Literatura hispanoamericana 2012

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Colegio Provincial “Dr. Ernesto Guevara”
2º AÑO POLIMODAL
Literatura
hispanoamericana
2012
Colegio Provincial Ernesto Guevara
Programa 2º año polimodal.
CICLO: 2012
EJE 1:
Géneros discursivos. Géneros literarios. Polifonía. Intertextualidad.
La literatura: concepto. Características. Ficcionalidad. Canon literario.
Literatura precolombina: contexto histórico, social y cultural. Características.
Literatura de la conquista. Los cronistas. Características.
EJE 2:
El Barroco: Contexto histórico social y cultural. Características literarias. La lírica. Estrofas de
versos iguales y desiguales. Figuras literarias. Análisis literario de poemas de Sor Juana Inés de la
Cruz.
Neoclasicismo: características literarias. Contexto histórico social y cultural. “El himno nacional”
EJE 3:
Siglo XIX: el Romanticismo: contexto histórico social y cultural. Características literarias. Lectura y
análisis de “María” de Jorge Isaac (Adaptación)
EJE 4:
La literatura del realismo: Realismo y naturalismo. Características. Lectura y análisis de cuentos de
Horacio Quiroga.
EJE 5:
El modernismo: Características. Etapas. Generaciones. Los símbolos modernistas. Análisis e
interpretación de poesías de José Martí, y Rubén Darío.
EJE 6:
La literatura del siglo XX: Narrativa: Boom de las letras. Realismo mágico. El neobarroco. Lo real
maravilloso. “La increíble y triste historia de la Cándida Eréndira y su abuela desalmada” “100 años de
soledad” Gabriel García Márquez.
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Bibliografía propuesta:
Cuadernillo proporcionado por la docente
ANÓNIMO. “Himno de Manco Capac”.
ANÓNIMO. “Y todo esto pasó con nosotros”.
CORTÁZAR, Julio. “La noche boca arriba”.
SCHMIDL, Ulrico. “Viaje al Río de la Plata”.
LÁINEZ, M. M. “El hambre”,
“Diario de Colón”.
SOR JUANA INÉS DE LA CRUZ. “Redondillas”.
STORNI, Alfonsina. “Tú me quieres blanca”.
ISAAC, Jorge. “María”, (Fragmento)
DARÍO, Rubén. “Sinfonía en gris mayor”. “A Roosevelt”.
ARJONA, Ricardo: “Si el norte fuera el sur”.
MARTÍ, José
ROMULO GALLEGOS. “Doña Bárbara”
GARCÍA MÁRQUEZ, Gabriel. “El amor en los tiempos del cólera” ; “Crónica de una muerte anunciada” y “La increíble
y triste historia de la Cándida Eréndira y su abuela desalmada”
U ni da d 1 .
Li te ra t ur a: d e fi n ic ió n.
L a d e f i ni ció n d e l i t er a t ur a s e c o n str u y e con e l a por t e d e d i st i n t as p er s p ect i v a s t eó r ica s.
E n u na pr i m er a apr o xi m a ció n , pu ed e c o n s id er ar s e, co mo s e ñ a la el e scr i tor m e j ic a no , J u a n
Ru lfo , q u e la cr e a ció n li t e r ar ia e s i n v e nc i ón. E f ec ti v a m e n t e, aq u ello q u e en pr i nc i pi o per m it e
di f er e nc i ar la l it er a tur a d e o tr o s t e xto s e s l a f icc ió n. D e s de e s t e p u nt o d e v i st a , l a
lit er at ur a s e co m p o n e d e u n co n ju n to d e t ex to s f ic ti cio s o i m a gi n ar io s q u e s e co n t r apo n e n
co n aq u ello s q u e no i n v en t a n s i no q u e i n t e nt a n r eg i s tr ar s uc e so s r e al e s, por e j e m plo , lo s
t ex to s d e hi s tor i a. As í f u e e n lo s o r íg e n e s p ar a lo s a n ti g u o s g r ie go s. L a p al a br a po e s í a - q u e
p ar a ello s s e ñ a l ab a a l a l i t er at u r a e n g e n e r al - s ig n i fic a b a " pr od ucc ió n" , "cr e aci ón " , e s d ecir ,
de no m i n a b a u n o b j e to ar ti f i ci al o ar tí s t ico , i n v e nt a do co n p al ab r as p ar a i m it ar o r e p r es e n t ar
la s co s a s t al c o mo po dr ía n s uc e d er e n l a v i da , y p ar a pr odu cir e n e l r e c ep tor u n goc e e s t é tic o
qu e lo e mo cio n ar a d e u n mo d o p ar tic ul ar y pr odu j er a u n a pr e nd i za j e.
El t ex to li t er ar i o , co mo o b j eto ar t ís t ico , s e di f er e n ci a d e otr o s t e xto s por un a m a n er a
p ar t icu l ar de d ec ir , u n m o do d e t r a b a j ar con el l e ng u a j e d is t i n to d el q u e u s a mo s e n l a v id a
co t id i a na . No sólo i m po r t a lo q u e s e d ic e s i no có mo s e lo d ic e: e l e m pl eo d el l e ng u a j e a tr a e l a
a t e nci ón so br e s í m is mo . No s e tr at a d e u n u so e s po n t án e o si n o de u n tr a b a jo co n sci e n t e co n
la s p al a b r a s q u e pr e t e nd e g e n er ar u n e fe c to e s té t ico.
R e su m i e ndo , l a l it er a tur a pr e s e nt a do s r as go s f u nd a m e n t al e s: l a fi cci ón y un u so
p ar t icu l ar d el l e n g u a j e q u e cr e a u n o b j e to e s p ec i al, e s d eci r su c ar á ct er fic cio n al y su
fu nc ió n es t é tic a . S i n e m b ar go , no to do l o q u e e s pr odu cto d e l a i m ag i n ac ió n y e s t á h e cho co n
p al a br a s e s li t er a t ur a. S u p er m a n no lo e s y el t e xto d e u n a pr op ag a n d a gr á f ic a, t a m poco. P ar a
de f i nir l it er at ur a , e n to nc e s, h a y q u e s u m a r otr os cr i t er io s.
La obr a l it er ar i a e s t a m b i én u n o bj e to e s t é tic o . Pr e s e nt a c i er ta s c ar act er í s t ic a s qu e l a
di f er e nc i a n cl ar a m e n t e d e o tr o s d i scur so s (p er iod í st ico s , ci e n tí f ico s, e tc. ) e sto s t i e n e n u n
r ef er e n t e r e al, m i e n tr a s q u e el d i scur so li t er ar i o cr e a s u p r opio r e f er e n t e. El le n gu a j e
lit er ar io e s el pr o t a go ni s t a y s i b i e n a p ar ec e n t od a s l a s f u nc io n e s d el l e n gu a j e , lo q u e
car a ct er i za a e s t e t i po d e d i scur so e s l a fu nc ió n po é tic a a tr a v é s d e l a c u al el a utor s e
pr eo cu p a por la fo r m a d el m e n s aj e . El ar t i s ta s el ecc io n a l a s p al a br a s y l a co m bi n a d e un modo
ú nic o y p er s on a l a pr o v ec h a ndo lo s a s p ec t os fó n ico s , mor f ológ i cos , s i nt ác t ico s y s e m á n tic o s
qu e l e o fr ec e l a l e ng u a. E s d ec ir , tr ab a j a con l a pl ur i s ig n i fic a t i v id ad , po l i s e m i a y a m bi g ü ed ad
del si g no l i n gü í st ico ut il i z a ndo l a s po s ib il id ad e s c o n not a t iv a s del l e ng u a j e qu e l e p er m i t e n
s ug er ir o tr os s ig n i fi c ado s y n o u no so lo co mo e l e n l e n gu a j e d e n ot at i vo
F I C CI Ó N Y R EAL I D AD
El t ér m in o fic ció n ( qu e pr o v i e n e d e “ f i n gir ” ) si g n if ic a “ m e nt ir ” y “r e pr e s e n t ar ”. S e
car a ct er i za n c o mo f icc io n e s to do s a q u el los d i sc ur so s e n lo s qu e s e si m ul a n acc io n e s o
aco n t ec i mi e n to s i m ag i n ar io s, qu e so n pr od uct o d e l a i n v e nc ió n o r ecr e ac ió n d e u n a u tor . Co n
el no m br e d e no fic c ió n, e n c a m b io , s e d e s ig n a al di sc ur so qu e pr e s e nt a si t u aci on e s r e al e s,
e f ect i v a m e n t e oc ur r ida s. L a fic ció n y l a no f icc ió n s e a pr ox i m a n o s e co n fu n d e n.
Al g u no s t ex to s pr e s e n t an l í m it e s bor r oso s e ntr e r ea li d ad y f icc ió n; si n e m b ar go, c u a ndo
s e tr a t a d e li t er a t u r a, l a f icc ió n s i e m pr e i nt er vi e n e. Au nq u e p ar t a d e h ec ho s r e a le s, el
e scr i tor i m ag i n a, s u p o n e , o mi t e alg u n a s co s a s y pr i v il eg i a otr a s , e s to es , i n v e n t a. P e r o no lo
ha c e p ar a n e g ar el m u ndo o l a hi s to r i a: l a f icc ió n ti e n e e str ec ha s r el ac io n e s c o n l a r e al id ad.
El es cr itor v alor a l o s h ec ho s qu e n ar r a, i ncl uy e s u s i d e a s y d i alo g a en s u t ex to c on o tr os
di sc ur so s soc i al e s , c o n o tr a s v o c e s y pu n to s d e v i st a , co mo l a s id e a s pol í tic a s , c u ltu r al e s,
é tic a s y ar t ís t ic a s de su é po c a, po r qu e l a l it er at ur a e s t a m b i én id eolo g í a, e s dec ir , u n
co n j u nt o j er ar q u i z ad o d e id e a s qu e p er m it e n v er el m u ndo , a n al i zar lo e i n t e r pr e t ar lo.
F U N C IÓ N ES TÉT I CA
Tod a s l a s o br a s qu e s e co n s id er a n l it er ar i a s pr od uc e n u n a s u e r te d e pl ac er v i nc ul a do
co n lo b ell o. El qu e l e e un a no v el a o u n p oe m a e nc u e ntr a u n g oce p ar t ic ul ar , di f er e n t e d e
o tr a s for m a s d el d el e it e. E s e g o c e q u e l a li t er a tur a, co m o l a s o b r as ar t í st ic a s e n g e n er a l, e s
ca p a z d e g e ner ar , s e de no m i n a “p l ac er e s t é tic o”. E s a e s, pr e ci s a m e n t e, l a c ar ac t er í s tic a q u e
de f i n e y d if er e nc i a l a li t er a tur a d e o tr o s p r oducto s h ec ho s co n p al a br a s.
La f u nc ió n e s t é tic a s e m a n if i e st a e n el modo e n q u e s e a pr o v ech a n t od a s la s
po s ib il id a d es d e l a l e n gu a: so no r a s , si n t ác t ic a s, s e m á n t ic a s, gr á f i c as , mor f ológ ic a s.
La fi n al id a d e s t ét ic a pr o p i a d e la s o br a s lit er ar i a s s e v al e e sp ec i al m e n t e d e la fu n c ió n
e s té t ico - po é ti c a. E st a f u nc ió n s e c ar act e r iza por i nt er es ar s e e n el m e n s a j e m i s mo, no só l o
po r lo qu e s e dic e s i no po r có mo s e lo dic e; e st o s ig n i fic a qu e el l e ng u a j e p a s a a s er el
pr o t a go ni s t a d e l t ex t o a tr a v és d e u n a c u i da d a s el ecc ió n y c o m bi n a ció n d e l a s p a l abr a s. E n el
le n gu a j e l it er ar io to da s l a s p a l abr a s o b e dec e n a s e nt ido s pr e ci so s: e ntr e v ar i a s o pc io n e s s e
el ig e u n a p al a br a y n o o tr a , po r q u e l a s el ecc io n ad a e s l a q u e m e jor tr a n s mi t e l a i de a , e s l a
e xpr e si ó n ex ac t a q u e el a u to r q ui er e lo gr ar .
En to nc e s , el l e n gu a j e lit er ar io po s e e lo s s ig ui e n t e s r a s go s q u e lo car a ct e r i za n :
 Es pl ur i si g n if ic at i vo da do q u e t i e n e la c a p ac id ad d e s ug er ir t a n to s s ig n i fi c ado s co m o, e n
pr i nc i pio , ac er c a m i en to s pu e d a n h a c er s e al t ex to;
 T i e n e la c a p ac id a d d e cr ear s u pr o p i a r e ali da d, su pr op io un i v er so d e f icc ió n d i f er e n t e d e
a qu el e n qu e e s t á n i n m er s o s t a n to el au tor co mo el l ector ;
 Po s e e u n a e n t id ad li n gü í st ic a pr o p i a, d ado q u e l a s r el ac io n e s e n tr e lo s s ig n i fic a do s y lo s
s ig n i f ic a n t e s s o n di s t i nt a s d e l a s qu e l a s p al a br a s ti e n e n e n el u so co ti di a n o. Por e j e m plo ,
cu al qu i er v er so d e u n p o e m a t r a n s m it e m á s i n for m a ció n qu e un a si m pl e s ec u e nc i a d e
p al a br a s;
 Es co n no ta t i vo , po r qu e l a s p al a br a s pr e s e n t a n v alor e s s e m á n tic o s ( s ig n i fi c ado s ) p ec ul i ar e s
y d e s u c o mb i n ac ió n p u ed e s ur gir u n a nu e v a v i si ó n d e l a r e al id ad , u n n u e vo co nc e p to.
Co n no ta ció n .
El l e ng u a j e p o ét ico po s e e l a ca p ac id a d de su m ar a l a s p al a br a s o tr os m at ic e s de
s ig n i fic ac ió n y c o m u n ic ar i nd ir ec t a m e nt e o tr a s in for m ac io n e s, a de m á s d e d e lo s si g n i fi c ado s
b á sic o s d e u n a p a l abr a d et er mi n a d a. A e st e m odo d e s ig n i fic ac i ón s e lo d e no m i n a co n no t ac ió n.
La co n not a ció n s e lo g r a u t il i z a n do r ecur so s l i t er ar io s:
C an o n.
La p al a br a c a no n si g ni f ic a “li s t a o c at á logo”. E n r e l aci ón c on el ar t e, s e a pl ic a a l
co n j u nt o d e o br a s co n s id er ad a s co mo ar tí s tic a s e n u n p er iodo de t er m i n ado. E n tr e e lla s , s e
i ncl uy e n n o sólo l a s o br a s r e al i z ad a s por a utor e s co n t e m por á n eo s s i no t a mb i é n l a s de otr as
é po c a s, y q u e fo r m a n p ar t e d e l a tr ad ic ió n lit er ar i a. L a s o br a s q u e no so n i ncl u id a s d e n tr o d el
ca no n l i t er ar io (o qu e , e n m uch o s c as o s, so n d el i b er ad a m e n t e ex clu id a s ) p a s a n a for m ar p ar t e
de lo qu e s e d e n o m i n a “l it er at ur a m ar g i n al ”, por e s t ar pr ec i s a m e n t e al m ar g e n o f u e r a de l a s
p a ut a s ac e pt a d a s. Po r eso , m uc h a s v ec e s te xt o s q u e co nfor m a n l it er a t ur a m ar g in al e n u n a
é po c a , for m a n p ar t e del c a no n l i t er ar io d e otr a.
La c ar ac t er í st ic a m á s i m po r t a n t e d e l c a n on es su r el a t i v a i n e s ta b il id ad , da do q u e e l
c o nc e p to d e lo qu e e s li t er a t ur a r e s ul t a v ar i a bl e. S u v ar i ac ió n e st á d e t er m i n ad a por
cu e st io n e s r e f er i d as , e n tr e o tr a s , al g u s to y l a mod a. Por el lo, l a v alor aci ó n d e u n a o br a
de p e nd e d e lo s cr it er io s ( so c i al e s y c ul tur al e s ) y l a s id e a s co n q u e e s a o br a es a n ali z ad a.
El c a no n s e co n st i tu y e a p ar t ir de i n st i tu cio n e s co mo l as es cu el a s y u n i v er s id a d es , lo s
cr ít ico s li t er ar io s y la s e di to r i al e s q u e det er m i n a n qu é t e xto s d e b e n s er le íd os co mo
lit er at ur a y cu á l es no .
Al g u no s e s p ec i al i st a s co n si d er a n q u e li t er a tur a e s to do lo q u e e n u n a é poc a d et er mi n a d a
e s l e ído co mo li t er a t u r a.
Ha b it u al m e n t e, l a e s cu el a o l a s i n s t it uc io n e s ac ad é m ic a s, por e j e m plo , l a u n i v er s i dad ,
so n l a s qu e d e f i n e n lo qu e s e l e e co mo li t er a t ur a. T a mb i é n l a s r evi s t a s e s p ec i al i za da s y lo s
s up l e m e nto s c u l t ur al e s. As í, l o s t e xto s s e ñ al ad os co mo pr e s ti gio so s por e s a s i n s ti tu cio n e s
fo r m a n l o q u e s e d e no m i n a el c a no n L i t er ar io , es to e s , el con j u nt o d e te x to s qu e s e
co n s id er a n l it er ar io s.
P er o el c a no n no e s fi jo n i e t er no : de p e n de d el g u s to e s t ét ic o y de l a s i de a s qu e se
t e ng a n e n d et e r mi n a do mo m e n to so br e l a lit er at ur a. Y e st o ca m b i a con el ti e m po . Por e j e m plo , Ro b er to Ar l t, un e scr i to r de B u e no s Air e s qu e c o m e n zó a e scr i b ir hac i a 1924 y m ir ó la
ci ud ad y s u s p er so n a j e s d e u n mo do nu e vo , ho y e s l e ído co mo u n e scr i tor v ali o so, p er o e n su
mo m e n to er a co n si d e r ado un m al e scr i tor por q u e h ac í a u n u s o a gr a m a tic a l d el l e n gu a j e y su s
t ex to s no t e n í a n el e s til o qu e s e es p er ab a de u n a obr a l it er ar i a
LOS GÉNEROS LITERARIOS
El concepto de género literario implica una forma de clasificar los textos en distintos grupos,
cada uno de los cuales se diferencia por características propias. Entre la variedad de textos
que existen, los géneros permiten que el lector reconozca algunos como poesías, por ejemplo, y
los distinga de otros que serian novelas o cuentos.
El origen de los géneros se remonta a la Antigüedad clásica. Ya han visto que, para los
griegos, poesía señalaba toda producción o creación literaria. En esa época, la literatura se
escribía en versos, con una estructura rítmica y una métrica regular. Aristóteles, un filósofo
del siglo IV a.c. y el primero en escribir un estudio sobre la literatura -la Poética- explica que
el origen de este arte obedece a dos causas: por un lado, el acto de imitar, que es propio de los
hombres desde la infancia; por el otro, el placer o goce que produce esa imitación en las
personas.
Clasificación inicial
Si bien todas las obras literarias coinciden en la imitación y en el ritmo, Aristóteles señala
que se diferencian entre sí por el tema que tratan. También, por el modo de imitar del poeta,
"pues se puede imitar a los mismos objetos... o bien narrándolos o bien haciendo obrar y actuar
a todos los imitados". Por último, advierte que los instrumentos o medios con los que se imita
producen diferencias.
Así, según esos criterios, esto es, teniendo en cuenta el tema, el modo y los medios de
imitar, la poesía se dividió en tres grandes géneros.
La poesía épica narraba extensas historias cuyos protagonistas eran héroes que realizaban hazañas y en las que se mezclaba lo real y lo ficticio. Esos relatos estaban compuestos
en verso, se transmitían oralmente y contaban historias relacionadas con el origen y el destino
del pueblo al que representaban. Son relatos épicos la Ilíada y la Odisea, atribuidos al poeta
griego Homero, del siglo VIII A. C.
La poesía dramática, que también se escribía en verso, desarrollaba el diálogo y la
actuación como medios para imitar o representar historias en escena. Según el contenido o
temática de la historia, el teatro clásico distinguió la tragedia (de asunto serio y desenlace
funesto) de la comedia (de tema gracioso y desenlace feliz), ambas representadas por las dos
máscaras del teatro.
La poesía lírica agrupaba las piezas breves que se acompañaban con algún instrumento
musical y estaban destinadas, en un principio, a ser cantadas. Solían transmitir emociones o
sentimientos personales y estaban compuestas por un modo particular de combinar las
palabras, una técnica que destacaba el poder sugestivo y evocador del lenguaje.
Los géneros a través del tiempo
Con el correr del tiempo, los textos narrativas y los teatrales fueron privilegiando las
acciones de sus historias y las conductas de los personajes antes que la expresión de los
sentimientos. Los escritores prefirieron, entonces, la prosa al verso, porque un lenguaje menos
ornamentado y con una menor cantidad de imágenes favorecía el progreso de la narración. Así,
el verso se fue identificando únicamente con la poesía.
A partir de entonces, se establecieron los tres géneros literarios fundamentales:
 el género narrativo, cuyas formas más comunes son el cuento y la novela;
 el género dramático o teatro, que comprende los textos escritos para ser representados;
 el género Lírico o poético, cuyos rasgos distintivos son el ritmo y la sonoridad, y que se
caracteriza por hacer un uso figurativo del lenguaje.
Otros géneros y subgéneros
Sin embargo, esta división no es tan rígida. Muchas veces los límites se borran, las
fronteras se desdibujan y en un mismo texto se cruzan dos o más géneros literarios.
Por otra parte, nuevos géneros y subgéneros han ido surgiendo a partir de ciertos cambios
en las necesidades sociales y comunicativas. El ensayo, por ejemplo, un texto por lo general
breve que intenta persuadir al lector y capturar su atención con recursos propios del lenguaje
literario, debe su desarrollo y difusión a la importancia que adquirieron los periódicos: muchos
autores escribieron ensayos para revistas y diarios de su tiempo.
A su vez, dentro de cada género, es posible reconocer subgéneros.
- Dentro del género narrativo se distinguen: el mito, la leyenda, la crónica, el cuento, la novela.
A su vez, dentro del cuento y la novela, pueden reconocerse otros subgéneros: el realista, el
fantástico, el maravilloso, el policial, el de ciencia ficción, etcétera.
- El género dramático comprende, entre otros, la tragedia, la comedia, la farsa, el sainete, el
entremés.
- y dentro del género Lírico se pueden reconocer, por ejemplo, las diferencias entre un soneto,
una elegía, un romance, un poema de versos libres.
1. P ar a i nt e gr ar l a u ni da d co n f ecc io n a u n m a p a o r ed co nc e p t u al co n l os co nc e pt o s
so br e s al i e n te s d e l a m i s m a.
LIT ER AT U RA P RE C O LO M B I NA : C O NT EX TO H IS T Ó R I CO , S O C IAL Y C UL TU RA L.
CA RA CT ER ÍS T I CAS .
En Am ér ic a h i sp á n ic a co n v iv e n do s v er t i e n t e s, l a i n dí g e n a y l a e ur op e a, c o mo e j e mp l o de
u n si n cr e ti s mo lo gr ad o a lo l ar go d e l o s s i g los.
La s i n v e st i g aci o n e s r e al i z ad a s h a st a el pr e s e nt e co i nc id e n e n s os t e n er q u e h a p ar t ir d el
10 .0 0 0 a. C. di f er en t e s o l e ad a s d e po bl ado r es o cu p ar o n el co n ti n e n t e a m er ic a no. L a s pr i m er a s
pr o v e n í a n d e As i a , p e n e tr ar o n p o r el E str ec ho d e B er i n g y s e de s pl a zar o n por el l i tor al d el
Oc é a no P ací f ico ha s t a el ex tr e m o s ur . E r an nó m a d e s, c a zad o r es y r eco l ector e s y po s eí a n
r as go s tí p ico s d e l a c ult ur a d el P al e o lí t ico.
Alr ed ed or del 3 .0 0 0 a. C. e st o s pr i m er o s po bl ador e s r ec i bi e r on el i m p a cto d e n u e v as
o le a d as pr o v en i e n t e s de l a Po l i n e si a , q u e s e d e s pl a zar o n por el lit or al d el Oc é a no P a cí fic o e s
pr o b a bl e t a m b i é n la hi pó t e si s d e l a e xi s t e nc i a d e gr u po s or iu n dos d e In doc hi n a , I n don e s i a y
M el a n e s i a. Ci er t o s r asg o s o r ie n t al e s s o n f r ecu e n t e s e n l a s f ig u r as r e p r e s e n t ad a s d e va s i j a s
el a bo r a d a s por lo s i nd í ge n a s a m er ic a no s. Lo s i nt e gr a n t es d e e s t a s e gu nd a ol e ad a po s e í a n
el e m e n to s d e l a cul t ur a n eo l í tic a ; er a n a gr icu ltor e s s ed e nt ar i os, co n str u y er o n ci u da d es y
po s e í a n u n aco m pl e j a o r ga n i z ac ió n so c io pol í tic a .
Am é ri c a p r eco lo m b i n a: u n mo sa ico c ult u ral . Lo s es p a ño l e s q u e ar r ib ar o n a Am ér i ca a
p ar t ir d el v i a j e co l o m b i no s e e nc o n tr ar o n c o n u n t er r i tor io p obl ad o por gr u po s d e di v er s a
tr a m a c ul t ur al.
En l a r eg ió n a n ti ll a n a , lo s t a í no s y lo s c ar i b e s vi v í a n e n p l e no P al eol í t i co, d e di c ado s a l a
p e sc a, l a c a za y l a r e co le cci ó n, y o r g a n i z a dos e n f or m a tr i b al.
En M e so a m ér i c a y l a r eg ió n a nd i n a d e Am ér ic a d el S ur s e d e s ar r ollar o n l a s “gr a nd e s
cul tur a s” – i nc a, a z t ec a y m a y a -, qu e r e cog i er on l a tr ad ic ió n cult ur a l d e lo s p u e blo s m á s
a n ti gu o s.
En el ex tr e m o s ur , agr ic ul to r e s s ed e n t ar io s y ca za dor e s n óm a de s s e d i vi di er o n el
e s p ac io.
La r e ac ció n a n t e l a co n q ui s t a es p a ño l a f u e di f er e n t e e n u no s y e n o tr os. L a s “ gr a nd e s
cul tur a s” s uc u m bi er o n m á s r á pi d a m e nt e. M i n ar on su r es i s t e n ci a l a s p r o fu nd a s r i v al id ad e s
i nt er n as , l a s al i a n z a s p ar ci al e s co n el i n v a sor , l a d ep e n d e nci a d e s u j ef e y l a vi t al v i nc ul ac ió n
co n lo s v all e s q u e h a bi t a b a n. L a s cul t ur a s del sur r e si s t i er on l ar g a m e n t e. S u no m ad i s mo l e s
f ac ili tó l a hu id a , el c o n tr a a t aq u e y el a pr e n d i za j e d e l a s t é cn ic a s d el e n e m i go. L o s a r auc a no s
s e “ e s p a ñol i zar o n” e n la g u er r a.
La s g ra n de s c ul t ur a s : ra s go s co m u n e s. L a s cu lt ur a s a m er ic a n a s p o s eí a n al gu no s r a sg o s
c o m u n e s:
 La ec o no mí a s e c e nt r ab a e n l a a gr ic ul tu r a. Lo s in c a s, pr i nc i p al e s e xp o n en t e s d e e s t a
ac ti v id a d, co n s tr uy er o n , e n s u s v all e s, a n de n e s d e c ul t iv o, t e r r aza s y c an a l e s d e r i e go
ar t if ic i al. L a t i er r a e r a pr o p i ed ad d el e s t a do y s e ex pl ot a b a co m u n al m e nt e .
 El n úcl eo b á s ico d e l a so c i ed ad e st a b a co n for m ado por u n id ad e s t er r itor i al e s y
p ar e n t al e s. L o s a zt e c a s lo ll a m a b a n c apullo y l os i nc a s ayl lu.
 La pir á m id e s o ci a l er a r íg id a y j er ar qu i za da. No bl e s, s ac er dot e s, g u er r er os , f u nc io n ar io s,
ar t e s a no s, co m er ci a n t e s, c a m p e s i no s y e sc la vo s s e di v id í a n t ar e a s y pr i v il eg io s.
 La or g a ni za ci ó n d el e s ta do a do ptó l a fo r ma d e Co n f ed er aci ó n o I m p er io. Lo s a z t ec a s
o r ga n i zar on u n a co n f ed er ac ió n d e c iu d a de s g ob er n ad a p or u n e m p er ador de c a r áct er
el ec t iv o y vi t al ic io . L o s i nc a s e s tr uc tur ar on u n i m p er io, u n ido b a jo e l pod er ab s olu to d e l
I nc a ( h er ed er o d el S o l).
 Pr ac t ic ab a n el po l i t e í s mo . Ad o r a b a n di os e s a ntr o po zoo m or fo s, d e l a n a tur al e za y
e s pir it u al e s. L o s a zt e ca s po s e í a n u n co m pl i cad o r it u al q u e i ncl uí a s acr i f ic io s h u m a no s .
 Co n str u y er on gr a nd e s ci ud ad e s. Lo s m a y a s, e xi m io s ar q u it e cto s , le v a n t ar on a llí pir á m id e s
e sc alo n a d as , t e m plo s y al t ar e s e n p i edr a.
 Tr a zar o n r u t a s y c a m i no s. El I m p er i o I nc a e s t ab a a tr a v e s ad o p or dos c a m i no s d e no r te a
s ur , q u e p ar t í a n d e sd e P er ú h a st a Ch il e y l a Ar g e n t i n a.
 M ed í a n el t i e m po y r e gi s tr a b a n s uc e so s. L os a zt ec a s p o s eí a n u n c a l e nd ar io q u e d i v i dí a el
a ño sol ar e n 18 m e s e s d e 2 0 dí a s c ad a u n o. Los i nc a s t en í a n u n si s t e m a d e r e g i str o m u y
de s ar r olla do – e l qu ipu -, do n d e co n s t ab a n e s t ad í st ic a s d e po bl ac ió n, d e pr odu cci ón y
t a mb i é n h ech o s tr a sc e nd e n t e s (g u er r a s, f e ch a s d e r eli g io s a s, e t c . )
 La co n q ui s t a e s p a ño l a i n t er r um p ió el pr o ce so d e l a e scr it ur a . Mu cho s cód ic e s fu er on
de s tr u ido s.
La s
cul t ur as
d el
sur :
una
po s i b le
car ac te r iza ció n .
S e gú n
su
act i v id a d
eco nó m ic a ,
lo s
po bl ado r e s
p u ed e n
cla s i fic ar s e
en
p u eb lo s
de
ec o n o m í a
p ar a s it ar i a
–
c a z a do r e s,
r e co l ec tor e s ,
p e sc ador e s y
pu e blo s
de
eco no m í a
s i mb ió t ic a
– a gr ic ul to r e s
i n f er io r e s
y
s up er ior e s -.
E n tr e
lo s
pr i m er o s
se
e nc u e ntr a n lo s p e sc ado r e s y r eco l ec tor e s
de T i er r a del F u eg o , lo s c a z a do r e s d e
gu a n aco s d e l a P at a g o n i a y lo s c a z a dor e s r eco l ec tor e s d el C h a co . En tr e lo s s eg u ndo s,
lo s a gr ic ul tor e s m á s pr i m ar io s d el Ch aco y
de l a M e so po ta m i a y l o s q u e ut il i z a b a n
a nd e n e s d e c ult i vo y ca n al e s d e r i eg o e n l a
r eg ió n
Nor o e st e.
Es to s
úl t i m os
de s ar r oll ar o n l a c er á m ic a, l a m e t al ur gi a , y
co n s tr u y er on pu e b lo s fo r ti f ic ado s ll a m a do s
puc ar ás
Los pr i m ero s l ib ro s . E n l a ac tu a lid a d s e c u e st io n a el co n ce p to d e “l it er at ur a ”, e n
r el aci ón co n lo s p u e blo s i nd í g e n as a m e r ica no s. L a li t er a tu r a c u m pli ó d e n tr o de e st a s
so c i ed ad e s f u nc io n e s r eli g io s a s, h i s tó r ic a s, or ga n i za t iv a s , pr of é tic a s y c er e mo n i al e s , q u e s e
e n tr e m e zcl ar o n y pr edo m i n ar o n so br e l a s f i n al id ad e s pur a m e n t e e s t ét ic a s. S ol a m e n t e el
p u ebl o m a y a p o s eyó u n a es cr it ur a j er o gl íf i ca , de c ar á ct er id eo g r áf ico, qu e h a s t a l a f ec h a no
ha po d ido s er d e sc i f r ad a e n s u t o t al id a d. Lo s ú n ico s q u e pod í a n e scr i b ir , l e er e i n t er pr et ar
er a n lo s i n t e gr a nt e s de l a cl as e s ac er d ot al y al gu no s r e pr e s e nt a n t e s d e l a no bl e za. Lo s
t ex to s qu e co m p u si e r o n f u er o n e sc ul pi do s e n p i edr a, m old e ad os e n e st uco s o pi n t ado s e n
m ur al e s , c er á m ic a s o “li br o s” ( fo r m a do s por t ir a s pl eg a d a s d e p a p el h ec ho a p ar tir d e l a
co r te za i nt er i or de un ár bo l ). M ucho s de e sto s v al io so s códic e s s e per d i er on al s e r
de s tr u ido s o qu e m a do s, e n el s i glo X V I. Lo s poco s qu e ll eg ar o n al s igl o X X h a n p a s ad o por el
t a mi z d e l a cu lt ur a eu r o pe a.
La tr a n s m i sió n d e lo s t ex to s . El no m br e d e lo s a u tor e s d e lo s pr i m er o s t ex to s s e h a
p er di do co n u n a so la e xc e pci ó n: el pr í nc i p e - po e t a d e lo s a zt ec a s , N e za h u alcó yo tl.
M á s d i fu n di d a q u e la tr a n s m i si ó n e scr it a fu e l a tr a n s m is ió n or al. El a nc i a no s ac er d ot e
qu e po s e í a la s a bi dur í a d e la tr i bu tr a n s m it í a a s u p u e blo r el a t os q u e f u er o n m e m or i zado s y
r ep e t ido s co n po co s ca m b io s h a st a n u es t r os dí a s. E n tr e lo s a zt ec a s, l a m e mor i zac ió n y l a
r ep e t ici ó n f u e f ac il it ad a p o r p a p el e s p i nt a dos q u e r e pr e s e nt a b a n l a s es c e n as f u nd a m e n t al e s
de l o q u e s e qu er í a co n t ar . E n u n pr i m e r mo m e nto d e l a co n qu i s ta s e d e str u y er on e s to s
do cu m e n to s o s e pr o hi b i er o n l a s r e p e t ici on e s or al e s. A f i n d e co n s er v ar los , l o s i nd í ge n a s
e n t er r ar on có dic e s y di bu j o s y s e pr eo c u p a r on p or l a m e mor i z ac i ón.
Lu eg o, a p ar tir d e l a s e gu n d a m it a d d e l s i glo XV I , lo s mi s i on er o s co m pr e nd ier o n l a
i m po r t a nc i a d e co no c er lo s m i to s q u e d e b í a e n fr e n t ar l a f e cr is ti a n a. E n to nc e s s e e s cr ib i er o n
lo s t e xto s i n dí g e n a s e n l a l e n gu a o r i gi n a l p er o c on c ar ac t e r e s l a t i no s. M á s t ar de , s e lo s
tr ad u jo al c a st el l a no .
El c a ud al l i t er ar io n o ll egó h a s t a no so tr os por v ar i a s r a zo n e s: lo s d if er e nt e s p u e blo s
i nd íg e n a s c ar ecí a n d e u n a ú n ic a l e n g u a por m ed io d e l a c u al pu di e s e n tr a n s m it ir s e lo s t ex to s ;
la d i vul g ac ió n or al d e l a li t er a tur a t a m bi é n col a bor ó e n l a p é r did a de lo s m is m o s; y, por
últ i mo , la d e s tr ucc ió n de lo s có di c es e n l a é poc a d e l a con q ui s t a . El con qu i s ta dor s e a du e ñ a b a
de ello s por cur io si d ad , y cu a n do y a n o s e n tí a i n t er é s , los d e s tr uí a. Lo s i n di os tr a t ar on d e
r ee scr i b ir lo s p er o y a no fu er o n i g u al e s po r qu e, s i n d ar s e c u e nt a, el lo s t a m b i é n h a b í a n si do
tr a n s for m ad os po r l a co n q ui s t a.
S ólo s e c o n s er v a n v e i nt idó s có d ic e s – tr es d e l a c ult ur a m ay a y lo s o tr os d e d i f er e n t es
cul tur a s - q u e, e n l a ac tu a li d ad, s e e nc u e n tr a n e n E ur op a co n e xc e pci ó n d e c u atr o q u e s e
ha ll a n e n M é xic o.
Los c o nt e n ido s : a p e s ar de l a s d if er e n ci a s e n tr e l a s d i st i n t as c ul tur a s, s e p u ed e n
s e ñ al ar alg u no s c o n t e n ido s e n co mú n :
 R el at o de l a s s uc e s i v a s cr e ac io n e s y d e str ucc io n e s de l m u ndo y del h o mb r e, r e al i zad a s
por lo s d io s e s.
 De s cr ip ció n d e u n a ed a d d e o r o lle n a d e p er f ecc io n e s a l a qu e s e o po n e u n a v i da
pr e s e n t e pr ec ar i a y d if ic ul to s a.
 De s cr ip ció n d e lo s a t r ib uto s y v e s t i m e nt a s de lo s d io s e s y n ar r ac ió n d e l a s a v en t ur a s
pr ot a go ni z a d a s po r lo s pr i nc i p al e s h ér oe s.
 C an to s d e al a b a n z a s a lo s di o se s ; or ac io n e s e n la s qu e s e p id e po r las b u e n a s co s ech a s
y l a v ic tor i a e n l a g u e r r a.
 El ti e m po e s co nc e b i do co mo r e p e t ic ió n y no co mo u n a lí n e a co n ti n u a; p or lo t a nto , e l
fu t ur o no r e s er v a s o r pr e s a s y p u ed e s e r pr edi cho. D e all í la i m por t a nc i a d e l a s
pr of ec í a s y lo s pr e s a gio s.
 Nor m a s p ar a l a o r ga n i z ac ió n d e la vi d a com u n it ar i a ( é poc a s de si e m br a, g u er r as ,
m a tr i mo n io s, e tc. ) y p ar a l a r e al i zac ió n d e cer e mo ni a s r el ig io s a s .
 Ex pr e s ió n d e s e nt i m i e n to s a n t e l a br e v ed ad d e l a v id a h u m a n a , fr e n t e al d e st i no d el
ho mbr e d e s p u é s d e l a m u er t e.
 El i nd i vi du o no v al e c o mo t al s i no co mo i nt e gr a nt e d e l a co m u n i da d y e n s u s r el ac io n e s
con l a n at ur a l e z a.
 T e m a s r el ac io n ado s c o n la ado r aci ón a d i vi n id ad e s q u e pr ot e gí a n al pu e blo.
 P e n s a mi e n to go b er n a do po r e l s e nt i m i e nto r eli g io so f us io n a do c on la r e fl ex ió n mí t ic a .
 La s f or m a s d e e x pr e s ar su s id e a s er a v ar i a da ; y a h a bí a u n a d i f e r enc i ac ió n d e g é n er os
lit er ar io s: lo a so c i ad o a l c a nt o y a l a m ú s i ca s e m a ni f e st a b a e n for m a d e po e s í a l ír ic a,
los mi to s e h i s to r i a s r ef er id a s a l a s d e id a de s , e n for m a d e po e s í a é p ic a y l o s r i to s y
cer e mo ni a s r el ig i o s a s , co mo t e a tr o.
O br a s:
Li te ra t ur a Ma ya : el Po pol V uh o L ibr o del tiempo o l a co mu nidad, e s el t e st i mo n io m á s
s ig n i f ic a t iv o d el p u e b lo ki -c h é q u e n ar r a lo s or íg e n e s d el mu n do y la h i s tor i a d el p u e b lo de sd e
s us c o mi e n zo s h a st a la co n q ui s t a e s p a ño l a . Otr a obr a es el Ch ilam Bal am ( el q u e e s b o c a d e
j ag u ar o br u jo ). E st a o br a ex pr e s a l a d e s e s p er ac ió n m a y a a n t e l a ll eg ad a d e lo s es p a ño le s.
Li te ra t ur a Q u ech u a o I nc a: l a s m a n i f es t ac io n e s li t er ar ia s de la co m u n id ad i nd íg e n a in c a
qu e h a n l l eg ad o h a s t a no so tr o s so n, f u nd a m e n t al m e nt e , t ex to s t e a tr al e s y po e s í a l ír ic a.
El Oll ant ay e s l a o br a dr a m á t ic a m á s s o br e s al i e nt e d e l a li t er a tur a q u ech u a d e scu b i er t a
e n el C u zco e n 17 7 0 . El t e x to e xp o n e u n a pr eo cu p ac ió n q u e er a com ú n e n es to s p u e bl os: u n ió n
de l a s p er so n a s de s a n gr e r e a l co n o tr as q u e no p er t e n ec e n a l a no bl e za .
La po e s í a lír ic a s ur g e de l a s o r aci o n e s p er so n al e s o col e ct i v a s d e lo s i nc a s. E s t as úl ti m a s
er a n r ec it a d as po r to da l a co m u n id ad y c o n s ti tu y e n lo s ll a m ad o s jaill is o hi m n os s agr a dos. Lo s
de s ti n a t ar io s d e e st o s v er s o s er a n lo s dio s e s, por e j e m pl o, I n ti , el r e y d el so l, qu i e n
f a vo r ec í a l a s co s ech a s, o V ir a co ch a , el di o s cr e ador d e l os ho m br e s.
En el i m p er io i n ca ico er a m u y i m por t a nt e e l c ul to d e lo s mu e r tos y el r e sp e to po r la s
di f er e nc i a s d e cla s e s so ci a l e s. És t a s er a n tr e s: cl er o, n ob l e za y p u e blo y e st a b a n s e p ar a da s
po r d i vi s io n e s i n fr a n qu e a bl e s. El p u e blo e s ta b a r e p ar t ido e n t r ib us q u e co m pr e nd í a n m uc ho s
cla n e s o ay llu. E s t e c o n s ti t uí a u n a u n id ad t a nto eco nó m ic a co m o r el ig io s a; lo r e gí a u n c ur ac a ,
p er so n a j e q u e p er t e n ec í a a l a no bl e z a r ur al y qu e a su m í a l a s f u nci o n es d e j u e z s u pr e mo pu e s
r eg ul a b a l a s r e l aci o n e s so c i al e s y l a bo r al e s e n lo s t er r i to r io s d e ca d a a yll u.
Li te ra t ur a Az t ec a : la l e n g u a n áh u a tl no l le gó a t e n er u n si s t e m a d e e scr i tur a fo n é tic a
co m o l a m a y a p er o , g r aci a s a l a t ar e a d e Fr a y B er n ar d i no d e S ah ú n ( s igl o X V I) y d e e scr i b a s
a z t ec a s, l a m ay o r p a r te d e s u r ic a li t er a tur a pu do s er p r es e r va da d e l a d es tr ucc ió n y e l
o lv ido. As í, muc h a s n a r r acio n e s d e o r i g en m ít ico , co m o L a g u er r a de lo s so l es do n d e s e cu e n t a
có m o Q u et za có at l ll e g a al p a í s d e lo s m u er to s, s e p ud i er on co n s er v ar .
Los t e m a s d e l a po e s í a a z t ec a r e v el a n l a conc e pc ió n f ilo só f ico -r e li g io s a d e e s t e pu e blo:
s e r ef i er e a l a fr ag il i da d d e to do l o t er r en o, d e l a v id a d e sp u é s de l a m u er t e y d e l a g lor ia d e
mo r ir l uc h a ndo. M uc ho s po e m a s d e c ar ác t er r it u al y r el i g io so a lu de n a u n a pr ác t ic a
car a ct er í s ti c a d e e s a cult ur a : l a g u er r a fl or i da. E st e r i t u al, r e p et id o a ñ o tr a s a ño , con s i st í a
e n s al ir a c a zar ho m br e s p er t e n ec i e nt e s a o tr os pu e blo s co n el f i n d e s acr if ic ar l os p ar a
e v it ar a s í qu e H ui t z il o po c ht lli ( el S o l ) d e j ar a d e e x i st ir . El cor a zó n d e l a v íct i m a, o f r ecid o a l
dio s, er a el l ug ar do n de s e pr o duc í a l a g u e r r a flor id a.
ACTIVIDADES
a- Lee el texto “Literatura precolombina: contexto histórico, social y cultural. Características. América
precolombina: un mosaico cultura. Las culturas del sur: una posible caracterización”
1. Subraya las ideas principales.
2. Realiza una síntesis con las ideas subrayadas.
b- Lee el texto “Las grandes culturas: rasgos comunes”. Confecciona una red conceptual con los conceptos leídos.
c- Lee el texto “Los primeros libros. La transmisión de los textos. Los contenidos. Obras”
a. ¿Qué función cumplió la literatura en estas sociedades?
b. ¿Qué características tuvo en este período?
c. ¿Qué ocurrió con las obras de escritas?
d. ¿Qué son los códices? ¿Qué ocurrió con ellos?
e. ¿Qué obras escribieron las distintas culturas, qué trataban?
d- Le e e l si g ui e n t e po e m a y l u e go a pl ic a el a n á li si s li t er ar i o.
AN Ó N I M O. “ Himno d e Ma nco Ca pac” .
Vir acoch a ,
Pod er o so c i m i e nto d el m u ndo .
T ú d i s po n e s:
“S e a e s t e v ar ó n,
S e a e s t a m u j er ”.
S e ñor d e l a f u e n t e s a gr ad a ,
T ú g ob i er n a s
Ha s t a el gr a n i zo .
¿D ó nd e e s t ás
- Co mo s i no f u er a
Yo h i jo tu yo Ar r i ba ,
Ab a jo ,
En el i nt er m ed io
O e n t u a si e n to d e su pr e mo ju e z ?
Óyeme
T ú qu e p er m a n ec e s
En el oc é a no d el c i elo
Y q u e t a m bi é n v i v e s
En lo s m ar e s d e l a t i e r r a.
Go b i er no d el m u ndo ,
Cr e ador d el ho m br e ,
El s e ñor d e lo s pr í nc i p e s
Co n su s tor p e s o jo s
Qu i er e n v er t e.
M á s c u a ndo yo p u ed a v er ,
Y co noc er , y al e j ar m e ,
Y co m pr e nd er ,
T ú m e v er á s
Y s a br ás d e m í.
El S ol y l a L u n a,
El d í a y l a no ch e,
El t i e m po d e l a a b u nd a nc i a
Y d el fr ío , e st á n r eg i do s ,
Y a l si t io d i s p u e sto
Y m ed ido
Lle g ar á n .
T ú qu e m e m a nd a s t e
El c e tr o r e al,
Óyeme
An t e s d e q u e c a ig a
R e nd ido y m u er to .
R e sp o nd e.
1. ¿Q u é pr eg u nt a s s e h a ce e l po et a a nó ni m o ?
2 . ¿Q u é s e n ti m i e n to s s e e x pr e s a n e n r el ac ió n con el Cr e ador ?
3 . ¿Q u é a tr i bu to s c ar ac t er i za n al di os ?
4 . Ex pl ic a el s i gu i e nt e v er so : “ Pod er o so c imiento d el mu ndo ”.
e- Le e e l s ig u i e nt e p o e m a y l u eg o a pli ca el a nál i s i s l i te ra r io.
AN Ó N I M O. Lo s úl ti mo s d ía s d el s i ti o d e T e noch t it lá n .
“Y todo esto pa só co n nosot ro s”
Y to do e st o p a só co n no so tr os.
No so tr os l o vi m o s,
No so tr os l o ad m ir a mo s.
Co n e st a l a m e nt os a y tr i st e s u er t e
No s v i mo s a ng u s ti a do s.
En lo s c a m i no s y ac e n dar do s r ot os ,
Lo s c ab e llo s e s t án e s p ar cid os .
De s t ec h ad a s e st á n l a s c a s a s,
Enr o j ec ido s t i en e n su s m ur os.
G u s an o s pu lul a n p or call e s y pl a za s ,
Y en l a s p ar e d es e st á n s al p ic ado s lo s s e so s .
Ro j a s e st á n l a s ag u a s , e st á n c o mo t e ñi d a s,
Y cu a n do l a s b e bi m o s,
Es co mo s i b e bi ér a mo s a gu a d e s al itr e.
Go l p e á b a mo s, e n ta n t o, lo s m ur os d e ad ob e ,
Y er a n u e str a h er e nci a u n a r e d d e a g u j er os .
Co n lo s e sc ud os f u e s u r e s gu ar do ,
¡P er o ni co n e sc udo s p u e d e s er so st e n id a s u sol e d ad!
He m o s co m ido p a lo s d e er i tr i n a,
He m o s m a st ic ad o gr a m a s al i tr os a,
Pi e dr a s d e ado b e, r a t on e s, t i er r a e n pol vo , gu s a no s.
To d o e sto p a só co n n oso tr os.
R e sp o nd e:
1. ¿ Qu é s e n t i mi e n to s e xpr e s a el a u tor ?
2. ¿Q u é q u i er e d ec ir co n “ Y to do es to p a só con no so tr os” ?
3. ¿ A qu é “l a m e n to s a” y “ tr i s te su er t e” alu de ?
4. ¿ Qu é s ig n i fic a n l a s si g ui e n t e s fr a s es “ Enr o j ec ido s t i e n e n s u s mur o s” y
“Ro j a s e s t á n l a s a gu a s, es t á n c o mo t e ñi d as ”?
5. S e ñ a l a e n el p o e m a l o s si gu i e n t e s r ecur so s l it er ar io s: a n á for a ,
p ar al e li s mo , ad j e ti v a ció n, e n u m er aci ó n, de scr i pc ió n , i m á g e n e s v i su al e s ,
gu s t at i v a s, m e t á fo r a s, e n u m er a ció n , a s í nd et o n, co m p ar ac i ón , el ip s i s,
hi p ér b a to n, m et á fo r a s.
6. Co n v i er t e el po e m a e n pr o s a.
12
L e e y l ue g o a nal iz a .
C OR TÁZ A R ,
J ul io. “La noc he boc a ar riba” .
Y salían en cier t as épocas a c azar enemigo s;
le ll amaban l a g u er r a flor id a
A mi t ad d el l ar go z a gu á n d el ho t el p e n s ó q u e d eb í a s er t ar de y s e
a p ur ó a s al ir a l a c al le y s ac ar l a mo toc ic le t a d el r i ncó n do n d e el p or ter o
de al l ado l e p er mi t í a gu ar d ar la . E n l a jo y e r ía d e l a e sq u i n a v io qu e er a n l a s
n u ev e m e no s d i e z ; ll e g ar í a co n t i e m po so br ado ado nd e i b a. El so l s e f il tr a b a
e n tr e lo s al to s e di f i cio s d el c e n tr o, y é l - p or qu e p ar a s í m i s mo , p ar a ir
p e n s a ndo , no t e ní a n o m br e - mo nt ó e n l a m á qu i n a s a b o r e a n do el p a s eo. L a
mo to r o nr o n e ab a e nt r e s us p i er n a s, y u n vi e n to fr es co le c hi cot e a b a los
p a nt a lo n e s.
De j ó p a s ar lo s mi n i st er io s ( el r os a , el b l a nco ) y l a s er i e d e co m er cio s
con br ill a n t e s v i tr i n a s d e l a c all e C en tr a l. Ahor a e ntr a b a e n l a p ar t e m ás
a gr ad a bl e d el tr ay ec to , el v er d ad er o p a s eo: u n a call e l ar g a, bo r d e ad a d e
ár bol e s , co n po co tr á fi co y a m pl i a s v ill a s q u e d e j a b a n v e n ir los j ar d i n e s
ha s t a l a s ac er as , a p e n a s d e m ar c ad a s por s e to s b a j os . Q ui zá alg o di s tr a ído ,
p er o co r r ie ndo po r la d er e ch a c o mo cor r e s po nd í a, s e d e jó ll e v ar por la
t er s ur a, po r l a l ev e cr is p ac ió n d e e s e d í a a p e n a s e m p e zad o. T al v e z su
i n vol un t ar io r el a j a m i e n to l e i m pi di ó pr e v e ni r el acc id e n t e. C u a nd o v io qu e l a
m u j er p ar ad a e n l a e s qu i n a s e l a n za b a a l a c al za d a a p es ar de l a s l uc e s
v er d es , y a er a t ar de p ar a l a s so luc io n e s f ác il e s. Fr e nó co n e l pi e y co n la
m a no , d e sv i á ndo s e a la i zq u i er da ; oyó el g r ito d e l a mu j er , y j u nto co n el
choq u e p er d ió l a v i s ió n. F u e co m o dor mir s e de gol p e.
Vol vi ó br u sc a m e nt e del d e s m a yo. C u atr o o c i nco ho m br e s jó v e n e s lo
e s ta b a n s ac a ndo d e d e b a jo d e l a mot o. S e n tí a g u st o a s al y s a ng r e, l e dol í a
u n a r odil l a y c ua n do l o al z ar o n gr i tó, por q u e no p odí a so por t ar la pr e s ió n e n
el br a zo d er ec ho . Vo c e s q u e no p ar ec í a n p e r te n ec er a l as c ar a s s us p e n di d as
so br e él , lo a l e nt a b a n co n br o ma s y s eg ur id ad e s. S u ú nic o al i vi o f u e oír l a
con f ir m ac ió n d e qu e ha b í a e s t ado e n su der e cho al cr u zar la e sq u i n a .
Pr e gu n tó po r l a mu j er , tr at a n do d e do m i n ar la n á u s e a q u e l e g an a b a l a
g ar ga n t a. Mi e n tr a s l o ll e v a b a n boc a ar r ib a h a st a u n a f ar m ac i a pr óx i m a,
s up o q ue l a c au s a n t e d el a cci d e nt e no t e ní a m á s q u e r as g u ño s en l a s
p i er n a s. " U st é l a a g a r r ó ap e n a s, p er o el g olp e l e hi zo s al t ar l a m á q ui n a d e
cos t ado.. ."; Op i n io n e s, r ec u er dos , d e s p ac io, é n tr e n lo d e e s p a lda s , a s í v a
bi e n , y a lg u i en co n g u ar d a po l vo d á ndol e d e b e b er u n tr a go q u e lo a li v ió e n l a
p e n u mbr a d e u n a p e q u e ñ a f a r m ac i a d e b ar r io.
La a m b ul a nc i a p o li ci a l lle gó a lo s c i nco m i nu to s, y lo s u bi er o n a u n a
ca m ill a bl a nd a do n d e pu do t e nd er s e a gu s to. Co n tod a l uc id e z, p er o
s a bi e n do qu e e s t a b a b a jo lo s e f ec to s d e u n sh ock t er r ibl e , d io s us s e ñ a s a l
pol ic í a qu e lo aco m p a ñ a b a. E l br a zo c a s i n o le dol í a; d e un a cor t ad ur a e n l a
ce j a g ot e a b a s a n gr e po r to d a l a c ar a. U n a o dos v ec e s s e l a m i ó los l a bi os
p ar a b e b er la. S e s e n tí a b i e n, er a u n acc i de n t e, m al a s u er t e; u n a s s e m a n a s
qu i e to y n ad a m á s. E l v i gil a n t e l e d ij o qu e l a mot oci cl et a no p ar ec í a m u y
13
e s tr op e ad a. "N a t ur al ", d i jo él. " Co mo q u e m e l a li gu é e nc i m a ..." Lo s do s
r ier o n y el v ig il a n t e le di o l a m a n o al l l e g ar al ho s p it a l y l e de s eó b u e n a
s u er t e. Ya l a n á u s e a vo l v í a po co a p o co; m i e n tr a s lo ll e v ab a n e n u n a c a m ill a
de r u e d a s h a s t a u n p a b elló n d el fo ndo , p a s a ndo b a jo ár b ol e s ll e n os d e
p á j ar os , c er r ó lo s o jo s y d e s eó es t ar d or mi do o clor o for m a do. P er o lo
tu v i er on l ar go r a to e n u n a pi e za co n olo r a hos p it al , ll e n a nd o un a fic h a,
qu i t á ndo l e l a r o p a y v is t i é ndo lo co n u n a c a m i s a gr i s á c ea y d ur a. L e mo v í an
cu id ado s a m e n t e el b r a zo , s i n q u e l e do li er a. L a s e n f er m er a s br o m e a b a n
todo el ti e m p o , y s i n o h ub i er a si do por l a s c o ntr acci o n es d el e s tó m ago s e
ha br í a s e n t ido m u y b i e n, c a si co nt e n to.
