sufrido un ataque nervioso; y al agregar que estaba aún sin sentido, procuró
calmar cuanto le fue posible mi dolorosa ansiedad.
Olvidado de toda precaución, entré a la alcoba donde estaba María, y dominando el frenesí que me
hubiera hecho estrecharla contra mi corazón para volverla a la vida, me acerqué desconcertado a su
lecho. A los pies de éste se hallaba sentado mi padre: fijó en mí una de sus miradas intensas, y
volviéndola después sobre María, parecía quererme hacer una reconvención al mostrármela. Mi
madre estaba allí; pero no levantó la vista para buscarme, porque, sabedora de mi amor, me
compadecía como sabe compadecer una buena madre en la mujer amada por su hijo, a su hijo
mismo.
Permanecí inmóvil contemplándola, sin atreverme a averiguar cuál era su mal. Estaba como
dormida: su rostro, cubierto de palidez mortal, se veía medio oculto por la cabellera descompuesta,
en la cual se descubrían estrujadas las flores que yo le había dado en la mañana: la frente contraída
revelaba un padecimiento insoportable, y un ligero sudor le humedecía las sienes: de los ojos
cerrados habían tratado de brotar lágrimas que brillaban detenidas en las pestañas.
Comprendiendo mi padre todo mi sufrimiento, se puso en pie para retirarse; mas antes de salir se
acercó al lecho, y tomando el pulso de María, dijo:
-Todo ha pasado. ¡Pobre niña! Es exactamente el mismo mal que padeció su madre.
El pecho de María se elevó lentamente como para formar un sollozo, y al volver a su natural estado
exhaló sólo un suspiro. Salido que hubo mi padre, coloquéme a la cabecera del lecho, y
olvidándome de mi madre y de Emma, que permanecían silenciosas, tomé de sobre el almohadón
una de las manos de María, y la bañé en el torrente de mis lágrimas, hasta entonces contenido.
Medía toda mi desgracia: era el mismo mal de su madre, que había muerto muy joven atacada de
una epilepsia incurable. Esta idea se adueñó de todo mi ser para quebrantarlo.
Sentí algún movimiento en esa mano inerte, a la que mi aliento no podía volver el calor. María
empezaba ya a respirar con más libertad, y sus labios parecían esforzarse en pronunciar alguna
palabra. Movió la cabeza de un lado a otro, cual si tratara de deshacerse de un peso abrumador.
Pasado un momento de reposo, balbució palabras ininteligibles, pero al fin se percibió entre ellas
claramente mi nombre. En pie yo, devorándola mis miradas, tal vez oprimí demasiado entre mis
manos las suyas, quizá mis labios la llamaron. Abrió lentamente los ojos, como heridos por una luz
intensa, y los fijó en mí, haciendo esfuerzo para reconocerme. Medio incorporándose un instante
después, "¿qué es?", me dijo apartándome; "¿qué me ha sucedido?", continuó, dirigiéndose a mi
madre. Tratamos de tranquilizarla, y con un acento en que había algo de reconvención, que por
entonces no pude explicarme, agregó: "¿Ya ves? Yo lo temía".
Quedó, después del acceso, adolorida y profundamente triste. Volví por la noche a verla, cuando la
etiqueta establecida en tales casos por mi padre lo permitió. Al despedirme de ella, reteniéndome un
instante la mano, "hasta mañana", me dijo y acentuó esta última palabra como solía hacerlo
siempre que interrumpida nuestra conversación en alguna velada, quedaba deseando el día
siguiente para que la concluyésemos.
XV
Cuando salí al corredor que conducía a mi cuarto, un cierzo impetuoso columpiaba los sauces del
patio; y al acercarme al huerto, lo oí rasgarse en los sotos de naranjos, de donde se lanzaban las
aves asustadas. Relámpagos débiles, semejantes al reflejo instantáneo de un broquel herido por el
resplandor de una hoguera, parecían querer iluminar el fondo tenebroso del valle.
Recostado en una de las columnas del corredor, sin sentir la lluvia que me azotaba las sienes,
pensaba en la enfermedad de María, sobre la cual había pronunciado mi padre tan terribles
palabras. ¡Mis ojos querían volver a verla como en las noches silenciosas y serenas que acaso no
volverían ya más!
No sé cuánto tiempo había pasado, cuando algo como el ala vibrante de un ave vino a rozar mi
frente.
Miré hacia los bosques inmediatos para seguirla: era un ave negra.
Mi cuarto estaba frío; las rosas de la ventana temblaban como si se temiesen abandonadas a los
rigores del tempestuoso viento: el florero contenía ya marchitos y desmayados los lirios que en la
mañana había colocado en él María. En esto una ráfaga apagó de súbito la lámpara, y un trueno
dejó oír por largo rato su creciente retumbo, como si fuese el de un carro gigante despeñado de las
cumbres rocallosas de la sierra.
En medio de aquella naturaleza sollozante, mi alma tenía una triste serenidad.
Acababa de dar las doce el reloj del salón. Sentí pasos cerca de mi puerta y muy luego la voz de mi
padre que me llamaba. "Levántate", me dijo tan pronto como le respondí, "María sigue mal".
El acceso había repetido. Después de un cuarto de hora hallábame percibido para marchar. Mi padre
me hacía las últimas indicaciones sobre los nuevos síntomas de la enfermedad, mientras el negrito
Juan Angel aquietaba mi caballo retinto, impaciente y asustadizo.
Monté; sus cascos herrados crujieron sobre el empedrado, y un instante después bajaba yo hacia
las llanuras del valle buscando el sendero a la luz de algunos relámpagos lívidos... Iba en solicitud
del doctor Mayn, que pasaba a la sazón una temporada de campo a tres leguas de nuestra
hacienda.
La imagen de María, tal como la había visto en el lecho aquella tarde, al decirme ese "hasta
mañana" que tal vez no llegaría, iba conmigo, y avivando mi impaciencia me hacía medir incesantemente la distancia que me separaba del término del viaje, impaciencia que la velocidad del caballo
no era bastante a moderar.
Las llanuras empezaban a desaparecer, huyendo en sentido contrario a mi carrera, semejantes a
mantos inmensos arrollados por el huracán. Los bosques que más cercanos creía, parecían alejarse
cuando avanzaba hacia ellos. Sólo algún gemido del viento entre los higuerones y chiminangos
sombríos, el resuello fatigoso del caballo y el choque de sus cascos en los pedernales que chispeaban interrumpían el silencio de la noche.
XVI
En la tarde del mismo día se despidió de nosotros el doctor, después de dejar casi completamente
restablecida a María y de haberle prescrito un régimen para evitar la repetición del acceso, aunque
prometió visitar a la enferma con frecuencia. Yo sentía un alivio indecible al oírle asegurar que no
había peligro alguno, y por él, doble cariño del que hasta entonces le había profesado, solamente
porque tan pronta reposición pronosticaba a María. Entré a la habitación de ésta, luego que el
médico y mi padre, que iba a acompañarlo en una legua de camino, se pusieron en marcha... más
tarde, sus padres hablan con él sobre su viaje a Europa para continuar su carrera.
También le dicen: “ -Hay algo en tu conducta que es preciso decirte no está bien; tú no tienes
más que veinte años, y a esa edad un amor fomentado inconsideradamente podría hacer ilusorias
todas las esperanzas de que acabo de hablarte. Tú amas a María, y hace muchos días que lo sé,
como es natural. María es casi mi hija y yo no tendría nada que observar si tu edad y posición nos
permitieran pensar en un matrimonio; pero no lo permiten, y María es muy joven. No son
únicamente éstos los obstáculos que se presentan; hay uno quizá insuperable, y es de mi deber
hablarte de él. María puede arrastrarte y arrastrarnos contigo a una desgracia lamentable de que
está amenazada. El doctor Mayn se atreve casi a asegurar que ella morirá joven del mismo mal a
que sucumbió su madre: lo que sufrió ayer es un síncope epiléptico, que tomando incremento en
cada acceso, terminará por una epilepsia del peor carácter conocido: eso dice el doctor. Responde
tú ahora, meditando mucho lo que vas a decir a una sola pregunta; responde como hombre racional
y caballero que eres; y que no sea lo que contestes dictado por una exaltación extraña a tu
carácter, tratándose de tu porvenir y el de los tuyos. Sabes la opinión del médico, opinión que
merece respeto por ser Mayn quien la da; te es conocida la suerte de la esposa de Salomón: si
nosotros consintiéramos en ello, ¿te casarías hoy con María? “ Él está dispuesto a casarse con
María y a abandonarlo todo. Sin embargo sus padres terminan convenciéndolo de “
...Nada le debes prometer a María, pues que la promesa de ser su esposo una vez cumplido el plazo
que he señalado...” Se casarían cuando haya cumplido con sus estudios. En ese momento
el padre le dice que hacía cuatro Carlos, un amigo suyo había pedido la mano de María.
XVII
Diez días habían pasado desde que tuvo lugar aquella penosa conferencia. No sintiéndome capaz
de cumplir los deseos de mi padre sobre la nueva especie de trato que según él debía yo usar con
María, y preocupado dolorosamente con la propuesta de matrimonio hecha por Carlos, había
buscado toda clase de pretextos para alejarme de la casa. Pasé aquellos días ya encerrado en mi
cuarto...
XVIII
Efraín se encuentra casualmente con María en casa : Estrechéle a María la mano con que me
entregaba el clavel deseado, diciéndole:
-¡Gracias, gracias! Hasta la tarde.
Alzó los ojos para verme con la más arrobadora expresión que pueden producir, al combinarse en la
mirada de una mujer, la ternura y el pudor, la reconvención y las lágrimas.
XIX
Unos días después Efraín va a visitar a su amigo Emigdio: “... era un excelente muchacho.
Un año antes de mi regreso al Cauca, lo envió su padre a Bogotá con el objeto de ponerlo, según
decía el buen señor, en camino para hacerse mercader y buen tratante. Carlos, que vivía conmigo
en aquel entonces y se hallaba siempre al corriente hasta de lo que no debía saber ...Yo corrí a
abrazar a Emigdio, que parado a la puerta, tenía la más rara figura que imaginarse puede...
Establecido en la casa de asistencia que habitábamos nosotros, nos divertía en las horas de
sobremesa refiriendo a nuestras caseras las aventuras de su viaje y emitiendo concepto sobre todo
lo que le había llamado la atención en la ciudad... Almorzaron, charlaron, y Con Emigdio
fueron a rodear a los animales y
matrimoniales de Carlos“
allí
también conversaron sobre las pretenciones
XX
Ya de vuelta en la casa, Efraín sigue con sus preparativos para ir de cacería al otro día.
En una de esas oportunidades se encuentra con María. Entre ellos se repetían
conversaciones como estas:
-Yo no merezco que seas tan buena como eres conmigo.
-Quizá seré yo quien no merezca...
Indecisa por un momento, en su sonrisa había tal dulzura y tan amorosa languidez en su mirada,
que ya había ella desaparecido y aún la contemplaba yo extasiado.
XXI
Al día siguiente al amanecer tomé el camino de la montaña, acompañado... de sus amigos:
Braulio, Juan Angel, José y a su sobrino, mayo (el perro) salieron de cacería.
Formábamos así un triángulo los cazadores y la pieza, pudiendo ambos grupos disparar a un tiempo
sobre ella sin ofendernos mutuamente... Anduvieron por impresionantes paisajes todo el día
hasta que... El tigre lanzó un maullido horroroso... Braulio apareció tras el grupo de robles, hacia
nuestro lado, empuñando el asta de la lanza sin la hoja. La fiera dio sobre sí misma la vuelta en su
busca; y él gritó:
"¡Fuego! ¡fuego!", volviendo a quedar de un brinco en el mismo punto donde había asestado la
lanzada.
El tigre lo buscaba. Lucas había desaparecido. Tiburcio estaba de color de aceituna. Apuntó y sólo
se quemó la ceba.
José disparó: el tigre rugió de nuevo tratando como de morderse el lomo, y de un salto volvió
instantáneamente sobre Braulio... Entonces José, tomando la cabeza del tigre entre las dos manos,
dijo:
-El tigre iba a matar a Braulio cuando el señor (señalándome) le dio este balazo.
Mostró el foramen que en la frente tenía la cabeza. Todos se volvieron a mirarme, y en cada una de
esas miradas había recompensa de sobra para una acción que la mereciera.
XXII
A la tarde regresó a su casa y al darse cuenta que la familia las visitas de Carlos y su
padre, él trató de evitarlo cuanto pudo... ¡Carlos en casa! pensé: éste es el momento de
prueba de que habló mi padre. Carlos habrá pasado un día de enamorado, en ocasión propicia para
admirar a su pretendida. ¡Que no pueda yo hacerle ver a él cuánto la amo! ¡No poder decirle a ella
que seré su esposo!... Este es un tormento peor de lo que yo me había imaginado... Por los
comentarios de la escena hechos en casa después, supe que en el comedor había sucedido esto:
Iba a servirse el café en el momento en que llegó Juan Angel diciendo que yo venía ya e impuso a
mi padre del contenido de la mochila... ¡La cabeza del tigre!.. Carlos y mi padre dejaron también sus
asientos. Todos se asombraron... María estaba allí. Apenas hubo tiempo para que cambiásemos
un saludo y una sonrisa... Emma me hizo saber que Carlos había venido preparado para que
hiciésemos una cacería de venados... Carlos me hizo mil preguntas sobre sus condiscípulos, vecinas
y amigas de Bogotá... Carlos había regresado al Cauca ocho meses antes que yo.
XXIII
Esa misma noche... Carlos y yo nos presentamos en el comedor. a su izquierda acababa de
sentarse mi madre; a su derecha don Jerónimo... se hallaban María y Emma, y después los niños...
María, resentida tal vez conmigo, esquivaba mirarme. Estaba bella más que nunca, así ligeramente
pálida. Llevaba un traje de gasa negra profusamente salpicado de uvillas azules, cuya falda,
cayendo en numerosísimos pliegues, susurraba cuando ella andaba tan quedo como las brisas de la
noche en los rosales de mi ventana. Tenía el pecho cubierto con una pañoleta transparente del
mismo color del traje, la que parecía no atreverse a tocar ni la base de su garganta de tez de
azucena; pendiente de ésta, en un cordón de pelo negro, brillaba una crucecita de diamantes; la
cabellera, dividida en dos trenzas de abundantes guedejas, le ocultaba a medias las sienes y
ondeaba en sus espaldas.
La conversación se había hecho general... Tocaron la guitarra, cantaron y recitaron versos de
Chateubriand.
XXIV
Esa Noche Carlos y su padre se quedaron en la casa... Esa noche no solamente estaba
conmigo la imagen de María.
XXV
Despertóme al amanecer el cuchicheo de los niños... Al pasar por frente a la ventana de Emma, oí
que hablaban ella y María, interrumpiéndose para reír... Conversaban bajo don Jerónimo y Carlos...
Poco después, el señor de M... y mi padre montaron para ir a visitar los trabajos de la hacienda.
Braulio, Carlos y yo, nos dedicamos a preparar las escopetas y a graduar carga a la que mi amigo
quería ensayar. Aquél día María supo de la promesa de Efraín por boca de la madre de
este.
XXVI
“Impuesta mi madre de nuestro proyecto de caza, hizo que se nos sirviera temprano el almuerzo a
Carlos, a Braulio y a mí.”.
XVII
Hasta entonces había conseguido que Carlos no me hiciera confidencia alguna sobre las
pretensiones que en mala hora para él lo habían llevado a casa... Mas luego que nos encontramos
solos en mi cuarto, donde me llevó pretextando deseo de descansar y de que leyésemos algo,
conocí que iba a ponerme en la difícil situación de la cual había logrado escapar hasta allí a fuerza
de mañana... hice un esfuerzo para preparar mi fisonomía lo mejor que me fuera posible en ocultar
a Carlos lo enorme que era la necedad que cometía haciéndome sus confianzas. Y dijo: "Eso está
ya muy adelantado"... "En vista de la sorpresa que te preparo, vas a perdonarme el que no te haya
dicho nada hasta ahora sobre este asunto"... Pero fueron interrumpidos y Carlos no pudo
XXXII
“En la mañana siguiente tuve que hacer un esfuerzo para que mi padre no comprendiese lo
penoso que me era acompañarlo en su visita a las haciendas de abajo” Ese día, antes de que
XXVIII
Aquella tarde... El padre de Efraín le habla a María sobre su posible matrimonio con
Carlos... “Aquella noche en la cena, las miradas de María al encontrarlas yo, empezaron a
revelarme lo que entre mi padre y ella había pasado. Se quedaba a veces pensativa, y creí notar
que sus labios pronunciaban en silencio algunas palabras, como distraída solía hacerlo con los
versos que le agradaban.”
Acompañé a mi amigo a su cuarto... Tan luego como estuvimos solos en mi cuarto, me dijo,
tomando todo el aire de franqueza estudiantil, sin que en su fisonomía desapareciera por completo
la contrariedad que denunciaba: “Tengo que disculparme para contigo de una falta de confianza en
tu lealtad... ¿No sabes el objeto con que mi padre y yo vinimos?... Convine con mi padre en que
pidiera él para mí la mano de la señorita María. ¿Por qué no procuré verte antes? Bien es verdad
que la prolongada enfermedad de mi madre me retuvo en la ciudad; pero ¿por qué no te escribí?
¿Sabes por qué?... Creía que al hacerte la confidencia de mis pretensiones era como exigirte algo a
mi favor, y el orgullo me lo impidió. Olvidé que eras mi amigo; tú tendrías derecho, lo tienes, para
olvidarlo también. Pero si tu prima me hubiese amado; si lo que no era otra cosa que las
consideraciones a que tu amistad me daba derecho, hubiera sido amor, ¿tú habrías consentido en
que ella fuera mi mujer sin...? ¡Vaya! Yo soy un tonto en preguntártelo, y tú muy cuerdo en no
responderme... yo tengo que casarme; y me halagaba la idea de entrar a tu casa, de ser casi tu
hermano. Luego ambos se estrecharon en un fuerte abrazo.
XXIX
Estos fueron días de mucho trabajo. Cuando estaban trabajando su padre y él, llegó el
correo, en donde le comunicaban la noticia sobre un mal negocio. Al regreso, su padre le
dijo que no le comunicará nada a su madre: “Es preciso ocultar a tu madre cuanto sea posible
decir más.
Al día siguiente, el padre le dice a Efraín que él le había contado todo a Carlos y a su
padre sobre su relación con María. Efraín queda conmovido porque Carlos ya sabía todo
cuando se había confesado con él la noche anterior. Eso significaba que por la amistad
que los unía, Carlos había renunciado la mano María.
XXX
Efraín realiza todas las anotaciones que su padre le dicta, algunas tienen que ver con
su futuro viaje.
XXXI
Serían las once. Terminado el trabajo, estaba yo acodado en la ventana de mi cuarto.
Aquellos momentos de olvido de mí mismo, en que mi pensamiento se cernía en regiones que casi
me eran desconocidas; momentos en que las palomas que estaban a la sombra en los naranjos
agobiados por sus racimos de oro, se arrullaban amorosas; en que la voz de María, arrullo más
dulce aún, llegaba a mis oídos, tenían un encanto inefable. Empiezan los preparativos para la
boda de Braulio y Tránsito. María parece evitar a Efraín.
partiera, María le entrega
siempre consigo.
a
Efraín un mechón de su cabello para que él lo lleve
XXXIII
lo que ha sucedido; y será necesario también demorar un día más nuestro regreso”
XXXIV-XXXV
Al día siguiente tuvieron una boda, Braulio y Tránsito (hija de José), en la que María y
José eran los padrinos. Durante el transcurso del viaje, Efraín le cuanta lo sucedido a
María en la hacienda y le dijo que le diría a su padre que lo ayudaría en sus negocios, y
así retardar su viaje a Europa. La noche anterior: “ Abrimos la puerta, y vimos posada sobre
una de las hojas de la ventana, que agitaba el viento, un ave negra y de tamaño como el de una
paloma muy grande: dio un chillido que yo no había oído nunca; pareció encandilarse un momento
con la luz que yo tenía en la mano, y la apagó pasando sobre nuestras cabezas a tiempo que
íbamos a huir espantados”.
XXXVI-XXXVII
Cuando llegaron de aquella boda, se encontraron que el padre de Efraín le había dado
una fiebre muy severa, debido al disgusto y preocupación del negocio que le había
salido mal: “Solamente María y yo podíamos suponer la causa...”, “El médico estaba visiblemente
preocupado”...”Después de tres días, la fiebre resistía aún a todos los esfuerzos del médico para
combatirla: los síntomas eran tan alarmantes, que ni a él mismo le era posible ocultar en ciertos
momentos la angustia que le dominaba”
Bajo los cuidados de María, Emma y Efraín, EL PADRE, superó aquella enfermedad.
XXXVIII
Pasados diez días, mi padre estaba convaleciente, y la alegría había vuelto a nuestra casa. Cuando
una enfermedad nos ha hecho temer la pérdida de una persona amada, aquel temor aviva nuestros
más dulces afectos hacia ella, y hay en los cuidados que le prodigamos, alejado ya el peligro, una
ternura capaz de desarmar a la muerte misma.
Llegó una carta del señor A... (Era quien lo llevaría a Europa), que le decía que partirían
el 30 de enero: "...espero encontrar a Efraín para que nos pongamos en marcha hacia el puerto el
dos de febrero”... Efraín le hizo entonces la propuesta que había pensado antes, pero su
padre no la acepto diciéndole que su viaje no le afectaría en nada en su economía. Sin
embrago el padre fue terminante: “...Pero debo advertirte que mi resolución es irrevocable. Los
gastos que el resto de tu educación me cause en nada empeorarán mi situación, y una vez
concluida tu carrera, la familia cosechará abundante fruto de la semilla que voy a sembrar”.
XXXIX
Ese mismo día charlaron con María, ahí el padre de Efraín le comunica que si ella está
dispuesta a casarse con Efraín, ella responde que sí, pero bajo la condición de que Efraín
se fuera feliz a su viaje y terminando una vez sus estudios Efraín y María contraerían
matrimonio: “...que estudie mucho para volver pronto...”
XL-XLI-XLII-XLIII-XLIV-XLV
Unos días después muere Feliciana (esposa de Juan Ángel) y todos quedan muy
conmovidos.
Pasados unos días, en la tarde María le enseña un rosal nuevo y le dice que florecerá si
él no le olvida y que no brotará ninguna flor si le olvida. Después le enseña una matita
de azucenas cerca del cuarto de Efraín, donde él había arrojado las azucenas, y le dice
que en cada carta que escriba ella depositará un pedazo de una azucena para
representarle aquello que no le podía decir con palabras
XLVI-XLVII
Semanas después empiezan los preparativos para el viaje. El padre se va a Bogotá unos
días antes para arreglar el asunto: “...Mi padre había resuelto ir a la ciudad antes de mi partida,
tanto porque los negocios lo exigían urgentemente, como para tomarse tiempo allá para arreglar mi
viaje”. Se despidió la noche anterior de todos. Algo sucedió cuando se estaba
despidiendo de María: “...Algo oscuro como la cabellera de María y veloz como el pensamiento
cruzó por delante de nuestros ojos. María dio un grito ahogado, y cubriéndose el rostro con las
manos, exclamó horrorizada:
-¡El ave negra!
Temblorosa se asió de uno de mis brazos. Un escalofrío de pavor me recorrió el cuerpo. El zumbido
metálico de las alas del ave ominosa no se oía ya. María estaba inmóvil. Mi madre, que salía del
escritorio con una luz, se acercó alarmada por el grito que acababa de oírle a María: ésta estaba
lívida”.
XLVIII-XLIX-L-LI-LII-LIII
Los amigos se despiden y cuentan algunas historias. Se despide de María:” Mientras
enjugaba yo sus últimas lágrimas, besaban por primera vez mis labios las ondas de cabellos que le
orlaban la frente, para perderse después en las hermosas trenzas que se enrollaban sobre mis
rodillas. Alzó las manos entonces casi hasta tocar mis labios para defender su frente de las caricias
de ellos; pero en vano, porque no se atrevían a tocarla”. Ella promete escribirle: “Todos habían
humedecido mi pecho con su lloro. Emma, que había sido la última, conociendo qué buscaba yo a
mi alrededor al desasirme de sus brazos, me señaló la puerta del oratorio, y entré a él. Sobre el
altar irradiaban su resplandor amarillento dos luces: María, sentada en la alfombra, sobre la cual
resaltaba el blanco de su ropaje, dio un débil grito al sentirme, volviendo a dejar caer la cabeza
destrenzada sobre el asiento en que la tenía reclinada cuando entré. Ocultándome así el rostro, alzó
la mano derecha para que yo la tomase: medio arrodillado, la bañé en lágrimas y la cubrí de
caricias; mas al ponerme en pie, como temerosa de que me alejase ya, se levantó de súbito para
asirse sollozante de mi cuello. Mi corazón había guardado para aquel momento casi todas sus
lágrimas.
Mis labios descansaron sobre su frente... María, sacudiendo estremecida la cabeza, hizo ondular los
bucles de su cabellera, y escondiendo en mi pecho la faz, extendió uno de los brazos para
señalarme el altar. Emma, que acababa de entrar, la recibió inanimada en su regazo, pidiéndome
con ademán suplicante que me alejase. Y obedecí...”. Parte hacia a Bogotá:
LIV
Habiendo pasado dos semanas en Londres. Recibió la primera carta de María, en la que
le contaba toda la situación de su casa: “ Había una carta de María. Antes de desdoblarla,
busqué en ella aquel perfume demasiado conocido para mí de la mano que lo había escrito: aún lo
conservaba; en sus pliegues iba un pedacito de cáliz de azucena. Mis ojos nublados quisieron
inútilmente leer las primeras líneas”. Entre otras cosas, ella le decía:" Nuestra mata de azucenas
ha dado la primera, y dentro de esta carta va un pedacito. ¿No es verdad que estás seguro de que
nunca dejará de florecer? Así necesito creer, así creo que la de rosas dará las más lindas del jardín".
LV
Pasado un año, Efraín recibía dos cartas por mes de María (“ Las últimas estaban llenas de
melancolía tan profunda, que comparadas con ellas, las primeras que recibí parecían escritas en
nuestros días de felicidad...”), fue hasta entonces que recibió la visita del señor A... y este le
entrega un paquete de cartas donde está la trágica noticia de que María estaba
agonizando y que debía regresar para que María se repusiera. Dos horas después saló de
Londres.
LVI-LVII-LVIII-LIX
Efraín inicia su largo viaje (barcos, mulas, carruajes, canoas, etc.). Relee las cartas de
María que les trajo el sr A y descubre que durante su ausencia la enfermedad había
seguido su curso. María empeoraba y llamaba a Efraín. Las cartas decían: "La noticia de
tu regreso ha bastado a volverme las fuerzas. Ya puedo contar los días, porque cada uno que pasa
acerca más aquel en que he de volver a verte” , "Pero quieren que vayamos a la ciudad, porque
dicen que allá podrán asistirme mejor los médicos: yo no necesito otro remedio que verte a mi lado
para siempre. Yo quiero esperarte aquí: no quiero abandonar todo esto que amabas, porque se me
figura que a mí me lo dejaste recomendado y que me amarías menos en otra parte. Suplicaré para
que papá demore nuestro viaje, y mientras tanto llegarás, adiós".
LX
Al día siguiente a las cuatro de la tarde llegué al alto de las Cruces. Apeéme para pisar aquel suelo
desde donde dije adiós para mi mal a la tierra nativa. Volví a ver ese valle del Cauca, país tan bello
cuanto desventurado yo... Tantas veces había soñado divisarlo desde aquella montaña, que después
de tenerlo delante con toda su esplendidez, miraba a mi alrededor para convencerme de que en tal
momento no era juguete de un sueño. Mi corazón palpitaba aceleradamente como si presintiese que
pronto iba a reclinarse sobre él la cabeza de María; y mis oídos ansiaban recoger en el viento una
voz perdida de ella. Fijos estaban mis ojos sobre las colinas iluminadas al pie de la sierra distante,
donde blanqueaba la casa de mis padres. Llegó a su casa
-¡María! ¡Mi María! -exclamé estrechando contra mi corazón aquella cabeza entregada a mis caricias.
-¡Ay!, ¡No, no, Dios mío! -interrumpióme sollozando.
Y desprendiéndose de mi cuello cayó sobre el sofá inmediato: era Emma. Vestía de negro, y la luna
acababa de bañar su rostro lívido y regado de lágrimas.
Se abrió la puerta del aposento de mi madre en ese instante. Ella, balbuciente y palpándome con
sus besos, me arrastró en los brazos al asiento donde Emma estaba muda e inmóvil.
-¿Dónde está, pues, donde está? -grité poniéndome en pie.
-¡Hijo de mi alma! -exclamó mi madre con el más hondo acento de ternura y volviendo a
estrecharme contra su seno-: en el cielo.
Algo como la hoja fría de un puñal penetró en mi cerebro: faltó a mis ojos luz y a mi pecho aire. Era
la muerte que me hería... Ella, tan cruel e implacable, ¿por qué no supo herir?...
LXI
Me fue imposible darme cuenta de lo que por mí había pasado, una noche que desperté en un
lecho rodeado de personas y objetos que casi no podía distinguir. Una lámpara velada, cuya luz
hacían más opaca las cortinas de la cama, difundía por la silenciosa habitación una claridad indecisa.
Intenté en vano incorporarme: llamé, y sentí que estrechaban una de mis manos; torné a llamar, y
el nombre que débilmente pronunciaba tuvo por respuesta un sollozo. Volvíme hacia el lado de
donde éste había salido y reconocí a mi madre, cuya mirada anhelosa y llena de lágrimas estaba fija
en mi rostro. Me hizo casi en secreto y con su más suave voz, muchas preguntas para cerciorarse
de si estaba aliviado.
-¿Conque es verdad? -le dije cuando el recuerdo aún confuso de la última vez en que la había visto,
vino a mi memoria.
Sin responderme, reclinó la frente en el almohadón, uniendo así nuestras cabezas.
Después de unos momentos tuve la crueldad de decirle:
-¡Así me engañaron!... ¿A qué he venido?
|-¿Y yo? |-me interrumpió humedeciendo mi cuello con sus lágrimas.
Mas su dolor y su ternura no conseguían que algunas corriesen de mis ojos.
Se trataba, sin duda, de evitarme toda fuerte emoción, pues poco rato después se acercó silencioso
mi padre, y me estrechó una mano, mientras se enjugaba los ojos sombreados por el insomnio.
Mi madre, Eloísa y Emma se turnaron aquella noche para velar cerca de mi lecho, luego que el
doctor se retiró prometiendo una lenta pero positiva reposición. Inútilmente agotaron ellas sus más
dulces cuidados para hacerme conciliar el sueño. Así que mi madre se durmió rendida por el
cansancio, supe que hacía algo más de veinticuatro horas que me hallaba en casa.
Emma sabía lo único que me faltaba saber: la historia de sus últimos días... sus últimos momentos y
sus últimas palabras. Sentía que para oír esas confidencias terribles, me faltaba valor, pero no pude
dominar mi sed de dolorosos pormenores, y le hice muchas preguntas. Ella sólo me respondía con el
acento de una madre que hace dormir a su hijo en la cuna:
-Mañana.
Y acariciaba mi frente con sus manos o jugaba con mis cabellos.
LXII
Tres semanas habían corrido desde mi regreso, durante las cuales me retuvieron a su lado Emma
y mi madre, aconsejadas por el médico y disculpando su tenacidad con el mal estado de mi salud.
Los días y las noches de dos meses habían pasado sobre su tumba y mis labios no hablan
murmurado una oración sobre ella. Sentíame aún sin la fuerza necesaria para visitar la abandonada
mansión de nuestros amores, para mirar ese sepulcro que a mis ojos la escondía y la negaba a mis
brazos. Pero en aquellos sitios debía esperarme ella: allí estaban los tristes presentes de su despedida para mí, que no había volado a recibir su último adiós y su primer beso antes que la muerte
helara sus labios.
Emma fue exprimiendo lentamente en mi corazón toda la amargura de las postreras confidencias de
María para mí. Así, recomendada para romper el dique de mis lágrimas, no tuvo más tarde cómo
enjugarlas, y mezclando las suyas a las mías pasaron esas horas dolorosas y lentas.
En la mañana que siguió a la tarde en que María me escribió su última carta, Emma, después de
haberla buscado inútilmente en su alcoba, la halló sentada en el banco de piedra del jardín: dábase
ver lo que había llorado: sus ojos fijos en la corriente y agrandados por la sombra que los
circundaba, humedecían aún con algunas lágrimas despaciosas aquellas mejillas pálidas y enflaquecidas, antes tan llenas de gracia y lozanía: exhalaba sollozos ya débiles, ecos de otros en que su
dolor se había desahogado.
-¿Por qué has venido sola hoy? -le preguntó Emma abrazándola-: yo quería acompañarte como
ayer.
-Sí -le respondió-; lo sabía; pero deseaba venir sola; creí que tendría fuerzas. Ayúdame a andar.
Se apoyó en el brazo de Emma y se dirigió al rosal de enfrente a mi ventana. Luego que estuvieron
cerca de él, María lo contempló casi sonriente, y quitándole las dos rosas más frescas, dijo:
-Tal vez serán las últimas. Mira cuántos botones tiene: tú le pondrás a la Virgen los más hermosos
que vayan abriendo.
Acercando a su mejilla la rama más florecida, añadió:
-¡Adiós, rosal mío, emblema querido de su constancia! Tú le dirás que lo cuidé mientras pude -dijo
volviéndose a Emma, que lloraba con ella.
Mi hermana quiso sacarla del jardín diciéndole:
-¿Por qué te entristeces así? ¿No ha convenido papá en demorar nuestro viaje? Volveremos todos
los días. ¿No es verdad que te sientes mejor?
-Estémonos todavía aquí -le respondió acercándose lentamente a la ventana de mi cuarto: la estuvo
mirando olvidada de Emma, y se inclinó después a desprender todas las azucenas de su mata predilecta, diciendo a mi hermana-: Dile que nunca dejó de florecer. Ahora sí vámonos.
Volvió a detenerse en la orilla del arroyo, y mirando en torno suyo apoyó la frente en el seno de
Emma murmurando:
-¡Yo no quiero morirme sin volver a verlo aquí!
Durante el día se la vio más triste y silenciosa que de costumbre. Por la tarde estuvo en mi cuarto y
dejó en el florero, unidas con algunas hebras de sus cabellos, las azucenas que había cogido por la
mañana; y allí fue Emma a buscarla cuando ya había oscurecido. Estaba de codos en la ventana; y
los bucles desordenados de la cabellera casi le ocultaban el rostro.
-María -le dijo Emma después de haberla mirado en silencio unos momentos- ¿no te hará mal este
viento de la noche?
Ella, sorprendida al principio, le respondió tomándole una mano, atrayéndola a sí y haciendo que se
sentase a su lado en el sofá:
-Ya nada puede hacerme mal.
-¿No quieres que vayamos al oratorio?
-Ahora no: deseo estarme aquí todavía; tengo que decirte tantas cosas...
-¿No hay tiempo para que me las digas en otra parte? Tú, tan obediente a las prescripciones del
doctor, vas así a hacer infructuosos todos sus cuidados y los nuestros: hace dos días que no eres ya
dócil como antes.
-Es que no saben que voy a morirme -respondió abrazando a Emma y sollozando contra su pecho.
-¡Morirte! ¿Morirte cuando Efraín va a llegar?...
-Sin verlo otra vez, sin decirle... morirme sin poderlo esperar. Esto es espantoso -agregó
estremeciéndose después de una pausa-; pero es cierto: nunca los síntomas del acceso han sido
como los que estoy sintiendo. Yo necesito que lo sepas todo antes que me sea imposible decírtelo.
Oye: quiero dejarle cuanto yo poseo y le ha sido amable. Pondrás en el cofrecito en que tengo sus
cartas y las flores secas, este guardapelo donde están sus cabellos y los de mi madre; esta sortija
que me puso en vísperas de su viaje; y en mi delantal azul envolverás mis trenzas... No te aflijas así
-continuó acercando su mejilla fría a la de mi hermana-; yo no podría ya ser su esposa... Dios quiere
librarlo del dolor de hallarme como estoy, del trance de verme expirar. ¡Ay!, yo podría morirme
conforme, dándole mi último adiós. Estréchalo por mí en tus brazos y dile que en vano luché por no
abandonarlo... que me espantaba más su soledad que la muerte misma, y...
María dejó de hablar y temblaba en los brazos de Emma; cubrióla ésta de besos y sus labios la
hallaron yerta; llamóla y no respondió; dio voces y corrieron en su auxilio.
Todos los esfuerzos del médico fueron infructuosos para volverla del acceso, y en la mañana del
siguiente día se declaró impotente para salvarla.
El anciano cura de la parroquia ocurrió a las doce al llamamiento que se le hizo.
Frente al lecho de María se colocó en una mesa adornada con las más bellas flores del jardín, el
crucifijo del oratorio, y lo alumbraban dos cirios benditos. De rodillas ante aquel altar humilde y
perfumado, oró el sacerdote durante una hora; y al levantarse, le entregó uno de los cirios a mi
padre y otro a Mayn para acercarse con ellos al lecho de la moribunda. Mi madre y mis hermanas,
Luisa, sus hijas y algunas esclavas se arrodillaron para presenciar la ceremonia. El ministro
pronunció estas palabras al oído de María:
-Hija mía, Dios viene a visitarte: ¿quieres recibirlo?
Ella continuó muda e inmóvil como si durmiese profundamente. El sacerdote miró a Mayn, quien,
comprendiendo al instante esa mirada, tomó el pulso a María, diciendo en seguida en voz baja:
-Cuatro horas lo menos.
El sacerdote la bendijo y la ungió. Los sollozos de mi madre, mis hermanas y las hijas del montañés
acompañaron la oración.
Una hora después de la ceremonia, Juan se había acercado al lecho y se empinaba para alcanzar a
ver a María, llorando porque no lo subían. Tomólo mi madre en sus brazos y lo sentó en el lecho.
-¿Está dormida, no? -preguntó el inocente reclinando la cabeza en el mismo almohadón en que
descansaba la de María, y tomándole en sus manitas una de las trenzas como lo acostumbraba para
dormirse.
Mi padre interrumpió esa escena que agotaba las fuerzas de mi madre y que los asistentes
presenciaban contristados.
A las cinco de la tarde, Mayn, que permanecía a la cabecera pulsando constantemente a María, se
puso en pie, y sus ojos humedecidos dejaron comprender a mi padre que había terminado la
agonía. Sus sollozos hicieron que Emma y mi madre se precipitasen sobre el lecho. Estaba como
dormida; pero dormida para siempre... ¡muerta!, ¡sin que mis labios hubiesen aspirado su postrer
aliento, sin que mis oídos hubiesen escuchado su último adiós, sin que algunas de tantas lágrimas
vertidas por mí después sobre su sepulcro, hubiesen caído sobre su frente!
Cuando mi madre se convenció de que María había muerto, ante su cadáver, bañado de la luz de los
arreboles de la tarde que penetraba en la estancia por una ventana que acababa de abrir, exclamó
con voz enronquecida por el llanto, besando una de esas manos ya fría e insensible:
-¡María!... ¡Hija de mi corazón!... ¿Por qué nos dejas así?... ¡Ay!, ya nunca más podrás oírme... ¿Qué
responderé a mi hijo cuando me pregunte por ti? ¡Qué hará, Dios mío!... ¡Muerta!, ¡muerta sin
haber exhalado una queja!
Ya en el oratorio, sobre una mesa enlutada, vestida de gro blanco y recostada en el ataúd,
mostraba en su rostro algo de sublime resignación. La luz de los cirios brillando en su frente tersa y
sobre sus anchos párpados, proyectaba la sombra de las pestañas sobre las mejillas: aquellos labios
pálidos parecían haberse helado cuando intentaban sonreír; podía creerse que alentaba aún.
Sombreábanle la garganta las trenzas medio envueltas en una toca de gasa blanca, y entre las
manos, descansándole sobre el pecho, sostenía un crucifijo.
Así la vio Emma a las tres de la madrugada, al acercarse a cumplir el más terrible encargo de María.
El sacerdote estaba orando de rodillas al pie del ataúd. La brisa de la noche, perfumada de rosas y
azahares, agitaba las llamas de los cirios, gastados ya.
"Creí -decía Emma- que al cortar la primera trenza iba a mirarme tan dulcemente como solía si
reclinada la cabeza en mi falda le peinaba yo los cabellos. Púselas al pie de la imagen de la Virgen y
por última vez le besé las mejillas... Cuando desperté dos horas después... ¡ya no estaba allí!".
Braulio, José y cuatro peones más condujeron al pueblo el cadáver, cruzando esas llanuras y
descansando bajo aquellos bosques por donde en una mañana feliz pasó María a mi lado amante y
amada el día del matrimonio de Tránsito. Mi padre y el cura seguían paso ante paso el humilde
convoy... ¡ay de mí!, ¡humilde y silencioso como el de Nay!
Mi padre regresó al medio día lentamente y ya solo. Al apearse hizo esfuerzos inútiles para sofocar
los sollozos que lo ahogaban. Sentado en el salón, en medio de Emma y mi madre y rodeado de los
niños que aguardaban en vano sus caricias, dio rienda a su dolor, haciéndose necesario que mi
madre procurase darle una conformidad que ella misma no podía tener.
"Yo -decía él- yo autor de ese viaje maldecido, ¡la he muerto! Si Salomón pudiera venir a pedirme
su hija, ¿qué habría yo de decirle?... Y Efraín... y Efraín...
¡Ah! ¿Para qué lo he llamado? ¿Así le cumpliré mis promesas?".
Aquella tarde dejaron la hacienda de la sierra para ir a pernoctar en la del valle, de donde debían
emprender al día siguiente viaje a la ciudad.
Braulio y Tránsito convinieron en habitar la casa para cuidar de ella durante la ausencia de la
familia.
LXIII
Dos meses después de la muerte de María, el diez de septiembre, oía yo a Emma el final de
aquella relación que ella retardó el mayor tiempo que le fue posible. Era de noche ya y Juan dormía
sobre mis rodillas, costumbre que había contraído desde mi regreso, porque acaso adivinaba
instintivamente que yo procuraba reemplazarle en parte el amor y los maternales cuidados de María.
Emma me entregó la llave del armario en que estaban guardados, en la casa de la sierra, los
vestidos de María y todo aquello que más especialmente había ella recomendado se guardara para
mí.
A la madrugada del día que siguió a esa noche me puse en camino para Santa R... en donde hacía
dos semanas que permanecía mi padre, después de haber dejado prevenido todo lo necesario para
mi regreso a Europa, el cual debía emprender el diez y ocho de aquel mes.
El doce a las cuatro de la tarde me despedí de mi padre, a quien había hecho creer que deseaba
pasar la noche en la hacienda de Carlos, para de esa manera estar más temprano en Cali al día
siguiente. Cuando abracé a mi padre, tenía él en las manos un paquete sellado, y entregándomelo
me dijo:
-A Kingston: contiene la última voluntad de Salomón y la dote de su hija. Si mi interés por ti -agregó
con voz que la emoción hacía trémula- me hizo alejarte de ella y precipitar tal vez su muerte... tú
sabrás disculparme... ¿Quién debe hacerlo si no eres tú?
Oído que hubo la respuesta que profundamente conmovido di a esa excusa paternal tan tierna
como humildemente dada, me estrechó de nuevo entre sus brazos. ¡Aún persiste en mi oído su
acento al pronunciar aquel adiós!
Saliendo a la llanura de... después de haber vadeado el Amaime, esperé a Juan Angel para indicarle
que tomase el camino de la sierra. Miróme como asustado con la orden que recibía; pero viéndome
doblar sobre la derecha, me siguió tan de cerca como le fue posible, y poco después lo perdí de
vista.
Ya empezaba a oír el ruido de las corrientes del Zabaletas; divisaba la copa de los sauces. Detúveme
en la asomada de la colina. Dos años antes, en una tarde como aquella, que entonces armonizaba
con mi felicidad y ahora era indiferente a mi dolor, había divisado desde allí mismo las luces de ese
hogar donde con amorosa ansiedad era esperado. María estaba allí... Ya esa casa cerrada y sus
contornos solitarios y silenciosos: ¡entonces el amor que nacía y ya el amor sin esperanza! Allí, a
pocos pasos del sendero que la grama empezaba a borrar, veía la ancha piedra que nos sirvió de
asiento tantas veces en aquellas felices tardes de lectura. Estaba, al fin, inmediato al huerto
confidente de mis amores: las palomas y los tordos aleteaban piando y gimiendo en los follajes de
los naranjos: el viento arrastraba hojas secas sobre el empedrado de la gradería.
Salté del caballo, abandonándolo a su voluntad, y sin fuerzas ni voz para llamar, me senté en uno
de esos escalones desde donde tantas veces su voz agasajadora y sus ojos amantes me dijeron
adioses.
Rato después, casi de noche ya, sentí pasos cerca de mí: era una anciana esclava que habiendo
visto mi caballo suelto en el pesebre, salía a saber quién era su dueño. Seguíale trabajosamente
Mayo: la vista de ese animal, amigo de mi niñez, cariñoso compañero de mis días de felicidad,
arrancó gemidos a mi pecho: presentándome la cabeza para recibir un agasajo, lamía el polvo de
mis botas, y sentándose a mis pies aulló dolorosamente.
La esclava trajo las llaves de la casa y al mismo tiempo me avisó que Braulio y Tránsito estaban en
la montaña. Entré al salón, y dando algunos pasos en él sin que mis ojos nublados pudiesen
distinguir los objetos, caí en el sofá donde con ella me había sentado siempre, donde por vez
primera le hablé de mi amor.
Cuando levanté el rostro, me rodeaba una completa oscuridad. Abrí la puerta del aposento de mi
madre, y mis espuelas resonaron lúgubremente en aquel recinto frío y oloroso a tumba. Entonces
una fuerza nueva en mi dolor me hizo precipitar al oratorio. Iba a pedírsela a Dios... ¡ni El podía
querer ya devolvérmela en la tierra! Iba a buscarla allí donde mis brazos la habían estrechado,
donde por vez primera mis labios descansaran sobre su frente... La luz de la luna que se levantaba,
penetrando por la celosía entreabierta, me dejó ver lo único que debía encontrar: el paño fúnebre
medio rodado de la mesa donde su ataúd descansó: los restos de los cirios que habían alumbrado el
túmulo... ¡el silencio sordo a mis gemidos, la eternidad muda ante mi dolor!
Vi luz en el aposento de mi madre: era que Juan Angel acababa de poner una bujía en una de las
mesas: la tomé, mandándole con un ademán que me dejase solo, y me dirigí a la alcoba de María.
Algo de sus perfumes había allí... velando las últimas prendas de su amor, su espíritu debía estarme
esperando. El crucifijo aún sobre la mesa: las flores marchitas sobre su pena: el lecho donde había
muerto, desmantelado ya: teñidas todavía algunas copas con las últimas pociones que le habían
dado. Abrí el armario: todos los aromas de los días de nuestro amor se exhalaron combinados de él.
Mis manos y mis labios palparon aquellos vestidos tan conocidos para mí. Halé el cajón que Emma
me había indicado; el cofre precioso estaba allí. Un grito escapó de mi pecho, y una sombra me
cubrió los ojos al desenrollarse entre mis manos aquellas trenzas que parecían sensibles a mis
besos.
Una hora después... ¡Dios mío!, tú lo sabes. Yo había recorrido el huerto llamándola, pidiéndosela a
los follajes que nos habían dado sombra, y al desierto que en sus ecos solamente me devolvía su
nombre. A la orilla del abismo cubierto por los rosales, en cuyo fondo informe y oscuro blanqueaban
las nieblas y tronaba el río, un pensamiento criminal estancó por un instante mis lágrimas y enfrió
mi frente...
Una persona de quien me ocultaban los rosales, | pronunció mi nombre cerca de mí: era Tránsito. Al
aproximárseme debió producirle espanto mi rostro, pues por unos momentos permaneció asom-
brada. La respuesta que di a la súplica que me hizo para que dejase aquel sitio, le reveló quizá con
su amargura todo el desprecio que en tales instantes tenía yo por la vida. La pobre muchacha se
puso a llorar sin insistir por el momento; pero reanimada, balbució con la voz doliente de una
esclava quejosa:
-¿Tampoco quiere ver a Braulio ni a mi hijo?
-No llores, Tránsito, y perdóname -le dije. ¿Dónde están?
Ella estrechó una de mis manos sin haber enjugado todavía sus lágrimas, y me condujo al corredor
del jardín, en donde su marido me esperaba. Después de que Braulio recibió mi abrazo, Tránsito
puso en mis rodillas un precioso niño de seis meses, y arrodillada a mis pies sonreía a su hijo y me
miraba complacida acariciar el fruto de sus inocentes amores.
LXIV
¡Inolvidable y última noche pasada en el hogar donde corrieron los años de mi niñez y los días
felices de mi juventud! Como el ave impelida por el huracán a las pampas abrasadas intenta en
vano sesgar su vuelo hacia el umbroso bosque nativo, y ajados ya los plumajes regresa a él después
de la tormenta, y busca inútilmente el nido de sus amores revoloteando en torno del árbol
destrozado, así mi alma abatida va en las horas de mi sueño a vagar en torno del que fue hogar de
mis padres. Frondosos naranjos, gentiles y verdes sauces que conmigo crecísteis, ¡cómo os habéis
envejecido! Rosas y azucenas de María, ¡quién las amará si existen! aromas del lozano huerto, ¡no
volveré a aspiraros! Susurradores vientos, rumoroso río... ¡no volveré a oíros!
La media noche me halló velando en mi cuarto. Todo estaba allí como yo lo había dejado;
solamente las manos de María habían removido lo indispensable, engalanando la estancia para mi
regreso: marchitas y carcomidas por los insectos permanecían en el florero las últimas azucenas que
ella le puso. Ante esa mesa abrí el paquete de las cartas que me había devuelto al morir. Aquellas
líneas borradas por mis lágrimas y trazadas cuando tan lejos estaba de creer que serían mis últimas
palabras dirigidas a ella; aquellos pliegos ajados en su seno, fueron desplegados y leídos uno a uno;
y buscando entre las cartas de María la contestación a cada una de las que yo le había escrito,
compaginé ese diálogo de inmortal amor dictado por la esperanza e interrumpido por la muerte.
Teniendo entre mis manos las trenzas de María y recostado en el sofá en que Emma le había oído
sus postreras confidencias, dio las dos el reloj; él había medido también las horas de aquella noche
angustiosa, víspera de mi viaje; él debía medir las de la última que pasé en la morada de mis
mayores.
Soñé que María era ya mi esposa: ese castísimo delirio había sido y debía continuar siendo el único
deleite de mi alma: vestía un traje blanco vaporoso, y llevaba un delantal azul, azul como si hubiese
sido formado de un jirón del cielo; era aquel delantal que tantas veces le ayudé a llenar de flores, y
que ella sabía atar tan linda y descuidadamente a su cintura inquieta, aquel en que había yo
encontrado envueltos sus cabellos: entreabrió cuidadosamente la puerta de mi cuarto, y procurando
no hacer ni el más leve ruido con sus ropajes, se arrodilló sobre la alfombra, al pie del sofá: después
de mirarme medio sonreída, cual si temiera que mi sueño fuese fingido, tocó mi frente con sus
labios suaves como el terciopelo de los lirios del Páez: menos temerosa ya de mi engaño, dejóme
aspirar un momento su aliento tibio y fragante; pero entonces esperé inútilmente que oprimiera mis
labios con los suyos: sentóse en la alfombra, y mientras leía algunas de las páginas dispersas en
ella, tenía sobre la mejilla una de mis manos que pendía sobre los almohadones: sintiendo ella
animada esa mano, volvió hacia mí su mirada llena de amor, sonriendo como ella sola podía sonreír;
atraje sobre mi pecho su cabeza, y reclinada así, buscaba mis ojos mientras le orlaba yo la frente
con sus trenzas sedosas o aspiraba con deleite su perfume de albahaca.
Un grito, grito mío, interrumpió aquel sueño: la realidad lo turbaba celosa como si aquel instante
hubiese sido un siglo de dicha. La lámpara se había consumido; por la ventana penetraba el viento
frío de la madrugada; mis manos estaban yertas y oprimían aquellas trenzas, único despojo de su
belleza, única verdad de mi sueño.
LXV
En la tarde de ese día, durante el cual había visitado todos los sitios que me eran queridos, y que
no debía volver a ver, me preparaba para emprender viaje a la ciudad, pasando por el cementerio
de la parroquia donde estaba la tumba de María. Juan Angel y Braulio se habían adelantado a
esperarme en él, y José, su mujer y sus hijas me rodeaban ya para recibir mi despedida. Invitados
por mí me siguieron al oratorio, y todos de rodillas, todos llorando, oramos por el alma de aquella a
quien tanto habíamos amado. José interrumpió el silencio que siguió a esa oración solemne para
recitar una súplica a la protectora de los peregrinos y navegantes.
Ya en el corredor, Tránsito y Lucía, después de recibir mi adiós, sollozaban cubierto el rostro y
sentadas en el pavimento; la señora Luisa había desaparecido; José, volviendo a un lado la faz para
ocultarme sus lágrimas, me esperaba teniendo el caballo del cabestro al pie de la gradería; Mayo,
meneando la cola y tendido en el gramal, espiaba todos mis movimientos como cuando en sus días
de vigor salíamos a caza de perdices.
Faltóme la voz para decir una postrera palabra cariñosa a José y a sus hijas; ellos tampoco la
habrían tenido para responderme.
A pocas cuadras de la casa me detuve antes de emprender la bajada a ver una vez más aquella
mansión querida y sus contornos. De las horas de felicidad que en ella había pasado, sólo llevaba
conmigo el recuerdo; de María, los dones que me había dejado al borde de su tumba.
Llegó Mayo entonces, y fatigado se detuvo a la orilla del torrente que nos separaba: dos veces
intentó vadearlo y en ambas hubo de retroceder: sentóse sobre el césped y aulló tan
lastimosamente como si sus alaridos tuviesen algo de humano, como si con ellos quisiera
recordarme cuánto me había amado, y reconvenirme porque lo abandonaba en su vejez.
A la hora y media me desmontaba a la portada de una especie de huerto, aislado en la llanura y
cercado de palenque, que era el cementerio de la aldea. Braulio, recibiendo el caballo y participando
de la emoción que descubría en mi rostro, empujó una hoja de la puerta y no dio un paso más.
Atravesé por en medio de las malezas y de las cruces de leño y de guadua que se levantaban sobre
ellas. El Sol al ponerse cruzaba el ramaje enmarañado de la selva vecina con algunos rayos, que
amarilleaban sobre los zarzales y en los follajes de los árboles que sombreaban las tumbas. Al dar la
vuelta a un grupo de corpulentos tamarindos quedé enfrente de un pedestal blanco y manchado por
las lluvias, sobre el cual se elevaba una cruz de hierro: acerquéme. En una plancha negra que las
adormideras medio ocultaban ya, empecé a leer: "María"...
A aquel monólogo terrible del alma ante la muerte, del alma que la interroga, que la maldice... que
le ruega, que la llama... demasiado elocuente respuesta dio esa tumba fría y sorda, que mis brazos
oprimían y mis lágrimas bañaban.
El ruido de unos pasos sobre la hojarasca me hizo levantar al frente del pedestal: Braulio se acercó
a mí, y entregándome una corona de rosas y azucenas, obsequio de las hijas de José, permaneció
en el mismo sitio como para indicarme que era hora de partir.
Púseme en pie para colgarla de la cruz, y volví a abrazarme a los pies de ella para dar a María y a su
sepulcro un último adiós...
Había ya montado, y Braulio estrechaba entre sus manos una de las mías, cuando el revuelo de un
ave que al pasar sobre nuestras cabezas dio un graznido siniestro y conocido para mí, interrumpió
nuestra despedida: la vi volar hacia la cruz de hierro, y posada ya en uno de sus brazos, aleteó
repitiendo su espantoso canto.
Estremecido, partí a galope por en medio de la pampa solitaria, cuyo vasto horizonte ennegrecía la
noche.
Jorge Isaacs
RE AL I S M O.
Se de n omi n ó R e a li sm o a la co rri en te lit er a ria po sr omá nt i ca qu e fl ore ci ó e n E ur opa
du ra n te la s e g u nda mita d de l s ig lo XI X, a la luz de ca mb i os s o cia les y de n u eva s
co n ce pc io ne s fi lo s óf i c a s.
E l re a li sm o l ite ra ri o int e n ta su pera r e l s ub jet i vi smo r omá nt ic o c o n la o bse r va c ió n
dire cta y ob je ti va de l a re a lid a d , pa ra l o c ua l el es cri to r toma u na po si ci ón i mpe r s o na l , c omo
u n cr o ni sta om n i s cie nte y mi nu c io so q u e regi stra y a na liza a mbie nte s, co st umb res ,
pers o na je s y co n fl i cto s. E n la o bra l ite ra ria a pa re ce el m u nd o h uma n o y ma ter ia l co n su s
la c ra s , ba j e za s e h ip oc re s ía s . E l e s cri to r s uel e m os tra r s u se nti do éti co , q ue c ues ti o na la
so cie da d e n qu e vi ve . E l le n gu a j e e s usa do c on cu ida do y el es til o res ult a s ob ri o y ef i ca z .
El g é ne r o n o v el ís ti c o. La so cie da d e u ro pe a bur g uesa de me dia d os d el s igl o X I X, q ue
bu s ca ba re fle ja r s u co nte mp ora nei da d a tra vé s de la té c ni ca r ea l i sta , e nc o ntr ó e n e l gé ner o
no ve lí sti c o u na vía id e a l de e xp res ió n . La no ve la , q ue f lo re ce d e ma ne ra e xtra or di na ria a
pa rti r de e sta é p oc a , ya n o se ba sa s ob re l a a né cd ota n i s obr e el enr ed o de la a cc ió n , sin o
que s e o c up a d e la te n sió n di ná mi ca e n tre e l i ndi v id uo y la s o cie da d.
La s obra s tra ta n te m a s de la vi da c oti dia n a , c on f li ct os m ora l es que ca ra cte ri za rá n la
psi c ol ogía de l h om bre co nt e mp orá ne o. E s por est o q ue la n o ve la rea l is ta y la na t ur a lis ta
in ic ia n e l ca m in o de la n o ve la m ode rna . L os pers o na je s pe rte ne ce n a la vida cot idi a na .
CA R A CT ER ÍS T I CA S GE NE RAL ES
1. Ob s er vac ió n . L a o b se r va ci ó n pa sa a ser la fa c u lta d má s est ima da en el a rte ; s e
des he c ha n la im a g i n a ci ó n y el s en tim ie nt o (del r oma nt i cis mo) y la ra z ón ( d el
ne oc la s i cis mo ); e sta ob se r va ci ó n se a pl i ca a todo el co nt or n o que r ode a a l e sc rit or
(h omb re s , lu ga re s , co st umb res , so ci eda d, c osa s) y se a pr o v e cha n s us da t os c om o ma ter ia
lite ra ria .
2. R eg i on al is mo . L os n ov e li sta s y c ue nti sta s se i nt ere sa n p or la re a lida d d e ca da re gió n , y
la no ve la no e s u ni fo r me e n t od o u n pa í s.
3. C os t um b ri sm o . La de sc rip c ió n de c ost u mbr es de l o s i ndi v id uo s o cla se s so c ia le s i nte res a
vi va m e n te a lo s a rti st a s, y e ll os s o n tom a d os c om o pr ota go ni sta s ind iv id ua l es y n o c o mo
fi gu ra s r e pre se nta t i va s o s ímb ol o s d e cla ses .
4. Am pl iac i ón d el r e p er t or i o d e pe rs o naj es . Se a mp lía la ser ie d e p ers o na jes q u e
int ere sa n a la l it e ra t u ra , in c orp ora n do a la s fig ur a s c om u nes , v ul ga re s, f ea s o vi ci os a s
que n o re vi ste n e l ca r á cte r de hér oes , p rot oti po s o m ode lo s ; en gen era l pert en ec en a la
cla se me d ia o b a ja .
5. C on t e m p ora n ei da d . Se de s a rr ol la n te ma s de la ép o ca y el mom ent o, c o n ol vi do de l o s
tema s hi s tó ri co s o a nt i gu os .
6. Aus e nc ia d e v ol u n t aris m o y d e s e nt i m en ta li sm o . Lo s pe rso na je s a ct úa n e n l a s
no ve la s y c ue nt os se g ú n la s m oti va ci o nes d e la vid a rea l, a ú n c u a nd o s ea n s uba lte rn a s o
mezq ui na s.
7. Acci ó n n a tu ral . La s ob ra s se ce ntra n e n to rn o a una a c ci ón , ca rá c ter , c ost um bre s o
pers o na , q ue lo gra n u n d e sa rr oll o y u n d ese nla ce na tu ra l , d e a cu e rdo c o n la p si co lo gía o
la s c ir cu n sta n cia s, y n o c o mo el a rb itra ri o o el d esi g ni o d el a ut or .
8. Fi na li da d ex t ral i t er aria o t esi s . A u nq ue no t oda s, m u ch a s o br a s t ie ne n u n fi n s o cia l o
ide ol ógi c o o e n cie rra n u na te s is .
9. P ro sa y n ov e la . No e xi sti ó prá cti ca me nte rea li sm o e n po esí a , y de ntr o de la pr o sa , l os
gén er os má s cu lti va do s f ue r o n la no ve la y e l c ue nt o.
1 0. Des cr i pci ó n y na rra c ió n . F uer o n lo s d os p r oc edi mie nt os té c ni c os má s em plea do s po r lo s
es crit or e s .
1 1. L it e ra t ura d e la c l ase m e di a . Ta nt os los a ut or es co mo l o s le cto re s per te ne ce n
gen era l me nte a la cl a se med ia ; n o se e s cr ibe a ho ra pa r a mi no ría s a ri st oc rá ti ca s o
a ca d émi ca s, si n o pa ra e l p ú bli c o e n ge n e r a l.
Na tu ra lis m o: cara c t er ís ti cas l i t era ri as.