Lo ll e v ar o n a l a s a l a de r ad io, y v e i nt e m i n uto s d e sp u é s, co n l a pl ac a
tod a v í a hú m e d a p u es t a s o br e el p echo co m o u n a l á pi d a n e gr a , p a só a l a s al a
de op er ac io n e s. Al g ui e n d e bl a nc o, al to y del g ado , s e l e ac er có y s e p us o a
m ir ar l a r ad io gr af í a. M a no s d e m u j er le ac omo d ab a n l a c a b e za , s i nt ió qu e lo
p a s a b an d e u n a c a m il la a o tr a. El h o m br e de b la n co s e l e ac er có otr a v e z,
so nr i e ndo , co n algo q u e l e br ill a b a e n l a m a no d er ec h a. L e p al m eó l a m e ji ll a
e hi zo u n a s e ñ a a al gu i e n p ar ad o atr á s.
Co mo s u e ño er a c u r io so por q u e e s t a b a lle no d e olor es y é l nu n c a
so ñ a b a o l o r e s. Pr i m e r o u n o lor a p a n t a n o, y a qu e a l a i zq ui er d a d e l a
cal za d a e m p e z a b a n l a s m ar i s m a s, lo s t e m bl ad er al e s d e d o nd e no vol v í a
n ad i e. P er o el o lo r c e só , y e n c a m b io v i no u n a fr ag a nc i a co m p u e s t a y o sc ur a
com o la no c h e e n qu e s e m o v í a h u y e ndo de lo s a zt ec a s. Y to do er a t a n
n a tur al, t e ní a q u e h u i r de lo s a zt ec a s q u e a nd a b a n a c a za d e ho m br e , y s u
ú nic a pr o b a b ili d ad e r a l a d e e sco n d er s e e n lo m á s d e n so d e l a s el v a,
c u id a ndo d e no a p a r tar s e d e l a e s tr ec ha c al za d a q u e sól o ello s, lo s
mo t ec a s, co no c í a n.
Lo q u e m á s lo to r t ur a b a er a el o lor , com o s i a u n e n l a a b sol ut a
ac e p t aci ó n d el su e ño a lgo s e r e v el ar a co n tr a e so q u e n o er a h a bi t u al, q u e
ha s t a e n to nc e s no h a bí a p ar tic i p ad o d el j u e go. "H u el e a g u e r r a", p e n só ,
toc a ndo i n s t in t i v a m e n t e el p u ñ al d e p i edr a a tr a v e s ado en su c e ñ i dor de l a n a
t e ji d a. U n so n ido i n e s p er a do lo h i zo a g ach a r se y qu ed ar i n m ó vil , t e mb l a ndo.
T e n er m i ed o no er a e xtr a ño , e n s u s su e ño s a b un d a b a el m i edo . E s p er ó,
t ap a do po r l a s r a m a s d e u n ar b u st o y l a n och e si n e str e ll a s. M u y l e jo s ,
pr ob a bl e m e n t e d el o t r o lado d el gr a n l a go, de bí a n e st ar ar d i e nd o fu e go s d e
v iv a c; u n r e s pl a n do r r o j i z o t e ñí a e s a p ar t e d el c i elo. El s on ido no s e
r ep i tió. H a b í a s ido co mo u n a r a m a q u e br ad a. T a l v e z u n a n i m al q u e e sc a p a b a
com o él d el o l o r a gu e r r a. S e e nd er e zó d e s p ac io, v e nt e a n do. No s e oí a n ad a ,
p er o el m i edo s e g uí a al lí co mo el olor , e s e i nc i e ns o d ul zó n d e l a g u er r a
flor id a. H ab í a q u e s eg u ir , ll eg ar a l co r a zó n d e l a s el v a e v it a nd o l a s
ci é n ag a s. A t i e nt a s , a g ach á nd os e a c a d a i n st a n t e p ar a toc ar e l s u elo m á s
dur o d e l a c a l z ad a, d i o al g u no s p a so s. H u bi er a q u er ido e ch ar a c or r er , p er o
los t e m bl ad er al e s p al p it a b a n a s u l a do. E n el s e n d er o e n t i n i ebl a s, b u scó e l
r um bo. E n to nc e s s i n tió u n a boc a n a d a d el olor q u e m á s t e m í a, y s al tó
de s e s p er a do h a ci a a d el a n t e.
-S e v a a c a er d e la ca m a - di jo el e nf er m o d e l a c a m a d e al l a do - . N o
br i nq u e t a n to , a m i g a z o .
Abr ió lo s o j o s y er a d e t ar d e, co n el sol y a b a jo e n lo s v e n t a n al e s d e l a
lar g a s al a . M i en tr a s tr a t a b a d e so nr e ír a su v eci n o, s e d e s p eg ó c a s i
fí s ic a m e n t e d e l a úl t i m a vi s ió n d e l a p e s ad ill a. El br a zo, e ny e s a do, col g ab a
de u n a p ar a to c o n p e s a s y po l ea s. S i nt ió s ed , c o mo s i h ub i er a e s t ado
14
cor r ie ndo k iló m e tr o s , p er o no qu er í a n dar l e muc h a ag u a, a p e n a s p ar a
mo j ar s e l o s l ab io s y ha c er un b uch e. L a f i ebr e lo ib a g a n a ndo de s p ac io y
hu b i er a po d ido do r m i r se o tr a v e z, p er o s a bor e a b a el pl ac er de q u ed ar s e
de s p i er to , e nto r n ad o s lo s o jo s , e sc uc ha n do el d i álo go d e lo s o tr os
e n f er mo s , r es po n di e n do de c u a ndo e n c u a n do a a lg u n a pr eg u nt a. Vio ll eg ar
u n c ar r ito b l a nco q u e pu s i er o n al l a do d e s u c a m a, un a e n f er m er a r u b i a l e
fr otó co n alco h o l l a car a a n t er ior del m u slo , y l e cl a vó u n a g r ue s a ag u j a
con ec t ad a co n u n tu b o qu e su b í a h a st a u n fr a sco ll e no d e l íq u id o op al i no . U n
m éd ico jo v e n v in o co n u n a p ar a to d e m e t al y cu er o q u e l e a j u s tó al br a zo
s a no p ar a v er i f ic ar al g un a co s a. C aí a la n och e , y l a fi e br e l o i b a
ar r a str a ndo bl a nd a m e n t e a u n e st a do do nd e l as c o s a s t e ní a n u n r e li e v e
com o d e g e m elo s d e t e atr o , er a n r e al e s y d ulc e s y a l a v e z lig er a m e nt e
r ep u gn a n t e s; co mo e s tar v i e ndo u n a p el í cul a ab ur r id a y p e n s ar qu e si n
e m b ar go e n la c all e e s p eo r ; y qu e d ar s e.
Vi no u n a t a z a d e m a r av illo so c a ldo d e or o oli e ndo a p u er r o, a a pi o, a
p er e j il. U n tr o c i to de p a n, m á s pr ec io s o qu e todo u n b a n qu e t e, s e f u e
de s m i g aj a n do p o co a po co . El br a zo n o le d olí a n ad a y s o l a m e n t e e n la c e j a ,
don d e lo h a b í a n su t u r ado , ch ir r ia b a a v ec e s u n a p u n zad a c ali e n t e y r á p id a.
Cu a nd o lo s v e n t a n al e s d e e n fr e nt e v ir ar o n a m a nch a s d e u n a zul o sc ur o,
p e n só q u e no i b a a s er di fíc il dor mi r s e. Un poco i n có modo , de e s p ald a s,
p er o al p a s ar s e l a l e n gu a po r los l a bi o s r e s eco s y c al i e n t e s s i n tió el s a bor
del c aldo , y s u s p ir ó d e f el ic id ad , a b a ndo n á ndo s e.
Pr i m er o f u e u n a co n f u sió n , u n atr a er h ac i a s í tod a s l a s s e n s ac io n e s por
u n i n st a n t e e m b o t ad a s o co nf u nd id a s. Co m pr e n dí a q u e e st a b a c or r ie ndo e n
pl e n a os cur i d ad, au n qu e ar r ib a e l c i elo c r uzad o d e co p a s d e á r bol e s er a
m e no s n egr o q u e e l r e s to . "L a c al za d a" , p e n só. " M e s al í d e l a cal za d a." S u s
p i es s e h u nd í a n e n u n co lchó n d e h o j as y b ar r o, y y a no po dí a dar u n p a s o
s i n qu e l a s r a m a s d e lo s ar b u st os l e a zo t ar a n el tor so y la s p i er n a s.
J ad e a n t e, s a bi é n do s e aco r r al a do a p e s ar de l a o sc ur id ad y el s il e nc io, s e
a g achó p ar a e sc uch ar . T al v e z l a c al za d a e s ta b a c er c a, co n l a pr i m er a l u z
del dí a i b a a v er l a o tr a v e z. N ad a pod í a a yu d ar lo a hor a a e nc on tr ar l a. L a
m a no q u e s i n s a b er lo él a f er r ab a el m a n go d el p u ñ a l, s u bi ó co mo u n
e scor p ió n d e lo s p a n t an o s h a st a su c u ello , do nd e col g a b a el a m ul e to
pr ot ec to r . Mo v i e ndo a p e n a s lo s la b io s m u s itó l a pl eg ar i a d el m a í z q u e tr a e
la s l u n a s f el ic e s, y l a s ú pl ic a a l a M u y Alt a , a l a di s p e n s ador a d e l os bi e n e s
mo t ec a s. P er o s e n tí a al m i s mo ti e m po qu e l o s to b illo s s e le e s t ab a n
hu nd i e ndo d e s p ac io e n el b ar r o, y l a e s p e r a e n l a os cur i d ad d el ch a p ar r al
de sco n o ci do s e l e h ac í a i ns o p o r t ab l e. L a gu er r a flor id a h a bí a e m p e zado co n
la lu n a y ll e v ab a y a t r es dí a s y tr es noch e s. S i c o ns e g uí a r e fu gi ar s e e n l o
pr of u ndo d e l a s el v a, a b a nd o n a ndo l a c al zad a m á s all á d e l a r e gió n d e l a s
ci é n ag a s , qu i z á l o s g u er r er o s n o l e s ig u i er a n el r a str o. P e n só e n la c an t id ad
de pr i s io n er o s qu e y a h a br í a n h ec ho. P er o la c a nt id a d n o co nt a b a, si n o el
ti e m po s agr ado . L a ca z a co n ti n u ar í a h a s t a q u e los s ac er dot e s d ier a n l a
s e ñ al d el r egr es o . T o do t e ní a su nú m er o y s u fi n , y él e st a b a d e n tr o d e l
ti e m po s agr a do , d el o tr o l ado d e lo s c a za d or es .
O yó lo s gr i to s y s e e nd er e zó d e u n s alt o , pu ñ al e n m a no. Co m o s i e l
ci elo s e i n c en di ar a e n el ho r i zo nt e , vio a nt or ch as m ov i é ndo s e e ntr e l a s
r am a s , mu y c er ca . El o lo r a g u er r a er a i n so por t a bl e, y c u an d o el pr i m er
e n e m igo l e s al tó a l cu ello c a s i s i n ti ó pl ac er e n hu n dir l e l a ho j a d e pi e dr a en
15
pl e no p echo . Ya lo r o de a b a n l a s luc e s y lo s gr ito s a l egr e s. Alc a n zó a cor t ar
el a ir e u n a o do s v e c e s, y e n to nc e s u n a so g a l o atr a pó d e sd e atr á s.
-E s l a f i ebr e -d ij o e l de l a c a m a d e al l ado - . A mí m e p a s a b a i g u al
cu a ndo m e o p er é d el duo d e n o . T o m e a g ua y v a a v er qu e d u er m e bi e n .
Al l a do d e l a no c h e de do n d e vo lv í a, l a p e n u mbr a t i bi a d e l a s al a l e
p ar ec ió d el ic io s a. U n a l á mp ar a v iol e t a v el a b a e n lo al to d e l a p ar ed d el
fo ndo c o mo u n o j o p r o tec to r . S e oí a to s er , r e s p ir ar f u e r t e, a v ec e s un
di álo go e n vo z b a j a. To d o er a gr ato y s e gur o, s i n aco so, s i n ... P er o no
qu er í a s eg u ir p e n s a ndo e n l a p e s ad ill a . H a bí a t a n t a s c o s a s e n q u é
e n tr e t en er s e. S e p u so a mir ar el y e so del br a zo, l a s pol e a s q u e t a n
cóm od a m e nt e s e lo s o s t e ní a n e n el a ir e. Le h a bí a n p u e s to u n a bo t ell a d e
a gu a mi n er al e n l a m es a d e noch e. B e bió d el g oll e t e, golo s a m e n t e.
Di s ti n g uí a a ho r a l a s fo r m a s d e l a s al a , l a s tr e i nt a c a m a s, lo s ar m ar i o s co n
v itr i n a s. Ya no d e bí a t e n er t a n t a fi e br e, s e nt í a fr es c a l a c ar a . L a c e j a l e
dolí a a p en a s , co m o u n r ec u er do. S e v io otr a v e z s al i en do d el ho t el, s a c a ndo
la mo to. ¿Q ui é n h u b i er a p e n s ado qu e l a c os a i b a a ac ab ar a s í ? Tr a t ab a d e
fi j ar e l m o m e nto d e l acc id e n t e, y l e dio r a bi a ad v er t ir qu e h ab í a ah í co mo
u n h u eco , u n va cío qu e no alc a n za b a a r ell e n ar . En tr e el c hoq u e y e l
mo m e n to e n q u e lo h a bí a n l e v a nt ad o d el s u elo , u n d e s m a yo o l o q u e fu er a no
le d e j a b a v er n ad a. Y a l m i s mo t i e m po t e ní a l a s e n s ac ió n d e qu e e s e h u eco ,
e s a n a d a, h a b í a dur a do u n a e t er n id ad . N o, n i s i qu i er a ti e m po , m á s b i e n
com o s i e n e s e hu e co él h u bi er a p a s ad o a tr a v é s d e a lgo o r ecor r ido
di st a n ci a s i n m e n s a s. El cho q u e, e l gol p e br u t al co ntr a el p a v i m e nto. D e
tod a s m a n er a s al s a li r del p o zo n e gr o h a b í a s e n t ido ca s i u n a li v io m i e n tr a s
los h o mbr e s lo al z a b a n d el su el o. Co n el do lor del br a zo r o to, l a s a ngr e d e
la c e j a p ar t id a, l a co n tu s ió n e n l a r od ill a; co n todo e so, u n al i v io al vol v er
al d í a y s e n tir s e s o s t e ni do y a ux il i ado. Y er a r ar o. L e pr e gu n t ar í a a lg u n a
v e z al m éd ico d e l a o fic i n a. Ahor a vol v í a a g a n ar lo e l s u e ño , a tir ar lo
de s p ac io h aci a a b a j o . L a al moh a d a er a t a n b l a nd a, y e n s u g ar g a n t a
a fi e br a d a l a fr e scur a d el a gu a m i n er al. Q u i zá p ud i er a d e sc a n s a r de v er a s,
s i n l a s m a ld it a s p e s a d ill a s. L a l u z vio l et a d e l a l á m p ar a e n lo a lto s e ib a
a p ag a n do po co a po co .
Co mo do r mí a d e e s p a lda s , no lo sor pr e n di ó la po s ici ó n e n qu e vol v í a a
r eco noc er s e , p er o e n c a mb io el olor a hu m e da d, a p i edr a r e zu m a nt e d e
fi ltr aci o n e s , l e c er r ó l a g ar g a nt a y lo ob li gó a co m pr e n d er . I n ú til a br ir lo s
ojo s y mir ar e n to d a s dir ec cio n e s; lo e nv ol v í a u n a o sc ur id ad a b s olu t a. Q ui so
e nd er e z ar s e y s i nt i ó la s so g a s e n l a s m u ñ ec a s y lo s to bil los. E s t a b a
e s ta q u e ado e n el p i s o , e n u n s u elo d e l a j a s h el ado y h ú m edo . El fr ío l e
g a na b a l a e s p ald a d e s n ud a, l a s pi er n a s. Co n el m e ntó n bu s có to r pe m e n t e el
con t ac to co n s u a mul e to , y s u po q u e s e lo ha b í a n ar r a nc ado. Ahor a e st a b a
p er di do, n i n g u n a pl e g ar i a pod í a s al v ar lo d el f i n al. L e j a n a m e n t e, c o mo
fi ltr án do s e e ntr e l a s p i edr a s d el c al a bo zo , oyó lo s a t a b al e s d e la fi e s t a. L o
ha b í a n tr aí do al t eo c all i, e s t ab a e n l a s m a zmor r a s d el t e m plo a la e s p er a d e
s u t ur n o .
O yó gr it ar , u n gr i to r o nco q u e r eb ot a b a e n l a s p ar e d e s. O tr o gr i to,
ac a b a ndo e n u n q u e ji do . Er a é l qu e gr it a b a en l a s t i n i ebl a s , gr i t ab a por q u e
e s ta b a vi vo , t o do s u cu er po s e de f e nd í a c on el gr i to d e lo q u e ib a a v e n ir ,
del f i n al i n e v it a bl e . P e n só e n s u s co m p a ñ er os q u e ll e n a r ía n o tr a s
m a zmor r a s , y e n lo s qu e as c e nd í an y a lo s p eld a ño s d el s acr i f ic i o. Gr itó d e
n u ev o so fo c ad a m e n t e , c a si n o pod í a a br i r la boc a, t e n í a l a s m a nd í b ul a s
16
a g ar r otad a s y a l a v e z co mo s i f u er a n d e go m a y s e a br i er a n le n t a m e nt e ,
con u n e sf u er z o i nt er m i n ab l e. E l c hir r i ar d e lo s c er r ojo s lo s ac u dió co mo u n
lá ti go. C o nv ul so , r eto r cié nd o s e, luc hó por z a f ar s e d e l a s cu er d a s q u e s e l e
hu nd í a n en l a c ar n e. S u br a z o d er ec ho, el m ás fu er t e , t ir a b a ha s t a q u e el
dolor s e h i zo i n to l er a bl e y hu bo q u e c e d er . Vi o a br ir s e l a do bl e p u er t a, y el
olor de l a s a n to r ch a s l e ll e gó a n t es q u e la l u z. Ap e n a s c e ñ i dos c o n el
t ap ar r a bo s d e l a c er e mo n i a, l o s acól it os d e lo s s ac er do t e s s e l e ac er c ar on
m ir á nd olo c o n d e s pr e cio . L a s l uc e s s e r e fl e j a b a n e n lo s to r so s s ud ado s , e n
el p elo n e gr o lle n o de plu m a s. C e di er o n l a s so g a s, y e n s u lu g ar lo af er r ar o n
m a no s c al i e nt e s, d ur a s co mo el br o nc e; s e s i n tió al za do, si e m pr e boc a
ar r ib a , t ir o n e ado po r lo s c ua tr o acól i to s qu e lo ll e v a b a n por e l p a s ad i zo .
Los por t ad o r e s d e a n to r ch a s i b a n a d el a n t e, alu m br a ndo v a g a m e nt e el
cor r edo r d e p ar e d es m o j ad a s y t ec ho t a n b a jo q u e lo s acól ito s d e b í an
a g ach ar l a c a b e z a. A ho r a lo l l ev a b a n , lo ll e v a b a n , er a el fi n al . Boc a ar r ib a,
a u n m e tr o de l t ec ho de r o ca v i v a q u e po r mo m e nt os s e il u m i n a b a co n u n
r efl e jo d e a n to r ch a. C u a ndo en v e z d el t ec ho n ac i er a n l a s e s tr ell a s y s e
al zar a a n t e él l a e sc al i n at a in c e nd i ad a d e gr i to s y d a n za s, s er í a el f i n. El
p a s ad i zo no ac a b a b a n u nc a, p er o y a i b a a ac a b ar , d e r e p e n t e ol er í a el a ir e
li br e ll e no d e e str ell a s, p er o tod a v í a n o, a nd a b a n ll e v á ndol o s i n f i n e n l a
p e n u mbr a r o j a, t ir o n e á ndo l o br u t al m e n t e, y él no q u er í a , p er o cóm o
i m p ed ir lo s i l e h a b í a n ar r a nc ado el a m ul e to qu e er a s u v er da d er o cor a zó n,
el c en tr o d e l a vi d a.
S al ió d e u n br i nco a la no ch e d el h o sp i t al, al alt o ci elo r a so d ul ce , a l a
so m br a bl a n d a q u e l o r o de a b a. P e n só qu e d e b í a h ab er gr i t a do, p er o su s
v ec i no s d o r m í a n c all a do s. E n l a m e s a d e no ch e, l a b o t e ll a d e ag u a t e n í a al go
de b ur b u j a, d e i m a g e n tr as lúc id a co nt r a l a s o mbr a a zul a da d e lo s
v e nt a n al e s. J a d eó b u sc a ndo el al i vi o d e l os p ul mo n e s , el ol v i do d e e s a s
i m ág e n e s qu e s eg u í a n p eg ad a s a su s p á r p ado s. C ad a v e z q u e cer r ab a lo s
ojo s l a s v e í a fo r m ar s e i n st a n t á n e a m e nt e , y s e e nd er e za b a a t er r ado p er o
go za ndo a l a v e z d el s a b er qu e a hor a e s t ab a d e sp i er to , q u e la v ig il i a lo
pr ot e gí a , q u e pr o n to ib a a a m a n ec er , co n el bu e n s u e ño pr of u ndo q u e s e
ti e n e a e s a ho r a , s i n i m ág e n e s, s i n n a d a.. . Le co s t ab a m a n t e n er los o jo s
a bi er t os , l a m o do r r a er a m ás f u er t e qu e él . Hi zo u n úl t i mo e s fu er zo, c o n l a
m a no s a n a e s bo zó u n g es to h ac i a l a bo t ell a de a g u a; no ll e gó a t om ar l a, su s
de do s s e c er r ar o n e n u n v ac ío o tr a v e z n e gr o, y el p a s a di zo s e gu í a
i nt er mi n a bl e , r o ca tr a s r o ca , co n sú b it a s fu lg ur ac io n e s r oj i za s , y él boc a
ar r ib a g i mió ap a g ad a m e n t e por qu e el t echo i b a a ac a b a r se , su b í a,
a br i é ndo s e co mo u n a bo c a d e so m br a , y lo s ac óli to s s e e nd er e za b a n y d e l a
al tur a u n a lu n a m e n g u a nt e l e c ay ó e n l a car a d on d e lo s ojo s no q u er í a n
v er la , d e s e s p er a d a m e n t e s e c er r ab a n y a b r ía n b u sc a ndo p a s ar a l otr o l ado ,
de sc u br ir d e nu e vo e l ci elo r a so pr ot ec to r de l a s al a. Y c a d a v e z qu e s e
a br í a n er a la no c h e y la l u na m i e ntr a s lo s u bí a n por la e sc al i na t a , ah or a co n
la c a b e z a c o lg a n do h a ci a a b a jo, y e n l o a lt o e s t ab a n l a s ho gu er a s, l as r o j a s
colu m n a s d e r o jo p e r fu m ado , y d e gol p e v io l a pi e dr a r oj a , br ill a n t e d e
s a ngr e q u e c ho r r ea b a, y el v ai v é n d e los p i es d el s acr i fi c ado, q u e
ar r a str ab a n p ar a t ir ar lo r o da n do por la s e sc al i n at a s d e l n or t e. Co n u n a
últ i m a e sp er a n z a a pr e tó l o s p ár p ad os , g i m i e ndo p or d e s p er t ar . Dur an t e u n
s eg u nd o cr e yó q u e lo lo gr ar í a , por q u e e s t a b a o tr a v e z i n mó v il e n l a c a m a , a
s al vo d e l b al a n c eo c a b e z a a b a jo. P er o olí a a m u er t e y cu a nd o ab r ió los o jo s
v io l a fi g ur a e n s a n g r en t ad a d el s acr i fic ador qu e v e n í a h a ci a él c o n el
17
cuch ill o de p i edr a e n l a m a no. Al ca n zó a c er r ar otr a v e z lo s p ár p ado s,
a u nq u e a h o r a s a b í a q u e no i b a a d e s p er t a r se , qu e e s t a b a d e s p i er to , q u e el
s u e ño m ar a vi llo so h a bí a s ido el o tr o, a b s ur do co mo to do s lo s su e ño s ; u n
s u e ño e n el qu e ha bí a a nd a do p or ex t r añ a s a v e ni d a s d e u n a ci ud ad
a so m br o s a , co n luc e s ver d e s y r oj a s qu e ar dí a n si n ll a m a n i h u mo, co n u n
e nor m e i n s ec to d e m e t al q u e zu mb a b a b a jo su s p i er n a s. E n la m e nt ir a
i nf i n it a d e e s e su e ño t a mb i é n lo h a b í a n al zado d e l s u el o , t a m b i é n alg u i e n s e
le h a bí a ac er ca do c o n u n cuc h illo e n l a m a n o, a él t e n di do boc a ar r ib a , a é l
boc a ar r i ba co n l o s o j o s c er r ad o s e ntr e l a s hog u er a s.
Ac ti vi da d es
1. Deduce por el cotexto las siguientes palabras ; de lo contrario
utiliza el diccionario : marismas, ceñidor, vivac, venteando,
incienso, opalino, moteca, chaparral, atabales, teocalli, mazmorras
y otras que desconozcan.
2. Este cuento es (subraya lo correcto y fundamenta): realista fantástico-maravilloso.
3. El cuento comienza con un epígrafe ¿qué si gnificado tiene?
4. En este cuento confluyen en una misma situación o en un mismo
individuo
dos
tiempos
históricos
distintos,
dos
culturas
diferentes. ¿Cuáles son?
5. ¿Qué elementos en común tienen los protagonistas de ambas
historias? Enuméralos. Ejemplo: los d os transitan una calzada y
desviarse hacia la izquierda les resulta fatal.
6. ¿Qué diferencias puedes señalar entre una y otra? Ejemplo: el
motociclista, a pesar del accidente, se siente seguro, protegido. El
moteca, en cambio, padece el miedo y la angustia.
7. ¿Qué pistas brinda el narrador que permiten descubrir que el
personaje es uno solo. Ejemplo: el motociclista se siente como si
hubiese corrido kilómetros, cuando en realidad el que ha corrido
es el moteca.
8. ¿En qué momento del día ocurre cada una de las his torias?
9. Explica que quiere decir el título.
10. ¿En qué persona gramatical se narra? ¿Qué tipo de narrador es?
11. Este narrador, ¿emite juicios, explica los hechos, o se limita a
narrar estrictamente lo necesario para que el relato se manifieste
a sí mismo?
12. Selecciona el tema que consideres adecuado para el texto y
fundamenta la elección:
 El dob le o la disyunción de la identidad.
 El eterno retorno (posibilidad de haber vivido otras
vidas)
 La vida como sueño
 La fatalidad del destino.
18
LITERATURA DE LA CONQUISTA. CRÓNICAS. CARACTERÍSTICAS.
El siglo XV significó para Europa el tránsito del mundo medieval al moderno.
Algunos de los cambios que se produjeron en la estructura vigente fueron:
 Políticos: los reyes absolutos reemplazaron a los señores feudales y
los estados nacionales al poder unificado del Imperio.
 Sociales: la burguesía adquirió predominio sobre la nobleza y el clero,
e impuso una nueva visión del trabajo y la riqueza.
 Económicos: la cerrada producción rural dio paso a la apertura
comercial.
 Culturales: se secularizó el saber y las verdades de la fe se
confrontaron con el método científico, basado sobre la observación y
experimentación. Pero fundamentalmente cambió la forma de pensar
de los hombres: la curiosidad, el afán de aventura y riqueza, la fama y
los honores, fueron los nuevos patrones culturales.
Este orden interno exigió un nuevo proyecto geopolítico. Europa
necesitaba de los otros, porque requería oro, piedras preciosas, sedas,
perfumen, especias y nuevos espacios para consolidar su poder. El mar
Mediterráneo ocupado y monopolizado comercialmente por los turcos, obligó
a plantear una nueva estrategia.
El camino hacia Oriente.
La búsqueda de una nueva ruta fue clave para los países que miraban al
Atlántico, como España y Portugal.
Portugal inició los grandes descubrimientos. Contaba con la tradición
naviera, los adelantos técnicos (la brújula, el cuadrante, el compás de
navegación, el timón de popa, los portolanos, la carabela, la nao) y el
fundamento jurídico (las bulas papales y el Tratado de Alcazobas- Toledo
firmado con España).
El litoral africano fue el camino. El arribo al cabo de Buena Esperanza
entrañaba la seguridad de llegar a Oriente. Sólo instalaron factorías en las
costas, pero los vientos alisios condujeron sus naves al territorio de Brasil,
donde implementaron un proyecto colonizador.
España entra en escena:
EL año 1492 cerró el ciclo caracterizado por el dominio musulmán. Como
consecuencia, se logró la unidad territorial, política y religiosa, y se inició el
proceso de expansión, coronado por el descubrimiento de un nuevo
continente.
19
Aferrado a la tradición y sagaz observador, intuitivo y voluntarioso,
navegante audaz y mal administrador, Colón fue protagonista de esta época
de contraste entre lo místico y lo científico.
Los viajes.
Los Reyes de España aceptaron la propuesta de navegar hacia Occidente
para llegar a Oriente, pues este derrotero no rivaliza con la ruta
portuguesa. Por la Capitulación de Santa Fe, Colón obtuvo títulos, honores y
beneficios económicos.
Los viajes de Colón sentaron las bases de un proyecto diferente. No se
trataba de encontrar una nueva ruta, sino de ocupar tierras, encontrar
riquezas, fundar ciudades y difundir la fe católica. Simultáneamente con el
último viaje colombino, Américo Vespucio publicó Mundos Novas (1503),
donde narra la llegada al Nuevo Continente. El principal protagonista murió
oscuramente, sin reconocer a América, pero su actitud reticente dio paso a
nuevos actores: Balboa descubrió el Océano Pacífico, Solís el Río de la Plata,
y la expedición Magallanes-Elcano dio la primera vuelta al mundo, que probó
la esfericidad de la Tierra.
Las Indias de la tierra y las Indias del cielo.
Las Antillas fueron la base de la penetración española en América; Cuba y
Panamá, trampolines para la ocupación de México y Perú. Desde este
territorio, la conquista se irradió hacia Chile y el Río de la Plata. Al impulso
colonizador surgido del propio territorio americano se sumaron las
expediciones enviadas desde España, que penetraron por las bocas del Río
de la Plata.
Los móviles de la conquista española en América respondieron a los valores
medievales, y aunaron el espíritu de cruzada con la búsqueda de riqueza, la
divulgación de la fe con el deseo de poder y de gloria, la evangelización con
la necesidad de dominar tierras y hombres.
Cuando se encuentran dos culturas tan diferentes y subyace un proyecto
político de dominación, prevalece la violencia. Este siglo, pues, fue un silgo
de contrastes y violencia. Pero también hubo espacio para la autocrítica. Las
Leyes de Indias fueron una muestra de esa preocupación.
Jurídicamente, España tuvo títulos legítimos para la ocupación (donación
papal, propagación de la fe católica). La guerra fue justa pero también
desigual. Las armas de fuego y el caballo definieron la contienda Españoles e
indígenas demostraron valor y coraje. Nuestra cultura americana es el
resultado de la fusión y de la síntesis.
Las crónicas de Indias, relatores del encuentro.
El descubrimiento y la conquista de América significaron el encuentro
entre dos mundos esa aventura, que tenía fines muy concretos, fue
testimoniada en los relatos de los cronistas de Indias, que nos brindan su
20
visión de la conquista. En esas crónicas se presenta el nuevo mundo
interpretado desde una perspectiva europea. A partir de Colón, con su
Diario de viaje (1492) los sucesivos cronistas de Indias sorprendieron a los
ávidos lectores europeos con sus testimonios sobre la realidad descubierta.
Al marchar hacia América, habían recibido expresas indicaciones de la
corona española para que relataran los acontecimientos de la gesta y
describieran todo lo que vieran en las Indias. Así lo hicieron. En sus obras
cuentan los hechos, describen el territorio que recorren, fijan su atención
en el carácter y costumbres de sus habitantes, refieren el contacto
pacífico o violento que con ellos establecen, detectan los productos de la
tierra y registran curiosidades de todo tipo. En sus crónicas, la fidelidad
histórica convive con elementos fantásticos tomados de las historias
bíblicas, de los mitos de la cultura grecolatina, de las leyendas de origen
medieval y de las novelas de caballería, es decir, de una cosmovisión
sedimentada en la mente de los relatores, según su ocupación y su cultura.
Colón fue el primer cronista de Indias pero no el único. Algunos de los
hombres que llegaron posteriormente a conquistar y colonizar también
quisieron dejar testimonio de su experiencia en el Nuevo Mundo en la
llamadas “crónicas”.
La escritura fue un elemento significativo de la conquista ya que cumplió una
doble función: la apropiación y la interpretación. Hablamos de apropiación
porque todo conquistador llegaba a América con un escribano, tomaba la
tierra, labraba un acta y enviaba una carta a los reyes en la que hacía
referencia a las cosas que ocurrían allí. Dichas cartas conformaron las
crónicas y respondían a un modelo estereotipado. Todas ellas:
 Tenían un narrador en primera persona protagonista.
 Engrandecían la propia imagen.
 Añadían reclamos, quejas y solicitudes a los reyes.
Otra forma de apropiación fue la nominación de los lugares –los topónimosque, por lo general, aludían a personajes bíblicos o miembros del santoral.
En cuanto a su función de interpretación, la escritura fue fundamental para
formar la idea de realidad que los europeos se hicieron del Nuevo Mundo. Al
encontrarse con un marco totalmente desconocido e inesperado
Historia y ficción.
La literatura hispanoamericana nace con las crónicas de Indias. Mientras
que el origen de Europa se remonta a la epopeya y aun al mito, el origen de
América a partir del descubrimiento será contado por hombres de cultura
europea. Estos cronistas (conquistadores, soldados, historiadores,
evangelizadores, naturalistas), si bien instauran el mundo cultural y las
formas literarias de España en sus relatos, también logran una
21
espontaneidad especial y vitalizan la escritura con su capacidad de sorpresa
frente a lo desconocido. Así, recurren a la fantasía para hablar de raros
seres humanos, animales fabulosos, regiones exóticas y extraños fenómenos
de la naturaleza.
Esta combinación de realismo y fantasía, junto con la particular presencia
del paisaje de las primeras crónicas indianas, suele ser considerada
antecedente del realismo mágico, una de las líneas más fecundas de la
literatura hispanoamericana.
Los españoles también transcribieron algunas manifestaciones literarias de
la América precolombina en documentos y enciclopedias de carácter
etnográfico, como la Historia general de las cosas de la Nueva España, de
Fray Bernardino de Sahagún. Esta transcripción permitió la conciliación del
espíritu indígena y el espíritu español en expresiones de nuestra literatura,
como se manifiesta en la obra de Miguel Ángel Asturias.
La lengua castellana, patrimonio cultural. El castellano, usado como recurso
de penetración cultural y como factor político, fue también el elemento
unificador del proceso de la conquista. Oficializado en 1492, en la Gramática
e la lengua castellana, de Lebrija, es el idioma que usan los escritores de
indias. La consecuencia de todos estos factores será un importante hecho
cultural: que el castellano sea la lengua usada por los pueblos de
Hispanoamérica para elaborar su historia y construir su cultura.
La lengua en las crónicas y testimonio de Indias. Los narradores de Indias
emplearon este patrimonio cultural de modos diferentes, según su
intencionalidad, formación o cultura, y también según la realidad que
encontraron. Hernán Cortés, conquistador de un fabuloso imperio, aúna la
admiración por esa civilización con su ambición y su vocación militar, en un
estilo ameno pero contenido, en el que “la sobriedad es rasgo de habilidad”.
Distinta es la prosa de Oviedo, quien describe con minuciosidad la
naturaleza y el hombre americanos, porque su intención es la de un
etnógrafo o naturalista. López de Gomara, de sólida formación cultural,
organizó su obra con estilo bello y clara visión renacentista. La pasión y los
motivos de Bartolomé de las Casas enardecen a menudo su prosa. La
argumentación teológica puebla sus páginas, como las de otros cronistas
religiosos. Bernal Díaz del Castillo escribe con la espontaneidad del soldado,
dando un matiz de ficción a su crónica. Las experiencias que Álvar Núñez
cabeza de Vaca vivió durante diez años –náufrago o prisionero, esclavo de
los indios o médico y adivino – están relatadas en sus Naufragios. Una novela
de aventuras no habría podido superar a este trozo de vida, narrado con
fluidez coloquial.
Aunque menos frecuente, la expresión poética no falta entre estos
testimonios. Alonso de Ercilla, poeta español que fue soldado en la conquista
22
del Arauco, en Chile, compuso La Araucana, poema épico en octavas reales,
expresado en un español de sobriedad renacentista y de notable fuerza
descriptiva, versifica la rebelión del pueblo araucano y los intentos por
sofocarla, sin eludir la admiración por la bravura de los insurrectos.
La lengua española retomaría el ritmo del romance, a través de la primera
expresión lírica del Río de la Plata, con Luis de Miranda.
G.
Lee el texto “Literatura de la conquista. Crónicas. Características”
1.
Confecciona un cuadro, esquema o red con los cambios que se produjeron en Europa.
2.
¿Cómo se inicia el camino hacia Oriente? ¿Qué país lo lleva a cabo?
3.
Subraya ideas principales de los temas subsiguientes España entra en escena. Los
viajes. Las Indias de la tierra y las Indias del cielo.
4.
Redacta una síntesis.
5.
¿Qué características tenían las crónicas, en cuanto al aspecto literario y la lengua
empleada? ¿Quiénes fueron los cronistas? ¿Quién fue el primer cronista?
El diario de Cristóbal Colón
Germán Arciénagas afirma que el diario de Cristóbal Colón es la primera página de la
literatura hispanoamericana. En 1492 el Almirante escribe su Diario de Viaje y nos brinda
los primeros testimonios sobre el paisaje y el hombre americanos. Nacen así las Crónicas,
un tipo de texto fronterizo entre la historia y la literatura, escrito para informar a la
corona lo que el cronista veía y lo que iba ocurriendo. Su visión de América es utilitaria y
sensorial. No hay un sentimiento americano porque ve con ojos europeos esta nueva
realidad.
El Diario de Viaje tiene gran importancia no sólo porque testimonia hechos pasados
sino porque en él aparece por primera vez la realidad americana en la lengua y la literatura.
La intención de Colón no era estética, no estaba escribiendo una ficción, pero el tema
americano le otorgaba una originalidad porque lo impacta, lo asombra y surge así cierto
vuelo poético. Al ver y describir la naturalez y el hombre, y al exagerar la narración de su
hazaña, Colón instala dos temas y una constante en la literatura hispanoamericana. Estos
son: paisaje- hombre- hipérbola. Desfigura y exagera no sólo por la magnificencia del
paisaje sino también por interés económico: justificar su empresa. Por eso se puede
afirmar que si bien no son estrictamente obras literarias surgen en ellas constantes que
van a definir rasgos propios de la literatura hispanoamericana.
Diario de viaje
Fragmento 1:
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Fragmento 2:
1. En el fragmento uno los destinatarios del escrito de Colón son los Reyes
Católicos. ¿Cuáles son los datos que pueden interesarles?
2. ¿Con qué palabras manifiesta su admiración por la naturaleza americana?
3. ¿Qué puede observar en el trueque que hace con los indios?
4. En el fragmento dos el Almirante da una imagen idealizada del indio, ya que lo
presenta como el “buen salvaje”, es una visión interesada y utilitaria. Quiere
demostrar los beneficios que se pueden obtener a través de él. Además, su
mentalidad le impide descubrirlo como ser humano y lo coloca en una escala
inferior.
5. ¿Qué características destaca del aborigen? ¿Con qué lo compara.
6. Los cronistas como Fernández de Oviedo y López de
Gomara, en cambio,
proponen la visión del “mal salvaje” para justificar la explotación.
Ambas visiones determinan que el hombre americano sea tema de conflicto.
Surgen dos posturas: a favor: los que propugnaban la dignidad del hombre, y en
contra, los que aceptaban su explotación. Se instala así otra constante de la
literatura hispanoamericana que es la polémica política.
a)
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Lee los fragmentos que se presentan a continuación:
a)
b)
c)
¿En qué siglo se escribieron?
¿Qué denuncia Fray Bartolomé de las Casas?
¿Cómo justifica Sepúlveda la conquista?
Los cronistas del Río de la Plata
La fundación de Buenos Aires por Pedro de Mendoza fue el primer acto de la conquista
española en el Río de la Plata, que está documentada en la pieza poética de un soldado y clérigo
español que acompañaba la expedición, Luis de Miranda. Su obra escrita en 1546, en Asunción,
se conoce como Romance elegíaco. De pie quebrado consta de ciento cincuenta versos y describe
el ascenso indígena, el hambre y la destrucción de la ciudad, a veces, con emotiva crudeza. Es
considerado el precursor del género poético en el Río de la Plata. Aunque su obra es de escasa
inspiración líricaa, logra representar el signo funesto de la fundación con el uso de alegorías.
Así, la tierra argentina es simbolizada por una mujer traidora que mata a sus maridos españoles;
viuda terrible a quien sólo el marido sabio, fuerte y atrevido, podrá dominar. Esta figura parece
premonitoria puesto que en 1580 Juan de Garay sería ese marido
En el siglo XVI los pocos testimonios escritos sobre el Río de la Plata se completan con las
obras dejada por los viajeros. Uno de ellos, voluntario alemán que marchó con la expedición de
Mendoza como soldado, escribió una crónica que se conoció como “Viaje al Río de la Plata”. Su
nombre fue Ulrico Schmidel.
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1. Subraya con un color las partes del fragmento que tengan trama
descriptiva, y con otro las que tengan partes narrativas.
2. ¿Qué tribus de indígenas menciona Ulrico en su obra? ¿Qué
características menciona de cada uno? ¿Cómo reaccionan frente a la llegada
de los españoles?
3. ¿Por qué fracasa la primera fundación de Buenos Aires?
4. L ee e l si gu i en t e t e xt o : L Á IN EZ, M. M. “E l h a m b r e”,
Alr ed ed o r de l a e m p a li z ad a d e s i gu al q u e c or on a l a m e s et a fr e n t e a l r ío,
la s hog u er a s d e lo s i nd io s c hi s por r o t e a n dí a y no ch e. E n l a n e gr ur a s i n
e s tr ell a s
meten
más
m i edo
tod a v í a.
Lo s
e s p a ñol e s ,
a po s t ado s
ca ut e lo s a m e nt e e n tr e lo s tr onco s , v e n al ful gor d e l a s hog u er a s
de s tr e n z a d as po r la lo cur a d el vi e n to, l a s s o mbr a s b a ilo t e a n t es d e lo s
s al v a j e s. D e t a nto e n t a n to , u n so plo d e a ir e h el a do, al co l a r se e n l a s
ca s uc a s d e b ar r o y p a j a, tr a e co n él l os a l ar id o s y lo s c a n to s de g u er r a. Y
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e n s eg u id a r e co mi e n z a l a l lu v i a d e fl ec ha s i nc e nd i ar i a s c u y os co m e t a s
il u mi n a n e l p a is a j e d e s n udo . E n l a s tr e g u as , lo s g e m id o s d el Ad el a n t ado, q u e
no a b a ndo n a el l ech o , a ñ ad e n p av or a lo s c on qu i s t ador e s. Hu b i e r an qu e r ido
s ac ar l e d e all í; hu bi er a n qu er i do ar r a s tr ar le e n s u s ill a de m a n o s,
bl a nd i e ndo l a e s p ad a co m o u n d e m e n t e, h a s ta l o s n a v ío s q u e c a b ec e a n m á s
all á d e l a p l ay a d e t o sc a s , d e s pl eg ar l a s v el a s y e s ca p ar d e e s ta t i er r a
m al di t a; p er o no lo p er m i t e el c er co d e lo s i nd io s. Y c ua n d o no s o n lo s
gr ito s d e lo s si t i ad o r e s n i lo s l a m e n to s d e M e ndo za , ah í e s t á el a n gu s ti a do
i m plor ar d e lo s q u e r o e el h a m br e, y c uy a qu e j a cr ec e a mo do d e u n a m ar e a,
de b a jo d e l a s o tr a s v o ce s , de l gol p e ar de l a s r á f ag a s, d el tir ot e o e s p aci a do
de lo s ar c a bu c es , d el cr uj ir y d er r u mb ar s e de l a s c o ns tr ucc io n e s ar d i e nt e s.
As í h a n tr a n sc ur r ido v ar io s dí a s ; m uc ho s dí a s. No lo s c u e n ta n ya . Ho y no
qu e d a m e n dr ugo qu e l le v ar s e a l a bo c a. To d o ha s ido ar r eb a t ado , ar r an ca do,
tr it ur a do : l a s f l ac a s r ac io n e s pr i m er o, l u e go l a h ar i n a po dr id a, l a s r a t a s,
la s s a b a nd i j as i n m u nd a s, l a s bo t a s her vi d a s cu yo c u er o chu p ar o n
de s e s p er a d a m e nt e. Aho r a j e f e s y sold a dos y ac e n doq u i er , j u nto a lo s
fu e go s d é b il e s o ar r i m ad o s a l a s e st a c as d e f e n sor a s. E s d i fí cil di st i n gu ir a
los vi vo s d e lo s m u er to s. Do n P edr o s e ni e g a a v er s u s oj os h i n ch ado s y su s
la b io s co mo h igo s s ec o s, p er o e n el i n t er io r de su cho za mi s er a bl e y r ic a l e
aco s a el f a nt a s m a d e e s a s c ar a s s i n tor so s , q u e r e pt a n so br e e l lu jo b ur lón
de lo s m u eb l e s tr aí do s d e G u ad ix , s e ad hi er e n al gr a n t a p i z co n lo s
e m bl e m a s de l a Or d e n d e S a n ti a go, a p a r ec en e n l a s m e s a s, cer c a d e l
Er a s mo y el Vir g il io in ú ti l e s, e ntr e l a r ev u el t a v a j ill a qu e , li m pi a d e
v i an d a s, m u e s tr a e n s u t er sur a el “ Av e M ar í a” h er ál d i co d e l f u nd ador . El
e n f er mo s e r e t u er ce co m o e nd e mo n i ado . S u d i e s tr a, e n l a q u e s e e nr o sc a el
r osar i o d e m a d er a, s e a f er r a a l a s bor la s d el l ech o. Tir a d e ell a s e n f u r ecid o, co mo si q u i si e r a ar r a str ar e l p a b ell ón d e d a m a sco y s e pu lt ar s e b a jo
s us bor d ad a s al e go r í a s. P er o h a st a all í le hub i er a n alc a n za do los q u e j ido s
de l a tr o p a. H a s t a al lí s e h u bi er a d e sl i za do l a v o z e s p ec tr al d e O sor i o, e l
qu e hi zo as e s i n ar e n la pl a y a d el J a n eir o , y l a d e s u h er m a n o don Di e go,
ult i m ad o po r lo s q u er a nd í e s el d í a d e Cor p u s C hr i st i, y l a s o tr a s v oc e s, m á s
di st a n t e s, d e lo s q u e co nd u jo a l s a qu eo d e Ro m a , cu a nd o el P a p a t u vo q u e
r ef ug i ar s e co n s u s c a r de n al e s e n el c a s t ill o d e S a n t Ang e lo. Y s i no h u bi er a
lle g ado aq u el pl a ñir a tr o z d e b oc a s s i n le n gu a s , n u nc a h ub i e r a logr ad o
el ud ir la p er s ecu ció n de la c ar n e cor r u pt a, c uy o olor in v ad e e l a po s e nto y
e s m á s f u er t e q u e e l d e l a s m ed ic i n a s. ¡ Ay! , no ne c e si t a a so m ar s e a l a
v e nt a n a p ar a r eco r d a r que all á af u er a , e n el c e ntr o mi s mo d el r e al , osc il a n
los c ad á v er e s d e lo s t r es e s p a ñol e s q u e m a ndó a l a h or ca po r h a b er hur t ado
u n ca b all o y h a b ér s e lo co m ido . Le s i m a g i n a, d e s p ed a za do s, pu e s s a b e q u e
otr os co m p a ñ er o s l e s d e vo r ar on lo s m u slo s. ¿ Cu á n do r e gr e s a r á Ayol a s,
Vir g e n d el B u e n Air e ? ¿ Cu á n do r e gr e s ar á n l os q u e f u er on a l B r as il e n p o s
de v í v er e s ? ¿ Cu á nd o t er m i n a r á e s t e m ar ti r io y p ar t ir á n h ac i a la co m ar c a
del m e t al y d e l a s p er l as ? S e m u er d e lo s l a bio s , p er o de ell os br ot a el
r ugi do q u e a t er r o r iz a . Y su m ir ad a tur b i a v u el v e h ac i a los pl a t os do nd e el
p i nt ad o e sc udo d e l M ar q u é s d e S a n t ill a n a f i n g e a s u e xtr a ví o u n a fr u t a
r oja y v er d e. B ai to s , e l b a ll e st er o, t a m bi é n i m a g i n a. Ac ur r ucad o e n u n
r incó n d e su t i e nd a, so br e el s u elo dur o, p i e ns a q u e el Ad el a n t ado y su s
ca p it a n e s s e r eg al a n co n m ar a v ill o so s f es t i n e s, mi e n tr a s él p er ec e co n l a s
e n tr a ñ a s ar a ñ ad a s p o r el h a m b r e. S u o dio c o n tr a lo s j e f e s s e tor n a
e n to nc e s m á s fr e n é tic o . E s a r a bi a l e m a n ti e n e , l e a li m e n t a, l e i m pi d e
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ec h ar s e a mo r ir . E s u n o d io q u e n ad a j u s ti f ic a, p er o q u e e n s u v id a s i n
f er vor e s o br a co m o u n e st í m ulo v io le n to. E n M or ón d e l a fr on t er a
de t e st a b a al s e ño r ío . S i v i no a Am ér ic a f u e por qu e cr ey ó q u e a q uí s e h ar í a n
r icos lo s c a b all er o s y lo s vil l a no s, y n o e xi s tir í a n di f er e nc i a s. ¡ Có mo s e
e qu i vocó ! E sp a ñ a no e n v ió a l a s I nd i a s ar m ad a co n t a nt a hi d al gu í a co mo l a
qu e fo n d eó e n e l Rí o d e l a Pl a t a. To do s s e l a s d a b a n d e d u qu e s. E n l os
p u e nt e s y e n l a s cá m ar a s d e p ar t í a n co mo s i e s tu v i er a n e n p al a cio s. B a i to s
le s h a es p i ado co n lo s o jo s p e q u e ño s, e n tr ec er r á ndol os b a jo la s c e j a s
po bl ad a s. E l ú n ico q u e p ar a él algo v al í a, pu e s s e ac er ca b a a v ec e s a l a
sol da d e sc a, er a J ua n O so r io , y y a s e s ab e lo qu e p a só: l e a s e si n ar on e n e l
J a n eir o. L e a s e s i nar o n lo s s e ñor es por t e mor y por en v id i a. ¡Ah c u á nto ,
cu á nt o l e s o di a , co n s u s c er e m o ni a s y su s a ir e s! ¡Co m o s i no n ac i er a n to do s
de id é n ti c a m a n er a! Y m á s ir a l e c a u s a n c u a ndo pr et e nd e n e n dul zar el to n o
y h ab l ar a lo s m ar in er o s co mo si fu er a n s u s i gu al e s. ¡ M e nt ir a, m e nt ir a s !
T e n t ado e st á d e al e gr ar s e por el d e s a st r e d e l a fu nd a ció n q u e t a n r eci o
gol p e h a a s e s t ado a l a s a m bi cio n e s d e e so s f al so s pr í nc ip e s. ¡S í ! ¿ Y p or qu é
no al egr ar s e ? El h a m br e l e n u bl a el c er e br o y l e h ac e d e s v ar i ar . Ahor a
cul p a a lo s j ef e s d e la si t ua ció n . ¡El h a m b r e!, ¡ el h a m br e!, ¡ a y!; ¡cla v ar los
di e n t es e n u n tr o zo de c ar n e! P er o no lo ha y... no lo h a y... Ho y mi s m o, co n
s u h er m a no Fr a nc i s co , so s t e ni é n do s e e l u no al otr o, r e gi s tr ar on el
ca m p a m e n to . No q u ed a n a d a qu e r ob ar . S u her m a no h a ofr eci do v a n a m e nt e ,
a c a mb io d e u n ar m a dillo , d e u n a c ul e br a , d e u n c u er o, d e un bo c ado, l a
ú nic a al h a j a q u e po s e e: e s e a nil lo d e p l a t a q u e l e e n tr e gó s u m a dr e al
zar p ar d e S a n L úc ar y e n el q u e h a y l ab r ad a u n a cr u z. P er o a s í h u b i er a
ofr ec id o u n a mo n t a ñ a d e o r o, no lo h ub i er a logr ado , po r q u e no lo h ay ,
por q u e no lo h a y. No ha y m á s q u e c e ñ ir s e el v i e ntr e q u e p u n za n los dolor es
y do bl ar s e e n do s y tir i t ar en u n r i ncó n de l a t i e nd a. El v i e n t o e s p ar c e el
he dor d e lo s aho r c ad o s. B a i to s a br e l o s o jo s y s e p a s a l a l e n g u a so br e lo s
la b io s d e fo r m e s. ¡ Lo s a ho r c ado s! E st a noc he l e toc a a s u h er m a no mo nt ar
gu ar d i a j u nt o al p a tí bu lo . All í e st ar á a ho r a, co n l a b all e s t a. ¿ Por qu é no
ar r a str ar s e h a s ta él ? En tr e lo s do s podr á n de sc e nd er u no d e lo s cu er po s y
e n to nc e s... To m a su a nc ho cuc hi llo d e ca z a y s al e t a m b al e á nd os e. E s u n a
noc h e m uy fr í a d el m e s d e ju n io. L a l u n a m ac il e n t a h ac e p al id ec er l a s
cho za s, l a s t i e nd a s y lo s f u e go s e sc a so s. D i j ér a s e q u e por u n a s hor a s h a br á
p a z co n lo s i n dio s , f a m él ico s t a m bi é n , pu e s h a a m e n g u ado el a t a qu e. B a i to s
bu sc a s u c a m i no a c i e g as e n tr e l a s m a t a s , h ac i a l a s hor c a s. Po r aq uí d eb e
de s er . S í , al lí e st á n, all í e s t á n, co mo t r es p é nd u los gr ot e sc os, lo s tr e s
cu er po s m ut il a do s. C u elg a n , si n br a zo s, s i n pi er n a s... U no s p as os m á s y lo s
alc a n zar á. S u h er m a no a nd ar á c er c a. Un os p a so s m ás ... P er o de r e p e n t e
s ur g en d e l a no c h e c u a tr o so m br a s. S e apr oxi m a n a u n a d e l as h ogu er a s y e l
b all e s t er o s i en t e qu e s e av i v a su có l e r a, at i zad a por l as pr e s e nc i a s
i no por t un a s. Aho r a l e s v e. S o n cu a tr o hi da l go s, cu a tr o j e f e s: do n Fr a nc is co
de M e n do z a, e l ado l e sc e n t e q u e fu er a m a y o r domo d e do n F er n a ndo , R ey d e
los Ro m a no s; do n D i e go B ar b a, m uy jo v e n, c a b al ler o d e l a O r de n d e S a n
Ju a n de J er u s al é n; C ar lo s D u br i n, h er m a no d e l ec h e d e nu e s tr o s e ñor
C ar los Q ui n to ; B er n a r do C e nt ur ió n , el g e no v é s, a nt i guo c u atr al bo d e l a s
g al er a s d el Pr í nc i p e Andr e a Dor i a. B ai to s s e di s i m ul a d e t r ás d e u n a
b ar r ica. L e ir r it a lo o b s er v ar qu e n i au n e n es to s mo m e n to s e n q u e l a
m u er t e a s ed i a a to do s, h a n p er di do n ad a d e s u e m p a qu e y d e su or gullo. Por
lo m e n os lo cr e e é l a s í. Y to m á ndo s e d e l a cu b a p ar a no c a er , p u e s y a no l e
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r es t a n c a si fu er z a s, co m pr u e b a qu e el c a b all er o d e S a n J u a n luc e t od a ví a
s u r oj a co t a d e ar ma s, c o n l a cr u z bl a nc a de o cho p u nt a s a b i er t a co mo u n a
flor e n el l ado i z q ui er do , y q u e el i t ali a n o ll e v a so br e l a ar m ad ur a l a e nor m e
ca p a d e pi el e s d e n ut r ía q u e l e en v a n ec e t a n to. A e s t e B er n ar do Ce n t ur ió n
le ex ecr a m á s q u e a ni n gú n o tr o. Ya e n S a n Lú c ar de B ar r a m ed a , cu a ndo
e m b ar car o n, l e co br ó u n a a v er s ió n q u e ha cr ec ido dur a nt e el v i a j e. Lo s
cu e nt os d e l o s so ld a do s q u e a él s e r ef i er e n fo m e n t ar o n su a n i mo si d ad.