Ha c ia 1 87 0 a pa re ce e n la lit era t ur a e ur o pea u n mo vi mie nt o l i tera r io
der iva do del
rea li sm o, l la ma do Na t ura li smo , q ue i nte nta re fle ja r l a rea l ida d a tra vé s de lo s mét od os de
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ob ser va ci ó n y a ná l is is de la s ci e n c ia s na t ura l es. E l má s imp orta nt e teór i co d el m ov im ie nt o es
el no ve li sta f ra n cé s E mili o Z ola .
E l Na tu ra l is mo uti li za nd o la s te oría s cie nt íf ica s d e la here n ci a bio ló gi ca y de la
in fl ue n cia de l me d io s obr e e l ho mbr e, c o no c ida s com o dete rm inis mo , s e co mp la c e e n e xh ib ir
pers o na je s de gr a da d o s por l a e n fe rmed a d y la miser ia en a m bie n tes s órd id os y ma rg i n a les .
De a cu erd o co n e s ta s te o ría s el hom bre no e s to ta lm en te li br e, si n o q ue es tá s u j eto o
deter mi na d o de sde s u na c imie nt o a rea l iz a r, i ne xo ra bl eme nte , u n des ti no r egi do p o r el
fa ta li smo de d os fa c to re s q ue lo c o nd ic io na n : la her en c ia b io ló gi ca y el med io s o cia l.
Lo s e s c rit ore s na tu ra l ista s c o ns ide ra n qu e el i nst in to , la em o ci ó n o la s c o nd ic i o ne s
so cia les y e co n ómi ca s rige n la co nd u cta h um a na , re cha za nd o el li b re a lbe drí o y a do pta nd o en
gra n m edi da e l de te rm in ism o bi ol ógi c o de Ch a rle s Da rw i n y e l e c o n ómi c o d e Ka rl Ma rx .
E n Hi spa n oa mé ri ca , e l na t u ra li sm o a pa re ce en la no ve la ha cia 1 8 8 0 e n u na c orr ie nt e
que b us ca s obre to do a na l iza r l os pr ob lema s étn i co s y s o cia les a tr a vé s de la c on d uc ta d e lo s
pers o na je s.
Se ca ra cte ri za e n e s ta s zo na s p or la o bj eti vi da d re la ti va en la de s cr ip ci ón mi n u ci osa y
pre ci sa de a mb ie nte s, co n pre fe re nc ia d el ba j o fo n do ur ba no y ru ra l , a u n qu e ta m bié n s e
des cr ibe n a mbi e n te s bu rg ue se s y a ri st oc rá ti co s. Ta nto la s c l a ses s upe ri ore s co m o la s
in fe ri ore s no s on s in o e stra ti fi ca ci o nes de u n a mi sma e spe c ie h uma na : el hom bre de s va li do e
ig no ra n te. D omi na , p ue s, u n e s pír it u a ma rgo y p esi mi sta : el desa fí o a la s le ye s de la
her en c ia b io ló gi ca pre ci pita a l os pr ota go ni s ta s e n el fr a ca s o. E st o s pe rs o na jes re pre se nt a n a
tod o u n gr up o so cia l, no p ose e n i nd i v id ua lid a d.
E l Na t u ra li sm o e n Hi sp a no a mér i ca es u na n u eva p os ib ili da d d e in te rpre ta r la s o cie da d y
de d es cr ib ir lo e se nc i a l d e ca da pa ís . Ha y u n m om en to de nt ro d el Na t ur a li sm o e n q ue lo s
es crit or es h is p a noa me ri ca n o s e stá n f ue rtem ente co mpr ome tid o s c on la ti erra , lo te lú ri c o, la
bú sq ue da d e u n ví n c ul o ori gi na l . E s de ci r, c ua l q uie ra q ue se a el te ma , el es ce na ri o es la
geo gra fía d e l c o nti ne nte : la pa m pa , l a lla n ura , la sel va , el rí o, la mon t a ñ a , la sa ba na , e l
des iert o, la c o sta , e t c . . .
La s p ro ble má ti ca s s o cia le s q ue e xp li ca n l a a pa ri ci ó n de la te n den c ia na t u ra li sta e n
E ur opa ( la cre c ie nte in du str ia l iza ci ó n, la l u cha d e cla se s, l os a su nt o s de ín do le p o líti ca ,
ec on óm ic a y mo ra l) , t a mbié n va l en pa ra Hi spa noa mér i ca . Si n e m ba rg o, a q uí se i n co rp ora n
cie rta s te má ti ca s ge n ui na s, c om o la op o si c ió n en tre el ele me nt o a utó ct o no y el ext ra n jer o,
la s d i fere n ci a s r a c ia le s, e l e n fre nta mie nt o d el h om bre c o n la na t u ra leza , l a s it ua c ió n de lo s
su b urb io s e n la s g ra nd e s ci ud a de s, el ca c iq ui smo o la i ne sta b ili da d pol íti ca .
Pos e e , a de má s , u na N a rra ti va de T es is : fi el test imo n io de la s c ir c u nsta n cia s hi st óri ca s,
a mbie nta le s, p olí ti ca s y ra ci a le s: va l or de doc um en to hi s tó ri co . Per o, a u nq ue se ba s e e n
he c ho s y co n fl ic to s re a le s , la na rra t i va n a t ura li sta , pa ra se r ta l , ta nt o l a e ur opea c o mo la
hi spa n oa me ri ca na , c o n ci be a s us per so na je s co mo emp u ja do s p or u n cie go det er m i nis mo que
rige lo s a cto s d e é s t os y q ue se q u iere e xpl i ca r , a n tes q ue p o r el clá si co “ fa t um ” de la
tra ge dia a n tig ua , po r l e ye s de he r e nc ia y po r c ir c un sta n cia s a m bie n ta les .
E n la no ve la , e n co n cr e to , n os e n co n tra m os co n u na té c ni ca de ori enta ci ó n rea li st a q u e
la na rr a ti va na t ura li st a ha ce pr op ia : la de sc rip c ió n mi n uc io sa y deta lli sta del e nto r n o s e
f un da me nt a e n la c a pa c ida d d e obs er va ci ón y sig n if i ca u na v a lora c ió n de la rea l i da d
ci rc u nda nt e co n a fá n de ve r os im il i tu d.
Se pr od u ce , p ue s, un a uge de la n o v el a e xp erime nt a l (o bse rv a c ió n -ex per ime nta c ió n) .
Ca rac t er ís t icas .
 La n o ve la tie ne un ca r á cte r d o c ume nta l e n l a pi nt ur a de a m bie nte s s o cia les o bse r va d os co n
mi nu ci o sida d y p re fie re la des cr ip ci ó n de pers o na je s de ba j o f on do o d e la so ci ed a d
bu rg ue sa e n me d io s d e c or ru p ci ón .
 Lo s pe rs o na j e s e stá n de te r mi na d os po r la h ere nc ia o el med io . E l na rra do r, e nt o n ces , se
limi ta a pr e se nta r e n c ua d ro s so mbr ío s los a s pe ct os n ega t iv os de la vi da de e so s
pers o na je s co n e l a fá n de o fre ce r l o s co n fl i ct os de la exi ste n cia h u ma na .
 E l a n he lo cie nt í fi co d e e xp re sa r la ver da d co mo e n u n a ná li si s d e la bo ra t ori o co nd u ce a l
má s c ru do r e a li sm o, s in de se c ha r l os a s pe ct os má s ín tim os o rep u gna nte s de l os i n sti nt os
na t ura le s .
 F un da me nt o fi lo só fi c o. La p si co lo gía e s s ól o u n ca pít u lo d e la fi si ol ogía ; lo s ca ra cter es so n
tempe ra me nt os ; e l a m bie nte fí si co pre si on a so bre el dest i no d e la s per so na s, y la hi sto r ia
de la s na c io ne s e stá so me ti da a l dete rm i ni sm o. E sta s i dea s p ro vie ne n de l po sit i vi s mo
fra n cé s, de Da rw i n , S c ho pe n ha u er y ot ro s po co s f iló s of o s.
 R ec ur so a la cie n cia e xpe rim en ta l y p os iti va . Cla u de Be rn a rd h a bía d emo st ra d o q ue la
sim ple e xp e ri e n ci a n o e s lo m is mo qu e la ex peri me nta ci ó n cie nt í fi ca me tó di ca me nte
pro v o ca da , y q ue lo que i nte r esa c on o cer no es po r q ué s uc e den lo s fe nó me no s , s in o
có mo . E st o mi sm o de be s uc e de r en la lite r a tur a , o sea , mo stra r sist emá t ica me nte có mo
su ce de n l o s he c ho s.
 La n o ve la de be se r e xpe rim en ta l . La n o v ela debe pa sa r de l esta d o de c ie n cia de la
ob ser va ci ó n a l e s ta d o de cie n cia de la ex per i men ta c ió n , m edi a n te e ste pr oc es o lite ra r io :
a . u na ob se r va ci ó n so bre u n he c h o s o cia l o i n di vi du a l.
b. se i n ve nta una s it ua ci ón pa ra co nt ro la r es ta ob ser va c ió n
c. se ve ri fi ca e sta hip óte sis , en fu n ci ó n del rel a to o de la i nt egr a .
d. el d e se nl a c e d e be se r e l r es ult a d o de e sa e x peri me nta ci ó n.
E n o tra s pa la bra s, la t é c ni ca d e la crea c ió n de u na n ov ela co n si st e en t oma r u n he c ho o u n
in di vi du o ( u n a l co hó li co , p or e jem pl o), c ol oca rl o e n di sti nt os a mbie nt es s o cia les , v e rlo
a ct ua r , e st udi a r e l m e ca ni sm o p or med io d el c ua l l os fa ct ore s e xter n os op era n s ob re él,
a pu nta r im pa r cia lme nt e e sta s mo di fi ca ci o ne s, y c o n cl uir la n o vel a en la fo rma na t ura l en
60
que ter mi na r ía e l ca so e n l a rea lida d, si n c o n ces io ne s a la ima gi na ci ó n n i a l se nti mie nt o ni
a la s p ro pia s i de a s.
 P es im is m o. La v is ió n de l a vida de lo s na t ura li sta s es pe sim ist a s; el h omb re n o e s l ib re,
pue s d e pe nde de s u t e mpe r a me nt o, d e s us in sti nt os , de su f isi ol o gía , de la cla se s oc ia l a
la c ua l pe r te ne ce , de su s e n fe r meda des y d e su po bre za ; la m eta fí si ca e s u na q uime ra , la
reli gi ón u na e n so ña ci ó n y l os s en tim ie nto s u na il u sió n ; la re pú bl ic a deberá s er na tu ra l is ta
o no se rá na da .
 P re fe r en cia po r l o an or ma l . L os per so n a je s má s i nte resa nt es pa ra l a li tera t u ra de ben
ser lo s a no rma le s , n e ur ót ic os , vi c io so s e mped er nid o s, en fe rm os , i nm ora les , per did os ,
pob res ; l os a mb ie nte s do n de a ct úa n debe n ser l os na tu ra le s a su c o nd ic ió n , ho sp i ci os ,
ho sp ita l e s , ta be r na s, e tc .
 De ta ll is m o d es cr ip t iv o y nar ra ti v o . E l na tu ra l is mo se co m pla ce en la d es cr ip ci ón
mi nu ci o sa de l uga re s y p e rs o na jes , y lo mi s mo ha ce co n la na r ra c i ón , p or q ue cre e q ue e sta
mi nu ci o sida d c on tri b u ye a e xpl ic a r la ra zó n de la co n du cta de l o s pe rs o na jes , j us ti fi ca el
dese n la c e d e la tra ma y cr e a u n a t ra cti v o e st éti co má s .
Dif er e nc ias e n tr e e l r ea lis m o y e l Na t ura li sm o . Am bo s mo vi mie nt os i nt en ta r on
ref le ja r la r e a l ida d ta l c omo e ra . Si n e mba r go , el R ea l ism o ma n i f est ó l os i nter ese s d e u na
ca pa so ci a l má s de fi n i da : l a b urg ue sía e n a sc en so . E n ca mb io , el na t ura lis mo m o str ó a la s
cla se s má s de s fa v ore ci da s , i nte nta n do e xp li ca r la s ca u sa s de l os co n fl i cto s s o cia les . E l
rea li sm o f ue un mo v i mie nt o o ptim is ta , q ue cre y ó e n e l pr og res o y e n l a p osi bi lida d d e la s
pers o na s de e le gir s u ida ; e l Na t ura li sm o f ue f u nda m en ta lm en te pes imi sta y ma ni fe st ó la
imp os ibi li da d de e s ca p a r de l de ter mi ni sm o y de l os c o ndi c io na m ie n tos s oc i a le s qu e d iri ge n e l
a c ci on a r h uma n o.
L e e l os te x t os : R ea li sm o y Na t u ral is mo
R esp o nde :
1. ¿Q ué se c o no ce com o de ter mi ni sm o ? ¿C óm o in fl u ye e n la l itera t ura rea l is ta ?
2. ¿Q ué pe ns a do re s s o n t oma d o s co m o e jes de est os mo v imie nt o s?
3. ¿Q ué ca ra cte r íst i ca s p re se nta n es to s m o vim i ent os ?
4. ¿Q ué e s u na n a rra ti va de te si s ?
5.
Co n fe cc io na u n c ua dr o c omp a ra t iv o de lo s m ov im ie nto s.
A la deriva.
El hombre pisó algo blancuzco, y en seguida sintió la mordedura en el pie. Saltó adelante, y al
volverse con un juramento vio una yaracacusú que, arrollada sobre sí misma, esperaba otro ataque.
El hombre echó una veloz ojeada a su pie, donde dos gotitas de sangre engrosaban
dificultosamente, y sacó el machete de la cintura. La víbora vio la amenaza, y hundió más la cabeza
en el centro mismo de su espiral; pero el machete cayó de lomo, dislocándole las vértebras.
El hombre se bajó hasta la mordedura, quitó las gotitas de sangre, y durante un instante
contempló. Un dolor agudo nacía de los dos puntitos violetas, y comenzaba a invadir todo el pie.
Apresuradamente se ligó el tobillo con su pañuelo y siguió por la picada hacia su rancho.
El dolor en el pie aumentaba, con sensación de tirante abultamiento, y de pronto el hombre sintió
dos o tres fulgurantes puntadas que, como relámpagos, habían irradiado desde la herida hasta la
mitad de la pantorrilla. Movía la pierna con dificultad; una metálica sequedad de garganta, seguida
de sed quemante, le arrancó un nuevo juramento.
Llegó por fin al rancho y se echó de brazos sobre la rueda de un trapiche. Los dos puntitos violeta
desaparecían ahora en la monstruosa hinchazón del pie entero. La piel parecía adelgazada y a punto
de ceder, de tensa. Quiso llamar a su mujer, y la voz se quebró en un ronco arrastre de garganta
reseca. La sed lo devoraba.
-¡Dorotea! -alcanzó a lanzar en un estertor-. ¡Dame caña1!
Su mujer corrió con un vaso lleno, que el hombre sorbió en tres tragos. Pero no había sentido gusto
alguno.
-¡Te pedí caña, no agua! -rugió de nuevo-. ¡Dame caña!
-¡Pero es caña, Paulino! -protestó la mujer, espantada.
-¡No, me diste agua! ¡Quiero caña, te digo!
La mujer corrió otra vez, volviendo con la damajuana. El hombre tragó uno tras otro dos vasos,
pero no sintió nada en la garganta.
-Bueno; esto se pone feo -murmuró entonces, mirando su pie lívido y ya con lustre gangrenoso.
Sobre la honda ligadura del pañuelo, la carne desbordaba como una monstruosa morcilla.
Los dolores fulgurantes se sucedían en continuos relampagueos y llegaban ahora a la ingle. La atroz
sequedad de garganta que el aliento parecía caldear más, aumentaba a la par. Cuando pretendió
incorporarse, un fulminante vómito lo mantuvo medio minuto con la frente apoyada en la rueda de
palo.
61
Pero el hombre no quería morir, y descendiendo hasta la costa subió a su canoa. Sentose en la popa
y comenzó a palear hasta el centro del Paraná. Allí la corriente del río, que en las inmediaciones del
Iguazú corre seis millas, lo llevaría antes de cinco horas a Tacurú-Pucú.
El hombre, con sombría energía, pudo efectivamente llegar hasta el medio del río; pero allí sus
manos dormidas dejaron caer la pala en la canoa, y tras un nuevo vómito -de sangre esta vezdirigió una mirada al sol que ya trasponía el monte.
La pierna entera, hasta medio muslo, era ya un bloque deforme y durísimo que reventaba la ropa. El
hombre cortó la ligadura y abrió el pantalón con su cuchillo: el bajo vientre desbordó hinchado, con
grandes manchas lívidas y terriblemente doloroso. El hombre pensó que no podría jamás llegar él
solo a Tacurú-Pucú, y se decidió a pedir ayuda a su compadre Alves, aunque hacía mucho tiempo que
estaban disgustados.
La corriente del río se precipitaba ahora hacia la costa brasileña, y el hombre pudo fácilmente
atracar. Se arrastró por la picada en cuesta arriba, pero a los veinte metros, exhausto, quedó
tendido de pecho.
-¡Alves! -gritó con cuanta fuerza pudo; y prestó oído en vano.
-¡Compadre Alves! ¡No me niegue este favor! -clamó de nuevo, alzando la cabeza del suelo. En el
silencio de la selva no se oyó un solo rumor. El hombre tuvo aún valor para llegar hasta su canoa, y
la corriente, cogiéndola de nuevo, la llevó velozmente a la deriva.
El Paraná corre allí en el fondo de una inmensa hoya, cuyas paredes, altas de cien metros,
encajonan fúnebremente el río. Desde las orillas bordeadas de negros bloques de basalto, asciende
el bosque, negro también. Adelante, a los costados, detrás, la eterna muralla lúgubre, en cuyo
fondo el río arremolinado se precipita en incesantes borbollones de agua fangosa. El paisaje es
agresivo, y reina en él un silencio de muerte. Al atardecer, sin embargo, su belleza sombría y calma
cobra una majestad única.
El sol había caído ya cuando el hombre, semitendido en el fondo de la canoa, tuvo un violento
escalofrío. Y de pronto, con asombro, enderezó pesadamente la cabeza: se sentía mejor. La pierna
le dolía apenas, la sed disminuía, y su pecho, libre ya, se abría en lenta inspiración.
El veneno comenzaba a irse, no había duda. Se hallaba casi bien, y aunque no tenía fuerzas para
mover la mano, contaba con la caída del rocío para reponerse del todo. Calculó que antes de tres
horas estaría en Tacurú-Pucú.
El bienestar avanzaba, y con él una somnolencia llena de recuerdos. No sentía ya nada ni en la
pierna ni en el vientre. ¿Viviría aún su compadre Gaona en Tacurú-Pucú? Acaso viera también a su
ex patrón mister Dougald, y al recibidor del obraje.
¿Llegaría pronto? El cielo, al poniente, se abría ahora en pantalla de oro, y el río se había coloreado
también. Desde la costa paraguaya, ya entenebrecida, el monte dejaba caer sobre el río su
frescura crepuscular, en penetrantes efluvios de azahar y miel silvestre. Una pareja de
guacamayos cruzó muy alto y en silencio hacia el Paraguay.
Allá abajo, sobre el río de oro, la canoa derivaba velozmente, girando a ratos sobre sí misma ante
el borbollón de un remolino. El hombre que iba en ella se sentía cada vez mejor, y pensaba
entretanto en el tiempo justo que había pasado sin ver a su ex patrón Dougald. ¿Tres años? Tal vez
no, no tanto. ¿Dos años y nueve meses? Acaso. ¿Ocho meses y medio? Eso sí, seguramente.
De pronto sintió que estaba helado hasta el pecho.
¿Qué sería? Y la respiración...
Al recibidor de maderas de mister Dougald, Lorenzo Cubilla, lo había conocido en Puerto Esperanza
un viernes santo... ¿Viernes? Sí, o jueves...
El hombre estiró lentamente los dedos de la mano.
-Un jueves...
Y cesó de respirar
Actividades:
1. ¿A qué movimiento pertenece este cuento? ¿Realismo o naturalismo? ¿Por qué?
2. Respondan:
a. ¿Quiénes se enfrentan en los dos párrafos iniciales del cuento?
b. ¿Qué sugiere la presencia del machete acerca de la condición social del protagonista?
62
c. ¿Se conoce desde el comienzo del cuento el ambiente en el que se desarrolla la acción? ¿Algún
indicio permite suponerlo? ¿En qué lugar del cuento esto se vuelve claro?
d. ¿Cuál es la primera referencia acerca del lugar donde habita “el hombre”?
e. ¿Por qué creen que le pide caña a su mujer? ¿Por qué creen que confunde la caña con agua?
f. ¿De qué depende la salvación del protagonista?
g. En cierto momento el narrador hace creer al lector que el personaje está fuera de peligro.
¿Cómo lo logra?
h. Hacia el final, los recuerdos se acumulan en la mente del personaje. A partir de esos recuerdos
¿Qué se puede reconstruir acerca de su vida?
i. ¿La muerte del hombre toma por sorpresa al lector? ¿Por qué motivo?
j. ¿Por qué creen que el narrador se refiere a él como “el hombre” y nunca por su nombre?
2. Las siguientes citas se refieren a acciones de “A la deriva”. Subrayen las que hacen progresar la
narración, es decir, que la “disparan”, la hacen avanzar y la cierran
a. El hombre pisó algo blanduzco.
b. ... dos gotitas de sangre engrosaban dificultosamente...
c. .. el machete cayó de lomo, dislocándole las vértebras {a la víbora}
d. Llegó, por fin al rancho...
e. Movía la pierna con dificultad.
f. La carne desbordaba cono una monstruosa morcilla.
g. ... el hombre {...} subió a su canoa {...y} pudo efectivamente llegar hasta el medio del río...
h. hacia mucho tiempo que {su compadre Alves y él} estaban disgustados
i. ...el hombre {...} tuvo un violento escalofrío.
j. El veneno comenzaba a irse, no había duda.
k. El cielo, al poniente, se abría ahora en pantalla de oro, y el río se había coloreado también.
l. Y cesó de respirar.
¿A que se refieren las citas que quedaron sin subrayar en la actividad anterior? Coloquen los
números de citas correspondientes al lado de las siguientes opciones.
 A un estado de ánimo...........................................................................
 A la descripción del proceso de envenenamiento. ..............................
 A un hecho del pasado evocado por el personaje.................................
 A un hecho del pasado conocido por el narrador.................................
 A la expresión de un deseo..................................................................
 A la descripción del paisaje................................................................
3. ¿Cómo es la descripción del proceso de envenenamiento del personaje? Marquen las opciones
más adecuadas. Consulten el diccionario si hace falta.


Imprecisa
Verídica
63


Figurada o metafórica


Clara

Confusa.
Detallada
Panorámica
4. ¿Quién es el narrador de la historia? Marquen la opción correcta.

El protagonista


Un testigo que participa de la historia
Un narrador que no participa de la historia
5. ¿Este narrador desconoce algo de lo que sucede en la historia o lo presenta como
inexplicable
El almohadón de plumas
Su luna de miel fue un largo escalofrío. Rubia, angelical y tímida, el carácter duro de su marido heló
sus soñadas niñerías de novia. Lo quería mucho, sin embargo, a veces con un ligero estremecimiento
cuando volviendo de noche juntos por la calle, echaba una furtiva mirada a la alta estatura de
Jordán, mudo desde hacía una hora. Él, por su parte, la amaba profundamente, sin darlo a conocer.
Durante tres meses —se habían casado en abril— vivieron una dicha especial. Sin duda hubiera ella
deseado menos severidad en ese rígido cielo de amor, más expansiva e incauta ternura; pero el
impasible semblante de su marido la contenía siempre.
La casa en que vivían influía un poco en sus estremecimientos. La blancura del patio silencioso —
frisos, columnas y estatuas de mármol— producía una otoñal impresión de palacio encantado.
Dentro, el brillo glacial del estuco, sin el más leve rasguño en las altas paredes, afirmaba aquella
sensación de desapacible frío. Al cruzar de una pieza a otra, los pasos hallaban eco en toda la casa,
como si un largo abandono hubiera sensibilizado su resonancia.
En ese extraño nido de amor, Alicia pasó todo el otoño. No obstante, había concluido por echar un
velo sobre sus antiguos sueños, y aún vivía dormida en la casa hostil, sin querer pensar en nada
hasta que llegaba su marido.
No es raro que adelgazara. Tuvo un ligero ataque de influenza que se arrastró insidiosamente días
y días; Alicia no se reponía nunca. Al fin una tarde pudo salir al jardín apoyada en el brazo de él.
Miraba indiferente a uno y otro lado. De pronto Jordán, con honda ternura, le pasó la mano por la
cabeza, y Alicia rompió en seguida en sollozos, echándole los brazos al cuello. Lloró largamente
todo su espanto callado, redoblando el llanto a la menor tentativa de caricia. Luego los sollozos
fueron retardándose, y aún quedó largo rato escondida en su cuello, sin moverse ni decir una
palabra.
Fue ese el último día que Alicia estuvo levantada. Al día siguiente amaneció desvanecida. El médico
de Jordán la examinó con suma atención, ordenándole calma y descanso absolutos.
—No sé —le dijo a Jordán en la puerta de calle, con la voz todavía baja—. Tiene una gran debilidad
que no me explico, y sin vómitos, nada.. . Si mañana se despierta como hoy, llámeme enseguida.
Al otro día Alicia seguía peor. Hubo consulta. Constatóse una anemia de marcha agudísima,
completamente inexplicable. Alicia no tuvo más desmayos, pero se iba visiblemente a la muerte.
Todo el día el dormitorio estaba con las luces prendidas y en pleno silencio. Pasábanse horas sin oír
el menor ruido. Alicia dormitaba. Jordán vivía casi en la sala, también con toda la luz encendida.
Paseábase sin cesar de un extremo a otro, con incansable obstinación. La alfombra ahogaba sus
pesos. A ratos entraba en el dormitorio y proseguía su mudo vaivén a lo largo de la cama, mirando a
su mujer cada vez que caminaba en su dirección.
Pronto Alicia comenzó a tener alucinaciones, confusas y flotantes al principio, y que descendieron
luego a ras del suelo. La joven, con los ojos desmesuradamente abiertos, no hacía sino mirar la
64
alfombra a uno y otro lado del respaldo de la cama. Una noche se quedó de repente mirando
fijamente. Al rato abrió la boca para gritar, y sus narices y labios se perlaron de sudor.
—¡Jordán! ¡Jordán! —clamó, rígida de espanto, sin dejar de mirar la alfombra.
Jordán corrió al dormitorio, y al verlo aparecer Alicia dio un alarido de horror.
—¡Soy yo, Alicia, soy yo!
Alicia lo miró con extravió, miró la alfombra, volvió a mirarlo, y después de largo rato de
estupefacta confrontación, se serenó. Sonrió y tomó entre las suyas la mano de su marido,
acariciándola temblando.
Entre sus alucinaciones más porfiadas, hubo un antropoide, apoyado en la alfombra sobre los
dedos, que tenía fijos en ella los ojos.
Los médicos volvieron inútilmente. Había allí delante de ellos una vida que se acababa,
desangrándose día a día, hora a hora, sin saber absolutamente cómo. En la última consulta Alicia
yacía en estupor mientras ellos la pulsaban, pasándose de uno a otro la muñeca inerte. La
observaron largo rato en silencio y siguieron al comedor.
—Pst... —se encogió de hombros desalentado su médico—. Es un caso serio... poco hay que hacer...
—¡Sólo eso me faltaba! —resopló Jordán. Y tamborileó bruscamente sobre la mesa.
Alicia fue extinguiéndose en su delirio de anemia, agravado de tarde, pero que remitía siempre en
las primeras horas. Durante el día no avanzaba su enfermedad, pero cada mañana amanecía lívida,
en síncope casi. Parecía que únicamente de noche se le fuera la vida en nuevas alas de sangre. Tenía
siempre al despertar la sensación de estar desplomada en la cama con un millón de kilos encima.
Desde el tercer día este hundimiento no la abandonó más. Apenas podía mover la cabeza. No quiso
que le tocaran la cama, ni aún que le arreglaran el almohadón. Sus terrores crepusculares
avanzaron en forma de monstruos que se arrastraban hasta la cama y trepaban dificultosamente
por la colcha.
Perdió luego el conocimiento. Los dos días finales deliró sin cesar a media voz. Las luces
continuaban fúnebremente encendidas en el dormitorio y la sala. En el silencio agónico de la casa,
no se oía más que el delirio monótono que salía de la cama, y el rumor ahogado de los eternos pasos
de Jordán.
Murió, por fin. La sirvienta, que entró después a deshacer la cama, sola ya, miró un rato extrañada
el almohadón.
—¡Señor! —llamó a Jordán en voz baja—. En el almohadón hay manchas que parecen de sangre.
Jordán se acercó rápidamente Y se dobló a su vez. Efectivamente, sobre la funda, a ambos lados
dél hueco que había dejado la cabeza de Alicia, se veían manchitas oscuras.
—Parecen picaduras —murmuró la sirvienta después de un rato de inmóvil observación.
—Levántelo a la luz —le dijo Jordán.
La sirvienta lo levantó, pero enseguida lo dejó caer, y se quedó mirando a aquél, lívida y temblando.
Sin saber por qué, Jordán sintió que los cabellos se le erizaban.
—¿Qué hay?—murmuró con la voz ronca.
—Pesa mucho —articuló la sirvienta, sin dejar de temblar.
Jordán lo levantó; pesaba extraordinariamente. Salieron con él, y sobre la mesa del comedor
Jordán cortó funda y envoltura de un tajo. Las plumas superiores volaron, y la sirvienta dio un
grito de horror con toda la boca abierta, llevándose las manos crispadas a los bandós: —sobre el
fondo, entre las plumas, moviendo lentamente las patas velludas, había un animal monstruoso, una
bola viviente y viscosa. Estaba tan hinchado que apenas se le pronunciaba la boca.
Noche a noche, desde que Alicia había caído en cama, había aplicado sigilosamente su boca —su
trompa, mejor dicho— a las sienes de aquélla, chupándole la sangre. La picadura era casi
imperceptible. La remoción diaria del almohadón había impedido sin dada su desarrollo, pero desde
que la joven no pudo moverse, la succión fue vertiginosa. En cinco días, en cinco noches, había
vaciado a Alicia.
Estos parásitos de las aves, diminutos en el medio habitual, llegan a adquirir en ciertas condiciones
proporciones enormes. La sangre humana parece serles particularmente favorable, y no es raro
hallarlos en los almohadones de pluma.
La gallina degollada
Todo el día, sentados en el patio en un banco, estaban los cuatro hijos idiotas del matrimonio
Mazzini-Ferraz. Tenían la lengua entre los labios, los ojos estúpidos y volvían la cabeza con la boca
abierta.
65
El patio era de tierra, cerrado al oeste por un cerco de ladrillos. El banco quedaba paralelo a él, a
cinco metros, y allí se mantenían inmóviles, fijos los ojos en los ladrillos. Como el sol se ocultaba
tras el cerco, al declinar los idiotas tenían fiesta. La luz enceguecedora llamaba su atención al
principio, poco a poco sus ojos se animaban; se reían al fin estrepitosamente, congestionados por la
misma hilaridad ansiosa, mirando el sol con alegría bestial, como si fuera comida.
Otra veces, alineados en el banco, zumbaban horas enteras, imitando al tranvía eléctrico. Los
ruidos fuertes sacudían asimismo su inercia, y corrían entonces, mordiéndose la lengua y mugiendo,
alrededor del patio. Pero casi siempre estaban apagados en un sombrío letargo de idiotismo, y
pasaban todo el día sentados en su banco, con las piernas colgantes y quietas, empapando de
glutinosa saliva el pantalón.
El mayor tenía doce años, y el menor ocho. En todo su aspecto sucio y desvalido se notaba la falta
absoluta de un poco de cuidado maternal.
Esos cuatro idiotas, sin embargo, habían sido un día el encanto de sus padres. A los tres meses de
casados, Mazzini y Berta orientaron su estrecho amor de marido y mujer, y mujer y marido, hacia
un porvenir mucho más vital: un hijo: ¿Qué mayor dicha para dos enamorados que esa honrada
consagración de su cariño, libertado ya del vil egoísmo de un mutuo amor sin fin ninguno y, lo que es
peor para el amor mismo, sin esperanzas posibles de renovación?
Así lo sintieron Mazzini y Berta, y cuando el hijo llegó, a los catorce meses de matrimonio,
creyeron cumplida su felicidad. La criatura creció bella y radiante, hasta que tuvo año y medio.
Pero en el vigésimo mes sacudiéronlo una noche convulsiones terribles, y a la mañana siguiente no
conocía más a sus padres. El médico lo examinó con esa atención profesional que está visiblemente
buscando las causas del mal en las enfermedades de los padres.
Después de algunos días los miembros paralizados recobraron el movimiento; pero la inteligencia, el
alma, aun el instinto, se habían ido del todo; había quedado profundamente idiota, baboso, colgante,
muerto para siempre sobre las rodillas de su madre.
—¡Hijo, mi hijo querido! —sollozaba ésta, sobre aquella espantosa ruina de su primogénito.
El padre, desolado, acompañó al médico afuera.
—A usted se le puede decir; creo que es un caso perdido. Podrá mejorar, educarse en todo lo que
le permita su idiotismo, pero no más allá.
—¡Sí!... ¡Sí! —asentía Mazzini—. Pero dígame: ¿Usted cree que es herencia, que?...
—En cuanto a la herencia paterna, ya le dije lo que creía cuando vi a su hijo. Respecto a la madre,
hay allí un pulmón que no sopla bien. No veo nada más, pero hay un soplo un poco rudo. Hágala
examinar bien.
Con el alma destrozada de remordimiento, Mazzini redobló el amor a su hijo, el pequeño idiota que
pagaba los excesos del abuelo. Tuvo asimismo que consolar, sostener sin tregua a Berta, herida en
lo más profundo por aquel fracaso de su joven maternidad.
Como es natural, el matrimonio puso todo su amor en la esperanza de otro hijo. Nació éste, y su
salud y limpidez de risa reencendieron el porvenir extinguido. Pero a los dieciocho meses las
convulsiones del primogénito se repetían, y al día siguiente amanecía idiota.
Esta vez los padres cayeron en honda desesperación. ¡Luego su sangre, su amor estaban malditos!
¡Su amor, sobre todo! Veintiocho años él, veintidós ella, y toda su apasionada ternura no alcanzaba
a crear un átomo de vida normal. Ya no pedían más belleza e inteligencia como en el primogénito;
¡pero un hijo, un hijo como todos!
Del nuevo desastre brotaron nuevas llamaradas del dolorido amor, un loco anhelo de redimir de una
vez para siempre la santidad de su ternura. Sobrevinieron mellizos, y punto por punto repitióse el
proceso de los dos mayores.
Mas, por encima de su inmensa amargura, quedaba a Mazzini y Berta gran compasión por sus cuatro
hijos. Hubo que arrancar del limbo de la más honda animalidad, no ya sus almas, sino el instinto
mismo abolido. No sabían deglutir, cambiar de sitio, ni aun sentarse. Aprendieron al fin a caminar,
pero chocaban contra todo, por no darse cuenta de los obstáculos. Cuando los lavaban mugían hasta
inyectarse de sangre el rostro. Animábanse sólo al comer, o cuando veían colores brillantes u oían
truenos. Se reían entonces, echando afuera lengua y ríos de baba, radiantes de frenesí bestial.
Tenían, en cambio, cierta facultad imitativa; pero no se pudo obtener nada más. Con los mellizos
pareció haber concluido la aterradora descendencia. Pero pasados tres años desearon de nuevo
ardientemente otro hijo, confiando en que el largo tiempo transcurrido hubiera aplacado a la
fatalidad.
No satisfacían sus esperanzas. Y en ese ardiente anhelo que se exasperaba, en razón de su
infructuosidad, se agriaron. Hasta ese momento cada cual había tomado sobre sí la parte que le
correspondía en la miseria de sus hijos; pero la desesperanza de redención ante las cuatro bestias
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que habían nacido de ellos, echó afuera esa imperiosa necesidad de culpar a los otros, que es
patrimonio específico de los corazones inferiores.
Iniciáronse con el cambio de pronombre: tus hijos. Y como a más del insulto había la insidia, la
atmósfera se cargaba.
—Me parece —díjole una noche Mazzini, que acababa de entrar y se lavaba las manos—que podrías
tener más limpios a los muchachos.
Berta continuó leyendo como si no hubiera oído.
—Es la primera vez —repuso al rato— que te veo inquietarte por el estado de tus hijos.
Mazzini volvió un poco la cara a ella con una sonrisa forzada:
—De nuestros hijos, ¿me parece?
—Bueno; de nuestros hijos. ¿Te gusta así? —alzó ella los ojos.
Esta vez Mazzini se expresó claramente:
—¿Creo que no vas a decir que yo tenga la culpa, no?
—¡Ah, no! —se sonrió Berta, muy pálida— ¡pero yo tampoco, supongo!... ¡No faltaba más!... —
murmuró.
—¿Qué, no faltaba más?
—¡Que si alguien tiene la culpa, no soy yo, entiéndelo bien! Eso es lo que te quería decir.
Su marido la miró un momento, con brutal deseo de insultarla.
—¡Dejemos! —articuló, secándose por fin las manos.
—Como quieras; pero si quieres decir...
—¡Berta!
—¡Como quieras!
Este fue el primer choque y le sucedieron otros. Pero en las inevitables reconciliaciones, sus almas
se unían con doble arrebato y locura por otro hijo.
Nació así una niña. Vivieron dos años con la angustia a flor de alma, esperando siempre otro
desastre. Nada acaeció, sin embargo, y los padres pusieron en ella toda su complaciencia, que la
pequeña llevaba a los más extremos límites del mimo y la mala crianza.
Si aún en los últimos tiempos Berta cuidaba siempre de sus hijos, al nacer Bertita olvidóse casi del
todo de los otros. Su solo recuerdo la horrorizaba, como algo atroz que la hubieran obligado a
cometer. A Mazzini, bien que en menor grado, pasábale lo mismo.
No por eso la paz había llegado a sus almas. La menor indisposición de su hija echaba ahora afuera,
con el terror de perderla, los rencores de su descendencia podrida. Habían acumulado hiel sobrado
tiempo para que el vaso no quedara distendido, y al menor contacto el veneno se vertía afuera.
Desde el primer disgusto emponzoñado habíanse perdido el respeto; y si hay algo a que el hombre
se siente arrastrado con cruel fruición, es, cuando ya se comenzó, a humillar del todo a una
persona. Antes se contenían por la mutua falta de éxito; ahora que éste había llegado, cada cual,
atribuyéndolo a sí mismo, sentía mayor la infamia de los cuatro engendros que el otro habíale
forzado a crear.
Con estos sentimientos, no hubo ya para los cuatro hijos mayores afecto posible. La sirvienta los
vestía, les daba de comer, los acostaba, con visible brutalidad. No los lavaban casi nunca. Pasaban
casi todo el día sentados frente al cerco, abandonados de toda remota caricia.
De este modo Bertita cumplió cuatro años, y esa noche, resultado de las golosinas que era a los
padres absolutamente imposible negarle, la criatura tuvo algún escalofrío y fiebre. Y el temor a
verla morir o quedar idiota, tornó a reabrir la eterna llaga.
Hacía tres horas que no hablaban, y el motivo fue, como casi siempre, los fuertes pasos de Mazzini.
—¡Mi Dios! ¿No puedes caminar más despacio? ¿Cuántas veces?. . .
—Bueno, es que me olvido; ¡se acabó! No lo hago a propósito.
Ella se sonrió, desdeñosa: —¡No, no te creo tanto!
—Ni yo, jamás, te hubiera creído tanto a ti. . . ¡tisiquilla!
—¡Qué! ¿Qué dijiste?...
—¡Nada!
—¡Sí, te oí algo! Mira: ¡no sé lo que dijiste; pero te juro que prefiero cualquier cosa a tener un
padre como el que has tenido tú!
Mazzini se puso pálido.
—¡Al fin! —murmuró con los dientes apretados—. ¡Al fin, víbora, has dicho lo que querías!
—¡Sí, víbora, sí! Pero yo he tenido padres sanos, ¿oyes?, ¡sanos! ¡Mi padre no ha muerto de delirio!
¡Yo hubiera tenido hijos como los de todo el mundo! ¡Esos son hijos tuyos, los cuatro tuyos!
Mazzini explotó a su vez.
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—¡Víbora tísica! ¡eso es lo que te dije, lo que te quiero decir! ¡Pregúntale, pregúntale al médico
quién tiene la mayor culpa de la meningitis de tus hijos: mi padre o tu pulmón picado, víbora!
Continuaron cada vez con mayor violencia, hasta que un gemido de Bertita selló instantáneamente
sus bocas. A la una de la mañana la ligera indigestión había desaparecido, y como pasa fatalmente
con todos los matrimonios jóvenes que se han amado intensamente una vez siquiera, la
reconciliación llegó, tanto más efusiva cuanto hirientes fueran los agravios.
Amaneció un espléndido día, y mientras Berta se levantaba escupió sangre. Las emociones y mala
noche pasada tenían, sin duda, gran culpa. Mazzini la retuvo abrazada largo rato, y ella lloró
desesperadamente, pero sin que ninguno se atreviera a decir una palabra.
A las diez decidieron salir, después de almorzar. Como apenas tenían tiempo, ordenaron a la
sirvienta que matara una gallina.
El día radiante había arrancado a los idiotas de su banco. De modo que mientras la sirvienta
degollaba en la cocina al animal, desangrándolo con parsimonia (Berta había aprendido de su madre
este buen modo de conservar frescura a la carne), creyó sentir algo como respiración tras ella.
Volvióse, y vio a los cuatro idiotas, con los hombros pegados uno a otro, mirando estupefactos la
operación... Rojo... rojo...
—¡Señora! Los niños están aquí, en la cocina.
Berta llegó; no quería que jamás pisaran allí. ¡Y ni aun en esas horas de pleno perdón, olvido y
felicidad reconquistada, podía evitarse esa horrible visión! Porque, naturalmente, cuando más
intensos eran los raptos de amor a su marido e hija, más irritado era su humor con los monstruos.
—¡Que salgan, María! ¡Échelos! ¡Échelos, le digo!
Las cuatro pobres bestias, sacudidas, brutalmente empujadas, fueron a dar a su banco.
Después de almorzar, salieron todos. La sirvienta fue a Buenos Aires, y el matrimonio a pasear por
las quintas. Al bajar el sol volvieron;, pero Berta quiso saludar un momento a sus vecinas de
enfrente. Su hija escapóse enseguida a casa.
Entretanto los idiotas no se habían movido en todo el día de su banco. El sol había traspuesto ya el
cerco, comenzaba a hundirse, y ellos continuaban mirando los ladrillos, más inertes que nunca.
De pronto, algo se interpuso entre su mirada y el cerco. Su hermana, cansada de cinco horas
paternales, quería observar por su cuenta. Detenida al pie del cerco, miraba pensativa la cresta.
Quería trepar, eso no ofrecía duda. Al fin decidióse por una silla desfondada, pero faltaba aún.
Recurrió entonces a un cajón de kerosene, y su instinto topográfico hízole colocar vertical el
mueble, con lo cual triunfó.
Los cuatro idiotas, la mirada indiferente, vieron cómo su hermana lograba pacientemente dominar
el equilibrio , y cómo en puntas de pie apoyaba la garganta sobre la cresta del cerco, entre sus
manos tirantes. Viéronla mirar a todos lados, y buscar apoyo con el pie para alzarse más.
Pero la mirada de los idiotas se había animado; una misma luz insistente estaba fija en sus pupilas.
No apartaban los ojos de su hermana, mientras creciente sensación de gula bestial iba cambiando
cada línea de sus rostros. Lentamente avanzaron hacia el cerco. La pequeña, que habiendo logrado
calzar el pie, iba ya a montar a horcajadas y a caerse del otro lado, seguramente, sintióse cogida
de la pierna. Debajo de ella, los ocho ojos clavados en los suyos le dieron miedo.
—¡Soltáme! ¡Déjame! —gritó sacudiendo la pierna. Pero fue atraída.
—¡Mamá! ¡Ay, mamá! ¡Mamá, papá! —lloró imperiosamente. Trató aún de sujetarse del borde, pero
sintióse arrancada y cayó.
—Mamá, ¡ay! Ma. . . —No pudo gritar más. Uno de ellos le apretó el cuello, apartando los bucles
como si fueran plumas, y los otros la arrastraron de una sola pierna hasta la cocina, donde esa
mañana se había desangrado a la gallina, bien sujeta, arrancándole la vida segundo por segundo.
Mazzini, en la casa de enfrente, creyó oír la voz de su hija.
—Me parece que te llama—le dijo a Berta.
Prestaron oído, inquietos, pero no oyeron más. Con todo, un momento después se despidieron, y
mientras Bertita a dejar su sombrero, Mazzini avanzó en el patio.
—¡Bertita!
Nadie respondió.
—¡Bertita! —alzó más la voz, ya alterada.
Y el silencio fue tan fúnebre para su corazón siempre aterrado, que la espalda se le heló de
horrible presentimiento.
—¡Mi hija, mi hija! —corrió ya desesperado hacia el fondo. Pero al pasar frente a la cocina vio en el
piso un mar de sangre. Empujó violentamente la puerta entornada, y lanzó un grito de horror.
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Berta, que ya se había lanzado corriendo a su vez al oír el angustioso llamado del padre, oyó el
grito y respondió con otro. Pero al precipitarse en la cocina, Mazzini, lívido como la muerte, se
interpuso, conteniéndola:
—¡No entres! ¡No entres!
Berta alcanzó a ver el piso inundado de sangre. Sólo pudo echar sus brazos sobre la cabeza y
hundirse a lo largo de él con un ronco suspiro.
EL M OD E RN IS MO
M od e rn is m o. Co n t e x t o h is t ór ic o, s oc ial y c ul t ur al. Ca rac t e rís ti cas l i t era ri as.
De la s oc ie da d c o lo nia l a l a so ci e da d b ur g ue sa. E n la dé c a da de 1 8 8 0, Amé ri ca
la ti na ex pe r ime nt ó ca mbi os fu n da me nta les en s u vi da po lít ic a , s oc ia l y c ult ura l. Lo s p a íse s
libe ra d os de E s pa ña a t ra ve sa b a n p ro ce so s qu e mo di f ica ro n n ota ble men te su fi so n omía .
La s so ci e da de s l a ti no a me ri ca na s se ha b ía n a seg ura do la so ber a n ía pol íti ca , esta ba n en
ple na orga n iza ci ó n i n stit u ci o na l y bu s ca ba n l os c om po ne nte s d e u na i de nti da d na ci ona l.
V a rio s s igl o s de d omi n a ci ó n e sp a ñ ol a ha b ía n deja do p ro f u nda s h ue lla s y el m ode lo po r i mita r
no esta ba ya e n la Ma dr e Pa t ria , s in o e n o tra s n a c io ne s e ur opea s, q ue a t ra v esa b a n u n
pro ce so de m ode r niza ci ó n q ue a t ra j o a la cla se ec o nó mi ca y p ol íti ca me jo r a co mo da d a del
terr ito ri o a m e ri ca n o.
La s últ ima s d é ca da s se ca ra ct eri za r o n p or u na o po si ci ó n ma r ca da d e i dea s e n ca si
tod os l os t e r re no s. E n lo p ol íti co , la di sp uta en tre c o nse r va d ore s y lib era l es , e nt re f orm a s d e
gob ier n o fe de ra le s o ce ntra li sta s y la i n cid en c ia de u na cl a se o lig á rq u ica q ue ha cí a
pre va le ce r s u s de r e c h os fre nt e a la cl a se tr a ba ja do ra . E n la ed u c a ci ó n, a l pa p el d om in a nte
que q uer ía ma n te ne r la I gle sia , s e o po n ía n lo s q ue a b oga ba n p or la ed u ca ci ó n p ú bli ca . Y
c ult ura lme nt e , e l a nta go ni sm o se pla nte a ba ent re q uie ne s d e fe ndí a n la s vie j a s tra d i cio n es de
ra íz his pá ni ca y l o s que p ug na b a n p or la a pert ura i nt ele ct ua l y por la i n c orp ora ci ó n d e los
ca m bi os .
L os si g nos de l pr o gr es o . F ue , s i n d ud a , u na e ta pa d e i n n ov a c io ne s pr o f u nda s,
a trib u ibl e s a tre s fa c t ore s: la i n du st ria l iza ci ón c re cie nt e , la tra n s fo rma ci ó n te c no ló gi ca y la
in c orp ora c ió n de la e c on om ía la ti n oa me ri ca n a a l si ste ma in ter na ci ona l. Au n qu e n o se t ra tó
de u n de sa rr ol lo ho mog é n e o , f ue i n us ita do , po r la ra p idez c on q ue se pr o cesa ro n la s
no ve da d e s . La a pa ri c i ón de l os fer ro ca rri le s, el t e lé gra f o y e l te léf o no , la p ro li fe ra c ió n de
fá b ri ca s , e l a ume nt o de p u bli ca ci o ne s – dia r io s y r e vis ta s - , s uma do s a lo s a v a n ces
cie nt í fi co s y a l c re cim ie n to p obla c io na l , se mbra ro n en l os p ue bl os la c o nv i cc ió n de q ue ese
era el ve rd a de ro r os t ro de l p r ogr es o h um a no y q ue s e ha lla b a n e n med io de u na eta pa
ren o va d ora q ue ya no se de te nd ría .
La d e ma nda de m a te r i a pri ma p or pa rt e de l a s p ote n cia s i nd u str ia l es e ur opea s y de l os
E E . U U. y la c ol o ca ci ó n de s u s pr od u ct os ma n u fa ct ura do s en lo s pa í ses la ti no a mer i c a no s
def i nie ro n e l mo de l o p olí ti co e co n ómi c o de e sta e ta pa : el de la e xp orta ci ó n - im por ta ci ón .
L as in v er si on e s e x t ran j era s. E n e ste p erí od o, la s na ci on es eur op ea s h i cie ro n en
Amér ica la t in a gr a n de s i n ve r si o nes . La má s imp orta nt e es tu v o r ep rese nta da p or el t en di do de
la re d de fe rr o ca rr ile s y s u p ue s ta e n f un c io na m ie nto . Ta m bié n h u bo pod er os os ca pita le s q ue
se a p ro pia ro n de la s e xp lo ta c i o ne s m i nera s. Co n la el ec c ió n de este si ste ma , lo s pa íse s
la ti no a me r i ca n o s q ue da ro n su j e to s a la s dec is io ne s de otra s n a ci o nes . Y a u nq ue a l gu n os
se cto res i nte nta r o n p r ote g e r la ec o no mía l o ca l y su des a rr ol lo a ut ón om o ( co n a ra nc ele s a la
ent ra da de pr od u cto s e xtra n je r os , pa ra pr iv ile gia r l o s pr opi o s), el libe ra l ism o e co n ó mic o
perma ne c ió f irm e e n e sta úl tima pa rte del s i glo X I X.
U na nu e va f is o no m ía: la s gra n d es c iu da d es: es te pa n ora m a ec on óm ic o p ro v oc ó
gra nde s va ri a ci o ne s e n la com po si ci ó n de la s so c ieda des . L a s cla s es a lta s se m ode r niza r on y
los t erra te nie nte s a ba nd o na r on l a ded ica c ió n ex cl u si va a s us ha c ien da s , pa r a c on sa g ra rse
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ta mbi én a l c ome rc io . Na ci ó a s í u na n ue va so cie da d b u rg ue sa rel a ci o na da d ire cta me nte co n
los me r ca d os e uro pe os .
La urb a n iza ci ó n fu e u na cla r a c o nse c ue n cia de est e pr o ce so . M u c ha s de la s gr a n des
ci uda de s a ct ua le s c o n sol ida ro n s u po der en tre fi ne s del s igl o XI X y pr i nc ipi o s d el X X, co mo
res ult a d o d e l a p ol ít ica li be r a l. Ha c ia 1 8 9 0, es ta ba n má s ur ba n iza do s a lg u no s p a íse s
su da me ri ca no s qu e l o s e sta do s U n i do s .
Si n e mb a rg o, e ste p ro ce s o n o a ba r ca ba la tota l ida d de lo s v a sto s ter rit or io s del
co nt i ne nte . Ha b ía a ú n imp orta nt es z o na s de a cti v ida d ca m pe si na y exte n sa s á re a s s i n po bla r .
E l á mb ito r ura l d e m or ó e n se nt ir l o s e fe cto s del p ro gre so y c on se r vó la s ca ra cter íst i ca s de la
a nti g ua s o cie da d h is p a na . E n e s a d ire c ci ón , Am éri ca la ti na , seg uía mo str a n do el c on t ra ste
“ ci vi liza c ió n y ba r ba ri e ” : la s c iu da de s cu lt a s, co pia da s d el m od elo e ur op eo ; y el ca mpo ,
cr iol lo y r ú sti c o.
Lo s ha bita nt e s de l o s ce ntr os ur ba no s f uer o n q uie ne s per ci bie ro n la s tra n sf or ma ci on es
en la vida co tid ia na : e l e spa c io pa ra la c o n str u cc ió n d e vi v ie nda s a dqu iri ó ot ra di sp os i ci ó n,
la s com u ni ca c i o ne s a co rta r o n la s di sta n ci a s y ha s ta el sa be r cie nt íf i co bá si c o s o bre el
orga n ism o h um a n o y s u f u n ci ona mie nt o mod i fi có vie j os h á bit os . La mo der n ida d s e ha bía
in sta la do .
Lo s e s c rit ore s q ue s ur gie ro n d ur a nt e est e perí od o y q ue se ide nti fi ca ro n co m o
mod er ni sta s f u e ro n ta mbié n “m ode r no s” , e n el se nt id o de ha ber c eleb ra d o es te nu ev o mod o
de vid a , de ha be r se p e rc a ta d o d e e sa t ra n s ic ió n –d e u na s o cie da d c ol o nia l a otr a l ibe r a l - y
de i nte nta r, e n co ns e c ue n cia , la b ús qu eda d e la r en o va ci ón y de l a or igi na lida d e n la s f orma s
de e xp res ió n .
El M o d er nis m o, u n m ov im i en t o d e raí c es la ti n oa m er ica nas . E l M ode r nis mo t u v o
va r io s pu nt os de co nt a ct o co n e l R o ma n ti ci s mo, m o vim ie nto q ue l o a nte ce di ó. E l M oder ni sm o
co mpa rti ó co n é l s u c a rá c te r re vo l uc io na rio en s u i nt en c ió n de r en ov a r e l i di oma y en s u s
pro test a s por c ue sti o ne s p ol í ti ca s , s o cia les , re lig io sa s y mo ra le s. La d es il us ió n vit a l, ta n
co m ún a lo s r omá nt i co s, ta mb ié n se i n sta ló e ntr e l os m ode rn is ta s c omo un s edi me nto q ue les
qu itó co n fia nz a e n la s ide a s y e n la a c ci ó n.
S ur g im i en t o d e u na nu e va es t é tic a . Al dec li na r e l sig lo XI X, do s es cu ela s lite ra ri a s
reemp la za n a l R oma nti c ism o y, a u nq ue co n vi ve n , re pre se nta n te nde n ci a s op ues t a s: e l
rea li sm o y e l Na t ur a lis mo (c ri ol l is mo , c ost um br ism o) en la no ve la y e l tea tro , y e l
Mo der ni sm o e n la po e sía .
E l M ode r nis mo e s u n a e s c uela lit era r ia d e gra n r en o va ci ón es t éti ca . E l ca nto de lo s
poeta s m ode r n ista s c on st it uy e la pri mera exp res ió n de a ut on o mía lit era r ia de l os pa ís es
hi spa n oa me ri ca no s.
E l M ode r ni smo se de sa rr ol la e n la “ép o ca fi n ise c ula r ” ( 1 8 80 - 1 9 1 4), ma r ca da p or u n
ca p ita l is mo de de r ro c he , q ue se ría tr o n cha do p or la P rim era G u erra M u nd ia l . E sta e s c uela
bu s ca s epa ra rs e de la so cie da d b ur gu esa y s u ma ter ia li sm o, p or m edi o de u n a rte re fi na do y
estet iza nte .
E n e l pl a n o d e l le ng u a je , el M ode rn is mo re a c ci on a c o ntra el ret o ri cis mo , e l de s cu id o
fo rma l de l R o ma n ti ci smo y la v ul ga r ida d del R ea li sm o y de l Na t ura li sm o. S e n utr e
bá si ca me nte de do s mo v im ie nt os l íri c os su rgi do s en Fra n ci a , e n la seg u nda m ita d del sigl o
XI X : e l Pa r na s ia n is mo y e l Si mb oli sm o.
P arn asi an is m o . E s u na e sc ue la l itera ria q u e a dh ier e a l “a r te p or el a rte ” . Seg ú n e sta
ten de nc ia a rtí st ica e n ca be za da p or T he óp hil e Ga utie r, s e pr op ug n a ba u na po es ía de per fe cta
co n fe c ci ó n, d e s vi n c ula da de la rea l ida d , y que rea c cio na ba c o ntr a los poe ta s so ci a le s y el
ho mbr e b urg ué s, l o s e sc rit ore s b us ca ba n la per fe cc ió n fo rma l a tra vé s de un a p oes ía
des cr ipt iv a , i n spi ra da e spe ci a lme nt e en l a tem á ti ca g re col a ti na . S u pr in c ipa l e xp o ne nte fu e
Le co nt e de L isl e . B us ca u na be lle za e stá ti c a , ma rmó rea , a t ra v és de un a p oes ía de s cr i pti va
in spi ra da e n m oti v os grie go s y d e la mit ol o gía c lá s ic a . B u sca ba l a fo rma im pe ca b le, e l ver so
deli ca do .
S im b o lis m o. E s u na cor rie nte l ite ra ria s ub jet i va , q ue co n ci be el mu nd o c omo u na
tra ma m is t e ri o sa q ue pre s e nta co rre sp on de n cia s e ntre lo s o b jet o s q ue l o fo rma n . Pa ra su s
repr ese nta nt e s , la m i s ió n d e l p oet a es s ug er ir e sa s a lia n za s po r la s c ua les u n ob je to ev o ca a
otr o, c o n u n le ng ua je ima g in a ti vo p obla do d e sí mb olo s . L o s s imb o list a s da n a l ve rs o e fe ct os
mu si ca le s y a po rta n n ue va s m é tr ica s q ue c on j uga n e l rit mo , el c ol or y l a pla sti ci da d . U sa n
sím bo lo s, si ne s te s ia s e imá ge ne s se ns or ia le s. Ba u dela ire f ue el gra n pre c ur so r del
sim bo li smo , a l q ue s e u nie ro n V er la i ne , R i mba ud y Ma lla rmé . Bu s ca la pa la bra pu r a que
exp rese e n s u mu si ca l ida d l os e s ta d os de l a l ma . E l le ng ua je n o er a el de la ra z ó n, s in o el d e
la fa nt a sía e ntre t e jida de s ímb ol os . R i ma s , a so na n cia s, a lite ra ci o ne s, r itm os y so n or id a des
irr um pe n e n e l ve r so d e lo s sim bo lis ta s pa ra enr iq ue ce r la s i má ge n es s en s oria les . V a lo ra ba la
pa la b ra co mo s ín te s is de mú lti ple s imá g en es, c o n u n p od er de ev oca c ió n si mila r a l de la
mú si ca .
In fl u id o po r la s e la b or a ci o nes plá sti ca s de l os pa r na s ia n o s y p or l a s v isi o ne s m usi ca les
de l os si mb oli sta s, e l M ode r ni smo rea liz a s u o rig i na l t ra ba j o a rtí sti c o co n la pa l a bra
(eli gié nd ola po r s u e l e ga n c ia , s us c ua l ida d es rí tmi ca s, s u ex ot is mo o s u p ode r e vo ca dor )
bu s ca n do “la a rmo n ía ve r ba l ” de l v ers o . E st e in fl u j o de la p oes ía fra n ce sa se re s umi ó e n la
per fe c ci ón de l rit mo , e l co lo r y e l “ rel ie ve de la escr it ura p oéti ca . Det rá s de e sa ob ses ió n po r
la bell eza , e sta ba e l a ns ia de lo có sm ic o, u n sent imi en to re lig io so de u ni ó n de lo ter re no co n
lo ce les tia l , de l q ue e l po e ma e ra i nst ru me nt o.
70
R ef ina do s y e x q uis it o s ta mb ié n b us ca ro n la ori gi na l ida d, l o q ue l os l le vó a so ña r c o n
lu ga re s e x óti c os y a in cl ui r e n su s te xto s elem en to s de c u lt u ra s a le ja da s e n tie m po y
espa ci o : la e da d Me di a , Or ie nte , la Amé ri ca pre co lo mbi na . E sta b ús q ueda ha cia a trá s o ha cia
lu ga re s di sta nte s re fle ja ba u na ne ce sida d d e eva s ió n de e sa so ci eda d pr og res is ta qu e, a la
vez q ue a dm ira ci ó n, le s p ro v oc a ba ha stí o y d es co nte nt o.
C os m op o li tas y a m e rica n os . L a a ct it ud d e los e s cri to res m od er ni sta s f re nte a tema s
dec is i vo s, vi ta le s p a r a su s pr op io s pa íse s, l os re vel ó m u c ha s ve ce s co nt ra di ct or i os y
a mbi gu os . E n m u ch o s c a s os , s e si nt ier o n e xa lta do s co n la a pert ura ha cia E ur opa y co n l os
a dela nt os te c no ló gi co s ; pe r o a s u v ez ex peri men ta r on ma les ta r , p e sim ism o , d es ga n o a n te ese
mis mo p ro g re so qu e a dmir a ba n. U n o de l os ra sg os qu e ca ra cter iz ó a lo s mo der n ista s f ue la
int en c ió n d e e xpl ora r e n l a s ra í ces a me ri ca na s y de ha l la r e l ba s a men to ide ol óg ic o p a r a el
desa rr oll o d e s us p ue blo s. M u ch o s de e ll os , y a tra vé s d el p e ri odi sm o, lle va ro n a del a n te
idea l es p olí ti co s re la c io na d os co n u na ca u s a la tin oa m eri ca na . E l cu ba n o Jo sé ma rt í f ue el
má s c o ns uma do e je mp lo de e sa v ol u nta d , y a que fu e mil ita nte p ol í tic o y p a rt ic ip ó en la l u cha
por l a in de p e n de n cia de s u pa í s. A ll í esta ba el sig n o mo der n ista : la n e ce si da d de r en o v a ci ó n
de la e xp re s ió n l ite ra ria ta nt o e n l o f or ma l (métr ic a , r ima ) c om o en l o te má ti c o, m edi a nte
u na mi ra da dir ig ida ha cia Amé r i ca y l os p ue b los i ndí ge na s o ha cia pre oc u pa c io ne s s o cia l es de
su tie mp o.