S a b e qu e h a sid o c a p it á n d e cu a tr o g al e r as d el Pr í n ci p e Dor i a y q u e h a
luch a do a s u s ó r de n e s e n N á pol e s y e n Gr e ci a. Lo s e scl a vo s tur co s
br a m a b a n b a jo su l á ti go , e nc a d e n ado s a los r e mo s. S a b e t a m bi é n q u e el
gr a n al m ir a n t e l e d io e s e m a n to d e pi el e s e l m i s mo d í a e n qu e el Em p er ador
le h i zo a él l a gr ac i a d el T o i só n. ¿ Y q u é ? ¿ Ac a so s e e x pl ic a t a n to e n gr e i m i e nto ? D e v er le, c u a ndo v e n í a a bor do d e l a n ao, hu b i er a n po dido p e n s ar
qu e er a el pr o p io An dr e a Do r i a q ui e n v e n í a a Am ér ic a. T i e n e u n mo do d e
vol v er l a c a b e z a m o r e n a, c a si a fr ic a n a , y d e h ac er r el a m p ag u e ar los ar os d e
or o sobr e el cu e llo d e p i el e s , qu e a B a i to s le obl i g a a apr et ar los d i e nt e s y
los pu ñ o s. ¡C u atr al bo , cua tr a lb o d e la ar m a da d el Pr í nc i p e An dr e a Do ñ a! ¿ Y
qu é ? ¿S er á é l m e no s ho mbr e, p or v e n tur a ? T a m b i é n d i s po n e d e dos br a zo s y
de do s p i er n a s y d e c ua n to e s m e n e s t er ...Co n v er s a n lo s s e ñor e s e n l a
clar i d ad d e la fo g a t a . Br ill a n s u s p al m a s y su s s or ti j a s cu a n do la s mu e v e n
con l a so br i ed ad d el ad e m á n cor t e s a no; br ill a l a cr u z d e M a l t a; br il l a el
e nc a j e d el m a yo r do m o del R e y d e lo s Ro m a no s, so br e el d e s g ar r ado j u bó n; y
el m a n to d e n u t r i a s s e a br e , su n tu o so, c u a ndo s u d u e ño a f ir m a l a s m a no s e n
la s c ad er a s. El g e no v é s do bl a l a c ab e za cr e s p a co n al t a n er í a y le ti e m bl a n
los ar os r edo n do s. D e tr á s, lo s tr e s c ad á v er e s g ir a n e n lo s d edo s del vi e n to.
El h a m br e y el o d io a ho g a n al b all e st er o. Qu i er e gr i t ar m á s no lo con s ig u e y
ca e s il e nc io s a m e n t e de s v a n ec ido sobr e l a h i er b a r a l a. Cu a nd o r eco br ó el
s e nt id o, s e h a b í a o cu lt ado l a l u n a y el f u e go p ar p a d e ab a a p e n a s, pr on to a
a p ag ar s e. H a bl a c al l ado e l vi e n to y s e oí a n, r e mot o s, lo s a ull ido s d e l a
i nd i ad a. S e i nco r po r ó p e s ad a m e n t e y m ir ó ha ci a l a s hor c a s. C a si no d iv i s a b a
a lo s a j u s tic i ado s. Lo ve í a to do co mo ar r op ado por un a br u m a l e v e. Al gu i e n
s e mo v ió , m uy c er c a . R et u vo l a r e s p ir ac ió n, y el m a nto d e n utr i a s d el
ca p it á n d e Do r i a s e r eco r tó , m ag n í fi co , a la lu z r oj a d e l a s br a s a s. Lo s
otr os ya no e st a b a n all í. N a di e : n i e l m a y or domo d el R ey , n i C ar lo s Du br i n ,
n i el c a b all er o d e S a n J u a n. N a di e . Es cu d r iñó e n l a osc ur id a d. N ad i e: ni su
her m a no , n i t a n si q ui er a e l s e ñor do n Ro d r igo d e C e p ed a, q u e a e s a h o r a
sol í a a n d ar d e r o nd a , co n su l ibr o d e or ac io n e s. B er n ar do C e n tur ió n s e
i nt er po n e en tr e é l y lo s c ad á v er e s : s ó l o B er n ar do C en t ur ió n, p u e s lo s
ce n ti n el a s e s t á n l e j o s. Y a poco s m e t r os s e b al a n c e an l os c u er po s
de s fl ec ad o s. El h a mb r e l e to r t ur a e n for m a t al q u e co m pr e nd e qu e s i no l a
a p ac ig u a e n s e gu id a e nl o q u ec er á. S e mu e r de u n br a zo h a st a qu e s i e n t e ,
so br e l a l e ng u a, l a t i b i e z a d e l a s a n gr e. S e de vor ar í a a sí mi s mo , s i pu di er a.
S e tr onc h ar í a es e br a zo . Y lo s tr es cu er po s l í vi do s p e n de n , co n s u
e s p a nto s a t e n t aci ó n... S i el g e no v é s s e fu e r a d e u n a v e z por tod a s... d e u n a
v e z p or to d a s ..... ¿ Y po r q u é no , e n v er d a d, e n s u m ás t er r ibl e v er d ad , d e
u n a v e z po r to d a s ? ¿ Po r q u é no a pr o v ech ar l a oc a s ió n qu e s e le br i nd a y
s upr i mir l e p ar a s i e m p r e? N in g u no lo sa br á. Un s al to y el c uch ill o de c a za s e
hu nd ir á e n l a e sp a ld a del i t al i a no. P er o ¿ p odr á él, e xh a u s to, s a lt ar a s í ? E n
Mor ó n d e l a Fr o n t e r a hu b i er a e s t ado s eg ur o d e su d e s tr e za , d e s u
a gil id a d... No , no f u e u n s al to ; fu e u n ab a la n zar s e d e acor r a la do c a zad or .
33
T u vo q u e l e v a nt ar l a e m p u ñ ad ur a af ir m á nd os e co n l a s do s m a no s p ar a cl a v ar
la ho j a. ¡ Y c ó mo d e s a p ar ec ió e n l a s u a vi d a d d e l a s nu tr i a s! ¡Có mo s e l e f u e
ha ci a ad e ntr o , c a m in o d el co r a zó n , c ar n e de es e a ni m a l qu e es t á c a za n do y
qu e h a lo gr a do po r f i n! L a b e s t i a ca e co n u n sor do gr u ñ ido , es t r em e ci d a de
con v ul s io n e s, y é l c a e e n ci m a y s i e nt e , s obr e l a c ar a, e n l a f r en t e, e n l a
n ar i z, e n lo s pó m ulo s, l a c ar ici a d e l a p i el. Do s, tr e s v ec e s ar r a nc a el
cuch ill o. E n s u d el ir i o no s a b e y a s i h a m u er to el c u atr al bo del Pr í nc i p e
Dor i a o a u no d e lo s ti gr e s q u e m er od e a n e n tor no d el c a mp a m e n to. H a s t a
qu e c e s a to d o e s t er t o r . Bu sc a b a jo el m a n to y a l to p ar con u n br a zo d el
ho mbr e qu e ac a b a d e a p u ñ al ar , lo c er ce n a co n l a f ac a e h i n ca e n él lo s
di e n t es q u e ag u z a e l h a m br e. No p i e n s a e n el hor r or de lo qu e es t á
ha ci e n do , s i no e n mo r der , e n s ac i ar s e. S ó lo e nto n c es l a p i nc el ad a b er m e j a
de l a s br a s a s l e mu e s tr a m á s a ll á, m uc h o m ás all á, t u m b ado j u nt o a l a
e m p al i zad a , al co r s ar i o it al i a no. Ti e n e u n a fl ech a pl a n t ad a e n tr e los oj os d e
v idr io. Lo s d i e n t es d e B a it o s tr o pi e za n co n el a nil lo d e p l at a d e s u m adr e,
el a nil lo c o n u n a l a br ad a cr u z , y v e e l r o s tr o tor c ido d e s u h er m a no , e n tr e
e s a s pi el e s q u e Fr a nc i sco l e qu i tó al c u atr al bo d e s p u é s d e su m u er t e, p ar a
a br ig ar s e. El b all e s t er o l a n z a un gr i to i nh u m a no. Co mo u n b or r acho s e
e nc ar a m a en l a e st ac ad a d e tr o nco s d e s a uc e y c ei bo , y s e e c ha a cor r er
b ar r an c a a b a jo , h ac i a l a s h o g u er a s d e lo s i nd io s. Lo s o j o s s e l e s al e n d e l a s
ór bi t as , co mo s i l a m a no tr u nc a d e su her m a no l e fu er a a p r et a ndo l a
g ar ga n t a m á s y m á s.
Actividades
a. Comparen la crónica con el cuento en cuanto a: intención del
autor, función del lenguaje y mundo representado.
b. ¿Qué hechos relatados en la crónica retoma Mujica Láinez? ¿Cuál
era la situación en el campamento?
c. Los conquistadores provenían de diferentes orígenes sociales:
algunos eran nobles y otros pertenecían al pueblo. A los primeros se
los llamaba caballeros (poseían armas de fuego y caballos) y a los
segundos, peones. ¿A qué clase social pertenecía Bailos? ¿Qué
sentimientos le adjudica el autor hacia los nobles? ¿Cómo influyen
estos sentimientos en el desarrollo del relato?
d. ¿Cuál es el elemento clave que le permite descubrir a Baitos su
equívoco?
e. Explica el significado de la siguiente expresión: …su choza
miserable y rica…
f. Subraya en el cuento imágenes sensoriales y comparaciones.
2- L e e e l si g ui e n te t e x t o: “ Di a ri o de C ol ó n ”.
C ar ta d el d e scu b ri m i e nt o.
En ell a h a y m ucho s p u er to s e n l a co s t a d e l a m ar , s i n co mp ar ac ió n d e
otr os qu e yo s e p a e n cr is ti a no s , y h ar t os r íos y b u e no s y gr a nd e s , q u e e s
m ar a v ill a. L a s t i er r a s d e ell a so n al t a s, y e n ell a mu y m uc ha s s i er r as y
34
mo n t a ñ a s al tí s i m a s, s i n co m p ar ac ió n de l a i sl a d e T e n er i f e; tod a s
her mo s í si m a s , de m il f ech ur a s , y to d as a nd a bl e s, y ll e n a s d e ár b ole s d e mi l
m a n er a s y al t a s, y p a r ec e q u e ll e g a n al c i elo ; y t e n go por di ch o q u e j a m á s
p i er de n l a ho j a , s eg ú n l o pu e do co m pr eh e nd er , q u e lo s v í t a n v er d es y t a n
her mo so s co m o s o n po r m a yo e n E sp a ñ a , y d e ello s e s t a b a n flor id os , d e
ello s c o n fr u to , y d e ello s e n o tr o t ér m i no , s e gú n e s s u c al id ad; y c a nt a b a
el r ui s e ño r y o tr o s p a j ar ico s d e m il m a n er a s e n el m e s d e no v i e m br e p or a llí
don d e yo a nd a b a.
Diar io d e Col ó n. Libr o d e l a pr imer a na vegac ió n
Ju e v e s , 1 1 d e o ct u b re [ 1 2 . 1 0.1 492 ]
Pu e s to s e n ti er r a v i e r o n ár bol e s m uy v e r de s, y a gu a s mu ch a s y fr ut a s d e
di v er s a s m a n er a s. El Al m ir a nt e ll a mó a lo s dos c ap i t a n e s y a lo s d e m á s q u e
s al t ar on e n t i er r a, y a Ro dr igo d e Es co b ed o, e scr i b a no d e t od a l a ar m ad a, y
a Rodr i go S á nch e z d e S e go v i a, y di jo q u e l e d i e s en por f e y t e st i mo n io
c om o él po r a n t e to d o s to m a b a, co mo d e he cho to m ó, po s e s ió n d e l a dic h a
I sl a por el R ey y po r la R ei n a s u s s e ñor e s, ha ci e n do l a s pr ot e s t a cio n e s q u e
s e r e q u er í a n, c o mo m á s l ar go s e co nt i e n e e n l os t e s ti m o nio s qu e all í s e
hic i er on po r e scr i to . Lu eg o s e j u ntó all í m u ch a g e nt e d e l a I sl a. Es to q u e s e
s ig u e so n p al a br a s fo r m al e s d el Al m ir a n t e, e n su l ibr o d e s u pr i m er a
n a v eg ac ió n y de sc u b r im i e nt o de e st a s I nd i a s: " Yo (d ic e él ), por qu e no s
tu v i e s e n muc h a a mi s t ad , p o r qu e co n ocí q u e er a g e nt e qu e m e jor s e li br ar í a
y co n v er tir í a a N u es tr a S a nt a F e co n A mor q u e no por fu er za , l e s di a
al gu n os d e ell o s u n o s bo n et e s color ado s y u n a s c u e nt a s de vi dr i o ( 1 ) q u e s e
po n í a n al p e sc u e zo , y o tr a s co s a s m uch a s de p oco v alor , co n q u e tu v i er on
m uch o pl ac er y qu e dar o n t a n to n u e s tr os q u e er a m ar a v ill a. Los c u al e s
de s p u é s v e n í a n a l a s b ar ca s d e lo s n a v ío s a do nd e no s e s t á b a m os, n ad a nd o.
Y no s tr a í a n p a p a g a y o s y h ilo d e al godó n e n o v illo s y a za g a y a s (2 ) y o tr a s
cos a s m uc h a s, y no s l a s tr o ca b a n por o tr a s cos a s q u e no s l e s d á b a mo s, co mo
c u e nt ic ill a s d e vi dr io y c a sc a b el e s. E n fi n , todo to m a b a n y d ab a n d e aq u ell o
qu e t e n í a n d e b u e n a vo l u nt a d. M a s m e p ar ec ió q u e er a g e nt e m uy po br e d e
todo. Ello s a nd a n to do s d e s nud o s co mo s u m adr e lo s p ar ió, y t a mb i é n l a s
m u j er e s, au n q u e no v id e (3 ) m á s d e u n a h ar to m o za. Y t odo s l os q u e yo v i
er a n to do s m a nc e bo s , q u e n i ng u no v id e d e ed a d d e m á s d e 3 0 a ñ os . Mu y
bi e n h ec ho s, d e m u y h er mo so s c u er po s y m u y b u e n a s c ar a s. Los c a b el lo s
gr u e so s ca s i co mo s e da s d e col a d e c a b all os, y cor to s. Lo s c ab ello s tr a e n
por e n ci m a d e l a s c e j a s, s al vo u no s poc os d e tr á s q u e tr a e n lar go s , q u e
j a m á s co r t a n. D e ell o s (4 ) s e p i nt a n d e pr i e to, y e llo s so n d e l a color de lo s
ca n ar io s , n i n e gr o s n i bl a nc o s , y d e ell os s e p i n t an d e bl a n co, y de ello s d e
color ado , y d e ello s de lo q u e f a l l a n (5 ) . Y d ello s s e p i nt a n l a s c ar a s, y
del lo s to do el c u er p o , y d e el lo s s olo s l os o jo s , y d e el lo s s o lo l a n ar i z.
Ello s n o tr a e n ar m a s ni l a s co noc e n , po r qu e l es mo s tr é e s p ad a s y la s
to m a b a n po r el fi lo , y s e co r t a b a n co n i g nor a n ci a. No t i e n e n a lgú n h i er r o.
S u s a za g a y a s s o n u n a s v ar a s s i n h i er r o, y al gu n a s d e ell a s ti e n e n al c a bo u n
di e n t e d e p ec e , y o tr a s d e o tr a s co s a s. Ell os t odo s a u n a m a no s on d e bu e n a
e s ta t ur a d e gr a nd e z a y b u e no s g e st os , bi e n h ec ho s. Yo v i al gu n os q u e
t e ní a n s e ñ al e s d e h er id a s e n s u s c u er po s , y l e s hi ze s e ñ a s qu e er a aq u ello ,
y ello s m e m o s tr ar o n co m o all í v en í a n g e n t e d e o tr a s i sl a s qu e e s t a b a n
c er c a y lo s q u er í a n t o m ar y s e d e f e nd í a n. Y yo cr eí y cr eo q u e a q uí vi e n e n
de ti er r a f ir m e a to m ar lo s po r ca u ti vo s. Ello s d eb e n s er bu e n o s s er v idor e s
35
y d e b u e n i ng e n io , q u e v eo qu e mu y pr e s to d ic e n todo lo qu e le s d ec í a. Y
cr eo q u e li g er a m e n t e s e h ar í a n cr i st i a n os, q u e m e p ar e ció qu e n i ng u n a
s ec t a t e n í a n. Yo , pl ac i e ndo a N u e str o S e ño r , lle v ar é d e aq u í a l t i e m po d e mi
p ar t id a s e i s a V u e s tr a Alt e z a p ar a q u e a p r en d a n a h a bl ar . N i n gu n a b e s t i a
de ni n g u n a m a n er a vi , s a lv o p a p ag a yo s en e s ta I sl a. " To d as so n p al a br a s d el
Al m ir a nt e.
R es po n d e.
a. En u nc i a e n u n t í tu lo l a v i sió n d e l a n a tu r al e za a m er ic a n a q u e ofr ec e
Coló n e n e l pr i m er t e xto .
b. El abo r e n o tr o t í tul o p ar a r e pr e s e n t ar s u v is ió n d el ho m br e a m er ic a no ,
qu e ap ar ec e e n e l s eg u ndo t ex to.
c . ¿ Ap ar ec e e n el D i ar io la pr eoc u p ac ió n e v a n g eli za dor a d e Coló n ?
d. R ed ac t a lo s ar g u m e n t o s d e lo s t ex to s.
L IT ER AT U RA C OL O N IAL . BA R RO C O: C ON TEX TO H IS T ÓR I C O, S O CI AL Y
C UL T U RAL . CA RA CT E RÍ S T I CAS L I T E R AR I AS .
De s d e l a ll eg a d a d e lo s co n qu i s t ador e s , co m e n zar o n a e scr i b ir s e t ex to s
so br e e l N u e vo M u nd o : s e tr at a b a d e obr a s p ar a di f u nd ir la s i m á g e n es d e
Am ér i c a y p ar a t e st i mo n i ar lo s d e sc u br i m i e n to s q u e s e h ac í a n e n l a s nu e v a s
ti er r a s. E s to s t ex t o s, es cr ito s m a yor m e n t e p or e s p a ñol e s, no p u ed e n
con s id er ar s e l it er ar io s, p u e s t e n í a n u n a fi n al id a d i n for m a ti v a y no
e s té t ic a 1.
S i n e m b ar go , u n a v e z i n st a l ad a l a soc i ed ad c olo n i al, co m e n zó la
pr odu cci ó n ar t ís t ic a d e ho m br e s y d e mu j er es n ac ido s e n e l s u elo
a m er ic a no . E s to s au to r e s, i nf lu ido s por la e s t ét ic a b ar r oca vi g e nt e e n
Es p a ñ a , pr o du j er o n t ex to s q u e p er m i ti e r on no m br ar l a ex u b er a nc i a d el
p a is a j e , d i er o n cu e n t a d e l a fu s ió n y d el i nt er c a m bio e ntr e el e m e n to s d e
la s cul t ur a s i nd í g e n a s y e s p a ñol a y qu e , ad e m á s , r e fl e j ar o n l a c o nfl ic t iv a
id e n ti da d d e lo s cr io l lo s y d e u n a nu e v a s o ci ed ad d e r a i g a m br e 2 m e s ti za .
Los e scr i to r e s m á s d e s ta c ado s d e e s t e p er ío do so n el I nc a G ar cil a zo
de l a V eg a y S o r Ju a n a I n é s d e l a Cr u z, q ui e n e s hic i er o n u n a l i t er a tur a q u e
r efl e j a l a co nd ic ió n d e l o s d e s pl a zad os soc i al e s.
U n m u ndo n ue vo , u n a n u e va soc i ed ad . El s ig lo XV I f u e, e n Am ér ic a
la ti n a , e l de l a e v a ng el i z ac ió n y l a ed if ic a ció n. P ar a el e n s a yi s t a m ex ic a no
Oc t av io P a z f u e “ u n siglo ar qu it ect o y al bañil ”, e n el qu e al m i s mo ti e m p o
qu e s e l e v a n t a ba n c iu da d es , i gl e si a s , co n v e n to s y ho s pi t al e s, t a m b i én s e i b a
con s tr u y en do u n a n u e v a so c i ed a d co n u n e n tr a m ado d i st i n to d e tod os lo s
cono ci do s po r lo s eu r o pe o s h a st a el mo m e n to. S o br e l a b as e bi pol ar d e
e s p a ñol e s e i nd íg e n a s , fu er o n s ur g i e ndo ot r os gr u po s q u e le o to r gar on u n a
di n á m ic a y u n p er f il s i ng ul ar e s a l co n ti n e n t e: lo s m e st izo s , l o s cr iollo s y
los n egr o s. C o mo so c i ed a d e n for m ac ió n , p er m i ti ó u n a gr an mo vi lid ad soc ia l,
p er o al a fi a n z ar s e el do m i nio colo n i al, l a c o nv i v e nc i a e n tr e e s p a ñol e s ,
Perteneciente o relativo a la percepción o apreciación de la belleza
Conjunto de antecedentes, intereses, hábitos o afectos que hacen firme y estable algo o que ligan a
alguien a un sitio
1
2
36
cr iollo s, m e s ti z o s , ab o r íg e n e s y n egr o s ll e gó a p ar e c er s e mu cho a u n r íg id o
s i st e m a d e c a s t as .
La Co r o n a e s p a ño l a a r mó u n a e s tr uct ur a a dm i n i str at i v a e i m po s it i v a 3, a
tr a v é s d e la c a s a d e Co ntr at ac ió n y d e l C on s e jo d e I n di a s e n Es p a ñ a y , l a
acc ió n d e l a s Au di e nc i a s y C a bil do s e n Am é r ica , y t a m bi é n l e g i sl ó ac er c a d e
la co nd ici ó n d e n a t iv o s y n e gr os.
La l e g is l aci ó n, e n pr i nc i pi o, pr ot eg í a a lo s i nd íg e n a s a m er ic a no s , y a qu e
la r e i n a I s a b el h a b í a dic t a mi n a do q u e s e tr a t ab a d e s er e s l i b r es q u e n o
de b í a n s er so m e ti do s a e scl a v it ud , si no a v a s all a j e; s i n e m b ar go, pr o n to s e
ha ll ar on e n e s t ado d e v ir t u al 4 s er v id u m br e, a p e s ar d e l a i n t e n s a d ef e n s a
de su s d er ec ho s r e al i z ad a p or lo s pr i m er o s m i s io n er os y por
e v a ng e li z a do r e s cr i s ti a no s. E l d e st i no d e lo s n egr o s tr a s pl a n t ado s d e
Áfr ic a f u e aú n p eo r , ya qu e su e scl a v i za ció n p er m it id a por la l ey no s e
cu e st io nó h a st a el p e r ío do d e l a I nd e p e nd e nc i a.
S e gú n el e s t ud io so do m i n ic a no P edr o He nr í q u e z Ur e ñ a, l a n u ev a
soc i ed ad e s t a b a go b er n a d a por u n r í g ido códi go d e l e y e s y cos tu m br e s,
p er o q u e no s e cu m p lí a n co n l a co n s ig ui e n t e ab u nd a nc i a d e e xc e pci o n es e
ir r eg ul ar id ad e s. E n el co m er ci o, el co n tr a b a ndo ll e gó a s er mo n ed a
cor r ie nt e e i n clu so c i r cula b a n l i br os c e n su r ado s por l a I nq u i si ci ón 5.
El s i ncr e t is m o 6 co lo n i al . Lo s e s p a ñol e s a pli car o n la pol ít ic a d e l a “ta bl a
r as a” , e s d ec ir , q u e a n iq u il ar o n to d a l a c ul tur a d e lo s n a t iv o s e i m p u si er o n
al N u e vo M u ndo s u s co s tu m br e s, s u r eli g i ón , su s i n du s tr i a s, s u s a n i m al e s
do m és t ico s y h a s t a s u s pl a n t a s. P er o, a s u v e z, r ec ib i er o n los ef ec to s d e
los e s ti lo s d e vi d a a bo r í g e ne s , e s d ec ir qu e s e pr od u jo un a fu s ió n e
i nt e rca m b io d e i n f lu e nc ia s e n u n f e nó m e no qu e s e h a lla m ado
“s i nc re t i s mo ” . Lo s c o n qu i s t ador e s a pr e n d i er on d e lo s i n di os a f u m ar , a
con s tr u ir y u s ar ca no a s y p ir a g u a s, su s t é cn ic a s d e c ul ti v o y mu cho s
pr oc ed i mi e n to s co t id i a no s q u e p er dur ar o n y s e m e zc l ar on c o n lo s e ur op eo s.
Es to s pr o c e so s fu er o n e v id e n t e s e n l a a r qui t ec tur a d e l a s c i ud ad e s ,
com o M é xi co , C u zco o Li m a. S e d e s tr uy er o n t e m plo s co n s agr ado s a
de id a d es a z t ec a s e i nc a s y , so br e s u s r ui n a s, s e ed i fi c ar on igl e s i a s y
con v e n to s. E n lo s nu e vo s ed if ic io s, s e f u s i on ar o n el d i s e ño e s p a ñol , b a s ad o
e n lo s pr i nci p io s d e l a f e cr i s t i a n a, y l a m a no d e o br a i nd íg e n a; e sto l e s d a
u n s es go 7 pr o pio m a n if e s t ado e n l a for m a tr a p e zo id al d e p u er t as y
v e nt a n a s , e n lo s mo t i vo s d e co r a ti vo s y en el u so d e col or e s v iv o s.
La c iu da d vi rr e i nal . En el s igl o X VI I , l a s oci ed a d colo n i al se fo r tal ec i ó
con el cr eci m i e n to d e la s c iu da d e s y co n l a ex t e n s ió n d e s u s t er r itor io s, y
s e c o ns o li dó u n a s u er t e d e d i vi s ió n d e pod er e s : el p od er pol ít ic o y mi li t ar
er a es p a ño l; el p o d er eco nó m ico , cr i ollo.
La s it u ac ió n d el po d e r r elig io so fu e m á s c om pl e j a: por un l ado, e st a b a
la o m ni pr e s e nci a 8 d e la i gl e s i a o fi ci al co n s u s i n st i tu cio n e s f u e r t e m e n t e
lig a d a s a lo s m a nd a t o s d e l a j er ar qu í a ec le s i á st ic a h i s p á nic a ; por otr o, l a
Perteneciente o relativo al impuesto público.
Que tiene existencia aparente y no real.
5
Cárcel destinada a los reos pertenecientes al antiguo Tribunal eclesiástico de la Inquisición.
6
Sistema filosófico que trata de conciliar doctrinas diferentes.
7 Torcido, cortado o situado oblicuamente.
8 Presencia a la vez en todas partes, en realidad condición solo de Dios.
3
4
37
acc ió n ev a n g el i z ado r a de lo s m i si o n er os q u e b u sc a b a t e nd er p u e n t es e n tr e
el m u nd o i n dí g e n a y el cr i s t i a no.
Los p il ar es d e l a so c i ed ad v ir r ei n al , ad e m á s d e l a r el i gió n , fu er on l a
ed uc ac ió n y l a c ul tu r a. A m ed id a q u e l a s po bl ac io n e s es p a ñ o la s s e i b a n
con v ir ti e n do e n ci ud a de s y e n v ill a s d e t i p o e ur op eo , s e fu n d ab a n e scu e l as ,
t a nto p ar a cr io ll o s c o mo p ar a in dí g e n a s. La s c iu da d e s m á s po bl ad a s – co mo
G u a n a ju a to , P u eb l a, M éx ico , Poto s í, Bo go t á, L i m a, L a H a b a n a y C u zco - s e
con v ir ti er o n e n c e nt r o s d e l u jo y o st e n t aci ó n 9; y l a s c or t e s v ir r ei n al e s
p atr oc i n ar o n la cr e ac ió n d e o br a s ar t í s tic a s y l it er ar i as , e n e s p ec i al, p ar a
la c el ebr ac ió n d e f i e s t as c ív ic a s y r el ig i o s a s.
Do s
el e m e n to s
cu ltur al e s
i m por t a n t e s
se
i ntr od u j er on
mu y
t e m pr a n a m e nt e en Am ér i c a l at i n a: la
i m pr e n ta
y
la
e n s e ñ a nza
u ni v er s i ta ri a . E n 1 5 3 5 , s e e st a bl ec ió l a p r im er a i m pr e nt a e n M éx ico , y a
p ar t ir de e s e m o m e n to , o tr a s q u e e st a b a n co n s agr ad a s a l a p ub lic a ció n d e
t ex to s d id ác t ico s , fo lle to s d e d e voc ió n o docu m e n to s o f ic ia l e s. E n S a nto
Do mi n go s e f u ndó , e n 15 3 8 , l a U ni v er si d ad d e S a n to T o m á s; e n 15 51 , s e
cr ear o n l a s de L i m a y d e M é xic o. T o d a s fu er o n c e ntr o s de d i fu s ió n d e l a
cul tur a e ur o p e a, y l a c as a d e e s t ud io s m e xic a n a s e co n v ir ti ó r á p id a m e nt e
e n u n c e n tr o de er u dic ió n 10 hu m a ni s t a. E n Qui to , Bo go t á y Cór dob a , hu bo
cole g io s qu e a s p ir a b a n a l a c at e gor í a d e U n i v er si d ad y qu e f u er on l u g ar de
for m ac ió n p ar a i n n u m er a bl e s cr ioll o s. Ade m á s d e l a s u ni v er s id ad e s y lo s
con v e n to s, lo s s a c er do t e s a c ar go d e di óc e s i s y lo s v ir r ey e s d e la s gr an d e s
ca p it al e s , n u e vo s m ec e n a s 11, cr ear o n u n a m b i e n t e pr o pic io p ar a el de s ar r ollo
de l a s ar t e s y l a s l e tr a s.
U n a ac t i vi d ad ar t í s ti ca mu y ex i to s a e n l a s colo n i a s f u e el t e a tr o. El
le n gu a j e dr a m á ti co fu e ut il i z ad o, pr i m er o, por lo s m i sio n er o s qu e pr o mo ví a n
p a nt o mi m a s 12 y d a n z a s co mo i n str u m e n to d e e v a ng el i zac ió n , p er o lu eg o s e
i ncor por ar o n i n s tr u m e n to s m u s ic al e s, m elo dí a s y d a n za s r it u al e s d e or ig e n
n e gr o o i n dí g e n a. Es t e pr oc e so s in cr é tic o d io l u g ar a obr as co n
car a ct er í s ti c a s pr o p i a s m u y di s t a nt e s d e l os m o d elo s d el t e a tr o eur o p eo d e
la é po c a.
Ac o m p a ña n do to do e s te flor eci m i e n to del m u ndo col o ni al , cr eció
t a mb i é n l a r i v al id ad e n tr e l o s e s p a ñol e s y l os n a ci do s e n el su e lo a m er i c a no,
t a nto cr io llo s co mo m e s ti z o s, qu i e n e s s e cr eí a n m er ec ed or e s d e c i er to
gr ado d e au to no m í a . He nr í qu e z Ur e ñ a s e ñ al a es t a t e n s ió n como u n a
car a ct er í s ti c a m ed ul ar d e l a n u e v a soc i ed a d: “ el gr an pr o blema d e l a
Amér ic a h ispana fu e, y lo es to d avía, el d e su int egr ac ió n s oc ial ” .
La l it e ra t ur a co lo n i al . U n a v e z a f i an za d a l a soc i ed ad co lo ni a l, so br e
todo , e n lo s gr a nd e s V ir r e i n ato s d e Nu e v a Es p a ñ a (M é x ico ) y P e r ú, co m e n zó
el pr oc e so d e pr o d ucc ió n ar t í st ic a d e ho mbr e s y m u j er e s n ac ido s e n
Am ér i c a. El s igl o X V I I f u e, e n E sp a ñ a , u n p er íodo b ar r oco cu y a es t é tic a
del cl ar o s cu ro y d el de s e ng a ño ex pr e só la v i sió n co n tr ad ic tor ia d e u n
m u ndo e n cr i s i s y d e u n i m p e rio e n d e ca d e nc ia .
9 Jactancia y vanagloria. Magnificencia exterior y visible.
10 Instrucción en varias ciencias, artes y otras materias. Amplio conocimiento de los documentos
relativos a una ciencia o arte.
11 Persona que patrocina las letras o las artes.
12 Representación por figura y gestos sin que intervengan palabras
38
Los t e xt o s d e lo s e s p a ño l e s P e dr o C al d er ón d e l a B ar ca, Lo p e d e V eg a ,
Fr a nc i sco d e Qu e v ed o y Lu i s d e Gó n gor a fu er o n mod el os d e l a s pr i m er a s
pr odu cci o n e s d e m e s ti z o s y cr iollo s , q ui e n e s, a p a r t ir de l a s lec t ur a s d e
e so s a u to r e s c o ns a gr ado s , i ni ci ar o n l a li t er a t ur a c olo n i al. Alg u no s sólo s e
pr op u s i er o n i m it ar la s fo r m a s p e ni n s ul ar e s; o tr os, q u e t a m b i én l a s
i mi t ar o n, lo gr ar o n p r o d ucir t e x to s q u e – por su t e m á tic a o s u e st ilo –
tu v i er on c i er t a s m ar ca s d el e n to r no colo n i al. E s to s últ i mo s o r igi n ar o n e l
lla m a do “B ar ro co d e I nd ia s ” .
Los g é n er o s l it er ar i o s m á s cul t i v ado s f u er on l a s tr ag ed i a s y la s
com e di a s , y l a po e s í a é p ic a, lír ic a y r el ig io s a.
En l a co lo n i a, t u vi er o n gr an d i fu s ió n el t e at ro “ m i sio n e ro ” y el a u to
s acr a m e nt al , e s p ec i e t e atr al d e or ig e n m e di e v al, q ue s e e st il a b a e n f i e st a s
ecl e s i á st ic a s y e n e v e n to s pr otoc ol a r es 13. Lo s a u t o r e s com p u s i er o n
com e di a s , s a i n et e s , s át ir as y o br a s d e t e m á ti c a r el i gi os a , tod a s m uy
a pr ec i ad a s e n el t e at r o de c o r t e, el t e a tr o d e co n v e nt o y el t e a tr o e sc ol ar .
T a m b ié n , lo s r o m a nc e s o l ír ic a p o pul ar s e di fu n di er o n v e lo zm e n t e e n l a
e t ap a v ir r e i na l, e n c a nc io n er os y e n l i br os d e mú s ic a, e i n fl uy er o n e n l a
po e s í a po pu l ar a m er ic a n a po s t er ior .
S i n e m b ar go , l a m áx i ma ex p r es ió n d e la li t er at u ra vi rr e i nal f u e l a
lír ic a cul ta , no s ó lo p o r la f ec u nd id ad p o ét ic a qu e c ar ac t er i za e l p er ío do el
p er íod o si no p o r la a bu n d a nci a d e c er t á m e n e s o d e co nc ur so s lit er ar io s y
ac ad e m i a s d e v er s i f ic ado r e s q u e c el e br a b a n c ua lq u i er h ech o de a lg u n a
tr a sc e nd e nc i a (u n c a s a m i e nto , l a ll e g ad a de u n alt o pr el ado , e l cu m pl e a ño s
de u n v ir r ey ) co n u n h o m e n a j e r i m a do.
Los a uto r e s li t er ar io s m á s r el e v an t e s d el p er íod os B ar r oco e n Am ér i c a
fu er o n L u i s d e T e j e d a, J u a n R ui z d e Al ar cón , S or Ju a n a I n é s de l a Cr u z,
Ju a n d el V all e C a vi e d e s y P edr o d e P er a lt a .
El M a ni e ri s mo y el B arr o co. E n l a l it er at ur a c olo n i al l a t in o a m er ic a n a ,
el m a ni er i s m o y el b ar r o co co e xi s ti er o n; s i n e mb ar go , por l o t ar dí o d e l
tr a s pl a nt e , po r mo ti vo s r el i gio so s l i g ado a l a Co n tr ar r e for m a y por s u
car á ct er m á s po p ul ar , hu bo u n m a yor pr e do m i ni o d el ar t e b ar r oc o.
El ma n i er i s mo : el M a n i er i s mo qu e s ur g e e n Eur op a a m e d ia do s d el s igl o
XV I p er o ll e g a a L a t i no a m ér ic a e n el s igl o XV I I s e c ar ac t er i za por s er u n
ar t e r ef i n ado , i n t el ec tu al y re fl e xi vo d e c ar áct e r cor t es a n o , y por lo
t a nto , pr o p io d e u n a él it e so ci al e i n t el ec t u al a m a nt e d e l a co m pl ic ac ió n e n
el l e ng u a j e (c ul t er a n i s mo 14) y l a o sc ur id ad c onc e p tu a l (co nc e p ti s mo ). E s u n a
t e nd e nc i a ar t í s ti ca q u e r e v el a un a pr of u n da cr i s i s e s pir i t u al, c on s ec u e nc i a
de l a d e str uc ció n d e lo s i d e al e s f ilo só fi co s y f or m al e s d el mu n do id e al d el
R e n aci m i e n to . Pr e s e n t a, po r lo t a nto , l a i m a g en d e u n u n i v er so f r ag m e n t ado
cu yo s pr i nc i p io s co n str uct i vo s so n l a ad ic ió n y l a y ux t a po s ici ó n d e
el e m e n to s s i n u n o r d e n ló gic o clar o, lo c u al pr ovoc a u n e f ec to on ír ico 15. Es
a m b ig uo , ll e no d e cl ar o sc ur o s y co ntr a po si c i o n e s.
13 Regla ceremonial diplomática o palatina establecida por decreto o por costumbre.
14 Estilo literario desarrollado en España desde finales del siglo XVI y a lo largo del siglo XVII,
caracterizado, entre otros rasgos, por la riqueza abusiva de metáforas sorprendentes, el uso exagerado
de cultismos y la complejidad sintáctica
15
Perteneciente o relativo a los sueños
39
El l en g ua j e po é ti co del m a ni e ri s m o . S i ha y a lgo qu e c ar a c t er i za l a
e scr i tur a e n el M a n i er i s mo e s e l ef ec to de d i st a nc i a m i e nto q u e pr ov oc a a
tr a v é s d el u so d e u n le ng u a j e co m pl e jo y op aco, qu e oc ul t a tr a s múl t i pl e s
v elo s el s ig n i f ic ado t e xt u al. E st e ti po d e di sc ur so l it er ar io, co n str uid o a
p ar t ir de u n l a b er í nt i co j u ego d e m e t áfor a s q u e s e i ncl uy e n u n a s e n otr a s ,
com o l a s c a j a s ch i n a s, o d e co nc e p to s, q u e l l ev a n h a s t a el lí m i t e el j u e go
con l a s a n t ít e s i s y p a r ado j a s, pu ed e r e s ul t ar il eg i bl e p ar a a q u el qu e no e st é
di s pu e s to a lle v ar a c a bo u n l ab o r io so tr a b a jo d e tr a duc ció n y r e ar m a do d e
la fr a s e o el v er s o .
Es u n l e ng u a j e co n n e to pr e do m i nio d e l a f u nci ó n po é tic a d el m e n s a j e, y
el co n t e n ido o l a a n éc do t a e s sólo u n a ex cu s a p ar a l a e xh i b i ció n y el us o d e
lo ar ti f ici o s d el di sc ur so : h i p ér b at o n, m et á for a s pur a s , a nt í t es i s,
p ar a do j a s, o x í mo r o n , qu i a s mo s, h i p é r bol e s , e tc.
El B ar ro co . E l B ar r oco e s l a cor r ie n t e a r t í st ic a y li t er ar i a q u e
do mi n a el s ig lo XV I I y X V II I e n Am é r ica. El go c e d e l a v id a co mo
con s t a nt e pu e d e s er a lc a n z ado sólo por u no s poco s. A di f er e nc i a d e lo
s uc ed ido e n E s p a ñ a, do n d e l a e st é t i c a b ar r oca se d e s ar r olló e n u n p er í odo
de d ec a d e nci a , e n Am ér ic a l a ti n a , ac o m p a ñó u n pr oc es o d e e s ta b il i zac ió n
pol í tic o - eco nó m ico . Es to s e e x pl ic a t e ni e ndo e n c u e nt a q u e lo s ar t if ic io s
li ng ü í st ico s d el B ar r o co (l o s exc e so s v er b a le s, l a s a nt í t es i s, l a s p a r a do j a s)
fu er o n i n s tr u m e nt o s qu e p er m i ti er o n los e scr i tor e s d e Am ér ic a ex pr e s ar
la ex u b er a nc i a d el p a i s a je lo c al, l a s luc e s y l a s so m br a s de l s i ncr e ti s m o
v ir r ei n al , l a co n fli cti v a id e n t id ad d e los cr i ollo s; e s d ec ir , l a s
con tr a dicc io n e s d e u n a so c i ed a d nu e v a y m e s ti za , c u y as t e n s io n e s i nt er n as
s e po t e nc i ar o n e n e l si glo X V I II h a s t a es t all ar e n l a s g u e r r as por la
I nd e p e nd e nc i a d el s i glo X I X. E n Am ér ic a a p ar ec e n no t a s d e la c ul tur a
i nd íg e n a , de l a n at ur al e z a co n su a por t e d ecor at i vo y ex u b er a n t e, d el ar t e
m e s ti zo co n la s fl o r e s, fr u to s y a n i m al e s a utó c to no s.
El B ar r o co a m er ic a no a do pt a l a for m a cul t er a n a ll a m ad a cul t er anismo o
go ngor ismo, c u y a s c ar ac t er í st ic a s so n :
 M á s u so d e v er so qu e pr os a.
 Ju e go d e p al a br a s.
 Nu e v a s
co m bi n ac io n e s
s i nt ác t ic a s
 An al o g í a s.
 N eo lo gi s m o s.
 M e tá for a s br ill a n t es .
 P e n s a mi e n to a b s tr ac t o.
 O b j et i vo:
sor pr e n der
el
i nt el e cto.
 Ev a s ió n d e lo v ul g ar .
 R e pr e s e nt a n t e: Lu i s Ar go t e y
Gó n gor a.
T i e n e u n c ar áct er m á s po pu l ar de b ido a qu e f u e el i n s tr u m e n to d e
pr op a g a nd a r eli g io s a de l a Co n tr ar r e for m a . Es p or ell o, s e n s u al, e moc io n al ,
i n st i nt i vo , ex u b er a n t e y t e a tr al, t a l co mo s e p u ed e ob s er v ar e n la s i gl e s i a s
b ar r oca s l at i no a m er i ca n a s. A d i f er e nc i a del m a n i er i s mo q u e t e n í a u n
car á ct er má s g e n er al y e ur o p e o, el B ar r oco s e m a ni f i e st a s i e m pr e co m o u n
ar t e n ac io n al y, po r l o t a nto , a pr e s e n t ar di f er e n t es c ar ac t er í s tic a s s e gú n
los d i v er so s p aí s e s y la r eli g ió n q u e pr a cti c a n. El B ar r oco pr e s e n t a u n
e qu il i br io i n e s t a bl e, no e st á t ico, e n tr e la s p ar t e s y a p e s ar de s er
com pl ic a do en lo fo r m al s e h al la r e g ido por el pr i nc ip io d e l a u n i da d, lo c u al
40
lo h ac e m uy cl ar o e n lo co nc e pt u al. E l mo v i mi e n to , l a tor sió n , l a di s p er s ió n
s i e m pr e e nc u e ntr a n u n p u nto d e c o n v er g e n ci a y a s e a t e m át ico o for m al .
A p es ar d e e st a s d i f er e nc i a s qu e no s i e m pr e so n t a n no t a bl e s e n l a
pr ác t ic a, t an to el m a n i er i s mo co mo el B ar r oco lit er ar i o coi nc id e n e n el u so
de u n a s er i e d e r ecu r so s e x pr e s i vo s q u e “ar t if ic i al i za n” y “co m pl ic a n” e l
le n gu a j e. M e t áfo r a s p ur a s s i n u n r ef er e n t e cl ar o, hi p ér b ol e s, ju e go s d e
p al a br a s, e l i p s i s, p ar a do j a s, h i p ér b a to n, a n tí t e s i s, pr oli f er ac ió n d e
i m ág e n e s y ac u mu l ac ió n d e r ecur so s ha c e n ci er t a m e n t e d i fí cil l a
com pr e n sió n d e l o s t e xto s qu e , muc h a s v e ce s, gu s t a n d el l a b er í nt ico j u ego
de es p e jo s.
AC TI V ID ADE S
A . L ee el t e x to “L it er a tu ra col on i al. B ar roco: co n t ex to h i st ó rico , s oci al
y c ult ur al . C ar ac te r í s tic a s li t er ar ia s ”
1.
¿ Q u i é n e s s o n l o s a u t o r e s m ás d e s t ac a d os d e e s t e p e r í o d o ?
2.
¿Por qué
e l e n s a y i s t a m e x i c an o O c t a vi o P a z s os t i e n e q u e e l s i g l o X V I f u e
“ u n s i g l o ar q u i t e c t o y a l b añi l ” ?
3.
¿ C ó m o s e o r g a n i z ó l a s o c i e d a d d e e s t e p e r í od o? ¿ Q u é c ar ac t e r í s t i c as
tenía?
4.
¿ Q u é s e c o n o c e c o m o “ s i n c r e t i s m o c ol o n i al ” ?
5.
¿ C ó m o s e d e s a r r o l l a r o n l a e d u c ac i ón , l a c u l t u r a y l a i g l e s i a ?
6.
¿ P o r q u é e l a u t o r H e n r í q u e z U r e ñ a s e ñ al a q u e “ el g r a n pr ob l em a de l a
A mé r i c a hi s pa n a fu e, y l o es t od a v í a, el d e s u i nt eg r ac i ó n s oc i al ” .
7.
R e d a c t a l o s a r g u m e n t o s d e l os t e x t os .
8.
¿ Q u é a u t o r e s f u e r o n l o s m od e l os d e l os au t o r e s a m e r i c an os ?
9.
¿ C u á l e s f u e r o n l o s g é n e r o s l i t e r a r i os m ás c u l t i v ad os ?
1 0 . ¿ C u á l e s e l g é n e r o q u e s e d e s t ac a?
1 1 . E n u m e r e l a s c a r a c t e r í s t i c as d e l M a n i e r i s m o .
1 2 . E n u m e r a l a s c a r a c t e r í s t i c as d e l B ar r oc o .
1 3 . E n u m e r a l a s c a r a c t e r í s t i c as d e l c u l t e r a n i s m o o g o n g or i s m o .
B. Le e lo s t ex to s r el at i vo s a S or J u a na y r e s po nd e .
1. ¿ Po r q u é S o r Ju a n a e r a u n a tr a n s gr e sor a ?
2 . ¿Q u é d eci s io n e s d eb ió to m ar e n su v id a ? ¿ Cu á l e s f u er o n lo s
r es ul t ado s ?
3 . Ex pl ic a a q u é s e r e f i e r e O ct a v io P a z c o n “l a s tr a m p a s d e l a f e”
4 . S e ñ al a cu ál e s so n l a s dos v er t i e n t e s q u e p u ed e n r a str e ar s e e n l a
obr a d e S o r J u a n a.
C. Le e e l t ex to R e s pu e s ta a S or F ilot e a d e l a Cr uz .
41
R es pu es t a d e la p o e ti sa a la m uy i lus t r e S or Fi lo t ea d e la Cr uz
(fra g me n t o)
Pro si guie nd o en la narra ci ón de mi i ncl inaci ó n, d e que os qui ero da r
ente ra not icia, dig o q ue no hab ía cum pl id o los t res a ños d e mi edad cuando
envia ndo mi madr e a una her mana mí a, ma yo r q ue yo , a q ue se ense ñase a
leer e n una de la s q ue llama n Am iga s, me lle vó a mí t ras el la el cari ño y la
traves ura ; y vi endo q ue la dab an le cci ó n, me ence nd í yo de m aner a en el
dese o d e sa ber leer , que enga ña nd o, a mi pare cer , a la mae stra , la di je q ue
mi m adre o rde na ba m e di ese l e cci ó n. Ell a no l o cre yó , por q ue no era creí ble ;
per o, por com pla cer a l do na ire , me la di o . Pro seg uí yo e n i r y el la pr os ig ui ó
en ense ñar me , ya no de b urla s, p orq ue la dese ngañó la ex peri e ncia ; y s up e
leer e n ta n bre ve ti e mpo , que ya sab ía cuand o lo s up o m i mad r e, a q uie n la
maest ra l o o cul tó po r darle el g ust o p or e nt ero y r ecib ir e l gal ard ón po r junt o ;
y yo l o cal lé, cre ye nd o q ue me a zo taría n p or hab erl o he cho s in ord en. A ún
vi ve la q ue me e nse ñó (Dio s la gua rde ), y p uede t est i fi car lo .
Acuér do me q ue en es t os t iem po s, sie ndo mi gol os i na la que es or di naria
en aq ue lla eda d, m e abste nía d e come r que s o, p or que oí d ecir q ue ha cía
rudo s, y pod ía co nm ig o má s el dese o d e sa ber q ue el d e com er, sie nd o é st e
tan po der os o e n l os ni ños . Te nie ndo yo d esp ué s com o sei s o s iete a ños , y
sabi endo ya lee r y e scrib ir , co n t od as las otra s hab il idad es de lab ore s y
co st ura s q ue dep re nde n las m ujere s , oí de ci r q ue ha bía Uni ver sid a d y E s cuela s
en q ue se e st udia ba n las cie ncias , e n Mé ji co ; y ape na s lo oí cua nd o empe cé a
matar a mi ma dre co n insta nte s e imp ort unos rueg os so bre q ue, m udándo me
el t raje, me e nvias e a M éji co , e n ca sa de uno s de ud os q ue te nía , p ara
est ud iar y cur sar la Uni ve rsi dad ; ella no lo quis o ha cer , e hiz o m uy b ie n, per o
yo de spi q ué el de seo en leer muchos lib ro s vari os q ue te nía mi abuel o, si n
que ba sta se n cast ig os ni re pre nsi ones a es tor barl o ; d e ma ne ra que cua ndo
vi ne a M éji co , se ad mira ban, no ta nt o de l ing enio , cua nt o de l a memo ria y
no ti cia s que te nía e n edad q ue pare cí a q ue ape nas hab ía te nid o tiem po para
apre nde r a habla r.
Empe cé a d epr ender 16 gramát i ca, e n que cr eo no l leg aro n a ve i nte las
leccio ne s q ue t omé ; y era ta n i nte nso mi cui dad o, q ue sie ndo as í q ue e n la s
muje res - - y má s e n ta n fl or ida juve nt ud - - e s ta n a pre cia ble el ad or no nat ural
del cabe ll o, yo me co rtaba d e él cuatr o o sei s de do s, m id ie nd o has ta d ónd e
llega ba a nt es , e im po nié ndo me l ey de q ue si cua nd o vo l vie se a cre ce r has ta
allí no sa bía t al o tal co sa q ue me hab ía p rop ue st o de pre nd er e n ta nt o q ue
cre cía, me l o ha bía de vol ve r a co rtar e n p e na de la r ud eza . Suce día así q ue é l
cre cía y yo no sa bía l o pr op ues to , po rq ue e l pel o cre cía apr isa y yo a pre nd ía
des pacio , y co n e fect o l e corta ba e n pe na de la r ude za : q ue no m e pare cía
razó n q ue e st uvie se ve sti da d e cabe ll os cabeza q ue e sta ba ta n des nud a de
no ti cia s, q ue era má s apet ecib le a do rno . E ntr éme re lig io sa, p or que a unq ue
co no cía q ue te nía e l estad o cosa s (de l as acce so ria s ha blo , no de la s
fo rma les ), mucha s re pugna ntes a mi ge ni o , co n t od o, para la t o tal nega ci ó n
que te nía al m atr imo ni o, era lo me no s d e s pr op or ci onad o y l o má s decente q ue
pod ía el egi r e n mat eri a de la seg ur ida d q ue desea ba de mi sal va ció n; a cuyo
prim er r es pet o ( co mo al fi n má s im po rta nt e) ce die ro n y s uje tar on la cer vi z 17
toda s las i mpe rti ne nci llas d e mi ge ni o , que eran de q ue rer vi vi r sol a; d e no
que rer te ner o cupa ció n obl iga tor ia que em b arazas e la l iber tad de mi e st ud io ,
ni rumo r de com unida d q ue i mpi die se e l s os egad o s ile nci o de mi s lib ro s. E st o
me hiz o va ci lar alg o en la d eter mi na ci ó n, has ta q ue al um brá nd o me pe rs o nas
do cta s d e que e ra t ent aci ó n, la vencí co n el favor di vi no, y t omé el estad o q ue
tan i ndi g name nte te ngo . Pe nsé yo q ue huí a de mí mi sma , pe ro ¡mise rab le de
mí! t rájeme a mí co nmig o y t raje m i ma yo r e nem igo e n e sta incli nació n, q ue
16
17
Aprender.
Cogote.
42
no s é d eter mi nar s i p or pre nda o ca sti go m e di o el Ci el o, p ue s d e apa gar se o
embara zar se co n ta nt o ejer cicio que la re lig i ón t ie ne , re ve nta ba co mo p ól vora ,
y se ve ri fi ca ba e n mí e l p ri vati o est causa a p petit us 18.
J ua na I n és d e la C r u z
R es po n d e.
1. ¿C uá l e s la a né c dot a qu e le pe rmi te a S or J ua na re fer irs e a s u
in cl i na c ió n p or e l c on o c im ie nt o?
2. ¿Q ué a c c io ne s se ña la n la ob ses ió n q ue te nía por a p re nde r?
3. ¿C uá l e s so n la s a ctit u de s y pe n sa mi en to s q ue p ue de n ca li fi ca rse co mo
“re v ol u ci o na ri os ” p a r a u na m uj er de la é po c a de S or Jua na ?
D. L e e l os si g ui e n t es p o em as y a nal iza :
R ed o n di lla s.
H o m b r e s n e c i o s qu e a c u s á i s
a la mujer sin razón,
s i n v e r qu e s o i s l a o c a s i ó n
d e l o m i s m o qu e c u l p á i s .