Si n e m ba r go , e s ta v ol u nta d n o f ue u ná n i me. O s ci la r on en tr e ser u ni ve rsa les o
ínt egra me nte a me r ic a no s. L o s m ode rn ist a s pret en die ro n la un i ver sa l ida d, n o re c o n oc er
fr o ntera s . Lo c ua l, bi e n vi st o, se o po ní a a u pr op ós ito de crea r u n a lit era t ur a re pre se nta tiv a
de l o pr opi a me nte a me ri ca n o. Idé n ti ca v a ci la c ió n m ost ró s u po st ura f re nte a l po der
expa n si on ist a d e l os E E . U U. s ob re A mér i ca la ti na q ue , e n a lg u n os , f ue de f irm e op os ic ió n ,
per o e n otr o s d e a d mi ra c ió n i nc o nd ic io na l.
Si n e m ba rg o , e sta a mbi gü eda d , es tá j u sti fi ca da , p or q ue v iv ier on u na eta pa d e
tra n si c ió n, ple na de ca m bi os , e n la q ue e ra di fí ci l pa ra e ll os d eterm in a r q ué l ug a r de la
so cie da d o c upa ba n y pa ra qu i é nes es c rib ía n s u p oes ía . Si no hu bi ese sid o po rq ue ca si t od os
eje rc ier o n e l pe ri odi s mo, po r lo q ue lo s c o no c ió el gra n p úb li co , de su le ct ura s ól o ha bría n
dis f ru ta d o la s cla se s c ulta s. Si n em ba r go , ni ng u n o de el lo s pe rt ene cía a e sa cla se y mu y
po co s go za r on pe rs o n a lme nte de l os fa v ore s de la bu rg ue sía a d i ne ra da .
Des ar ro ll o d el Mo d e rn is mo . G en e rac i on e s.
 In ic iac ió n . La p rim e ra ge nera c ió n m od ern ist a (1 8 8 2 -1 8 9 6) . José M a rt í y Ma n uel
G uti érre z Ná je ra i n ic i a n una la b or de a ct u a liza ci ó n de l a le ng u a , es pe cia l me nte e n l a
pro sa , a u nq ue ta mbi é n e n e l ve rs o, m u y s omet id os a l m ode lo e spa ño l. J osé A s un c ió n
Si lva y J ul iá n de l Ca sa l i n co rp ora n e leme nt os ori gi na l es e n la poe sía . Al gu n os ra s go s
romá nt i co s co n vi ve n c on o tr os to ma d os de l a lit e ra t ur a fra n ce sa .
 C ul mi na ci ó n . E n 18 8 8, R ubé n Da rí o p u bli c a s u lib ro Az ul . E n es ta ép o ca ya se ha bía n
rea li za d o nota ble s i n no va ci o ne s e n la pa l a bra p oét ica . Da r ío t i en e c o nta ct o di re cto o
lite ra ri o co n l os r e n o va d ore s y c o no ce p e rso na lme nte a Ma rt í, a quie n co n si dera s u
ma est ro . Ta m bié n c o n oc e a J ul iá n de l Ca sa l , c on q uie n ma n te nía c on ta c to epi st ola r s ob r e
el tema de la nu e va e sté t ica . P or med io de su ob ra y s u pre se n ci a en Ch ile , A rge nt in a y
E spa ña , Da rí o re a l iza una t a rea ta n e xc e pc io na l , q ue co n so lid a el Mo der ni sm o c o mo
mo vim ie nt o co nt in e n ta l y se c o n vie rte e n s u sí nte si s má s bri lla nte ta n to en E s pa ñ a co m o
en Amé ri ca . E n 1 8 9 6 se e di ta P ro sas P ro fa nas , e l lib ro de D a rí o q ue o f ic i a l iza el
Mo der ni sm o e n Hi spa n oa mé ri ca .
 C on t i nua ci ó n . La se g u nda ge ne ra ci ón m od e rn ista . C on sa g ra d o R u bén Da r ío co mo je fe d e
la e s c ue la de l M od e r ni smo , c ua nd o ya l os i ni cia do res ha bía n mu ert o p rema t u ra me nte , l o s
es crit or e s de e sta s e g u nda ge ne ra ci ó n co nt i n ua rí a n la o bra c o n s us a po rte s pe rs o na le s .
E llo s so n , e ntr e o tr os , Le o po ld o L ug on es , R ica rd o Ja i me Fre y re, Ama d o Ne r vo y J u li o
Her rera y R e i ss ig .
Otro s a ut or e s pla nt e a n do s et a pa s:
 L a pr i me ra : c omp re n dida p or la s ge ne ra c io ne s de i ni c ia c ió n y cu l mi na c ió n y l os a u to re s
que e l la s i n vo l uc ra n que te nía n u n c om ú n de no mi na d or : u n n u ev o l en g ua j e p a ra u n a
n ue va f orma de pe rc ib ir la r e a li da d .
 L a s e g un da : c omp re n dida p or la ge nera ci ó n de c ul mi na ci ón .
L as e ta pas .
De a c ue r do co n s u t e má ti ca y, a tr a v és d e ella , la ma nera e n q ue el a rti sta m ira e l
mu nd o, s e d i fe re n cia n do s e ta pa s e n el de sa rro ll o d el M oder n is mo .
 E ta pa pr e ci os is ta o de la “t orr e de ma r fi l ” : pr ed omi na n l os te ma s e xó ti co s y s ímb ol os
de la a nt ig üe d a d . E l a rte no e j er ce u n c om p rom is o co n l a re a lida d si no q ue s e re la c io na
co n u na e sté t ica de e va si ón , s e el ige n l o s pa i sa je s v ers a lle s co s y la s n o veda des q u e
pro po ne la p oe s ía fra n ce sa . E stá re pre se nt a da p or Pr osa s Pr ofana. E l m ode r nis mo es u n
a rte de e v a si ó n p ob la do de p ri n ces a s , c i u da de s le ja na s, a m bie nte s ver sa ll es c os y
sím bo lo s d e l a a nti g üe da d.
 E ta pa mu n do n ov is ta : se va l ori za n la s ra í c es hi spá n ica s de Am ér ica y a pa re ce el i nte ré s
por l os te ma s so cia le s y po lít i co s d e la ép o ca . E s tá r epre se nta da po r e l Da r ío de Ca nt os
de vi da y es p era nza , por Sa n to s Ch o ca no y el L ug on es de Oda s se cular es . E l m od er ni sm o
es u n a rt e a r ist o cra t iz a nte , a u nq ue s us a u t ore s vi ve n in mer so s e n la a cti vi da d p úbl i ca a
tra v és de l pe r io dis mo y la po l ít ic a , ya a la vez u n a rte d el p res ente , d e la m od er ni da d,
per o s us te ma s pr o ce de n de u na fu si ó n c o n la c ult u ra de l pa sa do . Po r el lo , t od o se lo
pue de s it ua r co nt ra di ct oria me nte e ntr e le rea li da d y la e va si ón , l o a mer ic a n o y l o
eur op e o , l a s f or ma s pr e ci os is ta s y la se n ci lle z.
71
P ri nc ip al es ra sg os m od e rn is tas .
1. Ar t e d e m in or ías . La lit e ra t u ra es u na a cti vi da d a rt íst i ca de ele v a do s esp íri tu s y no u n a
mer ca nc ía de co n s um o p op ul a r ; la li tera tu r a n o e s so cia l si no p ers on a l . Ar te re fi na d o ,
elit ista , e x q ui sit o, sól o pa ra m in or ía s i nt ele ct ua le s . R e fi na m ie nt o y ex q uis ite z . La s ob ra s
debe n re fle ja r u na e x qu is i te z y r ef i na mi en t o d e g u st o, n o só lo e n lo s t ema s s i no e n l a
exp res ió n .
2. S ím b o lo s : e l cis ne , lo s pa v os rea les .
3. Tra ns p osi ci on es e s t é ti cas : la e sc rit ur a f us io na d a c on la pi nt ura , la e sc u lt ura y l a
mú si ca g e ne ra imá ge n e s p ote nt es , i n sól ita s y d e g ra n be lle za p lá s tica . In sp ira da s po r l o s
a rti sta s fra n ce s e s , l o s mo de r ni sta s e xp lo ra n el mu n do de la s pa la bra s pa ra l og ra r sí nt e sis
que exa lte n l o be ll o a pa rti r de la s co mb i na ci on es d e l uz , c ol o r, fo rma y m ús i ca . E s te
rec u rs o toma do d e l pa rna sia ni sm o, c o n si ste en to ma r té c ni ca s de u n a rte y p ro ye ct a rla a
otr o : pi nt ur a - l ite ra t u ra (de s cri pc io ne s d e obra s p lá s ti ca s y c ua dro s) ; tea tr o - l ite ra t u ra
(des c rip ci ó n de g e st o s, a cti tu des y a d ema ne s c om o si l o s per s ona je s a ct ua ra n e n u n
e s ce na ri o) , e tc .
4. Alu si o ne s a la mi t ol o gía ge rmá ni ca ( sil f o s, el f os , ha da s , d ue n des) y a la mit ol ogí a
gre co la ti na ( ni n fa s y d ios a s) q ue per mit en u na e va si ó n d e la re a li d a d.
5. E mple o de ve r s os de dis ti nta s me did a s n o ha b it ua le s co mo el en ea sí la b o, el a le ja ndr i n o,
etc .
6. L a raz ó n no e s un e le m e n to d e la cr eac ió n li t er ar ia. La s f ue nte s de co n o cim ie nto y
crea c ió n po é t i ca s on l a i nt ui ci ó n y la s f a c ul t a des s ub c o ns cie nt es d el a r ti sta , y po r el lo , l a s
obra s re ve la n u n mu n do fa ntá sti c o, q uim éri co , s util , ca pri c ho s o, mela n có li co ; el m u n d o
meta cie nt íf i co e s i nte r e sa nte (ma gia , o c ul t ism o, te os o fía , ma gn etis mo , pa ra p si c ol ogí a ,
es ca to lo gía , sa ta ni sm o , e t c .)
7. L as s en saci o n es s e co rr es p on d e n e n t re sí. Ca da o bj eto d el mu nd o ex ter io r pr od u ce
en e l i nd i v id u o y e n e l a rt ista u n c on j u nt o de se n sa ci on es c orr el a t i va s ; l os pe rf u mes , l os
so ni do s y lo s c ol ore s s e e q ui v a le n, y p or es o p uede ha bl a rs e d e a u di ci ón col or ea da .
8. L a p o es ía d e b e ex p re sar las i m pr es i on es q u e no s pr o du ce n l as c os as y n o la s
cos as m is mas . P ro ce dimi e n to im pre si o ni sta de des c rib ir la na t u ra leza .
9. S e n ti m en t al id ad . Lo s a r tis ta s de la n ue va estét i ca no p ue de n d ej a rla de la d o.
1 0. El ma tiz . E l a r te de be e xp resa r e l ma tiz di fu s o d e la rea lid a d, lo s e sta do s d e á ni m o
in de fi ni ble s, l o q ue no e s ló gi ca n i p si c ol ógi c a men te cla ro y d is ti nt o.
1 1. Mu sic al id ad . Lo s v e rs os , a d emá s de t ene r un c o nte ni do s ig ni fi ca t i vo , de be n s er
mu si ca l me nte a tra ct i v os p or s u mi sm o so ni do , a u n c ua nd o esta sele c ci ó n de so n id os no
en cie rre u n s ig ni fi ca do c omp re ns ib le o p re ci s o.
1 2. P re fe r en cia p or l o s t e mas ex q uis i t os , d ec ora t iv os , p in t or es co s y e x ó tic os .
E sca n di na via , O rie nt e , E da d Me dia , G re cia a nti g ua , F ra nc ia ve rsa ll es ca , mit ol og ía , et c .).
1 3. R en o vac ió n d el vo c ab ul ar io y d e la s in ta xi s. Ne ol ogi sm os , a rca ísm o s, ba rba r is mo s ,
la ti ni sm os . Us o de r e c ur so s e x pre si v os co mo la si ne stes ia , la a li ter a ci ó n y la o no ma t ope y a
que da n m usi ca l i da d a l ve r so .
1 4. R en o vac ió n d e l a v er sif icac i ón . A ct ua l iz a ci ó n de a ntig u os ve r so s ol v ida d o s, com o l os
enea sí l a b os , l os t e r c e to s mo n orr im os y l os c ua rt eto s m on or ri mos y c omb in a c io ne s
estr ó fi ca s n ue va s .
DA RÍ O, Ru b é n.
F él ix Ru b é n G ar cí a S ar mi e n to, n ac ió en S a n P e dr o de M et a p a,
Cho co yo , N ic ar ag u a, el 18 d e e n er o de 18 67. D e or ig e n i ndo e s p a ñol ,
s us p adr e s f u er on M a n u el G ar cí a y Ro s a S a r mi e n to Al e m á n.
De s d e m uy jo v en d e m os tr ó u n t al e n to pr ec oz y a lo s doc e a ño s ,
e n 18 7 9 , p u bli có su pr i m er po e m a, e l s on e to "L a F e ". Y e n 1880
a p ar ec e n s u s pr i m er o s v e r so s e n el d i ar io " El t er mó m e tr o".
F u e el po e t a d e l e n g u a c a s t ell a n a m á s i n fl uy e n t e y d e s t ac ado d e
s u é po c a , i n ic i ad or del mod er ni s m o l it e r ar io o d e l a " Tor re d e
M ar f il " e n el c o nt i n e n t e a m er ic a no.
En 1 8 8 6 s e tr as l adó a Ch il e , y e n V al p ar a í so, e n 1888 , pu bl icó
" Az ul ".
S e c a s ó e n S a n S a lv a dor con R a f a el a Co n tr er a s e n 1890.
S e tr a sl a dó a G u at e m al a. Po s t er ior m e n t e v i a jó a E s p a ñ a e n 18 92 .
R egr e só a Am ér ic a e n 18 9 4 y r e si di ó u n ti e m po e n Ar g e nt i n a , e n Bu e n os Air es , d ond e
j u nto c on L eo po ldo Lug o n es ( ar g e n ti n o) y R ic ar do J ai m e s Fr e yr e ( bol iv i a no ) , li d e r ó el
mo v i m i e nto m o d er n i s t a. V i a jó a E ur op a com o cor r e s po n s al d el D i ar io "L a N ac ió n " d e
Ar g e n ti n a y r eco r r ió nu m er o so s p aí s e s. R e s id ió e n M adr i d y P ar í s y s e c a só e n n u e v a s
n u pci a s co n Fr a nc i sc a S á nc h e z e n E s p a ñ a, e n 190 1.
F u e no m br ad o e n 19 0 9 M i n i str o Pl e ni p ot e n ci ar io d e Nic ar ag u a e n Es p a ñ a ,
R egr e só a s u p a ís n at al y m ur ió en su ho g a r , e n L e ó n, el 6 d e f e br er o d e 19 1 6.
En tr e s u s o br a s d e st ac a n: Ep í s tol a s y po e m a s ( 1885 ), Abr o jo s ( 1887 ) , R i m a s (1 887 ),
C an to é p ico a l a s gl o r ia s d e C hil e ( 18 87 ), Azul ( 1 888 ), Pr i m er a s no t a s (1 888 ), Lo s r ar os
72
( 1893 ) , Pr o s a s pr o f a n a s ( 18 9 6 ), E s p a ñ a co n t e m por á n e a ( 1 90 1) , P er e gr i n ac io n e s ( 190 1 ) , La
car a v a n a p a s a ( 19 0 2 ) , T i er r a s sol ar e s ( 19 04) , C a n to s d e v id a y e s p er a n za ( 19 05 ), C a n to
er r a nt e ( 19 0 7 ) Au to b io gr af í a ( 19 12 ), C a nt o a l a Ar g e n t in a y o t r os po e m a s ( 19 14 ) , Po e m a s
de oto ñ o y o tr o s po e m a s ( 19 16 ).
L e e e l t ex t o M o de rn is mo . C on t e x to h is tó ri co , s oc ial y c ul t ur al. C ara ct e rís t i cas
li t era ri as.
1. Subraya las ideas principales y realiza una síntesis de los siguientes temas: De
la sociedad col onial a la sociedad burguesa. Los signos del progreso. Las
inversiones extranjeras. Una nueva fis onomía: las grandes ciudades.
2. ¿En qué se asemejan el Romanticismo y el modernismo?
3. ¿Cuándo y en dónde surge este movimiento?
4. ¿Qué características generales presenta?
5. Confecciona un cuadro comparativo entre Parnasianismo y Simbolismo. ¿Dónde
surgen estas escu elas?
6. Los escritores modernistas fueron cosmopolitas y americanos: explique.
7. Confeccione cuadros, esquemas, redes o mapas con los temas de las generaciones
y etapas del movimiento.
8. ¿Qué autores son importantes en este período?
9. ¿Qué significa “transposición estética?
10. ¿Quién es Rubén Darí o?
L e e l os si g ui e n t es p o em as y l u eg o a pl ic a el a ná lis is l i t era ri o.
SI N FO N ÍA
EN
GR I S
E s vie j o
los ra yo s
los re ci os
le ha n vi st o
MAY OR
es e l ob o . To sta r o n su ca r a
de f ueg o del so l de l B ra s il ;
ti f on es d el ma r de la C hi n a
b ebi en do su fra sc o de gi n.
La es p uma i mpr eg na da de yo do y sa lit r e
ha
tie mp o
c on o c e
su
r o ja
na ri z,
su s cre sp o s ca be ll os , s us bí ce ps de a tleta ,
su g orr a de l o na , s u bl usa de d ril .
E l ma r co mo u n va s to c ri sta l a z oga do
ref le ja l a lá m i na d e u n cie lo de zi n c ;
leja na s
ba n da da s
de
pá ja r os
ma nc ha n
el fo n do br u ñi do de pá lid o gri s.
E l s ol co mo u n vi d rio re d o nd o y o pa c o
co n pa s o de e n fe r mo ca mi na a l ce ni t;
el vi en to ma r i no de sca n sa e n la s om br a
ten ie nd o d e a l mo ha da su ne gr o c la rí n .
La s o nda s qu e m ue ve n s u v ie ntre de pl om o
deba jo
de l
m ue ll e
pa re ce n
g emi r .
Se nta d o e n u n ca bl e , f uma n do s u p ipa ,
está u n ma ri ne ro pe nsa n do e n la s pla ya s
de u n va g o, le ja n o, br um os o pa í s.
E n me di o del h um o que f orma e l ta ba co
ve el v ie jo el le ja no , br um os o pa í s ,
a do nde
u na
ta rde
ca lie nt e
y
do ra da
ten dida s la s vela s pa rt ió el ber ga ntí n .. .
La si esta d el tr ópi c o. E l lob o se a d uer me .
Ya to do l o e n v uel v e la ga ma del gr is .
Pa re ce qu e un s ua v e y e nor me e s f umi n o
del c ur v o h ori zo nte b o rra ra el c o n fí n.
La sie sta de l t ró pi co . La v ie ja ci ga r r a
en sa y a
su
ro n c a
gu ita r ra
se nil ,
y e l gr il lo pre lu dia u n s ol o m o nót o n o
en la ú ni ca c ue rda q ue +e stá en s u v io lí n.
R ubé n D a rí o, 18 9 1
1. Pa ra e nt e n de r e l p oe ma b u sca e n e l di cc io n a r io el si g ni fi ca do de la s s ig uie nt es pa la br a s:
a zog a do , ci n c, br u ñid o, ce nit , ti f o nes , d ril , berga nt í n, d i fu mi n o, prel ud ia , y otr os qu e
crea s ne ce sa r io .
2. E l tí tu lo :
a . Pre s e n ta u n re cu rs o li te ra r io : la si ne ste sia . E xpl i ca e n q ué c o ns ist e y l ue go i de nti fi ca
otra s s i ne ste sia s e n e l po ema .
b. E xpl i ca p or q ué e l poe ma l le va e ste tít u lo .
3. E l te ma d e l po e ma e s “ la s iest a b o chor nosa ”
a . Bu s ca e n e l di c ci on a ri o e l s ig ni f ic a d o de b o cho r no so , e n r ela ci ó n co n el po ema .
b. E xpl i ca p or q ué e se e s e l te ma .
4. Me nc io na ot ro s t e ma s que p ue da s id en ti f i ca r .
73
5. E l c ol or g ri s e s e l p r e fe rid o p or lo s s imb o list a s p or q ue e xpr esa la i nq uie tu d de l a lm a
fre nt e a l mi ste rio de l mu nd o y de la v ida . B us ca e n el p oema ejem pl os de a lg u no s
eleme nt os q ue se c or r e sp o nda n c on el c ol or gri s.
6. Ide nti f iq ue n e n la si g uie nt e en u m era ci ó n, l os ra sg os m ode r ni sta s que se e n c ue ntra n e n
este p oe ma : co nt e mpo ra nei da d , ex oti s mo, gu st o po r l o esc ul tó ri co , ele me nt os
se ns oria le s, e rot is mo , se n si bi l ida d m us i ca l , c ult o a ri st o crá t ic o p or la a pa la bra y p or la
fo rma , hi spa n ism o , a fr a n ce sa mie nt o , i mpr es i on is mo , e va si ó n, ex oti smo .
7. E sta po e sía e s d e s de e l tí tu lo , una co mp osi c ió n mu si ca l . De sta ca t od os lo s ele me nto s qu e
co rr ob ore n e sa pa r ti c u la ri da d .
8. Ca ra cte r iza la a tm ós f e ra q ue d om ina el po e ma . s ub ra ya e je m plo s de lo s sig u ie nte s
rec u rs os l ite ra ri o s : imá ge ne s se n so ria les , imá ge ne s de mo vim ie nt os , a ná f or a s,
a dje ti va ci ó n, c om p a ra ci ó n, metá f ora , per so n if ica c ió n , a sí nde to n , e n ume ra c ió n .
“A Roos ev elt”.
E s c on vo z de la Bi b lia , o ve rs o de Wa l t
Wh itma n ,
que ha br ía qu e l le ga r ha s ta t i, Ca z a d or,
prim iti v o y mo de r n o, s e n ci ll o y co mp li ca d o,
co n u n a lg o de Wa s hi ng to n y c ua t ro de
Nem ro d.
E res l os E sta do s U ni do s,
eres el f u tu ro i n va s or
de la Am é ri ca i n ge n ua q ue t ie ne sa ng re
in díg ena ,
que a ú n re za a J e s u c rist o y a ú n ha bla e n
espa ñ ol .
E res s obe rbi o y f u e rte e j e mp la r de t u ra za ;
eres c u lto , e re s há b il , te o po ne s a To lst o y.
Y d oma nd o ca ba ll o s, o a se si na nd o t igr es ,
eres u n Al e ja n dr o - Na b u co do n os or .
(E res un p ro fe so r d e E ne r gía
co mo di ce n l os lo c os d e h o y. )
Cree s q ue la vida e s i n ce nd io ,
que el p rog re s o e s e r u pc ió n ,
que d o nde p on e s la ba la
el p or ve n ir po ne s.
N o.
Lo s E sta do s U ni do s so n pot e n te s y g ra nde s.
Cua nd o e ll os se e str e me c e n ha y u n ho nd o
te mb lor
que pa sa po r la s v é rt e bra s e n or mes de l os
An des .
Si c la má is , se o ye c om o e l r ug ir de l l eó n .
Ya H ug o a G ra nt le d ij o : La s e s trel la s so n
v ue s tra s.
(Ape na s b ril la , a l zá nd ose , e l a rge nt in o s ol
y la e stre lla c h ile na se le va nta .. .) S ois
ri co s.
Ju ntá i s a l c ul to de Hé r c ule s e l c u lto d e
Ma mm ó n;
y a l um bra nd o e l c a mi no d e la fá cil
co n qu ist a ,
la Li ber ta d le v a nta s u a n to rc ha e n N ue va
Yor k .
Ma s la Amé ri ca n ue str a , q ue te nía p oeta s
des de l o s vie j os tie mp os de N e za h ua l c óy ol t,
que ha g ua rda d o la s h ue l la s de l os p ies del
gra n B a c o,
que el a l fa be t o pá ni c o e n u n tie mp o
a pre nd ió ;
que co n s ult ó lo s a st ros , q ue c o no c ió la
Atlá nti da
c uy o n om bre no s l le ga re so na nd o e n
Pla t ón ,
que de sde lo s re mo t os mom e n to s de s u
vi da
vi ve d e lu z, d e f ue go , de per f um e, de
a mor ,
la Am éri ca de l g ra nde Mo cte z uma , de l In ca ,
74
la Am éri ca fra ga nt e d e Cr ist óba l C ol ó n,
la Am éri ca c a tó li ca , la Amé ri ca e spa ñ ola ,
la Am éri ca e n q ue d ij o el n ob le G ua te mo c :
"Y o no es to y en un lec h o d e r os a s ; " e sa
Amér ica
que tie mbla de h ura ca nes y qu e v i ve de
a mor ,
ho mbr es de oj o s sa jo ne s y a lma b á rba ra ,
vi ve .
Y s ue ña . Y a ma , y vi bra , y e s la hi ja de l
So l.
Te ne d c uida do . ¡ V i ve l a Amé ri ca e spa ñ ola !
Ha y m il ca c ho rr os s ue l tos de l Le ón E s pa ño l.
Se ne ce sita ría , R oo s eve lt, se r, p or D io s
mis mo ,
el R i f ler o t err ibl e y e l f uert e Ca za d or ,
pa ra p od er t en er no s en v ue stra s fér rea s
ga rra s.
Y, p ue s co ntá is co n t o do , o s fa lta u na co sa :
¡ Di os!
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
S ubra ya la s e xp re s io n e s qu e re f ie re n p os iti v a men te a l os E E . U U .
¿E n q ué ver so s se ma ni fi e sta la e s e n c ia Hi s pa n oa me ri ca na ? ¿Q ué eleme nt os l o f orma n ?
¿Q ué le c rit ica a l im pe rio nor te a me ri ca no ?
¿A q ué se re fie re c o n “ La s e s tre l la s s o n v ue stra s” ?
¿Q ué a sp ec to s de la c ult u ra hi spa n oa me ri ca na va lo riza Da rí o ?
¿E n q ué ver so s Da rí o ha ce u na a d ve rt en c ia a lo s E sta do s U ni do s ? ¿C uá l e s la a d ve rte n ci a ?
¿A pa re ce la f ilia c ió n d e Amé ri ca c o n E spa ña ? ¿ Se idea li za e l pa sa d o?
¿C uá l e s la p ost u ra de l p oe ta f re nte a e sa s d os rea lida des ?
¿C uá l pa re ce se r la f i n a lida d d e p oe ma ? J ust i fi ca la res p ues ta
F ec has e n tr e las q u e s e
d esa rr ol ló e l p e r í od o
Da to s
h is t ór ic os
ma rca n e l p e rí o do
qu e
S oc ie da d
C ul t ura
Ca rac t er ís t icas
li t era ri as
Gé n er os
pr e d om i na n
m ov im i en t o
75
en
Au t or es d es t ac ad os
Ob ras d es tac ad as
que
el
MO DE R NIS M O
NAT U RAL I S MO
RE AL I S M O
ma ni er is m o
BA R RO C O
Ca rac t er í s t icas
RO M ANT I C I S M O
AC TI V IDA DE S DE C I ER R E :
RE P AS A ND O
3. Tra nsc ri b e EN T U C ARP ET A y c o m pl e ta el si gu i en t e c ua d ro co m par a ti vo d e l os
p er ío d os l i t era ri os t ra baj ad os .
NARRATIVA DEL SIGLO XX
Hacia la nueva narrativa latinoamericana
El cuento y la novela hispanoamericana recorrieron un largo camino acumulando experiencias y
conquistando gradualmente la libertad y la imaginación para recrear la polifacética realidad de América. La
América Precolombina ofreció formas narrativas que constituyeron la fuente algunos cuentos que se
escribieron con posterioridad.
La narración apareció en las obras de los cronistas quienes referían sus propias hazañas o se basaban en
datos obtenidos de los conquistadores. Luego, las diversas corrientes fueron dando forma a diversidad de
manifestaciones. Ya con preocupación por los problemas sociales del hombre (Realismo), ya con preocupación
por la forma artística, en pos de la emoción lírica (Modernismo) . A comienzos del siglo XX, el cuento de
vanguardia asume un estilo poético: se advierte una preocupación por los elementos formales y los personajes
adquieren el carácter de símbolos. A partir de la década del 40, el cuento explora diversas posibilidades. Entre
1944 y 1954 aparecen libros fundamentales: Ficciones (1944), de Jorge Luis Borges; Varia invención (1945), del
mexicano Juan José Arreola; Bestiario (1951), de Julio Cortázar; El llano en llamas (1953), del mejicano Juan
Rulfo. En estas obras prevalecen elementos irreales y psicológicos; el contenido suele ir de lo subjetivo a lo
fantástico. Se advierte una preocupación por la filosofía y por la estética.
Las narraciones del realismo mágico presentan la realidad “como si fuera mágica”. Manifiestan los
siguientes rasgos: ruptura de la realidad, unión de lo real con lo maravilloso, alteración del espacio y del tiempo.
Los cuentistas aspiran a desentrañar el misterio que oculta la maravillosa realidad de América. Un narrador
mágico realista, para crearnos la ilusión de irrealidad, finge escaparse de la naturaleza y nos cuenta una acción
que, por muy explicable que sea, nos perturba como extraña.
La nueva novela
La “novela nueva” surge en Hispanoamérica alrededor de 1950, en medio de un fenómeno que, hacia 1960
se conoce como literatura del “boom” por su repercusión más allá de las fronteras de Latinoamérica. Profundiza
el tema del hombre en crisis con la realidad histórica, política, social y económica que vive. El novelista actual
trata de mostrarlo en todas sus dimensiones: sus sentimientos, sus sueños, su insatisfacción, su soledad. De ahí
que el realismo haya marginado, en parte, su faz documental, para adquirir su carácter mágico, porque, sin
duda, el hombre “no sólo vive en las coordenadas sociales, políticas y económicas, sino que también vive en el
mundo extratemporal y extraespacial de sus deseos, sus creencias, sus terrores, sus esperanzas.
Además, la ciudad o un pueblo aparecen como lugares axiales, donde todo sucede (por ejemplo “Macondo”
en Cien años de soledad, de Gabriel García Márquez).
Los cultores hispanoamericanos desarrollan la búsqueda respecto de la estructura y los recursos
estilísticos; tratan de que el lector participe, sin explicaciones, del mundo de la ficción, que penetre en el
contenido de la obra a través de las vivencias de los personajes y no mediante los comentarios del narrador.
76
Los novelistas no aspiran solamente a que sus obras sean vehículos de denuncia, sino también
a que sean
auténticas creaciones, obras de arte.
La opinión de los expertos…
“…la actual novela hispanoamericana es
profundamente realista, en el sentido amplio con
que utilizo la palabra. Es decir, que no se limita a
la pura y simple reproducción fotográfica de la
realidad externa, sino que intenta alcanzar los
estratos más profundos de la realidad mediante el
auxilio constante y sistemático de la imaginación.
Tocamos aquí lo que me parece un punto clave,
casi una fórmula definitoria de este grupo de
novelistas: la imaginación como vía indispensable
para alcanzar la auténtica realidad, falseada por
los naturalismos superficiales.
Andrés Amorós
“En los escritores de la novela realista o documental
lo que se evidencia es la aceptación pasiva de la
realidad, su reflejo más o menos “fiel”. En la novela
modernista lo que se ve es la búsqueda de “otra”
realidad, más hermosa, más ideal. Finalmente, los
novelistas del “boom” tienden a cuestionar la
realidad y nuestra capacidad de comprenderla. Es
decir, con el aparecer de la narrativa modernista se
inicia la crisis del realismo que se prolonga hasta
nuestros días, mientras renace la idea de la novela
como artefacto estético.”
Donald Shaw
“Ahora la novela se escribe desde la perspectiva de
cada personaje, y la realización total resulta del
entrecruzamiento de las diferentes versiones, no
siempre coherentes ni unívocas. Tiene ambigüedad
como la vida misma.”
Ernesto Sábato
Paralelo entre la narrativa tradicional y la narrativa actual
Los aspectos que influyen en la creación de la obra literaria son: el tipo de narrador, el lugar que se le asigna al
hipotético lector, la trama, los personajes, el tiempo, el espacio, la forma de encarar el principio y el final de la obra,
etc.
El siguiente cuadro permite determinar claramente en qué reside la novedad de la narrativa actual.
Narrativa tradicional
Narrativa actual
Narrador
Omnisciente.
Pintor fiel de la realidad que lo
circunda.
Testigo o protagonista. Presenta la realidad que le ha
tocado vivir y una ruptura con esa realidad
Lector
Observador pasivo de los
sucesos
narrados.
Simple
receptor. No tiene libertad
para franquear los límites
precisos
que
presenta
el
narrador.
Su participación durante la lectura de la obra es vital. ES
lector, autor, personaje y crítico. Tiene libertad para
recrear el mundo narrado.
Trama
Se narra un acontecimiento en
el que la introducción, nudo y
desenlace se hallan claramente
definidos. El lector participa de
los efectos y de las causas.
El orden de los capítulos –en el
caso de la novela- conforma una
estructura lineal.
Interesa el “qué” de la
narración.
Introducción, nudo y desenlace deben ser descubiertos y
ordenados a la manera de un rompecabezas. El lector
conoce los efectos, pero ignora las causas.
A veces, la novela carece de capítulos. Su estructura se
asemeja a un “zig-zag”.
Interesa el “cómo” de la narración.
Personaje
Sabemos todo acerca de él:
nombre, apellido, ascendencia,
costumbres,
trabajo,
relaciones. Lo conocemos moral
y físicamente. Actúa impulsado
por el narrador. Es descripto
de afuera hacia adentro. Es
opaco.
Sabemos poco acerca de él, a veces, ni siquiera su nombre.
Debemos asignarle un cuerpo, un rostro, un trabajo, una
casa, etc. Su retrato moral aparece fragmentado, por lo
tanto, tenemos que reconstruirlo. Se conduce a sí mismo.
Se muestra de adentro hacia afuera.77Asume su propia
búsqueda. Su lucha nace de lo que le ofrece la realidad y de
lo que él pretende hacer con ella. Es espectador y crítico
de su existencia.
Tiempo
Es cronológico. Se precisan
horas, días, semanas, meses o
años, la continuidad de las
estaciones.
Se quiebra el tiempo cronológico. El pasado se alterna con
el presente y con el futuro. Avances y retrocesos van
creando un caos argumental.
Espacio
El narrador crea el espacio
antes de elaborar la trama. Las
descripciones son minuciosas.
Nada queda por conocerse.
Predomina el espacio abierto.
El personaje vive el ambiente que lo rodea desde su
interioridad. El espacio nace de él. Las descripciones son
parcas, imprecisas. Predomina el espacio cerrado.
Principio
El narrador motiva el tema que
va a desarrollar. Prepara y
ordena desde las primeras
palabras los hilos de la trama.
Las obras comienzan “in media res” (en medio de las cosas,
en plena acción).
Final
Cerrado. Queda todo dicho.
No podemos agregar nada.
Abierto. Carece de un final concreto. Habrá tantos finales,
como lectores posea la obra.
Técnicas
Monólogo interior indirecto.
Monólogo interior directo.
Conocemos
a
través
del
narrador los elementos que
constituyen el mundo interior
de los personajes.
El mundo interior de los personajes surge repentinamente.
Nadie nos conduce a él. Es tarea del lector diferenciarlo
del resto de la narración. Yuxtaposición o simultaneidad de
planos narrativos. Juegos tipográficos, ortográficos y de
puntuación.
El Boom Latinoamericano hace referencia a la literatura hispanoamericana publicada a partir del tercer
cuarto del siglo XX que dio difusión en Europa a autores del sur del continente americano. Las novelas del Boom
se distinguen por tener una serie de innovaciones técnicas en la narrativa latinoamericana, desarrollando el
Realismo mágico y Lo real maravilloso, e introduciendo técnicas vanguardistas de narración
Al comparar una novela que fue escrita antes del periodo del Boom, con otra que fue hecha durante
esta transición literaria, se repara en que la historia que fue escrita antes del Boom Latinoamericano nos
muestra una realidad plana y sombría, una realidad normal y verdadera, una realidad existente, mientras que la
novela escrita después del Boom Latinoamericano muestra muchas facetas de un mismo lugar, de un mismo
personaje o del tiempo que recrean la realidad, es decir, se rompe todas las barreras entre lo fantástico y lo
habitual y convierte esta mezcla en una nueva realidad, que es perfecta para poder dejar que su inspiración
fluya, circule y deje salir las mejores ideas.
Realismo mágico
Por definición los críticos literarios han utilizado la expresión "Mágico" para designar una tendencia en
la novelística del siglo XX. Esta se caracteriza por la inclusión y el respeto a los mitos dentro de un contexto
realista. No pocos estudiosos incluyen elementos sobrenaturales, míticos y de la creencia popular. No se trata
de "presentar la magia como que fuera real" sino de presentar "la realidad como si fuera mágica". Es una
focalización de lo sobrenatural.
. La narrativa describe cosas irreales como si fueran reales y cotidianas y las cosas cotidianas como si
fuesen irreales; se renueva el lenguaje y las técnicas narrativas y las historias, que pueden estar basadas en
sucesos de la vida real, incorporan elementos extraños, fantásticos o legendarios, pueblos mitificados, espacios
y lugares fruto de la especulación y personajes que, como pueden existir, también pueden ser irreales o fruto
híbrido y mestizo entre lo verdadero, lo imaginario y lo inexistente, que hace difícil separarlos.
El Realismo mágico es un género de ficción plantado principalmente por los novelistas iberoamericanos
durante la segunda mitad del siglo XX. El realismo mágico, como gran parte de la literatura de la segunda mitad
de siglo, es esencialmente moderado. Nos muestra la realidad narrativa con elementos fantásticos y fabulosos,
no tanto para reconciliarlos como para exagerar su aparente contrariedad. El reto que esto supone para la
noción común de la "realidad" lleva implícito un cuestionamiento de la "verdad" que a su vez puede socavar de
manera deliberada el texto y las palabras, y en ocasiones la autoridad de la propia novela.
El realismo mágico floreció con esplendor en la literatura latinoamericana de 1960 y 1970, en un
momento en que el esplendor de las dictaduras políticas convirtió la palabra en una herramienta infinitamente
78
preciada y manipulable. Al margen del propio Carpentier, que cultivó el realismo mágico en novelas como “Los
pasos perdidos”, los principales autores del género son Miguel Ángel Asturias, Carlos Fuentes, Julio Cortázar,
Mario Vargas Llosa, Juan Rulfo y sobre todo, Gabriel García Márquez, con sus novelas “Cien años de soledad”,
“El otoño del patriarca” y “Crónica de una muerte anunciada” las cuales siguen siendo las cumbres de este
género.
Real Maravilloso
"¿Qué es la historia de América Latina sino una crónica de lo maravilloso en lo real?"... Fue la gran
pregunta del novelista cubano Alejo Carpentier en el prólogo a su novela “El reino de este mundo”, publicada en
1949, convirtiéndose en el padre de lo real maravilloso.
Lo Real Maravilloso es uno de los mayores aportes de Latinoamérica a la literatura universal. Fue el
escritor cubano Alejo Carpentier quien intentó definir esta corriente, cuyo postulado esencial se basa en el
propósito de resaltar el elemento extraordinario de nuestra cultura. Aquellos hechos que escapan a lo
estrictamente racional y se instalan en nuestro quehacer cotidiano, haciendo natural lo que para otras culturas
sería mágico, sobrenatural o sencillamente inverosímil.
En lo que respecta a los cuentos, el mayor elogio que podemos hacerle a su obra, es el reconocimiento a
su capacidad de construir un espacio propio, un mundo mítico en el cual ocurre aquello que hace de ella, ese
lugar mágico en el que se funden lo real y lo maravilloso para, precisamente como ocurre en "La luz es como el
agua", dejarnos llevar por la magia de su narrativa e internarnos en ese mar infinito de calidad y talento, que
caracterizan a lo mejor de su producción literaria.
Lo Real maravilloso es un movimiento latinoamericano que muestra nuestra cultura, las creencias de los
indios, con drama y fantasía que se une para dar un contexto muy original e irreal para otras culturas mas no lo
es tanto para Latinoamérica.
Diferencia entre lo Real maravilloso y Realismo mágico
El problema conceptual sobre la diferencia entre el “Realismo Mágico” y lo “Real Maravilloso” ya dura más de
treinta años. En los últimas décadas del siglo pasado se incrustó en la literatura otro término que vino a
complicar la polémica, el “Realismo Fantástico”.
Aunque la primera manifestación del realismo mágico en un cuento de cualquier país ocurrió en 1920
con; “El hombre muerto” de Horacio Quiroga, la tendencia llegó a su auge unas décadas después con ciertos
cuentos de Borges y con Cien años de soledad de García Márquez. En el realismo mágico, se plasma un mundo
totalmente realista en el cual de repente sucede algo inverosímil, como en el cuento de Quiroga cuando un
colono acostumbrado a luchar contra la naturaleza se cae sobre su machete cruzando la cerca de alambre de
púa. El detalle mágico realista es que mientras agoniza, no siente absolutamente nada de dolor y no se ve ni una
gota de sangre y la naturaleza queda totalmente tranquila, impasiva.
En cambio, lo real maravilloso no es una tendencia internacional ni tiene límites cronológicos. Proviene
de las raíces culturales de ciertas zonas de la América Latina, raíces indígenas y africanas que pueden
manifestarse tanto en la literatura colonial como en las novelas de Alejo Carpentier y de Miguel Ángel Asturias.
Mientras el realismo mágico se distingue por su prosa clara, precisa y a veces estereoscópica, la de lo real
maravilloso luce un barroquismo o sea una prosa súper adornada. Para el autor mágico realista, el mundo es un
laberinto donde las cosas más inesperadas, más inverosímiles (sin ser imposibles) pueden ocurrir del modo más
antidramático. Para los que practican lo real maravilloso, sus personajes indígenas o negros de Guatemala, Cuba
o el Brasil creen en los aspectos mitológicos o espirituales de su cultura.
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Aspectos destacables del Realismo mágico
Los siguientes elementos están presentes en muchas novelas del realismo mágico, pero no necesariamente
todos se presentan en las novelas y también otras obras pertenecientes a otros géneros pueden presentar una
que otra característica similar.
Contenido de elementos mágicos/fantásticos, percibidos por los personajes como parte de la "normalidad".
Elementos mágicos tal vez intuitivos, pero (por lo regular) nunca explicados.
Presencia de lo sensorial como parte de la percepción de la realidad.
El tiempo es percibido como cíclico, no como lineal, según tradiciones disociadas de la racionalidad moderna.
Se distorsiona el tiempo, para que el presente se repita o se parezca al pasado.
Transformación de lo común y cotidiano en una vivencia que incluye experiencias "sobrenaturales" o
"fantásticas".
Preocupación estilística, partícipe de una visión "estética" de la vida que no excluye la experiencia de lo real.
El fenómeno de la muerte es tenido en cuanta, es decir, los personajes pueden morir y luego volver a vivir.
La novela "Cien años de soledad" de Gabriel García Márquez es un gran ejemplo para el realismo mágico.
BIOGRAFÍA
Gabriel García Márquez
Nació en 1928 en Aracataca fue primero un periodista, redactor de “El Universal”, “El Heraldo” y “El
79
Espectador”, luego trabajó para la agencia cubana de noticias, “La Prensa” en Colombia, en la Habana y en
Nueva York. Debido a sus ideas políticas izquierdistas, se enfrentó con el dictador Laureano Gómez y con su
sucesor, el general Gustavo Rojas Pinilla, y hubo de pasar las décadas de 1960 y 1970 en un exilio voluntario en
México y España.
Es un gran escritor y novelista Colombiano, sus novelas más conocidas son “Cien años de soledad”, que
narra en tono épico la historia de una familia colombiana, y en la cual se pueden rastrear las influencias
estilísticas del novelista estadounidense William Faulkner, y “El otoño del patriarca”, en torno al poder y la
corrupción política. “Crónica de una muerte anunciada”, es la historia de un asesinato en una pequeña ciudad
latinoamericana, mientras que “El amor en los tiempos del cólera”, es una historia de amor que se desarrolla
también en Latinoamérica. “El general en su laberinto”, por otro lado, es una narración ficticia de los últimos
días del revolucionario y hombre de estado Simón Bolívar. También es autor de varios libros de cuentos como
“La increíble y triste historia de Eréndira y de su abuela la desalmada “ o “Doce cuentos peregrinos”. García
Márquez ha despertado admiración en numerosos países occidentales por la personalísima mezcla de realidad y
fantasía que lleva a cabo en sus obras narrativas, situadas siempre en Macondo, una imaginaria ciudad de su
país. Su última obra publicada, “Noticia de un secuestro”, es un reportaje novelado sobre el narcoterrorismo
colombiano.
Por su gran aporte a la literatura mundial con estas magnificas obras el colombiano se hizo merecedor
del Premio Nobel de Literatura en 1982 y fue formalmente invitado por el gobierno colombiano a regresar a su
país, donde ejerció de intermediario entre el gobierno y la guerrilla a comienzos de la década de los ochenta.
8. Juan Rulfo
Nació en 1918 en México, fue un novelista y cuentista, haber nacido en Jalisco, ciudad que fue
escenario de la guerra cristera (1926-1929) habría de influir mucho en su vida y en su obra.
Escribió “El llano en llamas” y “Pedro Páramo”, un cuento y una novela, respectivamente traducidas a
todos los idiomas. Gano varios premios, entre ellos el Príncipe de Asturias, 1983. Simplificando, su obra se ha
etiquetado como realismo mágico o estereotipado como indigenista. Emparentado con la tradición de la
literatura de la Revolución Mexicana (Azuela, Guzmán, Muñoz).
Fue merecedor de muchas criticas entre las cuales me cabe mencionar las siguientes: Monsiváis
sintetiza: "En nuestra cultura nacional Juan Rulfo ha sido un intérprete absolutamente confiable… de la lógica
íntima, los modos de ser, el sentido idiomático, la poesía secreta y pública de los pueblos y las comunidades
campesinas, mantenidas en la marginalidad y el olvido…". Para Borges, "Pedro Páramo es una de las mejores
novelas de la literatura de lengua hispánica, y aún de la literatura".
Juan Rulfo murió en 1986 en ciudad de México
Realismo mágico
Lee el siguiente cuento de Gabriel García Márquez
UN SEÑOR MUY VIEJO CON UNAS ALAS ENORMES
AL TERCER DÍA de lluvia habían matado tantos cangrejos dentro de la casa, que Pelayo tuvo que
atravesar su patio anegado para tirarlos al mar, pues el niño recién nacido había pasado la noche con calenturas
y se pensaba que era causa de la pestilencia. El mundo estaba triste desde el martes. El cielo y el mar eran una
misma cosa de ceniza, y las arenas de la playa, que en marzo fulguraban como polvo de lumbre, se habían
convertido en un caldo de lodo y mariscos podridos. La luz era tan mansa al mediodía, que cuando Pelayo
regresaba a la casa después de haber tirado los cangrejos, le costó trabajo ver qué era lo que se movía y se
quejaba en el fondo del patio. Tuvo que acercarse mucho para descubrir que era un hombre viejo, que estaba
tumbado boca abajo en el lodazal, y a pesar de sus grandes esfuerzos no podía levantarse, porque se lo
impedían
sus
enormes
alas.
Asustado por aquella pesadilla, Pelayo corrió en busca de Elisenda, su mujer, que estaba poniéndole
compresas al niño enfermo, y la llevó hasta el fondo del patio. Ambos observaron el cuerpo caído con un callado
estupor. Estaba vestido como un trapero. Le quedaban apenas unas hilachas descoloridas en el cráneo pelado y
muy pocos dientes en la boca, y su lastimosa condición de bisabuelo ensopado lo había desprovisto de toda
grandeza. Sus alas de gallinazo grande, sucias y medio desplumadas, estaban encalladas para siempre en el
lodazal. Tanto lo observaron, y con tanta atención, que Pelayo y Elisenda se sobrepusieron muy pronto del
asombro y acabaron por encontrarlo familiar. Entonces se atrevieron a hablarle, y él les contestó en un dialecto
incomprensible pero con una buena voz de navegante. Fue así como pasaron por alto el inconveniente de las alas,
y concluyeron con muy buen juicio que era un náufrago solitario de alguna nave extranjera abatida por el
temporal. Sin embargo, llamaron para que lo viera a una vecina que sabía todas las cosas de la vida y la muerte,
y
a
ella
le
bastó
con
una
mirada
para
sacarlos
del
error.
— Es un ángel –les dijo—. Seguro que venía por el niño, pero el pobre está tan viejo que lo ha tumbado la
lluvia.
Al día siguiente todo el mundo sabía que en casa de Pelayo tenían cautivo un ángel de carne y hueso.
Contra el criterio de la vecina sabia, para quien los ángeles de estos tiempos eran sobrevivientes fugitivos de
una conspiración celestial, no habían tenido corazón para matarlo a palos. Pelayo estuvo vigilándolo toda la tarde
desde la cocina, armado con un garrote de alguacil, y antes de acostarse lo sacó a rastras del lodazal y lo
80
encerró con las gallinas en el gallinero alumbrado. A media noche, cuando terminó la lluvia, Pelayo y Elisenda
seguían matando cangrejos. Poco después el niño despertó sin fiebre y con deseos de comer. Entonces se
sintieron magnánimos y decidieron poner al ángel en una balsa con agua dulce y provisiones para tres días, y
abandonarlo a su suerte en altamar. Pero cuando salieron al patio con las primeras luces, encontraron a todo el
vecindario frente al gallinero, retozando con el ángel sin la menor devoción y echándole cosas de comer por los
huecos de las alambradas, como si no fuera una criatura sobrenatural sino un animal de circo.
El padre Gonzaga llegó antes de las siete alarmado por la desproporción de la noticia. A esa hora ya
habían acudido curiosos menos frívolos que los del amanecer, y habían hecho toda clase de conjeturas sobre el
porvenir del cautivo. Los más simples pensaban que sería nombrado alcalde del mundo. Otros, de espíritu más
áspero, suponían que sería ascendido a general de cinco estrellas para que ganara todas las guerras. Algunos
visionarios esperaban que fuera conservado como semental para implantar en la tierra una estirpe de hombres
alados y sabios que se hicieran cargo del Universo. Pero el padre Gonzaga, antes de ser cura, había sido leñador
macizo. Asomado a las alambradas repasó un instante su catecismo, y todavía pidió que le abrieran la puerta
para examinar de cerca de aquel varón de lástima que más parecía una enorme gallina decrépita entre las
gallinas absortas. Estaba echado en un rincón, secándose al sol las alas extendidas, entre las cáscaras de fruta
y las sobras de desayunos que le habían tirado los madrugadores. Ajeno a las impertinencias del mundo, apenas
si levantó sus ojos de anticuario y murmuró algo en su dialecto cuando el padre Gonzaga entró en el gallinero y
le dio los buenos días en latín. El párroco tuvo la primera sospecha de impostura al comprobar que no entendía
la lengua de Dios ni sabía saludar a sus ministros. Luego observó que visto de cerca resultaba demasiado
humano: tenía un insoportable olor de intemperie, el revés de las alas sembrado de algas parasitarias y las
plumas mayores maltratadas por vientos terrestres, y nada de su naturaleza miserable estaba de acuerdo con
la egregia dignidad de los ángeles. Entonces abandonó el gallinero, y con un breve sermón previno a los curiosos
contra los riesgos de la ingenuidad. Les recordó que el demonio tenía la mala costumbre de recurrir a artificios
de carnaval para confundir a los incautos. Argumentó que si las alas no eran el elemento esencial para
determinar las diferencias entre un gavilán y un aeroplano, mucho menos podían serlo para reconocer a los
ángeles. Sin embargo, prometió escribir una carta a su obispo, para que éste escribiera otra al Sumo Pontífice,
de
modo
que
el
veredicto
final
viniera
de
los
tribunales
más
altos.
Su prudencia cayó en corazones estériles. La noticia del ángel cautivo se divulgó con tanta rapidez, que al
cabo de pocas horas había en el patio un alboroto de mercado, y tuvieron que llevar la tropa con bayonetas para
espantar el tumulto que ya estaba a punto de tumbar la casa. Elisenda, con el espinazo torcido de tanto barrer
basura de feria, tuvo entonces la buena idea de tapiar el patio y cobrar cinco centavos por la entrada para ver
al ángel.
Vinieron curiosos hasta de la Martinica. Vino una feria ambulante con un acróbata volador, que pasó
zumbando varias veces por encima de la muchedumbre, pero nadie le hizo caso porque sus alas no eran de ángel
sino de murciélago sideral. Vinieron en busca de salud los enfermos más desdichados del Caribe: una pobre
mujer que desde niña estaba contando los latidos de su corazón y ya no le alcanzaban los números, un jamaicano
que no podía dormir porque lo atormentaba el ruido de las estrellas, un sonámbulo que se levantaba de noche a
deshacer dormido las cosas que había hecho despierto, y muchos otros de menor gravedad. En medio de aquel
desorden de naufragio que hacía temblar la tierra, Pelayo y Elisenda estaban felices de cansancio, porque en
menos de una semana atiborraron de plata los dormitorios, y todavía la fila de peregrinos que esperaban su
turno para entrar llegaba hasta el otro lado del horizonte.
Sucedió que por esos días, entre muchas otras atracciones de las ferias errantes del Caribe, llevaron
al pueblo el espectáculo triste de la mujer que se había convertido en araña por desobedecer a sus padres. La
entrada para verla no sólo costaba menos que la entrada para ver al ángel, sino que permitían hacerle toda clase
de preguntas sobre su absurda condición, y examinarla al derecho y al revés, de modo que nadie pusiera en
duda la verdad del horror. Era una tarántula espantosa del tamaño de un carnero y con la cabeza de una
doncella triste. Pero lo más desgarrador no era su figura de disparate, sino la sincera aflicción con que contaba
los pormenores de su desgracia: siendo casi una niña se había escapado de la casa de sus padres para ir a un
baile, y cuando regresaba por el bosque después de haber bailado toda la noche sin permiso, un trueno pavoroso
abrió el cielo en dos mitades, y por aquella grieta salió el relámpago de azufre que la convirtió en araña. Su
único alimento eran las bolitas de carne molida que las almas caritativas quisieran echarle en la boca.
Semejante espectáculo, cargado de tanta verdad humana y de tan temible escarmiento, tenía que derrotar sin
proponérselo al de un ángel despectivo que apenas si se dignaba mirar a los mortales. Además los escasos
milagros que se le atribuían al ángel revelaban un cierto desorden mental, como el del ciego que no recobró la
visión pero le salieron tres dientes nuevos, y el del paralítico que no pudo andar pero estuvo a punto de ganarse
la lotería, y el del leproso a quien le nacieron girasoles en las heridas. Aquellos milagros de consolación que más
bien parecían entretenimientos de burla, habían quebrantado ya la reputación del ángel cuando la mujer
convertida en araña terminó de aniquilarla. […]
Gabriel García Márquez
Actividades:
1. La situación inicial presenta un desorden de la naturaleza ¿Qué hechos 81
lo indican?
2. ¿Cuál es la complicación?
3. ¿Por qué podemos afirmar que este cuento presenta el recurso del realismo mágico?
Identifíquenlo.
4. ¿El ángel del cuento es similar a la imagen que habitualmente se presenta de los
ángeles? ¿En qué se diferencia?
5. La desacralización de lo sagrado es un recurso que García Márquez utiliza para
denunciar la deshumanización, el mercantilismo, la masificación y la burocratización.
Señalen los fragmentos correspondientes.
82
personal convertirán el rito de la nutrición ajena en un ritual mágico cargado de rebeldía. Hay
una imagen extraordinaria en que Tita, «que no resistía que una persona hambrienta le pidiera
comida», le ofrece al berreante bebé de su hermana su pecho de mujer soltera: «Cuando ella
vio que el niño recuperaba poco a poco la tranquilidad en su rostro y lo escuchó deglutir
sospechó que algo extraordinario estaba pasando». Tita, convertida de pronto en Ceres, diosa
de la alimentación, por un acto de amor. A lo largo de la novela, Esquivel reiterará estos
episodios que vinculan nutrición y afecto femenino y convertirá a Tita en el símbolo de la
mujer como dadora de alimento y sanadora.
Laura Esquivel (Ciudad de México, 1948) publicó esta novela en 1989. Como agua para
chocolate fue pronto traducida a 33 idiomas y llevada al cine por el cineasta Alfonso Arau,
por entonces marido de la escritora. El guión de la versión cinematográfica obtuvo numerosos
galardones internacionales, convirtiendo a Laura Esquivel en una de las escritoras
latinoamericanas más populares del mundo. La relación de Esquivel con los rituales culinarios
no se agota en esta novela y ha continuado en sus relatos íntimas suculencias. Para !a
escritora todo acto gastronómico es un acto comunitario, ya que siempre se trabaja para el
bien del otro.
Prólogo
Lourdes Ventura
Desde el espacio más íntimo de una casa mexicana, desde las historias de las criaturas que
nacen, aman y mueren en la cocina, desde las propias recetas, regadas a menudo con las
lágrimas de las mujeres y transmitidas degeneración en generación, la fuerza motriz de Como
agua para chocolate está en la recreación de las palabras al servicio de una metáfora de los
sentimientos.
La escritora mexicana va a utilizar las más humildes herramientas del lenguaje de los
peroles, el fuego y los ingredientes culinarios para ir más allá y abrirse paso hasta narrar una
historia secreta de amor y deseo. Porque Laura Esquivel, como mujer que escribe y como
autora latinoamericana, apunta claramente hacia el proceso creador del lenguaje mismo.
En La nueva novela hispanoamericana, Carlos Fuentes afirma que «inventar un lenguaje es
decir todo lo que la historia ha callado». Carlos Fuentes observa en la tendencia generalizada
a la exploración verbal de los escritores latinoamericanos «la elaboración crítica de todo lo no
dicho en nuestra larga historia de mentiras, silencios, retóricas y complicidades académicas».
Contra «lo no dicho», contra la imposibilidad de Tita para casarse con el hombre que ama,
contra la subordinación a viejas costumbres irracionales, contra la condena injusta de la hija
menor que no podrá consumar su amor por sumisión a añejas órdenes familiares no escritas
pero ejercidas con la violencia de los hechos, proclama Laura Esquivel un lenguaje imaginativo,
ancestral, irónico y pletórico que rebasa el ámbito culinario para constituirse en la lengua de
una pasión desbordante. Pero esa pasión desbordante se expresará sólo a través del proceso
amoroso, lento y sensual de la elaboración de la cocina de Tita.
«Tal vez la única salida que nos queda es rescatar el fuego civilizador y convertirlo
nuevamente en el centro de nuestro hogar. Reunámonos junto a él para reflexionar sobre
nuestra relación íntima con la vida. Recuperemos el culto a la cocina, para que dentro de ese
espacio de libertad y democracia, podamos recordar cuál es el significado de nuestra
existencia», ha escrito Laura Esquivel.
Si el regreso al fuego, para celebrar humanizados y creativos actos gastronómicos, forma
parte de las creencias de la escritora mexicana, su escritura de sentimientos es, en gran
medida, una revisión de los avances implacables de la sociedad tecnocrática, una reflexión
sobre un mundo más interiorizado y tal como ha declarado Laura Esquivel un laboratorio de
alquimia en el que, al igual que en los fogones, «una se mete, juega y aprende».
Cada plato provocará en los comensales toda una serie de imágenes y sensaciones de
efectos inesperados e incontrolables. Así le ocurrió a Gertrudis antes de subir desnuda al
caballo de Juan para perderse en una copulación a todo galope: «Parecía que el alimento que
estaba ingiriendo producía en ella un efecto afrodisíaco pues empezó a sentir que un inmenso
calor le invadía las piernas». Así, una inmensa tristeza se va a adueñar de los que probaron el
pastel de boda fraguado con las lágrimas de Tita, una melancolía que llevará a los invitados al
convite a «terminar en el patio, los corrales y los baños añorando cada uno el amor de su
vida».
Si Laura Esquivel ha regresado al espacio tan femenino y anteriormente enclaustrador de
la cocina, no ha sido para condenar a Tita a la aceptación de un destino de renuncias, sino
para enfrentarse a la vida de las mujeres limitadas a una acción que sólo será expresada
mediante los esfuerzos para saciar a los demás. La fuerza del amor de Tita y su afirmación
83
En la tarde, ya cuando el susto había pasado y el agua, gracias al efecto de los rayos
del sol, se había evaporado, Nacha barrió el residuo de las lágrimas que había quedado
sobre la loseta roja que cubría el piso: Con esta sal rellenó un costal de cinco kilos que
utilizaron para cocinar bastante tiempo. Este inusitado nacimiento determinó el hecho de
que Tita sintiera un inmenso amor por la cocina y que la mayor parte de su vida la pasara
en ella, prácticamente desde que nació, pues cuando contaba con dos días de edad, su
padre, o sea mi bisabuelo, murió de un infarto. A Mamá Elena, de la impresión, se le fue la
leche. Como en esos tiempos no había leche en polvo ni nada que se le pareciera, y no
pudieron conseguir nodriza por ningún lado, se vieron en un verdadero lío para calmar el
hambre de la niña. Nacha, que se las sabía de todas todas respecto a la cocina -y muchas
otras cosas que ahora no vienen al caso- se ofreció a hacerse cargo de la alimentación de
Tita. Ella se consideraba la más capacitada para «formarle el estómago a la inocente
criaturita», a pesar de que nunca se casó ni tuvo hijos. Ni siquiera sabía leer ni escribir,
pero eso sí sobre cocina tenia tan profundos conocimientos como la que más. Mamá Elena
aceptó con agrado la sugerencia, pues bastante tenla ya con la tristeza y la enorme
responsabilidad de manejar correctamente el rancho, para así poderle dar a sus hijos la
alimentación y educación que se merecían, como para encima tener que preocuparse por
nutrir debidamente a la recién nacida.