¿ P u es c ó m o h a d e e st a r t e m p l a d a
l a qu e v u e st r o a m o r pr et en d e,
si l a qu e e s i n g r a t a o f e n d e
y l a qu e e s f á c i l en f a da ?
Si con ansia sin igual
solicitáis su desdén,
¿ po r qu é qu e r é i s qu e o b r e n bi e n
si las incitáis al mal?
M a s en t r e el en f a do y l a pe n a
qu e v u e st r o g u s t o r ef i e r e,
bi en h a y a l a qu e n o o s q u i e r e,
y qu e j a o s en h o r a bu en a .
C o m ba t í s s u r e s i s t e n c i a
y l u e go , c o n g r a v e da d,
decís que fue liviandad
l o qu e h i z o l a di l i g e n c i a .
D a n v u es t r a s a m a n t es p en a s
a su s l i b er t a d es a l a s,
y d e s pu és d e h a c e r l a s m a l a s
l a s qu er éi s h a l l a r m u y b u en a s.
P a r e c e r qu i e r e e l de n u e do
de vuestro parecer loco,
a l n i ñ o q u e po n e e l c o c o
y l u e go l e t i e n e m i e d o .
¿ C u á l m a y o r c u l pa h a t e n i do
en u n a p a si ó n er r a d a :
l a qu e c a e de r o g a d a
o el qu e r u e ga d e c a í do ?
Queréis, con presunción necia,
h a l l a r a l a qu e b u s c á i s
pa r a , p r e t e n di d a , T a i s 19;
e n l a p o s e s i ó n , L u c r e c i a 20.
¿O cuál es más de culpar
a u n qu e c u a l qu i er a m a l h a g a :
l a qu e p ec a po r l a p a ga
o el qu e p a ga po r p ec a r ?
¿ Q u é h u m o r pu e d e s e r m á s r a r o
qu e e l q u e , f a l t o de c o n s e j o ,
é l m i s m o e m pa ñ a e l e s p e j o
y s i e n t e qu e n o e s t é c l a r o ?
¿ P u es p a r a qu é o s e s p a n t á i s
d e l a c u l pa qu e t en éi s?
Q u e r ed l a s c u a l l a s h a c éi s
o h a c e d l a s c u a l l a s bu sc á i s.
C o n e l f a v o r y e l de s d é n
tenéis condición igual:
qu e j á n do o s s i o s t r a t a n m a l ;
bu r l á n d o o s , s i o s qu i e r e n bi e n .
D ej a d de so l i c i t a r ,
y d e s pu és, c o n m á s r a z ó n ,
a c u sa r é i s d e a f i c i ó n
d e l a qu e o s f u er e a r o g a r .
O p i n i ó n n i n gu n a g a n a ,
pu e s l a qu e m á s s e r e c a t a ,
s i n o o s a d m i t e , e s i n gr a t a ,
y s i o s a dm i t e , e s l i v i a n a .
B i en c o n m u c h a s a r m a s f u n do
qu e l i d i a v u e st r a a r r o g a n c i a ,
pu e s en pr o m e s a s e i n st a n c i a
j u n t á i s di a bl o , c a r n e y m u n do .
18
La prohibición es causa de deseo.
Cortesana de Alejandría del siglo IV. Mujer de mala vida.
20
Dama romana que, ultrajada, se suicidó.
19
43
S i e m pr e t a n n e c i o s a n d á i s ,
qu e , c o n d e s i gu a l n i v e l ,
a u n a c u l pá i s po r c r u e l
a o t r a po r f á c i l c u l pá i s .
1. ¿Q u é tr a m a t i e n e e s t e po e m a ?
2 . ¿Q u é f u nci ó n d el l e ng u a j e pr ed o mi n a ?
3 . S u br a y a v er so s en lo s q u e m a n if i e s t a l a a cti t ud co ntr ad ictor i a d el
ho mbr e r e s p ec to d e l a m u j er .
4 . S e ñ al a a n t ít e s i s, m e t á fo r a s , i n t er r oga cio n e s r etór ic a s y r e tr u é ca no s.
5 . An al i z a m é tr ic a y r i m a de lo s o cho pr i m er o s v er so s.
6 . ¿ Cu ál es l a ac t it ud d e S o r J u a na fr e nt e a l os ho m br e s ?
7 . ¿D e q u é l o s c u l p a ? ¿Q u é s e l e s r e pr och a ?
8 . ¿Q u é l u g ar le d a a l a m u j er ?
Aspectos importantes sobre la poesía
La poesía
La poesía es un tipo de discurso literario que se caracteriza por un uso particular
del lenguaje: un uso figurado no literal. Se juega con las palabras, sus sonidos y con su
distribución en el espacio. De esta manera, se sugieren múltiples significados. Como se
persigue un fin estético, es habitual que no se respeten las reglas de puntuación y el uso de
mayúsculas. El texto se divide en unidades llamadas versos que, a veces, se agrupan en
estrofas.
Procedimientos
Las palabras tienen dos tipos de significados: uno básico, que encontramos en los
diccionarios, llamado denotativo, y otro de valor imaginativo o afectivo que se denomina
connotativo.
Para lograr este efecto sugerente del lenguaje se emplean distintos
procedimientos:
La comparación: establece una relación de semejanza entre un elemento real (A) y uno
imaginario (B) mediante un nexo comparativo (como, cual)
La caverna aparecía comoun formidable bostezo de la tierra.
A
B
La metáfora: sustituye el elemento real (A) por uno imaginario (B)
En un formidable bostezo de la tierra el monstruo dormitaba.
B
Personificación: atribuir acciones o cualidades de personas a las cosas inanimadas o
abstractas o a los animales.
44
El león piensa en una táctica.
La mesa espera a los comensales.





Imágenes sensoriales: son recursos que se usan para representar lo que se
percibe a través de los sentidos. Ellas son:
Imágenes visuales: “Las blancas palomas de la paz”
Imágenes auditivas: “Los fuertes golpes en la puerta”
Imágenes olfativas: “El perfume de las flores”
Imágenes táctiles: “Suave terciopelo que cubres mi lecho”
Imágenes gustativas: “Dulce néctar divino”
Sinestesia: consiste en la unión de dos imágenes que pertenecen a distintos campos
sensoriales.
“Dulce perfume”, “Amargo color”.
Hipérbaton: Alteración del orden sintáctico.
Cae la lluvia suavemente.
Hipérbole: exageración.
La lluvia no es agua, es plomo que cae del cielo.
Anáfora: Repetición de una o varias palabras al principio de uno o varios versos.
“Mirad, mirad al pecador,
Mirad al conquistador.”
Paralelismo: consiste en la identidad o semejanza de construcción entre dos o más
unidades sintácticas (oraciones) o métricas (versos). Es muy habitual que el paralelismo
coincida con la aparición de figuras de repetición tales como la anáfora.
Ejemplo. A sus suspiros, sorda, /A sus ruegos, terrible,/ A sus promesas, roca
(Tirso de Molina)
Retruécano: se repiten varias palabras o la oración entera, invirtiéndose el orden de
los términos de modo que el sentido del sintagma o de la oración se vuelva del revés y
se produzca la significación contraria.
Ejemplo. ¿No ha de haber un espíritu valiente? /¿Siempre se ha de sentir lo que se dice?
/¿Nunca se ha de decir lo que se siente?
(Francisco de Quevedo)
Aliteración: consiste en la repetición de un sonido o grupo de sonidos con un fin
expresivo determinado. La repetición del fonema refuerza la representación sensorial
que el lector se hace al leerla.
Ejemplo. Con el ala aleve del leve abanico (impresión de jugueteo, de vibración ligera)
(Juan Ramón Jiménez)
En el silencio sólo se escuchaba / un susurro de abejas que sonaba.
(Garcilazo de la Vega)
45
Enumeración: se trata de la división de un tema en sus partes, las cuales se expresan
con detalles. Estos detalles van en contacto, ordenaos mediante asíndeton o
polisíndeton.
Ejemplo. Cuando Roma es cloaca, / mazmorra, calabozo,/ catacumba, cisterna,/ albañal,
inmundicias, / ventanas rotas, grietas,/ cornisas que se caen
(Rafael Alberti)
Antítesis: consiste en la contraposición de dos ideas opuestas. Puede producirse entre
palabras, construcciones u oraciones.
Ejemplo. Lealtad en el buen amigo,/ traición en el enemigo,/ en la noche oscuridad/ y en el
día claridad
(Tirso de Molina)
Descripción: consiste en la presentación detallada de objetos, personas, lugares o
tiempos, con el fin de que el lector los vean con más claridad y se les hagan reales y
evidentes. Se llaman:
Ejemplo. Sobre el monte pelado/ con calvario/ agua clara/ y olivos centenarios
(Federico garcía Lorca)
Comparación: se establece una relación entre dos elementos diversos, unidos mediante
una partícula comparativa.
Ejemplo. ¿Cuánta nota duerme en sus cueras/como el pájaro duerme en las ramas.
(Gustavo Adolfo Bécquer)
Adjetivación: modifica a los sustantivos.
Ejemplo. Y que vuestro mirar ardiente, honesto.
(Garcilazo de la Vega)
Epíteto: es el adjetivo cuyo significado ya está implícito en el sustantivo: roja sangre,
cielo azul, blanca nieve, frío mármol.
Ejemplo. Con clara luz la tempestad serena.
(Garcilazo de la Vega)
Pregunta retórica: interrogación de la que no se espera respuesta, porque la pregunta
ya contienen implícitamente su contestación.
Ejemplo. ¿Qué se hicieron las damas,/ sus tocados e vestidos,/ sus olores? / ¿Qué se
hicieron las llamas de los fuegos encendidos?
(Jorge Manrique)
Ironía: consiste en decir algo de tal manera que se entienda lo contrario de lo que las
palabras parecen indicar.
Ejemplo. "El valiente soldado, huyó de la batalla"
Arcaísmo: consiste en la utilización de una expresión antigua o desusada.
Ejemplo. ¡Fuerzas, cielo, porque al vella / querré matalla y mordella/ y eso sería delatalla!
/ ¡Juro a Dios que he de miralla / y escuchalla sin vendella!"
(Pedro Muñoz Seca)
46
Neologismo: se trata de utilizar expresiones novedosas. Por ejemplo: “software”,
“zapping”, etc.
La métrica
Es el estudio de la medida de los versos. La suma de las sílabas de un verso varía según
la acentuación de la última palabra:
Graves: se cuentan todas las sílabas.
Agudas: se suma una sílaba.
Esdrújulas: se resta una sílaba.
Para hacer que todos los versos coincidan en cantidad de sílabas se utilizan las licencias
poéticas. Éstas son:
La sinalefa: consiste en unir la vocal final de una palabra con la vocal inicial de la
siguiente. (La letra Y cuando es usada como conector se considera una vocal. La H al
principio de una palabra no se considera puesto que es “muda”)
Al /su / bir /en/ laes/ ca / le /ra
El hiato: consiste en no considerar una sinalefa.
A / llá / vio// un / pas / tor / ci / to
La rima
Es la coincidencia de sonidos finales entre versos, a partir de la
última vocal acentuada. La rima puede ser asonante (cuando coinciden las
vocales) o consonante (cuando coinciden los sonidos vocálicos y
consonánticos).
Rima consonante
Había una vez una vaca
En la Quebrada de Humahuaca.
Como era vieja, muy vieja,
Estaba sorda de una oreja.
Rima asonante
Se enojó la luna,
Se enojó el lucero,
Porque esta niñita
Riñó con el sueño.
Si los versos no riman entre sí, se llaman versos blancos.
Nieve: dame tus agujas.
Nube tiéndeme tu fresca
47
Y rizada muselina.
Grupos de versos
Los v er so s p u ed e n a g r up ar s e a do pt a n do l a s s ig u i e nt e s for m a s:
 S ER IE S I ND E FI N I D A S , o s e a s uc e sio n e s d e v er s os i gu a l e s, com o el
r om a nc e, o d e v er s o s de s ig u al e s co mo l a s il v a.
 ES T RO F AS : o s e a co m bi n a cio n e s d e e str uc t ur a d et er m i n ad a q u e
g e n er al m e n t e s e r ep i t e a l o l ar go d e l a co m po s ic ió n. L a s e s tr of a s p u ed e n
a gr up ar v er so s d e ig u al m ed i d a: t er ce to , cu ar t et o, d éc i m a o d e d i st i n t a
m ed id a : l ir a, e st a nc i a , co pl a d e pi e q u e br a do.
Nº d e v e r so s
No m br e d e la e st ro f a
Do s
P ar e ado s
Tr e s
T er ce to s
Cu a tr o
Cu ar t e to s, co pl a s, r e don di ll a s, e tc.
Ci nc o
Qu i nt e to
Seis
S e xt ill a , s ex t i n a.
Och o
Oc t av ill a .
Di e z
Dé ci m a
C ator c e
S on e to
Neoclasicismo
¿Qué fue el Neoclasicismo?
Transcurrían las tres primeras décadas del siglo XIX. América estaba
convulsionada. Las economías regionales, sujetas a las necesidades de los
españoles y las aspiraciones políticas de los criollos eran siempre desplazadas en
beneficio de España y con ella el debilitamiento de los vínculos entre la
metrópolis y las colonias.
¿Por qué seguir dependiendo de otra nación? América ya se había extendido
el ideario de la libertad, la independencia y la justicia. Las minorías cultas
estaban al tanto de las ideas que habían impulsado la independencia de Estados
Unidos (1776) y la Revolución Francesa (1789). Eran las que se habían
desarrollado en Europa durante los siglos XVIII llamado “siglo de las luces”: la
soberanía popular, división de poderes, tolerancia religiosa independencia para
comerciar. Razón, progreso, libertad, igualdad, ganaron el corazón de los
americanos. En suma, las ideas del liberalismo y la ilustración cuya concepción del
mundo y del hombre, su cosmovisión, era intelectual.
En una sociedad cuya política y economía se estaban resquebrajando, fue
tomando fuerza un ideario que permitiría a las minorías cultas hacerse cargo del
poder político y mejorar las condiciones de vida de los americanos. Los
descubrimientos científicos y los avances tecnológicos habían cambiado las
expectativas de la sociedad y se planteaba la necesidad de educar al pueblo, de
48
acumular conocimiento y difundirlo. Acompañaban este proyecto sectores
desplazados como los negros, los indios y criollos porque implicaba también para
ellos ampliar sus posibilidades sociales y culturales.
En el Virreinato del Río de la Plata, particularmente, ya habían sucedido
hechos como las invasiones inglesas, que habían generado la confianza del pueblo
en sus propias fuerzas. Había líderes capaces de orientar hacia una meta de
bienestar común, había un pueblo capaz de pelear por sus ideales. Se daban,
entonces, las condiciones para autogobernarse. Y, como consecuencia, se
gestaron las luchas de la independencia que involucraron no sólo a nuestro país
sino al conjunto de países americanos, ya que la historia en todos era muy similar.
Es en este contexto histórico en el afloró el Neoclasicismo, que fue un
movimiento cultural consistente en un retorno a los valores universales clásicos.
El neoclasicismo reprodujo en América las características con las que se
había desarrollado en Europa (siglo XVIII), pero aquí profundizó aspectos
relacionados con el contexto hispanoamericano. Como la mayoría de los
movimientos, las fechas de comienzo y de fin no se pueden precisar con
exactitud. Es lo mismo que ocurre con el fenómeno del arco iris cuyo comienzo y
fin son imposibles de precisar.
El Neoclasicismo en América
En literatura, el neoclasicismo presenta las siguientes características:
1. Los escritores imitan los modelos de la antigüedad clásica. A estos se los
considera perfectos por la armonía y el equilibrio de sus formas. Se vuelve al
mundo grecorromano y a su mitología como fuente de inspiración. Son
frecuentes, por ejemplo, las alusiones a Marte, Venus, Baco.
2. El arte es normativo, es decir, está sujeto a reglas. No hay lugar para el genio
individual, el artista debe expresar el sentimiento colectivo y utilizar las formas
consagradas por las preceptivas. Por ejemplo, la poesía seguirá rígidamente las
convenciones de las formas estróficas: odas, himnos, elegías, soneto; utilizará los
versos de arte mayor y recursos como el hipérbaton (alteración del orden
sintáctico); el vocabulario es culto, de gran corrección y claridad; pero también
sobrecargado de expresiones retóricas, artificiosas, alejadas del habla cotidiana.
3. La literatura tiene un carácter didáctico, como lo tenía también la literatura
clásica latina y griega. El artista debe educar a la sociedad y guiarla por el
camino de los ideales sociales y éticos. Para lograr el efecto estético hay que
49
transmitir la verdad y, al hacerlo, se deja siempre una enseñanza. La belleza es
razonable, se puede demostrar. Sólo lo verdadero es bello, de allí la belleza útil.
4. Predominio de la razón y de la verdad. El arte no manifiesta las emociones,
solamente traduce lo intelectual y racional. Interesa el concepto, no la pasión; lo
denotativo, no lo connotativo.
5. Al elegir los temas, el escritor hispanoamericano se inclina por una alabanza a
la naturaleza, que es vista como fuente de riqueza y por lo tanto de progreso, o
por una exaltación de los sentimientos patrióticos, es decir se pone la escritura
al servicio de la sociedad.
6. Nuestros artistas utilizan la escritura como un arma de propaganda política,
como un instrumento de independencia. Se sienten "voceros del pueblo". Por ello,
la literatura tiene una función social, se pone al servicio de una causa que la
trasciende.
En síntesis, América logra plasmaren su literatura temas que le son propios: la
naturaleza, la patria, pero lo hace usando el modelo europeo. Esto refleja una
voluntad de responder a las condiciones del entorno hispanoamericano, pero
también una imposibilidad de despegarse de las influencias extranjeras. No
obstante, se ha abierto la primera puerta hacia la búsqueda
de lo propio.
El Himno Nacional Argentino
En eventos deportivos o en fiestas nacionales, en marchas de
protesta de origen popular o en discursos políticos, el Himno
Nacional Argentino preside y se ofrece como un símbolo de
identidad y de unidad. Nos hace sentir que por encima de las
diferencias compartimos un mismo territorio y una misma
historia.
Este es el valor de nuestro himno y de todos los himnos nacionales, de allí que
despierten el fervor y el respeto porque detrás de cada uno de ellos hay una
historia llena de coraje y de convicción. Respetándolo, nos respetamos y
recuperamos en el hoy la memoria de nuestro pasado.
Himno Nacional Argentino
50
Oid ¡mortales! el grito sagrado:
¡Libertad, Libertad, Libertad!
Oid el ruido de rotas cadenas:
Ved en trono a la noble Igualdad.
Se levanta la faz de la tierra
Una nueva y gloriosa Nación:
Coronada su sien de laureles
Y a sus plantas rendido un León
Sean eternos los laureles
Que supimos conseguir.
Coronados de gloria vivamos
O juremos con gloria morir.
De los nuevos campeones los rostros
Marte mismo parece animar;
la grandeza se anida en sus pechos,
A su marcha todo hace temblar.
Se conmueven del Inca las tumbas
Y en sus huesos revive el ardor,
Lo que ve renovando a sus hijos
De la Patria el antiguo esplendor.
Sean eternos los laureles
Que supimos conseguir.
Coronados de gloria vivamos
O juremos con gloria morir.
Pero sierras y muros se sienten
Retumbar con horrible fragor:
Todo el País se conturba por gritos
De venganza, de guerra y furor.
En los fieros tiranos la envidia
Escupió su pestífera hiel,
Su estandarte sangriento levantan
Provocando a la lid más cruel.
Sean eternos los laureles
51
Que supimos conseguir.
Coronados de gloria vivamos
O juremos con gloria morir.
¡No lo véis sobre Méjico y Quito
Arrojarse con saña tenaz,
Y cuál lloran bañados en sangre
Potosí, Cochabamba y la Paz!
¡No lo véis sobre el triste Caracas
Luto y llantos y muerte esparcir!
¡No lo véis devorando cual fieras
Todo pueblo que logran rendir!
Sean eternos los laureles
Que supimos conseguir.
Coronados de gloria vivamos
O juremos con gloria morir.
A vosotros se atreve ¡Argentinos!
El orgullo del vil invasor,
Vuestros campos ya pisa contando
Tantas glorias hollar vencedor.
Más los bravos que unidos juraron
Su feliz libertad sostener,
A esos tigres sedientos de sangre
Fuertes pechos sabrán oponer.
Sean eternos los laureles
Que supimos conseguir.
Coronados de gloria vivamos
O juremos con gloria morir.
El valiente argentino a las armas
Corre ardiendo con brío y valor,
El clarín de la guerra cual trueno
En los campos del Sud resonó,
Buenos Aires se pone a la frente
De los pueblos de la ínclita Unión,
52
Y con brazos robustos desgarran
Al ibérico altivo León.
Sean eternos los laureles
Que supimos conseguir.
Coronados de gloria vivamos
O juremos con gloria morir.
San José, San Lorenzo, Suipacha,
Ambas Piedras, Salta y Tucumán,
La Colonia y las mismas murallas
Del tirano en la Banda Oriental;
Son letreros eternos que dicen:
Aquí el brazo argentino triunfó
Aquí el fiero opresor de la Patria
Su cerviz orgullosa dobló.
Sean eternos los laureles
Que supimos conseguir.
Coronados de gloria vivamos
O juremos con gloria morir.
La victoria al guerrero argentino
Con sus alas brillantes cubrió
Y azorado a su vista el tirano,
Con infamia a la fuga se dió;
Sus banderas, sus armas se rinden
Por trofeos a la Libertad,
Y sobre alas de gloria alza el pueblo
Trono digno a su gran majestad.
Sean eternos los laureles
Que supimos conseguir.
Coronados de gloria vivamos
O juremos con gloria morir.
Desde un polo hasta el otro resuena
De la fama el sonoro clarín,
Y de América el nombre enseñando,
53
Les repite: ¡Mortales! Oid:
¡Ya su trono dignísimo abrieron
Las provincias unidas del Sud!
Y los libres del mundo responden:
¡Al Gran Pueblo Argentino Salud!
Actividades
1. ¿Con qué propósito se habrá escrito el Himno? Encierren con llaves los
versos que se cantan actualmente.
2. ¿Qué significan en el texto las siguientes palabras: fragor, conturba,
pestífera, lid, saña tenaz, hollar, brío, ínclita, cerviz, azorado.
3. El lenguaje utilizado es retórico, artificioso, solemne, majestuoso.
Ejemplifiquen. Expliquen qué simboliza: "rotas cadenas", "león", "laureles".
4. Según el contenido, el Himno se organiza en tres partes. Márquenlas en el
texto:
Anuncio a la humanidad del nacimiento de una nación - Enumeración de los
hechos que posibilitaron ese nacimiento - Saludo de todos los pueblos libres
5. ¿A qué lugares de la América hispánica hace referencia el Himno? ¿Qué
batallas contra los realistas se mencionan?
6. A la izquierda de las siguientes expresiones anoten una "A" o una "E" según
se refieran a argentinos o a españoles:
Vil invasor
fuertes pechos
nuevos campeones
fiero opresor
tigres sedientos
feliz libertad
pestífera hiel
fieros tiranos
noble igualdad
7. Se utiliza una adjetivación con una fuerte carga valorativa. Subrayen los
adjetivos y determinen si la valoración es positiva o negativa y cuál es la
intención del autor.
8. En una estrofa el autor invoca a "Marte" y al "Inca", ¿a qué culturas hace
referencia? En el Himno aparecen dos temas contrapuestos, ¿cuáles son?
Anótenlos:....................... vs. ..........................
9. En el texto aparecen resaltados ejemplos de las siguientes figuras
literarias: imágenes auditivas y visuales, pregunta retórica, personificación,
hipérbaton, hipérbole, enumeración, anáfora, comparación, metáfora y
apostrofe. (A veces hay dos figuras en la misma expresión.)
54
10. El yo lírico emplea el "vosotros" y el "nosotros", ¿qué forma pronominal
utiliza en las octavas y cuál en el coro? ¿Por qué?
El Himno es una composición culta cuya versificación es regular. Respeta
estrictamente una preceptiva literaria, es decir, normas o pautas para
escribir textos literarios según el género al que pertenecen. Analicen la
versificación de la primera estrofa del Himno y del estribillo: estrofa,
métrica y tipo de rima.
El Himno pertenece a la llamada Literatura de la Independencia porque se
gestó como consecuencia de las luchas por la libertad. Se enmarca dentro
de un movimiento cultural denominado NEOCLASICISMO.
S I GL O X I X. R O MA N TI C IS M O. C O NTE XT O H IS T Ó RI C O , S O C IAL Y
C ULT U RAL .
M arco h i s tó r ico . El R o m a n ti ci s mo h i s p a no a m er ic a no , c o mo m ov i m i e nto
lit er ar io , e st á v i nc ul a do d ir ec t a m e nt e a u n lar go p er í odo q u e v a de sd e 1 830
ha s t a 18 6 0 , a pr o x i m a da m e n t e y qu e s e co noc e co n el no m br e de a n ar q u í a.
En e st e p er ío d o tu r bul e n to d e la vi d a pol ít ic a d e l as n a cio n e s d el
con t i n en t e, el s ig n o m á s e v id e n t e s er á l a i n e st a b il id ad soc ia l, la s g u er r a s
ci vi l es , el d e s po t i s mo .
Tr a s a ño s d e lu ch a ci v il e s s ig n a d as po r la v iol e nc i a, co m i e n za a
de f i nir s e u n a i n e s t a bi li d ad p o l ít ic a q u e mod i fi c a la i m a g e n d e u n a
Hi s p a no a m ér ic a d e gr a nd e s t e n s io n e s s oc i a le s. Co n clu y e u n a l ar g a es p er a y
s e h ac e pr e s e n t e u n a g e n er ac ió n qu e i n ic i a la or ga n i zac ió n n a cio n al.
55
La fo r m ac ió n d e l o s p u e blo s h is p a no a m er ic a no s , qu e e st a bl ec e
cr onoló gi c a m e nt e d if er e nc i a s en tr e l a a n ar q uí a y la or g a ni za c ió n n ac io n al
n ac e b a j o el si g no d el Ro m an t ic i s mo li t er ar io q u e p u ed e s er com pr e n did o e n
dos gr an d e s g e n er ac i o n e s:
1º P er ío do i n ic ia l . Ro m a nt ic i s mo s oci al . ( 1830 - 1 860 ). L a pr i m er a
g e n er ac ió n e st á s u st e n t ad a e n el p e n s a mi e n to d el l i b er al i s mo qu e n ac e
con e l e nc iclo p ed i s m o d el s iglo X V I I I y con l a s i d e a s d e l i b er t ad y
de m o cr ac i a. E s u n a ge n er a ció n e n l a cua l e s t á al s er v ici o de l
e scl ar eci m i e n to id eo l ó gi co d e cor r ie n t e s l i b er al e s y d e pr ogr e s o a n t e el
p a nor a m a d e so l a do r de un a soc i ed ad qu e e nfr e nt a a gr a nd e s núcl e o s
hu m a no s , d es p o s e íd o s d e d ef i n ic io n e s cul tur al e s, co n lo s gr upo s
m i nor i t ar io s il u s tr ad o s. S o n po e t a s, no v el i st a s o e n s a yi s t a s q u e a su m e n
la s r e s po n s ab il id ad e s po lí ti c a s d e s u t i e m po y c o mo e scr i tor e s
i ncor po r a n a l a s l etr a s l a v i s ió n pol é m ic a q u e d e f i n e al s er n aci o n al.
2º P er ío do s ec u nda rio . Ro m a nt ic i s mo s e nt i m e n ta l. ( 1 860 - 1 890) . L a
s eg u nd a g e n er ac ió n d e t e r m i n a u n a s e p ar ac ió n e ntr e l a s pr eo cu p ac io n e s
pol í tic a s d e l a pr i m e r a y u n r om a n t ici s m o m ás pur o y s e n ti m e n t al, a
tr a v é s d e o br a s l it er ar i a s q u e i n t e nt a n co n mo v er al l ec tor e i m po n er el
r ei n ado d el m u ndo s ub j e t i vo. L as d e scr i p cio n e s e s t á n cir cu n s cr ip t a s a
ca t ego r ía s e s p ir it u al e s, el p a i s aj e id e al i za do s e s it ú a e n u n r e gi on al i s m o
qu e a nu nc i a el tr i u n fo d el co s tu m br i s mo loc al i st a.
Los d i fu s o r e s d e la s nu e v a s i d ea s . L a cos mo v i sió n y la s for m a s d e l
Ro m a nt ic i s mo eur o p e o p e n etr ar on e n Hi s p a no a m ér ic a t e m pr a n a m e n t e y por
di st i n t a s ví a s :
Los v ia j er o s : alg u no s e ur o p eo s ll e g a r on a Hi s p a no a m ér i ca p ar a
r ecor r er la y d e scr i b i er o n s u s p a i s a j es co mo l ug ar es e xót ico s o hic i er on
u n r ec u e n to d e s u s po t e nci a l es u t ili d ad e s; otr os ll eg ar o n p ar a i n s ta l ar s e
( a br ir e sc u el a s, t a ll e r es d e ar t e, s alo n e s de l ec t ur a ), a tr a ído s por los
go bi er no s d e l a s n u e v a s r e p ú bl ic a s, qu e f a v or ecí a n t a m bi é n lo s v i a j e s d e
for m ac ió n y e st ud io de lo s cr iollo s. Lo s p r inc i p al e s c e n tr os c u ltur al e s
e ur op eo s ( P ar í s y Lo n dr e s ) mo s tr a b a n a lo s h i sp a n o a m er ic a no s el
pr ogr e s i vo tr i u n fo d e l e st ad o b ur gu é s mod er no ( u ni do al c a p it al i s mo, a
la i nd u str i ali z a ci ó n, a l li b er a li s mo p olí t ico y eco nó m ico ) y d e l a s n u e v a s
for m a s ar t í st ic a s y l i t er ar i a s qu e ac o m pa ñ ar on e s t a s tr a n sf or m ac io n e s.
En to do s lo s c a so s, e l v i a j er o fu e di f u sor (co nc i e n te o i nco n sc i e n t e) d e
la co s mo vi s ió n r o m á nt ic a.
Los l ib ro s: l a s pr i m e r as no v el a s pr er r om á n tic a s i n gl e s a s y fr a n ce s a s d e
Ch a t e au br i a nd , lo s r e la to s h i s tór ico s d e Wa l t er S cou t, d e Ru s s e au , lo s
po e m a s d e B yr o n, lo s t ex to s d e V íctor H u go, e n l a l e ng u a or i gi n al o e n
tr ad ucc io n e s, co n st i t uí a n el e q ui p a j e m ás v al io so d e lo s v i a j e r os. Lo s
i nt el e c t u al e s h is p a n o a m er ic a n os ad ec u ar on su s vi da s al mo del o qu e
e s to s t ex to s d if u nd í a n, a n t es d e e scr i b i r de ac u er do co n la po ét ic a
r om á nt ic a. Ad e m á s, e s to s l i br os for m ar on n u e vo s t i po s d e l e ctor e s y
p úb lic o s. L a mi s m a fu nc ió n c u m pl i er on r e v is t a s y d i ar io s (l ocal e s y
e xtr a n j er o s ) y el t e a tr o d e l a é poc a .
56
Caracteres generales del Romanticismo.
El Romanticismo es un movimiento literario que aparece a
principios del siglo XIX y se extie nde rápidamente por Europa. Las
ideas del movimiento proclamaban la renovación de las artes fuera de
los moldes rígidos establecidos por el Neoclasi cismo.
En contraposición con esos moldes, el Romanticismo estab lecerá
la preeminencia de la sensib ilidad sobre la razón, del genio sobre las
reglas.
La palabra romántico aparece a fines del siglo XVIII en
Alemania para designar los relatos se ntimentales. El vocab lo
romantique (romántico) se incorpora a la lengua francesa para
designar evoc aciones del pasado; en inglés romantic , así como en
alemán romantisch , señala vinculaciones con el mundo medieval. En
1800 ese v ocablo es utilizado para diferenciar del N eoclasicismo a un
movimiento que se afirma en Europa como expresión de valores
literarios nuevos.
Nace una nueva estética que se va delineando entre polémicas y
contradicciones dur ante el período 1815 -1830, hasta que surgen las
definiciones y las proclamas . En ese programa romántico e ncontramos
ideas que se van imponiendo en el plano de las letras y de la política.
El romanticismo es una liberación del arte y de la personalidad. El yo
será, ahora, el centro del mundo del artista y por eso no puede
admitir la sujeción a reglas exteriores. Nace el culto a una
naturaleza que es la proye cción de los estados de ánimo. Nace, a
través de la búsqueda de color local, un sentimiento de lo n acional en
tanto se prefiere lo particular a lo universal. El amor forma parte
esencial del ideal r omá ntico junto con la idea de la libertad, la gloria
y el progreso. En el mundo de la subjetividad nacen el pesimismo, la
nostalgia o la tristeza, que se proyectan sobre la realidad del mundo.
El Romanticismo como escuela literaria tie ne un marco histórico
(siglo XIX), un marco político (lib eralismo), un marco geográfico
(Europa y América) , y un marco psicológico (una nueva sensibil idad) .
También se puede hablar de un romanticismo social (es decir, las
ideas del movimiento relaci onadas con el nacionalismo y el
liberalismo) , a este corresponde la obra Amalia , de José Mármol; y
un romanticismo individual (es decir, las expresiones literarias en
donde predominan los sentimientos person ales) al que corresponde la
obra María de Jorge Isaac.
Los
dos
aspectos
del
Romanticismo .
La literatura
hispanoamericana desarrolló simultáne amente las dos temáticas, en
apariencia
antitéticas,
del
Romanticismo
europeo:
un
arte
individualista, de ev asión y un arte socialista, de compromiso.
57
La evasión. Ésta fue la influencia más temprana. G eneralmente, se
convirtió en sinónimo exclus ivo de romanticismo. Sus rasgos
generales más salientes fueron:
a) Los paisajes solitarios (brumosos, otoñales, crepusculares,
nocturnos) en los que el individuo proyectaba sus sentimientos
de melancolía, angustia, desesperación.
b) La subjetividad del yo, que confiesa los desbordes de sus
sentimientos y de su fantasía, no controlados por la razón.
c) El alejamiento (de un presente y de un ambiente adversos) por
medio de la creación es tética, hacia pasados remotos o hacia
lugares exóticos.
d) La valoración de las sociedades y de las naturalezas primitivas
e) El genio en rebelión con las reglas en vigencia, cuya obra surge
a partir de fuerzas inconscie ntes (que se manifiestan en los
sueños, en los delirios, en la locura y que están ligadas al
espíritu de la comunidad)
El compromiso. Esta línea romántica llegará más tardíamente, a
través de la literatura francesa, puesto que en Francia donde se
desarrolló a partir de 1830 y de la r evolución que puso fin a la
Restauración. Sus características más importantes fueron:
a) La obra literaria no se agotaba en el goce estético ni en el
desborde de los sentimie ntos.
b) La obra literaria se entendió como un arma de combate y como
un instrumento de difusión de ideales sociales y políticos.
c) El creador fue, a la vez, un hombre público que actuó
políticamente. Su yo individual se tran sformó en un yo social
identificado con su patria y con la humanidad entera.
El alma romántica .
La crisis de la conciencia europea d el siglo XVIII fue
intelectual porque estaba basada en la preeminencia de la razón.
El equilibrio y la estabilidad del arte debían expresarse según
normas de la tradición clásica y buscar el perfeccionamiento del
hombre.
La crisis de la conciencia en el si glo X IX es sentimental, con
un desplazamiento de las facu ltades del alma que ahora adquieren
una importancia capital para interpretar la realidad exterior.
Las características del romántico son:
 Egocentrismo: el yo es el centro del mundo
 Excentricidad : el romántico se cree un ser distinto y único
 Originalidad: la obra de arte es producto de la inspiración y no
está sujeta a cánones.
58
 Individualismo: el sentimiento debe expresarse libremente y la
emoción de cada uno debe reinar por sobre todas las cosas.
 Imaginación: frente a un mundo prosaico el alma se hunde en la
ensoñación y rompe las fronteras del tiempo y del espacio que
lo constriñen.
Nace el héroe romántico distinto de los demás, superior por la
fuerza de sus sentimientos, con rasgos psicológicos y fís icos
propios que lo aíslan de la sociedad y lo distinguen como un tipo
humano y peculiar . El héroe romántico es joven, sensible y
hermoso. Vive intensamente sus p asiones y a veces identifica al
personaje con el autor.
La naturaleza .
El sentimiento de la naturaleza es uno de los pilares de la
obra literaria que identifica a los escr itores de este movimiento.
El poeta romántico se adhiere a la naturaleza porque –asilado del
mundo- encuentra en ella una respuesta a sus sentimientos.
La naturaleza comienza por ser un espectáculo acogedor y
luego se transforma en amigo y confidente. La tristeza del
romántico se identifica con paisajes grises, la melancolía proyecta
sobre los cielos sensaciones de vacío o abandono y, por último,
todos los estados de ánimo se funden con sentimientos que son
atribuidos a la misma naturaleza. Esta adquiere, entonces, un
carácter religioso, como si Dios se manifestara a los hombres a
través de ella. Se la adora y se la co nvierte en deidad
bienhechora. Se puede dialogar con las nub es, las olas, los árboles,
o ver en la noche el momento propicio para la meditación, la
soledad y el ensueño. La frecuencia de este sentimiento frente a
la naturaleza como deidad y como confidente se refleja en la
reiteración de d eterminados tópicos litera rios: los momentos del
día (el crepúsculo, la noche, la inmensidad), o de temas como la
luna o la tempestad, que comparten la serenidad o las pasiones del
héroe romántico.
El Romanticismo, en su afán de escapar de las luchas de la
civilización, busca en l a naturaleza un descanso y un alb ergue.
La Naturaleza es la prolongación de los sentimientos del
hombre. Paisajes nocturnos, prefi eren la noche al día y los lugares
más lúgubres. La realidad exterior deb e ser imitada, búsqueda de
la soledad, preferencia p or los campos, los bosques, la montaña y
el mar; prioridad de la n oche, la luna y las estrellas; gusto por las
ruinas y los monumentos históricos locales; el paisaje es solidario
con el artista y los protagonistas de las obras; el paisaje provoca
estados espirituales (lírica).
El exotismo .
59
La regresión del hombre romántico fuera de la civilización que
lo quiere someter explica las búsquedas de lo exótico y los viajes
a países maravillosos. La literatura es una invitación para viajar a
una geografía dist inta y una manera de soñar con un pasado
heroico que promete la felic i dad al hombre sensible. Los
escritores románticos descubren países que luego incorporan a sus
obras. Para los europeos lo exótico es Egipto, Oriente, Grecia y el
norte de África, para l os americanos lo exótico es el indio.
El amor.
Como consecuencia de la liberación de los sentimientos que
ahora pueden exponerse públ icamente a través de la literatura,
adquieren una importancia decisiva en el Romanticismo los est ados
propios del amor i dealizado. El amor es ennoblecido y elevado a la
categoría de deidad, junto con la natur aleza. La mujer amada es un
ángel que desciende de los cielos par a purificar el alma de los
románticos. Adquiere así una importancia que no había tenido
nunca como lo d emuestran las innumerables novelas sentimentales
que las tienen como protagonistas y dan nombre a esas obras.
Personajes simbólicos del Romanticismo.
El individuo romántico (rebelde, altivo, desdeñoso, contrario
a las leyes y a los límites i mpuestos por autoridades tiránicas,
desafiante) se sintió expresado en las figuras de los titanes
(mitad dioses, mitad hombres): Prometeo (robó el fuego sagrado
para entregarlo a los hombres), Luc ifer, Caín, Don Juan, el
bandido, el pirata, el fuera de la ley, el jove n sufriente-.
Géneros literarios del Romanticismo.
 La poesía: la identificación del romántico con el poeta es casi
absoluta. La poesía será la expresión directa más adecuada con
los estados del alma. El poeta romántico comunica direct amente
sus sentimien tos. Revive sus emociones y otorga al verso calidad
de confidencia, de s ecreto compartido con el lector. Siente la
necesidad de hablar de sus estados melancólicos y aliviar su
tristeza comunicando su dolor. Se extiende la influencia de una
poesía que es em inentemente subjetiva y lírica. Los acentos del
amor humano son los recogidos en una poesía de gran lirismo. Así
encontramos:
 El poema sentimental : tema: el amor, la religión, la
meditación.
 El poema descriptivo: tema: el paisaje.
 El poema narrativo: tema: anécdotas históricas. roicas.
60
Ot ra s c ar act e rí s t ica s :
 Revalorización de los sentimientos . Triunfo del sentimiento
sobre la razón: por eso son muy apasionados
 Deseos de originalidad .
 Individualismo
artística) .
( manifestado,
sobre
todo,
en
la
creación
 Tendencia a la melancolía, neurosis, suicidio .
 Evasión de la realidad . Siempre están disconformes con el
presente, por eso prefieren el pas ado o el futuro.
 Bohemia del artista.
 Gusto por la soledad, la noche, el tema de la muerte y lo
misterioso .
 Nacionalismo. Patri otismo: aman a su patria y sufren por ella y
más cuando deben exiliarse.
 Historicismo nacional : la temática nacional vuelve a interesar y
la historia nacional se co nvierte en la proveedora de numerosos
temas.
 Importancia e idealización de la figura femenina : aparece la
mujer ángel, la heroína.
 Color local: revalorización del paisaje nacional, costumbres y
tipos humanos.
 Fatalistas: nadie puede huir de su propio destino.
 Búsqueda de la libertad: no sólo en su vida, sino también en la
creación li teraria.
 Subjetivismo y sentimentalismo : Interpretan a la realidad
desde su punto de v ista. Predominio del yo del artista; prioridad
de la inspiración y el se ntimiento sobre la razón; lirismo
subjetiv o; intercambio entre las almas humanas.
 Amor: El amor y el sufrimiento que genera la imposibilidad de
amar es el tema principal. El amor es el sentimiento fundamental
del ser humano y la v ida; es una forma más del culto a Dios, y
61
está ennoblecido por la mujer; el amor por sobre los prejuicios e
inter eses.
 Muerte: es la posibilidad de concretar lo que no se puede
realizar durante la vida.
 Popularismo: El arte debe representar la individualidad de cada
pueblo, sólo puede llegarse a lo universal a través de lo regional,
el pueblo es el origen y destina tario de la obra artíst ica.
 Religiosidad y cristianismo : aspiración infinita hacia Dios;
asociación del hombre con Dios (deísmo) y de Dios con la
naturaleza (panteísmo); cree ncia en el demonio, Satán y el Ángel
Caído; gusto por los lugares religiosos; ley endas religiosas.
 Otros contenidos románticos : dolorismo, optimismo, ensoñación,
visiones, música, gigantismo, sepulcralismo
 Ideología:
libertad
política,
democratismo,
cientificismo, feminismo, revol ución.
progresismo,
 Actitud libre frente al arte : El romanticismo es la revolución
en la literatura, el artista debe romper con las normas y las
reglas clásicas; no hay separación entre los géneros; puede
mezclarse la prosa y el verso; camb io en las combinaciones
métricas y estróficas; revalorización de la p ropiedad indiv idual.
 Géneros pref eridos : la poesía, la novela histórica, el drama
(mezcla de tragedia y comedia) ; la leyenda y el cuento.
 Lengua: independencia idiomática, empleo de la lengua propia.
AC TI V IDA DE S
L e er el t e x to : S i g lo XIX . R o ma n ti cis m o . C o n te x t o h is t ór ic o, s oc ial y
cul t u ral .
1. Co n fe cc io na r u n ma pa co n ce pt ua l c o n l os co n ten id os del m ism o .
L e er el t ex t o : S i gl o XIX . C ara c te r es ge n er al es de l R o ma n ti ci sm o.
2. Co n fe cc io na r u n ma pa co n ce pt ua l c o n l os co n ten id os del m ism o .
LA NOVELA
La novela en el siglo XIX: en el siglo XIX, José Joaquín Fernández de
Lizardi fue el iniciador del género en Hispanoamérica, con sus novelas elaboradas
62
entre 1815 y 1820. En ellas se incorporan los primeros personajes femeninos en
roles protagónicos, los mecanismos del folletín y la preocupación por la mujer como
público lector.
La novela tiene una base verídica y busca en el pasado la
reconstrucción de costumbres y ambientes nacionales que permiten precisar los
detalles del color local. La obra de carácter documental presenta cuadros de tipos
humanos y de situaciones políticas de la época.
Clasificación de las novelas del siglo XIX.
63
Novela histórica
Novela sentimental
Evo ca n la s ép o ca s
d e la co nq u is ta y d e
la co lo ni a.
So b r e
un
fo nd o
hi s tó r i co
ap ar ece n
p er so n aj es
y
si t uac io ne s
de
ficc ió n r ela cio nad o s
co n
la s
p ro b le má ti ca s
d el
ho mb r e r o má n ti co
Te ma s:
a. Re co ns tr uc ció n
d el p a sad o .
b . Lu c ha s
de
lo s
ind io s co ntr a lo s
esp a ño le s.
c. Lo s
p r o c eso s
inq u i si to r i ale s.
d. Las a ve n t ur a s d e
lo s p ir a ta s .
Te ma s:
a mo r
p uro
e
i mp o s ib l e e n tre ad o le sc en te s,
co n fli cto s e ntr e e l a mo r y el
d eb er.
El ma rco : l a na t ura lez a , q u e
act úa
co mo
a mi ga
y
p ro tec to ra
de
lo s
en a mo rad o s.
Lo s se nti mi en to s: d e s b o rd e
afec ti vo q ue s e e xp r e sa a
tra vé s d e l l la n to d e lo s
p erso n aj es
Lo s lecto re s: se i nco rp o ra e l
p úb lico fe me n i no .
Lo s a s pecto s fo r ma le s: la
no ve la ad o p ta la fo r m a d e
d iario , d e l ib ro d e me m o ria s,
d e rela to o ral d e h ec ho s
au to b io gr á fi co s , d e cart as
q ue i nt erc a mb i a n p er so n aj es.
El na rra do r: e n p r i mera
p erso n a.
Lo s
pro pó sito s
del
na rra do r:
co n mo ver
y
e mo cio n ar a s u p úb li co .
Lo s tí tu lo s: a l ud e n ca si
si e mp re a la s p ro ta go ni s ta s
fe me ni n as .
Per so na j e s: ofrecen el juego de
sus pasiones y del sentimentalismo
desnudando las intimidades de su
alma.
Novela costumbrista
S uce s ió n d e e sce na s
p o p u lare s y d o mé st ica s
so b re c u yo fo nd o se
d esa rro l la la tr a ma d el
rela to .
Co lo r lo c al
In te nc io na lid ad :
real is ta, ma ni fie s ta a
tra vé s d e l d e tal li s mo
d esc rip t i vo y d e fo r ma s
li n g üí s ti ca s re gio n ale s
y c o lo q ui al es
T e ma s:
a. No v ela s i n dia n ista s:
el p er so naj e es el
ind io , vi s to co mo u n
ser id ea l, co n to d a s
la s c arac ter í st ica s d el
s u fri e nt e
h éro e
ro má nt ico .
b. No v ela s
a bo l icio n is ta s:
lo s
p er so n aj es so n lo s
esc la vo s ne gro s. El
esc la vo
ap ar ece
id ea liz ad o co mo la
ví ct i ma no b le q ue
s u fre e l a tro p e llo d e
lo s mal v ad o s.
El folletín y el público lector. A comienzos del siglo XIX, una masa de
nuevos lectores se incorporó al circuito literario por las siguientes causas:
a)
Transformaciones socioeconómicas que acompañaron el ascenso de la
burguesía.
b)
Difusión de la lectura y de la escritura a sectores cada vez más
numerosos.
c)
Nuevas máquinas que agilizaban y abarataban la impresión de
periódicos
d)
Creciente popularización de la literatura, a través del periodismo
Estos hechos, que tuvieron lugar primero en Europa y luego en las
principales ciudades de Hispanoamérica, explican la aparición y el éxito del
folletín entre públicos hasta entonces marginados de la literatura.
64
Características: los personajes se dividen en: perversos e inocentes, pero
muchas veces sus identidades están encubiertas y sólo son reveladas en el
final. El relato se fragmentaba en sucesivas entregas y esto mantenía el
interés del público para adquirir el número siguiente. Los hechos esperados
no se concretaban, en cambio, se los postergaba con persecuciones, duelos o
relatos secundarios. Puesto que el público manifestaba preferencia por el
reencontrarse con lo conocido, se enfatizaron, se ampliaron, se acumularon
situaciones similares. El efecto final del conjunto no importaba tanto como
el hecho de que el fragmento resultara atractivo y vendible.
Las mujeres y la producción literaria: Durante el siglo XIX, en
Hispanoamérica, se alzaron voces que no se ocuparon de la lucha, de la
acción, de lo político ni de lo público. Sus temas eran el mundo doméstico, lo
privado, lo femenino, los sentimientos. Los géneros en los que se
manifestaron fueron principalmente la novela sentimental y el folletín.
La valorización de las emociones coincidió con la aparición y consolidación de
un nuevo público: algunas mujeres cercanas a la clase dirigente accedieron al
mundo de la cultura letrada como ávidas lectoras o como escritoras.
L e er e l s i gu ie n t e f rag m e n t o de la o b ra “ Ma ría” d e J o r g e Isaa cs y
ma rca en él las ca ra ct e rís t icas ro má n t ic as q ue e nc u en t re s .
“María” de Jorge Isaacs
Fragmentos seleccionado por la docente.
Prólogo
A LOS HERMANOS DE EFRAÍN
He aquí, caros amigos míos, la historia de la adolescencia de aquel a quien tanto amasteis y
que ya no existe. Mucho tiempo os he hecho esperar estas páginas. Después de escritas me
han parecido pálidas e indignas de ser ofrecidas como un testimonio de mi gratitud y de mi
afecto. Vosotros no ignoráis las palabras que pronunció aquella noche terrible, al poner en mis
manos el libro de sus recuerdos: "Lo que ahí falta tú lo sabes: podrás leer hasta lo que mis
lágrimas han borrado". ¡Dulce y triste misión! Leedlas, pues, y si suspendéis la lectura para
llorar, ese llanto me probará que la he cumplido fielmente.
I
Era yo niño aún cuando me alejaron de la casa paterna para que diera principio a mis estudios
65
en el colegio del doctor Lorenzo María Lleras, establecido en Bogotá hacía pocos años, y famoso
en toda la República por aquel tiempo.
En la noche víspera de mi viaje, después de la velada, entró a mi cuarto una de mis hermanas,
y sin decirme una sola palabra cariñosa, porque los sollozos le embargaban la voz, cortó de mi
cabeza unos cabellos: cuando salió, habían rodado por mi cuello algunas lágrimas suyas.
Me dormí llorando y experimenté como un vago presentimiento de muchos pesares que debía
sufrir después. Esos cabellos quitados a una cabeza infantil; aquella precaución del amor contra
la muerte delante de tanta vida, hicieron que durante el sueño vagase mi alma por todos los
sitios donde había pasado, sin comprenderlo, las horas más felices de mi existencia.
A la mañana siguiente... los brazos de mi madre. Mis hermanas al decirme sus adioses las
enjugaron con besos. María esperó humildemente su turno, y balbuciendo su despedida, juntó
su mejilla sonrosada a la mía, helada por la primera sensación de dolor. (…)
(…) Pasados seis años, los últimos días de un lujoso agosto me recibieron al regresar al
nativo valle. Mi corazón rebosaba de amor patrio. Era ya la última jornada del viaje, y yo
gozaba de la más perfumada mañana del verano. El cielo tenía un tinte azul pálido: hacia el
oriente y sobre las crestas altísimas de las montañas, medio enlutadas aún, vagaban algunas
nubecillas de oro, como las gasas del turbante de una bailarina esparcidas por un aliento
amoroso...
Antes de ponerse el Sol, ya había yo visto blanquear sobre la sobre la falda de la montaña la
casa de mis padres... Respiraba al fin aquel olor nunca olvidado del huerto que me vio formar.
Las herraduras de mi caballo chispearon sobre el empedrado del patio. Oí un grito indefinible;
era la voz de mi madre: al estrecharme ella en los brazos y acercarme a su pecho, una sombra
me cubrió los ojos: era el supremo placer que conmovía a una naturaleza virgen.
Cuando traté de reconocer en las mujeres que veía, a las hermanas que dejé niñas, María
estaba en pie junto a mí, y velaban sus ojos anchos párpados orlados de largas pestañas. Fue
su rostro el que se cubrió del más notable rubor cuando al rodar mi brazo de sus hombros rozó
con su talle; y sus ojos estaban humedecidos, aún al sonreír a mi primera expresión afectuosa,
como los de un niño cuyo llanto ha acallado una caricia materna. (…)
(…) Dormí tranquilo... La voz de María llegó entonces a mis oídos dulce y pura: era su voz de
niña, pero más grave y lista ya para prestarse a todas las modulaciones de la ternura y de la
pasión. ¡Ay! ¡Cuántas veces, en mis sueños, un eco de ese mismo acento ha llegado después a
mi alma, y mis ojos han buscado en vano aquel huerto donde tan bella la vi en aquella mañana
de agosto! (…)
(…)Las almas como la de María ignoran el lenguaje mundano del amor; pero se doblegan
estremeciéndose a la primera caricia de aquel a quien aman, como la adormidera de los
bosques bajo el ala de los vientos.
Acababa de confesar mi amor a María; ella me había animado a confesárselo, humillándose
como una esclava a recoger aquellas flores. Me repetí con deleite sus últimas palabras; su voz
susurraba aún en mi oído: "Entonces, yo recogeré todos los días las flores más lindas". (…)
(...) Una tarde, tarde como las de mi país, engalanada con nubes de color de violeta y lampos
de oro pálido, bella como María, bella y transitoria como fue ésta para mí, ella, mi hermana y
yo, sentados sobre la ancha piedra de la pendiente, desde donde veíamos a la derecha en la
honda vega rodar las corrientes bulliciosas del río, y teniendo a nuestros pies el valle
majestuoso y callado, leía yo el episodio de Atala, y las dos, admirables en su inmovilidad y
abandono, oían brotar de mis labios toda aquella melancolía aglomerada por el poeta para
"hacer llorar al mundo". Mi hermana, apoyado el brazo derecho en uno de mis brazos, la cabeza
casi unida a la mía, seguía con los ojos las líneas que yo iba leyendo. María, medio arrodillada
cerca de mí, no separaba de mi rostro sus miradas, húmedas ya.
El Sol se había ocultado cuando con voz alterada leí las últimas páginas del poema. La cabeza
pálida de Emma descansaba sobre mi hombro. María se ocultaba el rostro con entrambas
manos. Luego que leí aquella desgarradora despedida de Chactas sobre el sepulcro de su
amada, despedida que tantas veces ha arrancado un sollozo a mi pecho: "¡Duerme en paz en
extranjera tierra, joven desventurada! En recompensa de tu amor, de tu destierro y de tu
muerte, quedas abandonada hasta del mismo Chactas", María, dejando de oír mi voz, descubrió
la faz, y por ella rodaban gruesas lágrimas. Era tan bella como la creación del poeta, y yo la
amaba con el amor que él imaginó. Nos dirigimos en silencio y lentamente hacia la casa. ¡Ay,
mi alma y la de María no sólo estaban conmovidas por aquella lectura: estaban abrumadas por
el presentimiento! (…)
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(…) Pasados tres días, al bajar; una tarde de la montaña, me pareció notar algún sobresalto
en los semblantes de los criados con quienes tropecé en los corredores interiores. Mi hermana
me refirió que María había sufrido un ataque nervioso; y al agregar que estaba aún sin sentido,
procuró calmar cuanto le fue posible mi dolorosa ansiedad.
Olvidado de toda precaución, entré a la alcoba donde estaba María, y dominando el frenesí que
me hubiera hecho estrecharla contra mi corazón para volverla a la vida, me acerqué desconcertado a su lecho. A los pies de éste se hallaba sentado mi padre: fijó en mí una de sus miradas
intensas, y volviéndola después sobre María, parecía quererme hacer una reconvención al
mostrármela. Mi madre estaba allí; pero no levantó la vista para buscarme, porque, sabedora
de mi amor, me compadecía como sabe compadecer una buena madre en la mujer amada por
su hijo, a su hijo mismo.
Permanecí inmóvil contemplándola, sin atreverme a averiguar cuál era su mal. Estaba como
dormida: su rostro, cubierto de palidez mortal, se veía medio oculto por la cabellera
descompuesta, en la cual se descubrían estrujadas las flores que yo le había dado en la
mañana: la frente contraída revelaba un padecimiento insoportable, y un ligero sudor le
humedecía las sienes: de los ojos cerrados habían tratado de brotar lágrimas que brillaban
detenidas en las pestañas.
Comprendiendo mi padre todo mi sufrimiento, se puso en pie para retirarse; mas antes de salir
se acercó al lecho, y tomando el pulso de María, dijo:
-Todo ha pasado. ¡Pobre niña! Es exactamente el mismo mal que padeció su madre. (…)
(…) Cuando salí al corredor que conducía a mi cuarto, un cierzo impetuoso columpiaba los
sauces del patio; y al acercarme al huerto, lo oí rasgarse en los sotos de naranjos, de donde se
lanzaban las aves asustadas. Relámpagos débiles, semejantes al reflejo instantáneo de un
broquel herido por el resplandor de una hoguera, parecían querer iluminar el fondo tenebroso
del valle.
Recostado en una de las columnas del corredor, sin sentir la lluvia que me azotaba las sienes,
pensaba en la enfermedad de María, sobre la cual había pronunciado mi padre tan terribles
palabras. ¡Mis ojos querían volver a verla como en las noches silenciosas y serenas que acaso
no volverían ya más!
No sé cuánto tiempo había pasado, cuando algo como el ala vibrante de un ave vino a rozar mi
frente.
Miré hacia los bosques inmediatos para seguirla: era un ave negra.
Mi cuarto estaba frío; las rosas de la ventana temblaban como si se temiesen abandonadas a
los rigores del tempestuoso viento: el florero contenía ya marchitos y desmayados los lirios que
en la mañana había colocado en él María. En esto una ráfaga apagó de súbito la lámpara, y un
trueno dejó oír por largo rato su creciente retumbo, como si fuese el de un carro gigante
despeñado de las cumbres rocallosas de la sierra.
En medio de aquella naturaleza sollozante, mi alma tenía una triste serenidad.
Acababa de dar las doce el reloj del salón. Sentí pasos cerca de mi puerta y muy luego la voz
de mi padre que me llamaba. "Levántate", me dijo tan pronto como le respondí, "María sigue
mal".
El acceso había repetido. (…)
(…) En la tarde del mismo día se despidió de nosotros el doctor, después de dejar casi
completamente restablecida a María y de haberle prescrito un régimen para evitar la repetición
del acceso, aunque prometió visitar a la enferma con frecuencia. (…)
(…) Pasados diez días, mi padre estaba convaleciente, y la alegría había vuelto a nuestra casa.
Cuando una enfermedad nos ha hecho temer la pérdida de una persona amada, aquel temor
aviva nuestros más dulces afectos hacia ella, y hay en los cuidados que le prodigamos, alejado
ya el peligro, una ternura capaz de desarmar a la muerte misma.
(…)-¡María! ¡Mi María! -exclamé estrechando contra mi corazón aquella cabeza entregada a mis
caricias.
-¡Ay!, ¡No, no, Dios mío! -interrumpióme sollozando.
Y desprendiéndose de mi cuello cayó sobre el sofá inmediato: era Emma, mi hermana. Vestía
de negro, y la luna acababa de bañar su rostro lívido y regado de lágrimas.
Se abrió la puerta del aposento de mi madre en ese instante. Ella, balbuciente y palpándome
con sus besos, me arrastró en los brazos al asiento donde Emma estaba muda e inmóvil.
-¿Dónde está, pues, donde está? -grité poniéndome en pie.
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-¡Hijo de mi alma! -exclamó mi madre con el más hondo acento de ternura y volviendo a
estrecharme contra su seno-: en el cielo.
Algo como la hoja fría de un puñal penetró en mi cerebro: faltó a mis ojos luz y a mi pecho
aire. Era la muerte que me hería... Ella, tan cruel e implacable, ¿por qué no supo herir?... ¿Por
qué se llevó a María?
(…) El Sol al ponerse cruzaba el ramaje enmarañado de la selva vecina con algunos rayos, que
amarilleaban sobre los zarzales y en los follajes de los árboles que sombreaban las tumbas. Al
dar la vuelta a un grupo de corpulentos tamarindos quedé enfrente de un pedestal blanco y
manchado por las lluvias, sobre el cual se elevaba una cruz de hierro: acerquéme. En una
plancha negra que las adormideras medio ocultaban ya, empecé a leer: "María"...
A aquel monólogo terrible del alma ante la muerte, del alma que la interroga, que la maldice...
que le ruega, que la llama... demasiado elocuente respuesta dio esa tumba fría y sorda, que
mis brazos oprimían y mis lágrimas bañaban.
El ruido de unos pasos sobre la hojarasca me hizo levantar al frente del pedestal: Braulio se
acercó a mí, y entregándome una corona de rosas y azucenas, obsequio de las hijas de José,
permaneció en el mismo sitio como para indicarme que era hora de partir.
Púseme en pie para colgarla de la cruz, y volví a abrazarme a los pies de ella para dar a María y
a su sepulcro un último adiós...
Había ya montado, y Braulio estrechaba entre sus manos una de las mías, cuando el revuelo de
un ave que al pasar sobre nuestras cabezas dio un graznido siniestro y conocido para mí,
interrumpió nuestra despedida: la vi volar hacia la cruz de hierro, y posada ya en uno de sus
brazos, aleteó repitiendo su espantoso canto.
Estremecido, partí a galope por en medio de la pampa solitaria, cuyo vasto horizonte
ennegrecía la noche.
Jorge Isaacs
RE AL I S M O.
Se de no mi nó R e a l is mo a la c or rie nte li tera ri a po sr omá nt ic a q ue f l ore ci ó
en E ur opa d ur a n te la s e gu n da mita d de l si gl o XI X, a la l u z de ca mb i os s o cia les
y de n ue va s co n ce p c io ne s fi lo só fi ca s.
E l re a l is mo lite ra r io i nte nta s upe ra r e l s u bje ti vi sm o r omá nti c o co n la
ob ser va ci ó n dir e c ta y ob je t iv a de la rea lid a d , pa ra l o c ua l el es cr it or to ma u na
po si ci ón imp e r so na l , c omo u n cr o nis ta o mn i sc ie nte y m in u ci os o q ue r egi stra y
a na l iza a mbi e n te s , co st umb re s , p ers o na jes y co n fl ic to s. E n la o bra l itera ria
a pa re ce e l m u nd o h u ma n o y ma te ria l co n s us la cra s , b a j eza s e h i po cre sía s. E l
es crit or s ue le mo stra r su se nt id o é ti co , q ue c ues tio na la s o cie da d en q ue vi v e .
E l le n gu a j e e s usa do c on cu ida do y el es til o res ult a s ob ri o y ef i ca z .
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El g én e r o n o ve lí s tic o. La s o cie da d e ur op e a bur g uesa de med ia d os de l
sig lo XI X, q ue b us ca b a re fl e j a r s u c o ntem p ora nei da d a tra vé s d e la téc ni ca
rea li sta , e nc o ntr ó e n e l gé ne r o no ve lís ti c o u na vía idea l de e xpr esi ó n. La
no ve la , q ue fl ore ce de ma ne ra e xtra or d i na r i a a pa rt ir de est a é po ca , ya n o se
ba sa s ob re la a né c dot a ni so bre e l enr ed o d e la a cc ió n , si n o qu e se o cu pa de
la te n si ón d iná mi ca e n tre e l i n di vi du o y la s o cie da d .
La s o bra s tra ta n te m a s d e la vi da c oti dia na , co n fl i cto s mo ra le s q ue
ca ra ct eri za rá n l a psi c ol ogía de l ho mb re c o nte mp orá ne o. E s po r est o q ue la
no ve la re a l ista y la n a tur a li sta i ni cia n e l c a mi no de la no v ela m ode rna . L os
pers o na je s pe rte ne ce n a la vida cot idi a na .
CA R A CT ER ÍS T I CA S GE NE RAL ES
1. Ob s er vac ió n . La o bs e rva c ió n pa sa a se r l a fa c ulta d má s e sti ma da e n el
a rte ; s e de s he cha n la im a g ina c ió n y e l s en ti mie nt o (de l r oma nt i cis mo) y la
ra zó n (de l ne oc la s ic is mo) ; e sta ob se rva c ió n se a pli ca a t od o e l co nt or n o
que r ode a a l e s c rit or ( ho mbr es , lu ga re s , co s tum bre s, s o cie da d , c o sa s) y se
a pro ve c ha n s us da t os co mo ma te ria li tera ria .
2. R eg i on al is mo . L o s n ov e li sta s y c ue nti sta s se i nter esa n p or la r e a lida d de
ca da re gi ón , y la n o ve la no es un i fo rme en t od o u n pa ís .
3. C os t um b ri sm o . La d e s cri pc ió n de c ost um b res de l o s i nd i vid u os o cla ses
so cia le s i nte r e sa v iva me n te a l os a rt ista s, y e llo s so n t oma do s c om o
pro ta g on is ta s i n di vi du a le s y n o com o fig u ra s r e pre se nta t i va s o sí m bol os de
cla se s.
4. Am pl iac i ón de l r ep er t or i o d e p ers o na je s . Se a mpl ía la s erie de
pers o na je s q ue i nte r e sa n a la l i tera tu ra , in co rp ora nd o a la s fi gu ra s
co m un e s , vu lga re s , fe a s o v ic io sa s q ue n o r evi ste n e l ca rá cte r d e hér oe s,
pro tot ip os o mo de l o s; e n ge nera l pert en ec en a la c la s e m edia o ba j a .
5. C on t e m p ora n ei da d . Se de sa rr ol la n tema s de la ép o ca y e l m om ent o, c o n
ol vi do de lo s te ma s hi stó ri co s o a nt ig u os .
6. Aus e nc ia d e v o lu n ta ris m o y de s en t i m en ta li sm o . Lo s pe rso na je s
a ct úa n e n la s n o ve la s y c ue nt os seg ú n la s moti va ci o ne s de la v ida rea l,
a ú n c ua nd o s e a n s u ba l te r na s o mez q ui na s .
7. Acci ó n na t ur al . La s obra s se ce ntra n e n tor n o a una a c ci ó n, ca rá ct er,
co st um bre s o pe rs on a , que l ogra n un d esa rr oll o y u n des en la ce na tura l, d e
a c uer do co n la p si co lo gía o la s ci r cu n sta n cia s, y n o c o mo e l a rbi tr a rio o el
des ig ni o d e l a u tor .
8. Fi na li da d e x tra li t er aria o t e sis . A un q ue no t oda s , mu c ha s ob r a s tie ne n
u n fi n s oc ia l o ide o l óg i co o e n cier ra n u na t es is.
9. P ro sa y n ov el a . N o e xi sti ó p rá c ti ca me nt e r ea li smo e n p oes ía , y d ent ro de
la p ro sa , l os gé ne ro s má s c ult i va d os fu er on la no ve la y el c ue nt o.
1 0. Des cr i pci ó n y na rra ci ón . F ue ro n l os do s pro ce dim ie nto s té c ni co s má s
empl e a d os po r lo s e s c rit ore s.
1 1. L it e ra t ura d e l a cl ase m e dia . T a n to s l os a uto res co mo l os lect ore s
perte ne ce n ge ne ra l me nte a la c l a s e medi a ; n o se e sc ri be a h ora pa r a
mi nor ía s a r ist o crá t i ca s o a ca dém ica s , s i no pa ra el p úb li c o e n ge n e r a l.
Na tu ra lis m o: cara c t er ís ti cas l i t era ri as.
Ha c ia 1 8 7 0 a pa r e c e e n la li tera t u ra eu ro pea u n mo v imie n to li tera r io
deri va do de l r e a li sm o, lla ma do Na t ura li sm o, que in te nta re f le ja r l a rea li da d a
tra v és de lo s mé t od os de ob se r va ci ó n y a ná lis is de la s c ie n cia s n a tur a le s. E l
má s imp or ta n te t e ó ri c o d e l mo vi mie nt o es el n o vel ista fra n cés E m il io Z ola .
E l Na t ura li sm o ut ili za n do la s te or ía s cie nt í fi c a s de la he re nc ia bi ol ó gi ca y
de la i n fl ue n cia de l m e di o s obr e el ho mb re, co n o cida s co mo d eter mi nis mo , s e
co mpl a c e e n e x hi bir p e rs on a j e s deg ra da do s por l a e nf erm eda d y l a mi ser ia e n
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a mbie nt e s s ór di do s y ma rg ina le s. De a c uerd o c o n esta s te or ía s e l ho mbr e n o
es tot a lme nt e li bre , si no qu e e stá su je to o d eterm in a d o des de s u n a ci mie nt o a
rea li za r , i ne xo ra b le me nte , un de sti n o re gid o por el fa ta li sm o de d os fa ct o re s
que l o co n di ci o na n: la he re n cia bi ol ógi ca y e l me di o s o cia l.
Lo s e s cri tor e s na t u ra li sta s c o ns ide ra n q ue e l i nst i nto , la em o ci ón o la s
co n di ci o ne s s o cia l e s y e c o nó mi ca s r ige n la co n du cta hu ma na , re c ha za n do el
lib re a l be d rí o y a d op ta nd o e n gra n me di d a el de term i ni smo bi ol ógi c o de
Cha rle s Da r w i n y e l e c on óm ic o de Ka r l M a r x.
E n Hi spa noa mé r i ca , e l na t ura li sm o a pa re ce en l a n o vel a h a c ia 1 8 8 0 e n
u na co rr ie nte q ue bu s ca so bre to do a na l iza r lo s pr obl ema s ét ni c os y s oc ia l es a
tra v és de la c o nd u cta de l os pe rs o na j es .
Se ca ra cte riza e n e sta s zo na s po r la ob jet iv ida d rel a ti va en la
des cr ip ci ó n mi n uc io sa y pre c isa de a m bie nt e s, c o n pre fe re n cia de l ba jo f on do
ur ba n o y r u ra l , a u nq ue ta mb ié n s e d es cri be n a m bie nte s bu rg ue ses y
a ris to crá ti co s. Ta nt o la s c la se s s upe ri ore s c om o la s i n fer io res no s o n si n o
estra ti fi ca ci o ne s de u na m is ma e spe c ie h uma na : e l ho mbr e des va l id o e
ig no ra n te . D omi na , p ue s, un e sp íri tu a m a r go y pes imi sta : el d esa fí o a la s
ley es de l a he re n cia bi oló gi ca pre ci pit a a lo s p rota go n ista s e n el fra ca so .
E sto s pe r so na je s re pre s e nta n a t od o u n g ru po s o cia l , no p ose en
in di vi dua li da d .
E l Na tu ra l ism o e n Hi spa noa mér i ca es u na n ue va po si bil id a d de
int erp reta r la so ci e d a d y de d es cr ibi r l o ese n cia l de ca da p a ís . Ha y u n
mome nt o de nt ro de l Na t ur a li sm o en q ue l os es c rit o re s h is p a no a meri ca n os
está n fu e rte me nte co mpr ome t id os c on la ti erra , lo tel úr ic o , la b ú sq ueda de un
ví n c ul o ori gi na l . E s d e ci r, c ua lq uie ra qu e sea e l te ma , el es ce na r io es la
geo gra fía de l c on ti ne n te : la pa m pa , la l la n u r a , l a sel va , e l r ío , la mo nt a ña , la
sa ba na , e l de si e rt o, la c ost a , e t c. . .
La s pr obl e má t ic a s s o cia les qu e ex pl ica n l a a pa ri ci ó n de la te nde n cia
na t ura li sta e n E ur opa (la c re cie nt e i n du str i a liza ci ó n, la l u c ha d e c la se s , l os
a su nt o s de í nd ole pol íti ca , e c on óm ic a y m ora l) , ta m bié n va l en pa ra
Hi spa noa mé r i ca . Si n e mba r go , a q uí se in c or pora n cie rta s t emá t ica s ge nu i na s ,
co mo la op os ic ió n e n t re e l e le me nto a utó ct on o y e l e xtra n je ro , la s di f ere n cia s
ra c ia le s, e l e n fre nt a m ie n to de l h omb re c o n la na tu ra le za , la s it u a ci ó n de lo s
su b urb io s e n la s g ra nd e s ci ud a de s, el ca c iq ui smo o la i ne sta b ili da d pol íti ca .
Pos e e , a d e má s, un a Na rra ti va de Te si s: fie l tes tim o ni o de la s
ci rc u ns ta nc ia s hi stó ri ca s , a mb ie nta le s , p olí ti ca s y r a c ia le s : va lo r de
do c ume nt o h i st ór ic o . Pe ro , a un q ue se ba se en he c ho s y co n fl i ct os rea l es , la
na r ra ti va
na t ura li sta ,
pa ra
ser
ta l,
ta nt o
la
e ur ope a
co mo
la
hi spa n oa me ri ca na , co n cib e a su s per so na j es c om o emp u ja d os por un cie go
deter mi ni sm o qu e r ige lo s a ct o s d e é st os y que s e q u iere e xpl i ca r , a nte s q ue
por el c lá s ic o “ fa t um ” d e la tra ged ia a nti gua , por le ye s de he ren c ia y p or
ci rc u ns ta nc ia s a m bie nt a le s .
E n la no ve la , e n c on c ret o, no s e nc o ntr a mo s c o n u na té c ni ca de
ori en ta c ió n re a li sta q ue la na rr a ti va na tu r a lis ta ha ce p ro pia : la des cri pc ió n
mi nu ci o sa y de ta lli st a de l e nt or no se f u nda m en ta e n la ca pa c ida d de
ob ser va ci ó n y s ig ni f ic a una va lor a c ió n de la rea li da d c ir c u nda nte co n a fá n de
ver o sim il i tu d.
Se p ro d uc e , pu e s , u n a uge de la no ve la expe ri me nta l (o bse r va ci ón expe rim e n ta ci ón ).
Ca rac t er ís t icas .
 La n ov e la t ie ne u n ca r á cte r d o cu me nta l e n l a pi nt ura de a mb ie nte s s o cia les
ob ser va d o s co n m in u ci osi da d y pre f iere la d e sc rip c ió n de pe rs o na je s de ba jo
fo n do o de la s oc ie da d b urg ue sa en me di os d e c or ru p ci ón .
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 Lo s pe rs o na je s e stá n de te r mi na d os po r la h ere nc ia o e l me di o. E l na r ra d or ,
ent o nc e s , se lim ita a pre s e nta r e n cu a dr os som br ío s l o s a s pe ct os ne ga ti v os
de la vi da de e so s p e rs on a j es co n e l a fá n de o fr ec er l os c on f li ct os d e la
exi ste n cia h um a na .
 E l a n he l o c ie ntí fi c o de e xpre sa r la ver da d c o mo en u n a ná lis is de l a bor a to ri o
co n du ce a l m á s cr ud o r e a l is mo , si n de se c ha r l os a spe ct os má s ínti mo s o
rep ug na nte s de lo s i n s tin to s na t ur a le s.
 F un da me nt o f il os ó fi c o. La psi c ol ogí a es só lo u n ca p ít ul o de la f is io l ogía ; l os
ca ra ct e re s s on t e mp e r a me n to s ; el a m bie nte fí si c o pre si o na s obr e el de sti n o
de la s pe rs on a s , y la h ist or ia de la s n a ci on es e stá so meti da a l
deter mi ni sm o. E sta s i de a s p ro vi en en d el p osi ti vi sm o f ra n cé s , d e Da rw in ,
S ch op e n ha ue r y otr os po co s f iló s of o s.
 R ec ur so a la c ie n ci a e xper ime nta l y p osi ti va . Cla ude B er n a rd ha bía
dem ost ra d o q ue la sim ple ex p e r ie nc ia no es lo mi sm o que la
expe rim e n ta ci ón cie nt í fi ca met ód i ca me nte p r ov o ca da , y q ue l o qu e inter esa
co n o ce r n o e s p or q ué s u ce de n l os f en óm en os , si no có mo . E st o m ism o debe
su ce de r e n la lit e ra t ur a , o se a , mo stra r s is t emá ti ca m en te có mo s u cede n lo s
he c ho s.
 La n o ve l a de be se r e xpe rim en ta l . La no v ela deb e pa sa r de l esta d o de
cie n cia de la o bs e r v a ci ó n a l e sta d o de cie n cia de la e xpe r i men ta c ió n ,
media nt e e ste pr o ce s o lit e ra r io :
a . u na ob se r va ci ó n so bre u n he c h o s o cia l o i n di vi du a l.
b. se i n ve nta una s it ua ci ón pa ra co nt ro la r es ta ob ser va c ió n
c. se ve ri fi ca e sta hip óte sis , en fu n ci ó n del rel a to o de la i nt egra .
d. el d e se nl a c e d e be se r e l r es ult a d o de e sa e x peri me nta ci ó n.
E n otra s pa la bra s, la t é c ni ca de la crea c ió n d e u na no ve la co n si st e e n t oma r
u n he ch o o u n i n di v i d uo ( un a l c oh ól ic o , p or eje mp lo) , c ol oca rl o e n d is ti nt os
a mbie nt e s s o cia l e s , ve rlo a ct ua r , e st ud ia r el me ca ni smo p or me di o d el c ua l
los fa ct ore s e xte r no s ope ra n so bre él , a pu nta r i mpa r c ia lm ente e sta s
mod i fi ca ci on e s , y co n c lu ir l a n o vel a e n la f or ma na tu ra l en q ue t er mi na ría el
ca s o e n la re a l ida d , s i n c o n ces io ne s a la im a gi na ció n ni a l se nt im ien to ni a
la s pr opi a s ide a s .
 P es im is m o. L a vi si ó n de la vi da de lo s na t u ra li sta s e s pes i mist a s ; e l
ho mbr e n o e s lib r e , p ue s d e pe nd e de s u te mpera me nto , de s u s i ns ti nt os , d e
su f is io lo gía , de la cla se s o cia l a la c ua l pe r tene ce , d e s u s e n fer m eda de s y
de s u p obr e za ; la me t a fí si ca es u na q uim er a , la re lig ió n u na e ns oña c ió n y
los se n tim ie nto s u na i lu si ón ; la rep úb li ca d eber á se r na t ura li sta o no se rá
na da .
 P re fe r en cia p or l o an or ma l . L o s p ers o n a je s má s i nter esa nte s pa ra la
lite ra t ura de b e n se r lo s a no rma les , ne u rót ic os , vi c io so s e mp eder ni do s,
en fer mo s, in mo ra le s, pe rd id os , po bre s ; lo s a mbie nt es d o nde a ct ú a n de be n
ser lo s na t u ra le s a s u co n di ci ó n, h os pi ci os , h os pita les , t a ber na s, et c.
 De ta ll is m o d es cr ip t i vo y na rra t iv o . E l na t ura li sm o se c omp l a ce e n la
des cr ip ci ó n m in u ci os a de lu ga re s y per so n a je s, y l o m ism o ha c e c o n la
na r ra c ió n , p orq ue cr e e que e sta m i nu c io sid a d c on tri b uy e a ex pli c a r la ra z ó n
de la c o nd u cta de l os pe rs o na j es , j u sti fi ca el des en la ce de la t ra ma y c rea
u n a t ra cti v o e sté t ic o má s.
Dif er e nc ias e n tr e e l r eal is m o y e l Na t ur alis m o. Am bo s m o vim ien to s
int en ta r on re f le ja r la re a l ida d ta l c om o era . S i n e mba r go , e l R ea li s mo
ma n if est ó l os i nte r e s e s de u na ca pa s oc i a l má s de fi ni da : la bu rg ue sía e n
a sc en s o. E n ca mb io , e l na t ura lis mo m ost ró a la s cla ses má s d es fa vo re ci da s ,
int en ta n do e xp li ca r la s ca usa s de lo s c o n fli ct os s o cia l es . E l rea l i smo f ue u n
mo vim ie nt o o pti mi sta , qu e cre y ó e n e l p ro gres o y en la po sib il i da d d e la s
pers o na s de e l e gi r s u ida ; e l Na t ura li smo f ue fu n da me nta lme nte pesi mi sta y
ma n if est ó l a im po si bil ida d de e s ca pa r del dete rmi ni sm o y d e l os
co n di ci o na mi e n to s so c i a le s q ue d iri ge n e l a c ci o na r h uma n o.
71
L e e l os te x t os : R ea li sm o y Na t u ral is mo
R esp o nde :
1. ¿Q ué se c o no ce com o de ter mi ni sm o ? ¿C óm o in fl u ye e n la l itera t ura
re a li sta ?
2. ¿Q ué pe ns a do re s s o n t oma d o s co mo e jes de est os mo v imie nt o s?
3. ¿Q ué ca ra cte r íst i ca s p re se nta n es to s m o vim i ent os ?
4. ¿Q ué e s u na n a rra ti va de te si s ?
5. Co n fe cc io na u n c ua dr o c omp a ra t iv o de lo s m ov im ie nto s.
A la deriva.
El hombre pisó algo blancuzco, y en seguida sintió la mordedura en el pie. Saltó
adelante, y al volverse con un juramento vio una yaracacusú que, arrollada sobre sí
misma, esperaba otro ataque.
El hombre echó una veloz ojeada a su pie, donde dos gotitas de sangre engrosaban
dificultosamente, y sacó el machete de la cintura. La víbora vio la amenaza, y
hundió más la cabeza en el centro mismo de su espiral; pero el machete cayó de
lomo, dislocándole las vértebras.
El hombre se bajó hasta la mordedura, quitó las gotitas de sangre, y durante un
instante contempló. Un dolor agudo nacía de los dos puntitos violetas, y comenzaba
a invadir todo el pie. Apresuradamente se ligó el tobillo con su pañuelo y siguió por
la picada hacia su rancho.
El dolor en el pie aumentaba, con sensación de tirante abultamiento, y de pronto el
hombre sintió dos o tres fulgurantes puntadas que, como relámpagos, habían
irradiado desde la herida hasta la mitad de la pantorrilla. Movía la pierna con
dificultad; una metálica sequedad de garganta, seguida de sed quemante, le arrancó
un nuevo juramento.
Llegó por fin al rancho y se echó de brazos sobre la rueda de un trapiche. Los dos
puntitos violeta desaparecían ahora en la monstruosa hinchazón del pie entero. La
piel parecía adelgazada y a punto de ceder, de tensa. Quiso llamar a su mujer, y la
voz se quebró en un ronco arrastre de garganta reseca. La sed lo devoraba.
-¡Dorotea! -alcanzó a lanzar en un estertor-. ¡Dame caña1!
Su mujer corrió con un vaso lleno, que el hombre sorbió en tres tragos. Pero no
había sentido gusto alguno.
-¡Te pedí caña, no agua! -rugió de nuevo-. ¡Dame caña!
-¡Pero es caña, Paulino! -protestó la mujer, espantada.
-¡No, me diste agua! ¡Quiero caña, te digo!
La mujer corrió otra vez, volviendo con la damajuana. El hombre tragó uno tras
otro dos vasos, pero no sintió nada en la garganta.
-Bueno; esto se pone feo -murmuró entonces, mirando su pie lívido y ya con lustre
gangrenoso. Sobre la honda ligadura del pañuelo, la carne desbordaba como una
monstruosa morcilla.
Los dolores fulgurantes se sucedían en continuos relampagueos y llegaban ahora a
la ingle. La atroz sequedad de garganta que el aliento parecía caldear más,
aumentaba a la par. Cuando pretendió incorporarse, un fulminante vómito lo
mantuvo medio minuto con la frente apoyada en la rueda de palo.
Pero el hombre no quería morir, y descendiendo hasta la costa subió a su canoa.
Sentose en la popa y comenzó a palear hasta el centro del Paraná. Allí la corriente
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del río, que en las inmediaciones del Iguazú corre seis millas, lo llevaría antes de
cinco horas a Tacurú-Pucú.
El hombre, con sombría energía, pudo efectivamente llegar hasta el medio del río;
pero allí sus manos dormidas dejaron caer la pala en la canoa, y tras un nuevo
vómito -de sangre esta vez- dirigió una mirada al sol que ya trasponía el monte.
La pierna entera, hasta medio muslo, era ya un bloque deforme y durísimo que
reventaba la ropa. El hombre cortó la ligadura y abrió el pantalón con su cuchillo: el
bajo vientre desbordó hinchado, con grandes manchas lívidas y terriblemente
doloroso. El hombre pensó que no podría jamás llegar él solo a Tacurú-Pucú, y se
decidió a pedir ayuda a su compadre Alves, aunque hacía mucho tiempo que estaban
disgustados.
La corriente del río se precipitaba ahora hacia la costa brasileña, y el hombre pudo
fácilmente atracar. Se arrastró por la picada en cuesta arriba, pero a los veinte
metros, exhausto, quedó tendido de pecho.
-¡Alves! -gritó con cuanta fuerza pudo; y prestó oído en vano.
-¡Compadre Alves! ¡No me niegue este favor! -clamó de nuevo, alzando la cabeza del
suelo. En el silencio de la selva no se oyó un solo rumor. El hombre tuvo aún valor
para llegar hasta su canoa, y la corriente, cogiéndola de nuevo, la llevó velozmente
a la deriva.
El Paraná corre allí en el fondo de una inmensa hoya, cuyas paredes, altas de cien
metros, encajonan fúnebremente el río. Desde las orillas bordeadas de negros
bloques de basalto, asciende el bosque, negro también. Adelante, a los costados,
detrás, la eterna muralla lúgubre, en cuyo fondo el río arremolinado se precipita en
incesantes borbollones de agua fangosa. El paisaje es agresivo, y reina en él un
silencio de muerte. Al atardecer, sin embargo, su belleza sombría y calma cobra
una majestad única.
El sol había caído ya cuando el hombre, semitendido en el fondo de la canoa, tuvo
un violento escalofrío. Y de pronto, con asombro, enderezó pesadamente la cabeza:
se sentía mejor. La pierna le dolía apenas, la sed disminuía, y su pecho, libre ya, se
abría en lenta inspiración.
El veneno comenzaba a irse, no había duda. Se hallaba casi bien, y aunque no tenía
fuerzas para mover la mano, contaba con la caída del rocío para reponerse del todo.
Calculó que antes de tres horas estaría en Tacurú-Pucú.
El bienestar avanzaba, y con él una somnolencia llena de recuerdos. No sentía ya
nada ni en la pierna ni en el vientre. ¿Viviría aún su compadre Gaona en TacurúPucú? Acaso viera también a su ex patrón mister Dougald, y al recibidor del obraje.
¿Llegaría pronto? El cielo, al poniente, se abría ahora en pantalla de oro, y el río se
había coloreado también. Desde la costa paraguaya, ya entenebrecida, el monte
dejaba caer sobre el río su frescura crepuscular, en penetrantes efluvios de
azahar y miel silvestre. Una pareja de guacamayos cruzó muy alto y en silencio
hacia el Paraguay.
Allá abajo, sobre el río de oro, la canoa derivaba velozmente, girando a ratos sobre
sí misma ante el borbollón de un remolino. El hombre que iba en ella se sentía cada
vez mejor, y pensaba entretanto en el tiempo justo que había pasado sin ver a su
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ex patrón Dougald. ¿Tres años? Tal vez no, no tanto. ¿Dos años y nueve meses?
Acaso. ¿Ocho meses y medio? Eso sí, seguramente.
De pronto sintió que estaba helado hasta el pecho.
¿Qué sería? Y la respiración...
Al recibidor de maderas de mister Dougald, Lorenzo Cubilla, lo había conocido en
Puerto Esperanza un viernes santo... ¿Viernes? Sí, o jueves...
El hombre estiró lentamente los dedos de la mano.
-Un jueves...
Y cesó de respirar
Actividades:
1. ¿A qué movimiento pertenece este cuento? ¿Realismo o naturalismo? ¿Por qué?
2. Respondan:
a. ¿Quiénes se enfrentan en los dos párrafos iniciales del cuento?
b. ¿Qué sugiere la presencia del machete acerca de la condición social del
protagonista?
c. ¿Se conoce desde el comienzo del cuento el ambiente en el que se desarrolla la
acción? ¿Algún indicio permite suponerlo? ¿En qué lugar del cuento esto se
vuelve claro?
d. ¿Cuál es la primera referencia acerca del lugar donde habita “el hombre”?
e. ¿Por qué creen que le pide caña a su mujer? ¿Por qué creen que confunde la caña
con agua?
f. ¿De qué depende la salvación del protagonista?
g. En cierto momento el narrador hace creer al lector que el personaje está fuera
de peligro. ¿Cómo lo logra?
h. Hacia el final, los recuerdos se acumulan en la mente del personaje. A partir de
esos recuerdos ¿Qué se puede reconstruir acerca de su vida?
i. ¿La muerte del hombre toma por sorpresa al lector? ¿Por qué motivo?
j. ¿Por qué creen que el narrador se refiere a él como “el hombre” y nunca por su
nombre?
2. Las siguientes citas se refieren a acciones de “A la deriva”. Subrayen las que
hacen progresar la narración, es decir, que la “disparan”, la hacen avanzar y la
cierran
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a. El hombre pisó algo blanduzco.
b. ... dos gotitas de sangre engrosaban dificultosamente...
c. .. el machete cayó de lomo, dislocándole las vértebras {a la víbora}
d. Llegó, por fin al rancho...
e. Movía la pierna con dificultad.
f. La carne desbordaba cono una monstruosa morcilla.
g. ... el hombre {...} subió a su canoa {...y} pudo efectivamente llegar hasta el medio
del río...
h. hacia mucho tiempo que {su compadre Alves y él} estaban disgustados
i. ...el hombre {...} tuvo un violento escalofrío.
j. El veneno comenzaba a irse, no había duda.
k. El cielo, al poniente, se abría ahora en pantalla de oro, y el río se había coloreado
también.
l. Y cesó de respirar.
¿A que se refieren las citas que quedaron sin subrayar en la actividad anterior?
Coloquen los números de citas correspondientes al lado de las siguientes
opciones.
 A un estado de ánimo...........................................................................
 A la descripción del proceso de envenenamiento. ..............................
 A un hecho del pasado evocado por el personaje.................................
 A un hecho del pasado conocido por el narrador.................................
 A la expresión de un deseo..................................................................
 A la descripción del paisaje................................................................
3. ¿Cómo es la descripción del proceso de envenenamiento del personaje? Marquen
las opciones más adecuadas. Consulten el diccionario si hace falta.

Imprecisa

Verídica
75


Figurada o metafórica


Clara

Confusa.
Detallada
Panorámica
4. ¿Quién es el narrador de la historia? Marquen la opción correcta.

El protagonista


Un testigo que participa de la historia
Un narrador que no participa de la historia
¿Este narrador desconoce algo de lo que sucede en la historia o lo presenta como
inexplicable
El almohadón de plumas
Su luna de miel fue un largo escalofrío. Rubia, angelical y tímida, el carácter duro
de su marido heló sus soñadas niñerías de novia. Lo quería mucho, sin embargo, a
veces con un ligero estremecimiento cuando volviendo de noche juntos por la calle,
echaba una furtiva mirada a la alta estatura de Jordán, mudo desde hacía una hora.
Él, por su parte, la amaba profundamente, sin darlo a conocer.
Durante tres meses —se habían casado en abril— vivieron una dicha especial. Sin
duda hubiera ella deseado menos severidad en ese rígido cielo de amor, más
expansiva e incauta ternura; pero el impasible semblante de su marido la contenía
siempre.
La casa en que vivían influía un poco en sus estremecimientos. La blancura del patio
silencioso —frisos, columnas y estatuas de mármol— producía una otoñal impresión
de palacio encantado. Dentro, el brillo glacial del estuco, sin el más leve rasguño en
las altas paredes, afirmaba aquella sensación de desapacible frío. Al cruzar de una
pieza a otra, los pasos hallaban eco en toda la casa, como si un largo abandono
hubiera sensibilizado su resonancia.
En ese extraño nido de amor, Alicia pasó todo el otoño. No obstante, había
concluido por echar un velo sobre sus antiguos sueños, y aún vivía dormida en la
casa hostil, sin querer pensar en nada hasta que llegaba su marido.
No es raro que adelgazara. Tuvo un ligero ataque de influenza que se arrastró
insidiosamente días y días; Alicia no se reponía nunca. Al fin una tarde pudo salir al
jardín apoyada en el brazo de él. Miraba indiferente a uno y otro lado. De pronto
Jordán, con honda ternura, le pasó la mano por la cabeza, y Alicia rompió en
seguida en sollozos, echándole los brazos al cuello. Lloró largamente todo su
espanto callado, redoblando el llanto a la menor tentativa de caricia. Luego los
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sollozos fueron retardándose, y aún quedó largo rato escondida en su cuello, sin
moverse ni decir una palabra.
Fue ese el último día que Alicia estuvo levantada. Al día siguiente amaneció
desvanecida. El médico de Jordán la examinó con suma atención, ordenándole calma
y descanso absolutos.
—No sé —le dijo a Jordán en la puerta de calle, con la voz todavía baja—. Tiene una
gran debilidad que no me explico, y sin vómitos, nada.. . Si mañana se despierta
como hoy, llámeme enseguida.
Al otro día Alicia seguía peor. Hubo consulta. Constatóse una anemia de marcha
agudísima, completamente inexplicable. Alicia no tuvo más desmayos, pero se iba
visiblemente a la muerte. Todo el día el dormitorio estaba con las luces prendidas y
en pleno silencio. Pasábanse horas sin oír el menor ruido. Alicia dormitaba. Jordán
vivía casi en la sala, también con toda la luz encendida. Paseábase sin cesar de un
extremo a otro, con incansable obstinación. La alfombra ahogaba sus pesos. A
ratos entraba en el dormitorio y proseguía su mudo vaivén a lo largo de la cama,
mirando a su mujer cada vez que caminaba en su dirección.
Pronto Alicia comenzó a tener alucinaciones, confusas y flotantes al principio, y que
descendieron luego a ras del suelo. La joven, con los ojos desmesuradamente
abiertos, no hacía sino mirar la alfombra a uno y otro lado del respaldo de la cama.
Una noche se quedó de repente mirando fijamente. Al rato abrió la boca para
gritar, y sus narices y labios se perlaron de sudor.
—¡Jordán! ¡Jordán! —clamó, rígida de espanto, sin dejar de mirar la alfombra.
Jordán corrió al dormitorio, y al verlo aparecer Alicia dio un alarido de horror.
—¡Soy yo, Alicia, soy yo!
Alicia lo miró con extravió, miró la alfombra, volvió a mirarlo, y después de largo
rato de estupefacta confrontación, se serenó. Sonrió y tomó entre las suyas la
mano de su marido, acariciándola temblando.
Entre sus alucinaciones más porfiadas, hubo un antropoide, apoyado en la alfombra
sobre los dedos, que tenía fijos en ella los ojos.
Los médicos volvieron inútilmente. Había allí delante de ellos una vida que se
acababa, desangrándose día a día, hora a hora, sin saber absolutamente cómo. En la
última consulta Alicia yacía en estupor mientras ellos la pulsaban, pasándose de uno
a otro la muñeca inerte. La observaron largo rato en silencio y siguieron al
comedor.
—Pst... —se encogió de hombros desalentado su médico—. Es un caso serio... poco
hay que hacer...
—¡Sólo eso me faltaba! —resopló Jordán. Y tamborileó bruscamente sobre la mesa.
Alicia fue extinguiéndose en su delirio de anemia, agravado de tarde, pero que
remitía siempre en las primeras horas. Durante el día no avanzaba su enfermedad,
pero cada mañana amanecía lívida, en síncope casi. Parecía que únicamente de noche
se le fuera la vida en nuevas alas de sangre. Tenía siempre al despertar la
sensación de estar desplomada en la cama con un millón de kilos encima. Desde el
tercer día este hundimiento no la abandonó más. Apenas podía mover la cabeza. No
quiso que le tocaran la cama, ni aún que le arreglaran el almohadón. Sus terrores
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crepusculares avanzaron en forma de monstruos que se arrastraban hasta la cama
y trepaban dificultosamente por la colcha.
Perdió luego el conocimiento. Los dos días finales deliró sin cesar a media voz. Las
luces continuaban fúnebremente encendidas en el dormitorio y la sala. En el
silencio agónico de la casa, no se oía más que el delirio monótono que salía de la
cama, y el rumor ahogado de los eternos pasos de Jordán.
Murió, por fin. La sirvienta, que entró después a deshacer la cama, sola ya, miró un
rato extrañada el almohadón.
—¡Señor! —llamó a Jordán en voz baja—. En el almohadón hay manchas que parecen
de sangre.
Jordán se acercó rápidamente Y se dobló a su vez. Efectivamente, sobre la funda,
a ambos lados dél hueco que había dejado la cabeza de Alicia, se veían manchitas
oscuras.
—Parecen picaduras —murmuró la sirvienta después de un rato de inmóvil
observación.
—Levántelo a la luz —le dijo Jordán.
La sirvienta lo levantó, pero enseguida lo dejó caer, y se quedó mirando a aquél,
lívida y temblando. Sin saber por qué, Jordán sintió que los cabellos se le erizaban.
—¿Qué hay?—murmuró con la voz ronca.
—Pesa mucho —articuló la sirvienta, sin dejar de temblar.
Jordán lo levantó; pesaba extraordinariamente. Salieron con él, y sobre la mesa del
comedor Jordán cortó funda y envoltura de un tajo. Las plumas superiores volaron,
y la sirvienta dio un grito de horror con toda la boca abierta, llevándose las manos
crispadas a los bandós: —sobre el fondo, entre las plumas, moviendo lentamente las
patas velludas, había un animal monstruoso, una bola viviente y viscosa. Estaba tan
hinchado que apenas se le pronunciaba la boca.
Noche a noche, desde que Alicia había caído en cama, había aplicado sigilosamente
su boca —su trompa, mejor dicho— a las sienes de aquélla, chupándole la sangre. La
picadura era casi imperceptible. La remoción diaria del almohadón había impedido
sin dada su desarrollo, pero desde que la joven no pudo moverse, la succión fue
vertiginosa. En cinco días, en cinco noches, había vaciado a Alicia.
Estos parásitos de las aves, diminutos en el medio habitual, llegan a adquirir en
ciertas condiciones proporciones enormes. La sangre humana parece serles
particularmente favorable, y no es raro hallarlos en los almohadones de pluma.
La gallina degollada
Todo el día, sentados en el patio en un banco, estaban los cuatro hijos idiotas del
matrimonio Mazzini-Ferraz. Tenían la lengua entre los labios, los ojos estúpidos y
volvían la cabeza con la boca abierta.
El patio era de tierra, cerrado al oeste por un cerco de ladrillos. El banco quedaba
paralelo a él, a cinco metros, y allí se mantenían inmóviles, fijos los ojos en los
ladrillos. Como el sol se ocultaba tras el cerco, al declinar los idiotas tenían fiesta.
La luz enceguecedora llamaba su atención al principio, poco a poco sus ojos se
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animaban; se reían al fin estrepitosamente, congestionados por la misma hilaridad
ansiosa, mirando el sol con alegría bestial, como si fuera comida.
Otra veces, alineados en el banco, zumbaban horas enteras, imitando al tranvía
eléctrico. Los ruidos fuertes sacudían asimismo su inercia, y corrían entonces,
mordiéndose la lengua y mugiendo, alrededor del patio. Pero casi siempre estaban
apagados en un sombrío letargo de idiotismo, y pasaban todo el día sentados en su
banco, con las piernas colgantes y quietas, empapando de glutinosa saliva el
pantalón.
El mayor tenía doce años, y el menor ocho. En todo su aspecto sucio y desvalido se
notaba la falta absoluta de un poco de cuidado maternal.
Esos cuatro idiotas, sin embargo, habían sido un día el encanto de sus padres. A los
tres meses de casados, Mazzini y Berta orientaron su estrecho amor de marido y
mujer, y mujer y marido, hacia un porvenir mucho más vital: un hijo: ¿Qué mayor
dicha para dos enamorados que esa honrada consagración de su cariño, libertado ya
del vil egoísmo de un mutuo amor sin fin ninguno y, lo que es peor para el amor
mismo, sin esperanzas posibles de renovación?
Así lo sintieron Mazzini y Berta, y cuando el hijo llegó, a los catorce meses de
matrimonio, creyeron cumplida su felicidad. La criatura creció bella y radiante,
hasta que tuvo año y medio. Pero en el vigésimo mes sacudiéronlo una noche
convulsiones terribles, y a la mañana siguiente no conocía más a sus padres. El
médico lo examinó con esa atención profesional que está visiblemente buscando las
causas del mal en las enfermedades de los padres.
Después de algunos días los miembros paralizados recobraron el movimiento; pero
la inteligencia, el alma, aun el instinto, se habían ido del todo; había quedado
profundamente idiota, baboso, colgante, muerto para siempre sobre las rodillas de
su madre.
—¡Hijo, mi hijo querido! —sollozaba ésta, sobre aquella espantosa ruina de su
primogénito.
El padre, desolado, acompañó al médico afuera.
—A usted se le puede decir; creo que es un caso perdido. Podrá mejorar, educarse
en todo lo que le permita su idiotismo, pero no más allá.
—¡Sí!... ¡Sí! —asentía Mazzini—. Pero dígame: ¿Usted cree que es herencia, que?...
—En cuanto a la herencia paterna, ya le dije lo que creía cuando vi a su hijo.
Respecto a la madre, hay allí un pulmón que no sopla bien. No veo nada más, pero
hay un soplo un poco rudo. Hágala examinar bien.
Con el alma destrozada de remordimiento, Mazzini redobló el amor a su hijo, el
pequeño idiota que pagaba los excesos del abuelo. Tuvo asimismo que consolar,
sostener sin tregua a Berta, herida en lo más profundo por aquel fracaso de su
joven maternidad.
Como es natural, el matrimonio puso todo su amor en la esperanza de otro hijo.
Nació éste, y su salud y limpidez de risa reencendieron el porvenir extinguido. Pero
a los dieciocho meses las convulsiones del primogénito se repetían, y al día
siguiente amanecía idiota.
Esta vez los padres cayeron en honda desesperación. ¡Luego su sangre, su amor
estaban malditos! ¡Su amor, sobre todo! Veintiocho años él, veintidós ella, y toda su
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apasionada ternura no alcanzaba a crear un átomo de vida normal. Ya no pedían más
belleza e inteligencia como en el primogénito; ¡pero un hijo, un hijo como todos!
Del nuevo desastre brotaron nuevas llamaradas del dolorido amor, un loco anhelo
de redimir de una vez para siempre la santidad de su ternura. Sobrevinieron
mellizos, y punto por punto repitióse el proceso de los dos mayores.
Mas, por encima de su inmensa amargura, quedaba a Mazzini y Berta gran
compasión por sus cuatro hijos. Hubo que arrancar del limbo de la más honda
animalidad, no ya sus almas, sino el instinto mismo abolido. No sabían deglutir,
cambiar de sitio, ni aun sentarse. Aprendieron al fin a caminar, pero chocaban
contra todo, por no darse cuenta de los obstáculos. Cuando los lavaban mugían
hasta inyectarse de sangre el rostro. Animábanse sólo al comer, o cuando veían
colores brillantes u oían truenos. Se reían entonces, echando afuera lengua y ríos
de baba, radiantes de frenesí bestial. Tenían, en cambio, cierta facultad imitativa;
pero no se pudo obtener nada más. Con los mellizos pareció haber concluido la
aterradora descendencia. Pero pasados tres años desearon de nuevo
ardientemente otro hijo, confiando en que el largo tiempo transcurrido hubiera
aplacado a la fatalidad.
No satisfacían sus esperanzas. Y en ese ardiente anhelo que se exasperaba, en
razón de su infructuosidad, se agriaron. Hasta ese momento cada cual había
tomado sobre sí la parte que le correspondía en la miseria de sus hijos; pero la
desesperanza de redención ante las cuatro bestias que habían nacido de ellos, echó
afuera esa imperiosa necesidad de culpar a los otros, que es patrimonio específico
de los corazones inferiores.
Iniciáronse con el cambio de pronombre: tus hijos. Y como a más del insulto había
la insidia, la atmósfera se cargaba.
—Me parece —díjole una noche Mazzini, que acababa de entrar y se lavaba las
manos—que podrías tener más limpios a los muchachos.
Berta continuó leyendo como si no hubiera oído.
—Es la primera vez —repuso al rato— que te veo inquietarte por el estado de tus
hijos.
Mazzini volvió un poco la cara a ella con una sonrisa forzada:
—De nuestros hijos, ¿me parece?
—Bueno; de nuestros hijos. ¿Te gusta así? —alzó ella los ojos.
Esta vez Mazzini se expresó claramente:
—¿Creo que no vas a decir que yo tenga la culpa, no?
—¡Ah, no! —se sonrió Berta, muy pálida— ¡pero yo tampoco, supongo!... ¡No faltaba
más!... —murmuró.
—¿Qué, no faltaba más?
—¡Que si alguien tiene la culpa, no soy yo, entiéndelo bien! Eso es lo que te quería
decir.
Su marido la miró un momento, con brutal deseo de insultarla.
—¡Dejemos! —articuló, secándose por fin las manos.
—Como quieras; pero si quieres decir...
—¡Berta!
—¡Como quieras!
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Este fue el primer choque y le sucedieron otros. Pero en las inevitables
reconciliaciones, sus almas se unían con doble arrebato y locura por otro hijo.
Nació así una niña. Vivieron dos años con la angustia a flor de alma, esperando
siempre otro desastre. Nada acaeció, sin embargo, y los padres pusieron en ella
toda su complaciencia, que la pequeña llevaba a los más extremos límites del mimo y
la mala crianza.
Si aún en los últimos tiempos Berta cuidaba siempre de sus hijos, al nacer Bertita
olvidóse casi del todo de los otros. Su solo recuerdo la horrorizaba, como algo
atroz que la hubieran obligado a cometer. A Mazzini, bien que en menor grado,
pasábale lo mismo.
No por eso la paz había llegado a sus almas. La menor indisposición de su hija
echaba ahora afuera, con el terror de perderla, los rencores de su descendencia
podrida. Habían acumulado hiel sobrado tiempo para que el vaso no quedara
distendido, y al menor contacto el veneno se vertía afuera. Desde el primer
disgusto emponzoñado habíanse perdido el respeto; y si hay algo a que el hombre
se siente arrastrado con cruel fruición, es, cuando ya se comenzó, a humillar del
todo a una persona. Antes se contenían por la mutua falta de éxito; ahora que éste
había llegado, cada cual, atribuyéndolo a sí mismo, sentía mayor la infamia de los
cuatro engendros que el otro habíale forzado a crear.
Con estos sentimientos, no hubo ya para los cuatro hijos mayores afecto posible. La
sirvienta los vestía, les daba de comer, los acostaba, con visible brutalidad. No los
lavaban casi nunca. Pasaban casi todo el día sentados frente al cerco, abandonados
de toda remota caricia.
De este modo Bertita cumplió cuatro años, y esa noche, resultado de las golosinas
que era a los padres absolutamente imposible negarle, la criatura tuvo algún
escalofrío y fiebre. Y el temor a verla morir o quedar idiota, tornó a reabrir la
eterna llaga.
Hacía tres horas que no hablaban, y el motivo fue, como casi siempre, los fuertes
pasos de Mazzini.
—¡Mi Dios! ¿No puedes caminar más despacio? ¿Cuántas veces?. . .
—Bueno, es que me olvido; ¡se acabó! No lo hago a propósito.
Ella se sonrió, desdeñosa: —¡No, no te creo tanto!
—Ni yo, jamás, te hubiera creído tanto a ti. . . ¡tisiquilla!
—¡Qué! ¿Qué dijiste?...
—¡Nada!
—¡Sí, te oí algo! Mira: ¡no sé lo que dijiste; pero te juro que prefiero cualquier cosa
a tener un padre como el que has tenido tú!
Mazzini se puso pálido.
—¡Al fin! —murmuró con los dientes apretados—. ¡Al fin, víbora, has dicho lo que
querías!
—¡Sí, víbora, sí! Pero yo he tenido padres sanos, ¿oyes?, ¡sanos! ¡Mi padre no ha
muerto de delirio! ¡Yo hubiera tenido hijos como los de todo el mundo! ¡Esos son
hijos tuyos, los cuatro tuyos!
Mazzini explotó a su vez.
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—¡Víbora tísica! ¡eso es lo que te dije, lo que te quiero decir! ¡Pregúntale,
pregúntale al médico quién tiene la mayor culpa de la meningitis de tus hijos: mi
padre o tu pulmón picado, víbora!
Continuaron cada vez con mayor violencia, hasta que un gemido de Bertita selló
instantáneamente sus bocas. A la una de la mañana la ligera indigestión había
desaparecido, y como pasa fatalmente con todos los matrimonios jóvenes que se
han amado intensamente una vez siquiera, la reconciliación llegó, tanto más efusiva
cuanto hirientes fueran los agravios.
Amaneció un espléndido día, y mientras Berta se levantaba escupió sangre. Las
emociones y mala noche pasada tenían, sin duda, gran culpa. Mazzini la retuvo
abrazada largo rato, y ella lloró desesperadamente, pero sin que ninguno se
atreviera a decir una palabra.
A las diez decidieron salir, después de almorzar. Como apenas tenían tiempo,
ordenaron a la sirvienta que matara una gallina.
El día radiante había arrancado a los idiotas de su banco. De modo que mientras la
sirvienta degollaba en la cocina al animal, desangrándolo con parsimonia (Berta
había aprendido de su madre este buen modo de conservar frescura a la carne),
creyó sentir algo como respiración tras ella. Volvióse, y vio a los cuatro idiotas, con
los hombros pegados uno a otro, mirando estupefactos la operación... Rojo... rojo...
—¡Señora! Los niños están aquí, en la cocina.
Berta llegó; no quería que jamás pisaran allí. ¡Y ni aun en esas horas de pleno
perdón, olvido y felicidad reconquistada, podía evitarse esa horrible visión! Porque,
naturalmente, cuando más intensos eran los raptos de amor a su marido e hija, más
irritado era su humor con los monstruos.
—¡Que salgan, María! ¡Échelos! ¡Échelos, le digo!
Las cuatro pobres bestias, sacudidas, brutalmente empujadas, fueron a dar a su
banco.
Después de almorzar, salieron todos. La sirvienta fue a Buenos Aires, y el
matrimonio a pasear por las quintas. Al bajar el sol volvieron;, pero Berta quiso
saludar un momento a sus vecinas de enfrente. Su hija escapóse enseguida a casa.
Entretanto los idiotas no se habían movido en todo el día de su banco. El sol había
traspuesto ya el cerco, comenzaba a hundirse, y ellos continuaban mirando los
ladrillos, más inertes que nunca.
De pronto, algo se interpuso entre su mirada y el cerco. Su hermana, cansada de
cinco horas paternales, quería observar por su cuenta. Detenida al pie del cerco,
miraba pensativa la cresta. Quería trepar, eso no ofrecía duda. Al fin decidióse por
una silla desfondada, pero faltaba aún. Recurrió entonces a un cajón de kerosene, y
su instinto topográfico hízole colocar vertical el mueble, con lo cual triunfó.
Los cuatro idiotas, la mirada indiferente, vieron cómo su hermana lograba
pacientemente dominar el equilibrio , y cómo en puntas de pie apoyaba la garganta
sobre la cresta del cerco, entre sus manos tirantes. Viéronla mirar a todos lados, y
buscar apoyo con el pie para alzarse más.
Pero la mirada de los idiotas se había animado; una misma luz insistente estaba fija
en sus pupilas. No apartaban los ojos de su hermana, mientras creciente sensación
de gula bestial iba cambiando cada línea de sus rostros. Lentamente avanzaron
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hacia el cerco. La pequeña, que habiendo logrado calzar el pie, iba ya a montar a
horcajadas y a caerse del otro lado, seguramente, sintióse cogida de la pierna.