Tortas de Navidad
I. Enero
INGREDIENTES:
1 lata de sardinas
½ chorizo
1 cebolla
orégano
1 lata de chiles serranos
10 teleras
Manera de hacerse:
La cebolla tiene que estar finamente picada. Les sugiero ponerse un pequeño trozo de
cebolla en la mollera con el fin de evitar el molesto lagrimeo que se produce cuando uno la
está cortando. Lo malo de llorar cuando uno pica cebolla no es el simple hecho de llorar,
sino que a veces uno empieza, como quien dice, se pica, y ya no puede parar. No sé si a
ustedes les ha pasado pero a mí la mera verdad sí. Infinidad de veces. Mamá decía que
era porque yo soy igual de sensible a la cebolla que Tita, mi tía abuela.
Por tanto, desde ese día, Tita se mudó a la cocina y entre atoles y tés creció de lo más
sana y rozagante. Es de explicarse entonces el que se le haya desarrollado un sexto
sentido en todo lo que a comida se refiere. Por ejemplo, sus hábitos alimenticios estaban
condicionados al horario de la cocina: cuando en la mañana Tita olía que los frijoles ya
estaban cocidos, o cuando a mediodía sentía que el agua ya estaba lista para desplumar a
las gallinas, o cuando en la tarde se horneaba el pan para la cena, ella sabia que había
llegado la hora de pedir sus alimentos.
Dicen que Tita era tan sensible que desde que estaba en el vientre de mi bisabuela
lloraba y lloraba cuando ésta picaba cebolla; su llanto era tan fuerte que Nacha, la
cocinera de la casa, que era medio sorda, lo escuchaba sin esforzarse. Un día los sollozos
fueron tan fuertes que provocaron que el parto se adelantara. Y sin que mi bisabuela
pudiera decir ni pío, Tita arribó a este mundo prematuramente sobre la mesa de la
cocina, entre los olores de una sopa de fideos que estaba cocinando, los del tomillo, el
laurel, el cilantro, el de la leche hervida, el de los ajos y, por supuesto, el de la cebolla.
Como se imaginarán, la consabida nalgada no fue necesaria, pues Tita nació llorando de
antemano, tal vez porque ella sabía que su oráculo determinaba que en esta vida le estaba
negado el matrimonio. Contaba Nacha que Tita fue literalmente empujada a este mundo
por un torrente impresionante de lágrimas que se desbordaron sobre la mesa y el piso de
la cocina.
Algunas veces lloraba de balde, como cuando Nacha picaba cebolla, pero como las dos
sabían la razón de estas lágrimas, no se tomaban en serio. Inclusive se convertían en
motivo de diversión, a tal grado que durante la niñez Tita no diferenciaba bien las
lágrimas de la risa de las del llanto. Para ella reír era una manera de llorar.
De igual forma confundía el gozo de vivir con el de comer. No era fácil para una
persona que conoció la vida a través de la cocina entender el mundo exterior. Ese
gigantesco mundo que empezaba de la puerta de la cocina hacia el interior de la casa,
porque el que colindaba con la puerta trasera de la cocina y que daba al patio, a la huerta,
a la hortaliza, sí le pertenecía por completo, lo dominaba. Todo lo contrario de sus
hermanas, a quienes este mundo les atemorizaba y encontraban lleno de peligros
84
incógnitos. Les parecían absurdos y arriesgados los juegos dentro de la cocina, sin
embargo un día Tita las convenció de que era un espectáculo asombroso el ver cómo
bailaban las gotas de agua al caer sobre el comal bien caliente.
Vanamente trataba de evocar la primera vez que olió una de esas tortas, sin
resultados, porque tal vez fue antes de que naciera. Quizá la rara combinación de las
sardinas con el chorizo llamó tanto su atención que la hizo decidirse a renunciar a la paz
del éter, escoger el vientre de Mamá Elena para que fuera su madre y de esta manera
ingresar en la familia De la Garza, que comía tan deliciosamente y que preparaba un
chorizo tan especial.
Pero mientras Tita cantaba y sacudía rítmicamente sus manos mojadas para que las
gotas de agua se precipitaran sobre el comal y «danzaran», Rosaura permanecía en un
rincón, pasmada por lo que observaba. En cambio Gertrudis, como en todo aquello donde
interviniera el ritmo, el movimiento o la música, se vio fuertemente atraída hacia el juego
y se integró con entusiasmo. Entonces a Rosaura no le quedó otra que tratar de hacer lo
propio, pero como casi no se mojó las manos y lo hacía con tanto miedo, no logró el efecto
deseado. Tita entonces trató de ayudarla acercándole las manos al comal. Rosaura se
resistió y esta lucha no paró hasta que Tita, muy enojada, le soltó las manos y éstas, por
inercia, cayeron sobre el ardiente comal. Además de ganarse una soberana paliza, Tita
quedó privada de jugar con sus hermanas dentro de su mundo. Entonces Nacha se
convirtió en su compañera de diversión. Juntas se dedicaban a inventar juegos y
actividades siempre en relación con la cocina. Como el día en que vieron en la plaza del
pueblo a un señor que formaba figuras de animales con globos alargados y se les ocurrió
repetir el mecanismo pero utilizando trozos de chorizo. Armaron no sólo animales
conocidos sino que además inventaron algunos con cuello de cisne, patas de perro y cola
de caballo, por citar sólo algunos.
En el rancho de Mamá Elena la preparación del chorizo era todo un rito. Con un día de
anticipación se tenían que empezar a pelar ajos, limpiar chiles y a moler especias. Todas
las mujeres de la familia tenían que participar: Mamá Elena, sus hijas Gertrudis, Rosaura
y Tita, Nacha la cocinera y Chencha la sirvienta. Se sentaban por las tardes en la mesa
del comedor y entre pláticas y bromas el tiempo se iba volando hasta que empezaba a
oscurecer. Entonces Mamá Elena decía:
-Por hoy ya terminamos con esto.
Dicen que al buen entendedor pocas palabras, así que después de escuchar esta frase
todas sabían qué era lo que tenían que hacer. Primero recogían la mesa y después se
repartían las labores: una metía a las gallinas, otra sacaba agua del pozo y la dejaba lista
para utilizarla en el desayuno, y otra se encargaba de la leña para la estufa. Ese día ni se
planchaba ni se bordaba ni se cosía ropa. Después todas se iban a sus recámaras a leer,
rezar y dormir. Una de estas tardes, antes de que Mamá Elena dijera que ya se podían
levantar de la mesa, Tita, que entonces contaba con quince años, le anunció con voz
El problema surgía cuando tenían que deshacerlos para freír el chorizo. La mayoría de
las veces Tita se negaba. La única manera en que accedía voluntariamente a hacerlo era
cuando se trataba de elaborar las tortas de Navidad, pues le encantaban. Entonces no
sólo permitía que se desbaratara a uno de sus animales, sino que alegremente observaba
cómo se freía.
temblorosa que Pedro Muzquiz quería venir a hablar con ella...
-¿Y de qué me tiene que venir a hablar ese señor?
Dijo Mamá Elena luego de un silencio interminable que encogió el alma de Tita.
Con voz apenas perceptible Tita respondió:
Hay que tener cuidado de freír el chorizo para las tortas a fuego muy lento, para que
de esta manera quede bien cocido, pero sin dorarse excesivamente. En cuanto está listo
se retira del fuego y se le incorporan las sardinas, a las que con anterioridad se las ha
despojado del esqueleto. Es necesario, también, rasparles con un cuchillo las manchas
negras que tienen sobre la piel. Junto con las sardinas se mezclan la cebolla, los chiles
picados y el orégano molido. Se deja reposar la preparación, antes de rellenar las tortas.
Tita gozaba enormemente este paso, ya que mientras reposa el relleno es muy
agradable gozar del olor que despide, pues los olores tienen la característica de
reproducir tiempos pasados junto con sonidos y olores nunca igualados en el presente. A
Tita le gustaba hacer una gran inhalación y viajar junto con el humo y el olor-tan peculiar
que percibía hacia los recovecos de su memoria.
-Yo no sé.
Mamá Elena le lanzó una mirada que para Tita encerraba todos los años de represión
que habían flotado sobre la familia y dijo:
-Pues más vale que le informes que si es para pedir tu mano, no lo haga. Perdería su
tiempo y me haría perder el mío. Sabes muy bien que por ser la más chica de las mujeres
a ti te corresponde cuidarme hasta el día de mi muerte.
Dicho esto, Mamá Elena se puso lentamente de pie, guardó sus lentes dentro del
delantal y a manera de orden final repitió:
-¡Por hoy, hemos terminado con esto!
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Tita sabía que dentro de las normas de comunicación de la casa no estaba incluido el
diálogo, pero aun así, por primera vez en su vida intentó protestar a un mandato de su
madre.
-Pero es que yo opino que...
-¡Tú no opinas nada y se acabó! Nunca, por generaciones, nadie en mi familia ha
protestado ante esta costumbre y no va a ser una de mis hijas quien lo haga.
Tita bajó la cabeza y con la misma fuerza con que sus lágrimas cayeron sobre la mesa,
así cayó sobre ella su destino. Y desde ese momento supieron ella y la mesa que no podían
modificar ni tantito la dirección de estas fuerzas desconocidas que las obligaban, a la
una, a compartir con Tita su sino, recibiendo sus amargas lágrimas desde el momento en
que nació, y a la otra a asumir esta absurda determinación.
Sin embargo, Tita no estaba conforme. Una gran cantidad de dudas e inquietudes
acudían a su mente. Por ejemplo, le agradaría tener conocimiento de quién había iniciado
esta tradición familiar. Sería bueno hacerle saber a esta ingeniosa persona que en su
perfecto plan para asegurar la vejez de las mujeres había una ligera falla. Si Tita no
podía casarse ni tener hijos, ¿quién la cuidaría entonces al llegar a la senectud? ¿Cuál era
la solución acertada en estos casos? ¿O es que no se esperaba que las hijas que se
quedaban a cuidar a sus madres sobrevivieran mucho tiempo después del fallecimiento de
sus progenitoras? ¿Y dónde se quedaban las mujeres que se casaban y no podían tener
hijos, quién se encargaría de atenderlas? Es más, quería saber, ¿cuáles fueron las
investigaciones que se llevaron a cabo para concluir que la hija menor era la más indicada
para velar por su madre y no la hija mayor? ¿Se había tomado alguna vez en cuenta la
opinión de las hijas afectadas? ¿Le estaba permitido al menos, si es que no se podía
casar, conocer el amor? ¿O ni siquiera eso?
silencio.
-Entonces lo vas a tener que deshacer. Lo hilvanas, lo coses nuevamente y después
vienes a que te lo revise. Para que recuerdes que el flojo y el mezquino andan doble su
camino.
-Pero eso es cuando uno se equivoca y usted misma dijo hace un momento que el mío
era...
-¿Vamos a empezar otra vez con la rebeldía? Ya bastante tenías con la de haberte
atrevido
a coser rompiendo las reglas.
-Perdóname, mami. No lo vuelvo a hacer.
Tita logró con estas palabras calmar el enojo de Mamá Elena. Había puesto mucho
cuidado al pronunciar el «mami» en el momento y con el tono adecuado. Mamá Elena
opinaba que la palabra «mamá» sonaba despectiva, así que obligó a sus hijas desde niñas a
utilizar la palabra «mami» cuando se dirigieran a ella. La única, que se resistía o que
pronunciaba la palabra con un tono inadecuado era Tita, motivo por el cual había recibido
infinidad de bofetadas. ¡Pero qué bien lo había hecho en ese momento! Mamá Elena se
sentía reconfortada con el pensamiento de que tal vez ya estaba logrando doblegar el
carácter de la más pequeña de sus hijas. Pero desgraciadamente albergó esta esperanza
por muy poco tiempo, pues al día siguiente se presentó en casa Pedro Muzquiz
acompañado de su señor padre con la intención de pedir la mano de Tita. Su presencia en
la casa causó gran desconcierto. No esperaban su visita. Días antes, Tita le había
mandado a Pedro un recado con el hermano de Nacha pidiéndole que desistiera de sus
propósitos. Aquél juró que se lo había entregado a don Pedro, pero el caso es que ellos se
presentaron en la casa. Mamá Elena los recibió en la sala, se comportó muy amable y les
explicó la razón por la que Tita no se podía casar.
Tita sabía muy bien que todos estos interrogantes tenían que pasar
irremediablemente a formar parte del archivo de preguntas sin respuesta. En la familia
De la Garza se obedecía y punto. Mamá Elena, ignorándola por completo, salió muy
enojada de la cocina y por una semana no le dirigió la palabra.
-Claro, que si lo que les interesa es que Pedro se case, pongo a su consideración a mi
hija Rosaura, sólo dos años mayor que Tita, pero está plenamente disponible y preparada
para el matrimonio...
La reanudación de esta semicomunicación se originó cuando, al revisar los vestidos que
cada una de las mujeres había estado cosiendo, Mamá Elena descubrió que aun cuando el
confeccionado por Tita era el más perfecto, no lo había hilvanado antes de coserlo.
Al escuchar estas palabras, Chencha por poco tira encima de Mamá Elena la charola
con café y galletas que había llevado a la sala para agasajar a don Pascual y a su hijo.
Disculpándose, se retiró apresuradamente hacia la cocina, donde la estaban esperando
Tita, Rosaura y Gertrudis para que les diera un informe detallado de lo que acontecía en
la sala.
Entró atropelladamente y todas suspendieron de inmediato sus labores para no perderse
-Te felicito -le dijo-, las puntadas son perfectas, pero no lo hilvanaste,
¿verdad?
-No -respondió Tita, asombrada de que le hubiera levantado la ley del
86
una sola de sus palabras.
casarse con la hermana, ¿no tomaría la misma decisión que yo?
Nacha no alcanzó a escuchar la respuesta porque el Pulque, el perro del rancho, salió
corriendo, ladrándole a un conejo al que confundió con un gato.
-Entonces, ¿te vas a casar sin sentir amor?
-No, papá, me caso sintiendo un inmenso e imperecedero amor por Tita.
Se encontraban ahí reunidas con el propósito de preparar tortas de Navidad. Como su
nombre lo indica, estas tortas se elaboran durante la época navideña, pero en está
ocasión las estaban haciendo para festejar el cumpleaños de Tita. El 30 de septiembre
cumpliría 16 años y quería celebrarlos comiendo uno de sus platillos favoritos.
-¿Ay sí, no? ¡Su ‘amá habla d'estar preparada para el matrimoño, como si juera un
plato de enchiladas! ¡Y ni ansina, porque pos no es lo mismo que lo mesmo! ¡Uno no puede
cambiar unos tacos por unas enchiladas así como así!
Las voces se hacían cada vez menos perceptibles pues eran apagadas por el ruido que
hacían los zapatos al pisar las hojas secas. Fue extraño que Nacha, que para entonces
estaba más sorda, dijera haber escuchado la conversación. Tita igual le agradeció que se
lo hubiera contado, pero esto no modificó la actitud de frío respeto que desde entonces
tomó para con Pedro. Dicen que el sordo no oye, pero compone. Tal vez Nacha sólo
escuchó las palabras que todos callaron. Esa noche fue imposible que Tita conciliara el
sueño; no sabía explicar lo que sentía. Lástima que en aquella época no se hubieran
descubierto los hoyos negros en el espacio, porque entonces le hubiera sido muy fácil
comprender que sentía un hoyo negro en medio del pecho, por donde se le colaba un frío
infinito.
Chencha no paraba de hacer este tipo de comentarios mientras les narraba, a su
manera, claro, la escena que acababa de presenciar. Tita conocía lo exagerada y
mentirosa que podía ser Chencha, por lo que no dejó que la angustia se apoderara de ella.
Se negaba a aceptar como cierto lo que acababa de escuchar. Fingiendo serenidad, siguió
partiendo las teleras, para que sus hermanas y Nacha se encargaran de rellenarlas.
De preferencia las teleras deben ser horneadas en casa. Pero si no se puede, lo más
conveniente es encargar en la panadería unas teleras pequeñas, pues las grandes no
funcionan adecuadamente para esta receta. Después de rellenarlas se meten diez
minutos al horno y se sirven calientes. Lo ideal es dejarlas al sereno toda una noche
envueltas en una tela, para que el pan se impregne con la grasa del chorizo.
Cada vez que cerraba los ojos podía revivir muy claramente las escenas de aquella
noche de Navidad, un año atrás, en que Pedro y su familia habían sido invitados por
primera vez a cenar a su casa, y el frío se le agudizaba. A pesar del tiempo transcurrido,
ella podía recordar perfectamente los sonidos, los olores, el roce de su vestido nuevo
sobre el piso recién encerado; la mirada de Pedro sobre sus hombros... ¡Esa mirada! Ella
caminaba hacia la mesa llevando una charola con dulces de yemas de huevo cuando la
sintió, ardiente, quemándole la piel. Giró la cabeza y sus ojos se encontraron con los de
Pedro. En ese momento comprendió perfectamente lo que debe sentir la masa de un
buñuelo al entrar en contacto con el aceite hirviendo. Era tan real la sensación de calor
que invadía todo su cuerpo que ante el temor de que, como a un buñuelo, le empezaran a
brotar burbujas por todo el cuerpo -la cara, el vientre, el corazón, los senos- Tita no
pudo sostenerle esa mirada y bajando la vista cruzó rápidamente el salón hasta el
extremo opuesto, donde Gertrudis pedaleaba en la pianola el vals Ojos de juventud.
Depositó la charola sobre una mesita de centro, tomó distraídamente una copa de licor
de Noyó que encontró en su camino y se sentó junto a Paquita Lobo, vecina del rancho. El
poner distancia entre Pedro y ella de nada le sirvió; sentía la sangre correr
abrasadoramente por sus venas. Un intenso rubor le cubrió las mejillas y por más
esfuerzos que hizo no pudo encontrar un lugar donde posar su mirada. Paquita notó que
algo raro le pasaba y mostrando gran preocupación la interrogó:
Cuando lita estaba acabando de envolver las tortas que comerían al día siguiente,
entró en la cocina Mamá Elena para informarles que había aceptado que Pedro se casara,
pero con Rosaura.
Al escuchar la confirmación de la noticia, Tita sintió como si el invierno le hubiera
entrado al cuerpo de golpe y porrazo: era tal el frío y tan seco que le quemó las mejillas y
se las puso rojas, rojas, como el color de las manzanas que tenía frente a ella. Este frío
sobrecogedor la habría de acompañar por mucho tiempo sin que nada lo pudiera atenuar,
ni tan siquiera cuando Nacha le contó lo que había escuchado cuando acompañaba a don
Pascual Muzquiz y a su hijo hasta la entrada del rancho. Nacha caminaba por delante
entre padre e hijo. Don Pascual y Pedro caminaban lentamente y hablaban en voz baja,
reprimida por el enojo.
-¿Por qué hiciste esto Pedro? Quedamos en ridículo aceptando la boda con Rosaura.
¿Dónde quedó pues el amor que le juraste a Tita? ¿Qué no tienes palabra?
-Claro que la tengo, pero si a usted le negaran de una manera rotunda casarse con la
mujer que ama y la única salida que le dejaran para estar cerca de ella fuera la de
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-Qué rico está el licorcito, ¿verdad?
tomar la misma charola al mismo tiempo.
Fue entonces cuando Pedro le confesó su amor.
-Señorita Tita, quisiera aprovechar la oportunidad de poder hablarle a solas para
decirle que estoy profundamente enamorado de usted. Sé que esta declaración es
atrevida y precipitada, pero es tan difícil acercársele, que tomé la decisión de hacerlo
esta misma noche. Sólo le pido que me diga si puedo aspirar a su amor.
-¿Mande usted?
-Te veo muy distraída Tita, ¿te sientes bien?
-Sí, muchas gracias.
-Ya tienes edad suficiente como para tomar un poco de licor en ocasiones especiales,
pilluela, pero dime, ¿cuentas con la autorización de tu mamá para hacerlo? Porque te noto
-No sé qué responderle; deme tiempo para pensar.
agitada y temblorosa -y añadió lastimeramente-, mejor ya no tomes, no vayas a dar un
-No, no podría, necesito una respuesta en este momento: el amor no se piensa, se
siente o no se siente. Yo soy hombre de pocas, pero muy firmes palabras. Le juro que
tendrá mi amor por siempre. ¿Qué hay del suyo? ¿Usted también lo siente por mí?
-¡Sí! Sí, sí y mil veces sí. Lo amó desde esa noche para siempre. Pero ahora tenía que
renunciar a él. No era decente desear al futuro esposo de una hermana. Tenía que tratar
de ahuyentarlo de su mente de alguna manera para poder dormir. Intentó comer la torta
de Navidad que Nacha le había dejado sobre su buró, junto con un vaso de leche. En
muchas otras ocasiones le había dado excelentes resultados. Nacha, con su gran
experiencia, sabía que para Tita no había pena alguna que no lograra desaparecer
mientras comía una deliciosa torta de Navidad. Pero no en esta ocasión. El vacío que
sentía en el estómago no se alivió. Por el contrario, una sensación de náusea la invadió.
Descubrió que el hueco no era de hambre; más bien se trataba de una álgida sensación
dolorosa. Era necesario deshacerse de este molesto frío. Como primera medida se cubrió
con una pesada cobija y ropa de lana. El frío permanecía inamovible. Entonces se puso
zapatos de estambre y otras dos cobijas. Nada. Por último, sacó de su costurero una
colcha que había empezado a tejer el día en que Pedro le habló de matrimonio. Una colcha
como ésta, tejida a gancho, se termina aproximadamente en un año. Justo el tiempo que
Pedro y Tita habían pensado dejar pasar antes de contraer nupcias. Decidió darle utilidad
al estambre en lugar de desperdiciarlo y rabiosamente tejió y lloró y tejió, hasta que en
la madrugada terminó la colcha y se la echó encima. De nada sirvió. Ni esa noche ni
muchas otras mientras vivió logró controlar el frío.
espectáculo.
¡Nada más eso le faltaba! Que Paquita Lobo pensara que estaba borracha. No podía
permitir que le quedara la menor duda, o se exponía a que fuera a llevarle el chisme a su
mamá. El terror a su madre la hizo olvidarse por un momento de la presencia de Pedro y
trató por todos los medios de convencer a Paquita de la lucidez de su pensamiento y de
su agilidad mental. Platicó con ella de algunos chismes y bagatelas. Inclusive le
proporcionó la receta del Noyó, que tanto la inquietaba. Este licor se fabrica poniendo
cuatro onzas de almendras de albérchigo y media libra de almendras de albaricoque en
una azumbre de agua, por veinticuatro horas, para que aflojen la piel; luego se pelan, se
quebrantan y se ponen en infusión en dos azumbres de agua ardiente, por quince días.
Después se procede a la destilación. Cuando se han desleído perfectamente dos libras y
media de azúcar quebrantada en el agua, se le añaden cuatro onzas de flor de naranja, se
forma la mezcla y se filtra. Y para que no quedara ninguna duda referente a su salud
física y mental, le recordó a Paquita, así como de refilón, que la equivalencia del azumbre
es 2.016 litros, ni más ni menos.
Así que cuando Mamá Elena se acercó a ellas para preguntarle a Paquita si estaba bien
atendida, ésta entusiasmada respondió:
-¡Estoy perfectamente! Tienes unas hijas maravillosas. ¡Y su conversación es
fascinante!
Mamá Elena le ordenó a Tita que fuera a la cocina por unos bocadillos para repartir
entre todos los presentes. Pedro, que en ese momento pasaba por ahí, no por casualidad,
se ofreció a ayudarla. Tita caminaba apresuradamente hacia la cocina, sin pronunciar una
sola palabra. La cercanía de Pedro la ponía muy nerviosa. Entró y se dirigió con rapidez a
tomar una de las charolas con deliciosos bocadillos que esperaban pacientemente en la
mesa de la cocina.
Nunca olvidaría el roce accidental de sus manos cuando ambos trataron torpemente de
Continuará siguiente receta…
Pastel Chabela (de Boda)
Pastel Chabela
88
II. Febrero
INGREDIENTES:
175 gramos de azúcar granulada de primera
300 gramos de harina de primera, tamizada tres veces
17 huevos Raspadura de un limón
de los pollos a los que habían capado un mes antes. Los capones son gallos castrados que
se ponen a engordar. Se eligió este platillo para la boda de Pedro con Rosaura por ser uno
de los más prestigiados en las buenas mesas, tanto por el trabajo que implica su
preparación como por el extraordinario sabor de los capones.
Desde que se fijó la boda para el 12 de enero se mandaron comprar doscientos pollos a
los que se les practicó la operación y se pusieron a engordar de inmediato.
Manera de hacerse:
En una cacerola se ponen cinco yemas de huevo, cuatro huevos enteros y el azúcar. Se
baten hasta que la masa espesa y se le anexan dos huevos enteros más. Se sigue batiendo
y cuando vuelve a espesar se le agregan dos huevos completos, repitiendo este paso hasta
que se terminan de incorporar todos los huevos, de dos en dos. Para elaborar el pastel de
boda de Pedro con Rosaura, Tita y Nacha hablan tenido que multiplicar por diez las
cantidades de esta receta, pues en lugar de un pastel para 18 personas tenían que
preparar uno para 180. ¡El resultado da 170 huevos! Y esto significaba que habían tenido
que tomar medidas para tener reunida esta cantidad de huevos, de excelente calidad, en
un mismo día.
Las encargadas de esta labor fueron Tita y Nacha. Nacha por su experiencia y Tita
como castigo por no haber querido estar presente el día en que fueron a pedir la mano de
su hermana Rosaura, pretextando una jaqueca.
-No voy a permitir tus desmandadas -le dijo Mamá Elena-, ni voy a permitir que le
arruines a tu hermana su boda, con tu actitud de víctima. Desde ahora te vas a encargar
de los preparativos para el banquete y cuidadito que yo te vea una mala cara o una
lágrima, ¿oíste?
Tita trataba de no olvidar esta advertencia mientras se disponía a iniciar la primera
operación. La capada consiste en hacer una incisión en la parte que cubre los testículos
del pollo: se mete el dedo para buscarlos y se arrancan. Luego de ejecutado, se cose la
herida y se frota con mantequilla fresca o con enjundia de aves. Tita estuvo a punto de
perder el sentido, cuando metió el dedo y jaló los testículos del primer pollo. Sus manos
temblaban, sudaba copiosamente y el estómago le giraba como un papalote en vuelo.
Mamá Elena le lanzó una mirada taladrante y le dijo:
Para lograrlo fueron poniendo en conserva desde hacía varias semanas los huevos que
ponían las gallinas de mejor calidad. Este método se utilizaba en el rancho desde época
inmemorial para proveerse durante el invierno de este nutritivo y necesario alimento. El
mejor tiempo para esta operación es por los meses de agosto y septiembre. Los huevos
que se destinan a la conservación deben ser muy frescos. Nacha prefería que fueran del
mismo día. Se ponen los huevos en una vasija que se llena de cebo de carnero derretido,
próximo a enfriarse, hasta cubrirlos por completo. Esto basta para garantizar su buen
estado por varios meses. Ahora, que si se desea conservarlos por más de un año, se
colocan los huevos en una orza y se cubren con una lechada de un tanto de cal por diez de
agua. Después se tapan muy bien para interceptar el aire y se guardan en la bodega. Tita
y Nacha habían elegido la primera opción pues no necesitaban conservar los huevos por
tantos meses. junto a ellas, bajo la mesa de la cocina, tenían la vasija donde los habían
puesto y de ahí los tomaban para elaborar el pastel.
«¿Qué te pasa? ¿Por qué tiemblas, vamos a empezar con problemas?» Tita levantó la
vista y la miró. Tenía ganas de gritarle que sí, que había problemas, se había elegido mal
al sujeto apropiado para capar, la adecuada era ella, de esta manera habría al menos una
justificación real para que le estuviera negado el matrimonio y Rosaura tomara su lugar al
lado del hombre que ella amaba. Mamá Elena, leyéndole la mirada, enfureció y le propinó a
Tita una bofetada fenomenal que la hizo rodar por el suelo, junto con el pollo, que pereció
por la mala operación.
Tita batía y batía con frenesí, como queriendo terminar de una vez por todas con el
martirio. Sólo tenía que batir dos huevos más y la masa para el pastel quedaría lista. Era
lo único que faltaba, todo lo demás, incluyendo los platillos para una comida de 20 platos y
los bocadillos de entrada, estaban listos para el banquete. En la cocina sólo quedaban
Tita, Nacha y Mamá Elena. Chencha, Gertrudis y Rosaura estaban dando los últimos
toques al vestido de novia. Nacha, con un gran alivio, tomó el penúltimo huevo para
partirlo. Tita, con un grito, impidió que lo hiciera.
El esfuerzo fenomenal que representaba batir tantos huevos empezó a hacer estragos
en la mente de Tita cuando iban apenas por los 100 huevos batidos. Le parecía
inalcanzable llegar a la cifra de 170.
Tita batía mientras Nacha rompía los cascarones y los incorporaba. Un
estremecimiento recorría el cuerpo de Tita y, como vulgarmente se dice, se le ponía la
piel de gallina cada vez que se rompía un huevo. Asociaba los blanquillos con los testículos
89
-¡No!
Suspendió la batida y tomó el huevo entre sus manos. Claramente escuchaba piar a un
pollo dentro del cascarón. Acercó el huevo a su oído y escuchó con más fuerza los pillidos.
nervioso, bueno, ella no lo conocía con ese nombre, pero con su inmensa sabiduría
comprendía que Tita no podía más. La verdad, ella tampoco. Rosaura y Nacha nunca se
habían llevado bien. A Nacha le molestaba mucho que desde niña Rosaura fuera
melindrosa con la comida. Siempre la dejaba intacta en el plato, o se la daba a escondidas
al Tequila, el papá del Pulque (el perro del rancho). Nacha le ponía de ejemplo a Tita que
siempre comió muy bien y de todo. Bueno, sólo había un alimento que no era del agrado de
Tita, se trataba del huevo tibio que Mamá Elena la obligaba a comer. De ahí en fuera,
como Nacha se había encargado de su educación culinaria, Tita no sólo comía lo
acostumbrado, sino que comía, además, jumiles, gusanos de maguey, acosiles,
tepezcuintle, armadillo, etc., ante el horror de Rosaura. De ahí nació la aversión de Nacha
para con Rosaura y la rivalidad entre las dos hermanas, que culminaba con esta boda en la
que Rosaura se casaba con el hombre que Tita amaba. Lo que Rosaura no sabia, aunque lo
sospechaba, era que Pedro amaba a Tita con un amor inconmensurable. Era de entender
entonces que Nacha tomara partido por Tita y tratara por todos los medios de evitarle
sufrimientos. Nacha le secaba con su delantal las lágrimas que rodaban por la cara de
Tita y le decía:
Mamá Elena suspendió su labor y con voz autoritaria preguntó:
-¿Qué pasa? ¿Qué fue ese grito?
-¡Es que dentro de este huevo hay un pollo! Nacha de seguro no lo puede oír, pero yo
sí.
-¿Un pollo? ¿Está loca? ¡Nunca ha pasado algo parecido con los huevos en conserva!
De dos zancadas, llegó hasta donde estaba Tita, le arrebató el huevo de las manos y lo
partió. Tita cerró los ojos con fuerza.
-¡Abre los ojos y mira tu pollo!
Tita abrió los ojos lentamente. Con sorpresa vio que lo que creía un pollo no era más
que
un huevo y bastante fresco, por cierto.
-Escúchame bien Tita, me estás colmando la paciencia, no te voy a permitir que
empieces con locuras. ¡Esta es la primera y la última! i0 te aseguro que te arrepentirás!
Tita nunca pudo explicar qué fue lo que pasó esa noche, si lo que escuchó fue producto
del cansancio o una alucinación de su mente. Por lo pronto lo más conveniente era volver a
la batida, no quería investigar cuál era el limite de la paciencia de su madre.
Cuando se baten los dos últimos huevos, se incorpora la ralladura del limón; una vez ha
espesado bastante la masa, se deja de batir y se le pone la harina tamizada, mezclándola
poco a poco con una espátula de madera, hasta incorporarla toda. Por último se engrasa
un molde con mantequilla, se espolvorea con harina y se le vacía la pasta. Se cuece en
horno por treinta minutos.
-Ya mi niña, ya vamos a terminar.
Pero se tardaron más de lo acostumbrado pues la masa no podía espesar debido a las
lágrimas de Tita.
Y así, abrazadas, permanecieron llorando hasta que a Tita no le quedaron más lágrimas
en los ojos. Entonces lloró en seco y dicen que eso duele más, como el parto seco, pero al
menos no seguía mojando la masa del pastel, pudiendo continuar con el paso siguiente, que
es del relleno.
RELLENO:
Nacha, después de preparar durante tres días veinte platillos diferentes, se
encontraba muerta de cansancio y no veía llegar la hora de meter el pastel al horno para
por fin poderse ir a descansar. Tita por esta vez no era muy buena ayudante que digamos.
En ningún momento se había quejado, tal vez porque la mirada escrutadora de su madre
no se lo permitía, pero en cuanto vio a Mamá Elena salir de la cocina para dirigirse a sus
habitaciones, lanzó un interminable suspiro. Nacha, a su lado, le quitó suavemente la pala
de las manos, la abrazó y dijo:
150 gramos de pasta de chabacano
150 gramos de azúcar granulada
Manera de hacerse:
Se ponen los chabacanos al fuego con muy poca agua, se dejan hervir y se pasan por un
cedazo o tamiz; si no se tiene, se puede usar una vulgar coladera. Se pone esta pasta en
una cacerola, se le agrega el azúcar y se pone al fuego sin dejar de moverla hasta que
toma punto de mermelada. Se retira del fuego y se deja enfriar un poco antes de ponerla
-Ya no hay nadie en la cocina mi niña, llora ahora, porque mañana no quiero que te vean
hacerlo. Mucho menos Rosaura.
Nacha suspendió la batida porque sentía que Tita estaba a punto de un colapso
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en la parte de en medio del pastel, que por supuesto se ha partido con anterioridad.
permitido que ninguna de sus hijas se arriesgara yendo a la capital a comprar lo necesario
para el vestido y el ajuar de Rosaura. Este chinito era bastante listo: vendía en la capital
aceptando billetes del ejército revolucionario del norte, ahí carecían de valor y no eran
negociables. Claro que los aceptaba a precios irrisorios y con ese dinero viajaba al norte,
donde los billetes adquirían su precio real y con ellos compraba mercancía.
Afortunadamente, un mes antes de la boda, Nacha y Tita hablan preparado varios
frascos con conservas de chabacano, higo y camote con piña. Gracias a eso evitaron el
trabajo de preparar la mermelada ese mismo día.
Ellas estaban acostumbradas a preparar cantidades enormes de mermelada en un gran
cazo que se ponía en el patio, para aprovechar la fruta de la temporada. Lo colocaban
encima de una fogata y para menear la mermelada tenían que cubrirse los brazos con
sábanas viejas. Esto evitaba que un borbotón de la misma brincara y les quemara la piel.
En el norte, por supuesto, aceptaba billetes emitidos en la capital a precios ínfimos y
así se la pasó toda la revolución, hasta que terminó millonario. Pero lo importante era que
gracias a él Rosaura pudo gozar de las telas más finas y exquisitas para su boda.
En cuanto Tita abrió el frasco, el olor de los chabacanos la hizo remitirse a la tarde
eju que prepararon la mermelada. Tita venía del huerto cargando la fruta sobre su falda
pues habla olvidado la canasta. Trata recogida la falda cuando entró y cuál no sería su
sorpresa al toparse con Pedro en la cocina. Pedro se dirigía al patio trasero a preparar la
carretela. Tenían que ir al pueblo a entregar unas invitaciones y como el caballerango no
se había presentado ese día en el rancho, él mismo tenía que encargarse de esa labor. En
cuanto Nacha lo vio entrar a la cocina salió casi corriendo, pretextando ir por epazote
para los frijoles. Tita, de la sorpresa, dejó caer algunos chabacanos sobre el piso. Pedro
rápidamente corrió a ayudarla a recogerlos. Y al inclinarse pudo ver una parte de las
piernas de Tita que quedaban al descubierto.
Tita quedó como hipnotizada, observando la blancura de la sábana; sólo fueron algunos
segundos, pero los suficientes como para causarle una especie de ceguera. Donde quiera
que fijaba la vista sólo distinguía el color blanco. A Rosaura, que se encontraba
escribiendo a mano unas invitaciones, la percibía como un níveo fantasma. Disimuló tan
bien lo que le pasaba que nadie lo notó.
No quería provocar otro regaño de Mamá Elena. Así que cuando los Lobo llegaron a
entregar su regalo de bodas, procuró agudizar sus sentidos para descubrir a quiénes
estaba saludando pues para ella eran como un espectáculo de sombras chinas cubiertos
por una blanca sábana. Afortunadamente la voz chillante de Paquita le dio la clave y los
pudo saludar sin mayor problema.
Tita, tratando de evitar que Pedro mirara, dejó caer su falda.
Más tarde, cuando los acompañó a la entrada del rancho, notó que hasta la noche se
mostraba ante ella como nunca la había visto: reluciente de albor.
Le dio miedo que le fuera a pasar lo mismo en estos momentos, cuando por más que
trataba de concentrarse en la elaboración del fondant para cubrir el pastel, no podía. La
atemorizaba la blancura del azúcar granulado, sentía que de un momento a otro el color
blanco se adueñaría de su mente, sin que ella lo pudiera impedir, arrastrando las cándidas
imágenes de su niñez cuando en el mes de mayo la llevaban vestida de blanco a ofrecer
flores blancas a la Virgen. Entraba caminando entre una fila de niñas vestidas de blanco,
hasta el altar lleno de velas y flores blancas, iluminado por una celestial luz blanca
proveniente del vitral de la blanca parroquia. No hubo una sola vez en que no entrara a la
iglesia, soñando en que algún día lo haría del brazo de un hombre. Tenía que bloquear no
sólo éste sino todos aquellos recuerdos que la lastimaran: tenia que terminar el fondant
para el pastel de boda de su hermana. Haciendo un esfuerzo supremo empezó a
prepararlo.
Al hacerlo, el resto de los chabacanos rodaron sobre la cabeza de Pedro.
-Perdóneme Pedro. ¿Lo lastimé?
-No tanto como yo la he lastimado, déjeme decirle que mi propósito...
-No le he pedido ninguna explicación.
-Es necesario que me permita dirigirle unas palabras...
-Una vez lo hice y resultaron una mentira, no quiero escucharlo más...
Y diciendo esto, Tita salió rápidamente de la cocina, por la otra puerta, hacia la sala,
donde Chencha y Gertrudis bordaban la sábana nupcial. Era una sábana de seda blanca a
la que le estaban haciendo un delicado bordado en el centro. Este orificio estaba
destinado a mostrar únicamente las partes nobles de la novia en los momentos íntimos del
matrimonio. Realmente habían tenido suerte en haber podido conseguir seda francesa en
esas épocas de inestabilidad política. La revolución no permitía que uno viajara de una
manera segura por el país; así es que, de no haber sido por un chino, que se dedicaba al
contrabando, no les hubiera sido posible conseguir tela, pues Mamá Elena no habría
CANTIDADES PARA EL FONDANT:
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hubieran llegado ni el esperado banquete ni la esperada boda, a pesar de que el novio sí
llegó, ¡vaya que había llegado! Sólo que la mamá de Mamá Elena se habla encargado de
ahuyentarlo. Desde entonces se habla conformado con gozar de las bodas ajenas y así lo
hizo por muchos años sin repelar. No sabía por qué lo hacía ahora. Sentía que era una
reverenda tontería, pero no podía dejar de hacerlo. Cubrió con el turrón lo mejor que
pudo el pastel y se fue a su cuarto, con un fuerte dolor de pecho. Lloró toda la noche y a
la mañana siguiente no tuvo ánimos para asistir a la boda.
800 gramos de azúcar granulado
60 gotas de limón y el agua suficiente
para que remoje el azúcar
Manera de hacerse:
Se ponen en una cacerola, el azúcar y el agua al fuego sin dejar de moverla, hasta que
empieza a hervir. Se cuela en otra cacerola y se vuelve a poner al fuego agregándole el
limón hasta que tome punto de bola floja, limpiando de vez en cuando los bordes de la
cacerola con un lienzo húmedo para que la miel no se azucare; cuando ha tomado el punto
anteriormente indicado se vacía en otra cacerola húmeda, se rocía por encima y se deja
enfriar un poco.
Tita hubiera dado cualquier cosa por estar en el lugar de Nacha, pues ella no sólo
tenía que estar presente en la iglesia, se sintiera como se sintiera, sino que tenía que
estar muy pendiente de que su rostro no revelara la menor emoción. Creía poder lograrlo,
siempre y cuando su mirada no se cruzara con la de Pedro. Ese incidente podría
destrozar toda la paz y tranquilidad que aparentaba.
Sabía que ella, más que su hermana Rosaura, era el centro de atención. Los invitados,
más que cumplir con un acto social, querían regodearse con la idea de su sufrimiento,
pero no los complacería, no. Podía sentir claramente cómo penetraban por sus espaldas
los cuchicheos de los presentes a su paso.
-¿Ya viste a Tita? ¡Pobrecita, su hermana se va a casar con su novio! Yo los vi un día en
la plaza del pueblo, tomados de la mano. ¡Tan felices que se veían!
-¿No me digas? ¡Pues Paquita dice que ella vio cómo un día, en plena misa, Pedro le pasó
a Tita una carta de amor, perfumada y todo!
-¡Dicen que van a vivir en la misma casa! ¡Yo que Elena no lo permitía!
-No creo que lo haga. ¡Ya ves cómo son los chismes!
Después, con una espátula de madera, se bate hasta que empaniza.
Para aplicarlo, se le pone una cucharada de leche y se vuelve a poner al fuego para que
se deslíe, se pone después una gota de carmín y se cubre con él únicamente la parte
superior del pastel.
Nacha se dio cuenta de que Tita estaba mal, cuando ésta le preguntó si no le iba a
poner el carmín.
-Mi niña, se lo acabo de poner, ano ves el color rosado que tiene?
-No...
-Vete a dormir niña, yo termino el turrón. Sólo las ollas saben los hervores de su
caldo, pero yo adivino los tuyos, y ya deja de llorar, que me estás mojando el fondant y no
va a servir, anda, ya vete.
No le gustaban nada esos comentarios. El papel de perdedora no se había escrito para
ella. ¡Tenía que tomar una clara actitud de triunfo! Como una gran actriz representó su
papel dignamente, tratando de que su mente estuviera ocupada no en la marcha nupcial ni
en las palabras del sacerdote ni en el lazo y los anillos.
Nacha cubrió de besos a Tita y la empujó fuera de la cocina. No se explicaba de dónde
había sacado nuevas lágrimas, pero las habla sacado y alterado con ellas la textura del
turrón. Ahora le costaría doble esfuerzo dejarlo en su punto. Ya sola, se dio a la tarea de
terminar con el turrón lo más pronto posible, para irse a dormir. El turrón se hace con 10
claras de huevo y 500 gramos de azúcar batidos a punto de hebra fuerte.
Se transportó al día en que a los nueve años se había ido de pinta con los niños del
pueblo. Tenía prohibido jugar con varones, pero ya estaba harta de los juegos con sus
hermanas. Se fueron a la orilla del río grande para ver quién era capaz de cruzarlo a
nado, en el menor tiempo. Qué placer sintió ese día al ser ella la ganadora.
Cuando terminó, se le ocurrió darle un dedazo al fondant, para ver si las lágrimas de
Tita no habían alterado el sabor. Y no, aparentemente, no alteraron el sabor, pero sin
saber por qué, a Nacha le entró de golpe una gran nostalgia. Recordó uno a uno todos los
banquetes de boda que había preparado para la familia De la Garza con la ilusión de que,
el próximo fuera el suyo. A sus 85 años no valía la pena llorar, ni lamentarse de que nunca
Otro de sus grandes triunfos ocurrió un tranquilo día de domingo en el pueblo. Ella
tenia catorce años y paseaba en carretela acompañada de sus hermanas, cuando unos
niños lanzaron un cohete. Los caballos salieron corriendo espantadísimos. En las afueras
del pueblo se desbocaron y el cochero perdió el control del vehículo.
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Tita lo hizo a un lado de un empujón y ella sola pudo dominar a los cuatro caballos.
Cuando algunos hombres del pueblo a galope las alcanzaron para ayudarlas, se admiraron
de la hazaña de Tita.
para poder retirarse. El manual de Carreño le impedía hacerlo antes, pero no le vedaba el
flotar entre nubes mientras comía apuradamente su rebanada. Sus pensamientos la
tenían tan ensimismada que no le permitieron observar que algo raro sucedía a su
alrededor. Una inmensa nostalgia se adueñaba de todos los presentes en cuanto le daban
el primer bocado al pastel. Inclusive Pedro, siempre tan propio, hacía un esfuerzo
tremendo por contener las lágrimas. Y Mamá Elena, que ni cuando su esposo murió había
derramado una infeliz lágrima, lloraba silenciosamente. Y eso no fue todo, el llanto fue el
primer síntoma de una intoxicación rara que tenía algo que ver con una gran melancolía y
frustración que hizo presa de todos los invitados y los hizo terminar en el patio, los
corrales y los baños añorando cada uno al amor de su vida. Ni uno solo escapó del hechizo
y sólo algunos afortunados llegaron a tiempo a los baños; los que no, participaron de la
vomitona colectiva que se organizó en pleno patio. Bueno, la única a quien el pastel le hizo
lo que el viento a Juárez fue a Tita. En cuanto terminó de comerlo abandonó la fiesta.
Quería notificarle a Nacha cuanto antes que estaba en lo cierto al decir que Pedro la
amaba sólo a ella. Por ir imaginando la cara de felicidad que Nacha pondría no se percató
de la desdicha que crecía a su paso hasta llegar a alcanzar niveles patéticamente
alarmantes.
En el pueblo la recibieron como a una heroína.
Estas y otras muchas remembranzas parecidas la tuvieron ocupada durante la
ceremonia, haciéndola lucir una apacible sonrisa de gata complacida, hasta que a la hora
de los abrazos
tuvo que felicitar a su hermana. Pedro, que estaba junto a ella, le dijo a Tira:
-¿Y a mí no me va a felicitar?
-Sí, cómo no. Que sea muy feliz.
Pedro, abrazándola más cerca de lo que las normas sociales permiten, aprovechó la
única oportunidad que tenía de poder decirle a Tita algo al oído.
-Estoy seguro de que así será, pues logré con esta boda lo que tanto anhelaba: estar
cerca de usted, la mujer que verdaderamente amo...
Las palabras que Pedro acababa de pronunciar fueron para Tita como refrescante
brisa que enciende los restos de carbón a punto de apagarse. Su cara por tantos meses
forzada a no mostrar sus sentimientos experimentó un cambio incontrolable, su rostro
reflejó gran alivio y felicidad. Era como si toda esa casi extinguida ebullición interior se
viera reavivada de pronto por el fogoso aliento de Pedro sobre su cuello, sus ardientes
manos sobre su espalda, su impetuoso pecho sobre sus senos... Pudo haberse quedado
para siempre así, de no ser
por la mirada que Mamá Elena le lanzó y la hizo separarse de él rápidamente. Mamá Elena
se acercó a Tita y le preguntó:
-¿Qué fue lo que Pedro te dijo?
-Nada, mami.
-A mí no me engañas, cuando tú vas, yo ya fui y vine, así que no te hagas la mosquita
muerta. Pobre de ti si te vuelvo a ver cerca de Pedro.
Después de estas amenazantes palabras de Mamá Elena, Tita procuró estar lo más
alejada de Pedro que pudo. Lo que le fue imposible fue borrar de su rostro una franca
sonrisa de satisfacción. Desde ese momento la boda tuvo para ella otro significado.
Rosaura, entre arqueadas, tuvo que abandonar la mesa de honor.
Procuraba por todos los medios controlar la náusea, ¡pero ésta era más poderosa que
ella! Tenía toda la intención de salvar su vestido de novia de las deposiciones de los
parientes y amigos, pero al intentar cruzar el patio resbaló y no hubo un solo pedazo de
su vestido que quedara libre de vómito. Un voluminoso río macilento la envolvió y la
arrastró algunos metros, provocando que sin poderse resistir más lanzara como un volcán
en erupción estruendosas bocanadas de vómito ante la horrorizada mirada de Pedro.
Rosaura lamentó muchísimo este incidente que arruinó su boda y no hubo poder humano
que le quitara de la mente que Tita había mezclado algún elemento en el pastel.
Pasó toda la noche entre quejidos y el tormento que le provocaba la idea de deponer
sobre las sábanas que tanto tiempo se había tardado en bordar. Pedro, apresuradamente,
le sugirió dejar para otro día la culminación de la noche de bodas. Pero pasaron meses
antes de que Pedro sintiera la obligación de hacerlo y de que Rosaura se atreviera a
decirle que ya se sentía perfectamente bien. Pedro hasta ese momento comprendió que
no podía rehusarse a realizar su labor de semental por más tiempo y esa misma noche,
utilizando la sábana
Ya no le molestó para nada ver cómo Pedro y Rosaura iban de mesa en mesa brindando
con los invitados, ni verlos bailar el vals, ni verlos más tarde partir el pastel. Ahora ella
sabia que era cierto: Pedro la amaba. Se moría porque terminara el banquete para correr
al lado de Nacha a contarle todo. Con impaciencia esperó a que todos comieran su pastel
nupcial, se arrodilló frente a su cama y a manera de rezo dijo:
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-Señor, no es por vicio ni por fornicio sino por dar un hijo a tu servicio.
2 cucharadas de miel
2 ajos
6 codornices
1 pithaya
Tita nunca imaginó que habla tenido que pasar tanto tiempo para que la mentada boda
se consumara. Ni siquiera le importó cómo fue, y mucho menos si había sido el día de la
ceremonia religiosa o cualquier otro día.
Estaba más preocupada por salvar su pellejo que por otra cosa. La noche de la fiesta
había recibido de manos de Mamá Elena una paliza fenomenal, como nunca antes la había
recibido ni la volvería a recibir. Pasó dos semanas en cama reponiéndose de los golpes. El
motivo de tan colosal castigo fue la certeza que tenía Mamá Elena de que Tita, en
contubernio con Nacha, había planeado premeditadamente arruinar la boda de Rosaura,
mezclando algún vomitivo en el pastel. Tita nunca la pudo convencer de que el único
elemento extraño en él fueron las lágrimas que derramó al prepararlo. Nacha no pudo
atestiguar en su favor, pues cuando Tita había llegado a buscarla el día de la boda la
había encontrado muerta, con los ojos abiertos, chiqueadores en las sienes y la foto de
un antiguo novio en las manos.
Manera de hacerse:
Se desprenden con mucho cuidado los pétalos de las rosas, procurando no pincharse
los dedos, pues aparte de que es muy doloroso (el piquete), los pétalos pueden quedar
impregnados de sangre y esto, aparte de alterar el sabor del platillo, puede provocar
reacciones químicas, por demás peligrosas. .
Pero Tita era incapaz de recordar este pequeño detalle ante la intensa emoción que
experimentaba al recibir un ramo de rosas, de manos de Pedro. Era la primera emoción
profunda que sentía desde 'el día de la boda de su hermana, cuando escuchó la
declaración del amor que Pedro sentía por ella y que trataba de ocultar a los ojos de los
demás. Mamá Elena, con esa rapidez y agudeza de pensamiento que tenia, sospechaba lo
que podría pasar si Pedro y Tita tenían oportunidad de estar a solas. Por tanto, haciendo
gala de asombrosas artes de prestidigitación, hasta ahora, se las había ingeniado de
maravilla para ocultar al uno de los ojos y el alcance del otro. Pero se le escapó un
minúsculo detalle: a la muerte de Nacha, Tita era entre todas las mujeres de la casa la
más capacitada para ocupar el puesto vacante de la cocina, y ahí escapaban de su riguroso
control los sabores, los olores, las texturas y lo que éstas pudieran provocar.
Continuará siguiente receta:
Codornices en pétalos de rosas
Codornices en pétalos de rosas
III. Marzo
Tita era el último eslabón de una cadena de cocineras que desde la época prehispánica
se hablan transmitido los secretos de la cocina de generación en generación y estaba
considerada como la mejor exponente de este maravilloso arte, el arte culinario. Por
tanto su nombramiento como cocinera oficial del rancho fue muy bien recibido por todo
el mundo. Tita aceptó el cargo con agrado, a pesar de la pena que sentía por la ausencia
de Nacha.
INGREDIENTES:
12 rosas, de preferencia rojas
12 castañas
2 cucharadas de mantequilla
2 cucharadas de fécula de maíz
2 gotas de esencia de rosas
2 cucharadas de anís
Esta lamentable muerte tenia a Tita en un estado de depresión muy grande. Nacha, al
morir, la había dejado muy sola. Era como si hubiera muerto su verdadera madre. Pedro,
tratando de ayudarla a salir adelante, pensó que sería un buen detalle llevarle un ramo de
rosas al cumplir su primer año como cocinera del rancho. Pero Rosaura -que esperaba su
primer hijo- no opinó lo mismo, y en cuanto lo vio entrar con el ramo en las manos y
dárselo a Tita en vez de a ella, abandonó la sala presa de un ataque de llanto.
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Mamá Elena, con sólo una mirada, le ordenó a Tita salir de la sala y deshacerse de las
rosas. Pedro se dio cuenta de su osadía bastante tarde. Pero Mamá Elena, lanzándole la
mirada correspondiente, le hizo saber que aún podía reparar el daño causado. Así que,
pidiendo una disculpa, salió en busca de Rosaura. Tita apretaba las rosas con tal fuerza
contra su pecho que, cuando llegó a la cocina, las rosas, que en un principio eran de color
rosado, ya se habían vuelto rojas por la sangre de las manos y el pecho de Tita. Tenía que
pensar rápidamente qué hacer con ellas. ¡Estaban tan hermosas! No era posible tirarlas a
la basura, en primera porque nunca antes había recibido flores y en segunda, porque se
las había dado Pedro. De pronto escuchó claramente la voz de Nacha, dictándole al oído
una receta prehispánica donde se utilizaban pétalos de rosa. Tita la tenía medio olvidada,
pues para hacerla se necesitaban faisanes y en el rancho nunca se habían dedicado a
criar ese tipo de aves.
más tranquila y los siguientes pasos los realizó con gran destreza.
Tal parecía que era la misma Nacha la que en el cuerpo de Tita realizaba todas estas
actividades: desplumar las aves en seco, sacarles las vísceras y ponerlas a freír.
Después de desplumadas y vaciadas las codornices, se les recogen y atan las patas,
para que conserven una posición graciosa mientras se ponen a dorar en la mantequilla,
espolvoreadas con pimienta y sal al gusto.
Es importante que se desplume a las codornices en seco, pues el sumergirlas en agua
hirviendo altera el sabor de la carne. Éste es uno de los innumerables secretos de la
cocina que sólo se adquieren con la práctica. Como Rosaura no había querido participar de
las actividades culinarias desde que se quemó las manos en el comal, lógicamente ignoraba
éste y muchos otros conocimientos gastronómicos. Sin embargo, quién sabe si por querer
impresionar a Pedro, su esposo, o por querer establecer una competencia con Tita en sus
terrenos, en una ocasión intentó cocinar. Cuando Tita amablemente quiso darle algunos
consejos, Rosaura se molestó enormemente y le pidió que la dejara sola en la cocina.
Obviamente el arroz se le batió, la carne se le saló y el postre se le quemó. Nadie en la
mesa se atrevió a mostrar ningún gesto de desagrado, pues Mamá Elena a manera de
sugerencia había comentado:
-Es la primera vez que Rosaura cocina y opino que no lo hizo tan mal. ¿Qué opina usted
Pedro?
Pedro, haciendo un soberano esfuerzo, respondió sin ánimo de lastimar a su esposa:
Lo único que tenían en ese momento era codornices, así que decidió alterar
ligeramente la receta, con tal de utilizar las flores.
Sin pensarlo más salió al patio y se dedicó a perseguir codornices. Después de atrapar
a seis de ellas las metió a la cocina y se dispuso a matarlas, lo cual no le era nada fácil
después de haberlas cuidado y alimentado por tanto tiempo.
Tomando una gran respiración, agarró a la primera y le retorció el pescuezo como
habla visto a Nacha hacerlo tantas veces, pero con tan poca fuerza que la pobre codorniz
no murió, sino que se fue quejando lastimeramente por toda la cocina, con la cabeza
colgando de lado. ¡Esta imagen la horrorizó! Comprendió que no se podía ser débil en esto
de la matada: o se hacía con firmeza o sólo se causaba un gran dolor. En ese momento
pensó en lo bueno que sería tener la fuerza de Mamá Elena. Ella mataba así, de tajo, sin
piedad. Bueno, aunque pensándolo bien, no. Con ella habla hecho una excepción, la había
empezado a matar desde niña, poco a poquito, y aún no le daba el golpe final. La boda de
Pedro con Rosaura la había dejado como a la codorniz, con la cabeza y el alma fracturada,
y antes de permitir que la codorniz sintiera los mismos dolores que ella, en un acto de
piedad, con gran decisión, rápidamente la ultimó. Con las demás todo fue más fácil. Sólo
trataba de imaginar que cada una de las codornices tenía atorado un huevo tibio en el
buche y que ella piadosamente las liberaba de ese martirio dándoles un buen torzón.
Cuando niña, muchas veces deseó morir antes que desayunar el consabido y obligatorio
huevo tibio. Mamá Elena la obligaba a comerlo. Ella sentía que el esófago se le cerraba
fuerte, muy fuerte, incapaz de poder deglutir alimento alguno, hasta que su madre le
propinaba un coscorrón que tenía el efecto milagroso de desbaratarle el nudo en la
garganta, por la que entonces se deslizaba el huevo sin ningún problema. Ahora se sentía
-No, para ser la primera vez no está tan mal.
Por supuesto esa tarde toda la familia se enfermó del estómago.
Fue una verdadera tragedia, claro que no tanta como la que se suscitó en el rancho ese
día. La fusión de la sangre de Tita con los pétalos de las rosas que Pedro le había
regalado resultó ser de lo más explosiva.
Cuando se sentaron a la mesa había un ambiente ligeramente tenso, pero no pasó a
mayores hasta que se sirvieron las codornices. Pedro, no contento con haber provocado
los celos de su esposa, sin poderse contener, al saborear el primer bocado del platillo,
exclamó, cerrando los ojos con verdadera lujuria:
-¡Éste es un placer de los dioses!
Mamá Elena, aunque reconocía que se trataba de un guiso verdaderamente exquisito,
molesta por el comentario dijo:
-Tiene demasiada sal.
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Rosaura, pretextando náuseas y mareos, no pudo comer más que tres bocados. En
cambio a Gertrudis algo raro le pasó.
pétalos de rosa y sal al gusto. Para que espese un poco la salsa, se le pueden añadir dos
cucharaditas de fécula de maíz. Por último, se pasa por un tamiz y se le agregan sólo dos
gotas de esencia de rosas, no más, pues se corre el peligro de que quede muy olorosa y
pasada de sabor. En cuanto está sazonada se retira del fuego. Las codornices sólo se
sumergen durante diez minutos en esta salsa para que se impregnen de sabor y se sacan.
Parecía que el alimento que estaba ingiriendo producía en ella un efecto afrodisíaco,
pues empezó a sentir que un intenso calor le invadía las piernas. Un cosquilleo en el centro
de su cuerpo no la dejaba estar correctamente sentada en su silla. Empezó a sudar y a
imaginar qué se sentiría al ir sentada a lomo de un caballo, abrazada por un villista, uno
de esos que había visto una semana antes entrando a la plaza del pueblo, oliendo a sudor,
a tierra, a amaneceres de peligro e incertidumbre, a vida y a muerte. Ella iba al mercado
en compañía de Chencha la sirvienta, cuando lo vio entrar por la calle principal de Piedras
Negras, venía al frente de todos, obviamente capitaneando a la tropa. Sus miradas se
encontraron y lo que vio en los ojos de él la hizo temblar. Vio muchas noches junto al
fuego deseando la compañía de una mujer a la cual pudiera besar, una mujer a la que
pudiera abrazar, una mujer... como ella. Sacó su pañuelo y trató de que junto con el sudor
se fueran de su mente todos esos pensamientos pecaminosos.
El aroma de la esencia de rosas es tan penetrante que el molcajete que se utilizaba
para moler los pétalos quedaba impregnado por varios días.
La encargada de lavarlo junto con los demás trastes que se utilizaban en la cocina era
Gertrudis. Esta labor la realizaba después de comer, en el patio, pues aprovechaba para
echar a los animales la comida que había quedado en las ollas. Además, como los trastes
de cocina eran tan grandes, los lavaba mejor en el fregadero. Pero el día de las
codornices no lo hizo, le pidió de favor a Tita que lo hiciera por ella. Gertrudis realmente
se sentía indispuesta, sudaba copiosamente por todo el cuerpo. Las gotas que le brotaban
eran de color rosado y tenían un agradable y penetrante olor a rosas. Sintió una
imperiosa necesidad de darse un baño y corrió a prepararlo.
Pero era inútil, algo extraño le pasaba. Trató de buscar apoyo en Tita pero ella estaba
ausente, su cuerpo estaba sobre la silla, sentado, y muy correctamente, por cierto, pero
no había ningún signo de vida en sus ojos. Tal parecía que en un extraño fenómeno de
alquimia su ser se había disuelto en la salsa de las rosas, en el cuerpo de las codornices,
en el vino y en cada uno de los olores de la comida. De esta manera penetraba en el
cuerpo de Pedro, voluptuosa, aromática, calurosa, completamente sensual.