Debajo de ella, los ocho ojos clavados en los suyos le dieron miedo.
—¡Soltáme! ¡Déjame! —gritó sacudiendo la pierna. Pero fue atraída.
—¡Mamá! ¡Ay, mamá! ¡Mamá, papá! —lloró imperiosamente. Trató aún de sujetarse
del borde, pero sintióse arrancada y cayó.
—Mamá, ¡ay! Ma. . . —No pudo gritar más. Uno de ellos le apretó el cuello,
apartando los bucles como si fueran plumas, y los otros la arrastraron de una sola
pierna hasta la cocina, donde esa mañana se había desangrado a la gallina, bien
sujeta, arrancándole la vida segundo por segundo.
Mazzini, en la casa de enfrente, creyó oír la voz de su hija.
—Me parece que te llama—le dijo a Berta.
Prestaron oído, inquietos, pero no oyeron más. Con todo, un momento después se
despidieron, y mientras Bertita a dejar su sombrero, Mazzini avanzó en el patio.
—¡Bertita!
Nadie respondió.
—¡Bertita! —alzó más la voz, ya alterada.
Y el silencio fue tan fúnebre para su corazón siempre aterrado, que la espalda se le
heló de horrible presentimiento.
—¡Mi hija, mi hija! —corrió ya desesperado hacia el fondo. Pero al pasar frente a la
cocina vio en el piso un mar de sangre. Empujó violentamente la puerta entornada, y
lanzó un grito de horror.
Berta, que ya se había lanzado corriendo a su vez al oír el angustioso llamado del
padre, oyó el grito y respondió con otro. Pero al precipitarse en la cocina, Mazzini,
lívido como la muerte, se interpuso, conteniéndola:
—¡No entres! ¡No entres!
Berta alcanzó a ver el piso inundado de sangre. Sólo pudo echar sus brazos sobre la
cabeza y hundirse a lo largo de él con un ronco suspiro.
EL M OD E RN IS MO
83
M od e rn is m o. Co n t e x t o h is t ór ic o, s oc ial y c ul t ur al. Ca rac t e rís ti cas
li t era ri as.
De l a so ci e da d c ol o nia l a la s oc i ed ad b ur g ue sa. E n la d éc a da d e
1 88 0 , Amé ri ca la ti na e xpe r im e n tó ca m bi os f un da me nt a le s en s u vi da po lít i ca ,
so cia l y c ult ura l. Lo s pa íse s li bera do s de E spa ña a tra ve sa b a n p ro ces o s qu e
mod i fi ca r o n no ta bl e me nte s u f is on om ía .
La s so ci e da d e s la ti n oa me ri ca na s s e ha bí a n a se g ura d o la s o bera nía
pol íti ca , e sta ba n e n ple na or ga niza c ió n in st it uc io na l y b u sca ba n l os
co mp on e n te s d e u na i de n tida d na ci o na l . V a r ios sig lo s de d omi na ci ón e spa ñ ola
ha b ía n de ja d o p ro f u n da s h ue ll a s y el mo d elo p or imi ta r no e st a ba ya e n la
Ma dr e Pa tr ia , s in o e n otra s na ci o ne s eu ro pe a s, q ue a tr a v esa ba n u n pr o ces o de
mod er niz a c ió n qu e a tr a jo a la c la se e co n ómi ca y p ol íti ca me jo r a c omo da da de l
terr ito ri o a m e ri ca n o.
La s úl tima s dé ca da s se ca ra cter iza ro n p or un a op os i ci ón ma r ca da de
idea s e n c a si to do s l o s t e r re no s. E n lo po lít i co , la di sp uta en tre c o ns er va d ore s
y li bera le s , e n tre fo r ma s de g obi er no fed e ra le s o ce nt ra li sta s y la in ci de n cia
de u na cla se ol igá rq ui ca q ue ha c ía pr ev a le c er s us d ere c ho s f re nt e a la cl a se
tra ba ja d ora . E n la e du ca ci ó n, a l pa pel d omi na nte q ue q ue ría ma nte ne r la
Igle sia , se op on ía n lo s q ue a b oga b a n po r la ed u ca ció n pú bl ica . Y
c ult ura lme nt e , e l a nt a go ni sm o s e p la ntea ba ent re qu ie nes d e fe n dí a n la s v ie ja s
tra di c io ne s de ra íz hi s pá n ic a y lo s q ue p u gn a ba n po r la a p ert ura i nte le ct ua l y
por la i n cor po ra ci ón d e l os ca mbi o s.
L os si g n os d el pr o g re so . F ue, si n d uda , u na eta pa de i n no va ci o nes
pro f u nda s, a tr ib ui ble s a t re s fa cto re s: l a i nd us tria liz a c ió n c rec ie nte , la
tra n s fo rma ci ó n te c n ol ógi ca y la i nc or po ra ci ón de la ec o n o mía la ti noa mer i ca na
a l s iste ma i nt e r na ci on a l. Au n qu e no se tra t ó de u n des a rr ol lo h o mog én eo , f ue
in u sita do , po r la ra pi de z c o n q ue se pr oc e sa r on l a s no ve da de s. La a pa ri ci ón
de lo s fe rr oc a rr ile s, e l t e lé gra f o y e l telé f on o, la p ro li fera c ió n de fá b ri ca s , el
a ume nt o de p ub li ca ci on e s – d ia ri o s y re v ista s -, s um a d os a l os a v a n ce s
cie nt í fi co s y a l c re cim ie nt o po bla ci o na l , se mbra ro n e n lo s p ueb lo s la
co n vi c ci ó n d e q ue e se e ra e l ver da de ro r ost ro del pr og res o h uma no y q ue s e
ha l la ba n e n me di o d e u na e t a pa re no va do ra que ya no s e d ete nd rí a .
La de ma nda de ma t e ria p rima po r pa rte d e la s pot en c ia s i n du s tria l es
eur op ea s y de l os E E . U U . y la co lo ca ci ó n de su s p ro d uc to s ma n u f a ct ura do s e n
los pa íse s l a ti n oa me ri ca no s de fi ni ero n el mod elo p olí ti co e co n ó mic o de e sta
eta pa : e l d e l a e xp ort a ci ó n - imp or ta c ió n .
L as i n ve rs io n es e x t ran j era s. E n est e pe río do , la s na ci o nes eu rop ea s
hi ci er on e n Am é ri ca l a tin a gra nd es i n ver si on es . La má s im po rt a nte e st u vo
repr ese nta da p or e l te n di do de la r ed de fer ro ca rri le s y su p ues ta e n
f un c io na m ie nt o. Ta m b ié n h ub o po der os o s c a pita les q ue se a pr op ia ro n de la s
exp lota c i o ne s mi ne ra s. C o n la e le c ció n de est e si ste ma , los pa í ses
la ti no a me r i ca n o s q ue da ro n su je to s a la s dec is io ne s de otra s na ci on es . Y
a u nq ue a l g un o s se ct or e s i nte nta ro n p ro tege r la ec o no mía l o ca l y s u de s a r ro ll o
a ut ón om o ( c o n a ra n ce l e s a la e nt ra da de p ro du ct os ex tra n jer os , pa ra
pri vi leg ia r l os pr opi o s ), e l l ibe ra l ism o e co n ómi c o per ma ne ci ó f ir me en e sta
últ ima pa r te de l si gl o XI X.
U na n u eva f iso n o mí a: la s gr an d es ciu da d es: e ste p a no ra ma
ec on óm ic o pr ov o có gr a nde s va r i a ci on es en la c om po si ci ó n de la s so ci eda d es .
La s cla se s a lta s se mode rn iza ro n y lo s terra te nie nte s a ba nd o na r on la
dedi ca ci ó n e x cl u si va a sus ha cie nd a s , pa ra co n sa g ra r se ta mb ié n a l co mer ci o .
Na ci ó a s í u na nu e v a so cie da d b ur g uesa rela ci o na da d ire cta me nte co n l os
mer ca d os e ur ope os .
La urba n iza ci ó n f ue u na cla ra c on se c ue n cia de este pr oc es o. Mu c ha s de
la s gra nde s ci u da de s a ct ua l e s c on s oli da r o n su p oder e ntre fi nes d el s igl o XI X
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y pri n ci pi os de l X X, c o mo re s u lta d o de la po l íti ca li bera l. H a c ia 1 8 9 0, es ta ba n
má s ur ba ni za d os a l g u n os pa í se s su da me ri ca n os q ue lo s e sta do s U n i do s.
Si n e m ba r go , e ste p ro ces o no a ba r ca ba la tot a li da d de l os va s to s
terr ito ri os de l c on ti ne nte . H a bía a ú n i mpo rta nte s z o na s d e a ct i vida d
ca m pes i na y e x te nsa s á re a s si n p obl a r. E l á mbit o r ura l d e m or ó en se nt i r l os
efe ct os de l pr og re s o y co n se r v ó la s ca ra ct erís ti ca s de la a nti gu a so ci eda d
hi spa na . E n e sa di re c ci ón , Amé ri ca la ti na , seg uía m ost ra nd o el co nt ra s te
“ ci vi liza c ió n y ba rba ri e ” : la s ci u da de s c u lta s, c opi a da s de l m ode l o e ur ope o ; y
el ca m po , cr io ll o y r ú s tic o .
Lo s h a bi ta n te s d e lo s ce ntr os urb a n os f ue ro n q uie ne s per c ibi er on l a s
tra n s fo rma ci o ne s e n l a v ida c oti dia na : e l espa ci o pa ra la c on s tru c ci ó n d e
vi vi en da s a dq u iri ó otra di sp osi c ió n , la s c om u ni ca ci o nes a co rta r o n la s
dis ta n c ia s y ha s ta e l sa be r cie nt í fi c o bá si c o s obr e e l org a n is mo h uma n o y s u
f un c io na m ie nt o m od i fi có vie j os há bit os . La mod er nid a d se ha bía i ns ta la d o .
Lo s e s cr it ore s qu e s ur gie r o n d ura nte e ste p erí od o y q ue se i de nti fi ca r o n
co mo mo de r ni sta s f u e ro n ta mbi én “ mo de rn os ” , e n el se nt id o de ha be r
cel ebra do e ste n ue vo mod o de vi da , de ha b erse per c a ta do d e esa tra n si ci ó n –
de u na so ci e da d c ol o nia l a ot ra li bera l - y de i nte nta r , e n c o ns ec ue n cia , la
bú sq ue da d e la re n o va ci ó n y de la ori gi na l id a d e n la s f or ma s de e x pres ió n .
El Mo d e rn is mo , u n mo vi m i en t o de ra íc es la t in oa m e ric an as. E l
Mo der ni sm o t u v o va r i os p u n to s de co nt a c to c o n el R o ma nti ci sm o, mo vi mie nt o
que l o a nte ce d ió . E l Mo de r ni sm o c omp a rti ó co n él s u c a rá cte r re vo l uc io na ri o
en s u i nt e n c ió n de r e n ov a r el i di oma y en s u s pr ote sta s po r cu est io ne s
pol íti ca s, s oc ia le s , re l igi osa s y mor a le s. La des il us ió n v ita l , ta n co m ún a l os
romá nt i co s, ta mbi é n s e in sta l ó e ntre l o s mo der ni sta s c omo u n se dime nt o q ue
les q uit ó c on f ia nza e n la s ide a s y e n la a cc ió n.
S ur g im i en t o d e una nu ev a es t é ti ca . Al de cli na r el s igl o XI X, do s
es cu ela s lite ra r ia s r e e mp l a za n a l R oma nti c ism o y, a u nq ue co n vi ve n ,
repr ese nta n te nde n cia s op ue s ta s : el rea lis mo y el Na t ur a l is mo (c ri ol lis mo ,
co st um bri sm o) e n la n ov e la y e l tea t ro , y el Mo der ni sm o e n la po e sía .
E l M od e r ni sm o e s u na e s c uela l ite r a ria de gra n r en o va ci ó n e stét ica . E l
ca nto de l os po e ta s m ode rn ist a s co n sti tu ye l a pri mera e xp res ió n d e a ut o no mía
lite ra ria de l os pa íse s hi spa n oa me ri ca no s.
E l M ode rn is mo se d e sa r ro lla e n la “é po ca fi ni se c ula r ” ( 1 8 8 0 -1 9 1 4) ,
ma r ca da p or u n c a pi t a lis mo de d e rr oc he , q ue s ería tro n c ha d o p o r la Pr imer a
G uer ra M un dia l. E s ta e s cu e la b us ca se pa ra r se de la s oc ieda d bu r gue sa y s u
ma ter ia li sm o, p or me d io de u n a rte re fi na do y e ste tiza nt e.
E n e l p la no de l le n gu a je , el M ode r ni smo rea c ci ona c on tra el ret ori ci sm o,
el des c ui do f orma l d e l R oma nt i cis mo y la vu lga rida d de l R ea li smo y de l
Na t ur a li sm o. Se n utre bá si ca m en te de do s mo v im ie nto s l íri c os su rgi do s e n
Fra n cia , e n la se gu n da mita d del si gl o XI X : e l Pa r na sia n ism o y el S i mb o li sm o.
P arn asi an is m o . E s u na e s cu ela lit era r ia que a d hi ere a l “a rte por el
a rte ”. Se g ún e sta te n de n c ia a rt ís ti ca e n ca b eza da po r T heó p hile Ga uti er , se
pro p ug na ba un a poe sí a de pe r fe cta c o n fec c i ón , de sv i nc u la da de la rea lida d, y
que rea c ci o na ba c o ntr a lo s p oe ta s so c ia le s y el ho mb re b u rg ués , lo s es c rit o re s
bu s ca ba n la pe r fe c ci ó n fo rma l a tra vé s de u na p oes ía de s cri pti v a , i ns pir a da
espe ci a lme nt e e n la t e m á ti ca g re co la ti na . S u pr i nc ipa l exp o ne nte f ue L ec o nte
de Li sl e . B u sca u na be lle za está ti ca , m a rmó rea , a tra vés d e un a poe sía
des cr ipt iv a i n spi ra da e n mo t i vo s gri eg os y de la m ito lo gía c lá s i ca . B u s ca ba la
fo rma im pe ca b le , e l v e rso de li ca d o .
S im b o lis m o. E s u na co rri en te l itera ria su b j eti va , qu e c o nc ibe e l mu nd o
co mo u na tra ma mi st e ri osa q ue pre se nta c orr esp o nde n cia s e ntr e los ob jet o s
que lo fo rma n . Pa ra s us re pr e se nta n tes , la m is ió n de l p oeta e s s uge ri r esa s
a lia nza s p or la s c ua le s un ob je to ev o ca a otr o, c o n un le ng ua je ima g i n a ti v o
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pob la d o de s ímb ol os . Lo s si mb ol ista s da n a l ver so e fe ct os m us i ca l es y a p ort a n
n ue va s m é tr ic a s q ue co n j uga n el rit mo , el c ol or y la p la s t ic ida d . Usa n
sím bo lo s, si ne ste s ia s e imá ge ne s se n so ria le s. Ba u dela ire f ue el gr a n pr ec u rs or
del s imb ol is mo , a l q u e se u ni er on V e rla in e , R imb a u d y Ma ll a rm é. B us ca la
pa la b ra p ura q ue e x pr e se e n su m us i ca li da d los est a d os de l a lma . E l leng ua je
no er a e l de la ra z ón , si n o e l de la fa nta sí a e ntre te jida d e sím b ol os . R ima s,
a so na n cia s, a l ite ra c io ne s, r itm os y s on or id a des i rr um pe n en e l ver s o de l o s
sim bo li sta s pa ra e nri que ce r la s imá g en es se ns or ia le s. V a l ora b a la p a la b ra
co mo s ín te s is de m últ i ple s i má ge n e s, co n u n po der de e vo ca ci ó n s imil a r a l de
la m ús i ca .
In fl u id o p or la s e la b ora ci o nes pl á st ica s d e l os pa r na sia no s y por la s
vi si o nes mu si ca le s d e lo s s imb ol ista s , el Mo der ni sm o rea liz a su or igi na l
tra ba j o a rt íst i co c on l a pa la b ra (e li gié nd ola por s u el e ga n cia , s u s c ua lid a de s
rítm ic a s , s u e x oti sm o o s u po der e v oca do r) bu s ca n do “la a r mo n ía ver ba l ” de l
ver s o. E s te i n fl u jo d e l a poe sía fra n ces a se r es umi ó e n la pe rf ec c ió n de l rit mo ,
el c ol or y e l “ re l ie ve de la e s cr it ura p oét ic a . De trá s de esa ob s esi ón po r l a
bell eza , e sta ba e l a n si a de lo c ósm i co , u n se nt i mie nt o rel ig io so de u ni ón d e lo
terre n o co n l o ce l e st ia l, de l q ue el po ema er a i nst r ume nt o.
R e f ina do s y e xq ui sit o s ta mbi é n b us ca ro n l a ori gi na l ida d, lo q ue l o s ll ev ó
a so ña r co n l u ga re s e xót i co s y a i n cl u i r e n su s te xto s el eme nt os de c ul tu ra s
a lej a da s e n t ie m po y e s pa c io : la ed a d Med ia , Ori en te, la Amér ic a
pre co lo mbi na . E sta b ú sq ue da ha cia a trá s o ha cia l uga res d is ta n te s re fle ja ba
u na ne ce sida d de e v a si ón de es a s o cie da d p ro gre si sta qu e, a la ve z q ue
a dmi ra c ió n , le s pr o vo c a ba ha s tí o y des c on te nt o.
C os m op o li tas y am e rica n os . La a c tit ud d e l os es cr it ore s m od e rn ista s
fre nt e a t e ma s de ci si vo s , vita les pa ra s us pro pi os pa í se s, lo s r e vel ó mu c ha s
ve ce s co nt ra di ct or io s y a m bi gu o s. E n mu c h os c a so s, se si nt ier o n e xa lt a d os
co n la a p e rt ura ha cia E ur opa y c o n lo s a del a nt os te c no ló gi c os ; pe ro a s u ve z
expe rim e n ta r o n ma le s ta r, p e s imi sm o, d es ga no a nte e se m is mo p rog res o q ue
a dmi ra ba n. U no de l os ra sgo s q ue ca ra c teri zó a l o s m ode r ni sta s fu e l a
int en c ió n de e xp lo ra r e n la s r a í ce s a me ri ca na s y de ha l la r e l ba sa me nt o
ide ol ógi c o pa ra e l de s a rro ll o d e s u s p ue blo s . M u c ho s d e el lo s, y a tra vés de l
pe ri od is mo , lle va ro n a de la nte idea les po lít ic os r ela ci o na d os co n un a ca u sa
la ti no a me r i ca n a . E l c u ba n o J o sé ma rtí f ue e l má s co n su ma d o e j e mpl o de e sa
vo l un ta d , ya q ue fu e mi lita nte p olí ti co y p a rt ic ip ó e n la l u c ha p or la
in depe n de nc ia de s u pa ís . A llí e sta ba el s i gn o m ode rn ist a : la n ece sid a d de
ren o va ci ón de la e xp r e si ón lit e ra r ia ta nt o e n l o f or ma l ( métr i ca , rima ) c om o
en l o te má ti c o, me d i a nte u na m ira da di ri gida ha cia Amé ri ca y los p ueb lo s
in díg ena s o ha cia p re o c upa ci o nes s o cia l es de s u t iem po .
Si n e mba r go , e sta vo l un ta d n o fu e u n á ni me. Os ci la r o n e nt re se r
u ni ver sa l e s o í nte g ra me n te a me ri ca no s. L os m ode r ni sta s pret e nd ier o n la
u ni ver sa l ida d , n o re c on o ce r f ro nte ra s . Lo c ua l , bi en v i st o, se op on ía a u
pro pó sit o de cre a r un a lite ra t ura rep res e nta tiv a de lo pr op ia me nte a meri ca n o.
Idé nti ca va c ila ci ó n m ost ró s u p o st ura fr en te a l po der ex pa nsi o ni sta de l os
E E . U U. so bre Amé r i ca la ti na q ue , e n a l gu n o s , f ue de fir me op osi c i ón , p ero en
otr os de a dm ira ci ó n in co n di ci o na l .
Si n e mba r go , e sta a mbi gü eda d , e stá j ust i fi ca da , po rq ue vi vi er on u na
eta pa de tr a n si ci ó n, ple na de ca m bio s , en la q ue era di fí ci l pa ra e ll os
deter mi na r q ué l uga r de la soc ied a d o c up a ba n y pa ra q ui é ne s es cri bía n s u
poe sía . Si no h ub ie s e sid o p or qu e ca si to do s e jer ci ero n el p eri od i smo , p or lo
que lo s c o no c ió e l g ra n pú bl ic o, de s u l e ct ura só lo ha b ría n d i sf r uta d o la s
cla se s c ulta s . Si n e m ba rg o, ni ng u n o de ell os pe rte ne cía a es a cla se y m u y
po co s go za r on pe rs o n a lme nte de l os fa v ore s de la bu rg ue sía a d i ne ra da .
Des ar ro ll o d el Mo d e rn is mo . G en e rac i on e s.
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 In ic iac ió n . La pr ime r a ge ne ra ció n m ode r ni sta (1 8 8 2 -1 8 9 6) . Jos é Ma rtí y
Ma n ue l G ut ié r re z N á j e ra i n ic ia n u na la b or de a ct ua l iza ci ó n de la le ng ua ,
espe ci a lme nt e e n la p ros a , a u nq ue t a mb ié n en e l v er so , m u y s o meti do s a l
mod e lo e s pa ñ ol . J o s é As u nc ió n Si lva y Jul iá n del Ca sa l i n co rp ora n
eleme nt os or ig in a le s e n la po es ía . Alg u n os r a sg os rom á n ti co s co n v ive n c o n
otr os to ma d os de la li t e ra t ura f ra nc esa .
 C ul mi na ci ó n . E n 18 8 8, R ubé n Da rí o pu bl ic a s u lib ro Az ul . E n e s ta ép o ca
ya se ha b ía n re a l iza d o n ota b le s in n o va cio n es en la pa la bra p oét i ca . Da r ío
tie ne co nta ct o d ire c to o lit era r io c o n lo s re n ova do re s y co n o ce
pers o na l me nte a Ma rt í, a q uie n c o ns ider a s u ma e st ro . Ta mbi én c on o ce a
Jul iá n de l Ca sa l , co n q uie n ma nt en ía c o nta ct o epi st ola r so bre e l te ma de la
n ue va e s té ti ca . P or m e di o de su ob ra y s u p rese n cia en Ch ile , A rg ent ina y
E spa ña , Da rí o re a l iz a u na ta rea ta n e xc ep ci o na l , q ue c o n sol ida e l
Mo de r ni sm o c om o mo v imie nt o c o nti ne nta l y se c o nv ier te en su sí nt esi s má s
bri lla nte ta nt o e n E s pa ña co mo e n A mér i ca . E n 1 8 9 6 se e dit a Pr osa s
Pro fa na s , e l li br o d e D a río q ue o fi c i a li za e l M ode rn is mo e n His pa no a méri ca .
 C on t i nua ci ó n . La s e gu n da ge ne ra ci ón mod er ni sta . C on sa g r a do R ub én
Da r ío co mo je fe d e la e sc ue la del Mo der n is mo, c ua nd o ya lo s i ni cia do res
ha b ía n m ue rt o pr e ma t ura me nte , lo s es c rit or es de e sta s eg u nda g e nera c ió n
co nt i nua ría n la ob ra co n su s a p ort es p er s ona le s. E llo s s o n, e nt re ot ro s,
Le op old o Lu go ne s, R i ca r do Ja i me Fre yr e, A ma do Ne r vo y Ju li o H errer a y
R eis sig .
Otro s a ut or e s pla nt e a n do s et a pa s:
 L a pr im e ra : co mpr e n dida po r l a s ge nera c io ne s de i ni cia c ió n y c ul mi na c ió n
y lo s a u tor e s q ue e l la s in v ol u cra n q ue te ní a n u n c om ú n de no mi n a dor : un
n ue vo le ng ua je pa ra u na n ue va f or ma d e p er ci bir la rea lida d.
 L a s e g un da : c omp re n dida p or la ge nera ci ó n de c ul mi na ci ón .
L as e ta pas .
De a cu e rd o c o n s u te má ti ca y , a tra vé s de ella , la m a n era e n q ue el
a rti sta m ira e l m u n do , se d i fe re n cia n d os e ta pa s e n e l de sa rr ol lo del
Mo der ni sm o .
 E ta pa pr ec io sis ta o de la “to rre d e ma rf il ” : pre do mi na n lo s tema s
exó ti co s y sí mb ol os de la a nt ig üe da d . E l a r te no e je r ce un c omp ro mis o co n
la rea l ida d si n o qu e s e re la ci o na c o n u na es téti ca de e va si ón , se e lige n l os
pa isa je s v e r sa ll e s c os y la s n ov eda des q ue p r op on e la poe sía fra n ce sa . E s tá
repr e se nta da po r P ro sas Pr o fa na. E l m ode rn ism o es u n a rt e d e e va si ó n
pob la d o de pr i nc e sa s, ci uda d es le ja na s, a m bie nte s ve rsa lle s co s y símb ol os
de la a nti gü e da d.
 E ta pa mu n do n ov is t a: se va l or iza n la s r a íce s h is pá n i ca s de Amér ica y
a pa re ce e l i nte r é s p o r lo s tema s s o cia les y p olí ti co s de la ép o ca . E stá
repr e se nta da po r e l Da r ío de C anto s de vi da y es p er anza, p o r Sa nto s
Ch o ca n o y e l Lu go n e s de O das se culare s. E l mod er ni sm o es un a rt e
a ris to cra t iza nt e , a u nq ue s u s a ut ore s vi v e n i nme rs os e n la a cti vi da d pú bli ca
a tra vé s de l pe ri odi sm o y la po l ít ic a , ya a la vez un a r te del p rese n te, de l a
mod e r nid a d , pe ro s us te ma s pr o ced en de u na f usi ó n co n la c ul tura de l
pa sa d o . P or e l lo , t od o se lo p ued e s it ua r c o ntra di ct oria me nte ent re le
rea li da d y la e va si ó n, lo a me ri ca no y lo e ur ope o, la s f or ma s p re ci osi sta s y
la s en c ille z.
P ri nc ip al es ra sg os m od e rn is tas .
1. Ar t e d e m in o ría s. L a lite ra t ura es u na a cti v ida d a rt íst i ca d e ele va d os
esp írit u s y n o un a me r ca nc ía de co n s umo p o pu la r ; l a l itera tu ra n o es so cia l
si no pe r so na l. A rte re f i na d o, e lit ista , exq ui sit o , s ól o pa r a min or ía s
int ele ct ua l e s . R e f i na mie nt o y ex q ui site z . La s obra s debe n re fle ja r un a
exq ui s it e z y re f i na mi e nt o de g ust o , no s ól o en l os tema s si no e n l a
exp re s ió n .
2. S ím b o lo s : e l cis ne , lo s pa v os rea les .
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3. Tra ns p osi ci on es es t é ti cas : la e s crit u ra f us io na d a co n la pi n tura , la
es cu lt ura y la mú si c a ge ne ra imá ge nes pote nt es , in s óli ta s y de gra n
bell e za plá st ica . I ns p ira da s po r lo s a rti st a s fra n ce se s, l os m o der ni sta s
exp lo ra n e l mu nd o de la s pa la b ra s pa ra l og r a r sí nte si s qu e exa l te n lo be ll o
a pa rt ir de la s c omb i n a ci o nes de l uz , co lor , f orma y m ús i ca . E ste re cu rs o
toma do d e l pa rna sia ni sm o, co n si ste e n t oma r t éc n ica s de u n a rte y
pro ye cta rla a otr o : pi nt ura - l itera tu ra (d es c rip ci o nes de o bra s pl á sti ca s y
c ua dr o s) ; te a tr o - lite r a tur a (de sc ri pc ió n de gest os , a ct it ude s y a dema ne s
co mo s i l os pe rs o na je s a ct ua ra n e n u n e s ce n a rio ), et c.
4. Alu si o ne s a la mi t ol o gía g ermá n ica ( si lf o s, elf os , ha da s , du en de s) y a la
mito lo gía gre c ola t i na (ni n fa s y d io sa s ) q ue per m ite n u na e va si ó n d e la
rea li da d .
5. E mple o de ve rs os de dis ti nta s med ida s n o ha b it ua le s com o el en ea sí la b o,
el a l e j a n dri n o, e t c .
6. L a raz ó n n o es un el e m en t o d e la cr ea ci ón li t e rar ia. La s f u ente s de
co n o cim ie nto y c re a ci ó n poé t i ca s o n la int ui ci ó n y l a s fa c u lta des
su b co ns c ie nte s de l a rtis ta , y p or el lo , l a s ob ra s r ev ela n u n mu nd o
fa ntá sti c o,
q uim é ri c o,
s ut il,
ca p ri c ho s o,
me la n c ól ic o ;
el
m un do
meta cie nt íf i co e s int e r e sa nt e (ma g ia , o c u ltis mo , te os o fía , ma g net ism o ,
pa ra p si c ol ogía , e s ca t ol ogía , sa ta ni sm o, et c .)
7. L as s ens aci o n es s e co rr es p on d e n e n t r e s í. Ca da ob jet o de l mu nd o
exte ri or p ro du ce e n e l in di v i du o y e n el a rti sta un c o nj u nt o de se nsa c io ne s
co rre la ti va s ; lo s pe rf u me s , lo s s on id os y l o s c ol ore s se eq u i v a le n, y p or
eso p ue d e ha b la r se de a u di ci ó n co lo rea da .
8. L a po es ía d e b e e x pr es ar las i m p re si o ne s q u e n os p ro d u ce n las
cos as y n o l as c osa s mi sm as. Pr o ced imi ent o imp res io n ista de de sc rib ir
la na t ura le za .
9. S e n ti m en t al id ad . Lo s a rt ista s d e la n ue va estét i ca no pu ede n d eja r la d e
la do .
1 0. El ma t iz . E l a r te de b e e xpr esa r e l ma t iz di f us o de la re a li da d , lo s esta do s
de á nim o in de fi ni ble s , l o q ue n o e s ló gi c a n i p si co ló gi ca m en te cla ro y
dis ti nto .
1 1. Mu sic al id ad . L os ve rso s , a demá s de te n er u n c on te nid o si g n if ica ti v o,
debe n s e r m u si ca l me n te a tra cti v os po r s u m ism o s o nid o , a u n c ua n d o es ta
sele c ci ó n d e so ni do s n o e n cie rre u n s ig ni fi ca do c omp re ns ib le o p re ci so .
1 2. P re fe r en cia p or lo s t em as ex q uis i t os, de c ora t iv os , p in t o re sc os y
e xó t ic os. E s ca nd in a v ia , O rie nt e, E da d M edia , Gre ci a a nti gu a , Fra n cia
ver sa l le sca , mit ol og ía , e t c.) .
1 3. R en o vac ió n d el v oc ab ul ar io y de la si n ta xi s. Ne ol og ism o s, a rca ísm o s,
ba rba ri sm os , la ti ni sm o s. U so de re c ur so s e x pres i vo s co mo la si ne stes ia , la
a lite ra c ió n y la o n oma tope ya q ue da n m u si c a l ida d a l ver so .
1 4. R en o vac ió n de la ve rsif ica ci ó n. A ct ua l iza ci ó n d e a nti g u os ve rs o s
ol vi da d os , c om o l os e ne a síl a bo s , lo s te rc et os m o no rri mo s y l os c ua rte to s
mo no rri mo s y c om bi na ci o ne s es tr óf i ca s n ue v a s.
DA RÍ O, Ru b é n.
F él ix R u b é n G ar cí a S ar m i e n to, n a ció e n S a n P edr o
de M e t a p a, Ch oco yo, N ic ar a gu a , el 18 d e e n er o d e
18 6 7 . D e or ig e n i n doe s p a ño l, s u s p adr e s fu er o n
M a n u el G ar cí a y Ro s a S ar mi e n to Al e m á n.
De s d e m u y j ov e n d e mo s tr ó u n t al e n to pr eco z y a
lo s do c e a ño s, e n 18 79, p u bl icó s u pr i m e r poe m a, el
88
so n e to " L a F e ". Y e n 1880 a p ar ec e n s u s pr i m er os
v er so s e n el d i ar io " E l t er m ó m etr o ".
F u e el po e t a d e l e n gu a c a s t ell a n a m á s i n fl uy e n t e y
de s t ac ado d e su é poc a , i n i ci a dor del mod er n i s mo
lit er ar io o d e l a " To r r e de M ar f il " e n el con ti n e n t e
a m er ic a no.
En 18 86 s e tr a sl adó a Ch il e, y e n V al p a r aí so , e n
18 8 8 , p ub lic ó " Azul ".
S e c a só e n S a n S a lv a do r con R a f a el a C o nt r er a s e n
18 9 0 .
S e tr as l adó a G u at e m al a. P o st er ior m e nt e v i a jó a
Es p a ñ a e n 18 9 2 . R e gr e só a Am ér i ca e n 18 94 y r e s id ió u n t i e m po e n
Ar g e n ti n a , e n B u e no s Air e s, do nd e j u n to c on L eo pold o L ug on e s ( ar g e nt i no )
y R ic ar do J a i m es Fr e yr e ( bo l i vi a no ) , l id er ó el mo v i m i e nto m od er n i st a. Vi a j ó
a E ur op a co mo co r r e s po n s al d e l D i ar io "L a N ac ió n" d e Ar g e nt i n a y r ecor r ió
n u m er oso s p aí s e s. R e s id ió e n M adr i d y P a r ís y s e c a só e n n u e v a s n u pc i a s
con Fr a nc is c a S á nc he z e n E s p a ñ a, e n 1 90 1.
F u e n o mbr ado e n 1 9 0 9 M i n i str o P l e ni po t e nci ar i o d e N ic ar ag u a en
Es p a ñ a ,
R egr e só a s u p a í s n a t al y mur ió e n s u ho g a r , e n L eó n, el 6 d e f e br er o
de 1 91 6.
En tr e s u s o br a s d es t ac a n: E pí s tol a s y po e m a s ( 1885 ) , Abr ojo s ( 1887 ) ,
Ri m a s ( 18 8 7 ), C a n to ép ico a l as g lor i a s d e Ch il e (1 887 ), Azul ( 18 88 ),
Pr i m er a s no t a s ( 18 8 8 ), Lo s r ar os ( 18 93 ), Pr os a s pr of a n a s ( 189 6), E s p a ñ a
con t e m po r á n e a ( 19 0 1 ), P er e gr i n ac io n e s ( 1 901 ) , L a c ar a v a n a p a s a ( 1902 ) ,
T i er r as so l ar e s ( 19 0 4 ), C a n to s d e vi d a y e s p er a n za ( 190 5) , C a n to er r an t e
( 1907 ) Au to bi o gr af í a ( 19 12 ), C a n to a l a Ar ge nt i n a y o tr os po e m a s ( 19 14 ),
Po e m a s d e o t o ñ o y o t r o s po e m a s ( 19 16 ).
L e e el t e xt o M o d er ni sm o .
Ca rac t er ís t icas li t er aria s.
Co n t e x to
his t ó ric o ,
s oci al
y
cu l tu ra l.
1. Subraya las ideas principales y realiza una síntesis de los
siguientes temas: D e la sociedad col onial a la sociedad burguesa.
Los signos del progreso. Las inversiones extranjeras. Una nueva
fisonomía: las grandes ciudades.
2. ¿En qué se asemejan el Romanticismo y el modernismo?
3. ¿Cuándo y en dónde surge este movimiento?
4. ¿Qué característi cas generales presenta?
5. Confecciona un cuadro comparativo entre Parnasianismo y
Simbolismo. ¿Dónde surgen estas escu elas?
6. Los escritores modernistas fueron cosmopolitas y americanos:
explique.
7. Confeccione cuadros, esquemas, redes o mapas con los temas de las
generaciones y etapas del m ovimiento.
8. ¿Qué autores son importantes en este período?
9. ¿Qué significa “transposición estética?
10. ¿Quién es Rubén Darío?
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L e e l os si g ui e n t es p o em as y l u eg o a pl ic a el a ná lis is l i t era ri o.
SI N FO N ÍA E N GR I S MA YOR
E l ma r co mo u n v a st o cr i sta l a zo ga d o
re f le ja la l á mi na de u n c iel o d e z i nc ;
le ja na s ba nda d a s de p á ja r os ma n c ha n
e l fo n do br u ñi do de pá lid o gri s.
E l s ol com o u n v idr io r edo nd o y o pa c o
co n pa so de e nf erm o c a mi na a l ce nit ;
e l vie nt o ma r in o des ca nsa e n la som bra
te n ie nd o d e a l mo ha da su negr o c la rí n .
La s o n da s q ue mu e ve n s u vi en tre de pl om o
de ba jo de l mu ell e pa r ece n gem ir .
Se nta d o e n un ca bl e, f uma nd o s u p ipa ,
e stá u n ma r in ero pe n s a nd o e n la s p la ya s
de u n va g o, le ja n o, br um os o pa í s.
E s vie j o e se lo bo . T o st a ro n s u ca ra
los ra y os de f ue go de l so l del Bra si l ;
los re c io s t i fo ne s d el ma r de la C h ina
le ha n vi st o b ebi en do su fra sc o de gi n.
La e sp u ma i mpr eg na d a de y od o y sa l itr e
ha t ie m po co n oce s u r oja na ri z,
su s cr e s po s ca be ll os , su s bí cep s de a tleta ,
su g orr a de l o na , s u bl usa de d r il .
E n me d io de l h umo q u e f or ma e l ta ba co
ve e l v ie jo el le ja no , b rum o so pa í s ,
a do nde un a ta rde ca li ente y d ora da
te n dida s la s vela s pa rt ió el ber ga ntí n .. .
La sie sta de l tr óp i co . E l l ob o se a d uerm e.
Ya t od o l o en v ue lv e la ga ma de l g ri s.
Pa re ce qu e u n sua v e y en or me e s f umi n o
de l c ur v o h ori zo nte b o rra ra el c o n fí n.
La sie sta de l tr óp i co . La vi ej a ci ga rra
e n sa y a s u r on ca g uita r ra s en il ,
y e l gri ll o p rel u dia u n sol o mo n ót on o
e n la ú ni ca c ue rda q ue +e stá en s u v io lí n.
R ubé n Da rí o, 1 89 1
1. Pa ra e nt e n de r e l p o e ma b u s c a e n el di c ci o n a ri o el si gn i fi ca d o d e la s
sig ui e n te s pa l a bra s : a zoga do , ci n c, br u ñi do , ce ni t, ti fo ne s, dr il , b erga ntí n ,
di fu mi n o, pre l udia , y o tro s q ue crea s ne ce sa r io .
2. E l tí tu lo :
a . Pre s e n ta u n r e c u rs o l ite ra ri o: la si ne ste sia . E xp li ca en q ué c o ns i ste y
lue go i de nti fi ca ot ra s s i nes tes ia s e n e l p oe m a .
b. E xpl i ca p or q ué e l poe ma l le va e ste tít u lo .
3. E l te ma d e l po e ma e s “ la s iest a b o chor nosa ”
90
4.
5.
6.
7.
8.
a . Bu s ca e n e l di c ci on a ri o e l si g ni fi ca do de bo cho r no so , en r ela ci ó n co n el
poe ma .
b. E xpl i ca p or q ué e se e s e l te ma .
Me nc io na ot ro s t e ma s que p ue da s id en ti fi ca r .
E l c ol or gr is e s e l p re f e rid o p or l os sim bo li st a s po rq ue e xpr esa la i nq ui et ud
del a l ma f re nte a l mi ste r io del m u nd o y d e la v ida . B us ca e n el po ema
eje mpl os de a l gu n os e le me nt os q ue se c or re sp on da n co n el c ol or g ris .
Ide nti f iq ue n e n la si g uie nt e en um era ci ó n, l os ra sg os m od er ni sta s qu e se
en c ue ntra n e n e ste poe ma : co nt emp ora ne ida d , ex oti sm o, g u st o por l o
es cu ltó ri c o, e le me nt o s se ns or ia le s , er oti s mo, se ns ib il i da d m u si ca l , c u lto
a ris to crá ti co p or la a p a la bra y p or la f or ma , h isp a n is mo , a fr a n ce s a mie nt o,
impr e s io ni sm o, e va s ió n, e xot is mo .
E sta po e sí a e s de s de e l t ít ul o, u na c omp os i ci ó n m u si ca l . De sta ca tod os l os
eleme nt os q ue c or r o bo re n e s a pa rti c ula ri da d .
Ca ra cte r iza la a t mó sf e ra q ue dom i na el po e ma . s ubra ya ej emp lo s de lo s
sig ui e n te s r e c u rs os lite ra ri os : imá ge n es se ns or ia le s, i má gen es de
mo vim ie nt os ,
a ná f ora s,
a d je ti va ci ón ,
com p a ra c ió n ,
metá fo ra ,
pers o ni f ica c ió n, a s í nd e to n, e n umer a c ió n .
“A Roos ev elt”.
E s co n v oz de la Bi bl ia , o ver so de Wa lt W hi t ma n ,
que ha br ía qu e l lega r ha s ta t i, Ca z a d or,
prim iti v o y mo der n o, s en ci ll o y co mp li ca d o,
co n u n a lg o de Wa s h in gto n y c ua t ro de Nem r od .
E re s l os E sta do s U ni do s,
e re s el f u tu ro i n va s or
de la Am é ri ca i nge n ua q ue t ie ne sa ng re i n dí gena ,
que a ún re za a J es u cr i sto y a ú n ha b la e n es p a ño l .
E re s s obe rbi o y f ue rte ej emp la r de t u ra za ;
e re s c u lto , e re s há b il , te o po ne s a To lst o y.
Y d oma nd o ca ba ll o s, o a se si na nd o t igr es ,
e re s u n Al eja n dr o - Na b u co do n os or .
(E re s un p ro fe so r d e E ner gía
co mo di ce n l os lo c os d e h o y. )
Cre e s q ue la vida es i n ce nd io ,
que e l p rog re so es er u pc ió n ,
que d o nde p on es la ba la
e l p or ve n ir po ne s.
N o.
Lo s E sta do s U ni do s so n pot en tes y g ra nde s.
Cua nd o e ll o s s e e stre mec en ha y un ho nd o t e mbl or
que pa sa po r la s vé rte bra s e no rme s de l o s A nde s.
Si c la má is , se o ye c om o e l r ug ir de l l eó n .
Ya H u go a Gra nt le d ij o: La s est rel la s s o n v u e stra s.
(Ape na s b ril la , a l zá nd ose , e l a rge nt in o s ol
y la e str e lla ch ile na se le va nta .. .) S oi s r ic o s.
J u ntá i s a l c ult o de Hér c ule s e l c ult o de Ma m mó n ;
y a lu mb ra n do el ca mi n o d e la fá cil c o nq ui sta ,
la Lib e r ta d l e v a n ta su a nt or c ha e n N ue va Y or k.
Ma s la Amé ri ca n ue str a , q ue te nía p oeta s
91
de s de l o s vie j os tie mp os de N eza h ua l c óy ol t,
que ha g ua rda do la s h uel la s de l os pi es del gra n B a c o,
que e l a l fa be t o pá n ic o en un ti emp o a pre nd i ó;
que co ns u ltó l os a s tro s, q ue c on o ci ó la At lá n tida
c uy o n om bre n os l lega res o na nd o e n Pla t ó n,
que de sd e l os re mot o s mo me nto s de s u vi da
vi ve de l uz , de f ueg o , de p er f ume , d e a m or ,
la Am é ri ca de l g ra nde Mo cte z uma , de l In ca ,
la Am é ri ca fra ga nt e d e Cr ist óba l C ol ó n,
la Am é ri ca c a tó li ca , la Amé ri ca e spa ñ ola ,
la Am é ri ca e n q ue d ij o el n ob le G ua te mo c :
"Y o no e sto y e n u n l ec ho de r osa s ;" e sa A mé ri ca
que ti e mb la de h ura ca ne s y qu e vi ve de a m o r,
ho mbr e s de o j os sa jo n es y a lma bá r ba ra , vi v e.
Y s ue ña . Y a ma , y v ibr a , y e s la hi ja de l So l.
Te ne d c ui da do . ¡ V i ve l a Amé ri ca e spa ñ ola !
Ha y m il ca c ho rr os s ue l tos de l Le ón E s pa ño l.
Se ne ce sit a ría , R o ose v elt, se r, p or D io s mis mo,
e l R i f le r o t err ibl e y e l f uert e Ca za d or ,
pa ra po de r te ne r n os e n v ue stra s fé rrea s ga r ra s .
Y, pu e s c o ntá i s c o n t o do , os fa lta u na c os a : ¡ Di os!
1. S ubra ya la s e xp re s io n e s qu e re f iere n p os iti v a men te a l os E E . U U .
2. ¿E n q ué ve rs os se ma n i fie sta la ese n cia Hi spa no a mer i ca na ? ¿Q ué
ele me nt os l o f orma n ?
3. ¿Q ué le c rit ica a l im pe rio nor tea me ri ca no ?
4. ¿A q ué se re fie re c o n “ La s e s trel la s s o n v ue stra s” ?
5. ¿Q ué a sp e c to s de la c ult u ra hi spa n oa me ri ca na va lo riza Da rí o ?
6. ¿E n q ué ve rs os Da r ío ha ce u na a d ve rte n cia a los E sta d os U ni do s? ¿C uá l e s
la a d ve rte n cia ?
7. ¿A pa re ce la f ilia c ió n d e Amé ri ca c o n E spa ña ? ¿ Se idea li za e l pa sa d o?
8. ¿C uá l e s la p ost u ra de l p oe ta f re nte a e sa s d os rea lida des ?
9. ¿C uá l pa re ce se r la f i n a lida d d e p oe ma ? J ust i fi ca la res p ues ta
92
MO DE R NIS M O
NAT U RAL I S MO
RE AL I S M O
RO M ANT I C I S M O
Ma ni er is m o
Ca rac t er í s t icas
BA R RO C O
AC TI V IDA DE S DE C I ER R E :
RE P AS A ND O
3. Tra nsc ri b e E N TU C ARP ET A y c o m pl e ta el s ig ui e n t e cua d ro
co m par a ti vo d e l os p er ío d os l i t era ri os t ra baj ad os .
F ec has en t re las
qu e s e de sar r ol ló
el p er ío d o
Da to s h is t óri c os
qu e ma rca n e l
p er ío d o
S oc ie da d
C ul t ura
Ca rac t er ís t icas
li t era ri as
Gé n er os qu e
pr e d om i na n e n e l
m ov im i en t o
Au t or es
d es tac ad os
Ob ras d es tac ad as
NARRATIVA DEL SIGLO XX
Hacia la nueva narrativa latinoamericana
El cuento y la novela hispanoamericana recorrieron un largo camino acumulando
experiencias y conquistando gradualmente la libertad y la imaginación para recrear la
93
polifacética realidad de América. La América Precolombina ofreció formas narrativas que
constituyeron la fuente algunos cuentos que se escribieron con posterioridad.
La narración apareció en las obras de los cronistas quienes referían sus propias
hazañas o se basaban en datos obtenidos de los conquistadores. Luego, las diversas
corrientes fueron dando forma a diversidad de manifestaciones. Ya con preocupación por
los problemas sociales del hombre (Realismo), ya con preocupación por la forma artística,
en pos de la emoción lírica (Modernismo) . A comienzos del siglo XX, el cuento de
vanguardia asume un estilo poético: se advierte una preocupación por los elementos
formales y los personajes adquieren el carácter de símbolos. A partir de la década del 40,
el cuento explora diversas posibilidades. Entre 1944 y 1954 aparecen libros fundamentales:
Ficciones (1944), de Jorge Luis Borges; Varia invención (1945), del mexicano Juan José
Arreola; Bestiario (1951), de Julio Cortázar; El llano en llamas (1953), del mejicano Juan
Rulfo. En estas obras prevalecen elementos irreales y psicológicos; el contenido suele ir de
lo subjetivo a lo fantástico. Se advierte una preocupación por la filosofía y por la estética.
Las narraciones del realismo mágico presentan la realidad “como si fuera mágica”.
Manifiestan los siguientes rasgos: ruptura de la realidad, unión de lo real con lo maravilloso,
alteración del espacio y del tiempo. Los cuentistas aspiran a desentrañar el misterio que
oculta la maravillosa realidad de América. Un narrador mágico realista, para crearnos la
ilusión de irrealidad, finge escaparse de la naturaleza y nos cuenta una acción que, por muy
explicable que sea, nos perturba como extraña.
La nueva novela
La “novela nueva” surge en Hispanoamérica alrededor de 1950, en medio de un
fenómeno que, hacia 1960 se conoce como literatura del “boom” por su repercusión más allá
de las fronteras de Latinoamérica. Profundiza el tema del hombre en crisis con la realidad
histórica, política, social y económica que vive. El novelista actual trata de mostrarlo en
todas sus dimensiones: sus sentimientos, sus sueños, su insatisfacción, su soledad. De ahí
que el realismo haya marginado, en parte, su faz documental, para adquirir su carácter
mágico, porque, sin duda, el hombre “no sólo vive en las coordenadas sociales, políticas y
económicas, sino que también vive en el mundo extratemporal y extraespacial de sus
deseos, sus creencias, sus terrores, sus esperanzas.
Además, la ciudad o un pueblo aparecen como lugares axiales, donde todo sucede (por
ejemplo “Macondo” en Cien años de soledad, de Gabriel García Márquez).
Los cultores hispanoamericanos desarrollan la búsqueda respecto de la estructura y
los recursos estilísticos; tratan de que el lector participe, sin explicaciones, del mundo de
la ficción, que penetre en el contenido de la obra a través de las vivencias de los personajes
y no mediante los comentarios del narrador. Los novelistas no aspiran solamente a que sus
obras sean vehículos de denuncia, sino también a que sean auténticas creaciones, obras de
arte.
La opinión de los expertos…
94
“…la actual novela hispanoamericana es
profundamente realista, en el sentido amplio con
que utilizo la palabra. Es decir, que no se limita a
la pura y simple reproducción fotográfica de la
realidad externa, sino que intenta alcanzar los
estratos más profundos de la realidad mediante el
auxilio constante y sistemático de la imaginación.
Tocamos aquí lo que me parece un punto clave,
casi una fórmula definitoria de este grupo de
novelistas: la imaginación como vía indispensable
para alcanzar la auténtica realidad, falseada por
los naturalismos superficiales.
Andrés Amorós
“En los escritores de la novela realista o documental
lo que se evidencia es la aceptación pasiva de la
realidad, su reflejo más o menos “fiel”. En la novela
modernista lo que se ve es la búsqueda de “otra”
realidad, más hermosa, más ideal. Finalmente, los
novelistas del “boom” tienden a cuestionar la
realidad y nuestra capacidad de comprenderla. Es
decir, con el aparecer de la narrativa modernista se
inicia la crisis del realismo que se prolonga hasta
nuestros días, mientras renace la idea de la novela
como artefacto estético.”
Donald Shaw
“Ahora la novela se escribe desde la perspectiva de
cada personaje, y la realización total resulta del
entrecruzamiento de las diferentes versiones, no
siempre coherentes ni unívocas. Tiene ambigüedad
como la vida misma.”
Ernesto Sábato
Paralelo entre la narrativa tradicional y la narrativa actual
Los aspectos que influyen en la creación de la obra literaria son: el tipo de narrador,
el lugar que se le asigna al hipotético lector, la trama, los personajes, el tiempo, el espacio,
la forma de encarar el principio y el final de la obra, etc.
El siguiente cuadro permite determinar claramente en qué reside la novedad de la
narrativa actual.
Narrativa tradicional
95
Narrativa actual
Narrador
Omnisciente.
Pintor fiel de la realidad que
lo circunda.
Testigo o protagonista. Presenta la
realidad que le ha tocado vivir y una
ruptura con esa realidad
Lector
Observador pasivo de los
sucesos narrados. Simple
receptor. No tiene libertad
para franquear los límites
precisos que presenta el
narrador.
Su participación durante la lectura de la
obra es vital. ES lector, autor,
personaje y crítico. Tiene libertad para
recrear el mundo narrado.
Trama
Se narra un acontecimiento
en el que la introducción,
nudo y desenlace se hallan
claramente
definidos.
El
lector
participa
de
los
efectos y de las causas.
El orden de los capítulos –en
el caso de la novelaconforma una
estructura
Introducción, nudo y desenlace deben
ser descubiertos y ordenados a la
manera de un rompecabezas. El lector
conoce los efectos, pero ignora las
causas.
A veces, la novela carece de capítulos.
Su estructura se asemeja a un “zigzag”.
Interesa el “cómo” de la narración.
lineal.
Interesa el
narración.
“qué”
de
la
Sabemos todo acerca de él:
nombre,
apellido,
ascendencia,
costumbres,
trabajo,
relaciones.
Lo
conocemos
moral
y
físicamente. Actúa impulsado
por el narrador. Es descripto
de afuera hacia adentro. Es
opaco.
Sabemos poco acerca de él, a veces, ni
siquiera su nombre. Debemos asignarle
un cuerpo, un rostro, un trabajo, una
casa, etc. Su retrato moral aparece
fragmentado, por lo tanto, tenemos que
reconstruirlo. Se conduce a sí mismo.
Se muestra de adentro hacia afuera.
Asume su propia búsqueda. Su lucha
nace de lo que le ofrece la realidad y de
lo que él pretende hacer con ella. Es
espectador y crítico de su existencia.
Tiempo
Es cronológico. Se precisan
horas, días, semanas, meses o
años, la continuidad de las
estaciones.
Se quiebra el tiempo cronológico. El
pasado se alterna con el presente y con
el futuro. Avances y retrocesos van
creando un caos argumental.
Espacio
El narrador crea el espacio
antes de elaborar la trama.
Las
descripciones
son
minuciosas. Nada queda por
conocerse.
Predomina
el
espacio abierto.
El personaje vive el ambiente que lo
rodea desde su interioridad. El espacio
nace de él. Las descripciones son
parcas, imprecisas. Predomina el espacio
cerrado.
Principio
El narrador motiva el tema
que va a desarrollar. Prepara
y ordena desde las primeras
palabras los hilos de la trama.
Las obras comienzan “in media res” (en
medio de las cosas, en plena acción).
Final
Cerrado. Queda todo dicho.
No podemos agregar nada.
Abierto. Carece de un final concreto.
Habrá tantos finales, como lectores
posea la obra.
Monólogo interior indirecto.
Conocemos a través del
narrador los elementos que
constituyen el mundo interior
de los personajes.
Monólogo interior directo.
El mundo interior de los personajes
surge repentinamente. Nadie nos
conduce a él. Es tarea del lector
diferenciarlo del resto de la narración.
Yuxtaposición o simultaneidad de planos
narrativos.
Juegos
tipográficos,
ortográficos y de puntuación.
Personaje
Técnicas
El Boom Latinoamericano hace referencia a la literatura hispanoamericana
publicada a partir del tercer cuarto del siglo XX que dio difusión en Europa a autores del
96
sur del continente americano. Las novelas del Boom se distinguen por tener una serie de
innovaciones técnicas en la narrativa latinoamericana, desarrollando el Realismo mágico y Lo
real maravilloso, e introduciendo técnicas vanguardistas de narración
Al comparar una novela que fue escrita antes del periodo del Boom, con otra que
fue hecha durante esta transición literaria, se repara en que la historia que fue escrita
antes del Boom Latinoamericano nos muestra una realidad plana y sombría, una realidad
normal y verdadera, una realidad existente, mientras que la novela escrita después del
Boom Latinoamericano muestra muchas facetas de un mismo lugar, de un mismo personaje o
del tiempo que recrean la realidad, es decir, se rompe todas las barreras entre lo
fantástico y lo habitual y convierte esta mezcla en una nueva realidad, que es perfecta para
poder dejar que su inspiración fluya, circule y deje salir las mejores ideas.