Parecía que habían descubierto un código nuevo de comunicación en el que Tita era la
emisora, Pedro el receptor y Gertrudis la afortunada en quien se sintetizaba esta
singular relación sexual, a través de la comida.
Pedro no opuso resistencia, la dejó entrar hasta el último rincón de su ser sin poder
quitarse la vista el uno del otro. Le dijo:
En la parte trasera del patio, junto a los corrales y el granero, Mamá Elena había
mandado instalar una regadera rudimentaria. Se trataba de un pequeño cuarto construido
con tablones unidos, sólo que entre uno y otro quedaban hendiduras lo suficientemente
grandes como para ver, sin mayor problema, al que estuviera tomando el baño. De
cualquier manera fue la primera regadera de la que el pueblo tuvo noticia. La había
inventado un primo de Mamá Elena que vivía en San Antonio, Texas. Tenía una caja como a
dos metros de altura con capacidad para cuarenta litros, a la cual se le tenía que
depositar el agua con anterioridad, para que pudiera funcionar utilizando la fuerza de
gravedad. Costaba trabajo subir las cubetas llenas de agua por una escalera de madera,
pero después era una delicia sólo abrir una llave y sentir correr el agua por todo el
cuerpo de un solo golpe y no en abonos, como sucedía cuando uno se bañaba a jicarazos.
Años después los gringos le pagaron una bicoca al primo por su invento y lo
perfeccionaron. Fabricaron miles de regaderas sin necesidad del mentado depósito, pues
utilizaron tuberías para que funcionaran.
-Nunca había probado algo tan exquisito, muchas gracias.
Es que verdaderamente este platillo es delicioso. Las rosas le proporcionan un sabor
de lo
más refinado.
Ya que se tienen los pétalos deshojados, se muelen en el molcajete junto con el anís.
Por separado, las castañas se ponen a dorar en el comal, se descascaran y se cuecen en
agua.
Después, se hacen puré. Los ajos se pican finamente y se doran en la mantequilla; cuando
están acitronados, se les agregan el puré de castañas, la miel, la pithaya molida, los
¡Si Gertrudis hubiera sabido! La pobre subió y bajó como diez veces cargando las
cubetas. Estuvo a punto de desfallecer pues este brutal ejercicio intensificaba el
abrasador calor que sentía.
Lo único que la animaba era la ilusión del refrescante baño que la esperaba, pero
desgraciadamente no lo pudo disfrutar pues las gotas que caían de la regadera no
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alcanzaban a tocarle el cuerpo: se evaporaban antes de rozarla siquiera. El calor que
despedía su cuerpo era tan intenso que las maderas empezaron a tronar y a arder. Ante
el pánico de morir abrasada por las llamas salió corriendo del cuartucho, así como estaba,
completamente desnuda.
había enloquecido repentinamente durante la batalla y que por esta causa había
desertado del ejército.
Generalmente, ésa es la manera en que se escribe la historia, a través de las versiones
de los testigos presenciales, que no siempre corresponden a la realidad. Pues el punto de
vista de Tita sobre lo acontecido era totalmente diferente al de estos revolucionarios.
Ella habla observado todo desde el patio donde estaba lavando los trastes. No perdió
detalle a pesar de que le interferían la visión una nube de vapor rosado y las llamas del
cuarto de baño. A su lado, Pedro también tuvo la suerte de contemplar el espectáculo,
pues habla salido al patio por su bicicleta para ir a dar un paseo.
Para entonces el olor a rosas que su cuerpo despedía había llegado muy, muy lejos.
Hasta las afueras del pueblo, en donde revolucionarios y federales libraban una cruel
batalla. Entre ellos sobresalía por su valor el villista ese, el que había entrado una semana
antes a Piedras Negras y se había cruzado con ella en la plaza.
Una nube rosada llegó hasta él, lo envolvió y provocó que saliera a todo galope hacia el
rancho de Mamá Elena. Juan, que así se llamaba el sujeto, abandonó el campo de batalla
dejando atrás a un enemigo a medio morir, sin saber para qué. Una fuerza superior
controlaba sus actos. Lo movía una poderosa necesidad de llegar lo más pronto posible al
encuentro de algo desconocido en un lugar indefinido. No le fue difícil dar. Lo guiaba el
olor del cuerpo de Gertrudis. Llegó justo a tiempo para descubrirla corriendo en medio
del campo.
Entonces supo para qué había llegado hasta allí. Esta mujer necesitaba imperiosamente
que un hombre le apagara el fuego abrasador que nacía en sus entrañas.
Un hombre igual de necesitado de amor que ella, un hombre como él.
Y como mudos espectadores de una película, Pedro y Tita se emocionaron hasta las
lágrimas al ver a sus héroes realizar el amor que para ellos estaba prohibido. Hubo un
momento, un solo instante en que Pedro pudo haber cambiado el curso de la historia.
Tomando a Tita de la mano alcanzó a pronunciar: -Tita... Sólo eso. No tuvo tiempo de
decir más. La sucia realidad se lo impidió. Se escuchó un grito de Mamá Elena
preguntando qué era lo que pasaba en el patio. Si Pedro le hubiera pedido a Tita huir con
él, ella no lo hubiera pensado ni tantito, pero no lo hizo, sino que montando rápidamente
en la bicicleta se fue pedaleando su rabia. No podía borrar de su mente la imagen de
Gertrudis corriendo por el campo... ¡completamente desnuda! Sus grandes senos
bamboleándose de un lado a otro lo habían dejado hipnotizado. Él nunca había visto a una
mujer desnuda. En la intimidad con Rosaura no había sentido deseos de verle el cuerpo ni
de acariciárselo. En estos casos siempre utilizaba la sábana nupcial, que sólo dejaba
visibles las partes nobles de su esposa. Terminado el acto, se alejaba de la recámara
antes de que ésta se descubriera. En cambio, ahora, se había despertado en él la
curiosidad de vera Tita por largo rato así, sin ninguna ropa.
Gertrudis dejó de correr en cuanto lo vio venir hacia ella. Desnuda como estaba, con el
pelo suelto cayéndole hasta la cintura e irradiando una luminosa energía, representaba lo
que sería una síntesis entre una mujer angelical y una infernal. La delicadeza de su rostro
y la perfección de su inmaculado y virginal cuerpo contrastaban con la pasión y la lujuria
que le salía atropelladamente por los ojos y los poros. Estos elementos, aunados al deseo
sexual que Juan por tanto tiempo había contenido por estar luchando en la sierra,
hicieron que el encuentro entre ambos fuera espectacular.
Indagando, husmeando, averiguando cómo era hasta el último centímetro de piel de su
monumental y atractivo cuerpo. De seguro que se parecía al de Gertrudis, no en balde
eran hermanas.
Él, sin dejar de galopar para no perder tiempo, se inclinó, la tomó de la cintura, la
subió al caballo delante de él, pero acomodándola frente a frente y se la llevó. El caballo,
aparentemente siguiendo también órdenes superiores, siguió galopando como si supiera
perfectamente cuál era su destino final, a pesar de que Juan le había soltado las riendas
para poder abrazar y besar apasionadamente a Gertrudis. El movimiento del caballo se
confundía con el de sus cuerpos mientras realizaban su primera copulación a todo galope
y con alto grado de dificultad.
La única parte del cuerpo de Tita que conocía muy bien, aparte de la cara y las manos,
era el redondo trozo de pantorrilla que había alcanzado a verle en una ocasión. Ese
recuerdo lo atormentaba por las noches. Qué antojo sentía de poner su mano sobre ese
trozo de piel y luego por todo el cuerpo tal y como había visto hacerlo al hombre que se
llevó a Gertrudis: ¡con pasión, con desenfreno, con lujuria!
Tita, por su parte, intentó gritarle a Pedro que la esperara, que se la llevara lejos, a
donde los dejaran amarse, a donde aún no hubieran inventado reglas que seguir y
Todo fue tan rápido que la escolta que seguía a Juan tratando de interceptarlo nunca
lo logró. Decepcionados dieron media vuelta y el informe que llevaron fue que el capitán
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respetar, a donde no estuviera su madre, pero su garganta no emitió ningún sonido. Las
palabras se le hicieron nudo y se ahogaron unas a otras antes de salir.
y ponía especial esmero en el decorado de las codornices.
Éstas se ponen en un platón, se les vacía la salsa encima y se decoran con una rosa
completa en el centro y pétalos a los lados, o se pueden servir de una vez en un plato
individual en lugar de utilizar el platón. Tita así lo prefería, pues de esta manera no
corría el riesgo de que a la hora de servir la codorniz se perdiera el equilibrio del
decorado. Precisamente así lo especificó en el libro de cocina que empezó a escribir esa
misma noche, después de tejer un buen tramo de su colcha, como diariamente lo hacía.
Mientras la tejía, en su cabeza daban vueltas y vueltas las imágenes de Gertrudis
corriendo por el campo junto con otras que ella imaginaba sobre lo que habría pasado más
tarde, cuando se le perdió de vista su hermana. Claro que su imaginación era en este
aspecto bastante limitada, por su falta de experiencia.
¡Se sentía tan sola y abandonada! Un chile en nogada olvidado en una charola después
de un gran banquete no se sentirla peor que ella. Cuántas veces sola en la cocina se habla
tenido que comer una de estas delicias antes de permitir que se echara a perder. El que
nadie se coma el último chile de una charola, generalmente sucede cuando la gente no
quiere demostrar su gula y aunque les encantaría devorarlo, nadie se atreve. Y es así
como se rechaza un chile relleno que contiene todos los sabores imaginables, lo dulce del
acitrón, lo picoso del chile, lo sutil de la nogada, lo refrescante de la granada, ¡un
maravilloso chile en nogada! ¡Qué delicia! Que contiene en su interior todos los secretos
del amor, pero que nadie podrá desentrañar a causa de la decencia.
¡Maldita decencia! ¡Maldito manual de Carreño! Por su culpa su cuerpo quedaba
destinado a marchitarse poco a poco, sin remedio alguno. ¡Y maldito Pedro tan decente,
tan correcto, tan varonil, tan... tan amado!
Tenia curiosidad de saber si ya tendría algo de ropa encima, o si seguiría así de...
¡desabrigada! Le preocupaba que pudiera sentir frío, al igual que ella, pero llegó a la
conclusión de que no. Lo más probable era que estaría cerca del fuego, en los brazos de
su hombre y eso definitivamente debería dar calor.
De pronto una idea que cruzó por su mente la hizo levantarse a mirar al cielo
estrellado. Ella conocía, pues lo había sentido en carne propia, lo poderoso que puede ser
el fuego de una mirada.
Si Tita hubiera sabido entonces que no tendrían que pasar muchos años para que su
cuerpo conociera el amor no se habría desesperado tanto en ese momento.
El segundo grito de Mamá Elena la sacó de sus cavilaciones y la hizo buscar
rápidamente una respuesta. No sabia qué era lo que le iba a decir a su mamá, si primero le
decía que estaba ardiendo la parte trasera del patio, o que Gertrudis se había ido con un
villista a lomo de caballo... y desnuda.
Es capaz de encender al mismo Sol. Tomando esto en consideración, ¿qué pasaría si
Gertrudis miraba una estrella? De seguro que el calor de su cuerpo, inflamado por el
amor, viajaría con la mirada a través del espacio infinito sin perder su energía, hasta
depositarse en el lucero de su atención. Estos grandes astros han sobrevivido millones de
años gracias a que se cuidan de no absorber los rayos ardientes que los amantes de todo
el mundo les lanzan noche tras noche. De hacerlo, se generaría tanto calor en su interior
que estallarían en mil pedazos. Por lo que al recibir una mirada, la rechazan de inmediato,
reflejándola hacia la Tierra como en un juego de espejos. Es por eso que brillan tanto en
las noches.
Se decidió por dar una versión en la cual, los federales, a los que Tita aborrecía,
habían entrado en tropel, habían prendido fuego a los baños y habían raptado a
Gertrudis. Mamá Elena se creyó toda la historia y enfermó de la pena, pero estuvo a
punto de morir cuando se enteró una semana después por boca del padre Ignacio, el
párroco del pueblo -que quién sabe cómo se enteró-, que Gertrudis estaba trabajando en
un burdel en la frontera. Prohibió volver a mencionar el nombre de su hija y mandó
quemar sus fotos y su acta de nacimiento.
Y es por eso que a Tita le entró la esperanza de que si ella pudiera descubrir entre
todas las estrellas del firmamento cuál era la que su hermana veía en ese momento,
recibiría por reflejo un poco del calor que a ella le sobraba.
Sin embargo, ni el fuego ni el paso de los años han podido borrar el penetrante olor a
rosas que despide el lugar donde antes estuvo la regadera y que ahora es el
estacionamiento de un edificio de departamentos. Tampoco pudieron borrar de la mente
de Pedro y Tita las imágenes que observaron y que los marcaron para siempre. Desde ese
día las codornices en pétalos de rosas se convirtieron en un mudo recuerdo de esta
experiencia fascinante.
Bueno, ésa era su ilusión, pero por más que observó una a una todas las estrellas del
cielo no sintió absolutamente nada de calor, sino más bien todo lo contrario. Estremecida
regresó a su cama plenamente convencida de que Gertrudis dormía plácidamente con los
ojos bien cerrados y que por eso no funcionó el experimento. Se cubrió entonces con su
Tita lo preparaba cada año como ofrenda a la libertad que su hermana había alcanzado
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colcha, que ya para entonces se doblaba en tres, revisó la receta que había escrito para
ver si no se le olvidaba apuntar algo y añadió: «Hoy que comimos este platillo, huyó de la
casa Gertrudis...».
carne de los guajolotes es sabrosa y aun exquisita si se ha cebado cuidadosamente. Esto
se logra teniendo a las aves en corrales limpios, con grano y agua en abundancia.
Quince días antes de matar a los guajolotes, se les empieza a alimentar con nueces
pequeñas. Comenzando el primer día con una, al siguiente se les echan en el pico dos y así
sucesivamente se les va aumentando la ración, hasta la víspera de matarse, sin importar
el maíz que coman voluntariamente en ese tiempo.
Continuará… Siguiente receta:
Tita tuvo mucho cuidado en cebar a los guajolotes apropiadamente, pues le interesaba
mucho quedar bien en la fiesta tan importante a celebrarse en el rancho: el bautizo de su
sobrino, el primer hijo de Pedro y Rosaura. Este acontecimiento ameritaba una gran
comida con mole. Para la ocasión se había mandado hacer una vajilla de barro especial con
el nombre de Roberto, que así se llamaba el agraciado bebé, quien no paraba de recibir
las atenciones y los regalos de familiares y amigos. En especial de parte de Tita, quien en
contra de lo que se esperaba, sentía un inmenso cariño por este niño, olvidando por
completo que era el resultado del matrimonio de su hermana con Pedro, el amor de su
vida.
Mole de guajolote con almendra y ajonjolí
Mole de guajolote con almendra y ajonjolí
IV. Abril
INGREDIENTES:
¼ de chile mulato
3 chiles pasilla
3 chiles anchos
Un puño de almendras
Un puño de ajonjolí
Caldo de guajolote
Un bizcocho (1/3 de concha)
Cacahuates
¼ cebolla Vino
2 tablillas de chocolate
anís
manteca
clavo
canela
pimienta
azúcar
semilla de los chiles
5 dientes de ajo
Con verdadero entusiasmo se dispuso a preparar con un día de anterioridad el mole
para el bautizo. Pedro la escuchaba desde la sala experimentando una nueva sensación
para él. El sonido de las ollas al chocar unas contra otras, el olor de las almendras
dorándose en el comal, la melodiosa voz de Tita, que cantaba mientras cocinaba, habían
despertado su instinto sexual. Y así como los amantes saben que se aproxima el momento
de una relación íntima, ante la cercanía, el olor del ser amado, o las caricias recíprocas en
un previo juego amoroso, así estos sonidos y olores, sobre todo el del ajonjolí dorado, le
anunciaban a Pedro la proximidad de un verdadero placer culinario.
Las almendras y el ajonjolí se tuestan en comal. Los chiles anchos, desvenados,
también se tuestan, pero no mucho para que no se amarguen. Esto se tiene que hacer en
una sartén aparte, pues se les pone un poco de manteca para hacerlo. Después se muelen
en metate junto con las almendras y el ajonjolí.
Tita, de rodillas, inclinada sobre el metate, se movía rítmica y cadenciosamente
mientras molía las almendras y el ajonjolí.
Bajo su blusa sus senos se meneaban libremente pues ella nunca usó sostén alguno. De
su cuello escurrían gotas de sudor que rodaban hacia abajo siguiendo el surco de piel
entre sus pechos redondos y duros.
Manera de hacerse:
Pedro, no pudiendo resistir los olores que emanaban de la cocina, se dirigió hacia ella,
quedando petrificado en la puerta ante la sensual postura en que encontró a Tita.
Después de dos días de matado el guajolote, se limpia y se pone a cocer con sal. La
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Tita levantó la vista sin dejar de moverse y sus ojos se encontraron con los de Pedro.
Inmediatamente, sus miradas enardecidas se fundieron de tal manera que quien los
hubiera visto sólo habría notado una sola mirada, un solo movimiento rítmico y sensual,
una sola respiración agitada y un mismo deseo.
de asustarla con historias de colgados, fusilados, desmembrados, degollados e inclusive
sacrificados a los que sacaban el corazón ¡en pleno campo de batalla! En otro momento le
hubiera gustado caer en el sortilegio de la graciosa narrativa de Chencha y terminar por
creerle sus mentiras, inclusive la de que a Pancho Villa le llevaban los corazones
sangrantes de sus enemigos para que se los comiera, pero no ahora.
Permanecieron en éxtasis amoroso hasta que Pedro bajó la vista y la clavó en los senos
de Tita. Ésta dejó de moler, se enderezó y orgullosamente irguió su pecho, para que
Pedro lo observara plenamente. El examen de que fue objeto cambió para siempre la
relación entre ellos. Después de esa escrutadora mirada que penetraba la ropa ya nada
volvería a ser igual. Tita supo en carne propia por qué el contacto con el fuego altera los
elementos, por qué un pedazo de masa se convierte en tortilla, por qué un pecho sin
haber pasado por el fuego del amor es un pecho inerte, una bola de masa sin ninguna
utilidad. En sólo unos instantes Pedro había transformado los senos de Tita, de castos a
voluptuosos, sin necesidad de tocarlos.
La mirada de Pedro le había hecho recuperar la confianza en el amor que éste le
profesaba. Había pasado meses envenenada con la idea de que, o Pedro le había mentido
el día de la boda al declararle su amor sólo para no hacerla sufrir, o que con el tiempo
Pedro realmente se había enamorado de Rosaura. Esta inseguridad había nacido cuando
él, inexplicablemente, había dejado de festejarle sus platillos. Tita se esmeraba con
angustia en cocinar cada día mejor. Desesperada, por las noches, obviamente después de
tejer un buen tramo de su colcha, inventaba una nueva receta con la intención de
recuperar la relación que entre ella y Pedro había surgido a través de la comida. De esta
época de sufrimiento nacieron sus mejores recetas.
De no haber sido por la llegada de Chencha, que había ido al mercado por los chiles
anchos, quién sabe qué hubiera pasado entre Pedro y Tita; tal vez Pedro hubiera
terminado amasando sin descanso los senos que Tita le ofrecía pero, desgraciadamente,
no fue así. Pedro, fingiendo haber ido por un vaso de agua de limón con chía, lo tomó
rápidamente y salió de la cocina.
Y así como un poeta juega con las palabras, así ella jugaba a su antojo con los
ingredientes y con las cantidades, obteniendo resultados fenomenales. Pero nada, todos
sus esfuerzos eran en vano. No lograba arrancar de los labios de Pedro una sola palabra
de aprobación. Lo que no sabia es que Mamá Elena le había «pedido» a Pedro que se
abstuviera de elogiar la comida, pues Rosaura de por sí sufría de inseguridad, por estar
gorda y deforme a causa de su embarazo, como para encima de todo tener que soportar
los cumplidos que él le hacía a Tita so pretexto de lo delicioso que ella cocinaba.
Tita, con manos temblorosas, trató de continuar con la elaboración del mole como si
nada hubiera pasado.
Cuando ya están bien molidas las almendras y el ajonjolí, se mezclan con el caldo donde
se coció el guajolote y se le agrega sal al gusto. En un molcajete se muelen el clavo, la
canela, el anís, la pimienta y, por último, el bizcocho, que anteriormente se ha puesto a
freír en manteca junto con la cebolla picada y el ajo.
Qué sola se sintió Tita en esa época. ¡Extrañaba tanto a Nacha! Odiaba a todos,
inclusive a Pedro. Estaba convencida de que nunca volvería a querer a nadie mientras
viviera. Claro que todas estas convicciones se esfumaron en cuanto recibió en sus propias
manos al hijo de Rosaura.
En seguida se mezclan con el vino y se incorporan.
Mientras molía las especias, Chencha trataba en vano de capturar el interés de Tita.
Pero por más que le exageró los incidentes que había presenciado en la plaza y le narraba
con lujo de detalles la violencia de las batallas que tenían lugar en el pueblo, sólo
alcanzaba a interesara Tita por breves momentos.
Esta, por hoy, no tenía cabeza para otra cosa que no fuera la emoción que acababa de
experimentar. Además de que Tita conocía perfectamente cuáles eran los móviles de
Chencha al decirle estas cosas. Como ella ya no era la niña que se asustaba con las
historias de la llorona, la bruja que chupaba a los niños, el coco y demás horrores, ahora
Chencha trataba
Fue una mañana fría de marzo, ella estaba en el gallinero recogiendo los huevos que las
gallinas acababan de poner, para utilizarlos en el desayuno. Algunos aún estaban
calientes, así que se los metía bajo la blusa, pegándoles al pecho, para mitigar el frío
crónico que sufría y que últimamente se le había agudizado. Se había levantado antes que
nadie, como de costumbre.
Pero hoy lo había hecho media hora antes de lo acostumbrado, para empacar una
maleta con la ropa de Gertrudis. Quería aprovechar que Nicolás salía de viaje a recoger
un ganado, para pedirle que por favor se la hiciera llegar a su hermana. Por supuesto, esto
lo hacía a escondidas de su madre. Tita decidió enviársela pues no se le quitaba de la
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mente la idea de que Gertrudis seguía desnuda. Claro que Tita se negaba a aceptar como
cierto que esto fuera porque el trabajo de su hermana en el burdel de la frontera así lo
requería, sino más bien porque no tenía ropa que ponerse.
Lobo, y que de esta manera la única presente en el nacimiento de su sobrino fuera ella,
¡precisamente ella!
En las horas que pasó al lado de su hermana aprendió más que en todos los años de
estudio en la escuela del pueblo. Renegó como nunca de sus maestros y de su mamá por no
haberle dicho en ninguna ocasión lo que se tenía que hacer en un parto. De qué le servía
en ese momento saber los nombres de los planetas y el manual de Carreño de pe a pa si su
hermana estaba a punto de morir y ella no podía ayudarla. Rosaura había engordado 30
kilos durante el embarazo, lo cual dificultaba aún más su trabajo de parto como
primeriza. Dejando de lado la excesiva gordura de su hermana, Tita notó que a Rosaura
se le estaba hinchando descomunalmente el cuerpo. Primero fueron los pies y después la
cara y manos. Tita le limpiaba el sudor de la frente y trataba de animarla, pero Rosaura
parecía no escucharla.
Rápidamente le dio a Nicolás la maleta con la ropa y un sobre con las señas del antro
donde posiblemente encontraría a Gertrudis y regresó a hacerse cargo de sus labores.
De pronto escuchó a Pedro preparar la carretela. Le extrañó que lo hiciera a tan
temprana hora, pero al ver la luz del sol se dio cuenta de que ya era tardísimo y que
empacarle a Gertrudis, junto con su ropa, parte de su pasado, le habla tomado más
tiempo del que se habla imaginado. No le fue fácil meter en la maleta el día en que
hicieron su primera comunión las tres juntas. La vela, el libro y la foto afuera de la iglesia
cupieron muy bien, pero no así el sabor de los tamales y del atole que Nacha les había
preparado y que habían comido después en compañía de sus amigos y familiares. Cupieron
los huesitos de chabacano de colores, pero no así las risas cuando jugaban con ellos en el
patio de la escuela, ni la maestra Jovita, ni el columpió, ni el olor de su recámara, ni el del
chocolate recién batido. Lo bueno es que tampoco cupieron las palizas, los regaños de
Mamá Elena, pues Tita cerró muy fuerte la maleta antes de que se fueran a colar.
Salió al patio justo en el momento en que Pedro le gritaba buscándola con
desesperación. Tenía que ir a Eagle Pass por el doctor Brown, que era el médico de la
familia, y no la encontraba por ningún lado. Rosaura había empezado con los dolores de
parto.
Tita habla visto nacer algunos animales, pero esas experiencias de nada le servían en
estos momentos. En aquellas ocasiones sólo habla estado de espectadora. Los animales
sabían muy bien lo que tenían que hacer, en cambio ella no sabía nada de nada. Tenía
preparadas sábanas, agua caliente y unas tijeras esterilizadas. Sabía que tenía que cortar
el cordón umbilical, pero no sabia cómo ni cuándo ni a qué altura. Sabía que había que
darle una serie de atenciones a la criatura en cuanto arribara a este mundo, pero no sabia
cuáles. Lo único que sabía es que primero tenía que nacer, ¡y no tenía para cuándo! Tita se
asomaba entre las piernas de su hermana con frecuencia y nada. Sólo un túnel obscuro,
silencioso, profundo. Tita, arrodillada frente a Rosaura, con gran desesperación pidió a
Nacha que la iluminara en estos momentos.
Pedro le encargó que por favor la atendiera mientras él volvía.
Tita era la única que podía hacerlo. En casa no quedaba nadie: Mamá Elena y Chencha
ya se habían ido al mercado, con el propósito de abastecer la despensa pues esperaban el
nacimiento de un momento a otro y no querían que faltara en casa ningún artículo que
fuera indispensable en estos casos. No habían podido hacerlo antes, pues la llegada de los
federales y su peligrosa estancia en el pueblo se lo habla impedido. No supieron al salir
que el arribo del niño ocurriría ~ más pronto de lo que pensaban, pues en cuanto se
fueron Rosaura había empezado con el trabajo del parto.
A Tita entonces no le quedó otra que ir al lado de su hermana para acompañarla, con la
esperanza de que fuera por poco tiempo.
¡Si era posible que le dictara algunas recetas de cocina, también era posible que le
ayudara en este difícil trance! Alguien tenia que asistir a Rosaura desde el más allá,
porque los del más acá no tenían manera.
No supo por cuánto tiempo rezó de hinojos, pero cuando por fin despegó los párpados,
el obscuro túnel de un momento a otro se transformó por completo en un río rojo, en un
volcán impetuoso, en un desgarramiento de papel. La carne de su hermana se abría para
dar paso a la vida. Tita no olvidaría nunca ese sonido ni la imagen de la cabeza de su
sobrino saliendo triunfante de su lucha por vivir. No era una cabeza bella, más bien tenía
forma de un piloncillo, debido a la presión a que sus huesos estuvieron sometidos por
tantas horas. Pero a Tita le pareció la más hermosa de todas las que había visto en su
vida.
El llanto del niño invadió todos los espacios vacíos dentro del corazón de Tita. Supo
No tenía ningún interés en conocer al niño o niña o lo que fuera.
Pero lo que nunca se esperó es que a Pedro lo capturaran los federales injustamente
impidiéndole llegar por el doctor y que Mamá Elena y Chencha no pudieran regresar a
causa de una balacera que se entabló en el pueblo y las obligó a refugiarse en casa de los
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entonces que amaba nuevamente: a la vida, a ese niño, a Pedro, inclusive a su hermana,
odiada por tanto tiempo: Tomó al niño entre sus manos, se lo llevó a Rosaura, y juntas
lloraron un rato, abrazadas a él. Después, siguiendo las instrucciones que Nacha le daba
al oído, supo perfectamente todos los pasos que tenía que seguir: cortar el cordón
umbilical en el lugar y momento preciso, limpiar el cuerpo del niño con aceite de
almendras dulces, fajarle el ombligo y vestirlo. Sin ningún problema supo cómo ponerle
primero la camiseta y la camisa, luego el fajero en el ombligo, luego el pañal de manta de
cielo, luego el de ojo de pájaro, luego la franela para cubrirle las piernas, luego la
chambrita, luego los calcetines y los zapatos y, por último, utilizando una cobija de felpa
le cruzó las manos sobre el pecho para que no se fuera a rasguñar la cara. Cuando por la
noche llegaron Mamá Elena y Chencha acompañada de los Lobo, se admiraron del
profesional trabajo que Tita realizó. Envuelto como taco, el niño dormía tranquilamente.
agradable casa.
Fue verdaderamente una fortuna que Mamá Elena estuviera muy preocupada por la
salud de Rosaura y no detectara el brillo de admiración que John tenia en la mirada
mientras observaba a Tita, pues de haberlo hecho no le hubiera abierto tan
confiadamente las puertas de su hogar.
Por ahora el doctor no le representaba ningún problema a Mamá Elena; lo único que la
tenía muy preocupada era que Rosaura no tenía leche.
En el pueblo, afortunadamente, encontraron una nodriza que se encargó de amamantar
al niño. Era pariente de Nacha, acababa de tener su octavo hijo y aceptó con agrado el
honor de alimentar al nieto de Mamá Elena. Durante un mes lo hizo de maravilla, hasta
que una mañana, cuando se dirigía al pueblo a visitar a su familia, fue alcanzada por una
bala perdida que se escapó de una balacera entre rebeldes y federales y la hirió de
muerte. Uno de sus parientes llegó a dar la noticia al rancho, justamente cuando Tita y
Chencha estaban mezclando en una olla de barro grande todos los ingredientes del mole.
Éste es el último paso y se realiza cuando ya se tienen todos los ingredientes molidos
tal y como se indicó. Se mezclan en una olla, se le añaden las piezas del guajolote, las
tablillas de chocolate y azúcar al gusto. En cuanto espesa, se retira del fuego.
Pedro no llegó con el doctor Brown hasta el día siguiente, después de que lo dejaron en
libertad. Su retorno tranquilizó a todos.
Temían por su vida. Ahora sólo les quedaba la preocupación por la salud de Rosaura,
que aún estaba muy delicada e hinchada. El doctor Brown la examinó exhaustivamente.
Fue entonces que supieron lo peligroso que había estado el parto. Según el doctor,
Rosaura sufrió un ataque de eclampsia que la pudo haber matado. Se mostró muy
sorprendido de que Tita la hubiera asistido con tanto aplomo y decisión en condiciones
tan poco favorables. Bueno, quién sabe qué le llamó más la atención, si el que Tita la
hubiera atendido sola y sin tener ninguna experiencia o el descubrir de pronto que Tita,
la niña dientona que él recordaba, se había transformado en una bellísima mujer sin que él
lo hubiera notado.
Tita terminó sola de preparar el mole, pues Chencha, en cuanto supo la noticia, se fue
inmediatamente al pueblo a tratar de conseguir otra nodriza para su sobrino. No regresó
hasta la noche y sin haberlo logrado. El bebé lloraba exasperado. Trataron de darle leche
de vaca y la rechazó. Tita trató entonces de darle té, tal y como Nacha lo había hecho
con ella pero fue inútil: el niño igualmente lo rechazó. Se le ocurrió ponerse el rebozo que
Lupita la nodriza había olvidado, pensando que el niño se tranquilizaría al percibir el olor
familiar que éste despedía, pero por el contrario, el niño lloró con más fuerza, pues ese
olor le indicaba que ya pronto recibiría su alimento y no comprendía el motivo de su
retraso. Buscaba su leche entre los senos de Tita. Si hay algo en la vida que Tita no
resistía era que una persona hambrienta le pidiera comida y que ella no pudiera dársela.
Le provocaba mucha angustia. Y sin poderse contener por más tiempo, Tita se abrió la
blusa y le ofreció al niño su pecho. Sabía que estaba completamente seco, pero al menos
le serviría de chupón y lo mantendría ocupado mientras ella decidía qué hacer para
calmarle el hambre.
Desde la muerte de su esposa, cinco años atrás, nunca había vuelto a sentirse atraído
hacia ninguna mujer. El dolor de haber perdido a su cónyuge, prácticamente de recien
casados, lo había dejado insensible para el amor todos estos años. Qué extraña sensación
le producía el observara Tita. Un hormigueo le recorría todo el cuerpo, despertando y
activando sus dormidos sentidos. La observaba como si fuera la primera vez que lo
hiciera. Qué agradables le parecían ahora sus dientes, habían tomado su verdadera
proporción dentro de la armonía perfecta de las facciones finas y delicadas de su rostro.
La voz de Mamá Elena interrumpió sus pensamientos.
-Doctor, ano sería molesto para usted venir dos veces al día, hasta que mi hija salga
del peligro?
-¡Claro que no! En primera es mi obligación y en segunda, es un placer frecuentar su
El niño se pescó del pezón con desesperación y succionó y succionó, con fuerza tan
descomunal, que logró sacarle leche a Tita. Cuando ella vio que el niño recuperaba poco a
poco la tranquilidad en su rostro y lo escuchó deglutir sospechó que algo extraordinario
estaba pasando. ¿Sería posible que el niño se estuviera alimentando de ella? Para
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comprobarlo, separó al niño de su pecho y vio cómo le brotaba un chisguete de leche. Tita
no alcanzaba a comprender lo que sucedía. No era posible que una mujer soltera tuviera
leche, se trataba de un hecho sobrenatural y sin explicación en esos tiempos. En cuanto
el niño sintió que lo separaban de su alimento empezó a llorar nuevamente. Tita, de
inmediato lo dejó que se pescara de ella, hasta que sació por completo el hambre y se
quedó plácidamente dormido, como un bendito. Estaba tan absorta en la contemplación
del niño que no sintió cuando Pedro entró a la cocina. Tita era en ese momento la misma
Ceres personificada, la diosa de la alimentación en pleno.
extrañó que Tita se encargara de darle de comer a su sobrino; lo que nunca descubrieron
fue la manera en que lo hacia, pues Tita, con la ayuda de Pedro, puso mucho cuidado en
que nadie la viera.
El niño, por tanto, en lugar de ser un motivo de separación entre ambos, terminó por
unirlos más. Tal parecía que la madre del niño era Tita y no Rosaura. Ella así lo sentía y
así lo demostraba. El día del bautizo, ¡con qué orgullo cargaba a su sobrino y lo mostraba
a todos los invitados! Rosaura no pudo estar presente más que en la iglesia pues aún se
sentía mal. Tita entonces tomó su lugar en el banquete.
El doctor John Brown miraba a Tita embelesado. No le podía quitar los ojos de encima.
John había asistido al bautizo sólo para ver si podía conversar con ella a solas. A pesar de
que se veían a diario durante las visitas médicas que John le hacía a Rosaura, no habían
tenido la oportunidad de platicar libremente y sin ninguna otra persona presente.
Aprovechando que Tita caminaba cerca de la mesa donde él se encontraba, se levantó y
se le
Pedro no se sorprendió en lo más mínimo ni necesitó recibir una explicación.
Embelesado y sonriente, se acercó a ellos, se inclinó y le dio un beso a Tita en la frente.
Tita le quitó al niño el pecho, ya estaba satisfecho. Entonces los ojos de Pedro
contemplaron realmente lo que ya antes había visto a través de la ropa: los senos de Tita.
Tita intentó cubrirse con la blusa, Pedro la ayudó en silencio y con gran ternura. Al
hacerlo, una serie de sentimientos encontrados se apoderaron de ellos: amor, deseo,
ternura, lujuria, vergüenza... temor de verse descubiertos. El sonido de los pasos de
Mamá Elena sobre la duela de madera les advirtió oportunamente del peligro. Tita
alcanzó a ajustarse correctamente la blusa y Pedro a tomar distancia de ella antes de
que Mamá Elena entrara en la cocina. De tal manera que cuando abrió la puerta no pudo
encontrar, dentro de lo que las normas sociales permiten, nada de qué preocuparse. Pedro
y Tita aparentaban gran serenidad.
Sin embargo, algo olió en el ambiente que la hizo agudizar todos sus sentidos y tratar
de descubrir qué era lo que la inquietaba.
-Tita, ¿qué pasa con ese niño? ¿Lograste hacerlo comer?
-Sí, mami, tomó su té y se durmió.
-¡Bendito sea Dios! Entonces, Pedro, ¿qué esperas para llevar al niño con tu mujer? Los
niños no deben estar lejos de su madre.
Pedro salió con el niño en brazos, Mamá Elena no dejaba de observar detenidamente a
Tita, había en sus ojos un destello de turbación que no le gustaba nada.
-¿Ya está listo el champurrado para tu hermana?
acercó con el pretexto de ver al niño.
-¡Qué bien se ve este niño, al lado de una tía tan bella!
-Gracias doctor.
-Y eso que no es su propio hijo, ya me imagino lo bonita que se va a ver cuando el niño
que cargue sea el suyo.
Una nube de tristeza cruzó por el semblante de Tita. John la detectó y dijo:
-Perdón, parece que dije algo incorrecto.
-No, no es eso. Lo que pasa es que yo no me puedo casar, ni tener hijos, porque tengo
que
cuidar a mi mamá hasta que muera.
-¡Pero cómo! Eso es una tontería.
-Pero así es. Ahora le ruego que me disculpe, voy a atender a mis invitados.
Tita se alejó rápidamente, dejando a John completamente desconcertado. Ella
también lo estaba, pero se recuperó de inmediato al sentir en sus brazos a Roberto. Qué
le importaba su destino mientras pudiera tener cerca a ese niño, que era más suyo que de
nadie. Realmente ella ejercía el puesto de madre sin el título oficial. Pedro y Roberto le
pertenecían y ella no necesitaba nada más en la vida.
-Ya mami.
-Dámelo para que se lo lleve, necesita tomarlo día y noche, para que baje la leche.
Pero por más champurrado que tomó, nunca le bajó la leche. En cambio Tita tuvo desde
ese día leche suficiente como para alimentar no sólo a Roberto sino a otros dos niños
más, si así lo hubiera deseado. Como Rosaura estuvo delicada algunos días, a nadie le
Tita estaba tan feliz que no se dio cuenta de que su madre, lo mismo que John, aunque
por otra razón, no la perdía de vista un solo instante. Estaba convencida de que algo se
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traían entre manos Tita y Pedro. Tratando de descubrirlo, ni siquiera comió, y estaba tan
concentrada en su labor de vigilancia, que le pasó desapercibido el éxito de la fiesta.
Todos estuvieron de acuerdo en que gran parte del mismo se debía a Tita, ¡el mole que
había preparado estaba delicioso! Ella no paraba de recibir felicitaciones por sus méritos
como cocinera y todos querían saber cuál era su secreto. Fue verdaderamente lamentable
que en el momento en que Tita respondía a esta pregunta diciendo que su secreto era que
había preparado el mole con mucho amor, Pedro estuviera cerca y los dos se miraran por
una fracción de segundo con complicidad, recordando el momento en que Tita molía en el
metate, pues la vista de águila de Mamá Elena, a 20 metros de distancia, detectó el
destello y le molestó profundamente.
podía permitir que esto pasara. No era posible que ahora le quitaran al niño. Tenía que
impedirlo a como diera lugar. Por lo pronto, Mamá Elena logró arruinarle la fiesta. La
primera fiesta que gozaba en su vida.
Entre todos los invitados ella era realmente la única molesta, pues curiosamente,
después de comer el mole, todos habían entrado en un estado de euforia que los hizo
tener reacciones de alegría poco comunes. Reían y alborotaban como nunca lo habían
hecho y pasaría bastante tiempo antes de que lo volvieran a hacer. La lucha revolucionaria
amenazaba con acarrear hambre y muerte por doquier. Pero en esos momentos parecía
que todos trataban de olvidar que en el pueblo había muchos balazos.
V. Mayo
Continuará…
Siguiente receta:
Chorizo norteño
Chorizo norteño
INGREDIENTES:
8 kilos de lomo de puerco
2 kilos de retazo o cabeza de lomo
1 kilo de chile ancho
60 g de cominos
60 g de orégano
30 g de pimienta
6 g de clavo
2 tazas de ajos
2 litros de vinagre de manzana
¼ de kilo de sal
La única que no perdió la compostura fue Mamá Elena, que estaba muy ocupada en
buscar una solución a su resquemor, y aprovechando un momento en que Tita estaba lo
suficientemente cerca como para no perder una sola de las palabras que ella pronunciara,
le comentó al padre Ignacio en voz alta:
-Por cómo se están presentando las cosas padre, me preocupa que un día mi hija
Rosaura necesite un médico y no lo podamos traer, como el día en que dio a luz. Creo que
lo más conveniente sería que en cuanto tenga más fuerzas se vaya junto con su esposo y
su hijito a vivir a San Antonio, Texas, con mi primo. Ahí tendrá mejor atención médica.
Manera de hacerse:
-Yo no opino lo mismo doña Elena, precisamente por cómo está la situación política,
usted necesita de un hombre en casa que la defienda.
El vinagre se pone en la lumbre y se le incorporan los chiles, a los que previamente se
les han quitado las semillas. En cuanto suelta el hervor, se retira del fuego y se le pone a
la olla una tapadera encima, para que los chiles se ablanden.
-Nunca lo he necesitado para nada, sola he podido con el rancho y con mis hijas. Los
hombres no son tan importantes para vivir padre -recalcó-. Ni la revolución es tan
peligrosa como la pintan, ¡peor es el chile y el agua lejos!
-¡No, pues eso sí! -respondió riéndose-. ¡Ah, qué doña Elena! Siempre tan ocurrente. Y,
dígame, ¿ya pensó dónde trabajaría Pedro en San Antonio?
-Puede entrar a trabajar como contador en la compañía de mi primo, no tendrá
problema, pues habla inglés a la perfección.
Las palabras que Tita escuchó resonaron como cañonazos dentro de su cerebro. No
Chencha puso la tapa y corrió a la huerta a ayudara Tita en su búsqueda de lombrices.
De un momento a otro llegaría a la cocina Mamá Elena a supervisar la elaboración del
chorizo y la preparación del agua para su baño y estaban bastante atrasadas en ambas
cosas. El motivo era que Tita, desde que Pedro, Rosaura y el niño se habían ido a vivir a
San Antonio, Texas, había perdido todo interés en la vida, exceptuando el que le
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despertaba un indefenso pichón al que alimentaba con lombrices. De ahí en fuera, la casa
podía caerse, que a ella no le importaba.
-Venimos a pedirle, por las buenas, su cooperación para la causa.
-Y yo, por las buenas, les digo que se lleven lo que quieran de las provisiones que
Chencha no quería ni imaginar lo que pasaría si Mamá Elena se enteraba que Tita no
quería participar en la elaboración del chorizo.
encuentren en el granero y los corrales. Pero eso sí, las que tengo dentro de mi casa no
las tocan, ¿entendido? Ésas son para mi causa particular.
Habían decidido prepararlo por ser uno de los mejores recursos para utilizar la carne
de cerdo de una manera económica y que les aseguraba un buen alimento por mucho
tiempo, sin peligro de que se descompusiera. También habían dispuesto una gran cantidad
de cecina, jamón, tocino y manteca. Tenían que sacarle el mejor provecho posible a este
cerdo, uno de los pocos animales sobrevivientes de la visita que miembros del ejército
revolucionario les habían hecho unos días antes.
El capitán, bromeando, se le cuadró y le respondió:
-Entendido, mi general.
A todos los soldados les cayó en gracia el chiste, y lo festejaron, pero el capitán se
dio cuenta de que con Mamá Elena no valían las chanzas, ella hablaba en serio, muy en
serio.
Tratando de no amedrentarse por la dominante y severa mirada que recibía de ella,
ordenó que revisaran el rancho. Lo que encontraron no fue gran cosa, un poco de maíz
para desgranar y ocho gallinas. Uno de los sargentos, muy molesto, se acercó al capitán y
le dijo:
El día que llegaron los rebeldes sólo estaban en el rancho Mamá Elena, Tita, Chencha y
dos peones: Rosalío y Guadalupe. Nicolás, el capataz, aún no regresaba con el ganado que
por imperiosa necesidad había ido a comprar, pues ante la escasez de alimentos habían
tenido que ir matando a los animales con que contaban y era preciso reponerlos. Se había
llevado con él a dos de los trabajadores de más confianza para que lo ayudaran. Había
dejado a su hijo Felipe al cuidado del rancho, pero Mamá Elena lo había relevado del
cargo, tomando ella el mando en su lugar, para que Felipe pudiera irse a San Antonio,
Texas, en busca de noticias sobre Pedro y su familia. Temían que algo malo les hubiera
pasado, ante su falta de comunicación desde su partida.
-Esta vieja ha de tener todo escondido dentro de la casa, ¡déjeme entrar a supervisar!
Mamá Elena, poniendo el dedo en el gatillo, respondió:
-¡Yo no estoy bromeando y ya dije que a mi casa no entra nadie!
El sargento, riéndose y columpiando unas gallinas que llevaba en la mano, trató de
caminar hacia la entrada. Mamá Elena levantó la escopeta, se recargó en la pared para no
Rosalío llegó a galope a informar que una tropa se acercaba al rancho. Inmediatamente
Mamá Elena tomó su escopeta y mientras la limpiaba pensó en esconder de la voracidad y
el deseo de estos hombres los objetos más valiosos que poseía. Las referencias que le
habían dado de los revolucionarios no eran nada buenas, claro que tampoco eran nada
confiables pues provenían del padre Ignacio y del Presidente Municipal de Piedras
Negras. Por ellos tenía conocimiento de cómo entraban a las casas, cómo arrasaban con
todo y cómo violaban a las muchachas que encontraban en su camino. Así pues, ordenó a
Tita, Chencha y el cochino que permanecieran escondidos en el sótano.
caer al piso por el impulso que iba a recibir, y le disparó a las gallinas. Por todos lados se
esparcieron pedazos de carne y olor a plumas quemadas.
Rosalío y Guadalupe sacaron sus pistolas temblando y plenamente convencidos de que
ése era su último día en la tierra. El soldado que estaba junto al capitán intentó
dispararle a Mamá Elena, pero el capitán con un gesto se lo impidió. Todos esperaban una
orden suya para atacar.
-Tengo muy buen tino y muy mal carácter, capitán. El próximo tiro es para usted y le
aseguro que puedo dispararle antes de que me maten, así es que mejor nos vamos
respetando, porque si nos morimos, yo no le voy a hacer falta a nadie, pero de seguro la
nación sí sentiría mucho su pérdida, ¿o no es así?
Cuando los revolucionarios llegaron, encontraron a Mamá Elena en la entrada de la
casa. Bajo las enaguas escondía su escopeta; a su lado estaban Rosalío y Guadalupe. Su
mirada se encontró con la del capitán que venía al mando y éste supo inmediatamente, por
la dureza de esa mirada, que estaban ante una mujer de cuidado.
Realmente era difícil sostener la mirada de Mamá Elena, hasta para un capitán. Tenía
algo que atemorizaba. El efecto que provocaba en quienes la recibían era de un temor
indescriptible: se sentían enjuiciados y sentenciados por faltas cometidas. Caía uno preso
de un miedo pueril a la autoridad materna.
-Buenas tardes, señora, ¿es usted la dueña de este rancho?
-Así es. ¿Qué es lo que quieren?
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-Sí, tiene razón. Pero no 'se preocupe, nadie va a matarla, ni a faltarle al respeto,
¡faltaba más! Una mujer así de valiente siempre tendrá mi admiración. Y dirigiéndose a
sus soldados dijo:
hizo que sintiera de golpe la soledad. Fue en ese momento cuando más sintió la partida de
Pedro, Rosaura y Roberto del rancho. Subió rápidamente los peldaños de la enorme
escalera que terminaba en el palomar y lo único que encontró fue la alfombra de plumas y
la suciedad característica del lugar.
-Nadie va a entrar a esta casa, vean qué más pueden encontrar aquí y vámonos.
Lo que descubrieron fue el gran palomar que formaba todo el techo de dos aguas de la
enorme casa. Para llegar a él se tenía que trepar una escalera de siete metros de altura.
Subieron tres rebeldes y se quedaron pasmados un buen rato antes de poder moverse.
Imponían el tamaño, la obscuridad y el canturreo de las palomas ahí reunidas que
entraban y saltan por pequeñas ventanas laterales. Cerraron la puerta y las ventanas para
que ninguna pudiera escapar y se dedicaron a atrapar pichones y palomas.
Juntaron tal cantidad que pudieron alimentar a todo el batallón por una semana. Antes
de retirarse, el capitán recorrió a caballo el patio trasero, inhaló profundamente el
indeleble olor a rosas que aún permanecía en ese lugar. Cerró los ojos y así permaneció un
buen rato.
Regresando al lado de Mamá Elena le preguntó:
-Tengo entendido que tiene tres hijas, ¿dónde están?
El viento se colaba por la puerta abierta y levantaba algunas plumas que caían sobre
una alfombra de silencio. De pronto escuchó un leve sonido: un pequeño pichón recién
nacido se había salvado de la masacre. Tita lo tomó y se dispuso a bajar, pero antes se
detuvo a mirar por un momento la polvareda que los caballos de los soldados habían
dejado en su partida. Se preguntaba extrañada el porqué no le habían hecho ningún daño
a su madre. Mientras estaba en su escondite rezaba por que nada malo le pasara a Mamá
Elena, pero inconscientemente tenia la esperanza de que al salir la encontraría muerta.
Avergonzada de tales pensamientos metió al pichón entre sus pechos para tener las
manos libres y poder agarrarse bien de la peligrosa escalera. Luego bajó del palomar.
Desde ese día su mayor preocupación era la de alimentar al escuálido pichón. Sólo de esta
manera la vida tenia cierto sentido. No se comparaba con la plenitud que proporciona el
amamantar a un ser humano, pero de alguna manera se le parecía.
Sus pechos se había secado de un día para otro, por la pena que le causó la separación
de su sobrino. Mientras buscaba lombrices, no podía dejar de pensar en quién y cómo
estaría alimentando a Roberto. Este pensamiento la atormentaba día y noche. En todo el
mes no había podido conciliar el sueño ni un instante. Su único logro durante ese periodo
había sido el quintuplicar el tamaño de su enorme colcha. Chencha llegó a sacarla de sus
pensamientos de conmiseración y se la llevó a empujones a la cocina. La sentó frente al
metate y la puso a moler las especias junto con los chiles. Para que se facilite esta
operación es bueno poner de vez en cuando unos chorritos de vinagre mientras se muele.
Por último, se mezcla la carne muy picada o molida con los chiles y las especias y se deja
reposar largo rato, de preferencia toda una noche.
-La mayor y la menor viven en Estados Unidos, la otra murió.
La noticia pareció conmover al capitán. Con voz apenas perceptible respondió:
-Es una lástima, una verdadera lástima.
Se despidió de Mamá Elena con una reverencia. Se fueron tranquilamente, tal y como
vinieron y Mamá Elena quedó muy desconcertada ante la actitud que hablan tenido para
con ella; no correspondía a la de los matones desalmados que esperaba. Desde ese día
prefirió no opinar sobre los revolucionarios. De lo que nunca se enteró es de que ese era
el mismo Juan Alejandrez que meses antes se habla llevado a su hija Gertrudis.
Estaban a mano, pues el capitán también ignoró que en la parte trasera de la casa
Mamá Elena tenía, enterradas en ceniza, una gran cantidad de gallinas. Habían logrado
matar a veinte antes de que ellos llegaran. Las gallinas se rellenan con granos de trigo o
avena y con todo y plumas se meten dentro de una olla de barro barnizado. Con un lienzo
se tapa bien la olla y de esta manera se puede conservar la carne en buen estado por más
de una semana.
No acababan de empezar a moler, cuando Mamá Elena entró a la cocina, preguntando
por qué no estaba llena la tina para su baño. No le gustaba bañarse demasiado tarde, pues
el cabello no se le alcanzaba a secar adecuadamente.
Preparar el baño para Mamá Elena era lo mismo que preparar una ceremonia. El agua
se tenía que poner a hervir con flores de espliego, el aroma preferido de Mamá Elena.
Después se pasaba la «decocción» por un limpio y se le añadían unas gotas de
aguardiente. Por último había que llevar, una tras otra, cubetas con esta agua caliente
hasta el cuarto obscuro. Un pequeño cuarto que estaba al final de la casa, junto a la
Ésta era una práctica común en el rancho desde tiempos remotos, cuando tenían que
conservar los animales después de una cacería.
Al salir de su escondite, lo primero que Tita extrañó fue el canturreo constante de las
palomas, el cual, desde que nació, formaba parte de su cotidianidad. Este súbito silencio
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cocina. Este cuarto, como su nombre lo indica, no recibía rayo de luz alguno pues carecía
de ventanas. Sólo tenía una angosta puerta. Dentro, a mitad del cuarto, se encontraba
una gran tina donde se depositaba el agua. Junto a ella, en una vasija de peltre se ponía
agua con shishi para el lavado del pelo de Mamá Elena.
de vaca en una pequeña cantidad de agua hirviendo, sumergir una esponja suave en esta
agua y con ella mojar toda la ropa, enseguida aclarar con agua limpia los vestidos y
sacarlos al aire libre.
Tita fregaba y fregaba la ropa como tantas veces lo hizo con los pañales de Roberto
para quitarles las manchas. Lo lograba poniendo a cocer una porción de orina, en ella
sumergía la mancha por un momento, lavándola después con agua. Así de simple, las
manchas se esfumaban. Pero ahora por más que sumergía los pañales en la orina, no podía
quitarles ese horroroso color negro. De pronto se dio cuenta que no se trataba de los
pañales de Roberto, sino de la ropa de su madre. La había estado sumergiendo en la
bacinica que desde la mañana había dejado olvidada sin lavar junto al fregadero. Apenada,
se dispuso a corregir su fallo.
Sólo Tita, cuya misión era la de atenderla hasta su muerte, era la única que podía
estar presente en el ritual y ver a su madre desnuda. Nadie más. Por eso se había
construido este cuarto a prueba de mirones. Tita le tenía que lavar a su mamá primero el
cuerpo, luego el cabello y por último la dejaba unos momentos descansando, gozando del
agua, mientras ella planchaba la ropa que se pondría Mamá Elena al salir de la tina.
A una orden de su madre, Tita le ayudaba a secarse y a ponerse lo más pronto posible
la ropa bien caliente, para evitar un resfrío. Después, entreabría un milímetro la puerta,
para que el cuarto se fuera enfriando y el cuerpo de Mamá Elena no sufriera un cambio
brusco de temperatura. Mientras tanto le cepillaba el pelo, alumbrada únicamente por el
débil rayo de la luz que se filtraba por la rendija de la puerta y que creaba un ambiente
de sortilegio al revelar las formas caprichosas del vapor de agua. Le cepillaba el cabello
hasta que éste quedaba seco por completo, entonces le hacía una trenza y daban por
terminada la liturgia. Tita siempre daba gracias a Dios de que su mamá sólo se bañara una
vez por semana, porque si no su vida sería un verdadero calvario.
Ya instalada en la cocina, Tita se propuso poner más atención en lo que hacía. Tenía
que poner coto a los recuerdos que la atormentaban o la furia de Mamá Elena podría
estallar de un momento a otro.
Desde que empezó a preparar el baño de Mamá Elena dejó reposando el chorizo, por
tanto ya había pasado tiempo suficiente como para proceder a rellenar las tripas.
Tienen que ser tripas de res, limpias y curadas. Para rellenarlas se utiliza un embudo.
Se atan muy bien a distancia de cuatro dedos, y se pican con una aguja para que salga el
aire, que es lo que puede perjudicar el chorizo. Es muy importante comprimirlo muy bien
mientras se rellena, para que no quede ningún espacio.
En opinión de Mamá Elena, con el baño pasaba lo mismo que con la comida: por más que
Tita se esforzaba, siempre cometía infinidad de errores. O la camisa tenía una arruguita
o no estaba suficientemente caliente el agua o la raya de la trenza estaba chueca, en fin,
parecía que la única virtud de Mamá Elena era la de encontrar defectos. Pero nunca
encontró tantos como ese día. Y es que Tita verdaderamente había descuidado todos los
detalles de la ceremonia. El agua estaba tan caliente que Mamá Elena se quemó los pies al
entrar, había olvidado el shishi para el lavado del pelo, había quemado el fondo y la
camiseta, había abierto la puerta demasiado, en fin, que ahora sí se había ganado a pulso
el que Mamá Elena la reprendiera y la expulsara del cuarto de baño.
Por más empeño que Tita ponía en evitar que los recuerdos acudieran a ella y la
hicieran cometer más errores, no pudo evitarlos al tener en las manos un trozo grande de
chorizo y rememorar la noche de verano en que todos salieron a dormir al patio. En la
época de canícula se colgaban en el patio grandes hamacas, pues el calor se hacia
insoportable. En una mesa se ponía una tinaja con hielo y dentro se colocaba una sandía
partida por si alguien a media noche se levantaba acalorado con deseos de refrescarse
comiendo una rebanada. Mamá Elena era especialista en partir sandia: tomando un
cuchillo filoso, encajaba la punta de tal manera que sólo penetraba hasta donde
terminaba la parte verde de la cáscara, dejando sin tocar el corazón de la sandía.
Tita caminaba aprisa hacia la cocina, llevando bajo el brazo la ropa sucia,
lamentándose del regaño y de sus garrafales fallas. Lo que más le dolía era el trabajo
extra que significaba haber quemado la ropa. Era la segunda vez en su vida que le ocurría
este tipo de desgracia. Ahora iba a tener que humedecer las manchas rojizas en una
solución de dorato de potasa con agua pura y con lejía alcalina suave, restregando
repetidas veces, hasta lograr que la mancha desapareciera, aunando este penoso trabajo
al de lavar. la ropa negra con que se vestía su madre. Para hacerlo tenía que disolver hiel
Hacía varios cortes en la cáscara, de una perfección matemática tal que cuando
terminaba tomaba entre sus manos la sandía y le daba un solo golpe sobre una piedra,
pero en el lugar exacto, y mágicamente la cáscara de la sandía se abría como pétalos en
flor, quedando sobre la mesa el corazón intacto. Indudablemente, tratándose de partir,
desmantelar, desmembrar, desolar, destetar, desjarretar, desbaratar o desmadrar algo,
107
Mamá Elena era una maestra. Desde que Mamá Elena murió nunca nadie ha podido volver a
realizar esa proeza (con la sandía).
La entrada de Mamá Elena a la cocina ahuyentó sus recuerdos. Tita dejó caer el
chorizo entre sus manos. Sospechaba que su madre podía leerle el pensamiento. Tras ella,
entró Chencha llorando desconsoladamente.
Tita escuchó desde su hamaca cómo alguien se había levantado a comer un pedazo de
sandia. A ella la habían despertado las ganas de ir al baño. Todo el día había tomado
cerveza, no para aminorar el calor sino para tener más leche, para amamantar a su
sobrino.
-¡No llores niña! Me choca verte llorar. ¿Qué es lo que te pasa?
-Es q'el Felipe yástá aquí y dice ¡que si petatió!
-¿Qué dices? ¿Quién se murió?
Este dormía apaciblemente junto a su hermana. Se levantó a tientas, no podía
distinguir nada, era una noche de completa obscuridad. Se fue caminando hacia el baño,
tratando de recordar dónde estaban las hamacas, no quería tropezar con nadie.
-¡Pos el niño!
-¿Cuál niño?
-¡Pos cuál iba’ser! Pos su nieto, todo lo que comía le caía mal ¡y pos si petatió!
Pedro, sentado en su hamaca, comía su sandia y pensaba en Tita. Su cercanía le
producía una gran agitación. No podía dormir imaginándola ahí a unos pasos de él... y de
Mamá Elena, por supuesto. Su respiración se detuvo unos instantes al escuchar el sonido
de unos pasos en las tinieblas. Tenía que tratarse de Tita, la fragancia peculiar que se
esparció por el aire, entre jazmín y olores de la cocina sólo podía pertenecerle a ella. Por
un momento pensó que Tita se había levantado para buscarlo. El ruido de sus pasos
acercándose a él se confundía con el de su corazón, que latía violentamente. Pero no, los
pasos ahora se alejaban, en dirección al baño. Pedro se levantó como un felino y sin hacer
ruido la alcanzó.
Tita se sorprendió al sentir que alguien la jalaba y le tapaba la boca, pero
inmediatamente se dio cuenta de a quién pertenecía esa mano, y permitió sin ninguna
resistencia que la mano se deslizara primero por su cuello hasta sus senos y después en
un reconocimiento total por todo su cuerpo.
Tita sintió en su cabeza un trastero cayéndose. Después del golpe, el sonido de una
vajilla rota en mil pedazos. Como impelida por un resorte se levantó.
-¡Siéntate a trabajar! Y no quiero lágrimas. Pobre criatura,-espero que el Señor lo
tenga en su gloria, pero no podemos dejar que la tristeza nos gane, hay mucho que hacer.
Primero terminas y luego haces lo que quieras, menos llorar, ¿me oíste?
Tita sintió que una violenta agitación se posesionaba de su ser: enfrentó firmemente
la mirada de su madre mientras acariciaba el chorizo y después, en lugar de obedecerla,
tomó
todos los chorizos que encontró y los partió en pedazos, gritando enloquecida.
-¡Mire lo que hago con sus órdenes! ¡Ya me cansé! ¡Ya me cansé de
obedecerla!
Mamá Elena se acercó, tomó una cuchara de madera y le cruzó la cara
con ella.
Mientras recibía un beso en la boca, la mano de Pedro, tomando la suya, la invitó a
recorrerle el cuerpo. Tita tímidamente palpó los duros músculos de los brazos y el pecho
de Pedro. Más abajo, un tizón encendido, que palpitaba bajo la ropa. Asustada, retiró la
mano, no por el descubrimiento, sino por un grito de Mamá Elena.