Realismo mágico
Por definición los críticos literarios han utilizado la expresión "Mágico" para
designar una tendencia en la novelística del siglo XX. Esta se caracteriza por la inclusión y
el respeto a los mitos dentro de un contexto realista. No pocos estudiosos incluyen
elementos sobrenaturales, míticos y de la creencia popular. No se trata de "presentar la
magia como que fuera real" sino de presentar "la realidad como si fuera mágica". Es una
focalización de lo sobrenatural.
. La narrativa describe cosas irreales como si fueran reales y cotidianas y las cosas
cotidianas como si fuesen irreales; se renueva el lenguaje y las técnicas narrativas y las
historias, que pueden estar basadas en sucesos de la vida real, incorporan elementos
extraños, fantásticos o legendarios, pueblos mitificados, espacios y lugares fruto de la
especulación y personajes que, como pueden existir, también pueden ser irreales o fruto
híbrido y mestizo entre lo verdadero, lo imaginario y lo inexistente, que hace difícil
separarlos.
El Realismo mágico es un género de ficción plantado principalmente por los
novelistas iberoamericanos durante la segunda mitad del siglo XX. El realismo mágico, como
gran parte de la literatura de la segunda mitad de siglo, es esencialmente moderado. Nos
muestra la realidad narrativa con elementos fantásticos y fabulosos, no tanto para
reconciliarlos como para exagerar su aparente contrariedad. El reto que esto supone para
la noción común de la "realidad" lleva implícito un cuestionamiento de la "verdad" que a su
vez puede socavar de manera deliberada el texto y las palabras, y en ocasiones la autoridad
de la propia novela.
El realismo mágico floreció con esplendor en la literatura latinoamericana de 1960
y 1970, en un momento en que el esplendor de las dictaduras políticas convirtió la palabra
en una herramienta infinitamente preciada y manipulable. Al margen del propio Carpentier,
que cultivó el realismo mágico en novelas como “Los pasos perdidos”, los principales autores
del género son Miguel Ángel Asturias, Carlos Fuentes, Julio Cortázar, Mario Vargas Llosa,
Juan Rulfo y sobre todo, Gabriel García Márquez, con sus novelas “Cien años de soledad”,
“El otoño del patriarca” y “Crónica de una muerte anunciada” las cuales siguen siendo las
cumbres de este género.
Real Maravilloso
"¿Qué es la historia de América Latina sino una crónica de lo maravilloso en lo
real?"... Fue la gran pregunta del novelista cubano Alejo Carpentier en el prólogo a su novela
“El reino de este mundo”, publicada en 1949, convirtiéndose en el padre de lo real
maravilloso.
Lo Real Maravilloso es uno de los mayores aportes de Latinoamérica a la literatura
universal. Fue el escritor cubano Alejo Carpentier quien intentó definir esta corriente,
cuyo postulado esencial se basa en el propósito de resaltar el elemento extraordinario de
nuestra cultura. Aquellos hechos que escapan a lo estrictamente racional y se instalan en
97
nuestro quehacer cotidiano, haciendo natural lo que para otras culturas sería mágico,
sobrenatural o sencillamente inverosímil.
En lo que respecta a los cuentos, el mayor elogio que podemos hacerle a su obra, es
el reconocimiento a su capacidad de construir un espacio propio, un mundo mítico en el cual
ocurre aquello que hace de ella, ese lugar mágico en el que se funden lo real y lo maravilloso
para, precisamente como ocurre en "La luz es como el agua", dejarnos llevar por la magia de
su narrativa e internarnos en ese mar infinito de calidad y talento, que caracterizan a lo
mejor de su producción literaria.
Lo Real maravilloso es un movimiento latinoamericano que muestra nuestra cultura,
las creencias de los indios, con drama y fantasía que se une para dar un contexto muy
original e irreal para otras culturas mas no lo es tanto para Latinoamérica.
Diferencia entre lo Real maravilloso y Realismo mágico
El problema conceptual sobre la diferencia entre el “Realismo Mágico” y lo “Real
Maravilloso” ya dura más de treinta años. En los últimas décadas del siglo pasado se
incrustó en la literatura otro término que vino a complicar la polémica, el “Realismo
Fantástico”.
Aunque la primera manifestación del realismo mágico en un cuento de cualquier país
ocurrió en 1920 con; “El hombre muerto” de Horacio Quiroga, la tendencia llegó a su auge
unas décadas después con ciertos cuentos de Borges y con Cien años de soledad de García
Márquez. En el realismo mágico, se plasma un mundo totalmente realista en el cual de
repente sucede algo inverosímil, como en el cuento de Quiroga cuando un colono
acostumbrado a luchar contra la naturaleza se cae sobre su machete cruzando la cerca de
alambre de púa. El detalle mágico realista es que mientras agoniza, no siente absolutamente
nada de dolor y no se ve ni una gota de sangre y la naturaleza queda totalmente tranquila,
impasiva.
En cambio, lo real maravilloso no es una tendencia internacional ni tiene límites
cronológicos. Proviene de las raíces culturales de ciertas zonas de la América Latina, raíces
indígenas y africanas que pueden manifestarse tanto en la literatura colonial como en las
novelas de Alejo Carpentier y de Miguel Ángel Asturias. Mientras el realismo mágico se
distingue por su prosa clara, precisa y a veces estereoscópica, la de lo real maravilloso luce
un barroquismo o sea una prosa súper adornada. Para el autor mágico realista, el mundo es
un laberinto donde las cosas más inesperadas, más inverosímiles (sin ser imposibles) pueden
ocurrir del modo más antidramático. Para los que practican lo real maravilloso, sus
personajes indígenas o negros de Guatemala, Cuba o el Brasil creen en los aspectos
mitológicos o espirituales de su cultura.
Aspectos destacables del Realismo mágico
Los siguientes elementos están presentes en muchas novelas del realismo mágico, pero
no necesariamente todos se presentan en las novelas y también otras obras pertenecientes
a otros géneros pueden presentar una que otra característica similar.
 Contenido de elementos mágicos/fantásticos, percibidos por los personajes como
parte de la "normalidad".
 Elementos mágicos tal vez intuitivos, pero (por lo regular) nunca explicados.
 Presencia de lo sensorial como parte de la percepción de la realidad.
 El tiempo es percibido como cíclico, no como lineal, según tradiciones disociadas de
la racionalidad moderna.
 Se distorsiona el tiempo, para que el presente se repita o se parezca al pasado.
98
Transformación de lo común y cotidiano en una vivencia que incluye experiencias
"sobrenaturales" o "fantásticas".
 Preocupación estilística, partícipe de una visión "estética" de la vida que no excluye
la experiencia de lo real.
 El fenómeno de la muerte es tenido en cuanta, es decir, los personajes pueden
morir y luego volver a vivir.
La novela "Cien años de soledad" de Gabriel García Márquez es un gran ejemplo para el
realismo mágico.

BIOGRAFÍA
Gabriel García Márquez
Nació en 1928 en Aracataca fue primero un periodista, redactor de “El Universal”,
“El Heraldo” y “El Espectador”, luego trabajó para la agencia cubana de noticias, “La
Prensa” en Colombia, en la Habana y en Nueva York. Debido a sus ideas políticas
izquierdistas, se enfrentó con el dictador Laureano Gómez y con su sucesor, el general
Gustavo Rojas Pinilla, y hubo de pasar las décadas de 1960 y 1970 en un exilio voluntario en
México y España.
Es un gran escritor y novelista Colombiano, sus novelas más conocidas son “Cien años
de soledad”, que narra en tono épico la historia de una familia colombiana, y en la cual se
pueden rastrear las influencias estilísticas del novelista estadounidense William Faulkner, y
“El otoño del patriarca”, en torno al poder y la corrupción política. “Crónica de una muerte
anunciada”, es la historia de un asesinato en una pequeña ciudad latinoamericana, mientras
que “El amor en los tiempos del cólera”, es una historia de amor que se desarrolla también
en Latinoamérica. “El general en su laberinto”, por otro lado, es una narración ficticia de los
últimos días del revolucionario y hombre de estado Simón Bolívar. También es autor de
varios libros de cuentos como “La increíble y triste historia de Eréndira y de su abuela la
desalmada “ o “Doce cuentos peregrinos”. García Márquez ha despertado admiración en
numerosos países occidentales por la personalísima mezcla de realidad y fantasía que lleva
a cabo en sus obras narrativas, situadas siempre en Macondo, una imaginaria ciudad de su
país. Su última obra publicada, “Noticia de un secuestro”, es un reportaje novelado sobre el
narcoterrorismo colombiano.
Por su gran aporte a la literatura mundial con estas magnificas obras el colombiano
se hizo merecedor del Premio Nobel de Literatura en 1982 y fue formalmente invitado por
el gobierno colombiano a regresar a su país, donde ejerció de intermediario entre el
gobierno y la guerrilla a comienzos de la década de los ochenta.
8. Juan Rulfo
Nació en 1918 en México, fue un novelista y cuentista, haber nacido en Jalisco,
ciudad que fue escenario de la guerra cristera (1926-1929) habría de influir mucho en su
vida y en su obra.
Escribió “El llano en llamas” y “Pedro Páramo”, un cuento y una novela,
respectivamente traducidas a todos los idiomas. Gano varios premios, entre ellos el Príncipe
de Asturias, 1983. Simplificando, su obra se ha etiquetado como realismo mágico o
estereotipado como indigenista. Emparentado con la tradición de la literatura de la
Revolución Mexicana (Azuela, Guzmán, Muñoz).
Fue merecedor de muchas criticas entre las cuales me cabe mencionar las
siguientes: Monsiváis sintetiza: "En nuestra cultura nacional Juan Rulfo ha sido un
intérprete absolutamente confiable… de la lógica íntima, los modos de ser, el sentido
idiomático, la poesía secreta y pública de los pueblos y las comunidades campesinas,
mantenidas en la marginalidad y el olvido…". Para Borges, "Pedro Páramo es una de las
mejores novelas de la literatura de lengua hispánica, y aún de la literatura".
99
Juan Rulfo murió en 1986 en ciudad de México
Realismo mágico
Lee el siguiente cuento de Gabriel García Márquez
UN SEÑOR MUY VIEJO CON UNAS ALAS ENORMES
AL TERCER DÍA de lluvia habían matado tantos cangrejos dentro de la casa,
que Pelayo tuvo que atravesar su patio anegado para tirarlos al mar, pues el niño
recién nacido había pasado la noche con calenturas y se pensaba que era causa de
la pestilencia. El mundo estaba triste desde el martes. El cielo y el mar eran una
misma cosa de ceniza, y las arenas de la playa, que en marzo fulguraban como polvo
de lumbre, se habían convertido en un caldo de lodo y mariscos podridos. La luz era
tan mansa al mediodía, que cuando Pelayo regresaba a la casa después de haber
tirado los cangrejos, le costó trabajo ver qué era lo que se movía y se quejaba en el
fondo del patio. Tuvo que acercarse mucho para descubrir que era un hombre viejo,
que estaba tumbado boca abajo en el lodazal, y a pesar de sus grandes esfuerzos
no
podía
levantarse,
porque
se
lo impedían
sus
enormes
alas.
Asustado por aquella pesadilla, Pelayo corrió en busca de Elisenda, su mujer,
que estaba poniéndole compresas al niño enfermo, y la llevó hasta el fondo del
patio. Ambos observaron el cuerpo caído con un callado estupor. Estaba vestido
como un trapero. Le quedaban apenas unas hilachas descoloridas en el cráneo
pelado y muy pocos dientes en la boca, y su lastimosa condición de bisabuelo
ensopado lo había desprovisto de toda grandeza. Sus alas de gallinazo grande,
sucias y medio desplumadas, estaban encalladas para siempre en el lodazal. Tanto
lo observaron, y con tanta atención, que Pelayo y Elisenda se sobrepusieron muy
pronto del asombro y acabaron por encontrarlo familiar. Entonces se atrevieron a
hablarle, y él les contestó en un dialecto incomprensible pero con una buena voz de
navegante. Fue así como pasaron por alto el inconveniente de las alas, y concluyeron
con muy buen juicio que era un náufrago solitario de alguna nave extranjera
abatida por el temporal. Sin embargo, llamaron para que lo viera a una vecina que
sabía todas las cosas de la vida y la muerte, y a ella le bastó con una mirada para
sacarlos
del
error.
— Es un ángel –les dijo—. Seguro que venía por el niño, pero el pobre está tan
viejo
que
lo
ha
tumbado
la
lluvia.
Al día siguiente todo el mundo sabía que en casa de Pelayo tenían cautivo un
ángel de carne y hueso. Contra el criterio de la vecina sabia, para quien los ángeles
de estos tiempos eran sobrevivientes fugitivos de una conspiración celestial, no
habían tenido corazón para matarlo a palos. Pelayo estuvo vigilándolo toda la tarde
desde la cocina, armado con un garrote de alguacil, y antes de acostarse lo sacó a
rastras del lodazal y lo encerró con las gallinas en el gallinero alumbrado. A media
noche, cuando terminó la lluvia, Pelayo y Elisenda seguían matando cangrejos. Poco
después el niño despertó sin fiebre y con deseos de comer. Entonces se sintieron
magnánimos y decidieron poner al ángel en una balsa con agua dulce y provisiones
para tres días, y abandonarlo a su suerte en altamar. Pero cuando salieron al patio
con las primeras luces, encontraron a todo el vecindario frente al gallinero,
100
retozando con el ángel sin la menor devoción y echándole cosas de comer por los
huecos de las alambradas, como si no fuera una criatura sobrenatural sino un
animal
de
circo.
El padre Gonzaga llegó antes de las siete alarmado por la desproporción de la
noticia. A esa hora ya habían acudido curiosos menos frívolos que los del amanecer,
y habían hecho toda clase de conjeturas sobre el porvenir del cautivo. Los más
simples pensaban que sería nombrado alcalde del mundo. Otros, de espíritu más
áspero, suponían que sería ascendido a general de cinco estrellas para que ganara
todas las guerras. Algunos visionarios esperaban que fuera conservado como
semental para implantar en la tierra una estirpe de hombres alados y sabios que se
hicieran cargo del Universo. Pero el padre Gonzaga, antes de ser cura, había sido
leñador macizo. Asomado a las alambradas repasó un instante su catecismo, y
todavía pidió que le abrieran la puerta para examinar de cerca de aquel varón de
lástima que más parecía una enorme gallina decrépita entre las gallinas absortas.
Estaba echado en un rincón, secándose al sol las alas extendidas, entre las
cáscaras de fruta y las sobras de desayunos que le habían tirado los madrugadores.
Ajeno a las impertinencias del mundo, apenas si levantó sus ojos de anticuario y
murmuró algo en su dialecto cuando el padre Gonzaga entró en el gallinero y le dio
los buenos días en latín. El párroco tuvo la primera sospecha de impostura al
comprobar que no entendía la lengua de Dios ni sabía saludar a sus ministros. Luego
observó que visto de cerca resultaba demasiado humano: tenía un insoportable olor
de intemperie, el revés de las alas sembrado de algas parasitarias y las plumas
mayores maltratadas por vientos terrestres, y nada de su naturaleza miserable
estaba de acuerdo con la egregia dignidad de los ángeles. Entonces abandonó el
gallinero, y con un breve sermón previno a los curiosos contra los riesgos de la
ingenuidad. Les recordó que el demonio tenía la mala costumbre de recurrir a
artificios de carnaval para confundir a los incautos. Argumentó que si las alas no
eran el elemento esencial para determinar las diferencias entre un gavilán y un
aeroplano, mucho menos podían serlo para reconocer a los ángeles. Sin embargo,
prometió escribir una carta a su obispo, para que éste escribiera otra al Sumo
Pontífice, de modo que el veredicto final viniera de los tribunales más altos.
Su prudencia cayó en corazones estériles. La noticia del ángel cautivo se
divulgó con tanta rapidez, que al cabo de pocas horas había en el patio un alboroto
de mercado, y tuvieron que llevar la tropa con bayonetas para espantar el tumulto
que ya estaba a punto de tumbar la casa. Elisenda, con el espinazo torcido de tanto
barrer basura de feria, tuvo entonces la buena idea de tapiar el patio y cobrar
cinco
centavos
por
la
entrada
para
ver
al
ángel.
Vinieron curiosos hasta de la Martinica. Vino una feria ambulante con un
acróbata volador, que pasó zumbando varias veces por encima de la muchedumbre,
pero nadie le hizo caso porque sus alas no eran de ángel sino de murciélago sideral.
Vinieron en busca de salud los enfermos más desdichados del Caribe: una pobre
mujer que desde niña estaba contando los latidos de su corazón y ya no le
alcanzaban los números, un jamaicano que no podía dormir porque lo atormentaba el
ruido de las estrellas, un sonámbulo que se levantaba de noche a deshacer dormido
las cosas que había hecho despierto, y muchos otros de menor gravedad. En medio
101
de aquel desorden de naufragio que hacía temblar la tierra, Pelayo y Elisenda
estaban felices de cansancio, porque en menos de una semana atiborraron de plata
los dormitorios, y todavía la fila de peregrinos que esperaban su turno para entrar
llegaba hasta el otro lado del horizonte.
Sucedió que por esos días, entre muchas otras atracciones de las ferias
errantes del Caribe, llevaron al pueblo el espectáculo triste de la mujer que se
había convertido en araña por desobedecer a sus padres. La entrada para verla no
sólo costaba menos que la entrada para ver al ángel, sino que permitían hacerle
toda clase de preguntas sobre su absurda condición, y examinarla al derecho y al
revés, de modo que nadie pusiera en duda la verdad del horror. Era una tarántula
espantosa del tamaño de un carnero y con la cabeza de una doncella triste. Pero lo
más desgarrador no era su figura de disparate, sino la sincera aflicción con que
contaba los pormenores de su desgracia: siendo casi una niña se había escapado de
la casa de sus padres para ir a un baile, y cuando regresaba por el bosque después
de haber bailado toda la noche sin permiso, un trueno pavoroso abrió el cielo en dos
mitades, y por aquella grieta salió el relámpago de azufre que la convirtió en araña.
Su único alimento eran las bolitas de carne molida que las almas caritativas
quisieran echarle en la boca. Semejante espectáculo, cargado de tanta verdad
humana y de tan temible escarmiento, tenía que derrotar sin proponérselo al de un
ángel despectivo que apenas si se dignaba mirar a los mortales. Además los escasos
milagros que se le atribuían al ángel revelaban un cierto desorden mental, como el
del ciego que no recobró la visión pero le salieron tres dientes nuevos, y el del
paralítico que no pudo andar pero estuvo a punto de ganarse la lotería, y el del
leproso a quien le nacieron girasoles en las heridas. Aquellos milagros de
consolación que más bien parecían entretenimientos de burla, habían quebrantado
ya la reputación del ángel cuando la mujer convertida en araña terminó de
aniquilarla. […]
Gabriel García Márquez
Actividades:
1. La situación inicial presenta un desorden de la naturaleza ¿Qué
hechos lo indican?
2. ¿Cuál es la complicación?
3. ¿Por qué podemos afirmar que este cuento presenta el recurso
del realismo mágico? Identifíquenlo.
4. ¿El ángel del cuento es similar a la imagen que habitualmente se
presenta de los ángeles? ¿En qué se diferencia?
5. La desacralización de lo sagrado es un recurso que García
Márquez utiliza para denunciar la deshumanización, el
mercantilismo, la masificación y la burocratización. Señalen los
fragmentos correspondientes.
102
La increíble y triste historia de la Cándida
Eréndira y su abuela desalmada. Gabriel García
Márquez
Eréndira estaba bañando a la abuela cuando empezó el viento de su
desgracia.La enorme mansión de argamasa lunar, extraviada en la soledad del
desierto, se estremeció hasta los estribos con la primera embestida. Pero
Eréndira y la abuela estaban hechas a los riesgos de aquella naturaleza
desatinada, y apenas si notaron el calibre del viento en el baño adornado de
pavorreales repetidos y mosaicos pueriles de termas romanas.
La abuela, desnuda y grande, parecía una hermosa ballena blanca en la
alberca de mármol. La nieta había cumplido apenas los catorce años, y era
lánguida y de huesos tiernos, y demasiado mansa para su edad. Con una
parsimonia que tenía algo de rigor sagrado le hacía abluciones a la abuela con
un agua en la que había hervido plantas depurativas y hojas de buen olor, y
éstas se quedaban pegadas en las espaldas suculentas, en los cabellos
metálicos y sueltos, en el hombro potente tatuado sin piedad con un escarnio
de marineros.
– Anoche soñé que estaba esperando una carta –dijo la abuela.
Eréndira, que nunca hablaba si no era por motivos ineludibles, preguntó:
– ¿Qué día era en el sueño?
– Jueves.
– Entonces era una carta con malas noticias –dijo Eréndira– pero no llegará
nunca.
Cuando acabó de bañarla, llevó a la abuela a su dormitorio. Era tan gorda que
sólo podía caminar apoyada en el hombro de la nieta, o con un báculo que
parecía de obispo, pero aún en sus diligencias más difíciles se notaba el
dominio de una grandeza anticuada. En la alcoba compuesta con un criterio
excesivo y un poco demente, como toda la casa, Eréndira necesitó dos horas
más para arreglar a la abuela. Le desenredó el cabello hebra por hebra, se lo
perfumó y se lo peinó, le puso un vestido de flores ecuatoriales, le empolvó la
cara con harina de talco, le pintó los labios con carmín, las mejillas con
colorete, los párpados con almizcle y las uñas con esmalte de nácar, y cuando
la tuvo emperifollado como una muñeca más grande que el tamaño humano la
llevó a un jardín artificial de flores sofocantes como las del vestido, la sentó en
una poltrona que tenía el fundamento y la alcurnia de un trono, y la dejó
escuchando los discos fugaces del gramófono de bocina.
Mientras la abuela navegaba por las ciénagas del pasado, Eréndira se ocupó
de barrer la casa, que era oscura y abigarrada, con muebles frenéticos y
estatuas de césares inventados, y arañas de lágrimas y ángeles de alabastro, y
un piano con barniz de oro, y numerosos relojes de formas y medidas
imprevisibles. Tenía en el patio una cisterna para almacenar durante muchos
años el agua llevada a lomo de indio desde manantiales remotos, y en una
argolla de la cisterna había un avestruz raquítico, el único animal de plumas
que pudo sobrevivir al tormento de aquel clima malvado. Estaba lejos de todo,
en el alma del desierto, junto a una ranchería de calles miserables y ardientes,
donde los chivos se suicidaban de desolación cuando soplaba el viento de la
desgracia.
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Aquel refugio incomprensible había sido construido por el marido de la abuela,
un contrabandista legendario que se llamaba Amadís, con quien ella tuvo un
hijo que también se llamaba Amadís, y que fue el padre de Eréndira. Nadie
conoció los orígenes ni los motivos de esa familia. La versión más conocida en
lengua de indios era que Amadís, el padre, había rescatado a su hermosa
mujer de un prostíbulo de las Antillas, donde mató a un hombre a cuchilladas, y
la traspuso para siempre en la impunidad del desierto. Cuando los Amadises
murieron, el uno de fiebres melancólicas, y el otro acribillado en un pleito de
rivales, la mujer enterró los cadáveres en el patio, despachó a las catorce
sirvientas descalzas, y siguió apacentando sus sueños de grandeza en la
penumbra de la casa furtiva, gracias al sacrificio de la nieta bastarda que había
criado desde el nacimiento. Sólo para dar cuerda y concertar a los relojes
Eréndira necesitaba seis horas. El día en que empezó su desgracia no tuvo
que hacerlo, pues los relojes tenían cuerda hasta la mañana siguiente, pero en
cambio debió bañar y sobrevestir a la abuela, fregar los pisos, cocinar el
almuerzo y bruñir la cristalería. Hacia las once, cuando le cambió el agua al
cubo del avestruz y regó los yerbajos desérticos de las tumbas contiguas de los
Amadises, tuvo que contrariar el coraje del viento que se había vuelto
insoportable, pero no sintió el mal presagio de que aquél fuera el viento de su
desgracia. A las doce estaba puliendo las últimas copas de champaña, cuando
percibió un olor de caldo tierno, y tuvo que hacer un milagro para llegar
corriendo hasta la cocina sin dejar a su paso un desastre de vidrios de Venecia.
Apenas si alcanzó a quitar la olla que empezaba a derramarse en la hornilla.
Luego puso al fuego un guiso que ya tenía preparado, y aprovechó la ocasión
para sentarse a descansar en un banco de la cocina. Cerró los ojos, los abrió
después con una expresión sin cansancio, y empezó a echar la sopa en la
sopera. Trabajaba dormida. La abuela se había sentado sola en el extremo de
una mesa de banquete con candelabros de plata y servicios para doce
personas. Hizo sonar la campanilla, y casi al instante acudió Eréndira con la
sopera humeante. En el momento en que le servía la sopa, la abuela advirtió
sus modales de sonámbulo, y le pasó la mano frente a los ojos como limpiando
un cristal invisible. La niña no vio la mano. La abuela la siguió con la mirada, y
cuando Eréndira le dio la espalda para volver a la cocina, le gritó:
– Eréndira.
Despertada de golpe, la niña dejó caer la sopera en la alfombra.
– No es nada, hija –le dijo la abuela con una ternura cierta–. Te volviste a
dormir caminando.
– Es la costumbre del cuerpo –se excusó Eréndira.
Recogió la sopera, todavía aturdida por el sueño, y trató de limpiar la mancha
de la alfombra.
– Déjala así –la disuadió la abuela– esta tarde la lavas.
De modo que además de los oficios naturales de la tarde, Eréndira tuvo que
lavar la alfombra del comedor, y aprovechó que estaba en el fregadero para
lavar también la ropa del lunes, mientras el viento daba vueltas alrededor de la
casa buscando un hueco para meterse. Tuvo tanto que hacer, que la noche se
le vino encima sin que se diera cuenta, y cuando repuso la alfombra del
comedor era la hora de acostarse.
La abuela había chapuceado el plano toda la tarde cantando en falsete para sí
misma las canciones de su época, y aún le quedaban en los párpados los
lamparones del almizcle con lágrimas. Pero cuando se tendió en la cama con el
104
camisón de muselina se había restablecido de la amargura de los buenos
recuerdos.
– Aprovecha mañana para lavar también la alfombra de la sala –le dijo a
Eréndira–, que no ha visto el sol desde los tiempos del ruido.
– Sí, abuela –contestó la niña.
Cogió un abanico de plumas y empezó a abanicar a la matrona implacable que
le recitaba el código del orden nocturno mientras se hundía en el sueño.
– Plancha toda la ropa antes de acostarte para que duermas con la conciencia
tranquila.
– Sí, abuela.
– Revisa bien los roperos, que en las noches de viento tienen más hambre las
polillas.
– Sí, abuela.
– Con el tiempo que te sobre sacas las flores al patio para que respiren.
– Sí, abuela.
– Y le pones su alimento al avestruz.
Se había dormido, pero siguió dando órdenes, pues de ella había heredado la
nieta la virtud de continuar viviendo en el sueño. Eréndira salió del cuarto sin
hacer ruido e hizo los últimos oficios de la noche, contestando siempre a los
mandatos de la abuela dormida.
– Le das de beber a las tumbas. –Sí, abuela.
– Antes de acostarte fíjate que todo quede en perfecto orden, pues las cosas
sufren mucho cuando no se les pone a dormir en su Puesto.
– Sí, abuela.
– Y si vienen los Amadises avísales que no entren –dijo la abuela–, que las
gavillas de Porfirio Galán los están esperando para matarlos.
Eréndira no le contestó más, pues sabía que empezaba a extraviarse en el
delirio, pero no se saltó una orden. Cuando acabó de revisar las fallebas de las
ventanas y apagó las últimas luces, cogió un candelabro del comedor y fue
alumbrando el paso hasta su dormitorio, mientras las pausas del viento se
llenaban con la respiración apacible y enorme de la abuela dormida.
Su cuarto era también lujoso, aunque no tanto como el de la abuela, y estaba
atiborrado de las muñecas de trapo y los animales de cuerda de su infancia
reciente. Vencida por los oficios bárbaros de– la jornada, Eréndira no tuvo
ánimos para desvestirse, sino que puso el candelabro en la mesa de noche y
se tumbó en la cama. Poco después, el viento de su desgracia se metió en el
dormitorio como una manada de perros y volcó el candelabro contra las
cortinas.
Al amanecer, cuando por fin se acabó el viento, empezaron a caer unas gotas
de lluvia gruesas y separadas que apagaron las últimas brasas y endurecieron
las cenizas humeantes de la mansión. La gente del pueblo, indios en su
mayoría, trataba de rescatar los restos del desastre: el cadáver carbonizado del
avestruz, el bastidor del piano dorado, el torso de una estatua. La abuela
contemplaba con un abatimiento impenetrable los residuos de su fortuna.
Eréndira, sentada entre las dos tumbas de los Amadises, había terminado de
llorar. Cuando la abuela se convenció de que quedaban muy pocas cosas
intactas entre los escombros, miró a la nieta con una lástima sincera.
– Mi pobre niña –suspiró–. No te alcanzará la vida para pagarme este
percance.
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Empezó a pagárselo ese mismo día, bajo el estruendo de la lluvia, cuando la
llevó con el tendero del pueblo, un viudo escuálido y prematuro que era muy
conocido en el desierto porque pagaba a buen precio la virginidad. Ante la
expectativa impávida de la abuela el viudo examinó a Eréndira con una
austeridad científica: consideró la fuerza de sus muslos, el tamaño de sus
senos, el diámetro de sus caderas. No dijo una palabra mientras no tuvo un
cálculo de su valor.
– Todavía está muy bache –dijo entonces–, tiene teticas de perra.
Después la hizo subir en una balanza para probar con cifras su dictamen.
Eréndira pesaba 42 kilos.
– No vale más de cien pesos –dijo el viudo.
La abuela se escandalizó.
– ¡Cien pesos por una criatura completamente nueva! –casi gritó–. No, hombre,
eso es mucho faltarle el respeto a la virtud.
– Hasta ciento cincuenta –dijo el viudo.
– La niña me ha hecho un daño de más de un millón de pesos –dijo la abuela–
A este paso le harán falta como doscientos años para pagarme.
– Por fortuna –dijo el viudo– lo único bueno que tiene es la edad.
La tormenta amenazaba con desquiciar la casa, y había tantas goteras en el
techo que casi llovía adentro como fuera. La abuela se sintió sola en un mundo
de desastre.
– Suba siquiera hasta trescientos –dijo. –Doscientos cincuenta.
Al final se pusieron de acuerdo por doscientos veinte pesos en efectivo y
algunas cosas de comer. La abuela le indicó entonces a Eréndira que se fuera
con el viudo, y éste la condujo de la mano hacia la trastienda, como si la llevara
para la escuela.
– Aquí te espero –dijo la abuela.
– Sí, abuela –dijo Eréndira.
La trastienda era una especie de cobertizo con cuatro pilares de ladrillos, un
techo de palmas podridas, y una barda de adobe de un metro de altura por
donde se metían en la casa los disturbios de la intemperie. Puestas en el borde
de adobes había macetas de cactos y otras plantas de aridez. Colgada entre
dos pilares, agitándose como la vela suelta de un balandro al garete, había una
hamaca sin color. Por encima del silbido de la tormenta y los ramalazos del
agua
se oían gritos lejanos, aullidos de animales remotos, voces de naufragio.
Cuando Eréndira y el viudo entraron en el cobertizo tuvieron que sostenerse
para que no los tumbara un golpe de lluvia que los dejó ensopados. Sus voces
no se oían y sus movimientos se habían vuelto distintos por el fragor de la
borrasca. A la primera tentativa del viudo Eréndira gritó algo inaudible y trató de
escapar. El viudo le contestó sin voz, le torció el brazo por la muñeca y la
arrastró hacia la hamaca. Ella le resistió con un arañazo en la cara y volvió a
gritar en silencio, y él le respondió con una bofetada solemne que la levantó del
suelo y la hizo flotar un instante en el aire con el largo cabello de medusa
ondulando en el vacío, la abrazó por la cintura antes de que volviera a pisar la
tierra, la derribó dentro de la hamaca con un golpe brutal, y la inmovilizó con las
rodillas. Eréndira sucumbió entonces al terror, perdió el sentido, y se quedó
como fascinada con las franjas de luna de un pescado que pasó navegando en
el aire de la tormenta, mientras el viudo la desnudaba desgarrándole la ropa
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con zarpazos espaciados, como arrancando hierba, desbaratándosela en
largas tiras de colores que ondulaban como serpentinas y se iban con el viento.
Cuando no hubo en el pueblo ningún otro hombre que pudiera pagar algo por el
amor de Eréndira, la abuela se la llevó en un camión de carga hacia los rumbos
del contrabando. Hicieron el viaje en la plataforma descubierta, entre bultos de
arroz y latas de manteca, y los saldos del incendio: la cabecera de la cama
virreinal, un ángel de guerra, el trono chamuscado, y otros chécheres
inservibles. En un baúl con dos cruces pintadas a brocha gorda se llevaron los
huesos de los Amadises.
La abuela se protegía del sol eterno con un paraguas descosido y respiraba
mal por la tortura del sudor y el polvo, pero aún en aquel estado de infortunio
conservaba el dominio de su dignidad. Detrás de la pila de latas y sacos de
arroz, Eréndira pagó el viaje y el transporte de los muebles haciendo amores
de a veinte pesos con el carguero del camión. Al principio su sistema de
defensa fue el mismo con que se había opuesto a la agresión del viudo. Pero el
método del carguero fue distinto, lento y sabio, y terminó por amansarla con la
ternura.
De modo que cuando llegaron al primer pueblo, al cabo de una jornada mortal,
Eréndira y el carguero se reposaban del buen amor detrás del parapeto de la
carga. El conductor del camión le gritó a la abuela:
– De aquí en adelante ya todo es mundo.
La abuela observó con incredulidad las calles miserables y solitarias de un
pueblo un poco más grande, pero tan triste como el que habían abandonado.
– No se nota –dijo.
– Es territorio de misiones –dijo el conductor.
– A mí no me interesa la caridad sino el contrabando –dijo la abuela.
Pendiente del diálogo detrás de la carga, Eréndira hurgaba con el dedo un saco
de arroz. De pronto encontró un hilo, tiró de él, y sacó un largo collar de perlas
legítimas. Lo contempló asustada, teniéndolo entre los dedos como una culebra
muerta, mientras el conductor le replicaba a la abuela:
– No sueñe despierta, señora. Los contrabandistas no existen.
– ¡Cómo no –dijo la abuela–, dígamelo a mí!
– Búsquelos y verá –se burló el conductor de buen humor–. Todo el mundo
habla de ellos, pero nadie los ve.
El carguero se dio cuenta de que Eréndira había sacado el collar, se apresuró a
quitárselo y lo metió otra vez en el saco de arroz. La abuela, que había
decidido quedarse a pesar de la pobreza del pueblo, llamó entonces a la nieta
para que la ayudara a bajar del camión. Eréndira se despidió del cargador con
un beso apresurado pero espontáneo y cierto.
La abuela esperó sentada en el trono, en medio de la calle, hasta que acabaron
de bajar la carga. Lo último fue el baúl con los restos de los Amadises.
– Esto pesa como un muerto –rió el conductor. –Son dos –dijo la abuela–. Así
que trátelos con el debido respeto.
– Apuesto que son estatuas de marfil –rió el conductor.
Puso el baúl con los huesos de cualquier modo entre los muebles
chamuscados, y extendió la mano abierta frente a la abuela.
– Cincuenta pesos –dijo.
La abuela señaló al carguero.
– Ya su esclavo se pagó por la derecha.
El conductor miró sorprendido al ayudante, y éste le hizo una señal afirmativa.
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Volvió a la cabina del camión, donde viajaba una mujer enlutada con un niño de
brazos que lloraba de calor. El carguero, muy seguro de sí mismo, le dijo
entonces a la abuela:
– Eréndira se va conmigo, si usted no ordena otra cosa. Es con buenas
intenciones.
La niña intervino asustada. – ¡Yo no he dicho nada!
– Lo digo yo que fui el de la idea –dijo el carguero.
La abuela lo examinó de cuerpo entero, sin disminuirlo, sino tratando de
calcular el verdadero tamaño de sus agallas.
– Por mí no hay inconveniente –le dijo– si me pagas lo que perdí por su
descuido. Son ochocientos setenta y dos mil trescientos quince pesos, menos
cuatrocientos veinte que ya me ha pagado, o sea ochocientos setenta y un mil
ochocientos noventa y cinco.
El camión arrancó.
– Créame que le daría ese montón de plata si lo tuviera –dijo con seriedad el
carguero–. La niña los vale.
A la abuela le sentó bien la decisión del muchacho.
–Pues vuelve cuando lo tengas, hijo –le replicó en un tono simpático, pero
ahora vete, que si volvemos a sacar las cuentas todavía me estás debiendo
diez pesos.
El carguero saltó en la plataforma del camión que se alejaba. Desde allí le dijo
adiós a Eréndira con la mano, pero ella estaba todavía tan asustada que no le
correspondió
En el mismo solar baldío donde las dejó el camión, Eréndira y la abuela
improvisaron un tenderete para vivir, con láminas de cinc y restos de alfombras
asiáticas. Pusieron dos esteras en el suelo y durmieron tan bien como en la
mansión, hasta que el sol abrió huecos en el techo y les ardió en la cara.
Al contrario de siempre, fue la abuela quien se ocupó aquella mañana de
arreglar a Eréndira. Le pintó la cara con un estilo de belleza sepulcral que
había estado de moda en su juventud, y la remató con unas pestañas postizas
y un lazo de organza que parecía una mariposa en la cabeza.
– Te ves horrorosa –admitió– pero así es mejor: los hombres son muy brutos
en asuntos de mujeres.
Ambas reconocieron, mucho antes de verlas, los pasos de dos mulas en la
yesca del desierto. A una orden de la abuela, Eréndira se acostó en el petate
como lo habría hecho una aprendiza de teatro en el momento en que iba a
abrirse el telón. Apoyada en el báculo episcopal, la abuela abandonó el
tenderete y se sentó en el trono a esperar el paso de las mulas.
Se acercaba el hombre del correo. No tenía más de veinte años, aunque
estaba envejecido por el oficio, y llevaba un vestido de caqui, polainas, casco
de corcho, y una pistola de militar en el cinturón de cartucheras. Montaba una
buena mula, y llevaba otra de cabestro, menos entera, sobre la cual se
amontonaban los sacos de lienzo del correo.
Al pasar frente a la abuela la saludó con la mano y siguió de largo. Pero ella le
hizo una señal para que echara una mirada dentro del tenderete. El hombre se
detuvo, y vio a Eréndira acostada en la estera con sus afeites póstumos y un
traje de cenefas moradas.
– ¿Te gusta? –preguntó la abuela.
El hombre del correo no comprendió hasta entonces lo que le estaban
proponiendo.
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– En ayunas no está mal –sonrió.
– Cincuenta pesos –dijo la abuela.
– ¡Hombre, lo tendrá de oro! –dijo él–. Eso es lo que me cuesta la comida de un
mes.
– No seas estreñido –dijo la abuela–. El correo aéreo tiene mejor sueldo que un
cura.
– Yo soy el correo nacional –dijo el hombre–. El correo aéreo es ése que anda
en un camioncito.
– De todos modos el amor es tan importante como la comida –dijo la abuela.
– Pero no alimenta.
La abuela comprendió que a un hombre que vivía de las esperanzas ajenas le
sobraba demasiado tiempo para regatear.
– ¿Cuánto tienes? –le preguntó.
El correo desmontó, sacó del bolsillo unos billetes masticados y se los mostró a
la abuela. Ella los cogió todos juntos con una mano rapaz como si fueran una
pelota.
– Te lo rebajo –dijo– pero con una condición: haces correr la voz por todas
partes.
– Hasta el otro lado del mundo –dijo el hombre del correo–. Para eso sirvo.
Eréndira, que no había podido parpadear, se quitó entonces las pestañas
postizas y se hizo a un lado en la estera para dejarle espacio al novio casual.
Tan pronto como él entró en el tenderete, la abuela cerró la entrada con un
tirón enérgico de la cortina corrediza.
Fue un trato eficaz. Cautivados por las voces del correo, vinieron hombres
desde muy lejos a conocer la novedad de Eréndira. Detrás de los hombres
vinieron mesas de lotería y puestos de comida, y detrás de todos vino un
fotógrafo en bicicleta que instaló frente al campamento una cámara de
caballete con manga de luto, y un telón de fondo con un lago de cisnes
inválidos.
La abuela, abanicándose en el trono, parecía ajena a su propia feria. Lo único
que le interesaba era el orden en la fila de clientes que esperaban turno, y la
exactitud del dinero que pagaban por adelantado para entrar con Eréndira. Al
principio había sido tan severa que hasta llegó a rechazar un buen cliente
porque le hicieron falta cinco pesos. Pero con el paso de los meses fue
asimilando las lecciones de la realidad, y terminó por admitir que completaran
el pago con medallas de santos, reliquias de familia, anillos matrimoniales, y
todo cuanto fuera capaz de demostrar, mordiéndolo, que era oro de buena ley
aunque no brillara.
Al cabo de una larga estancia en aquel primer pueblo, la abuela tuvo suficiente
dinero para comprar un burro, y se internó en el desierto en busca de otros
lugares más propicios para cobrarse la deuda. Viajaba en unas angarillas que
habían improvisado sobre el burro, y se protegía del sol inmóvil con el
paraguas desvarillado que Eréndira sostenía sobre su cabeza. Detrás de ellas
caminaban cuatro indios de carga con los pedazos del campamento: los
petates de dormir, el trono restaurado, el ángel de alabastro y el baúl con los
restos de los Amadises. El fotógrafo perseguía la caravana en su bicicleta, pero
sin darle alcance, como si fuera para otra fiesta.
Habían transcurrido seis meses desde el incendio cuando la abuela pudo tener
una visión entera del negocio.
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– Si las cosas siguen así –le dijo a Eréndira– me habrás pagado la deuda
dentro de ocho años, siete meses y once días.
Volvió a repasar sus cálculos con los ojos cerrados, rumiando los granos que
sacaba de una faltriquera de jareta donde tenía también el dinero, y precisó:
– Claro que todo eso es sin contar el sueldo y la comida de los indios, y otros
gastos menores.
Eréndira, que caminaba al paso del burro agobiada por el calor y el polvo, no
hizo ningún reproche a las cuentas de la abuela, pero tuvo que reprimirse para
no llorar.
– Tengo vidrio molido en los huesos –dijo.
– Trata de dormir.
– Sí, abuela.
Cerró los Ojos, respiró a fondo una bocanada de aire abrasante, y siguió
caminando dormida.
Una camioneta cargada de jaulas apareció espantando chivos entre la
polvareda del horizonte, y el alboroto de los pájaros fue un chorro de agua
fresca en el sopor dominical de San Miguel del Desierto. Al volante iba un
corpulento granjero holandés con el pellejo astillado por la intemperie, y unos
bigotes color de ardilla que había heredado de algún bisabuelo. Su hijo Ulises,
que viajaba en el otro asiento, era un adolescente dorado, de ojos marítimos y
solitarios, y con la identidad de un ángel furtivo. Al holandés le llamó la atención
una tienda de campaña frente a la cual esperaban turno todos los soldados de
la guarnición local. Estaban sentados en el suelo, bebiendo de una misma
botella que se pasaban de boca en boca, y tenían ramas de almendros en la
cabeza como si estuvieran emboscadas para un combate. El holandés
preguntó en su lengua: ¿Qué diablos venderán ahí?
– Una mujer –le contestó su hijo con toda naturalidad–. Se llama Eréndira.
– ¿Cómo lo sabes?
– Todo el mundo lo sabe en el desierto –contestó Ulises.
El holandés descendió en el hotelito del pueblo.
Ulises se demoró en la camioneta, abrió con dedos ágiles una cartera de
negocios que su padre había dejado en el asiento, sacó un mazo de billetes, se
metió varios en los bolsillos, y volvió a dejar todo como estaba. Esa noche,
mientras su padre dormía, se salió por la ventana del hotel y se fue a hacer la
cola frente a la carpa de Eréndira.
La fiesta estaba en su esplendor. Los reclutas borrachos bailaban solos para
no desperdiciar la música gratis, y el fotógrafo tomaba retratos nocturnos con
papeles de magnesio. Mientras controlaba el negocio, la abuela contaba
billetes en el regazo, los repartía en gavillas iguales y los ordenaba dentro de
un cesto. No había entonces más de doce soldados, pero la fila de la tarde
había crecido con clientes civiles. Ulises era el último.
El turno le correspondía a un soldado de ámbito lúgubre. La abuela no sólo le
cerró el paso, sino que esquivó el contacto con su dinero.
– No hijo –le dijo–, tú no entras ni por todo el oro del moro. Eres pavoso.
El soldado, que no era de aquellas tierras, se sorprendió.
– ¿Qué es eso?
– Que contagias la mala sombra –dijo la abuela–. No hay más que verte la
cara.
Lo apartó con la mano, pero sin tocarlo, y le dio paso al soldado siguiente.
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– Entra tú, dragoneante –le dijo de buen humor–. Y no te demores, que la
patria te necesita.
El soldado entró, pero volvió a salir inmediatamente, porque Eréndira quería
hablar con la abuela. Ella se colgó del brazo el cesto de dinero y entró en la
tienda de campaña, cuyo espacio era estrecho, pero ordenado y limpio. Al
fondo, en una cama de lienzo, Eréndira no podía reprimir el temblor del cuerpo,
estaba maltratada y sucia de sudor de soldados.
– Abuela –sollozó–, me estoy muriendo.
La abuela le tocó la frente, y al comprobar que no tenía fiebre, trató de
consolarla. – Ya no faltan más de diez militares –dijo. Eréndira rompió a llorar
con unos chillidos de animal azorado. La abuela supo
entonces que había traspuesto los límites del horror, y acariciándole la cabeza
la ayudó a calmarse.
– Lo que pasa es que estás débil –le dijo–. Anda, no llores más, báñate con
agua de salvia para que se te componga la sangre.
Salió de la tienda cuando Eréndira empezó a serenarse, y le devolvió el dinero
al soldado que esperaba. "Se acabó por hoy", le dijo. "Vuelve mañana y te doy
el primer lugar". Luego gritó a los de la fila:
– Se acabó, muchachos. Hasta mañana a las nueve.
Soldados y civiles rompieron filas con gritos de protesta. La abuela se les
enfrentó de buen talante pero blandiendo en serio el báculo devastador.
– ¡Desconsiderados! ¡Mampolones! –gritaba–. Qué se creen, que esa criatura
es de fierro. Ya quisiera yo verlos en su situación. ¡Pervertidos! ¡Apátridas de
mierda!
Los hombres le replicaban con insultos más gruesos, pero ella terminó por
dominar la revuelta y se mantuvo en guardia con el báculo hasta que se
llevaron las mesas de fritanga y desmontaron los puestos de lotería. Se
disponía a volver a la tienda cuando vio a Ulises de cuerpo entero, solo, en el
espacio vacío y oscuro donde antes estuvo la fila de hombres. Tenía un aura
irreal y parecía visible en la penumbra por el fulgor propio de su belleza.
– Y tú –le dijo la abuela–, ¿dónde dejaste las alas? –El que las tenía era mi
abuelo –contestó Ulises con su naturalidad–, pero nadie lo cree. La abuela
volvió a examinarlo con una atención hechizada. "Pues yo sí lo creo", dijo.
"Tráelas puestas mañana". Entró en la tienda y dejó a Ulises ardiendo en su
sitio.
Eréndira se sintió mejor después del baño. Se había puesto una combinación
corta y bordada, y se estaba secando el pelo para acostarse, pero aún hacía
esfuerzos por reprimir las lágrimas. La abuela dormía.
Por detrás de la cama de Eréndira, muy despacio, Ulises asomó la cabeza. Ella
vio los ojos ansiosos y diáfanos, pero antes de decir nada se frotó la cara con
la toalla para probarse que no era una ilusión. Cuando Ulises parpadeó por
primera vez, Eréndira le preguntó en voz muy baja:
– Quién tú eres.
Ulises se mostró hasta los hombros. "Me llamo Ulises", dijo. Le enseñó los
billetes robados y agregó:
– Traigo la plata.
Eréndira puso las manos sobre la cama, acercó su cara a la de Ulises, y siguió
hablando con él como en un juego de escuela primaria.
– Tenías que ponerte en la fila –le dijo.
111
– Esperé toda la noche –dijo Ulises. –Pues ahora tienes que esperarte hasta
mañana –dijo Eréndira–. Me siento como si me hubieran dado trancazos en los
riñones.
En ese instante la abuela empezó a hablar dormida. –Van a hacer veinte años
que llovió la última vez –dijo–. Fue una tormenta tan terrible que la lluvia vino
revuelta con agua de mar, y la casa amaneció llena de pescados y caracoles, y
tu abuelo Amadís, que en paz descanse, vio una mantarrasa luminosa
navegando por el aire.
Ulises se volvió a esconder detrás de la cama. Eréndira hizo una sonrisa
divertida.
– Tate sosiego –le dijo–. Siempre se vuelve como loca cuando está dormida,
pero no la despierta ni un temblor de tierra.
Ulises se asomó de nuevo. Eréndira lo contempló con una sonrisa traviesa y
hasta un poco cariñosa, y quitó de la estera la sábana usada.
– Ven –le dijo–, ayúdame a cambiar la sábana.
Entonces Ulises salió de detrás de la cama y cogió la sábana por un extremo.
Como era una sábana mucho más grande que la estera se necesitaban varios
tiempos para doblarla. Al final de cada doblez Ulises estaba más cerca de
Eréndira.
– Estaba loco por verte –dijo de pronto–. Todo el mundo dice que eres muy
bella, y es verdad.
– Pero me voy a morir –dijo Eréndira.
– Mi mamá dice que los que se mueren en el desierto no van al cielo sino al
mar –dijo Ulises.
Eréndira puso aparte la sábana sucia y cubrió la estera con otra limpia y
aplanchada.
– No conozco el mar –dijo.
– Es como el desierto, pero con agua –dijo Ulises.
– Entonces no se puede caminar.
– Mi papá conoció un hombre que sí podía –dijo Ulises– pero hace mucho
tiempo. Eréndira estaba encantada pero quería dormir. –Si vienes mañana bien
temprano te pones en el primer puesto –dijo.
– Me voy con mi papá por la madrugada –dijo Ulises. –¿Y no vuelven a pasar
por aquí?
– Quién sabe cuándo –dijo Ulises–. Ahora pasamos por casualidad porque nos
perdimos en el camino de la frontera.
Eréndira miró pensativa a la abuela dormida. –Bueno –decidió–, dame la plata.
Ulises se la dio. Eréndira se acostó en la cama, pero él se quedó trémulo en su
sitio: en el instante decisivo su determinación había flaqueado. Eréndira le
cogió de la mano para que se diera prisa, y sólo entonces advirtió su
tribulación. Ella conocía ese miedo.
– ¿Es la primera vez? –le preguntó.
Ulises no contestó, pero hizo una sonrisa desolada. Eréndira se volvió distinta.
– Respira despacio –le dijo–. Así es siempre al principio, y después ni te das
cuenta.
Lo acostó a su lado, y mientras le quitaba la ropa lo fue apaciguando con
recursos maternos.
– ¿Cómo es que te llamas?
– Ulises.
– Es nombre de gringo –dijo Eréndira.
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– No, de navegante.
Eréndira le descubrió el pecho, le dio besitos huérfanos, lo olfateó.
– Pareces todo de oro –dijo– pero hueles a flores. –Debe ser a naranjas –dijo
Ulises.
Ya más tranquilo, hizo una sonrisa de complicidad. –Andamos con muchos
pájaros para despistar –agregó–, pero lo que llevamos a la frontera es un
contrabando de naranjas.
– Las naranjas no son contrabando –dijo Eréndira. –Estas sí –dijo Ulises–.
Cada una cuesta cincuenta mil pesos.
Eréndira se rió por primera vez en mucho tiempo. –Lo que más me gusta de ti –
dijo– es la seriedad con que inventas los disparates. Se había vuelto
espontánea y locuaz, como si la inocencia de Ulises le hubiera cambiado no
sólo el humor, sino también la índole. La abuela, a tan escasa distancia de la
fatalidad, siguió hablando dormida.
– Por estos tiempos, a principios de marzo, te trajeron a la casa –dijo–.
Parecías una lagartija envuelta en algodones. Amadís, tu padre, que era joven
y guapo, estaba tan contento aquella tarde que mandó a buscar como veinte
carretas cargadas de flores, y llegó gritando y tirando flores por la calle, hasta
que todo el pueblo quedó dorado de flores como el mar. Deliró varias horas, a
grandes voces, y con una pasión obstinada. Pero Ulises no la oyó, porque
Eréndira lo había querido tanto, y con tanta verdad, que lo volvió a querer por la
mitad de su precio mientras la abuela deliraba, y lo siguió queriendo sin dinero
hasta el amanecer. Un grupo de misioneros con los crucifijos en alto se habían
plantado hombro contra hombro en medio del desierto. Un viento tan bravo
como el de la desgracia sacudía sus hábitos de cañamazo y sus barbas
cerriles, y apenas les permitía tenerse en pie. Detrás de ellos estaba la casa de
la misión, un promontorio colonial con un campanario minúsculo sobre los
muros ásperos y encalados.
El misionero más joven, que comandaba el grupo, señaló con el índice una
grieta natural en el suelo de arcilla vidriada.
– No pasen esa raya –gritó.
Los cuatro cargadores indios que transportaban a la abuela en un palanquín de
tablas se detuvieron al oír el grito. Aunque iba mal sentada en el piso del
palanquín y tenía el ánimo entorpecido por el polvo y el sudor del desierto, la
abuela se mantenía en su altivez. Eréndira iba a pie. Detrás del palanquín
había una fila de ocho indios de carga, y en último término el fotógrafo en la
bicicleta.
– El desierto no es de nadie –dijo la abuela.
– Es de Dios –dijo el misionero–, y estáis violando sus santas leyes con vuestro
tráfico inmundo. La abuela reconoció entonces la forma y la dicción
peninsulares del misionero, y eludió el encuentro frontal para no descalabrarse
contra su intransigencia. Volvió a ser ella misma. – No entiendo tus misterios,
hijo. El misionero señaló a Eréndira. –Esa criatura es menor de edad. –Pero es
mi nieta.
– Tanto peor –replicó el misionero–. Ponla bajo nuestra custodia, por las
buenas, o tendremos que recurrir a otros métodos.
La abuela no esperaba que llegaran a tanto.
– Está bien, aríjuna –cedió asustada–. Pero tarde o temprano pasaré, ya lo
verás. Tres días después del encuentro con los misioneros, la abuela y
Eréndira dormían en un pueblo próximo al convento, cuando unos cuerpos
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sigilosos, mudos, reptando como patrullas de asalto, se deslizaron en la tienda
de campaña. Eran seis novicias indias, fuertes y jóvenes, con los hábitos de
lienzo crudo que parecían fosforescentes en las ráfagas de luna. Sin hacer un
solo ruido cubrieron a Eréndira con un toldo de mosquitero, la levantaron sin
despertarla, y se la llevaron envuelta como un pescado grande y frágil
capturado en una red lunar. No hubo un recurso que la abuela no intentara
para rescatar a la nieta de la tutela de los misioneros. Sólo cuando le fallaron
todos, desde los más derechos hasta los más torcidos, recurrió a la autoridad
civil, que era ejercida por un militar. Lo encontró en el patio de su casa, con el
torso desnudo, disparando con un rifle de guerra contra una nube oscura y
solitaria en el cielo ardiente. Trataba de perforarla para que lloviera, y sus
disparos eran encarnizados e inútiles pero hizo las pausas necesarias para
escuchar a la abuela.
– Yo no puedo hacer nada –le explicó, cuando acabó de oírla–, los padrecitos,
de acuerdo con el Concordato, tienen derecho a quedarse con la niña hasta
que sea mayor de edad. O hasta que se case.
– ¿Y entonces para qué lo tienen a usted de alcalde? –preguntó la abuela.
– Para que haga llover –dijo el alcalde.
Luego, viendo que la nube se había puesto fuera de su alcance, interrumpió
sus deberes oficiales y se ocupó por completo de la abuela.