-¡Usted es la culpable de la muerte de Roberto! -le gritó Tita fuera de sí y salió
corriendo, secándose la sangre que le escurría de la nariz; tomó al pichón, la cubeta de
lombrices y se subió al palomar.
-Tita, ¿dónde estás?
Mamá Elena ordenó que quitaran la escalera y que la dejaran pasar toda la noche ahí.
Mamá Elena y Chencha terminaron en silencio de rellenar los chorizos. Con lo
perfeccionista que era Mamá Elena y el cuidado que siempre ponla para que no quedara
aire dentro de los chorizos, fue verdaderamente inexplicable para todos que una semana
después encontraran los chorizos invadidos de gusanos en la bodega donde los había
puesto a secar.
-Aquí, mami, vine al baño.
Temerosa de que su madre sospechara algo, Tita regresó rápidamente y pasó una
noche de tortura aguantando las ganas de orinar acompañada de otra sensación parecida.
Pero de nada sirvió su sacrificio: al día siguiente Mamá Elena, que por un tiempo parecía
haber cambiado de opinión en cuanto a que Pedro y Rosaura se fueran a vivir a San
Antonio, Texas, aceleró la partida y en tres días más logró que se fueran del rancho.
A la mañana siguiente mandó que Chencha bajara a Tita. Mamá Elena no podía hacerlo
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pues sólo había una cosa que temía en la vida y era el miedo a las alturas. No soportaba ni
el pensamiento de tener que subir por la escalera, que media siete metros, y abrir hacia
fuera la pequeña puerta, para poder entrar. Por lo tanto le convenía fingir más orgullo del
que tenia y mandar a otra persona para que bajara a Tita, aunque ganas no le faltaban de
subir personalmente y bajarla arrastrándola de los cabellos.
Chencha la encontró con el pichón en las manos. Tita parecía no darse cuenta de que
estaba muerto. Intentaba darle de comer más lombrices. El pobre tal vez murió de
indigestión porque Tita le dio demasiadas. Tita tenía la mirada perdida y miraba a
Chencha como si fuera la primera vez que la viera en su vida.
VI. Junio
INGREDIENTES:
1 onza de nitro en polvo
½ onza de minio
½ onza de goma arábiga en polvo
1 dracma de fósforo
azafrán
cartón
Chencha bajó diciendo que Tita estaba como loca y que no quería abandonar el
palomar.
-Muy bien, si está como loca va a ir a dar al manicomio. ¡En esta casa no hay lugar para
dementes!
Y efectivamente, de inmediato mandó a Felipe a por el doctor Brown para que se
llevara a Tita a un manicomio. El doctor llegó, escuchó la versión de la historia de parte
de Mamá Elena y se dispuso a subir al palomar.
Encontró a Tita desnuda, con la nariz rota y llena de suciedad de palomas por todo el
cuerpo. Algunas plumas se le habían pegado en la piel y el pelo. En cuanto vio al doctor
corrió a un rincón y se puso en posición fetal.
Nadie supo qué le dijo el doctor Brown durante las horas que pasó con ella, pero al
atardecer bajó con Tita ya vestida, la subió a su carretela y se la llevó.
Chencha, corriendo y llorando a su lado, apenas alcanzó a ponerle a Tita en los
hombros la enorme colcha que había tejido en sus interminables noches de insomnio. Era
tan grande y pesada que no cupo dentro del carruaje. Tita se aferró a ella con tal fuerza
que no hubo más remedio que llevarla arrastrando como una enorme y caleidoscópica cola
de novia que alcanzaba a cubrir un kilómetro completo. Debido a que Tita utilizaba en su
colcha cuanto estambre caía en sus manos, sin importarle el color, la colcha mostraba una
amalgama de colores, texturas y formas que aparecían y desaparecían como por arte de
magia entre la monumental polvareda que levantaba a su paso.
Manera de hacerse:
Disuélvase la goma arábiga en agua caliente hasta que se haga una masa no muy
espesa; estando preparada se le une el fósforo y se disuelve en ella, al igual que el nitro.
Se le pone después el minio suficiente para darle color.
Tita observaba al doctor Brown realizar estas acciones en silencio.
Estaba sentada junto a la ventana de un pequeño laboratorio que el doctor tenia en la
parte trasera del patio de su casa. La luz que se filtraba por la ventana le daba en la
espalda y le proporcionaba una pequeña sensación de calor, tan sutil que era casi
imperceptible. Su frío crónico no le permitía calentarse, a pesar de estar cubierta con su
pesada colcha de lana. Por uno de sus extremos continuaba tejiéndola por las noches, con
un estambre que John le habla comprado.
De toda la casa, ése era el lugar preferido de ambos. Tita lo había descubierto a la
semana de haber llegado a la casa del doctor John Brown. Pues John, en contra de lo que
Mamá Elena le había pedido, en lugar de depositarla en un manicomio la llevó a vivir con él.
Tita nunca dejaría de agradecérselo. Tal vez en un manicomio hubiera terminado
realmente loca. En cambio, aquí, con las cálidas palabras y las actitudes de John para con
ella se sentía cada día mejor. Como en sueños recordaba su llegada a la casa. Entre
imágenes borrosas guardaba en su memoria el intenso dolor que sintió cuando el doctor le
puso la nariz en su lugar.
Continuará…
Siguiente receta:
Masa para hacer fósforos
Masa para hacer fósforos
109
Después las manos de John, graves y amorosas, quitándole la ropa y bañándola; luego
con cuidado le había desprendido de todo el cuerpo la suciedad de las palomas, dejándola
limpia y perfumada. Por último, le había cepillado el cabello tiernamente y acostado en
una
cama con sábanas almidonadas.
una fuerza superior, pero nada de eso sucedió. Decepcionada, descubrió que el humo no le
pertenecía.
Provenía de un pequeño cuarto al fondo del patio. Una fumarola desperdigaba por el
ambiente un olor tan agradable y a la vez tan familiar que le hizo abrir la ventana para
poder inhalarlo profundamente. Con sus ojos cerrados se vio sentada junto a Nacha en el
piso de la cocina mientras hacían tortillas de maíz: vio la olla donde se cocinaba un
puchero de lo más aromático, junto a él los frijoles soltaban el primer hervor... sin
dudarlo decidió ir a investigar quién cocinaba. No podía tratarse de Caty. La persona que
producía ese tipo de olor con la comida sí sabía cocinar. Sin haberla visto, Tita sentía
reconocerse en esa persona; quienquiera que fuera.
Esas manos la habían rescatado del horror y nunca lo olvidaría.
Algún día, cuando tuviera ganas de hablar le gustaría hacérselo saber a John; por
ahora prefería el silencio. Tenía muchas cosas que ordenar en su mente y no encontraba
palabras para expresarlo que se estaba cocinando en su interior desde que dejó el
rancho. Se sentía muy desconcertada. Los primeros días inclusive no quería salir del
cuarto, ahí le llevaba sus alimentos Caty, una señora norteamericana de setenta años, que
aparte de encargarse de la cocina tenía la misión de cuidar de Alex, el pequeño hijo del
doctor. La madre de éste se había muerto cuando él nació. Tita escuchaba a Alex reír y
corretear por el patio, sin ánimos de conocerlo.
Cruzó el patio con determinación, abrió la puerta y se encontró con una agradable
mujer como de ochenta años de edad. Era muy parecida a Nacha. Una larga trenza
cruzada le cubría la cabeza, estaba limpiándose el sudor de la frente con el delantal. Su
rostro tenía claros rasgos indígenas. Hervía té en un cazo de barro.
A veces Tita ni siquiera probaba la comida, era una comida insípida que le
desagradaba. En lugar de comer, prefería ponerse horas enteras viéndose las manos.
Como un bebé, las analizaba y las reconocía como propias. Las podía mover a su antojo,
pero aún no sabía qué hacer con ellas, aparte de tejer. Nunca había tenido tiempo de
detenerse a pensar en estas cosas. Al lado de su madre, lo que sus manos tenían que
hacer estaba fríamente determinado, no había dudas. Tenía que levantarse, vestirse,
prender el fuego en la estufa, preparar el desayuno, alimentar a los animales, lavar los
trastes, hacer las camas, preparar la comida, lavar los trastes, planchar la ropa, preparar
la cena, lavar los trastes, día tras día, año tras año. Sin detenerse un momento, sin
pensar si eso era lo que le correspondía. Al verlas ahora libres de las órdenes de su
madre no sabía qué pedirles que hicieran, nunca lo había decidido por sí misma. Podían
hacer cualquier cosa o convertirse en cualquier cosa. ¡Si pudieran transformarse en aves
y elevarse volando! Le gustaría que la llevaran lejos, lo más lejos posible. Acercándose a
la ventana que daba al patio, elevó sus manos al cielo, quería huir de sí misma, no quería
pensar en tomar una determinación, no quería volver a hablar. No quería que sus palabras
gritaran su dolor.
Levantó la vista y le sonrió amablemente, invitándola a sentarse junto a ella. Tita así lo
hizo. Inmediatamente le ofreció una taza de ese delicioso té.
Tita lo tomó despacito, disfrutando al máximo el sabor de esas hierbas desconocidas y
conocidas al mismo tiempo. Qué sensación más agradable le producían el calor y el sabor
de esta infusión.
Permaneció un buen rato al lado de esta señora. Ella tampoco hablaba, pero no era
necesario. Desde un principio se estableció entre ellas una comunicación que iba más allá
de las palabras.
Desde entonces diariamente la había visitado. Pero poco a poco, en lugar de ella, fue
apareciendo el doctor Brown. La primera vez que sucedió le causó extrañeza, no esperaba
encontrarlo ahí, ni tampoco los cambios que había hecho en la decoración del lugar.
Ahora había muchos aparatos científicos, tubos de ensayo, lámparas, termómetros,
etc. La pequeña estufa había perdido el lugar preponderante, para ocupar un pequeño
sitio en un rincón de la habitación. Sentía que no era justa esta relegación, pero como no
deseaba que sus labios emitieran sonido alguno, se guardó para más tarde su opinión al
respecto junto con la pregunta sobre el paradero y la identidad de esta mujer. Además
tenía que reconocer que también disfrutaba enormemente de la compañía de John. La
única diferencia era que él sí hablaba, y en lugar de cocinar se dedicaba a poner a prueba
sus teorías de una manera científica.
Deseó con toda el alma que sus manos se elevaran. Permaneció un buen rato así, viendo
el fondo azul del cielo a través de sus inmóviles manos. Tita pensó que el milagro se
estaba convirtiendo en realidad cuando observó que sus dedos se empezaban a
transformar en un tenue vapor que se elevaba al cielo. Se preparó para subir atraída por
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Esta afición por experimentar la había heredado de su abuela, una india kikapú a la
que su abuelo había raptado y llevado a vivir con él lejos de su tribu. Con todo y que se
casó con ella, la orgullosa y netamente norteamericana familia del abuelo le había
construido este cuarto al fondo de la casa, donde la abuela podía pasar la mayor parte del
día dedicándose a la actividad que más le interesaba: investigar las propiedades curativas
de las plantas.
fricciones de agua caliente. Para contener la sangre y cerrar las fisuras se cubren con
yesca de álamo o trapo y luego se aplica una cataplasma de miga de pan y leche, que se
retira hasta que las fisuras estén enteramente cicatrizadas.
Mary hizo todo esto al pie de la letra, pero el caso es que cuando retiraron las
sanguijuelas del brazo de Peter se empezó a desangrar y no podían contener la
hemorragia. Cuando «la kikapú» escuchó los gritos de desesperación provenientes de la
casa corrió a ver qué era lo que pasaba. Al momento se acercó al enfermo y al poner una
de sus manos sobre las heridas logró de inmediato contener el sangrado. Todos quedaron
asombradísimos. Entonces les pidió que por favor la dejaran a solas con el enfermo.
Nadie se atrevió a decirle que no después de lo que acababan de presenciar. Se pasó toda
la tarde al lado de su suegro cantándole melodías extrañas y poniéndole cataplasmas de
hierbas entre los humos del incienso y copal que había puesto a quemar. Hasta muy
entrada la noche no abrió la puerta de la recámara y salió rodeada de nubes de incienso;
tras ella, Peter hizo su aparición, completamente restablecido.
A partir de ese día «la kikapú» se convirtió en el médico de la familia y fue
plenamente reconocida como curandera milagrosa entre la comunidad norteamericana. El
abuelo quiso construirle un sitio más grande para que practicara sus investigaciones, pero
ella se negó. No podía haber en toda la casa un lugar superior a su pequeño laboratorio.
En él John había pasado la mayor parte de su niñez y adolescencia. Cuando entró a la
universidad dejó de frecuentarlo, pues las modernas teorías médicas que ahí le
enseñaban se contraponían enormemente con las de su abuela y con lo que él aprendía de
ella. Conforme la medicina fue avanzando, fue llevando a John de regreso a los
conocimientos que su abuela le había dado en sus inicios, y ahora, después de muchos años
de trabajo y estudio, regresaba al laboratorio convencido de que sólo ahí encontraría lo
último en medicina. Mismo que podría ser del conocimiento público si es que él lograba
comprobar científicamente todas las curaciones milagrosas que «Luz del amanecer» había
realizado.
Al mismo tiempo este cuarto le servía de refugio en contra de las agresiones de su
familia. Una de las primeras que recibió fue que le pusieran el mote de «la kikapú», en
lugar de llamarla por su verdadero nombre, creyendo que con esto la iban a molestar
enormemente. Para los Brown, la palabra «kikapú» encerraba lo más desagradable de este
mundo, pero no así para «Luz del amanecer». Para ella significaba todo lo contrario y era
un motivo enorme de orgullo.
Éste era sólo un pequeño ejemplo de la gran diferencia de opiniones y conceptos que
existían entre estos representantes de dos culturas tan diferentes, y que hacía
imposible que entre los Brown surgiera el deseo de un acercamiento a las costumbres y
tradiciones de «Luz del amanecer». Tuvieron que pasar años antes de que se adentraran
un poco en la cultura de «la kikapú». Fue cuando el bisabuelo de John, Peter, estuvo muy
enfermo de un mal en los bronquios. Los accesos de tos lo hacían ponerse morado
constantemente. El aire no podía entrarle libremente en sus pulmones. Su esposa Mary,
conocedora de nociones sobre medicina, pues era hija de un médico, sabía que en estos
casos el organismo del enfermo producía mayor cantidad de glóbulos rojos; para
contrarrestar esta insuficiencia era recomendable aplicar una sangría para prevenir que
un exceso de estos glóbulos produjera un infarto o un trombo, ya que cualquiera de ellos
podía ocasionar la muerte del enfermo.
La abuela de John, Mary, entonces empezó a preparar las sanguijuelas con las que
aplicaría la sangría a su esposo. Mientras lo hacía, se sentía de lo más orgullosa de estar
al tanto de los mejores conocimientos científicos que le permitían cuidar la salud de su
familia de una manera moderna y adecuada, ¡no con hierbas como «la kikapú»!
Tita gozaba enormemente el verlo trabajar. Con él siempre había cosas que aprender
y descubrir, como ahora, que mientras preparaba los cerillos le estaba dando toda una
cátedra sobre el fósforo y sus propiedades.
Las sanguijuelas se ponen dentro de un vaso con medio dedo de agua, por espacio de
una hora. La parte del cuerpo donde se van a aplicar se lava con agua tibia azucarada.
Entre tanto se colocan las sanguijuelas en un lienzo limpio y se cubren con él. Después se
colocan sobre la parte en que se han de agarrar, sujetándolas bien con el paño y
procurando comprimirlas, para que no vayan a picar por otro lado. Si después de
desprenderlas conviniera la evacuación de sangre, ésta se favorece por medio de
-En 1669, Brandt, químico de Hamburgo, buscando la piedra filosofal descubrió el
fósforo. Él creía que al unir el extracto de la orina con un metal conseguirla transmutarlo
en oro. Lo que obtuvo fue un cuerpo luminoso por sí mismo, que ardía con una vivacidad
desconocida hasta entonces. Por mucho tiempo se obtuvo el fósforo calcinando
fuertemente el residuo de la evaporación de la orina en una retorta de tierra cuyo cuello
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se sumergía en el agua. Hoy se extrae de los huesos de los animales, que contienen ácido
fosfórico y cal.
solo fósforo.
»Si eso llega a pasar el alma huye de nuestro cuerpo, camina errante por las tinieblas
más profundas tratando vanamente de encontrar alimento por sí misma, ignorante de que
sólo el cuerpo que ha dejado inerme, lleno de frío, es el único que podría dárselo.
El doctor no por hablar descuidaba la preparación de los fósforos. Sin ningún
problema disociaba la actividad mental de la física. Podía inclusive filosofar sobre
aspectos muy profundos de la vida sin que sus manos cometieran errores o pausas. Por
tanto, prosiguió manufacturando los cerillos mientras platicaba con Tita.
¡Qué ciertas eran estas palabras! Si alguien lo sabía era ella.
Desgraciadamente, tenía que reconocer que sus cerillos estaban llenos de moho y
humedad. Nadie podría volver a encender uno solo.
Lo más lamentable era que ella sí conocía cuáles eran sus detonadores, pero cada vez
que
había logrado encender un fósforo se lo habían apagado inexorablemente.
John, como leyéndole el pensamiento, comentó:
-Ya teniendo la masa para los fósforos, el paso que sigue es preparar el cartón para
las cerillas. En una libra de agua se disuelve una de nitro y se le agrega un poco de
azafrán para darle color, y en esta solución se baña el cartón. Al secarse se corta en
pequeñas tiritas y a éstas se les pone un poco de masa en las puntas. Poniéndolas a secar,
enterradas en arena.
Mientras se secaban las tiras, el doctor le mostró un experimento a Tita.
-Por eso hay que permanecer alejados de personas que tengan un aliento gélido. Su
sola presencia podría apagar el fuego más intenso, con los resultados que ya conocemos.
Mientras más distancia tomemos de estas personas, será más fácil protegernos de su
soplo. -Tomando una mano de Tita entre las suyas, fácil añadió-: Hay muchas maneras de
poner a secar una caja de cerillos húmeda, pero puede estar segura de que tiene remedio.
Aunque el fósforo no hace combustión en el oxígeno a la temperatura ordinaria, es
susceptible de arder con gran rapidez a una temperatura elevada, mire...
El doctor introdujo un pequeño pedazo de fósforo bajo un tubo cerrado por uno de sus
extremos y lleno de mercurio. Hizo fundir el fósforo acercando el tubo a la llama de una
vela. Después, por medio de una pequeña campana de ensayos llena de gas oxígeno hizo
pasar el gas a la campana muy poco a poco. En cuanto el gas oxígeno llegó a la parte
superior de la campana, donde se encontraba el fósforo fundido, se produjo una
combustión viva e instantánea, que los deslumbró como si fuese un relámpago.
-Como ve, todos tenemos en nuestro interior los elementos necesarios para producir
fósforo. Es más, déjeme decirle algo que a nadie le he confiado. Mi abuela tenia una
teoría muy interesante, decía que si bien todos nacemos con una caja de cerillos en
nuestro interior, no los podemos encender solos, necesitamos, como en el experimento,
oxígeno y la ayuda de una vela. Sólo que en este caso el oxígeno tiene que provenir, por
ejemplo, del aliento de la persona amada; la vela puede ser cualquier tipo de alimento,
música, caricia, palabra o sonido que haga disparar el detonador y así encender uno de los
cerillos. Por un momento nos sentiremos deslumbrados por una intensa emoción. Se
producirá en nuestro interior un agradable calor que irá desapareciendo poco a poco
conforme pase el tiempo, hasta que venga una nueva explosión a reavivarlo. Cada persona
tiene que descubrir cuáles son sus detonadores para poder vivir, pues la combustión que
se produce al encenderse uno de ellos es lo que nutre de energía el alma. En otras
palabras, esta combustión es su alimento. Si uno no descubre a tiempo cuáles son sus
propios detonadores, la caja de cerillos se humedece y ya nunca podremos encender un
Tita dejó que unas lágrimas se deslizaran por su rostro. Con dulzura John se las secó
con su pañuelo.
-Claro que también hay que poner mucho cuidado en ir encendiendo los cerillos uno a
uno. Porque si por una emoción muy fuerte se llegan a encender todos de un solo golpe
producen un resplandor tan fuerte que ilumina más allá de lo que podemos ver
normalmente y entonces ante nuestros ojos aparece un túnel esplendoroso que nos
muestra el camino que olvidamos al momento de nacer y que nos llama a reencontrar
nuestro perdido origen divino. El alma desea reintegrarse al lugar de donde proviene,
dejando al cuerpo inerte... Desde que mi abuela murió he tratado de demostrar
científicamente esta teoría. Tal vez algún día lo logre. ¿Usted qué opina?
El doctor Brown guardó silencio, para darle tiempo a Tita de comentar algo si así lo
deseaba. Pero su silencio era como de piedra.
-Bueno, no quiero aburrirla con mi plática. Vamos a descansar, pero antes de irnos
quisiera enseñarle un juego que mi abuela y yo practicábamos con frecuencia. Aquí
pasábamos la mayor parte del día y entre juegos me transmitió todos sus conocimientos.
»Ella era una mujer muy callada, así como usted. Se sentaba frente a esa estufa, con
su gran trenza cruzada sobre la cabeza; y solía adivinar lo que yo pensaba. Yo quería
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aprender a hacerlo, así que después de mucho insistirle me dio la primera lección. Ella
escribía utilizando una sustancia invisible, y sin que yo la viera, una frase en la pared.
Cuando por la noche yo veía la pared, adivinaba lo que ella había escrito. ¿Quiere que
hagamos la prueba?
Con esta información Tita se enteró de que la mujer con la que tantas veces había
estado era la difunta abuela de John. Ya no tenía que preguntarlo.
El doctor tomó con un lienzo un pedazo de fósforo y se lo dio a Tita.
INGREDIENTES:
2 colitas de res
1 cebolla
2 dientes de ajo
4 jitomates
¼ de kilo de ejotes
2 papas
4 chiles moritas
-No quiero romper la ley del silencio que se ha impuesto, así que como un secreto
entre los dos, le voy a pedir que en cuanto yo salga usted me escriba en esta pared las
razones por las que no habla, ¿de acuerdo? Mañana yo las adivinaré ante usted.
Manera de hacerse:
El doctor, por supuesto, omitió decirle a Tita que una de las propiedades del fósforo
era la de hacer brillar por la noche lo que ella hubiera escrito en la pared. Obviamente, él
no necesitaba de este subterfugio para conocer lo que ella pensaba, pero confiaba en que
éste sería un buen comienzo para que Tita entablara nuevamente una comunicación
consciente con el mundo, aunque ésta fuera por escrito. John percibía que ya estaba lista
para ello. En cuanto el doctor salió, Tita tomó el fósforo y se acercó al muro.
En la noche, cuando John Brown entró al laboratorio, sonrió complacido al ver escrito
en la pared con letras firmes y fosforescentes. «Porque no quiero.» Tita con estas tres
palabras había dado el primer paso hacia la libertad.
Las colitas partidas se ponen a cocer con un trozo de cebolla, un diente de ajo, sal y
pimienta al gusto. Es conveniente poner un poco más de agua de la que normalmente se
utiliza para un cocido, teniendo en cuenta que vamos a preparar un caldo. Y un buen caldo
que se respete tiene que ser caldoso, sin caer en lo aguado.
Los caldos pueden curar cualquier enfermedad física o mental, bueno, al menos ésa
era la creencia de Chencha y Tita, que por mucho tiempo no le había dado el crédito
suficiente. Ahora no podía menos que aceptarla como cierta.
Hacía tres meses, al probar una cucharada del caldo que Chencha le preparó y le llevó
a la casa del doctor John Brown, Tita había recobrado toda su cordura.
Estaba recargada en el cristal, viendo a través de la ventana a Alex, el hijo de John,
en el patio, corriendo tras unas palomas.
Escuchó los pasos de John subiendo las escaleras, esperaba con ansia su
acostumbrada visita. Las palabras de John eran su único enlace con el mundo. Si pudiera
hablar y decirle lo importante que era para ella su presencia y su plática. Si pudiera bajar
y besar a Alex como al hijo que no tenía y jugar con él hasta el cansancio, si pudiera
recordar como cocinar tan siquiera un par de huevos, si pudiera gozar de un platillo
cualquiera que fuera, si pudiera... volver a la vida. Un olor que percibió la sacudió. Era un
olor ajeno a esta casa. John abrió la puerta y apareció ¡con una charola en las manos y un
plato con caldo de colita de res!
Mientras tanto, Tita, con los ojos fijos en el techo, no podía dejar de pensar en las
palabras de John: ¿sería posible hacer vibrar su alma nuevamente? Deseó con todo su ser
que así fuera.
Tenía que encontrar a alguien que lograra encenderle este anhelo.
¿Y si esa persona fuera John? Recordaba la placentera sensación que le recorrió el
cuerpo cuando él la tomó de la mano en el laboratorio. No. No lo sabía. De lo único que
estaba convencida es de que no quería volver al rancho. No quería vivir cerca de Mamá
Elena nunca más.
Siguiente receta:
Caldo de colita de res
¡Un caldo de colita de res! No podía creerlo. Tras John entró Chencha bañada en
lágrimas. El abrazo que se dieron fue breve, para evitar que el caldo se enfriara. Cuando
dio el primer sorbo, Nacha llegó a su lado y le acarició la cabeza mientras comía, como lo
hacía cuando de niña ella se enfermaba y la besó repetidamente en la frente. Ahí
Caldo de colita de res
VII. Julio
113
estaban, junto a Nacha, los juegos de su infancia en la cocina, las salidas al mercado, las
tortillas recién cocidas, los huesitos de chabacano de colores, las tortas de Navidad, su
casa, el olor a leche hervida, a pan de natas, a champurrado, a comino, a ajo, a cebolla. Y
como toda la vida, al sentir el olor que despedía la cebolla, las lágrimas hicieron su
aparición. Lloró como no lo hacía desde el día en que nació. Qué bien le hizo platicar largo
rato con Nacha. Igual que en los viejos tiempos, cuando Nacha aún vivía y juntas habían
preparado infinidad de veces caldo de colita. Rieron al revivir esos momentos y lloraron al
recordar los pasos a seguir en la preparación de esta receta. Por fin había logrado
recordar una receta, al rememorar como primer paso, la picada de la cebolla.
La cebolla y el ajo se pican finamente y se ponen a freír en un poco de aceite; una vez
que se acitronan se les incorporan las papas, los ejotes y el jitomate picado hasta que se
sazonen.
John interrumpió estos recuerdos al entrar bruscamente en el cuarto, alarmado por el
riachuelo que corría escaleras abajo.
Cuando se dio cuenta de que se trataba de las lágrimas de Tita, John bendijo a
Chencha y a su caldo de colita por haber logrado lo que ninguna de sus medicinas había
podido: que Tita llorara de esa manera. Apenado por la intromisión, se dispuso a
retirarse. La voz de Tita se lo impidió. Esa melodiosa voz que no había pronunciado
palabra en seis meses.
que me pertenece. Aún no se cuál será, pero sé que en alguna parte tengo que
encontrar un sitio adecuado para mí. Si caí aquí fue porque sentía que un fuego
muy intenso me quemaba por dentro, el hombre que me cogió en el campo
prácticamente me salvó la vida. Ojalá lo vuelva a encontrar algún día. Me dejó
porque sus fuerzas se estaban agotando a mi lado, sin haber logrado aplacar mi
fuego interior. Por fin ahora, después de que infinidad de hombres han pasado
por mí, siento un gran alivio. Tal vez algún día regrese a casa y te lo pueda
explicar.
Te quiere tu hermana Gertrudis.
Tita guardó la carta en la bolsa de su vestido y no hizo el menor comentario. El que
Chencha no le preguntara nada sobre el contenido de la carta indicaba claramente que ya
la había leído al derecho y al revés.
Más tarde, entre Tita, Chencha y John secaron la recámara, las escaleras y la planta
baja.
Al despedirse, Tita le comunicó a Chencha su decisión de no regresar nunca más al
rancho y le pidió que se lo hiciera saber a su madre. Mientras Chencha cruzaba por
enésima vez el puente entre Eagle Pass y Piedras Negras, sin darse cuenta, pensaba cuál
sería la mejor manera de darle la noticia a Mamá Elena. Los celadores de ambos países la
dejaron hacerlo, pues la conocían desde niña. Además resultaba de lo más divertido verla
caminar de un lado a otro hablando sola y mordisqueando su rebozo. Sentía que su ingenio
para inventar estaba paralizado por el terror.
Cualquier versión que diera de seguro iba a enfurecer a Mamá Elena. Tenia que
inventar una en la cual ella, al menos, saliera bien librada. Para lograrlo tenía que
encontrar una excusa que disculpara la visita que le había hecho a Tita. Mamá Elena no se
tragaría ninguna. ¡Como si no la conociera! Envidiaba a Tita por haber tenido el valor de no
regresar al rancho. Ojalá ella pudiera hacer lo mismo, pero no se atrevía. Desde niña
habla oído hablar de lo mal que les va a las mujeres que desobedecen a sus padres o a sus
patrones y se van de la casa. Acaban revolcadas en el arroyo inmundo de la vida galante.
Nerviosa daba vueltas y vueltas a su rebozo, tratando de exprimirle la mejor de sus
mentiras para estos momentos. Nunca antes le había fallado. Al llegar a las cien
.retorcidas al rebozo siempre encontraba el embuste apropiado para la ocasión. Para ella
mentir era una práctica de supervivencia que había aprendido desde su llegada al rancho.
Era mucho mejor decir que el padre Ignacio la había puesto a recoger las limosnas, que
-¡John! ¡No se vaya, por favor!
John permaneció a su lado y fue testigo de cómo pasó Tita de las lágrimas a las
sonrisas, al escuchar por boca de Chencha todo tipo de chismes e infortunios. Así se
enteró el doctor de que Mamá Elena tenía prohibidas las visitas a Tita. En la familia De la
Garza se podían perdonar algunas cosas, pero nunca la desobediencia ni el
cuestionamiento de las actitudes de los padres. Mamá Elena no le perdonaría jamás a Tita
que, loca o no loca, la hubiera culpado de la muerte de su nieto. Y al igual que con
Gertrudis, tenía vetado inclusive el que se pronunciara su nombre. Por cierto, Nicolás
había regresado hacía poco con noticias de ella.
Efectivamente la había encontrado trabajando en un burdel. Le había entregado su
ropa y ella le había mandado una carta a Tita. Chencha se la dio y Tita la leyó en silencio:
Querida Tita:
No sabes cómo te agradezco el que me hayas enviado mi ropa. Por fortuna aún
me encontraba aquí y la pude recibir. Mañana voy a dejar este lugar, pues no es el
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reconocer que se le había tirado la leche por estar platicando en el mercado. El castigo al
cual uno se hacía merecedora era completamente diferente.
desgarrada. Que la compasión la había hecho acercársele para darle 10 centavos, y que
azorada descubrió que se trataba de Tita. Se había escapado del manicomio y vagaba por
el mundo pagando la culpa de haber insultado a su madre. Ella la había invitado a
regresar, pero Tita se había negado. No se sentía merecedora de vivir nuevamente al
lado de tan buena madre y le habla pedido que por favor le dijera a su mamá que la quería
mucho y que nunca olvidaría lo mucho que siempre había hecho por ella, prometiendo que
en cuanto se hiciera una mujer de bien regresaría a su lado para darle todo el amor y el
respeto que Mamá Elena se merecía.
Chencha pensaba cubrirse de gloria con esta mentira, pero por desgracia no lo pudo
lograr. Esa noche, al llegar a la casa un grupo de bandoleros atacó el rancho. A Chencha la
violaron y Mamá Elena, al tratar de defender su honor, recibió un fuerte golpe en la
espalda y éste le provocó una paraplejia que la paralizó de la cintura para abajo. En esas
condiciones no estaba como para recibir ese tipo de noticias, ni Chencha como para
darlas.
Total todo podía ser verdad o mentira, dependiendo de que uno se creyera las cosas
verdaderamente o no. Por ejemplo, todo lo que había imaginado sobre la suerte de Tita no
había resultado cierto.
Todos estos meses se los había pasado angustiada pensando en los horrores por los
que estaría pasando fuera de la cocina de su casa. Rodeada de locos gritando
obscenidades, atada por una camisa de fuerza y comiendo quién sabe qué tipo de comida
horrenda fuera de casa. Imaginaba la comida de un manicomio gringo, para acabarla de
amolar, como lo peor del mundo. Y la verdad, a Tita la había encontrado bastante bien,
nunca había puesto un pie en un manicomio, se veía que la trataban de lo más bien en casa
del doctor y no ha de haber comido tan mal, pues le notaba hasta unos kilitos de más.
Pero eso sí, por mucho que hubiera comido nunca le hablan dado algo como el caldo de
colita. De eso sí podía estar bien segura, si no, ¿por qué habla llorado tanto cuando lo
comió?
Por otro lado estuvo bien que no le hubiera dicho nada, pues con el retorno de Tita al
rancho al conocer la desgracia, su piadosa mentira se habría venido a pique ante la
esplendorosa belleza y energía que Tita irradiaba. Su madre la recibió en silencio. Y por
primera vez Tita le sostuvo firmemente la mirada y Mamá Elena retiró la suya. Había en
la mirada de Tita una luz extraña.
Pobre Tita, de seguro ahora que la había dejado estaría llorando nuevamente,
atormentada por los recuerdos y la idea de no volver a cocinar al lado de Chencha nunca
más. Sí, de seguro estaría sufriendo mucho. Nunca se le hubiera ocurrido imaginarla como
realmente estaba, bellísima, luciendo un vestido de raso tornasol con encajes, cenando a
la luz de la luna y recibiendo una declaración de amor. Para la mente sufridora y
exagerada de Chencha esto hubiera sido demasiado. Tita estaba sentada cerca de una
fogata asando un malvavisco. A su lado John Brown le proponía matrimonio. Tita había
aceptado acompañar a John a una lunada en un rancho vecino para festejar que le
acababa de dar de alta. John le había regalado un hermoso vestido que desde hacía
tiempo había comprado en San Antonio, Texas, para este momento. Su color tornasol le
hacia recordar el plumaje que las palomas tienen en el cuello, pero ya sin ninguna
asociación dolorosa con el lejano día en que se encontró en el palomar. Francamente,
estaba completamente recuperada y dispuesta a iniciar una nueva vida al lado de John.
Con un tierno beso en los labios sellaron su compromiso. Tita no sintió lo mismo que
cuando Pedro la había besado, pero esperaba que su alma por tanto tiempo enmohecida
lograra poco a poco encenderse con la cercanía de este hombre tan maravilloso.
Mamá Elena desconocía a su hija. Sin palabras se hicieron mutuos reproches y con
esto se rompió entre ellas el hasta entonces fuerte lazo de sangre y obediencia que las
unía y que ya nunca se restablecería. Por tanto intentó de todo corazón atenderla lo
mejor posible. Con mucho cuidado preparaba la comida para su madre y en especial el
caldo de colisa, con la sana intención de que le sirviera como a ella para recuperarse
totalmente.
Vació el caldillo ya sazonado con las papas y los ejotes en la olla donde había puesto a
cocer las colitas de res.
Ya que se vacía, sólo hay que dejar hervir por media hora todos los ingredientes
juntos. En seguida se retira del fuego y se sirve bien caliente.
Tita sirvió el caldo y se lo subió a su madre en una hermosa charola de plata cubierta
con una servilleta de algodón, bellamente deshilada y perfectamente blanqueada y
almidonada.
Tita esperaba con ansiedad la reacción positiva de su madre en cuanto diera el primer
sorbo, pero por el contrario Mamá Elena escupió el alimento sobre la colcha y a gritos le
¡Por fin, después de haber caminado tres horas, Chencha tenía ya la respuesta! Como
siempre habla encontrado la mentira idónea. Le diría a Mamá Elena que paseando por
Eagle Pass se había encontrado en una esquina a una limosnera con la ropa sucia y
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pidió a Tita que inmediatamente le retirara de su vista esa charola.
externó su inquietud respecto a lo amargo de la comida. John le respondió que tal vez se
debía al efecto de las medicinas que estaba tomando.
-De ninguna manera, doctor, si fuera la medicina todo el tiempo tendría ese sabor en
la boca y no es así. Algo me están dando con la comida. Curiosamente desde que Tita
regresó. Necesito que lo investigue.
John, sonriendo ante la maliciosa insinuación, se acercó a probar el caldo de colita que
le habían llevado y que estaba intacto en la charola.
-A ver, vamos a descubrir qué le están poniendo en la comida. ¡Mmmmm! Qué delicia.
Esto tiene ejotes, papas, chile y... no logro distinguir bien... qué tipo de carne es.
-No estoy para juegos, ¿no siente un sabor amargo?
-No, doña Elena, para nada. Pero si quiere lo mando analizan No quiero que se
preocupe.
Pero mientras me dan los resultados tiene que comer.
-Entonces mándeme una buena cocinera.
-¡Pero cómo! Si tiene en casa a la mejor. Tengo entendido que su hija Tita es una
cocinera
excepcional. Un día de estos voy a pedirle su mano.
-¡Ya sabe que ella no se puede casar! -exclamó presa de una furiosa agitación.
-Pero ¿por qué?
-Porque está asquerosamente amargo, no lo quiero. ¡Llévatelo! ¿No me oíste?
Tita en lugar de obedecerla dio media vuelta tratando de ocultar a los ojos de su
madre el sentimiento de frustración que experimentaba. Escapaba a su comprensión el
que un ser, independiente del parentesco que pudiera tener con otro, así nomás, con la
mano en la cintura rechazara de una manera tan brutal una atención. Porque estaba
segura de que el caldo estaba exquisito. Ella misma lo había probado antes de subirlo. No
podía ser de otra manera, pues había puesto mucho cuidado al prepararlo.
Se sentía verdaderamente una estúpida por haber regresado al rancho para atender a
su madre. Lo mejor hubiera sido quedarse en casa de John sin pensar nunca más en la
suerte que pudiera correr Mamá Elena. Pero los remordimientos no la hubieran dejado. La
única manera de liberarse realmente de ella sería con la muerte y Mamá Elena aún no
tenía para cuándo.
Sentía ganas de correr lejos, muy lejos para proteger de la gélida presencia de su
madre el pequeño fuego interior que John con trabajos había logrado encender. Era como
si el escupitajo de Mamá Elena hubiera caído justo en el centro de la incipiente hoguera y
la hubiera extinguido. Sufría dentro de sí los efectos del apagón; el humo le subía a la
garganta y se le arremolinaba en un nudo espeso, que le nublaba la vista y le producía
lagrimeo.
John guardó silencio. No le convenía irritar más a Mamá Elena. Ni tenía caso puesto
que estaba plenamente convencido de que él se casaría con Tita con o sin la autorización
de ella. Sabía también que ahora a Tita le tenía muy sin cuidado su absurdo destino y que
en cuanto cumpliera 18 años se casarían. Dio por terminada la visita, pidiéndole calma a
Mamá Elena y prometiéndole que al día siguiente le mandaría una nueva cocinera. Y así lo
hizo, pero Mamá Elena ni siquiera se dignó a recibirla. El comentario del doctor sobre la
idea de pedir la mano de Tita le había abierto los ojos.
Bruscamente abrió la puerta y corrió, en el preciso momento en que John llegaba a
realizar su visita médica. Chocaron intempestivamente. John la sostuvo en sus brazos
justo a tiempo para evitar que cayera. Su cálido abrazo salvó a Tita de una congelación,
fueron sólo unos instantes los que estuvieron unidos pero los suficientes como para
reconfortarle el alma. Tita estaba empezando a dudar si esta sensación de paz y
seguridad que John le daba era el verdadero amor, y no el ansia y el sufrimiento que
experimentaba al lado de Pedro. Con verdadero esfuerzo se separó de John y salió de la
recámara.
-¡Tita, ven acá! ¡Te dije que te llevaras esto!
-Doña Elena, no se altere por favor, le hace daño. Yo le quito esa charola, pero dígame
¿no tiene deseos de comer?
Mamá Elena le pidió al doctor que cerrara la puerta con llave y casi en secreto le
De seguro que entre los dos había surgido una relación amorosa.
Desde hacía tiempo sospechaba que Tita deseaba que ella desapareciera de este
mundo para así poderse casar libremente, no una sino mil veces si le daba la gana. Este
deseo lo percibía como una presencia constante entre ellas, en cada roce, en cada
palabra, en cada mirada. Pero ahora no le cabía la menor duda de que Tita intentaba
envenenarla poco a poco para poder casarse con el doctor Brown. Por tanto, desde ese
día se negó terminantemente a comer nada que Tita hubiera cocinado. Le ordenó a
Chencha que se hiciera cargo de la preparación de su comida. Sólo ella y nadie más podía
llevársela y la tenía que probar en su presencia antes de que Mamá Elena se animara a
116
comerla.
La nueva disposición no afectó para nada a Tita, es más, fue para ella un alivio el
delegar en Chencha la penosa obligación de atender a su madre y así tener libertad para
empezar a bordar las sábanas para su ajuar de novia. Había decidido casarse con John en
cuanto su madre estuviera mejor.
La que sí se vio muy afectada por la orden fue Chencha. Aún se estaba restableciendo
física y emocionalmente del brutal ataque del que fue objeto. Y aunque aparentemente se
veía beneficiada al no tener que realizar ninguna otra tarea más que la de hacer la comida
y llevársela a Mamá Elena, no era así. Al principio recibió con gusto la noticia, pero en
cuanto empezaron los gritos y los reproches se dio cuenta de que no hay pan que no
cueste una torta.
Un día en que había ido a que el doctor John Brown le quitara las costuras que le había
tenido que hacer, pues había sufrido un desgarre durante la violación, Tita preparó la
comida en su lugar.
Creyeron que podrían engañar a Mamá Elena sin mayor problema. A su regreso
Chencha le llevó la comida y la probó como siempre lo hacía, pero al dársela a comer a
ella, Mamá Elena de inmediato detectó el sabor amargo. Con enojo lanzó la charola al piso
y corrió a Chencha de la casa, por haber intentado burlarse de ella.
no quedó ninguna en el pueblo que quisiera trabajar en la casa. La que más duró fue una
muchacha sordomuda: aguantó 15 días, pero se fue porque Mamá Elena le habla dicho en
señas 'que era una mensa.
Entonces a Mamá Elena no le quedó otra que comer lo que Tita cocinaba, pero lo hacia
con las debidas precauciones. Aparte de exigir que Tita probara la comida antes que ella,
siempre pedía que le llevara un vaso de leche tibia con cada comida y se lo tomaba antes
de ingerir los alimentos, para contrarrestar los efectos del amargo veneno, que según
ella, percibía disuelto en la comida. Algunas veces sólo esta medida era suficiente, pero
en ocasiones sentía vivos dolores en el vientre, entonces se tomaba, además, un trago de
vino de hipecacuana y otro de cebolla de albarrana como vomitivo. No fue por mucho
tiempo. Al mes murió Mamá Elena presa de unos dolores espantosos acompañados de
espasmos y convulsiones intensas. En un principio, Tita y John no se explicaban esta
extraña muerte, pues aparte de la paraplejia Mamá Elena clínicamente no tenia ninguna
enfermedad Pero al revisar su buró encontraron el frasco de vino de hipecacuana y
dedujeron que de seguro Mamá Elena lo había estado tomando a escondidas. John le hizo
saber a Tita que este vomitivo es tan fuerte que puede provocar la muerte.
Tita no podía quitarle la vista al rostro de su madre durante el velorio. Hasta ahora,
después de muerta, la veía por primera vez y la empezaba a comprender. Quien la viera
podría fácilmente confundir esa mirada de reconocimiento con una mirada de dolor, pero
Tita no sentía dolor alguno. Ahora comprendía el significado de la frase de «fresca como
una lechuga», así de extraña y lejana se debería sentir una lechuga ante su repentina
separación de otra lechuga con la que hubiera crecido. Sería ilógico esperar que sufriera
por la separación de esa lechuga con la que nunca había podido hablar ni establecer
ningún tipo de comunicación y de la que sólo conocía las hojas exteriores, ignorando que
en su interior había muchas otras escondidas.
No podía imaginar a esa boca con rictus amargo besando con pasión, ni esas mejillas
ahora amarillentas, sonrosadas por el calor de una noche de amor. Y, sin embargo, así
había sido alguna vez. Y Tita lo había descubierto ahora, demasiado tarde y de una
manera meramente circunstancial. Cuando Tita la estaba vistiendo, para el velorio, le
quitó de la
cintura el enorme llavero que como una cadena la había acompañado desde que ella
recordaba. En la casa todo estaba bajo llave y bajo estricto control. Nadie podía sacar ni
una taza de azúcar de la despensa sin la autorización de Mamá Elena. Tita conocía las
llaves de todas las puertas y escondrijos. Pero además del enorme llavero, tenla colgado
al cuello un pequeño dije en forma de corazón y dentro de él había una pequeña llave que
Chencha se aprovechó de este pretexto para irse a pasar unos días a su pueblo.
Necesitaba olvidarse del asunto de la violación y de la existencia de Mamá Elena. Tita
trató de convencerla de que no le hiciera caso a su mamá.
Tenía muchos años de conocerla y ya sabía muy bien cómo manejarla.
-¡Si niña, pero `orita pa` que quiero más agrura, si con el mole tengo! Déjame ir, no
seas ingrata.
Tita la abrazó y la consoló como lo había hecho todas las noches desde su regreso. No
veía la manera 'de sacar a Chencha de su depresión y de la creencia de que ya nadie se
casaría con ella después del violento ataque que sufrió por parte de los bandoleros.
-Ya ves cómo son los hombres. Toditos dicen que plato de segunda mesa ni en otra
vida, ¡menos en ésta!
Al ver su desesperación, Tita decidió dejarla ir. Por experiencia sabía que si
permanecía en el rancho y cerca dé su madre no tendría salvación. Sólo la distancia
podría hacerla sanar. Al otro día la mandó con Nicolás a su pueblo.
Tita entonces se vio en la necesidad de contratar una cocinera. Pero ésta se fue de la
casa a los tres días de haber llegado. No soportó las exigencias ni los malos modos de
Mamá Elena. Entonces buscaron a otra, que sólo duró dos días y a otra y a otra, hasta que
117
le llamó la atención.
Tita se sentía culpable de haber participado de este secreto. No sabía qué hacer con
estas cartas. Pensó en quemarlas pero ella no era quién para hacerlo; si su madre no se
había atrevido, ella menos. Guardó todo tal y como lo había encontrado y lo puso en su
lugar.
De inmediato relacionó la llave con la cerradura indicada. De niña, un día jugando a las
escondidillas se había metido en el ropero de Mamá Elena. Entre las sábanas había
descubierto un pequeño cofre. Mientras Tita esperaba que la fueran a buscar trató
inútilmente de abrirlo, pues estaba bajo llave. Mamá Elena a pesar de no estar jugando a
las escondidas fue quien la encontró al abrir el ropero. Había ido por una sábana o algo así
y la cogió con las manos en la masa. La castigó en el granero y la pena consistió en
desgranar 100 elotes. Tita sintió que la falta no ameritaba el castigo tan grande,
esconderse con zapatos entre las sábanas limpias no era para tanto. Y ahora, muerta su
madre, mientras leía las cartas que contenía el cofre, se daba cuenta de que no había
sido castigada por eso, sino por haber intentado ver el contenido del cofre, y que el
castigo sí era para tanto.
Durante el entierro Tita realmente lloró por su madre. Pero no por la mujer castrante
que la había reprimido toda la vida, sino por ese ser que había vivido un amor frustrado. Y
juró ante su tumba que ella nunca renunciaría al amor, pasara lo que pasara. En esos
momentos estaba convencida de que su verdadero amor era John. El hombre que estaba a
su lado apoyándola incondicionalmente. Pero en cuanto vio que se acercaba un grupo de
gentes al panteón y distinguió a lo lejos la silueta de Pedro acompañado de Rosaura ya no
estuvo tan segura de sus sentimientos.
Rosaura, luciendo una gran panza de embarazada, caminaba lentamente. En cuanto vio
a Tita se le acercó y la abrazó llorando desconsoladamente. Le seguía en turno Pedro. En
cuanto Pedro la abrazó su cuerpo vibró como una gelatina. Tita bendijo a su madre por
darle el pretexto de poder volver a ver y abrazar a Pedro. Inmediatamente después, se
retiró bruscamente. Pedro no se merecía el que lo quisiera tanto. Había mostrado
debilidad al irse lejos de ella y eso no se lo perdonaba.
Tita abrió el cofre con morbosa curiosidad. Contenía un paquete de cartas de un tal
José Treviño y un diario. Las cartas estaban dirigidas a Mamá Elena. Tita las ordenó por
fechas y se enteró de la verdadera historia de amor de su madre. José habla sido el
amor de su vida. No le habían permitido casarse con él pues tenía en sus venas sangre
negra. Una colonia de negros, huyendo de la guerra civil en USA y del peligro que corrían
de ser linchados, había llegado a instalarse cerca del pueblo. José era el producto de los
amores ilícitos entre José Treviño padre y una guapa negra. Cuando los padres de Mamá
Elena habían descubierto el amor que existía entre su hija y este mulato, horrorizados la
obligaron inmediatamente a casarse con Juan De la Garza, su padre.
John tomó a Tita de la mano durante el regreso al rancho, y Tita a su vez, lo tomó del
brazo enfatizando que entre ellos había algo más que amistad. Quería provocarle a Pedro
los mismos dolores que ella siempre había sentido al verlo al lado de su hermana.
Pedro los observó con los ojos entrecerrados. No le gustaba nada la familiaridad con
la que John se acercaba y con la que Tita le hablaba al oído. ¿Qué era lo que estaba
pasando? Tita le pertenecía y no iba a permitir que se la quitaran. Mucho menos ahora
que había desaparecido el mayor impedimento para su unión: Mamá Elena.
Esta acción no logró impedir que aun estando casada siguiera manteniendo
correspondencia secreta con José, y tal parecía que no se habían conformado solamente
con este tipo de comunicación, pues, según estas cartas, Gertrudis era hija de José y no
de su padre.
Mamá Elena había intentado huir con José al enterarse de este embarazo, pero la
noche en que lo esperaba escondida, tras los oscuros del balcón, presenció cómo un
hombre desconocido, sin motivo aparente, protegiéndose entre las sombras de la noche,
atacaba a José eliminándolo de este mundo. Después de grandes sufrimientos Mamá
Elena se resignó entonces a vivir al lado de su legítimo marido. Juan De la Garza ignoró
por muchos años toda esta historia, pero se enteró de ella precisamente cuando Tita
nació. Había ido a la cantina a festejar con unos amigos el nacimiento de su nueva hija y
ahí alguna lengua venenosa le había soltado la información. La terrible noticia le provocó
un infarto. Eso era todo.
Siguiente receta:
Champandongo
Champandongo
VIII. Agosto
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INGREDIENTES:
El principal motivo de su atraso era su adorable sobrina, que había nacido tres meses
antes, al igual que Tita, de una manera prematura. A Rosaura le afectó tanto la muerte de
su madre que anticipó el alumbramiento de su hija y quedó imposibilitada para
amamantarla. Es esta ocasión Tita no pudo o no quiso adoptar el papel de nodriza, como
en el caso de su sobrino, es más, ni siquiera lo intentó, tal vez por la experiencia
demoledora que tuvo cuando
la separaron del niño. Ahora sabía que no había que establecer relaciones tan intensas
con niños que no eran propios.
Prefirió en cambio proporcionarle a Esperanza la misma alimentación que Nacha había
utilizado con ella cuando era una indefensa criatura: atoles y tés.
La bautizaron con el nombre de Esperanza a petición de Tita. Pedro había insistido en
que la niña llevara el mismo nombre de Tita, Josefita. Pero ella se negó terminantemente.
No quería que el nombre influyera en el destino de la niña. Bastante tenia ya con el hecho
de que al haber nacido, su madre tuviera una serie de alteraciones que obligaron a John a
practicarle una operación de urgencia para salvarle la vida, y quedara imposibilitada para
volverse a embarazar.
¼ de carne molida de res
¼ de carne molida de puerco
200 g de nueces
200 g de almendras
1 cebolla
1 acitrón
2 jitomates
azúcar
¼ de crema
¼ de queso manchego
¼ de mole
comino
caldo de pollo
tortillas de maíz
aceite
John le habla explicado a Tita que algunas veces, por causas anormales, la placenta no
sólo se implanta en el útero, sino que echa raíces dentro del mismo, por tanto, al
momento en que el niño nace, la placenta no puede desprenderse. Está tan firmemente
afianzada que si una persona inexperta trata de ayudar a la madre y jala la placenta
utilizando el cordón umbilical, se trae junto con ella el útero completo. Entonces hay que
operar de emergencia, extrayendo el útero y dejando a esta persona incapacitada para
embarazarse por el resto de su vida.
Manera de hacerse:
La cebolla se pica finamente y se pone a freír junto con la carne en un poco de aceite.
Mientras se fríe, se le agrega el comino molido y una cucharada de azúcar.
Rosaura fue intervenida quirúrgicamente, no por falta de experiencia de John, sino
porque no había de otra para poder desprenderle la placenta. Por tanto Esperanza sería
su única hija, la más pequeña y, para acabarla de amolar, ¡mujer! Lo cual, dentro de la
tradición familiar significaba que era la indicada para cuidar a su madre hasta el fin de
sus días. Tal vez Esperanza echó raíces en el vientre de su madre porque sabia de
antemano lo que le esperaba en este mundo. Tita rezaba para que por la mente de
Rosaura no se cruzara la idea de perpetuar la cruel tradición.
Como de costumbre, Mita lloraba mientras picaba la cebolla. Tenía la vista tan nublada
que sin darse cuenta se cortó un dedo con el cuchillo. Lanzó un grito de rabia y prosiguió
como si nada con la preparación del champandongo. En esos momentos no se podía dar ni
siquiera un segundo para atenderle la herida. Hoy por la noche vendría John a pedir su
mano y tenla que prepararle una buena cena en tan sólo media hora. A Tita no le gustaba
cocinar con premura.
Siempre le daba a los alimentos el tiempo adecuado y preciso para su cocimiento y
procuraba organizar sus actividades de tal manera que le dieran la tranquilidad que se
necesita en la cocina para poder preparar platillos suculentos y en su punto exacto. Ahora
estaba tan atrasada que sus movimientos eran agitados y apremiantes y por lo tanto
propensos a provocar este tipo de accidentes.
Para ayudar a que así fuera, no quiso darle ideas con el nombre y presionó día y noche
hasta lograr que la llamaran Esperanza.
Sin embargo, había una serie de coincidencias que asociaban a esta niña con un destino
parecido al de Tita, por ejemplo, por mera necesidad pasaba la mayor parte del día en la
119
cocina, pues su madre no la podía atender y su tía sólo le podía procurar esmero dentro
de la cocina, así que con tés y atoles crecía de lo más sana entre los olores y los sabores
de este paradisíaco y cálido lugar.
arrepentido, le pido que recapacite. Usted sabe muy bien cuál fue el motivo que me unió a
su hermana, pero resultó un acto inútil que no funcionó, ahora pienso que lo mejor hubiera
sido huir con usted.
A la que no le caía muy bien que digamos esta costumbre era a Rosaura, sentía que
Tita le quitaba a la niña por demasiado tiempo de su lado y en cuanto se recuperó por
completo de la operación pidió que inmediatamente después de que Esperanza tomara sus
alimentos la regresaran a su cuarto para dormirla junto a su cama, donde era su lugar.
Esta disposición llegó demasiado tarde, pues la niña para ese entonces ya se había
acostumbrado a estar en la cocina y no fue tan fácil sacarla de ella. Lloraba muchísimo en
cuanto sentía que se alejaba del calor de la estufa, al grado que lo que Tita tenía que
hacer era llevarse a la recámara el guisado que estuviera cocinando, para así lograr
engañar a la niña, que al oler y sentir de cerca el calor de la olla en la que Tita cocinaba
conciliaba el sueño. Tita regresaba entonces la enorme olla a la cocina y proseguía con la
elaboración de la comida.
-Pues lo piensa demasiado tarde. Ahora ya no hay remedio. Y le suplico que nunca más
en la vida me vuelva a molestar, ni se atreva a repetir lo que me acaba de decir, mi
hermana lo podría escuchar y no tiene por qué haber otra persona infeliz en esta casa.
¡Con permiso...! Ah. Y le sugiero que para la próxima vez que se enamore, ¡no sea tan
cobarde!
Tita, tomando la olla con furia, se encaminó hacia la cocina. Terminó el mole entre
masculleos y aventones de trastes, y mientras éste se cocía siguió con la preparación del
champandongo.
Cuando la carne se empieza a dorar, se le agregan el jitomate picado junto con el
acitrón, las nueces y las almendras partidas en trozos pequeños.
El calor del vapor de la olla se confundía con el que se desprendía del cuerpo de Tita.
El enojo que sentía por dentro actuaba como la levadura con la masa del pan. Lo sentía
crecer atropelladamente, inundando hasta el último resquicio que su cuerpo podía
contener y, como levadura en un traste diminuto, se desbordaba hacia el exterior,
saliendo en forma de vapor por los oídos, la nariz y todos los poros de su cuerpo.
Pero el día de hoy la niña se había lucido, es muy probable que presintiera que su tía
pensaba casarse e irse del rancho, y que entonces ella iba a quedar a la deriva, pues no
dejó de llorar en todo el día. Tita subía y bajaba las escaleras llevando ollas con comida
de un lado a otro. Hasta que pasó lo que tenía que pasar: tanto va el cántaro al agua hasta
que se rompe. Cuando bajaba por octava ocasión tropezó y la olla con el mole para el
champandongo rodó escaleras abajo. Junto con ella se desperdigaron cuatro horas de
intenso trabajo picando y moliendo ingredientes.
Tita se sentó en un escalón con la cabeza entre las manos para tomar aire. Se había
levantado a las cinco de la mañana para que las carreras no se apoderaran de ella y todo
había sido en vano. Ahora tenia que preparar nuevamente el mole.
Este desmesurado enojo era causado en una mínima parte por la discusión con Pedro,
en otra, por los incidentes y el trabajo de la cocina, y en una gran parte por las palabras
que Rosaura había pronunciado unos días antes. Estaban reunidos en la recámara de su
hermana, Mita, John y Alex. John había, llevado a su hijo a la visita médica, pues el niño
extrañaba mucho la presencia de Tita en su casa y la quería ver nuevamente. El niño se
asomó a la cuna para conocer a Esperanza y quedó muy impresionado con la belleza de la
niña. Y como todos los niños de esa edad que no se andan con tapujos, dijo en voz alta:
Pedro no podía haber elegido peor momento para hablar con Tita, pero aprovechando
que la encontró en las escaleras, aparentemente tomando un descanso, se le acercó con la
intención de convencerla de que no se casara con John.
-Oye, papi, yo quiero casarme también, así como tú. Pero yo con esta niñita.
Todos rieron por la graciosa ocurrencia, pero cuando Rosaura le explicó a Alex que eso
no podía ser pues esa niñita estaba destinada a cuidarla hasta el día de su muerte, Tita
sintió que los cabellos se le erizaban. Sólo a Rosaura se le podía ocurrir semejante
horror, perpetuar una tradición por demás inhumana
¡Ojalá que a Rosaura la boca se le hiciera chicharrón! Y que nunca hubiera dejado
escapar esas repugnantes, malolientes, incoherentes, pestilentes, indecentes y
repelentes palabras. Más valía que se las hubiera tragado y guardado en el fondo de sus
entrañas hasta que se le pudrieran y agusanaran. Y ojalá que ella viviera lo suficiente
-Tita, quisiera decirle que considero un lamentable error de su parte la idea que tiene
de casarse con John. Aún está a tiempo de no cometer esa equivocación, ¡no acepte ese
matrimonio, por favor!
-Pedro, usted no es nadie para decirme lo que tengo que hacer, o no. Cuando usted se
casó yo no le pedí que no lo hiciera, a pesar de que esa boda me destrozó. Usted hizo su
vida, ¡ahora déjeme hacer la mía en paz!
-Precisamente por esa decisión que tomé y de la cual estoy completamente
120
como para impedir que su hermana llevara a cabo tan nefastas intenciones.
En fin, no sabía por qué tenia que pensar en esas cosas tan desagradables en estos
momentos que deberían ser para ella los más felices de su vida, ni sabía por qué estaba
tan
molesta. Tal vez Pedro la había contagiado de su mal humor. Desde que regresaron al
rancho y se enteró que Tita se pensaba casar con John andaba de un mal humor de los mil
demonios. Ni siquiera se le podía dirigir la palabra. Procuraba salir muy temprano y
recorrer el rancho a galope en su caballo. Regresaba por la noche justo a tiempo para la
cena y se encerraba en su recámara inmediatamente después.
regresó a su pueblo y él la volvió a ver, nunca hubiera sabido dónde buscarla. Por
supuesto no le importó que Chencha no fuera virgen y se casó inmediatamente con ella.
Regresaban juntos al rancho con la idea de empezar una nueva vida ahora que Mamá Elena
había muerto, y pensaban tener muchos hijos y ser muy felices por los siglos de los
siglos...
Chencha se detuvo para tomar aire pues se estaba poniendo morada y Tita aprovechó
la interrupción para decirle, no tan rápido como ella, pero casi, que estaba encantada de
su regreso al rancho, que mañana hablarían de la contratación de jesús, que hoy venían a
pedir su mano, que pronto se casaría, que aún no terminaba la cena y ley pidió que ella la
hiciera para poderse dar un calmante baño de agua helada y de esta manera estar
presentable cuando John llegara, que sería de un momento a otro.
Nadie se explicaba este comportamiento, algunos creían que era porque le habla
afectado profundamente la idea de no volver a tener más hijos. Por lo que fuera, pero tal
parecía que la ira dominaba los pensamientos y las acciones de todos en la casa. Tita
literalmente estaba «como agua para chocolate». Se sentía de lo más irritable. Hasta el
canturreo tan querido de las palomas, que ya se habían reinstalado en el techo de la casa
y que el día de su regreso le había proporcionado tanto placer, en este momento la
molestaba. Sentía que la cabeza le iba a estallar como roseta de maíz. Tratando de
impedirlo se la apretó fuertemente con las dos manos. Un tímido golpe que sintió en el
hombro la hizo reaccionar sobresaltada, con ganas de golpear a quien fuera el que lo hizo,
que de seguro venía a quitarle más .el tiempo. Pero cuál no sería su sorpresa al ver a
Chencha frente a ella. La misma Chencha de siempre, sonriente y feliz. Nunca en la vida
le había dado tanto gusto verla, ni siquiera cuando la había visitado en casa de John.
Como siempre Chencha llegaba caída del cielo, en el momento en que Tita más lo
necesitaba.
Chencha prácticamente la echó de la cocina y de inmediato tomó el mando. El
champandongo lo podía hacer, según ella, con los ojos tapados y las manos amarradas.
Cuando la carne ya está cocida y seca, lo que procede es freír las tortillas en aceite,
no mucho para que no se endurezcan. Después, en el traste que vamos a meter al horno se
pone primero una capa de crema para que no se pegue el platillo, encima una capa de
tortillas, sobre ellas una capa de picadillo y por último el mole, cubriéndolo con el queso
en rebanadas y la crema. Se repite esta operación cuantas veces sea necesario hasta
rellenar el molde. Se mete al horno y se saca cuando el queso ya se derritió y las tortillas
se ablandaron. Se sirve acompañado de arroz y frijoles.
Qué tranquilidad le daba a Tita saber que Chencha estaba en la cocina. Ahora sólo se
tenía que preocupar por su arreglo personal. Cruzó el patio como ráfaga de viento y se
metió a bañar. Contaba con tan sólo diez minutos, para bañarse, vestirse, perfumarse y
peinarse adecuadamente. Tenía tal apuro que ni siquiera vio a Pedro, en el otro extremo
del patio trasero, pateando piedras.
Era asombroso observar lo repuesta que se encontraba Chencha, después de haberla
visto irse en el estado de angustia y desesperación en que lo hizo.
Ni rastro quedaba del trauma que había sufrido. El hombre que había logrado borrarlo
estaba a su lado, luciendo una sincera y amplia sonrisa. A leguas se veía que se trataba de
un hombre honrado y callado, bueno, eso quién sabe, porque lo que pasaba era que
Chencha no le permitió abrir la boca más que para decirle a Tita: «Jesús Martínez para
servirle a usted». Después Chencha, como siempre, acaparó por completo la plática y
rompiendo un récord de velocidad, en sólo dos minutos logró poner a Tita al día en los
acontecimientos de su vida:
Tita se despojó de sus ropas, se metió a la regadera y dejó que el agua fría cayera
sobre su cabeza. ¡Qué alivio sentía! Con los ojos cerrados las sensaciones se agudizan,
podía percibir cada gota de agua fría recorriéndole el cuerpo. Sentía los pezones de sus
senos ponerse duros como piedras al contacto con el agua. Otro hilo de agua bajaba por
su espalda y después caía como cascada en la curva de sus redondos y protuberantes
glúteos, recorriendo sus firmes piernas hasta los pies. Poco a poco se le fue pasando el
mal humor, y el dolor de cabeza desapareció. De pronto empezó a sentir que el agua se
entibiaba y se ponía cada vez más caliente hasta empezar a quemarle la piel. Esto pasaba
algunas veces en épocas de calor cuando el agua del tinaco había sido calentada todo el
Jesús había sido su primer novio y nunca la había olvidado. Los papás de Chencha se
habían opuesto terminantemente a esos amores y de no haber sido porque Chencha
121
día por los poderosos rayos del sol, pero no ahora que en primera no era verano y en
segunda, empezaba a anochecer. Alarmada abrió sus ojos, temerosa de que nuevamente
se fuera a incendiar el cuarto de baño y lo que descubrió fue la figura de Pedro del otro
lado de los tablones, observándola detenidamente.
Pedro y John sobre la situación política del país. Parecía que los dos habían olvidado las
más elementales reglas de urbanidad, que dicen que en una reunión social no hay que
sacar a colación cuestiones sobre personalidades, sobre temas tristes o hechos
infortunados, sobre religión o sobre política. La entrada de Tita suspendió la discusión y
los forzó a tratar de reiniciar la plática en un tono más amigable.
Los ojos de Pedro brillaban de una manera que era imposible no descubrirlos en la
penumbra, así como dos insignificantes gotas de rocío no podían pasar inadvertidas,
escondidas entre la maleza, al recibir los primeros rayos del sol. ¡Maldita mirada de
Pedro! ¡Y maldito carpintero que había reconstruido el cuarto de baño exactamente igual
al anterior, o sea, con separaciones entre uno y otro tablón! Cuando vio que Pedro se
acercaba a ella, con libidinosas intenciones en los ojos, salió corriendo del cuarto
vistiéndose atropelladamente. Con gran apuro llegó a su recámara y se encerró.
En un ambiente tenso, John dio paso a la petición de mano. Pedro, como el hombre de
la casa, dio su aprobación de una manera hosca. Y se empezaron a establecer los detalles
de la misma. Cuando trataban de fijar la fecha de boda, Tita se enteró de los deseos de
John de posponerla un poco para así poder viajar al norte de Estados Unidos para traer a
la única tía que le quedaba y que quería estuviera presente en la ceremonia. Esto
representaba un grave problema para Tita: ella deseaba irse lo más pronto posible del
rancho y de la cercanía de Pedro.
Apenas le dio tiempo de terminar con su arreglo, cuando Chencha le fue a anunciar que
John acababa de llegar y la esperaba en la sala.
El compromiso quedó formalizado cuando John le hizo entrega a Tita de un hermoso
anillo de brillantes. Tita observó largamente cómo lucía en su mano. Los destellos que se
desprendían de él la hicieron recordar el fulgor en los ojos de Pedro momentos antes,
cuando la miraba desnuda, y vino a su mente un poema otomí que Nacha le había enseñado
de niña:
No pudo acudir de inmediato a recibirlo, pues aún le faltaba poner la mesa. Antes de
poner el mantel hay que cubrir la mesa con un tapete, para evitar el ruido que hacen las
copas y vajilla al chocar contra ella. Tiene que ser bayeta blanca para así realzar la
blancura del mantel. Tita lo deslizaba suavemente sobre la enorme mesa para veinte
personas, que sólo usaban en ocasiones como ésta. Trataba de no hacer ruido, ni siquiera
al respirar para escuchar el contenido de la plática que sostenían en la sala Rosaura,
Pedro y John. La sala y el comedor estaban separados por un largo pasillo, así que sólo
llegaba a los oídos de Tita el murmullo de las varoniles voces de Pedro y John, sin
embargo alcanzaba a percibir en ellas cierto tono de discusión. Antes de esperar que las
cosas llegaran a mayores, colocó rápidamente en el orden debido los platos, los cubiertos
de plata, las copas, los saleros y los portacuchillos. Enseguida puso las bujías bajo los
calentadores para los platos principales, entrada e intermedio y los dejó listos sobre el
aparador. Corrió a la cocina por el vino de Burdeos que había dejado en baño María. Los
vinos de Burdeos se sacan de la bodega con varias horas de anticipación y se ponen en un
lugar caliente para que un suave calor desarrolle su aroma, pero como a Tita se le había
olvidado sacarlo a tiempo, forzó el procedimiento artificialmente. Lo único que le faltaba
era poner en el centro de la mesa una canastilla de bronce dorado con las flores, pero
como éstas se deben colocar unos momentos antes de pasar a la mesa para que conserven
su frescura natural, encargó a Chencha este trabajo, y apresuradamente, tanto como su
almidonado vestido se lo permitía, se dirigió a la sala.
En la gota de
rocío brilla el sol
la gota de rocío
se seca en mis
ojos, los míos,
brillas tú yo, yo
vivo...
Rosaura se enterneció al ver en los ojos de su hermana lágrimas que ella interpretó
como de felicidad y se sintió un poco aliviada de la culpa que algunas veces la
atormentaba por haberse casado con el novio de Tita. Entonces, muy entusiasmada, les
repartió a todos copas con champaña y los invitó a brindar por la felicidad de los novios..
Al hacerlo, los cuatro reunidos en el centro de la sala, Pedro golpeó su copa con la de los
demás con tal fuerza que la rompió en mil pedazos y el liquido de las otras los salpicó en
el rostro y la ropa.
La primera escena que presenció al abrir la puerta fue la acalorada discusión entre
Entre el desconcierto reinante fue una bendición que en ese momento Chencha
122
apareciera y pronunciara las mágicas palabras de: «la cena está servida». Este anuncio les
proporcionó a los presentes la serenidad y el espíritu que el momento ameritaba y que
estuvieron a punto de perder. Cuando se habla de comer, hecho por demás importante,
sólo los necios o los enfermos no le dan el interés que merece. Y como éste no era el
caso, mostrando buen humor todos se dirigieron al comedor.
Al sentir una presencia extraña, Tita giró sobre sí misma y la luz delineó claramente la
figura de Pedro poniendo una tranca en la puerta.
-¡Pedro! ¿Qué hace aquí.
Pedro, sin responderle, se acercó a ella, apagó la luz del quinqué, la jaló hacia donde
estaba la cama de latón que alguna vez perteneció a Gertrudis su hermana y tirándola
sobre ella, la hizo perder su virginidad y conocer el verdadero amor.
Durante la cena todo fue más fácil, gracias a las graciosas intervenciones de Chencha
mientras servía. La comida no fue tan deleitosa como en otras ocasiones, tal vez porque
el mal humor acompañó a Tita mientras la preparaba, pero no se podía decir tampoco que
estuviera desagradable. El champandongo es un platillo de un sabor tan refinado que
ningún mal temperamento puede ponerse a su altura y alterarle el gusto. Al terminar,
Tita acompañó a John a la puerta y ahí se dieron un largo beso como despedida. Al día
siguiente John pensaba salir de viaje, para estar de vuelta lo más pronto posible.
Rosaura, en su recámara, trataba de dormir a su hija que lloraba desenfrenadamente.
La paseaba por todo el cuarto, sin ningún resultado. Al cruzar por la ventana vio salir del
cuarto oscuro un resplandor extraño. Volutas fosforescentes se elevaban hacia el cielo
como delicadas luces de bengala. Por más gritos de alarma que dio llamando a Tita y a
Pedro para que lo observaran, no tuvo respuesta más que de Chencha, que había ido a
buscar un juego de sábanas. Al presenciar el singular fenómeno, Chencha por primera vez
en su vida enmudeció de sorpresa, ni un solo sonido escapaba de sus labios. Hasta
Esperanza, que no perdía detalle, dejó de llorar. Chencha se arrodilló y persignándose se
puso a orar.
-¡Virgen Santísima que’stás en los cielos, recoge el alma de mi siñora Elena pa’que deje
de vagar en las tiñeblas del pulgatorio!
-¿Qué dices Chencha, de qué hablas?
-¡Pos de qué’a de ser, no ve que se trata del fantasma de la dijunta! ¡La probe algo’a de
andar pagando! ¡Yo por si las dudas ni de chiste me guelgo a’cercar por a’i!
-Ni yo.
De regreso en la cocina, Tita mandó a Chencha a limpiar la habitación y el colchón
donde desde ahora viviría con jesús, su esposo, no sin antes agradecerle su gran ayuda.
Era necesario que antes de meterse en la cama se cercioraran que no se iban a encontrar
con la indeseable presencia de chinches en el cuarto. La última sirvienta que durmió ahí la
había dejado infestada de estos animalejos y Tita no lo había podido desinfectar por el
intenso trabajo que se les había venido encima con el nacimiento de la niña de Rosaura.
El mejor método para erradicarlas es mezclar un vaso de espíritu de vino, media onza
de esencia de trementina y media de alcanfor en polvo. Esta preparación se unta en los
sitios donde hay chinches y las hace desaparecer por completo.
Tita, después de recoger la cocina, empezó a guardar trastes y ollas en su lugar. Aún
no. tenia sueño y mejor aprovechaba el tiempo en eso que dando vueltas en la cama.
Experimentaba una serie de sentimientos encontrados y la mejor manera de ordenarlos
dentro de su cabeza era poniendo primero en orden la cocina. Tomó una gran cazuela de
barro y la llevó a guardar al ahora cuarto de los triques, antes cuarto oscuro. A la muerte
de Mamá Elena vieron que ya nadie lo pensaba utilizar como lugar para bañarse, pues
todos preferían hacerlo en la regadera y tratando de darle alguna utilidad lo convirtieron
en el cuarto de los trebejos.
En una mano llevaba la cazuela y en la otra un quinqué. Entró al cuarto cuidando de no
tropezar con la gran cantidad de objetos que estaban en el camino del sitio donde se
guardaban las ollas de cocina que no se utilizaban frecuentemente. La luz del quinqué le
ayudaba bastante, pero no lo suficiente como para alumbrarle las espaldas por donde
silenciosamente se deslizó una sombra y cerró la puerta del cuarto.
¡Si la pobre Mamá Elena supiera que aun después de muerta su presencia seguía
causando temor y que ese miedo a encontrarse con ella les proporcionaba a Tita y a Pedro
la oportunidad ideal para profanar impunemente su lugar preferido, al revolcarse
voluptuosamente sobre la cama de Gertrudis, se volverla a morir cien veces!
Continuará
Siguiente receta:
Chocolate y Rosca de Reyes
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tranquilamente hasta la llegada de la primavera para que desaparecieran las grietas. El único
interés que la movía a preparar la pomada era que por la noche vendrían a la casa algunos
invitados a partir la rosca de Reyes.
Chocolate y Rosca de Reyes
Por vanidad, no porque pensara reírse mucho, quería tener los labios suaves y brillantes
durante la velada. La sospecha de estar embarazada no la hacía sentirse como para tener la risa
a flor de labio. Nunca pensó en esta posibilidad al consumar su amor con Pedro. Aún no se lo
comunicaba a él. Esta noche pensaba hacerlo, pero no sabia cómo. Qué actitud tomaría Pedro y
cuál serla la solución a este gran problema, lo ignoraba por completo.
IX. Septiembre
INGREDIENTES:
Prefería tratar de no atormentarse más y procurar desviar los pensamientos de su mente
hacia cosas más triviales como la preparación de una buena pomada. Para esto no hay como la
crema de cacao. Pero antes de ponerse a elaborarla era necesario que dejara listo el chocolate.
2 libras cacao Soconusco
2 libras cacao Maracaibo
2 libras cacao Caracas
Azúcar entre 4 y 6 libras según el gusto
Cuando el cacao ya está tostado como se indicó, se limpia utilizando un cedazo para separar
la cáscara del grano. Debajo del metate donde se ha de moler, se pone un cajete con buena
lumbre y cuando ya está caliente el metate, se procede a moler el grano. Se mezcla entonces
con el azúcar, machacándolo con un mazo y moliendo las dos cosas juntas. En seguida se divide la
masa en trozos. Con las manos se moldean las tablillas, redondas o alargadas, según el gusto, y
se ponen a orear. Con la punta de un cuchillo se le pueden señalar las divisiones que se deseen.
Mientras Tita daba forma a las tablillas, añoró con tristeza los días de Reyes de su infancia, en
los que no tenía problemas tan serios. Su mayor preocupación en esa época era que los Santos
Reyes nunca le traían lo que ella pedía, sino lo que Mamá Elena pensaba que sería lo más
adecuado para ella. Hasta hacía algunos años no se había enterado de que la causa por la que en
una sola ocasión sí recibió el regalo esperado fue porque Nacha se pasó algún tiempo ahorrando
de su salario para comprarle un «cinito» que había visto en el aparador de una tienda. Le
llamaban cinito, por ser un aparato qué proyectaba imágenes en la pared utilizando un quinqué de
petróleo como fuente de luz, dando un efecto parecido al del cine, pero su nombre verdadero
era el de «zootropo». Qué enorme felicidad le proporcionó verlo junto a su zapato, al
despertarse por la mañana. Cuántas tardes gozaron ella y sus hermanas viendo las imágenes en
secuencia que venían dibujadas en tiras de cristal, y que representaban diferentes situaciones
de lo más divertidas. Qué lejos le parecían ahora esos días de felicidad, cuando Nacha estaba a
su lado. ¡Nacha! Extrañaba su olor a sopa de fideos, a chilaquiles, a champurrado, a salsa de
molcajete, a pan con natas, a tiempos pasados. ¡Por siempre serían insuperables su sazón, sus
atoles, sus tés, su risa, sus chiqueadores en las sienes, su manera de trenzarle el pelo, de
arroparla por las noches, de cuidarla en sus enfermedades, de cocinarle sus antojos, de batir el
chocolate! ¡Si pudiera volver un solo momento a aquella época para traerse de regreso un poco
Manera de hacerse:
La primera operación es tostar el cacao. Para hacerlo es conveniente utilizar una charola de
hojalata en vez del comal, pues el aceite que se desprende de los granos se pierde entre los
poros del comal. Es importantísimo poner cuidado en este tipo de indicaciones, pues la bondad
del chocolate depende de tres cosas, a saber: de que el cacao que se emplee esté sano y no
averiado, de que se mezclen en su fabricación distintas clases de cacao y, por último, de su
grado de tueste.
El grado de tueste aconsejable es el del momento en que el cacao comienza a despedir su
aceite. Si se retira antes, aparte de presentar un aspecto descolorido y desagradable, lo hará
indigesto. Por el contrario, si se deja más tiempo sobre el fuego, el grano quedará quemado en
gran parte y contaminará de acrimonia y aspereza al chocolate.
Tita extrajo sólo media cucharadita de este aceite para mezclarlo con aceite de almendras
dulces y preparar una excelente pomada para los labios. En invierno se le partían
invariablemente, tomara las precauciones que tomara. Cuando era niña esto le causaba gran
malestar, pues cada vez que se reía, se le abrían sus carnosos labios y le sangraban
produciéndole un intenso dolor. Con el tiempo lo fue tomando con resignación. Y como ahora no
tenía muchas razones que digamos para reír, no le preocupaba en lo más mínimo. Podía esperar
124
de la alegría de esos instantes y poder preparar la rosca de Reyes con el mismo entusiasmo que
entonces! Si pudiera comerla más tarde con sus hermanas como en los viejos tiempos, entre
chanzas y bromas, cuando aún no tenían que disputarse Rosaura y ella el amor de un hombre,
como cuando ella aún ignoraba que le estaba negado el matrimonio en esta vida, como cuando
Gertrudis no sabía que huiría de la casa y trabajaría en un burdel, como cuando al sacarse el
muñeco de la rosca se tenia la esperanza de que lo que se deseara se cumpliría milagrosamente
al pie de la letra. La vida le había enseñado que la cosa no era tan fácil, que son pocos los que
pasándose de listos logran realizar sus deseos a costa de lo que sea, y que obtener el derecho
de determinar su propia vida le iba a costar más trabajo del que se imaginaba. Esta lucha la
tendría que dar sola, y esto le pesaba. ¡Si al menos estuviera a su lado Gertrudis, su hermana!
Pero parecía más probable que un muerto volviera a la vida que Gertrudis regresara a la casa.
Nunca habían vuelto a recibir noticias de ella, desde que Nicolás le había hecho entrega de
su ropa, en el burdel donde había ido a caer. En fin, dejando orear al lado de sus recuerdos las
tablillas de chocolate que acababa de terminar, se dispuso a preparar la rosca de Reyes.
INGREDIENTES:
30 g de levadura fresca
1 ¼ kg. de harina
8 huevos
2 cucharadas de agua de azahar
1 ½ tazas de leche
300 g de azúcar
300 g de mantequilla
250 g de frutas cubiertas
1 muñeco de porcelana
Manera de hacerse:
Con las manos, o utilizando un tenedor se desbarata la levadura en un cuarto de kilo de
harina, agregándole poco a poco media taza de leche tibia. Cuando están bien incorporados los
ingredientes se amasan un poco y se dejan reposar en forma de bola, hasta que la masa crezca
el doble de su tamaño.
Justo cuando Tita ponía la masa a reposar, Rosaura hizo su aparición en la cocina. Venia a
125
pedirle su ayuda para poder llevar a cabo la dieta que John le había recetado. Desde hacía unas
semanas tenia graves problemas digestivos, sufría de flato y mal aliento. Rosaura se sintió tan
apenada por estos trastornos que inclusive tuvo que tomar la decisión de que Pedro y ella
durmieran en recámaras separadas. De esta manera aminoraba un poco su sufrimiento al poder
desalojar ventosidades a su antojo. John le había recomendado abstenerse de alimentos tales
como raíces y legumbres y realizar un activo trabajo corporal. Esto último se le dificultaba por
su excesiva gordura. No se explicaba por qué desde que regresó nuevamente al rancho habla
empezado a engordar tanto, pues seguía comiendo lo mismo de siempre. El caso es que le
costaba un trabajo enorme poner en movimiento su voluminoso y gelatinoso cuerpo. Todos estos
males le estaban acarreando infinidad de problemas, pero el más grave era que Pedro se estaba
distanciando de ella cada día más. No lo culpaba: ni ella misma soportaba su pestífero vaho. Ya
no podía más.
Era la primera vez que Rosaura se abría, de capa con Tita y trataba estos temas con ella.
Inclusive le confesó que no se le habla acercado antes por los celos que le tenia. Pensaba que
entre ella y Pedro había una relación amorosa, latente, escondida bajo las apariencias. Pero
ahora que veía lo enamorada que estaba de John, y lo cercano de su matrimonio con él, se habla
dado cuenta de lo absurdo que era seguir guardando este tipo de recelos. Confiaba en que aún
era tiempo para que entre ellas surgiera una buena comunicación. ¡La verdad, la relación
RosauraTita hasta ahora había sido como la del agua en aceite hirviendo! Con lágrimas en los
ojos le rogó que por favor no le guardara rencor por haberse casado con Pedro. Y le pidió su
consejo para recuperarlo. ¡Como si ella estuviera para darle ese tipo de consejos! Con pena,
Rosaura le comentó que Pedro tenía muchos meses de no acercársele con intenciones amorosas.
Prácticamente la rehuía. Esto no le preocupaba mucho, pues Pedro nunca había sido muy dado a
los excesos sexuales. Pero últimamente no sólo eso, sino que detectaba en sus actitudes un
abierto rechazo a su persona.
Es más, podía precisar exactamente desde cuándo, pues lo recordaba perfectamente. Fue la
noche en que el fantasma de Mamá Elena había empezado a aparecer. Ella estaba despierta,
esperando que Pedro regresara de un paseo que habla salido a dar. Cuando regresó, casi no le
prestó atención a su historia del fantasma, estaba como ausente. Durante la noche ella había
tratado de abrazarlo, pero él, o estaba muy dormido o fingió estarlo, pues no reaccionó a sus
insinuaciones. Más tarde lo había escuchado llorar quedamente y ella a su vez había fingido no
oírlo.
Sentía que su gordura, su flato y su mal aliento definitivamente estaban alejando a Pedro de
su lado cada día más y no le veta solución. Le pedía por lo tanto su ayuda. La necesitaba como
nunca y no tenía a nadie más a quien recurrir. Su situación cada día era más grave. No sabría
cómo reaccionar al «qué dirán» si Pedro la abandonaba, no lo resistirla. El único consuelo que le
quedaba era que al menos tenla a su hija Esperanza, ella tenía la obligación de estar a su lado
para siempre.
quedando pegada en la mesa, para intregrarla también. Entonces se vacía la masa en un
recipiente hondo, engrasado. Se tapa con una servilleta y se espera a que suba nuevamente al
doble de su tamaño. Hay que tener en cuenta que la masa tarda aproximadamente dos horas en
duplicar su tamaño y es necesario que lo haga tres veces, antes de poder meterla al horno.
Hasta este momento todo iba muy bien, las primeras palabras de Rosaura habían causado
estragos en la conciencia de Tita, pero en cuanto escuchó por segunda ocasión cuál sería el
destino de Esperanza tuvo que hacer un soberano esfuerzo por no gritarle a su hermana que
esta idea era la más aberrante que había escuchado en toda su vida. No podía iniciar en estos
momentos una discusión entre ellas que diera al traste con la buena voluntad que sentía de
compensar a Rosaura del daño que le estaba causando. Así que en lugar de externar sus
pensamientos, le prometió a su hermana prepararle una dieta especial para ayudarla a bajar de
peso. Y amablemente le proporcionó una receta de familia contra el mal aliento: « El mal aliento
tiene su origen en el estómago y son varias las causas que contribuyen a ello. Para hacerlo
desaparecer debe principiarse por gargarismos de agua salada, sorbiéndola al propio tiempo por
las narices, mezclada con algunas gotas de vinagre de alcanfor pulverizado. Paralelamente hay
que masticar continuamente hojas de menta. El plan propuesto, seguido con constancia, es capaz
por si solo de purificar el aliento más pestilente».
Cuando Tita estaba cubriendo con una servilleta la vasija donde puso a reposar la masa, una
fuerte ráfaga de viento azotó la puerta de la cocina abriéndola de par en par y permitiendo que
un frío helado la invadiera. La servilleta voló por los aires y un gélido estremecimiento recorrió
la espalda de Tita. Giró su cuerpo y asombrada quedó frente a frente con Mamá Elena que la
miraba duramente.
Rosaura le agradeció infinitamente su ayuda y rápidamente salió a la huerta a recoger hojas
de menta, no sin antes suplicarle absoluta discreción en este delicado asunto. El rostro de
Rosaura reflejaba un gran alivio. En cambio Tita estaba destruida. ¡Qué era lo que había hecho!
¿Cómo resarcir el daño a Rosaura, a Pedro, a ella misma, a John? ¿Con qué cara lo iba a recibir
dentro de unos días, cuando regresara de su viaje? John, la persona a quien sólo tenía cosas que
agradecer, John, el que la había vuelto a la cordura, John el que le había mostrado el camino a la
libertad.
John, la paz, la serenidad, la razón. ¡Verdaderamente él no se merecía esto! ¿Qué decirle,
qué hacer? Por lo pronto lo mejor era que continuara preparando la rosca de Reyes, pues la masa
con levadura que había dejado reposando mientras platicaba con Rosaura ya estaba lista para el
paso siguiente.
Con el kilo de harina se forma una fuente sobre la mesa. En el centro se ponen todos los
ingredientes y se van amasando empezando por los del centro y tomando poco a poco la harina
de la fuente, hasta que se incorpora toda. Cuando la masa que contiene la levadura ha subido al
doble de su tamaño, se mezcla con esta otra masa, integrándolas perfectamente, hasta el punto
en que se desprendan de las manos con toda facilidad. Con una raspa se quita la masa que se va
126
-Te dije muchas veces que no te acercaras a Pedro. ¿Por qué lo hiciste?
-... Yo lo intenté mami... pero...
-¡Pero nada! ¡Lo que has hecho no tiene nombre! ¡Te has olvidado de lo que es la moral, el
respeto, las buenas costumbres! No vales nada, eres una cualquiera que no se respeta ni a sí
misma. ¡Has enlodado el nombre de toda mi familia, desde el de mis antepasados, hasta el de esa
maldita criatura que guardas en las entrañas!
-¡No! ¡Mi hijo no está maldito!
-¡Sí lo está! ¡Lo maldigo yo! ¡A él y a ti, para siempre!
-No, por favor.
La entrada de Chencha en la cocina hizo que Mamá Elena diera media vuelta y saliera por la
misma puerta por donde había entrado.
-Cierra la puerta, niña, ¿no ves el frío qui’ace? Últimamente te veo muy despatoladota. ¿Pos
qué tráis pues’n?
Nada. No le pasaba nada más que tener un mes de atraso en su menstruación, la sospecha de
estar embarazada; tener que decírselo a John en cuanto regresara para casarse con ella, tener
que cancelar ese matrimonio, tener que abandonar ese rancho si es que
quería tener a su hijo sin problemas, tener que renunciar para siempre a Pedro, pues no podía
hacerle más daño a Rosaura.
¡Sólo eso le pasaba! Pero no se lo podía decir. De hacerlo, con lo chismosa que era Chencha, al
otro día todo el pueblo lo sabría. Prefirió no darle ninguna respuesta y cambiarle el tema sin más
ni más, tal y como Chencha se lo hacía a ella cuando la sorprendía en alguna falta.
-¡Qué barbaridad! La masa ya está desbordándose. Déjame terminar la rosca, o nos va a caer
la noche encima sin haber terminado.
Aún no se estaba desbordando la masa de la vasija donde la había puesto a reposar, pero era
el pretexto ideal para distraer la atención de Chencha hacia otro asunto.
Cuando la masa ya dobla su tamaño por segunda vez, se vacía sobre la mesa y se hace una tira
con ella. En medio se le ponen, si se desea, algunas frutas cubiertas en trozos. Si no, solamente
el muñeco de porcelana, al azar. Se enrolla la tira metiendo una punta en la otra. Se pone sobre
una lámina engrasada y enharinada con la unión hacia abajo. Se le da la forma de rosca, dejando
bastante espacio entre la misma y la orilla de la lámina, pues todavía va a doblar su tamaño una
vez más. Mientras tanto se enciende el horno para mantener una temperatura agradable en la
cocina, hasta que termine de esponjarse la masa.
Antes de introducir el muñeco de porcelana en la rosca, Tita lo observó detenidamente.
Según la tradición, la noche del 6 de enero se parte la rosca y la persona que saca el muñeco que
viene escondido dentro de ella queda obligado a celebrar una fiesta el 2 de febrero, día de la
Candelaria, cuando hay que levantar del nacimiento al niño Jesús. Desde que eran muy niñas esta
tradición se había convertido en una especie de competencia entre ella y sus hermanas. Se
consideraba muy afortunada a la que tenía la suerte de quedarse con el muñeco. Por la noche
podría pedir un deseo apretándolo fuertemente con las dos manos.
Observando detenidamente las delicadas formas del muñeco, pensaba lo fácil que era desear
cosas durante la niñez. Entonces no hay imposibles. Cuando uno crece se da cuenta de todo lo
que no se puede desear porque es algo prohibido, pecaminoso. Indecente.
¿Pero qué es la decencia? ¿Negar todo lo que uno quiere verdaderamente? Ojalá que nunca
hubiera crecido, ni conocido a Pedro, ni tuviera que desear no estar embarazada de él. Ojalá que
su madre dejara de atormentarla, de toparse con ella por todos los rincones y de gritarle lo
indigno de su proceder. ¡Ojalá que Esperanza se casara, sin que Rosaura lo pudiera impedir y
nunca conociera de estas angustias y dolores! ¡Ojalá que esta niña tuviera la fuerza que había
tenido Gertrudis para huir de la casa, en caso de ser necesario! ¡Ojalá que Gertrudis regresara
a casa, para darle a Tita el apoyo que tanto necesitaba en estos momentos! Pidiendo estos
deseos introdujo el muñeco en la rosca y la dejó sobre la mesa, para que siguiera aumentando su
tamaño.
Cuando la masa dobla su tamaño por tercera vez, se decora con las frutas cubiertas, se
barniza con huevo batido y se le pone el azúcar. Se mete al horno per veinte minutos y después
se deja enfriar.
Cuando la rosca estuvo lista, Tita le pidió a Pedro que la ayudara a llevarla a la mesa. Le
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hubiera podido pedir ayuda a quien fuera, pero necesitaba hablar con él en privado.
-Pedro, necesito hablarle a solas.
-Es muy fácil, ¿por qué no va al cuarto obscuro? Ahí lo podemos hacer sin que nadie nos
moleste. Llevo muchos días esperando que vaya-Lo que tengo que decirle es precisamente sobre esas visitas.
La entrada de Chencha interrumpió la conversación, para informar que los Lobo acababan de
llegar a la fiesta y sólo estaban esperando por ellos para partir la rosca. Entonces a Tita y a
Pedro no les quedó otra que suspender la conversación y llevar la rosca al comedor, donde era
esperada con ansiedad. Cuando iban atravesando el pasillo, Tita vio a su madre parada junto a la
puerta del comedor, lanzándole una mirada de furia. Tita se paralizó. El Pulque empezó a
ladrarle a Mamá Elena, que caminaba amenazadoramente hacia Tita. El perro tenía el pelo del
lomo erizado por el miedo y caminaba defensivamente, hacia atrás. Su aturdimiento hizo que
metiera una pata trasera dentro de la escupidera de latón que se encontraba al final del pasillo,
junto al helecho, y que al tratar de salir corriendo la azotara contra el piso, dejando regado por
todos lados el contenido de ésta.
El escándalo que provocó llamó la atención de los doce invitados, que ya se encontraban
reunidos en la sala. Se asomaron al pasillo muy alarmados y Pedro les tuvo que explicar que el
Pulque, tal vez por la vejez, últimamente hacía este tipo de cosas inexplicables, pero que todo
estaba bajo control. Sin embargo, Paquita Lobo se dio cuenta de que Tita estaba a punto del
desmayo. Pidió que alguien más le ayudara a Pedro a llevar la rosca al comedor, pues ella veta a
Tata muy indispuesta, la tomó del brazo y la llevó a la sala. Le dieron a oler sales y después de
un momento se recuperó por completo. Entonces decidieron pasar al comedor. Antes de salir,
Paquita detuvo a Tita un segundo y le preguntó:
-¿Ya te sientes bien? Aún te noto medio mareada, ¡y tienes una mirada! Que de no ser porque
yo sé perfectamente que eres una muchacha decente juraría que estás embarazada.
Tita, riendo y tratando de no darle importancia, le respondió-¿Embarazada? ¡Sólo a usted se le ocurre! ¿Y qué tiene que ver la mirada con eso?
Yo puedo ver en los ojos de una mujer inmediatamente cuándo está embarazada.
Tita agradeció que el Pulque la salvara nuevamente de una situación difícil, pues el escándalo
de los mil demonios que estaba armando en el patio le evitó tener que seguir conversando con
Paquita. Además de los ladridos del Pulque se escuchaba el sonido provocado por el galope de
varios caballos. Todos los invitados ya estaban en casa. ¿Quién podría ser a estas horas? Tita se
dirigió rápidamente a la puerta, la abrió y vio cómo el Pulque le hacia fiestas a la persona que
venía al frente de una compañía de revolucionarios. Hasta que se acercaron lo suficiente no pudo
apreciar que quien venía al mando de la tropa era nada menos que su hermana Gertrudis. A su
lado cabalgaba el ahora general Juan Alejandrez, el mismo que la había robado tiempo atrás.
Gertrudis se bajó del caballo y como si el tiempo no hubiera pasado, dijo con desparpajo que
sabiendo que era día de partir la rosca de Reyes, había venido por una buena taza de chocolate
recién batido. Tita, abrazándola emocionada, la llevó de inmediato a la mesa para cumplirle el
deseo. En la casa lo hacían como nadie, pues ponían mucho esmero en todos los pasos a seguir
para hacerlo, desde su fabricación hasta la batida del chocolate, que es otro capítulo
importantísimo. La impericia al batirlo puede ocasionar que un chocolate de excelente calidad se
convierta en detestable o por su falta de cocimiento o por estar pasado de punto, o muy espeso
o aun quemado.
El método para evitar todas las fallas anteriores es muy sencillo: se pone en la lumbre una
tablilla de chocolate con agua. La cantidad de agua debe ser un poco mayor que la que se
necesite para llenar el pocillo en que se ha de hervir. Cuando da el primer hervor, se aparta del
fuego y se deshace la tablilla perfectamente, se bate con el molinillo hasta que esté bien
incorporada con el agua. Se vuelve a la hornilla. Cuando dé otro hervor y quiera subir, se aparta
de la lumbre. En seguida se vuelve a poner y así hasta que dé el tercer hervor. Entonces se
aparta por última ocasión y se bate. Se sirve la mitad en el pozuelo y se vuelve a batir el
restante. Entonces se sirve todo, dejando la superficie cubierta de espuma. Se puede hacer
también con leche en lugar de agua, pero en este caso sólo se le da un hervor, la segunda ocasión
que se pone al fuego se bate para que no quede muy espeso. El chocolate hecho con agua es de
mejor digestión que el de leche.
Gertrudis cerraba los ojos cada vez que daba un sorbo a la taza de chocolate que tenía
frente a ella. La vida sería mucho más agradable si uno pudiera llevarse a donde quiera que
fuera los sabores y los olores de la casa materna. Bueno, ésta ya no era su casa materna. Su
madre había muerto sin qué ella se enterara.
Sintió mucha pena cuando Tita se lo informó. Ella había regresado con la intención de
mostrarle a Mamá Elena que había triunfado en la vida. Era generala del ejército revolucionario.
Este nombramiento se lo había ganado a pulso, luchando como nadie en el campo de batalla. En la
sangre traía el don de mando; así que en cuanto ingresó al ejército, rápidamente empezó a
escalar puestos en el poder hasta alcanzar el mejor puesto, y no sólo eso, regresaba felizmente
casada con Juan. Se habían encontrado después de haberse dejado de ver por más de un año y
entre ellos había renacido la misma pasión que la del día en que se conocieron. ¡Qué más podía
pedir una persona! Cómo le gustaría que su madre la hubiera visto y cómo le gustaría volverla a
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ver, aunque sólo fuera para que le indicara con la mirada que era necesario que utilizara la
servilleta para limpiarse los restos de chocolate en los labios.
Este chocolate estaba preparado como en los viejos tiempos.
Gertrudis lanzó una plegaria en silencio y con los ojos cerrados, pidiendo que Tita viviera
muchos años más cocinando las recetas de la familia. Ni ella ni Rosaura tenían los conocimientos
para hacerlo, por lo tanto el día que Tita muriera moriría junto con ella el pasado de su familia.
Cuando todos terminaron de cenar pasaron a la sala, donde dio comienzo el baile. El salón estaba
perfectamente iluminado por una colosal cantidad de velas. Juan impresionó a los invitados
tocando de maravilla la guitarra, la armónica y el acordeón. Gertrudis llevaba el ritmo de las
piezas que Juan interpretaba golpeando el piso con la punta de su bota.
Lo miraba orgullosamente desde el fondo del salón, donde una corte de admiradores la tenía
rodeada, asediándola con preguntas sobre su participación en la revolución. Gertrudis, con gran
soltura, mientras fumaba, les narraba fantásticas historias de las batallas en las que había
participado. En ese momento los tenía con la boca abierta contándoles cómo había sido el primer
fusilamiento que ordenó, pero sin poderse contener, interrumpió el relato y se lanzó al centro
del salón donde empezó a bailar con donaire la polka Jesusita en Chihuahua, que Juan
interpretaba magistralmente en el acordeón norteño. Con liviandad, se levantaba la
falda hasta la rodilla, mostrando gran desenfado.
Esta actitud provocaba comentarios escandalosos de las mujeres ahí reunidas.
Rosaura le dijo en el oído a Tita:
-Yo no sé de dónde sacó ese ritmo Gertrudis. A mamá no le gustaba bailar y dicen que papá lo
hacía muy mal.
Tita levantó los hombros en señal de respuesta, aunque ella sabía perfectamente de quién
había heredado Gertrudis el ritmo y otras cosas. Este secreto pensaba llevárselo a la tumba,
pero no lo pudo hacer. Un año más tarde Gertrudis dio a luz a un niño mulato. Juan enfureció y
amenazó con dejarla. No le perdonaba a Gertrudis que hubiera vuelto a las andadas. Entonces
Tita, para salvar ese matrimonio, confesó todo. Por fortuna no se había atrevido a quemar las
cartas, ahora sí que con el «negro pasado» de su madre, pues éstas le sirvieron perfectamente
de prueba para demostrar la inocencia de Gertrudis.
Dé cualquier manera fue un golpe difícil de asimilar, pero al menos no se separaron, sino que
vivieron para siempre juntos y pasando más tiempo felices que enojados.
Así como sabía la razón del ritmo de Gertrudis, sabía la razón del fracaso del matrimonio de
su hermana y de su propio embarazo.
Ahora le gustaría saber cuál era la mejor solución. Eso es lo importante. Lo bueno es que ya
tenía alguien a quien confiar sus penas. Esperaba que Gertrudis se quedara en el rancho lo
suficiente como para que la escuchara y la aconsejara. En cambio Chencha deseaba todo lo
contrario. Estaba furiosa con Gertrudis, bueno, no precisamente con ella, sino con el trabajo que
representaba el atender a su tropa. En lugar de gozar de la fiesta, a esas horas de la noche
había tenido que poner una gran mesa en el patio y elaborar chocolate para los cincuenta de su
tropa.
Continuará
Siguiente receta:
Torrejas de natas
Torrejas de natas
X. Octubre
INGREDIENTES:
hacerlo, pues entonces le tocaría el turno a ella. Sabía que sólo le quedaba el día de hoy para
contarle a Gertrudis su problema y, aunque se moría de ganas de desahogarse con su hermana,
tenía resquemores en cuanto a la actitud que ésta tomaría con ella.
La estancia de Gertrudis y su tropa en la casa, en lugar de agobiar de trabajo a Tita, le había
proporcionado una enorme paz.
Con tanta gente por toda la casa y los patios, era imposible conversar con Pedro, ya no se
diga encontrarse con él en el cuarto obscuro. Esto tranquilizaba a Tita, pues aún no estaba
preparada para hablar con él. Antes de hacerlo quería analizar bien las posibles soluciones que
tenía el problema de su embarazo, y tomar una determinación. Por un lado estaban ella y Pedro
y, por otro, estaba su hermana en total desventaja. Rosaura no tenía carácter, le importaba
mucho aparentar en la sociedad, seguía gorda y pestilente, pues ni con el remedio que Tita le dio
pudo aminorar su intenso problema. ¿Qué pasaría si Pedro la abandonaba por ella? ¿Qué tanto le
afectaría a Rosaura? ¿Qué sería de Esperanza?
-Ya te aburrí con mi plática, ¿verdad?
-Claro que no Gertrudis, ¿por qué dices eso?
1 taza de natas
6 huevos
Canela
Almíbar
-Nada más porque te veo con la mirada perdida desde hace un rato. Dime, ¿qué es lo que te
pasa? Se trata de Pedro, ¿verdad?
-Sí.
-Si
-Ya
Manera de hacerse:
Tita
Se toman los huevos, se parten y se les separan las claras. Las seis yemas se revuelven con la
taza de natas. Se baten estos ingredientes hasta que se torne ralo el batido. Entonces se
vierten sobre una cazuela previamente untada con manteca. Esta mezcla, dentro de la tartera,
no debe sobrepasar un dedo de altura. Se pone sobre la horquilla, a fuego muy bajo, y se deja
cuajar.
Tita estaba preparando estas torrejas a petición expresa de Gertrudis, pues era su postre
favorito. Tenía mucho tiempo de no comerlo y quería hacerlo antes de dejar el rancho, al día
siguiente. Había pasado en casa sólo una semana, pero esto era mucho más de lo que había
planeado. Mientras Gertrudis untaba la cazuela donde Tita vaciaría las natas batidas, no paraba
de hablar. Tenía tantas cosas que contarle que ni con un mes hablando día y noche podría agotar
su conversación. Tita la escuchaba con gran interés. Es más, le daba temor que dejara de
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lo
sigues
no
se
queriendo,
me
abrazó
voy
a
¿cómo
es
a
Gertrudis
entonces
casar
y
que
con
lloró
te
él,
en
vas
no
su
a
casar
con
puedo
hombro,
en
John?
hacerlo.
silencio.
Gertrudis le acariciaba el pelo con ternura, pero sin descuidar el dulce de torrejas que
estaba sobre la lumbre. Sería una pena que no pudiera comerlo. Cuando estaba a punto de
empezar a quemarse, separó á Tita de su lado y con dulzura le dijo:
-Nada más déjame quitar esto de la lumbre y ahorita sigues llorando, ¿sí?
A Tita no pudo menos que causarle risa que en estos momentos Gertrudis estuviera más
preocupada por el futuro de las torrejas que por el de ella. Claro que esta actitud era
comprensible, pues por un lado Gertrudis ignoraba la gravedad del problema de su hermana y
por el otro, tenía un gran antojo de comer torrejas.
Secándose las lágrimas, Tita misma retiró del fuego la cazuela, pues Gertrudis se quemó la
mano al tratar de hacerlo.
Cuando están frías las natas, se cortan en pequeños cuadros, de un tamaño que no los haga
quebradizos. Por su parte se baten las claras, para rebozar en ellas los cuadros de natas y
después freírlos en aceite. Por último se echan en almíbar y se polvorean con canela molida.
Mientras dejaban enfriar las natas para poder capearlas después, Tita le confió a Gertrudis
todos sus problemas. Primero le mostró lo inflamado que tenía el vientre, y cómo sus vestidos y
faldas ya no le cerraban. Luego le contó cómo por las mañanas al levantarse sentía mareos y
náuseas. Cómo el busto le dolía tanto que nadie se lo podía tocar. Y al último, así como quien no
quiere la cosa, le dijo que esto tal vez, quién sabe, a lo mejor, lo más posible, era porque estaba
un poquito embarazada. Gertrudis la escuchó con calma y sin impresionarse en ningún momento.
En la revolución ella había visto y oído cosas mucho peores que éstas.
de su hermana. Gertrudis estaba sentada de frente a la puerta de la cocina que daba al patio
trasero, Tita estaba al otro lado de la mesa y dando la espalda a la puerta, por lo que era
imposible que viera venir a Pedro caminando hacia la cocina, cargando un costal de frijol
para alimentar a la tropa. Entonces Gertrudis, con su gran práctica en el campo de batalla midió
estratégicamente el tiempo que Pedro tardaría en cruzar por el umbral de la puerta para, en ese
precisó instante, dispararle las palabras:
-... Y creo que entonces sería bueno que Pedro se enterara de que esperas un hijo suyo.
verdad y punto.
¡Con gran éxito dio en el blanco! Pedro, fulminado, dejó caer el costal al suelo. Se moría de
amor por Tita. Ésta giró asustada y descubrió a Pedro que la miraba emocionado hasta las
lágrimas.
-¡Pedro, qué casualidad que llega! Mi hermana tiene algo que decirle, ¿por qué no van a la
huerta a platicar, mientras yo termino el almíbar?
Tita no sabía si recriminarle o agradecerle a Gertrudis su intervención. Más tarde hablaría
con ella, pero ahora no le quedaba otra que hacer lo propio con Pedro. En silencio, Tita le dio a
Gertrudis la vasija que tenía en las manos donde había empezado a preparar el almíbar, sacó del
cajón de la mesa un arrugado papel con la receta escrita en él y se lo dejó a Gertrudis por si
acaso lo necesitaba. Salió de la cocina, seguida por Pedro.
¡Claro, Gertrudis necesitaba de la receta, sin ella sería incapaz de hacer nada! Con cuidado
empezó a leerla y a tratar de seguirla: Se bate una clara de huevo en medio cuartillo de agua
para cada dos libras de azúcar o piloncillo, dos claras de huevo en un cuartillo de agua para cinco
libras de azúcar y en la misma proporción para mayor o menor cantidad. Se hace hervir el
almíbar hasta que suba tres veces, calmando el hervor con un poco de agua fría, que se echará
cada vez que suba. Se aparta entonces del fuego, se deja reposar y se espuma; se le agrega
después otra poca de agua junto con un trozo de cáscara de naranja, anís y clavo al gusto y se
deja hervir. Se espuma otra vez y cuando ha alcanzado el grado de cocimiento llamado de bola,
se cuela en un tamiz o en un lienzo tupido sobre un bastidor. Gertrudis leía la receta como si
leyera jeroglíficos. No entendía a cuánta azúcar se refería al decir cinco libras, ni qué era un
cuartillo de agua y mucho menos cuál era el punto de bola. ¡La que estaba verdaderamente hecha
bolas era ella! Salió al patio a pedirle a Chencha su ayuda.
-¿Me aconsejas entonces que hable con ella?
-Mira, en lo que yo te digo, lo que haría en tu lugar, ¿por qué no vas preparando el almíbar
para mis torrejas? digo, para ir adelantando, porque la verdad es que ya se está haciendo tarde.
Tita aceptó la sugerencia y empezó a elaborar el almíbar, sin perder detalle de las palabras
Chencha estaba terminando de repartir frijoles a correligionarios de la quinta mesa del
desayuno. Ésta era la última que tenía que servir, pero en cuanto terminara de dar de comer a
esta mesa, ya tenía que poner la próxima, para que los revolucionarios que habían ingerido sus
sagrados alimentos en la primera mesa del desayuno pasaran a comer, y así sucesivamente, hasta
las 10 de la noche en que terminaba de servir la última mesa de la cena. Por lo que era
-¿Y dime, ya lo sabe Rosaura?
-No, no sé qué es lo que haría si se entera de la verdad.
-¡La verdad! ¡La verdad! Mira Tita, la mera verdad es que la verdad no existe, depende del
punto de vista de cada quien. Por ejemplo, en tu caso la verdad podría ser que Rosaura se casó
con Pedro, a la mala, sin importarle un comino que ustedes verdaderamente se querían, ¿verdad
que no miento?
-Pues sí, pero el caso es que ahora ella es la esposa, no yo.
-¡Eso qué importa! ¿Esa boda cambió en algo lo que Pedro y tú sienten de verdad?
-No.
-¿Verdad que no? ¡Pues claro! Porque ese amor es uno de los más verdaderamente verdaderos
que yo he visto en mi vida. Y tanto Pedro como tú cometieron el error de callar la verdad, pero
aún están a tiempo. Mira, Mamá ya murió, y verdad de Dios que ella sí que no entendía razones,
pero con Rosaura es distinto, ella bien que sabe la verdad y la tiene que entender, es más, creo
que en el fondo siempre la ha entendido. Así que a ustedes no les queda otra que hacer valer su
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claramente comprensible que estuviera de lo más violenta e irritable contra todo aquel que se
acercara a pedirle que hiciera un trabajo extra. Gertrudis no era la excepción por muy generala
que fuera. Chencha se negó terminantemente a proporcionarle su ayuda. Ella no formaba parte
de su tropa, ni tenía por qué obedecerla ciegamente como lo hacían todos los hombres bajo su
mando.
cuánto era una libra y él rápidamente respondió que una libra correspondía a 460 gramos y un
cuartillo a un cuarto de litro, ella creyó que sabia mucho de cocina, y no era así.
Gertrudis estuvo entonces tentada a recurrir a su hermana, pero su sentido común se lo
impidió. No podía interrumpir de ninguna manera a Tita y a Pedro en estos momentos. Tal vez los
más decisivos de sus vidas.
Mita caminaba lentamente entre los árboles frutales de la huerta, el olor a azahar se
confundía con el aroma a jazmines, característico de su cuerpo. Pedro, a su lado, la llevaba
del brazo con infinita ternura.
Una soldadera, que era su amante, se había enterado de sus actividades y entonces él la
había balaceado despiadadamente antes de que lo denunciara. Gertrudis regresaba de darse un
baño en el río y la encontró agonizando. La soldadera le alcanzó a dar una clave para
identificarlo. El traidor tenía un lunar rojo en forma de araña en la entrepierna.
-¿Por qué no me lo había dicho?
-Porque primero quería tomar una determinación.
-¿Y ya la tiene?
-No.
-Pues yo creo que es conveniente antes de que la tome que sepa que para mí, tener un hijo
con usted es la mayor dicha que podría alcanzar, y para gozarla como se debe me gustaría que
nos fuésemos muy lejos de aquí.
-No podemos pensar sólo en nosotros, también existen en el mundo Rosaura y Esperanza,
¿qué va a pasar con ellas?
Pedro no pudo responder. No había pensado en ellas hasta ahora, y la verdad no deseaba
lastimarlas ni dejar de ver a su pequeña hija. Tenía que haber una solución benéfica para todos.
Él tendría que encontrarla. Al menos de una cosa estaba seguro, Tita ya no se iría del rancho con
John Brown.
Un ruido a sus espaldas los alarmó. Alguien caminaba tras ellos, Pedro de inmediato soltó el
brazo de Tita y giró disimuladamente la cabeza para ver de quién se trataba. Era el Pulque, que
harto de escuchar los gritos de Gertrudis en la cocina buscaba un mejor lugar donde dormir. De
cualquier manera decidieron posponer su conversación para otro momento. Había demasiada
gente por toda la casa y era riesgoso hablar de estas cosas tan privadas.
En la cocina, Gertrudis no lograba que el sargento Treviño dejara el almíbar como ella
deseaba, por más órdenes que le daba. Estaba arrepentida de haber confiado en Treviño para
tan importante misión, pero como Gertrudis preguntó a un grupo de rebeldes que quién sabía
131
La verdad, era la primera vez que Treviño le fallaba en algo que ella le encomendara.
Recordaba una ocasión en que habla tenido que descubrir a un espía que se habla infiltrado en la
tropa.
Gertrudis no podía ponerse a revisar a todos los hombres, pues además de prestarse a malas
interpretaciones, el traidor podría sospechar y huir antes de que lo encontraran. Entonces
encargó la misión a Treviño. Tampoco para él era una misión fácil. Lo que podrían pensar de su
persona era peor de lo que pensarían de Gertrudis si se ponía a husmear en las entrepiernas de
todos los hombres de la tropa. Treviño, entonces, esperó pacientemente hasta llegar a Saltillo.
Inmediatamente después de que entraron en la ciudad se dio a la tarea de recorrer cuanto
burdel existía y conquistar a todas las prostitutas de cada lugar valiéndose de no sé cuántas
artes. Pero la principal era que Treviño las trataba como damas, las hacía sentirse como reinas.
Era con ellas muy educado y galante, mientras les hacía el amor les recitaba versos y poemas.
No había una que no cayera en sus redes y no estuviera dispuesta a trabajar para la causa
revolucionaria.
De esta manera, no se tardó más de tres días en dar con el traidor y ponerle una trampa en
complicidad con sus amigas las putas. El traidor entró a un cuarto del lenocinio con una rubia
oxigenada llamada «La Ronca». Tras la puerta lo esperaba Treviño. Éste de una patada cerró la
puerta y haciendo gala de una violencia nunca vista mató a golpes al traidor. Ya sin vida le cortó
los testículos con un cuchillo.
Cuando Gertrudis le preguntó por qué lo habla matado con tanta saña y no simplemente de un
balazo, él respondió que había sido un acto de venganza. Hacía tiempo un hombre que tenía en la
entrepierna un lunar rojo en forma de araña había violado a su madre y a su hermana. Esta
última se lo había confesado antes de morir. De esta manera quedaba lavado el honor de su
familia. Ése fue el único gesto salvaje que Treviño tuvo en la vida, de ahí en fuera era la persona
más fina y elegante hasta para matar. Siempre lo hizo con gran pundonor. A partir de la captura
del espía, a Treviño le quedó la fama de mujeriego empedernido. Y no estaba muy alejada de la
verdad, pero el amor de su vida siempre fue Gertrudis. Muchos años trató de conquistarla en
vano pero sin perder las esperanzas, hasta que Gertrudis se encontró nuevamente con Juan.
Entonces se dio cuenta de que la había perdido para siempre. Ahora sólo le servía como un perro
guardián, cuidándole las espaldas, sin despegársele un solo segundo.
Era uno de sus mejores soldados en el campo de batalla, pero en la cocina no tenía nada que
hacer. Sin embargo a Gertrudis le daba pena correrlo de ahí, pues Treviño era muy sentimental
y cuando ella lo reprendía por algo le daba por la bebida. Así es que no le quedó otra que
apechugar su error de elección y tratar de que todo saliera lo mejor posible. Entre los dos,
cuidadosamente, leyeron paso a paso la mentada receta tratando de interpretarla.
< Si se quiere más puro el almíbar, como se necesita para endulzar los licores, después de las
operaciones referidas se cantea el cazo o vasija que lo contiene, se deja reposar y se descanta,
o lo que es lo mismo, se separa de los asientos con el menor movimiento posible.»
En la receta no se explicaba lo que era el punto de bola, así que Gertrudis le ordenó al
sargento que buscara la respuesta en un gran libro de cocina que estaba sobre el trastero.
Treviño se esforzaba por encontrar la información deseada, pero como apenas sabía leer, con
su dedo recorría lentamente las palabras del libro, ante la impaciencia de Gertrudis.
«Se distinguen muchos grados de conocimiento del almíbar: almíbar en punto lizado, almíbar
en punto lizado alto, almíbar de punto aperlado, almíbar de punto aperlado alto, almíbar de punto
soplado, almíbar en punto de pluma, almíbar de punto y almíbar de punto de caramelo, almíbar de
punto de bola...»
-¡Por fin! ¡Aquí está lo del punto de bola, mi generala!
-A ver, trae acá! Ya me desesperaste.
Gertrudis le leyó al sargento las instrucciones, con fluidez y en voz alta.
-«Para conocer si el almíbar está en este punto, se remojan los dedos en un cubilete o jarro
de agua fría y se coge el almíbar, volviéndolos a meter con prontitud en el agua. Si al enfriarse
el almíbar se hace bola y se maneja como pasta, está cocido al grado o punto de bola.»
¿Entendiste?
-Sí, pos creo que sí mi generala.
-¡Más te vale porque si no te juro que te mando fusilar!
Gertrudis había logrado por fin reunir toda la información que buscaba, ahora sólo le faltaba
que el sargento preparara bien el almíbar y podría finalmente comer sus tan ansiadas torrejas.
Treviño, teniendo muy presente la amenaza que pesaba sobre su cabeza si no cocinaba
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correctamente para su superior, cumplió con su misión, a pesar de su inexperiencia.
Todos lo festejaron mucho. Treviño estaba de lo más feliz. Él mismo le llevó a Tita a su
recámara una torreja que le mandaba Gertrudis para que le diera el visto bueno. Tita no había
bajado a comer y se habla pasado la tarde en la cama. Treviño entró en la recámara y la depositó
sobre una mesita que Tita utilizaba precisamente para cuando quería comer ahí y no en el
comedor. Le agradeció mucho su atención y lo felicitó, pues las torrejas realmente estaban
deliciosas. Treviño se lamentó de que Tita se sintiera indispuesta, pues le hubiera encantando
pedirle que le concediera una pieza en el baile que se había organizado en el patio para despedir
a la generala Gertrudis. Tita le prometió que bailarla encantada con él, si es que se animaba a
bajar a la fiesta. Treviño se retiró rápidamente para irle a platicar con orgullo a toda la tropa lo
que Tita le había dicho.
En cuanto el sargento salió, Tita se recostó nuevamente en la cama, no tenía ningún deseo de
moverse de ahí, la inflamación en el vientre no le permitía estar sentada por mucho tiempo.
Tita pensó en la cantidad de veces en que había puesto a germinar trigo, frijoles, alfalfa y
algunas otras semillas o granos, sin tener idea de lo que éstas sentían al crecer y cambiar de
forma tan radicalmente. Ahora les admiraba la disposición con que abrían su piel y dejaban que
el agua las penetrara libremente, hasta hacerlas reventar, para dar paso a la vida. Con qué
orgullo dejaban salir de su interior la primera punta de la raíz, con qué humildad perdían su
forma anterior, con qué donaire mostraban al mundo sus hojas. A Tita le encantaría ser una
simple semilla, no tener que dar cuentas a nadie de lo que se estaba gestando en su interior, y
poder mostrarle al mundo su vientre germinado sin exponerse al rechazo de la sociedad. Las
semillas no tenían este tipo de problemas, sobre todo, no tenían madre a la que temer, ni miedo
a que las enjuiciaran. Bueno, Tita físicamente tampoco tenía madre, pero aún no podía quitarse
de encima la sensación de que le caería de un momento a otro un fenomenal castigo del más allá,
auspiciado por Mamá Elena. Esta sensación le era muy familiar: la relacionaba con el temor que
sentía cuando en la cocina no seguía las recetas al pie de la letra. Siempre lo hacía con la
certeza de que Mamá Elena la descubrirla y en lugar de festejarle su creatividad la reprendería
fuertemente por no respetar las reglas. Pero no podía evitar la tentación de transgredir las
fórmulas tan rígidas que su madre quería imponerle dentro de la cocina... y de la vida
Permaneció un buen rato descansando, recostada sobre la cama, y sólo se volvió a levantar
cuando escuchó a Pedro cantar bajo su ventana una canción de amor. Tita llegó de un brinco a la
ventana y la abrió. ¡Cómo era posible que a Pedro se le ocurriera tal atrevimiento! En cuanto lo
vio, supo por qué. A leguas se veía que estaba borrachísimo. A su lado, Juan lo acompañaba con la
guitarra.
Mita se asustó mucho, ojalá que Rosaura ya estuviera dormida, o si no, ¡la que se iba a armar!
Mamá Elena entró furiosa a la habitación y le dijo:
-¿Ya viste lo que estás ocasionando? Pedro y tú son unos desvergonzados. Si no quieres que la
sangre corra en esta casa, vete a donde no puedas hacerle daño a nadie, antes de que sea
demasiado tarde.
-La que se debería de ir es usted. Ya me cansé de que me atormente. ¡Déjeme en paz de una
vez por todas!
-No lo voy a hacer hasta que te comportes como una mujer de bien, ¡o sea, decentemente!
-¿Qué es comportarse decentemente? ¿Como usted lo hacia?
-Sí.
-¡Pues eso es lo que hago! ¿0 no tuvo usted una hija ilícitamente?
-¡Te vas a condenar por hablarme así!
-¡No más de lo que usted está!
-¡Cállate la boca! ¿Pues qué te crees que eres?
-¡Me creo lo que soy! Una persona que tiene todo el derecho a vivir la vida como mejor me
plazca. Déjeme de una vez por todas, ¡ya no la soporto! Es más, ¡la odio, siempre la odié!
Tita pronunció las palabras mágicas para hacer desaparecer a Mamá Elena para siempre. La
imponente imagen de su madre empezó a empequeñecer hasta convertirse en una diminuta luz.
Conforme el fantasma se desvanecía, el alivio crecía dentro del cuerpo de Tita. La inflamación
del vientre y el dolor de los senos empezaron a ceder. Los músculos del centro de su cuerpo se
relajaron, dando paso a la impetuosa salida de su menstruación.
Esta descarga tantos días contenida mitigó sus penas. Respiró profunda y tranquilamente. No
estaba embarazada.
Pero no con esto terminaban sus problemas. La pequeña luz a que fue reducida la imagen de
Mamá Elena empezó a girar rápidamente.