– Lo que usted necesita es una persona de mucho peso que responda por
usted
–le dijo–. Alguien que garantice su moralidad y sus buenas costumbres con una
carta firmada. ¿No conoce al senador Onésimo Sánchez? Sentada bajo el sol
puro en un taburete demasiado estrecho para sus nalgas siderales, la abuela
contestó con una rabia solemne: – Soy una pobre mujer sola en la inmensidad
del desierto.
El alcalde, con el ojo derecho torcido por el calor, la contempló con lástima. –
Entonces no pierda más el tiempo, señora –dijo–. Se la llevó el carajo. No se la
llevó, por supuesto. Plantó la tienda frente al convento de la misión, y se sentó
a pensar, como un guerrero solitario que mantuviera en estado de sitio a una
ciudad fortificada. El fotógrafo ambulante, que la conocía muy bien, cargó sus
bártulos en la parrilla de la bicicleta y se dispuso a marcharse solo cuando la
vio a pleno sol, y con los ojos fijos en el convento.
– Vamos a ver quién se cansa primero –dijo la abuela–, ellos o yo.
– Ellos están ahí hace 300 años, y todavía aguantan –dijo el fotógrafo–. Yo me
voy.
Sólo entonces vio la abuela la bicicleta cargada. –Para dónde vas.
– Para donde me lleve el viento –dijo el fotógrafo, y se fue–. El mundo es
grande. La abuela suspiró.
– No tanto como tú crees, desmerecido.
Pero no movió la cabeza a pesar del rencor, para no apartar la vista del
convento. No la apartó durante muchos días de calor mineral, durante muchas
noches de vientos perdidos, durante el tiempo de la meditación en que nadie
salió del convento. Los indios construyeron un cobertizo de palma junto a la
tienda, y allí colgaron sus chinchorros, pero la abuela velaba hasta muy tarde,
cabeceando en el trono, y rumiando los cereales crudos de su faltriquera con la
desidia invencible de un buey acostado. Una noche pasó muy cerca de ella una
fila de camiones tapados, lentos, cuyas únicas luces eran unas guirnaldas de
focos de colores que les daban un tamaño espectral de altares sonámbulos. La
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abuela los reconoció de inmediato, porque eran iguales a los camiones de los
Amadises. El último del convoy se retrasó, se detuvo, y un hombre bajó de la
cabina a arreglar algo en la plataforma de carga. Parecía una réplica de los
Amadises, con una gorra de ala volteada, botas altas, dos cananas cruzadas
en el pecho, un fusil militar y dos pistolas. Vencida por una tentación irresistible,
la abuela llamó al hombre.
– ¿No sabes quién soy? –le preguntó.
El hombre le alumbró sin piedad con una linterna de pilas. Contempló un
instante el rostro estragado por la vigilia, los Ojos apagados de cansancio, el
cabello marchito de la mujer que aún a su edad, en su mal estado y con aquella
luz cruda en la cara, hubiera podido decir que había sido la más bella del
mundo. Cuando la examinó bastante para estar seguro de no haberla visto
nunca, apagó la linterna.
– Lo único que sé con toda seguridad –dijo– es que usted no es la Virgen de
los Remedios.
– Todo lo contrario –dijo la abuela con una voz dulce–. Soy la Dama.
El hombre puso la mano en la pistola por puro instinto.
– ¡Cuál dama!
– La de Amadís el grande.
– Entonces no es de este mundo –dijo él, tenso–. ¿Qué es lo que quiere? –
Que me ayuden a rescatar a mi nieta, nieta de Amadís el grande, hija de
nuestro Amadís, que está presa en ese convento.
El hombre se sobrepuso al temor. – Se equivocó de puerta –dijo–. Si cree que
somos capaces de atravesarnos en las cosas de Dios, usted no es la que dice
que es, ni conoció siquiera a los Amadises, ni tiene la más puta idea de lo que
es el matute. Esa madrugada la abuela durmió menos que las anteriores. La
pasó rumiando, envuelta en una manta de lana, mientras el tiempo de la noche
le equivocaba la memoria, y los delirios reprimidos pugnaban por salir aunque
estuviera despierta, y tenía que apretarse el corazón con la mano para que no
la sofocara el recuerdo de una casa de mar con grandes flores coloradas
donde había sido feliz. Así se mantuvo hasta que sonó la campana del
convento, y se encendieron las primeras luces en las ventanas y el desierto se
saturó del olor a pan caliente de los maitines. Sólo entonces se abandonó al
cansancio, engañada por la ilusión de que Eréndira se había levantado y
estaba buscando el modo de escaparse para volver con ella.
Eréndira, en cambio, no perdió ni una noche de sueño desde que la llevaron al
convento. Le habían cortado el cabello con unas tijeras de podar hasta dejarse
la cabeza como un cepillo, le pusieron el rudo balandrán de lienzo de las
reclusas y le entregaron un balde de agua de cal y una escoba para que
encalara los peldaños de las escaleras cada vez que alguien las pisara. Era un
oficio de mula, porque había un subir y bajar incesante de misioneros
embarcados y novicias de carga, pero Eréndira lo sintió como un domingo de
todos los días después de la galera mortal de la cama. Además, no era ella la
única agotada al anochecer, pues aquel convento no estaba consagrado a la
lucha contra el demonio sino contra el desierto. Eréndira había visto a las
novicias indígenas desbravando las vacas a pescozones para ordeñarlas en los
establos, saltando días enteros sobre las tablas para exprimir los quesos,
asistiendo a las cabras en un mal parto. Las había visto sudar como
estibadores curtidos sacando el agua del aljibe, irrigando a pulso un huerto
temerario que otras novicias habían labrado con azadones para plantar
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legumbres en el pedernal del desierto. Había visto el infierno terrestre de los
hornos de pan y los cuartos de plancha. Había visto a una monja persiguiendo
a un cerdo por el patio, la vio resbalar con el cerdo cimarrón agarrado por las
orejas y revolcarse en un barrizal sin soltarlo, hasta que dos novicias con
delantales de cuero la ayudaron a someterlo, y una de ellas lo degolló con un
cuchillo de matarife y todas quedaron empapadas de sangre y de lodo. Había
visto en el pabellón apartado del hospital a las monjas tísicas con sus
camisones de muertas, que esperaban la última orden de Dios bordando
sábanas matrimoniales en las terrazas, mientras los hombres de la misión
predicaban en el desierto. Eréndira vivía en su penumbra, descubriendo otras
formas de belleza y de horror que nunca había imaginado en el mundo
estrecho de la cama, pero ni las novicias más montaraces ni las más
persuasivas habían logrado que dijera una palabra desde que la llevaron al
convento. Una mañana, cuando estaba aguando la cal en el balde, oyó una
música de cuerdas que parecía una luz más diáfana en la luz del desierto.
Cautivada por el milagro, se asomó a un salón inmenso y vacío de paredes
desnudas y ventanas grandes por donde entraba a golpes y se quedaba
estancada la claridad deslumbrante de junio, y en el centro del salón vio a una
monja bella que no había visto antes, tocando un oratorio de Pascua en el
clavicémbalo. Eréndira escuchó la música sin parpadear, con el alma en un
hilo, hasta que sonó la campana para comer. Después del almuerzo, mientras
blanqueaba la escalera con la brocha de esparto, esperó a que todas las
novicias acabaran de subir y bajar, se quedó sola, donde nadie pudiera oírla, y
entonces habló por primera vez desde que entró en el convento. – Soy feliz –
dijo.
De modo que a la abuela se le acabaron las esperanzas de que Eréndira
escapara para volver con ella, pero mantuvo su asedio de granito, sin tomar
ninguna determinación, hasta el domingo de Pentecostés. Por esa época los
misioneros rastrillaban el desierto persiguiendo concubinas encinta para
casarlas, Iban hasta las rancherías más olvidadas en un camioncito decrépito,
con cuatro hombres de tropa bien armados y un arcón de géneros de pacotilla.
Lo más difícil de aquella cacería de indios era convencer a las mujeres, que se
defendían de la gracia divina con el argumento verídico de que los hombres se
sentían con derecho a exigirles a las esposas legítimas un trabajo más rudo
que a las concubinas, mientras ellos dormían despernancados en los
chinchorros. Había que seducirlas con recursos de engaño, disolviéndoles la
voluntad de Dios en el jarabe de su propio idioma para que la sintieran menos
áspera, pero hasta las más retrecheras terminaban convencidas por unos
aretes de oropel. A los hombres, en cambio, una vez obtenida la aceptación de
la mujer, los sacaban a culatazos de los chinchorros y se los llevaban
amarrados en la plataforma de carga, para casarlos a la fuerza. Durante varios
días la abuela vio pasar hacia el convento el camioncito cargado de indias
encinta, pero no reconoció su oportunidad. La reconoció el propio domingo de
Pentecostés, cuando oyó los cohetes y los repiques de las campanas, y vio la
muchedumbre miserable y alegre que pasaba para la fiesta, y vio que entre las
muchedumbres había mujeres encinta con velos y coronas de novia, llevando
del brazo a los maridos de casualidad para volverlos legítimos en la boda
colectiva.
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Entre los últimos del desfile pasó un muchacho de corazón inocente, de pelo
indio cortado como una totuma y vestido de andrajos, que llevaba en la mano
un cirio pascual con un lazo de seda. La abuela lo llamó.
– Dime una cosa, hijo –le preguntó con su voz más tersa–. ¿Qué vas a hacer tú
en esa cumbiamba?
El muchacho se sentía intimidado con el cirio, y le costaba trabajo cerrar la
boca por sus dientes de burro. –Es que los padrecitos me van a hacer la
primera comunión –dijo.
– ¿Cuánto te pagaron?
– Cinco pesos.
La abuela sacó de la faltriquera un rollo de billetes que el muchacho miró
asombrado.
– Yo te voy a dar veinte –dijo la abuela–. Pero no para que hagas la primera
comunión, sino para que te cases.
– ¿Y eso con quién?
– Con mi nieta.
Así que Eréndira se casó en el patio del convento, con el balandrán de reclusa
y una mantilla de encaje que le regalaron las novicias, y sin saber al menos
cómo se llamaba el esposo que le había comprado su abuela. Soportó con una
esperanza incierta el tormento de las rodillas en el suelo de caliche, la peste de
pellejo de chivo de las doscientas novias embarazadas, el castigo de la
Epístola de San Pablo martillada en latín bajo la canícula inmóvil, porque los
misioneros no encontraron recursos para oponerse a la artimaña de la boda
imprevista, pero
le habían prometido una última tentativa para mantenerla en el convento. Sin
embargo, al término de la ceremonia, y en presencia del Prefecto Apostólico,
del alcalde militar que disparaba contra las nubes, de su esposo reciente y de
su abuela impasible, Eréndira se encontró de nuevo bajo el hechizo que la
había dominado desde su nacimiento. Cuando le preguntaron cuál era su
voluntad libre, verdadera y definitiva, no tuvo ni un suspiro de vacilación.
– Me quiero ir –dijo. Y aclaró, señalando al esposo–: Pero no me voy con él
sino con mi abuela.
Ulises había perdido la tarde tratando de robarse una naranja en la plantación
de su padre, pues éste no le quitó la vista de encima mientras podaban los
árboles enfermos, y su madre lo vigilaba desde la casa. De modo que renunció
a su propósito, al menos por aquel día, y se quedó de mala gana ayudando a
su padre hasta que terminaron de podar los últimos naranjos. La extensa
plantación era callada y oculta, y la casa de madera con techo de latón tenía
mallas de cobre en las ventanas y una terraza grande montada sobre pilotes,
con plantas primitivas de flores intensas. La madre de Ulises estaba en la
terraza, tumbada en un mecedor vienés y con hojas ahumadas en las sienes
para aliviar el dolor de cabeza, y su mirada de india pura seguía los
movimientos del hijo como un haz de luz invisible hasta los lugares más
esquivos del naranjal. Era muy bella, mucho más joven que el marido, y no sólo
continuaba vestida con el camisón de la tribu, sino que conocía los secretos
más antiguos de su sangre. Cuando Ulises volvió a la casa con los hierros de
podar, su madre le pidió la medicina de las cuatro, que estaba en una mesita
cercana. Tan pronto como él los tocó, el vaso y el frasco cambiaron de color.
Luego tocó por simple travesura una jarra de cristal que estaba en la mesa con
otros vasos, y también la jarra se volvió azul. Su madre lo observó mientras
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tomaba la medicina, y cuando estuvo segura de que no era un delirio de su
dolor le preguntó en lengua guajira:
– ¿Desde cuándo te sucede?
– Desde que vinimos del desierto –dijo Ulises, también en guajiro–. Es sólo con
las cosas de vidrio.
Para demostrarlo, tocó uno tras otro los vasos que estaban en la mesa, y todos
cambiaron de colores diferentes.
– Esas cosas sólo sucedería por amor –dijo la madre–. ¿Quién es?
Ulises no contestó. Su padre, que no sabía la lengua guajira, pasaba en ese
momento por la terraza con un racimo de naranjas.
– ¿De qué hablan? –le preguntó a Ulises en holandés. –De nada especial –
contestó Ulises.
La madre de Ulises no sabía el holandés. Cuando su marido entró en la casa,
le preguntó al hijo en guajiro:
– ¿Qué te dijo?
– Nada especial –dijo Ulises.
Perdió de vista a su padre cuando entró en la casa, pero lo volvió a ver por una
ventana dentro de la oficina. La madre esperó hasta quedarse a solas con
Ulises, y entonces insistió:
– Dime quién es.
– No es nadie –dijo Ulises.
Contestó sin atención, porque estaba pendiente de los movimientos de su
padre dentro de la oficina. Lo había visto poner las naranjas sobre la caja de
caudales para componer la clave de la combinación. Pero mientras él vigilaba a
su padre, su madre lo vigilaba a él.
– Hace mucho tiempo que no comes pan –observó ella.
– No me gusta. El rostro de la madre adquirió de pronto una vivacidad insólita.
"Mentira", dijo. "Es porque estás mal de amor, y los que están así no pueden
comer pan". Su voz, como sus ojos, había pasado de la súplica a la amenaza.
– Más vale que me digas quién es –dijo–, o te doy a la fuerza unos baños de
purificación.
En la oficina, el holandés abrió la caja de caudales, puso dentro las naranjas, y
volvió a cerrar la puerta blindada. Ulises se apartó entonces de la ventana y le
replicó a su madre con impaciencia.
– Ya te dije que no es nadie –dijo–. Si no me crees, pregúntaselo a mi papá. El
holandés apareció en la puerta de la oficina encendiendo la pipa de navegante,
y con su Biblia descosida bajo el brazo. La mujer le preguntó en castellano:
– ¿A quién conocieron en el desierto?
– A nadie –le contestó su marido, un poco en las nubes–. Si no me crees,
pregúntaselo a Ulises.
Se sentó en el fondo del corredor a chupar la pipa hasta que se le agotó la
carga. Después abrió la Biblia al azar y recitó fragmentos salteados durante
casi dos horas en un holandés fluido y altisonante.
A media noche, Ulises seguía pensando con tanta intensidad que no podía
dormir. Se revolvió en el chinchorro una hora más, tratando de dominar el dolor
de los recuerdos, hasta que el propio dolor le dio la fuerza que le hacía falta
para decidir. Entonces se puso los pantalones de vaquero, la camisa de
cuadros escoceses y las botas de montar, y saltó por la ventana y se fugó de la
casa en la camioneta cargada de pájaros. Al pasar por la plantación arrancó las
tres naranjas maduras que no había podido robarse en la tarde. Viajó por el
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desierto el resto de la noche, y al amanecer preguntó por pueblos y rancherías
cuál era el rumbo de Eréndira, pero nadie le daba razón. Por fin le informaron
que andaba detrás de la comitiva electoral del senador Enésimo Sánchez, y
que éste debía de estar aquel día en la Nueva Castilla. No lo encontró allí, sino
en el pueblo siguiente, y ya Eréndira no andaba con él, pues la abuela había
conseguido que el senador avalara su moralidad con una carta de su puño y
letra, y se iba abriendo con ella las puertas mejor trancadas del desierto. Al
tercer día se encontró con el hombre del correo nacional, y éste le indicó la
dirección que buscaba.
– Van para el mar –le dijo–. Y apúrate, que la intención de la jodida vieja es
pasarse para la isla de Aruba.
En ese rumbo, Ulises divisó al cabo de media jornada la capa amplia y
percudida que la abuela le había comprado a un circo en derrota. El fotógrafo
errante había vuelto con ella, convencido de que en efecto el mundo no era tan
grande como pensaba, y tenía instalados cerca de la carpa sus telones idílicos.
Una banda de chupacobres cautivaba a los clientes de Eréndira con un valse
taciturno. Ulises esperó su turno para entrar, y lo primero que le llamó la
atención fue el orden y la limpieza en el interior de la carpa. La cama de la
abuela había recuperado su esplendor virreinal, la estatua del ángel estaba en
su lugar junto al baúl funerario de los Amadises, y había además una bañera
de peltre con patas de león. Acostada en su nuevo lecho de marquesina,
Eréndira estaba desnuda y plácida, e irradiaba un fulgor infantil bajo la luz
filtrada de la carpa. Dormía con los ojos abiertos. Ulises se detuvo junto a ella,
con las naranjas en la mano, y advirtió que lo estaba mirando sin verlo.
Entonces pasó la mano frente a sus ojos y la llamó con el nombre que había
inventado para pensar en ella: – Arídnere.
Eréndira despertó. Se sintió desnuda frente a Ulises, hizo un chillido sordo y se
cubrió con la sábana hasta la cabeza.
– No me mires –dijo–. Estoy horrible.
– Estás toda color de naranja –dijo Ulises.
Puso las frutas a la altura de sus ojos para que ella comparara.
- Mira. Eréndira se descubrió los ojos y comprobó que en efecto las naranjas
tenían su color.
– Ahora no quiero que te quedes –dijo.
– Sólo entré para mostrarte esto –dijo Ulises–. Fíjate. Rompió una naranja con
las uñas, la partió con las dos manos, y le mostró a Eréndira el interior: clavado
en el corazón de la fruta había un diamante legítimo.
– Estas son las naranjas que llevamos a la frontera –dijo.
– ¡Pero son naranjas vivas! –exclamó Eréndira.
– Claro –sonrió Ulises–. Las siembra mi papá.
Eréndira no lo podía creer. Se descubrió la cara, cogió el diamante con los
dedos y lo contempló asombrada.
– Con tres así le damos la vuelta al mundo –dijo Ulises–.
Eréndira le devolvió el diamante con un aire de desaliento. Ulises insistió. –
Además, tengo una camioneta –dijo–. Y además... ¡Mira!
Se sacó de debajo de la camisa una pistola arcaica. – No puedo irme antes de
diez años –dijo Eréndira. –Te irás –dijo Ulises–. Esta noche, cuando se duerma
la ballena blanca, yo estaré ahí fuera, cantando como la lechuza. Hizo una
imitación tan real del canto de la lechuza, que los Ojos de Eréndira sonrieron
por primera vez.
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– Es mi abuela –dijo.
– ¿La lechuza?
– La ballena.
Ambos se rieron del equívoco, pero Eréndira retomó el hilo.
– Nadie puede irse para ninguna parte sin permiso de su abuela.
– No hay que decirle nada.
– De todos modos lo sabrá –dijo Eréndira–: ella sueña las cosas.
– Cuando empiece a soñar que te vas, ya estaremos del otro lado de la
frontera. Pasaremos como los contrabandistas... –dijo Ulises. Empuñando la
pistola con un dominio de atarbán de cine imitó el sonido de los disparos para
embullar a Eréndira con su audacia. Ella no dijo ni que sí ni que no, pero sus
ojos suspiraron, y despidió a Ulises con un beso. Ulises, conmovido, murmuró:
– Mañana veremos pasar los buques. Aquella noche, poco después de las
siete, Eréndira estaba peinando a la abuela cuando volvió a soplar el viento de
su desgracia. Al abrigo de la carpa estaban los indios cargadores y el director
de la charanga esperando el pago de su sueldo. La abuela acabó de contar los
billetes de un arcón que tenía a su alcance, y después de consultar un
cuaderno de cuentas le pagó al mayor de los indios.
– Aquí tienes –le dio–: veinte pesos la semana, menos ocho de la comida,
menos tres del agua, menos cincuenta centavos a buena cuenta de las
camisas nuevas, son ocho con cincuenta. Cuéntalos bien. El indio mayor contó
el dinero, y todos se retiraron con una reverencia.
– Gracias, blanca.
El siguiente era el director de los músicos. La abuela consultó el cuaderno de
cuentas, y se dirigió al fotógrafo, que estaba tratando de remendar el fuelle de
la cámara con pegotes de gutapercha.
– En qué quedamos –le dijo– ¿pagas o no pagas la cuarta parte de la música?
El fotógrafo ni siquiera levantó la cabeza para contestar.
– La música no sale en los retratos.
– Pero despierta en la gente las ganas de retratarse –replicó la abuela.
– Al contrario –dijo el fotógrafo–, les recuerda a los muertos, y luego salen en
los retratos con los ojos cerrados.
El director de la charanga intervino. – Lo que hace cerrar los ojos no es la
música –dijo–, son los relámpagos de retratar de noche.
– Es la música –insistió el fotógrafo.
La abuela le puso término a la disputa. "No seas truñuño", le dijo al– fotógrafo.
"Fíjate lo bien que le va al senador Onésimo Sánchez, y es gracias a los
músicos que lleva." Luego, de un modo duro, concluyó:
– De modo que pagas la parte que te corresponde, o sigues solo con tu
destino. No es justo que esa pobre criatura lleve encima todo el peso de los
gastos. – Sigo solo mi destino –dijo el fotógrafo–. Al fin y al cabo, yo lo que soy
es un artista.
La abuela se encogió de hombros y se ocupó del músico. Le entregó un mazo
de billetes, de acuerdo con la cifra escrita en el cuaderno. – Doscientos
cincuenta y cuatro piezas –le dijo– a cincuenta centavos cada una, más treinta
y dos en domingos y días feriados, a sesenta centavos cada una, son ciento
cincuenta y seis con veinte.
El músico no recibió el dinero.
– Son ciento ochenta y dos con cuarenta –dijo–. Los valses son más caros, –
¿Y eso por qué?
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– Porque son más tristes –dijo el músico.
La abuela lo obligó a que cogiera el dinero, – Pues esta semana nos tocas dos
piezas alegres por cada valse qué te debo, y quedamos en paz. El músico no
entendió la lógica de la abuela, pero aceptó las cuentas mientras desenredaba
el enredo. En ese instante, el viento despavorido estuvo a punto de desarraigar
la carpa, y en el silencio que dejó a su paso se escuchó en el exterior, nítido y
lúgubre, el canto de la lechuza. Eréndira no supo qué hacer para disimular su
turbación. Cerró el arca del dinero y la escondió debajo de la cama, pero la
abuela le conoció el temor de la manó cuando le entregó la llave. "No te
asustes", –le dijo–. "Siempre hay lechuzas en las noches de viento". Sin
embargo no dio muestras de igual convicción cuando vio salir al fotógrafo con
la cámara a cuestas. – Si quieres, quédate hasta mañana –le dijo–, la muerte
anda suelta esta noche. También el fotógrafo percibió el canto de la lechuza
pero no cambió de parecer. – Quédate, hijo –insistió la abuela– aunque sea por
el cariño que te tengo. – Pero no pago la música –dijo el fotógrafo.
– Ah, no –dijo la abuela–. Eso no.
– ¿Ya ve? –dijo el fotógrafo–. Usted no quiere a nadie.
La abuela palideció de rabia.
– Entonces lárgate –dijo–. ¡Malnacido!
Se sentía tan ultrajada, que siguió despotricando contra él mientras Eréndira la
ayudaba a acostarse. "Hijo de mala madre", rezongaba. "Qué sabrá ese
bastardo del corazón ajeno". Eréndira no le puso atención, pues la lechuza la
solicitaba con un apremio tenaz en las pausas del viento, y estaba atormentada
por la incertidumbre. La abuela acabó de acostarse con el mismo ritual que era
de rigor en la mansión antigua, y mientras la nieta la abanicaba se sobrepuso al
rencor y volvió a respirar sus aires estériles. – Tienes que madrugar –dijo
entonces–, para que me hiervas la infusión del baño antes de que llegue la
gente.
– Sí, abuela.
– Con el tiempo que te sobre, lava la muda sucia de los indios, y así tendremos
algo más que descontarles la semana entrante.
– Sí, abuela –dijo Eréndira.
– Y duerme despacio para que no te canses, que mañana es jueves, el día más
largo de la semana.
– Sí, abuela.
– Y le pones su alimento al avestruz.
– Sí, abuela –dijo Eréndira.
Dejó el abanico en la cabecera de la cama y encendió dos velas de altar frente
al arcón de sus muertos. La abuela, ya dormida, le dio la orden atrasada. – No
se te olvide prender las velas de los Amadises. –Sí, abuela. Eréndira sabía
entonces que no despertaría, porque había empezado a delirar. Oyó los
ladridos del viento alrededor de la carpa, pero tampoco esa vez había
reconocido el soplo de su desgracia. Se asomó a la noche hasta que volvió a
cantar la lechuza, y su instinto de libertad prevaleció por fin contra el hechizo
de la abuela.
No había dado cinco pasos fuera de la carpa cuando encontró al fotógrafo que
estaba amarrando sus aparejos en la parrilla de la bicicleta. Su sonrisa
cómplice la tranquilizó.
– Yo no sé nada –dijo el fotógrafo–, no he visto nada ni pago la música. Se
despidió con una bendición universal. Eréndira corrió entonces hacia el
121
desierto, decidida para siempre, y se perdió en las tinieblas del viento donde
cantaba la lechuza.
Esa vez la abuela recurrió de inmediato a la autoridad civil. El comandante del
retén local saltó del chinchorro a las seis de la mañana, cuando ella le puso
ante los ojos la carta del senador. El padre de Ulises esperaba en la puerta.
– Cómo carajo quiere que la lea –gritó el comandante– si no sé leer.
– Es una carta de recomendación del senador Onésimo Sánchez –dijo la
abuela. Sin más preguntas, el comandante descolgó un rifle que tenía cerca del
chinchorro y empezó a gritar órdenes a sus agentes. Cinco minutos después
estaban todos dentro de una camioneta militar, volando hacia la frontera, con
un viento contrario que borraba las huellas de los fugitivos. En el asiento
delantero, junto al conductor, viajaba el comandante. Detrás estaba el holandés
con la abuela, y en cada estribo iba un agente armado. Muy cerca del pueblo
detuvieron una caravana de camiones cubiertos con lona impermeable. Varios
hombres que viajaban ocultos en la plataforma de carga levantaron la lona y
apuntaron a la camioneta con ametralladoras y rifles de guerra. El comandante
le preguntó al conductor del primer camión a qué distancia había encontrado
una camioneta de granja cargada de pájaros. El conductor arrancó antes de
contestar.
– Nosotros no somos chivatos –dijo indignado–, somos contrabandistas.
El comandante vio pasar muy cerca de sus ojos los cañones ahumados de las
ametralladoras, alzó los brazos y sonrió.
– Por lo menos –les gritó– tengan la vergüenza de no circular a pleno sol. El
último camión llevaba un letrero en la defensa posterior: Pienso en ti Eréndira.
El viento se iba haciendo más árido a medida que avanzaban hacia el Norte, y
el sol era más bravo con el viento, y costaba trabajo respirar por el calor y el
polvo dentro de la camioneta cerrada. La abuela fue la primera que divisó al
fotógrafo: pedaleaba en el mismo sentido en que ellos volaban, sin más
amparo contra la insolación que un pañuelo amarrado en la cabeza.
– Ahí está –lo señaló– ése fue el cómplice. Malnacido.
El comandante le ordenó a uno de los agentes del estribo que se hiciera cargo
del fotógrafo.
– Agárralo y nos esperas aquí –le dijo–. Ya volvemos.
El agente saltó del estribo y le dio al fotógrafo dos voces de alto. El fotógrafo no
lo oyó por el viento contrario. Cuando la camioneta se le adelantó, la abuela le
hizo un gesto enigmático, pero él lo confundió con un saludo, sonrió, v le dijo
adiós con la mano. No oyó el disparo. Dio una voltereta en el aire y cayó
muerto sobre la bicicleta con la cabeza destrozada por una bala de rifle que
nunca supo de dónde le vino. Antes del mediodía empezaron a ver las plumas.
Pasaban en el viento, y eran plumas de pájaros nuevos, y el holandés las
conoció porque eran las de sus pájaros desplomados por el viento. El
conductor corrigió el rumbo, hundió a fondo el pedal, y antes de media hora
divisaron la camioneta en el horizonte. Cuando Ulises vio aparecer el carro
militar en el espejo retrovisor, hizo un esfuerzo por aumentar la distancia, pero
el motor no daba para más. Habían viajado sin dormir y estaban estragados de
cansancio de sed. Eréndira, que dormitaba en el hombro de Ulises, despertó
asustada. Vio la camioneta que estaba a punto de alcanzarlos y con una
determinación cándida cogió la pistola de la guantera.
– No sirve –dijo Ulises–. Era de Francis Drake.
122
La martilló varias veces y la tiró por la ventana. La patrulla militar se le adelantó
a la destartalada camioneta cargada de pájaros desplomados por el viento,
hizo una curva forzada, y le cerró el camino. Las conocí por esa época, que fue
la de más grande esplendor, aunque no había de escudriñar los pormenores de
su vida sino muchos años después, cuando Rafael Escalona reveló en una
canción el desenlace terrible del drama y me pareció que era bueno para
contarlo. Yo andaba vendiendo enciclopedias y libros de medicina por la
provincia de Riohacha. Álvaro Cepeda Samudio, que andaba también por esos
rumbos vendiendo máquinas de cerveza helada, me llevó en su camioneta por
los pueblos del desierto con la intención de hablarme de no sé qué cosa, y
hablamos tanto de nada y tomamos tanta cerveza que sin saber cuándo ni por
dónde atravesamos el desierto entero y llegamos hasta la frontera. Allí estaba
la carpa del amor errante, bajo los lienzos de letreros colgados: Eréndira es
mejor Vaya y vuelva Eréndira lo espera Esto no es vida sin Eréndira. La fila
interminable y ondulante, compuesta por hombres de razas y cones diversas,
parecía una serpiente de vértebras humanas que dormitaba a través de solares
y plazas, por entre bazares abigarrados y mercados ruidosos, y se salía de las
calles de aquella ciudad fragoroso de traficantes de paso. Cada calle era un
garito público, cada casa una cantina, cada puerta un refugio de prófugos. Las
numerosas músicas indescifrables y los pregones gritados formaban un solo
estruendo de pánico en el calor alucinante.
Entre la muchedumbre de apátridas y vividores estaba Blacamán, el bueno,
trepado en una mesa, pidiendo una culebra de verdad para probar en carne
propia un antídoto de su invención. Estaba la mujer que se había convertido en
araña por desobedecer a sus padres, que por cincuenta centavos se dejaba
tocar para que vieran que no había engaño y contestaba las preguntas que
quisieran hacerle sobre su desventura. Estaba un enviado de la vida eterna que
anunciaba la venida inminente del pavoroso murciélago sideral, cuyo ardiente
resuello de azufre había de trastornar el orden de la naturaleza, y haría salir a
flote los misterios del mar.
El único remanso de sosiego era el barrio de tolerancia, a donde sólo llegaban
los rescoldos del fragor urbano. Mujeres venidas de los cuatro cuadrantes de la
rosa náutica bostezaban de tedio en los abandonados salones de baile. Habían
hecho la siesta, sentadas, sin que nadie las despertara para quererlas, y
seguían esperando al murciélago sideral bajo los ventiladores de aspas
atornilladas en el cielo raso. De pronto, una de ellas se levantó, y fue a una
galería de trinitarias que daba sobre la calle. Por allí pasaba la fila de los
pretendientes de Eréndira.
– A ver –les gritó la mujer–. ¿Qué tiene ésa que no tenemos nosotras?
– Una carta de un senador –gritó alguien.
Atraídas por los gritos y las carcajadas, otras mujeres salieron a la galería.
– Hace días que esa cola está así –dijo una de ellas–. Imagínate, a cincuenta
pesos cada uno. La que había salido primero decidió:
– Pues yo me voy a ver qué es lo que tiene de oro ese sietemesino.
– Yo también –dijo otra–. Será mejor que estar aquí calentando gratis el
asiento. En el camino, se incorporaron otras, y cuando llegaron a la tienda de
Eréndira habían integrado una comparsa bulliciosa. Entraron sin anunciarse,
espantaron a golpes de almohadas al hombre que encontraron gastándose lo
mejor que podía el dinero que había pagado, y cargaron la cama de Eréndira y
la sacaron en andas a la calle.
123
– Esto es un atropello –gritaba la abuela–. ¡Cáfila de desleales! ¡Montoneras! –
Y luego, contra los hombres de la fila–: y ustedes, pollerones, dónde tienen las
criadillas que permiten este abuso contra una pobre criatura indefensa.
¡Maricas! Siguió gritando hasta donde le daba la voz, repartiendo tramojazos
de báculo contra quienes se pusieran a su alcance, pero su cólera era inaudible
entre los gritos y las rechiflas de burla de la muchedumbre. Eréndira no pudo
escapar del escarnio porque se lo impidió la cadena de perro con que la abuela
la encadenaba de un travesaño de la cama desde que trató de fugarse. Pero
no le hicieron ningún daño. La mostraron en su altar de marquesina por las
calles de más estrépito, como el paso alegórico de la penitente encadenada, y
al final la pusieron en cámara ardiente en el centro de la plaza mayor. Eréndira
estaba enroscada, con la cara escondida pero sin llorar, y así permaneció en
el sol terrible de la plaza, mordiendo de vergüenza y de rabia la cadena de
perro de su mal destino, hasta que alguien le hizo la caridad de taparla con una
camisa. Esa fue la única vez que las vi, pero supe que habían permanecido en
aquella ciudad fronteriza bajo el amparo de la fuerza pública hasta que
reventaron las arcas de la abuela, y que entonces abandonaron el desierto
hacia el rumbo de] mar. Nunca se vio tanta opulencia junta por aquellos reinos
de pobres. Era un desfile de carretas tiradas por bueyes, sobre las cuales se
amontonaban algunas réplicas de pacotilla de la palafernalia extinguida con el
desastre de la mansión, y no sólo los bustos imperiales y los relojes raros, sino
también un plano de ocasión y una vitrola de manigueta con los discos de la
nostalgia. Una recua de indios se ocupaba de la carga, y una banda de
músicos anunciaba en los pueblos su llegada triunfal, La abuela viajaba en un
palanquín con guirnaldas de papel, rumiando los cereales de la faltriquera, a la
sombra de un palio de iglesia. Su tamaño monumental había aumentado,
porque usaba debajo de la blusa un chaleco de lona de velero, en el cual se
metía los lingotes de oro como se meten las balas en un cinturón de
cartucheras. Eréndira estaba junto a ella, vestida de géneros vistosos y con
estoperoles colgados, pero todavía con la cadena de perro en el tobillo.
– No te puedes quejar –le había dicho la abuela al salir de la ciudad fronteriza–.
Tienes ropas de reina, una cama de lujo, una banda de música propia, y
catorce indios a tu servicio. ¿No te parece espléndido?
– Sí, abuela.
– Cuando yo te falte –prosiguió la abuela–, no quedarás a merced de los
hombres, porque tendrás tu casa propia en una ciudad de importancia. Serás
libre y feliz. Era una visión nueva e imprevista del porvenir. En cambio no había
vuelto a hablar de la deuda de origen, cuyos pormenores se retorcían y cuyos
plazos aumentaban a medida que se hacían más intrincadas las cuestas del
negocio. Sin embargo, Eréndira no emitió un suspiro que permitiera vislumbrar
su pensamiento. Se sometió en silencio al tormento de la cama en los charcos
de salitre, en el sopor de los pueblos lacustres, en el cráter lunar de las minas
de talco, mientras la abuela le cantaba la visión del futuro como si la estuviera
descifrando en las barajas. Una tarde, al final de un desfiladero opresivo,
percibieron un viento de laureles antiguos, y escucharon piltrafas de diálogos
de Jamaica, y sintieron unas ansias de vida, y un nudo en el corazón, y era que
habían llegado al mar.
– Ahí lo tienes –dijo la abuela, respirando la luz de vidrio del Caribe al cabo de
media vida de destierro–. ¿No te gusta?
– Sí, abuela.
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Allí plantaron la carpa. La abuela pasó la noche hablando sin soñar, y a veces
confundía sus nostalgias con la clarividencia del porvenir. Durmió hasta más
tarde que de costumbre y despertó sosegada por el rumor del mar. Sin
embargo, cuando Eréndira la estaba bañando volvió a hacerle pronósticos
sobre el futuro, y era una clarividencia tan febril que parecía un delirio de vigilia.
– Serás una dueña señorial –le dijo–. Una dama de alcurnia, venerada por tus
protegidas, y complacida y honrada por las más altas autoridades. Los
capitanes de los buques te mandarán postales desde todos los puertos del
mundo. Eréndira no la escuchaba. El agua tibia perfumada de orégano
chorreaba en la bañera por un canal alimentado desde el exterior. Eréndira la
recogía con una totuma impenetrable, sin respirar siquiera, y se la echaba a la
abuela con una mano mientras la jabonaba con la otra.
– El prestigio de tu casa volará de boca en boca desde el cordón de las Antillas
hasta los reinos de Holanda –decía la abuela–. Y ha de ser más importante que
la casa presidencial, porque en ella se discutirán los asuntos del gobierno y se
arreglará el destino de la nación. De pronto, el agua se extinguió en el canal.
Eréndira salió de la carpa para averiguar qué pasaba, y vio que el indio
encargado de echar el agua en el canal estaba cortando leña en la cocina.
– Se acabó –dijo el indio–. Hay que enfriar más agua. Eréndira fue hasta la
hornilla donde había otra olla grande con hojas aromáticas hervidas. Se
envolvió las manos en un trapo, y comprobó que podía levantar la olla sin
ayuda del indio.
– Vete –le dijo–. Yo echo el agua.
Esperó hasta que el indio saliera de la cocina. Entonces quitó del fuego la olla
hirviente, la levantó con mucho trabajo hasta la altura de la canal, y ya iba a
echar el agua mortífera en el conducto de la bañera cuando la abuela gritó en
el interior de la carpa:
– ¡Eréndira!
Fue como si la hubiera visto. La nieta, asustada por el grito, se arrepintió en el
instante final.
– Ya voy, abuela –dijo–. Estoy enfriando el agua.
Aquella noche estuvo cavilando hasta muy tarde, mientras la abuela cantaba
dormida con el chaleco de oro. Eréndira la contempló desde su cama con unos
ojos intensos que parecían de gato en la penumbra. Luego se acostó como un
ahogado, con los brazos en el pecho y los Ojos abiertos, y llamó con toda la
fuerza de su voz interior:
– Ulises.
Ulises despertó de golpe en la casa del naranjal. Había oído la voz de Eréndira
con tanta claridad, que la buscó en las sombras del cuarto. Al cabo de un
instante de reflexión, hizo un rollo con sus ropas y sus zapatos, y abandonó el
dormitorio. Había atravesado la terraza cuando lo sorprendió la voz de su
padre:
– Para dónde vas.
Ulises lo vio iluminado de azul por la luna.
– Para el mundo –contestó.
– Esta vez no te lo voy a impedir –dijo el holandés–. Pero te advierto una cosa:
a dondequiera que vayas te perseguirá la maldición de tu padre.
– Así sea –dijo Ulises.
Sorprendido, y hasta un poco orgulloso por la resolución del hijo, el holandés lo
siguió por el naranjal enlunado con una mirada que poco a poco empezaba a
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sonreír. Su mujer estaba a sus espaldas con su modo de estar de india
hermosa. El holandés habló cuando Ulises cerró el portal.
– Ya volverá –dijo– apaleado por la vida, más pronto de lo que tú crees.
– Eres muy bruto –suspiró ella–. No volverá nunca. En esa ocasión, Ulises no
tuvo que preguntarle a nadie por el rumbo de Eréndira. Atravesó el desierto
escondido en camiones de paso, robando para comer y para dormir, y robando
muchas veces por el puro placer del riesgo, hasta que encontró la carpa en otro
pueblo de mar, desde el cual se veían los edificios de vidrio de una ciudad
iluminada, y donde resonaban los adioses nocturnos de los buques que
zarpaban para la isla de Aruba. Eréndira estaba dormida, encadenada al
travesaño, y en la misma posición de ahogado a la deriva, en que lo había
llamado. Ulises permaneció contemplándola un largo rato sin despertarla, pero
la contempló con tanta intensidad que Eréndira despertó.
Entonces se besaron en la oscuridad, se acariciaron sin prisa, se desnudaron
hasta la fatiga, con una ternura callada y una dicha recóndita que se parecieron
más que nunca al amor.
En el otro extremo de la carpa, la abuela dormida dio una vuelta monumental y
empezó a delirar.
– Eso fue por los tiempos en que llegó el barco griego –dijo–. Era una
tripulación de locos que hacían felices a las mujeres y no les pagaban con
dinero sino con esponjas, unas esponjas vivas que después andaban
caminando por dentro de las casas, gimiendo como enfermos de hospital y
haciendo llorar a los niños para beberse las lágrimas.
Se incorporó con un movimiento subterráneo, y se sentó en la cama.
– Entonces fue cuando llegó él, Dios mío –gritó–, más fuerte, más grande y
mucho más hombre que Amadís.
Ulises, que hasta entonces no había prestado atención al delirio, trató de
esconderse cuando vio a la abuela sentada en la cama. Eréndira lo tranquilizó.
– Estate quieto –le dijo–. Siempre que llega a esa parte se sienta en la cama,
pero no despierta.
Ulises se acostó en su hombro.
– Yo estaba esa noche cantando con los marineros y pensé que era un temblor
de tierra –continuó la abuela–. Todos debieron pensar lo mismo, porque
huyeron dando gritos, muertos de risa, y sólo quedó él bajo el cobertizo de
astromelias. Recuerdo como si hubiera sido ayer que yo estaba cantando la
canción que todos cantaban en aquellos tiempos. Hasta los loros en los patios,
cantaban. Sin son ni ton, como sólo es posible cantar en los sueños, cantó las
líneas de su amargura:
Señor, Señor, devuélveme mi antigua inocencia para gozar su amor otra vez
desde el principio Sólo entonces se interesó Ulises en la nostalgia de la abuela.
– Ahí estaba él –decía– con una guacamayo en el hombro y un trabuco de
matar caníbales como llegó Guatarral a las Guayanas, y yo sentí su aliento de
muerte cuando se plantó en frente de mí, y me dijo: le he dado mil veces la
vuelta al mundo y he visto a todas las mujeres de todas las naciones, así que
tengo autoridad para decirte que eres la más altiva y la más servicial, la más
hermosa de la tierra.
Se acostó de nuevo y sollozó en la almohada. Ulises y Eréndira permanecieron
un largo rato en silencio, mecidos en la penumbra por la respiración
descomunal de la anciana dormida. De pronto, Eréndira preguntó sin un
quebranto mínimo en la voz:
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– ¿Te atreverías a matarla?
Tomado de sorpresa, Ulises no supo qué contestar. –Quién sabe –dijo–. ¿Tú te
atreves?
– Yo no puedo –dijo Eréndira–, porque es mi abuela.
Entonces Ulises observó otra vez el enorme cuerpo dormido, como midiendo
su cantidad de vida, y decidió: –Por ti soy capaz de todo. Ulises compró una
libra de veneno para ratas, la revolvió con nata de leche y mermelada de
frambuesa, y vertió aquella crema mortal dentro de un pastel al que le había
sacado su relleno de origen. Después le puso encima una crema más densa,
componiéndolo con una cuchara hasta que no quedó ningún rastro de la
maniobra siniestra y completó el engaño con setenta y dos velitas rosadas. La
abuela se incorporó en el trono blandiendo el báculo amenazador cuando lo vio
entrar en la carpa con el pastel de fiesta,
– Descarado –gritó–. ¡Cómo te atreves a poner los pies en esta casa!
Ulises se escondió detrás de su cara de ángel.
–
Vengo a pedirle perdón –dijo–, hoy día de su cumpleaños.
Desarmada por su mentira certera, la abuela hizo poner la mesa como para
una cena de bodas. Sentó a Ulises a su diestra, mientras Eréndira les servía, y
después de apagar las velas con un soplo arrasador cortó el pastel en partes
iguales. Le sirvió a Ulises.
– Un hombre que sabe hacerse perdonar tiene ganada la mitad del cielo –dijo–
Te dejo el primer pedazo que es el de la felicidad.
– No me gusta el dulce –dijo él. Que le aproveche.
La abuela le ofreció a Eréndira otro pedazo de pastel. Ella se lo llevó a la
cocina lo tiró en la caja de la basura. La abuela se comió sola todo el resto. Se
metía los pedazos enteros en la boca y se los tragaba sin masticar, gimiendo
de gozo, y mirando a Ulises desde el limbo de su placer. Cuando no hubo más
en su plato se comió también el que Ulises había despreciado. Mientras
masticaba el último trozo, recogía con los dedos y se metía en la boca las
migajas del mantel. Había comido arsénico como para exterminar una
generación de ratas. Sin embargo, tocó el piano y cantó hasta la media noche,
se acostó feliz, y consiguió un sueño natural. El único signo nuevo fue un rastro
pedregoso en su respiración. Eréndira y Ulises la vigilaron desde la otra cama,
y sólo esperaban su estertor final. Pero la voz fue tan viva como siempre
cuando empezó a delirar.
– ¡Me volvió loca, Dios mío, me volvió loca! –gritó–. Yo ponía dos trancas en el
dormitorio para que no entrara, ponía el tocador y la mesa contra la puerta y las
sillas sobre la mesa, y bastaba con que él diera un golpecito con el anillo para
que los parapetos se desbarataran, las sillas se bajaban solas de la mesa, la
mesa y el tocador se apartaban solos, las trancas se salían solas de las
argollas. Eréndira y Ulises la contemplaban con un asombro creciente, a
medida que el delirio se volvía más profundo y dramático, y la voz más íntima.
– Yo sentía que me iba a morir, empapada en sudor de miedo, suplicando por
dentro que la puerta se abriera sin abrirse, que él entrara sin entrar, que no se
fuera nunca pero que tampoco volviera jamás, para no tener que matarlo.
Siguió recapitulando su drama durante varias horas, hasta en sus detalles más
ínfimos, como si lo hubiera vuelto a vivir en el sueño. Poco antes del amanecer
se revolvió en la cama con un movimiento de acomodación sísmica y la voz se
le quebró con la inminencia de los sollozos. – Yo lo previne, y se rió –gritaba–,
lo volví a prevenir y volvió a reírse, hasta que abrió los ojos aterrados, diciendo,
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¡ay reina! ¡ay reina!, y la voz no le salió por la boca sino por la cuchillada de la
garganta. Ulises, espantado con la tremenda evocación de la abuela, se agarró
de la mano de Eréndira. – ¡Vieja asesina! –exclamó. Eréndira no le prestó
atención, porque en ese instante empezó a despuntar el alba. Los relojes
dieron las cinco.
– ¡Vete! –dijo Eréndira–. Ya va a despertar.
– Está más viva que un elefante –exclamó Ulises–. ¡No puede ser!, Eréndira lo
atravesó con una mirada mortal.
– Lo que pasa –dijo– es que tú no sirves ni para matar a nadie. Ulises se
impresionó tanto con la crudeza del reproche, que se evadió de la carpa.
Eréndira continuó observando a la abuela dormida, con su odio secreto, con la
rabia de la frustración, a medida que se alzaba el amanecer y se iba
despertando el aire de los pájaros. Entonces la abuela abrió los Ojos y la miró
con una sonrisa plácida.
– Dios te salve, hija.
El único cambio notable fue un principio de desorden en las normas cotidianas.
Era miércoles, pero la abuela quiso ponerse un traje de domingo, decidió que
Eréndira no recibiera ningún cliente antes de las once, y le pidió que le pintara
las uñas de color granate y le hiciera un peinado de pontifical. – Nunca había
tenido tantas ganas de retratarme –exclamó. Eréndira empezó a peinarla, pero
al pasar el peine de desenredar se quedó entre los dientes un mazo de
cabellos. Se lo mostró asustada a la abuela. Ella lo examinó, trató de
arrancarse otro mechón con los dedos, y otro arbusto de pelos se le quedó en
la mano. Lo tiró al suelo y probó otra vez, y se arrancó un mechón más grande.
Entonces empezó a arrancarse el cabello con las dos manos, muerta de risa,
arrojando los puñados en el aire con un júbilo incomprensible, hasta que la
cabeza le quedó como un coco pelado. Eréndira no volvió a tener noticias de
Ulises hasta dos semanas más tarde, cuando percibió fuera de la carpa el
reclamo de la lechuza. La abuela había empezado a tocar el piano, y estaba
tan absorta en su nostalgia que no se daba cuenta de la realidad. Tenía en la
cabeza una peluca de plumas radiantes. Eréndira acudió al llamado y sólo
entonces descubrió la mecha de detonante que salía de la caja del piano y se
prolongaba por entre la maleza y se perdía en la oscuridad. Corrió hacia donde
estaba Ulises, se escondió junto a él entre los arbustos, y ambos vieron con el
corazón oprimido la llamita azul que se fue por la mecha del detonante,
atravesó el espacio oscuro y penetró en la carpa. – Tápate los oídos –dijo
Ulises.
Ambos lo hicieron, sin que hiciera falta, porque no hubo explosión. La tienda se
iluminó por dentro con una deflagración radiante, estalló en silencio, y
desapareció en una tromba de humo de pólvora mojada. Cuando Eréndira se
atrevió a entrar, creyendo que la abuela estaba muerta, la encontró con la
peluca chamuscada y la camisa en piltrafas, pero más viva que nunca, tratando
de sofocar el fuego con una manta. Ulises se escabulló al amparo de la gritería
de los indios que no sabían qué hacer, confundidos por las órdenes
contradictorias de la abuela. Cuando lograron por fin dominar las llamas y
disipar el humo, se encontraron con una visión de naufragio. – Parece cosa del
maligno –dijo la abuela–. Los pianos no estallan por casualidad. Hizo toda
clase de conjeturas para establecer las causas del nuevo desastre, pero las
evasivas de Eréndira, y su actitud impávida, acabaron de confundirla. No
encontró una mínima fisura en la conducta de la nieta, ni se acordó de la
128
existencia de Ulises. Estuvo despierta hasta la madrugada, hilando
suposiciones y haciendo cálculos de las pérdidas. Durmió poco y mal. A la
mañana siguiente, cuando Eréndira le quitó el chaleco de las barras de oro le
encontró ampollas de fuego en los hombros, y el pecho en carne viva. "Con
razón que dormí dando vueltas", dijo, mientras Eréndira le echaba claras de
huevo en las quemaduras. "Y además, tuve un sueño raro." Hizo un esfuerzo
de concentración, para evocar la imagen, hasta que la tuvo tan nítida en la
memoria como en el sueño.
– Era un pavorreal en una hamaca blanca –dijo. Eréndira se sorprendió, pero
rehizo de inmediato su expresión cotidiana. – Es un buen anuncio –mintió–. Los
pavorreales de los sueños son animales de larga vida.
– Dios te oiga –dijo la abuela–, porque estamos otra vez como al principio. Hay
que empezar de nuevo. Eréndira no se alteró. Salió de la carpa con el platón de
las compresas, y dejó a la abuela con el torso embebido de claras de huevo, y
el cráneo embadurnado de mostaza. Estaba echando más claras de huevo en
el platón, bajo el cobertizo de palmas que servía de cocina, cuando vio
aparecer los Ojos de Ulises por detrás del fogón como lo vio la primera vez
detrás de su cama. No se sorprendió, sino que le dijo con una voz de
cansancio: – Lo único que has conseguido es aumentarme la deuda. Los Ojos
de Ulises se turbaron de ansiedad. Permaneció inmóvil, mirando a Eréndira en
silencio, viéndola partir los huevos con una expresión fija, de absoluto
desprecio, como si él no existiera. Al cabo de un momento, los ojos se
movieron, revisaron las cosas de la cocina, las ollas colgadas, las ristras de
achiote, los platos, el cuchillo de destazar. Ulises se incorporó, siempre sin
decir nada, y entró bajo el cobertizo y descolgó el cuchillo. Eréndira no se
volvió a mirarlo, pero en el momento en que Ulises abandonaba el cobertizo, le
dijo en voz muy baja: – Ten cuidado, que ya tuvo un aviso de la muerte. Soñó
con un pavorreal en una hamaca blanca. La abuela vio entrar a Ulises con el
cuchillo, y haciendo un supremo esfuerzo se incorporó sin ayuda del báculo y
levantó los brazos. – ¡Muchacho! –gritó–. Te volviste loco. Ulises le saltó
encima y le dio una cuchillada certera en el pecho desnudo. La abuela lanzó un
gemido, se le echó encima y trató de estrangularlo con sus potentes brazos de
oso.
– Hijo de puta –gruñó–. Demasiado tarde me doy cuenta que tienes cara de
ángel traidor. No pudo decir nada más porque Ulises logró liberar la mano con
el cuchillo y le asestó una segunda cuchillada en el costado. La abuela soltó un
gemido recóndito y abrazó con más fuerza al agresor. Ulises asestó un tercer
golpe, sin piedad, y un chorro de sangre expulsada a alta presión le salpicó la
cara: era una sangre oleosa, brillante y verde, igual que la miel de menta.
Eréndira apareció en la entrada con el platón en la mano, y observó la lucha
con una impavidez criminal. Grande, monolítica, gruñendo de dolor y de rabia,
la abuela se aferró al cuerpo de Ulises. Sus brazos, sus piernas, hasta su
cráneo pelado estaban verdes de sangre. La enorme respiración de fuelle,
trastornada por los primeros estertores, ocupaba todo el ámbito. Ulises logró
liberar otra vez el brazo armado, abrió un tajo en el vientre, y una explosión de
sangre lo empapó de verde hasta los pies. La abuela trató de alcanzar el aire
que ya le hacía falta para vivir, y se derrumbó de bruces. Ulises se soltó de los
brazos exhaustos y sin darse un instante de tregua le asestó al vasto cuerpo
caído la cuchillada final. Eréndira puso entonces el platón en una mesa, se
inclinó sobre la abuela, escudriñándole sin tocarla, y cuando se convenció de
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que estaba muerta su rostro adquirió de golpe toda la madurez de persona
mayor que no le habían dado sus veinte años de infortunio. Con movimientos
rápidos y precisos, cogió el chaleco de oro y salió de la carpa. Ulises
permaneció sentado junto al cadáver, agotado por la lucha, y cuanto más
trataba de limpiarse la cara más se la embadurnaba de aquella materia verde y
viva que parecía fluir de sus dedos. Sólo cuando vio salir a Eréndira con el
chaleco de oro tomó conciencia de su estado. La llamó a gritos, pero no recibió
ninguna respuesta. Se arrastró hasta la entrada de la carpa, y vio que Eréndira
empezaba a correr por la orilla del mar en dirección opuesta a la de la ciudad.
Entonces hizo un último esfuerzo para perseguirla, llamándola con unos gritos
desgarrados que ya no eran de amante sino de hijo, pero lo venció el terrible
agotamiento de haber matado a una mujer sin ayuda de nadie. Los indios de la
abuela lo alcanzaron tirado boca bajo en la playa, llorando de soledad y de
miedo.
Eréndira no lo había oído. Iba corriendo contra el viento, más veloz que un
venado, y ninguna voz de este mundo la podía detener. Pasó corriendo sin
volver la cabeza por el vapor ardiente de los charcos de salitre, por los cráteres
de talco, por el sopor de los palafitos, hasta que se acabaron las ciencias
naturales del mar y empezó el desierto, pero todavía siguió corriendo con el
chaleco de oro más allá de los vientos áridos y los atardeceres de nunca
acabar, y jamás se volvió a tener la menor noticia de ella ni se encontró el
vestigio más ínfimo de su desgracia.
FIN
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