Atravesó el cristal de la ventana y salió disparada hacia el patio, como un buscapiés
enloquecido. Pedro, en su borrachera, no se dio cuenta del peligro. Cantaba muy contento
Estrellita, de Manuel M. Ponce, bajo la ventana de Tita, rodeado de revolucionarios igual de
tomados que él. Gertrudis y Juan tampoco olieron la desgracia. Bailaban como dos adolescentes
recién enamorados a la luz de uno de los tantos quinqués de petróleo que estaban diseminados
por todo el patio para alumbrar la fiesta. De pronto, el buscapiés se acercó a Pedro girando
vertiginosamente, y con una furia hizo que el quinqué más cercano a él estallara en mil pedazos.
El petróleo esparció las llamas con rapidez sobre la cara y el cuerpo de Pedro.
133
Tita, que estaba terminando de tomar las medidas adecuadas para recibir su menstruación,
escuchó el alboroto que el accidente de Pedro provocaba. Precipitadamente llegó hasta la
ventana, la abrió y vio a Pedro corriendo por todo el patio, convertido en una antorcha humana.
Entonces Gertrudis lo alcanzó, se arrancó de un tirón la falda de su vestido y con ella cubrió a
Pedro, derribándolo sobre el piso.
Tita no supo cómo bajó las escaleras pero llegó al lado de Pedro en sólo 20 segundos.
Gertrudis le quitaba en ese momento la ropa humeante. Pedro aullaba de dolor. Tenía
quemaduras por todo el cuerpo. Entre varios hombres lo cargaron cuidadosamente para llevarlo
a su recámara. Tita tomó a Pedro de la única mano que tenía libre de quemaduras y no se separó
de él. Cuando iban subiendo las escaleras, Rosaura abrió la puerta de su recámara.
Percibió de inmediato un fuerte olor a plumas quemadas. Se acercó a la escalera con la
intención de bajar a ver qué sucedía y ahí se topó con el grupo que cargaba a Pedro envuelto en
humo. Tita, a su lado, lloraba desconsolada. El primer intento de Rosaura fue correr a ayudar a
su marido. Tita trató de soltarle la mano a Pedro para permitir que Rosaura se acercara a él,
pero Pedro, entre quejidos y hablándole por primera vez de tú, clamó:
-Tita, no te vayas. No me dejes.
-No, Pedro, no lo haré.
Tita tomó nuevamente la mano de Pedro, Rosaura y Tita se miraron un momento
retadoramente. Entonces Rosaura comprendió que ella no tenia nada que hacer ahí, se metió en
su recámara y se cerró con llave. De ahí no salió en una semana.
Como Tita no podía ni quería desprenderse del lado de Pedro ordenó a Chencha que trajera
claras de huevo batidas con aceite y bastantes papas crudas bien machacadas. Estos eran los
mejores métodos que conocía contra las quemaduras. Las claras de huevo se ponen con una
pluma fina sobre la parte dañada, renovando la aplicación cada vez que el linimento se seque.
Después hay que poner emplastos de papas crudas machacadas para reducir la inflamación y
calmar el dolor.
Tita se pasó toda la noche aplicándole estos remedios caseros.
Mientras le ponía el emplasto de papas, observaba el amado rostro de Pedro. Ni señas
quedaban de sus pobladas cejas y sus grandes pestañas. El cuadrado mentón ahora tenia forma
oval por la hinchazón. A Tita no le importaba que fuera a quedar con alguna marca, pero tal vez a
Pedro sí. ¿Qué ponerle para evitar que le quedaran cicatrices? Nacha le dio la respuesta, que a
su vez «Luz del amanecer» le había dado a ella: lo mejor en estos casos era ponerle a Pedro
corteza del árbol de tepezcohuite. Tita salió corriendo al patio y sin importarle que la noche
estaba muy avanzada levantó a Nicolás y lo mandó a conseguir esa corteza, con el mejor brujo
de la región. Ya casi al amanecer logró calmar un poco el dolor de Pedro y que éste se quedara
dormido por un momento. Aprovechó para salir a despedirse de Gertrudis, pues desde hacía rato
oía los pasos y las voces de las gentes de su tropa mientras alistaban a los caballos para
retirarse.
Gertrudis habló con Tita por largo rato, lamentaba no poderse quedar a ayudarla en el
infortunio, pero le habían llegado órdenes de atacar Zacatecas. Gertrudis le agradeció los
momentos tan felices que había pasado a su lado, le aconsejó que no dejara de luchar por Pedro
y antes de despedirse le dio una receta que las soldaderas usaban para no embarazarse: después
de cada relación íntima se hacían un lavado con agua hervida y unas gotas de vinagre. Juan se
acercó a ellas e interrumpió la conversación, para informarle a Gertrudis que era hora de partir.
Juan le dio un fuerte abrazo a Tita y le envió a Pedro, por su conducto, los mejores deseos
para su restablecimiento. Tita y Gertrudis se abrazaron emocionadas. Gertrudis subió a su
caballo y se fue. No iba cabalgando sola, llevaba a su lado, en la alforja, su niñez encerrada en un
frasco de torrejas de natas.
Tita los vio irse con lágrimas en los ojos. Chencha también, pero al contrario de las de Tita
las de ella eran de felicidad. ¡Por fin podría descansar!
Cuando Tita iba a entrar nuevamente a la casa escuchó un grito de Chencha:
-¡No puede ser! Ya vienen de regreso.
Efectivamente, tal parecía que alguien de la tropa regresaba al rancho, pero no podían ver
bien de quién se trataba por la polvareda que los caballos habían levantado en su retirada.
Forzando la vista, con gusto reconocieron que se trataba de la carretela de John. Ya estaba
de regreso. Al verlo, Tita se sintió completamente confundida. No sabía qué iba a hacer ni qué le
iba a decir. Por una parte le daba un gusto enorme verlo pero, por otra, se sentía muy mal, de
tener que cancelar su compromiso matrimonial con él. John llegó hasta ella con un gran ramo de
flores. La abrazó emocionado y al besarla se dio cuenta de que algo había cambiado dentro de
Tita.
Continuará...
Siguiente receta:
Frijoles gordos con chile a la Tezcucana
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Frijoles gordos con chile a la Tezcucana
XI. Noviembre
INGREDIENTES:
Fríjoles gordos
Carne de puerco
Chicharrón
Chile ancho
Cebolla
Queso rallado
Lechuga
Aguacate
Rábanos
Chiles tomachiles
Aceitunas
Manera de hacerse:
A los frijoles primero se les tiene que dar un cocimiento con tequesquite, y, después de
lavados, se ponen nuevamente a cocer junto con pedacitos de carne de puerco y chicharrón.
Poner los frijoles a cocer fue lo primero que hizo Tita en cuanto se levantó a las cinco de la
mañana.
Hoy estaban invitados a comer John y su tía Mary, que había venido desde Pennsylvania sólo
para asistir a la boda de Tita y John. La tía Mary estaba ansiosa por conocer a la prometida de
su sobrino preferido y no había podido hacerlo por lo inoportuno que esto sería, dadas las
condiciones de salud de Pedro. Esperaron una semana a que se restableciera para hacer una
visita oficial. A Tita le angustiaba mucho no poder cancelar esta presentación debido a que la tía
de John ya tenía ochenta años y había venido desde tan lejos sólo con la esperanza de conocerla.
Darle una buena comida a la tía Mary era lo menos que Tita podía hacer por la dulce anciana y
por John, pero no tenía nada que ofrecerles aparte de la noticia de que no se casaría con John.
Se sentía completamente vacía, como un platón al que sólo le quedan las migajas de lo que fue un
excelente pastel. Buscó alimentos en la despensa pero éstos brillaban por su ausencia,
verdaderamente no tenía nada. La visita de Gertrudis al rancho había arrasado con todas las
reservas. Lo único que le quedaba en el granero, aparte de maíz para hacer unas ricas tortillas,
eran arroz y frijoles. Pero con buena voluntad e imaginación podría preparar una comida digna.
Un menú de arroz con plátanos machos y frijoles a la Tezcucana no la haría quedar mal.
Como los frijoles no estaban tan frescos como en otras ocasiones y previendo que se tomaran
más tiempo del acostumbrado en cocerse, los puso desde temprano y, mientras éstos lo hacían,
se ocupó en desvenar los chiles anchos.
Después de desvenados los chiles, se ponen a remojar en agua caliente y por último se
muelen.
Inmediatamente después de haber dejado los chiles remojando, Tita preparó el desayuno de
Pedro y se lo llevó a su recámara.
Ya se encontraba bastante restablecido de sus quemaduras. Tita en ningún momento había
dejado de aplicarle la corteza del tepezcohuite, y con esto había evitado que a Pedro le
quedaran cicatrices. John había aprobado por completo el tratamiento. Él mismo, curiosamente,
continuaba desde hacía tiempo los experimentos con esta corteza que su abuela «Luz del
amanecer» había iniciado. Pero esperaba a Tita ansiosamente. Aparte de las deliciosas comidas
que ésta le llevaba a diario, otro aspecto relevante influyó en su asombroso restablecimiento:
las pláticas que tenía con ella después de tomar sus alimentos. Pero esta mañana Tita no tenía
tiempo para dedicarle, quería preparar la comida para John lo mejor posible. Pero, estallando en
celos, le dijo:
-Lo que deberías hacer en vez de invitarlo a comer, es decirle de una vez por todas que no te
vas a casar con él, porque estás esperando un hijo mío.
-No puedo decirle eso, Pedro.
-¿Qué? ¿Tienes miedo de lastimar al doctorcito?
-No es que tenga miedo, sino que sería muy injusto tratar a John de esa manera, él se
merece todo mi respeto y tengo que esperar al mejor momento para hablarle.
-Si no lo haces tú, lo voy a hacer yo mismo.
-No, no le vas a decir nada; en primera, porque no te lo permito y, en segunda, porque no
estoy embarazada.
-¿Qué? ¿Qué dices?
135
-Lo que confundí con un embarazo fue sólo un desarreglo, pero ya me normalicé.
-Entonces ¿es eso? Ahora entiendo perfectamente lo que te pasa. No quieres hablar con
John porque tal vez estás dudando entre quedarte a mi lado o casarte con él ¿verdad? Ahora ya
no estás atada a mí, un pobre enfermo.
Tita no entendía esta actitud de Pedro: parecía un niño chiquito emberrinchado. Hablaba
como si fuera a estar enfermo por el resto de sus días y no era para tanto, en poco tiempo
estaría restablecido por completo. Sin duda el accidente que sufrió le había alterado la mente.
Tal vez tenía la cabeza llena del humo que su cuerpo había despedido al quemarse y así como un
pan achicharrado altera el olor de toda una casa convirtiéndolo en desagradable, así su cerebro
ahumado lanzaba estos negros pensamientos transmutando sus usualmente gratas palabras en
insoportables. No era posible que dudara de ella, ni tampoco que tuviera la intención de actuar
contrariamente a lo que siempre había sido una característica de su conducta para con los
demás: la decencia.
Salió de la recámara muy molesta, y Pedro, antes de que cerrara la puerta, le gritó que no
quería que volviera a llevarle la comida, que mandara a Chencha, para que pudiera tener tiempo
suficiente de ver a John sin ningún problema.
Tita entró enojada a la cocina y se dispuso a desayunar, no lo había hecho antes pues para
ella su primer interés era atender a Pedro y después su trabajo diario, y todo ¿para qué? Para
que Pedro en lugar de tomárselo en cuenta reaccionara como lo hizo, ofendiéndola con sus
palabras y actitudes. Definitivamente Pedro estaba convertido en un monstruo de egoísmo y
celos.
Se preparó unos chilaquiles y se sentó a comerlos en la mesa de la cocina. No le gustaba
hacerlo sola y últimamente no le había quedado otra, pues Pedro no se podía mover de la cama,
Rosaura no quería salir de su recámara y permanecía encerrada a piedra y lodo sin recibir
alimentos, y Chencha, después de tener su primer hijo, se había tomado unos días de reposo.
Por tanto, los chilaquiles no le supieron como en otras ocasiones: les faltaba la compañía de
alguien. De pronto escuchó unos pasos. La puerta de la cocina se abrió y apareció Rosaura.
Tita se sorprendió al verla. Estaba igual de delgada que cuando era soltera. ¡Con sólo una
semana de no comer! Parecía imposible que hubiera perdido 30 kilos en sólo siete días, pero así
era. Lo mismo le habla pasado cuando se habían ido a vivir a San Antonio: adelgazó rápidamente,
pero no hacia más que regresar al rancho y ¡a engordar!
Rosaura entró altivamente y se sentó frente a Tita. La hora de enfrentarse con su hermana
había llegado, pero no seria Tita quien iniciara la disputa. Retiró el plato, le dio un sorbo a su
café y empezó cuidadosamente a partir en trozos pequeños las orillas de la tortillas que había
utilizado para hacer sus chilaquiles.
Acostumbraban a quitarle la orilla a todas las tortillas que comían para echárselas a las
gallinas. También desmenuzaban el migajón del bolillo con la misma intención. Rosaura y Tita se
miraron fijamente a los ojos y permanecieron en esta actitud hasta que Rosaura abrió la
discusión.
-Creo que tenemos pendiente una conversación, ¿no lo crees?
-Sí, sí lo creo. Y creo que fue desde que te casaste con mi novio.
-Está bien, si lo quieres, empecemos por ahí. Tú tuviste un novio indebidamente. No te
correspondía tenerlo.
-¿Según quién? ¿Según mamá o según tú?
-Según la tradición de la familia, que tú rompiste.
-Y que voy a romper cuantas veces sea necesario, mientras esa maldita tradición no me tome
en cuenta. Yo tenla el mismo derecho a casarme que tú, y tú eras la que no tenla derecho a
meterse en medio de dos personas que se querían profundamente.
-Pues ni tan profundamente. Ya ves cómo Pedro te cambió por mí a la menor oportunidad. Yo
me casé con él, porque él así lo quiso. Y si tuvieras tantito orgullo lo deberías de haber olvidado
para siempre.
-Pues para tu información, se casó contigo sólo por estar cerca de mí. No te quería y tú lo
sabias muy bien.
-Mira, mejor ya no hablemos del pasado, a mí no me importan los motivos por los que Pedro se
casó conmigo. Se casó y punto. Y yo no voy a permitir que ustedes dos se burlen de mí, ¡óyelo
bien! No estoy dispuesta a hacerlo.
-Nadie intenta burlarse de ti, Rosaura, no entiendes nada.
-No, ¡qué va! Entiendo muy bien el papel en el que me dejas, cuando toda la gente del rancho
te ve llorando al lado de Pedro y tomándolo amorosamente de la mano. ¿Sabes cuál es? ¡El del
hazmerreír! ¡De veras que no tienes perdón de Dios! Y mira, a mí me tiene muy sin cuidado si tú y
Pedro se van al infierno por andarse besuqueando por todos los rincones. Es más, de ahora en
adelante pueden hacerlo cuantas veces quieran. Mientras nadie se entere, a mí no me importa,
porque Pedro va a necesitar hacerlo con la que sea, pues lo que es a mí, no me va a volver a poner
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una sola mano encima. ¡Yo sí tengo dignidad! Que se busque una cualquiera como tú para sus
cochinadas, pero eso sí, en esta casa yo voy a seguir siendo la esposa. Y ante los ojos de los
demás también. Porque el día que alguien los vea y me vuelvan a hacer quedar en ridículo, te juro
que se van a arrepentir.
Los gritos de Rosaura se confundían con los del llanto apremiante de Esperanza. Desde hacía
un rato la niña lloraba, pero había ido subiendo gradualmente el tono de sus sollozos hasta
alcanzar niveles insoportables. De seguro ya quería comer. Rosaura se levantó lentamente y dijo:
-Voy a darle de comer a mi hija. De hoy en adelante no quiero que tú lo vuelvas a hacer, la
podrías manchar de lodo. De ti sólo recibiría malos ejemplos y malos consejos.
-De eso sí puedes estar muy segura. ¡No voy a permitir que a tu hija la envenenes con las
ideas de tu enferma cabeza. Ni voy a dejar que le arruines la vida obligándola a seguir una
tradición estúpida!
-¿Ah sí? ¿Y cómo vas a impedirlo? De seguro piensas que te voy a dejar estar cerca de ella
como hasta ahora, pero fíjate chiquita que no. ¿Cuándo has visto que a las mujeres de la calle se
les permita estar junto a las niñas de familias decentes?
-¡No me digas que en serio crees que nuestra familia es decente!
-Mi pequeña familia sí lo es. Y para que lo siga siendo te prohíbo acercarte a mi hija, o me voy
a ver en la necesidad de correrte de esta casa, que mamá me heredó. ¿Lo entiendes?
Rosaura salió de la cocina con la papilla que Tita había preparado para Esperanza y se fue a
darle de comer. A Tita no le podía haber hecho nada peor. Sabía lastimarla en lo más profundo.
Esperanza era una de las cosas más importantes de este mundo para ella. ¡Qué dolor sentía!
Mientras partía el último pedazo de tortilla que tenía en las manos deseó con toda su alma que a
su hermana se la tragara la tierra. Era lo menos que se merecía.
Mientras discutía con Rosaura no había dejado de desmenuzar los trozos de tortillas, por lo
que las había dejado partidas en pedazos minúsculos. Tita, con furia, las puso sobre un plato y
salió a tirárselas a las gallinas, para luego continuar con la preparación de los frijoles. Todo el
tendero del patio estaba lleno de los relucientes pañales de Esperanza. Eran unos pañales
bellísimos. Entre todas se habían pasado tardes enteras bordándole las orillas. El viento los
mecía y parecían olas de espuma. Tita desvió su mirada de los pañales. Tenía que olvidarse de la
niña, estaba comiendo por primera vez sin ella, si es que quería terminar de preparar la comida.
Se metió a la cocina y prosiguió con la elaboración de los frijoles.
Se pone a freír la cebolla picada en manteca. Al dorarse se le agrega ahí mismo el chile ancho
molido y sal al gusto.
Ya que sazonó el caldillo, se le incorporan los frijoles junto con la carne y el chicharrón.
Fue inútil tratar de olvidarse de Esperanza. Cuando Tita vació los frijoles en la olla recordó
lo mucho que a la niña le gustaba el caldo de frijol. Para dárselo, la sentaba sobre sus piernas, le
ponía una gran servilleta en el pecho y se lo daba con una cucharita de plata. Qué alegría sintió
el día en que escuchó el sonido de la cuchara al chocar con la punta del primer diente de
Esperanza. Ahora le estaban saliendo dos más. Tita ponía mucho cuidado de no lastimárselos
cuando le daba de comer. Ojalá que Rosaura hiciera lo mismo. ¡Pero qué iba a saber! Si nunca
antes lo había hecho. Ni sabría tampoco prepararle el baño con agua de hojas de lechuga para
asegurarle un sueño tranquilo por las noches, ni sabría vestirla ni besarla ni abrazarla ni
arrullarla, como ella lo hacía. Tita pensó que tal vez lo mejor sería que dejara el rancho. Pedro la
había desilusionado; Rosaura, sin ella en casa, podría rehacer su vida y la niña tendría que
acostumbrarse tarde o temprano a los cuidados de su verdadera madre. Si Tita se seguía
encariñando cada día más con ella iba a sufrir igual que lo hizo con Roberto. No tenía caso, ésta
no era su familia y en cualquier momento se la podrían quitar con la misma facilidad con la que se
quita una piedra a los frijoles cuando uno los está limpiando. En cambio, John le ofrecía
establecer una nueva familia, que nadie le quitaría. Él era un hombre maravilloso y la quería
mucho. No le sería difícil, con el tiempo, enamorarse perdidamente de él. No pudo continuar con
sus reflexiones pues las gallinas empezaron a hacer gran alharaca en el patio. Parecía que habían
enloquecido o tenían complejo de gallo de pelea. Se daban de picotazos unas a las otras,
tratando de arrebatarse los últimos trozos de tortilla que quedaban sobre el suelo. Brincaban y
volaban desordenadamente por todos lados, agrediéndose con violencia. Entre todas ellas había
una, la más furiosa, que con el pico le sacaba los ojos a cuanta gallina podía, salpicando de sangre
los blancos pañales de Esperanza. Tita, asustadísima, trató de parar la riña, lanzándoles una
cubeta de agua. Lo que logró fue que enfurecieran más y que subieran de tono la pelea.
Formaron un círculo, dentro del cual se correteaban unas a otras vertiginosamente. De pronto,
las gallinas se vieron atrapadas irremediablemente por la fuerza que ellas mismas generaban en
su alocada carrera y ya no pudieron zafarse del remolino de plumas, polvo y sangre que empezó a
girar y girar cada vez con más fuerza hasta convertirse en un poderoso tornado que arrasaba
con todo lo que encontraba a su paso, empezando por los objetos más cercanos, en este caso, los
pañales de Esperanza, que estaban sobre los tendederos del patio. Tita trató de rescatar
algunos pañales, pero al ir a tomarlos, se vio arrastrada por la fuerza del poderoso remolino que
la levantó varios metros del piso, le dio tres vueltas infernales entre la furia de los picotazos
para después lanzarla con ímpetu hasta el extremo opuesto del patio, en donde cayó como costal
de papas.
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Tita se quedó pecho tierra asustadísima. No quería moverse. Si el remolino la atrapaba
nuevamente corría el peligro de que las gallinas le sacaran un ojo. Este vórtice de gallinas fue
perforando los terrenos del patio, haciendo un pozo profundo por el que la mayoría de ellas
desapareció de este mundo. La tierra se las tragó. De esta pelea sólo sobrevivieron tres gallinas
pelonas y tuertas. De los pañales ninguno.
Tita, sacudiéndose el polvo, revisó el patio; ni señas había de las gallinas. Lo que más le
preocupaba era la desaparición de los pañales que con tanto amor había bordado. Tendrían que
reponerlos rápidamente por unos nuevos. Bueno, pensándolo bien ése ya no era su problema;
Rosaura había dicho que no quería que se acercara más a Esperanza, ¿no?.. Entonces, que ella se
encargara de solucionar su problema y Tita se encargaría de solucionar el suyo, que por el
momento sólo era tener lista la comida para John y la tía Mary.
Entró a la cocina y se dispuso a terminar de preparar los frijoles, pero cuál no seria su
sorpresa al ver que a pesar de todas las horas que llevaban en el fuego los frijoles aún no
estaban cocidos.
Algo anormal estaba pasando. Tita recordó que Nacha siempre le decía que cuando dos o más
personas discutían mientras estaban preparando tamales, éstos quedaban crudos. Podían pasar
días y días sin que se cocieran, pues los tamales estaban enojados. En estos casos era necesario
que se les cantara, para que se contentaran y lograran cocerse. Tita supuso que esto mismo les
habla pasado a sus frijoles, pues hablan presenciado la pelea con Rosaura. Entonces no le quedó
de otra que tratar de modificar su estado de ánimo y cantarles a los frijoles con amor, pues
contaba con muy poco tiempo para tener lista la comida de sus invitados.
Para esto, lo más conveniente era buscar en su memoria algún momento de enorme felicidad y
revivirlo mientras cantaba. Cerró los ojos y empezó a cantar un vals que decía: «Soy feliz desde
que te vi, te entregué mi amor y mi alma perdí...». A su mente acudieron presurosas las imágenes
de su primer encuentro con Pedro en el cuarto obscuro. La pasión con que Pedro la había
despojado de sus ropas, provocando que bajo su piel la carne se abrasara al entrar en contacto
con esas manos incandescentes. La sangre bullía bajo sus venas. El corazón lanzaba borbotones
de pasión. Poco a poco el frenesí había ido cediendo y dando paso a una ternura infinita que
logró aplacar sus agitadas almas.
Mientras Tita cantaba, el caldo de los frijoles hervía con vehemencia. Los frijoles dejaron
que el líquido en que nadaban los penetrara y empezaron a hincharse casi hasta reventar. Cuando
Tita abrió los ojos y sacó un frijol para examinarlo, comprobó que los frijoles ya estaban en su
punto exacto. Esto le proporcionaría tiempo suficiente para dedicarlo a su arreglo personal,
antes de que llegara la tía Mary. Feliz de la vida dejó la cocina y se dirigió a su recámara, con el
propósito de acicalarse. Lo primero que tenla que hacer era lavarse los dientes. La revolcada en
el piso que sufrió a causa del aventón que le dio el torbellino de gallinas, se los había dejado
llenos de tierra. Tomó una porción del polvo para limpiar la dentadura y se los cepilló
vigorosamente.
En la escuela le habían enseñado a preparar estos polvos. Se fabrican poniendo media onza de
cremor, media de azúcar y media de hueso de jibia, junto con dos dracmas de lirios de Florencia
y sangre de drago; se reducen a polvo todos los ingredientes y se mezclan. La profesora Jovita,
fue la encargada de hacerlo. Fue su maestra durante tres años seguidos. Era una mujer pequeña
y menudita. Todos la recordaban, no tanto por los conocimientos que les había transmitido sino
porque era todo un personaje. Dicen que a los 18 años habla quedado viuda y con un hijo. Nunca
quiso darle un padrastro al niño, así es que, voluntariamente, se pasó la vida en absoluto celibato.
Bueno, quién sabe qué tanto estaba convencida de esta resolución y qué tanto le afectó, pues la
pobre, con los años, fue perdiendo la razón. Trabajaba día y noche para poner coto a los malos
pensamientos. Su frase preferida era «La ociosidad es la madre de todos los vicios». Así que no
descansaba ni un segundo al día. Cada vez trabajaba más y dormía menos. Con el tiempo el
trabajo dentro de su casa no le fue suficiente como para calmar su espíritu, así es que se salía a
la calle a las cinco de la mañana a barrer la banqueta. La suya y la de sus vecinas. Después fue
aumentando su circulo de acción a la de las cuatro manzanas que rodeaban su casa y así poco a
poco, in crescendo, hasta que llegó a barrer todo Piedras Negras antes de irse a la escuela.
Algunas veces se le quedaban sobre el pelo motas de basura y los niños se burlaban de eso. Tita,
mirándose en el espejo, descubrió que su imagen se asemejaba a la de su maestra. Tal vez sólo
era por las plumas que traía enredadas en el pelo a causa del revolcón, pero Tita igual se
horrorizó.
De ninguna manera quería convertirse en otra Jovita. Se sacudió las plumas y cepillándose
con fuerza se peinó y bajó a recibir a John y a Mary que en ese momento llegaban. Los ladridos
del Pulque anunciaron su presencia en el rancho.
Tita los recibió en la sala. La tía Mary era tal y como se la había imaginado: una fina y
agradable señora de edad. A pesar de los años que llevaba encima, su arreglo personal era
impecable.
Traía un discreto sombrero de flores, en color pastel, que contrastaba con el blanco de su
cabellera. Sus guantes hacían juego con el color del pelo, relucían de albor. Para caminar, se
apoyaba en un bastón de caoba, con puño de plata en forma de cisne. Su conversación era de lo
más amena. La tía quedó encantada con Tita y felicitó ampliamente a su sobrino por su atinada
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elección, y a Tita por el perfecto inglés que hablaba.
Tita disculpó a su hermana por no estar presente, pues se sentía indispuesta y los invitó a
pasar al comedor.
A la tía le encantó el arroz con plátanos fritos y elogió muchísimo el arreglo de frijoles.
Al servirse se les pone el queso rallado y se adornan con hojas tiernas de lechuga, rebanadas
de aguacate, rabanitos picados, chiles tornachiles y aceitunas.
La tía estaba acostumbrada a otra clase de comida, pero esto no fue un impedimento para
que pudiera apreciar lo sabroso que Tita cocinaba.
-Mmmm. Esto está delicioso, Tita.
-Qué suerte tienes Johnny, de ahora en adelante sí vas a comer bien, porque Caty, la verdad,
cocina muy mal. Hasta vas a engordar con el matrimonio.
John observó que Tita se turbaba.
-¿Te pasa algo, Tita?
-Sí, pero ahorita no te lo puedo decir, tu tía se va a sentir mal si dejamos de hablar en inglés.
John, hablando en español, le respondió:
-No, no te preocupes, está completamente sorda.
-¿Entonces cómo puede conversar tan bien?
-Porque lee los labios, pero sólo en inglés, no te preocupes. Además, cuando come no conoce a
nadie, as( que por favor dime qué te pasa. No hemos tenido tiempo para hablar y la boda será
dentro de una semana.
-John, creo que es mejor suspenderla.
-¿Pero por qué?
-No me hagas decírtelo ahora.
Tita, tratando de que la tía no notara que estaban discutiendo un tema bastante delicado, le
sonrió. La tía hizo lo mismo, se veía de lo más feliz y tranquila comiendo su plato de frijoles. Era
cierto, verdaderamente no leía los labios en español. Podía hablar con John sin peligro. John
insistió en el mismo tema.
-¿Ya no me quieres?
-No lo sé.
Qué difícil era para Tita seguir hablando después de ver el gesto de dolor que John hizo y
que inmediatamente trató de controlar.
-En el tiempo que estuviste fuera tuve relaciones con un hombre del que siempre había
estado enamorada y perdí mi virginidad. Por eso ya no puedo casarme contigo.
Después de un largo silencio, John le preguntó:
-¿Estás más enamorada de él que de mí?
-No te lo puedo contestar, tampoco lo sé: Cuando tú no estas aquí, pienso que es a él a
quien quiero, pero cuando te veo, todo cambia. A tu lado me siento tranquila, segura, en paz...,
pero no sé, no sé... Discúlpame por decirte todo esto.
Por las mejillas de Tita se deslizaron dos lágrimas. La tía Mary la tomó de la mano y
profundamente. enternecida le dijo en inglés:
-Qué bonito es ver a una mujer enamorada que llora de emoción. Yo también lo hice muchas
veces cuando estuve a punto de casarme.
John se dio cuenta de que estas palabras podrían provocar que Tita estallara en llanto y que
la situación se volviera incontrolable.
Alargó su mano, tomó la de Tita y con una sonrisa en los labios para conformar a la tía le dijo:
-Tita, no me importa lo que hiciste, hay acciones en la vida a las que no hay que darles tanta
importancia, si éstas no modifican lo esencial. Lo que me dijiste no cambió mi manera de pensar
y te repito que me encantaría ser el compañero de toda tu vida, pero quiero que pienses muy
bien si ese hombre soy yo o no. Si tu respuesta es afirmativa, celebraremos la boda dentro de
unos días. Si no, yo seré el primero en felicitar a Pedro y pedirle que te dé el lugar que te
mereces. '
Tita no se asombró al escuchar las palabras de John: eran congruentes con su personalidad.
Pero lo que sí le sorprendió fue que él supiera perfectamente que su rival era Pedro. No había
contado con su gran intuición.
Para Tita fue imposible continuar en la mesa. Disculpándose, salió un momento al patio y lloró
hasta que se calmó.
Enseguida regresó a tiempo de servir el postre. John se levantó para acercarle la silla y la
trató con la misma delicadeza y respeto de siempre. Realmente era un hombre admirable. ¡Cómo
creció ante sus ojos! ¡Y cómo crecieron las dudas dentro de su cabeza! El sorbete de jazmín que
sirvió como postre, le produjo un gran alivio. Al deglutirlo, le refrescaba el cuerpo y le aclaraba
la mente. La tía enloqueció con el postre. Nunca se le había ocurrido que los jazmines sirvieran
para comerse. Intrigada quiso conocer todos los pormenores para elaborar en su casa un
sorbete igual. Tita, con mucha calma, para que la tía le leyera los labios con claridad, le
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proporcionó la receta.
-Se machaca un ramo de jazmines y se echa en tres cuartillos de agua con media libra de
azúcar, mezclándolo bien. Estando bien disuelto el azúcar se cuela la mezcla por un lienzo tupido
y después se echa a helar en la sorbetera.
El resto de la tarde la pasaron de maravilla. Cuando John se retiró, le dio a Tita un beso en la
mano y le dijo:
-No te quiero presionar, sólo quiero asegurarte que a mi lado serás feliz.
-Yo lo sé.
Claro que lo sabía. Y claro que lo iba a considerar cuando tomara su decisión, la definitiva, la
que determinaría todo su futuro.
Continuará..
Siguiente receta:
Chiles en nogada
Chiles en nogada
XII. Diciembre
INGREDIENTES:
25 chiles poblanos
8 granadas
100 nueces de Castilla
100 g de queso fresco añejo
1 kilo de carne de res molida
100 g de pasas
¼ kilo de almendras
¼ kilo de nueces
½ kilo de jitomate
2 cebollas medianas
2 acitrones
1 durazno
1 manzana
comino
pimienta blanca
sal
azúcar
comer, si así lo deseaba, 3 chiles, lo cual era un cálculo muy decente. Se trataba de una boda
íntima, pero de cualquier forma Tita quería dar un banquete de 20 platos, como los que ya no se
daban, y por supuesta no podían faltar en él los deliciosos chiles en nogada, pues la memorable
celebración así lo ameritaba, aunque esto representara un trabajo tan intenso. A Tita no le
importaba tener los dedos negros después de haber desollado tanta nuez. Esta boda bien valía
el sacrificio, pues tenla un significado muy especial para ella. También para John. Él estaba tan
feliz que había sido uno de sus más entusiastas colaboradores en la preparación del banquete.
Justamente, él fue uno de los últimos en retirarse a descansar. Se merecía un buen descanso.
Manera de hacerse:
Las nueces se deben comenzar a pelar con unos días de anticipación, pues el hacerlo
representa un trabajo muy laborioso, que implica muchas horas de dedicación. Después de
desprenderles la cáscara hay que despojarlas de la piel que cubre la nuez. Se tiene que poner
especial esmero en que a ninguna le quede adherido ni un solo pedazo, pues al molerlas y
mezclarlas con la crema amargarían la nogada, convirtiéndose en estéril todo el esfuerzo
anterior. Tita y Chencha terminaban de pelar las nueces, sentadas alrededor de la mesa del
comedor. Estas nueces se utilizarían en la elaboración de los chiles en nogada que se servirían
como platillo principal en la boda del día siguiente. Todos los demás miembros de la familia las
habían dejado solas desertando de la mesa del comedor con uno u otro pretexto. Sólo estas dos
ilustres mujeres continuaban al pie del cañón. La verdad, Tita no los culpaba. Bastante la habían
ayudado ya durante toda la semana y ella entendía muy bien que no era fácil pelar mil nueces sin
agotarse. La única persona que conoció que podía hacerlo sin mostrar signos de cansancio en
ningún momento fue Mamá Elena.
Ella no sólo podía partir costales y costales de nueces en pocos días, sino que gozaba
enormemente practicando esta labor.
Prensar, destrozar y despellejar eran algunas de sus actividades favoritas. Las horas se le
iban sin darse cuenta cuando se sentaba en el patio con un costal de nueces entre las piernas y
no se levantaba hasta que terminaba con él.
Para ella hubiera sido un juego de niños el partir estas mil nueces, que tanto trabajo les
habían costado a todos ellos. Esta descomunal cantidad se debía a que como para cada 25 chiles
se necesitan pelar 100 nueces, lógicamente a 250 chiles les correspondían 1.000 nueces. Habían
invitado a la boda a 80 personas entre parientes y amigos de los más íntimos. Cada uno podría
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En el baño de su casa, John se limpiaba las manos muerto de cansancio. Le dolían las uñas de
tanto pelar nueces. Se dispuso a dormir experimentando una intensa emoción. Dentro de unas
horas estaría más cerca de Tita y esto le satisfacía enormemente. La boda estaba programada
para las 12 del día. Revisó con la mirada el esmoquin que reposaba sobre una silla. Toda la
indumentaria que se pondría al día siguiente estaba meticulosamente acomodada, esperando el
mejor momento para lucirse. Los zapatos brillaban como nunca y la corbata, de moño, la faja y la
camisa estaban impecables. Sintiéndose satisfecho de que todo estaba en orden, tomó una larga
respiración, se acostó y en cuanto puso la cabeza sobre la almohada se quedó profundamente
dormido.
En cambio Pedro no podía conciliar el sueño. Unos celos infernales le corroían las entrañas.
No le agradaba nada tener que asistir a la boda y soportar ver la imagen de Tita junto a John.
No entendía nada la actitud de John, ¡parecía que tenía atole en las venas! Sabía muy bien lo
que existía entre Tita y él. ¡Y aun así seguía actuando como si nada! Esta tarde cuando Tita
estaba tratando de encender el horno, no encontraba los cerillos por ningún lado. Entonces
John, el eterno galante, rápidamente se ofreció a ayudarla. ¡Eso no fue todo! Después de haber
prendido el fuego le obsequió a Tita la caja de cerillos tomándole sus manos entre las suyas.
Qué tenia que andar dándole a Tita ese tipo de regalos tontos? Sólo era un buen pretexto de
John. Para acariciarle las manos a Tita delante de él. De seguro se creta muy civilizado, pero él
le iba a enseñar lo que un hombre hace cuando de verdad quiere a una mujer. Tomando su saco
se dispuso a ir a buscar a John para romperle la cara.
En la puerta se detuvo. Se podría prestar a habladurías que el cuñado de Tita se peleara con
John un día antes de la ceremonia.
Tita no se lo perdonarla. Con rabia lanzó el saco sobre la cama y se puso a buscar la pastilla
para que le calmara el dolor de cabeza. El ruido que Tita hacia en la cocina se amplificaba mil
veces a causa del dolor.
Tita pensaba en su hermana mientras terminaba de pelar las pocas nueces que quedaban
sobre la mesa. A Rosaura le hubiera gustado tanto estar presente en la boda. La pobre había
muerto hacía un afeo. En honor a su memoria se había dejado pasar todo este tiempo para
realizar la ceremonia religiosa. Su muerte había sido de lo más extraña. Había cenado como de
costumbre y se había retirado inmediatamente después a su habitación. Esperanza y Tita se
habían quedado platicando en el comedor. Pedro subió a despedirse de Rosaura antes de dormir.
Tita y Esperanza no escucharon nada por lo retirado que el comedor se encontraba de las
recámaras. Al principio a Pedro no le causó extrañeza escuchar, aun con la puerta cerrada, las
ventosidades de Rosaura. Pero empezó a poner atención a estos desagradables ruidos cuando
uno de ellos se prolongó más de lo acostumbrado, parecía interminable. Pedro trató de
concentrarse en el libro que tenía en las manos, pensando que no era posible que ese prolongado
sonido fuera el producto de los problemas digestivos de su mujer. El piso se estremecía, la luz
parpadeaba. Pedro pensó por un momento que con esos cañonazos la revolución se había
reiniciado, pero descartó esta posibilidad pues en el país, por ahora, había demasiada calma. Tal
vez se trataba del motor del auto de los vecinos. Pero analizándolo bien, los coches de motor no
despedían un olor tan nauseabundo. Era extraño que percibiera este olor a pesar de haber
tomado la precaución de pasear por toda la recámara una cuchara con un trozo de carbón
encendido y un poco de azúcar.
Este método es de lo más eficaz en contra de los malos olores.
Cuando él era niño, así acostumbraban hacerlo en la habitación donde un enfermo del
estómago hubiera defecado, y siempre lograban sanear el ambiente con gran éxito. Pero ahora
de nada le había servido. Preocupado, se acercó a la puerta de comunicación entre ambas
recámaras y tocando con los nudillos le preguntó a Rosaura si se sentía bien. Al no obtener
respuesta abrió y se encontró con una Rosaura de labios morados, cuerpo desinflado, ojos
desencajados, mirada perdida, que daba su último suspiro. El diagnóstico de John fue una
congestión estomacal aguda.
El entierro estuvo muy poco concurrido, pues con la muerte se intensificó el desagradable
olor que despedía el cuerpo de Rosaura. Por este motivo fueron pocas las personas que se
animaron a asistir. Los que no se lo perdieron fueron una parvada de zopilotes que volaron sobre
el cortejo hasta que terminó el entierro. Entonces, al ver que no habría ningún banquete se
retiraron muy desilusionados dejando a Rosaura descansar en paz.
Pero a Tita aún no le llegaba la hora del reposo. Su cuerpo lo pedía a gritos, pero le faltaba
terminar con la nogada antes de poder hacerlo. Así que lo que más le convenía, en lugar de estar
rememorando cosas pasadas, era apurarse en la cocina para poder tomar un merecido
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respiro.
Ya que se tienen todas las nueces peladas, se muelen en el metate junto con el queso y la
crema. Por último, se les pone sal y pimienta blanca al gusto. Con esta nogada se cubren los
chiles rellenos y se decoran después con la granada.
RELLENO DE LOS CHILES:
La cebolla se pone a freír en un poco de aceite. Cuando está acitronada se le agregan la carne
molida, el comino y un poco de azúcar. Ya que doró la carne, se le incorporan los duraznos,
manzanas, nueces, pasas, almendras y el jitomate picado hasta que sazone. Cuando ya sazonó, se
le pone sal a gusto y se deja secar antes de retirarla del fuego.
Por separado, los chiles se ponen a asar y se pelan. Después se abren por un lado y se les
retiran las semillas y las venas.
Tita y Chencha terminaron de adornar las 25 charolas con chiles y las pusieron en un lugar
fresco. A la mañana siguiente, los meseros las tomaron de ese mismo lugar en perfecto estado y
se las llevaron al banquete.
Los meseros iban de un lado a otro atendiendo a los animados invitados. La llegada de
Gertrudis a la fiesta llamó la atención de todos. Llegó en un coupé Ford «T», de los primeros que
sacaron con velocidades. Al bajarse del auto por poco se le cae el gran sombrero de ala ancha
con plumas de avestruz que portaba. Su vestido con hombreras era de lo más moderno y
llamativo. Juan no se quedaba atrás. Lucía un elegante traje ajustado, sombrero de carrete y
polainas. El hijo mayor de ambos se había convertido en un mulato escultural. Las facciones de
su rostro eran muy finas y el color obscuro de su piel contrastaba con el azul agua de sus ojos.
El color de la piel era la herencia de su abuelo, y los ojos azules la de Mamá Elena. Tenía los ojos
idénticos a la abuela. Tras ellos venía el sargento Treviño, quien desde que terminó la revolución
había sido contratado como guardaespaldas personal de Gertrudis.
En la entrada del rancho Nicolás y Rosalío, en traje charro de gala, recogían las invitaciones a
las personas que aún seguían llegando. Se trataba de unas invitaciones bellísimas. Alex y
Esperanza las hablan elaborado personalmente. El papel de las invitaciones, la tinta negra con
que las escribieron, la tinta dorada para las orillas de los sobres, y el lacre con el que los
sellaron, eran su obra y su orgullo. Todo había sido preparado según la costumbre y utilizando
las recetas de la familia De la Garza. Bueno, la tinta negra no había sido necesario elaborarla,
pues habla quedado bastante de la que prepararon para la boda de Pedro con Rosaura. Era una
tinta seca a la que solamente le añadieron un poco de agua y quedó como recién hecha. Ésta se
obtiene mezclando ocho onzas de goma arábiga, cinco onzas y media de agallas, cuatro onzas de
sulfato de hierro, dos onzas y-media de palo de campeche y media de sulfato de cobre. Para la
tinta dorada que se pone en la orilla de los sobres, se toma una onza de orpimiente y otra de
piedra de cristal finamente molido. Se ponen estos polvos en cinco o seis claras de huevo bien
batidas hasta que queden como agua. Y por su parte el lacre se prepara derritiendo una libra de
goma laca, media de menjuí, media de calafonia y una de bermellón.
Cuando ya está líquido se vacía sobre una mesa untada con aceite de almendras dulces y
antes de que se enfríe se forman los palitos o barras.
Esperanza y Alex se pasaron muchas tardes siguiendo al pie de la letra estas recetas para
poder hacer unas invitaciones únicas y lo habían logrado. Cada una era una obra de arte. Era el
producto de un trabajo artesanal que desgraciadamente estaba pasando de moda, junto con los
vestidos largos, las cartas de amor y los valses. Pero para Tita y Pedro nunca pasaría de moda el
vals Ojos de juventud, que en este momento tocaba la orquesta a petición expresa de Pedro.
Juntos se deslizaban por la pista derrochando donaire. Tita lucía esplendorosa. Los 22 años que
habían transcurrido desde la boda de Pedro con Rosaura parecían no haberla rozado siquiera. A
sus 39 años aún seguía fresca y rozagante como un pepino recién cortado.
Los ojos de John los seguían mientras bailaban y denotaban ternura con un destello de
resignación. Pedro rozaba tiernamente su mejilla con la de Tita, y ella sentía que la mano de
Pedro en su cintura la quemaba como nunca.
-¿Te acuerdas de cuando escuchamos por primera vez esa pieza?
-Nunca lo olvidaré.
-Esa noche no dormí pensando en pedir tu mano de inmediato. No sabía que tendría que dejar
pasar 22 años para volverte a preguntar si quieres ser mi esposa.
-¿Lo dices en serio?
-¡Claro! No quiero morirme sin lograr que lo seas. Siempre he soñado con entrar contigo a
una iglesia llena de flores blancas y tú en medio de todas, como la más bella.
-¿Vestida de blanco?
-¡Por supuesto! Nada te lo impide. ¿Y sabes qué? Ya que estemos casados, quiero tener un
hijo contigo. Aún estamos a tiempo, ¿no crees? Ahora que Esperanza nos deja, vamos a
necesitar compañía.
Tita no pudo responderle a Pedro. Un nudo en la garganta se lo impidió. Unas lágrimas
rodaron lentamente por sus mejillas. Sus primeras lágrimas de felicidad.
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-Y quiero que sepas que no me vas a convencer de no hacerlo. No me importa lo que piensen ni
mi hija ni nadie más. Hemos pasado muchos años cuidándonos del qué dirán, pero desde esta
noche nadie me va a poder separar de tu lado.
La verdad, a estas alturas a Tita también le importaba un comino lo que la gente pensara al
hacer pública la relación amorosa que existía entre Pedro y ella.
Por veinte años había respetado el pacto que ambos habían establecido con Rosaura y ya
estaba cansada. El acuerdo consistía en que tomando en consideración que para Rosaura
era vital el seguir aparentando que su matrimonio funcionaba de maravilla y que para ella era
importantísimo el que su hija creciera dentro de la sagrada institución de la familia, la única
según ella que le daría una fuerte formación moral, Pedro y Tita se habían comprometido a ser
de lo más discretos en sus encuentros y a mantener oculto su amor. Ante los ojos de los demás
siempre serian una familia de lo más normal. Para esto, Tita debía renunciar a tener un hijo
ilícito. Para compensarla, Rosaura estaba dispuesta a compartir a Esperanza con ella de la
siguiente manera: Tita se encargaría de la alimentación de la niña y Rosaura de su educación.
Rosaura por su parte quedaba obligada a convivir con ellos de una manera amistosa, evitando
celos y reclamos.
En general todos habían respetado el convenio, menos en lo referente a la educación de
Esperanza. Tita deseaba para Esperanza una educación muy diferente de la que Rosaura
planeaba para ella. Así que aunque no le correspondía, aprovechaba los momentos en que
Esperanza estaba a su lado para proporcionarle a la niña otro tipo de conocimientos de los que
su madre le daba.
Estos momentos formaban la mayor parte del día, pues la cocina era el lugar preferido de
Esperanza y Tita su mejor confidente y amiga.
Precisamente fue una tarde de las que pasaban juntas en la cocina cuando Tita se enteró de
que Alex,, el hijo de John Brown, pretendía a Esperanza. Tira fue la primera en saberlo. Habían
vuelto a verse, después de muchos años, en una fiesta de la preparatoria donde Esperanza
estudiaba. Alex ya estaba terminando su carrera de médico. Desde el primer momento se habían
atraído el uno hacia el otro. Cuando Esperanza le dijo a Tita que al recibir la mirada de Alex
sobre su cuerpo ella se había sentido como la masa de un buñuelo entrando al aceite hirviendo,
Tita supo que Alex y Esperanza se unirían irremediablemente.
Rosaura intentó por todos los medios de evitarlo. Desde un principio se opuso franca y
terminantemente. Pedro y Tita intercedieron por Esperanza y de esta manera se inició entre
ellos una verdadera guerra a muerte. Rosaura exigía a gritos sus derechos: Pedro y Tita estaban
rompiendo el pacto y eso no era justo.
No era la primera vez que tenían discusiones a causa de Esperanza. Las primeras fueron
porque Rosaura se empeñaba en que su hija no asistiera a la escuela, pues lo consideraba una
pérdida de tiempo. Si la misión de Esperanza en esta vida era únicamente la de cuidarla a ella, su
madre, por siempre, no necesitaba para nada de elevados conocimientos, era preferible que
estudiara piano, canto y baile. El dominar estas actividades le sería de enorme utilidad en la
vida. En primera, porque así Esperanza podría proporcionarle a Rosaura maravillosas tardes de
entretenimiento y diversión y, en segunda, porque su participación dentro de las fiestas de
sociedad sería de lo más relevante y espectacular. De esta forma capturaría las atenciones de
todos y sería siempre muy bien aceptada dentro de la clase alta. Haciendo una gran labor,
lograron convencer a Rosaura tras largas pláticas de que era importante que Esperanza, aparte
de cantar, bailar y tocar el piano virtuosamente, pudiera hablar de cosas interesantes cuando se
acercaran a ella y para esto era vital que asistiera a la escuela. Rosaura, a regañadientes, aceptó
mandar a la niña al colegio, pero sólo porque se había convencido de que Esperanza, aparte de
poder conversar de una manera amena e interesante, en la primaria se codearía con la crema y
nata de Piedras Negras. Entonces Esperanza asistió a la mejor escuela, con el objeto de pulir su
intelecto. Tita, por su parte, se encargó de enseñarle algo igual de valioso: los secretos de la
vida y del amor a través de la cocina.
La victoria obtenida sobre Rosaura fue suficiente como para no volver a tener otra fuerte
discusión hasta ahora, en que se había presentado Alex y con él la posibilidad de un noviazgo.
Rosaura enfureció al ver que Pedro y Tita apoyaban incondicionalmente a Esperanza. Por todos
los medios a su alcance luchó como una leona para defender lo que por tradición le correspondía:
una hija que velara por ella hasta la muerte. Gritó, pateó, vociferó, escupió, vomitó y amenazó
desesperadamente. Por primera vez rompió el pacto y lanzó maldiciones en contra de Pedro y
Tita aparte de echarles en cara todos los sufrimientos que le habían ocasionado.
La casa se convirtió en un campo de batalla. Los portazos estaban a la orden del día.
Afortunadamente, estos pleitos no se prolongaron por mucho tiempo, pues a los tres días de la
más violenta y desgarradora lucha entre los dos bandos, Rosaura, a causa de grandes problemas
digestivos, había muerto de... la manera en que murió.
El haber logrado la boda entre Alex y Esperanza era el mayor triunfo de Tita. Qué orgullosa
se sentía de ver a Esperanza tan segura de sí misma, tan inteligente, tan preparada, tan feliz,
tan capaz, pero al mismo tiempo, tan femenina y tan mujer en el más amplio sentido de la
palabra. Se veía bellísima con su vestido de novia, bailando con Alex el vals Ojos de juventud.
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En cuanto la música terminó, los Lobo, Paquita y Jorge, se acercaron a felicitar a Pedro y a
Tita.
-Felicidades Pedro, tu hija no pudo haber encontrado mejor partido que Alex en diez millas a
la redonda.
-Sí, Alex Brown es un excelente muchacho. Lo único malo es que nos van a abandonar. Alex sé
ganó una beca para hacer su doctorado en la Universidad de Harvard y, hoy mismo, después de
la boda, salen para allá.
-¡Qué barbaridad Tita! ¿Y ahora qué vas a hacer? -comentó con mucho veneno Paquita-.Sin
Esperanza en la casa ya no vas a poder vivir cerca de Pedro. Ay, antes de que te vayas a vivir a
otro lado, dame la receta de los chiles en nogada. ¡Se ven exquisitos!
Los chiles en nogada no sólo se veían muy bien, sino que realmente estaban deliciosos, nunca
le habían quedado a Tita tan exquisitos. Los chiles lucían con orgullo los colores de la bandera; el
verde de los chiles, el blanco de la nogada y el rojo de la granada.
Estos platones tricolores duraron muy poco tiempo: en un abrir y cerrar de ojos los chiles
desaparecieron de las charolas... Qué lejano estaba el día en que Tita se había sentido como un
chile en nogada que se deja por decencia, para no demostrar la gula.
Tita se preguntaba si el hecho de que no quedara ningún chile era signo de que estaban
olvidando las buenas costumbres o de que en verdad estaban espléndidos.
Los comensales se veían encantados. Qué diferencia entre ésta y la desafortunada boda de
Pedro con Rosaura, cuando todos los invitados terminaron intoxicados. Ahora por el contrario al
probar los chiles en nogada, en lugar de sentir una gran nostalgia y frustración, todos
experimentaban una sensación parecida a la de Gertrudis cuando comió las codornices en pétalos
de rosas. Y para variar Gertrudis fue la primera en sentir nuevamente los síntomas. Se
encontraba en medio del patio bailando con Juan Mi querido capitán y cantaba el estribillo
mientras danzaba como nunca. Cada vez que pronunciaba «ay, ay, ay, ay, mi querido capitán»,
recordaba la época lejana cuando Juan aún era capitán y se encontró con él en pleno campo
completamente desnuda. De inmediato reconoció el calor en las piernas, el cosquilleo en el
centro de su cuerpo, los pensamientos pecaminosos, y decidió retirarse con su esposo antes de
que las cosas llegaran a mayores. Gertrudis fue la que inició la desbandada. Todos los demás
invitados, con uno u otro pretexto y con miradas libidinosas, también pidieron disculpas y se
retiraron. Los novios interiormente lo agradecieron pues entonces ellos quedaron en libertad de
tomar sus maletas e irse lo más pronto posible. Les urgía llegar al hotel.
Cuando Tita y Pedro se dieron cuenta, sólo quedaban en el rancho John, Chencha y ellos dos.
Todos los demás, incluyendo los trabajadores del rancho, ya se encontraban en el lugar más
alejado al que pudieron llegar, haciendo desenfrenadamente el amor. Algunos bajo el puente de
Piedras Negras e Eagle Pass. Los más conservadores dentro de su auto mal estacionado sobre la
carretera. Y los más, donde pudieron. Cualquier sitio era bueno: en el río, en las escaleras, en la
tina, en la chimenea, en el horno de una estufa, en el mostrador de la farmacia, en el ropero, en
las copas de los árboles. La necesidad es la madre de todos los inventos y todas las posturas.
Ese día hubo más creatividad que nunca en la historia de la humanidad.
Por su parte, Tita y Pedro hacían poderosos esfuerzos por no dar rienda suelta a sus
impulsos sexuales, pero éstos eran tan fuertes que transponían la barrera de su piel y salían al
exterior en forma de un calor y un olor singular. John lo notó y viendo que estaba haciendo mal
tercio, se despidió y se fue. A Tita le dio pena verlo irse solo. John debió haberse casado con
alguien cuando ella se negó a ser su esposa, pero nunca lo hizo.
En cuanto John partió, Chencha pidió permiso para ir a su pueblo: hacía unos días que su
esposo se había ido a levantar adobe y de pronto le había dado unos deseos inmensos de verlo.
Si Pedro y Mita hubieran planeado quedarse solos de luna de miel no lo hubieran logrado con
menos esfuerzo. Por primera vez en la vida podían amarse libremente. Por muchos años fue
necesario tomar una serie de precauciones para que no los vieran, para que nadie sospechara,
para que Tita no se embarazara, para no gritar de placer cuando estaban uno dentro del otro.
Desde ahora todo eso pertenecía al pasado.
Sin necesidad de palabras se tomaron de las manos y se dirigieron al cuarto obscuro. Antes
de entrar, Pedro la tomó en sus brazos, abrió lentamente la puerta y ante su vista quedó el
cuarto obscuro completamente transformado. Todos los triques hablan desaparecido. Sólo
estaba la cama de latón tendida regiamente en medio del cuarto. Tanto las sábanas de seda
como la colcha eran de color blanco, al igual que la alfombra de flores que cubría el piso y los
250 cirios que iluminaban el ahora mal llamado cuarto obscuro. Tita se emocionó pensando en el
trabajo que Pedro habría pasado para adornarlo de esta manera, y Pedro lo mismo, pensando
cómo se las había ingeniado Tita para hacerlo a escondidas.
Estaban tan henchidos de placer que no notaron que en un rincón del cuarto Nacha encendía
el último cirio y, haciendo mutis, se evaporaba.
Pedro depositó a Tita sobre la cama y lentamente le fue quitando una a una todas las prendas
de ropa que la cubrían. Después de acariciarse y mirarse con infinita ternura, dieron salida a la
pasión por tantos años contenida.
El golpeteo de la cabecera de latón contra la pared y los sonidos guturales que ambos
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dejaban escapar se confundieron con el ruido del millar de palomas volando sobre ellos, en
desbandada. El sexto, sentido que los animales tienen indicó a las palomas que era preciso huir
rápidamente del rancho. Lo mismo hicieron todos los demás animales, las vacas, los cerdos, las
gallinas, las codornices, los borregos y los caballos.
Tita no podía darse cuenta de nada. Sentía que estaba llegando al clímax de una manera tan
intensa que sus ojos cerrados se iluminaron y ante ella apareció un brillante túnel.
Recordó en ese instante las palabras que algún día John le había dicho: «Si por una emoción
muy fuerte se llegan a encender todos los cerillos que llevamos en nuestro interior de un solo
golpe, se produce un resplandor tan fuerte que ilumina más allá de lo que podemos ver
normalmente, y entonces ante nuestros ojos aparece un túnel esplendoroso y que muestra el
camino que olvidamos al momento de nacer y que nos llama a reencontrar nuestro perdido origen
divino. El alma desea reintegrarse al lugar de donde proviene, dejando al cuerpo inerte... Tita
contuvo su emoción.
Ella no quería morir. Quería experimentar esta misma explosión de emociones muchas veces
más. Éste sólo era el inicio.
Trató de normalizar su agitada respiración y hasta entonces percibió el sonido del aleteo del
último grupo de palomas en su' partida. Aparte de este sonido, sólo escuchaba el de los
corazones de ambos. Los latidos eran poderosos. Inclusive podía sentir el corazón de Pedro
chocar sobre la piel de su pecho. De pronto este golpeteo se detuvo abruptamente. Un silencio
mortal se difundió por el cuarto. Le tomó muy poco tiempo darse cuenta, de que Pedro había
muerto.
Con Pedro moría la posibilidad de volver a encender su fuego interior, con él se iban todos los
cerillos. Sabía que el calor natural que ahora sentía se iba a ir extinguiendo poco a poco,
devorando su propia sustancia tan pronto como le faltara el alimento para mantenerlo.
Seguramente Pedro había muerto en el momento del éxtasis al penetrar en el túnel luminoso.
Se arrepintió de no haberlo hecho ella también. Ahora le sería imposible ver nuevamente esa
luz, pues ya no era capaz de sentir nada. Quedaría vagando errante por las tinieblas toda la
eternidad, sola, muy sola. Tenía que encontrar una manera, aunque fuera artificial, de provocar
un fuego tal que pudiera alumbrar ese camino de regreso a su origen y a Pedro. Pero primero era
preciso calmar el frío congelante que la empezaba a paralizar. Se levantó, fue corriendo por la
enorme colcha que había tejido noche tras noche de soledad e insomnio y se la echó encima. Con
ella cubrió las tres hectáreas que comprendía el rancho en su totalidad. Sacó del cajón de su
buró la caja de cerillos que John le había regalado. Necesitaba mucho fósforo en el cuerpo. Se
empezó a comer uno a uno los cerillos que contenía la caja. Al masticar cada fósforo cerraba los
ojos fuertemente e intentaba reproducir los recuerdos más emocionantes entre Pedro y ella. La
primera mirada que recibió de él, el primer roce de sus manos, el primer ramo de rosas, el
primer beso, la primera caricia, la primera relación íntima. Y logró lo que se proponía. Cuando el
fósforo que masticaba hacía contacto con la luminosa imagen que evocaba, el cerillo se encendía.
Poco a poco su visión se fue aclarando hasta que ante sus ojos apareció nuevamente el túnel. Ahí,
a la entrada, estaba la luminosa figura de Pedro, esperándola. Tita no dudó. Se dejó ir a su
encuentro y ambos se fundieron en un largo abrazo y experimentando nuevamente un clímax
amoroso partieron juntos hacia el edén perdido. Ya nunca más se separarían.
En ese momento los cuerpos ardientes de Pedro y Tita empezaron a lanzar brillantes chispas.
Éstas encendieron la, colcha que a su vez incendió todo el rancho. ¡Qué a tiempo habían
emigrado los animales, para salvarse del incendio! El cuarto oscuro se convirtió en un volcán
voluptuoso. Lanzaba piedras y ceniza por doquier. Las piedras en cuanto alcanzaban altura
estallaban, convirtiéndose en luces de todos los colores. Los habitantes de las comunidades
cercanas observaban el espectáculo a varios kilómetros de distancia, creyendo que se trataba
de los fuegos artificiales de la boda de Alex y Esperanza. Pero cuando estos fuegos se
prolongaron por una semana se acercaron con curiosidad.
Una capa de ceniza de varios metros de altura cubría todo el rancho. Cuando Esperanza, mi
madre, regresó de su viaje de bodas, sólo encontró bajo los restos de lo que fue el rancho este
libro de cocina que me heredó al morir y que narra en cada una de sus recetas esta historia de
amor enterrada.
Dicen que bajo las cenizas floreció todo tipo de vida, convirtiendo ese terreno en el más
fértil de la región.
Durante mi niñez yo tuve la fortuna de gozar de las deliciosas frutas y verduras que ahí se
producían. Con el tiempo, mi mamá mandó construir en ese terreno un pequeño edificio de
departamentos. En uno de ellos aún vive Alex, mi padre. El día de hoy va a venir a mi casa a
celebrar mi cumpleaños. Por eso estoy preparando tortas de Navidad, mi platillo favorito. Mi
mamá me las preparaba cada año. ¡Mi mamá...! ¡Cómo extraño su sazón, el olor de su cocina, sus
pláticas mientras preparaba la comida, sus tortas de Navidad! Yo no sé por qué a mí nunca me
han quedado como a ella y tampoco sé por qué derramo tantas lágrimas cuando las preparo, tal
vez porque soy igual de sensible a la cebolla que Tita, mi tía abuela, quien seguirá viviendo
mientras haya alguien que cocine sus recetas.
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